#Rainha dos Mares
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Esses foram os resultados do primeiro desenho da 10ª rodada do telefone sem fio, que tem como símbolo de identificação as 3 estrelas. Meu desenho foi o sexto da fila.
Estou especialmente orgulhosa desse desenho porque acho que consegui fazer as mãos dela muito bem XD
Espero que gostem^^
Abaixo os outros resultados.
Artistas que participaram da rodada em ordem:
1.Bonnie: @B_onniy Twitter
2.Drina: (acrescentaremos as redes sociais em breve)
3.Lyra: @Lywuu no Twitter
4.Gustavo: @gh_._desenhos Instagram / Tik tok: gh_desenhos_2.0
5.Lidiane: Insta: @lady_tea_draws / Facebook: https://www.facebook.com/lidytheladytea
6.EU XD: Leões Gêmeos - Facebook / leianinha18 - deviantart
7.Tati
8.Raquel: instagram: @rubideaart
9.Franciane: Chaotic fluffy diamond - Facebook / @FrancianeWV - Twitter
10:Leon: @LeoBunArt - Twitter
11.Kaillany: Insta - any_luni252 / @ferna15_2022 Twitter
12.Diva: Instagram: madeluni.a / Twitter: @OrtheLoys
13.Nuko: @nukolabs no Twitter
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🫀🔂
É beira-mar, maré alta, lua cheia Espuma é prata na areia A brisa é perfume no ar
Vou velejar Penetrar no mundo estranho Viajar dourado sonho Ouvir sereia cantar
Iemanjá, esplendor da natureza Ela é quem comanda o mar Com sua graça e beleza
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Prayer for the guidance of Hekate
Mãe Hécate, senhora das tochas brilhantes, Entoo o teu nome na encruza da vida e da morte, Convoco sua presença sabendo que auxilias todos. Hécate portadora de luz, rainha dos finados, É teu o caminho pelos reinos entrelaçados, Olha por teu devoto, como guiaste Deméter. Hécate das estradas, que fende o escuro, Orienta para a harmonia e virtude divina, Ergue minha mão, guia minh'alma pra luz sublime.
Hécate dos três caminhos, saúdo tuas faces! De como te mostra, céu, terra ou mares! Vem gentil hoje, com toque afável, e o coração, acalmes.
english:
Mother Hekate, lady of the bright torches, I chant your name at the crossroads of life and death, I summon your presence knowing that you help all.
Hekate, bearer of light, queen of the dead, Yours is the path through the intertwined realms, Watch over your devotee, as you guided Demeter.
Hekate of the roads, who cleaves the dark, Guide to harmony and virtue divine, Lift my hand, guide my soul to the sublime light.
Hekate of the three paths, I greet faces thine! As you show yourself, heaven, earth or seas! Come gently today, with soothing touch, calm my heart.
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Sugestões de livros
Fica aqui para que parem de me mandar ask. Notem que isto não é só coisas que eu li, são também sugestões de colegas e amigos que confio muito.
Reis e rainhas:
Toda a coleção da Temas e Debates de biografias de reis e rainhas
Rainhas Medievais de Portugal de Ana Rodrigues de Oliveira
As Avis, Joana Bouza Serrano
História de Portugal Geral
História de Portugal tanto do Rui Ramos como do José Mattoso, sendo o segundo da Círculo de Leitores portanto só se consulta em biblioteca e sao livros de cabeceira
Grandes Mistérios da História de Portugal, Fátima Mariano
História, Arte e Literatura, Diogo Ramada Curto
História Global de Portugal (autores Vários)
Portugal na Idade Média, Sérgio Luís de Carvalho
História da Vida Privada em Portugal, José Mattoso (vários volumes por épocas, só estou familiarizada com a Idade Medieval)
Breve História de Portugal / Brevíssima História de Portugal (são 2 livros distintos) A. H. de Oliveira Marques
Al-Andalus
Fath Al-Andalus, Marcos Santos
Lisboa Árabe, Sérgio Luís de Carvalho
Portugal na Espanha Árabe, António Borges Coelho
Cristãos Contra Muçulmanos na Idade Média Peninsular, Carlos de Ayala e Isabel Cristina F. Fernandes (Coord.)
História Judaica e Inquisição
História dos Judeus Portugueses, Carsten L. Wilke
Judeus Portugueses, Esther Mucznik
A Perseguição Aos Judeus e Muçulmanos de Portugal - D. Manuel e o Fim da Tolerância Religiosa (1496-1497), François Soyer
Lisboa Judaica, Sérgio Luís de Carvalho
Inquisição e Cristãos Novos, António José Saraiva
História da Inquisição Portuguesa, Giuseppe Marcocci e José Pedro Paiva
História de Lisboa
Rainha dos Mares (Queen of the Sea em inglês), Barry Hatton
Lisboa Desconhecida e Insólita, Anísio Franco
História Gastronómica de Lisboa, Manuel Paquete
Lisboa em 10 Histórias, Joke Langens
Lisboa Revolucionária, Fernando Rosas
Lisboa no Liberalismo, Victor de Sá
Lisboa Manuelina, Helder Carita
Caminhar por Lisboa, Anísio Franco
Segredos de Lisboa, Inês Ribeiro e Raquel Plicarpo
Diário de um Viajante a Lisboa, Henry Fielding
Era das Luzes
O Marquês de Pombal e a sua Época, J. Lúcio de Azevedo
Século XIX
1808, Laurentino Gomes
A Republicanização da Monarquia, Maria de Fátima Bonifácio
Século XX
O Século XX Português (Vários autores)
Portugal Entre a Paz e a Guerra, 1939 - 1945, Fernando Rosas
Curiosidades, assuntos específicos e tópicos nicho:
Portugal Insólito, Joaquim Fernandes
História Global da Alimentação (Vários autores)
Quinas e Castelos, Miguel Metelo de Seixas
They Went to Portugal, Rose Macaulay
Heroinas Portuguesas, Fina d'Armada
O Pequeno Livro do Grande Terramoto, Rui Tavares
(Des)colonização e raça:
Roteiro Histórico de uma Lisboa Africana, Isabel Castro Henriques
Portugal e o Século XX: Estado-Império e a Descolonização, Fernando Tavares Pimenta
Lisboa Africana, Sérgio Luís de Carvalho
Um Mar da Cor na Terra, Miguel Vale de Almeida
Ecos Coloniais: Histórias, Patrimónios e Memórias, de Ana Guardião, Miguel Bandeira Jerónimo e Paulo Peixoto
Caderno de Memórias Coloniais, Isabel Figueiredo
Escravidão, Laurentino Gomes
"Modo Português de Estar no Mundo": O luso-tropicalismo e a ideologia colonial portuguesa (1933-1961), Cláudia Castelo
Outras cidades:
Porto Insólito e Desconhecido, Germano da Silva
Cascais, Raquel Henriques da Silva
Qualquer livro da Scala sobre qualquer palácio público, inclusive os da Parques Sintra (Mosteiro dos Jerónimos, Palácio da Pena, Palácio da Vila, Mosteiro de Alcobaça que eu tenha)
vou atualizando à medida que vou descobrindo livros por aí
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⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀ ning yizhuo interpreta CIRCE
𓂃 ഒ ָ࣪ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: AKRASIA ato I, literatura sáfica, narrativa épica, grécia antiga, fantasia, mitologia grega, misandria, ação, harém, literatura erótica (sexo sem proteção, oral fem, sex pollen?, scissorring, a leitora é mais ativa, EEUSEIQUEVOCÊSSÃOTUDOPASSIVONASMASPFVMEDAUMACHANCEVIDASATIVASIMPORTAM, dirty talk).
Tô muito animada pra essa série, eu sou louca por mitologia grega. Tomei a liberdade de completar os mitos a serem expostos no decorrer dos capítulos com a minha própria interpretação criativa, para poder amarrar o enredo. Porém, não deixo de citar as minhas fontes (para esse ato I) sendo a Odisseia, a obra contemporânea Circe e O livro das Mitologias;
Acho que esse é o texto mais rico que eu já produzi, não só porque me levou tempo e pesquisa. Se você gosta da minha escrita como um todo, leia mesmo que não curta literatura sáfica, é só pular qualquer parte sexual que fica safe.
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⠀⠀ ⠀⠀ ⠀ ⓞⓑⓡⓘⓖⓐⓓⓐ ⓟⓞⓡ ⓛⓔⓡ
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⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀ ATO I ⠀⠀ ⠀⠀ o mito de circe
ESTA CANÇÃO COMEÇA E TERMINA NUMA TEMPESTADE. O raio que corta a imensidão noturna clareia tudo ao redor em vão, pois não há uma porção firme à vista para naufragar os restos do barco.
A trilha incandescente desenha pelo céu, semelhante a uma erva daninha, com seus ramas desaguando de canto em canto, e tomando mais e mais espaço até se perder no horizonte. Gigante, o vazio aberto faz parecer que está presenciando a fúria de um célebre titã, colossal e temido. O clarão que se estabelece pelo momento é capaz de cegar os olhos, construir a fantasia de um eterno vácuo sem cor ou forma.
E o som que sucede o fervor visual te faz tapar os ouvidos, encolhendo a postura. Jura, pelo resto de sanidade que ainda lhe resta, o compasso das ondas chocando-se contra o casco de madeira até muda de curso, como se a frequência reverberante fosse a potência que rege os mares.
O corpo tomba, para o caminho oposto em que a embarcação simplória é jogada. Bate com o peito na borda, os braços são jogados para fora, quase toca a água salgada com a ponta dos dedos. Senta-se sobre o estrado, afogando a pele da cintura para baixo no pequeno oceano que se forma dentro do barco. O supremo do mar não tem motivos para estar te atacando assim, pensa, o irmão dele, sim, pode estar enfurecendo o cosmos para te impedir de atracar em segurança. Quer a sua morte, nenhum rastro do seu cadáver quando a carcaça de madeira despontar em uma ilhota qualquer. Ninguém saberá nem a cor dos seus olhos.
— Nêmesis! — esforça-se para bradar mais alto que o repercutir das ondas quebrando.
Levanta-se num único impulso. Mal se alinha sobre os próprios pés, cambaleia conforme a embarcação nada por cima da maré, até se escorar no mastro. Abaixa o olhar.
— Nêmesis... — o título divino ecoa, agora, com mais fraqueza, tal qual um sussurro em segredo. Cerra os olhos. — Eu louvo a Nêmesis dos olhos brilhantes, filha de Nyx de capa escura...
Ó, grande deusa e rainha, Celebro-vos, a vingadora dos oprimidos, Que observais, que garantis que todo mal seja punido. Imparcial e inflexível, distribuidora da recompensa certa, Escutai meu lamento.
— Injustiça atormenta minhʼalma — confessa. — Sejais o corte da minha lâmina quando eu cruzar o destino de meu inimigo. Não deixeis que o sopro de vida opoente seja mais eterno que o meu. E eu vos prometo: será a minha alma pela dele.
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QUANDO CIRCE NASCEU o nome para o que ela viria a se tornar ainda não existia. Chamaram-na, então, de ninfa, confiando que seria como a mãe, antes de si, e as tias e as centenas primas. Modesto título, cujos poderes são tão singelos que mal podem assegurar-lhes a eternidade. Conversam com peixes e balançam-se em árvores, brincando com as gotas de chuva ou o sal das ondas na palma da mão. “Ninfa”, eles a chamaram, não apenas como em fada, mas em noiva.
Sua mãe Perseis era uma delas, uma náiade, filha do grande titã Oceanos e guardiã das fontes e águas doce. Belíssima, de ofuscar os olhos ao focar em outra coisa senão o brilho de sua pele feérica. Captura a atenção de Hélio, numa de suas visitas aos salões do primogênito dos titãs. Não havia nada igual Perseis.
Oceanos tinha uma aparência abatida, de olhos fundos na cara e uma barba branca beirando o colo. Seu palácio, entretanto, era um exímio refúgio situado nas profundezas das rochas terrestres. A estrutura se levantava em arcos altos, os pisos de pedra reluziam como a derme de bronze no corpo de Hélio. Pelos corredores amplos, era possível ouvir a dança das ondas, liderando a um infinito caminhar em que não se sabia o começo ou fim do leito rochoso. Nas margens, floresciam rosas acinzentadas, em cachoeiras dʼágua onde se banham as ninfas. Rindo, cantando e distribuindo as taças douradas entre si. Ali, se destacava Perseis. Não havia nada igual Perseis.
— E quanto àquela? — Hélio sempre se apaixonava por coisas belas, era seu defeito. Ele acreditava que a ordem natural do mundo era agradá-lo aos olhos.
Oceanos já conhecia o caráter do titã do sol, o brilho dourado em todos os netos que corriam de um canto ao outro pelos salões não o deixava esquecer.
— É minha filha Perseis — responde, num suspiro cansado. — Ela é tua, se desejar.
Hélio a encontrou no outro dia. Perseis sabia que ele viria, era frágil mas astuta, a mente feito uma enguia de dentes pontiagudos. Sabia que a glória não estava nos bastardos mortais e quedas nas margens dos rios. Pois quando estiveram frente a frente negociou, “uma troca?”, ele perguntou, poderia tê-la em seus lençóis apenas através do matrimônio. Teria o encanto de outras flores nos jardins que se espalham pela terra, mas nenhuma delas jamais reinaria em seus salões.
No dia de seu nascimento, Circe foi banhada e envolvida pela tia — uma das centenas.
— Uma menina — anunciou.
Hélio não se importava com as meninas. Suas filhas nasciam doces e brilhantes como o primeiro lagar de azeitonas. E mesmo quando olhou para o bebê emaranhado na colcha, sem reconhecer seu esplendor jovem, manteve sua fé.
Circe não era nada como Perseis.
— Ela terá um casamento digno — o titã acariciou a pele recém-nascida, feito uma bênção.
— O quão digno? — Perseis soou preocupada.
— Um príncipe, talvez.
— Um mortal?
— Com o rosto cheio dessa forma... Não sei se podemos pedir por muito.
A decepção estava clara na face de Perseis.
— Ela vai se casar com um filho de Zeus, com certeza — ela ainda insistiu, gostando de imaginar-se em banquetes no Olimpo, sentada à direita da rainha Hera.
Circe cresceu rápido — ou perdeu a noção do tempo enquanto cuidava dos irmãos. Os pés descalços correndo pelos corredores escuros do palácio do pai, sem um nome pelos primeiros quinze anos de vida. “KIRKE”, a chamaram, a princípio, para repreender quando olhavam nos profundos olhos amarelados e o choro estridente como uma águia que se senta ao canto do trono de Zeus.
O palácio de Hélio era vizinho a Oceanos, enterrado nas rochas da terra. As paredes pareciam não ter fim, extraídas de obsidiana polida. O titã do sol escolheu a dedo, gostava como a pedra refletia sua luz, superfícies lisas pegavam fogo quando ele passava. Mas não pensou na escuridão que deixaria assim que partisse.
Circe viveu na noite. As vistas demoram a se acostumar com o clarão que as rodas da carruagem celestial do pai descia dos céus. Bem-vindo de volta, papai, clamava, porém era recebida em silêncio.
Aos poucos, se acostumou a não falar tanto. Não retribuir, não repreender, não se opor. Não questionava por que não reluzia na água feito as outras náiades, ou tinha os cabelos castanhos e sedosos, por mais que os escovasse com os pentes de marfim. Na época de se casar, também não argumentou contra o matrimônio com um príncipe de uma cidade qualquer. Até hoje, ela não se lembra do nome exato.
Para classificá-lo, poderia usar um termo que fosse do horrendo ao desprezível, com tranquilidade. Sua boca tinha gosto salgado, e o som de sua voz martelava profundo na cabeça da jovem toda vez que abria a boca para dizer algo. Circe não se agradou da cama, da casa, das restrições, dos apelidos enfadonhos que recebia nas noites em que o álcool o tomava o juízo. Então, ela o matou.
Rebelde, insensata, má, foram algumas das palavras que ouviu de sua mãe ao ser devolvida nos salões do palácio. Era incompreensível para Perseis como sua filha havia retornado para casa sem uma moeda de ouro ou um herdeiro para recorrer um trono. Os cochichos sobre ervas e misturas de água quente não faziam sentido, de onde a prole de uma náiade saberia dosar veneno no cálice de vinho de alguém?
Hélio não sabia o que fazer, consumido pela decepção que tanto esforçou-se para afugentar, embora tenha visto nos olhos daquele bebê o destino miserável que o aguardava. Não queria ouvir quando os sussurros contavam sobre o terror daquele banquete em que o príncipe fora transformado em um besouro azul e pisoteado pela esposa de olhos amarelos.
Só que escutou quando Zeus murmurou em seu ouvido uma solução.
— Se odiais tanto a presença de um filho sem honra, exilai-o longe de suas preocupações.
O castigo pareceu justo. Sozinha, em exílio, Circe não seria a aberração do palácio do titã do sol. Não sentiria mais o gosto salgado dos beijos, as mãos ásperas que um dia já envolveram seu corpo. Seria somente ela e aquilo a que deu o nome de magia. E todo homem que aportasse em cais teria o mesmo fim que o primeiro.
Mas o corpo que amanheceu em sua praia não pertencia a nenhum homem.
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OS SEUS OLHOS SE ABREM DEVAGAR, a visão turva impede que reconheça perfeitamente o ambiente em que está, mas as curvas sem foco à sua frente não negam que se encontra sobre o teto de alguém, em um cômodo bem iluminado e decorado. Pisca as pálpebras, apetecendo, agora, com a pontada que sente se desprender quase que de dentro do cérebro.
Zonza, sente a cabeça pesada. Recosta na parede atrás de si. Os músculos, inicialmente, dormentes te dão a impressão de que está nas nuvens, flutuando. Até que a realidade bate e mais dores se somam ao desconforto. As pernas latejam, mas a pele está emaranhada em um tecido suave e escorregadio. Os braços doem, formigando, e só se dá conta do porquê de tamanho incômodo quando olha para os lados e percebe os punhos erguidos no ar por um pedaço de pano amarrado ao dossel de madeira da cama.
A primeira reação, claro, é se soltar. Luta contra a própria dor para puxar os punhos em direção ao corpo deitado para afrouxar as amarras, força ao máximo que o estado debilitado permite, ouvindo o estalo da madeira. Porém, é em vão.
Franze o cenho. Não deveria ser tão difícil para você conseguir se libertar assim, até que o ressoar de risadinhas doces ecoam pelo cômodo e levam os seus olhos para a beirada da cama, aos seus pés.
Vê a forma que as cabecinhas formam montanhas com seus cabelos esverdeados. Os olhinhos curiosos se erguendo do “esconderijo” para espiar a movimentação que se dá sobre a cama. Murmuram entre si, sorrindo. Ninfas, você soube na hora. Mas elas servem a alguém, quem era sua senhora?
— Saiam, saiam! — a resposta surge com o chegar de outra mulher ao recinto. Ela balança as mãos, causando um alvoroço entre todas as criaturas que estavam escondidas debaixo dos móveis para descobrir mais sobre o estranho que aportou naquela manhã.
As ninfas choramingam, passando por cima das mesas, jogando as peças de cerâmica no chão, mas não desrespeitam a ordem. Deixam todas o quarto, fechando a porta ao saírem.
— Perdoa pela confusão — a mulher diz, com um sorriso —, elas estão morrendo de curiosidade.
Você a assiste se aproximar mais. Acompanha como caminha em paz ao móvel à sua direita para despejar um pouco do líquido da jarra para o cálice. Se vira com o objeto em mãos, te oferecendo.
— Onde estou? — é o que a pergunta.
— Na minha casa — ela responde. — Bebe.
— Me solte — pede, ignorando completamente a oferta. — Com certeza, não estou no lugar onde deveria estar. — Torna a face para o próprio corpo estirado sobre o tecido e não reconhece a roupa que está vestindo. — O que fizeste com as minhas coisas? Onde estão minhas coisas?
— As ninfas te acomodaram — justifica. — A roupa molhada não te faria bem, e não havia mais nada contigo quando te encontramos na praia. Vamos, bebe.
— Mentira! — roga, virando-se para ela mais uma vez. O cálice está a milímetros dos seus lábios, mas não cede. — Eu trazia uma bolsa comigo, em meu barco, e quero de volta.
A mulher parece se controlar para não perder a paciência, respira fundo. Senta-se no cantinho da cama.
— Escuta — começa —, se estavas em alguma embarcação no caminho para cá, os destroços estão no fundo do oceano. Não havia mais nada além de ti.
Você escuta, mas claramente não digere.
— E se não queria perder sua bolsa — ela continua —, deveria tê-la segurado com mais força.
Argh, você grunhe, não conformada com o que ouve. Os braços doloridos voltam a ser flexionados, conforme tenta escapar mais uma vez.
— Não gaste tanto esforço — ela te aconselha —, não vai se soltar.
— O quê... — murmura, impaciente. Te aflige a forma com que puxa com o máximo de força que possui e mesmo assim o tecido nem fraqueja. — On... Onde estou? Que lugar é esse? Não te pedi para que me trouxesse para cá!
— Por que é tão ingrata? — levemente se irrita. Hum, resmunga, erguendo-se para largar o cálice de volta no móvel onde estava. — Está me fazendo arrepender de ter sido tão boa...
— Boa?! — repete, incrédula. — Me mantém presa à tua cama!
— Porque não confio em ti.
— Pois eu não confio em ti.
Ela pende a cabeça pro lado, te observando com pouco crédito. Se inclina, de surpresa, apoiando as mãos nos cantos do seu corpo debilitado para estar pertinho do seu rosto quando diz “certo, quer sair?”
— Espero muito que seja uma guerreira habilidosa e não uma filha de pescador qualquer, porque aí pode conseguir caminhar para fora deste palácio antes que os lobos te peguem. — O tom na voz dela é de pura gozação, como se menosprezasse até o ar que você inala nas quatro paredes do domínio dela. — E que os deuses te protejam para que não seja devorada pelos leões no caminho à praia e possa morrer de exaustão nadando sem rumo pelo oceano.
A ameaça em si não te assusta, o que desperta o seu alarde é a descrição singular. Na mente, as pecinhas desse quebra-cabeça vão se unindo para formular uma resposta para as suas perguntas.
Se lembra da fúria que enfrentou naquela tempestade a mar aberto, sem saber se sobreviveria e onde os destroços do naufrágio iriam parar. No entanto, as suas preces parecem ter sido ouvidas, pois Nêmesis te trouxe para a casa de uma das mulheres mais fascinantes da qual já ouviu falar.
Se lembra do eco da canção nas noites de festa, a lira ao fundo acompanhando a voz que recitava os versos sobre a lenda de uma jovem rebelde, insensata e má. Em exílio em uma ilha, à espreita de nobres cavalheiros que aportassem em seu cais. Embebedando cada um em seus banquetes de recepção e transformando-os em criaturas variadas para cultivar seu zoológico pessoal.
É, você a conhece muito bem. Deveria ter se tocado assim que colocou os olhos no olhar profundo e amarelado como uma águia.
— Esta é Eéia — anuncia o nome da ilha. — Tu és Circe — um sorriso ameaça crescer nos lábios da mulher —, a primeira bruxa.
Circe endireita a postura, não sabendo bem como receber esse título.
— Então é assim que me conhecem... Interessante — murmura, de queixo erguido.
— Cantam canções sobre ti, seus feitos.
— Hm, é mesmo?
— Circe dos olhos de águia. Algumas aldeias te veneram.
— Me bajular não vai fazer com que eu te solte.
Você meneia o rosto para o lado contrário, sem graça depois que suas intenções são desmascaradas. Porém, é obrigada a encará-la novamente mais quando ela te segura pelo queixo, “é minha vez de fazer as perguntas agora.”
— Qual teu nome? Da onde vens?
As suas palavras são engolidas, não emite um som em resposta sequer. E Circe espera, de bom grado, olhando no fundo dos seus olhos em busca de uma pista qualquer, mas não encontra nada.
— Além de ingrata, é muito egoísta — te diz —, como pode saber tanto sobre mim quando não sei nada sobre ti? — Sorri, soltando teu rosto. — Se não vai falar, te aconselho a beber — torna a atenção para o cálice cheio —, até que eu me decida o que fazer contigo, não quero que morra desidratada.
Se inclina, com aquele mesmo tom gozador de antes. “Sabe, é a primeira vez que isso me acontece” , ela conta, “normalmente, eu convido os marinheiros para um banquete e os amaldiçoo, eu odeio marinheiros. Mas tu não és um marinheiro como os outros... Então, pode ser que eu demore um tempo até me decidir.”
E ela não tem pressa. Os dias se somam, pela manhã as ninfas adentram o quarto para te alimentar e saem logo em seguida, silenciosas, porém risonhas. Não vê ou escuta a bruxa, como se ela nem existisse ou fosse a dona daquele palácio. O que compõe a sinfonia para os seus ouvidos é o som dos animais de pequeno porte que invadem pela janela, feito os macaquinhos e os pássaros, e o rugido dos leões. À noite, por vezes, o que julga ser uma união das vozes doces das ninfas te mantém acordada. Os gemidos prolongados, longe de choramingar por dor, mas por prazer.
Não demora a compreender que para Circe, você não tem valor algum. Com o tempo, não tem dúvidas, as servas deixaram de te trazer o cálice de kykeon com uma mistura fortificada com cevada e morrerá de fome. E se não tem valor nenhum à bruxa, talvez seja melhor mostrar para a bruxa que ela tem valor para ti.
— Diga a tua senhora que estou pronta para falar com ela — é o que orienta as ninfas numa manhã.
Circe manda organizar um pequeno festim. Você recebe uma túnica nova e um par de sandálias de couro. É banhada, vestida, o cinto lhe molda a cintura. Quando sai do quarto pela primeira vez, a decoração do lado de fora não se diferencia muito do que via no confinamento. Peças de cerâmica espatifadas pelo chão, cortinas rasgadas pelos animais, as formosas ninfas penduradas nas pilastras, olhando-te com sorrisos bobos nos lábios vermelhinhos.
Atravessa o pátio até o grande salão, sentindo-se pequena entre as feras deitadas sobre o mosaico imenso. Circe está deitada num divã, puxando as uvas do cacho e rindo. Traja uma túnica com detalhes em vermelho e dourado, unida no ombro esquerdo pelo broche de cabeça de leão. As tochas e as velas ajudam a lua a iluminar o ambiente. Ao canto, o som da lira se mistura aos demais instrumentos de sopro e o som da ninfa que cantarola com um coelho no colo.
— Ah, aí está ela! — O sorriso de Circe aumenta ao te ver. Apanha a taça na mesinha de apoio cheia de frutas e o ergue no ar, como se brindasse sozinha, antes de beber um gole.
As servas te acomodam à mesinha redonda em frente ao divã, sentada sobre as almofadas e os lençóis estirados. Um cálice te é oferecido, adoçam o vinho com mel para que a bebida forte desça mais facilmente pela garganta seca. Prova do peixe frito, controlando a própria fome para não parecer ingrata pela sopa que recebia todos os dias.
Os aperitivos parecem se multiplicar nas mesinhas espalhadas pela área coberta, chamativos. Mas você precisa manter a cabeça em foco.
— Espero que perdoe meu silêncio — faz com que a voz sobressaia de leve por cima da música, do canto em coral e do som dos passos dançados no pátio.
Circe espia brevemente na sua direção, com um sorriso pequeno.
— No teu lugar, eu também temeria.
Você leva uma unidade do cacho de uvas à boca, sentando-se aos pés do divã.
— Mas não preciso temer-te agora, preciso?
A bruxa lhe oferece mais um olhar, dessa vez com o sorriso mais largo.
— Pareço com alguém que deve temer?
É a sua vez de sorrir, desviando a atenção para o festejo que as ninfas realizam entre si.
— Não estava em meus planos atracar em tuas terras — admite a ela —, mas estou contente que assim o fiz. Tens me alimentado e por isso sou grata.
— Sou benevolente demais, é um defeito meu.
— E muito inteligente, eu suponho. Especialmente porque vai aceitar a minha oferta.
Ela aperta o cenho, não te leva a sério.
— Oh, tem uma oferta pra mim? — o tom divertido não te intimida.
— Estava certa ao duvidar de uma mulher que naufraga sozinha na tua praia — começa, em sua própria defesa. — Eu não sou filha de um pescador, ou de um comerciante qualquer. Eu naufraguei na tua ilha porque estava fugindo.
Agora, ela se interessa, “e do que estava fugindo?”
— Do meu destino — a sua resposta não é a mais precisa de todas, porém é suficiente. — Uma grande tempestade assombrava o mar naquela noite, eu, de fato, pensei que não fosse sobreviver. Mas eu rezei para que aquele não fosse meu último suspiro, e as minhas preces me trouxeram para cá, para que eu possa concluir a minha missão.
— E que tipo de missão é essa?
Você desce o olhar para o cálice em mãos. À medida que o vinha desaparece, a pintura de um guerreiro empunhando a espada surge no fundo da taça. Vingança.
— Irei subir até o topo da morada dos deuses e castigar Zeus por toda tormenta que trouxe à minha vida.
Talvez fosse a ousadia de subir o monte sem ao menos dispor de um veículo de locomoção, e possivelmente o nome sagrado dito com tamanho desprezo, Zeus, que faz Circe rir como se tivesse ouvido a piada mais bem contada no palco de uma peça.
— Quer se vingar de Zeus?! — claramente não leva seus planos a sério. — Ah, querida, não tem nem uma adaga de bolso para a viagem. Eu posso envenenar-te com esse cálice que segura e tu não conseguirias se defender. E fala de matar Zeus?! O Deus dos Deuses?
Você finaliza o vinho, para mostrar que nem a ameaça da boca pra fora dela te faz temer.
— Não tenho uma espada comigo agora, é verdade. — A olha. — Mas você me dará uma.
Circe apoia o cotovelo no descanso do divã, para chegar mais perto de ti.
— Sinto que as canções que cantaram-te eram enganosas — rebate, com a voz afiada —, pois não sou nenhum mestre da forja. Eu não crio coisas, querida, eu as transformo.
E você não se deixa intimidar.
— Não, não terá que criar nada — argumenta. — A espada que empunharei até o Olimpo será feita pelo próprio ferreiro dos deuses.
— Hefesto? — ela duvida mais uma vez. — E ele já está ciente dessa loucura?
— Ele estará, assim que chegarmos ao Submundo.
O som da risada divertida da bruxa se destaca entre a orquestra. Circe joga a cabeça para trás, manejando a taça em mãos. Recupera o fôlego sem pressa, cruelmente debruçada na comicidade para te penetrar o mínimo de juízo.
Para você, entretanto, não existe uma frase racional sequer que possa te fazer desistir do plano que elaborou meticulosamente em todos esses dias de confinamento. Enquanto as ninfas te alimentavam, tratavam as feridas superficiais que o naufrágio deixou, e os animais passeavam pela sua cama, a mente entrelaçava um percurso ousado desde de Eéia até a região da Tessália. Todas as cidades em que iria passar, com quem iria conversar e quem iria matar pelo caminho.
O riso que recebe agora é só um prelúdio para o choro incessante que despertará no panteão.
— Quando Hefesto me construir a espada, eu te entregarei o metal — você prossegue, inabalada —, e caberá a ti transformá-lo.
“Te confiarei o meu sangue, pois somente um deus pode matar outro deus”, fala, “para que abençoe a espada, e faças dela uma matadora de deuses.”
O sorriso de Circe diminui aos poucos, és uma semideusa, murmura, se familiarizando melhor com a situação que lida.
— Oh, entendo agora... — o indicador circula pela beirada da taça. — Este é um impasse familiar? Por isso quer vingança... Mas, se tratando de família, temo que devo me retirar, pois já tenho impasses desse tipo por conta própria.
Você não se dá por vencida facilmente.
— Pense em tudo que conquistará — apela. — Depois que eu matar Zeus, e eu o matarei — frisa —, quem estará sob o comando do Olimpo, uma vez que eu não disponho de nenhum interesse de poder?
— A Rainha, certamente.
— Não quando o rei dela cairá pelas minhas mãos. — Você se apruma de joelhos, mais pertinho do corpo estirado no divã. — Pode ter muito mais do que a Ilha. Uma mulher tão poderosa quanto tu não deveria estar exilada e solitária.
— Não estou sozinha.
— Eles cantam canções sobre ti, Circe. Sobre teu poder, tua grandeza. Não imagina quantas garotas por aí queriam poder gozar dos mesmos encantos que prega para se protegerem dos homens do mundo.
Apoia-se com a palma no descanso do estofado para se posicionar atrás dela. A boca ao pé do ouvido, feito uma tentação. “Poderia ser adorada como uma deusa, e responder às preces que te rogam.”
“Não tem que se contentar com os marinheiros que aportam uma vez a cada lua cheia, ou às vezes nem mesmo atracam... Não nasceste para viver nessa ilha, por mais que tenha se acostumado a chamá-la de lar. Está aqui porque te colocaram aqui. Zeus te colocou aqui.”
— Meu pai me colocou aqui — ela retruca, cuspindo cada palavra após terem tocado em sua ferida ainda aberta.
— Porque ele ouviu Zeus — você corrige mais uma vez. — Hélio teria feito diferente se não fosse pela influência daquele que chamaram de Deus dos Deuses.
— Você não conhece meu pai.
— Mas conheço Zeus.
“Eu sei do que ele é capaz”, completa. “Eu vivi a sua fúria, se eu não tenho mais uma casa para qual retornar é por sua culpa. Ele já nos causou mal demais”, aproxima-se do outro ouvido, para sussurrar: é hora de fazê-lo pagar.
Circe mantém a postura. Os olhos de águia, antes tão caçadores, agora fogem do seu olhar. Beberica do vinho em mãos, murmurando um “vou pensar com misericórdia”, tentando trazer de volta o mesmo tom gozador que já usou previamente contigo.
— Levem-na para celebrar! — orienta as servas, com aceno das mãos.
— Eu não celebro — você contradiz, em vão, pois as mãozinhas finas das ninfas te tocam os ombros e guiam para fora da área coberta.
É levada até o pátio, no centro do mosaico. Aos seus pés, o desenho que se forma com pedrinhas coloridas ilustra a cena de uma batalha sanguinária, a lâmina reluzente é erguida à mão de uma mulher. Dizem, nos cânticos, que o mosaico encantado no palácio da primeira bruxa revela aos olhos desatentos dos homens que ela embriaga o futuro que os aguarda.
Guerra, sangue, destruição. As faces assustadas e o mar de cabeças rolando não te aflige.
À sua volta os corpos belos e mal vestidos da ninfas rondam-te como presas. Cabelos extensos, passando da cintura e quase no joelho. O brilho da pele feérica cintila sob o banho da lua, somam-se ao ecoar dos instrumentos de sopro, ao tambor, e as vozes tão melosas quanto o mel que adoçou teu vinho.
Se cobrem com o véu, para valsarem ao seu rodar em sincronia. De repente, está com a visão totalmente monopolizada por elas. Aquilo que dizem sobre as ninfas, sua capacidade de hipnotizar quem quer que almejem, aqui pode provar da procedência. Talvez seja o efeito do álcool que ingeriu, é uma boa explicação senão o misticismo daquelas criaturas da floresta, quando a visão fica turva, perdendo o foco de supetão e voltando ao normal.
Sente o som dos tambores batendo no seu coração, o corpo pesar. Esquenta a pele, como se a temperatura ambiente tivesse ido às alturas em um verão mais árido que o normal. Cambaleia, perde a noção de equilíbrio. As vozes cantam no fundo do seu ouvido, parecem moldar o caminho incorreto que as suas sandálias traçam.
Olha ao redor, em busca de algo que faça sentido, e só enxerga a insanidade. Os sorrisos imorais, o mover depravado de corpo em corpo. Os rostinhos falsamente inocentes abraçados às árvores do jardim. Corpos se eriçando feito bestas, unhas pontiagudas como garras de caça. Olhos brilhando na escuridão que se guarda nos limites do refúgio infame da bruxa.
Mas um olhar se destaca entre o mar de lascividade. Grandes, profundos, amarelados. Estreitos nas pontas como uma águia.
Você pisa em falso, vai de encontro ao chão para ser recebida pelo conforto de almofadas e mantas, e descansa a nuca no pelo de um leão. O par de mãos que sobe pelas suas canelas não se importa com o limite que a sua túnica estabelece. Toque quente, queima junto à sua pele, arrepia até o último fio de cabelo. E aqueles olhos ferventes... Aqueles malditos olhos de cigana oblíqua e dissimulada. Olhos de quem percebe tudo, tudo sem dizer nada.
— Circe — chama o nome dela, segurando em seus ombros, como se evocasse um demônio. — Não me tente, bruxa.
— É isso que achas que estou fazendo? — O sorriso ladino se espalha pela boca como verme. A ponta do nariz roça na sua, respiração soprando contra o seu rosto.
Ardilosa, ela se acomoda sobre o seu colo, permite que o calor entre as pernas te aqueça o ventre por cima da fina camada de tecido que ainda lhes cobre a nudez. Os longos cabelos negros recaem para o canto, conforme se inclina, “nunca conheci nenhuma mulher além das ninfas”, ela conta, “me deixe experimentar você.”
É o feitiço em efeito, só pode ser, pois se doa sem pensar muito nas consequências. A última vez que vê o rosto dela é quando já está se aproximando no meio das suas pernas, com um sorriso libidinoso e os quadris eriçados, de quatro sobre o chão.
Encara a lua cheia no céu noturno. A imensidão vazia às bordas só não te captura a atenção porque o baixo ventre se remexe em prazer. Sente o carinho dos dedos te circulando, escorregando entre as dobrinhas conforme se molha mais e mais. O nariz se esfrega no seu monte de vênus, sensual, inebriando-se no seu cheiro antes de te provar o sabor. Quando a boca vem, você se agarra aos lençóis ao seu redor.
Pode ouvir os sons das ninfas, jura, uma orquestra erótica se fortificando ao pé do seu ouvido como se quisesse te levar à loucura. Desce as mãos pelo próprio corpo, toca os fios escorridos da moça e os toma na palma. Feito a guiasse, mantém o controle da carícia que recebe. Os olhos se fecham, um suspiro longo deixando o seu peito ao se entregar mais e mais. Desde que saiu de casa, empurrando aquele barco simples pela areia até a praia, de todos os possíveis cenários que protagonizaria em seu futuro, nenhum deles envolvia estar aqui onde está, com quem está, fazendo o que faz agora. E não é como se arrependesse, entenda.
Encontra-se à beira, quase derramando, mas não permite-se entregar ao deleite. A ergue pelos cabelos, bruta na maneira de manejá-la de volta aos teus braços. É fácil romper o broche de cabeça de leão na altura dos ombros alheios, maior ainda é a facilidade para desfazer as amarras da túnica que ela usa.
Num movimento único, a coloca sob ti, tão habilidosa com a arte de mover-se que arranca um daqueles sorrisinhos debochados que ela tem. A separa as pernas e se posiciona de modo que possam ficar bem encaixadinhas. A conexão é tão úmida, o seu desejo se misturando ao dela quando se encontram dessa forma. Deixa que a perna dela descanse no seu ombro, movendo os seus quadris contra o corpo feminino.
Circe leva a mão à sua cintura, aperta. Puxa o seu cinto, desfaz a cobertura que a túnica promove somente para poder arrastar as unhas da sua barriga às costelas. E você grunhe, ardendo não só pelo carinho arisco, mas pela ousadia de quem tecnicamente está sob seu controle.
— Má — a sua voz soa mais baixa, num murmuro como se não quisesse que ninguém além dela escutasse. — Pensei que fosse boa, esse era o seu defeito, não era?
Ela se delicia com as palavras, com o tom aveludado. Eu sou quem eu quero ser.
Amar Circe foi uma das melhores coisas que já fez, não só pela experiência nova e erótica, mas também pela conexão que se estabelece ao fazer dela sua primeira companheira. Deita ao canto dela, ao fim, quase se perde com o olhar pelo desenho do corpo nu, de lado com a cabeça sobre os lençóis macios. Os cabelos negros recaem em cascata, são jogados para trás e limpam o rosto corado, os olhos brilhantes.
Ela encolhe de leve a postura, o ombrinho tocando a bochecha.
— Eu vou contigo — diz.
Você apenas sorri, num suspiro que mistura o cansaço e o alívio.
— Mas, se me trair... — ela ameaça.
— Não vou te trair — garante. — Pareço com alguém que deves temer?
Tomam a noite para si, para o ócio. Com o nascer da manhã, porém, devem de partir. Faltam quatro dias para o fim do verão, e se querem uma passagem para o Submundo, estão com o tempo contado.
#imninahchan#pt br#wlw#blackpink#aespa#red velvet#aespa smut#ningning#ningning smut#ning yizhuo#gg fanfic#aespa fanfic#akrasia#greek mythology#mitologia grega#literatura sáfica#sáfico
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❛ 𝐹𝐿𝑂𝑅𝐼𝐷𝐴 !!! ✈️ 𝐍𝐄𝐖 𝐘𝐎𝐑𝐊 ❜ ⠀
T R I V I A
─── ─── i need to forget, so take me to florida i've got some regrets, i'll bury them in florida !!! 〳welcome to new york, it's been waitin' for you welcome to new york, welcome to 𝐍𝐄𝐖 𝐘𝐎𝐑𝐊 𝐼𝑆 𝑂𝑁𝐸 𝐻𝐸𝐿𝐿 𝑂𝐹 𝐴 𝐷𝑅𝑈𝐺
foi em sarasota, flórida que esthis marina santagar nasceu e foi criada até os doze anos de idade. foi lá que ela aprendeu a andar de bicicleta com os irmãos, que tomou sorvete na praia, foi ao circo, visitou o mote marine laboratory & aquarium com a escola, foi no sarasota memorial hospital que seu irmão mais novo ficou internado e foi lá que ele morreu, antes dela descobrir o lado paterno da família, ninguem mais, ninguém menos que poseidon, o deus grego dos mares. com a mudança para long island, especificamente para o acampamento meio-sangue, esthis encontrou um novo lar entre seus irmãos e primos semideuses e aventuras que mais pertenciam aos livros de histórias ou romances de autores criativos do que a realidade. mas foi lá que ela aprendeu a lutar, a conhecer seus poderes de cura e o literal significado da palavra tragédia grega.
essie se candidatou para medicina na NYU porém nunca teve coragem de sair do acampamento, além disso, ela duvidava que ensinassem como curar veneno de quimera nas aulas, mas a realidade é que nunca teve coragem de passar muito tempo fora do acampamento por, se tratando de ser filha de um dos tres grandes, a cada minuto que ficava fora ela trazia perigo não só para si, mas seus colegas de classe da universidade e posteriamente em qualquer hospital que viesse a trabalhar. sem falar em como o ambiente hospitalar trás lembranças desagradáveis sobre seu passado.
essie gostaria de ser uma leitora mais ávida do que é, a realidade é que geralmente pega no sono lendo mas tem alguns livros que a prendem e ai ela não consegue mais soltar. um de seus favoritos é o livro do espanhol carlos ruiz zafón, "a sombra do vento" por se tratar de um mistério com um plot com aventuras, a importância da imaginação através do tempo foi impossível não largar o livro até a última página. já no cinema, essie é fã de comédias românticas e chora com elas como se fosse um bebê desmamado (ela chora em comercial de sabão em pó) então os clássicos titanic e marley&eu são demais para o coraçaozinho da pisciana. o seu favorito, na verdade, é um filme dos anos noventa que assistiu com a mãe quando ainda era muito pequena, "sintonia de amor" (sleepless in seattle), uma comédia romântica que fala sobre amores e destinos de uma forma leve e engraçada, bem sessão da tarde que a deixou suspirando por dias.
como boa filha de uma imigrante mexicana que se instalou na flórida, sempre teve um carinho especial por tamales, enchiladas verdes, sendo a sua favorita fajitas de frango que era um prato que a lembra muito da sua infância e sua família barulhenta e amorosa que deixou para trás. no entanto, após se mudar para o acampamento meio-sangue, após um longo tempo de adaptação com a falta de pimenta na comida, ela descobriu uma segunda paixão: sobremesas gregas, como baklava e lychnarakia, que agora figuram entre suas favoritas.
essie é uma apaixonada por música e está sempre com fones de ouvido, buscando inspiração e energia em suas bandas favoritas. durante seus treinos, ela adora ouvir imagine dragons, imortals e whatever it takes a motivando a não roubar naquelas séries dificéis. mas, sendo a criaturinha sensível que é não podia faltar aqui as rainhas da sofrência lana del rey e florence + the machine, suas artistas favoritas, uma curiosidade interessante é que uma das poucas vezes que se aventurou para fora do acampamento sem ser em missões foi para ir no show da florence e em um festival de música onde lana iria tocar e então conheceu outras bandas que gostou muito e agora figuram sua playlist.
sendo uma pessoa calma sem dada a muitos rompante, o perfume assinatura da semideusa não poderia ser outro a não ser o pure poison da dior o perfume combina notas de topo de jasmim, laranja, bergamota e mandarina siciliana, que trazem uma abertura vibrante e fresca, refletindo a energia e vivacidade de essie. as notas de coração de gardênia e flor de laranjeira adicionam um toque romântico e suave, alinhando-se com seu estilo delicado e cuidador. as notas de fundo de sândalo, âmbar branco, cedro e almíscar branco fornecem uma base sólida e reconfortante, simbolizando a força interior e resiliência de essie.
o estilo da filha de poseidon está entre o esportivo, o confortável e o romantico. em geral circula pelo acampamento com roupas de academia que envolvem tenis, leggings, tenis e moletom, mas em situações normais o estilo da garota é mais romântico e que lembra uma pequena senhora, com cardigãs e vestidos de gola alta. seu tecido favorito é algodão. ela sempre procura roupas feitas desses materiais, pois proporcionam uma sensação de aconchego e bem-estar.
#❪ 🌊 ❫ ─── ⠀ ⠀⠀ 𝐴𝑅𝑀𝑆 𝑂𝐹 𝑇𝐻𝐸 𝑂𝐶𝐸𝐴𝑁 ⠀ 〳 ⠀ about. :・#❪ 🌊 ❫ ─── ⠀ ⠀⠀ 𝐴𝑅𝑀𝑆 𝑂𝐹 𝑇𝐻𝐸 𝑂𝐶𝐸𝐴𝑁 ⠀ 〳 ⠀ extras. :・#❪ 🌊 ❫ ─── ⠀ ⠀⠀ 𝐴𝑅𝑀𝑆 𝑂𝐹 𝑇𝐻𝐸 𝑂𝐶𝐸𝐴𝑁 ⠀ 〳 ⠀ aesthetic. :・#ai nem sei se ainda se fazem moodboards kkk#denunciando a idade#porém como ela nasceu na Flórida e o acampamento fica em Nova Iorque#e a loirinha tem música sobre as duas cidades#achei um crime não fazer um edit a respeito e ja meti umas curiosidades junto#🍪🍪🍪
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História de Iemanjá
A lenda conta que Iemanjá, filha de Olokun, o soberano dos mares, recebeu uma poção do pai para que a ajudasse a fugir de possíveis perigos. Após um tempo, Iemanjá se casa com Olofin-Oduduá, com quem teve dez filhos, que posteriormente se tornaram orixás. Por amamentar todos os seus filhos, Iemanjá ficou com seios enormes. Ela se sentia envergonhada, principalmente após o seu marido caçoar dela por este motivo. Irritada e triste, Iemanjá resolveu largar o marido e ir atrás da felicidade. Nesta jornada, apaixonou-se pelo rei Okerê. Para aceitar se casar com ele, Iemanjá pediu para que Okerê jamais caçoasse de seus seios enormes. Porém, após ficar bêbado, o rei começou a zombar dos seus seios, e Iemanjá fugiu. O rei tentou persegui-la para se desculpar, mas a rainha do mar usou a poção que seu pai lhe deu para escapar do marido. A poção a transformou em um rio, que desaguava no mar. Com medo de perder a esposa, Okerê se transformou numa montanha para impedir que o rio alcançasse o mar, e Iemanjá pudesse voltar para ele. Porém, Iemanjá pediu ajuda ao filho Xangô, que com um raio, partiu a montanha ao meio, permitindo que o rio seguisse o seu caminho. Assim, Iemanjá encontrou-se com o oceano e se tornou a rainha do mar. Iemanjá no sincretismo religioso Com o sincretismo religioso, Iemanjá corresponde, no catolicismo, à Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e à Virgem Maria.
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Figuras mais conhecidas da mitologia grega:
A mitologia grega é rica e complexa, repleta de inúmeras figuras que desempenham papéis variados. Aqui estão algumas das principais categorias e algumas das figuras mais conhecidas dentro delas:
Deuses e Deusas do Olimpo
Zeus - Deus do céu e rei dos deuses.
Hera - Rainha dos deuses e deusa do casamento.
Poseidon - Deus dos mares.
Deméter - Deusa da agricultura e da fertilidade.
Ares - Deus da guerra.
Atena - Deusa da sabedoria e da guerra estratégica.
Apolo - Deus da luz, da música e da profecia.
Ártemis - Deusa da caça e da natureza.
Afrodite - Deusa do amor e da beleza.
Hefesto - Deus do fogo e da metalurgia.
Hermes - Mensageiro dos deuses e deus do comércio.
Hades - Deus do submundo (embora não seja considerado um dos doze principais do Olimpo).
Primórdios e Titanos
Gaia - Deusa da Terra.
Urano - Deus do céu.
Cronos - Líder dos Titãs e deus do tempo.
Reia - Deusa da maternidade e esposa de Cronos.
Rhea - Deusa mãe.
Heróis
Hércules - Famoso por seus 12 trabalhos.
Aquiles - Guerreiro grego famoso pela sua participação na Guerra de Tróia.
Perseu - Matador da Medusa.
Teseu - Herói de Atenas, conhecido por derrotar o Minotauro.
Ulisses (Odisseu) - Herói da Odisseia.
Criaturas Mitológicas
Minotauro - Monstro com corpo de homem e cabeça de touro.
Cérbero - Cão de três cabeças que guarda o submundo.
Quimera - Criatura com partes de leão, cabra e serpente.
Fênix - Ave que ressuscita das cinzas.
Sereias - Seres que atraíam os marinheiros com seus cantos.
Outros Personagens
Orfeu - Músico e poeta que desceu ao Hades para resgatar sua esposa, Eurídice.
Eros - Deus do amor e do desejo.
Tântalo - Rei punido pelos deuses, condenado a ter fome e sede eternamente.
Prometeu - Titã que desafiou os deuses ao dar fogo aos humanos.
Espíritos e Personificações
Nike - Deusa da vitória.
Thanatos - Personificação da morte.
Hypnos - Deus do sono.
Moiras - Deusas do destino (Cloto, Láquesis e Átropos).
Monstros e Antagonistas
Medusa - Górgona que podia transformar em pedra quem olhasse para ela.
Escila - Monstro marinho com múltiplas cabeças.
Caribdis - Monstro que engolia e cuspia água, criando um redemoinho.
Essa é apenas uma visão geral, pois a mitologia grega é vasta e cheia de outros personagens e histórias fascinantes. Se você estiver interessado em alguma figura específica ou em alguma história, sinta-se à vontade para perguntar!
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Neko Shouto Todoroki × Male Magic Reader.
Quando um casal de humanos (dentre vários) resolveram ter filhos, a mãe da rainha que é uma bruxa cuidou da filha, e falou
" A cada ano, alguns deuses ou deusas vêm nessa terra, abençoar com um dom e imortalidade, as crianças que vão continuar seu legado , sendo os verdadeiros salvadores ou exterminadores da humanidade."
E como a bruxa falou, cada ano deuses/deusas desceram na terra.
A primeira criança, Lilith, foi abençoada por Afrodite (a deusa do amor), dando à criança uma bela aparência e uma facilidade para seduzir
Hestia( Deusa do fogo), deu à criança a manipulação do fogo, permitindo que ela criasse coisas mínimas a enormes com as chamas .
Thomas, a segunda criança, também abençoado pela deusa Afrodite , também o dando uma bela aparência e a facilidade para seduzir.
Ymir (A deusa e também criadora dos Titãs de guerra), deu à criança a habilidade de se transformar em um titã, e também deu a forma do titã fundador. Thor(Deus do trovão) , abençoou a criança dando a manipulação de seus raios.
[Nome] a última criança, também abençoado pela deusa Afrodite , também dando uma bela aparência e a facilidade para seduzir.
Poseidon( Deus dos mares e rios), deu a criança a manipulação das águas, podendo fazer um tsunami enorme, ou controlar a água do ar e fazendo o corpo de qualquer pessoa parar.
Hécate( Deusa da magia), deu a criança o dom para facilidade com magia, podendo aprender e controlar qualquer magia com extrema facilidade.
Nike ( A deusa da vitória), abençoou as crianças, com suas facilidade para manusear armas, e também abençoando as crianças com a vitória eterna, qualquer guerra, luta e etc...Os três sempre sairão vencedores.
Claro, não foi apenas essa família ter filhos "abençoados" pelos deuses...
Enji Todoroki, um homem ganancioso e babaca, um rei que destruiu seu reino e gastou todo o ouro.
Ele vendeu seu filho mais novo, Shouto Todoroki (que além de ter controle sobre fogo e gelo, também é um híbrido).
Para a família Lemberg... E assim Shouto Todoroki se tornou Noivo de [Nome] Lemberg.
Assim tudo começou ...
『••✎••』
— Eu não posso ir com eles, mãe. — Eu disse suavemente, minha voz falhando e minha garganta arranhando, o nó entalado se formando.
Um suspiro escapou de sua boca e ela veio se sentar ao meu lado, me puxando para seu peito como fazia quando eu era apenas uma criança inocente e infeliz.
Seus dedos correram pelos meus cabelos bicolores de uma maneira calmante, mas eu ainda estava tenso, no limite, minhas orelhas estavam abaixadas e minha cauda arrepiada.
— Eu sei que você não quer, meu filho … Eu também não desejo, mas seu pai já fez o acordo. Está gravado minha criança... Não há nada que eu possa dizer para fazê-lo mudar de ideia, Você sabe disso. — Ela admitiu, com lágrimas transbordando em seus próprios olhos.
Eu chorei no tecido de cetim de seu vestido enquanto ela me segurava, me sentindo sem esperança.
Como eu poderia deixar minha casa? Minha família ?! Ir para um local totalmente estranho… Eu não queria ser usado como algo que não sou!
A luz da lua entrou pela minha janela de treliça e soltei um suspiro quebrado, meu rosto inchado e tenso por causa de todas as lágrimas.
Mamãe saiu do quarto, limpando suas lágrimas que eu tenho certeza que talvez sejam falsas.
Foi então que deitei em minha cama, com súbita clareza, que percebi que esta seria a última noite que passaria em minha amada casa.
Meus olhos se fecharam enquanto meu peito apertava, pensamentos girando em minha cabeça enquanto eu caía no sono.
“Oh, pai, por que, oh, por que você fez esse acordo? Por que me vendeu? Eu lhe odeio velho maldito!”
「• • •」
O amanhecer de um novo dia chegou, os raios solares entrando pelas janelas e esquentando meu corpo coberto.
Chegou bem mais rápido do que eu gostaria e antes que eu percebesse, minha irmã estava me ajudando a me vestir.
Ela me ajudou a colocar meu terno, esconder minhas orelhas em meio aos meus cabelos e meu rabo.
Por fim, ela colocou uma gargantilha de diamante em meu pescoço, era a única jóia dela
Respirei fundo quando ela veio para ficar atrás de mim com as mãos nos meus ombros, um sorriso aparecendo em seu rosto.
— Você está absolutamente lindo irmão. — Ela sorriu e eu enviei a ela um pequeno sorriso triste de volta.
Ela era como uma segunda mãe para mim e eu a amava muito. Ela era minha família. E eu sabia que deixá-la seria o mais difícil de tudo. Eu me virei e a abracei, meus braços envolvendo seu corpo frágil.
— Oh irmã! Eu gostaria que você pudesse vir comigo. Para que eu pudesse pelo menos ter um rosto familiar… — Eu suspirei, enterrando meu rosto em seu pescoço, os finos fios brancos que haviam caído de seu coque roçando meu rosto.
「• • •」
Lentamente, fiz meu caminho pelo corredor de pedra, minha mão estendendo-se para roçar as pontas dos dedos nas pedras que imediatamente começaram a congelar.
Seria a última vez que eu andaria por esses corredores, conhecendo a sensação das paredes.
Soltei um suspiro baixo, cansado e ansioso enquanto eu dava os últimos passos pelo corredor antes de seguir para a porta da frente.
Uma das últimas servas de minha mãe veio até mim e colocou um casaco de pele sobre meus ombros antes que eu fosse gentilmente empurrado para fora da porta da frente.
O vento frio estava cortando enquanto açoitava meu rosto, soprando fios de meu cabelo para trás. Meus pais estavam esperando por mim ao lado de fora.
A única irmã que sobrou nesse reino foi Fuyumi, Touya fugiu e se casou com Shigaraki… Natsuo? Em algum prostíbulo comendo alguma mulher.
Aqueles homens - os cavaleiros do reino Lemberg - estavam montados em seus cavalos esperando por mim.
O príncipe para que fui vendido, [Nome], me olhou de cima a baixo, quase como se nunca tivesse visto um Híbrido antes.
Agora que reparei, minhas orelhas se levantaram e minha cauda balançava de maneira lenta atrás de mim.
Foi ele , [Nome] quem fez esse negócio que me envolvia. E isso me fez pensar: por que ele deseja me possuir? O que eu era bom para ele? Eu não tinha muito conhecimento mágico.
Eu não serviria como escravo para o trabalho. Mas pelo que entendi, ele havia feito o mesmo com um padre - levou-o só porque sim.
[Nome] tinha uma bela pele amarronzada, uma tintura ao redor dos olhos, a pasta escura tornando seus olhos muito mais azuis.
Seus longos cabelos azuis escuros aparentemente estavam amarrados.
Eu me perguntava como ele não sentia frio, afinal sua roupa não era apropriada para o inverno rigoroso.
O Lemberg estava observando atentamente com seus olhos azuis brilhantes.
Eu estava sendo ajudado a subir em seu cavalo. Ele me sentou na frente dele, seus braços envolvendo minha cintura para não me deixar cair, estranhamente gostei de seu toque e como a suas mãos envolveram minha cintura por um breve momento.
Senti um pouco de desconforto com a proximidade de um estranho e o frio, escutei uma risada baixa dele perto da minha nuca fazendo-me arrepiar e logo senti como se um grande cobertor quentinho me cobrisse.
"Magia."
Eu soltei um ronronar satisfeito e me aconcheguei.
— Você é bastante belo, sua cauda é quentinha.
Com sua fala eu me virei levemente e percebi minha cauda enrolada em seu forte braço.
O cavalo relinchou e, com um último aceno para meu pai, o Lemberg passou as mãos sobre a crina do cavalo e ele partiu a galope.
Olhei para trás uma última vez, a única casa que eu conhecia desaparecendo na distância.
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O seu tipo sangue não define quem você é.
Oii bests! Como vocês estão?
Recentemente durante as minhas aulas, foi abordado um assunto importantíssimo. O racismo. Não é uma realidade minha e não acredito que eu tenha poder de fala sobre esse tema, mas foi algo que realmente nos tocou não apenas pela importância de simplesmente tratar todos com igualdade (que não é nem o básico, é o óbvio), mas também sobre a importância da representatividade da cor.
Relembramos a era da Grécia Antiga, que muitos ainda levam um choque ao descobrir que os gregos não eram exatamente como foi “pintado” na história, um homem branco, loiro e culto. Na Grécia Antiga, o que importava era a força, as vitórias e as conquistas do indivíduo. Não se levava em conta a cor para determinar o poder de alguém, isso não era relevante, apenas o preconceito a partir das classes sociais.
Infelizmente esse pensamento foi deixado de lado com o passar dos séculos, felizmente a sociedade atual está tentando trazer isso de volta. Seja por meio do cinema, livros, empresas ou indústria da música, que nós sabemos que ainda há muitos obstáculos para serem vencidos. E um dos nichos que eu adoro, que tem liberdade para criar o que tem vontade, é o mundo literário. Que como já contei a vocês, é um dos meus maiores amores. Hoje vim apresentar para vocês um livro que tem a personagem principal como uma mulher não-branca. Talvez algumas já conhecem, mas caso não, vou contar a breve história de Mare Barrow, a personagem principal de “A Rainha Vermelha”.
Em um vilarejo chamado Palafitas, Mare Barrow é uma jovem que rouba para tentar ajudar a sustentar sua família, mesmo que seus pais não aprovem suas atitudes. Eles são vermelhos, plebeus, humildes dominados pela elite prateada, formada por seres com poderes especiais. Para os vermelhos, esses seres são vistos como deuses na terra, seus dons são únicos e os fazem ser superiores a qualquer pessoa comum.
Norta, o lugar onde Mare, mora está em guerra com Lakeland, o reino vizinho. E os jovens (homens e mulheres) a partir dos 16 anos são armas indispensáveis nessa guerra que dura há décadas. Mare é próxima a ser convocada pelo exército, a não ser que arrume um trabalho até lá servindo os prateados. E ela encontra, no castelo.
E então uma aventura é desbloqueada, pois dias depois, a jovem descobre que também possui poderes, tão fortes quanto os da família real. Mas algo não está certo, ela tem sangue vermelho e os vermelhos não possuem poderes. Assim que a corte descobre, ela precisa fazer parte dela, fingindo ser como eles e indo contra todas as suas convicções. Mas por quê ela tem poderes? É isso que vocês vão descobrir durante toda a série, como essa guerra se transforma em uma revolução e como todo mundo pode trair todo mundo.
Victoria Aveyard, a autora, desenrola a história ao longo de 4 volumes e possui um diferencial justamente pela a protagonista não ser uma mulher branca. Mare Barrow é referida como “morena” várias vezes no decorrer do livro e a maioria dos leitores considera a personagem como negra. O que é uma raridade e vitória para aqueles que mal veem uma nova narrativa que já ficam loucos para lerem.
Esse livro é para aqueles que gostam de um clichê, e esse explora o mundo de mentiras, manipulações e traições. Uma guerra onde apenas aqueles que possuem força e poder interior suficiente são capazes de ganhar, independente da raça. E tem também migalhas de romance entre a protagonista e quem ela não deveria se relacionar, famoso enemy to lovers (aquilo que todas nós a do ra mos). Leia A Rainha Vermelha de Victoria Aveyard e descubra o universo onde o destino dos personagens serão decididos pelo sangue (mas parece que nem isso será o bastante mais).
Beijo bests! Espero que gostem tanto quanto eu, espero seus feedbacks aqui embaixo ta?
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ㅤ𝟹𝟶 de 𝘫aneiro. paris, frança.
ㅤ ❛ 𝐫𝐚𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐞𝐫𝐫𝐨𝐬.
ㅤ ㅤㅤㅤ não é surpreendente para muitos que eu toco piano, mas o porquê desse fato ser relevante em minha vida, torna importante a evidência do meu nome de batismo de piano, e hoje eu quero falar sobre essa persona que compõe a pessoa que sou. ela é tímida, porém, tem um imenso instinto de aventura e existe nela uma não-tão-admirável disposição a falhar quantas vezes necessário; não é por menos que é chamada de rainha dos erros.
ㅤ ㅤㅤㅤ se for para falar do recomeço depois do início, eu fui adotada por dois aventureiros eruditas; um professor de história e música e uma médica anestesista. amantes das passagens gregas, das leituras clássicas, das cidades históricas, das músicas soniais. sim, eles são eruditas — obs.: prefiro/gosto de chamá-los de bregas — mesmo! e, para aprender o melhor do inglês, eu passei muitas noites de minha infância viajando pelas figurações de homero e suas inúmeras prosas. "quantas vezes os exércitos gregos lançaram suas embarcações no mar vinoso, no mar ruidoso?" eles velejavam através da aurora em mares turbulentos, eu, sossegada, me encantava, e a voz de meu pai oscilava em ondas cada vez menores, até eu dormir no mundo real e acordar no mundo onírico. quanto a isso, não existem erros. os troianos e os aqueus poderiam retornar no dia seguinte; suas estórias, já escritas, seus destinos, já traçados. no entanto, como não bastou crescer ouvindo contos clássicos, também tive de crescer com meu pai me entregando outra habilidade notável; a de tocar piano. muita história seria escrita a partir desse ponto, pois os erros começaram aqui.
ㅤ ㅤㅤㅤ o piano — preto, imponente, grandioso — era mantido em nossa sala de estar. de noite, meu pai se sentava ao meu lado com um ar severo, muito diferente do homem dócil que conheço, pronto para passar duas horas me treinando. começamos com canções para ninar, mas quando chegaram as férias de inverno, logo avançamos para chopin, mozart e muitos semelhantes. posso dizer que eu fui uma aluna dedicada, pois me concentrava nas notas, maioria das vezes sem piscar, abdicando meu tempo das férias escolares para aprender a tocar piano. por vezes, o mundo lá fora que piscava por mim enquanto eu praticava. se antes ele estava coberto de gelo, as flores surgiam logo depois; então era castigada pelos raios de sol, depois as folhas caíam. apesar de toda a rigidez dele, eu peguei imenso um carinho pelo piano – ele foi a companhia mais melodiosa e mais compreensível que tive assim que cheguei nos estados unidos (não muito tempo depois, a dança se tornaria essa minha linguagem). infelizmente nem tudo são melodias e, em alguma noite de inverno, quando eu ainda era uma criança retraída, tomei vinte e oito advertências, por vinte e oito pecados musicais; o nascimento da "rainha dos erros" veio desse evento. me lembro bem do episódio porque minhas mãos estavam castigadas e exaustas e eu tive energia o suficiente para reclamar do apelido, mas meu pai se exaustou de me repreender e fez duas canecas de chocolate quente para nós dois, me apresentou "o pequeno príncipe" na mesma noite e ele reconquistou meu coração.
cover de piano "prelude & fugue no. 2 c in minor", do bach.
ㅤ ㅤㅤㅤ os retornos dela são espontâneos, repentinos. como em um acontecimento recente, quando eu estava tocando uma das composições do bach, essa que tinha aprendido em minha juventude, os erros vieram consecutivamente; não cheguei a cometer vinte e oito pecados musicais, mas a rainha dos erros, de alguma forma, ainda se fazia presente. ela sempre será uma doce lembrança de uma época de muito aprendizado.
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Praise of Triple Domains/Louvor dos Três Domínios
O Earth, element of all, mother and home to the ephemeral mortals. O Heavens, home to Gods most bright, winds and nymphs, under the sun ye shine. O Seas, vast and unconquerable, home to abundance and fish-tailed, storm-loving lords.
I call all corners of the Cosmos, the domains three most sacred, Hekate's part in each I summon: Mistress, I call thee. Come from sky, ocean or soil, I call thee, Three-Faced, come hither, Crossroads' Queen.
Be propitious, lady by Zeus preserved, with gentle mind appear, favourable to mortals whom pray to thee and thy triple forms.
Accept this prayer and offering, as proof of devotion and love, for I know your gentleness, in times dire or not. I praise thee, O Hekate, keybearer of all.
português:
Ó Terra, elemento de tudo, mãe e lar de mortais efêmeros. Ó Céus, lar dos Deuses mais brilhantes, ventos e ninfas, sob o sol vós cintilam. Ó Mares, vastos e inconquistáveis, lar da abundância e dos senhores com cauda de peixe, amantes de tempestades.
Chamo todos os cantos do Cosmos, os três domínios mais sagrados, A parte de Hécate em cada um convoco: Senhora, eu te chamo. Venha do céu, oceano ou solo, Eu te chamo, Três-Faces, aproxima-te, Rainha das Encruzilhadas.
Seja propícia, senhora por Zeus preservada, com mente gentil apareça, favorável aos mortais que oram a ti e às tuas formas triplas.
Aceite esta prece e oferenda como prova de devoção e amor, pois eu conheço sua gentileza, em tempos difíceis ou não. Louvo-te, Ó Hécate, portadora das chaves de tudo.
#hecate#hecate deity#hekate#hekate deity#hekate devotee#hellenic polytheism#helpol#prayer#devotional text#poetry
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Pergunte pra o ChatGPT cada história desses personagens contadas em forma de fofoca mkkk
1. **Zeus:** O rei dos deuses e senhor do trovão.
2. **Hera:** A rainha dos deuses, esposa ciumenta de Zeus.
3. **Poseidon:** Deus dos mares e irmão de Zeus.
4. **Deméter:** Deusa da agricultura e mãe de Perséfone.
5. **Ares:** Deus da guerra e filho de Zeus e Hera.
6. **Atena:** Deusa da sabedoria e estratégia.
7. **Apolo:** Deus do sol, da música e das artes.
8. **Ártemis:** Deusa da caça e irmã gêmea de Apolo.
9. **Afrodite:** Deusa do amor e da beleza.
10. **Hermes:** Mensageiro dos deuses, conhecido pela rapidez.
11. **Dionísio:** Deus do vinho, festividades e teatro.
12. **Hades:** Senhor do submundo.
13. **Perséfone:** Rainha do submundo e filha de Deméter.
14. **Prometeu:** Titã que trouxe o fogo aos mortais.
15. **Hércules:** Herói conhecido por suas proezas e trabalhos.
Estes são apenas alguns dos muitos personagens envolventes e coloridos que povoam a mitologia grega! Cada um traz sua própria história e intrigas ao universo mitológico.
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[ 𝐣𝐨𝐧𝐚𝐡 𝐡𝐚𝐮𝐞𝐫-𝐤𝐢𝐧𝐠 ] alto, quem vem lá? oh, só podia ser 𝐠𝐚𝐛𝐫𝐢𝐞𝐥 𝐭𝐫𝐢𝐧𝐭𝐢𝐠𝐧𝐚𝐭, o 𝐠𝐮𝐚𝐫𝐝𝐚 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐥 𝐝𝐨 𝐩𝐫𝐢́𝐧𝐜𝐢𝐩𝐞 𝐚𝐧𝐝𝐫𝐞́ de 𝐯𝐢𝐧𝐭𝐞 𝐞 𝐜𝐢𝐧𝐜𝐨 anos que veio de 𝐟𝐨𝐧𝐭𝐞𝐧𝐚𝐲. você quase se atrasou hoje, hein? eu sei que você é normalmente 𝐚𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐫𝐞𝐢𝐫𝐨 e 𝐥𝐞𝐚𝐥, mas também sei bem que é 𝐟𝐞𝐜𝐡𝐚𝐝𝐨 e 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐨𝐧𝐟𝐢𝐚𝐝𝐨, então nem tente me enganar. ande, estão te esperando; entre pela porta de trás.
𝐚𝐛𝐨𝐮𝐭.
Vincent Trintignat uma vez jurara a sua vida ao rei da França. Não era apenas o guarda pessoal de Louis, como era, também, o seu melhor amigo e a sua mão direita. A vida dele era junto ao rei: sendo o seu confidente, zelando por ele e dedicando cada momento de seus dias a sua proteção.
Conheceu Brigitte através da rainha. Era uma de suas damas de companhia na época, quase como a sua melhor amiga, e sendo assim, Anne mexera os pauzinhos para que a mulher em quem tanto confiava conquistasse o coração do homem mais leal ao seu marido. Funcionou: eles se casaram com a bênção de Louis e Anne, em uma cerimônia financiada pela família real no próprio palácio de Versailles, e pouco tempo depois, conceberam Gabriel.
O garoto cresceu entre as paredes do castelo, tendo uma vida significativamente melhor que a maioria dos filhos de funcionários da família real. Apadrinhado por Louis e Anne, tinha um quarto só seu e recebia presentes luxuosos do rei e da rainha em datas comemorativas. O seu primeiro barco em miniatura, inclusive, dos mais chiques, fora um presente do Rei Louis depois do mesmo ouvir de Vincent que o pequeno Gabriel mostrava apreço pela marinha real e o sonho de um dia velejar mundo afora.
Tal apreço que tinha, amadureceu até se tornar uma paixão e, eventualmente, a sua vocação. Não havia nada que Gabriel almejasse mais do que uma grande aventura nos mares! Então, ao completar dezoito anos, o rapaz entrou para a marinha francesa por mérito próprio — omitiu o sobrenome na hora de fazer os testes — e passou meses no mar, estudando o oceano e as engenharias necessárias para desbravá-lo. Ele não tirava os olhos dos livros ou das mecânicas dos navios, a não ser que fosse para obedecer os seus superiores. Eventualmente, descobriram as suas raízes e lhe concederam a honra de se tornar contra-almirante da marinha francesa, mesmo com tão pouca idade.
A tragédia que acometeu a família real, porém, trouxe Gabriel de volta para Versailles. Os Trintignat sofriam com a morte do rei; Vincent em especial, afinal, fora ele quem jurara dar a própria vida para manter o rei sempre com eles. E antes de falecer, Louis pediu um favor ao seu amigo: que continuasse protegendo e zelando pela esposa e pelos seus filhos tanto quanto zelara por ele.
No primeiro sinal de que havia algo errado com o príncipe, então, Vincent ajoelhou-se diante da rainha Anne e contou à ela sobre a promessa que fizera a Louis. Ele não tinha mais idade para cuidar de André, era velho demais para acompanhar o ritmo de um jovem que ainda tinha muito o que viver, mas havia alguém — sangue do seu sangue — que poderia fazê-lo. Por tudo o que a família real fez em nome de Gabriel e dos Trintignat, ele não hesitou antes de largar a marinha, mesmo que aquele fosse o seu sonho, e hastear a proposta do pai e da rainha como uma bandeira na mezena de seu navio. Um mês depois, tendo passado por treinamentos árduos e incessantes com a guarda real, que diferia da marinha em muitos aspectos, ele assumiu o posto como o guarda pessoal do príncipe da França.
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aloha! finalmente reabri minha fornada de plots e venho aqui humildemente pedir algumas migalhinhas pros meus filhotes! abaixo você pode ver alguns dos meus muses! e aqui você pode encontrar minha guideline.
hayoon / honey
idade: vinte anos. ocupação: cupido. raça: anjo. sexualidade: ??? FC: im yeojin | F/M F/F F/NB
honey é uma cupido novata que após anos de treinamento pode finalmente seguir no mundo humano disfarçada e sempre tentando fazer casais novos se apaixonarem. ela só não esperava que muse seria tão incompetente em conquistar seu par, tanto que teve de pedir ajuda pessoalmente ao anjo. por conta da sua falta de experiência, honey aceitou ajudar, mas acabou se apaixonando por muse no processo, algo que é estritamente proibido nas normas dos cupidos.
oh yongguk (guk)
idade: vinte e três anos. ocupação: baterista na banda moon moth. sexualidade: bissexual. FC: choi yeonjun. | M/F M/M M/NB
yongguk iniciou a banda ainda no ensino médio, e após uma grande mudança de integrantes, a moon moth finalmente começou a decolar com os álbuns lançados nos serviços de streaming, mas principalmente depois que estourou no tiktok.
plots
muse é umê grande fã da banda, mas yongguk é seu integrante favorito e após um show e uma visita no camarim, o baterista acaba se encantando com o jeitinho de muse.
muse é amiguê de uma grande fã da banda e acaba sendo arrastadê pro show e com passagens premium pro camarim. a primeira interação entre os dois não é das melhores, mas muse acaba instigando yongguk.
rivais de banda! muse é (posição) da banda ríval da moon moth. eles vivem dividindo atenção e são populares no mesmo nicho, o que sempre causa alguma briga nos bastidores.
um plotzinho vibe scott pilgrim.
kylia nephinae
idade: trinta e três anos. ocupação: rainha e marechal do exército marinho. raça: elfa-do-mar. sexualidade: pansexual. FC: im yoona | F/M
kylia vem de uma longa linhagem de elfas marinhas guerreiras. apesar de sempre ter sido ensinada a lutar, tenta manter a interação com outras criaturas marinhas em paz e desde a sua posse no trono, o povo élfico nunca esteve em paz por tanto tempo. ela tomou o trono após matar o antigo rei.
plots
muse é o príncipe prometido para sua mão (sua raça pode ser de qualquer criatura que também seja dos mares), não apenas pra ampliar o campo de dominação do reino, mas também pra aflorar o laço entre as culturas. kylia nunca pareceu confortável com essa ideia, assim como muse, mas sempre pensam no melhor pro seu povo.
muse e kylia são se exércitos inimigos e acabam se encontrando pela primeira vez no campo de batalha, mas foram afastados de seus companheiros por conta de um grande redemoinho que deixa muse em um estado grave. kylia não apenas não reconhece o uniforme inimigo, como também não consegue deixa-lo daquela forma, mantendo um cuidado constante enquanto tentam descobrir como voltar pros seus lares.
jung namkyu
idade: trinta e dois anos. ocupação: ex-boxeador e policial investigativo. sexualidade: bissexual. FC: woo dohwan. | M/F
namkyu, ou pelo nome que era conhecido nas arenas kingkyu, foi um boxeador profissional no início da sua juventude, mas após um acidente que rompeu os ligamentos das suas mãos, ele decidiu abandonar completamente a vida nos ringues, seguindo a carreira da sua falecida mãe como policial investigativo. atualmente ele se mantém distante sobre qualquer coisa relacionada a boxe e realmente se reencontrou na área investigativa, apesar de ainda sentir uma certa frustração.
plots
muse é sua parceira de investigação. uma primeira missão em conjunto que precisam, além de descobrir o culpado, também se darem bem (pode ser uma dinâmica de policial bom e policial mau).
kyu foi designado pra investigação de muse, uma criminosa que parece sempre saber como fugir. ambos com as identidades em anonimato, até que um dia se conhecem em um bar, se dão bem e acabam saindo mais vezes. só não sabiam que um era a caça do outro.
muse é uma (boxeadora/treinadora) que faz a chama pela paixão do boxe retorne a namkyu, ou seria a paixão pela mulher?
miyamoto maki
idade: vinte e três. ocupação: ex-yakuza e baixista e vocalista da scary cats. sexualidade: bissexual. FC: kitazawa mayu. | F/M F/F F/NB
maki é uma ex-yakuza que também era conhecida por ser queridinha do chefe do se distrito (amante), mas após ser flagrada com um dos subordinados do homem. após receber uma ameaça de morte na porta de casa a mulher decidiu fugir pro mais longe possível, sem tentar deixar nenhum rastro pra trás. atualmente ela mora invadida numa casa abandonada numa cidade litorânea em [a combinar].
plots
colegas de banda. podendo ser baterista ou guitarrista.
muse é o subordinado que teve um caso e após meses de fuga finalmente se encontraram novamente, mas maki tem medo de manter contato com o mesmo e ser uma armadilha.
bae nari (persephone)
idade: vinte e sete anos (real: ???). ocupação: dona da floricultura bee seeds. sexualidade: bissexual. FC: park sooyoung. | F/M F/NB
nari não é nada mais que a reencarnação de persephone, a deusa das ervas, frutos e perfumes na mitologia grega. a deusa foi amaldiçoada a uma vida de reencarnações após comer a romã proibida do jardim de athena e acabar atraindo a paixão de hades. enquanto ela é fadada a morrer sempre que se apaixona pela reencarnação de hades, ele é obrigado a viver o restante da vida atual sem a mulher ao seu lado. [mitologia modern!au]
plots
o padrão seria hades, eles podem tanto se relacionar de novo e novamente serem fadados ao fim trágico, ou podem tentar correr atrás da quebra da maldição
outra opção seria persephone se apaixonar por outra pessoa nessa nova vida, sendo ela a reencarnação de adônis.
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Bored, here is the Portuguese translation of House of Asterion
Sei que me acusam de soberba, e talvez de misantropia, e talvez de loucura. Tais acusações (que castigarei a seu devido tempo) são irrisórias. É verdade que não saio de minha casa, mas também é verdade que suas portas (cujo número é infinito*) estão abertas dia e noite aos homens e também aos animais. Que entre quem quiser. Não encontrará aqui pompas feminis nem o bizarro aparato dos palácios, mas sim a quietude e a solidão. Assim, encontrará uma casa como não há outra na face da Terra. (Mentem os que declaram que no Egito existe uma parecida). Até meus detratores admitem que não há um só móvel na casa. Outra história ridícula é que eu, Astérion, sou um prisioneiro. Repetirei que não há uma porta fechada, acrescentarei que não há uma fechadura? Além disso, num entardecer pisei a rua; se antes da noite voltei, fiz isso pelo temor que me infundiram os rostos da plebe, rostos descoloridos e achatados, como a mão aberta. Já havia se posto o sol, mas o desvalido choro de uma criança e as toscas preces da grei disseram que me haviam reconhecido. O povo orava, fugia, prosternava-se; alguns trepavam no estilóbata do templo dos Machados, outros juntavam pedras. Algum, creio, ocultou-se sob o mar. Não em vão foi uma rainha minha mãe; não posso confundir-me com o vulgo, ainda que minha modéstia o queira.
O Fato é que sou único. Não me interessa o que um homem possa transmitir a outros homens; como o filósofo, penso que nada é comunicável pela arte da escritura. As maçantes e triviais minúcias não têm espaço em meu espírito, que está capacitado para o grande; jamais reti a diferença entre uma letra e outra. Certa impaciência generosa não consentiu que eu aprendesse a ler. Às vezes o deploro, porque as noites e os dias são longos.
Claro que não me faltam distrações. Igual ao carneiro que vai investir, corro pelas galerias de pedra até rolar ao chão, nauseado. Escondo-me à sombra de uma cisterna ou à volta de um corredor e finjo que me procuram. Existem terraços de onde me deixo cair até me ensangüentar. A qualquer hora posso fingir que estou adormecido, com os olhos fechados e a respiração poderosa. (Às vezes durmo realmente, às vezes está mudada a cor do dia quando abro os olhos.) Mas, de tantas brincadeiras, a que prefiro é a do outro Astérion. Finjo que vem visitar-me e que lhe mostro a casa. Com grandes reverências digo-lhe: Agora voltamos à encruzilhada anterior ou Agora desembocamos em outro pátio ou Bem dizia eu que te agradaria o canalete ou Agora verás uma cisterna que se encheu de areia ou Já verás como o porão se bifurca. Às vezes me confundo e nos rimos agradavelmente os dois.
Não só tenho imaginado esses jogos; também tenho meditado sobre a casa. Todas as partes da casa existem muitas vezes, qualquer lugar é outro lugar. Não há uma cisterna, um pátio, um bebedouro, uma manjedoura; são quatorze [são infinitos] as manjedouras, bebedouros, pátios, cisternas. A casa é do tamanho do mundo; ou melhor, é o mundo. Contudo, por força de esgotar pátios com uma cisterna e poeirentas galerias de pedra cinza, alcancei a rua e vi o templo dos Machados e o mar. Não entendi isso até que uma visão da noite me revelou que também são quatorze [são infinitos] os mares e os templos. Tudo existe muitas vezes, quatorze vezes, mas duas coisas há no mundo que parecem existir uma só vez: acima, o intrincado Sol; abaixo, Astérion. Talvez eu tenha criado as estrelas e o Sol e a enorme casa, mas já não me recordo.
A cada nove anos entram na casa nove homens para que eu os liberte de todo mal. Ouço seus passos e sua voz no fundo das galerias de pedra e corro alegremente a procurá-los. A cerimônia dura poucos minutos. Um após outro caem sem que eu ensangüente as mãos. Onde caíram ficam, e os cadáveres ajudam a distinguir uma galeria das outras. Ignoro quem são, mas sei que um deles profetizou, na hora de sua morte, que algum dia chegaria o meu redentor. Desde então não me dói a solidão, porque sei que vive meu redentor e no fim se levantará sobre o pó. Se meu ouvido alcançasse todos os rumores do mundo, eu perceberia seus passos. Tomara que me leve a um lugar com menos galerias e menos portas. Como será meu redentor? pergunto-me. Será um touro ou um homem? Será talvez um touro com rosto de homem? Ou será como eu?
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