#gnose hermética
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learncafe · 1 year ago
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Curso online com certificado! Hermes Trismegisto: A Arte Hermética da Transformação Interior
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salvianegra · 4 years ago
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Magia Natural
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Scott Cunningham dizia que não há mistérios na magia, tudo que é sentido e evocado com determinação e vontade é um ato mágico. Os princípios básicos da bruxaria são esses: convicção e vontade. Sem esses dois elementos não há como a magia acontecer. No livro Magia Natural, Cunningham nos apresenta uma visão elaborada, ainda que de maneira simples e objetiva, do que é magia natural e como funciona.
A magia natural nada mais �� do que a força e energia da natureza, e cada um de nós traz consigo essa energia, pois fazemos parte da natureza. Parece um pensamento lógico, e até mesmo óbvio, mas que facilmente esquecemos.
Quais são os instrumentos para praticar magia natural?
Quando pensamos em bruxas podemos acessar dois arquétipos famosos: a velha bruxa da cabana, com suas ervas secando na varando e a vassoura de palha atrás da porta, ou a bela feiticeira Morgana, com seu caldeirão e poções do amor. Qualquer que seja a bruxa, ela tem seus instrumentos de poder: vassoura, varinha, caldeirão, atame, taça e por ai vai. Mas nada disso é realmente essencial para a prática de magia, e em especial a magia natural.
Encontramos os instrumentos da magia natural em qualquer canto que haja natureza, manipulada ou não. Folhas, gravetos, ervas, flores, pedras, conchas, água, areia. Tudo que a mãe Terra nos oferece pode servir de instrumento de poder. Para acessarmos as energias desse itens basta carregá-los com nossas vontades e necessidades.
A carga emocional é um fator importante na magia natural, pois é ela quem conduz nossa necessidade para ser canalizada em um feitiço ou ritual. Segundo Scott Cunningham, existem três fatores importantes para um feitiço bem sucedido:
Os Três Fatores da Magia
Necessidade, emoção e conhecimento, três elementos básicos de todo trabalho mágico, sem os quais nossos feitiços podem não vingar.
A necessidade é o primeiro passo para trabalhar com magia. Você precisa estar atento ao que realmente quer com o feitiço. Necessitar de algo é diferente de desejar algo, muitas vezes o desejo é passageiro e os efeitos de um feitiço pautado em um desejo podem sair do controle. Há várias formas de entender qual é sua real necessidade, perguntar a um oráculo é um meio bastante eficaz e seguro de saber.
A emoção é o fio condutor, como dito, é a faísca necessária para acessar e movimentar as energias no trabalho mágico. Sem emoção nada se concretiza. É a partir dessa carga emocional que acessamos, por exemplo, estados alterados de consciência e gnose. Ao entrar em contato com a magia é preciso sentir no seu âmago a necessidade de estar fazendo aquilo, o propósito precisa estar claro e bem nítido em suas emoções. Uma vez canalizada essa energia o feitiço começa a ser ativado.
O conhecimento é o mais importante aqui, de nada adianta saber sua necessidade e sentir as emoções precisas para um ritual ou feitiço se não se sabe como executar isso. Por isso um bom conhecimento do que se está fazendo e usando nesse momento é indispensável. Cada elemento usado na magia deve ser de conhecimento da(o) bruxa(o) e por isso estudar antes de executar qualquer ato mágico é mais que necessário, é crucial!
O poder interior
“O que está a cima é como o que está abaixo” e ���o macrocosomo é como o microcosomo” e vice e versa, são ditos conhecidos na bruxaria, duas leis herméticas básicas que trazem uma mensagem importante para aqueles que escolheram trilhar os caminhos da magia. Nós somos um pedacinho do universo e o universo como um todo é parte de nós também. Carregando esse pensamento entendemos como funciona o nosso próprio poder.
O princípio da magia natural é a natureza, e como somos parte indissociável dela nós também geramos poder/energia. Muitas vezes não temos acesso a instrumentos elaborados de lojas esotéricas. No início do caminho na bruxaria ter esses itens pode parecer sonho de consumo, o que não nos atentamos é que não precisamos deles, são apenas ornamentos, itens que ajudam a acessar significados e símbolos em nossas mentes, porém sem nosso poder eles de nada servem. Geramos e consumimos energia como tudo na natureza, a intenção ou emoção para a magia funcionam com a luz do sol para alimentar uma planta.
Outro ponto essencial para a magia é a fé. Isso mesmo, fé! Crer, acreditar que o que se está fazendo, que os elementos usados, que os deuses ou entidades vão te ouvir e que seu intento será atendido. Não adianta investir em altares e estátuas caríssimas se você não crê em tudo isso. Se acender uma vela sem esperanças de que ela queime em seu propósito não vai funcionar, você precisa crer para ver.
Os elementais
Além do nosso poder interno, do poder da grande Mãe (Terra) e do Universo (deuses e entidades), um ponto importantíssimo quando falamos de magia natural são os elementais, seres que guardam e regem cada um dos quatro elementos básicos: terra, ar, fogo e água. A partir desses elementos todas as coisas são formadas. Entretanto, as concepções na magia desses elementos vão além do sentido restrito da palavra e é com essa concepção que trabalhamos na bruxaria.
Terra
Seus guardiões são conhecidos como gnomos, duendes, elfos, djins, saci, caiporas, depende da cultura e região. Esses seres regem e guardam o elemento e tudo que a ele é atribuído, por exemplo, tudo que é de atributo material e essencial para nossa sobrevivência pertence ao elemento terra: conforto, riquezas, dinheiro, bens materiais, emprego, estabilidade. Terra é a estrutura, o que precisamos para nos mantermos firmes. Como nosso corpo é como a Terra e a Terra como nosso corpo, o elemento regente de nossos ossos, que nos dá estrutura, bem como nossos músculos que nos dão força.
Ar
Seus guardiões são conhecido como silfos, fadas, algumas ninfas, novamente depende da região e cultura. Os que guardam o ar agem em tudo que rege nosso intelecto, nossa mente, nossa razão. Eles são seres críticos e sérios, que trabalham com concentração e intelectualidade, bem como a criatividade. No corpo humano regem nossos pensamentos, bem como o cérebro em si, sistema nasal, fono-auditivo e voz.
Fogo
Guardiões do fogo são conhecidos como salamandras, esses elementais precisam de cuidado ao entrar em contato, são muito impulsivos e podem queimar coisas com facilidade. Dão força e revigoram aqueles que trabalham com eles. Regem nossa força de vontade, nossa capacidade de ir adiante; podem se manisfestar através das chamas de uma vela ou até mesmo na fumaça dos incensos. Muitos dizem que alguns dragões também são elementais do fogo. O importante é sempre ter em mente que é um elemento bastante delicado de se trabalhar, muitas coisas podem sair do controle da(o) bruxa(o) mexendo com eles, cuidado!
Água
Seus elementais são denominados ondinas, sereis muitas vezes são classificadas como elementais das águas. Esses seres regem nossas emoções, representam nosso sangue e fluidos líquidos. As ondinas habitam todos os tipos de águas, desde fontes e nascentes, passando pelo mares, até pântanos e lodos. Cada uma dessas ondinas têm um temperamento e propósito especifico, as que habitam pântanos e lodos não são tão sociáveis quanto as que vivem em água claras e calmas de um riacho.
Os elementais são seres feitos de pura energia natural, servem como condutores e movimentadores da energia dos elementos. Basta agradá-los e manter uma boa relação com eles para fazê-los cooperar com seus propósitos. Por exemplo, se você está com dificuldades financeiras e precisa que o dinheiro não falte com frequência, ofereça maçãs e doces aos gnomos, seja colocando no pé de uma árvore no seu quintal, ou fazendo um altar para eles no seu apartamento. O importante é chamá-los para dentro da sua casa e pedir que tragam fortuna e prosperidade, mas cuidado, esses são elementais bastante avarentos e brincalhões, uma vez que os destrate ou não cumpra com sua parte no acordo, eles não pensarão duas vezes em esconder algum item valioso para você até que sejam bem tratados.
É sempre válido manter comunicação com os elementais, uma vez que são eles que ajudam na manutenção das energias universais. Quando traçamos o círculo mágico são eles quem chamamos para proteger nossos rituais. Manter a conexão com os elementais é se manter conectado com a própria Terra, dessa forma renovando e movimentando nossas energias sempre que possível.
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adeuspassado · 5 years ago
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William Blake & Cia.
1. raios e satélites/ antenas e trovões/ nebulosas românticas parindo constelações de átomos e células, bits e links, cachoeiras e tempestades, nas pupilas dilatadas de adolescentes vagabundos...
2. Rimbaud ri na praia ao lado de cínicos consumados/ o tempo é uma flor aberta ao infinito/ raízes parabólicas na mente/ raízes receptoras do vazio/ sem nome é o nome de todos os nomes/ o caos da primeira imagem vista pelo primeiro olho antecede toda ordem da língua e do costume/ a vida nua muito além da entropia conceitual ou da bagunça mental/ eis aqui o pântano da ilusão fecunda: poesia-mangue: embebida de caos: o berço das palavras da alma...
3. longe da cidade: longe da sede insaciável de desejos: longe do palco de vaidades: o livro aberto do inconsciente a rezar no deserto/ a realidade extra-lingüística, vivida e sofrida, imensa e total, exprime a verdade natural do TAO - é o silêncio do vento e a oração dos pássaros/ dias e noites - luz e trevas - homem e mulher: solidários no mesmo Todo/ a natureza ensina a natureza/ a consciência aprende com a consciência/ os 32 caminhos da Sabedoria são o tesouro oculto do universo/ o Reino é o sagrado casamento dos contrários/ há um destino de reprodução no horizonte...
4. percepção, labor, sexo e linguagem: ontologia do ser social/ presença da práxis/ o erotismo do poder coletivo/ humanidade viajadora do espaço/ uma geração vai e outra geração vem/ todo corpo é emissor e receptor de mensagens e informações/ qual é a meta? cura, paz, conhecimento, sinergia, transmutação/ qual é a meta? sair de todas as instâncias e caminhos que mantenham o "sujeito" num papel social de alienação e inautenticidade/ é preciso romper com todas as regras, todas as leis, todas as exigências externas, todas as crenças, todas as ideologias, todas as estratégias e atividades que mantenham o corpo fora do Dharma e dentro de um sistema de mentiras...
5. a senda da gnose é a senda do autoconhecimento em liberdade/ caminho singular de oração e contemplação/ não é a senda da normalidade social, um consenso ou manada de crentes, um rebanho político ou "movimento social", não é defender uma classe social ou qualquer hegemonia, não é preocupar-se com a opinião pública, o povo, a tropa, o quartel, o sindicato, a fábrica, o mercado, a mídia, o dinheiro, a profissão ou com um estado extraviado alheio ao Dharma/ a senda da gnose não é uma rotina de castração da alma/ não é se identificar com um "ego social" construído a partir de fora/ não é irresponsabilidade e acomodação, mas buscar a autonomia sob o comando de Deus/ ser o Califa do seu próprio corpo, mas na condição de servo e amigo de Deus/ a senda da gnose é entrar por um caminho que o levará tão longe que não poderá mais se reconhecer como era antes nem repetir os hábitos da velha vida/ isso não é mergulhar na loucura, mas na ordem cósmica, na essência do Dharma, que liberta de todas as culpas do passado...
6. saindo dos velhos trilhos da "normalidade", o gnóstico torna-se um estranho mistério para si mesmo, como um pássaro sobrevoando um mar remoto. "Além de certo ponto não existe retorno. Este é o ponto que precisa ser alcançado" (Kafka) - isso é como num "rito de passagem", o indivíduo passa de um estado de ser para outro, abandona uma condição ou identidade e assume uma nova/ essa passagem ou transição de um estado a outro pode recorrer a itinerários múltiplos: jejuns, retiro solitário na floresta, viagens telúricas, exploração dos sonhos, experiências visionárias com Ayahuasca ou LSD - "Fantásticas imagens - coloridas e de grande plasticidade - passavam diante de meus olhos fechados" (Dr. Albert Hofmann) - mas o importante é chegar à compreensão espiritual de si mesmo: "eu sou um espírito, eu não sou este corpo" (como é dito na Vedanta): essa é a primeira etapa da gnose...
7. xamanismo ameríndio/ ayahuasca, peyote, cogumelos mágicos, jurema preta, tabaco/ consciência ecológica/ treinamento autógeno/ introspecção/ consciência da respiração e dos batimentos cardíacos/ comunhão com a Mãe Terra: jardinagem, horticultura, fitoterapia, etnobotânica/ cultivar um jardim de plantas medicinais e enteógenas: o Jardim Epicurista Psicodélico/ entregar-se à contemplação/ aceitar o Destino/ não recusar nem detestar a morte/ ver através de objetos opacos: perceber a argila translúcida que se abre para o mar de estrelas: perceber os cristais voadores, os cristais brilhantes do vento...
8. Dharma. Tao. Yuryá. A Lei. O Caminho. A Força Gestadora. Intuição do Ser.
9. hermenêutica, simbologia & mitologia/ Grécia Antiga/ Dioniso/ Orfeu/ Pitágoras/ Platão, Plutarco e Plotino/ as pequenas ilhas do mar Egeu/ azeite de oliva/ vinho/ mariscos/ o rio do logos...
10. Abraão/ monoteísmo semita/ Maomé/ Cabala e Sufismo/ Cristo Jesus, sacerdote supremo segundo a ordem de Melquisedeque/ fogo celeste/ água viva/ amor-paixão transcendental/ água doce do Jordão/ lua crescente/ Gnose e Sufismo...
11. BLAKE: A Energia é objeto de Eterna Fruição/ A essência da doce fruição nunca pode ser poluída/ A Eternidade vive enamorada das obras do tempo/ A criação de uma diminuta flor é o labor dos séculos...
12. contemple a não-dualidade: "as núpcias do céu e do inferno": mas não interprete "inferno" por pecado ou mal, e sim como o plano inferior da realidade, a matéria bruta, que tende para a entropia, e que é o nível mais baixo na ordem da criação/ segundo a Tradição Hermética: "O que está em cima é como o que está embaixo e o que está embaixo é como o que está em cima" - o espiritual e o material se correspondem, e há uma unicidade na ordem hierárquica do cosmo, o material obscuro não está separado da natureza luminosa, há uma continuidade ontológica... (as trevas, para Deus, são luz?).
13. BLAKE: sem Contrários não há qualquer progresso/ a Atração e a Repulsão, a Razão e a Energia, o Calor e o Frio, o Amor e o Ódio são necessários à existência humana...
14. disse Jesus: "o reino do Pai está espalhado sobre a Terra, e as pessoas não o vêem" (Evangelho de Tomé). "Perguntou o Rabino Amorai: Onde é o Jardim do Éden? Ele respondeu: Na terra" (Bahir, o Livro da Iluminação, para alguns o mais antigo texto cabalístico que foi escrito).
15. o corpo não se desenvolve fora da alma, o corpo está na alma... BLAKE: o Homem não tem um Corpo independente da Alma, pois aquilo que se chama Corpo é uma porção da Alma - uma porção percebida pelos cinco Sentidos, as principais vias de acesso da Alma para a realidade neste estágio (humano) de sua existência...
16. o corpo humano é uma parte da alma em interface com o mundo/ o corpo está ligado no sol, no vento, no mar, no barro/ o ar, a água e os frutos das árvores constroem os órgãos do corpo/ a energia vital transportada pelas células é como uma música viva preenchendo a alma com a carne dos sonhos/ não há corpo fora dos cosmo, nem cosmo fora da Alma do Mundo/ o mago enxerga o seu corpo etérico, a aura colorida, ele vê a mistura de energias no espaço, sabe que o corpo é uma parte do universo...
17. o cosmo está cheio de deuses, de forças divinas da Alma do Mundo/ o cosmo é a expressão criativa do Ser/ o divino se revela para a consciência humana... BLAKE: todas as divindades residem no peito humano...
18. nossa alma é aberta/ nosso coração pode receber a visita surpresa dos divinos Nomes Santos e atributos e forças e qualidades do Uno Inefável/ cada ser vivo é uma manifestação do Uno/ tudo o que vive é Sagrado (BLAKE) - e cada pequena substância química é a afirmação da Luz única.
19. decerto o regresso de Adão ao Paraíso foi celebrado com o vinho da sabedoria e a dança da fertilidade... todo retorno à Origem é uma imagem do Pleroma - o Palácio da Beleza que sempre se volta para si.
20. a ressurreição é a paz/ Cristo é a paz/ o nirvana é paz/ paz além do samsara/ mortais imortais - imortais mortais - viagens pelos seis reinos da existência...
21. BLAKE: se as Portas da Percepção se encontrassem devidamente purificadas, tudo assomaria aos olhos dos homens como deveras o é - Infinito.
22. é preciso abrir as portas da percepção... "soltem as fechaduras das portas! soltem também as portas dos seus batentes!" (do Uivo de Ginsberg).
23. BLAKE: Jesus era todo virtude e agia de acordo com seus impulsos, não em obediência a regras... mas seus impulsos eram um com a vontade de Deus.
24. Cristo seguia a Lei divina, sua vontade estava unificada com o Pai... e isso sem violentar a natureza das coisas... a senda da retidão não força nada, e concilia o agir com a perfeita quietude, pois "é no movimento que as coisas encontram repouso" - Heráclito.
25. O Sagrado é essência em movimento (Tradição Tubakwaássu).
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fortunatelynervousrunaway · 3 years ago
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Hermes Trismegisto: homem ou divindade?
Reza a lenda que na antiga Alexandria helenística, o Deus egípcio Thot, deus da magia, da iluminação e das palavras de poder, foi fundido com Deus grego Hermes, da comunicação e da sabedoria. Nos textos egípcios, o nome Thoth possuía um título triplo, algo como "Grande, Grande, Grandessíssimo Deus".
Em grego, o nome de Thoth foi traduzido para Hermes, mas, para não perder a associação com o Deus egípcio, o título Trismegisto foi adicionado para formar então Hermes Trismegisto. Seus seguidores eram conhecidos como hermetistas e acreditavam que Hermes e seus ensinamentos eram a verdadeira fonte de sua sabedoria.
Em reconhecimento a esse fato, suas obras eram assinadas com o nome Dele em vez de autorias próprias. Tais obras se tornaram conhecidas como textos herméticos, incluindo diversos trabalhos sobre alquimia, magia, astrologia e filosofia. Os textos filosóficos foram reunidos em uma coleção de cerca de vinte textos, chamados de Hermética.
Uma outra história diz que Hermes foi um grande estudioso e filósofo egípcio que viveu entre 1.500 a.C e 2.500 a.C. Considerado o primeiro alquimista da história, Hermes seria capaz de transformar rocha em metal (o que hoje faz a indústria siderúrgica), extrair a vida das plantas (fitoterapia) e modificar a matéria (como fazem os químicos).
Embora tenha sido escrita nos primeiros séculos após o nascimento de Cristo, a Hermética apresentava-se como um trabalho mais antigo, escrito por um tipo de mago ancestral chamado Hermes, que por meio de práticas místicas atingiu um estado de consciência mais alto e se tornou um Deus. Na Hermética, a palavra grega gnosis (que quer dizer "conhecimento"), era usada para descrever o estado de consciência mais elevado. Essa mesma palavra era empregada por outros místicos, inclusive por seitas cristãs primitivas (conhecidas como gnósticas), por algumas seitas judaicas como os essênios e por gnósticos sabeus.
A Hermética possuia uma visão de mundo mística e astrológica. Os planetas foram, cada um, nomeados em homenagem a um Deus e, no período helenístico, sua ordem foi determinada pela velocidade, na seguinte ordem: Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Acreditavam também que os planetas formavam um tipo de "escada entre a Terra e o Céu" onde a energia de cada planeta recebia certas qualidades daquele deus, sendo associadas aos quatro elementos: Terra, Agua, Ar e Fogo.
Os 7 planetas também eram entendidos como centros da alma do Cosmos e seu elo correspondente poderia ser encontrado ascendendo também pela coluna vertebral, da base até o topo da cabeça, no microcosmo do corpo humano. Pitágoras, o mais antigo dos filósofos místicos, desenvolveu a escala musical diatônica de sete notas marcadas pelas sete vogais do alfabeto grego para capturar o som que cada planeta faria ao orbitar a Terra.
Essa harmonia era chamada na época de "música das esferas". Pitágoras usava essa escala em um tratamento musical para harmonizar os centros humanos da alma com os planetas. Essas notas funcionavam como virtudes que curariam os desequilibrios ou vícios localizados em cada centro da alma.
Cada planeta era visto como uma via de mão dupla e que ao evoluir, deveríamos deixar para trás os sete dons conferidos pelos planetas e, em um estado mais purificado, adentrar um novo mundo além da matéria, com uma nova consciência. Esse processo envolvia abandonar ou curar os sete Vícios atribuídos a cada um dos 7 planetas:
A demasiada oscilação da Lua; a astúcia e sagacidade de Mercúrio; a luxúria e cobiça de Vênus; a arrogância e egoísmo do Sol; a audácia e ira de Marte; a ganância de Júpiter e a falsidade e ação taciturna de Saturno.
Tal processo levaria à gnose e consequentemente ao entendimento de que somos feitos de "algo além da matéria, seres espirituais de luz e vibração".
Enfim... são muitas as histórias, fatos, ensinamentos e lendas ao redor de Hermes Trismegisto. A existência de um sábio homem não é descartada, porém, a forma como a filosofia hermética evoluiu e foi passada de geração para geração faz com que Hermes seja uma figura que representa mais do que um ser humano que aqui habitou, mas um conjunto de ideias e modos de encarar a vida que colaboram imemsamente com o nosso autoconhecimento.
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hollanda1-blog · 4 years ago
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Neste novo Encontro, o convidado é o Victor Canongia, atual responsável pela Ordem Aurum Solis, no Brasil, pesquisador e participantes de diferentes organizações iniciáticas há muitos anos, tem realizado estudos profundos sobre temas ligados ao neoplatonismo, teurgia, magia hermética e aqui nos encontramos para conversarmos sobre os Oráculos Caldeus. Eles são um tema de grande importância para estabelecermos nexos entre estudos astrológicos e mágicos praticados atualmente e tudo o que veio sendo desenvolvido desde a Antiguidade, a Idade Média e o Renascimento até então. Victor publica regularmente no Instagram "A Voz no Deserto" Esse Encontro sobre os Oráculos Caldeus tem uma segunda parte, complementando o que eu e Victor conversamos neste vídeo. Essa segunda parte, em que apresento Pablo Bispo e André Consciência, autores de uma das traduções publicadas no Brasil, irá ao ar em breve. ---*--- De que se trata a coluna "ENCONTROS COM O INSÓLITO"? Descubra lendo o final da descrição lá no YouTube. E assista o vídeo, claro. 🙂 Aqui: https://youtu.be/WRtduk0AKZo (Instagram? Link na bio) #oráculoscaldeus #oráculos #neoplatonismo #gnose #teurgia #magia https://www.instagram.com/p/CQz9HP6JLq5/?utm_medium=tumblr
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coventiculomartinista · 7 years ago
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Hermes Trimegisto
Filho de Zeus e de Maia, a mais jovem das Plêiades da mitologia grega, Hermes nasceu num dia quatro (número que lhe era consagrado), numa caverna do monte Cilene, ao sul da Arcádia.
Divindade complexa, com múltiplos atributos e funções, Hermes foi no início um deus agrário, protetor dos pastores e dos rebanhos. Um escrito de Pausânias deixa bem claro esta atribuição do filho de Maia: “Não existe outro deus que demonstre tanta solicitude para com os rebanhos e para com o seu crescimento”. Mais tarde, os escritores e os poetas ampliaram o mito, como por exemplo, Homero, nos seus poemas épicos Ilíada e Odisséia. Na Odisséia, por exemplo, o deus intervém como mago e como condutor de almas (nas Rapsódias X e XXIV).
Protetor dos viajantes, Hermes é também o deus das estradas. Nas encruzilhadas, para servir de orientação, os transeuntes amontoavam pedras e colocavam no topo do monte a imagem da cabeça do deus. A pedra lançada sobre um monte de outras pedras, simbolizava a união do crente com o deus ao qual elas estavam consagradas. Considerava-se que nas pedras do monte estavam a força e a presença do divino.
Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrível velocidade, por usar as sandálias providas de asas. Deste modo, tornou-se o mensageiro dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Conhecedor dos caminhos, não se perdendo nas trevas e podendo circular livremente nos três níveis (Hades ou infernos, Terra ou telúrico e Paraíso ou Olimpo), Hermes tornou-se um deus condutor de almas.
A astúcia, a inventividade, o poder de tornar-se invisível e de viajar por toda a parte, aliados ao caduceu com o qual conduzia as almas na luz e nas trevas, são os atributos que exaltam a sabedoria de Hermes, principalmente no domínio das ciências ocultas, que se tornarão, na época helenística, as principais qualidades do deus.
A partir deste ponto, Hermes se converteu no patrono das ciências ocultas e esotéricas. É ele quem sabe e quem transmite toda a ciência secreta. O feiticeiro Lúcio Apuléio declara em seu livro de bruxaria (De Magia) que invocava Mercúrio – o Hermes dos romanos – como sendo aquele que possuía os segredos da magia e do ocultismo.
Hermes Trismegistos é o nome grego dado ao deus egípcio Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as ciências a ela ligadas, inclusive a medicina, a astronomia e a magia. Segundo o historiador Heródoto, já no séc. V a.C. Thoth era identificado e assimilado a Hermes Trismegisto, i.e., ao Três Vezes Poderoso Hermes.
A pedra de Roseta, gravada no ano 196 a.C também identifica Hermes como Thoth. A tradução dos hieróglifos das câmaras mortuárias do Vale dos Reis permitiu dividir os escritos atribuídos a Hermes-Thoth em dois tipos principais: o Hermetismo “popular” que trata da astrologia e das ciências ocultas, e o Hermetismo para os “cultos”, que trata de Teologia e de Filosofia.
Do renascimento até ao final do século XIX pouca atenção foi dispensada aos Escritos Herméticos populares. Estudos recentes mostraram, no entanto, que a literatura popular hermética é anterior ao Hermetismo dito culto, e reflete as idéias e convicções dominantes no império romano.
Os Escritos Herméticos sobre Teologia e Esoterismo constam de dezessete tratados, que compõem o Corpus Hermeticum. Este conjunto de Escritos reúne as compilações feitas por Stobaeus e por Apuleius. A compilação de Apuleius for traduzida para o Latim por Asclepius. Estes escritos são datados dos três primeiros séculos da era cristã e foram escritos em língua grega, embora os conceitos neles contidos sejam de origem egípcia.
O Corpus Hermeticum reúne a Hermética e a Tábua de Esmeralda. Estas duas obras são trabalhos estritamente herméticos sobre os quais se fundam a ciência e a filosofia alquímicas. A Hermética consta de uma série de livros, dos quais o mais importante é Livro I, Pimandro, que é um diálogo de Hermes consigo mesmo.
O Hermetismo foi estudado durante séculos pelos árabes, e por seu intermédio chegou ao Ocidente, onde influenciou homens como Albertus Magnus. Em toda a literatura Medieval e do Renascimento são freqüentes as referências a Hermes Trismegistos e aos Escritos Herméticos, estudados e aprofundados, principalmente, pelos Alquimistas e pelos Rosacruzes. Para os Rozacruzes, Hermes Trismegistos foi um sábio. O Dr. H. Spencer Lewis, escritor e Grande Mestre da Ordem Rosacruz, se referia a Hermes como uma pessoa real.
No mundo greco-latino, sobretudo em Roma, com os gnósticos e neoplatônicos, Hermes Trismegisto se converteu num deus cujo poder varou os séculos. Na realidade, Hermes Trismegisto resultou de um sincretismo com o Mercúrio latino e com o deus egípcio Thoth, o escrivão no julgamento dos mortos no Paraíso de Osíris, e patrono de todas as ciências na Grécia Antiga.
Em Roma, a partir dos primeiros séculos da era cristã, surgiram muitos tratados e documentos de caráter religioso e esotérico que se diziam inspirar-se na religião egípcia, no neoplatonismo e no neopitagorismo. Esse vasto conjunto de escritos que se acham reunidos sob o nome de Corpus Hermeticum, coleção relativa a Hermes Trismegisto, é uma fusão de filosofia, religião, alquimia, magia e astrologia, e tem muito pouco de egípcio.
Desse Corpus Hermeticum muito se aproveitou a Gnose (conhecimento esotérico da divindade, transmitido através dos ritos de iniciação). Os gnósticos, com seu sincretismo religioso greco-egípcio-judaico-cristão surgido também nos primeiros séculos da nossa era, procuraram conciliar todas as tendências religiosas e explicar-lhes os seus fundamentos através da Gnose.
As sandálias de Hermes eram dotadas de asas, separavam a terra do corpo pesado e vivente, e daí vem a importância simbólica das sandálias depostas, rito maçônico que evoca a atitude de Moisés no monte Sinai, pisando descalço a terra santa. Descalçar a sandália e entregá-la ao parceiro era, entre os judeus, a garantia de cumprimento de um contrato.
Para os antigos taoístas, as sandálias eram o substituto do corpo dos imortais, e seu meio de deslocamento no espaço. Em Hermes e Perseu, as sandálias aladas são o símbolo da elevação mística.
O caduceu significa em grego bastão de arauto. Símbolo dos mais antigos, sua imagem já se acha gravada, desde o ano 2.600 a.C., na taça do rei Gudea de Lagash. São várias as formas e múltiplas as interpretações do caduceu. Insígnia principal de Hermes, é um bastão em torno do qual se enrolam, em sentidos inversos, duas serpentes. Enrolando-se em torno do caduceu, elas
simbolizam o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo, o que leva a interpretar o bastão do deus de Cilene como um símbolo de paz. A serpente é um símbolo encontrado na Mitologia de todos os povos. Todas as grandes idéias surgidas no início da Civilização foram representadas pela serpente: o Sol, o Universo, Deus, a Eternidade. Enroscada no Tau, a serpente é o símbolo do Grau 25 do REAA.
Também se pode interpretar o caduceu como sendo o símbolo do falo ereto, com duas serpentes acopladas. Esta interpretação do caduceu é uma das mais antigas representações indo-européias, sendo encontrado na Índia antiga e moderna, associado a numerosos ritos, bem como na Grécia, onde se tornou a insígnia de Hermes. Espiritualizado, esse falo de Hermes penetra no mundo desconhecido em busca de uma mensagem espiritual de libertação e de cura. Hoje em dia o caduceu é o símbolo universal da Medicina.
O esoterismo maçônico, com a sua tradução em rituais, símbolos e ensinamentos, é criação de grandes pesquisadores, colecionadores de livros e de manuscritos raros, e grandes estudiosos das culturas da antiguidade. Elias Ashmole, Desaguilliers e Francis Bacon foram alguns destes homens, Rosacruzes e grandes conhecedores do hermetismo e da transmutação alquímica dos metais, através da Pedra Filosofal. Eles introduziram na Maçonaria os mesmos conceitos filosóficos, utilizando agora os instrumentos da arte de construir, como símbolos da regeneração e do aperfeiçoamento moral e espiritual do Homem.
Hermes Trismegisto foi, na Mitologia Grega, o deus que reuniu os atributos que todos os grandes pensadores e iniciados desejaram transmitir às futuras gerações. Ele foi um deus tão importante que na cidade de Listra, a multidão, ao ver o milagre realizado pelo apóstolo Paulo, tomou-o por Hermes e gritou entusiasmada, pensando estar diante de um deus sob forma humana.
Obras consultadas Hermes Trismegisto - Ensinamentos Herméticos AMORC Grande Loja do Brasil Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan La Franc-Maçonnerie Rendue Intelligible à Ses Adeptes – Oswald Wirth Encyclopaedia Britannica – Volume XI O Vale dos Reis – O Mistério das Tumbas Reais do Antigo Egito – John Romer A Doutrina Secreta – Volume V – H.P.Blavatsky Odisséia - Homero Fonte: maconaria.net
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leoguima · 7 years ago
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A Ordem Hermética da Aurora Dourada ou Ordem Hermética do Amanhecer Dourado (em inglês, Hermetic Order of the Golden Dawn) foi uma sociedade secreta surgida na Inglaterra em 1888, que reunia várias vertentes do esoterismo, e cujas ramificações encontram-se ativas até os dias de hoje.
No dizer de Gerald Yorke, a Aurora Dourada foi "a glória culminante do renascimento ocultista do século XIX, sintetizando um vasto corpo de material desconexo e disperso, em um todo coerente, prático e eficiente, o que não pode ser dito de qualquer outra ordem ocultista de que tenhamos conhecimento naquele tempo ou a partir de então".[1]  
Até o surgimento da Golden Dawn, o Ocultismo Ocidental se compunha de diversas tradições separadas, por vezes divergentes. A Alquimia, a Astrologia, a Magia Cerimonial eram secundados por diversos métodos divinatórios, e influenciados por diversas crenças, como o Pitagorismo, o Neoplatonismo, o Catarismo, o Maniqueísmo, a Gnose, o Judaísmo e o Hermetismo, que transitavam por diversas culturas, como a greco-romana e a árabe.[2]
Porém, à época da Aurora Dourada (século XIX), pode-se dizer que a tradição mágica ocidental havia se perdido, abrindo espaço para movimentos ocultistas de inspiração oriental (como a Teosofia). Nesse sentido, é possível interpretar o advento da nova Ordem como uma reação a essa tendência orientalizante.
No resgate da tradição mágica ocidental, a Golden Dawn aprofundou ao máximo as ligações com a Cabala e com a antiga Magia cerimonial, às quais ela agregou o esquema de correspondência universal proposto por Eliphas Lévi, devidamente ampliado, desenvolvido e codificado para que cada fator no Universo passasse a ter correspondência no Ser Individual.[notas 1] Assim, todos os sistemas ocultistas antes existentes foram integrados num único corpo de pensamento, interrelacionado, interdisciplinar e interdependente.
Nesse novo corpo de pensamento,[3] a Magia tornou-se uma disciplina prática e dinâmica, aonde, ao incentivo às experimentações (por exemplo, a Viagem Astral), se mesclaram três sistemas operatórios principais: a Magia Cerimonial, dotada de um novo código de signos, a Magia Enoquiana,[notas 2] e a Magia de Abramelin, (ou Magia Angélica).
Seu sucesso deveu-se à ênfase no erudito, à qualidade de seu núcleo fundador, à sua organização esmerada, ao seu incentivo à pesquisa, e à admissão de membros sem restrições de sexo, religião ou raça; mas sua importância fundamental para o renascimento do Ocultismo resultou, principalmente, de sua original capacidade de recriar e reinterpretar os vários e antigos sistemas de sabedoria oculta, cultivados no mundo Ocidental.
[1] Gerald Yorke, prefácio a The Magicians of the Golden Dawn, de Ellie Howe, 1972.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordem_Herm%C3%A9tica_da_Aurora_Dourada
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issarrar-ben-kanaan · 8 years ago
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A ESTRUTURA DOS GRAUS FILOSÓFICOS (A CABALA E A ROSA-CRUZ NA MAÇONARIA) A Cabala e a Rosa-Cruz Os chamados graus filosóficos são os graus onde a mística que faz da Maçonaria uma prática tão fascinante é desenvolvida em toda a sua plenitude. No Rito Escocês Antigo e Aceito, eles vão do 19º ao 30º, constituindo um processo pedagógico, ao longo do qual se distribui toda uma série de ensinamentos de fundo moral e iniciático, destinada a inspirar o iniciado maçom a buscar maiores patamares de sabedoria e aperfeiçoar, ainda mais, o seu espírito especulativo. Nesses graus a ênfase é posta na face ética e espiritualista da prática maçônica, razão pela qual encontraremos, ao longo do desenvolvimento dos rituais respectivos, uma série de temas filosóficos e religiosos, ora tratados de forma simbólica e iniciática, na melhor tradição das antigas seitas gnósticas e escolas cabalísticas, ora de forma acadêmica, como numa escola tradicional. As alegorias que fundamentam o desenvolvimento do catecismo maçônico nos graus filosóficos são impregnadas de um profundo misticismo, inspirado pelas tradições herméticas, a gnose cristã vista pelos olhos dos praticantes do pensamento rosa-cruz, e principalmente pelas doutrinas cabalistas. Procura-se realizar, com base nesse simbolismo, o desenvolvimento de uma filosofia semelhante à que amparava a simbólica Cavalaria do Graal, ou seja, uma filosofia cristã, de fundo místico, cujo objetivo é demonstrar ao iniciado maçom que o homem verdadeiro é aquele que combina em seu caráter a espiritualidade transmitida pela verdadeira sabedoria contida nos escritos do Velho Testamento ‒ sabedoria essa que foi transmitida por Deus aos patriarcas hebreus e seus profetas ̶ com os ensinamentos de Cristo, transmitidos pela melhor tradição gnóstica. Em nossa obra “Conhecendo a Arte Real”, [1] advogamos para os filósofos hermetistas da Renascença, especialmente Giordano Bruno e os chamados filósofos do movimento Rosa-Cruz, uma influência bastante sensível na formação dos grupos especulativos que deram origem á Maçonaria moderna. Agora podemos dizer que tais grupos, que chamamos de rosacrucianos, não teriam existido se não fossem os cultores da Cabala filosófica, cujas correntes de pensamento se desenvolveram a partir do século XII, principalmente nas regiões européias com predominância da cultura mourisco-judaica, onde a influência desses povos era muito forte. [2] Foram filósofos dessa escola, como Picco de La Mirandola, Johann Reuchelin, Cornéllius Agripa, Guilherme Postel, os grandes inspiradores da tradição hermética renascentista e particularmente do chamado pensamento rosacruz. Postel, que nasceu em 1501, foi o autor de uma obra chamada De Orbis Terrae Concondiae, na qual advoga o estabelecimento de uma única nação universal, guiada pelo papa e governada pelo Rei da França, que, segundo ele, era descendente direto de Noé. [3] Conta-se que tentou convencer inclusive o fundador da Ordem dos Jesuítas, Inácio de Loyola, para ajudá-lo a estabelecer uma Confraria universal para a realização desse propósito. [4] A interação mais profunda entre a tradição cabalística e a filosofia dos rosa-cruzes, porém, só viria acontecer mais tarde, já no século XIX. Foi responsável por essa interação o químico Estanilau de Guaita, que fundou em 1887 a Ordem Cabalística da Rosa-Cruz, cujo objetivo era o combate a toda forma de charlatanismo dentro daquilo que ele entendia como a verdadeira ciência, ou seja, a cabala filosófica. Data dessa época a criação das sociedades denominadas Rosa-Cruz, tal qual a conhecemos hoje. Porém, outro grupo de rosacrucianos permaneceu na Maçonaria desenvolvendo e enriquecendo com suas contribuições os rituais maçônicos. [5] O Kadosh Os graus filosóficos são ministrados na Loja conhecida como Conselho Filosófico do Kadosh. A palavra Kadosh é de origem hebraica e significa “sagrado”. Deriva das tradições rabínicas existentes nas antigas seitas de Israel. “Kadosh” era o sacerdote revestido de características especiais, inviolável, um mestre consagrado, possuidor de todos os conhecimentos da religião judaica e tido como verdadeiro profeta. Na tradição cabalística o “Kadosh” era o presidente da chamada Assembléia Sagrada, grupo de rabinos iniciados nos mistérios da Cabala e guardiões da Doutrina Secreta da religião de Israel. [6] Nos antigos ritos da Maçonaria Escocesa o sacerdote “Kadosh” usava um cetro, ou uma medalha dourada na testa para demonstrar o seu status. Era tido como guardião dos “segredos ocultos”, aquele que defendia a entrada da “cripta” onde se ocultavam os Mistérios. É possível que esses elementos rituais tenham sido incorporados pelos cavaleiros templários em seus ritos, sendo depois trazidos para a Maçonaria pelos chamados rosacrucianos que se filiaram à Ordem no fim do século XVII e início do século XVIII, já que entre esses filiados havia muitos “cristãos novos”, que entraram na Maçonaria para escapar da dos Tribunais da Santa Inquisição. [7] Embora sem o misticismo dos antigos rituais, o simbolismo dos ritos templários, com os enxertos que lhe foram dados pela tradição cabalística, foi adotado em vários sistemas maçônicos e tornou-se o conjunto conhecido como graus iniciáticos. No Rito Escocês, acredita-se que ele foi introduzido primeiro na Loja de Lion em 1743 e daí se espalhou pelas diversas Lojas do continente, sendo depois incorporado no conjunto do ritual. Em princípio era um rito de caráter predominantemente militar, uma vez que o próprio REAA, como se sabe, foi criado pelos partidários do Príncipe Charles, herdeiro do trono inglês, quando este esteve exilado na França. [8] Mais tarde ele foi reformado pelo Grande Oriente da França, transformando-se num rito essencialmente filosófico. O simbolismo da Cavalaria Dessa forma, podemos dizer que os chamados graus filosóficos, ou Kadosh, são estruturados a partir das tradições hebraicas fornecidas pela grande tradição da Cabala. Incorporam também vários elementos da Gnose cristã e da tradição hermética, que podem ser recenseados na forte presença dos temas ligados á prática alquímica. Finalmente, há também uma grande influência da cultura cavalheiresca, pela evocação constante de temas ligados à cavalaria medieval, especialmente os cavaleiros templários. Esse cipoal de influências não é estranho, dado que a Maçonaria é a herdeira natural de todas essas tradições cavalheirescas, sendo como é, por analogia entre seus objetivos e os princípios cultivados pela Genette, uma verdadeira cavalaria moderna. Essa analogia com a antiga instituição da Cavalaria foi um simbolismo muito explorado pelos maçons nos séculos XVII e XVIII, pois tal como o cavaleiro medieval, o maçom era visto como um “herói”, defensor dos fracos e oprimidos e realizador da Justiça. Essa postura dos maçons foi ironizada pelo Imperador Napoleão I (que também foi maçom), ao responder ao seu Ministro da Justiça, que propôs a ele fechar as Lojas maçônicas na França, pois em seu entender os maçons eram todos conspiradores. Napoleão respondeu que eles deviam ser deixados em paz, pois os “maçons gostam de brincar de cavaleiros e só serão perigosos no dia em que eles mesmos acreditarem em suas fantasias”. [9] Napoleão falava com conhecimento de causa, pois ele mesmo, cuja carreira fora toda construída em cima dos acontecimentos que lastrearam a Revolução Francesa, e que ele mesmo fora iniciado na Maçonaria para compor forças políticas, que naquele momento a Maçonaria representava no Estado francês, sabia o poder que a Ordem tinha e o peso que ela representa quando seus membros efetivamente começam a exercê-lo. Dessa forma, o iniciado maçom que se embrenha pelos ensinamentos dos graus filosóficos precisa ter em mente que o que ele vai aprender é um conjunto de ensinamentos que visa recuperar, em nível de espírito, um mundo arquetípico que norteou a formação do espirito dos maçons em um momento da história em que as questões éticas, morais, religiosas e principalmente cívicas, eram as principais preocupações da elite intelectual da época. Pois essa foi a época da consolidação dos estados nacionais e da formação das grandes nações do ocidente. Tempo em que os ideais de ordem, justiça, liberdade e igualdade entre as pessoas eram os principais anseios das pessoas, ideais que parecem ter se perdido com o tempo e esquecidas pela maioria das pessoas, e infelizmente pelos próprios maçons modernos. Luiz Sergio Castro Fonte do Texto e Gravura: Blog "O MALHETE" (Editor: Luiz Sergio Castro) http://omalhete.blogspot.com.br/2016/10/a-estrutura-dos-graus-filosoficos.html [1] Publicada pela Madras Ed. São Paulo, 2007. [2] A Costa Mediterrânea espanhola, dominada pelos mouros, e a região do Languedoc francês foram os territórios onde floresceu a seita dos cátaros, seita gnóstica que adotava crenças semelhantes aos antigos maniqueístas. Eram cristãos, mas recusavam os dogmas da Igreja Católica, como a virgindade de Maria, a deificação de Jesus, o dogma da ressurreição etc. Alguns autores apontam estreitas ligações entre os cátaros e os cavaleiros templários, o que teria levado a Igreja de Roma a promover uma verdadeira cruzada contra os territórios por eles habitados. Uma das razões dessa cruzada seria o fato de os cátaros serem os depositários dos segredos dos templários, os quais herdaram após a extinção da Ordem dos Cavaleiros do Templo. Para mais informações sobre esse assunto veja-se o capítulo IV da nossa obra, Conhecendo a Arte Real, citada. [3] A influência dessas crenças na Maçonaria é bastante forte. Vide especialmente o grau 21, denominado “ Cavaleiro Noaquita”. [4] Baigent, Leigh e Lincoln, The Holly Blood and The Holly Grail, Ed. Harrow, Londres, 1966. [5] Frances Yates, O Iluminismo Rosa-Cruz, Ed. Cultrix, São Paulo, 1967. [6] A Assembléia Sagrada, segundo o Sepher Ha Zhoar, a Bíblia cabalística, era composta por dez rabinos e funcionava nos moldes de uma Loja Maçônica. Essa Assembléia tinha por função a guarda e a transmissão oral dos ensinamentos da Cabala. [7] “Cristãos novos” era o apelido dado aos judeus que se filiavam ao Cristianismo para escapar da perseguição movida contra eles pelos tribunais da Inquisição. Um famoso “cristão novo” português foi o explorador Fernando de Noronha, que deu nome à ilha que leva esse nome. [8] Ver, nesse sentido, o discurso proferido pelo Cavaleiro André Michel de Ramsay, em 1736, aos maçons franceses, exaltando as excelências da Maçonaria Escocesa e suas ligações com os cavaleiros cruzados. [9] Cf. Jean Palou - A Maçonaria Simbólica e Iniciática.- Ed Pensamento, 1986.
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alimitators-blog · 6 years ago
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AS RAÍZES DA ALQUIMIA – SUAS ATIVIDADES NA ÍNDIA, CHINA, IMPÉRIO ÁRABE E EUROPA MEDIEVAL.
This entry was posted on 26/02/2018, in Categoria geral, Filosofia e História da Ciência. 
A alquimia foi uma tradição filosófica-mística praticada na Europa, África e Ásia que buscava purificar, amadurecer e aperfeiçoar certos objetos físicos. Dentre seus diversos objetivos estavam a crisopéia (transmutação do ouro), a transmutação de “metais básicos” (por exemplo, chumbo) em “metais nobres”, particularmente ouro; a criação de um elixir da imortalidade; a criação de panacéas (preparados medicinais) capazes de curar qualquer doença e o desenvolvimento do alkahest, um solvente universal.
A perfeição do corpo humano e da alma era um objetivo muto importante para os alquímicos. Resultaria do Opus magnum e na tradição helenística-ocidental, a realização da gnose (do conhecimento total absoluto) (Linden, 1996). Na Europa, a busca por uma pedra filósofal foi o principal motivo para o desenvolvimento de projetos alquímicos.
Durante o século XVII, com a tradução de obras islâmicas sobre ciência e a redescoberta da filosofia de Aristóteles, os alquimistas europeus desempenharam um papel importante na ciência moderna (Eddy et al, 2014), principalmente na química e medicina. Os alquimistas islâmicos e europeus desenvolveram uma estrutura de técnicas básicas laboratoriais, terminologias e métodos experimentais muitos dos quais ainda estão em uso até os dias atuais. Graças aos alquímicos temos ácidos como o nítrico e o sulfúrico e, apesar da produção de elementos e de descobertas importantes na história da ciência, eles seguiam com sua crença da antiguidade em quatro elementos (de Empédocles e Aristóteles) e guardavam seu trabalho em segredo.
A alquimia era guiada por princípios herméticos relacionados à magia, mitologia e religião (Hanegraaff, 2012). Em várias tradições os princípios alquímicos existem há mais de quatro milênios em ao menos em três continentes. A inclinação geral dessas tradições para a linguagem simbólica torna difícil traçar suas influências mútuas e relacionamentos históricos das práticas alquímicas entre diferentes culturas. Contudo, podemos distinguir pelo menos três vertentes principais, que parecem ser amplamente independentes, pelo menos em seus estágios anteriores: a alquimia chinesa, a alquimia indiana e a alquimia ocidental que ocorreu ao redor do Mediterrâneo – cujo centro se deslocou ao longo dos milênios do Egito greco-romano ao mundo islâmico e, finalmente, chegou à Europa medieval.
A alquimia chinesa, obviamente esteve intimamente ligada ao taoísmo enquanto a alquimia indiana com as crenças dármicas. A alquimia ocidental desenvolveu seu próprio sistema filosófico que era amplamente independente, mas influenciado por várias religiões ocidentais. A questão do relacionamento histórico entre elas esta aberta na busca de tentar entender se influenciaram-se uma na outra.
Alquímia na Índia e China
O livro de Vedas do Hinduísmo descreve uma conexão entre a vida eterna e o ouro (Multhauf & Gilbert, 2008) Foi documentado pela primeira vez o uso de mercúrio nas práticas alquímicas no “Arthashastra” que data do século III ou IV. Os textos budistas dos séculos II a V mencionam a transmutação de metais comuns para o ouro. Considerando a data, é possível que a alquimia grega possa ter sido introduzida na Índia antiga através das invasões de Alexandre o Grande em 325 a.c, e os reinos foram culturalmente influenciados pelos gregos – como Gandhāra – que devem ter mantido a prática, embora faltem evidências para isso (Multhauf & Gilbert, 2008).
Na Índia, os objetivos da alquimia incluíram a criação de um corpo divino (sânscrito divya-deham) e da imortalidade (sânscrito jīvan-mukti). Os textos alquímicos sânscritos incluem muitos discursos sobre o manuseio do mercúrio e do enxofre, que são homogenizados com o sêmen do deus Śiva e o sangue menstrual da deusa Devī.
Certos textos alquímicos antigos ainda demonstram ter suas origens nas escolas tântricas de Kaula associadas aos ensinamentos da personalidade de Matsyendranath. Outros textos iniciais ainda apresentam tratados médicos, como o Jaina Kalyāṇakārakam de Ugrāditya, escrito no sul da Índia no início do século IX (Meulenbeld, 2002). Dois autores alquímicos indianos importantes foram Nāgārjuna Siddha e Nityanātha Siddha.
Nāgārjuna Siddha era um monge budista, e seu livro “Rasendramangalam”, é um exemplo de como a alquimia e medicina estavem presentes da Índia entre os anos 150 e 250. Nityanātha Siddha escreveu “Rasaratnākara”, também um trabalho altamente influente na época. Em sânscrito, “Rasa” se traduz em “mercúrio”, e Nāgārjuna Siddha teria proposto um método de conversão de mercúrio em ouro (Wujastyk, 1984).
Enquanto a alquimia europeia acabava se centrando na transmutação de metais básicos em nobres, a alquimia Indiana buscava a transmutação, mas se interessava mais em aspectos ligados a medicina.
Na alquimia chinesa a conexão mais óbvia era com a medicina. A pedra filosofal dos alquimistas europeus pode ser comparada ao Elixir da Longa-Vida, a busca pela imortalidade exercida pelos alquimistas chineses. Na visão hermética, esses dois objetivos não estavam desconectados, e a pedra filosofal era muitas vezes equiparada à panacéia universal. Assim, ambas as tradições podem ter tido mais em comum do que inicialmente parece.
A pólvora pode ter sido uma invenção importante dos alquimistas chineses e pode estar relacionada a aspectos medicinais. Da China, o uso de pólvora se espalhou para o Japão, os mongóis, o mundo muçulmano e a Europa. A pólvora foi usada pelos mongóis contra os húngaros em 1241 e na Europa até o século XIV. Além disto, a alquimia chinesa estava intimamente ligada às formas taoístas da medicina tradicional chinesa, como a acupuntura, a moxabustão (técnica terapêutica da Medicina Tradicional Chinesa que baseia-se nos mesmos princípios e conhecimentos dos meridianos de energia utilizados na acupuntura – sendo amplamente utilizada em outros sistemas de Medicina Oriental), e às artes marciais como Tai Chi Chuan.
Alquímia no Impéro Islâmico
Após a queda do Império Romano, o foco do desenvolvimento alquimista se mudou para o Império Islâmico. A alquimia islâmica é bem conhecida graças a prática de registro dos muçulmanos e comentários. A maioria dos escritos alquímicos anteriores ao Império Árabe só é conhecida em parte porque foram preservados como traduções árabes (Burckhardt, 1967). A própria palavra alquimia própria foi derivada da palavra árabe al-kīmiyā (a química). O Império Islâmico primitivo era um ambiente estimulador a alquimia, pois o pensamento platônico e aristotélico, que já havia sido apropriado um pouco na ciência hermética, continuou a ser assimilado no final do século VII e início do século VIII através de traduções sírias e práticas de estudos.
No final do século VIII, Jābir ibn Hayyān (conhecido como Geber) introduziu uma nova abordagem da alquimia, baseada em metodologia científica e experimentação controlada no laboratório. Suas práticas alquímicas eram bem diferenciadas a dos alquimistas gregos e egípcios antigos cujas obras eram muitas vezes alegóricas e não-inteligíveis – com pouca preocupação com o trabalho experimental (Kraus, 1943). Geber é considerado por muitos como o pai da química (Derewenda, 2007), pois começa a utilizar a experimentação científica no que era uma atividade voltada para aspectos místicos e esotéricos. Geber fagulha aspectos científicos em práticas que não eram científicas. No entanto, no Ocidente ainda se atribui o título de “pai da física” a Robert Boyle (1627-1691) ou Antoine Lavoisier (1743-1794).
Além de Geber, Al-Kindi (Alcindus) e Muhammad ibn Zakarīya Rāzi (chamado de Rasis) contribuíram muito com uma série de descobertas químicas, como o ácido muriático (ácido clorídrico), ácido sulfúrico e ácido nítrico. A descoberta da Aqua regia, uma mistura de ácidos nítrico e clorídrico, poderia dissolver o metal mais nobres – como o ouro – alimentaram a imaginação dos alquimistas para o próximo milênio.
Muitos filósofos islâmicos também fizeram grandes contribuições para o hermetismo alquímico – sendo Geber o mais influente no hermetismo. Um dos objetivos alquímicos era a criação artificial da vida no laboratório – inclusive a vida humana. Geber analisou cada elemento aristotélico em termos de quatro qualidades básicas: calor, frieza, secura e umidade (Burckhardt, 1967). De acordo com Geber, para cada metal, duas dessas qualidades eram interiores e duas exteriores. Por exemplo, o chumbo era externamente frio e seco, enquanto o ouro era quente e úmido. Assim, Geber propôs que ao reorganizar as qualidades de um metal, conseguiria sintetizar artificialmente um metal diferente (Burckhardt, 1967). Seguindo esta linha de pensamento, a busca da pedra filosofal foi introduzida na alquimia Ocidental. Geber desenvolveu uma numerologia em função das letras na raiz do nome de uma substância em árabe, quando tratadas com várias transformações, continham correspondências às propriedades físicas do elemento.
O sistema elementar usado na alquimia medieval também se originou com Geber. Consistia em sete elementos, onde cinco deles eram clássicos (éter, ar, terra, fogo e água), e mais dois que representavam os metais: o enxofre, “a pedra que queima” que caracterizou o princípio de combustibilidade, e mercúrio que continha o princípio idealizado das propriedades metálicas. Posteriormente o sistema mudou para oito elementos com o conceito árabe dos três princípios metálicos: o enxofre conferindo a inflamabilidade, o mercúrio com sua volatilidade e e o sal com sua solidez (Strathern, 2000). Nesta época, Geber também propôs o modelo atômico do corpuscularismo, onde todos os corpos físicos possuem uma camada interna e externa de pequenos corpúsculos (Moran, 2005).
Dos séculos IX a XIV, as teorias alquímicas enfrentaram críticas de uma variedade de químicos muçulmanos, incluindo Alcindus (Klein-Frank, 2001) Abū al-Rayhān al-Bīrūnī, (Marmura, 1965) Avicena (Briffault, 1938) e Ibn Khaldun. Em particular, eram refutações quanto a possibilidade de transmutar metais em outros elementos.
Europa Medieval
O início da alquimia Ocidental geralmente pode ser atribuído ao Egito antigo e helenístico, onde a cidade de Alexandria era um centro de conhecimento alquimista e manteve sua preeminência na maioria dos períodos gregos e romanos. Elementos de tecnologia, religião, mitologia e filosofia helenística foram combinados e formaram os primeiros registros conhecidos de alquimia no Ocidente. Zósimos de Panópolis (final do século III e início do IV) escreveu os livros conhecidos mais antigos sobre a alquimia, enquanto Maria, a Judia (por volta de 273 a.c) é creditada como sendo a primeira alquimista ocidental não fictícia.
Eles escreveram em grego, mas viveram no Egito sob o domínio romano. Zosimos de Panopolis afirmou que a alquimia remonta ao Egito faraônico, onde era o domínio da classe sacerdotal, embora não existisse nenhuma evidência de sua afirmação (Garfinkel, 1986). Os escritores alquímicos usaram panteões clássicos da mitologia grega, romana e egípcia (Isis, Osiris, Jason e muitos outros) para justificar suas obras e estruturar alegorias sobre a transmutação alquímica (Bonnefoy, 1992).
Hermes Trismegistus
A figura central na mitologia da alquimia egípcia é Hermes Trismegistus. Seu nome é derivado do deus Thoth. Hermes e seu caduceu (equipe) simbolizados com duas serpentes estavam entre os principais símbolos da alquimia. Segundo Clemente de Alexandria (150-215), ele escreveu o que se chamava “quarenta e dois livros de Hermes”, abrangendo todos os campos do conhecimento. O Hermetismo é entendido como a base para a filosofia e prática alquímica ocidental, a filosofia hermética – escritos coletados nos primeiros séculos da era comum.
O alvorecer da alquimia Ocidental às vezes é associado com o da metalurgia, cerca de 3500 a.c (Linden, 1996), embora muitos escritos tenham sido perdidos quando o imperador Diocleciano ordenou a queima de livros alquímicos (Partington, 1989) depois de suprimir uma revolta em Alexandria (por volta do ano 292). Alguns documentos egípcios originais sobre alquimia sobreviveram, o mais notável entre eles o papiro Estocolmo e papiro X Leyden datados de 300-500 a.c. Eles continham receitas para tingir e fazer pedras artificiais, limpeza e fabricação de pérolas e fabricação de imitações de ouro e prata (Linden, 2003). Todos estes escritos não possuem os elementos filosóficos místicos da alquimia, mas contêm os trabalhos de Bolus de Mendes, que alinhavam essas receitas com o conhecimento teórico de astrologia. Entre o tempo de Bolus e Zosimos, ocorreu á mudança que levou fez a metalurgia desdobra-se e originar o hermetismo (Linden, 1996).
Alexandria era um ambiente propício ás práticas místicas como o pitagoreanismo (em referência a Pitagoras, que era envolvido em atividades esotéricas e proféticas), o platonismo, estoicismo e gnosticismo que ajudaram a dar origem a alquimia. Outro elemento importante na raiz da alquimia foi a influencia da filosofia grega, originada por Empédocles e desenvolvida por Aristóteles, era a tese de que todas as coisas no universo eram formadas a partir de somente quatro elementos: terra, ar, água e fogo. De acordo com Aristóteles, cada elemento tinha uma esfera à qual pertencia e a qual retornaria se fosse perturbada (Lindsay, 1970). Os quatro elementos do grego eram principalmente aspectos qualitativos da matéria – não quantitativos – como são nossos elementos modernos. A alquimia nunca considerou de fato a terra, fogo, água e ar como substâncias químicas ou corporais no sentido atual da palavra. Para os alquímicos, estes elementos são simplesmente as qualidades primárias e mais gerais por meio das quais o amorfo e a substância puramente quantitativa de todos os corpos revela-se de forma diferenciada (Burckhardt, 1967). Os alquimistas mais recentes desenvolveram extensivamente os aspectos místicos desse conceito.
A alquimia coexistiu com cristianismo emergente. Lactâncio (240-320) acreditava que Hermes Trismegisto havia profetizado seu nascimento. Santo Agostinho mais tarde afirmou isso nos séculos IV e V, mas também condenou Trismegisto pela idolatria (Fanning, 2009). Exemplos de alquimistas pagãos, cristãos e judeus podem ser encontrados durante todo este período. A maioria dos alquimistas greco-romanos que precedem os Zósimos é conhecida apenas por pseudônimos (Moisés, Isis, Cleópatra, Demócrito e Ostanes). Outros autores, como Komarios e Chymes, são conhecidos somente por fragmentos de texto. Após os anos 400, muitos escritores alquímicos se dedicaram a comentar trabalhos dos predecessores (Sherwood, 1951). Na metade do século VII, a alquimia era uma disciplina quase inteiramente mística (Debus, 2004). Nesta época Khalid Ibn Yazid (655-704) auxiliou a migração da alquimia de Alexandria para o Império Islâmico (como vimos acima), facilitando a tradução e preservação de textos alquímicos gregos nos séculos VIII e IX (Brown et al, 1999). Posteriormente, ela volta a Europa. Com o movimento cruzadista, na Baixa Idade Media, a alquimia entrou em contato com os europeus.
Alguns pesquisadores datam precisamente a introdução da alquimia para a Europa no dia 11 de fevereiro de 1144, com a conclusão da tradução de Robert de Chester do livro árabe “Book of the Composition of Alchemy”. Embora os artesãos e técnicos europeus tenham preexistido, Robert observa em seu prefácio que a alquimia era desconhecida na Europa Latina no momento da sua escrita. A tradução de textos árabes sobre inúmeras disciplinas, incluindo a alquimia, floresceu no Toledo (Espanha) do século XII, através de contribuidores como Gerard de Cremona (1114-1187) e Adelard de Bath (1080-1152) (Holmyard, 1957). As traduções da época incluíram o “Turba Philosophorum”, e as obras de Avicena (980-1037) e Al-Razi (854-925). Estes trouxeram muitas palavras novas ao vocabulário europeu para o qual não havia nenhum equivalente latino anterior. Álcool, carboy, elixir e athanor são exemplos (Holmyard, 1957).
Teólogos contemporâneos avançaram com suas traduções na tentativa de reconciliar a fé e o racionalismo experimental, após a Europa receber um fluxo de informação científica e alquímica proveniente do Impéro Islâmico. Santo Anselmo (1033-1109), do século XI, defendeu a opinião de que a fé e o racionalismo eram compatíveis e encorajavam o racionalismo em um contexto cristão. No início do século XII, Peter Abelard (1079-1142) seguiu o trabalho de Anselmo, estabelecendo toda a infra-estrutura conceitual para a aceitação do pensamento aristotélico antes que as primeiras obras de Aristóteles tivessem chegado ao Ocidente. No início do século XIII, Robert Grosseteste (1175-1253) usou os métodos de análise de Abelard e adicionou o uso de observação, experimentação e conclusões ao realizar suas pesquisas científicas e estabelecer alguns princípios básicos do método científico e experimentação. Grosseteste também fez muito trabalho para reconciliar o pensamento platônico e aristotélico (Hollister, 1990).
Durante os séculos XII e XIII, o conhecimento alquímico na Europa permaneceu centrado nas traduções e as novas contribuições latinas. Os esforços dos tradutores foram sucedidos pelos enciclopedistas. No século XIII, Albertus Magnus (1200-1280) e Roger Bacon (1214-1292) foram importantes para divulgar e explicar o conhecimento alquimico recentemente importado de concepções aristotélicas (Read, 1995). Albertus Magnus era um monge dominicano, conhecido por ter escrito obras como o “Livro dos Minerais” onde comentou sobre as ideias místicas-esotéricas alquímicas envolvendo Hermes, Demócrito e alquimistas menos conhecidos. Albertus comparou-os criticamente com os escritos de Aristóteles e Avicena, onde se referiam à transmutação de metais. Mais de 28 vias alquímicas para diversos objetivos foram atribuídas a ele, uma prática comum que lhe deu uma reputação de alquimista (Weisheipl, 1980). Da mesma forma, muitos textos alquímicos foram atribuídos ao seu aluno, Thomas de Aquino (1225-1274).
Roger Bacon, um monge franciscano que escreveu sobre uma gama enorme de temas (ótica, linguística comparada e medicina), compôs o seu “Opus Majus” (Grande Trabalho) para o Papa Clemente IV como parte de um projeto de reconstrução do currículo universitário medieval para incluir o novo aprendizado de seu tempo. Enquanto a alquimia não era mais importante para ele do que outras ciências, não produziu obras alegóricas sobre o assunto.
Bacon, considerou e a astrologia como parte importante da filosofia natural e da teologia, dando contribuições sobre as conexões da alquimia para a soteriologia teologia cristã (estudo de doutrinas religiosas da salvação). A contribuição de Bacon não era só alquimia, mas dissertações sobre moralidade, salvação e prolongamento da vida. Em correspondências com Clemente destacou isso, observando a importância da alquimia para o papado (Brehm, 1976). Como os gregos antes dele, Bacon reconheceu a divisão da alquimia em esferas práticas e teóricas. Ele observou que os aspectos teóricos estavam fora do alcance de Aristóteles, dos filósofos naturais e todos os escritores latinos de seu tempo. No quesito prático, no entanto, confirmou o experimento de pensamento teórico, e Bacon defendeu o uso da alquimia nas ciências naturais e na medicina (Holmyard, 1957).
Logo após Bacon, o influente trabalho de Pseudo-Geber (identificado como Paulo de Taranto) foi o representante europeu da alquimia devido sua obra “Summa Perfectionis”, um resumo básico da prática e teoria alquímica através dos períodos medieval e renascentista. Destaca-se pela inclusão de operações químicas práticas ao lado da teoria sulfuro-mercúrio (Holmyard, 1957). No final do século XIII, a alquimia havia se transformado em um sistema bastante estruturado de crença. Os adeptos acreditavam nas teorias de macrocosmos e microcosmos de Hermes, ou seja, acreditavam que os processos que afetam os minerais e outras substâncias poderiam ter um efeito no corpo humano (por exemplo, se alguém pudesse aprender o segredo da purificação do ouro, poderia usas a técnica para purificar a alma humana).
Os alquímicos passaram a acreditar que os quatro elementos e as quatro qualidades descritas acima tinham a capacidade de uma forte tradição de tapar suas idéias escritas em um labirinto de jargões codificados configurados com armadilhas para enganar os não-iniciados. Experimentaram ativamente produtos químicos, fizeram observações e especularam sobre o funcionamento do universo. Toda filosofia alquímica girava em torno de sua crença de que a alma do homem estava dividida dentro de si mesmo após a queda de Adão. Ao purificar as duas partes da alma do homem, o homem poderia se reunir com deus (Burckhardt, 1967).
No século XIV, a alquimia tornou-se mais acessível aos europeus fora dos confins dos clérigos e estudiosos de língua latina. O discurso alquímico passou do debate filosófico acadêmico para um comentário social exposto sobre os próprios alquimistas (Nummedal, 2007). Dante (1265-1321), Piers Plowman (por volta de 1370) e Chaucer (1343-1400) pintaram imagens de alquimistas infelizes. O Papa João XXII publicou em 1317 a Spondent quas non exhibent proibindo as falsas promessas de transmutação feitas por pseudo-alquimistas (Hines et al, 2010). Em 1403, Henry IV da Inglaterra proibiu a prática de multiplicação de metais (embora tenha sido possível comprar uma licença para tentar fazer ouro alquimicamente) (Geoghegan, 1957). Essas críticas e regulamentos centraram-se mais em torno do charlatanismo pseudo-alquímico do que o estudo real da alquimia, que continuou com um tom cada vez mais cristão. O século XIV viu as imagens cristãs da morte e ressurreição empregadas nos textos alquímicos de Petrus Bonus (1417-1497), Joan de Rupescissa (1310-1362), e em obras escritas em nome de Raymond Lull (1232-1316) e Arnold de Villanova (1235-1311) (DeVun, 2009).
Nicolas Flamel (1340-1418) foi um conhecido alquimista, mas um bom exemplo de pseudepigrafia, a prática de dar a suas obras o nome de outra pessoa, geralmente mais famosa. Embora o histórico Flamel existisse, os escritos e as lendas atribuídos a ele só apareceram em 1612 (Linden, 2003). Flamel não era um erudito religioso como muitos de seus predecessores, e todo o seu interesse no assunto girava em torno da busca da pedra filosofal. Suas obras descrevem muitos processos e reações, mas nunca dá a fórmula para a realização das transmutações. A maioria do seu trabalho visava reunir o conhecimento alquímico que existia antes dele, especialmente quanto à pedra filosofal (Burckhardt, 1967). Nos séculos XIV e XV, os alquimistas eram muito parecidos com Flamel: concentraram-se em procurar a pedra filosofia. Bernard Trevisan (1406-1490) e George Ripley (1415-1490) fizeram contribuições similares. Suas alusões e simbolismos crípticos levaram a grandes variações na interpretação da arte.
Conclusão
Tendo seu auge entre os séculos XIV e XVI, a alquimia teve suas origens no Egito Antigo. Na cidade de Alexandria, centro de conhecimento erigido pelo imperador Alexandre, reuniam-se escritos de uma antiga técnica egípcia chamada kyniâ. Essa técnica egípcia envolvia o domínio dos processos químicos de embalsamamento e a manipulação de metais. Entrando em contato com a sabedoria grega, a kymiâ passou a considerar que toda matéria era constituída por quatro elementos básicos: terra, ar, água e fogo (Historia do Mundo).
Mesmo a alquimia sendo uma pseudociência, era bastante diversificada durante sua ocorrendia na Europa ou mesmo na Ásia. As práticas alquímicas foram importantes no desenvolvimento de muitos elementos importantes na ciência – em especial na física e na química. Vale destacar que não havia uma distinção entre ciência religião, misticismo, esoterismo e filosofia. O que atualmente discutimos em filosofia (em especial a filosofia da ciência) é que espistemologicamente não havia um critério de separação entre ciência e não-ciência.
Assim, Geber e tantos outros árabes fizeram alquimia pensando nas questões místicas, esotéricas, religiosas abrindo discussões filosóficas e propondo experimentos que pudessem transmutar elementos. Mesmo na Europa onde o uso da alquímica foi muitas vezes feito como tentativa não só mística e esotérica, mas como forma de tentar entender o modo como deus havia criado o cosmo não tinha uma separação da ciência e da filosofia. Por esta razão, Giordano Bruno ao se envolver com o hermetismo e cabala acabou sendo queimado vivo pela igreja Católico, uma vez que por ser clérigo estava sob a tutela do Tribunal do Santo Oficio.
Na Europa não havia o critério hoje de separação entre o que é científico e o que é religioso. A imensa maioria dos pensadores, de grandes nomes da filosofia da ciência, cientistas e livres pensadores (mesmo aqueles iluministas que questionaram a religião e lutaram por uma educação secularizada) faziam ciência a partir de motivações claramente religiosas.
A alquimia se torna uma pseudociência porque mistura misticismo e esoterismo (elementos não experimentáveis) com aspectos ligados a matéria. Historicamente, o ponto que marca o fim da alquimia e início da química foi dado por um alquímico, Robert Boyle, ao escrever “The Skeptical Chymist” (1661) criticando os 4 elementos de Aristóteles, marcando a origem da química como algo ciência, sustentado a partir da experimentação.
Quando a alquimia passou a ser condenada como uma atividade prática de bruxaria, a intolerância religiosa pautou esta repulsa. A ignorância da época em não saber que não seria possível transmutar elementos custou muitas vidas. Genuinamente, a alquimia tem duas formas básicas: primeira, a exploração a respeito da transformação de matéria como vimos aqui, porém, ao recorrer a aspectos esotéricos e místicos era considerada – em algumas práticas – como magia (magicka) e, portanto, considerado bruxaria. A magia era um dos campos de atuação da Inquisição; o culto a superstição, sortilégio, alquimia eram considerados em certas situações como culto e pactos com o demônio. A legislação católica reprimia-os punindo de modo moderado pelo tribunal eclesiástico, e posteriormente com a morte pela justiça leiga.
Mesmo com a instauração da química a partir do suporte empírico muitas teses suportadas como fatos conduziram a conclusões erradas, como é o caso do ar flogisticado.
Na Ásia em geral e na Índia, muitas práticas analogamente alquímicas ainda persistem por diversos motivos. Obviamente que não o fazem buscando a pedra filosofal ou a transmutação de elementos, mas na tradição Oriental há certa dificuldade de separar filosofia de religião. No entanto, há um grande interesse por práticas de meditação, medicinais, (como é o caso da acupuntura – embora esta seja considerada uma pseudociência) alguns preparados medicinais tradicionais milenares são mantidos. Na filosofia Ocidental há uma clara separação entre filosofia e religião, na Oriental não – vide o caso do budismo. Então, apesar da prática alquímica ão existir mais, esta tradição do uso de soluções e preparados milenares pode ter sido influenciada por questões alquímicas antigas.
Curiosamente os objetivos da alquimia continuam preservados na ciência atual. Sabemos que a única forma na qual um elemento da tabela periódica pode transformar-se em outro é a partir da fusão ou fissão nuclear. Alternando a quantidade de prótons do núcleo dos elementos conseguimos “transmuta-lo” para outro. A biologia busca estudar mecanismos moleculares e genéticos que permitam não só aumentar a expectativa de vida do ser humano, mas também busca a criação de vida artificial e até mesmo da consciência.
Isto não significa que a ciência cumpre um papel místico-esotérico, mas que os objetivos buscados na alquímica parecem transcendê-la e ser algo desejado pelo homem. A prática alquímica foi então, uma forma de tentar alcançar estes desejos ou curiosidades. O elemento mobilizador da busca pelo conhecimeto continua, a ciência é utilizada como critério e como prática, e não mais os elementos místicos e religiosos para uma vida longa, uma vida artificial ou transmutar os elementos.
Victor Rossetti
Palavras chave: NetNature, Rossetti, Alquimia, Ìndia, China, Império Islâmico, Europa Medieval.
Referências
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