#orden técnico
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elchaqueno · 8 months ago
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Diputado denuncia paralización de obra en Tarija por falta de voluntad política
El diputado por Comunidad Ciudadana (CC), Edwin Rosas, ha informado que la obra a cargo de la UPRE en Tarija se encuentra paralizada debido a una disputa entre la empresa encargada del proyecto y la UPRE. Según Rosas, en una reunión con el director nacional de la UPRE en La Paz, se indicó que había una orden judicial de no innovar en la obra. Sin embargo, al consultar al técnico a cargo en la…
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babydoslilo · 1 year ago
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Entre Rivais
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O que acontece no jogo, fica no jogo. Ou pelo menos tinha sido assim até Harry Styles e Louis Tomlinson, capitães de times rivais, deixarem a competitividade e arrogância influenciar suas atitudes fora do campo.
Talvez não tenha sido uma boa escolha para Tomlinson pressionar o corpo forte na parede. Também não foi muito bem pensado que Styles se viu entre um peitoral másculo e um sofá. 
Em um cenário majoritariamente masculino e homofóbico como o mundo do futebol, não é recomendável que dois jogadores heteros desenvolvam certos tipos de sentimento. 
Bom.. eles terão que lidar com isso.
Essa história contém: Smut gay; Revezamento; Enemies to lovers; Harry um pouco menor que o Louis; Mutual pining (quando as duas pessoas se gostam, mas acham que o outro não está interessado).
Pequeno aviso aos que leram Rivals: vocês vão achar muita semelhança com a oneshot ziam no início, mas essa é a história completa que eu queria fazer quando pensei naquele plot. Boa leitura!!
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I
O apito soou estridente anunciando o início da partida. Seria só mais um jogo comum entre dois times ingleses se não fosse pela competitividade que exalava dos poros dos seus respectivos capitães. 
Apertar as mãos dos seus oponentes poderia ser descrito como o momento mais cortês e amistoso de qualquer esporte, mas também era o mais falso. Os olhos claros se encararam por segundos inteiros e nem um "bom jogo" foi pronunciado, os maxilares rigidamente marcados e o aperto forte em suas mãos deixou claro o quão sério iriam jogar naquela manhã. Assim que se encontraram frente a frente novamente para jogar a moeda e decidir quem iniciaria com a bola, o ar pareceu se tornar mais pesado e o choque entre o azul e vermelho das roupas assim tão próximas poderia soltar faíscas. 
Pela primeira vez durante toda a etapa classificatória das equipes, o sol brilhava forte no céu, fazendo com que os jogadores ficassem suados e cansados ainda mais rápido. A tela verde que era o gramado estava totalmente pintada com pontinhos misturados das cores azul, branco e vermelho dos times e o uniforme preto que acompanhava com velocidade os jogadores para marcar qualquer penalidade no jogo.
O uniforme de Louis era branco com mangas e short azuis, e já estava manchado de terra, suor e grama em poucos minutos da partida. A faixa preta que segurava os fios curtos molhados o irritava com a pressão constante em sua cabeça e ele estava a ponto de arrancar tudo com o nervosismo que sentia a cada minuto que passava sem um maldito gol. Os 15 minutos iniciais do primeiro tempo foram cruciais para determinar o ritmo e seriedade com que os times jogavam, e mesmo que o resultado não fosse eliminar ninguém da competição, era importante se manter em um bom pódio.
Tomlinson, como capitão, seguia correndo o máximo que podia e animando os colegas, incentivando a sempre continuar com as marcações e ataques. Aquele apoio era fundamental e todo mundo podia reconhecer o efeito que tinha uma boa liderança. Do outro lado do estádio, o time rival não tinha a companhia do seu capitão em campo, mas podiam sentir a apreensão e incentivo que o cacheado emanava dos bancos, não conseguindo, no entanto, se manter sentado enquanto os parceiros jogavam, e por isso estava sempre gritando ordens em pé como se fosse o técnico. 
Harry Styles estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e por isso só entraria diretamente para o embate se fosse realmente necessário. Enquanto os colegas conseguissem manter a defesa bem alinhada, as marcações pressionando os adversários e os passes bem feitos, não havia motivos para se desgastar. Essa tática seria útil em não lesionar ainda mais o jogador se ele de fato conseguisse se manter calmo e descansado enquanto não precisava se esforçar, recomendação que realmente não era cumprida ao que as pernas envolta em um short branco se movimentavam ansiosas de um lado para o outro e os braços tatuados não paravam quietos, passando a mão pelos fios castanhos e apontando para o jogo aos gritos em todo segundo. 
O dois times em campo eram muito bons, não dava pra negar, mas assim que Louis fez o passe que foi brilhantemente finalizado por outro atacante, marcando o primeiro gol da partida quase no final do primeiro tempo, a torcida se tornou voraz na arquibancada e Harry sentiu a pressão em seus ouvidos, bem como no estômago. Teria que jogar também. 
Mais uma vez o sílvio longo do apito soou, indicando o final desse tempo, e os dois times se recolheram cada um em seu vestiário. Os técnicos e seus assistentes com prancheta em mãos mostravam desenhos e estratégias que poderiam tomar a seguir, os jogadores ouviam atentos às recomendações e sugeriam trocas e substituições, os massagistas e fisioterapeutas davam uma revisão geral em todos os garotos, aplicando sprays mentolados e fitas adesivas, Kinesio tape, para alívio de dores e possíveis distensões musculares, e os capitães tentavam se concentrar na responsabilidade que estava em suas mãos. 
Quando puderam voltar para o campo, alongando rapidamente o corpo e dando pulinhos para esquentar o sangue, o clima do ambiente parecia ter mudado. Com os capitães e atacantes à postos direcionando os seus, a atmosfera se tornou quente e pesada, o sol contribuindo para tal já que se aproximava do meio-dia, e os olhos quase fechados pela claridade acharam foco um no outro, encarando com determinação o rival do outro lado do campo. Mais uma vez o som estridente fez com que os corpos se movessem com velocidade, estavam todos famintos no segundo tempo, uns querendo se manter na liderança e outros querendo retomar o poder. 
A bola girava nas chuteiras de marcas famosas, o gramado já contava com algumas falhas e a terra se mostrava após quedas e derrapadas em um mesmo local. Os uniformes sujos já estavam se colando aos corpos musculosos e alguns jogadores se sentiam doloridos após tantos empurrões e puxadas que davam e recebiam. No entanto, o embate pessoal entre Tomlinson e Styles não tinha acontecido com tanta ênfase até que o calçado com o número 28 estampado conseguiu domínio total da bola, driblando a defesa dos outros com agilidade e se aproximando perigosamente do gol. 
Foi nesse momento, quando estava quase lá, de cara com o goleiro adversário e a área livre, que Louis sentiu um corpo forte e poucos centímetros mais baixo colar ao seu com dureza, uma mão agarrou firme a barra da sua camisa e um peito largo fez pressão em suas costas enquanto pernas ágeis trabalhavam para tentar tomar a bola. 
O maior tentou se livrar do agarre com os cotovelos, mas não conseguiu. Tentou jogar a pélvis para trás para ganhar mais distância entre o quadril do outro e o seu, o que também afastaria ele da bola disputada, mas o homem insistia em lhe encoxar, não se afastando um centímetro sequer. A confusão de corpos estava tão intensa que o juiz viu a necessidade de parar o jogo, dando um pequeno aviso de que aquilo não era dança de salão para estarem colados, e assim que Louis virou para ver quem estava lhe marcando daquela forma, seu sangue ferveu. 
O cacheado respirava com dificuldade enquanto seus olhos ferozes encaravam os azuis do outro, as mãos que estavam apoiadas na cintura alheia subiram em rendição quando o maior se encheu de uma adrenalina e raiva tão grande que mal viu a hora em que o corpo agiu sozinho e foi de encontro ao que estava em frente. As mãos grandes também tatuadas agarraram o uniforme vermelho e Harry sentiu seus pés levantarem involuntariamente pela força, os narizes quase se esbarraram com a proximidade que tinham tomado naquela confusão que pareceu durar minutos, mas, em verdade, durou segundos antes de diversos jogadores virem afastá-los. 
Eram vozes muito graves falando todos ao mesmo tempo, muitos sotaques diferentes de uma só vez e não dava para entender uma palavra sequer, a única coisa que estava em foco eram as feições raivosas e cheia de promessas silenciosas que eles trocaram pouco antes de um cartão amarelo ser levantado em direção ao de uniforme azul. 
O jogo seguiu acirrado, mais marcações pesadas ocorreram entre os dois e sempre pareciam mais violentas do que as demais. Uniformes eram esticados ao ponto de quase rasgarem, os músculos das pernas já estavam doloridos após tantos empurrões e rasteiras, shorts amassados e levantados depois de tanto contato e um certo volume compondo toda essa bagunça. Era normal de acontecer em partidas de futebol por conta de todo atrito entre os jogadores, então ninguém se importou muito com isso. 
O relógio mostrou que faltavam apenas 7 minutos dos acréscimos para o jogo terminar quando o time que estava em desvantagem marcou gol. A torcida cada vez mais barulhenta nos minutos finais, a ansiedade estampada na cara de cada um presente no estádio, vaias e gritos de guerra se confundiam na acústica local, jogadores mancavam cansados e doloridos pelo tempo em campo quando o apito soou pela última vez. 
Jogo encerrado, placar empatado. 
II
Após todo jogo era comum que rolasse uma after party com todos os jogadores dos times que competiram no dia, além disso várias modelos eram convidadas para embelezar a festa e outros artistas em geral não ficavam de fora. Era uma ótima oportunidade de confraternizar com outras celebridades, conhecer novas pessoas, arriscar uma noite casual ou simplesmente curtir como se fossem anônimos. 
– Que honra ter a sua preciosa presença nos agraciando essa noite senhor Alex, já estava me convencendo que tinha esquecido dos seus velhos amigos. – a voz de Louis saiu brincalhona enquanto conversava com Alex Turner. 
Eles se conheciam desde a adolescência, costumavam dividir baseados e andar de skate nas ruas mais esquisitas de Londres. Mas a vida seguiu e os caminhos se tornaram distantes assim que um olheiro levou Louis para a França para jogar em seu primeiro clube pouco antes de completar 18 anos e quando finalmente fechou contrato com o grande time inglês, Chelsea, e pôde voltar para casa, soube que seu antigo companheiro tinha dado sorte com a pequena banda de garagem e estava tentando a vida de artista nos Estados Unidos.
– Seu senso de humor não mudou nadinha, Louis. É muito bom te ver novamente, cara. – um sorriso torto estampou os lábios finos do cantor. – Ah! Deixa eu te apresentar uma pessoa.. – ele passou os olhos castanhos em volta de onde estavam até finalmente achar quem procurava. Acenou com as mãos e Louis acompanhou o belo homem que caminhava em sua direção. – Esse é Victor Nunez, meu acompanhante essa noite.
O rapaz era genuinamente bonito, Louis pensava nunca ter visto alguém com o rosto tão simétrico e anguloso dessa forma. Ele tinha o corpo alto e músculos em todos os lugares certos, diversas tatuagens que cobriam os braços, um estilo de roupas exóticas e invejáveis ao mesmo tempo e caminhava como se pudesse pisar em nuvens com suas botas de salto. 
– Eu sou Louis, muito prazer. – apertou em um cumprimento educado os dedos esguios com unhas pintadas do outro. – Não me leve a mal, mas você é modelo? Acho que combinaria muito com você, deveria tentar. 
– Sim, ele é, Tomlinson. Obrigado pelo elogio sutil ao meu parceiro, muito gentil da sua parte. – a voz de Alex cortou qualquer tentativa de fala do acompanhante e Louis virou o rosto em confusão para encarar o amigo. 
Os olhos castanhos dele estavam fuzilando as mãos ainda unidas e Tomlinson tratou de separar. Não entendia o que estava rolando entre os dois, mas não queria atrapalhar.
– Bom, Alex… eu posso falar por mim mesmo. – o modelo deu um sorriso pontual para o homem ao seu lado e voltou a olhar para o jogador, suavizando a expressão. – Obrigado, Louis. 
– Certo.. eu vou falar com os caras do time, mas aproveitem a noite. Depois a gente se vê, mate. – o jogador se despediu dos outros dois e saiu o mais rápido possível, não querendo ouvir a discussão entre dentes que pareceu começar ali. Estranho.
Louis tentou se misturar entre as rodinhas de conversa que estavam formadas, nenhum assunto lhe prendendo a atenção por completo. Tinha um sentimento que espreitava a superfície da sua pele sempre que ficava alguns minutos disperso, o cérebro se esforçando para encontrar da onde isso vinha, mas sem sucesso. 
Ele se sentia esquisito desde o jogo pela manhã. Geralmente no final do dia toda a adrenalina e tensão já teria ido embora depois do banho relaxante e sessão de massagem que era seu ritual obrigatório após cada partida, porém tinha algo diferente dessa vez. Tomlinson podia sentir sua nuca queimando e os pelos dos braços arrepiados, como se o corpo estivesse em alerta e não conseguisse descansar.  
Era estranho porque nenhuma confusão ou briga em campo era levada para a vida real, o ditado "o que acontece na partida, fica na partida" era seguido à risca, então o momento de confraternização posterior servia para acalmar os ânimos, reforçar a amizade entre jogadores de times rivais, desopilar do estresse diário com álcool e outras drogas, além de consolar quem tivesse perdido. Pelo menos estava sendo assim para todos os outros. 
No entanto, Louis e Harry ainda guardavam uma certa frustração e irritação mesmo após horas do término do jogo, o que até então era desconhecido por eles. Enquanto todos os colegas conversavam, riam e bebiam juntos, já nem lembrando do placar do jogo ou que no próximo mês iriam se enfrentar em campo novamente, eles fizeram questão de se manterem distantes, sendo ligados apenas pelo olhar duro que quase não desviava. Os olhos azuis de Tomlinson estavam tentando decifrar o que os esverdeados pensavam ao lhe fitar com tanta intensidade, fazendo o músculo dos braços fortes tensionar quando o cacheado levou o copo de bebida até os lábios grossos ainda com o foco sobre si. 
Os fios de cabelo lisos e molhados pelo recente banho do maior contribuíam para a sensação de calafrio que arrepiava todo o corpo, ao passo que as mãos se fecharam em punhos, sentindo o sangue quente pulsar nas veias saltadas e uma vontade absurda de segurar ou bater em alguma coisa. Não era normal tanta tensão vibrando pelo corpo por conta de uma situação comum de acontecer no trabalho que tinha, mas pareceu um sinal do destino quando Harry, que estava do outro lado do grande salão e aparentemente havia cansado desse jogo de encaradas raivosas que eles tinham entrado, largou o copo que segurava em cima de um balcão qualquer e, deixando uma espécie de desafio para trás, seguiu rumo a um corredor próximo à saída. 
O maior não precisou pensar nem por um minuto antes de seguir o rastro do perfume marcante que o outro deixou, não se importando em despedir-se dos colegas que estavam em sua volta. Talvez não tenha sido uma boa ideia, e ele só teve essa percepção quando sentiu o impacto das suas costas batendo contra o concreto da parede assim que dobrou um dos corredores mais afastados e escuros do local. 
Era tarde demais. 
– Oh, porra. Qual é seu problema comigo, cara? – Louis falou, sentindo sua cabeça ser forçada contra a parede e os punhos em sua camisa limitando a respiração. – Me larga!
– O meu problema com você? Você só pode estar brincando! – A respiração quente e descompassada de Harry batia no queixo do outro ao que ele gritava raivoso, se aproximando cada vez mais. – Tava me provocando a porra do jogo inteiro, fazendo questão de se esfregar em mim quando eu estava só fazendo o meu trabalho de marcação, e agora me segue até aqui pra quê? – encostou a testa contra a dele, o nariz amassando o do outro com a força que ele colocava na ação e os lábios rasparam quando ele continuou. – Qual a porra do seu problema? 
Louis sentia as respirações colidindo uma na outra pela proximidade, o sangue pulsando nas têmporas e a pupila dilatando quando o instinto falou mais alto e ele se viu tomando impulso com as mãos firmes na cintura fina do menor, empurrando-o com força contra o outro lado do corredor. Não foi uma escolha racional e eles só notaram o que de fato estavam fazendo quando uma mordida mais forte foi dada nos lábios grossos de Harry e devolvida na mesma intensidade. O beijo que trocavam era doloroso, faminto e puramente sexual.
Não existia delicadeza na troca de saliva, muito menos na maneira que as barbas arranhavam os dois rostos na mesma medida, deixando a pele por baixo vermelha e sensível, e também não havia delicadeza nas mãos que puxavam os fios lisinhos ou nas outras que apertavam as costas e cintura do menor. O gosto amargo do álcool que deixava resquício nas línguas só contribuía para que ambos sentissem o corpo mais receptivo, aceso, e a mente embaçada, sem foco. 
O tecido da camisa do cacheado estava sofrendo com os puxões e amassos que as mãos firmes de Louis deixavam por todo o peitoral e costas, descontando ali toda a frustração de estar desse jeito por um jogador rival. Não passaram muito tempo naquela bagunça de grunhidos graves e respirações pesadas entre os beijos e mordidas, numa disputa não muito silenciosa para ver quem dominava melhor ou por mais tempo, pois assim que a mão direita do maior foi em direção ao pau de Harry em um aperto forte, as mãos deste fincaram todos os dígitos na carne macia da bunda de Louis. 
Precisaram separar os lábios para ofegar em conjunto, ambos com as pupilas dilatadas e contornos visíveis em suas calças. 
Sem nenhuma palavra proferida em voz alta, saíram aos tropeços pelo corredor em direção a uma das portas que tinha ali. Pareciam incapazes de tirar as mãos um do outro e bastou a porta ser trancada por dentro, assim que encontraram um cômodo disponível, para as peças de roupas serem puxadas e tiradas da forma mais rápida possível. Harry não mediu forças quando pressionou o outro corpo na porta trancada, aproveitando para subir pelas costas largas o tecido fino da camisa que ele usava, e logo que Louis se viu livre daquele tecido, tratou de inverter as posições, trocando de lugar e abrindo sem muito cuidado a camisa social que Styles usava, não se importando realmente com os botões que acabaram voando pela força utilizada.
À medida que a pele pálida e completamente cheia de tatuagens ia se mostrando, o maior passou a deixar beijos molhados e mordidas. O primeiro alvo foi o pescoço de Harry, onde o amargo do perfume tomou conta da língua quente de Louis, trazendo um erotismo e ardência que nenhum deles tinha experimentado com os aromas adocicados anteriores.
Depois ele seguiu para o tronco, tentando manchar a pele com chupões e mordidas mais fortes, uma clara competição com a tinta preta que era abundante naquele local. A boca atrevida foi rápida em descer até o cós da calça de alfaiataria que Harry usava, os olhos azuis do maior encarando com curiosidade a espécie de folhagem desenhada no fim do abdômen definido.
Eles não pensaram muito ao tirar com agilidade os tecidos que faltavam para deixar aquele corpo estonteante totalmente despido, ambos descobrindo o quão bem podiam trabalhar juntos. No entanto, antes que Louis pudesse aproximar mais uma vez os lábios da pele quente que pulsava totalmente rígida, o menor pôs as mãos nos cabelos castanhos, segurando com força o suficiente para que o outro ficasse de pé mais uma vez e cambaleasse para trás, seguindo à contra gosto o comando silencioso que lhe foi dado. 
A sala que eles estavam não era muito grande e tinha apenas uma mesa de canto com um aparador de bebidas e copos, duas poltronas próximas uma da outra e um sofá de couro marrom claro ao centro. Parecia uma espécie mais informal de escritório ou sala para pequenas reuniões. Esse ambiente só ficou realmente claro para os homens que estavam tão absortos no que estavam fazendo para dar uma olhada geral, quando Louis sentiu seus calcanhares baterem em um material geladinho e liso, claramente o móvel de couro. 
E ele estaria sentado e à mercê do outro se sua mobilidade não fosse boa o suficiente para inverter de novo o jogo e derrubar o cacheado bem no centro. Harry estava agora nu, jogado no sofá e totalmente disponível para o que quisesse fazer. Foi com isso em mente que o maior não perdeu tempo e logo estava com as mãos firmes na cintura fina, pressionando o quadril alheio com força, e direcionando seus lábios e língua até a carne tenra e pesada da ereção em sua frente.
– Oh, merda! – Harry gemeu contra a própria vontade assim que seu pau foi abrigado por um calor quase opressivo. A única reação que seu corpo foi capaz de tomar naquele momento era fincar as pernas no estofado e segurar com firmeza o cabelo do outro.
Não era romântico, nem delicado. Parecia quase punitiva a forma como os lábios cheios de Louis desciam e subiam sem trégua, famintos e quase sem controle, deixando a aspereza da barba marcar a pele pálida sempre que descia até a base, olhando para cima como se desafiasse o outro a reclamar. O maior era rápido, não perdeu tempo com sutilezas ou preliminares e o primeiro contato já foi intenso e quase doloroso, ocupando toda a boca e se divertindo com o chiado que Styles soltou por entre os dentes.
O menor tentou algumas vezes fazer com que Louis o deixasse respirar um pouco, aquele aperto em seu membro em conjunto com os olhos raivosos lhe deixavam no limite, mas o outro não se importava, nem queria ceder. Foi por isso que, sentindo o momento em que um acúmulo de saliva escorreu de propósito pelas bolas até chegar em sua entrada, ele fechou os punhos de maneira dolorosa na cabeça alheia e passou a estocar com força contra a garganta, sentindo a glande bater ritmadamente bem no fundo. 
De sobrancelhas franzidas e olhos lacrimejantes pelos pequenos engasgos, Tomlinson não iria desistir. Esses momentos de intimidade geralmente não traziam à superfície seu lado mais competitivo e irracional, mas o outro jogador parecia ter o segredo para lhe deixar assim. 
Logo os dedos largos passaram a se esgueirar pela bagunça molhada que a própria saliva tinha deixado no corpo do menor, conseguindo penetrar aos poucos a entradinha minúscula e tensa mesmo com o balanço das estocadas que Harry não dava intervalos e vencendo com muito custo a resistência dos músculos que pareciam estar travados por pura provocação.
– Que filho da put- porra. – a respiração ficou presa na garganta assim que foi preenchido por dois dedos. – Não pense que você vai me foder. Isso não aconteceria nem nos seus melhores sonhos.  
O nariz que estava colado em sua virilha soltou um arzinho em deboche e a cabecinha sensível do seu pau pulsou com a vibração da garganta que lhe acomodava tão bem. Os jogadores se encararam mais uma vez em desafio antes de Harry retomar as estocadas com ainda mais agressividade, pouco se importando se isso poderia machucar ou esgotar a voz do outro quando acabassem. 
Ele também não pensou muito que, assim como ele poderia sempre ir mais forte e mais fundo naquela boquinha, o outro teria muito prazer em revidar suas ações. 
Cada maldita estocada que dava na cavidade quente e babada era seguida por uma pressão dentro de si. A ardência de ter aqueles dedos se movimentando com rapidez e sem muito cuidado na sua entrada, acertando aquele pontinho que deixava a visão escura, somado à pressão que por minutos assolava seu membro, não restavam opções para Harry senão deixar os músculos das pernas cansadas finalmente relaxarem e se render ao orgasmo.
Sem nenhum aviso, Louis sentiu um líquido quente e espesso jorrar por sua garganta, o fazendo tossir e se engasgar um pouco pela surpresa. Os músculos em volta dos seus dedos apertaram uma última vez antes de relaxarem completamente, os joelhos alheios caíram afastados e o rapaz parecia tremer um pouco quando ele tirou a extensão quase flácida da boca e passou a limpar as poucas lágrimas que tinham escorrido e a porra branquinha que escapou pelo canto dos lábios. A pupila completamente dilatada completava a bagunça do seu rosto e o pau rígido e dolorido quase furava o tecido fino do jeans que ainda vestia. 
O cacheado parecia completamente fodido enquanto tinha as mãos acima da cabeça e tentava recuperar o fôlego, ainda meio desnorteado pelo recente orgasmo e muito desatento para reparar no outro corpo que exalava uma tensão absurda enquanto se despia completamente com todos os músculos rígidos como pedra. Pela feição determinada, não parecia que ele realmente queria fazer aquilo, era mais como se ele precisasse e não conseguisse controlar. A cada passo mais próximo do corpo quente e relaxado no sofá, o rosto se fechava ainda mais e a extensão grande e rubra latejava. 
– Ei! O que você pensa que tá fazendo? – o cacheado se forçou a abrir os olhos repentinamente e apoiou o antebraço no sofá, levantando o corpo o suficiente para ver o que o outro pretendia após agarrar os tornozelos de Harry e se enfiar entre as pernas abertas dele. 
– Só.. cala a boca, tá? Eu- porra, eu preciso te foder agora. Então você vai fazer o favor de usar essa sua linda boquinha só pra gemer, entendeu? – A voz saiu grave e Louis pôde sentir a garganta arranhando, a primeira consequência da noite que ele teria que lidar. 
– O que? Você só pode estar louco – Harry riu surpreso e tentou afastar o próprio corpo para trás. Mas o riso morreu e os olhos claros se tornaram bem abertos assim que sentiu ser puxado pelas pernas e uma extensão grossa e rígida colidiu consigo. – Não. Não..  Eu disse não! Porra- Tomlinson, olha, você não pode-
– Mas que caralho! – O resmungo saiu dos lábios inchados ao mesmo tempo que um estalo fez eco no cômodo. Louis não percebeu em que momento sua mão saiu dos quadris magros de Harry e colidiu com o rosto dele. 
A palma da mão latejou, parecia que diversos alfinetes estavam sendo espetados ali e o maior só podia imaginar qual era a sensação que o outro estava sentindo na pele que rapidamente se tornava vermelha. A garganta secou, ele não sabia o que fazer e nem se tinha quebrado o clima com isso e talvez Harry considerasse um erro. Bom.. As dúvidas foram sanadas assim que viu o pau do outro, que estava quase flácido, tomar vida novamente. 
Até Styles parecia surpreso com a reação do próprio corpo, mas logo dispersou o transe que tinha entrado e agarrou com firmeza o pescoço alheio, forçando os dedos na nuca até ter a outra face contra a sua. Olhos nos olhos, eles se encaravam com raiva, determinação, desafio e algo a mais.
– Vai ficar só olhando ou vai fazer alguma coisa? – a voz raivosa e debochada era um contraponto aos olhos brilhantes que, impacientes, pareciam implorar.  
– Você quer tanto meu pau em você que está tão nervoso assim? – um riso em escárnio escapou dos lábios que, mesmo com a voz estranha, tinham um poder gigante sobre o corpo do outro. 
Louis finalmente cansou do joguinho de provocações e se rendeu ao que tanto queria. Levou a mão até sua ereção há tempos dolorida e sensível pela falta de contato, fechou os dedos ao redor e movimentou o punho para cima e para baixo algumas vezes, observando como os lábios bem desenhados de Styles se abriram, os olhos seguindo com atenção cada centímetro que era coberto para depois aparecer novamente. 
Não durou muito tempo, no entanto, e Harry acompanhou quando a pontinha brilhante e avermelhada tomou lugar no centro das suas pernas, sumindo até que ele sentisse uma pressão lhe empurrar. As bordas, antes molhadas, não estavam colaborando dessa vez. O tamanho do membro não se comparava com os dedos que lhe abriram e ele sentiu o estômago gelar com essa realização, ansioso. 
– Cospe. – levantou os olhos vidrados ao ouvir a voz ríspida dar o comando e uma mão ser estendida em sua frente. Harry realmente queria rebater, mas o corpo não pareceu concordar com essa vontade e quando se viu já estava acumulando o máximo de saliva que podia na ponta da língua e deixando escorrer pelos lábios. 
Ele não tinha desviado o olhar das orbes alheias e por isso se sentiu satisfeito quando viu a expressão de Louis endurecer enquanto o líquido transparente ainda fazia ligação entre sua boca e aqueles dedos que já estiveram tanto dentro de si, quanto contra seu rosto. Era interessante saber que podia causar sentimentos tão conflitantes no outro, como se a raiva entre eles fosse tanta que precisavam foder para finalmente seguirem em frente. 
Ambos ainda tinham a atenção um do outro quando Louis pressionou mais uma vez a glande naquele aperto sufocante, forçando toda a resistência até que Harry se sentiu cheio. Empalado talvez fosse mais fiel ao sentimento. Ele estava estático, esperando que em algum momento pudesse relaxar o corpo inteiro e aproveitar. No entanto, não parecia que aconteceria em breve e isso o irritou. 
– Caralho! Porra! Eu te odeio tanto, merda. – respirava ofegante e estava a um passo de desistir. 
– Então quer dizer que o querido capitão de um dos maiores times da Europa não pode aguentar uma simples foda? Você é patético, sinceramente..  Eu esperava mais.
Ouvir isso foi um pouco agridoce para Harry. Ele não queria se importar com que o outro pensava dele, mas ao mesmo tempo a fala mexeu com seu ego. Ele não simpatizava com esse específico jogador, mas não queria desistir agora. Ele não gostava de se sentir inferior, mas seu pau expeliu uma quantidade significativa de pré porra.
Com os olhos fuzilando o outro, o menor respirou fundo algumas vezes, aproveitando para descontar a frustração da dor que sentia com as pontas dos dedos que marcavam os ombros e costas largas de Louis. E assim que relaxou o suficiente para que ele pudesse se movimentar, não dava para voltar atrás. 
O ritmo não foi intenso de início como era esperado apenas por se tratar deles dois. Na verdade, a junção do aperto doloroso que a extensão de Louis sofria somado à própria vontade dele de fazer com que outro se sentisse ainda mais desesperado e frustrado, só o fazia retardar as estocadas, deslizando para fora numa lentidão enlouquecedora, como se precisasse sentir todos os malditos centímetros com detalhe, para logo depois brincar com a ponta gorda da cabecinha, deixando apenas ela em contato com a pele do outro que tremia em impaciência. 
Ele fez isso uma, duas.. talvez cinco vezes antes que Harry surtasse com a provocação. 
A destra agarrou com força uma das nádegas firmes do maior e a outra mão se ocupou em rodear o pescoço lisinho, trazendo finalmente um contato que não fosse extremamente calculado e sufocante. O cacheado puxou aquela carne macia em um só impulso e gemeu aliviado com todo o pau de Louis dentro de si. A mão que estava no pescoço trouxe o rosto corado e suado dele para próximo do seu, os lábios grossinhos esbarrando com as respirações enquanto o polegar e indicador afundavam as bochechas barbadas. 
– É melhor você fazer essa porra direito antes que eu me arrependa, tá me ouvindo? – Harry rosnou com as bocas ainda em contato e deixou uma mordida forte no lábio inferior de Louis. 
– Lembre que foi você quem pediu, princesa. – jogou no ar com um sorriso maldoso e logo Styles sentiu seu fôlego ir embora. 
As estocadas se tornaram firmes e certeiras, pareciam saber exatamente onde mirar, lhe deixando totalmente zonzo e sem direção. Não ajudava com sua tentativa de preservar a dignidade o fato de que as mãos grandes e pesadas insistiam em segurar suas coxas ao redor do quadril que lhe empurrava sem parar e, quando não estavam deixando a marca dos dedos ali pelo aperto, estavam subindo em direção ao rosto, alcançando uma distância moderada antes de descer a palma na pele corada. 
Eram nesses momentos que o menor se sentia mortificado após gemidos saírem altos sem autorização por seus lábios. Sentia a bochecha quente dos dois lados, todo o local ardia e pinicava, mas a sensação parecia lhe deixar flutuando. Estava tonto e sobrecarregado, não tinha certeza se seus olhos estavam abertos ou não, só conseguia focar no peso sobre si, na face latejando sem parar e em sua entrada totalmente preenchida. 
Em algum momento seus dedos fizeram caminho até os próprios lábios que soltavam murmúrios confusos e ininteligíveis, ocupando espaço ali por alguns segundos e resgatando toda a saliva que conseguiu. Logo em seguida, com a ponta dos dedos lambuzadas e escorregadias, ousou em aproveitar que o outro estava concentrado em acabar consigo e arrumou a posição para conseguir o que queria. Ele estava tão sobrecarregado que precisava descontar de alguma forma e arranhar a pele bronzeada ou morder os lábios macios de Tomlinson já não parecia ser o suficiente.
– Oh, porra! Hm.. – Louis gemeu surpreso ao sentir os dígitos gelados em sua entrada, estranhando um pouco o desconforto de ser alargado ainda que minimamente, mas seria hipocrisia pedir para que o outro retirasse os dedos de si enquanto ele próprio afundava com brutalidade o pau naquela bundinha de Harry. Então ele não iria negar. 
Era um pouco estranho e desconfortável para ele. Na verdade, toda essa situação com o outro jogador era completamente estranha e surreal. 
Tomlinson nunca imaginou que teria Styles abaixo de si, tão entregue e corado, parecendo mais macio a cada gemido que escapava pelos lábios agora inchados e com o rosto completamente vermelho e marcado. Eles deveriam se preocupar com essas marcas se não quiserem levantar suspeitas, mas os olhos verdes que pareciam espelhos de tão brilhantes ao revirar as orbes não pareciam sequer cogitar se preocupar com isso naquele momento. 
Enquanto Harry parecia estar fora de órbita, soltando gemidos cada vez mais altos e manhosos sem pensar em quem poderia ouvir do lado de fora, Louis parecia estar fora de si. Os olhos, em vez de possuírem um brilho bonito e sensual como no outro, revelavam um brilho que escurecia a feição, o deixava feroz, como se estivesse em conflito com uma besta dentro de si e não havia chance do lado de fora ganhar. 
Não era arrependimento, no entanto. Estava mais para fome e revelação. 
Ele nunca teve a experiência de ter outro homem sob si e no momento isso só parecia certo demais. O sentimento era de que perdeu muito tempo sem aproveitar de um corpo forte gemendo e implorando pelo seu pau, a voz grave deixando todos os pelos do corpo arrepiados, sabendo que poderia reduzir à lágrimas outro cara, que seria tão viril quanto possível para a sociedade . 
Assim que o pensamento se realizou e Louis notou pequenos caminhos molhados na face de Harry, ele percebeu como seu corpo, sozinho, estava empenhado em tirar tudo o que pudesse daquele momento. O quadril ia forte e rápido, acertando a próstata do outro em quase todas as estocadas, as mãos estavam segurando os joelhos do cacheado o mais afastado possível um do outro e a visão dali de cima era surreal. 
Styles já tinha há muito fechado os olhos e se rendido, ainda tinha uma das mãos apoiadas na carne farta e dois dedos que lutavam para permanecerem quentinhos dentro da entrada alheia, mesmo que só tivesse conseguido deixar que as pontas dos dígitos ficassem ali sem que ele precisasse se esforçar para alcançar mais profundidade. Ele estava fodido demais para esse trabalho. A outra mão estava na própria ereção que descansava sobre a barriga lisinha, deixando uma bagunça pegajosa e molhada pela pele tatuada e ele sequer sabia em que momento o cérebro deixou de registrar o que acontecia com o próprio corpo. Harry gozou em algum momento entre os tapas no rosto, mãos marcando as coxas, estocadas brutas e olhos azuis lhe enlouquecendo. Era impossível para ele precisar o tempo, estava tudo uma bagunça. 
Mas aparentemente seu corpo ainda estava sensível o suficiente para perceber o segundo exato em que seus ouvidos captaram um gemido sôfrego mais alto, seu tronco sentiu um peso extra repentinamente jogado sobre si e sua entrada vazou com a porra quentinha, lhe deixando melado por dentro e por fora.
Harry não teve coragem de abrir os olhos e realizar que eles realmente fizeram isso. Louis sentiu que o outro tentava controlar a respiração abaixo de si e não tinha intenção de conversar sobre o que aconteceu agora. Porra.
Com os olhos firmemente fechados e pernas bambas, o cacheado só deu falta de um corpo quente em cima do seu quando um arrepio subiu pela pele descoberta, o vento frio marcando presença agora que não tinha nada lhe aquecendo. Não tinha barulhos no ambiente, nenhum farfalhar de roupas ou passos. Quanto tempo ele passou tentando fingir que nada tinha acontecido?
Finalmente ele reuniu coragem para lidar com a situação feito um adulto responsável pelas próprias atitudes e abriu os olhos. Não tinha ninguém ali, estava sozinho. 
III
No dia seguinte, Louis estava com uma ressaca infernal e muita dor de cabeça. As memórias da noite anterior não estavam muito claras desde o momento em que ele deixou o corpo tenso do outro jogador no sofá e saiu às pressas de volta pro mezanino da festa, pediu duas doses de alguma bebida muito forte e não lembra de ter parado apenas nelas. 
Ele não costumava ser um babaca com suas parceiras casuais, na verdade ele se considerava um ficante bem responsável emocionalmente. Nunca deixava elas sozinhas após fodê-las como fez com Harry.
Mas.. tudo com o cacheado foi tão repentino e intenso, o corpo de Louis reconheceu que vinha ansiando isso por um longo tempo, ele nunca se deixou ser tão rude com os corpos pequenos e femininos outras vezes, ele nunca tinha deixado o impulso o dominar, e ver como podia ser agressivo com outro homem, de uma maneira que não sabia querer ser, lhe assustou pra caralho. Além de todo esse choque sobre o próprio comportamento, ainda tinha um outro lado para lidar.
Enquanto eles estavam trabalhando juntos em prol do prazer, não parecia que havia nada errado. Mas assim que ambos gozaram e a realidade pareceu vir à tona, sentir o corpo de Harry cada vez mais petrificado, tenso e aparentemente arrependido não era o que Louis estava esperando. O cara estava todo mole e derretido embaixo dele em um momento e no minuto seguinte tinha as pálpebras fechadas com força, lábios franzidos e parecia implorar para que o corpo em cima dele sumisse. 
Foi um banho de água fria. 
Louis até pensou, enquanto virava copos e mais copos no bar, que preferia esquecer esse dia inteiro. Mas ao levantar na própria cama, sem saber exatamente quem tinha o ajudado a chegar em casa, e ao olhar para o espelho do outro lado do cômodo, vendo o corpo bronzeado e dolorido com listras vermelhas e círculos arroxeados manchando a pele, percebeu que dificilmente conseguiria esquecer. 
Ele tentou seguir a rotina normalmente, rezando para que ninguém do clube tivesse notado algo na festa e para que nenhum blog de fofoca tivesse postado algo com seu nome. Por incrível que pareça, tudo estava normal. Louis compareceu aos treinos pelo resto da semana, os assuntos com o pessoal do time pareciam os mesmos de sempre, os olhares de zombaria pelas costas marcadas não pareciam diferentes de quando ele aparecia assim após um dos vários encontros com as antigas ficantes, nenhuma desconfiança sobre um jogador adversário específico. 
Mas apesar de não haver nenhum boato envolvendo o nome do cacheado, Tomlinson não conseguia tirar os olhos verdes e o corpo pálido da cabeça. Podia ser uma fixação completamente normal para um cara que teve seu primeiro homem, só que a forma como os dedos vibravam em ânsia para tocar na pele macia novamente, além da maneira que a concentração parecia cada vez mais dispersa em momentos que não deveria tirar a atenção das orientações do treinador, por exemplo, ou da bola que foi facilmente tomada dos seus pés, e, ainda, a forma como uma angústia subia pelo estômago antes de dormir, lembrando de como os olhos verdes foram escondidos de si pouco depois dele ter uma das melhores experiências da vida.. isso definitivamente não era normal. 
E Harry.. Harry estava uma bagunça.
Depois de abrir os olhos e se pegar sozinho e usado, um frio se alojou por toda a espinha. Foi difícil levantar dali, não apenas pelas dores em todo o corpo, mas porque ele se sentia pequeno e frágil. Ainda assim, reuniu o pouco de dignidade que lhe restava, se é que havia algum resquício ainda, e juntou as roupas, se martirizando um pouco sobre a aparência desgrenhada da blusa sem botões e implorando às divindades para que todos da festa já estivessem bêbados o suficiente a ponto de não notar o estado deplorável dele. 
Assim que deu um jeito na aparência das roupas, fingindo que era comum sair por aí com o peito exposto e a blusa social completamente aberta sobre os ombros, ele se esgueirou pelo corredor quase vazio até encontrar um banheiro. Deplorável era um elogio perto de como ele se sentiu assim que a luz clareou a visão e ele se viu no espelho. 
Definitivamente não dava para se deixar ser visto dessa forma. Os cabelos pareciam nunca ter visto um pente, totalmente embolados, o torso pálido parecia uma tela abstrata com tantas manchas em tons diferentes de vermelho, os olhos ainda guardavam um certo brilho e o rosto tinha marcas bem delineadas pelos diversos tapas que ganhou. Porra. Ele parecia bem fodido. 
Demorou alguns minutos até ele se recompor do choque inicial ao se ver assim e quando se convenceu a não surtar em um local cheio de pessoas, ele caminhou em passos rápidos e com a cabeça baixa até a saída dos fundos. Nem cogitou se despedir dos colegas e conhecidos, só focou em chamar um uber o mais rápido que pôde e finalmente desabar na própria cama. Com sorte esse dia não teria acontecido de verdade e seria só mais um pesadelo estranho como os que ele imagina ser um super herói ou uma donzela da Idade Média.
Ele não teve sorte. 
Isso ficava cada vez mais claro quando ele teve que dar uma desculpa esfarrapada, esperando ser convincente o suficiente, para o técnico do time por ter faltado três dias seguidos de treino. Não era prudente se ausentar quando estava tão perto do próximo jogo, mas Harry não podia simplesmente aparecer publicamente com cinco dedos tatuados em cada lado da face, isso seria humilhante e revelador demais.
Infelizmente os dias em casa não foram exatamente de descanso. O cérebro se manteve ocupado demais em repetir muitas e muitas vezes tudo o que aconteceu entre ele e Louis desde o início do outro dia. O cacheado estava com problemas para seguir em frente sobre isso e esquecer o outro jogador, na verdade parecia que o corpo não queria esquecer e ele se via excitado e sensível sempre que os pensamentos lhe levavam de volta ao momento, e isso acontecia com mais frequência do que ele estava disposto a admitir. 
Quando achou que estava suficientemente decente para voltar à vida em sociedade, Harry tentou ocupar a cabeça com tudo que não lhe causasse gatilhos sobre o maior. Isso era uma tarefa muito difícil quando o próprio trabalho e uniformes suados lhe remetiam ao outro jogador, quando os corpos molhados no vestiário pareciam demais um corpo bronzeado que ele conheceu muito mais que qualquer outro, quando olhava no espelho em casa e já sentia falta das manchas cobrindo a própria pele, mesmo que elas ainda não tivessem sumido completamente. 
°°°°°
–  Tá tudo bem, filho? Você tá nervoso com o jogo de hoje? – Harry ouviu a voz carinhosa da mulher. 
Geórgia trabalhava em sua casa desde que Harry se entende por gente e cuidava dele como uma mãe faria. Por isso que ele fez questão de levá-la consigo para todas as cidades que mudava por conta do trabalho, pelo menos facilitava o fato de o marido da senhora já tinha falecido e não tiveram filhos. Talvez seja por isso o apego quase materno e o cuidado que ela tinha com Harry. 
– Oi, Gê.. – cumprimentou com um abraço carinhoso que sempre lhe deixava confortável, com a sensação de lar. – É.. acho que tô um pouco nervoso sim hoje. Quer dizer, é um jogo importante né- é compreensível.. eu acho. – sorriu sem graça. 
Essa mulher provavelmente o conhecia mais que a própria mãe do cacheado, ele não tinha esperanças que ela acreditasse nesse discurso. 
– Mas não é só isso.. ou é, criança? – Criança. Era assim que Geórgia chamava ele sempre que queria mostrar que estava ali, não importava para o quê. 
Não dava para se enganar em pensar que ela não tinha notado o comportamento estranho de Harry nesse último mês. Logo após um dos primeiros jogos do campeonato, seu garoto tinha aparecido todo marcado, faltou alguns treinos, coisa que não tinha costume de fazer, e andava com a cabeça nas nuvens. Ele não explicou o que tinha acontecido, mas Geórgia não era tão desatenta como ele imaginava, e sabia muito bem como jovens bonitos conseguiam marcas como aquelas. Ela também já foi jovem um dia.
– Acho que não posso mais ser considerado uma criança, sabia?! – Harry tentou brincar e desviar a atenção dos olhos castanhos que o faziam querer se encolher e desabafar como um bebê de 5 anos no colo da mãe. Bem parecido com o Harry dessa idade que corria para o colo materno da empregada sempre que as crianças mais velhas não lhe deixavam jogar no campinho da escola. 
– Você vai ser sempre uma criança para mim, filho. E você sabe que eu estou sempre aqui se você quiser conversar.. não precisa temer. 
Os carinhos que ela fazia nos fios cacheados e o beijo que ela deixou em sua testa, fizeram Harry soltar uma respiração profunda e deixar o medo de lado. 
Ela lhe conhecia melhor do que ninguém, esteve em todos os momentos difíceis com ele, comemorou cada vitória.. Ela não iria lhe abandonar se ele contasse como estava se sentindo após a descoberta. 
Harry nem percebeu em que momento começou a falar. Ele simplesmente soltou tudo que vinha guardando, eram muitos murmúrios confusos e rápidos, mal fazia sentido para os próprios ouvidos e a respiração repentinamente ofegante não ajudava, mas isso só refletia como ele estava por dentro. 
Ele esperava que Geórgia tivesse compreendido pelo menos alguma parte do que conseguiu jorrar pelos lábios trêmulos, esperava não precisar repetir sobre a noite com Louis e sobre como se sentiu bem com ele, esperava que não tivesse soado tão patético quando contou que não conseguia tirar o outro homem da cabeça apesar de ter tentado muito. Esperava também não ter soado muito inseguro quando falou sobre estar em processo de aceitamento sobre ser gay.
A sexualidade não seria uma questão para ele se o universo em que estava inserido fosse diferente. Isso parecia estar estampado na cara dele, pois o abraço que recebeu após minutos de desabafo parecia dizer "eu vou estar aqui mesmo que tudo dê errado, criança". 
°°°°°
Entrar em campo contra aquele time novamente não tinha o direito de o deixar tão nervoso assim. Louis estava se sentindo um amador, isso era inaceitável. 
O estômago estava embrulhado, os olhos vagavam ansiosos pelo gramado, procurando por alguma coisa de forma inconsciente, os músculos rígidos e as pernas trêmulas. Esses sintomas não eram habituais e ele quase agradeceu quando viu o corpo forte com cabelos marrons e olhos verdes ao longe, porque finalmente a agonia por baixo da pele pareceu se acalmar. Quase.
Mas logo esse sentimento ansioso deu margem a outro, mais feio e mais forte. Irritação. Ele não tinha esquecido completamente a forma como o outro se negou a olhar em seus olhos após o que fizeram, e Louis queria empurrar ele em alguma superfície e forçá-lo a olhar só para si. Queria fazer os olhos verdes ficarem vidrados, obcecados, eles não deveriam desviar de Louis.
O mês que passou não fez nada para diminuir essa necessidade que o maior sentia. Cada dia vivido foi doloroso para essa necessidade de atenção, ser negado a isso fez algo muito forte nascer nele. 
O moreno nem se importava mais que o outro cara fosse um homem, a única coisa que conseguia pensar era em como foi bom, como o fez se sentir poderoso ter aqueles olhos brilhantes fixados nele, implorando por ele. Provavelmente isso significava que Louis era gay ou pelo menos bissexual, mas ele não estava surtando por isso. 
Sua família sempre foi muito apoiadora e se ele dissesse que descobriu um aspecto novo da sexualidade aos 25 anos, o máximo que fariam seria dar risada e zombar dele por ter perdido tanto tempo. Ele também sente como se tivesse perdido tempo, talvez seja por isso a urgência pulsando nas suas veias. 
O jogo passou em um borrão. Chelsea em seu costumeiro uniforme azul versus Manchester United de vermelho. O moreno tentou se manter o mais distante possível do cacheado durante a partida, trocou as marcações com os parceiros do time, errou alguns passes e teve que ouvir os gritos e broncas do técnico. Louis não se sentia o mesmo, e provavelmente os fãs também notaram isso.
Agradeceu mentalmente a Alex quando o amigo mandou uma mensagem o convidando para um pub após o jogo, era a desculpa perfeita para não ir no after com os companheiros de time e de brinde não deixaria suspeitas. Mas assim que chegou no local marcado para encontrar o cantor, Louis não tinha mais certeza. O clima estava estranho, Alex estava cabisbaixo e parecia angustiado com alguma coisa, ele também estava sem acompanhante dessa vez. 
Não demorou muito para a bebida fazer efeito e liberar as amarras dos dois homens que queriam conversar com algu��m, mas sem admitir para si mesmos o real problema. 
O jogador tentou ouvir o que o outro falava, tinha algo sobre o modelo que ele lhe apresentou da outra vez, Louis não entendeu muito bem porque o sangue que pulsava nos ouvidos o impediu de se concentrar. Provavelmente estava sendo um péssimo amigo e ao ver como Alex parecia um merda, deduzindo que foi a falta do outro rapaz que fez isso com ele, Louis tomou a decisão mais prudente para a sua cabeça. Bom.. Essa cabeça que já tinha inserido uma quantidade questionável de álcool, mas ainda assim. 
Ele esperava ter aconselhado bem o amigo a resolver o problema com o modelo quando disse algo como essas frases clichês sobre “correr atrás da felicidade” que você geralmente encontra em imãs de geladeira. Não estava prestando muita atenção, mas lembra do olhar repentinamente motivado do outro e do momento em que ele virou as costas e saiu do bar. Com a mente girando em ansiedade, Louis só podia imaginar que foi por uma boa causa que o amigo lhe deixou sozinho e com a conta para pagar. 
Ele nunca tinha sido o amigo conselheiro ou racional dos seus círculos sociais, aquele em que as pessoas confiavam para lamentar da vida e pedir ajuda. Louis estava mais para o amigo brincalhão que as pessoas chamavam para se divertir e desestressar, mas essa situação com o outro mexeu em alguma coisa dentro de si.  
Foi no impulso que ele se viu pegando um carro para o local da festa dos times quando já tinha passado tempo o suficiente para a comemoração estar em seu melhor estado. Ele queria se convencer que não, mas tinha uma vozinha em sua cabeça que acertava em dizer o motivo para ele querer ir até lá. Só tinha uma pessoa que ele precisava encontrar. 
IV
O lugar escolhido para a festa dessa vez tinha sido um clube noturno e o ambiente sensual e elegante recepcionou Louis muito bem assim que o rapaz passou pelos seguranças da porta. O auge da madrugada tinha chegado e havia muitos corpos suados e colados dançando alguma música eletrônica no centro do salão e era bonita a confusão de luzes roxas e azuis que piscavam para a euforia dos convidados.
O ambiente não era tão grande como da última vez, para a alegria do jogador, então Louis pensou que poderia conseguir uma melhor visão das pessoas que estavam ali se fosse para o mezanino observar de cima e quem sabe encontrar o que tanto estava procurando. Andou por entre as pessoas, se atrapalhando um pouco com o embalo dançante que elas seguiam e tropeçando em algumas pernas pelo caminho, passou sem realmente cumprimentar ninguém específico até chegar na escada que dava acesso ao espaço mais alto e aberto do salão. 
Não tinha nenhum jogo de luzes ali em cima, o que deixava o ambiente um tanto escuro e sufocante, mas dava para enxergar a presença de alguns grupos sentados nos sofás e mesas que rodeavam o local. Algumas risadas chegavam até seus ouvidos enquanto Louis se apoiava no metal preto que rodeava todo o mezanino e passava as orbes azuis por todos os rostos lá embaixo. Era frustrante não reconhecer os fios marrons em meio a tantas cabeças e mais chato ainda era perceber que com tantas luzes coloridas, o verde que ele veio buscar talvez tenha passado despercebido. 
Louis soltou um suspiro resignado e estava pronto para sair dali quando sentiu um arrepio correr pela espinha, daqueles que traz o sentimento de estar sendo observado. No entanto, o ponto principal no caso dele era que só tinha uma pessoa capaz de despertar a rigidez em seus músculos ao ponto dos punhos fecharem com força ao mesmo tempo em que traz moleza para as pernas, fazendo com que queiram ceder ao peso de apenas um olhar. 
Ele nem tinha certeza se a presença que sentia atrás de si era real mesmo ou apenas fruto dos muitos copos de cerveja que tomou antes de vir, mas foi só girar em seu próprio eixo que ficou claro. Um pouco tonto por finalmente ter toda a atenção que desejou daqueles olhos tão enervantes ao longo das últimas semanas, o moreno sentiu como se a consciência tivesse abandonado seu corpo ao que as próprias pernas se moveram para a frente até sentir duas mãos em sua cintura e ele finalmente respirou, nem lembrando em que momento seus pulmões resolveram prender o máximo de ar que era possível.
Diferente da primeira vez em que estiveram tão próximos, agora nenhuma palavra ousou sair de ambos os lábios, nem mesmo para provocar ou ofender. A tensão entre eles era cautelosa, os corações ainda receosos sobre tudo que tinha acontecido e sobre o que ainda poderia acontecer, apenas o mínimo som já poderia tornar tudo real. Eles ainda não estavam prontos para a realidade.
Apesar de toda a confusão mental, os corpos não escondiam a chama e necessidade correndo pelas veias e bombeando no peito. Louis não beijou Harry ali, estava contente em apenas ter para si o monopólio de toda a atenção do jogador. Harry não tirou as mãos da cintura firme do outro, mas sentia as pernas pesadas demais para fazer qualquer movimento diante daquele homem à sua frente.
Mas eles devem ter saído do torpor em algum momento porque instantes depois Louis se viu seguindo Harry para dentro de uma casa grande, bem arrumada e um tanto impessoal. Sua testa franziu um pouco e ele piscou os olhos mais uma vez ao subir a escada até o segundo andar, não lembrava em que momento decidiram sair da festa ou mesmo como chegaram ali, a única certeza era que aqueles móveis frios no quarto espaçoso que entravam definitivamente não eram seus. 
°°°°°
Harry sentia os dedos tremendo um pouco em nervosismo e seu estômago dava piruetas ao que deixou a porta do quarto fechar em um baque surdo. Talvez os drinques que tinha virado na festa tentando descontar a frustração por não achar os olhos azuis bonitos ali tenham lhe dado a coragem necessária para levar o outro ao seu lar, ou talvez as doses só tenham servido para ele esquecer da humilhação e desprezo que arrepiava sua pele com as lembranças no último mês.
Nublado por sentimentos conflitantes, o cérebro do cacheado só tinha a pretensão de sentir mais uma vez o que ele sentiu naquele dia. Era certo, ele foi desejado.. feliz. Pelo menos por um momento. 
Enquanto se aproximava do ser confuso em sua cama, era fácil notar como as emoções para ele também não eram muito claras. O maior ainda exalava uma energia de tensão nos músculos como da primeira vez, mas agora seu olhar transbordava contentamento e uma certa possessividade sempre que o verde encontra o azul. É desconcertante. 
O silêncio parecia dizer muito para eles e logo passou a ser mesclado com os sons de ofegos rápidos e sem ritmo. Harry beijava e mordia os lábios finos de Louis como se estivesse à deriva e aquela fosse sua salvação. A saliva escorrendo pelo canto dos lábios, os narizes se esbarrando enquanto eles tentavam ganhar mais profundidade do que era possível, nunca sendo suficiente. Os cabelos de Louis já estavam uma bagunça porque as mãos grandes de Harry não se contentavam em apalpar os músculos do braço e todo o tronco do outro, também tinham que reivindicar os fios castanhos para si.
Não demorou para as peças de roupas estarem jogadas pelo quarto e o lençol claro que compunha a cama ficar amarrotado, as pernas fortes de músculos torneados se embrenhavam em uma tentativa de fazer com que os membros rígidos entre elas não incomodassem tanto assim. Harry estava por cima e se sentia poderoso dessa forma, podendo ver e marcar cada pedacinho da pele bronzeada que seus dentes pudessem alcançar, se contentando e afastando a boca apenas quando via a cor irradiar o local. 
Louis tentou inverter as posições algumas vezes antes de desistir completamente e apenas aproveitar. Ele se sentia vulnerável de alguma forma essa noite, não sabendo se isso era reflexo da conversa com o amigo mais cedo, da inquietude do mês que passou ou simplesmente era o efeito que Harry Styles despertava em seu corpo. Mas foi assim que ele se viu completamente duro e ansioso por qualquer toque que o outro estivesse disposto a lhe dar. 
As mãos possessivas de Harry viajaram por todo o corpo quente do maior até se encontrarem no local que sabia que ele ia gostar, deixando uma sobre o pescoço que subia e descia tremulante em respirações rasas e a outra no membro grande que pulsava com aquelas saliências grossas aparentes por toda a extensão. Styles ainda não tinha decidido onde as veias lhe desconcertam mais, se nos braços fortes de Louis ou.. bem. 
Os gemidos saíam entre os beijos longos, mal era possível discernir qual dos dois tinha soltado e ainda assim Harry conseguia notar o brilho feroz que tomava conta da face de Tomlinson sempre que via o outro também tendo prazer ao lhe tocar. E ele não ficava para trás, na verdade sua posição tão maleável essa madrugada tinha uma certa malícia por trás, os corpos pareciam entender que cada um precisava que fosse exatamente assim daquela vez, como se houvesse uma necessidade implícita de acabar com algumas inseguranças que ainda permeavam suas mentes.
Mas enfim Harry conseguiu sentir dois dígitos roçarem em sua entrada enquanto  a própria mão ainda bombeava devagar o pau alheio, os dedos que queriam lhe penetrar estavam secos e a fricção era um tanto áspera, mas causava um certo arrepio satisfeito em sua nuca. Não querendo nada muito desconfortável, o menor olhou nos olhos do outro e separou os lábios, deslizando a língua rosada para fora em um convite que Louis entendeu muito bem. 
Logo os dedos tatuados foram inseridos na boca molhadinha e o cacheado revirou os olhos ao sentir sua garganta ser atingida com precisão. Não era necessário estocar os dedos ali se a intenção fosse apenas lubrificar, mas Louis não pôde resistir à face do outro enquanto levava dois dedos tão fundo naquela boquinha e quando se viu, já estava forçando o queixo alheio para cima e provando que ele podia aguentar ainda mais. O aperto que o menor deixou em seu pau antes de largar ele pesado sobre a barriga de Louis tinha sido apenas mais um incentivo.
Mesmo com apenas a lembrança do toque quente em sua extensão, Tomlinson só percebeu mesmo o que Harry pretendia quando sentiu seus lábios serem forçados a abrir ao que os dedos lambuzados com sua pré-porra se inseriam ali, reinvidicando o espaço como seu. 
Styles ainda deu um jeito de alinhar suas ereções enquanto colocava e tirava repetidamente os dedos daqueles lábios finos, por vezes passando os dígitos por toda a boca e queixo de Louis só para gemer manhoso com a visão, deixando o som sair entre os dedos grossos que lhe preenchiam. Esfregar os membros era tão gostoso e tão frustrante na mesma medida, porque ele queria mais contato, mais pressão e por mais tempo. Sempre iria querer. 
Foi quando Louis abandonou a cavidade quentinha em que seus dedos estavam e voltou a esgueirar a mão por entre as nádegas pálidas que Harry decidiu fazer o mesmo. Nada de se sentir usado essa noite, ele queria tudo. As pontinhas rodaram por algum tempo, espalhando saliva pelo local até que, um pouco temeroso pela brincadeira de espelho que o cacheado pareceu começar, Tomlinson penetrou as duas pontas de uma vez, contando com a sorte da excitação e saudade para que aquilo não fosse doloroso. 
Sentiu seus músculos retesarem assim que o cacheado espelhou a ação em si e viu os olhos dele brilharem em determinação. Era estranho como o inferno, mas ao mesmo tempo era alucinante e ele, sem pensar, acabou introduzindo cada vez mais centímetros até que sentiu a borda do cacheado no último nó dos seus dedos. Soltou a respiração que nem percebeu ter prendido e um gemido saiu sem aviso por entre os lábios, sentindo também em si o incômodo de ser preenchido pelos longos dedos do outro, ao passo em que Harry gemeu com um sorriso brilhante e todos os dentes à mostra. Ele parecia a porra de uma puta.
As estocadas começaram receosas e apenas gemidos e as respirações pesadas dominavam o quarto, não sendo necessária uma palavra para os corpos que já se entendiam tão bem. Logo a necessidade e euforia deslizavam por baixo das suas peles e ambos os quadris não se continham ao rebolar freneticamente, o pulso de Louis já estava dolorido pela posição enquanto tinha três dos seus dedos dentro do cacheado que ainda estava por cima e arrastava o próprio pau rubro e tenro sobre o membro do outro, não esquecendo nunca de estocar os dígitos com cada vez mais força entre a bunda redonda do maior. 
Os lábios estavam se mordendo e respirando juntos no pouco espaço que os distanciava quando Louis soltou um murmúrio de descontentamento, ficando confuso por um tempo sobre o motivo pelo qual seu cérebro tinha ficado chateado repentinamente até ele perceber que a entrada estava agora vazia e pulsando em torno de nada, mas não por muito tempo. Harry foi rápido em se posicionar melhor entre as pernas musculosas e bronzeadas do outro, agarrando a própria extensão pela base e direcionando a glande vermelha para a entradinha lambusada que piscava ansiosa. 
A agilidade de Louis não foi o suficiente para interromper, no entanto. Apenas se dando conta da audácia do cacheado quando um gemido dolorido rasgou sua garganta e suas pernas prenderam com força a cintura do outro homem. 
E como se isso tivesse despertado algo em si, a primeira palavra em, provavelmente, horas foi proferida.
– Filho da puta!
O aperto ao seu redor era no mínimo sufocante, tornando difícil pensar e até mesmo a respiração estava saindo rasa, como se os pulmões não conseguissem absorver todo o ar necessário. Harry usou todo o controle que tinha para tentar permanecer estático, sabendo muito bem como podia estar sendo doloroso para o outro, mas ainda conseguiu sorrir assim que aquelas palavras deixaram os lábios alheios.
Todo o esforço foi em vão, pois assim que seu queixo foi agarrado com uma força que deixou sua visão escura por um tempo, o quadril de Harry se movimentou involuntariamente. Ele descobriu essa inclinação a gostar de situações, digamos, mais agressivas com Louis, então o corpo parecia agir antes mesmo que ele conseguisse pensar. 
– Hoje você me surpreendeu, princesa. Não achei que tentaria me foder desse jeito, já que você gostou tanto quando a situação estava invertida.. Rhm – grunhiu com a estocada forte e certeira que recebeu assim que Harry ouviu sua fala.
– Eu a- eu acho melhor você, hm.., ficar bem mansinho hoje. O comando não é seu d-dessa vez. – a respiração e os gemidos que saíam pelos lábios gordinhos atrapalharam um pouco a intensidade com que o cacheado pretendia falar, o que o deixou um tanto irritado. 
Parecia que mesmo Louis estando embaixo ele ainda tinha controle do corpo do cacheado, de modo que Harry se perdia nas estocadas, sentindo aquele aperto em seu pau tão sensível e rezando para não se desmanchar em poucos minutos, e a irritação por reconhecer isso só o deixou ainda mais empenhado em arrancar a pose serena do outro. Por isso o menor passou a ir e vir com mais força e intensidade, mesmo que os movimentos saíssem erráticos algumas vezes, em outras ele acertava com louvor a próstata do outro jogador e se não fosse o cenho franzido e os arranhões que Louis deixava pelo seu peito, Harry até pensaria que ele realmente não estava afetado. 
Mas suas pernas, apesar de fortes, não estavam acostumadas com a intensidade de foder um cara, então logo os músculos estavam falhando e tremendo. Com medo de Louis aproveitar disso para tirar sua diversão momentânea, Harry conseguiu virá-los sem tirar sua extensão do local quentinho e apertado em que ela estava, sorrindo aliviado ao que pôde estender as pernas e ainda assim sentir seu pau tão bem abrigado. 
Louis soltou um palavrão baixinho ao notar que as mãos do outro em sua cintura não lhe deixariam desmontar dali tão cedo. Com as duas mãos sobre os mamilos marrons do homem deitado, Louis tomou impulso e passou a deslizar pela extensão de maneira intensa e ritmada, torcendo os biquinhos rígidos nas pontas dos dedos e admirando como o outro parecia desnorteado sempre que recebia algum estímulo mais forte. 
O pau de Louis balançava e batia no próprio umbigo a cada movimento e Harry não tinha a mínima vergonha de encarar a ponta gorda totalmente vermelha e brilhante, deixando um rastro molhado na pele lisa da barriga do outro sempre que encostava lá. A boca do cacheado estava aberta e soltava palavras desconexas e sons que ele sentiria vergonha mais tarde apesar de não conseguir impedir agora, seu pau começou a pulsar repetidamente mas alguma coisa estava segurando seu orgasmo e ele não conseguia entender. 
Tomlinson viu o outro homem começar a ficar cada vez mais agitado e audível, com uma feição dolorida, como se precisasse muito se libertar e o corpo não estivesse obedecendo, as pernas dele se debatendo no lençol e os olhos verdes aguados implorando por ajuda. Foi puro instinto quando Louis torceu mais uma vez um dos mamilos que ainda segurava e desferiu um tapa ardido no rosto de Harry. A pele se avermelhou instantaneamente e o cacheado gritou. O líquido quente escorrendo por sua entrada mostrou que sua ideia funcionou perfeitamente e o maior precisou apertar com força a própria base para não gozar também. Ainda não. 
Enquanto Harry respirava fundo e forçava os olhos a se abrirem depois de ter o orgasmo mais intenso da sua vida, sentiu uma respiração em seu ouvido e suas pernas serem abertas. Louis se posicionou entre elas e deslizou o pau na entradinha do cacheado, penetrando todos os centímetros sem nenhuma pausa, totalmente impaciente. O menor abriu os olhos e azul foi a primeira coisa que viu pela janela do quarto, o céu estava naquele estado entre se despedir do cinza da madrugada e dar saudação à luz do dia. Depois, o azul que apareceu em sua frente quando virou o rosto era bem mais intenso.
– Minha vez. – sentiu mais do que ouviu a voz do outro já que a fala se deu tão perto dos próprios lábios e em apenas um sussurro rouco. 
As estocadas começaram ao mesmo tempo em que Louis tomou os lábios inchados para si, forçando sua língua a desbravar todo o espaço e mal deixando o cacheado lhe beijar de volta. Louis era assim quando queria uma coisa, ele não se contentava com pequenas partes, queria a posse de tudo. 
Sua língua parecia foder a boca de Harry tão bem quanto seu pau na entrada dele, o ar era superestimado e ele não queria precisar parar para uma coisa tão superficial quanto respirar sendo que podia apenas devorar aquele homem o tempo inteiro. Mas o cacheado estava molinho e sensível demais, responsivo demais, manhoso demais.. e deixando Louis mal acostumado demais. 
Ele tinha essa coisa sobre sentir que conseguia ser muito bom para o parceiro ao ponto de o deixar desnorteado, e Harry levava isso a outro nível. Eles eram muito bons juntos, de fato. 
E após um choramingo com o seu nome saindo daquela boquinha que, para Louis, já era sua, não foi possível se segurar mais. Esporrou todo o interior de Harry, mordendo mais uma vez o lábio inferior que já estava quase roxo e o marcando, reivindicando.
Se jogou exausto ao lado do outro, sem ligar para o quanto estavam grudentos ou sujos, e apenas deixou a inconsciência lhe levar, aproveitando da respiração pesada próxima a si como um conforto e deixando os resquícios de prazer do orgasmo ondular pelos seus nervos.
V
Um latejar incessante na cabeça acordou Louis e assim que ele abriu os olhos ficou um tanto confuso com o quarto e a cama confortável onde havia dormido. A confusão, porém, durou segundos bastantes para ele relembrar com todas as células do corpo o que tinha acontecido na noite anterior, sentindo os pelos se eriçarem e o membro fisgar com a recordação. 
No entanto, ele estava sozinho na cama e não ouvia nenhum barulho no quarto inteiro, o cacheado provavelmente tinha acordado há um tempo dado o lençol já frio ao seu lado. Louis não se deixou abalar por isso, então apenas levantou como se estivesse em casa e abriu umas duas portas antes de finalmente encontrar o banheiro para ficar minimamente apresentável. Depois de vestido, desceu a escada lembrando como chegou confuso ontem, mas sem se arrepender nem por um minuto. 
À esquerda da sala de entrada ele ouviu uma voz melodiosa e não conteve sua curiosidade até entrar no local e dar de cara com uma senhora de cabelos grisalhos e com a aparência simpática montando uma mesa de café da manhã. Assim que passou pelo aro da porta, ela notou sua presença e deu um sorriso com a feição confusa.
– Oh, olá, querido! Você dormiu aqu- ah! Entendi. – soltou um risinho sem deixar que Louis a respondesse primeiro, já se ocupando em puxar uma cadeira para ele e lhe direcionar um olhar que seria impossível recusar.  – Vem, senta para o café. Se você estiver procurando o Harry, ele teve um telefonema cedo e saiu sem nem comer, acredita? Vocês, crianças, são sempre assim. 
– É.. Eu não, eu- eu não estava com o Harry desse jeito, sabe.. – como ele poderia explicar pra uma senhora tão gentil e aparentemente muito íntima do cacheado a relação totalmente conturbada deles sem ofendê-la?
– Não se preocupe, querido. Eu sei como vocês jovens são com essas "ficadas" hoje em dia, é assim que chama?! Enfim.. eu não preciso de explicações, pode ficar tranquilo. – Sorriu de uma maneira sincera mesmo com o olhar cuidadoso, era possível notar que apesar de tudo ela se preocupava com Harry. – Pode me chamar de Geórgia, você é o Louis, certo?
– Como..
– O meu menino pode ter deixado escapar alguma coisa vez ou outra, bobagem. – fez um gesto com as mãos como quem dizia "deixa pra lá", mas Louis só focou na parte em que Harry tinha comentado com outra pessoa sobre ele. Isso era.. interessante. – Só peço que não magoe ainda mais meu Hazz, entende? Ele já teve o suficiente por uma vida. 
– Mas é que-
– Gê! Bom dia! – um Harry sorridente entrando pela cozinha atrapalhou sua fala. O homem se direcionou até a funcionária e deu um abraço carinhoso, deixando um beijo sobre sua cabeça, e só então notou Louis ali sentado com uma xícara de café fumegante em mãos. – Ah, oi Louis. Não sabia que você ainda estava aqui.
O maior ainda não conhecia a personalidade de Harry o suficiente para dizer que o tom com que ele deixou essa última frase soou um tanto magoado, porém Louis não lembrava haver razão para isso, então apenas ignorou tal pensamento. 
– Na verdade eu estava só esperando você chegar.. – coçou a nuca um tanto sem jeito. – a gente pode conversar?
– Eu- na verdade eu não acho que seja necessário. – ele tomou uma respiração funda e desviou os olhos, completando em seguida sem nenhuma entonação. – nós dois somos adultos, foi consensual, é o que é. Aí! – Ele deu um pulinho no lugar e Tomlinson quis sorrir ao ver a mão de Geórgia sair da cintura do cacheado. Os dois trocaram um olhar enquanto Louis apenas observava a conversa silenciosa que apenas quem se conhece muito é capaz de ter.
Depois de uns segundos Harry soltou um suspiro longo e encarou Louis, a senhora deu um sorriso astuto e saiu sem falar mais nada.  
– Vem logo. – com um revirar de olhos, Harry tomou caminho rumo a uma parte ainda desconhecida para o outro, que logo percebeu estarem indo para um belo quintal. Não tinha nenhum funcionário por perto e o cacheado sentou em uma mesa sombreada que tinha ali, esperando com uma calma fingida o que Louis tinha a dizer. 
A questão é que ele não tinha ideia do que falar agora ao encarar os olhos verdes clareados pela luz do dia. Tomlinson ficou alguns segundos experimentando as palavras na boca, apenas para desistir e recomeçar uma tentativa após a outra, o que já estava deixando o outro homem sem paciência. 
– Olha, vamos só pular a parte em que você diz que a noite anterior não significou nada e que ninguém pode descobrir, ok? – Harry desandou a falar rápido, desistindo de esperar que o outro decidisse usar a própria voz ao invés de parecer um peixe fora d'água, abrindo e fechando os lábios. – Eu sei de tudo isso e concordo. Sua saída sorrateira da outra vez deixou muito claro o jeito como você lida com as coisas, então vamos só-
– Porque você não olhou para mim? – O maior deixou as palavras saírem pelos lábios junto a uma respiração estrangulada, e só notou que queria perguntar isso esse tempo todo quando as palavras já tinham soado no ambiente. – Você fingiu que eu não estava lá, que nada tinha acontecido. Você se recusou q me encarar, porra! Porque?
– O que? Eu- Você não estava lá, Tomlinson. Eu não precisei fingir uma ausência porque, advinha, eu estava sozinho! – Harry estava confuso de verdade e a sua respiração saía cada vez mais rápida enquanto ele tentava diminuir o tom de voz para não chamar ainda mais atenção dos funcionários. 
Os dois pares de olhos claros se encararam confusos e ressentidos. A comunicação não parecia ser fluida entre eles e muitos sentimentos contraditórios povoavam suas mentes. A diferença do ponto de vista, a sinceridade em cada palavra, a dor não tão explícita, mas ainda visível, a forma como eles enxergaram o que aconteceu.. Nada podia ser mais diferente, mesmo se tratando de uma única situação.
– Eu.. – respirou fundo. – Eu saí de lá porque percebi que você não queria lidar com minha presença no momento. Eu não iria aguentar essa rejeição depois de me sentir tão be- quer dizer, depois de tudo. – os olhos azuis estavam fixos na mesa entre eles. 
– Bom, então você imagina como eu me senti um merda quando abri os olhos e não tinha ninguém comigo. E-eu estava literalmente fodido e sozinho, realmente não foi nada legal. – O sorriso irônico que apareceu em sua face tentava desviar a  atenção dos olhos marejados, sem muito sucesso. 
– Eu não imaginei na hora..
– Deu pra perceber. 
O silêncio que se estendeu a partir dali foi angustiante. Ambos estavam confusos, magoados e ressentidos do próprio egoísmo. Não tinha muito o que falar no momento, o assunto era sensível demais e eles só precisavam refletir um pouco sozinhos.
Foi assim que Louis se viu dando um sorriso triste e saindo da grande casa após uma despedida estranha, tinha sua cabeça doendo e fervilhando em pensamentos, o coração palpitando da mesma forma. O cacheado não se ressentiu da saída dele dessa vez, precisava mesmo de um tempo pra colocar tudo no lugar, sua mente e emoções, e então tentar entender um outro lado dessa história. 
°°°°°
Horas.
Dias.
Semanas.
O tempo não parava de correr.
Nos primeiros dias Harry finalmente conseguiu entender o outro, apesar de não descartar a própria razão. Reconheceu que transar com uma pessoa e ver um possível arrependimento tão instantâneo deve ser mesmo dolorido e Louis não estava tão errado assim de ter saído antes de uma decepção maior. 
Mas seu ponto de vista também era válido, e Louis percebeu isso quase imediatamente após a conversa deles. O maior não tinha pensado por esse ângulo até sair dos lábios de Harry e quando se deu conta de como pareceu pro outro, se sentiu muito mal. Ele ficou tão focado na própria rejeição depois de se sentir tão certo com o outro que só de pensar que Harry poderia não ter sentido o mesmo… foi demais para suportar. Então ele nem cogitou a possibilidade de como Styles poderia se sentir usado e descartado ao se ver sozinho naquela sala.
Louis não era uma pessoa má, tampouco um amante egoísta. Ele se arrependeu amargamente de ter saído como saiu assim que as consequências ficaram claras em sua mente, mesmo reconhecendo e validando também seu ponto de vista. 
A vida não era preto no branco e tudo que acontece tem nuances que só enxergamos quando mudamos a perspectiva. O que não significa que a visão anterior estava errada ou algo do tipo, só resta aprender a lidar com as novas informações também. 
Após todo esse esclarecimento, as semanas que se seguiram revelaram algo muito importante: eles não pensavam um no outro apenas pelo mal entendido, senão isso teria acabado assim que entenderam o lado um do outro. Mas, pelo contrário, Louis continuou distraído nos treinos e sem conseguir sair com nenhuma outra pessoa, seus amigos estranharam e zoaram o fato até o moreno admitir que alguém estragou todas as outras para ele.
Harry já havia admitido sua derrota quando na terceira semana seguida àquela noite, ele continuou sonhando com um par de olhos azuis e acordava decepcionado por não ter aquele corpo quente ao seu lado. Se lamentou com Georgia por algumas horas certo dia até a senhora se cansar de ouvir sobre a mesma pessoa tantas vezes. Seu refúgio tinha se tornado ler as matérias que saíam com o nome Tomlinson na manchete, já que não tinha com quem conversar, nem tinha visto o homem novamente. 
O assunto sexualidade não passou por eles. Harry já tinha desabafado com a única pessoa que importava e Louis já tinha o apoio de toda a família sobre isso. Estava tudo normal em suas vidas, apenas precisavam superar aquela saudadezinha que doía no peito, uma saudade de algo que nunca tiveram. 
VI
– Vem Styles, o jogo já vai começar e não tem muita gente aqui, prometo. – a voz de Josh, um colega do futebol, soava pelo celular do cacheado, enquanto tentava convencê-lo de se juntar aos amigos em um bar próximo para assistir uma das partidas do campeonato. Por sorte, o Manchester United, seu time, já estava na semifinal, então ele não estava preocupado com essa parte.
– Cara, você é tão insistente! – deu um sorriso derrotado. – Chego em 20. – e desligou a ligação a tempo de ouvir os gritos na outra linha.
Seria bom pra ele distrair um pouco a cabeça, estava finalizando três meses desde o primeiro jogo da temporada e ele poderia espairecer e se divertir com os amigos de uma forma mais tranquila. Com a seriedade que eram os últimos jogos, as festas pós partida não eram mais tão badaladas, os jogadores que ainda estavam no campeonato preferindo descansar para o próximo jogo. Então o máximo que faziam era se juntar em algum pub mais discreto e sem movimento para tomar uma cerveja e torcer para os times mais "fracos" ganharem, o que traria mais chance de vitória para eles mesmos.
Harry chegou no local combinado, que não era tão longe do centro de treinamento deles em Londres, e se direcionou à mesa dos fundos em que reconheceu estarem sentados dois colegas do Manchester e um do Chelsea, a rivalidade realmente só ficava nos campos. Tinha um outro copo em frente a uma cadeira vazia, provavelmente o dono tinha saído para algum lugar e voltaria depois. 
Após cumprimentar todos da mesa e pedir sua própria cerveja, o menor sentou ao lado da cadeira vazia, olhando fixamente para o telão suspenso na parede e vendo os times cantarem o hino da Inglaterra. A cadeira ao seu lado foi puxada e um perfume amadeirado tomou conta dos seus sentidos, trazendo uma sensação de que conhecia aquele cheiro de algum lugar. Quando seus olhos desviaram da tela para o homem que havia chegado, Harry prendeu a respiração e sentiu as bochechas avermelharem.
Louis deu um sorriso mínimo, um tanto envergonhado, após sentar e tomar um gole longo da própria bebida. Era estranho encontrar o cacheado depois de tudo o que aconteceu entre eles, ficava difícil saber como agir. Ele nunca se sentiu assim antes e o revirar em seu estômago era prova disso.
Apesar desse impasse inicial, bastou o jogo começar para que eles ficassem agitados e barulhentos, pareciam velhos amigos comemorando ou discutindo a cada toque de bola. De alguma maneira eles acabavam sempre se tocando, as cadeiras pareciam mais juntas que no início e as mãos vira e mexe se esbarravam ou tocavam o braço do outro para comentar algum acontecimento. Os copos de cerveja se amontoavam pela mesa no decorrer da tarde e sorrisos esticavam os rostos, era como se as poucas pessoas na mesa deles e na parte externa do bar desaparecessem quando eles estavam se olhando, nada mais tinha foco. 
Quando o apito final consolidou o placar de dois a um para o time que teria que enfrentar o Chelsea na semifinal, o moreno colocou as mãos no rosto apesar de um sorriso brincalhão estampar sua face enquanto Harry zoava consigo apertando o braço envolta do seu ombro e bagunçando seus cabelos. O sorriso de covinhas era gigante e os olhos verdes brilhavam em apenas uma direção, e não era para os ganhadores da partida que ele estava olhando.
°°°°°
Louis chegou no vestiário no dia seguinte pronto para se preparar para o jogo tão importante que teria, precisava dar o seu melhor, por ele e pelo time. O dia anterior foi importante para estabelecer um novo recomeço com o outro jogador, eles não conversaram mais sobre o que passou, mas ficou implícito que estava tudo bem agora, haviam superado.  
No entanto, bastou entrar no local e ver o desgosto no rosto de alguns companheiros que ele notou ter algo errado. Dave, um dos colegas mais antigos ali, veio imediatamente em sua direção e o levou até os chuveiros e sem falar nenhuma palavra estendeu o celular em frente ao rosto de Tomlinson, estava aberto em uma página de fofoca como qualquer outra, mas o que chamava atenção era uma foto sua. Com Harry.
Franziu a testa ao reconhecer que a foto foi tirada no momento de comemoração do fim do jogo no dia anterior, o recorte não mostrava os outros amigos ao redor da mesa, só focava nos dois rivais sorrindo e muito próximos. Até aí não teria nenhum problema, se não fosse as outras imagens dos últimos jogos desses dois times, mostrando os momentos em que Louis e Harry perderam a bola ou cometeram algum erro em campo. Em uma dessas fotos Louis parecia irritado consigo mesmo e chutava o gramado. Em outra, Harry estava de joelhos com a mão no rosto e de cabeça baixa após perder um pênalti. 
"Até que ponto o profissionalismo vai? Estariam Styles e Tomlinson negligenciando o próprio talento no futebol por um romance escondido? Descubra como os dois jogadores rivais estão sendo medíocres em campo apenas para não enfrentar seu affair em uma final."
– Que porra? – A manchete era desonesta e nojenta, Louis estava tão chocado que não conseguiu pensar muito no que dizer para convencer seus colegas que aquilo não era verdade. 
– Ei, eu te conheço, cara.  Fica de boa, já já eles esquecem isso tá? Bora pra cima hoje e vai ficar tudo bem, não precisa explicar. – Dave tentou consolar o amigo mesmo sabendo que os outros não compartilhavam da mesma ideia. 
Louis não teve tempo para mais nada antes do treinador e técnico entrarem no ambiente, o aquecimento e instrução começou e ninguém mais tocou no assunto. Ele pensou que tudo seguiria normal, mas bem.. o pensamento só durou até o técnico vir até ele enquanto já estavam na fila para entrar em campo e retirar a faixa preta de capitão do seu braço. Não despejou nada mais do que um sorriso de desculpas antes de sair com a faixa e entregar para outro jogador. Então é isso, seu próprio time não confiava nele o suficiente para permanecer no posto. Ótimo. 
O clima do jogo foi sufocante, parecia que toda a arquibancada tinha visto a matéria e estavam duvidando do caráter da estrela do time, o que deixou Louis um tanto desnorteado durante os primeiros minutos. Mas ele ainda faria o trabalho dele mesmo que ninguém tivesse fé, então guardou as preocupações em um cantinho do cérebro e jogou como nunca. Não era como se ele estivesse tentando se provar para alguém, só que todos os olhares desconfiados sobre si lhe deixaram com um gás e uma determinação maior ainda. 
Não sabia se era a homofobia internalizada que fez seus parceiros de trabalho agirem daquela forma ou se foi pelo fato da notícia envolver um concorrente, e Louis só podia torcer para que Harry não tenha visto aquela palhaçada ainda ou que, pelo menos, esteja tudo bem. 
Placar final 2x2. Teriam que ir para os pênaltis. Dos 5 jogadores escolhidos, Louis seria o último a chutar. Os torcedores apreensivos, o técnico sem outra opção, e na cabeça do moreno só passava uma dúvida: ele provaria que todos estavam errados ao duvidar de si ou daria o desgosto que muitos estavam esperando?
A rede balançou seis vezes, cada time com três gols. O quarto jogador do Chelsea bateu na trave, mas o goleiro, por sua vez, equilibrou a situação conseguindo agarrar a bola adversária. Na quinta e última oportunidade, o jogador adversário chutou alto de mais. Seria agora ou nunca, Louis iria bater. 
°°°°°
Harry estava no estádio daquela vez. Como o próximo time classificado iria ser seu adversário na final, depois de ganharem a semi, todos os jogadores do Manchester United estavam juntos acompanhando o jogo da arquibancada. Ele tinha visto a notícia pouco antes de sair de casa e foi o caminho inteiro implorando para todos os deuses que Louis não tenha se desestabilizado com isso ou perdido o foco da partida. 
Em que momento passou a desejar que o outro se classificasse para a grande final, ele não sabia dizer. Mas ainda assim se pegou mais apreensivo pelo outro do que por si. 
Os colegas de time lhe lançavam olhares tortos cada vez que ele se empolgava um pouco mais durante o jogo, fazendo com que o cacheado tivesse que reprimir alguns gritos ao morder o próprio lábio e segurar firmemente o banco onde estava sentado para não levantar. No entanto, todo o controle que tinha conseguido não foi o suficiente para lhe segurar durante o pênalti que seria decisivo. Louis só precisava acertar aquela maldita bola na rede e foi impossível para Harry se manter calmo. 
Quando percebeu já estava em pé enquanto todos os jogadores que lhe faziam companhia permaneciam sentados, apesar de tensos. As mãos do cacheado revezavam entre ir para os lábios ou os fios chocolates, ora mordendo as unhas, ora puxando os cabelos. Ele não percebeu na hora, mas havia um paparazzi atrás de si e o ângulo permitia que o foco da lente estivesse totalmente sobre o cacheado, captando Louis posicionado ao fundo, e, além disso, a diferença entre a altura dele em pé e os colegas sentados daria muito para falarem. 
Os olhos verdes captaram o momento exato em que Louis deu um beijo no topo da bola, a posicionando no local marcado na grama, para logo depois dar alguns passos para trás. A chuteira branca bordada com o número 28 oscilava na visão das pessoas enquanto Louis dava uma corridinha sem sair do lugar. O apito soou e ele correu. Fingiu que ia chutar em uma direção e chutou em outra. Harry fechou os olhos. 
Só teve coragem de abrir as orbes e ver o resultado quando seu ouvido doeu pelos gritos da torcida completamente exaltada e seus músculos tremeram com a vibração da arquibancada. Como se tivessem ensaiado, Louis, dos ombros dos colegas e com um sorriso gigante no rosto, conseguiu lhe encontrar na multidão e o cacheado finalmente se permitiu sorrir.
O sorriso e o olhar que trocaram prometia um jogo disputado na final, uma competição acirrada, mas também exalava uma alegria por serem eles, ainda que de lados opostos. 
VII
A foto rodou todos os meios de comunicação e redes sociais possíveis, até os jornais em TV aberta decidiram confabular sobre o possível romance entre os jogadores, Styles e Tomlinson estavam estampados no cenário mundial com um alcance gigante dada a proporção em que chegaram na competição. Entretanto, eles não tinham se visto durante esse intervalo entre os finais de semana que separava o último jogo da grande final, também não tinham se comunicado por qualquer outro meio.  
Harry tinha recebido uma ligação dos pais poucos minutos após entrar no carro em direção à própria casa depois de assistir a semifinal, o tom de voz da mãe, sempre impessoal, não tinha mudado apesar das circunstâncias. A mulher gastou alguns poucos segundos para perguntar como estavam as coisas, mas não demorou a entrar no assunto que realmente a fez lembrar o contato do filho depois de, provavelmente, meses sem uma ligação decente. 
Desde criança o cacheado não guarda lembranças de ser muito próximo dos pais. Enquanto os colegas eram buscados na escolinha pela mãe ou pai e recebiam um abraço caloroso no portão de saída, Harry tinha que esperar algum carro com um motorista para pegá-lo, sempre foi assim. Essa logística só mudou com a chegada de Geórgia na casa da família, que viu como o garoto vivia solitário e sem atenção dos mais velhos, sempre ocupados demais para o próprio filho, e passou a dar todo o carinho e companhia que ele merecia e precisava. Nos próximos anos da infância e adolescência, o garotinho de cabelos encaracolados nem cogitava esperar a presença dos pais em algum evento ou reunião na escola, já sabia que era Geórgia quem viria lhe socorrer e estava bem com isso. 
“Então, é verdade?” – ela questionou sem qualquer entonação, não demonstrava nenhum sentimento, seja decepção ou acolhimento.
��E se for?” – Harry não se sentia corajoso, os olhos marejados e a respiração presa eram provas disso. Ele preferiu observar o trânsito lento enquanto o silêncio da mãe pesava em seus ouvidos. Quando tinha passado segundos suficientes para ele achar que a ligação tinha caído, continuou. – “Eu não tenho nada com o Louis, mãe. Mas só porque não depende apenas de mim.”
“Ahn.. certo, Harry. Eu preciso ir agora, se cuida filho.”
Depois de deixar o celular cair ao seu lado no banco, Harry não sabia como se sentir. Aliviado não era bem a palavra já que ela não demonstrou qualquer apoio, mas não estava necessariamente triste. Na verdade, ele percebeu que aquela ligação não tinha mudado em nada e não o faria chegar em casa chorando como ele pensava que seria assim que sua família descobrisse. Estava tudo normal. 
Assim que consolidou isso e passou pela porta da sua casa com um sorriso ameno, lembrou da frase que disse para a mãe: “Mas só porque não depende apenas de mim”, e parou de andar no meio da sala, encarando a parede contrária como se ali tivesse qualquer coisa minimamente interessante. Então era isso? Ele realmente não se importaria de entrar em um relacionamento com um homem? Quer dizer, não dá para enganar a si mesmo, ele não se importaria de estar num relacionamento com Louis. 
°°°°°
A grande final iria acontecer em algumas horas e todos os jogadores já estavam na concentração se preparando física e psicologicamente. O gol da vitória no outro final de semana fez com que os parceiros de time de Louis respirassem mais aliviados e com a certeza de que o colega jamais prejudicaria o próprio trabalho em prol do que ou de quem quer que seja. A faixa preta identificando o capitão voltou a apertar o braço tatuado de Tomlinson, deixando um calor reconfortante e prazeroso para ele no local. 
Louis não teve mais notícias de Harry e nem conseguiu entrar em contato, suas redes sociais sempre monitoradas o impedia de enviar qualquer mensagem para o outro antes do jogo decisivo porque isso poderia significar alguma manipulação do resultado e eles não precisavam de mais essa atenção negativa. A pressão já era muita naquele momento, então ele teria que esperar o campeonato acabar e os ânimos acalmarem para finalmente ir atrás do que queria. E ele sequer tentava enganar a própria mente para arranjar uma outra explicação para a pele arrepiada com determinadas lembranças ou para o coração acelerado e o estômago embrulhado só de pensar nele. Louis queria o cacheado e era impossível fingir que não. 
No momento em que entraram no gramado, tudo sumiu. Seu pensamento só estava preenchido pela gratidão por ter chegado até ali e pela determinação em dar o seu melhor. Assim que encarou os olhos ainda mais verdes que o campo, o apito soou e eles sentiram os corpos encherem com a adrenalina.
O suor banhava a pele pálida de Harry, suas pernas queriam tremer enquanto corria e dava a vida pelo próprio time, a cada posse da bola no próprio pé ou nas chuteiras dos companheiros ele sentia seu estômago revirar em ansiedade. Essa sensação sempre foi o porquê ele escolheu o futebol. Além de, obviamente, ser muito bom no que fazia, o frio na barriga antes de entrar em campo e a adrenalina durante toda a partida eram completamente recompensados ao final do jogo quando ele reconhecia ter feito o que estava ao seu alcance, Harry jogava com tudo que tinha, independentemente do resultado. 
E todo esse esforço ficou claro quando, finalizando os acréscimos do segundo tempo, o placar estava empatado. 1x1. O desespero evidente no olhar de ambos os técnicos e a torcida fazendo o estádio tremer com a euforia de um jogo tão acirrado, assim como deveria ser. Mais um resultado que seria decidido nos pênaltis, eles não poderiam vacilar agora, tinha muito em jogo: um título, uma taça, o auge das suas carreiras.
Dez jogadores escolhidos, entre eles seus respectivos capitães. Todos completamente determinados e focados em um único resultado, a vitória. O Manchester seria o primeiro a tentar marcar gol e Harry estava como o quarto da fila, na última posição estava o camisa 10 do time e o cacheado se sentiu um pouco mais aliviado por não estar no lugar do cara. De outro lado, Louis era o quinto jogador a bater, como de costume, pois o seu pênalti de esquerda era a melhor chance para o Chelsea. O moreno estava fazendo exercício de respiração para focar apenas em fazer um bom trabalho, esquecendo todos ao redor.
O primeiro jogador correu logo após a autorização do árbitro, mas talvez esse impulso impensado tenha custado muito. A bola caiu direto nas mãos do goleiro. Isso poderia desestimular todos os próximos a chutar, não era um bom começo para a moral do time, mas Styles tirou de si uma confiança que não existia e tentou incentivar os outros quatro na linha de frente.
O jogador do Chelsea deu uma parada antes de chutar, o que fez com que o goleiro antecipasse a jogada e fosse ao chão, oportunidade que o primeiro aproveitou muito bem. Goleiro no chão e bola na rede, a torcida comemorou como nunca. 
Era a vez de um dos melhores amigos de Harry e ele deixou um aperto de incentivo no ombro do rapaz, coisa que pareceu funcionar. A torcida vibrou antes mesmo dos jogadores perceberem o gol. O segundo e terceiro jogadores adversários conseguiram marcar no canto direito, mas o antecessor de Harry não deixou barato. Harry estava em desvantagem de um ponto quando se posicionou atrás da bola, se ele errasse agora não teria mais chance de ganhar. 
Respirou fundo e olhou nos olhos do goleiro. O cacheado não tinha a estratégia de olhar para um canto do gol e chutar no oposto, isso já era manjado pela maioria, então ele focava apenas em desestabilizar o goleiro olhando no fundo dos seus olhos como se nada temesse. O apito soou em seus ouvidos e ele permaneceu alguns segundos imóvel, a tensão era tanta que torcida se calou. Harry correu e chutou. A bola rodou quase que em câmera lenta para todos ali, a respiração falhou na garganta dos torcedores quando a bola raspou nos dedos do goleiro e entrou no canto superior esquerdo. A rede balançou e a torcida se tornou ensurdecedora. Harry finalmente pôde respirar. 
Não dava para saber se era o nervosismo pelos gritos de guerra que cercavam o local ou se o goleiro colega de Harry tinha ficado mais incentivado após a marcação do seu capitão, mas para a infelicidade do Chelsea, seu quarto jogador não teve sucesso como o quinto adversário. Louis teria que acertar, era a chance de um empate ou já era. 
Tomlinson beijou a bola no seu ritual costumeiro, deu passos para trás e soltou uma expiração longa ao esperar a autorização do árbitro. Quase que de imediato ao som do apito, ele correu e chutou, confiante. Não encarou outro lugar senão o goleiro caindo para a esquerda enquanto sua bola entrava com louvor no canto direito. 4x4, placar empatado. Teriam mais cinco rodadas então. 
A confiança dos jogadores agora estava mais firme, cada um sabendo da própria capacidade de ganhar. Então dizer que o jogo estava sendo um dos mais difíceis e disputados da história era até eufemismo. Começaram novamente os próximos cinco pênaltis com os jogadores na mesma ordem, no entanto o resultado não permaneceu o mesmo. 
Após Harry marcar e se posicionar ao lado dos colegas para dar apoio ao último jogador do time, só lhe restavam torcer para que ele acertasse e Tomlinson não, realização que foi um pouco agridoce para o menor. Infelizmente, o chute não teve força o suficiente e o goleiro do Chelsea conseguiu bater a bola para fora antes dela ultrapassar a linha do gol. Se Louis acertasse agora, o título seria deles. 
A pressão de estar nessa posição era terrível ao mesmo passo em que era revigorante. Se errasse teria que conviver com a decepção de milhares de pessoas em suas costas, mas se acertasse a gratidão de outras milhares o faria se sentir realmente bem. Bom.. ele não teria que lidar com a primeira opção e percebeu isso assim que terminou de fazer sua jogada e viu todos do time que estavam no banco invadir o gramado em sua direção. Ele olhou para a bola dentro do gol, depois desviou para os amigos pulando sobre suas costas e comemorando como nunca, mas seu olhar acabou encontrando um cacheado com lágrimas nos olhos e costas encurvadas. 
Louis estava feliz, óbvio, mas só conseguiu realmente aproveitar aquele sentimento quando Harry deu de ombros em sua direção e ofereceu um sorriso mínimo, reconhecendo o bom trabalho do outro e a vitória merecida. O espírito esportivo não tinha sumido, afinal. Ainda era possível ficar feliz com a conquista de quem se gosta, mesmo que não seja a sua também. 
VIII
A festa de comemoração estava sendo o ambiente mais barulhento e feliz que Harry já tinha posto os pés na vida. Litros e mais litros de champanhe eram jogados para o alto, molhando todos que estivessem por perto, os saltos e sapatos mais desconfortáveis faziam uma barreira próximo à parede, mostrando que os seus respectivos donos estavam se divertindo tanto que deixaram a classe de lado para aproveitar o momento. 
Harry chegou um tempo depois do usual, já que teve que passar em casa e ser consolado por Geórgia. Somente aquela mulher sabia o quanto o cacheado costumava ficar afetado com perdas desse tipo, e foi por isso, inclusive, que ela estranhou assim que ele passou pela porta da frente sem nenhuma lágrima manchando o rosto. A postura estava abatida, é claro, mas ela estava esperando algo pior. 
Ainda assim, acolheu seu menino nos braços como sempre fazia e sentaram juntos no sofá para comer besteira e assistir algo desinteressante na televisão por algumas horas. Eles não precisavam falar nada, o conforto e companhia já foi o suficiente para Harry recuperar pelo menos um pouco da sua energia e bom humor. Então, apenas depois de despedir-se da mais velha com um beijo no topo da cabeça e um abraço apertado, ele decidiu ir se arrumar. Tinha uma festa para comparecer.
O rapaz cumprimentou alguns conhecidos, ouviu inúmeros elogios à sua performance em campo, bebeu uns drinks e finalmente começou a procurar por Louis. Suas mãos estavam suando e a garganta estava seca quando finalmente encontrou a figura muito bem vestida parada em uma das saídas laterais do espaço em que a festa rolava. 
Ali o vento frio da madrugada bagunçava os fios da franja do moreno, mas sua blusa preta de manga longa e gola alta parecia fazer seu trabalho muito bem em mantê-lo aquecido. Louis estava de costas, sem prestar tanta atenção à sua volta e muito focado na paisagem de luzes da cidade em sua frente para reconhecer o barulho de passos atrás de si. 
– Parabéns pelo jogo de hoje, o resultado foi até que justo. – o maior ouviu o tom rouco proferir tais palavras de maneira calma e a forma como seu corpo reagiu ao reconhecer o dono da voz não deveria ser considerado normal. 
– Obriga– o agradecimento ficou preso na garganta quando ele virou na direção do outro e viu o que poderia ser considerado a versão mais bonita que já havia visto de um ser humano. Não, em verdade nada se compara ao próprio cacheado quando está chorando de prazer, mas o visual das coxas grossas apertadas em uma calça social branca e o tronco vestido em uma camisa de cetim vermelho sangue chegava bem próximo. – É.. você foi muito bem também, sabe disso. 
Eles ficaram se encarando em silêncio pelo o que poderia ser considerado uma eternidade, apenas sentindo as batidas ritmadas dos corações quase em sintonia, pulsando e exigindo que os anseios fossem atendidos. Louis olhava o ser em sua frente e queria ele para si, o tempo todo e completamente seu. Harry encarava o mais alto e se sentia completo, feliz como nunca esteve antes. 
– Você sairia comigo?
– Podemos ter um encontro?
Foi um pouco confuso quando dispararam as perguntas ao mesmo tempo, o que causou um sorriso digno de covinhas afundando as bochechas do cacheado e um Louis com ruguinhas ao redor dos belos olhos azuis. Eles não poderiam estar mais sintonizados. 
Epílogo
– Quero você olhando para mim, princesa. – deixou um tapa ardido na coxa do outro, por cima da calça social azul marinho que ele vestia. – Se você revirar esses lindos olhos verdes de novo eu vou te deixar assim, ouviu? – Louis proferiu em um tom duro antes de abrigar novamente toda aquela extensão rígida entre os lábios.
Eles estavam numa limusine em direção a festa de comemoração aos 118 anos do Chelsea, que ano após ano surpreendia cada vez mais a imprensa e os amantes do futebol com toda a dimensão do evento. As pessoas se comportavam como se estivessem em um desfile de gala, e o tapete vermelho que geralmente ficava em frente ao local realmente dava tal impressão. 
Era também por isso que Louis e Harry tinham escolhido chegar em grande estilo no carro luxuoso preto, com direito a motorista e champanhe lá atrás. Por sorte o automóvel era extenso o suficiente para a parte traseira, onde os passageiros estavam, ficar distante do painel fechado que os dividia da cabine do motorista. 
O trânsito em Londres já não ajudava em um dia normal, imagina em um dia de evento como esse. A cidade estava praticamente parada, os poucos resquícios de paciência sendo extremamente necessários a cada um que andava poucos metros num trânsito infernal apenas para frear segundos depois. Foi assim que Harry, um pouco risonho e leve pelas bolhas da bebida no paladar, acabou atiçando o outro jogador. Bastaram pequenos deslizes de mão pelas pernas fortes, alguns beijos molhados pelo pescoço alheio e num instante ele estava segurando gemidos manhosos e pressionando a nuca contra o estofado de couro. 
O conjunto social que vestia, junto à camisa branca por baixo, fazia o calor queimar sua pele e os olhos azuis em sua direção, desafiando ele a desviar o olhar, era enlouquecedor. Louis descia com os lábios sem se importar com a intensidade na maneira como chupava a glande rosada ou, ainda, com as linhas finas e vermelhas que sua barba deixava na púbis do cacheado. 
– Porra, Lou.. hm- eu amo tanto sua boca. – duas lágrimas gordas caíram em sequência pelos olhos de Harry, que não ousou desviar do homem em sua frente, de joelhos no chão do carro. – Eu preciso-ah! Amor, por.. por favor.
E Louis jamais negaria um pedido feito dessa forma, então tratou de forçar a própria garganta a engolir tudo o que podia, sentindo o peso conhecido em sua língua e o calor lhe povoar por dentro enquanto marcava a cintura pálida do outro com um aperto forte por baixo dos tecidos. 
O líquido pegajoso a esse momento já tinha um gosto comum e até apreciado, algo entre o sal e o vinagre, mas muito bem vindo. O maior engoliu como pôde, restando na língua apenas o fantasma do sabor para dividir com o outro que, de bom grado, abriu a boca para receber um dos melhores beijos que já havia experimentado. 
– Deixa eu te ajudar, amor? Vai ser rapidinho.. – Harry apalpou sem vergonha a ereção de Louis por cima da calça preta de tecido fino que ele usava. O terno também preto deixou seu homem tão sexy que foi impossível não aproveitar daqueles minutos de trânsito parado. Entretanto, deviam tomar cuidado para não serem ouvidos pelo motorista ou vistos apesar do vidro escuro. Por isso Louis não deixou o outro ajoelhar como ele mesmo tinha feito há poucos instantes. 
– Nós estamos quase chegando, não vai dar tempo.. Mas tá tudo bem, sim? Quando a festa acabar você me- Ei! – parou de falar quando Harry se pôs de joelhos no banco, abaixou a calça apenas o suficiente para deixar a bunda redondinha à mostra e apoiou as mãos no vidro que rapidamente embaçava. – O que você tá fazendo, Haz, ficou louco?
– Vem, me fode, rápido. – Louis não tinha a intenção de levar o comando a sério, mas sua mente não impediu que levasse a mão até o zíper e liberasse o membro grosso e rígido, se aproximando o bastante para arrepiar a pele pálida do outro. – Você não gozaria a tempo se eu te chupasse, mas tenho certeza que eu sou muito mais apertado e você vai - Isso, Hmm.. 
– Você sabe bem como me convencer não é? – sorriu contra a bochecha que ostentava uma covinha profunda e puxou o rosto de Harry em sua direção, deixando o queixo virado o suficiente para que os lábios pudessem se conectar e gemer em conjunto. – Olhos nos meus, querido. – sussurrou com a voz rouca enquanto deslizava o pau rígido na entradinha do outro.
Não foi muito difícil vencer a resistência porque Harry ainda estava um pouco aberto pelo sexo no banho antes de se arrumarem, então Louis rapidamente passou a estocar de maneira forte e precisa. Ele saía de maneira lenta e voltava com tudo, atingindo a próstata com as marteladas mais prazerosas que o menor já conheceu. A intenção era serem rápidos, não tinham tanto tempo disponível. 
A adrenalina de estarem praticamente visíveis, os gemidos que eram soprados em sua boca, os olhos verdes que reviravam e lutavam para não ceder ao peso das pálpebras, o aperto em seu membro sensível..  não tinha como segurar. Assim que o carro virou a esquina da Avenida na qual reconheceu o local da festa pelos flashes das câmeras que faziam luzes piscarem ao longe, Louis só precisou imaginar a face do cacheado exatamente como ele estava agora, entregue e fodido, completamente lindo, sendo estampada naquelas câmeras para o orgasmo lhe atingir de maneira intensa. Egoísmo ou privilégio, não sabia, mas agradeceu por aquela imagem ser apenas sua. 
– Deixa minha porra bem guardadinha, princesa. Não quero ver uma gota escorrendo quando a gente chegar em casa. – deixou um beijo na testa de Harry, que ainda estava um tanto desnorteado e com bochechas coradas.
E após fecharem mais uma vez os zíperes e botões, conferirem se estavam com os fios de cabelo no lugar certo e roupas sem muitos amassos, o moreno saiu pela porta da limusine e estendeu a mão para o outro jogador. Assim que Harry se pôs em pé ao seu lado, de mãos dadas e uma feição séria contrastando com a vermelhidão no rosto, muitas câmeras e microfones viraram na direção deles e uma série de flashes foram disparados. 
°°°°°
"Depois de 8 meses desde o primeiro rumor sobre o casal do futebol, finalmente o namoro foi oficializado. Tomlinson e Styles chegaram juntos à festa de comemoração dos 118 anos do Chelsea, uma revelação em grande estilo, não acham?
Confira agora as fotos desse momento revolucionário para o cenário do esporte inglês, com direito a mãos dadas e olhares apaixonados. Eu já estou shippando e vocês?"
Fim.
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waltfrasescazadordepalabras · 8 months ago
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Cuando un grupo de amigos no enrolados en ningún equipo se disponen para jugar, tiene lugar una emocionante ceremonia destinada a establecer quiénes integrarán los dos bandos. Generalmente dos jugadores se enfrentan en un sorteo o pisada y luego cada uno de ellos elige alternativamente a sus futuros compañeros. Se supone que los más hábiles son elegidos en los primeros turnos, quedando el final para los troncos. Pocos han reparado en el contenido dramático de estos lances. El hombre que está esperando ser elegido vive una situación que rara vez se da en la vida. Sabrá de un modo brutal y exacto en qué medida lo aceptan o lo rechazan. Sin eufemismos, conocerá su verdadera posición en el grupo. A lo largo de los años, muchos futbolistas advertirán su decadencia, conforme su elección sea cada vez más demorada. Manuel Mandeb, que casi siempre oficiaba de elector, observó que las decisiones no siempre recaían sobre los más hábiles. En un principio se creyó poseedor de vaya a saber qué sutilezas de orden técnico, que le hacían preferir compañeros que reunían ciertas cualidades. Pero un día comprendió que lo que en verdad deseaba era jugar con sus amigos más queridos. Por eso elegía a los que estaban más cerca de su corazón, aunque no fueran tan capaces. El criterio de Mandeb parece apenas sentimental, pero es también estratégico. Uno juega mejor con sus amigos. Ellos serán generosos, lo ayudarán, lo comprenderán, lo alentarán y lo perdonarán. Un equipo de hombres que se respetan y se quieren es invencible. Y si no lo es, más vale compartir la derrota con los amigos, que la victoria con extraños o indeseables.”
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next-life-online-rpg · 3 months ago
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Aviso Importante
Hola jugadores, este aviso es rápido pero un tanto importante ya que tiene que ver con el staff, y es que, como la imagen del encabezado lo dice, EL STAFF SE TOMARÁ UNAS MINI VACACIONES, esto se debe a unos pequeños motivos entre los usuarios que conforman el staff
Kei no estará todo este fin de semana, así que cualquier duda que tengan acerca de las clases o sistema, NO será respondida durante este tiempo Momodia no estará por toda la semana debido a problemas técnicos con su computadora
Morningstar y Sou se irán de viaje juntos, a diferencia de los demás, ellos se irán a partir del lunes que viene hasta el domingo 1 de septiembre que regresan
Su servidora, Belle, se quedará a cargo haciendo guardia, pero no responderé dudas de ninguno de los campos como el sistema, reservas, ambientación, etc, ya que yo igual me echaré un descanso al respecto, solo estaré vigilando que todo esté en orden
Pero descuiden!!! Que ya les tenemos cosas preparadas, la siguiente semana se vienen anuncios importantísimos, quédense atentos!!
Staff de NLO
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viviendo-sin-sentirlo · 6 months ago
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Dios sabe porque lo conduce a uno por estos caminos, comencé como auxiliar administrativo para una entidad muy grande en el orden nacional, ahora seré técnico para un tema de impuestos en una entidad del orden departamental y de la cual me siento orgullosa pertenecer. La vida es preciosa, si miro atrás, nunca me imagine llegar hasta acá.
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joseandrestabarnia · 7 months ago
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Gerard ter Borch  Madre peinando el cabello de su hijo, conocido como 'La caza de piojos' 
C. 1652-1653  
Una madre peina cuidadosamente el cabello de su hijo en busca de piojos. El niño pasa estoicamente la inspección. Ter Borch pintó muchas de estas escenas de género, en las que los personajes principales están totalmente absortos en lo que hacen. 
La caza de piojos probablemente contiene una moraleja, ya que el cuidado maternal, el orden y la limpieza eran las cualidades ideales de una buena ama de casa. En el siglo XVII, el peine para piojos representaba al mismo tiempo una apariencia limpia y un carácter puro. 
información general 
Artista: Gérard ter Borch (Zwolle 1617 - 1681 Deventer) 
Título: Madre peina el cabello de su hijo, conocido como 'caza de piojos' 
Con fecha de: C. 1652-1653 
Numero de inventario: 744 
Detalles materiales y técnicos. 
Técnica: aceite 
Material: panel 
Dimensiones: 33,2x28,7 cm 
Inscripciones 
Firmado, en la pata de la silla, justo debajo de la chaqueta de mujer: GTB en ligadura; desgastado 
Información e imagen de la web del Mauritshuis, The Hague. 
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dominicrojas · 1 year ago
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El nazismo está en todas partes | Franco ´Bifo´ Berardi
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Pasado el umbral de la pandemia, el nuevo panorama es la guerra que enfrenta al nazismo contra el nazismo. Günther Anders había presagiado en sus escritos de la década de 1960 (Die Antiquiertheit des Menschen) que la carga nihilista del nazismo no se había agotado con la derrota de Hitler, y que volvería al escenario mundial como resultado del poder técnico, que provoca un sentimiento de humillación de la voluntad humana, reducida a la impotencia. 
Ahora vemos que el nazismo resurge como la forma psicopolítica del cuerpo demente de la raza blanca que reacciona airadamente a su implacable declive. El caos viral ha creado las condiciones para la formación de una infraestructura biopolítica global, pero aterroriza la percepción de la ingobernabilidad por proliferación caótica de la materia, que pierde orden, se desintegra y muere.
La mente occidental ha removido la muerte porque no es compatible con la obsesión del futuro. Remueve la senescencia porque no es compatible con la expansión. Ahora el envejecimiento (demográfico, cultural e incluso económico) de las culturas dominantes del norte del mundo se presenta como un espectro en el que la cultura blanca ni siquiera puede pensar, y mucho menos aceptar. Así que aquí está el cerebro blanco (tanto el de Biden como el de Putin) entrando en una furiosa crisis de demencia senil. El más salvaje de todos, Donald Trump, cuenta una verdad que nadie quiere escuchar: Putin es nuestro mejor amigo. Ciertamente, es un asesino racista, pero nosotros no lo somos menos. Biden representa la ira impotente que sienten los ancianos cuando se dan cuenta del declive de las fuerzas físicas, la energía psíquica y la eficiencia mental. Ahora que el agotamiento está en una etapa avanzada, la extinción es la única perspectiva tranquilizadora.
¿Podrá la humanidad salvarse de la violencia exterminadora del cerebro demente de la civilización occidental, rusa, europea y estadounidense, en agonía? Sea como sea que evolucione la invasión de Ucrania, que pase a ser ocupación estable del territorio (improbable) o que acabe con una retirada de las tropas rusas tras haber llevado a cabo la destrucción del aparato militar que los euroamericanos han proporcionado en Kiev (probable), el conflicto no puede resolverse con la derrota de uno u otro de los dos antiguos patriarcas. Ni uno ni otro pueden aceptar retirarse antes de haber ganado. Por tanto, esta invasión parece abrir una fase de guerra tendencialmente mundial (y potencialmente nuclear).
La pregunta que actualmente aparece sin respuesta se relaciona con el mundo no occidental, que durante algunos siglos ha sufrido la arrogancia, la violencia y la explotación de europeos, rusos y estadounidenses. En la guerra suicida que Occidente ha librado contra el otro Occidente, las primeras víctimas son los que han sufrido el delirio de los dos Occidentes, los que no quieren ninguna guerra, sino que deben sufrir los efectos. La guerra final contra la humanidad ha comenzado. Lo único que podemos hacer es ignorarla, abandonarla, transformar colectivamente el miedo en pensamiento y resignarnos a lo inevitable, porque solo así puede suceder lo impredecible en los contratiempos: la paz, el placer, la vida.
Fuente: Franco 'Bifo' Berardi: “El economicismo neoliberal es una enfermedad mental” | Perfil
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yoestuveaquiunavezfrases21 · 8 months ago
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1472- INSTRUCCIONES PARA ELEGIR EN UN PICADO: Cuando un grupo de amigos no enrolados en ningún equipo se reúnen para jugar, tiene lugar una emocionante ceremonia destinada a establecer quiénes integrarán los dos bandos. Generalmente dos jugadores se enfrentan en un sorteo o pisada y luego cada uno de ellos elige alternadamente a sus futuros compañeros. Se supone que los más diestros serán elegidos en los primeros turnos, quedando para el final los troncos. Pocos han reparado en el contenido dramático de estos lances. El hombre que está esperando ser elegido vive una situación que rara vez se da en la vida. Sabrá de un modo brutal y exacto en qué medida lo aceptan o rechazan. Sin eufemismos, conocerá su verdadera posición en el grupo. A lo largo de los años, muchos futbolistas advertirán su decadencia, conforme su elección sea cada vez más demorada. Manuel Mandeb, que casi siempre oficiaba de elector, observó que sus decisiones no siempre recaían sobre los más hábiles. En un principio se creyó poseedor de vaya a saber qué sutilezas de orden técnico, que le hacían preferir compañeros que reunían ciertas cualidades. Pero un día comprendió que lo que en verdad deseaba, era jugar con sus amigos más queridos. Por eso elegía a los que estaban más cerca de su corazón, aunque no fueran tan capaces. El criterio de Mandeb parece apenas sentimental, pero es también estratégico. Uno juega mejor con sus amigos. Ellos serán generosos, lo ayudarán, lo comprenderán, lo alentarán y lo perdonarán. Un equipo de hombres que se respetan y se quieren es invencible. Y si no lo es, más vale compartir la derrota con los amigos, que la victoria con los extraños o los indeseables.
(Manuel Mandeb es un personaje ficticio creado por Alejandro Dolina) y este relato futbolero, me identifica mucho, porque siempre pensé así, aunque nunca pude encontrar las palabras como magistralmente lo hace Dolina.
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daniskp · 11 months ago
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Parcial I
𝗖𝗼𝗿𝘁𝗲 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗿𝗮 𝘂𝗻𝗶𝗱𝗮𝗱
PIENZA
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Enea Silvio Piccolomini también conocido como el papa Pío II, quiso transformar su ciudad natal a una ciudad ideal en el renacimiento, geometrizando y ordenándolo por jerarquías, siempre teniendo en cuenta la armonía y belleza de cómo está compuesta. Logrando convertir la ciudad de Pienza (Italia) en un eje destacado de planificación urbana y renacentista.
Con respecto a la parte histórica, tenemos que fue el primer ejemplo de urbanismo del renacimiento, gracias a su geometrización cuadrangular, que con el pasar de los años se sigue utilizando, actualmente se le conoce como retícula.
Esto nos lleva a la organización de la ciudad, ya que en la parte céntrica está el Palacio de Piccolomini y se destaca por su planta cuadrangular regular con patio, buscando destacar la figura del Mecena. Este palacio estaba a la moda con el Palacio Rucellai, caracterizado por sus tres pisos y en cada uno se utiliza un orden diferente; en el primer piso nos encontramos con el servicio, en el segundo el Piano Nobile y en el último las oficinas.
A mi parecer, lo más importante es que no se necesita trabajar desde cero, ya que Pío estaba buscando crear una ciudad equilibrada, combinando lo nuevo, lo natural y lo medieval con base a su ciudad natal. Además que a pesar de su espacio racionalizado de terreno no impidió elaborar esta ciudad, gracias al esfuerzo técnico que se desarrolló.
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Con respecto a la dinámica del Parcial
Es de mi agrado decir que me gustó mucho, rompe con el estereotipo de parcial universitario que se está acostumbrado. Es interesante todo el proceso del parcial, desde el poder completar el grupo de la exposición, gracias a los datos iniciales de los papeles, hasta el organizar las ideas principales e importantes para poder exponerlas. En cuanto al trabajo en equipo, me pareció productivo, ya que cada uno buscada información y daba su punto de vista, llegando a las conclusiones más acertadas según nuestro criterio.
@lonuevodenuevo
Daniela González | Historia II
Profesora Arq. Rebeca Tineo
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racelegends-hq · 11 months ago
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Raios fracos de sol se infiltravam entre as nuvens pesadas sobre o Autódromo José Carlos Pace, no Grande Prêmio do Brasil. A atmosfera nas arquibancadas era eletrizante, mas os acontecimentos das últimas corridas traziam algo sinistro para paddock e todos ali pareciam duvidar de tudo e qualquer coisa.
Embora o humor geral não fosse dos melhores, a sexta-feira e o sábado correram exatamente como deveria ser. Os rumores na Red Bull Racing não haviam diminuído, principalmente com o grande número de demissões no setor de T.I. da equipe, no entanto foi dado a Rosalía Alonso um voto de fé e estrategista pôde manter seu emprego enquanto a investigação sobre sabotagens em Monza seguiam acontecendo.
Quando o domingo chegou, os pilotos se alinharam no grid em uma tensão silenciosa que cortava o ar. Os fãs esperavam com entusiasmo enquanto os carros se preparavam para o início da corrida. No entanto, assim que as luzes se apagaram e os monopostos dispararam, um estrondo ecoou pela pista.
Daehyun Kim perdeu o controle total de seu carro ao acelerar. O motor, ajustado meticulosamente para a corrida, começou a falhar de forma inexplicável e ao lutar para manter o controle enquanto seu carro se tornava cada vez mais rápido e instável, Kim não conseguiu evitar a colisão com Sascha Deutscher, que foi jogado para o cima pela traseira de seu carro e acabou contra a barreira de pneus, com Kim logo ao seu lado.
Porém, a situação de Daehyun não era isolada. Logo, outros carros começaram a enfrentar problemas similares e uma onda de interferência nas comunicações entre pilotos e equipes eclodiu, criando um caos informacional que se espalhava pelo circuito. Mensagens erráticas, instruções confusas e comunicações distorcidas inundaram os rádios, prejudicando a capacidade dos pilotos de receber orientações claras.
O que parecia ser um problema técnico momentâneo logo se revelou uma intrusão planejada nos sistemas de comunicação da corrida. A Direção de Prova, percebendo a extensão do problema, ordenou a interrupção imediata da corrida por motivos de segurança com a sinalização da bandeira vermelha.
Enquanto os carros voltavam aos boxes e os fãs observavam perplexos, uma mensagem enigmática piscou nas telas de todas as equipes: “O verdadeiro jogo ainda está para começar. Preparem-se para desafios maiores”.
Foram necessários 30 minutos para que a FIA e a Direção de Prova recuperassem o controle do sistema e chegassem à conclusão de que era seguro para os pilotos e equipe retornar à pista, onde a corrida continuou sem outras interrupções, embora com bastante reclamações vindas da parte dos pilotos sobre a clara insegurança em que estavam sendo colocados sob.
A investigação subsequente revelou uma sofisticada operação de hackers que conseguiram acessar os sistemas de comunicação centralizados da corrida. As suspeitas se voltaram, então, para além das fronteiras das equipes, levantando questões sobre a segurança cibernética do esporte em si.
A interrupção dramática do Grande Prêmio do Brasil deixou não apenas os pilotos e equipes em desordem, mas também o mundo do automobilismo em estado de choque. Quem teria a habilidade e motivação para realizar uma sabotagem dessa magnitude, ameaçando não apenas a corrida, mas a segurança dos participantes e a integridade do esporte?
Resultado do GP do Brasil:
1. Declan McCarthy 2. Spencer Mackay 3. Leopold Grimaldi-Chevalier 4. Benjamin Hunt 5. Alec Haden 6. Sigmund Lauda 7. Allison Mackay 8. Alpine 1 9. McLaren 2 10. AlphaTauri1 DNF: Daehyun Kim, Sascha Deutscher
Então, galera, vamos às informações: todos os pilotos e equipes sofreram com as interferências nas comunicações durante o GP do Brasil, sem exceções. Alguns sofreram com isso e com problemas simples nos carros, que rapidamente foram resolvidos em pit stops, apenas Daehyun e Sascha não terminaram a corrida. Vocês estão livres para decidir se o personagem de vocês teve só problemas na comunicação ou algo mais.
A partir de agora as interações no domingo em IC estão liberadas! Como sempre, vocês podem continuar as interações atuais em Flashback e também podem a partir de agora abrir as interações de domingo, considerando esse plot drop.
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el-reflector-arg · 1 year ago
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CRÍTICA DE DISCO
SOLO D'LIRA (2023) - Molotov
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El silencio terminó de romperse.
Como fanática y activa seguidora de Molotov desde hace más de diez años, todo lo que tenía de material reciente para mi disfrute era el MTV Unplugged del 2018 y Agua Maldita del 2014 con un tibio recibimiento de la crítica y del público.
De más está decir que en un álbum de entre 12 y 14 pistas es difícil que todas las canciones estén destinadas a convertirse en hits. Molotov no es la excepción a esta regla.
Recorriendo su discografía de adelante hacia atrás,
Agua Maldita (2014) nos obsequió Lagunas Metales con una ingeniosa letra meta referencial al rock latinoamericano; Eternamiente (2007) marcó a la generación Windows XP con Yofo y Fiel por Feo; Con Todo Respeto (2004) fue un álbum experimental que buscaba su sonido por fuera del punk con temas como Marciano I Turned into a Martian y Me Vale Vergara; un año antes, el icónico Dance and Dense Denso (2003) con Here We Kum, Hit Me y Frijolero, actuales himnos exponentes de rock latinoamericano 20 años después; Apocalypshit (1999) raspa las voces de los artistas con Rastaman-Dita, No Manches Mi Vida y Parasito y por último, ¿Dónde Jugarán las Niñas? (1997) que, en mi opinión y crítica, contiene 12 pistas que son, hasta el día de hoy, hitos.
Ningún otro álbum había conseguido igualar al primero, hasta que llegó SOLO D’LIRA.
En el apartado técnico podemos ver una notable mejoría de sonido y composición, utilizan riffs de guitarra meta referenciales y estribillos pegajosos. Las letras que acompañan a la música son explosivas, están llenas de furia y su falta de escrúpulos a la hora de utilizar lenguaje antiprogresista es muy inteligente a comparación de su pasado. Molotov experimentó nuevas maneras de traducir su propio lenguaje de protesta hacia temas como el mercado mainstream de la música, la política mexicana o la cocaína.
Como de costumbre, cada integrante compone entre dos y tres sencillos para cada álbum. Sin embargo, el estilo característico de cada uno parece ganar definición en éste álbum.
Siguiendo el orden de las pistas, los puntos más altos del álbum son Money In The Bank escrito por Paco Ayala, Randy Ebright con la colaboración de WOS y Pendejo, el himno del álbum. Todos los discos de Molotov tienen uno, se caracterizan por tener la voz de todos sus integrantes y un coro homónimo al título de la canción, como, por ejemplo, Puto (1997).
Ahora bien, los puntos más bajos del álbum son las tres primeras pistas; Santo Niño de Atocha exige un conocimiento del lunfardo mexicano demasiado cerrado que, para el latinoamericano promedio, cuesta trabajo disfrutar. Denle Chayote posee una problemática parecida, y Amarren al Perro invita a la reflexión de una metáfora que no termina de entenderse.
En conclusión,
los fanáticos de Molotov no podríamos pedir más de lo que presentaron. SOLO D’LIRA es una carta de odio al presente de la industria de la música y, a su vez, una carta de amor al pasado de la misma.
Calificación Final: 4,4/5
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babydoslilo · 1 year ago
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Rivals
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O maior tentou se livrar do agarre com os cotovelos, mas não conseguiu. Tentou jogar a pélvis para trás para ganhar mais distância entre o quadril do outro e o seu, o que também afastaria ele da bola disputada, mas o homem insistia em lhe encoxar, não se afastando um centímetro sequer. A confusão de corpos estava tão intensa que o juiz viu a necessidade de parar o jogo, dando um pequeno aviso de que aquilo não era dança de salão para estarem colados, e assim que Liam virou para ver quem estava lhe marcando daquela forma, seu sangue ferveu. 
Aviso muito importante: Essa é uma história ZIAM graças aos pedidos que me fizeram, então não terá nada de Larry! Se não gostarem do shipp, sintam-se à vontade para pular e esperar a minha próxima atualização. (Se quiserem versão Larry dessa, me deixem saber também)
Essa oneshot contém: Smut Ziam (Zayn + Liam); Ltops; Enemies to lovers; Briga por dominação; Degradation leve; Spanking leve.
WC: +5.6K
°°°°°
O apito soou estridente anunciando o início da partida. Seria só mais um jogo comum entre dois times ingleses se não fosse pela competitividade que exalava dos poros dos seus respectivos capitães. 
Apertar as mãos dos seus oponentes poderia ser descrito como o momento mais cortês e amistoso de qualquer esporte, mas também era o mais falso. Os olhos castanhos se encararam por segundos inteiros e nem um "bom jogo" foi pronunciado, os maxilares rigidamente marcados e o aperto forte em suas mãos deixou claro o quão sério iriam jogar naquela manhã. Assim que se encontraram frente a frente novamente para jogar a moeda e decidir quem iniciaria com a bola, o ar pareceu se tornar mais pesado e o choque entre o branco e vermelho das roupas assim tão próximas poderia soltar faíscas. 
Pela primeira vez durante toda a etapa classificatória das equipes, o sol brilhava forte no céu, fazendo com que os jogadores ficassem suados e cansados ainda mais rápido. A tela verde que era o gramado estava totalmente pintada com pontinhos misturados das cores azul, branco e vermelho dos times e o uniforme preto que acompanhava com velocidade os jogadores para marcar qualquer penalidade no jogo.
O uniforme de Liam era branco com mangas e short azuis, e já estava manchado de terra, suor e grama em poucos minutos da partida. A faixa preta que segurava os fios molhados o irritava com a pressão constante em sua cabeça e ele estava a ponto de arrancar tudo com o nervosismo que sentia a cada minuto que passava sem um maldito gol. Os 15 minutos iniciais do primeiro tempo foram cruciais para determinar o ritmo e seriedade com que os times jogavam, e mesmo que o resultado não fosse eliminar ninguém da competição, era importante se manter em um bom pódio.
Payne, como capitão, seguia correndo o máximo que podia e animando os colegas, incentivando a sempre continuar com as marcações e ataques. Aquele apoio era fundamental e todo mundo podia reconhecer o efeito que tinha uma boa liderança. Do outro lado do estádio, o time rival não tinha a companhia do seu capitão em campo, mas podiam sentir a apreensão e incentivo que o moreno emanava dos bancos, não conseguindo, no entanto, se manter sentado enquanto os parceiros jogavam, e por isso estava sempre gritando ordens em pé como se fosse o técnico. 
Zayn Malik estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e por isso só entraria diretamente para o embate quando fosse realmente necessário. Enquanto os colegas conseguissem manter a defesa bem alinhada, as marcações pressionando os adversários e os passes bem feitos, não havia motivos para o desgastar. Essa tática seria útil em não lesionar ainda mais o jogador caso ele de fato conseguisse se manter calmo e descansado enquanto não precisava se esforçar, recomendação que realmente não era cumprida ao que as pernas envolta em um short branco se movimentavam ansiosas de um lado para o outro e os braços tatuados não paravam quietos, passando a mão pelos fios negros e apontando para o jogo aos gritos em todo segundo. 
O dois times em campo eram muito bons, não dava pra negar, mas assim que Liam fez o passe que foi brilhantemente finalizado por outro atacante, marcando o primeiro gol da partida quase no final do primeiro tempo, a torcida se tornou voraz na arquibancada e Zayn sentiu a pressão em seus ouvidos, bem como no estômago. Teria que jogar também. 
Mais uma vez o sílvio longo do apito soou, indicando o final desse tempo, e os dois times se recolheram cada um em seu vestiário. Os técnicos e seus assistentes com pranchetas em mãos mostravam desenhos e estratégias que poderiam tomar a seguir, os jogadores ouviam atentos às recomendações e sugeriam trocas e substituições, os massagistas e fisioterapeutas davam uma revisão geral em todos os garotos, aplicando sprays mentolados e fitas adesivas, Kinesio tape, para alívio de dores e possíveis distensões musculares, e os capitães tentavam se concentrar na responsabilidade que estava em suas mãos. 
Quando puderam voltar para o campo, alongando rapidamente o corpo e dando pulinhos para esquentar o sangue, o clima do ambiente parecia ter mudado. Com os capitães e atacantes à postos direcionando os seus, a atmosfera se tornou quente e pesada, o sol contribuindo para tal já que se aproximava do meio-dia, e os olhos quase fechados pela claridade acharam foco um no outro, encarando com determinação o rival do outro lado do campo. Mais uma vez o som estridente fez com que os corpos se movessem com velocidade, estavam todos famintos no segundo tempo, uns querendo se manter na liderança e outros querendo retomar o poder. 
A bola girava nas chuteiras de marcas famosas, o gramado já contava com algumas falhas e a terra se mostrava após quedas e derrapadas em um mesmo local. Os uniformes sujos já estavam se colando aos corpos musculosos e alguns jogadores se sentiam doloridos após tantos empurrões e puxadas que davam e recebiam. No entanto, o embate pessoal entre Payne e Malik não tinha acontecido com tanta ênfase até que o calçado com o desenho de um ursinho estampado conseguiu domínio total da bola, driblando a defesa dos outros com agilidade e se aproximando perigosamente do gol, e foi nesse momento, quando estava quase lá, de cara com o goleiro adversário e a área livre, que Liam sentiu um corpo forte colar ao seu com dureza, uma mão agarrou forte a barra da sua camisa e um peito largo fez pressão em suas costas enquanto pernas ágeis trabalhavam para tentar tomar a bola. 
O maior tentou se livrar do agarre com os cotovelos, mas não conseguiu. Tentou jogar a pélvis para trás para ganhar mais distância entre o quadril do outro e o seu, o que também afastaria ele da bola disputada, mas o homem insistia em lhe encoxar, não se afastando um centímetro sequer. A confusão de corpos estava tão intensa que o juiz viu a necessidade de parar o jogo, dando um pequeno aviso de que aquilo não era dança de salão para estarem colados, e assim que Liam virou para ver quem estava lhe marcando daquela forma, seu sangue ferveu. 
O moreno mais baixo respirava com dificuldade enquanto seus olhos ferozes encaravam os castanhos escuros do outro, as mãos que estavam apoiadas na cintura alheia subiram em rendição quando o maior se encheu de uma adrenalina e raiva tão grande que mal viu a hora em que o corpo agiu sozinho e foi de encontro ao que estava em frente. As mãos grandes também tatuadas agarraram o uniforme vermelho e Zayn sentiu seus pés levantarem involuntariamente pela força, os narizes quase se esbarraram com a proximidade que tinham tomado naquela confusão que pareceu durar minutos, mas, em verdade, durou segundos antes de diversos jogadores virem afastá-los. Eram vozes muito graves falando todos ao mesmo tempo, muitos sotaques diferentes de uma só vez e não dava para entender uma palavra sequer, a única coisa que estavam em foco eram as feições raivosas e cheia de promessas silenciosas que eles trocaram pouco antes de um cartão amarelo ser levantado em direção ao de uniforme azul. 
O jogo seguiu acirrado, mais marcações pesadas ocorreram entre os dois e sempre pareciam mais violentas do que as demais. Uniformes eram esticados ao ponto de quase rasgarem, os músculos das pernas já estavam doloridos após tantos empurrões e rasteiras, shorts amassados e levantados depois de tanto contato e um certo volume compondo toda essa bagunça. Era normal de acontecer em partidas de futebol por conta de todo atrito entre os jogadores, então ninguém se importou muito com isso. 
O relógio mostrou que faltavam apenas 7 minutos dos acréscimos para o jogo terminar quando o time que estava em desvantagem marcou gol. A torcida cada vez mais barulhenta nos minutos finais, a ansiedade estampada na cara de cada um presente no estádio, vaias e gritos de guerra se confundiam na acústica local, jogadores mancavam cansados e doloridos pelo tempo em campo quando o apito soou pela última vez. 
Jogo encerrado, placar empatado. 
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Após todo jogo era comum que rolasse uma after party com todos os jogadores dos times que competiram no dia, além disso várias modelos eram convidadas para embelezar a festa e outros artistas em geral não ficavam de fora. Era uma ótima oportunidade de confraternizar com outras celebridades, conhecer novas pessoas, arriscar uma noite casual ou simplesmente curtir como se fossem anônimos. Nenhuma confusão ou briga em campo era levada para a vida real, o ditado "o que acontece na partida, fica na partida" era seguido à risca, então o momento de confraternização posterior servia para acalmar os ânimos, reforçar a amizade entre jogadores de times rivais, desopilar do estresse diário com álcool e outras drogas, além de consolar quem tivesse perdido. Pelo menos estava sendo assim para todos os outros. 
No entanto, Liam e Zayn ainda guardavam uma certa frustração e irritação mesmo após horas do término do jogo, o que até então era desconhecido por eles. Enquanto todos os colegas conversavam, riam e bebiam juntos, eles fizeram questão de se manterem distantes, sendo ligados apenas pelo olhar duro que dificilmente desviava. Os olhos quase negros estavam tentando decifrar o que os mais claros, meio âmbar, estavam pensando ao lhe fitar com tanta intensidade, fazendo os pelos dos braços fortes arrepiarem quando o outro homem levou o copo de bebida até os lábios grossos ainda com o foco sobre si. 
Os fios de cabelo molhados pelo recente banho do maior contribuíam para a sensação de calafrio que arrepiava todo o corpo, ao passo que as mãos grandes se fechavam em punhos, sentindo o sangue quente pulsar nas veias saltadas e uma vontade absurda de segurar ou bater em alguma coisa. Não era normal tanta tensão vibrando pelo corpo por conta de uma situação comum de acontecer no trabalho que tinha, mas pareceu um sinal do destino quando Zayn, que estava do outro lado do grande salão e aparentemente havia cansado desse jogo de encaradas raivosas que eles tinham entrado, largou o copo que segurava em cima de um balcão qualquer e, deixando uma espécie de desafio para trás, seguiu rumo a um corredor próximo à saída. 
O maior não precisou pensar nem por um minuto antes de seguir o rastro do perfume marcante que o outro deixou, não se importando em despedir-se dos colegas que estavam em sua volta. Talvez essa não fosse uma boa ideia, mas quando sentiu o impacto das suas costas batendo contra o concreto da parede assim que dobrou um dos corredores mais afastados e escuros do local, já era tarde demais. 
– Oh, porra. Qual é seu problema comigo, cara? – Liam falou, sentindo sua cabeça ser forçada contra a parede e os punhos em sua camisa limitando a respiração. – Me larga!
– O meu problema com você? Você só pode estar brincando! – A respiração quente e descompassada de Zayn batia no queixo do outro ao que ele gritava raivoso, se aproximando cada vez mais. – Tava me provocando a porra do jogo inteiro, fazendo questão de se esfregar em mim quando eu estava só fazendo o meu trabalho de marcação, e agora me segue até aqui pra quê? – encostou a testa contra a dele, o nariz amassando o do outro com a força que ele fazia e os lábios rasparam quando ele continuou. – Qual a porra do seu problema? 
Liam sentia as respirações colidindo uma na outra pela proximidade, o sangue pulsando nas têmporas e a pupila dilatando quando o instinto falou mais alto e ele se viu tomando impulso com as mãos firmes na cintura fina do menor, empurrando-o com força contra o outro lado do corredor. Não foi uma escolha racional e eles só notaram o que de fato estavam fazendo quando uma mordida mais forte foi dada nos lábios grossos de Zayn e devolvida na mesma intensidade. O beijo que trocavam era doloroso, faminto e puramente sexual.
Não existia delicadeza na troca de saliva, muito menos na maneira que as barbas arranhavam os dois rostos na mesma medida, deixando a pele por baixo vermelha e sensível, e também não havia delicadeza nas mãos que puxavam os fios castanhos ondulados ou nas outras que apertavam as costas e cintura. O gosto amargo do álcool que deixava resquício nas línguas só contribuía para que ambos sentissem o corpo mais receptivo, aceso, e a mente embaçada, sem foco. 
O tecido da camisa do moreno estava sofrendo com os puxões e amassos que as mãos grandes de Liam deixavam por todo o peitoral e costas, descontando ali toda a frustração de estar desse jeito por um jogador rival. Não passaram muito tempo naquela bagunça de grunhidos graves e respirações pesadas entre os beijos e mordidas, numa disputa não muito silenciosa para ver quem dominava melhor ou por mais tempo, pois assim que a mão direita do maior foi em direção ao pau de Zayn em um aperto forte, as mãos deste fincaram todos os dígitos na carne macia da bunda de Liam. Precisaram separar os lábios para ofegar em conjunto, ambos com as orbes dilatadas e contornos visíveis em suas calças. 
Sem nenhuma palavra proferida em voz alta, saíram aos tropeços pelo corredor em direção a uma das portas que tinha ali. Não conseguiam tirar as mãos um do outro e bastou a porta ser trancada por dentro, assim que encontraram um cômodo disponível, para as peças de roupas serem puxadas e tiradas da forma mais rápida possível. Zayn não mediu forças quando pressionou o outro corpo na porta trancada, aproveitando para subir pelas costas largas o tecido fino da camisa que ele usava, e logo que Liam se viu livre daquele tecido, tratou de inverter as posições, trocando de lugar com moreno e abrindo sem muito cuidado a camisa social que ele usava, não se importando realmente com os botões que acabaram voando pela força utilizada.
À medida que a pele bronzeada e completamente cheia de tatuagens ia se mostrando, o maior passou a deixar beijos molhados e mordidas. O primeiro alvo foi o pescoço de Zayn, onde o amargo do perfume tomou conta da língua quente de Liam, trazendo um erotismo e ardência que nenhum deles tinha experimentado com os aromas adocicados anteriores. Depois ele seguiu para o tronco, tentando manchar a pele com chupões e mordidas mais fortes, uma clara competição com a tinta preta e vermelha que era abundante naquele local. A boca atrevida foi rápida em descer até o cós da calça de alfaiataria que Zayn usava, os olhos castanhos do maior encarando com curiosidade a espécie de dragão desenhada no fim do abdômen definido.
Eles não pensaram muito ao tirar com agilidade os tecidos que faltavam para deixar aquele corpo estonteante totalmente despido, ambos descobrindo o quão bem podiam trabalhar juntos. No entanto, antes que Liam pudesse aproximar os lábios da pele quente que pulsava totalmente rígida, o menor pôs as mãos nos cabelos castanhos, segurando com força o suficiente para que o outro ficasse de pé mais uma vez e cambaleasse para trás, seguindo à contra gosto o comando silencioso que lhe foi dado. 
A sala que eles estavam não era muito grande e tinha apenas uma mesa de canto com um aparador de bebidas e copos, duas poltronas próximas uma da outra e um sofá de couro marrom claro ao centro. Parecia uma espécie mais informal de escritório ou sala para pequenas reuniões. Esse ambiente só ficou realmente claro para os homens que estavam tão absortos no que estavam fazendo para dar uma olhada geral, quando Liam sentiu seus calcanhares baterem em um material geladinho e liso, claramente o móvel de couro. 
E ele estaria sentado e à mercê do outro se sua mobilidade não fosse boa o suficiente para inverter de novo o jogo e derrubar o moreno bem no centro. Zayn estava agora nu, jogado no sofá e totalmente disponível para o que quisesse fazer. Foi com isso em mente que o maior não perdeu tempo e logo estava com as mãos firmes na cintura fina, pressionando o quadril alheio com força, e direcionando seus lábios e língua até a carne tenra e pesada da ereção em sua frente.
– Oh, merda! – Zayn gemeu contra a própria vontade assim que seu pau foi abrigado por um calor quase opressivo. A única reação que seu corpo foi capaz de tomar naquele momento era fincar as pernas no estofado e segurar com firmeza o cabelo do outro.
Não era romântico, nem delicado. Parecia quase punitiva a forma como os lábios cheios de Liam desciam e subiam sem trégua, famintos e quase sem controle, deixando a aspereza da barba marcar a pele morena sempre que descia até a base e olhando para cima como se desafiasse o outro a reclamar. O maior era rápido, não perdeu tempo com sutilezas ou preliminares e o primeiro contato já foi intenso e quase doloroso, ocupando toda a boca e se divertindo com o chiado que Malik soltou por entre os dentes.
O menor tentou algumas vezes fazer com que Liam o deixasse respirar um pouco, aquele aperto em seu membro em conjunto com os olhos raivosos lhe deixavam no limite, mas o outro não se importava, nem queria ceder. Foi por isso que, sentindo o momento em que um acúmulo de saliva escorreu de propósito pelas bolas até chegar em sua entrada, ele fechou os punhos de maneira dolorosa na cabeça alheia e passou a estocar com força contra a garganta, sentindo a glande bater ritmadamente bem no fundo. 
De sobrancelhas franzidas e olhos lacrimejantes pelos pequenos engasgos, Payne não iria desistir. Esses momentos de intimidade geralmente não traziam à superfície seu lado mais competitivo e irracional, mas o outro jogador parecia ter o segredo para lhe deixar assim. 
Logo os dedos largos passaram a se esgueirar pela bagunça molhada que a própria saliva tinha deixado no corpo do menor, conseguindo penetrar aos poucos a entradinha minúscula e tensa mesmo com o balanço das estocadas que Zayn não dava intervalos e vencendo com muito custo a resistência dos músculos que pareciam estar travados por pura provocação.
– Que filho da put- porra. – a respiração ficou presa na garganta assim que foi preenchido por dois dedos. – Não pense que você vai me foder. Isso não aconteceria nem nos seus melhores sonhos.  
O nariz que estava colado em sua virilha soltou um arzinho em deboche e a cabecinha sensível do seu pau pulsou com a vibração da garganta que lhe acomodava tão bem. Os jogadores se encararam mais uma vez em desafio antes de Zayn retormar as estocadas com ainda mais agressividade, pouco se importando se isso poderia machucar ou esgotar a voz do outro quando acabassem. Ele também não pensou muito que, assim como ele poderia sempre ir mais forte e mais fundo naquela boquinha, o outro teria muito prazer em revidar suas ações. 
Cada maldita estocada que dava na cavidade quentinha e babada era seguida por uma pressão dentro de si. A ardência de ter aqueles dedos se movimentando com rapidez e sem muito cuidado na sua entrada, acertando aquele pontinho que deixava a visão escura, somado à pressão que por minutos assolava seu membro, não restaram opções para Zayn senão deixar os músculos das pernas cansadas finalmente relaxarem e se render ao orgasmo.
Sem nenhum aviso, Liam sentiu um líquido quente e espesso jorrar por sua garganta, o fazendo tossir e se engasgar um pouco pela surpresa. Os músculos em volta dos seus dedos apertaram uma última vez antes de relaxarem completamente, os joelhos alheios caíram afastados e o músculo parecia tremer um pouco quando ele tirou a extensão quase flácida da boca e passou a limpar as poucas lágrimas que tinham escorrido e a porra branquinha que escapou pelo canto dos lábios. A pupila completamente dilatada completava a bagunça do seu rosto e o pau rígido e dolorido quase furava o tecido fino da calça que ainda vestia. 
O moreno parecia completamente fodido enquanto tinha as mãos acima da cabeça e tentava recuperar o fôlego, ainda meio desnorteado pelo recente orgasmo e muito desatento para reparar no outro corpo que exalava uma tensão absurda enquanto se despia completamente com todos aqueles músculos rígidos como pedra. Pela feição determinada, não parecia que ele realmente queria fazer aquilo, era mais como se ele precisasse e não conseguisse controlar. A cada passo mais próximo do corpo quente e relaxado no sofá, o rosto se fechava ainda mais e a extensão grande e rubra latejava. 
– Ei! O que você pensa que tá fazendo? – o moreno abriu os olhos repentinamente e apoiou o antebraço no sofá, levantando o corpo o suficiente para ver o que o outro pretendia após agarrar os tornozelos de Zayn e se enfiar entre as pernas abertas dele. 
– Só.. cala a boca, tá? Eu- porra, eu preciso te foder agora. Então você vai fazer o favor de usar essa sua linda boquinha só pra gemer, entendeu? – A voz saiu grave e Liam pôde sentir a garganta arranhando, a primeira consequência da noite que ele teria que lidar. 
– O que? Você só pode estar louco – Zayn riu surpreso e tentou afastar o próprio corpo para trás. Mas o riso morreu e os olhos claros se tornaram bem abertos assim que sentiu ser puxado pelas pernas e uma extensão grossa e rígida colidiu consigo. – Não. Não..  Eu disse não! Porra- Payne, olha, você não pode-
– Mas que caralho! – O resmungo saiu dos lábios inchados ao mesmo tempo que um estalo fez eco no cômodo. Liam não percebeu em que momento sua mão saiu dos quadris magros de Zayn e colidiu com o rosto dele. 
A palma da mão latejou, parecia que diversos alfinetes estavam sendo espetados ali e o maior só podia imaginar qual era a sensação que o outro estava experimentando na pele que rapidamente se tornava vermelha. A garganta secou, ele não sabia o que fazer e nem sabia se tinha quebrado o clima com isso e talvez Zayn considerasse um erro. Bom.. As dúvidas foram sanadas assim que viu o pau do outro, que estava quase flácido, tomar vida novamente. 
Até Zayn parecia surpreso com a reação do próprio corpo, mas logo dispersou o transe que tinha entrado e agarrou com firmeza o pescoço alheio, forçando os dedos na nuca até ter a outra face contra a sua. Olhos nos olhos, eles se encaravam com raiva, determinação, desafio e algo a mais.
– Vai ficar só olhando ou vai fazer alguma coisa? – a voz raivosa e debochada era um contraponto aos olhos brilhantes que, impacientes, pareciam implorar.  
– Você quer tanto meu pau em você que está tão nervoso assim? – um riso em escárnio escapou dos lábios que, mesmo com a voz estranha, tinham um poder gigante sobre o corpo do outro. 
Liam finalmente cansou do joguinho de provocações e se rendeu ao que tanto queria, levou a mão até sua ereção há tempos dolorida e sensível pela falta de contato, fechou os dedos ao redor e movimentou o punho para cima e para baixo algumas vezes, observando como os lábios bem desenhados de Malik se abriram, os olhos seguindo com atenção cada centímetro que era coberto para depois aparecer novamente. 
Não durou muito tempo, no entanto, e Zayn acompanhou quando a pontinha brilhante e avermelhada tomou lugar no centro das suas pernas, sumindo até que ele sentisse uma pressão lhe empurrar. As bordas, antes molhadas, não estavam colaborando dessa vez. O tamanho do membro dele não se comparava com os dedos que lhe abriram e ele sentiu o estômago gelar com essa realização, ansioso. 
– Cospe. – levantou os olhos ao ouvir a voz ríspida dar o comando e a mão ser estendida em sua frente. Zayn realmente queria rebater, mas o corpo não pareceu concordar com essa vontade e quando se viu já estava acumulando o máximo de saliva que podia na ponta da língua e deixando escorrer pelos lábios. 
Ele não tinha desviado o olhar das orbes mais escuras e por isso se sentiu satisfeito quando viu a expressão de Liam endurecer enquanto o líquido transparente ainda fazia ligação entre sua boca e aqueles dedos que já estiveram dentro de si e contra seu rosto. Era interessante saber que podia causar sentimentos tão conflitantes no outro, como se a raiva entre eles fosse tanta que precisavam foder para finalmente seguirem em frente. 
Ambos ainda tinham a atenção um do outro quando Liam pressionou mais uma vez a glande naquele aperto sufocante, forçando toda a resistência até que Zayn se sentiu cheio. Empalado talvez fosse mais fiel ao sentimento. Ele estava estático, esperando que em algum momento pudesse relaxar o corpo inteiro e aproveitar. No entanto, não parecia que seria em breve e isso o irritou. 
– Caralho! Porra! Eu te odeio tanto, merda. – respirava ofegante e estava a um passo de desistir. 
– Então quer dizer que o querido capitão de um dos maiores times da Europa não pode aguentar uma simples foda? Você é patético, sinceramente..  Eu esperava mais.
Ouvir isso foi um pouco agridoce para Zayn. Ele não queria se importar com que o outro pensava dele, mas ao mesmo tempo a fala mexeu com seu ego. Ele não simpatizava com esse específico jogador, mas não queria desistir agora. Ele não gostava de se sentir inferior, mas seu pau expeliu uma quantidade significativa de pré porra.
Com os olhos fuzilando o outro, o menor respirou fundo algumas vezes, aproveitando para descontar a frustração da dor que sentia com as pontas dos dedos que marcavam os ombros e costas largas de Liam. E assim que relaxou o suficiente para que ele pudesse se movimentar, não dava para voltar atrás. 
O ritmo não foi intenso de início como era esperado apenas por se tratar deles dois. Na verdade, a junção do aperto doloroso que a extensão de Liam sofria com a própria vontade dele de fazer com que outro se sentisse ainda mais desesperado e frustrado, só o fazia retardar as estocadas, deslizando para fora numa lentidão enlouquecedora, como se precisasse sentir todos os malditos centímetros com detalhe, para logo depois brincar com a ponta gorda da glande, deixando apenas ela em contato com a pele morena que tremia em impaciência. 
Ele fez isso uma, duas.. talvez cinco vezes antes que Zayn surtasse com a provocação. 
A destra totalmente tatuada agarrou com força uma das nádegas firmes do maior e a outra mão se ocupou em rodear o pescoço lisinho, trazendo finalmente um contato que não fosse extremamente calculado e sufocante. O moreno puxou toda aquela carne macia em um só impulso e gemeu aliviado com todo o pau de Liam dentro de si. A mão que estava no pescoço trouxe o rosto corado e suado dele para próximo do seu, os lábios grossinhos esbarrando com as respirações enquanto o polegar e indicador afundavam as bochechas barbadas. 
– É melhor você fazer essa porra direito antes que eu me arrependa, tá me ouvindo? – Zayn rosnou com as bocas ainda em contato e deixou uma mordida forte no lábio inferior de Liam. 
– Lembre que foi você quem pediu, princesa. – jogou no ar com um sorriso maldoso e logo Zayn sentiu seu fôlego ir embora. 
As estocadas se tornaram firmes e certeiras, pareciam saber exatamente onde mirar, lhe deixando totalmente zonzo e sem direção. Não ajudava com sua tentativa de preservar a dignidade o fato de que as mãos grandes e pesadas insistiam em segurar as coxas ao redor do quadril que lhe empurrava sem parar e, quando não estavam deixando a marca dos dedos ali pelo aperto, estavam subindo em direção ao rosto, alcançando uma distância moderada antes de descer a palma na pele corada. 
Eram nesses momentos que o menor se sentia mortificado após gemidos saírem altos sem autorização por seus lábios. Sentia a bochecha quente dos dois lados, todo o local ardia e pinicava, mas a sensação parecia lhe deixar flutuando. Estava tonto e sobrecarregado, não tinha certeza se seus olhos estavam abertos ou não, só conseguia focar no peso sobre si, na face latejando sem parar e em sua entrada totalmente preenchida. 
Em algum momento seus dedos fizeram caminho até os próprios lábios que soltavam murmúrios confusos e ininteligíveis, ocupando espaço ali por alguns segundos e resgatando toda a saliva que conseguiu. Logo em seguida, com a ponta dos dedos lambuzadas e escorregadias, ousou em aproveitar que o outro estava concentrado em acabar consigo e arrumou a posição para conseguir o que queria. Ele estava tão sobrecarregado que precisava descontar de alguma forma, e arranhar a pele clara ou morder os lábios macios de Payne já não parecia ser o suficiente.
– Oh, porra! Hm.. – Liam gemeu surpreso ao sentir os dígitos gelados em sua entrada, estranhando um pouco o desconforto de ser alargado ainda que minimamente, mas seria hipocrisia pedir para que o outro retirasse os dedos de si enquanto ele próprio afundava com brutalidade o pau naquela bundinha de Zayn. Então ele não iria negar. 
Era um pouco estranho e desconfortável para ele. Na verdade, toda essa situação com o outro jogador era completamente estranha e surreal. 
Payne nunca imaginou que teria Malik abaixo de si, tão entregue e corado, parecendo mais macio a cada gemido que escapava pelos lábios agora inchados e com o rosto completamente vermelho e marcado. Eles deveriam se preocupar com essas marcas se não quiserem levantar suspeitas, mas os olhos caramelizados que pareciam espelhos de tão brilhantes ao revirar as orbes não pareciam sequer cogitar a preocupação com isso naquele momento. 
Enquanto Zayn parecia estar fora de órbita, soltando gemidos cada vez mais altos e manhosos sem pensar em quem poderia os ouvir do lado de fora, Liam parecia estar fora de si. Os olhos, em vez de possuírem um brilho bonito e sensual como no outro, revelavam um brilho que escurecia a feição, o deixava feroz, como se estivesse em conflito com uma besta dentro de si e não havia chance do lado de humano ganhar. 
Não era arrependimento, no entanto. Estava mais para fome e auto revelação. 
Ele nunca teve a experiência de ter outro homem sob si e no momento isso só parecia certo demais. O sentimento era de que perdeu muito tempo sem aproveitar de um corpo forte gemendo e implorando pelo seu pau, a voz grave deixando todos os pelos do corpo arrepiados, sabendo que poderia reduzir à lágrimas outro cara, que seria tão viril quanto possível para a sociedade. 
Assim que o pensamento se realizou e Liam notou pequenos caminhos molhados na face de Zayn, ele percebeu como seu corpo, sozinho, estava empenhado em tirar tudo o que pudesse daquele momento. O quadril ia forte e rápido, acertando a próstata do outro em quase todas as investidas, as mãos estavam segurando os joelhos do moreno o mais afastado possível um do outro e a visão dali de cima era surreal. 
Malik já tinha há muito fechado os olhos e se rendido, ainda tinha uma das mãos apoiadas na carne farta e dois dedos que lutavam para permanecerem quentinhos dentro da entrada alheia, mesmo que só tivesse conseguido deixar que as pontas dos dígitos ficassem ali sem que ele precisasse se esforçar para alcançar mais profundidade. Ele estava fodido demais para esse trabalho. A outra mão estava na própria ereção que descansava sobre a barriga lisinha, deixando uma bagunça pegajosa e molhada pela pele tatuada e ele sequer sabia em que momento o cérebro deixou de registrar o que acontecia com o próprio corpo. Zayn gozou em algum momento entre os tapas no rosto, mãos marcando as coxas, estocadas brutas e olhos escuros lhe enlouquecendo. Era impossível para ele precisar o tempo, estava tudo uma bagunça. 
Mas aparentemente seu corpo ainda estava sensível o suficiente para perceber o momento exato em que seus ouvidos captaram um gemido sôfrego mais alto, seu tronco sentiu um peso extra repentinamente jogado sobre si e sua entrada vazou com a porra quentinha, lhe deixando melado por dentro e por fora.
Zayn não teve coragem de abrir os olhos e realizar que eles realmente fizeram isso. Liam sentiu que o outro tentava controlar a respiração abaixo de si e não tinha intenção de conversar sobre o que aconteceu agora. Porra.
Com os olhos firmemente fechados e pernas bambas, o moreno só deu falta de um corpo quente em cima do seu quando um arrepio subiu pela pele descoberta, o vento frio marcando presença agora que não tinha nada lhe aquecendo. Não tinha barulhos no ambiente, nenhum farfalhar de roupas ou passos. Quanto tempo ele passou tentando fingir que nada tinha acontecido?
Finalmente ele reuniu coragem para lidar com a situação feito um adulto responsável pelas próprias atitudes e abriu os olhos. Não tinha ninguém ali, estava sozinho. 
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E aí, gostaram? Me contem tudo!!
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playbookagainstpopulism · 2 years ago
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Esa suerte ya está echada…
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Tonatiúh Medina / Agencia Cuestión de POLÉMICA
El pasado 14 de febrero de 2023 la Cámara de Diputados aprobó la convocatoria al proceso de elección de las ciudadanas y ciudadanos que ocuparán los cargos de una Consejera Presidenta o un consejero Presidente y tres cargos de Consejeras y Consejeros Electorales del Consejo General del Instituto Nacional Electoral para el periodo del 4 de abril de 2023 al 3 de abril de 2032, para cumplir lo establecido en el artículo 41, base V, apartado A, párrafo quinto y sus inciso a) al e) de la Constitución Política de los Estados Unidos Mexicanos y en lo conducente los artículos 20 numeral 2, inciso j) 34 numeral 1, inciso i), y 34 Bis, de la Ley Orgánica del Congreso General de los Estados Unidos Mexicanos. Muy técnico ¿no?
La convocatoria contempla las siguientes etapas:
Registro de las y los aspirantes
De la evaluación de las y los aspirantes
Primera Fase. Revisión del cumplimiento de requisitos constitucionales
Segunda Fase. Evaluación de conocimientos en las materias constitucional, gubernamental, electoral y de derechos humanos.
Tercera Fase. Evaluación de la idoneidad.
Cuarta Fase: Entrevista con las personas aspirantes
De la selección de las personas aspirantes que integrarán las listas que se remitirán a la Junta de Coordinación Política.
De la elección de las Consejeras y Consejeros Electorales del Consejo General del Instituto Nacional Electoral.
En estas se registraron y cumplieron con los requisitos constitucionales un total de 531 personas, de las cuales fueron 164 mujeres, 358 hombres, 5 no-binarios, 1 mujer trans y 3 no se identificaron.
La evaluación de conocimientos en las materias constitucional, gubernamental, electoral y de derechos humanos, se realizó a través de un examen que se aplicó el día 7 de marzo de 2023, al que se presentaron 508 aspirantes, y los resultados de éste se dieron a conocer de manera preliminar el día 8 de marzo y de manera definitiva el pasado 10 de marzo, lista que se conformó con 102 hombres y 101 mujeres.
Este proceso de selección que parecía serio y formal se tornó en un proceso plagado de irregularidades con la aplicación del examen, al ingresar a la sala de sesiones de la Cámara de Diputados, a los aspirantes se les entregó un sobre sin cerrar el cual contenía una hoja con solo la información de usuario y contraseña. la designación de lugares no se realizó bajo el orden de registro u orden alfabético alguno, solo unas personas que auxiliaban en el ingreso, sin un criterio uniforme, eran las encargadas de determinar el curul a ocupar de los aspirantes, dejando incluso espacios vacíos, sin justificación alguna.
La aplicación del examen, sin previo aviso, se realizó a través de los dispositivos electrónicos que se encuentran fijados en las 500 curules de la Cámara de Diputados, o sea, los concursantes utilizaron el sistema electrónico de votación exclusivo para su uso de los diputados de la actual legislatura y que casualmente maneja el Secretario de Asuntos Parlamentarios, muy cercano al oficialismo.
La información sobre la aplicación del examen establecía que la hora de aplicación sería a partir de las 11 horas, sin embargo, el mismo inicio aproximadamente entre 15 a 20 minutos después, de la misma, se les indicó a los aspirantes que en los dispositivos electrónicos seleccionaran una aplicación instalada en la misma y, posteriormente ingresaran el usuario y contraseña del sobre.
Respecto del mecanismo que se utilizó para la aplicación del examen, desde el inicio de la aplicación de éste, muchos aspirantes tuvieron problemas de conexión de la aplicación, incluso el usuario y contraseña proporcionados no eran válidos, superando estos primeros inconvenientes, durante la aplicación del mismo se presentaron múltiples intermitencias en la conexión del sistema que se utilizó durante todo el tiempo de aplicación del examen, el tiempo en pasar de una pregunta a otra en muchas ocasiones fue muy lento, lo que indicaba que las mismas tenían conexión no solo a una red interna sino a una externa, lo que maximiza la vulnerabilidad del sistema informático que se utilizó.
Ahora, sobre el contenido del examen, este no indicaba si sería aplicado con información de la reciente reforma electoral que se publicó el día 2 de marzo de 2023, aún y cuando se comentó al inicio de la aplicación del mismo que el examen consistiría de 80 reactivos, 40 relacionados con temas relacionados con la convocatoria y 40 sobre comprensión de partes de textos en las mismas materias, la redacción de los mismos no era uniforme, se advertía de manera evidente que no se apegó a una metodología que diera certeza de la objetividad de su contenido, ni existió información sobre el apoyo de alguna universidad o institución con experiencia previa en estos ejercicios.
Aunado a ello, no solo en la redacción de preguntas sino en la construcción de las respuestas no se percibía la tan necesaria metodología, sino que incluso las propias respuestas eran sujetas a interpretación, ambiguos, erróneas y subjetivas. En algunos casos dos de las cuatro opciones de respuestas era exactamente igual. ¿Quiere un ejemplo? Busque Usted mismo la cuenta en Twitter de Miguel Ángel Lara Otaola, un experto en sistemas electorales – @malaraotaola – créame él cuenta a la perfección y de forma pública todas las irregularidades que los concursantes sufrieron al presentar su examen.
Desde el 8 de marzo, con la publicación de la lista preliminar para sorpresa de verdaderos expertos y expertos, con sólidas trayectorias en la materia electoral, no solo en el ejercicio de la actividad en diversas instancias jurisdiccionales y/o administrativas e incluso del ámbito académico, quienes sustentaron las más altas calificaciones fueron personas con notorios lazos con el partido MORENA, muchas de ellos totalmente ajenos al ejercicio de la función electoral, lo cual refuerza la idea de la filtración del contenido del examen, información que fue confirmada por el Comité Técnico de Evaluación, dos personas tuvieron acceso al examen “pero no lo imprimieron”, menos mal.
Continuando con las irregularidades, aún y cuando la convocatoria preveía un procedimiento de revisión y que se habilitó el medio para hacer valer ésta, el resultado de la misma no cumplió con responder puntualmente las observaciones realizadas por los aspirantes que la solicitaron, quienes, de forma concreta, así como con el debido soporte y fundamentación, expusieron las razones por las cuales consideraron que las respuestas por ellos seleccionadas era la correcta y no la considerada por el Comité Técnico de Evaluación.
La respuesta que se les dio de manera generalizada, sin particularizar cada caso concreto, fue “las preguntas y las respuestas del examen aplicado parten de una base objetiva”, sin mayor justificación al respecto de este acto de autoridad. En algunos otros casos, los aspirantes han manifestado que el sistema no califico el total de las 80 preguntas, lo que evidencia fallas informáticas en la propia plataforma del sistema informático que se utilizó. Esto va a terminar mal…
Notas al calce
Primero, el desacato del Comité Técnico de Evaluación del amparo otorgado a Javier Santiago Castillo, al cual se le dio por la vía judicial la oportunidad de presentar su examen, pero que el comité decidió “por sus pistolas” desestimar. Que pena.
Segundo, se sabe de un Magistrado de la Sala Superior que estando fuera de la ciudad, rápidamente compró un boleto de avión para presentarse a la Sesión en donde conoció el caso de la Consejera Humphrey Jordan, la cual a su vez solicitó que el Magistrado Presidente se excusara de conocer del caso por un supuesto “conflicto de interés”. Que caray.
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torturadelhumanismo · 2 years ago
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En verdad, la música es una ciencia en la que el conocimiento es seguro e infalible, pues nada de lo que en ella se dice, tanto en sus cuestiones como en sus conclusiones, admitiría cambio o variación. Y, ciertamente, también con razón la podríamos llamar arte, pues la música es un sistema formado a partir de percepciones, y éstas ejercitadas hasta la exactitud, y no es inútil para la vida, como reconocieron los antiguos y nuestro discurso mostrará. Y, evidentemente, la música se ocupa del mélos perfecto, pues para lograr la perfección del canto es necesario considerar no sólo la melodía, sino también el ritmo y la dicción: respecto a la melodía, simplemente la voz en sí misma, respecto al ritmo, el movimiento de ésta, y respecto a la dicción, el metro. Lo que concierne al mélos perfecto es el movimiento, tanto de la voz como del cuerpo, y, además, los tiempos y los ritmos derivados de ellos. Y no es inverosímil que la música sea el arte de lo conveniente. En efecto, todo lo privado de conveniencia es fácilmente desdeñable, pues, conveniencia es la comunicación del orden, o de la consonancia mutua, de las realidades bellas y valiosas a las cosas que no son despreciables. Declaran que la música es teórica y práctica por las siguientes causas: cuando examina sus propias partes y se dedica a su división y estudio técnico dicen que teoriza, y cuando obra según ellas de modo útil y conveniente componiendo melodías la declaran práctica.
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jgmail · 2 years ago
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El segundo mundo, la semiperiferia y el Estado-civilización según la multipolaridad
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Por Alexander Dugin
Traducción de Juan Gabriel Caro Rivera
 La transición de la unipolaridad a la multipolaridad y su definición conceptual
 Para comprender la transformación del orden mundial que está aconteciendo ante nuestros ojos, sobre todo el proceso de cambio de un modelo unipolar (globalista) a uno multipolar, es necesario recurrir a diversas ideas y conceptos que permiten realizar una explicación coherente de la misma. He propuesto mi propia visión del asunto en libros como Teoría del mundo multipolar [1] y La Geopolítica del mundo multipolar [2], pero estas son solo aproximaciones a un tema bastante complicado. En este artículo quiero desarrollar tres conceptos que pueden ayudarnos a comprender mucho mejor el proceso de transición que está teniendo lugar en las Relaciones Internacionales. Creo que estos conceptos explican las tendencias, conflictos y problemas que se producen actualmente, como, por ejemplo, los conflictos en Ucrania, Taiwán y otras partes del mundo. Solo comprenderemos lo que está sucediendo ahora si entendemos las razones detrás de esta transición, lo cual requiere de una contraparte conceptual. Los tres conceptos que vamos a abordar hacen parte de una explicación de este asunto.
 El primer mundo, el segundo mundo y el tercer mundo
 Vamos a comenzar por retomar la ya olvidada teoría de los “tres mundos” que fue muy popular durante la Guerra Fría. Fue esta teoría la que popularizó el concepto de “tercer mundo”, el cual todavía sigue siendo relevante en las teorías de las Relaciones Internacionales y en el lenguaje político [3]. Sin embargo, el término “primer mundo” nunca fue desarrollado, mientras que el concepto de “segundo mundo” apenas si se ha utilizado o recibido atención. No obstante, el concepto de “segundo mundo”, con todas sus características, es el que mejor se ajusta al orden multipolar y el que mejor describe a los Estado que impulsan la multipolaridad. La teoría de clasificar los países del globo en “tres mundos” – el primero, el segundo y el tercero – se basa en un estudio del diferente progreso tecnológico, la eficiencia económica, las tasas de crecimiento, industrialización y postindustrialización que cada nación tiene dentro de la economía mundial.
 Durante la Guerra Fría se consideraba que el “primer mundo” era el Occidente colectivo, compuesto por Estados Unidos y sus principales aliados, entre ellos Japón. En esta clasificación “Occidente” es tomado como una categoría civilizacional y no geográfica. El “primer mundo” incluía países con una economía capitalista desarrollada que tenían gobiernos democrático-liberales y que además contaban con un alto predominio de las zonas urbanos e industriales (una urbanización muy alta), acompañada de altas tasas de crecimiento económico, científico y técnico, liderazgo financiero, armamento avanzado, dominio de esferas estratégicas y medicina de punta, etc., superando en todas estas áreas a los otros “dos mundos”. El primer mundo fue visto como el modelo futuro de la sociedad humana, la vanguardia del progreso y la expresión visible del destino del resto de la humanidad. Se consideraba que los otros dos mundos estaban destinados a alcanzar al “primer mundo” y seguir sus pasos. El “primer mundo” fue considerado como el modelo universal con el que siempre se comparaba a los otros “dos mundos”.
 El “tercer mundo” era exactamente lo contrario del “primer mundo”. Era un territorio arcaico comparada con Occidente, con una economía estancada y un lento proceso de desarrollo (o sin ninguna clase de desarrollo), poseyendo pocos adelantos científicos y tecnológicos, con una moneda inestable, una democracia débil amparada en instituciones políticas atávicas, un ejército enclenque e ineficaz, una industrialización muy baja, corrupción generalizada, una medicina muy primitiva, un analfabetismo rampante y una población predominantemente rural [4]. El “tercer mundo” dependía totalmente del “primer mundo” y a veces del “segundo mundo” para existir. La soberanía de los países del “tercer mundo” es algo meramente formal y sin contenido real [5]. El “primer mundo” consideraba que era su deber hacerse cargo del “tercer mundo”, de ahí la teoría de la “dependencia” [6], los gigantescos préstamos no reembolsables y el establecimiento de una tutela directa sobre las élites políticas, económicas e intelectuales de estos países en su mayoría formados en los sistemas educativos del “primer mundo”.
 No obstante, aquello que durante la Guerra Fría fue denominado como el “segundo mundo” tenía ciertas características interesantes. Antes que nada, se denominaba segundo mundo a los países con economías socialistas que habían rechazado el capitalismo, es decir, que ideológicamente estaban en guerra con el “primer mundo”, pero que habían alcanzado un desarrollo industrial similar a este. De todas formas, el segundo mundo era considerado inferior al primere mundo según los indicadores internacionales (todos ellos elaborados por los intelectuales del primer mundo, algo que despierta cierta desconfianza y parcialidad), pero no se podía decir que eran sociedades “atrasadas” como los países del “tercer mundo”. El “segundo mundo” eran la URSS y los países del bloque oriental (especialmente Europa del Este), reconociendo así la existencia de una forma de desarrollo alternativo al capitalismo liberal del “primer mundo” que podía alcanzar resultados comparables a los de Occidente. Esta es la diferencia fundamental entre el “segundo mundo” y el “tercer mundo”: el “segundo mundo” contaba con el potencial de oponerse efectivamente al primer mundo y desafiar su modelo de universalidad. Este desafío tuvo una expresión muy concreta en términos de tasas de crecimiento económico, número de armas nucleares, potencial científico, educación, protección social, urbanización, industrialización, etc.
 El “primer mundo” designaba a los países capitalistas occidentales y el “segundo mundo” al bloque oriental y los países socialistas. Estos dos mundos se encontraban en medio de un equilibrio inestable porque el “primer mundo” insistía en ser superior a los otros y el “segundo mundo” se oponía a esta tesis, adoptando en parte el modelo económico, tecnológico, etc., del “primer mundo”. Tanto el primer mundo como el segundo mundo proyectaron su influencia sobre el tercer mundo, que fue el principal escenario de su enfrentamiento global. Los países del tercer mundo se dividieron entre aquellos que dependían de los países capitalistas o socialistas, aunque también existió un “Movimiento de los No Alineados” cuyos miembros trataron de desarrollar una estrategia combinando formas de desarrollo capitalista y socialista. Lamentablemente, nunca llegaron a crear una teoría independiente y sus compromisos y estrategias siempre estuvieron basadas en realidades muy concretas. Sin embargo, los criterios del “primer mundo” (capitalismo) o la reinterpretación doctrinal e ideológica que el “segundo mundo” (socialismo) hizo de estos principios terminaron por convertirse en el modelo de los No Alineados.  La política internacional de la Guerra Fría giró alrededor del enfrentamiento entre el “primer mundo” y el “segundo mundo”, dando como resultado la bipolaridad. John Hobbson [7] ha señalado que esta división en tres mundos procede de la antropología racista del siglo XIX (Morgan [8], Tylor [9], etc.), la cual divide las sociedades en “civilizadas”, “bárbaras” y “salvajes”. La “civilización” se correspondía con las sociedades “blancas”, la “barbarie” a los pueblos “amarillos” y los “salvajes” a las tribus “negras”. Este modelo de clasificación no fue abandonado por la antropología occidental sino hasta después de la Segunda Guerra Mundial, pero continuó influyendo en la clasificación política y económica de los países y sociedades del mundo. El “primer mundo” no era otra cosa que la “civilización” (la “pesada carga del hombre blanco” de Kipling), el “segundo mundo” la “barbarie” (el proverbio racista que dice “quítale a un ruso su mascara y encontrarás a un tártaro”) y el “tercer mundo” los “pueblos salvajes de África y Oceanía” (y en general, todos los paises “negros”).
 Una definición amplia del segundo mundo
 Debemos tener en cuenta que durante la Guerra Fría se ignoraba rampantemente que, por ejemplo, el Imperio Ruso del siglo XVIII y principios del XX también podía ser clasificado como parte del “segundo mundo” con respecto a Occidente. El Imperio Ruso era un país esencialmente agrario cuando Europa Occidental estaba en pleno proceso de industrialización. Además, Europa Occidental era capitalista y tenía gobiernos democrático burgueses, por el contrario, el Imperio Ruso era monárquico. Europa Occidental tenía centros de desarrollo científicos independientes y el Imperio Ruso se esforzaba por copiar la ciencia y la educación europeas. Sin embargo, el Imperio Ruso era capaz de enfrentarse a Occidente, defender su soberanía, su modo de vida y ganar guerras. Esta observación nos permite redefinir el concepto mismo de “segundo mundo”. Si aplicamos este concepto tanto a la URSS como a los países bajo su influencia y el Imperio Ruso, el cual ocupó más o menos el mismo territorio que la URSS, entonces seremos capaces de redefinir conceptualmente muchas cosas. Una definición amplia del concepto de “segundo mundo” implica considerar a este último como un modelo político, económico e ideológico alternativo al capitalismo global, desafiando así el dominio y la hegemonía de Occidente (el primer mundo).
 En este sentido, la caída de la URSS, aunque fue una catástrofe para el “segundo mundo” (como lo fue en su momento la caída del Imperio Ruso), no fue el fin del “segundo mundo”. Después de 1991 el “segundo mundo” comenzó a tomar una nueva forma, ya que una serie de países que habían sido considerados como parte del “tercer mundo” durante la Guerra Fría – China, India, Brasil y Sudáfrica – dieron un salto a adelante y alcanzaron un nivel de desarrollo comparable al del “primer mundo” en el transcurso de estas tres décadas. Por supuesto, estos países usaron las herramientas del capitalismo global para hacerlo, pero fueron capaces de preservar su soberanía al poner al capitalismo a su servicio (todo lo contrario a lo que sucedió en en Europa del Este y en Rusia en la década de 1990). Desde principios de la década de 2000, y con la llegada de Vladimir Putin al poder, Rusia, que era la heredera del “segundo mundo”, comenzó a restaurar gradualmente su soberanía geopolítica. No obstante, empezó a formarse un mundo multipolar y no uno bipolar, ya que el “primer mundo” no se oponía a una única potencia, sino a varias a la vez. La ideología de esta nueva confrontación (la cual tomó diferentes grados de radicalidad y claridad ideológica en el “segundo mundo”) no era el socialismo (excepto en China), sino una especie de antiglobalismo indefinido y el rechazo puramente realista a la hegemonía occidental (principalmente de Estados Unidos). Los países del “segundo mundo” tampoco formaron un bloque ideológico. Se convirtieron en un cinturón de potencias objetivas que reclamaban su propia vía de desarrollo, la cual era cualitativamente diferente al globalismo del “primer mundo”. Los politólogos y economistas se dieron cuenta de que este fenómeno era un hecho consumado y llamaron a los países del “segundo mundo” de la época posterior a la bipolaridad como los BRIC (Brasil, Rusia, India, China) y luego BRICS (Brasil, Rusia, India, China, Sudáfrica). En cierto momento de su desarrollo, los países del BRICS comprendieron la importancia del concepto de civilización y comenzaron a construir un paradigma de Relaciones Internacionales a partir del mismo. Así comenzó la formación cautelosa y gradual de un nuevo “segundo mundo”, esta vez multipolar, ya que cada miembro del BRICS es soberano e independiente con respecto a los demás. Dentro de los BRICS, Rusia es el líder militar indiscutible, poseyendo una enorme cantidad de recursos. China es el poder económico por antonomasia. La India es el tercer polo, teniendo una importante infraestructura económica e industrial, un enorme peso demográfico y una sociedad políticamente estable. Brasil representa simbólicamente al resto de América Latina y su enorme potencial todavía no revelado, contando con un poder militar, comercial y científico fuerte. Finalmente, Sudáfrica es uno de los países más desarrollados del continente africano e igualmente representa simbólicamente al ��frica poscolonial.
 La semi-periferia
 Ahora analizaremos el “sistema mundo” de Immanuel Wallerstein [10], el representante más importante de la escuela marxista de Relaciones Internacionales (principalmente en su versión trotskista) que, a partir del concepto de “larga duración” (F. Braudel [11]) y los teóricos de la economía estructural latinoamericana (R. Prebisch [12], S. Furtado [13]), desarrolló una clasificación de los países del mundo según su desarrollo capitalista. Esta teoría parte de la conceptualización del imperialismo hecha por Vladimir Lenin [14] como la etapa más alta del desarrollo capitalista: el sistema capitalista se vuelve global y comienza a extender su influencia sobre toda la humanidad. Las guerras coloniales entre las potencias desarrolladas sólo son su etapa inicial. El capitalismo está unificando gradualmente a todas las estructuras supranacionales y de ese modo sentando las bases de un Gobierno Mundial. Estas ideas son compatibles con la teoría liberal de las Relaciones Internacionales que denominan a este sistema como “sociedad global”, un solo mundo, y que los marxistas llaman “imperialismo”.
 La teoría del sistema-mundo divide en tres partes la geografía del capitalismo [15]. En primer lugar, está el centro, el núcleo o el “Norte rico”, que constituye la zona de mayor desarrollo capitalista. América del Norte y Europa occidental son el núcleo del atlantismo y la civilización europea occidental, cuyo polo se desplazó a mediados del siglo XX a los Estados Unidos. El núcleo del sistema-mundo de Wallerstein es el “primer mundo”. Alrededor de este núcleo se ha formado un primer anillo de países que Wallerstein llama la “semiperiferia” y este incluye países que tienen un nivel de desarrollo capitalista mucho menor, pero que compiten desesperadamente por alcanzar al núcleo. Los países de la semiperiferia también son capitalistas, aunque su capitalismo es nacionalista. Normalmente estos países son dominados por gobiernos “cesaristas” (tal y como los entiende A. Gramsci [15]) que aceptan la hegemonía liberal de forma parcial, especialmente en lo económico, tecnológico y industrial, mientras que conservan características políticas, culturales y sociales precapitalistas o no capitalistas. Wallerstein considera que hacen parte de esta semiperiferia los países más desarrollados de América Latina, sobre todo Brasil, India, China y Rusia. En otras palabras, los países que conforman los BRIC o BRICS, es decir, el “segundo mundo”. Finalmente, Wallerstein dice que la periferia son los países que componen el “tercer mundo” y que se caracterizan por el subdesarrollo, el atraso, las crisis económicas, los atavismos sociales, la falta de competitividad, la corrupción, etc., o, como se dice hoy, el “Sur pobre”.
 En la teoría del sistema-mundo de Wallerstein el progreso es afirmado como algo positivo, pues Wallerstein sigue influido por las categorías marxistas de tiempo lineal y el cambio de las formas económicas como expresión del mismo, por lo que podemos decir que el núcleo, la semiperiferia y la periferia no solo se diferencian por el lugar que ocupan, sino que también representan diferentes momentos históricos de desarrollo. La periferia es el pasado y el orden arcaico precapitalista, el núcleo es el futuro sistema capitalista global (globalización) y la semiperiferia es la zona en la que se produce la transformación de la periferia en parte del núcleo. Según Wallerstein, la semiperiferia no es una alternativa al capitalismo, sino sólo su etapa de transición o futuro que aún no ha sido. Es por eso que Wallerstein nunca se interesó realmente por la semiperiferia, investigando únicamente las tendencias que confirmaban como las élites de dichas sociedades se fundirían con el orden globalista liberal, conduciendo al mestizaje y la proletarización de las masas arcaicas. Wallerstein predijo que la semiperiferia pronto desaparecería, quedando únicamente el núcleo y la periferia.
 En el momento en que la semiperiferia desaparezca el mundo entero se convertirá en una sociedad global con un Norte rico opuesto a un Sur pobre, donde las élites formaran parte del núcleo y las masas de todo el mundo se mezclaran entre sí debido a la migración global, convirtiéndose en un nuevo proletariado internacional. Solo en ese momento comenzará la revolución proletaria predicha por Marx, la crisis del sistema capitalista mundial y la aparición del comunismo. Todo esto ocurrirá en el momento en que finalice el proceso de globalización del capitalismo y la abolición de la semiperiferia. Wallerstein era un trotskista y un antiestalinista, por lo que no creía en la posibilidad de la construcción del socialismo en un solo país, como la URSS o China, siendo semejantes intentos un aplazamiento de la globalización y, por lo tanto, de la Revolución Mundial. Wallertein, al igual que Marx y Engels en el Manifiesto del Partido Comunista [16], consideraba que era un deber de los comunistas apoyar a la burguesía en su lucha contra las instituciones medievales; sólo después del éxito de las revoluciones burguesas los comunistas podrán luchar contra el capitalismo. Wallerstein y la mayoría de los marxistas culturales y la izquierdista contemporánea están a favor de la globalización y en contra de la defensa de la soberanía por parte de las potencias semiperifericas, pues tal lucha retrasa el triunfo del liberalismo y la globalización. Es por esa razón que ellos no son antiglobalistas, sino alterglobalistas, llamando a la creación de un posliberalismo y no de un antiliberalismo [17].
 Una lectura multipolar de la semiperiferia
 El sistema-mundo de Wallerstein es más bien una especie de antítesis del mundo multipolar. La multipolaridad interpreta el fenómeno de la semiperiferia de una manera muy diferente y no considera a esta última como la supervivencia de realidades atávicas que serán destruidas por el núcleo, sino como la posibilidad de crear un sistema alternativo al capitalismo y la globalización liberal, la cual niega la posibilidad de que existe un modelo social alternativo a la misma. La semiperiferia no es considerada por la multipolaridad como un fenómeno intermedio entre el núcleo y la periferia, al contrario, se entiende por la semiperiferia una especie de fenómeno que combina la identidad de una civilización determinada con la modernización. Huntington [18] consideraba que el choque de civilizaciones sustituiría al mundo bipolar y por eso habló de la “modernización sin occidentalización” con tal de describir a las élites de la semiperiferia que eligen conscientemente no integrarse a las élites globales del núcleo y seguir dirigiendo el destino de sus propias civilizaciones. Tal estrategia la podemos encontrar en China, los países islámicos y, en cierta forma, en Rusia. Si desvinculamos al concepto de semiperiferia de su origen marxista-trotskista en la teoría del sistema-mundo, entonces descubrimos que es prácticamente idéntico al de “segundo mundo”, por lo que podemos desarrollar con mayor precisión y detalle las relaciones entre los países de la semiperiferia (BRICS) y los países del núcleo y la periferia.
 El potencial combinado de los países de la semiperiferia – logrado por medio de un diálogo intelectual entre sus élites que han decidido conscientemente no integrarse al capitalismo liberal global – puede convertirse en un proyecto cuyos recursos son comparables e incluso superiores al potencial agregado de todo el núcleo (“primer mundo”), produciéndose las condiciones para fundar un sistema alternativo. Desde un punto de vista intelectual, la semiperiferia no seria una especie de “futuro por llegar”, sino una zona de libre elección que puede en cualquier momento combinar el “futuro” con el “pasado” en diferentes grados con tal de crear otra cosa. Para realizar esto, es necesario abandonar la concepción liberal y marxista del tiempo lineal y el progreso sociotécnico, algo que no resulta tan difícil de hacer, pues las religiones confucianas, islámicas, ortodoxas, católicas e hindúes niegan el tiempo lineal y ven el futuro tal y como lo proponen los capitalistas y los marxistas como algo totalmente negativo, una especie de escenario apocalíptico y escatológico, o indiferentemente. Solo así la semiperiferia (“el segundo mundo”) deja de ser una zona gris o espacio de transición entre el “progreso” y el “salvajismo”, la “civilización” y el “atavismo”, para convertirse en el baluarte de las civilizaciones soberanas con sus propios criterios, normas e ideas sobre la naturaleza humana, Dios, la inmortalidad, el tiempo, el alma, la religión, el género, la familia, la sociedad, la justicia, el desarrollo, etc. El núcleo deja de ser universal y se convierte solo en una civilización en medio de muchas otras. El “segundo mundo” deja de ser una semiperiferia entre el núcleo y la periferia, ya que de ahora en adelante los países del núcleo no son el futuro universal de la humanidad, sino una simple parte de la misma, una provincia más que ha hecho sus propias elecciones y que no puede obligar a otros a seguirla.
 Los Estados-Civilizaciones
 Ahora analizaremos un tercer concepto que es fundamental para entender la transición del mundo unipolar al mundo multipolar y cual es el papel que deben desempeñar los BRICS en todo este proceso. Se trata del concepto Estado-Civilización formulada por académicos chinos (especialmente por el profesor Zhang Weiwei [19]) y que se aplica de forma perfecta a la China moderna y, por analogía, a Rusia, India, etc. Los eurasiáticos rusos plantearon una teoría muy parecida en su momento y por eso hablaron de un Estado-Mundo [20]. Según los eurasiáticos Rusia debía ser considerada como una civilización y no como un conjunto de países distintos, de ahí que hablaran de Rusia-Eurasia. De hecho, una de las críticas más perspicaces de Samuel Huntington consistió en el llamado a la creación de una teoría de las Relaciones Internacionales basada en las civilizaciones en su artículo “El choque de civilizaciones” [20]. Fabio Petito [21], un experto anglo-italiano en el área de las Relaciones Internacionales, sostuvo que la existencia de varias civilizaciones no conduce necesariamente al conflicto al igual que en la teoría del realismo de las Relaciones Internacionales la guerra es solo una posibilidad entre dos Estados-nación (tal y como lo establece la teoría de la soberanía) y no la norma. Lo importante es que ambos autores consideran que la soberanía no es monopolio de los Estados-nación, sino de las civilizaciones. El Estado-civilización niega en un principio dos cosas:
 ·         El Estado-nación (según la teoría realista de las Relaciones Internacionales), y
·         El Gobierno Mundial (la teoría liberal de las Relaciones Internacionales).
 El Estado-Civilización es algo intermedio que puede incluir en su seno a diferentes pueblos (naciones), confesiones e incluso sub-Estados, pero que jamás se considera un modelo universal y planetario. El Estado-Civilización siempre permanece sin importar los vaivenes ideológicos, formas, culturas o fronteras que posee y puede existir como un imperio unificado o como las ruinas, restos y fragmentos de un imperio que, bajo ciertas circunstancias históricas, puede volver a reunificarse. El Estado-nación surgió en Europa en la Modernidad, mientras que el Estado-Civilización existe desde tiempos inmemoriales. Huntington observó que las civilizaciones estaban volviendo a surgir después de que la lucha ideológica de dos bloques ideológicos diferentes, capitalista y socialista, había dividido a los Estados-nación durante la segunda mitad del siglo XX. El colapso de la URSS y la unipolaridad liberal no podrían detener el retorno de las civilizaciones (Fin de la Historia de Fukuyama [22]), por lo que Huntington creía que la unipolaridad y la victoria global del Occidente liberal y capitalista era una ilusión que duraría muy poco. El triunfo global del liberalismo solo llevaría al desmantelamiento de los Estados-nación y la abolición del comunismo, pero jamás a la destrucción de la identidad de las civilizaciones que parecían haber desaparecido hace mucho tiempo. Huntington no se equivocó y poco a poco las diferentes civilizaciones comenzaron a reclamar su participación en la política internacional como sujetos activos, tal proceso llevó al hecho de que estas civilizaciones se “politizaran” y se convirtieran en Estados-civilización.
 Dentro de los Estados-civilización existen toda clase de fuerzas y realidades que la politología occidental es incapaz de entender, ya que no pueden ser reducidas a las estructuras del Estado-nación o asimiladas a análisis macro y microeconómico. Términos como “dictadura”, “democracia”, “autoritarismo”, “totalitarismo”, “progreso social”, “derechos humanos”, etc., no tienen sentido ante estas entidades y deben ser reconceptualizados. La politología occidental moderna ha descartado deliberadamente el análisis de la identidad civilizatoria, la importancia de la cultura en la formación de un Estado y la sociedad o la importancia de los valores tradicionales, algo que solo es aplicado al estudio de las sociedades arcaicas. Sin embargo, las sociedades arcaicas son débiles políticamente y se han convertido en objetos de investigación o modernización para Occidente. Los Estados-civilización conservan su soberanía y cuentan con amplias tradiciones intelectuales y una gran autoconciencia. Son sujetos y no objetos de estudio o “intentos de desarrollo” (siendo esto último puro colonialismo disfrazado). Los Estados-civilización tampoco se limitan a negar la universalidad del modelo occidental, sino que también rechazan los intentos de Occidente de extender su poder blando al interior de sus fronteras. Por otra parte, estos Estados-civilización pueden extender su influencia más allá de sus fronteras y no viven a la defensiva, sino también pueden crear estrategias para contraatacar y desarrollar teorías para integrar sus propios Grande Espacios o proponer proyectos ambiciosos. Esto último lo podemos observar en instituciones como los BRI, la Comunidad Económica Euroasiática, la OCS o los BRICS.
 China sería el Estado-civilización por excelencia, ya que su identidad y poder siempre han influido fuertemente en la historia. La Rusia contemporánea intenta convertirse en un Estado-civilización y la operación militar especial en Ucrania es resultado de este intento; todo esto va acompañado del aislamiento de Rusia de todas las redes mundiales, lo cual demuestra la voluntad de nuestro país de desacoplarse del globalismo. Aunque Rusia y China están logrando construir sus respectivos Estados-civilización en confrontación directa con Occidente, países como la India (especialmente bajo el gobierno nacionalista de Modi) están haciendo lo mismo bajo el amparo de Occidente. Los países islámicos, por el contrario, siguen una estrategia mixta de confrontación (Irán) y alianza (Turquía, Pakistán) con Occidente. No obstante, todos buscan crear sus propios Estados-civilización.
 El segundo mundo como el nuevo paradigma de la Relaciones internacionales
 Uniendo todos estos conceptos en un todo obtenemos la siguiente ecuación: segundo mundo=semiperiferia=Estado-civilización. El “segundo mundo” son precisamente los países que hoy defienden la multipolaridad y rechazan la unipolaridad y el globalismo, es decir, la hegemonía del “primer mundo”. En cuanto a su nivel de desarrollo económico y su grado de modernización, podemos decir que el “segundo mundo” se corresponde a la semiperiferia del sistema-mundo. No obstante, a diferencia de Wallerstein, no consideramos que el destino de esta semiperiferia sea la integración de sus élites a la globalización y la mezcla del proletario mundial en un crisol sin control, sino la afirmación de su identidad propia y la unificación de las sociedades que comparten esta identidad. Los polos autónomos del “segundo mundo” (la semiperiferia) son los Estados-civilización tanto reales (China, Rusia) como potenciales (el mundo islámico, América Latina, África).
 Es mediante este aparato conceptual que podemos entender la importancia de los BRICS y, aunque actualmente se trata de una alianza muy convencional o de un club compuesto por Estados-Civilización (explícitos e implícitos), vemos en ellos los representantes del “segundo mundo” y la semiperiferia. Sin embargo, este club tiene la capacidad de cambiar la situación actual: el siglo XX fue testigo de la constante erosión de la soberanía de los Estados-nación y muchos de ellos no son más que cascaras vacías formalmente reconocidas por la ONU que en su momento servían a uno u otro campo de confrontación ideológica. En el sistema bipolar solo existían dos verdaderos Estados soberanos: Washington y Moscú. Estos últimos eran los que tomaban las decisiones y el resto de los Estados-nación se acoplaban a las mismas de forma parcial o relativa. El fin de la URSS y la disolución del Pacto de Varsovia no condujeron a la consolidación de los Estados-nación nacidos de esta desintegración, sino que dio paso a la consolidación temporal de la unipolaridad y la globalización. Además, Washington trató de convertir su sistema de valores y reglas liberales en un modelo universal. El siguiente paso lógico de este proceso hubiera sido la proclamación de un Gobierno Mundial como lo quieren Fukuyama, Soros y Schwab (fundador del Foro de Davos), pero este proceso fue truncado tanto por contradicciones internas como por la rebelión directa de Rusia y China contra la unipolaridad. Fue así que el “segundo mundo”, la semiperiferia y los Estados-civilización desafiaron abiertamente al globalismo y se convirtieron en sus sepultureros. Lo que parecía un fenómeno temporal y transitorio – la semiperiferia o los BRICS – era en realidad algo mucho más importante, estableciéndose de ese modo los fundamentos de la multipolaridad. El “segundo mundo”, la semiperiferia y los Estado-civilización se convirtieron en los principales actores de la política mundial, contradiciendo así las teorías occidentales de las Relaciones Internacionales, incluida la versión marxista-trotskista (Wallerstein) de la misma.
 La tesis del Estado-Civilización, en caso de ser recuperada por los países del “segundo mundo” (los BRICS) podría llevar a la reestructuración del panorama mundial. Occidente como el “primer mundo”, el núcleo, dejará de ser el centro de todo y se convertirá en una simple región de nuestro planeta. Esto llevará a que Occidente cree su propio Estado-civilización o incluso se divida en dos Estados-Civilización diferentes: uno cuyo centro sería América del Norte y otro ubicado en Europa. Todo esto llevará a la aparición de muchos otros Estados-Civilización como China, Rusia, India, el mundo islámico, América Latina, África, etc., que serán capaces de competir de igual a igual en todos los niveles. Todos ellos podrán elegir libremente su futuro, sin ser considerados como el pasado de Occidente. Por supuesto, este es un proyecto a futuro que requiere de sumar el potencial de todos los Estados-civilización no Occidentales para desafiar al núcleo, relativizando sus pretensiones de dominio global y limitando la influencia de su cosmopolitismo. El hecho de reducir las fronteras de Occidente y convertirlo en una provincia implicaría la derrota del proyecto de un Gobierno Mundial y daría nacimiento al Estado-civilización occidental. La operación militar rusa en Ucrania y el futuro control chino sobre Taiwán son los primeros pasos en ese sentido. Casi siempre el cambio del orden mundial se produce a través guerras que algunas veces toman el carácter de guerras mundiales. Desgraciadamente, la construcción del mundo multipolar nacerá de estas guerras. Si la guerra no puede ser evitada, lo único que podemos hacer es limitar la escala de la misma por medio de regla y leyes conjuntas. Sin embargo, semejante proyecto requiere de un análisis de los fundamentos teóricos y conceptuales de la multipolaridad.
 Notas:
 [1]Dugin A.  The Theory of a Multipolar World.  Budapest: Arktos Media Ltd, 2021.
[2] Dugin A.   Geopolítica del mundo multipolar Santiago de Chile: . Ignacio Carrera Pinto Ediciones, 2022.
[3] Aijaz Ch. K. The political economy of development and underdevelopment. New York: Random House, 1973.
[4] Rangel C. Third World Ideology and Western Reality. New Brunswick: Transaction Books, 1986.
[5] Krasner S.D. Sovereignty: Organized Hypocrisy. Princeton: Princeton University Press, 1999.
[6] Cardoso F., Falleto E. Dependency and Development in Latin America. Berkeley: University of California Press. 1979; Ghosh, B.N. Dependency Theory Revisited. Farnham, UK: Ashgate Press. 2001.
[7] Hobson J. The Eurocentric Conception of World Politics: Western International Theory,
1760–2010. Cambridge: Cambridge University Press, 2012.
[8] Morgan Lewis Henry. Ancient Society. Tucson: The University of. Arizona Press, 1995.
[9] Tylor Edward Burnett. Researches into the Early History of Mankind and the Development of Civilization. London J. Murray, 1865.
[10] Wallerstein I. The Modern World-System: Capitalist Agriculture and the Emergence of the European World Economy in the Sixteenth Century. New York: Academic Press, 1976
[11] Braudel F. Le Temps du Monde. Paris: Armand Colin, 1979.
[12] Prebisch R. Capitalismo periférico. Crisis y transformación, Santiago de Chile: CEPAL,1981.
[13] Furtado C. Desenvolvimento e subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961.
[14] Ленин В.И. Империализм, как высшая стадия капитализма. Популярный очерк/ Ленин В.И. Полное собрание сочинений. 5-издание. Т. 27. М.: Политиздат, 1969.
[15] Wallerstein I. World-Systems Analysis: An Introduction. Durham, North Carolina: Duke University Press. 2004.  
[16] Грамши А. Избранные произведения: Т. 1—3. — М.: Изд. иностранной литературы, 1957—1959.
[17] Маркс К., Энгельс Ф. Манифе��т коммунистической партии/ Маркс К., Энгельс Ф. Сочинения. Т. 4. М.: государственное издательство политической литературы, 1955.
[18] Wallerstein I. After Liberalism. New York: New Press, 1995.
[19] Huntington S. The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order. New York : Simon & Schuster, 1996.
[20] Zhang Weiwei. The China Wave: Rise of a Civilizational State. Singapore: World Scientific Publishing, 2012.
[21] Основы евразийства. М.: Партия «Евразия», 2002.
[22] Huntington S. The Clash of Civilizations and the Remaking of World Order.
[23] Petito F., Michael M.S. (ed.), Civilizational Dialogue and World Order: The Other Politics of Cultures, Religions, and Civilizations in International Relations (Culture and Religion in International Relations). London:  Palgrave Macmillan, 2009.
[24] Fukuyama F.  The End of History and the Last Man. NY: Free Press, 1992.
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otomes-and-tears · 2 years ago
Note
Ei você ainda escreve para SE? Bem eu sei que o jogo ta meio morto, mas parece que vai voltar em algum tempo. Então eu queria solicitar Axel e um Scholar masculino que trabalha nos bastidores e é muito bom no que faz.
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♦ Axel e Masc!Scholar que trabalha nos bastidores ♦
► tags/warnings: PT-BR If anyone wants an English translation, feel free to request it. ► words: 792 ► A/N: Sim, ainda escrevo para Sweet Elite. Tenho sentimentos conflituosos em relação a tudo que aconteceu, mas como as principais culpadas não estão mais envolvidas no jogo, e acredito eu que o conteúdo do jogo não refletia as visões delas, eu não me sinto mal escrevendo sobre. ► Masterlist
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Nos anos em que trabalhou na indústria musical, Axel se acostumou a lidar com incompetência;
Não era segredo que muitos o subestimavam por considerarem-no só mais um ídolo teen a ser esquecido assim que um artista mais novo e interessante aparecesse;
Por ter legiões de fãs adolescentes que arrumam briga no twitter com outros fã-clubes;
E geralmente lidar com essas inconveniências não era tão ruim;
Na maior parte das vezes, só uma ligação para o seu agente era o suficiente para colocar tudo nos eixos;
Magicamente as luzes voltavam a funcionar como deveriam, a guitarra que havia desaparecido surge no seu camarim e o seu microfone voltava a uma altura decente;
O problema era lidar com esse tipo de incompetência na escola;
Enquanto ele se deparou com pessoas muito competentes no departamento de artes cênicas, ainda existiam aqueles que, sem dúvidas, só tinham conseguido um lugar na prestigiosa academia por causa de dinheiro e influência;
E meia dúzia de fãs malucas que trocaram de departamento só pela oportunidade de trabalhar com ele;
No começo de todo ano, Axel tinha que lidar com a árdua tarefa de decidir exatamente quem ele deveria evitar a todo custo e quem eram as pessoas que realmente faziam algum esforço;
Por isso ele se dava o trabalho de não só socializar com os outros artistas— futuros cantores, atores e dançarinos, mas com os bastidores;
Técnicos de iluminação, operadores de som, técnicos de som, secretários…;
Todas as pessoas que, se ele irritasse, poderiam tornar a vida dele um inferno;
O Scholar, desde o início, era uma icógnita;
Um dos poucos alunos bolsistas na academia inteira, e um dos únicos no departamento de artes cênicas;
Um dos destaques nos bastidores;
E, o mais importante, uma das poucas pessoas que não haviam tentado puxar o saco do Axel devido a sua fama;
Era estranho. Suspeito, até;
Tantos outros haviam tentado puxar o saco dele— para a oportunidade de conseguir trabalhar em um show de verdade;
Mas Scholar parecia sequer ter pensado nisso;
Ao invés disso, todas as tentativas de Scholar de se aproximar de Axel pareciam genuínas;
Ele queria conhecer o Axel. Queria que eles se tornassem amigos;
E ele parecia categoricamente evitar situações em que ele precisasse abusar da influência do Axel;
O que, para a surpresa do Axel, começou a o incomodar;
Scholar fazia tanto por ele! Fazia questão de tomar conta do Axel, de passar tempo com ele e de ajuda-lo sempre que podia;
Mas ao mesmo tempo não permitia que Axel usasse seus recursos para ajudar na sua carreira;
Mas Axel não era o tipo de pessoa a desistir tão fácil;
Não. Scholar rapidamente havia se tornado uma das pessoas mais importantes na vida dele;
E ele se recusava a deixar uma oportunidade para ajuda-lo passar!;
E… Bem, conseguir passar mais tempo com o Scholar era um bônus;
Por causa disso, em toda a oportunidade que o Axel tinha para formar uma equipe para um trabalho, ele acabava convencendo o Scholar a se juntar a eles;
O que acabou sendo uma ótima ideia, por que Scholar era assustadoramente eficaz;
Principalmente quando colocado em posições de liderança;
E, por algum motivo, ver Scholar dando ordens tão facilmente fazia o coração de Axel bater mais rápido;
Mais tarde— quando Scholar oficialmente se juntou a equipe de Axel durante uma das turnês, o cantor notou que as coisas repentinamente começaram a funcionar de forma muito mais fluída;
Suas reclamações não eram mais ignoradas e ele não precisava mais fazer ligações de emergência para a sua agente;
O que era estranho, mas muito bem-vindo;
E bem… Passar tanto tempo com Scholar e conseguir vê-lo em ação fez com que os sentimentos que o Axel nutria por ele praticamente saissem do controle;
Ao mesmo tempo que Axel queria desesperadamente fazer alguma coisa sobre eles, ele definitivamente não queria estragar a relação de trabalho deles;
Por que Scholar parecia estar tão feliz trabalhando na turnê;
E Axel não queria que seus sentimentos bobos tirassem isso dele;
Não. Axel estava em uma posição de poder e não poderia impor isso ao Scholar;
A forma dele de lidar com isso na verdade foi muito simples— Escrever;
Foi assim que ele terminou seu album mais recente, na verdade;
Escrevendo músicas sobre amores não correspondidos e romances proibidos quando passava noites em claro pensando sobre ele;
E scholar, claro, era a primeira pessoa a ouvir suas canções novas;
Por que esse era o mais próximo que Axel se permitia a chegar de confessar seus sentimentos;
Isso é, claro, até Scholar ficar de saco cheio do Axel sendo gado e sofrendo sozinho e tomar a iniciativa para confrontá-lo, no último dia da turnê;
As fãs juram, até hoje, que aquele foi o melhor show da carreira dele. 
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