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#carro fazendo barulho na traseira
forumaberto · 2 years
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Barulho na traseira do veículo, será que é amortecedor? Surpresa!
Barulho na traseira do veículo, será que é amortecedor? Surpresa!
VW Fox motor 1.6 MSI versão Pepper – Rumorosidade forte na traseira incomodando o cliente. Como todo ruído de suspensão, é comum sempre condenarem o amortecedor. Mas nem sempre o ruído é proveniente dle, aliás, somente se houver quebra do componente, geralmente interna. No geral as fixações e mancais da suspensão na carroceria provocam mais barulho do que o amortecedor, que tem função de…
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reinato · 3 months
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Devocional da Mulher VOCÊ É PRECIOSA
Farol apagado
Assim brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos Céus. Mateus 5:16
Certa noite, eu dirigia sozinha na rodovia quando percebi um carro colado na traseira do meu veículo. De repente, o motorista começou a piscar os faróis para mim. Então, acelerei, buscando um lugar para parar no acostamento. Pensei sobre os desastres que ocorrem na estrada durante a noite e imaginei o que eu faria. Verifiquei se as portas do meu carro estavam travadas. Se eu pudesse ao menos chegar numa área de serviços! Então, comecei a orar: “Senhor, por favor, não deixe que nada de mal aconteça comigo.” Depois, comecei a cantar o hino: “Sim, Cristo me Ama.” Contudo, o motorista continuava me seguindo, piscando os faróis e fazendo muito barulho com a buzina. Eu “pisei fundo” no acelerador, aumentando a velocidade. Depois, disse: “Ah, não! Senhor, ajuda-me! Ele vai me alcançar.” Então dirigi como se estivesse na Fórmula 1.
Logo, o veículo estava emparelhado ao meu lado. Não havia outros carros. O motorista começou a apontar o dedo para o meu carro e a buzinar, gritando:
– Seu farol está apagado! Seu farol está apagado! – E depois foi embora.
Finalmente, vi uma placa indicando uma parada de caminhões e me dirigi para lá. Pedi que o mecânico verificasse os faróis. Então, ele me falou:
– Seu carro está sem o farol traseiro.
Fiquei meio atrapalhada e liguei e desliguei o farol do carro. Não sei como eu estava conseguindo dirigir àquela hora da noite sem os faróis traseiros. Então, comecei a cantar, orar e demonstrar gratidão a Deus por Sua proteção.
Será que tinha sido um anjo ou somente um motorista preocupado que passou por mim? Nunca mais vi aquele carro nem seu motorista. Só consigo lembrar que ele me impressionou com seu caráter cuidadoso e ajudador como o de Jesus.
Deus me falou: “Eu criei a luz para dissipar as trevas.” A luz de Cristo irá abranger e iluminar tudo ao nosso redor. Então, precisamos refletir: quando deixamos um rastro de boas obras atrás de nós, é um rastro totalmente iluminado ou um rastro que tem uma luz superficial só para os outros verem? Jesus quer que deixemos um caminho iluminado para que todos possam seguir. Oro para que você nunca escute alguém dizer: “Sua luz está apagada! Sua luz está apagada!”
Que hoje, Deus nos ajude a deixar nossa luz brilhar para Ele!
Angenette Hill
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CAPÍTULO I
- Olha como ele se acha, Chloe. - o desprezo era nítido em minha voz sendo destinado diretamente ao meu vizinho, o qual se exibia feito bobo do outro lado da rua.
- Quem? - perguntou minha amiga, vindo até mim, que estava parada na janela da sala de estar.
- O Zayn né, amiga! Quem mais seria?
- S/N, ele só está lavando o carro, como qualquer ser humano normal. - rebateu ao lançar uma risada fraca.
- Sem camisa, Chloe? Ele quer chamar atenção, isso sim! - falei fechando a cortina do cômodo e joguei-me no sofá, irritada.
- Para de implicar com o garoto, S/A. Vocês cresceram juntos, as mães dos dois são amigas desde a infância. Não entendo o porquê desse ódio todo por ele.  - comentou sentando-se ao meu lado.
- A gente nunca se deu bem, e você presenciou isso. Zayn sempre foi insuportável e pegava no meu pé toda hora. Peguei raiva dele, simples assim. - dei de ombros.
- Você poderia deixar toda essa implicância de lado e ser a menina mais sortuda do bairro tendo ele como namorado. - Chloe lançou um olhar com segundas intenções para mim e eu revirei os olhos. - Ah, qual é! Ele é muito gato!
- Do que adianta ser lindo e continuar sendo extremamente idiota?
- Você é muito exagerada. - ela riu fraco e levantou-se do sofá. - Vamos dar uma volta no shopping? Estou entediada de te ouvir reclamado do Zayn pela quarta vez só no dia de hoje. - dei de ombros e aceitei sua proposta, indo até a saída de minha casa.
- Por favor, não permita que eu me estresse com esse cara. - disse baixinho enquanto trancava a porta e ouvi minha amiga rir.
- Pode deixar. - falou colocando seus óculos escuros, provavelmente para encarar Zayn todo molhado a poucos metros de nós.
Entramos em meu carro. Coloquei o cinto, liguei o carro e comecei a dar ré, saindo da garagem de casa.
- Cuidado para não atropelar seu amigo. - Chloe disse na intenção de me encher e eu reprovei seu comentário.
- Sou muito cuidadosa no trânsito. - assim que disse, escutei um barulho alto e fomos para frente, involuntariamente.
- MEU CARRO!
- Não acredito. - apoiei minhas mãos no volante, antes de sair do carro e escutá-lo gritar comigo.
- Agora eu quero ver. - disse rindo e eu a encarrei brava.
- Você ficou maluca, garota? - Zayn bateu de forma agressiva no vidro do meu carro, conseguindo visualizar sua expressão de raiva. Tirei meu cinto e abri a porta devagar, saindo do automóvel.
- Eu juro que não vi. - expliquei.
- Está cega? Olha o tamanho disso! - apontou para o carro vermelho. - Como você não enxergou?
- Acidentes acontecem, sabia?
- Isso não foi um acidente! Você fez de propósito! - acusou-me de algo que eu nunca faria, mexendo fortemente com meu ego.
- O quê? É claro que não! - Zayn riu cínico e colocou as mãos na cintura.
- Você não me engana, S/N. Eu sei dos seus esquemas.
- Eu realmente não estava prestando atenção na parte traseira do carro! Se enxerga, garoto!
-Tá, tá! Não interessa se foi ou não proposital, pouco importa. Só saiba que é você quem vai pagar pelo estrago no meu xodó. - concordei com o que disse e ele me olhou confuso. - Não vai começar com o seu surto psicótico?
- Assumo meu descuidado. Nada mais justo que eu arcar com as consequências.
- Acho que deixarei você quebrar minhas coisas mais vezes, do jeito que você é desligada vou ganhar vantagem em cima disso. - o moreno riu fraco e meu sangue ferveu.
- Olha aqui seu..
- S/N.. - Chloe repreendeu-me antes que o xingasse e respirei fundo, fechando meus olhos para que minha paciência voltasse.
- Me manda logo o orçamento dessa droga e vê se me deixa em paz. - falei irritada entrando no meu carro.
- Com prazer. - deu um sorriso debochado. Fechei a porta do carro com força e bufei zangada.
- Esse moleque me tira do sério! - Chloe riu e acariciou meu braço, fazendo com que me acalmasse.
Arranquei o carro e saí dali o mais rápido possível.
Zayn on:
Depois que S/N saiu cantando pneu, percebi que a batida nem foi tão intensa quanto pensava. Mas era divertido vê-la me queimando com os olhos.
Assim que terminei de lavar meu carro, entrei em casa e ouvi meu celular tocar. Caminhei até a estante e peguei meu smartphone, atendendo-o rapidamente.
*Ligação*
- Alô?
- E ai, cara, tudo bem?
- Oi, Liam! Tudo certo, e com você?
- Estou bem. Te liguei para saber se já falou com a sua mãe sobre o apartamento que tinha comentado com você.
- Putz, cara, nem falei. Não tive tempo de entrar nesse assunto com ela. Mas te prometo que de hoje não passa.
- Não queria te apressar, mas é que meu primo se interessou pelo apê e está louco para comprar. Sem contar que meus pais estão enchendo o saco para que eu venda para ele.
- Relaxa. Assim que a senhora Trisha chegar em casa eu falo com ela, não se preocupe. Esse apartamento já é meu.
- Beleza! Me manda mensagem qualquer coisa, tá bom?
- Obrigado pela força, Liam, de verdade.
- De nada, bro. - desliguei a chamada e fui tomar um banho, pensando em uma forma convincente para que minha mãe deixasse eu sair de casa.
{...}
Escutei a porta se abrir e a vi entrar com uma cara cansada de um dia cheio de trabalho.
- Oi, filho! - sua expressão mudou assim que me viu e sorri ao saber que ela faria tudo por mim.
- Oi! - fui até ela e dei-lhe um abraço forte. Incrível como depois de velho, ainda me sinto protegido em seus braços. - Como foi o trabalho?
- Puxado. Trabalhar no sábado requer coragem. - ela riu fraco e foi em direção à cozinha. - E você? O quê fez hoje? - minha mãe perguntou um pouco alto, então caminhei até o cômodo em que ela estava, para evitar gritos.
- Lavei o carro e organizei a casa. Meu quarto estava uma bagunça. - disse fazendo uma careta ao lembrar do estado do local aonde eu durmo.
- Quem diria que você permaneceria em casa um sábado inteiro. E ainda por cima sozinho. - falou rindo enquanto preparava um sanduíche. - Ou você não estava sozinho? - perguntou arqueando a sobrancelha, com um sorriso indecente no rosto.
- Não! Que isso mãe! Sou um homem de palavra. Não trago ninguém para casa, você sabe disso. - falei sem jeito. Odiava quando ela entrava nesse assunto.
- Tá aí uma coisa que eu não entendo. Você já tem 27 anos, filho. Está na hora de arrumar alguém, construir uma família, ser independente. Você não acha? - não poderia ter deixa melhor para encaixar a conversa que eu tanto queria ter com ela.
- Acho! Com toda certeza! E era sobre isso que eu queira falar com você. - iniciei meu plano. - Liam está vendendo o apartamento dele e eu juntei dinheiro para comprar. Não fica muito longe daqui e já está mobiliado. Perfeito para mim, não acha? - disse animado, mas minha mãe não demonstrou a mesma euforia que eu.
- Você vai morar sozinho?
- Sim! Ser independente. Preciso do meu próprio espaço para fazer as minhas coisas não é? - questionei sorrindo fraco.
- Filho.. - ela largou a faca em cima da tábua e me olhou séria. - Posso te fazer uma pergunta?
- Claro.
- Você é gay?
____________________
CONTINUA?
Ju
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vict-ee · 4 years
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Sangrentos: Devaneio
Por: Emanuel Victor
O outono em Finger sempre traz consigo um verdadeiro espetáculo de cenários durante todos os meses em que o mesmo dura. As árvores de todo o Estado ganham diferentes tons de laranja e amarelo, até que todas as suas folhas caiam e sejam cobertas pela neve do inverno. A temperatura ambiente é outra coisa que os moradores adoram, já que o frio é perfeito para que famílias se reúnam em torno de uma lareira. É exatamente assim que o Estado se encontra; com inverno já batendo a porta e um dos únicos lugares onde ninguém deseja estar nessa época do ano, certamente são nas rodovias que cortam todo o território regional.
Na Rota 36, uma das mais importantes rodovias de Finger — uma quilométrica margem rodoviária de duas pistas com duas faixas cada — se encontra relativamente livre, com poucos veículos trafegando de ambos os lados, como pode notar o consultor financeiro Edwin Rock, ao volante da sua Land Rover Defender.
— Sim, mãe, eu tô quase chegando em casa. — O homem responde à ligação enquanto escuta a mesma em um fone na sua orelha direita. — Sim, tô com o resultado do exame, mas ainda não abri. Tá na minha maleta... vou ler quando chegar em casa. — Ele observa a pasta de couro no banco de trás. — Claro que é um resultado certo, mãe. Eu fui até Denverport procurar o melhor profissional do ramo. — Edwin fica em silêncio, ajustando a gravata azul com a canhota, enquanto observa alguns carros do outro lado da rodovia. — Certo, também te amo. Chego em casa daqui algumas horas.
— Você não devia falar enquanto dirige. É perigoso.
A voz feminina chega aos ouvidos de Edwin e o homem caucasiano, com cachos negros e uma barba por fazer olha para a sua direita, vendo uma mulher usando um vestido amarelo bem simples. Ele retribui o sorriso da morena de olhos verdes, que está com as mãos sobre as pernas.
— Andar sem o cinto de segurança também, querida.
— Eu sei que tô segura com você, meu bem. — O sorriso da mulher aumenta.
Edwin torna a olhar para a estrada, percebendo que está indo de encontro a um engarrafamento e reduzindo a velocidade da sua SUV, até parar no final da grande fileira de veículos. O homem tenta ver além do carro à sua frente, mas não consegue identificar onde o congestionamento começa e nem o que o causou.
— Droga... — Edwin olha o Rolex dourado em seu pulso esquerdo, marcando 17:53; horário local. — Eu vou chegar em casa perto das onze assim. — Pelo retrovisor, ele pode ver outros carros parando logo atrás do seu.
— Tudo bem, querido. Pelo menos estamos juntos. — Diz a morena no banco do passageiro.
— Ah, Maria... não sei o que seria da minha vida sem você. — Edwin se inclina para a direita, na intenção de beijá-la.
Maria também se inclina, mas antes que o beijo se inicie, os dois são surpreendidos por uma alta buzina de caminhão. Ao olhar para trás, o consultor financeiro pode ver o pesado veículo se chocando contra os veículos e os fazendo capotarem ou invadirem a pista do outro lado. O homem não tem tempo para reação alguma a não ser tentar agarrar Maria para lhe proteger, mas antes que ele consiga encostar na sua amada, o caminhão da Volkswagen se choca contra a sua Defender, fazendo a traseira do veículo se erguer e capotar sobre o guard rail que separa as duas margens da rodovia, parando apenas quando, com as rodas para cima, se choca contra outros veículos acidentados.
Edwin acordar lentamente, como se tivesse e encerrado uma agradável noite de sono. Porém, ao se lembrar do ocorrido que o fez ficar inconsciente, ele rapidamente se dá conta de que está de ponta cabeça, preso ao seu banco pelo cinto de segurança. O consultor então se solta do mesmo e cai batendo a cabeça e os ombros no teto do Defender e também sobre o air-bag já vazio.
— Maria? Maria?! — Ele olha todo o interior escuro da SUV e não acha a mulher.
Ao deixar o veículo, ele vê que a noite já afundou Finger e o frio do quase inverno gerou uma fina neblina sobre a Rota 36, que agora é palco de um grave acidente, com dezenas de carros acidentados. Porém, além de não saber onde Maria está, outro fato que preocupa Edwin é não haver um único socorrista atendendo os feridos, levando em conta o tempo que já se passou. Sua cabeça dói e gira devido a um corte no topo da testa, que fez um caminho se sangue seco até o final do rosto. Embora esteja zonzo, ele identifica Um odor pútrido que alcança suas narinas e o faz cobrir o nariz, enquanto os olhos lacrimejam. Ao olhar ao redor, ele pode ver uma silhueta cambaleante se aproximando.
— Maria?? — Ele se afasta do Defender e caminha até a silhueta, mas para ao ouvir um grunhido molhado ver que quem se aproxima dele é um homem que usa uma blusa gola pólo rosa e uma calça comprida branca, mas ambas as roupas estão sujas de sangue, proveniente de um grande ferimento no seu ombro direito e no tórax. Um pedaço do seu rosto também foi arrancado e os dentes vermelhos estão expostos, enquanto o homem fuzila Edwin com os olhos brancos e leitosos.
O consultor, ao ver o estado em que se encontra o outro homem, começa a andar para trás, mas acaba por tropeçar em um pedaço de pneu de um dos carros e cai sentado no asfalto frio e úmido, resmungando de dor. Seu barulho é seguido por mais grunhidos que vêm de várias direções e ele olha para todas elas, mas quando se volta para o desconhecido mutilado na sua frente, vê que o homem está muito próximo e se joga sobre ele.
— Não! Não! Sai de perto de mim! — Edwin tenta se defender com seus braços, mas o estranho monstruoso consegue se curvar e alcança seu ombro com os dentes.
O homem cacheado grita ao sentir a mordida lhe arrancar um pedaço da blusa social branca e outro da sua carne. Enquanto a criatura se ergue para puxar a carne, Edwin aproveita para empurrá-lo e jogá-lo para a direita, ficando livre. Em estado de choque, o consultor se levanta enquanto sente o sangue jorrar do seu ferimento. Ele olha na direção da floresta à direita da pista onde ele trafegava e pode ver claramente uma mulher usando um vestido amarelo simples:
— Maria?? Maria, é você? — Ele fica em pé e segue até o guard rail.
— Querido, pegue sua pasta! — A voz da mulher é alta. O desespero em seu rosto é evidente em seu rosto.
— O quê? — Ele fica sem entender.
— Sua pasta, amor, rápido! — Maria insiste e ergue o olhar para a estrada.
Edwin então se vira e vê dezenas de silhuetas vacilantes surgindo da neblina e depois olha novamente para Maria, que agora corre até a floresta. Mesmo sentindo um forte medo, ele corre até o Defender capotado e se agacha na porta de trás, cuja a janela está destruída. Sentindo os cacos de vidro perfurando seus joelhos e mãos, ele visualiza a pasta marrom coberta de vidro e estica a mão direita, pegando a mesma. Quando ele se põe de pé, é surpreendido agora por uma mulher usando um suéter branco. Embora a aparência desta não seja tão horripilante quanto a do primeiro desconhecido, ela também ergue os braços e grunhe, só não alcançando Edwin pois ele projetou seu corpo para a esquerda, desviando da investida e fazendo a mulher cair de cara no asfalto.
— Maria! — Ele então começa a correr, saltando o guard rail de metal, alcançando o gramado e indo na direção das árvores.
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A mordida no ombro de Edwin lateja e espirra sangue conforme ele corre abraçado com sua maleta. Esbarrando em árvores e esbarrando em outras de vez em quando, ele começa a sentir seu corpo queimar e um cansaço extremo toma conta do seu corpo, o fazendo se apoiar em um dos troncos. Ele tosse e ao ver que está cuspindo sangue, seu corpo começa a se tremer de pavor. Porém, suas forças para ficar de pé começam a se esvair e ele caminha mais alguns metros, até parar se sentando próximo de uma árvore, sob uma clareira.
— Maria... por favor, querida... onde você tá...? — Sua voz sai fraca; a queimação em seu corpo o consome e a dor da mordida em seu ombro é surreal.
— Querido? É você? — A voz de Maria sai por entre as árvores e a mulher surge por trás de um tronco, se aproximando do homem.
— Maria... — Edwin sorri. — Você tá bem?
— Sim, amor. Eu tô sempre bem, assim como você imagina sempre. — A morena se agacha e fica de frente para ele.
— O-o quê? Imaginar? — Ele se encosta no tronco, olhando Maria. — Mas... você é real, você tá aqui, na minha frente.
— Não, Ed... não sou. Eu só apareço porque você quer que eu faça isso.
— Não, não... não... isso não pode ser verdade. — Seus olhos começam a se encher de lágrimas.
— Abra a sua pasta, querido. Pegue o resultado do seu exame.
Ainda confuso, Edwin olha sua pasta de couro jogada no chão de terra e a pega, abrindo-a com as mãos trêmulas. Sujando os vários papéis com sangue, ele encontra o documento que procurava e começa a lê-lo, o pondo sob a luz da clareira. A primeira coisa que ele vê no papel é “Consutório de Psicologia Dr. Ferdinand Rodriguez”.
— “Após a realização de seções de com o paciente Edwin B. Rock, foi constatado que o mesmo possui Esquizofrenia, transtorno adquirido provavelmente após a morte da sua esposa, Maria B. Rock, em julho de dois mil e dezoito, em decorrência do câncer de mama. O paciente alega vê-la e conversar com a mesma várias vezes ao dia, mas em dados momentos, ele nega tal afirmação.” — Ele encara Maria, parada de pé na sua frente, chorando.
— Já fazem dois anos, Ed... mas isso está acabando. Nós vamos nos ver de novo. — A morena de olhos verdes se afasta dele, andando até a floresta.
— Maria! Me espera, por favor!! — Sua voz se eleva e ao olhar a mulher, ele vê a mesma entrando na floresta enquanto os desconhecidos da Rota 36 surgem, erguendo os braços mortos para lhe alcançar.
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renaultportugal · 6 years
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O dia em que o Renault 21 Turbo “voou baixinho” e bateu o recorde de velocidade no gelo
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Em 1988, a Renault fez história ao bater o recorde de velocidade no gelo para um automóvel de produção em série e de duas rodas motrizes. O herói chamou-se “Renault 21 Turbo” e cruzou a barreira dos 250 km/h! Ah… e não esteve muito longe de ter um encontro imediato com um veado, entre outras desventuras!
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Lançado em setembro de 1987, o Renault 21 Turbo não demorou a fazer furor, revelando-se como um dos familiares com espírito desportivo mais rápidos da sua geração. No entanto, isso não era suficiente para a Renault e numa bem-sucedida ação de marketing, o mais potente Renault 21 da altura foi posto à prova no gelo.
Em colaboração com a Michelin, interessada em testar os seus pneus de inverno, a Renault decidiu, há 30 anos, apostar numa cartada arriscada que consistia em tentar bater o recorde de velocidade no gelo para um veículo de produção de série (com alterações mínimas) e duas rodas motrizes. O R21 Turbo tinha tudo para superar o desafio até pela enorme estabilidade do seu comportamento dinâmico. Bem… tudo… ou quase tudo, porque a sua velocidade máxima homologada era de “apenas” 227 km/h e… em piso seco, não em gelo, longe, portanto, dos 250 km/h que lhe garantiriam um lugar de destaque na história dos recordes!
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Semear o sucesso
E foi sob enorme secretismo que a Renault desenvolveu algumas soluções para tornar o 21 Turbo mais rápido e com melhores performances, onde, claro está, a otimização da velocidade máxima era o objetivo central. Se é certo que as duas unidades que estiveram em desenvolvimento para o efeito tinham, inicialmente, 175 cv, é praticamente também um dado adquirido que a potência final do motor ultrapassava esse número, aumentada que foi a pressão de sobrealimentação do turbo e trabalhada igualmente a gestão eletrónica do motor, naturalmente, “calibrada” para as especificidades das temperaturas negativas esperadas. Que potência renderam a mais estas transformações no 21 Turbo? Isso só talvez a “almofada” de Jean-François Rogier, o engenheiro que colocou os “pózinhos mágicos” no motor para este projeto, pudesse esclarecer…
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Mas os responsáveis do projeto por parte da Renault, dirigidos por Jean-Pierre Vallaude, chegaram rapidamente à conclusão que para alcançarem o objetivo dos 250 km/h de velocidade seria necessário muito mais do que ter a potência certa. A aerodinâmica teria um papel fundamental e para otimizá-la numa berlina de quatro portas que não tinha, obviamente, o design de um coupé desportivo, seria necessário diminuir o arrasto e otimizar o rolamento na superfície gelada para que a potência do motor pudesse ser totalmente aproveitada. Tudo isto num terreno onde a aderência era muito mais precária do que no alcatrão seco.
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A dificuldade residia na necessidade absoluta de não desfigurar o design da viatura que deveria manter-se o mais próximo possível do apresentado na sua configuração de série. Evidentemente que foi fácil suprimir os retrovisores, que, no fim de contas e para o efeito, em termos aerodinâmicos prejudicavam mais do que auxiliavam, mesmo porque a probabilidade do 21 Turbo rodar a mais de 200 km/h no gelo e algum carro se colar à sua traseira, a fazer sinais de luzes para tentar ultrapassar, era inferior há de hoje o comum dos mortais ganhar o Euromilhões!
Uma ajuda preciosa veio das experiências feitas no túnel de vento de Saint Cyr, sob a coordenação de Alain Longeau, que ajudaram a descobrir alguns “truques” para melhorar a aerodinâmica e tornar o Renault 21 mais próximo de uma “bala”. Entre as que acabaram por se fixar, destaque para a proteção da carnagem por baixo do chassis, para a distância ao solo mais reduzida, enquanto o spoiler dianteiro e as soleiras também foram rebaixadas. Após todas as transformações, o SCx (coeficiente de aerodinâmica) passou de 0,635 para 0,520, com um arrasto quase nulo à frente, o que se revelava fundamental para manter a aderência.
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A questão da travagem
Depois de tentar alcançar o recorde de velocidade o Renault 21 Turbo tinha outra missão: imobilizar-se em segurança. É que não é fácil parar um veículo no gelo a uma velocidade de 250 km/h. Por segurança, os responsáveis pelo desenvolvimento deste R21 tão especial, montaram na sua traseira um paraquedas com comprovada eficiência aeronáutica, mas também muito usado nos processos de desaceleração e travagem dos dragsters.
Contudo, os primeiros testes rapidamente deixaram claro que o paraquedas seria apenas utilizado por precaução pois os 900 metros em que o veículo se tinha que deter na pista de 8 quilómetros, eram suficientes para estancar a velocidade, mesmo numa superfície com tão pouca aderência como a do gelo.
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No entanto, se nas tentativas oficiais de recorde tudo correu da melhor maneira, o mesmo não se pode dizer nas primeiras tentativas de teste realizadas já no lago Horvanan, na região de Arieplog, na Suécia, com Jean-Pierre Malcher, o piloto-jornalista que juntou o seu nome ao feito, ao volante do “vitaminado” Renault 21 Turbo. Primeiro, foi uma rena que chegou a ser avistada, já na fase de desaceleração de uma das tentativas, fazendo temer um acidente e pregando um tremendo susto ao piloto. E depois, um “confronto direto” e em quase em rota de colisão entre o 21 Turbo e uma mota de neve, que se percebeu depois pertencer a um pescador que regressava da sua atividade, e que voltou a acelerar a pulsação cardíaca do piloto e de toda a equipa no local.
Quando 15 graus negativos passam a ser… calor!
Mas, a 3 de fevereiro de 1988, o dia que a equipa tinha escolhido para proceder à tentativa de estabelecer ao recorde oficial de velocidade, novas preocupações assaltaram todos os intervenientes no projeto. O lago sueco foi afetado pela onda de “calor” que afetava então toda a Europa, incluindo a Lapónia, e a temperatura não descia para lá dos 10/15 graus negativos, algo diferente, portanto, dos 30 graus negativos esperados e que davam as condições ideais para consolidar a tentativa. Na prática, a diferença de temperatura implicava que o coeficiente de aderência diminuísse de forma substancial, o que tornava o desafio mais complexo e arriscado.
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Ainda assim e mesmo sem as condições ideais, o Renault 21 Turbo guiado por Jean-Pierre Malcher acabaria mesmo por conseguir concretizar o objetivo inicialmente traçado ou seja, atingir os 250 km/h!
Na altura, o piloto confirmava que a aventura e o seu sucesso tinha sido tudo menos fácil de concretizar, já que o Renault 21 apresentou algumas dificuldades de estabilidade devido às imperfeições do gelo, com as rodas, por vezes, a patinarem, mesmo em quarta velocidade. Recuperando as suas palavras da altura, Malcher referia que “até aos 200 km/h a ‘viagem’ foi mais ou menos pacífica, mas a partir dessa velocidade, com os primeiros 1,5 quilómetros de pista já ultrapassados e numa altura em que engrenava a quinta velocidade, a sensação alterava-se e passava a ser uma espécie de levitação. Uma curiosa sensação em que a velocidade aumenta mas a paisagem parece ficar imóvel, com os barulhos do rolamento e os assobios aerodinâmicos a testemunharem a velocidade, mas o branco do horizonte a deixar a sensação que estava a pilotar um avião nas nuvens”.
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Lançado a mais de 230 km/h no gelo, qualquer automóvel, e o Renault 21 Turbo não era exceção, tornava-se necessário fazer pequenas correções no volante, mas sempre muito suaves e sem mudança de trajetória. Qualquer pequena “atravessadela” era suficiente para diminuir a velocidade, que se tornava depois mais difícil de recuperar e fazer um pião a essa velocidade e no gelo significava iniciar um bailado que poderia deixar qualquer um tonto, implicando, obviamente, ter que abortar a tentativa e recomeçar tudo de novo!
Mas, não! Calçado com pneus Michelin M+S 300, o Renault 21 Turbo alcançou 246,926 km/h num sentido e 245,200 km/h no sentido inverso, falhando, inicialmente e por pouco, a fasquia dos 250 km/h, que acabaria por alcançar com pneus de pregos, homologando o recorde final de 250,610 km/h, a 4 de fevereiro de 1988!
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Nesse dia, havia mais uma razão para o Renault 21 Turbo se tornar inesquecível aos olhos de todos os que o desejavam!
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surdemonhunterdemon · 4 years
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Cap 2. O rio
A gente caminhou pela mesma estrada por 2 dias. Eu sempre mantendo pelo menos uns dez metros de distancia, toda a aquela gente viajando assim, parece que não era só eu que tava na merda, o oeste tinha afundado, e as pessoas estavam migrando todos os dias pro centro e principalmente pro norte...
As carroças seguiam em linha indiana e eu logo atrás delas. Na ultima eram 4 pessoas, um casal de velhos guiando e duas gêmeas logo atrás, eles levavam bastante coisa em baús e sacos de tecido, as garotas tinham os olhos amarelos como os de um gato negro e as orelhas pontudas, eram puro sangue, com certeza...
Logo a frente ia uma família inteira, pareciam árabes, o homem com um grande bigode cobrindo toda a boca e a mulher toda coberta, 4 crianças na traseira, a mais velha devia ter uns 13, um garoto carrancudo que tentava controlar os irmãos a qualquer custo, mas sem sucesso ... a mulher cochichava com o esposo algo sobre o grupo que ia a frente.
Os da frente por sua vez parecia um grupo de marginais, quatro homens de roupa surrada. O grandalhão segurava as duas rédeas firme as duas mãos gigantescas, do lado dele um magrelo bem alto levando uma espingarda de cano duplo nas costas, bigodão e chapéu de cowboy. Era anormalmente magro, esquelético, de olhos fundos, mas gargalhava alto e claro durante toda a viagem. O terceiro homem era de porte médio, vestido de preto ia dormindo na parte traseira e finalmente o quarto, um japonês baixo, com olhar perdido, levava uma katana nas costas...
A gente caminhou por 3 dias sem que nada acontecesse, mas eram tempos sombrios cedo ou tarde algo ia dar errado ... a primeira carroça parou com as duas outras parando em seguida ... uma das gêmeas olhava diretamente pra mim ... me dando arrepios .. eu caminhei até a primeira carroça pra saber o que tava acontecendo.
- A ponte ... já era - o grandalhão falou apontando pro começo de uma ponte de madeira. Era uma visão singular, a ponte partida ao meio fazia-a parecer um trapiche, eu caminhei até a ponta olhando pra baixo, era um antigo rio de sangue, pelas marcas na rocha havia ocorrido uma cheia,  que deve ter destruído a ponte, agora entretanto um pequeno fiapo vermelho escuro corria no leito
- Como a gente vai atravessar? - eu perguntei pro grandalhão, 
- Como eu vou saber, eu tenho cara de engenheiro? A gente precisa consertar a ponte de algum jeito, ... Samir, você tem alguma ideia? - o árabe vinha logo atrás de mim
- Eu poderia consertar mas não tenho material pra outra ponte a gente vai precisar dar procurar, ou dar a volta
- Dar a volta? Eu não sei nem pra que lado a gente deva ir
- Olha o rio, está super baixo, - Samir, disse apontando pro leito - vamos no sentido do rio, talvez a gente consiga descer e atravessar pelo leito
- ...
- Isso vai atrasar a gente - o grandalhão fez um sinal com a mão e gritou - A GENTE VAI PRECISAR CONTORNAR O RIO, PROCURAR OUTRA PASSAGEM!
A velha do ultimo carro estremeceu, .. as carroças começaram a andar uma após a outra manobrando a esquerda, quando a ultima passou por mim eu segui atrás dela, a gente caminhou, depois de algumas horas a gente tava quase no mesmo nível do rio, a noite caia pouco a pouco, as estrelas mais brilhantes já despontavam no céu.
- HEITOR! ACHO QUE DA PRA ATRAVESSAR - era o Samir gritando pro grandalhão. Era possível ver marcas de rodas no leito, alguém tinha atravessado antes... O Heitor foi primeiro. O grande problema de atravessar uma carroça pelo leito seco de um rio é que a terra fica fofa então tem sempre o risco de atolar, enquanto eu olhava a movimentação o Samir apareceu atrás de mim com duas tábuas de madeiras grossas - Isso deve ajudar! - ele jogou as duas paralelamente no chão, - Vamos!
A primeira carroça começou a passar. Eles liberaram os cavalos e passaram primeiro, depois os 4 homens se juntaram atrás da carroça - Hey! Vem ajudar, você também - o Heitor disse apontando pra mim
Quando eu cheguei perto da carroça o cowboy magrelo olhou bem fundo nos meus olhos, tirou uma colt cromada do coldre e levantou a aba do chapéu com a ponta do revolver enquanto me encarava - Eu sou o Butch, e esse aqui - ele olho pro revolver entre a gente - esse é o "Sr Sem Gracinhas" - eu entendi o recado e fui pra trás da carroça junto com o Heitor e os outros dois. O Samir tava a frente guiando a carroça pra manter ela sobre as tábuas
- EMPUUUUURRA! - O Heitor gritou. Eu cravei o ombro na carroça as botas afundando na lama. A carroça se moveu, rangendo, parando com um som oco no inicio da tábua, - EMPUUUUURRA! - Mais um impulso, esse acabou sendo forte de mais, a carroça subiu a e atravessou a tábua de uma vez só, com o tranco eu fui pro chão,
- AHAHAHA cuidado pra não se machucar garoto - O Butch tirando um barato da minha cara. O oriental estendeu a mão ..
- Meu nome é Takeshi,
- Valeu! foi só a minha bota, - Eu ergui o pé que havia afundado até a canela na lama, a bota ficando no buraco. - Merda ... - eu enfiei a mão no buraco deixado pelo meu pé
- haha, você vai precisar de um par de botas novas, - Takeshi disse com um sorrisinho no canto do rosto, se apoiando com o cotovelo na carroça.
- A gente pode continuar ou a princesa precisa achar o sapatinho dela - Butch disse agitando as mãos.
- Achei! - eu virei o sapato de ponta cabeça batendo na sola e olhando pra cara dos dois. Enfiei o mesmo no pé em seguida - Vamos!
- EMPUUUUUURA - Dessa vez a carroça tava num pequeno aclive que era a saída do que restou do leito do rio. - EMPUUUURA - finalmente a gente chegou do outro lado. Uma já foi, faltam duas.
O Samir ja tava esperando a gente do outro lado do rio. As crianças em volta da mãe olhando a cena.
- Beleza pessoal vocês sabem o que fazer. - disse o Heitor, a gente já tava a postos - EMPUUURA - a carroça subiu na tábua e foi nessa hora que eu ouvi um "crack"
- EMPUUU
"CRAAAAA"
- PERAI! - eu gritei
"AAAACK"
A tábua da direta se partiu ao meio a carroça pendendo pro lado perigando tombar. Se a aquela merda tombasse a gente estaria muito fudido!
- PUTA MERDA O QUE VOCÊ FEZ? - O Heitor veio pra cima de mim com os olhos pegando fogo
- Eu não fiz merda nenhuma a tábua rompeu, eu ... - foi então que eu ouvi o som, o som clássico que me lembrava da grande emersão. Cavalos! E vindo rápido ...
- VOCÊ O QU .. - O Heitor percebeu pela minha cara que tinha algo errado também - BANDOLEIROS!!!!!
Eles vinham do outro lado do rio, eram 3 cavalos vermelhos bem grandes com 3 demônios com armaduras de couro em cima deles. O do meio vinha com lança em riste e os outros dois empunhando espadas o da direita era canhoto garantindo uma estranha simetria para o grupo.
- BANDOLEIROS! - Takeshi gritou também, o barulho dos cavalos no chão, dava a sensação de ser uma manada vindo. Butch puxou a espingarda do ombro assumindo posição de tiro, "BAAANG", o barulho fez meu ouvido zunir e a minha vista turvar. Pareceu que o próximo segundo passou lento, quando eu olhei pra trás percebi que todos cobriam os ouvidos. De qualquer forma, foi eficaz, o canhoto foi o primeiro a cair, quando me recuperei saquei minha espada.
- Se prepara filho, - Butch olhou pra mim com aquele mesmo sorrizinho zombeteiro de sempre...
Takeshi partiu em direção ao demônio do meio, não era todo dia que se via aquilo. Era algum tipo de kamikaze? Não sei, mas corria em direção a lança do inimigo, sem saber muito o que fazer eu fui também. O japa era rápido, anormalmente rápido, o suficiente pra eu ver ele se distanciando na minha frente rapidamente. Eu jurei ter visto a lança atravessar ele quando percebi que ele havia saltado, estava bem acima do inimigo, com a espada em empunhadura invertida, com a ponta pra baixo. A espada entrou pelo lado direito do capacete, eu me aproximei do segundo pela direita, a esquerda dele, achando que era a mão fraca dele. Ele simplesmente trocou a espada de mão, mas a manobra me deu tempo o suficiente pra desviar do golpe e agarrar a cela com a mão esquerda, com o impulso do cavalo eu me lancei pra trás dele gravando a minha lamina nas costas dele com minha mão direita, com um movimento do corpo ele me derrubou no chão, eu olhei na direção do Takeshi, esperava ver o seu adversário no chão. Em vez disso o que eu vi me arrepiou, com uma mão o demônio lançou Takeshi no chão, com a outra ele retirou a espada do próprio crânio. Nenhum ferimento, nem mesmo um risco, só um pouco de fumaça saindo do buraco deixado pela espada.
"BAAAAAANG"
Minha cabeça zuniu novamente, eu puxei meu revolver a tempo de ver o cara que eu golpeei fazer a mesma coisa que o primeiro. O tiro do Butch levou ele pro chão me dando tempo de pensar. Se os dois não sofreram nenhum risco, então o terceiro, ... o terceiro já estava em pé vindo na minha direção eu descarreguei todo o tambor contra ele, não serviu nem pra afastar o filho da puta, quando eu achei que estava perdido eu ouvi um grito, parecia uma águia. Um ser alado passou por cima da minha cabeça agarrando o filho da puta pela cabeça e sumindo em direção ao céu.
- Que PORRA foi essa? - eu gritei olhando pra trás. Takeshi e Heitor enfrentavam o segundo demônio, já o primeiro, da lança, o maior de todos descia do cavalo e atravessava o rio em direção as carroças e os outros. Dessa vez eu tive tempo de ver Butch mirando, tapei os ouvidos. Diferente dos outros o cara da lança não caiu com tiro, ele deu uns passos pra trás e só, Butch puxou o colt. A arma reluzia na noite, mas, muito lento, o lanceiro o afastou com um simples tapa. Ele ia em linha reta, na direção do terceiro carro, as gêmeas, eu não sabia o que fazer. O casal, eles simplesmente se afastaram do carro. Takeshi e Heitor não dava conta do menor, eu não tinha como derrotar o lanceiro sozinho, decidi ajudar eles, talvez nós três .. eu virei para eles e ouvi aquele som de novo. Não sei se foi sorte, ou o que foi, só sei que o corpo decapitado do demônio que tinha sido levado pro espaço despencou sobre o adversário de Heitor e Takeshi. O impacto levantou a terra me fazendo cobrir o rosto, a cabeça caiu logo em seguida rolando na minha direção com uma expressão de horror extremo. Eu virei o rosto, o lanceiro estava em cima do carroça das gêmeas, um raio laranja partiu o teto da carroça atingindo-o em cheio e refletindo em direção ao céu, ele forçou o teto e despencou pra dentro da carroça logo depois saindo pela traseira, segurando uma das gêmeas pela cabeça, sua mão completamente laranja como ferro incandescente. Duas asas romperam em suas costas, a criatura alada ia em direção a ele a toda velocidade, os olhos dela e dele amarelos como faróis na noite. Era a segunda gêmea e pelo olhar deles, já se conheciam de longa data. A gêmea alada investiu contra o lanceiro, mas foi aparada com outro tapa fazendo-a explodir no chão levantando uma coluna de terra. O lanceiro alçou voo e desapareceu na noite.
Licenciado sobre CC BY-ND
→ Capítulo 3 - Jacob
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alvaromatias1000 · 4 years
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Civic Type R: equipamentos, motor, desempenho, consumo, preço
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Disponível no mercado desde 2017, o Honda Civic Type R baseado na décima geração do Civic é o modelo da marca japonesa em sua melhor versão. Concebido sob a carroceria hatch do carro, o Type R entrega um visual para lá de agressivo, interior com belos bancos tipo concha e um conjunto mecânico com motor turbo e câmbio manual que agrada quem realmente gosta de carros.
Este é o primeiro Civic Type R que foi desenvolvido juntamente com as demais configurações do Civic. Por isso a agilidade no lançamento do bólido – a geração anterior demorou para chegar e sobreviveu no mercado por somente dois anos.
Ele já chegou fazendo barulho e se posicionou em 2017 como o carro de tração dianteira mais rápido a completar uma volta no circuito de Nürburgring. Ele registrou um tempo recorde de 7 minutos, 43 segundos e 8 décimos para completar uma volta no circuito alemão, roubando o posto do Golf Clubsport S que havia conquistado o título em dezembro do ano anterior.
O modelo Type R é oferecido em diversos mercados. Todos os exemplares saem da linha de produção da Honda em Swindon, no Reino Unido, como todas as gerações anteriores da versão esportiva do Honda Civic.
No Brasil, porém, o único Civic esportivo à disposição dos consumidores é o Civic Si, que na realidade é bem mais “manso” que o Type R.
Abaixo, você pode conferir os principais detalhes do Civic Type R:
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Civic Type R – detalhes
O Honda Civic Type R teve um belo salto em relação à antiga geração em praticamente todos os sentidos. Teve uma melhora de 37% em sua rigidez torcional e de 45% na rigidez à flexão, ganhou uma suspensão recalibrada e um centro de gravidade 34 mm mais baixo. A estrutura também trouxe inovações, com ligas de aço de alta resistência e adesivos ao invés de pontos de solda.
Já em comparação com o Civic Hatch convencional, o Type R tem melhorias expressivas na aerodinâmica. Um dos destaques é o aerofólio traseiro bastante pronunciado, produzido em fibra de carbono. Ele consegue gerar um downforce de 30 kg andando a 200 km/h.
Há ainda um difusor de fibra de carbono, sistema de escape triplo, placas que fecham o assoalho para reduzir a turbulência, defletores aerodinâmicos na traseira, geradores de vórtice no teto e para-choques com formato exclusivo, estes com novas aberturas para refrigeração e direcionamento de ar, itens disponíveis também nas laterais do carro.
Ele apresenta também um capô construído em alumínio, que é 5,3 kg mais leve que o capô de aço do Civic Hatch normal. A lista inclui ainda saias laterais em fibra de carbono, caixas de roda alargadas e novas rodas de liga-leve de 20 polegadas.
O interior do carro também ostenta uma decoração diferenciada. Há bancos exclusivos com formato tipo concha e encosto alto que integra os apoios de cabeça, com direito ainda a revestimento em tecido preto e vermelho que imita camurça.
O volante traz revestimento em Alcantara e costura hexagonal. O Honda oferece também painel com detalhes em fibra de carbono, alavanca de câmbio em liga usinada, cintos de segurança na cor vermelha, entre outros.
A respeito dos recursos tecnológicos, o Civic Type R é equipado com um painel de instrumentos digital com um LED indicador parca troca de marcha, manômetro de pressão, medidor de força G e tempo de volta. Recentemente, na linha 2020, o hatch esportivo japonês ganhou o sistema Active Sound Control (ASC), que simula um som mais instigante do motor através dos alto-falantes do sistema de som.
O Honda conta ainda com um aplicativo para smartphone, batizado de Honda LogR, que combina os dados do computador de bordo e dos sensores do Type R para ajudar o condutor a monitorar vários parâmetros do carro em pistas ou circuitos fechados. Há registros dos tempos de volta na pista, monitoramento de frenagem, aceleração e direção, entre outros.
Os demais equipamentos de segurança, conforto e tecnologia seguem parte do padrão já encontrado nas outras versões topo de linha da família Honda Civic 2020.
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Civic Type R – equipamentos
Segurança: seis airbags (dois frontais, dois laterais e dois de cortina), controle eletrônico de estabilidade, controle de tração, assistente de partida em rampas, aviso de saída de faixa com correção, alerta de colisão frontal com frenagem automática, sistema de monitoramento da pressão dos pneus, luzes de condução diurna em LED, piloto automático adaptativo, farol alto automático, faróis de neblina em LED, freios ABS com EBD, diferencial de deslizamento limitado, freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold, entre outros.
Conforto: ar-condicionado automático digital de duas zonas, piloto automático adaptativo, console central com apoio de braço deslizante e compartimento de armazenamento, sensores de luz e chuva, saída de ar para o banco traseiro, chave presencial, partida do motor por botão, direção elétrica progressiva, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, entre outros.
Visual e acabamento: emblemas da Honda pintados em vermelho, logotipos exclusivos da versão, faróis e lanternas totalmente em LED, spoiler traseiro com faixa vermelha, aerofólio traseiro em fibra de carbono, capô de alumínio, tomadas de ar exclusivas, retrovisores externos com repetidores de seta em LED, bancos esportivos com abas laterais mais pronunciadas, revestimento em camurça preta e vermelha e costura dupla vermelha, pedaleiras esportivas, soleiras de porta em alumínio, volante revestido em camurça e tecido, tripla saída de escape central, rodas de liga-leve de 20 polegadas, entre outros.
Tecnologia: central multimídia com tela sensível ao toque de sete polegadas, Android Auto, Apple CarPlay e navegador GPS, sistema de som premium com 12 alto-falantes (incluindo subwoofer) e 540 watts de potência, controle de volume do som sensível à velocidade, volante multifuncional, painel de instrumentos com tela digital de sete polegadas, entre outros.
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Civic Type R – preços
Abaixo, você pode conferir o preço do Civic Type R 0 km nos Estados Unidos:
Honda Civic Type R 2020: US$ 36.995
Para se ter uma ideia, o Civic Hatchback convencional em sua versão mais completa, a Sport Touring com motor 1.5 Turbo e câmbio manual, pode ser encontrado por US$ 28.150. Ou seja, o Type R é cerca de 25% mais caro que esta variante.
Ainda para efeito de comparação, um Ford Mustang GT Fastback é vendido por US$ 35.630 naquele mesmo mercado. Ele usa o mesmo motor do modelo vendido no Brasil, um 5.0 V8 de 466 cv e 58 kgfm, neste caso com câmbio manual de seis velocidades.
Civic Type R – motor e mecânica
O motor usado pelo novo Civic Type R também pode ser encontrado na geração antiga do hatch esportivo. Ele esconde sob o capô um 2.0 VTEC Turbo de quatro cilindros a gasolina, mas com um belo retrabalho em relação à unidade do modelo anterior para melhorar as respostas e, consequentemente, as entregas de potência e torque.
Tal propulsor conta com o sistema VTEC de controle eletrônico de comando e abertura variável das válvulas, além do sistema Dual VTC de duplo comando de temporização variável das válvulas. Eles trabalham para variar o grau de abertura das válvulas, visando reduzir o turbo lag por meio do aumento da pressão do escape com rotações mais baixas.
Há ainda o turbocompressor mono-scroll, que é o responsável por boa parte da “diversão” entregue ao motorista, resfriado por um intercooler, e injeção direta de combustível. O Civic Type R possui uma taxa de compressão de 9,8:1.
O 2.0 VTEC Turbo consegue desenvolver 310 cavalos de potência, a 6.500 rpm, e 40,7 kgfm de torque, entregue entre 2.500 e 4.500 giros.
Junto a este propulsor está uma transmissão manual de seis velocidades. Trata-se do único câmbio disponível na gama do Honda, já que a marca tem como preocupação entregar o maior nível de “pureza e longevidade” aos consumidores deste modelo.
Esta transmissão tem relação final de 4,11:1, o que melhora a resposta sob aceleração. Ela conta também com uma alavanca de engates curtos e precisos e numa posição mais elevada, o que contribui ainda mais para uma maior agilidade na condução.
A tração é sempre dianteira, com diferencial de deslizamento limitado. O conjunto é otimizado com o sistema de vetorização de torque, que auxilia em curvas mais fechadas para minimizar o giro da roda do lado de dentro da curva ao detectar risco de derrapagem.
Ainda entre os recursos, o esportivo da Honda oferece um seletor de modos de condução, que consegue alterar os parâmetros do motor, câmbio, direção, suspensão e acelerador. Há o modo Comfort, que entrega uma condução mais “calma” para o uso diário, a Sport, que deixa o carro com um comportamento um pouco mais agressivo, e o +R, este para o uso em pistas, que faz o motor do Honda trabalhar com giros mais elevados.
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O Civic Type R é equipado também com um sistema de escape com três ponteiras (um tubo central menor e os outros dois tubos nas extremidades com maior diâmetro). Numa condução normal, os tubos externos liberam o fluxo de escape do motor, enquanto o central controla o som do conjunto.
Já numa tocada mais agressiva e esportiva, o terceiro tubo central atua como outra saída de escape. Com isso, há uma taxa de fluxo 10% mais rápida e um ronco ainda mais encorpado (aumento de 2 decibéis), ajudando o motor a “respirar” melhor e dando a impressão do carro ser ainda mais arisco.
Outro item que merece destaque é o conjunto de freios da marca Brembo, com discos de 350 milímetros na dianteira e cálisters de quatro pistões, enquanto na traseira há discos de 305 mm (9 mm maiores que os do Type R da geração anterior). Vale ressaltar que os para-choques dianteiros usam dutos de refrigeração que canalizam o ar para reduzir o calor nos discos e pinças de freio.
As rodas do carro são de 20 polegadas, calçadas com pneus de perfil baixo nas medidas 245/30 da marca Continental.
A suspensão é adaptativa do tipo McPherson na dianteira. Já na traseira, há uma suspensão adaptativa com sistema independente multi-link. Recentemente, o conjunto adotou novos amortecedores, para aumentar o conforto a bordo, e também buchas traseiras mais rígidas para melhorar as respostas nas curvas.
O Honda é equipado também com acelerador eletrônico drive-by-wire, acionado por fio, que substitui o cabo do acelerador convencional. Ele traz componentes eletrônicos inteligentes que vinculam o pedal a uma válvula de aceleração dentro do corpo do acelerador, tornando a atuação do componente mais rápida e precisa e, de quebra, diminuindo o peso do conjunto.
Assim como nos demais modelos da linha Civic, o Type R oferece direção elétrica com pinhão duplo. Porém, neste caso, há uma proporção variável otimizada para entregar uma experiência de condução mais direta e segura.
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Civic Type R – consumo
Apesar de se tratar de um carro esportivo, o Honda Civic Type R 2020 não é um modelo extremamente beberrão. Conforme mostram os números divulgados pela marca, ele até consegue entregar uma boa média de consumo de combustível. Veja:
Consumo de 9,3 km/l na cidade com gasolina;
Consumo de 11,9 km/l na estrada com gasolina;
Consumo de 10,6 km/l no ciclo combinado com gasolina.
Todavia, com um carro que te instiga o tempo todo a pisar mais fundo, você provavelmente não vai conseguir registrar essas médias de consumo com o bólido. Esta é uma missão amplamente desafiadora.
Civic Type R – desempenho
Veja abaixo os números de desempenho do Type R, conforme os dados oficiais da Honda:
Aceleração de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos;
Velocidade máxima de 272 km/h.
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Civic Type R – ficha técnica
Motor
2.0 VTEC Turbo
Tipo
Dianteiro, Transversal, Gasolina
Número de cilindros
4 em linha
Cilindrada em cm3
1.996
Válvulas
16
Taxa de compressão
9,8:1
Injeção eletrônica de combustível
Direta multiponto
Potência Máxima
320 cv com gasolina de 6.500 rpm
Torque Máximo
40,7 kgfm de 2.500 a 4.500 rpm
Transmissão
Tipo
Manual de seis marchas
Tração
Tipo
Dianteira
Freios
Tipo
Discos ventilados (dianteira) e discos sólidos (traseira)
Direção
Tipo
Elétrica
Suspensão
Dianteira
Independente, McPherson, com controle de amortecimento adaptativo
Traseira
Independente, multilink, com controle de amortecimento adaptativo
Rodas e Pneus
Rodas
Liga-leve de 20 polegadas
Pneus
245/30 R20
Dimensões
Comprimento total (mm)
4.557
Largura (mm)
1.877
Altura (mm)
1.434
Distância entre os eixos (mm)
2.699
Capacidades
Porta-malas (litros)
414
Tanque (litros)
46
Carga útil, com 5 passageiros mais bagagem (kg)
475
Peso em ordem de marcha (kg)
1.380
Coeficiente de penetração aerodinâmica (Cx)
0,26
Civic Type R – fotos
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naterradoslobos · 7 years
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03 - Sucesso (2017)
Richard é definidamente um homem muito bem definido. Aos seus 32 anos, construiu uma família com a sua mulher, Laura, vive em um pequeno apartamento com dois quartos em São Paulo, com uma vista incrivelmente cinza, fria e áspera, como se fosse uma fotografia do século XX. Richard é pai de uma criança, Jordan, de 12 anos. Durante boa parte de sua vida, foi acondicionado a viver em busca de sonhos, responsabilidades e idealizações compradas em qualquer palestras de pessoas de sucesso, embora talvez, mesmo não fazendo parte da essência de seu ser. Quando mais jovem, deixou de frequentar lugares onde gostaria de ir, deixou de ficar com as pessoas que gostaria de estar, não soube ser um bom amigo, não tinha tempo para ouvir seus próprios anseios, desabafos, sonhos e medos e nunca foi uma pessoa presente em nenhum aspecto, para ninguém, mesmo para quem o considerava com todo o amor. Vivia se dedicando na busca de se “ter uma vida melhor, no futuro”. Frase marcada em sua mente, como o registro no couro de um boi em um matadouro. Passava grande parte do seu tempo estudando e dormindo após estar se sentindo exausto devido a essa rotina, associada com o seu trabalho de operário em uma fábrica. Sonhava em ser livre, possuir um veículo para viajar livremente como uma águia migradora cruzando o trópico do Equador, mas se via preso como um pintassilgo em uma gaiola. Richard é um homem de fato, bem dedicado, pela manhã antes de ir para o trabalho, estudava a matéria do dia que iria aprender na faculdade a noite, e durante o dia, dava muito duro trabalhando com muitos homens, que assim como ele, estão em busca de se “ter uma vida melhor, no futuro”. Queria ter uma casa no campo e outra na praia, sonhava em sentir a areia escorrer entre os dedos de sua mão na praia, em ver o por do sol no horizonte e sentir o cheiro da brisa do mar, sentia a necessidade de estar com as pessoas que ama, porém, não conseguia abrir uma brecha em sua agenda para que isso ocorresse, era como se fosse um escravo, porém, do seu próprio tempo. Isso o atordoava por dentro. Quando Richard finalmente se formou, em economia, sentiu a necessidade do mercado em se especializar, para manter acessa a chama de seu objetivo, então decidiu estudar mais, e mais, fez as seletivas do programa, e conseguiu ingressar em um curso de mestrado. E posteriormente, doutorado e pós-doutorado. Foram mais alguns de seus anos de dedicação, esforço, estudo, rotina, sonho e tempo. Conheceu sua esposa na aula de ciências sociais, uma mulher que assim como ele, está comprometida em “buscar uma vida melhor para si” e para as pessoas que ama e seus semelhantes também, inclusive, este perfil bondosa e carinhosa, bem como, determinada, que conquistou o seu coração, como as vibrações da mais bela das sinfonias. Richard não teve muito tempo para desfrutar o melhor de seu namoro, conforme os diplomas da parede de seu escritório iam aumentando, seu tempo diminuía quase que na mesma proporção. Em alguns anos, deixou de ser um marido presente para sua mulher, deixou de ser um pai preocupado e amigo de seu filho, aos poucos estava perdendo a magia do amor e estava entregue a rotina pasma de sua vida. Por mais que fosse avisado pela sua família, seus colegas de trabalho (únicos que restaram) e por mais que perdesse alguns minutos de seu valioso tempo observando os retratos de momento felizes da sua família em sua mesa, sentia-se como um boxeador sem esperança, ao ser nocauteado, sentia se preso ao chão, sem saber para onde ir, como ir, e por que ir. Estava acostumado em pagar outras pessoas para fazer aquilo que ele deveria fazer, pois não tinha tempo para fazer. E o tempo, sempre correndo, embora nunca tivesse tomado ciência disso.  
Richard tornou-se “rapidamente” diretor de uma grande instituição financeira de seu país, aos 40 anos, recebendo muito bem. Jordan, seu único filho, já havia garantido uma vaga em uma das melhores universidades do país, cursando música. Laura não tomou o mesmo rumo que Richard, preferiu dedicar-se mais a vida, as relações, as pessoas, então viajou bastante com Jordan, conheceram novos lugares, novas pessoas, novas culturas, estava sempre com a sua família e sempre estavam participando de programas sociais, sentia tristeza pela situação de vida de muitas pessoas, tentar ajuda-las era uma das tarefas que mais lhe motivava e não poupava esforço para fazer a vida dessas pessoas um pouco melhor. Mas quando parava por dois segundos para pensar, chorava, sentia-se muito solitária, como se a vida tivesse tomado uma direção muito diferente da reação que acreditava que iria ter. Amava seu filho, seu marido, mas não se sentia mais amada, desejada, não estava mais feliz com o homem a quem jurou perante todos, que amaria até que a morte os separassem.  Não reconhecia mais o seu Richard, não via alegria em seu rosto, que apesar do dinheiro, das camisas Armani, e suas duas casas de viagem (que mal conseguia ficar por mais de dois dias, ainda com o notebook ligado com as planilhas de resultados sendo friamente analisadas a cada dez minutos, e seu telefone matracando a todo instante), não era o mesmo homem que havia lutado para conquista-la, um ser humano romântico, que acreditava poder fazer a diferença no mundo, e que faria qualquer coisa para fazê-la feliz. Entende que Richard está fazendo muito pela sua família, o que ele não entende – inclusive que já cansou de tentar fazê-lo entender, é que ela precisa dele, junto com ela e com Jordan. Jordan por sua vez, ignorava o pai em muitos aspectos, mesmo que havia estudado em um dos melhores colégios da cidade (e o mais caro também), sempre consumindo tudo o que pedia para o pai, desde roupas até video-games, até mesmo dinheiro para sair com alguma namorada, sentia falta do que muitos de seus amigos falavam pra ele sobre a relação com seus pais, um amigo, um sábio, alguém que pudesse contar seus segredos, desabafar, tirar suas mil e uma dúvidas sobre a vida, os amigos e as meninas e receber em troca sábios conselhos, iluminando seus pensamentos e ajudando-o a fugir da escuridão que seus pensamentos o atordoavam de vez ou outra. Isso sempre lhe fez muita falta, até que um ponto Jordan se sentia esquecido pelo seu próprio pai. Vendo-o apenas como um caixa-eletrônico (comunicava-se através de smartphones, se viam raramente). E em muitos momentos Jordan sentiu-se sozinho, órfão de pai, de um amigo, companheiro, passando a transferir essa vaga para sua mãe, que fazia todos os papéis necessários em qualquer peça do mundo, muito bem. Mas, mesmo assim, não era o seu pai. Para Richard, as coisas estavam fugindo de seu controle, tinha prazos para entregar resultados para pessoas ‘altas’ de sua corporação, tinha que lidar com problemas de seus subordinados. Problemas. Pressões. Mais problemas. A essa altura de sua vida, Richard mal conseguia se dar conta do que estava acontecendo consigo. Acreditava que ao proporcionar nutella todos os dias no café da manha para sua família e TV a cabo com mil e duzentos canais em todo o mundo, estaria trilhando seu trem com os passageiros que ama para o caminho da prosperidade e conforto, porém, era ocupado demais para enxergar que este mesmo trem já havia descarrilhado e se perdendo por um caminho cada vez mais difícil de se voltar.  
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Após um dia cheio de trabalho, com muitos documentos para ler, decisões para tomar e pessoas para orientar, voltava pra sua casa em seu carro de último tipo, angustiado e cansado. Olhava os outros carros se moverem, as luzes do semáforo subindo e descendo, pessoas andando nas ruas da cidade. Em velocidade média até chegar as marginais do rio Tietê, onde o trânsito havia dado uma desafogada naquela hora da noite, exatamente 22:36hs de uma terça-feira, com garoa. Ao aumentar a velocidade do seu carro, sentia que suas reações iam diminuindo, estava soando frio, como se estivesse pressentindo que algo iria ocorrer, naquele instante, pensava exatamente no dia de amanhã, na apresentação que irá ter com o cliente, com o retorno do seu chefe e em uma funcionária na qual deverá ser dispensada. Quando, quase que por centésimos de segundos, olhou fixamente para frente, suas pálpebras congelaram do modo mais aberto possível, em sua íris era possível temer o fato de que somos apenas uma breve história no tempo e espaço, e que o sentido de sua existência que tinha consigo quando era mais jovem, mas estava ocupado demais para se por em prática, retornou para sua mente e ecoou cada vez mais alto. Segurou fixamente o volante de modo em que seus braços travaram como se fizessem parte de uma válvula travada em um maquinário. Pisou no pedal de freio com a maior força que já havia precisado ter em toda a sua vida. Havia visto uma caminhonete grande bater em um grande caminhão, ricocheteando a caminhonete para o centro da via expressa, sendo pega diretamente por um outro carro, também muito grande e que vinha em altíssima velocidade. Foi uma questão de segundos para observar um carro com pessoas, que assim como ele, cada qual com uma história, sentimentos e propósitos, voando e girando como uma bola de futebol americano sendo lançada a muitos metros de distância, passando por cima da sua própria existência. Ouviu um barulho estridente horrível e alto, e depois um silêncio, deixando-o em estado do choque por alguns instantes.
Demorou muito para ter coragem e sair do veículo, rapidamente reconheceu o som do giroflex da ambulância e do caminhão de bombeiros soando. Desceu do veículo e quase caiu de lado no chão, suas pernas estavam muito trêmulas. Deu dois passos em direção a traseira do seu carro e viu pessoas sangrando, sem consciência, e pessoas chorando desesperadamente. Sentiu frio e uma dor muito forte no seu estômago apertando como se fosse uma bola massageadora de mãos sendo apertada por um fisiculturista, repetidamente. Percebeu pessoas correndo por diversos lados, viu bombeiros fazendo respiração cardíaca em pessoas, sentiu de perto a vida se encerrar e a inclusão de um ponto final em algumas histórias, que talvez, não terminaram como o planejado, talvez nem como merecido, até por que, nem tudo na vida se pode planejar sempre com planilhas ou com a ponta do lápis, seu coração sentiu uma dor enorme ao ver pessoas ajoelhadas chorando desesperadamente pela situação. Sentiu-se fraco, sua visão foi ficando turva aos poucos e antes que pudesse tomar consciência do que estava acontecendo, caiu no chão, desacordado.
Richard acordou em um quarto de um hospital, com sua família e alguns dos seus poucos amigos ao redor de sua cama, sentia-se ainda muito mal, não compreendia se as lembranças do acidente que rondavam seus pensamentos eram reais ou não, e estranhou muito a presença de seus entes queridos, como se fosse ele mais um dentre todas aquelas pessoas que estavam girando e tiveram seus sonhos interrompidos. Sua família chorava muito, inclusive Jordan, neste momento, todos pararam para imaginar como seriam suas vidas sem o Richard.
Ao receber alta de seu quadro de fadiga, Richard retornou para sua casa, após um mix memórias atordoarem sua mente. Via cenas do acidente, da sua família chorando em sua volta na cama do hospital, dos eletrodos conectadas ao seu peito, da sua conta bancária e das contas que tinha para pagar, do seu trabalho e de como sua vida havia mudado com o tempo. Sentiu pela primeira vez que não estava sob controle dela, não sendo protagonista de sua própria vida, percebendo que deixou anos e anos se passar sem ao menos sentir do sal do mar tocar sua pele. Não era mais aquele jovem que sempre tinha um sorriso no rosto e estava determinado a conquistar o mundo pra si e para as pessoas que ama. Ficou assustado. Sentiu um peso enorme em suas costas e se viu preso a isso. Como poderia mudar o rumo da sua vida nesse estágio? Como poderia se sentir assim, ganhando tão bem, comprando tantas coisas, tendo e dando tanto conforto para sua família? Tinha suas casas, seus carros, uma esposa linda e um filho estudioso, não compreendia a razão deste desespero todo que sentia, como seu estivesse caindo de um precipício. Não conseguiu dormir a noite, e nem nas próximas treze noites das próximas duas semanas, suava sempre como um porco e não conseguia fazer seu cérebro parar de trabalhar, mesmo quando todas as suas forçavam essa parada. Estava afastado de seu trabalho após Laura conversar com seus patrões. Pensamentos suicidas gritavam em sua mente a cada instante, entrando em um estado profundo de depressão. Richard não aguentava mais. Não se aguentava mais.
Na décima quarta noite sem dormir, dirigiu-se a casa antiga no campo do seu falecido pai, localizada no interior do Rio Grande do Sul, madeireiro de ofício e um grande conselheiro nas horas vagas. Decidiu que seria bom sumir por um tempo da sua família e da sua própria vida, manter um contato com a vasta natureza fria e deserta de uma floresta de araucárias. Dirigiu por dez horas seguidas, pela manhã, encontrou uma pousada, apagou por quatro horas e depois dirigiu por mais cinco, até chegar na casa velha, fechada e mofada do seu pai, repousou por mais algumas horas na cama empoeirada do seu pai. Acordou e ao ver uma foto sua quando criança, abraçado com seu pai com diversas árvores no fundo, sentiu um aperto em seu coração como nunca havia sentido antes. Sentiu verdadeira saudade do seu pai, de um abraço confortante e de uma iluminação para a vida. Começou a vasculhar a casa em busca de mais lembranças, sem pressa, sem ânimo, e em uma das gavetas de uma cômoda empoeirada, encontrou um revólver preto de calibre não identificado por ele, tão pouco isso importou no presente momento. E ao sentar-se na cama, mirou a arma para sua cabeça, lágrimas angustiantes escoavam em seu rosto, toda a sua vida passou pela sua cabeça como um filme de cinema digno de um óscar, puxou o gatilho de forma suave e disparou. Abriu seus olhos e percebeu que a vida ainda pulsava dentro de si, e que o revólver estava sem balas.  Chorou por horas sem parar. Mas, de forma divina, viu que tinha ânimo para seguir em frente, voltar para os braços da sua esposa e filho, começar tudo do zero, deixar as aparências e os excessos de lado e viver o melhor que a vida pode lhe dar. Pensou em pescar com o seu filho, como seu pai fazia consigo. E pensou no arranjo lindo de rosas para levar para a sua esposa, juntamente com os chocolates recheados de morango que ela tanto ama. Tudo o que Richard mais deseja nesse momento, é ver o sorriso da Laura, como na época em que namoravam, nos raros momentos livres, que viajavam para o litoral norte de São Paulo. Como ele amava aquele sorriso. E como sentiu saudades dele. Juntou algumas memórias presentes na casa e levou para o carro. Seu coração batia forte e foi possível ver um sorriso tenro em seu rosto, como há muito tempo não se via.
Depois de alguns minutos, Richard teve sua vida interrompida ao chocar-se de frente com uma grande carreta na contramão. O motorista que sobreviveu com ferimentos leves, estava sob uso de “rebite”, para cumprir seu frete sem atrasos, garantindo o sucesso do seu empregador e receber seu salário sem multas, contribuindo com algum pouco conforto a sua família. Sua família recebeu a notícia horas após o acidente. No bilhete que Richard deixou na porta da geladeira dizia: “Preciso me recompor, me deem alguns dias, amo vocês.”  
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tillitbemorrow · 5 years
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Eu acordo decidida.
Tomo um banho, passo um blush, seco a franja com secador, coloco a calça jeans, uma blusa branca, meus tênis favoritos e jogo uma manteiga de cacau que deixa a minha boca rosada dentro da bolsa.
Me olho no espelho, respiro fundo e antes de sair pela porta, pego a chave do carro.
Entro no elevador e reparo o quanto estou nervosa. Eu deveria ter tomado café? “Não, Júlia. Melhor assim”. Minhas mãos suam. Subsolo. Destranco a porta do carro, sento no banco do motorista e jogo a minha bolsa no chão do carona. Repouso as duas mãos no volante, repassando meu plano mentalmente.
Respiro fundo. E de novo. O meu relógio marca 9h05min.
Coloco o cinto e giro a chave na ignição. Quando já estou na linha amarela percebo que não liguei o rádio. Começa a tocar Nando Reis e eu penso em nós dois. Como sempre. Canto "N" e mais uma coletânea de outras músicas enquanto dirijo.
Entro na serra.
É jogar no escuro, eu sei, mas não tenho mais para onde ir. Não sei onde mais poderia te encontrar. Você pode estar literalmente em qualquer lugar do mundo e eu não sei mais nada sobre você. Seus pais podem ter se mudado, você pode estar noivo, seus avós podem ter passado a me odiar...
“Só vou saber se tentar”, eu penso enquanto calculo se tenho tempo suficiente para ultrapassar o caminhão que está logo a minha frente antes do carro preto que vem na faixa contrária chegar perto demais.
22 anos, recém formada, com a carteira desde os 18, mas só comecei a dirigir há alguns meses. “E por causa de um sonho” eu penso e rio comigo mesma.
Resolvo esperar outra oportunidade para deixar o caminhão para trás. Não sei calcular esse tipo de coisa e também não estou com pressa.
“E se você não quiser me ver mais nem pintada de ouro? E se for tarde demais?” O caminhão cai para o acostamento. O motorista bota a mão para fora e me manda passar. Acelero, caio para a esquerda e quando volto para a minha pista, dou uma buzinada cordial. 15 minutos depois o trânsito para.
Meu pai falou algo sobre a serra estar em obra. Deve ter um siga e pare à frente. Me olho no espelho do motorista e acho que tô até apresentável. Aproveito para pegar minha manteiga de cacau dentro da bolsa.
Opa, o carro da frente andou. Sigo em frente, passo pelo garrafão e, finalmente, chego na cidade.
Espero que você esteja em casa.
Entro no seu condomínio suando frio, paro em frente à ladeira da propriedade dos seus pais. Saio do carro e ainda sem bater à porta, te ligo, olhando para a sua varanda. Você demora a pegar o telefone.
2, 3, 4 toques.
Me arrependo de ter vindo.
“Estúpida! Onde eu estava com a cabeça?”
Você atende.
- Alô? - meu coração para. Demoro alguns segundos para responder.
- Oi. Será que a gente pode conversar?
- Aconteceu alguma coisa?
Tomo coragem.
- Eu estou em frente à sua casa - falo tão rápido que perco o fôlego - quer dizer, não sei se você ainda mora no mesmo lugar ou se sequer está no seu quarto, mas se você estiver...
A cortina se move e eu consigo te ver de relance com o celular encostado na orelha, a calça de moletom que eu costumava roubar para dormir e uma camisa branca. Tudo que eu consigo pensar enquanto aceno é que você é muito mais bonito do que eu me lembrava.
Ouço o barulho do fim da ligação e a cortina volta ao lugar. Os segundos seguintes pareceram horas enquanto eu me pergunto se você vai ou não aparecer na porta.
Eu entenderia se você simplesmente bloqueasse o meu número e fingisse que eu nunca estive aqui.
Cerca de 154 anos depois, você sai pela cozinha.
Eu sinto vontade de gritar e pular e xingar: PUTA QUE PARIU. VOCÊ VEIO.
Bato a porta e tranco o carro. Começo a andar na sua direção.
Estou perto da traseira quando você chega ao final da ladeira, para a 1 passo de mim e me pergunta o óbvio:
- O que você tá fazendo aqui, Ju?
Eu não ensaiei o que tinha a dizer até porque nunca fui esse tipo de pessoa. Eu não funciono bem com roteiros ou scripts, você sabe.
Todo e qualquer trabalho da escola ou faculdade funcionava na base do improviso para mim: eu estudava o suficiente para me sentir segura sobre o assunto, então chegava na frente da turma e falava.
Pois bem. Eu juro que tô mega estudada aqui na sua frente e não poderia estar mais certa do que eu tenho para te dizer. Tomo fôlego, tiro as mãos dos bolsos de trás do jeans e começo:
- Eu sei que eu estou alguns anos atrasada e que eu te magoei demais. Desculpa por isso. Eu sei que eu fui escrota, babaca, sem coração e eu nunca vou me perdoar por aquela noite em que dormimos separados no seu apartamento em Niterói. Mas eu só queria te dizer que ainda é você, Ber. Você foi o meu melhor amigo e o meu maior companheiro. Eu penso em você quase todos os dias. E não, não é porque eu estou sozinha ou porque eu estou carente. Não é tpm ou mercúrio retrógrado, eu vim aqui te dizer o que eu tinha que ter dito há muito tempo: eu fui burra em ir embora. Eu não quero alguém para deitar do meu lado e me fazer carinho. Eu quero você. Especifica e impreterivelmente. Eu quero andar de mãos dadas, ler livros deitada no seu colo, te fazer carinho até você dormir no meu peito, ouvir Supertramp e estender a toalha da sua mãe na grama para a gente ficar lá juntos. Eu me arrependo todo dia de não ter insistido em nós dois. De não ter ficado um pouco mais. A gente merecia uma chance justa. Eu não devia... Eu... Eu não me importo com mais nada do que eu achava que não podia viver sem. Eu não quero tapa na cara e puxão de cabelo. Eu quero o que eu só tive com você: eu quero sentimento, paixão, eu quero história para contar para os nossos filhos e netos. Eu quero a nossa primeira dança como casados, eu quero o teu suflê de queijo horrendo, eu quero dormir do seu lado e te acordar com café da manhã. Eu não sei onde eu tava com a cabeça... Aliás, eu não sei onde eu tô com a cabeça. Eu não sei se você tem alguém, eu não sei nem se eu devia ter vindo, mas eu não podia continuar me perguntando. Eu precisava saber... Eu precisava te perguntar se ainda existe alguma possibilidade de nós dois darmos certo. Porque eu não me vejo com mais ninguém. Porque eu choro toda vez que você posta um caralho de uma foto no Instagram e eu percebo que não sei mais nada sobre a sua vida...
Dou uma pausa para botar os pensamentos em ordem. Tem um nó enorme na minha garganta e eu sei que tenho que concluir logo meu monólogo antes de desmoronar:
- Eu quero mais uma chance porque eu ainda te amo.
Te encaro por entre as lágrimas.
- Tem espaço pra mim, Ber?
Meu coração bate tão alto que eu consigo ouvi-lo na minha cabeça.
Você abre a boca e fecha algumas vezes. Pensando no que dizer ou em como dizer. Eu te conheço bem demais, você está pesando os prós e contras de me deixar entrar na sua vida de novo. Eu sei que te arrasei por 2 vezes. Mais uma e você pede música no fantástico...
Você coloca as mãos no bolso da frente da calça, fita o chão, respira fundo e quando olha pra mim eu vejo que seus olhos estão marejados.
- Ju, eu...
Meu despertador toca.
Vai tomar no cu!
Eu o que?
Eu não te quero mais? Eu ainda te amo? Eu não acho que tenho como arriscar me machucar de novo? Eu quero tentar mais uma vez?
Fico um tempo deitada na cama, processando meus sentimento. Não foi só um sonho. Faz semanas que você tá na minha mente...
Me levanto, lavo o rosto, bebo uma água e pego minha caixinha de lembranças. O anel que você me deu ainda está por aqui, nossos ingressos de cinema, um ramo do buquê de flores que você me deu quando me pediu em namoro e as nossas fotos da cabine do shopping.
Quando foi que deixou de ser fácil?
Sigo o conselho da minha prima e começo a me lembrar de todos os porquês de eu ter terminado. Cada vez a lista parece mais fútil e vazia.
Eu devia ter ficado mais um pouco. Devia ter tentado mais.
Eu não devia ter bebido aquelas skol beats e falado tudo que eu te disse.
Merda! Eu me odeio tanto pelo que eu te fiz passar. E você não merecia...
Não é justo nem cogitar voltar para a tua vida. Não é justo nem sonhar que eu apareço na tua porta.
Você merece ser feliz e eu não acho que posso mais cumprir esse papel.
Deve ser uma mistura de mercúrio retrógrado e tpm. Eu tô carente. É só isso. Vai passar.
De qualquer forma, escrevo meu primeiro texto pra você e mando uma mensagem para minha tia:
- Oi, Dani! Se importa de me passar o contato do seu instrutor para condutores habilitados?
O resto eu vejo depois que mercúrio voltar ao normal.
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osanecif · 4 years
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“Diário de Um Morto” – CAPÍTULO VII (Uma pista de comboios)
Por acaso levava uma boa vida. As crianças eram imensas, as escolas estavam superlotadas, havia a sensação de que o dia de amanhã seria sempre melhor do que o de hoje. Uma altura onde a esperança reinava e transbordava apesar de tudo da pobreza geral. Éramos mesmo muito felizes.
  Atirávamos pedras uns aos outros, montávamos armadilhas para os pássaros, jogávamos ao peão, e assim se passava o tempo, sempre encardidos e mal cheirosos. Havia também o Muletas, um fulano que tinha perdido uma perna na estiva, e que era nosso alvo de gozo e de muito receio. O gozo que só uma criança obtém ao achincalhar um adulto, e o receio de que, em momento de distracção, ele nos pudesse apanhar e dar-nos uma surra.
  Durante muito tempo não soube qual era a profissão do meu pai, e pensei que fosse ladrão. Andei uns anos convencido disso e não me importava com tal facto. Ele bem me dizia que trabalhava em computadores, trabalhava em tecnologia, mas nos anos sessenta, trabalhar em computadores era como ser astronauta, era impossível, e eu nem desconfiava para que servia um computador. Eram tão raros os casos de pessoas que trabalhavam em computadores que achei que o meu pai escondia o que efectivamente fazia; de certeza que tinha algo a esconder e só podia ser ladrão, daqueles ladrões a sério, que quebram janelas e descem por chaminés como o Pai Natal, que roubam presuntos e espumante, sempre com uma faca de matar porcos no bolso. A mim a ideia agradava-me, e era muito melhor dizer aos meus amiguinhos que o meu pai era ladrão e tinha uma faca enorme dentro do bolso, do que propriamente afirmar que era astronauta ou que trabalhava nos computadores.
  Aos quatro anos, acabou-se a partilha entre nós e tive que regressar à Maia para ir estudar para um colégio, mas a minha tribo continuava a ser no tal bairro de estivadores. A vida aí não era pior nem melhor, apenas diferente, e uma criança tem uma capacidade de se adaptar às circunstâncias que não lembra a um adulto. O colégio era pequeno e engraçado, e desde os tipos que ainda não estavam na idade de estudar, como era o meu caso, até ao pessoal que fazia a quarta classe, todos ficavam na mesma sala, rapazes e raparigas, o que era uma grande novidade naqueles tempos, mas que a mim me pareceu completamente normal, tanto mais que o facto de separarem os meninos das meninas era um problema dos adultos.
  Num universo onde brincar fora de casa não era perigoso, os meus pais acabaram oferecendo-me brinquedos. Algo que um pai deseja para um filho, é dar-lhe tudo aquilo que ele quis e que nunca teve. Então quando se refere a brinquedos, o assunto começa a ficar demasiadamente sério.
  Eu só tive uma filha, e como preferia pistolas e carros a bonecas, a questão dos brinquedos nunca se colocou, mas agora com o Lima é diferente, completamente diferente. Por exemplo, eu em criança sempre desejei ter uma bela pista de carros, uma pista que ocupasse todo a divisão de uma casa, onde quatro carros pudessem competir em simultâneo, mas nunca tive tal pista. O máximo que obtive foi uma pequena pista em forma de oito, alimentada a pilhas e, quando se acabavam as pilhas, tinha que andar a pedir por todos os santos que alguém me comprasse umas pilhas novas.
  Assim, estava desejoso de que o Lima crescesse mais um pouco para lhe comprar uma pista de carros para nós os dois brincarmos às corridas, isto é, enquanto eu lhe ganhasse, tanto mais que não gostava de perder o que quer que seja contra miniaturas de gente. Agora terei que passar o testemunho a outros. Não alinhava no “deixa lá ganhar o miúdo que é pequenino”, e a vencerem-me, os putos, seja numa pista de automóveis, num tabuleiro de xadrez, numa competição numa piscina, ou numa mesa de ping-pong terão que vencer com mérito, e a seguir a isso eu nunca mais jogarei com eles.
  Lá em casa dos meus pais há a história de uma famosa pista de comboios. Devia eu ter um ano de idade quando o meu pai, com o argumento de que o brinquedo seria para mim, adquiriu uma bela pista de comboios, uma pista linda, cheia de modelos de comboios, carruagens, estações, árvores pequeninas, e essencialmente, com um preço muito acima do que aquele que um casal em início de vida e com um filho ainda muito pequenino para cuidar, podia suportar. Mas era algo que o meu pai sempre quis ter e nunca teve possibilidades para isso.
  Neste aspecto, as mulheres são muito melhores a gerir a economia doméstica do que os homens. A mulher vai às compras se não houver um pacote de farinha dentro de casa, enquanto o homem vai à mercearia se não houver cervejas no frigorífico. Enquanto a mulher prefere farinha às cervejas, o homem, se não possuir farinha em casa, dá-se ao luxo de se aventurar na cozinha de autor e substitui o derivado do trigo por pão ralado, que como todos nós sabemos, é praticamente a mesma coisa. E se não tiver pão ralado, coloca um pão ou umas tostas num triturador. O importante mesmo é que haja cerveja no frigorífico e brinquedos para os filhos.
  Nessa história da pista de comboios, o meu pai fez aquilo que todo o homem inteligente faz, ou seja, comprou a pista de comboios à socapa da mulher e apresenta o brinquedo como um dado adquirido, com o argumento de que o brinquedo até nem era para ele. E aí há que dar razão ao homem! Não se pode ir comprar uma pista de carros ou de comboios com uma mulher porque elas vão escolher sempre a mais pequena e miserável de todas, e mesmo assim achando que o preço é absurdo. Não valorizam o tamanho da distância percorrida pelos carros ou comboios, estão-se a marimbar para as pontes, querem lá saber das árvores de plástico. São umas materialistas da pior espécie quando estão a adquirir uma pista de carros ou comboios, sempre a fazer contas à vida e ao dinheiro como se isso fosse o mais importante quando se adquire tamanho futuro divertimento.
  Nesse dia em que o meu pai comprou a pista de comboios, saiu mais cedo do trabalho, passou numa loja de brinquedos, comprou a pista mais bonita de todas, e depois foi de carro buscar a minha mãe ao seu local de trabalho. Muito orgulhoso, mostrou o brinquedo ainda dentro da caixa à minha mãe, e como qualquer mulher que tinha que gerir o orçamento familiar, perguntou:
E quanto é que custou?
  Existe uma ancestral técnica masculina que consiste em dividir por dois o preço daquilo que efectivamente foi bastante caro, quanto mais não seja, para dar a entender à concubina que a nós ninguém nos engana no que se refere a negócios, e que só compramos a pista porque era mesmo uma pechincha.
  Mesmo assim, e já com 50% de desconto, a minha mãe ficou fora de controlo, e o meu pai bem argumentava que não era uma pista qualquer, tinha árvores, tinha pontes, os comboios circulavam a alta velocidade e era a melhor pista do mundo. Tamanha foi a zanga que a minha mãe, achando-se desconsiderada e fazendo contas à vida e, para não aturar o meu pai, resolveu sair do carro e ir para casa de transportes públicos só para espairecer e pensar na sua vida e como é que conseguiria fazer o dinheiro esticar até ao final do mês.
  Claro que quando chegou a casa, o meu pai já lá estava há bastante tempo e já tinha a pista toda montada e os comboios a circularem e a fazerem barulhos como os comboios verdadeiros. O meu pai brincou a noite inteira com os comboios, mas no dia seguinte, as pazes já estavam feitas, porque afinal a prenda até era para mim, e o acto do meu pai era demonstrativo do grande afecto que nutria pelo filho. Embora, na verdade, eu nunca tenha brincado com a pista de comboios, mas ter arcado com as culpas que quando se avariou definitivamente. “Só pode ter sido o Pedro, ele ainda não tem idade para brincar com pistas de comboios e deve ter avariado qualquer coisa”, dizia o meu pai.
  Aos cinco anos tive a minha primeira namorada, uma garota mais velha que eu, muito mais velha, já com mais de seis anos. Desconfio é que ela não soube que namorou comigo, tanto mais que nunca lhe declarei amor. A criança tinha a responsabilidade de me levar a casa e, para não me perder, íamos de mão dada todo o caminho e aquilo parecia-me bastante sensual, até que um dia fui atropelado quando resolvi furtar-me à mão dada e atravessar a estrada para ir ao encontro do meu avô materno. Felizmente, era a estrada que unia o Porto a Braga, e tamanho era o trânsito que era impossível circular-se depressa naquela estrada apertada e cheia de paralelos.
  O carro acertou-me em cheio, atingiu a minha face, rebentou-me um tímpano, mas fiquei consciente e resolvi fugir para não ter que apanhar uma surra da minha mãe. E num quadro de miséria, corria eu desalmadamente e a sangrar, o meu avô e a minha namorada atrás de mim a tentarem-me alcançar e ainda o senhor que me tinha atropelado. E conseguiram capturar-me! E sempre fui um puto com sorte: fui atropelado por um carro de um grande magnata do Norte conduzido pelo seu motorista, com o magnata abancado no banco de trás. Fui para o hospital num enorme Rolls Royce, em grande e como manda a sapatilha. Enquanto estive no hospital, a minha dieta alimentar foi à base de chocolates, patrocinados pelo magnata que me visitava todos os dias em casa pois estive poucas horas no hospital. O meu atropelamento foi das melhores coisas que me aconteceu na vida, e ainda hoje me recordo do senhor sentado numa cadeira a dar-me chocolates e eu aos pulos de felicidade em cima da cama.
  Já tanta sorte não tive quando saí em voo do carro do meu pai devido à força centrífuga. O raio do carro tinha uma porta traseira que não abria, ninguém conseguia abrir a sacana da porta, e eu, puto, entrava pela porta oposta, percorria todo o banco de trás e encostava-me cheio de preguiça à porta que não abria. Mas, numa curva apertada, a porta resolveu abrir e eu saí disparado do carro para a estrada. Apesar do aparato de ter caído numa ribanceira, não tinha mazelas de maior, estava consciente mas bastante parvo, não dizia coisa com coisa.
  Depois de tudo sarado, levantou-se uma questão importante e pertinente: como é que um puto de tenra idade tinha conseguido abrir uma porta avariada de um carro, quando quase uma dezena de mecânicos de automóveis tinham, em vão, tentado fazer o mesmo? Foi um ultraje para os especialistas e uma grande façanha para mim. Na verdade foi tudo uma questão de sorte, estar encostado à porta no momento certo e ter sido projectado pelos ares a mais de cinco metros de distância foi o meu momento de glória efémera. E efémera porque passados uns dias, os meus pais deixaram-me um pouco de tempo no carro enquanto foram tomar um “cimbalino” no café Turista, e eu resolvi passar de mecânico a piloto. Accionei o motor do carro, e aos soluços, fui embater contra um parque de estacionamento de bicicletas. Nesse dia passei do oitenta para o oito, de um grande mecânico para um miserável piloto.
  Pior mesmo, foi quando resolvi saltar de uma escada enorme para o chão munido de um saco de plástico, pensando que tinha vocação para pára-quedista. O saco de plástico era o meu pára-quedas que não abriu em tempo útil. Mais uma carga de porrada como resultado final. Os tempos não estavam fáceis para a minha educação, mas de repente tudo mudou.
  No grande buraco que tinha escavado no quintal e que me servia de esconderijo, enterrei todo o meu espólio mas não as recordações, pois tinha chegado o momento de ir viver para Coimbra.
  Mas regressemos ao dia de hoje, ao dia da minha morte.
  É meio-dia e meia hora. Boa hora para ir almoçar. Como habitualmente, vou buscar a Ana ao serviço, e enquanto ela não se despacha, fico no carro a fazer um Sudoku que vem no jornal que normalmente compro. É com um pouco de vaidade que vos garanto que sou o responsável pelo facto de um importante semanário que sai aos Sábados ter aumentado os quadrados desse popular jogo de origem japonesa. Isso aconteceu porque um dia fui almoçar com o director desse jornal, e em conversa queixei-me que apesar do jornal ser muito bom, uma das minhas referências, os Sudokus eram muito pequenos. Ele respondeu-me que se iria inteirar da necessidade dos quadrados serem maiores, e o certo é que passadas poucas semanas, o tamanho do jogo aumentou. Só por esta contribuição para a sociedade, valeu a pena viver. Há gente que salva gente, grandes escritores com obra feita, abraços solidários, pensadores proeminentes, e eu, sou o responsável do tamanho do Sodoku no jornal Expresso. Pelo menos, ninguém me tirava essa vaidade até prova em contrário. Saiu o Henrique Monteiro e lá voltaram os Sudokus a ficarem pequeninos.
  Como quase todos os dias úteis da semana embora eu, por acaso, desse mais utilidade aos Sábados e aos Domingos, vou almoçar a casa da minha sogra, e esse foi um desses dias. Um almoço rápido mas na companhia da família, como ainda se consegue fazer em cidades de média dimensão.
  Curiosamente, depois do almoço comecei a sentir-me muito cansado, um pouco adoentado. Levei a minha mulher de regresso ao serviço, e resolvi telefonar para a empresa dizendo que estava um pouco mal disposto, que ia descansar um pouco para casa e regressaria assim que me sentisse melhor. Não regressei!
  Fiquei um pouco preocupado com o meu estado. A minha sogra vangloria-se, e com mérito de que cozinha pessimamente, mas quem costuma cozinhar até é a Ester, a senhora que lá trabalha todos os dias. De maneira que envenenado não estou, pensei eu. Adoro a minha sogra, é uma excelente pessoa, mas na cozinha é um desastre, e ela própria reconhece que o é, e sempre que vai para confeccionar qualquer prato, fá-lo de forma bastante contrariada.
  Deitei-me no sofá, bastante indisposto e com a nítida sensação que não iria melhorar. Devo estar branco e começam a faltar-me as forças.
    “Diário de Um Morto” – CAPÍTULO VII (Uma pista de comboios)
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tesaonews · 6 years
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Análise | Notebook 2AM Extreme é opção discreta para quem busca performance
Quando entrevistamos Felipe Oliveira, diretor de produtos da estreante 2AM na BGS, uma das mensagens mais fortes foi a de parceria com o gamer. A ideia da nova marca, segundo ele, é entregar aquilo que os jogadores procuram e, principalmente, facilitar a vida de quem não entende muito do assunto, disponibilizando uma máquina que seja enviada “pronta”, bastando ligar, instalar os games e começar a jogar.
Ao recebermos o notebook Extreme, o topo de linha da 2AM nesse quesito, colocamos essa ideia à prova, e ela, efetivamente, é real. Bastou realizar a configuração inicial do Windows 10 e o download do launcher da Epic Games para estarmos, rapidamente, caindo de paraquedas em nossa primeira partida de Fortnite na máquina. O tempo entre desembalar o monstrinho e começar a jogar, realmente, só depende da velocidade da sua conexão.
Após configuração do Windows, o 2AM Extreme já está pronto para o jogo (Imagem: Felipe Demartini)
A simplicidade é percebida logo que se tira o equipamento da caixa. Apesar de estarmos falando de um notebook gamer, o equipamento é dos mais sóbrios. Os mais de 2,5 Kg de peso mostram a robustez necessária e indispensável nessa categoria, mas o fator Extreme de seu nome, entretanto, está por dentro. Levando em conta somente a aparência, temos um PC que poderia passar despercebido, constituindo, desde o início, uma boa escolha para quem também vai utilizar a máquina para trabalhar ou, simplesmente, deseja chamar pouca atenção para si.
O corpo do dispositivo é todo preto e a única indicação de se tratar de um notebook gamer, além das linhas com saídas de ar agressivas, é o logo da 2AM na tampa acompanhado da marca da Nvidia GeForce. O peso pode não fazer com que ele seja dos mais portáteis, mas são apenas 2,9 cm de espessura e uma tela de 15,6 polegadas, o que facilita a vida na hora de colocá-lo na mochila para ser carregado por aí.
Design fino e discreto chama a atenção no notebook 2AM Extreme (Imagem: Felipe Demartini)
A discrição termina, entretanto, quando se abre o equipamento, com o teclado mecânico e com LEDs RGB fazendo questão de nos lembrar de estarmos diante de um notebook gamer dos mais parrudos. O touchpad tem um tamanho considerável enquanto, logo acima, em um bonito detalhe em vermelho, há um botão dedicado apenas à ativação de ventoinhas para os momentos de maior atividade ou quando a temperatura do ambiente estiver elevada. É possível perceber o funcionamento delas quando se está por perto, mas o barulho não é alto o bastante para incomodar nem causar vibrações no corpo do aparelho.
Chama atenção, também, a presença de um teclado numérico, uma escolha que pode ser considerada pouco usual em um computador com tela de 15 polegadas. O resultado disso é um teclado que, apesar das teclas mecânicas e do bom feedback tátil, tem digitação desconfortável, talvez pelo fato de os botões serem juntos demais. A balança entre a presença dos números e a usabilidade do equipamento como um todo acaba sendo questionável nesse quesito.
O 2AM Extreme tem um número considerável de portas USB, incluindo uma do tipo C e também um leitor de cartões de memória (Imagem: Felipe Demartini)
O melhor, então, seria utilizar o notebook Extreme em uma mesa, com teclado conectado a uma das seis portas USB do dispositivo, com uma dupla de cada lado e mais duas na parte traseira, ambas do padrão 3.0, juntamente com um conector do tipo C. Em uma das laterais, há ainda um leitor para cartões de memória.
A ideia de que o Extreme funciona melhor quando fixo fica ainda mais sólida quando notamos que, durante nossos testes, o conector de energia acabou desplugando algumas vezes sem que a gente percebesse. Ele não é firme para resistir a pequenos movimentos da máquina, com o único indicador disso sendo a queda de performance devido à economia de energia ou a mensagem do Windows 10 indicando que ele está perto de morrer.
O notebook 2AM Extreme H700, no modelo enviado ao Canaltech para testes, custa R$ 6.209,10. As configurações são as seguintes:
Análise do CPU-Z revela mais detalhes do hardware do 2AM Extreme (Imagem: Reprodução/Felipe Demartini)
Processador Intel Core i7-8750 Quad-Core, 2,20 GHz 9 MB Cache;
Placa de vídeo NVIDIA GeForce GTX 1060 6 GB DDR5;
16 GB de memória RAM DDR 1.333 MHz;
HD 1 TB SATA SSD;
Tela LCD Full HD (1.920 x 1.080 pixels) de 15,6 polegadas
Windows 10 Home;
Entradas: 2x USB 3.1, 1x USB 3.1 Tipo C, 4x USB 2.0, 2x P2 para áudio e microfone, 1x leitor de cartão de memória;
Webcam com resolução 720p;
Bateria Li-polymer 3 células 46 Wh;
Dimensões: 37,4 x 26 x 2,9 cm;
Peso: 2,4 Kg.
Rodando tudo (quase) no máximo
Os dados acima, entretanto, são apenas números se não colocados à prova. E, mais uma vez, seguindo a ideia de que os computadores da 2AM não apenas vêm prontos, mas são voltados diretamente aos gamers, executamos nossos testes com alguns dos principais jogos do mercado atual.
Isso se traduz em competitivos como o já citado Fortnite, além de Overwatch, Call of Duty: Black Ops IIII e PlayerUnknown’s Battlegrounds. Para colocar os componentes para trabalharem um pouco mais, também experimentamos a performance em dois jogos bastante exigentes do mercado recente: Assassin’s Creed Odyssey e Forza Horizon 4.
A boa notícia é que o notebook Extreme, da 2AM, foi capaz de rodar todos eles praticamente sem problemas nas configurações Alta ou Muito Alta. Já para levarmos a coisa ao padrão Ultra, algumas otimizações tiveram de ser feitas, principalmente no caso dos títulos mais exigentes, ou o jogador teria que se contentar com algo abaixo dos 60 FPS cravados e certa instabilidade nos quadros, caso preferisse uma melhor qualidade gráfica em seu lugar.
Detalhe do teclado mecânico do 2AM Extreme, que acompanha os botões numéricos e tem digitação desconfortável (Imagem: Felipe Demartini)
Confira as impressões a partir dos testes com cada um dos games:
PUBG: variando entre 50 e 60 FPS na configuração Ultra, estável em 60 FPS com gráficos no Very High, com quedas ocasionais durante a permanência no lobby até o fim da queda;
Overwatch: média de 55 FPS durante as partidas com todas as configurações no máximo, com quedas ocasionais para até 30 FPS. Estabilidade nos 60 FPS com os gráficos no Muito Alto;
Fortnite: variando entre 50 e 35 FPS na configuração épica, estável em 60 FPS com os gráficos em Alta, com quedas esporádicas para 55 FPS;
Assassin’s Creed Odyssey: variando entre 40 e 60 FPS durante as cutscenes e entre 30 e 40 FPS em configuração Very High; variações de 45 a 60 FPS em ambos com os gráficos no High;
Forza Horizon 4: estável em 30 FPS durante as corridas na configuração Ultra; variando entre 40 e 60 FPS na configuração Alta;
Call of Duty: Black Ops IIII: variações entre 50 e 60 FPS durante as partidas em configuração Muito Alta.
De todos os jogos, Forza Horizon 4 foi o que deu mais trabalho em termos de otimização. O título até apresentou performance estável com os gráficos no Ultra, mostrando variação apenas em configuração Alta e com uma maior contagem de quadros por segundo. Entretanto, severas reduções, levando a taxa a até 15 FPS, aconteciam após o final das corridas em ambos os casos, durante os períodos de carregamento e contagem de pontos de experiência.
Não seria um problema se, em tais momentos, o jogador não estivesse também dirigindo, com o resultado sendo, quase sempre, um carro na grama. Além disso, Forza Horizon 4 insistia sempre em abrir no modo janela, enquanto a configuração otimizada feita a partir do GeForce Experience gerou um conflito relacionado ao sistema de anti-aliasing, deixando o jogador com duas opções: reverter a melhoria feita pelo software da placa de vídeo ou jogar sem essa suavização.
Memória RAM com baixo clock deve ser a principal responsável pelos gargalos sentidos em nossos testes com o 2AM Extreme (Imagem: Felipe Demartini)
Falando nele, vale a pena citar, como uma nota de rodapé, que o software não veio pré-instalado na máquina. Como essencial para quem quer acompanhar o desempenho de games em tempo real ou até mesmo fazer transmissões ao vivo de jogos, vale a pena perder alguns minutos para baixar o GeForce Experience.
Vale a pena citar, ainda, o baixo clock da memória RAM utilizada pela 2AM em seu notebook. Além de ter optado pela tecnologia DDR4, e não a nova DDR5, a fabricante utilizou pentes de memória com o clock mais baixo da categoria, de apenas 1.333 MHz. Devido a isso, os 16 GB de RAM são mais que suficientes para a máquina, mas não são rápidos o suficiente para dar conta da quantidade e da velocidade com que o Core i7-8750 processa os dados. Com algumas centenas de reais a mais seria possível empregar um pente mais rápido, de no mínimo 2.666 MHz, para fazer a memória acompanhar bem todo o conjunto e não gerar os lags sentidos durante o carregamento e a instabilidade na taxa de frames por segundo durante a execução dos jogos.
Cores de sobra, pixels faltando
A possibilidade de realização de streamings ao vivo a partir da própria máquina também foi levada em consideração como parâmetro para testarmos a câmera e o microfone do notebook Extreme, da 2AM. Afinal de contas, com os jogos rodando e o GeForce Experience, podemos não apenas jogar, mas também transmitir nossa performance nos títulos utilizando apenas o que o computador oferece?
Câmera do 2AM Extreme deixa a desejar em fotos diurnas (esquerda) e noturnas (direita), seguindo o padrão de qualquer outro notebook (Imagens: Felipe Demartini)
E a resposta, como normalmente se espera de um conjunto padrão de notebook, é não. A câmera promete uma resolução de 720p nas imagens, mas, na prática, entrega a baixa qualidade que é costumeira em um produto desse tipo. As imagens diurnas são estouradas, enquanto as noturnas aparecem escuras demais.
No microfone, muito ruído ambiente e áudio estourado, com baixa qualidade. Os alto-falantes também deixaram a desejar, sendo baixos e com pouca fidelidade, decepcionando bastante e contrastando com um conjunto robusto em termos visuais e de design. Um bom headset ainda será seu melhor companheiro na hora de fazer streamings ou consumir mídia no Extreme.
O teclado com LEDs RGB traz as configurações padronizadas de um produto desse tipo, permitindo a customização de cores de acordo com as preferências do usuário e a criação de perfis dedicados a certas atividades e jogos. O conjunto retroiluminado permite visualização perfeita até mesmo no escuro, enquanto a intensidade das luzes pode ser reduzida de acordo com o gosto de cada jogador.
Teclado mecânico com RGB permite customização e tem destaque visual nas teclas WASD e setas (Imagem: Felipe Demartini)
Apesar de mecânica, a digitação não é barulhenta e as horas de jogo na madrugada não devem atrapalhar o sono de quem está na cama ao lado. O destaque para as teclas WASD é um detalhe que chama a atenção, mas voltamos a criticar o desconforto durante o uso do teclado. Ele tem a resposta adequada e sistema anti-ghosting, mas propicia os erros de digitação e é apertado, facilitando um deslize no trabalho e nos jogos.
Plugue um bom teclado, entretanto, e você se verá livre deste que é mais um defeito grave no notebook 2AM Extreme. A empresa, em sua linha de estreia no mercado brasileiro, faz bonito ao entregar performance e simplicidade, criando, efetivamente, uma máquina que pode ser adquirida até mesmo pelo gamer mais noob, pronta para ser utilizada nos games que ele quiser.
Otimizações podem ser necessárias aqui e ali, mas, de maneira geral, o desempenho é mais do que satisfatório tanto nos games competitivos, principal ponto de interesse do público atual, quanto nos lançamentos mais recentes e exigentes. A ideia, também, é de certa longevidade, com a máquina tendo componentes que ainda vão fazer bonito por alguns anos antes de precisarem de um upgrade, com exceção da memória RAM, que, como dito, pode deixar a desejar em termos de performance.
Disponível em diferentes versões, o notebook Extreme custa a partir de R$ 5.579. Todas as opções acompanham placa de vídeo GeForce GTX 1060, mas, nas versões mais básicas, o notebook vem com processador Intel Core i5 8300H. No site da 2AM, ainda, é possível adquirir acessórios, como o headset citado como indispensável ao lado do dispositivo, bem como escolher máquinas a partir do jogo preferido de cada usuário, além de seleções feitas pelo embaixador da marca, o pro-player de League of Legends YoDa.
Agradecimento especial à Activision e à Ubisoft por cederem cópias de Call of Duty: Black Ops IIII e Assassin’s Creed: Odyssey para a realização dos testes com a máquina da 2AM.
Leia aqui a matéria original
O post Análise | Notebook 2AM Extreme é opção discreta para quem busca performance apareceu primeiro em Tesão News.
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onahumdrumday · 6 years
Text
“Homens e mulheres”, de Claire Keegan
(Tradução do conto “Men and women”, da escritora irlandesa Claire Keegan, publicado em ENRIGHT, Anne (ed.). The Granta Book of the Irish Short Story. London: Granta, 2011[2010]. p. 388-398)
             Meu pai me leva a lugares. Ele tem quadril artificial, então precisa de mim para abrir portões. Para chegar à nossa casa, você precisa dirigir por uma longa alameda no bosque, abrir duas séries de portões e fechá-los depois de você para que as ovelhas não escapem para a estrada. Sou habilidosa. Saio do carro, abro os portões, meu pai solta o Volkswagen, fecho os portões atrás dele e salto de volta para dentro do carro em movimento, pegando velocidade na ladeira antes da estrada, e então vamos para onde quer que meu pai esteja indo naquele dia em particular.
           Às vezes é o ferro-velho, onde ele procura por uma peça avulsa ou, sentindo o cheiro de barganha em algum classificado, acabamos em um campo enlameado de fazenda, colhendo repolho ou batata de semente em um curral poeirento. Às vezes vamos à oficina metalúrgica, onde eu observo o tambor de água, cuja superfície reflete pedaços do céu leitoso que passa, lento, até que o ferreiro mergulhe o metal vermelho e quente e queime as nuvens. Aos sábados meu pai vai ao mercado municipal e examina as ovelhas nas baias, sentindo os ossos das costas delas, olhando dentro de suas bocas. Se compra apenas algumas, ele não se dá ao trabalho de buscar o trailer, mas as coloca na traseira do carro, e é meu trabalho sentar entre os bancos dianteiros para mantê-las lá. Elas cagam bolinhas e falam béééé, suas línguas escuras de Suffolk como o fígado cru que cozinhamos às segundas. Eu as mantenho atrás até chegarmos a qualquer casa em que o pai estaciona para comer no caminho de casa. Geralmente é a casa de Bridie Knowx, porque Bridie mata seu próprio rebanho e sempre tem carne. O freio de mão não funciona, então o pai para no quintal de Bridie, eu saio e coloco a pedra atrás da roda.
           Sou uma garota multiuso.
           “Por Deus, dona, pr’ondi cê vai?”
           “Dan!”, diz Bridie, como se não tivesse ouvido o barulho do carro.
           Bridie mora em uma casa pequena e cinza sem marido, mas ela tem filhos que dirigem tratores pelos campos. São homens baixos, muito pouco atraentes, que remendam suas botas. Bridie passa batom e pó de arroz no rosto, mas suas mãos são como as de um homem. Acho que sua cabeça é errada para seu corpo, do jeito que minhas bonecas ficam quando eu troco suas cabeças.
           “Você tem um pouco de comida para a criança, dona? Ela tá com fome”, o pai diz, olhando para mim como se eu fosse uma daquelas crianças africanas por quem abandonamos açúcar na quaresma.
           “Ah, para”, diz Bridie, rindo da piada velha. “Essa menina parece bem alimentada para mim. Senta que eu coloco a chaleira para esquentar”.
           “Pra dizer a verdade, dona, eu não negaria uma gota de bebida. Tô voltando do mercado e o preço das ovelhas tá um escândalo”.
           Ele fala sobre ovelhas e gado e o clima e como nosso pequeno país está num estado lastimável enquanto Bridie arruma a mesa, coloca o molho do Chefe e a mostarda Colman e corta pedaços grandes e grossos de presunto cozido. Eu sento na janela e fico de olho nas ovelhas, que parecem aturdidas, no carro. O pai come tudo à sua frente enquanto eu construo uma torre de biscoitos, lambo o chocolate e dou o resto para o cão pastor embaixo da mesa.
           Quando vamos para casa, encontro a pá e recolho os cocôs de ovelha no carro e enrolo a cevada no sótão.
           “Onde vocês foram?”, mamãe pergunta.
           Conto a ela sobre nossos passeios enquanto carrego baldes de ração para o gado e polpa de beterraba pelo jardim. O pai senta embaixo da vaca de chifre curto e tira leite dela em um balde. Meu irmão está sentado na sala de estar ao lado do fogo e finge estar estudando. Ele vai fazer as provas do ensino fundamental ano que vem. Meu irmão vai ser alguém, então não abre portões ou limpa merda ou carrega baldes. Tudo o que ele faz é ler e escrever e desenhar triângulos com lápis especiais que pai compra para desenho mecânico. Ele é o inteligente da família. Fica lá até ser chamado para o jantar.
           “Desça e fale para Seamus que o jantar dele está na mesa”, o pai diz.
           Eu tenho que tirar minhas botas antes de descer.
           “Venha jantar, seu preguiçoso de merda”, eu digo.
           “Vou contar”, ele diz.
           “Vai nada”, eu falo, e volto para a cozinha onde eu pego ervilhas do jardim de seu prato porque ele não vai comer rabanete ou repolho como o resto de nós.
           À noite, pego minha mochila e faço minha tarefa de casa na mesa da cozinha enquanto minha mãe assiste à televisão que alugamos para o inverno. Às terças ela faz um grande bule de chá antes das oito e senta perto do fogo e se cola em frente ao programa onde um homem ensina uma mulher a dirigir um carro. Como mudar as marchas, como usar a embreagem e a deixa dirigir. Exceto por uma mulher bruta atrás da colina que dirige um trator e uma protestante na cidade, nenhuma mulher que conhecemos sabe dirigir. Durante os comerciais os olhos de minha mãe saem da tela e viajam para a prateleira mais alta da cômoda, onde ela escondeu a chave-reserva do Volkswagen no velho bule rachado. Não era para eu saber disso. Suspiro e continuo desenhando o curso do rio Shannon através de um pedaço de papel manteiga.
             Na véspera de Natal eu coloco as placas. Corto uma caixa de papelão e em pincel vermelho escrevo “Por aqui, Papai Noel” e flechas apontando o caminho. Sempre tenho medo de que ele se perca ou não faça questão de vir porque os portões dão muito trabalho. Prego as placas na estaca ao fim da alameda e nos portões de lata e um dentro da porta que leva à sala de estar onde a árvore está: coloco um copo de cerveja e um pedaço de bolo na mesa de café para ele e concluo que Papai Noel estará bêbado até a manhã de Natal.
           Papai pega seu melhor chapéu da prensa e se olha no espelho. É um chapéu chique com uma pena dura presa na aba. Ele ajeita o chapéu em sua cabeça para esconder o caminho careca.
           “E onde você vai na véspera de Natal?”, mamãe pergunta.
           “Tô saindo pra encontrar um homem sobre um filhote de cachorro”, ele diz, e bate a porta.
           Vou para a cama e tenho dificuldade para dormir. Sou a única pessoa da minha sala que o Papai Noel ainda visita. Sei disso porque o professor perguntou: “Quem ainda é visitado pelo Papai Noel?” e minha mão foi a única levantada. Sou diferente, mas todo ano sinto que há uma grande chance de ele não vir, que eu me tornarei igual aos outros.
           Acordo de madrugada e mamãe já está acendendo o fogo, ajoelhada à frente da lareira, rasgando o jornal, sorrindo. Há um terrível momento quando penso que o Papai Noel talvez não venha porque eu disse: “Vá jantar seu preguiçoso de merda”, mas ele vem, sim. Deixa para mim uma boneca Bebê Chorão que eu pedi, embrulhada no mesmo papel de presente que temos, e eu penso como o sistema postal é como mágica, como eu posso mandar uma carta dois dias antes do Natal e ela chega ao Polo Norte em uma noite, mesmo que uma carta demore uma semana para chegar da Inglaterra. Papai Noel não vem mais para Seamus. Suspeito que ele saiba o que Seamus realmente está fazendo todas as tardes na sala de estar, lendo revistas Hit ‘n Run e bebendo a limonada vermelha do aparador, sem usar seu cérebro.
           Ninguém está de pé exceto mamãe e eu. Acordamos com as galinhas. Fazemos chá, comemos torradas e palitos de chocolate no café da manhã. Então ela coloca seu melhor avental, aquele com morangos, e liga o rádio, corta cebolas e salsinha enquanto eu ralo pão em migalhas.
           Seamus e o pai descem e investigam os pacotes embaixo da árvore. Seamus ganha um jogo de dardos no Natal. Ele o pendura na porta de trás e ele e pai jogam dardos e anotam os pontos com giz enquanto mamãe e eu colocamos nossos casacos e alimentamos os porcos e o gado e as ovelhas e deixamos as galinhas saírem.
           “Por que eles não fazem nada?”, pergunto a ela. Estou alcançando a palha morna, procurando ovos. As galinhas botam menos no inverno.
           “São homens”, ela diz, como se isso explicasse tudo.
           Porque é manhã de Natal, não digo nada. Volto para dentro e um dardo passa perto de minha cabeça.
           “Haha!”, diz Seamus.
           “Mira perfeita”, diz o pai.
              Neva na véspera de Ano Novo. Flocos de neve aterrissam e derretem nos rebordos da janela. É o fim de mais um ano. Como uma tigela de doce de cereja no café da manhã e adormeço assistindo Lassie na TV. Brinco com minhas bonecas depois do jantar, mas canso de encher a Bebê Chorão com água e apertar pelo buraco em suas costas, então arranco sua cabeça, mas seu pescoço é muito grosso para caber em outros corpos de bonecas. Começo a brincar de dardos com Seamus. Ele marca dois pontos no limo, um para mim e outro, mais perto do alvo, para ele. Quando eu consigo um triplo dezenove, Seamus diz: “Foi sorte”.
           “Oitenta e sete”, eu digo, somando meus pontos.
           “Sorte”, ele diz.
           “Você não sabe o que é sorte”, eu digo. “Sorte de principiante. Veja no dicionário”.
           “Exatamente”.
           Estou cansada de ser tratada como uma criança. Queria ser grande. Queria sentar ao lado do fogo e ser chamada para jantar e desenhar triângulos, lamber a ponta de lápis especiais, sentar atrás do volante do carro e ter alguém para abrir portões para que eu pudesse entrar com o carro. Vrum! Vrum! Eu cuidaria do carro, faria um adesivo de para-choque dizendo: “CUIDADO, OVELHAS A BORDO”.
           Naquela noite nos arrumamos. Mamãe veste um vestido vermelho-escuro, da cor da vaca de chifre curto. Sua pele é sardenta como se alguém tivesse mergulhado um pincel em tinta e espirrado nela. Pede para que eu feche seu colar de pérolas. Eu costumava ficar de pé na cama para fazer isso, mas agora eu sou alta, a menina mais alta da minha sala; o professor nos mediu. Mamãe é alta e magra, mas a pele de sua mão é grossa. Pergunto-me se um dia ela vai parecer-se com Bridie Knox, se tornar parte homem, parte mulher.
           O pai não se arruma. Nunca fiquei sabendo que ele tomasse banho ou lavasse o cabelo, ele só muda seu chapéu e sapatos. Agora ele coloca seu chapéu bom na cabeça e calça seus sapatos. São os grandes sapatos pretos que ele comprou quando vendeu o presunto de Suffolk. Tem dificuldade com os cadarços e acha difícil fazer o laço. Seamus veste uma blusa verde com ombreiras, calças pretas com pernas como tubos e botas de caubói para parecer mais alto.
           “Não tropece em seu salto alto”, eu digo.
           Entramos no Volkswagen, eu e Seamus atrás e mamãe e o pai à frente. Mesmo que eu tenha lavado o carro, consigo sentir cheiro de bosta de ovelha, um odor fraco e pungente que sempre nos leva para nossas origens. O pai liga o limpador de para-brisa; só há um, e ele arranha e limpa a neve. Corvos se levantam das árvores, soltando gritos estridentes e famintos. Por não ter portas atrás, mamãe levanta para abrir os portões. Acho que ela está linda com suas pérolas em volta do pescoço e sua saia vermelha balançando quando ela se movimenta. Queria que meu pai saísse do carro, que a neve caísse nele, não em minha mãe em suas roupas boas. Já vi outros pais segurando os casacos de suas mulheres, segurando portas, perguntando se elas queriam algo da loja, trazendo para casa barras de chocolate e peras maduras até mesmo quando elas dizem que não.
           Spellman Hall fica no meio de um estacionamento, um arco de bulbos multicoloridos simples em volta de uma placa torta de “Feliz Natal” em cima da porta. Por dentro é tão grande quanto um armazém, com um chão escorregadio de madeira e bancos perto das paredes. Luzes estranhas faziam qualquer roupa branca ficar deslumbrante. Era incrível. Posso ver o sutiã da dona da banca de jornais através de sua blusa e penugem como neve na calça do leiloeiro. O contador tem um olho preto e uma blusa feita de diamantes cinzas e brancos. Acima, um globo de pedaços de vidro brilha e gira lentamente. No topo do salão de baile há uma mesa com tampo de fórmica cheia de limonada e refresco de laranja, biscoitos de creme e Tayto sabor queijo e cebola. A mulher do açougueiro está atrás da mesa, entregando os canudos e pegando o dinheiro. Muitas das mulheres que conheço das minhas viagens pelo interior estão lá: Bridie com seu batom vermelho-vivo; Sarah Combs, que justamente semana passada encorajou meu pai a tomar um copo de xerez e me deu bolo velho enquanto o levava para a sala de estar para mostrar a ele seus móveis novos; a senhorita Emma Jenkins, que sempre faz fritura e toma café em vez de chá e nunca tem um doce na casa devido a seus problemas gástricos.
           No palco, homens em blazers vermelhos e gravatas-borboleta listradas tocam bateria, violões, assopram trompetes, e os Nervosos Moran estão à frente, cantando “My Lovely Leitrim”. Mamãe e eu somos as primeiras na pista de dança para a valsa e, quando a música acaba, ela dança com Seamus. Meu pai dança com as mulheres das estradas. Pergunto-me como ele pode dançar daquele jeito, mas não pode abrir portões. Seamus dança jazz com garotas adolescentes que ele conhece da escola profissionalizante, mãos para cima, bunda para trás, e as garotas girando como fogo. Homens velhos acima de trinta anos me chamam para dançar.
           “Vai tentar um passinho?”, eles dizem. Ou: “Que tal uma meia-dança?”
           Eles dizem que meus pés são leves.
           “Cristo, você é como uma pena”, eles dizem, e me conduzem em meio a meus paços.
           Na “Paul Jones” a música para e eu fico presa com um fazendeiro que cheira azedo como o uísque que fazemos os carneiros doentes beberem na primavera, mas o jovem que empurra o gado em volta da baia no mercado se intromete e me resgata.
           “Não ligue para ele”, diz. “Ele acha que é bom demais”.
           Ele cheira cordas, novas galvanizes, produto de limpeza.
           Depois da meia-dança eu fico com sede e mamãe me dá cinquenta centavos para a limonada e bilhetes de rifa. Uma valsa lenta começa e o pai vai até Sarah Cross, que se levanta do banco e tira sua jaqueta. Os ombros dela estão descobertos, consigo ver o topo de seus seios. Mamãe está sentada com sua bolsa de mão em seu colo, observando. Há algo triste em mamãe esta noite; é como quando uma vaca morre e o caminhão vem para buscá-la. Alguma coisa que não entendo completamente está acontecendo, como se uma nuvem negra estivesse chegado e pudesse estourar e causar destruição. Vou até ela e ofereço minha limonada, mas ela só toma um pequeno, delicado gole e me agradece. Dou a ela metade de meus bilhetes de rifa, mas ela não se importa. Meu pai envolve Sarah Combs em seus braços, dançando lentamente como se lentidão fosse o que ele deseja. Seamus está apoiado na parede de trás com suas mãos em seus bolsos, sorrindo para a loira que emporcalha o banheiro das mulheres.
           “Fale para o pai parar”.
           “Quê?”, ele diz.
           “Fale para o pai parar”.
           “Por que eu faria isso?”, ele diz.
           “E você é o inteligente da família”, eu falo. “Seu merda”.
           Eu caminho pela pista de dança e cutuco as costas de Sarah Combs. Cutuco uma costela. Ela se vira, seu largo cinto brilhando na luz que está se espalhando pelo globo acima de nossas cabeças.
           “Licença”, eu digo, como se fosse perguntar as horas a ela.
           “Hihi”, ela diz, olhando para mim. Seus globos oculares são partidos como o bule de chá em nossa gaveta.
           “Quero dançar com papai”.
           Com a palavra “papai” o rosto dela muda e ela solta as mãos do meu pai. Eu assumo. O homem no palco está assoprando seu trompete agora. Meu pai segura minha mão bem forte, como punição. Posso ver minha mãe no banco, abrindo sua bolsa para pegar um lenço. Então ela vai ao banheiro. Há um sentimento de ódio em volta do pai. Entendo que ele está desesperado, mas não ligo. Pela primeira vez na vida eu tenho algum poder. Posso me intrometer e assumir, resgatar e ser resgatada.
           Há uma algazarra geral perto da meia-noite. Todos estão na pista, joelhos curvados, bolsas de mão se mexendo. Os Nervosos Moran contam os segundos para o Ano Novo e então há beijos e abraços. Homens estranhos me apertam, me beijam como se estivessem sedentos e eu fosse água.
           Meus pais não se beijam. Toda a minha vida, tanto quanto eu me lembro, nunca vi eles se tocarem. Uma vez eu levei uma amiga para o andar de cima para mostrar a casa.
           “Este é o quarto de mamãe”, eu disse. “E este é o quarto de papai”.
           “Seus pais não dormem na mesma cama?”, ela disse em uma voz de puro espanto.
           A banda volta ao ritmo. “Oh hokey, hokey, pockey!”
           “Trabalhe nos perus do jantar, bata os pudins de ameixa!”, gritam os Nervosos Moran e até mesmo os exibidos do salão desistem de seus pares e giram e se mexem pela pista, e eu vibro por aí e esbarro minhas costelas nas costas do rapaz do mercado e termino dançando com um estranho.
           Todo mundo fica em pé para o hino nacional. O pai está secando sua testa com um lenço e Seamus está descansando porque não está acostumado com exercício. As luzes se acendem e nada mais é o mesmo. As pessoas estão com o rosto vermelho e suadas; tudo volta ao normal. O leiloeiro assume o microfone e agradece várias pessoas diferentes, e então leiloa um bezerro Charolais e um bode e lotes de chá e açúcar e pão doce e geleia, pudins de ameixa e tortas de carne. Há bolinhas de merda onde o bode ficou e eu me pergunto quem vai limpar aquilo. Não até o fim, até que o sorteio da rifa aconteça. O leiloeiro segura a caixa de papelão com os canhotos para a loira.
           “Cave fundo”, ele diz. “Sem olhar. Primeiro prêmio é uma garrafa de uísque”.
           Ela espera um pouco, esperando atenção.
           “Vamos”, ele diz, “boa garota, não é o sorteio”.
           Ela entrega o bilhete a ele.
           “É um – que cor você diria que é, Jimmy? É um bilhete cor de salmão, número setecentos e vinte e cinco. Sete dois cinco. Número de série 3X429H. Vou repetir”.
           Não é o meu, mas estou perto. Não quero o uísque mesmo; seria guardado para os cabritos. Eu prefiro uma caixa de biscoitos de chá da tarde que vem depois. Há um movimento geral, uma busca em bolsas de mão, bolsos de trás. O leiloeiro fala os números algumas vezes e parece que ele vai ter que tirar outro quando mamãe se levanta de seu assento. Cabeça erguida, ela caminha em linha reta. Um espaço se abre na multidão; as pessoas a deixam passar. Seus novos sapatos de salto dizem cléque-cléque no chão liso e sua saia vermelha está se mexendo. Nunca a vi assim. Geralmente ela é muito tímida, me dá os bilhetes e eu corro para pegar os prêmios.
           “Você quer um gole da bebida, dona?”, o Nervoso Moran diz, lendo o bilhete. “Certeza que te deixaria aquecida numa noite como essa. Nenhuma mulher precisa de um homem se toma um gole de Power. Não é? Sete vinte e cinco, é esse mesmo”.
           Minha mãe está de pé em suas roupas elegantes e está tudo errado. Ela não pertence àquele lugar.
           “Vamos conferir o número de série agora”, ele diz, “se retirando. “Desculpe, dona, número de série errado. O maridão poderá te manter aquecida esta noite. Voltamos ao sorteio”.
           Minha mãe se vira e caminha cléque-cléque de volta no piso liso, com todos sabendo que ela pensou que tinha ganhado, mas não ganhou. E de repente ela não está mais andando, mas correndo, correndo na luz branca, passando o vestiário, em direção à porta, seu cabelo voando como o rabo de um cavalo atrás dela.
           Lá fora no estacionamento a neve acumulou na grama pisoteada, nas sempre verdes árvores, mas o asfalto está molhado e brilhante com as luzes dos carros saindo. A luz forte e inabalável da lua brilha sobre a terra. A mãe, Seamus e eu entramos no carro, esperando pelo pai. Não podemos ligar o motor porque o pai está com as chaves. Meus pés estão frios como pedra. Uma nuvem de gordura sai da porta aberta da van de batata frita, uma salsicha gorda e marrom pintada na lataria. Em nossa volta pessoas estão partindo, dizendo tchau, dizendo: “Boa noite!” e “Feliz Ano Novo!”. Estão pegando suas batatas fritas e indo embora.
           A van de batata frita fechou sua porta e o estacionamento está vazio quando o pai sai. Ele senta no banco do motorista, a ignição liga, um barulho e então vamos, subindo a colina fora da vila, fazendo as curvas pelas estradas estreitas a caminho de casa.
           “Aquela não era uma banda ruim”, o pai diz.
           Mamãe nada diz.
           “Quer dizer, tinha um pouco de vida naquela banda”. Mais alto dessa vez.
           Mamãe ainda não diz nada.
           Meu pai começa a cantar “Far Away in Australia”. Ele sempre canta quando está bravo, deixa transparecer que está de bom humor quando se enfurece. As luzes da cidade estão atrás de nós agora. Passamos casas com velas acesas nas janelas, lâmpadas piscando nas árvores de natal, folhas de jornal mantidas nos para-brisas dos carros. O pai para de cantar antes do fim da música.
           “Cê viu alguma belezinha no salão, Seamus?”
           “Nada que me deixasse louco”.
           “Aquela loira era bacana”.
           Penso no mercado, todos os homens nas baias dando lances em novilhas e ovelhas. Penso em Sarah Combs e como ela sempre cheira grama quando vamos à sua casa.
           Os galhos da castanheira ao fim de nossa alameda estão cheios de neve. O pai para o carro e nós rodamos um pouco para trás até que ele coloca seu pé no freio. Está esperando mamãe sair e abrir os portões.
           “Cê tá com dor?”, ele diz a ela.
           Ela olha fixamente para a frente.
           “A porta está emperrada ou o quê?”, ele diz.
           “Abra você mesmo”.
           Ele passa por ela e abre a porta dela, mas ela bate a porta.
           “Vá lá e abra aquele portão!”, ele late para mim.
           Alguma coisa me diz para não me mover.
           “Seamus!”, ele grita. “Seamus!”
           Não há um pio de nenhum de nós.
           “Por Jesuuuus”, ele diz.
           Estou com medo. Lá fora, o canto da minha placa “Por aqui, Papai Noel” soltou; o papelão encharcado voa no vento. O pai vira para minha mãe, sua voz cheia de veneno.
           “E você andando em seus enfeites na frente de todos os vizinhos, achando que ganhou o primeiro prêmio da rifa”. Ele ri e abre sua porta. “Correndo como uma cigana do salão”.
           Ele sai e há raiva em seus passos., como se ele estivesse andando em cima de carvão quente. Canta: “Far Away in Australia!”. Ele está chegando, tirando o arame do portão, quando uma rajada de vento arranca seu chapéu. Os portões se abrem de vez. Ele se inclina para pegar seu chapéu, mas o vento o empurra para mais longe de seu alcance. Ele dá mais alguns passos para pegar, mas novamente o vento sopra o chapéu para longe. Penso no Papai Noel usando o mesmo papel de presente que usamos e então eu entendo. Há somente uma explicação óbvia.
           Meu pai está ficando menor. Parece que as árvores estão se movendo, a castanheira, cujas mãos verdes nos abrigam no verão, está se afastando. Então eu percebo que é o carro. Estamos rodando, deslizando para trás. Sem freio de mão e eu não estou lá fora para colocar uma pedra atrás da roda. É quando mamãe senta no banco do motorista e coloca seu pé no freio. Paramos de ir para trás. Ela acelera o motor e coloca a primeira marcha. A embreagem reclama – ela não tinha apertado o pedal o suficiente – mas então ouvimos um barulho e estamos nos movendo. Mamãe está nos levando para frente, passando a placa do Papai Noel e meu pai, que parou de cantar, pelos portões abertos. Ela nos leva pelas árvores cobertas de neve. Posso sentir o cheiro dos pinheiros. Quando olho para trás, meu pai está de pé observando as luzes de freio. A neve está caindo nele, em sua cabeça descoberta, e tudo o que ele pode fazer é ficar lá, segurando seu chapéu.
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renatosampaio101 · 5 years
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Projeto Nasser: um carro em homenagem a Roberto Nasser
Há exatos 12 meses, parou o coração do jornalista Roberto Nasser, que durante 72 anos bateu pelos automóveis. O “Doutor Nasser”, como era conhecido, era advogado por formação, mas a profissão que exercia por paixão era o jornalismo especializado. Além disso, Nasser esteve envolvido com diversos outros projetos na área. E por toda sua contribuição para a evolução do setor, ele ganhou um carro que homenageia seu nome, o Projeto Nasser.
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Roberto Nasser, em entrevista sobre a competição de carros antigos London to Brighton, em 1998
A história é comprida: em 2006, o designer industrial João Paulo Cunha Melo estava se formando na faculdade, e o fez ambiciosamente. Seu trabalho de conclusão de curso era um projeto de reconstrução do clássico esportivo brasileiro, Willys Interlagos. A ideia fez tanto sucesso que, segundo Melo, chamou atenção até do outro lado do mundo.
“Recebi e-mails do México e Rússia, de pessoas querendo encomendar o carro”, conta ele. Para divulgar a ideia, o designer também entrou em contato com diversos jornalistas, e um deles foi Roberto Nasser. A partir de então, o especialista passou a dar seu apoio para que ela se tornasse realidade.
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Projeto Nasser tem símbolo inspirado em uma gravata borboleta, acessório imortalizado por Roberto Nasser
Até falecer, ele manteve contato, relata o designer, acompanhando o andamento do que será a Willys Berlineta. Assim, no último janeiro, quando teve a ideia de um novo veículo, Melo não pensou duas vezes, e o batizou de Projeto Nasser, em homenagem à lenda do mundo automotivo que tanto lhe apoiou.
Projeto Nasser será feito sob demanda
Assim como o Berlineta, a novidade tem um diferencial em relação às opções no mercado: o de ser vendida sob demanda, dispensando o investimento em estruturas fabris. A ideia de Melo é que os interessados encomendem um veículo, que então será montado de acordo as especificações.
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Renderização do carro esportivo Projeto Nasser (João Paulo Cunha Melo | Divulgação)
“Também apliquei meu conhecimento de engenharia da indústria automobilística, fazendo um projeto em software 3D que respeita as exigências técnicas de design para desenvolver um produto de qualidade”, detalha Melo, que já trabalhou na Fiat e hoje atua junto à fabricante de ônibus, Marcopolo.
A proposta do Projeto Nasser também possibilita a personalização de acordo com preferências do proprietário, que pode escolher entre sistemas de transmissão, motores e demais componentes. No capô, um ícone: o símbolo do veículo é uma releitura da gravata borboleta, acessório imortalizado por Roberto Nasser.
Roberto Nasser: o homem do carro
A única coisa que permanece igual é o chassi – também o mesmo do Willys Berlineta – e a carroceria, feita com fibra de vidro com componentes de fibra de carbono. Por ser um veículo voltado para pistas e track day, dispensando exigências legais como airbags e estruturas de proteção, ele também é muito leve, com peso estimado em 750 quilos.
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Além disso, o Projeto Nasser tem tração traseira, com motor central-traseiro, otimizando a estabilidade para uso esportivo. O propulsor também pode ser escolhido pelo dono. “No espaço para o motor caberia até um V8, embora um 2.0 turbo já seja mais do que suficiente”, explica o criador do veículo.
Ele seria preparado para desenvolver 300 cavalos de potência. A carroceria do modelo tem 1,14 metros de altura, 1,91 m de largura e 4,11 m de comprimento, com 2,5 m de distância entre eixos. Você pode saber mais no site oficial do Projeto Nasser.
Roberto Nasser, criador do Museu do Automóvel de Brasília
A homenagem que o Projeto Nasser representa é merecida, já que o jornalista José Roberto Nasser Silva esteve envolvido em diversos aspectos do automobilismo brasileiro. Seu irmão, Luiz Cláudio Nasser, conta que seu envolvimento era fruto de uma grande paixão.
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(Tripadvisor | Reprodução)
“Desde criança, ele tinha paixão pelos automóveis e sabia identificar o modelo dos carros pelo barulho”, lembra Luiz Cláudio. O irmão também conta que Brasília (DF), cidade onde moravam desde a infância, fomentava o interesse, que se desenvolveu entre os moradores da região pouco habitada, mas com vias bem estruturadas, que propiciavam espaço ideal para as corridas.
Logo, Roberto Nasser estava escrevendo colunas para o Correio Brasiliense, publicação na ativa até hoje. Em 2004, através do apoio de amigos proeminentes na capital, ele teve a ideia de abrir um museu para expor carros antigos, categoria que muito apreciava, com destaque para os brasileiros.
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Museu do Automóvel de Brasília (Autossegredos | Reprodução)
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(Autossegredos | Reprodução)
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(Autossegredos | Reprodução)
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(Autossegredos | Reprodução)
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(Reprodução da internet)
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(Tripadvisor | Reprodução)
Assim, ele conseguiu o apoio do Ministério dos Transportes, que lhe disponibilizou um espaço, onde exibia sua pequena coleção. “Ele ia garimpando aos poucos, já que não tinha muito dinheiro, até que um dia amealhou um acervo de carros não acabados que eram curiosidades da história automobilística”, relembra Luiz Cláudio.
Esses exemplares, junto a outros cedidos por colecionadores, fábricas, fundações e governos estaduais, representavam o acervo do Museu do Automóvel de Brasília. Junto às instalações, Roberto Nasser também criou a Fundação Memória do Transporte, que administrava o museu.
Placa preta, importação de antigos e as competições
O jornalista também foi responsável por trazer a placa preta para o Brasil, incentivando a criação da legislação referente, de 1998. Com ela, veículos com 30 anos ou mais que, mediante vistoria, cumpram diversos critérios de originalidade, podem desfrutar de tratamento diferenciado.
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Roberto Nasser e Boris Feldman na London to Brighton de 1998
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Roberto Nasser e sua clássica gravata borboleta
Uma vez com ela, o carro fica isento da cobrança do IPVA, além de ser dispensado das exigências de equipamentos de segurança que regem os veículos modernos, como a presença de cintos de segurança e airbags.
Além disso, Roberto Nasser incentivou a criação de uma lei que permitisse a importação de carros usados, o que era proibido até então. Graças a ele, colecionadores e entusiastas de carros antigos podem importar modelos fabricados há mais de 30 anos.
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Criador, também, do termo  “antigomobilismo”, a paixão de Nasser pelos antigos o levou a várias competições do gênero pelo mundo. Uma delas foi a London to Brighton de 1998, que correu com o também grande jornalista, colega e amigo, Boris Feldman. Em um Peugeot Typ 26 de 1901, eles enfrentaram a aventura. Veja a disputa no vídeo acima.
“A burocracia venceu a cultura”
Atualmente, Luiz Cláudio continua enfrentando uma briga que começou quando seu irmão ainda vivia: o governo interditou o Museu do Automóvel de Brasília em 2012. E a razão dada foi de precisar do local para armazenar um arquivo morto, coisa de pouca importância se comparada ao espaço de exibição.
“Estamos proibidos de funcionar, com ordem de despejo decretada, mas um juiz também exigiu que o governo propusesse uma solução para transferir nosso acervo”, explica o irmão de Roberto Nasser. Assim, o museu está em um impasse há sete anos, sem sinal de poder voltar a funcionar.
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Ele relata que governo entra, governo sai, as autoridades dizem que vão tomar uma atitude e resolver o problema, mas isso nunca acontece. A situação foi fonte de tamanha frustração para o irmão, Roberto, que este sempre dizia, “a burocracia venceu a cultura”, lembra Luiz Cláudio.
Todos os amantes do automobilismo, da história e da cultura, aguardam por uma solução. Enquanto isso, a memória de Roberto Nasser é homenageada, mais uma vez, pelo Projeto Nasser, neste primeiro aniversário da perda de um ícone, colega e amigo de tantos.
Conheça o canal do AutoPapo no YouTube com dicas, avaliações e notícias comentadas por Boris Feldman
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alvaromatias1000 · 4 years
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Peugeot Hoggar – defeitos e problemas
A Peugeot Hoggar foi uma picape leve lançada pela marca francesa em 2009 e que seguiu no mercado nacional até 2014, durando assim apenas cinco anos. Foi uma tentativa fracassada de se estabelecer nesse segmento.
Com boa capacidade de carga (660 kg), a Hoggar tinha uma caçamba bem larga e volumosa, tendo ainda como característica uma frente baixa e larga, oriunda do projeto do Peugeot 206, que havia recebido um facelift para 207.
Incluindo uma versão esportiva Escapade, a Hoggar foi vendida com motores 1.4 8V de 82 cavalos e 1.6 16V de até 113 cavalos, além de transmissão manual de cinco marchas.
Medindo 4,526 m de comprimento, 1,668 m de largura, 1,524 m de altura e 2,745 m de entre eixos, a Peugeot Hoggar pesava até 1.256 kg. O modelo concorreu com VW Saveiro, Fiat Strada, Chevrolet Montana e Ford Courier.
Apreciada por sua boa capacidade de carga e caçamba volumosa, a Hoggar também é citada pela pouca manutenção apresentada, segundo muitos relatos na internet.
Diferentemente de outros modelos da marca francesa, a picape leve apresenta um histórico bom para os proprietários.
Ainda assim, existem alguns defeitos e problemas relatados, poucos, mas estão presentes. Entre eles, podemos citar casos relativos à suspensão, vazamentos de fluidos, tampa da caçamba e também ao acabamento interno.
Peugeot Hoggar – defeitos e problemas
A Peugeot Hoggar tem alguns relatos sobre defeitos e problemas. Alguns são relacionados com os componentes da suspensão.
Os depoimentos falam de barulhos e baixa resistência de componentes do conjunto dianteiro, que é considerada por alguns como “frágil”.
Buchas, pivôs e batentes com desgaste prematuro, alguns ainda nas primeiras revisões e com baixa quilometragem atrabuída.
Também falam de coxins do motor com defeito, sendo que um proprietário fala até em 7 km após a saída da revenda, fazendo o motor vibrar demais.
Outros relatos falam de vibração excessiva, também com relação aos coxins quebrados.
Relatam ainda que o conjunto tem um custo de reparação muito caro, o que certamente estimula a aquisição de peças paralelas mais baratas e de qualidade duvidosa.
Lubrificante
Diferentemente de alguns carros da marca, a Peugeot Hoggar não tem relatos encontrados de alto consumo de óleo lubrificante, mesmo essa usando os mesmos motores dos demais modelos do fabricante francês.
O problema já é conhecido entre os carros da marca, com nível reduzindo rapidamente entre as revisões, assustando muitos donos que esperam o intervalo para fazer a troca. Na Hoggar, porém, não existem informações sobre isso.
Contudo, existem vazamentos de óleo lubrificante atribuídos à picape, sendo que um proprietário indicou que o mesmo ocorrera a partir do sensor de temperatura do óleo.
Além disso, a caixa de câmbio manual também não está imune ao vazamento, com alguns relatos dizendo que o mesmo aconteceu ainda em baixa quilometragem.
Um proprietário de Hoggar indicou esse problema antes de 32.000 km, enquanto outro apontou que o defeito estaria no retentor da caixa de transmissão manual.
Direção
Existem relatos falando ainda da direção hidráulica com vazamento e defeito no compressor do fluído da Peugeot Hoggar.
Um dono disse que o tubo do sistema chegou a furar. Outro mencionou que bastou pegar uma estrada com barro e o sistema hidráulico quebrou sem motivo aparente.
A Peugeot chegou a fazer duas chamadas de recall para a direção hidráulica da Hoggar. O primeiro foi feito em 1 de janeiro de 2010, envolvendo ainda o modelo 207.
Tratava-se da bomba da direção hidráulica, que ao longo do tempo, poderia apresentar endurecimento do volante e possível (em casos raros, segundo a marca) vazamento de fluido.
Na mesma ocasião, outro problema relativo à direção hidráulica gerou um segundo recall. Nesse caso, teria sido detectada “má aplicação do torque de fixação dos parafusos do suporte do alternador na bomba”.
Ao longo do tempo, o defeito poderia gerar até o rompimento do suporte e do sistema, chegando mesmo à perda de assistência hidráulica na direção.
O problema ainda afetaria o alternador, cujo suporte fica na bomba, sendo que a solução foi a substituição do suporte para os dois acessórios presos ao motor e realinhamento das polias e correias, resolvendo assim a questão.
Além de vazamentos do sistema hidráulico, alguns proprietários da Hoggar falam de desgaste excessivo e prematuro da bucha das buchas da direção.
Nos relatos, um proprietário chegou a resolver o problema com borracha de trator. Outros também apontaram esse defeito no sistema de direção da picape leve da Peugeot.
Além do conjunto de direção, falam ainda de desgaste excessivo de pneus, mais especialmente no eixo traseiro. Um dono de Hoggar chegou a mencionar que lhe fora recomendado pela marca mudar o perfil do pneu para resolver o problema.
Tampa da caçamba
Um item elogiado por alguns, devido a praticidade em ser retirada quando necessário (inclusive cabendo atrás dos bancos), a tampa da caçamba da Peugeot Hoggar é tida como tendo um grave defeito na visão de muitos donos.
O problema da tampa traseira estaria relacionado com o sistema de travamento da mesma. Segundo alguns donos, a peça simplesmente pode ficar travada, impedindo sua abertura de forma normal.
Mesmo com algum esforço e tentativa caseira, a mesma só pode ser reaberta novamente na concessionária ou oficina especializada, dando assim enorme dor de cabeça.
Um proprietário de Hoggar disse que se ela ficar desregulada, pode abrir sozinha durante a condução e não tem molas de amortecimento.
Ele relata que o efeito sonoro é como de uma batida na traseira, devido ao deslocamento da mesma, que é considerada pesada, além de problemática na visão de outro dono de Hoggar.
Nunca houve um recall relacionado com a fechadura da tampa da caçamba da Peugeot Hoggar.
Barulhos internos
Alguns donos da picape Peugeot Hoggar relatam barulhos excessivos no interior da picape. Falam que o acabamento possui peças plásticas que se soltam com facilidade, gerando ruídos.
Um proprietário disse que em pisos irregulares, o nível de ruído gerado por peças soltas ou mal fixadas é enorme, provocando enorme desconforto. Outro chegou a dizer que até superam o som do motor.
Recall
Tirando as duas chamadas relacionadas com a direção hidráulica, a Peugeot Hoggar não teve outro recall oficializado pela marca francesa, o que não impede de ter tido ordens de serviço específicas para a rede de concessionárias.
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alvaromatias1000 · 4 years
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Fiat Stilo – defeitos e problemas
O Fiat Stilo foi um hatch médio que a marca italiana produziu aqui entre 2002 e 2010, sendo sucessor do Brava e substituído depois pelo Bravo. Seguiu uma linhagem iniciada com o Tipo e que acabou neste último.
Com visual chamativo por sua grande área envidraçada e recursos como o teto solar panorâmico de múltiplos vidros Sky Window, além de sua gama de motores variada.
Aqui, o Stilo não teve a variante perua, que ficou conhecida posteriormente como Croma, adotando o nome do famoso sedã italiano. Teve motores GM durante sua vida, sendo o 1.8 8V de 103 cavalos ou até 114 cavalos (Flex).
Também empregou um GM 1.8 16V com 122 cavalos, mas também ousou uma obra de casa, o temido Fivetech 2.4 20V com 167 cavalos. Perdeu de nunca oferecer um câmbio automático, apenas o automatizado Dualogic.
E o que os donos de Fiat Stilo relatam de defeitos e problemas? Os mais relatos são aqueles considerados crônicos do hatch italiano, sendo eles o teto solar Sky Window e o câmbio automatizado Dualogic.
Fiat Stilo – defeitos e problemas
Alguns proprietários do Fiat Stilo reclamam que, entre os defeitos e problemas do hatch médio fabricado em Betim, teto solar e câmbio automatizado são os mais indicados. Existem outros mencionados com alguma frequência também.
Nesse caso, um dos itens que mais chamavam atenção no Fiat Stilo era exatamente um dos mais problemáticos no modelo, o teto solar Sky Window.
Com múltiplas lâminas, o dispositivo de abertura do teto de vidro gera barulhos e se desregulava, impedindo que os quatro vidros fiquem totalmente alinhados, permitindo assim entrada de água e poeira.
Alguns donos dizem que a manutenção do mesmo é bem cara e que há casos extremos, como um cliente que chegou a ter orçamento de R$ 12.000. O mesmo disse que fez o reparo em um especialista em teto, ficando assim em R$ 1.800.
Na internet, vários são os relatos de problemas no Sky Window e existem até tutoriais sobre o assunto na rede. Quando surgiu, era realmente um dispositivo muito atraente pela comodidade e visual quando aberto.
Dualogic
Outro problema que se abate sobre o Fiat Stilo, na opinião de muitos donos é o câmbio automatizado Dualogic com cinco marchas. O sistema que trocas as marchas e aciona a embreagem da transmissão mecânica é tido como problemático.
Alguns donos falam que ele trava as marchas, reduz de forma errada, prende em uma determinada marcha ou simplesmente não engata algumas delas, gerando ainda trancos e buracos entre as trocas.
Outros donos disseram que buscaram ajuda na assistência técnica das concessionárias, mas que não conseguiram resolver o problema. Tem proprietário que partiu para troca do módulo de comando.
Também existem casos de defeitos no próprio sistema eletro-mecânico de acionamento, mas sem maiores detalhes relatados pelos proprietários. Atualização do sistema ajudou alguns.
Suspensão e tampa do tanque
Alguns donos do Fiat Stilo relataram ainda que a suspensão dianteira (assim como a traseira) é uma fonte de ruídos e problemas. Os defeitos estariam nas buchas de suspensão, consideradas de baixa vida útil.
Muitos são aqueles que reclamam do problema, efetuando trocas precoces em buchas e batentes, assim como das famosas bieletas, que também precisam de substituição frequente.
A suspensão traseira também é outra fonte de ruído, mas sendo comentada como fazendo barulho com o carro cheio, tendo duas ou três pessoas no banco traseiro.
Reclamam ainda de ruídos e vidração no sistema de direção, alguns trocando até a caixa nesse processo. O sistema tem assistência elétrica e com a função City, que permite deixar o volante bem mais leve.
Outros defeitos
Um item que chama bastante atenção no Fiat Stilo, em relação aos seus defeitos e problemas, é a tampa do bocal de combustível, que apresenta falha ao abrir para reabastecimento.
O problema não é exclusividade do Stilo na gama Fiat, sendo que alguns modelos possuem uma cordinha para alguma eventualidade, sendo esta no compartimento de bagagem.
A maioria dos relatos são de resolução do problema na concessionária e ainda durante a garantia, durando em média um dia de carro parado na revenda autorizada.
Outros donos falam de problemas com o quebra-sol, alguns falam que o protetor visual estava solto ou mesmo abrindo, sendo o defeito resolvido na rede de concessionárias.
O ar condicionado também aparece como outro defeito muito comentado entre os donos de Fiat Stilo, que reclamam de falhas no funcionamento ou simplesmente sua desativação.
Recall
O Fiat Stilo teve como recall mais famoso o cubo de roda traseira, que teria provocado alguns acidentes no Brasil, sendo registrados 30 como suspeita do componente, sendo que 8 foram efetivamente comprovados.
A Fiat chegou a ser multada em R$ 3 milhões por causa do defeito, que é considerado extremamente grave, colocando em risco a integridade dos ocupantes e de terceiros. A decisão judicial virou uma batalha nos tribunais com recurso da marca.
Outro recall é em relação ao sistema de direção do Stilo Abarth 2004, sendo o mesmo convocado a partir de 2005. O risco era de inoperância durante a manobra, exigindo assim a troca do componente, que pode ocasionar um acidente.
Apesar de ser bem elogiado por boa parte dos donos, inclusive em relação ao desempenho e visual, o hatch sofreu muito com a falta de um câmbio automático e opção de um teto solar menos problemático.
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alvaromatias1000 · 4 years
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Peugeot 408 – defeitos e problemas
O Peugeot 408 – Defeitos e problemas – foi um sedã médio que a marca francesa vendeu no Brasil em anos recentes e que era fabricado na Argentina, tendo aqui versões com motores 2.0 16V e 1.6 THP.
Vendido entre 2011 e 2019, o 408 foi um sedã apreciado por seu estilo e porte, que garantia um bom espaço interno, especialmente no banco de trás.
Também com porta-malas generoso, o sedã médio da Peugeot tinha um bom acabamento e detalhes que o tornavam bem atrativo aos consumidores que desejavam um carro bem completo e com preço competitivo.
Quando chegou, tinha motor 2.0 16V de 143 cavalos com gasolina e 151 cavalos com etanol, bem como transmissão manual ou automática de 4 marchas.
Outra opção que chegou ao mercado foi o motor 1.6 THP com 166 cavalos na gasolina e 173 cavalos no etanol, tendo igualmente transmissão automática, mas de seis velocidades.
E o que os donos de Peugeot 408 falam sobre defeitos e problemas de seus carros? Entre os itens mais mencionados, estão os crônicos da PSA, como corrente de comando do motor THP e as eletroválvulas do câmbio AL8 de 4 marchas.
Peugeot 408 – defeitos e problemas
Elegante, espaço e potente. O Peugeot 408 foi um sedã bem vistoso visualmente e em termos de conteúdo. Contudo, o sedã médio da marca francesa sofreu muito com pós-venda fraco e defeitos e problemas crônicos.
Embora muitos donos elogiem o carro na internet, outros tantos reclamam de vários problemas que tiveram com seus veículos, apontando não só os defeitos mais conhecidos, mas outros próprios do modelo.
Nos oito anos em que esteve no mercado nacional, o Peugeot 408 teve alguns recall´s e um deles foi referente à manta de isolamento térmico, que ficava embaixo do capô.
Com chamada para modelos acima de 2014, donos de unidades anteriores ao alvo do chamamento alegaram ter o mesmo problema, que resulta na manta encostar na turbina do motor 1.6 THP.
Eles relatam que a manta superaquece em contato com o turbocompressor, fazendo com que se queime, aumento o risco de um incêndio. Teve cliente que foi buscar reparação na concessionária e ouviu que o carro não estava no recall.
Da mesma forma, o problema não foi resolvido. A própria chamada da Peugeot alerta que a deformação da manta e seu contato com a turbina, podem resultar em incêndio. Em realidade, a marca fez duas chamadas para o mesmo defeito.
Outro recall foi do tubo de vácuo do freio, sendo que teve cliente se queixando do mesmo problema, com freio baixo e difícil de parar na distância certa.
Teve ainda chamada para o módulo de controle do motor, que deixava o pedal de freio sem assistência e o servo-freio, sendo este o penúltimo recall, tendo ainda outro da tubulação de combustível no motor.
Peugeot 408 – Crônicos
Sendo um produto PSA, o Peugeot 408 não teve como escapar dos problemas crônicos que se abatem sobre os carros das duas marcas francesas no Brasil.
Muitos donos de 408 relataram ruídos estranhos no motor THP, especialmente na “fase fria” do propulsor, logo na primeira partida, demorando algum tempo e depois cessando.
Os que acharam estranho, buscaram a rede autorizada, mas encontraram como resposta que o barulho era normal, característico do 1.6 THP. Já os mais desconfiados foram investigar e acabaram se deparando com inúmeros relatos.
O problema é bem conhecido e afetou vários donos de Peugeot 408, que tiveram de substituir o tensor de corrente de comando do propulsor da família Prince, que já deu muita dor de cabeça também em donos de MINI.
Alguns conseguiram a troca do tensor ainda na garantia, o que indica que o defeito não ocorre apenas em quilometragens elevadas. Teve relato com troca abaixo de 30 mil km.
Nos carros mais antigos, os donos de 408 arcaram com a troca, já que o kit é bastante conhecido no mercado de autopeças e nas oficinais de serviço. O problema é que, caso não seja trocado, colocará o motor fora de ponto, podendo parar.
Mas no THP, outro problema conhecido se abate sobre o 408, que é o vazamento de óleo na tampa de válvulas. Outros donos relataram o problema no topo do motor, cuja cobertura tem que ser trocada e com custo médio de R$ 850.
Alguns chegaram a trocar na garantia, inclusive um cliente disse que seu 408 vazava já com 10.000 km. Ou seja, praticamente na primeira revisão.
Também a “bomba de alta” é outro item do THP que outros donos de Peugeot 408 tiveram que resolver. Um deles chegou  a trocar a bomba de combustível de alta pressão, que fica junto ao motor, por duas vezes.
Esse é um defeito recorrente em carros da Peugeot, Citroën e DS com o motor THP. Por fim, ainda em relação ao propulsor, alguns proprietários do 408 apontaram a ruptura do duto de ar da turbina.
Isso fez com que o motor ficasse imediatamente fraco, já que o rotor não estava injetando a grande carga de ar-combustível sob pressão dentro das câmaras. Os problemas foram resolvidos com a troca do componente.
Câmbio automático
Os carros da PSA e Renault sofrem muito com o câmbio automático conhecido como AL4, que chegou a ser atualizado para AT8 que, a princípio, deveria dar menos problemas, como em seu emprego no Peugeot 408.
Acontece que alguns donos relataram defeitos no câmbio automático de seus carros, sendo que um deles teve seu 408 imobilizado simplesmente quando estava em território argentino.
Problemas com trancos, travamento de marchas e imobilização afetaram outros proprietários do Peugeot 408. O defeito nas eletroválvulas é o principal problema dessa transmissão.
Ela foi substituída pela caixa EAT6 de seis marchas, que deu ao sedã francês um desempenho melhor. Ainda assim, o número de relatos é menor, por exemplo que do Peugeot 308.
Peugeot 408 – Outros defeitos
O Peugeot 408 teve mais defeitos e problemas relatados pelos donos, sendo que um deles é a infiltração de água nas lanternas traseiras, sendo que a questão estaria relacionada com a vedação ruim do conjunto ótico traseiro.
Falando em vedação, as borrachas das portas é outra fonte de reclamação para alguns proprietários do sedã franco-argentino, que permite ainda o ingresso de água e poeira no habitáculo.
Alguns dizem que a qualidade das borrachas é muito ruim, ressecando em pouco tempo de uso do carro. Da mesma forma, falam que a inspeção de qualidade era bem ruim, não só na fábrica, como também na revenda.
Clientes indignados com portas desalinhadas já na entrega do produto e outros tendo que retornar ao revendedor meses depois para correção do alinhamento das mesmas.
Se o desalinhamento gera dor de cabeça, a direção do Peugeot 408 também. Outros donos falaram de problemas com o sistema assistido e tiveram que fazer reparos na rede, ainda na garantia, embora um deles tenha trocado duas vezes.
Ruídos ao esterçar e vibração foram relatadas, mas a maioria optou pela troca da caixa de direção. Também foram relatados barulhos internos (atrás do banco traseiro) e na suspensão, especialmente a dianteira, mas também na traseira.
O teto solar de alguns donos apresentou ruídos durante a operação, mas nenhum resolveu a questão. Outros questionam ainda a queima de faróis e até a abertura do capô em movimento.
Nesse caso, um cliente teve a pior experiência ao ver seu capô aberto numa ultrapassagem. Por pouco não foi um acidente fatal e o prejuízo ficou em R$ 4 mil, não cobertos pela Peugeot.
O mesmo ainda descobriu que outro 408 estava na mesma oficina da revenda, igualmente pelo mesmo motivo. Nunca houve um recall ou chamada internada da rede para o problema.
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