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#passamento
chorosinternos · 2 years
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É que eu só tenho vontade de chorar, lamentar até que não haja mais pranto, dormir até meu triste passamento.
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eugenienotas · 2 years
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O amor, com sua fortaleza e inabalável constância, transmuta em doloroso desconforto quando sua presença é privada de seu significado ou finalidade social. Lembre-se da simples mulher, que prossegue em seu intenso amor materno mesmo após o passamento de seu rebento, num raro caso de nobreza divina.
O fulgor deste sentimento assemelha-se àquela estrela que faleceu há milênios, mas ainda resplandece com sua intensidade no firmamento celeste, indelével aos olhos daqueles que observam.
De maneira semelhante, o objeto amado já não mais pode ser alcançado, seguindo seu próprio rumo em uma jornada distinta e distante da sua, porém o amor que você nutre perdura intacto após o curso dos anos.
Tal energia transforma-se em ternura, saudade ou em um singelo anseio de felicidade e bem-estar para o outro, porém jamais se dissipa ou se extingue.
A prova irrefutável do amor e da sua consequente raridade é que não há absolutamente nada que se ganhar com sua existência. Não há como ser manipulado ou controlado por força externa. Não se trata de uma fabricação do coração ou da mente, mas de uma força da natureza de existência independente.
nota de eugenie - março de 2022
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ercsmo · 1 year
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彡 ➔ mas se garotos não choram, alguém diz o que eu sou?
valha, sabe onde eu encontro um tal de ERASMO MANCINI COSTA? achei esse rg no lixo hoje, ele tem VINTE E TRÊS anos. ah, é o ERASMO? conheço demais! ele é DE SÃO PAULO, né? tá morando lá no PRINCESA ISABEL e trabalhando de PESCADOR E ESTUDANTE DE SERVIÇOS SOCIAIS, sei. sempre lembro daquela música NINGUÉM ME ENSINOU, do LAGUM quando falo com ele. ( cisgênero masculino, ele/dele, michael cimino ) conexões.
seu zé e dona judite já foram, um dia, o casal mais amado de maraú. ou, pelo menos, do bairro taguatinga. juntos, eles e os três filhos administravam a pequena papelaria e loja de pipas da cidade, na garagem de casa. era comum que as crianças do bairro batessem na porta da casa da família, não se surpreendendo ao encontrá-los de pijama e chinelos para vender uma caixa de lápis de cor ou rabiolas. o quarto filho veio de uma forma muito inesperada, já com mais de 10 anos de diferença dos irmãos.
porém, durante uma sonhada viagem de família a são paulo, o bebê de dois anos foi dado como desaparecido. os pais passaram meses na cidade do sudeste, enquanto a polícia procurava o filho mais novo, gastando o que tinham e o que não tinham, inclusive ajudados por doações de outros marauenses, mas nada deu certo. voltaram para maraú com a dor de ter perdido um filho e falidos. tiveram que vender a casa e o comércio, e o casamento também não demorou para se deteriorar. quase vinte anos se passaram e os dois se tornaram o que são hoje: o seu zé da garagem e a dona judite da mercearia. os mais velhos da cidade ainda se lembram da relação antiga entre os dois marauenses, principalmente quando os três filhos adultos dão as caras pela cidade.
erasmo mancini costa vive e só conhece são paulo desde que se entende por gente e desde que seus pais adotivos lhe registraram com seus sobrenomes. dona juliana e seu caetano nunca esconderam que o maior presente de suas vidas não tinha vindo do útero da matriarca e sempre buscaram pelos pais biológicos de erasmo, antecipando que o menino pudesse querer essa informação. o que acabou se tornando verdade, por mais que não fosse a grande missão da vida do garoto. teve uma vida bem costumeira a de um jovem classe média em são paulo, com todas as regalias que isso oferece.
sempre tomado pela curiosidade e pela pressa, erasmo era conhecido por não aplicar isso em questões oportunas, como a escola. por isso, repetiu de ano duas vezes e se formou no ensino médio com dezenove anos. depois disso, decidir o que queria fazer da vida foi mais um processo de indecisão (ou de enrolação, como diriam seus avós). estudou, sim, mas não tinha um curso em mente. ao descobrir que uma universidade de uma cidade do ceará oferecia o melhor curso de serviços sociais do país, foi como se algo lhe chamasse para aquele lugar.
chegou em maraú aos 21 anos e, de certa forma, sentia como se tivesse voltado para seu lugar de origem. além da faculdade, descobriu um passamento curioso, que nem ele mesmo sabia que gostaria tanto e que acabaria virando seu emprego: a pesca. para uma pessoa tão agitada, é uma surpresa até mesmo para erasmo que se sinta tão em paz ficando horas e horas em silêncio na companhia da água, do céu e de uma vara de pesca.
é uma incrível coincidência do destino que ainda não foi descoberta, mas erasmo é, de fato, o filho perdido de seu zé e dona judite, na mesma cidade que seus pais depois de quase vinte anos. é uma questão de tempo até que a verdade comece a plantar pensamentos na mente do mancini, principalmente se ele continuar frequentando o bairro taguatinga com frequência.
uma vez disseram a erasmo que ele tinha tempo sobrando para errar, e parece que ele levou isso a sério. pensar em consequências e opções não é muito o forte dele, e isso acaba resultando em situações ruins e conflitos acidentais. mas o costa é determinado até mesmo para cometer as maiores burrices que maraú já viu.
headcanons
em breve
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richardanarchist · 2 years
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A tarde
Ave Maria! blessed be the hour! The time, the clime, lhe spot where I so oft Have felt thar moment in its fullest power Sink o'er the earth so beautiful and soft...
- Byron
Ó tarde, oh bela tarde, oh meus amores, Mãe da meditação, meu doce encanto! Os rogos da minha alma enfim ouviste, E grato refrigério vens trazer-lhe No teu remansear prenhe de enlevos! Em quanto de te ver gostam meus olhos, Enquanto sinto a minha voz nos lábios, Enquanto a morte me não rouba à vida, Um hino em teu louvor minha alma exale, Oh tarde, oh bela tarde, oh meus amores!
I
É bela a noite, quando grave estende Sobre a terra dormente o negro manto De brilhantes estrelas recamado; Mas nessa escuridão, nesse silêncio Que ela consigo traz, há um quê de horrível Que espanta e desespera e geme n'alma; Um quê de triste que nos lembra a morte! No romper d'alva há tanto amor, tal vida, Há tantas cores, brilhantismo e pompa, Que fascina, que atrai, que a amar convida; Não pode suportá-la homem que sofre, Órfãos de coração não podem vê-la.
Só tu, feliz, só tu, a todos prendes! A mente, o coração, sentidos, olhos, A ledice e a dor, o pranto e o riso, Folgam de te avistar; - são teus, - és deles Homem que sente dor folga contigo, Homem que tem prazer folga de ver-te! Contigo simpatizam, porque és bela, Qu'és mãe de merencórios pensamentos, Entre os céus e a terra êxtasis doce, Entre dor e prazer celeste arroubo.
II
A brisa que murmura na folhagem, As aves que pipilam docemente, A estrela que desponta, que rutila, Com duvidosa luz ferindo os mares, O sol que vai nas águas sepultar-se Tingindo o azul dos céus de branco e d'oiro; Perfumes, murmurar, vapores, brisa, Estrelas, céus e mar, e sol e terra, Tudo existe contigo, e tu és tudo.
III
Homem que vivo agro viver de corte, lndiferente olhar derrama a custo Sobre os fulgores teus; - homem do mundo Mal pode o desbotado pensamento Revolver sobre o pó; mas nunca, oh nunca! Há de elevar-se a Deus, e nunca há de ele Na abóbada celeste ir pendurar-se, Como de rósea flor pendente abelha. Homem da natureza, esse contemple De púrpura tingir a luz que morre As nuvens lá no ocaso vacilantes! Há de vida melhor sentir no peito, Sentir doce prazer sorrir-lhe n'alma, E fonte de ternura inesgotável Do fundo coração brotar-lhe em ondas.
Hora do pôr do sol? - hora fagueira, Qu'encerras tanto amor, tristeza tanta! Quem há que de te ver não sinta enlevos, Quem há na terra que não sinta as fibras Todas do coração pulsar-lhe amigas, Quando desse teu manto as pardas franjas Soltas, roçando a habitação dos homens? Há prazer tamanho que embriaga, Há prazer tão puro, que parece Haver anjos dos céus com seus acordes A mísera existência acalentado!
IV
Sócia do forasteiro, tu, saudade, Nesta hora os teus espinhos mais pungentes Cravas no coração do que anda errante. Só ele, o peregrino, onde acolher-se, Não tem tugúrio seu, nem pai, nem 'spôsa, Ninguém que o espere com sorrir nos lábios E paz no coração, - ninguém que estranhe, Que anseie aflito de o não ver consigo! Cravas então, saudade, os teus espinhos; E eles, tão pungentes, tão agudos, Varando o coração de um lado a outro, Nem trazem dor, nem desespero incitam; Mas remanso de dor, mas um suave Recordar do passado, - um quê de triste Que ri ao coração, chamando aos olhos Tão espontâneo, tão fagueiro pranto, Que não fora prazer não derramá-lo. E quem - ah tão feliz! -- quem peregrino Sobre a terra não foi? Quem sempre há vista Sereno e brando deslizar-se o fumo Sobre o teto dos seus; e sobre os cumes Que os seus olhos hão visto à luz primeira Crescer branca neblina que se enrola, Como incenso que aos céus a terra envia? Tão feliz! quando a morte envolta em pranto Com gelado suor lh'enerva os membros, Procura inda outra mão co'a mão sem vida, E o extremo cintilar dos olhos baços, De um ente amado procurando os olhos, Sem prazer, mas sem dor, ali se apaga. O exilado! esse não; tão só na vida, Como no passamento ermo e sozinho, Sente dores cruéis, torvos pesares Do leito aflito esvoaçar-lhe em torno, Roçar-lhe o frio, o pálido semblante, E o instante derradeiro amargurar-lhe. Porém, no meu passar da vida à morte, Possa co'a extrema luz destes meus olhos Trocar último adeus com os teus fulgores! Ah! possa o teu alento perfumado, Do que na terra estimo, docemente Minha alma separar, e derramá-la Como um vago perfume aos pés do Eterno.
Gonçalves Dias
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gralhando · 2 years
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Íntima
Abandonou a mulher suspensa entre o inferno e terra fechou a porta negra dos demônios — o grande medo das convulsões, da pele cruzada de roxo e ela voltou a respirar sem ajuda dos aparelhos.
Meu deus, quem o avisa que ela volta a caminhar entre os vivos? As unhas crescidas como luagem a memória fragmentada como areia o coração doente, falhando entre as orações. Meu deus, quem o avisa — a mulher que o ama chama seu nome.
Homem, tua barba encharcada de choro e saliva tuas mãos distintas e hábeis, de guerra e sexo quando a amava trazia relâmpagos aos seus oceanos e agitava seus monstros pelágicos com orgasmos —  estava ensinando como morrer?
A mulher que você empurrou morta de um carro veloz e o corpo rolou abandonado, delicioso. Delicioso como uma mulher que sabe que é bela e por isto sobe na cama com a autoridade de uma dona com o capitalismo de uma puta esclarecida.
Mais triste que sua solidão nua e seu passamento é este homem que perdeu a referência ancestral do tempo e enterrou sua descendência e futuro no útero de uma mulher que é íntima do deserto árido e seco, da míngua e das ruínas, íntima da destruição que sobra das guerras e íntima da morte e do escuro fim de tudo.
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brasilsa · 8 months
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igorcbarros · 9 months
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E de repente... Lembranças remotas
Um produto artesanal brasileiro parece uma bicicleta infantil qualquer, mas ele tem um pequeno detalhe: é de madeira, não tem rodinhas de apoio e não tem... pedais! É a Biciquetinha (certamente baseada naquele cartaz que apareceu no Programa do Jô certa vez, "Conceta Biciqeta".) Praticamente, portanto, um celerípede infantil. Dizem os fabricantes que a criançada usando isso adquire equilíbrio, autoconfiança e migra tranquilo para as bicicletas com pedais, marchas e etc. - e without rodinhas. É mole? Tive uma Caloi Totica, no final dos anos 70, e só me lembro que eu me machuquei FEIO quando tentei andar sem rodinhas. E até hoje não faço parte do mundo das duas ruêdas T-T Fora o passamento do Butters, estou tendo algumas notícias ruins na minha vida pessoal; e junto com mais isso, lembranças ultra-remotas da infância, acabam me deixando mais emotivo do que o normal. As minhas férias praticamente já terminaram à força, preciso levar parentes pro banco de forma presencial amanhã, e isso sempre é uma operação de guerra. Pessoas de bom coração e que ainda não me odeiam, me desejem sorte.
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gazeta24br · 1 year
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Organizar desde logo o patrimônio por intermédio de ferramentas legais e planejar a sucessão, essas ações bem servem para definir, tanto a divisão do patrimônio da família, quanto a imposição de condições aos herdeiros que receberão esse patrimônio, no caso de falecimento. Antigamente, só se pensava em garantir a segurança dos bens de uma pessoa ou de empresa com medidas como por exemplo, o seguro de patrimônio, plano de gestão de risco, poupança, implementação de sistemas de segurança física e digital. Hoje, aprendemos que a proteção patrimonial também pode incluir a criação de uma estrutura jurídica adequada para gerenciar os bens e propriedades, como uma holding familiar. “Isso pode ajudar a reduzir a carga tributária, proteger o patrimônio de eventuais processos judiciais e assim evitar prejuízos financeiros e possibilitar preservar o patrimônio ao longo do tempo”, ressalta a advogada Luciana Gouvêa, especialista em Proteção Legal Patrimonial. Essa nova forma de proteger chamamos de Proteção Legal Patrimonial – PLP e deve ser uma prática constante, não apenas uma medida pontual, especialmente por conta das alterações no contexto familiar (namoros, casamentos, passamentos, etc) e também devido às mudanças no cenário econômico e político que possam afetar a segurança dos bens da família. Para os casos de divisão de herança, se o patrimônio estiver em holding familiar preparada para a sucessão, há muitos benefícios em comparação com a tradicional abertura de processo de inventário judicial ou extrajudicial, devido à longuíssima duração dos processos , motivada pela sobrecarga do Poder Judiciário. Outro ponto é que caso o patrimônio vá para inventário irá sofrer reavaliação a preço de mercado para tributação. Além dos benefícios de economia, organização, atenção às conveniências familiares, eliminação de conflitos, etc, melhor ainda é a possibilidade de proteção legal para evitar, especialmente no caso dos empresários brasileiros, a tomada do patrimônio pessoal para pagamento de dívidas das empresas referentes a indenizações, porque de acordo com nossa legislação isso é factível. “A utilização de Holding Familiar para Proteção Legal dos Bens não é fraude, nem é programada para prejudicar quem quer que seja, mas bem serve de instrumento para planejamento de boas estratégias e execução de meios para proteção legal dos bens conquistados ao longo da vida”, afirma a advogada Luciana Gouvêa, especialista em Proteção Legal Patrimonial e Proteção Ética e Legal Empresarial, informação e entrega de direitos. Especialista na área de inovação e tecnologias
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portalg37 · 1 year
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Nascido em 1º de maio...
         Sempre tive esta data do 1º de maio, dia do trabalho, como uma data especial para mim o dia do nascimento da melhor pessoa que conheci em minha vida meu pai, Roberto Mendes dos Santos.          Meu pai já fez a seu passamento e com certeza já está em uma dimensão bem melhor que a nossa.          Meu pai que saudade tenho de você, com certeza foi a melhor pessoa que passou em minha…
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18fev2004 · 2 years
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Eu conheci o verdadeiro significado de amizade quando você tinha 16 anos, é meio louco pensar que já se passaram 3 anos e seguimos aqui, né? Acho que amadurecemos muito juntas, na nossa vida pessoal, na nossa vida amorosa e até mesmo nas nossas idealizações de futuro. Nossa amizade nunca foi aquela clichê na qual só tem passamento de mão na cabeça, acho que por isso somos tão diferentes das outras. Nunca tivemos medo de apontar onde a outra estava errando, até porque no fundo sabiamos que só tinhamos a nós mesmas. Pois é, é você e sempre vai ser! 🤍
“Duvide da luz dos astros, de que o sol tenha calor duvida até da verdade, mas confia em meu amor.”
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alfredoferreiro · 2 years
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Manuel Murguia era um convicto lusista
Mesa redonda sobre Manuel Murguia na Fundación Luis Seoane da Corunha No quadro dos eventos programados pola Real Academia Galega como motivo do Centenário do passamento de Manuel Murguia, meu antigo e muito querido professor de literatura espanhola, Xosé Luis Axeitos, afirmou que Murguia não tinha interesse por discutir a respeito das melhores opções gráficas para a língua galega: era um…
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alacunaquefaltava · 2 years
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Como assim, morreu?
Eu estava ali, deitado, na capela.
Um funcionário vestindo uniforme do plano funerário entrou trazendo uma coroa de flores. Das bem simples, não muito grande, modelo padrão para clientes de poder aquisitivo sofrível. Não sei se o correto é chamar de cliente ou se existe designação mais apropriada para quem adquiriu um plano de assistência funerária. A gente acaba sendo muitas coisas conforme cada contexto: contribuinte, eleitor, colaborador, associado, detento, contratante. Ok, acho que nesse caso cabe contratante.
O funcionário saiu discretamente. Senti-me um tanto envergonhado, ele deve ter reparado que não havia ninguém no velório. Com certeza saiu pensando que fui uma pessoa muito ruim, ou que fiquei tão velho que fui esquecido bem antes do meu passamento.
Por mim, acho que fui só desimportante. Do tipo de pessoa que passa décadas indo trabalhar todos os dias, sem ter muito o que ganhar quando as coisas dão certo. E que faz o necessário para não levar a culpa quando elas dão errado.
Disse o médico que foram os cigarros que me mataram. Não tenho sílabas para contestar. Sempre foi muito prazeroso, a cada manhã, acender e fumar o cálido primeiro cigarro do dia. E logo depois do almoço de domingo, ou de qualquer outra refeição, matar essa vontade tão boa de matar, como se fosse uma segunda fome. Mas também é incapacitante em algumas situações, como aguentar dez horas de voo até Nova York, na classe econômica, tendo o desconforto extra de passar uma enorme vontade de fumar, vendo não fumantes tomarem seu cafezinho sem passar a mínima aflição (esta é uma situação usada como exemplo, meu perfil socioeconômico nunca combinou com uma viagem a Buenos Aires, que dirá a Nova York).
Se fumar valeu a pena, posso dizer que sim por algumas razões. A boa vida é sentida nos pequenos momentos de prazer por que passamos, e o fumante obtém alguns desses momentos a mais. Também, os anos de vida que podemos perder são os últimos, muito provavelmente os piores. Se fossem perdidos anos de juventude, cigarros já teriam deixado de existir.
Mas devo afirmar que, obviamente, não valeu. Por todas as razões que o bom senso possa recomendar. Então, fique registrado meu aviso a qualquer pessoa: nunca comece a fumar, as pessoas não vão gostar nem do seu cheiro.
Aqui, esperando a cremação, finalmente sinto o alívio de não ter mais nenhuma vontade de fumar. Sempre esperei que, num momento destes, pensaria em assuntos mais relevantes. Talvez devesse pensar em pessoas, lugares e saudades. Acho que perceberão minha falta na zona. Uma das garotas perguntará por que o Tio Brás não tem aparecido mais; e outra, bem informada, dirá que ele andou morrendo. Acontece.
O funcionário voltou para retirar a coroa, levando-a para uma outra capela, ao lado. Vi que era de uso coletivo (deveria ter rodinhas para facilitar o trabalho do funcionário). De meu mesmo, acho que levo apenas o caixão, e este paletó que nem lembrava mais que tinha. Fiquei sabendo que, para a cremação, as alças são retiradas do caixão, bem como qualquer outro objeto metálico. Bem apropriado para um mala, pensei, já sem me levar a sério.
Enfim, caso o leitor espere por algo mais, devo dizer que a natureza nos impede de contar o que acontece depois do anoitecer.
Stay sharp.
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intotheroaringverse · 2 years
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PA•REN•TING - Goldie and the lionheart
Ela sabe bem o que aquelas duas barrinhas querem dizer. Não era boba, em algum momento todas aquelas horas e horas em que a única preocupação que tinha era sentir Jun o mais perto de si iriam ser cobradas. Ainda assim, ficou encarando o teste de gravidez trouxa que tinha comprado entre suas saídas para campo em suas reportagens do Profeta Diário, pensando o que iria acontecer. Marigold sabia o que era ser nascida trouxa e sabia o que era ser amarela. O seu primeiro instinto foi ir para a frente do espelho, encarando aquele ponto onde viria a ser uma criança um dia, e então murmurar, como um segredo:
— Eu sinto muito.
E em seguida, se comprometeu a não deixar nada acontecer com aquele bebê, mesmo que soubesse racionalmente que era impossível cumprir aquele juramento.
O primeiro contato com Seo foi completamente turbulento. Seus gritos de "eu não aguento mais!" foram substituídos pelo do garoto, que parecia estar disposto a anunciar para todo o mundo que ele tinha chegado e que a partir daquele momento seria um problema para todo mundo que se metesse em seu caminho. Ela nunca sentiu tanto orgulho quando aquele sorrisinho careca estava direcionado a ela, com aquelas covinhas que ela conhecia bem reproduzidas em uma versão menor. Seo agarrou seu dedo e então parou de chorar, se encostando em seu colo, quieto e parecendo um anjo, como se não estivesse em pleno berreiro antes. Marigold ergueu o olhar para Jun, chocada e encantada.
— Ele é a melhor coisa que aconteceu — e nem era meme.
Não existia paz, e ela nunca foi uma opção.
Sabia disso na forma como aqueles pezinhos lhe seguiam pela casa, o tempo, com todos os questionamentos de "por que isso?" e "por que aquilo?". E quando não havia uma resposta satisfatória, ele lhe lançava aquele olhar, aquele maldito olhar que ela sabia que ele tinha herdado dela, carregado de descrença e julgamento, as mãos na cintura e o peso todo apoiado em um pé, perguntando a ela se ela acreditava mesmo naquilo que tinha acabado de dizer.
— Quer saber? Eu vou mandar você passar alguns dias na casa da sua tia. Yuri vai a-m-a-r te receber lá — afirmou, exausta, depois de uma noite inteira com o pequeno lhe sondando, perguntando porque o pai estava demorando para voltar para casa enquanto ela chegou mais cedo e com a expressão preocupada de sempre.
— Mulher, você não pode se livrar de mim! Eu sou seu, pra sempre! — Seo anunciou, a olhando por cima do ombro com toda a audácia que cabia em seu corpinho de cinco anos.
— Quem ensinou você a ser assim? — Goldie perguntou, indignada.
— Ué, você — o garoto rebateu, dando de ombros.
E ela nem ao menos podia dizer que era mentira.
— Por que você fala assim?
Marigold encarou o filho com expressão confusa, a observando por cima de seu livro de colorir, depois que ela o chamou para o jantar.
— Assim como?
— Assim, errado. Você, tia Harumi, tia Yuri, tia Gigi, vocês sempre falam errado. — Ele ia explicando, se sentando direito e movendo as mãos a frente do corpo, como se ela fosse devagar para entender. — Não é o mesmo errado que tia Natasha, ou tia Helena. É tipo… como se você tivesse preguiça demais para falar as palavras, então corta tudo ao meio.
Marigold piscou umas duas vezes, antes de soltar um suspiro.
— Por muito menos eu fiz o inferno na vida do seu pai. Eu devo te amar MUITO, mesmo — e, mais uma vez, não era nem meme.
Nem tudo era estresse, raiva, passamento e vontade de despachar Seo para a casa da avó e nunca mais voltar para buscar. Quando ele vinha no meio da noite, os cabelos arrepiados, batendo na porta com uma manta ao redor do pescoço, pedindo para passar a noite com os pais, ela era incapaz de dizer que não. Quando ele cantarolava com ele mesmo, pintando os seus desenhos e a si próprio, parecia um dos melhores sons do mundo. E ele sabia ser educado, gentil, e atencioso, e empático, o sorriso de covinhas presente sempre que ele interagia com os outros. Um garoto de ouro, eles podiam apostar.
— O que é ser mestiço?
E havia aquilo, é claro.
Ela prometeu nunca mentir para ele. Mentiras e omissões levavam a problemas, mágoas e mais problemas, e tinha prometido proteger Seo de todo o mal. Mesmo quando o mal encontrasse o caminho até ele. Goldie se abaixou, alcançando a mesma altura que o menino.
— É uma palavra muito ruim que pessoas ignorantes usam para tentar ofender pessoas que tem um pai ou uma mãe que não nasceu de uma família bruxa tradicional. Pessoas que usam essa palavra são cruéis e burras, e elas não merecem nada de bom na vida — afirmou, em tom tranquilo e instrutivo.
— Você disse que não desejamos mal a ninguém — ele a lembrou.
— A quase ninguém.
Ele pareceu pensar por alguns segundos, avaliando aquela explicação, antes de franzir o cenho e emendar:
— Se eu disser que eu meti o soco no ouvido de um cara mais velho que disse que eu e minha prima éramos dois mestiços sujos… eu ganho um castigo?
Goldie abriu e fechou a boca várias vezes. Ali em sua frente eram as duas faixas azuis em um palito, o pequeno ponto em seu ventre que encarou no espelho anos antes. Todos os seus temores e preocupações acumulados em um ser só. Ele só tinha seis anos - mesmo com a altura de uma de quatro, uma questão de genética, pelo visto. E ainda assim, ela conseguia ver que você não protege alguém como eles.
Você instruí, e torce pelo melhor.
— Você não deveria se meter em brigas, é perigoso — ela disse, antes de abrir um sorrisinho. — Mas espero que o garoto tenha aprendido a lição.
Seo era um pequeno coração de leão, bravo e justo, sem abaixar a cabeça em situações decisivas. E ele era mesmo a melhor coisa que tinha lhe acontecido.
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brasilsa · 8 months
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lucassecario · 2 years
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GUARUJÁ DECRETA LUTO OFICIAL PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA VALDIR DIAS
GUARUJÁ DECRETA LUTO OFICIAL PELO FALECIMENTO DO JORNALISTA VALDIR DIAS
O prefeito de Guarujá, Válter Suman, decretou luto oficial de três dias, em razão do passamento do jornalista Valdir Dias, atual secretário municipal de Comunicação e Relações Sociais, ocorrido nesta sexta-feira (9). O decreto 15.277 está publicado em edição extra do Diário Oficial do Município deste sábado (10). Jornalista experiente, formado pela Faculdade de Comunicação Social de Santos,…
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jorgepedreira · 2 years
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Publicando de novo minha homenagem ao passamento do grande Erasmo Carlos A publicação saiu deslocada e vou excluir Ele é um dos poucos cuja letra de suas poesias tinha início,meio e fim https://www.instagram.com/p/ClWWWwcuExu/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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