#Tem dias que por fora são só brilhos...
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victor1990hugo · 2 years ago
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imninahchan · 8 days ago
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⠀ ⠀ ⠀ ⠀𝓅. ❤︎ 𝐚𝐢𝐦𝐞𝐞     ⠀· Capítulo 2
a v i s o s : uni!au, dark academia br, harém, smut com o swann, perda de virgindade da leitora, dirty talk, saliva, penetração sem proteção, breve masturbação masc e fem, cockwarming 3,3k palavras     ݁   Capítulo 1.
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De todos aqueles que você mantinha na sua mira naquele fatídico período de uma semana, Swann era o único que você considerava inalcançável. Podia ter acesso facilmente durante as aulas, através dos e-mails fingindo não estar entendendo a matéria, mas fora desse âmbito — da maneira que você deseja —, seria procurar por algo que não existe.
Se esforça para estar perto dele, cumpre a grade de uma disciplina obrigatória e se matricula no semestre seguinte numa oficina que ele promoveria. Está um bocado perdida no primeiro dia de aula, daí pra notar. Não fala francês fluentemente e muito menos consegue juntar os neurônios para compreender a graça em Moulière. Só que permanece ali, sorrindo quando os outros sorriem. Se atrevendo a ler em voz alta as falas da peça, ou contribuindo para as discussões com o repertório cultural que possui. É fácil notar que se empenha, seu professor nota.
Ao fim da aula, te saúda por estar num ambiente que claramente não equivale às suas necessidades acadêmicas. E questiona, com um sorriso, o porquê de se engajar num assunto tão distinto do caminho que planeja percorrer.
A resposta é óbvia, com certeza ela a avistou chegando e saltando da sua boca antes mesmo de vocalizá-la. Gosto das suas aulas.
De fato, a didática é envolvente. Não é daquele tipo de professor que parece se dedicar muito na missão de aparentar “legal”, essa reputação se desdobra naturalmente. Ele compartilha piadinhas pontuais, mencionando por cima uma juventude universitária que passou ao lado de outro colega de trabalho, Cillian. Ele conversa com a turma. No entanto, a semântica da palavra ou mesmo os sinônimos para ela não são o suficiente para expressar o jeito com que o homem se expressa e se conecta com o público. Talvez seja você romantizando demais a voz mansa, o senso de humor irônico. Talvez ele, de fato, desde o princípio, sabia muito bem como estava se comunicando contigo — e com qual intuito.
Diferente de Wagner, o qual te encurralá-la com aquele “eu sei os joguinhos que você tá jogando, e com quem tá jogando”, Swann também está ciente do que vem acontecendo, porém a escolha de não falar sobre mostra mais domínio do assunto do que se espera. A manifestação dos julgamentos se revela por meio da forma com a qual corre os dedos pelos cabelos grisalhos, ajeita os óculos redondinhos no nariz, enquanto está citando uma linha do roteiro da semana e olhando de soslaio na sua direção.
É quando ele descortina pouco que ele mostra muito.
Isso te instiga. Mais até do que os e-mails dele te estimulando a escrever mais e mais nos trabalhos da disciplina. É como um desafio. Procura por outras fontes a respeito dele, mas se decepciona quando só o profissional disponível não é o suficiente. Entre as publicações que ele faz nas redes sobre as peças de teatro que participou e ajudou a montar e o comprometimento político, há uma escassez exorbitante do que tange o dia a dia fora da universidade.
Assim, você se pega analisando a aliança dourada com certa frieza. Raciocina, em silêncio. Por um momento, não se recorda de Moulière, a turma toda da dramaturgia francesa, só pensa no metal reluzente, no brilho assombroso que marca o anelar da mão esquerda.
Existe uma esposa. Existe um filho pequeno. Mas te irrita o fato de que tem que deduzir tudo isso com base no evidente sinal de matrimônio e nos momentos que deixa escapar alguma aventura engraçada como pai na escola primária.
Seria mais fácil para você digeri-lo se ele te contasse como é o casamento, como é a vida no domicílio para o qual retorna após o trabalho. Te aliviaria alguns neurônios para entender o possível motivo pelo qual ele se coloca nessa soma. Ao mesmo tempo, ironicamente, a falta de pretexto para a equação é o que move ainda mais o seu desejo.
Quando o apartamento afastado da universidade está pronto para os encontros de todos vocês, fica a encargo do Arlaud passar lá para verificar a situação. Como tinham acabado de ter uma aula juntos, ele te convida para acompanhá-lo e te pega no estacionamento de outra faculdade no campus para evitar suspeitas.
Os móveis são planejados, madeira, sem vida. Com o tempo, você acredita, pode trazer umas plantinhas para aperfeiçoar a decoração, alguns quadros para as paredes brancas e vazias.
Senta-se no braço do sofá, a mochila abandonada em algum ponto do estofado. À sua frente, a poucos passos, Swann se escora na pilastra que sustenta no cômodo conjugado que leva da sala de estar à cozinha. Deixou a bolsa estilo carteiro sobre o aparador ali perto, antes de dar uma volta pelo ambiente.
— É um apartamento bom — comenta, com as mãos nos bolsos do jeans, ao que você apenas resmunga um é, sim, sim, em voz baixa. — Mads tem uns outros dois desse na cidade, acho.
Hm, você murmura. Os olhos passam pelo porcelanato cintilante e, por fim, retornam para a silhueta masculina diante de si. Sorri.
Ele cruza os braços.
— Quando pensa sobre sexta... — inicia, dirigindo uma possível pergunta a ti — ...como é? Como se sente sobre isso? — propõe, na escolha mais delicada de termos que encontra. Simultaneamente, acredita que nem foi sensível o suficiente e se retrata. — Mas, se estiver com vergonha e não quiser responder, não precisamos ter essa conversa agora...
Você acena negativamente, aumentando o sorriso compreensível.
— Não, tudo bem, não tenho vergonha de falar com você — garante. Umedece os lábios, como quem toma fôlego para avançar com as palavras. — Acho que sinto... uma mistura de tudo, talvez. Uma mistura de medo, de timidez.
— Tudo bem, é normal se sentir assim.
— Sim — reforça. — Especialmente considerando a... — gesticula sem saber explicar, rindo — ...a dinâmica, sei lá. A quantidade.
Ele ri também.
— Não, é bem simples, na verdade — brinca —, é só pegar tudo que você já experimentou com o Mads e multiplicar por quatro. Vai ser assim na sexta.
A piadinha te faz rir, sim, mas é um sorriso um tanto retraído, hesitante. E essa ambiguidade é notável, está descrita no seu olhar, nos ombrinhos caídos. É quando menos conta para ele que mais mostra a verdade sobre si mesma.
Swann afia os olhos.
— Ainda não... com o Mads...
— Não — responde baixinho.
— Eu pensei que já tivesse, porque... — Corre os dedos nos cabelos. — Pensei que ele era o primeiro, porque é meio que... tudo isso nasceu muito por causa dele, então...
Você coça a cabeça, buscando uma melhor forma de explicar a situação com o Mikkelsen.
— Na verdade, ele é — diz. — Só que a nossa questão é mais... Não é sexual dessa forma, é mais... Cotidiana.
— Entendo.
— Então... — vai trazendo a conclusão só pelo jeito que perpassa o olhar perdido pelos pontos do cômodo antes de, finalmente, encará-lo de novo — ...eu sou virgem.
Não que você esperasse que a declaração fosse assustá-lo ou afastá-los de ti, porém a naturalidade com que a palavra adentra os ouvidos dele e é processada pelo cérebro te pega desprevenida de certo modo. Queria que ele reagisse da maneira a te reconfortar, e a reação aqui agora é reconfortante, mas também mais do que isso.
— Isso não é um problema — a voz dele ecoa rouca, depois dos breves segundos de silêncio. — Talvez você seja menos virgem do que imagina, inclusive. Você se toca, não é?
— Sim, mas... eu nunca... nunca coloquei nada em mim. — Os joelhinhos se pressionam um contra o outro. — Dentro de mim.
Swann sinaliza positivamente de leve com a cabeça, ainda te olha.
— Na sexta, se não quiser, nada precisa acontecer — consola. — Pode ser só um momento pra todo mundo conversar, estabelecer umas regras, quem sabe. A gente janta, o Wagner tá animado pra fazer um prato especial aí, e depois a gente volta pra casa.
— Essa é a questão... — você começa — ...eu quero que alguma coisa aconteça.
— O que você quer que aconteça?
— Não sei. Mas, às vezes, mesmo sabendo que é um pensamento bobo... eu tenho um pouco de receio de não ser o suficiente pra todos vocês.
— Não precisa pensar assim...
— Eu sei, eu sei... — murmura, retraindo-se. — É só porque vai ser uma coisa diferente. Uma sensação diferente... Pra você não deve ser tão diferente assim.
— Vai ser, sim. Eu não tenho experiências com tanta gente assim. — Sorri. — Eu já estive em situações parecidas com o Cillian, e o próprio Mads, mas não com os outros... Se algo acontecer, também vai ser uma sensação diferente pra mim.
Ele desvia o olhar. Os braços se descruzam, as mãos acabam por se enfiar no bolso da calça outra vez. Está produzindo outra questão, você tem certeza. O vê puxando ar entre os lábios umas duas vezes, tentativas falhas de trazer um novo assunto. Até que, enfim, externa.
— Você idealiza?
— Hm?
— A sua primeira vez — ele especifica. — Como imagina que vai ser? Se pudesse escolher o jeito que seria, como queria que fosse?
Agora, você tira um minutinho para calcular as palavras.
Você compreende bem o tipo de situação em que está, capta o teor de genuinidade no tom de voz dele. Há um objetivo prévio na sua mente, estabelecido desde o princípio. Discretamente, espia as mãos dele escondidas no bolso. Pode, mesmo através do tecido escuro, enxergar com clareza a aliança dourada ao redor do dedo. Raciocina, em silêncio.
Antes que possa parecer insegura demais, entretanto, disfarça com um sorriso de falsa timidez. O olha.
— Não sou muito apegada à ideia de uma primeira vez perfeita — conta. — Concordo que tem que ser com alguém maneiro, que vai te respeitar. Ter certeza do que está fazendo, tudo isso... Mas, acho que, no contexto em que estou — sorri mais —, eu só queria que fosse simples.
Ele se ajeita contra o pilar, deposita o peso apenas num dos braços.
— Como assim “simples”? — instiga.
Você suspira, uma mãozinha se aperta na outra.
— Tipo — articula —, tô aberta ao leque de coisas que podem acontecer na sexta, sabe? Acontece que queria chegar lá pelo menos já sabendo qual vai ser a sensação que eu vou ter dentro de mim. Uma amostra pequena.
— Deveria pedir ao Mads isso.
Você vira suavemente o rosto, negando.
— Meu lance com ele é outra parada... poderia pedir pro Wagner ou pro Pedro também, só que sinto que eles vão querer ser mais românticos. E não que eu não goste do romantismo — alega —, mas preferia algo mais pontual. E o Cillian... — pende a cabeça pro lado. — Ele é compreensível, sei que seria ótimo, mas queria tentar outras coisas com ele.
Swann comprime os lábios, segura um sorriso frouxo.
— Está ficando sem opções — comenta.
— Pois é...
Por fim, não consegue reter por tanto tempo o riso. Até procura mascarar com a mão mergulhando nos cabelos, porém opta mesmo por esticar as pernas. Vai ao aparador, te dá as costas momentaneamente enquanto pega o maço de cigarro no bolso da calça. Você escuta o chiar do isqueiro.
Ele caminha em direção a janela. Traga.
— Você quer que eu tire a sua virgindade. — E expulsa a fumaça pra fora do apartamento.
Não é uma pergunta. O tom dele não deixa espaço para equívocos, por mais aveludado que tenha soado. Te encara, um rascunho de sorriso ladino ameaçando se completar a cada segundo.
Você abaixa o olhar.
— Olha pra mim — te pede com afeto, quase num sussurro, e você obedece prontamente. Ele traga mais uma vez. — Quer que seja eu, então? Aqui, hoje.
Dessa vez, você tem uma pergunta para responder: “sim”, acanhada.
— E os outros? — o homem parece te estudar, incitando.
Você segura o retorno, feito temesse por qualquer mísero segundo as implicações do que vai dizer. Mas a verdade é que você não teme.
— Eles não precisam saber... — encolhe os ombrinhos — ...precisam?
Swann traga pela última vez, volta ao aparador para apagar a bituca no cinzeiro e abandonar lá algo além do tabaco. Torna-se para ti.
— Tenho aula às 17h — lembra —, não tenho muito tempo.
Você o observa se aproximando do sofá.
— Só quero que seja pontual — reprisa.
— Só uma amostra pequena?
— Isso.
Ele passa a pontinha da língua no lábio, pensativo.
E assente.
Você abre um sorriso largo, se levanta do sofá num pulo. Vai correndo na direção do quarto, ignorando totalmente a voz calma dele ecoando atrás, “Não se anima tanto, vai ser só a pontinha...”. Desabotoa os jeans, aguarda deitadinha no colchão, com a peça íntima à mostra e com a blusa de alcinha.
Ele adentra o cômodo desfazendo os botões da camisa, mas não a tira totalmente do torso. Entre as bandas da blusa, você encontra o abdômen magro, apenas um vislumbre. O cinto é deixado no canto da cama, junto da calça. Se livra da cueca ao passo que chega mais perto, para se encaixar no meio das suas pernas bem abertinhas esperando por ele.
Você se apoia nos cotovelos, ergue o olhar para espreitar a nudez. Flagra o momento em que ele molha os dedos com a língua e guia a mão úmida ao próprio sexo, acariciando. Você se permite ousar: “posso também?”. Ele te olha. Ainda um pouco incerto do que exatamente você quer com essa pergunta, mas consente. Aí, compreende melhor a expressão indecente que ilumina o seu rosto quando te assiste sentar-se brevemente para estar inclinada o suficiente para que o filete de saliva possa vazar entre os seus lábios e melar a cabecinha do pau dele.
Swann usa da umidade extra para se masturbar lentamente. Teria dedicado mais atenção com os dedos da outra mão por cima da sua calcinha, se não tivesse sentido o tecido tão quente e molhadinho. Curva-se sobre ti, arrastando de lado a peça do caminho.
Você permanece sustentando-se sobre os cotovelos, quer ter a oportunidade de testemunhar o momento em que ele se inserir. Nesse meio-tempo, enquanto o homem concentra-se em esfregar a glande inchadinha entre as suas pernas, você se entretém nas tentativas de evitar que as mechas mais longas do cabelo dele recaiam sobre os olhos.
A pontinha beira a entrada, se força pra dentro. Assim que penetra, você puxa o ar, surpresa. Sorri.
A sensação é singular. Não machuca, muito porque é apenas o começo, mas está ali, ocupando um espaço.
— Mais — você sussurra. — O resto.
— Calma — se diverte com o seu imediatismo —, pra que tanta pressa?
— Bem, mas não foi você que... Hm! — Morde o lábio, paralisada. É preenchida por inteiro, até sentir a virilha alheia roçando. Dessa vez, os músculos tencionam, arde um bocadinho. Se apega aos cabelos dele, aperta pra descontar a ausência de pleno conforto.
Swann ri do seu rostinho frágil, afoga o dele no vão do seu pescoço, ao se deitar sobre o teu corpo. Deixa uns beijinhos, cochicha, “gostou? É assim que pode ser na sexta.”
Te dá um tempinho pra recuperar o fôlego, conviver com o sentimento novo. Arranha a ponta do nariz pela sua garganta, com afeto.
— Se eu tiver que meter em ti, a gente vai demorar muito — segreda.
Você solta o ar dos pulmões, mais dona de si.
— Então, só fica assim — sugere. — Só mais um pouquinho.
Ele levanta a coluna, volta a basicamente se sentar sobre o colchão. Desliza as mãos pelas suas pernas, parece refletir consigo mesmo em busca de uma resposta. Ao fim, um sorrisinho pequenino aponta no canto dos lábios.
— Tá, mas só deixa eu te mostrar uma coisa importante... — Firma as mãos na sua cintura, puxa o seu corpo pra mais próximo do dele. Sufoca o seu interior, todinho dentro. — A maioria de nós sabe fazer assim... — O quadril começa a se mover; recuando e avançando. — Bem devagarinho...
Você observa, hipnotizada, a forma com que ele vem e vai com tamanha maestria. De boca entreaberta, meio boba, uns gemidinhos abafados ecoam na mesma cadência preguiçosa com que é acertada.
Ele te encara.
— Mas o Cillian é um meio peculiar... — até a voz do homem soa branda. — Ele vai te pegar um pouco... — prefere mostrar do que apenas dizer. Crava as unhas na sua cintura, te ergue no mesmo impulso que usa para acelerar o ritmo das investidas.
O seu riso ressoa espontaneamente, mistura aos gemidos cortados por cada estocada mais bruta. Com os bracinhos esticados sobre a cama, seu corpo sacode com o impacto. Porém, a folia não dura muito. Swann deita ao seu lado na cama, cobrindo ambos com a colcha macia e dizendo “pronto, agora você já tem uma noção. Já tá bom.” Embora quisesse mais, a satisfação é recompensada ao ser abraçada por trás para receber aquele mais um pouquinho que pediu.
Ele suspende a sua perninha, se encaixa todo dentro de novo.
— Só quinze minutos — dita, ao pé do seu ouvido.
Nem queria pegar no nosso, mas torna-se impossível quando ele está te esquentando dessa maneira. Enchendo ao máximo. Consegue senti-lo pulsando, molhado. Ele pega no seu pescoço e te faz pender o rosto na direção dele. Cobiça os seus lábios com o olhar, alternando entre te oferecer um contato visual intenso, mas tudo que te oferece é um beijo demorado, sem muita profundidade, que termina com a língua dele resvalando nos seus lábios cálidos.
Você fecha os olhos e cochila.
Ao acordar, está vazia. O encontra terminado de se vestir, na sala. Swann abotoa a camisa e caminha na direção do aparador. Ali, recolhe o anel de volta para o anelar.
Nesse tempo todo em que estiveram no quarto, ele não estava usando a aliança.
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— Onde você vai?
Swann é pego de surpresa. Desiste de ir até o aparador para procurar a sua silhueta se formando no sentido do quarto. As luzes estão apagadas, todos os outros dormem, seja na suíte principal, ou no outro cômodo. Porque as cortinas da janela larga da sala estão retidas, a luz natural da lua cheia na madrugada invade o espaço entre vocês dois. Na mesa de centro iluminada, ainda jazem os resquícios da noite de sexta: as seis taças de vinho, o prato com um restinho de batata recheada que sobrou após o jantar.
— Volta a dormir — ele estende a mão na sua direção, doce, a voz soa rouquinha e afável —, tá tarde ainda.
Você descansa a lateral do rosto no batente da porta.
— Você não vem?
Apesar da distância, é possível ver a hesitação tomando conta da face masculina.
— Eu já vou, só... — responde, de qualquer jeito, no modo automático para evitar justificativas mais complexas.
Entretanto, não é suficiente para você.
— Já vai embora — anuncia o desfecho evidente. — Alguma emergência em casa?
Ele respira fundo, dolorosamente silencioso antes da voz aveludada tentar apaziguar: “não precisa se preocupar com isso”, sorri discreto, “sério.”
A sua linguagem corporal não camufla o que sente, embora sussurre um tudo bem. Se abraça ao batente, contrai o corpinho, roçando até o joelho na porta. E o homem não resiste à manha, se rende aos seus braços, se aproximando com as mãos esticadas para segurar os cantinhos do seu rosto.
— Desculpa — sussurra, tocado.
— É só que eu pensei que fosse de manhã, ou depois do almoço — você relata, baixinho —, mas ainda nem amanheceu.
— Eu sei, vai ser só dessa vez — promete.
Como acaricia a sua bochecha com a palma das mãos, o calor da pele te acalenta, porém é a ausência da sensação frio de um certo material metálico que ganha a sua atenção.
— Te vejo na segunda, okay? — o homem negocia. — Não pode matar aula, já está no máximo de faltas — brinca.
Você aceita a barganha, aceita até o beijinho que ele deixa na sua testa antes de te dar as costas. Fica onde está, na porta da suíte, no silêncio da madrugada. Apenas o vê saindo, pegando a bolsa no sofá e indo direto para a porta. Se despedindo com um bonne nuit, ma belle, e sumindo na escuridão.
Seus lábios se separam, o ar é engolido para dentro no instante em que uma lembrança assombra a sua mente. No entanto, guarda para si e retorna para o quarto.
A aliança ficou no aparador.
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ネ⠀· ❛ GUESSSSSS
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lottokinn · 7 months ago
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              𝐓𝐑𝐘 𝐘𝐎𝐔𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐊𝐘: ──── LOVE-KINN's armoury ;
Doomblade é um espadão colossal com uma lâmina longa e pesada feita inteiramente de ferro estígio. A lâmina é de um escuro profundo e seu peso massivo requer grande força para empunhá-la, mas em troca oferece um poder de corte grande, capaz de rasgar armaduras e escudos com facilidade. Quando Love a ganhou de @kerimboz, pensou ser um engano porque não pensava que era uma arma que combinava consigo. Love sempre preferiu armas mais leves e delicadas. Mesmo que tivesse uma personalidade mais extrovertida, nunca pensou que alguém a enxergaria usando uma arma desse porte. Ficou relutante no começo, mas assim que tocou na mesma, soube que era para si.
A lâmina longa tem uma superfície que brilha em vermelho escarlate no mesmo tom de suas asas, como se estivesse imbuída com o sangue de antigos inimigos. Algo que tinha aos montes em seu armário e estava começando lentamente a aceitar em sua vida e deixar de carregar com um pecado sem perdão. Era como se veias carmesins pulsantes percorriam a lâmina, emitindo um brilho que pareciam pulsar com as batidas de seu coração. O que só provava que o espadão havia sido feito para si, como se fossem uma extensão de sua própria força de vontade. A parte central da lâmina é reforçada com uma coluna de ferro estígio, conferindo resistência e estabilidade à estrutura do espadão. Mais do que a pura força bruta, Doomblade representava a dualidade de Love. Por fora, uma arma massiva e por dentro uma conexão profunda com a essência dela.
Breaker of Chains and Bonds à primeira vista parecem um par de leques comuns, adornados com um acabamento em seda endurecida vermelho e uma aparência refinada. As lâminas afiadas de ouro imperial são embutidas na estrutura dos leques, tornando-os capazes de cortar quase tudo. Quando fechados, os leques oferecem uma defesa, funcionando como um escudo improvisado para desviar ataques e bloquear golpes. Ao serem abertos, revelam todo o seu potencial ofensivo, permitindo a Love não apenas atacar de perto, mas também lançá-los como projéteis. Quando não estão em uso, transformam-se em um par de brincos.
Lifedrinkers são um par de sais forjados em bronze celestial, com lâminas longas, afiadas e de uma precisão letal. A arma é capaz de drenar a energia vital do inimigo, enfraquecendo-os e Love também consegue capaz de cortar através das sombras com a lâmina da arma. Ela ganhou os conjunto após retornar de sua mais recente missão no submundo.
Gravikinetic é uma lança forjada em ouro imperial capaz de manipular as forças gravitacionais ao seu redor com precisão. A ponta da lança é afiada, mas sua verdadeira força está na habilidade de alterar a gravidade no ponto de impacto, seja para esmagar os inimigos sob uma força ou para lançá-los violentamente ao ar. A arma também interage com o poder cinético de Love, amplificando o impacto de seus ataques. Cada golpe é potencializado por energia cinética, criando um ciclo de força que ela consegue manipular.
+ bônus:
Cálice de Dionísio é um cálice de prata, adornado com intricadas entalhes de uvas. Quando alguém bebe do Cálice de Dionísio é induzido a um estado de embriaguez e proporciona visões proféticas. Essas visões podem ser enigmáticas e o efeito do cálice dura cerca de 2 horas por dia, permitindo explorar e interpretar essas visões antes que a influência do cálice se dissipe.
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cindergothin · 2 months ago
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Anora - (2024) Sean Baker // ★★★★★
Apesar da semelhança narrativa com “uma linda mulher” que muitos comentaram e que sim, tem seu fundo de verdade já que aqui também somos apresentados a uma mulher sonhadora, que luta pra sobreviver em meio a desigualdades sociais de renda e gênero e que de repente tem todas as oportunidades de mudar de vida oferecidas em uma bandeja de ouro. A diferença entre os filmes é o diretor Sean Baker, sua visão crua e real sobre personagens marginalizados, com camadas e personalidade profundas por vezes duais e claro, seu casting sempre intuitivo e certeiro.
O filme passa por um romance conturbado mas com elementos narrativos que revelam mais do que o superficial e escancaram os extremos da modernidade e do capitalismo, de um lado temos Any uma jovem mulher que ganha a vida como stripper, no lado sombrio de Nova York que vive uma vida nada confortável e que em um dia de trabalho conhece Ivan, um herdeiro folgado que brinca de homem longe e a custa dos pais mas que vira criança quando deve lidar com as consequências de suas escolhas. Any que pela primeira vez pode realizar seus sonhos de menina, como casar na Disney e ter uma vida de princesa logo se vê casando em Las Vegas, o auge da vida louca sem compromisso e cheia de vícios, algo que claramente passa pela cabeça da personagem que prefere arriscar tudo a ter que voltar pro buraco que saiu.
Tudo vai por agua abaixo quando descobre que seu principe na verdade é um sapo, que a descarta como se fosse nada e bagunça sua realidade e destrói seus sonhos, ela sabe que se deixou enganar, Ani viveu a vida real e tenta manter tudo sob seu controle mas aos poucos vai caindo na real até desabar em cima de Igor, personagem que já sabia tambem como as coisas acabam pra pessoas como eles, que estão a mercê dos caprichos de quem tem mais do que eles. É durante uma tentativa desesperada de recuperar o controle que Ani percebe que ela perdeu, que não tem como vencer vindo de onde ela vem, mesmo todo o dinheiro e glamour nunca permitiram que gente como ela acesse certos lugares ou que tenha direito a felicidade. Nova Iorque se torna cada vez mais fria e vazia conforme a realidade se aproxima e agora a espera do lado de fora do carro.
Não é a primeira vez que Baker contrasta o brilho e a ilusão com a dureza e realidade do que é a America e o Sonho Americano, cria personagens que mesmo com a pior das origens ainda são capazes de sonhar e se iludir em um sistema que falha com quem vive às margens não só da sociedade americana mas como um todo, um sistema que valoriza e instiga uma realidade de sucesso e excesso que jamais permite que algumas pessoas um dia alcance.
Anora é o terceiro e aclamado longa de Sean Baker que já um dos diretores mais necessários da geração, que coloca um espelho de volta pra sociedade sem nunca julgar seus personagens conflituosos com seus erros e acertos e uma visão empática e realista, sem vilões ou mocinhos, apenas pessoas.
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khulthuskaotika · 11 months ago
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Sangue, Sálvia e Fumaça
O cheiro do cigarro de sálvia ainda está no ar... o chá da mesma planta corre dentro de minhas veias, as luzes no céu noturno são poucas hoje, meio nublado o céu ao que parece, há milhares de textos dentro de minha cabeça, dentro da Zona Interna, poucos deles imperfeitamente podem ser postos pra fora... a Zona Interna é estranha, esquisita... não obedece a nada do mundo de fora. Estou sentado numa cadeira de praia no quintal de trás da casa no meio do pasto sob o céu a noite, tem gente que prefere estar numa praia de dia sob o Sol; eu não... bem, nenhuma crítica, cada um absorve o que lhe é da sua necessidade. Eu prefiro o ar da noite, o céu escuro e o máximo de brilho de estrelas que puder captar; ainda há casas demais a minha volta, nos quatro cantos, cercado, me sinto cercado... os brejos e matagais ficam um pouco mais distantes, os sortudos com mais grana tem seus quintais enormes cheios de árvores e plantas diversas. Quanto mais isolado para mim melhor, detesto este cerco de pessoas comuns, gente demais, árvores e matagais de menos, Jaguarão City é uma pequena cidade rural (mal) misturada com as modernidades culturais de hoje, daí você vê pessoas com certas disfunções de cultura ao olhar atento, bosques viram lixeiras clandestinas, o verde é considerado "sujeira" enquanto os próprios moradores emporcalham as ruas e todo lugar com suas latinhas de cerveja, garrafas de refrigerantes de plástico, sacolas de mercados, todo tipo de lixo não orgânico... chegam a capinar seus quintais e jogar no meio fio das ruas de terra seu pasto orgânico dentro de grandes sacolas de plástico do mais resistente.... vai se entender esta Raça Humana de hoje... eu fico abismado e revoltado com esta cultura moderna, não enxergam mais nada! Nem o céu maravilhoso a noite e as coisas que passam por eles desapercebidos, os bosques transformados em lixões, os matagais onde se tacam fogo, já que mato é "lixo", o verde é lixo! Cortam toda as copas das árvores porque suas folhas secas "sujam o chão" de suas ruas de terra... eu não entendo mais esta Espécie Humana de hoje... não entendo mais...
Se gabam de morar numa "cidade Histórica" tombada, mas não estão nem ai para as ruínas destas mesmas História de que tanto se gabam, nem mesmo a Prefeitura e seus Políticos mui Inteligentes (fui super irônico aqui). Seus olhos e atenção estão apenas para suas micro telinhas de seus super modernos smartphones e seus aplicativos inúteis, seus falanstérios digitais onde nada é dito de verdade, suas informações falsas criadas por pessoas igualmente falsas paga-paus de alguma coisa ou alguém importante e por aí vai... estão mais atentos em seus carros caros em suas garagens, garagens algumas que ao lado de simples kitnet's de pobres não fariam uma casa inteira dos moradores das partes ricas da cidade... mas o importante é o carro de marca, o Status... e o Bosque do Carrapicho ali ao lado, Tesouro a vista para aqueles que sabem reconhecer, apenas vira cada vez mais lixeira para todos que moram ao seu redor... igualmente seu tamanho vai sendo reduzido sendo comprado por empresas que estão "Desenvolvendo a cidade" com seu concreto e asfalto, motores e ônibus, estacionamentos... e o verde do Bosque do Carrapicho vai diminuindo, cercado por cercas de arame sabe-se lá de quem, já que seu suposto dono nem aí está para sua manutenção... não é o verde que importa, não são as árvores enormes que lá estão a séculos, décadas, plantas, remédios... não, é apenas o terreno em si, o espaço pra ser vendido ao primeiro com dinheiro a oferecer e cobrir o valor proposto... enquanto isso o Bosque do Carrapicho vai virando lixeira dos moradores da região. Isto ocorre em toda Jaguarão City, as gerações de hoje não enxergam o Verde como um Tesouro... é só um terreno baldio onde posso jogar meus sacos de lixo, sofás velhos, impressoras quebradas, TV's, máquinas de lavar, pneus, tudo, tudo de velho... mesmo tendo um sistema de coleta de lixo regular toda semana em toda cidade, caçambas de lixo e etc... mas é mais fácil jogar ali no mato meu lixo não biodegradável... nós Humanos, sem distinção, somos a pior Espécie que já surgiu neste pobre Planeta.
Mas eu quero falar de outra coisa, a  Outra Jaguarão City, sim, há uma Outra Jaguarão; cidade esta que recebeu seu nome de um dos Profundos, um Ser tão antigo que os velhos (já desaparecidos) indígenas Guaranis já conheciam como Jaguarú, nome também do próprio grande rio que este Ser vive até hoje; invisível aos olhos humanos, mas que leva todo ano suas prendas, desavisados que se afogam e seus corpos são tragados para as profundezas do rio, todo ano tem uma história dessas... o Jaguarú continua vivo e muito vivo!
Rios sempre foram Fontes de Poder e Vida de uma cidade, o desta pequena cidade "rural" tem seu guardião a séculos. Fora que Jaguarão foi construída sobre camadas e camadas de basalto, rocha vulcânica negra pura! É fácil achar estas rochas em toda cidade, até ruas foram pavimentadas com estas rochas negras lindas; lava, magma puro saído do centro deste Planeta a milhões e milhões de anos, talvez quando nada havia de terra por aqui, apenas rochas e montanhas vulcânicas... hoje, só restam os cerros como quem sabe, memoriais bem desgastados de um passado mais remoto que a mente humana comum possa imaginar. Há Energias aqui, energias que ainda tentam sobreviver ao lixo e cada vez mais aumento da população humana destruindo o Verde a sua volta; há Energias aqui antigas, Vozes, Ancestralidade... há uma Outra Jaguarão, e é desta que quero falar, essa Outra só certos olhos conseguem enxergar, ver seus habitantes e Tesouros que ninguém considera valor algum. Há espíritos de velhos Caboclos em matas mais fechadas à grandes buracos em valas cheias de raízes mais velhas que eu e você, buracos que seriam morada de coisas que é melhor não perturbar sua quietude. Nesta Outra Jaguarão invisível há campos gigantescos, mas tão grandes que seriam planetas compostos de Civilizações de formigueiros, o Planeta das Formigas, assim o denominamos, como o Bosque do Carrapicho, criamos nosso próprio mapa da Outra Jaguarão... lugar tal no meio dos enormes fortins das formigas passou sobre nossas cabeças uma enorme e estranha ave que nunca tínhamos visto antes por ali, um pássaro que poderia ser um falcão muito grande... ou outra coisa voadora que coroou nosso descobrimento do Planeta das Formigas e outros achados naquele vale verdejante.
Nesta Outra Jaguarão vejo nos céus noturnos coisas que se movem, e não são satélites, balões ou aviões... nem é rota destas máquinas por aqui; coias estranhas piscam e somem, se mexem em movimentos fora de qualquer órbita programada, coisas que parecem serpentes feitas de noite e luzes, coisas que não parecem máquinas, e sim vivas! Eu vejo todas estas coias nesta Outra Jaguarão, a Outra, que seus cidadãos comuns e tão aprisionados em suas Realidades pré-programadas pelo Todo nem conseguem mais perceber nada... eles nem olham mais para o céu! Nem isto incrivelmente não fazem, perderam a Capacidade de se Maravilhar com o Tudo que está a milênios a sua volta... vieram os tais "Colonizadores", se "Desenvolveram", trouxeram esse tal de "Progresso" e esqueceram tudo o mais.
É triste... é triste esta época, esta Era de Espíritos Humanos Mortos-Vivos... tanta Tecnologia para pouca Alma Verdadeira; na Outra Jaguarão existem coisas Misteriosas, mas muito tempo escondidas dos olhares, a árvore de Figueira do Enforcado, o Museu assombrado, a velha Picada, local de fuga dos antigos Africanos escravizados... pequenos pântanos, bambuzais, fantasmas, há muitas coisas para se explorar por aqui, se aventurar, mas muita coisa cercada, tomada por mesquinhos donos de terra, pastos e pastos para suas boiadas, florestas de Eucaliptos inteiras devastadas só para criar pastos para bois... assim é.
A Raça Humana nunca mereceu este belo Planeta...nunca mereceu, somos Acidente ou um projeto mal feito, fracassado.
Se alguma Divindade teve alguma coisa a ver com nosso surgimento, ela estaria enormemente equivocada! Ou somos apenas uma entre tantas experiências de Seres muito além de nossa pequena Imaginação poderia conceber... acho mais veracidade Teórica nos textos de Lovecraft do que em qualquer Religião, Doutrina e até mesmo a limitada e BURRA Ciência! Burra sim, boa para descobrir doenças e suas fontes, catalogar o que vê e encontra, criar remédios e tratamentos, tecnologia... mas, você deve saber, sem aqueles romancismos de velhos tempos, a Ciência do Mundo Moderno é apenas uma Rameira da pior espécie! Apoia, faz, mostra apenas o que a Mão que lhe dá os Recursos para suas pesquisas permite ($$$$). Não estou fazendo uma ode contra a Ciência, mas que ela é limitada totalmente pelo cabresto de seus Donos, sim, ela é.
Mas, esqueça a Ci��ncia, não estou aqui para falar dessa chatice atroz; hoje mesmo sentando em uma cadeira de praia no pasto do meu quintal pude ver coisas se mexendo no céu escuro, coisas mais negras que a própria Noite, vi pequenos brilhos se mexerem e traçarem seu rumo pelo espaço, vi pequenas esferas de uma luz esverdeada ou azulada que parecem micro cometas brilhantes passarem sobre minha cabeça, estas coisas quando percebem que são vistas desaparecem como mágica, ou esperavam que fossem vistas... nunca se sabe. Já vi sombras vivas enormes que pareciam um grande animal de quatro patas maior que qualquer cão que conheça, andando por uma velha estrada de terra que dá a algures distantes em outras pequenas cidades mais fechadas ainda no campo... esta Outra Jaguarão tem um quê de Antigo, dá pra sentir sua energia debaixo desta modernidade enfadonha, vulgar e estúpida, percebe-se mais isto nas noites de névoa entre as árvores; ainda há muitos Caminhos escondidos por aqui, lugares que ainda não fui e devo ir, o mapa desta Outra Jaguarão deve ser feito, como antigamente, em pele, couro de animal, e um grimório encapado com couro de bode ou outro semelhante... há muita coisa a ser contada dentro de minha Zona Interna, difícil é transformar em Palavras, Verbo, entendível para os outros. 
Há símbolos nas paredes, selos dados em Sonhar, crânios, Fetiches, ossos, sujeira e marcas velhas de gatos brincalhões, cheiros orgânicos, alguma bagunça, nada "simétrico", e nem está do jeito que eu gosto, ainda há muito a se fazer aqui, ainda não está meu Ideal, este Covil (ou outro que se for arranjar) ainda falta mais coisas a serem preparadas... ter minhas coisas de volta, coisas que ficaram para trás e nem sei se as terei novamente, mas tudo é uma Aposta, como a própria Vida.
Há Coisas a serem Firmadas aqui, sou um Ser que vive de certas Energias, preciso delas a minha volta, não é apenas a energia dos alimentos orgânicos, também os alimentos energéticos, Sangue, não há outro parâmetro para tal... eu preciso deste Sangue! Sempre cacei este Sangue mesmo quando tão jovem e nem sabia o que isto significava; preciso dele para continuar a Batalha, Sangue sempre foi Vida e Vida sempre foi o Sangue! 
Entenda quem puder entender. Não haverá explicações aqui.
A Outra Jaguarão esconde segredos antigos e eu quero trazer estes segredos a tona, pelo menos tentar, vale mais para mim do que ser "um deles", estes simplórios viventes de hoje em dia, nascem, crescem, recebem o mesmo LIXO que suas "adoráveis" famílias foram educadas, são ensinados (como bons cães) a ir atrás do que lhes é ensinado, envelhecem, ganham seu dinheiro e depois morrem.
Observo e acho triste e sem sentido esta Existência, triste, jogada fora e estúpida; uma mesma manada de primatas a fazerem sempre a mesmíssima coisa para sempre. 
Já eu, parece que nasci com esta deformação de Consciência nativa de necessitar de um tipo de Sangue diferente, mesmo que difícil, mesmo que a escolha que caçar Isto em minha Realidade Pessoal seja como um ato de suicídio parcelado. É aquele segredo, não é sobre se "empoderar", é sobre Enfoderar-se... é meu caro ou minha cara, as escolhas dependendo de suas Realidades Pessoais vão lhe foder, para mais ou para menos, não importa, mas vão te foder! Este o Segredo dos Juramentos e dos Pactos que ninguém te conta não é mesmo? 
Mas sim, é uma Aventura, é um Jogo... bem, acho que este texto já está grande demais, escreverei mais sobre esta Outra Jaguarão com mais Liberdades e outras Vivências, outras descobertas e mais sobre nossa própria Filosofia Pessoal de jogar este grande Jogo; posso-lhes adiantar que mistura algo mais do Punk mais anárquico, Mágica e Feitiçarias, sobrevivências pós-apocalípticas e muitos presentes achados dentro de Makayas e lixeiras... sempre um muito obrigado a Senhora Maria Mulambo! Saravá! Laroyê Dona Mulambo!
Somos sobreviventes, somos os ratos nas vielas escondidas duma sociedade cada vez mais hipócrita, falsária, controladora e burra... somos os Filhos da Destruição, Pestilência, BioPunk's catando comida, Fetiches Mágicos e Vida do que ainda permitem existir... catamos seus restos, os restos da cidadezinha aparentemente bem arrumada, bonitinha, sem miséria, fome e sujeira... somos os Feiticeiros xamãs dos caminhos mais difíceis, somos obrigados a desenvolver Fórmulas e Técnicas que se ajustem a esta Realidade a nossa volta... suja, podre, mesquinha, miserável e muitas outras coisas.
O "bonito" e "bem sucedidos" estão nas belas cidades ordenadas e suas micro telinhas de smartphones.
Termino por aqui... depois despejo mais de meu vômito doentio, minha gosma do pântano que teima em querer subir à superfície, porque não há mais volta para mim.
                                 FIM
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rhee-hyesu · 2 years ago
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⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀june 30, 2023  03:32
⠀ ⠀tw: dismorfia corporal e distúrbios alimentares
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀dear diary,
É Hyesu, tem um certo tempo que não escrevo em suas páginas, e me desculpe por isso, não era a minha intenção ficar sem dar atualizações, mas foi algo fora do meu controle. As coisas tem sido agitadas em minha rotina, meu sono está todo irregular, se eu consigo descansar por uma hora sem acordar é muito, estou parecendo uma panda com os olhos escuros, mas nada que uma maquiagem mais forte não disfarce para ninguém notar. O que parece funcionar já que ninguém notou até então. 
A minha vida tá uma bagunça desde que passei pela audição para esse recital, minha cabeça anda mergulhada em um mar de partituras e melodias, é um pouco estressante, admito. Minha cabeça doí a maioria do tempo, estou exausta, mas na hora de dormir, mesmo com chás e exercícios eu me encontro olhando para o teto extensivamente escutando a música ecoar em minha imaginação. É assim que grandes mestres viviam? Isso soa um pesadelo. 
Falando de pesadelos, ela desapareceu, sempre é assim. Não sei se eu tivesse pesadelos com ela ao invés da música ia ser mais fácil, eu não sei dizer. Está uma bagunça meus pensamentos estão embaralhados as notas estão cada vez mais distantes do meu ouvido e me encontro num mar de incertezas. Como eu faço isso parar?
C O M O?
Tirei uma pausa nesta madrugada sem sono para escrever em suas páginas como forma de remediar e colocar ordem no meio de tanto caos, mas não está funcionando, eu devo desistir e me entregar a loucura? Me tornar meu pesadelo? Eu não quero isso! Mas eu não sei se aguento mais... Eu quero parar com isso. Só queria ser uma pessoa normal com problemas de uma pessoa normal. Eu acho...
Eu acho que estou quebrada?
Como se conserta uma alma sem brilho? 
Queria algumas vezes não preencher aqui com crises existenciais e ter coisas boas, mas a única coisa boa que houve em meus dias foi que pude ver novamente, aqueles olhos, aqueles malditos olhos que brilham cheio de sonhos passando por mim. Meu coração acelerou e isso não podia ser remediado. Quando fui ensaiar novamente no fim da tarde, tentei não parecer tão óbvia, me escondi e observei ao longe, mas acho que algo em mim gritava para que olhasse um pouco mais para baixo e me enxergasse, claro que não foi dessa vez. Ninguém sabe o que alguém calado quer. 
Não estou frustrada por isso, pelo contrário, foi um pequeno milagre, meu pequeno milagre. Isso deixou a minha cabeça ocupada com outra coisa que não fosse os gritos da minha mãe ou as partituras. Só que não consigo parar de pensar que não tenha em mim que faça ter aquele olhar um pouquinho mais para baixo, acho que tem algo de errado em mim.
Será a minha aparência? Me pergunto isso toda vez que olho no espelho, a verdade é que se nem eu gosto do que é refletido, alguém vai? Eu sou uma boba diário, pode dizer, nunca vou ser as violinistas esbeltas que tocam comigo, elas sim são incríveis, talvez se fosse como elas... Tudo isso mudasse, mas eu sou eu, e com certeza esse é o problema. Irei fazer algo para mudar isso, mas eu me pergunto enquanto escrevo.
Será que eu tenho conserto ainda? 
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀sincerely,
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀rhee hyesu
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morbidvividus · 1 year ago
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Nós éramos como dois gigantes capazes de esmagar qualquer mito
Mesmo que pela estrada houvesse chamas
Elas dançavam , dançavam com o brilho do seu olhar
Esses mesmos, que me salvaram do meu inferno particular
Seu sorriso me encorajava a lutar
Eu sempre andei sozinho,
A procura de algo prometido
Você me mostrou, era a falta de amar
Como eu pudera demorar tanto pra ver o óbvio?
Às vezes estava tão preso a meus demônios
que acabava sucumbindo aos meus sonhos.
Depois de alcançar o prometido, por que as circunstâncias foram complicar?
Em que momento do caminho nos perdemos?
O medo não deixou a gente falar,
Quem sabe nessa hora poderíamos nos salvar...
A menor das coisas tinham tamanhos absais
Sem querer a gente se machucava,
Isso pq não era claro oq tinhamos,
mas a gente se amava
Não foi nossa culpa,
todos temos nossos medos, não dava pra advinhar
Quando te mostrei pro mundo
queria compartilhar o quão belo era
mesmo que fossem por algum segundo
Mas então amar é isso mesmo?
Sentir medos, inseguranças, alegrias tudo ao mesmo tempo, isso é como levar um susto
Não seria mais fácil que viesse junto algum curso?
alguma palavra sobre oque lhe incomodava no início alteraria nosso percurso?
Entretanto podemos também imaginar
Que uma atitude minha mais intensa em demonstrar também poderia nos salvar?
o medo nos cegou e nos calou
Você se sente vingada?
Eu precisava realmente saber disso tudo, todos esses detalhes, se era a intenção deu certo, meu coração está em milhares.
Não entendo Deus!! Permitir que chegasemos a esse ponto
Mas quem diria, a gente sentindo o mesmo, que ironia...
conexoes assim são de alma
São aquelas que além de subirem até a alma e nos iluminar, são cheias de raízes que até o fim do abismo podem tocar.
Então o amor é uma faca de dois gumes?
Eu não sei dizer, mas sinto oque é quando sinto seu perfume
Aprendi também que não estava sozinho,
e muitos planos me pus a criar,
pois sozinho não estava mais a caminhar
Aprendi que devo me cuidar
Não Parece besteira?
Sempre eu que sacudi minha poeira
Não sentia pertencer a nenhum lugar
você fez olhar pra dentro e ver onde está o lar
Sei que pela boa moralidade ainda não sou um bom rapaz
mas estou na luta e sei que sou capaz
Então me diga?
Com esse poder todo você ainda tem insegurança?
No seu peito transborda esperança
Agora eu sigo com a viagem cheia de planos, mas com a bagagem vazia
Porém baby, quem sabe no futuro, meses ou anos,isso tudo não pode ser coincidência,
acreditar nisso seria extrema inocência!!
Sei que não mudamos o passado!
Porém reviveria tudo de novo, cada dor, cada alegria, cada vinho e cada poesia,
cada conversa jogada fora
Aquele dia na pedreira sem pressa nem demora
ele entrou pra nossa história.
Eu vou carregar sempre você na memoria, e vou ficar melhor
mas só de estar na busca estou além do que supus.
Agora os caminhos não serão os mesmos, eu ficarei revivendo na memória toda vez que olhar na janela de um bus
Tenho plena certeza que nosso caso é um amor de blues
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smbodyelsew · 2 years ago
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e nessas andanças infelizes, travestidas de promessas de vida e de emoção, conheço meias pessoas, com meias palavras, meios beijos e meios cheiros. conheço peles limpas e sorrisos bonitos, arrisco dizer que são até sinceros, mas os olhos não mentem, e aqui, falo sobre os meus, é o meu olhar que entrega tudo. entro em histórias que não são minhas e vou tecendo uma lã de uma vida inventada, vida feliz, porém incompleta. vida essa que é tanta, que chega a ser demais, personagens entram por uma porta e saem pela outra, sem ficar. nada fica. um filme que é longo, complexo, difícil e que ninguém arrisca assistir. se esse filme é eu ou você já não sei dizer, fica aí o questionamento. mas já falei tanto de você que hoje prefiro falar sobre mim, apesar de cambalear e não saber direito o que responder quando me perguntam quem sou e se sou feliz. acho que sim, eu digo, com um sorriso meio de canto, tentando enganar a falta de personalidade que há em mim. comentei sobre meias pessoas e meios corações, esses que se doem por aí e chegam até mim com brilhos que não duram nem cinco minutos. na realidade, penso que todos e todas compartilham desse sentimento esquisito que é estar aqui e ter que descobrir o que é o amor, antes que a dor venha, antes que se caia de bicicleta pela primeira vez e antes que se perca a inocência. o amor é lindo mas é duro, sempre achei isso, fico assustada e sedenta, sempre me sentirei assim. é complexo, e é só o que consigo dizer. o fundo dos meus olhos revela uma saudade de algo que já passou há tanto tempo que nem mais sei descrever, é saudade de aconchego, de colo e de mãe, de grama, praia e sol no rosto. confesso: é saudade de ser criança. me pego pensando sobre a velhice e sobre todas as experiências que pensamos ser únicas mas que, secretamente, todos os humanos passam. a dor é coletiva sempre. até quando criança, que é o estado mais puro e cativante, o choro se estende, o grito ecoa e o amor, principalmente o amor, é semeado por aí. hoje já não somos (ou eu não sou) mais assim: é tudo interno, fechado, feio e escondido, não é pra fora, não tem ajuda e acabou o amor. por isso, concluo que a culpa não foi minha. prefiro culpar universos, orixás, terceiros, deus e o mundo por tudo aquilo que não nos deixou seguir em frente. culpo a nossa infância e a falta de coletividade, culpo todas as brigas de mãe e a falta de amor de pai, culpo a sexualidade e a rapidez do mundo. não ter conseguido SER contigo é o crucifixo que carrego por aí, com as mãos cansadas e os pés doendo. eu toda doendo por aí, mas mesmo assim caminhando. caminhando e culpando os outros planos e realidades que sabe-se lá se realmente existem. caminhando e lembrando de tudo aquilo que um dia ja foi santo, ja foi luz e ja foi destino. faço menções honrosas a personagens que vieram antes de mim, porque na minha geração não consigo encontrar inspiração divina o suficiente. procuro dentro de mim algo que seja de amor e de dor, e assim, só consigo encontrar teu nome ecoando por todas as partes. teu nome que é igual ao meu, (in)feliz coincidência. teu cheiro, que é diferente do meu mas que se encaixa perfeitamente na minha pele. tudo encaixa, até o dia em que não encaixa mais. e quando não encaixa, é o momento em que começo a escrever esse texto aqui. é quase como um looping, vivo a vida toda e o peso infinito dos dias nessa roda que não para de girar. não tem caminho, não tem saída, só tem os nossos rostos, enfumaçados, no meio de outras histórias e de meios sorrisos alheios. tem eu, tropeçando e querendo com vontade ser criança de novo, esquecer de tudo que é ruim. tem você, que desconheço, mas não esqueço. tem tudo aquilo que é de corpo mas também é de alma. tem tudo isso e mais um pouco, coisas que nao consigo descrever. tem toda essa loucura dentro do meu coração.
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mineirinhazz · 2 years ago
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CARTA DE UMA PRESIDIÁRIA QUALQUER👇
🔗 Cadeia; um lugar dentro de um quadrado, onde tudo é cinza e só se vê grades e concreto para todos os lados.
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⛓ Quando se é primário, você chega neste lugar sem conhecer realmente como tudo é ou funciona.
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🔒 E mesmo que passe muito tempo aqui, ainda assim, não terá aprendido tudo, e nunca terá visto de tudo.
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🔗 Quando você chega, tudo isso parece ser outro mundo, e realmente é!
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⛓ Aqui dentro não basta só você dizer ser do crime, pois do crime todos dizem ser, o seu dia a dia é quem vai dizer quem realmente é você.
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🔒 Aqui dentro você conhece muitas pessoas, de vários lugares, de vários gêneros e de diferentes pensamentos.
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🔗 Você faz amizades que talvez dure para sempre, mas também faz amizades que não valem por um minuto.
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⛓ Aqui você vale o que tem, se você é aquela pessoa que sempre tem algo, sempre ter�� "amigos".
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🔒 Quando chega final de semana a cadeia fica movimentada, é um dia especial, pois alguns poderam matar um pouco a saudade, vendo os seus entes queridos, como: esposas, pais, avós e filhos.
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🔗 Já outros ficam na expectativa de alguém vim vê-los, na esperança de não terem sido esquecidos.
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⛓ E há também os que apenas esperam o dia acabar e a cadeia para a mesma rotina da semana voltar.
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🔒 Além disso, por ser dia de visita, esse dia se torna um dia perigoso para todos, é um dia que a atenção deve ser redobrada, pois não serão aceito falhas. Visita aqui é sagrada.
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🔗 Os meses vão passando, você vai se adaptando, e quando você percebe a rua vira um sonho que te persegue todas as noites.
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🔒O único problema de sonhar com a rua ou com sua família, é acordar de manhã neste lugar e ver seu castelo desmoronar.
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🔗 A saudade, a angustia, ansiedade, tristeza, o arrependimento, entre outros sentimentos, são nossos companheiros diariamente aqui.
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⛓ A expressão: "vou matando um leão por dia" agora faz sentido para mim.
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🔒 Em um lugar desse, cheio de pessoas, cheia de problemas, as vezes a neurose e a raiva são predominante.
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🔗 Tem dias que ninguém suporta ninguém, por isso temos que se vigiar sempre, para não arrumar problemas piores do que já temos.
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⛓ Aqui você percebe que é capaz de muitas coisas, aqui você perde o medo, a timidez, mas também perde aquele brilho de felicidade, liberdade que todos carregamos no olhar.
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🔒Aqui você aprende o peso das palavras, tem que tomar cuidado com o que diz.
Quem sabe viver neste lugar, consegue viver em qualquer outro lugar.
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🔗 Pois aqui é assim: cada unidade uma cidade, cada pavilhão um bairro, cada cela uma casa, em cada casa uma família. Você respeitando o quadrado do próximo é como se não cuidasse da vida do seu vizinho lá fora.
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👉 Carta de uma presa a mais
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creativeminna · 2 years ago
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Boneco bebê repaginado.
Chegou tristinho mas eu sabia que dava pra melhorar.
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Pela foto do vendedor dava pra ver todo o desgaste da pintura mas não tinha noção que estava tão amassado.
Não é a primeira vez que compro boneca com cabeça amassada, se elas são de vinil, um tipo de plástico mais emborrachado, dá pra arrumar. O plástico rígido já é mais difícil. O vinil desse bebê é bem bonito, liso, maleável e bem conservado.
Pensei em colocar um saco plástico dentro da cabeça e mergulhar em água quente, assim o plástico da boneca retoma à posição original, já fiz isso antes.
Mas nesse caso a região do nariz está com uma camada muito fina, fiquei com medo de estragar, tive a ideia de colocar algo dentro da cabeça atravessando de um lado pro outro. Um bastão de cola quente foi o ideal, pois é bem moldável apesar de robusto, fui cortando até achar a medida certa pra empurrar o nariz e deixar com um rosto fofo. Como o bastão é pegajoso acabou aderindo ao plástico do boneco sem precisar esquentar.
Também lixei o topete que estava mordido.
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Aqui usei removedor de esmalte pra tirar toda a pintura original. Já tinha visto uma referência desse bebê no Pinterest, resolvi mudar a cor do cabelo mas de um modo geral segui como ele era.
Algumas bolhas de fabricação principalmente em volta dos dentes eu consegui remover com faca estilete, mas algumas em torno dos olhos foram mais difíceis e eu acabei furando o contorno do olho direito.
Consegui tampar e ao mesmo tempo moldar com cola branca. Um pouquinho de cada vez, espera secar um pouco, molda e depois aplica mais um pouco. Funciona muito bem se vai aplicar tinta por cima, pois esconde o brilho da cola.
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Uma camada de tinta acrílica branca pra neutralizar as cores originais do plástico e ao mesmo tempo uma forma de economizar material, porque sempre precisa de 2 ou 3 camadas de tinta. A cor branca é super easy mas as coloridas prefiro usar sem desperdício. Sempre espero secar de um dia pro outro.
Mas antes aplico uma camada de verniz Mister Super Clear fosco pra criar textura assim a tinta adere melhor.
Esse verniz japonês é fundamental pro trabalho de pintura em plástico.
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Fiz uma mistura de bege, laranja e um pouco de ferrugem pra conseguir o tom de pele dele. E usei o azul claro pro olho porque já era a cor original.
Agora o cabelo lilás é da referência do Pinterest, fora que eu adoro cabelo tom pastel, queria que o meu cabelo escuro fosse fácil de aplicar essas cores mas não é. Uso nas minhas bonecas então. Ainda decidi aplicar umas mechas rosas e azuis.
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A parte mais difícil de pintar são as pupilas e cílios. Não só porque a cor escura aplicada em cima da cor clara torna qualquer movimento do pincel evidente mas também porque define a fisionomia e o mood do boneco. Se escorregar ou errar fica super evidente e tem que fazer retoques depois que a tinta seca o que dá uma certa aflição, porque sempre quero corrigir na hora. Às vezes aplicar muita tinta em cima da outra forma um trabalho craquelado. Então agora eu vou muito devagar pra tentar fazer de primeira. Mas sempre um ponto ou outro tem que corrigir, passar tinta escura ou a tinta clara.
Não usei nem branco nem preto. O branco está misturado com cinza e o preto com cinza e azul.
Os traços azuis bem fininhos eu fiz já com o trabalho bem seco.
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Depois fiz o brilho nos olhos e sobrancelhas, coordenando com o cabelo e dentes que também não muito brancos.
As sombras, blush, boca e sardas fiz com pastel livre de óleo. Uso o pozinho criado no risco do papel e aplico com algodão.
Decidi fazer as ponteiras dos pés e os punhos em azul. Devia ter aplicado o branco antes mas fiquei com preguiça, queria terminar logo, era a parte final.
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Depois, mais uma camada de spray semi gloss pra selar o trabalho e tirar o grude.
Ficou assim, todo serelepe e feliz, cores novas e radiantes.
Todo o processo de restauração me deixa feliz.
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alittlestarinthisuniverse · 10 days ago
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Gosto de ter tempo, tempo para pensar, para refletir sobre a vida e tudo o que envolve vive-la, não gosto de viver no automático do dia a dia sem saber o que está aqui dentro. Isso me consome por dentro, faz com que eu vá queimando aos poucos até que pegue combustão e já não saiba mais o que sobrou. Odeio não ter esse tempo, ser forçada a viver dias não como quero mas como é preciso vive-lo, isso acaba comigo, faz com que a vida perda a cor, com que a esperança de dias melhores pareçam necessárias e distantes sendo que esses dias melhores já estão sendo vividos, faz com que a poesia da vida se perca e reste apenas palavras jogadas ao vento que não encantam, que não comunicam nada. Como isso me mata, não ter tempo para pensar, mesmo que ele exista, estar só, só mesmo, não com outras pessoas, mas só, sozinha, isso me faz uma baita falta, porque me engana, dia a dia, me sinto enganada por mim mesmo, pela pressa, pelo stories passado por horas sem perceber, por conversas que não quero ter obrigatórias e as que quero ter eu não percebo, pois não estou vivendo apenas existindo quando a vida espera que seja. É como estar presa dentro de sí e do tempo, como se tudo estivesse sem brilho, isso é avassalador. Como o tempo é precioso, como é precioso o modo como o gastamos, como o desejamos e como o usamos. Como cada escolha, cada pensamento, cada música ouvida, cada reação ao redor, nos faz ser ou não ser, nós faz viver ou sobreviver. Eu acho que é por isso que gosto de músicas que me levam para dentro, que me obrigam a sentir, cada nota, cada detalhe, que me fazem refletir na vida. "Música triste" eles reclamam, mas sim, são elas que acordam a vida aqui dentro, que fazem com que eu reflita, com que eu saiba, o que me tem, o que me detém, o que ainda resta o que precisa ser reconstruído, o que precisa ser restaurado, o que está errado e enganado. Eu preciso disso, do toque do piano, calmo e rápido, leve e pesado, até que todos os sentimentos sejam sentidos, até que as lágrimas tenham caído e eu saiba enfim, o que resta dentro e fora, o que resta de mim, e não do outro, e não do mundo e não do nada, mas de mim.
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imninahchan · 1 year ago
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⌜ 𝑨𝑽𝑰𝑺𝑶𝑺: strangers to lovers, leitora!atriz, a sociedade da neve, leitora tem namorado então traição [gnt não traiam tá pfv], sexo sem proteção [tb não façam isso!], dirty talk, elogios, angst(?). ˚ ☽ ˚. ⋆ ⌝
꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱ para @dejuncullen e o anon que mandou aquela ideia♡
𓍢ִ໋🀦 A PRIMEIRA VEZ QUE VOCÊ O VÊ É NO QUARTO DIA DE PRODUÇÃO ─────
Se lembra bem quando pôs os olhos na figura masculina. A porta do estúdio abre e dois outros dos atores escalados caminham primeiro, sendo seguidos pelo homem de cabelos partidos, trajando o possível figurino de seu personagem. Os outros aceleram os passos, com certeza teriam que trocar de roupa para tirar mais fotos, mas ele demora a acompanhar os demais ao fazer contato visual contigo, sentada no banco do corredor.
Não sorriem, não cumprimentam, talvez perdidos demais no olhar um do outro para conseguir pensar em outra coisa senão marcar na memória os respectivos rostos. Quando o homem desaparece na curva do corredor, você é chamada pela assistente.
Olha pra trás umas duas vezes, esperando que ele fosse, sei lá, voltar para te espiar mais um pouco, porém foi em vão. O engraçado é que, durante todas as fotos que tirou para a preparação de elenco, se apegava à imagem na sua mente. O corpo esguio, as roupas sociais vintage caindo muito bem, o olhar doce, delicado. Não sabe qual personagem ele vai interpretar, mas espera que possa vê-lo de novo.
E o vê, porque o universo parece favorecer os seus desejos. Esbarram-se na pausa dada entre as gravações de um take e outro, no mesmo cenário do aeroporto. Reconhece-o mesmo ao avistá-lo de costas. Não tem coragem de se aproximar, nem sabe que nome chamar, só que não precisa — ele se vira e lembra de ti na hora, dá pra notar só pelo brilho que reluz nos olhos masculinos.
Ei, cumprimenta, retraído. E de um simples cumprimento vocês se encontram conversando do lado de fora do trailer do set de gravação. Primeiro, falam das personagens que estão interpretando; você é um dos familiares dos sobreviventes, e ele é um dos primos Strauch. O nome dele é Esteban, e é argentino. Te arranca boas risadas, por mais tímido que aparente ser. É narcisismo demais pensar que ele se esforça pra contar tantas piadinhas entre as frases só pra te fazer sorrir? Porque essa é a sensação.
Fica tão rendida às risadas genuínas que solta uma expressão totalmente fora do sotaque que ostenta. Não soa como nada que uma pessoa que fala espanhol diria.
Ele aperta o olhar.
— Você não é argentina, é? — pergunta, direto na ferida.
Okay, talvez você tenha mentido um pouquinho no casting. Seu espanhol é magnífico, pode reproduzir sotaques regionais e tudo, além do mais, a exigência era garotas jovens latinas entre vinte e trinta anos que falassem espanhol, e para uma seleção em Buenos Aires, não seria legal arriscar que é do país vizinho cuja língua oficial não está no requerimento.
Você se aproxima, tombando o corpo de leve na direção do mais velho. Shhh, sussurra, é segredo. Esteban sorri, garante que seu segredinho de estado está a salvo com ele somente porque tem vontade de viajar para o Brasil nas próximas férias, e vai ser você quem vai ser a guia dele.
Nem se quisesse, poderia se afastar dele. O argentino é um amor, é só colocar os olhos em ti que vem para cumprimentá-la, para conversar, para estar perto. Quando o elenco se hospeda no hotel para as gravações em Serra Nevada, as noites são regadas a muitas risadas e música no espaço de convivência. Às vezes, ele te acompanha até a porta do seu quarto, te diz para ter bons sonhos e que só serão bons, claro, se você sonhar com ele.
Você ri, boba, não quer admitir para si mesma que o flerte, apesar de tolo, te faz ficar com o coração quentinho. Numa outra vez, te deixa um beijo na testa. Os pelos finos da barba que está deixando crescer arrastam pela sua pele, é uma interação áspera, mas gostosa, faz arrepiar, principalmente porque o rosto alheio fica tão pertinho do seu por aqueles poucos segundos.
Dessa vez, você não quer deixá-lo ir embora tão cedo. Quer dizer, o pessoal ainda está lá embaixo jogando ping-pong, trocando uma ideia, ninguém vai subir pra cá por enquanto. É meio impulsiva, não pode mentir, nem sabe ao certo o que quer de verdade. Esteban sabe, porém.
Segura na lateral do seu rosto, afetuoso. O olhar dele se encontra com o seu, por breve, até que se abaixa para fitar os seus lábios. Parece magnético, aqui, o calor que se instaura no seu corpo, um súbito desejo por algo a pouco de alcançar. Quando ele se inclina, se colocando mais perto.
Mas tem um problema, não tem?
— Esteban. — Se agarra à manga da blusa masculina, o impedindo no meio do caminho. Já estavam até de olhinhos fechados, por um triz de se entregarem à vontade. — Eu tenho namorado.
O argentino ergue-se.
Se pensou que ele fosse afastar de imediato, retrair ou se irritar por ser iludido até o último momento, o que assiste é diferente. Ele se põe confiante na postura, te mirando com o mesmo olhar doce de sempre, calmo, que faz tudo parecer simples ao seu redor.
— Ele veio pra cá? — te pergunta, com a voz baixa. — Veio pra Espanha contigo?
Você abaixa o olhar.
— Não — diz —, ficou no Brasil.
— Sabe... — o tom masculino permanece manso, porém se mostra um pouco mais arrastado, charmoso. — Você vai embora no fim de semana, vai voltar pra ele. Pro Brasil, não é? — Inclina-se mais um vez, retomando a proximidade de antes. — A probabilidade da gente se encontrar de novo, cariño, é muito pequena.
— Ainda não é legal...
— Mas vai ser só uma vez, pra dizer adeus — sopra, num sussurro. — Ninguém precisa saber. Nem ele.
Pô, Esteban, não faz assim... Você mordisca os lábios, inquieta. Não consegue desviar o olhar do dele, por mais que se esforce. É uma mirada tão romântica, de pupilas cheias. Por um segundo, rouba todo o seu bom senso e te faz envolver os braços ao redor do pescoço do homem e trazê-lo para o beijo que o próprio queria te entregar momentos antes.
As mãos do homem vão pro seu quadril, te guiam pelo quarto adentro na busca cega pela cama. Por que tudo que é errado tem um sabor melhor? Porque só da boca dele se separar da sua, pra buscar ar, já é suficiente para te fazer juntar o cenho, tristonha.
O mantém perto, tranca as pernas na cintura masculina. Isso vai ficar aqui, diz para si mesma, não vai contigo embora da Espanha, então vai se esquecer dele. Se aproveitar o agora, o futuro não terá nenhum vestígio.
— Vem — a visão do homem nu sentado na sua cama, a palma da mão batendo suave na própria coxa pra te convidar, é uma tentação direto do inferno —, vem cá, vem.
Você se ajeita sobre ele, a ereção molhada sob ti beirando a entrada do seu corpo. Os dedos dele percorrem o caminho da sua lombar até as omoplatas. A atenção masculina não está no encaixe que está por se realizar, ou em nada que beire o lascivo. Está enfeitiçada na sua face, na leitura da sua expressão de prazer ao se preencher sozinha, na fragrância natural do seu corpo despido.
Toca a sua bochecha com as costas da mão.
— Você é tão linda... — elogia, num suspiro. — Que pena que é do Brasil, e não minha.
Você esconde a face quente na curva do pescoço dele. Para de dizer essas coisas bonitas...
Esteban levanta o seu olhar de novo, prefere te ter o encarando quando os seus movimentos no colo dele se iniciam.
— Perdão — responde, a voz ainda embriagada pelo sentimento —, se você não fosse tão linda, talvez...
A conversa melosa te apetece, o ego vai lá em cima. Os lábios querem permanecer esticados num sorriso tolo, por isso o abraça, se esconde mais uma vez para que não possa oferecer ao argentino a imagem da sua rendição completa.
As mãos dele apertam as suas coxas, firmes, feito quisesse descontar ali todo o prazer exorbitante que sente. O nariz alongado, reto, é esfregado pela sua clavícula. Os seus dedos detém algumas mechas douradinhas do cabelo alheio. Tudo flui devagarinho, quase que totalmente silencioso senão pelo som molhado dos corpos em conexão. Esteban teme que, quanto mais dialogar contigo, quanto mais ouvir o som da sua voz, mais será assombrado pelos incontáveis anos que passarão separados. Não quer que a consciência pese, nem que o corpo derrame cedo só pra prolongar o que vive nesse instante.
As suas gravações já se encerraram, você se vai, e ele deseja deixar, pelo menos, um pouquinho de si dentro de ti. Inunda o seu interior ao atingirem o êxtase, não liga pra sensação extra escorregadia, pras gotinhas que parecem escorrer pra virilha. Não quer te abandonar, e você vai se sentir tão, mas tão vazia sem ele — metafórica e fisicamente.
O xinga mentalmente por ter um sorriso tão apaixonante, e esse olhar de garoto fisgado pelo cupido. Seria mais fácil, menos melancólico, se o sexo tivesse sido devasso, indecente, e não amoroso, sedutor, como se deu.
Ele ofega, igual que tu, mas recupera o fôlego primeiro.
— Te quero de novo, cariño — fala. — Deixa eu te ter de novo, hm? Eu por cima agora. — Não tem dificuldade para inverter as posições, te colocando com as costas no colchão. Pega numa das suas coxas, suspendendo para facilitar o encaixe do ângulo. — Prometo que é a última, e eu vou embora.
Você sorri.
— Não precisa ir agora.
— É, né? — Sorri junto. — Posso te ter de novo, e de novo... — Tira os olhos dos seus só por um segundinho, mirando a ereção na própria mão, ao se pôr no meio das suas pernas mais uma vez. — Quantas vezes eu quiser?
— Depende de quantas vezes você for querer... — faz charme.
— Porra, se eu pudesse escolher, eu queria você pra sempre, linda.
E você se derrete toda, feito uma adolescente apaixonada que nunca ouviu coisa parecida. É nessa poesia carnal que você se deixa encher novamente, menos consciente se seus gemidos sobressaem o som dos corpos em choque. Só por hoje, é isso. Enquanto todos estiverem ocupados lá embaixo, ninguém precisa saber o que acontece aqui em cima.
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marymagdalenediaries · 2 months ago
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IX – Plutão em Sagitário II (2023)
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[um]
eu aperto o botão
onde paro de seguir,
eu silencio,
eu bloqueio,
eu não quero essa ideia
que faz performances de uma inverdade,
esse aforismo,
eu não quero esse conteúdo,
não quero que o algoritmo me convença
de que eu devo compactuar com o fluxo.
eu não acredito no hype.
manipularam o código
atingindo com tanto sofisma
que eu e todos os sábios
quase compramos o discurso.
e nesse meio tempo,
sei quais são as verdades
em omissão.
sei qual a real intenção.
de tempos em tempos
me pergunto
quais desejos de fato eram meus
e quais o hype plantou em mim.
na estrada da vida
iremos seguir por linhas tortas
e vamos precisar de todos os deuses
e mais alguns
como nossos guias
para fora do nosso inferno
que é aqui
e é registrado.
você assiste ao seu próprio inferno
rolando a tela infinita.
pode ser que cada sonho,
cada desejo e ideologia
sejam prescritos por código
-- uma sequência de letras
vindas de um banco de dados,
criado por alguém no Vale do Silício.
você é apenas a massa condicionada
para eles.
você se sente bem?
os heróis desta era
vendem o doce dos milagres,
jogos de azar,
uma vida vazia e sem propósitos,
todavia, cheia de prodígios,
a festa do silêncio,
e você vai comprar tudo
porque o acaso
de todas as coisas
o distrai da angústia
de viver na era da ansiedade.
há um espaço entre as estrelas do céu
e os sonhos,
é onde eu danifico carros caríssimos
e saturo todas as cores.
há uma criança alfa,
uma criança messiânica a nascer,
e mais uma a caminho.
porque não nomeamos o Messias
de Sagitarius A*?
é um nome bonito.
[dois]
Nós nascemos entre 1997 e 2009.
fomos ensinados a transformar,
recriar e dar propósito,
falamos alto
ainda que não tenhamos nada a dizer,
eles sabem que estamos aqui
e vão nos parar
antes de sequer começarmos.
precisamos ir avant, além do garde.
é engraçado
pensar que ontem
sonhei com frutiger aero,
eco-brutalismo, carros voadores, solarpunk.
a ideia de que o céu está na terra
e todos são bem vindos.
mas, a dissociação decidiu lhe vender
que o café se toma com o deus
que não acredita em você.
esta é uma era de poucas vitórias,
uma delas é saber
que as roupas
pelo menos cabem
nos nossos corpos.
podemos nos comunicar apesar da distancia de mil sóis.
adolescentes ainda são adolescentes
-- ainda que queiram
desaparecer com o brilho e subversão
que adolescentes carregam.
eles dizem que você tem
uma alma fora de padrão condicionado,
mas você é plutão em sagitário.
só você tem a palavra viva
que pode dissipar
a escuridão.
você é alto-padrão
perto da mediocridade deles.
Costumam dizer
que é no espaço
onde o céu está.
Sagittarius A*,
O buraco negro supermassivo
que cresce mais rápido que um recém-nascido.
a criança messiânica nasceu
e nós saberemos do segredo do seu interior
um dia.
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senshisdaughter · 5 months ago
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Promptober dia 8 - Vazio
TW: Violência animal
— Eu sinceramente acho que tem algo estranho com o seu gato.
Não era nenhuma surpresa que o João não ia com a cara do gato. O coitado do Sr. Bernardo já tinha decidido fazer da casa da Andreia a dele a 6 anos e oito meses, bem mais tempo do que o garoto implicante, que não era o primeiro colega de casa que reclamava dele.
— Deixa disso, vai. O sr. Bernardo é bem bonzinho.
— Menina, você é louca de manter esse gato aqui. Os olhos dele são vazios. é bem estranho.
— Estranho é você moleque.
— É sério! Só você que não vê, todo mundo fala dele.
O gato miou enquanto Andreia apenas encarou o moço, que desviou o olhar. A dona pegou seu gato no colo, acariciando-o. 
— Olha, se você tem um problema com ele, pode ir embora que o Sr. Bernardo chegou primeiro. 
— Você sempre faz isso! Eu sei que eu não sou o primeiro que você quer mandar embora só porque acha seu gato estranho.
Andreia revirou os olhos e seguiu em direção ao seu quarto, ignorando os protestos de João. Os dois não se falaram mais durante aquele dia, ignorando um ao outro. Entretanto, João não conseguia ignorar aquilo que ele havia visto. Os olhos do gato dominavam a sua mente, não havia nada ali. Não havia um pingo de amarelo, nem uma parte branca, muito menos alguma reflexão de luz. De começo ele nem havia percebido, já que ignorava o animal, mas após acordar com o gato encarando-o assustou-se.
Ao mesmo tempo que era bizarro, o jovem sabia que tinha algo de familiar naqueles olhos. Tinha uma sensação esquisita sobre eles, lembraram-no de algo que ele havia esquecido, de algo que ele sempre soube. João precisava vê-lo novamente, porém depois da discussão a dona da casa e do gato nem chegava mais perto dele. Tinha um plano.
Um homem decente, são, mesmo que desonesto, pediria perdão pela briga da manhã, retornando a casa a normalidade e a ter contato com o gato. João, entretanto, decidiu que a melhor opção seria esperar Andreia sair do quarto ao banheiro, e aí entrar para ver o gato.
A mulher demorou horas para sair do quarto, retirando-se apenas durante a madrugada. João aproveitou sua deixa, entrando silenciosamente no quarto. A cama no centro era simples, o guarda roupa próximo à janela ainda mais. A pouca iluminação no quarto vinha do brilho lunar adentrando a janela, banhando suavemente o felino que, sentado à beira da cama, esperava o jovem. 
 Achou medonho, parecia que o gato já o esperava. João aproximou-se da cama e sussurrou ao gato:
— Ok, esquisitinho, vem cá pra eu te olhar.
Surpreendentemente, o gato foi. João, mesmo com pouca luz, viu perfeitamente o rosto do gato, e a falta de algo. Seus olhos eram vazios, escuros, embriagantes. Não via nada na imensidão escura dos olhos do gato, e nisso se viu. Reflexão total nas lentes felinas, o nada virou seu tudo. Cada detalhe, cada sentimento que se lembrava via nos olhos do gato. Viu cada alegria, cada êxtase, cada música mal cantada no carro da sua mãe. Viu também cada tristeza, cada verdade, cada migalha de terra sobre sua mãe.
Viu o nada, viu tudo. No vazio preencheu-se daquilo que já tinha, e naquilo que já fora. O gato miou, um som pequeno, triste, deprimente; um pedido de socorro, ou talvez de perdão.
Agarrou o gato pelo pescoço, não queria mais ver, não devia mais ver. O gato ficou imóvel, não lutou, não miou. Na escuridão do quarto havia apenas uma pessoa e uma animal, ambos vazios de modo diferente.
A porta foi aberta, uma voz doce que João reconheceu e esqueceu-se:
— Desculpa a demora Sr. Bernardo eu…— Andreia parou, escutando um barulho estranho no quarto — Sr. Bernardo?
João parou, travado em posição. Sua respiração ofegante ficou ainda mais rápida.
— João? —  Perguntou a moça irritada.
Sr. Bernardo começou a miar, clamando por sua dona. Rapidamente, Andreia foi até o gato e, sentindo João, jogou-o no chão e começou a gritar:
— O que você tá fazendo com o Sr. Bernardo?
— Ele merece! Você não sabe o que eu vi!
A moça socou o rosto do homem, que encontrava-se dividido entre seu desespero em atacar o gato e a sua preocupação em machucar Andreia, essa, que não dividia a mesma preocupação do João, chutou ele múltiplas vezes.
— Vaza daqui! Se eu te ver de novo eu te mato seu desgraçado!
João saiu correndo do apartamento, sua mente cheia e vazia, presente e passada. Andreia pegou o gato no colo, que começou a se esfregar nela. Ela passou as mãos no pescoço do animal, preocupada com sua saúde.
— Só tem louco nessa cidade, né Sr. Bernardo? —  O gato ronronou, trazendo alegria no coração da sua dona. — É uma pena, eu até fico curiosa pra ver o que eles veem nos seus olhos. Deve ser só loucura deles mesmo.
O gato bateu a testa contra o rosto da Andreia. Ela sorriu, acariciando o gato de olhos vazios, olhos que a moça nunca veria.
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cartaembranco · 5 months ago
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O que fazer, quando a vida se esvai dos seus olhos e suas emoções transparecem nas suas veias? O brilho da esperança é um direito reservado para aqueles que em algum momento puderam bisbilhotar o que há além dos muros que nos cercam. Dentro do calabouço das lamentações, quem nunca pôde sair, vê sua carne apodrecendo e sua consciência se tornando como aquela de um zumbi. Nos tornamos um grande banquete para o corvo de três cabeças, que todos os dias se alimenta do que nós somos. Nem sempre as três cabeças comem, e a bicada de cada um dói diferente.
Ouvi vozes dizendo para eu encontrar a saída por conta própria, e observei minhas pernas putrefatas gritando a insuficiência do meu corpo. O corvo de três cabeças parece se deliciar principalmente dos nervos das minhas pernas, como se quisesse que eu ficasse preso no mesmo lugar para toda a eternidade. O calabouço é repleto de almas, e me dói ainda mais ver como muitas celas, como a minha, são tão espaçosas e solitárias contendo apenas um único condenado. O corvo de três cabeças é o diretor, o torturador, o interrogador, o segurança e o algoz.
Aqueles, como eu, que foram condenados por todas as três cabeças do corvo, são os que mais sofrem. A solidão é imensurável, as conquistas são inexistentes e os espelhos estão todos quebrados. Na escuridão da cela, muitas vezes me questiono quem está ali dentro, e muitas vezes me questiono por que essa pessoa está ali dentro. Ouvi dizer que o fluxo dos tempos tem seus escolhidos, e toda história de um escolhido implica naqueles que não foram escolhidos, esses são os que caem no calabouço das lamentações. É mais fácil dizer que "as coisas são do jeito que são" quando você é o bicho livre na selva, ao invés do gado que vai para o abate.
Hoje, em mais um dia, o corvo de três cabeças veio se alimentar de mim. Cada bicada era como uma lança que me atravessava e puxava meus músculos para fora. Mas tudo bem. Eu aprendi a fingir que não dói mais, e toda vez eu dou bom dia e até logo para os motivos do meu sofrimento. Viver para além dos muros vai se tornando um sonho distante a cada segundo que passa, e eu só posso imaginar como deve ser sofrer do outro lado do muro.
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fredborges98 · 9 months ago
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ANAÏS NIN À FLOR DA PELE | Panorama #CulturaSP
Anaïs Nin.
Por : Fred Borges.
Pensamentos de Anaïs Nin com contribuições realizadas pelo autor.
A vida se contrai e se expande proporcionalmente à coragem do indivíduo.Por isso tenha coragem!
Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos, portanto conheça a si mesmo!
A única anormalidade é a incapacidade de amar, por isso ame!Ame sobretudo a VIDA!
A nossa vida em grande parte compõe-se de sonhos. É preciso ligá-los à ação, portanto sonhe edificando pontes e acorde com pensamentos e práticas significantes, sempre em frente,sem parar!E se acaso precisar parar, sonhe acordado, realizando sonhos!
O amor nunca morre de morte natural. Ele morre porque nós não sabemos como renovar a sua fonte. Morre de cegueira e dos erros e das traições. Morre de doença e das feridas; morre de exaustão, das devastações, da falta de brilho, portanto sempre compreenda que o amor é um processo de transformação, morremos quando o amor morre dentro de nós, e esse fato só acontece quando a última trincheira- nós, o amor próprio morre!
Subtraia a superintensidade, o chiado das ideias, e você tem uma mulher que ama a perfeição, estabeleça prioridades, a prioridade de SER você no tempo, no espaço e na sua própria velocidade.Valorize a qualidade ao longo do tempo, não mais os anos, mas os segundos!
Chorei porque não era mais uma criança com a fé cega de criança. Chorei porque não podia mais acreditar e adoro acreditar. Chorei porque daqui em diante chorarei menos. Chorei porque perdi a minha dor e ainda não estou acostumada com a ausência dela.A dor e o amor subsistem a vontade de viver, são a própria vida.Valorizamos a paz pois existe a guerra!Chore! Não guarde nada pois ao longo da vida somos o que somamos, multiplicamos e dividimos, somos o que compartilhamos com nosso semelhante; a nossa sapiência,somos o que deixamos nas memórias ou lembranças das pessoas!
O inimigo de um amor nunca vem de fora, não é homem ou mulher, é o que falta em nós mesmos, portanto nunca transfira a responsabilidade para o outro quando você é a razão de SER, a sua Causa e o seu Efeito.
A vida é um processo de crescimento, uma combinação de situações que temos de atravessar. As pessoas falham quando querem eleger uma situação e permanecer nela. Esse é um tipo de morte.Evoluir é aprender, ignorar é involuir, deixar de existir é não questionar, sem certezas, é duvidar, algemar-se é condicionar-se, conformar-se é amoldar-se até aprisionar-se.
Biografia de Anaïs Nin. ( Pela Wikipedia)
Ela foi filha do compositor Joaquín Nin, cubano de ascendência catalã e criado na Espanha, e Rosa Culmell y Vigaraud, de ascendência cubana, francesa e 
dinamarquesa.
Sua mãe, filha de diplomata, se casa contra a vontade de sua família. O pai de Anaïs logo se torna um famoso concertista e pianista.
Na infância, Anaïs viveu em diferentes países da Europa acompanhando os concertos de seu pai. Sua casa era frequentada pela nata artística, e seus dias eram repletos de fantasia: teatro, dança, música, poesia, leituras, até a separação de seus pais.
Quando Anaïs tinha 11 anos, seu pai (após vários casos amorosos) abandona a família para viver com uma mulher bem mais jovem e riquíssima. Sua mãe então decide morar nos Estados Unidos, na intenção de dar uma educação mais ‘real’ para seus filhos, livre das ‘ilusões em que fora criada’ e embarca com Anaïs e seus dois irmãos mais novos em uma viagem de navio para os Estados Unidos, que dura um mês.
É nessa viagem que Anaïs dá início ao seu famoso diário, que ela escreverá até sua morte, aos 73 anos.
Começa como uma carta ao seu pai, onde ela descreve tudo o que a cerca na intenção de atraí-lo de volta. Mas sua mãe alegando que a carta se perderia, resolve não enviá-la. Anaïs continua escrevendo, agora para si, como um diário, um refúgio na terra estrangeira. Persistirá nele por seis décadas, compondo mais de 35 mil páginas.
Aos 16 anos, ela abandona os estudos e torna-se autodidata. Aos 18, se torna modelo de artistas. Em 1923 casa-se com Hugh Guiler, um alto funcionário do City Bank e vão morar em Louveciennes, arredores de Paris. É lá que ela aprofunda o que nunca havia deixado de lado, suas leituras.
Sua vida passa sem fortes mudanças até que, aos 29 anos, escreve um livro baseado no universo literário de D. H. Lawrence (autor então maldito por falar dos instintos e emoções femininas).
Seu marido Hugh, ao querer fazê-la feliz e inseri-la no mundo literário, a apresenta ao escritor Henry Miller. A partir daí acontece toda uma guinada na vida de Anaïs: ela se apaixona por Henry, por sua instintividade, prazer pela vida, absorção do mundo, e se encanta com June (esposa de Henry), na qual se espelha para descobrir em si mesma sua força feminina.
Ao se inserir no mundo artístico, intelectual e boêmio da época, se envolve com diversas personalidades de sua época, às vezes como amiga, outras como apoiadora (de diversos artistas antes do sucesso), outras como amante.
Descobre o mundo da psicanálise através de René Allendy (fundador da Sociedade Psicanalítica de Paris) e depois aprofunda-se nele com Otto Rank, (um dos principais expoentes da psicanálise da época).
De paciente, se tornará pesquisadora de ambos, se envolverá com os dois, cada um em seu tempo, com Otto, além da paixão, encontra uma profunda afinidade de mentes. Ele a ajudará a encarar um dos maiores traumas/desafios de sua vida, sua relação com seu pai. A princípio atuará como assistente de Otto e depois atenderá seus próprios pacientes.
Com a Segunda Guerra Mundial muda-se para os Estados Unidos e lá, apenas em 1966, consegue publicar pela primeira vez um de seus diários (com vários cortes e os nomes de algumas pessoas retirados - como o do seu marido).
O que parecia ser uma jornada solitária encontra eco. Com o crescimento do Movimento Feminista(embora discordando de diversos pontos chaves deste), Anaïs é convidada a palestrar para mulheres deste movimento, a escrever em revistas importantes, a discursar em Universidades, em centros de psicanálise, a dar entrevistas e a gravar programas com sua história.
Tornou-se famosa pela publicação de diários pessoais, que medem um período de sessenta anos, começando quando tinha onze anos.
Foi amante de Henry Miller e só permitiu que seus diários sem expurgos fossem publicados após a morte de seu marido Hugh Guiler.Deixando essa incumbência ao seu segundo marido, Rupert Pole (16 anos mais jovem que ela).
Seu Diário é considerado hoje um dos documentos de maior importância literária, psicanalítica e antropológica do século XX. Ele mostra, intimamente, o amadurecimento emocional de uma mulher ocidental que vive seus anseios e luta por sua emancipação, na Paris e Nova York de, entre e durante, as grandes guerras.
Os seus romances e narrativas, impregnados de conteúdo erótico foram profundamente influenciados pela obra de James Joyce e a psicanálise. Dentre suas obras destaca-se "Delta de Vênus" (1977), traduzido para todas as línguas ocidentais, aclamado pela crítica americana e europeia.
O filme cinematográfico "Henry & June" (1990), dirigido por Philip Kaufman, versou sobre o período em que Anaïs Nin, interpretada pela atriz portuguesa Maria de Medeiros que conheceu Henry Miller.
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