#decalques
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Remoto, ou à distância?
Durante a pandemia, remote work foi impulsivamente decalcado para português como «trabalho remoto», e as «aulas à distância» passaram a «aulas remotas».
Só que não parece a expressão «trabalho remoto» evocar um trabalho realizado num sítio longínquo, talvez distante da civilização? E que para ir para as «aulas remotas» uma pessoa tenha andar a pé por sinuosos caminhos na floresta?
«Remoto» é adjectivo, e «à distância» uma expressão adverbial consagrada. Talvez por isso um «trabalho remoto» sugira a ideia de que se descreve um tipo de lugar, e um «trabalho à distância» a forma de o fazer.
«Curso à distância», «formação à distância», «trabalho à distância», são expressões anteriores que encontramos facilmente nas nossas memórias anteriores à pandemia. Vamos curá-las da Covid-19.
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barraquinha de tatuagem + @kittybt
Pela primeira vez em anos, as mãos de Candace Lovegood estavam úmidas de nervosismo. A sensação tão estranha quanto o compasso errático do coração dentro do peito. Por Deus, estava tão nervosa! O estômago dando um mortal toda vez que vislumbrava a barriquinha de tatuagem à distância. Um nó, um rasgo, uma incerteza fazendo-a parar na frente e não conseguir... Não conseguir funcionar. ╰ ♡ ✧ ˖ Obrigada por vir comigo, Kitty. Eu não- Eu não sei como que- Deuses, quem sou eu e como vim parar aqui? ♡ ˙ ˖ ✧ A risada que saiu era histérica, desconcertada, bem... Candace sentiu a frieza quando abaixou as alças do macaquito e desceu até a cintura, já pronta para receber o decalque da frase abaixo do seio esquerdo. ╰ ♡ ✧ ˖ Minha cabeça está tão leve, Kitty. Acho que eu vou desmaiar! ♡ ˙ ˖ ✧
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Saí por uma hora e minha mãe conseguiu manchar minha folha, mas terminei nela mesmo assim pq SEM TEMPO pra refazer tudo no decalque aaaaaaaaaaaaaaa
EU TENHO TWITTER TAMBÉM
#servamp#my drawing#fanart#anime#servamp manga#sleepy ash#servamp fanart#brazilian artists#arte tradicional#innerkuro#servamp inner#inner servamp#servamp Kuro
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Luz e treva em meu amor
Foge a luz do teu corpo depois de tocá-lo levemente e carregar da fonte a descoberta do ser. Estive apaixonada na escuridão e por isso a luz é mortal. Descubro teu corpo na escuridão dentro do meu amor sou um barco escuro no oceano de luz.
Feche os olhos e a minha língua lamberá tuas pálpebras e o decalque de sangue e saliva fará saber o teor do meu desejo porque nenhuma luz revelará as sombras da minha alma onde teus músculos vencem as batalhas do mundo e depois de me amarem queimam a minha carne em oferenda de vitória.
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Coisas que Ellie faria. (Não possuído)
Tattoo you: She would definitely do that! Have you seen a beautiful decalque? Ohhh, she'll be tattooing on your skin immediately.
Cinema Night: Come on, the whole family seems to like a good horror movie, so let's go!
Creating a cat because of you: She didn't find a good idea at first though she liked cats, but then you gave this idea to her kids and they didn't leave her foot for days until she accepted.
Romantic night: i think so...? Well, Ellie doesn't seem like a chef but she'd try to make you a nice dinner, if things get toast... we'll buy pizza.
Telling about the customers: If she answered a talking client would certainly tell you everything he said to you, that would make good laughs for her trying to imitate the client's voice while gossip.
Talking bad about her ex husband to you: clearly, she didn't need that guy! She would count all the negative points of the relationship she had.
I'm out of creativity, sorry🧍🏻♂️
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Ts4 CC - Decalque Castelo de Fadas e Princesas
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DOWNLOAD (SFS)
1 file
8 swatch
base game compatible
edited EA mesh
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TRAGÉDIAS DE ANTIGAMENTE...
1. Quando as fichas acabavam no meio da ligação feita do orelhão.
2. A agulha riscava o LP bem na melhor música.
3. Você datilografava errado a última palavra da página.
4. E não tinha fita corretiva de máquina de escrever pra consertar.
5. A fita do Atari não funcionava nem depois de você assoprar.
6. O locutor falava as horas ou soltava uma vinheta BEM NO MEIO DA MÚSICA que você tinha passado horas esperando pra gravar na fita K7.
7. E depois o toca-fitas mastigava a fita K7.
8. O locutor não falava o nome da música quando ela terminava.
9. E você ficava anos sem saber quem cantava ou como chamava aquela música que você tinha amado.
10. Alguém fumava dentro do ônibus.
11. Você tinha que pagar multa por devolver a fita de vídeo VHS pra locadora sem rebobinar.
12. O Ki-suco vazava da garrafinha da sua lancheira.
13. E molhava as bisnaguinhas com patê.
14. Você tirava as letras das músicas em inglês tudo errado.
15. E depois descobria, no folheto da Fisk, que estava tudo errado mesmo.
16. Mas já era tarde, pois você já tinha decorado errado (e canta errado até hoje).
17. Você arranhava com todo cuidado, mas quando levantava o papel via que o bichinho do decalque do Ploc tinha saído sem uma perninha.
18. A televisão resolvia sair do ar no dia do último capítulo da novela.
19. E seu pai tinha que subir no telhado pra mexer na antena.
20. E ele gritava lá de cima “melhorou?”
21. E você, embaixo, avisava: “melhorou o 5, o 7 e o 9. Piorou o 4, o 11 e o 13”.
22. E nunca todos os canais ficavam bons ao mesmo tempo.
23. Chegar à padaria e lembrar que você tinha esquecido o “casco” do refrigerante.
24. Você descobria que todas as 36 fotos do seu aniversário tinham ficado desfocadas.
25. Quando sobrava só o lápis branco da caixa de 36 cores.
26. A gente TB ganhava o segundo sorvete grátis com palito premiado kkkkk e até hoje ainda olhamos o palito na esperança de ainda haver essa promoção kkkkk
E nem faz tanto tempo assim (35 a 40 anos), mas nossos filhos nem têm ideia do que significa tudo isso.
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Desenho original. Polvo, flores e algas. Tatuagem psicodelica colorida, decalque disponível para tatuar. Valor mínimo de R$150 com 30cm.
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Arte estilo hq da modelo Tassia.
Processo:
Criação da heroína com o rosto da modelo na IA;
Transformação da imagem em decalque no Ps;
Impressão;
Lineart com canetas nanquim e tinteiro;
Digitalização;
Colorização no Clip Studio
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— A MALDIÇÃO DA MANSÃO CHOI!
As competições anunciadas logo no início do mês, denunciavam toda a animação do dono do complexo, que achava extremamente divertido toda a temática assombrosa, encantado com o trabalho que conseguiu promover no condomínio, tendo a ajuda de vários funcionários, até mesmo o opositor e, mais tarde, o amigo, Park Hoo-jae, do qual incluiu-se por livre e espontânea vontade em todo o processo de organização e decoração de um dos eventos mais esperados para aquela temática: uma festa à fantasia!
Nada melhor do que deixar que os funcionários fantasiados invadissem as áreas residenciais exclusivamente naquela sexta-feira 13, apenas para espalharem os convites com todas as informações sobre a festa, trazendo consigo correntes que arrastavam sobre o chão dos prédios e jardins das mansões, além dos grunhidos que eram muito bem ouvidos.
A promessa seria aproveitar daquilo com uma pitada a mais de surpresa e suspense, que não apenas rodeavam a área em volta do salão localizado em Elysian Fields, com a névoa artificial e monstros caminhando pelo jardim, como também, a decoração externa exalava a aura de local assombrado: itens antigos rodeados por todo o salão de festas, desde fotografias em preto e branco à longas estantes. de madeira, cheias de livros com capa dura. Móveis muito bem selecionados que combinam com a colocação escura das estantes. Logo na entrada, os convidados darão de cara com teias de aranhas falsas, cabideiros com alguns chapéus de bruxa e casacos cobertos de poeira, além de um grande caldeirão com um líquido verde não identificado, junto de uma concha de madeira pendurada, para que, em seguida, todos tenham a visão daquele cenário que fazia jus à uma sala de estar antiga. Grande parte de tudo o que viam ali pareciam pertencer a décadas passadas e, mesmo assim, a temática do Halloween não ficou de fora. Luminárias de abóboras e velas negras rodeavam o local, enquanto que, espelhos eram espalhados em alguns cantos específicos do enorme salão, fossem os de parede, em diferentes tamanhos e com inúmeros adornos, como também haviam os de chão, de corpo inteiro, decorados com decalques e adesivos que traziam a ilusão de vultos ou assombrações refletidas, além das estátuas de vários tamanhos que também acrescentavam a estética aterrorizante e antiquada.
A incrível ideia de transformar o salão numa majestosa mansão vintage foi do grego, que tinha uma ideia curiosa para o andamento daquela festa, seria a primeira vez em que assistiria de camarote cada detalhe do evento, animado, torcendo pela diversão naquela noite que daria o que falar.
Já levando a atenção para as duas mesas principais, postas próximas à parede, a fim de manter a área central disponível para as danças e locomoções dos convidados, havia uma bela decoração em volta, com mini abóboras, colaborando com todo espírito do momento, junto de flores mumificadas e algumas caveiras e ossos, que deixavam tudo perfeito para fazer junção aos pratos que estavam presentes.
BANQUETE.
A comida era exposta sobre o centro da primeira mesa, possuindo uma prataria quase colecionável, elegante, mas sombria, que rodeava as opções do cardápio daquela noite, tendo versões dos pratos sem glicose, enquanto que, a segunda, estava recheada com os drinks noturnos, tendo versões sem álcool, plaquinhas parecidas com as de túmulos davam nome a cada opção em ambas as superfícies, além, também, de descrever do que era feito cada aperitivo e bebida. As duas mesas faziam conjunto com as cadeiras longas, de madeira escura e acolchoadas, permitindo que os convidados ou se sentassem sobre elas para apreciar os sabores, ou apenas pegassem um ou outro e retornassem para a pista de dança.
APERITIVOS FANTASMAGÓRICOS:
✦ Cascata Vampírica 🩸 (Cascata de chocolate tingida de vermelho); ✦ Doces travessos 🍬 (docinhos variados em uma tigela para quem quiser); ✦ Cupcakes 🧁 (massa de chocolate, recheio de amora, cobertura de chocolate meio amargo e uma caveira chocolatuda decorando no topo); ✦ Brownies 🍫 (recheados de chocolate meio amargo e decorados com chocolate branco); ✦ Macarons 💜 (sabores, recheios e cores variadas); ✦ Maçã Envenenada 🍎 (maçã caramelizada); ✦ Zombrainiac 🧠 (tortinha de baunilha recheada com geleia de morango); ✦ I Scream 💀 (sorvete apocalíptico de creme com corante preto servido na casquinha de chocolate); ✦ Mini pizzas fantasmagóricas 👻 (sabores variados, opções veganas e sem glúten); ✦ MonstrengoBurger 🍔 (hambúrguer de carne bovina ou vegetais, pão brioche, tomate, tiras de queijo, picles, molho, dois nachos roxos como orelhinhas e azeitonas para moldar os olhos do monstrinho); ✦ Lanche das Fadas 🥟 (dumplings corados com sucos de vegetais, recheios variados e servido com molho e salada verde); ✦ Caveirão Crostini 🏴☠️ (pão preto com manteiga de tomate e páprica defumada, cogumelos salteados em formatos de caveiras); ✦ Kameroún 🍤 (camarão servido com azeite de oliva e cream cheese); ✦ A Colheita 🍇 (queijos, frutas, sementes, pães, carne defumada e ramos de alecrim).
POÇÕES MORTÍFERAS:
✦ The Chifrudo Cocktail 😈 (framboesa fresca, rum de frutas vermelhas, suco de cranberry, xarope de açúcar, suco de limão e duas pimentas chili para representar os chifres); ✦ Shot Radioativo ☢️ (vodka de tangerina, mix de maçã azeda, suco de limão, refrigerante de gengibre e corante alimentar); ✦ Viúva Negra Cocktail ���️ (vodka, licor de groselha preta, licor de café, carvão ativado, ginger beer e amora para decorar); ✦ "Eu sei o que você é" 🧛 (gin, chá concentrado de hibisco, suco de limão siciliano, xarope de açúcar e água com gás servido em bolsas de sangue); ✦ Pônei Maldito 🦄 (sprite, xarope de cereja, suco de limão, cerejas maraschino, açúcar preto e calda de cereja nas bordas, algodão doce roxo no topo pra dar aquele tchan unicórnico); ✦ 12:00 🌕 (vodka hounds, suco de laranja, licor de romã e olho de goma); ✦ Morticia & Gomez 🥀 (licor de cassis preto, xarope de rosas, espumante rosé e rosas vermelhas no topo); ✦ Poção Latte Coração 🧹 (café expresso, whisky, licor de café, xarope de canela, leite, creme de baunilha e cubos de gelo, tudo misturado e enfeitiçado no caldeirão das bruxinhas de acropolis); ✦ Córnea Sanguínea Cocktail 👁️ (vinho tinto, suco de cereja, rum apimentado e, para a decoração grotesca, lichia em caldas recheada com geleia de cereja e mirtilo fresco); ✦ Perséfone & Hades 🔥 (punch de champanhe, suco de romã, néctar de pera, licor de laranja e frutas para decorar o caldeirão).
Data: 14/10 (sábado). Horário: 18h00. Local: Elysian Fields, Salão de Festas. Dresscode: Sua melhor fantasia!
— OBSERVAÇÕES OOC!
✦ Usem a hashtag #ACROTOBER para a postagem de fotos, selfparas/povs e tweets; ✦ Mesmo que seja Halloween, e os ânimos pra postagem de fotos estejam nas alturas, não esqueçam de mencionar as # dos triggers se houver; ✦ Nessa festa teremos uma surpresinha pra vocês às 20h no DISCORD; ✦ Não esqueçam de mandar fofoquinhas e comentários sobre a festa para o nosso Deus Momus; ✦ Qualquer dúvida, podem vir na nossa DM ou ASK pedir por dicas assombrosas!
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TRAGÉDIAS DE ANTIGAMENTE...* 1. Quando as fichas acabavam no meio da ligação feita do orelhão. 2. A agulha riscava o LP bem na melhor música. 3. Você datilografava errado a última palavra da página. 4. E não tinha fita corretiva de máquina de escrever pra consertar. 5. A fita do Atari não funcionava nem depois de você assoprar. 6. O locutor falava as horas ou soltava uma vinheta BEM NO MEIO DA MÚSICA que você tinha passado horas esperando pra gravar na fita K7. 7. E depois o toca-fitas mastigava a fita K7. 8. O locutor não falava o nome da música quando ela terminava. 9. E você ficava anos sem saber quem cantava ou como chamava aquela música que você tinha amado. 10. Alguém fumava dentro do ônibus. 11. Você tinha que pagar multa por devolver a fita de vídeo VHS pra locadora sem rebobinar. 12. O Ki-suco vazava da garrafinha da sua lancheira. 13. E molhava as bisnaguinhas com patê. 14. Você tirava as letras das músicas em inglês tudo errado. 15. E depois descobria, no folheto da Fisk, que estava tudo errado mesmo. 16. Mas já era tarde, pois você já tinha decorado errado (e canta errado até hoje). 17. Você arranhava com todo cuidado, mas quando levantava o papel via que o bichinho do decalque do Ploc tinha saído sem uma perninha. 18. A televisão resolvia sair do ar no dia do último capítulo da novela. 19. E seu pai tinha que subir no telhado pra mexer na antena. 20. E ele gritava lá de cima “melhorou?” 21. E você, embaixo, avisava: “melhorou o 5, o 7 e o 9. Piorou o 4, o 11 e o 13”. 22. E nunca todos os canais ficavam bons ao mesmo tempo. 23. Chegar à padaria e lembrar que você tinha esquecido o “casco” do refrigerante. 24. Você descobria que todas as 36 fotos do seu aniversário tinham ficado desfocadas. 25. E algumas tinham queimado, porque o rebobinador da câmera tava meio enguiçado. 26. Quando sobrava só o lápis branco da caixa de 36 cores. 27. Você pensava que ia morrer porque engoliu uma bala Soft. Nossa vida era assim. E nem faz tanto tempo assim (35 a 40 anos), mas nossos filhos nem têm ideia do que significa tudo isso. Rua Parapuã - Anos 80! Eu lembro de tudo isso, retrato da minha infância. Nasci em 1974! E você? @voceesabio https://www.instagram.com/p/CnrM97vO-RD/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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AUSÊNCIA > NANA MORAES
Ausência [ NAU Editora, 2022), livro mais recente da fotógrafa carioca Nana Moraes, há imagens em preto e branco, em cor, colagens, patchworks, rendas, decalques, costuras e bordados com textos pungentes realçando a intensidade do seu envolvimento com um tema que aprofunda a discussão sobre o universo das mulheres detidas, transformando seus documentos, cartas, stills e retratos em assemblages. Uma memorabilia da difícil distância entre mães e filhos no sistema carcerário brasileiro. É resultado do projeto Travessia, desenvolvido por ela no presídio feminino Nelson Hungria, no complexo Gericinó, desmembrado do bairro de Bangu, zona Oeste do Rio de Janeiro.
Já na série anterior, Mulheres que ninguém vê, a preocupação com o social já havia gerado o primeiro livro da fotógrafa, Andorinhas [ NAU Editora, 2011] que deu origem a trilogia DesAmadas, uma série que apresenta a vida de cinco mulheres que trabalhavam como prostitutas na Rodovia Presidente Dutra, principal estrada do país, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo. Uma mudança corajosa e ousada do conteúdo de seu trabalho mais conhecido no editorial brasileiro.
Nana Moraes, que vem de uma família de consagrados fotógrafos - o pai, José Antônio Moraes e o irmão Sérgio Moraes- é jornalista por formação pela PUC-SP, e também lembrada pelas suas belas imagens de moda e pelas centenas de retratos editoriais para Editora Abril em mais de 200 capas para a bestseller e longeva revista Claudia, criada em 1961. Em Ausência, ela escreve os textos que ocupam mais da metade das páginas dividindo com as suas fotografias em uma obra lírica e ao mesmo tempo contundente. O trabalho foi exposto pela primeira vez em 2017 no Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro e no Festival Paraty em Foco, neste mesmo ano, seguindo para outros lugares.
A cientista social Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz- Fiocruz (hoje ministra da Saúde indicada) entidade onde o trabalho também foi exposto, participando das comemorações dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escreve que inspirada pela sensibilidade poética de Nana Moraes teve inicialmente de criar uma ponte entre a correspondência fotográfica e a textual, construída através da relação entre ela e as mulheres/mães em privação de liberdade e seus filhos. "um projeto de pesquisa de grande relevância acadêmica e social."
Seu projeto foi baseado na comunicação, pela troca de cartas e fotografias, entre as mulheres detidas e outros membros da família. Nana Moraes além das fotografias das detentas, retratou os filhos destas em suas casas em várias cidades, entrevistando pessoas que valentemente compartilham suas histórias, dores e esperanças. A fotógrafa então produziu assemblages com delicados bordados em pranchas poéticas que resultam em um breviário libertador dessas experiências. Imagem e texto aqui são complementares no entendimento mais amplo abordado pela autora.
Condensando metadados entre metadados em suas páginas, no bem elaborado amálgama gráfico e artístico, o livro tem o apoio essencial dos escritos, reflexões da autora sobre suas visitas sustentadas pelas cartas entre as detentas e a suas famílias, um relacionamento que extrapolou o Nelson Hungria, tocando-nos emocionalmente, quando por exemplo a fotógrafa pergunta a detenta "Damiana" o que tinha motivado ela a entrar no seu projeto. Ao que ela responde: "A saudade dos meus filhos. A distância. Porque é um ano já que eu só tenho notícias deles por carta. Quando minha amiga escreve, né, que é uma vez no mês que ela escreve. Também não é justo ficar exigindo dela, porque quem errou fui eu, e ela já me dá uma força."
Mesmo que o cenário "contemporâneo" dos fotolivros abdique dos textos, principalmente aqueles que tratam dos conceitos que impulsionam a obra, há muitos que são acompanhados de imagens e vice-versa. Fazem parte da escrita em uma vasta conexão visual em sistemas alfabéticos em formas originais desta, notadamente do período medievo até a nossa era digital, como já apontava o professor americano George Landow em seu, Hypertext 2.0: The Convergence of Contemporary Critical Theory and Technology [ Johns Hopkins University Press; 2nd edition, 1997]. Neste seu livro há remissões importantes para Ausência, como a ideia derridiana no argumento da pluralidade de sentidos do texto e a sua concepção, texto leitor versus texto escrito.
A médica carioca Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, lembra que são mulheres, mães, falando de suas falhas, de sentimentos e esperança e que neste processo se afirmam como humanas, como elas mesmas. " Neste processo, assinalam para olhos interessados que elas têm direitos! " Ela traz um forte argumento para a discussão do problema: o Brasil tem uma das maiores populações carcerárias do mundo, e principalmente que o encarceramento feminino cresce exponencialmente.
No movimento internacional que aborda essa importante e difícil situação, vemos publicações como a da americana Jane Atwood, em seu livro Too much time: women in prison ( Phaidon, 2000), uma experiência monumental de dez anos sobre o encarceramento feminino, que levou a autora a fotografar quarenta prisões em nove países diferentes na Europa, Europa Oriental e Estados Unidos, onde textos extensos também incluem entrevistas com presidiárias e funcionários da prisão, bem como as suas próprias reminiscências e observações.
No Brasil, encontramos o livro Mães do Cárcere, [ Nitro Imagens, 2017] dos mineiros Natália Martino, jornalista, e Leo Drumond, fotojornalista, que juntos criaram o Projeto Voz em 2014, que reúne iniciativas de comunicação ligadas ao sistema carcerário. Durante um ano os dois visitaram semanalmente o Centro de Referência para Gestantes Privadas de Liberdade, em Vespasiano (MG), única unidade prisional brasileira destinada exclusivamente a gestantes e lactantes. Entrevistaram e fotografaram presas, agentes penitenciárias e membros da diretoria.
Igualmente, no sentido de uma postura mais humanizada no tratamento carcerário a mostra fotográfica Mudanças! que ocorreu em outubro deste ano, durante o 28º Seminário Internacional de Ciências Criminais, no Complexo Aché Cultural, na capital paulista, trouxe a discussão à pauta, com imagens feitas pelo fotojornalista paulistano João Wainer, no antigo Carandiru nos anos 1990 e fotografias de 2022 do mineiro Sebastião Reis Júnior, Ministro do Superior Tribunal de Justiça, que mostram um tratamento diferente e mais humano, na reintegração social da população carcerária que inclui o público LGBTQI+, feitas no Centro de Detenção Provisória- CDP III de Pinheiros, ambos em São Paulo. Para o magistrado: "Vivemos em mundo onde prevalece o discurso que prega o ódio, a raiva e a desinformação, a mentira a violência. Ele cita o argumento da americana Susie Linfield, teórica da cultura: Impossível dizer "Eu não sabia": fotografias nos tiram o álibi da ignorância."
Nana Moraes com seu Ausência distingue-se dos demais livros pela inserção mais elevada e artística, executada primeiro em seus textos bordados, um meio que encontramos em obras de importantes artistas como a paulistana Edith Derdyk, a baiana Letícia Parente [1930-1991], o cearense Leonilson [1957-1993] e mais acentuadamente na produção do sergipano Arthur Bispo do Rosário [1909-1989] que já refletiram com o meio sobre a violência, feminismo e homofobia, entre outras questões pertinentes, bem como na amplitude do conjunto alicerçado por outros meios, como as alterações gráficas.
Bom lembrarmos do crítico nova iorquino Clement Greenberg [1909-1994] em seu texto Modernist Painting, de 1965, republicado no livro Modern Art and Modernism - A Critical Anthology [Harper & Row, 1982], que apesar de pensar sobre o modernismo, é ainda uma afirmação satisfatória para nossos dias: Uma obra é o resultado das inúmeras tentativas de se encontrar novas formas de construção de uma imagem artística. É visível na arte contemporânea -ou na tentativa de se construir uma - o crescimento da inclusão destas práticas artesanais, como nos artistas acima citados, onde a "forma" continua sendo a responsável pela ordem e significância dos elementos da arte. O que certamente vemos aqui de maneira exemplar no trabalho de Nana Moraes em sua organização e disposição geral.
Ausência, por um lado, não se resume apenas aos bordados, embora constituintes da forma textual imposta pela autora e que tem sua máxima relevância. Suas assemblages fotográficas são mais complexas em suas narrativas. Ora a emoção da detenta que chora com a carta na mão, ora no contraponto, das crianças felizes com o retrato da mãe, construídos com outros adereços, como lantejoulas, desenhos, que nos conectam com os afazeres cotidianos dos pequenos, a nos mostrar uma oportunidade para a redenção futura, sem cair na obviedade ou pior, na pieguice, duas coisas que costumam andar no corolário fotográfico mais recente em uma infinidade de trabalhos que buscam ser "artesanais".
Nana Moraes em seus relatos conta que percorreu quatro anos até o dia que pudesse fotografar: "Insisti, estudei, insisti, pesquisei, insisti, insisti..." até que finalmente consegui adentrar o sistema prisional." Ela guarda cada detalhe do dia 26 de novembro de 2015, "um dia úmido e abafado", em que fotografou as mães encarceradas e que ao longo desta jornada nasceu o projeto Travessia: o retrato da mãe, as fotos da filha, os filhos. "a fotografia do sorriso que ela não viu crescer. Uma correspondência, no laço ferido" Uma atuação da própria autora em todo o processo. Difícil negar a força do chamado jornalismo "gonzo" onde o narrador mistura-se profundamente com a ação. Como não lembrar de Joan Didion [1934-2021] ou Norman Mailer [1923-2007] vendo as conexões criadas pela fotógrafa?
Ausência é um livro emocionante, pelos seus textos e imagens repletas de alegorias e metáforas construídas pela autora desde seu início, uma pequena série de bancos vazios que se unem as grades prisionais, em uma hábil conexão para chegar às suas. montagens quase barrocas repletas de delicadas tramas; um processo intercalado por fotografias de céus com nuvens quase abstratos que promovem o respiro da edição dos textos e que também estão como metadados em algumas imagens. Uma lembrança aos geniais Equivalentes do americano Alfred Stieglitz [1864-1946] construídos para reorientar a relação dos espectadores com a natureza para que estes se encontrassem não na própria natureza, mas no sentimento que a imagem poderia evocar. Sentimentos que a fotógrafa nos oferece e que faltam nesta sociedade cada vez mais desumana.
Imagens © Nana Moraes Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
Imagens e textos : Nana Moraes
Editora: NAU Editora
Design: Tatiana Altberg
Consultoria narrativa: Bianca Ramoneda
Coordenação editorial: Simone Rodrigues
Impressão: Ipsis
Para adiquirir o livro: www.naueditora.com.br
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Frascos de Perfume: O Que Está Por Trás do Design e Fabrico
Os frascos de perfume desempenham um papel vital na experiência sensorial que uma fragrância oferece. Não são apenas recipientes, mas sim verdadeiras obras de arte que refletem a essência do perfume que contêm. O desenvolvimento de frascos de perfume é um processo complexo que combina criatividade, técnica e funcionalidade. Neste artigo, exploraremos as várias etapas que levam à criação de um frasco de perfume, desde o conceito inicial até a produção final.
Frascos de Perfume: Como são desenvolvidos
1. O Conceito e o Design O processo de desenvolvimento de um frasco de perfume começa com uma ideia clara e um conceito que seja atrativo e representativo da fragrância. Neste estágio inicial, várias questões devem ser consideradas: - Público-Alvo: O design deve falar diretamente ao público que se pretende alcançar. Por exemplo, uma fragrância de luxo pode exigir um frasco mais elaborado e sofisticado, enquanto uma marca que visa um público jovem pode optar por um design mais colorido e divertido. - Identidade da Marca: Cada frasco deve refletir a identidade e os valores da marca. As escolhas de cores, formas e texturas devem estar alinhadas com a imagem da empresa e a mensagem que deseja transmitir. 2. Seleção de Materiais Os materiais utilizados na fabricação dos frascos de perfume são cruciais para a estética e a funcionalidade. Os mais comuns incluem: - Vidro: O vidro é amplamente utilizado devido à sua capacidade de preservar a qualidade do perfume e à sua versatilidade em termos de design. É possível criar frascos com diferentes formas e acabamentos, desde os mais clássicos até os mais contemporâneos. - Plástico: O plástico é uma alternativa mais leve e pode ser uma escolha prática, especialmente para frascos de viagem ou de gama mais acessível. Contudo, não tem a mesma perceção de luxo que o vidro. - Metais: Algumas marcas optam por elementos metálicos nos seus frascos, seja na tampa ou como detalhes decorativos, acrescentando um toque de sofisticação e modernidade. 3. Modelagem e Prototipagem Com o design e os materiais escolhidos, a próxima fase é a modelagem e a criação de protótipos. Isso envolve várias etapas: - Modelagem 3D: A utilização de software de design assistido por computador (CAD) permite que os designers criem modelos tridimensionais detalhados do frasco. Isso ajuda a visualizar como o frasco ficará na realidade, além de facilitar ajustes antes da produção. - Impressão de Protótipos: Os protótipos podem ser impressos em 3D, o que permite avaliar a ergonomia e a estética do design. Esta etapa é fundamental para fazer alterações antes de entrar na fase de produção.
4. Produção Após a aprovação do protótipo, inicia-se a produção em massa. Este processo envolve várias etapas críticas: - Fabrico do Vidro: O vidro é moldado em fornos a altas temperaturas, onde os materiais são fundidos e moldados na forma desejada. O resfriamento deve ser controlado para evitar quebras. - Decoração: O frasco é frequentemente decorado através de técnicas como serigrafia, decalque ou gravação. Esta personalização é essencial para adicionar o logótipo da marca e outras informações relevantes. 5. Testes de Qualidade Antes de os frascos chegarem ao mercado, são submetidos a testes rigorosos de qualidade. Os principais aspectos a avaliar incluem: - Durabilidade: Os frascos devem resistir a quedas e impactos sem quebrar. Testes de resistência são realizados para garantir que os produtos sejam robustos. - Sistema de Fecho: O sistema de fechamento deve ser eficaz para evitar vazamentos e garantir a preservação da fragrância. Testes de hermeticidade são cruciais nesta fase.
6. Sustentabilidade Nos últimos anos, a sustentabilidade tornou-se uma preocupação central na indústria do perfume. Muitas marcas estão a explorar soluções que minimizam o impacto ambiental: - Materiais Recicláveis: O uso de vidro reciclado ou plásticos biodegradáveis está a aumentar, permitindo que as marcas cumpram metas de sustentabilidade. - Processos de Produção Reduzidos: As marcas estão a procurar maneiras de minimizar o desperdício durante a produção, adotando práticas mais ecológicas. 7. Marketing e Lançamento O lançamento de um novo perfume é frequentemente um evento muito aguardado, e o design do frasco desempenha um papel crucial neste processo. As estratégias de marketing muitas vezes destacam a estética do frasco, que pode influenciar a decisão de compra dos consumidores. Campanhas publicitárias bem elaboradas podem aumentar a percepção de valor do perfume, fazendo com que o frasco se torne um elemento de desejo. 8. A Experiência do Consumidor Um frasco de perfume não é apenas um recipiente; é uma parte importante da experiência do consumidor. O ato de escolher um perfume está intimamente ligado à forma como ele é apresentado. Os frascos atraentes e bem projetados podem aumentar o apelo emocional, levando os consumidores a associarem a fragância a momentos especiais ou à sua identidade pessoal. 9. Inovação e Tendências A indústria de perfumes está em constante evolução, e a inovação no design de frascos é uma parte fundamental disso. Algumas tendências atuais incluem: - Design Minimalista: Muitos consumidores preferem frascos com linhas limpas e designs simples, que transmitem elegância e sofisticação. - Frascos Interativos: Algumas marcas estão a explorar frascos que podem ser reutilizados ou recarregados, promovendo a sustentabilidade e a ligação emocional com o produto. Conclusão O desenvolvimento de frascos de perfume é um processo fascinante que envolve uma combinação de arte, ciência e marketing. Cada frasco é uma expressão da fragrância que contém, refletindo a identidade da marca e atraindo consumidores. Com a crescente importância da sustentabilidade, a indústria está a adaptar-se às novas expectativas dos consumidores, garantindo que os frascos de perfume continuem a ser não apenas belos, mas também responsáveis do ponto de vista ambiental. Ao final, os frascos de perfume não são apenas um meio de armazenamento; são parte integral da experiência de utilização e do prazer que uma fragrância proporciona. A beleza e a funcionalidade do design contribuem para a magia que envolve cada gota de perfume, fazendo do frasco uma peça chave na história de cada fragrância. Read the full article
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teaching him
— Não acredito que você vai dar aula pro Jisung! Você nunca aceitou dar aula pra mim! Seu viado nojento... -Hyunjin dizia raivoso assim que entrou no estúdio, logo de manhã.
Alguns dias tinham se passado desde que acabei cedendo dar as aulas a Jisung, mas estava na esperança que ele esqueceria. Não aconteceu.
— Hyun, eu te dou aulas se quiser. -Changbin ofereceu.
— Eu não quero mais, binnie. Mas obrigado, a questão não é eu querer as aulas, é que quando eu queria esse paspalho me negou! E agora vai dar pro Jisung que não é ninguém.
— Ei, calma ai! O Jisung pode te ouvir! -Changbin respondeu.
— E dai?
— Hyunjin, eu não aceitei dar as aulas, eu só disse que pensaria pra ele parar de me encher o saco! Foi ele quem te disse isso?
— Sim! Ele veio todo orgulhoso dizer que hoje ele teria aulas com você, já que você tinha horário vago. Achei que fossemos amigos!! -dramatizou, na brincadeira. Apenas não dei muita corda e voltei o que estava fazendo. Logo meu horário vago chegou, e com ele o Jisung.
— Hyung, estou pronto! Comprei até uma pele artificial, veja! -me mostrou a pele de silicone e seu entusiasmo contagiante.
— Jisung... eu não vou te dar as aulas. -neguei mais uma vez, dessa vez até senti pena.
— Vai sim, você prometeu! Você vai sim! -fez birra.
— Eu não prometi coisa nenhuma... mas ok, tudo bem! Mas só hoje. Não vou dar aulas todas as vezes que tiver hora vaga, só vou te ensinar hoje e acabou. Ok? -concordou e fomos arrumar a bancada. Estava com preguiça, nem sabia o que ensinar, não sou muito bom com isso, mas também não queria ser. Ensinar envolvem coisas demais, nunca foi minha praia, apesar de alguns acharem que explico bastante bem.
— Bem... pra começar... eu não sei como explicar, normalmente faço no modo automático. Mas vamos la. Pra começar, vamos aprender a preparar a bancada, ok?
— Ok!
— Vou fazer uma vez e depois você faz. Primeiro você precisa lavar a mão e vestir luvas limpas pra limpar a bancada com álcool 70% e detergente... pronto. Agora, vamos passar plástico filme por toda a bancada, desse jeito... depois disso, vamos passar o plástico também na máquina, no stencil, nas tintas e nos burrifadores de álcool e sabonete neutro. Agora, vamos-
— Pera ai! Está rápido demais, estou anotando! -disse escrevendo em seu caderninho. Não imaginava que ele realmente queria aprender. — Pronto, pode seguir. -seus olhinhos de jabuticaba me olhavam com a cabeça um pouco torta, ansiando pra que eu continuasse a explicar, segurava a caneta de forma fofa e mantinha um sorriso besta estampado no rosto.
— Bom, agora vamos pegar os descartáveis. As agulhas, e o tamanho delas vai depender da tattoo, vamos pegar uma 07 pra você começar, agora vamos escolher as biqueiras, a borboleta e montar a máquina. Pronto, máquina montada, agora vamos pegar a vaselina e um palito de picole e fixar o batoque...
— Meu Deus, que nomes são esses... você vai ter que repetir algumas vezes até eu lembrar, o nome não tem nada a ver!
— Aqui, o batoque é onde colocamos a tinta pra tatuar, e a biqueira é essa parte que segura a agulha. Bom, seguindo em diante, vamos jogar essa luva fora e vestir uma nova antes de abrir a agulha, mas hoje não precisa porque é só pele artificial. -terminei de montar tudo e preparei pra começar o decalque. — Agora, nós vamos escolher um desenho e imprimir o decalque. Aqui já tenho esse coração pronto, então vamos com ele. Primeiro você vai limpar a pele do cliente com sabonete neutro, fazer espuma e raspar os pelinhos com uma gillete descartável. Depois, vai limpar de novo e aplicar o stencil. Vamos esperar secar, e colar o decalque. -dizia enquanto demonstrava na pele artificial. Jisung me olhava empolgado, quase sem piscar, parecia realmente interessado, prestando atenção em cada mínimo detalhe. — Vamos esperar um tempo, e depois tirar o excesso com álcool, e dai podemos tatuar. Ta pronto?
— Já vi você fazer essa parte um milhão de vezes.
— Certo, então vou deixar pra você. Segura. -entreguei a máquina a Jisung que segurou inserto. — Aqui, deixa eu te ajudar... -segurei a maquina na sua mão e mostrei como deveria pegar, ele me olhou nos olhos e riu tímido. Estávamos muito próximos, mas não estávamos sozinhos. Graças a deus a tentação passou rápido e voltei aos meus sentidos depois de encarar seus lábios mentirosos e perigosos. — Entendeu? Vou ligar agora, cuidado.
— To com medo de fazer errado, acho melhor você continuar me guiando.
— Tudo bem. -segurei sua mão e guiei os movimentos até terminar o coração. Saiu bastante torto, e acredito que estaria ainda pior se ele tivesse feito sozinho. Rimos com o resultado, que na verdade é normal para a primeira vez.
— Agh, ficou horrível, acho que não tenho vocação.
— Que isso, ninguém começa bem, eu também já fiz torto no início. -confessei. O momento com Jisung estava sendo muito mais confortável do que imaginei, e fiquei aliviado por isso. Quando ele chegava muito perto, eu sentia aquela coisa estranha, mas ignorei.
— Duvido! Acho que você sempre teve talento. -disse com olhos brilhando, seus olhos amendoados e castanhos escuros, com aquele brilho indescritível.
— Meu pau no seu ouvido. -Hyunjin passou respondendo. — Vocês são patéticos, nunca vou esquecer o que está fazendo, Lee Minho! Trocando seu melhor amigo por esse zé ninguém... -dramatizou mais que nunca nos fazendo rir. — Essas aulas deveriam ser minhas...
— Está com ciúmes? -Jisung provocou, fazendo Hyunjin o responder dando língua como uma criança birrenta.
Continuamos treinando mais algumas formas e também o ensinei a colar decalque. Em muitos momentos voltei a sentir aquele incomodo na barriga pela proximidade que estava de Jisung, mas ignorei. No geral, foi divertido e calmo, Jisung estava prestando atenção e mesmo quando ele errava, riamos juntos e acabava dando certo.
— Hyung, posso colar o decalque em você? Acho que vai ser um bom treino. -claro que seria um bom treino, mas pra quem? Sentir as mãos de Jisung em qualquer parte do meu corpo me causava arrepios e calafrio, meu estomago doía e não era nada confortável. Eu já disse que esse garoto me faz mal. Hesitei em responder, mas acabei aceitando.
— Ok. Faça no meu braço. -estiquei o braço em sua direção, então ele se aproximou mais e começou a limpar concentrado. Reparei em cada movimento que fazia, olhando seus dedos longos passando pelo meu antebraço e em seguida o secando. Estava fazendo tão certinho. Ver seu rosto concentrado me fez esboçar um pequeno sorriso involuntário, que logo se foi quando recuperei meu juízo.
— Vou colar a de borboleta! -disse empolgado e voltou ao treino, quando sem querer esbarrou na bancada a procura do stencil e derrubou o batoque com tinta nos meus shorts. — Ai! Desculpa, desculpa Minho! Caramba, eu só faço merda...
— Tudo bem. -bufei alto impaciente levantando e tentando arrumar a bagunça. — Vamos parar por aqui.
Sai em direção a cozinha e comecei a tentar lavar meus shorts, que ficaram enxarcados. Decidi que seria melhor troca-los, mas esbarrei em Jisung no caminho.
— É sério, foi sem querer... deixa que eu lavo pra você.
— Não precisa, vou la em cima me trocar. -segui subindo as escadas com pressa, mas Jisung veio atrás.
— Poxa, tava tão legal você me ensinando, por favor não fica assim... me ensina outro dia de novo.
— Jisung, para! Deixa eu me trocar, você ja fez bagunça o suficiente. Porque não vai limpar o chão enquanto isso? -virei pra ele sério, já irritado com a situação. Meus shorts encharcados e manchados agora com a tinta preta não pareciam ser a razão da minha falta de paciência, mas sim a situação que me coloquei. Fiquei com raiva de mim mesmo porque não consegui sentir raiva de Jisung, e isso também me incomodou. Quando eu estava andando de novo, Jisung me puxou pelo braço me cercando.
— Me deixa te ajudar, eu só queria fazer as pazes com você. -disse próximo ao meu corpo enquanto me fitava com seus olhos... então desci o olhar pra sua boca, encarando por tempo demais. — Desculpa mesmo, eu não queria fazer tanta mancada com você, e tava tão legal. Foi sem querer, Minho. Não fica bravo comigo de novo, vai... não combina com você. - a questão é que eu não estava bravo com ele, e talvez só tivesse me dado conta disso agora. Estava bravo comigo por ter sido um fingido que não sente nada, mas que na verdade sente demais e acabei me machucando sozinho, criando maldade numa situação que nem tinha importância relevante. A verdade é que esse cara tinha acabado de chegar e já estava deixando minha cabeça desregulada, sentindo coisas estranhas o tempo todo, e mesmo conhecendo tão pouco dele, já me sentia na razão de alguém que o observava por anos. Mesmo fingindo até pra mim mesmo, até porque não sou capaz de admitir os meus sentimentos, porque toda vez que faço isso eles ficam mil vezes mais reais, me consomem e eu não consigo lidar. A verdade é que a raiva e impaciência que eu sentia não tinha razão, Jisung não conseguia fazer esses sentimentos em mim sozinho. Então Jisung estava se ajoelhando e começou a tentar limpar meu short, mas não demorei e puxei sua mão o fazendo parar, e assim ele também começou a me fitar, de joelhos na minha frente. Uma cena um pouco ainda mais confusa, que despertou uma vontade incontrolável tomando conta de mim, não sabia mais o que estava acontecendo. Normalmente é como me sinto, essas são as emoções que Jisung faz em mim, confusão atrás de confusão, e quando me percebo o que fiz, já me arrependi. Quando me dei conta, Jisung estava com as costas coladas na parede do corredor e eu o beijava mais uma vez, totalmente entregue ao desejo que me possuiu. Quando percebi, me afastei, mas Jisung me puxou de volta e agora eu é quem estava com as costas coladas na parede. Nos beijamos com pressa como se estivéssemos loucos por aquilo, com as mãos passando pelos corpos um do outro sem hesitar.
Seu gosto era exatamente como antes, doce, macio, quente e confortável, como um abraço quentinho depois de um longo dia frio e sombrio. Nossos lábios dançavam em sincronia perfeita, formando uma coreografia cada vez mais quente. Sentia meu corpo inteiro enrijecer, arrepiar e eletrizar com seus toques, e toda vez que sentia sua lingua na minha era como se fosse a primeira vez, de novo e de novo. Uma experiência que não deveria ser tão profunda, não deveria ser tão desejada e não deveria me trazer tantos sentimentos ao mesmo tempo.
A sanidade voltou pro meu corpo em fim e me afastei de supetão, assustado, empurrando Jisung delicadamente pra longe de mim.
— Eu... me desculpa, eu... não to bem! -disse completamente vermelho e sentindo algo crescer nos meus shorts, entrando no banheiro e batendo a porta com força, com objetivo de ficar trancado ali pra sempre.
Seu burro, você já se esqueceu? Ele não liga pra você, isso é esquisito pra caralho! Era pra você estar irritado, ficar com raiva que ele te sujou, ficar bravo com ele! Era pra você brigar com ele, impor autoridade, caramba, ele é seu funcionário! Isso não faz nenhum sentido, não era pra estar se sentindo assim, vocês estão em horário de trabalho, você precisa lembrar que tem que esquecer ele, esquece tudo sobre ele! Ele é só seu funcionário, Minho! Isso nunca vai dar certo, acorda!
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Quando vejo seu sorriso na tela,você é bom em tudo, você é simplesmente perfeito
Parece que eu nunca fui você, você sequer me vê? Você sabe quem eu sou? Ou como eu me pareço agora?
Você não gosta de mim desse jeito
Venha e me fale todas as coisas, lindo coração, oh, eu vou te escutar, por favor
Todos os grandes números, não consigo sair do seu jogo
Oh, eu quero pintar isso como você, por favor
Eu quero ser o seu decalque, eu quero você
Eu quero ser o seu decalque, eu quero
Eu quero você
- Decalcomania
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