#descontroladas (2017)
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A vitória de Trump gerou uma forte reação inicial do mercado, indicando expectativas de crescimento e inflação mais altos, um dólar americano mais forte e menos flexibilização do Fed. A reforma tributária de 2017 deve ser estendida, beneficiando especialmente o setor financeiro. Trump herdará uma economia forte, com crescimento do PIB em torno de 3%, inflação próxima da meta do Fed e desemprego em 4,1%. No entanto, o mercado de títulos reagiu negativamente devido ao déficit orçamentário de US$ 1,8 trilhão.
Impostos e tarifas foram centrais na campanha de Trump, mas a realidade pode ser diferente. Espera-se um toque mais leve na tributação e foco nas tarifas, especialmente sobre a China. As tarifas podem não causar inflação descontrolada, mas a política de imigração de Trump pode impactar a economia dos EUA.
O Fed deve cortar as taxas novamente em dezembro e continuar com cortes trimestrais em 2025. O Banco do Canadá pode seguir com cortes de 25 pontos-base, pressionando o dólar canadense. Apesar da reação do mercado, Porter e Belski minimizam o impacto dos políticos na economia, destacando a importância dos fundamentos econômicos.
Informações fornecidas por Adriano.
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O regresso do autocarro 800 Gondomar à estrada, teve uma 1ª paragem cheia de punk e rebeldia | Reportagem Completa
Alô dos 800 Gondomar | mais fotos clicar aqui Já tinha saudades de assistir a um concerto no 4º piso do Edifício Garagem, o Maus Hábitos. Perto das 21:30 horas subi aquele lanço de escadas infindável em direção ao ritual obscuro de Ruca Bourbon (também conhecido pelo seu projeto DJ Urânio), figura incontornável da noite mais underground do Porto, que apresentou-se com a sua Rádio Sonoplasmática.
Entramos na sala bem escura, e no meio dela, diferente do que normalmente acontece, estava Ruca Bourbon. Perante si estava o altar no qual tinha montado com diversos objetos, do mais absurdo ao mais bizarro. Coberto com uma balaclava o artista fazia performance rituais invocando diversas criaturas e mostrando-as às dezenas de pessoas que começavam a encher a sala. Nenucos com foguetes na nuca, Action Mens desfigurados, instrumentos, se poderemos chamar assim a objetos que soltavam sons do mais ridículo ao mais sóbrio, sempre acompanhados ora por batidas bem ritmadas (por vezes nem tanto) e aceleradas ora por sons mais ambient. Rádio Sonoplasmática não é um espetáculo de música mas sim um espetáculo de performance liderado pela sua figura mais sagrada – DJ Urânio. Impossível de prever o próximo passo, o artista trazia constantemente camadas divergentes com tanto de misterioso como de excêntrico.
800 Gondomar ao vivo no Maus Hábitos | mais fotos clicar aqui Apesar de disruptivo, o concerto... a performance de Rádio Sonoplasmática, foi um aquecimento tanto visual como auditivo perfeito para a real razão de estar naquela hora naquele local, o regresso dos 800 Gondomar.
Começaram logo a abrir, sem pedir licença com “Sou Cidadão”, uma das malhas mais conhecidas do trio de Rio Tinto. Em palco apresentaram-se Fred no baixo, Rui aka Querido Líder na bateria e Alô Farooq na guitarra. O trio dividia entre si o papel vocal sendo impossível de definir um só vocalista, trazendo para cima do palco uma dinâmica incomum.
A sala praticamente encheu para ver o regresso de uma das bandas mais queridas da cena underground do Porto, após um hiato (poderemos chamar assim) de praticamente 6 anos. A razão para tal foi ‘São Gunão’, o segundo longa duração do trio.
Rui dos 800 Gondomar | mais fotos clicar aqui A segunda música da noite foi mesmo a primeira de uma setlist claramente virada para o novo disco. Começaram a soar as guitarras a rosnar e a bateria descontrolada a ritmar “Rio Tinto”, malha de 1 minuto e 56 segundos, com alusão bem vincada relativamente à especulação imobiliária, que pelos vistos já atingiu aquela zona periférica do Porto – “eu não sei mas ouvi dizer, que aqui já não dá para viver”.
Na linha da frente encontravam-se umas poucas de dezenas de fãs mais acessos, que soltavam o headbanging e debitavam as letras como ninguém, contagiando um pouco também o resto da sala.
À terceira música os três elementos já estavam mais horizontais do que verticais (parafraseando o baterista) mostrando toda a sua atitude punk e rebelde que na verdade é o que queremos num concerto dos 800 Gondomar.
Fred dos 800 Gondomar | mais fotos clicar aqui “Ax Gti”, “Mataram o Fábio” e “Faca No Bolso” faixas mais recentes ainda pouco tocadas ao vivo, ouvidas por um público que teve honras de ouvir 'São Gunão' praticamente de lés a lés naquela 1 hora e pouco de concerto. Mas um dos momentos mais bonitos veio com a música de 2017, “Preguiça”, do disco ‘Linhas De Baixo’.
A banda despiu-se de praticamente todos os instrumentos, apenas se fazendo ao ouvir muito ao de leve o baixo de Fred. Alô e Rui num momento intimista, até familiar diria, deitaram-se no meio do público e em uníssono cantaram - “és a minha, gotinha de água…” vezes sem conta trazendo para aquele loop infindável as dezenas de pessoas, num momento de comunhão perfeito.
Alô no meio do público | mais fotos clicar aqui Depois daquele momento de acalmia, voltaram os acelerados BPMs com “Nem É Bom” e após terem quebrado aquela barreira com o público, toda a sala já estava em agitação não se vendo uma vivalma parada no seu metro quadrado, sendo uma constante até ao final do concerto.
O concerto parecia já ter atingido a meta final, até quando um dos elementos dos 800 Gondomar diz - “Sabem aquela música que sai nos discos mas não se toca ao vivo? É esta, apenas tocaremos esta música aqui”. Alô Farooq pega no seu microfone e na sua guitarra ao tiracolo, penetra por entre as pessoas e coloca-se entre nós começando a dedilhar a sua guitarra, acompanhando lá atrás na bateria, pela pandeireta de Rui. Solta-se então a “Sexta-À-Noite Com o Monstro”, música que se destaque do resto do cardápio pelo seu folk rock, a lembrar Black Lips. Em mais um momento bonito, as dezenas de pessoas rodearam Alô e cantaram em uníssono, transformando aquela sala dos Maus Hábitos numa autêntica festa saída do um filme western.
Alô e Fred em comunhão com os fãs | mais fotos clicar aqui Foi numa sexta-feira à noite, 5 de Abril de 2024 que os 800 Gondomar terminaram com “Sexta-À-Noite Com o Monstro”, última faixa de ‘São Gunão’ e também a ultima música daquela bonita noite.
O autocarro 800 Gondomar volta agora à estrada dia 24 em Braga, no RUM by Mavy, e partir dai irá rasgar curvas um pouco por todo Portugal.
Reportagem fotográfica completa: Clicar Aqui
Alô e Fred em comunhão com os fãs | mais fotos clicar aqui Texto: Luís Silva Fotografia: Jorge Resende
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Década de 30: Tu és, divina e graciosa, estátua majestosa! Do amor por Deus esculturada. És formada com o ardor da alma da mais linda flor,
de mais ativo olor, na vida é a preferida pelo beija-flor...." ---------------------------------------------------------
Década de 40: "A deusa da minha rua, tem os olhos onde a lua,costuma se embriagar.. Nos seus olhos eu suponho,
que o sol num dourado sonho, vai claridade buscar" -----------------------------------------------------------------------
Década de 50: " Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça. É ela a menina que vem e que passa, no doce balanço a caminho do mar.
Moça do corpo dourado, do sol de Ipanema. O teu balançado é mais que um poema. É a coisa mais linda que eu já vi passar." ---------------------------------------------------------
Década de 60: Nem mesmo o céu, nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que o meu amor, nem
mais bonito. Me desespero a procurar alguma forma de lhe falar, como é grande o meu amor por você...." ---------------------------------------------------------
Década de 70: "Foi assim, como ver o mar, a primeira vez que os meus olhos se viram no teu olhar.... Quando eu mergulhei no azul do mar, sabia que era amor e vinha pra ficar...." ---------------------------------------------------------
Década de 80: "Fonte de mel, nos olhos de gueixa, Kabuki, máscara. Choque entre o azul e o cacho de acácias, luz das acácias, você é mãe do sol. Linda...." --------------------------------------------------------
Década de 90: "Bem que se quis, depois de tudo ainda ser feliz. Mas já não há caminhos pra voltar. E o que é que a vida fez da nossa vida? O que é que a gente não faz por amor?" ---------------------------------------------------------
Em 2001: Tchutchuca! Vem aqui com o teu Tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão! Eu vou passar cerol na mão, vou sim, vou sim! Eu vou te cortar na mão! Vou sim, vou sim! Vou aparar pela rabiola! Vou sim, vou sim"! --------------------------------------------------------
Em 2002: "Só as cachorras! Hu Hu Hu Hu Hu!
As preparadas! Hu Hu Hu Hu! As poposudas! Hu Hu Hu Hu Hu!" ---------------------------------------------------------
Em 2003: "Pocotó pocotó pocotó...minha éguinha pocotó! ---------------------------------------------------------
Em 2004: "Ah! Que isso? Elas estão descontroladas! Ah! Que isso? Elas Estão descontroladas! Ela sobe, ela desce, ela da uma rodada, elas estão descontroladas!" --------------------------------------------------------
Em 2005: "Hoje é festa lá no meu ap, pode aparecer, vai rolar bunda lele!" ---------------------------------------------------------
Em 2006: "Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!! Calma, calma foguetinha!!! Piriri Piriri Piriri, alguém ligou p/ mim!" ----------------------------------------------------------
Em 2010: " Chapeuzinho pra onde você vai, diz aí menina que eu vou atrás.
Pra que você quer saber?
Eu sou o lobo mau, au, au
Eu sou o lobo mau, au, au
E o que você vai fazer?
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer,
Vou te comer, vou te comer, vou te comer"
2017
“Olha a explosão
Quando ela bate com a bunda no chão
Quando ela mexe com a bunda no chão
Quando ela joga com a bunda no chão
Quando ela sarra e o bumbum no chão, chão, chão, chão”
2018 pra cá…
Não ouso nem comentar 🤭🙄
É “prá cabá” 🤦🏻♀️
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DEEP DE KYLIE SCOTT LIVRO 4 STAGE DIVE
ORIGINAL: Deep 2017 Universo dos Livros 320p ⭐⭐⭐⭐
SINOPSE: Positivo. Com aquelas duas linhas do teste de gravidez, tudo na vida de Lizzy Rollins, uma simples estudante de Psicologia, estava prestes a mudar para sempre. E tudo por causa de um grande erro em Las Vegas, cometido com Ben Nicholson, o irresistível baixista da banda Stage Dive. E daí que Ben é o único homem que fez Lizzy se sentir completamente segura, adorada e descontrolada de desejo ao mesmo tempo? A universitária sabe que o lindo astro do rock não quer nada além de um pouco de diversão, ainda que ela mesma busque justamente o contrário. Por outro lado, Ben sabe que Lizzy está em zona proibida. Totalmente. Ela é a nova cunhadinha do seu melhor amigo, e pouco importa o quanto a química entre ambos seja fenomenal, não importa o quão sexy e doce ela seja: o baixista não vai tomar nenhuma atitude. No entanto, quando Ben precisa mantê-la longe de problemas na Cidade dos Pecados, ele rapidamente descobre que o que acontece em Vegas nem sempre fica em Vegas. A partir daquele momento, Ben e Lizzy estarão ligados do modo mais profundo que existe… mas será que isso os fará ligar seus corações?
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e eu aqui novamente, em meio a crises descontroladas de ansiedade, depressao, borderline, me sentindo perdido, sem apoio, me sentindo triste, eu odeio ser intenso, eu sinto tudo tão forte, não devia ser assim, eu to tao cansado, to cansado de tentar me sentir forte, mas no fim tudo me afeta, tudo me machuca, eu tento passar por cima de mim várias e varias vezes pra agradar os outros, eu não consigo ter pé firme em alguma escolha minha, sempre acabo desistindo de alguma coisa por alguém, talvez eu nem tenha personalidade? Eu nem sei, as vezes sinto que tenho mil e uma personalidade para cada pessoa que converso, e no fim eu tenho uma personalidade que só eu conheço, quando estou sozinho convivo bastante com ela, talvez ela seja minha verdadeira personalidade que eu escondo de todos, talvez por medo, mas o que sinto é que eu sou incapaz de confiar em alguém, eu não consigo confiar em ninguém, LITERALMENTE ninguém, eu sempre tenho um pé atrás com as pessoas, totalmente incapaz de confiar e acreditar em alguém, são 5:13 da manhã, há meses não durmo direito, não consigo ter paz, pensamentos me massacraram a todo momento, eu literalmente não consigo fazer eles pararem, único momento em que consigo me "distrair" é quando ouço música e faço minhas artes, eu todo dia tento ser forte, tenho uma vontade absurda de mudar minha vida, mudar tudo, mas tem uma força extremamente forte que me puxa pra baixo, talvez eu nem tenha mais vontade de estar vivo, so sigo sobrevivendo porque sou covarde demais pra tentar algo contra minha vida e por que no fundo bem no fundinho eu ainda sinto que algo bom me espera nessa vida, tudo é tão passageiro na minha vida, eu sinto que tenho muitas poucas pessoas na minha vida, eu queria um amor eterno, onde eu sou totalmente 100% daquela pessoa e ela é totalmente 100% minha, não falo no sentido de posse, e sim no sentido de sermos presentes um na vida do outro, estarmos sempre nos ajudando, sempre um segurando o outro pra não cair, acho difícil encontrar isso hoje em dia, mas talvez eu só tenha dependência emocional mesmo e isso seja algo ruim pra mim, nao estar contente com minha propia presença e precisar de outro alguém pra suprir esse vazio, me sinto preso, sinto que minha vida parou em 2017 e ficou lá, eu nunca mais fui o mesmo, estou há todos esses anos perdido, eu tentei tratar minha saúde mental, mas parece que nunca ajuda, perco as esperanças e acabo desistindo, talvez eu minta demais também, pra agradar as pessoas, isso é horrível, eu só queria me sentir bem comigo mesmo, com minha propia presença, eu não consigo chorar tem anos, me sinto sufocado pra caralho, pq não consigo expressar minhas emoções, fica tudo entalado dentro de mim, eu também nunca achei alguém que realmente queira me ouvir, mas tbm ngm é obrigado a me ouvir e tudo bem, mas ai entra aquela questão onde eu faço tudo pra agradar os outros e pra mim não, pq sempre quando é alguém precisando desabafar eu escuto ela com toda minha atenção e carinho, mas tudo bem, não gosto de cobrar nada de ninguém, cada um sabe o que faz, e quer saber, cansei de digitar também kkkk vou deixar isso aq salvo pra quando eu quiser ler dnv, talvez um dia eu volte e despeja mais UM MONTE DE BABOSEIRA aqui kkkk enfim, tchau
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Snatched (Jonathan Levine, 2017).
#snatched (2017)#jonathan levine#amy schumer#katie dippold#goldie hawn#florian ballhaus#zene baker#melissa bretherton#mark ricker#snatched#descontroladas#descontroladas (2017)#sesión de madrugada#sesiondemadrugada#movie stills#movie frames
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A Vingança de Gaia!
Segundo a mitologia grega, do deus Caos (o vazio) nasceram Tártaro (o abismo), Éros (o amor), Ébano (as trevas), Nix (a noite) e Gaia, a Mãe-Terra.
Certa vez, Gaia resolveu girar sem parar no meio do nada até seu corpo se transformar em uma esfera, a Terra. A deusa Gaia se tornou o ponto de equilíbrio do cosmos, acabando com a desordem e a destruição. Gaia trouxe a harmonia.
Bem, pelo menos até chegar o homem!
Nos últimos dois séculos, os humanos vêm conspirando contra Gaia, causando desordem e desequilíbrios nos diversos ecossistemas que constituem a "Mãe-Terra".
Furiosa e descontente, porém, Gaia fez os humanos pagarem, lançando sobre eles minúsculos seres, invisíveis a olho nu, capazes de acometê-los com as mais graves enfermidades.
Tá bom! Mitologia grega à parte, o fato é que a destruição dos ecossistemas naturais, ou a proximidade com animais silvestres nos trouce uma série de vírus, bactérias, vermes e protozoários que estavam "escondidos" nas matas. Estamos falando de micro-organismos que mantinham uma série de relações ecológicas com seus hospedeiros naturais, mas que "pularam" da natureza para o homem .
Imagine a quantidade de micro-organismos desconhecidos que podem estar presentes no sangue ou tecidos de um animal silvestre caçado. Pessoas em contanto com um mundo invisível escondido nos animais das matas, espécies que não compartilham o mesmo hábitat com os humanos.
Dá prá imaginar a quantidade de novos micróbios que poderão estar "pulando" do sangue, das secreções, da saliva, dos tecidos de um animal caçado para o caçador ou para quem usufrui dos produtos biológicos dessa atividade ilegal? Não é triste isso?
Gorila vítima de caçadores ilegais na África
Nessa semana, no dia 18 de agosto, cientistas liderados pela Universidade de Harvard, produziram um documento com recomendações para que a humanidade não sofra novas epidemias. Trata-se do REPORT OF THE SCIENTIFIC TASK FORCE ON PREVENTING PANDEMICS, que sugere uma série de investimentos na conservação de florestas, além de mudanças das atuais práticas agrícolas e criação de animais de corte.
Segundo os cientistas envolvidos, diversos micro-organismos potencialmente perigosos, podem surgir da criação inadequada do gado (quando animais de corte têm contato com animais silvestres), da caça e comércio de animais selvagens, da mudança no uso da terra (um dos grandes motivos de destruição das florestas tropicais), da expansão de terras agrícolas (especialmente perto de assentamentos humanos) e da urbanização descontrolada não planejada.
Fezes de morcegos silvestres não devem entrar em contato com humanos ou animais de criação
As mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global também estão afetando diversos biomas, fazendo com que animais terrestres e marítimos se desloquem para outros lugares, levando na "bagagem" uma série de possíveis patógenos "loucos" para entrarem em novos hospedeiros.
Aliás, em 2017, cientistas levantaram a possibilidade de que o degelo do permafrost ( um tipo de solo congelado que cobre 25% da superfície terrestre do Hemisfério Norte, sobretudo na Rússia, Canadá e Alasca), lance sobre a humanidade uma série de vírus e bactérias potencialmente perigosos à saúde, como uma verdadeira "caixa de Pandora". Inclusive, em uma região da Sibéria, em 2016, um garoto de 12 anos morreu e 20 pessoas ficaram hospitalizadas infectadas por antraz, doença causada pela bactéria Bacillus anthracis, talvez proveniente do degelo do permafrost.
O aumento da temperatura global, poderá ser um forte aliado do mosquito Aedes aegypti, que se prolifera preferencialmente em regiões quentes. Há risco, por exemplo, de que doenças transmitidas por esse mosquito, tais como a Dengue e o Zika, proliferem até em regiões da Europa. Os cientistas alertam para a real possibilidade de espalhamento dessas viroses também na América, Ásia e África subsaariana, colocando potencialmente cerca de 2 bilhões de pessoas em risco.
A fêmea do Aedes aegypti, transmissora da Dengue e do Zika
Para você ter uma ideia de que quão essencial é a adoção de práticas agropecuárias sustentáveis, mais da metade das doenças infecciosas zoonóticas (de origem animal) que surgiram em humanos desde 1940, vieram de atividades agrícolas.
O desmatamento em função do avanço agrícola favorece o contato do homem com patógenos do mundo silvestre
O REPORT OF THE SCIENTIFIC TASK FORCE ON PREVENTING PANDEMICS recomenda os seguintes investimentos para evitar novas pandemias:
1-Conservação das florestas tropicais, especialmente em florestas relativamente intactas, bem como aquelas que foram fragmentadas.
2- Melhorias da biossegurança da criação de gado (ou animais de criação), especialmente quando ela ocorre perto de grandes populações humanas, ou de cidades em fraco processo de urbanização.
3-Estabelecemento de parceria intergovernamental para lidar com o risco de "transbordamento de patógenos" de animais selvagens para o gado, com criação de Redes de Fiscalização da Vida Selvagem.
4- Fortalecimento dos sistemas de saúde para promover conjuntamente a saúde humana e animal, prevenindo "transbordamentos de patógenos".
Por meio dessas ações, muito provavelmente a probabilidade de ocorrência de novas pandemias se reduza. Quem sabe um dia a humanidade se reconcilie com Gaia e perceba que não há saída para a nossa espécie se quisermos sobrepujar suas regras. Será que um dia os humanos entenderão que são apenas parte de um sistema ecológico delicado, compartilhado e mantido por diversas espécies, inclusive por micro-organismos e que todos estamos no mesmo "barco"?
Não!?
Então, quando virá a próxima pandemia?
Representação artística de Gaia
Veja também:
1- https://cdn1.sph.harvard.edu/wp-content/uploads/sites/2343/2021/08/PreventingPandemicsAug2021.pdf (acesso em agosto de 2021).
2-https://www.hsph.harvard.edu/c-change/news/PreventingPandemicsResearch/ (acesso em agosto de 2021).
3-https://globalhealth.harvard.edu/new-report-from-harvard-and-global-experts-shows-investments-in-nature-needed-to-stop-the-next-pandemic/ (acesso em agosto de 2021).
4- https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/29/entenda-o-que-sao-os-permafrost-e-por-que-sao-uma-ameaca-a-saude-humana.ghtml (acesso em agosto de 2021).
5-https://www.hsph.harvard.edu/c-change/news/preventingfuturepandemics/ (acesso em agosto de 2021).
6-https://www.youtube.com/watch?v=BIiduif1C4A (acesso em agosto de 2021).
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Misa virtual - ¿El regreso del Indio o el adiós definitivo?
El mítico cantante argentino fue una vez más invitado virtual de su banda Los Fundamentalistas del Aire Acondicionado, en un show vía streaming en el que además presentó dos temas nuevos.
Por Ginny Lupin.
Foto: 📸 KVK Fotos
Después del fatídico desenlace que tuviera su presentación junto a Los Fundamentalistas del Aire Acondicionado en Olavarría (el 11 de marzo de 2017); el manager de Carlos “Indio” Solari declaró que el músico no volvería a los escenarios. El cantante, que padece Parkinson hace ya unos años, acarrea además una historia de amor y odio con la opinión pública argentina, y estaba en la mira de todos tras la muerte de dos personas en su ultimo recital masivo; lo que hacía de tal afirmación algo posible. Sin embargo, Solari salió rápidamente a desmentir a su representante; y desde entonces sus fanáticos conviven con “la vigilia más grande del mundo”, una espera sin fecha límite a la vista, con el objetivo único de atestiguar el retorno a los escenarios del mayor ídolo que conoce el Río de la Plata (después de Maradona, claro está).
En este punto, la Pandemia ha ayudado a aplacar la ansiedad. No es que el Indio no toca en vivo, es que nadie toca en vivo. Y aún cuando la situación de los espectáculos públicos comience a normalizarse en la región, esas “misas” masivas y descontroladas - su público acepta - serán las últimas en volver. Es allí que recurrimos al streaming.
📸 KVK Fotos
Los Fundamentalistas del Aire Acondicionado volvieron a los escenarios - sin el Indio - en noviembre de 2019. El contexto fue la realización de un show a beneficio del baterista Martin Carrizo, quien colaborara con el artista en reiteradas ocasiones. Lo cierto es que, una vez de regreso al ruedo, la banda que acompaña a Solari desde el año 2004 buscó seguir tocando, con la bendición de su histórico vocalista pero sin su presencia física. Así fueron uno de los últimos grupos en presentarse en vivo antes de que estallara la Pandemia en la vecina orilla. Lo hicieron el 7 y 8 de Marzo del 2020 en el Estadio Malvinas Argentinas, en un show masivo de esas dimensiones que hoy pertenecen puramente al recuerdo. Ambas noches marcaron además el regreso de Solari a los escenarios por primera vez desde 2017, al menos de manera virtual: el cantante interpretó algunos temas en formato “holograma” - recurso que a nivel internacional ha devuelto a los escenarios a artistas ya fallecidos como Tupac Shakur, Roy Orbison o Frank Zappa. Pero días después Argentina se vio sumida en una cuarentena obligatoria y la banda debió re-organizar sus planes una vez más.
Finalmente, el 26 de Septiembre se aventuraron por primera vez en el mundo de los recitales por streaming, con un show denominado "Desde los Satélites” - considerado el concierto con mejor producción de todos los que recurrieron a este formato durante la pandemia. Allí estuvo - a través de las pantallas del Estadio Malvinas Argentinas - nuevamente el Indio; y la ocasión fue también la presentación del documental “Con los Puños en Alto", que recuerda las principales anécdotas de sus shows, además de la oportunidad de tocar por primera vez en vivo algunos de los temas de su último disco: "El Ruiseñor, el Amor y la Muerte", que nunca fuera propiamente presentado.
Después de semejante éxito, una segunda parte era obligatoria - y en la curiosidad de poner en marcha un recital virtual por fuera de un escenario tradicional; Los Fundamentalistas llegaron a Villa Epecuén.
📸 KVK Fotos
Villa Epecuén
El lugar elegido para la grabación del nuevo recital es de larga tradición ricotera. Fue allí donde el fotógrafo Edgardo Kevorkian (Kvk) tomó las fotografías del Indio que ilustrarían “El Perfume de la Tempestad”, tercer disco de estudio de los Fundamentalistas. Pero, ¿Cuál es el atractivo de este pueblo al oeste de la provincia de Buenos Aires?
Villa Epecuén fue, hasta 1985, un popular destino turístico a raíz de sus aguas termales. Sin embargo, ese año el pueblo sufrió una inundación que lo dejó enteramente bajo el agua, el fenómeno ocasionado por la interrupción en la construcción del canal Ameghino. Frente a la inusitada tragedia, los habitantes de Villa Epecuén emigraron a la ciudad vecina de Carhué; y allí permanecieron, aún cuando (años después), Epecuén se encontró nuevamente seco. Es así que la villa termal quedó abandonada hasta la actualidad, una suerte de pueblo fantasma con un innegable encanto fotográfico en sus ruinas y la historia que guardan.
Se dice que tras la sesión de fotos para “El Perfume de la Tempestad”, el Indio quedó prendado de las construcciones del arquitecto italiano Francisco Salamone, entre las que se encuentra el matadero de Villa Epecuén. Y justamente habría sido sugerencia suya la de instalar el escenario en el pueblo para el recital por streaming, generando un despliegue nunca antes visto en la zona. El lugar estaba elegido, faltaba poner la máquina en marcha.
youtube
A los Pájaros
El show, bautizado “A los Pájaros” en honor al tema que abre su álbum “Pajaritos, Bravos Muchachitos” de 2013; fue grabado el 29 de Marzo y “liberado” en YouTube en la jornada de ayer. Inicialmente el recital debía ser transmitido por Ticketek, misma plataforma en la cual se adquirían los ingresos (que costaban $850 pesos argentinos). Sin embargo, fueron tantos los “devotos” intentando ingresar a la hora pactada que el sistema colapsó, demorando el comienzo de la transmisión durante dos horas y media. Finalmente a las 23.30 y sin una solución a la vista por parte de Ticketek, la banda decidió “abrir los molinetes virtuales”, liberando el recital entero de manera gratuita a través de su canal de YouTube. Así, y a pesar de la espera, los ricoteros pudieron disfrutar de su misa - quienes habían adquirido la entrada y quienes no por igual - medida que fue aceptada sin mayor inconveniente por un público acostumbrado a no cortar los tickets en el ingreso a los recitales.
Durante 3 horas la banda, integrada por Gaspar Benegas y Baltasar Comotto en guitarras y voces, Pablo Sbaraglia en teclados, guitarra y voz, Fernando Nalé en bajo y voz, Deborah Dixon y Luciana Palacios en coros, Sergio Colombo en saxo y voz, Miguel Ángel Tallarita, en trompeta y Ramiro López Naguil en batería; interpretó una treintena de canciones. Entre ellas se destacó el bloque de temas de Demos RCA, primer material no oficial de los Redondos, algunas de ellas jamás interpretadas por los Fundamentalistas. El show fue seguido en redes por los fanáticos, volcaron su pasión en Twitter. “El pogo virtual más grande del mundo”, bromearon algunos al atestiguar lo que - aún hoy - genera el universo Solari.
youtube
“Por favor, que el adiós no se alargue, me cansé de tanto esperar”
Sin dudas el punto alto de la noche se dio sobre la madrugada, cuando acercándose al final del streaming, comenzaron a sonar acordes desconocidos para el público. Fue allí que el Indio se hizo presente en las pantallas que custodiaban el escenario de Villa Epecuén. De traje y sus lentes negros insignia, el Indio se incorporó a la presentación gracias a una grabación captada en los días previos en su estudio: Luzbola. Así presentó dos temas inéditos: Las Ventajas de Rezar Solo y Encuentro con un Ángel Amateur.
¿La despedida?
Yo ya no puedo cumplir hazañas que prometí Solo esperar cantando…
En el segundo tema, interpretado en clave acústica, muchos de sus fieles seguidores vislumbraron una despedida. “Ya no puedo cumplir hazañas que prometí”, se ¿disculpa? el Indio; que con sus 72 años continúa fiel al público que lo acompañó desde el fenómeno generado por Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota, a través la ruptura de la dupla con Skay Beilinson y en el “renacer” de la mano de los Fundamentalistas.
Las banderas sociales siempre alzadas.
Tanto Los Redonditos como Los Fundamentalistas en continuación de su legado, han velado de manera constante por los intereses sociales de la vecina orilla; algo que ha servido de firma para ambos grupos y su líder común. En este espíritu, Los Fundamentalistas decidieron destinar parte de las ganancias del show a la reconstrucción de la Comarca Andina tras los incendios provocados intencionalmente este verano. La iniciativa se da en el marco del movimiento Artistas Por La Patagonia.
A la vez, al finalizar el show y en la víspera del 30 aniversario de su ataque a manos de la Policía Federal Argentina; la banda recordó a Walter Bulacio: el joven de 17 años que fuera asesinado por efectivos policiales tras concurrir al recital de Los Redondos en el Estadio de Obras el 19 de Abril de 1991. Walter fue detenido en la puerta del estadio en el contexto de una razzia (operativos frecuentes todavía en esa época), y llevado a la comisaría donde lo torturaron. 5 días después falleció a causa de los traumatismos que la golpiza había causado. El caso llegó a la Corte Interamericana de Derechos Humanos y permanece al día de hoy como el primero - aunque lamentablemente no el único - asesinato por parte de la policía en el marco de un recital de rock.
De esta manera se dio ayer una nueva misa ricotera, no ajena a la realidad sanitaria incierta, pero firme en sus tradiciones e ideales. Nostalgia, agite virtual y el temor a un adiós definitivo por parte de Solari marcaron una velada de auténtico rock argento. El recital se encuentra disponible en YouTube y (hasta el 2 de Mayo) en alta calidad vía Ticketek, para aquellos fanáticos que adquirieran su ingreso para el show.
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The Midnight Gospel só para psiconautas
Aqui está o diagnóstico do especialista em psicodélicos Luis Fernando Tófoli
Luís Fernando Tófoli é uma pessoa minuciosa. Mas, além de minucioso, ele também é psiquiatra da UNICAMP e coordenador do ICARO, um grupo que estuda o uso terapêutico de psicodélicos.
Ao lado de cientistas como Sidarta Ribeiro, Stevens Rehen e Draulio Araújo, ele vem alargando os limites das pesquisas com essas substâncias no Brasil. E eu me sinto a própria Britney Spears científica em Oops!... I Did It Again por fazer parte de um grupo de estudo sobre ayahuasca que ele coordena. Por isso, depois que assisti a The Midnight Gospel, quis muito saber se aquilo que eu tava sentindo com o fim do último episódio (sem spoiler) poderia ser comparado a uma experiência com ayahuasca, cogumelo ou LSD. Ele assistiu a todos os episódios de uma vez só, leu o guia que eu preparei sobre a série e falou pra essa matéria que eu fiz pro TAB Uol, explicando como uma animação da Netflix sobre angústias existenciais e vaginas gigantes pode nos ajudar a atravessar a quarentena. Quando ele tava no quarto episódio, deu um pause e me mandou esses prints aqui:
Meu mundo caiu. Tudo bem que qualquer pessoa poderia ter pensado no termo "PunkYoga", mas qual é a chance do nome da minha newsletter aparecer na obra que mais molhou meus olhos nos últimos tempos? Essa sincronicidade só podia querer dizer uma coisa... Nada. Mas ia ser legal demais pra me exibir. — Não tô acreditando! — Eu respondi pra ele no WhatsApp, sem saber o que pensar. — Não acredite mesmo. Nothing is real. — Ele me respondeu, misterioso. Era um print fake. Ele explicou depois que fez uma montagem substituindo o termo "learn" por "punk" só pra me fazer acreditar por alguns segundos nas ligações ocultas do Universo. Mas era mentira.
Por isso, eu digo que o Tófoli é uma pessoa minuciosa. Segundo ele próprio:
Aquela coisa do médico chato, no primeiro episódio, é a minha cara. Acho que a mensagem das drogas que ele passa é excelente [de que drogas são substâncias que não são boas, nem más, elas dependem da circunstância]. Subscrevo o que ele fala na série, tirando a parte dos zumbis.[Risos]
Logo, não poderia ter ninguém melhor pra comentar se o desenho podia ou não ser comparado com uma experiência psicodélica.
A resposta curta é: não. A resposta longa é: a série é muito mais do que isso.
Eu não faria uma única leitura psicodélica. Claramente o Pendleton [Ward, criador de Hora de Aventura e um dos dois criadores de Midnight Gospel] se interessa pelo assunto, e o próprio Duncan [Trussell, o outro criador] é tão interessado que foi encontrado por alguém da minha equipe no Psychedelic Science 2017, então existe uma conexão. Mas isso é uma coisa que eles já dispensam logo no primeiro capítulo. Do ponto de vista visual, é psicodélico. Mas acho que o fundamental é o texto.
Tófoli faz uma comparação com o episódio três, no qual o Homem Aquário explica que a magia é transmitida de forma oral — o que faz bastante sentido para uma animação que usa como base um podcast.
Não quero dizer que a camada visual não seja importante. Se você ficar só no visual, está tudo bem. Mas acho que a mágica está na palavra. A pessoa tem que prestar atenção no que está sendo dito, e não desistir nos primeiros episódios.
Segundo ele, as informações transmitidas garantem que não apenas pessoas ligadas aos psicodélicos possam se interessar pela série, mas também aqueles ligados à meditação ou a outras formas de perceber o mundo.
Tanto que, de certa forma, a série faz um caminho: parte dos psicodélicos para chegar no Ram Dass, uma pessoas que deixou os psicodélicos há muito tempo para trabalhar com outras questões da consciência.
Assim como em uma experiência psicodélica, na série, o caminhão de informações despejadas na mente é tão grande que é preciso um tempo para assimilar tudo, já que a animação mistura questionamentos existenciais, filosofias orientais e angústias humanas com zumbis cantores, cachorros depressivos & polvos meditadores. Como lembra Tófoli, é preciso fazer o que ele chama de integração, dividir o processo com outra pessoa, por exemplo, para entender aos poucos o que foi passado. Durante dez anos, o psiquiatra foi membro da União do Vegetal (UDV) — uma das três principais religiões cristãs brasileiras que usam ayahuasca em seus rituais, além do Santo Daime e da Barquinha —, ele compara a dificuldade de lidar com o volume de informações da série à dificuldade das primeiras experiências com o chá.
Na minha primeira vez na União do Vegetal, eu estava lá tentando lidar com aquele turbilhão na mente, e via as pessoas se levantando e fazendo perguntas. Pensava: será que essas pessoas tomaram a mesma coisa que eu? Com o tempo, você aprende a filtrar as informações e se sente mais seguro para também levantar e fazer suas perguntas. É a mesma coisa no desenho. Acredito que as pessoas façam caminhos diferentes para aprender a lidar. Algumas podem se interessar mais pelo visual. Para mim, o mais interessante é a fala. Mas tem a ver com a minha formação dentro da ayahuasca, que é centrada na palavra. Na UDV, os ensinamentos são todos orais, não tem nada escrito.
Na reportagem para o TAB Uol, eu compartilhei uma sensação que meu irmão teve ao assistir ao terceiro episódio, aquele em que o Homem Aquário explica que magia nada mais é do que intenção e energia direcionados a um foco. "Se você não tem um planejamento, qualquer resultado serve. Percebi que falo isso para todo mundo, mas nunca exerci na minha própria vida", me disse o meu irmão. Foi o que me levou a perguntar sobre a relação da série com os psicodélicos, foi pela questão terapêutica, já que, desde meados dos anos 2000, essas substâncias vêm se mostrando promissoras no tratamento de transtornos, como ansiedade e depressão.
Têm muitas questões aí. A gente tem que lembrar a base educacional das pessoas. Tem gente cuja preocupação maior é sobreviver em um mundo onde os recursos são mal distribuídos. É preciso fazer mil ressalvas. Mas, de fato, há uma porção da humanidade para a qual essas questões chegam de maneira mais evidente. Fazendo essa ressalva, acho que a série pode ser terapêutica, sim, desde que a pessoa tenha condições de fazer essas reflexões sobre si mesma. Também não acho que sejam questões tão inalcançáveis, tem a ver com o cotidiano, o dia a dia mesmo. A questão é que grande parte das pessoas não consegue nem ter tempo para refletir sobre o que elas vão comer, então tem que tomar esse cuidado de não esquecer que tem demandas não atendidas na humanidade. Não que a questão da morte não seja uma questão que todos tenham que se confrontar, mas, posto isso, acho que pode ser terapêutico. Para mim, foi muito terapêutico. Foi muito bom poder ver esse desenho na pandemia, porque traz reflexões sobre a nossa própria individualidade. E nós estamos no momento de refletir sobre isso.
Segundo ele, se colocar como espectador de uma série tão descontrolada o lembrou de que o controle é só uma ilusão. "A gente pode achar que o vírus mata mais a uns do que a outros, mas você nunca sabe quando vai ser sorteado pelo dado da morte."
Aceitar essa ideia é percorrer o mesmo caminho do prisioneiro Bob, do episódio 5, que só interrompeu seu ciclo de vida e morte quando aceitou plenamente sua condição. Ele "abandonou a esperança", não por pessimismo, mas simplesmente porque ela deixou de fazer sentido. Em outras palavras, ele transcendeu. E, afinal, para o Tófoli, é sobre isso que é a série.
Eu não acho que os psicodélicos sejam a salvação da humanidade, como muita gente. Acho que eles são ferramentas úteis que ainda precisam ser entendidas, muito embora também perigosas. E não acho que a série seja sobre o uso terapêutico de psicodélicos. Acho que é uma série que fala sobre a experiência de transcendência, que pode vir pelo uso de psicodélicos ou não. Mas passa por várias coisas, como sonhos, meditações, visões, intuições, experiência de adoecimento, sofrimento... É mais do que uma experiência psicodélica.
Concordo. E, assim como os psicodélicos, também entendo que nem todo mundo vai se interessar pela série. Alguns vão achar que é coisa de lunático, ou que os assuntos tratados vão matá-los de tédio. Isso me lembra da primeira vez que tive uma experiência com ayahuasca. Fiquei tão impressionado que achava que todo mundo deveria conhecer esse tipo de sabedoria que nos fazia enxergar uma outra realidade. Como isso não tá passando no Jornal Nacional, pensei. Daí me dei conta, como o Marinho registrou nesse som do projeto DesReal, de que esse tipo de conhecimento já vem sendo transmitido há milênios. A gente é que não escuta. Ou escuta quando está pronto.
Da mesma maneira que foi terapêutico para mim, não quer dizer que seja pra todo mundo. Para algumas pessoas pode ser muito angustiante. Por isso, acho importante que role a integração, que se veja a série junto de alguém, discutindo, conversando, aprofundando a experiência. Afinal, como ele fala no episódio cinco, não são os nós que formam o tecido do Universo, mas as conexões.
Gosto de The Midnight Gospel porque ele encapa filosofias tradicionais e conhecimentos ancestrais com cores berrantes e personagens surreais em uma série que eu posso assistir largado no sofá. É a melhor representação daquele meme que foi impulsionado pela quarentena, que diz que se você não pode viajar para fora, viaje para dentro. *Por Nathan Elias-Elias Este texto foi publicado na edição #33 da newsletter PunkYoga. Assina aqui.
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NAS SUAS CURVAS
Gabrielle B. de Oliveira
Virgínia Fernandes
Este é um resgate histórico sobre a mudança dos padrões de beleza e as consequências deste ideal internalizado na sociedade. Tomei a liberdade de escrever como eu quero e levantar referências válidas para embasar meu ponto de vista. Trata-se de um tema bastante polêmico e fortemente transpassado por ideologias. O presente texto não romantiza a obesidade ou o “ser gordo”, mas busca incentivar uma reflexão sobre como o assunto é visto e tratado pela sociedade, que – na maioria das vezes – trata-o com discursos repassados sem que existência de uma análise profunda do fenômeno de patologização do corpo gordo e da valorização do corpo magro.
Acredito que todo mundo – ou quase todo mundo - já ouviu alguma destas frases “Não pode comer carboidratos que engorda!”, “Não temos seu tamanho de roupa, emagreça! ”, “Ninguém vai te querer gorda assim!”, “Nossa você come muito!”, “Por que você não tenta a dieta x que deu certo com fulano?”, “Por que não faz bariátrica? ”, “Uau, você está linda! Mas eu preferia quando era magra”, “Basta fechar a boca que dá certo”, “Você não tem corpo para vestir biquíni” e dentre tantas outras. Tais frases aparecem em nossa vida de forma sutil, e são aceitas pela sociedade como algo benéfico, ou uma verdade absoluta. Antes de entrar nessa temática, vamos entender como o contexto histórico da mudança do “ser belo”.
Segundo Semis (2014), “A primeira tentativa de padronização da beleza humana de que se tem registro parte da Grécia Antiga (inclusive, a palavra estética tem origem grega e significa compreensão pelos sentidos) ”. Dessa forma, a beleza corporal implicava em medidas proporcionais, como na arquitetura. Diferente do que aconteceu, no Renascimento:
[...] o modelo de beleza do Renascimento supunha mulheres mais cheinhas, de ancas largas e seios generosos - o que se manteria até o final do século XVIII. Apesar dos vestidos volumosos, a cintura deveria ser marcada pelo uso do espartilho e era permitido que o decote mostrasse um pouco dos ombros.” (SEMIS, 2014)
Esses recortes de dois momentos históricos revelam algumas mudanças nos padrões de beleza ao longo do tempo, havendo ainda mais mudanças quando a análise é conduzida mais detalhadamente. Há poucas décadas, mais precisamente nos anos 80, a saúde pública começou a debater intensamente a obesidade, tratando-a como uma epidemia. De acordo com Poulain (2013) tornou-se comum a utilização da expressão “epidemia mundial”. A palavra epidemia está associada, de modo geral, a doenças contagiosas. A obesidade seria a primeira epidemia não infecciosa da história, talvez para exagerar a ideia de que qualquer pessoa pode contrai-la. Outro fator importante foi o viés econômico no século XXI, a pessoa obesa era vista como um “gasto desnecessário para” a saúde pública, e, consequentemente, para os cofres públicos. Apesar de até a década de 90 ter havido a existência de um movimento que tendia ao reducionismo em ciências ligadas à saúde, hoje observa-se um movimento contrário no que diz respeito ao conhecimento científico. No entanto, apesar dos avanços teóricos, que objetivam tratar de tais assuntos sob ópticas multidisciplinares, não é o que se observa na prática, em que posicionamentos simplistas continuam se multiplicando. Desta forma:
“A desvalorização e a estigmatização podem ser exemplificadas por diversos (pré) julgamentos que pressupõem que a pessoa gorda é deprimida, descontrolada, fracassada e descuidada, preconceitos tão naturalizados que a própria pessoa gorda incorpora uma imagem de si inapta e doente. (PAIM, 2020)
Diante desta forma de pensar, deixa-se de levar em consideração um dos principais quesitos importantes, que é o contato e a carga afetiva que cada indivíduo tem com o alimento. Se para alguns o alimento significa somente sobrevivência, para outros pode significar prazer, consolo ou formas de contato social. A nossa experiência com alimentos surge desde quando éramos bebês. De acordo com Scardua (2016) invariavelmente, um dos primeiros recursos utilizados pelos adultos para aplacar o choro de um bebê é o alimento. Além disso, a experiência de ser alimentado é, por si só, reconfortante. O afago e o ato de comer, servem para a construção do vínculo mãe e filho. Ao longo do tempo estes gestos, que se compreendem não só como o ato de acariciar, tornam-se mais complexos. Um exemplo comum de carícia no meio adulto é o elogio. Por isso que, do ponto de vista psicológico, uma relação saudável com a comida é aquela que é tão diversa quanto a variedade de alimentos que existem no mundo (Scardua, 2016).
Outro fator importante é que:
“[...] o excesso de peso não é necessariamente resultado de comer demais. Vários outros fatores podem contribuir, como falta de sono, condições socioeconômicas, medicamentos, desequilíbrio hormonal, genética, problemas de saúde mental e até mesmo a poluição do ar. Ou seja, dizer que uma pessoa é obesa porque ela come demais e não se exercita muito é fazer uma generalização.” (LOUREIRO, 2017)
Assim a gordofobia se constitui como:
“[...] aversão à gordura, manifestada no pavor de engordar e no desprezo para com as pessoas gordas, configurada pelo sentimento de repulsa ou acentuado desconforto para com pessoas consideradas gordas, podendo estar seguido de atos de violência física, verbal, moral, psíquica” (Noronha, 2018)
“Outro imaginário gordofóbico é o da inaptidão física do corpo gordo, o qual usualmente é visto como um corpo sedentário, preguiçoso e incapaz de realizar atividades físicas. Ou seja, a gordofobia está impregnada na nossa concepção de corpo, projetando limitações, culpa e exclusão das pessoas gordas (condenadas ao exílio).” (PAIM, 2020)
Para (Paim, 2020), a inquestionabilidade da saúde das pessoas magras é um exemplo de gordofobia, uma vez que essas, ainda que de forma involuntária e inconsciente, beneficiam-se da opressão ao corpo gordo, desfrutando assim de uma situação de privilégio. Acredito que este é o ponto principal do artigo, pois a saúde atualmente é vista integralmente, contemplando vários fatores, e estar acima do peso ou no peso ideal não o único determinante para saúde do indivíduo. Não é raro ver pessoas magras apresentarem taxas altas e problemas de saúde, ou pessoas gordas – como eu – com taxas adequadas. Inclusive, psicólogos da Universidade de Los Angeles (UCLA), descobriram que o uso exclusivo do IMC (índice de massa corporal) para avaliar a saúde das pessoas classificou de forma errônea 54 milhões de americanos saudáveis como enfermos.
“De acordo com a pesquisa, que cruzou dados de IMC com os de exames laboratoriais, quase metade dos norte-americanos considerados acima do peso conforme seus índices de massa corporal são saudáveis, assim como aproximadamente 20 milhões de obesos. Além disso, mais de 30% das pessoas com o IMC considerado normal na verdade não estão saudáveis. Conclusão? Obesidade não é sinônimo de doença, assim como magreza não é sinônimo de saúde.” (LOUREIRO, 2017).
Além de incoerente, a gordofobia é um problema que assombra a população brasileira, já que, segundo levantamento do IBGE, 56,9% das pessoas estão “acima do peso”.
“De fato, não são só as pessoas obesas ou com sobrepeso que sofrem gordofobia. Qualquer um que não se encaixe nos padrões de beleza pode se sentir estigmatizado e, como resultado, desenvolver doenças como bulimia e anorexia, problemas comuns entre adolescentes.” (LOUREIRO, 2017)
Este preconceito estrutural perpetuado pela sociedade vem sendo cada vez mais alimentado pelo discurso da plenitude da saúde e da moral, sem haja embasamento coerente, podendo levar as diversas consequências na vida de pessoas.
“Em casos mais extremos, a mulher que sofre gordofobia pode desenvolver transtornos alimentares ou dismórfico corporal, que variam entre a compulsão alimentar e a anorexia. Já se sabe que a ditadura da magreza tem ligação direta com o aumento nos casos de anorexia, bulimia e vigorexia – dependência ao exercício físico – entre as mulheres. Mesmo assim, a população continua aceitando o preconceito contra pessoas gordas como uma questão de saúde.” (EICKMANN, 2020)
Ainda que a indústria da moda e a mídia estejam buscando desconstrução de preconceitos, através da criação da linha plus size e da inserção de propagandas com modelos plus, ainda existem muitos caminhos a serem alcançados e tabus a serem quebrados, por exemplo: mulheres acima do peso não são vistas pela sociedade como sensuais, e, consequentemente, não se sentem assim. A não contribuição com discursos gordofóbicos e o debate são passos essenciais para uma desconstrução concreta. Espero ter contribuído com questionamentos sobre a gordofobia e trazido a vocês alguma reflexão, sobre a forma que olhamos e temos contato com nosso corpo, que influencia diretamente todos aspectos da nossa vida. Temos esse compromisso conosco e com a sociedade.
REFERÊNCIAS
CASTIEL, L. D.; ÁLVAREZ-DIAZ, C. A saúde persecutória: os limites da responsabilidade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2007.
CATANEO, Caroline; CARVALHO, Ana Maria Pimenta; GALINDO, Elizângela Moreira Careta. Obesidade e aspectos psicológicos: maturidade emocional, auto-conceito, locus de controle e ansiedade. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre , v. 18, n. 1, p. 39-46, Apr. 2005 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722005000100006&lng=en&nrm=iso>. access on 09 June 2020. https://doi.org/10.1590/S0102-79722005000100006.
DIAS, P. C. et al. Obesidade e políticas públicas: concepções e estratégias adotadas pelo governo brasileiro. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 33, n. 7, e00006016, 2017.
EICKMANN, Tereza. As consequências da gordofobia. UNICAP. 2020. Disponível em < http://www.unicap.br/webjornalismo/asgordastambemamam/site/index.php/as-consequencias-da-gordofobia/ > Acessado em 9 de junho 2020.
LOUREIRO, GABRIELA. Gordofobia: por que esse preconceito é mais grave do que você pensa. Revista Galileu. 2017. Disponível em: < https://revistagalileu.globo.com/Revista/noticia/2017/05/gordofobia-por-que-esse-preconceito-e-mais-grave-do-que-voce-pensa.html > Acessado em 9 de junho 2020.
NORONHA, Andreza; DEUFEL, Camila. Reflexões Teóricas sobre a Gordofobia na mídia: o corpo na contemporaneidade. In: V Seminário Nacional de Pesquisa em Educação: ética e políticas, Santa Cruz do Sul. Resumo. Universidade de Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2014, p. 1. Disponível em Disponível em http://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sepedu/article/view/12076 . Acesso em 03/11/2018.
PAIM, Marina Bastos; KOVALESKI, Douglas Francisco. Análise das diretrizes brasileiras de obesidade: patologização do corpo gordo, abordagem focada na perda de peso e gordofobia. Saude soc., São Paulo , v. 29, n. 1, e190227, 2020 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902020000100310&lng=en&nrm=iso>. access on 09 June 2020. Epub Mar 30, 2020. https://doi.org/10.1590/s0104-12902020190227.
POULAIN, J.-P. Sociologia da obesidade. São Paulo: Senac, 2013.
SCARDUA, Angelita Corrêa. Comer, pensar e sentir. Rev. Psicologias do Brasil. 2016. Disponível em: < https://www.psicologiasdobrasil.com.br/comer-pensar-sentir/#:~:text=Logo%2C%20para%20os%20seres%20humanos,as%20positivas%20vivenciadas%20pela%20m%C3%A3e. > Acessado em: 09 junho 2020
SEMIS, Laís. Como o conceito de beleza se transformou ao longo dos séculos? . Artigo publicado em Nova Escola. 2014. Disponível em <https://novaescola.org.br/conteudo/3414/como-o-conceito-de-beleza-se-transformou-ao-longo-dos-seculos> Acessado em 09 junho 2020.
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Not alone
Terminei gostando de você, era isso que esperava ouvir? Eu digo e repito: terminei gostando de você. Pode me culpar pelo fim, gritar ao mundo que acabei com tudo e crucificar minha dignidade em praça pública.
Não vou rebater, juro pelo amor que ainda sinto. Não por achar que você está certo, mas pelo fato de compreender sua raiva. Deixo que coloque o peso todo nas minhas costas, pois seria muito duro ver você carregando a sua parte.
Porém, deixe-me dizer as últimas palavras antes de partir. Tudo bem se você não concordar, está no direito de defender o seu lado, mas respeite o meu, não por mim, mas por tudo o que vivemos juntos.
Terminei gostando de você. De você, no singular mesmo. Nosso plural não conjugava mais, viramos dois carros desgovernados prestes a cair no precipício. Alguém precisava desligar o motorzinho antes de despencarmos morro abaixo.
Sim, eu cortei o cordão umbilical de uma relação em combustão. Explosão boa é aquela que acontece dentro do quarto, sem queimar, sem causar bolhas, sem arder em carne viva. Sim, sei bem que nosso encontro foi o mais bonito e isso talvez não mude nunca.
Sobrou amor, mas faltou resiliência, paciência, confiança. Sabe, muitas histórias terminam assim, cheias de amor, mas escorrem por entre os dedos do egoísmo. Conversei com você tantas vezes sobre isso.
“Precisamos ser mais pacientes, mais ternos, menos explosivos”. “Você precisa aprender a confiar e eu preciso aprender a ouvir”. Você atropelou tudo com sua impulsividade descontrolada e eu me deixei levar pela teimosia afoita de quem acha que controla tudo.
Ninguém controla nada, amor. A gente mal consegue coordenar a gente mesmo, quem dirá guiar o outro. Casamento é caminhar junto, nunca carregar nas costas. Uma relação que dá certo tem pilares que seguram a tempestade depois de uma discussão acalorada.
Não segurei e me rendi ao medo do barulho do trovão. Você disse que na queda do nosso avião, sem pensar duas vezes, decidiria morrer comigo ao invés de saltar de paraquedas para salvar a sua pele.
Eu não, amor.
Eu preferi viver com você, ainda que isso tenha me custado o abraço quentinho, os pés juntinhos após aqueles dias cansados, sua cabeça no meu ombro, seu beijo, seus olhos castanhos que sempre chegaram tão fundo.
Talvez você não me perdoe nunca por não ter morrido com você. Talvez eu me arrependa disso em alguma primavera que me faça lembrar o seu cheiro. Talvez a gente se reencontre no próximo verão, na próxima estação ou na próxima vida.
Terminei gostando de você, mas estou aprendendo a gostar mais de mim.
- Ju Farias 10/03/2017
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Governo e produtores têm de encontrar gestão mais eficiente
O especialista em alterações climáticas Filipe Duarte Santos defendeu hoje um diálogo sério entre Governo e produtores para uma gestão eficiente da floresta e considerou que é essencial conseguir-se finalmente um cadastro dos terrenos.
Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS), destacou que o eucalipto, especialmente da espécie 'globulus', prolifera em Portugal essencialmente porque é lucrativo e fácil de manter com as condições de solo e climáticas portuguesas, além de produzir uma pasta de papel "de alta qualidade, a nível mundial".
"A venda da madeira de eucalipto é a forma de dar o melhor rendimento aos proprietários de terrenos", disse, salientando que manter um terreno, que muitas vezes é pequeno, custa dinheiro e o proprietário, "em lugar de ter algum lucro, só tem gastos".
O especialista destaca que "as pessoas vão plantando eucaliptos sempre que podem", o que leva à proliferação descontrolada destas árvores, e as leis que determinam áreas máximas para a plantação desta árvore nem sempre são cumpridas.
"Para que isto, de facto, não seja só escrito no papel, é preciso que haja uma monitorização, ou seja, uma fiscalização, verificar se, de facto, essa área está a aumentar ou não", disse, destacando que cabe ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática, através do Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta, (ICNF) fazer esse inventário.
O relatório mais recente sobre a presença de eucalipto em Portugal foi divulgado pelo ICNF em 2019, baseado em observações até anteriores à tragédia de Pedrógão Grande, em 2017, o que Filipe Duarte Santos considerou "surpreendente", sobretudo num contexto em que "o risco de incêndio florestal tem estado a aumentar, em parte devido às alterações climáticas".
O especialista salientou que existem empresas que "gerem excelentemente" áreas de monocultura de eucalipto, onde mantêm "um nível de eficiência em toda a cadeia de valor da produção de pasta de papel" e "algumas preocupações de sustentabilidade".
No entanto, existe depois o resto e que é a generalidade da floresta portuguesa: "Áreas em que houve incêndios florestais e que, depois dos incêndios, não se fez praticamente mais a gestão da floresta, que cresceu de uma forma espontânea, desordenada".
"Isso é uma coisa que não tem valor económico, ou tem um valor económico muito baixo, e é uma coisa que, de certo modo, é perigosa, porque a disponibilidade para proteger esse tipo de áreas do risco de incêndio é menor do que numa floresta que está bem gerida. Portanto, esse é talvez o problema principal. É isto que importa tentar evitar", considerou.
Para isso defendeu "um diálogo muito mais próximo entre o Governo e as entidades governamentais", como o ICNF e as associações de proprietários florestais, "no sentido de tentar chegar a formas de melhor gerir a floresta", de chegar a "incentivos para que haja melhor gestão" florestal.
Num território com mais de 90% da propriedade florestal privada, onde o Governo não pode intervir diretamente, falta ainda um cadastro da propriedade de todas as parcelas onde há mato e floresta em Portugal.
Filipe Duarte Santos destaca que muitos dos proprietários das parcelas de propriedade florestal que existem em Portugal resultam de heranças indivisas, por vezes, "há várias gerações", pelo que muitas pessoas são proprietárias de menos de um metro quadrado de floresta e nem sequer sabem exatamente qual é esse metro quadrado, nem o conseguem gerir.
"É muito difícil gerir a floresta nessas circunstâncias, até porque os proprietários estão desvinculados da sua propriedade. A propriedade no fundo está abandonada. As pessoas já não se lembram que têm aquela propriedade, mas o facto é que, de acordo com os registos, são proprietários, o que é um problema que não está resolvido, que os nossos Governos, no plural, não conseguiram ainda resolver", sublinhou.
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No Largo da Música: a resenha do 1º dia de Suave Fest | Reportagem
Ao centro da cidade de Guimarães regressou o Suave Fest, um ano depois de um interregno forçado. Deste modo a 7ª edição realizou-se na passada sexta-feira, dia 3 e no passado sábado, dia 4 no local habitual: o Largo da Misericórdia. Este festival é uma realização da Associação Convívio e teve, mais uma vez, o apoio da câmara municipal local.
A heterogeneidade foi a nota dominante do cartaz: desde o pop-rock de S. Pedro ao rock dos Evols passando pela música popular de José Pinhal e terminando no hip-hop de David Bruno. Pode-se dizer que foi uma viagem de comboio por um terreno bastante desnivelado com paragem em estações totalmente distintas.
A entrada no evento teve entrada livre porém foi necessário fazer inscrição prévia para aceder aos lugares sentados dentro do perímetro definido pela organização. Dada a configuração do largo, da localização do palco mesmo em frente à sede da Associação Convívio e à amplitude deste local algumas largas dúzias de pessoas puderam assistir aos concertos do lado de fora desse perímetro pré-definido e balizado por grades. Sem aglomerações desmesuradas e sem comportamentos de risco, o público soube ter uma atitude cívica ajudando o evento ter o seu desenrolamento normal.
sexta-feira, dia 3 de setembro – Primeiro dia
Aprazado para as 19h, o primeiro concerto teve atraso significativo. Pedro Pereira também conhecido pelo seu nome artístico Pedro Pode entrou em palco cerca de 20 minutos depois dessa hora, entrou a solo e interpretou com guitarra o tema “Pinhal”. Na transição para a segunda canção a formação ao vivo de S. Pedro ficou completa com a entrada dos restantes elementos, uma das quais a sua esposa que contribuiu nos coros. Todos devidamente vestidos imaculadamente de branco. A primeira canção tocada com banda completa foi "Fala-me ao teu ouvido".
S. Pedro e a sua banda em palco // Mais fotos no nosso instagram @headliner.portugal
Pedro Pode, antigo vocalista dos doismileoito, tem agora em S. Pedro o seu projeto a solo. Leva já alguns anos, mais precisamente desde 2017, altura em que lançou o seu primeiro álbum “O Fim”. Desse álbum foram interpretadas canções como “Modas” e a já bem conhecida “Joaquim”, foi após esta que abandonaram o palco por alguns momentos. No encore interpretaram “CBDV”.
O mais recente álbum “Mais Um” de 2019 teve igualmente honras de apresentação. As super conhecidas canções como “Apanhar Sol” e “Passarinhos” não faltaram. Ambas facilmente reconhecidas também devido ao tempo de airplay nas rádios com ênfase natural na Antena 3. A banda do Porto tocou também outros temas deste último disco como “A1”, "Amamanha", "Todos os Meus Amigos" ou “Sorte”.
A banda proporcionou um primeiro excelente momento num final de tarde bastante agradável. Apesar de todas as cadeiras não estarem ocupadas, houve também gente do lado de fora do gradeamento a assistir ao concerto e uma moldura humana em número muito simpático assistiu a este arranque de festival.
Pedro Pode com S. Pedro no Suave Fest // Mais fotos no nosso instagram @headliner.portugal
O segundo concerto da noite aconteceu depois das 21:30h com Benjamim. Este é o projeto a solo de Luís Nunes e foi assim que o artista se apresentou. Um artista já habitué em atuações no concelho de Guimarães. Desde 2019, aí tocou 4 vezes.
Com o clima bem ameno, a puxar por uma caminhada pelo centro histórico, o concerto do artista lisboeta foi muito concorrido. Benjamim, como de costume, alternou entre a guitarra e o piano. Antes da interpretação de "Terra Firme" aproveitou para dedicar a canção a José Manuel Gomes, o programador do Suave Fest.
"Imaginem que estão no meio do mar a caminho das Berlengas" disse o cantor antes da interpretação de uma música instrumental ao piano. Um conselho útil pois bastava fechar os olhos para imaginação navegar de forma tão natural como a nossa sede…
Benjamim a solo // Mais fotos no nosso instagram @headliner.portugal
Algumas das canções mais conhecidas como "Ângulo Morto", "Dança com os tubarões" ou "Disparar" não faltaram na setlist tais como “Rosie” e “Madrugada”. Para o encerramento ficou “Vias de extinção”. O público apreciou bastante a performance tendo feito eco disso mesmo nas saudações e aplausos a Luís Nunes. Foi, sem dúvida, um segundo momento caloroso, tal como o clima que se fez sentir.
Para o final do primeiro dia ficaram os Evols. Eles que tocaram pela 2ª vez em 2021 depois de terem tocado no Theatro Circo em janeiro.
O núcleo fundador dos Evols são Carlos Lobo (guitarra), Vítor Santos (guitarra e voz) e França Gomes (guitarra) aos quais se juntaram mais recentemente novos elementos: Rafael Ferreira (baixo) dos Glockenwise, André Simão (bateria) dos Sensible Soccers, Sérgio Bastos (teclados) dos Space Ensemble.
Evols no último concerto do dia // Mais fotos no nosso instagram @headliner.portugal Pese embora o forte do vocalista não seja a comunicação com o público apelidou o som dos Evols como sendo uma "cena de rock meio descontrolada". Vítor Santos que fez um pouco lembrar o norte-americano Thurston Moore devido à sua pose em palco e a ser igualmente alto. Um som rock em que as guitarras ganham uma predominância na estética sonora dos Evols.
Começaram o concerto com “Train” a última faixa do álbum ‘III’ lançado em 2020. O foco da setlist esteve neste trabalho discográfico do qual também tocaram “Cops”, “Color”, Shadow Of Death”, “Jungle” e a finalizar o concerto “White Lady”. Do álbum ‘II’ tocaram “Shelter” tendo também entrado no alinhamento “Father, death will always come”, um single lançado avulso em 2017.
Vi esta formação lusitana pela primeira vez e devido a esse motivo era o concerto para o qual tinha a maior expetativa. Pessoalmente gostei muito dos Evols pelo que posso declarar ter sido uma excelente surpresa.
Assim terminamos a resenha do primeiro dia do Suave Fest. Nos próximos dias será publicada artigo respeitante ao segundo dia do evento. Fiquem atentos!
Texto: Edgar Silva Fotografia: Jorge Nicolau
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La contaminación en la industria del transporte
(fuente de la imagen: unsplash.com)
El transporte es algo esencial en nuestra sociedad y en nuestra economía, ya se trate de transporte de personas o de mercancías. Pero esto no quita que sea una de las industrias más contaminantes.
Según la Unión Europea y la Agencia Europea de Medio Ambiente, el transporte no solo contribuye al cambio climático, sino también a aspectos como la contaminación sonora, a la ocupación de grandes franjas de terreno y a la expansión urbana descontrolada.
Aunque ya han surgido nuevas fuentes de energía renovables y diferentes regulaciones acerca del uso de combustibles, a día de hoy el transporte se alimenta esencialmente del petróleo, consumiendo una tercera parte de la energía total de la UE. Además, esto contribuye a la emisión de numerosos gases de efecto invernadero (sobre todo ácido carbónico o CO2 y óxido de nitrógeno, hidrocarburos y monóxido de carbono en menores cantidades), una cuarta parte de las emisiones totales de la UE (fuente: AEMA).
El 70% de la contaminación de esta industria proviene de los coches, furgonetas, camiones y autobuses, mientras que el 30% restante de esta contaminación es emitida por aviones y barcos. Muchos países ya han tomado medidas para paliar la situación, pero ¿qué podemos hacer a nivel individual para reducir esta contaminación?
La Technical University of Catalonia Barcelona Tech nos sugiere que, si somos usuarios habituales del coche de manera individual intentemos evitar comprar coches nuevos y optar por coches de segunda mano, o incluso cambiar nuestra forma de conducir a una mucho más eficiente.
Desde Green Trail os animamos a ir un paso más allá y evitar el uso del coche siempre que sea posible para sustituirlo por una buena caminata o el uso de la bicicleta o monopatines eléctricos. No solo contribuirás a mejorar la contaminación medioambiental sino que te ayudará a mejorar tu salud y bienestar personal. En el caso de que la distancia sea mucho mayor, utilizar el transporte público es una muy buena opción.
Elisa Navarro
Bibliografía
AEMA (2020), «Transporte», en Agencia Europea de Medio Ambiente, actualizado el 5 de marzo de 2020. Disponible en https://www.eea.europa.eu/es/themes/transport/intro#:~:text=Los%20coches%2C%20las%20furgonetas%2C%20los,efecto%20invernadero%20procedentes%20del%20transporte.&text=La%20contaminaci%C3%B3n%20ac%C3%BAstica%20es%20otro,con%20efectos%20sobre%20la%20salud.
CERpIE-UPC (2018) «Impacto del transporte en el medio ambiente», en prevencionintegral.com, publicado el 2 de enero de 2018. Disponible en https://www.prevencionintegral.com/comunidad/blog/upcplus/2017/12/18/impacto-transporte-en-medio-ambiente
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Gente transformada em fumacê vivos isando vermpifugo? Digo, usando vermífugo? Seria justamente nas áreas que soltaram mosquito transgênico? Curioso.
Frankenmosquitos-e-os-despossuidos
Jeffrey Smith GMO update Jan2012 1d2 - leg PtBr
Jeffrey Smith GMO update Jan2012 2d2 - leg PtBr
“Assim, do nada?” :o De repente?
Microsoft busca a Patente Do Morde-Piolho timothy - sábado, 15 de janeiro 2015 - theodp escreve:
"Em seu recém-publicado pedido de patente para Adaptação de Parasitas ao Combate à Doença, a Microsoft apresenta planos para liberar 'organismos parasitas alterados' em humanos, incluindo mosquitos, pulgas, carrapatos, percevejos, sanguessugas, minhocas, ténias, ancilóstomos, vermes do coração, lombrigas, piolhos (cabeça, corpo e púbis), e similares.
Os mosquitos irradiados podem ser usados para entregar Plasmodium danificado a indivíduos", explica a Microsoft. Em vez de contrair malária, um indivíduo que recebe o Plasmodium danificado desenvolve uma resposta imunológica que torna o individuo resistente a contrair malária.
Não se preocupe com a possibilidade de reprodução descontrolada, avisa a Microsoft - "existe uma opção de terminação [que] pode incluir a morte programada" e que torna isso impossível.
Como diria David Spade, gostei deste filme na primeira vez que o vi - quando se chamava Jurassic Park". Leia Mais... http://science.slashdot.org/story/11/01/15/2041214/Microsoft-Seeks-Do-Let-The-Bed-Bugs-Bite-Patent
Mosquitos transgênicos estão se reproduzindo no Brasil - DW
https://revistapesquisa.fapesp.br/polemica-no-ar-de-jacobina/
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/552332-mosquito-transgenico-jogar-os-insetos-nos-ecossistemas-nao-resolve-casos-de-zika-e-dengue-entrevista-especial-com-silvia-ribeiro
https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2017/07/mosquitos-transgenicos-ganham-espaco-em-meio-a-falhas-e-manipulacoes/
https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2019/09/irresponsabilidade-da-ctnbio-produz-super-mosquito-da-dengue/
Tem mais -->
Mosquitos transgênicos estão se reproduzindo no Brasil - DW
Uma tentativa de conter as populações do mosquito Aedes aegypti, que transmite dengue, febre amarela, zika e chikungunya, pode ter fracassado no Brasil. Aparentemente, as alterações genéticas de mosquitos transgênicos foram transferidas para a população local de insetos.13 de set. de 2019
Antiga cerveja africana continha antibiótico, mostra estudo ...
3 de set. de 2010 - Uma análise química dos ossos de antigos núbios mostra que eles consumiam regularmente o antibiótico tetraciclina, muito provavelmente na ...
Mosquitos transgênicos estão se reproduzindo no Brasil
Pesquisadores esperavam que descendentes de "Aedes aegypti" geneticamente modificados morressem antes de chegar à fase adulta. Teste na Bahia acabou, porém, criando nova geração de mosquito, que pode ser mais resistente.
https://revistapesquisa.fapesp.br/polemica-no-ar-de-jacobina/
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/552332-mosquito-transgenico-jogar-os-insetos-nos-ecossistemas-nao-resolve-casos-de-zika-e-dengue-entrevista-especial-com-silvia-ribeiro
https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2017/07/mosquitos-transgenicos-ganham-espaco-em-meio-a-falhas-e-manipulacoes/
https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2019/09/irresponsabilidade-da-ctnbio-produz-super-mosquito-da-dengue/
Tetraciclina no leite (2003)
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9141/tde-04052015-180806/publico/CLAUDIA_ESTEBAN_MESTRADO.pdf
https://www.blogs.unicamp.br/discutindoecologia/2010/09/cura_atraves_da_cerveja_uma_hi/
http://cervejadaoficina.blogspot.com/2011/10/cerveja-e-antibiotico.html
https://guiadacervejabr.com/coluna-cerveja-construcao-do-mundo/
...um químico chamado Mark Nelson, trabalhando com ossadas de um antigo povo sudanês (antigo reino Nubiano), observou a presença do antibiótico tetraciclina. Entretanto, este povo viveu, aproximadamente, 250-550ac e, na história da ciência, o primeiro antibiótico descoberto pelo homem foi a penicilina a 82 anos atrás.
O que acontece é que este povo já dominava a arte de produzir cerveja, a tetraciclina é produzida por um tipo de bactéria (estreptomicetos) encontrada no solo, apresentando semelhanças morfológicas com os fungos, podendo até, erroneamente, serem caracterizadas como tais. Este grupo de bactérias é, atualmente, estudado por essa capacidade de produzir metabólicos secundários (antibióticos e enzimas extracelulares).
Esta bactéria é característica de solos áridos, tipicamente encontrados no Sudão. Possivelmente, elas contaminaram os barris de produção de cerveja, e como produzem colônias douradas e que flutuam sobre o líquido, elas podem ter sido propagadas como ingrediente da cerveja por este povo. Isso se deve a possível veneração ao outro por antigas...
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Gastos Públicos para Manutenção de Fluxos de Renda
Gillian Tett (Financial Times, 23/04/2020) alerta contra a estupidez de economistas ortodoxos e de militantes de direita.
Na última semana, manifestantes em todo os EUA fizeram protestos para exigir a “liberação” das medidas de confinamento adotadas pelos Estados para conter a propagação da covid-19.
Estimulados pela crença de a economia ter de reabrir para proteger a saúde das atividades econômicas das pessoas, esses protestos (muitos frequentados por ativistas antivacina e de extrema direita) tendem a render cenas de TV multicoloridas e mensagens desagregadoras nas redes sociais, que o presidente, Donald Trump promove com satisfação. Mas à medida que esses protestos crescem, desencadeando reação do setor médico americano, isso levanta uma questão: existe um limite para o quanto dever custar a contenção de uma pandemia?
Muitos, inclusive os médicos, poderão gritar “não!”. Certamente o valor de uma vida humana não pode ser medido só em termos econômicos. E a covid-19 é tão nova que é difícil submeter sua trajetória a um modelo matema��tico. Na Nova Zelândia, no entanto, um dos principais institutos de análise e pesquisa se aventurou a adentrar nesse campo minado moral.
Em “Quantifiying the Wellbeing Costs of Covid-19”, estudo encomendado pela entidade pró-mercado New Zealand Initiative e publicado no começo do mês, Bryce Wilkinson examina algumas escolhas fiscais relativas ao coronavírus quanto a saúde, bem-estar e custo. Concorde-se ou não com a abordagem, vale a pena ler os resultados.
Em primeiro lugar, o trabalho de Wilkinson sugere existir, de fato, um limite racional à ação – embora elevado. Usando pesquisas pré-existentes (feitas em 2017) para avaliar o que poderia acontecer se uma pandemia do estilo da Gripe Espanhola de 1918 atingisse a Nova Zelândia, ele atualizou-a para a covid-19, junto com dados do Produto Interno Bruto (PIB).
A qual conclusão chegou Wilkinson? À de que o governo da Nova Zelândia poderia justificar um gasto de até 6,1% do PIB no combate à pandemia, a fim de salvar 33.600 vidas (o número de mortes previsto pelo Ministério da Saúde do país para o caso de uma epidemia descontrolada).
O governo também poderia justificar um gasto de 3,7% do PIB para salvar 12.600 pessoas (no caso de a pandemia ser controlada mais rapidamente).
Mas Wilkinson conclui: “Gastar mais [do que essas quantias] levanta a questão de se não se poderia salvar mais vidas ao longo do tempo se esse dinheiro fosse destinado, em vez disso, à construção de rodovias e prédios mais seguros ou em outros serviços de saúde”.
Embora ele ressalte os resultados serem “altamente condicionados [a vários fatores]” e seu trabalho ser “uma contribuição ao debate público, nada mais”, Wilkinson acredita: “avaliar essas escolhas é essencial para a boa orientação de política pública e tomada de decisões, como as medidas de confinamento e de fechamento de fronteiras”.
Na verdade, o próprio governo da Nova Zelândia conseguiu evitar as implicações mais sombrias dessas escolhas. Quando chegou o coronavírus, o governo anunciou um pacote de estímulo no valor de 4% do PIB (embora Wilkinson acredite que isso vá subir). Mas o governo pôs o país num confinamento tão eficaz que o saldo de mortes é de apenas 14. A premiê, Jacinda Ardern, diz agora que o país “fez o que poucos outros conseguiram fazer” na contenção da propagação do vírus, e está se preparando para abrandar os controles.
Outra questão interessante levantada por Wilkinson: por que tão poucos economistas estão tentando calcular o custo dessas escolhas de um modo explícito? A resposta óbvia é isso pareceria quebrar tabus políticos e culturais. Afinal, tabus são poderosos pois revelam ambiguidades que preferimos ignorar.
Em muitas culturas, supõe-se a vida ser sagrada e não podemos ser avaliados por meio do dinheiro, embora isso os governos [e Os Mercados] fazem implicitamente todos os dias. Discutir dilemas envolvedno morte deixa os eleitores horrorizados.
Há outro fator também: os nichos de conhecimento. Como destaca o escritor e consultor Christian Madsbierg, a competência em determinado assunto na cultura ocidental tende a ser muito tribal: enquanto economistas falam de economia e epidemiologistas, da pandemia, poucos ousan misturar os dois campos.
Se Deborah Birx, a assessora médica-chefe da Casa Branca, oferecer orientação fiscal, haverá protestos; o mesmo acontecerá se Steve Mnuchin, o secretário do Tesouro dos EUA, quiser nos dar uma aula sobre “o achatamento da curva” de óbitos. Isso não surpreende: são necessários anos de estudo para se tornar um especialista. Mas é aí que está a dificuldade: quase todas as decisões importantes das democracias atuais exigem essa análise “que rompe as barreiras entre os nichos de conhecimento”. Sem isso, é impossível discutir as escolhas em torno de pandemia ou qualquer outro assunto.
Portanto, cumprimento Wilkinson por publicar seu modelo especulativo – ainda que polêmico – e gostaria que outros fizessem o mesmo, inclusive os Tesouros nacionais, que têm de fazer seus próprios cálculos dessas escolhas. Tabu ou não, esses números podem ao menos gerar o devido debate democrático. Nestes tempos difíceis, isso é algo de que precisamos desesperadamente.
Gastos Públicos para Manutenção de Fluxos de Renda publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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