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#curiosidades sobre pedras quentes
spadaycasal · 2 months
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Massagem Geotermal
A massagem geotermal é uma técnica terapêutica que utiliza pedras vulcânicas aquecidas para aliviar a tensão muscular e promover o relaxamento. Essa técnica é baseada na teoria de que as pedras possuem propriedades terapêuticas e podem ser utilizadas para equilibrar a energia do corpo. Nossos terapeutas especializados aplicam a técnica de forma cuidadosa e adaptada às necessidades individuais de cada cliente, proporcionando uma experiência única e relaxante.
Visite nosso site: https://bit.ly/spa-dharma
Espaço Dharma - Massagem Geotermal
☎ (13) 98184-0312 📧 [email protected] 🌐 https://espacodharmasantos.com.br
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cherryblogss · 25 days
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Não sei se vcs sabem mas esse mano aí da foto tava nas praias do rj na última semana eu nem notei sabe so que me deparei com essas fotos hoje e tava com a mente a mil😝
pensando aki 💭💭💭 em um amor impossível
Você e Felipe se conhecem no avião ambos em uma conexão antes do destino final que seria o local onde os dois vão passar férias. Para ele é um país estrangeiro e para você uma cidade turística do país que nasceu/mora (cuzil), por isso, estranha quando o carinha que senta do seu lado no avião te pergunta algo em português com um sotaque tenebroso e cheio de erros de concordância, o que te faz dar um risinho e ele te acompanha se explicando que queria tentar praticar o idioma o máximo que podia, já tinha estudado bastante mas ainda sim tinha dificuldades. Nisso, vocês começam a conversar sobre assuntos aleatórios, ele te perguntava algumas curiosidades sobre o lugar que vc sempre viajava nas férias. a conversa é interminável, dificilmente ficavam mt tempo calados e como Felipe queria aproveitar tudo oq podia da sua companhia até se fazia de besta ao te perguntar coisas óbvias. No fim de tudo quando o avião aterrissou, Pipe tomou coragem e pediu suas redes sociais para tentar manter o contato e honestamente tinha ficado encantado pela sua personalidade e beleza, você era uma surpresa incrível na vida agitada dele. Como ele era mt bonito e fofinho vc adicionou o argentino msm com a certeza que no dia seguinte ele nem lembraria do seu rosto. Ou era oq vc achava rsrsrsrsrs
Dois dias depois acorda com uma dm do Felipe dizendo que se sente meio perdido e quer saber os melhores lugares para tomar um café, então a partir do momento que vc aceita acompanhá-lo, engatam em um romance - o meu meninão não perde tempo é vapo na hr - No café vcs se divertem mt e torna-se evidente que tinham uma química indescritível se cansada e com jetlag no aeroporto vc era linda, toda arrumadinha e com um vestido de verão marcando suas curvas se convertia em uma deusa para Felipe. Tudo em vc o deixava atraído e com uma certa culpa por prestar atenção demais nas suas coxas expostas enquanto estava sentada.
Desde esse primeiro café, vcs ficam inseparáveis, indo a museus, restaurantes, praias, pontos turísticos e até em uma trilha que Pipe te convenceu a ir. nesse dia, deram o primeiro beijo quando durante a caminhada encontraram uma cachoeira e decidiram se refrescar já que tinham ido preparados com roupas de banho por baixo. Pipe quase enfartou quando viu sua calcinha fio dental, logo mergulhando na agua gelada para esfriar o corpo e a cabeça debaixo. Apesar de a todo momento estarem confortáveis e falando, era palpável como nesse momento tinha uma certa tensão, por isso, ficaram um tempo se encarando com o som ambiente totalmente abafado pela atmosfera criada por vcs dois. vc que toma a atitude de unir os lábios em um beijo calmo, suas mãos agarrando o pescoço másculo com vontade e acariciando o cabelinho molhado do argentino que timidamente segurava sua cintura. Não demora mt para o beijo ficar mais desesperado, ambos soltando sons ofegantes na medida que as línguas se tocavam e os dentes de vez em quando se batiam arrancando risinhos cúmplices de vcs dois. O clima fresco se torna quente com a temperatura corporal subindo conforme as caricias ficam mais ousadas com as suas pernas entrelaçadas ao redor da cintura dele e as mãos grandes apertando sua bunda. Chega a um ponto que ele te leva até a beira onde tem umas pedras (a ambientação de milhões de pesos argentinos) apoia sua coluna e desce beijos até chegar nos seus peitos onde Felipe afasta a pecinha para sugar um mamilo enquanto aperta com vontade o outro lado, ele se lambuza nos seus seios deixando chupões e brincando com os mamilos até ficarem encharcados com a saliva dele. Para por um momento, voltando a focar os olhos azuis em ti perguntando seriamente se vc queria fazer algo mais. Ofegante e impaciente, vc responde que sim e move uma mão para apertar a ereção marcada nos shorts de banho dele. Felipe não perde tempo, afasta sua calcinha para o lado e grunhe quando vc retira o pau inchado da roupa. por mais que estivesse ansioso para te foder, ainda te provoca esfregando a glande inchada no seu clitóris se deliciando com os seus gemidos dengosos chamando o nome dele naquele sotaque gostoso. Na hora que ele desliza os primeiros centímetros dentro da sua bucetinha estreita só consegue jogar a cabeça para trás e morder os lábios ao sentir aperto gostoso e quentinho do seu buraquinho. Mas logo se recupera, empurrando seus quadris com as mãos grandes, te fodendo no pau grande dele em um ritmo vigoroso. Suas unhas arranhavam as costas largas e pálidas a cada estocada que atingia cada pontinho dentro da sua buceta. Ambos não duram mt, ainda mais com os dedos gigantes e hábeis massageando seu grelhinho até seu canalzinhos contrair repetidas vezes e melecar o pau dele com o seu melzinho. Felipe goza com o rosto enfiado no seu pescoço murmurando em portugues todo manhoso como vc tem a buceta mais gostosa que ele ja fodeu, omo queria fazer isso de novo e de novo para te provar todinha. Depois disso tudo se eleva a um nível mais íntimo, realizavam as atividades turísticas e passeavam como um casal de férias, tudo parecia um conto de fadas, ambos se apaixonando cada vez mais em um curto período de tempo.
Ta cherry mas oq essas fotos tem a ver? Calma! me empolguei na putaria que nem era pra existir. Como ele sabe que o tempo de vcs é contado, Felipe te fotografa a todo momento, ainda mais com vc distraída, assim quando ele voltasse para casa poderia te imaginar fazendo as coisas mundanas e rotineiras ao lado dele. Falando nisso - omg la vem o angst - vc é a primeira a ir embora, oq Pipe não aceita mt bem quando vc avisa só uma noite antes. Tudo que ele evitava pensar estava vindo a tona agr, a solidão e perder a pessoa mais incrível que ele tinha conhecido. Racionalmente entendia q vc não podia abandonar sua vida e uma hora tudo acabaria msm, só que no momento da raiva acaba descontando mais do que deveria em ti, terminam a noite em um sexo bem selvagem e melancólico. Te deixa no aeroporto e se despede com lágrimas nos olhos, te abraçando apertado como se quisesse marcar o formato do seu corpo no dele. vc evita manter o contato depois, era doloroso demais e sabia que nunca daria certo algo a distância apesar dele ter oferecido em um momento de desespero. De vez em quando se falavam por mensagem, mas nunca ousavam conversar sobre os sentimentos frustrados. Felipe nunca te superou e msm raramente sem envolvendo mais sério com alguém não te tirava da cabeça comparando tudo e todos contigo. Passam anos até que vc vai a Argentina e só por brincadeira manda uma mensagem para ele, nem se importando se ele iria responder (jurou mo) na manhã seguinte sente um deja-vu com a surpresa de acordar com uma mensagem dele que estava ansioso para te mostrar a cidade dele.
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petra-vicx · 5 months
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Me and The Devil
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Capítulo 2 - O demônio e o garoto da vila oeste
O desespero de estar perdido no meio daquela imensidão de escuridão sem fim, me consumia, as poucas luzes eram mais agoniantes do que qualquer outra coisa, o que eram? porque eu tinha que segui-las? todas as perguntas sem respostas que rondavam minha cabeça, só faziam o nó que estava no meu estômago subir pra garganta.
No meio disso, vejo uma luz maior, aquilo me deu esperança, finalmente estava saindo daquele lugar, para nunca mais voltar... uma luz no fim do túnel
...
Não acreditava no que eu via...
Atrihapalyy... mas... como? Ele me guiou até aqui?
Eu olhava ao meu redor procurando pelo demônio, mas não via nada, mesmo sentindo sua presença
- Não sei onde você está, mas obrigado... - Sussurro, eu sabia que ele podia me ouvir muito bem... me aproximo da cachoeira, tirando minhas roupas mais grossas, para fazer o que deveria ser feito, a água era gelada, a luz do sol ainda fazia meus olhos doerem, pelo contraste com a escuridão que a pouco estava. Comecei a subir nas pedras, estava determinado a fazer aquilo, se me foi dada a chance de realizar, não poderia negar. As pedras eram escorregadias pelo musgo em torno, meus braços falharam várias vezes, mas eu não desistia, principalmente quando pensava que ele estava me observando, não sabia qual poderia ser sua reação a minha falha. Algumas vezes escutava sussurros, nos quais não conseguia entender o que falavam, mas eu sabia muito bem de quem eram...
- CARALHOOOO!!!!! - Eu gritava no topo da pedra, depois de ter feito o ritual, mesmo que não tivesse interesse em ir para as outras aldeias, ter a sensação de ter conquistado um desafio que só os mais corajosos realizavam, fez meu peito de encher de orgulho.
- Achei que iria cair algumas vez garoto... - olho pra baixo, a visão do demônio saindo da mata me fez lembrar de toda a situação de estava - Estou orgulhoso de você, mas não posso não ficar decepcionado, já faz algum tempo que não como carne humana, eu tive esperança... particularmente acho que o sabor do medo junto a carne, deixa tudo mais delicioso - Eu via o sorriso no seu rosto, seus dentes sujos de sangue me fizeram engolir seco. Seus olhos olhavam os machucados pelo meu corpo, parecendo contente com eles
- Você é realmente o demônio que tanto falam?
- Então você estava ciente da minha existência e ainda assim, veio até aqui? Então minha dedução sobre você ser um tolo, não foi tão errada... - Ele me olhava de uma forma que eu não sabia decifrar, queria conseguir entender, nunca fui olhado daquela forma, era curioso demais pra isso. Ao descer da pedra, me aproximo dele, percebendo a surpresa em meu olhar.
- Talvez eu seja tolo mesmo... - Aqueles olhos... sua aparência no geral, me causavam curiosidade sobre, era algo que parecia me puxar para ele.
- Se aproximado dessa forma, acho que o talvez se torne uma certeza... - Ele passava as unhas no meu maxilar, como se estivesse me avaliando melhor, agora a luz do dia - Você não parece ter medo da minha aparência... Faz alguns anos que não vejo um humano como você...
- Eu... realmente não sei explicar, mas- Acabei engasgando com a dor em meu queixo, um simples corte, mas que doía como um corte por folha de papel...
- Que belo... - Ele passava os dedos no meu queixo, parecia vidrado no sangue - Combina com seus olhos - Um sorriso macabro apareceu em seu rosto, enquanto ele lambia seus dedos, parecendo adorar o gosto - Prove...
- Não, obrigado...
- Uma pena... é delicioso.. - Sentia ele me puxando, levantando meu maxilar, lambendo o sangue direto de corte, aquilo me causou um arrepio, se era bom ou não... acho que não estava em posição de distinguir.
O contato quente de sua língua, junto de minha pele gelada pela água da cachoeira, me fez arfar, suas mãos em volta do meu corpo, enquanto ele me apoiava em uma pedra qualquer. Sukuna parecia procurar pelos meus outros cortes, passando os dedos em cada um deles, esboçando um sorriso toda vez que encontrava um novo, minha expressão de dor quando isso acontecia, parecia ser a coisa mais prazerosa do mundo para ele.
- Acho que entendi porquê deixei você vivo... - Ele falava passando a língua pelo corte na minha coxa - Seu sangue quente, escorrendo, enquanto você está vivo... é mais delicioso do que qualquer outra refeição que tenha feito em séculos. Acho que tirei a sorte grande em achar um garoto como você por aqui... - Senti meu estômago se trancar, o misto entre prazer e medo me deixava cada vez mais em êxtase. O que estava acontecendo na minha cabeça para eu estar cogitando deixar as coisas acontecerem daquela forma? Acho que estava de fato ficando louco...
Ao olhar para o céu, vi o crepúsculo, virando a chave em minha mente, se eu não saísse de lá, imediatamente, provavelmente não teria nunca mais a chance de ver a civilização novamente.
- Sukuna, me deixe ir... Vou cumprir minha promessa... nunca mais voltar... - Ele parou de lamber meu sangue, seus olhos vermelhos pareciam queimar minha alma, como se eu tivesse tido algum deslize - Eu não quero ficar... por favor...
- Quebre sua promessa...
- O que?
- Quebre sua promessa e te deixarei ir em segurança - Senti sua respiração no meu lóbulo enquanto ele sussurrava - Quebre sua promessa que nunca mais voltaria e prometo deixar você explorar toda essa floresta em segurança... - Qual seria a vantagem para ele querer fazer aquele acordo comigo?... - Você parece ter interesse em tudo que rodeia essa floresta, não quer fazer isso em segurança? Ter o conhecimento que foi perdido em séculos... Ser o único que tem a informação...
- O que você ganha com esse acordo? Não vejo quais são as suas vantagens nesse acordo... Eu posso muito bem voltar com um exército para destruir tudo...
- Acha mesmo que um exército me mataria? Parece que você não conhece todas as minhas lendas, não é? Só conhece a lenda que tem sobre a sua aldeia? - Assenti um pouco curioso - Humanos e seu orgulho que o mundo gira ao redor do seu próprio umbigo... Eu sou mais antigo que qualquer uma dessas aldeias que você conhece, você está na na presença de um dos seres mais antigos da terra, tudo que você conseguir imaginar com essa sua imaginação limitada, eu já presenciei. Eu vi o começo, o meio e o fim de praticamente todas as guerras no mundo.
- Qual sua vantagem no acordo? - Preferi voltar a minha pergunta, eu sabia que se desse corda, ele me faria ficar lá até o anoitecer.
- Garoto esperto... - Ele sorriu confirmando que ele queria me manter na floresta - Seu sangue e sua carne é minha vantagem, simples - Engoli seco com sua afirmação, sentindo um frio na espinha - Não pense que tenho interesse pelo o que você quer descobrir aqui, ou que estou de deixando vivo porque tem um rostinho bonito, quero te deixar vivo, igual vocês humanos deixam uma vaca ou um porco vivo até a hora do abate.
Me afasto dele, assustado com sua afirmação, como ele acha que eu poderia aceitar uma coisa dessas?
- Entenda, moleque, você não está em posição de escolha, você vai aceitar, ou prefere esperar terminar de escurecer e descobrir todas as criaturas que existem além de mim? Deve acreditar em mim, quando falo que sou o demônio mais agradável aos olhos humanos que vive aqui. Vamos, decida!
- Está bem! Eu aceito a condição! Irei voltar...
- Ótimo, e de minha parte do acordo, eu lhe darei proteção enquanto estiver na floresta! Agora me diga seu nome!
- Yuji Itadori!
- Então, eu Ryomen Sukuna, selo esse pacto com Yuji Itadori.
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saudosos · 9 months
Note
“Talvez a experiencia mais estranha que ja tive em minha vida. Poderia estar chapado ou delirando, mas eu estava são e muito bem consciente. Não me recordo de como fui parar ali, entretanto não havia um motivo para ficar parado onde eu estava. Me levantei e comecei a andar naqueles corredores imundos cheios de prateleiras com caixas e livros. Muitos deles. O lugar estava muito sujo e muito empoeirado. Minhas vestes tambem estavam sujas e com alguns rasgos. Devo ter saido de alguma briga recente, talvez, pois havia algumas manchas de sangue na minha camiseta. Minhas mãos tambem estavam escuras de sujeira e provavelmente sangue tambem. Olhei para as prateleiras escuras. Provavelmente estava nublado e no final de tarde, ao meu julgar da pouca luz no ambiente. O ar pesado me fazia tossir algumas vezes.
Passei o dedo para averiguar os livros. Eles não tinham titulos e nem autores, apenas datas. Todos seguiam a ordem de data e hora. Eram livros grossos. Me abaixei e puxei uma caixa. Continha alguns objetos estranhos, como penas e pedras. Devolvi a caixa e me levantei. Continuei pelos corredores e virei em outro. Estaquei quando vi que apenas parte do corredor estava com estantes cheias dos livros que pareciam mais novos. Peguei um aleatorio e comecei a folhear.
Aquelas palavras.
Devolvi o livro e voltei alguns passos e peguei outro aleatorio da prateleira.
Aquelas ações narradas.
Não é possivel. Coloquei de volta no lugar e peguei outro livro. E mais outro.
Era meu...
Era eu...
Larguei o livro no chão. Eu não estava acreditando. Meu coração começou a bater rapido. Podia sentir minha orelha esquentar e todo meu corpo ficar tenso. O que era tudo aquilo? Estava assustado.
Olhei para a ultima estante com livros. Ela estava preenchida até a metade apenas. A partir dali, só estantes vazias. O ultimo livro estava limpo, parecia ter saido da loja alguns minutos. Me intrigou ao ver a data, tão recente. E a minha curiosidade por explorar seu conteudo me fez puxar o livro e abri-lo. Percorri suas folhas lendo alguns trechos. Eu estava sem ação. Eram todas as minhas memorias registradas até aquele momento.
Todas as coisas boas.
Todas as coisas ruins.
Dores, alegrias, fracassos e conquistas.
Estavam todos grafados naqueles livros. Aquelas caixas, com objetos, notei depois de algum tempo, foram coisas que marcaram minha vida. Brinquedos, armas, alguns objetos valiosos para mim. Me deixei cair no chão e sentei.
Eu estava cansado. Fechei o livro e o coloquei de lado. Me encostei na prateleira para ficar mais confortavel. Tentei imaginar de alguma maneira como e porque fui parar ali. Não recordava de nada que fizesse algum sentido ou que teria me jogado para aquele lugar. Desisti de pensar sobre isso e fiquei apenas olhando aquelas estantes cheias.
Fechei meus olhos e senti meu corpo ficar quente. Até o ar pareceu melhorar.
Era a morte? Acho que não, pois dizem que ela é fria.
Ao abrir os olhos, eu estava deitado em minha cama, confortavel debaixo do edredon.
Um sonho ou pesadelo? Uma experiencia diferente, posso dizer, mas me deixou com um pouco de medo. Olhei para o relogio. Estava na minha hora. Era hora de levantar e escrever mais memorias para a minha biblioteca...”
Escrito em 10/03/2013
https://ekuseid.livejournal.com/215094.html
Espera… Coincidência eu ter te indicado “A biblioteca da meia-noite” sendo que sua história lembra o teor do livro? Desculpa, eu só… Eu só não acredito em coincidências… E eu fui indicar essa obra literária justamente à você?
Sua escrita, sua narração, me teletransporta para a história.
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ahquepena-seria · 2 years
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the 𝒆𝒃𝒖𝒍𝒍𝒊𝒆𝒏𝒕: a person who is overflowing with enthusiasm and excitement; boiling, bubbling 
✶     —     𝐎𝐍𝐂𝐄 𝐔𝐏𝐎𝐍 𝐀 𝐓𝐈𝐌𝐄    …    parece que no futuro vamos ler o conto de AQUAMARINE UNA TRITOGENEIA, a 1° prole de ARIEL E ERIC. Quando recebeu sua profecia de nascimento, disseram que ela seria aliado com OS HERÓIS, mas será verdade? Com 27 anos, ela veio das NETÚNIDA, onde atua como HERDEIRA DE ATLÂNTIDA, tornando-se bastante explícito que serve a CASA TRITOGENEIA . Os pássaros me disseram que ela VAI PARTICIPAR da Seleção com intuito de TRAZER HONRA PARA A FAMÍLIA . Típico, considerando sua reputação de ser TEIMOSA, MANDONA e TAGARELA, embora eu deva admitir que possa ser EXTROVERTIDA, PERSISTENTE e DIPLOMÁTICA. Aposto que deve ter herdado tudo isso dos pais!
                               ✶     —    𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐎 𝐓𝐇𝐄𝐈𝐑 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐘 𝐁𝐄𝐆𝐈𝐍𝐒 …    
Existe quem diga que as estações do ano tem algum poder de influencia sob aquele que nasce em seu domínio. E foi no dia mais quente do ano, em pleno verão, que a princesa Ariel deu a luz a sua primeira filha, algo que fora comemorado por todo o reino de Netúnia, tanto em terra quanto em Atlântida, o mar estava em festa, com ondas majestosas em celebração ao nascimento da herdeira. A menina fora batizada de Aquamarine, em homenagem a pedra preciosa que tem uma das cores mais raras dentre todas, evocando pureza das águas azuis cristalinas e o relaxamento e a sensação de calma que o mar traz, espiritualmente está associada à confiança e ao desapego.
E o mesmo podia se dizer da princesa, desde cedo era fácil perceber que Aqua, como fora carinhosamente apelidada, era uma garota cheia de energia, mesmo quando bebê a menina não parava quieta um segundo, com seus olhos abertos querendo explorar cada pedacinho de mundo disponível. E conforme crescia isso só se tornava ainda mais evidente, era uma daquelas crianças que não ficava quieta e perguntava o ‘porquê’ de tudo, e não parava até que alguém praticamente implorasse dizendo ‘porque sim Aqua, apenas porque sim.’ Ela não se contentava muito, então passou a procurar suas próprias respostas, enfiando a cara nos livros e estudando sobre tudo, sobre o mundo.
A parte favorita de Aquamarine sempre esteve dentro dos oceanos, sentia que havia muito mais a explorar por lá, adorando acompanhar os pais por suas viagens pelo mundo, mas especialmente quando podia seguir junto de Ariel na forma de sereia e desbravar os oceanos. Talvez por isso, ou por pura obra do destino, fora escolhida como Herdeira de Atlântida, e por mais que isso fosse uma grande honra, Aqua sentia que isso a prendia de alguma maneira, como se mesmo antes mesmo de conseguir explorar todo o mundo, estava presa a um trono. E ainda havia o fato de que muitos a olhavam torto por ser mulher, como se não a considerassem capaz, mas, teimosa como era Aquamarine fazia questão de provar o contrário, teimosa do jeito que era, se recusava a aceitar que lhe terceiros lhe dissessem o que fazer ou quem deveria ser, e decidira muito jovem que seria maior e melhor do que qualquer homem que se colocasse em seu caminho.
No todo, Aquamarine não faz  muito o estilo princesinha, como o contado nos contos de fadas, e por sorte, seus pais não se importavam tanto com isso, sempre diziam que queriam que seus filhos fossem felizes e seus próprios indivíduos, desde que tivessem coragem, tudo estaria bem dentro daquele lar, que sempre fora cheio de amor.
Aquamarine é conhecida em Netúnia por causar pequenos problemas e confusões, os Tritogeneia provavelmente se cansaram de ouvir reclamações de sobre ela, mas ela não pode evitar, é quase como se fosse um imã para confusões, tudo culpa de sua curiosidade incessante e coração enorme, ela está sempre pronta para embarcar para uma próxima aventura.
                                       ✶     —    𝐔𝐍𝐋𝐎𝐂𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐀𝐆𝐈𝐂 …    
Manipulação da Água -  capaz de manipular plenamente a água e seus estados e controlando seu fluxo, porém, não consegue criar água do nada e seus poderes são aumentados quando está em forma de sereia embaixo d’gua, quando humana a manipulação é mais fraca e requer mais energia.
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ondenilson · 8 months
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O Balanço das Ondas
A chuva cai durante uma noite fria de abril. Ouço os pássaros anunciando a violência que cresce pelo lado de fora da janela. As estrelas estão mortas e só o que vejo são suas lembranças embriagadas pelo tempo. No calor da minha triste casa, debruço-me diante de uma coleção de fotos antigas, passando meus olhos pelos rostos que outrora foram desejados e lindos. Percebo que a decadência e a morte são inevitáveis. Receio acreditar que um dia serei eu nestas fotos, que a vida passará e serei consumida por uma enxurrada de acontecimentos, devorada pela lembrança, jogada em meio à desgraça que é o esquecimento. Ao mesmo tempo, agradeço pela certeza de que nada que eu faça será capaz de me proteger deste trágico fim que espera a grande maioria de nós.
Ao passo que me afogo com devaneios noturnos, no outro lado do país, ouvindo músicas sobre amor, com um baseado na mão, estava o homem cuja flecha da paixão rasgaria a carne do meu peito, lançando-me em um deserto de desespero. Mas como toda história de amor, a nossa começa com um riso despretensioso, um toque quente, um beijo escondido. Este amor começa como o balanço do mar, leve e gradual, transformando-se em uma poderosa tormenta que me consome até no delírio do paraíso, nas convulsões do inferno.
Como um raio que rasga a carne escura da noite fria, ouço os cânticos angelicais do outro lado da parede. Naquela hora, só pensei em como era agradável conviver com uma aspirante a música, o clima úmido da chuva, juntamente com aquele som abafado, as fotos na cama. O clima era de morte, de decadência. Era tanto moral como espiritual. Não acredito que irei me mudar, que sentirei o gosto da liberdade. Senti muito por todas as perdas que tive nos últimos meses, mas esse é o fluxo mais comum que há; a vida é um sopro.
Os devaneios que tenho, juntamente com a esperança crescente, eram o que me sustentavam na realidade, um paradoxo interessante. A vista do futuro sobre como os acontecimentos se sucedem nos faz acreditar que havia outras maneiras de perseguir o mesmo caminho, apesar de ilógico ou irracional pensar assim. Passo pelo quarto, vejo todos aqueles móveis carregados de memórias. Lembro do dia em que corri pelo parque central e caí, quebrando a perna. Passei dois meses sonhando com o dia em que poderia voltar a sentir o toque do vento em meu rosto. Às vezes, tudo que mais desejamos um dia foi algo banal.
Minhas malas estavam prontas. Deito sobre minha cama, meu corpo está rígido. Esta será a última noite que terei em meu quarto, em minha casa, em minha cidade, com meus pais, com minha irmãzinha, com os meus sonhos intactos, sem a violência da realidade. Aquela noite foi triste e marcante, foi a confirmação de que a vida estava passando, que eu estava envelhecendo.
Passada a noite calamitosa que me afogava em depressão, desperto e me deparo com um dia extremamente azul. Desço as escadas de casa, vestida com minha camisola branca de seda, meus seios levemente caídos, sinto a juventude e a maciez do toque. Caminhando pelo jardim, percorro a pequena trilha que afasta minha casa da praia, as pedras grandes e afiadas que serpenteiam minha residência trazem consigo uma violência que dilacera a alma mais do que o corpo, trazendo à tona memórias. Vejo o azul do dia, os pássaros no horizonte do oceano, minha casa ao longe; desejei tanto partir daqui, voar intensamente. Agora, está acontecendo; estou quase partindo, faltam poucas horas. Depois disso, qual será meu sonho? Tenho medo do que se aproxima, mas minha curiosidade é maior. Avanço pela praia em direção ao mar. Daqui, observo o balanço das ondas; a vida estava acontecendo diante de mim. Estou pronta para partir, pronta para quebrar as rochas, respingar na terra, incendiar as palavras na cidade.
Depois desse belo momento de depressão e melancolia, com umas pitadas de esperança e saudosismo, volto à minha casa, visto-me e encontro-me com meus pais.
"Bom dia, mãe, as minhas malas já estão prontas, quando vamos para o aeroporto?"
"Clara, minha filha, vamos daqui a pouco, é um pouquinho longe, mas vou aproveitar para ir visitar a Cláudia, é no caminho mesmo."
"Certo, nem tô acreditando que vou me mudar, essa vaga que eu consegui na Revista Laguna é a melhor coisa que me aconteceu em anos."
"Sim, desde que você saiu da faculdade, fico me perguntando se conseguiria um bom emprego."
"Ah, mãe, para, por favor, a faculdade estava me limitado, o importante é que eu conheci o Diretor da revista e ele adorou os meus textos, não será nada glamouroso, mas tenho certeza que eu vou conseguir a minha coluna nos próximos meses, eu tenho potencial, mãe, sou eu, a Clara Fonseca, você mais do que ninguém conhece a minha capacidade de escrita."
"Sim, amor, eu não duvido da sua capacidade, mas eu tô com medo, minha Clarinha está indo embora, eu queria te proteger pra sempre."
"Mãe, pode confiar em mim, eu tenho certeza que vou conseguir essa coluna até o final do ano, você terá uma filha escritora, e será só o começo."
Após o café da manhã, minha mãe me deixou no aeroporto, foi uma viagem de duas horas de carro, fiquei completamente imóvel a viagem toda. Ouvindo músicas sobre amor, tempo e despedida, passei um bom tempo chorando baixinho, minha mãe percebeu, mas não quis falar nada, acredito que seja difícil para ela me ver partir. Eu já tinha ido para a capital estudar, fiz letras durante 2 anos, mas não me sentia realizada, eu queria mais, queria a arte pura, a sensação de expor da forma mais visceral possível meus sentimentos. Acredito que ainda não esteja no meu ápice criativo, mas essa é a melhor oportunidade para conseguir perseguir o meu sonho. Sim, será uma perseguição violenta, estou disposta a largar tudo por isso, até mesmo a minha casa, meus pais e minha irmã. Talvez seja egoísmo, mas eu preciso viver essa experiência, mais do que tudo.
A viagem de Fortaleza até Belo Horizonte é de, aproximadamente, 3 horas. Foi um voo tranquilo, teve poucas intercorrências. Quando cheguei na capital mineira, já eram 17:00, um final de tarde tranquilo de abril. Aqui, nesta cidade, a minha vida começaria.
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oraculodosbasbaques · 8 months
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janeiras
Parece que hoje é Janeiro, está um frio de rachar. O mundo não se uniu especialmente para me tramar, existe porém um espírito-do-tempo paranóico que convoca as gentes para se sentirem mesmo lixadas, sobretudo por outras. Como se a qualquer momento alguém fosse surtar, descarregando tudo nos cárpicos. A estupefacção com que assistimos à decadência das relações pessoais e internacionais e a surpresa com que vimos os porcos triunfarem, deu lugar a uma apatia que já nem silêncios ensurdecedores grita. É outra coisa mais fria.
Andamos cansados e gelados. Os juros altos, a precariedade, a miserável liderança, sempre vestiram aos dias lusos um habitual casaco sem penas. Juntando a isso, calçamos agora os traumas da sobrevivência a confinamentos passados e o medo do mal humano, a medrar a Este e a Médio-Este, desaperalta os nossos corações. A imagem da desumanidade nos olhos abertos de uma criança palestiniana morta, fita os nossos olhos vivos e covardemente fechados de adulto português sem guerras.
Esfrego as mãos voltando da Volta do Duche, caminham à minha direita e à frente várias chaminés, não só as duas colossais, as Reais, como também as humanas. Exalo também eu fuligens. A curiosidade é - me omnívora, perco tempo a indagar-me, sobretudo. E sobre nada. Coisas muito importantes e outras menos. Quantos frangos poderiam ser churrascados em simultâneo naquele Palácio? E se o ciclo da vida desses poucos humanos que atingem a glória fosse começar por ser uma estátua cagada pelos pombos, depois nascer da pedra velho, receber aplausos e enfim passar o resto da vida a ser apenas um miúdo ou miúda, simplesmente ociosos, a não tentar desesperadamente ser aceite pelo resto da espécie?
Já na Estefânia, cruzo o MuSa vislumbrando o IEFP, o “Centro Dzemprego “ como errada e fatalisticamente o apelidam tantos sem trabalho. Um centro de desemprego à frente de um museu de arte. Sorrio. Ponho o carro a trabalhar e a aquecer-me. Este mês fez cento e cinquenta mil quilómetros. Falta pouco mais do dobro para aterrar na lua e dezassete para aterrar em casa.
Travo, saio, escurece. Puxo o fecho do casaco. Ecoam-me as frases feitas da propaganda política gamando tempo de antena à rádio há segundos. Os políticos são as pessoas mais bem preparadas do planeta para esconder vícios e sublinhar virtudes, ao contrário de nós, os menos políticos. Ou estaremos cada vez mais políticos e menos correctos? Relembro a criança de dez anos que ontem, apresentando-se a votos num projecto de democracia na sala de aula que estamos a criar, respondeu aos seus eleitorzinhos: “não tenho qualidades, às vezes nem sou boa pessoa. Mas sou bonito e tenho ideias”.
Lá para os idos de Março isto vai ficar mais quente. E bonito?
Gonçalo Fontes
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gcsn · 3 years
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Olá, me chamo Paulo, tenho 30 anos e sou empresário em São Paulo onde moro. Sou casado há seis anos com a Cláudia, uma lourinha gaúcha de vinte e cinco anos.
Até então, eu era o único homem com quem ela tinha transado, pois começamos a namorar quando ela tinha quinze anos e eu tirei seu cabacinho. A história que vou contar é incrível e aconteceu comigo há um mês.
A Cláudia tem 1m73 de altura, 65 kg muito bem distribuídos em um corpo maravilhoso e malhado de quem frequenta academia três vezes por semana. Seus cabelos loiros são compridos até à altura dos ombros, tem as coxas deliciosamente grossas, a bundinha durinha, redondinha e absurdamente arrebitada. Seus seios são cheinhos, (sem exagero), redondos e empinadinhos e os biquinhos, quando excitados, ficam tão durinhos que parecem querer furar a blusa. Gostamos muito de sexo e abusamos de nossa criatividade na cama.
Certa vez fui buscá-la na academia e ela estava usando uma calça legging bem colada, definindo cada curva de seu lindo corpo e mostrando sua bocetinha saliente formando aquela testa que nós homens adoramos ver, notei que aqueles caras fortões a devoravam com os olhos e inexplicavelmente não senti ciúmes, muito pelo contrário, fiquei de pau duro.
Naquela noite transamos como loucos! Eu imaginava um daqueles caras metendo na Claudinha e era invadido por um tesão maluco e meti como nunca naquela bocetinha gostosa.
“– Nossa! Mas o que foi que aconteceu com você? ”
Ela perguntou quando já íamos para a terceira.
-Que tesão doido é esse?…
Daquele dia em diante, passei a alimentar o desejo de ver minha mulher dando para outro homem. Pesquisei tudo sobre o assunto e li muitos relatos.
Entrei em contato com vários homens, autores dos relatos e trocamos muitas ideias. Um dia, olhando a Claudinha dormindo só de calcinha, pensei: Ela é muito gostosa para pertencer a um homem só, então criei coragem e falei para ela do meu desejo e perguntei se ela algum dia toparia uma aventura dessas.
– Você ficou maluco? Você está querendo ser corno? … eu não sou do tipo de garota que sai dando para qualquer um e.…, blá, blá, blá…
Ela ficou muito zangada e, por alguns dias não falou comigo. Deixei quieto por uns dois meses, até que, numa noite, enquanto estávamos nas preliminares, eu pedi para que ela fechasse os olhos e comecei a fantasiar no ouvidinho dela que era outro homem que estava ali com ela, percebi que sua bocetinha molhou na hora, pois eu estava com a mão sobre ela, ainda por cima da calcinha.
Novamente transamos como loucos.
-Está vendo? Reparou como você tem vontade de dar para outro? …
Falei.
– Ah, tudo bem, reconheço que, como toda mulher, eu tenho sim tesão e uma certa curiosidade, afinal, eu só dei para você até hoje, mas daí a matar essa curiosidade de verdade é um passo muito grande e é uma coisa que me parece não ter volta… A gente nunca poderá apagar um acontecimento dessa natureza, concorda?
A partir daquele dia senti uma pequena chance de meu desejo vir a se realizar e fiz de tudo, mandava e-mails com matérias sobre o assunto, mandava links de contos eróticos do gênero e ela passou a se interessar sobre o assunto.
Certa noite, quando cheguei do trabalho, ela já me esperava no quarto e me atacou com um tesão tremendo. Depois de transarmos, ela me perguntou com sua vozinha bem rouca, olhando-me diretamente nos olhos.
– Você tem certeza de que quer ver mesmo outro homem me comendo?
– Tenho! Isto me excita muito. Por que a pergunta? Você está afim?!- Perguntei a ela, cheio de desejos.
–Digamos que eu andei pensando sobre o assunto e isso me despertou certa curiosidade e, talvez eu tope, mas tem uma condição:
– Não pode ser com ninguém do nosso relacionamento, para não criarmos vínculos e eu vou escolher o cara, afinal vai ser a minha boceta que ele vai comer, certo?
Concordei na hora e nos inscrevemos num site de casais e ficamos conhecendo várias pessoas e vários caras que nos mandavam e-mails com fotos, mas a Cláudia parecia não se interessar por nenhum deles, até que um dia ela demonstrou interesse por um deles e respondeu ao e-mail.
Passamos a nos comunicar por WhatsApp. O nome dele era Jorge, tinha 49 anos, era separado, mulato, calvo e não era bonito, mas a Cláudia se interessou por ele.
Posso dizer que ele a conquistou com o papo, até que um dia resolvemos nos encontrar.
Marcamos o encontro, numa quinta-feira num barzinho em Moema, bem longe de onde morávamos, para evitar encontrar conhecidos.
– Paulo querido, você tem certeza de que quer isto? … se você quiser, a gente pode parar agora.
Fiquei gelado na hora e com um pouco de ciúmes, pois dali algumas horas, outro poderia estar metendo na bocetinha linda de minha esposa, mas o desejo de vê-la gozar no pau de outro macho foi mais forte.
–Sim! Eu tenho certeza!
Ela, então tomou um banho eu fiz questão de assistir ela se aprontar para o Jorge. Como estava uma noite quente, ela escolheu um vestido azul até a altura dos joelhos soltinho e folgado com um generoso decote tendo as alças amarradas à nuca (cujo laço eu mesmo fiz naquela noite) e que a deixava com as costas nuas.
Vestiu também uma calcinha branca apertadinha modelando toda sua bunda perfeita.
-O Jorge vai ficar louco quando te ver com essa calcinha! – Falei já com o pau duro. Ela sorriu com um sorriso sacana.
Chegamos ao barzinho. Ele já nos esperava em uma mesa. Cumprimentamo-nos e sentamos. Pedimos cerveja.
Jorge era um cara super simpático, bem vestido e educado e conversamos bastante para nos conhecermos melhor. No início, a Cláudia estava meio tímida, mas lá pela terceira cerveja ela ficou mais soltinha. Eu pedi licença e fui ao banheiro. Quando voltei vi de longe, que ela havia se sentado ao lado dele e que ele estava com o braço apoiado sobre o encosto da cadeira dela enquanto falava coisas à minha esposa, e ela ria.
Senti um ciúme danado na hora, mas não sei explicar como, o tesão que me dominava era mais forte. Voltei para a mesa e me sentei. Percebi que a Cláudia estava excitadíssima, pois os biquinhos de seus seios pareciam que iam furar o vestido. Jorge foi ao banheiro.
– Você ainda quer continuar com isto? – Pergunta ela com seriedade!
– Você não está gostando? – Perguntei.
–Estou adorando, mas se você disser que quer parar, nós vamos embora agora. – Disse ela, seus seios parecendo querer pular fora do decote.
– Você não quer dar para ele?
– Pelo contrário, eu quero muito dar para ele. – Disse sorrindo…
– Está rolando uma química muito gostosa entre a gente. O que eu não quero, é que você diga depois que eu te traí.
Fiquei em silencio alguns instantes.
– Você vai, ou não me deixar dar para ele? … -Falou ela séria!
– Lógico que vou deixar você dar para ele…
-Iremos até ao fim!…
Um sorriso enorme se abriu em seu rostinho lindo.
– Te amo muito Paulo e nada do que acontecer hoje, irá mudar isto.
Ela me beijou e foi ao banheiro. O Jorge voltou e combinei com ele que iríamos para um motel. Eu disse para ele não se incomodar comigo e fingir que eu não estava ali. A Cláudia voltou, pagamos a conta e fomos para o meu carro.
Eu disse para a minha esposa que fosse no banco de trás com o Jorge e eu fui de motorista. Ajeitei o retrovisor central para poder observá-los. Os dois iam cochichando e vi que minha mulher soltava risadinhas. O clima entre eles foi aumentando até que começaram a trocar carícias e a coisa foi esquentando até que se beijaram como dois namorados.
Uma coisa estranha invadiu-me ao ver aquele mulatão beijando a boquinha linda de minha mulher. Era um misto de ciúme e de um tesão maluco, como eu nunca havia sentido.
Ela o beijava acariciando seu rosto como uma namorada apaixonada, enquanto ele pousou sua mão enorme no joelho dela que estava com as pernas cruzadas e foi escorregando para dentro do vestido por toda a extensão de sua coxa até chegar à bundinha repetindo o movimento várias vezes.
Seus beijos molhados e estalados enchiam-me os ouvidos e eu quase não conseguia me concentrar no transito. Não tinha mais volta! Ele ia meter na Cláudia.
Chegamos ao motel e já na garagem, entreguei as chaves do quarto ao Jorge e deixei que eles entrassem primeiro e fui acompanhando a cena. Pareciam dois namorados. Olharam em volta, curtiram bastante o quarto, com cama redonda, espelhos no teto e uma enorme Jacuzzi. Olharam-se nos olhos sorrindo satisfeitos e começaram a se beijar lentamente e apaixonadamente, eu curtia a cena de longe, pois ali eu era apenas um observador.
Seus beijos molhados agora estalavam mais altos dando eco no quarto. As mãos de Jorge escorregaram pelas costas nuas de Cláudia e pousaram sobre sua bunda arrebitada. Aos poucos, foi levantando seu vestido parecendo curtir cada momento, até que o lindo traseiro de minha esposa ficou exposto emoldurado e marcado pela calcinha branca apertadinha.
Aquelas mãos enormes massageavam a bundinha de Cláudia com desejo enquanto suas línguas se tocavam em beijos que não paravam de estalar gostoso, me deixando louco e de pau duro como pedra. Eu nunca tinha sentido tanto tesão em minha vida.
Enquanto o casal se descobria, fui até a jacuzzi e a coloquei para encher, pois os dois, depois de terem relações sexuais, iriam querer relaxar e eu queria deixar tudo preparado para eles.
Quando voltei a dar atenção a eles, Jorge já tinha soltado o laço da alça do vestido que se prendia à nuca de Cláudia deixando seus lindos seios expostos. Jorge os massageou com desejo e beliscou de leve os biquinhos durinhos de tesão, até que os abocanhou faminto. Peguei a câmera fotográfica e passei a registrar cada momento do casal.
Enquanto a boca de Jorge se divertia nos seios de minha mulher, suas mãos atrevidas desceram até ao zíper que ficava logo acima daquela bundinha gostosa. O vestido caiu e minha esposa ficou só de calcinha e sandálias nos braços daquele mulato que parecia curtir cada milímetro daquele corpinho perfeito!
– Nossa! Como você é gostosa, Claudinha! …
Falou ele olhando-a de alto a baixo fazendo-a se virar para ele olhar para aquela bunda perfeita, durinha e arrebitada, envolta em mínima calcinha apertada.
– Sua bunda é fenomenal, muito gostosa!
Falou ele, amassando-a com suas mãos gulosas.
-Hoje, ela é toda sua, meu macho, faça o que bem quiser com ela.
Falou minha esposa com sua vozinha rouca e que nos momentos de máximo tesão, fica roufenha…
Neste momento, ele fez com que ela se debruçasse sobre a mesa, afastou suas pernas, puxou a calcinha de lado e enfiou a cara entre as nádegas de Cláudia. Ele parecia estar confortável com o rosto atolado naquela bundinha linda vasculhando tudo com sua língua ávida.
Ela me olhou sorrindo o seu sorriso mais sacana e, em seguida, começou a soltar gritinhos e a revirar os olhos do mais puro desejo. Ela estava se entregando a outro homem e estava adorando a experiência.
– Aaahhhiiííí… Que delícia!
Ela gemia com sua voz roufenha, extremamente sensual e me olhava.
– Ele tá enfiando a língua inteirinha na minha bocetinha, amor, isso tá bom demais…
O cara era profissional, sabia mesmo o que estava fazendo. A Claudinha delirava e gemia cada vez mais alto e revirava os olhos até que quase gozou na cara dele em espasmos loucos.
Ele se levantou e ela se virou para ele e beijaram-se novamente. Minha mulher é assim, adora beijar, ainda mais quando está com tesão.
– Agora é a minha vez de curtir o teu corpo.
Falou ela desabotoando a camisa dele lentamente até em baixo, depois desafivelou o cinto e tirou-lhe a calça deixando-o só com a cueca Box preta, que parecia não conseguir conter aquele enorme membro duro que mostrava seus contornos sob a cueca apertada. Minha mulher ficou longo tempo acariciando aquele enorme volume até que puxou a peça para baixo liberando aquele pau duro que, como um boneco de molas, pulou para fora quase acetando o rosto de minha esposinha.
–Noossaa!… Como é enorme! …
Falou ela espantada! E realmente era mesmo monstruoso; absurdamente grande e grosso, uns 22 centímetros mais ou menos, com uma cabeça enorme parecendo um cogumelo e todo rodeado de veias salientes.
–Chupa, vai, chupa que depois eu vou meter ele nessa sua bocetinha loira. -Falou ele!
– Nossa!… Ele é tão grande e minha xoxotinha é tão pequenina… Será que vai caber?
-Cabe sim, confia em mim.
Minha mulher já o punhetava de leve e, bem timidamente, foi lambendo a cabeçona exatamente como eu lhe ensinei, com a diferença de que agora ela tinha um cacete, tamanho família, em sua boquinha linda.
Eu já não aguentava mais de tesão vendo a Claudinha só de calcinha ajoelhada de frente para aquele mulatão bem-dotado pagando-lhe o maior boquete de sua vida. Enquanto ela chupava aquele Pintão, eu tirei a minha roupa e fiquei curtindo a cena e fotografando.
Certa altura, Jorge fez com que ela se levantasse e a beijou; levantou-a em seus braços musculosos e caminhou em direção à cama enquanto a Cláudia, com os braços em torno do pescoço dele, o fitava com olhar apaixonado. Que cena linda, aquele mulato com aquela lourinha de 25 anos completamente submissa em seus braços. Ele a colocou delicadamente sobre a cama e tirou suas sandálias sem pressa, depois foi tirando sua calcinha bem lentamente revelando a bocetinha depilada e com marquinha de biquíni.
O seu pauzão pulsava como o de um cavalo. Lentamente, ele foi beijando-a desde a xoxotinha; barriguinha, peitinhos e boca. Depois, ajeitou-se entre as pernas dela e foi pincelando aquela cabeçona na entradinha estreita de minha esposa.
Percebi que os pelos dos braços dela estavam todos arrepiados. Seria medo ou ansiedade? Ou seria tudo isso misturado com muito tesão? Não sei, o que sei é que ele começou a forçar a entrada na bocetinha que, mesmo molhada, oferecia resistência àquele mastro que queria invadi-la.
Era como se ela estivesse perdendo o cabacinho novamente e ela gemia alto enquanto ele forçava, até que a cabeça entrou e ele ficou parado só com a cabeça dentro dela, depois foi empurrando devagar enquanto ela gemia como louca.
-Aaaiii, como é grandeêê…, nosssa!-Falava ela entre gemidos.
Depois de tudo dentro, Jorge começou a se movimentar entre as pernas de Cláudia e eu gozei ali, muito extasiado, assistindo minha mulher sendo fodida por aquele senhor de 49 anos, que parecia não acreditar que estava metendo em uma lourinha de 25.
– Nossa… Como você é apertadinha… Você é a mulher mais gostosa que eu já comi…- Falava ele.
– Não pare, Jorge, por favor, não pare, pois isto está uma delícia. – Falou ela com a voz entrecortada pelos seus próprios gemidos.
– Quero pegar você de quatro, vem gatinha gostosa…
Falou ele, saindo de cima dela que, rapidamente se posicionou de quatro sobre a cama. Jorge veio por trás, e fez com que ela arrebitasse ainda mais a sua bundinha, e cravou-lhe aquela tora bem devagar na bocetinha cheirosa da Cláudia, que soltava gritinhos e gemidinhos de prazer, como nunca.
Aquele pintão se atolava por inteiro na bocetinha da minha esposa. A bundinha marcada pelo biquininho balançava com o impacto do macho que lhe possuía. Jorge foi acelerando seus movimentos até que gozou em meio a espasmos loucos inundando-a com a sua porra e ela gozou junto com ele.
Depois, quedaram-se os dois exaustos na cama. Ela aconchegou-se ao peito dele e ficaram imóveis como um casal de apaixonados. E eu assistia a tudo aquilo com um enorme desejo.
Depois de algum tempo, ele a acordou com um beijo em sua boca, e disse:
– Vamos pra jacuzzi, relaxar!
– Vamos!
Disse ela sorrindo languidamente, olhando para mim como quem diz: Obrigada!
Os dois se sentaram lado a lado na banheira sob as espumas e ficaram conversando. E enquanto isso, eu liguei para a recepção e pedi uma porção de morangos, creme de chantilly e uma garrafa de um bom vinho. Quando voltei a olhar, os dois já trocavam caricias novamente. Pelos movimentos do ombro de Cláudia, percebi que ela o punhetava de leve, enquanto o beijava, vasculhando toda a boca de seu amante com a língua.
Aquele mastro estava novamente, duro como pedra. Então, a Claudinha ajeitou-se em cima dele e começou a cavalgá-lo lentamente enquanto ele chupava seus seios. As mãos dele abriam a bunda dela fazendo com que se arrebitasse ainda mais deixando que eu visse o pau entrando e saindo daquela bocetinha linda, que parecia que ia virar do avesso, cada vez que a tora saia. Fotografei esta cena.
– Noossaaa… Que pintão gostosoôô!… Que delícia…- Falou ela.
Claudia o cavalgou por um bom tempo e gozou como louca, mas ele demorou. Quando ela percebeu que o Jorge ia gozar, acelerou a cavalgada espirrando água para todos os lados cada vez que sua bundinha se chocava com a água.
Ele gozou novamente inundando-a com sua porra quente. Jorge ficou largado dentro da banheira e Cláudia veio tomar uma ducha. Ao passar por mim, abraçou-me e beijou-me.
–Tá gostando de ver sua mulherzinha sendo fodida, e bem fodida, por outro macho?
–Sim, muito… Estou adorando…, e você?
–Eu também. Ele é muito bom!… E eu te amo muito, Paulo, muito mesmo! – Finalizou ela, e foi para o chuveiro.
Logo depois, o Jorge também foi para o chuveiro com ela e logo depois, eu pude ouvir os gritinhos e risinhos dela junto com ele no banho. Fui até lá e pude ver através do Box o vulto dos dois abraçados se beijando. E as mãos dele sobre a bunda dela massageando-a.
Quando saíram do chuveiro, a mesa estava posta com a garrafa de vinho, duas taças, uma bandeja de morangos e o chantilly em uma taça. Cláudia estava linda enrolada na toalha.
Mais uma vez me distanciei um pouco para deixá-los à vontade. Os dois sentaram-se e serviram-se de vinho… Cláudia adora morangos com chantilly. Ela começou a pegá-los, molhá-los no creme e comia-os sensualmente como se os estivesse chupando.
– Quer experimentar? – Falou ela ao sou amante.
– Quero! – Disse ele.
Ela então colocou chantilly em um morango e o colocou entre os lábios e foi em direção à boca dele que abocanhou o morango emendando com um beijo molhado e estalado. Ela fez isso mais uma vez.
O pau dele já estava pulsando como um cavalo novamente.
– Agora é a minha vez! – Falou ele e pegando um morango lambuzou-o com o creme e passou nos seios dela e depois os chupou. Os biquinhos ficaram durinhos. Depois colocou o morango na boca e fez o mesmo com ela, beijando-a. A mão dela segurou seu pau novamente.
Cláudia se levantou.
– Me come… Me come!…
Ele rapidamente a pegou nos braços e a levou para a cama. Virou-a de ladinho e atolou seu pau enorme na bocetinha de minha mulher novamente. Enquanto atolava, beijava-lhe a nuca e com uma das mãos abria a bundinha dela para eu ver o pau entrando. E depois de muito meter naquela posição, ele tirou o pau para fora e gozou nas coxas grossas dela. Gozei muito aquele dia!
-E aí, querida, gostou da experiência?
Eu perguntei-lhe, quando já estávamos em nossa casa na nossa cama.
– Gostei, apesar de estar agora com a xoxotinha toda ardida e esfolada, e provavelmente, você não vai poder mexer nela por uma semana… Mas foi sim, muito bom!
– E o que você achou do pau dele.
– Enorme. No começo fiquei com medo, mas depois foi uma delícia. Mas foi bom para matar a curiosidade, porém, eu jamais trocaria seu pau tipo Standard, pelo dele tamanho família. Gostei do Jorge, mas eu te amo Paulo e agora te amo mais ainda. Beijamo-nos e dormimos.
Nota:
Ela dormiu sem calcinha, pois estava toda esfolada e inchada, tive até que passar uma pomadinha.
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raizdapalavra · 4 years
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Cidadezinha
Penso hoje com carinho, algo que me ocorreu enquanto saía da infância...
Mais cedo eu estivera na praia junto com outras crianças e adolescentes, primos mais velhos, primos mais novos, amigos dos primos, amigos dos amigos dos primos.
A cidadezinha era muito pequena e as casinhas abrigavam moradores e turistas em férias.
No meio da tarde, voltamos à casa e almoçamos. Comida preparada por tias. Descansamos nas redes e dormi rápido. Totalmente relaxada, como só o mar pode nos fazer sentir.
Acordei, a tarde corria quente e vagarosa, quase senti tédio, pois todos ainda dormiam e eu queria me divertir, conversar, extravasar a energia readquirida durante o sono.
Passei de rede em rede conferindo e buscando alguém que estivesse acordado para me acompanhar em alguma aventura, porém todos dormiam exaustos.
Saí descalça da pequena casa e pude sentir a temperatura quente das pedras do chão nas solas de meus pés. Adorava andar descalça. Chinelos nas mãos por garantia.
Alcancei a praça central em frente a igrejinha, ao lado, a sorveteria estava aberta. Casinhas, casebres, pequenos comércios, bares, a igreja e a delegacia.
A delegacia.  Existiria algum bandido em uma cidade tão calma? Uma cidade pequena onde a população era pobre, porém com fartura de frutas e peixes. Um lugar repleto de compadres e comadres, com forrós todas as noites à luz do luar.
Um lugarejo que nunca tinha notícias nem trágicas nem muito felizes.
Atravessei a praça e parei diante da delegacia.
Como era uma delegacia por dentro?
Examinei. A porta era bem antiga e possuía um puxador antiquíssimo no meio, mais para o alto havia uma mãozinha de metal pendurada. Eu suponha que as pessoas seguravam nela e batiam contra a porta fazendo barulho para serem atendidas em tempos passados. Ao lado uma janela pequena, aberta e sem grades. Talvez lá dentro existisse uma cela onde ficassem os perigosos bandidos.
Apurei os ouvidos, mas não captei nem um mínimo som.
A porta estava semiaberta, espiei. Vi apenas um pedaço de rede, mas observei que havia uma pessoa deitada nela. Mais um passo, pude vislumbrar a rede inteira e sim, um homem dormia nela.
Logo alguém percebeu minha presença. Cantarolou e deu vários saltinhos. Era um canarinho, o único prisioneiro daquela delegacia, que dentro de sua cela, por algum motivo, parecia alegre ao me ver.
Talvez ele também sentisse um certo tédio naquela tarde quente e estava agora feliz por algo diferente ter acontecido. Saudava a minha presença que quebrava sua solidão.
O delegado, ou seja lá quem fosse, dormia.
O canarinho, ciente ou não de sua prisão, pulava de um pauzinho para o outro dentro da gaiola.
Que crime ele poderia ter cometido para estar preso?
Estava preso porque era bonito, porque cantava lindamente. Muitas vezes, o ser humano quer aprisionar aquilo que julga belo somente para si.
Saí entristecida, imaginei que veria atrás das grades pessoas más, que gostavam de prejudicar outras pessoas e que talvez, se percebessem minha presença ali, rogariam pragas e me ofenderiam. Eu tinha curiosidade de saber como eram as feições de pessoas perigosas. Lembrem-se, eu era apenas uma quase adolescente com uma imaginação fantasiosa. O meu mundo ainda era divido entre o Bem e o Mau.
Encontrei preso apenas alguém puro, inocente e que embelezava o mundo. Considerei que não era justo o delegado, ou seja lá quem fosse a pessoa que dormia, dormir tão tranquilo assim, enquanto aquele serzinho não podia voar pelas praias, beliscar as frutinhas e enfeitar as tardes.
Aquele homem se tornou naquele momento para mim o vilão, o bandido.
Eu não poderia dividir aquele acontecimento com ninguém. Meus primos, os amigos dos meus primos e os amigos dos amigos dos meus primos, não dariam a menor importância. Possivelmente seus pais também mantinham passarinhos prisioneiros em casa.
Meus pais talvez rissem de mim. Novamente, meneariam a cabeça para o lado e diriam “Coitadinha, tão boazinha. Preocupada com um passarinho”.  Teriam um olhar atencioso, pensariam na minha provável futura dificuldade em lidar com o mundo como ele é.
Portanto, eu estava sozinha. Na verdade, eu estava com o passarinho, nós dois conectados mediante o sentimento de injustiça. Um serzinho tão puro, não poderia ser um presidiário.
Não havia muito o que fazer, parece que havia um consenso que prender avezinhas era uma coisa bonita. Andei prestando atenção nos assuntos de passarinhos e fazia uma pergunta aqui, outra ali sobre eles.
Descobri que aqueles canarinhos criados em cativeiros, se soltos, logo morriam, pois não sabiam como se alimentar sozinhos e outras coisas mais que um ser vivo precisa saber para ter sua liberdade.
Então, a única coisa que podia fazer era visitar o meu amiguinho. Ele havia ficado feliz ao me ver, saltitara, cantara.
A rua. A praça. A delegacia. A espreita. A escuta. A espiada. A entrada. O vilão. O passarinho.
Novas tardes, eu paradinha, não muito próxima à gaiola para não assustar o bichinho, mas não muito longe, para que ele sentisse que eu estava ali por ele.
Fiquei um tempo, não sei se segundos, minutos ou horas. O homem na rede se remexeu. Eu saí rápida e assustada.
Essas tardes se repetiriam por todo o período de férias. Alguns dias o canarinho se aproximou das grades e eu pude fazer carinho em seu pescocinho.
Éramos amigos.
Ele não sabia e nem poderia saber, mas férias tem fim. No paraíso, férias não tem fim. Mas definitivamente não estávamos no paraíso.
Haveria o momento em que teríamos que nos despedir, nesse momento eu sofreria muito. Eu sou dramática.
Pensei que ele também se entristeceria, havíamos nos acostumado àqueles encontros todas as tardes. Eu haveria de fazer algo solene, que marcasse a nossa despedida.
E foi então, que fui percebendo que melhor seria que o último dia não fosse um último dia, que fosse apenas mais um dia. Mais um dia no qual, nos entregaríamos inteiramente a nossa amizade. Ele saltitaria e cantaria, eu ficaria ali, mostrando me importar com ele. Se ele se aproximasse das grades eu faria cosquinhas em seu pescoço.
A tristeza me assolava e fui percebendo o quanto eu tinha sorte de ter aqueles momentos, de ter aquele amigo e entendendo que apesar da distância que se aproximava, nós sempre, sempre, teríamos um ao outro e teríamos essas tardes para recordar.
Nos últimos dias, conversei telepaticamente com ele, expliquei que precisaria partir. Considerei que talvez nos encontrássemos nas próximas férias, não sabíamos, mas concordamos que aqueles nossos momentos nunca seriam esquecidos. E assim foi nossa despedida, suave, pois o encontro já fora eternizado.
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hcnia · 4 years
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Task 5 - A Hero’s Journey
Loss is like a wind, it either carries you to a new destination or it traps you in an ocean of stagnation. You must quickly learn how to navigate the sail, for stagnation is death
Hania...
A voz suave não ultrapassava a barreira física da lança, sendo rechaçada antes mesmo de soar mais alta que um sussurro. As mãos habilidosas, calejadas pelo treinamento, giravam a lança como se fosse uma extensão do corpo. As lâminas não tinham resistência ao atravessar corpo indefinidos e quase translúcidos, brilhantes como se estivessem embaixo do sol mais alto do dia. Piscando como estrelas na escuridão que rodeava Hania por todos os lados. Em cima, embaixo. O cenho franzido não quebrando a concentração enquanto era empurrado para todas as direções. A pele suada congelando com o toque morto, o toque de outro mundo. Ao passo que esquentava, fervia, vaporizava tudo o que tocava com a santidade do gume afiado abençoado pelo xamã.
Hania... Hania...
O nome soou um pouco mais forte, mas não atingiu seu objetivo. O despertar do guerreiro indígena tinha sido a muito tempo atrás, em outro mundo cujo o tempo passava na velocidade de cavalos selvagens. Hania sequer lembrava se tinha vestido uma roupa quando as vozes ficaram fortes demais. Aquelas, terríveis em tentação, o chamando para o desconhecido que lhe era tão familiar. Quando colocou o primeiro pé para fora da cama foi por puro instinto, a perfeita memorização da disposição dos móveis e distância da porta. Os olhos era nuvens de tempestade cerrada, cegos como um de nascença, e imploravam por verem a lua. Sim, a lua. O corpo celeste reino de tantos espíritos antepassados exigia uma observação espiritual e confusa. O índio mal e mal tendo tempo de processar o caminho para fora do dormitório, correndo com a exímia habilidade de um ‘enxergante’. O frio da noite tocou-lhe a fronte suada e não foi o suficiente.... Nunca seria o suficiente.
Por que você faz isso, Hania?
A pergunta ficou sem resposta, assim como a floresta o recebeu de maneira misteriosa. As mãos encostavam nos cascos, os pés circulavam as raízes, e nada.... Nada tinha o cheiro ou a sensação de casa. O reino de Pocahontas não tinha como ser contido, não quando era a natureza e tudo era ‘natureza’. Seu pequeno pedaço de terra, habitado e protegido por sua tribo, nada mais era que um empréstimo. Uma boa vontade dos deuses para que pudesse ter onde deitar a cabeça e colher o alimento, e, em troca, devolver tudo que lhe era dado. Não, a floresta o agarrava e empurrava para frente. Incitava o movimento que a cada minuto tomava um quê hesitante. Um repensar sobre aquilo ser certo ou não.
Hania... Por favor...
Em algum momento adentrou a clareia sombria, os pelos do braço arrepiando no mesmo instante que o choro foi ouvido. Ah, ele sabia que aquilo era uma armadilha. Tinha conhecimento da artimanha espectral desde os últimos trinta metros. Contudo, como podia evitar de dar o passo final para dentro e a cúpula esfumaçada brotasse do chão? Névoa e fumaça escapando por entre os torrões de terra e pedra, fazendo o chão sumir e tudo ganhar cores azuladas, mortíferas. A lança, presente e herança da tribo, abriu-se ao primeiro toque do guerreiro; as duas pontas com suas lâminas duplas e assimétricas. E foi assim, depois que estava preparado, que a visão voltou sem nem pedir. Sem nem trabalhar o poder para que o liberasse mais cedo. O que viu, no entanto, acabou com a cor do seu rosto.
Criança, pobre criança...
O choro era de uma figurinha enrolada em si mesma, abraçando as pernas com todas as formas no meio de membros e roupas e mãos de tonalidade pálida. Vermelhos, azuis e verdes; o tom prata ganhando do dourado. E o preto corroendo cada uma das bordas iluminadas. O pulo foi definitivamente sobrenatural, porque em um só movimento estava sobre a criança e sussurrando. Falando. Gritando. Exigindo que os espíritos parassem ou ele teria que fazer alguma coisa. A voz alta era rouca, estranha em seu tom fora do usual, e algo sangrava por dentro. Uma barreira que não deveria ser ultrapassada. Hania tinha sido ensinado a respeitar os espíritos tanto quando os vivos, mostrando que a diferença entre eles era um detalhe perante aos deuses. Agora... agora precisava considerar outra possibilidade, uma eliminação forçada por meios que lhe foram confiados. Usar a benção da lâmina para exorcizar os aprisionados à terra, a este purgatório trazido a Aether. A criança ou os espíritos? A vida humana ou a passagem pacífica para o além? A resposta veio rápida e em forma de arco metálico, do chiado abrupto de uma alma deixando aquele plano.
Você não precisa...
A voz ainda era distante e sem força, mal conseguindo atrasar ou colocar hesitação na batalha do índio. E conforme ele girava a lâmina sobre a cabeça, aumentava o espaço para a criança respirar, notava algumas peculiaridades. 1) Não era atingido. Os espíritos quase ignoravam sua presença, os olhos opacos focados na figurinha protegida. 2) Eles voltavam. A benção não parecia definitiva, mas um pequeno ‘tempo’. Afastar e prender para soltar alguns minutos depois. 3) A sensação estranha no estômago perdurava. Tinha começado com um nó, depois uma sucessão destes, terminando com a tradução exata de: curiosidade. Curiosidade mórbida e exasperada. Mas ele não podia virar, não podia forçar. Não queria mexer em alguém se não sabia estar machucado e a extensão de seus ferimentos. Mais um balançar de lança, mais chiado, e, dessa vez, a solução veio. Hania aumentou o diâmetro do arco e arremessou a lança pelo ponto menos povoado dos círculos de fantasmas. O ‘Vamos’ pronto para sair da garganta, a mão posta sobre o braço fino e o rosto que levantou travou todos os seus movimentos.
O rosto que encarava... Riscado de lágrimas e enfeitado com o cenho franzido de concentração...
De aceitação de um destino...
Era o dele...
A criança era Hania.
Mais novo, tão mais novo. Os cabelos na altura dos ombros. Não precisava sorrir para saber que tinha a janelinha dos dentes da frente. Ou que o corte da última escalada da árvore ainda cicatrizava na coxa esquerda. E mesmo que fosse tão da tribo como podia ser, não tinha como se enganar nos olhos. Os cheios de vida e perguntas de Pocahontas com os tons azuis e claros do explorador e defensor John Smith.
E assim, tão veloz tinha sido seu reconhecimento, os espíritos mudaram. Não eram monstros, não eram indistintos ou ameaçadores. Seus rostos carregavam tristeza e ansiedade, a esperança brilhando nos olhos pálidos. Focados no pequeno Hania que tinha ficado de pé e esperava. As almas passavam por si com educação, formando filas lonas e organizadas, apesar de numerosas. Tocando as palmas abertas do pequeno índio, conversando e confessando suas vidas nos ouvidos. Pressionando-se e mostrando suas visões com o toque fantasmagórico.
Hania... Hania... Hania.... Por que faz isso, Hania? Hania.... Por favor... Criança, pobre criança...  Você não precisa...
Dessa vez ele ouviu tudo, de uma vez só. As palavras entrando pelos ouvidos e fazendo sua visão granular e desaparecer. Um piscar e estava em outro canto, olhando o cortejo interminável de cima. Parecia uma aranha, o corpo muito escuro e as inúmeros patas estendendo-se pálidas, esbranquiçadas. Hania olhou ao redor e viu...  Viu  um mundo belo e rico, cidades enormes e fervilhantes de vida. Viu pessoas conversando, o ruído de suas conversas e risadas salpicadas como estrelas. Enxergou oportunidades, aberturas tão claras quanto acessíveis, alguém igual a si conseguindo o que ele jamais tinha imaginado ser capaz. Hania enxergou um futuro paralelo, o resultado de uma escolha feita à muito tempo atrás. Ele enxergou a si mesmo mais ereto, mais sorridente, as linhas de expressão marcadas por sorrisos e felicidade, não a seriedade contemplativa. Hania enxergou um sonho que nunca teve e que ansiava com força, esquecendo que nunca o conseguiria.
“Ainda pode ser seu, Hania, você só precisa enxergar o que está bem à sua frente. ”  A voz masculina atiçava uma memória antiga, remota. Entrelaçava-se com mãos rechonchudas e olhos afogados nas nuvens cinzentas da cegueira. Acalentava um coração repousado aos pés de um salgueiro, sendo acariciado no rosto por uma mãe quente e calejada. Uma pressão na testa. Um pinicar da pele por se segurar e não olhar. Não ver o único espírito que tinha procurado e nunca achado. Nunca perto para ver só mais uma vez e que...  E que estava ali, tão distante quanto um toque. “Não tenha medo. Nós esperamos por isso a muito tempo. ” John Smith estava igual ao que Pocahontas descrevia com tanto amor e adoração. Os mesmos cabelos loiros como o metal reluzente, os olhos azuis como o céu de verão, o queixo forte e a robustez; o físico que Hania herdara com tanto gosto. E nem precisava de muito para que a conexão se estabelecesse, o reconhecimento passasse pelo assombro, rejeição e aceitação. Passos dados rápidos demais para se chegar à necessidade de tê-lo ali, abraçado contra si. “Você sabe que não podemos. ”  O índio bem sabia, mas não custava terminar à vontade com visões bem elaboradas e realistas. De sentir o toque paterno através das camadas e mais camadas que separavam os dois mundos justapostos, somente visto pelo poder concedido ao mais novo.
John aproximou-se andando na pequena nuvem formada sobre seus pés, os braços cruzados atrás do corpo projetavam uma parte que parecia encostar no de Hania. A sensação tão real que ele podia jurar sentir o tecido fazendo cócegas na pele exposta e suada. Não devia estar aqui, pai. Porque, por mais que se perguntasse do porquê de ele estar ali e agora, de se mostrado depois de anos do seu falecimento. De mostrar seu rosto e constituição ‘ao vivo’ só agora para o caçula, Hania já sabia. Quem ficava no mundo dos vivos, quem permanecia nessa realidade, eram pessoas ou animais com pendências. Seres que encontraram a felicidade em dar suas forças aos elementos da natureza, ou que queria terminar assuntos inacabados, ouvir preces e rezas em seu nome. Saber que estava tudo bem partir. Como John teria ficado se a vida ao lado de Pocahontas foi um sonho? Que ela cuidaria dos filhos ainda melhor do que com ele? Que não passaria por nenhuma dificuldade ou abstinência se não pela própria saudade? John e Pocahontas conheciam bem demais o plano espiritual para irem além do que fora ensinado por vovó Willow. Era...  Era a lei da vida. O ciclo natural das coisas. E uma promessa de que se encontrariam do outro lado quando chegasse a hora da índia na terra.
Hania aguardou a resposta com o cenho franzido, o olhar sobre o pequeno Hania focado no rosto do pai. Em decorar suas feições, dar um toque nos detalhes que tinha criado com a imaginação. “Nem você deveria estar ali, mas aqui estamos nós, realizando ações que vão contra o que o Destino nos reserva. ” Suas mãos espalmaram o ar e abriram, o espaço entre elas brilhando e condensando. Minúsculas gotas de água se tornando uma imagem ampliada do rosto riscado da versão mais nova de si. O choro não significava essencialmente uma coisa ruim. Se estava ali, ajudando inúmeros espíritos, era porque estava seguindo o caminho que foi trilhado para si. O que há de errado em ajuda-los? Não foi o poder que me foi abençoado? Não é meu- A interrupção do pai não veio de forma que esperava. Não teve risada, não teve negativa, não teve nada além da tristeza escurecendo as irises azuladas; a forma como os olhos se tornaram mais... penosos. “O errado você já sabe. O errado você já viu. Por que você defendia a criança com tanto ardor e agora a deixa no meio dos espíritos? O que mudou de uma situação para a outra? São os mesmos espíritos, o mesmo filho, meu filho, ali no meio. O que mudou na sua visão para interpretar a ameaça como conhecidos de tribo? “
O que tinha mudado, de fato? O que a confusão que precisava ser rechaçada ganhou sua permissão com tanta facilidade. Por que tinha ficado tão permissivo só pelo simples fato de reconhecer o rosto na vítima? Hania girava com aquelas perguntas, o coração e a mente brigando para ver quem ganharia. Para decidirem se liberavam o que já sabia ou deixava escondida por mais algum tempo – e, pelo visto, o tempo chegava na casa dos anos. John enxergava as engrenagens do cérebro do filho girando e soltando faísca, e via aquela teimosa que se recusava a deixar funcionar corretamente. “Sua habilidade é um dom, Hania, não uma obrigação. Você não nasceu para atender cada um dos desejos de nós, mortos. Você não deve nada a ninguém, ninguém além de você mesmo. E você sabe que eu falo é verdade ou não teria feito o que fez. Não teria feito distinção, de uma criança desconhecida ou você, se soubesse que o que está fazendo vai além do natural. É uma tarefa honrosa o que está fazendo, de ajudar os perdidos, mas não é a sua vida. Não é para desperdiçar a sua vida dando para aqueles que a perderam antes de você. “ A imagem de John ficou trêmula e estranha, um sinal sendo cortado. Uma transmissão enfrentando turbulências. “Hania, filho,-“
Não podiam ser consideradas dicas as informações que já estavam intrínsecas em seu ser, certo? Ou melhor, não era novidade nem grande revelação se lá dentro, bem dentro, a suspeita tivesse tornado realidade e todo o resto a abafava com um pano. Abafava seus gritos com força e escondia suas mensagens na parede. Quando tinha transformado as lições de conviver com os espíritos em descoberta de modos para ajuda-los? Vovó Willow, agora lembrava, em momento algum tinha o colocado no caminho de xamã. Sua presença era para acalmar e mostrar a saída, garantir que ainda tinha um mundo para a qual voltar depois de ter sido por uma visão de tirar todos os sentidos. Os ensinamentos.... Eles não tinham sido para ficar de joelhos e esperar, ser um condutor entre dois mundos, trazendo a mensagem dos mortos como lera em algumas histórias. Não tinha sido num livro, num conto tão próximo que seu descendente tocava seu coração, que um certo homem os usava ao seu favor? Não tinha sido outro em que navegara num rio e chegara ao outro lado?
Hania não queria, mas estava ali, revisando tudo o que tinha aprendido. Cada aula direcionada e dúvida externalizada. Elas.... Elas não tinham sido deturpadas daquela maneira. Uma interpretação diferente para uma situação que era tão simples quanto o piscar dos olhos. Uma respiração profunda depois de um treino extenuante de canoa. Cada dia aprendia a reduzir o preço do seu dom, tornar mais fácil ‘a vida’, não a capacidade de receber mais e mais espíritos. O aprendizado era para minimizar o dom, não para torna-lo mais efetivo. O...  A...  A cabeça do índio girava tanto que a tontura o fez balançar no próprio equilíbrio. A nuvem abaixo dos seus pés abrindo pequenos e traiçoeiros buracos. Seus pensamentos se repetindo de maneiras diferentes, todos com o mesmo conteúdo de jeitos diferentes. Línguas diferentes. Cada uma aprendida por ajudar um espírito colocando sua contribuição. Mais uma pedra sobre o descendente de Pocahontas que, àquela altura, estava enterrado em sete palmos delas.
Eu pensei... Eu achava... Mais um buraco aberto, mais um saltar para longe do pai. “Eu também achava isso, quando estava na Virgínia Companhia. Todos os indígenas são iguais. Selvagens e assassinos, sem inteligência e facilmente ganhados com presentes. Eu era bom, muito bom, mas quando conheci sua mãe...” John tinha seus lá muitos anos de companhia, de exploração e assassinato. Assim como Hania tinha toda a sua vida dedicada a um propósito diferente de seu nascimento. Dois homens com grandes dons, dons em que eram reconhecidos por todos, e seguindo pelo mesmo caminho ignorante de uma faceta somente explorada. Pai, e- A garganta travou ao mesmo tempo que o pai levantou a mão, o interrompendo. O seu rosto não exibia mais o viço da juventude, os traços assumindo o rosto que nunca tinha conhecido em vida. A velhice, as linhas de expressão, e o mesmo amor pela figura paterna crescendo em seu peito. “Nunca é tarde demais para ninguém, Hania. Nunca duvide de si mesmo, porque és sim, capaz de mudar.”  Porque ser medo estava distante, na visão da vida da cidade e na incapacidade de se adequar a ela.
“E você não está sozinho. ”  Não só tinha amigos, grandes amigos, apesar de tudo como era diferente com eles. A facilidade de agir com eles era tão estranha quanto excitante, o sorriso automaticamente aparecendo no rosto e a risada louca querendo sair. De correr quando estava perto, de provocar a mesma sensação de felicidade quando estava perto. E ele foi percebendo, notando, que não era só com eles. No remo era sim. Escalando era assim. Como Rocket era assim. Com cada uma daquelas pequenas atividades e prazeres, Hania se tornava mais leve e distraído. Menos conectados com os espíritos. Não que estivesse completamente alheio a eles só...  Uma aura diferente cercava-o e não era incomodado. Quantas tinham sido as vezes que tinha sido interrompido com Felicia? O número decrescente de episódios conforme ia conhecendo-a? E Daren? Mesmo tão semelhantes no dom, menos o usava para ficarem juntos... Hania sabia, sabia. Sempre soube.
Quando olhou para o pai, ele não estava mais lá, e seu corpo descendia dos céus com suavidade. Elegância. No ar, o espírito do vento e do calor rodeando seu corpo com o ‘eu te amo’ compartilhado no cálido sentimento. De expressão não dita. Ao tocar o chão, a lança se recolheu e foi guardada. Hania desviava dos espíritos com o porte régio de um príncipe, de um filho do chefe pronto para assumir seu cargo. Os corpos pálidos se afastavam sem necessidade do toque, os que permanecendo acabando por conhecer a solidez do guerreiro de dois mundos.
Não precisava de violência, nenhum movimento brusco. O índio chegando perto da criança e a tomando no braço, o corpo diminuto envelopando ao redor de si com força. Temendo se soltar, morrendo de medo de voltar a um trabalho que não tinha sido instruído corretamente. E assim, tão simples quanto dar o primeiro passo, os espíritos foram desaparecendo. Miragens evaporando conforme se afastava e saía da clareia. Cada um dos pequenos chiados do sumiço diminuindo um arrepio na pele exposto do pequeno índio. O peso ficando mais leve nos ombros, nos braços, facilitando cada passo para transformar em corrida. A floresta puxando e empurrando para a frente e para longe. Potencializando a velocidade com a canalização da brisa entre os troncos, os pássaros cantando e indicando o caminho mais rápido.
E quando saiu. Quando o sol amanhecendo tocou-lhe a face, Hania caiu de joelhos e chorou. Chorou por tudo. Chorou por cada espírito. Chorou por cada um dos perdidos e dos salvos.
Chorou, principalmente, por si mesmo. Por tudo o que tinha perdido. E por tudo o que tinha sido aberto para si.
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tsushimarp · 4 years
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Conheça mais de tsu_ikegame!
NOME: Ikegame Funa. USER DO TWITTER: tsu_ikegame DATA DE NASCIMENTO / IDADE: 19 de agosto de 1995 / 24 anos. GÊNERO: Feminino. NACIONALIDADE: Japão. ETNIA: Japonesa. OCUPAÇÃO: Guia no Centro de Conservação da Vida Selvagem.
Residente em Chitose desde de 2002.
PERSONALIDADE Ikegame Funa é espirituosa e livre feito uma criança. Sua avó diria que ela emprestou dos gatos da ilha um pouco da selvageria, e talvez por isso eles tivessem ambos naturalmente que se dar bem. Funa não sabia se concordava com esta última constatação, até onde ela entendia gatos selvagens só se davam bem consigo mesmos. Esta era também uma verdade para a moça. De poucos amigos e natureza reservada, Funa se achava corajosa, porque sabia que é preciso ter medo primeiro para depois ter coragem. 
E Funa era completamente amedrontada das outras pessoas. Um tipo de medo que nasce da desconfiança, uma desconfiança injustificada, um não-pertencimento, uma urgência de fuga, e de se esconder de novo na vastidão libertadora das matas e dos mares. O organismo vivo da ilha, engrenagem feroz da sua curiosidade e do seu espírito aventureiro e explorador. Pessoas, porém, cheiravam mais a fator limitante e possibilidades desperdiçadas. E é aqui que ela encontrava sua bravura, pois apesar de sua ansiedade e inadequação, nunca lhe faltava coragem para ser amável e gentil.
PASSADO Os Ikegame são uma linhagem de antigos habitantes de Tsushima, que se mudaram para a ilha muitas décadas atrás à procura de descanso e vida tranquila nos bairros isolados do norte, muito antes do turismo florescer naquela região. Não é de se admirar que em todo canto da ilhota pode-se encontrar um ou outro parente de segundo ou terceiro grau, escondido atrás de uma árvore, debaixo de uma pedra... Natural de Tóquio, porém, Ikegame Funa experenciara seus primeiros anos de vida na agitada capital. Era ali que sua mãe construia sua carreira no direito, e conceber a pequena rebenta nunca estivera nos planos. Não pode-se dizer que a gestação não planejada fora uma grande dádiva inesperada do divino, estaria mais para uma pedra no caminho, mas seus pais modernos na moderna cidade oriental se viraram para providenciar todo o amor e conforto que podiam, ao mesmo tempo que sofriam da epidemia do mal do trabalho excessivo, e batiam à porta do sucesso com a promessa de estarem constantemente quase.
O que nos leva, é claro, ao profundo sentimento de abandono que Funa sentira durante sua primeira infância. Não me demorarei sobre isto. Ela mesma já não tinha a capacidade de acessar essas memórias, muito embotadas no passado. Mas este fato diria muito sobre a pessoa que ela viria a se tornar. Bom, o fato é que sua mãe iria levá-la para passear na ilha Tsushima com certa frequência. Funa não podia expressar o tamanho deslumbre ao qual sua cabecinha infantil era submetida à cada, muito aguardada, ocasião do atravessar daquelas águas cintilantes e o âncorar na porção de terra mais querida do seu coração. O recanto encantado de sua avó. Sua doce avó, embalada nos reconditos secretos do paraíso longíquo. Com seu jardim arrebatador nos fundos da casa, e sua clientela idosa da simbólica floricultura familiar. Ali construira suas lembranças mais preciosas, e muito do que viveu mais, deixou passar sem muita cerimônia, como se só aquela ilha houvesse existido no seu passado.
Não se lembrara como terminara morando de verdade com a avó. Em alguns momentos parecia que sempre fora assim. Passava semanas em Tsushima se divertindo aos montes que quase não notava a ausência de sua mãe. Soubera mais tarde entrecortado entre conversas que a mãe era uma mulher muito de trabalho e estava sempre por aí resolvendo burocracias da vida adulta. Houvera também uma discussão acalorada, parecia, e pronto, estava ali agora, morando com a avó. É possível que ela sentira falta dos pais no começo, mais do que o habitual. E que estivera confusa e melancólica. Mas isso logo passara e Funa quase deixara de reconhecê-los em muitas ocasiões. Mas aí de repente apareciam todos, sua mãe e seu pai, e um monte de outros rostos estranhos que nunca vira antes na vida, todos juntos para uma comemoração familiar, e ela se lembrava deles. 
Também havia as cartas, e estas ela achava super divertidas porque ela podia escrever com toda a pinta de importância e rechear de detalhes exorbitantes das coisas que descobrira nas suas aventuras, como se descrevesse ao destinatário um relatório em primeira mão dum paraíso nunca explorado. Houve também, às vezes, ligações, mas com a pouca tecnologia da ilha essas eram raras.
PRESENTE Formada em biologia marinha e com um emprego estável na pacata Tsushima, Funa vivia sua vida como sempre vivera: lenta e gentilmente. Com uma cabeça vazia de preocupações, passava tempo perseguindo através de binóculos os passáros no alto das copas das árvores, e com a luneta as estrelas no céu. Tomava emprestado na biblioteca do Centro de Conservação da Vida Selvagem grossos livros ilustrados da fauna e flora nativa, e se debruçava sobre eles com acentuada concentração por horas a fio embrenhada no âmago da natureza, tomando suas próprias anotações na sua misteriosa agenda de campo cuja familiaridade somente permitia à avó. E por falar nesta, não lhe faltavam momentos de afeto e dedicação carinhosa à figura maternal. Agradava-lhe o cair da noite quando preparava-lhe comida quente e podiam comer juntas e conversar, ou cuidar do jardim floral com a matriarca nas horas vagas, massagear os seus pés já muito cansados dos anos vividos no fim do dia, planejar curtas viagens às quais os ossos envelhevidos da avó poderiam suportar, pelos bairros de Tsushima.
Não seria também injusta com o mar. Filha do litoral, Funa nadava como um peixe. O mar era a sua casa, pois era lar da grande criatura marinha que era a ilha que a abrigava, e ela sentia-se como um órgão constituinte de Tsushima.
FUTURO Faltava-lhe, porém, a vivacidade social da juventude. A sua própria companhia lhe era demasiado deleite, com toda a sua curiosidade borbulhante, é claro, e também seu apetite insaciável pelo deslumbre da vida. O conforto de habitar a sua própria pele, em segredo, longe da opinião pública e das regras limitantes era quase que viciante, de modo que sem perceber ela estava evitando o mundo para viver a sua fantasia particular. 
Por que você está fugindo das pessoas, Funa-chan? perguntara-lhe a avó uma noite, afangando-lhe os cabelos. Funa se vira ultrajada. A pergunta veio como uma flecha. Não sabia que estava fugindo. Estaria fugindo? A pergunta se instalou na cabeça de Funa, convidando outras questões maiores à transitar por ali e desencadeando uma série de constatações profundas que levaram Funa à decidir que talvez devia começar a tomar alguma atitude sobre sua relação com as outras pessoas existentes no mundo.
ORIENTAÇÃO SEXUAL: Demissexual. TEMAS DE INTERESSE: Angst; General; Fluff; Romance. FACECLAIM: Yuka Mannami.
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itscamren-yo · 5 years
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Capítulo 44 - Travor
Para convencer Travor de sair daquele beco e ir embora para casa com Lauren e eu foi um verdadeiro parto, ele se parecia bem irredutível, mas mudou de ideia quando minha esposa alegou que chamaria a polícia para informar da grande quantidade de pessoas que estavam dormindo ali, por um bem maior, ele acabou se juntando a nós.
O caminho todo até o nosso apartamento, ele estava bem emburrado e não fez questão alguma de responder qualquer coisa que questionamos ou qualquer assunto que tentávamos puxar. Pude notar a grande surpresa dele quando Lauren e eu nos despedimos de Shawn e Sabrina, caminhando de mãos entrelaçadas em direção ao prédio.
Entretanto, toda sua surpresa por sermos um casal sumiu completamente quando entramos na recepção do prédio onde vivíamos. O chão da recepção era de mármore branco, um mármore tão bem encerado que era possível ver nossos reflexos no chão. Os sofás que ficavam por lá eram de couro e as caixinhas de correio de cada apartamento ficavam em um painel prata gigante na parede, fazendo contraste com a enorme estante com vasos e livros.
Travor estava encabulado e andava o mais junto possível de nós, ele não soltava sua mochila fedida e passou bem longe da recepção onde o porteiro ficava para resolver eventuais problemas do edifício. Entramos no elevador e pude ele olhar tudo com muita atenção e abraçar ainda mais forte a mochila. Eu sabia que nosso prédio era de classe alta, mas vê-lo agir tão surpreso e incrédulo com a nossa condição de vida que fez eu perceber o quanto Lauren e eu éramos privilegiadas.
- Pronto, chegamos. - Lauren fala abrindo a porta - Pedimos desculpas pela bagunça, não sabíamos que teríamos visitas. - ri divertida, dando passagem para ele entrar.
Então ele apenas ficou parado perto da entrada, olhando tudo com os olhos brilhando e sem conseguir falar uma palavra. Travor nos procurou com o olhar, como se silenciosamente questionasse o que esperávamos que ele fizesse ali. Lauren me olhou e eu comecei a tirar meus saltos e então os meus brincos.
- Quer conhecer o quarto onde você vai passar a noite? - questiono e ele continua me encarando atentamente - Você pode tomar um banho e depois Lauren pode te preparar algo para comer, ela faz o melhor queijo quente do mundo.
- O segredo está em grelhar o pão antes. - confidência timidamente com as bochechas vermelhas.
- Vocês vão me dedurar para o conselho tutelar, não vão? - sussurra, ainda abraçado com a mochila - Vão me fazer voltar para aquele inferno, não vão?
- Travor, está tarde. - olho para Lauren, ela falava calmamente - O melhor a fazer agora, é descansar. - ele encara os próprios pés - Amanhã decidimos o que fazer, pode ser?
- Tanto faz.
Ele começa a olhar para a sacada, tentando nos ignorar.
Observo o garoto e sinto uma gigantesca vontade de abraçá-lo, queria escondê-lo em um abraço e transmitir algum tipo de confiança e proteção. Queria ser algum tipo de porto-seguro para que ele não sentisse medo do que o amanhã lhe reserva ou qual é a próxima coisa ruim que pode lhe acontecer.
- Acredito que meu irmão tenha deixado uma roupa de dormir aqui, vou pegar emprestado para você ficar mais confortável, Camila vai te acompanhar até o quarto. - Lauren sorri de canto, dando as costas e indo em direção ao nosso quarto.
Com passos curtos, parei em frente a porta do quarto de hóspedes e abri a mesma, acendendo a luz e adentrando no ambiente. Como sempre, a suíte estava em perfeitas condições e assustadoramente limpa, a porta do banheiro estava entreaberta e era possível ver o pequeno closet também. Entrei no mesmo e peguei mais uma coberta, deixando a mesma sobre o colchão confortável.
- Temos toalhas limpas e uma na segunda gaveta você pode abrir um pacote, temos escovas de dentes novinhas… eu vou pegar para você, é mais fácil. - explico calmamente, empurrando um pouco a porta que dava para a sacada, assim o quarto poderia ventilar.
Quando me virei, pude notar o olhar de Travor fixo na cama King-Size no centro do quarto; meu coração apertou ao imaginar a quanto tempo ele dormia no chão frio todas as noites. Eu olhava para seu corpo magricelo e suas roupas sujas sentindo minha alma doer ao imaginar que uma criança tão indefesa e sozinha.
Entramos no banheiro e eu ensinei como ele poderia utilizar aquele chuveiro, peguei a toalha limpa e a escova, assegurando que havia pasta de dente. Percebi seu olhar atento em cada pequeno detalhe daquele banheiro, como se jamais tivesse visto um. Me despedi dele a tempo de ver Lauren entrando no quarto e falando em voz alta que o pijama dele estava sobre a cama.
Saímos juntas e fomos para a cozinha preparar algumas coisas para ele comer. Lauren começou a fazer dois queijos quentes, expremi uma jarra de suco de laranja e coloquei gelo para ficar ainda mais gostoso. Conforme começamos a preparar algumas waffles para que ele pudesse comer com mel, Travor finalmente saiu do quarto de banho tomado e roupas trocadas.
- Está com fome? - questiono curiosa, rindo baixinho ao ouvir seu estômago roncar alto - Bem, acho que isso responde minha pergunta… - abaixa a cabeça e eu coloco o prato com os dois queijos quentes - Venha, sente-se.
- Espero que goste. - Lauren sorri gentil, servindo um pouco de suco no copo enquanto ele dava uma mordida generosa - Então?
- É muito bom. - fala de boca cheia e eu sorrio, colocando mais uma pedra de gelo em seu copo.
Encaro ele por longos instantes e sinto meu coração doer mais um pouco. Aquele garoto -agora- limpo, com uma blusa duas vezes maior que ele, comendo com tanta vontade e com cicatrizes fazia meu estômago revirar de uma maneira desconhecida. Eu tinha pena, empatia e curiosidade, tudo ao mesmo tempo e de uma maneira mais intensa.
- Você morava em orfanato? - pergunto repentinamente, ele mastiga mais devagar, me olhando surpreso, dá uma nova mordida e evita me responder - Por que você recusou ajuda dos órgãos públicos?
- Camila. - Lauren me repreende.
- Sem rodeios. - mexe as sobrancelhas.
- Podemos ter rodeios e nunca falar sobre as coisas que temos curiosidade, ou podemos ir direto ao ponto e pouparmos tempo. - dou de ombros, sem desviar meu olhar do dele - Por que você não está recebendo assistência do governo?
- Assistência do governo? - ele ri debochado - Você chama de mudar de casa para casa de mês em mês de assistência do governo? De morar com pessoas que só te recebem para pegar esse dinheiro de assistência e comprar coisas novas? - nega com a cabeça - Eu tinha duas escolhas: ou eu continuava apanhando de pessoas desconhecidas por não seguir as regras deles ou eu fazia minhas próprias regras, não foi muito difícil escolher. - morde o sanduíche, me encarando indiferente.
Lauren e eu permanecemos em completo silêncio.
Travor era tão pequeno e parecia ser tão indefeso, meus ossos doíam com a ideia de imaginar alguém lhe fazendo mal.  Seu olhar refletia o quanto ele parecia ser triste, o quanto ele parecia ter vivido coisas horríveis que ficariam com ele para sempre. Era notável que ele buscava meios de machucar quem se aproximava, ele não precisava de um novo alguém para lhe machucar mais uma vez.
- Não era um conversa sem rodeios que você queria? - é sarcástico, sinto minhas mãos ficarem suadas - Olha, vocês parecem muito bacanas, mas vocês jamais vão entender o que é passar por isso ou o que o sistema realmente é.
- Eu trabalho com o sistema e sei como é…
- Não. - a repreende - Você não vive no sistema. - seu olhar era intenso - Você pode trabalhar com isso, inclusive deve ser por isso que tem essa casa bacana, mas você não vive no sistema. - se levanta da cadeira, levemente irritado - Você não sabe o que é ser jogado nele sem amparo algum, com pessoas tomando decisões por você sem que você possa opinar e com pessoas… - seu tom havia alterado, ele parecia bem irritado - Você não sabe. - esboça um sorriso sem qualquer humor - Não diga que você sabe como é o sistema enquanto você anda de Mercedes, só tem roupas de marca e vive em um condomínio fechado.
- Travor…
- Eu acho que vou dormir. - dá alguns passos para trás - Eu termino de comer amanhã. - pouco se importa se tínhamos mais alguma coisa para dizer, apenas caminhou em direção ao cômodo de onde havia saído.
Não consegui me mover e sequer olhar para Lauren, eu sentia uma ânsia fora do normal e estava completamente atordoada. Minha esposa me encarou por longos instantes, me limitei a tirar o prato de Travor e a jarra de suco que estava ao lado do seu alimento, guardei tudo na geladeira enquanto Lauren juntava nossas coisas.
Fomos para o quarto em completo silêncio, tiramos nossas roupas e enquanto eu tirava minha maquiagem, Lauren tomava banho em completo silêncio. Eu observava meu reflexo e era inevitável não me sentir culpada por estar em minha própria casa. Travor não tinha um colchão para dormir e uma refeição sequer, enquanto eu estava usando um anel que faria ele fazer três refeições diárias fartas pelos próximos meses.
Acabei me lembrando de quando eu estava em meu segundo ano da universidade e minha mãe acabou perdendo o emprego, eles não estavam conseguindo enviar dinheiro para mim em New Haven e eu lembro do meu pavor de abrir mão dos meus sonhos e da minha universidade dos sonhos para que meus pais pudessem trabalhar um pouco menos. Também lembro de como Robin, o padrasto de Harry, não havia sequer pestanejado em ajudar meus pais a se reerguerem financeiramente.
Tomei meu banho e notei Lauren tirando o que havia restado de sua maquiagem, ela passou um creme corporal e saiu do banheiro sem dizer uma única palavra. Após me secar, coloquei o pijama e rumei para o quarto com o meu creme corporal em mãos. Lauren tinha um livro em uma das mãos e com a outra mão, ela segurava o controle da televisão.
- Eu não vou conseguir dormir, quer que eu vá para sala para eu deixar você descansar?
- Eu também acho que não vou conseguir dormir. - começo a passar o creme, olhando para a televisão - Ele é…
- Intenso? Sincero? - assinto, olhando para a minha esposa por longos instantes sem ousar desviar o olhar - Camila…
Conhecia minha esposa tão bem a ponta de saber o que seu tom de voz significava. Lauren estava me repreendendo antes que eu sequer colocasse em palavras aquilo que eu tinha em mente, mas por me conhecer tão bem, eu não precisava verbalizar: Lauren Jauregui sabia exatamente o que se passava em minha mente.
- Lauren, e se nós… - tento iniciar o assunto.
- Camila. - me interrompe - Eu sei o que você vai sugerir. - mordo meu lábio inferior, incomodada por ela não deixar eu concluir meu pensamento - Ele já passou por muita coisa, precisa de pessoas que querem ele e que deem o amor que ele merece. - sinto meus olhos ficarem marejados.
- Nós não precisamos adotar ele, eu não estou dizendo isso. - me levanto da cama, começando a andar de um lado para o outro, nervosa com o assunto - Nós podemos ficar com ele temporariamente, até acharmos uma família que tenha condições de adotá-lo e ser tudo o que ele precisa.
- Camz, o sistema não funciona assim, isso pode demorar anos e…
- Nós temos dinheiro para manter ele!
- Dinheiro não é tudo, Camila. - me interrompe irritada, levantando da cama - Ele não é um objeto ou um produto, ele é uma criança. Ele precisa ser educado, ele precisa de roupas, precisa de cuidados médicos e psicológicos, precisa de amor e afeição, precisa de pessoas que não vão embora. Ele precisa de duas figuras responsáveis que deem isso e muito mais. - Sinto as lágrimas rolarem pelo o meu rosto, sentindo uma gigantesca tristeza me atingir - Amor… - me puxa pela cintura, juntando nossos corpos - Nós não podemos...
- Pense, apenas um pouco. - mordo meu lábio inferior, segurando seu rosto - Só um pouco. - acaricio sua bochecha com meus polegares - Podemos vender aqui e viver no casarão para cortar nossos gastos, então colocamos ele em uma escola e ajudamos, pense que aqui vai ser um lugar para ele comer e dormir enquanto não acha outro lugar.
- Camz…
- Ele não pode voltar para a rua! - quase grito.
- Ele não vai, iremos colocar ele em um orfanato e…
- Para ele fugir de novo? - me afasto, abraçando meu próprio corpo - Lauren, ele precisa de alguém, nós podemos ser esse alguém e você sabe disso tanto quanto eu sei. - ela me olha atentamente - Diga que você sente, porque eu sinto, eu sinto em cada célula do meu corpo que eu tenho que proteger esse garoto. - passo a mão em meus cabelos.
Me sinto pequena e sufocada. Jamais passaria por cima da decisão final de Lauren, mas sabia que tantos meus sentimentos quanto os dela estavam a flor da pele e precisávamos “esfriar” aquela tensão. Eu precisava pensar nas coisas que ela havia me dito, assim como ela precisava pensar no que eu havia lhe falado.
- Eu vou beber um pouco de água e… - ela tenta se aproximar, inevitavelmente evito o seu toque para que eu não chore em seus braços - Eu volto depois, me deixe sozinha por alguns instantes.
Sem dizer mais nenhuma palavra, saio do quarto.
Com passos silenciosos peguei um pouco de água e me permiti chorar um pouco o mais baixo que consegui. Não queria que Lauren ouvisse e Travor, muito menos. Bebi água e me acalmei o máximo que consegui, todas as emoções daquela noite haviam me desestabilizado emocionalmente.
O barulho de uma porta abrindo e passos chamaram minha atenção, passei a mão sobre as bochechas rapidamente e prontamente pude ver um corpo pequeno se mover no escuro. Travor não havia notado minha presença ali. Acendi a luz da cozinha e só então ele parou de se mover, pude notar ele se encolher e ficar constrangido por ser pego ali. Trocamos um longo olhar e ele fez menção de mover seu corpo de volta para o quarto, mas eu o impedi.
- Está precisando de algo? - questiono, caminhando em direção a geladeira.
- E-Eu… - abro a porta da geladeira, pegando o prato com o seu sanduíche - Eu…
- Veio atrás disso? - ele morde o lábio inferior, estendo o prato e ele pega o mesmo - Não esqueça o suco. - pego a jarra, servindo em um novo copo.
- Obrigado. - sorrio de canto e ele vira seu corpo, como se fosse voltar para o quarto agora que tinha pegado o que tanto queria.
- Nessa casa não comemos nos quartos. - falo prontamente - Lauren odeia migalhas nas camas. - explico, apagando a luz - Mas comemos na sacada. - começo a caminhar em direção a mesma, percebo o olhar atento dele - Então, você vem, ou não? - sento na poltrona que ficava de frente para o mar.
Travor ocupou a poltrona que Lauren geralmente ocupava, colocou o copo sobre a mesa e começou a comer o queijo quente -agora gelado-. Ficamos em silêncio por longos minutos, apenas observando as ondas quebrarem, o céu estrelado e aproveitando para sentir a brisa gelada da noite.
Não existia aquele clima tenso como quando ele havia deixado a cozinha após meus questionamentos. Era como se eu fosse indiferente para ele, quase como se eu não estivesse ali ocupando o assento ao seu lado. Sem conseguir me conter, olhei para Travor e vi seu olhar impressionado com a vista.
Era apenas uma criança com vivências horríveis que lhe fizeram acreditar que ele agora é um adulto. E eu? Bem, agora, ao meu ver eu era a adulta que sentia a necessidade de fazê-lo se ver como a criança que era.
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Fanfic: Você quer fugir comigo, Mattie? (Prucan Week 2019)
Link da fanfic: https://www.spiritfanfiction.com/historia/voce-quer-fugir-comigo-mattie-17654263
Sinopse: Gilbert prometeu nunca mais voltar, mas ele estava aqui, debaixo da mesma arvore da sua adolescência. A pergunta estava sempre lá, não importava o que, então ele fez: Você quer fugir comigo, Mattie?
Fandom: Hetalia Axis Powers
Casal (Pairing): Prussia & Canada
Prompt: Day 6 (10/11): Careers/Future | Amaryllis (Carreiras / Futuro | Amarílis)
Idioma: Portugues
Author Note: Já estamos no 6º dia em, q doidera. Mas até q passou rápido, to me divertindo bastante.
Segundo o site indicado pelo tumblr da prucanweek amarílis significa orgulho. Dei uma pesquisada no google, e pode significar tbm angustia e tristeza pela perda da pessoa amada.
Capítulo Único
Gilbert tinha jurado pra si mesmo que nunca mais voltaria pra essa cidade, que iria superar, trabalhar duro e fazer uma nova vida. E ele fez. Foi difícil, mas ele conseguiu e superou todas as expectativas. Onze anos depois, Gilbert morava num apartamento legal, tinha bons amigos que o amavam, o emprego dos seus sonhos, mas a pergunta estava lá, e não o deixava seguir em frente.
Ele esperava de baixo da mesma arvore da sua adolescência, tão nervoso quanto antes, ansioso e feliz. Na mão tinha uma amarílis, que roubou sem motivo aparente de um quintal, enquanto caminhava pra cá. Gilbert pensou em tirar as pétalas no famoso "bem ou mal me quer", mas era tão bonito, que ele não teve coragem, então ficou girando o caule entre os dedos, como uma forma de liberar a tenção.
Logo escutou o latido, e um cachorrinho de porte médio, que mais parecia um urso polar, cheirou a sua mão apoiada no joelho, lambendo em seguida. Gilbert acariciou entre as suas orelhas, o dono apareceu logo depois:
— Você veio — ele se levantou com um sorriso, limpando a calça com a mão desocupada.
— Vim pra dizer o quanto isso é um absurdo — falou o outro homem, vestido com um moletom vermelho e gasto, o seu preferido.
Matthew usou esse mesmo moletom, quando a doze anos atrás, eles deram o primeiro beijo, exatamente debaixo dessa arvore. Eles conversavam depois do horário da escola, desde que começaram o ensino medio, e Gilbert se via ansioso por cada encontro, até proporem de se ver a noite de baixo da arvore. Se sentavam juntos e apreciavam a noite, as estrelas e os grilos. Cada dia Matthew se sentava mais perto, então veio os esbarrões, os toques, primeiro acidentais, depois se tornando propositais. Eles viviam em uma cidade pequena e conservadora, era impossível expressarem seus sentimentos livremente, mas o faziam quando estavam sozinhos:
— Por que um absurdo, é só uma pergunta? — disse Gilbert se aproximando.
— Uma pergunta — Matthew exclamou indignado. — "Você quer fugir comigo, Mattie?"
— Viu, só uma pergunta.
— Gilbert, eu tenho um emprego, uma noiva, isso não é...
— Eu sei, eu sei do seu emprego estável e do seu futuro casamento feliz. Não precisa jogar na minha cara — Gilbert falou chateado. — Essa não é a questão.
— Essa não é a questão? — Matthew ri incrédulo. — Você vai embora, e depois de onze anos você volta me pedindo pra ir com você.
— Eu não fui embora, me expulsaram — ele suspirou, mexendo a flor nervoso. — Não te contaram?
— Todo mundo sabe da história — Matthew desviou os olhos, sua atenção indo pro cachorro que latia pra nada em particular. — Kuma, não.
— E mesmo assim você me culpa? — o albino pergunta indignado, chamando a atenção pra si de novo.
— Se você queria tanto que eu fosse com você, então..., então por que você não me pediu a onze anos atrás — Matthew o questionou, nervoso.
— Não fazia sentido te tirar de casa, a sua família ama você, te acolheria sem problemas — Gilbert se justificou. — Éramos apenas crianças, ninguém merece isso.
— Mesmo assim, você ainda deveria ter ido pra casa — Matthew insistiu. — Meus pais teriam te acolhido.
— Isso é passado, não tem como mudar — ele deu de ombros, indo na direção do cachorro. Se abaixou e começou a acaricia-lo.
— Mas você está aqui, agora — sussurrou.
— É diferente — Gilbert levantou a mão com a amarílis, impedindo que Kuma o comesse. — Eu tenho uma boa vida agora, posso ser quem eu sou e me orgulhar disso, mas... Tem essa pergunta, e eu preciso de uma resposta, seja lá qual for.
— Você realmente nasceu pra restaurar — Matthew sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Não só coisas, como relações.
Gilbert deu de ombros:
— Mas o meu casamento..., eu amo a minha noiva — Gilbert suspirou irritado, se levantando inquieto, indo na direção da arvore. — Oras, você dormiu com uma porção de pessoas.
— Eu nunca disse "eu te amo" pra elas — ele respondeu de costas, tentando disfarçar o quanto estava chateado.
— Você também nunca disse pra mim — Matthew sussurrou, esfregando o braço.
— Como? — o albino se virou para encara-lo, indignado com a acusação. — Eu pedi pra você cremar meu corpo depois que eu morresse. Era a minha forma de dizer, e você ficou comovido. Achei que tivesse entendido.
Matthew sempre teve esse fascínio com a morte, e com a indústria da morte em geral. Passou anos lendo sobre o assunto, sonhando com o dia em que ele iria abrir a sua própria funerária. Porém, o único que sabia sobre isso era Gilbert, na verdade, ele era o único que sabia de uma porção de coisas. Matthew odiava hóquei, mas se obrigou a jogar pensando que deixaria seus pais orgulhosos de ter um filho atleta. Durante o período que conviveu com Gilbert, Matthew pôde deixar o seu verdadeiro eu assumir o controle, e foi bom, se sentia feliz em ser ele mesmo. Mas Gilbert foi embora, e tudo isso não passou de uma ilusão.
Ele sabia como seria o seu futuro; casado, pai de família, trabalhando de secretário em um escritório de advocacia. Mas com Gilbert ali na sua frente, outro futuro se mostrou pra ele. Um em que ele iria trabalhar usando roupas velhas e uma muda extra, porque nunca se sabe. Quando chegasse em casa, só ser coberto de beijos e abraços após um bom banho. O primeiro futuro dava uma sensação de conforto, o segundo, um frio na barriga e curiosidade:
— Quando você vai embora? — Matthew perguntou.
— Como eu não avisei, tenho que estar no trabalho segunda de manhã — Gilbert olhou para o relógio. — Tenho que sair no primeiro trem.
— Isso só me dá três horas — ele exclamou, irritado.
— Eu posso voltar na semana que vem — o albino balançou a cabeça, pensando em mais coisas. — Ou você me manda uma mensagem com a resposta.
— Uma mensagem — Matthew praticamente gritou, suas bochechas corando de raiva. — Uma maldita mensagem Gilbert?
— Achei que seria melhor pra você.
— Eu vou me casar em dois meses — seus gritos se misturaram com os latidos de Kuma, que parecia assistir a tudo.
— É só dizer que não — Gilbert gritou também, depois suspirou se arrependendo. — Droga, me desculpa Mattie.
Matthew sentiu as lagrimas quentes descendo pela sua bochecha, Gilbert virou a cabeça de lado, fungando. Kuma parou de latir, balançando o rabo voltando a fuçar a grama. Uma pergunta que a sua mãe fazia com uma certa frequência era "você tem certeza, querido?" Matthew achava fascinante como sua mãe podia ler cada expressão sua. Na verdade, Matthew não tinha certeza de quase nada, exceto que ele tinha certeza que odiava hóquei, era fascinado pela morte e que amava Gilbert desde a primeira vez que se falaram. Mais do que tudo, tinha certeza que queria deixar a máscara cair, e ser ele mesmo:
— Olha, esquece tudo o que eu disse — Gilbert falou. Ele estava indeciso, nervoso, e não conseguia encarar Matthew. — Foi uma ideia estupida, voltar depois de tanto tempo. Tenha uma vida feliz Matthew.
Matthew sentiu seu coração gelar, ao ver seu amado caminhar pra longe. Um nó na garganta e mais lágrimas desceram. Ele não conseguia falar ou se mexer, e a cada passo do albino, parecia que os seus músculos iam virando pedra. Kuma começou a latir na direção de Gilbert, depois correu e mordeu a barra da sua calça, puxando com toda força. Matthew viu essa distração como uma nova oportunidade, que ele não poderia perder:
— Gil — magicamente Kuma soltou a barra da calça, se afastando em seguida. Matthew correu até ser aparado pelos braços do albino. — Me leva. Me leva com você?
— Você tem certeza? — Gilbert perguntou surpreso, mas esperançoso.
— Não, eu não tenho — as mãos de Matthew subiram até o colarinho da camiseta do albino, o puxando para um beijo.
Gilbert tocou o cabelo de Matthew gentilmente, devolvendo o beijo com a mesma intensidade que recebia. O beijo era muito melhor do que aquele de doze anos atrás, menos nervosos, menos dentes, mais prazeroso. Gilbert tinha sonhado com isso por tanto tempo, ter Matthew nos seus braços, para amar e beijar pelo resto da sua vida:
— Eu te amo Gil — ele sussurrou, seus lábios ainda colados. O albino riu e Matthew o olhou confuso. — O que foi?
Gilbert gargalhou tirando a amarílis, que ficou grudado nos cabelos de Matthew. Ele deu a flor pra Matthew segurar, voltando a abraçar a sua cintura:
— Mattie, eu amo você — ele falou, dando um selinho. — Me desculpa por não ter falado antes.
— Só me desculpo com uma condição — Matthew sussurrou, apoiando o queixo na curva do pescoço do amado, dando selinhos. — Você tem que falar que me ama todos os dias.
— Eu posso gritar que te amo da janela, se você quiser — eles riram.
Sua atenção foi roubada brevemente por Kuma, que latia e balançava o rabinho em expectativa:
— Não se preocupe, meu apartamento tem lugar pra você também — Gilbert riu.
Três horas depois, Matthew estava na estação, com uma pequena mala, Kuma e de mãos dadas com Gilbert. Ele só teve tempo de escrever uma carta sincera pra sua noiva. Lá ele contava toda a sua história com Gilbert, e como o destino, ou seu cachorro, deu uma segunda chance. Pedia desculpas, e dizia que ele realmente a amava, por isso não achava justo prede-la em um casamento infeliz. Que agora ela estava livre para viver um amor de verdade, assim como Matthew estava.
Páginas 4. Palavras 1563
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sweetlittlesister · 3 years
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turno 28 wanda - helena
i just feel you❜ ── 2018.
── Acho que se for exposta a uma fonte de energia poderosa o bastante, algo semelhante a ela, talvez a integridade molecular possa se romper.
── É... e você junto. Isso está fora de cogitação.
── Eliminar a joia é o único jeito de garantir que Thanos não a pegará.
── É um preço alto demais.
── Um preço que só você pode pagar.
2023, reversão do estalo e o recomeço.
Eu estava segura finalmente. Aquele era um lugar de paz, onde ninguém poderia nos encontrar - ao menos era o que Helena havia me garantido. Refletindo sobre os últimos acontecimentos da minha vida e, sendo bem sincera, melhor definindo os desastres causados ao longo deles, eu percebi que não deveria mais lutar. Fora o fato de que havia perdido tudo o que tinha, não havia mais motivos e nem fazia sentido que eu fizesse algo. Thanos havia sido destruído, todos haviam sido vingados e por mais que as coisas não tenha terminado como o esperado nós tínhamos terminado o nosso trabalho.
Todos os dias as pessoas me perguntavam como eu me sentia. Como se falar sobre isso fosse me trazer... conforto. Conforto. Foi esse o sentimento que fez com que algo de bom voltasse a crescer em mim quando essa mesma conversa me aproximou aos poucos de Visão. "Eu estou tão cansada. É como se fosse uma onda passando por mim, sem parar. Ela me derruba e quando tento me levantar, ela passa por mim de novo. E ela vai me afogar.", essa foi a definição do que eu sentia. E agora? Era como se aquela onda tivesse me alcançado e eu, por fim, me afoguei.
Sentada sobre uma das pedras eu encarei o horizonte, tentando ressignificar mais uma vez toda a minha dor. Fechei os olhos e me lembrei da sensação que eu tinha toda vez que eu tocava o Visão, era algo que eu não podia explicar em palavras.
── Bem, porque nem tudo pode ser tristeza... não é? Eu sempre estive sozinho, então não sinto a falta. Foi tudo o que eu conheci. Eu nunca vivenciei a perda, porque nunca tive uma pessoa amada para perder. Mas o que é o luto, se não o amor que perdura? ── Essas foram as palavras de Vis quando lhe contei o que sentia.
O que é o luto, se não o amor que perdura? Esse era um questionamento que eu não conseguia abandonar nunca. Ele não estava mais lá para me buscar das trevas e eu nem ao menos pude me despedir, enterrá-lo como qualquer pessoa poderia fazer com alguém que amava. Eu o queria de volta, queria tocá-lo, me despedir. Eu o queria, queria com todas as minhas forças e precisava encontrá-lo.
Quando Helena adormeceu eu não pensei duas vezes antes de apanhar o Quinjet e sobrevoar de volta até a cidade em que o corpo de Visão provavelmente estaria escondido, eu sabia que estava. E quando cheguei lá, por mais que tentassem negar, eu sabia que estavam mentindo e eu precisava vê-lo, ele merecia um funeral... eu merecia aquilo. Eu lutei para poder vê-lo e quando finalmente consegui, o que vi foi pior do que qualquer coisa que jamais poderia ter visto.
Eles estavam tratando-o como um simples pedaço de ferro, uma arma que eles poderiam desfazer e refazer como quisessem. Um objeto. Ao invés de encontrar Visão, ainda que desfalecido, me deparei mais uma vez com aquela dor agoniante que fazia com que as palavras entalassem em minha garganta e minha mandíbula travasse tal como todos os meus pensamentos. Eu queria gritar, fazer alguma coisas para protegê-lo como não pude fazer cinco anos atrás... mas as palavras custavam a sair.
── Parem... p... parem... Parem com isso! ── Eu dizia com um tom de voz rouco, baixo o suficiente para que ninguém lá embaixo pudesse me ouvir, ainda mais através daquele vidro onde minhas mãos repousavam em desespero e por onde eu os observava. Meus lábios tremiam em meio a um choro silencioso, tamanha era a dor que eu sentia naquele momento e as palavras já não se faziam suficientes. ── O que estão fazendo com ele?
Eles o haviam reduzido a uma arma e eu só queria levá-lo, protegê-lo daquilo que faziam com o que havia sobrado dele e ter um funeral - ao menos era isso que eu queria acreditar. Tentei conversar, negociar, mas era tudo em vão.
── O máximo que posso fazer é deixar você se despedir dele aqui.
── Ele é tudo o que eu tenho.
── Esse é o problema, Wanda. Ele não é seu.
Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e eu não percebi quando aconteceu, mas a energia fez-se presente ao redor de minhas mãos manifestando-se num tom avermelhado no momento em que eu estourei o vidro. Utilizei de meus poderes para poder direcionar-me ao andar inferior do laboratório, tendo em resposta diversas armas apontadas para mim as quais eu ignorei porque eu nunca tive medo algum daquele tipo de perigo - ainda mais depois de ter ficado por horas esperando ser explodida na minha casa onde meus pais haviam sido atingidos -, mas a ordem para que recuassem foi dada.
Me aproximar de Visão, ou melhor... do que havia restado dele, trouxe em mim uma das piores sensações que já imaginei sentir. Memórias felizes imediatamente surgiam em minha mente, momentos simples em que ele tentava cozinhar para mim sem sucesso algum, os dias e noites daquele hotel afastado longe de toda a agitação da vida de heróis e heroínas antes de tudo acontecer. Colocar a mão sobre a sua testa, movimentando os dedos e podendo senti-lo: tão quente, tão presente, trazendo tanta paz, tanto conforto.
Cada parte do seu corpo estava dividido em uma espécie de mesa, não havia cor, não havia vida, ele estava destruído e fazia com que tudo em mim se destruísse também. Meu galgar foi vagaroso até a mesa onde encontrava-se a sua cabeça, meus saltos tiquetaqueavam em meio à sala silenciosa, salvo pelo som das máquinas ali presentes que apitavam como um alarme.
Meu rosto contorceu-se em dor ao vê-lo daquele jeito, diferente de tudo o que eu lembrava e principalmente daquilo que eu queria ver. No lugar da joia havia um buraco, que foi coberto pela minha canhota, expondo a energia que eu sempre utilizava para poder senti-lo... mas eu não senti nada. No lugar dele havia um vazio, revelando tudo o que havia sobrado dele por fim. As trevas novamente e ele não podia mais me salvar, ele não estava mais ali.
── Não consigo sentir você. ── Eu disse novamente, engasgando com o choro preso à garganta. ── Eu não consigo sentir você. ── Eu repeti, acariciando o seu rosto em forma de despedida. Aquilo, de fato, significava o fim... o adeus.
2023, atualmente.
Os meus dias eram muito comuns em Westville, como qualquer outra mulher casada. Eu e Visão estávamos casados há... bom, sim, nós estávamos casados. Vis trabalhava numa empresa de serviços computacionais e eu cuidava da casa, óbvio que eu contava com ajuda dos meus poderes nos afazeres domésticos mas não era como se isso fosse algo que todos precisassem saber. Na última sexta feira eu havia pedido para que ele providenciasse os ingredientes necessários para o churrasco que aconteceria no dia seguinte, pois receberíamos James e helena para um almoço.
Acordei cedo como de costume e não precisei de muito esforço para que todas as coisas estivessem no lugar, o jardim estava perfeitamente aparado e a churrasqueira previamente acesa, aos poucos o cheiro da carne assada começava a exalar por todo o lado externo da casa e eu adentrei para preparar um suco e mais algumas bebidas. A campainha tocou e eu ajeitei meu vestido, a energia que saía de minhas mãos cuidava de esconder alguns detalhes que não poderiam ser vistos por ninguém.
── Helena! James! ── Proferi, recebendo-os de maneira calorosa assim que abri a porta. Do lado de fora, por trás dos dois, era possível enxergar um objeto voador que para a época em que vivíamos era difícil de ser identificado. Tal como a presença de uma mulher nunca vista antes na região, com um penteado muito diferente do habitual e roupas estranhas. ── NÃO! ── Eu gritei, incomodada com o objeto, e era como se tudo tivesse voltado e a campainha tocou mais uma vez. ── Helena! James! ── Eu disse novamente, abraçando-os e desferindo um beijo no rosto de cada um.
Uma figura feminina se aproximou, eu jamais a havia visto por ali. Ela possuía um olhar cativante, uma energia positiva que rapidamente fez com que eu tivesse curiosidade por conhecê-la. Ela parou a uns cinquenta metros da entrada da casa, acenando de maneira tímida e ao mesmo tempo calorosa.
── Oi, Wanda... ne? Eu sou nova na região, meu nome é Lucille. Se precisar de alguma coisa me avise. Vocês também moram por aqui? ── Ela dirigia-se ao casal, ensaiando mais alguns passos até que ficasse ainda mais próxima. ── Eu precisava de alguns limões para temperar meu almoço, você poderia me ajudar?
── Claro, você quer entrar com a gente? ── A convidei, enquanto eu e Helena adentrávamos na residência e James seguia para o jardim para encontrar com Visão. ── Você chegou faz tempo por aqui? De onde você veio?
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onedidreamsforever · 7 years
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One Shot Louis Tomlinson
Semana LTomlinson ♡
Pedido por @littlekamyh
A coisa mais prazerosa da vida é ser livre, livre para pensar, escrever e agir como quiser e (seu nome) pode dizer que ela é livre, a partir do momento que ela coloca o pé na floresta pode falar e fazer qualquer coisa, bem diferente de quando ela está rodeada pelos aldeões que com uma palavra colocada de forma errada em uma frase eles ameaçam queimar as pessoas.
Mulheres não podem ser ou fazer qualquer coisa, têm que ouvir e acatar as vontades dos maridos, não têm desejos ou pensamentos, vivem apenas em função da família e é desse jeito que sua mãe está a criando. Se sua mãe soubesse que já se deitou com um homem, coitada, ou morreria ou a atearia na fogueira com a ajuda de toda a família.
Desde nova (seu nome) segue apenas o que quer, se ela quiser correr pelas ruas apenas com as roupas de baixo, ela faz. Se quiser responder negativamente os cortejos de um homem, ela também faz porque não se importa com o pensam dela, ela quer satisfazer apenas a si própria.
Em seu diário ela não escreve sobre o seu dia, ela escreve contos sobre uma mulher independente que não vive em uma aldeia rodeada de pré-históricos, ela escreve sobre uma mulher que explora todos os prazeres da viva e que coloca os homens aos seus pés e ao seu serviço. Se a pegassem escrevendo uma coisa dessas com certeza a condenaria, ela está indo contra a normas e isso não fica em pune onde mora.
Finalizando mais um capítulo, (seu nome) deixa seu diário de lado passando as mãos em seu pescoço, o dia está quente e ótimo para um banho de lago. Olhando de um lado para o outro, como sempre, ela se vê sozinha, então se coloca de pé e começa a desamarrar o espartilho que sua mãe a obriga usar para ser como as meninas da aldeia. Sua roupas de baixo logo estão no chão junto com o resto e ela caminha em direção as águas entrando lentamente enquanto a água gelada refresca seu corpo. A melhor parte do dia é o lago, poder se banhar nua em meio a natureza é o pico da liberdade e isso ninguém pode tirar dela.
Atrás de um arbusto está o homem cujo os olhos azuis queimam de desejo vidrados na garota completamente exposta, não é sempre que alguém se arrisca por essas bandas onde ele deixou bem claro que é perigosa. A última vez que ele viu alguém ali, a pessoa acabou com o as tripas para fora e os olhos esbugalhados.
O lobo é real, a lenda que todos contam sobre o lobo mal não é apenas uma lenda, ele não pega criancinhas e sim adultos que ultrapassam os limites - que ele mesmo impôs - da floresta.
Com os dentes cravados em seu lábio inferior ele sabia que não podia apenas fazer mal a garota, primeiro ele queria o bem dela - mais o bem dele do que dela -, ele precisava experimentá-la, senti-la na sua língua, sentir a sensação de estar dentro dela e só depois o prazer de matá-la.
Voltando a prestar atenção na mulher abandonando seus pensamentos, o lobo assistia como ela se divertia na água como uma criança, rindo para o nada e respirando água para todas as direções. Resolvido a sair das sombras ele, saiu de trás do arbusto e caminhou até as margens do lago.
— Eu não esperava encontrar uma jovem tão formosa nessa parte da floresta. — o sorriso brinca em seus lábios quando a mulher tenta esconder os seios com os braços — Sem querer ser rude, mas... Eu já os vi. — ele dá de ombros — Não deveria importar já que está nua por vontade própria.
— Eu achei que estivesse sozinha! — retrucou sem descobrir seus seios.
— Não se acanhe, eu gosto deles, são bonitos. — ele começa a desabotoar sua camisa e a lança no chão quando termina começando a abrir sua calça.
— O que está fazendo? — pavor toma conta de (seu nome), ela não é virgem e com certeza já viu um pênis, mas ser estuprada é diferente de permitir.
— Mais uma vez eu digo: Não se preocupe. Eu não vou te fazer mal. — claro que ele faria, mas não do jeito que ela estava pensando. Ele pode ser tudo, mas não é um porco aproveitador de mulheres, elas sempre acabam cedendo à ele.
Como um lobo pronto para atacar, o homem se aproximou com cautela, já estava nu e não queria que ela saísse correndo, ela teria que deixá-lo segurá-la, beijá-la e fazer qualquer coisas que desse em sua teia. Com o objetivo de fazê-la confiar, o lobo espirrou água em sua direção rindo em seguida, o som fez a garota rir também e esquecendo sua nudez ela espirrou água de volta.
— Sou Louis. — ele disse estendendo a mão e a garota olhou desconfiada — Eu só quero me juntar a você, parecia que estava se divertindo.
— (Seu nome). — ela o cumprimentou sorrindo um pouco tímida, mas não se importando se ele podia vê-la como veio ao mundo, como havia dito, ele já viu tudo.
Louis sabe bem como manter uma pessoa distraída, dele a mantém entretida e a transmite confiança com sua fala ou jeito de agir, com (seu nome) não foi diferente. Em meio a espirros de água e brincadeiras de pega-pega dentro do lago, Louis a agarrou duas ou três vezes criando uma tensão entre eles, ele já estava um pouco animado quando entrou no lado, agora então...
— Você já beijou? — ele sussurrou com as mãos na cintura de (seu nome) depois de ter a desafiado fugir dele dentro da água, olhos presos nos dela.
— Não seja tolo... Claro que já. — sorrindo de lado ela já sabia o que ele pretendia fazer, ela também queria, seria como a sua primeira vez. Sexo em segredo.
— Eu achei que você fosse um boa menina... — Louis deslizou o polegar sobre o lábio de (seu nome).
— Eu sou uma boa menina, sei muito bem agradar quem eu gosto. — a frase saiu insinuativa, a quilômetros de distância poderiam botar o duplo sentido.
— Espero que você goste de mim. — Louis aproximou seus rostos — Eu gosto de ser agradado.
— Você é muito exibido, está se jogando para mim sem vergonha alguma. — (seu nome) riu jogando seus cabelos para o lado.
— Você não pode me culpar, seu corpo é delicioso. — a garota abriu a boca em espanto com a palavra usada, Louis riu e ela o acompanhou — Nós dois sozinhos aqui e nus... Não te dá vontade de fazer nada? — ele pressionou seu quadril ao dele fazendo uma leve fricção em seus sexos.
— Ta-talvez... — arfando, (seu nome) fechou os olhos colocando suas mãos na nuca de Louis.
— Há algum problema se eu te beijar? — lábios quase se tocando causando calor em seus corpos.
— Nem um sequer.
Ao sinal verde, Louis tomou os lábios de (seu nome) com vontade, suas mãos escorregaram em direção a bunda dela enquanto ele se empenhava em morder e chupar os lábios macios e vermelhos. Ele seria rápido, não gosta de brincar por muito tempo com suas presas porque logo fica entediado, não há nada que ele já não tenha feito antes e com o passar do tempo tudo fica tedioso.
Ajudando-a no impulso, ele a colocou em seu colo - as pernas em volta de sua cintura - andando com um pouco de dificuldade até uma pedra - ainda dentro da água, não muito muito longe de onde estavam - e a deitou sem parar o beijo. Suas mãos começaram uma grande exploração pelo corpo alheio com uma parada certa, clitóris sedentos por atenção. Descendo os lábios para o pescoço, Louis movimentou seu dedo médio em movimentos circulares no clitóris de (seu nome) a fazendo revirar os olhos e gemer em deleite, na sua primeira vez ela apenas tinha levado algumas estocadas secas e brutas.
— O-o que está fazendo..? — (seu nome) empurrou seu quadril na direção do dedo de Louis em busca de mais do que estava sentindo.
— Estou te dando um pouco de prazer... Antes que tudo termine. — Louis sorriu de lado e desceu sua boca até os seios da garota puxando o mamilo entre seus dentes com um pouco de brutalidade.
Decidido a não enrolar e perder mais tempo, Louis vira (seu nome) de costas para ele, deixando-a com o rosto colado à pedra enquanto mantém sua cabeça presa com uma de suas mãos segurando firme seu cabelo e com a outra pega seu membro passando a glande provocativamente antes de penetrá-lo com força fazendo-a gemer alto em surpresa. A mente limpa, apenas a preocupação em sentir prazer fez Louis agir como um robô, completamente diferente de minutos atrás ele só pensa em seu próprio prazer quando está entrando e saindo de (seu nome) com rapidez. Gemidos roucos e contidos misturados aos altos e as palavras desconexas que saem da boca da garota, o sol fraco iluminando suas peles até que Louis goza saindo de (seu nome) e tomando um tempo para respirar, quando ele está se sentindo ótimo, ele a arrasta até estarem fora da pedra e novamente dentro da água.
— Você é tão bonita... — ele sorri segurando o queixo dela — Eu adorei encontrar você. — ela sorri um pouco vermelha e ele segura firme o cabelo dela — Você precisa ir. — com um impulso forte ele a empurra para dentro da água segurando sua cabeça debaixo d'água enquanto ela se debate em busca de ar. Ele não sente nenhum remorso ao assisti-la perder as força até não se mexer mais — Adeus.
Louis saiu do lago quando constatou que a garota estava morta, ele caminhou até suas roupas as vestiu tranquilamente até avistar um livro, caderno - ou seja lá o que ele tenha pensado ser - próximo as roupas de (seu nome). Com a curiosidade de saber do que se tratava, ele foi até lá o pegando e abrindo em uma página qualquer confuso ao ver várias anotações. Decidido que poderia entretê-lo em seus dias tediosos na cabana, ele levou com sigo sem nem ter ideia de que nunca saberia o fim da história.
Demorei mais volTay ♡
Como sempre, fiquei garrada na parte hot desde quando comecei a escrever. Por isso a demora.
Espero que tenham gostado. Esse é último 1s da semana do Boo, logo estaremos embarcando no especialzinho do Zayn. :)
- Tay
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pseudopsiq · 4 years
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O Segredo
Era de certo prestigio social que vivia aquele senhor fidalgo. Morava afastado da cidade, a qual ia com frequência a trabalho todos os dias. Sua residência: uma chácara, muito bem aprumada, com direito a estar nas proximidades de um lago que, mais adiante, levava ao porto da cidade. Lá moraram ele, sua esposa e seus dois filhos, e junto deles também havia quem os satisfizesse com os seus trabalhos servis, os empregados.
O senhor era Doutor, passava o dia dialogando sobre seus interesses na cidade. Sua esposa ficava ao encargo da casa, que pouco trabalho dava-a, pois eram tantos empregados que as vezes eles mesmos se davam ordens, a fim de fazer um serviço que já estava em vista. Seus dois filhos, um já maior com quinze anos e o caçula que perseguia o mais velho como sombra pela casa toda, perambulavam pela casa quase o dia todo. Lá eles viviam seus dias uniformemente como se nada nunca fosse mudar.
O marido pouco trabalho dava a mulher e muita pouca satisfação do que fazia também, mas ao julgamento dela, não havia o que questionar: a casa era linda, os filhos estavam sendo bem educados, o mais velho já se preparava para seguir carreira de diplomata, em quanto o mais novo era regado de cuidados e mimos, mas claro, os mimos e cuidados a cargo das “mamas” de cor.
Conforme iam as coisas, certa vez, o seu marido anunciou uma vigem, mais uma das muitas que fazia, e com esta anunciou também que traria grandes surpresas. Logo os olhos das crianças se encheram de brilho pensando em brinquedos maravilhosos que estriam por vir, enquanto os olhos da mulher pensavam em joias de Paris.
Os dias passaram, a viagem se deu, e tudo transcorria em sua perfeita rotina.
Com o anuncio da volta do esposo de viagem, a casa foi toda (re)arrumada, pois arrumar mesmo não havia mais o   que ali. Um banquete foi preparado, o melhor vinho da casa foi tirado da adega e as crianças foram engomadas, em quanto a senhora, é claro, usava o mais pomposo vestido que tivera.
Com o cair da tarde apontaram os cavalos e a charrete. Os filhos correram para fora, avisados aos berros pela sua mãe, que já esperava apostos do lado de fora. Seu marido desceu, os empregados foram se encarregar das malas, o caçula pulou direto para o colo do pai e antes que se compusesse o retrato de família feliz descera da charrete uma jovem moça, toda de branco com o seu guarda-chuva a abrir.
Todos ficaram atônitos, não entendendo o que havia ali, era uma garota por dê certo, mas o que ela fazia e quem era ela? Indagações essas que ficaram apenas no planos das ideias, sem atrevimentos por parte dos curiosos. Por outro lado, o esposo, tratando de formalizar a situação apresentou-a a todos e, agindo com naturalidade, disse que agora ela moraria ali, com todos.
Muito do que foi pensado pela esposa e filhos ficou sem resposta, ninguém estava sabendo da chegada da menina e, a senhora, depois de cumprimentar a moça convidando-a para entrar, ordenando assim também as crianças, logo voltou-se para os olhos do marido, fazendo-lhe inúmeras perguntas apenas com esse sutil gesto, envolvida por uma feição de espanto e surpresa.
Passado as horas, depois que todos adentraram a casa, o marido da sinhá tratou de explicar-se a ela. Disse-lhe que a menina era filha de conhecidos da família dele e que, por uma infelicidade, havia passado por uma tragédia e, além de perder os pais, não havia mais ninguém que a amparasse, como a família dele devia favores a família dela e a sua já se encontrava muito bem estabelecida de vida, achou justo recolher a menina no seio de sua morada.
Sua esposa, sem descordar, questionou apenas a falta de um aviso prévio, contudo, disse ele, era bobagem seu espanto por causa dessa chegada inesperada, e que o aviso não fora dado previamente, pois ele sabia que ela, por zelosa que era, iria acomodar muito bem esse novo membro da família. Desde garoto, despontava no seu ímpeto o dom da fala macia e o poder do convencimento. Assim, esclarecidos os fatos, puseram-se todos a mesa de jantar.
As apresentações foram feitas, a idade da menina revelada: dezessete anos. Os meninos ficaram batendo-se com os pés por de baixo da mesa. Inquietação esta, nada rotineira. Como se os pés quisessem perscrutar o que aquela menina fazia ali.
Os dias se passaram, todos foram se habituando a estadia da menina na casa. E ela por sua vez, a cada dia que passava se desenhava mais bela. Durante as manhãs ia passear com seu guarda-chuvas pelos terrenos da chácara, sentava na ribanceira do lago, onde deixava a água molhar somente os seus dedos dos pés, fazendo desenhos com eles na água.
Conforme o tempo foi passando ganhava a simpatia de todos, com exceção a do mais velho, que a achava deveras insuportável.
Ao decorrer de um ano a menina já era tida como filha, embora nunca fosse apresentada publicamente como tal a sociedade. Nos bailes a cidade, permanecia em casa a ler romances. Nas aparições de vizinhos a casa, espiava-os pela janela disfarçadamente sem nunca levantar suspeita de sua existência. Vivia pacatamente, sempre metida no meio dos livros em seu quarto durante a tarde ou então no meio do quintal, entre os jardins, misturando-se com as borboletas que ali perambulavam e confundindo a visão de quem a via como se fosse um colibri.
Muitas foram as vezes em que ela descera até o lago acompanhada dos meninos para espia-los em suas traquinagens. O mais velho, muito esperto, atirava pedrinhas com força dentro do lago, visando, vez ou outra, respingar algumas gotas d’água por perto da jovem moça que ria sempre das presepadas. O caçula ficava ali de escanteio, amontoando as pedras, algumas de tão duras que estavam presas ao chão, eram cavoucadas por ele com pedaços de galhos das arvores secas, que por ali eram muitas. Havia uma pedra que, tão firme estava ao chão, que fez com que o pequeno usasse toda a sua minúscula força em vão para poder tira-la de lá, na segunda tentativa recebeu toda força que dispusera sobre a pedra para arrancá-la de volta para si, de modo a ir parar dentro d’água, causando risos na menina pela cena, mas ela, ao entender o desespero do menino que dali não conseguia sair, gritou o seu irmão, que de imediato pulou para salva-lo, pois o mais novo não sabia nadar.
A gritaria e o susto fez com que alguns dos empregados se dirigissem para ali e amparasse-os. O susto só não foi maior que o da sinhá que via nos olhos do menino caçula o desespero que ele sentira ao soluçar. Todos foram enxugados e aconselhados a nunca mais brincarem por ali. Mas, o lago era um divertimento tão grande que inúmeras fugas foram planejadas para aquele refúgio, mesmo após o ocorrido.
Com a chegada da noite chegava também o silêncio, e as coisas se apaziguavam. O episódio do lago fora relatado ao pai das crianças que esboçou preocupação, que a sinhá logo tratou de abafar, dizendo-lhe estar tudo bem.
Todas as noites, enquanto o resto da casa dormia, a senhora penteava os cabelos em frente ao espelho contando de seu dia ao marido que logo se punha ao travesseiro queixando-se da canseira. Logo, a casa se apagava e todos dormiam.
Como era de costume, certa hora da noite, o senhor descia para cozinha para tomar um copo de leite morno. Não era segredo para ninguém. Era um costume que não falhava desde que os seus o conheciam por gente. Dormiam cedo, pensava a sua senhora, por de certo a refeição não bastava-lhe, era preciso forrar o estômago com um copo de leite quente e assim o fazia.
Certa vez, ela ao acordar no meio da noite após uma angustia noturna, percebeu sua cama vazia. Logo adivinhou o paradeiro do marido: só podia estar a beber o leite na cozinha. E lá desceu, mas não o encontrando, permaneceu por lá alguns minutos. Com o sono ressurgindo, a senhora voltou para sua cama, mas ficou com os olhos ainda espertos à espera de seu marido. Nunca havia percebido o quanto demorara, por de certo ele andava pela casa durante a noite, pois o sono havia lhe fugido. Demorou muito mais do que ela pudesse contar a passagem do tempo para o seu retorno, mas assim que o viu deitar-se, assim ela também o fez e dormiu.
Outra noite, porém, atordoada por uma insônia numa noite dessas bem quentes, levantou-se e dirigiu-se para a cozinha onde esperava encontrar o marido acompanhado do seu copo de leite, mas, mais uma vez, ele não estava lá. Começou a andar pela casa, a procurá-lo, dirigiu-se a alguns cômodos e nada de acha-lo. Depois, desistiu, foi quando ouviu passos que davam para o corredor dos quartos e, ao espiar por de trás da parede, viu seu marido saindo do quarto da menina. Ela apressou-se e se pôs ao seu quarto antes que ele chegasse lá.  Deitados os dois, ele dormiu feito pedra e ela, no dia seguinte, acordou chacoalhada por dúvidas na cabeça.
Insistia consigo mesma se tratar de uma coincidência, que aquilo não passara de um zelo por parte do marido que fora ao quarto da mocinha vê-la com os bons olhos que ele tinha. Curou a sua dúvida com a sua verdade e assim se sucederam os dias.
Certa noite, não aguentando o peso da curiosidade, esperou o marido levantar-se e ir para cozinha. Logo depois, pôs-se atrás dele, descobrindo, na dúvida, a certeza: o paradeiro fora certeiro, um copo de leite quente na cozinha, que ele tirava da chaleira e depois mexia com a colherinha com um sorriso de fome nos lábios. Mas, sem tomar o leite, ele colocou-se a andar em direção ao corredor dos quartos, entrando logo em seguida, no quarto da menina, junto ao seu copo de leite quente. Sua mulher acompanhou-o disfarçadamente em seu trajeto e, não pode crer naquilo, crente que aquilo só poderia se tratar de um mimo, esperou todo o tempo que foi preciso para que sua consciência fosse dar crédito as suas dúvidas. Trêmula, e depois de um longo tempo de espera, colocou-se na ponta dos pés e foi ver o que conseguia ouvir por de trás da porta. Mas foi em vão, pois o madeiramento da porta era grosso o suficiente para que de lá não saísse nenhum som. Voltou para cama, com os olhos espantados, os pés com as chinelas arrastando-se no chão como se estivessem acorrentados.
Na manhã seguinte, tudo voltava ao normal, com a exceção: sinhá. Depois daquela noite, passou a ver em tudo supostos apontamentos. Tudo para ela indicava algo, acusava o marido de algo. Se ele passava o açúcar para a menina já sentia-se incomodada, ao passo que, modificou a posição da menina a mesa, colocando o mais velho entre eles. Para sinhá, era como se os dois tivessem um segredo que só os dois soubessem e podiam gozar livremente disso sem preocupações.
Os dias foram passando. Frente ao espelho, a senhora, com a cara pálida e complacente, quis se convencer de que o assunto não lhe era conveniente, já que era feliz com aquela vida que escolhera. Afinal, o marido era um homem bom, trabalhava muito, lhe deu tudo o que quis e quando pedia mais era questão de dias para que fosse atendido. Com isso, suas suspeitas calaram-se. Foram esquecidas por conveniência. Quer dizer, não havia com o que se preocupar, ela era só uma menina, e a sinhá, a sua esposa! A quem ele lhe deu filhos, um lar. Ele não precisaria de mais nada. Esses pensamentos acalentavam-na.
No que refere-se a jovem garota, a simpatia pela menina na casa era tanta que os empregados a viam como parte da família, a exceção: o filho mais velho. Esse a detestava, achava-a insuportável! Razões pelas quais, acusavam os empregados, ser os destemperos da idade.
A menina já ia fazer dezoito quando foi visitada pelas regras, de tão contente que ficara logo tratou de dar as boas novas a dona da casa que, ao ouvir aquilo, estremeceu. Gritou pela empregada e lhe disse que tratasse da menina. A sinhá se pôs mole a respirar ofegante perto da janela. Começou a pensar no escândalo que seria se a menina aparecesse grávida por de baixo das suas asas, logo todos saberiam... Começou a pensar no que faria para afastar de vez a menina de sua casa e logo lhe veio à cabeça a solução: um internato de meninas, em outro lugar, fora do país talvez. Era brilhante! Afastada a menina, não havia com o que se preocupar.
Quando o marido chegou tratou de convencê-lo de que era preciso educar a menina logo, pois, já havia de fazer dezoito anos e logo precisara achar um bom partido e para isso era preciso ser uma moça estudada, já havia passado da hora. O marido, ria-se, disse se tratar de uma bobagem e que, era muito custoso, para ele, uma despesa desse tamanho. Sinhá, por sua vez, teimava que não daria gasto a mais que a educação dos meninos, que seriam diplomatas, e que queria ver a menina em boa educação também. Mas, nada resolveu-se de imediato, ficavam no falatório. Contudo, pouco a pouco ele foi percebendo no tom da fala de sua esposa que aquela decisão era definitiva para ela, e que esta estava convencida em mandar a menina estudar fora.
Em quanto se discutia o assunto, no decorrer dos dias, os meninos aprontavam. Eram muito educados, os dois, posto que o mais velho, pela artimanha de ser mais velho, era mais esperto. Certa vez, tomado pela curiosidade, foi se meter escondido em cima de uma árvore de onde caiu e permaneceu imóvel ao chão, a menina, que de longe via o seu atrevimento, correu para ampara-lo e escutou baforadas da parte do garoto contrariado pela gravidade. Ela não entendia o porquê dos maus tratos, sempre o tratara bem, assim como todos da casa. Ele, desconfiado que era, sempre espiava os outros escondido por ai, queria, com isso, apanhar alguma coisa ou ver se surpreendia alguém, mas nunca via nada de extraordinário, até que, com os olhos maliciosos, viu a menina de sorrisos com um empregado que acabara de ser contratado para tratar do jardim da casa. Como ela sempre andou por aqueles arredores, era fácil encontra-la de conversa com os empregados, mas, diz o menino, ela tratava esse com mais cuidado. O riso dela para aquele era mais alto, mais vivo, o tom da conversa mais calmo, até os cabelos que mexiam conforme o vento batia neles, dizia ele, tratava-se de assanhamento por parte dela.
Certa vez, viu a moça e o empregado metidos em um canto da casa de conversa, e logo achou se tratar de assanhamento, logo que pode foi contar ao seu pai, e este, por sua vez, logo que soube, pôs o empregado fora de órbita, e a menina, depois de saber, aborrecendo-se com o mais velho, preferiu-lhe queixas a respeito de seu comportamento. Ele nunca tinha a visto daquele jeito, com aquele tom, sob tal aspecto de justiça e verdade. Acabou se retratando, de modo que dali por diante brotara um sentimento mutuo de respeito entre ambos.
Conforme ia, o pai dos meninos foi perdendo a cabeça, pensava: a menina se engraçara com o empregado, e agora, a sua partida já tinha dia e hora marcados para um internato.
A casa andava estranha, se antes tudo era monótono e rotineiro, agora todo dia uma nova situação se desenhava. A sinhá preparava a partida da menina e já não deixava-a dormir sozinha, posto que, pusera no pé da sua cama uma de suas empregadas, a da mais alta confiança. Seu marido chegava todos os dias depois do jantar cheirando bebida. Era um ar que todos ali não conheciam respirar. Nada estava no lugar.
Por causa desse descompasso, o menino mais velho se aproximou da jovem moça, que, depois de perceber que tudo ali estava ruindo, pôs-se a acreditar que não havia futuro para si ali. Confiava no menino mais velho, e por isso, lhe confessou que iria fugir, mas não lhe deu satisfações do porquê. Ele, sem questionar repentinos acontecimentos, não entendia aquelas questões: o internato, a postura do pai, a mãe que distante. Ela, olhando no fundo de seus olhos, apenas disse que iria.
O dia da ida da menina para o internato se aproximava. A sinhá cantava arrumando os vasos das flores que espalhavam-se pela casa. Agora, por ali, haviam flores. Mas, aos olhos do dono da casa, tudo tinha ares de despedida. Ele já não aguentava mais ver a situação se desenrolar bem a sua frente sem que nada pudesse fazer. Nos seus olhos, haviam marcas de seu descontentamento, as olheiras pintavam-no nova aparência.
Com a data cada vez mais próxima da partida da menina, o filho mais velho sentiu um bater estranho no peito quando viu as malas da moça já quase prontas e amontoando-se na carruagem. Foi ao jardim, encontrou-a e tomando-lhe as mãos como se fossem preciosas joias, pediu que não fosse para o internato. Ela, por sua vontade, não iria, disse-lhe, e o rosto do menino se encheu de luz, mas, de qualquer forma, iria embora da casa, dito isto, confessou-lhe o dia e a hora em que iria fugir. Ele, ainda sem entender, perguntou-lhe se lá ela era feliz? Ela não o respondeu, disse apenas se recusar a viver ali, que sua felicidade agora se encontrava diante de suas mãos, já que ele era a única pessoa que a confortava.  
Nas vésperas da partida da menina, o dono da casa foi até uma venda na cidade, procurando por um certo veneno para pragas. O vendedor especificando o de rato, ofereceu-lhe dois frascos, mas o senhor disse se tratar de algo mais potente, no qual o vendedor então apareceu com um frasquinho de cicuta dizendo-lhe que esse, talvez, fosse o fim mais romântico para uma praga qualquer. Na volta para casa, o senhor ainda parou em uma barraca de frutas e encheu uma cesta, depois disso, partiu de volta para casa.
Ao chegar em casa, banhou as maças com a cicuta, pois ele sabia que a menina as adorava e as comia todas as manhãs. Decidiu por ele mesmo, escrever aquele ponto final.
Na manhã do embarque da jovem para o internato, o senhor colocou a cesta de frutas na cômoda do quarto dela, com a calma e a leveza de quem coloca uma correspondência no envelope. Mas, a menina, sem que ninguém soubesse, já havia se adiantado: na noite anterior, em quanto todos dormiam, ela deixou o quarto para trás e sob os lençóis um disfarce com travesseiros. Saiu da casa levando apenas a roupa do corpo e o guarda-chuvas, na beira do lago um barquinho já estava posto à sua espera. Subiu nele e antes que ela pudesse se retirar, sentiu alguns passos aproximando-se pela mata. Era o filho mais velho que surgia e, aproximando-se do barco, disse-lhe que ela precisaria de alguém para remar. E partiram os dois. Ela com seu guarda-chuva cuidando dele sob o sereno, ele a remar.
Quando amanheceu, mais que depressa a sinhá se pôs a levantar-se, dirigindo-se logo ao quarto da menina para apressa-la por conta da sua ida ao internato. Ao se deparar com ela supostamente deitada na cama, apressou-a com dizeres, notando assim, a enorme cesta de frutas, que pareciam-lhe suculentas e, não resistindo, pegou algumas e foi arrumar-se para a despedida. Antes de sair do quarto, ainda alertou mais uma vez os travesseiros-menina.
Minutos depois a sinhá já estava arrumada. E, dirigindo-se para a sala, descendo um lance de escadas que ligavam os andares, sentiu que, de repente, um mal súbito lhe acometeu. Não restando tempo nem para uma súplica, caiu. Rolaram pela escada abaixo ela e também a maçã já quase no fim.
O dono da casa agora tinha a esposa morta, o filho fugido e a menina, a quem tanto adorava, como uma espécie de amuleto, sem paradeiro. Imaginara ele que a menina fora para o internato sem que a sua esposa os deixassem se despedir. Acometido pela dúvida se ainda estaria viva ou não, e se fora de fato ou não para o internato, enlouqueceu em questão de poucos dias. Tristeza maior é que não chorava pela morte da esposa o tanto que ela choraria por ele, caso contrário tivesse acontecido. O rosto entristeceu-se e murchou pela partida da menina a quem não pode dizer se quer um adeus.
Os empregados da casa, netos da escravidão e herdeiros do trabalho duro e servil, murmuravam sobre o paradeiro da menina que nunca mais viram, sem saber como foi que se deu sua chegada até aquela casa e na vida do senhor. Perguntavam-se também sobre o paradeiro do mais velho, mas já pressupondo a suposta fuga dos dois.
E o menino mais novo, vendo o que o futuro lhe propunha: o pai louco, o abandono do irmão mais velho, a mãe morta e o sumiço da menina, saiu a nadar.
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