#acender a luz
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lidia-vasconcelos · 11 months ago
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Não deixe a luz se apagar... 💡🕯
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sunnybergamota · 2 years ago
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EITA COMO CHOVE NESSA CIDADE
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incerteza · 1 year ago
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Nem todas as teorias do mundo poderiam explicar a luz que se acende dentro do meu coração quando vejo o seu sorriso.
Sarah Lima.
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sunshyni · 23 days ago
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ㅤㅤㅤㅤㅤ"POÇÃO OU FEITIÇO?" ✦— L. H.
— Haechan ex!boyfriend × Leitora.
— categoria: smut (e enrolação porque vocês me conhecem).
— word count: 1302
— notinha da Sun: antes que vocês digam que é plágio KKKKKK Me inspirar na estética da @hansolsticio pra esse post foi estrategicamente planejado KKKKKKK A verdade, Solie, é que eu já tava há muito tempo com esse seu pedido na mente, mas nunca soube muito bem como desenvolver. Bom, até hoje KKKKKKKK Fiz uma fusão das maiorais “Poison” do Dream e ��Spell” do Seventeen. Afinal, como toda Glinda tem sua Elphaba, toda czennie tem sua carat 💚🩷
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Você não conseguia simplesmente ignorar sua respiração acelerada, a gotinha solitária de suor descer devagar pela sua espinha, molhando o collant preto. Haechan tinha parado de reclamar de cada passo seu. Na verdade, você sabia melhor do que ninguém que ele não estava somente te enchendo o saco. Em parte, sim, afinal vocês eram ex-namorados que teoricamente deveriam se odiar, mas não era exatamente o que acontecia. Haechan continuava te protegendo em segredo das garotas da escola de balé metidas a besta, que claramente tinham inveja da que elas chamavam de suburbana, e você continuava ficando até o último minuto no estúdio só pra tentar dividir o mesmo ônibus que ele, mesmo que, quando ele colocava os AirPods, sua atenção instantaneamente recaísse sobre a música nos seus ouvidos.
Já estava escuro quando vocês repassaram pela última vez o dueto que aprenderam quando ainda namoravam. Você fez de tudo para tentar mudar sua dupla, mas nenhum dos garotos tinha a facilidade que Haechan sempre teve de se conectar com você. Não era só sincronia; era conexão de almas.
Tanto você quanto Haechan já tinham trocado de roupa quando, de repente, a luz se fez ausente no estúdio, muito provavelmente devido à chuva torrencial que desabava lá fora, fazendo todo seu ânimo de retornar para casa desaparecer, porque você sabia que ficaria por um bom e precioso tempo estagnada no trânsito da cidade, e você já conseguia escutar as buzinas de gente estressada à distância.
— Tô com a chave do estúdio. Você tá com pressa? A gente pode ficar aqui e esperar um pouco — Haechan balançou o celular, fazendo a lanterna acender e te olhando, tentando manter a frieza nos olhos castanhos, mas você conseguia contemplar o tom chocolate derreter toda vez que ele direcionava o olhar para o seu, o que fez seu coração doer. Até pouco tempo atrás vocês eram feitos à luz um para o outro.
— Pode ser. — Você deu de ombros, como se não se importasse, mas os cabelos da franja dele, meio molhados devido ao fato de ele provavelmente ter lavado o rosto para organizar seus pensamentos condizentes a você, provocavam o mesmo nervosismo na sua barriga como na primeira vez que ficaram juntos no seu apartamento minúsculo.
Você se aproximou da barra em frente ao espelho de corpo inteiro. Não era como se estivessem no breu. A luz dos postes da rua e da lua lá fora iluminavam a sala. Certamente acontecera algo com o gerador do prédio para a luz estar demorando tanto para retornar.
Os dedos levemente ásperos e gelados de Haechan tocaram sua cintura com hesitação. Você sempre teve a postura impecável, mas, surpresa, ajeitou os ombros tentando endireitar-se quando sentiu-o abraçando-o de costas, cobrindo seu abdômen com a palma da mão, invadindo a camiseta larga que você combinara com a calça jeans. Ele escondia e esfregava o rosto na sua nuca, nos seus cabelos soltos que delineavam cachos abertos que o deixavam simplesmente maluco por você.
Ele ergueu os olhos, contemplou seu perfil pelo reflexo do espelho. Os olhos escuros, densos feito chocolate mesmo, daqueles 90% cacau, não transmitiam um desafio; pelo contrário, pareciam de um animal recém-domado, dóceis como os de um gatinho amável.
— Você sabia que eu tinha um encontro pra hoje, não é? Sua bruxa — Haechan te virou na direção dele tão rápido quanto ele te rodopiava no balé, as mãos contornando sua cintura, apertando, pressionando, sentindo você estremecer com o toque pesado e, ao mesmo tempo, gentil. Suas próprias mãos, mesmo ansiosas para tocá-lo fora de qualquer coreografia, permaneciam no ferro da barra, apertando cada vez mais, sentindo cada membro do seu corpo gradualmente perder as forças da sustentação.
Haechan não queria e nem era capaz de tirar os olhos de você nem por 1 segundo. Sendo assim, as pontinhas do cabelo meio molhado espetaram sua pele quando ele pôs a boca na sua clavícula, aproveitando a maleabilidade do tecido da camiseta que desceu, dando-o a liberdade para aspirar na sua pele, chupar a região, utilizar os dentes até se separar da sua derme e contemplá-la avermelhada.
Queria te marcar, mesmo sabendo que você não era mais dele.
— Foi só eu sentir esse seu perfume de novo pra ficar enfeitiçado — Você nem conseguia falar, sentia-se meio muda, mas suas mãos, suas mãos queriam senti-lo contra o toque e, quando o fez, tocando os braços, os bíceps e os ombros, sentiu Haechan se retesar e respirar fundo em resposta ao contato. — Porra... Você não faz ideia do quanto sinto sua falta.
— Sente? — Você questionou, os olhos pesados de tesão, e ele nem te tocara de um jeito sexual, pelo menos não até o momento. Haechan te virou de novo, te fez contemplar a si mesma e ele atrás de você, os braços envolvendo seu corpo de repente frágil, debilitado. Quando o Lee estava por perto, você precisava de um complemento que era exclusivamente ele, só ele.
— Todo dia — Ele beijou seu pescoço, te encarando pelo espelho, reconhecendo seus sinais, sua respiração acalorada que refletia na quantidade de vezes que você inspirava o ar no decorrer de 1 minuto, o coração acelerado que ele percebia só de encostar os lábios gordinhos sobre a pele do seu pescoço. A mão esquerda dele se alojou na sua cintura, enquanto a direita desceu pra sua calça jeans. Ele tirou o botão da sua casa utilizando somente o dedão e o indicador e desceu o zíper devagar. — Posso tocar uma pra você?
— Literalmente há alguns segundos atrás você tava dizendo que tava com saudades de mim, Haechan. Como você... — Você disse com um sorriso tímido. Ele sabia bem como te deixar constrangida, mas você costumava perder fácil a timidez, principalmente com as luzes apagadas. Então, quando ele inseriu o dedo médio, você revirou os olhos, pega de surpresa.
— Abre as pernas. — Você o fez, tão rápido quanto costumava corrigir a postura sempre quando era atingida por um bastão de balé por sua professora mais rígida na adolescência. Ele cobriu sua intimidade com a palma da mão enquanto o dedo médio te acertava suavemente, a fim de te instigar, esticar. Observava sua respiração, te beijava com doçura por onde sua boca conseguia alcançar. Ele se perdeu um pouco, com sua pulsação lá embaixo, o aperto nos agora dois dedos que iam e vinham. Ele te socava gentil, mas com a firmeza que um parceiro no balé deveria ter, e, quando você abriu a boca num gemido sem som, ele sorriu para o espelho, aumentando a velocidade, te fazendo tão dele que era difícil acreditar que vocês eram apenas ex-namorados.
— Senti sua falta também — Você admitiu, totalmente sem fôlego. Haechan sorriu, sem parar, sua mão praticamente te engolia.
— Engraçado você falar isso quando tô perto de te fazer gozar.
Você sorriu, os olhos quase fechados, as bochechas vermelhas, o coração acelerado. Sua mão segurou o braço dele, tentando fazê-lo parar antes que te superestimulasse. Afinal, você não sabia se conseguiria permanecer em pé sem que seus joelhos fraquejassem. Haechan cessou os movimentos gradualmente, te acalmando com beijinhos espalhados pela sua pele, afastando seu cabelo e prendendo-o com o próprio punho só pra beijar sua nuca.
— Pode me responder uma coisa, bruxinha? — Ele perguntou, olhando para você, agora de verdade. Te virou nos braços dele, envolvendo sua cintura com firmeza, te impedindo de cair de joelhos, mesmo que ele adorasse o ângulo.
— Não vou te impedir se eu disser não mesmo — Respondeu, com um brilho de brincadeira no olhar, e ele revirou os olhos, divertido.
— Foi poção ou feitiço?
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manoelt-finisterrae · 20 days ago
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dous / deux
Racha a espuma, nube gris desfai a luz, suspira o mar.
Vaga a néboa, o sol acende a augada, calma sen fin.
Lumière dans l’onde, les nuages doucement glissent au lointain.
Sous les éclats d’or, la mer enlace le ciel, souffle éternel.
© Manoel T, 2024
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hansolsticio · 7 months ago
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Solie, já que declaramos oficialmente que o Seokmin é um “namoradinho de domingo”, precisamos falar urgente sobre seu gêmeo e como o Wonwoo é o “namoradinho de madrugada de sábado” (pfr me diga que essa analogia faz sentido pra você também, ou então já estou ficando caduca maluca 😭��
anonnie, pior que eu senti uma conexão aqui entre você e eu
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n/a: pra essa daqui eu vou precisar novamente invocar a skin gamer do wonu, mas calma que eu explico tudo
Madrugadas de sábado me despertam o sentimento de "saudade por antecipação" e eu acho que eu nunca vi esse conceito em outros lugares (provavelmente deve existir uma palavra melhor para isso). Mas sabe a sensação de querer aproveitar cada segundo de um fim de semana, porque você sabe que já já vai precisar voltar a rotina? É nesse ponto que eu vejo o Wonwoo. Acredito que essa fase de 'namoradinho da madrugada de sábado' seria mais frequente no início do relacionamento de vocês. Tudo é relativamente novo e existe aquele vontadezinha persistente de estar juntos o tempo inteiro.
É um cenário que eu particularmente acho adorável. Imagina a sexta-feira finalmente acabando e vocês podendo se livrar de todas as responsabilidades por pelo menos 48 horas. Passaram o dia inteirinho morrendo de saudades e agora querem aproveitar muito já que finalmente podem ficar juntinhos por um tempão. E nesse desejo de querer aproveitar a companhia um do outro vocês abrem mão até do sono, porque dormir juntinhos não é exatamente a mesma coisa. E o que era uma noite de sexta-feira vira uma madrugada de sábado.
Nesse contexto o Wonwoo te ensinaria a fazer algo que vocês fariam muitas vezes pelo resto do relacionamento de vocês: conversar em silêncio. É um tantinho peculiar, visto que ele é apaixonado pela sua voz, mas parece tão certo entre vocês dois que começa a virar rotina. Não é novidade, mas apesar dos pesares eu vejo o Nonu como um namorado muito calmo. Ele ama quando pode ter a oportunidade de ficar quietinho com você, te enchendo de dengo. E o silêncio da madrugada parece tão sagrado que nenhum de vocês dois se atreve a rompê-lo.
O Wonwoo não vai abrir mão de passar boa parte da madrugada jogando — é quase terapia para ele —, mas, da mesma forma, não consegue abrir mão de você desde que começou a te namorar. Não tem graça não poder sentir o cheirinho doce do seu cabelo e o colo dele parece muito vazio toda vez que você não está sentadinha ali. Isso resulta em vocês preso num ciclo de você cochilando com o rosto enfiando no pescoço do homem, só para ele te acordar nas pausas das partidas e te encher de beijinho gostoso — e isso se repete vezes demais.
E ele até muda do computador pro console quando sente que você ficou desconfortável, assim você pode continuar no colo dele (só que na cama dessa vez) enquanto Nonu apoia o controle na carne fofinha da sua bunda — ele mesmo diz que ama essa posição, é muito mais relaxante jogar assim. A sessão de jogos só é interrompida quando seu rostinho manhoso e sonolento aparece no campo de visão dele, você nem precisa dizer nada, Wonwoo entende que já era hora de parar.
Finalmente você pode puxar seu namoradinho para debaixo do cobertor, mas, curiosamente, vocês não dormem. Ainda que estejam quase caindo de sono — o cansaço acumulado durante a semana pesando os olhos de vocês — se recusam a dormir. Nessas horas a carência bate forte e prende vocês dois numa sessão de chamego lentinha e super gostosa, não chega a ser sexual (afinal ninguém ali tem energia pra isso), mas é tão íntima quanto. Os beijinhos lentos e molhados que vocês compartilham quase te colocam para dormir, estar com Wonwoo é contraditório, ele te acende e te relaxa ao mesmo tempo.
Ficam nessa por um bom tempo, os corpos coladinhos, suspirando contra a boca um do outro até a luz do sol dar sinal pelas frestas, como se dissesse que talvez fosse hora de dormir.
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opioplutonico · 6 months ago
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Apaga a luz. 
Acende a gente.
Fica e faz de mim teu lar.
Me beija com calma. 
Se deixa aqui, no lado oposto da cama.
Bagunça meus lençóis.
Faz da saudade essência impregnada no travesseiro.
Vem cá, chega mais perto. 
Tão perto que tua barba me cause cócegas.
Deixa o macio do teu lábio encontrar o meu num beijo longo.
E minhas mãos te acariciarem o rosto enquanto gravo cada instante na memória pra não perder nenhum detalhe.
Me despe com o olhar.
E joga teu sorrir pro lado daquele jeito indecente que me faz perder a pose.
Se deixa em mim.
Descansa teu corpo no meu.
Que eu te ouço entre suspiros e sussurros.
Me fita.
Me toca.
Me cansa.
Te canso.
Chega pra perto.
E me cola em ti.
Me pega pela cintura.
Me coloca no colo.
Deixa eu sentir que o mundo pode desabar abaixo dos meus pés se eu estiver segura nas tuas mãos.
No calor do teu abraço.
Vem!
Apaga a luz...
Me olha profundo nos olhos.
E acende de uma vez por todas essa nossa faísca.
(Ópio Plutônico)
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didiribeiro · 21 days ago
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Natal de verdade é aquele em que a luz de Deus acende ainda mais brilhante no seu coração, acordando a empatia, a solidariedade e a união. Se há algo mais precioso nessa data é ver o bem se espalhando em corações que sabem amar e fazem questão de abençoar outras pessoas com as suas ações.
A bondade tem nome, tem um rosto e ele pode ser o seu.❤️
Seja amor e o Natal continuará em você o ano inteiro!
Lanna Borges
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chris-silva · 20 days ago
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Natal de verdade é aquele em que a luz de Deus acende ainda mais brilhante no seu coração, acordando a empatia, a solidariedade e a união. Se há algo mais precioso nessa data é ver o bem se espalhando em corações que sabem amar e fazem questão de abençoar outras pessoas com as suas ações. A bondade tem nome, tem um rosto e ele pode ser o seu ❤️ Seja amor e o Natal continuará em você o ano inteiro!
- Lanna Borges -
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shobtss · 3 months ago
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Efêmera
Sou o vento que sopra breve,
um vislumbre de luz que passa,
nas vidas que toco por um instante,
mas nunca me torno morada.
Eles vêm, sorriem e partem,
como se eu fosse só um presságio,
uma faísca de vida que acende
o fogo que os leva adiante.
Mas eu, eu fico.
Com as memórias que dançam em silêncio,
com os sonhos que antes pulsavam
e agora se desfazem em poeira.
Minha alegria, efêmera,
é o que eles carregam consigo,
enquanto eu permaneço,
na quietude de um vazio que nunca vai embora.
Sou aquele brilho no olhar
que perde a intensidade quando eles se vão.
Ficam as lembranças,
como ecos de risos que já não me pertencem.
E sigo,
com o mundo nos ombros,
esperando, talvez,
que um dia alguém veja mais que o presságio,
e fique.
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mementosupra · 1 month ago
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a noite, ela acende a luz que o dia rescinde e espelha a minha solteira de enigmas existência para mim mesmo
todas as fragrâncias das minhas aflições dos meus medos são explícitos não há estilo de escapar dos mesmos de noite — a realidade alcança-me como balas que se fossem de dia seriam interrompidas pelo colete à prova de balas de forma incógnita colocado em mim, pelo dia.
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delirantesko · 6 months ago
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Só dá pra ver a sujeira quando você acende a luz.
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sarava · 7 months ago
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O fogo alumia as brumas e tem nome de rei: Xangô.
É majestade do início ao fim.
Começa na centelha. Que queima aos poucos até se fazer fogueira. Até mesmo estourar que nem rojão.
O fogo, seja o que cozinha os alimentos, o que se acende em prece nos altares, o que incendeia materiais e paixões, é potência.
Causa luz e sombra. De todo jeito, ele desmonta.
É para Xangô que se pede justiça contra um mundo arquitetado nos privilégios cruéis e nas proteções desniveladas.
É dele que se espera o clarear dos fatos e das reflexões, a queima das palavras falsas. O braseiro para tostar as violações de direitos e desonestidades naturalizadas e fazer delas carvão.
Kaô Kabecilê
O fogo é a primeira e maior conquista humana do antigo. Assim como a noção de justiça é. É Xangô. O orixá dos nossos primórdios e que buscamos alcançá-lo.
O grande juiz. O fogo que queima o errado, todo o errado. O rei, não por coroação irresponsável. Mas por sê-lo coroado indiscutivelmente o incorruptível, o que reina pelos irreináveis.
#xangô #orixá #orixás #axé #saravá #matrizafricana #candomblé #umbanda #batuque #povodeterreiro
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sunshyni · 7 months ago
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ㅤㅤㅤㅤㅤpenn u - jaehyun
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ੈ♡˳notas da sun: acho que já deu pra perceber que eu amo penn u, né? Eu 'tava sem ideia sobre o que escrever para o Jae e a @dreamwithlost me apareceu com esse pedido, e uma lâmpada acendeu na minha cabeça (eu e a minha safadeza de não responder pedidos na ordem cronológica, juro que um dia eu melhoro KKKKK)
palavrinhas: 1.2k
ੈ♡˳avisos: tem um contexto de friends to lovers, provavelmente tá ruim, mas o que importa é a intenção do meu coraçãozinho, que é uma boa intenção, aliás KKKK Espero que vocês curtam isso!
boa leitura, docinhos! ❥
(obs: aparentemente eu só sei escrever sobre homem obcecado pela muié, slk)
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Você subiu os dois degraus da fachada da casa de dois andares, mordeu o lábio inferior e olhou para a porta, mais especificamente para a bengalinha doce e natalina que a enfeitava. Estava nervosa; aquela era a primeira vez que visitava Jaehyun e, segundo fontes anônimas da Penn U, ele não era o tipo de cara que convidava qualquer garota para o seu ninho, ou melhor dizendo, sem censuras, para o seu quarto, o que te fazia pensar: “Será que vesti o conjunto de lingerie certo?”, “Ah não, será que tô com aquela calcinha com estampa de abacaxi?”. Mesmo que tivesse escolhido suas melhores peças de roupa e estivesse cheirando a flores recém-colhidas, graças ao novo perfume que você havia adquirido naquele último mês.
A questão é que estar na presença de Jaehyun te deixava meio nervosa, boba e infantil, como se de repente você voltasse a ser uma criança inocente de 10 anos, que o achava incrível para um garoto de 12 anos que, apesar de ser um garoto, não era como os outros e não te tratava como um bebê. Descobriu que estava apaixonada pelo amigo da sua irmã na adolescência, quando ele estava terminando o ensino médio e muito convicto de que conseguiria estudar numa Ivy League com uma bolsa esportiva, mas ele jamais te notaria, não quando visitava a casa dos seus pais e a primeira coisa que fazia era bagunçar os seus cabelos de forma fraternal e platônica.
Até chegou a cogitar que ele curtia a sua irmã, mas mudou de ideia quando descobriu que ela gostava de garotas.
Você fechou a mão e deu duas batidas ritmadas na porta, algum código que você e Jaehyun criaram na faculdade para ficarem de chamego em alguma sala inativa ou na sala de estratégias que o time de hóquei criou para a criação de táticas com outras equipes.
— A senhorita tem uma reserva, né? — Quem atendeu a porta foi Mark Lee vestindo o seu sorriso mais caloroso e uma inesperada gravatinha borboleta – como aquelas que colocam em cachorros que acabam de sair do pet shop – combinada com um moletom universitário. Você assentiu com a cabeça sem entender nada e entregou seu casaco e cachecol para o moreno, que pendurou os dois itens num cabideiro até então vazio.
— O que tá rolando? Vocês esqueceram de pagar a conta de luz deste mês? — A casa estava decorada por uma quantidade obscena de velas artificiais, daquelas que funcionam com pilhas e baterias, o que fazia sentido dado que moravam apenas homens naquele ambiente. Acender velas verdadeiras e começar um grande incêndio pela região era tão provável quanto Jaemin conduzir uma garota diferente para o seu quarto toda sexta-feira. Falando no líder carismático, apesar de extremamente rígido, foi ele quem capturou a sua mão gelada e um tanto molhada – uma camada fina de gelo cobria o para-brisa da caminhonete de Jaehyun lá fora, mas as suas mãos teimavam em suar como se fizesse 40 graus – e te guiou até um espacinho da casa, uma espécie de varanda estufa, com janelas de vidro e uma mini parede ostentando quadros e polaroids dos meninos reunidos. Você se apegou a uma foto em particular em que Jaehyun exibia os bíceps convencido do seu corpo em forma com um beicinho instalado nos lábios bonitos.
— Este é o nosso cardápio especial, espero que você aproveite, senhorita — Jaemin te fez se sentar na cadeira da pequena mesinha redonda feita para duas pessoas que cabia naquele cômodo, e te entregou um folheto escrito à mão na caligrafia bonita de Jaehyun com uma mesura elegante, como se ele fosse um viajante do tempo ou apenas um garçom de um restaurante chique demais. Você leu o papel, que dizia com algumas tentativas de desenhos fofos ao redor: “Entrada: seus beijinhos enquanto a gente toma um chocolate quente para aquecer”, “Prato principal: aqueles biscoitos amanteigados e os cupcakes que sempre te deixam com bigodinho”, “Sobremesa: você sabe o que eu quero dizer...”.
Jaehyun conhecia perfeitamente o seu amor por doces, também sabia que você vivia comprando cookies industrializados para se empanturrar na hora do jantar, e ele sempre detestara qualquer coisa que não fosse caseira, então se tornou um lance dele agradar as pessoas de quem gostava com um tempero especial.
— Seu chocolate quente, senhorita. Esperou muito tempo? — Seu rosto se iluminou com um sorriso quando o mesmo garoto que brincava de patinação artística com você quando eram crianças apareceu com duas canecas fumegantes. Uma delas ele colocou próximo de você enquanto a outra permaneceu esfriando um bocado perto dele.
— Sim. Eu quero fazer uma reclamação para o chefe de cozinha — Você disse à luz de todas aquelas velinhas pequenas de mentira e dos pisca-piscas espalhados pela casa. Estava achando tudo aquilo extremamente doce, tal qual a bebida sobre a mesa. No entanto, bastou olhar para Jaehyun para as coisas se tornarem ainda mais açucaradas: a forma como ele te olhava, com atenção, os cotovelos apoiados na mesa enquanto as mãos seguravam o rosto corado, queria poder eternalizar aquele momento para sempre.
— Essa reclamação vem em forma de beijos, segundo o cardápio? — Ele questionou, te observando encantado quando você se levantou e se sentou de lado no colo dele, tocando a bochecha do rosto masculino com delicadeza, os dedos passando por todos os traços marcantes enquanto os olhos de Jaehyun corriam pela sua feição, tentando administrar tamanha beleza. Ele tinha que confessar, sentia-se um tanto quanto fissurado em todos os seus movimentos, em tudo que você dizia e gesticulava com uma sabedoria sem igual. Mal sabia você que era ele quem se sentia idiota na sua frente, idiota por ter demorado tanto para te dizer que você era linda e foi necessário que ele te visse numa palestra aleatória da faculdade, após anos sem contato, para que o primeiro beijo viesse e depois as mãos bobas, os olhos cintilando de desejo, a ansiedade e a pressa juvenil...
Jaehyun te beijou de leve, uma mão acariciando a sua bochecha com gentileza enquanto a outra elevava o tecido da sua saia, envolvendo a sua coxa coberta por uma meia-calça grossa, mas que não foi o bastante para impedir que você sentisse os arrepios. Você se afastou um pouco apenas quando ouviu miados e instintivamente olhou para baixo, dando um espaço maior para a boca de Jaehyun acessar o seu pescoço imaculado e tratar de deixar algumas marquinhas com os dentes por ali.
— Não liga. Leon faz parte do meu plano — Você sabia que aquele era um dos duzentos gatos que Ten havia adotado há certo tempo atrás, mas segurou o rosto bonito de Jaehyun entre as mãos, alinhando os próprios olhares e esboçou uma expressão confusa, o que fez o Jeong sorrir e apertar o enlaço dos seus braços ao redor da sua cintura.
— Meu plano para você se casar comigo imediatamente. Me disse uma vez que gostaria de adotar um gatinho quando se casasse — Você sorriu, beijando-o de volta, ele te olhou como se estivesse embriagado, te presenteando com vários selinhos antes de te deixar dizer alguma resposta.
— Pedi por um gatinho, vou ganhar dois. Deus é muito bom mesmo.
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jeskadutra · 4 days ago
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#iluminada
As luzes elétricas vieram para acender o mundo
Agora se pode ficar até depois da meia-noite fazendo coisas que só poderíamos fazer enquanto havia sol
Inclusive promessas, irresponsáveis promessas, para às noites
Marcamos compromissos incumpríveis, dizendo que são para os fins das nossas noites, período, que mais parece resto, sobra ou simplesmente, madrugada
Finalmente conseguimos ter uma visão ampla, a luz dissipa magicamente a escuridão
É tão interessante observar que construímos uma vida depois do sol se pôr
Não gosto de iludir os recém chegados, comumente as noites são dadas aos embriagados com bebidas quentes, nos cantos das ruas de qualquer cidade, dividindo espaço com baratinhas que nem precisam de energia elétrica para facilitar a busca por alimento, elas não usam essas tecnologias, apenas desfrutam e multiplicam-se mais e mais graças aos restos das festas da madrugada humana
Luminárias são para os insights dos letrados
Fogueiras acalentam o pensamento
O movido ponteiro do relógio por perto é presságio de um novo dia
Hinos nos mantêm rodando brincando, sendo responsáveis durante o dia
Pois agora há horas extras para nós
Há resto para nós
Apetitosas madrugadas que zumbificam durante o dia
Jéssica Dutra
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maodedefunto · 27 days ago
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Especial de Natal 🎄
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Luzes de Natal
Nota da autora: romance, paixão, sexo?
Aí… gente, me perdoa, mas eu mudei muitas coisas no meio do caminho e não tive tempo de revisar. Consequentemente, esqueci que o rascunho estava programado
Número de palavras: 6281
É raro, quase impossível, encontrar quem não goste do Natal. Raríssimos, como criaturas míticas, são os que desprezam essa data que, de tão querida, parece existir fora do tempo. Mas não é o caso dela, a nossa protagonista, que agora está na cozinha. Ali, com a mãe e a irmã, divide risadas, conversas soltas e o perfume bom de comida sendo preparada. A cozinha, ampla e luminosa, parece respirar alegria. Os detalhes vermelhos nos eletrodomésticos e as guirlandas penduradas conferem àquele espaço o abraço de um lar. No fundo, uma playlist de músicas natalinas — nem todas do seu agrado, mas todas curiosamente pertencentes àquele momento:
"Natal é isso", ela pensa. "Aceitar até o que não se escolheu, mas que faz sentido aqui e agora."
A nossa protagonista,ela é dessas mulheres que não esperam a vida acontecer. Desde cedo priorizou os estudos, a carreira acadêmica, as escolhas que precisavam de coragem para serem feitas. Lutou, e muito, para conquistar sua vaga como professora substituta de Teorias Humanistas na universidade local. Além de que há quatro anos atrás, tomou outra decisão difícil: terminou um noivado de três anos. Foi um rompimento carregado de receios da parte da família, mas, no fundo, eles entenderam. Porque casar, meu caro leitor, talvez não seja o desafio que parece. Desafio mesmo é encontrar e manter um amor que seja pleno, honesto, e que traga paz. Ah, mas voltemos à cena… Ela organiza as louças no armário, cada prato, cada copo, como quem organiza os próprios pensamentos. Pela janela, o céu carregado promete chuva, e lá fora seu pai brinca com o sobrinho de dez anos dela. Entre uma tarefa e outra, ela é tomada por um pensamento vagaroso, quase tímido. O término antigo, mas tão fresco, ainda dói, e a dor tem nuances novas. Liberdade. Insegurança e alívio se misturam, como o vento quente que precede a tempestade.
O convite para descer ao porão vem simples, natural, com uma criança esticando a mão para a nossa protagonista. O sobrinho, cheio de energia, implora que ela o acompanhe. “Vamos buscar as luzes, tia! O vovô disse que estão lá embaixo!” Ela hesita, mas cede, deixando-se levar pelo entusiasmo do menino. Ele vai à frente, passos rápidos e ansiosos, enquanto ele cantarola Jingle Bell Rock com uma animação que faz ecoar risos pela escada. O porão é um lugar de cheiros antigos. O perfume de madeira guardada, poeira e memórias é quase palpável. A luz fraca que ela acende parece insuficiente para afastar as sombras que se acomodam nos cantos. Entre caixas de enfeites e pequenos resquícios de outros natais, surge uma lembrança. O som da música — aquela mesma música.
O passado a invade sem aviso, fragmentado como peças de vidro. Ela não sabe se deve recolhê-las ou deixá-las espalhadas. Jingle Bell Rock tocava na sala do pequeno apartamento que eles dividiam. O ex-noivo segurava sua mão, nervoso e sorridente. Ela se lembrava bem: o pedido de casamento fora bonito, mas nunca fora dela o sonho de se casar por casar. O que desejava era um casamento por uma conexão que transcendesse o material. Mesmo assim, ela aceitou. Não por convenção, mas por carinho. Mas o carinho não sustenta tudo, não é?
Outros fragmentos se seguem. A briga que tornou insuportável continuar. As palavras duras dele, acusando-a de ser "fria demais", "racional demais", "menos mulher" por priorizar seus estudos e opiniões. Ela lembra como sua voz tremeu, não de medo, mas de exaustão, quando finalmente explodiu: “Sua mente aberta só existe para o que te agrada. O resto você chama de defeito.” Ele ficou em silêncio, mas os olhos disseram tudo. Ele terminou. Ela o deixou terminar. E agora? Agora ela está aqui.
Agora, o sobrinho a chama: “Achei as luzes! E olha, tia, tem uma estrela também!” Ela percebe que segurou o ar enquanto revivia tudo aquilo. Solta uma respiração longa e percebe algo úmido no canto dos olhos.
O menino corre até ela, o rosto limpo e cheio de amor, e lhe enche de beijos desajeitados e carinhosos. Ela sorri, nega, mas ele insiste com sua pequena sabedoria infantil: “A gente pode implicar com o gatinho. Ele sempre me deixa feliz!”
Como que por encanto, o pequeno tigrado da casa surge entre as pernas dela, enroscando-se com a calma de quem não tem pressa, oferecendo um consolo silencioso, que só um felino consegue dar. Ela sente o peso das lágrimas se dissolver. A lembrança ainda está lá, mas já não a domina. A vida é isso, ela percebe. Fragmentos que doem, mas também a constroem.
E enquanto sobe as escadas, carregando as luzes de Natal e as caixas de memórias, ela pensa: “recomeçar pode ser como acender pequenas luzes. Uma a uma, até o espaço voltar a brilhar.”
A cozinha está cheia de aromas que poderiam aquecer até o coração mais frio. O cheiro de peru assando, misturado ao doce do chocolate que ela derreteu mais cedo, toma o ambiente. Enquanto organiza os últimos detalhes para a ceia, ela se perde por instantes, os pensamentos vagando entre o conforto do agora e as pequenas dores do antes. Mas a noite não espera, e logo ela precisa correr para o apartamento, onde um banho rápido a aguarda antes que a família a chame novamente.
Com as luzes piscando pela janela e o som distante de risadas na rua, ela fecha a porta e caminha para o seu carro. Chegando em seu prédio, o qual está em silêncio, exceto pelo suave rangido do elevador ao se aproximar. Quando as portas se abrem, ela se depara com ele: Colin Firth. O vizinho do 802.
Colin, sempre tão composto, tão distante. Professor titular do Departamento de Química da mesma universidade onde ela fora admitida. Seus encontros eram casuais: no prédio, nos corredores e recentemente, no estacionamento da universidade. Há anos, ele mantinha-se reservado, carregando uma fama injusta de rabugento entre os outros moradores. Ali está ele, segurando uma sacola de papel que parece conter livros — naturalmente, livros. Sua expressão é séria, mas não ríspida. Ele a observa por um instante, antes de dar um leve aceno.
— Professora — diz ele, a voz baixa, mas clara.
Ela sorri, um pouco surpresa com a saudação. Colin quase nunca iniciava conversas.
— Professor — ela responde, entrando no elevador ao lado dele.
O espaço entre eles é preenchido por um silêncio confortável, e por um momento ela se lembra do episódio de anos atrás, quando ele mostrou um lado que ninguém imaginava. E a memória é vívida.
Era madrugada, uma discussão acalorada entre ela e o ex-noivo no corredor do prédio. Ela não lembra exatamente como começou, mas lembra claramente como terminou: com Colin abrindo a porta do apartamento e intervindo, sem hesitar. Ele se posicionou entre eles com uma autoridade tranquila, mas firme. Chamou a polícia, e ela nunca esqueceu o modo como ele olhou para o ex, deixando claro que não toleraria nenhum desrespeito. Desde então, mesmo mantendo a distância habitual, ele sempre fora cortês, atento, quase protetor.
Então, agora, a sós. O elevador segue ao andar deles.
— Passando o Natal com a família? — ele pergunta, de repente, surpreendendo-a.
— Sim. E você? — ela devolve, ainda se acostumando à ideia de uma conversa tão direta com ele.
— Eu... — ele hesita, um leve sorriso passando pelo rosto. — Nada especial. Só eu e meus … livros.
Como as portas do elevador abriram, e cada um seguiu para sua respectiva porta. Mas ela hesitou por um instante, sentindo algo estranho, quase imperceptível: uma conexão. Um fio tênue que unia duas solidões, não pelo drama, mas pela humanidade silenciosa que ambos compartilhavam. Sentiu uma pontada de compaixão, misturada à curiosidade. Antes que pudesse dizer algo, ele falou:
— Feliz Natal, Professora.
— Feliz Natal, Professor.
Ao entrar em seu apartamento, ela pensou que talvez o Natal não fosse apenas sobre família ou recomeços, mas também sobre essas pequenas trocas. Momentos em que, sem perceber, duas vidas se iluminavam brevemente, como uma guirlanda acesa por acaso.
O elevador era um espaço pequeno, mas naquele instante parecia vasto, preenchido por silêncios que pediam palavras. Ela segurava uma caixa de luzes de Natal, enquanto ele, alheio ao clima festivo, carregava — como sempre — livros. A porta se fechou com um ruído suave, trazendo consigo a coragem para quebrar o silêncio.
— Colin... digo, Professor Firth — começou, a voz hesitante, mas com uma pontada de determinação.
Ele olhou de lado, erguendo uma sobrancelha, intrigado com a tentativa de conversa.
— Só Colin está bom — respondeu, seco, mas não rude.
— Certo... Colin. — Ela sorriu, quase divertida com a formalidade dele. — Sabe, faz tempo que moro aqui, e acho que nunca conversamos mais do que duas palavras.
Ele suspirou levemente, mas algo em seu olhar suavizou.
— Sou mais de observar do que de falar — disse, com um tom quase defensivo
Ela riu suavemente, sem zombaria, mas com uma naturalidade que pareceu atingi-lo.
— Meu sobrinho é igualzinho. Sempre quieto, mas quando fala... ah, ele tem as melhores ideias. — Ela o encarou com curiosidade. — Acho que vocês se dariam bem.
Ele pareceu refletir por um instante antes de responder:
— Sim, eu conheço o menino. Ele tem algo especial.
A menção ao sobrinho trouxe um brilho breve aos olhos de Colin, uma ternura que escapava da sua postura normalmente rígida. Era como se, por um momento, ele deixasse entrever algo mais profundo.
— Você tem um sobrinho? — perguntou, interessada.
Ele assentiu, e por alguns segundos, falou com mais calor. Contou sobre o sobrinho que morava em outra cidade, o quanto gostava de estar com ele e como sentia falta das conversas, da energia que só uma criança traz. Ela o ouviu, surpresa pela leveza que surgia naquele homem tão reservado.
— E sua família? — ela perguntou, testando o terreno.
Ele hesitou antes de responder, a voz mais baixa.
— Meus pais estão viajando num cruzeiro de terceira idade. Já meus sogros... — Ele fez uma pausa. — Bem, desde que minha esposa se foi, as coisas ficaram... complicadas.
Houve um momento de silêncio após a confissão, e ela sentiu a sinceridade por trás de suas palavras. Sem pensar muito, movida por algo que nem ela mesma compreendia totalmente, falou:
— Você devia passar o Natal conosco.
Ele virou o rosto para ela, claramente surpreso, como se não tivesse certeza de que ouvira direito.
— Não precisa — começou ele, mas ela interrompeu:
— Colin, não é caridade, nem obrigação. É Natal. E você merece estar cercado de gente, mesmo que nem todos sejam perfeitos.
Ele não respondeu imediatamente. Ficou olhando para ela, como se tentasse compreender o que havia por trás daquele gesto tão espontâneo. Ela sentiu o peso do momento, percebendo que aquele convite talvez significasse mais do que ela imaginava.
Ela lembrou do dia em que ele se mudou para o prédio, com poucas caixas e nenhuma festa. Lembrou também de como, naquela época, já notava que o relacionamento com seu ex-noivo estava desmoronando. Colin, mesmo à distância, sempre parecia uma figura estável, alguém que, com o tempo, se tornou um símbolo de algo que ela não sabia nomear.
Ele, por sua vez, foi tomado por sua própria memória. Uma cena trivial, mas marcante: ela rindo de si mesma no corredor, após tropeçar em um degrau das escadas. Sua risada era espontânea, cheia de vida, e aquilo o intrigava desde o início. Talvez por isso desejasse, de alguma forma, estar minimamente presente no mundo dela. Passava ocasionalmente em seu apartamento e, sem grandes pretextos, deixava pequenos gestos de atenção: livros, cartões postais com pinturas renascentistas, presentes silenciosos que falavam mais do que ele jamais ousaria dizer.
— Eu vou pensar — respondeu, por fim, com um leve sorriso no canto dos lábios.
Ela fechou mais um pouco a porta, mas olhou para trás, sorrindo para ele antes de seguir. E Colin ficou parado por um momento, segurando seus livros, como se segurasse algo novo. Algo inesperado.
O apartamento da nossa protagonista estava aquecido, perfumado pelos vestígios da cozinha e pela promessa de um Natal em família. Ela terminou de ajeitar o cabelo diante do espelho e, num impulso de leveza, tirou do armário o suéter natalino que comprara no ano anterior: um vermelho vibrante, com um pequeno gatinho tigrado, como o gato de sua mãe, de gorro estampado no centro.
Ao se olhar no espelho, riu sozinha. O suéter era um pouco bobo, mas havia algo nele que a fazia se sentir livre — livre para abraçar a simplicidade e o humor que, por tanto tempo, parecera não caber em sua vida.
Quando a campainha tocou, ela sabia que era Colin. Abriu a porta com um sorriso que hesitou ao vê-lo parado ali, tão contido e desconfortável em seu casaco preto usual. Ele a encarou por um segundo, depois baixou o olhar para o suéter.
— Um gato... — comentou, arqueando uma sobrancelha, mas com uma expressão que beirava o sorriso.
— Sim. É meu toque natalino. Não é muito formal, mas...
Antes que ela pudesse terminar, Colin surpreendeu-a:
— Espere aqui. Já volto.
Ela ficou parada, confusa, ouvindo seus passos rápidos pelo apartamento dele. Alguns minutos depois, ele retornou — e agora usava um suéter. Não qualquer suéter, mas um de fundo azul-marinho com um gato siamês estampado.
Ela não conseguiu segurar o riso.
— Isso é sério? — perguntou, entre risadas, apontando para o suéter.
Ele deu um sorriso, algo raro e desarmante.
— Foi um presente. Nunca pensei que fosse usá-lo, mas parece que esta é a ocasião certa.
Por um instante, o clima mudou. O riso deles, ainda ecoando, criou um espaço de vulnerabilidade compartilhada. Algo se revelou, uma ternura que nenhum dos dois parecia querer nomear.
No carro, a sós, a caminho da ceia. A noite lá fora era fria, mas o aquecedor e a companhia criaram um contraste aconchegante. Ela dirigia, tentando manter a conversa leve, mas a tensão era palpável. Não era desconforto, mas algo mais difícil de enfrentar: a consciência de que havia algo ali, entre eles, crescendo a cada troca de palavras.
— Eu tinha um gato — ela comentou de repente, talvez mais para preencher o silêncio do que qualquer outra coisa. — Dei para minha mãe. Meu ex tinha alergia.
Ele virou o rosto para ela, surpreso, mas sem interrompê-la.
— Foi difícil no começo, sabe? Eu adoro aquele gato. Mas na época... parecia um pequeno sacrifício para manter a paz.
Ela sorriu de lado, mas era um sorriso carregado de lembranças.
— Eu acho que lembro do seu gato miando de madrugada — Colin disse, depois de um momento. — E… Minha esposa também era alérgica. Adoro gatos, mas... cedi também.
Ela olhou para ele de relance, e o silêncio que se seguiu foi denso, mas não vazio. Ambos estavam imersos em pensamentos, refletindo sobre os sacrifícios que haviam feito em nome de amores que, no fim, não resistiram. Mas agora, naquela troca, havia algo diferente. Não um sacrifício, mas um encontro.
Quando chegaram à casa dos pais dela, Colin respirou fundo, como se estivesse se preparando para algo maior do que uma simples ceia.
— Está tudo bem? — ela perguntou, percebendo o nervosismo dele.
Ele olhou para ela, os olhos com uma expressão que misturava ansiedade e... esperança.
— Sim. Acho que sim.
Ela abriu um sorriso encorajador.
— É só uma ceia, Colin. Além disso, eles vão amar seu suéter.
E ele riu, o som leve, mas verdadeiro. Pela primeira vez em muito tempo, talvez, ele sentiu que a noite prometia algo mais do que ele havia imaginado.
A casa dos pais dela estava como sempre: um caos acolhedor. Luzes coloridas piscavam na varanda, e o cheiro da ceia invadia cada canto, trazendo a sensação inconfundível de Natal. Assim que ela e Colin entraram, carregando presentes, foram recebidos pelo sobrinho, que correu em direção à tia, segurando a barra do suéter com a estampa de gato.
— Você trouxe o namorado, tia! — gritou ele, com a espontaneidade implacável das crianças.
Ela arregalou os olhos e corou imediatamente, rindo para disfarçar.
— Que namorado, menino? Esse é o Colin, meu vizinho!
O menino, com a clareza que só as crianças possuem, insistiu.
— Vizinho nada, ele tá sempre na sua casa! — E apontou, triunfante. — Vocês já namoram, só não contam pra ninguém!
Era impossível ignorar a verdade desconcertante que escapava de uma boca tão pequena, mas cheia de certezas. Crianças não têm filtros nem as máscaras dos adultos; vê além das palavras, vê direto a alma. E havia verdade ali, mesmo que ela mesma hesitasse em admiti-la. Colin Firth, com toda a sua compostura e seu jeito reservado, tinha suas pequenas estratégias. Sempre aparecia com desculpas frágeis: um pedido de açúcar, uma correspondência “entregue por engano” — que, no fundo, era apenas uma desculpa para vê-la. E, claro, não podemos esquecer, não é, leitor? Todos as vezes que levava um livro ou um cartão postal, um presente simples, situação mencionada anteriormente.
E essa criança notava. É claro que notava. Estava lá, estudando idiomas com a tia, observando as cenas que passavam despercebidas para os outros. Para o garoto, tudo fazia sentido. Colin não era apenas um vizinho. Mas o que mais a desconcertou não foi a acusação do menino — foi a reação de Colin.
Ele não se defendeu. Não riu alto, não corrigiu. Apenas sorriu, de maneira breve e hesitante, lançando um olhar para ela. Era um olhar que não sabia negar, mas tampouco sabia confirmar. Parecia carregado de uma incerteza que não incomodava — pelo contrário, aquecia.
Ela engasgou na risada, desviando os olhos para escapar daquele momento, mas o rubor em seu rosto a entregava. Colin, por sua vez, parecia... à vontade. Estranhamente confortável, como se aquela confusão familiar fosse exatamente onde ele precisava estar. Como se ali, naquela casa tão barulhenta e caótica, ele encontrasse um tipo de paz que há tempos não conhecia. Quando todos se sentaram à mesa, o clima era tão festivo quanto o cenário prometia. Conversas cruzavam de um lado a outro, risadas vinham de todos os cantos, e o sobrinho seguia colado em Colin, mostrando-lhe brinquedos e contando histórias que ele escutava com paciência.
Colin olhava ao redor com uma expressão que ela nunca tinha visto nele. Seus olhos, normalmente reservados, pareciam absorver tudo com um certo brilho melancólico. Ela sabia que ele tinha perdido a esposa há anos, mas não imaginava que o vazio fosse tão grande — e que uma ceia, tão simples para ela, pudesse preenchê-lo tanto.
Durante uma pausa nas conversas, ele se inclinou discretamente para ela.
— Sua família... é incrível — disse, a voz quase um sussurro.
Ela sorriu, surpresa pelo tom sincero.
— Eles são... bagunçados, mas no fundo têm o coração no lugar.
Ele riu baixinho, assentindo.
— Não me sinto assim em um Natal desde que era muito jovem.
Ela percebeu que ele olhava para a cena como alguém que observa algo precioso, quase intocável. O sobrinho gargalhava com o pai dela, enquanto a mãe dela servia mais comida, e a irmã contava uma de suas histórias exageradas. Colin, pela primeira vez em muito tempo, parecia parte de algo maior que ele mesmo.
Quando a noite já virava madrugada, a protagonista ajudava a levar pratos vazios para a cozinha, quando ela percebeu Colin ao seu lado, recolhendo talheres. Eles estavam sozinhos por um breve momento.
— Obrigado por me convidar — ele disse, de repente.
Ela olhou para ele, surpresa pela gravidade no tom.
— Não precisa me agradecer. Foi só um convite.
Ele balançou a cabeça, um sorriso melancólico no rosto.
— Não, não foi só isso. Você me deu mais do que imagina.
Ela ficou sem palavras, sentindo algo indefinível entre eles crescer no espaço apertado da cozinha. Então, antes que pudesse responder, o sobrinho apareceu correndo.
— Vocês dois sumiram! — exclamou, puxando os dois de volta para a sala.
E enquanto voltavam para a mesa, Colin olhou para ela novamente. Dessa vez, o olhar foi claro: ele estava se permitindo sentir. E ela, sem querer admitir, estava também. Afinal, o que Colin a convidava a sentir, não era algo simplório ou físico…
A volta para o prédio foi tranquila, quase silenciosa, mas não vazia. Era um silêncio preenchido por reflexões, por aquilo que cada um sabia, mas ainda não havia dito. O caminho de carro foi pontuado por olhares rápidos e palavras trocadas de maneira despretensiosa, mas carregadas de significados que ambos entendiam. Ela pensava na noite, no modo como Colin se encaixava em sua família com uma facilidade inesperada. Lembrou-se da leveza que sentia ao vê-lo interagir com seu sobrinho, rir das histórias de sua irmã e agradecer à sua mãe pela comida. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu que talvez fosse possível construir algo verdadeiro com alguém, sem precisar apagar partes de si mesma para caber no molde do outro.
Colin, por sua vez, estava igualmente absorto em pensamentos. O calor daquela ceia, o riso sincero, a sensação de pertencimento... ele não sentia nada disso havia anos. Mais do que isso, percebeu algo surpreendente: ao lado dela, ele não precisava ser outra pessoa.
Afinal, durante seu casamento, carregara o peso de expectativas alheias. Sua esposa e os sogros moldaram quem ele deveria ser, enquanto ele sufocava sua própria essência. Então, leitor, é curioso as linhas tortas que Deus escreve, pois no dia do acidente de carro, Colin descobrira que ela mantinha um caso com um ex-colega de faculdade. Já haviam discutido os termos do divórcio, e ele tinha pedido os papéis. Contudo, jamais imaginara que, após a primeira conversa com o juiz e os advogados, ela perderia o controle do carro e colidiria com um caminhão enorme.
Triste, né? Mas retomando o agora, nossos protagonistas chegaram ao prédio, as portas do elevador se fecharam atrás deles. O espaço pequeno, habitado por silêncios, trouxe uma tensão diferente da que sentiam antes. Ficaram lado a lado, sem dizer uma palavra, mas cientes da presença um do outro de forma quase palpável.
Ela virou o rosto em sua direção, apenas para encontrar seus olhos já fixos nela. O olhar de Colin tinha algo novo: um misto de vulnerabilidade e determinação, como se estivesse ponderando se deveria arriscar.
— Foi uma boa noite — ela disse, tentando aliviar o peso do momento, mas sua voz saiu suave, quase um sussurro.
— Foi mais que isso — ele respondeu, direto, mas sem pressa.
O silêncio seguinte foi diferente. Carregado, mas doce. Ela sabia o que estava prestes a acontecer, e sua mente lutava contra o impulso de racionalizar, de recuar, mas dessa vez, seu coração venceu.
Ele deu um passo à frente, e ela fez o mesmo. Quando seus rostos estavam a poucos centímetros de distância, ele parou, esperando por qualquer sinal dela. E então, ela fechou os olhos e aproximou-se, selando aquele instante em um beijo. Um beijo que dizia mais do que palavras poderiam.
Foi um momento curto, mas cheio de significado. Quando se afastaram, ele a olhou, como se buscasse alguma confirmação. Ela sorriu, o tipo de sorriso que desmontava barreiras.
Quando o elevador chegou ao andar deles, ele a acompanhou até a porta. Pararam ali, mais uma vez hesitantes, mas dessa vez com a certeza de que não era preciso pressa.
— Quer entrar? — ela perguntou, a voz firme, mas com um toque de nervosismo.
Ele não respondeu com palavras, apenas assentiu, entrando com ela.
A protagonista sentou-se calmamente na poltrona, enquanto Colin Firth, meio desajeitado, parecia não saber onde ficar. Embora já conhecesse bem o apartamento, dessa vez era diferente; ele estava ultrapassando uma linha que, em segredo, já imaginara cruzar inúmeras vezes.
Percebendo sua hesitação, ela riu suavemente e disse:
— Sente-se onde quiser, Colin.
Ele respondeu com um sorriso discreto, relaxando um pouco, e escolheu o lugar no sofá mais próximo da poltrona onde ela estava.
O silêncio entre eles não era vazio, mas denso. Ela cruzava as pernas na poltrona, tentando parecer casual, mas o peso do olhar dele tornava cada gesto calculado. Ele, por sua vez, passava os dedos pelas coxas do jeans, como se o tecido pudesse organizar os pensamentos que insistiam em fugir.
— Você gosta do seu trabalho? — perguntou ela, de repente, surpresa com a própria pergunta.
Ele ergueu o rosto, como se aquela fosse a última coisa que esperava ouvir.
— Gosto — respondeu após uma pausa. — Mas não é uma questão de gostar, é de fazer sentido.
Ela sorriu, inclinando a cabeça para o lado.
— E você sente que faz sentido?
Colin riu, mas era um riso amargo, mais para si do que para ela.
— Faz tanto sentido quanto esta conversa.
A resposta a fez rir também. Mas o riso morreu rápido, tragado pelo silêncio que voltou a crescer entre eles. Então, ele desviou o olhar para as estantes de livros que preenchiam a sala, e antes que ela pudesse evitar, perguntou:
— Você já leu algum dos livros que te dei?
O rosto dela corou. Era um toque de desconforto e algo mais, uma vulnerabilidade que ela não gostava de admitir.
— Li. Alguns, pelo menos.
Ele não respondeu, mas sorriu. Não era um sorriso grande, apenas um movimento no canto da boca, quase imperceptível, mas que dizia mais do que ele parecia disposto a colocar em palavras.
E ali, entre livros não lidos, perguntas que não esperavam respostas e olhares que começavam a decifrar aquilo que sempre foi óbvio, os dois perceberam que, de algum modo, estavam mudando o espaço ao redor. Não era o sofá, a poltrona ou o apartamento. Era o que acontecia entre eles, aquilo que não tinha nome, mas que insistia em existir.
Por um momento, Colin Firth deixou-se levar pela lembrança do beijo que haviam trocado no elevador,a uns minutos atrás. Era como se aquele instante tivesse se alojado em algum lugar profundo, insistindo em ser refeito. Ele se levantou, hesitante, mas determinado, e se aproximou até ela.
Sem dizer nada, inclinou-se devagar, seus olhos buscando os dela, como se pedisse permissão silenciosa. Quando seus lábios finalmente se encontraram, foi como se o tempo tivesse desacelerado. O beijo era lento, quase uma dança silenciosa, como se ele estivesse tentando equalizar a essência dela à sua própria.Ela, surpresa e entregue, deixou os dedos deslizarem pelos cabelos ondulados dele. A textura macia sob seus dedos parecia uma extensão da delicadeza do momento. Não havia pressa, apenas uma conexão rara, tão sutil quanto intensa, que preenchia o espaço entre eles com algo maior do que palavras.
Quando o beijo se desfez, nenhum dos dois se afastou completamente. Ficaram ali, próximos, sentindo a respiração um do outro, como se o mundo inteiro tivesse se reduzido àquele instante.
Ela se levantou com calma, sem pressa de romper o delicado laço que ainda existia entre seus corpos. Sua respiração estava tão próxima à dele que ela quase podia sentir o calor de sua pele, o ritmo de sua vida. O espaço entre eles era pequeno demais para tudo o que não haviam dito, para tudo o que ainda restava por descobrir. Com a mão leve, ela segurou a dele, como se fosse a coisa mais natural do mundo, e o guiou suavemente até o quarto. O toque de seus dedos parecia traçar um caminho silencioso, como se o simples gesto carregasse uma intenção velada, uma promessa ainda não verbalizada.
Ao atravessar o espaço familiar, o quarto parecia transformado, mais distante da realidade do que de costume, mais íntimo, como se ali o mundo exterior fosse apenas um eco distante. O som das suas pegadas na madeira velha era o único que preenchia o ambiente, um som suave, quase como uma música esquecida.
Ela fechou a porta atrás dele, o som do trinco ecoando suavemente, e por um instante, o quarto pareceu uma cápsula isolada, onde nada mais existia além dos dois. Colin a observava, tentando decifrar suas intenções, os olhos dele, agora mais intensos, a examinando com uma curiosidade silenciosa.
Com uma calma serena, ela se aproximou dele, os passos lentos e certos, como se cada movimento fosse uma escolha pensada. Olhou-o por um momento antes de perguntar, a voz suave, quase provocativa:
— O seu quarto é muito diferente do meu?
Ele a observou, um sorriso sutil nos lábios, e respondeu com uma sinceridade que ela não esperava:
— Um pouco… mas é a sua presença que faz essa diferença.
Ela riu baixinho, como se tivesse encontrado algo inesperado nele, e com um gesto de cumplicidade, empurrou levemente o ombro dele, indicando que ele se sentasse na cama. Colin se posicionou, sem hesitar, encarando o rosto dela, os olhos traçando o contorno de seus cabelos que caiam suavemente sobre as bochechas.
O espaço entre eles se fechou novamente, e ele a observou como se estivesse lendo um poema incompleto. Sem palavras, seus corpos se inclinaram, e os lábios se encontraram novamente, desta vez com um desejo mais profundo, mais urgente. O beijo foi mais do que desejo; foi um carinho carregado de significados não ditos. As línguas se entrelaçaram como se o silêncio entre eles fosse um pacto, algo querido e compartilhado, onde a comunicação se fazia sem palavras. Ao separarem os rostos, ela tira sua blusa, revelando um sutiã bege com o fecho entre os dois seios, Colin a observa com ternura e tira o sutiã dela com delicadeza. Onde se encontrava o fecho, ele presenteia com um doce beijo, rápido, mas extremamente amável, e em seguida abraça a cintura dela,procurando no corpo dela algum tipo de refúgio.
E ela, por sua vez, acariciava os cabelos dele, devolvendo o afeto, e encontrando nele o que procurava por tanto tempo. Uma conexão simples e firme, uma certeza estranha, mas era certeza. Com isso, suas mãos deslizam sobre o suéter dele, até encontrar a barra final e puxar, desnudando ele. E, agora, os nossos protagonistas estão com o peito exposto, o seio aberto. Ele a chama de linda, realmente, na visão dele, ela era mais do que uma mulher com quem compartilhava aquele momento. Ela era uma revelação, algo que ele precisava decifrar, entender e guardar consigo. Não era apenas sua beleza física, mas a maneira como ela se entregava, como se fizesse com que o próprio mundo ao redor desaparecesse, deixando apenas os dois ali. Ela o olhou, um pouco surpresa, mas também tocada pela sinceridade nas palavras dele. Seus olhos, profundos e sinceros, refletiam algo que ela não podia negar: uma conexão mais forte do que ambos imaginavam ser possível.
Ela, com um movimento suave, retirou a calça apertada, deixando suas curvas ainda mais evidentes sob a luz suave do quarto. O gesto, aparentemente simples, parecia carregar uma intenção silenciosa, uma rendição ao que estava acontecendo ali, sem pressa, sem palavras. Simultaneamente, Colin fez o mesmo, retirando seus sapatos,depois as calças; sentia uma leve tensão desaparecer à medida que o espaço entre eles se tornava mais estreito, mais íntimo. O ambiente parecia se aquecer com cada gesto, com cada toque, e a conexão entre eles se tornava algo palpável, algo que transcendia os corpos e chegava ao coração.
Os olhares se encontraram novamente, mais intensos agora, sem palavras, apenas o entendimento silencioso de que nada mais precisava ser dito. A vulnerabilidade de ambos estava ali, exposta, mas não como uma fraqueza. Era uma troca, uma revelação que ia além do físico, uma entrega que se manifestava em cada toque, em cada respiração compartilhada. Ela se aproxima do corpo de Colin, e o beija simples e ditando o que ele deveria fazer, por isso ele a puxa, colocando ela de frente para ele, com os joelhos apoiados no colchão. A calcinha dela, encontrava-se com a cueca dele. E toda aquela situação íntima, fazia o pênis dele crescer, e também, ela não poupava, movimentava seu quadril proporcionando maior atrito, e desejo nele. Colin Firth a afastou delicadamente, seus movimentos hesitantes, como se temesse ultrapassar algum limite invisível. Seus olhos, sempre tão serenos, carregavam agora uma intensidade contida. Ele a ergueu com cuidado, apoiando-a contra o peito por um instante, e a conduziu até o colchão.Deitou-a com suavidade, atirou os travesseiros para o chão, como se aquele gesto simples a garantisse só para si. Colin permaneceu por um momento em silêncio, observando-a com uma expressão que oscilava entre a ternura e a inquietação da luxúria, como se estivesse ponderando algo que não ousava colocar em palavras. E, percebendo a timidez de Colin, retirou sua calcinha, e separou suas pernas como um convite para Firth. Ele segurava os joelhos dela com cuidado, como quem segura um segredo. Apalpa as coxas, a pele, tão simples em sua aparência, mas de uma promessa que ele não sabia explicar. A timidez de seus dedos ao buscar a vagina era quase um pedido de desculpas: um pedido silencioso para não machucar demais, para não ultrapassar o limite sutil entre o gesto e a violência.
Quando o dedo indicador penetrou a superfície, ele sentiu o primeiro líquido cítrico invadir o ar. Uma pequena explosão de anseio que fez o peito vibrar com uma estranha alegria, tão passageira quanto um raio de sol entre nuvens. A nossa protagonista cedia em pedaços irregulares, como se entregasse seu interior a contragosto. Encostando sua boca na vagina dela, ele explorava devagar, quase como quem adia um destino. Sob a pele sensível, os lábios brilhavam translúcidos, como se guardassem pequenos sóis. Ele hesitou. Sempre hesitava. E, então, mordeu. A acidez e o doce vieram juntos, na boca dele, num contraste que o surpreendeu, como se o universo quisesse lhe ensinar que nada é só uma coisa. Apertou os lábios para conter o suco, mas um fio escorreu pela boca, rápido demais para seus reflexos tímidos. Sentiu-se confortável — sentiu-se amando alguém.
Enquanto sugava, sentiu algo mais. Não era apenas o gosto, mas uma emoção vaga, talvez de um querer esquecido ou de um momento em que o mundo parecia mais simples. Aquela jovem não era apenas uma vizinha. Era um fim. Com o quê, ele não sabia dizer. Ela acabava com a solidão dele, certeza.
Por um breve momento, olhou para os líquidos na palma da mão, os lábios internos dela latejavam tanto que ele não se conteve, deslizou seus dedos de um em um. Havia algo tão humilde naquele ato, algo tão despretensioso, que ele quase sorriu. Quase. Porque a doçura daquela mulher ainda estava na sua boca, mas, por dentro, o gosto era de eternidade. Então, Ela se levantou com uma gentileza quase calculada, o movimento tão suave que parecia desenhado para o momento. Ficou de frente para dele, com os cabelos caindo levemente sobre os ombros, enquanto o encarava. Colin a observava com atenção, seus olhos fixos nos dela, como se tentasse decifrar o que vinha a seguir. Havia algo no jeito que ela o olhava, uma mistura de determinação e ternura, como se aquele momento fosse a convergência de tudo o que não haviam dito antes.
Ele se sentou de frente para ela , mas cada músculo parecia em alerta, como se o simples olhar dela o puxasse para fora de si. Não era apenas desejo; era algo mais profundo, um reconhecimento de que estavam ambos desarmados, expostos não apenas no corpo, mas na essência.Ela não disse nada, mas o silêncio entre eles era mais eloquente do que qualquer palavra. Ele sabia que aquele instante, aquele olhar, era um convite — mas também um lembrete de que estavam entrando em território onde nada seria superficial.
Ela olhou para a cueca dele como quem encara o desconhecido. Azul escura, uma cor quase tímida, mas envolta numa aura silenciosa de mistério. Então, com as mãos hesitantes, e o gesto de retirá-la não era apenas um movimento — era uma revelação, uma descoberta que lhe cabia desvendar. O tecido meio molhado, descia fácil, quase dócil, e ela sentiu uma estranha intimidade naquele ato, como se o pênis lhe confiasse sua essência.
O aroma chegou antes do gosto, era morno, preenchendo o ar entre um instante e o próximo. Ela hesitou por um momento, como se o universo inteiro observasse aquele primeiro contato. E então, ao primeiro contato com sua boca: era duro, firme, e imediatamente certo. A textura invadiu sua língua, algo entre o sólido e o efêmero, derretendo-se num amargo que era mais despudor do que sabor.
Mas não era apenas sobre chupar um pênis. Era o sentir. Era a entrega. Um sexo oral não era só sexo oral; era uma comunhão. E naquele instante, enquanto absorvia, sentiu-se atravessada por uma pergunta que não sabia formular. A simplicidade do momento a desnorteava: como algo tão banal podia ser tão imenso? A cada sêmen que deslizava para sua garganta, parecia mais próxima de alguma coisa — dela mesma, talvez.
Ao terminar, Colin ejaculou tudo o que tinha. Um lembrete de que tudo, mesmo o prazer mais simples, se consome. Ela olhou para os próprios dedos, ainda impregnados de um leve aroma, e soube que nunca mais seria a mesma. Sexo também nutri o corpo e o espírito. Era também, de alguma forma, viver.
E aqui, meu caro leitor, permito-me uma conclusão para que contemplemos juntos o que se desenha diante de nossos olhos: um instante raro, não espetacular, mas único em sua simplicidade. Esta protagonista não é feita de paixões arrebatadoras ou dramas intensos; ela foi moldada para nos lembrar de algo mais próximo, mais possível, mais humano.
O que se abre ali, entre eles, não é um fogo incontrolável, mas uma chama que aquece com constância. Não é uma promessa de finais grandiosos, mas sim o começo de uma construção. Tijolo por tijolo, palavra por palavra, gesto por gesto. Um vínculo nascido do respeito mútuo, da autenticidade, e de uma conexão que ambos, por tanto tempo, acreditaram que não existia mais.
Porque o amor, quando é verdadeiro, raramente chega com estrondos. Ele aparece nas brechas, nas luzes que se acendem uma a uma, iluminando o caminho de forma discreta, mas suficiente. E naquela noite de Natal, entre risos, silêncios e olhares compartilhados, eles encontraram um início. Um pequeno começo, mas cheio de promessas que não precisavam ser ditas para serem sentidas.
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