#num to preparada gente
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mandersie · 5 months ago
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Holy moly
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delirantesko · 9 months ago
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Na fila do super-mercado da vida (texto, oniriko, 2024)
O atendente lhe pergunta na fila do caixa:
"O Sr. gostaria de levar algo mais?"
Indeciso sobre o que você realmente quer da sua vida, você pergunta:
"O que você teria pra mim?"
"Tenho duas opções que o senhor irá gostar muito. Com certeza irá levar pelo menos um dos dois"
Você acena receoso mas tentando ser simpático e então ela continua:
"Aqui temos a DOR. Se você procura sofrimento, é o produto certo pra você. Levando a dor, você ainda ganha no pacote a 'Sensação de Mártir', que faz você se sentir como uma divindade, ou pelo menos o filho dele. É uma relação complicada sabe? Mas você não precisa pensar muito, é só aceitar, viu? Você ainda ganha a 'Compaixão Superficial Alheia', que é como se fosse uma versão portátil do olhar de 'Cachorro Perdido na Mudança'. A dor é recomendada para quem quer ser o centro da atenção, se sente injustiçado por um universo que tem mais o que fazer além de ser sua babá. Claro, eu sei que o Sr. realmente passou por problemas em sua vida. Quem nunca passou? Mas esse produto faz com que sua dor aumente cem vezes de tamanho. Eu sei que secretamente o senhor também gostaria de estar pendurado ali, com sangue escorrendo por seu corpo quase nu, suado, num bondage metálico perfurante, sendo visto por milhões de pessoas durante séculos. Recebendo pena, doações, tornando-se secretamente um ícone do masoquismo. (Pelo menos é o que eu acho, a maior parte das pessoas acredita em outras coisas). E a DOR pode ser usada como justificativa para quase qualquer coisa também."
Hesitante, você pergunta:
"In.. interessante. Parece realmente a melhor opção. Estou quase levando, mas gostaria de ouvir sobre o outro produto, por favor."
"Que bom que perguntou. A maioria simplesmente aceita o primeiro por causa dos benefícios. O outro produto chama-se PRAZER. É um produto novo, a gente ainda não sabe direito como usar, porque todo mundo simplesmente aceita o primeiro, nem imagina que possa existir algo como ele. Ao adquirí-lo, você ganha também a CULPA, pois todos dizem que você só merece o primeiro, que é errado você sentir PRAZER, sendo que existe tanto sofrimento no mundo, mas ao mesmo tempo seu corpo e sua mente são uma máquina preparada e pronta para o prazer."
"Realmente é complicado isso hein...?"
"O que posso dizer senhor... as pessoas que o escolheram disseram que se sentiram muito bem, mas muitas voltaram e trocaram pelo primeiro. Parece que nem todo mundo aceita o PRAZER e prefere a boa e velha DOR. Como se devessem algo que nem sabe se fizeram, ou se algum ancestral fez e então você teria herdado isso, de alguma forma. Daonde as pessoas poderiam ter tirado essa ideia? Algum livro antigo e mal traduzido, editado conforme os interesses mesquinhos de cada época, talvez? Quem sabe com um reforço diário e contínuo, um lembrete pendurado em paredes pra que você nunca se sinta no direito de sentir algo diferente? Talvez através de poesias sem rima, mas que você repete tanto que até esquece o que elas significam? Bom, novamente, os clientes da DOR não precisam pensar demais sobre as coisas. Apenas aceitar."
"Realmente eu não quero muito pensar nisso. O PRAZER parece ser bom, mas a DOR é algo garantido e que todos levam não é?"
"A nossa satisfação está em atendê-lo, caro cliente."
Você paga pela DOR, que fica numa caixa assimétrica, cheia de espinhos, pesada e disforme, sem nenhuma alça. Nem uma sacola você ganha, pois ela precisa ser carregada com ambas as mãos. Uma gota de sangue escorre pelos seus dedos.
As pessoas da fila atrás de você olham com pena, se compadecendo. Você sorri, pois sabe que fez o certo, já que todos lhe aprovaram.
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1grander4ascunho · 1 year ago
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É que não é só o fato dela ter sido/ser o amor de uma vida inteira - como se já não fosse motivo suficiente para eu estar morrendo de medo. É porque eu nunca estive na situação que estou hoje. Nunca vivi a realidade de estar completamente apaixonada por alguém sem que pudéssemos viver isso. Nunca imaginei que o grande amor da minha vida voltaria para ela. Não estava preparada pra nada disso. Eu olhava pra ela como alguém que jamais voltaria, mas lá no fundo por vezes eu sentia que, quem sabe, talvez ela voltasse (era uma porcentagem baixíssima de achismo). Por isso eu segui a vida, eu me envolvi com outras pessoas, mas sempre procurando por aquilo que a gente tinha vivido, e por aquilo que quisemos muito viver.
Não quero ser alguém que a faça chorar ou pensar se vale a pena estar comigo. Quero que ao meu lado ela se sinta segura, independente de como for.
Eu a amo. Meu Deus eu a amo, novamente. Ou será que nunca deixei de amar? (Como um amigo me disse, enquanto virávamos nosso copo de cerveja num bar sábado a noite). Isso tudo está me deixando louca. Como pode tudo isso acontecer depois de 3 anos? Quer dizer, eu mal tinha notícias dela e agora isso.. amor. Já tinha me conformado que esse sentimento jamais voltaria a me visitar, já tinha chegado a conclusão de que não viveria isso com mais ninguém, e estava tranquila quanto a isso. Sem dor ou negação, estava tudo calmo aqui. Me lembro de sempre ficar feliz apenas pelo fato de ter conhecido o amor, tem tanta gente que passa por essa vida sem conhecê-lo.. me sentia privilegiada por isso, por pelo menos ter o conhecido. Não imaginei sob nenhuma hipótese que amaria de novo. Ainda mais nessa configuração.
Então eu errei, fui imatura. Liguei a noite, dei um show feito uma adolescente morrendo de medo de perder seu primeiro amor. Foi assim que eu agi. E me envergonho, é claro. Porque sei que já não sou essa menina há bastante tempo, porque sei também que ela não tem nenhuma responsabilidade quanto a mim, mas acessar esse sentimento de 4 anos atrás me virou a cabeça, eu vi o trem da minha vida saindo dos trilhos, as rédeas deslizando das minhas mãos. Eu me apavorei, essa é a verdade. Só eu sei da força desse sentimento aqui dentro. Eu e Deus, talvez.
Escrevo com os olhos doendo, inchados de quem passou a madrugada chorando e tentando entender o que se passa dentro de mim. Entender sobre como o passado pode ser perigoso quando visitado, ainda que por alguns minutos ou horas. Tento entender sobre como ainda posso sentir coisas que já acreditava estarem curadas. Seja como for, eu não vou permitir que o passado estrague todo um presente e futuro diferente que estou construindo pra mim. Sei que aquela pessoa não tem mais poder, não está mais no comando há muitos anos. Sou livre daquela prisão e jamais voltarei a ser como era. Não há como reverter a minha metamorfose, não deixarei que o passado tente. E principalmente, porque quem eu sou hoje é alguém que me dá orgulho, que me faz sentir amor por mim e isso é mais importante que tudo.
Não quero e não vou machucá-la. Nem que seja preciso dizer adeus pra que isso não aconteça. Eu faço o que for necessário, mas quero que aqui seja um lugar de paz pra ela voltar quando quiser. E um lugar de paz pra mim também.
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dani-seeu · 2 years ago
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A Guerra da Papoula de R. F. Kuang
Sinópse: Há boatos de que a Terceira Guerra da Papoula pode estourar a qualquer momento, e a academia militar mais prestigiada do Império prepara seus estudantes para o combate: filhos da elite e, inesperadamente, uma órfã de guerra. Obrigada a se casar com um homem asqueroso, a jovem Rin fez de tudo para reescrever o próprio destino. Estudou para o exame imperial por pura teimosia e, quando conseguiu uma vaga na academia, acreditou estar salva.
Sorry, mas esse vai ser controverso. Contém spoilers.
A Guera da Papoula foi a minha grande decepção do ano. Queria tanto amar esse livro... comprei na pré-venda, paguei caro... Tava preparada, antecipando demais. Imaginei um épico de cultura chinesa: o que eu recebi foi um livro bem juvenil, num ritmo estranho, com vários pontos de plot bem convenientes (deus-ex-machina) e um final "chocante" que não teve efeito nenhum na personagem principal.
O livro é dividio em 3 partes.
Na primeira, temos uma menina de 14 anos, Rin, sem personalidade alguma, que decide entrar na academia mais disputada do país para não ter que casar com um velho. Ela vai competir com outros jovens que estudaram a vida inteira pra isso, e vai passar em primeiro lugar, só porque sim.
Na tal academia, ela sofre bullying, mas cria um grupinho dela de misfits e vira a melhor aluna, super talentosa, do neida, sem pé nem cabeça. Eu tô criticando o negócio mas, pra ser sincera, essa foi a melhor parte do livro. Ela conhece o professor excêntrico (que foi, de longe, o personagem mais interessante do livro) que vai ajudá-la a despertar seu "dom".
A relação entre os dois foi o ponto forte do livro, mas logo ficou claro que Rin estava cag***do para o conhecimento e os conselhos do mestre sábio; ela só queria poder e elogios, como uma verdadeira leonina.
Na parte dois, surge a guerra. O tom do livro muda bruscamente, o ritmo, a atmosfera e, por incrível que pareça, os personagens também. Praticamente todo mundo morre e então brota um grupo novo de personagens, parece que estamos começando outro livro. Fica bem difícil se apegar aos personagens dessa forma...
Já na parte três, temos os relatos baseados no "estupro de Nanquim", evento histórico terrível, que chocou tantos leitores e que claramente tinha apenas essa função, pois em dois tempos, todo mundo já tinha esquecido que aconteceu.
A autora tentou excaixar muitos eventos históricos nesse livro e acabou com um Frankenstein em mãos.
A impressão que eu tive é que estava lendo um livro sobre a China, escrito por um americano, alguém que nunca pisou na China. E foi bem isso mesmo, gente. A autora vem de família chinesa, mas ela é americana e, por mais que tenha estudado folclore chinês, ainda tem a visão ocidental do mundo.
É um livro que só impressiona quem está começando a ter contato com a cultura oriental, especialmente a chinesa.
Não recomendo.
E dani-se você também.
Nota: 2/5
P.S.: Ainda bem que não comprei a continuação...
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sosoawayrpg · 1 year ago
Note
Que tipos de personalidades vcs gostariam de ver no rp? Mods e players
uau agora você me pegou porquê temos muita diversidades aqui
mas vamos lá
Eu sou um acadêmico e passei a maior parte da minha vida estudando. Eu não gosto de sujar minhas mãos e acho que tenho tenho uma resposta para qualquer pergunta.
Eu sou educado e respeitoso e um pouco ingênuo. Fui criado pela minha avó e quase não saí da minha cidade. Eu não fico muito a vontade em contato com culturas diferentes.
Eu tenho uma aparência comum e me misturo fácil com as pessoas. Eu sempre conheço alguém que pode me ajudar.
Eu fui criado na floresta proibida. Tenho a ginga do malandro e acho muito difícil alguém me passar a perna. Eu me misturo bem com as pessoas do lado obscuro da vida.
Eu sou místico. Sou obcecado com a magia e com tudo o que é oculto ou misterioso. Não posso perder uma chance de ir atrás de uma pista sobre um item mágico ou antigo cemitério esquecido. Eu gostaria de viver para sempre.
Eu sou um investigador. Observo bem os detalhes e sei ler as pessoas. Já trabalhei na guarda da cidade e por isso é difícil escapar de mim.
Eu sou um colecionador de histórias. Não posso perder a chance de ficar sabendo de tudo e gosto de interferir na vida alheia. Pra ajudar, claro.
Eu sou uma pessoa nobre e meu objetivo é levar o bem para todo reino. Eu não tolero a injustiça. Meu sonho é derrotar um dragão.
Eu sou muito apegado a minha cidade/floresta/clã/família. Sou filho de um líder do meu povo e me sinto responsável. Eu faria qualquer coisa para defender a minha gente.
Eu sou um líder, mas sempre levo em conta a opinião do meu grupo. Sou uma pessoa confiável e me considero bastante sensato. Eu não gosto de ficar sozinho.
Eu sofri uma grande perda quando era jovem, o que me transformou num lobo solitário. Eu sou desconfiado com quem não conheço, mas posso ser um grande amigo para aqueles que me conhecem de verdade. Eu estou pesquisando o paradeiro de alguém em especial.
Eu sou um fanfarrão. Expansivo por natureza, gosto de cantar e beber e não dispenso uma boa taverna. Sou uma pessoa animada e gosto de me considerar um otimista.
Eu sou um conquistador que está sempre flertando. Não perco a chance de perseguir um novo romance e estou freqüentemente apaixonado. Sou boêmio.
Eu venho de uma família de heróis. Isso está no meu sangue e eu tenho confiança de que não vou falhar. Eu tendo a atrair os problemas para o meu lado.
Eu sou uma pessoa urbana. Gosto do conforto da cidade e mosquitos e barracas realmente me incomodam. Para mim não há nada melhor do que um bom banho ou uma refeição bem preparada.
Eu sou um amante da música e das artes. Sou um espírito livre e um pouco avoado, mas me considero culto. Eu tenho um lado artístico.
Eu sou uma pessoa simples. Cresci em uma tribo ou entre os povos bárbaros e me sinto bem na natureza. Eu não gosto das pessoas da cidade e acho que um aventureiro não precisa de excessos ou luxos. O céu sobre a minha cabeça e a liberdade são meus tesouros mais estimados.
Eu sou um aventureiro, um caçador de emoções. Estou sempre curioso e em busca de tesouros. Tenho uma facilidade enorme para atrair problemas, mas acho que consigo me safar de qualquer coisa.
Eu sou o mais devoto seguidor do meu deus e tento agir pelo que acho que são seus desígnios. Tento ser a sua imagem.
Eu quero deixar minha marca no mundo. Eu sou o filho de pessoas simples, mas meu grande sonho é que as minhas histórias fiquem conhecidas no mundo inteiro e passem de geração para geração.
Eu sou uma pessoa incomum. Tenho alguma característica ou traço físico muito peculiar. Eu tenho uma aura de mistério que deixa as pessoas desconfiadas.
Eu sou destemido e acredito que a força bruta é a solução para a maioria das coisas. Não gosto de discutir demais, sou uma pessoa de ação. Eu sou levado facilmente pelas emoções e os outros me consideram um pouco impulsivo.
Eu sou um protetor. Sou um defensor por natureza e estou sempre disposto a defender meus amigos e as pessoas em dificuldade. Eu não gosto de violência desnecessária.
Eu sou um conservador. Eu acho que as pessoas não mudam e posso ser um pouco preconceituoso à primeira vista. Eu não acredito em qualquer pessoa e estou sempre desconfiado.
Eu sou uma pessoa cautelosa. Eu ando pelas sombras, gosto da noite e prefiro agir com precisão, apenas na hora certa. Meus amigos não me acham muito corajoso, mas na verdade eu evito os problemas.
Eu sou uma pessoa que evita esforços desnecessários. Meus amigos reclamam que sou preguiçoso e que está crescendo a minha barriga. Mas meu mote é que sempre há um jeito mais fácil, mesmo que isso inclua contar uma mentirinha.
Eu fui um grande destaque nos esportes e sou uma pessoa um pouco competitiva. Eu gosto de disputas e de ter bom desempenho em qualquer situação onde minhas capacidades são postas a prova.
Eu gosto de tática e disciplina. Sou uma pessoa metódica e detesto covardia, mas também não gosto de impulsividade.
Eu tenho uma missão. Estou procurando uma pessoa ou item perdido e preciso encontrar pessoas que me ajudem nesta iniciativa.
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deliriofebril1 · 2 years ago
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CRONIQUETA DE QUARENTENA
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Estou há 40 dias diante da pia da minha cozinha. Hoje me peguei diante dela mais uma vez e foi como se me olhasse no espelho. Olhei para o ralo e o ralo olhou pra mim: nos tornamos confidentes nesses 40 dias, melhores amigos. Às vezes a água com que lavava a louça não era água, era lágrima. Ele sabe disso.
Sinto-me também mui íntima das panelas, copos, pratos, garfos, facas e colheres que já me acompanham há alguns anos, já viram de tudo, nem queiram suspeitar. Mas dessa vez é diferente, a gente tá mais igual, não sei explicar, é como se fossemos uma coisa só, não sei explicar.
A geladeira já tem uns sete anos, resiste bravamente ao tempo, sem pifar, mas os pés começam a serem carcomidos pela ferrugem. E frequentemente me sinto como ela também: fria e vazia. Não gosto de pensar no dia que ela resolver me abandonar de vez - não estou preparada pra essa separação, nem meu bolso.
O gás me faz ter calafrios todo dia: será que acaba hoje? Agora? Ou bem no meio de um bolo que estou assando na tentativa de assar e esturricar minhas mágoas junto?
Mas aquela que tenho mais amor - e sei que os outros sentem um baita ciúme - é minha máquina de lavar roupas. Poxa, como eu sou apaixonada por ela! É minha melhor amiga: lava tudo, espreme tudo, deixa tudo limpo e cheiroso pra ser usado novamente com aquele cheiro entorpecente de amaciante usado além da medida.
Atrás de mim, uma gata me olha com o olhar fulminante pedindo ração ou um pouco de carne crua. Aos meus pés uma cachorra esperar cair alguma migalha pra ela comer do chão, está gorda a ponto de explodir, mas come como se passasse fome.
Na rede da varanda uma menina que me chama de mãe, às vezes eu me assusto: eu sou mesmo mãe de alguém? E saio de repente do meu delírio doméstico, que gira num ciclo infinito que não reconhece mais domingos e segundas-feiras.
Autoria: Mariana Couto
(Abril de 2020, durante a quarentena da pandemia do Coronavírus)
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nosoyexotica · 5 days ago
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Eu também já precisei um dia
Querido - e jamais esquecido, diário
Há umas duas semanas precisei enviar meu notebook para o conserto. Comprei ele em agosto de 2024, usei em torno de 7 meses e repentinamente ele parou de funcionar: num belo dia enquanto eu estava numa reunião por chamada de vídeo, ele simplesmente apagou. A bateria estava fraca, nisso ele piscou, piscou e: já era, não ligou mais. Naquele momento experimentei um frio na espinha descomunal, mas fiquei tranquila: sabia que tudo se resolveria.
Eu estava enganada, porque ele realmente havia estragado, não ligou mais. Entrei em contato com o fabricante para resolver, afinal, estava na garantia e me disseram que o problema poderia ser o carregador. Eu fiquei feliz num primeiro momento, aliviada também. O carregador chegou uns dias depois e ao testá-lo: surpresa! Não resolveu nada. Mais algumas horas no telefone com o suporte e o meu temor se concretizava, ter que enviar ele para a matriz da Acer em São Paulo, onde ele seria consertado... e obviamente demoraria dias para voltar. Um problemão a mais, o tempo, porque precisava dele para trabalhar. Mas não tinha jeito, era isso ou pagar uma assistência, ou ficar com ele pifado. Então, lá fui eu atrás de todos os documentos e da embalagem para que ele chegasse em São Paulo são e salvo.
Cheguei na agência dos Correios certa de que todo meu pacote estava pronto e eu tinha preparado tudo perfeitamente pro envio. Quando me dou conta de que havia colocado a nota fiscal dentro da caixa mas esqueci da nota fiscal por fora da caixa - conforme foi exigido num documento em que eu assinei descrevendo todas as informações do problema do notebook e aceitando os termos e condições que eu precisava cumprir para que ele fosse consertado. Por sorte a agência estava vazia, peguei o pacote e corri até o xerox ao lado da agência sabendo que a única coisa que me impedia de enviar o pacote era a bendita da cópia da nota fiscal.
Lá segui mais uma vez e ao entrar no xerox - que também era uma lotérica, que também era um pouco flora pois vendia itens religiosos, que também vendia bebidas geladas e cigarros, que também não duvido que não fizesse um jogo do bicho - me deparei com uma fila imensa. Por sorte, de novo, a fila das cópias tinha somente uma senhora na minha frente, parecia já estar de saída. A atendente, uma senhora também, me perguntou: "e pra ti, moça?" "boa tarde, tudo bem? preciso de uma cópia!". Prontamente ela pegou a nota fiscal e colocou na fotocopiadora. Segundos depois, me perguntou de novo: "e pra ti, o que é mesmo?", eu ri e respondi que era só a cópia. Ela colocou a mão na cabeça, como sinal de "ai, que cabeça!", e me trouxe o papel.
Perguntei quanto devia a ela, me respondeu que R$ 1. Pedi pra que ela me dissesse a chave Pix pra que eu fizesse o pagamento - e aqui quero pedir pra que não me venha com julgamentos, eu quase nunca ando com dinheiro físico na carteira. E então veio a surpresa: "ah! Tu quer pagar com Pix? O mínimo pra pagar no Pix é R$ 5." Eu não entendi, até porque para pagar com Pix nunca me cobraram taxa alguma - e que ironia, tinha gente dizendo que era o Luly que ia taxar o Pix, né?! Mas como eu estava num dia em que não tinha motivos para estar em pé de guerra com o mundo, me conformei que ia pagar cincão por uma cópia, um mísero xerox. Para não sair em tanta desvantagem, perguntei: posso pagar, então, uma água com gás e a cópia? E ela: sim, pode sim!
Mas nenhuma de nós estava preparada para o que ia acontecer a seguir. Lembra da senhora que estava na minha frente na fila? Ainda estava lá, não sei porque até porque já tinha sido atendida, mas ouviu e viu tudo. Disse pra mim: "minha filha, toma aqui, eu tenho R$ 1!". E eu recusei, disse pra ela: bem capaz, senhora. Eu pago a cópia e a água. Mas ela insistiu: "não precisa, eu tenho aqui!". E eu: a senhora tem Pix? Eu posso lhe pagar, só não tenho em moeda. Até que ela me deu uma resposta que me desmontou: "fica tranquila. Eu também já precisei um dia e teve alguém que fez por mim". Eu agradeci, fiquei sem jeito, porque eu tinha dinheiro só não físico, tentei pagar e não consegui e se não fosse ela, a dona do xerox/lotérica/flora/conveniência, ia ter me surrupiado R$5.
O olhar da senhora que me apoiou aquele um real me fez entender tudo... alguém fez por ela, era a minha vez de fazer por alguém que precisasse mais adiante. Para uns, pode ter sido muito pouco, talvez até nada. Pode me dizer que é bobagem, que é algo simples, que é só uma mera coincidência. Mas eu não acredito em acasos, não acredito que estejamos jogados ao léu. Ela estava ali o tempo todo e poderia ter ido embora depois de ter visto a cena. Poderia ter me deixado pagar o cincão, fazer a dona do comércio feliz e eu sair de cara por pagar um Pix inflacionado... mas ela olhou ao redor e não somente isso, não ficou inerte: ela me ajudou.
"Mas Kamille, tudo isso por R$ 1?"
Não. Tudo isso por uma pequena e sutil gentileza e por aquela situação ter remetido um flashback na cabeça dela do dia em que ela também ficou na mão e uma pessoa completamente desconhecida olhou ao redor e deu um apoio. Toda essa situação não lembrou algo somente a ela, mas também me fez lembrar, logo que saí de lá com um sorriso e depois de muito agradecer, de uma história que meu pai me contou. Ele, peruano recém chegado ao Brasil, com 17 anos, andava por aqui descobrindo esse país tropical. Já a minha avó, lá no Peru, trabalhando no centro de Lima vendendo roupas, sempre que avistava um universitário cantando pelas ruas em busca de uns trocados ou pedindo alguns soles, ela ajudava. Ela não sabia com quem meu pai estava aqui, não sabia o que ele passava, não sabia de nada além de que havia um Deus cuidando dele onde quer que fosse. Meu pai me confirma que passou muitos apuros, mas felizmente sempre encontrou gente boa que estendesse a mão, que olhasse ao redor. Ele me conta que sabe que todas as orações feitas com muita lágrima foram atendidas e sempre que alguém lhe ajudava, lembrava dela.
Eu não sei onde essa rede vai me levar. Mas lembro de vezes que já me compadeci e ajudei, não por querer ser boa mas por saber que não me custa nada poder fazer um pouquinho que seja que está ao meu alcance. Ainda não me aconteceu de precisar pagar essa dívida - porque sim, agora isso se tornou um débito que tenho com aquela senhora que me ajudou. Sei que esse momento vai chegar e eu vou lembrar dela, lembrar do gesto empático, gentil e bonito. E espero que quem eu for ajudar, que quando tiver, possa ajudar a outra pessoa e assim que siga sucessivamente uma corrente de pequenas gentilezas... quebrando a indiferença que nos cerca nessas ruas da selva de pedra.
E a senhora dona do xerox/lotérica/flora/conveniência? Não sabia onde enfiar a cara, ficou muda, viu toda a cena, pegou a moeda e deu as costas sem falar nada para mim e para a senhora que me apoiou aquele um pila. Não sei se para ela teve tanto significado como para mim, mas aquilo me mostrou também que muitas vezes estou alheia pensando que vou morrer sozinha e que a melhor solução para me proteger emocionalmente é não querer lidar com as pessoas e me isolar. Existe veneno no ser humano. Mas existe cura e só existe cura enquanto a gente está vivo... a vida não vai parar para a gente se curar. A gente só vai se curar vivendo.
Fechei o pacote, com a nota fiscal dentro e com a bendita, sofrida e cheia de história da tal da cópia da nota fiscal que impreterivelmente deveria ser anexada por fora da caixa. O notebook foi para o conserto, voltou, e está aqui perfeito nas minhas mãos enquanto escrevo esse relato. O que me entristece é que eu jamais vou lembrar qual era o rosto daquela senhora por culpa da minha memória que é terrível, mas certamente não vou me esquecer de passar adiante aquela gentileza. Tudo pode passar, muita coisa pode acontecer - de ruim, de bom, mas só o que realmente nos toca e mexe com a gente lá no nosso mais profundo ser e sentir é que se torna uma lembrança. E eu escrevo esses pequenos textos para me enxergar, me lembrar e me curar nesse mundo gigante e finito.
KGN - 19/03/25
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oceanoimenso · 18 days ago
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Pertencer
Um amigo meu, médico, assegurou-me que desde o berço a criança sente o ambiente, a criança quer: nela o ser humano, no berço mesmo, já começou.
Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça.
Se no berço experimentei esta fome humana, ela continua a me acompanhar pela vida afora, como se fosse um destino. A ponto de meu coração se contrair de inveja e desejo quando vejo uma freira: ela pertence a Deus.
Exatamente porque é tão forte em mim a fome de me dar a algo ou a alguém, é que me tornei bastante arisca: tenho medo de revelar de quanto preciso e de como sou pobre. Sou, sim. Muito pobre. Só tenho um corpo e uma alma. E preciso de mais do que isso.
Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro.
Se meu desejo mais antigo é o de pertencer, por que então nunca fiz parte de clubes ou de associações? Porque não é isso que eu chamo de pertencer. O que eu queria, e não posso, é por exemplo que tudo o que me viesse de bom de dentro de mim eu pudesse dar àquilo que eu pertenço. Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado em papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos.
Pertencer não vem apenas de ser fraca e precisar unir-se a algo ou a alguém mais forte. Muitas vezes a vontade intensa de pertencer vem em mim de minha própria força - eu quero pertencer para que minha força não seja inútil e fortifique uma pessoa ou uma coisa.
Quase consigo me visualizar no berço, quase consigo reproduzir em mim a vaga e no entanto premente sensação de precisar pertencer. Por motivos que nem minha mãe nem meu pai podiam controlar, eu nasci e fiquei apenas: nascida.
No entanto fui preparada para ser dada à luz de um modo tão bonito. Minha mãe já estava doente, e, por uma superstição bastante espalhada, acreditava-se que ter um filho curava uma mulher de uma doença. Então fui deliberadamente criada: com amor e esperança. Só que não curei minha mãe. E sinto até hoje essa carga de culpa: fizeram-me para uma missão determinada e eu falhei. Como se contassem comigo nas trincheiras de uma guerra e eu tivesse desertado. Sei que meus pais me perdoaram por eu ter nascido em vão e tê-los traído na grande esperança.
Mas eu, eu não me perdoo. Quereria que simplesmente se tivesse feito um milagre: eu nascer e curar minha mãe. Então, sim: eu teria pertencido a meu pai e a minha mãe. Eu nem podia confiar a alguém essa espécie de solidão de não pertencer porque, como desertor, eu tinha o segredo da fuga que por vergonha não podia ser conhecido.
A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo. E então eu soube: pertencer é viver. Experimentei-o com a sede de quem está no deserto e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil. E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho.
𝗖𝗹𝗮𝗿𝗶𝗰𝗲 𝗟𝗶𝘀𝗽𝗲𝗰𝘁𝗼𝗿, ★
| 𝖠 𝖽𝖾𝗌𝖼𝗈𝖻𝖾𝗋𝗍𝖺 𝖽𝗈 𝗆𝗎𝗇𝖽𝗈, 𝗥𝗶𝗼 𝗱𝗲 𝗝𝗮𝗻𝗲𝗶𝗿𝗼. [𝟣𝟫𝟫𝟫]
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marianeaparecidareis · 4 months ago
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NOME DE JESUS 🙏🙏🙏
O peito ofegante ainda sinto as dores da aflição de um pesadelo. Ontem fiquei até as 5:00 relendo os textos antigos totalmente extasiada com as maravilhas de Deus. Confesso que chorei muito. Lá trás Jesus falava em Parábolas. Hoje Ele fala de seu Amor de forma ‘virtual’ já que conseguimos senti-lo de maneira simples e viva.... Mas um forte pesadelo veio novamente à noite.
Havia muitos seres das Trevas decididos a me liquidar! Estava preparada e atenta para defender os meus. Eles chegaram aos bandos atacando ferozmente a todos. Não sentia medo... Levei tiros no peito e por ser transparente, apenas os furos podiam ser vistos. A dificuldade maior foi falar o NOME de JESUS. A voz não saía!!... Estava afônica e muito rouca. Desejava gritar e não conseguia.... Mesmo assim Seu NOME foi ouvido! Por pior que fossem os atos de violência eu estava muito calma... Pedia aos meus que resistissem com coragem. Nada aconteceria se acreditassem no que dizia. Crianças eram torturadas, bíblias queimadas, fogo, horrores de todos os tipos. Me via no alto, planando, transparente!! Meu destemor enlouqueceu os demônios. Novas tentativas; não desistiam. Sabia que desistiriam; tinha plena consciência disso, contudo sofria vendo os demais sendo torturados. Crianças sendo afogadas em suas próprias fezes. O salvamento é dramático!! Tento gritar o NOME de JESUS mas a voz sai fraca e abafada. Não quero que desistam de lutar!!. Sei que sairemos vencedores. Pouco depois me vejo num carro desgovernado tendo que dirigi-lo levando muita gente. Está fora de controle, a aflição é tremenda. Tudo está fora do meu alcance. A direção não me obedece. Corredeiras de lama se aproximam numa ameaça real. Muitos despencam dos penhascos e desaparecem. Momentos de extremo pavor, tumulto, barulho ensurdecedor. E de repente acordo...
Chamo JESUS! A paz e o silêncio do meu quarto me enche de alegria. E penso: “Estive em testes apenas!...” Onde estou é repleto de Paz e segurança... Jesus me olha atento. (Sagrada face) Estendo meu braço a Ele e peço que me recomponha com sua seiva! Preciso de soro!!!... O combate foi horrendo. Em seguida me lembro da garrafinha de água benta e me apascento bebendo ela inteira. Sta. Tereza tinha sempre água benta no quarto e a partir de hoje também terei. Logo que me refiz, achei importante deixar registrado antes que a memória apagasse os detalhes.
Sonho testemunhado e vivido por Marjorie Dawe [2004]💥🙏💥
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fredborges98 · 1 year ago
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Thomas Sowell: desmascarando falácias ideológicas
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Bom dia!
Por: Fred Borges
Não há madrasta sem branca de neve!
Observação: Assista a este primeiro vídeo, antes da leitura do texto abaixo.
Não é somente em que a gente se transforma quando recebemos um não, mas também em que nos transformamos quando não estamos preparados para ouvir; o preparo exige maturidade emocional, espiritual ou seja a madrasta que sempre ouvia o "sim", não estava preparada a ouvir um " não". Este preparo vem desde os primeiros anos de vida.
Quantas necessidades,vontades ou desejos negados escutamos na vida, em que medida estávamos preparados, quantas vezes estas negações contou com nosso conformismo, quantas contou com nossa conveniência, e quantas foram preciso serem encarados como desafios para sermos pessoas melhores!
Na guerra se faz a paz!
No " não" se faz o caráter ou personalidade!
No " não" se amadurece, se torna a melhor versão de si mesmo!
Não há democracias sem " nãos"!
Não há oportunidades sem adversidades!
Não há madrasta sem branca de neve!
Após este texto convido o leitor a aprofundar a sua base crítica com a leitura e o vídeo sobre Thomas Sowell em: Desmascarando Falácias Ideológicas, texto lido e parte do documentário da Visão Libertária sobre este intelectual.
Num momento em que vivemos às trevas do Petismo ditatorial tendo como chefe do executivo um ladrão, corrupto e golpista, é imprescindível conhecermos as idéias do mais profundo e denso escritor, pensador, do século.
Antes trago algumas frases de sua autoria:
É preciso grande sabedoria para perceber a extensão da própria ignorância.
Os programas de ajuda podem aquecer o coração dos ingênuos, mas o que realmente significam e colocar mais poder nas mãos dos burocratas.
O fato de que muitos políticos de sucesso são mentirosos não é exclusivamente reflexo da classe política, é também um reflexo do eleitorado. Quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos podem satisfazê-las.
O velho ditado sobre dar a um homem um peixe contra ensiná-lo a pescar foi atualizado por um leitor: Dê a um homem um peixe e ele vai pedir molho tártaro e batatas fritas! Além disso, algum político que quer o seu voto irá declarar que todas essas coisas estão entre os seus "direitos básicos".
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oraculodosbasbaques · 1 year ago
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janeiras
Parece que hoje é Janeiro, está um frio de rachar. O mundo não se uniu especialmente para me tramar, existe porém um espírito-do-tempo paranóico que convoca as gentes para se sentirem mesmo lixadas, sobretudo por outras. Como se a qualquer momento alguém fosse surtar, descarregando tudo nos cárpicos. A estupefacção com que assistimos à decadência das relações pessoais e internacionais e a surpresa com que vimos os porcos triunfarem, deu lugar a uma apatia que já nem silêncios ensurdecedores grita. É outra coisa mais fria.
Andamos cansados e gelados. Os juros altos, a precariedade, a miserável liderança, sempre vestiram aos dias lusos um habitual casaco sem penas. Juntando a isso, calçamos agora os traumas da sobrevivência a confinamentos passados e o medo do mal humano, a medrar a Este e a Médio-Este, desaperalta os nossos corações. A imagem da desumanidade nos olhos abertos de uma criança palestiniana morta, fita os nossos olhos vivos e covardemente fechados de adulto português sem guerras.
Esfrego as mãos voltando da Volta do Duche, caminham à minha direita e à frente várias chaminés, não só as duas colossais, as Reais, como também as humanas. Exalo também eu fuligens. A curiosidade é - me omnívora, perco tempo a indagar-me, sobretudo. E sobre nada. Coisas muito importantes e outras menos. Quantos frangos poderiam ser churrascados em simultâneo naquele Palácio? E se o ciclo da vida desses poucos humanos que atingem a glória fosse começar por ser uma estátua cagada pelos pombos, depois nascer da pedra velho, receber aplausos e enfim passar o resto da vida a ser apenas um miúdo ou miúda, simplesmente ociosos, a não tentar desesperadamente ser aceite pelo resto da espécie?
Já na Estefânia, cruzo o MuSa vislumbrando o IEFP, o “Centro Dzemprego “ como errada e fatalisticamente o apelidam tantos sem trabalho. Um centro de desemprego à frente de um museu de arte. Sorrio. Ponho o carro a trabalhar e a aquecer-me. Este mês fez cento e cinquenta mil quilómetros. Falta pouco mais do dobro para aterrar na lua e dezassete para aterrar em casa.
Travo, saio, escurece. Puxo o fecho do casaco. Ecoam-me as frases feitas da propaganda política gamando tempo de antena à rádio há segundos. Os políticos são as pessoas mais bem preparadas do planeta para esconder vícios e sublinhar virtudes, ao contrário de nós, os menos políticos. Ou estaremos cada vez mais políticos e menos correctos? Relembro a criança de dez anos que ontem, apresentando-se a votos num projecto de democracia na sala de aula que estamos a criar, respondeu aos seus eleitorzinhos: “não tenho qualidades, às vezes nem sou boa pessoa. Mas sou bonito e tenho ideias”.
Lá para os idos de Março isto vai ficar mais quente. E bonito?
Gonçalo Fontes
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fabricadedevaneios · 1 year ago
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27 anos se passaram e a gente PRE-CI-SA falar sobre esse episódio.
"Lá vai a millennial falar sobre Friends".
É, de fato. Lá vou eu, millennial, falar sobre Friends. Goste você, ou não. Queira você, ou não. Mas a gente REALMENTE precisa falar sobre esse episódio, então me atura aí uns minutinhos.
Para aqueles que não reveem Friends desde que a série acabou - em 2004, - ou para aqueles que nunca assistiram - e nem pretendem assistir, - esse episódio marca o rompimento do casal Rachel (Jennifer Aniston) e Ross (David Schwimmer). Num breve - e muito porco - resumo, o casal está comemorando o aniversário de namoro, mas Rachel está atolada de trabalho e não consegue chegar cedo para o jantar. Ela liga para Ross e avisa que não poderia participar por conta da data limite e ele, num ato considerado romântico para os padrões de 1990, aparece com uma cesta de picnic, atrapalhando todo o andamento das tarefas dela. Quando finalmente em casa, a briga se inicia porque Ross acredita estar certo, no mesmo passo que Rachel também acredita estar. Nesse meio tempo, Ross acaba se envolvendo s&xu@lm*nt3 com Chloe, a "garota do xerox com um piercing no umbigo".
E por ANOS a piada do "we were on a break" sobreviveu, e muita gente comprou a briga do Ross - estávamos em 1997, claro que muita gente compraria a briga do Ross. Mas hoje, analisando a história com os olhos de 2023, percebo que algumas coisas se perderam. Coisas essenciais que não deveriam ser deixadas de lado. A começar pelo Ross.
Ele nunca apoiou, de fato, o novo emprego da Rachel. E ainda deixou bem claro o tempo TODO o quanto ele não gostava da relação de amizade entre Rachel e Mark, seu colega de trabalho - que já era comprometido com outra pessoa, diga-se de passagem. Ele deixou claro, também, que não queria ter essa sensação de estar por fora de algo da vida dela. Ele queria participar, mesmo achando tudo isso uma "brincadeira no parque", uma bobagem, "só um emprego".
Do outro lado temos a Rachel, que também não tinha maturidade suficiente pra lidar com a pressão do emprego e decidiu "dar um tempo no relacionamento" pra esfriar a cabeça, quando claramente ela só estava estressada com a quantidade de trabalho e o namorado carente.
Ross não facilita as coisas quando não assume os erros, e Rachel não resolve nada quando não diz abertamente o que a incomoda - escrever uma carta de 18 páginas frente e verso não conta.
E isso me faz pensar em como as coisas seriam diferentes em 2023 e o quanto a geração X (1965-1980) não estava preparada pra lidar com problemas porque nunca aprendeu a cuidar dos próprios sentimentos. Talvez seja por isso que as novas gerações não gostem - tanto - de Friends.
Mas talvez, e só talvez, deveria ser justamente esse o motivo de gostarem. Enxergar as coisas sob outras perspectivas - principalmente no que diz respeito a épocas diferentes, - faz a gente crescer e aprender MUITO.
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pequenaraposa · 1 year ago
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Primeiras metas de 2024
Filmes e desenhos que quero ver ou (re)ver ano que vem
Little Women - Já estou revendo esse filme lindo e querido agora, em dezembro, resolvi dividir o filme em duas partes pra analisar as personagens (Jo, Amy, Beth e Meg) individualmente. Não me canso de assistir essa obra prima, tanto que acho o novo filme ainda mais incrível do que o próprio livro. No natal de 2024 pretendo fazer o mesmo.
Soulmate (K-movie) - É um filme pra ver num momento em que preciso estar emocionalmente preparada, pois não é uma história fácil de assistir. Mesmo assim quero ver novamente.
Little Forest (K-movie) - A versão desse filme em coreano é a minha preferida. A protagonista deixa a cidade de tempos em tempos pra viver exatamente o tipo de vida que eu gostaria de ter. É um filme lento em que você mais sente como é profunda esse tipo de vida perto da natureza, do que realmente pensa sobre qualquer coisa.
Não Quero Fazer Nada / Summer Strike - É um drama coreano, num geral, muito levinho e aconchegante, mas que ao mesmo tempo nos traz reflexões muito valiosas.
Vejo Você na Próxima Vida - Outro dorama muito querido que vi em 2023 e se tornou um dos meus preferidos, eu me apaixonei especialmente pela protagonista (amo a atriz), trilha sonora e fotografia.
Restless (filme de Gus Van Sant) - Perdi as contas de quantas vezes eu já assisti esse filme, foi a personagem Annabel Cotton que me fez querer cortar o cabelinho estilo pixie pela primeira vez. Acho que somos muito parecidas em vários aspectos.
Anne With An E - É uma tradição minha rever Anne, minha heroína preferida, todo início de ano nessa maravilhosa série. Mesmo não tendo sido finalizada, ela traz tantos aprendizados maravilhosos pra mim. Eu me identifico tanto com a Anne!
Vinte e Cinco, Vinte e Um - Quero ver, mas também preciso respirar fundo porque esse k-drama me fez chorar muito.
Tudo Bem Não Ser Normal - É, talvez, o meu drama coreano preferido, então é óbvio que sempre quero rever pra que meu coração permaneça quentinho.
Uma Advogada Extraordinária - Quero assistir novamente com um novo olhar, agora que fui diagnosticada autista e aprendi várias coisas sobre o assunto.
Welcome to Samdal-ri - Novo drama que vai estreiar dia 31 de dezembro - ainda em 2023, e tenho a impressão de que vai ser bom.
Lost in Translation - Que saudade, simplesmente to morrendo de saudade desse filme.
Jane Eyre - Sim. Outro clássico que amo e ainda é com a Mia Wasikowska.
Animações e desenhos: Over the Garden Wall, Gravity Falls, Acampamento de Verão, Moonminvalley (apple tv), Hilda, Arrietty, O Serviço de Entregas da Kiki (as minhas duas animações preferidas do Ghibli), Coraline e Fruits Basket (a nova versão do anime + prelude).
Estou pensando se faço uma meta de livros também! Acho que 2024 será um ano de releituras e muita nostalgia (boa) pra mim, porque eu acho muito importante revisitar obras que a gente ama e que fazem sentido para a nossa vida. E eu estou precisando entrar em contato com coisas que eu tenho a certeza de que gosto ou que estou quase certa de que vou gostar. Cada dia tenho valorizado mais o meu tempo aqui nesse planeta.
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secretwinnerduckwombat · 1 year ago
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Década de 30: Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada. És formada com o ardor da alma da mais linda flor,
de mais ativo olor, na vida é a preferida pelo beija-flor...." ---------------------------------------------------------
Década de 40: "A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar.. Nos seus olhos eu suponho,
que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar" -----------------------------------------------------------------------
Década de 50: " Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema. É a coisa mais linda que eu já vi passar." ---------------------------------------------------------
Década de 60: Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem
mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você...." ---------------------------------------------------------
Década de 70: "Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar.... Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar...." ---------------------------------------------------------
Década de 80: "Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol. Linda...." --------------------------------------------------------
Década de 90: "Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar. E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?" ---------------------------------------------------------
Em 2001: Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão! Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim, vou sim"! --------------------------------------------------------
Em 2002: "Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu! As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!" ---------------------------------------------------------
Em 2003: "Pocotó pocotó pocotó...minha éguinha pocotó! ---------------------------------------------------------
Em 2004: "Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas! Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!" --------------------------------------------------------
Em 2005: "Hoje é festa lá no meu ap, pode aparecer, vai rolar bunda lele!" ---------------------------------------------------------
Em 2006: "Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!! Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!" ----------------------------------------------------------
Em 2010: " Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás.
Pra que você quer saber?
Eu sou o lobo mau, au, au
Eu sou o lobo mau, au, au
E o que você vai fazer?
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer"
2017
“Olha a explosão
Quando ela bate com a bunda no chão
Quando ela mexe com a bunda no chão
Quando ela joga com a bunda no chão
Quando ela sarra e o bumbum no chão, chão, chão, chão”
2018 pra cá…
Não ouso nem comentar 🤭🙄
É “prá cabá” 🤦🏻‍♀️
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sundazefestival · 2 years ago
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📦 estamos de mudança!
Bom dia, florzinhas! Tudo bem com vocês? Hoje viemos aqui pra tratar de um assunto sério: o futuro da nossa central. Pega o café e um lanchinho e vem cá pra gente conversar. (Para os ansiosos: não, não estamos fechando, calma!)
Todo mundo deve ter reparado que, desde a abertura, nosso movimento vem caindo consideravelmente. Temos sido bastante tolerantes nas últimas checagens de atividade por causa disso, mas tem ficado cada vez mais claro que não dá pra continuar da maneira que estamos agora.
Quem nos acompanha desde a promo do RP sabe que nossa ideia foi bastante ambiciosa - a proposta da Sundaze era unir a krpbr e a rpbr em um lugar só. Mas não deu certo, e temos recebido asks desde a abertura da central falando sobre como essa mistura estava mais prejudicando que beneficiando a atividade dentro do jogo. Quisemos insistir um pouco mais, sim, porque acreditamos mesmo que essa separação nem devia existir... E porque somos teimosas, também.
Só que não é justo conosco nem com vocês continuar permitindo que uma ideia que não deu frutos - seja pelas tags não estarem preparadas pra um projeto do tipo, ou por falha nossa na abordagem pra realizá-lo - continue afetando o jogo dessa maneira. Então, decidimos que a Sundaze vai passar por uma reforma geral, visando focar mais no público que tem sido mais ativo desde a abertura, que é o da krpbr.
Ainda vamos manter muita coisa da essência inicial, mas acreditamos que com esse foco reajustado, teremos mais facilidade pra estruturar certos aspectos do jogo, e maior aderência dos jogadores num geral. Nós não queremos e não vamos abandonar a comunidade - temos muitas ideias que não pudemos colocar em prática ainda! Mas é inegável que precisávamos fazer uma escolha antes disso, e a escolha está feita.
Durante essa semana, estaremos reestruturando toda a central e o conteúdo das páginas para atender melhor a nova proposta. Possivelmente faremos uma reabertura assim que estiver tudo pronto, mas vamos estipular uma data pra isso num momento futuro. (A reabertura não quer dizer recadastro, ok? Quem já está conosco continua com vaga garantida.)
Nosso plot será centralizado ao redor da 99Dawn como empresa de produção e marketing global focada principalmente (mas não exclusivamente) em atos relacionados à diáspora asiática. Traduzindo: vamos fechar as bandas que estão vazias atualmente e trazer outros grupos de kpop no lugar delas. Quanto a bandas já existentes que possuem membros ativos, iremos conversar diretamente com os respectivos players para encontrar a melhor solução pra cada uma delas.
O Sundaze Festival continuará existindo, claro, mas vai se tornar menos frequente para focarmos mais nas carreiras e promoções dos nossos artistas, bem como no desenvolvimento de aspectos da indústria musical não diretamente ligados com shows, turnês e festivais. A rádio SundazeFM ganhará novas funções, bem como a Boombox Magazine.
Esperamos que, com essas mudanças, nossa comunidade possa crescer e prosperar como merece! Até lá, gostaríamos de agradecer imensamente aos players que continuam conosco até o momento - é por causa de vocês que estamos aqui! - e pedir só uma pontinha a mais de vossas paciências até a repaginação ficar completa. Em breve vamos divulgar um cronograma e voltar a divulgar a central nas tags, mas sintam-se à vontade pra vir dar sugestões e pitacos na nossa dm ou inbox desde já!
Atenciosamente, salada de frutas. ♥
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carpnday-blog · 2 years ago
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03/08/2023
Ando sufocada, triste... Tenho pensado tanto....
Observando tanto as coisas acontecendo.
Estamos há uma semana em paz, o final de semana foi muito bom com André, ele inteiro, eu sem medo.
Porém, continuo com aquela sensação de insegurança... Cada dia que ele chega, eu me retraio, não por medo dele, mas da situação. Fico apreensiva, observando as atitudes, que ficam tão claras, quando ele cheira... Aí, esses dias eu lembrei do nascimento do Malik. E fiquei muito triste, pq naquela noite, ele não estava comigo pra "estar presente" num momento tão especial pra mim como ele disse, e que sempre soube que não era por isso. Era a insegurança, o ciúme , a falta de confiança E ele estava no último de cheirado. Lembro da insistência, do jeito de olhar, da inquietação, na noia, pra saber quem tava perto, quem passava, quem falava, exatamente como ele fica , me deixou tensa, irritada, com raiva, desconfortável, enquanto eu só deveria estar feliz. Em momento nenhum, era pra me fazer companhia, nunca foi. Era por insegurança, e egoísmo dele. E aí, mais uma vez, eu me pus a pensar: As vzs que discutimos, por ele ter usado cocaína, me faz pensar que ele nunca assumiu. Mesmo que não precise, pq é nítido. Ele não fala nada, uma palavra, não assume, não comenta, não revida, não pede ajuda, não faz uma escolha, ele simplesmente se cala, mesmo com tdo muito claro. Já ofereci minha mão, já me pus a disposição pra ouvir, pra conversar, já gritei, já falei calmamente, tá tdo muito explicado, ele pode dizer tdo, menos que u não tentei me colocar a disposição pra ajudar (se for o caso, se ele quiser ajuda) já perguntei o pq, qual foi o gatilho que fez ele voltar a usar, e e ele não fala nada. Aí fica claro, mais uma vez, que não posso confiar em alguém assim. Se onde tudo tá nítido, se nega a assumir, imagina aquilo que está escondido. Aquilo que eu não vejo, aquilo que eu não sei... Entendo agora a relação anterior dele. A comodidade de estar na casa da Cleide. Pq faltava coragem, ou alguém pra onde se apoiar, assim deve ter sido todos os relacionamentos. Ou seja, se um dia ele deixar de gostar de mim, não vai assumir, vai continuar num casamento de mentira, por comodidade, ou até amadurecer uma relação com alguém a ponto de tomar coragem, como aconteceu comigo, e talvez todas as outras vezes.
Como ele nunca falou nada, sobre nenhum relacionamento, oq eu tenho pra deduzir, é isso. É sobre oq eu vejo, oq eu sei.
As vzs lembro da cena do This is us, "Onde o noivo da Kate, pergunta sobre a morte do pai dela, e ela por sua vez, diz que não está preparada pra falar nesse assunto. E ele diz: -Melhor desmarcar o casamento, pq pra casar com alguém a gente precisa estar pronto pra falar sobre tdo."
E pensando nisso, eu acho que deveria ter visto essa série antes...
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