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#Miniconto
poemasbytessarini · 2 months
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Uma bela mentira
Acenderam a mentira
Para trazer um pouco de brilho àquela terrível verdade
Enquanto muitos buscavam conforto naquela luz
Poucos eram os que aceitaram a escuridão
Pois ela era real
Não um cintilar falso e fugaz
Os que se aconchegaram na claridade, em um curto tempo se esqueceram do que era real
E os que foram fiéis à verdade, observando a paz do grupo enganado, gradativamente começaram a se questionar se o conforto não valeria mais a pena.
- Gabriel Tessarini
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notasdeportamalas · 2 years
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Sentou-se e observou o bolo de aniversário. A chama sobre a velinha bruxuleava. O glacê derretia. Cantarolou a canção de aniversário para si mesmo. Mentalizou o desejo: voltar para si. Assoprou. A velinha tombou para o lado.
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palavrascinzentas · 24 days
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Mari, Trinta Anos, Se Decidiu
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Na postagem da rede social, uma imagem com o escrito "Desaparecida". Nela, a foto de uma mulher de trinta anos, sumida há 2 meses, vista pela última vez saindo do seu apartamento. Na descrição, lia-se: "Galera, dá uma força compartilhando por favor. Se alguém souber da Marina, chama no direct. A gente ainda não desistiu de achar ela 😕".
Os vizinhos não tinham ligado o som, a mãe tinha saído de casa. Deitada no quarto, ela aproveitava o raro silêncio para pensar na vida. Afundada naquele colchão, conseguia admirar as luzes do céu. Sempre soubera apreciar a brisa fresca do verão, o alaranjado do pôr do sol. Mas estava cansada de ver o dia ir embora, o salário curto, as mensagens sem respostas. Será que a vida adulta era assim mesmo ou estava amaldiçoada? Quando pensava nessas coisas, sentia-se ingrata. Tinha comida, um teto, banho quente, roupas para sair. Conversa fiada, era tudo básico. A comida era sempre limitada e não podia se dar ao luxo de comprar nada sem se preocupar com os preços. O teto era alugado e mal acabado, comparado as casas que via no YouTube, vivia num ninho de rato. E as roupas? tudo da Shein ou Shopee, coisa que todo mundo tinha: calcinhas de cinco reais, meias de três, tops básicos, as mesmas calças jeans de sempre, nenhuma joia, apenas bijuterias.
Achou melhor levantar, já estava ficando muito melancólica, com raiva da vida. Afinal de contas, ninguém tinha culpa dela ter nascido pobre — quer dizer, talvez o pai que nunca conheceu. Sentou-se na cama, olhou ao redor pensando no que fazer para espantar os pensamentos. Olhou para a TV, mas já estava cansada de assistir as histórias de personagens, amores perfeitos até quando não davam certo. Amor... tá aí outra desilusão. Namorados, namoradas, tudo a mesma coisa, gente sem responsabilidade, que só via o próprio umbigo. Imaginava que tinha muito amor para dar, mas o que poderia fazer se não existia quem soubesse receber e retribuir? Sentia ódio de ter perdido tempo com muita gente, ódio de si mesma por não conseguir sossegar o facho — como dizia a sua mãe. Olhou para a mesa, onde estava o videogame retrô que comprou na esperança de rememorar a felicidade da infância; não adiantou nada, já tinha trinta anos, precisava ser feliz como uma adulta e não como quando era criança.
Resolveu sair, levar o cachorro para passear, pelo menos aquele sem vergonha estava sempre feliz e, por vezes, a contagiava. Se não fosse por ele, era capaz de já ter sucumbido. Desceu as escadas, saiu da portaria, sentiu um arrepio porque aquele caminho era o mesmo que faria para ir ao trabalho. Amanhã de manhã já seria um novo expediente. Remoeu que era uma maldição ver aquela gente em plena segunda-feira. Tinha como começar a semana bem? Não tinha. Ainda com o estômago vazio ia ouvir as gracinhas do encarregado: "Bom dia, Mari, gostei do pingente". Nojento e incompetente, não sabe gerenciar as próprias calças, é um puxa-saco... não conseguia nem disfarçar, todo dia com aquele olhar cínico e lascivo.
Pelo menos a noite estava bonita, a lua já estava no céu, Mercúrio retrógrado. Talvez por isso o mau humor, essa vontade de chutar o balde, largar o pouco que tinha e ir embora para os confins do mundo. Até que não seria má ideia, mas seria melhor ainda se acordasse amanhã e fosse outra pessoa, qualquer uma, para poder fazer o que quisesse sem se preocupar. Imaginou se fosse homem, mesmo se fosse inútil estaria melhor, tipo o nojento do encarregado: careca, burro, todo caído, e tinha mulher bonita, emprego estável, com a pachorra de ainda querer mais.
Enquanto andava consumida por esses pensamentos a guia voou da sua mão no disparar do seu amigo de quatro patas. Os pensamentos sumiram, Marina foi atrás, viu que ele tinha sumido no mato. Só então notou que estava em uma rua que nunca tinha ido. Foi em frente, entrou na pequena trilha, a lanterna do celular ajudou na iluminação, não podia abandonar aquele sem vergonha. Logo mais à frente, o encontrou, voltando como se não tivesse feito nada. Se agachou para pegar a guia, pensou em brigar com ele, mas ganhou uma lambida e ficou feliz por tê-lo de volta. Se levantou e apagou a lanterna do celular. A lua estava cheia, iluminava suficientemente bem. Olhou ao redor, já era noite, mas a mata era bonita, e ela se sentiu em paz.
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ocontista · 1 month
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Três Moedas e Uma Lágrima
Minha xícara, no momento, era a dona de toda a minha atenção. Chovia forte lá fora e apesar do frio, que era visível através das paredes de vidro, ali dentro o clima era quente e agradável. Imerso em profunda introspecção, uma cena quebrou meu devaneio, como uma gota d’água quando cai pesadamente sobre uma quantidade maior de água. A porta da cafeteria abriu-se. Uma menina surgiu, estacionando seu triste guarda-chuva junto à porta.
A criança era, sobretudo, peculiar. De frágil compleição, algo de adulto fazia parte de sua presença. Talvez o olhar compenetrado, talvez a postura, ereta. Magra. Pele encardida. Trajava um vestido surrado, mas de alguma forma bonito. Ela ficou, por alguns segundos, observando o lugar: toda aquela gente aquecida e bem alimentada... Passou a delicada mão na testa molhada, que o guarda-chuva não conseguiu proteger e depois de prender atrás da orelha uma mecha de cabelo ruivo, dirigiu seu olhar para o balcão. Pôs sua mão esquerda no único bolso que possuía e retirou três moedas. O rosto sério. Algo me dizia que aquela cena não era inédita. “E se elas se multiplicassem...”. Observando suas opções – limitadas – fez seu pedido de forma gentil: – Bom dia, senhor! – Bom dia criança! – respondeu o balconista, surpreso com a situação. – Uma fatia de bolo, por favor! – e entregou seu precioso dinheiro.
Sentou-se à mesa mais próxima, e ao ver o pedaço de bolo teve como primeiro gesto dividi-lo em três. Tomou um deles, e comeu devagar, com os olhos fechados. Uma lágrima surgiu, sem tempo de descer. Rapidamente a limpou. Pediu que embrulhasse o restante para que levasse. Feito isto, pegou seu guarda-chuva e do modo como entrou, saiu: notadamente. A porta se fechou atrás dela, e tudo voltou a ser como antes.
Por Janderson Lira
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mensagemcompoesia · 3 months
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O distanciamento da alma
O distanciamento da alma O que pode ser comparado quando duas almas se encontram e, desse encontro mágico, se tornam íntimas? Acredito que não existe nada igual, especialmente quando essas mesmas almas são íntimas, mesmo estando com seus corpos distantes. Carlos de Campos
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fitacrepe · 9 months
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Eles se amavam, durante todos esse anos eles se amaram, mas como o amor nunca foi dito em voz alta nem mesmo sussurrado propriamente em suas mentes. Sempre soando impossível demais "quem eles eram para ousarem amar e querer ser amados???!", que não perceberam que iam deixando de se comunicar sobre coisas importantes e ate assuntos bobos que gostariam de compartilhar... Crowley nunca soube que Aziraphale era o único anjo capaz de dançar (muito menos que Aziraphale sempre quis uma dança, ao menos UMA - ele não era um anjo exigente), Aziraphale não compreendia que plantas eram o mais próximo que Crowley podia se permitir de querer criar algo, ou como as plantas o lembravam as nebulosas, que o lembrava Aziraphale. E na infinidade de coisas que deixaram passar, o amor que sentiam ia sendo abafado e abafado, de pouco em pouco até parecer apenas uma brisa, tão fraca, que quando enfim um deles ousou tomar atitude, o tal GRANDE GESTO não tinha forças o suficiente. O amor ainda estava lá e sempre estaria lá, na eternidade que lhes cabia, mas já era tão calejado que se recusava a acreditar que um dia poderia ser mais. Mais do que aquele aperto cansado no peito toda vez que pensava no outro... fim.
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williamocosta · 11 months
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MUITO ATRASADO
William Costa
   Embora seu relógio não houvesse sido feito com esse propósito, enquanto corria, o homem o mirava repetidamente, temendo se atrasar para seu encontro, como se isso fosse a chave para não fazê-lo. A verdade é que ele não suportaria se atrasar novamente.
   Felizmente, chegou a tempo. A encontrou sentada naquela praça, tão linda sob a luz da lua.
   Sentou ao lado dela e, com lágrimas nos olhos, lhe pediu perdão várias vezes — embora ela, atônita, não fizesse ideia do motivo. Em meio às perguntas que ela fazia, ele dizia, sem responder-lhe, o quanto gostaria de ter outra chance, mas agora, infelizmente, aquilo era tudo o que era possível conseguir.
   Ele olhou novamente o relógio. A contagem regressiva marcava pouco mais de dez segundos. Ele beijou a mão dela, se levantou e afastou-se de sua visão.
   Quando o tempo acabou, ele inevitavelmente foi mandado de volta, chorando, àquela época tão triste em que ela já não existia, e a deixou esperando por alguém que não chegaria, e sem sequer saber quem ele era.
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theinvisible-2 · 1 year
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Você escreveu sobre o nosso verão, aquele em que nos apaixonamos, aquele em que negamos o sentimento até transbordar nas chuvas de novembro. E prosseguimos sem dizer uma palavra, talvez por medo ou preservação, eu te amava, você me amava.
Amava, não amava?
Amava!
Você escreveu sobre o verão. E sendo antagônico às grandes comédias românticas, nosso verão foi triste.
Nosso amor só floresceu no inverno, quando a chuva veio para regar-nos. Essa era a nossa estação afinal.
Nós crescemos tão belas, como os lírios que aprendi a admirar, aqueles que se adaptaram ao ressoar da nossa rusticidade.
E eu entendo a felicidade a partir das ações mais domésticas que vivemos. Do seu filme favorito que eu sabia que ia odiar. Ou o seu livro favorito que eu aprendi a amar.
Vivemos o frescor do inverno, com o vento na cara, cabelos emaranhados na cama. Você deitada em mim, meus pés descansando sobre os seus.
E nessa cidade de duas estações, o verão precisava voltar.
E como que para provar, nosso romance morreu, foi em um novo agosto, numa manhã ensolarada, a chuva caia de seus olhos, e se fazia tempestade dentro de mim.
Fomos embora, como quem repele o calor dos corpos para não suar.
Nós partimos, e explicando a semântica da palavra, nós quebramos uma a outra e fomos embora friamente como se não significasse nada.
Mas significa.
E me perco em devaneios, cenários sobre um novo inverno enroladas na minha cama, assistindo um filme longo, lutando contra o sono.
E eu lembro de você por todo o inverno.
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lumigita · 2 years
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#Brasil #autoral #Lumigita #canva #mulheresqueescrevem #conto #miniconto #café #amor #pia #escritora #palavras #lardepoetas #poesia #poetisa #contosdocotidiano https://www.instagram.com/p/Cp5yz1iPjVp/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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aspalavrasdecamilla · 2 years
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Rabanadas - Miniconto
— Uma rabanada pelos seus pensamentos.
 Ale nem precisava se virar para saber quem estava lhe oferecendo a rabanada. Essa voz fazia parte dos seus melhores sonhos há alguns meses.
— Não acho que seja certo aceitar alguma espécie de pagamento da dona dos meus pensamentos, mas pra mim fazer desfeita é pior ainda. Então, vou aceitar a sua oferta, muito obrigada — Ale pegou a rabanada da mão da sua namorada dando um pequeno sorriso em sua direção, enquanto pegava em sua mão e a trazia para o seu lado.
— Pensando em mim? — Perguntou Isa, arregalando um pouco os olhos por trás dos óculos.
— Sei lá, talvez eu esteja meio nostálgica — Ale respondeu — Lembrando de tudo o que a gente passou nas últimas semanas.
 Ale não imaginava que no momento em que fosse para a varanda, todas as recentes lembranças apareceriam.
 Começou a lembrar de como a mudança para um apartamento com a namorada foi repentino, depois que sua avó disse que não queria mais que Isa fosse para a casa das duas. Não poderia negar que já pensava em ter um lugar só para as duas, mas sequer imaginava que isso teria que acontecer em circunstâncias tão tristes, e ainda mais vindo de um familiar seu.
Contou todos os seus pensamentos para Isa, que apenas deu um pequeno sorriso e fez um carinho em sua bochecha.
 — Agora está tudo bem meu amor — Disse Isa,  estendendo a mão na direção de Ale — Vem, vamos comer mais rabanadas.
 Ale deixou ser guiada em direção a mesa, com a certeza que agora tudo estava bem.
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leoviso · 2 years
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Cena avulsa (imaginária)
Casal apaixonado periférico que tinha pouca grana e morava em bairros muito distantes. Se encontrava na catraca do metrô para economizar a passagem. Um dia ele ia até a estação dela, no outro invertiam… (in progress)
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poemasbytessarini · 1 year
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O Campo da Resiliência
Sobre um vasto campo verdejante, onde a grama contrastava apenas com o amarelo das flores que desabrochavam pelo terreno fértil a abaixo de um dia de sol com o céu tão azulado, o casal de jovens se entrelaçava de paixão.
Recostando os corpos sobre a grama debaixo de um frondoso carvalho, a dupla de amantes dividia os olhares entre a pessoa a quem desejavam e as poucas nuvens que circulavam pelos céus.
Em uma atenção plena a cada cintilar de emoção que surgia em seus corações, suas mentes e cada fibra de seus corpos, durante horas, o casal talvez tenha sentido e expressado as melhores percepções que a humanidade tenha descrito nos dicionários até essa época.
O rapaz fazia carícias leves com a superfície dos dedos sobre o queixo até a bochecha da bela moça enquanto ela, com a cabeça sobre seu peito, apoiava a mão no coração de seu enamorado em um ritmo de movimentos circulares tão lentos que o momento de felicidade união não demonstrava jamais se encerrar.
Poucas interrupções ocorriam em tão perfeito dia. De tempos em tempos, alguns pássaros sobrevoavam e cantavam na direção do casal. Em raras correntes de vento, algumas das milhares das folhas da árvore caiam e eram levadas pelo ar.
Fosse o ponto exato em que estavam no terreno do mundo ou o próprio desejo de Deus, aquele momento que viviam não tinha expectativa de chegar ao fim. Eternamente um dourado dia, o casal apaixonado poderia usufruir de todos os palpitares, todos os toques e todas as sutis sensações de felicidade que proporcionavam um ao outro.
O brilho de seus olhos cristalinos como os mais límpidos oceanos só tinha a se acentuar e o arrepio da superfície de suas peles só tinham permanecer em um estado duradouro de deleite da proximidade um com o outro em tão resplandecente situação.
Surpreendentemente, a noite começou a cair. A cor azul bebê do céu tomou um aspecto inebriante de azul petróleo. As nuvens que se dissipavam e tomavam variadas formas com o vento passaram a ter um aspecto espesso e acinzentado, e os pássaros que antes cantavam em uma harmonia intermitente deixaram o silêncio preencher com constância todo o ar.
Era o início do fim do milagre que estava permitindo aos apaixonados apreciar a si mesmos na alegria do dia sem nenhuma conturbação do mundo exterior.
Contudo, o casal de jovens continuou a sorrir um para o outro e para o céu que mudava diante de si. No vento frio da noite, se abraçaram e mantiveram aquecidos seus corpos. Durante o silêncio gélido, começaram a conversar, e não importasse qual fosse a situação que diante deles se deparasse, a paixão dos dois enamorados saberia se adaptar.
- Gabriel Tessarini
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notasdeportamalas · 2 years
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Olhei por cima dos ombros. O garotinho magro ainda estava sentado na escada que antecedia a entrada da igreja. Pedia esmola. Virei-me para frente. O padre levantava a hóstia no alto. O cálice dourado com vinho refletia a luz do lustre de cristais que pendia do teto. Notei com desconforto os anjos com cara de dor nas laterais do altar. Desviei minha antenção, mas meus olhos cairam sobre a imagem crucificada e ensaguentada de Jesus. Uma senhora, que dias atrás se tornou notícia no bairro por expulsar a filha grávida de casa, estava de olhos fechados, ouvindo a voz do padre, parecia emocionada. Tentei me concentrar no que o padre dizia, me distraí de novo, agora com o anel opulento que ele usava no dedo. Notei o sujeito ao meu lado olhando para a bunda da mulher no banco da frente. Virei discretamente o rosto para a entrada novamente. O menino descansava o rosto sobre as mãos.
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slightly-brazilian · 2 years
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Procurando um miniconto de Natal pra ler?
Achou!
*The web version of the site has a translator tool on the side tab.
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contoterror · 5 months
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Ele sempre gostou das vozes e risadas de seus amigos.
Ao menos até os enterrar no quintal.
Agora, ele só queria que eles ficassem quietos e o deixassem em paz.
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mensagemcompoesia · 3 months
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O intimidador
O intimidador  É tarde da noite, e os minutos demoram a passar. Nenhum pensamento é capaz de me acalmar. O dia chega, e com ele vem o estresse provocado por mais uma noite de pura insônia. Carlos de Campos
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