#da cor do pecado
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Da Cor do Pecado (Rede Globo, 2004)
#brazilian tv#2000s tv#anos 2000#rede globo#2000s nostalgia#retro aesthetic#nostalgia#2000s aesthetic#retro tv#2000s#da cor do pecado#novela#soap opera
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Tony, o que você fez com a Giovanna Antonelli, a Scarlett Johansson brasileira, não tem perdão.
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A primeira vez que te vi, senti como se já te conhecesse de longas datas.
Porém era a primeira vez que nos víamos.
Eu te achei lindo e no fundo da minha alma, desejei que fosse meu.
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🎃 kinktober - day twenty-one: devoção com esteban kukuriczka.
— aviso: temas religiosos, oral m!receiving, masturbação m!receiving, menção à sexo.
— word count: 1,5k.
— nota: ESTEBAN VIRJÃO CATÓLICO.
a dor aguda que machucava os joelhos fizeram os olhos abrirem, irritados. a comunhão era a parte que você menos gostava durante toda a missa. conseguia se distrair com os próprios pensamentos durante a homília e as leituras, mas nunca gostara de comungar. tinha que se levantar do banco, receber a hóstia do padre e se ajoelhar no duro banco de madeira e pedir perdão pelos seus pecados. estava muito bem com eles, não via a necessidade de se desculpar por nada.
a melhor parte da missa era ver Esteban. o acólito bonito de bochechas avermelhadas, olhos puxados e sorriso encantador. quando vestia a batina ficava ainda mais bonito. não evitava os pensamentos pecaminosos que cruzavam a mente quando o via. sempre rezava mais um Pai Nosso como pedido de perdão.
era uma mulher livre, por assim dizer. não tinha esperado pelo sagrado matrimônio para entregar o seu corpo para alguém, bebia vinho sempre que podia e não se confessava há um bom tempo. sua mãe prometia que, um dia, seu corpo se converteria em chamas por ser tão herege.
Esteban, pelo contrário, vivia e respirava a igreja católica. lia a bíblia todos os dias, jejuava e se confessava sempre que preciso. e eram precisas muitas penitências desde que ele conhecera você. não conseguia tirar o seu rosto da mente por nada naquele mundo. se repreendia por todas as vezes que espiou o seu decote quando você reverenciou o padre, ou por notar, na maioria das vezes, que você não usava calcinha quando ia para a missa de vestido.
naquele dia em especial, era particularmente difícil não olhar para você. estava tão linda no vestido azul marinho, com pérolas adornando as orelhas e os pescoços. as unhas estavam pintadas com uma cor clarinha, tornando sua mão muito convidativa. ele já tinha perdido as contas de quantas vezes sonhara com as suas mãos nas diversas partes do corpo dele. a boca, em tom rosado, eram objeto de desejo para Kukuriczka. imaginava como seria deslizar o polegar pelos seus lábios e sentir o interior da sua cavidade oral.
seus olhos se encontraram, fazendo com que as bochechas dele ficassem avermelhadas. você sorriu, convidativa. engolindo em seco, o argentino conferiu se mais alguém tinha visto aquilo. a maioria dos frequentadores da igreja estavam de olhos fechados, focados nos seus atos de constrição e nas suas orações pessoais. agradeceu, silenciosamente, por ninguém ter notado.
você ainda o encarava, curiosa com a demonstração de interesse de Esteban. não retirou os olhos dele durante todo o restante da celebração, vez ou outra capturando o olhar dele para si. o homem não fazia muito além de desviar o olhar ou olhar para os próprios pés.
quando a missa se encerrou, avisou à mãe que tinha de confessar. sua mãe agradeceu aos céus pela sua iniciativa, dizendo que seguiria para casa enquanto você o fizesse. assentiu como uma boa moça e esperou pacientemente que as pessoas fossem embora até que estivesse sozinha.
o padre se retirou da sacristia e foi aí que você soube que era sua deixa. Adentrou o cômodo, encontrando Esteban sem a batina. usava uma camisa de botões preta e uma calça social de mesma cor, fazendo você suspirar. ele olhou sobre o ombro, se assustando ao vê-la.
“oi. eu vim me confessar com você.” você falou assim que percebeu que ele não falaria nada. segurava a bolsa com as duas mãos, nervosamente.
“isso é ótimo, mas você não pode se confessar comigo.” ele uniu as mãos atrás das costas, se virando para você. “eu sou só um acólito.”
“ah.” você fez um muxoxo, encarando os vitrais bonitos da sala. “mas, eu posso desabafar com você, né? e você pode me dar alguns conselhos.”
“claro” ele assentiu, encarando seus olhos pela primeira vez. com um aceno, ele convidou você para se sentar em um dos bancos presentes na sala. você se acomodou ao lado dele, inalando o perfume fresco dele. “sobre o que quer falar?”
teve que respirar fundo para tomar coragem. se tudo desse errado, saberia que nunca mais poderia pisar dentro da igreja. no pior dos casos, sua família ficaria sabendo de tudo e você seria deserdada rapidamente.
“eu estou interessada em alguém. mas, não parece certo.” Esteban encarou você com interesse. “não sei se a pessoa corresponde.”
“você deveria falar com ela, não?”
“você tem razão, mas sabe...” uma das suas mãos pousaram sobre a coxa dele. “eu tenho medo da reação dele.”
Esteban desceu o olhar até a sua mão na coxa dele. as unhas bem feita e o anel solitário na sua mão o fizeram arrepiar. ele olhou para a porta, mas você tinha sido esperta o suficiente para fechá-la. o peito descia e subia nervosamente quando voltou a te encarar.
“isso é uma piada?”
“por que seria?” tombou a cabeça de maneira afetada, os olhos de corça encarando-o como se não entendesse a pergunta dele. o brilho que iluminava as íris eram desejo puro.
“eu não sei. eu nunca fiz isso, não sei dizer se você está dizendo a verdade.” a confissão arrancou um sorriso seu.
“nunca esteve com uma mulher antes?” Esteban negou com a cabeça, arrancando um suspiro de satisfação seu. tomou as bochechas dele em mãos, o puxando para perto. “não se preocupe. Eu te ensino tudo.”
uniu os lábios aos dele com cuidado, como se qualquer movimento brusco fosse assustá-lo. era, claramente, inexperiente. não sabia o que fazer, mas era um ótimo aluno e tomou o ritmo que você impôs com facilidade. deslizou a língua pela sua com certa timidez das primeiras vezes, mas com muita ânsia logo depois. quando as mãos firmes agarraram os seus cabelos, você se impressionou, dando um sorriso entre o ósculo.
“acho que nunca vi mulher mais bonita que você.” ele murmurou quando você findou o ato. o elogio a pegou desprevenida, arrancando um sorriso bobo seu. “é verdade.”
ajoelhou-se no chão, nem um pouco incomodada daquela vez. se colocou entre as pernas de Esteban, que pareceu confuso ao vê-la naquela posição.
“eu já disse que você não pode se confessar para mim.”
“eu não vou confessar. mas, prometo te levar bem pertinho de Deus.” brincou, retirando o colar de pérolas do pescoço.
Kukuriczka engoliu em seco mais uma vez, não sabendo como se portar naquela situação. quando você se inclinou sobre o colo dele e começou a desabotoar a calça social, ele imediatamente soube o que você faria. já tinha escutado sobre aquilo algumas vezes, quando alguns amigos ousaram contá-lo. não impediu seus movimentos, estava curioso sobre como aquilo terminaria.
é claro que ele já estava duro e pulou para fora da cueca assim que você abaixou a peça. com um sorriso nos lábios, você envolveu o membro dele com as pérolas. Esteban estremeceu, as mãos segurando o banco de madeira com força. quando você começou a movimentar as pérolas para cima e para baixo e com movimentos circulares, o homem não deixou de gemer.
“meu Deus.” ele disse, fechando os olhos para aproveitar a sensação gostosa. “você é a mulher dos meus sonhos.”
não ousou parar. gostava de ouvir aquilo saindo dos lábios dele. normalmente, acharia muito cafona, mas sabia que Esteban dizia com toda honestidade e era o que contava. movimentava os quadris buscando por mais, implorando para que você o tocasse com mais vigor. foi o que fez, arrancando gemidos ainda mais intensos do cristão.
percebeu com antecedência como ele estava ficando sensível, então decidiu parar. voltou a colocar o colar no pescoço, o que deixou as bochechas de Esteban ainda mais vermelhas. pensar que, de alguma forma, você estava usando um objeto que fora usado para dar prazer a ele, era muito sujo.
você se aproximou ainda mais, o olhando nos olhos quando alojou o membro dele dentro da sua boca. Esteban gemeu alto, agarrando os seus cabelos com desespero. ele hesitou em retirar as mãos, mas permaneceu quando viu que você não se importava.
“sua boca parece o paraíso.” ele elogiou mais uma vez, fazendo você gemer baixinho. os elogios serviam como combustível e você buscava dá-lo prazer a cada movimento. apertava as bochechas, sugava com mais força e deixava a língua resvalar por todo o membro. “meu Deus. você é divina.”
enfiou tudo na boca, sentindo a garganta doer e os olhos marejarem. continuou os movimentos de vai e vem, Esteban cada vez mais investido em empurrar a sua cabeça e os próprios quadris, buscando por mais contato. os elogios deixavam a boca dele em enxurradas, glorificando o quão boa você era para ele. pedia perdão a Deus, mentalmente, embora os lábios chamassem a atenção d’Ele para o ato cada vez que gemia.
“eu vou... chegar lá.” ele avisou. você não deixou que ele se retirasse da sua boca, segurou os braços dele enquanto seguia com os movimentos. quando o corpo dele contraiu em um espasmo, você sentiu o gosto agridoce assaltar as papilas quando ele se derramou em você. engolindo tudo e limpando o canto dos lábios, ganhou um olhar cheio de devoção de Esteban.
“obrigado.” ele agradeceu, fazendo você rir.
“prometo não tomar mais do seu tempo hoje.” você se levantou, pegando a mão de Esteban. com cuidado, a arrastou até debaixo do vestido, arrastando a calcinha de lado para que ele sentisse o quão molhada e quentinha você estava. “mas, prometo que em outras oportunidades te mostro mais um pouco do céu.”
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"Help me, Lord, from these fantasies in my head"
Ele estava com um dos ombros escorado no pilar de pedra, com as pernas cruzadas e uma das mãos dentro do bolso traseiro da calça jeans.
Você permaneceu em silêncio observando distantemente o homem, quem passasse próximo perceberia que estava escondida, como se com medo de ser flagrada pelo mais velho.
Abraçou o próprio corpo sentindo o vento frio chegando juntamente com a chuva fraca que não parava de cair desde cedo. A noite sempre foi um momento de temor para você, não era apenas repleta de escuridão, mas durante esse horário satanás revelava todas as tentações contra a santidade.
Janela do dormitório sendo a visão para o inferno, para o homem que constantemente esquecia de fechar as cortinas e trocar as vestimentas em segredo entre ele e Cristo. O corpo era esculpido pelo salvador, a estrutura óssea perfeita, um rosto pintado com cuidado por Deus e uma voz doce e serena.
Você soltou um suspiro baixo, fechou os olhos e tentou lutar contra os pensamentos pecaminosos que pareciam não querer ir embora. Pareceu escutar um sussurro falando no ouvido para caminhar para próximo do homem, que permanecia ainda parado de costas.
Sem parecer sentir as próprias pernas, caminhou lentamente em direção ao pecado, abraçou o próprio corpo quando sentiu as gotas caindo no roupão de pano que usava como pijama, percebeu as luzes das janelas desligadas, todos dormiam tranquilamente. Você sempre foi a que mais teve dificuldade para descansar na escuridão da noite, muitas madrugadas ajoelhadas na capela rezando contra as adversidades.
Parou atrás do homem, seus passos foram silenciosos, ele não repararia em você se não houvesse um aviso prévio.
- No silencio do Senhor? – perguntou baixo assustando o homem que virou rápido e pareceu esconder algo da sua visão.
- Irmã, o que faz acordada essa hora? – rebateu sorrindo fraco, você apenas deu de ombros mostrando que nem a própria compreendia o motivo.
Você caminhou para mais longe e ficou debaixo do telhado que cobria o pequeno jardim de inverno aberto, no pátio do convento. Uma vela estava acessa para iluminar minimamente o local e não chamar atenção das pessoas que estavam dormindo.
- A quanto tempo o senhor fuma? – perguntou invasiva e mostrando que não havia motivo para ele esconder o que estava entre os dedos.
- Como você sabe? – riu fraco com a ousadia e balançou a cabeça achando inacreditável a sua atitude, tirou o cigarro escondido e continuou o que estava fazendo antes.
- Esqueceu que também já fui pertencente do mundo? Antes de ser uma ovelha resgatada por Deus – explicou fazendo um pequeno gesto em direção ao céu escuro.
- Irmã, você realmente acha que foi Deus que colocou você entre a vida e a morte? – ele perguntou soprando a fumaça pela boca.
- E quem mais seria? – rebateu confusa e tentando entender o questionamento dele.
- Que Deus é esse que vocês tanto me descrevem nas aulas? Como conseguem amar um ser que tira os pequenos prazeres da vida, coloca todos de frente com a morte e justifica que é para o bem?
- Eu teria morrido, Enzo! – respondeu instantaneamente.
Ele ergueu as sobrancelhas e abriu um sorriso fraco quando reparou no pequeno erro que você havia cometido.
- Você nunca me chamou pelo nome – falou finalizando o cigarro, pisou em cima e deixou em cima da mesa de pedra que estava ao lado.
- Desculpa – corrigiu quando percebeu o erro – Eu teria morrido, Senhor.
- Felizmente não aconteceu, e cá estamos nós dois – respondeu abrindo um sorriso, você retribuiu o sorriso falsamente e direcionou o olhar para a chuva que caia na grama verde e aparada, mas que aparentava sem cor por causa da noite.
Sentiu o olhar do homem ainda em você, ele parecia mover a cabeça para cima e para baixo, te observando como um todo.
- Nunca tinha visto você sem o hábito – ele comentou e você olhou para o homem concordando e lembrando das vestimentas obrigatórias.
- Vou precisar de longas rezas para pedir perdão, por estar me expondo desta forma para o senhor – falou séria e escutou um riso fraco do homem.
- Você fica bonita de cabelo solto, pecado é ficar escondido de baixo daquela vestimenta – Enzo disse esticando o braço e tocando na sua cabeça como forma de carinho.
Você imediatamente afastou, olhou fixo para ele surpresa com o toque repentino, fechou os olhos por segundos e rezou o pai nosso mais rápido da sua vida.
- Irmã, não precisa disso – ele falou caminhando para mais perto enquanto você se afastava.
- Se afasta em nome de Deus, o diabo não vai ter esse poder sobre mim – colocou a mão no peito e esticou uma mão na direção do peitoral dele para impedir que caminhasse para mais próximo.
Ele parou quando sentiu o toque, pegou a própria mão e levou até a sua, direcionou para perto do rosto e fechou os olhos quando sentiu o seu toque. Em completo êxtase, você não pareceu ter forças para parar o toque e apenas começou acariciar o rosto dele.
Lentamente e silenciosamente caminhou para perto, ele abriu os olhos e sorriu fraco quando percebeu a proximidade. O olhar ficou mais sério e como se pedisse autorização, levou uma das mãos para a sua cintura, puxou seu corpo para colar no dele.
- De perto ainda mais bela – elogiou acariciando sua cintura e uma das mãos foi para o seu cabelo, onde ele passou os dedos e foi rastejando para o rosto.
- Enzo – falou baixo e quase sem forças enquanto fechava os olhos com a sensação do carinho, que não sentia há quase quatro anos.
- Fala meu nome de novo – ele pediu sorrindo.
- Enzo – repetiu já sem retrucar e sentindo as forças indo para longe.
Ele sorriu e levou um dos dedos para seus lábios, contornou lentamente e sem parecer pensar nos próprios atos, puxou seu rosto para um beijo. Você não lutou, não tinha resistência para impedir. Reaprendeu novamente a como beijar e relembrou a sensação de prazer do ato.
Você levou as mãos para a nuca dele e o puxou para perto, aumentando a intensidade e força do movimento dos lábios. Ele colocou os braços na volta do seu corpo e abraçou você, quase fundindo os corpos.
- S/n – ele gemeu baixo separando os lábios e sentindo você puxando o cabelo dele para trás e deixando pequenos beijos na mandíbula.
Você pareceu sentir a ficha cair e afastou o corpo rapidamente, começou a arrumar o cabelo e tentar desamassar o pijama. Enzo riu com o desespero e balançou a cabeça parecendo reprovar atitude.
- O que você tem tanto medo? – perguntou.
- Inferno – respondeu pontualmente e fechando os olhos quando sentiu lágrimas se acumularem.
Sempre que se sentia nervosa e incapaz de lidar com algo, começa a chorar incontrolavelmente, não acontecia com frequência na frente de outras pessoas, principalmente do convento, porque gostava de aparentar que tudo estava indo bem.
Porém, todo aquele amor reprimido estava machucando você, cada dia que encontrava Enzo pessoalmente, toda as suas lutas diárias pareciam multiplicar de tamanho.
- S/n, você acha que vivendo diariamente por baixo daquelas roupas, sendo alienada por homens velhos que não chegam nem próximo de uma vida senta, e rezando quase vinte e quatro horas por dia, vai ter um lugar guardado no paraíso? – questionou ironicamente.
- Não fale assim, Enzo – rebateu com um tom de indignação – Você não sabe o que é viver para Cristo.
- Realmente, eu não sei o que é viver totalmente para Cristo, mas sei qual a sensação de um amor genuíno que apenas ele poderia me oferecer na terra – falou aproximando novamente ambos – Um amor puro, que ele permitiu que todos os seus filhos sentissem uma vez na vida.
Fechou os olhos e começou a chorar sem parar, não conseguia lutar contra aqueles sentimentos confusos e conflitantes, só percebia o amor pelo homem crescer cada dia mais e não queria se deixar levar.
- Por favor, s/n – falou quase suplicando quando percebeu você chorando – Para acabar com nosso sofrimento, quero que diga alto e em bom tom que não deseja seguir com isso.
Você continuo chorando e parecia de tornar mais incontrolável a cada segundo. Inconscientemente abraçou o corpo de Enzo e ficou soluçando baixo.
- Eu não deveria sentir isso, estou confusa demais, não aguento mais ficar de joelho rezando para Deus me tirar desse vale de provações – explicou quase suplicando por ajuda.
- Eu já disse que você não precisa sentir culpa, esse não é um vale de provações, é apenas Deus mostrando que possivelmente isso tudo não seja para você – falou tentando aliviar a sua culpa – Talvez seu lugar seja ao lado de outra pessoa.
Você ergueu o rosto e ficou olhando para o homem na sua frente, não sabia o que responder ou como proceder com aquele sofrimento que tomava o peito.
- Mas preciso que diga que não quer continuar com tudo isso, e eu prometo ir embora para sempre. – pediu novamente levando as mãos para o seu rosto e fazendo com que continuasse com olhar nele.
- Eu não consigo, Deus – respondeu para si mesma e fechando os olhos com força – Eu não consigo deixar ele ir embora.
Enzo percebeu a sua confissão em voz alta com Deus e sorriu fraco.
- Eu não vou embora – respondeu e puxou seu rosto para um beijo como o anterior.
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feliz ano novo, lucca!! vê, vi que tem VÁRIOS tipos de t.a, mas os que vc sabe, poderia explicar os termos/oq cada um é? alguns eu já entendo como junkorexico
mas e vigorexia, ednos, e outros q vc souber?
curiosa (mas tentando não me auto diagnosticar)
Oioi anon, feliz ano novo mais atrasado ainda KKKKK explico sim!
Tem vários, mas vou citar os mais comuns no ed !
Transt0rnos Alim3ntar3s
Anorexia:
Os pacientes começam a restringir e evitar aqueles alimentos que consideram calóricos e essas restrições vão aumentando cada vez mais.
É uma condição mental com a maior taxa de mortalidade, porque provoca uma perda de peso muito rápida!
Bulimia:
A maioria destes ficam acima do peso e se incomodam com isso. Na bulimia tem dois momentos, o primeiro onde o paciente come exageradamente e o segundo onde vem a culpa e ele tenta expurgar aquelas calorias.
O método mais famoso é a indução ao v0mito, mas existem outras formas como uso de laxantes, diuréticos e até exercícios.
Compulsão Alimentar:
É caracterizado pelo consumo exagerado de comida, mas muito mesmo! Chegam a ingerir de 4 mil a 15 mil calorias em poucos minutos, sendo a média recomendada para um adulto saudável são 2 mil calorias por dia.
Aqui não tem a tentativa de eliminar essas calorias e geralmente o gatilho pra isso costumam ser questões emocionais como ansiedade e stress. Muitos dos portadores chegam a obesidade grave.
Compulsão é um bagulho sério e me irrita MUITO ver gente comer 1k de kcal e falar que foi compulsão...
Gente, descontrole é irresponsabilidade, compulsão é TRANSTORNO, você nem escolhe o que vai comer, você pode comer carne crua e LIXO!! Então parem de chamar a gulodice de vocês de compulsão!
Tare (Transtorno alimentar restritivo evitativo):
É o quadro típico de crianças que se recusam a comer um grupo alimentar específico por motivos que vão de aparência e cor a odor, textura, temperatura e paladar.
Há pessoas que não homem nada em amarelo, outros fogem de purês e papas, outro grupo não quer saber de frutas e verduras.
Todos tem suas preferências quando criança, mas se torna um problema quando isso permanece até a idade adulta e impede o consumo de nutrientes essenciais. Tem o caso de um cara que perdeu a visão porque só comia batata frita e pão branco!
Ortorexia:
A ortorexia, que ainda não é um transtorno alimentar reconhecido por toda a comunidade científica, vem da junção dos termos gregos “orexis” (apetite) e “orthos” (correto). O que pega aqui é a obsessão por alimentos saudáveis, puros e naturais.
Pizza na janta? Sobremesa de domingo? Nunca, é pecado mortal!
Vigorexia:
A obsessão aqui está na ideia de um corpo perfeito, com músculos fortes e torneados. A vigorexia é mais comum em homens jovens que se submetem a uma rotina exaustiva e exagerada de exercícios físicos.
Sim, gente, aqueles rato de academia são tudo vigoréxicos transtornados e não admitem, só por estarem em um padrão de beleza, ninguém crucifica como fazem com anoréxicos, mas é só prestar um pouquinho de atenção que você vê a demonização de carboidratos, idolatria por proteínas, demonização de fast-food e o tempo todo na academia!
Pica:
Sim, pica! Em latim, pica é o nome de um pássaro muito comum em parte da Europa e esse bicho come praticamente qualquer coisa. Os sujeitos com essa síndrome apresentam um comportamento parecido: eles ingerem itens que não são considerados alimentos de verdade, como moedas, terra, argila, carvão, tecidos… Além disso, entram na descrição os casos de quem engole ingredientes sem nenhum preparo, como farinhas e batatas cruas
Ednos (Eating Disorders Not Otherwise Specified):
Seu nome oficial é Transtorno Alimentar Não Especificado e substituiu o Transtorno Alimentar Sem Outra Especificação.
Os pacientes com esse tipo de transtorno desenvolvem sintomas semelhantes à condição especificada (anorexia, bulimia, compulsão, etc.), mas não respondem estritamente a esses padrões.
Esse termo pretende reunir todos os comportamentos, padrões e distúrbios que não podem ser agrupados nas categorias especificadas. Ou porque os sinais e as consequências são incompletos, ou porque apresentam particularidades que os diferenciam parcialmente.
A pessoa evita comida como anoréxico, pode miar como bulímico, ter obssessão por comer limpo como ortoréxico, mas não se enquadra em um específico porque tem muitas características de vários e não é estrito em um só pra ser considerado aquilo, sacou?
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Anon, se te conforta saber, 90% do ed não tem diagnóstico de t.a, mas só por você estar em uma comunidade como essa já é no mínimo suspeito sua condição mental.
Nós sempre sabemos quando há algo de errado conosco, então tudo bem você escolher um dos termos que se encaixa, porque aqui é uma comunidade pra você se sentir confortável em falar sobre isso!
Aliás, junkorexico não é um transtorno, é um termo que o próprio ed usa pra designar quem só come porcaria e não se resume a bulímicos não, tem muita ana que faz Omad de chocolate ☝🏻
Junk em inglês significa porcaria, o termo "junkfood" é basicamente "comida lixo" e junkorexico veio daí!
Espero ter ajudado, beijinhos, moh❣️
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Oração
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nota da autora: sem notas.
aviso de conteúdo: culpa (católica) e remorso & tesão e muito angst.
contagem de palavras: 2680 palavras
Logo cedo de manhã, mal tendo aberto seus olhos e dissipando o sono de seu corpo, Charlie recebeu uma mensagem de Maria, lhe pedindo um momento para eles conversarem. Deixando bem específico que a conversa deveria ser em contexto privado, o homem não pensou duas vezes em chamá-la para tomar um café na casa paroquial – sem segundas intenções, o que era surpreendente para um espírito tão maculado quanto o dele. Porém naquela manhã desta quinta-feira ordinária, Padre Charlie Mayhew acordou com um amargo na boca e uma sensação ruim no estômago que lhe anunciou não ser um dia comum.
"sangue do sangue"
PARTE III
Tomou seu usual banho gelado matinal para despertar o corpo, escovou os dentes e cuidou da pele como forma de manter-se em boa aparência, já que seu corpo nada mais era que uma habitação de sua alma, então havia a necessidade de mantê-lo sempre no seu melhor estado: limpo, firme e impecável. Enquanto escovava os dentes, se encarando profundamente no espelho meio embaçado do banheiro, ficou refletindo sobre as suas últimas decisões… O dia que foi nomeado para a diocese até o momento que cruzou os olhos e deixou-se levar pelos desejos mundanos ao se deitar com uma mulher, tudo havia se tornado uma fina linha áspera que o dividia entre os deveres do sacerdócio para com seus próprios desejos carnais. Havia uma dor que transpassava seus ossos e sua carne para sua alma que o feria feito um ferro sendo derretido em cima dele: uma sensação pesada e melada o queimando todos os dias, um eterno martírio do espírito que já não era mais santo.
Ele nunca foi. Cuspiu a espuma esbranquiçada na pia, curvando-se para enxaguar a boca, sentindo que aquele ato breve de limpeza e frescor o suspendeu um pouco da constante sensação de imundície que ele se encontrava. Estava impregnado na carne já. Era difícil de arrancar aqueles pecados profanos de si. Respirou fundo rezando um Pai-Nosso enquanto lembranças impetuosas dos momentos de prazer irrigavam todo seu sangue da sua cabeça até seu pau. Bendito seja feito a Sua vontade!
Deslizou descalço até seu quarto onde se sentou na beirada da cama, coberta de lã branca limpa, cheirando a sabão em pó e amaciante concentrado que adretavam seu olfato o fazendo se recordar de casa. A mãe preparando café da manhã enquanto o pai sentado à mesa, antes de ir trabalhar, folheava o jornal do dia. Bons tempos onde a inocência reinava e o protegia das malícias do mundo. Com controle, deixou as mãos no colo, o membro íntimo ainda rígido sobre o toque, engoliu o gemido da sua fraqueza e ao invés de se tocar para aliviar o desejo que cresceu no meio das pernas, optou por se manter firme nos seus princípios, rezando extenuante até a mente cansar e aquelas imagens se tornarem borrões vagos no meio de recordações onde ele exercia seu dom: o de ministrar a Santa Palavra de Deus, vestido com sua batina preta, o colarinho branco na garganta, os cabelos penteados para trás e a voz inspiradora se tornando um eco sagrado na igreja.
Ele deveria ser forte, um verdadeiro soldado de Deus naqueles momentos de tempestade, e usar com sabedoria o verbo da palavra para agir conforme seus últimos esclarecimentos. Naquela noite estranha de sonhos desconexos, sozinho em seu aposento, ele recebeu uma mensagem que julgou vir diretamente de Deus. A imagem era de da Mãe de Deus em sua túnica vermelha, chorando com a expressão de desalento, encarando-o de cima e carregando nas mãos um bebê. Obviamente Charlie tomou aquilo como uma mensagem divina que ele era responsável pelo Filho de Deus e cabia a ele segurá-lo em mãos e mantê-lo vivo e presente entre a comunidade.
Simples.
Terminado suas preces, se trocou com sua usual roupa do dia-a-dia: a camisa social de algodão preta, a calça de alfaiataria da mesma cor, o conjunto de botas de couro carmim. No dedo anelar da mão esquerda seu anel de São Miguel Arcanjo, para lhe proteger das batalhas mais cruéis contra os demônios. No peito uma incerteza em rever o rosto de Maria. Realizou sistematicamente seus afazeres até o horário que eles iriam se reunir: ajudou as Irmãs na horta, rezou um terço, preparou sua homilia para a missa da sexta, foi na padaria para comprar algumas quitandas que sabia serem as preferidas de Maria. Quando o ponteiro do relógio da sala da casa paroquial indicou que faltavam quinze minutos para o horário combinado – e tendo em mente a pontualidade da mulher, Charlie foi fazer o café à moda tradicional, fervendo a água, jogando o pó que foi moído naquele dia no coador, coando e passando para a garrafa térmica. O cheirinho de café inundou a cozinha, o deixando mais relaxado.
Arrumou a mesa com o que havia trago da padaria, o bolo de chocolate e os pãezinhos doce com recheio cremoso em pratinhos. As xícaras na mesa e as colheres nos pires para o açúcar retratavam um quadro casual e íntimo demais que o deixou com uma leve vergonha de si mesmo.
A campainha tocou, anunciando a chegada de Maria.
Santa seja, Rainha Imaculada!, proferiu baixinho antes de abrir a porta, se deparando com a mulher da sua vida, alma do seu corpo, pecado dos pecados, parada vestida com seu vestido longo de seda, alça finas, naquele profundo azul-carbono, cabelos soltos e expressão tensa a sua porta. Charlie engoliu os maldizeres que irromperam sua mente, olhou brevemente para os lados querendo encontrar algum bisbilhoteiro mas foi interrompido com a pressa dela de entrar na casa, soltando com a voz afobada:
— Ninguém tá lá fora, pode ficar tranquilo!
Seu aroma floral o entorpeceu assim como a presença dela que preencheu o espaço todo da sala. Ele rapidamente fechou e trancou a porta, conferindo mais uma vez na janela ao lado se realmente estavam seguros. A rua estava vazia, reflexo da normalidade tediosa daquele lugar. As poucas irmãs que moravam com ele, mais para ajudá-lo com alguns afazeres, estavam passando a temporada no convento principal, que ficava a algumas ruas a frente da casa paroquial, o permitindo ter acesso a elas quando quisesse e precisasse e também uma privacidade para si mesmo. Por isso que as noites e madrugadas adentro soterrado no prazer da carne de Maria eram tão fáceis: ele praticamente ficava a maior parte dos dias e noites sozinhos, era quase como se elas permitissem que ele vivesse tal qual um homem no auge dos vinte e tantos anos de idade normalmente, esquecendo de seu posto como sacerdote. Maria conhecia a casa paroquial como a palma de sua mão: a sala principal com a bicicleta ergométrica que Padre Charlie usava em seus treinos, o corredor que levava até um dos banheiros e a um quartinho embaixo da escada, a escada que subia para um corredor que conectava quartos vazios, janelas abertas com cortinas rendadas que balançavam, o banheiro principal onde ambos já se banharam e fuderam bastante, e lógico… o abençoado quarto dele que dispensava lembranças.
Ela olhou para ele com um ar inquieto, Charlie sorriu cavalheiro apontando com as mãos sua direita, onde havia um pequeno degrau de dois lances que descia para a copa e a cozinha.
— Venha, vamos tomar o café! Acabei de passar… — Maria confirmou com a cabeça, indo na frente dele. Os olhos do homem seguiram a forma dos quadris dela, a suavidade dos ombros e a forma como ela segurava uma bolsa pequena – que ele acabou de notar sua presença – entre os dedos de unhas pintadas de preto. Ela calçava uma sandália trançada nos tornozelos cor palha seca, expondo na canela direita a tornozeleira fininha com um crucifixo em prata pura que Charlie lhe deu de presente. Ela usava aquela maldita peça só em momentos bens específicos – como na noite do aniversário dele, no casamento da irmã mais velha, no batismo do filho de um amigo dela.
Haveria uma grande anunciação naquele dia.
Maria entrou na cozinha, familiarizada com as paredes amareladas e os armários brancos, a mesa com uma toalha de bordas rendadas alva, a garrafa térmica preta. Ele de fato preparou um café da tarde para eles. Sorrindo envergonhado, Charlie tinha ambas as mãos na cintura esperando alguma reação positiva, uma afirmação boa vindo dela com seu café posto à mesa. Recebeu uma jogada de ombros, uma mão brusca puxando a cadeira pesada de madeira na outra ponta da mesa quadrada, encostada na parede à sua esquerda, sentado, encarando-o com o olhar carregado de contestações.
— Que o café esteja do seu agrado! — Sua voz saiu rasgando com desgosto, sentando na outra ponta enquanto cruzava as pernas, encarando-a com aquele ferro líquido que queimava sua alma, pesado, metálico. Maria pegou sua xícara e se serviu com o café, bebericando lentamente sob o olhar cortante de Charlie. Sua demora para desocupar sua boca o deixando doido. Limpou sua garganta, o pomo de Adão descendo e subindo com a frase que estava estagnada na sua garganta:
— A que devo a honra de sua visita em plena quinta-feira à tarde?
A pergunta ficou suspensa entre os dois, pingando seu veneno entre a suposta causalidade em que eles se encontravam, manchando-os com toda aquela carga de culpa cristã que rasgava suas almas. Era hora de expurgar os pecados. Maria abaixou lentamente a xícara até encostá-la na mesa com um ruído ínfimo. Charlie se encostou na cadeira, cruzando os dedos, aguardando sua resposta. Ela molhou os lábios para facilitar a passagem daquelas palavras tão rígidas:
— Precisamos parar com o que temos… Isso já escalonou num nível insuportável para mim, eu não consigo — ela parou, segurando o choro dentro de seu peito: — eu simplesmente não consigo mais suportar tudo isso. Não é certo.
Charlie ficou estático, cético com o que acabou de ouvir. O que era uma hipocrisia vinda dele mesmo já que as palavras que saíram dos lábios de Maria eram exatamente o que ele iria falar. Mas aquilo vindo dela… Soava como uma traição. Eva mordendo do fruto proibido, levando Adão a ruína. Sansão sendo seduzido e traído por Dalila. Ele se sentia um Pedro traíndo Jesus Cristo naqueles momentos de luxúria, negando-o repetidas vezes enquanto se perdia naquela Madalena. Um ódio estranho tomou conta de si, o coração pesado e sangrento tomou conta de sua ações:
— Quem você pensa que é para simplesmente vir até minha casa e depois de me seduzir, querer acabar com tudo como se isso fosse o suficiente para todo o estrago que me provocou? Madalena! Prostituta do Diabo! Eu te condeno! — Cuspiu com ódio. Lágrimas transbordavam no rosto angelical de Maria, a expressão de deslocamento tomando conta dos olhos que caíram, perderam o brilho, enquanto levava as mãos até o coração. Charlie se levantou num pulo, os punhos fechados sustentando seu enorme corpo que vertia para a frente, ameaçador:
— Maria, eu te ofereci um ombro amigo e você me devorou o corpo inteiro! Eu quis ser seu pastor mas você queria que eu fosse seu esposo! Você me tentou, seduziu… Me fez pecar! Isso é heresia, sabia? E sabe o que é pior nisso tudo? Eu te amei feito um louco. Confiei em você como um cão. E em troca recebo espinhos das rosas que pensei ter colhido…
— Mentiroso.
— O que disse?
— Mentiroso. — Repetiu a palavra entre lágrimas, sustentando o mesmo olhar de rancor que ele. Charlie engoliu a ira fortemente, os ombros tensos despencaram assim como seu próprio corpo na cadeira, o suspiro pesado escapou lento pelo nariz. Ela tinha razão. No final das contas ele não passava de um covarde mentiroso. Maria enxugou as lágrimas com as mãos trêmulas:
— Eu não vou carregar o fardo da culpa sozinha, se é isso que você pensa e quer Charlie… Não mesmo! Durante todo esse tempo eu acreditei e acredito que tudo o que vivemos, mesmo que escondidos, foi completamente recíproco. Então não me venha apontar agora os dedos, me acusando de ser uma… uma… prostituta ou o que quer que seja, porque se eu sou uma pecadora, você é tão mais pecador do que eu.
O silêncio sepulcral ornamentou o sepultamento do relacionamento deles.
Maria ergueu os ombros, ajustou a postura, levantou-se e caminhou para sair quando sentiu seu pulso ser agarrado. Olhou para o lado, a cabeça levemente abaixada, com o olhar de desprezo e lábios cujo cantinhos tentavam segurar a angústia. Charlie tinha os olhos escuros brilhosos – lágrimas inquietas que queriam escapar. Sussurrou em súplica:
— Por favor, não me deixe.
A mulher ergueu os olhos para cima, o teto branco, a luz natural, Deus observando-os de cima. Murmurou algo incompreensível, sua voz sibilando em chiado nos ouvidos de Charlie, então o voltou a encarar, com um pesar que contorcia seus olhos entre a dor da separação e o amor enorme que sentia por ela.
— Se eu não te deixar agora Charlie, eu estaria abrindo mão de viver toda a vida que mereço viver. Infelizmente você não entende isso.
Ele apertou o pulso dela, porém ela foi mais forte desenroscando-o e tirando sua mão com um puxão brusco. Charlie voltou estático para a frente, os olhos vazios focando em um ponto qualquer, uma moça posando no bolo intocado que ele comprou para a ocasião. Quando ouviu a porta principal sendo destrancada e aberta, sua vontade foi de levantar e correr até ela, se agachar diante Maria, rezar por ela, fazê-la ficar com ele por toda uma eternidade… O baque da porta se fechando e o silêncio absoluto da casa o trouxe para a realidade.
Sozinho, ele chorou.
…
Dias se passaram.
Semanas dobraram na esquina.
Meses se tornaram meras páginas de um calendário sendo removidas.
O ano terminou e recomeçou como sempre, trazendo esperança e desejos renovados de uma vida melhor. A memória era só mais um punhado estranho de imagens que vez ou outra passavam na sua mente.
Padre Charlie Mayhew estava sentado na sua cadeira, aguardando o coro finalizar o louvor, uma mão apoiada no braço do seu trono, a mão segurando seu queixo, analisando com um olhar preguiçoso as pessoas que compareceram a missa, enquanto a outra mão batia ritmadamente contra a madeira da cadeira. Quando a luz voltou a focar nele, um borrão alaranjado contra seu rosto, Charlie pode observar melhor as pessoas que estavam nas primeiras fileiras de bancos, os olhos casualmente esbarrando em um rosto conhecido que fez falta durante todo aquele tempo. O coração congelou e a respiração se tornou desenfreada, irritante para seus próprios ouvidos. Ela não estava sozinha: ao seu lado um homem esguio, alto, pele bronzeada, cabelos e olhos castanhos claros, vestido com uma camisa social branca, tinha uma mão no colo dela. Charlie engoliu a inveja, se levantando para ir para o púlpito começar a oração.
O resto da missa foi um martírio. Ao menos eles não comungam com ele.
Ao final, enquanto todos se levantaram para sair, Charlie focou seu olhar em Maria que o ignorou, levantando e segurando a mão do homem – alianças douradas reluziram em seus dedos. Foi quando o homem percebeu que aquele garotinho ao lado do homem não era só neto da senhorinha que estava na ponta do banco. Era filho de Maria, branco com os cabelos escuros, o nariz fino e arrebitado, olhos escuros que observavam tudo ao redor. Ele ficou o tempo todo no colo da senhora, mas no final da missa quem o pegou nos braços foi Maria, agradecendo a senhora por tomar conta dele, enquanto o homem ao lado brincava com o menininho.
Sangue de seu sangue, fruto de sua semente. Cuidará daquele filho que carrega sua herança enquanto erguerás da Casa de Deus.
A voz daquele sonho estranho o perturbou, a lembrança cruel o arrebatando. O pecado se tornou carne viva, sangue que escorria dele para um outro, sua alma se tornando duplicada de si mesmo. E então ele se encontrou num despenhadeiro de si mesmo e assim como aquele fatídico dia, sua alma chorou dentro de si.
"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
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vou deixar um pedacinho aqui sem dar spoiler do plot pra ver se vocês gostam da minha escrita, porque eu nunca postei nada do que eu já tenha escrito alguma vez aqui 😳
✧˖°. tags desse trecho: preliminar bem melosinha, body worship e daddy kink.
obs.: o trecho pode estar sujeito a pequenas alterações caso realmente dê tudo certo com a one que tô planejando :)
“Louis tocava o corpo de Harry com a mais profunda reverência, como se o menino pudesse quebrar caso as pontas de seus dedos impusessem mais pressão que um leve sopro. Após passá-los pelas clavículas, os trilhou suavemente até os mamilos de Harry, que já estavam endurecidos, e circulou os indicadores ali com atenção, friccionando as pontinhas em um ritmo torturantemente devagar com as unhas curtas. Harry respirava trêmulo e tinha os lábios rosados inchados por mordê-los para conter seus gemidos. Os toques do homem mais velho eram como fagulhas que a brisa trouxe do fogo oriundo de um incêndio muito maior.
Percebendo a agonia do garoto, Louis desviou os olhos dos mamilos dele para observar seu rosto, que mais parecia o de um anjinho que sucumbiu ao prazer do seu primeiro pecado. Harry estava com as bochechas – anteriormente pálidas – completamente coradas; seus cabelos cacheados cor de chocolate grudavam na testa e uma gotícula de suor escorria por sua têmpora. Ele já estava desmoronando com o mínimo de estímulo que Louis deu. Mesmo que brandas, as carícias dos dígitos de Louis o fazia derreter sob seu contato, levando-o a um estado de entrega e desejo quase incontrolável.
Sem parar com os movimentos, enquanto fazia contato visual, Louis apoiou uma das mãos na cama e se aproximou lentamente, deixando beijos suaves por todo caminho de seu peito e pescoço até o lóbulo da orelha de Harry. Mordeu ali e fez com que o menino não conseguisse conter o baixo gemido excitado quando a dor da mordida, o atrito da barba por fazer em seu rosto e a respiração perto de seu ouvido foram combinados com o estímulo no mamilo.
Feliz com a resposta sonora para a provocação, Louis sorriu maliciosamente e sussurou, a voz rouca carregada de intenções — Por favor, amor, geme pro papai... Papai quer tanto ouvir você.
Harry segurou no bíceps de Louis e arregalou os olhos em surpresa, gemendo abertamente ao sentir sua bucetinha contrair com as palavras do homem mais velho.”
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Saga das cores (vermelho)
No véu ardente do entardecer, o vermelho dança, seduz, convida. é chama que arde sem se conter. Em lábios rubros, promessa latente. um toque que queima, aflora o desejo. Na pele um rastro. Fervor. Incandescente. Luxúria escorre num beijo sem pressa. É cor do pecado. Do vício. Que pulsa dentro. Em cada batida, um novo artifício, Um grito ardente. É néctar que inunda e clama por mais. No rubro intenso, a razão se apaga. E a carne entrega seus sinais. Vermelho, tom da perdição. No teu fulgor. Corpos se entrelaçam. No abismo da tua paixão. Os sonhos se queimam. Mas nunca passam.
#buscandonovospoetas#buscandonovosares#arquivopoetico#mentesexpostas#projetoalmaflorida#autorais#projetoversografando#projetomardeescritos#projetonovosautores#escritores#velhopoema#versografando
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Spoiler que vocês gostam!
— Eu não consigo me concentrar, Harry. — Uma lufada de ar deixou sua boca. — Preciso tocar em você para me concentrar.
— O que você está dizendo, Louis?
— Deixe-me tocar seu corpo para estar ainda mais perto do Senhor. — Harry parecia assustada.
— Toque minha mão, eu não posso negar seu pedido. — Dizia inocente, os olhos grandes esperançosos.
— Eu preciso tocar seu corpo por baixo da roupa. — O choro voltou. — Eu sou tolo, me perdoe...
Louis se afastou, levantando-se e se distanciando de uma Harry confusa. Seu rosto parecia se perguntar o que estara acontecendo. A bíblia foi deixada na mesa de centro e seu corpo também se levantou, mas permanecendo no mesmo lugar.
— É pecado, Lou. Você não pode tocar o meu corpo.
— Minha intenção era apenas aprender e ser perdoado, corazón. — O pulso se arrastou pelas bochechas, limpando as lágrimas que molhavam o rosto. — Minha professora me deixava chupar os peitos dela enquanto me ensinava.
Harry arfou surpresa, as bochechas coradas como tomates recém colhidos.
— Eu irei para o inferno, já aceitei o destino.
As palavras eram manipuladoras e sujas, Louis estava jogando sozinho, porque Harry não fazia ideia da potência daquele jogo de azar. Era uma garota perdida que desejava salvar aqueles que não podiam ser salvar. Ela respirava fundo enquanto olhava para Louis sem saber o que fazer.
— Você não irá para o inferno, Lou. Eu não permitirei isso. — A voz suave tentou acalma-lo.
Foi então, em apenas um piscar de olhos, que o olhar maldoso encontrou os dedos de Harry. Os dígitos desabotoavam os botões do hábito, deslizando o zíper logo em seguida. A pele esbranquiçada ja era visível conforme Styles tirava a roupa, deslizando-a pelos seus braços e dobrando-a no canto do sofá.
O véu preto ainda cobria seu cabelo, e Louis questionava qual seria a cor dos fios. Agora, os braços tímidos tentavam esconder seu lindo corpo, assim como o sutiã bege e a calcinha da mesma cor escondiam seus peitos e sua intimidade.
— Qué estás haciendo, corazón?
— Você pode tocar em mim, caso isso o faça se concentrar. — Sorriu tímida. — Podemos continuar?
Louis sorriu vitorioso, concordando. As pernas longas se sentaram novamente no sofá, enquanto o homem voltava para onde estava. Harry tinha a bíblia em suas mãos, enquanto Louis aproximava os lábios da pele macia, deixando beijos em sua clavícula. A alça deslizou pelo ombro largo, deixando exposto um de seus seios.
Ele era gostoso, grande e com o biquinho rosado. A pele estara arrepiada, automaticamente deixando o mamilo enrijecido. O polegar acariciou ao redor de sua aréola, fazendo com que Harry engolisse a seco.
— Você vai mamar? — A pergunta de Harry era inocente, com seus olhinhos focados nos movimentos e sua mão apertando a bíblia com força.
— Eu estou salivando por esse peitinho, corazón. — Louis sussurrou sorridente, segurando o biquinho entre seus lábios e começando a mamar com vontade.
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Está publicada: crosses and cells
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CainVamdemon
Nível Perfeito/ Kanzentai/ Ultimate
Atributo Virus
Tipo Fera Demoníaca
Campo Soldados do Pesadelo (NSo)/ Área Negra (DA)
Significado do Nome Caim, na bíblia, o primogênito de Adão, na cultura pop tido como o primeiro Vampiro; Vampiro; Demônio.
Grupo Trindade Profana
Descrição
Conhecido como o primeiro de todos os imortais, CainVamdemon é um Digimon que mistura uma ferocidade bestial com um comportamento aristocrata e cavalheiro.
As lendas contam que esse vampiro foi amaldiçoado pelo próprio deus do Mundo Digital Rebuilt, pois quando tomado pela ira e pela inveja, tirou a vida de seu irmão e se alimentou de seus dados e após negar 3 vezes a chance de se arrepender, foi condenado a jamais poder experimentar o renascimento enquanto apodrece sem jamais morrer, se alimentando do sangue dos outros.
Por ter combinado perfeitamente a crueldade bestial com a inteligência e a classe natural de sua espécie atingiu o estado metafísico da Golconda, assim seus poderes superam o de VenomVamdemon mesmo sendo de nível Perfeito e dizem se equiparar ao de BelialVamdemon, contudo, sua sede de poder o faz querer atingir um patamar ainda maior e se tornar o mais poderoso ser das trevas.
Seu covil está estabelecido em Salem no grotesco Castelo Bran sob a Lua Vermelha, local esse onde as trevas habitam e poucos tem coragem de se aproximar, pois alem de ser protegido do por uma poderosa Magia das Trevas é também o lar de uma fera maligna que guarda seus portões. É nessa enorme construção de aparência tenebrosa que CainVamdemon guarda seus troféus de caça, uma vez que também é famoso por empalar suas vítimas com a cruz de prata na ponta de sua cauda, a chamada Sin, que nada mais é do que a marca de sua maldição.
Seu conhecimento sobre a Feitiçaria das Trevas só são superados por sua companheira e líder da Trindade Profana, Heartlessmon, porém no que diz respeito a ciência ninguém é capaz de superá-lo, fazendo de CainVamdemon um perigoso e orgulhoso alquimista, o que se reflete especialmente em combate, já que encontrar essa criatura especialmente nas noites é uma sentença de morte inevitável.
Técnicas
Filho da Meia-noite (Midnight Son) Emite uma Sombra Amaldiçoada que avança tão veloz que transpassa o inimigo corrompendo toda sua programação no processo;
Perpétua Lua de Sangue (Eternal Blood Moon) Abrindo suas enormes asas Draculia, absorve a energia da Lua Vermelha do Mundo Digital Rebuilt e converte em uma chama maligna com cor escarlate que dispara pela boca;
Maldição do Éden (Eden's Curse) Emana uma densa névoa que causa paranóia e loucura ao entrar em contato com inimigo, além de causar dores excruciantes levando a morte;
Pecado Mortal (Second Sin) Empala o inimigo com a cruz de prata Sin na ponta de sua cauda;
Voo de Draculia (Soarin' Draculia) Expande suas enormes asas Draculia gerando um tornado sombrio que espalha Digimojis que soletram maldições;
Estaca do Vampiro (Vampire Stake) Perfura o coração do inimigo com suas garras;
Fim da Linha (Undead-End) Saindo das sombras, surpreende o inimigo com uma mordida na jugular, drenando sua energia vital e impedindo um contra-ataque.
Linha Evolutiva
Pré-Evolução
VamHelmon
Artista Caio Balbino
Digidex Aventura Virtual
#dvadex#rebuiltproject#rebuilt#digital#monster#oc#halloween#DA#atributo virus#fera demoníaca#digifake#fanmade#originalconcept#digimon#NSo
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Esposa certinha do marido e puta do pastor
By; Melissa
Meu nome é Melissa, sou crente, temente a Jeová, participo dos cultos de uma famosa igreja evangélica três vezes por semana e sou dizimista fiel. Me casei jovem. Meus pais incentivaram com gosto minha união com o Sérgio, quando perceberam que suas intenções eram sérias, pois meu marido é um homem de 40 anos, muito trabalhador e voltado pra família.
Ele também frequenta assiduamente os cultos no fim de semana. Tenho um filho lindo chamado Ezequiel, de sete anos, que fica a tarde toda na escolinha.
Desde mocinha, quando comecei a botar corpo, sempre usei roupas compridas, pois meus pais são muito conservadores. Geralmente são saias longas ou vestidos que descem até meia canela. Blusas sem decote ou abotoadas até em cima.
É claro que tenho espelho em casa, e sei que sou uma mulher bonita, de 26 anos que chama a atenção dos homens pelas formas. Tenho uma bunda grande, dura, redonda. Cabelos escorridos, quase até a cintura. Seios fartos, que teimo em espremer dentro de sutiãs que disfarcem.
Minha pele é cor de jambo, tenho uma boca carnuda e olhar penetrante. Minha mãe diz que era um olhar desconfiado, já meu marido sempre me pede pra eu abaixar os olhos e obedecer pois segundo ele, é assim que uma mulher temente a Jeová deve agir.
Meu marido é muito conservador, tão ou mais rígido que meus pais e o sexo entre nós é quase uma audiência na Vara Criminal (literalmente), onde ele é o Juiz e eu sou a Ré.
Ele monta em cima de mim, se agita, e se me atrevo a olhá-lo ele diz que eu devo me comportar, pois “estou virando uma mulher da vida”. Confesso que suporto isso como parte das coisas que me ensinaram que era O CERTO, e que eu deveria cumprir como “obrigação de esposa”. Quase nunca gozo, e se gozo tenho que disfarçar e me conter.
Às vezes quando ele sai pra trabalhar, durante a tarde (depois de já ter deixado o Ezequiel na escola) estou na lida de casa e vem subindo uma coisa gostosa por dentro, um calor que me deixa toda vermelha e ardente.
Minha calcinha fica melada e meus sentidos esquecem que sou uma crentezinha fiel aos ensinamentos. Tudo que eu olho me excita.
E foi numa dessas vezes que não aguentei. Larguei tudo que eu estava fazendo, morrendo de vergonha e medo, corri pro quarto, coloquei uma saia, que subindo até meus seios ficava como vestido curto (tipo tomara que caia), calcei umas botas pretas de cano alto com um salto discreto, e atolei minha calcinha, fazendo ela parecer uma tanguinha.
Olhei-me no espelho e fiquei abismada com o que vi. Tinha diante de mim uma mulher GOSTOSA, coxuda de pernas de fora, seios que pareciam que iam saltar a qualquer momento.
Beijei o espelho como se fosse um macho bem gostoso, babei tudo, eu queria ser possuída naquele momento. Estava ensopada, ensandecida, tomada por algum demônio, sei lá. Voltei pra cozinha, olhei os móveis e vi a quina da mesa de jantar de madeira.
Ela era convidativa, me dava tesão, uma vontade louca de montar ali e me esfregar feito louca. E com a respiração ofegante, num misto de pecado e prazer, foi o que fiz. Colei minha xana na quina da mesa, ficando de pé, num esfrega-esfrega alucinante e gostoso.
Eu rebolava feito louca e tentava, mas não conseguia, conter meus gemidos. Eu gemia, transando com a mesa da cozinha e de porta aberta. Dava ainda mais tesão a possibilidade de alguém poder estar me observando.
Eu estava fora de mim, dizia coisas como “Ai, me atola meu macho gostoso, me possui todinha, que meu marido é um corno que não me satisfaz”. E rebolava mais. Minhas pernas estavam bambas e eu suava, cada vez mais sexy e tesuda. Eu ia explodir a qualquer momento.
Aí, o cachorro latiu e me assustei. Bom, às vezes ele latia mesmo pra qualquer cadela de rua (até ele gosta, menos o corno do meu marido), então nem dei bola. Mas de repente, quase enfartei.
Vi o Júlio, o pastor da nossa igreja, entrando porta adentro. E eu ali, naquela situação (às vezes ele aparecia por lá, pra pregar a palavra; geralmente vinha acompanhado das irmãs, mas desta vez ele estava só).
Tentei me recompor. Ele deixou a Bíblia cair e me olhou de cima abaixo. Fiquei tão nervosa e constrangida que comecei a chorar e pedir perdão, que não contasse nada pro meu marido, senão o Sérgio me expulsaria de casa por ser depravada.
Falei que eu não servia mesmo pra nada, era uma sem juízo, mas amava minha família. Me ajoelhei aos pés do Pastor Júlio, e agarrei-o pela cintura implorando sigilo.
De repente, enquanto eu chorava, ali humilhada, percebi que ele fazia movimentos circulares com o quadril, esfregado algo duro em meus braços, que o enlaçavam, muito perto do meu rosto, e eu diria mesmo que estava querendo esfregar na minha cara. O safado do Pastor estava de PAU duríssimo, e pelo volume era uma vara monstruosa. Aff…
O Júlio era um homem com cara de sério, usava óculos, aparentava ter uns 30 anos e era moreno claro de olhos verdes. Tinha coxas grossas e ombros largos.
O descarado não fez nem cerimônia. Abriu o zíper e passou o pau no meu rosto, dando um gemido longo. Sentir o cheiro daquele macho e ver aquela cabeçorra (a maior cabeça que já vi) me trouxe de volta à realidade da sacanagem.
Parei de chorar na hora e esqueci tudo. Minha xana doía de vontade de ter uma pica grossa pra possuí-la, e Jeová tinha atendido minhas preces e mandara uma bem grande pra mim.
E como se eu fosse uma “puta devassa da vida”, como meu corninho dizia, abocanhei aquela vara com gosto. Lambi toda a cabeçorra e fui passando minha língua de cima abaixo. Eu lambia as bolas, batia com o pau no meu rosto e sentia um prazer enorme em fazer isso.
Era a primeira vez que eu tinha uma pica assim. O Júlio não falava nada, só apalpava meu peitão, e acabou colocando um pra fora do vestido improvisado. Ele apertava meu bico, e eu ficava cada vez mais louca, lambia mais e COM VONTADE. Eu engolia até o talo, botava fundo na garganta até engasgar. Ficamos um bom tempo assim.
Então ele me levantou, tocou todo meu corpo, rasgou minha saia-vestido, tirou minha calcinha melada com violência (ele estava ensandecido, parecia possuído também). Em seguida ele me sentou na mesa da cozinha e foi brincando com o pau na minha xana úmida.
O safado esfregava a rola de cima pra baixo no meu grelo, que já estava duro de tesão. Ele então foi forçando a cabeçorra na entrada da minha xoxota e conseguiu entrar.
– Aiiiiiiiiii… vai devagar… por favor!!!! – gemi e pedi pra ele não ser tão bruto comigo.
Minha buceta doía, de tão grande que o pau dele era, e eu gritava enquanto ele tapava minha boca com a mão. Ele sorria pra mim, me olhando nos olhos. Que loucura!!!! Abri a camisa dele, era lindo, peludo, tinha um tórax de tirar meu fôlego. Nossa!!! que macho GOSTOSO e pirocudo.
Finalmente eu tinha um Homem pra me possuir do jeito que sempre tinha sonhado. Ele foi bombando devagarinho, até entrar tudo, e me rasgou toda. Aí ele mandou ver num ritmo frenético e alucinado com pressão. Gozei uma, duas, três, quatro vezes. E ainda queria mais pica.
Cada vez que ele movimentava os quadris para os lados e enfiava até bater no útero, eu gozava com o pau entalado. Ele gemia, dizia que assim não ia aguentar, que eu estava apertando seu cacete como uma boa esposa PUTINHA. Ele falava no meu ouvido que aquela era a melhor oração que ele já tinha proferido na vida.
Ouvir ele me chamar de putinha me deixava feliz, satisfeita por estar dando prazer para aquele macho gostoso. Na hora que percebi que ele ia gozar, eu disse que podia (dentro), pois eu tomava pílula para não ter mais filho.
Ele repetia que minha buceta era muito gostosa e que iria gozar e encher meu buraquinho de leite. Ele aumentou o ritmo e eu que já tinha gozado feito louca, senti minha xana babando mais, aumentando meu suco com a possibilidade de ser invadida pela porra de outro macho que não fosse meu maridinho.
Senti sua pica grossa frenética, tremendo dentro de mim, até que veio o primeiro jato de porra quente, me invadindo e queimando por dentro. Ele urrou de prazer, mais alto do que eu gemia. Exclamou um “Glória, Senhor!” e começou a rir, enquanto bombava o resto do leite. Eu não aguentei e gritei GOZANDO novamente, mastigando o pau dele e engolindo todo o leite com minha xana enlouquecida.
Agora, sou amante do Pastor Júlio (são 3 meses e meio). Amo meu marido, mas O PASTOR da minha igreja é o macho que me possui depois dos cultos, na sua salinha particular, enquanto “tira o demônio do meu corpo”.
E meu marido acha que eu estou melhorando muito depois dessas sessões. Nunca mais levantei os olhos pra ele, e me comporto como uma tímida esposa fiel e temente deve ser com seu marido corninho. Que delícia de vida. Escrevo tudo isso com um sorriso enorme no rosto. Beijinhos a todos.
Enviado ao Te Contos por Melissa
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Quase, amor.
15/02/24- Lorrane.
Pareceu amor quando você surgiu como brisa leve depois de uma noite longa com pancadas de chuva dentro do meu coração, pareceu amor quando te vi encantando outros universos e outras constelações naquela noite com apenas um sorriso, pareceu amor quando automaticamente o meu cérebro e coração concordaram em uníssono que você era exatamente o novo que a elis regina falava que sempre viria e que eu sempre achei utopia.
Pareceu amor quando a força existente dentro de mim pra respirar outro alguém novamente apareceu, você foi o suspiro de alivio que meu corpo inteiro pode dar. Pareceu amor quando a coragem foi maior e tive iniciativa em dar um passo pra ficar mais perto da sua aura. Pareceu amor de verdade quando um mês depois você tornou a me mandar mensagens e todas as conexões confirmaram que você realmente era aquilo que a minha criança interior tanto procurava.
Foi amor quando eu te beijei pela primeira vez e senti todas as borboletas no estômago nascerem novamente dentro de mim, como um sopro de vida. Foi amor quando os teus lábios encaixaram tão bem nos meus e aquela dança magnética entre nossas línguas se entrelaçaram me fazendo viciar como se você fosse a oitava maravilha do mundo e o maior pecado capital. Foi amor quando eu não soube mais o que era chuva e quando aquela tatuagem de tartaruga passou a ser só mais uma.
Pareceu amor quando o meu subconsciente trocou os quelonianos por seres místicos como sereias.
Pareceu amor quando teu signo fazia correlação com as características daquela música do Lulu Santos e que tanto encaixavam na visão deturpada que eu tinha de você.
Pareceu amor porque eu fui cega? Não sei.
Pareceu amor porque você era sim uma sereia, sol, delírio tropical, fantasia, um sonho de criança sob o sol da manhã. Pareceu amor quando sua visão de mundo encaixava com a minha. Foi amor quando o teu cheiro inebriou todos os meus sentidos naquela festa e depois em todas as outras. Foi amor quando eu me via fazendo os gestos que pro mundo pareciam simplórios, e até mesmo pra você também, mas que para mim, evocavam a necessidade do mundo inteiro saber que existia alguém que com certeza Shakespeare falaria se vivesse na mesma época.
Foi amor em cada palavra escrita nas inúmeras cartas que te enviei, em cada bombom, em cada mimo, em cada recado com um beijo meu. Foi amor porque se você fosse uma rádio, eu não perderia nenhum programa e estaria conectada só pra ouvir o som da tua voz. Foi amor em cada letra desenhada nos muros de bar, em cada pixação em banheiro público. Foi amor porque não cabia mais em mim, o mundo precisava saber que você existia.
Ainda foi amor apesar dos inúmeros gatilhos que você me causou, da falta de confiança, da insegurança, das mensagens trocadas com quem tanto dizia me apreciar como amiga. Não foi amor quando você preferia qualquer outro ser humano desse mundo do que olhar pra mim e me dar uma chance de tentar te fazer feliz sem amarras e desconfianças.
Foi amor quando eu te perdoei e ainda sim te quis perto de mim, foi amor quando te defendi de todos os meus amigos e quando mesmo te amando, quis ficar perto pois longe de você a vida era triste.
Preto e branco
Sem cor
Eu queria muito que tivesse sido um amor reciproco.
Mas nessas linhas e na nossa história, só quem amou fui eu.
E tá tudo bem, mas agora acabou.
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Chapter 1 - Ensejo de Paixão
Enzo ainda se perguntava porque uma desconhecida estava fazendo com que ele mentalmente começasse a quebrar a promessa que fez no túmulo de sua esposa, ele não entendia de forma alguma esses sentimentos que estavam surgindo.
Uma culpa muito grande começou o atingir, o homem sentia que estava traindo Carol, ele odiava isso e não queria de forma alguma sentir que estava desrespeitando a memória de sua falecida esposa.
Não entendia também porque dentro de si urgia uma necessidade de ser protetor com essa mulher mesmo que ela não fosse nada dele, o homem tinha vontade de proteger e cuidar, algo dentro dele dizia que ela era frágil e precisava de alguém cuidando dela.
Refletindo sobre esses sentimentos, ele acabou notando que talvez fosse o fato de sentir falta de Carol, talvez ele estivesse projetando isso em outra pessoa, Enzo sempre foi bem protetor com aqueles que ama e com a esposa não era diferente.
Seus pensamentos confusos ficaram ainda mais nublados com o cheiro dela, era tão delicado, fresco e marcante, de alguma forma trazia paz.
Bianca tinha cheiro de alfazema e cravo, por mais que o motivo pelo qual ela usasse essa colônia misturada a cravo da índia fosse a falta de condições de comprar um perfume melhor, esse cheiro fazia com que ela resgatasse as memórias felizes ao lado da mãe, do padrasto e dos irmãos, então ela não tinha vontade de usar outro perfume.
Enquanto tinha vontade de proteger, Bianca estava com medo dele, ela não sabia o que esperar do homem dirigindo, ela não confiava muito nas pessoas, principalmente se essas pessoas fossem homens héteros.
Ela estava encolhida no banco do passageiro, totalmente acuada, tinha medo que Enzo pedisse favores sexuais em troca do emprego para ela.
Bianca não conseguia esperar coisas boas de ninguém, a vida tinha lhe ensinado desde criança a sempre esperar o pior.
Isso sem contar que ela sentia um pouco de medo também porque seu corpo sempre foi descrito como bonito, muitos homens falam que ela é uma "morena da cor do pecado", além de racista, deixa ela muito envergonhada, tanto que ela prefere usar roupas largas ou que não desenhe seu corpo para evitar situações de assédio.
Mas hoje ela estava usando um vestido que contornava bem suas curvas apesar de folgado e soltinho.
Ela não é do tipo que julga uma mulher pela roupa, na verdade, ela julga os homens por serem tão repulsivos que uma mulher não consegue usar nada que gosta, Bianca odeia situações de injustiça com outras pessoas.
— A senhorita é daqui mesmo de São Paulo?
— Não, eu sou de uma cidade no interior da Bahia, mas vim para São Paulo aos 10 anos. — respondeu desconfortável.
Bianca não queria falar sobre sua vida pessoal e aquela conversa levaria a isso, Enzo queria entender mais de onde vinha esse magnetismo.
— Minha sogra é baiana e minha esposa também era, elas eram da cidade de Itabuna.
— Eu conheço sim, nasci em Itabuna, mas fui criada em outra cidade próxima. — explicou, fazendo Enzo sorrir sincero.
— Minha filha adora a cidade, toda vez que vamos visitar ela se esbalda brincando com os primos no sítio.
— Itabuna é bem legal, é uma metrópole aos moldes da região, eu gostava de ir lá com os meus pais.
— Você não voltou mais?
— Não.
— Por que?
— Não tive a oportunidade. — respondeu vaga.
— Tem vontade de voltar?
— Sim.
Bianca tinha vontade de voltar para procurar o padrasto e os irmãos, mas é impossível em sua atual condição financeira.
— Por que não volta?
— Não tenho condições e eu não poderia viajar sozinha, fiz 18 anos há duas semanas. — deu de ombros.
— Seus pais não deixavam você viajar e nem iam?
— Eu sou órfã de mãe e meu pai não pôde ficar com a minha guarda, perdi o contato com ele há 7 anos. — respondeu sendo direta mais uma vez e com o intuito de deixar o futuro chefe desconfortável e conseguiu.
Talvez fosse isso, duas pessoas em sofrimento acabam se identificando, ele sabia o quanto era doloroso perder alguém que ama incondicionalmente.
— Ah, sinto muito. Meus sentimentos pela sua perda. Mas quem ficou com você nunca voltou lá?
Enzo queria entender mais sobre Bianca, entender o motivo dela despertar tantos sentimentos nele, ele estava determinado a compreender a situação.
— Seu Enzo, me desculpe pelas palavras, mas eu aceitei ter uma conversa com o senhor para falar sobre o lado profissional, sobre horários e rotinas da sua filha, entendo que o senhor esteja preocupado em colocar uma completa estranha na sua casa, mas eu não estou aqui para contar sobre minha vida pessoal. — Bianca foi direta, mas logo se arrependeu, aquele homem iria decidir se ela iria ter um emprego estável ou não.
Bianca ficou em choque, já estava esperando ser humilhada, mas ao contrário da reação que ela achou que receberia, Enzo deu uma risada sincera e decidiu que aquela mulher seria sim a babá de sua filha.
Foi pela atitude dela que ele entendeu o motivo de ser tão atraído, Bianca tinha uma personalidade parecida com a de Carol, não eram idênticas, isso é fato, mas a sinceridade era a mesma e Enzo sabia o quanto era raro.
Bianca poderia ser frágil e delicada, no entanto nunca deixou de ser uma mulher de atitude, ela era engraçada naturalmente com as pessoas que ela se sentia confortável e debochada também, aqueles que conseguiam cativar esse lado nela saíam apaixonados.
Aquela risada fez o coração de Bianca sentir-se confortado de alguma maneira, ela acabou notando que o homem tinha um sorriso extremamente bonito e encantador.
— Seu Enzo, me desculpe, eu...desconsidera o que eu falei.
— Você é divertida, Bianca, sinto que Luna vai amar você. — ele riu divertido, negando com a cabeça. — Você está certa, não é certo eu querer saber de sua vida pessoal. Mil perdões.
— Não está bravo comigo?
— Por que estaria? Você foi educada e pertinente, eu quem estava passando dos limites.
A garota suspirou aliviada e sorriu tímida.
Enzo ainda estava curioso para saber mais sobre a garota ao seu lado, a mistura de delicadeza e confiança deixava o homem atraído e fascinado, mas ele também não queria forçar nada.
Em outros tempos ele claramente teria humilhado Bianca, mas a convivência com Carol mudou muito a personalidade dele, Enzo ficou melhor de ser tolerado.
— Por que escolheu a faculdade de direito? A maioria das pessoas que conheço escolheu porque a família já vem de advogados, juízes e desembargadores ou escolhem a profissão por dinheiro, mas você, vejo um certo altruísmo que sinceramente acho admirável. E ainda tem o fato que ser babá e estudante de direito são duas coisas completamente diferentes e que podem te atrapalhar no futuro.
Dessa vez, Bianca não se sentiu acuada e obrigada a responder, pois a mesma gostava de deixar claro que escolheu direito para mudar a vida de outros, especialmente daqueles que como sua mãe sofreram nas mãos de um plano de saúde abusivo ou como o seu pai ser uma ativista pelos trabalhadores.
— Bem, o que me motivou de fato foi a morte da minha mãe, eu morava em uma cidade pequena perto de Itabuna, então lá, quase não tinha médicos e o hospital público era precário, a população no geral dependia de vagas em Itabuna para fazer exames, passar em médicos e fazer tratamento, além disso, a prefeitura só oferecia transporte durante o período da manhã até o meio dia, quando minha mãe ficou doente meu pai começou a pagar um plano de saúde, o melhor que tinha na época para que ela pudesse fazer todo o tratamento, mas eles se recusaram a liberar a quimioterapia da minha mãe, lutamos muito para conseguir na justiça e enquanto meu pai ia de fórum em fórum, eu tentava uma vaga para minha mãe no SUS, a demora da decisão judicial e a de achar vaga no sistema público fez com que a doença da minha mãe se agravasse e quando ela começou fazer o tratamento já foi tarde, a doença já tinha se espalhado e ela veio a falecer. — contou com um certo pesar.
Enzo apertou o volante e sentiu um nó na garganta, ela havia passado pelo mesmo que ele estava passando, e a sorte de sua sogra é que ele estava pagando o tratamento e iria pagar a cirurgia por fora do plano de saúde, mas a realidade não era assim para todos, especialmente para aqueles que não eram bilionários.
— Bem, eu prometi a mim mesma que iria lutar para que outras pessoas não passassem pelo mesmo que eu e minha família. E no caso também, meu pai sempre foi sindicalista, ele me explicava e me ensinava muito sobre direito do trabalho, eu acabei me apaixonando, já que os tribunais do trabalho realmente são eficientes na proteção dos trabalhadores, um dia eu serei juíza, mas não decidi se de varas cíveis ou do trabalho. — Bianca realmente se empolgou contando, ela tinha muito orgulho do seu pai e queria poder reencontra-lo para dizer que ela vai se tornar uma doutora como ele sempre acreditou que ela seria.
Enzo ficou ainda mais fascinado, ela só era uma menina quando tudo aconteceu, muito provavelmente tinha muitas cicatrizes da vida, mas mesmo assim perseverou.
— Agora entendi porque a Mari adorou você, é raro encontrar pessoas com um propósito tão nobre, Bianca.
— Muito obrigada.
— Bem, pode ter certeza que você está contratada e pode começar amanhã.
Bianca acabou não contendo a empolgação e a alegria, Enzo apenas sorriu, era nítido que a felicidade dela era genuína.
Bianca já trabalhou como Jovem aprendiz antes, sabe como funcionam as regras de um CLT na prática, mas nenhum desses empregos lhe davam estabilidade para morar sozinha.
— Temos que ver apenas os horários certinhos, seu salário e benefícios.
— Claro. — concordou. — O senhor não vai se arrepender, eu vou ser a melhor babá do mundo.
— Tenho certeza que sim.
Quando chegaram à universidade, Bianca teve um choque de realidade não só por notar que seu chefe é muito famoso, mas também porque aquela era uma realidade muito diferente da sua, os olhos de julgamento fizeram ela querer voltar para casa e desistir da ideia de faculdade.
— Pela aquela faixa, sinto que você vai se dar muito bem aqui nessa universidade, Bianca. — Enzo comentou, apontando para a placa "Greve geral contra reforma trabalhista!".
Enzo sabia que naquele momento da política do país em que vivia, uma reforma das leis trabalhistas estavam prestes a serem aprovadas pelo Congresso, ele não via problemas, já que a nova legislação o beneficiava como empregador.
Para os doutrinadores especialistas em direito do trabalho, o ano de 2017 iria ser caótico.
— E-eu...— ela engoliu em seco. - Eu acho que quero voltar para...
Enzo entendeu naquele momento que ela queria desistir, os olhos dela denunciavam isso, estavam marejados e quando ele notou que as pessoas ao redor estavam olhando para Bianca com certo desdém.
— Olha, esse lugar foi feito para você, tenho certeza que você será uma das melhores alunas da sua turma, Bianca. — ele segurou no rosto dela inconscientemente, dessa Bianca não recuou. — Sei que pode ser assustador, quando fui para o meu primeiro jogo no profissional quando eu tinha 15 anos, senti o mesmo medo que você, mas tudo deu certo, você é inteligente e possui um caráter bom, vai tirar de letra nesse lugar. — ela o encarou surpresa e arqueou a sobrancelha.
Bianca costuma sentir medo de qualquer toque e Enzo acabou decifrando esse medo muito bem, o homem conseguia ler bem a garota a sua garota a sua frente apesar de a conhecer a apenas algumas horas.
Enzo não entendia porque ela tinha tanto medo se parecia ser tão corajosa, ele sabia que havia algo de errado, sentia que ela estava em alguma encrenca, mas não fazia ideia do que seria.
— Desculpa, e-eu...— ele se afastou. — Não vai mais acontecer.
— Oi, você pode me dar uma informação? — uma garota de olhos castanhos, pele pretas, cabelos crespos perguntou totalmente perdida. — Você sabe onde fica a CAA?
— É o que eu vou tentar descobrir agora, não faço ideia de onde fica, eu sou caloura aqui. — Bianca respondeu timidamente.
— Eu também sou. Você é bolsista também?
A garota não deduziu por preconceito, mas sim porque antes de se aproximar notou que Bianca estava recebendo os mesmos olhares que ela quando pisou no prédio, ela viu na jovem um porto seguro, alguém igual a ela para não se sentir sozinha.
— Sim, entrei pelo ProUni. — Bianca respondeu orgulhosa de si mesma.
— Eu também!
Nesse momento, Bianca se sentiu mais acolhida.
— Prazer. — Bianca estendeu a mão. - Eu me chamo Bianca.
— O prazer é todo meu. — a garota apertou a mão dela. — Eu me chamo Bruna.
— Você sabe em qual turma você ficou?
— Sim, turma B. — Bianca sorriu, era a turma dela também. - É a sua também? — Bianca assentiu.
Enzo estava ao lado dela apenas observando as duas.
— Vogrincic, posso tirar uma foto com você? — um garoto com a camisa do Palmeiras perguntou com o celular na mão.
— Claro.
— Cara, você faz falta no time do Real Madrid, mas assim, já que está no Brasil, vem jogar do Verdão. — Enzo riu e negou com a cabeça.
— Eu tenho focado na minha família, não há espaço para o futebol nesse momento para mim. — Enzo murmurou sincero.
— Não joga com os porcos não, vem pro Trikas. A gente tá precisando de um zagueiro foda igual a você. — Enzo sorriu nostálgico.
— São Paulo tá precisando de um time inteiro, não é? — uma garota com a camisa do Corinthians falou.
Ele sentia muita falta dos gramados, dos cantos das torcidas com o nome dele, de fazer gols e dos companheiros, mas nesse momento sua família era muito mais importante que tudo e não havia espaço para o futebol.
— Ah, eu também quero, te sigo nas redes e te acho um gato. — uma jovem falou empolgada.
Logo outras pessoas se manifestaram e virou um grupo grande de fãs querendo tirar fotos, apesar de atender os admiradores, sua atenção estava em Bianca, que já estava conversando com Bruna.
Bianca descobriu que Bruna, tinha sua idade, também não era natural de São Paulo, veio de Minas Gerais, trabalhava de recepcionista em um prédio comercial e estava procurando um apartamento para alugar.
Bianca viu na história de Bruna uma forma de se livrar dos seus tios, ela também queria morar sozinha ou dividir apartamento e compartilhou isso com Bruna. Óbvio que Bianca sabia que era arriscado fazer planos de morar com uma desconhecida, mas ela só queria se livrar da família tóxica e poder reconstruir a própria vida.
— O que te trouxe à nossa universidade, Vogrincic?
— Ah, eu vim acompanhar uma pessoa para fazer a matrícula no curso de direito. — ele olhou diretamente para Bianca que estava rindo de algo que sua nova amizade havia falado. — Inclusive, se alguém puder nos instruir onde ficar o CAA, ficarei muito agradecido.
As pessoas logo começaram especular que Bianca tinha algum envolvimento amoroso com Enzo, o olhar doce e cuidadoso do homem para a garota dava a entender um envolvimento, logo começou a passar pela cabeça daquelas pessoas que a jovem que conversava com a outra garota só estava naquela faculdade porque arranjou um namorado rico e trouxa para lhe bancar.
— No primeiro prédio, na segunda sala do térreo. — um jovem respondeu.
— Muito obrigada. — sorriu. — Bem, eu agradeço a todos pelo carinho, mas tenho que resolver algo antes que alguém me mate porque o CAA fechou. — brincou, indo para onde as garotas estavam. — Descobri onde é o CAA. Vamos, meninas? — elas assentiram. — Aliás, eu sou o...
— Enzo Vogrincic, eu te conheço, meu pai te acha um jogador foda para caralho, eu te sigo nas redes sociais e amei sua campanha para Calvin Klein. — a garota interrompeu Enzo sorrindo empolgada, Enzo apenas sorriu completamente acostumado com esses comentários. — Aliás, tu é uma mulher de sorte, Bi.
Bianca ficou confusa, ela estava super perdida no assunto, não tinha visto nenhum campanha do seu chefe e sabia quem ele era porque ela é completamente apaixonada por futebol e torcedora fanática do Flamengo.
— Por que eu sou uma mulher de sorte?
— Seu namorado é um gato, com todo respeito. — Bruna respondeu, fazendo Bianca ficar vermelha.
— Ele não é meu namorado. Eu não tenho namorado e nunca tive. — Bianca respondeu prontamente.
Aquela resposta empolgou e ofendeu Enzo ao mesmo tempo, nenhuma mulher negava rumores com ele, seu ego claramente ficou ferido.
— Ela será minha funcionária, só vim acompanhá-la porque eu não teria horário amanhã para negociar os termos do contrato de trabalho. — Enzo explicou.
— Seu Enzo, essa a Bruna, ela também é bolsista.
— É um prazer.
— Igualmente.
— Mas se vocês não estão juntos, então você tá namorando aquela modelo colombiana?
— Não, peço que você não acredite em tudo que saí na mídia.
Eles foram para o CAA, enfrentaram um fila, mas logo as meninas fizeram a carteirinha de estudante e pegaram a grade horária do semestre.
— Nem acredito que eu sou oficialmente uma estudante de direito.
— Nem eu. — Bianca disse meio triste, os pais dela ficariam tão orgulhosos dela.
Enzo mais uma vez percebeu o quanto Bianca ficou triste, ele pensou em dizer algo para conforta-la ou talvez tocar em seu ombro mostrando apoio, mas ele não queria ultrapassar os limites novamente.
— Eu sou a primeira da minha família a fazer um curso superior. — Bruna contou.
— Eu também.
Enzo ficou surpreso, para ele era impensável tal coisa, todos de sua família, inclusive ele tinham curso superior, ele era formado em administração pela Universidade Pontifícia Comillas.
Antes que Enzo pudesse expressar um apoio sincero para as meninas, João chegou fazendo Enzo revirar os olhos internamente.
— Finalmente você chegou. — o garoto disse empolgado. — Eu vou te mostrar o prédio de direito e o CAA.
— Não precisa, eu já fui no CAA, seu Enzo me ajudou. — João encarou Enzo como se estivesse o fuzilando, enquanto Enzo apenas sorriu debochado. — Ah, essa é a Bruna, ela é minha colega de sala.
— E futura colega de apartamento. — Bruna acrescentou empolgada.
— Que bom que você já está se encontrando aqui, fiquei com medo de você não se sentir confortável. — João comentou, tirando um mecha de cabelo de Bianca do rosto.
Bianca sentiu o coração acelerar com o ato do garoto e dessa vez não era medo.
— De início ela ficou desconfortável, mas eu a ajudei. — Enzo murmurou marcando território e claramente sendo ciumento.
— Eu sinceramente queria desistir também, mas ver a Bi me fez ter forças, esse lugar não é nada parecido comigo. — Bruna comentou.
— Pelo menos se algo ruim acontecer teremos uma a outra.
— Oh, não se preocupe querida, nós sempre teremos Paris. — Bianca falou divertida, mostrando um pouco de conhecimento sobre algo que Isabel a ensinou.
— E...Bruna, ela já tá falando igualzinha a minha avó, te prepara pra jovem com alma de idosa. — João brincou fazendo as duas gargalharem.
Tanto João quanto Enzo notaram o quanto que a risada de Bianca era contagiante e fofa, era algo que com certeza os dois queriam escutar por horas, algo que Enzo também notou é que a garota tinha um sorriso lindo e gentil, algo muito encantador.
— Bem que o senhor sabe que eu tenho alma de velha, mas saiba que eu vou ficar de olho no senhor para Dona Isabel, a coitada fica com os cabelos a cada dia mais branco de preocupação, seu João.
— Nem invente, você não vai de forma alguma me dedurar para minha avó. — o garoto colocou as mãos na cintura. — E para de me chamar assim?
— Assim como, seu João? — Bianca pirraçou, ela entendeu que era de "senhor".
— De "senhor" ou de "Seu João", meu nome é João, você pode se referir a mim como você, não gosto quando você me trata assim, eu não sou superior a você, Bi. E isso vale pra ti também, Bruna.
— Pode deixar, seu João. — Bruna também entrou na brincadeira.
— Vocês duas são bem pirracentas, Deus que livre. — as duas riram. — Ah, Bru, qualquer coisa quando a Bi não tiver aqui, pode me procurar que eu te ajudo. — João se ofereceu sendo prestativo.
Ele estava fazendo isso para impressionar Bianca e ele tinha conseguido. Enzo estava em silêncio, observando tudo e ficando cada vez mais irritado com a aproximação dos dois, ele realmente estava com ciúmes, ele queria que Bianca se abrisse assim.
— Olha, quem ver até pensa que é esse bom moço, não cai nesse conto, Bru.
Para Bianca era impossível que qualquer homem a visse de uma forma romântica, especialmente homens como Enzo ou João, ela sentia que nunca seria o tipo de garota que seria a namorada, todos só a olham como um mero objeto sexual.
— Ele não está querendo contar esse conto pra mim não, amiga. — Bruna sorriu maliciosamente, notando que João queria mesmo era Bianca.
— Jo, amor. — Uma garota loira se aproximou e beijou João para marcar território. — Você nos abandonou do nada. — completou ao se afastar, deixando João sem graça.
Enzo se animou ao ver a garota, isso significava que João não poderia se aproximar de Bianca.
— Eu vim conversar com minhas amigas que são calouras. — João sorriu para as meninas meio sem graça.
— Eu sou a Bruna e essa é a Bianca. — Bruna estendeu a mão para a garota, que apenas a olhou com puro desdém e a ignorou.
— Você é o jogador de futebol que o João vive falando que é vizinho dele e que ele morre de vontade de pedir para tirar uma foto, mas tem vergonha. Prazer, eu me chamo Alice.
João ficou bravo por Alice dar aquela informação, especialmente porque ele estava em uma clara disputa pela atenção de Bianca com Enzo.
— Ah, João, por que você nunca me pediu? Eu sempre tenho um enorme prazer em atender meus fãs. — Enzo sorriu extremamente debochado.
— Bem, como eu sou uma pessoa muito educada, eu vou avisando que nós temos que ir. — Bianca falou alfinetando Alice pelo comportamento com Bruna. — Jo, muito obrigada por tudo que você fez por mim hoje e sempre, você tem um espaço no meu coração igual a sua avó. — Bianca sorriu sincera e de pirraça se aproximou e beijou o rosto do rapaz que sorriu abobado.
Enzo revirou os olhos e olhou para João como se quisesse matá-lo.
— Próxima vez fala na cara, garota. — Alice retrucou. — Tinha que ser esse povo da favela.
Aquilo deixou Enzo indignado, João ficou bravo, mas iria chamar atenção de Alice só depois. O contraste entre os dois era enorme, Enzo ficou bravo porque sabe que aquela fala foi preconceituosa e João ficou bravo porque isso afastaria Bianca dele.
— Bem, eu estou falando com o João, é muita falta de educação se intrometer em uma conversa onde não foi chamada, Alice.
— Eu acho muito engraçado você falar isso porque você é extremamente mal educada e inconveniente, com isso podemos notar que ser da favela não torna uma pessoa automaticamente mal educada e ser rico não torna a pessoa automaticamente educada e civilizada. É graças a gente baixa que esse país tem tantos problemas sociais. — Enzo defendeu as meninas. — Meninas, vamos, não é bom ficar do lado de gente mal educada assim. — Enzo puxou Bruna e Bianca e saiu.
— Olha, obrigada por ter nos defendido, normalmente pessoas brancas não fazem isso. — Bruna agradeceu.
— As pessoas mais importantes da minha vida são negras, seria um desrespeito com elas me calar diante de uma situação de elitismo e racismo, eu fiz o mínimo, não precisa agradecer. — Enzo comentou.
— A Bruna tem razão, normalmente isso não acontece é sempre a gente pela gente. Obrigada mesmo, seu Enzo. — Bianca agradeceu se sentindo mais confortável ao lado de Enzo.
— Eu fiz o mínimo, Bianca. Aliás, não quero nenhuma das duas me chamando de "seu Enzo" ou de "senhor".
— Mas...
— Não tem "mas...", Bianca, a nossa relação profissional vai continuar a mesma, só não quero que vocês falem comigo dessa forma, o que aconteceu naquela universidade me irritou, não quero ser esse tipo de pessoa. — Bianca assentiu.
— Está bem então.
Bianca não queria obedecer, mas ela sentia uma necessidade de fazer isso, uma certa submissão que ela tinha medo, especialmente porque ela sentiu um calor esquisito em seu corpo pelo tom de voz de Enzo.
Enzo tem um tom de voz grave naturalmente, mas quando está sério e demandando ordens é mais atraente, até sexy, isso sempre enlouqueceu as mulheres.
— Bruna, quer uma carona até o metrô?
— Se isso não for atrapalhar o senh...você, eu aceito sim.
Enzo sorriu satisfeito, eles entraram no carro e no caminho estava bem silencioso, para Enzo era péssimo, mas ele queria muito perguntar sobre a relação entre João e Bianca.
Óbvio que ele não queria sentir nada disso por Bianca, especialmente por respeito a sua esposa, mas ele não conseguia controlar.
— Bi, você e o João são amigos com benefícios ou...? — Bruna indagou curiosa.
Mentalmente Enzo agradeceu a garota por perguntar isso, ele ficou atento a Bianca que estava vermelha de vergonha.
— Bem, eu não posso ter esse tipo de conversa aqui. — Bianca olhou para Enzo. — Mas não, ele e eu não temos nada e nunca teríamos.
— Por que não? — Bruna percebeu que os dois estavam interessados em Bianca, mas para a garota, Enzo tinha um interesse mais sexual e João era mais amoroso.
— Bru, não acho que eu deva ter essa conversa agora. — Bianca alertou olhando para Enzo. — Mas de verdade, João e eu não temos nada e ele jamais iria se interessar por uma mulher como eu.
— Uma mulher fofa, engraçada e de atitude?
— Não, você sabe...— Bruna acabou entendendo, posto que mulheres negras e periféricas raramente eram o interesse romântico de alguém branco e rico. — E eu não sou uma mulher que ele ou qualquer homem acharia bonita. — Bianca escutava tanto que era feia, mesmo sendo uma mulher lindíssima que ela acreditava em tal absurdo.
Enzo não entendia como ela não poderia ver o quão linda era e que qualquer homem a veria como uma deusa. Aliás, qualquer homem que prezasse pelo caráter valorizaria muito uma mulher como Bianca ao lado.
Para Enzo, Bianca não era só bonita por dentro, ela era extremamente linda por fora também, ela é uma beleza extremamente delicada e perfeita.
Óbvio que ele estava enciumado com toda situação, ele tinha muito interesse e se culpava por tais sentimentos, mas ele também se preocupava com Bianca, o homem sabe muito bem que rapazes como João fingem que se apaixonam ou até chegam a sentir paixão por mulheres como Bianca, mas no final nunca assumem e só usam as garotas e jogam foram, ele detestava imaginar que Bianca seria uma vítima do rapaz.
Assim que deixou Bruna na porta da estação, Enzo e Bianca foram discutir o contrato de trabalho, eles saíram bem satisfeitos, Enzo não estava exigindo muito e deixou claro que queria que Bianca continuasse estudando. Ele a levou até a estação de metrô mais próxima a casa da garota.
— Olha, eu sei que você não quer que eu me intrometa na sua vida, mas tome cuidado com caras como o João. — Enzo alertou quando parou o carro.
Ele não fez isso por ciúmes, mas sim por cuidado, ele já previa como tudo aconteceria e onde isso terminaria, ele tinha amigos iguais a João e ele sabia como as coisas funcionavam fora da régua moral dele. Isso sem contar que ele pensava muito em como a filha dele estaria vulnerável como Bianca a situações assim no futuro.
Bianca engoliu em seco, pois compreendeu a mensagem de Enzo, ela sabia que João tinha péssima fama e se algo acontecesse entre os dois, ela não seria diferente das mulheres que ele só usou e jogou fora como se fosse nada, ela não podia acreditar em conto de um cara legal.
— Enzo, eu já falei, não existe nada entre João e eu. Além disso, eu não sinto nada por ninguém e sou proibida de namorar, minha família não permite por questões religiosas. — forçou um sorriso.
Não era exatamente por isso, mas era a justificativa que seus tios davam para todos os que tentaram namorar com ela. Enzo até compreendeu o fato dela ter muito medo de tudo e todos ao redor, muito provavelmente ela sofreu uma lavagem cerebral devido a religião e ele mesmo sendo um católico não praticante, não via com bons olhos a alienação extrema de mulheres com dogmas religiosos.
— Mesmo assim, tome cuidado com tudo e todos, você é uma boa pessoa e infelizmente o mundo é cruel com pessoas como você. — murmurou preocupado.
Bianca mordeu o lábio inferior e concordou com o homem, dessa vez, ela estava mais confortável com Enzo e sentia que ele não queria o seu mal e nem a via como um pedaço de carne, isso fez com que ela inconscientemente quisesse se abrir com ele.
— Infelizmente eu sei como mundo é comigo e não se preocupa, eu sei o meu lugar.
— Bi, o seu lugar é onde você quiser ou desejar, não te falei para te colocar para baixo, te falei isso porque eu realmente te acho uma mulher admirável que não merece passar por nada ruim.
— Obrigada por tudo que o senhor fez por mim hoje e pela oportunidade de emprego, saiba que eu serei sempre grata por tudo que o senhor fez hoje desde o momento que me conheceu.
— Não agradeça a mim ou as pessoas por te tratarem como um ser humano, é o mínimo que eu poderia fazer, te tratar com respeito e cuidado, não me agradeça por nada do tipo e pare de me chamar de senhor.
Bianca sorriu animada.
— Eu tenho que ir, vejo o senhor amanhã e muito obrigada mais vez, significa muito para minha pessoa receber o mínimo de respeito. — Bianca tirou o cinto e quando iria abrindo a porta do carro, Enzo a impediu.
Bianca o encarou confusa.
— Ah, pelo que você contou de sua família, eu tenho certeza que sua mãe estaria muito orgulhosa da mulher que você se tornou e eu tenho certeza que lá do céu ela está sorrindo pela sua conquista, nunca mude seu jeitinho por ninguém, está bem?
Bianca não conteve as lágrimas ao escutar isso, pela primeira vez ela teve vontade de abraçar um homem por se sentir confortável e segura e mesmo que não fosse apropriado, a garota o abraçou apertado.
Enzo estranhou, mas logo a abraçou e ficou feliz pela garota em seus braços, ele correspondeu ao abraço e inalou o perfume da jovem. Quando eles se afastaram, Enzo segurou o rosto da moça e limpou as lágrimas com o polegar.
— Desculpa ter te abraçado é que...
— Não precisa pedir desculpas, você é um ser humano que expressou sua gratidão com um abraço e está tudo bem, na verdade, pelas coisas que aconteceram na minha vida hoje, eu estava precisando mesmo de um abraço. — Enzo a tranquilizou.
De fato, horas antes de encontrar Bianca, Enzo até estava chorando dentro do seu carro com medo de perder Marilene, Bianca trouxe uma certa luz para sua vida em algumas horas.
— Bi, você é uma mulher bonita por dentro e por fora, nunca deixe ninguém dizer o contrário. Você é literalmente a personificação do que Mari e eu almejamos que Luna seja no futuro, uma mulher de muito caráter e eu estou feliz que você irá ser uma imagem positiva para minha filha. — murmurou sincero.
Enzo sorriu sincero e Bianca sentiu o coração acelerar freneticamente, além de ter um incômodo no estômago e um calor esquisito por todo corpo, quando ela menos percebeu estava encarando os lábios do homem.
Ela notou que ele tinha lábios grandes e até um pouco carnudos, ela imaginou serem macios e bons de serem beijados. Ao perceber que estava tendo uma visão errada, ela se afastou e olhou para as próprias pernas envergonhada.
— Eu prometo que vou cuidar da sua pequena como se ela fosse minha irmãzinha e vou ser a melhor babá do mundo.
— Eu sei que você vai ser.
— Bem, eu tenho que ir. — ela abriu a porta do carro e saiu.
Bianca estava muito confusa consigo mesma por ter sentido pelo seu chefe tudo que as mocinhas de seus livros de romance favoritos sentiam pelos heróis. Ela decidiu para si mesma que iria cortar isso dentro de si, especialmente porque Enzo claramente só a tratou bem por ver um pouco de sua filha e de sua falecida esposa nela, não havia motivos para ter atração pelo homem, era até desrespeitoso.
Para Enzo ele havia encontrado uma maneira de driblar qualquer atração que tenha sentido por Bianca, ele havia "entendido" que cuidar de Bianca se dava pela forma como ela lembra um pouco Carol e Luna, ele sabia que não era totalmente verdade, mas era melhor isso que desrespeitar a memória de sua esposa.
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