#desejo proibido
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allebasimaianunes · 12 days ago
Text
deus é um círculo ✞ padre charlie mayhew & megan duval
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one-short ✞ pt version. entre a angústia & o desejo reprimido.
também está publicada no wattpad, caso preferir ler por lá :)
i don't fear god, but i fear being rotting myself (inspo playlist)
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notas da autora: meus caros leitores, essa história de capítulo único nasceu enquanto ouvia minhas músicas, misturado a uma vontade de explorar possibilidades dentro das personagens de Grotesquerie - no caso do Padre Charlie Mayhew & Megan Duval. com isso, comecei a escrever "Deus é um Círculo", como não só uma homenagem a esses personagens tão icônicos quanto também para treinar mais a minha própria escrita, explorando ao máximo o trabalho de desenvolver diálogos e ações em uma história. inspirada principalmente na música God Is a Circle, do cantor Yves Tumor, essa história que conta com mais de 10k palavras dialoga sobre passados, medos, crenças e descrenças. 
para quem for ler, desejo uma ótima leitura! críticas construtivas e comentários são sempre muito bem-vindos <3
contagem de palavras: 10k e uns quebrados ao todo.
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 A casa fedia a morte.
Algo apodrecendo, impregnado na madeira descascada do piso, emanando pelas ranhuras da tinta descascada na parede. Mosquitos zuniam ao redor do mofo que se alimentava da umidade nos cantos. Era tudo tão deprimente, a frágil luz daquele belo dia dominical parecia perder forças dentro daquela casa morta. 
Pilhas de resto de comida do jantar da noite anterior ainda estavam na mesa – pratos de porcelana amarelados com rastros de molho de tomate pastoso, pedaços de carne moída sendo comidas agora pelos mosquitos, lenços sujos dobrados, uma vela derretida jogada no meio daquela zona pitoresca. Havia uma garrafa de vinho com a rolha mal encaixada pela metade no canto da mesa, onde no lençol rendado que era para ser alvo mas agora era um tom de amarelo envelhecido, manchas irregulares de vinho traçavam um caminho por toda a mesa de seus lugares.
Charlie respirou aquele ar azedo, indigesto, sentindo certo arrependimento em ter aceitado estar ali. Porém seu coração empático e seu senso de justiça falaram mais alto quando a velha senhora o cutucou logo após a missa matinal, há uma semana atrás, lhe chamou para um cantinho e contou-lhe uma triste história de vida que tocou bem no ponto frágil de sua alma: a história familiar, a parábola do filho pródigo moderno que saiu de casa e quando voltou pedindo perdão, se arrependeu do berço que nasceu, se revoltou e largou mais uma vez todos e tudo para sumir no mundo. Uma história de dor, separação, perdas. O esposo doente que não aguentou o ressentimento de ter criado um filho ingrato, um filho infeliz com a vida simples, ambicionando por tudo, uma neta querida que perdeu as paixões pela vida e agora estava beirando a morte. Sozinhas, aquela aparente doce senhora rogou para que Charlie tomasse suas dores, fosse visitá-la e desse a extrema unção a neta que parecia uma doença desconhecida. Na hora nem passou na mente do jovem pároco a possibilidade de questionar se ela passou por consulta médica, se estava tendo algum acompanhamento profissional ou algo similar, tudo que ele fez foi suspirar profundamente descarregando o peso do mundo de seus ombros, olhar profundamente nos olhos velhos daquela mulher, segurar com leveza seu ombro e confirmar que estaria visitando-as logo mais. 
Uma semana passou desde então, ele quase se esqueceu da visita, mas ao revê-la entre a paróquia, sua mente foi impelida pelas palavras dela, o pedido e sua honra em cumprir a própria palavra. Então no final da Missa ofereceu para levá-la para casa, assim iria aproveitar para cumprir com a promessa. Pegou sua maleta em couro preta, com tudo que precisava para a extrema unção: o óleo e água benzidos, sua bíblia e um conjunto de velas finas e brancas que gostava de ofertar à família como um incentivo do que ele chamava da “não perda da fé”: com a vela, os membros da família do enfermo, até mesmo o próprio dependendo da sua situação, eram encorajados a acender a vela e rezar durante seis dias, em busca do perdão e da cura. Ao sétimo dia o descanso viria como forma de regozijo e alívio da tensão pela espera. 
Havia também um terço e uma toalhinha, uns folhetins com Ave-Maria e Pai-Nosso nos versos e uma caixinha com balinhas de menta que ele adorava mastigar quando estava ocioso. 
O trajeto foi silencioso, ouvia-se o ronco suave do seu chevrolet vegas preto. Na realidade a senhora ficava murmurando o que ele supôs ser uma oração, ou algo próximo a isso, tornando a viagem através da rodovia um tanto quanto… curiosa. O máximo que ela disse foi que tinha que acordar cedo e deixar a neta à sua própria sorte para pegar o ônibus até a igreja. A sua igreja. Com aquela informação, Charlie encheu-se de questionamentos que colidiram com a curiosidade acerca daquela senhora, apenas meneando a cabeça mantendo a concentração na estrada que se abria à frente deles. Enormes árvores nas laterais antes de uma longa extensão de pasto, fazendas, milharais e moinhos abandonados. 
A casa da senhora ficava em uma estradinha que cortava a estrada principal  à direita, de terra batida, mato alto, levando-os até uma propriedade antiga, média, parecendo uma antiga fazenda que estava parada há anos. Um celeiro grande estava mais aos fundos da casa de madeira, dois andares, uma enorme árvore centenária se retorcia ao lado da casa, envolvendo-a em um abraço sombrio. Apesar do sol acima deles, a propriedade em si emanava uma escuridão própria. Ambos caminharam até a entrada, e pela porta-dupla com a tela transparente ele já notou a situação da casa.
E lá estava ele, parado naquela sala esquisita emanando um odor rançoso de vinagre com gordura pastosa, molho de tomate e vinho acidificado. Estranhamente a senhora estava cheirosa – desde o dia que ela lhe puxou para o cantinho até o dia de hoje, ela lhe chegou exalando à banho tomado, uma fragrância da pele morna e limpa, shampoo e uma borrifada de perfume atalcado. 
A mão enrugada e gelada da senhora segurou a sua mão livre, o puxando levemente para a direção do lance de escadas a sua frente:
— Siga-me Padre!
Deixando-se levar, as pernas longas de Charlie caminharam incertas pelos degraus da escada de madeira que rangia debaixo dos seus pés calçados em botas de couro pretas. Subiram as escadas, Charlie contou doze ao total, chegando no segundo andar da casa que era um corredor retangular com três portas dispostas em cada lado e uma no meio, todas fechadas, uma janela fechada acima do lance das escadas, um papel de parede listrado em cor âmbar, o piso de madeira com algumas ranhuras. 
— O quarto dela é o do meio…
— Voc�� não irá me acompanhar? —perguntou o homem ao ver a senhora dar meia-volta em seus calcanhares, prestes a descer, ela ergueu seu olhar para ele, havia uma mistura de medo com uma leve ironia pendendo no seu olhar cansado. Sorrindo, as rugas ao redor de seus lábios craquelando mais ainda, ela lhe respondeu num sussurro: — Esse momento cabe apenas a você e a Micaella.. Deu de ombros, descendo a escada. Charlie se virou para frente estarrecido com aquela resposta, suspirando profundamente antes de virar e encarar a porta onde a enferma repousava.
Micaella.
Agora havia um nome para mencionar a pessoa adoentada. 
Passos lentos o levaram até a porta onde num gesto automático, ele se pôs a dar três batutinhas na porta, esperando uma resposta. Nada. Apenas um profundo silêncio. Ele tentou mais uma vez, colando sua orelha para escutar melhor algo além da porta – nada. Sua mão foi até a maçaneta de ferro fundido, pesada e gelada, rodando-a para a esquerda abrindo a porta, olhando pela pequena fresta metade do lado direito do quarto: papel de parede floral cor rosa-queimado, uma janela de madeira bege-claro fechada, cortinas de algodão com uma estampa floral completamente branca aberta, permitindo que a luz amarelo-claro vindo de fora penetrasse pelos retângulos da janela embaçada, produzindo um rastro de luz pelo chão. Ao abrir a porta toda, com os olhos atentos e vasculhadores, logo se deparou com a cama de casal em dossel, com um tecido transparente fazendo uma cabana ao redor da figura que ele conseguia observar um contorno. Uma pequena cômoda ao lado direito de madeira escura, com pés entalhados num estilo que remetia ao estilo barroco com ondulações, onde havia uma jarra de vidro com água, um copo com metade do líquido na beirada, uma caneca com uma vela derretida pela metade e uma caixinha de madeira no outro canto. No lado esquerdo havia um guarda-roupa, uma cadeira e outra janela entreaberta que dava para a enorme árvore onde a ponta de alguns galhos arranharam na janela, provocando um ruído chatinho ao fundo. 
Charlie pigarreou para chamar a atenção da mulher por trás da manta, mas não houve nenhum movimento. Receoso, ele caminhou até a cadeira isolada no canto, pegando-a, para levar ela até a lateral direita da cama onde uma fresta do manto permitia ele olhar a mulher acamada. A primeira coisa que ele viu foi um braço estendido, pálido, dedos finos quase ossudos, unhas cortadas. A manga da camisola branca abraçava metade do seu braço com um detalhe em renda e uma fita de seda rosa que o apertava na pele. Subindo seu olhar, a pele exposta era muito pálida, quase sem cor, a clavícula muito funda entre a pele, manchas vermelhas e roxas pela ao longo da pele, onde com a outra mão ela segurava seu próprio peito. No pescoço um colar com pérolas pequenas, do tamanho de uma ervilha, onde na sua ponta pendia um crucifixo prateado. Charlie ergueu o olhar, pescoço, queixo, lábios ressecados, nariz, olhar que o encarava, testa suada, cabelo jogado. Olhar. Seu peito ardeu quando encarou novamente aqueles profundos olhos de pupilas dilatadas, opacas, lentas, distantes. Engoliu palavras que vieram até a ponta da sua língua, observando-a como um todo: seu rosto remetia a Pietá de  Bouguereau, com uma profunda dor concentrada naquele par de olhos fundos, olheiras vermelhas, cabelos muito espessos ao redor do rosto magro formando um véu.
— Micaella.
— ....
Levantou as sobrancelhas com seu silêncio. Sorriu amistoso a mulher, colando sua mala na cadeira para virar nos seus calcanhares e caminhar até a janela fechada, onde com um tranco ele conseguiu abrí-la:
— O ar fresco irá ajudar a te refrescar! — Voltou-se para ela, respirando o ar que invadiu o quarto pela janela, balançando de leve as cortinas ao seu redor, tudo sendo observado pelo olhar de Micaella que não esboçou nenhuma reação. Charlie colocou as mãos na sua cintura, caminhando até ela: — Você se importa se eu abrir aqui um pouco? — Apontou para o tecido que tampava sua cama. Micaella negou com a cabeça após uma longa pausa, Charlie tomou aquilo como um movimento positivo vindo dela, mantendo o bom-humor que repentinamente lhe pareceu ser uma boa tentativa, ele abriu um pouco daquele tecido para que a luz natural e o ar fresco pudessem banhar o corpo de Micaella melhor, além de afastar um pouco aquela sensação estarrecedora de abafamento que sentia só de olhar para sua cama. 
Tirou sua maleta da cadeira, se sentando nela:
— Sou o Padre Charlie Mayhew, fui convidado por sua avó para estar… — Olhou-a repentinamente, mesmo inexpressiva ela o encarava no fundo de sua alma, ouvindo cada palavra dele que pigarreou tomando cuidado com suas próprias palavras: — te vendo, te abençoando, quem sabe conversando…
— Eu te conheço.
— Oi? O que você disse Micaella? — Pego de surpresa, a voz da mulher soou como um sussurro raspante. Micaella finalmente se mexeu – havia vida por todo seu corpo –, apoiando os cotovelos na cama, erguendo-se um pouco até ficar levemente inclinada em três travesseiros que apoiavam seu corpo deitado. Ela apontou para o copo d’água, indicando para que Charlie o pegasse, que foi o que ele fez, entregando-a com uma profunda perplexidade. O toque de dedos fez algo estremecer todo seu corpo – uma onda gélida, um precipício que o encarava de volta, a morte rondando-o diretamente. Micaella bebeu água com uma sede de quem não via um copo d’água há dias. Água escorrendo pelos cantos, pingando no seu colo do peito, na manta que cobria suas pernas. Entregou-lhe o copo, limpando a boca com as costas da mão, esboçando um sorriso tímido. Charlie pegou o copo, colocando-o de volta ao seu lugar com cuidado. 
— Eu já fui em algumas missas que você celebrou. Há uns meses atrás… Minha avó te adora!
— Oh — as bochechas do homem ficaram vermelhas, esquentando seu rosto repentinamente: — fico enormemente lisonjeado, porém devemos adorar apenas Deus Nosso Senhor! — Uniu as mãos, sorrindo abertamente, tentando trazer um leve humor engraçado para o quarto. Micaella o olhou de cima para baixo, acenando com a cabeça, as mãos agora unidas em cima de seu colo. Ela perguntou:
— O que te trás aqui mesmo, Padre?
— Eu vim a convite da sua avó. Conversar um pouco com você, rezar pela sua situação, te benzer…
— Extrema unção, seria isso?
Charlie parou de sorrir, ficando sem jeito de rebater a jovem. Poderia mentir, era óbvio que ele poderia abrir a boca e tecer mentiras reconfortantes pois ele se colocava numa situação hipotética onde ele, na idade dele agora – ainda muito jovem – naquela situação de quase morte, enfiado em uma cama, num quarto abafado, no meio do nada, apenas ele e sua avó… Seria de partir seu coração caso um padre estranho chegasse no seu quarto e simplesmente lhe dissesse que estava ali para ministrar uma extrema unção, dando-lhe um voto incerto de cura ou de morte. Porém mentir iria contra seus princípios, tudo que aprendeu nos longos anos como seminarista, iria contra as crenças pessoais dele que sempre traziam a verdade como uma das principais ferramentas de sua evangelização. 
Era difícil permanecer convicto com seus princípios quando se encarava uma situação tão delicada quanto aquela… Pobre criatura de Deus! Imaculada pela pureza, açoitada pela doença da carne. Refletiu enquanto ponderava a melhor resposta. Quando movimentou os lábios em uma inflexão do queixo para respondê-la, Micaella o cortou:
— Eu sei que é uma extrema unção Padre, não precisa fugir do óbvio. 
Charlie a olhou com dúvida, uma repentina surpresa pela franqueza da mulher que continuou, guiando os olhos opacos em direção a porta fechada, como se enxergasse além da mesma:
— Eu os ouvi ontem durante a janta… Eles quase gritavam que eu estou perdida, sem rumo, sem Deus no coração e é por isso que fui amaldiçoada… Deus me puniu com a doença da carne que apodrece sem motivo aparente, como uma maçã que cai do pomar e não é consumida, largada a`relava, a própria sorte — lágrimas brotaram de seus olhos, pequenos rios que nasciam vindos de uma dor intrínseca: — eles berraram para eu escutar que eu vou morrer, que esse pecado que nasceu comigo nunca será arrancado de mim — suas mãos foram até o peito, na direção do coração: — mesmo que eu já tenha tentando arrancar de mim, não há nada que eu possa fazer. Nada que eu poderia tentar fazer… Minha morte já estava anunciada desde que eu nasci, minha avó por mais que me ame e tente me proteger do mundo sabe que minha existência é tão finita quanto a dela. Eu temo por ela porque não sei se ela aguentaria enterrar outra pessoa que ela ama tanto novamente… e eles continuaram a rir e a dançar e a festejar. Até invadirem meu quarto, me puxar da cama, me forçar a dançar e a beber vinho para celebrar a vida. A vida deles, e a minha morte. Minha morte, Padre Charlie, minha morte! — Seus lábios tremiam, era assustador que mesmo chorando rios grossos com ossos transvertendo, a voz dela se mantivesse calma, quase uma linha perfeita sonora que penetrava na alma de Charlie que estava petrificado na cadeira apenas a escutando.
— Eles me querem morta porque eu sou a ovelha negra da família, a má anunciação, o mau presságio, o apocalipse e o dragão de sete cabeças que veio para atormentar eles. Eu sou o mau, a morte, o anticristo… para eles. Então ontem eu fui obrigada a dançar em cima do meu próprio caixão e beber do sangue sagrado antes que eu morra. Morra por uma doença que veio do nada, que está me consumindo, me deixando fraca, frágil, sensível, que está impregnando a casa com morte e a todos com um humor deprimente. Você se sente estranho Charlie? Se sente estranho por estar aqui agora?
Arrebatado pelo rosto angelical de Micaella que se contorcia em dor e rancor, franzindo o cenho da tez lisa enquanto os olhos molhados tomavam um brilho rancoroso, os lábios dela abriram em um sorriso desalento. Uma mão invisível pegou o núcleo de sua alma e a puxou para perto de Micaella. Ele perdeu a razão por segundos antes de engolir palavras confusas e um choro que surgiu do seu âmago antes de tomar uma consciência estranha do seu corpo como nunca antes. Percebeu que o quarto cheirava a mel, incenso e vinho fresco, e uma cheiro de suor adocicado emanava de Micaella misturado a um óleo de mirra e argan, seu hálito era muito fresco e seu corpo tremia por inteiro, arrepiando após as palavras dela pinicarem ele por um todo. 
Sua cabeça zuniu e rodopiava em círculos de pensamentos mórbidos e palavras que Micaella lhe disse. 
Ele se sentia estranho?
— Não. 
A resposta simples, monossilábica pareceu pegar a mulher de surpresa que se afastou puxando essa alma dele agora conectada à ela consigo. Ele ergueu os olhos pra cima querendo enxergar além da parede cimentada. Murmurou:
— Deus está nos observando agora Padre. 
— Creio que sim —
— Isso não foi uma pergunta, Charlie — olhar afiado atravessou ele: — é uma afirmação. Deus está nos observando, sempre especulando nossas vidas, mas ausente o suficiente para não me salvar. Isso não é egoísmo, Charlie?
— Creio que estamos atravessando os limites de uma conversa saudável Micaella, olha eu vim para te trazer inspiração e te benzer para uma cura — com uma repentina pressa, Charlie buscou sua maleta, abrindo-a num clique, remexendo seus pertences, puxando o frasquinho de um óleo ungido junto a sua bíblia. Sentiu a mão gelada de Micaella envolver sua mão que segurava os objetos, a carne macia sobrepondo a dele, quente e frio se misturando. Ergueu o olhar assustado, dando conta que ela se aproximou dele, o corpo pendendo curvado para seu lado:
— Charlie, eu não quero conversar com o Padre. Eu quero conversar com você, Charlie. 
— Micaella —
— Por favor — ela agora havia empurrado seu corpo mais para frente, as pernas saindo do lugar onde ela sentou em cima dos tornozelos, uma clemência imediatista vindo de seu rosto: — por favor. Eu te imploro! Estou cansada de ter que dar satisfações à médicos, enfermeiros, psiquiatras, padres… Eu só preciso de alguém com quem conversar antes de morrer. 
Charlie suspirou, exalando um peso incômodo que comprimia seus pulmões. Se ele se despisse do seu papel como pároco ali, no meio do nada, ao lado de uma doente terminal, ninguém iria saber… bem, ao menos essa conversaria ficaria entre eles, as quatro paredes florais e o Onisciente Divino. E Deus não iria castigá-lo caso uma vez em toda sua vida ele finalmente se ausentar da sua batina e expusesse seu lado que guardava apenas para si mesmo, seja nos pensamentos falhos ou nos momentos imerso em profundo silêncio e escuridão de seu quarto, seria um alívio conversar sendo apenas o Charlie Mayhew sem o peso do Padre antes do seu nome, uma forma de expor seus sentimentos contidos e os medos humanos que ele como sua figura de pastor não deveria em hipótese alguma expressar a seus fiéis. Seria algo que Micaella levaria consigo para o túmulo – assim como ele. Um segredo que se perderia a sete palmos do chão.
Deus não me julgará por ser honesto e fraco uma vez na minha vida. Às vezes a miséria e ignorância são dádivas divinas.
Acenando positivamente, Charlie anunciou sua resposta deixando a mulher aliviada, que desfez seu aperto na mão do homem que estranhamente sentiu algo vago quando ela se afastou, voltando a se acomodar nos seus travesseiros enquanto Charlie deixava a bíblia e o frasquinho na cômoda. 
— Você não desistiu completamente de me ungir, né?
— Vamos fazer o seguinte — Charlie arrastou a cadeira para perto da cama, até seus joelhos de suas pernas cumpridas ficarem comprimidos contra a madeira da cama de Micaella, ele encarou-a sério: — iremos conversar o que você quiser, sem máscaras ou qualquer outra coisa, eu sendo Charlie e você a Micaella. Então, quando terminamos, eu te darei a extrema unção e você será curada. 
— Combinado. Apesar de eu ter certeza que nada nesse mundo poderá me curar. 
— Como pode afirmar algo assim Micaella? Sua falta de fé me intriga. 
— Porque… bem… Já tentamos de tudo. Tudo mesmo, até esses tratamentos alternativos, minha avó gastou uma pequena fortuna, quase arruinou a herança da nossa família. E nada resolveu. Como te disse isso está dentro de mim de uma forma que só com a morte será capaz de ser arrancado. Exterminado. Sinto muito em te decepcionar e ser honesta que nem sua reza poderá me curar. 
— Milagres existem Micaella. — Ele rebateu, cruzando os braços encostando-se na cadeira, erguendo ambas sobrancelhas para a mulher que sorriu desafiadora. Charlie viu uma chama vivaz acender nela e isso acendeu nele uma sensação prazerosa de entretenimento. Quanto mais ele pudesse fazê-la se sentir confortável e viva, ele se sentiria bem consigo mesmo, com a sensação de missão cumprida. 
— Eu duvido.
— Então você duvida de mim mesmo.
— Como assim? — Curiosidade iluminava seu rosto, ela se sentou completamente na cama, todos ouvidos a Charlie que meneou a cabeça segurando um riso. 
— Eu sou um milagre. Um milagre vivo, se assim você quiser pôr! — Abrindo os braços com um sorrisinho pomposo em seu rosto, seu rosto tomou uma luz que acendeu no peito de Micaella que o encarava curiosa. Tomando seu súbito silêncio como um espera que ele prosseguisse com sua história:
— Tudo começa antes mesmo de eu nascer. Minha amada mãe casou muito cedo, acredito que era bem mais nova que você… Quantos anos você tem?
— Vinte e quatro. Em julho eu completo vinte e cinco.
— Pois então! Ela era bem mais jovem que isso, tipo uns dezesseis anos… Então ela engravidou de mim, isso há vinte e cinco anos atrás também, e ela muito jovenzinha morando no meio do nada com meu pai, um homem bruto e ignorante, de pouca fé, foi uma vida miserável e difícil. Uma gravidez muito difícil. Quase sem acompanhamento médico, afastada da família, em um casamento infeliz… Então eu vim à vida. Numa noite em plena primavera — sorriu nostálgico quase com certo orgulho do próprio nascimento: — e foi um trabalho de parto muito, muito longo. Então eu nasci. Mas nasci com o meu cordão umbilical enrolado no meu pescoço, sendo sufocado por mim mesmo — Charlie levou as duas mãos até o pescoço, apertando levemente: — minha mãe me contou que estava roxo já. Ela ficou desesperada, sem rumo, a parteira que eles conseguiram chamar com muito custo teve que agir rápido, fazer uma manobra para me reviver enquanto meu pai chamava a ambulância. Imagine a demora para os socorros chegarem… Então minha mãe começou a orar. Ela dobrou os joelhos, mesmo tendo acabado de dar a luz, e rezou. Rezou com toda sua fé, com sua alma e todos seus órgãos… E Deus a escutou. — Sua voz agora ela um sussurro, seu olhar estava tão escuro e sério que Micaella mal piscou, completamente compenetrada no abismo dos olhos do padre. Charlie sorriu:
— Ele a escutou e quando ela menos esperava ela ouviu um chorinho lá da sala, bem fraquinho. Mas sabia que eu havia sobrevivido. Que eu, seu filho, seu primogênito havia sobrevivido. Um milagre! 
— Ela fez alguma promessa?
A pergunta repentina tirou Charlie do seu fluxo de ideias, imediatamente ele piscou sete vezes antes de focar totalmente no rosto de Micaella que o olhava com as sobrancelhas erguidas. Sua voz saiu confusa:
— Como assim? Promessa?
— Sim, uma promessa! Tipo, em troca da sua vida ela nunca mais cortou os cabelos, parou de beber álcool… Ou até mesmo te prometeu ao seminário. Meio que te colocando nessa posição eternamente…?
— Não. — Ele negou com a cabeça veemente, reafirmando mais uma vez: — Definitivamente não….
— Então o que te fez querer ser um padre?
— Você está tentando desviar do assunto principal mais uma v—
— Não Charlie, eu entendi o que você quis dizer com essa emocionante história sobre nascimento e sufocamento. Tudo bem, milagres podem existir, mas você não faz ideia da gravidade do meu caso, e espero que nem queira saber. Eu só estou curiosa com o motivo que o levou até a batina… — Seus olhos desceram pelo rosto dele, tomando cada detalhe de seus traços como a testa larga, a cicatriz que formava um vinco na pele, o nariz fino e arrebitado, os lábios levemente grossos, o queixo e maxilar quadrados, o rastro de barba recém-feita no buço e queixo, o pescoço liso onde o pomo-de-Adão subia e descia enquanto ele falava, o colarinho da camisa preta, a clérgima em plástico branco indicando sua profissão. 
Pelo tamanho de seu tronco e pela forma que a calça agarrava nas pernas, Micaella deduziu que Padre Charlie Mayhew era um homem robusto. Suas mãos eram grandes, dedos longos e finos, unhas aparadas e limpas. Eram macias ao toque, como um novelo de lã morno. Ele tinha um cheiro de incenso amadeirado que a remetia ao cheiro da casca da árvore molhada que ficava ao lado da sua janela, um cheiro quase terroso e confortável, misturado a roupa limpa, sabonete de lavanda e um frescor vindo do hálito que parecia uma balinha mentolada adocicada. Ela ficou mais tempo perturbadoramente observando cada detalhe dele, desde  o olhar profundamente escuro feito a terra batida quando era cavada, até a forma que as veias trançavam sua jugular e as costas das mãos como linhas de um mapa ligando pontos do que compenetrada no que ele tinha a falar com ela, com aquela voz rouca e macia que acariciava um ponto dentro desconhecido dela.  Mas era gostoso o suficiente para ela se sentir confortável. 
O homem se mexeu na cadeira, franzindo o cenho, organizando os pensamentos. Molhou os lábios como se isso fizesse as palavras saírem de forma melhor, cruzou as pernas, cruzando as mãos em cima do joelho ele finalmente quebrou seu silêncio:
—  Bem… Eu apenas senti que era minha vocação. Algo natural de mim, um chamado que veio do fundo da minha alma como algo que eu deveria realizar. Um caminho inato a seguir. Deus é esse caminho. — A convicção que derramava de sua voz fazia seu peito encher de orgulho de si mesmo; ele tinha uma certa vaidade quando o assunto era sua designação, sua vocação que ele julgava ser algo predestinado à ele. 
Micaella molhou os lábios com a língua, unindo seus joelhos magros contra o busto fazendo com que a saia de sua camisola subisse um pouco, repuxada nas extremidades das coxas, revelando um palmo de pele lisa e imaculada numa palidez estranha. Seus pés eram finos, ossudos, as unhas dos dedos cortadas rentes a linha da carne. Detalhes que foram devorados pelos olhos de Charlie que lentamente voltou-se a olhá-la no rosto cumprido, uma indagação formando uma interrogação em seus lábios antes dela questioná-lo:
— Se Deus é o caminho, então por que escolher o mais sinuoso? 
— Sinuoso…? O que você quer dizer com isso? — Curioso com o uso da palavra, o homem se curvou para frente, mãos unidas em cima de seu colo, uma interjeição vincada entre as sobrancelhas repuxando a cicatriz da sua testa. Ela sorriu com um orgulhoso por trás dos dentes de esmaltes cinzentos, como se a cor estivesse desbotado ao pouco, vindo de dentro para fora:
— Charlie, os padres fazem votos de castidade. Têm uma séria de regras a cumprir… Restrição, punição, rezas e mais rezas. A busca pela castidade e virtuosidades eternas… Isso não te cansa? Principalmente sendo tão novo?
— Hmn.
Foi a primeira resposta que ele conseguiu formular vindo do fundo de sua garganta, parando para ficar ereto na cadeira, as mãos se soltando enquanto ele relaxava. Coçou o queixo com o polegar, analisando a forma como o papel de parede estava velho e começando a descascar nas extremidades do batente da porta, procurando uma resposta honesta àquela questão. Voltou a olhar para a mulher, sentada com o mínimo de vida que ela se agarrava para continuar tendo aquela conversa fiada. Sorriu com os lábios colados, doces memórias retrocedendo à sua mente como um filme antigo sendo rebobinado.
Sua voz não passava de um tom vago e distante enquanto seu olhar perdia-se no de Micaella:
— Eu deveria ter uns treze ou quatorze anos quando me apaixonei pela primeira vez. Sempre julguei o amor romântico, por que lá no fundo eu sabia que com a vocação que eu iria prosseguir na minha vida, eu não poderia sequer cogitar cultivar esses tipos de sentimentos carnais por alguém… Mas foi uma paixão tão arrebatadora, algo que ultrapassou a mim mesmo que perdeu o controle e eu acabei ficando obcecado por essa pessoa. Profundamente. Passei doze meses atrás dela como um maluco, porque eu nunca vivi um sentimento assim então para mim, naquela idade, se eu o perdesse de vista eu nunca mais iria ter de volta aquela explosão de sentimentos bons que cultivei por essas pessoas. Doze meses obcecado pois eu só sei amar assim: com toda a profundidade de mim mesmo. E doeu. Como doeu… Passar as férias distante pois se tratava de alguém da escola, tendo que ouvir meus colegas compartilharem histórias de verão onde a metade havia perdido a virgindade e outra metade havia experimentado algum alucinógeno em algum festival de música… E eu enfiado no meio do nada, assim como você — apontou para ela, molhou os lábios mais uma vez, suspirou fundo tentando conter o passado dentro de si: — eu passava todo o verão na fazenda com meus pais. Por um lado foi bom porque eu aprendi a valorizar os momentos de solidão e solitude, a me manter centrado no meu propósito, a rezar e ser grato pelo pão de cada dia que Deus nos permitia fazer… A estar perto dos meus pais. Mas era óbvio que a tentação de ir para a cidade grande e curtir com a maioria desses meus colegas e reencontrar essa pessoa especial falavam mais alto. E eu acreditei que ficar longe de todos naquele verão seria bom iria me ajudar… Quando retornei às aulas os sentimentos estavam piores. Mais aguçados, mais pesados, mais… Conturbados. — Piscou. As lembranças que atingiam sua mente dançavam entre cenas de um Charlie adolescente sorrindo para os colegas que tiravam sarro de seu “estilo caipira demais” e para momentos em que ele chorava escondido no banheiro da escola. 
Olhou para o lado onde a jarra d’água ainda estava pela metade e o copo havia um dedo do líquido que provavelmente estava morno. Mas o pegou, virando-se para ficar de lado, evitando o olhar da mulher em si tomado pela vergonha. Através do véu que com uma rajada gélida de frio desceu um pouco, Charlie se sentiu em um confessionário. Sua mão grande segurou o copo com água, bebendo-a em goles grandes, sorvendo o sabor alcalino da água misturado à saliva de Micaella que estava na borda do copo. Um beijo indireto. 
Quando terminou continuou a segurar o copo entre as pernas, apertando-o como um alívio de tudo que comprimia sua alma. 
— E eu era motivo de chacota dos meus colegas de sala, tudo porque eu andava de um jeito “caipira” demais, falava diferente, me vestia com roupas simples. Alguns até mesmo falaram que eu fedia a esterco. Isso acabou comigo, então todas as noites eu rezava para Deus, para que ele tirasse de mim minha mácula em ser quem eu era. Para eu parar de gritar todas as noites, acordar de um pesadelo com a cama inundada de xixi e principalmente para eu parar de gostar de quem eu estava completamente apaixonado. Até que um dia as coisas ficaram realmente infernais… — Respirou profundamente enchendo o peito com a coragem que lhe faltou para encarar aqueles fatos há anos: — Estava com quinze anos. Disso me lembro bem. Franzino, um rapaz do meio do mato indo para o Baile de Inverno. Minha mãe conversou com uma irmã dela que morava na cidade, para eu ter um lugar para passar o final de semana sem ter que voltar para casa altas horas da noite pelo ônibus intermunicipal… Então lá estava eu, sozinho, terno e gravata, cheio de ansiedade… Até eu vê-lo chegar com seu par e eu ficar completamente triste, com aquele sentimento íntimo de perda de algo-alguém que eu nunca tive…
— Ela deveria realmente ser linda para você ficar tão afetado assim. — Constatou a mulher olhando-o pelo véu. Charlie ergueu a cabeça que estava abaixada, os olhos fixaram nela, eram um par de vidro que revelava seu lado mais íntimo de sua alma. Sua voz saiu macia quando ele respondeu:
— Ele. Ele foi o ser mais lindo que eu já pôs meus olhos — parou, olhou-a com profundidade: — até então. 
Micaella ficou em silêncio, tomando aquela inesperada resposta para si, associando as coisas. Quis fazer um comentário malicioso sobre o assunto – até pejorativo, mas manteve-se calada. 
Charlie estava se abrindo para ela como jamais nenhuma outra pessoa a permitiu ter tamanha intimidade, seria tolice desperdiçar tal chance sendo uma completa idiota. O pároco tomou uma coragem estranha que emergiu junto àquelas memórias: se levantou e adentrou na cama da mulher, sentando-se à sua frente, igualando agora as posições, mantendo a hierarquia entre eles nas suas mãos. Agora, de dente a dente com ela, olho a olho, sobre o véu que deslizava com o vento fresco que cada vez mais puxava as nuvens cinzentas vindas do horizonte para cima deles, Charlie se sentiu em paz para segregar sua vida:
— Eu fui chorar no banheiro mais uma vez, e ele foi atrás mais uma vez. Preocupado, ele pensou que eu estava triste porque não havia nenhuma companhia, o que de um todo não era mentira, mas o que ele não fazia ideia era que essa companhia que eu desejava era ele. Suas palavras sempre foram tão reconfortantes, feito os Salmos Bíblicos que eu sempre li em busca de consolo. Suas mãos eram macias e secavam minhas lágrimas como a mulher que secou os pés de Cristo com os cabelos, e sua presença era um raio quente de Sol que me fazia acreditar na bondade do homem. Na bondade infinita de Deus e seu Filho Salvador à nós… Naquela noite ele estava tão lindo, um anjo! Os cabelos com um gel penteado para trás, o terno branco, o sorriso sereno. Ele estava tão próximo de mim que eu não aguentei a tentação — parou de repente, um brilho no seu olhar fez com que o coração de Micaella saltitava, um sorrisinho surgiu nos lábios dele: — eu mordi a maçã. E devorei com fome e ele fez o mesmo e tudo se tornou uma só coisa, meu espírito… era como se meu espírito saísse de mim e fosse aos braços dEle… O Deus, como eu amei aquele momento. Até que a porta foi aberta e vozes vieram para cima, logo socos e chutes e palavras horríveis contra nós. Um pandemônio. Meu coração foi despedaçado assim como eu por inteiro, saí de lá com uma fratura séria na costela, uns dentes que tive que fazer próteses de prata no fundo da boca, essa cicatriz medonha na testa que como uma chaga de Jesus Cristo. Meu estigma de quem eu sou. Da minha história. 
— Uau. Nossa Charlie, isso é realmente — Micaella nem soube buscar as palavras corretas, sua resposta foi segurar na mão de Charlie apertando-a com carinho. Quente e gelado, morto e vivo. O pároco sorriu com ternura, sobrepôs sua mão em cima da mulher, acariciando-a:
— Está tudo bem, eu já paguei pelos meus erros do passado, estou quite com Deus… E isso já não doí mais… Não como doeu naquele dia e nos próximos anos.
— Você — ela começou incerta. Parou, as palavras na ponta da língua, mordeu o lábio inferior. Charlie deitou a cabeça, seu olhar incentivando que ela continuasse. Micaella desembuchou:
— Você tem contato com ele…?
A pergunta curiosa poderia desfazer daquele momento de ternura e carinho entre eles, porém Charlie sabia separar as coisas e a menção ao seu primeiro amor aparentemente não o afetava tanto assim. Com um simples aceno ele lhe deu a resposta curta e grossa da realidade: não. 
Micaella acenou com a cabeça, tentando imaginar quem seria o tal rapaz que aquele belo homem um dia amou. Provavelmente era tão mais bonito que ele. Imaginou-o como a imagem que uma vez viu, a um tempo atrás e que ficou gravada na sua mente de Davi e seu melhor amigo e alma gêmea Jonas. Encaixou então nessa nova reimaginação Charlie Mayhew com seu topete, alto e robusto, olhar penetrante e postura de um guerreiro da fé ao lado de um belo homem que andava ao passo da moda da época: cabelos cumpridos nos ombros, calça boca-de-sino, um colete expondo um torso nu definido, a pele bronzeada e o olhar doce de quem era muito amado. Estranhamente sua mente não deixou de desenhar a imagem da amante e uma das esposas favoritas de Davi, genitora do sábio dos sábios Rei Salomão como a sua própria imagem. Estando saudável e corada, ela tinha um braço envolto ao seu esposo enquanto se via nua, banhada no óleo de canela e água de flor de damasco como na primeira vez que Davi a viu e ficou enfeitiçado. Seria possível Charlie Mayhew ficar enfeitiçado por ela?
— Mas infelizmente não controlamos nosso coração e eu me vi em tentação novamente. — Aquela repentina confissão a arrancou de seus devaneios acordada. Seus olhos pousaram imediatamente nos do homem que negou com a cabeça repetidas vezes algo, antes de esfregar as sobrancelhas vigorosamente. 
— Foi um erro enorme. 
Micaella olhou para Charlie assustada com a nova revelação que caiu em seu colo e explodiu em mil fragmentos de dúvidas. Aquele servidor de Deus estava a surpreendendo. Charlie por sua vez sorria envergonhado da sua própria história, pedaços de memórias rasgando seu cérebro, dilacerando a carne macia, expondo os podres do seu passado. Uma massa cinzenta podre. Podre, ele já foi podre um dia. Coçou com o polegar o canto do queixo:
— Eu estava no seminário, jovem e imaturo. Inconsequente dos meus atos, mesmo com tudo que me aconteceu desde o… infeliz incidente — dentes cerrados, uma amargura transparente na expressão revelando um nojo de si mesmo: — eu ainda estava aprendendo a lidar comigo mesmo. Com a besta interna que sempre me perseguiu, que sempre me fez seu refém: a besta da tentação. Estava servindo à Deus, meu único refúgio, quando de repente fui transferido para um convento temporariamente devido a problemas estruturais no seminário que eu vivia. Lá eu conheci uma freira. Mas velha que eu há uns cinco, sete anos… Experiente. Muito bela, seu rosto me fazia relacionar aos anjos que via pintados nas capelas. No início foi tudo muito polido, muito formal entre nós, ela sempre se demonstrou muito solícita a minha educação, segundo ela como a mesma era professora de filosofia e de catequese para jovens da comunidade poderia me ajudar com os meus estudos. Eu vislumbrando com sua bondade e sua beleza me deixei levar pela oratória dela… E passamos a estudar às noites no meu quarto improvisado. Sempre com a porta aberta, com horário para ir dormir e despedidas formais, é claro. 
Pausou, suspirou, o indicador destro foi até a clérgima no colarinho que parecia estrangular seu pescoço, puxando-a levemente para fora. 
— Até o fatídico dia que ela nos trouxe vinho. Nunca havia bebido vinho na minha vida – não como ela queria que bebessemos. Eu poderia ter simplesmente recusado… Ter dito não. Mas eu aceitei, de braços abertos. Tolo, frágil, manipulável… — Charlie parou, a voz diminuindo gradativamente enquanto seus olhos pararam no rosto de Micaella, suas pupilas dilatadas quase consumiram a íris das órbitas: — Você me faz lembrar dela. 
Aquela frase incendiou Micaella com uma chama que percorreu por todo seu corpo. Sentiu-se sendo queimada viva, o sangue fluindo pelo corpo frágil, revigorando a podridão que sentia em si, dilatando suas pupilas, umedecendo os lábios, corando as bochechas magras, respirando pesado fazendo os seios subirem e descerem em movimentos lentos, suor quente brotando na testa. Pequenos detalhes de vida na carne fresca dela devorados pelos olhos nostálgicos do Padre. 
Charlie engoliu as palavras que contavam obscenidades causadas pelo vinho e pela luz baixa daquela noite. Engoliu o desejo da carne macia entre os dentes, das unhas cravadas na pele quente, do suor que colava corpos e de toda união entre criatura e verbo que aconteceu naquela noite. Suas lembranças eram um emaranhado de corpos se fundindo onde o rosto da freira que lhe desvirtuou não surgia com nitidez para si. Apenas fragmentos feitos com osso quebrado na sua mão, como a costela de Adão sendo retirada de si para criar Eva. Ele se feriu para criar a partir dele a sua Eva. 
Sentiu uma dor pontuda na própria costela direita. Uma reação da matéria diante o pecado cometido. Um aviso permanente que tinha sempre que era assombrado pela sua falta de castidade. 
— O que aconteceu depois…? — Micaella sussurrou apoiando as mãos em cima dos joelhos que esmagavam as coxas entre si, os dedos amassando a boca carnuda. Charlie virou sua cabeça quase a deitando em seu próprio ombro, um ar de compaixão distante na voz:
— O Bispo ficou sabendo das visitas frequentes da Irmã nos meus aposentos em horários suspeitos, armou uma tocaia, a pegou saindo do meu quarto e… — Ergueu a cabeça, sério com a imagem do homem velho surgindo do meio das sombras, olhar hostil segurando a mulher pelos braços, mesmo assim Charlie não conseguia definir seu rosto, não passava de uma mulher sem face nas suas memórias, que chorava enquanto se debatia para sair do aperto do homem. Sua voz tomou uma acidez que repuxou seu rosto em uma careta ao cuspir as palavras: — bem, terminou com tudo. Eu recebi uma nova chance, fui transferido e desde então me foquei completamente na penitência e rendição mútua a Deus. 
— E ela?
— Não existe ela. 
A resposta seca arrancou Micaella do estado de fogo, pondo-a de volta naquele estado gélido e vazio. 
Aquele silêncio perpétuo deles foi interrompido quando ouviram leves batidinhas na porta, para logo ser aberta e a cabeça branca da senhora surgir na fresta. Sorrindo tímida, a senhora abriu mais a porta segurando uma enorme bandeja nas mãos velhas, tremendo levemente com o peso. Charlie lançou uma olhada séria para Micaella antes de se levantar da cadeira num pulo indo acudir a senhorinha que sorriu em agradecimento anunciando:
— Parece que o senhor vai se demorar um pouquinho mais na conversa com Micaella, e já está na hora do almoço, então achei de bom tom trazer um almoço feito agora para vocês dois — olhou para a jovem através do véu, reforçando as palavras entredentes: — é para comer viu Micaella? Não adianta alimentar a alma se o corpo padece! Não é mesmo Padre?
— Com toda certeza, Sra. Silas. 
O olhar do homem focou na garrafa de vinho, olhou para a senhora desconfiado, a mesma sorriu:
— Um pouco de vinho não fará mal a ninguém! Agora se me dão licença, irei terminar com meus afazeres… 
Deu as costas. Antes de sair do quarto, parada na porta com a mão na maçaneta, lançou um olhar cheio de tristeza e peso para Micaella, voltando-os para Charlie parado no meio do quarto com a bandeja nas mãos. Sorriu pesarosa:
— Aproveitem! E fique a vontade Padre, o senhor sempre será muito bem-vindo no nosso lar.
Saiu antes que Charlie pudesse agradecer. 
— Eu nunca bebi vinho. 
A voz de Micaella falou atrás dele. Charlie se virou para ela, confusão no seu rosto para logo suavizar tentando resgatar o bom-humor que ele trouxe consigo nos primeiros minutos de conversa com ela:
— Bem, sempre há uma primeira vez para tudo, Micaella! 
Charlie se serviu de pão quente e vinho morno, levemente avinagrado, mas palatável. Micaella o olhou receoso com o copo com sua metade preenchida pelo líquido alcoólico roxo, observando-o beber do vinho com vontade. Uma sede desesperada que vinha do fundo da sua vontade. 
Micaella ficou parada com o copo de vinho na mão. Assim que Charlie terminou seu longo gole, bebendo metade do vinho, seus olhos brilhantes de serenidade causados pelo sabor da bebida olharam para a mulher diante de si. Erguendo uma sobrancelha perguntou curioso:
— Não vai beber seu vinho não?
— Eu estava pensando aqui… se eu o beber, seria como o sangue de Cristo?
— Não — Charlie negou com a cabeça, um sorriso orgulhoso pela pergunta surgiu iluminando todo seu rosto, aquele era de longe um dos tópicos que ele mais gostava de debater.
— Então eu não quero beber deste vinho! — Micaella impôs, estendendo o copo para o homem à sua frente. O pároco apenas revidou aquela ação com um olhar divertido:
— Não vai beber nem se eu o transformar no sangue dEle?
A pergunta capciosa pegou algo do centro da alma moribunda de Micaella. Algo ascendeu novamente nela, uma sede repentina secou-lhe a garganta, a simples menção de beber o sangue puro e divino provocando nela um êxtase de espírito. Sorrindo largo, ela acenou positivamente. Charlie pigarreou, puxou a bandeja para o centro da cama, esvaziando-a dos itens que estavam em cima dela para colocar os dois copos com vinho, a garrafa de vinho no centro e o pratinho com pães caseiros ao lado. Ele sabia que não estava no melhor ambiente para fazer a transmutação divina, porém diante as situações delicadas, realizar aquele ritual soava como uma forma de trazer o Salvador para dentro daquele lar fadado a apodrecer. 
Sua voz saiu de sua boca com suavidade:
— Quando nós falamos em transformar o vinho em sangue — apontou com uma mão solene o copo: — e o pão em carne, nós não estamos fazendo uma simples metáfora. Mas sim de uma realidade, algo místico e que resume bem os mistérios da nossa fé. De fato estamos consumindo Jesus Cristo. Corpo e alma, em nossas bocas, sorvendo em nossas línguas, saliva, carne. Bebemos da divindade e mastigamos de seu perdão infinito. Fundimos nossas carnes e nos tornamos um só. Um só corpo, um só espírito. Esse é o significado da eucaristia — suspirou profundamente, fechando seus olhos, pegando o pedaço de pão entre suas mãos: — é através dela que comemos Jesus Cristo, Deus, tudo e todos. E nos tornamos algo infinito. 
Micaella estava extasiada com as palavras do sacerdote, sentindo o peito encher de graça e paixão que queimava sua alma, tocada pelo verbo. Charlie tinha um dom – a forma como ele se expressava eram profundamente extasiadas para qualquer criatura viva. Ouví-lo disseminar seus conhecimentos deveria ser motivo de se sentir honrado. 
— Então Jesus Cristo tomou o pão e dissestes: eis aqui o meu corpo, tomai todos e comei. — Ergueu o pedaço de pão, olhando-o fixamente, murmurando palavras que eram ruídos incertos aos ouvidos de Micaella. Depois de morder um pedaço, mastigando-o e engolindo, ele repousou o pão de lado, tomando o copo de Micaella (que estava mais cheio) em mãos, o erguendo e pronunciando: — Tomais todos e bebei, porque isto é o meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados… — Ergueu mais ainda o copo acima deles, murmurando mais uma vez as palavras incertas: — Fazeis isto em memória de mim!
Com isso ele bebeu do vinho. 
Bebeu do sangue de Jesus Cristo.
Olhou para a mulher oferecendo o copo:
— Beba do sangue de Nosso Salvador, minha irmã. 
Envoltos em um clima único que os abraçava entre o vinho e o vento gelado que assoviava lá fora, Micaella pegou o copo, posicionado exatamente a borda onde os lábios do homem envolveram, beijando-lhe mais um vez, bebendo dele e de Jesus, sentindo o sabor doce alcoólico e levemente avinagrado do vinho descer pela sua garganta, sentindo que agora seu corpo estava se fundindo aos dois – tanto a Padre Charlie quanto a Jesus Cristo, fazendo parte de algo bem maior que ela poderia cogitar pertercer. Um filete de vinho escorreu do cantinho de sua boca, traçando uma linha fina até seu queixo, pingando no colo de seu peito, sendo perseguido pelos olhos escuros do padre. Num gesto sôfrego, Charlie passou o polegar no queixo de Micaella, vendo a pele manchar com o vinho. Seus olhos estavam conectados, ela terminou de beber vinho mas ainda estava bebendo dele. Charlie então levou o polegar molhado com o vinho que saiu dos lábios dela, tocando-o contra os seus lábios endossando aquele beijo divino. 
— Comungamos de nós mesmos, Padre. 
Micaella sussurrou, observando-o se afastar dela. 
Com passos lentos e pesados, a mente perdida em devaneios, Charlie foi tomar um ar na janela aberta onde o vento fazia as cortinas balançarem. Micaella desceu os olhos para o corpo de Cristo mordido pelo pároco, pegando sua outra metade, mastigando-o e engolindo com gosto terminando a sua ceia celestial. Uma sensação de saciedade tomou-lhe o corpo, preencheu lacunas no seu espírito, ceiar com Charlie sozinha provocou nela uma sensação de pertencimento. Pertencimento à ele. A Ele. 
Charlie parado diante a janela, as mãos na cintura, observou as nuvens escuras carregadas d’água se aproximarem acima dele. Raios estouraram logo a frente, o vento sibilava que uma tempestade se aproximava. 
— Droga, vou ter que esperar o temporal passar. 
— Bom, pelo menos você está seguro — comentou a mulher, chamando a atenção de Charlie que a olhou curioso: — comigo. Conosco, aqui em casa. — Sorriu para ele. O padre sorriu em retribuição, concordando com um aceno de cabeça, sentindo respingos d’água contra seu corpo. Lá fora uma chuva grossa começou a cair, pingos roliços açoitavam o batente da janela respingando nele e no chão. Com um solavanco ele desceu o painel da janela pela metade, interrompendo a pequena inundação. Atravessou o quarto fechando a outra janela. Seus passos eram meticulosamente observados pelos olhos de Micaella que sentia uma sensação de leveza e de vazio na sua mente. 
Quando Charlie se sentou na cadeira mais uma vez, pegando seu copo, arrancando a rolha da garrafa de vinho com os dentes, enchendo seu copo de vinho – quase esvaziando a garrafa –, deixando o resto no copo de Micaella, ele comentou após largar a rolha na bandeja:
— Está se sentindo bem? Com o sangue em forma de vinho?
— Hmnnn — Micaella pegou seu copo, erguendo-o contra a luz: — é realmente gostoso! Não sabia que Jesus poderia ser tão gostoso assim!
Charlie riu. Micaella o olhou com um sorriso orgulhoso por fazê-lo rir com vontade. 
— Meu Deus, que pecado! — Comentou tapando a boca: — Mas eu concordo. É uma delícia! 
Ambos beberam de seus copos, sorridentes. Um silêncio agradável entre eles pairando naquele quarto, que parecia para o homem agora tão mais familiar quanto o dele próprio. 
— Charlie — 
— Sim? 
— Você acredita em amor, reencarnação e na vida após a morte?
— Pergunta muito específica. Você acredita?
— Minhas crenças hoje são as suas, padre. Suas. 
Aquela palavra reverberou na mente de Charlie, como as gotas que pingavam repetidas vezes na borda da janela, um torpor gostoso de domínio preencheu sua alma, ele gostou de ouvir aquilo. Ter em mãos as crenças de uma outra pessoa o levaram a sensação de domínio e vaidade que ele tentava lutar contra todas as vezes que estava diante do púlpito. O sorriso vaidoso escapou entre o copo de vinho que ele bebeu mais um gole, antes de respondê-la:
— É lógico que eu acredito. Em algum grau de credulidade… Eu acredito em algo. 
Seus olhos eram carvões em chamas. Seu sorriso era sereno, ele tinha plena convicção no que falava. Micaella queria mais. Mais dele. Queria que sua voz a envolvesse e de certa forma sua alma fosse abraçada por sua sabedoria etérea:
— Como você explicaria essa crença a um leigo, Charlie?
— Bem — começou, coçando o queixo com o polegar, buscando com o olhar algum ponto para descansar os pensamentos: — eu explicaria que sem o amor somos apenas sacos vazios rodopiando ao vento. Que sem a crença na ressurreição, não acreditamos num dos principais mistérios entre a carne e a alma humanas. E sem a credulidade na vida após a morte — seus olhos repousaram na figura frágil de Micaella: — não há justificativas para nos mantermos alinhados a Deus. 
— Como assim? — Ela questionou, um brilho nos olhos vidrados em Charlie: — “Não há justificativas para nos mantermos alinhados à Deus”? 
— O que eu quero dizer Micaella, é que sem um credo nós não iríamos andar na linha da civilidade humana. Sem um deus nós seríamos apenas animais racionalizados brigando um pelo outro por causa de um pedaço de osso duro e podre. Entende? 
— Entendo… — Murmurou de volta, reflexiva. Ele conseguia enxergar através daqueles enormes olhos assustados o momento em que as engrenagens se encaixam e tudo pareceu suavizar e fazer algum sentido na sua mente. Charlie olhou pelo ombro, através do vidro da janela, pela forma como o céu carregado e nublado estavam, a chuva que caia e crepitava contra a madeira velha da casa, o cheiro do quarto se tornando fresco e vivo misturado ao odor de terra e mato vindo de fora, tentando constatar quantas horas eram. 
Suspirou virando-se para a mulher. O silêncio entre eles poderia ser constrangedor, porém para Micaella era agradável o suficiente para a mesma lançar um sorriso cheio de dentes perolados para Charlie que se surpreendeu por ambos não serem minimamente amarelados. Em um movimento reflexivo, o mesmo passou a língua por cima dos próprios dentes lembrando-se das inúmeras vezes que a mãe o botava na camionete velha da família, enfrentava horas de estrada até a cidade grande apenas para levá-lo até o dentista, investindo um dinheiro considerável para o tratamento bucal do filho; segundo ela – e isso foi um ensinamento que o mesmo carrega consigo até os dias de hoje – “dentes saudáveis são a porta para uma vida longínqua!”. 
Mexeu a cabeça para afastar a voz da mãe, olhou com carinho para Micaella, um sorrisinho em seus lábios provocando na mulher um curiosidade:
— Que foi? — Ela perguntou, sorrindo para ele também. Charlie meneou os ombros comentando com a voz leve:
— Nada… Só acho que eu já falei muito sobre mim e escutei nada sobre você — abriu os braços: — que é o principal motivo de eu estar aqui! 
— Oh Padre! Não tenho muito do que falar de mim… — De repente uma vergonha tomou conta da mulher que se encolheu, capturando uma mexa espessa de seus cachos ruivos em seu dedo o enrolando lentamente. Com os mesmos olhos gentis, Charlie ergueu sua mão para que com o indicador e o polegar pegasse e erguesse o queixo da mulher, nivelando seus olhos, sussurrando com entusiasmo:
— Isso já é um começo, minha querida! Sou todos ouvidos à você agora, fale-me qualquer coisa.
— Qualquer coisa? — Repetiu, sentindo as bochechas esquetarem com o toque leve e os olhos negros fixos nela. Charlie abriu mais ainda seu sorriso, acenando um sim com sua cabeça, repetindo:
— Qualquer coisa, Micaella.
Micaella viu diante de seus olhos as poucas memórias que ela realmente julgava valer a pena serem compartilhadas. Eram um punhado de cenas onde ela era a protagonista da sua própria história – como as dos livros que ela vivia lendo na biblioteca pública nas tardes que passava na cidade grande. Na maioria das vezes ela sempre se enxergava na vida das outras pessoas, colegas de sala que eram convidados para os bailes ou os momentos que era apenas uma sobra na vida do pai omisso. Não seria difícil contar ao Padre os momentos que ela tomou para si o holofote e viveu algo interessante. Charlie afastou seu toque, provocando na mulher uma sensação de vazio contra sua pele. Mas ela decidiu tomar a coragem e deixar que sua voz tomasse a forma dos pensamentos que queriam sair de si:
— Eu já fui beijada uma vez — olhou de rabo de olho para o Padre que ergueu as sobrancelhas, uma sombra de sorriso nos lábios, uma genuína curiosidade em seu rosto, ela continuou: — mas não foi um beijo beijo! Foi mais só um selinho. Algo tão breve que eu nem senti direito… Infelizmente. Mas foi quase uma amostra, um gostinho do Paraíso. — Sorriu sonhando com o quase beijo acordada. Era estranho que agora sua mente apenas projetava um cenário onde ela e Charlie estavam selando seus lábios em um beijo. O homem pigarreou ao fundo acordando-a de seus devaneios:
— Então você pensa que beijar alguém é o mesmo de ter um “gostinho do Paraíso”? — Fez aspas, perplexo com a ligação da mulher. Micaella afirmou com a cabeça, veemente. 
— Bem, curioso — disse, desviando seus olhos da mulher. 
— Você não acha isso Padre? Não foi isso que aconteceu no seu pri–
— Não exatamente Micaella — rapidamente ele cortou a mulher: — infelizmente não tive meu momento de ascensão até o Paraíso… O que é triste para mim, visto que sou um servo de Deus. — Riu seco, fazendo graça de si mesmo. Micaella tentou o acompanhar porém não sentia a mesma graça, na realidade sentiu uma grande desolação vinda dele.
— E eu duvido que eu terei mais uma chance de viver como qualquer pessoa normal, Charlie. A última vez que tive uma experiência mundana, eu fui com uma amiga minha, a única na realidade, para esses boliches e foi tão bom! —Seus olhos brilhavam em animação: — Eu juro por Deus que se têm algo que eu mais anseio é ir em algum lugar onde servem comida bastante gordurosa, tenha música agitada e alta e onde eu poderei rir, dançar e jogar bolas pesadas contra negócios de madeira, uma vez atrás da outra, até meus braços não aguentarem mais!   
— Isso soa maravilhoso, Micaella! — Pousando uma mão generosa e quente sobre as mãos da mulher, Charlie sorria caloroso, querendo transmitir paz para a jovem. Lá fora o temporal suaviza, na medida que o Sol descia no horizonte, indicando que já entardecia. Eufórica e se sentindo acolhida, mais uma memória surgiu nas lacunas da mulher que voltou a falar, mais enfática:
— Eu também tenho uma boa lembrança de quando eu era menor! Foi em um dia ensolarado com meu pai, quando atravessamos a cidade para irmos no lago. Foi uma tarde tão boa, eu lembro dos patos nadando, das outras crianças brincando enquanto meu pai me ensinava a nadar. Foi uma das únicas vezes que tivemos algo assim… — Encolheu os ombros, desviando o olhar para longe.
Charlie percebeu o quão sensível ela ficava quando citava o seu pai, como uma ferida aberta que ela não gostava de cutucar. Olhou por cima do ombro, na direção da janela, já percebendo que o véu da noite recobria o céu. 
— Como o tempo passou rápido… Uau, isso que foi uma conversa interessante, minha querida! — Comentou juntando as mãos, sobre os olhos atentos de Micaella. Sorrindo com doçura ele se levantou, as mãos na cintura, direcionando seu olhar gentil para ela:
— Antes de eu ir embora, eu realmente gostaria muito de lhe oferecer a unção, jovem. Para eu ir em paz sabendo que eu te abençoei. 
 — Tudo bem — ela confirmou, serena. Já havia aceitado sua própria sina aparentemente, deitando-se na cama, olhando para o teto, aguardando ser ungida pelo homem que compartilhou seus segredos mais íntimos naquele dia atípico de domingo. Charlie suspirou, pegou o frasco de óleo ungido, amarelo ocre gorduroso, na sua maleta abrindo-o, sentindo o cheiro gostoso de oliva misturado a mirra subir pela sua narinas, deslizou a ponta do polegar no gargalo do vidrinho o entornando contra o dedo, umedecendo o dedo com o óleo, aproximando do corpo da mulher. 
Sobre a luz do quarto e o ângulo que ele estava notou através do tecido o volume dos bicos dos seios dela, o formato dos seios e um leve vinco entre as pernas; desviou imediatamente os olhos, começando a rezar para que Deus o ouvisse;
—... que essa jovem possa encontrar Sua luz, meu Senhor! Seja curada de todos os males, que sua carne e espírito sejam purificados para que a mesma encontre na vida, os pequenos prazeres que Vós nos deixou — fez o sinal da cruz na testa dela, deslizando o polegar sobre a pele lisa e levemente amarelada de Micaella. Estava curvado para ela. Antes que voltasse a ficar ereto, a mão da mulher agarrou firmemente seu pulso o travando naquela mesma posição, nariz com nariz, olhos com olhos, lábios com lábios. Ela respirou forte o suficiente para o hálito quente e doce tocasse o rosto do homem que franziu o cenho, realmente confuso com o movimento.
Ela então murmurou, clemente:
— Padre… Charlie… Você poderia me conceder um último desejo?
— Sim, claro Micaella — sussurrou de volta sorrindo tenso. O aperto em seu pulso ficou mais firme de forma que ele teve que usar o outro braço de apoio, ficando quase deitado por cima dela. Micaella fechou os olhos para que a coragem lhe tomasse as últimas palavras:
— Você poderia me beijar?
A pergunta simples porém perigosa acertou o homem como uma lança em seu peito. Diante aquele quadro onde a mulher acamada, com óleo ungido secando na sua testa, olhos grandes cheios de desejo e medo pela vida e pela morte, com os lábios entreabertos ansiando para serem tocados uma última vez… Oh, Deus, me dê discernimento., clamou na mente fechando seus olhos. Novamente mais um pedido sussurrado:
— Por favor, Charlie. Eu só quero ser beijada por você.
Charlie levou sua mão livre para o rosto dela, pegando-o feito uma maçã podre, pálida porém com a carne apetitosa em seu veneno proibido, passou a língua nos lábios secos, engoliu aquele sentimento amargo, lamentou mais uma vez a Deus: Deus, não deixe eu cair na tentação, me dê um sinal. 
Quando percebeu a mão da mulher subia seu braço alcançando seu ombro, seu pescoço que arrepiou-se diante o toque da palma fria, acolhendo seu maxilar. Estavam tão próximos que suas respirações e pensamentos já beijavam-se. Os lábios estavam quase se tocando, os hálitos já fundiam-se quando Charlie repentinamente desviou a direção do beijo contra a testa dela. Um beijo lento, demorado, sorvendo o sabor da pele levemente suada misturada ao óleo ungido. Havia deus e ela naquele beijo tão carinhoso. 
Se desvencilhou do toque dela, a olhou uma última vez sorrindo com serenidade, pegando sua maleta e dando meia-volta. Na porta antes de fechá-la, ela a olhou uma última vez:
— Que Deus te cure, Micaella. 
Foi embora, fechando a porta atrás de si.
Engolido pelo silêncio do seu próprio quarto, imerso no escuro e nos pensamentos caóticos, Charlie Mayhew só conseguia pensar no rosto angelical em sua morte anunciada de Micaella. Com uma dor dilacerante no coração, como se uma coroa de espinhos o envolvesse, ardendo na febre de uma paixão avassaladora, em lágrimas ele se ajoelhou na sua cama, unindo palma contra palma para rezar mais uma vez, em clamor do perdão e da salvação da alma daquela pobre criatura de Deus. 
Confuso com os delírios daquela febre imaculada, ele sentiu o medo. 
Eu não sinto medo de Deus, sussurrou para si mesmo naquela escuridão vazia do seu ser, mas sim de eu apodrecer por inteiro. 
— Padre Charlie? — Irmã Marie surgiu na porta do seu escritório naquela segunda-feira normal da sua vida, faziam sete dias desde o dia que foi visitar a jovem Micaella e desde então não houve notícias – nenhuma ligação, carta ou presença da sua avó nas missas durante a semana. Olhou para a freira que segurava um papel em mão, sorriu caloroso:
— Sim Eunice, com o que posso te ajudar!?
— Telegrama para você! — Se aproximou dele estendendo-lhe o papel com um recado impresso, ele agradeceu, esperando que ela saísse para ler o que tinha sido escrito para ela.
Seus olhos leram com atenção o recado:
“Senhor Mayhew,
Sua benção! Aqui quem vos fala é a Sra. Silla, avó da Micaella. Queria apenas te agradecer pela sua visita e unção! A minha garotinha presenciou o milagre da vida e amanheceu faz poucos dias completamente curada! Até mesmo o médico está sem acreditar na melhora repentina dela, porém eu sei que foi por causa de você com sua fé que a curou! Louvado seja tu, Padre, e louvado seja Deus! Se quiser conversar com a minha garotinha, vou deixar nosso telefone registrado. E você sempre será bem-vindo à nossa humilde casa, Padre. 
Novamente, seremos eternamente gratas pela sua misericórdia e seu milagre operado! Que Deus continue te iluminando meu jovem. Micaella disse que foram as suas palavras que a resgataram da morte iminente. 
Atenciosamente,
Sra. Silas.
Telefone: x-xxx-xxx-xxxx.”
Charlie ficou sem acreditar. Leu mais uma vez em voz alta, sentia o coração bater acelerado com uma alegria que nem ele sabia ser capaz de sentir. Olhou para o telefone fixo do seu escritório, leu novamente o texto, pegou o fone do gancho, discando os números com pressa.
Tum… Tum… Tum… 
Ele já ia desligando quando a linha parou por segundos, logo um chiado surgiu sendo seguido de uma voz serena o sobressaltando:
— Alô, Micaella Silas na linha, com quem eu estou falando?
— Micaella… 
— Charlie, é você?
Silêncio. Ela repetiu a pergunta mais uma vez, confusa. Charlie suspirou antes de finalmente deixar as palavras saírem de seu coração:
— Sou eu sim, Micaella. Agora eu consigo compreender os sinais de Deus… E eu não preciso mais temer nada. — Seus olhos ergueram-se no quadro de um Jesus Cristo crucificado na sua frente: — Pois agora eu tenho certeza que você será o meu milagre da minha podridão.
FIM. (...)
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eyecandyhoney · 1 year ago
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Simone Sussina From Catania, Italy
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alma-rebelle · 8 months ago
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Já fiz lesco lesco com você várias vezes em pensamentos e você nem sabe 🙊🔥
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ocaos-interior · 6 months ago
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Dominó Domínio
As vezes me questiono se o que aconteceu era inevitável...
Eram duas mentes perversas, e mentes perversas podem mesmo arrumar bons problemas. A história começou mais ou menos assim, eu estava conhecendo o amigo, que tinha um amigo casado, aqui imaginam onde as circunstâncias podem ter chegado, no fim talvez digam o quão safada eu sou, ou o quanto homens não prestam, e eu devo concordar com as duas afirmações.
- Vamos jogar dominó na casa de um amigo.
- Por que não ficamos em casa mesmo? Perguntei.
- Quero que conheça as pessoas que tenho vínculos.
Chegamos na casa do amigo com as bebidas, eu havia visto o amigo em outras ocasiões, mas nesta conheci a casa dele e sua família. Tudo estava em seu devido lugar, amigos reunidos para tomar uma cerveja, jogar dominó e conversa fora. Eu soube chegar e sair bem com meu jeitinho de boa moça, e tudo acabou tranquilamente, com aquela leve alteração que as bebidas alcoólicas provocam, e pronto, fim da diversão, cada um para sua casa. E aconteceram outras noites como esta, normais, até que chegou uma noite específica.
A pessoa que eu estava havia comentado do amigo algumas vezes, que por incrível que pareça, dizia que o amigo tinha um vício peculiar, que era sexo, depois também soube pelo amigo que ele falava de mim, dizia que eu fazia sexo muito gostoso. Não consigo dizer se foram essas falas que plantou alguma semente de intriga e curiosidade entre nós, ou se foi na noite específica, na qual a pessoa que eu estava bebeu de mais, e enquanto dormia em um canto, continuamos jogamos dominó.
Tudo seguia divertido, em cima da mesa as peças de dominó, disputa e risos, porém por de baixo da mesa minhas pernas estavam encostando na dele, nas pernas do amigo casado, e com a mulher dele na minha frente, até que teve o momento que nós dois percebemos que a carícia nas pernas estavam sendo propositais, intencionais e provocativas. Eu arrastava meus pés, subindo e descendo por suas pernas, e nas oportunidades ele colocava a mão por baixo da mesa para passar pelas minhas coxas, as vezes com leveza, outras apertando. Rolava algumas trocas de olhares que diziam sem palavras: você não sabe aonde está se metendo! Quanto atrevimento, por cima da mesa postura, por baixo, perversidade.
Pronto, acabou, cada um indo para sua casa novamente. Pensei tudo bem, aqueles carinhos nas pernas ficariam nas provocações, uma brincadeira com a adrenalina, uma atitude ousada, mas ele procurou pelo meu número e no dia seguinte me mandou mensagem.
- Mocinha, impressão minha ou estava rolando um clima gostosinho em baixo da mesa ontem?
- Não foi impressão sua, mas temos plena consciência que isso morreu ali.
Eu, apesar da mente perversa que adora fantasiar historinhas, fui dura, estava decidida a não me aventurar nessa loucura, mas pelas trocas de mensagem que rendeu após as carícias nas pernas, eu conheci um homem que não iria deixar uma mulher provocá-lo e não fazer nada em relação a isso, e ele sabia como provocar também.
Havia uma marra, um domínio, uma certeza nas suas falas, por vezes, eu ficava irritada com tanta convicção, até parecia que iria me obrigar a me envolver com ele, e eu adorava isso, sentia uma excitação na sua forma de conduzir as coisas, e de alguma forma, ele sabia que eu gostava.
Eu neguei muitas vezes, gostava da sua autoridade, mas negava o envolvimento, foram meses de trocas de mensagens, até o momento que eu quis mesmo sentir o fogo que estávamos acendendo, e o pior, não só fomos com plena consciência, apelo, corpo e carne, como também fomos com a alma. Você já envolveu a alma em um impacto físico? Não aconselho fazer isso sem ignorar os perigos e consequências.
Não éramos somente duas pessoas que fantasiavam profundamente as situações, histórias, enredos, como também tínhamos uma certa disputa de quem saberia jogar melhor o jogo do domínio, auto domínio e contradomínio. Provocávamos um ao outro em níveis extremos, para que ambos se desejassem.
Enfim, se entregamos sem se quer imaginar a compatibilidade existente entre nós, talvez posso ser interpretada como exagerada se eu disser que nos envolvíamos por mais de quatro horas e que eu tinha seis, sete orgasmos, inteiros e múltiplos, mas era o que acontecia, foi mesmo esse o patamar que atingimos. Realmente as circunstâncias não eram as que as pessoas julgam como corretas, mas ouso dizer que fizemos sexo com a alma, houve situações em que toda a minha pele era embalada por uma camada de vibração, eu sentia meu corpo mais leve, vivo, pulsando, minha cabeça não estava em nenhum lugar além dali, eu estava inteira e presente naquele momento, sentia no corpo ondas energéticas absurdas que exigiam um controle maior da minha respiração para que minha pressão mantivesse regulada.
Não há limite ao que propõe duas mentes que buscam prazeres insaciáveis, o resultado é de entrega, confiança, segurança, submissão e domínio. Foram várias noites de horas e horas, de orgasmos e orgasmos, de sexo a luz da lua, de venda nos olhos, de olho no olho, de algemas nas mãos, de gemidos, massagens, de tapas, toque na pele, carícias, beijo, abraços profundos e duradouros, de anal, oral, com chicote, com carinho no mesmo nível de tortura, com lentidão e ferocidade.
Se jogamos nisso para marcar a vida um do outro, como se todos os nossos desejos reprimidos estivessem em liberdade, nenhum de nós aliviamos nada, fomos profundos e aproveitadores, a gente se encontrou com nossos monstros estampados, nos mostramos sem véu, entre nós não tínhamos nada para fingir ou esconder, ele sabia da minha perversidade e eu sabia da dele. E era importante que esses monstros continuassem sem serem vistos por outras pessoas, e que não descobrissem sobre nós, para que a pose de boa moça e homem íntegro ficassem mantidas, intactas do dedo apontado de pessoas cheias de hipocrisia e obscuridade.
Não me defendo, assumo os riscos, a todo momento tínhamos consciência do que estávamos fazendo, e do quanto esse mau feito é repreendido. Faço a tentativa de colocar em palavras uma sensação física, expulsando de dentro de mim, como alívio, devido isso nunca ter sido compartilhado com ninguém, eu ousei sentir e desafiar os meus próprios prazeres. Nessa vida, que é somente uma, eu estimulei o meu próprio corpo, como mulher, a atingir níveis que não imaginava possíveis de serem alcançados.
Pronto, chegou o dia que a intensidade devia ser cessada, percebemos gradualmente que aquelas noites seriam diminuídas, mas ele me procurava, queria matar a saudade, precisava me devorar e tramava por encontros, e em meio a essas tentativas eu recebi uma mensagem de sua esposa.
- Eu sei de tudo.
Mas ela não sabia, não teria como saber o que foi que realmente aconteceu e o que vivemos, mas o que temíamos, aconteceu, e a pulga atrás da orelha foi instalada. Não haviam rastros, haviam mensagens que foram vistas que poderiam induzir a um envolvimento, mas obviamente foi negado por mim e por ele. Mas ali estava a minha postura de boa moça sendo ameaçada, e eu não quis mais saber dessas aventuras que poderiam me colocar em uma vitrine de julgamentos de gente que também comete bons erros.
Passaram meses sem nos ver, meses sem trocar de mensagens, durante esse período recebi umas três ligações dele de números desconhecidos.
- Alô!
- Preciso te ver, mocinha.
- Eu sei que precisa, mas não podemos fazer isso.
Sem chances, estávamos com risco de sermos verdadeiramente descobertos, e eu temia, disse não enquanto o meu corpo procurava pelo dele, disse não, com teimosia, sabendo que era o que o meu corpo queria, mas eu neguei.
Tempo passou, seguimos nossas vidas, estive de volta a um caso antigo, mas carreguei consequências, eu me perdi, meu corpo conheceu o que é capaz de atingir, se tornou exigente, e procurava sentir a mesma intensidade, se frustrava quando não alcançava, quando não sentia o calor, o aperto nos braços, a voz dizendo o que queria ouvir. Fiquei com raiva da leitura que ele tinha sobre mim, de como me conhecia, de como tinha atenção e concentração a todas as minhas reações, da identificação de quando eu estava rígida ou de quando estava relaxada, de quando podia avançar ou de quando devia ir com mais calma, do meu gosto pelos seus domínios e ordens, de preparar todo o meu corpo para ele judiar da maneira que quisesse, sempre inserindo os meus prazeres como prioridade, me retribuindo com satisfações e delírios.
Eu sigo me procurando, me querendo de volta, rejeitando a ideia de eu estar nas mãos dele, para que meu corpo entenda que eu sou a dona dele, que tenho meu próprio domínio e uma outra pessoa não é capaz de possuir esse poder. Inaceitável. Em guerra comigo mesma. E agora, depois de mais de doze meses, da tentativa de me resgatar, tentando fazer com que o meu corpo esqueça o que vivenciou, ou que pelo menos, compreenda que é possível ter profundidades de outras formas e com outras pessoas, e logo agora, ele, o filho de uma puta, reaparece, ressurge me procurando já com seus cálculos feitos, me enviou uma mensagem:
- "Mocinha, você não sai da minha cabeça. Você me deixa totalmente perturbado, sabia?!".
- "Você é um perigo para mim, me reformatou, nunca mais fui  a mesma, eu não saí ilesa, por favor, não me procure". Respondi, querendo que ele parasse, sabendo do teu poder sobre meu corpo.
- "E você acha que eu saí? Eu estava evitando ao máximo, te juro, fiz de tudo para não te procurar, fui contra meus desejos, mas mesmo assim não consegui te evitar".
Ele é mesmo um filha da puta, que também carregava vestígios meus. Respondi:
- "Eu estou com tanta raiva de você".
E eu realmente estava, ele sabia da bagunça que havia feito!
- "Eu quero ver essa raiva escorrendo na sua bucetinha".
- "Cala a boca, caralho!"
- "Sendo assim, posso seguir com meus planos, né?!"
- "Não!"
- "Posso sim, você não vai escapar de mim, não mesmo"...
Recomeçamos um jogo de alcançar a vontade insuportável de um reencontro.
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cherryblogss · 2 months ago
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CHERRYBLOGSS KINKTOBER
14:00 - Daddy kink x Esteban Kukuriczka
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avisos: diferença de idade (20 e poucos), dilf!esteban, degradação, penetração vaginal, relacionamento proibido, oral (mulher recebe), size kink.
nota: fui meio predadora de velhos nessa. foi mal, esteban.
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Para a sua amiga você tinha chegado na casa dela aquela manhã, ela não poderia nem sonhar que você passou a noite lá e com o pai dela ainda por cima. Já ocorria há alguns meses, desde que voltou para continuar a faculdade na sua cidade natal estava decidida a conquistar Esteban. Ele podia ser uns 20 anos mais velho, mas você não dava a mínima para isso e, com o tempo, percebeu que o loiro também parou de se importar. A culpa que o corroia antes agora era um ótimo combustível para ser egoísta e descontar todas as frustrações da vida em ti, ainda mais quando era uma criatura tão linda e adorável. Depois da primeira noite já podia se declarar viciado em tudo que te envolvia.
Suspira pesadamente ao trocar olhares com as íris escuras, abrindo suas pernas discretamente e sorrindo quando vê o olhar abobado se direcionar ao meio delas. Ele era tão fácil, tão afetado por tudo que você fazia. Apesar de ser mais velho, ele carecia em experiência, teve que ensinar a ele como transar de verdade e como fazer algo diferente ajudava a tornar tudo mais interessante. Esteban confessou que nem transava mais depois que a esposa o deixou há tantos anos atrás, tanto pela falta de interesse como por achar o ato monótono, mas com você ele se redescubriu, nem sabia que poderia ser viciante assim e como era capaz de sentir tanto desejo. As vezes, só de te olhar, já sentia o pau pulsar com vontade de te sujar todinha de porra.
Ele se recosta sobre a beirada da piscina, tentando focar na água gelada e acalmar o membro que latejava em tesão. Fechou os olhos para se concentrar em qualquer outra coisa, mas só via você nua na cama dele ou a imagem de vocês dois transando na frente do espelho do banheiro da sala de estar enquanto uma festa acontecia do lado de fora.
No entanto, uma memória específica preenchia a mente delirante em sintonia com a sua que não esquecia por um instante a noite inesquecível que tiveram.
Era um eufemismo dizer que te surpreendeu a mensagem do pai da sua amiga. Geralmente, Esteban era totalmente contra ter relações sexuais enquanto a filha estava em casa, não se sentia confortável e mais outros argumentos que você traduzia como ansiedade e a culpa batendo na porta. No entanto, antes de dormir foi olhar seu celular, viu que ele tinha te ligado e mandou várias mensagens de texto, pedindo que se possível poderiam se encontrar naquela noite. Você achava fofo como ele digitava tudo certinho, com pontuação e conjugando tudo corretamente sem emojis, distraída nem vê o anexo de vídeo logo abaixo do texto polido implorando pela sua presença, assim que avista, clica no arquivo e sente o rosto corar com a imagem exibida. Era uma gravação de quando você o chupou dentro do carro dele, sua garganta e lábios esticados ao redor do pau avantajado enquanto a mão dele empurrava sua cabeça em direção aos pelos loirinhos da virilha. Os sons altos de engasgo e gemidos roucos te fez cruzar as pernas com força, tentando conter o tilintar no seu pontinho só de recordar como ele encheu sua boca de porra enquanto se masturbava com a cabecinha se esfregando na sua língua e a outra mão grande te enforcando.
Ele nem precisou se esforçar muito, em menos de dez minutos chegou a residência luxuosa, andando cautelosamente para não fazer muito barulho. No momento que pisou na suíte enorme do mais velho, ele já te encurralou contra a porta, atacando seus lábios com os dele em um beijo faminto. Suas mãos foram instantaneamente para os cabelos bagunçados e gemeu quando sentiu a ereção cutucar sua coxa. Impaciente, Esteban te ergue para ficarem da mesma altura, te apoiando na madeira e com as mãos grandes e fortes.
Cada vez que se encontrava com Esteban era eletrizante, mas nesses beijos você sentia uma agressividade e euforia diferente. A forma bruta como ele devorava seus lábios e grunhia intensamente te fazia se contorcer por mais do que quer que fosse isso, queria o máximo de tudo que Kuku estivesse disposto a te dar.
Seu corpo fervia com o calor e desejo que ele transmitia, mordendo suavemente os lábios rosados quando Esteban encaixa a ereção na sua intimidade, esfregando o volume e quebrando o selar para gemer ao sentir o como a cabecinha cutucava seu clitóris.
Ansioso, Esteban te carrega até te jogar na cama com pouco cuidado, depois se desfazendo das próprias roupas com o mesmo descuido. Seus olhos percorreram o torso branquelo do mais velho, que era um charme, pois apesar de magrinho, tinha umas gordurinhas deliciosas no estômago. Mordia seus lábios só de pensar como ele era tão macio e como queria estar beijando cada partezinha da derme clara. Seus devaneios são interrompidos quando ele começa a tirar suas roupas, uma expressão rara de irritação nas feições másculas, te dando um pouco de receio ao ver como ele parecia estar direcionando isso a você. Sempre estava no controle quando que queria provocar Esteban, causando intencionalmente raiva nele para que te comesse com todo esse ódio, no entanto, nesse momento você não fazia ideia do que se tratava tudo aquilo. Mas como se estivesse lendo seus pensamentos, o loiro começa a desabafar em meio a resmungos, acariciando suas curvas com uma admiração que não cabia nas palavras raivosas.
"Você pensa que alguém sequer vai chegar perto de te foder como eu, princesa, hm? Eu já fiz essa bucetinha esguichar e você realmente pensa que qualquer moleque da sua idade sabe te dar prazer." Cada oração era intercalada com os dentes dele mordendo seu pescoço e colo. O loiro se deitava sobre você, chupando sua pele até te ouvir arfar em agonia. "Burrinha demais pra viver sem mim pelo visto."
"D-do que você tá f-falando?" Pergunta retraída e ofegante quando os lábios rosados chegam aos seus seios, sugando os biquinhos e lambendo os montes com uma fome visceral. Suas unhas fincavam nos ombros pálidos, deixando meia-luas marcadas a cada chupada que o mais velho dava nos seus peitos.
O loiro se distancia do seu busto para voltar a ficar no nível da sua face, os dedos longos se fechando ao redor da sua garganta para reforçar o aviso que os olhar obscuro transmitia.
"Do seu amiguinho que te beijou ontem, perrita, escutei a Lu te provocando sobre ele." Ele explica com um tom cansado como se estivesse falado o óbvio várias vezes.
"Eu não-"
"Não mente pra mim." Ele repreende com um olhar severo. "Eu só aviso que não vou tolerar mais nenhum acontecimento parecido, entendido?" Finaliza apertando mais o punho e vendo como você fungava para tentar respirar normalmente, só solta seu pescoço quando você assente e promete que nunca mais vai acontecer nada com outros homens.
Esteban desce a cabeça novamente pelo seu corpo, roçando o nariz avantajado pela sua pele até chegar no seu estômago aonde ele deixa selinhos molhados até chegar na sua virilha. Suas pernas se abrem mais ainda em antecipação e se apoia nos seus cotovelos para poder apreciar a visão do homem loiro com o rosto enfiado na sua intimidade.
A língua habilidosa desliza pela sua fendinha, ele geme quando prova seu gosto, lambendo avidamente para recolher o máximo que conseguia. Esteban praticamente beijava sua buceta, se lambuzando ao massagear com a boca as dobrinhas e esfregar o nariz grande no seu clitóris. Finalmente, os lábios finos se fecham ao redor do seu pontinho, sugando e desenhando formas abstratas no ritmo que você gostava, os gemidos abafados de Esteban vibravam contra a região sensível te deixando alucinada com a combinação de sensações. O loiro não tinha pudor em remexer a cabeça contra a sua bucetinha, esfregando a língua esticada por toda a extensão e sujando o rosto em meio ao processo. A barbinha queimava o interior das suas coxas, te fazendo morder os lábios para não arfar com a ardência combinada ao prazer.
Um suspiro com o nome dele escapa dos seus lábios quando ele foca em mamar seu clitóris, alternando entre lambidas e chupadas demoradas te levando cada vez mais perto do orgasmo, que chega quando o ele cospe na sua buceta e logo engole a própria saliva ao retornar a sucção rapidamente. Ele segura suas pernas abertas enquanto as ondas de prazer te atingiam, suas coxas espamando e seus dedos puxando o cabelo para longe da sua intimidade pela hipersensibilidade.
Esteban se afasta sem nem se importar em limpar o rosto melado e completamente ruborizado, em seguida dá um tapinha no seu clitóris inchado, se divertindo ao te ver estremecer com um bico emburrado. O loiro se debruça sobre você novamente, acariciando seu rosto com um carinho que te deixava mais corada do que ele te chupando, as íris escuro brilhando em um sentimento que você temia ser o mesmo que sentia por ele, mas logo o momento some, pois Esteban pressiona o comprimento avantajado contra o seu ventre, se esfregando lentinho ao sujar sua pele com pré-gozo.
Ele te beija suavemente, ronronando em meio aos selinhos molhados ao mesmo tempo que pincelava a cabeça do pau na sua buceta encharcada, suas pernas se entrelaçam ao redor da cintura fina puxando para mais perto ao passar os braços pelas costas recheadas de sardinhas em um abraço. Esteban desliza a glande para dentro, gemendo contigo ao sentir o aperto, os quadris empurrando mais do comprimento para tentar alargar. O pau grande abre o caminho com um vai e vem eletrizante, que te fazia se contorcer e se arrepiar. Esteban era comprido e grossinho, sempre te causando uma deliciosa ardência com a penetração.
"Foi tudo, gatinha." Ele sussura te dando beijinhos no colo e inspirando seu cheiro para tentar manter a calma e não te foder com força logo no primeiro instante. Poderia estar com raiva e magoado, mas não iria te machucar em prol disso, pelo menos não por agora.
Quando você relaxa, parando de se contrair tanto, o mais velho começa a se mexer, saindo e entrando acompanhado do barulho molhado e das suas peles se chocando. Seus miados dengosos iam diretamente para o ouvido dele, gemendo como o pau dele era gostoso e te fodia como ninguém. Incentivado pelas suas palavras, ele acelera o ritmo, ondulando os quadris e mantendo tão fundo que sentia o pau cutucar o seu cervix.
Apoiando as mãos ao lado da sua cabeça, ele pega mais impulso, sacudindo seu corpo e atingindo um ângulo que te fazia ver estrelas. Sua mente apagou, só conseguindo pensar no homem que te comia e como o calor dele era reconfortante, além de outra palavrinha que estava na ponta da sua língua.
"Papai, é? É só ter pau nessa bucetinha que já começa a me chamar assim, princesa?" Esteban pergunta com um sorriso arrogante, socando com mais força dentro de ti e adorando como finalmente encontrou algo que te deixava tão descontrada como a sua existência inteira o deixava.
Seus olhos se arregalam em horror por ter deixado escapar as suas fantasias, fitava o rosto do mais velho com uma expressão dividida entre êxtase e timidez, mas não consegue se conter em deixar escapar mais uma vez as sílabas, até porque uma mão grande agora apertava seu peito e brincava com o mamilo de uma forma que só te fazia ficar mais sedenta por ele.
"Papi... Papi, você me fode tão bem, hmmm." Geme agarrando os cabelos loiros e movendo a cintura para se foder contra as estocadas vigorosas.
Esteban grunhe se tornando selvagem ao segurar sua cintura para se pôr de joelhos, colocar suas pernas sobre os ombros e pegar impulso para te foder mais fundo. Um gritinho manhoso sai da sua boca com a posição diferente, se contorcendo com o prazer descontrolado que crescia na sua buceta que já formigava com a intensidade da foda. O pau saia por completo e entrava novamente te fazendo gemer alto aquela palavra.
Era como música para Esteban escutar os seus chamados, ainda mais com a sua bucetinha estreita engolindo a pica dele, mas tinham que lembrar que havia outra pessoa na casa e seria um caos se ela descobrisse o que acontecia entre vocês.
"Shhh, princesa, temos que fazer silêncio." Ele fiz em um tom suave mesmo com a respiração pesada, beijando seu tornozelo e acariciando suas pernas tensionadas.
No entanto, parece não ter adiantado de nada, porque suas súplicas só ficavam mais altas com o orgasmo iminente.
Só presta atenção quando em Esteban estapeia sua perna, te fazendo resmungar mal humorada e pulsar ao redor do membro.
"Além de ser uma puta desesperada, não sabe obedecer e ficar quieta. Quero silêncio, gatinha." Ele comando rispidamente, desacelarando e saboreando a forma que sua face se contorce em frustração e repreensão. O coração dele amolece com sua tristeza, mantendo as suas pernas nos ombros, o loiro se deita sobre você novamente, posicionando a cabeça próxima ao seu rosto para enfim escutar seus sonzinhos felizes e baixinhos, murmurando obrigada's juntos com papi, dando todo o seu carinho para ele que agora não te fodia mais, e sim, parecia fazer amor contigo.
Esteban desperta das memórias selvagens quando escuta a voz que definitivamente não era a sua, mas familiar de qualquer forma.
"Pai! Tá me ouvindo?" Sacode a cabeça ao escutar a voz irritada da filha.
"O-o que?" Ele pergunta desnorteado, olhando para ti que só ria discretamente da cara de lezado dele.
"A sua carne tá queimando!"
Quando Esteban sente o cheiro do churrasco queimado se levanta rapidamente, xingando baixinho ao ver a fumaça preta saindo da churrasqueira.
"Nem parece que ele passou a noite inteira comendo alguém, Ugh." Sua amiga reclama se sentando do seu lado.
"Vai ver foi ruim." Diz rindo ao observar como ele, mesmo em desespero para abafar a fumaça, te olhava com os olhos fulminantes. Com certeza você vai pagar por isso.
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dreamwithlost · 5 months ago
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DESEJO PROIBIDO?
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Bangchan x Fem!Reader
Gênero: Friends to lovers, Smut
W.C: 3K 🥵
Avisos: fingering (f), oral (f & m), sexo desprotegido (não siga o exemplo!!!), Channie soft dom, penetração, linguagem imprópria, a pp engoliu umas coisas ai... E não sei mais, mas é isso ai
ᏪNotas: Mais um da saga "fui escrevendo e deu no que deu", mas era impossível com esse enredo não ter um smutzinho!!! KKKKKKK Eu tentei, espero que gostem! 🫣
- E fica aí a pergunta, pegar o ex da amiga é mal caráter? (E se fosse o bangchan?)
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Quanto querer transar com o ex da sua amiga lhe transformava em uma pessoa horrível? Nos últimos dias, essa pergunta atormentava sua mente mais do que deveria. Você abaixou a tela do notebook, disfarçando um olhar furtivo para Christopher na cadeira à sua frente. Mordeu o lábio inferior, nervosa, voltando rapidamente ao seu trabalho quando o moreno ousou encará-la. Estava completamente perdida, ainda não acostumada com a presença dele em sua casa, culpa do projeto que precisavam finalizar juntos para a empresa.
Lembrava-se do desespero quando Christopher sugeriu que fossem trabalhar na casa dele, um desespero absurdo para alguém que já havia frequentado o ambiente amigavelmente. Precisou insistir que preferia fazer o trabalho em sua própria residência, escondendo o verdadeiro motivo: sentia-se mais segura debaixo de seu próprio teto, onde seus pensamentos impuros poderiam ser controlados.
— Precisamos rever isso — Murmurou Christopher, fazendo você saltar da cadeira.
— O-o que? — Perguntou, tentando esconder a voz trêmula após pigarrear.
— Esses rascunhos — Explicou, levantando algumas folhas do projeto que estavam encarregados. Em seguida, levantou-se e caminhou em sua direção.
Por algum motivo, seu corpo reagiu antes do cérebro, e você deslizou para o lado, caindo da cadeira e espatifando-se no chão na tentativa de se distanciar do moreno que se aproximava.
Você havia conhecido Christopher no prédio do trabalho, ambos arquitetos ambiciosos que logo se deram bem. Na época, você namorava um completo babaca, que parecia ser o suficiente para você. Decidiu então apresentar o formoso rapaz à sua grande amiga, Hannah, que estava desiludida com o amor. Vocês começaram a sair em casal, sempre bem sincronizados, algo que deu certo durante um tempo. Todavia, quando seu relacionamento terminou, acabou por se tornar o "chaveirinho" do casal por um tempo.
Mas então, Hannah também terminou com "Chris" para viajar e seguir seu sonho na faculdade de moda, longe de Seoul e de qualquer amarra do passado. O moreno não pôde segui-la — e parte de você nem sabia se ele desejava isso. A verdade era que Hannah e Christopher formavam um belo casal, porém eram tão diferentes. Ela era sofisticada e requintada, amante de restaurantes premiados e das últimas tendências de moda. Christopher, por outro lado, adorava jogos de videogames, piqueniques simples no parque e sujar as mãos com grafite enquanto desenhava. Ele se assemelhava muito mais a você, mesmo que você nunca tenha o enxergado em sua vida de forma romanticamente falando, apenas como um bom amigo. Após o término com Hannah, você se afastou do rapaz, apoiando a amiga, mas não por muito tempo, já que vocês trabalhavam juntos tornando quase impossível evitá-lo. E Hannah, por sua vez, havia embarcado para longe.
Meses depois, você começou a olhar Christopher de forma diferente: seu sorriso contagiante, os olhos castanhos gentis, as mãos grandes que poderiam passear tão bem pelo seu corpo, a voz rouca, excitante ao pé do seu ouvido, gemendo seu nome. Como seria ele na cama? Um amante silencioso, não, tinha cara de ser barulhento.
— Meu Deus! — Exclamou Christopher, trazendo você de volta à realidade. Ele envolveu sua cintura com gentileza, ajudando-a a se levantar — O que foi isso?
Você não conseguia olhar nos olhos dele, envergonhada demais.
— Eu senti algo no meu pé — Mentiu, afastando-se rapidamente e apoiando-se na mesa, fingindo olhar embaixo dela para sustentar sua fala — Achei que fosse uma barata e me assustei.
— Você tem que parar de mentir para mim — Christopher parecia ter retirado uma pedra das cordas vocais, dando mais um passo em sua direção — Há quanto tempo somos amigos? Ultimamente você está distraída, mentindo. Pode falar, fiz algo errado?
— O quê? Não, não — Tratou de corrigir o engano, balançando as mãos em frente ao peito — Chris, você não fez nada de errado.
— Mas eu sinto que devo ter feito — O rosto de Christopher demonstrava uma preocupação que partiu seu coração — Sinto muito se te magoei de alguma forma, ou desrespeitei... Foi isso, né? No trabalho? Roubei alguma ideia sua?
— Channie — Chamou pelo apelido carinhoso que recentemente pouco usava, você repousou as mãos nos ombros do rapaz, tentando conter a ansiedade crescente.
Já o havia visto nervoso assim antes, sabia que ele odiava magoar as pessoas e o quanto aquilo podia mexer com sua cabeça até que pudesse verdadeiramente se desculpar. Como poderia um homem assim ter lhe magoado? Era impossível. A única mágoa que possuía era deseja-lo tanto.
— Você não fez absolutamente nada, pelo contrário — Interrompeu a frase, aprisionada pelo olhar intenso dele — Você tem sido incrível comigo, adoro trabalhar com você, você é genial.
— Eu também adoro trabalhar com você, nossas ideias se complementam — Retribuiu a gentileza com um sorriso estonteante.
Suas mãos permaneceram nos ombros de Christopher enquanto o canto de seus labios se ergueram em uma feição de alegria semelhante. O mundo pareceu parar por alguns segundos, e quando suas mãos deslizaram para longe do corpo dele, foi como se uma onda elétrica percorresse seu corpo.
Você sentiu que a mesma sensação caminhou por Christopher quando ele deu mais um passo em sua direção, acabando com a distância respeitável e fazendo-a colar na mesa atrás de você. Uma das mãos dele ergueu-se lentamente, deslizando por sua bochecha; você podia sentir o hálito mentolado quando seus rostos estavam próximos, próximos demais. Precisou de uma força sobre-humana para desviar, abaixando a cabeça e impedindo que o beijo acontecesse.
— Christopher... — Murmurou, retirando a mão do moreno de seu rosto — Nós não podemos fazer isso.
— Por que não? — Ele questionou, entendendo a resposta sem precisar de palavras — Sei que Hannah é sua amiga, mas todos nós somos adultos, todos estamos solteiros, e ela está bem longe daqui.
— Isso parece... Sei lá — Você ponderou, coçando a nuca apreensiva — Mal caráter. Não quero ser uma amiga ruim.
— E por que ser feliz te faria uma amiga ruim? — Ele insistiu — Não é mal caráter ter interesse em alguém. Não é como se estivéssemos fazendo isso naquela época, éramos apenas amigos.
— E agora, Christopher? — Você murmurou, finalmente ousando encará-lo.
— Agora, nos últimos dias, perco a cabeça cada vez que te vejo, para ser sincero.
Você sorriu com a confissão e umedeceu os lábios. Seu coração estava quase saindo pela boca, e apesar do turbilhão de pensamentos que rondavam sua mente, seu corpo não aguentava mais estar tão próximo de Christopher sem beijá-lo até perder o ar.
— Que se foda — Anunciou antes de beija-lo.
Sua mão vagou até a nuca do moreno, puxando-o para um beijo ansiado, seus corpos se conectando como peças de um quebra-cabeça. Você explorou o corpo dele como em seus sonhos, a mão por baixo da camiseta, o beijo sincronizado e acelerado, acalmando-se com o passar dos minutos, tornando-se delicioso. Christopher mordiscou seu lábio inferior, segurando sua cintura e acariciando seu corpo, subindo e descendo com as mãos ansiosas. Ele apertou sua bunda, erguendo-a e incentivando-a a sentar sobre a mesa — em alguma hora — de trabalho. Você ajudou a remover as papeladas que estavam revisando mais cedo de seu caminho e enroscou as pernas na cintura do moreno. Sentiu o membro de Chris com aquele simples toque.
— Tem certeza de que quer isso? — Ele perguntou, olhando-a nos olhos.
— Você não tem noção do quanto — Murmurou em seu ouvido, perdendo a timidez devido ao desejo intenso.
Você beijou o pescoço do rapaz, marcando pequenos chupões perto da gola da camisa, e não pôde se conter quando um arfar rouco escapou dos lábios dele. Suas mãos prontamente retiraram a camisa casual que ele usava, jogando-a para algum lugar do apartamento. Você deslizou pelo abdômen definido, apreciando a visão, e brincou com o cós da calça de moletom, ameaçando adentrar com a mão ali, mas apenas acariciando o pênis por cima do tecido, sentindo-o endurecer.
— Você gosta de brincar, né — Christopher murmurou em seu ouvido, apertando suas coxas. Suas mãos incentivaram-na a deitar-se sobre a mesa, puxando sua legging para longe do corpo.
Você se deleitou enquanto Christopher se inclinava para frente, subindo a camiseta que você usava para trilhar um caminho de beijos da sua barriga até a costura da calcinha, apertando seus seios no processo, deslizando as mãos para o final daquele caminho. Ele brincou por sua virilha, adentrando com um dedo dentro do tecido fino da sua roupa íntima. O moreno escorregou por sua vagina e buscou seu clitóris como se quisesse conhecê-lo, rodeando-o uma vez antes de retirar-se rapidamente, para sua infelicidade.
— Tá tão molhadinha já.
— Isso não é justo — Murmurou manhosa, prendendo-o entre suas pernas e movendo os quadris — Tira sua calça pra mim pelo menos então — Pediu, mordendo um dedo ao soltá-lo, apreciando os movimentos lentos de Christopher, que a encarava enquanto retirava a calça, embora suas mãos estivessem mais afobadas do que suas ações.
Christopher envolveu sua cintura com firmeza, e você se ergueu, buscando aqueles lábios carnudos com uma fome renovada. Suas mãos puxaram as madeixas curtas com urgência, em um desejo incontrolável, antes de guiar uma das mãos dele para suas genitálias novamente. Ele entendeu o movimento devagar que você iniciou, acariciando-a suavemente. Um murmúrio de prazer escapou de seus lábios ao finalmente ser tocada por ele, e tratou de acariciar o membro volumoso de Christopher, vagando por dentro de sua cueca, até ser gentilmente deitada novamente sobre a mesa novamente. Não sabia que ele possuía aquele lado dominador, mas a antecipação do que viria a seguir fazia seu corpo tremer.
Christopher inclinou-se sobre você, seus olhos ardendo com um brilho de desejo incontrolável. Seus dedos começaram a explorar novamente, tocando com uma suavidade que fazia sua pele arrepiar. Ele brincava com seu clitóris, ora circulando, ora pressionando, arrancando pequenos gemidos de seus lábios. Cada toque era uma promessa, cada movimento um prelúdio para algo maior. Ele inseriu dois dedos dentro de você, para sua surpresa, e fora estranho a forma como uma simplesmente mão já podia lhe fazer enlouquecer.
Você arqueava o corpo, buscando mais daquele toque, seus quadris movendo-se instintivamente ao encontro da mão dele. Sentia-se à beira de um abismo, pronta para cair, mas ele sempre parava antes, deixando-a no limite, uma tortura deliciosa.
Então, Christopher se inclinou, substituindo os dedos pela boca. A sensação era avassaladora, a língua dele dançando em seus pontos mais sensíveis, explorando cada centímetro com uma precisão que a deixava ofegante. Ele alternava entre lamber e chupar, aumentando a pressão até você sentir pequenas ondas de prazer percorrendo seu corpo.
— Christopher... — Gemeu, a voz entrecortada pelo desejo e pela frustração de não alcançar o clímax total.
Ele ergueu a cabeça, olhando-a com um sorriso provocador, os olhos brilhando de desejo. Subiu até seu rosto, selando seus lábios novamente, você pode sentir seu próprio gosto por um instante.
Você levantou levemente, e se inclinou de forma confusa, agarrando o cos da cueca do rapaz.
— O quê você quer — Ele murmurou mordiscando o lóbulo de sua orelha, e olhando sua mão abobalhada.
— Tira para mim — Pediu, a voz quase um sussurro.
Christopher se endireitou, tirando a cueca lentamente, revelando seu membro rígido, totalmente excitado. A visão dele assim, vulnerável e desejoso, fez seu corpo reagir imediatamente. Ele se aproximou novamente, a excitação nos olhos dele era inegável, queria vagar por dentro de você, por mais que tentassem se controlar.
— Quero ouvir você dizendo que me quer primeiro — Informou, a voz rouca e carregada de desejo. Seu pênis roçando instintivamente em sua genitalia, louco de vontade.
— Eu te quero — Respondeu sem hesitar, os olhos fixos nos dele, a necessidade evidente em cada palavra.
Ele sorriu, satisfeito, e posicionou-se entre suas pernas. Com um movimento lento e decidido, ele adentrou em você, segurando firmemente em seus quadris para apoiar as estocadas. Um gemido alto escapou de seus lábios, ecoando pela sala. Era real, estava acontecendo, e era tão incrível.
Ele estava em pé, a mesa sustentando seu peso enquanto ele se movia dentro de você. O ritmo que Christopher estabeleceu era ao mesmo tempo gentil e urgente, cada estocada trazendo ondas de prazer. Ele movia-se com uma precisão que parecia calculada, atingindo os pontos exatos que arrancavam de você gemidos cada vez mais altos. O som de seus corpos se chocando preenchia o ambiente, misturado aos suspiros e murmúrios de prazer.
Christopher inclinou-se sobre você, segurando suas pernas abertas mais alto, aumentando a intensidade e profundidade das estocadas. Cada movimento era uma combinação perfeita de força e delicadeza, levando você a sentir o prazer se acumulando e crescendo em cada célula do seu corpo.
Você se ajeitou mais uma vez, se erguendo e ficando sentada na frente do rapaz, suas pernas penduradas para fora da mesa. Desejava encara-lo enquanto transavam, ver cada mínima expressão de satisfação que ele poderia fazer.
— Você é tão apertadinha — Ele murmurou, a voz rouca entre gemidos.
Você levou uma de suas mãos para o pescoço do rapaz e com a outra agarrou a borda da mesa tentando se segurar, seus dedos apertando com força enquanto ele aumentava o ritmo, arranhando suas costas e até mesmo a madeira do movel, se bobeasse. Cada estocada era mais profunda e intensa. Seus corpos se moviam em uma dança perfeita, sincronizados pelo desejo e pela necessidade, você embolou mais uma vez suas pernas em torno daquele corpo musculoso. Sentia-se preenchida de uma maneira que nunca tinha experimentado antes, cada toque, cada movimento, levando-a mais perto do clímax.
— Puta que parou. — Exclamou, perdida nos movimentos, pretendia falar mais, mas as palavras se perderam em um gemido de prazer, fazendo com que sua cabeça inclinasse para trás.
— Isso, assim mesmo — Pediu ele, a voz rouca ao pé do seu ouvido, os lábios roçando sua pele, sua respiração cortada, eufórica.
Seus olhos se fecharam, totalmente submersa na experiência. O mundo parecia desaparecer, restando apenas a sensação avassaladora de tê-lo dentro de você, movendo-se com uma urgência que espelhava a sua.
Cada movimento parecia levar você mais perto do clímax. Os gemidos de Christopher, misturados aos seus, criavam uma sinfonia de prazer que ecoava pela sala. Sentia-se consumida pelo desejo, cada fibra do seu corpo vibrando com a intensidade do momento.
De repente, ele parou de se mover, permanecendo completamente imóvel dentro de você. Seu corpo reclamou a perda do movimento, e você começou a brincar com o quadril, movendo-se lentamente contra ele, buscando mais daquela sensação.
— Por favor, mais — Pediu, a voz trêmula de desejo, e entrelaçou ambas as mãos em seu pescoço, abraçando-o, beijando lentamente o pé de seu ouvido
Ele sorriu, satisfeito com a sua súplica, e voltou a se mover, dessa vez lentamente, bem lentamente, seus quadris acompanharam o ritmo. Ele se inclinou para frente, apoiando-se na mesa enquanto você estava agarrada ele, seu corpo se inclinando juntamente, entao ele aumentou a intensidade e velocidade de seus movimentos. Fez questão de não se soltar dele, gemendo baixo bem ao seu ouvido, contorcendo-se em seu campo de visão. Cada estocada era mais forte, mais profunda, fazendo você ter que se agarrar à mesa para se estabilizar. Seus gemidos aumentavam, ecoando pelo espaço. Ele beijou seu pescoço, seus lábios quentes contra sua pele, seus dedos explorando seu corpo sem restrições.
Quando finalmente você atingiu o ápice, o prazer foi tão intenso que deixou você sem fôlego, estava em êxtase agora, mas sabia que ainda não tinha acabado. Christopher apoiou-se sobre você, ambos ofegantes, corpos entrelaçados. Ele beijou sua testa suavemente, um gesto terno que contrastava com a paixão selvagem que acabavam de compartilhar.
Sentindo-se ainda ofegante e com o corpo formigando de prazer, você se ergueu lentamente, deslizando pelo corpo dele e ficando em pé novamente; pendeu para o lado, ainda mole, mas segurou nos braços do rapaz, mudando de lado e o fazendo ficar encostado na mesa. Beijou seu corpo até ficar ajoelhada diante dele. Seus olhos se encontraram, e você viu o desejo ainda presente nos olhos de Christopher.
— Vai querer que eu goze para você? — O moreno questionou, acariciando suas madeixas enquanto lhe olhava de cima, você não respondeu nada, apenas com um sorriso provocador, levou os lábios ao membro dele, sentindo o gosto salgado de ambos.
Ele gemeu, jogando a cabeça para trás, as mãos cravando nos seus cabelos enquanto você começava a chupá-lo. Seus movimentos eram lentos e decididos, a língua brincando com a ponta antes de descer ao longo do eixo. Cada gemido dele era um incentivo, um sinal de que estava no caminho certo.
— Nossa — Gemeu mais alto do que o esperado — Boa garota.
Você aumentou a intensidade quando sentiu uma de duas mãos em seu cabelo, puxando os fios de forma gostosa, moveu a cabeça com mais velocidade, as mãos envolvendo a base do membro dele, complementando os movimentos da boca. Sentia-o pulsar, sabia que ele estava perto. Com um último movimento profundo, sentiu o corpo dele tremer e, com um gemido profundo, ele se entregou ao prazer, gozando em sua boca.
Levantando-se, você limpou os lábios com um sorriso satisfeito. Christopher olhou para você, os olhos brilhando de admiração e desejo.
— Como vou trabalhar com você agora? Só vou pensar em você me chupando — murmurou ele, ainda recuperando o fôlego.
— Vai ter que aguentar até a próxima vez — respondeu com um sorriso ladino e provocador, envolvendo-o em um abraço apertado. — Sua amiga sempre vai estar com as portas abertas para você.
— Acha que vai se arrepender?
Precisou ponderar um pouco.
— Nem um pouco.
O momento era perfeito, por mais que soubesse que a realidade logo voltaria a bater à porta. Sabia que precisaria enfrentar as consequências de seus atos, mas por enquanto, decidiu aproveitar a sensação de satisfação plena, sem pressa de voltar ao mundo real. Havia descoberto que aquilo fora mais precioso para você do que algumas regras que deveria seguir. Sentia que, após aquele êxtase inestimável, poderia enfrentar qualquer coisa que viesse, nem que fosse os seus pensamentos, afinal, eles seriam substituído por aquela voz rouca no pé do seu ouvido.
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crarinhaw · 7 months ago
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Girassol
Olá estrelinhas, como estão? Bem vindes a mais uma imagine!!
Vocês não fazem ideia do quanto eu amei escrever esse imagine, consegui juntar coisas que eu amo muito: Alceu Valença, a praia de Canoa Quebrada (que é como uma segunda casa pra mim) e claro, meu namorado Felipe Otaño.
Espero que gostem, meus amores 🫶🏻
Avisos: Smut (+18), sexo sem proteção (tá proibido hein!), dirty talk, masturbation (masc.) nipple play. (se tiverem mais, me avisem por favor!!)
"Um girassol nos teus cabelos
Batom vermelho, girassol
Morena, flor do desejo
Ai, teu cheiro em meu lençol"
Layla encosta sua cabeça com delicadeza no ombro de Felipe, respirando fundo sentindo a brisa gostosa do mar em sua face.
Sentados juntos sobre a areia na famosa duna do por do sol da praia de Canoa Quebrada no Ceará, estado natal da mulher, juntos eles assistiam o evento divino ouvindo a melodia de Girassol, de Alceu Valença tocar baixinho na JBL.
Era como um sonho para Pipe ter essa mulher em seus braços, saber que ela era dele e de mais ninguém. Ela era a flor do seu desejo, a mais bela obra de arte ja criada, Otaño poderia jurar que ela foi concebida pelo próprio Alceu quando cantou pela primeira vez a música que saia da caixa de som.
Com os corpos colados, o argentino escutava com atenção a brasileira, que contava com alegria todas as suas diversas memórias naquela praia, em como aquele lugar era especial, como ela considerava a pequena vila como sua segunda casa e o quanto era importante para ela que a primeira viagem como casal dos dois fosse lá.
Felipe sentia o cheiro da mulher adentrando suas narinas, o perfume mais doce que ja inalou, desejando ter aquele aroma em seu lençol todos os dias do anoitecer ao amanhecer. Mergulhar não só nas ondas do mar mas também nas ondas daquele corpo tão divino.
A luz laranja causava um efeito maravilhoso nos cachos tingidos de ruivo, tão sublimes que despertavam em Pipe sentimentos que ele nunca teve por ninguém, e que ele não conseguia explicar.
Após o sol sumir por entre as dunas, Layla fica de pé, sacudindo a areia de suas pernas e estendendo o braço para que Pipe se levante, o argentino não resiste em deixar um selinho nos lábios da ruiva quando fica de pé, causando na mais nova um sorrisinho, expondo suas covinhas.
Os pombinhos caminham pelas ruas da vila de mãos dadas, o argentino com o cooler e a brasileira com a bolsa que carregava as toalhas e os outros pertences do casal. Juntos eles observavam a alta movimentação da vila de pescadores, que mesmo sendo pequena é um dos maiores pontos turísticos do nordeste, atraindo pessoas do Brasil e do mundo.
Durante o trajeto até o hotel, pararam em uma sorveteria para tomar um belo açaí, tudo tranquilo até que um grupo de argentinos turistas entrassem no mesmo estabelecimento conversando em espanhol no volume máximo, Pipe fica encantado em ver tantas pessoas se sua terra natal tão longe dela, e passa um tempo considerável conversando com os hermanos, esbanjando um sorriso no rosto e fazendo questão de incluir Layla na conversa, mesmo ela não sendo tão fluente na língua hispânica.
No hotel, Layla logo entra no banheiro assim que chegou no quarto, desata os nós que prendiam o biquini ao seu corpo e entra no box, deixando a água cair sobre todo o seu corpo, carregando consigo a maresia de seus cabelos e a areia de seu corpo. Estava tão concentrada na água que escorria sobre si que mal percebe quando Felipe entra dentro do box, abraçando a mulher por trás e despejando beijinhos sobre seu ombro, ela vira seu corpo, frente a frente com ele, se deparando com um Pipe pimentão.
“Meu Deus Pipe, como você tá vermelho, o que eu te disse sobre passar protetor? Parece até que não tem sol na Argentina” A brasileira fala em tom de repreensão, quase como se fosse sua mãe. “Mas eu passei nena��� Otaño faz bico “Mas você passou o dia no mar, amor, deveria ter passado mais de uma vez”
O argentino volta a beijar a região do ombro e pescoço da namorada, murmurando e sussurrando palavras como “desculpa nena” “amanhã eu faço do jeitinho que você mandar” que logo são substituídos por “você tá tão linda bronzeadinha, meu amor” “não quer deixar eu te foder enquanto admiro essa sua marquinha não”
Claro que a brasileira não resiste, deslizando suas mãos pelo abdômen do homem até chegarem em seu membro que já estava completamente enrijecido, desliza seus dedos pela cabeça melada de pré gozo, logo tendo uma boa lubrificação para começar a o masturbar. Sentindo o prazer tomar seu corpo, Felipe agarra a cintura de Layla com mais firmeza, passando a descer os beijos para seu busto, chegando até os seios, o mais velho beija toda a região com delicadeza até começar a chupar os mamilos dela, que geme em aprovação, ele se dedica fielmente a beijar, chupar e lamber os seios dela, gemendo contra sua pele enquanto a brasileira o masturba, Layla podia ter certeza que gozaria ali mesmo apenas com aquele estímulo. Mas o Otaño tinha outros planos.
“Vira de costas e empina essa bunda pra mim, amor” Quanto Layla o faz, Pipe não tarda em deixar um tapa estalado em sua nádega, seguido de mais outros antes que ele começasse a deslizar o seu pênis sobre a intimidade dela.
O Otaño amava provocar sua namorada, deixa-la cheia de tesão ao ponto de implorar para que ele a fodesse, mas naquele dia ele mesmo não resistiu, penetrando seu mastro na buceta apertada e molhada de sua companheira, grunhindo com a sensação prazerosa que as paredes internas de seu canal causavam ao lhe apertar com força.
Aproveitaram aquele momento como se não fosse haver outro, com movimentos bruscos e profundos Pipe fodia sua namorada sem se importar nem um pouco se os outros hóspedes poderiam ouvir, na verdade, ele até preferia que ouvissem e soubessem que ela era só dele.
Pressionando ainda mais o corpo de Layla contra a parede, o argentino encosta seu peitoral nas costas da brasileira, posição essa que atinge o ponto sensível no íntimo da moça, que geme alto o nome do seu namorado repetidas vezes como um mantra.
“Já vai gozar, gatinha, não quer esperar por mim” Por mais que Felipe tentasse esconder, ele sabia que seu orgasmo estava tão próximo de chegar quanto o dela, levando aos dois se desmanchando um no outro ao mesmo tempo.
Demoram alguns segundos para que Pipe retire seu membro de dentro da vagina de Layla, que precisa se apoiar na parede para ter forças para ficar de pé, Otaño ajuda ela a ficar frente a frente com ele e beija seus lábios delicadamente, como se ela fosse um frágil vaso de porcelana, mesmo estando fodendo ela como uma putinha a menos de um minuto atrás.
“Eu te amo, meu pimentãozinho”
Pipe sorri, ah… que sorriso. Os lábios carnudos, as bochechas fofinhas cheias de sardas e vermelhas pele leve queimadura do sol, os olhos azuis que fechavam levemente quando ele sorria, o cabelo molhado. Layla não tinha palavras para descrever o quanto ela amava aquele homem.
“Eu também te amo, meu girassol”
“Desço pra rua, sinto saudade
Gata selvagem, sou caçador
Morena, flor do desejo
Ai, teu cheiro matador”
Texto não revisado!
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luludohs · 30 days ago
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drew starkey
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avisos: drew filho do padrasto da reader, relacionamento proibido, p in v, oral f recieving, sexo desprotegido.
notas: nem sei como consegui terminar essa one pq to com tanta coisa pra fazer que nem sei de onde tirei tempo 💀 mas ta ai, espero muito que vocês gostem!
você sabia que era errado, sabia que desejar o filho do seu padrasto era um grande erro mas quanto mais tentava parar mais o desejo aumentava.
drew era um bom rapaz, sua mãe e sua irmãzinha haviam o amado desde que o conheceram e honestamente você também não estava reclamando, até porque apesar de todos os defeitos, drew starkey era uma vista muito boa para se ter logo ao acordar.
quando foram oficialmente apresentados pelos seus respectivos pais não estavam se vendo pela primeira vez, assim como todos achavam. a verdade era que drew era bem conhecido na cidade, já haviam se encontrado algumas vezes em algumas festas ou em resenhas na casa de amigos em comum e há alguns bons anos atrás acabaram se beijando em uma balada aleatória em que se esbarraram.
apesar de ter sido apenas um beijo você não havia esquecido nem um mísero detalhe. tinha sido um dos melhores beijos de sua vida e ao começar a morar com o drew e o pai gente boa dele sua mente parecia se sentir determinada a te lembrar daquele momento cada vez que olhava para ele.
você esperava que com o tempo aquela obsessão e desejo sumissem mas morar com ele e vê-lo constantemente sem camisa, ou apenas de toalha, ou cozinhando, ou brincando com a sua irmãzinha eram sem duvidas uma tortura. afinal, como poderia esquecer alguém que mora com você?
apesar de parecer, morar com drew não era lá a melhor coisa do mundo. embora tivesse suas qualidades, starkey era um verdadeiro vagabundo que vivia as custas do pai. ele não estudava e nem trabalhava, vivia apenas vadiando por aí enquanto aproveitava toda a grana do pai. o estilo de vida do loiro só se tornou um problema na madrugada que você resolveu ficar acordada para estudar para a prova que teria no dia seguinte, drew havia chego três horas da manhã daquela noite. ele achou que seria uma boa ideia levar alguns amigos para a casa e estender a festa por lá mesmo.
o resultado foi caótico. você estava com raiva e até tentou pedir a drew que falassem mais baixo porém o mais velho resolveu te ignorar completamente e quando você tentou pedir novamente ele simplesmente lhe disse: “essa faculdade ta te deixando amargurada.” e saiu, indo em direção aos amigos. você se lembra de contar até dez para tentar se acalmar mas não conseguiu, quando escutou a música que eles haviam colocado na caixinha de som você surtou.
gritou com drew e expulsou os amigos idiotas dele de casa. na hora da raiva ambos proferiram ofensas sem pensar direito, na manhã seguinte tudo parecia bem novamente e envergonhados com o ocorrido, pediram desculpas pela noite desastrosa e pelos xingamentos ditos.
além de meio folgado drew era um verdadeiro cafajeste. já havia escutado diversas vezes ele brigando com alguma menina pelo telefone, já havia visto também ele chegando tarde acompanhado por alguma garota qualquer, além de ter presenciado ele dando em cima de várias amigas suas quando as chamava para passar o dia com você.
apesar de tudo, drew nunca foi hostil com você e com sua família. ele te recebeu muito bem em sua casa e vivia dizendo que amava te-la cheia e com o cheirinho gostoso do café que sua mãe fazia todas as manhãs. os problemas de convivência eram inevitáveis mas a alegria e educação de starkey compensavam qualquer complicação.
quando já não aguentava mais o desejo ardente que sentia por drew resolveu desabafar com suas amigas na esperança de alguma ajuda. o resultado foi unânime, todas desaprovaram seus sentimentos. diziam que era loucura e que além dele teoricamente ser seu “irmão” (coisa que você nunca levou a sério) ele era super babaca. no fim percebeu que foi um erro ter contado, havia ficado ainda mais confusa.
mas poxa, era dif��cil não olhar para cada detalhe dele, sejam os olhos extremamente azuis, o cabelo loiro raspado, a boca rosada e convidativa, o braço enorme ou a barriga tão bem definida. se sentia uma pervertida enquanto secava ele, assim como acontecia agora. drew estava parado na porta do seu quarto, usando apenas uma bermuda e uma toalha jogada nas costas enquanto falava alguma coisa que parecia não ter importância nenhuma.
foi descendo o olhar até os pelinhos ralos que começavam abaixo do umbigo e desciam até o cós da bermuda e levavam pra o que ultimamente lhe fazia perder o sono.
“ta me ouvindo?” ele estalou os dedos, chamando sua atenção “não prestei atenção na última parte, repete por favor.” respondeu ainda meio perdida. “eu perguntei se você viu aquela minha jaqueta preta que eu usei ontem.”
“ué, claro que não.” respondeu como se aquela fosse a pergunta mais idiota do mundo “nossa.” ele revirou os olhos “to saindo, quer ir comigo? vou naquele bar perto da sua faculdade.” perguntou animado “agradeço o convite mas eu passo. já sai ontem.” sorriu educada “e dai?” perguntou confuso “e dai drew que eu não tenho dinheiro. fora que hoje to afim de ficar em casa.” respondeu devagar, como se estivesse falando com uma criança.
“tá, ce que sabe. tchau.” fechou a porta e saiu. naquele dia sua mãe e seu padrasto tiveram que viajar para o casamento de uma amiga e sua irmãzinha resolveu ir dormir na casa de uma amiguinha. apesar de drew ter ficado em casa, você sabia que ele chegaria tarde então teria bastante tempo para si mesma.
assim que ouviu drew sair de casa se levantou da cama e desceu até a sala, fez uma pipoca de microondas, pegou uma garrafa de vinho que havia comprado e foi até o sofá. a casa que morava agora com a família starkey era muito maior que a sua antiga, não estava acostumada em ter uma televisão enorme como aquela. colocou um filme que havia viralizado em algumas redes sociais e desligou o celular para se concentrar.
quando se deu conta o filme já havia acabado junto com praticamente todo o vinho da garrafa, você já se encontrava meio alterada quando os créditos apareceram na tv. ligou seu celular e respondeu algumas mensagens, escrevendo várias palavras erradas sem querer.
estava quase caindo no sono naquele sofá enorme e macio quando escutou a porta ser destrancada, indicando que drew havia chego. revirou os olhos ao imaginar que ou ele estaria com os amigos ou novamente com alguma garota e praticamente te obrigaria a subir até seu quarto mas o que aconteceu foi diferente, apenas starkey havia aparecido. se sentou ao seu lado enquanto você o observava curiosa, tirou os sapatos em silêncio e logo se esparramou pelo sofá, relaxado.
“voltou cedo e sozinho.” você pontuou “o que houve? não foi bom?” perguntou tirando o sarro mas no fundo estava curiosa, “na verdade não muito. mas com certeza foi melhor que ficar vendo um filme e bebendo vinho sozinha.” ele disse com o intuito de te irritar, era quase como um hobbie para ele. “pelo menos eu não torrei dinheiro atoa, idiota.” revirou os olhos e cruzou os braços, arrancando uma risada sincera de drew.
“como se isso fosse um problema.” disse arrogante, querendo te levar ao limite. “meu deus. você é ridículo.” se levantou do sofá para ir embora mas parou quando ouviu drew chamando seu nome em meio a risadas, “to te zuando, bobona. volta aqui.” ele disse, batendo no lugar do sofá ao lado dele. relutantemente você se sentou ao seu lado.
“sabe do que eu tava lembrando?” perguntou e você ficou quieta esperando que ele respondesse a própria pergunta “de quando a gente ficou.” suas bochechas esquentaram ao ouvi-lo mencionar aquele acontecimento, começou a sentir uma vergonha enorme e a vontade de se levantar e ir embora aumentava. “p-por que você lembrou disso do nada?” gaguejou nervosa, não sabia ao certo o por que se sentia daquela maneira, pensava ser porque pensava nesse dia quase sempre e jamais imaginou que aquela memória também rondava a cabeça de drew.
“eu não sei, foi de repente.” respondeu calmo, o oposto de você, “na verdade desde que aconteceu eu nunca esqueci” ele confessou, sua pele esquentou em vergonha. gaguejou tentando falar alguma coisa mas nada saia, a risadinha de drew como quem estava achando aquilo tudo fofo te encorajou a dizer alguma coisa, “para de brincar com isso, drew.” você disse, na tentativa de ter certeza que aquilo estava realmente acontecendo. “por que você acha que eu to brincando?” respondeu baixinho enquanto tinha o olhar direcionado a sua boca, ele se aproximava tão aos poucos que você quase nao percebia.
“d-drew…” você gaguejou conforme ele se aproximava de você, estavam tão próximos que os narizes se tocavam levemente. quando estava prestes a tentar falar mais alguma coisa starkey apenas sussurrou shh antes de unir seus lábios em um beijo calmo, não tentou aprofunda-lo em nenhum momento, primeiro queria que você se acostumasse. ainda assustada com aquele momento você colocou as mãos nos ombros do mais velho e o empurrou para trás devagar, sentindo os lábios formigarem ao se desgrudarem dos dele. “drew, nós não podemos. você sabe.” tentou usar o restinho de moralidade que existia dentro de você.
“não finge não, princesa. eu sei que você quer isso tanto quanto eu.” disse abaixando para deixar alguns beijos molhados no seu pescoço, sugando a pele em alguns momentos. “ou você acha que eu não percebo?” se levantou novamente, olhando nos seus olhos “acha que eu não percebo como você fica quando eu me aproximo? eu não sou idiota, já sei o que você quer a mais tempo que imagina. e sorte sua porque eu quero exatamente a mesma coisa.” sem aguentar por mais um segundo você o beijou, ouvi-lo falar aquelas coisas na sua frente e não o beija-lo era impossível.
drew lhe beijou de volta sem hesitar, dessa vez já se sentindo confortável em enfiar a língua na sua boca devagarinho, massageando a sua ao mesmo tempo. você agarrou a nuca do loiro, a arranhando enquanto se inclinava em sua direção, querendo cada vez mais beija-lo como se aquele fosse o último beijo de sua vida. drew se agarrou em você também, prendendo sua cintura em suas mãos grandes enquanto se deitava em cima de você no sofá espaçoso. prendeu os quadris dele com as pernas, gemendo baixinho quando o sentiu arranhar suas coxas descobertas.
uma pequena parte de você se condenava por estar fazendo isso com o filho do seu padrasto, mas essa parte parecia perder totalmente a força quando drew te fazia sentir a ereção presa dentro de sua calça. estava perdida demais naquele beijo quando de repente sentiu os dedos de starkey massageando seu pontinho por cima do short do pijama, te fazendo revirar os olhos por baixo das pálpebras. os beijos lentos foram descendo por sua mandíbula, pescoço e colo até chegarem em seu quadril e drew se afastar para tirar seu short e sua calcinha, jogando as peças de roupa em qualquer lugar.
quando ele voltou a se abaixar novamente, indo em direção a sua intimidade descoberta e totalmente entregue a ele você já sabia o que iria acontecer, apesar de ainda parecer completamente inacreditável. drew deixou alguns beijinhos na sua virilha antes de finalmente ir até sua buceta encharcada. a beijou devagar, a abrindo com os dedos para ter um melhor ângulo do seu pontinho. chupou, mordiscou e massageou seu clitóris com os lábios macios enquanto você gemia alto e arqueava as costas de prazer. foi naquele momento que você percebeu que beijar não era a única coisa que drew sabia fazer.
starkey não queria te fazer gozar - apesar de conseguir sem fazer muito esforço - ele queria apenas te deixar o mais molhada possível para que pudesse meter em você sem muito cuidado. quando sentiu suas pernas tremerem e sua buceta se contrair com força ele se levantou. te beijou uma última vez antes de tirar a própria roupa e sua blusa, quase babando aos ver seus peitos. estava a beira de um delírio enquanto entrava em você, revirando os olhos ao sentir o quanto era apertada.
começou a meter devagar, tentando ao máximo não sair do controle. só começou a aumentar a velocidade quando você o certificou de que estava tudo bem. o objetivo do mais velho era ir aumentando a velocidade aos poucos mas não conseguiu, quando se deu conta estava entrando e saindo de você cada vez mais rápido. ondulava os quadris apenas para ouvir você gemendo baixinho. se arrepiava cada vez que você arranhava as costas dele com as unhas afiadas.
sem ao menos perceber você fechou seus olhos, mas não durou muito tempo assim visto que logo já estava escutando drew chamando seu nome, “abre o olho. quero que você me veja metendo nessa bucetinha gostosa.” sorriu enquanto metia com força “porra. ce ta me apertando tanto, não vou durar muito tempo.” disse em meio a gemidos. querendo te fazer gozar ao mesmo tempo que ele, drew desceu a mão que estava apertando um de seus peitos até o meio de suas pernas, começando a massagear seu clitóris.
suas pernas tremeram com a nova sensação, era demais para você ter o pau de starkey acertando exatamente o lugar certo e seus dedos lhe massageando daquele jeito gostoso. tentou avisa-lo que estava quase gozando mas não conseguiu, tudo o que saia de sua boca eram gemidos altos e agudos. mas nem precisava avisa-lo, drew sabia que você estava quase lá apenas pela maneira delirante que apertava o pau dele.
revirou os olhos e meteu mais algumas vezes antes de derramar todo o líquido espesso dentro de você, te arrastando para um orgasmo logo depois. quando você abriu os olhos se deu conta de que havia acabado de transar com o filho do seu padrasto, mas não conseguia se sentir mal, muito pelo contrário, havia sido tão bom que sabia que na primeira oportunidade que tivesse repetiria aquilo.
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tecontos · 28 days ago
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Pedi um macho gostoso pra me foder e Achei um !
By; Paula
Chamo-me Paula, tenho 30 anos, sou morena, alta, magra, cabelos cacheados longos, e sou tarada, adoro sexo.
Um dia coloquei um pedido de encontro num mural de swingers, pedindo um macho gostoso pra me foder, estava louca de tesão precisando de uma foda bem safada.
Recebi um e-mail muito educado, bem escrito, e aquilo me encheu de tesão, fiquei doida de vontade de conhecer aquele homem tão singular.
Trocamos zap e ele me agradou em tudo, era gato, gostoso e Safado. Marcamos um encontro, e no Primeiro olhar já aconteceu a química, a gente se desejava muito, era impossível disfarçar, ele olhava meu decote como um lobo, cheio de fome, eu parecia a caça perfeita, conversamos sacanagens, e depois fomos para o carro.
Mal entramos e foi impossível conter o primeiro beijo, surreal, incrível, um beijo molhado, cheio de desejos, quente, a língua dele encaixou na Minha, e enquanto isso suas mãos percorriam meu corpo e apertavam meus seios, eu já estava molhadinha, com vontade de mamar gostoso no pau dele, mas algo me mandava parar, ele era casado, e uma das minhas regras era não sair com homens casados, eu não podia, afinal, era como um “pau proibido.”
Mas eu não conseguia parar, estava com o corpo queimando de desejo, de fantasias, e aquele homem era um predador, sabia me fuçar, me atiçar, e me fazia de putinha como ninguém nunca havia feito.
Ele começou a fuçar minha buceta, enfiou o dedo, me Fodendo, enquanto me beijava e olhava em meus olhos, e eu fiquei ali, estarrecida de vontade, entregue àquele homem tesudo que mamava meus seios com sede.
Fomos para o banco de trás do carro, comecei a mamar seu pau, passei a língua devagarinho, engoli suas bolas, brinquei com elas na minha boca babada, e depois comecei a sugar a cabecinha, e mamei um longo tempo naquele pau duro, safado, e quando coloquei o pau dele fundo na minha garganta, ele gemeu com discrição, como se o prazer estivesse perto do gozo, então pedi pra ele meter no meu cu. Ele passou o pau meladinho no meu cuzinho, depois meteu forte, pedi pra judiar, e ele fez com maestria, me arregaçou, meteu com força, e enquanto eu esfregava meu clitóris, senti sua porra no meu cuzinho, entrava com tanta pressão que gozei feito uma putinha no cio, querendo mais.
Até hoje temos encontros picantes regados de muita putaria, sacanagens e fantasias, àquele pau proibido, continua proibido, mas é impossível dizer não à ele.
Enviado ao Te Contos por Paula
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urfavitgurl · 3 months ago
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Oii, queria saber oque fazer sobre dúvidas e incertezas constantemente quando se está manifestando algo , e acabar fracassando por causa disto ,tipo se eu até faço uma simpatia (amo o mundo espiritual) acaba dando errado por conta da dúvida incertezas aff
oii, anjo! espero conseguir te ajudar!
respire fundo... pense bem: de onde vêm essas dúvidas?
talvez algumas delas venham dos pensamentos persistentes do tipo "estou fazendo certo?", "quando irá aparecer no físico?" ou "como vai acontecer?"
não importa como ou onde 'vai dar certo', sabe por quê? porque quando você tem seu desejo a partir do momento em que assume ter/ser aquilo. se você já decidiu o que quer e aceitou como real em seu 4d, apenas relaxe, pois você JÁ TEM, o 3d é controlado por VOCÊ.
manifestar é a coisa mais fácil do mundo, tipo MUITO simples, mas por ser 'ilógico', muitas pessoas tem dificuldade em acreditar que algo tão fácil possa ser real, alguns até podem pensar que "isso é bom demais para ser verdade!".
não faz sentido procurar formas de manifestar 'mais rápido', afinal, você já tem o seu 'desejo'.
seus pensamentos intrusivos não manifestam, mas em quais você persiste? nesses que dizem que você fracassa? nos que você reafirma dizendo que não consegue manifestar?
pense nisso, afinal, quem dita seu fracasso, é você mesm×, pois ninguém mais detém esse poder. apenas você pode moldar sua realidade.
não persista nessas suposições, persista nas que dizem que você é capaz de manifestar. você pode manifestar literalmente qualquer coisa a qualquer momento.
se você, por exemplo, assume que fracassa, você irá fracassar, e então, você obteve sucesso em fracassar.
"como assim?" você é literalmente Deus. e se Deus decide fracassar, é isso o que acontecerá.
não seja uma vítima de algo que você pode controlar (o 3d)
para manifestar, não é preciso nada além de assumir (aceitar/reconhecer seu desejo como real). não é proibido fazer algo a mais que você goste, mas fazer algo por achar que irá fracassar é profetizar seu fracasso.
não são as circunstâncias ou o 3d que ditam seu fracasso, mas sim, você.
você é um ser ilimitado, mas a única coisa que pode te impedir de manifestar é você mesm×.
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allebasimaianunes · 2 months ago
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Oração
Charlie Mayhew Fanfic
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parte I † parte II † parte III † parte IV † parte V † parte VI † parte VII † parte VIII † parte IX † parte X † parte XI † parte XII † FIM.
trailer | pe. charlie mayhew | maria
sinopse: Padre Charlie Mayhew vive um conflito interno ao se apaixonar por Maria, uma mulher que, apesar de ser sua perdição, também representa a sua salvação. Entre momentos de prazer e dor, a relação deles desafia os votos e as responsabilidades de Charlie como sacerdote.
Tudo muda quando Maria, o amor de sua vida, se afasta, deixando Charlie devastado e perdido. Contudo, o destino, impiedoso, o puxa para uma realidade ainda mais cruel, desafiando suas crenças e sua fé. Agora, ele precisa confrontar não apenas o amor que perdeu, mas também os próprios demônios internos e os desígnios de um Deus que parece testar sua alma a cada passo.
Oração é uma história de amor proibido, pecado e redenção, onde as fronteiras entre o desejo e a moralidade se confundem.
aviso de conteúdo: +18, MENORES DE IDADE NÃO INTERAGIR, sexo vaginal, sexo oral (homem & mulher recebem), sexo desprotegido (não façam isso a menos que queiram engravidar ou pegar ist!!!), palavras de baixo calão, priest kink, heresia (muita), culpa (católica) e remorso & tesão, blasphemy kink, corrupção, heirophillia, deixe-me saber se eu esqueci algo a mais... (!!!)
idioma: português (pt-br)
contagem de palavras (no total): 6681 palavras (partes 3/12)
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okeutocalma · 1 month ago
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Boa noite, amigo. Você escreveria algo com um leitor masculino (bottom, se possível) e o Daemon Targaryen (série, não livros)?
Se sim, seria possível uma história em que o leitor é irmão da Rhaenyra, mas por ser um omega, não está na linha de sucessão? Por volta da mesma idade que ela, talvez um ano ou dois mais velho. Alguma história em que o Daemon, após levar a Rhanyra naquele bordel e não fazer nada com a garota, vai atrás do seu outro sobrinho?
Obrigado pela atenção
Alfa Daemon Targaryen — Male Omega Reader.
Obs: Incesto! Leitor é sobrinho de Daemon.
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O som dos passos de Daemon ecoava nos corredores de Pedra do Dragão, e [Nome] sabia que ele se aproximava. Desde a última vez que esteve em Porto Real, o albino sentia o olhar atento de seu tio sobre si. Daemon sempre teve uma presença inquietante, mas agora, havia algo mais nos seus olhares e sorrisos disfarçados.
Sendo um ômega, [Nome] sempre esteve à margem da linha de sucessão, mas isso não significava que ele fosse invisível. Como irmão de Rhaenyra e um Targaryen legítimo, sabia que a presença era notada, especialmente por Daemon. Mesmo que tentasse ignorar, sempre havia uma curiosidade pulsante nos pensamentos sobre ele — algo que ele não se permitia explorar.
Naquela noite, após o infame episódio com Rhaenyra no bordel, Daemon entrou em seus aposentos sem aviso. Ele estava relaxado, uma expressão enigmática no rosto, mas seus olhos denunciavam seus pensamentos.
— Vejo que ainda não conseguiu dormir, sobrinho — Daemon disse, sua voz baixa, quase sedutora, enquanto se aproximava com passos lentos.
Você engoliu em seco, sentindo a tensão no ar.
— E o que o traz aqui a esta hora, tio
Daemon se inclinou, aproximando-se perigosamente, com um leve sorriso em seus lábios.
— Talvez eu tenha percebido que me interessei por outra companhia esta noite.
O coração do menor disparou, e [Nome] sentiu as bochechas esquentarem. Não havia como negar a química que acontecia, mas permitir-se algo assim? Ainda mais com alguém como Daemon? As perguntas surgiam na mente do ômega, mas tudo que conseguiu fazer foi permanecer onde estava, esperando pelo próximo movimento dele, como se estivesse preso sob o feitiço de seu olhar.
Daemon se aproximou ainda mais, e o Targaryen pôde sentir o calor de sua presença, o cheiro do vinho que ele havia bebido e a fragrância de algo exótico, quase místico, que parecia cercá-lo sempre. Ele estendeu a mão, roçando os dedos na borda da sua veste, em um toque que era ao mesmo tempo leve e provocante.
— Você sempre se escondeu atrás da sua condição de ômega — ele sussurrou, os olhos analisando cada reação sua. — Mas, sobrinho, há fogo em você. O mesmo fogo dos dragões.
[Nome] hesitou, sentindo uma mistura de orgulho e incerteza. O fato de Daemon enxergar algo além do que os outros viam uma fraqueza, uma posição inferior – fazia com que algo dentro de você se incendiasse. Mas ao mesmo tempo, a proximidade dele era avassaladora.
— Tio... por que você está aqui? — Sua voz saiu mais baixa do que pretendia, quase um sussurro, denunciando o turbilhão que se desenrolava dentro de você.
Daemon riu de leve, uma risada cheia de significado, como se estivesse encantado com sua confusão. — Por que estou aqui? Talvez seja para ensinar a você algo sobre o poder... e sobre o desejo. — Ele inclinou a cabeça, os olhos brilhando em um tom desafiador. — Talvez eu esteja aqui porque vejo em você uma centelha que merece ser alimentada.
O ômega sentiu o coração bater mais forte, a intensidade de suas palavras e o calor de seu olhar despertando algo profundo e escondido. Por um momento, a ideia de estar nos braços de Daemon, de compartilhar algo proibido, não parecia tão distante.
Quando o alfa finalmente tocou seu rosto, deslizando os dedos em um carinho ousado e sem pressa, [Nome] se viu incapaz de recuar. A mão dele desceu lentamente, até que seus dedos repousassem na curva de seu pescoço, firme, quase possessiva.
—Não seja tímido, sobrinho — ele murmurou, com um sorriso sombrio. — Afinal, somos Targaryen. Nós não tememos as chamas, nós as dominamos.
[Nome] se pegou prendendo a respiração, e antes que pudesse racionalizar o que estava acontecendo, Daemon tirou a mão do seu pescoço e puxou o menor para mais perto, colando seus corpos. A energia entre ambos era avassaladora, como se houvesse algo de ancestral que os conectasse, algo que a própria linhagem de dragões exigia.
Ele passou o braço forte por sua cintura, o segurando com força o suficiente para que não conseguisse se afastar. A mão livre do Targaryen voltou à pele pálida de seu pescoço, os dedos calejados encostando em sua glande coberta por um fino pano, dado por meistre.
— Um pecado, ter esse cheiro gostoso só para você — Daemon sussurrou, com uma delicadeza inexplicável retirou aquele fino tecido e o cheiro gostoso de framboesa tomou o quarto.
O mais velho jogou o tecido fora, Daemon deixou a mão calejada descer lentamente pelo seu ombro, os dedos firmes e quentes roçando a pele pálida. Era um toque decidido, mas não apressado, como se ele estivesse saboreando cada centímetro que percorria.
Seus olhos queimavam com uma intensidade que quase fazia o ômega desviar o olhar, mas o magnetismo dele era irresistível. Os dedos dele deslizaram até o tecido de sua blusa, segurando-o com firmeza. Seu tio apenas retirou o braço da sua cintura por um instante, o suficiente para erguer a blusa azul clara e puxá-la lentamente para cima.
[Nome] sentiu o frescor do ar contra sua pele descoberta, mas o calor do olhar dele tornava qualquer sensação de frio impossível.
— Tão belo — O Targaryen sussurrou, soltando o tecido da sua camisa. As mãos grandes passearam pelo corpo do ômega, os dedões pararam sobre seus mamilos eriçados. — Você vai ficar t��o lindo, com seu corpo roliço, seus peitinhos inchados.
Ele amou ver a face do sobrinho avermelhada, Daemon aproximou o rosto do menor. Um sorriso sacana surgiu nos lábios de seu tio.
— Vai ficar lindo grávido de meus filhos — ele falou tão baixo, vendo [nome] se arrepiar completamente — Eu vou amar mamar nas suas tetas cheias de leite.
Naquela tarde, [Nome] foi reivindicado e durante duas semanas não conseguiu sair do quarto. O próprio rei Viserys só conseguiu ver seu filho quando Daemon não se sentiu ameaçado ao permitir mais um alfa entrar no quarto.
Alguns meses depois, já casado, [Nome] trouxe ao mundo três meninos, trigêmeos de cabelos tão alvos quanto a neve. Os recém-nascidos foram nomeados de Aelor, Maegon e Daerys, em honra aos ancestrais Targaryen que carregavam sangue de dragão. Ao lado dos bebês, estavam três ovos cuidadosamente colocados em seus berços. Quando a aurora tingiu o céu de tons dourados, algo inesperado aconteceu: um leve tremor percorreu os ovos, e, um a um, eles começaram a se partir.
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amorreodio · 1 month ago
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A distância não nos permite enxergar melhor, mas achamos que em cima daquele dragão está MORRIGAN NORRGARD, um cavaleiro de 26 ANOS, que atualmente cursa QUARTA SÉRIE e faz parte do QUADRANTE DOS MONTADORES. Dizem que é ASTUTA, mas também EXPLOSIVA. Podemos confirmar quando ele descer, não é? Sua reputação é conhecida além das fronteiras, e dizem que se parece com MADELYN CLINE.
Biography
O pequeno vilarejo changeling, de poucos recursos dada sua aparente inexistência ao restante do mundo, oferecia uma realidade minimamente menos brutal em comparação àquela que as aguardava em Aldanrae. Refúgio ideal para desejos proibido, as ruas eram carregadas pelo peso da imoralidade de seus visitantes - muitos dos quais regressavam para aquecer a cama da mãe das gêmeas. Em um contexto em que o certo e o errado formavam um emaranhado turvo, justificando qualquer ação voltada à autopreservação, a determinação ferrenha impressa nas íris de Morrigan era essencial para garantir o dia seguinte. E foi com esse afinco que a garotinha lutou, em vão, para não ser separada de seu povo.
Ao contrário da maioria dos cadetes, não era o parapeito ou a eminência de morte que assombravam Mor - com essa, ela já havia se acostumado há muito. Eram as tapeçarias puídas, desbotadas pelo tempo e pelo descuido de uma família cuja prioridade era a sobrevivência, que afligiam os pesadelos da Norrgard, recordando-a de um passado em que os gritos de sua mãe ecoavam pelo pequeno quarto das gêmeas. Lembranças essas que moldaram a personalidade da cavaleira, endurecendo a alma jovem que ansiava por apenas uma coisa: segurança - para si e para aqueles que ama.
Uma centena de planos de fuga, agora reduzidos a cinzas, haviam sido traçados e aperfeiçoados ao longo dos quatro anos que separaram o parapeito do dia da colheita do ovo. Aguardando aquele exato momento, em que o sumiço das gêmeas poderia ser visto como uma fatalidade e não como a evasão que era. Porém, ainda que o sucesso da ideia elaborada por duas garotinhas de doze anos fosse improvável, essa confirmação jamais sucederia - não quando a estratégia sequer foi executada.
O dia, ansiado ao longo das mais de duzentas semanas passadas em Wülfhere, não amanheceu com a esperança do reencontro de seu povo, mas com uma inquietação oriunda dos sentimentos conflitantes em seu peito. De um lado, havia a necessidade de regressar e proteger Asta, do outro, um aperto firme que a impelia a...algo. Antes que se desse conta, ao invés de atravessar a ilha em busca do barco improvisado, Morrigan estava frente a frente com um ovo de tonalidade dourada que brilhava com a promessa de um futuro melhor. E aquilo mudaria tudo - ou quase tudo.
Catorze anos mais tarde, Morrigan mantém o objetivo de encontrar uma maneira de proteger seu povo, evitando os sequestros e a violência que dizimam sua população. Ela estaria disposta a marchar até o pequeno vilarejo e defendê-los dia e noite ao lado de Kallisto, não tivesse Sjldriz pontuado quão absurda era aquela ideia.
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Conhecida por uma intensidade de olhar capaz de perfurar paredes e o deboche que demonstra sua falta de paciência, Morrigan é do tipo que prefere bater primeiro e pensar depois - prática essa que rendeu-lhe alguns muitos inimigos ao longo de seus anos em Wülfhere.
Dona de uma lealdade inabalável, os poucos capazes de atravessar suas barreiras são agraciados com a devoção absoluta de Mor - e é difícil dizer se existe algo que ela não estaria disposta a fazer por esse grupo seleto.
O hábito de trocar de lugar com sua irmã teve início ainda no seu vilarejo quando Driz estava prestes a ser punida por um dos mais velhos. Alegando ser a gêmea, Morrigan recebeu as agressões com o maxilar trincado e os olhos marejados, mas sem derrubar uma única lágrima. Atualmente, a prática foi levada à quase perfeição, não sendo incomum que elas finjam ser a outra para conquistar seus objetivos. E poucos são os que conseguem identificar as sutis diferenças que as individualizam.
Kallisto
As escamas da flamion são uma mescla harmoniosa de tons de vermelho e dourado, tão vibrantes quanto seu olhar tempestuoso. De personalidade irritadiça e passional, não são poucos as histórias de acidentes envolvendo áreas - e pessoas - chamuscadas por Kal.
Connections
Após levar um soco que não era destinado a muse, o que ouviu de justificativa de Mor foi: "bom, você levaria um mais cedo ou mais tarde, então considere como um adiantamento". [khajol/changeling]
Apesar de ir contra tudo o que acredita, existe uma parte de Mor que, secretamente, simpatiza com muse - talvez por seu jeito um tanto desajeitado ou a ingenuidade que a recorda de Asta. [@aemmc]
São poucas as pessoas capazes de passar as barreiras criadas por Mor, sendo muse um dos poucos capazes de conquistar a lealdade feminina. [changeling]
É incerto o motivo para tamanho desgosto de Mor frente a muse - de modo que sua mera respiração é capaz de fazê-la revirar os olhos. Estar em sua presença, então, é algo inimaginável. E desde que muse interagiu com Driz, enquanto ela se passava por Morrigan, esses encontros têm se tornado mais frequentes do que seria saudável para a sanidade da cavaleira. [khajol/changeling]
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1dpreferencesbr · 10 months ago
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Imagine com Harry Styles
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sins and loves
n/a: Okay, isso aqui foi um surto que eu tive depois de ler toda a saga bridgerton de novo KKKKKKKK então é meio que um imagine de época. Eu nunca escrevi nada nesse estilo, então se tiver ficado ruim, deixa baixo KKKKKKKK
Situação: !Primeiro amor! Amor proibido! x Harry Styles x ! mocinha ! x leitora
Avisos: Romance proibido, conteúdo sexual explícito, agressão física e verbal, +18
Aviso de gatilhos: Existe uma cena nesse imagine de agressão, não é entre os personagens principais, mas, pode causar alguns gatilhos. Se esse assunto lhe causa algum desconforto, por favor, não leia. Tenho certeza de que existe algum imagine por aqui que vá lhe agradar! <3
Contagem de palavras: 3,578
Desejo. 
Foi esse o sentimento que meu corpo despertou no momento em que Harry Styles despontou na entrada da igreja. Apoiando a mãe enlutada com um braço, e a levando até seu lugar frequente. 
Faziam seis meses desde que o senhor Styles havia falecido, o que fez o filho voltar para a capital. Alguém precisava cuidar de sua mãe idosa, e gerenciar as terras do pai. Como único filho homem, este era o seu papel. 
Eu não lembrava muito de Styles antes de deixar a cidade. Ele foi estudar em uma escola para garotos muito jovem, e permaneceu lá para fazer faculdade. 
Quando seus olhos pararam sobre mim, meu coração deu um salto e a minha pele arrepiou por completo. Ele não podia ver meu rosto, coberto pelo véu, mas ainda assim me deu um sorriso. 
No final da missa, papai foi fazer seu papel de delegado, indo dar as boas vindas ao recém chegado, arrastando a mim e à mamãe. 
Os dois trocaram poucas palavras, alguns apertos de mãos e eu não conseguia parar de me sentir nervosa cada vez que ele sorria ou olhava em minha direção. 
Nossos encontros por acaso se tornaram frequentes. 
A cidade era minúscula, era impossível não conhecer a todos. Mais impossível ainda, não reconhecê-lo em seus ternos bem cortados e com a postura que exalava sensualidade e poder. 
Todas as moças solteiras faziam fila para dar-lhe pelo menos um boa tarde. E eu me sentia culpada cada vez que meu coração acelerava por ele. 
Eu era uma noiva. 
Meu casamento estava marcado desde o dia do meu nascimento. Eu não deveria ter meus pensamentos povoados por outro homem.
Mas como fazer isso? Quando ele era tão interessante, tão educado, tão estudado. Podia falar sobre qualquer assunto, dissertar sobre qualquer coisa. Matar todas as minhas curiosidades sobre tudo. 
Os homens da cidade não permitiam que as filhas estudassem mais do que o necessário. Saber escrever o próprio nome já era o suficiente. 
Mas eu queria mais. 
Queria ler cada um dos livros da biblioteca do meu pai, e todos os outros que encontrasse por aí. 
Queria viajar o mundo, aprender outras línguas. 
Mas isso nunca aconteceria. 
Precisava aceitar a vida que meu pai havia escolhido ao descobrir que não teve um filho homem para ser seu herdeiro.
Precisava casar, com o filho sem graça do banqueiro, parir um bando de crianças e me contentar com a vida de uma dona de casa. 
— Gostaria de um sorvete, senhorita Lee? — Foi a primeira frase que ele dirigiu diretamente para mim. Era sábado, verão, e estava quente demais, mesmo ao ar livre na praça. 
— Eu… — Gaguejei, sem saber direito o que dizer. 
— É apenas um sorvete. — Garantiu, com um sorriso gentil. 
O sorvete se estendeu em uma conversa de uma tarde inteira. Sentados em um banco da praça, falando sobre tudo. 
Styles sorria, contando suas histórias na capital, com uma riqueza de detalhes tão perfeita que eu quase podia me sentir lá. 
Quando a noite começou a chegar, como um bom cavalheiro, ele me acompanhou até a soleira da minha casa, deixando um beijo em minha mão, por cima da luva. Mesmo que não tivesse tocado, minha pele ficou marcada. Seu beijo ardia, causando arrepios e um calor que nunca havia sentido antes. 
De repente, minhas tardes de verão passaram a ser preenchidas pelos mais interessantes assuntos. Sorvetes, cafés, sucos, doces. Nada era o suficiente para manter o tempo que eu queria ficar ao seu lado. 
Parecíamos sempre arrumar uma desculpa para mais alguns minutos, para mais algum assunto. 
Em um dos nossos encontros, papai havia ficado a noite inteira na delegacia, e mamãe estava em uma reunião com as outras senhoras sobre a próxima procissão da igreja. 
Me deixei levar, ficando em sua companhia até depois do sol se pôr. 
Quando chegamos à soleira de casa, Styles deixou um beijo em minha mão, como sempre. Mas nossos olhos se encontraram por alguns segundos e ele não desfez nosso toque. 
Ele me puxou, fazendo com que meu corpo se chocasse contra o seu, e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, nossos lábios se encontraram. 
Era como se o fogo tocasse minha pele, e ao mesmo tempo, meu estômago gelasse. Sua boca macia tinha gosto de hortelã, sua língua quente acariciava a minha com lentidão. Segurei os dois lados de seu paletó, precisando de algo que me desse estabilidade. Mas era impossível, com todas aquelas sensações. As mãos grandes que seguravam minha cintura com força, mantendo meu corpo cada vez mais colado ao seu. 
Quando partimos o beijo, ele sorria, enquanto eu sequer conseguia falar. Meu coração batia tão forte e eu estava tonta. 
Corri para dentro de casa. Me sentindo culpada. 
Culpada por estar tão eufórica, por estar sentindo tantas coisas novas. 
Foi quando começaram os beijos roubados. Como um casal de namorados, escondidos em todos os cantos, Harry tomava meus lábios aos seus, como se não pudesse mais ficar sem. 
E, por mais que eu tivesse plena consciência de que estava completamente apaixonada por aquele homem, a culpa ainda me consumia. 
Mason estava na capital, seu último ano da faculdade estava terminando e logo ele voltaria e eu passaria a ser uma mulher casada.
Com a chegada iminente do futuro, decidi que não colocaria amarrar ao meu amor de verão. Em uma noite, pedi a papai para dormir na casa de Lisa, minha prima que logo se casaria. 
— Vamos fazer uma noite de moças, papai. Com tratamentos de beleza para que ela esteja perfeita para o marido. — Pedi com o tom de voz baixo, como ele achava que as moças deveriam falar. 
— Volte antes do almoço. — Foi tudo que disse, antes de acender seu charuto. 
Lisa sabia sobre meu romance com Harry, e garantiu que confirmaria a minha história caso alguém questionasse. 
Tomei um banho longo, me perfumei como nunca antes e fiz o caminho até a casa dos Styles. 
Harry me esperava na varanda, com um sorriso lindo nos lábios. 
Ele me puxou para dentro, beijos em plena luz do dia eram arriscados demais. 
O combinado seria uma noite preenchida de beijos e conversas, assim como as nossas tardes. 
Mas eu queria mais. 
Não podia perder a oportunidade de entregar tudo que pudesse ao homem que já amava. 
— Tem certeza disso? — Perguntou quando entramos em passos cheios de tropeços em seu quarto. 
— Como nunca tive. — Confirmei, sem conseguir segurar o ar dentro de meus pulmões. 
Harry voltou a beijar meus lábios, beijos muito mais afoitos do que qualquer que já tivéssemos trocado antes. 
Suas mãos ágeis foram para o laço do meu vestido, fazendo o tecido escorregar entre por meus braços até encontrar o tapete.
A camisola de seda que usava por baixo havia sido comprada para minha noite de núpcias, para que eu me entregasse ao meu marido. 
— Você é tão linda. — Sussurrou, respirando com tanta dificuldade quanto eu. 
Styles se ajoelhou na minha frente, desafivelado meus sapatos bem lustrados e retirando-os com todo o cuidado. Erguendo os olhos em minha direção, ele levou as mãos até atrás dos meus joelhos, abaixando minhas meias. Seus dedos roçavam de leve em minha pele, espalhando calafrios por todo o lado.
Ele voltou a se erguer, me olhando com atenção. Ergui as mãos trêmulas, empurrando o paletó bege para fora de seu corpo, até que ele também encontrasse o chão. Arrastei o suspensório por cima da camisa branca, fazendo com que ficasse pendurado na calça social. 
Harry passou a língua pelos lábios, estudava cada um dos meus movimentos, e eu podia ver como seus músculos tencionavam por baixo da roupa. 
Tirei os botões das casas, com os olhos fixos aos seus. Meu corpo inteiro tremia. Nunca havia tocado em ninguém com tanta intimidade, e mesmo assim, meu corpo parecia saber o caminho exato que precisava seguir. 
A camisa foi ao chão, deixando a regata branca por baixo, revelando os braços musculosos. Toquei sua pele com a ponta dos dedos, vendo como ela se arrepiava e os músculos endureciam ainda mais sob meu toque.
Harry arfou, como se minhas mãos em si fossem brasa. Ele segurou minha cintura, me erguendo com facilidade nos braços e me colocando com cuidado sobre a cama macia. Seu corpo esguio deitou ao meu lado e logo seus lábios capturaram os meus em um beijo lento. 
Com as mãos sem luvas, pela primeira vez, toquei os cabelos bem cortados de sua nuca.
Partindo o beijo, mas sem se afastar, ele levou uma das mãos até o centro do meu corpo, ainda por cima da camisola. Arregalei os olhos, nervosa. 
— Já se tocou aqui, boneca? — O apelido que me fez rir como boba agora soava pecaminoso em seus lábios vermelhos. Neguei com a cabeça. Moças de família não deveriam tocar suas partes, era pecado. Os dedos longos fizeram pressão em um ponto que eu sequer conhecia, mas que fez meu corpo sofrer um solavanco e um gemido escapar da minha boca. 
Puxei a camiseta para fora de suas calças, precisava tocar sua pele. Harry me ajudou a se livrar de mais essa peça. O corpo parecia desenhado. O peito forte, a barriga reta com leves ondulações de seus músculos. Passei meus dedos ali, vendo-o fechar os olhos com força. 
— Posso? — Perguntou baixinho, segurando o laço da camisola. Assenti, sentindo meu coração querer explodir dentro do peito. 
A cena se passou lentamente.
Os olhos verdes encaram meu corpo como se fosse a mais rara das joias. 
Estava nua, na frente de um homem pela primeira vez. 
Estava pecando. 
Mas, Deus me perdoasse por isso, o pecado com ele era bom. 
Harry deixou beijos em meu pescoço, descendo para meu peito, sugando um dos mamilos em sua boca quente. Outra sensação desconhecida me atingiu. Precisei fechar minha boca com força, para não deixar nenhum som fugir. 
Ele foi descendo ainda mais os beijos, passando pela minha barriga, até chegar em minhas pernas. 
Com cuidado, deslizou as cintas-ligas brancas que antes prendiam minhas meias. Depositou selares em minhas coxas, se abaixando cada vez mais, até deixar um beijo em meu centro. Coloquei a mão sobre a boca, pequenos choques percorriam meu corpo. E assim como ele costumava beijar minha boca, com a língua afoita, ele me beijava lá embaixo. 
— Não se segure, boneca. — Pediu ainda contra mim quando notou que eu começava a engasgar com meus próprios gemidos. Ele me lambia como um sorvete, parecia se deliciar, revirando os olhos  e voltando a boca para minha pele. 
Eu não sabia o que fazer com todas aquelas sensações. Parecia que iria explodir em uma nuvem de fumaça a qualquer momento. 
E então, uma onda forte varreu cada pensamento. Uma corrente elétrica tão forte, que fez meu corpo inteiro sofrer espasmos. 
Eu queria chorar, queria sorrir, queria rir. Tudo ao mesmo tempo. Mas só conseguia sentir. 
Harry se ergueu, caminhando até a ponta da cama. Com os olhos cravados aos meus, abriu o botão da calça, deixando-a escorregar por suas pernas torneadas. 
Arregalei meus olhos, mais uma vez. Seu íntimo me encarava de frente.
Nunca havia visto aquela parte do homem, apenas nos livros de ciências que havia sorrateiramente roubado da biblioteca de papai. 
Me aproximei, engatinhando pela cama enquanto ele me encarava com paciência. 
— Você pode me tocar se quiser, boneca. — Falou com a voz rouca, segurando meu pulso e aproximando minha mãos de si, mas não encostando. 
Toquei a ponta dos dedos na cabeça avermelhada, vendo-o soltar um suspirar do fundo do peito. Molhei a boca com a ponta da língua. Queria fazê-lo sentir-se bem, como ele havia feito comigo. Mesmo que não soubesse o que fazer.
— Você não precisa fazer isso. — Avisou, quando viu meu rosto se aproximar. 
— Eu quero. — Confessei. 
Styles respirou fundo, e eu voltei a me aproximar. Um gemido estrangulado fugiu quando passei a língua em sua carne endurecida. O gosto era diferente de tudo que já havia provado. Salgado e adocicado ao mesmo tempo. 
Abri a boca, sugando a ponta. Harry pareceu vacilar, jogando a cabeça para trás. Os músculos de sua barriga endureceram ainda mais, uma veia saltava em sua pelve. 
Achando que estava fazendo o certo, fiz novamente, arrancando mais um gemido. Minha saliva se acumulava, molhando sua pele e transformando os movimentos mais fluídos. 
— Perfeita. — Sussurrou com a voz arrastada. Afastando meu rosto. O encarei, nervosa por talvez ter feito algo errado. — Se continuar assim, vou me derramar antes da hora, meu amor. 
Com cuidado, como se eu fosse quebrar, ele deitou meu corpo novamente na cama, colocando seu corpo sobre o meu. 
Meu corpo endureceu, e um nó se formou em minha garganta. Já havia ouvido falar sobre aquela parte. Minhas amigas que já haviam se casado falavam como era horrível, como sempre doía e tudo que elas faziam era esperar que o marido se aliviasse e terminasse logo. 
— Não, não. — Sussurrou, espalhando beijos por todo meu rosto. — Eu quero que se sinta bem, podemos parar agora se quiser. — Tentou se afastar, mas eu segurei seus ombros com as mãos e a cintura com as pernas. 
— Me beija. — Pedi.
Harry baixou o rosto, tocando meus lábios com ternura em um primeiro momento, e então abrindo a boca para que sua língua levasse todas as minhas inseguranças. 
Meu corpo relaxou entre seus braços. As mãos grandes seguravam minha cintura, deixando carinhos em minha pele arrepiada. 
— Você tem certeza? — Sussurrou, a testa colada à minha e os olhos fechados. 
— Absoluta, meu amor. — Ele sorriu, deixando mais um beijo lânguido em meus lábios. 
Olhando fixamente um nos olhos do outro, era como se o mundo tivesse parado de girar, o tempo congelado para nós dois. Minha boca se abriu quando o senti me preencher. Harry estudava cada uma das minhas expressões com preocupação. 
Mas não doía como haviam me contado. Ou talvez, para elas, faltasse algo. Algo que preenchia todo aquele quarto.
Amor.
Nossos sorrisos se encontravam, misturados a beijos desajeitados, suspiros e lamúrias. 
Nossos movimentos eram lentos e ritmados, encaixados perfeitamente. Sussurros de amor e promessas preenchiam os meus ouvidos. 
Mais uma vez, senti uma pontada abaixo do umbigo. Um aviso silencioso de que aquela onda chegava, ainda mais forte, pronta para arrancar a minha sanidade e entregar a minha alma nas mãos daquele homem. 
Harry escondeu o rosto em meu pescoço, gemendo e beijando minha pele suada. Apertei a pele de suas costas, sentindo meu interior aquecer ainda mais quando ele começou a ter espasmos dentro de mim. Nossos corpos confessaram que a boca não tinha coragem até aquele momento.
Styles ergueu o rosto, a respiração irregular, o cabelo grudado no suor da testa. Ele tocou meu nariz com o seu e deixou um selar demorado em meus lábios.
— Eu te amo. — Dissemos juntos, em sussurros quase sem som. E sorrimos. Meu coração batia feliz como nunca antes. 
Dormi em seu abraço, sentindo seu cheiro. Segura no calor de seu corpo.  
Amada. 
Mas toda a nuvem de felicidade se desfez quando cheguei em casa, e dei de cara com Mason, sentado no sofá da sala com meu pai, desfrutando de um cálice de vinho.
Quase não consegui comer no almoço. Meu estômago se revirava e meus olhos ardiam com a vontade de chorar.
Eu não podia casar. Não agora que conhecia o amor. 
— Papai? — Chamei, entrando no escritório, após o jantar. O homem grisalho ergueu os olhos e fez um movimento com os dedos, permitindo a minha entrada. — Eu queria conversar com o senhor. 
— Sobre? 
— O casamento. — Papai me encarou, tragando o charuto longamente. — Não posso fazer iso, papai. 
— Não diga, bobagens, S\N. — Esbravejou. — O casamento está marcado para o final do verão. 
— Papai, eu não o amo! — Implorei, as lágrimas já molhando meu rosto. 
— Ah, por favor! — Se ergueu de sua cadeira, caminhando em passos lentos. — Amor, S\N? — Debochou. — Vai me dizer que ama o filho dos Styles, não é? — Arregalei meus olhos, apavorada. E meu pai soltou uma risada cheia de desdém. — Aquele homem não pode te dar um futuro, S\N. Você vai se casar com Mason, e assunto encerrado. 
— Papai, por favor. — Pedi mais uma vez, rezando que seu coração amolecesse. 
— Chega! — Gritou. — Você é uma ingrata! Eu te dei uma vida de rainha, e você vai me obedecer, entendeu? 
— Não! — Falei alto, assustando a mim mesma. Nunca havia respondido a papai. 
Minha bochecha queimou quando um tapa estalado foi desferido. Meu coração afundou dentro do peito. Caí no chão, sem conseguir me equilibrar. Ergui os olhos lotados de lágrimas, vendo papai desafivelar o cinto e puxar para fora da calça. 
Ele juntou as duas pontas em uma mão, e eu implorei em vão. 
O impacto do couro contra a minha pele era alto, assim como os meus gritos. Ele não se importava de onde batia. O meu choro estrangulado não o comovia. 
O escritório foi invadido por mamãe e Moira, a senhora que por toda a minha vida trabalhou em nossa casa. Elas choravam e gritavam, mas não interviam. 
Sentia o sangue escorrer pelos meus lábios, onde o cinto também havia batido. Depois de cansar, sabe-se lá depois de quantas vezes me bateu, papai segurou meu braço, me arrastando pela casa e me trancando em meu quarto. 
— Você é minha filha e vai me obedecer, S\N! — Berrou. — Vou adiantar o casamento.
— Não! — Implorei, encostada na porta. — Papai, por favor. — Solucei. Mas ele não estava mais do outro lado. 
O espelho em meu banheiro mostrava uma imagem minha destruída. O sangue escorrido pelo queixo, a marca roxa ao lado da boca, os dedos marcados de meu pai na minha bochecha, as marcas do cinto por meus braços. 
Na noite anterior, meu corpo havia sido marcado pelo amor e hoje era marcado pela dor. 
Esperei até não ouvir nenhum barulho pela casa, pela janela vi quando papai saiu para o plantão e coloquei algumas roupas em uma mala pequena. 
Era um ato de coragem, o segundo que fazia por mim mesma. 
Pulei a janela no meio da madrugada e corri. 
Bati na porta de mogno de forma incessante. Harry a abriu com a roupa amarrotada e coçando os olhos, ele estava dormindo antes. Mas assim que seus olhos pousaram sobre mim, o horror tomou sua face. 
— O que aconteceu? — Perguntou me deixando entrar. Suas mãos tomaram meu rosto com cuidado, os olhos enchendo de água ao passarem pelos meus ferimentos. — Quem fez isso com você, meu amor? 
— Meu pai. — Sussurrei. — Ele sabe sobre nós. 
— Oh, meu Deus. — Murmurou. 
— Eu não posso me casar, Harry. Não vou casar com Mason.
— Você disse isso ao delegado? Por isso ele fez essa barbárie com você? — Assenti. Ele passou os dedos pelo cabelo bagunçado, respirando pesadamente. — S\N… — Meu coração afundou no peito. Aquele tom de voz, era como se meu nome soasse como uma desculpa. 
— Você não me quer. — Sussurrei. Minha boca tremia, a mágoa começando a me comer viva. 
— Eu não disse isso. — Me encarou. — Eu amo você. 
— Então por que parece que vai tentar me convencer a casar com outro homem?
— Que vida eu posso dar á você? — Sussurrou, os ombros caídos. O homem à minha frente parecia derrotado, nada comparado àquele que chegou na cidade, esbanjando autoconfiança. — Eu não sou ninguém! Tenho apenas algumas posses e… ele é filho do banqueiro, S\N! Poderia te dar uma vida de rainha. — Falava baixo, as lágrimas começando a banhar seu rosto lindo, tomado pela mágoa. 
— Eu não quero uma vida de rainha, quero você! — Falei segura. 
— Seu pai não vai aceitar nunca, amor. 
— Então vamos embora. — Ele me encarou surpreso, as sobrancelhas se erguendo. — Vamos fugir, ir para bem longe, só nós dois. 
— Você tem certeza? 
— Toda do mundo. — Garanti. 
Os olhos de Harry estudaram meu rosto, e então, seus lábios tocaram os meus com cuidado. Um beijo dolorido. Salgado pelas lágrimas. 
Eu não sabia se era um beijo de promessa ou de despedida, e meu coração implorava por uma resposta. 
— Eu tenho alguns conhecidos na capital, podem me conseguir um emprego. — Murmurou. 
Lágrimas de alívio e felicidade escorrem pelo meu rosto. 
Beijei sua boca, todo o seu rosto. Ignorando a dor que meu corpo sentia, me joguei em seus braços, apertando o meu amor contra mim.
— Eu tenho algum dinheiro guardado, não é muito. — Começou. — Partimos no primeiro trem. 
Não dormimos a noite toda. Arrumamos as malas com seus ternos e outros pertences. Trocando beijos e juras de amor sempre que podíamos. 
Harry acordou a mãe antes do amanhecer, explicando a situação e prometendo mandar buscá-la assim que conseguisse um emprego. 
A idosa abraçou a nós dois, com lágrimas nos olhos, desejando que cheg��ssemos seguros ao nosso destino.
Saímos pelas ruas desertas junto dos primeiros raios de sol. 
Meu coração batia forte e as minhas mãos suavam por baixo das luvas enquanto as pessoas começavam a embarcar no trem barulhento. Harry passou um braço em minha cintura, selando meus lábios em uma promessa silenciosa de felicidade. 
Sentamos em nossos lugares e eu não conseguia segurar o sorriso enorme em meus lábios. Quando a locomotiva começou a se mover,  ouvi meu nome ser chamado da estação. 
Coloquei a cabeça para fora. 
Papai corria atrás do trem, furioso, segurando o chapéu em suas mãos e acompanhado por Mason, tão esbaforido quanto ele pela corrida. 
Sorri, e acenei para o meu passado. Me despedindo uma última vez antes de me aconchegar ao meu amor. 
Nosso futuro seria lindo, recheado de amor. 
Eu sabia disso. 
Tinha plena certeza, cada vez que seus lábios doces tocavam os meus e ele confessava seu amor em meu ouvido. 
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hakashirara · 3 months ago
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Tumblr media
capa para uso pessoal Desejo Proibido
só deus sabe o quanto eu me matei pra fazer essa capa, eu não entendo como fazer capa dark com animação consegue ser um puta castigo do mostro e fazer com humanos reais é fichinha, nunca perde a qualidade, fica maravilhoso, parece divida de jogo isso ai.
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meuemvoce · 3 months ago
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Sábado, 14h40pm.
Você é feito da minha dor. sempre que eu olho pra você o meu coração se quebra um pouco mais. os seus olhos trazem a minha escuridão e só eu posso perceber e mais ninguém. sempre que olho pra ti vejo dor. vejo medo. vejo receio. vejo covardia. vejo um amor que não sobreviveu. vejo nós. olho pra ti e vejo o meu coração que é feito de você, seus traços, sua voz, sua alma, sua covardia e um menino perdido que não conhece a si mesmo. você é a minha angústia. meus sonhos. meus pesadelos. minhas feridas. meus traumas. minha ruína. meu pecado.  meu céu e o inferno. meu desejo proibido. minha saudade. meu destino. minha vida e o ar que respiro.
Como é que podemos resumir o "tudo" em uma só pessoa. como é que pode depois de tanta dor e sofrimento ainda conseguir pensar que você é o grande amor da minha vida e que apenas passou pelo meu caminho só pra me deixar em ruínas e sobre os destroços. eu olho pra você e percebo que podem se passar mil anos ainda te escolherei, te amarei desesperadamente de um jeito que nunca ninguém te amou um dia e ainda sei que mesmo assim não seria o suficiente pra você ficar. toda vez que me olhar no espelho verei mais de você do que a mim mesma e saber que sempre foi assim e será assim me desespera, fico sem saída e sem saber o que fazer.
Espero que com o tempo tudo isso passe e não te veja em mais nada, será apenas uma mera lembrança de alguém que teve um significado maior do que o normal em minha vida. espero que com o tempo o "meu eu" volte e que você se vá para o seu caminho que já estava traçado antes mesmo de nos conhecer. espero que ao olhar pra mim mesma vejo que é apenas uma pessoa comum com traços diferentes em meio a tantas pessoas. espero que com o tempo o significado que você teve em minha vida se torne algo mais leve e suportável de sentir. mas sem esperar nada tenho certeza que no futuro você será apenas mais um cara que passou por aqui e deixou alguns vestígios para trás e até lá vou tentando seguir em algo que devo acreditar, pessoas vem e vão, assim como amores que sobrevivem ou simplesmente morrem, igual ao nosso por exemplo.
Elle Alber
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