#Eu Queria Que Você Salvasse A Minha Vida
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ENAMORARSE ES CREAR UNA RELIGION CUYO DIOS ES FALIBLE
Precisei que Deus me abandonasse para que eu sentisse a sua presença. Eu preciso matar alguém dentro de mim.
Me pergunta sobre o meu exorcismo
#Eu Queria Que Você Salvasse A Minha Vida#JESUS DIED FOR SOMEBODY'S SINS#whoever the fuck that may be#a vovó está preocupada com o meu juízo final#i need a big god big enough to fill me up#come on put a little love here in my void
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data de validade
eu não estava aberta pro amor e pra todas as suas ilusões românticas que possuem uma data de validade.
eu não queria um príncipe encantado, ninguém que me salvasse de porra nenhuma.
eu não queria dividir a minha vida, compartilhar os meus medos, meus traumas de infância e do coração.
mas você tentou, você chegou devagarinho, inocentemente… você fez tudo certo pra me conquistar e eu cheguei no ápice da loucura ao ponto de abrir a porta e te entregar a única chave.
você me fez te amar, me ofereceu uma falsa sensação de amor para me manter ali, confinada na ilusão de que a vida não seria boa sem você.
abruptamente, você veio e foi embora tão rápido quanto chegou.
eu só não entendo, como você foi capaz de me fazer tantos machucados se eu só te ofereci amor.
#imagines#meditation#outdoors#poem#poetry#religion#animals#arquivopoetico#textos cruéis demais para serem lidos rapidamente#iandealbuquerque#poemas de amor#amor imposible#amor perfecto#igor pires#você é incrível#eusoucapaz#spirituality#adventure#amor distancia#memes#mentesexpostas#igor persona#falseamore#traitors
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Dear Professor…
CAP 0 - PRÓLOGO: O Começo do Fim...
⚠️TW: assassinato, sangue, morte, paranormal
‘’Essa câmera tá ligada?’’
‘’É claro que ela tá. Olha a luzinha.’’
‘’ENTÃO POR QUE A IMAGEM TÁ PRETA?’’
‘’EU SEI LÁ. TECNOLOGIA É CONTIGO MANO.’’
‘’…’’
‘’Será que quebrou?’’
‘’Se tiver, eu vou vender o seu rim pra comprar outra… VOCÊ NÃO TIROU A TAMPA DA LENTE.’’
‘’ah desculpa.’’
—————
O Paranormal não vem para a nossa Realidade de maneira fácil. Ou pelo menos era isso que eles pensavam. O Paranormal existe, ele existe em um outro plano, um Outro Lado, paralelo e sobreposto ao nosso. Ao mesmo tempo que ele está em completo contato com o nosso lado, a nossa Realidade, ele está inteiramente separado.
Existe uma barreira, um véu, uma Membrana que nos separa de horrores além da consciência. Mas o Outro Lado é imparável, ele precisa destruir. Por isso é possível afinar essa Membrana, enfraquecê-la em condições tão catastróficas, que a nossa Realidade fica comprometida.
Era isso que el# pensava enquanto pegava a faca. El# sentia o chamado do Outro Lado formigando nas pontas dos seus dedos. Era extasiante. Todo o poder, todas as possibilidades, todas as vidas que estavam a sua mercê.
El# caminhava lentamente pelos longos corredores anteriormente habitados e agora desertos. Um sentimento de perigo eminente sufocava todo ser vivo naquele prédio, quase como se a própria Realidade quisesse avisá-lo, quisesse que ele fugisse, se salvasse. Mas infelizmente, algumas vidas estão fadadas a acabar, a terminar precocemente, em lágrimas e em dor.
Ele sentava na frente de seu computador catalogando as últimas notas no sistema da escola. Essa era da tecnologia cansava a alma de idoso dele. Por que ele simplesmente não podia entregar o pacote de provas corrigidas para o secretário? Por que ele tinha que catalogar cada nota individualmente em um formulário que nunca funcionava?
Ele estava quase desistindo quando o computador mequetrefe que ele tinha comprado só para aquilo começou a ter mais dificuldade que o normal. Era quase como se algo estivesse interferindo com a imagem.
‘’Desculpa XXXXXXX, não é nada pessoal.’’
E a dor veio.
Ele sentia o fio frio da lâmina deslizando por seu pescoço. O liquido quente que antes significava sua vida agora evidenciava a sua morte. Com a sua garganta aberta, ar nenhum conseguia alcançar seus pulmões.
Ele sentia como se estivesse se afogando. Pequenos e curtos espasmos escapavam de sua garganta. Sua voz estava perdida para sempre e todas as palavras não ditas pesavam em seu peito. Ele conseguia sentir a vida indo embora. Tudo que um dia foi importante para ele escapando para a inexistência.
Seu movimentos se tornavam letárgicos e suas mãos já pareciam não funcionar. Sua visão começou a diminuir lentamente, a escuridão da morte ofuscava a luz fraca do computador.
Nos seus últimos pensamentos, ele só pedia, orava para qualquer ser que tivesse algum tipo de poder que el+s não estivessem mais lá e que el& lhe perdoasse por não ter aparecido.
—————
‘’Eu juro que eu vi uma luz lá.’’
‘’Por que teria uma luz lá? Aquele lugar está abandonado a séculos.’’
‘’Três anos, mas esse não é o ponto.’’
‘’E qual é o ponto?’’
‘’Que tem alguém andando pela escola e eu quero ir lá também.’’
‘’…’’
‘’Eu sei que você não gosta de pensar sobre aquele lugar, mas eu queria muito saber o que aconteceu.’’
‘’Não importa o que aconteceu, a culpa é minha.’’
‘’A culpa não é sua, não foi você que matou ele.’’
‘’Mesma coisa se eu tivesse.’’
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Me peguei duvidando em tudo que passamos, tudo que vivemos foram coisas que eu criei que todas as situações que eu te amei que eu te chamei, que eu ri e no final eu chorei. Faz anos que eu tento viver sem você, mesmo você não fazendo ideia é bagagem demais pra você carregar, a culpa não é sua eu te poupo por todo essa dor que eu carrego mas toda essa dor tem nome e infelizmente tem sua assinatura. Daí você aparece na minha vida, sem mais nem menos eu escondo tudo por debaixo dos panos, me fecho e sorrio ninguém deve saber sobre os dias que eu chorei e me arrependi as coisas da vida me fizeram ver o quão eu me tornei sombrio. Eu brilhava e fazia o mundo girar, até me perder sozinho, eu queria que você me salvasse, é claro como o sol, me tornei dependente de um sentimento que nunca floresceu, eu fugi, mas eu mesmo me sufoquei no meu próprio nó. "Esse amor está me possuindo", eu ouvi isso várias vezes, mas a verdadeira história é que eu sou o vilão do meu próprio Lago dos Cisnes acordo tarde e me sinto impotente de protagonizar meu próprio destino me dê seu amor e sua mísera atenção pra me sentir livre.
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Hoje é seu dia, e você não está mais aqui. Se eu conseguisse mandaria um balão bem lindo em direção ao céus, para que você soubesse que eu me lembro todos os anos do seu dia, sem faltar um se quer. E sinto sua falta como nunca achei que sentiria, todos os dias, em todos os momentos, nos que eu queria que você estivesse feliz comigo e nos que eu queria que você me salvasse, de toda essa maldade a minha volta, como você salvou tantas vezes. Eu me sinto órfã sem você, porque foi isso que perdi quando você se foi, minha segunda mãe, que me criou, que sonhou comigo antes de me ver, que sabia que eu viria antes de ninguém saber. Eu nunca vou superar o fato de você ter tido que descansar, mas eu tambem sei que você precisava. Mas eu nunca vou te esquecer, eu vou falar de você para todos meus filhos e netos, do quanto você era boa, do quanto me amou e do quanto eu amo você e vou amar para sempre.
E prometo que enquanto eu respirar, você viverá para sempre, porque eu sempre vou me lembrar de você.
Feliz aniversário vó, obrigada pela honra de ter te conhecido, de ter vivido toda minha vida ao seu lado, enquanto você esteve aqui. 🤍
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Deixar vc ir foi a pior loucura que eu já fiz.
Como vou seguir minha vida, a vida que você me ajudou a ter sem você nela? Pra quem eu vou contar as novidades, meus problemas, minhas alegrias? Vc foi o meu tesouro mais precioso que eu já tive, tentei cuidar ao máximo, mas acabei quebrando. E agora toda essa angústia me consome. Como pude deixar isso acontecer? Queria poder voltar no tempo para saber como cuidar da melhor maneira, para que eu jamais te perdesse.
“...É como se eu estivesse me afogando e você me salvasse...”
-S
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Oiii, tudo bem? Espero que sim.
Eu gostaria de fazer um pedido.
Com o cenário aonde a S/N é uma terapeuta que trabalha para a Vought e está avaliando os Super. Você pode fazer a leitora x qualquer personagem!
obrigada 😘
Olha, eu trabalho com publicidade mas tenho um fraco por psicologia. Acho a mente humana fascinante, principalmente quando se diz respeito a criminosos. Eu inclusive me afoguei em casos de true crime, até comprei um livro sobre a Suzane Von Richtofen por causa do psicológico dela. Então eu simplesmente amei escrever esse imagine aqui, até porque eu pude pegar um pouco do que eu li e aprendi sobre isso.
Por isso, acabei escolhendo o Homelander como o Super que vai interagir com a leitora. Eu espero que você goste!
Terapia com o Diabo
Palavras: 1.782 Avisos: Menção de violência sexual Ligação: Homelander x Leitora Terapeuta Contém: Menção a serial killers, menção a casos de crianças com psicopatia, transtornos mentais. Pedidos fechados Apenas +16 PARTE 2 THE BOYS MASTERLIST
A sua profissão era gratificante.
Você amava a ideia de ajudar as pessoas, fazer com que elas se conhecessem melhor e fazer com que aprendam a lidar com os desafios da vida. Para você, ser uma espécie de “confidente”, onde as pessoas podiam ir e falar sobre suas vidas sem quaisquer julgamentos, era uma honra e o seu propósito. Você acreditava que aquilo faria o mundo um lugar melhor.
No entanto, também tinha seus fardos. Existiam coisas que eram difíceis de serem ouvidas, até pra você com todo o seu conhecimento e bagagem profissional. Pacientes que sofreram de violência sexual, por exemplo, exigiam de você um estômago que nem sempre você conseguia ter. Era algo que você falava com a sua terapeuta, e você mantinha um mantra em mente: Apesar de tudo você ainda era humana, e estava tudo bem se sentir assim.
E quando a Vought te convidou para trabalhar como terapeuta d’Os Sete, você pirou. Era a chance da sua vida!
Ou, pelo menos, foi o que você pensou no início.
Não era raro você ouvir coisas que te embrulhavam um pouco o estômago, como a vez em que The Deep contou a você sobre a forma que ele “recepcionou” Starlight. Você sentiu náuseas mas, por fora, permanecia impassível, apenas o observando como um pedido silencioso para que prosseguisse.
Todos eles eram, simplesmente, não apenas produtos da mídia como também eram fantoches do mundo publicitário. Você já teve alguns pacientes políticos e, na verdade, você achava Os Sete um caso parecido: Ambos entravam para o ramo com o intuito, muitas vezes, de ajudar as pessoas. No entanto, acabavam por se corromper no meio do caminho, esquecendo de todo o seu propósito em ajudar os outros.
Você percebia um ponto em comum entre Os Sete: Todos, com talvez a exceção de Starlight, estavam preocupados demais com os seus próprios egos para serem heróis de verdade. Eram todos narcisistas demais.
Mas Homelander era o pior deles.
A infância de alguém era a parte mais importante da vida de uma pessoa. Uma infância traumática poderia acarretar em um adulto problemático, como no caso de Mary Bell e Beth Thomas. O caso de Homelander não era diferente: sua infância carente de afeto, criado como um rato de laboratório, tinha peso no homem que ele se tornara.
Homelander era o seu mais infame paciente. Embora ao mesmo tempo fosse fascinante estudar uma mente como aquela, já que um dos motivos pra você ter feito psicologia seria desvendar os segredos da mente humana, cada sessão era assustadora e fazia você repensar seu posto na Vought. Você havia estudado o caso do Ted Bundy, e você achava que ele e Homelander eram muito parecidos.
Em suma, você estava entrevistando um serial killer. Facilmente um dos mais cruéis e doentios.
“Bom dia, Homelander.” Sua voz era suave, assim como o sorriso que você dirigia ao super que havia acabado de se sentar no divã.
“Bom dia, Doutora.” Ele devolveu a você o sorriso, mas o sorriso a maneira dele: Os cantos da boca repuxados para o lado em um sorriso que você reconhecia como forçado.
“E então?” Você pousou as mãos no seu joelho, o olhando com o melhor olhar receptivo que você podia fingir. Ali, naquele consultório, as suas sessões com Homelander faziam com que você sentisse que merecesse um Oscar “Como foi a sua semana?”
“Bem…” Ele se deitou no divã, os olhos azuis a encarar o teto e as mãos unidas em frente ao ventre “Nada de novo. Na verdade teve um pequeno incidente com a Maeve. Às vezes ela tão… Patética.”
“O que houve?”
Demorou um tempo até que Homelander conseguisse de fato nutrir alguma confiança em você. Na verdade, ele só passou a te contar as coisas com detalhes quando percebeu que conseguia tirar algo das sessões. Elas eram produtivas a ele, o faziam pensar. Você não sabia se dava graças a Deus por conseguir tirar algo dele, ou se praguejava devido aos horrores que ele te confidencializava.
“Você deve ter visto no notíciário sobre o Vôo 37.”
“O que havia sido sequestrado pelos terroristas?”
“Exato! Eu e Maeve tínhamos que resgatar o avião. Conseguimos derrubar os terroristas, mas quando eu matei o último deles, na cabine do Piloto, eu atingi o painel. E aí, o vôo estava condenado. Disse para Maeve que o nosso trabalho estava acabado, que devíamos ir embora e ela relutou. Queria que eu salvasse os passageiros!” Ele soltou uma risada, mas uma natural. “Dá pra acreditar nisso?”
Oh, ia ser uma longa sessão…
“E então?”
“O que ela queria que eu fizesse? Que eu voasse 137 vezes do avião até terra firme? Ah, patética, patética!” Ele negou com a cabeça, nitidamente bem-humorado. “Agora, imagine só: Você está em um vôo com 137 pessoas gritando ‘Socorro, Homelander!’, enquanto a sua parceira idiota insiste que você deveria fazer algo pra salvar todo mundo. Eu estava perdendo a paciência, então ameacei todo mundo com os meus olhos e eles finalmente sossegaram. Eu não culpo eles, quer dizer, são tão vulneráveis. São insetos!” Ele olhou pra você, com os cantos da boca puxados em um sorriso forçado “Sem ofensas.”
Homelander era um assassino sangue frio. Não apenas mas, assim como Ted Bundy, ele era um narcisista. Ele gostava da sensação de poder que invadia seu corpo quando via que as pessoas o temiam, quando sentia que tinha o poder para decidir se aquela pessoa viveria ou não. Ele não se importava se matar simplesmente por matar era contra a lei. Homelander não ligava para a lei ou qualquer tipo de regras. Além disso, da mesma forma que Bundy acreditava ser plenamente capaz de defender a si mesmo em seu julgamento e que não precisava de advogados, Homelander pensava que era um deus encarnado, andando entre os ‘insetos’, simplesmente por ter poderes.
“E como você se sente sobre a Maeve?”
“Ela me incomodou um pouco com o drama do avião, mas tudo bem. Tenho certeza de que depois que eu falei com os repórteres, próximo aos destroços do vôo, ela entendeu. Isso tudo vai ser uma excelente oportunidade de fazer com que a nossa presença no exército aconteça.”
Um sociopata.
Comportamentos empáticos não faziam parte dele. Era inapto a tal. Egocêntrico, Homelander era incapaz de amar alguém. A relação que ele tinha com Stiwell, por exemplo, passava longe de amor. Ele não sentia isso, muito pelo contrário: Homelander tinha com ela um sentimento de posse. Ela era dele, e de mais ninguém.
Uma dúvida martelou a sua cabeça: Homelander deixou o avião cair de caso pensado? Seu estômago estava embrulhado, você se sentia mal com aquela consulta. Como a Vought podia deixar alguém como ele n’Os Sete?
A resposta era simples: Eles não se importavam. Homelander era rentável, e isso era tudo o que importava.
Aquele era um dos momentos em que você dava graças a Deus por Homelander ser egocêntrico o suficiente pra ficar deitado no divã, apenas pensando em sua própria vida, ao invés de te analisar e perceber que você estava completamente apavorada. Era como se um passo em falso, uma palavra errada, fosse custar a sua vida.
E você daria um fim naquilo hoje.
Você conduziu a sessão normalmente. Ao final, deu um aperto de mão a Homelander como sempre fazia e fechou a porta. Lágrimas invadiam o seu rosto ao pensar em cada vida que foi perdida em vão naquele vôo e, pior, você tinha certeza de que Maeve contaria sobre o vôo na consulta dela, no início da próxima semana. Em uma tentativa de se acalmar, você pegou um pouco de Nespresso e sentou-se em frente ao seu MacBook. Ali, bebericando o café, você redigiu o seu e-mail de demissão.
Pronto. Você estava livre.
Ou pelo menos você pensava.
* * *
Outra semana se iniciou, e o fato de você ter trabalhado na Vought fez com que você conseguisse um consultório mais confortável, além de ter aumentado o seu preço de consulta. Você estava encerrando o seu dia. Seu último paciente havia deixado o consultório, e você já se preparava para voltar para casa quando ouviu uma voz familiar vinda do seu divã.
“Você faz muita falta lá na torre.”
Homelander te olhava com seus pares de olhos azuis doentios, seu sorriso falso e as mãos assassinas atrás do corpo. Ele estava em pé, próximo ao divã, e você sentiu o corpo inteiro congelar. Um nó se formou na sua garganta, e suas mãos vibraram em puro pavor.
Então ele te mataria ali? No seu consultório?
Tentando tomar o controle da situação, você forçou um sorriso leve.
“Perdão, Homelander. Não vi que estava aqui. Precisa de alguma coisa?”
“Na verdade eu preciso.” Ele começou a caminhar até você lentamente “Eu não queria encerrar as nossas sessões, então vim te perguntar qual vai ser o nosso novo horário.”
Você estreitou os olhos.
“Achei que a Vought fosse contratar outra pessoa.”
“Na verdade eles colocaram um incompetente no seu lugar. Eu realmente prefiro que continuemos de onde paramos.” Ele parou em frente a você com seu sorriso, os olhos que emanavam pura insanidade “Eu gosto das nossas sessões.”
“Fico feliz que goste do meu trabalho e que aprecie os nossos resultados, Homelander” Você deu a ele um sorriso, mas por dentro ainda estava em puro pavor “Mas eu não tenho horários disponíveis. Minha agenda lotou facilmente depois que vim pra esse consultório novo.”
“Ah, mas eu tenho certeza de que você pode me encaixar. Posso te pagar bem.”
Como dizer não para Homelander sem colocar a vida em risco?
Você caminhou até seu tablet, na sua mesa. Tomou-o em mãos e deslizou o dedo na tela, analisando um horário. Você não precisava que ele te dissesse que você seria bem paga. Na verdade, você estava plenamente consciente disso. O ponto era que você poderia trocar todo o dinheiro do mundo para ficar em paz, sem precisar lidar com Homelander. Sem muita escolha, você concluiu que reservaria um único dia para as suas sessões com ele. Assim, sua cabeça não ficaria tão cansada ao ainda precisar lidar com outros pacientes.
“Tem disponibilidade na sexta de manhã? Às nove.”
Ele assentiu, dando o mesmo sorriso que ele dava quando conseguia algo. Um de puro contentamento.
“Claro!”
“Ótimo então.” Você digitou ‘Homelander’ no espaço correspondente ao horário. Pousou o tablet na mesa, próximo de seu MacBook “Pronto, está feito. Sexta, às nove da manhã.”
“Ah, perfeito! Obrigado. Tenha uma boa noite.”
“Boa noite, Homelander.”
Ele caminhou até a sua sacada. Com um pulo, ele voou pelos céus. Você se deitou no seu divã, apavorada. Será que você nunca se livraria dele?
Tudo o que te restava, agora, era ser a terapeuta do Diabo encarnado.
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Eu fiz esse texto por que eu precisava te dizer..
Eu não posso te deixar, você é como uma brisa de ar fresco é como se eu estivesse me afogando e você me salvasse. Eu sou apaixonada por você, eu sempre estive apaixonada por você.
Até parece engraçado ouvir isso vindo de mim, eu escondi por tanto tempo esse sentimento, eu reprimi tanto e até hoje eu não sei porquê, mesmo que tivesse barreiras por quê eu não tentei? Talvez eu não fosse madura o suficiente pra assumir isso que eu sentia e por quê eu estou assumindo agora?
Porque eu não suporto mais esconder ou tentar não sentir isso, porque quanto mais eu tento não pensar, não sentir mais eu sinto e mais eu quero. Eu sempre fui apaixonada por você e meu medo era assumir isso pois sempre tinha algo ou alguém no caminho. Eu passaria horas aqui falando sobre o que eu sinto, falando de você e da sua beleza mas ficaria maior do que possivelmente já irá ficar.
Sem mais delongas, eu queria que você soubesse o quão bem você me faz, que o meu sorriso é sincero com você, você consegue me acalmar de uma tal forma que chega ser loucura, seu abraço me conforta, estar na sua presença me deixa em paz. Você consegue trazer paz para o caos que sou, Você consegue a melhor versão de mim sem ao menos fazer esforço. Eu sou apaixonada por cada detalhe seu,
Pelo teu sorriso,
Pelo teu olhar,
Pela tua boca e seu jeito de falar,
Pelo seu jeito de andar, de agir
Pelo seu nariz que eu sei que você não gosta, mas eu amo,
Eu sou apaixonada pelo seu cabelo encaracolado,
Apaixonada por cada mínimo detalhe que forma a mulh que você é.
Eu queria te emprestar meus olhos para que você conseguisse ver a pessoa incrível que és, queria que você se visse da mesma forma que eu te vejo. A mulher que merece ser feliz, que merece todo amor do mundo, que merece alguém para estar sempre com você, alguém que te apoie, que te ame, que te valorize e que te veja como prioridade pois você não merece menos que isso.
Te amo!
Mas independente de tudo o que eu realmente sinto, eu gostaria que você soubesse que eu sempre irei te respeitar, que em primeiro lugar eu sou eternamente grata por ter a chance de ter uma mulher companheira igual tu na vida, sua amizade significa muito pra mim.
Eu não sei se eu teria outra oportunidade dessas pra te dizer, mas você é importante pra mim. Obrigada por existir, você está em minhas orações.
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Não é sobre você ser o pior ou melhor, não é sobre os outros serem inferiores à você por que eu sei que existe alguém que vai me olhar de vagar, e me tocar com calma me olhando diretamente nos olhos. Eu sei que tem alguém com mais estilo, que fala sobre todos os assuntos e tem historias de vida de se realmente invejar longe do âmbito de pseudo esforço pessoal. Eu sei, que existe alguém que diz que o meu corpo é o mais bonito que já tocou e que vai se esforçar pra me deixar verdadeiramente excitada. Eu sei. Mas não é sobre existir alguém com qualidades que eu gosto muito, eu, ao contrário de você não sou comparativa em nenhum ramo da minha vida. É simplesmente uma questão de escolha. Eu tinha te escolhido, não como o melhor, mas o que meu coração desejava, quem meus olhos anseava, quem eu daria minha misera vida caso precisasse. E não vem me dizer que não seria assim por que eu não sei amar de outra forma. E te digo isso desde o principio. Esse é o amor dos meus pais, dos meus avos, da minha tia angela pelo meu tio.
Queria estar do seu lado quando salvasse a primeira vida, meu coração já se estremeceu quando me contou que viu sua primeira morte. Eu queria estar pra te limpar das energias densas e da cobrança excessiva que os familiares dos enfermos depositariam em você. Queria estar no seu primeiro parto, e acima de tudo que estivesse no meu. Mas não me senti segura, e vejo agora como eu tinha razão e fiz a melhor escolha por que você concretizou tudo que eu tinha medo.
E por que mesmo com tudo eu fiquei 7 meses ainda te escolhendo?
Não é sobre suas qualidades ou defeito dos outros. É sobre escolha. E você por pensar sempre no comparativo "esse é muito bom mas aquele sorvete é ainda melhor" sempre com a falta de apreciação pelo que se têm no momento, respingou em mim. "devia ter comido essa puta quando tava solteiro" "essa gostosa treina lá na body" São meninas lindas, realmente. E quantas vezes não deve ter as comparado a mim? "Que mulher" pra amanda.. enquanto eu me desdobrava pra conseguir realizar tarefas simples.
Graças a Deus eu tive forças pra ir embora de você, e pobre da proxima mulher que te tiver.
você não vai mudar por que reprimir suas vontades não é mudar, é só abafar o que você é.
é impossivel tirar essa vontade de afirmação dos seus amigos. Mas até entendo isso, por que eu vejo como vc era sem sal antes de me conhecer.
e sobre eu não ter conseguido transar com outro cara, meu corpo parece ter nojo da saliva, do cheiro, as perebas de outro corpo, a higiene duvidosa, a possível doença sexualmente transmissível.. por onde essas bocas passaram? e, essa língua chupou outra buceta? Eu realmente me tornei um ser difícil. Se antes já me achava impossível de ser galanteada, agora então, é necessário um laudo gigante para me levar pra cama.
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Task 005 - 𝓐 𝓱𝓮𝓻𝓸'𝓼 𝓳𝓸𝓾𝓻𝓷𝓮𝔂
“All these voices in my head get loud I wish I could shut them out Trade my joy for my protection Ask for help, you call it weakness Where is the real me? Where is the person that I know I’m sorry I let you down It’s my fault, I know I’m selfish Traumas, they surround me I’m paralyzed (Let you down/Trauma/Paralyzed - NF)
Nota OOC: Primeiramente, quero pedir perdão a você pobre alma que clicou no ler mais, essa task está gigante já aviso, não leia se estiver cansado(a). Aproveitei da task pra desenvolver algumas coisas mais específicas da Annie, então pode ficar meio confuso para alguns, mas tentei ao máximo facilitar a compreensão para qualquer alma que ousasse se aventurar a ler. Queria agradecer muito a @brianlefay e @not-ladydi pela participação especial, vocês são dois anjos na minha vida <3 Agradecer também a maravilhosa @bornoftheocean que foi meu apoio durante a escrita e me motivou a seguir escrevendo. E principalmente a @nymphakovalena que me ajudou a editar os erros desse quase tcc aqui, me ajudou muito nas cenas de combate também por que eu sou péssima. Então, love u guys! S2
Aparições que roubaram a cena: (os reais protagonistas deste conto)
Jinskí, o furão espertalhão Foguete, o guaxinim resmungão Accalia, a loba sensata Aldolf, o lobo do Leonard
Agora que já exaltei os maravilhosos animais que fizerem parte dessa task, sem mais delongas deixo aqui para vocês o link da task. E a task também segue abaixo.
𝑳𝒊𝒌𝒆 𝒂 𝒃𝒊𝒓𝒅 𝒊𝒏 𝒂 𝒄𝒂𝒈𝒆
“But there’s a scream inside
that we all try to hide
we hold on so tight
we cannot deny”
(Bird set free - Sia)
Aviso: A leitura a seguir contém menções com fogo e queimaduras, caso você tenha algum desconforto com assunto, recomendamos que não leia.
Merlin como sempre havia salvo o dia dos aprendizes, tudo isso em um piscar de olhos, o caos havia desaparecido e tudo estava de volta ao normal, com exceção dos aprendizes feridos, isso era óbvio. Por tudo ter acontecido tão rápido diante de seus olhos, ela presumiu que o mago havia feito uso de alguma magia temporal ou algo parecido, mas não possuia tanto conhecimento no assunto para que afirmasse tal especulação. Os aprendizes feridos se encontravam bem melhor, mas ainda precisavam de cuidado até estarem completamente bem outra vez, mas os danos psicológicos seriam difíceis de reparar, o que já era esperado dado todos os últimos acontecimentos. Feridas emocionais eram difíceis de sumir, sendo um desafio até para as artes místicas. As coisas que a magia podia fazer sempre lhe causavam certa admiração, mesmo que não tivesse qualquer pretensão em aprender suas artimanhas ou obter mais conhecimento do que o necessário. Talvez isso era advindo da criação que havia tido, o pai sempre fez o possível para manter os filhos longe de magia, fosse ela boa ou má, era simplesmente inaceitável para Florian, efeito colateral do que havia acontecido a esposa por conta da Rainha má, talvez. Dentre os gêmeos, Leonard era o único que havia demonstrado qualquer interesse por magia, mesmo que apenas na infância e isso não havia acabado nada bem, mas fora culpa dele afinal... Sabia muito bem o que aconteceria se o pai descobrisse que estava mexendo com magia e crianças não são muito espertas, era apenas óbvio que o rei descobriria uma hora ou outra o que Leonard andava aprontando escondido no castelo. Porém, Anika concordava que queimar tudo na frente do irmão havia sido uma atitude um tanto exagerada do rei de Schneeland. Fora inclusive nesse incidente, que ela havia desenvolvido o medo que tinha de fogo, ver o irmão correr entre as chamas para tentar salvar algo, do qual atualmente ele tanto desprezava, havia lhe deixado em completo pânico e desde então se via completamente paralisada quando cercada de muito fogo ou fogueiras, mantinha sempre distância. Não sabia exatamente o por que do fogo lhe aterrorizar tanto, visto que o calor ardente não tinha a alcançado. Durante o momento, seus olhos permaneceram paralisados, e até mesmo os sons de dor de seu irmão não haviam chegado aos seus ouvidos. O choque lhe abateu depois, sendo marcada pelo medo, enquanto Leon adquiria lembranças na pele. Depois de algum tempo, presumiu que aquilo devia estar relacionado ao fato de serem gêmeos, assim tendo uma ligação maior. Uma conexão que se fortalecia nas maiores desgraças.
As coisas se tornaram ainda mais estranhas no instituto quando a redoma cercou a ilha, deixando a sensação de estarem sem saída, isolados e completamente impotentes. O pior era permanecerem com o inimigo entre eles e poderia estar em qualquer lugar, sendo qualquer um. Ao menos essa era sua interpretação sobre aquilo, não era das mais espertas, mas sentia que o culpado do ataque não poderia estar muito longe quando o diretor chegou, a redoma era uma clara forma de o manter ali dentro, uma medida drástica para evitar que o resto de mítica tivesse que lidar com algo parecido ou até mesmo pior do que eles haviam vivenciado. O que tornava tudo ainda pior, todos pareciam manter o olhar da desconfiança, e todo o trauma ocasionado apenas dificultando qualquer convivência pacífica. Todos estavam presos e engaiolados, ansiando pelo o momento em que seriam libertados, assim como pássaros que haviam sido negados de seu direito primitivo. Não existia melhor analogia para isso, e uma coisa que a Snow havia aprendido desde muito nova era que pássaros foram criados com o intuito de serem livres, e pintarem os céus com suas asas, não para ficarem presos e serem analisados como objetos de aquisição. No entanto, a princesa fazia o possível para compreender as atitudes tomadas pelo diretor, mesmo que parecessem sem sentido ou muito impulsiva. Pelo menos em sua concepção, se ninguém pudesse sair, isso significaria que cedo ou tarde iriam descobrir quem era a o malfeitor de todos aqueles terríveis incidentes. A herdeira da Branca de Neve esperava que tudo se resolvesse o quanto antes, que o fim da confusão e melancolia fosse em breve, pois as vozes estavam se tornando cada vez mais audíveis em sua cabeça e ela temia que não fosse a única a escutar tais murmúrios maldosos, indicando a terrível prova de que sua teoria de que o culpado estava preso com eles era sensata, e por mais que estar certa fosse bom, desejou estar pensando se forma errônea. Era difícil passar as horas do dia com aquelas suposições, a sensação de estar em constante ameaça apenas dificultando um respirar suave, sem o ofegar do desespero.
Tinha sido recente o comentário em que mencionou sobre como não costumava se lembrar de qualquer sonho ou pesadelo que tinha enquanto dormia, brincava que possuía um sono tão pesado que dormia tal que se assemelhava a um cadáver, e agora ela se perguntava se era possível ter sonhos mesmo após a morte. Ou se seriam apenas uma amostra de uma punição do narrador, rever seus piores medos diante de si. Agora aquele questionamento se tornava irrelevante, levando em conta sua vitalidade e os pesadelos pareciam lhe perseguir como uma forma de compensar os anos que não os teve, e no mundo dos sonhos todo seu controle era nulo e não era capaz de simplesmente ignorar as adversidades que surgiam. Em suas atuais tormentas noturnas, ela não tinha controle sobre si mesma, era como se fosse apenas uma espectadora dentro do próprio corpo, a mente gritava e implorava por ajuda, mas nenhum som deixava os lábios, mesmo que sentisse sua garganta rasgar com o desespero constante. Qualquer comando sobre o próprio corpo era inalcançável, ganhando em consequência uma das piores experiências da qual ela havia tido, desejando que tal coisa permanecesse apenas para as horas de sono. Suas próprias ações pareciam sem sentido quando permanecia naquele estado, se dando conta do que estava acontecendo apenas ao atear fogo por todo cômodo, as chamas brilhando em seu tom alaranjado e consumindo tudo que era possível, incluindo o oxigênio da sala. A fumaça dificultando a respiração e fazendo com que o pulmão sofresse em busca de ar. Não justificativas para que iniciasse um incêndio, o fogo lhe deixando paralisada pelo medo, não conseguia fazer nada senão permanecer no centro da sala observando as chamas se manifestarem e destruírem tudo que viam pela frente, o que lhe incluía, a pele envolvida pelo calor, abraçada pelo fogo lentamente como se para prolongar o sofrimento e a dor. Um abraço mortal, tentando encerrar sua existência. A ardência espalhando por seus braços, descendo até às pernas e chegando ao peito. Uma sensação de queimação estridente, sua derme se desmanchando, uma agonia nada morna ou suave. Era uma dor incapaz de ser descrita com meras palavras, arrancando exasperação de seus lábios, causado pelo consumo do ardor. Era como estar se desfazendo em pedaços, apagando quem era e deixando os rastros de um passado, se destruindo da forma mais dolorosa. Transformando em cinzas, tudo o que um dia foi. E então, só então, ela conseguia gritar, um grito estridente de dor alto o suficiente para que despertasse de seu sonho, tal como acordasse a pobre colega de quarto.
Sempre considerou que o medo que tinha de fogo fosse pela conexão que tinha com o irmão, já que ele que havia vivenciado algo traumático com o elemento, mas quando lhe questionou se o mesmo estava tendo tais pesadelos, ele negou, o que apenas lhe deixou ainda mais confusa. E as vozes a chamando para se aventurar na floresta, se tornavam cada vez mais insistentes e frequentes, em sua concepção os argumentos que as vozes usavam eram bem convincentes, sua melhor amiga havia desaparecido e era claro que ela se agarraria a qualquer oportunidade de a encontrar outra vez, ainda com aquela sendo uma ótima chance para provar a si mesma de que era uma pessoa boa e altruísta. A única coisa que a segurava era a sensação de não ser forte o suficiente para que salvasse alguém e ainda voltasse viva, a morte não era bem algo que qualquer um almejava, mesmo que às vezes a princesa tivesse o mal costume de se colocar em situações arriscadas.
Então, ela recorreu a pessoa que achou ser mais habilitada para lhe ensinar mais sobre lutas e armas, já havia utilizado o auxílio de Diana outras vezes e a conhecia por tempo o suficiente para saber que ela jamais recusaria lhe ajudar perante aquela situação, mesmo que como já era esperado, ela quisesse a acompanhar em sua jornada. Coisa que Anika negou, argumentando que não queria colocar a Hunter em risco, o que fez a outra rir um pouco, já que entre as duas a que correria mais riscos era a princesa e não precisava ser muito inteligente para constatar tal coisa. Mesmo com a batalha de argumentos em sua maioria inválidos, usados pela herdeira da Branca de neve, a outra concordou em lhe treinar mais, para que estivesse preparada fosse lá o que tivesse de enfrentar dentro da floresta.
—Ainda acho que eu deveria te acompanhar. — Diana falou enquanto atacava, o primeiro fora desviado, com sorte, um puro instinto que havia dado certo. Mas um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, não tão rápido. Ao mesmo tempo que seu corpo fora para trás e em direção a esquerda, Diana conseguiu ser ainda mais rápida. Com um avanço instantâneo, direcionou a perna direita para enroscar na sua própria, tirando sua atenção por momentos necessários. O suficiente para que seu ombro fosse empurrado, dividindo os movimentos em direções opostas, não tendo outra opção a não ser a queda, ocasionada pela falta de equilíbrio. —Está vendo?
Agora no chão, a respiração era instável e ofegante. Poderia desistir, mas não se daria por vencida. Desceu os olhos por segundos ao corpo alheio, apoiando as mãos no chão em um estalo de tempo, dando o impulso certo. Com um supetão, levantou o quadril e as pernas, conseguindo agarrar a cintura alheia, com força o suficiente que a trouxesse para baixo, rolando ao lado e invertendo as posições. A mão ágil logo sacando a adaga que carregava rente ao próprio corpo e a pressionando sob a garganta alheia, usando força necessária apenas para que ela sentisse o gélido do objeto metálico contra a garganta. —Você é uma ótima professora, Di, vou conseguir me virar.
Sabia muito bem que a Hunter poderia inverter a situação caso quisesse, sempre seria muito melhor em combate do que a princesa, mas talvez estivesse expressando um pouco de bondade e educação ao não a contrariar quando Anika parecia tão contente com o feito. Não treinaram apenas combate corporal, mas também o uso de outras armas brancas caso o seu uso fosse necessário, a princesa gostava muito do arco e flecha, visto que poderia o usar mantendo certa distância do inimigo, era algo que combinava consigo, nunca enfrentar o problema cara a cara. Não tinha tanto conhecimento sobre como manejar uma espada, então, não achou que treinar esgrima lhe traria qualquer vantagem quando tinha tão pouco tempo. Diana parecia ter confiança no que havia ensinado a princesa, mas ainda parecia receosa em deixar que outra encarasse a floresta sozinha, falando por uma última vez no fim do treino.
—Se mudar de ideia, não hesite em me chamar, Snow.
Toda a situação com a redoma e as vozes era difícil o suficiente, e a herdeira da Branca de Neve ainda tinha arranjado outro problema a ser resolvido, o guaxinim. Merlin havia de fato salvo a vida de diversos aprendizes, mas não havia tido a mesma consideração ou sucesso em fazer isso com os animais da floresta e a família de Foguete foi uma das que sofreu com isso. Ele havia realizado uma aliança, junto a ela e Calliope, na esperança de salvar sua família, mas quando chegaram ao esconderijo do bichano, chegaram tarde demais. O pobre animal havia ficado completamente desolado e a princesa não o culpava por isso, ela sequer podia imaginar toda a dor que ele estava sentindo ao perder aqueles que eram tão importantes para si, a sensação de que se não tivesse os deixado para buscar suprimentos, poderia ter os protegido ou.... Morrido junto deles ao menos. Jinskí e Anika faziam o possível para o consolar, na esperança de que se ele tivesse suporte conseguiria enfrentar tudo aquilo e ser feliz outra vez, era o que a família dele iria querer. Isso gerou uma aproximação imediata, banhada na confiança após tragédias, mesmo que Foguete ainda estivesse com certo receio em relação a Accalia, a loba branca da qual Anika cuidava desde a infância. E agora, ela tinha os três animais tentando a convencer de não entrar na floresta e que se o fizesse, deveria os levar junto, o que era um absurdo sem cabimento algum.
—Já disse que essa é uma ideia horrenda! Você não está pensando direito sobre isso, Annie! — A visão do furão lhe dando uma bronca no meio do jardim era um tanto estranho para quem via de fora, mas ela já estava bem acostumada com aquilo, Jinskí gostava de se auto dominar a voz da razão na vida da princesa. —Por que você nunca escuta o que eu digo?!
—Por que ela é claramente desmiolada! —A voz do guaxinim era empregada de seu mal humor costumeiro, havia descoberto nesse meio tempo de vivência que Foguete costumava ser bem rude e mal humorado quando algo lhe preocupava, o que ela achava fofo já que mostrava que ele era um animal do bem e que se preocupava com os outros mesmo que suas falas fossem rudes ao se expressar. Não era como se o pudesse culpar por não saber expressar bem os sentimentos, era difícil. —Me leva com você! Eu não tenho nada a perder e certamente conheço o lugar melhor que você.
—Já disse que está fora de cogitação levar qualquer um de vocês! É muito arriscado! E por favor, não fale assim, Foguete, você ainda tem uma vida toda pela frente… Não quero que nenhum de vocês se arrisquem por mim, quero que fiquem a salvo. — Foi a primeira vez da qual ela se pronunciou desde que começaram a lhe passar uma dúzia de sermões, os adorava imensamente e não queria que nenhum mal ocorresse a eles, claro que também sentia certo receio em ir sozinha, mas não queria colocar mais ninguém em risco, isso significava que ela era uma boa pessoa, não? —Sei que querem ajudar, então, peço que fiquem no instituto e protejam os outros aprendizes, eles vão precisar de vocês.
—Você também pode precisar da nossa ajuda na floresta, Anika. — Argumentou Accalia, a mais calada dos três animais, talvez por ser a mais velha e menos tagarela ali, ela mais observava do que falava, justamente o que parecia incomodar Foguete. —Se me permite, está sendo extremamente hipócrita ao pedir que não nos coloquemos em risco quando fará justamente isso. Você não deve nada a ninguém, tem pessoas mais preparadas para lidar com a situação sem que você tenha que se colocar em risco, não é a sua responsabilidade.
—Vocês não entendem, se existe uma chance de resolver tudo isso o quanto antes, eu preciso tentar! — Tentou argumentar, por mais que as palavras da loba tivessem lhe pegado desprevenida, sabia Accalia tinha certa coerência no que falava, mas aquele não era momento para coerências. Aquela era sua chance de agir de forma altruísta, de se arriscar em prol dos outros, mesmo que não sobrevivesse para contar a história, ao menos teria provado o que queria provar.
—Mesmo que você tenha que morrer pra isso?! Você sequer se escuta quando fala, garota? Coragem tem de sobra, porque bom senso tá em falta! — Accalia e Jinskí lançaram um olhar feio para Foguete, que parecia indiferente com os olhares, estava falando a verdade dele da forma que melhor sabia se expressar. —Não adianta ficarem me olhando assim, não tenho culpa dela ter pistache no lugar do cérebro!
—Você não precisa ser tão rude, já falamos sobre isso Foguete… — Tentou o furão, mas Anika apenas fez um gesto com a mão para que ele parasse, não precisavam entrar nessa discussão também.
—Ele está apenas se expressando e bem… Se isso faz vocês felizes, eu não irei mais na floresta então. — Respondeu após um longo suspiro, tentando dar um fim e toda aquela discussão, se ajoelhando na grama e afagando a cabeça de cada um deles, ouvindo um resmungo de Foguete na vez dele, o que lhe fez soltar uma pequena risada antes de seguir em um tom de voz mais sério. —Mas me prometam que ficarão em segurança!
E eles prometeram, ainda que estivessem desconfiados da súbita mudança de coração da princesa e estavam completamente certos em tal desconfiança, visto que ela havia mentido apenas para os manter longe de todo o problema. Estava tão acostumada a mentir para lidar com as situações difíceis que já o fazia com maestria, as vezes até mesmo esquecia que poderia ser sincera, apenas pelo costume de lidar com tudo da forma mais bela. Tinha consciência do quão arriscado aquilo poderia ser, mas ela não se importava com o que teria de enfrentar contanto que tivesse a mínima chance de encontrar algum dos desaparecidos, nem que morresse tentando. Aquela era sua chance de fazer algo realmente bom, assim provando a si mesma de que estava errada nos últimos dias, de que ela poderia ser tão boa quanto a mãe era, que estava longe de ser uma pessoa ruim, que não tinha culpa das coisas que aconteciam ao seu redor, da forma como as pessoas próximas dela pareciam sofrer. Antes de partir em sua jornada, ela por mais que soubesse que era errado acabou roubando duas poções de cura de Nymphadora, sabia que se caso pedisse ou falasse sobre, também não lhe deixaria ir e já estava cansada de ficar sentada esperando que outra pessoa tomasse alguma atitude.
—Garanta que nenhum deles venha atrás de mim, lhe recompensarei mais tarde, Aldolf. — O lobo assentiu em concordância, Aldolf era o fiel escudeiro do irmão gêmeo de Anika, mas como apenas ela conseguia se comunicar com ele, ambos haviam criado um laço também, mesmo que ela preferisse não pensar em como ele havia se iniciado, o importante era a lealdade do animal a ela. Afagou a cabeça do animal e sorriu em sua direção, antes de começar a se afastar, não sem antes olhar para trás e se despedir. —Até logo, eu espero.
𝒀𝒐𝒖 𝒄𝒂𝒏'𝒕 𝒂𝒍𝒘𝒂𝒚𝒔 𝒓𝒖𝒏𝒂𝒘𝒂𝒚
“Welcome to the panic room
Where all your darkest fears
are gonna come for you”
(Panic Room - Au/Ra)
Aviso: Interrompemos a programação para os advertir de que o arco a seguir contém: Sangue, agressão aos animais e a mulher, muitas cobras e morte, muita morte. Você foi avisado e escolhe se quer prosseguir, aconselho uma pequena pausa para beber uma água e descansar os olhos.
A floresta assombrada era densa e as árvores enormes e assustadoras, sempre deixando a sensação de que algo se escondia entre elas. Claro que ao passar tanto tempo entre elas, medo não era algo que lhe definia em relação a isso. A única coisa que incomodava, eram as vozes estarem sussurrando algo do qual ela não conseguia compreender, como um segredo que ninguém poderia saber. Talvez nem mesmo ela. Causava um frio na espinha, gatilhando um instinto automático de se encolher entre os passos que dava, temendo o que estava por vir. Considerava que havia se preparado bem, visto carregava as duas poções na bolsa de couro lateral, caindo do ombro até a cintura, guardando o que havia pego. Era escura, segura e fácil de carregar. O arco longo estava em sua mãos, e logo na calça, um cinto acoplava as duas adagas que havia levado, mantendo-as rente ao corpo. E como em um livro, aquela talvez fosse a hora em que tudo parava ao se deparar com uma ameaça, os pés se recusando a avançar e o susto imediato ao ouvir o rugido de um urso. Sua primeira reação foi negar, balançando a cabeça para espantar o que quer que fosse, sem acreditar se isso era real ou apenas uma ilusão sonora. Quis se segurar na afirmativa de que estava louca e aquilo não estava acontecendo.
Esse é apenas o começo… É viver ou morrer… Apenas um poderá sair vivo daqui.
Um embaralho de sussurros se formou em seu ouvido, o tom sendo macabro e lhe embrulhava o estômago, um terrível enjôo causado pela negação. Não queria aquilo, qualquer coisa menos aquilo. Mesmo depois do que ocorreu na infância, quando quase morreu por conta de um urso furioso, ela não possuía um medo horrendo do animal, obviamente possuía certo receio e optava por manter uma distância segura, tal como fazia com qualquer coisa ou tópico que lhe incomodasse, e naquela situação ela estava sendo obrigada a enfrentá-lo. Lutar contra um animal ia contra tudo que ela acreditava, era inaceitável para si, mas não importava o quanto ela tentasse chamar o urso, gritar e pedir que não a machucasse, nenhuma resposta era obtida e tudo que que ganhava eram os rugidos furiosos. Lágrimas começaram a rolar pela face dela, que só se deu conta disso quando a visão ficou embaçada, presa em um looping temporal, flashs do passado em sua frente, reprisando o próprio sofrimento. Voltava a sentir as garras cortarem sua pele, só que daquela vez não haveria ninguém para lhe salvar e ela mesma havia se certificado disso, estava se sabotando, como sempre, e as consequências se tornavam piores. Passou as costas da mão no rosto para o secar, não tinha tempo para choro agora, estava na hora de provar que ela era forte o suficiente para se proteger sozinha e sem a ajuda de ninguém. Ainda assim, tentou um chamado pelo urso uma última vez, como se pudesse o alcançar com algum grito.
—Você não precisa lutar comigo… Eu… Eu posso ajudar você!
Mentiras não vão lhe ajudar agora, princesa…
—Eu não estou mentindo!
Berrou para o nada, no fundo reconhecendo que aquilo era mais uma das milhares mentiras contadas. A estupidez se mostrava nítida ao prometer ajuda ao urso, quando não fazia ideia de como ajudar o animal, inclusive com este seguindo a irracionalidade e cada vez mais próximo de si, não lhe dando outra alternativa senão disparar uma das flechas na direção dele, visando não o acertar, mas o distrair ou qualquer coisa próxima a isso. O que claramente não funcionou e apenas serviu para o irritar ainda mais, não queria sucumbir a ideia do que a voz tentava incitar, não queria o ferir. E pela segunda vez na vida, ela se via diante de um animal que havia perdido completamente qualquer habilidade de comunicação, não queria aceitar aquilo, mesmo que ela mesma já tivesse o dito em uma conversa antes. Se as coisas fossem tão fáceis de serem resolvidas, não haveriam guerras. E naquele momento, ela travava uma batalha interna contra si mesma, o instinto de sobrevivência contra sua empatia para com os animais, era como a voz havia dito, era viver ou morrer.
Pensei que quisesse achar os desaparecidos… Mas vejo que não está tão disposta assim…
—Eu estou! Juro que estou! — Falou de forma desesperada, tentando se afastar do urso o máximo que podia, subindo em uma árvore que esperava ser alta o suficiente para que ele não a alcançasse, afinal, não tinha qualquer chance em um combate corpo a corpo com o animal.
Não é o que parece, se realmente quiser salvar alguém vai precisar salvar a si mesma primeiro… E só existe um jeito de fazer isso…
Ela sabia disso, queria dizer que não havia entendido, mas apenas fechar os olhos e ignorar o problema não o resolveria, não naquele momento ou momento algum de sua vida, ela estava aprendendo a lidar com isso aos poucos e da pior forma possível. Mirou no urso outra vez, mas dessa vez sabendo que deveria o acertar mesmo que isso fosse contra cada átomo de seu corpo, ela não tinha outra saída senão ir contra seus ideias. Quando a flecha foi disparada, seus olhos foram fechados com força, e os dedos tremiam, não de medo, mas apenas aflição e tristeza, que só aumentou ao ouvir o choro de dor do animal ao ter a flecha perfurando o olho direito. Sentiu uma lágrima quente descer pela bochecha, enquanto preparava outra flecha e a disparava, agora acertando o braço do urso, que se aproximou dela de forma rápida, completamente dominado pela fúria. A princesa se agarrou ao tronco da árvore e tentou subir mais na árvore, mas não foi rápida o suficiente visto que o animal conseguiu capturar sua bota e rasgar a pele da perna direita, recolheu a perna para cima, a adrenalina era tanto que sequer sentia a dor ardente da ferida.
Você não pode fugir para sempre… uma hora vai ter que enfrentar seus problemas…
Eu sei, ela quis gritar de volta, mas achou que seria inútil discutir com uma voz que soava em sua cabeça. Ela teve de reunir toda a força e coragem que tinha para colocar o arco atravessado nas costas e pegar uma de suas adagas, ela se odiava pelo que faria a seguir e por mais que por um momento tivesse cogitado que seria mais fácil acertar a si mesma e não o urso, esse pensamento logo se dissipou, ela precisava sobreviver, não pelos outros, mas por si mesma. Em um milésimo de segundo, ela pulou nas costas do urso, o braço esquerdo se agarrando ao pescoço dele, a mão direita que empunhava a adaga se cravou no pescoço do animal. A lâmina entrava e perfurava entre os pelos, chegando na pele e deixando rastros da violência. Esfaqueou não apenas uma, mas diversas vezes. A adrenalina e exasperação tornando tal ação possível, mesmo que sentisse que a cada perfuração, era um pedaço de si que ia embora. O urso urrou em dor e ela gritou junto enquanto o animal caía no chão, ficando por cima dele e simplesmente não conseguia parar, o apunhalando no ritmo em que as lágrimas rolavam livremente pelo rosto, sendo impossível de contar. As gotículas do líquido vermelho espirrando até seus traços faciais estarem manchados, indicando que havia tirado uma vida com as próprias mãos.
Agora isso é interessante… mas o apunhalar pelas costas é um pouco cruel, não acha?
Foi a voz soando em sua cabeça que fez com que ela saísse daquele terrível transe e parasse de apunhalar, soltando a adaga no chão em puro choque com o que havia acabado de fazer, as mãos cobertas pelo sangue do urso. Ela não queria acreditar no que havia feito, mas ao olhar para os olhos sem vida a sua frente, ela não teve mais dúvidas do que havia acontecido. Subitamente não tinha mais forças, deixou que o corpo tombasse contra o cadáver abaixo de si, o abraçando enquanto chorava e implorava por perdão, mesmo que soubesse que não obteria qualquer resposta, já era tarde demais para que obtivesse qualquer perdão vinda do corpo sem batimentos que se agarrava em desolação. Mesmo que soubesse que não havia mais nada a ser feito naquela situação, era inevitável que se sentisse mal por ter o matado e todo o sangue que encharcou suas mãos lhe deixavam aflita, fez o que teve de ser feito, mas torcia para que nunca mais tivesse que chegar aquele extremo tão doloroso outra vez.
Apenas se levantou quando mal conseguia mais respirar direito devido ao choro, calçou a bota quase completamente detonada pelo urso, só então sentindo a dor na perna direita, tendo de passar a colocar mais peso na perna esquerda ao caminhar, sabia que tinha de seguir em frente ou tudo aquilo teria sido em vão e prometeu a si mesma não deixar que a morte do animal fosse em vão. As vozes haviam cessado, talvez estivessem lhe dando um breve momento de paz ou estivessem cansadas de todo o choro dela, ainda assim, ela não desistiria de seguir em frente, precisava achar algo ou alguém. E foi com esse pensamento, enquanto seguia por entre as árvores, que os sussurros voltaram e dessa vez completamente incompreensíveis. Cada vez mais altos, estridentes e completamente insuportáveis. Colocou as mãos sob o ouvido, apertando os olhos em reação. Desejou o fim, que aquilo cessasse, e em como um piscar, tudo mudou.
Se encontrava em um salão de bailes, ao lado dos pais, desceu o olhar para si mesma em busca das armas e do sangue, se separando com a ausência de ambos fatores. Apesar da rapidez que causava uma leve tontura, antes que pudesse questionar aquilo, toda aquela preocupação parecia estar se esvaindo aos poucos e todo o cenário à sua volta se tornar mais vivido. Quando o olhou para o topo da escadaria, para onde todos olhavam agora, sua expressão foi de pura confusão ao ver Leonard com Nymphadora ao seu lado, como sua acompanhante na frente de todos. Aos poucos lhe veio a mente de que eles estavam juntos a um tempo, em completo segredo, ela havia ficado chocada quando soube e com medo de que o irmão pudesse magoar a melhor amiga, ela já havia sofrido demais, mas como ele lhe prometeu que não o faria, ela concordou em os ajudar, só queria vê-los feliz. E também isso acabava com a competição entre os gêmeos, afinal, em sua cabeça era uma escolha simples entre o amor verdadeiro ou a coroa e todo o poder que vinha com ela. Seu irmão claramente havia escolhido a primeira opção. O que deixava ela com a coroa, como sempre era para ter sido desde o início, um caminho sem dúvidas e pelo qual ela havia se esforçado para conseguir. Direcionou um sorriso na direção do irmão, mas ao voltar o olhar para o pai, o rei possuía uma expressão fria no rosto, o olhar tão gélido que superava os mais terríveis invernos que Schneeland já havia enfrentado..
Subitamente tudo desapareceu e quando ela abriu os olhos outra vez, estavam no escritório do pai, Leonard e Florian se encontravam em uma discussão acalorada. Branca já havia tentado de tudo para acalmar o marido, mas nada parecia funcionar, então agora, ela se encontrava em um canto da sala, chorando baixo e tentando acalmar os próprios nervos. Anika se sentiu na necessidade de fazer algo para remediar aquela situação. Mas não era como se nenhum dos gêmeos não esperasse aquela reação vinda do pai, visto que ele repudiava magia em todas as formas e por consequência, havia detestado Nymphadora desde o dia que ela colocou os pés em seu reino. A princesa então interviu, se colocando entre os dois homens antes que aquela discussão ficasse ainda pior, não gostava de quando a família se dividia e brigava entre si.
—Meu pai, sei que é difícil de aceitar, mas, Nymphadora é uma boa pessoa e não nos fará mal algum! É a primeira vez em anos que vejo Leonard tão radiante!
—Ela é uma bruxa! Deve ter os colocado em sob algum encantamento! E isso é tudo culpa sua! Por insistir em se aproximar desse tipo de gente! — Florian falava com o mais puro ódio, uma veia saltada na testa enquanto apontava o dedo na cara da filha, ele parecia completamente fora de si. —E você ainda apoia ele, não vê que aquela bruxa está os manipulando?! Sempre soube que não era das mais brilhantes, mas nunca pensei que fosse tão estúpida!
—Por favor, se acalme… Ela não está manipulando ninguém, tão pouco planeja tomar o controle do reino, quando decidiu ficar com Nymphadora, Leonard desistiu de nossa competição, eu sou a herdeira ao trono. — Respondeu em um tom bem mais calmo em relação ao pai, mesmo que as palavras dele lhe doessem no coração, optava por não demonstrar e apenas sorrir levemente como se aquilo resolvesse o problema em questão.
—Criança tola! Isso é exatamente o que ela quer que você pense! — Ele então se virou na direção de Branca, Anika sabia que nada de bom sairia da boca do pai naquele estado, mas não pode o impedir de falar nada, mesmo que temesse pelo estado da mãe que já se encontrava fragilizada com tudo aquilo. —É culpa sua que eles sejam assim! Eu deveria ter lhe deixado para apodrecer naquela floresta!
—Não fale assim com el…
Não conseguiu terminar sua frase e demorou alguns segundos para compreender o que havia acabado de ocorrer, tamanha a incredulidade que sentia. Tudo havia se silenciado e tudo que ela pode ouvir foi um zunido alto e o grito embargado da mãe seguido do som de socos, que presumiu serem vindos de Leonard. E então veio o formigamento no lado esquerdo da face e a realização, o pai havia lhe estapeado, e a dor emocional que aquilo carregava era maior que a física que sentia no momento. Florian poderia ser um pai extremamente rígido ao longo dos anos, lhe fazendo muitas exigências e cobranças, mas nunca havia levantado a mão para ela, que nunca achou que o pai seria capaz de tal coisa. Mas agora ela conseguia entender muito bem, de onde vinha a imensa raiva e agressividade que ela guardava de seu interior, a parte ruim da qual ela tanto tentava suprimir. Levou uma mão até o próprio rosto, sentindo a pele arder como se estivesse em chamas, as lágrimas lhe dificultavam a visão e tudo que ouvia era o som de coisas quebradas e gritos. E então, antes que ela tivesse o tempo de ter qualquer reação, o cenário mudou novamente.
—Não, não, não…
A princesa choramingava enquanto segurava o corpo da melhor amiga, os cabelos escuros espalhados pelo chão, os olhos que eram animados ao lhe ver, agora nunca mais se abririam. As mãos se posicionavam no abdômen alheio, tentando conter o sangue que escorria sem um fim, manchando suas mãos, as roupas e o chão. Segurava o corpo sem vida, de alguém que sempre esteve ao seu lado. Era impossível acreditar que o pai havia feito tamanha crueldade, que não havia sido capaz de o impedir. Ela era fraca. Patética. E tudo aquilo era culpa dela, se tivesse feito tudo diferente… Poderia ter evitado todo aquele sangue e morte. Apenas foi tirada de seus devaneios de culpa ao ouvir o grito de sua mãe, retirando o olhar do corpo morto e direcionando para a cena ao lado, se deparando com a rainha chorando abraçada ao corpo ensanguentado do marido, enquanto de pé ao lado deles se encontrava Leonard ensanguentado e um dos braços machucados. Um sorriso cruel e vazio no rosto, deixando o maior semblante de alguém abatido, que não tinha mais nada e decidiu destruir o que restava. Queria acreditar que aquilo tudo era mentira, queria poder ignorar como sempre fazia. Se levantou às pressas e correu até o irmão, incrédula com seus atos, se recusando a aceitar que tudo aquilo estava acontecendo.
—Leonard… Por que?
—Isso é tudo culpa sua… E agora você vai pagar por isso. — As palavras frias e cortantes lhe atingiram com tudo, mas não foram só as palavras que a atingiram, a espada que o irmão segurava lhe perfurou o abdômen e ela sentiu o objeto ser torcido ainda dentro dela. Soltou um grito na mais pura dor e desespero, fechando os olhos com força, sentindo o cheiro e o gosto da morte em sua boca, era aterrorizante e acolhedor ao mesmo tempo.
Está vendo, Anika? É isso que irá acontecer se continuar pelo caminho que está… É isso que quer? Destruir a felicidade da sua família?
A princesa não teve tempo de entender o que estava acontecendo, tão pouco de retrucar a voz, já que quando se deu conta estava em um buraco, o que lhe rendeu alguns machucados e uma dor ainda maior na perna direita, resultados de uma queda terrível. Tentar escalar usando as mãos seria completamente inútil naquela situação. Então, pensou em usar as flechas, teria ainda de exercer força para subir, o que seria difícil quando uma perna estava machucada, mas em situações assim ignorar a dor se via necessário. Cravou duas flechas contra a parede do buraco e começou a subir, a dor na perna direita doendo tanto que ela não pode evitar o grunhido ao sentir o sangue escorrendo, e então, algo escamoso lhe puxou para baixo com força a fazendo cair sentada. Haviam dezenas de cobras naquele buraco e só agora ela havia se dado conta disso, era quase como se o poder de as ouvir tivesse desaparecido por alguns instantes, mas agora vinha a tona. Com as serpentes sibilando que ela deveria ficar ali e que não podiam a deixar sair, estavam a mando de alguém, mas se recusaram a dizer quem. Quando viu alguém passar ao olhar para cima, gritou pedindo ajuda, mas logo se arrependendo ao ver quem era, ainda mais quando ele simplesmente olhou para ela e seguiu o caminho dele como se não tivesse visto nada, a fazendo resmungar alto.
—Achou que eu ia te abandonar, Snow?
—Não seria a primeira vez, Le fay. — Retrucou em um tom seco, olhando para ele com irritação, tentando ignorar o sibilar das cobras. —Agora faça algo para me tirar daqui!
—Só se você pedir com educação, Snow. — Ele sorriu parecendo se divertir com a irritação dela, como se fosse divertido para ele a ver se humilhando e se rebaixando, o que apenas lhe enfurecia mais ainda.
—Você pode, por favor, me ajudar a sair daqui? — Pediu com certa dificuldade agora que uma cobra enorme se enrolava em seu pescoço, lhe privando aos poucos a respiração.
Ele apenas deu de ombros e começou a recitar algo do qual ela não conseguia ouvir, já que os sibilos das cobras se tornaram cada vez mais altas, se misturando umas com as outras e se tornando impossível qualquer compreensão. Até que uma luz violeta cobriu as cobras e ela se transfiguravam em uma grande corda, da qual ela jogou para cima, assim deixando que Brian segurasse a corda, para que ela pudesse subir, ainda com receio de que ele não teria força o suficiente para assegurar. Mesmo assim, ela se esforçou para subir e mascarar a expressão de dor sempre que colocava força na perna direita, suspirando quando finalmente chegou ao topo do buraco.
—Elas vão voltar ao normal em breve, não é? — Questionou preocupada com as cobras, que a agora eram uma longa corda, seria horrível se ficassem daquela forma para sempre, se bem que não achava que o bruxo tinha poderes para tal. Então, aproveitou da oportunidade para zombar dele, já que o mesmo havia lhe irritado anteriormente. —Devem voltar, afinal, não acho que você seja forte o suficiente para manter a transfiguração por muito tempo…
—Pelo menos eu tenho poder para fazer algo e você? Ia pedir gentilmente para as cobras lhe soltarem? Isso não parecia estar indo bem, se quer saber.
Ele retrucou com certo deboche, o que serviu apenas para alimentar ainda mais a raiva que ela parecia carregar dentro de si, o sentimento era ainda maior considerando o fato de que ela nunca externalizava a raiva como deveria. E então isso emergiu em segundos, seu corpo andando sem que nem pensasse. Os nervos de seu corpo eram estimulados pela a impulsividade, deixando que o primeiro golpe fosse dado. Ergueu a perna, em uma tentativa de dar um chute. Quando seu pé quase alcançou o desejado, o bruxo fora mais rápido, jogando-se para o lado. Mesmo com o desequilíbrio imediato, firmou o pé no chão e no mesmo momento, foi na direção do mais alto. Esse que, pela explosão de ações em mesmo segundo, não foi rápido para desviar da mão em seu rosto, fazendo com que virasse para o lado. Por puro instinto, reflexo, ou talvez apenas grosseria, o mais novo lhe empurrou. O impulso sendo incisivo o suficiente para que perdesse as forças, caindo ao chão no mesmo instante, tendo o corpo chocado contra a terra.
—Ficou louca, Snow?!
Talvez, ela cogitou responder enquanto o encarava com raiva no olhar, sabia que estava agindo fora de seu normal, se deixando ser tomada pelas emoções que por muitos anos acumulava dentro de si, deixando todo o ressentimento e mágoa emergir. Ela teve de contar até cinco, uma forma de se acalmar e voltar ao seu normal, com o sorriso falso no rosto e os olhos desprovidos de qualquer emoção real, voltando a ser contida como havia sido ensinada desde muito nova. Expor os sentimentos daquela forma poderia ser visto como fraqueza, usado contra si mais tarde e ela se veria sem argumentos, por isso sempre fazia questão de se manter contida e reservada. Se levantou, limpando as próprias roupas para que não ficassem mais sujas que já estavam, notando que ainda havia sangue seco em suas mãos, lhe fazendo soltar um breve suspiro. Abriu a bolsa de couro e retirou uma das poções de cura de lá, a oferecendo para o bruxo, uma gentileza de sua parte depois do que havia feito. Mas sem pedir qualquer perdão, mesmo que tivesse se exaltado, não o julgava digno de qualquer perdão vindo dela depois de tudo.
—Toma, é uma poção de cura por ter me salvado.
𝑾𝒆'𝒓𝒆 𝒂𝒍𝒍 𝒃𝒐𝒓𝒏 𝒕𝒐 𝒅𝒊𝒆
“I assure you; while I look like a ghost,
I’m no spirit or demon. I’m nothing
but a girl struggling to make her way
in an intolerant world; I bleed, I love,
and someday, I’ll die.”
(Leanna Renee)
Aviso: Interrompemos a programação para o advertir de que o arco a seguir contém: Fogo, agressão a criatura mágica, sangue e morte. Se você leu até aqui, parabéns, você é definitivamente determinado e tem muita paciência, obrigada. Não esqueça de fazer uma pausa para descansar os olhos, não queremos ninguém com dor de cabeça.
Depois que Brian seguiu seu caminho pela floresta, lhe deixando sozinha com os próprios pensamentos, esses que agora ela não mais ignorava por completo, sequer tentava os silenciar, estava farta do próprio conformismo. Mas ainda era uma pessoa boa e isso se comprova pelo fato de ter dado uma de suas poções de cura ao bruxo, podia ter simplesmente guardado para si e desejado que ele acabasse morto na floresta, mas não o fez e isso tinha de valer algo. Certo, ela não era perfeita, jamais conseguiria ser e estava tentando lidar com isso. Todos tinham um lado ruim e um lado bom, o importante era achar o equilíbrio, se ela era capaz de aceitar e apoiar os outros reconhecendo isso, se ela conseguia perdoar os erros cometidos por eles, com algumas exceções a parte, eles perdoariam os erros dela também, certo?
Não, todos vão lhe julgar… É isso que sempre fazem, apontar o dedo é mais fácil do que se encarar no espelho, sabe bem disso.
De fato, compreendia aquilo melhor do que qualquer um, colocar a culpa nas outras pessoas e jamais assumir seus erros era sempre a saída mais fácil, mas isso não o tornava o caminho certo. Só então que ela percebeu, estava com medo, não apenas do que os outros poderiam pensar dela, mas em especial, ela estava completamente aterrorizada pela ideia de ser ela mesma. E de todas as implicâncias que poderiam surgir caso ela o fizesse, de fazer o que queria e falar o que desejava sem qualquer resguardo, de viver a própria vida para si e não para os outros. Estava tão presa a ideia de desapontar os outros, que acabou se tornando um desapontamento para si mesma, ela mesma se colocava em uma gaiola, se privou de viver e de sentir, pelo medo de como isso impactaria na vida alheia. Mas agora, ela parecia perceber que independente da forma que ela agisse, escolhas teriam consequências e se ela estava sozinha naquele momento, foi por que escolheu se isolar e se privar de ajuda.
Tudo estava calmo, até demais visto o que havia acontecido durante sua jornada até ali, o que era preocupante e não lhe trazia alívio algum, enquanto ela caminhava quase arrastando o pé machucado. Guardando a poção para caso tivesse que enfrentar algo pior, já não esperava nada de bom vindo de dentro daquela floresta maldita, para alguém que adorava a natureza, ela estava detestando a excursão. Foi então que a última criatura que ela esperava encontrar em uma floresta apareceu, uma salamandra de fogo, enorme. A cauda grande e as escamas vermelhas e douradas, que pela velocidade que a criatura se movimentava, mais parecia um borrão laranja diante de seus olhos. O que logo fez com que ela sacasse o arco, agora ela não pensou duas vezes antes de atirar contra o animal, pois temia que a partir do momento que o fogo surgisse com ele, ela ficaria paralisada como em seus pesadelos e jamais voltaria para o instituto. A primeira flecha quase o atingiu, mas ele fez uso da cauda para a parar, e a segunda acertou em cheio na cauda do animal, o fazendo grunhir e cuspir uma longa labareda de fogo em sua direção.
Tentou correr para não ser pega pelas chamas, deixando o instinto de sobrevivência tomar conta de si, que tendo parte de sua manga começando a queimar e ela teve de bater na mesma de forma exagerada para que apagasse o fogo. E por pouco conseguiu atirar outra flecha na direção do lagarto, dessa vez acertando em cheio no corpo esguio, que soltou outro grunhido e investiu sem ver para onde estava indo, acabando por bater contudo contra uma árvore e a colocar em chamas. Que foi o suficiente para que Anika corresse para longe outra vez, atirando duas flechas seguidas, uma acertou a árvore enquanto a outra acertou o corpo do animal mais uma vez, o fazendo cuspir fogo para si ao gritar, deixando as folhas queimadas caírem para todo o lado, aumentando o fogo que já parecia estar se alastrando a sua volta.
O combate se seguiu por mais alguns minutos, entre muitos erros e acertos até que a criatura fugiu por entre as árvores a deixando para trás em meio ao caos e só então ela se deu conta que estava completamente rodeada pelo fogo, ela sentiu o corpo enrijecer, não conseguia sair do lugar e o mais puro pânico e terror tomou conta de seu corpo. E enquanto olhava para as chamas, foi como se ocorresse um clique em sua cabeça e subitamente tudo fizesse sentido, o medo que ela sentia do fogo, nada mais era do que a culpa que a corroía por dentro, culpa da qual ela ignorava e optava por não pensar, por que tudo era mais fácil quando ignorado. Toda a situação no passado havia se iniciado por culpa dela, que com medo de que o pai a deixasse de lado para valorizar o irmão que se mostrava muito melhor que ela em tudo, e por conta desse temor ela o observou por cerca de um mês até que finalmente conseguisse algo que pudesse usar contra ele. Claro, como uma criança de dez anos, não tinha total consciência do que aconteceria quando contou ao pai sobre o envolvimento secreto do irmão com magia. Mas não era isso que fazia com que se sentisse culpada, mas o fato de quando viu o irmão correr entre as chamas na tentativa de salvar algum dos livros e itens, ela desejou que ele permanecesse entre as chamas, ela quis que ele não voltasse mais, ela ansiou para que a existência do irmão fosse consumida pelo fogo.
E perceber isso foi como um grande soco no estômago, porque por mais que sempre tenha defendido o irmão de todos, ela sempre buscava uma forma de o colocar como o vilão entre eles, quando era ela que já havia desejado a morte do outro, ainda assim ela sempre fazia soar como se ela fosse a vítima de todas as atitudes erradas do irmão. Claro, havia cuidado de Leonard após o incidente, chorado muito ao ver os ferimentos dele, por mais que não fossem tão graves, mas havia também apreciado toda a atenção advinda do pai durante aquele período, do qual ela era a melhor. Por que sentia que só seria a melhor entre eles, quando Leonard não se encontrava na equação e só havia uma forma de isso acontecer. E ele não havia sido a única pessoa da qual ela havia desejado a morte, o único do qual ela havia desejado que deixasse de existir… Mas o que isso fazia dela? Essa era a pergunta da qual ela sempre fugia, havia escolhido viver uma mentira todos os dias para ser amada, que não fazia mais ideia de quem ela realmente era e o que realmente queria. Por alguns segundos ela cogitou fazer tal como em seus pesadelos, abraçar as chamas e sentir o corpo perecer em meio ao caos que ela havia causado, talvez fosse melhor assim, talvez fosse isso que ela merecia, mas algo dentro dela lhe deu forças para se mover outra vez, como se fosse um sinal de que ela deveria fugir dali, ou poderia ser o mero instinto de sobrevivência se agarrando a pequena brecha para que fugisse. E então ela o fez.
Correu mesmo com a perna machucada, mesmo que sentisse o corpo inteiro doer, mas para sua surpresa as árvores em chamas e as próximas a elas começaram a dificultar seu caminho, os galhos tentavam lhe agarrar tornando difícil para a princesa seguir pela trilha, em sua cabeça ela podia ouvir as árvores dizerem que tudo aquilo era culpa dela, a chamando de assassina. Só ousou parar para recobrar o fôlego quando as árvores não lhe agarravam mais, mas podia escutar o choro delas ao longe, abriu a bolsa de couro que carregava e bebeu todo o conteúdo do frasco, sentindo a poção fazer efeito quase que imediatamente, só agora se perguntando se aquela poderia ser uma poção importante para a melhor amiga, não havia pensado nisso quando roubou o frasco, por julgar que a própria vida era mais importante que a da outra, coisa que só agora lhe soava como algo errado.
Quando sentiu a perna ficar um pouco melhor, ela tornou a correr pela floresta, tentando se focar no caminho para que não se perdesse, precisava voltar ao instituto o quanto antes para avisar sobre o fogo, isso se já não tinham o visto, não seria nada agradável se ele se alastrasse. Talvez fosse um efeito colateral da poção, ou ela ainda não tivesse feito efeito total ainda, mas sentia-se um pouco tonta e fraca, mas não podia parar, não agora. Era necessário avisar também sobre a salamandra ainda viva na floresta, era apenas uma questão de tempo até que outro incêndio se iniciasse e ela temia ouvir os gritos das árvores para sempre em sua cabeça, lhe aterrorizando. Se sentiu muito mais aliviada quando constou que estava perto do castelo, vendo o edifício já não muito longe de si, agora se permitindo diminuir o ritmo um pouco, já que estava completamente exausta por tudo que havia enfrentado, tanto física quanto psicologicamente.
—Tem fogo na floresta… Alguém precisa…
Tentou falar ao primeiro aprendiz que viu, quase jogando em cima do mesmo, a visão estava ficando turva e as palavras eram difíceis de se tornarem sentenças, a fraqueza lhe abatia e subitamente ela sentiu um frio tão grande que pensou que iria morrer. Pensou que talvez devesse lutar, se agarrar a luz e a vida, mas não o fez, e aos poucos a consciência foi deixando o corpo da princesa que ficava completamente mole nos braços de tal aprendiz desconhecido, e conforme o corpo enfim se via no descanso tão desejado, as batidas do coração da foram se tornando cada vez mais lentas até o momento que já não eram mais existentes. Muito se agarravam a vida e jamais queriam a deixar ir, talvez porque para muitos, viver não os remetia a agonia. Ao sofrimento e a solidão. Já a morte da qual tantos temiam, era como uma queda livre em direção a mais pura escuridão, não havia um impacto no final, contanto que deixasse as trevas lhe abraçarem. A morte não é o fim, apenas o ínicio de tudo, ela traz alívio a aqueles que partem. E só a morte poderia dar a princesa o que ela mais queria naquele momento, paz. A respiração também já não era mais existente agora, a pele se tornando cada vez mais gélida indicando seu perecer, o corpo agora em seu descanso final.
“A jornada de um herói só tem o seu fim, quando ele dá seu último suspiro.”
𝕿𝖍𝖊 𝖊𝖓𝖉
#Aethertask#task 005#a hero's journey#tw: fogo e queimaduras#tw: maus tratos aos animais#tw: sangue#tw: mutilação#tw: cobras#tw: violência contra a mulher#tw: morte#Sem edit pq já quase morri pra escrever tudo isso#usei meu novo poder como uma recompensa no final#Mas qualquer coisa eu mudo o final se precisar#Eu sei que não respondi todo mundo#mas termino de responder minhas pendências amanhã <3
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Ela estava mais uma vez desfilando seu ar doce e sensual pelo bar, deixando caras e mulheres intrigados com tamanha exuberância. Sentia teu cheiro contagiando meu corpo a cada vez que você se mexia. Tentava te olhar rápido pra ninguém perceber que eu te via, ver não, enxergava, aplaudia, admirava. Mas eram os melhores 5 segundos e mais longos. Ficava imaginando se algum dia eu beijaria teus lábios novamente, se sentiria você se remexendo na minha boca, se tocaria teu corpo com a parte mais pura de mim. E o que me deixava mal, é porque independente da resposta, aquilo não seria bom da forma como eu queria que fosse. E foi aí que, combinamos que nunca esqueceríamos. Combinamos que seria para sempre. Combinamos que ficaríamos juntos e que isso era de verdade. Com apenas um olhar.
Sabe, eu sempre tentei compreender nosso meio-fim, nosso adeus sem um adeus de verdade, mas nunca fui capaz. Eu volto naquele momento o tempo todo e não consigo entender o que eu fiz de errado. Eu não sei, talvez foi falta de esforço, falta de vontade, falta de maturidade, sei lá. Tanto faz. Eu sou essa pessoa insuportável que quer tudo de um jeito e que se não for desse jeito, eu tô fora. Eu sou essa pessoa despreparada para lidar com você e com o que está acontecendo agora. Eu sou essa desgraça que tem medo de lidar com qualquer coisa que me machuque, esse mimado que implora por mais uma chance para fazer dar certo só para não ter que mudar minha rotina. Digo, no início era apenas isso. Depois se tornou uma coisa bem, bem maior que apenas rotina. Meu mundo passou a girar em torno do seu e não importa o quanto clichê isso pareça, é só a verdade. Mas, sabe? Esses dias, eu estava escutando músicas, e de repente, aquela ― sim, aquela música ― começou a tocar. E eu não chorei. Não pensei; não senti; não lembrei. E, pode não parecer, mas diante de como eu estava acabado, isso foi um grande passo. Por um instante, minutos talvez, eu me senti livre. Meu Deus, eu nem te queria mais. Quando penso no que poderia ser, no que poderia ter sido… Eu sei que não dá. E naquele momento, eu nem queria que desse. Não queria mais. Mesmo que eu já tivesse repetido aquilo pra mim mesmo inúmeras vezes, só daquela vez que eu senti que era real. Eu senti que, lá no fundo, o tempo pode ser o melhor remédio. Eu já havia apagado o teu número da minha agenda, nosso histórico de mensagens, e substituí meu plano de fundo do celular por uma foto apenas minha. Era eu. Agora, seria eu. Só eu e o resto que se foda. Guardei todas as nossas lembranças, porque eu não queria mais me lembrar delas. Não queria ter uma recaída, das inúmeras que eu já tive, ou qualquer coisa do tipo. Como você quiser chamar. Mas, quando eu estou fugindo de nós dois, algo sempre me puxa de volta. E me faz lembrar que eu perdi você. Por favor, quem eu quero enganar? Eu não sei te esquecer. Eu nunca vou te apagar completamente. Essa é a cruel e mais pura verdade. E é então que eu desabo. Não sei o resto, mas eu odeio chorar. Acho que é fraqueza demais para eu conseguir suportar. Mas, o pior disso tudo, é que sempre que eu lembro de nós, eu choro. E eu sei que você não faz o mesmo, que você não sente falta, não pensa em mim. Foi você que fez com que eu deixasse você aquele dia. E isso foi uma mudança maluca na minha vida. Me tornei tão você, que agora não sei mais como ser sem você, compreende? Consegue compreender o quanto você me destruiu? E dói saber que você não sentiu absolutamente nada e nem mesmo se importa se eu senti. Eu tento, juro, tento seguir em frente, te deletar; mas aí eu vejo você na rua, mas não é você. E então eu ouço tua voz, mas não é tua voz. E eu acho que estou te deletando completamente, mas não estou. E eu torço baixinho para que eu não esteja ficando maluco. E aí o ciclo recomeça, e eu digo que vou te esquecer e por aqueles mínimos segundos ou minutos parece que eu realmente esqueço. E daí eu me sinto maduro. Tão autônomo e suficiente. Tão você. E aí me dou conta, de que é você novamente. E eu caio. Será que, algum dia, isso vai passar? A gente esquece um amor desses?
Mas eu repito pra mim mesmo que eu tenho de seguir em frente. Tenho que deixar pra lá. Sei lá, fazer algo diferente no cabelo, comprar roupas novas, sair mais com os amigos, aprender violino, talvez melhore. Ou não. Talvez eu deixe de pensar em você o tempo todo, talvez eu não te queira mais sendo nem mesmo uma amiga, talvez eu já não sinta mais nada. Ou não. Mas eu não quero seguir adiante. Eu sinto que, lá no fundo, eu não quero te esquecer. Não quero deixar que o meu amor renasça em outra pessoa, porque na verdade, eu quero insistir no nosso canto. Eu quero ficar onde eu estou, mesmo sem você. Eu não quero ficar bonito para ninguém que não seja você. Por Deus, que coisa ridícula. Quando que isso tudo chegou a esse ponto? O fato é que eu não posso enganar a mim mesmo: a realidade é que eu tenho essa esperança absurda que você volte e nós possamos ser um só de novo. Droga. Eu me sinto tão perdido, tão confuso.Vai passar, vai passar. Você vai ver. Pode deixar comigo, vai passar. Eu vou fazer passar. Já passou. É, já passou. O meu problema é o que ficou. E eu repito o tempo todo de que não foi nada, nada aconteceu, repito para mim mesmo que as tuas mentiras, tua farsa, tua leviandade, tua hipocrisia de ter desistido, de nunca ter escolhido nós dois, não significou nada. Às vezes eu acredito, e às vezes eu sinto tanta raiva de você, que eu tenho vontade de correr não importa onde você esteja e te sacudir. Te massacrar. Fazer você sentir um quinto do que eu senti, para que assim, você possa perceber que dor física nenhuma se compara a isso. Eu adoraria te encontrar e te dizer os piores desaforos, gritar palavras estúpidas e sem sentido dessas que a gente diz quando bate o dedo numa quina. Mas quando eu te vejo, eu não faço nada, só fico em silêncio. Às vezes tento te evitar, às vezes tendo te aproximar. Um silêncio que até dói. O silêncio em que ficávamos quando você ficava com ciúmes daquela minha amiga que você tinha certeza de que estava dando em cima de mim. Eu vivo nessas recaídas, nesses altos e baixos, nessa minha loucura de acreditar que por fim, estou te esquecendo, e minutos depois, eu me dou conta de que você continua vivinha aqui dentro. Eu deveria mesmo te deixar pra lá e seguir adiante do mesmo jeito que você está fazendo desde o primeiro dia em que me deixou, mas eu não consigo. Algo sempre me faz desistir dessa ideia. Talvez qualquer dia desses eu te encontre na rua e talvez eu esteja tão no alto, que não te note. Que o modo como você ajeita o cabelo quando está nervosa não me deixe louco. Que o modo como voce ri não me deixe com vontade de pular nos teus braços e te beijar. Talvez, quem sabe, te esquecer é o próximo passo. Eu estou fazendo algumas mudanças na minha vida. Sei lá, para ver se eu consigo sair desse buraco sem fim em que eu estou. Caso você não ouça mais falar de mim, você provavelmente é uma delas.
Mas por mais que eu tente e tenha uma enorme força de vontade, consegue ser maior do que mim. As melhores lembranças foram as que eu vivi com você e isso consegue ser pior do que qualquer dor que eu já senti. E olha que já fiz uma cirurgia do quanto doía. Dói porque por mais que eu continue sempre tentando, era pra ter sido você. Porque foi você quem me fez ainda mais forte, por mais que tenha sido do seu jeito. Mesmo tendo sido você, a pessoa que mais me destruiu, eu acreditei com tudo o que eu tinha que seria você. Eu já tive alguém que me salvasse do abismo que eu era. Mas acabei deixando com que você se tornasse o meu amor. A parte mais sincera e bonita de mim. A luz que eu procurava no mundo. O final feliz que eu sonhava, era com você. As viagens para lugares aleatórios, as histórias malucas que contariamos aos meus filhos, seriam todas com você. Os domingos reservados a família, era pra ter sido a gente. As tattoagens iguais era pra ter me arrependido, mas com você. A colheita das uvas era pra fazer o nosso vinho. O meu sobrenome era pra ser seu.
Era você. Não cabia mais ninguém. Só você.
E talvez daqui 50 anos, eu ainda vou sorrir ao escutar seu nome. Ainda vou achar graça de lembrar de nós. Mas o amor, só permanece vivo dentro de nós quando regamos, e talvez, mas só talvez, isso seja o escape para o nosso meio-final.
O amor é que nem um elástico, o primeiro a soltar vai machucar o outro. Me explica como fazer isso, com a pessoa que seu coração escolheu para ser o amor da sua vida?
Me ensina apagar tudo isso com apenas um clique. Me devolve a ânsia de acertar por mim, e não por ninguém. Por favor, eu queria mais uma vez me sentir livre, porque estou cansado de querer tanto uma coisa que até você já seguiu em frente. Não quero cometer o erro de perder tempo com alguém que não vai ser essa pessoa, que é o amor da vida de outro alguém. Mas por mais que eu tente apagar, o universo nao colabora e acaba me trazendo pra mais perto de você. Vai se fuder, Universo.
Nessas voltas que o mundo dá, eu só quero minha paz de volta. Porque meu maior e único medo, é nunca mais parar de amar você.
Sabemos que não é o amor da minha vida, porque o meu amor jamais teria desistido, jamais teria agredido, jamais teria deixado como segunda opção, Jamais.
Desejo a nós muitíssima força!
Eu queria finalizar esse breve capítulo, dando a solução para tudo isso, e sim, seria legal, mas a vida ainda vai nos mostrar o que tem pro final.
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tu.
Depois que você se foi meu mundo voltou a ser preto e branco. Achei que eu iria morrer de tanta saudade que eu sentia do seu cheiro. Se tu soubesse a falta que ainda me faz, provavelmente voltaria correndo. Eu te amo tanto que sou capaz de te esperar voltar, mesmo que tu se demore séculos; mas me amo muito mais ao ponto de não morrer te esperando. Quando te deixei entrar na minha vida, eu te disse claramente que teu amor havia me salvado, queria que ele me salvasse mais uma vez. Queria que meu amor por ti também me salvasse, mas ele só tem me afundado. Tu é a pessoa mais incrível que já conheci e de queda me apaixonei perdidamente por ti no momento em que meu olhar se cruzou com o teu. E por tudo que eu sinto por ti, eu espero que você se reencontre no meio do seu caos e que também queira me reencontrar. Só espero que não seja muito tarde quando isso tudo acontecer. Tu é o meu grande amor, tu é o amor da minha vida. Te cuida.
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Andei revendo as minhas atitudes e não sei onde que eu estava com a cabeça, quando eu deixei você fazer o que quisesse de nós. Quando deixei você impor limites, logo você, que sempre teve total liberdade para fazer o que bem entendesse. Eu olhei para trás, me vi totalmente presa e se eu fosse esperta, pelo menos um pouquinho de nada, eu teria corrido como quem corre a São Silvestre. Como naquela vez que eu quis me libertar e você disse as 3 palavrinhas mágicas, que me faziam sempre ficar e eu não tentava sequer entender o efeito que elas tinham sobre mim, porque como eu disse, eu não fui esperta... Ah, se eu fosse inteligente. Teria deixado você desde o princípio, não teria olhado para trás, teria dado um basta, mas você é aquele 'psiu', que a gente vira automaticamente para saber se é com a gente e sempre era comigo, sempre! Eu nunca aprendi a deixar de olhar, eu sempre fui curiosa e destemida e você sempre soube disso, conhecia os meus pontos fracos como ninguém, e esse é o pior problema, deixar que o inimigo saiba como derrotar você. Eu lutava diariamente, achando que poderíamos brigar por tudo, que não nos separaríamos por nada. A vida me espancou, bateu na minha cara e não foi no sentido que eu gostava. Me fez ver, em ordem cronológica, alfabética, na regra de 3 e prova dos 9, que eu e você não nascemos para dar certo. Por mais que eu amasse infinitamente mais, eu não poderia amar por dois e por mais que você jurasse amor eterno, quem ama não faz metade das coisas que fazia. Mas poxa, eu só queria que alguém me salvasse de mim, e que esse alguém não fosse você. Eu só queria respirar um ar puro e me livrar de uma vez dessa poluição que é te amar.
Coisas que eu nunca disse. Bianca Menezes.
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Eu tenho te esperado a tanto tempo
Eu tenho te esperado desde tão nova, primeiro, no auge dos meus 13, achei que você viria de cavalo branco e me levaria embora para algum lugar só nosso. Achei que por mais que não me encaixasse no estereótipo de princesa da Disney, você me acharia e então estaria tudo bem. Me lembro de ler os mais variados livros e enquanto eu lia, eu imaginava você em cada cena, as vezes voce se chamada John e lutava no exército outras era um vampiro ou até mesmo um lombissomem. Mas, inevitavelmente, todas as vezes você viria para me encontrar e me resgatar do caos que eu me encontrava. Mas você nunca chegou...
Aos 16, um pouco mais madura e com um coração bem mais despedaçado, achava que te encontraria e após a tempestade que eu tinha passado finalmente encontraria sossego, juntava meus cacos todos os dias e tentava encaixar tudo no lugar, para que quando você finalmente viesse você pudesse me ajudar de terminar de achar tudo que foi perdido e juntos pudéssemos aproveitar uma nova versão de mim. Te imaginava me levando para passear enquanto eu te contava tudo que eu tinha passado, as vezes as lágrimas rolariam mas você colheria todas e me diria que ficaria tudo bem. Você estaria ao meu lado e seguraria minha mao quando eu ficasse realmente assustada, quando o medo me invadisse e as palavras ruins lançados contra mim gritassem, eu poderia me esconder em ti e tudo ficaria bem, seríamos um casal, que cresceriam juntos e enfrentariam o mundo e mostraria para todos que valeu a pena passar por tudo. Mas você não veio, você não segurou minhas mãos diante dos meus medos, eu enfrentei eles sozinhos , as lágrimas secaram após noites e noites, e eu comecei a cogitar que talvez príncipes só existissem em contos de fadas ou na cabeça de meninas de 13 anos .
Com 19 anos, e tudo novo que ocorria na minja vida,finalmente veio a esperança de te encontrar, eu em uma nova cidade e com tudo novo, parecia que o sol finalmente raiava, as feridas cicatrizadas e tudo cooperando para um novo começo,achava que te encontraria na biblioteca ou nas salas de aula, talvez em um domingo de tarde durante um passeio,você me impressionaria falando do seu curso e eu te perdoaria por ter demorado tanto, a gente conheceria o mundo junto e correriamos lado a lado para um futuro brilhante, construiriamos a nossa vida e deitariamos após um longo e cansativo dia sobre as estrelas e eu me perderia no seu olhar e poderia descansar meu coração após tanto te esperar. Porém os dias maus vieram e voce não chegou, te procurava todos os dias, vestia a minha melhor roupa e meu melhor sorriso, escondia a frustração e continuava te procurando a cada esquina ,talvez você estivesse me esperando melhorar algo para finalmente me encontrar,mas eu melhorava tido e você nao chegava, cheia de coragem enfrentava meus medos, achando que você ficaria orgulhoso em saber tudo que eu estava fazendo, mas você não veio, a coragem ia e vinha, os dias maus chegavam e eu enfrentava tudo diligentemente e ansiosamente esperava o dia de amanhã, acreditando que você estaria lá sentado me esperando com um café para esquentar minha alma, como se fosse um troféu por sobreviver tantas guerras, você me beijaria e de mãos dadas andariamos, como recém adultos com um mundo a conquistar. Mas você não veio mais uma vez.
Hoje, de maneira bem mais leve ainda te espero, silenciosamente ainda mantenho a esperança de te encontrar enquanto faço compras, e em uma conversa e outra despretensiosamente meus olhos se abririam e reconheceriam que você é o cara que eu esperava, te espero as vezes de salto alto com a certeza de que você está chegando, as vezes desço do salto para lutar e enfrentar tantas coisas,mas ainda acho que você me esperar em algum lugar. Aprendi a lutar sozinha as guerras que não queria enfrentar, aprendi a sobreviver aos dias maus e frios sem você, entendi que não precisava que ninguém me salvasse e que eu mesma poderia providenciar um café acaso precisasse me esquentar. Mas a questão é, eu não preciso de você mas quero você comigo, eu entendo porque você não chegou antes, mas porque vocr não vem agora ? Por que ainda não chegou a hora de você finalmente estar junto comigo? Por que eu nao posso finalmente permitir que meu coração descanse após te encontrar ? O que você faz que é tão mais precioso do que vim atrás de mim? Eu tenho construído uma vida mas deixado espaço para você, temos que um dia as coisas estarão tão consolidadas wue nao haverá mais espaço para você chegar. Vem, te oferece um sofá confortável e um chocolate quente, me conta todas as histórias que você guardou todos esses anos, me mostra o que você escondia e talvez eu entenda que você também me esperava, que você também passava dias maus e esperava que eu chegasse para te consolar, que você também chorava mas que acreditava que um dia nos encontraríamos, estamos sob o mesmo céu, mesmo que distantes,ainda espero você chegar e espero que voce me esteja me esperando tambem, só te peço por favor acelerara, não precisa de cavalo branco mas preciso admitir que te quero aqui, já arrumei o caos sozinha, já cicatrizou os machucados, mas isso não faz que eu te queira menos, ainda espero fonhecer um mundo com você, sob a sua óptica, estou ansiosa pwra que me conte o que acha sobre tudo e pacientemente te ouvirei sabendo que valeu te esperar por todos esses dias. E dessa vez não existira mas, porque você virá.
Para sempre sua,
Aquela que te aguarda ansiosamente por tantos anos.
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Eu te amo, quero passar o resto da minha vida com você. Você é o amor da minha vida. Eu não posso te deixar, você é como uma brisa de ar fresco. É como se eu estivesse me afogando e você me salvasse. Eu tô apaixonado por você, eu sempre estive apaixonado por você.// queria te dizer isso mas eu sei que você não iria retribuir o sentimento
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Salvei uma mulher no metrô.
Salvei uma mulher do metrô. O trem estava chegando na estação, em alta velocidade. Eu que sempre fui muito observador, vi a movimentação dela: estava inquieta e confusa, como se tivesse tomando uma decisão trágica. Ele veio chegando mais perto, e ela foi pra ponta da plataforma e abriu os braços. Só tive tempo de puxá-la de volta muito rápido enquanto o metrô estacionava. E ela disse “Ei, porque fez isso? Porquê me salvou?” Eu não respondi nada, não sabia o que dizer, estava em choque. Entrei no metrô e olhei-a pela janela, fiquei vendo ela chorar. Salvei uma mulher no metrô.
Salvei um cara no metrô.
Ele estava de jeans preto e regata branca, com fone de ouvido e música alta, por mais que estivesse alta não dava pra saber qual era. Estava cabisbaixo, no seu rosto começava a surgir lágrimas e ele ficava repetindo baixinho: “porquê fez isso comigo? Eu confiava em você.. Não tem mais jeito..” e o metro se aproximava. Ele limpou as lágrimas, respirou fundo e fez cara de quem já tinha aceitado seu destino. O metro estava mais perto agora, ele deu uns quatro passos pra trás para pegar distância e pular, quando começou a correr eu corri agarrando ele pela lateral, como coisa de filme, os dois caíram no chão da plataforma e ele me disse “Ei, por quê fez isso? Pq me salvou?” Eu não consegui falar nada, ele ficou no chão em prantos, mais uma vez eu em choque entrei no metrô. Salvei um cara no metrô.
Ninguém me salvou no metrô.
Cansado dessa vida e de todas as más experiências que tive, vendo que não teria mais saída: perdi meu emprego, minha namorada, meus amigos se foram e minha família está desestruturada, resolvi me atirar na frente do metrô. Fui pra plataforma. Chegando la, vi todas aquelas pessoas, mas ninguém me viu, prestei atenção em cada uma delas, seriam testemunhas da minha morte, escutei o metro vindo. Comecei a suar frio, meu coração acelerou, não tinha certeza do que eu queria naquele momento, mas lembrei de tudo o que eu passei e que não tinha mais jeito, com a esperança de que alguém me salvasse no último momento, pulei nos trilhos, o metrô veio, não vivia mais. Todos estavam espantados “nossa, porque ele fez isso?” Eu que sempre fui tão observador, sempre quis salvar todo mundo do meu jeito, senti o peso das pessoas, da rotina delas. Senti que ninguém mais liga pra ninguém, senti a falta de empatia, todo mundo se preocupa com sua rotina e sua satisfação pessoal. E eu que esperei que alguém fosse como eu, não tive forças pra falar, pra pedir ajuda, porque estava em choque. Em choque pela situação do mundo.
Ninguém me salvou no metrô.
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