#Morte da psicóloga
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blogoslibertarios · 7 months ago
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Policial civil insinua que assassino de psicóloga a matou por ser bolsonarista
Fotos: Divulgação O policial civil do Ceará, Gustavo Braga, que é militante político no Rio Grande do Norte e corriqueiramente usa as redes sociais para atacar quem considera adversário ou tem posições diferentes da dele, se superou. Numa publicação do blog Express RN, Gustavo Braga usou o lamentável episódio do assassinato da psicóloga Fabiana Veras para atrelar o crime à opção política do…
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atlantisxxi · 1 year ago
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vô,
às vezes eu tenho que me esforçar um pouco mais pra lembrar dos detalhes do seu rosto, aí eu me culpo, vejo uma fotografia sua e os vídeos que gravei de você e te peço desculpas baixinho esperando que você me escute aonde quer que esteja.
mas sabe, embora eu não consiga lembrar tanto desses detalhes, eu tenho tanto amor por você crescendo em mim, tanta vida. minha psicóloga me disse na última sessão que a sua morte me puxou pra fora dos trilhos e depois me puxou de volta pra vida. pareceu tão absurdo ouvir isso, mas depois fez sentido porque antes de você partir eu assisti uma série que mudou minhas perspectivas sobre morte. no período mais vulnerável de toda minha vida meu coração se abriu, ele se quebrou e por isso abriu. e a morte de alguém que amamos ou a nossa, seja ela física ou não, é provavelmente o momento mais doloroso que lidamos como seres humanos. isso nos arranca do nosso eixo, nos estremece totalmente
de repente, é um absurdo que o nosso mundo esteja de cabeça pra baixo e outras pessoas estejam vivendo momentos tão felizes. dá vontade de sacudir essas pessoas, de dizer: "ei, o mundo tá parado pra mim." isso aconteceu quando eu perdi você. por meses, o mundo ficou parado pra mim até eu entender que toda aquela dor era na verdade todo o meu amor por você. toda saudade. toda a raiva que eu sentia da vida por ter te arrancado daqui. só que com o tempo, eu parei de ter raiva da vida e comecei a agradecer por ter te dado 93 anos lúcidos dos quais 23 eu pude te conhecer. com o tempo eu deixei que toda a dor se transformasse somente em amor na sua mais pura forma. meu coração foi quebrado de tantas formas, e a sua morte foi a martelada final pra estraçalhar tudo. e naquela circunstância, eu tinha a opção de me manter quebrada e fechada pro mundo ainda mais ou de deixar que a vida entrasse por todos esses espaços quebrados do meu coração. acho que foi o que eu fiz.
eu estou aqui e viva. e eu tenho aprendido a viver uma vida como você vivia, com tanto carinho e prazer de estar debaixo desse céu. com tanta piada e dor. com tanta gana de aprender sobre lugares e pessoas. com tanta simplicidade e teimosia. embora você não esteja mais aqui, você ainda me ensina tanto.. porque sua memória continua em mim. a memória do que você foi continua, pra sempre.
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luciana-xviii · 3 months ago
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AQUELE QUE NÃO PÔDE LIBERTAR SUAS ASAS 🐛
Essa noite eu estava conversando com o Sr. Lagarta. Ele teve a cara de pau de me dizer coisas toscas, como: "Você jamais conseguiria viver minha vida". Oh, eu fiquei assustada por ele ter me desafiado, por que diabos eu não conseguiria viver tranquilamente crescendo, comendo apenas folhas e logo depois me transformando em um inseto que pode voar? Eu sinto que essa é a vida que eu tanto desejo.
Com mais alguns assuntos, senhor Lagarta esteve me dizendo que queria saber o que eu realmente sentia quando dei muitas gargalhadas enquanto ele comparava nossos problemas. Eu não perdi a oportunidade de convidá-lo para um chá de ervas, na tarde de domingo, o local seria no meu ouvido.
Eu sabia que aquela Lagarta metida era dona da elegância, o mesmo me exigiu um convite chique e disse-me que só viria se recebesse-o em sua casa, escrito em francês, com letra cursiva e num cartão perfumado. Passei a madrugada trabalhando para entregar a ele um convite digno e sem imperfeições, é mais fácil eu dar tudo de mim do que ter que suportar suas críticas. Por que ele não simplesmente só disse um "sim"? Quanto trabalho pra fazer esse convitezinho.
—·
Se aprontou, todo pontual como sempre. Tão elegante vestido numa gravata de folha de erva doce, um perfume feito de tulipas e tênis caros para cada uma de suas patinhas minúsculas.
Lagarta, tão ansioso e animado, chegou ao local na mesma hora dita no convite. Eu tive que perguntar se o mesmo tinha certeza se estara realmente pronto pro que viria. Ele disse-me que já tinha nascido pronto, não dava a mínima para minha pergunta (mesmo que ela fosse realmente séria). Senti-me um pouco mais animada para o futuro próximo do senhor Lagarta, eu adoraria vê-lo se amargando no remorso.
Enquanto caminhava nas estradas do meu ouvido, ele escutava, aos poucos, cada fala que eu tinha guardado nos longos dias de minha vida. Cada crítica, cada elogio. Eu sentia seus passos e me sentia agoniada mas mantinha meu sorriso enquanto fazia questão de perguntar se ele suportaria mais um pouco. Ouviu, no nosso encontro de chá, todos os meus segredos guardados.
Chegou um momento que a maldita Lagarta disse que não suportaria mais e disse que gostaria de voltar, voltar para não ser mais tão incomodada. Mesmo que estivesse tão distante, as falas guardadas em meu ouvido o perseguia se ele fosse pro norte ou pro sul. Como essa pequena lagarta exibida é boba! Se vestir tão elegante para se sentir irrelevante. Mas, devo admitir que estava muito bonita a gravata dele.
Você conseguiu sapatear com meus segredos? Como devo confiar que não vai contar a ninguém? Oh céus! Eu te peço, Lagarta imunda, não espalhe a ninguém as coisas que escutou.
Eu realmente sinto muito senhor Lagarta, você agora só poderá voar até as nuvens. Espero, tão gentilmente, que você memorize tudo desse dia, mesmo depois de sua morte.
Apodreceu seu corpinho que só era constituído de folhas. Agora, eu penso que você sempre ficará arrependido de ter dirigido a mim que tinha total certeza de sua ação. Sejamos sinceros, o senhor lagarta não foi corajoso? Por isso quando disse ao otorrinolaringologista que um "serzinho" muito rígido havia visitado meu ouvido, ele ficou de boca aberta e me passou cartão de uma psicóloga.
_ Porra Doutor, eu sou psicóloga! - Oh, ele caiu em risadas, que cara mais idiota.
Indo pra casa eu comecei a me sentir arrependida. Eu fiz um inseto tão pequeno lidar com coisas grandes e ele não era uma formiga.
.
Senhor Lagartinha miúda, me desculpe por ter lhe impedido de se transformar em borboleta. Mas diga-me, o que você achou do chá herbáceo?
━⁠☆゚⁠.⁠*⁠・⁠。゚。⁠*゚⁠+
Com amor e carinho,
ℒ. ♡
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poetlism · 1 month ago
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2. Segundo movimento:
Você pode encontrar o primeiro capítulo aqui, boa leitura! ♡
Capítulo 2 — 14 de outubro de 2024
Sunghoon respirou forte. Era como o segundo movimento da sétima sinfonia de Beethoven, cada movimento com um pulso distinto, hipnótico. O som sombrio e meditativo se destaca em meio ao resto da peça, evocando melancolia. Talvez essas mesmas notas definissem exatamente como Park se sentia naquele momento. A cabeça pulsando e o vento gelado que vinha da janela fazia cada parte de seu corpo arrepiar. Ouviu mais três batidas na porta, agora com mais força. Se levantou ligeiramente do banquinho desconfortável e abriu a porta, se deparando com o jovem, apenas alguns centímetros mais baixo que ele.
— Não ia se encontrar com a Minjeong? — selou os lábios do rapaz.
— Me encontrei, mas foi... — Sunoo demorou, tentando pensar na palavra mais adequada — Inusitado.
— Por que? Me conta. — Sunghoon fechou novamente a porta da sala onde treinava com os pianos.
— Eram umas coisas muito estranhas, sonhos que não pareciam sonhos. Ela disse que algumas coisas do passado até foram resgatadas. — Se sentou no mesmo banco desconfortável que Park estava antes, ficando de frente para o piano.
Aquilo só fez com que o pianista entrasse em êxtase por alguns segundos, pensando no que fazer. Ou melhor, no que dizer.
— Como assim, amor? — falou, se referindo à última frase.
— Sabe quando dizem que coisas más resolvidas sempre voltam? — esperou que Sunghoon concordasse — É tipo isso, umas coisas meio loucas que aconteceram antes vieram à tona agora.
— Alguma coisa sobre aquela bobeira da velha? — sentiu um arrepio na espinha.
— É. — Sunoo concordou instantaneamente — Mas como ‘cê sabe, hein?
— Sei lá, ué, só sei. — Desculpa esfarrapada.
Conseguiu pensar em algo para fugir dos questionamentos do loiro, não dando espaço para nenhuma dúvida. Era melhor ter contado o que sentia de uma vez, permitindo-se se abrir sobre seus próprios pensamentos, afinal, Kim era seu namorado. O ambiente continuou cheio de incertezas, o que fazia com que a conversa continuasse no mesmo caminho durante os 48 minutos que ficaram na sala — 48 minutos de dúvidas e fofoca sobre Choi.
Aquilo não fluiu, só serviu como uma perda de tempo, sinceramente. Todos os pontos de interrogação permaneceram no mesmo lugar, nem sequer uma vírgula andou para o lado, coisa que, com certeza, seria anotada no caderninho de Sunghoon, cuja capa é: “falar com a psicóloga!!!”.
—— ♡ ——
Tiffany dava alguns cliques repetitivos na caneta azul, anotando alguns pontos importantes do que Park falava. Estava em busca de um diagnóstico para o rapaz.
— É como se... Sei lá.
— Sunghoon, você deve ser mais claro em suas palavras, não acha? — a psicóloga repreendeu.
— É como se eu ‘tivesse preso em um labirinto, um loop, sabe? — se ajeitou na poltrona.
— E em relação aos sonhos?
— Dessa vez foi diferente. Eu tinha voltado ‘pro passado. Eu não ‘tava lá, era como se eu fosse outra pessoa, mas vivendo tudo que aconteceu naquele dia. — Tirou o tênis, dobrando as pernas na poltrona, estava se preparando para uma longa conversa — Nesse sonho, eu sabia exatamente o que eu tinha que fazer. Acordei, abri o calendário e era dia 9 de julho, nos anos 90. Porra, nem dá pra acreditar.
— 9 de julho... Não sou boa com datas! — A psicóloga riu fraco esperando por uma resposta.
— A morte da Srita. Hwangboo, dona Tiffany. — Curto e grosso, perfeito.
— Sim, sim... Pode prosseguir.
— Eu me lembro que falavam muito — botou ênfase no “muito” — sobre ela ter se suicidado, botavam a culpa dos sumiços nela.
— Certo. Mas qual era sua sensação? Você se lembra de como se sentia em relação a isso?
Sunghoon odiava as consultas, mas como a avó pagava, ia por obrigação, de um certo modo. Não era comum para o rapaz falar fácil assim sobre o que acontecia, sem contar que Tiffany não parecia realmente se importar mesmo que ganhasse dinheiro com aquilo, não prestava para ouvir, interrompia no meio da conversa. “Se é ‘pra eu me abrir, ela ‘devia me deixar falar!”, Park sempre comentava isso com os amigos, principalmente com Karina, que já fez algumas sessões com a mesma psicóloga.
A porta do consultório se fechou com uma batida indelicada. Por mais que a natureza do jovem era bem educada, paciência tem limites, e os limites dele eram bem baixos.
—— ♡ ——
— Onde já se viu, Seunghan? — Sunghoon estava estressado — A mulher não me deixa falar, que velha insuportável.
— Muda de psicóloga, ué.
— Mas porra, vou ter que contar minha vida inteira de novo, ‘mó preguiça.
— Sunghoon, ‘cê é burro ou ‘cê se finge? A coroa não te escuta, não te deixa falar... vai melhorar como em um lugar desse?
— A questão é que eu preciso falar com alguém sobre o bagulho da Minjeong, eu ‘tô preocupado, cara.
— E tu ‘tá se preocupando com a Minjeong desde quando, Park Sunghoon? — Sunoo interrompeu. Por mais que confiasse em seu namorado, era um tanto quanto ciumento.
A conversa leve com o grupo de amigos se tornou uma briga de casal rapidamente, era provável que esse fosse o porquê de Park não falar sobre o que estava acontecendo, queria poupar paciência. O ciúme sem motivo fez com que Sunghoon se chateasse muito — muito, muito mesmo —, foi embora do campus do internato assim que a discussão acabou, o caminho todo pisando forte no chão. Mesmo assim, não demorou até que se jogasse na cama, se afundando nos lençóis branquinhos que foram trocados recentemente.
A junção de sentimentos tornou o rapaz mais frágil, talvez fosse a primeira vez em muito tempo que ele havia deixado o coração tomar as decisões, nem sequer deu espaço para o cérebro pensar. A cabeça latejando de tanto chorar, amava Sunoo demais, mas sentia que não era mais recíproco, sem contar que não suportava essas crises repentinas, se tornou um pesadelo. Ele estava com medo de tudo, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo... Precisava de respostas em todos os quesitos.
—— ♡ ——
Era como se todos os dias fossem os mesmos, Sunghoon nunca se sentiu tão vazio. Sentia falta de como tudo era há duas semanas, não sabia como agir, era exatamente a personificação do termo “viver no modo automático”. Nunca se viu em uma situação como aquela, Sunoo era o amor da vida dele (era um pensamento exagerado, mas comum para um adolescente).
A junção da briga idiotíssima, os sonhos terríveis e a confusão por culpa da Minjeong rodava sem rumo na cabeça do jovem que se perdia cada vez mais nos remédios para enxaqueca e notas de música.
Quando ouviu seu telefone apitar, sentiu aquele fundinho de esperança assim que viu “sun ☀️” na notificação. Voltou à infância, quando acreditava que a embalagem quadrada embaixo da árvore de Natal pudesse ser uma bicicleta.
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Park não podia mentir, foi muito infantil de agir daquele jeito. Queria se desculpar, mas gostava de fazer aquilo cara a cara, olho no olho.
—— ♡ ——
Olhou o relógio umas 10 vezes, estava sentado no meio do campo de futebol, assim como combinado. Fez algo bem bonitinho; posicionou um pano quadriculado — aqueles de piquenique — e umas almofadas, o céu noturno ficava bem visível dali. Aquele era o lugar ideal por vários motivos. Um deles era que não ficariam reclamando da luz acessa no dormitório e o outro era que ninguém os veria ali. Park pensou em algo um pouco inusitado, se é que isso é compreensível.
Assim que olhou para o lado, um bando de pessoas em direção à ele. “Abriram os portões do inferno?”, questionou mentalmente. Pelo menos eram rostos conhecidos: Sunoo — é claro —, Karina, Seunghan, Minjeong e Beomgyu, não se lembrava de ter marcado uma reunião. O silêncio era quase absoluto, os olhares se encontravam de forma constrangida.
— Sentem ai. — falou em um tom incerto olhando para Kim, era como se um ponto de interrogação estivesse estampado na testa de Park.
Ficaram questão de 5 minutos sem falar nada, parecia impossível “quebrar o gelo”. Nenhum dos 6 sabia ao certo o que fariam ali — Sunghoon tinha planos, planos que foram interrompidos.
— Não pedi pra vocês virem. — ótima recepção.
— Eu pedi. — Sunoo respondeu.
— E é assim que você quer concertar as coisas?
— Abre a mente, Sunghoon. — Karina se intrometeu na troca de farpas, não era a primeira vez.
Park decidiu ouvir tudo com calma. Nada é por acaso, se estavam ali, tinha motivo.
A sensação era de que tinham um discurso treinado, as orbes se encontrando e a ansiedade no ar... Alguma coisa não estava certa.
— É que... — Minjeong rompeu o silêncio — Eu acho que todo mundo aqui ‘tá afundado na mesma merda.
— Os sonhos, Sunghoon, os sonhos. — Yoon esclareceu. Park concordou com a cabeça, estranhando o que acontecia ali.
— Na real, a gente acha que não são só sonhos. — Seunghan complementou, levantando a calça até abaixo do joelho, deixando a amostra as marcas de amarrado — ‘Cê lembra da sala branca que eu contei? Aquela que ‘tava todo mundo preso no tornozelo?
O coração quase saiu pela boca, não haviam palavras em qualquer que seja o dicionário que descreveria o medo que Sunghoon sentiu naquele exato momento.
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animicida · 2 years ago
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Uma garota se jogou de um prédio hoje a tarde. Ninguém sabe nada sobre ela, o nome, a idade ou o que fazia. Mas todo mundo quer opinar sobre o porquê. De repente, todo mundo acha que conhece a garota do prédio. De repente, ela se jogou por atenção, era burra, lésbica, negra, branca, pobre, perdida. Fraca. Indefesa. Sem ninguém para defende-la em vida, agora em morte. Ninguém para entender o real porquê. Eu sinto muito por eles querida. Eu sinto muito. Eu sei que o coração foi traiçoeiro e posso imaginar o que sentiu ao se aproximar daquela janela e olhar para baixo. Eu sei que pareceu ser a única saída. Eu não culpo você meu anjo, eu evito olhar a varanda da minha psicóloga pelo mesmo motivo que o seu. Olhando seu corpo sem vida, podia ser o meu. Podia ser de mim que estariam falando agora. Poderia ser eu sendo julgada, sem nome. Eu queria estar passando por lá, antes, pra poder te puxar e abraçar e dizer pra tentar mais um pouco, que eu podia ajudar a catar os caquinhos. Eu queria dar um final diferente para sua história. Mas você abriu suas asas e voou. Eu queria que o mundo fosse confortável pra você. Queria tornar o mundo confortável para todos nós. Então quem quer que você seja, onde quer que esteja, eu te perdoo por desistir. O fato é que somos todos suicidas em potencial. Coisas simples como dar bom dia ou sorrir, pode mudar o dia de alguém. Não perca oportunidades se perceber que uma vida corre risco. Nunca. Não queremos mais borboletas voando, não essas. É nossa culpa. Abra os olhos, o mundo está ficando podre porque pessoas boas estão se matando.
Fragmentos de uma análise com Deusa Candelaria.
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fredborges98 · 4 months ago
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Os últimos dias de um ícone: Edith Piaf
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Gerascofobia refere-se ao pânico e medo do envelhecimento.
Segundo a Fundação MUTAC, datada de 2022, 68% dos franceses temem envelhecer.
Uma das principais causas desse medo? Declínio e vulnerabilidade física, e junto a ela social, emocional e espiritual, essa última parece ser recorrente as pessoas só lembrarem quando estão próximas a a morte.
Quem nunca entrou em pânico ao ver um fio de cabelo branco ou uma pequena ruga crescendo no canto dos olhos? Muitas vezes ligada ao medo de morrer (ou tanatofobia), a gerascofobia ocorre quando o medo de ver o tempo passar se torna obsessivo.
Categorizada na família dos transtornos de ansiedade, a gerascofobia vem acompanhada de grande preocupação, problemas de sono, perda de autoconfiança e até transtornos alimentares.
Este foi particularmente o caso de um menino mexicano de quatorze anos, que, em 2015, foi diagnosticado como o terceiro caso na história. Desenvolvido a partir dos onze anos, o medo do adolescente o levou a adotar comportamentos perigosos para retardar um processo que, no entanto, era natural.
Embora se trate de um caso extremo, o medo de envelhecer ainda faz parte do quotidiano de um grande número de franceses que, segundo um barômetro da Fundação MUTAC de 2022, correm 13% de risco e consideram a velhice uma doença. “Tem gente que vai simplesmente observar a passagem do tempo, o que vai lhe causar sofrimento. Depois tem quem entra em quase TOC( Transtorno Obsessivo Compulsivo), mecanismos de verificação (por exemplo, usar cremes, observar-se no espelho…). implementar comportamentos excessivos, banhar-se na ilusão de controle sobre a passagem do tempo”, explica Johanna Rozenblum, psicóloga clínica em Paris. “Uma busca muito difícil porque é vã, não podemos parar o tempo”, acrescenta o especialista da Medisite.
Tanatofobia
O termo tanatofobia deriva de Thanatos, a personificação da morte na mitologia grega. Sigmund Freud levantou a hipótese de que as pessoas expressam o medo da morte como um disfarce para uma fonte mais profunda de preocupação. Ele afirmou que o inconsciente não lida com a passagem do tempo ou com negações, que não calculam quanto tempo resta na vida. Partindo do pressuposto de que as pessoas não acreditam nas suas próprias mortes, Freud especulou que não era a morte que as pessoas temiam. Ele postulou que não se teme a morte em si, porque nunca morreu. Ele suspeitava que os medos relacionados à morte decorrem de conflitos infantis não resolvidos.
A tanatofobia não é apenas ansiedade de morte, mas pode significar um medo intenso e sentimentos de pavor geral em relação ao pensamento sobre a morte. Geralmente está relacionado à morte pessoal.A ansiedade da morte pode significar medo da morte, medo de morrer, medo de ficar sozinho, medo do processo de morrer, etc. Continua havendo uma confusão sobre se a ansiedade da morte e um medo da própria morte ou um medo do processo de morrer.
Aqueles que caminham em direção à morte passarão por uma série de etapas. No livro On Death and Dying (1969), de Kubhler-Ross, ela descreve esses estágios assim:1°- Negação de que a morte está por vir, 2° - Sentimentos de ressentimento em relação àqueles que ainda viverão, 3°- Barganha com a ideia de morrer, sentir-se deprimido devido à morte ser inevitável,4° - E finalmente, aceitação.
Os últimos dias de um ícone: Édith Piaf e sua busca incessante de vencer a morte pela vida ou pelo amor.
Tempo de Leitura: 10' 24"
Tempo do Vídeo: 50' 37"
Por: Fred Borges
Numa entrevista cedida em Janeiro e publicada em fevereiro de 1960, edição de nº 59 do Music-Hall( MH), destaco algumas perguntas e as respostas dadas por Édith Piaf( EP) :
MH- Se você não pudesse mais cantar, o que faria?
EP- Não viveria!
MH - Você ( detestava ser tratada por senhora) tem medo da morte?
EP- Menos do que da solidão!
MH- Como gostaria de viver?
EP - Sem dormir, rodeado de amigos fiéis.
MH - Quem são seus amigos mais fiéis?
EP - Meus verdadeiros amigos são, todos eles, fiéis.
MH-Qual é sua mais bela lembrança, como profissional?
EP- Todos os segundos em que a cortina se levanta.
MH- E como mulher? O primeiro beijo.
MH- Como explica o milagre de sua voz?
EP- Eu amo a canção!
MH- Ama a noite?
EP- Sim - com muitas luzes!
MH- E a aurora?
EP - Sim, com um piano e amigos.
MH- Você ama a vida?
EP- Sim, sim, sim!!!!!
MH- Qual é seu lema?
EP- AMAR!
Viver 47 anos é pouco? Depende. Muito e pouco é um conceito parcial, parcialmente objetivo e ao mesmo tempo subjetivo. O tempo traz dentro, e em várias conjunturas, contextos, econômicos, sociais, históricos, culturais, políticos, antropológicos uma relatividade. Da física à metafísica, das reações químicas,do universo, da nanotecnologia à tecnologia espacial, dos computadores normais ao computador quântico. Certo que a biografia de Édith Piaf,"la chanteuse", foi vivida com tamanha intensidade,profundidade, densidade, entrega que não podemos dizer que viveu pouco ou muito,ela simplesmente viveu e vive até hoje nas nossas memórias.
A vida de Édith Giovanna Gassion não foi fácil desde a infância: o pai foi comandar uma batalha durante a Primeira Guerra Mundial e a mãe a entregou aos avós. Mas a avó não queria cuidar da neta e colocava vinho diluído ao invés de leite em sua mamadeira para que a pequena Édith não incomodasse e isso já seria o prenúncio de sua causa morte. Quando o pai veio ver sua filha e viu uma criança fraca e que sequer havia sido banhada todo esse tempo, pegou o bebê e o levou para a Normandia, no noroeste da França.
Felizmente, sua avó por parte de pai era muito amável e cuidava da neta de todas as formas possíveis, mas havia um detalhe: a nova tutora dirigia um bordel, e a criança também precisava viver lá. Somente quando Édith chegou ao novo lugar soube-se que a menina estava completamente cega. A “cuidadora” anterior não havia notado (ou não quis notar) que ela tinha ceratite, condição em que há uma inflamação nas córneas, o que pode levar à cegueira. Todos ajudaram a cuidar da pequena, e quando já não havia nenhuma esperança, as trabalhadoras do bordel se uniram para ajudá-la financeiramente. Três anos depois, ocorreu um milagre: a criança recuperou a visão. Desde então, Édith levava em torno do pescoço uma medalha com a imagem de Santa Teresa (para quem pediram ajuda para a sua saúde) e uma cruz.
A vida começou a melhorar gradualmente e chegou o momento de ir à escola, mas os pais dos estudantes eram contra o fato de que uma criança que vivia em um bordel estudasse com seus filhos. Por isso Édith precisou deixar a escola.
Seu pai a levou para Paris, mas tinha outras 8 crianças para alimentar, e tudo o que podia fazer para ajudá-la era levá-la com ele aos espetáculos de rua com os quais se ganhava a vida. Com a chegada da menina, as contribuições cresceram: as pessoas não podiam deixar de se emocionar com a pequena garota maltrapilha, mas de uma voz surpreendentemente potente. Essa foi sua primeira experiência em atuar para o público.
Aos 14 anos, Édith Piaf começou a viver de forma independente e alugou um quarto. A cantora principiante começou a frequentar os lugares mais decadentes de Paris. Pouco agraciada, magra, com maquiagem vulgar e roupa de cores brilhantes mal cuidadas, sua aparência não causava a melhor impressão no público. Mas quando começava a cantar, as pessoas ficavam arrepiadas.
Aos 16 anos, Édith conheceu Louis Dupont, dono de uma loja, e os dois rapidamente desenvolveram simpatia mútua. Louis tentou encontrar um bom trabalho para sua amada e convencê-la de que era hora de terminar de trabalhar nas ruas. Mas a obstinada Édith se manteve firme. Um ano mais tarde, o casal apaixonado teve uma filha chamada Marcelle. Mas nem esse acontecimento fez a jovem mãe mudar de trabalho. Louis levou sua filha, com a esperança de que Édith despertasse o instinto materno que a fizesse voltar com eles. Ela voltou 2 anos depois, quando Marcelle contraiu meningite. A criança foi levada ao hospital, mas não foi possível salvá-la.
Aos 20 anos, Édith ainda cantava nas ruas com calçados gastos. Uma vez, depois da interpretação de uma de suas canções, Louis Leplée, o proprietário do cabaré Le Gerny’s, situado próximo aos Campos Elíseos, notou a cantora e a ofereceu um trabalho. A nova diva, um verdadeiro diamante na coleção de Leplée, exigia um polimento apropriado: ele precisou mostrar a ela boas maneiras, como trabalhar com acompanhamento musical e explicá-la o quanto é importante para uma artista ter boa aparência, entre outros ensinamentos necessários. Leplée também lhe deu um novo nome: “La Môme Piaf” (apelido que significava pardalzinho). O vestido preto, que se transformou em sua roupa mais conhecida, também apareceu graças a Leplée.
Os cartazes com o nome de La Môme Piaf atraíram a atenção de todos, e o sucesso não demorou a chegar: o público se apaixonou pela cantora desde suas primeiras aparições nos palcos. Um pouco mais tarde, Louis organizou para ela uma atuação em um grande concerto no circo “Medrano”, junto com várias celebridades francesas, e uma pequena amostra chegou à rádio. Desde então, os ouvintes começaram a ligar constantemente e exigir que colocassem a “Môme Piaf”.
O sucesso impressionante foi seguido por um colapso: Leplée levou um tiro e a cantora estava na lista de suspeitos, porque seu nome estava no testamento. Os jornalistas não deixaram passar a oportunidade de criar uma verdadeira sensação, colocando seus fãs contra ela. Mesmo sem provas e sem que sua culpa se confirmasse, as pessoas interrompiam os espetáculos de Édith Piaf deliberadamente.
Depois desse episódio obscuro, era necessário restaurar a imagem, e Piaf pediu ajuda ao poeta Raymond Asso, com quem estava romanticamente envolvida. Ele corrigiu levemente a trajetória que havia sido criada por Leplée: sugeriu que ela mudasse seu nome artístico para Édith Piaf, limitou o círculo social da cantora (excluiu quem podia manchar sua reputação) e escreveu para a artista canções que tratavam sobre a sua história. Raymond também conseguiu organizar um espetáculo no auditório mais famoso de Paris e na manhã seguinte a imprensa escreveu: “Ontem, nos palcos do ABC, na França nasceu uma grande cantora”.
Édith Piaf falando com um prisioneiro de guerra em um hospital durante uma turnê pela Alemanha,
em 1944.
Novos ataques contra ela começaram durante a Segunda Guerra Mundial. Desde 1940, Piaf atuou em clubes noturnos e bordeis, que eram visitados pelos oficiais alemães. A cantora foi convidada a fazer uma turnê por Berlim, e aceitou. As pessoas a consideraram como uma traidora da pátria por cooperar com os alemães e exigiram proibir suas atuações na rádio.
Mas poucos sabiam que Édith não ia a Alemanha para buscar a aprovação dos alemães. Depois dos concertos para os prisioneiros de guerra, a cantora pedia para tirar fotos “de recordação” e, de volta a Paris, passava as imagens a uma oficina subterrânea, onde o rosto de cada prisioneiro era separado, ampliado e depois colado em uma identificação falsa. Depois de um tempo, Édith Piaf voltava para um concerto e distribuía os documentos disfarçados de autógrafos. Os prisioneiros apenas deveriam esperar o momento certo e fugir. Foi assim que ela conseguiu salvar 120 pessoas.
Na vida de Édith Piaf passaram muitos homens, mas Charles Aznavour tinha um lugar especial em seu coração. Eles se conheceram depois do final da Segunda Guerra Mundial em um clube de Paris. A cantora não tinha medo de se aproximar de um homem primeiro, e depois de ter visto Charles, o convidou para dançar. Mas ele sabia como deveriam se comportar os verdadeiros cavalheiros e, depois de lembrar que ela era a mulher, a convidou para dançar como retribuição.
Pouco depois de se conhecerem, Édith ofereceu a Charles e seu amigo Henri-Pierre Roché que fizessem um concerto com ela nos Estados Unidos. Nesse momento, Aznavour e Roché estavam sem trabalho, e lhes custou muito conseguir o dinheiro para o voo. Mas, já nos Estados Unidos, a cantora começou um novo romance, cancelou todos seus concertos e voou com seu amante de volta para Paris, aconselhando Aznavour e a Roché a tentarem a sorte no Canadá. A caminho deste país, os amigos não mencionavam a cantora com as palavras mais amáveis, mas ao final tiveram sorte e conseguiram ganhar uma boa quantia de dinheiro. Em um dos concertos, Roché se apaixonou por uma artista local e Aznavour teve de voltar a Paris sozinho.
Uma vez em casa, Charles queria se encontrar com a mulher que os havia deixado tão friamente em um país estrangeiro para mostrar a ela seu sucesso. Mas quando se viram, Piaf gargalhou ao ver a aparência de Aznavour: ele estava com uma jaqueta verde esmeralda e uma gravata larga com a imagem de uma mulher seminua. A cantora perguntou se o sucesso não havia alcançado Aznavour em um circo.
Mesmo que as palavras de Édith Piaf houvessem ferido o orgulho de Aznavour, ele sabia que não tinha ninguém em Paris: Roche havia ficado no Canadá e sua esposa havia pedido o divórcio. Rapidamente se mudou para a casa da cantora, e esse foi o começo de uma estranha amizade. Durante 8 anos, Aznavour cumpriu com todos os caprichos da estrela, fazendo tudo o que ela lhe pedia, e Piaf contava histórias sobre seus novos amantes. Durante muitos anos, os jornalistas tentaram averiguar se havia algo mais além da amizade entre os dois famosos cantores. Aznavour morreu em 1º de outubro de 2018, aos 94 anos, e conservou a lembrança de sua amiga durante toda a vida, afirmando que não houve relação romântica entre eles.
Sobre os romances da cantora, havia muitas lendas: a pequena mulher podia encantar qualquer homem. Piaf tinha uma regra: “Quando o amor esfria, é preciso aquecê-lo ou jogá-lo fora. Não é um produto que se armazena em um lugar fresco”, por isso, deixava seus amantes primeiro, assim que notasse que seus sentimentos estavam esfriando.
O grande amor de sua vida foi o famoso boxeador Marcel Cerdan. No momento em que a conheceu, Marcel tinha esposa e 3 filhos. Mas o esportista não resistiu a essa pequena mulher e se viu constantemente dividido entre a família oficial e a famosa amante. Piaf sentia que ele estava disposto a fazer qualquer coisa por ela, e sempre lhe pedia que a acompanhasse, quaisquer que fossem os lugares de seus concertos. Assim, em outubro de 1949, Piaf outra vez pediu a Cerdan que voasse para Nova York. O homem apaixonado deixou tudo e correu para ela, mas o avião caiu no oceano Atlântico. Os restos do boxeador foram identificados pelo relógio que a amante havia lhe dado. A morte de seu grande amor levou a cantora a um profundo choque, e logo à depressão. A saída que ela encontrou foram o trabalho, o álcool e a morfina.
Rapidamente, Piaf decidiu colocar fim à sua solidão e casou com o cantor Jacques Pills, mas o matrimônio decaiu rapidamente. E, logo, uma série de desgraças a esperavam: em um ano, junto com Aznavour, a cantora sobreviveu a 2 graves acidentes automobilísticos, fraturando o braço e as costelas. Os médicos tentaram aliviar sua dor com injeções de morfina, e Piaf voltou a consumir drogas, o que durou 4 anos.
Mas dois jovens compositores, Charles Dumont e Michel Vaucaire, que compuseram a canção que se tornou um êxito, “Non, je ne regrette rien”, conseguiram que ela voltasse ao trabalho.
O último homem na vida da lendária Édith Piaf foi o filho de imigrantes gregos Theophanis Lamboukas, que era 20 anos mais jovem que ela. Mas a cantora não lhe dava atenção e nesse momento já sabia que sofria de um câncer.
Piaf e Theophanis se casaram. A estrela cada vez mais frágil queria ajudar para que seu jovem marido se tornasse famoso, e pensou em um nome artístico para o cantor: Théo Sarapo. Mas os jornalistas que escreviam artigos maliciosos incansavelmente apenas viam em Theo um aproveitador. Mas ele amava sua esposa e cuidou dela até o último dia de sua vida. O casamento durou 11 meses. Theo morreu em um acidente 7 anos depois da morte de Piaf.
A famosa estrela da música francesa morreu em 10 de outubro de 1963, aos 47 anos, mas seu corpo foi transportado de Grasse a Paris em segredo, e sua morte foi anunciada oficialmente apenas no dia seguinte. Também um dia depois de sua morte, seu amigo Jean Cocteau morreu de um ataque no coração. A Igreja Católica se negou a se despedir de Piaf, a qualificando como pecaminosa, mas 40 mil pessoas pensavam de uma maneira diferente e foram se despedir de sua cantora favorita. Aznavour lembrava que, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o funeral de Piaf foi a única vez em que Paris parou, e que havia tantas flores que as pessoas precisavam caminhar por cima delas!
Gerascofobia ou Tanatofobia, nada importa, importa é amar a vida, as pessoas que devolvem em reciprocidade o amor e carinho que nós damos,continuo afirmando: Servir e Amar é o que fazemos de melhor portanto só se vive uma vez, portanto capriche em cada milésimo de segundo até o último segundo!
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d-hinna · 8 months ago
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Às vezes, a gente precisa de outra pessoa para ficar triste com a gente
Terminei de ler um livro sobre luto e sobre cura, eu realmente achei que o livro seria cheio de angústia e me revelaria um outro lado da perda que eu ainda não conhecia, porém foi apenas um livro bonito.
Sem deméritos a livros bonitos, eu realmente gosto de terminar um livro com a sensação que eu indicaria para alguém se sentir bem lendo sobre um tema difícil, sem de fato encará-lo de frente.
Um livro sobre luto tem por essência um dos temas mais complicados e mais pesados da existência humana, o fato que nos cerca e nos persegue por toda existência: nós vamos morrer. (Consigo ouvir a voz estóica da minha mãe falando "a única coisa certa na vida é a morte" - ela também está certa, pelo menos sobre isso).
O livro que eu li era sobre duas mulheres que perderam pessoas queridas, uma ficou viúva com um filho pequeno para criar, e a outra perdeu toda a família num acidente de avião. É impressionante quando você elimina o fator classe - nenhuma delas estava desesperada, sem sustente e sem dinheiro - o que resta é a banalidade do emocional.
Como elas não perderam sua forma de renda com a morte dessas pessoas, elas mergulharam em um tenso processo de luto, tomando decisões precipitadas e mudando drasticamente suas vidas - a viúva mudou até de sexualidade nesse meio tempo (não que isso seja importante, mas foi por causa desse pequeno detalhe que eu comecei a ler esse livro)
O ponto é que, mais do que alguém para te alegrar, mais do que alguém para te fazer distrair de tudo que dói, às vezes a gente precisa de alguém que fique triste com a gente. Nem precisa ser uma pessoa para ficar triste pelos mesmos motivos que a gente, mas tem que ser alguém que deixe a gente viver esse momento de tristeza e não cobre que você supere fácil ou rápido ou possa fornecer uma fórmula mágica para a dor passar. Alguém que consiga suportar sua própria tristeza e deixe que outras cheguem junto.
Sempre que penso sobre acolhimento de tristeza, penso em terapia e como são difíceis os processos de cura.
Terapia é um lugar ideal para ficar triste, por isso é um lugar ótimo de se evitar.
Muitas vezes preciso me convencer que tenho que ir para minha sessão e tenho que encarrar de frente meus problemas e minhas tristezas. Aprendi da pior forma que fugir delas só causa um processo longo e dilacerante de adoecimento interno.
E não, não acho que pagar um terapeuta para acolher sua triste seja uma coisa ruim ou um sinônimo de alguém que não tem amigos. Significa apenas que você precisa de uma opinião profissional e um suporte especializado.
Meus amigos são ótimos. Meus amigos são maravilhosos. Meus amigos vão me enlouquecer querendo que eu escolha alguma coisa para fazer no meu aniversário. Mesmo sendo numa quarta. Mesmo que esse ano eu esteja cruzando a marca dos 25 anos e preferia com todas as minhas forças ficar nessa idade. Enfim, eu tenho bons amigos e nenhum deles é capacitado para me orientar enquanto encaro de frente um dos dos meus vários traumas, por isso eu tenho uma psicóloga que me faz navegar entre a tempestade de memórias e as intemperes da vida adulta.
Aprender a deixar outra pessoa te acompanhar no processo de tristeza é difícil, mas é necessário.
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hngcdmn · 6 months ago
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ainda me lembro das vezes que cruzei com HECTOR BLYTHE na kappa phi! ele era tão parecido com RHYS MATTHEW BOND, mas, atualmente, aos 32 anos, me lembra muito mais OLIVER JACKSON-COHEN. fiquei sabendo que, depois de cursar DIREITO, atualmente é ADVOGADOe que ainda é EMPÁTICO e INSEGURO. uma pena acabar encontrando ele assim… não é possível que esteja envolvido com o acidente de fiona e a morte de victor, certo?
skeleton escolhido: xii, the hanged man.
gênero do personagem: homem cis.
aesthetic: dirigir rápido demais numa rua vazia; cheiro de cigarro; lista infinita de livros para ler; garrafas de álcool vazias na mesa; desculpas constantes; luzes de led roxas, azuis e rosas; hematomas; uma mansão solitária no topo de uma colina; olheiras; fotos de família rasgadas.
headcanons: 
“Cresci numa casa assombrada”, delirei enquanto respondia à pergunta da psicóloga. Ela me olhava com atenção e, mesmo que seus olhos escuros não deixassem passar nada mais que compreensão, temia estar sendo julgado. Não seria a primeira vez, se esse fosse o caso, mas desejava que não fosse isso o que estava acontecendo. Temia, também, olhá-la nos olhos, talvez ela soubesse que eu escondia algo se eu o fizesse. Por hora, havia decidido encarar o estofado azul em que ela se sentava. Com o silêncio, podia ouvir o tic do relógio e o som de minha perna inquieta, pé batendo contra o chão, ansioso para sair dali, parecia muito mais alto. 
Quando ousei erguer o olhar para seu rosto novamente, encontrei um semblante muito semelhante ao da minha falecida mãe e ri, por instinto, por nervosismo. A vontade de fugir era muito mais evidente em minhas mãos suadas e meu sorriso amarelo. “Não do tipo que se vê na tevê, sabe? Era mais do tipo…”, engoli em seco a necessidade de me explicar. Por algum motivo, quando os meus amigos me disseram para procurar um psicólogo, acreditei que poderia ser o melhor pra mim. Ali, agora, começava a duvidar da minha capacidade de fazer escolhas visando o meu bem estar. “Sabe quando tudo o que você vê… Parece não estar vivo de verdade? Apenas um fantasma de quem deveriam ser…”, sabia ser mais eloquente do que aquilo, mas as palavras fugiam da minha boca. “Meus pais eram tinham… Hm, problemas. Com… Bem, minha era alcoólatra e meu pai… Viciado em drogas e jogos de azar”, declarei, repentino. Talvez assim ficasse mais claro. “Eu ficava muito tempo sozinho em casa desde os…”, a idade sumiu. Desde os seis anos. Eu tinha que dizer. Mas existia em mim a necessidade de protegê-los. Eram tão vítimas quanto eu.
“Tudo começou, eu acho, quando eu tinha, sei lá, dezessete anos e uns amigos meus estavam brincando de ser maneiros e começaram a fumar maconha”, continuei. Todo adolescente tinha uma história como aquela. “Talvez antes… Eu apanhava muito, sabe? E tinha muitas dores.. Ia no médico sempre que quebrava algum braço e tomava muitos medicamentos para dor”, aqui as coisas começavam a se embananar. “Mas a culpa não é deles! A culpa… É minha”, fui rápido em explicar. Novamente, sabia da mania de psicólogos em culparem os pais pelas coisas que seus pacientes fazem e, bem, eu não podia aceitar que o fizessem… Quando apanhava, era porque havia aprontado. Sempre… Quase sempre. Não me lembrava direito, se fosse para ser sincero. Boa parte da minha infância havia se apagado na minha cabeça e o que restava eram as memórias da adolescência, quando sabia me defender. Mal conseguia lembrar de quando fui tirado de casa e colocado em várias casas temporárias, por exemplo. “Sei lá.”
“Olha, eu nem sei o que estou fazendo aqui”, conclui. Minha voz era fraca, quase desaparecia na minha garganta. “Acho que é a minha última esperança”, ali morava uma verdade que machucava. Que eu não queria admitir. Minha energia havia sido drenada, nada restava em mim além das lembranças daquela faceta inútil que eu havia assumido para todos. Mentira! Mentira! Eu gritava, como se pedisse socorro para algo ou alguém que nem mesmo eu saberia dizer. Talvez eu mesmo. Mas não pude contar com tal ajuda. Nunca pude contar comigo, mesmo quando eu mais precisei. Suspirei, pesado. Tinha trabalho a fazer, tinha coisas a resolver.
Será o trabalho uma maneira de postergar o futuro inevitável? O pensamento correu minha cabeça de maneira rápida, mas não saberia responder, então apenas me ergui do estofado. Estava pronto para ir embora, sumir dali. Quando a voz da psicóloga abriu a porta para o incerto: “Mesmo dia e mesma hora semana que vem?”
Sem saber o motivo, concordei.
conexões
(a ser atualizado)
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cronicas-da-meia-noite · 2 months ago
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A psicóloga me questiona porque penso na morte com frequência, porque sempre que algo não acontece como eu quero, eu penso em morte. Mas, sinceramente, não há problema que a morte não resolva.
Certo, a morte não resolve nada, mas ela faz com que os problemas parem de nos afetar, o que é o mesmo efeito da solução do problema.
E digo mais, quando um problema é resolvido, um novo problema aparece, então soluções são coisas temporárias, mas a morte é definitiva, para o bem e para o mal.
Você já viu algum morto reclamar de algo?
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linofrt · 9 months ago
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Será que é uma Despedida?
Terça-feira, 5 de março de 2024
Eu estou cansado de viver, hoje eu acordei mais triste que o normal, não aguento mais a minha vida, a Depressão esta me consumindo a cada dia que se passa, eu sinto um vazio dentro de mim todos os dias, a Cachaça não esta mais fazendo efeito, a única coisa que eu consigo ingerir além da Cachaça, é Café e Refrigerante, sem a Marina na minha vida eu não tenho mais razões para sobreviver, eu ando tendo dificuldades para dormir, mas quando eu caio no sono eu não quero mais acordar, porque a morte não vem logo me buscar?
Eu não sinto mais vontade de Sorrir, não sinto fome, não sinto sede, não sinto ânimo para nada nesta vida, não tenho vontade de sair, não tenho vontade de ver Televisão, ouvir música, eu estou vivendo isolado de tudo e de todos, a minha vida está uma verdadeira desgraça, eu sinto que se eu acabasse com tudo neste exato momento ninguém sentiria a minha falta, eu sinto que as Seções com a Psicóloga, não estão funcionando mais, pois pessoa que me ajudava a ficar bem foi embora, eu jamais pensei que poderia sentir algo tão forte por alguém, antes de eu descobrir que tinha Ansiedade, Depressão e Síndrome do Pânico, quem me ajudava a não ter crises era a Marina, sempre que ela via que eu ia ter uma crise de Ansiedade, ela me ajudava a ficar melhor, ela sempre soube o que fazer para me acalmar, seja com palavras de conforto ou simplesmente segurando a minha mão, me abraçando, me dando um beijo, ela é a única que tem o poder para me deixar mais calmo e relaxado, para me fazer feliz, quando nós estávamos juntos, eu acordava todos os dias feliz, empolgado para pois eu sabia que iria acordar e vê-la ao meu lado, e isso me dava ânimo para abrir os olhos, sabendo que eu iria acordar e olhar para ela, segurar a mão dela, beijar a boca dela, abraçar ela, do calor dela, sem isso na minha vida, eu não tenho razão nenhuma para continuar vivo e respirando, só quem está passando por isso sabe o que é, você acordar e não ter mais a pessoa amada do seu lado, mas eu não sinto falta só da Marina, eu também sinto falta dos Cachorros, dos Passarinhos, dos Gatos, de tudo, ninguém imagina a luta diária pela qual eu estou passando todos os dias, lutando para não dar fim a tudo.
Por exemplo hoje, eu acordei mais triste do que o normal, e a vontade de acabar com tudo, cada vez mais forte, eu tenho uma pequena faca, e eu estou afiando ela quase todos os dias, e em breve com certeza eu irei usá-la em meus pulsos, o Álcool demora muito para matar, as drogas tem que usar muito para surgir algum efeito, envenenamento não é um jeito seguro, pois tem possibilidade de alguém chegar e me levar ao Hospital para tentarem me salvar, se jogar na frente de um veiculo também não é garantia de algo, pois pode acontecer só de eu ficar machucado e internado um tempo, eu pensei também em ir até a praia e me jogar ao mar bêbado, mas pode acontecer de eu ter azar e alguém vir me salvar, eu pensei em ir no Parque do Ibirapuera, dizem que o lago é bom para se “Nadar” quando está bêbado, vamos ver como terminará esta historia, se eu tiver sorte será comigo dentro de um caixão.
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agustdluv93 · 7 months ago
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A morte
O amor destrói muitas coisas na nossa vida. A sua destruição é lenta e fatal. É o oposto das cores. É preto e branco. O amor tira o sono, faz com que a gente se sinta inferior, torce nosso coração e inunda nossa mente. É preto e branco. É destruição. A gente sempre afirma "Não vou passar por isso de novo, essa é a última vez." e na verdade é as primeiras de muitas. É morrer todo dia, é carregar o peso da dor e da perda. A perda do que nunca foi, do que se perdeu e do que foi tirado de nós. É impossível dormir depois de uma decepção amorosa, as horas passam como se o mundo estivesse na velocidade 0.5. É preto e branco. A mente trai como os sentimentos, nos cercam a noite e afogam com as lembranças do passado. Você sente falta de si, da pessoa, dos momentos. O que sobrou de você depois disso tudo? A morte. Vazio. Desconhecido. Perda. Dor. O dia seguinte é uma incógnita, nunca sabemos com resolver ou se vamos conseguir resolver, e a gente espera que o dia seguinte seja melhor, mas o melhor nunca chega, e nuvem vai crescendo e crescendo, o quarto vai ficando cada vez mais frio até a tempestade chegar. Avassaladora. Os dias vão ficando pesados, as vezes leve, depende do quão pesado for a dor. A mágoa vira ódio e o ódio lhe transforma. Vão ter dias que você vai acordar sorridente, animada, decidida, determinada que tudo aquilo foi aprendizado e livramento, vão ser dias as quais você deverá agir. As vezes me pergunto porque da pressa de superar, é pela dor? Racionalidade? Porque se foi amor ou paixão é certo que vão ser meses. Meses. Meses de dor, culpa, choro. Culpa. Um sentimento bastante presente aqui. Qual aminha culpa? Qual a sua culpa? Como eu disse, nós achamos que depois da primeira decepção amorosa, não vai existir outra, até que a paixão bate na porta de novo. Hilário. Patético. Superamos uma dor pelo ódio, essa é a verdade. Pegamos ódio pela pessoa, pelas lembranças porque assim que funciona. Mas o que tem a culpa? É que depois de tudo você percebe que em algum momento da sua vida você se permitiu, você permitiu aquela pessoa entrar na sua vida, você permitiu tudo isso. Essa é a culpa. Culpa. Costumo dizer que a culpa está entrelaçada com o arrependimento, não sou psicóloga, filósofa ou nada do tipo. Sou apenas uma pessoa escritora, que transborda em letras sua dor, retrato experiência de vida, a minha vida. Se existe culpa, então o arrependimento está ali, ofuscado até ser visto. Eu tenho arrependimento, quem não? A gente sempre diz que não terá outra vez, outra pessoa, mas acontece. E quando acontece, você permite, e quando é com a pessoa errada vem a culpa e o arrependimento. Sempre queremos o bem de si próprio, então porque escolhemos os piores. É essa hora que usamos aquela frase clichê "escolhemos o amor que merecemos"? Eu não escolhi nada disso. Eu não escolhi a paixão, não escolhi sofrer. Porque depois de tudo, eu não posso escolher me machucar. Mas aconteceu, o porquê não saberei, não por agora, talvez nem amanhã e daqui um ano. Um dia. A vida é sempre uma incerteza cheia de dores. É preto e branco. Eu não durmo bem tem um mês e pouco, eu não durmo desde do dia que aconteceu, eu não durmo. Eu perco a luta pelo sono, ato falho e bravo do nosso corpo. Não sei o que é deitar a cabeça e dormir bem, é agonizar nas lembranças sozinha, na cegueira das atitudes, ausência e na esperança de melhorar. Sonhos me caçam como presa indomável em busca de um prêmio luxuoso, sonhos me aprisionam no falso amor vivido, sonhos me torturam pela sensações. Acordo cheias de lesões espalhadas pelo meu corpo, roxos invisíveis pelo toque. Minha cama se transformou em uma poça de sangue frio, deito no meu próprio leito, deito em cima do sangue que foi tirado de mim sem meu consentimento. Deito na minha própria morte.
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blogoslibertarios · 7 months ago
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Suspeito de matar psicóloga em ASSU é servidor do TJRN
  O suspeito de matar a psicóloga a Fabiana Maia Veras, de 42 anos, em Assu, chama-se João Batista de Carvalho Neto, ele é servidor do Fórum Miguel Seabra. João Carvalho como é conhecido foi preso nesta quarta-feira, 24, em Natal, no bairro Nova Descoberta, em um condomínio de luxo. Ainda não se tem confirmação sobre o motivo exato do crime. A vítima foi encontrada morta em sua casa, em Assu, no…
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psicoonline · 7 months ago
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A vida é repleta de términos e novos começos, marcada por despedidas que podem trazer uma mistura de emoções.
Em momentos de perda (ou recomeços), é comum se sentir isolado(a), mas saiba que mtos atravessam essa mesma experiência dolorosa e que muda tbm - aos poucos.
Cada indivíduo reage de forma única, seguindo seu próprio ritmo e necessidades. Chore se precisar, não chore se não quiser. Não tem manual.
Ñ existe uma maneira certa ou errada de lidar com o luto ou os finais de ciclo, e é importante respeitar o processo de cada um.
Seja qual for a sua forma de enfrentar esse momento, saiba que compreendemos o que você está passando - ao menos tentamos muito.
Permita-se vivenciar suas emoções sem julgamentos, buscando o apoio de quem te compreende. E uma dica: corte quem é inconveniente nessa hora. Sinta o que quer sentir.
Cuidar de si mesmo(a) é crucial nesse período.
Faça o que for necessário para encontrar conforto e paz, seja buscando ajuda profissional, dedicando-se a atividades que te fazem bem ou honrando a memória da pessoa querida ou do seu pet que se foi.
O tempo é único para cada um, e não há pressa em retomar a normalidade (seja lá o que isso queira dizer, já que há sempre.a pergunta: normal pra quem?
Estamos aqui para oferecer suporte e compreensão, respeitando o seu processo e suas escolhas. Isso vale para os términos de relacionamento, para as mudanças bruscas de emprego, para os finais de ciclo, afinal são suas dores né?
E olha.. Sei que é chover no molhado: mas estamos aqui, para vcs. Fale com um dos psicólogos ou psicólogas do Psico.Online.
#luto #morte #layoff #despedida #despedido #acabouoamor #psicoonline #psicologia #psicólogo #terapia #terapiaonline #problema #compreensão #amizade
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teceladashistorias · 2 years ago
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Como escrever: Arco de corrupção e loucura.
As pessoas odiaram essa cena:
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Mas amaram essa cena:
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E ambas as cenas são praticamente as mesmas, é um momento onde as duas personagens desistiram de quem eram e abraçaram o "vamos queimar tudo, vamos destruir tudo". São cenas seguidas de morte, onde há outros personagens presentes que estão tentando impedir esses momentos, e são cenas que se seguem logo após a paz finalmente ser alcançada ou estar perto de ser alcançada. Eram cenas inevitáveis e que tinham dicas de que iriam acontecer logo nos primeiros episódios, então nós deveríamos saber que esses finais aconteceriam pelas dicas presentes. Além disso tudo, as cenas não eram só desastres imediatos na história, mas também representavam triunfos pessoais para cada uma das personagens, apesar de destruir toda a construção de seus respectivos shows de uma forma chocante.
Então, por quê a cena da Jinx funciona enquanto a da Dany falha?
Yeah, depois de anos discutindo é claro que muitos chegaram a conclusão, e eu concordo, de que a cena da Dany foi totalmente sem sentido e apressada com o roteiro da história, onde toda a cena não tinha onde realmente se apoiar e justificar o que deixou uma sensação de injustiça sobre a personagem. O roteiro teve apenas DOIS episódios para construir como a história dela explodiria, o que deveria ter levado no mínimo uma nova temporada completa (provavelmente duas). Mas é sobre essa parte que eu quero focar: Se eles tivessem tido tempo para construir a personagem da Daenerys como é que teria sido?
E eu vou usar o modelo de Arcane e a trajetória da Jinx para explorar isso. Vamos analisar não apenas como ela se comporta, mas como ela tem falas em sua mente, como a loucura dela a influencia, e também vou citar alguns outros personagens ao longo do texto, então se prepare que vai ser bem longo.
Mas a loucura é o nosso tópico de hoje. Destrinchado da seguinte forma:
Como que uma boa cena de "Queimem tudo" funciona;
Como a loucura pode se manifestar nos personagens e ser separada em "boa loucura" e "insanidade";
Como os sentimentos de luto podem ser usados para alimentar um arco de corrupção bem estruturado e trazer um orgasmo literário para seus leitores.
Uma das coisas que, como psicóloga, eu preciso deixar bem claro é que existe uma diferença enorme entre "Doenças mentais e Estresse mental" e "Loucura / Insanidade", não apenas no universo literário, mas também na vida real.
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Como nós podemos conhecer sobre doenças mentais, estudá-las e acompanhá-las pessoalmente em nosso dia a dia (basta prestar um pouco de atenção nas pessoas ao seu redor para isso e ler conteúdos sobre psicologia), então quando vemos um personagem passando por isso na literatura (ou outro tipo de mídia), nós quase imediatamente criamos um sentido de empatia sobre aquelas emoções, porquê, quando bem escritas e determinadas, elas são familiares para nós, pelas doenças que temos e o estresse da vida real.
Insanidade, não é a mesma coisa.
A insanidade quase nunca é acessível na vida real, nós apenas a conhecemos através da ficção. O cientista louco. O chapeleiro louco. O rei louco. O iluminado. Nós vemos a insanidade nas histórias e não sentimos empatia ou simpatia, nós sentimos medo. A insanidade deve ser vista como um arquétipo de horror, porquê não devemos nos relacionar com ela, devemos temer sua imprevisibilidade.
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Então, quando queremos construir um arco de corrupção, loucura e insanidade, como podemos fazer com que as pessoas queiram acompanhar essa história? Como podemos fazer com que elas se relacionem com os personagens até o momento em que entendam "okay, essa pessoa não tem mais volta" e queiram continuar para observar a resolução até o fim?
Usando a Jinx como um objeto de observação, todos nós podemos ver a loucura dela de forma quase palpável na animação. Ela tem bonecas penduradas nas paredes, tem vozes na cabeça, rascunhos bizarros que a acompanham e fantasmas do passado. Mas essas coisas por si só não são o que tornam o arco dela bom, apenas são representações visuais para nós de como a insanidade dela se comporta.
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Há algo muito mais profundo que alimenta a personagem e seu desenvolvimento, algo que nos faz sentir a dor dela, mesmo que não estejamos do lado que ela defende. Vamos usar como exemplo a seguinte frase da personagem, quando ela captura VI:
"Eu realmente pensei que tinha enterrado esse lugar, mas eu deveria ter entendido melhor. Nada nunca continua morto." - Jinx, Arcane.
Okay, a Jinx solta muitas loucuras e frases incompreensíveis conforme os episódios vão avançando, mas coisas como "Nada nunca continua morto" é uma grande bandeira vermelha de alerta. Para a construção da personagem, essa frase é importante. Por quê?
Jinx passa 07 anos pensando que a VI estava morta e de repente, VI estava de volta com toda essa história circulando ela;
Temos Milo, que ao contrário de VI realmente está morto, mas para Jinx ele aparece em forma das vozes e rabiscos então na cabeça dela ele nunca ficou realmente quieto;
E logo na sequência temos essa frase de Jinx para a VI:
"Você nunca partiu, eu sempre te ouvi, nas sombras da cidade." - Jinx, Arcane.
Que completa ainda mais o que nunca foi dito sobre o outro irmão delas que faleceu;
Também temos o laudo psicológico mais complexo, da quantidade de traumas que Jinx sofreu como Powder, do desejo inconsciente dela de que seus familiares voltassem, da esquizofrenia desenfreada e não tratada que ela sofre e se alimenta constantemente do desejo de ouvir essas pessoas de volta. Quase traduzido como "O trauma nunca morre, ele sempre volta para te assombrar", que é basicamente toda a vida de Jinx.
Mas mesmo com tudo isso, ainda assim não há uma justificativa do porquê o arco da Jinx é melhor do que o arco da Daenerys, então isso se torna uma questão de não ter as respostas erradas, mas sim que estou focando no assunto errado.
O que realmente queremos saber, como autores, não é como a Jinx se comporta, mas sim, POR QUÊ ela se comporta dessa maneira anormal?
Então com as frases de Jinx podemos ter uma noção de como ela se comporta, mas que tipo de pessoa se comporta dessa forma? E que forma é essa? Nós não podemos só dizer "ah ela está agindo de um jeito louco" quando queremos construir uma história, essa é a pergunta que fica "o que significa 'jeito louco'?". Para entender isso, precisamos destrinchar as diferenças entre Doença mental / Estresse mental e Loucura / Insanidade:
REGRA UM: Externalizando conflito;
Todos nós, no mundo inteiro, experienciamos conflito. Alguns de nós mais do que outros. Mas na maioria das vezes quando isso acontece nós não desassociamos de nós mesmos e começamos a ter um diálogo com uma versão maligna de nós mesmos no estilo Smeagle de Senhor dos Anéis. A forma como Jinx se comunica muitas vezes não é sobre como ela se sente, e sim afirmações sobre a realidade que ela vive. "Nada nunca continua morto" é assim que a realidade funciona, "eu deveria ter entendido melhor" é como se ela estivesse aprendendo sobre o mundo e se cobrando por não ter visto o óbvio.
O estresse mental muitas vezes é um evento interno, mas a Insanidade pega esses eventos internos e transforma em uma realidade. Isso tudo combinado com a forma como ela vive, as bonecas penduradas, os rabiscos e as vozes, deixa claro para a pessoa que está acompanhando sua história de que a Insanidade não só tem origem na Jinx, como também está constantemente a controlando e moldando a realidade para ela.
Ok então, três pontos sobre criar a externalização de insanidade para seus personagens:
1: Não é apenas sobre como esse comportamento aparenta destoante com o normal, mas como ele se conecta com quem o personagem é;
2: Temos que ter o conflito entre a pessoa que o personagem costumava ser e a pessoa que está presa nessa nova realidade insana, entre o mundo real e o mundo insano; Na literatura isso geralmente é representado com dois nomes para o mesmo personagem (ex: Powder e Jinx, Smeagle e Gollun, Anakin e Vader, etc), mas você também pode fazer de forma mais sutil.
3: Conflito. Essas realidades precisam gerar conflito entre o personagem contra ele mesmo, o personagem precisa estar vivendo o pesadelo de tentar equilibrar a realidade insana com a realidade verdadeira, é esse conflito que vai alimentar a empatia dos leitores pelo seu personagem e fazer com as pessoas acompanhem até o fim, sempre se perguntando qual lado vai vencer, mesmo que já seja claro que aquela situação não tem volta. Com Jinx nós sempre vemos esse conflito, com ela mandando as vozes calarem a boca, com ela gritando descontroladamente de dor quando é impactada por uma memória gatilho, com ela se julgando mesmo na frase insana "eu deveria ter entendido melhor".
Se faça a pergunta: O que significa para esses personagens viver entre o mundo real e o mundo insano?
É preciso criar uma espécie de paradoxo quando falamos sobre insanidade e arcos de corrupção. Jinx não gosta que todos estejam voltando da morte, mas se não fosse por essas mortes ela não teria trauma o que a faz desejar que eles continuem vivos. Smeagle amava e odiava o anel, assim como amava e odiava a si mesmo. E nós precisamos que essa dualidade esteja expressa na sua história, sem parar, mas em momentos chaves para que nada fique muito exaustivo.
E quando finalmente alcançamos o momento da Jinx de "Queimar tudo" é uma cena triste acompanhada de uma sensação imensa de alívio. Alívio pela beleza do momento, alívio pelo fim do paradoxo, por ela finalmente abraçar um lado, mesmo que esse lado seja o lado ruim da história. Nós sabemos disso, sabemos que é errado, sabemos que ela caiu e se entregou para a insanidade, mas só conseguimos pensar: Finalmente!
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...
Nós não tivemos isso com a cena da Daenerys.
Então, o arco de corrupção e insanidade tem seu Clímax quando o personagem sai do caminho trágico de conflito para seu compromisso máximo com a loucura conquistado por algum ato extremo que só vai fazer sentido para aquele mundo insano que o personagem vive.
Então, por conta de quão dramático esse tipo de plot costuma ser, é preciso que em algum momento da história o conflito do seu personagem entre em um ponto de ebulição. Não pode ser apenas um comportamento estranho que fica se repetindo e as pessoas falam "ah, aqui vamos nós de novo", não. Tem que ter desenvolvimento atrás de desenvolvimento e camadas de o personagem realmente tentando lutar para acabar com isso, tentando se amarrar ao mundo real e continuar lá, mas que deixe claro que essa repressão de suas emoções apenas cause mais conflito e deixe tudo pior, até que o "Queimem tudo" não seja mais apenas uma decisão tomada por impulso e sim um basta para toda essa repressão e agonia, uma salvação que apenas o personagem pode enxergar.
É importante que não haja romantização do ato para a história. O leitor tem que entender que aquilo é ruim, que a pessoa caiu, que ela foi corrompida. Mas ao mesmo tempo a história tem que deixar claro que para o personagem insano aquilo é triunfo, é salvação, é desejo em sua forma mais pura e é destino. Nós não devemos defender, mas sim explicar como tudo aquilo aconteceu, em ordem de causar um impacto significativo nos espectadores.
O clímax da história não deve ser apenas chocante, como trazer um profundo misto de emoções. Nós devemos sentir luto pelo personagem que perdemos, assim como sentir alívio pela tortura ter finalmente chegado ao fim. Nós devemos entender a insanidade como uma coisa horrorosa e apavorante, que agora que alcançou seu ponto máximo, torna toda a história imprevisível. Por fim, o leitor precisa desejar que essa corrupção chegue ao fim, o desfecho precisa ser satisfatório e trazer consequências que vão impactar. Quando o personagem entra na insanidade, o leitor deve parar de apoiá-lo, mas se sentir incapaz de abandoná-lo, chegando até as páginas finais.
Então, tendo tudo isso, como podemos consertar o final da Daenerys? Eu tenho algumas ideias, mas seria interessante ver seus comentários.
Para mim:
É claro que eles tentaram fazer isso durante a história, todo esse arco de corrupção e insanidade da Daenerys não veio do nada, e vários fãs teorizavam sobre isso temporadas antes de acontecer, mas o problema é que estava longe de ser suficiente. Muitos não chegaram no final achando que Daenerys estava errada, e a sensação de que ela foi injustiçada impactou até mesmo quem não gostava da personagem, de tão mal feito que foi o roteiro. Então antes de falar sobre como eu teria escrito, eu preciso apontar os erros que percebi na série em si:
O gatilho do luto: Eles tentaram fazer com que a morte da Missandei fosse gatilho suficiente para Daenerys surtar, mas depois de ela perder dois dragões e ter poucas reações sobre o assunto, pareceu que a morte da amiga foi insuficiente. Daenerys literalmente vê seus filhos empalados, mas ela já passou por tanta desgraça na vida que as atitudes dela foram logo deixadas de lado pelo roteiro. E todas essas coisas ruins foram se acumulando a um ponto que seus fãs estavam "queima, é só queimar todo mundo, não tem para quê se segurar", sendo o oposto de um final desejado para esse tipo de plot.
Imagine assim: Daenerys está finalmente invadindo Kingslanding, ela tem todos os seus três dragões, mas então Cercei revela as Scorpios, e Visserion e Rhaegal são mortos em sequência, Drogon é gravemente ferido e essa é a primeira vez que vemos dragões caindo. Um senso de urgência é criado, e Daenerys perde o controle queimando tudo e todos para salvar a vida de Drogon antes que ele leve um golpe fatal. A guerra acaba então, ficamos aliviados que ela não morreu, mas então percebemos que a cidade inteira foi destruída, que muitas pessoas morreram, os outros personagens estão em conflito sobre o que sentir, a vingança dela não trouxe seus dragões de volta. Mas ao invés de Daenerys sentir culpa, ela gosta daquilo, gosta da vingança, gosta do poder. Ela se tornou a rainha das cinzas, e nós somos atingidos pelo paradoxo da história.
Mas o que tivemos? Dragões morreram e ficou por isso.
Momento de ebulição: Com Daenerys nós não tivemos um momento de ebulição da história, tivemos pouquíssimos momentos onde mostrava que ela estava reprimindo emoções, mas eles nunca eram muito aprofundados, então quando chegamos no Clímax ele parecia fora de ordem.
Realidade insana: Tivemos poucas coisas na história que realmente provavam que Daenerys estava acometida pela loucura. Ela falava coisas como "eu sei o que é bom e ninguém pode dizer o contrário", mas era tudo muito justificado pelas ações que ela tomava, ela libertava escravos, ela salvava mulheres de estupro, como raios isso pode ser definido como insanidade? Eu sei que eles tentaram dar a entender que ela era boa até não ser mais, mas todos aqui podem concordar que foi mal feito. "Ela vai construir uma sociedade de paz" é uma frase muito atrativa, que para ser considerada ruim precisa de muito trabalho. "Ela vai libertar o mundo dos tiranos" enquanto ela mesma se torna tirana era uma saída melhor, que eles tentaram fazer, mas novamente com a falta de desenvolvimento ficou vazio.
Isolamento: É citado no show que Daenerys entrou em um luto profundo, que não queria comer, que não queria falar com ninguém, mas isso rapidamente é esquecido. Daenerys não se mostrou isolada da realidade e presa na insanidade, ela só foi mostrada como alguém que estava sofrendo pela perda de uma amiga. Como podemos julgar ela por isso?
O verdadeiro motivo da insanidade dela? O verdadeiro motivo para o clímax? Eles pensam que nos mostraram isso, mas acho que não. Parece que tudo deve se relacionar ao sangue, e ao vínculo dela com o rei louco (seu pai), e nós temos várias menções sobre isso na série o que ajuda, mas então temos isso:
"Dizem que quanto um Targeryen nasce os deuses jogam uma moeda e o mundo segura seu fôlego" - Varys.
Então... Toda a loucura da Daenerys é isso? Aleatoriedade? Isso não é uma causa e nem uma justificativa, mas sim falta de ambos. E não é satisfatório que um dos arcos mais importantes da história não tenha causas, não tenha base e seja simplesmente assim porquê o roteiro quer.
É o mesmo que olhar para Senhor dos Anéis e dizer: Aqui está o Aragorn, se ele vai virar rei ou não a gente vai resolver jogando uma moeda. Não seu personagem, não seu sofrimento, só aleatoriedade.
E no Clímax eles nos dão um momento decisivo, um momento de escolha, exatamente igual ao roteiro de Arcane com a Jinx, e foi até okay? Só que não tinha nenhum fundamento forte o suficiente para Daenerys escolher ignorar paz e abraçar a insanidade, então a cena falha porquê todo o roteiro falhou antes.
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Queimou foi pouco. Ahem.
Então, o que seria necessário para consertar o final? Que fique claro que meu foco aqui não é na Temporada 8 como um todo e sim no arco de corrupção e loucura da Daenerys. Na minha opnião:
Daenerys precisava de um gatilho para sua insanidade, algo que a colocasse no caminho do trauma, que mostrasse que ela não tinha controle sobre si mesma, sobre suas ações, mas algo que fosse forte o suficiente para o público entender e se relacionar com o sofrimento dela.
Daenerys precisava demonstrar conflito entre quem ela queria ser e quem seu eu insano demandasse que ela deveria ser, o que a faz lentamente cair dentro de armadilhas da própria mente (geradas pelo gatilho), e não saber mais separar o que era realidade e o que era insanidade.
Associação com a nossa própria realidade. Nós podemos começar a ver atos de Daenerys se tornando cada vez mais estranhos e fazer uma associação histórica com nosso próprio mundo. Eles tentaram fazer isso no discurso dela, copiando o mesmo estilo de Hitler de discursar, mas eles deveriam ter trazido muito mais sobre isso. Um discurso é apenas um discurso da forma como eles fizeram, por mais que tenha impacto não foi o bastante para realmente construir algo para Daenerys. Eles poderiam ter feito ela ficar louca pela história da antiga Valyria ao ponto de Daenerys querer destruir Kingslanding e desejar reconstruir Valyria a todo custo, eles podiam misturar isso com o próprio desejo de Hitler de construir estradas e monumentos que durassem séculos. Tornem essa insanidade palpável, façam as pessoas entenderem que ela está começando a entrar em um mundo destoante. O paraíso da Daenerys provavelmente será o inferno para os outros, e era necessário uma ameaça de que esse inferno iria durar.
Isolamento. Daenerys precisa se isolar para que sua mente se afaste da realidade e comece a se perder mais na insanidade, para que ela se convença de que ela está certa e todos estão errados. Eles podiam ter explorado mais o luto dela e a incapacidade dela de se reerguer, mas isso simplesmente não faria sentido com as outras temporadas da personagem, então algo realmente trabalhoso teria que ter sido feito para que a base fosse melhor explorada e o isolamento dela fosse feito. Perder dois dragões, ter um ferido e ganhar a guerra com altos custos poderia ser uma das vias, mas há outras oportunidades que poderiam ser pensadas também, bastava os envolvidos realmente desejarem isso.
Com um plot de corrupção desses há sempre o risco de que: Se for demais acaba sendo muito fora da realidade, e se for pouco explorado acaba sendo insuficiente. É um tipo de plot que se tem muito pouco a se trabalhar, e que muitas vezes quem escreve sente que está pisando em cascas de ovos, então eu não recomendo para iniciantes.
Mas se você realmente quer escrever um plot como esse, então tenha em mente que é um processo demorado, que requer desenvolvimento e que precisa de justificativas suficientes para parecer plausível. Também procure analisar outras histórias que carregam esse tipo de plot, seus erros e acertos, e se imaginar como você teria feito no lugar do autor.
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linofrtdesabafo · 9 months ago
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Terça-feira, 5 de março de 2024
Eu estou cansado de viver, hoje eu acordei mais triste que o normal, não aguento mais a minha vida, a Depressão esta me consumindo a cada dia que se passa, eu sinto um vazio dentro de mim todos os dias, a Cachaça não esta mais fazendo efeito, a única coisa que eu consigo ingerir além da Cachaça, é Café e Refrigerante, sem a Marina na minha vida eu não tenho mais razões para sobreviver, eu ando tendo dificuldades para dormir, mas quando eu caio no sono eu não quero mais acordar, porque a morte não vem logo me buscar?
Eu não sinto mais vontade de Sorrir, não sinto fome, não sinto sede, não sinto ânimo para nada nesta vida, não tenho vontade de sair, não tenho vontade de ver Televisão, ouvir música, eu estou vivendo isolado de tudo e de todos, a minha vida está uma verdadeira desgraça, eu sinto que se eu acabasse com tudo neste exato momento ninguém sentiria a minha falta, eu sinto que as Seções com a Psicóloga, não estão funcionando mais, pois pessoa que me ajudava a ficar bem foi embora, eu jamais pensei que poderia sentir algo tão forte por alguém, antes de eu descobrir que tinha Ansiedade, Depressão e Síndrome do Pânico, quem me ajudava a não ter crises era a Marina, sempre que ela via que eu ia ter uma crise de Ansiedade, ela me ajudava a ficar melhor, ela sempre soube o que fazer para me acalmar, seja com palavras de conforto ou simplesmente segurando a minha mão, me abraçando, me dando um beijo, ela é a única que tem o poder para me deixar mais calmo e relaxado, para me fazer feliz, quando nós estávamos juntos, eu acordava todos os dias feliz, empolgado para pois eu sabia que iria acordar e vê-la ao meu lado, e isso me dava ânimo para abrir os olhos, sabendo que eu iria acordar e olhar para ela, segurar a mão dela, beijar a boca dela, abraçar ela, do calor dela, sem isso na minha vida, eu não tenho razão nenhuma para continuar vivo e respirando, só quem está passando por isso sabe o que é, você acordar e não ter mais a pessoa amada do seu lado, mas eu não sinto falta só da Marina, eu também sinto falta dos Cachorros, dos Passarinhos, dos Gatos, de tudo, ninguém imagina a luta diária pela qual eu estou passando todos os dias, lutando para não dar fim a tudo.
Por exemplo hoje, eu acordei mais triste do que o normal, e a vontade de acabar com tudo, cada vez mais forte, eu tenho uma pequena faca, e eu estou afiando ela quase todos os dias, e em breve com certeza eu irei usá-la em meus pulsos, o Álcool demora muito para matar, as drogas tem que usar muito para surgir algum efeito, envenenamento não é um jeito seguro, pois tem possibilidade de alguém chegar e me levar ao Hospital para tentarem me salvar, se jogar na frente de um veiculo também não é garantia de algo, pois pode acontecer só de eu ficar machucado e internado um tempo, eu pensei também em ir até a praia e me jogar ao mar bêbado, mas pode acontecer de eu ter azar e alguém vir me salvar, eu pensei em ir no Parque do Ibirapuera, dizem que o lago é bom para se “Nadar” quando está bêbado, vamos ver como terminará esta historia, se eu tiver sorte será comigo dentro de um caixão.
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devaneiosoturno · 10 months ago
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São 23:53 agora. É a noite do meu aniversário, exatos 23 anos desde o fatídico dia. Vinte e três anos desde que tudo começou. São 23:53 agora. E eu estou sentada no chão, usando meu vestido já esgaçado de tanto tempo, os pés descalços e as pernas dobradas apoiando-se no chão do quarto que um dia foi meu. São 23:54 agora. Os minutos passam rápido, como que para me lembrar que este dia logo chegará ao fim e que muito se vai com ele. São 23:55. Levei um minuto inteiro para escrever uma linha e meus olhos sequer fecharam-se em um movimento natural de piscar. São 23:56 agora. A cada minuto, sinto que apenas um segundo se passa. É tão rápido. Ainda são 23:56. Ainda é meu aniversário. Ainda estou completando 23 anos. E ainda estou pensando na pesquisa que acabo de fazer em meu celular “quantos comprimidos de paracetamol são necessários para morrer?”. São 23:57 e o pensamento ainda me atormenta. Levantei-me do chão há alguns minutos e fui até a cozinha. Infeliz, ou felizmente, o tempo não me foi suficiente para colocar sequer um terço do meu plano em ação. São 23:58 e meu irmão se senta ao meu lado para dizer que “não deveria tentar nada contra mim hoje, não irei para o céu”. Minha língua se enrola enquanto minha cabeça só consegue pensar que o inferno é aqui e agora. São 23:59.
23:59 e me resta um minuto. Um minuto até que nada mais seja especial. Um minuto até que tudo aquilo que sonhei, esperei e planejei seja finalmente e definitivamente tirado de mim. São 23:59 e esse minuto nunca acaba. Parece tão longo que assusta. São 00:00. É o fim.
São 00:00 do dia 10 de fevereiro de 2024 e eu ainda não morri. Eu continuo aqui. Ao menos, não é mais o meu aniversário. Será que uma pessoa como eu merece o direito de chorar as mágoas de não poder viver aquilo que sonhou? Será que uma pessoa como eu merece sentir qualquer coisa além da ansiedade constante e inebriante da morte?
São 00:01 e eu não passo de uma covarde. Eu penso e repenso e crio cenas na minha cabeça e me vejo caminhando até a cozinha, pegando as cartelas de remédios, uma de cada; Naproxeno, Cefaliv, Ibuprofeno, um frasco de Tramadol; me imagino, mas não faço. Não tenho coragem e todo mundo sabe, até mesmo eu. Eles sabem, todos sabem. Será mesmo que eu não passo de uma farsa? Será mesmo que aos 23 anos eu não sou nada além de uma covarde?
Pensei que fazia tanto; corri contra o tempo sempre com a plena certeza de que esse me seria curto. Me lembro de dizer aos meus pais, sem papas na língua que “sei que vou morrer antes de vocês e está tudo bem”. Será que terei a coragem necessária para um dia, não apenas sonhar e fazer? Será que serei capaz de largar tudo aquilo que penso ter (o que não é nada), finalmente? Duvido muito. Minhas ameaças são vazias. “Se você pensa em se matar desde os 13 anos, é muito provável que nunca o faça”, disse minha psicóloga certa vez. Será mesmo que aquela mulher, em tão pouco tempo, já me conhecia melhor que eu mesma? Será que isso tudo não passa de uma encenação que criei?
São 00:06 e finalmente consigo respirar. Não estou feliz, nem triste. Não estou bem, nem mal. Só respirando. Existindo. Ou pelo menos tentando, mais uma vez. Me sinto uma incompetente na maior parte do tempo e quando não me sinto, tenho a certeza absoluta de que sou. Não há qualquer motivo que leve alguém a comemorar a existência de pessoas como eu. Um erro social, um produto defeituoso, uma falha na famigerada Matrix. Quem sou eu, afinal?
Já faz 23 anos que busco, busco e não obtenho qualquer resposta. Eu sou o pior que existe na Terra. Sou o resultado de um experimento falho. O produto de algum “cientista maluco” levado pelo tédio do cotidiano.
Caminho e, a cada passo, afundo novamente. Meus erros são claros, ainda que eu não os enxergue. Caminho pela lama, em busca de terras mais firmes, sem nunca as encontrar. Caminho e tropeço e bato com a cara no chão. Chego a fantasiar com meus miolos estatelados, derramados com o líquido cerebral, no meio da lama, no meio do meu próprio caos.
De que adianta tentar, sabendo que não há qualquer chance de acertar? Sabendo que, ao sinal de qualquer tropeço, qualquer instabilidade, só me restará o chão. Penso em me orgulhar pela coragem de trilhar um caminho, ainda que em meio a lama. Penso em me orgulhar dos voos que não fui capaz de findar, mas para os quais me impulsionei correndo contra o vento, até dar de cara contra outro muro, ou contra o chão, como de costume.
Não há de que se orgulhar, menina. Tudo o que resta é o gosto da derrota, o sabor do fracasso e o cheiro da morte iminente, que me ronda como os demônios rondam àqueles que são fiéis a Deus.
E se eu morresse essa noite? Parece uma ideia tentadora. Vejo suas cores claras, a alegria do berço da morte, a ironia de morrer no quarto que outrora fora meu. Me imagino morta. Provavelmente pela mistura de bebidas e medicamentos. Com certeza nenhum corpo ficaria bonito após uma convulsão e uma intoxicação grave, mas será que existe no mundo algo mais belo do que a arte da morte? A arte daquela que mesmo em meio ao terror, ainda pode ser poesia.
Me deixaram aqui sozinha. Será essa uma forma debochada de o destino me dizer que chega a minha hora? É provável que todos os deuses e deusas de todas as religiões estejam gargalhando frente a mim agora. Todos sabem que não sou capaz, que não possuo o dom da coragem. Pelo contrário, sempre fui cercada pelo medo de dar qualquer passo, cercada pelo medo do desconhecido, daquilo que não posso ver ou sentir.
Eles riem de mim e me desafiam com seus olhos de fogo, de água, de luz e de tudo aquilo que não posso ter. Eles riem de mim e cochicham sobre como os seres humanos são patéticos, alguns como essa que vos escreve, em especial. Eu sei que é impossível não caçoar. Eu, se estivesse em seu lugar, faria o mesmo. Uma pobre coitada que pensou ser alguém. Todos os dias, homens e seres sublimes, me mostram de diferentes formas o tamanho do desperdício que sou. E eu só posso concordar.
Alguém que pensa em suicídio durante 10 longos anos e até hoje não foi capaz de realizar. O que mais não tive coragem de fazer? Que outras batalhas deixei de enfrentar por medo de perecer?
Sabe, é engraçado falar assim, já que toda vez em que penso em arriscar, termino com a cara na parede. É uma sucessão de decepções, desilusões e fracassos incontáveis. Será que o meu grande objetivo de vida sempre foi, na verdade, fracassar? Talvez seja um destino incontrolável, impossível de se desviar.
Eu sou uma grande decepção. Eu sei que sou. Para mim, para meus pais, para meu irmão, para as pessoas que amei, para as pessoas com quem convivi. Eu não passo de uma farsa. Sou constantemente lembrada de que minha vida não passa de uma coreografia bem apresentada para aqueles que convém. Afinal, quem convive comigo me vê tão diferente. Talvez não ensaie o suficiente. Talvez não finja como deveria. Talvez não seja a pessoa adequada para o papel ao qual me contrataram. Talvez esse seja apenas mais um fracasso, sem volta.
Mas e se eu morresse essa noite? E se aqueles remédios apenas fossem tomados, sem qualquer pensamento. E se eu apenas tentasse? Depois de hoje, acredito que seria um favor a todos, especialmente a meu próprio eu. Quero ir embora daqui, mas não posso. Não fisicamente. Então, se meu corpo ficar e minha alma (se é que ela existe mesmo) apenas se desprender, não estarei quebrando as regras.
Aquela tal de Luisa Sonza que eu tanto gostei não errou em nada quando escreveu “Principalmente me Sinto Arrasada”, minha música favorita durante semanas. Acho graça quando minha mãe me corrige por gostar tanto de uma pessoa tão errada. Será que ela realmente não enxerga o quão errada eu estou? Não no sentido que ela sempre fala, obviamente. “Errada” deve soar como “mal” ou melhor, “doente”.
Deve ser tão “mais fácil” viver em um mundo onde o psicológico é uma escolha e onde nada mais importa além das tuas mazelas diárias. Quantas vezes me vi segurando o choro, o medo, a dor, a raiva, em prol de uma saúde mental “intacta”. Buscando evitar um “CID” que, sinceramente, eu sequer sabia de que se tratava. Será que eu sou realmente tão importante a ponto de ser marcada e conhecida eternamente pelas dores que carrego e pelas fraquezas que demonstro?
Será mesmo que eu nunca fiz nada por ninguém ou será que apenas não fui o suficiente? Mas, afinal, o que seria suficiente? Que tipo de pessoa eles queriam? Quais os defeitos que precisariam se tornar perfeitos antes mesmo que eu existisse? A menina estudiosa, não era suficiente. Busquei ser a trabalhadora, mas também não era tudo, ainda faltava algo. Tentei ser educada, mas ainda existem conversas fora do tom adequado que precisam ser corrigidas antes que seja tarde demais. Tentei ser a prestativa, que auxilia com a casa, com a comida e com todos os outros, até onde é capaz, mas também não era bom o bastante. Eram tantas correções que foi ficando cada dia mais difícil ser perfeita em tantas áreas e de tantas formas.
Nunca fui capaz de preencher os buracos vazios de ninguém, especialmente os meus que hoje são crateras tão profundas que não há terra no mundo que possa preenche-las. E, se nada pode me preencher, de que sirvo aqui?
Tentei me preencher com os estudos, mas era um objetivo raso demais para a menina que almeja perfeição. Busquei a perfeição nas tarefas, mas “tarefas domésticas nunca foram meu forte”, como costumavam dizer. Busquei não reclamar quando doía, ainda que doesse tanto que a única cura fosse encontrar uma dor ainda maior, fosse ela física ou emocional. Quantas vezes entrei em enrascadas, sabendo o resultado final, apenas para poder sentir a dor que seria capaz de encobrir as feridas que não foram feitas por mim.
Quantas vezes abri mão da felicidade e corri para os braços da maldição, sabendo que no fim, só me restaria eu; e a dor. Mas, de certa forma, a dor que se acumulava no peito, a angústia, a ansiedade, o medo e o desespero, seriam ofuscados por aquela dor repentina, dores pelas quais nenhuma menina, nenhuma criança, deveria passar. Ouso dizer que nenhuma pessoa no mundo deveria.
Quantas vezes pensei ter sido machucada ou magoada por alguém quando na verdade era apenas eu, buscando sentir algo mais; buscando sentir.
E hoje estou aqui. Mais uma vez, sozinha. A solidão é minha amiga e por mais que eu fuja, por mais que eu corra e ainda que tente de todas as formas me desvencilhar, ela me atrai. Me atrai e me corta, lentamente, um pedaço de cada vez. Ela se lambuza com a dor que sinto e saliva a cada sinal de mágoa guardada nas crateras que existem em mim.
Quem seria eu se não houvesse a solidão?
-D
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