Tumgik
#jornal pequeno
zemaribeiro · 5 months
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Música em Ação capacita mais de 150 crianças e jovens em Cedral e Guimarães
[JP Turismo, Jornal Pequeno, hoje] Idealizado e coordenado pelo professor Raimundo Luiz, ex-diretor da Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo, o projeto teve patrocínio da Wilson Sons através da Lei Federal de Incentivo à Cultura O idealizador e coordenador Raimundo Luiz (o segundo a partir da direita) e professores das oficinas do projeto Música em Ação. Foto:…
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pearcaico · 1 year
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Recife Sangrento
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Recife - crime passional - R. 15 de Novembro - Tejipió - 06/11/1936 - Acervo Jornal Pequeno.
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ossinhc · 18 days
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Era Uma Vez… Uma pessoa comum, de um lugar sem graça nenhuma! HÁ, sim, estou falando de você PATRICK MOON. Você veio de NY, EUA e costumava ser FOTOGRAFO por lá antes de ser enviado para o Mundo das Histórias. Se eu fosse você, teria vergonha de contar isso por aí, porque enquanto você estava FAZENDO UMA SESSÃO DE FOTOS DE PETS, tem gente aqui que estava salvando princesas das garras malignas de uma bruxa má! Tem gente aqui que estava montando em dragões. Tá vendo só? Você pode até ser ATENCIOSO, mas você não deixa de ser um baita de um PERFECCIONISTA… Se, infelizmente, você tiver que ficar por aqui para estragar tudo, e acabar assumindo mesmo o papel de FEMUR na história COMO TREINAR O SEU DRAGÃO… Bom, eu desejo boa sorte. Porque você VAI precisar!
conexões x musing x pinterest
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HEADCANONS
O rapaz nasceu e cresceu no Brooklyn em NY. Passou muitos perrengues em sua vida desde pequeno, pois era filho de uma mãe solo, nunca conheceu seu pai e todo o dinheiro que entrava em casa eram de bicos feitos por sua mãe. Foi na escola que ele aprendeu a tirar fotografias quando entrou para o jornal do colégio e foi designado para o posto de fotografo. Sua tarefa consistia em tirar fotos dos seus colegas para ilustrar as matérias e foi assim que despertou a paixão dele pela arte de fotografias.
Após se formar no ensino médio, o rapaz tentou trabalhar como fotografo para os mais diversos jornais da cidade, mas seu trabalho não era bom o bastante para a grande mídia. Por isso, optou por abrir um pequeno estúdio de fotos em sua casa com o objetivo de ter uma renda para sobreviver. Passou anos fazendo sessões de fotos de todo o tipo, desde new born, até sessão de fotos de casamentos e pets.
Foi numa dessas sessões que foi abrir um livro para compor o cenário das fotos e acabou sendo teletransportado para a terra das histórias. A principio houve um choque grande de realidade, especialmente para o papel que lhe foi designado. Nunca imaginou que poderia ser um treinador de dragão e sequer passou por sua cabeça se chamar Fêmur, mas estava começando a aceita o seu destino.
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luhfairchildblog · 2 months
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Fanfic Dean Winchester.
Oioi, comunidade de Hunters daqui do Tumblr! Tudo bem?
Gente, estou aparecendo aqui para divulgar meu novo projeto envolvendo Supernatural. Nessa primeira duologia estarei trabalhando com mais foco no personagem do Dean e, na duologia que vir em sequência, os holofotes irão para nosso pequeno Sammy.
Queria deixar aqui o convite para que conheçam meu trabalho – e, se quiserem, me ajudar a divulgar!
Vou deixar aqui a sinopse e o link!
Desde já, agradeço o carinho e a atenção! Espero ver vocês por lá <3
Sinopse:
Dean Winchester não conseguia se lembrar da última vez em que o mundo do sobrenatural estivesse tão calmo. O que soava quase como um mundo ideal: os salvadores finalmente teriam sua folga.
Quase tinha conseguido se enganar. Porque a realidade sempre seria: Winchester e calmaria não são duas coisas que se dão muito bem. E, então, tudo tinha acontecido de forma despretensiosa: uma manchete de jornal suspeita, a insistência de Sam, uma cidade pequena dos Estados Unidos não muito longe de onde estavam… uma caçada simples e com potencial, besta como tantas outras.
Mas, de um dia para o outro, ali estavam os irmãos voltando para casa com uma nova pessoa para ficar sobre seus cuidados.
Sofía planejava ter só mais uma semana qualquer de trabalho e reviver, pela vigésima vez, outra semana idêntica a todas outras.
Até um assassinato acontecer em sua cidade e, em meio a pistas e sangue, histórias fictícias de terror se concretizaram no mundo real - e revelações ainda piores surgiram no efeito dominó.
A vida de Sofía se desmanchava em frente aos seus olhos: tudo tinha mudado. Tudo tinha sido perdido.
E, então, quatro rodas, um par de olhos verdes e uma vida de tragédias sobrenaturais passou a se tornar seu novo refúgio.
Dean Winchester não sabia o que uma garçonete teria de tão especial.
Sofía não gostava de recomeços repentinos.
Mas o inesperado sempre resulta em corações explosivos.
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lidensword · 3 months
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Find The Word
Thank you so much for the tag, @california-112 !!
Rules: Share snippets of your work containing each of the words the previous poster selected for you (optional addition: if you can't find the words in your WIPs, or you simply don't have any WIPs, you can just write a sentence around the word).
The words I'm working with are button, real, likely, and watch.
The words I'm passing on are mysterious, stone, sea, glad.
Instead of finding the word in my WIPs (they're a real mess :p) I decided to write a short story (in Portuguese) with the four words given.
This is how it went:
As nuvens estavam carregadas nesse dia. Havia no ar um bafo incómodo, pegajoso e um sentimento comum de soturnidade.
O velho olhava desanimadamente pela janela do café o tumulto da cidade naquele dia de tempestade por vir. As primeiras gotas de chuva não haveriam de tardar...
"Uma tristeza, este tempo..." suspirou distraidamente o barrista enquanto passava um pano húmido pela bancada.
"Pois sim, pois sim, mas escusas de repetir isso. Desde que cá entrei que repetes a mesma frase." resmungou o velho.
O barrista suspirou de novo, com o mesmo olhar vago e distante, como se ao repetir a mesma frase, iria o dia fazer-se mais alegre.
Lá fora, um polícia monitoriza o trânsito, fazendo vibrar o seu apito em sons monocórdicos e irritantes. É que a sinalização ainda não fora reparada…
Um homem distraído, absorto na leitura do jornal, atravessa a estrada sem olhar. Pouco faltou para que um carro o atropelasse, não fosse os bons reflexos do condutor que, furioso, cuspiu pela janela:
“Vê por onde andas, animal!”
Dois homens no café comentam o sucedido por detrás da janela:
“Viste como aquele infeliz ia perdendo uma perna? Tst-tst… Pois claro, agora o polícia está-lhe a dar umas lições.”
“E faz ele muito bem! Acidentes aqui não se querem, mas parece que todos os procuram…”
O velho, desistindo de se concentrar nas palavras cruzadas, dobrou o jornal que comprara no quiosque do jardim, deixou a gorjeta habitual sobre a mesa e, com um gemido dorido, lá se levantou. Saudou o barrista, que continuava com o mesmo ar mórbido e tristonho, e encaminhou-se para a saída.
À porta do café, demorou-se a olhar para o céu cinzento e melancólico. As primeiras gotas de chuva caiam sobre a cidade, molhando as ruas e os passeios.
"Só eu para sair de casa sem guarda-chuva... onde é que eu tinha a cabeça?"
Mal pôs a cabeça de fora, sentiu umas cócegas no nariz.
"Só cá faltava uma constipação..." resmungou o velho.
Levou a mão ao bolso esquerdo, na esperança de encontrar o seu lenço de tecido, quase tão velho como ele. Mas ao invés, encontrou um objeto duro e pequeno, certamente daqueles que um dia entram no bolso e lá ficam esquecidos.
Intrigado, tirou-o do casaco e, na sua mão enrugada, apareceu um botão grosso de madeira.
Aquele objeto, tão simples, arrancou-lhe num abrir e fechar de olhos o seu mau-humor. O seu olhar humedeceu e o velho sentiu-se invadido por um sentimento de profunda nostalgia. A julgar pela ternura que nascera no brilho dos seus olhos, aquele botão transportava lembranças, sentimentos que em tudo contrastavam com aquele momento, com aquele tempo taciturno. Esse botão era uma pequenina luz, frágil e vibrante, nas trevas da melancolia.
Contemplou por mais um tempo o botão antes de fechar a mão e de o deixar escorregar novamente para dentro do bolso.
A chuva caia, forte e grossa, as gentes apresavam-se na rua, os carros buzinavam, impacientes, o apito do polícia tentava fazer-se ouvir por entre a confusão, e o velho, um sorriso triste no rosto e um olhar distante, caminhava rua acima no passeio escorregadio, num passo lento e solene, como se a chuva que sobre ele caia não o molhasse, como se a tempestade que se fazia não fosse por ele sentida, como se fosse distante, como se não fosse real.
I'm tagging: @andietries @all-yn-oween @blackpennies @dakrisart @renfielddearisback @vicompte-de-latarteaucoing (no pressure, of course!)
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aleoazinha · 21 days
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✩ a 𝑴𝑰́𝑨 𝑫𝑬 𝑳𝑨 𝑮𝑨𝑹𝒁𝑨 𝑯𝑨𝒀𝑬𝑲 é uma 𝑴𝑼𝑳𝑯𝑬𝑹 𝑪𝑰𝑺 de 𝟐𝟏 anos, estuda 𝑱𝑶𝑹𝑵𝑨𝑳𝑰𝑺𝑴𝑶 na Universitat de Barcelona e está no 𝑸𝑼𝑨𝑹𝑻𝑶 𝑨𝑵𝑶. a família dela é uma das mais antigas do país, você sabe, os 𝑯𝑨𝒀𝑬𝑲… apesar disso, ela pessoalmente é conhecida por ser 𝑶𝑻𝑰𝑴𝑰𝑺𝑻𝑨 e 𝑬𝑮𝑶𝑪𝑬̂𝑵𝑻𝑹𝑰𝑪𝑨, além de alguns por aí acharem que se parece com 𝑰𝑺𝑨𝑩𝑬𝑳𝑨 𝑴𝑬𝑹𝑪𝑬𝑫.
✩ biografía
os HAYEK foram, durante algumas gerações, uma família de classe média baixa a alta da Espanha. alguns membros da família faziam a vida se tornando médicos, engenheiros ou advogados, enquanto os outros seguiam a vida como professores, enfermeiros e empresários de porte pequeno. quando emiliano hayek decidiu se tornar jornalista a família não o apoiou em primeiro momento, fazendo a jornada do homem ser ainda mais árdua. ele se graduou pela universidade de barcelona e logo conseguiu um emprego de assistente no melhor jornal do país, criando conexões importantes. 
emiliano então decidiu abrir seu próprio jornal, passo importante e arriscado que quase resultou em sua falência total. após quase uma década flertando com o fracasso, o jornal “barcelona hoje” se tornou um sucesso entre a população mais moderna do país, uma vez que fazia críticas abertas aos políticos locais e tendia a pensamentos de esquerda.
o sucesso do jornal resultou na criação do grupo hayek, que além do jornal possuía duas revistas de diversidade. em um momento de tino comercial, o já idoso emiliano decidiu inspirar-se na revista vogue e criar sua própria versão. foi assim que surgiu a revista “veneno”, que tinha como público alvo a juventude apaixonada por moda do país. o sucesso foi tanto que o grupo hayek passou a se tornar referência quando o assunto era editorial de moda, criando mais duas revistas com foco total no assunto: "ella" (haute couture) e "totalmente demasiado".
seu bisneto, victor hugo hayek possuía tino para os negócios e logo foi eleito para ocupar o lugar do avô. ele era considerado um tubarão, como seu antecessor, estando sempre a frente do mercado e predando editoras pequenas. conheceu alma hayek, jornalista de moda peruana radicada na espanha, e em poucos meses se casaram. a mãe de alma era a conhecida miss mundo clarita de la gaza, o que resultou na introdução de alma no mundo da beleza e da moda ainda muito jovem. sua obsessão pelo belo e perfeccionismo exacerbado a levaram a posições de liderança ainda na juventude e alma foi a escolha certeira para a posição de editora chefe da "ella" após alguns anos no comando da "veneno".
quando mía nasceu os HAYEK já faziam parte do cenário da alta sociedade da espanha, não mais circulavam nestes meios por serem apenas bem relacionados. nasceu quase nove anos após seus irmãos mais velhos, cruz e os gêmeos hugo e arlo, sendo extremamente desejada e bem recebida por seu pai e seus irmãos. alma desenvolveu depressão pós-parto e durante dez meses não se aproximava da filha a menos que fosse extremamente necessário. a mulher afundou-se no trabalho e nos procedimentos estéticos, o que eram apenas preenchimentos pontuais se tornaram sua obsessão. iniciou um tratamento psiquiátrico para tratar de sua depressão e passou a ter uma relação próxima com a filha mais nova, entretanto sua obsessão pela beleza não se cessou.
mía cresceu imersa no ambiente da moda, estando sempre cara a cara com suas belezas e toxicidades. sonhava inicialmente em seu uma modelo, seus olhos brilhavam ao ver todas aquelas mulheres esguias caminhando na passarela em trajes luxuosos. entretanto, nunca havia sido alta ou magra o suficiente para que pudesse um dia alcançar a posição de modelo de passarela, o que a fez desistir de seu sonho – algo que a machuca até os dias atuais, principalmente por haver certa frustração de sua mãe. passou a modelar comercialmente devido a pedidos de sua mãe a amigos e durante alguns anos teve seu rosto espalhado em diversas campanhas publicitárias. exibida como era, mostrava a todos suas campanhas e adorava a chuva de elogios que recebia – a menos que estivesse na presença de linnet, que sempre fazia questão de encontrar uma forma de diminuí-la.
na adolescência sofreu um pequeno desencanto com a carreira de modelo, passou a vislumbrar seguir os passos de seus pais e se tornar a ceo do grupo hayek. ela era inteligente e tenaz, características que seriam ímpares para o comando da empresa. seus irmãos mais velhos ainda não haviam demostrado interesse a assumir a posição do pai futuramente, portanto a caçula os convidou para um almoço e declarou suas intenções: ela cursaria faculdade de administração em simultâneo a uma graduação em jornalismo, se especializaria ao máximo que conseguisse em tempo da aposentadoria de victor hugo.
na manhã seguinte, victor hugo anunciou durante o desjejum que hugo assumiria a posição de ceo quando ele se aposentasse. transtornada, mía questionou o irmão mais velho que riu, dizendo que ela deveria permanecer sendo uma "garotinha fofa e besta", não sair por aí anunciando seus planos a todos e que se ela fosse boa o suficiente poderia ocupar o lugar da mãe tomando conta das decisões artísticas da "ella". a traição dos irmãos ensinou a mía que se ela desejava alcançar seus objetivos deveria aproveitar a imagem de palerma que possuía e agir em meio as sombras.
de contragosto e maquiavelicamente, mía aceitou a proposta de hugo e a promessa de um dia ser a editora chefe da "ella". alma que sempre buscou se realizar por meio da filha, passou a treiná-la para sua futura posição, o que resultou em um nítido declínio da relação de ambas. em uma destas brigas, alma que estava em recuperação de uma cirurgia de cat eye, se exaltou de forma extrema e acabou estourando seus pontos resultando em uma deformidade permanente em sua face. realizou diversos procedimentos para reparo, entretanto sua face parecia apenas se deformar cada vez mais e alma passou a culpar a filha. victor hugo decidiu intervir e exigiu que alma cessasse sua obsessão por procedimentos estéticos ou ambos se divorciariam. 
foi quando alma conheceu rio canyon, um homem que se denominava monge quântico, líder de uma comunidade altruísta que tratava do psíquico. alma passou a frequentar as reuniões do grupo de rio e em pouco tempo era uma de suas seguidoras mais fiéis, o homem afirmava que após algumas cessões de hipnose, diálogo, doações a "causa", ela se veria livre de todos os males que afligiam seu psíquico. rio passou a frequentar a residência dos HAYEK e logo se tornou membro do círculo íntimo do casal HAYEK, para o desgosto de mía. ela não suportava a forma que ele a olhava e toda a horda de mulheres visivelmente drogadas que o seguia. hugo passou a aceitar conselhos e indicações de investimento de rio, que dizia estar sendo guiado pelos astros, tarot e entidades de luz. em pouco tempo a fortuna da família passou a diminuir drasticamente e os HAYEK passaram a contrair inúmeras dívidas.
mía odiava a ideia de se tornar pobre, ela nunca havia tido aquela experiência, mas o pânico de seus avós a espantava. alma passou a ter como missão de vida garantir que mía se casasse com um bom e rico jovem, para que a família do "sortudo" pudesse investir no grupo hayek e salvá-lo da falência – conforme as previsões de rio. mía passou a se isolar da família para ignorar todos os problemas que os rodeava, passando seu tempo livre assistindo filmes, séries, lendo livros e pela internet, inicialmente jogando videogame online na companhia de pessoas de todos os lugares do mundo. um belo dia decidiu criar uma conta no tiktok e após postar um curto vídeo dançando uma música, seu vídeo se tornou viral. ela dormiu com 0 visualizações e acordou com quase 1 milhão e diversos comentários.
a jovem passou a ver na internet seu passaporte para liberdade, se ela conseguisse sua independência financeira com a carreira de influencer não precisaria sequer considerar a ideia de "dar o golpe do baú"e ainda por cima seria o centro das atenções. mía escondeu ainda mais qualquer peculiaridade de sua personalidade e jogou-se de cabeça na carreira on-line. estava já com algumas centenas de milhares de seguidores quando linnet morreu e de alguma forma bizarra aquilo a afetou profundamente. ela odiava linnet, mas ainda assim sentiu o impulso de pegar seu diário e ao ler os pensamentos mais profundos da garota se tornou obcecada. todas as noites, antes de dormir, mía pegava o diário em mãos e relia as memórias de linnet repetidas vezes.
de forma inconsciente, mía passou a emular comportamentos de linnet em seu dia a dia. cortou as longas madeixas que um dia batiam em sua cintura, passou a vestir-se igual a linnet – a medida que seu dinheiro permitia – e até a repetir algumas frases proferidas pela a mesma. ela não conseguia se conter, queria falar sobre linnet 80% do tempo e os outros 20% torcia para que alguém falasse para que ela pudesse falar mais. dia após dia, mía tem se tornado um híbrido entre o que é e o que era linnet.
✩ la sagrada familia
pais: victor hugo e alma hayek
irmãos: cruz, hugo
✩ personalidad
–  arrogante, egocêntrica, vaidosa, mandona
+ criativa, carismática, otimista, confiante
✩ extras
ela é uma grande de uma nerdola, entende absolutamente tudo de star wars, senhor dos anéis, star trek, doctor who e vive por aí jogando lol, valorant e tudo mais. não fala nada sobre isso.
se tivesse escolhido por aptidão, provavelmente teria feito engenharia.
sabe bastante sobre mecânica e tem uma moto.
ela é bem observadora, saca quase tudo ao seu redor, mas finge que não.
tem sempre algum remédio controlado junto consigo, nenhum deles foi prescrito para si – rouba todos do banheiro da mãe. mía é bastante ansiosa.
ela não acredita em monogamia.
depois que os pais entraram na seita de rio parou de convidar os amigos a visitarem sua casa, morre de vergonha e odeia o clima de falência vive no ar.
tem seu cartão de crédito bloqueado algumas vezes por falta de pagamento, quando acontece na frente de alguém finge ligar para o contador fazendo escândalo.
é boa em matemática.
todos os dias posta ao menos um vídeo novo no tiktok, faça chuva ou faça sol.
desde que se tornou obcecada por linnet passou a mudar o jeito de se vestir, antes usava uns looks bem blumarine a lá anos 2000.
✩ inspiración
tinker bell, peter pan; rachel berry, glee; fatinha, malhação intensa; cassandra, totalmente demais; jackie burkhart, that 70's show, michael scott, the office; kelly kapoor; the office; lydia martin; teen wolf.
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mellot481 · 3 months
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A busca pelo "Brasil"
XERIFE LODO | “Brasil”, um programa Global nada conhecido
Por Thiago Mello, 14/06/2024
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01. LINHA DO TEMPO | O início de tudo
A busca começou oficialmente, ainda que de forma indireta, em fevereiro de 2022, isto é, há mais de 2 anos. Um amigo e membro da comunidade fictícia e televisiva estava procurando por registros de marcas da Globo através do CNPJ da emissora no site do INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). De repente, uma suposta raridade é por ele encontrada; “Brasil” é o nome de registro deste que é, possivelmente, um dos programas mais desconhecidos e obscuros da emissora carioca. Além disso, a data marcada no site é do dia 22 de novembro de 1977, mas só essas informações não nos levaram a muitos lugares.
02. LINHA DO TEMPO | Especulações iniciais
A priori, especulamos que poderíamos estar diante de um telejornal pouco conhecido e que não continha muitos rastros deixados na internet acerca de sua existência. Seu título também sugeria a alguns (isso até hoje, inclusive) que ele pudesse ter relação com o atual Bom Dia Brasil, sendo uma espécie de “embrião” da versão que conhecemos. Até aquele momento, ninguém nunca tinha falado sobre o assunto e esse foi um dos principais fatores para o cessar temporário de nossas pesquisas. Precisávamos de mais pistas, mais evidências, algo que nos trouxesse respostas sobre o que aquele programa se tratava.
Uma outra questão que foi posteriormente levantada fazia relação ao logo registrado; seu nome? Brasil. Como lemos baseando-se na imagem disponível? Globo Brasil! Qual dos dois é o real nome dessa atração? Por que o registro no banco de dados do INPI consta apenas como “Brasil” sendo que, no logotipo, o logo da TV Globo está ali, presente? Está certo de que outros programas da casa também seguiam esse mesmo estilo e nem por isso tinham “Globo” em seus títulos, tal qual o Jornal Hoje, o Jornalismo Eletrônico ou até mesmo o Jornal Nacional (essa é, provavelmente, a resposta a essa pergunta).
Durante a fase de teorizações, surgiram também membros e entusiastas da comunidade que achavam ter as decifrações perfeitas para esse mistério, mas tudo acabou ficando mesmo só no achismo, pois depois descobriu-se que os programas “Brasil Especial”, “Brasil 78” e “Brasil 79” não têm qualquer relação com o procurado.
03. LINHA DO TEMPO | Primeiros sinais de avanço
Depois de um período sem muitas perspectivas, uma luz no fim do túnel mostrava que passos grandes poderiam ser dados na busca por novas informações e, porque não, respostas apareceriam para nos explicar o paradeiro do que tanto procurávamos. Foi no dia 12 de setembro do ano passado que avanços relevantes começaram a acontecer. Foi através de uma reportagem especial em comemoração aos 60 anos da afiliada goianiense TV Anhanguera que tivemos acesso a uma peça-chave da pesquisa, um trecho do que aparentava ser a vinheta do programa “Brasil”.
O mais curioso é que, apesar do achado significar um progresso consideravelmente satisfatório às investigações, já que isso nos mostrava que a coisa realmente tinha existido, o fragmento com a suposta “vinheta” da atração estava randomicamente “jogado” no meio da reportagem. Não havia contexto nem quaisquer explicações aparentes para aquilo estar ali, no meio daquele VT, onde o tema central não apresentava ligação com o que, de fato, estávamos interessados.
Em resumo, uma peça completamente aleatória, porém importante, do nosso quebra-cabeças foi, por acaso, encontrada. O que faltava? Tudo. Esse pequeno trecho nos trouxe mais esperança do que respostas concretas para as inúmeras perguntas que começavam a ser feitas em cima do assunto. Bom, vejamos as coisas pelo seu lado positivo, ao menos agora o programa ganharia mais notoriedade e, consequentemente, mais pessoas teriam interesse em se engajar na procura pelo dito cujo. E quer saber da maior? Não deu outra! A vinheta foi parar nas redes sociais e ali dava-se início a um novo burburinho; novas pessoas compartilhavam suas teorias aqui e acolá, as especulações se tornavam cada vez mais interessantes (algumas sendo bastante críveis, para ser sincero), mas era a grande dúvida que tomava conta dos comentários de quem se deparava com aquela curta vinheta em sua timeline: o que raios é esse programa?
04. LINHA DO TEMPO | Novas descobertas
Passados alguns dias desde a descoberta da possível vinheta do “Brasil”, não demorou muito para que as coisas tomassem um rumo mais específico, principalmente depois de eu ter recebido o seguinte relato do usuário Luis Ramos via Twitter (dia 14 de setembro): “Esse programa era uma atração local… não foi ao ar nacionalmente e mostrava a cultura musical do Brasil de várias regiões. Eles pegavam trechos de reportagens de programas de rede também e apresentações de cantores em programas musicais da Globo.”
Pimba! Em um piscar de olhos, tínhamos respostas para aquilo que tanto procurávamos! Quer dizer, calma lá. Eu não podia parar por aí… não mesmo. A resposta era muito boa, mas eu queria e precisava de mais, muito mais. Isso não me parecia suficiente. Tomei, então, a liberdade para lançar mais alguns questionamentos sobre a estrutura da atração e logo obtive retorno: “Nas minhas pesquisas ele estreou em maio de 1978 e ficou no ar até 1983, só que nos dois últimos anos ele tinha um formato diferente. Eu tenho um programa no meu acervo datado de 1980… e não foi ao ar só pela TV Anhanguera, outras afiliadas também tiveram suas versões. O meu arquivo é da TV Integração e nos dois últimos anos se tornou tipo um programete que eram apresentados nos intervalos da emissora, meio parecido com o Coisas da Nossa Gente que surgiu nos anos 2000.”
Para quem havia pedido apenas um prato no jantar, eu tinha recebido um banquete, isso sim! Fiquei maravilhado com tudo aquilo, agora eu tinha tudo o que queria, a busca havia finalmente encerrado… mas será mesmo?
Ok, talvez eu tenha sido um pouco audacioso, até pretensioso, eu diria, mas não pude deixar de perguntar. Decidi pedir ao Luis para que, se fosse possível, ele tentasse fazer o envio da tal gravação para o meu e-mail, assim, como quem não quer nada, sabe? Eu sei bem que essas coisas são complicadas, não queria parecer que estava a fim de tirar proveito daquilo, só aquelas informações todas já valiam ouro.
Ele me respondeu que poderia sim, o problema mesmo é que tem toda a questão da digitalização (fora outras obrigações que ele tem na vida dele) que poderiam vir a tornar o processo um pouco mais burocrático, mas que ele estaria sim disposto a tentar. Muito paciencioso, disse eu que esperaria o tempo que fosse necessário e que pressa alguma seria necessária, tudo no seu tempo, como dizem por aí. Aos curiosos de plantão, não, nunca houve retorno da parte do Luis. Não o culpo, sinceramente. Ele pode ter esquecido, tenho plena certeza que ele é sim uma pessoa bastante atarefada. Isso acaba passando como um detalhe não muito relevante na vida de quem está sempre para lá e para cá. É claro que também não descarto a possibilidade de ter sido enganado e de nada disso ser, de fato, real. Se você estiver lendo este artigo, Luis, espero que não me entenda de forma errada. Acho que uma desconfiança tal como essa é absolutamente natural. Bobo mesmo é quem confia cegamente em tudo o que lê pela internet, uma terra supostamente sem leis.
Obs.: é, inclusive, por esse detalhe que vocês não devem tomar os relatos que anexei ao documento como a verdade total e incontestável dos fatos, ainda mais nesse caso em questão. São relatos, ponto. Quero muito poder acreditar que eles são sim reais, que são verossímeis, que todas aquelas informações que fizeram o meu olho brilhar desde a primeira vez que as li são frutos de uma pesquisa séria e bem embasada que o Luis fez em algum momento da vida dele. Acho que todos nós queremos, para falar bem a verdade. Mas fica aqui o aviso, não misturem as coisas. São apenas relatos!
05. LINHA DO TEMPO | Tirando conclusões
Depois de uma análise cuidadosa que reúne tudo o que, até então, foi descoberto, posso concluir o seguinte: o único avanço relevante da busca por essa lost media não vai além do fragmento da vinheta de abertura do programa disponibilizado pela TV Anhanguera. Os relatos podem sim ser importantes para que tenhamos um norte melhor definido na hora de pesquisar a respeito do tema, mas eles não me trazem segurança sobre a sua veracidade. É uma narrativa isolada de alguém que, provavelmente, acompanhou toda a especulação e a curiosidade gerada em torno da coisa e que, por bem ou por mal, trouxe à tona o que sabia (ou então o que inventou sobre). A frase que fica é “a partir de tais relatos conclui-se que não se conclui coisa nenhuma.”
Mas então que seja dita a verdade aqui, meus amigos: estamos, praticamente, na estaca zero. O que temos até agora que pode ser considerado real, que é fato fato mesmo é o registro no INPI (data, nome e logotipo) e uma pequena descrição que, apesar de confusa e pouco esclarecedora por gerar mais dúvidas do que certezas, já nos diz alguma coisa entendida como mais confiável, pois se trata de uma fonte oficial. Acompanhe o que está disponível no site na aba “Especificação”: “APRESENTAÇÕES DE ESPETÁCULOS AO VIVO; PARQUES DE DIVERSÃO; DIVERTIMENTO (LAZER); ENTRETENIMENTO (LAZER); ESPETÁCULOS; ORGANIZAÇÃO DE ESPETÁCULOS (SHOW); ORGANIZAÇÃO DE EXIBIÇÕES PARA FINS CULTURAIS E EDUCACIONAIS; PRODUÇÃO DE PROGRAMAS PARA RÁDIO E TELEVISÃO; PRODUÇÃO DE SHOWS; PRODUÇÕES TEATRAIS; LAZER; ESPETÁCULO DE ENTRETENIMENTO PELA TELEVISÃO.”
Ao menos isso já mata toda e qualquer teoria de que o tal do “Brasil” seria um possível telejornal perdido/não-conhecido. Mas espere aí, vamos analisar juntos esse material: “Apresentações de espetáculos ao vivo”... ao vivo? Espetáculos? Como assim, o que isso quer dizer? É muito vago. Que espetáculos eram esses? E então quer dizer que era tudo ao vivo, é isso? Não sei, no mínimo intrigante!; “divertimento/entretenimento/lazer”, é, essa parte ficou bem clara, programa de entretenimento; “organização de exibições para fins culturais e educativos”, curioso... algo da área do entretenimento com o intuito de educar e visando o enriquecimento cultural. Achei bacana! A premissa me interessa e muito.
Ah! Deixa só eu abrir um parênteses, é importante. Houve um momento engraçado (talvez mais curioso do que engraçado) que me fez teorizar ainda mais do que já tinha sido teorizado até o presente momento. Descobri, de forma despretensiosa, que o “Brasil” não foi o único a ser registrado no dia 22 de novembro de 1977. Acredito eu que isso não passe de uma mera coincidência, mas essa foi uma suposição interna que criei com um amigo meu e acho que é válido compartilhá-la com vocês: o Telecurso e suas mais diversas variações também têm registros com a exata data citada, a data de ouro, a data emblemática que marca o início de uma história muito mal contada.
Eu logo fui relacionando um programa com o outro, achei que “Brasil” pudesse ser o nome de um quadro dentro do antigo Telecurso, bem lá nos seus primórdios. Seria totalmente plausível, não acho difícil acreditar nisso, ainda mais depois da descrição presente no INPI nos mostrar que alguma coisa relacionada à educação esse programa tinha. São tantas camadas que um iceberg disso não seria má ideia…
06. LINHA DO TEMPO | O futuro da busca
Mas e agora, o que fazer depois de saber que não temos materiais tão concretos e nem suficientes para uma procura mais assertiva? Pés no chão, galera! Essa é a minha resposta, mas muito mais do que isso, a minha principal dica. Não dá para querer pensar grande agora, temos que ir com calma e tentar outros caminhos. As ideias estão todas aí, basta descobrir o que é verdade, o que é mentira e o que faz ou não sentido dentro do contexto geral da coisa. A pesquisa tem que ser sistemática, organizada e norteadora. O rumo são respostas e unicamente respostas. O que menos precisamos são novos palpites. Se cada um mexer os seus pauzinhos e arriscar uma busca mais intensiva, não tenho dúvidas de que podemos chegar a algum lugar menos especulativo e com conclusões mais concretas sobre a busca pelo “Brasil”. Boa sorte a todos nós, pois iremos precisar!
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moviesgirliez · 8 months
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ㅤ ㅤ LIGHTS, CAMERA, ACTION! ㅤ ㅤ ⸻ ㅤ ㅤ( VIK KOVÀC ).ㅤ ㅤthe full profile ꕤ❜ ⸻
NOME / viktorya anne kovàc.
NOME ARTÍSTICO / vik kovàc.
NASCIMENTO / new jersey, estados unidos — 20 de abril de 1988.
IDADE / 36.
NACIONALIDADE / tcheco-americana.
SIGNO / touro.
FAMÍLIA / kašpar kovàc (pai), elizabeth robertson (mãe), klara ackerman (filha), amália kovàc bridges (irmã), stepan kovàc (irmão), kristof bridges (sobrinho), sabina bridges (sobrinha).
OCUPAÇÃO / diretora, roteirista & produtora.
ALMA MATER / american film institute / academy of performing arts’ film and tv school.
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ㅤ ㅤ⸻ ㅤ ㅤPROFILE.
ㅤ ㅤnasceu numa família mediana, em uma cidade qualquer de nova jersey. era a filha mais nova de um imigrante tcheco e de uma americana, crescendo no meio de uma mistura de culturas que fizeram com que se tornasse uma figura única. fosse pelos seus gostos ou sua personalidade, a grande verdade era que viktorya era autentica do fio de cabelo até os pés. cresceu, dessa maneira, tendo gostos peculiares e diferenciados, apaixonando-se por cinema desde muito nova e tendo na família a companhia perfeita para tal paixão. 
ㅤ ㅤcom a mãe assistia os filmes clássicos americanos, principalmente aqueles dos anos 40 e 50. com o pai, explorava os filmes tchecos e se tornou uma quase especialista sobre o movimento da new wave tcheca. ao lado de amália desbravaram o mundo das diretoras e enredos femininos, entendendo toda essa vertente. e com stepan ficaram deslumbrados pelos filmes primorosos de alfred hitchcock, chegando ao ponto de brincarem de filme, onde stepan era hitchcock e dirigia vik, sua loira fatal.
ㅤ ㅤdurante o ensino médio, envolveu-se com o grupo de audiovisual e jornal da escola. era sempre a responsável pelas filmagens, uma vez que seus colegas diziam que ela era a única que parecia natural com uma câmera na mão. ainda assim, também era criativa o suficiente para ajudar nos planejamentos e habilidosa com as palavras para criar roteiros e artigos quando necessário. com o grupo, ganhou atenção dos professores e corpo docente, fazendo com que sua entrada na universidade de cinema tivesse o apoio de muitos deles. isso, somado as boas notas e uma ótima carta de adesão, fizeram-na ser aceita na american film institute.
ㅤ ㅤdurante os anos de universidade, desenvolveu-se excepcionalmente. envolveu-se em grupos de pesquisa, principalmente aqueles que estudavam movimentos importantes do cinema como nouvelle vague, candidatava-se a ajudar em produções pequenas — fossem de professores ou alunos —, escrevia artigos, além de ter se envolvido em um grupo de alunos imigrantes ou descendentes de outras culturas. o global film wave tinha como objetivo alavancar histórias e enredos diferenciados, principalmente aqueles que tinham intencionalidade em mostrar outros países e culturas. 
ㅤ ㅤcom tanta energia e conhecimento, começou a participar de pequenos projetos cinematográficos, como assistente, até que em 2010 teve a primeira oportunidade de substituir um dos roteiristas na produção de crazy nights. a partir desse momento, vik começou a escrever sua trajetória em hollywood. nessa época inicial, projetos voltados para o público jovem a chamaram, como a série tell me something (2010–2013) e o filme para televisão not a lot going on at the moment (2010). porém, foi quando dirigiu dois curta-metragens em 2011, strangers e my year of contemplation, que chamou atenção do mundo cinematográfico.
ㅤ ㅤem 2019, fez mais um curso, agora na academy of performing arts’ film and tv school em praga, onde pode renovar seus conhecimentos, conhecer novos cineastas e ainda se conectar com as suas raízes tchecas. disse no seu discurso de graduação que para ela era um privilégio estudar onde os grandes cineastas tchecos estudaram, principalmente aqueles que haviam moldado seu caminho até aquele momento.
ㅤ ㅤa partir de então, vik kovàc vem desenhando uma carreira de muito sucesso. premiada e reconhecida não só pela sua direção e roteiro, como pela produção de filmes criativos e autênticos, tem ganhado cada vez mais espaço em hollywood. a crítica costuma apontar que os maiores diferenciais de suas obras são a estética única, o roteiro muito bem trabalhado e o foco em personagens que fogem do clichê dos filmes do circuito anglo-americano.
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ㅤ ㅤ⸻ ㅤ ㅤFILMOGRAFIA.
ㅤ ㅤcréditos como diretora & roteirista.
STRANGERS. ( 2011 / short film / 32 minutos ).
MY YEAR OF CONTEMPLATION. ( 2011 / short film / 27 minutos ).
PRAGUE. ( 2012 / film / 1 hora e 37 minutos ).
AZAZEL. ( 2013 / film / 2 horas e 2 minutos ).
THE QUEEN OF SPADES. ( 2014 / film / 1 hora e 42 minutos ).
THE CAPTAIN'S DAUGHTER. ( 2014 / film / 1 hora e 59 minutos ).
KLARA. ( 2015 / film / 2 horas e 18 minutos ).
LADY MACBETH. ( 2015 / short film / 30 minutos ).
WHITE NIGHTS. ( 2017 / film / 1 hora e 30 minutos ).
VALERIE AND HER WEEK OF WONDERS. ( 2024 / film / 1 hora e 37 minutos )
THE BLONDES. ( 2024 / film / pós-produção )
VĚRA. ( 2025 / film / pré-produção )
SIMONETTA. ( sem data ).
ㅤ ㅤcréditos como roteirista.
CRAZY NIGHTS. ( 2010 / film / 2 horas e 2 minutos / dir. roger stevenson ).
NOT A LOT GOING ON AT THE MOMENT. ( 2010 / film / 1 hora e 58 minutos / dir. taylor thompson ).
TELL ME SOMETHING. ( 2010-2013 / series / some episodes ).
SOMETIMES I RUN AWAY. ( 2011 / film / 2 horas / dir. lizzie vale ).
BERLIN TO PRAGUE. ( 2012 / minisseries / ep 1 & 7 ).
THIS IS WAR. ( 2013 / series / ep 5 ).
DAISIES. ( 2017 / film / 1 hora e 39 minutos / dir. alena žitnik ).
ㅤ ㅤcréditos como produtora.
DAISIES. ( 2017 / film / 1 hora e 39 minutos / dir. alena žitnik ).
THE FIRST SISTER. ( 2018 / film / 2 horas e 13 minutos / dir. lizzie abbot ).
LEO AND ME. ( 2019 / film / 2 horas e 27 minutos / dir. ivan antonov ).
THE SKY CAN BE PURPLE. ( 2019 / film / 1 hora e 33 minutos / dir. carl thompson ).
ELIZA. ( 2022 / film / 2 horas e 21 minutos / dir. robert lewis ).
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ㅤ ㅤ⸻ ㅤ ㅤINDICAÇÕES E PREMIAÇÕES.
Film Independent Spirit Awards.
Venceu na categoria Melhor Primeiro Filme por Prague (2012).
Indicada na categoria de Melhor Diretor por Azazel (2013).
Venceu na categoria Melhor Roteiro por Azazel (2013).
Festival de Cannes.
Indicação a Palma de Ouro de Melhor Filme por The Queen of Spades (2014).
Venceu a Palma de Ouro de Melhor Filme por Valerie and Her Week of Wonders (2024).
BAFTA.
Venceu a categoria Melhor Roteiro Adaptado por Daisies (2017).
Globo de Ouro.
Indicada na categoria Melhor Roteiro por The Queen of Spades (2014).
Indicada na categoria Melhor Roteiro por Klara (2015).
Vence a categoria Melhor Roteiro por Daisies (2017).
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sarczstic · 6 months
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storyline:
Dentro da Carrington Industries, existiam três grandes nomes: Carrington, Grayson e Faulkner.
Blake, CEO da Carrington Industries, contava com Conrad Grayson como seu administrador, responsável pelos inúmeros investimentos que fazia em nome da empresa. Além disso, tinha como seu braço direito, Christopher Faulkner, seu sócio e dono de parte das ações de sua empresa. Eram um trio de ouro, na visão dos demais, grandes nomes da indústria e grandes amigos fora dela — apesar de ser tudo um jogo de interesse para Blake Carrington, que usava seus dois grandes amigos para conseguir o que queria.
O segredo do Carrington, no entanto, que era acobertado por Conrad, começou a ser investigado por federais dispostos a acharem a fonte do problema: Tráfico Humano de Crianças e Mulheres. Quando ameaçado a ter sua vida destruída, Carrington buscou por qualquer solução que deixasse seu nome longe das manchetes de jornal do lado ruim daquela história. Conrad, desconfiado do suposto caso entre Christopher e Angel, sua esposa, sugeriu que se livrassem da prisão ao plantar provas falsas de que Christopher era o verdadeiro financiador daquela prática desumana. Sem outra opção, e desesperado para não ser pego, Blake arquitetou a queda de Christopher, sem se importar com o filho do homem qual levaria a prisão, injustamente — afinal, Christopher perderia bem menos, já que "não possuía" uma família como os verdadeiros culpados.
Plantaram as provas que precisavam para acusá-lo, montando o esquema perfeito para que cada pequena coisa fosse ligada diretamente ao Faulkner, criando álibis para Blake e Conrad. Para garantir que o homem fosse condenado, compraram o júri que analisava o caso, assim como todos os que testemunharam. Sem ninguém ao seu lado, Christopher Faulkner foi condenado a prisão perpétua em Seattle, enquanto seu filho era deixado sob a tutela do estado, sem nenhum parente vivo para se tornar responsável legal, além de seu padrinho, que entrou com uma ação para conseguir sua tutela.
As famílias Grayson e Carrington se livraram de uma terrível pena judicial, porém assinaram outra com o pequeno Maven Faulkner que, enquanto crescia, jurou vingar seu pai. Durante a prisão, Christopher Faulkner morreu em uma das rebeliões, de forma misteriosa, enquanto seu filho se encontrava no reformatório de Seattle, por agressão a garotos que lhe importunavam com o assunto da prisão de seu pai, o julgando como "um monstro sujo" pelas ações que nunca foram realmente dele.
Blake Carrington e Conrad Grayson enterraram a história de Christopher Faulkner, seguindo suas vidas como se fossem realmente inocentes daquilo. Até que, ao fim de 2015, suas vidas viraram de ponta cabeça com a saída de Maven Faulkner do reformatório.
personagens:
Christopher Faulkner: pai de Maven, preso injustamente por armação entre Blake e Conrad.
Isabella Ramsey: mãe de Maven, morreu aos 19 anos no parto de seu primeiro e único filho com Christopher Faulkner.
Blake Carrington: responsável pela prisão injusta de Christopher Faulkner.
Diana Carrington: cúmplice de Blake, testemunhou contra Christopher no tribunal, confirmando a história de seu marido.
Annalise Carrington: filha mais nova dos Carrington, primeiro amor de Maven.
Tyler Carrington: filho mais velho dos Carrington, porta de entrada de Maven para a família.
Amanda Davis: noiva de Tyler e amante de Blake Carrington.
Conrad Grayson: responsável pela prisão de Christopher, arquitetou o plano junto a Blake Carrington.
Angel Caccini: esposa de Conrad, teve um caso com Christopher, que resultou na filha dos dois, que foi criada por Conrad até o segredo ser revelado.
Vênus Caccini Faulkner: irmã de Maven, filha mais nova Christopher com Angel Caccini, nunca chegou a conhecer seu pai biológico.
Henri Grayson: filho mais velho de Conrad, de um antigo casamento.
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ursocongelado · 9 months
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Alfredo Monte escreveu sobre meu livro de poesia "A solidão é deus bêbado dando ré num trator" no jornal A TRIBUNA de Santos, de 30 de abril de 2013:
GRAFITES NOS MUROS DA CONDIÇÃO HUMANA
A princípio fiquei no pé atrás com A solidão é um deus bêbado dando ré num trator, coletânea de um jovem autor de Manaus, lançada pela pequena editora Bartlebee, de Juiz de Fora: boa parte dos 139 poemas contém às vezes uma frase, com a mesma toada aforismático-epigramática do título. Tirando alguns mestres, essa forma é um convite à facilidade (e esta ao esquecível). Para piorar, uma apresentação insistindo na “visceralidade” do poeta; ora, caracterizar um artista como visceral se tornou um clichê tão vazio, propício para retóricas ocas, quanto falar em “transparência” ou em “sustentabilidade”.
Visceralidades à parte (o que não poderia deixar de acontecer com um admirador de Bukowski), não há facilidade, frouxidão, nada para ser esquecido em A solidão é um deus bêbado. Diego Moraes tem uma linguagem carismática, uma incrível capacidade de criar uma dicção poética que, escorregadia, flerta com o epigrama, a micronarrativa e o mais arrebatado lirismo, os quais compensam uma presença opressiva da entidade “Literatura”. Ele mesmo diagnostica que há literatura (às vezes mais como pose do que como inquietação autêntica) demais na vida de muito escritor desmamando por aí, e experiência da “vida” de menos. Se “Deus é uma caneta bic azul e a vida um monte de rabiscos literários numa folha de papel almaço”, “... não fosse a literatura, eu seria mais um playboy idiota/mexendo os quadris numa festa à fantasia”, e então “Uma geração inteira fazendo literatura como se estivesse/comendo coxinha na hora do recreio”. Não é o caso, aqui, onde o lirismo é a contrapelo: uma angústia palpável e desmoralizante convive com percepções e imagens que roçam o haicai, se o pensarmos a partir de uma modulação radicalmente nova: “Ela só de calcinha abrindo desastrosamente a latinha de atum/Chupando sangue do dedinho lascado/Fazendo carinho no bicho em cima do 2666 do Bolaño”; “Bússolas quebradas/Cartas anônimas nunca me disseram nada/Isso não é literatura. É só minha dívida no Bradesco”.
Por caminhos tortuosos, roídos e varridos pelo rancor ou pelo câncer (“Próxima estação: Consolação./Hoje é rock in roll. Amanhã é solidão num hospital com câncer”), pela esquizofrenia ou pela overdose, pela ressaca ou pelas referências à cultura pop (do tipo mais desesperado), o eu lírico predominante em A solidão é um deus bêbado é aquele mesmo (só que bem século 21) “gauche” na vida, quase um piadista de si mesmo, que forneceu as senhas para a lírica superior de um Drummond ou de um Bandeira: ”Você mora longe/Não tenho binóculo/Você num castelo/Não sei tocar violoncelo/Você pinta os cabelos/Não me olho no espelho/Você tem olhos verdes/Roubaram minha bicicleta”. Um Drummond que tivesse como irmão gêmeo Plínio Marcos: “Sensação escrota de não entender as coisas/Às vezes penso que sou adereços de um carnaval de 1977”; “A polícia não liga/ Solidão não preenche ficha de condicional”. Há um toque de Adélia Prado em: “Deus manda tsunamis como minha mãe joga farelos de pão no Rio Amazonas/Faz pequenos redemoinhos azuis no meio da confusão/ Se eu fosse cineasta, pediria para ela lagrimar e falar bobagens de mansinho/A gente pensa que não, mas os peixes entendem.”. Portanto, mais do que falar sobre uma “Literatura” que ninguém sabe direito onde está, ele dialoga com a melhor poesia feita em nosso país após o modernismo: “Ligo o Arno/As folhas viram garças desembestadas/Correm pelo chão gélido/Transam com as paredes e não dão poesias.” Dão sim, Diego.
Às vezes todos os elementos se entrelaçam com fôlego maior: “Um índio bêbado escrevendo peças de teatro que nunca serão montadas//Seu vizinho desmanchando automóveis e revendendo tudo a preço de banana//Sou tão carente que entro de cadarços desamarrados na padaria/só pra ver se ela se importa e diz alguma coisa// Anteontem andei de roda gigante e o cara disse que não era preciso/pagar o ingresso porque eu parecia o avô dele//O mais foda é que só tenho 29 anos”. Outro belo momento de respiração mais longa: “Você disse que sonhos é como fazer musculação//Você disse que Vou à Bahia leva crase//Você disse que queria adotar um cachorrinho e fazer Teatro/ de Rua em São Paulo//Você disse que Roberto Piva era o poeta mais lindo do mundo//Você disse tantas coisas bacanas quando eu tava fudido// Você disse que eu sairia dessa e levou livros e cigarros quando/eu tava internado naquela clínica para drogados//Você foi minha garota e foi foda ver seu sorriso de mãos dadas/com outro cara// Sempre fico sem jeito com o meu passado...”
Não sei se A solidão é um deus bêbado foi apenas um momento feliz, que não se repetirá, ou se a forma, aqui tão concentrada e eficaz, poderá virar maneirismo e banalizar-se. Só posso dizer que é uma das revelações dos últimos anos, esse grafiteiro dos muros da condição humana: “Você cai uma vez/Quebra o braço/Você cai duas vezes/Quebra a perna/Você leva paulada na rua/Escreve um poema/Você leva facada/Escreve uma crônica/Você leva tiros/Escreve um Romance/Você morre/Deus acha que é peça de teatro e aplaude”.
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bla-attitude · 1 year
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Acordei cedo numa terça-feira, fiz uma cafeteira de café para mim, fui de carro até à aldeia, parando no correio, a seguir no banco, onde descontei um pequeno cheque de uma revista, e quando voltei para casa li o jornal um bocado, começando pela secção de ciência, bebi outro café e comi uma tigela de cereais. Daí a pouco era hora de almoço. Não tinha fome nenhuma mas parei por um momento a olhar pela grande janela da cozinha e foi então que percebi que o papel da poesia é recordar-me que há muito mais na vida do que aquilo que faço habitualmente quando não estou a ler ou a escrever poesia. Billy Collins a aranha irlandesa & outros poemas
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zemaribeiro · 2 years
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Jornalismo cultural em debate hoje em São Luís
Jornalismo cultural em debate hoje em São Luís
A convite da jornalista Vanessa Serra, participo hoje da roda de conversa “Jornalismo cultural no Maranhão: reflexão e importância em tempos de mudanças”, que acontece hoje (5), às 18h30, no Café Teatro Cazumbá (Rua Portugal, esquina com Beco Catarina Mina, Praia Grande). O evento é gratuito e aberto ao público. A moderação da mesa se completa com o jornalista e dj Pedro Sobrinho e a jornalista…
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flavia0vasco · 7 months
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Era uma vez um pescador morto por uma baleia no ano de 1900 nas águas da Bahia. E os ossos seu único vestígio na areia da praia de uma ilha deserta muito longe dali. Esse, o fato verídico. Agora, a lenda é pura invenção. De um jovem escritor que viajou para desbravar essa história através da imaginação e lhe deu um nome: A Ilha do Pescador. Sua fonte de inspiração, um recorte de jornal. Da época. O próprio pescador e seu barco de pesca artesanal. E na memória do garoto de outrora a imagem do avô, também pescador. Seu ídolo e herói.
Carlos Aranhos
Em memória ao meu avô.
                                               A Ilha do Pescador
A Ilha do Pescador: uma história de aventura, sonho e fantasia
por Flávia Vasco
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Cansado da vida desencantada da megalópole, André parte numa viagem rumo ao desconhecido, carregando na bagagem apenas a imaginação, em busca de um passado perdido, de encontro às estórias de mar e de pescadores.
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Roteiro
Cena 1: um velho, aos 92, em farrapos, afunda revolto sob a forte sucção da água no oceano, morto, em meio aos destroços de um naufrágio. (Fade out)
Cena 2: (Fade in) (Plano aberto) a câmera sobrevoa o mar. No centro, o homem, aos 69, é rodeado por uma baleia e dois filhotes, ao lado de um barco à vela.
Cena 3: (Plano médio) os personagens brincam.
Cena 4: (Plano Americano) o homem, barbudo, chapina água contra os cetáceos. A baleia borrifa na fria atmosfera o ar quente e úmido, condensado em gotículas de água.
Cena 5: (Primeiro plano) rosto do homem. Feliz e sorridente.
(J Cut. Trilha sonora de suspense)
Cena 6: o ataque do tubarão:
***
1924. Ao longe, uma barbatana dorsal é vista. O alvo é Sancho. A fuga é instantânea. Auxiliada pelo homem, que de volta ao barco, se interpõe entre o caçador e a caça. Arma rápido uma bocada de isca fresca pra atrair o grande peixe. O tubarão caiu. Com o arpão feriu-o nas brânquias. Com fúria, o animal atirou-o fora do barco. Na queda, perdeu os sentidos; mas, logo se recuperou, à superfície. Outra investida estava reservada contra ele. Foi quando mergulhou fundo e desferiu um golpe certeiro na altura do focinho, com uma faca que levava junto ao cinturão. Um segundo golpe foi tentado na altura dos olhos, mas passou só perto. Foi aí que apareceu em cena, a baleia-mãe para ajudar. Com uma cabeçada estonteante, combaliu o que restara do tubarão, livrando o pescador de um novo ataque. Recolhido, o tubarão recuou. Mas, não por muito tempo. Bastou que o valente homem retornasse sem fôlego ao barco, para que a fera desse meia volta e, sem piedade, desferisse uma mortal mordida sobre a cauda de Sancho. O pequeno animal logo esvaiu em sangue que tingiu toda a água. Tentou sobrenadar sem escapar à luta, mas foi em vão. O tubarão vencera. Caiu morto, sem recurso. Terminando devorado pelo temível predador. A mãe aflita, nada podia ou pudera fazer. Recuou com o outro filhote, mais velho, para além de sua jornada, a fim de pelo menos garantir a sobrevivência de ambos. O Pescador ... assim, o conheceríamos, somente observou o êxodo dos pobres amigos, com os olhos cheios de água.
(Smash cut)
Título: A Ilha do Pescador
Sinopse: um jovem fascinado por estórias de mar e de pescadores sai em busca de inspiração para escrever a sua própria história. O que encontra são pistas, e a partir daí descobre que não tem mais nada com que contar senão com a própria imaginação.
Num mundo desencantado,
onde não há mais segredos,
é preciso inventar.
Primeira Parada: A Ilha do Farol – A Partida
O espetáculo das baleias. O que sobrou de um passado de glória, que sucumbiu à submissão do poder do homem, esse ser predatório da natureza. Espetáculo (!) porque se deve a ações conservacionistas mais recentes que garantem a perpetuação dessa espécie, e deslumbram os olhos dos turistas em busca de uma foto. Mas, essa é parte de uma história que eu já sei. Como é contar uma história que ainda não sei?
Acordei hoje cedo pensando que estava na vila. Queria fazer meu próprio café, mas estava na pousada. Contrário a todas as minhas expectativas e fantasias, ali não era tão comum ser diferente e se contentar -- caso encontrasse -- com uma autêntica casa de pescador, e pretender fazer parte daquele cenário, buscando novas amizades. Não, sem chances. E eu não vinha pra ficar, estava de passagem, e sequer era pescador. Meu mundo era outro, e como OUTRO que eu era, embaçava-se minha vista de como deveriam ser as coisas na realidade: a vida na vila. Ainda assim, impregnado de estrangeiro, vindo da cidade grande, esperava me encantar com a minha viagem. Fosse com as estórias do lugar, fosse com os passeios fora do guia de viagens, fosse com a falta mesmo do saber.
Assim cedo demais acordei. A escuridão lá fora, bem cerrada, me dizia que em dias normais não era hora de levantar.  Eu me antecipara em uma hora ao despertador do relógio de pulso, pousado sobre a cômoda do lado da cama, ao alcance da mão. Precisei ir ao banheiro, tateando no escuro, e logo voltei a me deitar, e cochilei. Permaneci em estado de vigília com medo de perder a hora. O barco sairia assim que o sol apontasse os primeiros raios; assim instruíam os moradores aos turistas. Quando acordei de vez, lembrei de desprogramar o alarme, e me sentei na beirada da cama pra tomar um gole d’água fresca da moringa, de barro, fria. Despejei o líquido na caneca de estanho, com alça, e tomei. Agora, algum ruído eu ouvia que vinha da cozinha, as primeiras panelas do desjejum dos madrugadores. Não demorou muito, sentado à mesa, senti o aroma de café abrindo minhas narinas, confrontado meu hálito quente do primeiro gole com o ar gélido da manhã. Eu trocara minha roupa de dormir por um cardigan azul marinho, com detalhe vermelho-branco no bolso e na barra da cintura ... dotado de gola v, abotoado na frente sobre uma camiseta branca. Com uma calça jeans, combinando com meu sapatênis casual zípper, vermelho e azul também. 
Não tive pressa. Desfrutei do ócio, me entregando completamente à cadeira, quase deitado contra o costado de estrado de madeira, com os braços cruzados. No quarto, praticamente intocada, minha tralha era só uma “big” mochila com um bocado de coisa dentro: um pulôver branco e preto ziguezagueado em duas listras delgadas, vermelha e branca, no peito e na cintura; um conjunto moletom blusa bege siri e calça preta 100% algodão, fechado; duas bermudas com bolsos laterais: uma marrom e uma azul marinho; uma regata branca; uma camiseta 100% algodão branca e uma preta também; uma camisa branca de cambraia, conjunto com uma calça também branca, do mesmo tecido; uma sandália de couro, marrom claro, de dedo; um chinelo havaiana branco; e, um pijama meia malha azul anil, com fecho em botões pretos. Pouco menos que um look versátil meu na metrópole nos dias de trabalho: suéter azul marinho, camisa branca, relógio dourado, cordame bege e marrom no outro pulso, calça de brim preta, e mocassim marrom.
Pra completar os acessórios: snorkel; óculos escuros; boné; toalha branca; um punhado de blocos de anotação; algumas canetas pretas; nécessaire com artigos de higiene bucal, mais cosméticos como shampoo, condicionador, 5 sabonetes, 3 tubos de protetor solar; 5 cuecas; 2 sungas; 6 pares de meias socket: 3 brancas e 3 pretas; e 2 pares de meias de lã grossa: uma branca e uma preta.
No bolso lateral esquerdo: o celular Iphone, última geração, com o Power bank possante, apropriado pra viagem. Enquanto, num dos bolsos falsos, guardara o certificado de mergulho e o ticket de translado até as praias. No outro, um bocado de dinheiro em espécie.
*A cinta elástica de pano trazia amarrada junto ao corpo, por dentro da roupa, pra provisionar algum valor a mais. E a carteira de couro preta com poucos tostões, documentação pessoal, e cartões do banco, levava normalmente no bolso da calça ou bermuda.
Ademais, o pé de pato ia dependurado no ombro, num estojo de pano. Também o tripé. Assim como uma mochila menor, de apoio, com o notebook, 14 polegadas, compacto, com boa portatibilidade, junto a uma Canon Eos com lente EF 50 mm, munida de filtros de cores primárias, e um estoque de rolos de filme preto-e-branco e colorido.
Uma relíquia me fazia companhia pra onde fosse desde a adolescência. A foto de meu tataravô emoldurada em vidro de presente do meu avô. Nicolau. Também presente dele eu levava a tiracolo uma foto de meu bisavô ainda bebê tirada pela mãe Emma, além de um desenho dele já velho feito por meu avô. Tudo emoldurado. Era com a minha baleia de pano que ele brincava comigo fazendo truques e traquinagens de fantoche. E me enchia de estórias de pescadores da Bahia, de onde vinha, e onde era casado com uma baiana. Minha família descendia por parte de pai de artistas. Minha tataravó, seguiu a profissão do pai que era fotógrafo profissional, mas de forma amadora. O avô dela era um homem de renome nos primórdios da fotografia na França. Emma era o nome da minha tataravó e o que se sabia dela é que tinha sido abandonada pelo meu tataravô e corria uma mágoa amarga sobre ele. Guardei os retratos e o desenho na mochila de mão.
Comi e bebi pouco. À mesa, uns pães de sal, café de coador na cafeteira preta, umas fatias de queijo muçarela e presunto, leite frio de saquinho servido na vasilha de plástico própria dele, umas bolachinhas sortidas e uma única banana. Só. Eu estava acostumado a um desjejum mais farto ou singular em outras estadias standard, de boas pousadas três estrelas das cidades do patrimônio histórico e paisagístico, de Minas e do Nordeste, no caso Recife. E também com o requinte dos cafés franceses e italianos, sem falar no brunch americano. Mas, não escondia minha predileção pelos mineiros nas primeiras horas do dia: fosse o pitoresco acervo gastronômico, material e natural das fazendas rurais tradicionais e rústicas, na minha hora mais feliz do dia -- a aurora da manhã --, fosse o refinamento, estilização, padronização e simplificação das pousadas na cidade.
No primeiro caso (o café pitoresco mineiro) pra falar a verdade muito ou pouco do que era servido não era uma questão: não se tomava por medida. E sim a qualidade da experiência. A mesa farta ou não, não contava. O lugar grande ou pequeno, com pouca ou muita atração, também não. O que contava mesmo era a natureza da coisa vivida, capaz de impregnar nossa experiência de memória. Sempre me refugiei nesse canto da essência pra fugir à morte imposta pelo cotidiano, pela rotina e pela repetição. Sempre tentei não sucumbir aos devaneios deletérios, drogas e surtos psicóticos de uma vida monótona, me refugiando nessas experiências do passado e dos sentidos, que moram na nossa imaginação. Pra não fugir à realidade em desespero, me impus a disciplina de um espírito livre, e desde pequeno me apeguei ao sonho, pra me salvar do massacre e amortecimento das HORAS. Viciantes e “nonstop” (na falta de uma palavra melhor, em português), ELAS sempre correndo, se fartam nos engolindo, sem condição de salvação. Ou, de restauração da psique ou do corpo. Nos consomem sem dó, em stress e cansaço. Esgotando nossas forças. Alimentando todas as doenças da alma. Nessa pressa. Nesse Vazio. Damas do aprisionamento, diabólicas. Assim ELAS galopam incessantes, sem páreo, ou descanso, cedendo à repetição desarrazoada e absurda de um Tempo sem sentido já há muito vivido abaixo da abobada celeste pelos seres humanos.
Desfrutei por vezes junto à “mesa” caipira, rica e simples, de momentos inesquecíveis. A cozinharia mineira integrada aos processos naturais de preparo dos alimentos, tantas vezes demorados, não era separada do entorno de delícias junto à natureza, entre bichos e seu habitat.  Vivi um mundo de volições dos sentidos. Vivi outro tempo e modo de vida.
Numa dessas vezes, lembro do leite da vaca, quente, tirado na hora, que meu organismo fraco do sedentarismo e artificialismo da vida moderna exigiu ser fervido antes, pra evitar a contaminação por bactérias, dado meu organismo sem defesas. Mesmo assim, o bigode branco da espuma e o calor da bebida me marcaram. Tanto quanto o gosto forte e gorduroso do lácteo, estranho ao meu paladar, e contraditoriamente rejeitado e deleitado ao ser descoberto. Lembro de ter feito uma careta de nojo, e sentir ânsia de engolir por me parecer sujo e anti-higiênico. Falta de um contato mais íntimo com a natureza e seus processos vitais. Já, para os antigos, bastava um esguicho forte tirado da mole, lisa, tépida e pegajosa teta da vaca (pra mim enervante) pra, assim espremida contra a boca, sair quente ou morno o líquido, sem risco de fazer mal à saúde. Podia mesmo uma canequinha ir a reboque pra entornar o primeiro reforço da manhã. Aquilo, espumando, era misturado, muitas vezes com o sal ou a cachaça, pra servir de fortificante e despertador. O caboclo virava aquilo de um gole só, garganta abaixo, e estufava o peito, revigorado, nutrido horas a fio, numa explosão de energia, pronto pro trabalho pesado das primeiras horas do dia. Era ótimo pra curar ressaca.
Outra vez, na fazenda da minha amiga era costume passar o mel no pão. Nunca tinha ouvido falar nisso. Eu era menino. Tinha crescido na cidade grande à base de manteiga. Melhor, margarina. Cedo, antes de irmos ao curral tirar leite, fomos ao apiário. O irmão dela, apicultor, todo paramentado em vestimenta própria, máscara com véu contra picadas, luvas, botas de galocha, todo de branco, foi até o tambor da colméia, e de longe vimo-lo fazer toda a operação. Com cuidado, examinou a produção das abelhas, e tirou lá de dentro um torrão de favo, pingando o néctar. As abelhas em polvorosa o assediaram. Ele tirou o tanto quanto havia da cera fabricada, e estocou-a num contâiner de plástico, transparente, vedando-o, em seguida. Estávamos extasiados. O zum-zum nos chegava, e enquanto ele vertia o própolis no vidro esterilizado, sonhávamos com a hora de prová-lo. O favo mesmo foi posto na mesa da cozinha para chuparmos a seiva do mel de dentro da cera. Como esquecer! Eu pouco acostumado, achei que fosse me fartar, atraído e desvairado, com a pureza do experimento inédito. Tirei com a faca um pedaço de caber na boca, e logo enjoei, de tão doce. Quase me decepcionei por não poder mais. Então era assim, nem tudo que é bom demais, pode se ter em demasia. Às vezes basta degustar. É o caso do mel. Pelo menos pra mim. Mas, jamais saiu da minha cabeça o gosto da cera.
Nesse dia foi só isso o café da manhã: leite, pão e mel. E uma profusão de cheiros a me invadir o nariz, a bosta de vaca, a grama orvalhada da manhã, lá fora, o pêlo suado de cavalo - lembrando a textura da crina e do couro liso depois que o alisamos e distribuímos o sal na estrebaria -, o cheiro do chiqueiro dos porcos rosados, roncando enlameados, entre o roer das espigas de milho granadas, e restos de lavagem. E outro cheiro tão característico! A titica de galinha, dessas que ficam entre os galos garanhões, ciscando no chão do terreiro o milho encruado e a quirela, jogada de mãozada ... enquanto, nos poleiros, as teúdas e manteúdas chocam nos ninhos seus ovos de pintos. E cacarejam, cá e lá, batendo em vôo raso as asas, aqui e ali, depenadas.
Chegavam ali à cozinha, numa sinfonia, todas essas peripécias, batendo no olfato virgens suas essências.
Na cachoeira, pós-café, a macilenta argila escorregadia sob os pés e entre os dedos melequentos, estourando borbulhas minúsculas, e puns indecentes, apareceu marrom, como na gamela da fruteira, e na caneca de cerâmica, sobre a mesa da cozinha, lado ao lado com o copo de latão reluzente. E as panelas de argila queimada no fogão a lenha de alvenaria singela guardada de segredos, borbulhavam sobre a trempe de ferro fundido, o feijão preto colhido no roçado, fumegando a todo vapor, à combustão da lenha rachada, alimento do fogo avivado pelo sopro, espalhando a cinza das aches, em meio ao negro rastro de fumaça queimada, dos tições em brasa.
De outra vez, não esqueço, puseram-me na boca salivante o queijo mofado, maturado na dispensa úmida e fria, sob condições artesanais de preparo e cuidado. Um quartinho escuro, mal iluminado, com estantes de tábuas de madeira velha, onde descansavam os queijos redondos cobertos por uma fina camada de casca de fungo, eram protegidos por um véu de tule, a cair do móvel, pra livrá-los da ação indesejável de moscas, mosquitos e varejeiras. Um cheiro acidulante e azedo, penetrante, enzimático e lácteo, subia pelas paredes do cubículo, sintetizando a microbiótica e o ambiente. Mereci levar um exemplar desses pra casa, e casei-o com o doce de leite, figo, cidra, goiabada e o melado nas compotas cheias tiradas do tacho de cobre gigante da propriedade.
Na cidade, na pousada (no segundo caso, em que se tem o café refinado), a refeição matutina era um banquete de encher a boca d’água. Diversidade de pães doces e salgados: à base de ervas e farinhas de todos os tipos; bolos; biscoitos; bolachas; broas; queijos; requeijão; pão de queijo; torrada; café expresso, para além do de pano da vovó, e o de coador; leite; chás; sucos naturais de mamão, laranja e melancia; iogurte; coalhada; mel; geléias; frutas como melão, mamão, melancia, banana e abacaxi; ovos mexidos; fritada de cebola, tomate, presunto, queijo e cebolinha (ou omelete, irmã gêmea, com recheio a gosto); panqueca; waffle; salsicha ao molho; cereais; achocolatado; e uma mesa de doces.
Agora, tratava-se de pernoite. Não esbanjara na estadia. Local simples, seguro, bem localizado, módico. Do porto logo ali do lado partiam os barcos de passeio para as praias do litoral da Bahia. Meu pacote incluía um percurso que cobria quatro delas em cinco horas. Com direito a permanecer por dois dias na última para aproveitar mais a viagem. Dali, era por conta de algum inusitado curioso, ir além e, nos confins do mar, muito além da orla praieira de Cabo Coral, combinar com o canoeiro, personagem envolto em mistério da Ilha Perdida, ir até a mítica Ilha do Pescador. Lugar remoto, de todo perdido no horizonte das rotas de pacotes turísticos paradisíacos. A ilha inspirava assombro e mistério, para os que dela se aproximavam com suas estórias de pescadores, e antigo porto baleeiro.
Eu tomara o cuidado de separar o que achava necessário para além da travessia, guardando aquele vestuário para os dias frios da noite e o calor intenso do dia. Fora precavido. Ficaria uma tarde na misteriosa Praia dos Sambaquis na Ilha do Pescador, eventualmente visitando outras praias, quando o barco de volta me recolheria para a cidade mais próxima, muito além da laguna, a milhas e milhas de distância.
Na cidade, junto à baía, as ruas de pedras lisas cobriam o entorno do centro histórico, ramificando-se tortuosas e estreitas, entre as casas, solares e sobrados coloridos, que ora descortinavam nas treliças de seus avarandados e sacadas, tapetes patchwork álacres, feitos pelos artesãos locais, arejados nos dias de faxina, ensolarados. Uns chegavam a ser tão bonitos que não passavam despercebidos ao olhar sensível de um fotógrafo, pronto a revelá-los em suas cores vivas e puras, contra o fundo preto-e-branco de uma fotografia.
Era em contraste com essa paisagem quase térrea, encimada e engolfada pelo céu imenso, que subindo por ladeiras até a parte mais alta dos principais bairros que davam uma vista privilegiada do contorno de toda a orla praieira, que se podia ver bem mais além a quase perder de vista, como um ponto branco, sob um rochedo na imensidão do mar, a partir dos arredores do cais, o Farol, referência da principal praia da baía, destacando-se acima da plataforma do forte, na arrebentação das ondas, solitário e hirto, acalentando os navegantes necessitados de orientação, e estampando toda sua tradição nos cartões postais da costa do continente.
A pousada ficava ali, entre a parte baixa e a parte alta, não sem contar com transporte à mão para os deslocamentos entre as duas. A distância até os barcos era irrisória, de uns dois quilômetros, podendo ser feita a pé. Mas, devido a algum desconforto da bagagem, desencorajava o percurso. Sendo inevitável contar com um Uber para checar nas baias numeradas do ancoradouro, as placas de metal ou pirogravuras de madeira, com o desenho do barco e seu nome de batismo, para o embarque. Eram acorrentadas nos mastros de amarração dos barcos. Cada uma parecia como um bom cartão-postal à base de maçarico. Obras de arte popular, fruto do trabalho artesanal anônimo.
Saindo da porta da Pousada dos Diamantes até a Galera do Albatrozes, mais à direita do ancoradouro, não se levava mais do que cinco minutos. Assim, André, contando com tempo, mas não querendo correr nenhum risco de atraso, antecipou-se na saída, ainda atrás do sol, para evitar tumultos e imprevistos.
Desceu na terceira plataforma, sobre a esteira de ripas longitudinais, rijas, compactadas e grossas, suspensas do ancoradouro, tendo visto ao longo do caminho conjuntos de pontos de luz tremeluzentes das lanternas dos celulares, esparsos, dos grupos de turistas, que iluminavam a baixa noite, enquanto aguardavam a aurora. Contava que, dentro em breve, os tons mais claros do céu desceriam, anunciando a manhã e com ela o sol, previsto para brilhar aos 25 graus Celsius, às 10 horas. À sua frente, as silhuetas dos companheiros de viagem resplandeciam contra o amarelo ocre da luz dos pequenos holofotes, e o marulho das águas ao fundo trazia um dejà vu, sobre a sombra flutuante do breu das embarcações, cobertas de frio pela brisa, e sereno da madrugada. Havia poucos tocos de madeira, e algumas pedras do mar, que serviam de assento, junto à cerca lateral. As mulheres e os mais velhos se revezavam à espera da partida. Ainda era pouca a conversa. Nenhum contato, quase. Tudo era silêncio, murmúrio e quietude. Apenas um homem andrajoso, em seus avantajados anos, comido pela calvície, em meio aos fios brancos despenteados, e a dura barba rala por fazer, permanecia andando de um lado pro outro, inquieto, a fumar um cigarro de palha, e a bater contra a coxa uma velha boina puída, marrom. Vez ou outra passava a mão na cabeça, o olhar cabisbaixo, aflito. Mal esperava pra sair do lugar, parecia. Os demais, poucos em pé, com as mãos nos bolsos, ou braços cruzados e, mais além, algum outro sob a fumaça enevoada de um cigarro, ou ainda algumas crianças, entre seis e dez anos -- encolhidas no chão e com as mãos nos joelhos --, davam a idéia de seres bem comportados, íntegros, limpos, bem vestidos, bem agasalhados, bem nutridos e bem protegidos. Longe das cenas torpes e sujas dos pederastas de cais, que inspiravam um Jean Genet, envoltos em decrepitude nos arredores dos becos, escuros e fétidos, da cidade baixa. Ou dos bares e puteiros a la Charles Bukovski, que podiam servir de um imaginário marginal nas proximidades das zonas de decadência, fosse esse o caso da nossa cidade costeira.
Não devia haver muitos mais a aparecer, já que a tripulação deveria ser pequena, pois o barco não era muito grande. A essa altura, não se constatava excitação alguma, apenas rostos pendentes, entre o sono e bocejos, conquanto felizes, por embarcarem numa relaxante e contemplativa aventura.
Em pouco tempo mais gente apareceu. Até que a luz tomou no céu os seus primeiros contornos de rosa, lilás e anil, convocando o dono do Albatrozes a fazer soar o apito, ensaiando um primeiro sinal de que já era hora de embarcar. Uma fila se formou, sob a orientação de um ajudante de ordens, que checou toda a documentação. Embarcou um a um, junto à prancha que subia até o piso do barco. Em seguida, foi dada a partida nos motores, e cinco minutos depois, soaram dois avisos sonoros, graves, para anunciar a saída. Estávamos todos a bordo.
O sono se dissipara. O ar dos pulmões se renovava a pleno vapor. O timoneiro era o próprio capitão, sob o comando de seu próprio navio. Era um tipo reteso, enegrecido, boa-praça, de boa estatura, barba grisalha, com pinta de marinheiro, trajando uniforme branco impecável, e um quepe da Marinha de fato, mas em vez do cachimbo “de poppye,” trazia na boca uma cigarrilha, quase sempre acesa, como companhia. No peito vinha o patuá. A fé no Guia. O cordame de Ogum. Azul, verde e branco. Aliás, o capitão tinha por apelido, esse mesmo nome capitulado: todos o chamavam Capitão, somente. Sua história era cheia de audácia. Tão acostumado a estender seus sonhos por outros mares e praias, acabou por fim, por se recolher na rota do passeio turístico, de curta duração, só pra não se aposentar. O Albatrozes era homenagem a uma travessia que fez à Antártica em meados de 1980, num outro barco especialmente construído para isso: o Escuna Extremo Sul I. Ele, o Capitão, foi “presenteado” no inverno, sob forte vento, por uma maciça presença de albatrozes em mar aberto. Isso registrou na mente dele o significado do infortúnio por que passou, na ocasião.  A escuna passou por uma travessia perigosa, e encalhou num bloco de gelo, embicando de quilha, sobre ele, criando assim dificuldades para se desprender. Foi necessário esperar por uma movimentação das placas de gelo, o que durou cerca de uma semana. Nesse intervalo, temeu-se que ambos os tripulantes, ele e o companheiro de aventura, sofressem um naufrágio, caso houvesse alguma avaria, assim que solto o veleiro. Foram dias tensos, em que pouco se podia fazer, apesar do uso de ferramentas especiais para tentar abrir trincas no gelo. Por fim, a sorte os recebeu, e uma nova acomodação do gelo abriu caminho para içar velas. O casco intacto.
Mais tarde, como nos contou, ele mesmo diria: “Ainda que esses breves momentos de angústia não superassem tantos outros piores na história da navegação, ainda sim a presença dos albatrozes com seus guinchos era reconfortante naquele isolamento acústico, só quebrado pelo eco do ar gélido escalando as altas paredes das calotas polares; ainda sim, era reconfortante a presença dos albatrozes naquele referencial inerte, em que tudo se movia, menos nós, entediados de centro, envoltos em puro azul e branco, entre céu e mar, dia e noite. Só mesmo o bico preto das aves, cruzando o ar, para nos livrar da monotonia, e nos fazer brincar de novo; ainda sim era reconfortante, porque não estávamos de todo sozinhos, apartados da civilização. Havia sinal de vida. Era bom tê-los. Simbolizava na pior das hipóteses, que tudo ia bem. A vida seguia. Não era mau agouro. Apenas uma lembrança do infortúnio, em meio ao qual ficou uma lembrança boa deles.”
Essa e outras histórias faziam parte do currículo de vida do navegador e aventureiro, que explorou toda a costa atlântica brasileira, e parte da pacífica onde as águas banham países da América do Sul. Realizou, aí, inúmeras transações comerciais via o transporte náutico, e se rendeu ao ardente desejo de desbravar novas experiências, tanto no continente quanto em alto-mar. Saíra bem jovem da Bahia, e a ela retornava próximo ao fim da vida, sem nenhuma ambição, apenas a de descansar e deslumbrar-se com o vai-e-vem dos turistas, e das embarcações. Nos últimos três anos, chegado à terra natal, registrava diária e secretamente em seu íntimo, sob olhar atento e amiúde, as mudanças havidas desde seu tempo de menino. Já não era mais constante o desfilar sábio dos fenômenos naturais. Eles já não seguiam uma ordem própria, consoante a harmonia com o Todo. O ritmo da natureza estava quebrado, e não havia volta. Isso todo mundo sabia. O mar continuava um mistério, mas tinha perdido o encanto.
O sol frio ameaçava pairar sobre nossas cabeças, e não havia esperança de que o vento se aquecesse tão cedo. Levaria um tempo até que os motores fossem reduzidos a uma potência mínima, e o mormaço nos alcançasse trazendo à tona os cardumes de peixes. Chegada a hora, o Capitão, então, nomeou-os um a um.  Também fez questão de dar uma idéia do ecossistema subaquático marinho, sem se esquecer de pontuar as principais ações dos órgãos de preservação do Santuário das Baleias: os CPFA (Centros de Pesquisa e Fiscalização Ampla), e suas subdivisões segundo as especialidades técnicas de cada órgão, tanto em terra quanto em mar; e, os CPFR (Centros de Pesquisa e Fiscalização Restrita), igualmente subdivididos segundo as especialidades de cada área técnica, vinculadas aos respectivos órgãos, voltados para as comunidades praieiras no entorno do Projeto Piloto, e ações específicas a se desenvolverem no controle da qualidade do mar e sua orla. E presidindo essas duas chaves principais do organograma com suas subdivisões, estava o NPSB (Núcleo Preservacionista do Santuário das Baleias), que com base no seu Projeto Piloto, subdividido em áreas do entorno de preservação, integrava ambos os centros já mencionados, mas com interface para o Turismo. E como estandarte simbólico mantinha a mínima gestão de operações na pedra do Forte, onde ficava o Farol. Com atenção para o que se passava próximo, no mar. Assim, havia uma equipe de salvamento e primeiros socorros, e de controle da área de turismo (manutenção da infra-estrutura de banheiros e trilhas, gestão do museu da baleia, suporte à equipe de mergulhadores e apoio ao comércio ambulante). Havia uma parceria com a Marinha, no controle da entrada e saída dos barcos, não podendo exceder em 345 os visitantes com acesso à pedra. Disso se estimava o número de barcos a acederem ao Farol.
Mais uma vez forçados os motores, o atraque no nosso destino era breve: questão de vinte minutos; até lá, vídeos e fotos flagrariam a passagem dos golfinhos, não prevista no script. Tempo para risos, chats e conversas. Grupos de casais, amigos, familiares e empedernidos solitários, como eu, ali, confabulavam, enfim. Não podia faltar, contudo, o Capitão. Imortalizado, mais uma vez nas tantas imagens.
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amor-barato · 1 year
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Carta a Josefa, minha avó :
“Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo — e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.
Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira — sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.
Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja.(Contaste-mo tu, ou terei sonhado que o contavas?)
Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos — e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Quem to roubou? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti — e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava. Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas — e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, por que te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: «O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!»
É isto que eu não entendo – mas a culpa não é tua.’
Carta escrita por José Saramago para a sua avó e publicada no jornal A Capital, em 1968
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baeksu-krp · 1 year
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Nome: Han Minseo Faceclaim: Hong Taejun, Modelo Data de nascimento e idade: 27.10.1998 — 25 anos Gênero: Masculino Etnia e nacionalidade: Sul-coreano, Coreia do Sul
Moradia: Yongsan-gu Ocupação: Repórter, Jornal/Rádio Daily Seoul Qualidades: Atencioso, Prestativo Defeitos: Imaturo, Distraído User: @bks_minseo
TW: Homofobia
A vida só começou a fazer sentido para Eunseo depois de conhecer Haeun – no entanto, as coisas não seriam fáceis para o casal apaixonado na década de 80 –, em um país extremamente homofóbico como a Coreia do Sul. Foram alguns anos de namoro às escondidas dos pais, até decidirem fugir para ficarem juntas, – em 1996 –, depois de dezesseis anos de contato. A história de Minseo ainda não começara, mas fora marcada pelo preconceito e por um amor que superaria as barreiras de qualquer tipo de padrão imposto pela sociedade. A ideia de ter uma criança que selaria o amor incondicional de uma pela outra viria três anos depois, em 1999. Fora um ano de tentativa e erro, até Haeun finalmente conseguir engravidar – com a ajuda de um doador anônimo –, daquele menininho que se chamaria Minseo. Às vezes, as suas mães brincam que Minseo é quase um velho, devido ao fato de ter sido planejado muito antes dos seus olhos se abrirem pela primeira vez e dar boas-vindas ao mundo.
Em 1998, aquela casa que era ocupada pela risada do casal apaixonado, daria espaço aos berros de um bebê pequeno e rechonchudo, insatisfeito na maioria do tempo, mas extremamente dócil nas horas vagas. Desde pequeno, fora incentivado a estudar e encontrar algo pelo qual se apaixonasse verdadeiramente. O dinheiro e amor naquele lar nunca foram um problema, e desde cedo aprendera a respeitar as diferenças das pessoas e que qualquer tipo de amor é válido – afinal de contas, seria uma hipocrisia, considerando de onde veio. Foi colocado em aulas de esgrima aos seus sete anos de idade - uma forma das mães fazerem com que aquele menininho solitário pudesse interagir com crianças de sua idade -, e, aos poucos, a criança se apaixonaria pelo esporte. Minseo geralmente não é uma pessoa que gosta de se gabar das coisas na qual é bom, mas foi como se a esgrima fosse o seu destino, avançando nas técnicas com muita facilidade e consequentemente chegando em lugares destinados para crianças mais velhas, foi um choque e tanto quando um menino de apenas sete anos conseguia competir com crianças de três, quatro anos a mais de idade sem muita dificuldade. Ter o apoio das mães, vê-las felizes constantemente, pessoas conversando consigo e gostando dele pelas suas habilidades foram o motivo pelo qual quis continuar praticando o esporte. Obviamente, ser um atleta em uma idade tão nova cobravam o seu preço.
Ser um modelo para outras crianças, seguir um roteiro montado, ser educado, cordial, elegante e esguio na frente das câmeras, mesmo que fosse somente uma criança de oito anos. Ser somente bom não era o suficiente, ele tinha que ser perfeito, mesmo que algumas vezes fosse desrespeitado e se sentisse imponente no esporte. Estar em um pódio acima de outras crianças por ser um atleta era ironicamente solitário, apesar de ser tão famoso naquela época. Nenhuma criança queria ser realmente amiga de uma celebridade, apenas usufruir da fama que vinha com andar com Han Minseo. Apesar de estar ali, o menino se adequava à sua solitude, simplesmente por ficar feliz de fazer as mães felizes, e lutar esgrima realmente era bom. Assim como qualquer relacionamento, sua paixão tinha altos e baixos, não era uma subida linear.
Conforme os anos se passavam, Han Minseo conseguia alcançar posições cada vez mais altas, se classificando para os campeonatos nacionais pela primeira vez aos seus treze anos, a perspectiva de vida era que continuasse assim até a vida adulta. Viver de ser um esgrimista profissional, cada vez melhor… Até vir à tona o contexto social de onde havia saído, de ter duas mães e a homofobia do público conseguir estragar a carreira do adolescente. Em um país tão homofóbico, era difícil conseguir patrocínios e ser escalado para campeonatos se ele era odiado por algo que ele – nem mesmo as mães – haviam feito. O amor supera barreiras, mas apenas isso e talento não eram o suficiente… E a sua carreira havia acabado pelas mãos de uma profissão que dali há alguns anos se tornaria algo que gostaria tanto. O mundo dava voltas imagináveis para Han Minseo.
Apesar de ter sido ensinado a não nutrir ódio e não ferir a si mesmo com algo que ele não podia controlar, era inegável que Minseo crescia com certo rancor da mídia por acabar com a sua carreira… Mas, por trás do ódio, nascia o seu segundo amor, dessa vez pelo jornalismo, ao ter sido praticamente forçado por alguns amigos do Ensino Médio a entrar no clube de rádio. Apesar do primeiro contato ter sido algo que não gosta de recordar, aos poucos, foi cedendo e deixando-se gostar e apaixonar por escrever para o jornal da escola, ou até as vezes falar nas transmissões. Os anos escolares foram algo que mudaram o rapaz de verdade, pois, apesar de ter perdido a sua primeira paixão, descobrira que o mundo ainda giraria e tudo não estava acabado. A comunicação era algo que norteou Minseo, tanto no âmbito escolar, quanto na forma que se expressava e se comunicava, deixando de se prender ao que tinha medo de que as pessoas achassem de si, e começar a ser e agir como ele próprio: um garoto que antes era podado e instruído a não falar demais, ser perfeito 100% do tempo, agora poderia mostrar a sua face do adolescente desastrado e sem jeito que ele sempre havia sido. A vida se tornava mais simples e calma sob a ótica de que estava tudo bem não estar bem, e que conseguiria curar as suas feridas mais profundas dando uma nova chance para ser quem ele sempre foi, abraçar os seus piores defeitos e construir a pessoa quem se tornaria novamente – não apenas uma casca vazia de um modelo para a mídia.
Percebeu que queria continuar dessa forma e após se formar no ensino médio, acabou ingressando na universidade sob a grande asa do curso de jornalismo, apesar de ter uma pontada de dúvida em relação às suas perspectivas de vida e o medo das grandes mudanças em sua vida, o medo de regredir e a incerteza do que viria pela frente. Para uma pessoa que sempre foi tão dependente do apoio da família, do amor das suas mães, estar sozinho em Seoul apenas guiado pelo sonho de ser aquilo que nunca foram para si, era desolador e amedrontador não ter um rumo, um script ou uma lista de regras e coisas que precisava seguir. Se graduou há uns dois anos, atualmente trabalhando como repórter no Daily Seoul. Honestamente, Han Minseo não sabe o que o futuro aguarda para si, não sabe se gostaria de saber ou se quer ser surpreendido pelo começo da sua vida adulta, mas sabe bem que trilhar novos caminhos não é uma coisa ruim. Talvez consiga encontrar até sua terceira paixão e voltar a se conciliar com os antigos amores.
OOC: +18 Triggers: N/A Temas de interesse: Angst, Crack, Fluff, Friendship, Hostility
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ceulajeado · 2 years
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a parte da casta sigilosa de artistas subterrâneos que provocarão um golpe artístico
Estávamos nos calcanhares de São Paulo, sentados num bar esdrúxulo, quase abandonado pela parte útil da sociedade desde o epílogo da Revolução Industrial.  
Mercúrio puxou seu caderno de capa de couro, sem linhas, e decidiu que ia recitar. Bebia dois copos de cerveja e já ficava fora de si.
— “E eu sou parte da casta sigilosa de artistas subterrâneos que provocarão um golpe artístico…” — declamou, o indicador apontando para o teto do bar. Tirou o cigarro do cinzeiro e tragou até o primeiro engasgo. 
Era bem afeiçoado, usava os cabelos pro lado esquerdo e se nomeava como o “poeta da verdade”. Quando quieto, Mercúrio realmente era um. 
Eu o achava péssimo nessa coisa de escrever e ele se achava incrível – um de nós provavelmente estava certo. Toda vez que Mercúrio recitava um verso autoral, me vinha à mente como a contracultura tinha virado maçaneta de banheiro de bar: todo mundo evitava por a mão por puro nojo. 
Com menção a transtornos mentais, vícios e decadência você criava um montante de fezes e chamava de obra-prima revolucionária. Para os contemporâneos, até que era.  
— “...e as Flores do Mal podem, finalmente, tecer a liberdade artística para desabrochar nossa depressão, com a benção dos beijos de uma virgem que refletem o consumismo da sociedade, transbordando a impaciência de Baudelaire sobre os operários que derramam amores e lágrimas nas fábricas monstruosas!” — Mercúrio colocou novamente o cigarro na boca, afastou o caderno e apertou os olhos como se encarasse o final da rua. Depois ergueu a testa em minha direção e sorriu com prepotência. — E aí, Romeu?
— Hum?
— O que você acha?
— Honestamente — rodei o copo nos dedos — essa cerveja aqui me parece congelada.
Ele jogou o caderno na mesa. 
— Perguntei o que acha da minha nova poesia. 
— Ah…
O problema era o moscatel, tinha de ser, ou minha tolerância para o álcool. Eu já não ficava mais tão solto no segundo, terceiro ou quarto copo. Precisava de estímulo pra conseguir fingir interesse, e havia deixado intacta meia garrafa de moscatel debaixo da cama do dormitório. As cervejas demoravam pra fazer efeito. O meio termo entre bêbado e sóbrio não me alegrava. Ou eu vomitava nos pedregulhos da Vila Prudente ou nem saía pra luz do dia.
— Escuta, cara — tentei sorrir, então percebi que seria um trabalho difícil e parei  de tentar — eu não entendi nada do que você escreveu. 
Mercúrio respirou fundo e franziu o cenho como se quisesse criar uma monocelha. 
— É que você não entende nada de arte. 
— Pode ser. 
— Romeu, meu amigo, você é um escritor mediano, isso pra não dizer péssimo. Você sabe, somos camaradas, e se você fosse humilde eu poderia te ensinar algumas coisas.
— Que seja — peguei uma azeitona no prato e tomei outro gole de cerveja.
Naquele tempo, eu morava nos fundos de um açougue e costumava escrever livretos western, pequenos e diretos, pra uma pequena editora underground que vendia exemplares sob encomenda nas bancas de jornal. Só fazia pra não morrer de fome e sóbrio. 
— Já conseguiu terminar o livro do Sami Sam e as Mulheres de Vermelho? — perguntou com desdém.
— Você sabe que não. 
— E o prazo?
— Vence semana que vem. 
— O que você vai fazer?
— Não sei, tô pensando em tentar vender um conto pro concurso no sarau do Teobaldo. Ele paga 20 pila pro vencedor. 
— Teobaldo — Mercúrio cuspiu no chão — você deve tá desesperado mesmo. Não que as aventuras do caubói Sami sejam boas. Na realidade, Romeu, aquelas histórias são excessivamente vergonhosas.
— Mas são tempos de excesso, meu caro. Excesso de miséria, crise e escassez criativa.
— E esse Teobaldo, não gosto muito dele. O cara age como se dominasse a arte da escrita. 
Engraçado como as pessoas não conseguem se enxergar. Os autodeclamados poetas estão cada vez mais soberbos e prepotentes, e falam dos outros da maneira que deviam falar de si mesmos. Mercúrio queria expor as dificuldades da rotina dos operários e as dores dos vagabundos de 1919 de maneira anarquista, e se achava um editor da Plebe, mas escrevia feito o dono de cafezal que acabou de degustar de um belo corte de boi mal passado e um conhaque importado após um crioulo sofrido ter lhe lustrado o couro dos sapatos franceses. 
Não consegue escrever sobre a agonia do parto o infeliz que nunca sofreu um. 
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