#curiosidades sobre pedras quentes
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spadaycasal · 4 months ago
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Massagem Geotermal
A massagem geotermal é uma técnica terapêutica que utiliza pedras vulcânicas aquecidas para aliviar a tensão muscular e promover o relaxamento. Essa técnica é baseada na teoria de que as pedras possuem propriedades terapêuticas e podem ser utilizadas para equilibrar a energia do corpo. Nossos terapeutas especializados aplicam a técnica de forma cuidadosa e adaptada às necessidades individuais de cada cliente, proporcionando uma experiência única e relaxante.
Visite nosso site: https://bit.ly/spa-dharma
Espaço Dharma - Massagem Geotermal
☎ (13) 98184-0312 📧 [email protected] 🌐 https://espacodharmasantos.com.br
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tecontos · 24 days ago
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Dei na praça pro desconhecido que viria ser meu namorado.
By; Thiciane
Oi Te Contos, embora esse seja o meu primeiro conto, eu já acompanho vocês a quase 3 anos. Eu me chamo Thiciane, tenho 24 anos, atualmente namoro, esse conto aconteceu em Janeiro desse ano, em um bloco de pré carnaval e como sempre me deixa com tesão ao lembrar quero contar aqui para vocês.
Foi para um pré bloco de carnaval. Eu estava como todas as noites, rindo e dançando, simplesmente curtindo cada momento do que para mim seria mais uma festa como tantas outras. Até que o vi, e não acreditei. Fiquei nervosa, minhas mãos ficaram geladas, fiquei sem reação… então decidi me mostrar para tentar chamar a sua atenção de alguma forma.
Eu sou magra, de altura mediana, levemente morena, tenho tatuagens, e o que eu mais gosto de fazer é de seduzir alguém. Gosto de me sentir desejada, como uma boa taurina. E assim, comecei a dançar sensualmente… esbanjava sorrisos de quem está gostando do momento. Me exibi absurdamente, e finalmente consegui chamar a sua atenção. Eu mal pude acreditar no que estava acontecendo, pois vi que ele me olhava. Nossos olhares se cruzaram e ele deu aquele lindo sorriso que me conquistou. O retribui, e acredite… ele percebeu que fiquei sem graça.
Foi então que ele veio em minha direção, colocou suas mãos grossas em minha cintura, e como se me conhecesse, me segurou firme contra seu corpo e me beijou. Me arrepiei todinha… ele me beijou assim, sem falar nada. Acho que quando ele viu meu olhar soube que não precisava me conquistar, precisava apenas de atitude.
Nossos beijos ficaram cada vez mais quentes. A música fazia o nosso jogo, nossos corpos dançavam colados, não queríamos saber de outra coisa se não fosse ter o corpo do outro. Ele me segurou pelo pescoço com meus cabelos entre seus dedos, e com aquela voz grossa sussurrando em meu ouvido me chamou para sair dali.
Era domingo à noite, então a cidade estava mais calma, as pessoas trabalhavam no dia seguinte, então não tinha muito com o se preocupar. Eu só queria sentir cada parte do corpo dele, pois não sabia se o veria novamente, precisava matar a curiosidade do meu desejo. Ali nos arredores do parque tinham umas mesas, aquelas de pedra que se tem em praça. Foi ali mesmo que tudo aconteceu.
Ele me colocou sobre a mesa, me segurou firme pelo pescoço e foi beijando meu corpo. Ele beijou meu pescoço, beijou meus seios, minha barriga, foi dando diversas mordidinhas em cada canto que explorava, e eu cada vez mais molhada de tanto tesão que sentia. Cada beijo era um choque, a cada mordida e respiração em minha pele eu sentia mais tesão. A cada toque dele eu desejava mais que me comesse.
Eu estava de saia, o que facilitou nossas vidas. Ele colocou minhas pernas em seus ombros e foi com sua cabeça para dentro da minha saia. Parecia que me conhecia, pois sabia exatamente o que fazer. Antes de começar a me chupar, ele ia acariciando cada parte da minha buceta suavemente com suas mãos e sua língua. Senti choques e sensações magníficas que normalmente não acontecem, talvez fosse o desejo por ele que sempre senti. Começou a brincar com meu clitóris, fazia movimentos circulares nele com os seus dedos e depois com sua língua, e quando já estava explodindo de prazer, lambeu o meu cú até chegar novamente no meu clitóris. Quando ele fez isso, fiquei louca.
Adoro quando chupam o meu cú! Começou a me chupar com tanta vontade, firme sem me machucar, na medida certa. Ia intercalando entre me estimular levemente, até as chupadas mais firmes, enfiando sua língua em minha buceta. Me lembrei que estava ali no meio de uma praça gozando facilmente com o desconhecido que desejei. Isso me deixou com mais tesão, era a sensação do perigo misturado ao desejo.
Depois de gozar em sua boca, me deu um beijão daqueles, e pude sentir o meu próprio gosto… aquilo me deixou maluca. Minha buceta piscava quase que implorando para ele meter em mim.
Ele então começou a pincelar seu pau em mim sem saber que isso me deixa com mais tesão… Pôde ver que eu estava fora de mim, então ia fazendo mais e mais. Era como se fosse um jogo de como me “torturar”. Fingia que ia colocar a cabeça, mas tirava, passava a cabeça do seu pau no meu clitóris, depois fazia que ia enfiar e tirava de novo, e quando eu já não aguentava mais, falei:
-Me come! Por favor, me come!
Ele sorriu para mim e foi enfiando devagar. Nossa!!!! Não preciso dizer que aquilo me deixou em êxtase. Eu gosto de um sexo firme, forte, porém quando estamos começando, gosto que enfie devagar para sentir cada parte do pau, exatamente como ele fez.
Ele me comeu ali na mesa da praça, sentada de frente e com ele em pé. Minhas pernas estavam apoiadas em seus braços enquanto ele me puxava contra seu corpo. Nossos corpos suavam e cada vez mais ia colocando mais pressão, estava enfiando tudo. Dava umas puxadas fortes contra ele, puxava meus cabelos, apertava meu pescoço, um típico sexo selvagem. As vezes acalmava um pouco, tirando todo o seu pau, passando a cabeça na beirada e colocando novamente devagar.
Eu já podia gozar facilmente, mas ele então me colocou de bruços na mesa, deu mais uma chupada e continuou comendo a minha buceta por trás. Colocou meus braços para trás e segurou meus pulsos. Eu estava completamente imobilizada, exatamente do jeito que gosto. Eu estava sendo dominada no meio da praça… Essa sensação de domínio fazia com quem eu lutasse para não gozar logo, mas foi mais forte que eu.
Não demorou muito para que gozássemos naquele minuto. Pude sentir seu pau pulsando, e como ali na rua não poderia me limpar, falei:
- quero tomar seu leite.
Há muito tempo não via tanto gozo, acho que a situação do perigo nos deixou extremamente excitados. Não deixei uma gota sequer cair… acho que ele também jamais imaginou o que fosse acontecer naquela noite.
Trocamos contato e voltamos pro bloco, ficamos nos beijando. Acabamos ficando outros dias, começamos a namorar serio. E até hoje procuramos transar em lugares diferentes. Afinal, nos conhecemos assim, e assim continuamos.
Enviado ao Te Contos por Thiciane
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cherryblogss · 3 months ago
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Não sei se vcs sabem mas esse mano aí da foto tava nas praias do rj na última semana eu nem notei sabe so que me deparei com essas fotos hoje e tava com a mente a mil😝
pensando aki 💭💭💭 em um amor impossível
Você e Felipe se conhecem no avião ambos em uma conexão antes do destino final que seria o local onde os dois vão passar férias. Para ele é um país estrangeiro e para você uma cidade turística do país que nasceu/mora (cuzil), por isso, estranha quando o carinha que senta do seu lado no avião te pergunta algo em português com um sotaque tenebroso e cheio de erros de concordância, o que te faz dar um risinho e ele te acompanha se explicando que queria tentar praticar o idioma o máximo que podia, já tinha estudado bastante mas ainda sim tinha dificuldades. Nisso, vocês começam a conversar sobre assuntos aleatórios, ele te perguntava algumas curiosidades sobre o lugar que vc sempre viajava nas férias. a conversa é interminável, dificilmente ficavam mt tempo calados e como Felipe queria aproveitar tudo oq podia da sua companhia até se fazia de besta ao te perguntar coisas óbvias. No fim de tudo quando o avião aterrissou, Pipe tomou coragem e pediu suas redes sociais para tentar manter o contato e honestamente tinha ficado encantado pela sua personalidade e beleza, você era uma surpresa incrível na vida agitada dele. Como ele era mt bonito e fofinho vc adicionou o argentino msm com a certeza que no dia seguinte ele nem lembraria do seu rosto. Ou era oq vc achava rsrsrsrsrs
Dois dias depois acorda com uma dm do Felipe dizendo que se sente meio perdido e quer saber os melhores lugares para tomar um café, então a partir do momento que vc aceita acompanhá-lo, engatam em um romance - o meu meninão não perde tempo é vapo na hr - No café vcs se divertem mt e torna-se evidente que tinham uma química indescritível se cansada e com jetlag no aeroporto vc era linda, toda arrumadinha e com um vestido de verão marcando suas curvas se convertia em uma deusa para Felipe. Tudo em vc o deixava atraído e com uma certa culpa por prestar atenção demais nas suas coxas expostas enquanto estava sentada.
Desde esse primeiro café, vcs ficam inseparáveis, indo a museus, restaurantes, praias, pontos turísticos e até em uma trilha que Pipe te convenceu a ir. nesse dia, deram o primeiro beijo quando durante a caminhada encontraram uma cachoeira e decidiram se refrescar já que tinham ido preparados com roupas de banho por baixo. Pipe quase enfartou quando viu sua calcinha fio dental, logo mergulhando na agua gelada para esfriar o corpo e a cabeça debaixo. Apesar de a todo momento estarem confortáveis e falando, era palpável como nesse momento tinha uma certa tensão, por isso, ficaram um tempo se encarando com o som ambiente totalmente abafado pela atmosfera criada por vcs dois. vc que toma a atitude de unir os lábios em um beijo calmo, suas mãos agarrando o pescoço másculo com vontade e acariciando o cabelinho molhado do argentino que timidamente segurava sua cintura. Não demora mt para o beijo ficar mais desesperado, ambos soltando sons ofegantes na medida que as línguas se tocavam e os dentes de vez em quando se batiam arrancando risinhos cúmplices de vcs dois. O clima fresco se torna quente com a temperatura corporal subindo conforme as caricias ficam mais ousadas com as suas pernas entrelaçadas ao redor da cintura dele e as mãos grandes apertando sua bunda. Chega a um ponto que ele te leva até a beira onde tem umas pedras (a ambientação de milhões de pesos argentinos) apoia sua coluna e desce beijos até chegar nos seus peitos onde Felipe afasta a pecinha para sugar um mamilo enquanto aperta com vontade o outro lado, ele se lambuza nos seus seios deixando chupões e brincando com os mamilos até ficarem encharcados com a saliva dele. Para por um momento, voltando a focar os olhos azuis em ti perguntando seriamente se vc queria fazer algo mais. Ofegante e impaciente, vc responde que sim e move uma mão para apertar a ereção marcada nos shorts de banho dele. Felipe não perde tempo, afasta sua calcinha para o lado e grunhe quando vc retira o pau inchado da roupa. por mais que estivesse ansioso para te foder, ainda te provoca esfregando a glande inchada no seu clitóris se deliciando com os seus gemidos dengosos chamando o nome dele naquele sotaque gostoso. Na hora que ele desliza os primeiros centímetros dentro da sua bucetinha estreita só consegue jogar a cabeça para trás e morder os lábios ao sentir aperto gostoso e quentinho do seu buraquinho. Mas logo se recupera, empurrando seus quadris com as mãos grandes, te fodendo no pau grande dele em um ritmo vigoroso. Suas unhas arranhavam as costas largas e pálidas a cada estocada que atingia cada pontinho dentro da sua buceta. Ambos não duram mt, ainda mais com os dedos gigantes e hábeis massageando seu grelhinho até seu canalzinhos contrair repetidas vezes e melecar o pau dele com o seu melzinho. Felipe goza com o rosto enfiado no seu pescoço murmurando em portugues todo manhoso como vc tem a buceta mais gostosa que ele ja fodeu, omo queria fazer isso de novo e de novo para te provar todinha. Depois disso tudo se eleva a um nível mais íntimo, realizavam as atividades turísticas e passeavam como um casal de férias, tudo parecia um conto de fadas, ambos se apaixonando cada vez mais em um curto período de tempo.
Ta cherry mas oq essas fotos tem a ver? Calma! me empolguei na putaria que nem era pra existir. Como ele sabe que o tempo de vcs é contado, Felipe te fotografa a todo momento, ainda mais com vc distraída, assim quando ele voltasse para casa poderia te imaginar fazendo as coisas mundanas e rotineiras ao lado dele. Falando nisso - omg la vem o angst - vc é a primeira a ir embora, oq Pipe não aceita mt bem quando vc avisa só uma noite antes. Tudo que ele evitava pensar estava vindo a tona agr, a solidão e perder a pessoa mais incrível que ele tinha conhecido. Racionalmente entendia q vc não podia abandonar sua vida e uma hora tudo acabaria msm, só que no momento da raiva acaba descontando mais do que deveria em ti, terminam a noite em um sexo bem selvagem e melancólico. Te deixa no aeroporto e se despede com lágrimas nos olhos, te abraçando apertado como se quisesse marcar o formato do seu corpo no dele. vc evita manter o contato depois, era doloroso demais e sabia que nunca daria certo algo a distância apesar dele ter oferecido em um momento de desespero. De vez em quando se falavam por mensagem, mas nunca ousavam conversar sobre os sentimentos frustrados. Felipe nunca te superou e msm raramente sem envolvendo mais sério com alguém não te tirava da cabeça comparando tudo e todos contigo. Passam anos até que vc vai a Argentina e só por brincadeira manda uma mensagem para ele, nem se importando se ele iria responder (jurou mo) na manhã seguinte sente um deja-vu com a surpresa de acordar com uma mensagem dele que estava ansioso para te mostrar a cidade dele.
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petra-vicx · 7 months ago
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Me and The Devil
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Capítulo 2 - O demônio e o garoto da vila oeste
O desespero de estar perdido no meio daquela imensidão de escuridão sem fim, me consumia, as poucas luzes eram mais agoniantes do que qualquer outra coisa, o que eram? porque eu tinha que segui-las? todas as perguntas sem respostas que rondavam minha cabeça, só faziam o nó que estava no meu estômago subir pra garganta.
No meio disso, vejo uma luz maior, aquilo me deu esperança, finalmente estava saindo daquele lugar, para nunca mais voltar... uma luz no fim do túnel
...
Não acreditava no que eu via...
Atrihapalyy... mas... como? Ele me guiou até aqui?
Eu olhava ao meu redor procurando pelo demônio, mas não via nada, mesmo sentindo sua presença
- Não sei onde você está, mas obrigado... - Sussurro, eu sabia que ele podia me ouvir muito bem... me aproximo da cachoeira, tirando minhas roupas mais grossas, para fazer o que deveria ser feito, a água era gelada, a luz do sol ainda fazia meus olhos doerem, pelo contraste com a escuridão que a pouco estava. Comecei a subir nas pedras, estava determinado a fazer aquilo, se me foi dada a chance de realizar, não poderia negar. As pedras eram escorregadias pelo musgo em torno, meus braços falharam várias vezes, mas eu não desistia, principalmente quando pensava que ele estava me observando, não sabia qual poderia ser sua reação a minha falha. Algumas vezes escutava sussurros, nos quais não conseguia entender o que falavam, mas eu sabia muito bem de quem eram...
- CARALHOOOO!!!!! - Eu gritava no topo da pedra, depois de ter feito o ritual, mesmo que não tivesse interesse em ir para as outras aldeias, ter a sensação de ter conquistado um desafio que só os mais corajosos realizavam, fez meu peito de encher de orgulho.
- Achei que iria cair algumas vez garoto... - olho pra baixo, a visão do demônio saindo da mata me fez lembrar de toda a situação de estava - Estou orgulhoso de você, mas não posso não ficar decepcionado, já faz algum tempo que não como carne humana, eu tive esperança... particularmente acho que o sabor do medo junto a carne, deixa tudo mais delicioso - Eu via o sorriso no seu rosto, seus dentes sujos de sangue me fizeram engolir seco. Seus olhos olhavam os machucados pelo meu corpo, parecendo contente com eles
- Você é realmente o demônio que tanto falam?
- Então você estava ciente da minha existência e ainda assim, veio até aqui? Então minha dedução sobre você ser um tolo, não foi tão errada... - Ele me olhava de uma forma que eu não sabia decifrar, queria conseguir entender, nunca fui olhado daquela forma, era curioso demais pra isso. Ao descer da pedra, me aproximo dele, percebendo a surpresa em meu olhar.
- Talvez eu seja tolo mesmo... - Aqueles olhos... sua aparência no geral, me causavam curiosidade sobre, era algo que parecia me puxar para ele.
- Se aproximado dessa forma, acho que o talvez se torne uma certeza... - Ele passava as unhas no meu maxilar, como se estivesse me avaliando melhor, agora a luz do dia - Você não parece ter medo da minha aparência... Faz alguns anos que não vejo um humano como você...
- Eu... realmente não sei explicar, mas- Acabei engasgando com a dor em meu queixo, um simples corte, mas que doía como um corte por folha de papel...
- Que belo... - Ele passava os dedos no meu queixo, parecia vidrado no sangue - Combina com seus olhos - Um sorriso macabro apareceu em seu rosto, enquanto ele lambia seus dedos, parecendo adorar o gosto - Prove...
- Não, obrigado...
- Uma pena... é delicioso.. - Sentia ele me puxando, levantando meu maxilar, lambendo o sangue direto de corte, aquilo me causou um arrepio, se era bom ou não... acho que não estava em posição de distinguir.
O contato quente de sua língua, junto de minha pele gelada pela água da cachoeira, me fez arfar, suas mãos em volta do meu corpo, enquanto ele me apoiava em uma pedra qualquer. Sukuna parecia procurar pelos meus outros cortes, passando os dedos em cada um deles, esboçando um sorriso toda vez que encontrava um novo, minha expressão de dor quando isso acontecia, parecia ser a coisa mais prazerosa do mundo para ele.
- Acho que entendi porquê deixei você vivo... - Ele falava passando a língua pelo corte na minha coxa - Seu sangue quente, escorrendo, enquanto você está vivo... é mais delicioso do que qualquer outra refeição que tenha feito em séculos. Acho que tirei a sorte grande em achar um garoto como você por aqui... - Senti meu estômago se trancar, o misto entre prazer e medo me deixava cada vez mais em êxtase. O que estava acontecendo na minha cabeça para eu estar cogitando deixar as coisas acontecerem daquela forma? Acho que estava de fato ficando louco...
Ao olhar para o céu, vi o crepúsculo, virando a chave em minha mente, se eu não saísse de lá, imediatamente, provavelmente não teria nunca mais a chance de ver a civilização novamente.
- Sukuna, me deixe ir... Vou cumprir minha promessa... nunca mais voltar... - Ele parou de lamber meu sangue, seus olhos vermelhos pareciam queimar minha alma, como se eu tivesse tido algum deslize - Eu não quero ficar... por favor...
- Quebre sua promessa...
- O que?
- Quebre sua promessa e te deixarei ir em segurança - Senti sua respiração no meu lóbulo enquanto ele sussurrava - Quebre sua promessa que nunca mais voltaria e prometo deixar você explorar toda essa floresta em segurança... - Qual seria a vantagem para ele querer fazer aquele acordo comigo?... - Você parece ter interesse em tudo que rodeia essa floresta, não quer fazer isso em segurança? Ter o conhecimento que foi perdido em séculos... Ser o único que tem a informação...
- O que você ganha com esse acordo? Não vejo quais são as suas vantagens nesse acordo... Eu posso muito bem voltar com um exército para destruir tudo...
- Acha mesmo que um exército me mataria? Parece que você não conhece todas as minhas lendas, não é? Só conhece a lenda que tem sobre a sua aldeia? - Assenti um pouco curioso - Humanos e seu orgulho que o mundo gira ao redor do seu próprio umbigo... Eu sou mais antigo que qualquer uma dessas aldeias que você conhece, você está na na presença de um dos seres mais antigos da terra, tudo que você conseguir imaginar com essa sua imaginação limitada, eu já presenciei. Eu vi o começo, o meio e o fim de praticamente todas as guerras no mundo.
- Qual sua vantagem no acordo? - Preferi voltar a minha pergunta, eu sabia que se desse corda, ele me faria ficar lá até o anoitecer.
- Garoto esperto... - Ele sorriu confirmando que ele queria me manter na floresta - Seu sangue e sua carne é minha vantagem, simples - Engoli seco com sua afirmação, sentindo um frio na espinha - Não pense que tenho interesse pelo o que você quer descobrir aqui, ou que estou de deixando vivo porque tem um rostinho bonito, quero te deixar vivo, igual vocês humanos deixam uma vaca ou um porco vivo até a hora do abate.
Me afasto dele, assustado com sua afirmação, como ele acha que eu poderia aceitar uma coisa dessas?
- Entenda, moleque, você não está em posição de escolha, você vai aceitar, ou prefere esperar terminar de escurecer e descobrir todas as criaturas que existem além de mim? Deve acreditar em mim, quando falo que sou o demônio mais agradável aos olhos humanos que vive aqui. Vamos, decida!
- Está bem! Eu aceito a condição! Irei voltar...
- Ótimo, e de minha parte do acordo, eu lhe darei proteção enquanto estiver na floresta! Agora me diga seu nome!
- Yuji Itadori!
- Então, eu Ryomen Sukuna, selo esse pacto com Yuji Itadori.
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saudosos · 11 months ago
Note
“Talvez a experiencia mais estranha que ja tive em minha vida. Poderia estar chapado ou delirando, mas eu estava são e muito bem consciente. Não me recordo de como fui parar ali, entretanto não havia um motivo para ficar parado onde eu estava. Me levantei e comecei a andar naqueles corredores imundos cheios de prateleiras com caixas e livros. Muitos deles. O lugar estava muito sujo e muito empoeirado. Minhas vestes tambem estavam sujas e com alguns rasgos. Devo ter saido de alguma briga recente, talvez, pois havia algumas manchas de sangue na minha camiseta. Minhas mãos tambem estavam escuras de sujeira e provavelmente sangue tambem. Olhei para as prateleiras escuras. Provavelmente estava nublado e no final de tarde, ao meu julgar da pouca luz no ambiente. O ar pesado me fazia tossir algumas vezes.
Passei o dedo para averiguar os livros. Eles não tinham titulos e nem autores, apenas datas. Todos seguiam a ordem de data e hora. Eram livros grossos. Me abaixei e puxei uma caixa. Continha alguns objetos estranhos, como penas e pedras. Devolvi a caixa e me levantei. Continuei pelos corredores e virei em outro. Estaquei quando vi que apenas parte do corredor estava com estantes cheias dos livros que pareciam mais novos. Peguei um aleatorio e comecei a folhear.
Aquelas palavras.
Devolvi o livro e voltei alguns passos e peguei outro aleatorio da prateleira.
Aquelas ações narradas.
Não é possivel. Coloquei de volta no lugar e peguei outro livro. E mais outro.
Era meu...
Era eu...
Larguei o livro no chão. Eu não estava acreditando. Meu coração começou a bater rapido. Podia sentir minha orelha esquentar e todo meu corpo ficar tenso. O que era tudo aquilo? Estava assustado.
Olhei para a ultima estante com livros. Ela estava preenchida até a metade apenas. A partir dali, só estantes vazias. O ultimo livro estava limpo, parecia ter saido da loja alguns minutos. Me intrigou ao ver a data, tão recente. E a minha curiosidade por explorar seu conteudo me fez puxar o livro e abri-lo. Percorri suas folhas lendo alguns trechos. Eu estava sem ação. Eram todas as minhas memorias registradas até aquele momento.
Todas as coisas boas.
Todas as coisas ruins.
Dores, alegrias, fracassos e conquistas.
Estavam todos grafados naqueles livros. Aquelas caixas, com objetos, notei depois de algum tempo, foram coisas que marcaram minha vida. Brinquedos, armas, alguns objetos valiosos para mim. Me deixei cair no chão e sentei.
Eu estava cansado. Fechei o livro e o coloquei de lado. Me encostei na prateleira para ficar mais confortavel. Tentei imaginar de alguma maneira como e porque fui parar ali. Não recordava de nada que fizesse algum sentido ou que teria me jogado para aquele lugar. Desisti de pensar sobre isso e fiquei apenas olhando aquelas estantes cheias.
Fechei meus olhos e senti meu corpo ficar quente. Até o ar pareceu melhorar.
Era a morte? Acho que não, pois dizem que ela é fria.
Ao abrir os olhos, eu estava deitado em minha cama, confortavel debaixo do edredon.
Um sonho ou pesadelo? Uma experiencia diferente, posso dizer, mas me deixou com um pouco de medo. Olhei para o relogio. Estava na minha hora. Era hora de levantar e escrever mais memorias para a minha biblioteca...”
Escrito em 10/03/2013
https://ekuseid.livejournal.com/215094.html
Espera… Coincidência eu ter te indicado “A biblioteca da meia-noite” sendo que sua história lembra o teor do livro? Desculpa, eu só… Eu só não acredito em coincidências… E eu fui indicar essa obra literária justamente à você?
Sua escrita, sua narração, me teletransporta para a história.
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ahquepena-seria · 2 years ago
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the 𝒆𝒃𝒖𝒍𝒍𝒊𝒆𝒏𝒕: a person who is overflowing with enthusiasm and excitement; boiling, bubbling 
✶     —     𝐎𝐍𝐂𝐄 𝐔𝐏𝐎𝐍 𝐀 𝐓𝐈𝐌𝐄    …    parece que no futuro vamos ler o conto de AQUAMARINE UNA TRITOGENEIA, a 1° prole de ARIEL E ERIC. Quando recebeu sua profecia de nascimento, disseram que ela seria aliado com OS HERÓIS, mas será verdade? Com 27 anos, ela veio das NETÚNIDA, onde atua como HERDEIRA DE ATLÂNTIDA, tornando-se bastante explícito que serve a CASA TRITOGENEIA . Os pássaros me disseram que ela VAI PARTICIPAR da Seleção com intuito de TRAZER HONRA PARA A FAMÍLIA . Típico, considerando sua reputação de ser TEIMOSA, MANDONA e TAGARELA, embora eu deva admitir que possa ser EXTROVERTIDA, PERSISTENTE e DIPLOMÁTICA. Aposto que deve ter herdado tudo isso dos pais!
                               ✶     —    𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐎 𝐓𝐇𝐄𝐈𝐑 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐘 𝐁𝐄𝐆𝐈𝐍𝐒 …    
Existe quem diga que as estações do ano tem algum poder de influencia sob aquele que nasce em seu domínio. E foi no dia mais quente do ano, em pleno verão, que a princesa Ariel deu a luz a sua primeira filha, algo que fora comemorado por todo o reino de Netúnia, tanto em terra quanto em Atlântida, o mar estava em festa, com ondas majestosas em celebração ao nascimento da herdeira. A menina fora batizada de Aquamarine, em homenagem a pedra preciosa que tem uma das cores mais raras dentre todas, evocando pureza das águas azuis cristalinas e o relaxamento e a sensação de calma que o mar traz, espiritualmente está associada à confiança e ao desapego.
E o mesmo podia se dizer da princesa, desde cedo era fácil perceber que Aqua, como fora carinhosamente apelidada, era uma garota cheia de energia, mesmo quando bebê a menina não parava quieta um segundo, com seus olhos abertos querendo explorar cada pedacinho de mundo disponível. E conforme crescia isso só se tornava ainda mais evidente, era uma daquelas crianças que não ficava quieta e perguntava o ‘porquê’ de tudo, e não parava até que alguém praticamente implorasse dizendo ‘porque sim Aqua, apenas porque sim.’ Ela não se contentava muito, então passou a procurar suas próprias respostas, enfiando a cara nos livros e estudando sobre tudo, sobre o mundo.
A parte favorita de Aquamarine sempre esteve dentro dos oceanos, sentia que havia muito mais a explorar por lá, adorando acompanhar os pais por suas viagens pelo mundo, mas especialmente quando podia seguir junto de Ariel na forma de sereia e desbravar os oceanos. Talvez por isso, ou por pura obra do destino, fora escolhida como Herdeira de Atlântida, e por mais que isso fosse uma grande honra, Aqua sentia que isso a prendia de alguma maneira, como se mesmo antes mesmo de conseguir explorar todo o mundo, estava presa a um trono. E ainda havia o fato de que muitos a olhavam torto por ser mulher, como se não a considerassem capaz, mas, teimosa como era Aquamarine fazia questão de provar o contrário, teimosa do jeito que era, se recusava a aceitar que lhe terceiros lhe dissessem o que fazer ou quem deveria ser, e decidira muito jovem que seria maior e melhor do que qualquer homem que se colocasse em seu caminho.
No todo, Aquamarine não faz  muito o estilo princesinha, como o contado nos contos de fadas, e por sorte, seus pais não se importavam tanto com isso, sempre diziam que queriam que seus filhos fossem felizes e seus próprios indivíduos, desde que tivessem coragem, tudo estaria bem dentro daquele lar, que sempre fora cheio de amor.
Aquamarine é conhecida em Netúnia por causar pequenos problemas e confusões, os Tritogeneia provavelmente se cansaram de ouvir reclamações de sobre ela, mas ela não pode evitar, é quase como se fosse um imã para confusões, tudo culpa de sua curiosidade incessante e coração enorme, ela está sempre pronta para embarcar para uma próxima aventura.
                                       ✶     —    𝐔𝐍𝐋𝐎𝐂𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐀𝐆𝐈𝐂 …    
Manipulação da Água -  capaz de manipular plenamente a água e seus estados e controlando seu fluxo, porém, não consegue criar água do nada e seus poderes são aumentados quando está em forma de sereia embaixo d’gua, quando humana a manipulação é mais fraca e requer mais energia.
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ondenilson · 10 months ago
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O Balanço das Ondas
A chuva cai durante uma noite fria de abril. Ouço os pássaros anunciando a violência que cresce pelo lado de fora da janela. As estrelas estão mortas e só o que vejo são suas lembranças embriagadas pelo tempo. No calor da minha triste casa, debruço-me diante de uma coleção de fotos antigas, passando meus olhos pelos rostos que outrora foram desejados e lindos. Percebo que a decadência e a morte são inevitáveis. Receio acreditar que um dia serei eu nestas fotos, que a vida passará e serei consumida por uma enxurrada de acontecimentos, devorada pela lembrança, jogada em meio à desgraça que é o esquecimento. Ao mesmo tempo, agradeço pela certeza de que nada que eu faça será capaz de me proteger deste trágico fim que espera a grande maioria de nós.
Ao passo que me afogo com devaneios noturnos, no outro lado do país, ouvindo músicas sobre amor, com um baseado na mão, estava o homem cuja flecha da paixão rasgaria a carne do meu peito, lançando-me em um deserto de desespero. Mas como toda história de amor, a nossa começa com um riso despretensioso, um toque quente, um beijo escondido. Este amor começa como o balanço do mar, leve e gradual, transformando-se em uma poderosa tormenta que me consome até no delírio do paraíso, nas convulsões do inferno.
Como um raio que rasga a carne escura da noite fria, ouço os cânticos angelicais do outro lado da parede. Naquela hora, só pensei em como era agradável conviver com uma aspirante a música, o clima úmido da chuva, juntamente com aquele som abafado, as fotos na cama. O clima era de morte, de decadência. Era tanto moral como espiritual. Não acredito que irei me mudar, que sentirei o gosto da liberdade. Senti muito por todas as perdas que tive nos últimos meses, mas esse é o fluxo mais comum que há; a vida é um sopro.
Os devaneios que tenho, juntamente com a esperança crescente, eram o que me sustentavam na realidade, um paradoxo interessante. A vista do futuro sobre como os acontecimentos se sucedem nos faz acreditar que havia outras maneiras de perseguir o mesmo caminho, apesar de ilógico ou irracional pensar assim. Passo pelo quarto, vejo todos aqueles móveis carregados de memórias. Lembro do dia em que corri pelo parque central e caí, quebrando a perna. Passei dois meses sonhando com o dia em que poderia voltar a sentir o toque do vento em meu rosto. Às vezes, tudo que mais desejamos um dia foi algo banal.
Minhas malas estavam prontas. Deito sobre minha cama, meu corpo está rígido. Esta será a última noite que terei em meu quarto, em minha casa, em minha cidade, com meus pais, com minha irmãzinha, com os meus sonhos intactos, sem a violência da realidade. Aquela noite foi triste e marcante, foi a confirmação de que a vida estava passando, que eu estava envelhecendo.
Passada a noite calamitosa que me afogava em depressão, desperto e me deparo com um dia extremamente azul. Desço as escadas de casa, vestida com minha camisola branca de seda, meus seios levemente caídos, sinto a juventude e a maciez do toque. Caminhando pelo jardim, percorro a pequena trilha que afasta minha casa da praia, as pedras grandes e afiadas que serpenteiam minha residência trazem consigo uma violência que dilacera a alma mais do que o corpo, trazendo à tona memórias. Vejo o azul do dia, os pássaros no horizonte do oceano, minha casa ao longe; desejei tanto partir daqui, voar intensamente. Agora, está acontecendo; estou quase partindo, faltam poucas horas. Depois disso, qual será meu sonho? Tenho medo do que se aproxima, mas minha curiosidade é maior. Avanço pela praia em direção ao mar. Daqui, observo o balanço das ondas; a vida estava acontecendo diante de mim. Estou pronta para partir, pronta para quebrar as rochas, respingar na terra, incendiar as palavras na cidade.
Depois desse belo momento de depressão e melancolia, com umas pitadas de esperança e saudosismo, volto à minha casa, visto-me e encontro-me com meus pais.
"Bom dia, mãe, as minhas malas já estão prontas, quando vamos para o aeroporto?"
"Clara, minha filha, vamos daqui a pouco, é um pouquinho longe, mas vou aproveitar para ir visitar a Cláudia, é no caminho mesmo."
"Certo, nem tô acreditando que vou me mudar, essa vaga que eu consegui na Revista Laguna é a melhor coisa que me aconteceu em anos."
"Sim, desde que você saiu da faculdade, fico me perguntando se conseguiria um bom emprego."
"Ah, mãe, para, por favor, a faculdade estava me limitado, o importante é que eu conheci o Diretor da revista e ele adorou os meus textos, não será nada glamouroso, mas tenho certeza que eu vou conseguir a minha coluna nos próximos meses, eu tenho potencial, mãe, sou eu, a Clara Fonseca, você mais do que ninguém conhece a minha capacidade de escrita."
"Sim, amor, eu não duvido da sua capacidade, mas eu tô com medo, minha Clarinha está indo embora, eu queria te proteger pra sempre."
"Mãe, pode confiar em mim, eu tenho certeza que vou conseguir essa coluna até o final do ano, você terá uma filha escritora, e será só o começo."
Após o café da manhã, minha mãe me deixou no aeroporto, foi uma viagem de duas horas de carro, fiquei completamente imóvel a viagem toda. Ouvindo músicas sobre amor, tempo e despedida, passei um bom tempo chorando baixinho, minha mãe percebeu, mas não quis falar nada, acredito que seja difícil para ela me ver partir. Eu já tinha ido para a capital estudar, fiz letras durante 2 anos, mas não me sentia realizada, eu queria mais, queria a arte pura, a sensação de expor da forma mais visceral possível meus sentimentos. Acredito que ainda não esteja no meu ápice criativo, mas essa é a melhor oportunidade para conseguir perseguir o meu sonho. Sim, será uma perseguição violenta, estou disposta a largar tudo por isso, até mesmo a minha casa, meus pais e minha irmã. Talvez seja egoísmo, mas eu preciso viver essa experiência, mais do que tudo.
A viagem de Fortaleza até Belo Horizonte é de, aproximadamente, 3 horas. Foi um voo tranquilo, teve poucas intercorrências. Quando cheguei na capital mineira, já eram 17:00, um final de tarde tranquilo de abril. Aqui, nesta cidade, a minha vida começaria.
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oraculodosbasbaques · 10 months ago
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janeiras
Parece que hoje é Janeiro, está um frio de rachar. O mundo não se uniu especialmente para me tramar, existe porém um espírito-do-tempo paranóico que convoca as gentes para se sentirem mesmo lixadas, sobretudo por outras. Como se a qualquer momento alguém fosse surtar, descarregando tudo nos cárpicos. A estupefacção com que assistimos à decadência das relações pessoais e internacionais e a surpresa com que vimos os porcos triunfarem, deu lugar a uma apatia que já nem silêncios ensurdecedores grita. É outra coisa mais fria.
Andamos cansados e gelados. Os juros altos, a precariedade, a miserável liderança, sempre vestiram aos dias lusos um habitual casaco sem penas. Juntando a isso, calçamos agora os traumas da sobrevivência a confinamentos passados e o medo do mal humano, a medrar a Este e a Médio-Este, desaperalta os nossos corações. A imagem da desumanidade nos olhos abertos de uma criança palestiniana morta, fita os nossos olhos vivos e covardemente fechados de adulto português sem guerras.
Esfrego as mãos voltando da Volta do Duche, caminham à minha direita e à frente várias chaminés, não só as duas colossais, as Reais, como também as humanas. Exalo também eu fuligens. A curiosidade é - me omnívora, perco tempo a indagar-me, sobretudo. E sobre nada. Coisas muito importantes e outras menos. Quantos frangos poderiam ser churrascados em simultâneo naquele Palácio? E se o ciclo da vida desses poucos humanos que atingem a glória fosse começar por ser uma estátua cagada pelos pombos, depois nascer da pedra velho, receber aplausos e enfim passar o resto da vida a ser apenas um miúdo ou miúda, simplesmente ociosos, a não tentar desesperadamente ser aceite pelo resto da espécie?
Já na Estefânia, cruzo o MuSa vislumbrando o IEFP, o “Centro Dzemprego “ como errada e fatalisticamente o apelidam tantos sem trabalho. Um centro de desemprego à frente de um museu de arte. Sorrio. Ponho o carro a trabalhar e a aquecer-me. Este mês fez cento e cinquenta mil quilómetros. Falta pouco mais do dobro para aterrar na lua e dezassete para aterrar em casa.
Travo, saio, escurece. Puxo o fecho do casaco. Ecoam-me as frases feitas da propaganda política gamando tempo de antena à rádio há segundos. Os políticos são as pessoas mais bem preparadas do planeta para esconder vícios e sublinhar virtudes, ao contrário de nós, os menos políticos. Ou estaremos cada vez mais políticos e menos correctos? Relembro a criança de dez anos que ontem, apresentando-se a votos num projecto de democracia na sala de aula que estamos a criar, respondeu aos seus eleitorzinhos: “não tenho qualidades, às vezes nem sou boa pessoa. Mas sou bonito e tenho ideias”.
Lá para os idos de Março isto vai ficar mais quente. E bonito?
Gonçalo Fontes
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zeusraynar · 3 months ago
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FLASHBACK. Bem antes da Ilha de Circe.
Raynar engoliu em seco, mais pelo novo ciclo das perguntas viciosas do que por temer qualquer reprimenda divina pelo que falaria a seguir. Como poderia gostar de um lugar que o enaltecia? De que lembrava todo mundo ali de que era uma quebra de promessa? “ 🗲 ━━ ◤ Pode parar de me comparar com esse quarto? É enervante. ◢ A consciência de que fazia tudo para ficar longe do pai divino, desafiando suas ordens e recusando a usá-la para bons comparativos... Acabava por se tornar como ele. Temperamento explosivo, atordoante de tão rápida a mudança, e taciturno... Até quando deixaria aquele eu assumir a direção? “ 🗲 ━━ ◤ Zeus é sobre pompa, luxo, arrogância. Isso é mais um museu do que um quarto. A escultura ali? Zeus. Os alto relevos lá? Seus feitos. E, coincidentemente, durmo aqui. ◢ Ou melhor, cochilava. A paranoia de invasão daquelas enormes janelas combinada com o realismo do teto estrelado e aberto. Defender, seus instintos gritavam. Manter alerta e pronto para entrar em combate, ao mesmo tempo que tinha aceitado sua curta vida entre os semideuses. Hipocrisia, hum.
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Aspen se revelava nos meses mais quentes, a vegetação crescendo e respirando pela primeira vez sem a camada de neve compacta por cima. Contudo, aquele verde não passava em nada o sentimento que ela descrevia. Ou da aparência vistosa promovida pela magia dos deuses no acampamento. Um verde diferente. Um verde que falava na beleza de pedra refinada de seu dito 'quarto'. “ 🗲 ━━ ◤ Essa fazenda tem um campo extenso com um céu sem nuvens? Por isso que tem duas cores como preferidas? ◢ Um sorriso despretensioso curvou os lábios e permaneceu, congelado, no rosto. Arquitetura e curiosidade. Os dois ditos antecipadamente, sem nenhum rodeio ou disfarce. Era só pelo diferente. Raynar tinha que admitir que as perguntas tinham-no distraído, mas não se enganaria mais. Levantaria e mostraria cada canto quando possível, para sanar a curiosidade de seus olhos azuis e secar o poço de suas palavras. “ 🗲 ━━ ◤ Você pode levantar e olhar tudo. Não tenho tanta bagagem assim. ◢ Tirando as roupas no armário e alguns livros na mesa (retirados da biblioteca), seus pertences estavam bem localizados. Escondidos dos olhares bisbilhoteiros e de fácil recuperação em casa de fuga. Seu único importante, essencial, estava sempre consigo. O celular antigo no bolso traseiro da calça. “ 🗲 ━━ ◤ Não dá para ver no rosto, nem nas mãos; as marcas do trabalho. ◢ Suas mãos eram grossas de calos e cicatrizes, tanto dos treinos e missões quanto da ajuda que dava para o acampamento. A pele exibindo orgulhosamente todos os sinais da existência no acampamento. E ele era sempre lembrado dos efeitos benéficos do protetor solar no rosto. “ 🗲 ━━ ◤ Pode ser os dois. Delicada e fazenda. Você consegue... Ria. ◢ Familiares e suas exigências, como tinha ouvido por ali. Willow não era de pedir nada além de mantê-la ciente de onde estava, se voltaria para o jantar. De ter cuidado. O beijo na testa e aquele sussurro no ouvido, só quero que seja feliz. “ 🗲 ━━ ◤ A história é complexa, mas não atacou minha dislexia. ◢ Os inúmeros nomes e detalhes focavam a mente do filho de Zeus, ancorando-o à realidade. Vai entender.
As mãos enroscaram sobre o colo e encaixaram no espaço entre as pernas. Não sabia o que fazer com elas antes e agora, por impulso, mantinha-as presas. Foi só uma olhadinha de início, reflexo da atenção aos movimentos ao redor, mas acabou virando o rosto e acompanhando a cascata de cabelos escuros. Das ondas de cada mecha brilhante. Raynar franziu o cenho ao acompanhar até o topo, logo descendo na prancha imaginária. Fazendo manobras na escuridão convidativa. “ 🗲 ━━ ◤ Não vejo como pode ser excludentes. Ser fechado e gostar de esportes radicais não tem nada a ver. ◢ Ele deu de ombros e meneou a cabeça, considerando a sugestão para outro momento. Depois da missão, considerava não ir muito longe nas viagens. Seu cheiro ficava mais convidativo conforme envelhecia, o poder jamais diminuindo em força ou intensidade. E agora com um novo por surgir, o interior agitando em expectativa, Hornsby tornava-se mais apreensivo. “ 🗲 ━━ ◤ Lembro de dizer que não dançava bem. É por ser melhor no balé? ◢
Acostumar. Todas as vezes que conversaram, a irritação borbulhante do filho de Zeus aparecia com força, nublando o julgamento bom para o reflexo do temperamento arrogante. Retrucando com a mesma intensidade que era recebido, palavras usadas como armas. Porém, em nenhuma delas, foi sobre o tom. Nenhuma vez reclamou do volume, seus ouvidos comportados... Depreciando apenas o conteúdo. Será? “ 🗲 ━━ ◤ Não conversamos tanto a ponto de gerar costume, kot. ◢ Mas ele tinha certeza absoluta de tê-la ouvido e reconhecido quando foi chamado durante o baile.
E ele estava sorrindo, relaxado, quando as doces palavras lembravam onde ele estava. O que estava fazendo. O que não deveria permitir o crescimento. Raynar ficou tenso no instante seguinte, os músculos contraindo por baixo da camisa cinzenta. “ 🗲 ━━ ◤ Essa é a minha casa. ◢ Aspen que conhecia foi queimada no dia do seu 'salvamento'. Cada mortal reduzido às mesmas cinzas dos monstros desintegrados naquele dia. Os ombros curvaram, resignados, sua vida seria dali, para sempre ali, até que Hades o recebesse num canto esquecido no Tártaro. Que tipo de esperança ele podia nutrir pensando em viver? Todas suas visitas associadas a um grupo mortal que destruiria tudo? “ 🗲 ━━ ◤ E isso nunca acaba. Não para mim. ◢ Ao voltar o rosto para Natalia, Raynar esperou que não demonstrasse tanto no rosto. Não além da pétrea expressão meio distraída, meio apática. “ 🗲 ━━ ◤ É um ótimo plano, Natalia. ◢ Por mais difícil que seja admitir que não tinha um sonho. Não um real. Não morrer sofrendo, quem falaria uma coisa dessas? Um sonho de não ser uma chaga para ninguém além de si mesmo. Melhor, hum? Dessa vez ele riu. Um som sem divertimento, mas ligeiramente exasperado. “ 🗲 ━━ ◤ Não sabia que era uma via de duas mãos. ◢ Além de que, como tinha dito, seu favorito era o silêncio. O seu silêncio, porque ele não via o tanto de incômodo que ela causava... Não agora, pelo menos. “ 🗲 ━━ ◤ Qual a sua comida preferida? ◢
dias antes da ilha de Circe,ㅤㅤflashback!
"Por que não passa muito tempo aqui?" Mais perguntas. A necessidade de conhecê-lo era enorme. Havia passado tempo demais apenas observando e, agarrando aquela oportunidade, Natalia tiraria todo o proveito possível. "É vazio, mas é lindo..." Seria direta, quebrando qualquer barreira para deixar o comentário anterior ainda mais claro. "As colunas são majestosas... Altas e robustas como você..." Riu, mas mais de si mesma. Ela poderia estar envergonhando a si própria, porém, o nervosismo parecia ter desaparecido. Estava gostando de estar ali, contrariando as expectativas que sempre tinha quando pensava em ficar a sós novamente com ele. Desde a pequena demonstração com raios, a filha de Hécate não pôde evitar alimentar uma pequena esperança que se misturava à insegurança. Havia-o atormentado tanto, podendo estar imaginando coisas, mas ao se pegar pensando naquele dia — excluindo totalmente as cenas posteriores que apenas causavam depressão e raiva — sentiu que algo aconteceu fora do comum. Claro, Raynar havia a protegido de algo que poderia machucá-la... Mas a forma como a trouxe para perto, a sensação de ouvir o coração dele bater tão forte... Deuses! Quando pararia de agir como uma adolescente clichê, sedenta e virgem? Pensando bem, aqueles três adjetivos não deixavam de ser verdade. "Não se preocupe, quando eu precisar de algo, eu falo sim." Preciso que você fale, que se abra ou que extermine seja lá o que eu estou alimentando, pensou.
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“Verde na primavera e depois de chover. Quando o sol ilumina, refletindo sua luz completamente na grama rala... Mas também gosto de azul.” Conforto. Se ele não a interrompesse, continuaria falando por horas. “Eu não tenho nada para pegar no meu chalé, Urso.” Usou o apelido na língua habitual, mas ainda assim, deixando que o sotaque carregado fornecesse a mesma intensidade como se fosse dito em russo. “Eu quero ficar aqui, se você não se importar. É diferente. Nunca estive no chalé. Está sendo a minha primeira vez... Gostaria de curtir mais um pouquinho.” Simples e direta — as palavras saíam automaticamente da boca da semideusa, que agora não sentia mais nenhum resquício de nervosismo. O cérebro agora o interpretava como alguém em potencial, eliminando de vez a imagem de perigo que havia por um tempo se mantido fixa e fresca nos pensamentos. “As pessoas ainda me olham como se eu fosse algum monstro vindo diretamente do Tártaro. Me sinto mais confortável aqui.” Com você. Mas aquela parte, ela ainda não falaria. Faltava coragem. “Eu não pareço uma fazendeira? Deuses, eu colocava a mão na massa, Urso. Trabalhava de verdade. O que era motivo de desgosto para a minha avó, que sonhava com uma neta delicada e perfeita, uma bailarina digna de prêmios e reconhecimento.” A exposição acontecia de forma natural, como se o conhecesse há anos... como se não se importasse se ele tinha interesse em saber disso ou não. “Cuidava de todos os animais! De galinhas a vacas. Cortava lenha... Qualquer trabalho que pudesse ser considerado pesado. Eu ia lá e me metia, sem medo algum!” Natalia rompia em risadas a cada minuto e lentamente, por puro atrevimento, acomodava-se aos poucos sobre a cama. “Game of Thrones? Eu juro que tentei dar uma chance, mas não consegui. Achei maçante.” As pálpebras batiam freneticamente. Se ela dissesse que gostava de livros de romance, que poderiam ser considerados como fúteis, ele a julgaria? Com esse pensamento, Natalia mordiscou o lábio inferior, levando as mãos aos cabelos, desatando o penteado que havia feito horas antes, liberando as mechas compridas, permitindo que caíssem pelos ombros em cascata. Sem prestar muita atenção, agindo de forma mecânica, ela enrolava os dedos pelos fios lisos, criando pequenas ondas que logo eram desfeitas.
“Nunca imaginei que você pudesse gostar de esportes radicais. Você é... tão fechado...” Uma coisa não parecia combinar com a outra, mas ela precisava expressar algo que a incomodava no semideus. “Mas talvez você goste de Zvenigorod. No inverno há bastante neve e as montanhas que rodeiam a cidade seriam um ótimo lugar para você praticar o esporte. Sim, você iria adorar.” Supôs, adotando uma postura divertida e remexendo os ombros, implicando ainda mais aquele estado de espírito que a tomava por completo. “É uma ótima música, aliás.” Não havia prestado atenção em muita coisa, no entanto, a melodia a agradava e, com toda certeza, quando estivesse no íntimo do próprio quarto, voltaria a ouvi-la numa tentativa de compreendê-lo ainda mais. “Eu gosto de músicas cantadas, mas também gosto das instrumentais. Passei tanto tempo presa em um estúdio de balé, ouvindo repetidamente a mesma música, que acabei me apegando. As sinfonias se tornaram meu refúgio para dias ruins, por exemplo.”
Ao ouvir aquele apelido que, em pensamento, admitia ter sentido falta, Natalia soltou uma risada baixa. “Medved, então aposto que seus ouvidos não estão acostumados com o som da minha voz, certo?” Inclinando-se para frente, ainda rindo, ela o cutucou. Natalia esperava atingir um dos braços do semideus, mas acabou acertando a lateral da coxa dele. Rapidamente, recolheu a mão, fingindo indiferença. Como uma especialista em quebrar o clima, Natalia recorreu a perguntas que poderiam causar desconforto e desconfiança, mas esperava que fossem bem recebidas. “O que você pretende fazer quando tudo isso acabar? Tem algum lugar para ir?” Além de sobreviver, pensou. Seus lábios se curvaram em um sorriso sutil enquanto ela se aproximava lentamente, arrastando o corpo, aproveitando que ele estava de olhos fechados. “Eu fugiria daqui sem pensar duas vezes. Não posso morrer agora, Ray!” Ela ousou usar um outro apelido. “Há tantas coisas para serem feitas. Tantas experiências, descobertas… Eu não posso…” Ela teria continuado se ele fosse uma amiga. Hesitou na fala no momento certo, não queria dar mais um motivo para ele pensar que ela era louca, ou pior, desesperada. “Não quer fazer perguntas para mim? Ou sou tão desinteressante a ponto de você não querer saber... nada?” Ser mais direta... era possível?
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gcsn · 3 years ago
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Olá, me chamo Paulo, tenho 30 anos e sou empresário em São Paulo onde moro. Sou casado há seis anos com a Cláudia, uma lourinha gaúcha de vinte e cinco anos.
Até então, eu era o único homem com quem ela tinha transado, pois começamos a namorar quando ela tinha quinze anos e eu tirei seu cabacinho. A história que vou contar é incr��vel e aconteceu comigo há um mês.
A Cláudia tem 1m73 de altura, 65 kg muito bem distribuídos em um corpo maravilhoso e malhado de quem frequenta academia três vezes por semana. Seus cabelos loiros são compridos até à altura dos ombros, tem as coxas deliciosamente grossas, a bundinha durinha, redondinha e absurdamente arrebitada. Seus seios são cheinhos, (sem exagero), redondos e empinadinhos e os biquinhos, quando excitados, ficam tão durinhos que parecem querer furar a blusa. Gostamos muito de sexo e abusamos de nossa criatividade na cama.
Certa vez fui buscá-la na academia e ela estava usando uma calça legging bem colada, definindo cada curva de seu lindo corpo e mostrando sua bocetinha saliente formando aquela testa que nós homens adoramos ver, notei que aqueles caras fortões a devoravam com os olhos e inexplicavelmente não senti ciúmes, muito pelo contrário, fiquei de pau duro.
Naquela noite transamos como loucos! Eu imaginava um daqueles caras metendo na Claudinha e era invadido por um tesão maluco e meti como nunca naquela bocetinha gostosa.
“– Nossa! Mas o que foi que aconteceu com você? ”
Ela perguntou quando já íamos para a terceira.
-Que tesão doido é esse?…
Daquele dia em diante, passei a alimentar o desejo de ver minha mulher dando para outro homem. Pesquisei tudo sobre o assunto e li muitos relatos.
Entrei em contato com vários homens, autores dos relatos e trocamos muitas ideias. Um dia, olhando a Claudinha dormindo só de calcinha, pensei: Ela é muito gostosa para pertencer a um homem só, então criei coragem e falei para ela do meu desejo e perguntei se ela algum dia toparia uma aventura dessas.
– Você ficou maluco? Você está querendo ser corno? … eu não sou do tipo de garota que sai dando para qualquer um e.…, blá, blá, blá…
Ela ficou muito zangada e, por alguns dias não falou comigo. Deixei quieto por uns dois meses, até que, numa noite, enquanto estávamos nas preliminares, eu pedi para que ela fechasse os olhos e comecei a fantasiar no ouvidinho dela que era outro homem que estava ali com ela, percebi que sua bocetinha molhou na hora, pois eu estava com a mão sobre ela, ainda por cima da calcinha.
Novamente transamos como loucos.
-Está vendo? Reparou como você tem vontade de dar para outro? …
Falei.
– Ah, tudo bem, reconheço que, como toda mulher, eu tenho sim tesão e uma certa curiosidade, afinal, eu só dei para você até hoje, mas daí a matar essa curiosidade de verdade é um passo muito grande e é uma coisa que me parece não ter volta… A gente nunca poderá apagar um acontecimento dessa natureza, concorda?
A partir daquele dia senti uma pequena chance de meu desejo vir a se realizar e fiz de tudo, mandava e-mails com matérias sobre o assunto, mandava links de contos eróticos do gênero e ela passou a se interessar sobre o assunto.
Certa noite, quando cheguei do trabalho, ela já me esperava no quarto e me atacou com um tesão tremendo. Depois de transarmos, ela me perguntou com sua vozinha bem rouca, olhando-me diretamente nos olhos.
– Você tem certeza de que quer ver mesmo outro homem me comendo?
– Tenho! Isto me excita muito. Por que a pergunta? Você está afim?!- Perguntei a ela, cheio de desejos.
–Digamos que eu andei pensando sobre o assunto e isso me despertou certa curiosidade e, talvez eu tope, mas tem uma condição:
– Não pode ser com ninguém do nosso relacionamento, para não criarmos vínculos e eu vou escolher o cara, afinal vai ser a minha boceta que ele vai comer, certo?
Concordei na hora e nos inscrevemos num site de casais e ficamos conhecendo várias pessoas e vários caras que nos mandavam e-mails com fotos, mas a Cláudia parecia não se interessar por nenhum deles, até que um dia ela demonstrou interesse por um deles e respondeu ao e-mail.
Passamos a nos comunicar por WhatsApp. O nome dele era Jorge, tinha 49 anos, era separado, mulato, calvo e não era bonito, mas a Cláudia se interessou por ele.
Posso dizer que ele a conquistou com o papo, até que um dia resolvemos nos encontrar.
Marcamos o encontro, numa quinta-feira num barzinho em Moema, bem longe de onde morávamos, para evitar encontrar conhecidos.
– Paulo querido, você tem certeza de que quer isto? … se você quiser, a gente pode parar agora.
Fiquei gelado na hora e com um pouco de ciúmes, pois dali algumas horas, outro poderia estar metendo na bocetinha linda de minha esposa, mas o desejo de vê-la gozar no pau de outro macho foi mais forte.
–Sim! Eu tenho certeza!
Ela, então tomou um banho eu fiz questão de assistir ela se aprontar para o Jorge. Como estava uma noite quente, ela escolheu um vestido azul até a altura dos joelhos soltinho e folgado com um generoso decote tendo as alças amarradas à nuca (cujo laço eu mesmo fiz naquela noite) e que a deixava com as costas nuas.
Vestiu também uma calcinha branca apertadinha modelando toda sua bunda perfeita.
-O Jorge vai ficar louco quando te ver com essa calcinha! – Falei já com o pau duro. Ela sorriu com um sorriso sacana.
Chegamos ao barzinho. Ele já nos esperava em uma mesa. Cumprimentamo-nos e sentamos. Pedimos cerveja.
Jorge era um cara super simpático, bem vestido e educado e conversamos bastante para nos conhecermos melhor. No início, a Cláudia estava meio tímida, mas lá pela terceira cerveja ela ficou mais soltinha. Eu pedi licença e fui ao banheiro. Quando voltei vi de longe, que ela havia se sentado ao lado dele e que ele estava com o braço apoiado sobre o encosto da cadeira dela enquanto falava coisas à minha esposa, e ela ria.
Senti um ciúme danado na hora, mas não sei explicar como, o tesão que me dominava era mais forte. Voltei para a mesa e me sentei. Percebi que a Cláudia estava excitadíssima, pois os biquinhos de seus seios pareciam que iam furar o vestido. Jorge foi ao banheiro.
– Você ainda quer continuar com isto? – Pergunta ela com seriedade!
– Você não está gostando? – Perguntei.
–Estou adorando, mas se você disser que quer parar, nós vamos embora agora. – Disse ela, seus seios parecendo querer pular fora do decote.
– Você não quer dar para ele?
– Pelo contrário, eu quero muito dar para ele. – Disse sorrindo…
– Está rolando uma química muito gostosa entre a gente. O que eu não quero, é que você diga depois que eu te traí.
Fiquei em silencio alguns instantes.
– Você vai, ou não me deixar dar para ele? … -Falou ela séria!
– Lógico que vou deixar você dar para ele…
-Iremos até ao fim!…
Um sorriso enorme se abriu em seu rostinho lindo.
– Te amo muito Paulo e nada do que acontecer hoje, irá mudar isto.
Ela me beijou e foi ao banheiro. O Jorge voltou e combinei com ele que iríamos para um motel. Eu disse para ele não se incomodar comigo e fingir que eu não estava ali. A Cláudia voltou, pagamos a conta e fomos para o meu carro.
Eu disse para a minha esposa que fosse no banco de trás com o Jorge e eu fui de motorista. Ajeitei o retrovisor central para poder observá-los. Os dois iam cochichando e vi que minha mulher soltava risadinhas. O clima entre eles foi aumentando até que começaram a trocar carícias e a coisa foi esquentando até que se beijaram como dois namorados.
Uma coisa estranha invadiu-me ao ver aquele mulatão beijando a boquinha linda de minha mulher. Era um misto de ciúme e de um tesão maluco, como eu nunca havia sentido.
Ela o beijava acariciando seu rosto como uma namorada apaixonada, enquanto ele pousou sua mão enorme no joelho dela que estava com as pernas cruzadas e foi escorregando para dentro do vestido por toda a extensão de sua coxa até chegar à bundinha repetindo o movimento várias vezes.
Seus beijos molhados e estalados enchiam-me os ouvidos e eu quase não conseguia me concentrar no transito. Não tinha mais volta! Ele ia meter na Cláudia.
Chegamos ao motel e já na garagem, entreguei as chaves do quarto ao Jorge e deixei que eles entrassem primeiro e fui acompanhando a cena. Pareciam dois namorados. Olharam em volta, curtiram bastante o quarto, com cama redonda, espelhos no teto e uma enorme Jacuzzi. Olharam-se nos olhos sorrindo satisfeitos e começaram a se beijar lentamente e apaixonadamente, eu curtia a cena de longe, pois ali eu era apenas um observador.
Seus beijos molhados agora estalavam mais altos dando eco no quarto. As mãos de Jorge escorregaram pelas costas nuas de Cláudia e pousaram sobre sua bunda arrebitada. Aos poucos, foi levantando seu vestido parecendo curtir cada momento, até que o lindo traseiro de minha esposa ficou exposto emoldurado e marcado pela calcinha branca apertadinha.
Aquelas mãos enormes massageavam a bundinha de Cláudia com desejo enquanto suas línguas se tocavam em beijos que não paravam de estalar gostoso, me deixando louco e de pau duro como pedra. Eu nunca tinha sentido tanto tesão em minha vida.
Enquanto o casal se descobria, fui até a jacuzzi e a coloquei para encher, pois os dois, depois de terem relações sexuais, iriam querer relaxar e eu queria deixar tudo preparado para eles.
Quando voltei a dar atenção a eles, Jorge já tinha soltado o laço da alça do vestido que se prendia à nuca de Cláudia deixando seus lindos seios expostos. Jorge os massageou com desejo e beliscou de leve os biquinhos durinhos de tesão, até que os abocanhou faminto. Peguei a câmera fotográfica e passei a registrar cada momento do casal.
Enquanto a boca de Jorge se divertia nos seios de minha mulher, suas mãos atrevidas desceram até ao zíper que ficava logo acima daquela bundinha gostosa. O vestido caiu e minha esposa ficou só de calcinha e sandálias nos braços daquele mulato que parecia curtir cada milímetro daquele corpinho perfeito!
– Nossa! Como você é gostosa, Claudinha! …
Falou ele olhando-a de alto a baixo fazendo-a se virar para ele olhar para aquela bunda perfeita, durinha e arrebitada, envolta em mínima calcinha apertada.
– Sua bunda é fenomenal, muito gostosa!
Falou ele, amassando-a com suas mãos gulosas.
-Hoje, ela é toda sua, meu macho, faça o que bem quiser com ela.
Falou minha esposa com sua vozinha rouca e que nos momentos de máximo tesão, fica roufenha…
Neste momento, ele fez com que ela se debruçasse sobre a mesa, afastou suas pernas, puxou a calcinha de lado e enfiou a cara entre as nádegas de Cláudia. Ele parecia estar confortável com o rosto atolado naquela bundinha linda vasculhando tudo com sua língua ávida.
Ela me olhou sorrindo o seu sorriso mais sacana e, em seguida, começou a soltar gritinhos e a revirar os olhos do mais puro desejo. Ela estava se entregando a outro homem e estava adorando a experiência.
– Aaahhhiiííí… Que delícia!
Ela gemia com sua voz roufenha, extremamente sensual e me olhava.
– Ele tá enfiando a língua inteirinha na minha bocetinha, amor, isso tá bom demais…
O cara era profissional, sabia mesmo o que estava fazendo. A Claudinha delirava e gemia cada vez mais alto e revirava os olhos até que quase gozou na cara dele em espasmos loucos.
Ele se levantou e ela se virou para ele e beijaram-se novamente. Minha mulher é assim, adora beijar, ainda mais quando está com tesão.
– Agora é a minha vez de curtir o teu corpo.
Falou ela desabotoando a camisa dele lentamente até em baixo, depois desafivelou o cinto e tirou-lhe a calça deixando-o só com a cueca Box preta, que parecia não conseguir conter aquele enorme membro duro que mostrava seus contornos sob a cueca apertada. Minha mulher ficou longo tempo acariciando aquele enorme volume até que puxou a peça para baixo liberando aquele pau duro que, como um boneco de molas, pulou para fora quase acetando o rosto de minha esposinha.
–Noossaa!… Como é enorme! …
Falou ela espantada! E realmente era mesmo monstruoso; absurdamente grande e grosso, uns 22 centímetros mais ou menos, com uma cabeça enorme parecendo um cogumelo e todo rodeado de veias salientes.
–Chupa, vai, chupa que depois eu vou meter ele nessa sua bocetinha loira. -Falou ele!
– Nossa!… Ele é tão grande e minha xoxotinha é tão pequenina… Será que vai caber?
-Cabe sim, confia em mim.
Minha mulher já o punhetava de leve e, bem timidamente, foi lambendo a cabeçona exatamente como eu lhe ensinei, com a diferença de que agora ela tinha um cacete, tamanho família, em sua boquinha linda.
Eu já não aguentava mais de tesão vendo a Claudinha só de calcinha ajoelhada de frente para aquele mulatão bem-dotado pagando-lhe o maior boquete de sua vida. Enquanto ela chupava aquele Pintão, eu tirei a minha roupa e fiquei curtindo a cena e fotografando.
Certa altura, Jorge fez com que ela se levantasse e a beijou; levantou-a em seus braços musculosos e caminhou em direção à cama enquanto a Cláudia, com os braços em torno do pescoço dele, o fitava com olhar apaixonado. Que cena linda, aquele mulato com aquela lourinha de 25 anos completamente submissa em seus braços. Ele a colocou delicadamente sobre a cama e tirou suas sandálias sem pressa, depois foi tirando sua calcinha bem lentamente revelando a bocetinha depilada e com marquinha de biquíni.
O seu pauzão pulsava como o de um cavalo. Lentamente, ele foi beijando-a desde a xoxotinha; barriguinha, peitinhos e boca. Depois, ajeitou-se entre as pernas dela e foi pincelando aquela cabeçona na entradinha estreita de minha esposa.
Percebi que os pelos dos braços dela estavam todos arrepiados. Seria medo ou ansiedade? Ou seria tudo isso misturado com muito tesão? Não sei, o que sei é que ele começou a forçar a entrada na bocetinha que, mesmo molhada, oferecia resistência àquele mastro que queria invadi-la.
Era como se ela estivesse perdendo o cabacinho novamente e ela gemia alto enquanto ele forçava, até que a cabeça entrou e ele ficou parado só com a cabeça dentro dela, depois foi empurrando devagar enquanto ela gemia como louca.
-Aaaiii, como é grandeêê…, nosssa!-Falava ela entre gemidos.
Depois de tudo dentro, Jorge começou a se movimentar entre as pernas de Cláudia e eu gozei ali, muito extasiado, assistindo minha mulher sendo fodida por aquele senhor de 49 anos, que parecia não acreditar que estava metendo em uma lourinha de 25.
– Nossa… Como você é apertadinha… Você é a mulher mais gostosa que eu já comi…- Falava ele.
– Não pare, Jorge, por favor, não pare, pois isto está uma delícia. – Falou ela com a voz entrecortada pelos seus próprios gemidos.
– Quero pegar você de quatro, vem gatinha gostosa…
Falou ele, saindo de cima dela que, rapidamente se posicionou de quatro sobre a cama. Jorge veio por trás, e fez com que ela arrebitasse ainda mais a sua bundinha, e cravou-lhe aquela tora bem devagar na bocetinha cheirosa da Cláudia, que soltava gritinhos e gemidinhos de prazer, como nunca.
Aquele pintão se atolava por inteiro na bocetinha da minha esposa. A bundinha marcada pelo biquininho balançava com o impacto do macho que lhe possuía. Jorge foi acelerando seus movimentos até que gozou em meio a espasmos loucos inundando-a com a sua porra e ela gozou junto com ele.
Depois, quedaram-se os dois exaustos na cama. Ela aconchegou-se ao peito dele e ficaram imóveis como um casal de apaixonados. E eu assistia a tudo aquilo com um enorme desejo.
Depois de algum tempo, ele a acordou com um beijo em sua boca, e disse:
– Vamos pra jacuzzi, relaxar!
– Vamos!
Disse ela sorrindo languidamente, olhando para mim como quem diz: Obrigada!
Os dois se sentaram lado a lado na banheira sob as espumas e ficaram conversando. E enquanto isso, eu liguei para a recepção e pedi uma porção de morangos, creme de chantilly e uma garrafa de um bom vinho. Quando voltei a olhar, os dois já trocavam caricias novamente. Pelos movimentos do ombro de Cláudia, percebi que ela o punhetava de leve, enquanto o beijava, vasculhando toda a boca de seu amante com a língua.
Aquele mastro estava novamente, duro como pedra. Então, a Claudinha ajeitou-se em cima dele e começou a cavalgá-lo lentamente enquanto ele chupava seus seios. As mãos dele abriam a bunda dela fazendo com que se arrebitasse ainda mais deixando que eu visse o pau entrando e saindo daquela bocetinha linda, que parecia que ia virar do avesso, cada vez que a tora saia. Fotografei esta cena.
– Noossaaa… Que pintão gostosoôô!… Que delícia…- Falou ela.
Claudia o cavalgou por um bom tempo e gozou como louca, mas ele demorou. Quando ela percebeu que o Jorge ia gozar, acelerou a cavalgada espirrando água para todos os lados cada vez que sua bundinha se chocava com a água.
Ele gozou novamente inundando-a com sua porra quente. Jorge ficou largado dentro da banheira e Cláudia veio tomar uma ducha. Ao passar por mim, abraçou-me e beijou-me.
–Tá gostando de ver sua mulherzinha sendo fodida, e bem fodida, por outro macho?
–Sim, muito… Estou adorando…, e você?
–Eu também. Ele é muito bom!… E eu te amo muito, Paulo, muito mesmo! – Finalizou ela, e foi para o chuveiro.
Logo depois, o Jorge também foi para o chuveiro com ela e logo depois, eu pude ouvir os gritinhos e risinhos dela junto com ele no banho. Fui até lá e pude ver através do Box o vulto dos dois abraçados se beijando. E as mãos dele sobre a bunda dela massageando-a.
Quando saíram do chuveiro, a mesa estava posta com a garrafa de vinho, duas taças, uma bandeja de morangos e o chantilly em uma taça. Cláudia estava linda enrolada na toalha.
Mais uma vez me distanciei um pouco para deixá-los à vontade. Os dois sentaram-se e serviram-se de vinho… Cláudia adora morangos com chantilly. Ela começou a pegá-los, molhá-los no creme e comia-os sensualmente como se os estivesse chupando.
– Quer experimentar? – Falou ela ao sou amante.
– Quero! – Disse ele.
Ela então colocou chantilly em um morango e o colocou entre os lábios e foi em direção à boca dele que abocanhou o morango emendando com um beijo molhado e estalado. Ela fez isso mais uma vez.
O pau dele já estava pulsando como um cavalo novamente.
– Agora é a minha vez! – Falou ele e pegando um morango lambuzou-o com o creme e passou nos seios dela e depois os chupou. Os biquinhos ficaram durinhos. Depois colocou o morango na boca e fez o mesmo com ela, beijando-a. A mão dela segurou seu pau novamente.
Cláudia se levantou.
– Me come… Me come!…
Ele rapidamente a pegou nos braços e a levou para a cama. Virou-a de ladinho e atolou seu pau enorme na bocetinha de minha mulher novamente. Enquanto atolava, beijava-lhe a nuca e com uma das mãos abria a bundinha dela para eu ver o pau entrando. E depois de muito meter naquela posição, ele tirou o pau para fora e gozou nas coxas grossas dela. Gozei muito aquele dia!
-E aí, querida, gostou da experiência?
Eu perguntei-lhe, quando já estávamos em nossa casa na nossa cama.
– Gostei, apesar de estar agora com a xoxotinha toda ardida e esfolada, e provavelmente, você não vai poder mexer nela por uma semana… Mas foi sim, muito bom!
– E o que você achou do pau dele.
– Enorme. No começo fiquei com medo, mas depois foi uma delícia. Mas foi bom para matar a curiosidade, porém, eu jamais trocaria seu pau tipo Standard, pelo dele tamanho família. Gostei do Jorge, mas eu te amo Paulo e agora te amo mais ainda. Beijamo-nos e dormimos.
Nota:
Ela dormiu sem calcinha, pois estava toda esfolada e inchada, tive até que passar uma pomadinha.
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raizdapalavra · 4 years ago
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Cidadezinha
Penso hoje com carinho, algo que me ocorreu enquanto saía da infância...
Mais cedo eu estivera na praia junto com outras crianças e adolescentes, primos mais velhos, primos mais novos, amigos dos primos, amigos dos amigos dos primos.
A cidadezinha era muito pequena e as casinhas abrigavam moradores e turistas em férias.
No meio da tarde, voltamos à casa e almoçamos. Comida preparada por tias. Descansamos nas redes e dormi rápido. Totalmente relaxada, como só o mar pode nos fazer sentir.
Acordei, a tarde corria quente e vagarosa, quase senti tédio, pois todos ainda dormiam e eu queria me divertir, conversar, extravasar a energia readquirida durante o sono.
Passei de rede em rede conferindo e buscando alguém que estivesse acordado para me acompanhar em alguma aventura, porém todos dormiam exaustos.
Saí descalça da pequena casa e pude sentir a temperatura quente das pedras do chão nas solas de meus pés. Adorava andar descalça. Chinelos nas mãos por garantia.
Alcancei a praça central em frente a igrejinha, ao lado, a sorveteria estava aberta. Casinhas, casebres, pequenos comércios, bares, a igreja e a delegacia.
A delegacia.  Existiria algum bandido em uma cidade tão calma? Uma cidade pequena onde a população era pobre, porém com fartura de frutas e peixes. Um lugar repleto de compadres e comadres, com forrós todas as noites à luz do luar.
Um lugarejo que nunca tinha notícias nem trágicas nem muito felizes.
Atravessei a praça e parei diante da delegacia.
Como era uma delegacia por dentro?
Examinei. A porta era bem antiga e possuía um puxador antiquíssimo no meio, mais para o alto havia uma mãozinha de metal pendurada. Eu suponha que as pessoas seguravam nela e batiam contra a porta fazendo barulho para serem atendidas em tempos passados. Ao lado uma janela pequena, aberta e sem grades. Talvez lá dentro existisse uma cela onde ficassem os perigosos bandidos.
Apurei os ouvidos, mas não captei nem um mínimo som.
A porta estava semiaberta, espiei. Vi apenas um pedaço de rede, mas observei que havia uma pessoa deitada nela. Mais um passo, pude vislumbrar a rede inteira e sim, um homem dormia nela.
Logo alguém percebeu minha presença. Cantarolou e deu vários saltinhos. Era um canarinho, o único prisioneiro daquela delegacia, que dentro de sua cela, por algum motivo, parecia alegre ao me ver.
Talvez ele também sentisse um certo tédio naquela tarde quente e estava agora feliz por algo diferente ter acontecido. Saudava a minha presença que quebrava sua solidão.
O delegado, ou seja lá quem fosse, dormia.
O canarinho, ciente ou não de sua prisão, pulava de um pauzinho para o outro dentro da gaiola.
Que crime ele poderia ter cometido para estar preso?
Estava preso porque era bonito, porque cantava lindamente. Muitas vezes, o ser humano quer aprisionar aquilo que julga belo somente para si.
Saí entristecida, imaginei que veria atrás das grades pessoas más, que gostavam de prejudicar outras pessoas e que talvez, se percebessem minha presença ali, rogariam pragas e me ofenderiam. Eu tinha curiosidade de saber como eram as feições de pessoas perigosas. Lembrem-se, eu era apenas uma quase adolescente com uma imaginação fantasiosa. O meu mundo ainda era divido entre o Bem e o Mau.
Encontrei preso apenas alguém puro, inocente e que embelezava o mundo. Considerei que não era justo o delegado, ou seja lá quem fosse a pessoa que dormia, dormir tão tranquilo assim, enquanto aquele serzinho não podia voar pelas praias, beliscar as frutinhas e enfeitar as tardes.
Aquele homem se tornou naquele momento para mim o vilão, o bandido.
Eu não poderia dividir aquele acontecimento com ninguém. Meus primos, os amigos dos meus primos e os amigos dos amigos dos meus primos, não dariam a menor importância. Possivelmente seus pais também mantinham passarinhos prisioneiros em casa.
Meus pais talvez rissem de mim. Novamente, meneariam a cabeça para o lado e diriam “Coitadinha, tão boazinha. Preocupada com um passarinho”.  Teriam um olhar atencioso, pensariam na minha provável futura dificuldade em lidar com o mundo como ele é.
Portanto, eu estava sozinha. Na verdade, eu estava com o passarinho, nós dois conectados mediante o sentimento de injustiça. Um serzinho tão puro, não poderia ser um presidiário.
Não havia muito o que fazer, parece que havia um consenso que prender avezinhas era uma coisa bonita. Andei prestando atenção nos assuntos de passarinhos e fazia uma pergunta aqui, outra ali sobre eles.
Descobri que aqueles canarinhos criados em cativeiros, se soltos, logo morriam, pois não sabiam como se alimentar sozinhos e outras coisas mais que um ser vivo precisa saber para ter sua liberdade.
Então, a única coisa que podia fazer era visitar o meu amiguinho. Ele havia ficado feliz ao me ver, saltitara, cantara.
A rua. A praça. A delegacia. A espreita. A escuta. A espiada. A entrada. O vilão. O passarinho.
Novas tardes, eu paradinha, não muito próxima à gaiola para não assustar o bichinho, mas não muito longe, para que ele sentisse que eu estava ali por ele.
Fiquei um tempo, não sei se segundos, minutos ou horas. O homem na rede se remexeu. Eu saí rápida e assustada.
Essas tardes se repetiriam por todo o período de férias. Alguns dias o canarinho se aproximou das grades e eu pude fazer carinho em seu pescocinho.
Éramos amigos.
Ele não sabia e nem poderia saber, mas férias tem fim. No paraíso, férias não tem fim. Mas definitivamente não estávamos no paraíso.
Haveria o momento em que teríamos que nos despedir, nesse momento eu sofreria muito. Eu sou dramática.
Pensei que ele também se entristeceria, havíamos nos acostumado àqueles encontros todas as tardes. Eu haveria de fazer algo solene, que marcasse a nossa despedida.
E foi então, que fui percebendo que melhor seria que o último dia não fosse um último dia, que fosse apenas mais um dia. Mais um dia no qual, nos entregaríamos inteiramente a nossa amizade. Ele saltitaria e cantaria, eu ficaria ali, mostrando me importar com ele. Se ele se aproximasse das grades eu faria cosquinhas em seu pescoço.
A tristeza me assolava e fui percebendo o quanto eu tinha sorte de ter aqueles momentos, de ter aquele amigo e entendendo que apesar da distância que se aproximava, nós sempre, sempre, teríamos um ao outro e teríamos essas tardes para recordar.
Nos últimos dias, conversei telepaticamente com ele, expliquei que precisaria partir. Considerei que talvez nos encontrássemos nas próximas férias, não sabíamos, mas concordamos que aqueles nossos momentos nunca seriam esquecidos. E assim foi nossa despedida, suave, pois o encontro já fora eternizado.
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hcnia · 4 years ago
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Task 5 - A Hero’s Journey
Loss is like a wind, it either carries you to a new destination or it traps you in an ocean of stagnation. You must quickly learn how to navigate the sail, for stagnation is death
Hania...
A voz suave não ultrapassava a barreira física da lança, sendo rechaçada antes mesmo de soar mais alta que um sussurro. As mãos habilidosas, calejadas pelo treinamento, giravam a lança como se fosse uma extensão do corpo. As lâminas não tinham resistência ao atravessar corpo indefinidos e quase translúcidos, brilhantes como se estivessem embaixo do sol mais alto do dia. Piscando como estrelas na escuridão que rodeava Hania por todos os lados. Em cima, embaixo. O cenho franzido não quebrando a concentração enquanto era empurrado para todas as direções. A pele suada congelando com o toque morto, o toque de outro mundo. Ao passo que esquentava, fervia, vaporizava tudo o que tocava com a santidade do gume afiado abençoado pelo xamã.
Hania... Hania...
O nome soou um pouco mais forte, mas não atingiu seu objetivo. O despertar do guerreiro indígena tinha sido a muito tempo atrás, em outro mundo cujo o tempo passava na velocidade de cavalos selvagens. Hania sequer lembrava se tinha vestido uma roupa quando as vozes ficaram fortes demais. Aquelas, terríveis em tentação, o chamando para o desconhecido que lhe era tão familiar. Quando colocou o primeiro pé para fora da cama foi por puro instinto, a perfeita memorização da disposição dos móveis e distância da porta. Os olhos era nuvens de tempestade cerrada, cegos como um de nascença, e imploravam por verem a lua. Sim, a lua. O corpo celeste reino de tantos espíritos antepassados exigia uma observação espiritual e confusa. O índio mal e mal tendo tempo de processar o caminho para fora do dormitório, correndo com a exímia habilidade de um ‘enxergante’. O frio da noite tocou-lhe a fronte suada e não foi o suficiente.... Nunca seria o suficiente.
Por que você faz isso, Hania?
A pergunta ficou sem resposta, assim como a floresta o recebeu de maneira misteriosa. As mãos encostavam nos cascos, os pés circulavam as raízes, e nada.... Nada tinha o cheiro ou a sensação de casa. O reino de Pocahontas não tinha como ser contido, não quando era a natureza e tudo era ‘natureza’. Seu pequeno pedaço de terra, habitado e protegido por sua tribo, nada mais era que um empréstimo. Uma boa vontade dos deuses para que pudesse ter onde deitar a cabeça e colher o alimento, e, em troca, devolver tudo que lhe era dado. Não, a floresta o agarrava e empurrava para frente. Incitava o movimento que a cada minuto tomava um quê hesitante. Um repensar sobre aquilo ser certo ou não.
Hania... Por favor...
Em algum momento adentrou a clareia sombria, os pelos do braço arrepiando no mesmo instante que o choro foi ouvido. Ah, ele sabia que aquilo era uma armadilha. Tinha conhecimento da artimanha espectral desde os últimos trinta metros. Contudo, como podia evitar de dar o passo final para dentro e a cúpula esfumaçada brotasse do chão? Névoa e fumaça escapando por entre os torrões de terra e pedra, fazendo o chão sumir e tudo ganhar cores azuladas, mortíferas. A lança, presente e herança da tribo, abriu-se ao primeiro toque do guerreiro; as duas pontas com suas lâminas duplas e assimétricas. E foi assim, depois que estava preparado, que a visão voltou sem nem pedir. Sem nem trabalhar o poder para que o liberasse mais cedo. O que viu, no entanto, acabou com a cor do seu rosto.
Criança, pobre criança...
O choro era de uma figurinha enrolada em si mesma, abraçando as pernas com todas as formas no meio de membros e roupas e mãos de tonalidade pálida. Vermelhos, azuis e verdes; o tom prata ganhando do dourado. E o preto corroendo cada uma das bordas iluminadas. O pulo foi definitivamente sobrenatural, porque em um só movimento estava sobre a criança e sussurrando. Falando. Gritando. Exigindo que os espíritos parassem ou ele teria que fazer alguma coisa. A voz alta era rouca, estranha em seu tom fora do usual, e algo sangrava por dentro. Uma barreira que não deveria ser ultrapassada. Hania tinha sido ensinado a respeitar os espíritos tanto quando os vivos, mostrando que a diferença entre eles era um detalhe perante aos deuses. Agora... agora precisava considerar outra possibilidade, uma eliminação forçada por meios que lhe foram confiados. Usar a benção da lâmina para exorcizar os aprisionados à terra, a este purgatório trazido a Aether. A criança ou os espíritos? A vida humana ou a passagem pacífica para o além? A resposta veio rápida e em forma de arco metálico, do chiado abrupto de uma alma deixando aquele plano.
Você não precisa...
A voz ainda era distante e sem força, mal conseguindo atrasar ou colocar hesitação na batalha do índio. E conforme ele girava a lâmina sobre a cabeça, aumentava o espaço para a criança respirar, notava algumas peculiaridades. 1) Não era atingido. Os espíritos quase ignoravam sua presença, os olhos opacos focados na figurinha protegida. 2) Eles voltavam. A benção não parecia definitiva, mas um pequeno ‘tempo’. Afastar e prender para soltar alguns minutos depois. 3) A sensação estranha no estômago perdurava. Tinha começado com um nó, depois uma sucessão destes, terminando com a tradução exata de: curiosidade. Curiosidade mórbida e exasperada. Mas ele não podia virar, não podia forçar. Não queria mexer em alguém se não sabia estar machucado e a extensão de seus ferimentos. Mais um balançar de lança, mais chiado, e, dessa vez, a solução veio. Hania aumentou o diâmetro do arco e arremessou a lança pelo ponto menos povoado dos círculos de fantasmas. O ‘Vamos’ pronto para sair da garganta, a mão posta sobre o braço fino e o rosto que levantou travou todos os seus movimentos.
O rosto que encarava... Riscado de lágrimas e enfeitado com o cenho franzido de concentração...
De aceitação de um destino...
Era o dele...
A criança era Hania.
Mais novo, tão mais novo. Os cabelos na altura dos ombros. Não precisava sorrir para saber que tinha a janelinha dos dentes da frente. Ou que o corte da última escalada da árvore ainda cicatrizava na coxa esquerda. E mesmo que fosse tão da tribo como podia ser, não tinha como se enganar nos olhos. Os cheios de vida e perguntas de Pocahontas com os tons azuis e claros do explorador e defensor John Smith.
E assim, tão veloz tinha sido seu reconhecimento, os espíritos mudaram. Não eram monstros, não eram indistintos ou ameaçadores. Seus rostos carregavam tristeza e ansiedade, a esperança brilhando nos olhos pálidos. Focados no pequeno Hania que tinha ficado de pé e esperava. As almas passavam por si com educação, formando filas lonas e organizadas, apesar de numerosas. Tocando as palmas abertas do pequeno índio, conversando e confessando suas vidas nos ouvidos. Pressionando-se e mostrando suas visões com o toque fantasmagórico.
Hania... Hania... Hania.... Por que faz isso, Hania? Hania.... Por favor... Criança, pobre criança...  Você não precisa...
Dessa vez ele ouviu tudo, de uma vez só. As palavras entrando pelos ouvidos e fazendo sua visão granular e desaparecer. Um piscar e estava em outro canto, olhando o cortejo interminável de cima. Parecia uma aranha, o corpo muito escuro e as inúmeros patas estendendo-se pálidas, esbranquiçadas. Hania olhou ao redor e viu...  Viu  um mundo belo e rico, cidades enormes e fervilhantes de vida. Viu pessoas conversando, o ruído de suas conversas e risadas salpicadas como estrelas. Enxergou oportunidades, aberturas tão claras quanto acessíveis, alguém igual a si conseguindo o que ele jamais tinha imaginado ser capaz. Hania enxergou um futuro paralelo, o resultado de uma escolha feita à muito tempo atrás. Ele enxergou a si mesmo mais ereto, mais sorridente, as linhas de expressão marcadas por sorrisos e felicidade, não a seriedade contemplativa. Hania enxergou um sonho que nunca teve e que ansiava com força, esquecendo que nunca o conseguiria.
“Ainda pode ser seu, Hania, você só precisa enxergar o que está bem à sua frente. ”  A voz masculina atiçava uma memória antiga, remota. Entrelaçava-se com mãos rechonchudas e olhos afogados nas nuvens cinzentas da cegueira. Acalentava um coração repousado aos pés de um salgueiro, sendo acariciado no rosto por uma mãe quente e calejada. Uma pressão na testa. Um pinicar da pele por se segurar e não olhar. Não ver o único espírito que tinha procurado e nunca achado. Nunca perto para ver só mais uma vez e que...  E que estava ali, tão distante quanto um toque. “Não tenha medo. Nós esperamos por isso a muito tempo. ” John Smith estava igual ao que Pocahontas descrevia com tanto amor e adoração. Os mesmos cabelos loiros como o metal reluzente, os olhos azuis como o céu de verão, o queixo forte e a robustez; o físico que Hania herdara com tanto gosto. E nem precisava de muito para que a conexão se estabelecesse, o reconhecimento passasse pelo assombro, rejeição e aceitação. Passos dados rápidos demais para se chegar à necessidade de tê-lo ali, abraçado contra si. “Você sabe que não podemos. ”  O índio bem sabia, mas não custava terminar à vontade com visões bem elaboradas e realistas. De sentir o toque paterno através das camadas e mais camadas que separavam os dois mundos justapostos, somente visto pelo poder concedido ao mais novo.
John aproximou-se andando na pequena nuvem formada sobre seus pés, os braços cruzados atrás do corpo projetavam uma parte que parecia encostar no de Hania. A sensação tão real que ele podia jurar sentir o tecido fazendo cócegas na pele exposta e suada. Não devia estar aqui, pai. Porque, por mais que se perguntasse do porquê de ele estar ali e agora, de se mostrado depois de anos do seu falecimento. De mostrar seu rosto e constituição ‘ao vivo’ só agora para o caçula, Hania já sabia. Quem ficava no mundo dos vivos, quem permanecia nessa realidade, eram pessoas ou animais com pendências. Seres que encontraram a felicidade em dar suas forças aos elementos da natureza, ou que queria terminar assuntos inacabados, ouvir preces e rezas em seu nome. Saber que estava tudo bem partir. Como John teria ficado se a vida ao lado de Pocahontas foi um sonho? Que ela cuidaria dos filhos ainda melhor do que com ele? Que não passaria por nenhuma dificuldade ou abstinência se não pela própria saudade? John e Pocahontas conheciam bem demais o plano espiritual para irem além do que fora ensinado por vovó Willow. Era...  Era a lei da vida. O ciclo natural das coisas. E uma promessa de que se encontrariam do outro lado quando chegasse a hora da índia na terra.
Hania aguardou a resposta com o cenho franzido, o olhar sobre o pequeno Hania focado no rosto do pai. Em decorar suas feições, dar um toque nos detalhes que tinha criado com a imaginação. “Nem você deveria estar ali, mas aqui estamos nós, realizando ações que vão contra o que o Destino nos reserva. ” Suas mãos espalmaram o ar e abriram, o espaço entre elas brilhando e condensando. Minúsculas gotas de água se tornando uma imagem ampliada do rosto riscado da versão mais nova de si. O choro não significava essencialmente uma coisa ruim. Se estava ali, ajudando inúmeros espíritos, era porque estava seguindo o caminho que foi trilhado para si. O que há de errado em ajuda-los? Não foi o poder que me foi abençoado? Não é meu- A interrupção do pai não veio de forma que esperava. Não teve risada, não teve negativa, não teve nada além da tristeza escurecendo as irises azuladas; a forma como os olhos se tornaram mais... penosos. “O errado você já sabe. O errado você já viu. Por que você defendia a criança com tanto ardor e agora a deixa no meio dos espíritos? O que mudou de uma situação para a outra? São os mesmos espíritos, o mesmo filho, meu filho, ali no meio. O que mudou na sua visão para interpretar a ameaça como conhecidos de tribo? “
O que tinha mudado, de fato? O que a confusão que precisava ser rechaçada ganhou sua permissão com tanta facilidade. Por que tinha ficado tão permissivo só pelo simples fato de reconhecer o rosto na vítima? Hania girava com aquelas perguntas, o coração e a mente brigando para ver quem ganharia. Para decidirem se liberavam o que já sabia ou deixava escondida por mais algum tempo – e, pelo visto, o tempo chegava na casa dos anos. John enxergava as engrenagens do cérebro do filho girando e soltando faísca, e via aquela teimosa que se recusava a deixar funcionar corretamente. “Sua habilidade é um dom, Hania, não uma obrigação. Você não nasceu para atender cada um dos desejos de nós, mortos. Você não deve nada a ninguém, ninguém além de você mesmo. E você sabe que eu falo é verdade ou não teria feito o que fez. Não teria feito distinção, de uma criança desconhecida ou você, se soubesse que o que está fazendo vai além do natural. É uma tarefa honrosa o que está fazendo, de ajudar os perdidos, mas não é a sua vida. Não é para desperdiçar a sua vida dando para aqueles que a perderam antes de você. “ A imagem de John ficou trêmula e estranha, um sinal sendo cortado. Uma transmissão enfrentando turbulências. “Hania, filho,-“
Não podiam ser consideradas dicas as informações que já estavam intrínsecas em seu ser, certo? Ou melhor, não era novidade nem grande revelação se lá dentro, bem dentro, a suspeita tivesse tornado realidade e todo o resto a abafava com um pano. Abafava seus gritos com força e escondia suas mensagens na parede. Quando tinha transformado as lições de conviver com os espíritos em descoberta de modos para ajuda-los? Vovó Willow, agora lembrava, em momento algum tinha o colocado no caminho de xamã. Sua presença era para acalmar e mostrar a saída, garantir que ainda tinha um mundo para a qual voltar depois de ter sido por uma visão de tirar todos os sentidos. Os ensinamentos.... Eles não tinham sido para ficar de joelhos e esperar, ser um condutor entre dois mundos, trazendo a mensagem dos mortos como lera em algumas histórias. Não tinha sido num livro, num conto tão próximo que seu descendente tocava seu coração, que um certo homem os usava ao seu favor? Não tinha sido outro em que navegara num rio e chegara ao outro lado?
Hania não queria, mas estava ali, revisando tudo o que tinha aprendido. Cada aula direcionada e dúvida externalizada. Elas.... Elas não tinham sido deturpadas daquela maneira. Uma interpretação diferente para uma situação que era tão simples quanto o piscar dos olhos. Uma respiração profunda depois de um treino extenuante de canoa. Cada dia aprendia a reduzir o preço do seu dom, tornar mais fácil ‘a vida’, não a capacidade de receber mais e mais espíritos. O aprendizado era para minimizar o dom, não para torna-lo mais efetivo. O...  A...  A cabeça do índio girava tanto que a tontura o fez balançar no próprio equilíbrio. A nuvem abaixo dos seus pés abrindo pequenos e traiçoeiros buracos. Seus pensamentos se repetindo de maneiras diferentes, todos com o mesmo conteúdo de jeitos diferentes. Línguas diferentes. Cada uma aprendida por ajudar um espírito colocando sua contribuição. Mais uma pedra sobre o descendente de Pocahontas que, àquela altura, estava enterrado em sete palmos delas.
Eu pensei... Eu achava... Mais um buraco aberto, mais um saltar para longe do pai. “Eu também achava isso, quando estava na Virgínia Companhia. Todos os indígenas são iguais. Selvagens e assassinos, sem inteligência e facilmente ganhados com presentes. Eu era bom, muito bom, mas quando conheci sua mãe...” John tinha seus lá muitos anos de companhia, de exploração e assassinato. Assim como Hania tinha toda a sua vida dedicada a um propósito diferente de seu nascimento. Dois homens com grandes dons, dons em que eram reconhecidos por todos, e seguindo pelo mesmo caminho ignorante de uma faceta somente explorada. Pai, e- A garganta travou ao mesmo tempo que o pai levantou a mão, o interrompendo. O seu rosto não exibia mais o viço da juventude, os traços assumindo o rosto que nunca tinha conhecido em vida. A velhice, as linhas de expressão, e o mesmo amor pela figura paterna crescendo em seu peito. “Nunca é tarde demais para ninguém, Hania. Nunca duvide de si mesmo, porque és sim, capaz de mudar.”  Porque ser medo estava distante, na visão da vida da cidade e na incapacidade de se adequar a ela.
“E você não está sozinho. ”  Não só tinha amigos, grandes amigos, apesar de tudo como era diferente com eles. A facilidade de agir com eles era tão estranha quanto excitante, o sorriso automaticamente aparecendo no rosto e a risada louca querendo sair. De correr quando estava perto, de provocar a mesma sensação de felicidade quando estava perto. E ele foi percebendo, notando, que não era só com eles. No remo era sim. Escalando era assim. Como Rocket era assim. Com cada uma daquelas pequenas atividades e prazeres, Hania se tornava mais leve e distraído. Menos conectados com os espíritos. Não que estivesse completamente alheio a eles só...  Uma aura diferente cercava-o e não era incomodado. Quantas tinham sido as vezes que tinha sido interrompido com Felicia? O número decrescente de episódios conforme ia conhecendo-a? E Daren? Mesmo tão semelhantes no dom, menos o usava para ficarem juntos... Hania sabia, sabia. Sempre soube.
Quando olhou para o pai, ele não estava mais lá, e seu corpo descendia dos céus com suavidade. Elegância. No ar, o espírito do vento e do calor rodeando seu corpo com o ‘eu te amo’ compartilhado no cálido sentimento. De expressão não dita. Ao tocar o chão, a lança se recolheu e foi guardada. Hania desviava dos espíritos com o porte régio de um príncipe, de um filho do chefe pronto para assumir seu cargo. Os corpos pálidos se afastavam sem necessidade do toque, os que permanecendo acabando por conhecer a solidez do guerreiro de dois mundos.
Não precisava de violência, nenhum movimento brusco. O índio chegando perto da criança e a tomando no braço, o corpo diminuto envelopando ao redor de si com força. Temendo se soltar, morrendo de medo de voltar a um trabalho que não tinha sido instruído corretamente. E assim, tão simples quanto dar o primeiro passo, os espíritos foram desaparecendo. Miragens evaporando conforme se afastava e saía da clareia. Cada um dos pequenos chiados do sumiço diminuindo um arrepio na pele exposto do pequeno índio. O peso ficando mais leve nos ombros, nos braços, facilitando cada passo para transformar em corrida. A floresta puxando e empurrando para a frente e para longe. Potencializando a velocidade com a canalização da brisa entre os troncos, os pássaros cantando e indicando o caminho mais rápido.
E quando saiu. Quando o sol amanhecendo tocou-lhe a face, Hania caiu de joelhos e chorou. Chorou por tudo. Chorou por cada espírito. Chorou por cada um dos perdidos e dos salvos.
Chorou, principalmente, por si mesmo. Por tudo o que tinha perdido. E por tudo o que tinha sido aberto para si.
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nightmarefausto · 10 months ago
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Fausto quase conseguiu ignorá-lo e passar batido das explicações (quase, levando em conta que a casa era de Outono, cada partícula fazendo questão de realçar isso), olhos na interação das aves com genuína curiosidade, principalmente ao cantarolar animado do passarinho que parecia a beira da morte não meia hora atrás. Teletransporte é uma mentira pra você? flutuava em sua língua, impedida pelos dentes cerrados, lábios projetando-se para frente e sobrancelhas erguidas. "É a sua casa. Vai me deixar ficar? Não tem medo que eu o enfeitice quando não estiver olhando e o aprisione ao meu bem querer?" Apenas para confirmação, uma última chance para pensar melhor no que punha dentro de casa. Ocultando detalhes, ainda desconfiado da estadia de emergência, seus olhos finalmente encontraram os dele e oh. Oh. Seu coração deu uma guinada e os dedos se apertaram no bolso com a visão. É claro que, de todos os cômodos, desde a sala até o sótão, o quarto lhe fosse o mais familiar de todos, e como poderia ser diferente? Meio pasmo, seguiu as ordens em passos taciturnos para o segundo andar, o cheiro de folhas, madeira e orvalho ressuscitando uma memória há muito esquecida. A memória muscular, pelo menos, era mais fácil: blusas no cabide, botas alinhadas perto da parede, primeira porta do guarda roupa para as blusas de frio e terceira gaveta da cômoda para as calças.
Aquele cheiro nunca mais sairia de seu olfato, percebeu no momento em que trouxe a lã para seu nariz, os fios macios acariciando sua pele fria como uma benção em um clima daqueles. Só percebeu que demorava mais que o necessário ao se encontrar perto da cama, não ousando por um fio de cabelo onde antes havia sido seu paraíso pessoal, saindo dali a passos apressados mais uma vez em direção à sala.
Sua cabeça doía do quanto tudo aquilo parecia doméstico, familiar, e Fausto se sentiu nu, exposto – mas, mais uma vez, Outono tinha facilidade em quebrar suas barreiras com apenas um olhar, um comando e um estender de mãos. Saberia ele do poder que tem sobre si? "Obrigado." A fera desarmada seguiu em silêncio até o lado dele no sofá, mal tendo tempo de se aconchegar ao receber a caneca quente em suas mãos, recuando as mangas para acolher o calor. "A Torre estava... Sufocante. As paredes de pedra são frias, e os ambientes luxuosos, com muito poder em cada chama acesa. O excesso de detalhes, de magia, depois de tanto tempo sem- entende o que quero dizer? Caminhar numa floresta silenciosa no meio dos montes de neve branca deveria ter sido uma boa ideia." Precisava por pra fora, voz ligeiramente descontrolada do tom monótono usual. As pernas se dobraram e ele se encolheu contra o estofado, trazendo a caneca para sua boca, provando e nomeando cada um dos ingredientes. "Eu estou- eu estou cansado, Outono." Sorriu, desanimado. "Mas me fale de você. Diga-me sobre seus planos, seus protegidos, sobre os livros que leu essa temporada. Qualquer coisa bastará."
Sua memória tentava reunir as descrições daquele lugar em particular, os montes de neve diminuindo conforme se aproximava da casinha, aquela sensação de magia emanando atraindo-o. E mentiria se dissesse que sua respiração não havia ficado presa na garganta ao encontrá-lo, ouvindo seu nome como se fosse a primeira vez. Apertando o passo, quase correu para dentro do lugar, alívio em poder sair daquele frio e procurar a lareira mais perto para finalmente descansar. Retirando a pequena ave de dentro do sobretudo, suspirou aliviado em ver que ainda estava viva. "Caminhando." Resumiu tudo em uma só palavra, contando com todo o entendimento que Outono tinha de si para compreender que havia outra prioridade em seus olhos no momento, tirando o cachecol e criando um ninho para depositar o passarinho dentro, perto do fogo. "Veja, estava caído num monte de neve, provavelmente caiu do próprio ninho, a pobre criatura." Mais tranquilo de ter sua tarefa cumprida, finalmente o feérico se ergueu, olhando ao redor. Tudo ali indicava um ambiente familiar, aconchegante e confortável, tornando-o incrivelmente deslocado, de pé como uma sombra no meio da sala. A cor voltava aos poucos ao seu rosto, dedos compridos enfiados nos bolsos para disfarçar a rigidez. Não era uma ideia muito esperta sair após uma nevasca. "É aqui que vive com as suas irmãs? Pelo silêncio, sei que deve estar sozinho no momento." A voz saiu num tom jocoso, evitando-o com o olhar propositalmente, preferindo por contar os vasos de plantas na janela.
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tsushimarp · 4 years ago
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Conheça mais de tsu_ikegame!
NOME: Ikegame Funa. USER DO TWITTER: tsu_ikegame DATA DE NASCIMENTO / IDADE: 19 de agosto de 1995 / 24 anos. GÊNERO: Feminino. NACIONALIDADE: Japão. ETNIA: Japonesa. OCUPAÇÃO: Guia no Centro de Conservação da Vida Selvagem.
Residente em Chitose desde de 2002.
PERSONALIDADE Ikegame Funa é espirituosa e livre feito uma criança. Sua avó diria que ela emprestou dos gatos da ilha um pouco da selvageria, e talvez por isso eles tivessem ambos naturalmente que se dar bem. Funa não sabia se concordava com esta última constatação, até onde ela entendia gatos selvagens só se davam bem consigo mesmos. Esta era também uma verdade para a moça. De poucos amigos e natureza reservada, Funa se achava corajosa, porque sabia que é preciso ter medo primeiro para depois ter coragem. 
E Funa era completamente amedrontada das outras pessoas. Um tipo de medo que nasce da desconfiança, uma desconfiança injustificada, um não-pertencimento, uma urgência de fuga, e de se esconder de novo na vastidão libertadora das matas e dos mares. O organismo vivo da ilha, engrenagem feroz da sua curiosidade e do seu espírito aventureiro e explorador. Pessoas, porém, cheiravam mais a fator limitante e possibilidades desperdiçadas. E é aqui que ela encontrava sua bravura, pois apesar de sua ansiedade e inadequação, nunca lhe faltava coragem para ser amável e gentil.
PASSADO Os Ikegame são uma linhagem de antigos habitantes de Tsushima, que se mudaram para a ilha muitas décadas atrás à procura de descanso e vida tranquila nos bairros isolados do norte, muito antes do turismo florescer naquela região. Não é de se admirar que em todo canto da ilhota pode-se encontrar um ou outro parente de segundo ou terceiro grau, escondido atrás de uma árvore, debaixo de uma pedra... Natural de Tóquio, porém, Ikegame Funa experenciara seus primeiros anos de vida na agitada capital. Era ali que sua mãe construia sua carreira no direito, e conceber a pequena rebenta nunca estivera nos planos. Não pode-se dizer que a gestação não planejada fora uma grande dádiva inesperada do divino, estaria mais para uma pedra no caminho, mas seus pais modernos na moderna cidade oriental se viraram para providenciar todo o amor e conforto que podiam, ao mesmo tempo que sofriam da epidemia do mal do trabalho excessivo, e batiam à porta do sucesso com a promessa de estarem constantemente quase.
O que nos leva, é claro, ao profundo sentimento de abandono que Funa sentira durante sua primeira infância. Não me demorarei sobre isto. Ela mesma já não tinha a capacidade de acessar essas memórias, muito embotadas no passado. Mas este fato diria muito sobre a pessoa que ela viria a se tornar. Bom, o fato é que sua mãe iria levá-la para passear na ilha Tsushima com certa frequência. Funa não podia expressar o tamanho deslumbre ao qual sua cabecinha infantil era submetida à cada, muito aguardada, ocasião do atravessar daquelas águas cintilantes e o âncorar na porção de terra mais querida do seu coração. O recanto encantado de sua avó. Sua doce avó, embalada nos reconditos secretos do paraíso longíquo. Com seu jardim arrebatador nos fundos da casa, e sua clientela idosa da simbólica floricultura familiar. Ali construira suas lembranças mais preciosas, e muito do que viveu mais, deixou passar sem muita cerimônia, como se só aquela ilha houvesse existido no seu passado.
Não se lembrara como terminara morando de verdade com a avó. Em alguns momentos parecia que sempre fora assim. Passava semanas em Tsushima se divertindo aos montes que quase não notava a ausência de sua mãe. Soubera mais tarde entrecortado entre conversas que a mãe era uma mulher muito de trabalho e estava sempre por aí resolvendo burocracias da vida adulta. Houvera também uma discussão acalorada, parecia, e pronto, estava ali agora, morando com a avó. É possível que ela sentira falta dos pais no começo, mais do que o habitual. E que estivera confusa e melancólica. Mas isso logo passara e Funa quase deixara de reconhecê-los em muitas ocasiões. Mas aí de repente apareciam todos, sua mãe e seu pai, e um monte de outros rostos estranhos que nunca vira antes na vida, todos juntos para uma comemoração familiar, e ela se lembrava deles. 
Também havia as cartas, e estas ela achava super divertidas porque ela podia escrever com toda a pinta de importância e rechear de detalhes exorbitantes das coisas que descobrira nas suas aventuras, como se descrevesse ao destinatário um relatório em primeira mão dum paraíso nunca explorado. Houve também, às vezes, ligações, mas com a pouca tecnologia da ilha essas eram raras.
PRESENTE Formada em biologia marinha e com um emprego estável na pacata Tsushima, Funa vivia sua vida como sempre vivera: lenta e gentilmente. Com uma cabeça vazia de preocupações, passava tempo perseguindo através de binóculos os passáros no alto das copas das árvores, e com a luneta as estrelas no céu. Tomava emprestado na biblioteca do Centro de Conservação da Vida Selvagem grossos livros ilustrados da fauna e flora nativa, e se debruçava sobre eles com acentuada concentração por horas a fio embrenhada no âmago da natureza, tomando suas próprias anotações na sua misteriosa agenda de campo cuja familiaridade somente permitia à avó. E por falar nesta, não lhe faltavam momentos de afeto e dedicação carinhosa à figura maternal. Agradava-lhe o cair da noite quando preparava-lhe comida quente e podiam comer juntas e conversar, ou cuidar do jardim floral com a matriarca nas horas vagas, massagear os seus pés já muito cansados dos anos vividos no fim do dia, planejar curtas viagens às quais os ossos envelhevidos da avó poderiam suportar, pelos bairros de Tsushima.
Não seria também injusta com o mar. Filha do litoral, Funa nadava como um peixe. O mar era a sua casa, pois era lar da grande criatura marinha que era a ilha que a abrigava, e ela sentia-se como um órgão constituinte de Tsushima.
FUTURO Faltava-lhe, porém, a vivacidade social da juventude. A sua própria companhia lhe era demasiado deleite, com toda a sua curiosidade borbulhante, é claro, e também seu apetite insaciável pelo deslumbre da vida. O conforto de habitar a sua própria pele, em segredo, longe da opinião pública e das regras limitantes era quase que viciante, de modo que sem perceber ela estava evitando o mundo para viver a sua fantasia particular. 
Por que você está fugindo das pessoas, Funa-chan? perguntara-lhe a avó uma noite, afangando-lhe os cabelos. Funa se vira ultrajada. A pergunta veio como uma flecha. Não sabia que estava fugindo. Estaria fugindo? A pergunta se instalou na cabeça de Funa, convidando outras questões maiores à transitar por ali e desencadeando uma série de constatações profundas que levaram Funa à decidir que talvez devia começar a tomar alguma atitude sobre sua relação com as outras pessoas existentes no mundo.
ORIENTAÇÃO SEXUAL: Demissexual. TEMAS DE INTERESSE: Angst; General; Fluff; Romance. FACECLAIM: Yuka Mannami.
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itscamren-yo · 5 years ago
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Capítulo 44 - Travor
Para convencer Travor de sair daquele beco e ir embora para casa com Lauren e eu foi um verdadeiro parto, ele se parecia bem irredutível, mas mudou de ideia quando minha esposa alegou que chamaria a polícia para informar da grande quantidade de pessoas que estavam dormindo ali, por um bem maior, ele acabou se juntando a nós.
O caminho todo até o nosso apartamento, ele estava bem emburrado e não fez questão alguma de responder qualquer coisa que questionamos ou qualquer assunto que tentávamos puxar. Pude notar a grande surpresa dele quando Lauren e eu nos despedimos de Shawn e Sabrina, caminhando de mãos entrelaçadas em direção ao prédio.
Entretanto, toda sua surpresa por sermos um casal sumiu completamente quando entramos na recepção do prédio onde vivíamos. O chão da recepção era de mármore branco, um mármore tão bem encerado que era possível ver nossos reflexos no chão. Os sofás que ficavam por lá eram de couro e as caixinhas de correio de cada apartamento ficavam em um painel prata gigante na parede, fazendo contraste com a enorme estante com vasos e livros.
Travor estava encabulado e andava o mais junto possível de nós, ele não soltava sua mochila fedida e passou bem longe da recepção onde o porteiro ficava para resolver eventuais problemas do edifício. Entramos no elevador e pude ele olhar tudo com muita atenção e abraçar ainda mais forte a mochila. Eu sabia que nosso prédio era de classe alta, mas vê-lo agir tão surpreso e incrédulo com a nossa condição de vida que fez eu perceber o quanto Lauren e eu éramos privilegiadas.
- Pronto, chegamos. - Lauren fala abrindo a porta - Pedimos desculpas pela bagunça, não sabíamos que teríamos visitas. - ri divertida, dando passagem para ele entrar.
Então ele apenas ficou parado perto da entrada, olhando tudo com os olhos brilhando e sem conseguir falar uma palavra. Travor nos procurou com o olhar, como se silenciosamente questionasse o que esperávamos que ele fizesse ali. Lauren me olhou e eu comecei a tirar meus saltos e então os meus brincos.
- Quer conhecer o quarto onde você vai passar a noite? - questiono e ele continua me encarando atentamente - Você pode tomar um banho e depois Lauren pode te preparar algo para comer, ela faz o melhor queijo quente do mundo.
- O segredo está em grelhar o pão antes. - confidência timidamente com as bochechas vermelhas.
- Vocês vão me dedurar para o conselho tutelar, não vão? - sussurra, ainda abraçado com a mochila - Vão me fazer voltar para aquele inferno, não vão?
- Travor, está tarde. - olho para Lauren, ela falava calmamente - O melhor a fazer agora, é descansar. - ele encara os próprios pés - Amanhã decidimos o que fazer, pode ser?
- Tanto faz.
Ele começa a olhar para a sacada, tentando nos ignorar.
Observo o garoto e sinto uma gigantesca vontade de abraçá-lo, queria escondê-lo em um abraço e transmitir algum tipo de confiança e proteção. Queria ser algum tipo de porto-seguro para que ele não sentisse medo do que o amanhã lhe reserva ou qual é a próxima coisa ruim que pode lhe acontecer.
- Acredito que meu irmão tenha deixado uma roupa de dormir aqui, vou pegar emprestado para você ficar mais confortável, Camila vai te acompanhar até o quarto. - Lauren sorri de canto, dando as costas e indo em direção ao nosso quarto.
Com passos curtos, parei em frente a porta do quarto de hóspedes e abri a mesma, acendendo a luz e adentrando no ambiente. Como sempre, a suíte estava em perfeitas condições e assustadoramente limpa, a porta do banheiro estava entreaberta e era possível ver o pequeno closet também. Entrei no mesmo e peguei mais uma coberta, deixando a mesma sobre o colchão confortável.
- Temos toalhas limpas e uma na segunda gaveta você pode abrir um pacote, temos escovas de dentes novinhas… eu vou pegar para você, é mais fácil. - explico calmamente, empurrando um pouco a porta que dava para a sacada, assim o quarto poderia ventilar.
Quando me virei, pude notar o olhar de Travor fixo na cama King-Size no centro do quarto; meu coração apertou ao imaginar a quanto tempo ele dormia no chão frio todas as noites. Eu olhava para seu corpo magricelo e suas roupas sujas sentindo minha alma doer ao imaginar que uma criança tão indefesa e sozinha.
Entramos no banheiro e eu ensinei como ele poderia utilizar aquele chuveiro, peguei a toalha limpa e a escova, assegurando que havia pasta de dente. Percebi seu olhar atento em cada pequeno detalhe daquele banheiro, como se jamais tivesse visto um. Me despedi dele a tempo de ver Lauren entrando no quarto e falando em voz alta que o pijama dele estava sobre a cama.
Saímos juntas e fomos para a cozinha preparar algumas coisas para ele comer. Lauren começou a fazer dois queijos quentes, expremi uma jarra de suco de laranja e coloquei gelo para ficar ainda mais gostoso. Conforme começamos a preparar algumas waffles para que ele pudesse comer com mel, Travor finalmente saiu do quarto de banho tomado e roupas trocadas.
- Está com fome? - questiono curiosa, rindo baixinho ao ouvir seu estômago roncar alto - Bem, acho que isso responde minha pergunta… - abaixa a cabeça e eu coloco o prato com os dois queijos quentes - Venha, sente-se.
- Espero que goste. - Lauren sorri gentil, servindo um pouco de suco no copo enquanto ele dava uma mordida generosa - Então?
- É muito bom. - fala de boca cheia e eu sorrio, colocando mais uma pedra de gelo em seu copo.
Encaro ele por longos instantes e sinto meu coração doer mais um pouco. Aquele garoto -agora- limpo, com uma blusa duas vezes maior que ele, comendo com tanta vontade e com cicatrizes fazia meu estômago revirar de uma maneira desconhecida. Eu tinha pena, empatia e curiosidade, tudo ao mesmo tempo e de uma maneira mais intensa.
- Você morava em orfanato? - pergunto repentinamente, ele mastiga mais devagar, me olhando surpreso, dá uma nova mordida e evita me responder - Por que você recusou ajuda dos órgãos públicos?
- Camila. - Lauren me repreende.
- Sem rodeios. - mexe as sobrancelhas.
- Podemos ter rodeios e nunca falar sobre as coisas que temos curiosidade, ou podemos ir direto ao ponto e pouparmos tempo. - dou de ombros, sem desviar meu olhar do dele - Por que você não está recebendo assistência do governo?
- Assistência do governo? - ele ri debochado - Você chama de mudar de casa para casa de mês em mês de assistência do governo? De morar com pessoas que só te recebem para pegar esse dinheiro de assistência e comprar coisas novas? - nega com a cabeça - Eu tinha duas escolhas: ou eu continuava apanhando de pessoas desconhecidas por não seguir as regras deles ou eu fazia minhas próprias regras, não foi muito difícil escolher. - morde o sanduíche, me encarando indiferente.
Lauren e eu permanecemos em completo silêncio.
Travor era tão pequeno e parecia ser tão indefeso, meus ossos doíam com a ideia de imaginar alguém lhe fazendo mal.  Seu olhar refletia o quanto ele parecia ser triste, o quanto ele parecia ter vivido coisas horríveis que ficariam com ele para sempre. Era notável que ele buscava meios de machucar quem se aproximava, ele não precisava de um novo alguém para lhe machucar mais uma vez.
- Não era um conversa sem rodeios que você queria? - é sarcástico, sinto minhas mãos ficarem suadas - Olha, vocês parecem muito bacanas, mas vocês jamais vão entender o que é passar por isso ou o que o sistema realmente é.
- Eu trabalho com o sistema e sei como é…
- Não. - a repreende - Você não vive no sistema. - seu olhar era intenso - Você pode trabalhar com isso, inclusive deve ser por isso que tem essa casa bacana, mas você não vive no sistema. - se levanta da cadeira, levemente irritado - Você não sabe o que é ser jogado nele sem amparo algum, com pessoas tomando decisões por você sem que você possa opinar e com pessoas… - seu tom havia alterado, ele parecia bem irritado - Você não sabe. - esboça um sorriso sem qualquer humor - Não diga que você sabe como é o sistema enquanto você anda de Mercedes, só tem roupas de marca e vive em um condomínio fechado.
- Travor…
- Eu acho que vou dormir. - dá alguns passos para trás - Eu termino de comer amanhã. - pouco se importa se tínhamos mais alguma coisa para dizer, apenas caminhou em direção ao cômodo de onde havia saído.
Não consegui me mover e sequer olhar para Lauren, eu sentia uma ânsia fora do normal e estava completamente atordoada. Minha esposa me encarou por longos instantes, me limitei a tirar o prato de Travor e a jarra de suco que estava ao lado do seu alimento, guardei tudo na geladeira enquanto Lauren juntava nossas coisas.
Fomos para o quarto em completo silêncio, tiramos nossas roupas e enquanto eu tirava minha maquiagem, Lauren tomava banho em completo silêncio. Eu observava meu reflexo e era inevitável não me sentir culpada por estar em minha própria casa. Travor não tinha um colchão para dormir e uma refeição sequer, enquanto eu estava usando um anel que faria ele fazer três refeições diárias fartas pelos próximos meses.
Acabei me lembrando de quando eu estava em meu segundo ano da universidade e minha mãe acabou perdendo o emprego, eles não estavam conseguindo enviar dinheiro para mim em New Haven e eu lembro do meu pavor de abrir mão dos meus sonhos e da minha universidade dos sonhos para que meus pais pudessem trabalhar um pouco menos. Também lembro de como Robin, o padrasto de Harry, não havia sequer pestanejado em ajudar meus pais a se reerguerem financeiramente.
Tomei meu banho e notei Lauren tirando o que havia restado de sua maquiagem, ela passou um creme corporal e saiu do banheiro sem dizer uma única palavra. Após me secar, coloquei o pijama e rumei para o quarto com o meu creme corporal em mãos. Lauren tinha um livro em uma das mãos e com a outra mão, ela segurava o controle da televisão.
- Eu não vou conseguir dormir, quer que eu vá para sala para eu deixar você descansar?
- Eu também acho que não vou conseguir dormir. - começo a passar o creme, olhando para a televisão - Ele é…
- Intenso? Sincero? - assinto, olhando para a minha esposa por longos instantes sem ousar desviar o olhar - Camila…
Conhecia minha esposa tão bem a ponta de saber o que seu tom de voz significava. Lauren estava me repreendendo antes que eu sequer colocasse em palavras aquilo que eu tinha em mente, mas por me conhecer tão bem, eu não precisava verbalizar: Lauren Jauregui sabia exatamente o que se passava em minha mente.
- Lauren, e se nós… - tento iniciar o assunto.
- Camila. - me interrompe - Eu sei o que você vai sugerir. - mordo meu lábio inferior, incomodada por ela não deixar eu concluir meu pensamento - Ele já passou por muita coisa, precisa de pessoas que querem ele e que deem o amor que ele merece. - sinto meus olhos ficarem marejados.
- Nós não precisamos adotar ele, eu não estou dizendo isso. - me levanto da cama, começando a andar de um lado para o outro, nervosa com o assunto - Nós podemos ficar com ele temporariamente, até acharmos uma família que tenha condições de adotá-lo e ser tudo o que ele precisa.
- Camz, o sistema não funciona assim, isso pode demorar anos e…
- Nós temos dinheiro para manter ele!
- Dinheiro não é tudo, Camila. - me interrompe irritada, levantando da cama - Ele não é um objeto ou um produto, ele é uma criança. Ele precisa ser educado, ele precisa de roupas, precisa de cuidados médicos e psicológicos, precisa de amor e afeição, precisa de pessoas que não vão embora. Ele precisa de duas figuras responsáveis que deem isso e muito mais. - Sinto as lágrimas rolarem pelo o meu rosto, sentindo uma gigantesca tristeza me atingir - Amor… - me puxa pela cintura, juntando nossos corpos - Nós não podemos...
- Pense, apenas um pouco. - mordo meu lábio inferior, segurando seu rosto - Só um pouco. - acaricio sua bochecha com meus polegares - Podemos vender aqui e viver no casarão para cortar nossos gastos, então colocamos ele em uma escola e ajudamos, pense que aqui vai ser um lugar para ele comer e dormir enquanto não acha outro lugar.
- Camz…
- Ele não pode voltar para a rua! - quase grito.
- Ele não vai, iremos colocar ele em um orfanato e…
- Para ele fugir de novo? - me afasto, abraçando meu próprio corpo - Lauren, ele precisa de alguém, nós podemos ser esse alguém e você sabe disso tanto quanto eu sei. - ela me olha atentamente - Diga que você sente, porque eu sinto, eu sinto em cada célula do meu corpo que eu tenho que proteger esse garoto. - passo a mão em meus cabelos.
Me sinto pequena e sufocada. Jamais passaria por cima da decisão final de Lauren, mas sabia que tantos meus sentimentos quanto os dela estavam a flor da pele e precisávamos “esfriar” aquela tensão. Eu precisava pensar nas coisas que ela havia me dito, assim como ela precisava pensar no que eu havia lhe falado.
- Eu vou beber um pouco de água e… - ela tenta se aproximar, inevitavelmente evito o seu toque para que eu não chore em seus braços - Eu volto depois, me deixe sozinha por alguns instantes.
Sem dizer mais nenhuma palavra, saio do quarto.
Com passos silenciosos peguei um pouco de água e me permiti chorar um pouco o mais baixo que consegui. Não queria que Lauren ouvisse e Travor, muito menos. Bebi água e me acalmei o máximo que consegui, todas as emoções daquela noite haviam me desestabilizado emocionalmente.
O barulho de uma porta abrindo e passos chamaram minha atenção, passei a mão sobre as bochechas rapidamente e prontamente pude ver um corpo pequeno se mover no escuro. Travor não havia notado minha presença ali. Acendi a luz da cozinha e só então ele parou de se mover, pude notar ele se encolher e ficar constrangido por ser pego ali. Trocamos um longo olhar e ele fez menção de mover seu corpo de volta para o quarto, mas eu o impedi.
- Está precisando de algo? - questiono, caminhando em direção a geladeira.
- E-Eu… - abro a porta da geladeira, pegando o prato com o seu sanduíche - Eu…
- Veio atrás disso? - ele morde o lábio inferior, estendo o prato e ele pega o mesmo - Não esqueça o suco. - pego a jarra, servindo em um novo copo.
- Obrigado. - sorrio de canto e ele vira seu corpo, como se fosse voltar para o quarto agora que tinha pegado o que tanto queria.
- Nessa casa não comemos nos quartos. - falo prontamente - Lauren odeia migalhas nas camas. - explico, apagando a luz - Mas comemos na sacada. - começo a caminhar em direção a mesma, percebo o olhar atento dele - Então, você vem, ou não? - sento na poltrona que ficava de frente para o mar.
Travor ocupou a poltrona que Lauren geralmente ocupava, colocou o copo sobre a mesa e começou a comer o queijo quente -agora gelado-. Ficamos em silêncio por longos minutos, apenas observando as ondas quebrarem, o céu estrelado e aproveitando para sentir a brisa gelada da noite.
Não existia aquele clima tenso como quando ele havia deixado a cozinha após meus questionamentos. Era como se eu fosse indiferente para ele, quase como se eu não estivesse ali ocupando o assento ao seu lado. Sem conseguir me conter, olhei para Travor e vi seu olhar impressionado com a vista.
Era apenas uma criança com vivências horríveis que lhe fizeram acreditar que ele agora é um adulto. E eu? Bem, agora, ao meu ver eu era a adulta que sentia a necessidade de fazê-lo se ver como a criança que era.
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i-nuttybasementstudent · 5 years ago
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Fanfic: Você quer fugir comigo, Mattie? (Prucan Week 2019)
Link da fanfic: https://www.spiritfanfiction.com/historia/voce-quer-fugir-comigo-mattie-17654263
Sinopse: Gilbert prometeu nunca mais voltar, mas ele estava aqui, debaixo da mesma arvore da sua adolescência. A pergunta estava sempre lá, não importava o que, então ele fez: Você quer fugir comigo, Mattie?
Fandom: Hetalia Axis Powers
Casal (Pairing): Prussia & Canada
Prompt: Day 6 (10/11): Careers/Future | Amaryllis (Carreiras / Futuro | Amarílis)
Idioma: Portugues
Author Note: Já estamos no 6º dia em, q doidera. Mas até q passou rápido, to me divertindo bastante.
Segundo o site indicado pelo tumblr da prucanweek amarílis significa orgulho. Dei uma pesquisada no google, e pode significar tbm angustia e tristeza pela perda da pessoa amada.
Capítulo Único
Gilbert tinha jurado pra si mesmo que nunca mais voltaria pra essa cidade, que iria superar, trabalhar duro e fazer uma nova vida. E ele fez. Foi difícil, mas ele conseguiu e superou todas as expectativas. Onze anos depois, Gilbert morava num apartamento legal, tinha bons amigos que o amavam, o emprego dos seus sonhos, mas a pergunta estava lá, e não o deixava seguir em frente.
Ele esperava de baixo da mesma arvore da sua adolescência, tão nervoso quanto antes, ansioso e feliz. Na mão tinha uma amarílis, que roubou sem motivo aparente de um quintal, enquanto caminhava pra cá. Gilbert pensou em tirar as pétalas no famoso "bem ou mal me quer", mas era tão bonito, que ele não teve coragem, então ficou girando o caule entre os dedos, como uma forma de liberar a tenção.
Logo escutou o latido, e um cachorrinho de porte médio, que mais parecia um urso polar, cheirou a sua mão apoiada no joelho, lambendo em seguida. Gilbert acariciou entre as suas orelhas, o dono apareceu logo depois:
— Você veio — ele se levantou com um sorriso, limpando a calça com a mão desocupada.
— Vim pra dizer o quanto isso é um absurdo — falou o outro homem, vestido com um moletom vermelho e gasto, o seu preferido.
Matthew usou esse mesmo moletom, quando a doze anos atrás, eles deram o primeiro beijo, exatamente debaixo dessa arvore. Eles conversavam depois do horário da escola, desde que começaram o ensino medio, e Gilbert se via ansioso por cada encontro, até proporem de se ver a noite de baixo da arvore. Se sentavam juntos e apreciavam a noite, as estrelas e os grilos. Cada dia Matthew se sentava mais perto, então veio os esbarrões, os toques, primeiro acidentais, depois se tornando propositais. Eles viviam em uma cidade pequena e conservadora, era impossível expressarem seus sentimentos livremente, mas o faziam quando estavam sozinhos:
— Por que um absurdo, é só uma pergunta? — disse Gilbert se aproximando.
— Uma pergunta — Matthew exclamou indignado. — "Você quer fugir comigo, Mattie?"
— Viu, só uma pergunta.
— Gilbert, eu tenho um emprego, uma noiva, isso não é...
— Eu sei, eu sei do seu emprego estável e do seu futuro casamento feliz. Não precisa jogar na minha cara — Gilbert falou chateado. — Essa não é a questão.
— Essa não é a questão? — Matthew ri incrédulo. — Você vai embora, e depois de onze anos você volta me pedindo pra ir com você.
— Eu não fui embora, me expulsaram — ele suspirou, mexendo a flor nervoso. — Não te contaram?
— Todo mundo sabe da história — Matthew desviou os olhos, sua atenção indo pro cachorro que latia pra nada em particular. — Kuma, não.
— E mesmo assim você me culpa? — o albino pergunta indignado, chamando a atenção pra si de novo.
— Se você queria tanto que eu fosse com você, então..., então por que você não me pediu a onze anos atrás — Matthew o questionou, nervoso.
— Não fazia sentido te tirar de casa, a sua família ama você, te acolheria sem problemas — Gilbert se justificou. — Éramos apenas crianças, ninguém merece isso.
— Mesmo assim, você ainda deveria ter ido pra casa — Matthew insistiu. — Meus pais teriam te acolhido.
— Isso é passado, não tem como mudar — ele deu de ombros, indo na direção do cachorro. Se abaixou e começou a acaricia-lo.
— Mas você está aqui, agora — sussurrou.
— É diferente — Gilbert levantou a mão com a amarílis, impedindo que Kuma o comesse. — Eu tenho uma boa vida agora, posso ser quem eu sou e me orgulhar disso, mas... Tem essa pergunta, e eu preciso de uma resposta, seja lá qual for.
— Você realmente nasceu pra restaurar — Matthew sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Não só coisas, como relações.
Gilbert deu de ombros:
— Mas o meu casamento..., eu amo a minha noiva — Gilbert suspirou irritado, se levantando inquieto, indo na direção da arvore. — Oras, você dormiu com uma porção de pessoas.
— Eu nunca disse "eu te amo" pra elas — ele respondeu de costas, tentando disfarçar o quanto estava chateado.
— Você também nunca disse pra mim — Matthew sussurrou, esfregando o braço.
— Como? — o albino se virou para encara-lo, indignado com a acusação. — Eu pedi pra você cremar meu corpo depois que eu morresse. Era a minha forma de dizer, e você ficou comovido. Achei que tivesse entendido.
Matthew sempre teve esse fascínio com a morte, e com a indústria da morte em geral. Passou anos lendo sobre o assunto, sonhando com o dia em que ele iria abrir a sua própria funerária. Porém, o único que sabia sobre isso era Gilbert, na verdade, ele era o único que sabia de uma porção de coisas. Matthew odiava hóquei, mas se obrigou a jogar pensando que deixaria seus pais orgulhosos de ter um filho atleta. Durante o período que conviveu com Gilbert, Matthew pôde deixar o seu verdadeiro eu assumir o controle, e foi bom, se sentia feliz em ser ele mesmo. Mas Gilbert foi embora, e tudo isso não passou de uma ilusão.
Ele sabia como seria o seu futuro; casado, pai de família, trabalhando de secretário em um escritório de advocacia. Mas com Gilbert ali na sua frente, outro futuro se mostrou pra ele. Um em que ele iria trabalhar usando roupas velhas e uma muda extra, porque nunca se sabe. Quando chegasse em casa, só ser coberto de beijos e abraços após um bom banho. O primeiro futuro dava uma sensação de conforto, o segundo, um frio na barriga e curiosidade:
— Quando você vai embora? — Matthew perguntou.
— Como eu não avisei, tenho que estar no trabalho segunda de manhã — Gilbert olhou para o relógio. — Tenho que sair no primeiro trem.
— Isso só me dá três horas — ele exclamou, irritado.
— Eu posso voltar na semana que vem — o albino balançou a cabeça, pensando em mais coisas. — Ou você me manda uma mensagem com a resposta.
— Uma mensagem — Matthew praticamente gritou, suas bochechas corando de raiva. — Uma maldita mensagem Gilbert?
— Achei que seria melhor pra você.
— Eu vou me casar em dois meses — seus gritos se misturaram com os latidos de Kuma, que parecia assistir a tudo.
— É só dizer que não — Gilbert gritou também, depois suspirou se arrependendo. — Droga, me desculpa Mattie.
Matthew sentiu as lagrimas quentes descendo pela sua bochecha, Gilbert virou a cabeça de lado, fungando. Kuma parou de latir, balançando o rabo voltando a fuçar a grama. Uma pergunta que a sua mãe fazia com uma certa frequência era "você tem certeza, querido?" Matthew achava fascinante como sua mãe podia ler cada expressão sua. Na verdade, Matthew não tinha certeza de quase nada, exceto que ele tinha certeza que odiava hóquei, era fascinado pela morte e que amava Gilbert desde a primeira vez que se falaram. Mais do que tudo, tinha certeza que queria deixar a máscara cair, e ser ele mesmo:
— Olha, esquece tudo o que eu disse — Gilbert falou. Ele estava indeciso, nervoso, e não conseguia encarar Matthew. — Foi uma ideia estupida, voltar depois de tanto tempo. Tenha uma vida feliz Matthew.
Matthew sentiu seu coração gelar, ao ver seu amado caminhar pra longe. Um nó na garganta e mais lágrimas desceram. Ele não conseguia falar ou se mexer, e a cada passo do albino, parecia que os seus músculos iam virando pedra. Kuma começou a latir na direção de Gilbert, depois correu e mordeu a barra da sua calça, puxando com toda força. Matthew viu essa distração como uma nova oportunidade, que ele não poderia perder:
— Gil — magicamente Kuma soltou a barra da calça, se afastando em seguida. Matthew correu até ser aparado pelos braços do albino. — Me leva. Me leva com você?
— Você tem certeza? — Gilbert perguntou surpreso, mas esperançoso.
— Não, eu não tenho — as mãos de Matthew subiram até o colarinho da camiseta do albino, o puxando para um beijo.
Gilbert tocou o cabelo de Matthew gentilmente, devolvendo o beijo com a mesma intensidade que recebia. O beijo era muito melhor do que aquele de doze anos atrás, menos nervosos, menos dentes, mais prazeroso. Gilbert tinha sonhado com isso por tanto tempo, ter Matthew nos seus braços, para amar e beijar pelo resto da sua vida:
— Eu te amo Gil — ele sussurrou, seus lábios ainda colados. O albino riu e Matthew o olhou confuso. — O que foi?
Gilbert gargalhou tirando a amarílis, que ficou grudado nos cabelos de Matthew. Ele deu a flor pra Matthew segurar, voltando a abraçar a sua cintura:
— Mattie, eu amo você — ele falou, dando um selinho. — Me desculpa por não ter falado antes.
— Só me desculpo com uma condição — Matthew sussurrou, apoiando o queixo na curva do pescoço do amado, dando selinhos. — Você tem que falar que me ama todos os dias.
— Eu posso gritar que te amo da janela, se você quiser — eles riram.
Sua atenção foi roubada brevemente por Kuma, que latia e balançava o rabinho em expectativa:
— Não se preocupe, meu apartamento tem lugar pra você também — Gilbert riu.
Três horas depois, Matthew estava na estação, com uma pequena mala, Kuma e de mãos dadas com Gilbert. Ele só teve tempo de escrever uma carta sincera pra sua noiva. Lá ele contava toda a sua história com Gilbert, e como o destino, ou seu cachorro, deu uma segunda chance. Pedia desculpas, e dizia que ele realmente a amava, por isso não achava justo prede-la em um casamento infeliz. Que agora ela estava livre para viver um amor de verdade, assim como Matthew estava.
Páginas 4. Palavras 1563
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