#fraturado
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pedropaul8 · 2 years ago
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Oceano
Ei, oceano
Onde você está agora?
Como estão as suas águas?
Como anda sua maré?
-
O que suas ondas andam empurrando
O que sua correnteza deve estar levando
Me diz como estão cuidando das suas águas
Faz tempo que não vejo elas
-
Sinto saudade da sua intensidade
Das suas mudanças de maré
Afetadas nem sempre pela lua
Mas pelas suas vontades
-
Ei, Oceano
Ando pensando muito em você
Pensando em como era bom navegar em você
Como fui negligente ao te perder
-
Gostaria de me perdoar com você
Quem sabe uma oferenda a Yemanjá
Possa de alguma forma me ajudar
Quem sabe né?
-
Vou sentir falta das suas águas
Dos seus sons
Da sua calmaria
Da sua tempestade
Vou sentir falta de você
- Pedro Paulo
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sunshyni · 5 months ago
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vou te levar pra saturno | johnny suh
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notas da sun: 'cês acharam mesmo que ficariam sem mim nesse final de semana??? Demorei, mas cheguei KKKKKK Respondendo um pedido, olha só ( @lovesuhng me desafiou a escrever algo deste homem e eu não poderia ir contra um pedido da Mika, não é mesmo???) Acho que é a coisa mais dramática que escrevi pra este perfil, é uma mistureba que me agradou demais, envolve principalmente “Saturn” e “Snooze” da SZA, “Cinnamon Girl” da Laninha e “Mirrors” do Justin Timberlake, só musicão porque a mãe tem bom gosto 😎
w.c: 1k
contexto: o Johnny faz parte de uma gangue japonesa “do bem” (é isso ai mesmo, culpa “Walk” e o Yuta em “Mystery in Seoul”) e a protagonista é uma enfermeira de um hospital clandestino.
avisos: menção honrosa ao Yuta em “High & Low” 🙌
boa leitura, docinhos!!!
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— Você só tá com febre, mas vai melhorar depois desse medicamento — Você disse para a garotinha de 10 anos que brincava com as próprias tranças enfeitadas por duas fitas finas de cetim que formavam lacinhos fofos. Seus olhos desfocaram do rostinho infantil e vermelho devido a temperatura corporal e miraram além, para a chuva torrencial que caía lá fora e que coincidentemente combinava e muito com como você estava se sentindo internamente.
Sentia-se tal qual um motoqueiro em direção debaixo de uma chuva sem igual, a viseira do capacete não estava ajudando em nada, a estrada escorregadia e as curvas cada vez mais fechadas e ariscas. Além disso, não tinha sinal em seu celular, verificar um GPS para conferir um melhor caminho para o seu destino se tornara uma tarefa impossível, e você estava oficialmente sozinha.
No entanto, existia alguém, existia uma pessoa em particular que poderia te tirar daquela agonia, mas você recusava a ajuda, por que o que adiantaria aceitá-la de bom grado quando essa pessoa em especial se colocaria diante do temporal para te salvar? Se arriscaria tanto quanto para bancar o herói por sua causa. Você acreditava que aquilo não passava de uma troca de valores, você saía do primeiro plano e Johnny o ocupava confiante e irresistivelmente teimoso.
— Acho que você e o tio John combinam. Por que vocês não namoram? — Você sorriu sem mostrar os lábios para a expressão dúbia da menininha, ele costumava ser famoso entre as crianças do bairro quando não estava conduzindo alguma missão que às vezes envolvia casas de apostas ilegais, o que dava a chance de Yuta Nakamoto, o líder do bando, abdicar do conjunto vermelho social e apostar no casaco pesado animal print egocêntrico.
— Infelizmente, não é tão simples assim, princesa — Ouviu-se dizer e percebeu o quanto aquela frase soava feito uma desculpa esfarrapada para uma criança, de repente sentiu falta da sua infância, de como tudo parecia ser possível, bastava despejar toda sua criatividade num giz de cera e criar o seu mundo partindo das cores primárias, um mundo em que mais pessoas boas existiam, em que o amor era valorizado mais do que cédulas, um mundo em que você acordasse todos os dias dez minutos antes do Suh despertar, só pra tê-lo envolvendo sua cintura num abraço carinhoso na cozinha, a voz grave questionando ao pé do seu ouvido: “Por que acordou? 'Vamo voltar pra cama, por favor”.
Você ajudou a garotinha a descer do leito hospitalar após ouvi-la reclamar sobre o quão adultos tornavam coisas singelas em extremamente complicadas e sua cabeça balançou, num gesto positivo. Virou-se por alguns segundos, organizando suas coisas numa pequena mesinha de trabalho localizada próxima a maca quando Johnny surgiu de súbito, encharcado, uma expressão de dor cobrindo-lhe a face bonita enquanto segurava o próprio braço visualmente machucado.
Sua primeira reação foi levá-lo até o leito, onde ele sentou sem protestar embora tenha resmungado quando você o apalpou do cotovelo até o pulso, havia algo de errado com o seu antebraço mas ele pouco se importava considerando o sorrisinho agridoce que esboçou, mesmo com a probabilidade de ter fraturado algum osso. Você parou de examiná-lo e mirou os olhos castanho escuros, Johnny retribuiu o olhar, só que diferente da sua pessoa, ele te observava com doçura, com tanto carinho que fez sua expressão suavizar, ainda que seu coração batesse sem controle como o trote de um cavalo sem rédeas.
— Na última vez que nos vimos, você praticamente disse que me odiava, quase soletrou isso — Com a mão boa, Johnny segurou o seu queixo com o polegar e o indicador, fixando o olhar no seu, te impedindo de desviá-lo para alguma janela ou qualquer outra coisa presente naquele ambiente. Seus olhos brilhavam com a umidade acumulada e seus lábios tremiam ligeiramente com o anúncio abrupto de lágrimas que, você sabia, rolaram pelas suas bochechas da mesma forma que a chuva caía lá fora, impiedosamente, sem intervalos — Então por que se importa? Por que se preocupa com alguém que você odeia? Me fala.
Você piscou e a primeira lágrima traiçoeira desceu solitária pela sua face, Johnny a capturou com os lábios, beijando seu maxilar antes que a gotinha salgada molhasse seu pescoço, como da última vez quando você mentiu sobre seus sentimentos, afirmando detestá-lo mesmo depois de tê-lo em sua cama, em seu corpo e em seu coração, ele acariciou sua bochecha com a palma levemente calejada, odiava o quanto ele parecia sereno ainda que vivesse transbordando suas emoções, Johnny insistia em transmitir plenitude e calmaria. E pra ele, você tinha o efeito de um entorpecente feito o ópio, aliviava a dor severa e o fazia crer num lugar inventado, num lugar melhor.
— Porque eu não te odeio. Percebi que nem se eu quisesse, eu conseguiria fazer isso.
Johnny te beijou, envolveu sua nuca com a mão e colidiu os próprios lábios nos seus, sentiu o gosto das lágrimas tanto suas quanto as deles que se misturaram, molhando o rosto e o beijo, ele sabia exatamente como estava suportando a dor latejante no braço esquerdo, o remédio tinha nome, sobrenome, uma fragrância fresca característica feito uma brisa marinha no verão e um sorriso gentil, viciante feito um alucinógeno, capaz de fazê-lo se machucar de propósito apenas para te ver, para que você pudesse tocá-lo ainda que platonicamente, o que graças aos céus não era aquele caso.
Johnny gemeu no fundo da garganta, o que te fez separá-lo de si empurrando seus ombros com delicadeza, sem saber ao certo se aquele som fora reproduzido por puro prazer ou se na euforia de pressionar os corpos, você piorara o ferimento, no entanto o Suh dedicou um dos seus melhores sorrisos para você, aliviando sua postura e fazendo você voltar a respirar novamente.
— Eu tô com medo. Tô com medo de te perder... Isso tudo é tão perigoso.
— E o que você acha que é tudo isso? Você tá se arriscando por essas pessoas. Por mim.
Johnny queria e muito te acalmar, queria te mostrar que seriam vocês contra o planeta Terra daquele momento em diante, que vocês poderiam mudar aquela realidade estúpida juntos, que ficariam bem. Por isso ele esfregou o nariz esbelto no seu pescoço, a voz grave provocando seu corpo, incitando seu coração a acelerar de supetão.
— Fica tranquila, eu vou te levar pra Saturno.
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notas da sun²: quis voltar aqui só pra dar uma explicação para vocês. Na própria música da SZA, ela cita Saturno como uma fuga da realidade enfadonha, como se Saturno fosse um lugar melhor, por isso ela diz: “Life is better in Saturn”. Foi exatamente isso que eu quis trazer pra esse texto, como se a protagonista e o Johnny fossem “Saturnos” um para o outro, por isso somente juntos eles conseguem se deslocar para um “lugar melhor”, “um mundo inventado pela criatividade e gizes de cera”, enfim espero que vocês tenham gostado dessa tanto quanto eu gostei 🥰
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fricka13 · 3 months ago
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Tempos fraturados, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo
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sussurros-do-tempo · 7 months ago
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Cada olhar no espelho revela uma fissura, Fragmentos de mim que o tempo não cura. "Eu sei que sou quebrado", ecoa no vazio, Uma verdade que pesa, em um sussurro arredio.
Os cacos refletem luzes e sombras dançantes, Histórias passadas, momentos delirantes. Na superfície brilhante, uma rede de trincas, Como mapas de batalhas, em linhas distintas.
Essa dor de reconhecer-se fraturado, De sentir no próprio peito um peso carregado. Mas cada linha, cada marca, cada partição, São capítulos de luta, de sobrevivência e paixão.
Não são apenas sinais de quebra ou desistência, Mas sim de resistência, renovação, resiliência. No fundo dos olhos que o espelho me devolve, Vejo a força de quem cai, se levanta e se resolve.
Talvez seja hora de mudar a narrativa, De ver nas rachaduras uma arte primitiva. Onde antes via dor, agora encontro história, Cada fragmento trazendo sua própria glória.
Então, diante do espelho, em vez de dor, uma prece: Que eu possa aceitar cada parte que me tece. Em minha própria imagem, buscar não a perfeição, Mas a beleza única de minha imperfeita construção.
Paulo de Brito
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misshcrror · 8 months ago
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              𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's point of view ;
Anyone can start again. Not through love but through revenge. Through the fire, we're born again. Peace by vengeance brings the end.
Quando Yasemin acordou, imaginou que fosse acordar na Grécia ou até mesmo em Paris, mas o cheiro, o barulho e o ambiente lhe lembraram imediatamente do seu lar. Estava de volta ao acampamento. Tentou se recordar dos últimos acontecimentos. Paris. Zoológico. Leão de Nemeia. Amazona Morta. Sangue. Muito sangue. Uma fonte. Então tudo escuro. 
Ela ergueu o tronco da cama, se sentando e sentindo uma pontada de dor ao mover os m��sculos doloridos. A lembrança da batalha com o Leão de Nemeia inundou sua mente e a mão foi diretamente no olho esquerdo. Felizmente estava enxergando, mas o problema era que sentiu em seus dedos a cicatriz. Delineou a cicatriz com os dedos do começo ao fim para sentir as garras do leão ali. Acima da sobrancelha e descia até os lábios. A outra era um pouco menor e felizmente havia só duas ao invés de quatro. Finalmente deu atenção ao redor para notar que Kaito também estava ali, se recuperando de seus ferimentos, mas estava vivo. Um alívio passou por Yasemin ao vê-lo aparentemente bem, embora se lembrar da batalha a fez se recordar também da perda da amazona. Mais ao fundo também pode ver as amazonas descansando, com exceção, claro, da que havia partido. 
Logo um filho de Apolo encostou ali e Yasemin inundou ele de perguntas para checar se realmente os amigos estavam bem. Soube que Andrina não ficou por muito tempo, tinha ferimentos mais leves e ficou aliviada. Ela descobriu que ficou mais de um dia totalmente apagada e que haviam chegado ali com a ajuda das amazonas e através das irmãs cinzentas, o que foi rápido e a enfermaria prestou todo o socorro necessário para todos. Ao todo, ela havia fraturado quatro costelas, quebrado uma vértebra, o tornozelo luxado, alguns cortes pequenos e a cicatriz no rosto devido as garras do leão. Sua recuperação estava sendo relativamente boa devido a habilidade de cura de alguns, e o néctar e a ambrosia ajudando. O filho de Apolo explicou que era possível que a visão de Yasemin do lado esquerdo sofresse por alguns dias devido a brutalidade, mas que com a benção de Poseidon, o ferimento foi amenizado e ela estava com a visão em 85%. Não era perfeita, mas não foi um grande dano no final. Se ela não tivesse a cura aquática, era possível que realmente tivesse perdido a visão. Felizmente foi sortuda. Mentalmente anotou que deveria fazer uma oferenda para Poseidon o mais rápido possível. 
Passar um tempo na enfermaria não era ruim, porém não era o melhor ambiente. Pouco a pouco notou que o local estava infestado de pessoas voltando de suas missões, se perguntando se mais alguém havia falhado. Era de uma tremenda frustração que nem haviam pisado na Grécia. Certamente iria implorar para seguirem com a missão após a recuperação embora duvidasse que realmente iriam deixar. Uma morte e uma falha. Yasemin sentiu uma inquietude crescer dentro dela. As conversas de poucos amigos vindo saber se ela estava bem a ajudavam a distrair. A principal sendo com Elói lhe aconselhando de vez a assumir o cargo de conselheira, principalmente depois de uma missão com uma baixa. 
E por falar em morte… Ela não podia ficar deitada enquanto uma de suas companheiras de batalha estava sendo preparada para o último adeus. A amazona caída merecia uma despedida adequada e Yasemin sentiu que devia estar presente para honrar sua memória. Sabia que precisava de repouso para se recuperar completamente, que deveria permanecer na enfermaria, descansando e permitindo que seu corpo se curasse, mas ignorou toda a ajuda dada para passar em seu chalé e vestir roupas apropriadas. Ela se vestiu com cuidado e saiu, determinada a comparecer ao velório da amazona. Sequer a conhecia, mas certamente foi uma das últimas a ver a mulher viva e deveria estar ali. Haviam enfrentado ciclopes para tirá-la com vida, uma pena que deu tudo errado no caminho. O velório foi pequeno, com as amazonas, Kaito, Andrina e mais um pequeno grupo de semideuses junto de Quíron. Um evento solene apenas para se despedir. Yasemin observou em silêncio enquanto a mortalha da amazona era colocada em uma pira funerária, pronta para ser consumida pelas chamas. O fogo dançou ao redor do corpo, envolvendo-o em uma aura de calor. Sentiu um aperto no peito ao ver o último adeus à garota caída. Enquanto as chamas consumiam a mortalha, ela enfiou a mão nos bolsos e se perguntou se poderia ter feito mais para evitar a tragédia, se poderia ter sido mais rápida, mais forte, mais esperta, mais qualquer coisa. Yas se perguntou se era digna de estar ali e a amazona não. Com tantos pensamentos na cabeça, ela não disse uma palavra com ninguém até o fim do velório, mas pensou muito a respeito da missão e do comportamento dos deuses nos últimos meses.
Depois do velório, Yasemin deveria voltar para a enfermaria. Mas ela preferiu se dirigir à praia. Mesmo de roupa deixou as ondas suaves do mar banharem seu corpo cansado. A ruiva se deixou flutuar na água salgada, sentindo a cura aquática envolvê-la e acalmar suas dores. Era como se o oceano estivesse lhe oferecendo conforto e renovação, lavando suas preocupações e incertezas. Com a mente clareada pela água do mar, Yasemin não soube quanto tempo ficou ali. Talvez o suficiente para firmar um pensamento em sua mente. Se tinha o que era preciso para liderar e proteger seus irmãos semideuses. Se ela não tivesse, passaria a ter. Ela não era apenas filha de Deimos, era uma Solak também e assim como sua mãe, não abaixaria a cabeça para nada. 
Yasemin procurou por Quíron. Ela sabia que era hora de aceitar sua proposta de ser conselheira de chalé, de assumir a responsabilidade que vinha com esse papel. Ela estava pronta a fazer justiça à memória da amazona caída, a nunca mais deixar que alguém morresse em seu turno novamente. E principalmente protegeria seus irmãos com toda a força que tinha. Com passos decididos, Yasemin se aproximou do centauro. Estava toda molhada e trouxe alguns olhares desconfiados para si, mas parada de frente a Quíron e com os punhos cerrados, ela assentiu. 
❝ Eu quero. Vou ser conselheira do 32.❞
semideuses citados: @kaitoflames, @andrvna & @maximeloi
@silencehq.
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cherrywritter · 8 months ago
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Primeiro Teste - Background
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1ª semana de junho
Nosso pai disse que essa era uma missão para e unicamente do Batman.
Após o breve sumiço do filho, ele finalmente encontrou pistas. Meu irmão seria usado pela Liga das Sombras para objetivos maiores, isso incluía remover ele da existência. Seria um sacrifício. Batman havia seguido os rastros até o Poço de Lázaro. Obviamente, nem mesmo ele esperava por essa atitude de sua família materna.
A ressureição de Damian ou a ressurreição de Ra’s, não foi concluída. Ele seria um invólucro para Ra’s. Seu clone, ao menos, estava morto, mas nosso pai ainda estava lá.
Damian chegou à mansão gemendo de dores. Eu havia acabado de chegar da Caverna. Ele estava sozinho, o que me causou grande estranhamento e preocupação. Não deveria passar das duas da manhã.
Quando o alcancei, o vi extremamente ferido. Cortes profundos, ossos quebrados. Sua mente estava devastada.
Ele estava morrendo nos meus braços. Não conseguia sequer imaginar como ele havia chegado em casa naquelas condições.
- Victoria. – Era nosso pai pelo comunicador de Damian. – Faça o que for preciso.
- O senhor me fez prometer. – Damian desmaia. O coloco sobre a minha cama e respiro fundo. Me controlo e me acalmo.
- Salve o seu irmão, filha. Por favor, salve-o. – Sua voz estava estremecida e chorosa.
Bruce Wayne sabia sobre as minhas pesquisas e sobre meus testes no laboratório. Após minha recuperação da batalha contra o Coringa em dezembro de 2020, realizei pesquisas sobre a Hera e suas toxinas para encontrar antídotos ou reagentes que trouxesse a imunidade a quem os consumisse e imunidade para outros tipos de doenças e situações.
Aprimorei meus estudos de anticorpos e de regeneração com os meus soros/suplementos. O resultado foi de uma dose concentrada de algo muito semelhante as células tronco, porém imensuravelmente eficazes, concentradas e rápidas. Outro experimento era dedicado especialmente a mim. Doses potentes, concentradas e regenerativas que me mantinham por dois ou três dias dependendo do quanto eu usasse os poderes. Me mantinha muito bem alimentada e estável.
Os batimentos de Damian se tornavam cada vez mais fracos e não poderia hesitar em medicá-lo. Seria meu primeiro teste em humanos.
O primeiro teste no meu próprio irmão.
Pressão? Jamais. Só teria mais uma morte na minha lista e talvez o ódio, desgosto e remorso do meu pai pelo resto da vida dele.
Peguei bolsas de sangue na geladeira, separei o que precisaria e o levei para o meu centro cirúrgico. Coloquei todos os aparelhos que tinha disponível para monitorar seus batimentos, pressão, oxigenação e temperatura.
Estava muito fraco, temperatura muito baixa junto aos seus batimentos. logo entraria em choque.
Separei duas bolsas de soro de quinhentos mililitros, as agulhas, seringas, o kit de cirurgia, as luvas, sutura, e tudo mais que fosse necessário para o estabilizar e o manter vivo. Abri meu compartimento secreto que mantinha meus tubos de medicamentos refrigerados, peguei um tubo de cada e deixei tudo ao meu alcance. Um décimo da seringa do meu medicamento com nove décimos do outro.
Fiz o torniquete no braço direito do meu irmão, busquei sua veia e fiz o acesso. Retirei um tubo do seu sangue, depois coloquei o medicamento e, por fim, o soro para ajudar a hidrata-lo. Seria apenas a primeira bolsa. Em seguida, em outro ponto do acesso, coloquei uma bolsa de sangue para repor o que ele perdeu e o que ainda perderia.
Era momento de o abrir, mas antes deveria ver quantos ossos estariam fraturados de maneira extremamente comprometedora. A energia vital poderia ser usada de uma maneira bem medicinal nesse ponto. Aprendi a ter uma espécie de raio-x junto a uma tomografia e ressonância a usando como um 3D interno do paciente que eu tratava.
Clavícula, costelas, braço esquerdo, tornozelo e fêmur. Seja lá o que fosse seu clone, era terrivelmente mais forte do que ele para causar tal estrago. Precisaria de mais sangue e mais acessos. Teria muito trabalho a fazer com ele.
Com sua oxigenação despencando, fui forçada a entubar. Com os bisturis e os afastadores posicionados, comecei a realizar a remoção dos pequenos estilhaços de ossos espalhados pela carne e a colocar o restante no lugar. Controlei as hemorragias, o fechei e rezei aos deuses para que tudo desaparecesse.
Seu pós-operatório estava sendo uma tortura. Não passava de vinte minutos da cirurgia, mas estava me enlouquecendo já que os fluídos estavam correndo por suas veias.
Ansiosa, liguei meu computador já com dúvidas sobre a quantidade de medicação que havia o dado. Abri meus programas e refiz o cálculo. Tudo estava de acordo com o que meu instinto e segurança, porém o tempo de reação continuava incerto.
- Bruce falou sobre o ocorrido. – Era Dick correndo pelo corredor até meu centro cirúrgico. – Como ele está?
- Ainda não acordou. Não consigo ver os ferimentos dele sumindo. Apenas estabilizou.
- Estabilizar é um bom sinal, não é?
- Não nas condições em que ele está. Muitas fraturas e lacerações. Eu praticamente o abri por inteiro. Metade do fígado não tinha o que fazer. O baço estourou, pulmão perfurado pelas costelas quebradas, coração enfraquecido. – Suspiro. – Se ele não acordar em uma hora, talvez não acorde mais.
- Calma, você disse que os ferimentos não sumiram. Você fez de novo?
- Não exatamente.
- Victoria, fizemos um acordo com todos!
- Meu pai me ordenou. – Dick joga os braços para os céus e bufa. – O que você faria no lugar dele?
- Não me coloque nessa posição. Daqui a pouco ele vai deixar que nós usemos armas letais e matemos criminosos.
- Dick, por favor.
- Onde ele está?
- Poço de Lázaro. Ainda não voltou.
- Vou chamar o Tim. Cassie está na cidade, melhor que ela fique aqui com você.
- Não é necessário.
- Já se olhou? Está cheia de sangue. Seu rosto tem respingos, seu pescoço. Sequer tirou a roupa. Está em choque.
Cassie não demorou muito para chegar e me obrigar a tirar a roupa da cirurgia, já que eu não iria tomar um banho nem se ela me arrastasse até o chuveiro. Meu irmão ainda não apresentava melhora e o prazo de uma hora estava acabando. O medo de não ver seus olhos abertos novamente e sua cara emburrada me paralisava e causava ainda mais ansiedade.
- Vai enlouquecer desse jeito, amiga.
- Já estou. O prazo acabou e ele não me deu sinais de melhora. Talvez eu precise dar mais uma dose.
Não conseguia largar a mão do meu irmão. Estava sentada ao lado da cama aguardando esperançosamente que ele voltasse. Não estava em coma, mas não estava consciente.
- Vic, não se precipite.
- Tem noção que o primeiro teste do meu medicamento eu fiz no meu irmão? Sabe como é isso? É sentir uma falha dupla, Cassie. Falha com o meu irmão e com a minha pesquisa.
- Quanto tempo um corpo demora para reproduzir sangue novo?
- O plasma é reposto em vinte e quatro horas. Mas isso é para uma doação simples de sangue.
- Quantos litros de sangue você deu a ele?
- Um e meio. Foram três bolsas de quinhentos mililitros.
- O quanto seu medicamento reduz esse tempo de reposição para produção de novas células em perfeitas condições e capazes de regenerar por completo um organismo ferido como o dele?
- Era para ocorrer em uma hora, mas os resultados ainda não têm um padrão de tempo.
Senti minha mão ser apertada. Era fraco, mas era um aperto. Levantei rapidamente para olhá-lo. Peguei uma lanterna e chequei suas pupilas. Estavam reagindo.
- Oi, pirralho. Você quase morreu. Se lembra do que aconteceu? – Ele assentiu. – Não tente falar, está bem? Tive que entubar você. Chegou em um estado deplorável. Realizei uma cirurgia grande em você. – Vejo as manchas negras em volta do pescoço desaparecerem. – Sente dor?
- Não. Onde está o pai? Ele está bem?
- Dick foi buscá-lo. Ainda não chegaram. Como está o pulmão? Dói para respirar?
- Não. Só tira logo esse troço da minha garganta! – Sorri. Até mesmo em pensamento ele continuava a ser rabugento.
- Tá. Tá. Isso vai ser desconfortável. Também te amo.
- Não enche, Victoria.
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imperfekt · 7 months ago
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YOU'RE OWN YOUR OWN, KID | final part
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Sua viagem pelo túnel do tempo foi interrompida abruptamente pelo som da porta se abrindo e pela voz suave de sua antiga babá, que o avisou que seu pai havia chegado para o jantar e que ele precisava descer imediatamente. O rapaz ergueu-se da cama com relutância, sentindo o peso das responsabilidades do presente pesando sobre seus ombros. Era hora de enfrentar os fantasmas do passado que se materializavam diante dele, mesmo que isso significasse reviver velhas feridas e confrontar verdades dolorosas que ele preferiria esquecer.
O jantar transcorria em um clima de tensão palpável, como se o ar estivesse carregado com a eletricidade das emoções reprimidas. O rapaz sentou-se à mesa, cercado pela imponente presença de seus pais, mas a distância emocional entre eles era quase tangível.
Sua mãe parecia dispersa e entediada, brincando com a comida em seu prato sem realmente comê-la. Seus olhos vagavam pelo ambiente, mas sua mente parecia estar em algum lugar distante, perdida em pensamentos que ela preferia não compartilhar. O rapaz percebeu a tristeza que se escondia por trás da máscara de indiferença de sua mãe, uma tristeza que ele conhecia muito bem, mas que doía ainda mais vê-la refletida nos olhos dela.
Seu pai, por sua vez, mal erguia os olhos para encará-lo, perdido em seus próprios pensamentos sombrios. Sua expressão era fechada e distante, como se estivesse presente fisicamente, mas ausente emocionalmente. O rapaz sentiu uma pontada de decepção ao perceber a falta de interesse de seu pai por sua presença, uma confirmação dolorosa de que os laços que os uniam estavam fraturados e desgastados pelo tempo.
Enquanto o jantar se arrastava, Theodore se viu afundando em um mar de silêncio desconfortável, cada momento de quietude preenchido pela dor da ausência e da incompreensão mútua. Era como se estivessem vivendo em mundos separados, unidos apenas pelo vínculo sanguíneo que os ligava, mas separados por abismos emocionais que pareciam impossíveis de transpor.
Quando o jantar se aproximava do fim, Theo encarou a realidade de que seu pai não falaria com ele aquela noite, não sem que ele tomasse alguma atitude.
- Pai, não sei se soube, mas o treinador Edward foi substituído. – Começou, encarando-o na esperança de que falar sobre o futebol chamaria a atenção do mais velho, mas Harold limitou-se a dar de ombros. – Simon Towley é o novo treinador, você sabe, aquele cara que treinava os Trojans.
- Entendo. – O mais velho respondeu, o desinteresse era expressado na monotonia com a qual o som saiu de sua boca.
Theo continuou.
- Ele pretende fazer novas audições para todas as posições... – Engoliu em seco. – Incluindo a de Quarterback.
Pela primeira vez no dia, Harold o encarou, interessado.
- O que isto significa? Você não é mais o Quarterback do time?
- Por enquanto nada mudou. – Apressou-se em tranqüilizar o pai. – Mas não se preocupe, estou treinando pesado para recuperar minha posição como Quarterback do time, eu prometo.
- Treinar pesado, você, Theodore?! – Harold desdenhou, tomando um gole de sua água. – Não me surpreenderia se falhasse.
- Estou melhorando, pai, é sério! Você pode falar com o treinador Edward se não acredita, ele pode confirmar, estou levando os treinos a sério e estou dando cento e dez porcento de mim no campo.
- Não tenho interesse nas suas promessas vazias. – O mais velho abanou a mão no ar como se estivesse espantando um mosquito. – Estou velho demais para cair em mais uma das suas conversas.
- Não é só uma promessa pai, tenho até me dedicado mais nas aulas, prestando atenção, fazendo anotações, não tenho bebido todos os dias como antes.
O olhar de Theo encontrou o de sua mãe por um momento, que limitou-se a lançar outro daqueles sorrisos vazios enquanto mexia nas perolas em seu pescoço. Harold ergueu os olhos para Theo naquele instante, e ele pode ver distancia neles.
- Você não precisava ter vindo até aqui para anunciar isto como se qualquer pessoa aqui estivesse interessada nesse monte de merda.
- Harold! – Annaleigh repreendeu o marido imediatamente.
- O que diabos quer aqui, Theodore? Hun? Você não deveria estar na porcaria da universidade? – A voz do Clarke mais velho era passiva, mas agressiva.
- Pai, eu...
- Não me venha com ‘pai, eu...’, fui muito claro com você na ultima vez em que nos vimos, nesta casa você só deveria pisar os pés formado!
A lembrança da ultima conversa mencionada pelo pai o atingiu como um tapa na cara. Theodore se sentiu envergonhado, abaixando a cabeça para o prato a sua frente.
- Ainda estou arcando com a sua brincadeirinha do verão passado, e quando eu pensei que você finalmente tinha tomado algum juízo... – Harold continuou, sua voz alterando-se aos poucos a medida em que falava. – Pensei que ter seu melhor amigo por perto te colocaria na linha, foi por isso que eu comprei a sua entrada naquela faculdade e pra que?
- Pai, eu estou muito melhor agora, acredite! – Theo respondeu desesperado, de repente não era mais o seu eu do futuro, ou do passado, mas o seu eu de agora, vivendo uma situação completamente nova, algo que não estava em sua linha temporal, mas que ele sabia que viria. – Estou mais focado nos treinos, estou tentando melhorar minhas notas, ainda sou o capitão do time de futebol.
- Acha que eu vou acreditar em qualquer porcaria de palavra que saia dessa sua boca imunda? – Harold rebateu. – Pensa que eu não sei com quem estou lidando aqui? Você é um caso perdido, Theodore, uma párea que eu e sua mãe sustentamos até agora porque nós dois sabemos que não sobreviveria nem um segundo por ai sem o nosso dinheiro.
- Harold, pare com isso! – A voz de Annaleigh saiu mais firme agora, mas ela murchou diante do olhar frio que o marido lhe lançou.
- Ele precisa ouvir, Annalegh! É exatamente este o motivo deste garoto ser tão mole, você o estragou, sempre passando a mão na cabeça dele! – Ele apontou o dedo comprido para o rosto da mulher, que murchou imediatamente e então voltou sua atenção para o filho. - Tenho evitado suas ligações insistentes, Theodore, mas já que teve o desprazer de vir até aqui, então o mínimo que precisa é ouvir o que eu, a pessoa que te sustenta, tem a dizer.
E ele continuou:
“Gastou todo o dinheiro que mandávamos para você com farras, drogas, prostitutas e nunca era o suficiente, acha que eu não sei que faltava os treinos, ou que aparecia bêbado na maioria deles? Porque acha que eu nunca estive em um daqueles jogos? Acha que tenho tempo para ver o meu único filho falhar miseravelmente de novo e de novo? Pensa que eu não sei que paga uma garota estúpida para fazer seus trabalhos e atividades enquanto você não dá a mínima para os seus estudos? Eu falhei com você, falhei e o pior de tudo isso é saber que tudo pelo que eu lutei toda a minha vida vai parar nas suas mãos incompetentes.”
Theo sentiu-se cada vez mais frustrado, triste e enraivecido com as palavras que seu pai proferia. Cada insulto, cada crítica, parecia ser uma faca afiada perfurando seu coração, fazendo-o sentir-se diminuído e desvalorizado diante daquele que deveria ser seu exemplo.
Ele ouvia em silêncio, suas mãos cerradas em punhos apertados sob a mesa, enquanto absorvia cada palavra como golpes dolorosos. A raiva crescia dentro dele, uma chama ardente que queimava em seu peito, ameaçando consumi-lo por dentro.
No entanto, ele se manteve calado, resistindo ao impulso de responder às ofensas de seu pai. Ele sabia que não adiantaria nada, que qualquer tentativa de se defender só alimentaria o fogo da discórdia que ardia entre eles. Em vez disso, ele manteve sua dignidade intacta, segurando as rédeas de suas emoções tumultuadas enquanto a tempestade rugia ao seu redor.
Mas então, em um momento de intensa angústia e desespero, a raiva que fervilhava dentro dele finalmente atingiu seu limite. Com um movimento rápido e impulsivo, Theodore bateu com o punho sobre a mesa do jantar, um estrondo alto ecoando pela sala como um trovão. Foi um gesto de desafio, um grito silencioso de protesto contra as injustiças que ele suportava em silêncio. E enquanto o silêncio tenso pairava sobre a mesa, ele se viu encarando seu pai com olhos cheios de determinação, pronto para enfrentar as conseqüências de sua rebelião silenciosa.
- EU NUNCA QUIS A PORCARIA DA SUA EMPRESA. – Berrou, de forma acusatória, erguendo-se da cadeira e ficando de pé.– EU NUNCA QUIS ADMINISTRAR NADA!
- Theodore! – Agora a suplica de sua mãe era redirecionada a ele.
- QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME DESRESPEITAR DENTRO DA MINHA CASA DESTA MANEIRA? – Harold também berrou, pondo-se de pé também.
- SOU A PORRA DO SEU FILHO! – Theo rebateu.– TAMBÉM SOU A PESSOA QUE VOCÊ MAIS DESPREZA!
O silencio se formou na sala por um momento.
- Você vai negar, pai? – A voz de Theo era mais suave agora. – Vai negar que me odeia?
- Theo, seu pai não te odeia. – A voz de sua mãe saiu em um sussurro, mas seu desespero era palpável.
- Odeia sim, mãe! – Theodore ainda encarava o homem a sua frente. – Ele simplesmente não consegue nem olhar para mim, sou a personificação de tudo que deu errado na vida dele.
Harold encarava Theodore com a mesma determinação do outro lado da mesa, embora estivesse em silencio, parecia que estava a ponto de explodir.
- Bom, advinha só, Harold... – Theo voltou a falar, dessa vez um tom de sarcasmo era perceptível em sua voz. – Eu sou a porra da bagunça que vocês dois fizeram de mim!
- Quero que saia da minha casa... – O Clarke mais velho vociferou. – AGORA!
- Você não precisa me mandar embora. – Theodore afastou a cadeira e virou o prato a sua frente de cabeça para baixo, derrubando toda a comida nele sobre a mesa. – Eu já tenho o que eu vim buscar aqui...
Com passos firmes e decididos, o rapaz se retirou da mesa, ignorando as palavras furiosas que ainda ecoavam ao seu redor. Cada passo era um ato de resistência, uma afirmação silenciosa de sua determinação em não ser mais uma vítima das circunstâncias que o cercavam.
Enquanto ele se afastava da mesa, a antiga babá apareceu nos fundos da sala, segurando sua jaqueta com mãos trêmulas. Seus olhos estavam cheios de horror e lágrimas escapavam deles, testemunhas silenciosas do sofrimento que ela testemunhava há tanto tempo, impotente para intervir.
- Não dê ouvidos ao que os eu pai disse aqui, você tem tudo o que precisa para mudar o seu futuro para melhor! – Ela passou suas mãos sobre os olhos de Theodore, secando as lagrimas que só então percebera que estavam lá, e depois o ajudou a colocar a jaqueta. – Ele não conhece você como eu conheço meu filho!
- Obrigado, Bridgit! – Theo inclinou-se para beijar a antiga babá na bochecha. – Por tudo! Eu amo você!
Enquanto isso, ao fundo, sua mãe e seu pai estavam aos berros, suas vozes entrelaçadas em uma dança de raiva e desespero. O rapaz mal conseguia distinguir as palavras que trocavam, mas o tom agudo e cortante era o suficiente para fazer seu coração se encolher de tristeza e desesperança.
Sem olhar para trás, Theodore deixou a mansão, o ar gelado da noite envolvendo-o como um manto. Ele montou em sua moto, sentindo o motor roncar sob ele como um trovão de liberdade, e partiu de volta em direção à universidade, deixando para trás o caos e a tristeza que o haviam consumido naquela noite. Era hora de seguir em frente, de deixar para trás as sombras do passado e buscar um futuro onde ele pudesse encontrar paz e felicidade verdadeiras.
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principechiclet3 · 1 year ago
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Último adeus Hoje eu pensei em te ligar. Daria tudo para ouvir sua voz no telefone outra vez. Acha que pode me dar mais um beijo de despedida? Talvez assim eu encontre um fim em seus lábios e consiga ir embora. Talvez também mais um café, mais uma conversa, mais uma taça de vinho. Colocaremos um ponto final e poderemos ir embora. Mas, entre um gole e outro talvez possamos nos deitar juntos mais uma vez, e talvez, pela manhã eu te pegue dormindo profundamente enquanto a luz da janela se deita em suas costas. A minha esperança é que esses momentos em que adiamos o fim durem uma vida inteira e nunca chegue ao momento que tenho que ir embora.
Mas não é real, é? Não existem mais enganos, não existem mais desculpas, não existem mais adiamentos, não existe mais nós.
E a pergunta que eu ando evitando que me persegue escondida no canto da sala como um monstro escondido nos cantos escuros esperando para me devorar inteiro. Aquela velha pergunta "Como chegamos aqui?"
A resposta é: não há culpados, nem eu, nem você, talvez a culpa seja daquele outro alguém, aquele alguém que fomos juntos. Mas eu continuo ignorando, passando o tempo, enchendo a taça e deixando para depois a hora que eu tenho que te deixar sair pela porta.
E sejamos francos, eu não tenho belos olhos, ou um físico ideal, eu não tenho uma carreira, não sou poeta, eu não uso corretamente as palavras, eu tropeço nelas quando estou prestes a te alcançar, frequentemente eu desisto das coisas, sempre corro na direção oposta do amor, tenho um coração fraturado e imaginativo, nem de longe fui a melhor opção, mas te ofereci o meu imperfeito, o amor mais humano e, sobretudo, me ofereci por inteiro.
E por isso eu me derramo em teus braços, abro mais uma taça e choro, não pelo fim, mas por saber que vou amar novamente e não será você.
Repito pra mim mesmo a velha mentira "será melhor assim" e que se for o destino, nos encontraremos de novo. Eu não acredito no destino, mas por nós poderia acreditar tanto quanto em alienígenas
E talvez, se for o destino, nos encontraremos novamente. Porque certas coisas estão destinadas a acontecer ou não.
E eu realmente gostaria que você fosse o meu destino.
@_principechiclete
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pie-de-lune · 1 year ago
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ETERNO - 'Lamentos' illustration series
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Text in portuguese below. If you use google translate, please switch all 'his" pronouns for "you" or "yours".
Em tua ausência, minha mente passou a se dedicar a ilusões.
Eu passei a ver o teu corpo estirado por cima de um altar branco, cujo os antigos fiéis costumavam pregar sobre os infinitos benefícios da expurgação da minha alma. Eu te vejo nos campos Elísios, contentemente bebendo a polpa dos frutos da vitalidade e desfrutando-se das bebidas dos céus, da eterna felicidade. Eu te vejo como o céu azul, infinitamente espelhado e fraturado, uma dúzia de nuvens que caíam como água pelas rachaduras, caindo como chuva ácida na minha pele; meu amor, minha eterna devoção, minha sina, minha punição.
Teu cadáver se tornou uma espécie de santo para mim. Na ausência de Deus, se procura aquilo que se mais se assemelha.
Passei anos implorando ao meu antigo amado Deus para que ele me expurgasse. Noites passavam em claro com lágrimas e preces silenciosas para que ele me retornasse a você. Eu, autoproclamado açougueiro, fatiei a minha carne sem que qualquer som saísse de meus lábios. Eu revendi meu sangue à Cristo, na esperança que meu corpo morresse em seu lugar. Eu fui respondida com silêncio
Quatro anos de quieta tormenta se passaram desde sua morte. Eu já fiz pacto com todo o tipo de santo, demônio, divindade e mortal que cruzou o meu caminho, mas foi em vão. No dia que você morreu, eu me tornei um fantasma, e desde então eu vivo por nada mais do que dever.
Enquanto minha vida será eternamente assombrada, você ficará eternamente enterrada no solo aos meus pés. Eternamente eu chorarei, e eternamente os vermes comerão sua carne. Eternamente eu lutarei contra o instinto de liberta-la de seu túmulo e abraçar os seus ossos, e eternamente você permanecerá imóvel, fria.
Ah, céus. Como eu queria que eles tivessem me entregado as correntes que você usava em seu pescoço, antes lhe enterrar. Como eu gostaria de ter um pouco de fé restante, para usar suas correntes como um terço e rezar para que exista um paraíso só para você.
Porém, fantasias não são nada exceto distrações confortantes, que escondem a verdade nos cantos escuros dos cômodos. A realidade em que vivo me permitirá ter você em sonhos, porém, ela eternamente irá me punir com a memória da verdade.
“Quão romântico poderia ser escalar o céu
Andando em uma escada de estrelas
Aquele azul brilhante
E construir uma hamac de nuvens
Entre o sul e o norte da meia-lua
E te amar de novo e de novo, e de novo e de novo”
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lovingconsequences · 1 year ago
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Encontre um dentista de emergência perto de você? O que é uma emergência odontológica?
Dentistas são pessoas especializadas em diagnosticar problemas dentários e oferecer tratamentos para eles. Um dentista de emergência segue na ocorrência de uma emergência odontológica. No caso de uma emergência odontológica, os primeiros socorros odontológicos são usados para reduzir a dor do problema dentário antes da chegada ou chegada ao dentista.
Uma emergência odontológica é um problema odontológico com risco de vida que requer tratamento odontológico imediato na forma de primeiros socorros odontológicos para reduzir a dor, parar o sangramento ou evitar mais danos ao corpo. Este artigo fornece informações detalhadas sobre o que fazer na ocorrência de uma emergência odontológica e como encontrar um dentista de emergência perto de você?
Tipo de emergência odontológica
Existem vários tipos de emergências odontológicas, são elas:
Emergência Odontológica Imediata: Esses casos requerem atenção imediata, devem ser atendidos em no máximo uma hora. Exemplos incluem: dente quebrado Dor facial e sangramento dos tecidos moles Infecção dentária Emergência Odontológica Urgente: Essas emergências requerem atenção rápida dentro de poucas horas após o aviso. Algumas ações podem ser tomadas em casa para aliviar a dor antes da chegada do dentista. Exemplos incluem: Dente solto trabalho dentário fraturado Dente rachado ou fraturado Emergência odontológica moderada: essas emergências podem esperar no máximo um dia com a aplicação de certos tratamentos de primeiros socorros. Exemplos desta emergência incluem: Dor de dente Ajuste de dentadura problemas ortodônticos Como lidar com emergências odontológicas
O tipo de emergência odontológica determina as medidas a serem tomadas.
Para emergências odontológicas imediatas, ligue para o dentista imediatamente para obter conselhos sobre o que fazer antes de chegar à clínica. Para Emergências Odontológicas Urgentes e Moderadas, aplique gelo na parte externa da região afetada enquanto aguarda a chegada do dentista. Se isso não funcionar, chame um dentista para obter mais conselhos sobre o que fazer antes de chegar à clínica. Como encontrar um dentista de emergência perto de você
Encontrar um dentista de emergência perto de você pode ser difícil se você não souber o que, onde ou a quem recorrer para obter instruções. Na ocorrência de uma emergência odontológica, você pode obter informações sobre o dentista mais próximo de duas fontes. Eles são:
Vizinhos, amigos e familiares: esta é uma fonte importante porque as informações aqui obtidas podem ser influenciadas por sua experiência e familiaridade com o dentista. A Farmácia Mais Próxima: Essa é outra fonte de grande importância, a farmácia mais próxima conterá listas dos melhores dentistas ou clínicas odontológicas mais próximas de você. E podem auxiliar no agendamento de consultas dependendo do tipo de emergência odontológica.
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almas-khan · 1 year ago
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Como encontrar um dentista de emergência perto de você? O que é uma emergência odontológica?
Dentistas são pessoas especializadas em diagnosticar problemas dentários e oferecer tratamentos para eles. Um dentista de emergência segue na ocorrência de uma emergência odontológica. No caso de uma emergência odontológica, os primeiros socorros odontológicos do Guest Posting são usados para reduzir a dor do problema dentário antes da chegada ou chegada ao dentista.
Uma emergência odontológica é um problema odontológico com risco de vida que requer tratamento odontológico imediato na forma de primeiros socorros odontológicos para reduzir a dor, parar o sangramento ou evitar mais danos ao corpo. Este artigo fornece informações detalhadas sobre o que fazer na ocorrência de uma emergência odontológica e como encontrar um dentista de emergência perto de você?
Tipo de emergência odontológica
Existem vários tipos de emergências odontológicas, são elas:
Emergência Odontológica Imediata: Esses casos requerem atenção imediata, devem ser atendidos em no máximo uma hora. Exemplos incluem: dente quebrado Dor facial e sangramento dos tecidos moles Infecção dentária Emergência Odontológica Urgente: Essas emergências requerem atenção rápida dentro de poucas horas após o aviso. Algumas ações podem ser tomadas em casa para aliviar a dor antes da chegada do dentista. Exemplos incluem: Dente solto trabalho dentário fraturado Dente rachado ou fraturado Emergência odontológica moderada: essas emergências podem esperar no máximo um dia com a aplicação de certos tratamentos de primeiros socorros. Exemplos desta emergência incluem: Dor de dente Ajuste de dentadura problemas ortodônticos Como lidar com emergências odontológicas
O tipo de emergência odontológica determina as medidas a serem tomadas.
Para emergências odontológicas imediatas, ligue para o dentista imediatamente para obter conselhos sobre o que fazer antes de chegar à clínica. Para Emergências Odontológicas Urgentes e Moderadas, aplique gelo na parte externa da região afetada enquanto aguarda a chegada do dentista. Se isso não funcionar, chame um dentista para obter mais conselhos sobre o que fazer antes de chegar à clínica. Como encontrar um dentista de emergência perto de você
Encontrar um dentista de emergência perto de você pode ser difícil se você não souber o que, onde ou a quem recorrer para obter instruções. Na ocorrência de uma emergência odontológica, você pode obter informações sobre o dentista mais próximo de duas fontes. Eles são:
Vizinhos, amigos e familiares: esta é uma fonte importante porque as informações aqui obtidas podem ser influenciadas por sua experiência e familiaridade com o dentista. A Farmácia Mais Próxima: Essa é outra fonte de grande importância, a farmácia mais próxima conterá listas dos melhores dentistas ou clínicas odontológicas mais próximas de você. E podem auxiliar no agendamento de consultas dependendo do tipo de emergência odontológica.
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pedropaul8 · 2 years ago
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Seguir
Me diz que eu devo seguir
Essa merda que só me fodeu
Eu não sei nem onde devo ir
Eu tô cansado demais
-
Eu não quero tentar
Eu não vou chegar lá
Eu não vou a lugar nenhum
Meu coração não sabe o que quer
-
Ele quer parar
Ele quer desistir
Deixar tudo pra trás
Descansar de fato e de vez
-
Sem se preocupar com o que ou com quem
Me deixa jogar tudo pro alto
Fala pra eu não ouvir minha cabeça
Mas minha cabeça é o que me manteve aqui
-
Eu fui partido
Moído, quebrado
Fraturado, despedaçado
Vezes após vezes
-
Por pessoas que viraram as costas
Sumiram e nunca olharam pra trás
E meu coração queria seguir elas
E aquilo é o que eu deveria fazer?
-
Me quebrar de novo?
Dói difícil juntar os cacos
Não vou atrás desses amores fracos
Eu já estou perdido demais pra achar os outros
- Pedro Paulo
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ateliecanudos · 2 years ago
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buenoslibrosclubblackwhite || 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐧𝐢𝐧 𝐀 𝐢𝐥𝐮𝐬𝐚̃𝐨 𝐝𝐨 𝐬𝐮𝐟𝐫𝐚́𝐠𝐢𝐨 𝐮𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐚𝐥 𝐌𝐢𝐤𝐡𝐚𝐢𝐥 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐧𝐢𝐧 ★★★★☆ Aquele momento onde não estou muito afim de comprar livros e querendo ler um bom clássico, tipo de situação que você fica na cama pensado no abismo que o Brasil se encontra, refletindo no contexto sociopolítico fraturado e suas enormes consequências. Já tinha algum conhecimento de “partes soltas” dos escritos de Bakunin, firmei um compromisso comigo mesmo em fazer leitura de modo consistente, foi quando pensei em garimpar os e-books na amazon. Encontrei muita coisa interessante e sem gastar um tostão, encontrei lá “A ilusão do sufrágio universal”, uma bela obra clássica. O tema fica por conta do teórico anarquista e suas descrenças em um sistema corrompido, dissecando os pontos colaterais vivenciados pelos proletários. Toda persuasão de uma classe elitista na capacidade de utilizar “mecanismos manipuladores” no jogo sujo da política, usurpando apoio popular, perpetuando outro mandato de indiferença aos anseios e dificuldades da população. Toda abordagem que contém no livro lamentavelmente continua bastante atual, recomendo esse tipo de leitura, apesar de suas poucas páginas, consegue desembaçar nossa visão, identificando de forma nítida os rostos dos canalhas na política. ■ 𝐜𝐢𝐭𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨: Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma. – Mikhail Bakunin ■ 𝗍𝖺𝗀𝗌: #bakunin #anarquismo #anarchism #anarchy #kindle #kindlepaperwhite #kindlebrasil #revolucion #anarquista #anarchocommunism #anarquia #revolution #politics #mikhailbakunin #anarchosyndicalism #bakunin #anarcosindicalismo https://www.instagram.com/p/CoN15cWvJ8p/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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thauamaa · 14 days ago
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Enquanto a obra original foi feita inteira novamente, suas cicatrizes e rachaduras foram mantidas, celebradas, honradas, restaurado foi considerado muito mais bonito do que o original por causa de sua fragilidade.
ninguém é protegido ou imune à quebra. No começo, ninguém nasce perfeito. É apenas uma questão de tempo até que algo estrague qualquer ilusão que possamos ter de perfeição. A quebra é a nossa realidade.
O amor é a laca infundida com ouro que transmuta a fragilidade em totalidade e beleza.
Somente quando os jarros foram quebrados é que as velas dentro deles puderam brilhar e iluminar seus passos. “A luz é derramada porque o vaso está quebrado. Despedaçado. Quebrado. A partir dessa mesma quebra, Deus pode fazer algo de verdadeira beleza. Podemos escolher tocar os fragmentos fraturados de nossas vidas, examinando-os com autocensura ou amargura. Ou podemos liberá-los para Deus e ver a obra-prima emergente sendo recriada pelas Mãos habilidosas do Mestre Artesão. E então veremos Vislumbres de esperança em meio a escuridão!
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allieland · 27 days ago
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❛  i'm trapped between two impossible choices, and neither one feels right.  ❜ (alek & nina)
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― ❛ CHAPTER ONE ❜ ↬ the wrath of the north wind.
WINTER, lastrilha, year eleven , after the second great war.
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uma coleção de corpos para alguns era uma tragédia - para outros, como kaine, era um circo. traidora , praga , verme ; já ouviu de quase tudo, mas agora os sussurros se esvaiam da mente e do ar ao que a influencia de auranos tornava-se obsoleta. e deveria permanecer assim - cair no esquecimento mesmo que seu povo tomasse abrigo nas ilhas longínquas , e nos sete mares . ela queria apagar da história o lugar que uma vez votou proteger , varrer da face do mundo as pessoas que uma vez foram sua responsabilidade. aquele menino dos olhos brilhantes e com o sorriso inocente - gostaria de começar por ele.
contudo, sofina tinha implorado por sua vida, jurando segredo sobre suas conexões com aquele reino fraturado , antes tão imponente e sacro. ela nunca fez muito pela filha, que raramente admitia ser tal - sofina não tinha orgulho de ser prole de um dos ventos, e kaine não achava felicidade em lhe assumir - , mas pensou que aquela pequena concessão , poderia fazer. a mais nova pediu tão desesperadamente, com a promessa de que ele sempre estaria ao alcance da coroa , e nunca teria contato com mais de seu tipo . portanto, o deixou viver , mas ah - como quis matá-lo , se qualquer coisa por seu choro irritante nos braços da feiticeira .
no entanto, a verdade que ela jamais iria contar a outra alma viva, era que tinha medo daquele fedelho - seus olhos brilhantes e seu sorriso inocente - , pois ele era a promessa de esperança , de um novo começo . porém, pensou que não seria nada sem a deusa olhando por si , lhe dando força e cleiona estava morta de uma vez por todas, seu poder já não corria na extensão daquele planeta , ela tinha certeza. não tinha ? de qualquer forma, pensava que se pudesse o corromper seria ainda melhor . vejam, vossas majestades, do céu ou do inferno - aplaudam enquanto seu milagre se torna um assassino. então decidiu que ele seria o próximo general da guarda mais sangrenta da história , e naquele dia - o levou consigo para decimar uma vila que tinha se rebelado devido aos impostos cobrado na prata que produziam tão abundantemente.
enquanto os gritos ecoavam, uma mulher caiu perto de si e da criança , e quando ele fez de ajudá-la , a traidora, a praga, o verme, lhe segurou firme no ombro com um austero : "vladmir." pois até seu nome santo haviam apagado. "o que você devia fazer em nome de seu rei ?" quando o pequeno, apenas onze anos naquele momento pisou para longe da vitima que chorou mais forte até ser levada por um dos soldados, ele a olhou com lágrimas que se recusavam a cair. seria um jogo divertido quebrar aquele espirito, mas ali, viu um pouco do brilho se esvair - e sorriu.
vejam, vossas majestades, do céu ou do inferno - aplaudam enquanto seu milagre se torna um assassino.
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― ❛ CHAPTER TWO ❜ ↬ the desperate howl of the south wind.
SPRING, arendele, year twelve , after the second great war.
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confinada na ilha, fraca com seus poderes e se alimentando da força vital de seu marido - esse tinha sido o destino miserável do vento do sul. ela insistia que a deixasse esvair , mas omar era bom demais, um fiel que ainda acreditava no propósito dos ventos. moira e valora se foram, mas kora sobreviveu por uma razão . ' vai trazer as boas novas da deusa ' - ele dizia , e a mais velha sorria gentil, tentando acreditar. no noite do ano doze depois da guerra, eles jantavam na cozinha simples da pequena casa feita de madeira, peixe fresco que o lugar tinha para dar e vender , mas escolhiam apenas sobreviver . arandele era um bom lugar para passar seus últimos anos, supôs - cercada por boas pessoas , quase como se pudesse se forçar a pensar que estava em casa. mas nada se comparava a majestosidade de auranos. lugar algum seria sua casa novamente. ' você deve partir. ' , omar sussurrou , pegando em sua mão e a assustou com suas palavras . partir ? para onde ? já tinha dito, sua casa se foi .
"partir ? o que quer dizer ? não quer mais estar comigo ?" ele riu, ignorando sua cara de surpresa e incredulidade , respondendo com facilidade : ' valora e moira falavam de um amor que salvaria o mundo, ' recontou como se aquela história não tivesse sido sua para começar. ' é o seu dever , kora, encontrar esse amor. ' o vento do sul franziu a testa , ele falava de bobagens - ou talvez, falasse da fé que uma vez ressoou tão alto dentro de si, e agora parecia ser apenas um eco. "não diga besteiras, a deusa se foi." e então, com cuidado, ele se ajoelhou ao seu lado lhe beijando as costas da mão antes de professar com convicção : ' a deusa vive, porque você vive. '
partiu depois que o marido dormiu, sabendo que iria acordar sem ela - talvez fosse verdade . talvez a deusa ainda vivesse. passaria seus últimos anos a procurando em todos os lugares. em todas as pessoas. aquele amor, do qual sua irmã falava, tinha que estar em algum lugar na face da terra. e ela iria encontrá-lo.
apertou o pingente de omar contra o punho fechado ao que o navio partia, o vento emaranhando seus cabelos longos .
a deusa vive, porque você vive, repetiu para si mesma.
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― ❛ CHAPTER THREE ❜ ↬ the gentle breeze of the east wind.
SUMMER, auranos, year twenty fifty six, before the first great war.
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sentia-se diferente das irmãs - tudo que elas conheciam era a luta , já valora era amante da vida ; não sentia dor ou desespero, pois confiava no amor. tinha em mente que o sentimento era sagrado, e nunca realmente importava se alguém era merecedor de amor , não importava de onde vinham ou onde planejavam ir , qualquer um poderia alcançar o amor & o amor poderia alcançar qualquer coisa. kaine lhe pensava tola, kora achava a irmã idealista demais mesmo com seu coração bondoso, moira não a entendia realmente - supôs, que ninguém poderia - , mas ouvia seus desvaneios e dizia que a fé da irmã naquilo que não se poderia ver ou tocar era um suspiro de ar fresco & por isto, estava ali ; sentada nas escadas do templo , moira ao seu lado , enquanto discorria sobre suas novas descobertas do mundo.
"eu vejo," suspirava feliz, cotovelos apoiados nos joelhos, olhar distante e esperançoso. "vejo no horizonte distante um amor que salva o mundo." porém, ao se virar para a irmã, esta tinha o semblante tempestuoso, o olhar preocupado e dizia : ' que venha logo. ' , via ela contorcendo as mãos no colo, a voz tremendo ao que declarava : 'pois eu vejo guerra santa.'
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― ❛ CHAPTER FOUR ❜ ↬ the oppressive tide against the west wind.
AUTUMN, auranos, two days before the first great war.
sempre pareceu uma bênção - ver os pedaços do futuro. ser adorada por seu conjunto único de habilidades. kaine era amada pela força, kora por sua sabedoria, valora por sua esperança inabalável e moira ? por seus atos de serviço, sua visão além do véu, sua calma na promessa de guerra - alguns diziam que por não perder a cabeça, ela era mais forte e mais sábia, por mantê-los seguros com seu conhecimento de agora e muito depois, a fé que nunca vacilou, lhes trazia esperança. certos eram seus leais crentes que seu poder se espalhava por tudo e todo lugar ao mesmo tempo, como o de cleiona. supunha a santa que os dons concedidos pela deusa vieram com a cabeça própria para uma dadiva que invés de lhe cegar com poder, acabou a fazendo humilde. seus fiéis acreditavam no vento, na promessa de sua voz pois não pairava sobre eles , sequer deixava o templo dos ventos divinos . não performava milagres e não trazia o amor verdadeiro, não era para ela que rezavam pela paz das fronteiras e dos outros territórios . NÃO, para ela pediam lucidez , em sua maioria ouvia seu nome chamado ao portal do final do mundo : ' espero estar fazendo a coisa certa ' , e ela respondia na brisa - ' amantes vão para casa de mãos dadas, seus filhos dormem e lhe prometerei bons sonhos, já que não há nada na tv, vá em frente. ' , então iam & o grande mistério era se achavam paz, se veriam de novo aqueles que amavam - aquele portal, o único ponto cego de sua visão toda abrangente. ou era oque pensava.
moira já havia previsto guerra, mas para isso foi criada - por isso ficava longe das ruas ou das tavernas, sempre em sua forma celestial no topo da colina onde mortais não alcançavam - tinha de se manter imparcial e ao mesmo tempo, sempre estar do lado de auranos , seu lar & seu povo protegido. desta forma, as intenções maliciosas de outros lugares do globo nunca atingiram o reino que permanecia prosperando. a família real a quem servia sempre grata por seus concelhos mesmo que não se sentasse a mesa com eles . era disso que precisava , o mínimo de espaço para cuidar de si mesma. desta vez, no entanto, era diferente . tudo era diferente .
morrendo ali, nas escadas do templo, a lamina da irmã cravada no peito , sangue dourado escorrendo com sua força vital, sua energia cósmica moira pensava : ' porque não vi a ganância em teus olhos antes ' . quando foi que kaine desviou do caminho ? quando foi que passaram de família, a inimigos ? porque, rezava a cleiona, porque não me destes a força para lutar, a sabedoria para ver, a esperança para resistir ? sentia a pele ficar cinza, perdia o controle das extremidades, e a respiração se tornava pesada ao que o sangue enchia a boca e os pulmões - ainda sim, antes que o vento norte pudesse afastar-se, pegou no seu pulso com tudo que lhe restava, os olhos ficando nublados por uma última vez. "você perderá, agora e no futuro." tossiu mais ouro, longe de si, vendo na bancada do castelo faces não familiares segurando um pequeno bebê, a visão nadando por sentimentos de fúria, de abandono , medo e insegurança - viu por fim uma torre no meio do nada, um inverno doloroso e solitário , a ânsia de conhecer o mundo , e de repente os pequenos estavam em foco, uma linha vermelha os ligando. "ao fim da guerra santa, a deusa do sol e o santo da primavera - " engasgou e disse suas finais palavras num sussurro que kaine esforçou-se para ignorar : " o milagre está vindo e um amor inabalável vai devastar sua ambição." finalmente deixou ir do braço da irmã, a coloração acinzentada tomando conta do corpo todo, seus braços caindo imóveis sobre o torso , líquido viscoso que uma vez foi dourado agora vermelho carmesim. e aquelas palavras - aquelas palavras iriam assombrar kaine por todos os dias de sua vida.
sempre pareceu uma benção - ver pedaços do futuro.
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― ❛ CHAPTER FIVE❜ ↬ you will never be a god.
UNKNOWN, first firmament, before the great singularity.
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para muitos, cleiona era prefixo da mente e produto da fé, acima de tudo . porém as histórias corriam por toda a grande e ensolarada planície - princesa da guerra, mártir, imortal . haviam aqueles que diziam, baseados nas músicas de antes, que conquistou auranos em uma grande guerra , começada por sua beleza inigualável, e a purgou do mau dos homens que olhavam para mulheres como lobos. por isso quando encontrou o abraço da morte , o divino tornou-a santa , e lhe fez protetora daquela terra. outros, levando em conta o livro do silêncio , que retratava os deuses do passado , viam cleiona como mãe do sagrado , alguém que morreu por perdão de todos os pecados do universo & onde seus ossos estavam , percorria apenas ouro . ouro que adornava as praças, ouro que brilhava seus cálices nunca vazios, ouro que reluzia em seus talheres mesmo nas mais simples das tavernas , pois comida e moeda jamais os faltavam. os mais novos alquimistas, olhos reluzentes com partículas de maravilha, tiravam suas próprias conclusões - que foi o primeiro ser a existir, vindo de galáxia distante, de corredores da mente onde ainda não se era possível buscar .
algumas teorias & todas corretas em seu próprio direito.
cleiona foi criada da matéria do firmamento, antes das estrelas tocarem o céu, quando o ser senciente era a única coisa em existência . foi sua companhia por muito tempo, ou talvez, tempo nenhum, este conceito não havia ainda sido inventado. contudo, em algum momento se rebelou , preenchida de autoridade que ela então não sabia ser poder - alguns pensam, ela veio da costela de um deus maior que caiu morto ao olhar para o sol, imortal e intocável - mas estariam errados . cleiona foi o primeiro ser que nasceu com o conhecimento da morte , a inevitabilidade da passagem , a vida apenas curvas no rio antes do ponto final. contudo para ela, o rio fazia voltas , ela retornava sua essência a água e um novo meio de existir era parido pelas leves ondas.
reencarnações & uma delas foi ousada.
voltava sempre mais forte e sabia, até que em dia nenhum, em momento algum, travou guerra contra seu criador abrindo uma fenda no grande vazio por onde escapou, deixando o firmamento a perecer, e engatilhando a grande singularidade que criou todo o cosmos como veio a ser conhecido. quando auranos veio a existir , nas sombras de um povo que chamava aquele mundo de ' terra ' e não conseguiram se salvar, ela voltou ao ventre da realidade pois estava em tudo, todos os lugares, o tempo todo & deserdou aqueles que lhe mostraram corações ungidos com perversidade. auranos era seu lar, os aureanos - seu povo e o sol, seu guia.
para o ser que a deu vida, jamais seria uma deusa, e pela vida fluída, supôs que foi muito mais - tirana, soberana, protetora - , e quando a guerra começou , trazendo abaixo sua casa, desgraçando as pessoas, matando a família com quem tinha um acordo de sangue , ela desapareceu do plano de existência, e vagou sobre os destroços por muito enquanto varriam da existência seus fiéis . quando achou uma solução , quando entrou na barriga da mulher morrendo, quando deu seu primeiro grito como a criança abençoada , todas em si podiam sentir o mesmo ao que o rei falava : 'bem vinda ao mundo, nina.' , enquanto a mãe perecia , enquanto as memórias retornavam ao rio , sabiam, cleiona foi a primeira e katarina seria a última.
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― ❛ CHAPTER SIX❜ ↬ the shape of time.
WINTER, lastrilha, year twelve, after the second great war.
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ele chora pela noite toda e sofina odeia a mãe mais do que o normal . os treinos se tornaram cada vez mais violentos e dia e noite ele aprendia como matar alguém - ele, o santo, o novo começo , a criança de doze anos que ela salvou. "reze." ela pediu enquanto o abraçava. "reze e será ouvido." ela acreditava, que algo no universo, ainda era bom e puro como aquele menino . no final, pode salvar um pouco de sua alma , o suficiente para que fosse um bom líder , mas partes dele , ela sabia que morreram naquele castelo.
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― ❛ CHAPTER SEVEN❜ ↬ the middle of the world.
WINTER, auranos , three days before the second great war.
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agarrou o punho da espada em sua bainha, raramente precisava recorrer ao egeu ato de perfurar um pulmão mas com as tropas da lastrilha vindo ao encontro de seus companheiros, nada estava fora de cogitação. azura sentava-se quieta ao seu lado, em suas instintivas e intermináveis meditações que embora fossem importantes, segundos os tutores, apenas fizeram lucia revirar os olhos, e levantar-se da cabine, andando ao convés para assistir o mar, enganosamente tranquilo na tarde que deixavam andalasia para o continente.
não devia temer - medo era a pequena morte que trazia total obliteração. ainda sim , era humana e apesar de ter o coração forte de valora e o espirito indomável de sua santa moira, encobriu seu temor com raiva. pensava nas pessoas que sem dúvida perderiam quando emergissem vitoriosos - não se, quando - , pensou no sangue dourado lavando a folhagem, espirrando contra os belos jardins de rosas multicolor, pensou no seu amado rei tendo que despedir-se da esposa e do filho ainda recém nascido para liderar um conflito que jamais poderia perder, mesmo que lhe custasse a vida . pensou no menino, crescendo sem jamais ouvir as palavras veneráveis do pai .
lucia já tinha seus bons setenta anos quando ambos seus progenitores cruzaram o portal, e a dor que sentiu em vê-los partir ainda tomava conta de uma parte vulnerável do coração onde preferia não olhar, mas os amou enquanto pode, e em seu âmago viveriam para sempre. para si, era inconcebível a ideia de nunca ter conhecido o pai, nunca ter segurado sua mão e cavalgado com ele pelos campos de trigo . partia seu coração pensar que santo aleksander cresceria nos escombros de uma tragédia. quebrava seu coração pensar que nunca testemunharia o amor dos pais como ela fez.
lucia sabia que nem toda grande história de afeto era pública como a da coroa , rei leonard e rainha penelope se conheceram estudando, e como o soberano de longas linhas de realeza contava, foi amor a primeira vista . adorados como eram, toda garota e garoto de auranos queria ter o que os dois tinham. contudo para lucia, ainda preferia o cortejo tímido dos próprios pais, um amor que tivesse mira para acertar verdadeiro. imaginava que a maioria, gostaria de achar o carinho e devoção mais próximos de si , e para ela mesma, achou isto em ethan, seu parceiro desde a academia. o mesmo que a envolvia em seus braços quando os pesadelos da primeira guerra vinham atormentá-la. não tão mais frequentes, graças a cleiona, pois atravessaram juntos o campo minado de suas memórias. quando parecia que nunca tinha deixado o campo de batalha , ethan a lembrava que algo esperava no outro lado e que ela rastejou até ele antes, sempre poderia fazer de novo.
e assim fariam, pois com cada onda , o horizonte se aproximava e também a guerra.
pensou sem querer, se iria sobreviver de novo, ou se desta vez seu corpo ficaria caído aos pés do inimigo enquanto sua mente flutuava para o pós morte . considerou, por erro , nunca mais ver os pais que partiram em paz . como poderia levar para eles, a desgraça do combate? desengajou de si por um instante, indo para além do plano - para o meio do mundo - , e refletiu , ligeiramente, sobre os soldados do outro lado . teriam eles pais apaixonados e propósitos grandiosos? temeriam auranos, como lucia temia a lastrilha? temeriam sua magia, como lucia temia a ponta aguda de suas armas? seriam eles iguais? parecer-se-iam uns com os outros? na face e no coração?
doente de lealdade , ela firmou os pés no próprio corpo, e encarou o vasto azul com determinação.
não temeria, lhe comeria os corações se preciso, e por onde aquele medo uma vez passou, apenas ela iria permanecer.
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― ❛ CHAPTER EIGHT❜ ↬ a window to the past.
WINTER, lastrilha, year twelve, after the second great war.
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ela chora pela noite toda e isidora odeia o rei mais do que o normal . a solidão se torna cada vez mais proeminente , mais difícil de ignorar e os dois sabem que não são o suficientes para fazê-la feliz - ela, a deusa, o novo começo , a criança de doze anos que por pouco foi salva. "reze." ela pediu enquanto a abraçava. "reze e será ouvida." acreditava, que algo no universo, ainda era bom e puro como aquela menina . no final, pode salvar um pouco de sua alma , o suficiente para que fosse esperança , mas partes dela , ela sabia que morreram naquela torre.
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― ❛ CHAPTER NINE❜ ↬ a promise of the future.
WINTER, lastrilha, year twenty five , [ redacted ].
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ele fazia aquilo as vezes , lutas clandestinas - longe de toda a pompa e importância da guarda real. das regras que diziam que não devia atacar um compatriota . ali, não haviam regras e ele gostava da violência um pouco demais para ser saudável. quando foi apresentado com seu novo oponente, um homem cheio de músculos por todos os lados - ele sorriu. seria fácil quebrá-lo.
mais tarde, ele quase vomitava o próprio estomago ao pensar que em algum momento, doente com luto e uma raiva que não parecia ter começo ou fim, fez com aqueles inocentes procurando um pouco de dinheiro para por pão na mesa - o mesmo que kaine tinha feito consigo.
trouxe a tona seus piores lados , e se aproveitou de sua fúria .
assistam, mamãe e papai , aplaudam - do céu - , seu filho que tinha se tornado um assassino.
― ❛ CHAPTER TEN❜ ↬ an impossible choice.
SPRING, the nostra sea, present.
o mar estava turbulento - e ele ouvia sua voz com milhares de facas cortando sua pele . um zumbido nos ouvidos enquanto ela fugia de novo e ele permanecia no mesmo lugar , lutando pelas vidas que quase foram esquecidas . ao menos, era assim que ele via. ela disse : ' i'm trapped between two impossible choices, and neither one feels right. ' , ele apenas assentiu , sorriu triste e lhe deixou um beijo na testa ao que concluiu o que ela se recusava a falar : "but all choices lead away from me." deixou como despedida, pois sabia que quando acordassem no próximo porto, ela teria partido de novo. e seu coração ? mandaria parte com ela, e a outra, permaneceria na guerra. onde sempre esteve.
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vini-monteiro · 1 month ago
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★★★★☆ Em 'A Torre Negra: As Terras Devastadas', Roland e o ka-tet viajam para Lud, uma cidade que já foi bela e avançada, mas que desde então foi arruinada pela guerra. Eles encontram o Berço de Lud, uma estação de monotrilho que abriga Blaine. Blaine é um monotrilho controlado por IA altamente inteligente, cuja inteligência se degradou com o tempo, dando a ele uma personalidade ligeiramente dividida. Blaine força o ka-tet a vencê-lo na conclusão de um enigma antes que ele os ajude. Se o primeiro livro é o faroeste de Sergio Leone e o segundo um tipo de interlúdio cheio de ação, o terceiro é o tributo de King a Tolkien. Em seu lugar, vêm enormes florestas povoadas por tributos positrônicos a Richard Adams, "feixes" magnéticos ilimitados reforçando o mundo, uma monstruosa cidade decadente à beira de uma extensão atrofiada e um monotrilho hipersônico assombrado por uma inteligência artificial demente planejando sua corrida lunática final. As primeiras duas partes da série 'A Torre Negra' são bastante diferentes. Um está quieto, focado, mas fraturado; o outro é mais extenso, apresentando monstros e mundos paralelos e múltiplas personalidades. O próprio King percebeu isso, mais tarde reconectando parte do conteúdo para alinhar a primeira parte com os livros posteriores. 'As Terras Devastadas' leva o título do poema de TS Eliot com quase o mesmo nome: uma importante obra do modernismo, desarticulada em suas vozes, que olha a sociedade por meio de alusões históricas e míticas. Referenciá-lo tão diretamente é talvez a primeira indicação que os leitores receberam das intenções de King na criação de seu mundo fantástico: embora este não seja o nosso mundo, as conexões e ligações a ele são fortes, embora totalmente fragmentadas. A série foi escrita ao longo de um período de 30 anos, e ainda está indo, em farrapos e farrapos. Suponho que, quando começou a escrevê-lo, King não tinha certeza de que forma iria assumir. 'As Terras Devastadas', foi o ponto onde o quadro geral começou a se revelar para King, porque é certamente onde tudo começa a acontecer. No terceiro volume da série há mais contorno a seus personagens, criando longos arcos de desenvolvimento. Depois de apresentar Eddie Dean, Susannah e agora o Jake, o autor anda lentamente sobre a motivação desses personagens. No começo deste terceiro volume, King debruça mais sobre Jake e sua relação com Roland. Eddie e Susannah começam a desenvolver uma afinidade, algo que já havíamos percebido lá no primeiro volume. Começamos a ver flashes do que Roland viu no espírito de Eddie e pouco a pouco vamos entendendo por que ele é tão importante para a jornada do pistoleiro. Susannah vai construindo um senso de propósito que vai tornando-a uma personagem riquíssima em detalhes, ela é minha personagem preferida nessa série. A junção de suas duas personalidades dá a ela uma perspectiva única sobre o mundo. Somos formados por um lado obscuro assim como por um lado bom. Somente uma coisa que eu não gostei nesse livro que foi a sequência de estupro, que parece fora do lugar e desnecessária, essa foi a única parte da série que me deixou desconfortável, mas Stephen King é assim. Ele é um escritor que não acredita em escrever finais felizes para agradar seus leitores. Apesar de escrever ficção, os resultados de suas histórias são realistas no sentido de que não há equilíbrio entre o bem e o mal no mundo. Há uma história neste romance, mas também é o ponto em que os livros da 'Torre Negra' pararam de parecer independentes. No final deste volume, você é levado direto para o livro quatro, que começa a ação exatamente de onde parou. 'As Terras Devastadas' é um volume que criou aquela noção épica tão necessária à 'Torre Negra'.
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