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A Casa do Céu | Amanda Lindhout e Sara Corbett
E aí, Corocos! Quanto tempo!Antes de eu começar a minha resenha DRAMÁTICA de A Casa do Céu, preciso dizer que estou sumida por motivos de: internet tirou umas férias. Sorry 😦 Prometo postar algumas coisinhas aqui e ali através das minhas queridas que também postam aqui!Enfim, vamos falar desse livro INCRÍVEL? Mas ó… se preparem para um livro difícil, triste e que trata da história real do…
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172 Horas na Lua, de Johan Harstad [Resenha]
Que sou fã de ficção científica quem acompanha o blog há algum tempo sabe, então foi com muitos bons olhos que vi o lançamento de 172 Horas na Lua, do autor Johan Harstad.
A premissa do livro é interessante: a NASA, carecendo de recursos que lhes permitam desenvolver seus projetos, e pegando carona no sentimento de nostalgia que muitas pessoas ainda mutrem quase cinquenta anos após a chegada do homem na Lua, decide retomar as viagens lunares, mas desta vez, atraindo a maior quantidade de atenção possível: promovendo um concurso mundial que levaria os três primeiros adolescentes da história em uma missão de 172 horas na Lua.
Mas desde o começo fica muito claro que há muito mais por trás desta história. Pra começo de conversa, a missão ocupará uma base lunar que ninguém sabia que existia, a DARLAH 2, construída nos anos 70 e que jamais fora utilizada, permanecendo em segredo até então. Segundo a NASA, apesar dos quase cinquenta anos desde que fora construída – o livro se passa em 2018 – ela é totalmente operacional e pode recebê-los sem problemas.
O autor nos apresenta então os três protagonistas, os adolenscentes que serão sorteados para a viagem: um francês, Antoine; uma japonesa, Midori; e uma norueguesa, Mia. O problema aqui é que os três são muito pouco carismáticos, e o autor opta por focar a narrativa – apesar de alternar entre eles – em Mia, que é claramente construída para agradar ao público do livro: ela é uma garota descolada, vocalista de uma banda, que vê na viagem uma oportunidade para conseguir atingir o sucesso.
Eu sinceramente preferiria que Midori fosse mais ativa nos acontecimentos, ela, entre os três, me pareceu bem mais genuína.
O livro é dividido em três partes, com a primeira introduzindo os personagens e a situação, além de mostrar os preparativos para a missão. Esta parte poderia ser bem mais maçante do que é, então ponto para o autor. Na segunda temos a viagem em si, e é aqui que a mágica acontece.
O autor tem um estilo que me pareceu roteirizado. Seu texto é sempre bem pontuado pelas ações a serem tomadas e as implicações que elas trarão ao enredo. Por exemplo: desde o começo sabemos que há um mistério na Lua e que a NASA desistira das missões Apolo por temer este segredo, e não pela justificativa oficial, de que, finda a Guerra Fria, o interesse do cidadão americano em conquistas espaciais diminuíra. Então o autor procura soluções que façam com que seja justificada uma nova missão. Ele é prático, e eu tendo a gostar disto.
Gostei muito do ambiente lunar que ele criou e da forma como conduz o leitor em meio ao mistério. Se a primeira parte do livro é um pouco devagar, já aviso que aqui as coisas acontecem de maneira rápida. Há tensão no ar e ela chega a ser palpável, o que só faz bem ao texto.
Mas, tenho ressalvas.
A ideia de uma trinca de adolescentes em uma missçao espacial não me agrada. O livro poderia ser muito mais atrativo para mim se, ao invés de uma porção de personagens sem qualquer experiência – e com dramas de vida um tanto fúteis pra falar a verdade – trouxesse especialistas que sabem do assunto. As surpresas, o mistério, tudo ficaria melhor assim.
Em Encontro Com Rama, por exemplo, a coisa toda flui muito bem porque pessoas bem treinadas se deparam com o desconhecido e, em um primeiro momento, não sabem como reagir. Se 172 Horas na Lua seguisse essa premissa sinto que teria embarcado muito mais na história.
Outro ponto é que, em favor da surpresa, o narrador, onipresente, solta a mão do leitor em diversos momentos durante a trama, deixando-o em suspenso e usando de artimanhas para explicar e reverter fatos que o leitor já dava por definitivos. E isto é o que mais me incomoda em uma leitura. Tudo bem que, em favor do mistério, estes artifícios tenham de ser empregados, mas eu sou sempre a favor da cumplicidade entre o leitor e o narrador. Em livros onde o suspense e o mistério são os pontos fortes, essa ligação tem de existir, e tem de ser sincera.
Mas, ainda assim, 172 Horas na Lua é um bom livro. Acredito que ele é uma excelente porta de entrada para que leitores que ainda não tiveram contato com ficção científica possam se interessar pelo gênero. Ele não é tão complicado que assuste os novatos, ao mesmo tempo em que apresenta bons argumentos que não fazem feio frente a titulos consagrados.
Destaque ainda para a edição, que é repleta de ilustrações e diagramas que são muito válidos e acrescentam bastante à experiência de leitura.
★★★★☆
Ficha Técnica 172 Horas na Lua Johan Harstad Editora Novo Conceito 288 páginas Título original: Darlah-172 Timer Pa Manen Tradução de Camila Fernandes
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Uma review sincera de Caraval
Bem-vindos, bem-vindos ao Caraval! O maior espetáculo na terra ou no mar. Aqui vocês conhecerão mais maravilhas do que a maioria das pessoas vê em toda uma vida. Mas, antes que entrem no nosso mundo, devem recordar que tudo é um jogo. O que acontece atrás destes portões pode assustar ou encantar, mas não deixem que nada os engane. Tentaremos convencer vocês de que é real, porém tudo é teatro. Um mundo feito de faz de conta. Então, apesar de querermos vê-los arrebatados, cuidado; não se deixem levar longe demais.
Este é o meu primeiro blog neste estilo aqui no tumblr. Normalmente eu costumo apenas entrar aqui para escrever alguns cenários ou ler algo do tipo também, entretanto, ultimamente eu tenho lido vários livros (a maioria os famosinhos do tkk) e me encontrei sem ninguém para comentar sobre as minhas leituras. Tudo bem, ninguém também é exagero rsrs sempre descubro que uma ou duas amigas minhas já leram o mesmo livro e até rende alguns comentários, mas eu percebi que preciso de mais, preciso encontrar e interagir com mais pessoas que também leram o mesmo livro. Discutir, escutar e rir das opiniões dos outros é algo que eu particularmente gosto bastante então... por isso o blog!
Não sei com que frequência vou postar as resenhas por aqui, mas pode ter certeza que sempre que eu terminar um livro eu vou aparecer por aqui para comentar minha sincera opinião sobre ele.
Livro: Caraval Autora: Stephanie Garber Editora: Novo Conceito Ano: 2017 Avaliação: ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️
O primeiro livro da trilogia de Caraval superou as minhas expectativas! Foi como sonhar de olhos abertos, foi uma sensação incrível! Quem me dera poder ler Caraval novamente como se fosse a primeira vez, foi tudo mágico. Os personagens, os conflitos, os romances, os cenários, simplesmente perfeito! Tá de parabéns Stephanie Garber, que livro BOM.
O início do livro pode ser um pouco massante para alguns, assim como qualquer início de livro eu imagino kkkkkkk, mas é que logo de cara você recebe muitas informações tanto sobre o universo em que se passa a história quanto das personagens em si, então TALVEZ você possa ficar um pouco confusa no início mas vai por mim, vale a pena dar uma chance. 🫶🫶
No momento em que a Scarlett Dragna foi sequestrada pelo Julian e levada para participar do show mágico que é o Caraval o livro me prendeu. Aí já era kkkkkkk. Simplesmente me rendi ao universo e devorei do início ao fim cada pedacinho e letrinha desse livro. Já aviso que é totalmente normal e compreensivo você sentir ódio da Donatella Dragna KKKKK mas não adianta, a partir do segundo livro você VAI se render aos charmes dela, não tem escapatória, foi assim comigo e espero que seja assim com você também! Afinal, não tem como ficar muito tempo odiando uma das irmãs Dragna sendo que o verdadeiro vilão é o próprio pai delas.
Acredito que assim como eu, a maioria vai desenvolver um sentimento de carinho e amor pela Scarlett, mas também tadinha, depois do tanto que ela sofreu eu sinceramente acho impossível alguém de sã consciência não se apegar afetuosamente pela Dragna mais velha. Comigo em específico era mais um sentimento de proteção mesmo, eu tinha a vontade de proteger a irmã mais velha de todo o mal desse mundo. Queria colocá-la dentro de um potinho e desejar apenas o bom e o melhor para ela. Por mais que o meu favoritismo tenha mudado, esse sentimento pela Scarlett ainda prevalece e acredito que vai continuar pelo resto da minha vida. É uma personagem forte, guerreira, inteligente, esperta, observadora e principalmente, sensata. A principal diferença entre as irmãs e justamente isso kkkkkkk a sensatez, uma tem e a outra não.
Bom, voltando ao livro, a coisa começa a ficar realmente BEM interessante ✨️ quando o Caraval começa de verdade, é nesse momento que você pensa "Caramba o que será que vai acontecer?", "Como que funciona esse jogo?", "Como que se joga?", "Quem são os personagens?", "Como eu vou saber o que é de fato verdade e o que é de fato mentira?". A escrita da Stephanie possibilita que você se imagine ali dentro do jogo junto com a Scarlett, eu senti que conforme a autora ia descrevendo os lugares e as ações da personagem eu conseguia me imaginar ali também, passando pelas mesmas coisas que a Scarlett passou, sentindo as mesmas emoções e passando pelos mesmos sufocos kkkkkkkkk. Foi bom porque me deu liberdade e imaginação para criar vários cenários na minha cabeça de como seria se fosse eu ali no lugar dela jogando o jogo (se você também gosta de criar cenários fictícios na sua cabeça assim como eu, Caraval é um livro que vai aumentar esses devaneios em 1000%).
Os conflitos desse livro minha gente– 💣💣💣 pensa em uma pessoa que passou sufoco e desespero lendo KKKKKK. Não chega a ser conflitos violentos (ignorando os conflitos quando o Marcello Dragna aparece, aí sim você segura a respiração), acredito que eles se encaixam melhor em uma descrição como conflitos psicológicos. Você fica ali o tempo todo questionando tudo junto com a personagem o que é real e o que é mentira, porque TUDO PARECE REAL. Scarlett tinha um casamento em 5 dias (se não me engano) e o Caraval em si dura 5 dias, então a cada dia que passa no jogo você acompanha a aflição da jogadora ao perceber que está longe de achar a próxima pista e que o dia do seu casamento está se aproximando. Detalhe: no momento em que ela chega no local onde vai ser o jogo ela percebe que sua irmã é nada mais, nada menos do que o prêmio de quem ganhar o Caraval desse ano. Donatella como sempre arrumando confusão.
E claro que não pode faltar, o romance. Parecia impossível que uma jovem de boa família com um casamento que iria, não só aumentar sua riqueza como também o seu status, colocar tudo a perder para se apaixonar por um marinheiro afobadinho. É exatamente isso que gostamos, de um desafio, de um romance particularmente impossível. mas que no final se torna realidade. Julian Santos. O nome do amor da vida de Scarlett Dragna E QUE CASALZÃO HEIN. Julian particularmente não faz o meu tipo, entretanto não posso negar que gosto de um homem que é caidinho pela mulher, e essa é a minha definição dele. Julian Santos é CAIDÍSSIMO pela Scarlett em todos os 3 livros da obra e parece que a cada livro ele se apaixona mais, é lindo de se ver. É gostoso acompanhar o desenvolvimento dos dois no decorrer da história. Não sei se diria que é um "enemies to lovers" porque o enemies estava mais na visão da Scarlett mesmo KKKKK talvez bem no início seja um enemies to lovers mas definitivamente do meio pro final passa a ser friends to lovers. É lindo ver o quanto que o Julian se preocupa com a Scarlett, pois ele chega a abrir mão de 1 DIA DA SUA VIDA para que ela não perdesse mais tempo com o jogo se aproximando do final. Não vou entrar em mais detalhes, caso tenham gostado do comentário vocês vão ter que LER para entender o que eu to falando 🥸☝️
O FINAL É UMA BOMBA TÁ QUE QUE FOI AQUILO UM MONTE DE COISA ACONTECENDO SOCORRO NUNCA VI TANTA TRAGÉDIA UNIDA EM 1 CAPÍTULO. 💣💣💣
De modo geral Caraval é literalmente o que a autora diz sobre ele, mágico. Você vive cada capítulo como se estivesse ali, dentro do livro também. Eu amei muito e definitivamente é a minha saga favorita de longe, nunca vivi tantos sentimentos como vivenciei com Caraval, eu daria de tudo para ler novamento como se fosse a primeira vez. Simplesmente leiam 🫶🫶🫶
Agora vou deixar aqui a sinopse dele junto com um trecho do livro!
Sinopse: Lembre-se, é apenas um jogo… Scarlett Dragna nunca saiu da pequena ilha onde ela e a irmã, Tella, vivem sob a vigilância do seu poderoso e cruel pai. Scarlett sempre teve o desejo de assistir aos jogos anuais de Caraval. Caraval é magia, mistério, aventura. E, tanto para Scarlett como para Tella, representa uma forma de fugirem de casa do pai. Quando surge o convite para assistir aos jogos, parece que o desejo de Scarlett se torna realidade. No entanto, assim que chegam a Caraval, nada acontece como esperavam. Lenda, o Mestre de Caraval, sequestra Tella, e Scarlett vê-se obrigada a entrar num perigoso jogo de amor, sonhos, meias-verdades e magia, em que nada é o que parece. Realidade ou não, ela dispõe apenas de cinco noites para decifrar todas as pistas que conduzem até à irmã, ou Tella desaparecerá para sempre...
"Cada um tem o poder de mudar seu destino se for corajoso o suficiente para lutar pelo que deseja mais do que qualquer coisa."
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Amor (ou caridade), Esperança e Fé: As três principais virtudes cristãs, conforme arroladas pelo apóstolo Paulo no décimo terceiro capítulo da Primeira Carta aos Coríntios, um dos ou talvez mesmo o mais belo capítulo de todo o Novo Testamento. Os católicos chamam-nas de virtudes teologais, que seriam infundidas por Deus no homem, e cuja ação é complementada pelas virtudes cardinais (prudência, justiça, fortaleza e temperança).
Nesta breve seleta, reunimos nada menos que mil (e cem) citações. São textos notadamente de autores cristãos (reformados, católicos e de outras vertentes), mas não somente; autores de outras confissões religiosas aqui comparecem, e mesmo agnósticos e livres pensadores os mais diversos, contribuindo para o entendimento e a reflexão plurais sobre tais temas de infindável profundidade. Assim, mesmo focado na seara cristã, esta pequena antologia é de valia para todo tipo de leitor, todo aquele que tem sua atenção capturada pelo mundo das ideias.
Este livro é uma edição revista e ampliada do e-book “Amor, Esperança e Fé – Uma antologia de citações”, publicado em 2017, e que reunia em torno de 750 citações sobre as três virtudes. Além do acréscimo em citações, aqui inserimos uma nova seção, “As Três Virtudes”, reunindo citações que falem ao mesmo tempo sobre as três, ou ao menos duas delas. O referido e-book foi uma publicação que surgiu no rastro de comemorações dos 500 anos da Reforma Protestante.
“Bem, as virtudes teologais: o que tem isso a ver com a Reforma?”, perguntará o leitor mais desatento. E que foi a Reforma, senão um retorno ou esforço de retorno aos fundamentos da fé cristã uma vez perdidos ou obnubilados? Anseio desesperado de tornar às bases e raízes que foram amortecidas ou banidas em troca de conceitos débeis e prostituídos? Se assim entendermos, percebemos que nada há de mais basilar em nossa crença do que o consórcio destas três virtudes capitais. São elas que garantem a simplicidade revolucionária da mensagem dAquele que por todos se ofereceu na cruz.
Que esta pequena seleta seja de proveitosa e edificante leitura a você, amigo leitor. Mais do que um livro a ser lido, nosso esforço foi para tornar este volume um livro a ser revisitado enquanto durar nossa peregrinação terrena.
E agora, além da versão em e-book, gratuita, atendemos a um pedido de muitos e disponibilizamos uma versão impressa, à venda no site da Editora UICLAP.
Para baixar o e-book GRATUITO pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.
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Duas irmãs, um jogo: Bem-vindos ao Caraval...
Título: Caraval Autora: Stephanie Garber Classificação: +14 Avaliação: ★★★★☆
Stephanie Garber nos conduz a um mundo repleto de magia e segredos. Com um enredo cativante e uma história diferente de tudo que você já possa ter lido, Caraval é um convite para conhecer um universo onde a realidade e a ilusão se entrelaçam, nos fazendo questionar se o que se passa é, de fato, apenas um jogo. Garber é uma autora norte-americana, responsável por nos proporcionar as trilogias de sucesso ‘Caraval’ e ‘Era uma vez um coração partido’ que a levaram ao status de Autora Nº 1 do New York Times e ao status de Best-Seller Internacional. Suas obras já foram traduzidas para mais de 30 idiomas e seu sucesso no meio literário é inegável.
A autora cogitou desistir da carreira de escritora enquanto escrevia Caraval e fico feliz em ver que isso não se concretizou, pois teríamos perdido histórias incríveis caso isso tivesse acontecido. Originalmente publicado em 2017, Caraval chegou ao Brasil pelo grupo Novo Conceito e logo sua sequência intitulada Lendário também veio, porém a editora não chegou a lançar o terceiro volume que era o tão aguardado final dessa história. Sendo mais tarde relançado através da Editora Gutenberg, a trilogia completa contando com os títulos Caraval, Lendário e Finale chegou ao Brasil no final de 2022 fazendo a alegria dos fãs que aguardavam o fechamento da trilogia e conquistando um novo público que até então ainda não havia tido contato com a obra.
Caraval é uma história que desafia os limites da imaginação, criando uma atmosfera repleta de tensão e mistério que cativa o leitor e atiça sua curiosidade logo nas primeiras páginas. Não é atoa que seus direitos de adaptação já foram adquiridos pela 20th Century Fox. Caraval é uma experiência que não pode ser simplesmente descrita, precisa ser vivida através da imaginação do leitor.
Aqui conhecemos as irmãs Scarlett e Donatella que vivem sob a tutela do sádico e perverso pai. As duas cresceram ouvindo histórias sobre o Caraval e sua magia, sonhando em conhecer o Mestre Lenda e viver as aventuras que o Caraval promete Scarlett começa a escrever cartas para Lenda acreditando que seus sonhos podem ser realizados, mas nunca há resposta. Após anos se passarem, Scarlett já é adulta e agora se encontra noiva a mando de seu pai, pensando que não há mais nada que possa ser feito por ela, Scarlett aceita de bom grado sua situação e o casamento com um homem que ela nunca conheceu, tudo está encaminhado, até que finalmente, a resposta às cartas que ela passou anos escrevendo finalmente chega junto com ingressos para participar do Caraval.
Scarlett sequer imagina a possibilidade de comparecer ao evento pois o pai jamais permitiria. Ela está decidida, até que sua irmã, contando com a ajuda de um rapaz que mal conhece, sequestra Scarllet para que ela possa viver o espetáculo antes de se casar. O plano parece perfeito, até que ao chegar no evento, Scarlett se dá conta de que sua irmã desapareceu. Para ter a chance de vê-la novamente Scarlett não só precisará participar do Caraval como precisará vencê-lo. O Caraval é um jogo cuidadosamente arquitetado e há mais pessoas jogando, será que Scarlett tem o que é necessário para ganhar?
Trata-se de uma premissa que de cara já chama a atenção, Caraval consegue nos encantar mais pela atmosfera do que de fato pelos personagens. Scarlett não tem o carisma que se espera da protagonista e a partir de suas atitudes, em diversos momentos sequer conseguimos desejar que ela vença, lhe falta carisma, inteligência, astúcia e etc. características que não são obrigatórias, mas que aqui fazem muita falta. É possível ver que ao longo da obra a personagem evolui e amadurece, mas não conte muito com isso, pelo menos não até aproximadamente a metade do livro.
Ainda bem que não é só em torno dela que a história se desenrola. Os personagens secundários conseguem nos fascinar e mesmo tendo pouco espaço nos intrigam e nos fazem questionar a tudo e a todos. A atmosfera que Stephanie Garber cria consegue nos entreter mesmo quando não há eventos tão relevantes acontecendo na narrativa, só a magia do Caraval e seus mistérios conseguiriam facilmente manter os leitores entretidos por horas.
Garber consegue balancear muito bem a ação e a descrição, conseguimos imaginar todos os cenários com uma riqueza incrível de detalhes ao mesmo tempo que conseguimos pensar nas interações e atitudes dos personagens presentes em cada cena. Não se trata de uma leitura difícil, mas ainda assim alguns poemas, metáforas e charadas requerem uma certa atenção na hora da leitura para que seu sentido não se perca, é uma obra que em alguns momentos exige essa postura mais concentrada do leitor.
Caraval se mostra uma obra única com uma narrativa que encanta e impressiona. Trata-se de uma mistura de fantasia, romance, ação, mistério e suspense. A princípio, ler isso pode assustar, muitas obras tentam fazer um pouco de tudo e acabam não entregando nada com maestria, mas não é esse o caso aqui. Me fogem palavras para descrever essa obra pois nenhuma que vem a mente se equipara a magnitude do que é o Caraval, parece que tanto o evento quanto a obra fazem jus a fama que os precede.
Em síntese, "Caraval" se mostra uma obra que diverte e hipnotiza os leitores, é possível sentir essa tal magia que o livro tanto cita através da leitura, Stephanie Garber mostra a que veio e se consagra no meio literário. Além de trazer todo esse encanto, Garber faz com que seja impossível não querer seguir a leitura da trilogia, após os eventos finais de Caraval eu duvido que Lendário não seja o próximo livro na sua lista.
Resenha por: Martha Cristina IG: @eu.e.meus.livros
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Hereges e Herdeiras de Duna (Frank Herbert) - Para você, daqui a 5000 anos
ENFIM cheguei no final da saga de Duna e, mesmo tendo seus altos e baixos em alguns livros, foi uma experiência bem interessante acompanhar os Atreides nesses 5000 anos de brigas e acontecimentos que mais parecem ter saído de uma bad trip.
Hereges e Herdeiras de Duna acontecem 1500 anos após a morte de Leto II, no final do quarto livro, e acompanha um novo núcleo de personagens com o retorno pela milionésima vez de um personagem já conhecido pelos leitores. Focando nas Bene Gesserit, esses dois últimos volumes reapresentam um universo um pouco diferente do mostrado nos livros anteriores, agora com o surgimento de um novo grupo: as Honoráveis Matres, inimigas mortais das Bene Gesserit que usam o que tiver ao seu alcance para conseguir o que desejam.
Foram livros que me agradaram por completo? Nem de longe, na verdade foram os que eu menos gostei da saga inteira, mas por causa da escrita um pouco mais arrastada, principalmente no quinto volume. Parecia que a história demorava para de fato começar, junto com uma longa apresentação de novos personagens, isso tudo contribuiu para ser uma leitura bem mais maçante e cansativa. No entanto, a construção de universo (seja apresentando conceitos que já tinham aparecido nos livros anteriores ou novos) é notavelmente mais bem feito nestes dois últimos volumes, além das discussões políticas que me fizeram ter gosto de marcar cada frase dita durante elas.
Duna é uma não só importante como também necessária para quem gosta de ficção científica, por mais que os livros não sejam completamente perfeitos ou escapem de problemas de narrativa. Ainda assim, é uma recomendação certeira para quem tem tempo e paciência. A resenha completa você pode conferir no blog, link abaixo.
❧ Hereges de Duna e Herdeiras de Duna (publicados originalmente em 1984 e 1985)
❧ Frank Herbert
❧ 568 e 544 páginas
❧ Editora Aleph
❧ Tradução de Christiane Almeida e Marcos Fernando de Barros Lima
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Pop Filosofia apresenta novos conceitos de ciências humanas
Coleção "Pop Filosofia" traz os livros "Pop Filosofia" e "Falsolatria" de Márcia Tiburi e Jean Wyllys. Livros debatem novos conceitos de filosofia e ciências humanas. #PopFilosofia #NovosConceitos #CiênciasHumanas
A Editora Nós e as Edições Sesc São Paulo anunciam a coleção “Pop Filosofia”. A organizadora, a filósofa Márcia Tiburi apresenta novos conceitos nas áreas da filosofia e ciências humanas. Os primeiros livros da coletânea são “Pop Filosofia” de autoria de Márcia Tiburi e “Falsolatria” do jornalista, professor e ex-deputado Jean Wyllys. Em “Pop Filosofia” a autora se inspira no sentido de “Pop…
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Adolf Brand
Gustav Adolf Franz Brand (14 de novembro de 1874 – 2 de fevereiro de 1945) foi um escritor alemão, anarquista egoísta, e ativista pioneiro pela aceitação da bissexualidade e da homossexualidade masculina .
Vida pregressa
Adolf Brand nasceu em 14 de novembro de 1874 em Berlim, que então fazia parte do Império da Alemanha.
Carreira
Ele se tornou professor por um breve período antes de fundar uma editora e produzir um periódico homossexual alemão, Der Eigene (The Unique) em 1896. Esta foi a primeira publicação homossexual em andamento no mundo, e funcionou até 1931. O nome foi tirado dos escritos do filósofo egoísta Max Stirner, que influenciou muito o jovem Brand, e refere-se ao conceito de Stirner, o conceito de "autopropriedade" do indivíduo. Der Eigene concentrou-se em material cultural e acadêmico e pode ter tido uma média de cerca de 1.500 assinantes por edição durante sua vida, embora os números exatos sejam incertos. Os colaboradores incluíram Erich Mühsam, Kurt Hiller, John Henry Mackay (sob o pseudônimo de Sagitta) e artistas Wilhelm von Gloeden, Fidus e Sascha Schneider. O próprio Brand contribuiu com muitos poemas e artigos. Os escritos de Brand, juntamente com os de outros colaboradores do Der Eigene, visavam um renascimento da pederastia grega como um modelo cultural para a homossexualidade moderna.
Em 1899/1900, Brand publicou a influente antologia de Elisar von Kupffer (1872–1942) de uma literatura homoerótica, Lieblingminne und Freundesliebe in der Weltliteratur. A obra foi reimpressa em 1995.
Em 1900, ele foi condenado a um ano de prisão por insultar o líder do Partido de Centro, Ernst Lieber .
Brand envolveu-se no Comitê Científico-Humanitário de Magnus Hirschfeld (a primeira organização pública pelos direitos dos homossexuais), até que houve uma divisão em 1903. Naquele ano, Brand formou a Gesellschaft der Eigenen com o cientista (e principal teórico) Benedict Friedlaender e Wilhelm Jansen. Para este novo grupo, o amor entre homens, em particular o de um homem mais velho por um jovem, era visto como um simples aspecto da masculinidade viril disponível para todos os homens; eles rejeitaram as teorias médicas de médicos como Magnus Hirschfeld, que descobriu que um homem gay era um certo tipo de pessoa, o sexo intermediário. O GdE era uma espécie de movimento de escotismo que ecoava o credo guerreiro de Esparta e os ideais de pederastia na Grécia Antiga, e as ideias sobre o eros pedagógico de Gustav Wyneken. O GdE estava fortemente envolvido com camping e trekking e ocasionalmente praticava nudismo – este último então comum como parte da Nacktkultur (“cultura da nudez”) que varreu a Alemanha. Na década de 1920, isso se desenvolveria na Freikörperkultur sob Adolf Koch.
A Gemeinschaft se opôs à posição de Hirschfeld e do Comitê Científico-Humanitário de que a homossexualidade existia em um continuum com a feminilidade. Brand e a Gemeinschaft, em vez disso, acreditavam que a homossexualidade era o epítome da masculinidade e do amor fraternal, a ser expressado por qualquer homem. O grupo tendia ao elitismo que baseava suas ideias de atratividade na pureza racial germânica. Suas opiniões em relação às mulheres eram muitas vezes misóginas. A Gemeinschaft seguiu uma estratégia de expor homossexuais de alta visibilidade. Eles denominaram esta estratégia de "caminho sobre cadáveres" (alemão: Weg uber Leichen).
O GdE era semelhante a outros grupos semelhantes na Alemanha da época, como o Wandervogel. Wilhelm Jansen, cofundador da Gemeinschaft der Eigenen, foi um dos principais apoiadores financeiros do Wandervogel e também um líder nele.
Os escritos e teorias do anarquista romântico John Henry Mackay (1864–1933) tiveram uma influência significativa no GdE a partir de 1906.[7] Mackay viveu em Berlim durante uma década e tornou-se amigo de Friedlaender, que não partilhava as tendências anarquistas de Brand e Mackay, preferindo o pensamento sobre os "direitos naturais" e a reforma agrária, então corrente na Alemanha.
Brand foi preso várias vezes por suas ações. Mesmo no tribunal, ele se identificou assumidamente com sua homossexualidade.
Vida posterior
No início da década de 1930, Brand retirou-se do ativismo, casou-se com uma mulher e aposentou-se.
Ele e sua esposa foram mortos por uma bomba aliada em Berlim-Rahnsdorf em 2 de fevereiro de 1945. Ele tinha 70 anos.
Adolf Brand 1924
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A Aposta | Vanessa Bosso
Quando recebi “A Aposta” para ler, eu já sabia o que esperar: esperava por uma história simples, esperava por um romance leve, esperava por conflitos sem grande importância. Em outras palavras esse livro cumpriu exatamente o que eu esperava. Uma leitura leve para passar um tempo de forma agradável e relaxar enquanto fizesse a leitura. “Como grana é grana, nesses momentos não faz a menor…
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Quatro princípios práticos para quem busca a felicidade
Fundadora da Sociedade de Pessoas Felizes, Pamela Gail Johnson publica livro que estimula leitor a perceber a alegria em meio às adversidades da vida “Muitas pessoas acreditam que só podem ser felizes na ausência de conflitos. Mas momentos assim acontecem até mesmo nas horas mais desafiadoras”. É com essa frase que Pamela Gail Johnson, especialista em psicologia positiva e fundadora da Society of Happy People (Sociedade de Pessoas Felizes) há 25 anos, sintetiza a obra Felicidade na Prática: um compilado de insights que ajuda a repensar o sentimento e a alcançar este estado de espírito sem depender de bens materiais. Ao lidar diariamente com pessoas que buscam o prazer emocional, a autora constatou que todos podem ter acesso à felicidade a qualquer momento se forem capazes de reconhecer alguns princípios: 1) a felicidade é pessoal; 2) os Exterminadores da Felicidade são gerenciáveis; 3) ela muda conforme você muda; 4) este sentimento é maior do que se pensa. Estes tópicos apresentados por Johnson ao longo de quatro capítulos delineiam caminhos para o autoconhecimento a fim de demonstrar como regular as emoções em meio ao caos e auxiliar na jornada rumo à alegria plena. Neste lançamento da Latitude, a escritora apresenta os temíveis "Exterminadores de Felicidade": medo, estresse, dificuldades financeiras, luto e outros sentimentos que podem diminuir a percepção individual de alegria. Entretanto, Pamela Gail enfatiza que, independentemente destes obstáculos, a felicidade sempre estará presente em pequenas ações, pois ela muda de acordo com a mentalidade, maturidade e percepção de cada pessoa sobre o momento presente. Quando ficamos mais felizes, naturalmente notamos mais felicidades nos outros e na vida. Nossa vibração aumenta naturalmente, e atraímos mais experiências que nos fazem bem. (Felicidade na Prática, p. 29) Para evitar que pessoas caiam no conceito de Felicidade Competitiva, ou seja, uma falsa alegria constante, a escritora instiga o leitor, por meio de relatos e exemplos práticos, a montar uma lista de cinco coisas que os fazem felizes de verdade. De tarefas simples como um passeio ao ar livre a desafios complexos, a especialista explica que listar essas ações ajuda a identificar a sensação de bem-estar no dia a dia, sem precisar de acontecimentos extraordinários para alcançar o oásis. Felicidade na Prática é um convite para cultivar uma mentalidade positiva em meio a situações adversas. Com ensinamentos de uma das maiores especialistas no tema, o livro traz um importante alerta: não é o emprego, a casa, o relacionamento amoroso ou bens materiais que tornarão a felicidade possível, mas, sim, saber gerenciar as vivências pessoais e ter uma visão edificante e gratificante nos momentos mais singelos. Ficha técnica: Título: Felicidade na prática Subtítulo: Quatro princípios para melhorar sua vida Autora: Pamela Gail Johnson Editora/selo: Latitude ISBN: 978-65-89275-45-9 Edição/ano: 1.ª ed., 2023 Gênero: não ficção Idade recomendada: a partir dos 35 anos Número de páginas: 180 Formato: 16 x 23 Preço: R$ 59,90 Onde encontrar: Amazon | E-commerce VR Editora | Principais livrarias do Brasil Sobre a autora: Pamela Gail Johnson ajuda as pessoas a entender, expandir e repensar a felicidade desde 1998, quando fundou a Society of Happy People (Sociedade de Pessoas Felizes). A partir deste trabalho, ela já foi destaque em muitas revistas e jornais, incluindo People, Newsweek, The Washington Post, The Cotsco Connection, USA Today, The Wall Street Journal, The Dallas Morning News e The Los Angeles Times. Ela acredita que sua missão na terra e propósito na vida é tornar o mundo um lugar mais feliz. E isso começa ajudando as pessoas a se sentirem mais felizes, uma pessoa de cada vez. Site: https://pamelagailjohnson.com/ Sobre a editora: A Latitude marcou um novo ciclo da VR Editora. Voltado ao aprimoramento pessoal e dedicada ao público adulto. Foi por meio do autor e psicólogo Marcos Lacerda que a Latitude deixou a sua marca nesse gênero literário cuja missão é provocar nos leitores uma mudança de vida por meio da reflexão sobre diferentes temas, como: saúde mental, finanças pessoais, negócios, espiritualidade, sociedade, empoderamento feminino entre outros. Desse modo, Latitude pretende ser uma bússola por meio da qual cada leitor possa encontrar sua rota em direção um futuro promissor. Acompanhe a editora nas redes sociais @latitudelivros Read the full article
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A H1 Editora, empresa do grupo O Novo Mercado, anuncia a nova identidade visual e a venda de livros nas livrarias físicas com o objetivo de ampliar o perfil do público leitor. A nova fase chega com o propósito de reforçar os valores da marca, que estarão mais presentes na identidade visual. O novo monograma, também conhecido como logotipo de letras, carrega simplicidade e traz uma versão mais limpa e direta do logotipo, mantendo apenas o que realmente é importante para que a mensagem seja comunicada com mais eficácia, conexão e autenticidade. As cores branco e preto permanecem. “Tínhamos uma comunicação muito dependente dos livros lançados e cada campanha recebia uma nova identidade, sempre muito conectada com cada obra. Agora, temos uma comunicação única da H1, que pode ser desdobrada para cada ação, seja um evento, lançamento de livro, publicação nas redes sociais ou campanhas de mídia. Com a nova identidade visual, conseguimos também deixar mais evidentes os valores da marca que compreendem sofisticação, conexão e o conceito cosmopolita”, afirma Rodrigo Simonsen, publisher e o um dos fundadores da H1. Realizado em parceria com a agência VVe, o novo rebranding também contempla logo estendido da H1 Editora, com o nome escrito por extenso para ser aplicado em frases, fonte única e própria para ser usada em qualquer ambiente, físico ou digital, carregando sempre muita personalidade. Simonsen destaca que, para realizar o projeto, buscou referências em marcas que vão além do universo dos livros, como grifes internacionais de moda e estúdios cinematográficos. O site da H1 também passará por reformulações, com perfil mais ‘clean’ e organização dos elementos na tela, além de opções de filtragem dos livros por tema ou por autor. Vendas nas livrarias físicas Todo o catálogo de livros da H1 está disponível também para ser adquirido pelas livrarias físicas de todo o Brasil, além do próprio e-commerce da marca. São obras idealizadas por autores consagrados e referências mundiais em áreas como marketing, negócios, finanças e comunicação. Inicialmente, os livros poderão ser encontrados nas unidades físicas das livrarias Cabeceira e Martins Fontes, localizada na avenida Paulista, em São Paulo, e também na Realejo, em Santos (SP). A entrada da H1 nas livrarias físicas marca um novo momento da editora que tem o objetivo de alcançar novos perfis de leitores. “Temos um público muito focado em marketing digital por conta do O Novo Mercado. O momento agora é de conquistar novos públicos, inclusive, do mercado corporativo e da literatura, que terão a oportunidade de conhecer nossos livros, ganhar em inteligência profissional e aplicar os ensinamentos na carreira e na vida pessoal”, explica Simonsen. Fundada em 2021, a H1 oferece uma nova experiência de leitura e aprendizado ao unir o melhor do mundo físico com o melhor do mundo digital. Criada por Ícaro de Carvalho, Jonatas Figueiredo e Rodrigo Simonsen, a marca alia inovação e tecnologia ao processo de leitura, e o seu modelo de negócio oferece livros de alto padrão de qualidade para transformar o livro em um objeto de desejo e aulas on-line sobre as obras. A maioria dos livros é impressa em capa dura, possui miolo colorido e ilustrações. De olho no crescimento do mercado editorial, a H1 planeja fechar 2023 com faturamento de R$ 8 milhões, e a expectativa é lançar 20 títulos neste ano. Em 2023, a marca estreou vendas no marketplace da Amazon, uma das principais plataformas de e-commerce, ampliou a sua capacidade de operação e inaugurou o próprio galpão de distribuição. Localizado no bairro da Lapa, na cidade de São Paulo, o espaço tem capacidade para armazenar 200.000 livros. Dessa forma, a empresa dispensa a necessidade de terceirizar a parte logística e fica responsável por controlar a operação por completo. Dentre as obras lançadas em 2023 estão: box de Copywriting, com os livros Copywriting Persuasivo, de Andy Maslen, Como Escrever Uma Copy Que Vende, de Ray Edwards, e Ogilvy Sobre A Propaganda,
de David Ogilvy, De futuro em Futuro, de Álvaro Machado Dias, Longo Prazo, de Dorie Clark, As 22 Leis Imutáveis do Marketing, de Al Ries e Jack Trout, e Networking Para Quem Não Quer Fazer Networking, de Karen Wickre. Sobre a H1 Uma empresa do grupo O Novo Mercado, a H1 Editora oferece uma nova experiência de leitura e aprendizado no mercado editorial brasileiro ao unir o melhor do mundo físico com o melhor do mundo digital. Criada em 2021, a H1 Editora alia inovação e tecnologia ao processo de leitura, e o seu modelo de negócio oferece a aquisição de livros de alto padrão de qualidade e aulas on-line.
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Introdução
O trabalho que vou apresentar é a primeira versão de um projeto de pesquisa iniciado este ano e que trata da recepção da obra de Rousseau no pensamento político brasileiro entre as décadas de 1980 e 2010. O interesse pelo tema surgiu de uma constatação mais ou menos impressionista de que os debates sobre a democracia no Brasil nesse período mobilizaram o legado rousseauniano, especialmente os conceitos de vontade geral, soberania popular, virtude cívica e corrupção. Diante dessa impressão inicial, me pareceu que um estudo mais sistemático sobre a recepção de Rousseau no campo do pensamento político brasileiro seria pertinente para explicitar os diálogos estabelecidos entre intelectuais brasileiros e o legado do republicanismo francês.
Selecionei alguns trabalhos que servirão de base para as observações que farei aqui e que são os seguintes:
MERQUIOR, José Guilherme. 1990 [1980]. Rousseau e Weber: dois estudos sobre a legitimidade. Rio de Janeiro. Edições Guanabara. Tese de doutorado em Sociologia Política defendia em 1979 na London School of Economics,
COUTINHO, Carlos Nelson. 1996. “Crítica e Utopia em Rousseau”. In: Revista Lua Nova.
SANTOS, Wanderley Guilherme. 2007. “O Paradoxo de Rousseau: uma interpretação democrática da vontade geral”.
BIGNOTTO, Newton. 2010. “As Aventuras da Virtude: as ideias republicanas na França do século XVIII”.
As interrogações que proponho são as seguintes: como esses intelectuais acima citados leram e se apropriaram da obra de Rousseau no contexto da transição do regime autoritário para o regime democrático? Que juízo faziam das proposições normativas do Contrato Social e sua aplicabilidade no mundo contemporâneo, isto é, no contexto de sociedades complexas e configuradas em torno do pluralismo moral? As ideias de Rousseau, nessas leituras, anunciariam um novo totalitarismo ou seriam expressão exigente de uma teoria da participação política e da virtude cívica?
Em suma, me interessa examinar o uso do vocabulário rousseauniano em contexto distinto daquele sua enunciação original, explicitando o modo pelo qual o uso polêmico desse vocabulário informa diagnósticos sobre os impasses e as potencialidades do experimento democrático no final do século XX e início do século XXI.
Minha apresentação aqui será dividida em dois tópicos.
O primeiro trata das controvérsias em torno da tese de um Rousseau profeta do totalitarismo e um inimigo da liberdade; já o segundo tópico examina a avaliação dos intérpretes brasileiros sobre a atualidade do legado rousseauniano e sua aplicabilidade no mundo contemporâneo.
Rousseau: inimigo da liberdade?
A teoria política da segunda metade do século XX, notadamente no âmbito da academia anglo-americana, foi bastante profícua em trabalhos críticos ao legado rousseauniano. Autores como Isaiah Berlin, Jacob Talmon, Karl Popper, Judith Sklar, Leduc Lafayette promoveram a visão de que Rousseau seria o teórico de uma forma patológica da democracia. Atribuem ao filosófo genbrino os epítetos de inimigo da liberdade, profeta do terror jacobino, e até mesmo precursor dos regimes totalitários. No núcleo dessa crítica está a tese de que conceitos como soberania popular e vontade geral representariam graves ameaças às garantias das liberdades individuais e da autonomia moral do cidadão. A teoria política de Rousseau manifestaria formas patológicas do político, promovendo de um coletivismo e um unitarismo irrefreável, antessala do Estado totalitário.
Os intérpretes brasileiros da obra de Rousseau que estudo aqui se mostram predominantes céticos em relação a essas teses do Rousseau totalitário.
José Guilherme Merquior, por exemplo, se empenha em aproximar a teoria política de Rousseau do universo do liberalismo progressista e mesmo do utilitarismo. Em sua tese de doutorado defendida em 1979 na Inglaterra (publicada em 1980 pela editora Routledge e no Brasil em 1990), Merquior contesta a validade da tese de Jacob Talmon, que segundo ele, seria responsável por algumas das “viciosas interpretações” da teoria política de Rousseau (Merquior, 1990, p. 39). Diferentemente das utopias elitistas da cidade ideal platônica ou do culto hegeliano do Estado, Merquior sustenta que a teoria política de Rousseau, como aliás de todo contratualismo, possui um fundamento “individualista”, oposto ao holismo e ao totalitarimo, se entendemos por totalitarismo um tipo de sociedade em que todas as instâncias da vida são detalhadamente controladas pelo Estado.
O Rousseau de Merquior seria um defensor radical da “autonomia do eu” e mesmo do “interesse próprio”, já que a vontade geral nada mais seria que a reunião de vontades individuais esclarecidas. As proposições normativas de Rousseau em nada se assemelhariam as formas dos estados totalitários do século XX, com suas estruturas hiperburocráticas e policialescas. As leituras liberais do contexto da guerra fria teriam, segundo Merquior, criado uma imagem absolutamente fantasiosa de Rousseau.
Newton Bignotto, no livro Aventuras da Virtude, também se ocupa de refutar as teses que associam Rousseau à democracia totalitária. Segundo o professor da UFMG, o “recurso ao conceito de totalitarismo, para a compreensão do pensamento de Rousseau, mostra-se pouco proveitoso, mesmo quando se trata de uma metáfora”. (Ele se dirige mais especificamente a pesquisadora francesa Denise Leduc Fayete em “Rousseau e la cité antique”, que associa o totalitarismo de Rousseau à nostalgia espartana). Bignotto retoma as obras de Claude Lefort e Hannah Arendt sobre o conceito de totalitarismo moderno, e destaca impropriedade de ligar o fenômeno que assombrou o século XX ao funcionamento dos regimes de Esparta ou Roma tão admirados por Rousseau.
Rousseau, argumenta Bignotto, em vários momentos mostrou-se cético com relação a possibilidade prática de introdução dos valores e práticas da virtude antiga no âmbito das sociedades modernas corrompidas pelo amor-próprio. Além disso, Bignotto argumenta que Rousseau reconhece a distinção entre virtude política e virtude moral, isto é, entre dois espaços distintos – público e privado - em que se formam os indivíduos. Haveria antes uma tensão entre ambos espaços em que se desenvolve a virtude do que um programa abolição da esfera privada e da subjetividade humana como sustentaram equivocadamente os liberais no contexto da guerra fria.
Já na obra de Wanderley Guilherme dos Santos encontramos uma leitura menos simpática ao vocabulário rousseauniano, se o comparamos a Merquior e Bignotto. Ainda que Wanderley continue a se valer do conceito de vontade geral como um componente da democracia representativa, ele denuncia os equívocos teóricos e práticos da interpretação dominante do conceito. Dedica boa parte do seu livro a atacar o que ele chama de “autocratismo iluminista-rousseauniano” e suas ressonâncias na teoria política contemporânea.
Segundo Wanderley haveria duas interpretações possíveis da vontade geral. Uma autocrática e outra democrática, advogada por ele. A interpretação autocrática da vontade geral se baseia em um juízo radicalmente negativo do interesse particular. A divergência, a heterogeneidade, a divisão social, as preferências dos indivíduos e grupos, são ignorados pelo republicanismo de matriz rousseauniana. Entretanto, argumenta WGS, esses são dados inerradicáveis do experimento democrático que se iniciou no século XIX. Ao estigmatizar o interesse como patologia do político, os teóricos do consenso racional - uma das vertentes mais influentes do rousseaunismo contemporâneo, oscilam entre a ficção utópica e a justificação normativa de uma coerção autoritária.
O ideal normativo da teoria rousseauniana e do “iluminismo autocrático” postula uma integração ética entre os cidadãos tomados individualmente e a comunidade da qual fazem parte (Santos, 2007, p. 45-46).
Wanderley contesta essa teoria da obrigação política segundo a qual obediência civil implica uma adesão moral do indivíduo à substância da lei. A alternativa oferecida pelo autor é de um tipo de legitimidade mais branda, que obriga a obediência a lei, sem, contudo, exigir adesão moral à comunidade:
“O cidadão de um governo legítimo consente e, pois, obedece, sem necessariamente concordar. O poder que, além de consentimento e obediência, empenha-se em extrair concordância torna-se ipso facto, autocrático” (Santos, 2007, p. 46).
O ideal de uma adesão moral integral e homogeneidade ética em que são banidos os interesses parciais ou particulares revela-se na exigência da amizade como afeto político dominante na cidade republicana. A promoção compulsória de uma “amizade altruística” seria nas palavras de Wanderley algo “monstruoso” (Santos, 2007 p. 65). (cita o trabalho de Maurício Viroli).
Essas exigências de legitimidade republicana, além de utópicas, tenderiam segundo Wanderley, a reforçar a dimensão da coerção estatal sobre os indivíduos, com punições desnecessárias e injustas contra eventuais os cidadãos apáticos ou não cooperativos. A teoria da vontade geral, em suas palavras, teria contraído “dívidas explícitas com procedimentos autocráticos” (p. 77), ao postular que apenas a participação e unanimidade fossem capazes de refrear a expressão dos interesses particulares.
A “vontade geral democrática”, advogada por Wanderley, reserva um direito interno de dissenção cívica e a apatia. Não à desobediência, bem entendido.
Como se nota, nessas breves referências, as leituras de Merquior, Bignotto e Wanderley Guilherme dos Santos, a recepção de Rousseau no Brasil formulou interpretações rivais sobre o legado rousseauniano e sua relação com as formas políticas autoritárias ou totalitárias. Enquanto Merquior e Bignotto contestam a associação de Rousseau com regimes autoritários ou totalitários, Wanderley identifica aspectos problemáticos nas exigências do conceito de vontade geral e soberania popular de Rousseau e suas repercussões na teoria política contemporânea. Muito embora se valha de uma contundente crítica ao programa rousseauniano, Wanderley adota uma posição ambígua diante do conceito de vontade geral. Ora, o denuncia como utópico e autocrático, ora ressignifica-o incorporando às experiências das democracias representativas.
Rousseau: razão e história, modernidade e arcaísmo
Passo agora para o segundo tópico de minha fala que trata do tema da contemporaneidade ou do arcaísmo da obra de Rousseau. A pergunta aqui é em que medida a teoria normativa de Rousseau seria compatível com as formas institucionais das sociedades modernas? A teoria de Rousseau contribui para para iluminar ou inspirar sendas emancipatórias no ocaso do século XX e início do século XXI, ou sua obra estaria limitada ao universo das sociedades agrárias com baixa divisão social do trabalho e forte homogeneidade cultural?
Volto ao trabalho de José Guilherme Merquior, que me parece ambivalente diante dessas questões. De um lado, Merquior é enfático em sustentar a tese da adaptabilidade da teoria da legitimidade e da soberania popular às sociedades industriais capitalistas modernas. Os enunciados normativos de Rousseau sobre a legitimidade democrática consistem, segundo ele, “na sistematização mais adequada à sociedade moderna e ao seu tipo específico de controle social – a lei racional ‘profana’, versus a tradição consuetudinária ‘sagrada’” (Merquior, 1990, p. 83).
Além disso, Merquior argumenta que, “por mais que os detalhes institucionais projetados por Rousseau sejam inaplicáveis hoje, ou a qualquer tempo, não depende disso a relevância prática de vários aspectos principais de sua teoria política, especialmente sua postulação da participação deliberativa como alma da democracia autêntica” (Merquior, 1990, p. 83).
Portanto, conceitos como vontade geral e soberania popular manteriam sua validade normativa no tempo presente. E seriam profícuos para informar a construção institucional das democracias contemporâneas.
Por outro lado, Merquior entende haver um anacronismo nas ideias Rousseau, especificamente no plano de sua análise histórico-sociolígica. Rousseau teria se equivocado ao condenar de forma tão peremptória as sociedades comerciais de seu tempo. Cito:
“o pensador que nos ofereceu um conceito de legitimidade de duradoura relevância para a sociedade moderna demonstrou ser ferozmente alienado, e até mesmo hostil, à dimensão central da liberdade moderna” (Merquior, 1990, p. 92).
A teoria social de Rousseau padeceria de uma índole espartana, fundamentada em uma configuração pré-moderna, agrária e rústica. Em contraste com esse modo de vida, Merquior faz um elogio da interdependência social e da divisão social do trabalho nas sociedades industriais. A complexificação seria, segundo ele, uma condição para a existência de um tipo de liberdade positiva, definida como capacidade efetiva para que os indivíduos possam levar a cabo os projetos de vida que eles valorizam. Essa nova liberdade só é possível com a industrialização que, cito mais uma vez,
“cria um novo nível de consumo, bem como um novo leque de papeis sociais e um novo ritmo da mobilidade social, acrescentando todo um conjunto de ampliadas e imprevistas opões de vida, que, ao se consolidarem, acabam por dar consistência à experiência coletiva da ‘liberdade para’” (Merquior, 1990, p. 91).
São as condições materiais dadas pela sociedade industrial – e não o estatuto legal dos direitos políticos do cidadão – que caracterizam esse novo tipo de liberdade positiva. Ao contrário de Isaiah Berlin, a liberdade positiva, tal como entendida por Merquior, é fundamentalmente individual e depende do nível de bem-estar econômico garantido pelas sociedades capitalistas industriais avançadas.
Temos, portanto, em Merquior uma leitura ambivalente do legado de Rousseau e sua aplicabilidade no âmbito das sociedades modernas. O teórico genebrino é um contemporâneo nosso quando se trata de pensar a legitimidade das instituições políticas democráticas. Por outro lado, é um “sociólogo” e um “econonomista” anacrônico e alienado, incapaz de perceber as possibilidades da liberdade dos modernos propiciada pela economia de mercado e pela industrialização.
Leitura distinta, mas não necessariamente antagônica, será feita por Carlos Nelson Coutinho. Para Coutinho, a grande contribuição de Rousseau à teoria política consiste na introdução da “historicidade” nas análises sobre o contrato social. Diferentemente da filosofia política de seu tempo, Rousseau seria um autor sensível à dinâmica da história. Essa sensibilidade se manifesta em uma antropologia filosófica segundo a qual o homem é fundamentalmente um ser maleável, cujos atributos dependem das formas de socialização a que são sujeitos. O conceito de perfectibilidade aponta para esse dinamismo antropológico e histórico – que enfatiza o tema da autocriação do homem – e contrasta com perspectiva abstrata do contratualismo de Hobbes e Locke (em que o indivíduo egoísta aparece como arquétipo para toda a organização política e social).
Além disso, segundo Coutinho, Rousseau teria sido capaz de apreender a “dialética do progresso”, isto é, a história como um processo paradoxal, de perda e ganho de liberdade.
Rousseau, na visão de Coutinho, não elabora uma crítica abstrata à “sociedade civil” ou a civilização em geral; ao contrário, o objeto de sua crítica é a sociedade civil burguesa de seu tempo e suas paixões hedonistas. A dimensão negativa do pensamento de Rousseau - a “denúncia do estado civil” no Discurso, é sobretudo a acusação da corrupção da sociedade que levou a desigualdades ilegítimas – é completada pela dimensão positiva ou normativa do Contrato Social, obra preocupada em estabelecer as regras que organizam um estado legítimo baseado na igualdade (social) e na soberania do povo.
Na visão de Coutinho, Rousseau seria um antecipador da dialética do progresso, uma concepção da história moderna, que enfatiza os aspectos dinâmicos e plásticos da condição humana, uma concepção da histórica como futuro aberto.
Coutinho, contudo, não deixa de criticar a antinomia presente em Rousseau entre o citoyen e o bougeois. Há, segundo o intérprete, uma ausência de mediações capazes de operar a superação do indivíduo burguês no cidadão orientado pelo bem comum. O indivíduo apenas a partir do exame da sua própria consciência seria capaz de alcançar o nível da vontade geral, prescindindo de formas intermediárias como os partidos, as associações (as quais são percebidas como facções que ameaçam a potência única da soberania do povo). A saída de Rousseau na figura do legislador ou das festas cívicas, dos costumes nacionais como modo de elevar o indivíduo a altura do cidadão – isto é, capaz de orientar sua ação em termos públicos e não privados – demonstrariam o limite da teoria política rousseauniana para pensar a empiria da democracia e das sociedades modernas.
Como se nota, Coutinho, como Merquior, reprova o anacronismo da sociologia de Rousseau. Mas ao contrário de Merquior, o ponto aqui não está no elogio da sociedade comercial e da economia de mercado – como quer Merquior –, mas a ausência de mediações das associações intermediárias da sociedade civil – como sindicatos, movimentos sociais e, especialmente os partidos políticos de massa – que produzem as mediações entre o particular e o universal. A sociologia de Rousseau, limitada à figura do pequeno camponês e do artesão, seria pobre para nos dar referência em mundo habitado por classes sociais e partidos políticos de massa que são os mediadores concretos, os produtores de solidariedade do mundo moderno. postura refratária em relação às associações intermediárias que conectam indivíduo e estado, seriam, para Coutinho, os principais indícios do anacronismo e da inadaptabilidade das ideias de Rousseau aos impasses do tempo presente.
Ainda nesse tópico sobre a atualidade ou anacronismo da contribuição de Rousseau, retomo mais uma vez a leitura de Wanderley Guilherme dos Santos em Paradoxo de Rousseau. Este autor afirma de modo mais categórico e sem ambiguidades a tese do anacronismo rousseauniano. Não apenas Rousseau, mas todo pensamento político europeu gestado entre o século XVII ao XIX seria, segundo Wanderley, “pobre em história” e “precário em psicologia”. Em suas palavras, “o universo iluminista” – do qual participa Rousseau e os teóricos contemporâneos da razão argumentativa – é etéreo, imóvel”; nesse universo “a história é absolutamente irrelevante”. O rousseanianismo estaria em busca de “soluções incontroversas” e da “abolição da contingência e da ignorância” (Santos, 2007, p. 118).
Em contraste com essa razão iluminista pouco sensível as contingências da história, Wanderley advoga uma ontologia e uma epistemologia que ele chama “infra-iluminista”. Uma teoria social infra-iluminista rejeita a postulação de verdades ahitóricas ou atemporais (como aquelas manifestas em certas interpretações da vontade geral); afirma uma razão sensível à contingência dos negócios humanos e à imprevisibilidade das consequências das ações humanas. A ignorância, isto é, a ausência de informações completas sobre o mundo social e sobre os efeitos da ação, é condição para a transformação e o dinamismo das sociedades. Ora, as esperanças iluministas e neoiluministas em um projeto de esclarecimento total e banimento da ignorância, algo que se fosse plenamente realizado produziria uma estagnação absoluta. Se a história é experimentação e os indivíduos ou grupos não dispõem de informações completas sobre o mundo, tampouco têm controle absoluto sobre os efeitos agregados de suas ações, o futuro se manifesta como uma imprevisibilidade radical, que não pode ser domesticado pelas luzes de uma razão desencarnada e absoluta.
Em resumo, as interpretações aqui analisadas oscilam entre o reconhecimento de uma validade contemporânea das teses de Rousseau e a crítica, mais ou menos contundente, ao anacronismo do autor genebrino.
Para Merquior o anacronismo de Rousseau deriva de sua não aceitação da economia de mercado e da divisão do trabalho social; em Coutinho, esse anacronismo consiste no não reconhecimento da dimensão sociológica das associações intermediárias da sociedade de classes e o protagonismo da classe operária nas sociedades industriais. Em outras palavras, Merquior reprova Rousseau valendo-se das lentes de Adam Smtih; já Continho o reprova valendo-se das armas de Hegel e Marx.
Merquior e Coutinho sustentam a tese do que chamo atualidade anacrônica: Rousseau seria moderno/atual na proposição de uma radical legitimidade participativa (Merquior), na crítica das desigualdades da sociedade capitalista (Coutinho e Bignotto), e anacrônico em outros aspectos (ausência de uma sociologia das sociedades capitalistas industriais (Merquior) atual, em alguns aspectos, e arcaico em outros. Já Wanderley sustenta a tese de um da razão iluminista e da vontade geral como uma negação da história e da contingência que lhe estrutura.
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“Telefonia Sem Filtro”
(ou uma forma de expressar o direito à indignação)
Todos os que lerem estas minhas palavras terão já, num qualquer momento da vida, cruzado o seu caminho com a História, seja ela como disciplina obrigatória ou opcional do percurso académico, nas páginas dos seus compêndios, em relatos transmitidos em horário nobre televisivo ou, afortunados sejam, nas palavras sábias dos mais velhos, portadores habilitados - pelas contingências da vida -, dos mais sentidos relatos de memórias assistidas ou, não raras vezes, vividas.
Não vou prestar-me a lições de História nesta minha pequena resenha, mais não seja por não haver em mim pretensão e competência para tal. Todavia, vinte e dois anos no exercício de uma atividade profissional são, a meu ver, atributos que, de algum modo, validam a interpretação dos factos – neste caso, facto – que agita a minha estupefação, e repudia, categoricamente, a conivência com dislates ao abrigo de quaisquer afagar de egos, ou exercícios coletivos de bajulação e comiseração gratuitos. Assim:
O dicionário online Priberam define o vocábulo “carripana” como “veículo velho ou de má qualidade”. Já a Infopédia da Porto Editora acrescenta-lhe a definição “carro velho ou fora de moda”.
Ora, é certo e sabido o quão encandeado se pode ficar em cima de um palco, ou como a ansia de a ele trepar pode embrulhar a passada nos poucos degraus que transportam ao cimo do estrado. Mas, diga-se em abono da verdade, afigura-se néscio o atribuir de tal descrição a veículos que, pelo papel que desempenharam na história deste país, e pela importância que lhes deve ser dada por continuarem a fazê-lo, mereciam, indubitavelmente, epíteto mais abonatório.
Num gesto de reflexão mais cuidada, embora sem ilibar o meu pasmo perante a sandice empregue, sou levado a crer num deslumbramento ocasional que a isso tenha conduzido, ou na sua fundamentação em devaneios de efebo, a coberto da cândida teia onde se faz proliferar. Talvez seja isso! Fazer fé, em quem possa andar nestas coisas há menos tempo, pode levar para aí.
É do conhecimento geral o esforço e o empenho das autarquias, e demais instituições/organismos que possuem biblioteca itinerante, em preservar estes serviços, garantindo que cheguem junto das comunidades nas condições necessárias para assegurar o acondicionamento dos fundos disponibilizados e o conforto dos utilizadores, sabendo-se de antemão o quanto o valorizam, nele sustentando a maior motivação para frequentarem o seu espaço.
Aludir a “veículo velho de má qualidade”, ou como sendo “fora de moda” é, em meu entender, despropositado e completamente descontextualizado em relação ao historial, enquadramento junto das comunidades e valorização destes equipamentos culturais. Como já referi, desconheço de onde haverá brotado a inspiração para o uso de semelhante epíteto. Estou em crer que a maioria das oitenta e cinco bibliotecas itinerantes atualmente em atividade no nosso país não é, definitivamente, motivo para tamanha conceção.
Todavia, de algum lado lhe veio: por afinidade, má informação ou tropeção num feed virtualmente exacerbado. Escusado será dizer que não foi assente na interpretação histórica e factual da génese destes serviços em Portugal, a Fundação Calouste Gulbenkian. É do senso comum a revolução no panorama cultural que provocaram, recorrendo a veículos – à época – de última geração, capazes de cumprir a sua missão encarando os desafios e os obstáculos que porventura surgissem, na garantia da satisfação plena dos desejos de leitura manifestados pelos milhões de portugueses que a elas acederam.
Fora de moda são as maquinações que tentam impingir àquelas que, nos dias de hoje, abraçam nobremente a tarefa de motivar os leitores – sejam novos, ou a aguardar o momento de recuperar o seu gosto por elevado hábito -, promovendo o livro e a leitura. Conceitos, produzidos ao abrigo de pseudoinvenções que nem ao inventor bem parecem, trazidos a reboque de vislumbres serôdios defronte a nórdicos palácios, como se possível fosse enfiar naquela estreiteza toda um belíssimo tapete de Arraiolos, uma finíssima renda de Bilros ou a filigrana gondomarense.
Pois muito tempo terá o autor desta pífia tirada para emendar a mão, tratando de corrigir o retrato com a camada que dá brilho ao seu legado, e a todos os que, imparáveis e dispensados de vénias angelicais, continuam a servir o seu perseverante público, certo que o veículo adequado, de boa qualidade e consonante com a tendência da moda, à hora certa chegará.
Se, entre elas, alguma haja que o não faça, ou desafine do perfil anteriormente enunciado, aí sim: dê-lhe o nome de carripana. Se, mesmo assim, tamanho apodo não lhe parecer conveniente, chame-lhe outra coisa qualquer ou coisa nenhuma! Olhe, chame-lhe “não-coisa”…
Rui Guedes ©2023
Fotografia: “1960’s Boy Holding Transistor Radio”, por Vintage Images – Fine Art America
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Andrea Dworkin estava tentando superar as dificuldades que estava tendo para encontrar maneiras de expressar seus novos significados em Woman Hating (1974):
“Eu escrevo ... com uma ferramenta quebrada, com uma linguagem sexista e discriminatória até seu âmago. Tento fazer as distinções, não 'HIStória' (história dele) como toda a história humana, não 'homem' como o termo genérico para a espécie, não 'masculinidade' como o sinônimo de coragem, dignidade e força. Mas não tenho tido sucesso em reinventar a linguagem. (p.26)
E em Afterword ela dá uma ideia do conflito que teve com a editora sobre suas experiências com a pontuação. (a editora ganhou.) Entretanto, apesar de sua admissão da resistência da linguagem aos significados que ela procura transmitir, Woman Hating dá uma contribuição significativa ao reservatório de ideias feministas, em parte através de sua ligação de contos de fadas com a pornografia e a mutilação das mulheres, mas em parte também porque leva em conta a diversidade da experiência das mulheres e procura validar tudo isso.
Para Andrea Dworkin, "não se pode ser livre, nunca, nunca, em um mundo sem liberdade" (p.22), e ela não quer ver o movimento feminino isolado de entendimentos de outras formas de opressão. Ela rejeita o conceito de uma única forma de opressão e tenta delinear um pouco de sua complexidade expondo a natureza exploradora e discriminatória das estruturas de classe e raça, afirmando que as mulheres de classe média que são oprimidas pelos homens também oprimem outras mulheres: "nossas pobres irmãs brancas, nossas irmãs negras, nossas irmãs Chicanas" (p.21 ). Ela pesquisa a organização social de seu país e afirma que "este tecido de opressão estreitamente entrelaçado, que é a estrutura de classe racista de Amerika [sic] hoje, assegurou que onde quer que se estivesse, estava com pelo menos um pé pesando na barriga de outro ser humano" (p.21).
Com boas razões, ela criticou algumas das lacunas da teoria e da prática feminista, tal como elas haviam evoluído: "O movimento feminino não tratou desta questão do pão e este é seu mais terrível fracasso. Tem havido pouco reconhecimento de que a destruição de um estilo de vida de classe média é crucial para o desenvolvimento de formas de comunidade decentes nas quais todas as pessoas possam ser livres e ter dignidade" (p.22).
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Para onde ela foi #ResenhaDeQuinta
Título/Autora/Editora: Para onde ela foi, Gayle Forman. Novo Conceito
Avaliação: Cantando (com uma mão para cima e outra no coração) os sucessos da Shooting Star!
Gente, eu posso garantir, depois de ler dois livros dela, basicamente seguidos, que a Gayle Forman já tá no meu hall eterno de autoras favoritas. Sério, a maneira como ela escreve é tão fluida e cativante que eu, ao começar o livro, já…
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“Quando as pessoas se apaixonam, elas pegam fogo.“
Eu te Darei o Sol (Jandy Nelson)
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