#diálogos da fé
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UM EX TA-LA-RI-CO
"Eu só não imaginei que o leite fosse parar no lugar errado."
notas. primeiro bônus do nosso nenê. primeiro de três, só pra mostrar alguns slices of life, e desenrolares da história.
Distraída, você mexia em seu celular durante o caminho de sua casa, até a casa de Jaemin. Seria um almoço de família naquele verão escaldante, frutos do mar, uma ótima pedida.
Sua boca salivava só de imaginar a enorme lagosta que provavelmente teria estirada naquela mesa beirando a piscina. Você mantinha uma saída de praia branca com babados, o biquini por baixo e um óculos escuro tapando seus olhos do sol.
Já Jaemin, que havia saído de casa apenas para lhe buscar, estava sem camisa, apenas com um short, boné para trás e um óculos escuro que custava um rim e meio. Batucava no volante escutando uma música qualquer na rádio, mas você ao menos prestava atenção. Estava tensa; almoço de família queria dizer que muito provavelmente Jeno estaria lá. No mais, ele não era o maior de seus problemas, e sim a mãe dele. Sua ex sogra, e irmã de sua atual sogra. Nem mesmo a mão de Jaemin acariciando sua coxa era capaz de te acalmar.
Não demoraram muito, Jaemin faz basicamente vinte minutinhos de seu prédio no Jardim Oceânico, até o próprio condomínio. O calor fora do carro estava insuportável. Mesmo que a mesa estivesse posta na sombra, ao lado da piscina, sua cabeça latejava. Sentia seu corpo fraco como se sua pressão estivesse prestes a baixar.
— Oi, minha norinha. — GaHee a abraça, dando um beijinho em sua bochecha. Você a amassa entre seus braços, e faz questão de sentar ao seu lado.
— Boa tarde, boa tarde. — você diz à todos presentes. Eram os pais de Jaemin, Jeno, os pais de Jeno, e um casal de amigos que soube ser investidores da empresa da família.
— E a faculdade de vocês? Como 'tá? — Jaqueline, a amiga da família pergunta a você e Jaemin.
— 'Tô por volta de terminar, graças a Deus. — Jaemin sorri tascando um camarão na boca. — Ela 'tá estudando demais, né Mari? Daqui a pouco termina também. — ele acaricia sua mão, que está sob a mesa.
— Nunca pensei que veria o Jaemin terminar a faculdade. — MyongHee soa ácida, não faz questão de olhar para o casal. Uma risada debochada ecoa pela boca venenosa dela. Jaemin apenas revira os olhos, não consegue entender como sua tia pode ser tão bruxa.
— Mãe... — Jeno é repreensivo. Está literalmente cansado de brigas, e comentários inconvenientes.
— Ué, meu filho. 'Tô mentindo? — ela tenta rir mais para quebrar o clima. Não consegue. GaHee já a olha torto, comendo uma garfada para não ter que ser grosseira com a irmã. — E me admira você defender seu primo depois que ele roubou sua namoradinha. Mas também, não perdeu grande coisa.
O almoço quase para completamente em sua garganta. Você encara imediatamente MyongHee, desacreditada. Não levou fé de que ela seria capaz de dizer atrocidades deste tipo no primeiro almoço de família onde todos estavam reunidos. Jaemin aperta sua mão sobre a mesa, e se levanta ao mesmo tempo que Jeno. O pai de Jeno nada diz, só revira os olhos tão cansado quanto o filho, dos comentários maldosos da esposa.
— Tia, eu respeito a senhora, mas não vou te deixar falar desse jeito de Mariana, ainda mais dentro da minha casa.
— Omma! Isso já 'tá passando dos limites! — Jeno diz vermelho, uma mistura de vergonha e raiva. Por que sua mãe não poderia ser como sua tia GaHee?
— MyongHee, eu vou ter que pedir que você se retire. Dentro da minha casa você não vai falar assim da minha nora. — GaHee diz séria como nunca antes visto.
MyongHee ri em escárnio, você ainda permanece zonza, a pele empalecendo a medida em que seus olhos querem fechar. O diálogo seguinte entra em seus ouvidos como apenas um zunido, os rostos dos presentes à mesa viram borrões. Jaemin só entende o que está acontecendo quando seu corpo amolece sob o dele. Você desmaia, e talvez, naquele momento, fosse mesmo a melhor saída. O resto da confusão passa despercebida por ti, que está no colo do namorado, sendo carregada para dentro de casa.
Você acorda alguns minutos depois, está no quarto de Jaemin com as pernas elevadas em cima de travesseiros, e com o ar condicionado ligado no máximo. Jaemin está ao seu lado, acaricia seu rosto devagar com o polegar. O olhar extremamente assustado, e preocupado aquece seu coração.
— Ô, gatinha... Se eu soubesse que a tia ia fazer uma palhaçada dessas eu falava 'pra Omma nem chamar ela. Você 'tá se sentindo melhor, bebê? — acaricia seu rosto, dando um beijo molhadinho em sua bochecha.
— 'Tô, Nana. Acho que foi só uma queda de pressão mesmo, hoje já 'tá tão quente, ainda juntou aquela discussão... Devo ter tido uma crise de ansiedade junto, sei lá. — murmura baixinho mexendo nos dedos de Jaemin.
— Quer tomar um banho geladinho? Eu vou com você. Depois eu pego alguma coisa pra você comer, só pra forrar o seu estômago. Peço 'pra Verinha fazer um prato 'pra você.
— Pode ser.
Jaemin te leva até o chuveiro, apoiando-a em seus braços, já que ainda se sentia bastante fraca, e zonza. Toma um banho casto, e demorado contigo. Lava seus cabelos com a água geladinha, passa a esponja em suas costas e pescoço. Tudo devagar e com carinho, esfoleando sua pele, dando beijos em suas costas nuas, te abraçando a todo momento.
— Era 'pra você ter visto o barraco. Minha mãe expulsando a tia MyongHee, o tio Doyo com vergonha dela, o Neno puto da vida... Meu pai que me ajudou a te acudir. Ele entrou em pânico, catou um pano de prato lá na cozinha pra te abanar, sendo que era só ter ligado o ventilador, né. — ele sorri bobinho, e você ri fraco escondendo a cabeça no peitoral nu e cheiroso dele.
— Que vergonha, Nana... — resmunga derrotada.
— Não, não diz isso. Somos sua família também, e vamos sempre te defender. A tia foi muito escrota, sério. Minha mãe ficou muito preocupada, ela te ama. — ele acaricia seus cabelos molhados. Você gosta do carinho que recebe.
— Eu também amo elazinha, viu? E amo você também.
Pós banho Jaemin te dá uma camisa dele, e marcha até a cozinha de sua casa para buscar algumas frutas, e suco. Você recebe no quarto uma visita de sua sogra, e passa a tarde sendo mimada por seu namorado.
Infelizmente aquela fora a primeira de várias vezes onde você passou mal. Quedas de pressão súbitas, enjoos, e a vez em que Jaemin te levou para comer lagosta, porque sabia que você amava, e você correu para o banheiro para colocar tudo para fora assim que viu o fruto do mar.
Havia emagrecido dois quilos, apenas por não conseguir comer nada. Tudo lhe enjoava — tirando tangerina, que era a única coisa possível de se ingerir. Jaemin já estava preocupado, em prantos. Culpava até o sistema de abastecimento de água da cidade. Achava que você podia ter pegado uma virose bastante forte.
Sua mãe, por outro lado, tentava enganar a si própria, mas já sabia o que provavelmente estava acontecendo ali. Seios sensíveis demais, sonecas longas durante a tarde, cansaço fora do normal, os enjoos... Foi por isso que quando Jaemin insistiu que vocês fossem no médico fazer uma bateria de exames, ela concordou de imediato.
— Vai, Mariana. Vai no médico com ele. Você não 'tá comendo nada. Já era pra ter ido faz tempo. Mamãe vai ficar mais tranquila quando você descobrir o que você tem. Fala com seu pai, vê se tem encaixe 'pra hoje.
E foram. Seu nervosismo piorava o enjoo, odiava hospitais, era o local que seu pai passava a maior parte do tempo, mas era necessário. Você já estava fraquinha, pálida, e não queria emagrecer mais. Fez exame de sangue, exame de toque abdominal, raio X, e até mesmo exame de fezes lhe foi pedido. Tudo normal. Sem alterações preocupantes. Realmente não havia nada errado em seu intestino. Hipocondríaco que era, Jaemin já entrou em pânico pensando em mil e uma possibilidades; pediria uma ressonância e uma tomografia se fosse possível, até que o médico sugeriu um último exame.
— Vou te pedir 'pra você ir na sala H, fazer um beta, ok? Entrega esse papel 'pra enfermeira que ela vai te auxiliar.
Seu sangue gela. Jaemin permanece tranquilo, não faz ideia do que seja um "beta", não se aprende isso na faculdade de Direito, mas você, ao contrário dele, sabe muito bem o que aquilo queria dizer. Você usava Diu há anos, mas também não se encontrava com sua ginecologista há mais de um ano para fazer uma análise periódica. Sua respiração descompassa à medida que caminha para a tal sala, com Jaemin atrás de si. Lembra de todas as vezes que havia se relacionado com Jaemin sem preservativo algum, e do novo hobbie dele que consistia em deixá-la "cheinha" de leite — mais tardar descobriria que havia te deixado cheinha de leite sim, mas não no lugar que imaginava.
Aguarda. Minutos, uma hora, duas horas, enquanto toma soro afim de ficar um pouco mais disposta e nutrida. O resultado sai. E desta vez não é você quem desmaia, e sim Jaemin quando recebe a notícia do médico que os encara feliz.
— Parabéns, vocês serão papais.
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| and all at once, you are the one
— player! yuki ishikawa × OC
— gênero: fluff, sugestivo, um pouco de angst
— conteúdo/avisos: galerinha menor de 16 anos, vamos passando por favor! Os diálogos que estão em itálico são em inglês.
— word count: 7,5K
— nota da autora: pense numa luta de escrever algo sobre esse homem. Um baú pela fé! Mas acredito eu que tenha ficado bom e condizente com o que vejo da personalidade dele!
Yuki P.O.V
Um barulho estridente entra pelos meus ouvidos, e mal preciso raciocinar pra saber que é o despertador me avisando que era hora de levantar. Não tive dificuldades de sair da cama, já que consegui dormir bem. Bom, melhor que esses últimos dias com certeza. Ohei no relógio e marcava 7:30hs e resolvi dar início ao meu dia, já que teria jogo hoje. Abri as cortinas e dei de cara com o dia limpo, brilhante e fresco, logo no começo do dia, o que muito me impressiona, já que essa última semana foram apenas dias nublados e escuros, às vezes chuvosos. E sentia que isso inconscientemente afetava o meu humor.
Os rapazes do time, que mesmo novos no meu ciclo de vida, conseguiam perceber, e Loser falava muito sobre isso pra mim. Como eu parecia abatido, mas não tinha um significado real para isso, mesmo que eu sentisse que tinha algo faltando. Então, resolvi por a culpa nos dias cinzentos. Pode ter sido também o cansaço, ter que me readaptar em um clube novo, num lugar novo na Itália e com as mudanças no meu corpo de novo. Mas nada que impedisse de seguir a minha vida, e foi isso que me propus à fazer. Entrei no chuveiro para lavar rapidamente o corpo, já que iria suar de toda forma no treino e no jogo do fim de tarde de hoje, não perdi muito tempo com isso. Fui fazer a minha comida de sempre para tomar meu café da manhã e pegar meu carro para ir em direção ao centro de treinamento e ginásio do Perugia.
As ruas dessa comuna da Itália são pacíficas. Catedrais bonitas e grandes, cheias de detalhes. A capital da Úmbria parecia sair de um filme, e hoje em específico ela estava florescendo. O clima realmente estava muito agradável, me sentia bem só de olhar os lugares. Estacionei em uma vaga escondida que tinha por dentro, e fui pegar minhas roupas e equipamentos no porta malas do carro. Antes de entrar para a parte que da no vestiário, meu telefone toca com o nome de Ran brilhando na tela. Sorri largo antes de atender.
"Oi carinha! Quanto tempo, quais são as novidades?" enquanto falava com ele pelo celular, cumprimentei todo mundo que estava presente no vestiário e já fui pro meu espaço para colocar a roupa do treino muscular.
"Oi Yuki! Por aqui tá tudo bem, e com você ai?"
"Por aqui tudo na paz!"
"Que ótimo! Bom e de novidades eu tenho algumas sim... Inclusive, você já está no centro do Perugia?"
"Sim, porque?"
"Porque, Melissa veio me encontrar no Japão, e nós vamos para a Itália, inclusive já estamos aqui, e resolvemos assistir o jogo do Perugia. Estamos nós dois e algumas amigas dela. Vieram fazer uma viagem de garotas pela Europa."
"Você tá falando sério? Vocês estão aqui?" minha felicidade era tão genuína que mal percebi que tinha colocado a camisa ao contrário enquanto falava com ele no viva-voz.
"Estamos sim senhor! Melissa tá com saudade de você também, assim como eu. Depois do jogo a gente pode sair pra comer ou algo assim, afinal de contas as meninas estão conosco também."
"Elas foram pro Japão com Melissa? Pra conhecer você?" coloquei fones conectado no celular pra poder continuar falando com Takahashi e não incomodar ninguém, enquanto seguia para a academia.
"Não, elas estão em Roma à alguns dias, Melissa veio sozinha pro Japão, fazer uma surpresa pra mim e voamos juntos para a Itália, e falei com Loser e ele conseguiu ingresso para nós três."
"Três? Eu achei que tinha mais gente." me senti confuso com o número.
"E tem, é Melissa e mais três amigas, mas duas delas resolveram sair para aproveitar Roma pela noite, e apenas ela e sua outra amiga vão para o jogo."
"Então tudo bem, eu vou pedir pra deixarem a entrada de vocês três reservada para área VIP, vai ser melhor da gente se encontrar quando acabar o jogo, e assim que tiver chegando me manda uma mensagem."
"Pode deixar capitão, até mais tarde!" sua voz tinha um fundo de sorriso, e me fez sorrir também.
"Até mais tarde garoto." desliguei a chamada com um sorriso enorme no rosto. Ran fazia falta, seria bom rever ele, e também sua namorada.
Com os fones já conectados, coloquei uma playlist aleatória pra tocar enquanto seguia com os exercícios, tinha muito o que fazer. Perto de 12hs o almoço estava liberado no refeitório e o time todo foi comer. Sentei na mesa com Loser e mais outros jogadores, enquanto pegava algo leve mas proteico para comer. Ficamos lá por vários minutos conversando sobre o jogo da tarde de hoje, e assim que terminamos de comer, fui falar com o supervisor do ginásio para informar da chegada de Ran, e logo em seguida, segui o resto do time para a quadra onde iniciariámos o último treino antes da partida.
* - - ⓨ - - *
Estava se ajeitando os últimos toques para o jogo ter início. Todo mundo estava trocado e se alongando um pouco no vestiário. Jogaremos contra o Padova hoje, um time repleto de atletas excepcionais, mas não importa como fosse, nosso time tem toda capacidade de ganhar. Ao entrar na quadra para começarmos à aquecer, já estava quase cheia as arquibancadas. Me posicionei, depois de cumprimentar alguns fãs, - os quais sou sempre muito grato pelo apoio, - para começar a me alongar. Enquanto fazia isso, tentava procurar Ran com os olhos ao redor do ginásio. Ele havia me mandando mensagem à pouco mais de 20 minutos dizendo que estava perto do ginásio já. Ao que parece, ele percebeu que eu estava à sua procura e levantou o braço na área VIP pra acenar pra mim, e Melissa fez o mesmo. Retribui com um sorriso.
Assim que ele acenou pra mim, olhei um pouco pro lado e vi a moça que estava junto deles, acredito ser a amiga de Melissa que ele falou, mas no momento, ela era apenas um imã para meus olhos. Por não ter contato comigo, ou parecer apenas impressionada pelo nosso ginásio, não participou das saudações, mesmo com um sorriso enorme no rosto o tempo todo. Nada disso me importou sendo sincero. Estava vidrado no rosto dela. Não parecia ser tão mais velha que Melissa, então tentei desfocar minha atenção um pouco, já que ela era pouco mais nova que Ran, e provavelmente ela era uma criança pra mim com meus 29 anos.
Ao me dar conta do meu pensamento, ri incrédulo comigo mesmo. Sou um pateta não é? Nem conheço a menina, já estou fazendo suposições porque achei ela bonita. Já fui melhor, sinceramente. Parecia que não via uma mulher à séculos (mesmo que faça realmente um tempinho desde a última vez que me relacionei com uma), estava agindo como um irracional, sem o menor cabimento. Voltei o meu foco para o que importava, o jogo. A rodada de aquecimento de ambos os times terminou, e o jogo enfim, tinha início.
Cada saque, cada recepção, cada ponto, era uma adrenalina fervente que passeava pelo meu corpo, uma corrente elétrica que me deixava acordado, hoje mais do que antes. Não foi uma partida fácil, 3x1 para nosso time mas ainda assim com placares passando de 25 pontos em todos os sets. Não podia negar que sentia certa falta do Milano, mas me entrosar assim com o pessoal do Perugia era incrível, e ter mais uma vitória contada pra gente, era mais do que incrível. Agradecemos ao público, tiramos algumas fotos e demos alguns autógrafos e o técnico fez uma pequena reunião antes de liberar a gente. Teríamos dois dias de folga por causa do jogo de hoje, mas a quadra de treinamento está sempre aberta pra todos. Por ter mais conhecimento e intimidade com Agus, e agora, morando no mesmo complexo que ele, sempre saímos juntos do ginásio. Mas como hoje Ran está por aqui, convidei ele pra vir jantar conosco, mas o mesmo recusou, dizendo que ia se encontrar com uma garota que conheceu em uma das suas caminhadas. Vi Takahashi se aproximar da gente e nos cumprimentar, e falei que só ia tomar um banho pra gente poder sair, ele concordou e ficou falando com Agus.
Resolvi não prestar atenção na moça que acompanhava o casal pra não perder o foco novamente, apenas segui em direção ao banheiro e tomei meu banho, completo e demorado dessa vez. Separei uma roupa versátil e leve pra vestir, uma que normalmente uso, sapatos e uma camisa branca, larga e uma calça jeans preta. Peguei uma jaqueta preta pra colocar por cima, pois imaginei que estivesse frio. Assim que estava terminando, Ran me avisou que estava me esperando no estacionamento. Coloquei meu perfume e arrumei minhas bolsas pra colocar no meu carro e fui encontrar eles. Ran tinha seu braço em volta de Melissa, enquanto o casal falava com a moça, e agora, não tinha mais como escapar.
Me aproximando mais conseguia perceber o quão bonita ela realmente era. Usava um vestido branco de lã, com uma bota comprida, a roupa toda desenhava bem seu corpo, que era muito bonito também. Tinha cabelos longos e ondulados que estavam presos pela metade, davam um ar jovial para ela. Parecia ser alta, pelo menos um pouco mais que Melissa. Meu companheiro de seleção percebeu minha aproximação e me cumprimentou de novo, assim como a namorada, que fazia bastante tempo que eu não via.
"Yuki! Ai quanto tempo! Como você está?"
"Oi pequenininha, estou bem! E vocês como estão?" ainda tinha seus braços envolvidos em mim enquanto nos falávamos.
"Estamos bem grandão. Olha, acho que o Ran já te informou sobre a situação, queria muito que minhas outras amigas tivessem vindo mas elas preferem badalar a vida, pelo menos consegui arrastar uma. Yuki, deixa eu te apresentar a que sobrou, essa é Helena. Helena, esse é nosso amigo, e parceiro de equipe do Ran, capitão do time japonês, Yuki Ishikawa." ela fez uma apresentação como se eu fosse a pessoa mais importante do país, ri um pouco da formalidade mas agradeci. Helena esticou sua mão pra mim, e eu prontamente peguei. Era quente. Delicada.
"Olá Helena, é um prazer conhecê-la." me prontifiquei em ser educado, e valeu à pena pelo sorriso que recebi.
"Olá Yuki, o prazer é todo meu. É uma honra finalmente te conhecer." tá, uau, okay. Sua voz parecia mel, e parecia derreter meus ouvidos e arrepiar meus pelos quando disse meu nome. Queria escutar de novo.
Combinamos de ir para um restaurante pequeno e local, onde a comida era muito boa. Fomos no meu carro, já que eles resolveram ficar em um local perto do ginásio para melhorar a locomoção. As moças foram atrás, ao que parece eram do mesmo país e amigas à algum tempo, desde que Melissa começou a trabalhar na FUNAI, as outras amigas eram primas de Helena, e irmãs gêmeas. Resolvemos ficar na parte aberta do restaurante, que era ventilado e bem iluminado, com uma decoração arborizada. Era um ambiente aconchegante e relaxante. Enquanto comíamos, os assuntos eram variados, e acabei descobrindo várias coisas sobre Helena nesse meio tempo. Ela resolveu fazer uma viagem com as amigas pra saber qual lugar iria condicionar o seu intercâmbio acadêmico de medicina veterinária. A moça de 24 anos (perto de fazer 25) disse que sempre foi apaixonada por animais e queria dedicar sua vida pra isso. Aparentemente tinha gostado da Itália, e não posso negar que me animei em ouvir isso. Ela gostaria, que se possível, fazer a faculdade e já começar a atuar na área aqui, estava tendo algumas aulas de italiano para facilitar o processo também.
"Bom, se a sua ideia é aprender italiano, o Yuki pode dar ótimas aulas, já que ele aprendeu praticamente sozinho o idioma e fala muito bem!" Ran falava com a cara mais limpa que eu já tinha visto. O rubor no meu rosto era aparente, e acredito que Helena tenha percebido, pois achou graça e riu fraco.
"Ele está exagerando, não é assim..." tentei desconversar.
"Bom, ao que parece você realmente fala bem o idioma, e eu estou aceitando qualquer tipo de ajuda! Então, se tiver como dar as aulas, eu aceito." eu não estava esperando por isso então fiquei meio sem graça, mas tinha amado a ideia com certeza. "Estou brincando, não vou ocupar seu tempo dessa forma."
"Ah não se preocupe, eu não iria me opor de qualquer forma." tentei ser o mais sutil possível, mas ela percebeu minhas intenções de alguma forma.
O decorrer do jantar, com a sobremesa, foi muito agradável. Como estava dirigindo e jogando também, não quis beber, só as meninas tomaram algumas taças de champagne, mas resolveram seguir a gente nas bebidas sem álcool. Deixamos o carro perto de uma rua, e resolvemos caminhar um pouco para espairecer o jantar. Melissa e Helena resolveram ficar atrás vendo todos os detalhes da cidadela, enquanto eu e Ran íamos na frente para falarmos e nos atualizarmos um do outro. Na época de clube eu sentia uma falta enorme dos meus companheiros de seleção, e depois das Olimpíadas de Paris com a nossa derrota, e alguns membros deixando a seleção, a gente apenas se uniu mais. Melissa chamou nossa atenção dizendo que pegaria um algodão doce pra ela, e nós resolvemos esperar. Helena ficou acompanhando a amiga, e tirei um tempo pra prestar atenção na garota. Ainda estava embasbacado com a beleza dela, me sentia sem jeito mesmo só olhando pra ela, e sendo sincero, queria tentar ficar à sós com ela, mas não sabia como iniciar.
"Que cara é essa Yuki?" Ran parecia ter percebido os mil pensamentos correndo na minha cabeça, e resolvi ser sincero.
"Ai cara, não sei. Eu me senti muito atraído por ela, mas não sei como agir. Faz muito tempo desde que me relacionei com alguma mulher pra ter algum tipo de conversa ou algo assim. Geralmente as que eu fico é só alguns beijos ou coisa do tipo. Não tenho muito tempo ou disposição, você sabe."
"Eu entendo Yuki, mas olha, pelo pouco que falei com Helena, ela é uma garota super incrível, não é difícil falar com ela ou fazer um assunto. Ela não parece se opor à ficar com você caso vocês conversem um pouco. Eu e Melissa podemos deixar vocês à sós um pouco. Mas eu sei que sua principal dúvida nisso tudo é pelo fato dela ser um pouco mais nova que você. Não é?" me senti surpreso em como eu não tinha falado nada sobre aquilo e ainda assim ele havia percebido.
"Eu entendi isso quando vi você se segurar em algumas coisas que você falava, tentando não soar muito assertivo ou coisa do tipo. Tentando não ser invasivo demais, andando em casca de ovos. Ela não se importa com isso Yuki, se deixa levar. Fica tranquilo, seja você. Caso não role nada, pelo menos você ganhou mais uma amiga." ambas se aproximaram de nós novamente e Ran me deu mais um toque antes de voltar pra sua namorada e me deixar à sós com Helena.
Andamos lado à lado por um tempo em silêncio, até que resolvi quebrar o gelo, levando em conta o que Ran tinha me dito, e que tinha certa razão. Não iria perder nada se não ficássemos juntos por um momento, mas eu tinha algo à ganhar, tendo alguma relação ou não com ela.
"O que você tá achando da cidade até agora? E da viagem também." deixei meu tom de voz ameno, pra não assustar ela e nem chamar atenção do casal.
"É de longe uma das cidades mais lindas que eu vi nessa viagem. É muito aconchegante, parece uma vila antiga bem estruturada. E as construções são belíssimas. Quero ver se tenho tempo de dar uma volta nas galerias e museus que tem aqui."
"Olha se quiser, eu posso te levar neles. Fazer um mini tour pela cidade talvez? Ran e Melissa iriam conosco." dei a ideia, mas não queria que fossem de verdade, fiz só pra deixar ela confortável.
"Além de professor em horas vagas, você também é guia turístico? Tá saindo melhor que a encomenda viu senhor Ishikawa..." ri um pouco do seu comentário.
"Bom, depois de morar tanto tempo na Itália a gente acaba desenvolvendo uma ou outra habilidade, mesmo que eu já seja velho pra isso." vi ela parar no caminho pelo canto do olho, e virei confuso pra ela. Melissa e Ran se afastavam de nós um pouco. "O que foi?"
"Você ai se chamando de velho. Tá maluco Yuki? Você ta na flor da idade, é super jovem, inclusive parece ser ainda mais jovem do que é. Sua idade não é um problema. E você não é nada de velho. Uma pessoa velha não faz metade do que vi você fazer em quadra hoje. Para com isso hein? Um homem lindo, elegante, determinado como você me dizendo que é velho. Cada uma." achei graça da sua indignação. Voltamos a caminhar.
"Bom, obrigada Helena. Mas é que eu realmente me sinto assim, tanto pelo meu modo de viver e por passar tanto tempo sozinho também. Em minha profissão eu não posso ir até meus 40, mesmo querendo se eu pudesse. Quero me estabelecer e construir uma vida com alguém, mas na minha idade não é tão fácil. Tenho quase 30 já." tentei fazer ela entender meu ponto de vista, mas ela parecia determinada em me fazer pensar o contrário. Agarrou meu pulso e me parou à sua frente. Nossos olhos ficaram quase da mesmo altura por conta de seu salto e à vendo tão de perto assim, quase perdi o fôlego.
"Nem começa. O modo como você vive não é culpa sua de forma alguma. É o jeito que você escolheu viver pra consegui se sair bem naquilo que você tanto ama fazer que é jogar. E olha, sinceramente, vendo você em quadra, e fora dela, me perdoe, mas pretendente não falta. Sei que pra construirmos uma família é bom que seja alguém ideal pra isso, pois é um passo grande que se dá na vida." cada palavra que saia de sua boca era verdade, e me senti hipnotizado pela forma como era firme em dizê-las.
"Você é um homem incrível Yuki, pelo pouco que conheci de você hoje. É íntegro e muito responsável. Super focado e muito resiliente, além é claro de ser muito bonito e atraente. Mas você precisa se soltar mais. Não dá pra pensar em ter uma pretendente sem ao menos tentar conhecer alguma, por mais corrida que sua vida seja, não precisa beber ou algo assim, só sair, conhecer pessoas novas. Tenho certeza que logo menos você vai ter tudo aquilo que deseja." quis beijá-la. Agarrar ela ali no meio da rua e consumir ela, até onde pudesse ir. Quis encher ela com meu gosto e ser invadido pelo seu. E infelizmente não consegui segurar, minha boca foi mais rápida que minha cabeça.
"No momento, o que estou desejando é você." vi ela se espantar com meu comentário, mas não pude me importar menos. Tinha meus olhos vidrados em sua boca, minhas mãos agindo por conta própria e querendo tocá-la. Ela olhou para os lados como se buscasse alguma coisa, e antes que pudesse pensar, suas mãos me puxaram pela nuca e nos beijamos.
Me senti fraquejar, perder a força das pernas e da mente. Uma nuvem se apossou dos meus pensamentos e nela só sentia o gosto do seu beijo. Por ser maior que ela, suaa mãos pareciam se perder no meu cabelo e ombros. Para me manter de pé, agarrei sua cintura, como se fosse a coisa responsável para me dar forças e me manter ali. Quis puxá-la pra mais perto, mas caso fosse possível ela se fundiria à mim, já que não havia espaço suficiente pra nós dois. Não ali, ou lugar algum. Com o fôlego cessando, ia diminuindo o ritmo frenético do beijo, enquanto ela acariciava minha nuca e os cabelos ali, e a outra fazia um carinho em meu peito. Nos separamos como se estivéssemos em êxtase, nossos corpos arrepiados e entregues. Me sentia flutuar, absorto da sensação de ter sua boca contra a minha, não sabia pensar em mais nada. Preciso beijá-la de novo.
"Acho que o casal foi embora, deixaram a gente aqui."
"Que bom, pelo menos não atrapalham a gente." ela me deu um tapa leve no peito, me repreendendo e ri. "Já que eles nos deixaram aqui, você gostaria de ir pra minha casa? É perto daqui. Podemos tomar alguma coisa, aproveitar o resto da noite." não sabia negar minhas intenções, não queria.
"Você sabe que é uma proposta tentadora? Como fui abandonada aqui na rua com um belo rapaz, acho que terei que aceitar." sua fala era baixa, sedutora e mordaz. Seus dedos passeavam pelo meu peito enquanto sua voz desenhava melodias no meu interior. Peguei sua mão e guiei ela pra onde o carro estava.
Parei em alguma loja de conveniência para comprar uma bebida leve para nós dois e alguns petiscos também. A ida até meu apartamento foi rápida, e chegando lá, vi uma mensagem de Ran.
"Eu e Melissa resolvemos continuar a caminhada à sós já que vocês pareciam estar se entendendo bem. Espero que tenha deixado de vergonha e feito algo! Aproveita a noite com ela, que eu vou aproveitar com a minha namorada. Até mais!"
Ri da sua mensagem mas mentalmente agradeci. Deixei o carro na minha vaga do estacionamento do prédio, cumprimentei o porteiro e subi com Helena para minha casa. Enquanto esperávamos o elevador subir, ficamos trocando algumas carícias, toques leves e olhares pesados. Se não tivesse tanta paciência já teria agarrado ela bem aqui, mas não queria ser desrespeitoso e resolvi esperar. O elevador chegou, algumas outras pessoas entraram também, falei com todas e nos posicionamos no fundo da caixa de metal. Provocava ela tocando em sua cintura, beijando sua têmpora, ajeitando seu cabelo, e sentia sua respiração pesar. Sorria satisfeito com o que causei.
O caminho até minha porta foi silencioso, deixei que ela entrasse primeiro no meu apartamento e acendi as luzes. Tirei meus sapatos e fechei a porta, enquanto percebi ela analisar cada cantinho da minha sala. Deixei ela olhando tudo enquanto colocava o que comprei na cozinha, e assim que voltei ela estava encostada na parte de trás do sofá, admirado algumas fotos que tinha na parede. Cheguei perto dela de forma sutil, peguei sua mão e depositei um beijo no dorso, fui subindo. Passei pela extensão do braço até chegar ao ombro, coloquei seu cabelo de lado e a mesma deixou o pescoço cair pro lado, me dando mais acesso à pele exposta. Seu corpo parecia pegar fogo ao meu toque, do mesmo jeito que eu me encontrava com o seu. Tinha um cheiro bom de lavanda espalhada por ela, e enquanto depositava beijos e algumas mordidas esporádicas na pele do pescoço, sua mão puxou minha camisa e fez ficar de frente pra si. Olhei pra ela por cima, querendo captar cada detalhe antes de me afundar no mel dos seus lábios.
Com ela escorada no sofá e eu pressionando o seu corpo pra perto do meu, deixamos nossas bocas comunicarem o desejo que compartilhavam entre si. Íamos acelerando, diminuindo, respirando e fazendo tudo de novo. Me sentia preso nas carícias dela, como se tivesse uma força gravitacional me colocando fora de órbita dos meus sentidos e da minha noção. Pedi pra ela sentar e escolher algo pra gente assistir enquanto pegava algumas coisas pra gente saborear e passar o tempo (além das nossas bocas). O vinho que comprei tinha uma porcentagem bem pequena de álcool, era quase um suco de uva natural, já que não costumo e nem posso beber muito. Nos servi e me sentei ao seu lado.
Com o passar do tempo enquanto íamos revezando entre ver o filme, beliscar algo, e nos beijar, resolvi tirar minha jaqueta, pois estava sentindo a temperatura esquentar, provavelmente pelo aquecedor. Depois que coloquei ela no cabide da sala e voltei pro sofá, senti o olhar de Helena me penetrar, analisando e reparando em cada detalhe que podia ser visto do meu corpo, e pela primeira vez na noite, fiquei tímido. Conseguia sentir minhas bochechas esquentarem ao ponto de saber que estavam vermelhas, e quase não consegui manter contato visual com ela.
"O que foi? Tudo bem?" tentei não parecer patético, não funcionou.
"Tudo ótimo... Melhor que nunca." sua resposta foi direta, e sem rodeios para achar outra coisa.
De repente me senti acanhado de estar próximo dela. Obviamente não à trouxe pro meu apartamento com intenção puramente sexuais, óbvio que se rolasse eu não iria me opor. Mas agora pensando nisso, e nela, e toda a situação que passa na minha mente, começo a ficar nervoso, e não acho que tenha sido discreto sobre isso, pois ela percebeu.
"O que foi gatinho? Você parece tenso." suas mãos alisavam meus braços e ficava em um conflito enorme entre perder a cabeça ou manter a compostura.
"Ah, não é nada, acredito que seja o cansaço do dia batendo no corpo agora. Só isso!" quis passar confiança no que dizia, e acredito que convenci ela.
"Ai nossa eu imagino. O jogo foi super puxado e você ainda veio acompanhar a gente depois, deve estar todo dolorido. Quer que eu te faça uma massagem?" me virei pra ela quando proferiu a frase e dei de cara com seus olhos brilhantes. Ia recusar, mas ela ofereceu de tão bom grado que não faz mal.
"Não quero que se incomde com isso... Mas eu adoraria." ela negou o incômodo com um sorriso fatal pra mim, e percebi. Deveria ter dito que não. Acabei de cavar minha cova.
Com um pedido de licença, ela se posicionou calmamente sob meu colo, ficando na metade da minhas coxas que estavam fechadas, com uma perna sua de cada lado. Enquanto prendia o cabelo em um rabo de cavalo alto e aquecia as mãos, tentava manter minha respiração controlada, assim como minhas mãos, que queriam voar pra cintura dela. Seu corpo depositava um leve peso sob mim e quis pegá-la no colo no mesmo instante que suas mãos foram pros meus ombros. Estavam quentes e escorregadias, mas eram firmes e habilidosas. Mesmo que não estivesse tão tenso assim, ela conseguiu relaxar meu corpo ainda mais, tanto que fiz tudo no automático.
Apoiando ela mais pra cima das minhas pernas, foi automático. Aplicando uma leve pressão com apertos em sua cintura macia, foi automático. Minha cabeça indo pra trás, meus olhos revirando, e um som quase que ridículo saindo pelo fundo da minha garganta, foi super automático. Infelizmente, a reação que tive quando senti ela beijar a extensão do meu pescoço também foi automática, mas não tive a intenção. Apenas acordei do meu devaneio e percebi o que estava acontecendo.
"Helena, calma. Desculpa. Eu acho que me precipitei um pouco. Me perdoa se toquei em você de alguma forma que-"
"Yuki, tá tudo bem. Se eu não quisesse que você tocasse em mim, eu teria afastado sua mão." ela tentava me certificar alisando meu peitoral e ombros ainda por cima da blusa, mas isso só fez tudo embaralhar mais minha cabeça.
"Sim, não. Quer dizer, não. Eu não sei se você se sentiria confortável comigo fazendo isso, e eu só fiz..." tentava colocar um pensamento coerente pra fora mas eles pareciam presos.
"Eu não estou desconfortável, com toda certeza. Eu ofereci a massagem porque vi você tenso. O que aconteceu durante ela não tem nada de errado, ou tem pra você?" inclinou a cabeça pro lado, confusa.
"Não, não é isso! É que, eu tive medo de você pensar algo errado ou algo assim, achar que eu estava me aproveitando de você!"
"Ishikawa, você pode ter certeza que de errado eu já pensei várias coisas e todas pareceram certas pra mim, e eu não negaria de ter você se aproveitando de mim. Se eu não parei, é porque eu quis, e porque eu vi que você reagiu bem com meus carinhos. Ou estou errada?" meu corpo ofegante e vermelho não me deixava nem mentir.
"Não, muito pelo contrário, é só que. Pensei ter passado do ponto agindo dessa forma quando você apenas me ofereceu uma massagem, mesmo que eu não reclame dos toques ou qualquer coisa. Mas... Bom, eu sou um pouco mais velho que você, você não está desconfortável com isso?" quando terminei de falar, pensei ver o rosto dela modificar.
Ela me analisava como se tivesse alguma resposta preciosa escondida em mim pra o mais difícil dos enigmas. Lentamente, suas mãos foram de encontro a barra da minha camisa. Gelei. Ela olhou pra mim como se pedisse permissão e eu cedi, não estava com muita força pra negar. Senti o tecido de algodão passar lentamente pela minha cabeça, e assim que ela pousou a peça de roupa no sofá, se mexeu no meu colo até ficar basicamente no pé da minha barriga, o mais perto que conseguia chegar na posição que estávamos, e em seguida, segurou meu rosto com suas duas mãos e me fez focar em seus olhos. E foi o que fiz.
"Eu vou deixar bem claro pra não surgir dúvidas e questionamentos nessa sua cabecinha de novo então me escute com atenção. Se eu me importasse com a sua idade, eu não teria trocado meia dúzia de palavras com você. Eu não teria beijado você na rua. Eu não teria deixado você me trazer pra sua casa. Não teria me arrepiado cada vez que suas mãos passam pelo meu corpo, ou seus braços fortes me envolvem. Não teria subido no seu colo com a desculpa de fazer uma massagem idiota quando tudo que eu mais quero no momento é ter cada pedacinho seu em contato comigo." estava sem fôlego. Sem rumo. Sem noção. Mas ela continuou.
"Sua idade é a coisa que menos importa pra mim e pensei ter deixado claro o suficiente quando estávamos conversando naquela rua. Você não deixa de ser um cara maravilhoso porque é 5 anos mais velho que eu. Eu não poderia me importar menos com isso. Agora, se isso é um problema tão grande pra você, a nossa diferença de idade, eu entenderei e ficarei na minha. Mas se só for uma insegurança sua, uma dúvida impertinente, eu vou beijar você, e tocar você, até ela se dissipar da sua cabeça, entendido? Se sua idade importasse pra mim, eu não estaria implorando mentalmente pra ser sua." fiquei cego, tonto. Maluco.
À puxei com tanta força pra mim que pensei ter machucado ela de certa forma, mas o que doía mais era só a vontade de consumir cada mínimo pedaço dela. Levantei com seu corpo envolto do meu, e fui em direção ao meu quarto, enquanto ainda tentava deixar o mínimo de resquício de sanidade passar por mim. Queria colar meu corpo no seu, desenhar ele nas pontas dos meus dedos, aprender cada curva, cada pedaço, cada movimento. Os nossos beijos pareciam insuficientes ali. Quanto mais tinha dela, mais queria ter. Suas mãos e unhas percorriam minhas costas e abdômen, enquanto tentava não me perder beijando cada resquício de pele que encontrava. Falávamos profanidades um para o outro, cada poro de nossos corpos exalando desejo. Queria prender ela ali, na minha cama, na minha casa, na minha vida.
Percebi o quão idiota fui de me segurar ou de pensar que a idade entre a gente seria um problema. Agora sabia que o único problema ali era não ter ela comigo. Queria beijar, tocar, cheirar, desejar cada parte dela por quanto tempo eu pudesse, e nunca seria suficiente. E no decorrer da noite, enquanto o tempo passava sem a gente perceber, me afoguei nela.
* - - ⓨ - - *
Pensei em levantar correndo, sem lembrar onde estava, mas recordei que hoje era meu dia de folga e resolvi relaxar novamente. Pelo horário e do sol que estava lá fora, acreditei já passar das 8hs da manhã. Tentei me revirar na cama, pronto pra pra levantar e fazer minha rotina da manhã, mas tinha um peso impedindo que eu o fizesse. Olhei para baixo e vi Helena agarrada em meu corpo como um coala, seus braços envolviam minha cintura e suas pernas estavam jogadas na minha. Não sabia como ela não sentia calor, com seu vestido e meia calça ainda no corpo. Lembro de não passarmos de beijos e toques quentes ontem, por ser muito cedo ainda, mas o que fizemos, aproveitamos bem. Tinha um sorriso aberto no rosto, meu coração batendo forte e meu peito quente, pensando no que passamos ontem.
Tentei retirar ela de mim de forma leve, para não acordar seu sono e fui me arrumar. Estava sem camisa ainda, e com várias marcas por todo meu dorso, pra sempre me relembrar da noite passada. Tomei um banho rápido e me troquei para comprar algumas coisas numa conveniência próxima pro café da manhã. O meu seria o mesmo de sempre, mas gostaria que ela tivesse um diferente. Lavei minhas mãos e comecei à preparar o café, até meu telefone tocar. Ran me ligava, então resolvi deixar no viva voz pra não perder tempo.
"Bom dia bonitão, isso é hora de acordar?" seu tom de voz era alegre, e já me fez abrir um sorriso enorme.
"É meu dia de folga cara, deixa eu ter um pouquinho de paz."
"Eu imagino a paz que você teve. Gostaria de saber onde está a amiga da minha amada, você não sumiu com ela não né?" ri da pergunta, o que se passa na cabeça desse garoto?
"Ainda não! Estou planejando alimentá-la e depois sair sem rumo e derrubar o carro no precipício. O que acha da ideia?" meu tom sarcástico era forte, mas a conversa toda era muito engraçada pra mim.
"Alimente bem pra ela não se perder de barriga vazia." concordei rindo. "Mas falando sério agora, o que houve? Ela está contigo?"
"Está sim. Depois que vocês se afastaram da gente ontem, resolvi tomar uma atitude. E tudo que aconteceu foi muito no calor do momento, e agora que ela tá dormindo aqui e eu fazendo o café, to entrando em parafuso em pensar que vou encarar ela agora." meu rosto esquentou só de pensar nisso, e ao que parece o universo não quis deixar isso passar, pois senti seus braços envolverem minha cintura, e num leve susto me despedi de Ran, e me virei pra vê-la.
"Bom dia Yuki." sua voz sonolenta me fez ficar bobo. Como queria que toda manhã fosse assim...
"Bom dia linda. Dormiu bem?" acariciava seus cabelos com minha mão limpa, e a outra deixei fechada com meu braço em sua cintura.
"Muito bem, tinha um ursão de pelúcia me fazendo compainha." seu comentário fofo e arrastado me derreteu e me inclinei pra beijá-la novamente, mas ela recuou. "Nem pensar! Acabei de acordar e não escovei os dentes. Não mesmo senhor." fiz bico mas não retruquei, deixei ela subir pra se higienizar e se organizar, e a chamei para comermos juntos.
"O que planeja fazer hoje? Tenho o dia de folga, e posso ser completamente seu pelo resto do dia." perguntei para trazer algum assunto pra mesa, mas me arrependi da forma que falei quando vi seu olhar brincalhão pra mim, balançando as sobrancelhas.
"É mesmo? Bom é uma notícia ótima. Eu estava querendo conhecer algumas cidades pela redondeza, pensei em fazer isso com Melissa, mas a viagem tomou um rumo diferente, e como só tenho até hoje aqui, quero tentar por em prática." não pude deixar de notar o aperto que surgiu no meu peito quando ela falou em ir embora, mas não quero focar nisso agora.
"Bom, não seja por isso, chama os dois, e a gente se organiza e vai pra alguma." ela concordou e assim que terminamos de comer, falamos com os pombinhos.
O local escolhido foi Ancona. Como é um local litorâneo, deixei Helena no apartamento que ela está com Melissa para pegarem o necessário e fui com Ran comprar algumas coisas para usar na viagem. Enquanto nos falávamos decidimos ir para praia de Monte Conero que ficava na comuna italiana. O clima estava agradável, e como era uma viagem de mais de 1 hora, decidimos sair logo para aproveitar o clima. O caminho todo foi recheado de risadas, boa música e muito papo. Todos nos divertimos e agradeci mentalmente pela virada que minha vida teve nesses dois últimos dias. Jamais imaginei estar vivendo isso, tão inesperado, não é do meu feitio, mas Helena me faz querer viver, aproveitar cada momento que me é dado. Não vou negar e dizer que não gostaria de passar o dia de hoje inteiramente com ela, mas não nos conhecíamos. Éramos de certa forma estranhos um para o outro, e o foco principal dela com essa viagem não acredito que tenha sido se envolver com alguém, e sim aproveitar com a amiga. Eu só iria embarcar junto.
Penso no absurdo disso tudo que está acontecendo. Eu de todas as pessoas estou falando sobre ficar com alguém e ter ela por muito tempo comigo depois de um dia apenas. É carência, só pode ser. Passei boa parte do caminho pensando nisso, mas de nada adiantava, já que não mudaria o fato de que estava sentindo tudo isso. A última vez que namorei, foi pouco tempo depois de entrar na seleção japonesa, gostei muito dela, mas não o suficiente pra continuar. Não foi o suficiente pra ela. Sempre me dizia que o vôlei tinha muito mais de mim do que ela jamais teria, e resolveu terminar. E quando ela terminou, percebi que talvez ela estivesse certa. Doeu na época, mas não o suficiente pra pensar em correr atrás dela, pois tinha campeonatos mais importante para me preocupar do que apenas um término. E foi ali que nunca mais me relacionei sério com ninguém, fui nomeado capitão da seleção, e fiz minha vida na Itália, me relacionei com um mulher ou outra, mas meu tempo e dedicação era voltado somente para o vôlei, e não tinha como mudar isso mais. Refiz minha vida inteiramente pra isso, cada passo dado, cada caminho escolhido, foi única e exclusivamente pra chegar onde cheguei hoje, e não me arrependo de nada.
Mas de uns tempos pra cá, vendo todos meus amigos tendo filhos, se casando, construindo uma vida além da carreira, enquanto eu faço o contrário, construo uma carreira além da minha vida, e isso começa a pesar de certa forma, pois quero encontrar um equilíbrio para os dois, só acho que já esteja tarde para começar. Quero me provar enganado. Tenho medo de ter construído uma rotina que se torna tão intrínseca em mim, que não consiga sair mais, e caso tente, tudo desmorone. No meio dos meus devaneios, percebo que chegamos ao local que resolvemos passar o dia. Estacionei o carro perto da praia, que por ser uma segunda-feira, estava vazia e nos dirigimos para a areia quente. Não iríamos tomar banho, pois não trouxemos roupas para tal, mas resolvemos aproveitar o dia para jogar um pouco e relaxar ao sol, não que eu seja o maior fã da bola de ar quente sob nossas cabeças, mas o dia hoje pedia.
Espalhamos nossas coisas sob a manta que trouxemos, e as meninas já se animaram para jogar um pouco de toque, enquanto eu e Ran arrumávamos os comes e bebes que compramos. Ficamos vendo elas jogar enquanto conversávamos para passar o tempo.
"Onde você está?" Ran me pergunta genuíno, sentando ao meu lado enquanto come uma barra de proteína e me entrega outra, agradeço.
"Onde eu estou? Aqui, oras."
"Você está em vários locais, menos aqui Yuki. De uma meia hora pra cá, até chegarmos aqui, você se calou e sumiu. O que houve?" não conseguia entender o quão bem ele conseguia captar essas coisas.
"São pensamentos, coisas rondando minha cabeça, dúvidas. Quero tentar me manter no lugar."
"Mas esse lugar que você quer se manter, é bom? Te faz bem?" fiquei sem resposta imediata pra pergunta.
"Acho que sim, sempre me fez."
"Então, o que mudou? O que está acontecendo? Pode falar comigo capitão, nada aqui é segredo." agradeci mentalmente pelo apoio dele. Era realmente um menino especial.
"Eu não sei... Não sei Ran, sendo o mais sincero que posso. No caminho pra cá me peguei pensando na minha ex, do Japão, e tudo só veio desenrolando e agora está tudo embaralhado. São tantas coisas que mal consigo pensar."
"Essas questões tem a ver com Helena? O momento de vocês ontem não foi bom? Não se deram bem?"
"Quem me dera fosse isso, foi justamente o contrário. Enquanto estávamos na rua ainda, e depois que chegamos no meu apartamento, conversei com ela, e expressei minha insegurança em relação à nossa diferença de idade. E ela foi tão segura, tão certa, tão racional que me peguei pensando, o quanto mais eu posso perder da minha vida?" ele me escutava com atenção, concordando vez ou outra. "Não me arrependo de nada que fiz até aqui, de tudo que dediquei e sacrifiquei pelo meu sucesso, que é algo que tenho muito orgulho, e não quero que mude. Refazer toda minha rotina e todo trabalho que tive, mas até quando eu continuo com isso? Quero me casar, ter filhos, quero que eles me vejam jogar e que possa ter o respeito deles e a admiração também. Mas pra isso, tenho que me relacionar com alguém, como faço isso? Como faço pra funcionar? Tenho que deixar a pessoa entrar na minha vida e me ver por mim mesmo, cada mísero detalhe que sigo à risca à mais de 10 anos, e tenho que ser recíproco. Sem isso não tem como funcionar."
"E o seu receio é justamente por causa de querer fazer isso com ela?"
"Eu não sei. Nos conhecemos tem pouco mais de um dia, não posso simplesmente dizer que quero casar e ter filhos com ela e trazer ela pra o meu mundo sem ao menos conhecê-la. Mas me rasga por dentro a insistência que meu coração está tendo de fraquejar por ela. Isso não tem cabimento pra mim Ran, não tem. Eu não posso me propôr à ter um relacionamento com alguém sem saber se vai dar certo."
"Mas a magia de uma relação é essa Yuki. Não a incerteza de não saber o que pode acontecer, mas todo dia ter mais uma chance de fazer durar. Eu não estou dizendo pra você fazer uma loucura e casar com ela, ou que ela seja a pessoa certa pra isso, mas você não pode mais negar que tudo abalou no momento que você começou a sentir algo, e se deixou levar por isso. Rotinas se renovam e hábitos mudam Ishikawa. Não deixe de dar uma chance de sentir algo por ela, não deixe seu medo falar por você aquilo que o seu coração está sendo calado à força. Ninguém começa uma relação pensando em como vai acabar, não pense na sua como um fim, mas um recomeço. Dedique a mesma força e coragem que você tem no vôlei, para o amor. Uma hora, isso tudo pode acabar, sua carreira pode ser algo passageiro, sua vida e realizações não serão. Eu nunca vi você se render pra nada em sua vida, não se renda pra sua felicidade também." estava digerindo, tudo aquilo.
Minha cabeça e corpo e alma são devotas 100% do meu tempo para me dedicar ao esporte que tanto amo, que mudou minha vida, e me deu uma razão. O vôlei é e sempre será o meu primeiro amor. O mais genuíno. Construi uma vida com ele, venci batalhas internas e me superei junto dele. Quando voávamos, voamos juntos, e quando caíamos, caímos juntos. Sempre fiz questão de dar o meu melhor pra tudo em volta dele. Mudar meu corpo, alimentação, rotina, minha vida. E acabei mudando tanto que me mudei no processo pra alcançar o topo, e esqueci que as pessoas que nos levam até ele, vão permanecer se a gente despencar. Olhando aqui para os três, se divertindo, aproveitando, sorrindo e principalmente, se amando, me dei conta que minha felicidade não é segundo plano na minha vida e que o vôlei já tem seu espaço nela, só preciso preparar o espaço para colocar mais uma nova felicidade, a eterna.
Com o coração acelerado, minhas mãos suando, corpo arrepiado e trêmulo, meus sentidos estavam aguçados, me aproximei deles. As nuvens que estavam nublando minha visão se abriram, e deram espaço um sol lindo e brilhante, com um sorriso acolhedor e olhos cintilantes. Senti uma adrenalina fervente que passeava pelo meu corpo, uma corrente elétrica que me deixava acordado, hoje mais do que antes, agora mais do que nunca. Fui procurar então, um novo motivo pra minha felicidade.
"Posso me juntar à vocês?" encarava Helena enquanto falava isso, e o sorriso que se abriu no rosto dela, desapareceu com toda e qualquer dúvida que tivesse. Nunca fugi de me arriscar. Agora, o que estava em jogo, era minha alegria, e esse eu jamais me perdoaria se perdesse. Helena estendeu sua mão pra mim, como um convite.
"Sempre." tomei, e fui. Começar mais um capítulo na minha vida.
Bom, está aqui mais uma fic dos meninos da seleção japonesa. Até o momento, esse foi o mais complicado de fazer. Ran é um livro aberto na minha visão, enquanto o Yuki está guardado à sete chaves, e por não conhecer ele (e na verdade, nenhum outro) peço desculpas se a personalidade dele estiver tão diferente, mas afinal de contas, é apenas uma história fictícia. Espero que tenham gostado da leitura, e até breve!
Novamente, aqui estão os visuais e como visualizo os personagens, mas eles ficam à critério de vocês também!
A roupa do Yuki para o jantar, e o restaurante, eu vejo assim:
#yuki ishikawa#yuki ishikawa x reader#ryujin nippon#japan#volleyball#ran takahashi#jva#fluff#suggestive#angst
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Ao repreender os fariseus de seu tempo o Mestre declara que a "boca fala do que está cheio o coração" (Mateus 12:34), algumas décadas o Apóstolo Paulo, ao tratar acerca da salvação, escreve dizendo que "a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo" (Romanos 10:17).
Isso nos revela uma verdade que, muitas vezes, não paramos para observar: aquilo que você vê, ouve, consome é o que enche seu coração e, por consequência, transborda por sua boca.
Se você enche seu coração de fé, esperança, confiança em Deus, sua boca falará dessas coisas, mas se seu coração está cheio de tragédia, catástrofe e morte, você se limitará a falar de desilusões.
Não se trata de ter uma visão otimista da realidade, a vida neste mundo pecaminoso não é otimista, pelo contrário, se trata de encher a nossa alma com aquilo que nos gera vida.
O que tem saído de sua boca, o que tem ocupado espaço em suas conversas? Você tem falado da grandeza de Deus, de Sua misericórdia, das bênçãos dEle ou tem simplesmente transformado seus diálogos num "Brasil urgente"?
#jesus#deus#projetofalandonocéu#graça#devocional#jovem cristão#evangelho#fé#espírito santo#vida cristã
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O PODER DAQUELES QUE SEGUIAM OS EXEMPLOS DO MESTRE JESUS.
Verdadeiros mártires de Cristo!
A imagem acima é uma cena esquecida nos dias de hoje. Filmes do século XX, alguns feitos ainda em preto e branco, narraram a perseguição contra os primeiros cristãos.
Abaixo, entrego uma adaptação traduzida (não foi entregue por um espírito desencarnado) por "Haroldo Dutra Dias". Falam das torturas feitas pelos romanos contra os cristãos da Gália do século IV - manuscritos em grego.
Não vejo diferença dessa Roma pré-cristã e aquela que por séculos impôs a conversão e submissão à sua instituição religiosa. É importante o esclarecimento da condição vibrante da grande "Besta Apocalíptica" - assim esclarecido pelo mestre Osvaldo Polidoro.
A imagem e o texto a seguir estão no livro "Chico, Diálogo e Recordações", de Carlos Alberto Braga Costa.
Acta dos Mártires
O cristão Sancto foi torturado por longos e penosos dias. Seus torturadores queriam dele nomes, lugares, indicações que os levassem a outros cristãos; entretanto, tudo o que ouviram de sua boca foi a declaração em latim: “Sou cristão”. Como os açoites e ferros não surtiam os efeitos desejados, foram-lhe aplicadas chapas de cobre em brasa sobre os membros, de tal forma que seu corpo praticamente perdeu a forma humana. Mesmo assim, em nada fraquejou. Após alguns dias, os algozes resolveram recomeçar as torturas de seu ponto inicial. Surpreendentemente, as novas aflições pareceram devolver a Sancto sua forma física e a recuperação dos movimentos de seus membros. Para os torturadores o fraquejar ou a morte dele assustaria profundamente os demais cristãos. No entanto, nada disso sucedeu. Sancto ainda teve que assistir ao estrangulamento dos irmãos de fé que, diante de sua coragem, também não se deixaram quedar. Após tudo isso, foi conduzido ao circo e jogado às feras que dele se aproveitaram o quanto quiseram; todavia, mais uma vez, não expirou. A turba expectadora, então, exigiu a cadeira de ferro em brasa onde o cristão foi posto, por fim, sem que exclamasse um gemido sequer, conservando, ainda, um semblante de fé, que tanto impressionava a quantos o vissem.
Átalo de Pérgamo foi outro cristão que a todos impressionou por sua grande demonstração de fé. O povo pagão exigia sua presença no anfiteatro, devido ao fato dele ser muito conhecido e por ser romano. Após ser exibido ao povo de maneira humilhante, foi levado ao cárcere, torturado com todo o tipo de instrumento de suplício para, finalmente, após alguns dias, ser novamente conduzido ao pátio onde foi, por último, posto na “cadeira de ferro fervente” – objeto de martírio que a plebe adorava – onde, enquanto era queimado, juntamente com outro impressionante cristão, Alexandre (que também não soltou um gemido sequer durante o mesmo ritual de dor a que foi submetido), exclamou, a viva voz e em latim: “Vede. Devorar homens é o que fazeis. Nós, porém, não somos antropófagos e não praticamos crime algum”. Interrogado, ainda, sobre o nome de Deus, replicou: “Deus não tem nome como os homens”.
Policarpo, outro mártire que marcado pela sua demonstração de fé e a virtude das manifestações espirituais que o cercaram. Após um sonho em que vira seu travesseiro em chamas, Policarpo deduziu e anunciou que seria martirizado em breve, em uma fogueira. Com efeito, passados alguns dias, é levado pelas autoridades romanas – que muito se impressionaram com a gentileza, cordialidade e grandeza de caráter daquele velho senhor – para ser interrogado e concitado a negar Jesus. Porém, na entrada do teatro, o cristão ouviu uma “voz do céu” a lhe dizer; “Sê forte, Policarpo! Sê homem!”. Após ter sido ameaçado de ser lançado às feras caso não jurasse pela fortuna de César, Policarpo deu uma maravilhosa demonstração de como deve proceder um cristão. Afirmando sua fé, diz que nunca renunciaria ao “rei” que o havia salvado, Jesus Cristo. Disse ainda ao Procônsul que, se o mesmo quisesse, poderia lhe conceder um dia para lhe falar de Cristo, tempo suficiente para convencê-lo da doutrina cristã. O preposto de César, então, respondeu para Policarpo que ele tentasse convencer às massas, ao que foi respondido: “A ti eu considero digno de escutar a explicação. Com efeito, aprendemos a tratar as autoridades e os poderes estabelecidos por Deus com o respeito devido, contanto que isso não nos prejudique. Quanto a esses outros, eu não os considero dignos, para me defender diante deles”. Então, o nobre cristão é condenado a ser queimado vivo. Uma vez colocado na fogueira, recusou-se a ser pregado no poste, alegando que Deus lhe daria forças para suportar o suplício sem fugir, sendo, então, amarrado. Com o fogo aceso, novo prodígio pôde ser testemunhado: as chamas como que formaram uma abóbada ao redor de seu corpo, não como se “queimassem carne”, mas como se “assassem pão”. Além disso, um cheiro de perfume impregnou todo o local, advindo do corpo do mártir. Impressionados, os algozes resolvem aplicar um golpe de misericórdia através de punhal. E, segundo os registros, da ferida “jorrou tanto sangue, que o fogo se apagou”.
Plante boas sementes e colham bons frutos sempre.
#chicochavier#chico#cristão#cristo#deus#enviados#martírio#jesus#força#fé#evolução#espiritismo#roma#império romano#grandeza#virtudes
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No suelo hacer esto, pero acompáñenme a esta triste historia de amistad (?) Les pasaré primero el contexto: Giacomo quería saber la postura de Azalea; well... Fue en el tono más inocente que puede existir en un hombre como él (y prometo que entiendo a Azalea, girl que también tienes tragedia para rato xD), solo que a él le importa tres hectáreas de caca sobre lo que acontece con la política de su propio reino. O sobre lo que pasa en el vecino o lo que le pasa a sus propios vecinos, vamos. Todos saben que quiere estar con sus gemitas.
Y cómo dice él: mientras sus joyas se vendan, solo le interesa eso, porque no tienen postura de ninguna índole, no piensan ni opinan, y todos aman las joyas así que ahí es como algo neutral en dicho sentido (en pocas palabras). Traducción: el dinero es dinero, me importa el dinero, el dinero es más importante (?). Ella responde tal qué:
ENTONCES, CLARO, cómo va a decirle que no entiende la pregunta a un hombre que no tiene intenciones sobre dicha pregunta. Y no es que Giacomo se moleste porque ella no entiende, sino que comienza a darle motivos para creer que hay algo mal, como para que ella no vea que su amigo solo quiere saber de buena fé (considerando que sabe que ella es una amante, o sea, definitivamente le importa poco lo que ella sea porque ya es más grave ser amante que tener inclinación por una facción u otra XD). Bueno, ahora empieza lo chido.
Y VAYA QUE PUERTA.
Pobrecito, mi niño dudando de que intentando expresarse siempre falla en la comunicación AÚN CUANDO HABLA TAN POMPOSO, es que es muy fuerte. Y claro, se pone triste porque quizá no se dio a entender bien ante su pregunta, que al o mejor debió traer a Braulio para que le traduzcan lo que pretende decir. Giacomo no puede decirlo de otra manera, excepto desde la sinceridad que él conoce y la curiosidad innata de quien quiere vincularse y solidar la relación. Es como un niño, necesita aprender, necesita ENTENDER. Y cómo un niño a veces se pone mal, se queda confuso cuando alguien no le explica las cosas y pone muros. Lo siguiente es esto, pero como me gusta remarcar los diálogos para mayor énfasis a la emoción de porqué reacciona así, lo dejo abajo.
Giacomo no da credibilidad a que Azalea le compare con esos nobles. A compararlo con nobles que hablan mal de ella, cuando él habló mal de su amante Lysander Duscar, que antes le dijo qué ella no merecía esa vida (y eso que es difícil hacer enojar a Giacomo).
ROMPIÓ LA TACITA, OH BOY. Sé que no entienden porqué chillo, pero sucede que en momentos anteriores a este post, Giacomo apreciaba la artesanía de esta tacita y la trataba como si fuera valiosísima, que la agarraba como los del Imperio Shinzen. Sabemos que Giacomo aprecia demasiado lo material (como el tema del jarrón con Darío que le hizo un RIP) como para romperlo, pero lo ROMPIÓ.
Creo que esto no necesita explicaciones (?) Hay un poco más, no quiero aburrir. Solo que lo siguiente, pese a no retirarse del todo, también tiene un gran peso, la prueba definitiva:
PORQUE GIACOMO, PORQUEEEEEEEEEE. No puedo decir que quiere probar con eso, no sé si se entiende pero a mí me gusta dejarlo a la imaginación e interpretación pero sí, sé cuál es su intención al preguntarlo. Esto escaló muy rápido.
#kkoth#rol#kaelkoth#oc: giacomo bianchi#oc: azalea#Rumour has it#drama#Giacomo dudando de su estabilidad mental#es que mirenlo#pobrecito#que alguien le proteja T_T#no dejo de chillar#no suelo hacer estas cosas#pero tenía la urgencia#estoy delulu#tengo miedo
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Relato de EQM 3, usuario de reddit (TheChthonicPriestess), diálogo:
TheChthonicPriestess: Eu pessoalmente tive uma EQM que realmente me ajudou a encontrar meu caminho. Resumindo a história, eu "me tornei consciente", em um lugar que agora sei ser Erebus, e fui recebido por minha divindade primária, Zagreus, que eu não conhecia na época... Eu estava sendo criado como católico. Tivemos uma breve conversa onde falamos como velhos amigos, e então decidi que precisava voltar porque "minha mãe precisa de mim". Eu, com 5 anos, não entendia o peso que essas palavras tinham, como essa versão adulta espiritual de mim as dizia, mas sabendo o que sei agora... era muito verdadeiro, e significava que eu estava realmente trilhando o caminho de Eleusina, mesmo naquela época. Mais tarde na vida, essa experiência me apontaria na direção certa para me reconectar com Zagreus e começar meu caminho de provações para ganhar meu título de Sacerdotisa do Hades. É incrível pensar o quanto evoluí em apenas 20 anos desde minha EQM, mas sou grata por isso ter acontecido e sou grata por Zagreus nunca ter desistido de me procurar em momentos importantes da minha vida. 💕
Geral_Ad7381: Isso é realmente fascinante! Se você estiver tranquilo para falar mais sobre isso, quais foram as coisas e sinais que eventualmente o levaram a Zagreus?
TheChthonicPriestess: Oh, meu Deus. Haha. Havia... muitos. Primeiro, durante a EQM em si, eu o vi, e mais tarde o descreveria como uma "figura do tipo Hades, mas não Hades, e mais jovem". Não tenho certeza de como eu sabia que não era Hades, mas acho que tem algo a ver com minha alma estar familiarizada com eles no Submundo. Mais tarde na vida, tive uma experiência estranha em um banheiro familiar do 7/11, onde eu estava sozinho com minha avó, tinha meus olhos em minha avó de costas para a porta trancada, e quando me virei, havia um monte de moedas novas e brilhantes em um círculo no chão que definitivamente não estavam lá antes. Eu costumava colecionar "moedas do céu", e Zagreus tem o hábito de me enviar pequenos presentes como esse porque ele sabe que eles me fazem feliz. Durante minha EQM, ele disse: "Nunca se esqueça... Eu sempre estarei cuidando de você". Mais tarde, uma freira se aproximou de mim, me entregou um cartão que tinha meu aniversário e o santo para quem eu iria rezar naquele dia (criada católica, e meu aniversário é o dia da festa deste santo), e quando ela me entregou, ela disse: "Me disseram para te dar isso e te dizer para nunca esquecer que alguém está cuidando de você." Eu tinha esquecido da minha EQM, e isso fez tudo voltar à tona e realmente deu o pontapé inicial no meu caminho. Quando eu tinha 12 anos, eu ainda conseguia ver espíritos, e fiquei assustada, e tive essa sensação de conforto caloroso me inundando, e uma sensação como um abraço caloroso. Ele disse: "Ei, você está bem. Eu estou aqui. Eles não podem te machucar." Não era auditivo, por si só, mas mais como os restos do seu cérebro registrando que alguém tinha acabado de falar com você. Quando eu tinha 13 anos, eu estava questionando minha fé, e já tinha renunciado a ser católica. Eu gritei para "Quem quisesse ouvir" e pedi um sinal dentro de uma semana. Bem, uma semana depois eu estava sozinho na floresta (em segurança) e tive uma experiência louca fora do corpo que me deixou com a habilidade de sentir a Vida como eu sempre senti a Morte. Eu estava me perguntando como as árvores soavam um pouco antes, então ele terminou me deixando ouvir as árvores cantarem. Esta foi uma grande pista, pois ele é o deus da Vida. Eu mantive essa habilidade até hoje. Quando eu tinha 18 anos, fui a um Festival de Comida Grega em uma Igreja Ortodoxa Grega dedicada a São Dionísio. Eu estava tipo, "... não é esse... o deus do vinho e da festa? Kkkk", então eu pesquisei e vi o nome Zagreus na Wikipedia. Realmente se destacou para mim, e eu pesquisei um pouco mais e descobri que ele era filho de Perséfone. Eu não sabia que ela tinha filhos. Eu ainda não vi nenhuma informação sobre o que ele era deus, então eu não juntei 2 e 2 até que finalmente, um dia, eu apenas sentei e fiz uma leitura de pêndulo com ele. Eu reduzi para o Panteão, então se ele era Urânico ou Ctônico, então comecei a listá-los até que ele disse: "Sim, eu sou Zagreus". Foi um sim MUITO entusiasmado. 😂 A partir daí, fiz mais pesquisas e desenvolvi alguns UPG, já que não há muito sobre ele.
https://www.reddit.com/r/pagan/comments/13a9wmx/the_pagan_near_death_experience/
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A certeza
eu quero a sorte de um amor sem mascaras.
um amor com compromisso, cumplicidade, conversas sérias, de escolha, entrega, onde sejamos amigos um do outro, onde o diálogo seja frequente, onde o silencio seja aceito de braços abertos, onde sejamos francos um com o outro, onde possamos crescer juntos.
Eu quero um amor reciproco, é pedir muito? Talvez nos tempos de hoje seja mais fácil a desistência de tentarmos fazer alguma relação dar certo. Nos dias de hoje, na primeira dificuldade, primeiro desentendimento já desistimos e falamos que não foi amor. Um tempo onde a escolha de ficar e tentar, é quase nula. E eu, eu não nunca desisti fácil de nada, nem dos meus pequenos sonhos, quem dirá do amor.
Eu sou aquele tipo de pessoa que pra desistir de alguém, ela precisa me magoar muito, ferir algum principio da relação, precisa ser claro com todas as palavras "eu não quero mais você", fora isso, eu tento até o fim. Eu sou fiel a pessoa, aguento barras inimagináveis, vou sempre manter a fé em meio a tempestade, vou sempre apostar nos teus sonhos e fazer de tudo para que se torne realidade.
Eu me pergunto, amor, o que preciso demonstrar mais para que você me deixe fazer parte da sua vida? Já mostrei que entendo seu momento, aceito os termos do presente, aceito a barra que for, porque sei que você é daquelas que valem a pena, sei que vale a espera, mas não esperarei mais sem a certeza. Talvez meu defeito seja esse: a certeza. Acho que a certeza é o meu porto seguro, e não consigo mais abrir mão dele.
#moura#autorais#projetosautorais#pequenospoetas#projetocaligraficou#projetomardeescritos#projetonaflordapele#projetosonhantes#projetoreconhecidos#projetonovosautores
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Diálogo Interno - I
Só me bastava uma luz no fim túnel.
Quase me afundei no oceano da angústia...
Tamanha era o desespero.
Onde o sofrimento e a dor se habitavam.
Estava à deriva de córregos obscuros.
E as sombras escuras ao meu redor, adoeceram uma mente cheia de sonhos...
No crepúsculo, você não definhará.
Não destrua as palavras que escrevestes pelas entrelinhas, na boca da noite.
Não entendia os altos e baixos da vida.
Passeando por caminhos tortuosos com lembranças dolorosas.
Achava que havia me tornado o que mais temia...
E que não teria mais solução para mim.
Continuei caminhando, tropeçando, caminhando novamente, caindo, me levantando e correndo por caminhos desconhecidos, cheios de trevas, cheirando ruim, para alcançar aquela coisa luminosa lá na frente...
E em direção aquela luz...
Quando cheguei perto...
Aquele ponto de luz no final daquele túnel, me cobriu de repente com esperança de dias melhores...
Ali, entendi que a Esperança e a Fé haviam se instalado dentro de mim.
Fugindo dos demônios que tentavam me acorrentar novamente, percebi que o cansaço nas pernas e a dor nos pés de tanto andar e correr, não foram em vão.
Entendi, que, sempre haverá consequências das escolhas que fizermos na vida, cedo ou tarde. Não importa o que seja.
Pós tudo isso, em um caminho onde consigo enxergar por onde ando e como é ao meu redor, os sentimentos ruins se dissiparam assim, como os raios solares que saem por de trás das nuvens.
Por, Fernanda Rosa. 🌹
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A professora xingou como nunca tinha feito em sua vida,saiu pela rua dizendo para que todos respeitassem mais as palavras,elas não eram simples letras colocadas em ordem só para ter algum significado,era mais que isso,elas derrubaram os maiores reis da história,se mal interpretadas elas geram grandes guerras e terminam grandes amores,sem elas o ser humano é apenas um macaco sem pelo e que ficaria o dia inteiro apenas coçando o saco,sem elas as ideias não iriam para o papel, assim sendo grandes descobertas da humanidade nem existiriam,sempre deram grande valor aos números e eles merecem,mas as palavras é que fazem qualquer número crescer, afinal chega de dar paulada na cabeça para conquistar uma mulher,use as palavras de forma que ela ao menos entenda a sua intenção, não cabe mais socos e pontapés só porquê alguém pisou no seu calo, diálogo e um bom pedido de desculpas já basta,as palavras que saem de sua boca são capazes de trazer paz onde você for, é por falar nelas,duas delas são especiais, são o que o mundo precisa para acabar com todo esse horror, são elas, a fé e o amor.
Jonas R Cezar
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Fale sozinho; o que aprendemos com o profeta Jeremias
Diga palavras de ânimo, palavras que sustentem sua fé. Não deixe a dúvida se instalar em seu coração.
Você conversa com você mesmo, com você mesma? Você é o tipo de pessoa que fala sozinha? Este negócio parece loucura, mas, na verdade, trata-se de uma prática saudável; uma prática que ajuda a manter as emoções em equilíbrio. O doutor Augusto Cury, um dos principais pesquisadores das emoções no Brasil, defende o diálogo com si mesmo/a como uma estratégia constante, necessária, para colocar…
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Dói, não é?
O peso do diálogo.
Esse que ficou ausente.
Tempo.
Espaço.
Vida.
Coisas das quais não entendemos.
Sempre será difícil.
Mas o peso da eternidade é grande.
Assim como tudo que não morre é.
O preço da infinitude.
Que tudo não passa de encontro e despedida.
Assim como tudo passa.
Quando só existe o silêncio, há o sussurro.
Onde moram as coisas invisíveis.
Onde ciência e progresso carecem.
Cultura e fé não são suficientes.
É preciso então o conjunto.
Movimento partindo em direções opostas.
Como se fosse expelir o veneno.
Desse resto da eternidade que somos.
Como sinal de Lázaro diante da morte.
Que não queria acreditar.
Ainda voltarei nesse mesmo poema.
Direi que previ o futuro.
Quando na verdade,
É minha consciência diante das coisas.
Que quando se acumulam vão para algum lugar.
Ou finjo não ver.
Pois se existe aqui,
Eu vi.
Existe.
O ser ou não ser perde importância.
Em mundo grande,
Com tempo de depuração.
Desses que já estou perdido também.
Mas um dia,
Encontrarei o que procuro.
Pois saberei o que estava procurando.
Em movimento rotacional diante do acaso.
Desse que eu neguei até aqui.
@robertocpaes
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Eu estive pensando em algumas coisas que talvez sejam grandes. Algumas não saem mais da minha cabeça, outras vem e vão. Algumas estão tão longe outras tão perto. Enquanto caminho pela cidade sem um destino apenas ouvindo minhas músicas em meus fones de ouvidos, penso e observo sobre tudo ao meu redor.
A criança brincando, a mulher com pressa e o homem com a preocupação sobre a sua vida em seu rosto. O senhor que olha para a rua com o olhar de quem está perdido em uma lembrança do passado, onde talvez,se sentisse mais vigoroso. Ainda assim, sentado em silêncio.
Em todos os cenários, a mesma figura em vestes escuras, porém não má, aparece e os observa sobre seus óculos escuros. Essa figura sou eu, que estou caminhando pela cidade sem destino, apenas dando vazão aos pensamentos, enquanto a trilha sonora em meus fones de ouvido indicam, como uma bússola, o caminho que devo seguir.
Em todas as visões eu acabo por perceber a vida acontecendo alheia ao tempo em que estou caminhando. Eu mantenho a minha fé em meus deuses e em mim, ao mesmo tempo que vejo nos olhos das pessoas a falta dela. Eu sou agora um peregrino que busca incansavelmente a satisfação de se ver viver.
Em meus pensamentos você vive e constantemente está presente, em vários diálogos que travo em silêncio. Mesmo quando a distância cresce, em tempo e metros, mantenho a minha mente em possíveis cenários onde você possa estar. Não é angústia nem tristeza, é apenas que percebi que a vida fica melhor quando consigo ver você nela.
O destino Algumas vezes prega algumas peças e essas peças são sempre no silêncio entre uma música e outra. E esse silêncio machuca. Machuca pois ele me faz perceber que ainda estou estático. Ainda preciso de uma movimentação para entender o que estou pensando. Talvez algumas pessoas possam olhar para mim e pensar que estou longe demais para estar me importando com o que está acontecendo ao meu redor. Mas na verdade, eu estou em intensa atividade interna. E essa atividade me permite ir além do que já fui. Eu vou até você.
Eu amo você. E esses pensamentos sobre a vida e sobre observar o que há para observar e contemplar o que há para contemplar, me levam a pensar no amor que sinto por você e por toda a história que passamos e poderíamos passar juntos. Mas em nenhum momento me sinto triste ou deprimido. Eu me sinto feliz de poder estar pensando isso. Feliz por estar vivo e consciente da minha vida em relação ao mundo. Hoje eu observo o mundo ao meu redor e dele extraio o melhor que posso.
Eu amo você. Quando eu saio com o meu carro, fico sentado em silêncio, pensando em grandes coisas, pensando pra onde eu vou e se devo mesmo ir. Eu coloco uma música tocar, pois o silêncio machuca. Mesmo com o som do motor algumas vezes se tornando um mantra pra mim, gosto de ouvir alguma coisa. Pela estrada projeto teus sorrisos e os meus. Teus olhos nos meus e teu toque no meu. Embora, talvez eu saiba que não seja mais possível quebrar esse silêncio com a tua voz e tua riso, eu penso nessa possibilidade.
Eu tenho esses pensamentos sobre coisas grandes. Eu tenho esses pensamentos que exalam o fogo e a água, enquanto escuto minhas músicas. Eu luto contra o silêncio, e eu vejo nos olhos a faísca da vida. Eu pondero sobre coisas terríveis, entre duas ideias que algumas vezes não consigo decidir e deixo que a vida acabe me mostrando o melhor. Eu não gosto de perder, porém perder também pode ser vencer e eu agora estou tentando entender isso.
É terrível pensar em uma vida onde não há sequer uma fagulha de esperança e a esperança é o que me move. Esperança é fé. Eu não matei mais o que eu sou. Eu não matei mais o que me matava. Mas agora, estou aqui sentado em silêncio.
#novosautores#novosescritores#novospoetas#novostextos#amor#carta de amor#escritos#magia#poesia#romantico#meus pensamentos#saber viver
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A gente enfeita diálogos trágicos; a gente transforma dores de cabeça em poesia. Eu decido tingir minha parede cinza com seu lilás; você planta mais das minhas folhas verdes no seu jardim. Você é obstinada e ansiosa e eu tento acompanhar nos meus passos curtos e hesitantes. Não me importo se tiver que te olhar de trás por algum tempo. Não tem porquê ter pressa se a gente está indo pro mesmo lugar. No final a gente se encontra nas narrativas furadas e nas semanas brutais. Agora é a parte que eu abaixo a cabeça e finjo que não tenho botado toda a minha fé em você, ficando de joelhos e sussurrando seu nome como uma oração. E você quase me faz chorar, me dizendo do nada alguma coisa essencial que eu não sabia que precisava ouvir até que fosse dito. Tenho tentando muito mesmo, não me ancorar no meio de tempestades. Mas você disse que iria se certificar de me manter imersa na nossa fantasia. Então não me acorde hoje.
- Estamos quase lá.
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O Apanhador no Campo de Centeio
Todas as vezes que escrevi uma resenha digna de respeito, pude observar que esse fato ocorreu por motivos particulares, a forma como consegui transcrever as minhas sensações lendo uma determinada obra. Confesso, estou enferrujada, apesar de ser algo que me encanta, faz muito tempo que não escrevo. Isso não é uma introdução, certamente estou fazendo um aquecimento literário, algo do tipo, não sei ao certo se isso existe, na dúvida, prefiro arriscar, nesse exato momento existe uma necessidade de expressão.
Primeiramente gostaria de destacar, fiz leituras de resenhas incríveis que me auxiliaram na compreensão de poemas, referências importantes na construção da narrativa, por outro lado, preciso dizer que, não tenho a pretensão de fazer descrições gerais, explicativas, importantíssimas, mas essa não é a minha marca. Deixo essa função para os grandes mestres, inclusive aqueles que utilizei como consulta antes de iniciar a escrita.
O Apanhador no Campo de Centeio narra a história de um ser selvagem, indomável, alguém que não se curva, não se deixa dominar. Os traços que vinculam o leitor a narrativa, fazem parte da dinâmica que o autor utiliza na escolha de vocabulário, gerando uma proximidade, pertencimento, como ler algo que foi dito por alguém. Como uma conversa informal.
A relação que cria com os livros, vontade de conversar com os autores. Dizer algo como: esse autor seria uma pessoa para quem eu ligaria. Crio vínculos com minhas leituras, consigo lembrar de tudo que estava fazendo enquanto lia. Gosto de colocar o livro sobre meu peito para refletir quando a leitura mexe comigo, como um abraço seguido de um suspiro profundo. Aproveito a oportunidade para dizer que, gostaria muito de conversar com Graciliano Ramos, Neruda, Octávio Paz e Mário Benedetti. O Graciliano é certamente a conversa mais importante, conversaríamos sobre a fé.
A fé também faz parte dessa narrativa e me chama a atenção. Os exemplos de diálogos onde aparecem representantes religiosos são muito interessantes. Como justificar a causa de não frequentar as cerimônias e acabar discutindo se Cristo condenou Judas ou não. Gosto de gente que tem criticidade para vivenciar as experiências da vida, esse personagem me proporciona isso em cada frase, cada ato, cada indagação. Não ser óbvio, não fazer parte da maioria, não se encaixar.
O perfil de alguém inteligente, que conhece museus como ninguém, prefere a autonomia de caminhar a pagar por um táxi. Ao mesmo tempo, todo esse conhecimento é colocado de forma pejorativa, como quando cita o jornal Saturday Evening Post, para falar que não se importa com o atraso das garotas nos encontros. Gosta de peças de teatro e questiona os roteiros de filmes hollywoodianos.
Apesar da vontade de não pertencer, ele não escapa as máscaras sociais que todos nós colocamos em algum momento, das performances desnecessárias, como mentir sua vida sexual para parecer mais interessante. Aliás, existem infinitas possibilidades de pensar sobre a construção do masculino através das falas do nosso protagonista. O apanhador no Campo de Centeio é um convite para nos conectarmos com nossa singularidade, nossos impulsos, nossa essência.
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*Bahia de Fé* é uma série documental que apresenta o panorama multirreligioso da Bahia e como o exercício da religiosidade dos baianos é um dos fortes traços de sua identidade cultural. Tive a honra de colaborar com este doc, ilustrando algumas histórias da cultura yorubá. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ Com 5 episódios de 26 minutos, Bahia de Fé amplia a perspectiva de que existem mais semelhanças do que diferenças nas bases filosóficas das instituições religiosas. Com uma linguagem cultural rica, o documentário se utiliza da dança, do canto de coral, da contação de histórias e de ilustrações, além de depoimentos de especialistas, líderes religiosos e praticantes, para estimular o diálogo religioso e tratar de questões contemporâneas de cinco fases da vida (Infância, Juventude, Maturidade, Velhice e Morte) em interação com a espiritualidade.
Bahia de Fé tem participação de 18 líderes religiosos: Alagba Balbino Daniel de Paula, Aniruddha Dasa, Ebomi Nice, Líder Espírita André Luiz Peixinho , Líder Espírita José Medrado, Ministro Ricardo Brasil, Monge Kelsang Tenchog, Padre Lázaro Muniz, Padre Manoel Filho, Pai Raimundo de Xangô, Pastor Djalma Torres, Pastora Célia Gil Pereira, Rabino Mariano Del Prado, Reverenda Bianca Daéb’s, Senhora Telucama Graça Azevedo, Sheik Abdul Ahmad, Taata Anselmo e Yalorixá Jaciara Ribeiro.
A série tem realização da Santo Guerreiro Cine VT, roteiro de Aléxis Góis e Cleidiana Ramos. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀ #BahiaDeFé#BahiaNaTela#TVEBahia#AudiovisualBaiano#Religiosidade#culturayoruba#matrizafricana#orixas
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Haru Ozu: By The Old Gods and The News.
A primeira memória que ele tem é do som do mar batendo fortemente contra as rochas da ilha. Um som alto e tenebroso que indicava que tinha muita vida do lado de fora da casa em que ficava matando tempo enquanto seus pais estavam em sala de aula. Era completamente assustador, e o fazia lembrar das histórias de sua mãe sobre um dragão que existia no fundo do mar e que ascendia apenas para resguardar aqueles que eram devotos em sua existência. Haru Ozu era apaixonado por essa ideia.
— Você tem um dragão mágico, eu quero um dragão mágico. Organizando direitinho... — sugeriu uma vez para Hua Choi, apenas para receber um olhar de desdém e um "passa amanhã" da mais nova, em plenos 6 anos de idade.
Ele sabia, é claro, que as coisas não funcionavam daquele jeito. Você não podia ganhar um dragão pedindo por ele. Você conquistava um dragão com a sua fé, persistência e teimosia. Ele tinha muito das outras coisas, então ele podia começar a se preparar para um dia conseguir domar o próprio dragão do mar. Se ele tivesse sorte.
Mas para isso precisava de treino.
— Então, Sakura. — ele falava com a maior intimidade escorado no muro da vizinha, as perninhas finas e compridas que tinha aos seus 8 anos entrelaçadas enquanto usava de suas covinhas e toda a sua lábia que deus sabia muito bem de onde ele tinha herdado. — A gente se conhece uma vida toda, já. Você é provavelmente uma das pessoas com a melhor rede de contatos pra esse tipo de coisa. Me diz uma coisa: quanto tá custando, por baixo, um ovo de dragão?
Ele podia culpar Yeong por todos os planos mirabolantes que ele entrava porque o garoto literalmente o arrastava por todo o caminho até o acompanhar, mas todas as suas tentativas de arranjar um ovo de dragão eram apenas por sua conta e risco, acreditando sempre que tudo o que ele quisesse, o cara lá de cima iria lhe dar.
No caso, seu tio San.
— Então, caso eu arranjasse, o senhor tem um quintal enorme...
— Haru, não é quintal, é literalmente a arena da escola.
— Detalhes, o ponto é: eu deixava com o senhor e ia visitar todas as férias e levar pra passear, dar banho, etc — explicava, as mãos no colo, lançando todo o discurso em frente a lareira enquanto os pais o deixavam manter aquele diálogo, cada um com uma cara maior de "impossível de acreditar na cara de pau".
— Tá, se um dia você arranjar um dragão, a gente conversa.
E Haru guardou aquilo no coração como se fosse uma nova prece.
— Sua vez de fazer suas oferendas, meu bem — Somi dizia a ele, fazendo carinho nos fios bagunçados pelo vento que vinha da praia.
A fogueira era grande, mas contida, para que a fuligem não os atingisse. Sua mãe tinha arremessado todas as mandrágoras que plantava justamente para aquela finalidade, e agora ele tinha uma em suas mãos para fazer o mesmo ritual. Ele fechou os olhos, respirando fundo e se concentrando.
— Um dragão. Eu só quero um dragão, e eu vou ser um bom guerreiro, com as bençãos de Ares. Até como todos os temperos da comida do refeitório se for necessário. Por todos os deuses, novos e antigos, amém — Concluiu a prece arremessando a planta no fogo como se não fosse nada, os dois vendo as mandrágoras se debaterem no fogo e gritarem por suas vidas sem sequer esboçar reação.
Haru era também forte e corajoso. Ele tinha que ser, todos os guerreiros eram assim, ele não podia ser diferente. E, um dia, ele iria para a luta usando um dragão como uma arma, montando em suas costas e resolvendo tudo com fogo e sangue. Ia ser irado.
Ele desviou o olhar para o mar, as ondas batiam contra a areia e faziam um barulho alto.
O dragão estava ouvindo as suas preces. Ele sabia que sim. E era tudo uma questão de tempo.
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