#finn worder
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diana-campbell · 6 years ago
Note
💒 Our muses to meet at a wedding
SPIES AU
O salão de festas eraenorme, e pelo que podia observar, cada canto do lugar fora decorado o maisdetalhadamente e suntuosa possível. Ela sabia que tudo estava de acordo com aúltima moda –  o lugar parecia saído de um dos catálogos para noivas que estavamcada vez mais populares entre suas colegas.
Sentada em uma dasmesas e bebericando uma taça de champanhe, ela se pegou imaginando como seriater tido uma verdadeira festa de casamento, e não apenas as fotosensaiadas e documentos forjados que tinha junto a Paul. Poderia ter sidodivertida.
Não tinha certeza dequando havia se habituado ao nome falso do parceiro. No início, parecia quenunca perderia o hábito de chamá-lo de Pavel, mas agora se tornara  algoquase natural.
Marido nãolhe vinha tão facilmente, no entanto. Mesmo após meses trabalhando juntos sobdisfarce, a palavra ainda lhe soava estranha. De toda forma, ele era um bomparceiro – um excelente espião. Os dois trabalhavam muito bem juntos, e como umcasal, conseguiam interpretar seus papéis bem o suficiente para afastarqualquer suspeita. Eram a perfeita representação do american dream,jovens e bonitos; ela em seu vestido – intencionalmente – vermelho e pérolas eele em seu smoking recém-saído do alfaiate.
Hoje seria a primeiragrande missão dos dois. Até agora, tudo havia sido recolhimento de informaçõese repasse para seus superiores. Agora, eles executariam o resultado de meses deinvestigação e trabalho árduo. Estavam no casamento da filha de um dosdeputados mais influentes do país, e sua ascensão trazia ideias desfavoráveispara os planos da Pátria Mãe.
Se tudo acontecessedentro dos conformes, a festa não duraria muito.
Tocando suavemente noombro de Paul ao fazê-lo, ela se levantou da mesa, graciosamente atravessando esaindo do salão à procura do lavabo, onde ajustaria os últimos detalhes.Concentrada em seu caminho, não percebeu o homem até que esbarrou nele. A únicarazão para não ter se desequilibrado fora o pensamento rápido dele, que asegurou quase que como em um passo de dança no corredor quase vazio.
“Desculpe, senhorita,não estava prestando atenção-” ele começou a falarenquanto a ajudava a se levantar, mas se interrompeu no meio da frase. “Diana?”
Um arrepio correu porsua espinha e uma série de palavrões cruzou sua mente assim que escutou seunome. Seu verdadeiro nome. Para todos ali, ela era Sra. Pamela Starling,esposa de Paul Starling, e apenas isso.
Após uma olhada derelance para o corredor, felizmente vazio, ela empurrou com força o homem paradentro da primeira porta que encontrou, que dava para uma espécie dealmoxarifado. Era o suficiente. Enquanto o outro braço o prensava com firmezacontra a porta, ela pegou a faca amarrada em sua coxa, e em um movimentorápido, estava a pressionando na jugular do homem estranho.
Ou melhor, de quem elajulgava ser um estranho. Anos haviam se passado, mais de uma década, mas osolhos, o formato do queixo. O mesmo franzir da testa quando ele tentava fingir quenão estava assustado, mas verdadeiramente estava. Era conhecido demais para elapoder esquecer.
“Finn? Mas que diabosvocê está fazendo aqui?” Foi a primeira coisa queconseguiu falar. “Como você está vivo?” Revê-lo só lhe fazialembrar do calor das chamas que reduziram o orfanato a meras cinzas. Ela nuncavoltara ao lugar, desde então. O luto era uma dor quase inexistente após tantotempo para lidar com ele. Mas aparentemente, ele não era necessário.
“Você poderia tirar afaca do meu pescoço?” Ela analisou seu rosto.Honestamente, ele parecia tão surpreso quanto ela. A voz normalmente confianteestava um tanto trêmula. Ela baixou a lâmina, ainda preparada para fazer algose necessário. Ele respirou fundo antes de voltar a falar, uma das mãosmassageando o pescoço como se prezasse por algo que poderia ter perdido.
“Todas as portasestavam trancadas; acabei pulando da janela do meu quarto. Era no terceiroandar.” Ele deu uma risada um pouco amarga, o que soaestranho. Diana se lembrava, é claro que sim. Ela frequentemente fugia durantea noite para o dormitório dos meninos para que pudessem conversar; qualquercoisa que os fizesse esquecer da solidão compartilhada por todos os órfãos. “Quebreias pernas, um braço e passei meses no hospital com pneumonia. Achava que vocêtinha morrido.” Ele a analisou de cima a baixo, com seu penteado elegante evestido fino. “A morte lhe cai bem.”
Ela revirou os olhos,e, de súbito, deu por falta de algo.
“Me devolva aspérolas, Finn”. Pela primeira vez desde que estavam ali, elesorriu.
“Em minha defesa, euachava que você era só mais uma moça rica, esnobe e poderosa em uma festa dericos, esnobes e poderosos. Meio que preciso do dinheiro mais do que vocês.”Disse, dando de ombros enquanto lhe devolvia o colar que não tinha nenhum valorpara ela, mas, cheio de cápsulas de cianureto, era fundamental para seutrabalho.
“Então é isso que vocêse tornou? Um ladrão de joias?”
“E de carteiras, e derelógios. Eu não escolho, na verdade.” Ele não fazia ideiada merda em que tinha se metido. “E você, Diana? Casou com um ricaço, temdois filhos e uma casa com cerca branca?” A voz dele tinha um tanto demalícia.
“Não.” Étudo o que ela responde, sem se concentrar nas palavras.
Ele não faz a menorideia.
Isso complicava ascoisas.
Sua mente estava a milpor hora. Em poucos minutos, ela e Paul seriam responsáveis pela morte de umdos homens mais poderosos do governo americano. A investigação dos agentesseria dura, mas todos os passos dos espiões tinham sido bem calculados; elesnão seriam pegos. Ninguém ali tinha uma razão exposta o suficiente para oassassinato, todos eram conhecidos e com passados tão podres quanto o dodeputado. Na tentativa de se proteger, eles protegeriam Diana e Paul.
Finn não estava dentrodessa conta. Seu disfarce não era nem de longe bom o suficiente, ele não tinhaum passado meticulosamente construído e bem acobertado como o dela. Asegurança, em comoção, nunca deixaria passar o ladrão órfão que tinha acabadoentrando de penetra. Ela praticamente podia ver as palavras bode expiatórioreluzindo na testa de seu amigo.
Seus chefes lhe diriampara deixá-lo ali. Matá-lo, forjar mais um assassinato; ele já sabia demais.Ela se perguntava o que Paul diria.
Em uma fração de segundos,ela decidiu.
 “Você precisa sair daqui.” Diana diz, avoz decidida, enquanto vasculha sua pequena bolsa em busca de dinheiro.Encontrou apenas uma nota de cinco dólares, mas era mais do que o suficiente.Pegou uma caneta e começou a anotar o endereço na mão dele enquanto lhe dava asexplicações. “Não pela porta da frente, tem fotógrafos demais. Vá até acozinha. Nos fundos, você vai encontrar duas portas de armazém. A da esquerdaestá trancada. Aqui está a chave.” Ela põe o objeto no bolso do paletó desegunda mão que ele está usando, efetivamente destruindo o plano B que ela ePaul construíram. De relance, ela percebe o rosto dele ficando cada vez maisconfuso, mas o tom de voz urgente dela parece alertá-lo a não interrompê-la.
“Essa é a saída deempregados. Ninguém entra por lá a esta hora. Você vai passar por dentro dacerca viva e sair na rua de trás. Não corra, mas também não hesite. Atravesse pelomenos cinco quarteirões antes de pegar o táxi.” Elacolocou a nota amassada no outro bolso dele. Pegou a mão dele na qual escreverao endereço e apontou duas vezes. “Vá direto para esse endereço. É de umaamiga. O nome dela é Clarissa, diga que quem lhe mandou foi a Lobisomem.”
Ela respirou fundo eajeitou seu vestido e cabelo.
“Eu preciso ir. Nãofale com ninguém até chegar na casa dela.”
“Isso não é algum tipode brincadeira, é?” Finn fala pela primeira vez, inseguro.
Foi a vez dela rir,sem nenhum humor.
“Gostaria que fosse.” Elao encarou por uma última vez antes de sair do almoxarifado apertado, com odesejo profundo que tudo desse certo. “Estou realmente feliz que você estejavivo, Finn.”
Ela não olhou paratrás até voltar para o salão, onde o quarteto de cordas tocava uma valsa paraos noivos. Sentou-se à mesa ao lado de Paul, que ria de alguma piada que alguémhavia acabado de contar.
“Onde você se meteu?” Elelhe sussurra pouco depois, dançando em par enquanto esperam o veneno fazerefeito em sua vítima.
“Encontrei umconhecido.” Ela sentiu, mais que viu, a surpresa afetá-lo. “Nãose preocupe. Está tudo resolvido.”
Seu marido sorri, eeles continuam a dançar.
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john-merlyn · 6 years ago
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🌊: our muses take a trip to the beach
C.S.C. AU
O céu estava pesado, palavra que aqui representa aideia “não é o melhor clima para um banhode mar”. Mas ocasionalmente o dever nos obriga a ir a lugares inusitados emdias normais, ou a lugares normais em dias ruins. O meu caso era o segundo.
Fazia um longo tempo desde minha última visita à Praiade Sal. As coisas eram mais simples então, uma época na qual eu não precisava olharsempre por trás do meu ombro para conferir se não havia algum agente vilanescome seguindo, ou em que uma visita na praia não tinha o potencial de se tornarmortal sem mesmo entrar na água.
O bilhete que me trouxera até ali estava dobradocuidadosamente em meu bolso. As estrofes familiares soam um tanto diferentes.
“Vês?!Ninguém assistiu ao formidávelEnterro de tua última quimera.Somente a Praia — esta pantera —Foi tua companheira inseparável!Acostuma-te ao sal que te espera!O Homem, que, nesta terra miserável,Mora, entre feras, sente, aguardado,Necessidade de também ser fera.”
Augusto dos Anjos é conhecido como um dos autores maiscríticos de seu tempo, e sua crítica ao idealismo egocentrista por meio dosseus versos ácidos o torna um de meus poetas favoritos, gosto compartilhado poralguém que, até hoje, julgava ter morrido. 
Por mais desagradáveis que elas possam serquando estão lotadas de pessoas barulhentas e desrespeitosas, Augusto dos Anjos nãopossuía nenhuma aversão documentada à praias.
Praia, Sal e aguardado. Essas eram as palavras que estavamescondidas pela Comunicação por Semiflutuações em Cânticos, e a razão para euestar arriscando meu disfarce e estar indo para a praia em um dia tão escuro edeprimente como este.
O sino do bonde me avisa que meu transporte seaproxima antes que eu possa vê-lo, e instantes depois, estou a caminho do meudestino. Existe apenas um outro ocupante no vagão. As páginas cinzas doexemplar de hoje d’O Pundonor Diário impedem que eu possa ver o seu rosto.Respiro fundo antes de proferir:
“Eu nãosabia que era uma ocasião triste”. Digo, tensão permeando meus músculos. Poderia serapenas um passageiro qualquer. Poderia ser um Voluntário. Mas também poderiaser um dos membros do outro lado da cisão. Eles estavam por todos os ladosagora, e estava cada vez mais difícil identificar quem tinha intenções nobresou preferia promover a perfídia no mundo.
“Aqui omundo é sereno”, ele responde, abaixando o jornal, e o alívio que sinto é quasepalpável – palavra que aqui significa “reencontrarum velho amigo é muito melhor do que enfrentar um inimigo”. O homem abre umsorriso familiar, e mesmo por debaixo do bigode falso eu posso reconhecer adiversão em seus lábios.
“F”, digo, porque não estamoscom privacidade necessária para que possamos proferir nossos nomes por inteiro,mas é suficiente.
“J”, ele responde, e gostariaque estivéssemos em um dos poucos lugares seguros que nos resta para que pudesseabraçar meu melhor amigo. “Não é um bomdia para se ir à praia.”
“Não sepode negar um Convite Fortemente Chamativo escrito em Versos Íntimos”. Ele ri baixo, e eu o acompanho. Os últimostempos não tínham permitido que déssemos risadas o suficiente. O resto do caminho acontece emum silêncio confortável, e não temo mais tanto o que nos espera. Pode ser uma armadilha, mas pode ser uma boa notícia. 
Ou, se possível, o outro rosto amigo que ambos ansiamos por ver mais uma vez.
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clarissamerlyn-blog · 6 years ago
Text
sanctuary [heroes/push au]
A porta do bar abre rangendo, como sempre, mas Finn não levanta os olhos. Está concentrado demais nos copos que está secando e então organizando atrás de si no balcão, e não está com paciência alguma para mais um bêbado em busca de uma última dose.
"Desculpe, amigo, estamos fechados." É tudo o que diz, o tom de voz baixo e claramente cansado após toda uma noite de trabalho. Esperava que fosse o suficiente para que o cliente atrasado fosse embora, sem mais interrupções. Ele não recebe uma resposta, no entanto. Nem escuta passos se retirando do local. O único som no recinto é uma respiração entrecortada e difícil que finalmente chama atenção suficiente para que ele interrompa suas tarefas.
Finn suspira e levanta a cabeça.
"Ok, o que eu posso fazer–" Ele se interrompe ao perceber a figura parada bem à sua frente.
A mulher é jovem – apenas alguns anos mais nova do que ele, provavelmente –, e sua pele está pálida a ponto de poder ser confundida com a de um fantasma. As roupas são largas e descombinadas, de número muito maior do que o dela. O cabelo loiro está desarrumado, os olhos grandes vasculham o espaço ao seu redor e por trás de seu ombro em desespero, tentando determinar se ele é uma ameaça.
"Por favor. Ele..." A voz dela é baixa e rouca, e Finn precisa se esforçar para compreender o que está sendo dito. Ainda assim, a nota de desespero e tensão que permeia suas palavras ficaria clara mesmo se a desconhecida estivesse falando algum idioma perdido.
Finn nunca poderia ser considerado um gênio no meio acadêmico, mas seu pensamento sempre fora rápido como um raio. A atitude evasiva, o tom urgente e a aparência selvagem e desgrenhada todas se encaixam rapidamente como peças de um quebra-cabeça em sua mente.
"Você precisa de um lugar pra se esconder?"
A mulher afirma com veemência.
"É a polícia?"
Ela dá uma risada sem humor algum, quase com tristeza.
"Pior." Ela responde, não mais do que um sussurro.
Finn estende os braços para ela, que parece compreender sua intenção de imediato. Ele a ajuda a subir em um dos bancos e passar por cima do balcão, sem deixar de perceber o quão leve ela é, braços angulosos despontando de sua blusa larga. Ele abre um dos armários escondidos do lado de dentro, onde, no passado, um de seus parentes guardara algum tipo de arma de fogo. Fazia parte da composição do móvel antigo, incomum na atualidade. O espaço era apertado, mas ela não hesita antes de se arrastar para dentro.
A porta abre rangendo dois segundos após Finn voltar a limpar os copos.
O homem é alto e de ombros largos, e veste um terno escuro sob medida. O cabelo loiro estava bem arrumado, apesar da respiração pesada indicando uma corrida, e ele analisa o recinto com precisão milimétrica antes mesmo de falar algo. Finn reconhece o contorno de um coldre por dentro de seu paletó.
Finn assume de volta com facilidade o papel de bartender cansado.
"Desculpe, amigo, estamos fechados."
O desconhecido se vira para ele, e Finn não pode deixar de perceber a notável semelhança que ele e a fugitiva escondida dentro de seu balcão compartilham, desde o maxilar bem definido, a cor dos cabelos, até os olhos. A postura, no entanto, é completamente diferente. Ele é confiante e sério, e enquanto todo o corpo dela emitia ondas de aflição, ele podia muito bem ser um androide, sem deixar escapar expressão alguma.
"Alguém entrou aqui?"
"Você vai ter que ser mais específico. Muita gente entra aqui, sabe, somos um bar." Responde, mesclando o cansaço que sentia com seu sarcasmo e carisma usual.
O homem não se deixa abalar e nem parece achar engraçado.
"Estou procurando uma mulher. 26 anos, 1,75m, usando roupas roubadas e gastas e está provavelmente desorientada."
Finn lhe faz uma careta.
"Não parece um bom partido, cara."
O homem revira os olhos e puxa algo de dentro do paletó. Finn sente o corpo inteiro tensionar, mas tudo o que ele pega é uma foto dobrada para lhe mostrar. Uma mulher loira, que ele reconhece como a fugitiva, está em roupas de gala, segurando uma taça de champanhe. Ela está ao lado de alguém, mas a dobra impede que Finn identifique quem quer que seja.
"Olha, ela acabou de fugir do hospital psiquiátrico. Está confusa e é perigosa. Não brinque com esse tipo de coisa."
Finn não responde de imediato, ainda observando a fotografia. Nela, a fugitiva está alguns anos mais nova e poderia mesmo ser uma outra pessoa – sorridente e feliz. Era inacreditável a diferença desta mulher fina e a criatura quase que selvagem que entrara em seu bar.
Ele nunca fora alguém de pensar muito antes de agir, confiando sempre em seus instintos, mas não podia negar que existia a real possibilidade de que a mulher dentro de seu balcão era louca e estava prestes a matá-lo.
Mas ele então levanta a cabeça e encara o homem. Os olhos verdes eram parecidos com os da mulher, sim, mas ao mesmo tempo, eram completamente diferentes. Vira nos dela uma determinação furiosa, uma angústia descomunal, e o esforço de alguém que tentava conter as lágrimas. Mas os dele... os olhos do homem eram vazios. Não estavam apenas mascarando emoção, não havia nenhuma. E, de alguma forma, isso assustava Finn mais do que o revólver que o homem mantinha escondido.
"Eu não brincaria com isso." É o que diz, finalmente.
O homem suspira, soando frustrado.
"Certo." Ele tira uma carteira de seu bolso e retira um cartão de visitas, entregando nas mãos de Finn o papel timbrado "Ela é muito importante para mim. Se souber de alguma informação, por favor, aqui está meu número."
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Finn apenas concorda com a cabeça e põe o cartão no bolso, contendo a vontade de amassá-lo e jogá-lo no lixo mais próximo.
"Tenha um bom dia." Jonathan C. Merlyn diz, lhe dando as costas e saindo de seu bar a passos largos e determinados.
Finn tranca o local assim que o homem sai de sua soleira, fechando a porta de enrolar automática do lado de fora para impedir qualquer intrusão futura. Ele abre o armário escondido no balcão novamente.
"O Exterminador do Futuro já foi."
A mulher sai do compartimento ofegante e molhada de suor, e ele não sabe dizer se é por conta do esconderijo abafado ou da tensão que ela certamente carregava. Os olhos estão fechados, e Finn logo percebe que ela está tremendo.
O homem se ajoelha no chão ao lado dela e a ajuda a se sentar, as costas apoiadas no balcão de madeira atrás deles. Ele abre o freezer e pega uma garrafa d’água, pondo-a nas mãos dela, que bebe avidamente. Em seu pulso direito há uma pulseira de identificação de hospital, e ele consegue ver “Nome: MERLYN, Claris-” escrito nela.
"Obrigada." Ela diz após alguns momentos respirando fundo, a tensão se dissipando aos poucos de seus ombros.
"Não foi nada." Ele responde. Preferindo fazer uma apresentação mais formal do que apenas dizer o nome que descobrira, ele estende a mão para ela. "Finn Worder."
Uma sombra de sorriso aparece no canto de seus lábios, e ele sente um pouco como se tivesse ganhado na loteria.
"Clarissa. Merlyn." O sobrenome é dito após uma pausa, como se não apresentasse normalmente sob ele. No lugar dela, ele provavelmente faria o mesmo.
"O Exterminador do Futuro..."
"É meu irmão. Sim." Clarissa responde, e sua expressão é vazia, um luto ausente.
Finn não sabe exatamente o que dizer, então assovia baixo. Ele nunca tivera um irmão, muito menos alguém sem sentimentos de porte assustador que estava o perseguindo.
"Parece uma barra pesada."
Ela dá uma risada sarcástica, que o faz sorrir.
“Eufemismo do século.”
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finn--worder-blog · 6 years ago
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+ my muse has died and your muse is included in their will
PIRATES AU
Mas que merda é essa? Ele se perguntou, encarando os oficiais da marinha que haviam lhe dirigido a palavra.
“Não vou perguntar novamente”, o brutamontes de dois metros e puro músculo lhe dizia. “Seu nome é Finn Worder, filho de Tyler Worder?”
Estava muito cedo para prisões, mas a marinha diversas vezes era imprevisível. Talvez quisessem se hospedar em sua pensão.
“Sim, por que?” respondeu, rezando aos deuses dos sete mares que a tal intervenção não tivesse a ver com o constante acréscimo de água nas cervejas dos mais bêbados. Como um dono de bar em sua quase falência e uma pensão caindo aos pedaços, Finn tinha que economizar onde dava.
“Você deve conhecer o oficial John Merlyn. Sinto lhe informar que durante uma missão, o capitão pereceu em uma tempestade.” o segundo brutamontes lhe informou.
Finn teve que se sentar para digerir a informação. John, seu amigo… morto? Não era possível que o melhor capitão da marinha e sua frota tivessem sido levados por uma mísera tempestade. Já ouvira histórias de seus feitos heroicos em acontecimentos muito piores.
“Estamos aqui para lhe entregar os pertences determinados no testamento.”
“Caro Finn,
Se você está lendo esta carta, eu devo estar morto antes do meu tempo. Espero que pelo menos tenhamos cumprido nosso sonho de velejar bêbados em direção ao pôr do sol. Você sabe como os rituais da marinha me deixam muitas vezes sufocado.
Certifique-se de que a carta está lacrada pois sinto que os homens da marinha conspiram nas costas dos oficiais mais ingênuos. Você sabe como confio demais em pessoas que não merecem.
Sinto que cresço em minha profissão sem sentir a emoção que deveria pois cada vez mais tudo me parece uma jaula. Porém, são nos momentos que estou em sua companhia que vejo que a diversão está na mente de quem a tem e posso a carregar mesmo nos momentos mais infelizes. Obrigado por ter me ensinado essa lição e ter enchido meus dias e noites de boas risadas.
Para você deixo um vinho antigo que certa vez roubei da adega de meu pai. Não tenho certeza da idade dessa safra, mas posso te assegurar que será uma das melhores bebidas que você irá provar. Fora isso, lhe presenteio o ouro que me resta no banco (eu sei como seus estabelecimentos necessitam de reformas). Por último, também lhe dou minha faca favorita, note os detalhes ornamentados de sereia no aço único que esse povo possui. Você sabe que essa faca foi como uma irmã para mim, nos momentos em que mais precisei.
Não fique triste, tenha certeza que estou agora em um mundo mais justo e livre. Você sabe que as águas do mar nunca me impediram de respirar mais livremente, as amarras da marinha talvez.”
Finn acabou de ler a carta com lágrimas nos olhos. Nunca admitiu para si mesmo, mas John havia sido seu melhor amigo e perdê-lo para uma tempestade parecia o mais cruel dos destinos e com certeza o mais esquisito. Algo lhe saltava os olhos pois era como se o amigo estivesse querendo que ele soubesse de algo, como se sua carta fosse uma pista.
Finn soube que a morte de seu amigo tinha algo muito mais suspeito do que deixava transparecer. Sabia disso pois nunca, nessa vida ou em outra, na morte ou no além-mar, seu amigo John Merlyn lhe confiaria sua faca favorita sem que houvesse um bom motivo para isso.
Analisando o instrumento mais de perto, seus entalhes de sereias nuas com danças hipnóticas, Finn ativou o mecanismo da maneira que aprendera certa vez com John. Um botão localizado no seio de uma das sereias abria um compartimento secreto capaz de guardar pequenos objetos. Um pequeno pedaço de pergaminho se encontrava enrolado e enfiado no pequeno espaço oculto.
Em letras garrafais e apressadas, como se escritas na beira do desespero, Finn conseguiu ler:
MOTIM EU NÃO ESTOU MORTO MINHA MÃE ERA SEREIA NÃO MORRO AFOGADO
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jen-lionsdale · 9 years ago
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��� my muse will do something stupid to impress your muse
RANDOM, CUTE, FLUFFY MODERN AU (idk I just really wanted to write this scene)
“Ah meu Deus.” Exclamou Jenna baixinho, cobrindo seu rosto com o cardápio enquanto se virava para Kristen, do outro lado da mesa. “Eu não acredito.”
Suas bochechas já se tingiam de rosa indiscutivelmente. As duas se encontravam numa de suas cafeterias favoritas. Ela havia sido instalada na cobertura de um pequeno e simpático prédio, e das mesas podia-se ver todo o movimento na avenida abaixo.
Kristen virou-se para onde a loira estava olhando antes de se virar. Era a parte coberta do café, onde um homem subia no pequeno palco e pegava o microfone. Ele deu alguns tapinhas para verificar se estava ligado.
“Jenna! Mas que merda?” Sussurrou Kristen para a mulher que se escondia atrás do cardápio. Ela parecia completamente aterrorizada, além de muito vermelha.
“Sabe o cara gostoso no palco?” A morena meneou a cabeça positivamente. “Sabe o cara gostoso com quem eu venho dormindo pelos últimos dois meses?”
“Aquele por quem você está perdidamente apaixonada?” A outra sorriu, recebendo uma reação completamente enojada de Jenna.
“O quê? Não! Eu nem mesmo gosto do cara, é só sexo e…- Isso não vem ao ponto. Bom, os dois… Yeaaaah…” Ela estralou a língua no céu da boca. “Eles são a mesma pessoa.”
Sua melhor amiga levantou as sobrancelhas. Seus olhos viajavam do homem para ela, de volta para o homem, de volta para ela, como se pedissem uma confirmação.
“É.” Jenna disse, mordendo o lábio inferior de nervosismo.
“Mas o que ele tá fazen-” A voz dela logo foi interrompida pela voz de Finn no microfone.
“Boa tarde pessoal!” Começou, com um sorriso travesso no rosto. “Eu vim aqui hoje… Porque eu tenho uma coisa muito importante pra falar pra alguém. Vocês vêm aquela loira ali na mesa no canto?”
Jenna se encolheu ainda mais em sua cadeira, e ainda puxou uma mecha para a frente dos olhos, como se esperando que alguma benção divina houvesse caído sobre ela e seus cabelos não fossem mais loiros. Ela não teve essa sorte.
“Sim, Jenna. Você mesma. Vem cá um instante.” Ele gesticulou, ainda sorrindo. Todos na cafeteria encaravam, incluindo Kristen, que apoiava a cabeça numa das mãos, com um cotovelo sobre a mesa e um sorriso maníaco no canto dos lábios. Ao ouvir isso, ela não hesitou em puxar a Lionsdale para fora da mesa e na direção do homem.
Jenna, vermelha como um pimentão, já imaginava todas as rotas de fuga que poderia ter para fora daquela situação. Não achava que nenhuma fosse socialmente aceitável. Então simplesmente caminhou envergonhadamente pelo corredor e subiu os degraus do palco.
Ela vinha dormindo com Finn há algum tempo. Ela não tinha certeza nem se queria ser amiga dele, e o homem já vinha com propostas para entrar num relacionamento e outras coisas mais que ela não estava interessada no momento. Ela realmente não entendia. Afinal, quando se conheceram, ele também havia sido muito enfático sobre como não queria laços emocionais.
“Me digam uma coisa” encarou as pessoas no ambiente, agora segurando uma das mãos da loira para ajudá-la degraus-acima. “, vocês acreditam no amor?” A voz de boa parte dos clientes ecoou pelo lugar, concordando positivamente. “Pois é, essa moça aqui não. E eu vim provar o contrário.” E sinalizou para que o músico começasse a faixa. Aproximou o microfone dos lábios e encarou os olhos da mulher, que começava a reconhecer aquela melodia.
“Love is a many splendoured thing, love, lifts us up where we belong, 
All you need is love.”
A mulher sorriu e soltou uma pequena risada. Não era agora que ela ia querer estragar uma brincadeira tão bem elaborada, então resolveu corresponder:
“Please, don’t start that again.” Falou, e realmente concordava com o que dissera. Então não foi difícil “entrar na personagem” e dramatizar a cena, soltando a mão dele e andando na direção oposta.
“All you need is love.” Insistiu, indo atrás dela.
“A girl has got to eat!” Levantou as sobrancelhas.
“All you need is love.”
“Or she’ll end up on the street!” Jenna virou-se mais uma vez para Finn, levantando um dedo pra ele.
“All you need is looooove.” Agora foi a vez dele por uma mão por trás de sua cintura, puxando-a para perto.
“Love is just a game.” Sorriu, provocando-o com um dedo sobre a linha do seu maxilar com aquela barba por fazer que sempre a enlouquecera, agora correndo para fora do palco e o encarando do corredor da cafeteria.
I was made for loving you baby, you were made for loving me
The only way you’re loving me baby, is to pay a lovely fee
Just one night, give me just one night
There’s no way, ‘cause you can’t pay
E assim os dois cantavam e dançavam por toda a cafeteria, se provocando bastante no processo. Kristen (e todos os outros clientes) assistia tudo como um olhar de “ai meu deus como amo quer o circo pegar fogo”, e o sorriso amplo nos rostos dos dois era indiscutível. Por dentro, Jenna só repetia ‘puta que pariu não erra a letra, não erra a letra’ infinitas vezes.
In the naaaame of love, one night in the name of love
You crazy fool, I won’t give in to you
Don’t leave me this waaay. I can’t survive, without your sweet love
Oh, baby. Don’t leave me this way.
You'd think that people would have had enough of silly
love songs.
I look around and see it isn’t so.
Some people wanna fill the world with silly love songs
And what’s wrong with that, I’d like to know...
“’Cause here I go agaAaAain!
Love lifts us up where we belong! Where the eagles fly, on a mountain high!” Cantou, correndo até a área externa e subindo no parapeito.
“Worder! Bloody hell, desce daí!” A loira foi ao seu encontro, puxando-o de volta ao chão pela camisa.
“Love makes us act like we are fools! Throw our lives away for one happy day!” Repreendeu, com as mãos na cintura.
We could be heroes, just for one dayYou, you will be meanNo, I won't!And I, I--I'll drink all the time Jenna riu, porque era verdade.
We should be loversWe can't do thatWe should be loOoOovers, and that's a factThough nothing, will keep us together
We could steal time...Just for one day. We could be heroes, for ever and everWe could be heroes, for ever and ever. We could be heroes...Just because IiIiIiI will always looOve yooooooou
I can't help loving youHow wonderful life is...Now you're in the world
E antes que ela se desse conta, já estavam de volta no palco, uma das mãos de Finn por trás de sua cintura e seu rosto perigosamente perto. Mas que merda tinha acabado de acontecer?
Ela não tinha certeza, mas definitivamente havia gostado.
Seu beijo teve a trilha sonora do som de palmas.
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the-new-tasks · 10 years ago
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Nada mais podia ser ouvido além do barulho dos seus sapatos se arrastando pelo chão, barulho este só podendo ser produzido com seu andar arrastado, um pouco cambaleante. E era assim que ia, seu olhar embaçado e seus sentidos um tanto confusos, assim como seu equilíbrio. Começava a cantar também, com sua voz tão desafinada, como simplesmente nunca ficava, a não ser quando havia ingerido uma enorme quantidade de álcool. E era isso o que tinha feito, a garrafa em sua mão indicava isso. Claro que não era do seu feitio ficar bêbado, afinal era mais do que acostumado com o álcool em seu sangue. Porém, sempre tinha um jeitinho de tomar mais do que o necessário ou o que ele suportava.
Havia arrumado aquilo no cassino, é claro. Ele sempre ficava bêbado por conta de jogos perdidos. E nesta noite havia perdido mais do que estava acostumado, logo se afundando em todas as espécies e todas as misturas possíveis de bebidas. Era uma conspiração, como ousava gritar alguns momentos atrás. Mas logo o álcool o fazia acreditar que não, não era uma conspiração. E logo, o álcool o fazia esquecer. Sempre fazia esquecer. A rua estava vazia, realmente mais ninguém. Por isso seus sapatos produziam aquele som tão alto. Mas sua voz que agora preenchia tudo, clamando por alguém chamada Rita. Era alguém do seu passado, pois assim como o álcool o fazia esquecer, também lembrava de nomes, aqueles de mulheres tão passageiras em sua vida. E Rita era uma delas, a conheceu eras atrás, no Hard Rock. Loira, olhos verdes, enquanto caminhava, assim tão bêbado, fantasiava sobre Rita. 
Sua gravata tinha ficado há alguns metros, lá no asfalto, e logo era a vez dos seus sapatos. Sim, as roupas iam caindo no meio do caminho, como se fosse parte de uma construção mal feita, algumas telhas, alguns rebocos e alguns móveis que simplesmente caiam ou se desfaziam em poeira. E era poeira que ele espalhava para todo o canto, a medida que arrastava seus pés - não vestia meias. E, de alguma forma miraculosa, ou talvez nem tão miraculosa, já que havia achado o caminho para casa tantas vezes antes, encontrava-se na sua porta da frente. Tirou o molho de chaves do bolso, derrubando-o no chão. Era um bêbado engraçado, afinal, e não teria graça se conseguisse simplesmente abrir a porta na primeira tentativa. E como houveram tentativas.
Jogou-se no sofá, sem sequer acender a luz. Chorou um pouco. Por causa da Rita. Sentia falta dela, o coitado. Cantou uma canção, mesmo que não houvesse ninguém para ouví-lo. Sofria por amor não correspondido, pelo menos em sua fantasia, a tal da Rita que não queria namorar com ele. E chorou mais. Talvez tenha cansado, pois estava dormindo. Dormiu por algumas horas antes do sol invadir o quarto pela pequena janela. Aquele calor esquentou os dedos do seu pé esquerdo, e ele se incomodou. Não demorou muito tempo para acordar por causa disso, também, e ainda grogue, seguiu para o quarto, agora lembrando da desgraçada da Rita.
Aquela Rita, por que tinha roubado a gravata dele?
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the-new-generation-rp · 11 years ago
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 Apresentadora: Bêbados. Por que tão naturalmente engraçados? A enrolação na língua, os tombos, as cenas de strip tease nos postes da vila... ai ai, o que seria de nós sem os bêbados? Comecemos por Ethan então. O exemplo da vila. Ficou um longo tempo com uma barba estilo náufrago, na época de luto da sua vida. Mas essa época passou - graças a Deus, por pouco não escondeu seus lábios rosados Ethan. Ninguém gostaria disso - e eu acho que ele se tornou um grande exemplo que sobriedade vale a pena. Aliás, acabei de lembrar: Se beber não dirija! Skol, a cerveja que desce redondo - não me julguem, preciso pagar as aulas de Pilates. Tem também concorrendo nessa categoria Lucy. Alguém já viu ela sem que esteja bebendo? Eu não! Acho justo ela ser indicada, porquê se um dia o vinho/tequila/absinto/whiskey/caipirinha/vodka acabar nas vilas, pode ter certeza que foi ela. Mas não foi nenhum dos dois que levou o prêmio de Better Drunk dessa vez, sorry guys. Finn levou essa! Depois de aparecer bêbado em meio de tombos e pedir Claire em casamento nós tivemos que considerá-lo o vencedor. Congratz Finn! Aproveite o prêmio. 
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clarissamerlyn-blog · 6 years ago
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♖ : Having their hair washed by your muse (Finn e Clarissa)
CANGAÇO AU
“Olha Fernando, eu sei que disse que tu podia voltar a vir aqui mas nãosignifica que cê pode aparecer de madrugada na minha venda. O forró acabou faztempo.”
A noite estava límpida e sem nuvens, a luz dasestrelas banhando os rostos dos dois. Encostada na entrada da loja, Clara carregavauma manta de crochê ao redor dos ombros para se proteger do frio quenormalmente acompanhava o sertão após o escurecer. Ele, no entanto, usavaapenas sua blusa de linho, desgastada pelo uso, colete de couro nenhum lugar àvista.
Ela fora acordada com pedrinhas sendo jogadas em suajanela, que por sorte, estava fechada. Não fazia ideia de que horas eram, masnão podia ser cedo – era um dos últimos estabelecimentos a fechar, e hoje anoite de música rendera bastante. Desconhecia o motivo para Fernando estar lheincomodando àquela hora, mas provavelmente envolvia bebida, e tratou de descerpara falar com ele antes que começasse a gritar por seu nome e acordar todos osvizinhos.
“Galega, tu sabe que eu te adoro e meu coração é teu. Posso dormir aquihoje? Juro que num toco num fio dos teus cabelo dourado.”
Ela revirou os olhos, impaciente. Estava prestes acomeçar um sermão sobre privacidade para então expulsá-lo da soleira de suacalçada, quando realmente olhou parao rosto dele. Estava cheio de arranhões e sujo de poeira ou terra, ela nãotinha certeza. Os cabelos estavam emaranhados, se assemelhando a um ninho deratos. Um dos olhos parecia estar inchando e a camisa estava semi-aberta,alguns dos botões arrancados. Fernando poderia ser muitas coisas, mas nuncadeixou de se arrumar para ocasião alguma.
“Vixe Maria. Que foi que aconteceu contigo? Inventasse de arengar denovo com gente que não devia, foi?”
“Um negócio assim.”
Clara pensou em insistir, e qualquer outro dia, teriao feito. Mas ele parecia cansado, e para falar a verdade, ela também estava. Epor mais que tivesse suas ressalvas com o homem, não ia deixar ele voltar paracasa – um tanto quanto afastada da cidade, mais próxima da estrada de terra doque do centro – no estado em que estava.
Ela suspirou.
“Vamo. Entra.”
O homem abriu um sorriso e a seguiu para dentro. Elatrancou a porta às suas costas e andou até os fundos do lugar, onde degraus demadeira davam para o quarto simples, mas amplo, que ambos já conheciam muitobem.
“Tu tem é sorte que ainda tem água aqui em casa, que tu não ia é dormir naminha cama com essa catinga toda”. Apontou para um banco de madeira encostado naparede. “Senta aí por enquanto que eutrago as coisas.”
Desceu as escadas perdida nos próprios pensamentos.Não sabia nem ao certo o motivo de estar fazendo tudo aquilo por ele. Amanhã(ou hoje, provavelmente) o dia seria puxado como todos os outros, e ela estariacansada pela falta de sono. Mas também não é como se ela dormisse bemnormalmente. E tinha algo no rosto de Fernando… ela não ia deixar deajudá-lo, por mais raiva que o homem a fizera passar nos últimos tempos. E noestado em que estava, era mais provável que ele dormisse na calçada dela, eisso não ia ajudar ninguém.
Revirando algumas estantes nos fundos, encontroualgumas roupas antigas que João deixara com ela caso precisasse passar um tempoescondido. Provavelmente caberiam. Encheu dois baldes com a água de uma dasmoringas de barro da despensa, jogando dentro também uma bucha, sabão e cuia,antes de subir novamente.
Encontrou seu visitante brincando com uma pulseirasua, deixada por cima da pequena penteadeira. Deixou os baldes no assoalho earrastou a banheira de latão, antes encostada em um canto do quarto, para ocentro do aposento.
“Deixe de bulir nas minhas coisas e vem tomar teu banho, Fernando”
Ele ergueu os olhos pra ela, um sorriso malicioso noslábios.
“Olhe, eu tô achando que vou precisar de tua ajuda, visse.”
Clara lhe fez uma careta, mas a provocação acaboutendo um grande fundo de verdade. Ele mal conseguia erguer os braços osuficiente para tirar a camisa; não conseguiria se lavar daquela forma.Revirando os olhos novamente para ninguém em particular, se aproximou dele paratirar o tecido sujo do corpo de seu corpo.
“Te aquieta, homem.” Ela diz, em tom repreensivo, para a reação imediata deFernando a sua ajuda.
Com um par extra de braços, o trabalho se torna maisfácil, e não demora para que ele esteja sentado na banheira apenas com suaroupa de baixo, um calção branco de algodão. Ela pega a cuia de madeira ecomeça a despejar a água, começando pelos braços, então o torso e a cabeça. Osdois então entram em uma sincronia fácil, com ela dando ordens simples e ele semovendo para facilitar seu trabalho.
“Tá nó cego esse teu cabelo, Fernando. Deixa de manha.” Os doisresmungam enquanto ela, um pente de madeira em mãos, tenta desembaraçar os fiossem causar mais dor. Após muito esforço, Clara finalmente consegue, passandoentão o extrato de juá para poder limpar a sujeira, enxaguando logo em seguida.Ele dá um suspiro, aliviado.
“Olha… tu sabe que tu pode me contar qualquer coisa, né?” elafala, esfregando as costas machucadas dele com uma delicadeza que não sabia quetinha. “Os cabra safado que fizeram issocontigo, tu sabe que eu posso acabar com tudinho amanhã num instante só”
Fernando balança a cabeça, negando a oferta, mesmosabendo que era sincera e ela teria a completa capacidade de cumpri-la casofosse aceita.
“Carece disso não. Num se aperreie também que daqui a pouco tá tudo nosconforme.” Ele então se vira para ela, os olhos castanhosbrilhando com a luz dourada do candeeiro aceso, o sorriso fácil de volta aoslábios. “Tás falando que nem matuto,galega. Achava que a capitá tinhatirado isso de tu.”
“Eu sou daqui, Fernando. Num tem tempo na capital que tire o sertão demim, não.” Responde, séria novamente. O nervosismo e apreocupação tiravam qualquer formalidade que ela aprendera em seu tempoestudando em Recife. Não que ela se importasse.
Ela enxágua o corpo dele mais uma vez antes que ele selevante para se enxugar com um pano velho que ela separara para isto. Claraentão o ajuda a colocar as roupas de seu irmão, que ficam apenas um pouco maislargas em Fernando do que o normal. Os dois seguem juntos para a cama dela, odossel de metal antigo rangendo quando os dois sobem no colchão, ela seacomodando de costas para ele.
Alguns instantes se passam antes que ele diga, a vozmuito mais tímida e insegura do que ela jamais havia escutado dele.
“Eu disse que não ia tocar em tu, mas será que eu podia…”
Antes que ele possa continuar, Clara se aproxima, pegandoos braços dele e pondo por cima de sua cintura. Ele a abraça o mais firmepossível sem deixá-la desconfortável, enterrando o rosto nos cabelos longos etão raramente soltos dela, respirando o perfume de flores de umbu que aacompanhava por todos os lados.
“Boa noite, Clara.” Ele murmura, o sono já dominando seus sentidos.
“Se tu inventar de roubar minhas rapaduras de novo eu pego minhapeixeira e arranco tuas tripas eu mesma, visse?” Elaentão beija as mãos dele, antes de esticar o braço e apagar o caandeeiro. “Boa noite, Fernando.”
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finn--worder-blog · 6 years ago
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۵ my muse kisses yours to shut them up + ⍢ my muse gives yours a hickey
NOIR AU
Finn estava lascado. Com seus documentos roubados era questão de tempo até a polícia o encontrar. Sabia que nunca devia ter confiado em Clarissa, ela sempre trazia problemas... Mas não conseguia resistir a um belo par de pernas e ela estava praticamente se oferecendo. Desgraçada! Devia ter suspeitado do remédio para dormir em seu batom. Essa era sua marca registrada... Uma nudezinha (e que nudez!) para Finn esquecer de tudo.
Engoliu em seco. Teria que ter uma conversinha com uma conhecida sua.
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O café estava vazio, apenas duas pessoas entretidas em uma conversa, muito ocupadas para notarem qualquer coisa suspeita. Jamie chegou logo em seguida, sempre estonteantemente misteriosa. Talvez mais que Clarissa, devia admitir, embora sem o mesmo belo par de pernas.
"Posso saber a urgência do seu chamado, Worder?" ela tinha a atitude de uma em mil mulheres.
"Você já sabe o porquê, não se finja de desentendida." Ela deu de ombros em resposta, o que o deixava descompensado. Seus ombros eram de morrer. "Clarissa roubou meus documentos."
A mulher se sentou no banco ao seu lado, fazendo questão de pressionar a perna contra a dele. "Ela teve os motivos dela." Disse, simplesmente.
"Mas em mãos erradas aqueles documentos são provas de um crime, Jamie! Você sabe que aquele carregamento estava cheio de uísque."
"Você não faz ideia do que são mãos erradas, não é mesmo, Fini?" ela estalou aquele apelido em sua boca cuidadosamente desenhada. "A partir de agora você fará o que nós quisermos."
"Mas-" sem dar chances para ele falar, a morena o beijou.
Não soube descrever a sensação de controle que ela possuía sobre ele. Cada segundo daquele beijo era uma eternidade onde Jamie o conduzia para onde quer que ela quisesse. Finn era apenas alguém que deveria obedecer e não reclamar. Como que para provar sua dominância, a mulher conduziu seus lábios por uma trilha até seu pescoço, que após alguns momentos apresentava uma marca vermelha. Você é meu, a marca dizia.
"Clarissa lhe enviará os detalhes da sua próxima missão. Que fique claro,” sua mão percorreu o abdomen de Finn, "qualquer deslize seu custará sua liberdade e provavelmente seu prestígio naquela pequena palhaçada que você e Brandon chamam de máfia."
E assim, Finn foi abandonado novamente, sem documentos e sem um pingo de dignidade masculina.
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jen-lionsdale · 10 years ago
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[FLASHBACK] How far can we go in 7 minutes? || Jenna e Finn
Depois de concluir que ela só poderia ter sido um serial killer estuprador pedófilo racista e machista em alguma de suas vidas passadas, Jenna seguiu para o armário. Só daquela forma poderia ter um carma tão ruim quando aquele. Ou talvez Hitler. Ela definitivamente tinha sido Hitler. Judeus, me desculpem. Sério.
Revirou os olhos e entrou no apertado armário logo depois dele, se surpreendendo ao perceber que o lugar era muito menor do que ela imaginava. Sentiu as portas se fecharem nas suas costas, e seu corpo ser empurrado contra o de Finn. Ela tinha a impressão de que ele não estava exatamente no fundo do armário. Estava apertado demais. Sentia o peito dele subir e descer enquanto respirava, ou o queixo dele encostado em sua testa. Tateou então o espaço atrás dele, verificando que estava certa, e ainda dando a sorte de encontrar o fio de um interruptor e puxá-lo. O pequeno armário agora estava iluminado pela tênue luz de uma lâmpada incandescente. Ela contribuía para aumentar o calor lá de dentro, como se os dois já não fizessem aquilo bem sozinhos.
Sentia a respiração dele em seu pescoço, seu peito pressionando sobre o dela e uma mão boba que roçava perigosamente na lateral da sua coxa.
Colocou um braço entre os dois, empurrando-o para a outra parede e o distanciando dela. Não gostava daquela situação de estar mais embriagada do que gostaria e da colônia que ele usava estar causando um efeito quase hipnótico nela. O braço se mantinha garantindo que ele não se aproximasse mais, apesar de que Jenna já sabia que o corpo dele estava bem longe. Talvez 10 ou 15 centímetros. É, não estava longe o suficiente.
“Vamos combinar o seguinte: você fica do seu lado do armário, eu fico no meu. Aí ninguém quebra o zigomático. Que tal?” Sugeriu, com um sorriso claramente forçado e um levantar de sobrancelhas.
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jen-lionsdale · 10 years ago
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You never forget your first punch || Jenna & Finn
Jenna nunca tinha socado ninguém no rosto, nem em lugar algum. Não que ela se lembrasse. E, apesar dos 14 anos de memórias faltando, ela de fato nunca havia feito nada do tipo. Nunca fora uma pessoa violenta. Não ali. Mesmo assim, todo mundo tem seus limites. E sempre teve alguma coisa sobre aquele rostinho bonito que praticamente pedia para que ela o socasse. Sentia o nó dos seus dedos coçando para entrar em contato com a pele dele, e não da forma boa. Por algum tempo, ela havia conseguido controlar aquilo, mas aquele cara conseguia se superar à cada vez. E foi assim que Jenna Lionsdale socou Finn Worder:
O bar Pullse ainda parecia bastante cheio, apesar da hora. As pessoas daquela cidade faziam alguma coisa que não fosse beber?, Jenna se perguntava. Mas geralmente preferia não procurar por nenhuma resposta, já que estava incluída nesse grupo. No momento, estava sozinha. Talvez se levantasse para procurar alguém que a acompanhasse, talvez não. Estava gostando de aproveitar a inércia do momento. Era só ela e o copo de whiskey, apesar de todo o barulho nos arredores. Sozinha em seus pensamentos, seus devaneios...
Seus olhos fugiam de seu controle, enquanto sua mente estava em lugares longe dali. Pelo que sabia, podia estar com o olhar vidrado em alguma virilha alheia e não perceberia. Pensava em Adam. Faziam quase dois anos. Aqueles malditos olhos azuis a olhavam com tanta esperança. Passara todo esse tempo desde que acordara reconciderando ligar para ele. Explicar tudo.
Ela acordou dos seus devaneios apenas para perceber que seu olhar estava sim fixo em um lugar impróprio. Mas não era na virilha, mas do outro lado. Era um homem. Ele estava sentado num dos bancos do balcão. Olhou um pouco mais para cima, reconhenceu a pessoa à quem  aquela traseira pertencia; Com tanta gente que ela poderia encontrar que melhoraria seu humor, viu Finn na sua frente. Ele ainda não sabia que ela estava ali, ou que ela tinha passado consideráveis segundos encarando (acidentalmente) sua bunda. Aliás, parecia bastante entretido com uma morena sentada ao seu lado.
A mulher, pelo contrário, não demonstrava querer estar ao lado dele. Por uma análise simples de postura, Jenna notou que Finn estava sendo um tanto insistente demais. E depois de ouvir claramente a mulher recusar o convite de Finn, resolveu que precisava interferir. Não estava ali para isso naquela noite, e talvez já tivesse tomado mais do que deveria, mas percebia que Finn também estava passando dos limites.
Ela repousou o copo na mesa com um tinido que foi um pouco mais alto do que ela pretendia e se levantou, os saltos de suas botas ecoando no piso de madeira. Caminhou até mais perto dele e da moça que ela não conhecia, e se virou para Finn. Tinha seus braços cruzados sob o busto, e já começava a imaginar uma trilha sonora digna dos filmes do Clint Eastwood. “‘Ya heard the woman, Worder. Ela disse não. Sabe o que não significa?”
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jen-lionsdale · 11 years ago
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Hot guy, cold sheriff {Flashforward}|| Jenna & Finn
A loira se levantou ao ver os outros membros da força entrarem com um homem algemado na estação. Os cumprimentou com o olhar e avaliou o sujeito. Alguém lhe entregou sua ficha criminal, não sabia quem, pois estava muito ocupada examinando-a. Só percebeu que a pasta era pesada. Muito pesada. Arquivos antigos, por serem de papel. Não muito antigos, mas provavelmente tinham mais de três ou quatro anos.
Revirou os olhos. O sujeito tinha os cabelos claros, ou loiro-escuros, dependendo de sua classificação, e olhos castanhos profundos e provocativos. Sua barba estava por fazer, dois ou três dias. As roupas, amarrotadas. Ele tinha um leve cheiro de bebida. Não como se estivesse bêbado no momento, mas o tipo de cheiro que fica. Já estava preso à ele, o cheiro de whiskey. Tinha um queixo forte e bem definido, assim como a linha do seu maxilar. Era alto, muito mais do que ela. Ao menos uma cabeça. Pelos ombros relaxados e o tom de deboche, Jenna percebeu que o homem era mais um encrenqueiro rebelde, só que pior. Do tipo que dava trabalho.
Odiou-o instantaneamente.
"Coloquem-no para dentro." Falou, com frieza na voz, voltando para sua mesa e começando a examinar a ficha do homem. Finn Worder. Por que aquele nome lhe parecia familiar? Soava como se ela o conhecesse de longa data, como um daqueles parentes que você não vê há muito tempo, lá no fundo das suas memórias. E tudo que precisa acontecer é ele ser mencionado, para que tudo relacionado àquela pessoa volte com um clique.
Mas, claro, nada voltou para Jenna, simplesmente por não haver nada para voltar.
Os policiais saíram dali, eram apenas dois e ela na cidade inteira. Era uma cidade pequena. Aquilo era bom, pois teriam poucas como Finn para perturbá-la. Agora, os dois estavam sozinhos lá dentro. Podia ouvir os pequenos sons do lugar. Detalhes simples, mas que geralmente a incomodavam: sua própria cadeira rangendo, os carros passando pela rua, o tal de Finn tamborilando o colchão, inquieto... Mas dessa vez, ela mal parecia perceber.
Falsificação de identidade, roubo, uso de drogas ilícitas, desacato...
"Então, Finn..." Testou o nome. Era uma sensação conhecida pronunciá-lo, apesar de nunca ter conhecido alguém que se chamasse de tal forma. Ela tinha um sorriso frio e sarcástico nos lábios. "tem alguma coisa que você ainda não tenha feito?"
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finn--worder-blog · 11 years ago
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It’s like forgetting the words to your favorite song. You can’t believe it. You were always singing along, it was so easy. And the words, so sweet… You can’t remember.
Se levantou tão rápido que no caminho toda sua visão era um borrão. A sua busca por ar era tanta que teve que balançar os braços ao redor do corpo. Era pelo nariz, pelo nariz! Lembrou-se rapidamente como era a sensação de respirar. Olhou ao redor, estranhando. Ergueu uma mão, como a sensação de erguer uma mão fosse algo completamente novo. mexeu os dedos, experimentando. Colocou um pé firme no chão, experimentando a sensação de tocar na superfície polida da cerâmica branca que cobria o aposento inteiro - embora em algumas partes fosse de um cinza úmido por conta da infiltração. Se levantou, colocando o outro pé no chão. Logo já estava andando novamente, ao mesmo tempo que respirava, mexia a mão, via e ouvia! Era impressionante. Quase havia esquecido disso.
Mas então, parou por um segundo.
Qual era o ponto daquilo tudo mesmo? Desde quando ele não sabia realizar uma atividade tão básica quanto respirar?
Aquilo tudo era muito estranho. Tinha certeza de que não devia estar fazendo nenhuma daquelas coisas. Respirar, menos ainda. Mas lá estava ele, realizando aquilo tudo tão automaticamente que nem percebia mais que mexia os dedos, as mãos e o peito para cima e para baixo a medida que o ar entrava em seus pulmões.
O que eram pulmões mesmo?
Olhou ao redor novamente, desta vez com um olhar realmente crítico.
O mais importante, quem era ele? E ainda, onde ele estava?
Teve certeza de que tinha um nome, e o pensamento de não ter um era simplesmente inaceitável. No fundo da sua memória, e se esforçou bastante para fazê-lo, tirou uma letra. J. Bem, aquilo não tinha nada a ver com seu nome, que era Finn Worder. E, pensando melhor, J era uma letra estranha, o que será que ela significava? Deu de ombros, deixando o assunto para trás. Era hora de resolver a questão número 2.
Andou pelo aposento, verificando o lugar de onde ele viera, macio com um lençol branco amarelado e um travesseiro um tanto fofo. Aquilo só podia ser a cama. Verificou também, o móvel ao lado da cama, onde tinha uma espécie de forma de metal que encaixava-se perfeitamente na sua mão. Puxou-o, revelando uma gaveta cheia de pequenos pedaços de papel. Por um momento, esqueceu-se como fazia para decifrar o que havia naqueles papéis.
Kyle Thompson, Peter O’Leary, William Potter, Jackson Wallace, Ol-
Parou de ler.
Jackson Wallace. Isso lhe parecia certo. Começava com o J. Decidiu que a partir de agora aquela seria a sua identidade. De uma hora para a outra, não se chamava mais Finn Worder. Jogou todas aquelas outras identidades fora, após descobrir onde ficava o lixo. Descobriu então, através do pequeno panfleto no banheiro, que se encontrava no Luxe’s Special Extra Vegas La Hotel, o que só podia significar que ele estava em Las Vegas, pois só ali haveriam nomes de hotel tão exagerados. De fato, se lembrou de que era um apostador, e que conhecia um homem que havia lhe ensinado a trapaçear. Gostaria de saber onde estava aquele homem, pois em suas memórias, ele lhe parecia exepcionalmente familiar. Então, era hora dele sair daquele moquifo de uma vez por todas.
Encontrou uma mochila, que tinham algumas peças de roupas e várias garrafas de bebida. Além de cigarros, uma quantia em dinheiro, um número incontável de isqueiros e um saco de pequenas embalagens quadradas. Após uma demorada inspeção, percebeu qual seria o uso daquilo, e arregalou os olhos. Só poderia ser aquilo. Abriu uma das embalagens e retirou o pequeno conteúdo enrolado. O desenrolou por completo e pegou um lápis. Enfiou o lápis na pequena ‘bolsa’. Era para aquilo que servia, certo? Para carregar lápis e canetas? Aquilo não parecia nenhum pouco certo, e abandonou aquela coisa que continha o lápis bem ali mesmo. O saco ainda estava dentro da mochila e ali também deixou. O compreendimento lhe veio um pouco mais tarde, que certamente deixará de aparecer na história.
Com mochila nas costas, desceu as escadas. O saguão do hotel estava vazio, e uma voz chamou:
- Oliver Daniels. - Jackson lembrou-se que aquele também era um dos nomes que constava nas várias identidades falsas. Foi até a origem da voz, encontrando uma pequena tela. - Seria conveniente realizar o processo de check-out? - lhe disse a tela. Estranhou aquilo, olhando para os lados, verificando se não havia realmente ninguém ali. Por outro lado, considerou a proposta da máquina. Ele com certeza não iria voltar ali.
- Faça. - disse apenas. Na mochila, lembrou-se, havia algum dinheiro. Remexeu a mesma, sendo então interrompido.
- O senhor já pagou a sua noitada adiantada. Não há necessidade de uma segunda parcela.
O problema é que sequer se lembrava de ter pisado ali dentro. Porém, nunca se esqueceria da sensação de pisar ali fora. Eram mais ou menos duas e meia da manhã, e Las Vegas não tinha sequer acordado direito.
Não se lembrava de vê-la tão cheia de luzes, cores, e pessoas. Na verdade, sequer se lembrava de vê-la realmente. Não como a viu agora. Louco para começar a apostar, pegou um táxi. Pedindo algum destino caro à pequena máquina que agia como o taxista - teria que se acostumar com este tipo de coisa - e chegou a um impressionante cassino. Talvez as coisas acontecessem rápido demais, e talvez ele estivesse usando roupas um pouco inadequadas para a situação. Porém, logo logo ele resolveria isso.
DOIS ANOS DEPOIS
Eram garotas demais. Contou três e agora quatro. Beijava uma, outra beijava outra, e a que sobrava começava a esquentar as coisas um pouco mais. Não gostava quando eram garotas demais. Mesmo assim, não podia reclamar, a cama de luxo conseguia abrigar os quatro e se quisessem, ainda mais duas garotas. O computador do quarto de hotel tocava algo que combinava perfeitamente, e a temperatura era tão perfeita quanto. No telão gigante de uma das paredes, podiam se ver. Ele havia feito questão daquilo.
Não sabia o nome de nenhuma delas, e as tinha catado lá embaixo, no cassino. Seu charme e suas cantadas, que de vez em quando não eram tão baratas, sempre funcionavam com duas ou de vez em quando três garotas, mas nunca quatro. E aquilo era até uma ótima coisa, se não fosse tanta gente. Sequer sabia qual era qual, naquela confusão de beijos e gemidos. Pensou em pegar uma e jogar pela janela, ou menos trágico, simplesmente a dispensar. E aquilo seria péssimo. Odiava dispensar garotas quando já estavam pegando o ritmo, e até nem se lembrava de já ter feito aquilo alguma vez. Claro que, ele não se lembrava de muita coisa.
Acontece que depois de descobrir que sua vida era perfeita, ele simplesmente não quis saber. Quis deixar de ladoaquele tipo de problema, e até mudou seu nome, no caso de alguém vir lhe procurar com sua identidade verdadeira (Finn Worder). Toda semana ganhava trinta por cento a mais do que já tinha, e apesar de perder algumas apostas, tratava de se recuperar logo. Ele havia se tornado rico simplesmente através de cassinos, e gastava o dinheiro novamente nos cassinos, gastava nos hotéis dos cassinos, fazendo tudo virar um grande círculo. E além disso, ainda havia seus pequenos furtos.
Ele passou aqueles dois anos em uma maneira de viver tão extrema que nunca pensou que algum dia ele teria que parar. De fato, seus planos eram permanecer ali pelo resto da vida.
- Calma, calma, garotas, aqui tem Jackson para todos. - foi dizendo, para as que começavam a disputar por seu beijo. De repente, elas pararam, e se entreolharam. Uma delas, que ele não sabia o nome, mas que era certamente muito bonita, parecia confusa.
- Pensei que seu nome fosse Andrew. - a voz dela era irritantemente fina. A outra, que estava beijando-o há poucos segundos, cruzou os braços.
- Ei, você me disse que era Lewis!
Cada qual tinha um nome diferente, menos o certo. Ele quase bateu a cabeça na parede pela sua idiotice. Logo, todas as quatro saiam do lugar, levando suas roupas e provavelmente indo recomeçar a diversão em outro lugar. Resmungou algo parecido com ‘garotas estúpidas, não sabem o que estão perdendo’, e foi abrir uma garrafa de vodka. Tomou duas doses antes de descer para arrumar mais diversão.
[…]
- Blackjack! - o homem anunciava, pela quarta vez na noite. Aquilo já estava ficando cansativo. Jack já havia tomado mais quatro doses de vodka antes de perceber que seguranças olhavam para ele de forma esquisita, e cochichavam entre si. Torceu seu rosto em uma careta, e cambaleou fora da mesa de 21, se dirigindo para qualquer lugar que fosse ligeiramente mais divertido, como o quarto separado para strip poker. Havia como arranjar companhias para a noite, se assim desejasse, e se tivesse dinheiro o suficiente - o que ele tinha. Porém, ele preferia ir do jeito mais difícil e realmente enganá-las ou conquistá-las para então levá-las ao quarto. E, de uma forma ou de outra, eram sempre elas que acabavam “pagando” para ele.
- Você! - uma voz grossa disse, agarrando seu braço por trás. - Venha comigo.
Pensou que fossem levá-lo a algum lugar com bebidas, mulheres ou até algo ligeiramente melhor. E não reclamou quando puxaram-no para dentro de uma porta, que logo tornou-se um corredor escuro e mal cheiroso.
- Tem certeza de que o caminho para a boate é por aqui? - Ele perguntou, antes de levar um soco que o faria perder a consciência.
[…]
Acordou amarrado em uma cadeira. Não vomitou, apesar de ter vontade de fazê-lo. O lugar era escuro e a única luz era proveniente de uma lâmpada bamba pendurada por apenas um fio, a alguns metros de distância e na altura de seus ombros. Perguntou-se onde estaria a boate. E como para manter uma espécie de costume, levou um soco, desta vez no estômago.
- Diga-me, Finn Worder - ele tremeu ao ouvir seu verdadeiro nome. - por quanto tempo achou que continuaria nos enganando? Temos uma sessão inteira de detetives lhe procurando!
Levava mais socos, e o ar parecia nunca chegar aos seus pulmões. Agonizava de dor, e não lhe era conhecida a sensação de ficar absolutamente sem ar. Não conseguia pensar, muito menos responder a saraivada de acusações pelas quais coisas ele nem se lembrava de tê-las executado.
- Quase o pegamos várias vezes, mas você foi esperto… - o homem que lhe falava tinha voz grossa, e Finn quase conseguiu enxergar seu rosto, mesmo quando ele estava de costas para a luz. -... identidades falsas. Mas usar o mesmo nome por tanto tempo? Nunca pensamos que faria uma coisa dessas. Achou que tínhamos parado de procurá-lo?!
Recebeu mais e mais socos, desta vez alguns no rosto. Era horrível a sensação do sangue lhe escorrendo pelo nariz, e pior ainda o pensamento de que nada ele poderia fazer. Apenas alegar que não se lembrava de nada. Mesmo que fosse ínfima a chance de alguém acreditar nele.
- Eu não… Eu não sei… Não lembro. - Ele gaguejava, e era mais uma vez castigado. Sentiu uma costela se partir e gritou alto de dor.
- Você roubou dois milhões! Acha que é algo fácil de se esquecer?! Seu vagabundo!- Agora lhe vinham chutes. E outras pessoas, que ele supos serem capangas, continuavam a socá-lo. Jack, ou Finn, não conseguia ver nada além daquela luz piscando enquanto os socos lhe vinham. Quando tudo parou, ele definitivamente não conseguia respirar, nem pela boca e muito menos pelo nariz, que já havia se quebrado há tempos.
- Eu não lembro! Eu juro! Pare! - ele repetia com a voz fraca, temendo que recomeçassem as saraivadas de chutes e socos. Porém sabia que nada impediria que aquele homem cruel lhe fizesse mais perguntas, estas que ele sequer entendia, quando mais responderia.
- Não se lembra?! Lembrará agora!
- Eu não sei! Quatorze anos! Eu me esqueci! Quatorze! - Falava, não fazendo sentido algum. Os socos duraram alguns segundos, mas foram interrompidos. Finn, ou Jacksn, não conseguia enxergar muita coisa - seu olho estava muito machucado - além da luz e alguns vultos. Mas conseguia escutar sussuros indefinidos. É isso, eles iriam matá-lo. Sentiu a aproximação do homem, e esperou pelo pior.
- Muito bem, Finn Worder. Parece que há uma nova proposta do patrão. Deve sentir-se honrado, raramente ele libera marginais. Especialmente cafajestes ladrões como você.
Ele não entendeu uma palavra. Quem era o patrão? O que ele havia roubado? Não se lembrava de ter passado a mão em dois milhões de dólares, pelo menos não a quantia bruta, nem no mesmo dia. Havia acontecido muita coisa naqueles quatorze anos do que ele pensava, e deixá-los para trás poderia ter sido um grande erro.
- Você tem uma semana. Sete dias para desaparecer daqui de Las Vegas. Nada mais nada menos. Se eu te vir aqui novamente, não vai haver ordem de patrãs algum que não me fará matá-lo. Acho que isso é um adeus.
Sentiu um cheiro forme e a luz piscou alghuns segundos, logo apagando-se enquanto perdia a consciência.
[…]
Pela milésima vez naqueles dois anos, Finn teve um pesadelo. Era escuro, somente preto. Nada mais. E como era nada mais, ele não ouvia, não sentia, não falava. O escuro não chegava a ser sufocante, porém, ele também não respirava. Nenhum som, nenhuma voz. Ele não se mexia, e sequer sabia como fazê-lo. Na verdade, não sabia de nada além daquela escuridão.
Todos os dias, ele tinha aquele pesadelo.
Porém, daquela vez, foi diferente. Estava escuro, e ao longe, ele jurou que havia uma luz. Não conseguia mexer-se, mas a luz chegava cada vez mais perto. Era sua única esperança para sair daquele nada, e foi por isso mesmo que não entrou em pânico. Aliás, porque não poderia entrar, e porque não poderia ter esperança. Não havia som, mas desta vez, jurou que ouviu uma voz. “Eu só sinto sua falta, ok?”, ela disse. Ele não fazia a mínima ideia do que isso significava. Ele não tinha como ter compreendimento, pois só havia escuridão, e aquela voz.
[…]
Abriu os olhos, buscando por ar desesperadamente, os detalhes do sonho lhe desaparecendo rápido. Olhou para um lado, encontrando um assento vazio, um corredor e mais dois assentos vazios. Do outro lado, havia uma janela. Lá embaixo, podia-se enxergar as nuvens, passando devagar, e mais abaixo, uma extensão quase infinita de deserto. Ele estava a caminho de Hiddenwood. Acontece que havia pegado o avião seis dias após ter sido espancado, e não estava completamente recuperado.
Havia acordado em um quarto, sem nenhuma pista de quem havia o deixado ali. Cada pedaço do corpo doía, mesmo tendo vários curativos. Vestia roupas novas limpas e se sentia como se tivesse acabado de tomar banho. Mais uma vez, perguntou-se quem havia tido aquele trabalho todo. E não notava sua presença no quarto, até que ela tenha limpado a garganta. Virou-se rapidamente, encontrando uma garota de aproximadamente treze anos, cabelos morenos curtos e olhos curiosos.
- Oi moço.
- Quem é você? O que aconteceu? Cadê os seus pais? - O jorro de perguntas veio acompanhado de um acesso de tosses.
- Você estava machucado.
- Pode me dizer onde é aqui? - perguntou, enquanto observava a pequena lhe trazer um copo d’água. - E por favor, onde estão seus pais? - Olhava em volta, como se policiais ou qualquer adulto que pudesse denunciá-lo fosse sair das paredes.
- Minha mãe saiu de casa. - Ela disse apenas. - Daqui a pouco ela volta. Mas pediu para entregar isso pra você, ela disse que não ia voltar a tempo. Por isso fez a carta, ela disse que queria que você lesse agora. É importante. - A garota entregou um pequeno envelope.
Desconfiado, Finn rasgou o envelope amarelo e de dentro tirou uma carta dobrada em três.
Querido,
Encontrei você sangrando na rua, e tive que trazê-lo para casa. Tinha algo errado com você. Consigo sentir coisas erradas nas pessoas, quando elas tem algo errado. Deus me perdoe, mas você foi a coisa mais errada que eu já vi. Senti que devia acolhê-lo e descobrir o que aconteceu. Depois de algumas sessões, descobri várias preces e pensamentos, de outras pessoas, que sentiam sua falta, tão distantes que parecem nunca terem existido, e talvez nem tenham mesmo. Seu espírito está carregado delas. Isso me intrigou mais ainda, o que teria de errado com esse garoto?, eu pensava. Fiz sessões mais profundas, e descobri algo terrível. Seus pesadelos. É como se você tivesse morrido, e foi isso mesmo o que aconteceu, eu sinto muito.
Eu sei, está bem vivo agora, e é isso o que me assusta. Nunca havia encontrado um caso tão peculiar. Tentei acessar suas memórias, mas parece ter um bloqueio gigantesco, de cerca de quatorze anos. Você não se lembra de tanto tempo de sua vida, isso deve ser ainda mais assustador. Não tenho a mínima ideia do que você pode fazer, mas eu sugeriria que procurasse algum lugar mais tranquilo para acalmar de vez o espírito.
Cuidei de você por cinco dias, e resolvi escrever esta carta no quarto, sabendo que não teria uma oportunidade de encontrá-lo pessoalmente, pois mesmo sem meu conselho, você irá viajar. Espero que venham muitas coisas boas e interessantes em sua vida, onde você está indo, e que descubra afinal o que aconteceu. Se assim fizer, gostaria que entrasse em contato comigo novamente, me faria bastante feliz. Ou mesmo se não descobrir, você parece ser um ótimo rapaz, com certeza irá entrar em contato comigo. Certo?
Minha filha está bastante ansiosa para conhecê-lo, não ligue se ela falar besteiras.
Veronica
As perguntas pipocavam em sua mente. Ele havia morrido? Sabia que não devia confiar na palavra de gente assim, mas era inevitável. Esta parecia realmente saber de muita coisa, e além do mais, havia cuidado dele por tanto tempo. Cinco dias! Não havia se esquecido sobre o que o homem havia lhe avisado. Ele tinha dois dias, e ainda nenhum destino em mãos. O seu  desespero parecia transbordar dos seus olhos, e a garota olhou para ele com renovada curiosidade.
- Você é sempre assim tão esquisito? - Ela perguntou. - Ei! Aonde está indo?
Ele havia se levantado, apesar de estar todo dolorido, e andava pelo lugar procurando qualquer pertence.
- Eu tenho que ir embora. Onde estão as minhas coisas? - Finn perguntou, com veemência.
A menina sumiu por um tempo, voltando com sua mochila nas mãos.
- Achamos isso com você. Não tem muita coisa dentro, além de camisinhas, uma carteira, dinheiro, panfletos e cartões de crédito.
Finn olhou boquiaberto para a a garota, incrédulo. Tinha sido espancado, largado na rua, acordado em um lugar totalmente estranho, lido uma carta de uma mulher que sequer conhecia, mas que havia lhe dito que ele tinha morrido e que era a coisa mais errada que já pisou na face da Terra e como se não bastasse, uma pirralha tinha revistado sua bolsa. Ele definitivamente iria embora dali. Colocou a mochila no ombro, e a mão na maçaneta.
- Hã… Obrigada, eu acho. - Disse. Não sabia o que mais poderia fazer. Quer dizer, não a conhecia. - Diz a sua mãe… Bem, - que ela é louca, pensou em dizer. - que ela foi muito legal.
- Não vai me dizer seu nome? - Ela perguntou, quando ele abria a porta. Pensou em mentir qualquer coisa e se livrar dela logo. Mas algo o impediu. Ela e a mãe tinham sido realmente legais com ele, mesmo com todas aquelas coisas escritas
- Finn Worder.
- Nada de Jackson?
Se surpreendeu por alguns segundos, sem saber o que dizer ou fazer. A garotinha devia ter herdado as habilidades da mãe, e só devia ser isso. Às vezes as pessoas simplesmente tinham um dom.
- Não. Estou livre disso. - Finn sorriu. - E você, pirralha, qual seu nome?
O sorriso que ela deu foi como se ela soubesse de muita coisa além daquilo o que havia escrito na carta da mãe, mas que como uma menina travessa, não diria. Seu sorriso foi como uma mensagem, que Finn não captou. Ele foi embora, com a resposta ainda na ponta da língua. Algumas coisas eram apenas coincidências, mas se aquilo fosse uma - e era -, bem, seria algo bastante esquisito. Jenna, ela havia dito, Meu nome é Jenna.
Ele havia recebido algumas propostas durante aqueles dois anos em Vegas. Os panfletos e os cupons estavam dentro de sua bolsa, e já sabia para onde iria antes mesmo de ter saído daquele prédio onde moravam mãe e filha que cuidaram dele. Observando as nuvens, Finn Worder esperava que suas perguntas fossem respondidas. E mesmo se não fossem, que pelo menos vivesse não como se tivesse morrido, mas como se tivesse vivido tudo aquilo e tivesse que viver muito mais. Finn Worder podia ter esquecido quatorze anos de experiências, seriam elas boas ou ruins, e agora faria cada segundo tão digno que seria impossível esquecer.
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jen-lionsdale · 11 years ago
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Am I really... in love? || Jenna e Finn
Apareci no baile de máscaras com um vestido azul que me pareceu adequado e uma dúvida latejando em minha mente. Eu não podia estar... não por ele. Aquilo era completamente ilógico. Eu tinha pesquisas para fazer, livros para ler, assuntos para estudar, treinos para... ahn, treinar, e pouco tempo para fazer tudo isso. Já havia passado anos demais pensando em uma pessoa, não podia fazer isso tudo novamente.
Principalmente não com um cara como o Finn.
Bom, eu só tinha um jeito de ter certeza. Caminhei pelo salão segurando minha máscara na altura do rosto, a procura dele. Eu precisava testar. Precisava saber. Quando finalmente vi seu rosto, ou parte dele, estiquei o corpo em sua direção. Ao fazê-lo, senti a dor aguda dos meus ossos ainda não recuperados. Caminhei em sua direção.
- Olá. - Saudei, com um sorriso um pouco mais extenso que o normal.
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the-new-generation-rp · 11 years ago
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Dragão | Ataque Final | Finn, Jenna, Hannah, Julie, Jamie
Um dos grupos estava na praça Draven, onde acontecera dois dos três ataques que sofreram. Sabiam que algo sairia da floresta. Só não esperavam que seria um dragão. Desde quando dragões também existiam?
Só que, pra piorar a situação, aquele dragão de olhos amarelos saiu da floresta olhando tudo em volta, e ao abrir a boca e emitir um som ensurdecedor, ele lançou um jato de fogo que destruiu metade das árvores da praça, e só não atingiu os sobreviventes porque eles se esconderam a tempo atrás de um dos bancos.
Agora tinham que matar uma lagartixa verde de 4 metros de comprimento que cuspia fogo, antes que aquela lagartixa verde de 4 metros de comprimento destruísse a vila. Ou pior, os destruísse.
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jen-lionsdale · 11 years ago
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Hot chocolate near the fireplace || Jenna e Finn
Depois de mudarem tantas vezes a temperatura do termostato, o aquecedor da casa dos Lionsdale finalmente cedera, indo-se com estalidos mais que esquisitos e um desconfortável cheiro de queimado. Mas não fazia mal, a lareira continuava funcionando, é claro. A jovem a acendeu sem muita demora e subiu para seu quarto, voltando com dois cobertores grossos.
Colocou um deles em cima do tapete, ainda dobrado, e o outro foi escolhido para cobrir os ombros da loira, que se enrolou nele como um xale. Foi até a cozinha, percebendo que os biscoitos que tinha começado a fazer já estavam prontos, e colocou todos eles em um prato. Logo depois separou alguns ingredientes do armário e começou a preparar um pouco de chocolate quente.
Já pronto, separou-o em duas xícaras, levando eles e os biscoitos para perto da lareira, onde uma pilha aleatória de livros também se encontrava. Se sentou ali e bebericou seu chocolate, enquanto procurava alguma coisa que a interessasse na pilha de livros.
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