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#SALÃO DE BELEZA O CABELO TÁ OK
carlamasv · 5 years
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SALÃO DE BELEZA O CABELO TÁ OK
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silhuetismo · 3 years
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just between us, do you remember it all too well?
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notas: tem o uso da palavra "coxo" no texto, mas não é com a intenção de ser capacitista. o peeta está se afogando em auto piedade e queria retratar a crueldade dele com ele mesmo. além disso, a ideia dessa história não é fazer com que a katniss seja uma vilã, porque ela não é. ela é uma criança de 16 anos. o objetivo é apenas trazer à luz os sentimentos que consumiram o peeta nos primeiros meses que ele voltou do jogos vorazes. e, como ele mesmo diz depois, sentimentos que, por vezes, podem não ter sido tão justos, mas a gente não pode evitar sentir. e, sinceramente, tá tudo bem. mesmo quando não está.
word count: 2249
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antes
— As suas atitudes foram todas em função dos Jogos — eu digo.
— Nem todas — ela retruca.
– Então quais foram e quais não foram? — eu rebato, na lata, sem parar para pensar no que estou falando. — Não, não. Esquece isso. Aposto que a verdadeira questão é o que vai sobrar quando a gente chegar em casa.
Assim que as palavras saem da minha boca, eu já sei qual será a resposta, e estou tentando proteger o meu coração do que eu sei que está por vir.
– Não sei. Quanto mais a gente se aproxima do Distrito 12, mais confusa eu fico. – É tudo o que ela diz. E eu fico parado, a encarando, porque ela sequer sabe o que está sentindo, o que é muito pior. Isso é o quão insignificante tudo isso foi para ela.
– Bem, me avisa quando você tiver alguma resposta – digo com muito esforço, pois minha voz está falhando. Não sei se algum dia vou ser capaz de esquecer tudo o que a gente viveu enquanto ela parece não ter dificuldade alguma em deixar tudo no passado.
**
agora
Crio um mosaico. É bagunçado, disruptivo e desolador.
Em cada recorte, a vejo. Seus olhos expressivos brilhando, sua risada curta que vinha do nariz, as duas tranças em seu cabelo cor de céu preto em noite fria, suas mãos caleijadas com cortes mais profundos que aqueles que estavam visíveis. Ela está por toda parte, enraizada em todas as cores de minha aquarela, em todos os lugares que visitei e em todas as minhas inseguranças.
Guardo cada memória o mais perto que posso de meu coração, porque, desde que ela foi embora e saímos daquele trem, eu já perdi mais do que consigo contar.
**
— Vamos, vamos, vamos. — Effie nos apressa. Portia ajusta a minha lapela uma última vez e eu aperto a bengala na minha mão para me fincar à realidade. — Dêem as mãos, vocês dois.
É necessário um esforço estarrecedor para que eu não olhe para Katniss quando ela entrelaça, contra a sua vontade, os braços nos meus e caminhamos até o Edifício da Justiça, onde teremos um banquete em nossa homenagem. Este jantar é o primeiro da temporada pós Jogos Vorazes, e minhas mãos transpiram só de pensar em tudo que nos aguarda. Ainda bem que Katniss não uniu nossas mãos, teria sido ainda mais constrangedor.
Atravessar as grandes portas duplas na entrada do salão me tira de órbita por um momento. Uma parte de mim absorve toda a beleza do ambiente, a decoração luxuosa, os assentos dispostos no cômodo, os candelabros imponentes espalhados pelo teto. É como se eu estivesse vendo a Capital pela primeira vez e, assim que o pensamento me ocorre, eu sinto a bile vir para minha garganta.
Ainda que eu esteja em casa, nada aqui se parece com o meu lar. Nem mesmo eu. O tecido pesado do paletó do meu smoking, os olhares penetrantes dos convidados da elite de Panem, e a frieza palpável de Katniss me deixam com calor. Tudo o que eu quero é sair do meu próprio corpo. Então eu sorrio e me dissocio, porque tenho medo de desabar se me permitir assimilar tudo o que está acontecendo agora.
— Você quer beber alguma coisa? — Pergunto para Katniss, muito tempo depois, me forçando a encará-la. Ela balança a cabeça, olhando para algum lugar acima do meu ombro. — Ok, já volto.
— Eu te acompanho — ela diz.
No caminho até a grande mesa no centro do salão, tento compreender as ações dela como se estivesse tentando resolver uma equação. Mas eu nunca fui muito bom em matemática.
Como em toda a minha vida, eu apenas engulo em seco, digo a mim mesmo que isso vai passar e cumprimento as pessoas que nos interrompem. Ajo como se todas fossem meus amigos de infância, como se tivéssemos ido à escola juntos, e elas fossem clientes regulares da padaria.
Katniss permanece grudada a mim o tempo todo. Eu, o coxo, com olheiras cobertas por três camadas de maquiagem e que nunca vai ser bom o suficiente. Me ocorre que os braços de Katniss envolvem uma pessoa morta e me pergunto por qual motivo eu saí daquela arena.
Acaba que a gente não consegue pegar as bebidas, porque somos obrigados a jogar conversa fora o tempo todo, fingir que estamos apaixonados e que temos muitas coisas boas pela frente, quando a grande verdade é que nada bom pode vir disso.
**
Tenho mais tempo sozinho do que sei o que fazer com ele. Depois de 16 anos vivendo numa casa com quatro pessoas, só ter a mim mesmo como companhia é decepcionante. Não é só que os dias são mais longos porque, em meio ao tédio, o relógio não tique-taqueia; é que até quando o tempo deveria correr, ele anda pesarosamente atrás de mim porque não há uma noite em que eu seja capaz de dormir.
Com o fim do verão se aproximando, a temperatura está mais amena, o que torna aceitável eu estar sentado no quintal às duas da madrugada. Faço uma lista de atividades que poderia começar agora que estou proibido de voltar à escola e que meus pais não precisam mais de mim na padaria.
Acho que poderia ser tranquilizador começar uma horta, buscar ter algo que, no mínimo, se pareça com uma rotina. Penso nos tipos de legumes e verduras que eu poderia cultivar. Quem sabe eu não conseguiria até plantar uma árvore... uma macieira poderia ser legal. A que está nos fundos da padaria já estava lá desde que me entendo por gente e, na primavera, dava maçãs muito suculentas. Não que eu pudesse comer com frequência, mas, quando me era dada a oportunidade, eu aproveitava.
A minha trilha de pensamentos faz com que meu peito aperte, então me forço a terminar meu chá. Assim que ele acaba, a belíssima horta que construí em minha mente vai com ele também. Não passou de um pensamento fugaz. Não é como se eu fosse conseguir dar cabo a essa ideia de qualquer forma. Sou uma espiral de sentimentos conflitantes e repulsivos.
É ridículo achar que essas plantas não acabariam mortas, secas no meu quintal, enquanto eu as observaria da janela e pensaria, com o resquício de humor ácido que ainda me restava, no quão irônica era toda a situação. Eu jamais poderia cavar as plantas e as jogar fora, tentar outra vez, porque eu sempre as associaria a mim. Botar tudo na lixeira significaria que eu, definitivamente, havia desistido de mim.
Talvez eu até tenha, mas gosto de fingir que sou um bom ator. Um dos meus maiores medos é ter me tornado um ator tão bom que já não sei nem qual personagem estou interpretando ou quem é a pessoa por trás de cada um deles.
**
— Você está com frio? — questiono. Estamos do lado de fora da casa do prefeito esperando pelo carro que vai nos levar de volta à Vila dos Vitoriosos. O vestido de Katniss é lindo, mas de alças e a noite trouxe repetidas rajadas de vento gelado.
— Não, está tudo bem. — ela responde. Não sei se aprendi a ler ela melhor depois de acreditar na sua maior mentira, mas não compro nada que sai de sua boca. Tiro a minha jaqueta e a coloco em seus ombros. Katniss se volta para mim por um momento enquanto a ajudo a vestir a peça, e tem um brilho em seus olhos que faz com que eu queira jogar a cautela para o alto e me afogar nesses olhos, mas com a mesma ligeireza que começa, termina.
Um segundo depois, ela está olhando para baixo de novo, muito interessada em seus sapatos de salto alto.
No final de todas as noites, mesmo evitando com tudo que há em mim, eu abro minhas feridas de novo e lá eu cravo as minhas unhas. Sei que fazer isso não vai me ajudar em nada, mas é uma luta perdida porque não tenho nada a fazer a não ser rememorar. Não tenho nada que não sejam memórias excruciantes e as coleciono para que eu possa lembrar de como cheguei até aqui.
Me sento no sofá, em frente à lareira, e repasso tudo o que aconteceu durante o dia. Lembro do cabelo dela ao vento, suas bochecas coradas com o ar frio, o corpo minúsculo dela imerso em minha jaqueta. Mas, acima de tudo, evoco o seu sorriso. Não os falsos que ela me direcionou, não. E sim aqueles que ela destinou à sua família quando estavam juntas ou quando Haymitch fazia algo tão constrangedor, como passar as mãos meladas de sugo de franco nos braços de Effie, que ela precisava cobrir a boca para rir.
"Katniss sempre foi uma criança muito inteligente. Quando era pequena, ela me ajudava a fazer o inventário de tudo que tínhamos em casa e tudo o que ela e o pai traziam quando saíam. Ela adorava brincar com bloquinhos e potinhos, mas ficava inquieta não muito tempo depois e aí largava tudo pela metade, jogado no meio da sala", a senhora Everdeen contou durante o jantar, fazendo com que Katniss se aproximasse de mim para esconder o rosto em meu pescoço.
Se fecho meus olhos, minha reminiscência é consumida pelo cheiro de seu cabelo.
"Ela era uma criança infinitamente mais legal que eu. Largar brinquedos espalhados pela sala teria sido o sonho dos meus pais. Eu adorava rabiscar paredes", eu comentei. E, embora fosse verdade, não foi nada tão frequente quanto eu fiz parecer que fosse. Aconteceu uma vez para nunca mais. Mas a senhora Everdeen achou engraçado e eu queria que ela gostasse mim, porque meu instinto ainda era fazer com que me as pessoas me quisessem por perto, mesmo que eu abominasse a minha própria presença.
Estou quase dormindo quando me dou conta de que ela foi para casa com a minha maldita jaqueta.
**
Katniss está sempre nos conduzindo e eu a sigo com consternação, a esperando segurar meu braço e temendo o momento em que ela vai soltá-lo. A olhando, aguardando ansiosamente o instante em que ela me dar a sorte de poder ver seus seus olhos cinzas penetrantes. É masoquista da minha parte e, por isso, retribuo o tratamento dela na mesma moeda para que ela não saiba o quão doloroso é para mim e para que eu possa simular ter qualquer controle sobre esse pandemônio que vivemos.
E, em dias como o de hoje, em que ela está mais leve do que nunca porque está cercada pela sua família e pelas pessoas da Costura, eu me dou conta de que eu não tive qualquer chance. Eu sou um pedaço de papel amassado, o rascunho do que poderia ser uma obra arte, mas que jamais seria finalizada.
— Olha, Katniss, são balinhas de menta! — Prim pula ao nosso lado, balançando o saquinho de balas do Dia da Parcela. Eu nunca vi Katniss sorrir tanto antes.
— Agora você pode ter quantas balinhas de menta você desejar — ela garante.
A família de Gale se aproxima e, de repente, eles estão nunca círculo fechado do qual nunca serei parte. Procuro, no oceano de rostos familiares, um lugar para ir, alguém para conversar, mas sou imobilizado pela mesma tristeza dominadora que me prende à cama todos os dias e todas as noites.
**
Embora eu estivesse no limbo entre a vida e a morte com uma infecção se espalhando pela minha perna na arena, eu lembrava, tão claro como o dia, cada excruciante e pungente momento naquela caverna. Eu sei agora que sou estúpido por acreditar que teríamos um futuro, mas não sou um idiota completo. Sei que não posso ter fantasiado tudo aquilo, pois foi de uma raridade que nem meus sonhos mais loucos e febris poderiam ter concebido.
O rosto dela iluminado quando beijei a palma de sua mão, nossos lábios movendo-se um contra o outro pouco antes do corte na testa dela começar a sangrar, a forma como sua boca se abriu com descrença e fascínio quando contei como foi ouvi-la cantar pela primeira vez. Como algo que significou tudo para mim pode não ter sido nada para ela? Uma outra terça feira qualquer de sua vida, exceto pela parte que estávamos numa arena para lutar até a morte.
Ou, talvez, eu tenha estado errado quando disse para ela nunca apostar em jogos de cartas porque ela não sabia blefar. Talvez ela limpasse a mesa e ganhasse todas as partidas sem pestanejar.
Coloco no forno o primeiro tabuleiro de pães que consegui assar em um mês e decido que vou esquecer tudo isso. No entanto, horas depois, estou chorando no chão do balcão da cozinha lembrando de tudo com ainda mais força.
**
depois
Minha memórias são desintegradas. Tento criar um caleidoscópio com os vidros que restam, com os pequenos lampejos de cenas que flutuam pelo ar e que nunca consigo realmente alcançar. Sei, em meu íntimo, que eu estava lá, que vivi aquelas coisas, mas não consigo lembrar de nada muito bem. Mas ela lembra, eu acho. Bem demais, até. Porque enquanto tento visualizar o exato tom de laranja que ela acabou de descrever que é o meu favorito, ela diz: "você é pintor. Você é padeiro. Gosta de dormir com a janela aberta. Nunca põe açúcar no chá. E sempre dá dois nós nos cadarços."
It was rare, you remember it all too well
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ricofog23 · 4 years
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       4
          Simone sai do banho, desliga o micro da tomada, dentro deste ela pega uma xícara de chá erva cidreira, vai para a sala ali liga a tv e assiste ao noticiário, logo ouve a campainha tocar.
  - Oi amor.
  - Para o inferno, por que foi no restaurante, como soube que eu estaria ali?
  - Nossa, veio até aqui só para isso, achei que já estivesse morrendo de saudades minhas.
  - Pare de ser infantil, não temos qualquer compromisso, sou casado e ponto.
  - Chega, acha que vai me fazer de trouxa assim, não sou tão idiota, quer terminar, é isso, por mim tudo bem, terminamos aqui.
  - O quê?
  - Ouviu bem, chega Marcelo não vou ficar rastejando para ti, quer saber, cansei, cansei mesmo de tudo, de você.
  Simone segue de volta para o sofá, Marcelo vai atrás dela lhe agarrando e a beija com certa força.
  - Pare, você mesmo veio para dizer o fim, não precisa mais, já te ajudei até nisso, acabou Marcelo, acabou.
  - Nunca mais diga isso, eu não quero ficar sem você, não diga nunca mais, eu te amo.
  O homem joga a mulher ali no sofá caindo em cima dela aos beijos e caricias.
  Mafalda chega da escola, Regiane vem a ela já recolhendo a bolsa e a pasta da patroa.
  - Obrigada querida, sabe do meu filho, ele ja chegou?
  - Sim, estou um pouco preocupada, ele chegou perto do almoço, foi para o quarto, eu já fui lá algumas vezes, ele não almoçou, deixei umas frutas na porta senhora.
  - Na porta, o que houve Regiane?
  Mafalda segue para o quarto do filho e ao abrir a porta entende o por que do embaraço da funcionária.
  - Filho, filho, acorde.  Renato não se move, Mafalda sente a respiração do filho e o cobre, abre a janela do quarto e sai.
  - Senhora.
  - Obrigada por ser assim, sempre cuidadosa para com minha família.
  - Nossa dona Mafalda, sou eu quem tem de lhe agradecer por ter me dado esse emprego abençoado.
  - Sabe, meu avô sempre dizia, pessoas boas de caráter limpo se conhece de longe.
  - Obrigado senhora.
  - Bem, vamos ver o que faremos para a janta.
  - Vai fazer janta hoje?
  - Acho melhor, afinal acredite, tive um almoço em certo interessante.
  - Que bom patroa.
  - Agora vamos querida, fazer aquela consulta no refrigerador e dispensa.
  As duas seguem para a cozinha.
  Ellis assina alguns prontuarios trazidos por uma enfermeira e assim que esta sai, ela confere as mensagens no celular.
  - Quantas mensagens do Yuri, o que será que aconteceu.  Ela decide por ligar para ele.
  - Amor.
  - Oi paixão.
  - O que houve?
  - Tô preocupado, meu querido amor parece estar fugindo de mim e de meu amor, abraços, beijos e tudo mais.
  - Pare de graça.
  - Te quero.
  - Bobo, sabe que tenho que estar cem por cento aqui, no meu trabalho.
  - Só que tem cuidar também do seu doentinho de amor aqui, daquele jeito que eu gosto e só você sabe muito bem.
  - Safado.
  O casal fica em namoro a distância por alguns minutos até que bate a porta, uma enfermeira e anuncia um novo paciente que dera entrada ali.
  Marcelo termina de se vestir, Simone com um lençol enrolado no corpo.
  - Acho que devemos ter mais disso.
  - O quê, dr.
  - É isso, discutir a relação, sempre acabar assim, eu aprovo.
  - Canalha.
  - Gostosa.
  - Amanhã quero você á noite.
  - Para quê?
  - Ir a uma festa, comigo.
  - Ficou louca, sabe que não posso.
  - Então saia e não volte.
  - Tá, vou ver o que posso fazer.
                    14102020...............
              Simone liga pela décima vez para Marcelo, este não atende.
   - Onde aquele canalha se enfiou.
  Marcelo termina de jantar com Mafalda, Renato e Hellen, Ellis aproveitara a folga para sair ao cinema com Yuri.
  - É amanhã a festa do Enzo?
  - Acho que sim.
  - Nós iremos amor?
  - Claro, não posso faltar, afinal ele e o Marcelo disseram que querem anunciar algo importante para mim.
  - O que será?
  - Só saberemos amanhã.  Risos.
  Simone joga o celular na parede quebrando.
  - Vá para o inferno, maldito.
  Ali no sofá ela liga o som e inicia outro copo de wodka.
  - Desgraçado, você vai ver, você vai ver.  Logo ela joga o copo também na porta.
  Não demora e o porteiro interfona dizendo ter recebido reclamações de outros moradores.
  - Sim, me desculpe, tá, tudo ok tá, só estou levemente alterada, só isso, tudo bem, felicidades, tchau.
  Ela desliga e junto abaixa o som, agora ali se entrega ao choro.
  - Maldito, maldito canalha, olha só o que me faz, cretino.
  Danielle faz massagem em Eduardo que quase dorme com aquilo.
  - Amor.
  - Sim.
  - Tem certeza de que quer fazer aquilo amanhã?
  - Infelizmente, não há outra opção, só estranho você fora total a favor de inicio.
  - Estive pensando melhor, se eles não cumprirem com o combinado?
  - Por isso mesmo te ouvi, como sempre tendo a melhor idéia, colocar minha irmã junto.
  - Por ela tudo bem, já pelo outro lado, tenho minhas desconfianças.
  - Pois fique bem alerta amanhã, qualquer sinal me chame e diga.
  - Farei isso, acredite que farei.
  O casal segue ali no quarto.
  Renato sai de casa e ao passar pela portaria vê um rapaz que lhe cumprimenta.
  - Oi.
  - Oi.
  - Me desculpe mais você é estudante do colégio D. Pedro?
  - Sim, por quê?
  - Sou Levi, me mudei há pouco tempo e estou estudando na sua classe.
  - Você é o aluno novo?
  - Sim, gosta de pizza?
  - Bem, gosto.
  - Então vamos.
  - O quê?
  - Comer pizza.
  - Assim do nada?
  - Vai, vem logo.  Os dois ali por quase duas horas papeando e rindo em uma boa pizzaria, na rua o carro pára frente ao lugar.
  - O que o meu anjo amigo faz ali?
  - Não sei bem senhora, mais acho que esta com um amigo, se divertindo.
  - Ele não pode ter amigos, nunca, só eu basta para ele, entende?
  - Sim senhora.
  - Jarbas, me dê o celular.
  - Sim.  Leticia liga para Renato mais o rapaz e não atende.
  - Diabos, esse muleque acha que é o quê?
  - Quer que eu vá lá?
  - Não, vamos embora, temos outros esponjas para tratar.
  - Sim senhora.
  A conversa fica animada e os amigos saem para uma danceteria, já dentro do lugar, Renato percebe o ambiente.
  - É diferente aqui.
  - Sim, um clube LGBT.
  - Você é gay?
  - Sou, por que, vai me agredir?
  - Acho, que não.
  Renato sai da pista e segue para o bar.
  - Por que não disse antes?
  - Faz alguma diferença que seu novo amigo é gay?
  - Sei lá, talvez.............
  - Você me daria uma boa desculpa e sairia fora, isso ai?
  - Talvez, sim.  Risos.
  Os dois saem dali já perto das duas da manhã, no caminho de volta, Re4nato ainda compra uns dog e come com Levi, depois já no pátio do condominio cada um segue para sua rua.
  - Até.
  - Falou.
  Arnaldo decide por ligar para Nalva.
  - Oi.
  - Oi doutor.
  - O que vai fazer amanhã?
  - Quer dizer hoje.  Risos.
  - Sim.
  - Acho que vou acompanhar a Dani e o Eduardo na festa, enfim meus patrões.
  - Que bom vou estar lá.
  - Graças, já não vou mais precisar ajudar no servir e nem ficar na mesinha dos empregados.  Risos.
  Marcelo fica a olhar de quase que em minutos para o relógio do celular.
  - Esta esperando ligação amor?
  - Não, por que, você está?
  - Também não.
  - Podemos ir?
  - Sim, quando quiser.
  - Então vamos.  Regiane vem até o casal entregando a bolsa para Mafalda que agradece.
  No carro, o homem deixa o celular no painel do carro sempre de olho até que Mafalda.
  - Fique tranquilo, se for negócio com certeza vão retornar.
  - O quê?
  - Seus olhos no aparelho, quer que eu dirija pra você?
  - Se quiser.
  - Sim.
  Marcelo pára o carro e Mafalda troca com ele, agora ele dedica todo o restante do percurso a cuidar do aparelho.
  Simone chega na casa de Macedo, um deputado de primeira campanha pelo sul, sua mansão localizada no extremo de São Paulo numa região quase que em mata.
  Ali em vestido longo com certo brilho e bolsa de griffe ela desfila por entre os convidados até que.......
  - Simone.
  - Dani.
  - Corre, seu irmão esta quase em desespero por sua falta.
  - Onde ele está?
  - Vou leva-la.
  As duas seguem para um dos escritórios da casa, ao entrar, ali no ambiente 4 homens a beber wisky e fumar charutos.
  - Senhores.
  - Boa noite, senhorita.
  Simone é quase que puxada por Eduardo que apresenta aos cavalheiros, logo inicia o assunto deles ali.
  Marcelo entra na mansão já perguntando ao criado da casa onde está sendo feita a reunião de cavalheiros, ele aponta e ao se aproximar da porta, Danielle lhe cumprimenta.
  - Marcelo.
  - Olá Danielle.
  - Eles te aguardam.
  - Sim, demorei um pouco, problemas............
  - Por favor Marcelo, não os faça esperar mais.
  - Sim, me desculpe.  Marcelo entra ali quando Dani segue para o salão, Mafalda a vê e vem a ela.
  - Oi Dani.
  - Oi Mafalda.
  As duas seguem para um sofá e iniciam suas conversas.
  Marcelo é apresentado ao grupo ali porém Simone não está, eles conversam por um instante quando ela entra no escritório.
  - E então minha querida, encontrou o toillet?
  - Com sua explicação, não teria como não acha-lo.  Risos.
  Marcelo ali perplexo diante a beleza de Simone com cabelos, pele, vestido, esta mais linda que uma deusa assim o pensa.
  Ela vem a ele e o cumprimenta porém logo é puxada pela cintura de forma bem elegante por um dos senhores, em seus 70 anos, a trás para sentar a seu lado com o consentimento dela e de seu irmão, Marcelo engole seu orgulho ferido ali.
  Renato termina o lanche com Levi, ali na casa do rapaz eles jogam algumas partidas de game quando Levi decide por sair.
  - Vamos para a danceteria.
  - Se quer, tudo bem por mim.
  - Nossa você é um bom amigo.
  - Obrigado.
  - Só que dessa vez vamos de carro, tudo bem?
  - Você tem?
  - Meu pai me deu há uns seis meses.
  - Por falar no assunto cadê eles?
  - Eles trabalham numa multinacional, hoje foram para uma festa da empresa na casa de um dos sócios, parece que vai ter um lançamento lá.
  - Lançamento?
  - Sim, um novo negócio dos sócios da empresa, como te disse.
  - Estranho, meus pais também foram em algo parecido.
  - Quem sabe, pode ter sido o mesmo, afinal, minha madrasta estava falando que quase toda classe empresarial de peso estaria neste evento.
  - Legal.
  - Acho que sim.
  - Você só tem a sua madrasta?
  - Minha mãe faleceu há 5 anos, câncer.
  - Me desculpe.
  - De boa, de inicio foi horrível, hoje superei, mais ou menos, ainda tenho muitas saudades, entende.
  - Acho que entendo.
  - E seus pais?
  - Minha mãe é diretora da escola em que estudamos.
  - A dona Mafalda, acho ela bem legal.
  - Lógico, você vê a versão melhorada dela.
  - Problemas?
  - Álcool.
  - Nossa, pesado isso.
  - Tudo bem, acho.
  - E seu pai?
  - Médico e galinha.
  - Quase igual ao meu.
  - Ele gosta de sair por fora?
  - O que ele mais faz, só que a Júlia faz não perceber.
  - Igual minha mãe.
  - Deve ser o código universal das mulheres.  Risos.
  - Pode ser.
  Nisso toca o celular de Levi.
  - Oi.  Ele pede licença saindo para fora e logo retorna.
  - Importante?
  - Não, só alguém do passado.
  - Quer dar um tempo e resolver isso, a gente marca pra outra vez?
  - Não, agora tudo que quero é curtir e muito, vamos?
  - Demorou.
                          15102020...............
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1dzaynimagines · 7 years
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Pedido:”Faz um com Zayn,que ela é gorda e por ele ter namorado a Gigi e a Perrie,ela se sente muito insegura,mas Zayn mostra pra ela que ele a ama do jeitinho que ela é,e não mudaria nada nela” IMAGINE ZAYN MALIK Olhei mais uma vez para aquela foto na revista.Uma das ex-namoradas de Zayn estava fazendo propaganda de uma marca de lingerie.Seu corpo “escultural”,seu cabelo loiro e brilhante,como se tivesse acabado de sair do salão,e seu sorriso com dentes perfeitos,sambava na minha cara. O fato de Zayn,meu atual namorado,ter namorado uma modelo da Victoria’s Secret e uma cantora de sucesso,fazia-me sentir insegura.Eu não era nenhuma famosa,ainda estava finalizando a faculdade,tinha uns quilinhos a mais para o padrão social e meu talento era ler de trás pra frente.Eu nunca comentei isso com Zayn.Acho que ele desconfia,mas nunca disse nada.E acho que é melhor assim.Ele não precisa saber que sua namorada não se acha suficiente para namorar um cara como ele. - Oi,Sn.- Zayn disse sorrindo quando chegou em casa.- O que é isso?- perguntou quando sentou-se ao meu lado. Zayn e eu não éramos namorados muito normais.Não curtíamos esse apelidos melosos,como “meu docinho”,”amor da minha vida”,ou “meu raio de sol”.Era Sn e Zayn,no máximo amor.E só.Também não gostávamos de declarações românticas.Gostava disso,e,aparentemente,ele também. - Uma revista.- disse como se ele fosse um ET.- Sabe,várias folhas,com fotos,receitas,notícias e propagandas. - Eu sei o que é uma revista.- ele disse rindo e olhou para a página que estava aberta. Droga. - É a Gigi?-ele perguntou franzindo o rosto e travei. - É?- fingi,fazendo uma cara de surpresa. - Por que você tá vendo essas coisas?-perguntou desconfiado. - Ela é bonita,né? - É.-ele respondeu e senti meu sangue subir.-Mas a minha namorada é mais.-concluiu e sorri bobamente. - Você é um namorado muito legal,míope e mentiroso.-falei rindo e ele revirou os olhos. - A míope da relação é você.-ele disse e não pude negar,usava lente desde que descobri que teria que usar óculos.Já usava aparelho na época e,sinceramente,aparelho e óculos não combinam.- Estou sendo sincero,Sn.Se você fosse feia,eu falaria.Sabe disso. Não falei nada.Zayn era aquele tipo de cara que era sincero,até demais.Ele nunca disse que eu era gorda,mas também nunca negou.Já me chamou de cenoura quando usei um vestido laranja e de panda quando acordei de manhã logo depois de uma festa,mas nunca,nunca,deixou de chamar-me de linda,porém isso não me convencia. - Por que você me namora?- perguntei antes que o medo me impedisse. - Do que você está falando? - Por que você escolheu ficar comigo?Porque eu não sou nenhuma miss da beleza e nenhum gênio da ciência.Sou chata pra caramba,não tenho um corpo dentro dos padrões de beleza da sociedade,não sei tocar nenhum instrumento e não tenho grana.Então diga-me o porquê de estar namorando este caco. - Eu namoro você,porque é a única que pode me fazer completamente feliz.Namoro,porque te amo e quero ficar ao seu lado até sermos esquecidos pela sociedade.Pare de rebaixar-se tanto,Sn.Não vê a pessoa maravilhosa que você é?Quantos homens quebram o pescoço para te ver passar?Sou um sortudo por ter-te. - Você sabe que eu te amo,né?- disse sorrindo. - Eu sei.-ele respondeu e beijou-me. Sentia-me um pouco melhor com sua declaração.Senti que eu precisava desabafar com ele.Zayn me amava,né? - Zayn,-comecei-eu perguntei isso,porque...porque eu não me sinto o suficiente para namorar alguém com você,um cara famoso,bonitão e gentil.Você namorou garotas bonitas,ricas e talentosas.E do nada,me escolhe.Eu me sinto insegura,porque não me acho o bastante para te fazer ficar.Porque o medo de aparecer uma Gigi ou uma Perrie na sua vida e te levar de mim,fala mais alto. Ele me encarava,acho que estava tentando absorver tudo o que havia dito. - Desculpa,desculpa,mas eu precisava desabafar.-ele ainda não falava nada.-E-eu vou subir.-corri e tranquei a porta do quarto.As lágrimas ameaçaram cair,mas me segurei. Ouvi a porta da frente ser fechada e percebi que ele havia saído. Deitei-me na cama e deixei as drogas das lágrimas caírem. Odiava com todas as minhas forças chorar,mas eu não consegui. *:* Acordei de supetão com batidas na porta.Olhei-me no espelho e percebi que meu rosto estava inchado de tanto chorar e meu cabelo estava parecendo uma juba.Peguei uma escova e penteei. - Sn?- Zayn me chamou.Ele havia voltado. - Tô indo.- respondi e abri a porta.- O que foi? - Estava chorando?- perguntou preocupado. - Um pouco.- admiti dando de ombros. - Vem.- puxou-me até a sala. Arregalei os olhos quando chegamos.A sala estava cheia de sempre-vivas,minhas flores preferidas,de todas as cores.Zayn sorriu quando viu minha expressão surpresa. - Senta aqui.- ele disse indicando a poltrona e sentei. O que ele estava aprontando? - Você não gosta desse tipo de coisa.Nunca curtiu declarações com flores e chocolate,mas hoje você vai. Ele pegou o violão que estava num cantinho e começou a dedilhar nas cordas. - Oh,her eyes,her eyes Make the stars look like they’re not shining her hair,her hair Falls perfectly without her trying She’s so beautiful And I tell her everyday Ele começou a cantar uma música que ouvimos no carro um dia aí.Eu achei tão fofa que até brinquei “bem que o senhor poderia cantá-la para mim,acho que eu até iria gostar”. - But every time she asks me “do I look ok?” I say When I see your face There is not a thing that I’d change ‘Cause,girl,you’re amazing Just the way you are. Pela primeira vez em todo o nosso namoro,Zayn havia me feito chorar de emoção. - And when you smile The whole world stops and stares for a while ‘Cause,girl,you are amazing Just the way you are. Um tempo depois,ele finalizou a música e largou o violão em algum lugar. - Minha querida Sn,-Zayn começou-seu único defeito é não se sentir um máximo,porque,querida,você é.Existe tantas razões para te amar que ficaríamos meses aqui enquanto eu listo todas.Você é tão inteligente,gentil,sorridente e boa.A única que eu conheço que cuida das flores como se fosse gente.-ri de seu comentário.-Uma péssima cozinheira,a única coisa que faz direito é bolo,mas o seu bolo é o melhor de todos.Tem o melhor abraço,quentinho e sempre ali.Tem o sorriso mais lindo mundo,mas sempre esconde com a mão,além de segurar a risada até ficar vermelha.Sua risada é tão gostosa de ouvir!Pare com isso.Adoro quando você passa horas falando de um livro que leu,quando anda pela casa após o banho,cheirando a baunilha e rosas.Adoro assistir a você bebendo café e dizendo que não vai mais pegar um brownie,mas leva dois pra viagem,e eu acabo roubando um sem que perceba.Adoro quando come aqueles cookies de chocolate gigante e se suja toda,e aí acaba rindo do seu próprio estado.Adoro a sua cara quando temos que tirar foto,você odeia ser fotografada e faz bico.Mas você deveria ser fotografada todos os dias,claro que eu seria o fotógrafo.-ele fez uma pausa,respirando fundo.-Sn,você é a garota dos meus sonhos.Não é perfeita,mas é perfeita para mim.E nada nem ninguém vai me tirar de você ou te tirar de mim.Porque o nosso amor é verdadeiro.É a coisa mais pura,verdadeira e inocente que já tive na minha vida.Então,eu te peço uma coisa:não rebaixe algo que é tão perfeito para mim. Eu não sabia o que falar.Nunca ninguém havia me feito sentir a garota mais especial e amada do mundo. - Não sei o que falar.- foi tudo o que eu disse,soltando uma risadinha em meio as lágrimas.-Eu não sou boa com declarações. - Eu sei.-ele disse rindo e chegou perto de mim,ajoelhando-se para ficar na minha altura.-Prometa-me que nunca mais vai dizer que não é suficiente para mim.Porque você é mais do que suficiente. - Eu vou tentar.- falei e sorri.-Estou me sentindo a garota mais linda e amada do mundo. - Porque você é.Pelo ao menos para mim. - Isso é tão bom.-falei e o abracei.-Eu te amo tanto,Zayn. - Eu também te amo,minha Sn.-e me beijou como se eu fosse o mundo dele. E,bom,aparentemente,eu era.E ele também era o meu.
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Parte 2, Capítulo 4: Franquia
Uma galeria depois do pedágio em Nova Jersey. Procurando um almoço. De onde eu estou, do lado do meu caminhão, aqui poderia ser qualquer lugar.
Temos que ter decidido isso, né, em algum momento? Que queríamos que tudo tivesse a mesma aparência? E entendo essa decisão. Todos nós gostamos de nos sentir num lugar familiar. Agora podemos ter essa sensação onde quer que estivermos. Não importa o clima ou a geografia, você entra numa franquia e ‘tá exatamente onde ‘tava antes. Como uma porta mágica pra cidade onde você se sente mais confortável. É uma afirmativa que não pode ser negada.
Mas pagamos um preço por isso.
Slyvia riu e puxou meu braço:
— Eu sei, — ela disse — você ‘tá fazendo suas grandes reflexões pra ter algo profundo a dizer no rádio mais tarde, mas ‘tou faminta!
— Uma dama não tem o direito de pensar em paz por aqui de vez em quando? — eu falei.
— Uma dama passa o tempo todo dela pensando, e agora ‘tá na hora do almoço. —  ela disse —  Oh, hambúrgueres!
Entre um Chipotle e um Quiznos, tinha uma fachada que revirou meu estômago. Tentei processar o que estava vendo.
— Vamos comer ali. — disse Sylvia, já andando em direção ao lugar.
O design do lugar era limpo e intercambiável como qualquer outro restaurante na galeria, mas tinha uma placa em forma de hambúrguer. A placa dizia “PRAXIS”.
O interior era um balcão simples e um par de mesas com cadeiras de plástico. O papel de parede eram capas de revistas em quadrinho, apesar de que não reconheci nenhum dos personagens. “Mulher de Fininho”, era o nome de uma. Outro de chamava “O Incrível Homem que Chora”.
— Acho que vou pedir um sanduíche de frango. — disse Sylvia — É estranho eu pedir frango numa hamburgueria?
Esqueci o quão sozinha eu estava até não estar mais. Ter Sylvia aqui tem sido bom. E talvez me sinta culpada por isso, porque ela ainda é uma adolescente, e devia estar vivendo num lar estável, indo à escola e sendo uma criança, não dando voltas por esse país comigo. Mas não fui eu quem assassinou a mãe de Sylvia e deixou ela com a mesma obsessão que tenho.
Ela veio até mim por uma razão específica, mas primeiro tenho entregas a fazer, e ela está contente em fazer elas comigo. A Baía e Córrego dificilmente vai me despedir, mas tenho ignorado descaradamente a programação de entregas, e acho que preciso dirigir o caminhão a trabalho de vez em quando.
— O que vai ser?
O homem atrás do balcão tinha cabelos ralos, debaixo de um boné de papel. O boné dizia “PRAXIS”.
— O que tem de bom? — perguntei.
— O hambúrguer é OK.
Pedi um hambúrguer e, depois de hesitar um pouco, Sylvia fez o mesmo.
Ele escreveu o pedido num pedaço de papel e empurrou ele pra mulher no gril, sem olhar pra ela.
— Dois hambúrgueres pra já! — ela disse. O homem não deu nenhuma atenção a isso.
— Qual é seu nome? — perguntou Sylvia.
— Ramon. — ele disse.
— E o meu é Donna! — disse a mulher na cozinha, enquanto jogava um punhado de carne moída no gril e esmagava ele com uma espátula. — Ele não vai me apresentar, não fala comigo.
— Por que não? — perguntei.
— Os hambúrgueres vão sair em um instante. — disse Ramon.
— Estamos administrando esse negócio junto há cinco anos, — disse Donna — e ele nunca falou comigo.
— É verdade? — Sylvia perguntou a Ramon. Ele franziu o rosto.
— Nossos pais morreram. — disse Donna. Ramon limpava furiosamente um balcão impecável com um pano.
— Deixam tudo pra nós igualmente. Logo depois da morte deles, vendi a casa, a casa onde crescemos. Não tive tempo de consultar ele, e não fala comigo desde então. Pedido pronto! 
Ramon trouxe os hambúrgueres pra nós.
— Posso te falar uma coisa? — perguntei.
— Duvido que pudesse te impedir. — ele respondeu.
— Uma pessoa me machucou, — eu disse — me traiu. E isso tem definido o que é minha vida por cada segundo de cada dia desde então. E é uma merda. Se eu tivesse outra opção, escolheria ela. Se você tem outra escolha além de ser definido por um sentimento de traição, devia se jogar. Se jogar como churrasquinho na brasa.  
A expressão de Ramon se suavizou.  
—Vai ter que perdoar ela alguma hora, cara. — Sylvia disse, comendo o hambúrguer. — Muito gostoso isso, aliás. [sons de mastigação]
Ele resmungou, voltando ao balcão.
Todos os guardanapos de papel de tinham a palavra “PRAXIS” neles. Sylvia pegou um e fez um esboço de Ramon, segurando um hambúrguer e dando um joinha com uma expressão vazia pro espectador. Quando saímos, ela deu o desenho pra ele. Ele não disse nada ao aceitar, mas lábios dele se curvaram pra cima.
— Tchau, tchau! — disse Donna, da cozinha. A carranca de Ramon voltou.
Uma hora depois, de volta à estrada, dei um tapa no volante, acordando Sylvia.
— Nossa Senhora, que foi? — ela disse — Estamos em perigo?
— Ugh! Deixei meu cachecol no restaurante. — eu disse [suspira] — Bom, acho que é deles agora.
É difícil distinguir regiões só de olhar pros prédios atualmente. Uma CVS é uma CVS, uma Starbucks é uma Starbucks. Não ‘tou aqui pra ficar moralizando, só ‘tou falando o que é ser um viajante hoje em dia.
Cada lugar é construído como todos os lugares e, portanto, a única coisa que te diz que você está em movimento é a natureza que foi autorizada a ficar.
Conforme se vai pro norte, as árvores passam a portar de copas frondosas às agulhas estreitas das coníferas. E as montanhas passam de grandes colinas a enormes estruturas de rocha, cobertas por vastas encostas de neve intocada. Ou, por outro caminho, as colinas se reduzem a nada. E você percebe que não vê uma elevação há horas, nem muitas árvores, só muita grama e muita estrada. Ou você deixa um clima mais úmido e verde, e vê o mundo ao seu redor decair de grama a gravetos a poeira a pedras e então, como uma placa sinalizando uma fronteira que você não sabia estar cruzando, o primeiro grande cacto, prenúncio do deserto à espera.
Depende da natureza nos dizer que estamos em movimento. Fora ela, cada placa de Kmart é igual a toda placa de Kmart. Cada sanduíche do Subway tem o mesmo gosto.
Alguns dias depois, em algum lugar a norte de Madison, perto do Lago do Diabo, tinha uma grande fileira de hotéis com parques aquáticos internos, pra quando o clima em Wisconsin não coopera com as férias em Wisconsin. Perto dos hotéis, tinha um centro cheio de shoppings, cinemas e tudo que você precisa se sua viagem foi forçada a se manter do lado de dentro. ‘Távamos procurando algum lugar pra comer e Slyvia, claro, foi a primeira a avistar ele.
— Pelo jeito são uma franquia. — ela disse.
Uma placa em forma de hambúrguer. “PRAXIS”.
— É. O último era bom. Vamos?
Algo em mim ‘tava com medo, mas algo em mim sempre ‘tá com medo, e me tornei muito boa em silenciar essa parte de mim. Então, fui na frente até a entrada.
— Você esqueceu seu cachecol. — disse Ramon.
Donna acenou da cozinha.
Slyvia e eu congelamos, mas Ramon já ‘tava trazendo meu cachecol, e Donna indicando uma mesa no canto.
— O que vocês ‘tão fazendo aqui? — foi tudo o que consegui dizer.
— Bom, raramente saímos do restaurante hoje em dia. — disse Donna.
— Serviço demais. — disse Ramon, dobrando meu cachecol e colocando ele do meu lado.
— Mesma coisa da última vez?
— Uh, claro. — disse Sylvia — Vocês não ‘tavam...
Ela parecia não saber se esse era um assunto que queria examinar de muito perto, mas foi em frente mesmo assim.
— Vocês não ‘tavam em New Jersey da última vez?
Donna deu de ombros, prensando nossos hambúrgueres com a espátula no gril.
— Não saímos muito. — respondeu Ramon, e daí — Obrigado — disse, distraído, enquanto Donna dava os hambúrgueres pra ele.
Ela parou, uma mão ainda num dos pratos.
— Você acabou de falar comigo? — ela disse.
— Bom, como as duas disseram, — ele falou, sem olhar pra ela — tenho que te perdoar alguma hora.
— Perdoar? — Donna começou a rir — Oh, não, docinho. OK, estou contente que estamos nos falando agora porque temos alguns assuntos que precisam ser resolvidos.
Sentamos à mesa, sem saber o que fazer, presas no meio do mundanalmente desconfortável e do existencialmente impossível.
— Quando eles morreram, você simplesmente desistiu! — Donna disse — Se recusou a passar pelas escolhas que precisávamos fazer. Então ficou tudo por minha conta. Eu ‘tava sozinha, e com medo, mas medo não desculpa nenhuma, então fiz o que precisava ser feito. Liquidei as propriedades, vendi a casa pra pagar as contas, por que tinha contas, sabe. Contas do hospital, do cemitério, e todas aquelas dívidas. E, depois de fazer todas essas escolhas, você vem e me diz que fiz tudo errado. E daí simplesmente parou de falar comigo, me punindo por todas as escolhas que você não conseguiu fazer! E agora, me desculpa, agora você me perdoa, porra?!
Ou algo do tipo.
— Eu não fiz nada? — Ramon disse — Quem estava ocupado organizando o funeral?
— OH, o funeral! — disse Donna — É claro, esqueça as contas e as propriedades, você planejou uma tarde!
Sylvia puxou minha manga e deixamos os dois gritando um com o outro, os hambúrgueres não servidos e não comidos. Atrás da figura furiosa de Ramon, eu podia ver o desenho de Sylvia pregado na parede perto da caixa registradora.
Paramos num Dunkin’ Donuts que tinha uma janela de drive-thru. E, visível aos clientes, uma tela enorme, informando a porcentagem dos empregados que ‘tavam atingindo a “meta de produtividade”. Era 67% do alvo. Estávamos 33% desapontados.
É assustador o que permitimos que fizessem conosco a fim de recebermos nosso café alguns segundos mais rápido. É uma troca que fizemos, mas nunca foi nos dado tempo pra pensar nas ramificações.  
Na estrada entre Houston e Nova Orleans, um trecho de bayou e absolutamente mais nada. Estacionamos pra abastecer e decidimos almoçar também.
Nós duas vimos, entre uma vitrine vazia com um banner meio caído que dizia “compramos ouro” e um salão de beleza com um só empregado, que ‘tava num intervalo pra fumar do lado de fora encarando o céu com um olhar desfocado. Não fizemos nenhum comentário, só passamos pela placa dizendo “PRAXIS”.
— Ei. — disse Ramon.
— Olá, queridas! — disse Donna.
— Vocês parecem mais felizes. — falou Sylvia. 
— Resolvemos as coisas. — explicou Donna.
— Talvez nós dois precisássemos perdoar e ser perdoados. — disse Ramon — Que bom que estão de volta. Serão nossas últimas clientes.
Donna colocou dois hambúrgueres no gril, sem esperar o nosso pedido.  
— Oh. Você vão, hm... fechar esse lugar? — eu perguntei.
— Administrar o restaurante dos nossos pais— disse Donna — ‘tava nos segurando, nos mantendo no mesmo lugar mentalmente. Precisamos viver nossas próprias vidas. Brigada por nos visitar nas suas viagens!
— Esse restaurante ‘tava em uma cidade diferente toda vez que visitamos ele. — eu disse, querendo confrontar o fato diretamente, se era a última vez que teria a oportunidade.
Ramon deu de ombros.
— Essas coisas acontecem. — disse.
— Acontecem? — disse Sylvia.
— O que é Praxis? — perguntei.
Donna sorriu pra mim.
— Oh, docinho, se você ainda não sabe, não se preocupe. Vai descobrir quando chegar a hora.
Ela montou os hambúrgueres e tocou o sininho, mesmo com Ramon estando bem ali, com as mãos já prontas para pegar eles.
— Brigada de novo pela preferência!
O desenho de Sylvia ainda ‘tava pregado na parede, mas meio apagado, e as bordas do guardanapo frágeis.
No centro de distribuição da Baía e Córrego, perguntei sobre a entrega que fiz ano passado pra uma fábrica na Flórida. “Praxis”, dizia o nome da fábrica.
— O que é Praxis? — perguntei.
A supervisora de turno, que estava checando os papéis e os dias de tédio porvir, congelou.
— Onde você ouviu esse nome? — ela disse.
— Fiz uma entrega pra eles ano passado.
— Pode ter certeza que não fez. Precisa me contar tudo, mas ‘pera aí. — ela levantou, pegou um telefone. — Não eu, não quero ouvir uma palavra sobre isso. Vou chamar alguém pra cá, e você vai contar tudo que sabe sobre a Praxis.
Ela começou a discar, e me levantei e saí andando. Ela gritou pra eu esperar, mas nem a pau que eu faria isso.
O que é Praxis, e por que o nome incomodou tanto minha supervisora da Baía e Córrego?
Hm. Um mistério pra outro dia. ‘Tá na hora de ajudar a Sylvia com o motivo dela ter vindo até mim.
Saio do carro, troco prum carro alugado. Sylvia dorme no banco de trás. Uou, essa garota dorme! Eu, tenho problemas pra dormir na melhor das situações. E não tenho estado na melhor das situações faz... bom, anos agora, provavelmente.
Dirigimos por horas por Nova York, até alcançarmos o rio Hudson. Em Kingston, na costa leste, tem uma área enorme de franquias de restaurante, atacados e galerias. Parece que mantiveram o resto da região pitoresca juntando tudo isso em alguns quilômetros quadrados, o que é um ótimo plano.
Dou algumas voltas, procurando algo específico. E encontro, perto de um shopping meio vazio com uma Target e o que costumava ser uma JC Penney na frente. Tem uma fileira de franquias de restaurantes e só uma fachada vazia.
Descemos do carro, corro minha mão sobre o vidro onde o contorno da palavra “PRAXIS” ainda é visível. O interior ‘tá vazio, todos os móveis e objetos removidos.  
— Parece que seguirem em frente mesmo. — disse Sylvia.
— Como isso é possível? — perguntei.
— Nós, de todas as pessoas, não estamos na posição de sair por aí fazendo essas perguntas. — ela disse — Se começarmos a pensar sobre isso, ficamos sujeitas a parar no fundo de um abismo. Deus do céu.
E então, voltamos ao carro e cruzamos o rio. Vou em direção à Taconic Parkway, passando por algumas plantações de árvores de Natal e cavalos com blusas de frio. A Taconic é bonita, mas estreita. Finalmente, quando chegamos a um posto de gasolina perto da fronteira ao sul do Condado Dutchess, acordo Sylvia. Quando volta a si, olha em volta com uma tristeza determinada.
— É. — ela disse — Foi aqui que minha mãe foi assassinada.
— E agora? — eu perguntei.
— Agora... vamos descobrir quem realmente matou ela.
Toc Toc.
[voz à esquerda] Quem é?
[voz à direita] Acho que você sabe.
[voz à esquerda] Eu sei.
[voz à direita] Posso entrar?
[voz à esquerda] De jeito nenhum.
[voz à direita] Fala sério.
[voz à esquerda] Vá embora!
[voz à direita] Isso nunca foi uma opção. Toc toc. Toc toc. Toc toc. [suspira] OK. Bom, OK.
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