#o sonho de um homem ridículo
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(…) esta melancolia sombria, acumulada em mim por um pensamento constante, um pensamento muito acima do meu alcance: que tudo na vida não tem importância. Sim, este pensamento ocupa-me há já muito tempo, mas a convicção completa só apareceu em mim, no ano passado. Tudo é sem importância, eis a verdade. Existirá o mundo? Ou não haverá nada em nenhuma parte? E tive a revelação de que não há nada à minha volta. Parecia-me, no entanto, que até essa altura estive rodeado por seres estranhos a mim, mas compreendi que eram aparências infrutíferas. Nada existiu, nada existe, nada existirá. Deixei logo de me irritar com os outros e de me ocupar deles. Palavra! Até chocava com os transeuntes, de tão alheado que estava. Contudo, alheado por quê? Tinha deixado de pensar. Tudo me era indiferente. Ainda se eu procurasse resolver os grandes problemas! Eu não resolvia nada, os problemas bloqueavam-me em vão; tudo se tornou para mim sem importância, e todos os problemas se dissiparam.
Fiódor Dostoiévski, in: O Sonho de um Homem Ridículo
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Eu não quero e não posso acreditar que o mal seja o estado normal dos seres humanos.
O sonho de um homem ridículo – Fyodor Dostoievski
#livros#citações#trechos de livros#trechos#books#pensamentos#literatura#books and libraries#television#o sonho de um homem ridículo#fyodor dostoevsky#inspiration
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"Então, de repente, eu parei de me irritar com as pessoas e comecei quase que a não notá-las."
O sonho de um homem ridículo - Fiodor Dostoiévski
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🎃 kinktober - day sixteen: fear kink com rafael federman.
— aviso: dark romance. relacionamento tóxico (?), sexo desprotegido, penetração vaginal e creampie.
— word count: 2,3k.
— notas: foi muito engraçado e desafiador escrever o Rafa num dark romance e em um fear play, mas eu gostei MUITO da versão final. foi um dos meus smuts favoritos do kinktober! espero que vocês também apreciem.
você odiava amar tanto Rafael.
sentia-se presa naquele relacionamento infrutífero e, por mais que tentasse, não se via longe dele. estava infeliz com ele, mas longe era muito pior. a dependência a comia viva quando estava sozinha.
tinha conhecido Federman através da sua melhor amiga. o namorado dela era melhor amigo de Rafael e os seus amigos bancaram os cupidos, juntando vocês dois. no início ele era inteligente, perspicaz e muito gentil. te levava para jantar em restaurantes únicos e sensuais, te presenteava com flores e vinhos e era sempre divertido e bem humorado. conforme o tempo caminhava, ele tinha se tornado irritadiço e distante. parecia completamente diferente do homem que você tinha se apaixonado.
era uma sexta-feira de verão quando ambos foram convidados para o jantar de casamento dos amigos que os haviam juntado. sua melhor amiga estava extasiada com a ideia de finalmente se unir em matrimônio e a sua presença e a de Rafael era indispensável. como padrinhos, deveriam estar no jantar de casamento para celebrar com os noivos.
no entanto, aquela sexta tinha sido especialmente amarga. você e o seu namorado tinham discutido na quinta-feira justamente sobre questões matrimoniais. você, depois de cinco anos de relacionamento, achava que deveriam discutir quando deveriam ficar noivos. Rafael, pelo contrário, não gostava de discutir nada que envolvesse o futuro. não gostava de planejar nada, apenas de viver a vida e deixar que as coisas acontecessem naturalmente. e é claro que ele sabia que aquilo a matava por dentro, mas não se importava.
ultimamente, ele não se importava com nada. o homem carinhoso que passava horas do dia ao telefone com você lhe fazendo juras de amor tinha sido substituído por uma pessoa atípica, que não sabia exatamente o que estava fazendo ali. e que não parecia ter vontade nenhuma de seguir naquele relacionamento.
planejava deixar Rafael. talvez depois do casamento para que a cerimônia não fosse tão difícil. estava tão certa de que ele não se importaria com o término que era doloroso pensar naquela possibilidade. apertava o coração imaginar que não era mais importante para ele, que o infame amor eterno tinha chegado ao fim.
"você está ótimo." você elogiou quando o viu sair do quarto, trajando o terno que você tinha escolhido para ele. Rafael sorriu de canto, agradecendo em silêncio pelo elogio. perguntou se você estava pronta e deixaram o apartamento no centro da cidade.
a viagem até o restaurante escolhido por seus amigos tinha sido quieta. a música antiga que tocava na rádio disfarçava o clima terrivelmente insosso que pairava sobre suas cabeças. você brincava com a barra do vestido nervosamente, enquanto ele não ousava retirar os olhos do trânsito. se falassem demais, acabariam por discutir novamente.
o jantar começara agradável. diversos convidados sentados em uma só mesa, compartilhando memórias do casal e propondo brindes. a sua amiga estava reluzente, toda sorrisos. você estava feliz, de coração quentinho pela conquista dela, embora sentisse um pouquinho de inveja. era o seu sonho casar e formar uma família. sentia-se tão longe daquele objetivo que era quase ridículo.
ao longo do jantar, diversos drinques foram consumidos tanto por você quanto por Rafael. estavam tontos na metade do evento. ele ria com o noivo e conversava com a família do mesmo. você, se emocionava com cada história contada pela noiva e pela família dela.
foi quando tudo começou a desandar.
"eu espero que você seja a próxima, amiga." sua amiga comentou, apontando para você despretensiosamente. você abriu um sorriso gentil, embora insatisfeito.
"quem me deras." você se contentou em dizer.
Rafael tensionou imediatamente ao seu lado, fixando os olhos em você. nem mesmo tinha percebido que ele estava ouvindo a conversa, por isso não deu grande atenção quando ele se calou de imediato. foi só quando se levantou para ir ao lavabo e ele a seguiu, que conseguiu compreender.
"você precisa trazer as nossas brigas para um evento que deveria ser dos nossos amigos?" a voz grosseira a fez se encolher.
"eu não fiz nada disso. duvido que alguém além de você saiba disso."
"você sempre faz esses comentários ácidos e depois me culpa por reagir." as palavras foram cuspidas, sem maiores gentilezas. "chega de gracinha por hoje, ouviu?"
não ousou chorar e borrar a maquiagem que tinha feito tão carinhosamente para o jantar. controlou a respiração no cubículo do banheiro e se retirou, fingindo sentir-se melhor do que nunca. por dentro do peito, o coração parecia ser dilacerado à cada segundo. gostaria de voltar para casa e dormir até esquecer tudo aquilo.
o jantar seguiu cada vez mais animado e feliz. afogou a mágoa na bebida e estampou um sorriso no rosto em prol da sua amiga, interessada em qualquer assunto trivial que surgia na roda. nunca tinha conversado tanto em toda a sua vida.
de volta ao carro, Rafael ainda estava silencioso. provavelmente, com raiva também. sua mandíbula doía de tanto ocluir os dentes para segurar o choro durante toda noite. suas m��os estavam frias e a cabeça latejava.
"eu não entendo você, nene. você quer por prazo em todas as coisas da nossa vida." ele começou assim que vocês arrancaram do meio-fio. "é uma coisa ridícula. você procura motivos para que a gente brigue, não procura?"
"você acha que se preocupar com nosso futuro é ridículo? nós namoramos por cinco anos e eu nem sei se temos os mesmos objetivos de vida." você se justificou com lágrimas nos olhos. era uma chorona apesar de convicta.
"a gente tem o mesmo objetivo: ser feliz. os pormenores a gente pode decidir lá na frente." ele revirou os olhos como se não acreditasse que aquela discussão fosse real. "você é muito neurada, é de foder."
"neurada? Rafael, pra te entender eu tenho que ler a porra da tua mente. tu nunca diz nada do que sente ou pensa. eu te namoro por telepatia." suas mãos procuraram o vestido, descontando toda a frustação na barra do tecido. não conseguia encarar a feição de gozação dele nem por mais um minuto. "essa porra de relacionamento me causa mais insegurança do que felicidade. claramente, a gente foi um erro."
"ah, claro. quando as coisas não são do seu jeito tudo acaba sendo um erro, né? talvez você devesse parar de olhar pra porra do teu umbigo e admitir que você não consegue se relacionar com alguém que seja diferente de ti." as palavras foram rasgadas de modo violento, sem consideração. Rafael olhava para os carros da rua sem vontade de continuar aquele prelúdio.
"eu não faço ideia se você é diferente de mim ou não, Rafael. parece que eu não te conheço de verdade." você deu de ombros, um pouco derrotada de que aquele era o fim. "só conheço as facetas de você, aquelas que você me permite ver. é fácil falar dos meus defeitos quando eu 'tô aqui mostrando tudo sobre mim e você só mostra o que quer."
ele se calou. não disse mais nada enquanto dirigia em alta velocidade, fazendo você suspirar com cada curva. você odiava quando ele corria, mas não reclamou. deixou que ele descontasse a raiva ali, pois sabia que não aguentaria mais um round das brigas incessáveis que vocês tinham.
no apartamento, você se trancou no banheiro para que pudesse tomar um banho e tirar aquele vestido ridículo que a apertava desde que chegara no restaurante. deixou que a água quente curasse a dor que o namorado a causava e limpasse a sua mente de todo o remorso. debaixo de toda os empecilhos, estava o amor que sentia por Federman. e era suficiente para que pudesse aguentar aquilo por mais um dia, até que a coragem de deixá-lo surgisse.
enfiou-se em uma camisola e pegou a carteira de cigarros guardada na gaveta de calcinhas. há muito era um hábito abandonado, mas vez ou outra a garganta apertava com saudades da nicotina. sentia que só a substância seria capaz de acalmá-la naquele momento.
deixou o apartamento, subindo para o terraço do prédio para que pudesse fumar em paz, sem incomodar os vizinhos com o cheiro da fumaça. acendeu o primeiro, tragando enquanto algumas lágrimas se formavam no cantinho do olho. no segundo, já estava mais calma e não tinha tanta vontade de chorar. os olhos vagavam pela imensidão iluminada da cidade e o coração mergulhava em apatia.
"você não acha que está frio para ficar aqui essa hora da noite?" a voz masculina a retirou dos seus devaneios. seu coração saltitou dentro do peito, feliz por ele estar se preocupando consigo.
"não 'tô com frio." deu de ombros, apagando o cigarro e o jogando pelo beiral. Rafael se colocou ao seu lado, olhando a cidade enquanto respirava fundo.
"só não quero que hoje se repita."
"porra, você ainda tá cismado com o ocorrido do jantar? que inferno. já disse que não fiz de propósito." você estourou, pronta para voltar para o apartamento. Rafael te agarrou pelo braço, te pressionando contra o beiral antes de colocar o corpo dele sobre o seu.
"desde quando você me trata assim?" os olhos clarinhos a fuzilaram com ódio. na sua opinião, cada sentimento era ainda mais pronunciando nos olhos de Rafael. eram tão límpidos que podiam refletir qualquer coisa.
"desde quando você 'tá sendo um babaca durante a noite toda." Federman segurava os seus dois braços àquela altura, a empurrando cada vez mais contra o beiral. seu coração palpitava, o medo se enrolando na raiva, a fazendo suar frio.
"você que 'tá sendo uma cachorra insolente." as palavras duras fizeram com que você empurrasse o corpo dele para longe, mas ele nem mesmo se moveu.
"me larga." ordenou, empurrando o quadril contra o dele. estranhamente, tinha sentido um calor correr por todo o seu corpo, incluso o meio das pernas. sentir Rafael sob o short do pijama só aumentava aquele calor.
"não até que você peça desculpas."
"vai se foder, Rafael." você riu com escárnio, movimentando os braços com fulgor para que ele a largasse.
ao contrário do que você imaginava, ele não a largou. apertou seus braços com mais força e se inclinou para perto, colidindo os lábios dele aos seus. você, em um primeiro momento, não retribuiu. ainda se debatia e o empurrava, mas com a insistência do loiro, passou a se render enquanto a língua dele lutava para dominar a sua boca. sentiu o corpo amolecer e a força ir se esvaindo. não tinha um contato daqueles com Federman há muito tempo.
o beijo era firme e Rafael aplicava uma forte pressão em cada movimento. as mãos ainda a seguravam, apertando a pele dos seus pulsos, causando uma estranha ardência prazerosa. seu corpo ainda estava inclinado sobre o beiral e você estava na ponta dos pés, lutando para se manter firme, o que a aterrorizava a cada segundo.
"vamos sair daqui, esse beiral me dá medo." você pediu assim que ele separou os lábios dos seus.
"não. vamos fazer aqui." ele a virou de costas, a empurrando sobre o beiral novamente. agora, você estava de bruços e conseguia ver a imensidão que era a distância do terraço até o chão. seu corpo se arrepiou e você tentou se levantar, mas ele a segurava com força para que você permanecesse ali. "você 'tá precisando de um pouco de medo."
"Rafael, para de gracinha." você demandou, embora ele já estivesse invadindo a sua calcinha com a mão livre. você estremeceu com os dedos gelados tocando a sua intimidade quente. ele riu baixinho atrás de si, entretido com o quão molhada você já estava.
"você quer, nene. e eu não vou te deixar cair." ele assegurou. você sentiu a gratidão ocupando cada canto do seu coração, feliz por ele estar se importando novamente consigo.
Rafael puxou sua calcinha para baixo lentamente, a mantendo segura enquanto a apertava. sua cabeça latejava, a visão aterradora do chão consumindo seus pensamentos. o corpo gritava em excitação e necessidade e o peito se confundia entre amor e medo. a respiração estava acelerada, mas não conseguia se manifestar contra a situação. queria que ele desse continuidade.
ele não a chupou ou a masturbou, simplesmente posicionou o membro na entrada lubrificada e se empurrou para dentro bem lentamente. tinha medo que, se fizesse qualquer movimento brusco, você cairia dali de cima. era o prazer e a tortura de transar em um lugar tão inóspito. Federman se movia bem devagar, focado na profundidade e na força com que te comia, ao invés da velocidade.
demorou alguns minutos para que você gemesse, embora estivesse sentindo prazer como nunca. estava tão amedrontada que não conseguia vocalizar as sensações que percorriam o seu corpo. o prazer a arrebatava à cada investida do namorado, o corpo emitindo sinais do quão sensibilizada estava devido a falta daquele tipo de contato.
ele também não ficava para trás. Rafael sempre fora muito vocal e naquele momento a voz dele parecia música, rouca e necessitada, xingando e elogiando você cada vez que ele mergulhava nas suas paredes apertadas. ele também estava sensível, embora não gostasse de admitir. sabia que não duraria tanto quanto gostaria.
"diz que me ama." ele mandou, a mão ocupando a sua nuca, pressionando o seu corpo ainda mais para fora do beiral. a outra mão segurava a sua cintura para que você não acabasse caindo. ainda sim, o seu coração ia até a garganta e voltava.
“eu te amo, Rafael.” reuniu forças para verbalizar o pedido alheio. as mãos trêmulas estavam apoiadas no parapeito, tentando empurrar o corpo para longe dali.
“e eu amo você.” ele a largou, deixando que você ficasse de pé e se afastasse da borda do prédio. você colou as costas no peito dele e Rafael a abraçou carinhosamente. gostava do quão vulnerável você estava e se sentia honrado por você confiar tão profundamente nele à ponto de deixá-lo fazer aquilo.
as investidas finais foram mais velozes, desesperadas. você gemia alto e o seu namorado também, tornando o ato muito mais sinérgico. quando você finalmente atingiu o seu ápice, sua voz falha anunciou. não demorou para que ele também terminasse dentro de você, beijando seu pescoço com devoção no processo.
“se você acha que eu casaria com qualquer outra pessoa que não seja você… você é completamente maluca."
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𝐚𝐬𝐡𝐞𝐬 𝐟𝐫𝐨𝐦 𝐭𝐡𝐞 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐦
n/a: olá, faz tempo que não escrevo algo tão rapido, e acho que isso se dá a falta de tempo, enfim, aqui está algo totalmente angustiante para quem tem mommy isues, algo no qual eu tenho especialidade infelizmente. menção a violencia, mãe controladora, relacionamento abusivo, Pedro sendo muito fofo e perfeito, age gap. me desculpem se faltou algo. boa leitura;')
wc: 0.9k
~não é meu gif~
NÃO REVISADO
Sentados em Coney Island, com aquelas perucas e chapéus ridículos apenas para não serem pegos por fãs desesperadas e jornalistas intrometidos, sua vida podia facilmente ser calma, se você não tivesse sido empurrada para a ponte da fama quando era uma criança, por vontade da sua mãe controladora, e se seu amor, seu namorado fosse um cara qualquer, não um homem mais velho e com uma fama igualmente perturbadora- não para ele, mas para você um caos terrivelmente odiado.-
maldição, o caos te perseguia, não ele vivia em você, e todo aquele sonho cor-de-rosa, uma casa com uma varanda no quintal, duas crianças brincando nos sábados ensolarados em seu jardim, sua vida nunca seria assim.
Você se viu observando os navios se afastarem, desejando poder estar indo para longe como eles, algumas poucas famílias, invejando sua liberdade, tudo enquanto usava um óculos de sol enorme e ridículo que mantinha parte do seu rosto escondido.
Pedro passou a mão por seu braço, puxando seus pensamentos de volta para a realidade. não era como você queria.
"Um beijo por seus pensamentos."
você negou, se aconchegando ainda mais no corpo dele, sendo abraçada pelo calor e conforto que tanto amava. Pedro acariciou seu rosto, pousando os dedos no seu queixo fazendo sua cabeça se levantar para olhá-lo.
"Não vão nos pegar, eu prometo."
você assentiu. se deixando ser beijada, as mãos subindo para a nuca dele, puxando sem-querer a peruca que estava frouxa, revelando seus cachos bagunçados para a briza fria de coney. a próxima coisa além dos lábios dele que você registra são flashes iluminando seu rosto.
Sua mãe está a centímetros de você, sua mão em volta da sua garganta, os olhos transbordando ódio enquanto grita com você, palavras que deveriam cortar, mas inesperadamente não o fazem, você está tão anestesiada de toda a raiva dela, e todo seu drama. As lágrimas existem, mas é pela violência pela qual ela está te tratando, não é como se fosse normal, ela te bateu, e agora está se asfixiando. e tudo porque você se recusou a terminar seu relacionamento com Pedro, relacionamento esse que ela julga ser péssimo para ela.
Ela, ela e ela. sua ficha caiu a anos atrás, mas agora arranha sobre sua pele com escárnio. toda sua vida foi planejada para agradar a mulher que te gerou, nada realmente foi por você ou para você. Quando ela finalmente se afasta, seu primeiro impulso é dar um passo para trás, mas a coragem te inunda.
"Esta é minha vida, eu vou continuar com ele, até que eu não queira mais, não porque você julga ser ruim."
"eu não quero isso!"
você suspira, dando um passo para frente, segurando as lágrimas que insistem em tentar descer.
"e o que eu quero? essa é a porra da minha vida!"
ela sai, você escuta a porta da frente da sua casa sendo batida com força, o barulho do carro dela-comprado com seu dinheiro- se afastando. você finalmente se deixa cair no chão, chorando tudo que pode.
Pedro aparece na sua casa mais tarde naquela madrugada, ele cuidou de tudo, mandando um chaveiro para trocar todas as fechaduras, entrando em contato com o próprio agente e advogado para manter ela longe de vocês, longe de você; quando ele finalmente pode se sentar do seu lado, você já não tinha mais lágrimas e tudo que queria era ficar em silêncio, ou gritar o quanto estava magoada com ela, a linha entre as duas coisas era muito tênue e te deixava confusa. Pedro te abraçou, fez cafuné, te preparou um chá e te colocou na cama.
Você não dormiu, ficou observando Pedro, sua respiração calma e lenta, seus olhos te observando com a mesma intensidade que você fazia.
"você quer conversar?"
sim?
não?
você não sabia.
"Não precisa se não quiser Honeybee, mas se quiser eu vou ouvir cada palavra."
você baixou os olhos, fixando os em outras partes de pedro, seus lábios, seu peito, aquele amontoado de cabelos que descia por sua barriga, ele todo. exceto seus olhos, você não queria encarar seu medo naquele momento, perder mais alguém, era claro que ele não iria embora, mas sua mente te sabotava insistindo em pensamentos de "até quando ele ficará?"
"Você tem muitas coisas nessa cabecinha, menina bonita."
"uhum..."
"coisas ruins, mas também tem coisas boas."
lágrimas grossas se acumularam nos seus olhos, você podia sentir a queimação por segurá-las.
"Fale comigo, cariño. me diga."
você puxou o ar com força, perdendo o leve controle que você tinha sobre o choro. um soluço se misturando com o som das suas respirações.
'' você vai me deixar?"
ele não podia acreditar na sua pergunta, afinal para Pedro seus sentimentos sempre foram absurdamente óbvios e claros, sem margem para qualquer duvida, ele te amava, te adorava, manteve tudo em segredo para te proteger e assumiu que se alguém fosse embora esse seria você por ele não poder te dar o que você queria. mas vocês lidaram com isso, lentamente e juntos caminhando e passando de cada obstáculo. agora como públicos para o mundo viria provavelmente o mais difícil, mas visto tudo que vocês já haviam vivido isso não seria nada.
Ele se aproximou um pouco, afastando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha antes de juntar seus lábios, um beijo, calmo, casto, apaixonado.
'' Pedro."
Você gemeu baixo, empurrando seu corpo contra o dele, buscando por mais da pele dele e de seu toque.
'' Eu amo você, e jamais te deixaria."
#pedro pascal#pedro pascal x leitor#pedro pascal one shot#muitos corações partidos#pedro pascal fanfic#pedro pascal x reader#pedro pascal x you
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Ontem foi dia dos namorados. E bem, pelo título já dá para perceber que não é sobre isso que vou falar. Na verdade, vou falar um pouco – de novo – sobre essa vida de ser escritora e também estereótipos em cima das mulheres que escrevem.Muita gente pensa que por eu ser mulher, menina, do sexo feminino que eu necessariamente escrevo romances. Romances românticos que eu quero dizer. Confesso que realmente tenho algumas das minhas histórias que se caracterizam dessa forma, até porque é realmente um gênero que gosto tanto de consumir quanto de escrever. Porém, não significa que eu só escrevo isso.Quantas vezes já não vieram para mim, depois de descobrirem que sou escritora, e me perguntaram quais eram os romances que eu escrevia? Por que necessariamente esse tipo de pergunta pra mim? Porque sei bem que com um homem essa pergunta seria bem diferente. Seria algo como: E você escreve o quê? – perguntando sobre o gênero.Não sei em que universo tiraram que só homem pode escrever diversas coisas e mulher só uma? Estou falando aqui de uma opinião e pensamentos bem arcaicos e antiquados. Enfim, talvez esteja sendo a “feminista chata”, mas é algo a se refletir.Sim, eu escrevo Romances – com R maiúsculo – que é uma coisa bem diferente do com R minúsculo. São histórias com gêneros diversos – seja aventura, fantasia, sci-fi, juvenil -, com múltiplos personagens, cenários e tramas. Histórias que vão muito além de um casal que se apaixona e termina junto. O que eu escrevo tem a ver com a multiplicidade que eu mesma sou! Escrevo desde criança, então escrever é praticamente me conectar com aquele meu eu infante e que tinha todos os sonhos e brincadeiras do mundo. A última coisa que naquela época pensava era em namorar e casar e tudo mais. Na real, eu só queria era ser um Super Agente (e até hoje eu quero).E claro, não generalizando também, tem as escritoras que realmente escrevem seus romances e se é isso que elas gostam, está tudo certo. Cada escritor escreve o que quer, desde que não fique cagando regra no livro dos outros. Ninguém é melhor ou pior do que ninguém porque escreve o tema X ou o tema Y. E parem de rebaixar o romance e dizer que é um “gênero feminino”, porque é feio e ridículo. Deixem as moças escreverem os Romances que elas quiserem, com elementos fantásticos, com elementos espaciais, com o próprio romance em si – mesmo que bem implícito. Só não menospreze o nosso trabalho por sermos que somos! Já chega do mercado literário machista. Apenas deem espaço não só para as moças, mas para todas as outras minorias!
Escritora de romances?
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Enxugando a louça pensei em O sonho de um homem ridículo que me fez lembrar muito de uma associação na minha cabecinha q fiz Qnd terminei de ler o livro , me fez lembrar de Nietzsche e de Goya. Vou tentar voltar pra esses pensamentos de anos atrás e reler algumas coisas e ler o que me ficou pendente shahaha
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Hipnose
Uma história contada pela perspectiva do hipnotizado. Sendo assim, uma viagem ao inconsciente, com possibilidades detalhadas, podendo até manipular o espaço tempo.
E nessa jornada, quais revelações serão feitas ao paciente Josh. Com a voz do hipnotizador como guia dessa jornada.
A historia de josh vai sendo conhecida através dessa jornada. (o leitor vai conhecer Josh, através da hipnose)
O que ele busca se permitindo ser hipnotizado? Curiosidade, traumas, recordações perdidas?
Josh, durante toda a jornada tenta fugir, para longe, para as possibilidades perdidas, para o passado. Lugares que ele acredita que seriam melhor para ele, entretanto, o superego
Quem está sendo hipnotizado? E qual é a sua historia? Josh, um homem de 55 anos, casado, dois filhos, empresario, bem sucedido.
O que Josh vai descobrir nessa jornada? pulsões sexuais, pulsão de morte, memórias que definiram sua personalidade, desejos, sonhos, medos, historias marcantes, complexo de Édipo saudável, descobrir quão vilão o ego pode ser, e que no final tem que aprender a lidar com ele.
[estrutura: O superego é retratado dentro da historia como ele próprio, o inconsciente é todo o ambiente que oferece as oportunidades mais loucas e abstrata, operando como uma especie de força maior que soa como tentação para Josh. Josh é o ego. Josh é uma pessoa egoica?]
{...quando ele encontra com o ego pela primeira vez, pergunta-o: quem é você? Perplexo o ego responde: que pergunta estúpida. Assumindo a filosofia de Socrates, respondeu: nenhuma pergunta é estúpida. O ego então cai na gargalhada, perdendo a voz, o ar e a noção do ridículo...}
{...Josh lembra de quando descobriu que sua mulher o traia, lembra de ter visto fotos dos amantes transando. Dentro da hipnose isso excita Josh, sendo convidativa, ele quer participar do sexo, revelando um desejo ainda desconhecido. O superego aparece lembrando-o da imoralidade que aquilo representava, e como o feria. O superego passa a ofender Josh: Corno! é isso que tu gosta de ser?! Cornão! Essa vagabunda dando para outro e você ainda quer ajudar com isso? Você é o famoso corno manso. Riu-se. O superego tira Josh do ambiente, planejando vingança...}
[O pai de Josh é representado como Dom Quixote sempre faz suas frases com base na sabedoria e honra. Assim como Dom Quixote]
"Quem nasceu para ser Dom Quixote, sabe reconhecer qualquer aventura"
[Se a mãe for representada também pelo ambiente? Quando Josh encontra um momento de conforto, o ambiente muda, trazendo pra ele conforto e alivio. Uma especie de mãe natureza, onde ele sempre ve uma estrela de Davi, representado a crença da mãe]
[a pulsão de morte é representada como o destino da historia, ela corre diretamente para o caos. Quando chega no ápice do caos, onde todos esforços sao fracassados e a pulsao fica iminente, Josh grita do fundo de seus pulmões: DEUS. Então o hipnotizador diz: Acorda.]
{Josh sai para explorar o mundo inconsciente, chega a NY onde sempre sonhou em visitar. Entretanto, após o momento de gozo, Josh passa ter a sensação de que ja vivenciara tudo aquilo, e que sempre repete as mesmas escolhas. Tornando então aquele sonho angustiante, pois não pode mudar a escolhas que foram tomadas. (o eterno retorno) Após se deparar com o Amor Fati, é que consegue resolver este conflito.
[os filhos sao representados por figuras amorosas. Elas se transformam a cada aparição, e Josh sempre sente compaixão por essas figuras, sem saber que sao seus filhos]
A historia
Ansioso com o encontro entre amigos, Josh saiu uma hora antes do seu habitual horário de trabalho. Neste dia o encontro seria na casa de Tomás, seu amigo de infância, e desse vez, o primo de Johnatan estaria conosco. Seriamos quatro homens para uma noite de bebedeira e fumaça.
Entre risos e lembranças. antes que todos bebessem mais do que planejaram, Gustavo, o quarto homem, conta um pouco de si para os novos amigos, este então era hipnotizado, fracassou na faculdade de psicologia, mas as habilidades de hipnose que conseguiu desenvolver, o satisfez nessa área, que o fascina tanto.
Não acredito em hipnoses. Disse Tomás, Desculpa Gustav, mas ja tentaram entrar na minha cabeça, e eu sou uma especie de Magneto com o capacete. Ninguém consegue penetrar mentalmente.
Gustavo riu, e o elogiou ironicamente: Uau, voce consegue mesmo bloquear o seu inconsciente. Apenas supers como Magneto saberia fazer isso.
Eu acredito que a hipnose funcione, disse Josh. Na verdade até gostaria de ser hipnotizado, tenho a sensação que poderei reviver muitas coisas interessantes, e se for mesmo com mostra nos livros e filmes, seria uma jornada interessante.
Quer dar uma volta? Ofereceu Gustavo, uma sessão gratuita, e um cala-boca para Tomás quando perceber que seu amigo não poderia fingir o que estava prestes a viver, nem se tivesse feito a melhor escola de atuação do mundo. Gustavo era confiante.
Prepararam um sofá onde Josh se acomodou e ficou confortável. Numa cadeira próxima a cabeça de Josh, Gustavo o guiava para a hipnose.
Olá, sou o Gustavo e estou aqui para guiá-lo em uma jornada de relaxamento profundo e autoconhecimento. Antes de começarmos, quero que esteja confortável e feche suavemente os olhos. Vamos começar com alguns momentos dedicados à respiração consciente. Inspire profundamente pelo nariz, sentindo o ar encher seus pulmões, e expire lentamente pela boca, liberando qualquer tensão ou preocupação. Continue respirando assim, permitindo que cada respiração leve você a um estado de calma e tranquilidade. Conforme relaxa, imagine-se em um local sereno, como uma praia tranquila ou um jardim exuberante. Sinta a sensação de paz e serenidade envolvendo todo o seu ser. Agora, à medida que continuamos essa jornada, deixe-se abrir para a possibilidade de transformação e crescimento interior. Você está pronto para explorar os poderes da sua mente e despertar seu potencial mais profundo. Quando estiver pronto, apenas acene com a cabeça e começaremos."
Josh acenou.
- Onde voce esta Josh?
- Estou no sofá de casa, na minha poltrona preferida, paguei caro nela, por isso é tão confortável.
De repente uma voz surgiu do nada, como se fosse uma voz espiritual.
- A partir daqui, podemos ter acesso a qualquer lembrança da sua vida, em qualquer idade. Podemos parar o tempo, observar os detalhes, e as fazer diferentes escolhas para valorizar estas memórias.
Josh não respondeu a voz, mas a internalizou.
-- Agora voce é uma criança, voce é inocente como uma criança conte-me para mim o que você vê.
-- Saio pulando da poltrona, pois agora ela me parece muito alta, exploro a casa e percebo que estou sozinho, fico com medo. O vazio da casa, o silencio dos moveis, começam a me aterrorizar. Escuto um barulho, algo caiu no chão, ouço passos metálicos pelo chão. Anda até a sala em minha direção. Procuro um lugar para me esconder, mas não encontro nenhum, apenas permaneço atrás do sofá assustado, pois o barulho das pegadas aumentaram, e se aproxima de mim, os pelos da minha nuca se arrepiam eu fecho os olhos, não quero ver, não posso olhar para aquilo que me mete tanto medo.
-- Voce é um garoto corajoso e é capaz de lidar com isso. Abra os olhos. E diga-me o que vê?
-- Dom Quixote! É mesmo o cavaleiro da triste figura. Ele me olha de cima, e me pergunta:
-- Que fazes aqui inocente figura? Não sabe que está área é perigosa, as mais terríveis criaturas andam por ai, o espaço tempo é diferente de tudo que você já viu. Pode te assustar como agora, mas apesar de tão assombrado que aqui seja, pode sempre encontrar um lugar para descansar.
Olho para o quarto e vejo a cama, alta, cheia de almofadas e lençóis cheirosos, com uma manta laranja, costurada feito trapos remendados, mas não é velha, e faz lembrar uma vagina. Tenho vontade de deitar ali.
-- Deite-se.
-- Não posso. Dom Quixote não me deixa passar.
-- O que ele te diz?
-- Não tente ultrapassar o limite do que foi concedido a cada criatura viva nesta terra inocente figura. Acredite na conquista, ela é a direção para onde você deve ir, mas para habitar naquele quarto já conquistado por mim, saibas que terás de me enfrentar, e também saibas, que jamais vencerá essa luta.
-- Quero que voce o enfrente. Voce pode encontrar armas disponíveis para enfrenta-lo?
-- Sim, há na parede uma espada de samurai como exposição, mas não posso alcança-la, é muito alto para mim. Mas o cavaleiro da triste figura alcança para mim, e me entrega.
-- O que ele te diz?
-- Arme-se como quiseres pobre infame, seu destino já foi traçado e terás que convier com isto. Dou-te a arma, pois não seira honrado, maltratar uma figura fraca como tu, sem arma alguma. Venha, conquiste sua sabedoria, porque a luta já está perdida.
Eu avanço para cima dele, mesmo tendo habilidades do melhor samurai que já tenha existido na terra, dou golpes, rápidos e certeiros, mas ele se defende de todos com desdém. Não consigo acertá-lo de forma alguma.
Josh da grito, e começa a chorar feito criança.
-- O que aconteceu? Perguntou Gustavo.
-- Ele me acertou um golpe, fui parar longe, batendo com as costas no televisor, e tu se desmoronou em cima de mim. Estou assustado.
-- Ok, peça permissão para Dom Quixote, para que voce possa deitar na cama.
O choro era intenso. Josh parecia mesmo uma criança, Tomás jamais havia visto o amigo chorar dessa maneira.
-- Por favor honrado cavaleiro, deixe-me descansar naquela cama acolhedora, eu preciso dela, eu preciso descansar.
O que ele respondeu? Perguntou o hipnotizador.
-- Aprenda criança, a sabedoria é a maior aliada de um cavaleiro explorador, poderá alcançar, as mais altas montanhas, o mais profundo do oceano, percorrer um deserto inteiro, e vencer gigantes. E a sabedoria não está então bem quanto voce luta, mas na forma como você encara essa luta. Encare-a até que seus medos se retirem, de tanto tédio, e quando a coragem tomar conta, conquiste.
Estou caminhando para o quarto, e sinto uma brisa de outono passar pela porta e acariciar o meu rosto. Quando mais me aproximo da cama, mais posso sentir paz, aconchego, calor. Deito me cobrindo com a manta laranja, sinto que estou seguro.
"Que merda foi essa?"perguntou Tomás perplexo pelo o que acabara de ver.
"Não sei, me parece que regressou para o momento do complexo de Édipo experienciado na infância"Respondeu Gustavo, que parecia tão surpreso quanto os amigos.
"Tire-o logo dai então, antes que ele tente comer a própria mãe, mas mantenha o show, apenas acho que não deveríamos correr o risco de ver coisas que não gostaríamos, certo?!" Disse Tomás, não mais tão cético, mas ainda debochando do que pode acontecer.
"josh, agora quero que se levante, e continue explorando este novo mundo. E conte-me, o que ve?
"Saiu da cama, já não tenho mais medo de estar sozinho em casa. A bagunça feita pela luta, esta restaurada, e agora há um cartão pendurado no cabo da espada de samurai, há nele alguma coisa escrita, mas não alcanço para lê-lo."
"Ok, quero que volte a ser um adulto, e que tenha sua altura correta. Sendo assim, voce consegue ler o bilhete?" Disse Gustavo.
"Sim, ja posso ler o bilhete. Está escrito: Quem nasceu para ser Dom Quixote, sabe reconhecer qualquer aventura"
"O que isso quer dizer" Perguntou Johnantan.
"Algo que ele ja tenha lido uma vez, ou alguém disse isso a ele. É uma frase que provavelmente ele usa para se motivar." Respondeu Gustavo."
"Ok, Josh, agora vamos sair do seu apartamento. Vamos explorar o mundo fora dela. Você topa?"
"Sim" Repondeu Josh, deitado de olhos fechados. Como se estivesse falando enquanto dormia.
Então agora abra a porta e diga-me o que vê?
Corrigido pelo Chatão:
Ansioso pelo encontro com os amigos, Josh saiu uma hora antes do seu horário de trabalho habitual. Naquele dia, o encontro seria na casa de Tomás, seu amigo de infância, e desta vez, o primo de Johnatan estaria conosco. Seríamos quatro homens para uma noite de bebedeira e fumaça.
Entre risadas e lembranças, antes que todos bebessem mais do que planejaram, Gustavo, o quarto homem, contou um pouco sobre si para os novos amigos. Ele então foi hipnotizado, tendo fracassado na faculdade de psicologia, mas as habilidades de hipnose que conseguiu desenvolver o satisfizeram nessa área, que tanto o fascina.
"Não acredito em hipnose", disse Tomás. "Desculpe, Gustavo, mas já tentaram entrar na minha cabeça, e eu sou uma espécie de Magneto com capacete. Ninguém consegue penetrar mentalmente."
Gustavo riu e o ironizou: "Uau, você consegue mesmo bloquear o seu inconsciente. Apenas super-heróis como Magneto saberiam fazer isso."
"Eu acredito que a hipnose funcione", disse Josh. "Na verdade, até gostaria de ser hipnotizado. Tenho a sensação de que poderia reviver muitas coisas interessantes, e se for mesmo como mostram nos livros e filmes, seria uma jornada interessante."
"Quer dar uma volta?" ofereceu Gustavo, uma sessão gratuita e um cala-boca para Tomás quando percebesse que seu amigo não poderia fingir o que estava prestes a viver, nem se tivesse feito a melhor escola de atuação do mundo. Gustavo estava confiante.
Prepararam um sofá onde Josh se acomodou e ficou confortável. Em uma cadeira próxima à cabeça de Josh, Gustavo o guiava para a hipnose.
"Olá, sou Gustavo e estou aqui para guiá-lo em uma jornada de relaxamento profundo e autoconhecimento. Antes de começarmos, quero que esteja confortável e feche suavemente os olhos. Vamos começar com alguns momentos dedicados à respiração consciente. Inspire profundamente pelo nariz, sentindo o ar encher seus pulmões, e expire lentamente pela boca, liberando qualquer tensão ou preocupação. Continue respirando assim, permitindo que cada respiração leve você a um estado de calma e tranquilidade. Conforme relaxa, imagine-se em um local sereno, como uma praia tranquila ou um jardim exuberante. Sinta a sensação de paz e serenidade envolvendo todo o seu ser. Agora, à medida que continuamos essa jornada, deixe-se abrir para a possibilidade de transformação e crescimento interior. Você está pronto para explorar os poderes da sua mente e despertar seu potencial mais profundo. Quando estiver pronto, apenas acene com a cabeça e começaremos."
Josh acenou.
"Onde você está, Josh?"
"Estou no sofá de casa, na minha poltrona preferida. Paguei caro nela, por isso é tão confortável."
De repente, uma voz surgiu do nada, como se fosse uma voz espiritual.
"A partir daqui, podemos ter acesso a qualquer lembrança da sua vida, em qualquer idade. Podemos parar o tempo, observar os detalhes e fazer diferentes escolhas para valorizar essas memórias."
Josh não respondeu à voz, mas a internalizou.
"Agora você é uma criança, você é inocente como uma criança. Conte-me o que você vê."
"Saio pulando da poltrona, pois agora ela me parece muito alta. Exploro a casa e percebo que estou sozinho. Fico com medo. O vazio da casa, o silêncio dos móveis começam a me aterrorizar. Escuto um barulho, algo caiu no chão. Ouço passos metálicos pelo chão. Andam até a sala em minha direção. Procuro um lugar para me esconder, mas não encontro nenhum. Apenas permaneço atrás do sofá, assustado, pois o barulho das pegadas aumentou e se aproximou de mim. Os pelos da minha nuca se arrepiam. Eu fecho os olhos, não quero ver, não posso olhar para aquilo que me mete tanto medo."
"Você é um garoto corajoso e é capaz de lidar com isso. Abra os olhos. E me diga o que vê?"
"Dom Quixote! É mesmo o cavaleiro da triste figura. Ele me olha de cima e me pergunta:"
"Que fazes aqui, inocente figura? Não sabe que esta área é perigosa? As mais terríveis criaturas andam por aí. O espaço-tempo é diferente de tudo que você já viu. Pode te assustar como agora, mas apesar de tão assombrado que aqui seja, pode sempre encontrar um lugar para descansar."
Olho para o quarto e vejo a cama, alta, cheia de almofadas e lençóis cheirosos, com uma manta laranja, costurada feito trapos remendados, mas não é velha, e faz lembrar um ninho. Tenho vontade de deitar ali.
"Deite-se."
"Não posso. Dom Quixote não me deixa passar."
"O que ele te diz?"
"Não tente ultrapassar o limite do que foi concedido a cada criatura viva nesta terra, inocente figura. Acredite na conquista, ela é a direção para onde você deve ir, mas para habitar naquele quarto já conquistado por mim, saibas que terás de me enfrentar. E também saibas que jamais vencerás essa luta."
"Quero que você o enfrente. Você pode encontrar armas disponíveis para enfrentá-lo?"
"Sim, há na parede uma espada de samurai como exposição, mas não posso alcançá-la. É muito alta para mim. Mas o cavaleiro da triste figura alcança para mim e me entrega."
"O que ele te diz?"
"Arme-se como quiseres, pobre infame. Seu destino já foi traçado e terás que convier com isto. Dou-te a arma, pois não seria honrado maltratar uma figura fraca como tu, sem arma alguma. Venha, conquiste sua sabedoria, porque a luta já está perdida."
Eu avanço para cima dele, mesmo tendo habilidades do melhor samurai que já tenha existido na terra, dou golpes rápidos e certeiros, mas ele se defende de todos com desdém. Não consigo acertá-lo de forma alguma.
Josh dá um grito e começa a chorar feito criança.
"O que aconteceu?" perguntou Gustavo.
"Ele me acertou um golpe. Fui parar longe, batendo com as costas no televisor, que se desmoronou em cima de mim. Estou assustado."
"Ok, peça permissão para Dom Quixote para que você possa deitar na cama."
O choro era intenso. Josh parecia mesmo uma criança. Tomás jamais havia visto o amigo chorar dessa maneira.
"Por favor, honrado cavaleiro, deixe-me descansar naquela cama acolhedora. Eu preciso dela, eu preciso descansar."
O que ele respondeu? Perguntou o hipnotizador.
"Aprenda, criança, que a sabedoria é a maior aliada de um cavaleiro explorador. Poderá alcançar as mais altas montanhas, o mais profundo do oceano, percorrer um deserto inteiro e vencer gigantes. E a sabedoria não está tanto em como você luta, mas na forma como você encara essa luta. Encare-a até que seus medos se retirem de tanto tédio, e quando a coragem tomar conta, conquiste."
Estou caminhando para o quarto e sinto uma brisa de outono passar pela porta e acariciar o meu rosto. Quanto mais me aproximo da cama, mais posso sentir paz, aconchego e calor. Deito-me, cobrindo-me com a manta laranja, e sinto que estou seguro.
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Inconsequentemente me apaixonei por uma pessoa ridícula com um ego ridículo, todas as vezes que eu precisava elogiá-lo tinha que dizer ao contrário para que o seu ego não se inflasse demais, quando o amava dizia que o odiava, quando eu queria dizê-lo que era o homem mais lindo que eu conhecia, tive que dizer que era o homem mais feio que existia nesse mundo, e pensando muito bem tudo isso foi muito justo porque desde o início ele também não foi claro comigo sendo confuso e também me confundindo. Ele é como o sol radiante, cheio de energia e capaz de dar vida a flores murchas. Eu sou como a Lua melancólico, gótico, esotérico e preciso da luz do Sol, tal qual as flores mortas. Digo que foi inconsequente, pois de fato, construi um sentimento que não estava nos meus planos, corriqueiro de pequenas doses diárias de dedicação tempo, espaço e conversas sentimentais olho no olho. No início o ignorei e deixei claro que não sentia nada, pois minha amiga Maria Colombina estava apaixonada por esse Alerquim, mas ele não queria dedicar tempo a ela pois ela havia um caso indeciso e mal resolvido com um peão. Eu e alerquim passamos a nos encontrar todos os dias, conversávamos muitas coisas, eu explicava pra ele como eu era triste e melancólico resultado de uma relação estreita e conturbada com a minha família e eventos que me trouxeram a me tornar quem eu sou hoje, e ele me explicava como tinha muita vontade de viver, como tem muitos sonhos, vontades e o quanto de amor tem de sobra por sua família.
Vezes em sempre ele sentia o ar romântico entre nois dois e logo que sentia fazia questão de me lembrar que não aconteceria nada entre a gente, e eu orgulhoso que só, também fazia deixar claro que mesmo que eu fosse gay eu não sentia atração nenhuma e não tinha intenção nenhuma de abordá-lo de forma romântica ou sexual, pois bem, isso era frustrante.
A minha aproximação de alerquim teve como resultado o nosso afastamento de Maria Colombina, que resolveu voltar a se dedicar ao romance com seu peão.
Alerquim sempre se mostrou incomodado com o peão, não entendia bem, por vezes expressou vontade de viver algo com Maria para o incomodá-lo.
Em uma semana Alerquim se sentia confuso em relação a mim, ele nunca verbalizou, mas eu deduzi isso depois que ele precisou mandar meu nome completo e data de aniversário completo para sua mãe que era uma bruxa cigana, jogar os búzios, ler as cartas e entender que conexão era essa que tínhamos, afinal ele era um cara heterossexual e eu um garoto gay.
Os dias se passavam e a gente não ficava mais sozinho, pois eu sempre fazia questão de sua presença e ele da minha.
Bebemos muito vinho juntos, acho difícil um pirata superar-nos por exemplo.
Lembro que sempre no auge da embriaguez Alerquim gostava de falar muito próximo a mim coisas sussurradas que não eram românticas e nem sobre mim e nem sobre nós, mas bruxarias e caminhos que guardiões espirituais nos mostravam através de sinais, mas combinado com o vinho e olho no olho aquilo sempre fez o meu coração bater forte.
Ele me dizia sobre uma mulher de longe a qual trocava cartas, mas nunca havia visto, por cartas ela prometia a ele ser uma mulher linda, a ideal de seus sonhos, que casaria com ele viveriam uma vida como de contos famosos, porém eu o incentivei a vê-la já que eu estava convencido que ela não era quem dizia ser, nunca tive ciúmes dela, eu sentia que era alguém o enganando. Ele marcou de a ver e ela não apareceu, pronto, a confusão em sua mente estava plantada, pois quem o prometia o mundo não existia, hora de recalcular a rota, um bom sinal era que quando estava em minha companhia não pensava em mandar cartas para ninguém, é, isso eu percebi também. Eventualmente o expliquei que eu gostava de escrever cartas para mim mesmo, poemas de um amor incompreendido que nunca seria vivido, em forma de livro, em forma de ficção, um romance que existia na minha cabeça, mas que nunca poderia chegar ao seu devido destinatário, ele me olhou nos olhos e disse "entendi.", ele entendeu mesmo, eu sei, foi a primeira coisa que eu o disse que fez o entender que nem tudo que acontecia na minha cabeça eu exteriorizava.
Ele perguntou se era um personagem na minha história e se eu estava escrevendo sobre ele, eu disse "não, sou um poeta triste e romântico e ninguém pode ler os meus textos e poemas", de certa forma isso o fez ter certeza que sim, eu estava escrevendo sobre ele.
Foi quando me disse que a princesa distante também gostava de escrever e que também escrevia histórias que pra ela seria possível, então percebi que ele era o meu karma e eu o karma dele, que a minha personalidade era perfeita para o seu amor, mas a minha figura e gênero não.
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A Confissão de Pecados
Se afirmarmos que não temos pecado, enganamos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça. Se afirmarmos que não temos cometido pecado, fazemos de Deus um mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (1 João 1:8-10)
A verdadeira religião deve ter um lugar apropriado para o perdão dos pecados. As teologias centradas na dignidade e no bem-estar dos homens, se é que incluem a ideia do pecado, não podem interpretar corretamente o perdão. Podemos ver isso na compreensão popular da conversão, muitas vezes atribuída à fé cristã, mas que na verdade não tem nenhuma semelhança com ela. Isto é ilustrado na analogia do homem se afogando. É dito que o pecador está em perigo e está prestes a submergir, quando Jesus Cristo estende a mão amiga. O Senhor salva, mas o homem tem que segurar a mão e aceitar a ajuda.
Mas se quisermos pensar desta forma, por que não tornar a analogia mais precisa? A salvação não ocorre no vácuo. Existem milhares de religiões no mundo, muitas das quais reconhecem algum tipo de problema na condição do homem e propõem formas de salvá-lo. Isto pode ou não ser a salvação do pecado, da cegueira intelectual e do julgamento divino, visto que alguns deles não incluem estas ideias. No entanto, cada um deles estende a mão amiga. Assim, o que realmente temos é o cenário ridículo de milhares de mãos aglomeradas em torno da cabeça do homem que está se afogando. O crente centrado no homem afirma que, mesmo na sua condição desesperadora, considera as suas opções, pesa os argumentos e decide que a verdade está em Jesus, e assim escolhe a fé cristã. Mesmo que houvesse apenas dez mãos, seria um homem se afogando. Mas será possível que ele ainda esteja no mar, que tenha submergido e desmaiado, e o resgate não seja nada mais do que um sonho, um pensamento ilusório?¹
Considere o verdadeiro ensino cristão. O homem não está se afogando, mas morto na água. Milhares de mãos se estendem para agarrá-lo. Ouvimos vozes vindas da água. Um deles diz: “Venha conosco. Esteja com Buda”. Outro diz: “Venha conosco. Curve-se diante do Bispo de Roma”. Ainda outro diz: “Você não está se afogando. Apenas relaxe e venha conosco”. Mas são muitos e às vezes é difícil distinguir um de todos os outros. De repente, os ruídos se fundem e uma voz mais profunda exige: “Venha comigo. Não há diferença. Somos uma legião, mas somos um só”. À medida que as mãos se estendem para arrastar o homem para baixo, um navio se aproxima. E uma voz troveja lá de cima: “ESTE É MEU! DEIXE-O!” Gritos de terror surgem da água — “É Jesus, o Filho de Deus!” — e as figuras sombrias voltam para as regiões escuras do oceano. Jesus estende a mão e, sem qualquer cooperação ou consciência do morto, puxa-o para fora da água. E o Senhor diz ao cadáver: “Eu te ordeno: VIVA!”. Imediatamente, a vida retorna ao homem — ele abre os olhos e acorda no seio do seu salvador.
Você é cristão porque Jesus o escolheu, e não porque você o escolheu. Você estava morto em pecado e cativo aos poderes e doutrinas dos demônios. Mas Jesus tirou você deles e o ressuscitou dentre os mortos. Ele resgatou você. Ele salvou sua vida. Uma consciência cristã que não tem consciência disto, ou que não consegue pensar na salvação como... salvação, é, na melhor das hipóteses, uma fé defeituosa, se é que é genuína, visto que essa consciência é em si uma manifestação da salvação. É fé no evangelho.
Essa consciência é o que torna nossos pecados ainda mais repugnantes para nós. Se alguém salvar sua vida e levar você para a casa dele, você roubará dele? Você abusará de sua esposa e de seus filhos? Sempre que pecamos, traímos o nosso salvador, e isso perfura a nossa alma com dor e arrependimento. Pedro chorou amargamente. Judas, mesmo sendo réprobo, suicidou-se. O que isso diz sobre aqueles que reclamam que levamos o pecado muito a sério ou que repreendemos os pecadores com muita severidade? Oh, estou em dúvida sobre eles.
Mas Jesus Cristo continua a nos salvar. A Bíblia diz que ele nos salva completamente — completamente e integralmente. Traímos nosso salvador de muitas maneiras e em muitas ocasiões. Se afirmarmos que não pecamos, enganamos a nós mesmos e o chamamos de mentiroso, pois ele sabe que pecamos. Mas se confessarmos os nossos pecados, declararmos os nossos erros e pedirmos perdão, a Bíblia diz que ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça. Que alívio! Que provisão necessária! Que Deus de misericórdia e paciência!
Talvez a característica mais importante deste ensinamento seja que Deus faz com que o perdão dependa da integridade dele, e não da nossa bondade. Não somos muito bons e é por isso que precisamos de perdão em primeiro lugar. Em vez disso, “Jesus Cristo, o justo” (2:1, ARA) nos representa diante do Pai. A justiça de Cristo e a fidelidade e justiça de Deus constituem uma âncora para as nossas almas. Quando confessamos os nossos pecados, temos certeza de que receberemos o perdão, porque é fácil crer que Jesus Cristo é justo, e é fácil crer que Deus é fiel e justo reconhecer que os nossos pecados foram pagos pelo sofrimento de Cristo.
Se você não é cristão, ou se não confia em Jesus Cristo para o seu perdão, então tenha muito medo, porque o mesmo Deus declarou o castigo eterno contra todos os pecadores que não receberam perdão. Assim como ele é fiel em perdoar um cristão, porque é fiel à sua própria natureza, ele também é fiel em condenar você. A justiça dele garante o perdão para aqueles que pertencem a Cristo, mas a mesma justiça garante o fogo do inferno para aqueles que não se apegam ao seu Filho para a salvação.
Pense na bondade e no sacrifício de Jesus Cristo e depois confesse seus pecados. Deus perdoa você porque Jesus Cristo é justo e porque Jesus Cristo pagou pelos pecados daqueles que creem nele. Confesse os seus pecados ao Pai, olhando para Cristo como seu único mediador e sacerdote. Com isso, você ganhará e recuperará imunidade contra acusações, confiança no comunhão e ousadia no serviço.
━━━━━━━━━━━━━━━ ¹ Nota do Tradutor: Em inglês, wishful thinking. É uma expressão idiomática, que não existe uma tradução apropriada para o português. Algumas traduções alternativas sugerem pensamento ilusório, desejo irreal ou, ainda, pensamento positivo. O dicionário Merriam-Webster define como "a atribuição de realidade ao que se deseja que seja verdade ou a tênue justificação daquilo que se quer acreditar". O Cambridge Dictionary o define como "expectativas baseadas no que se espera que aconteça, não no que é provável que aconteça".
— Vincent Cheung. The Confession of Sins. Disponível em Sermonettes — Volume 1 (2010), p. 22-23. Tradução: Luan Tavares (22/02/2024).
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"O sonho de um homem ridículo" apresenta esperança para além do niilismo
“O Sonho de um Homem Ridículo” começa com o protagonista, um homem que se considera ridículo e quase louco, vagando pelas ruas sombrias e frias de São Petersburgo. Ele se sente indiferente em relação ao mundo, aceitando seu destino de ser um homem sem valor. O protagonista, cujo nome não é revelado, proclama sua própria condição de ridículo e afirma sua consciência disso. Esse sentimento de…
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O medo de ser livre provoca o orgulho em ser escravo
Há no homem um desejo imenso pela liberdade, mas um medo ainda maior de vivê-la. Algo parecido disse Dostoiévski, ou talvez eu esteja dizendo algo parecido com o dito pelo escritor russo. No entanto, como seres significantes que somos, analisamos as coisas sempre a partir de uma determinada perspectiva e, assim, passamos a atribuir-lhes valor.
Dessa maneira, até conceitos completamente opostos, como liberdade e escravidão, podem se confundir ou de acordo com o prisma de quem analisa, tornarem-se expressões sinônimas, como acontece no mundo distópico de George Orwell, 1984, em que um dos lemas do partido – “Escravidão é Liberdade” – é repetido à exaustão.
Não à toa, as boas distopias têm como grande valor predizer o futuro. E em todas elas – 1984, Admirável Mundo Novo, Fahrenheit 451, Laranja Mecânica – há um ponto em comum: a liberdade dos indivíduos é tolhida e, consequentemente, convertida em escravidão. No entanto, através de mecanismos sócio-políticos a escravidão é ressignificada como liberdade, de modo que mesmo tendo a sua liberdade cerceada, os indivíduos entendem gozarem plenamente desta.
Nas histórias supracitadas, embora a maior parte da população esteja acomodada e aceite com enorme facilidade absurdos, existem indivíduos que se permitem compreender as suas reais situações e ousam lutar contra a ordem estabelecida. Esse processo é, todavia, extremamente doloroso, uma vez que é muito mais fácil se acomodar a enfrentar a realidade e todas as consequências dolorosas que enfrentamos invariavelmente quando decidimos sair da caverna, para lembrar Platão.
Posto isso, há de se considerar que ser verdadeiramente livre requer a responsabilidade de encarar o mundo sem fantasias, ou seja, tal como ele é. Dessa forma, existe no homem grande suscetibilidade a aceitar o irreal como real, a fantasia como verdade, a Matrix como o mundo real.
Sim, Matrix é um grande exemplo do medo que possuímos de encarar a realidade. No personagem de Cypher (Joe Pantoliano) encontramos o maior expoente desse comodismo, já que sendo a realidade um mundo destruído, um caos constante, é muito melhor viver na Matrix, onde ele “pode ser o que quiser”, ainda que não passe de uma grande mentira.
Em outras palavras, Cypher representa a ideia de que sendo a realidade algo tão assustador, a ignorância é uma benção, pois sendo ignorante pode-se comprar mentiras como verdades facilmente, bem como, aceitar a Matrix como realidade e a escravidão como liberdade.Leia Mais: Não tenha medo de mergulhar nas pessoas
As realidades apresentadas no mundo das artes (ficções, que ironia), refletem a nossa própria realidade, em que, assim como Cypher, temos preferido viver vidas fantasiosas, cercadas de superficialidade e aparências, determinadas pelo hedonismo da sociedade de consumo e, consequentemente, o nosso egoísmo ganancioso buscando galopantemente realizar todos os desejos que impedem de acordarmos de um sonho ridículo.
Apesar de tudo isso, pode-se considerar que de fato é melhor ser um escravo feliz do que um ser livre, triste, inconformado e amedrontado. No entanto, a problemática ganha corpo na medida em que se entende que há coisas que só podem ser feitas sendo o sujeito livre, uma vez que a gaiola é sempre limitadora, sobretudo, aos desejos mais intrínsecos e, portanto, mais latentes e verdadeiros no ser.
Assim, por mais que a escravidão seja ressignificada, fantasiada e “transformada” em liberdade, sempre haverá pontos em que o indivíduo sentirá necessidade de alçar voos mais altos, os quais, obviamente, não poderão ser realizados, haja vista a limitação das gaiolas, o que implica a insatisfação, ainda que tardia, da condição escrava em que o indivíduo se encontra.
Sendo assim, constatamos que “O medo de ser livre provoca o orgulho em ser escravo”, posto que para gozar a liberdade é preciso coragem para se arriscar no terreno das incertezas e da luta. E, assim, temos preferido permanecer na caverna, orgulhosos das nossas sombras, já que lembrando outra vez Dostoiévski – “As gaiolas são o lugar onde as certezas moram”. Entretanto, como disse, mais hora, menos hora, nos enxergamos e percebemos que o que nos circunda é falso, de tal maneira que desejamos sair, correr, voar, ser livres.
O grande problema nisso é que quando se acostuma a viver em uma gaiola, quando se é livre perde-se a capacidade de voar, pois as correntes que nos prendem são criadas pelas nossas mentes, de forma que mesmo fora da caverna, continuamos prisioneiros de uma mente que se acostumou a ser covarde e preferiu acreditar na contradição de que ser escravo era o maior ato de liberdade
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"Porque eu vi a verdade, eu a vi e sei que as pessoas podem ser belas e felizes, sem perder a capacidade de viver na Terra. Não quero e não posso acreditar que o mal seja o estado normal dos homens. E eles, ora, continuam rindo justamente dessa minha fé. Mas como vou deixar de acreditar: eu vi a verdade - não é que a tenha inventado com a mente, eu vi, vi, e a sua imagem viva me encheu a alma para sempre. Eu a vi numa plenitude tão perfeita que não posso acreditar que ela não possa existir entre os homens. (...) a imagem viva daquilo que vi vai estar sempre comigo e sempre vai me corrigir e me dirigir. (...) O principal é - ame aos outros como a si mesmo, eis o principal, só isso, não é preciso nem mais nem menos: imediatamente você vai descobrir o modo de se acertar. E no entanto isso é só uma velha verdade, repetida e lida um bilhão de vezes, e mesmo assim ela não pegou! "A consciência da vida é superior à vida, o conhecimento das leis da felicidade - superior à felicidade." É contra isso que é preciso lutar!" - Dostoiévski em "O sonho de um homem ridículo".
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( ooc: +18 ) Os fãs não param de falar disso! Parece que Kangho ”Paxton” Gwon-Waller, mais conhecido como Pax, entrou para as redes sociais, sabia? Dizem que ele parece tanto com o Lee Juyeon! Ele nasceu em 27/03/1998 na cidade de Seoul, Coreia do Sul e atualmente tem 24 anos. Ele trabalha como integrante do BURST na SENSE Entertainment, deve ser muito talentoso… Ah, você quer seguir ele? Procura por @uv_paxton e fica de olho nas novidades.
DEMAIS INFORMAÇÕES.
Etnia: coreano.
Personalidade: Mesmo que não haja tanta distinção da personalidade verdadeira de Paxton quanto a vista na mídia, ele é constantemente supervisionado pela empresa quanto às suas atitudes e hábitos que não são tão bem vistos pelos fãs coreanos. Apesar da extroversão e dos sorrisos constantes, sua personalidade é bastante controlada. Ele é visto como um homem arrogante pela maioria do público masculino por seus comentários frequentes sobre ser bonito e saber disso. Os trejeitos de Pax demonstram bondade e compreensão além dos limites, uma compensação dos seus problemas de atitude. Sua desobediência é um tópico constante entre os que o agenciam, assim como suas atitudes impulsivas.
Fofocas/rumores:
Surgiu um rumor de que a data do aniversário de Pax foi inventada pela empresa e que, na verdade, ele nasceu em outra data (dia 12/07). Esse rumor começou a ganhar força devido a uma thread no twitter que mostrava capturas de tela de fotos que ele sempre posta nessa data específica. Por ser um rumor considerado ridículo, ele nunca chegou a ser negado.
Funcionários que já trabalharam com Pax sempre dizem que o idol é muito solícito durante as gravações e ensaios fotográficos, sendo muito educado com os funcionários que estão trabalhando nas campanhas e trazendo comida para os sets.
Recentemente surgiram rumores em fóruns coreanos de que o integrante do BURST e a solista WINNIE estariam namorando por conta das interações que os idols possuíam em frente às câmeras. Tais rumores foram negados imediatamente por uma nota emitida pela SENSE Ent para que a imagem dos artistas não fosse prejudicada por rumores falsos. Uma grande parte do público acredita que a empresa só tenha feito isso para abafar o namoro devido ao debut decente de ambos, enquanto outra insiste que é apenas uma amizade natural surgida entre idols que fazem parte da mesma empresa.
Trabalhos:
Em sua antiga empresa, Kangho fez uma participação especial no MV de um solista, aparecendo alguns segundos no vídeo.
BACKGROUND/HEADCANONS.
Gwon Taeho nasceu em Seul, Coreia do Sul, tinha apenas dois anos quando sua mãe era uma mãe solteira, que criava o filho que foi grupo de uma rapidinha nos fundos de alguma boate que ela sequer lembrava o nome, mudou-se para Los Angeles, Estados Unidos a cidade conhecida por ser o cenário de várias adaptações filmográficas e por ser o lar da indústria musical no país em busca de uma vida melhor e talvez uma oportunidade de se arriscar no mundo do cinema. A vida se demonstrou de extrema dificuldade para ela, que tentava arranjar tempo para trabalhar e se dedicar à educação do único filho, abrindo mão do sonho de ser uma atriz. Até os oito anos de idade, ele era apenas Gwon Taeho, um garotinho que vira e mexe era vítima de piadinhas na escola sobre a ausência do pai. A ideia de uma figura paterna sempre foi abstrata para ele até que seu padrasto entrasse em cena. Ele era um homem bom e afortunado, que amava sua mãe incondicionalmente, só não era o maior fã da bagagem que ela trazia. Mesmo assim, ele lhe deu um novo sobrenome e o adotou como filho, pagando escolas particulares de elite e aulas em atividades extracurriculares para que o futuro dele fosse garantido na faculdade. Até os oito anos, Taeho era um Zé ninguém, um menininho pobre, filho de uma mulher que trabalhava quase doze horas por dia para lhe prover o mínimo. De repente ele era Kangho “Paxton” Gwon-Waller, o filho de um figurão respeitado em Hollywood.
Os anos foram passando e ele foi tomado pela estranheza de estar vivendo na sombra do padrasto, sem construir nada realmente seu. Ele não tinha muitas paixões ou ambições, além do gosto pela música. Aprendeu a tocar bateria com doze anos de idade, não era o que o padrasto queria porque era um instrumento barulhento que não o levaria para lugar nenhum — não que ele pensasse diferente de outros instrumentos musicais que não fossem os mais clássicos. Mas, Paxton sabia que não teria futuro em uma carreira musical, ele nunca tinha visto pessoas como ele fazerem muito sucesso naquela indústria.
Conheceu o kpop intimamente com quatorze anos, foi a primeira vez que ele viu pessoas como ele tendo destaque na indústria musical. Foi com essa mesma idade que ele teve a sorte de fazer audição para uma empresa grande e se mudar para a Coreia com o padrasto bancando a maior parte dos custos, ansioso para vê-lo ir embora. Viveu em condições insalubres durante a maior parte de seus anos como um trainee, e esse período só serviu para que ele aperfeiçoasse técnicas e crescesse como cantor e dançarino porque os anos passaram e a empresa não parecia ter intenção alguma de debutar um grupo masculino tão cedo. Ele passou nove anos treinando nela até desistir, pronto para abrir mão do sonho de ser um idol. Pouco mais de um ano depois, quando andava pelas ruas de Seul, ele foi recrutado por um funcionário da ARR, que se surpreendeu ao saber que o rapaz havia treinado por tanto tempo. Dessa forma, Paxton acabou sendo adicionado à line-up final do BURST.
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Relatando Experiência Hoje eu ouvi um livro e foi simplesmente fantástico. O sonho de um homem ridículo de F. Dostoiévski em áudio book é simplesmente incrível pois o narrador (Carlos Eduardo) /leitor faz uma narração emotiva o que nos obriga a prestar atenção e imaginar as cenas. 🍀 "Ame a humanidade como a ti mesmo!" 🍀 É a frase que impacta toda a narrativa a que mais ênfase me pareceu ter. Recomendo audio books. #abrasador #gnomaabadeer #relatosdeumarenascida #escritoraindependente #literaturanacional #hot #ebook #wattpad #uiclap #inundaçãodamente #lilyth #verdadesocultas #stelladeveraux #lermais #pensamentosdelilyth #ojovemalfa #segredosdeumaveela https://www.instagram.com/p/CnDfykZr3-N/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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o toque de valentin quase fez aron travar, um choque de sensações inesperadas que correu por seu corpo. não era estranho, não era desconfortável; era exatamente o oposto do que ele havia desejado, uma sensação que ele ansiava, mas que agora parecia quase cruel. ❝ não seja malvado… ❞ aron murmurou, a voz carregada de uma vulnerabilidade que ele raramente revelava. seu polegar fez um singelo carinho na palma alheia. ❝ você já me prometeu isso antes, sr., é feio dar falsas esperanças para as pessoas ❞
seus olhos buscavam o amigo na penumbra, distinguindo os contornos familiares de seu rosto com uma clareza dolorosa. conhecia cada expressão e idiossincrasia daquele homem com uma precisão quase clínica, e essa familiaridade o consumia. odiava ver valentin, especialmente quando fechava os olhos, odiava vê-lo em seus sonhos, e mais ainda odiava saber que havia ângulos e expressões que ele nunca veria. aron invejava aqueles que poderiam admirar valentin em toda a sua totalidade, um sentimento que misturava desejo e frustração. ele se perguntava se algum dia conheceria alguém tão adorável quanto valentin. sim, adorável era a palavra certa, porque nada melhor descrevia o que aron sentia pelo amigo e isso era absolutamente ridículo. talvez wora, ela era a epítome da graça, e aron a admirava muito antes de valentin sequer pôr os olhos nela. como era possível que tivessem se tornado tão próximos em tão pouco tempo?
esses pensamentos incessantes formavam um sentimento que aron detestava mais do que qualquer outro: ciúme e inveja, sempre à espreita quando estava com os amigos. mesmo agora, quando tentava aproveitar um raro momento a sós com um deles, esses pensamentos não o deixavam em paz. precisava implorar por uma migalha de atenção, e isso o fazia sentir-se patético. deveria estar focado em concluir o mestrado. seu pai já havia dado o ultimato: ele deveria começar a trabalhar no hospital o mais rápido possível. aron precisava terminar sua tese o quanto antes, e nenhuma nota além de dez seria aceita. ele precisava ser rápido e preciso, mas seu corpo falhava com ele. sua mente, sempre ágil, estava exausta das noites em claro, dos remédios, de tudo.
não havia com quem falar. wora e valentin pareciam viver a melhor vida possível, damien estava imerso na verdadeira experiência de uma fraternidade, e eva... aron sentia-se mal por eva. gostava dela, realmente gostava, e embora seus sentimentos fossem confusos, sabia que poderia eventualmente se apaixonar. mas seria justo com ela? a resposta lhe parecia óbvia: não. porque ela merecia muito mais. todos mereciam mais, e por isso ele continuava sozinho, atolado em seus próprios pensamentos, buscando algo que não sabia como alcançar.
se valentin estivesse prestando atenção, poderia sentir a respiração de aron cada vez mais pesada, o ar saindo de seus pulmões com uma irregularidade crescente. seus dedos trêmulos denunciavam a agitação interna, um reflexo visível da velocidade frenética dos pensamentos que martelavam sua mente. aron se virou, escondendo os olhos marejados ao virar as costas para o amigo. ❝ obrigado por ficar ❞ murmurou, a voz fraca e vacilante. seus ombros se encolheram, como se a pressão do mundo repousasse sobre eles. ❝ tudo tem acontecido tão rápido… ❞ engoliu em seco, tentando controlar o tremor em sua voz, cada palavra saindo com esforço. ❝ acho que estou perdendo o controle, valentin ❞
havia um leve tremor em seu corpo, um reflexo de um desamparo que ele tentava desesperadamente esconder. sabia que devia tomar seu remédio para dormir, mas a ideia de fazer isso na presença de valentin parecia insuportável. ele não queria que seu amigo visse o quão dependente se tornara de substâncias para encontrar um pouco de alívio. não fazia ideia da quantidade de medicamentos que aron estava ingerindo diariamente, e essa ignorância parecia uma benção para o médico em seus momentos mais sombrios. ❝ eu... eu não posso te contar tudo. você ficaria com raiva… ❞ as palavras saíram arrastadas, cada uma delas fosse um peso insuportável. ❝ eu não quero que você fique preocupado ou decepcionado comigo, seria ainda pior ❞o medo do julgamento, a vergonha de sua própria fragilidade, tudo isso se misturava e o fazia querer sumir ❝ obrigada por ficar comigo… pelo menos hoje ❞
valentin sentiu o calor subindo para as bochechas por conta do beijo em sua testa. e isso não impediu que acabasse rindo, uma risada carregada de carinho. demonstrações de afeto foi algo que aprendeu com os amigos ao longo da vida, porque não era comum em sua família. de vez em quando ainda era difícil para lioncourt expor-se daquela maneira, mas recebia carinho com facilidade, verdade fosse dita. além de gostar de ver quando as pessoas conseguiam agir daquela maneira. era importante demonstrar os sentimentos, a apreciação e gratidão que tínhamos pelas pessoas a nossa volta. outra coisa que ele só aprendeu com as relações além das familiares. ❛ não fale assim, eu posso acabar acreditando. ❜ devolveu, deixando um afago nos cabelos alheios antes dele se levantar.
os olhos acompanharam a movimentação alheia, enquanto ele ajeitava tudo para dormir. nunca impedia aquele ritual ou dizia para deixar para depois porque agia de maneira semelhante em seu próprio quarto. quando aron ajeitou-se ao seu lado sob a coberta, enquanto ele fitava o teto, valentin fitava o amigo como se tentasse memorizar o rosto dele, mesmo sob a luz baixa trazida pelo abajur. um novo sorriso repuxou os cantos dos lábios ao ouvir que ele e a namorada estiveram no sonho dele. guardou silêncio e deixou que ele prosseguisse, mas conforme isso acontecia, o sorriso foi sumindo. também queria que pudessem viver uma realidade como aquela, sem todo o peso que foi colocado em seus ombros. valentin sentia que estava tão afundado em tudo aquilo que sequer seria capaz de sonhar como algo tão tranquilo como aron.
a mão moveu-se em direção ao outro. primeiro um aperto gentil em sua mão, um gesto de afirmação. então subiu para o braço, afagando-o por cima das roupas enquanto o escutava. era uma maneira de incentivá-lo a continuar. talvez não pudessem mudar sua realidade, mas não fazia mal nenhum devanear com algo diferente. ❛ podemos fazer isso, escapar de tudo. ❜ sugeriu por fim, rindo baixinho por entre as palavras. ❛ não acho que de maneira permanente, infelizmente… ❜ até podia imaginar seu pai colocando a polícia para caçá-lo em qualquer canto do mundo que tentasse se esconder. ❛ mas podíamos viajar, o que acha? no fim do semestre. podíamos ir para bem longe por algumas semanas, wora, você e eu. podíamos ir para um lugar bem bonito e só aproveitar... posso organizar tudo. ❜ vendo de fora, seriam apenas três crianças ricas aproveitando as férias de seus cursos caros. ninguém precisava saber as motivações por trás de tudo.
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