#Deus (que é brasileiro e dizem andar por aí)
Explore tagged Tumblr posts
sanguepisado · 6 months ago
Text
Tumblr media
TOP 100 MAIORES BRASILEIROS DE TODOS OS TEMPOS - Lista atualizada 2022
2 notes · View notes
2em1satanismoemletras · 6 years ago
Photo
Tumblr media
Minha Esperança Me Condena Se assustou com o título? Normal né... Quem pensaria em colocá-lo para nomear um texto? Quem seria tolo o suficiente para fazer tal afirmação? Quem seria tão imbecil a ponto de associar esperança à condenação? Prazer, Tolo e Imbecil. Se você é brasileiro - que com certeza é, visto que é meu público -, deve saber o literal inferno que o país viveu, vive e está vivendo (e cá entre nós, nem o inferno é tão revoltante assim). Vemos idiotas à direita, idiotas à esquerda e só queríamos que Satã aparecesse e queimasse todos, não é mesmo? Pois bem, esse texto é destinado a todos aqueles que perderam a esperança no Brasil e na humanidade - e também para quem não perdeu, pois não creio que você ainda a terá depois de chegar ao final deste textão. Esse texto NÃO É destinado àqueles que são ordenhados pelos sistema midiático, religioso ou político - e também é, pois não sei se você irá deixar essa vida de ovelha de lado (e eu rezo para que deixe). Se você chegar à linha final deste post - minha assinatura - e ainda achar que por alguma razão a esperança é a última que deve morrer, devo te lembrar que ela pode até viver, mas quem morre no lugar é você. Quem avisa amigo é... Sem mais delongas, vamos direito ao assunto, que eu tenho certeza que metade das pessoas que leram as primeiras linhas desse parágrafo nem sequer chegaram à metade de tão chato e enrolão que eu sou. Fazer o que, né... Preciso alertá-los do iminente perigo ego-destruidor que está por vir. Para início de conversa, se você chegou até estas linhas por curiosidade, eu te felicito - você pode ser uma das pessoas que podem chegar até o final desse post. Se você aqui chegou apenas para ver o quão estúpidas são minhas palavras, eu te dou meus pêsames - você provavelmente é mais um fracassado na própria vida. Se você nem sequer chegou aqui, eu te respeito - você provavelmente concordou comigo desde o título deste texto. Todos os conhecidos Grupos Sociais sempre possuem características, ideais ou mesmo crenças - tudo isso completamente diferentes entre si, variando de acordo com o determinado grupo. Porém, entretanto e contudo há uma semelhança em todos eles além do fato se serem Grupos Sociais: Eles tem algo para acreditar. Novidades até agora? Acho que não... Pois bem, agora eu te invito a uma pergunta um tanto cabulosa: Você consegue distinguir aquilo que você acredita que deve ser feito daquilo que deve ser feito? Sei que muitos responderão "Sim", e eu até entendo, embora ainda pense que você está mentindo para si mesmo, e tenho certeza que cada grupo social de cada leitor tem uma "solução mágica" quando a questão é solucionar os problemas do mundo. Em minha humilde e arrogante opinião, eu posso afirmar - repetindo, AFIRMAR - que 80% dessas soluções são baseadas em princípios emocionais, religiosos ou interesseiros; enquanto 18% são apenas enganos cometidos pela ignorância ou simples desinformação, e apenas 2% tem base na lógica e na ciência. E ainda me atrevo a dizer dentre esse 2% ainda pode ter 1,5% que está seriamente sujeito a se enquadrar nos 18 ou nos 80. Conclusão: A humanidade é movida à emoção e não à razão, motivo pelo qual estamos praticamente no fundo do poço que parece não poder se estender mais - e que para nosso azar, pode. Mas quais são as emoções que movem a grande massa humanitária? Medo, insegurança, angústia, vergonha, ganancia, desespero e prepotência. O mundo não é movido a amor, e esse mito é mais velho que andar descalço. Consequências desses fatores se resumem em portadores da prepotência quererem se mostrar superiores a todos; portadores do medo se sujeitarem aos prepotentes; e portadores da ganancia se aproveitarem dos desesperados enquanto acordam com os prepotentes. Esse ciclo vicioso ronda em toda a população humana há tanto tempo, que a grande maioria desesperada está completamente a mercê de qualquer um das outras duas partes, pois as mesmas - não querendo perder a mamata - não os ensinam a superar seus medos e suas angústias, e logo - por mais um golpe do desespero -, rezam para que surja um salvador enviado dos céus para acabar com as dúvidas e inseguranças de todos. Esse raciocínio deu um nós nos seus neurônios? Calma que eu ainda não acabei. Partindo de um exemplo mais básico e fácil - que provavelmente te fará me entender melhor -, o Brasil está numa situação crítica quando se fala em violência, correto? Pessoas inocentes sendo mortas, assaltadas ou estupradas diariamente enquanto a minoria "bandida" nos fazem de gato e sapato. Consequentemente, o medo se espalha rapidamente nos corações dos "cidadãos de bem"; sentem-se indefesos e incapazes de lutar pela própria vida ao hipoteticamente serem vitimas de um ato cruel. Então na encena seguinte o que nos aparece? Uma personalidade supostamente honesta, ficha limpa e que fala bonito dizendo que irá pôr armas em nossas mãos para que possamos nos defender e reagir quando nos ameaçarem a vida, aumentando assim a possibilidade de que não saiamos feridos ou mortos. Dá pra imaginar uma felicidade maior? Antes podíamos apenas calar a boca e fazer o que o ladrão dizia, hoje poderemos apontar uma arma de volta para o marginal e trocar nossa vida pela dele. Quem é o santo que nos permitirá ter nossa oportunidade de revidar? Esse cara deve ser o tão aguardado salvador da pátria! Vamos colocar ele para nos representar! Mas pare para pensar... Nos dar armas é a forma de combater a violência em nosso país ou é apenas uma forma de aumentá-la? Nossos padrões de vida (lar, comida, roupas, lazer) irão melhorar com uma arma de fogo em nossos cinturões? Isso irá realmente evitar que o bandido venha nos assaltar ou irá fazê-lo atirar primeiro, roubar nossa arma e o que mais nós tivermos? Irá aumentar o número de mortos com balas perdias? Poderão acontecer delitos apenas porque o fulano bateu no meu carro 0 ou porque roubou minha vaga? A mesma pessoa que passa nos exames psicológicos de direção do DETRAN e comete imprudências no trânsito poderá ser a mesma que passou no teste psicológico de armamento? Será que é de fato uma solução, um paliativo ou agravo do problema? Agora você entende o que quero dizer quando digo que a humanidade - sobretudo o Brasil - age por pura emoção? Ficamos tanto nos preocupando em sanar nossas frustrações emotivas que esquecemos de pensar se o que fazemos ou apoiamos é de fato racional e virá a fazer prosperar a nossas vidas ou a própria nação. Nos conformamos tanto que já chamamos violência cotidiana de Normal, e achamos que o mais certo é que nos deem pelo menos uma chance de ser os causadores, e não vítimas, dessa violência, ao invés de lutarmos por uma diminuição e extinção da mesma (se não consegue, ao menos tenta, já estará fazendo sua parte). "Mas oras, o que isso tem a ver com o tema centrar sobre esperança? Você tá aí falando ladainha esquerdista e ainda não falou nada do que prometeu que ia falar" Se tudo que eu falei até aqui por acaso te soar "ladainha esquerdista", eu te peço - por favor, para de me dar ainda mais motivos para desacreditar nesse país que eu já desgosto tanto, mas tenho de aturar. Pare de confirmar tudo o que eu disse e irei dizer, pois você não está apenas manchando sua imagem, mas também a de todo um grupo social que com certeza te abomina. Tudo o que eu aqui expus está baseado em um pensamento lógico que eu tenho certeza que você resume a Pitágoras - isso se souber quem ele seja. E sobre a esperança (ou falta dela), tudo que posso dizer é que não tenho esperança em você. Não tenho esperança naquele sujeito que veste camisa de político, nem mesmo naqueles que foram para as ruas por conta de 10 centavos a mais na passagem de ônibus. Não tenho esperança no religioso que abomina formas de amar "porque sim"; não tenho esperança em quem se sente ofendido por o chamarem de feio; nem no jovem que defende a ditadura, ou dos que dizem que não houve ditadura; daqueles que dizem que a monarquia e o império são melhores que a democracia; naqueles que querem nos dar lição de ética sem nem possuir moral. Eu realmente não tenho esperança em quem precisa de algo para se seguir, uma ideia a se crer e uma personalidade para divinizar. Eu realmente não tenho esperança em quem simplesmente precisa de "algo para acreditar" - em quem precisa de esperança... Mas....... Eu tenho fé. Tenho fé de que um dia o ser humano possa ser mais inteligente e menos estúpido. Tenho fé de que a espécie possa evoluir cada vez mais e mais, não deixando sempre suas emoções falarem mais alto que sua razão. Eu não tenho esperança - eu não espero -, eu tenho fé - eu pratico, eu contribuo. Eu não preciso de um salvador, eu mesmo posso me salvar; não preciso de um chefe, eu mesmo posso me chefiar; não preciso de um pastor, pois eu não sou uma ovelha. Eu penso, eu posso e eu existo, assim como cada um que com coragem chegou a essas linhas. Se você aqui está, já deve ter compreendido o porquê de a esperança ser o principal defeito da humanidade. Esperar por uma mão, por uma caridade, por uma oportunidade, por um salvador... Nunca precisamos disso, mas nosso medo de encarar a angústia que a liberdade e a responsabilidade carregam nos faz deixar ser guiados por falsos líderes, aproveitadores e oportunistas que sempre irão querer te manter nesse posto. Nós somos a mudança, nós somos os responsáveis pelo futuro da espécie, e estamos desperdiçando tamanha dádiva em troca de um cabresto e um revolver. Se continuarmos assim, esse sempre será o nosso futuro: violento, intolerante e sem noção de respeito. E para encerrar, repita o seguinte parágrafo em voz alta e exclamativa. Acredite em cada palavra que sai de sua boca - ou finja que acredita, já ajuda muito. Tenha fé e empenho em cada fonema e cada sílaba, pois essa é minha mensagem de fé para todos que até aqui chegaram graças a sua audácia e coragem. Um prêmio de consolação para o caso de você não haver entendido patavinas do que eu acabei de dizer no maior texto autoral jamais escrito na 2 em 1. Repita comigo: EU NÃO TENHO ESPERANÇA EM QUEM ESPERA! QUEM ACHA QUE UM SALVADOR PRECISA SURGIR E NOS SALVAR DE UM MUNDO DE AMARGURA! EU NÃO TENHO ESPERANÇA EM QUEM ACREDITA QUE "SOZINHO NÃO SE CONSEGUE NADA" OU QUE ENTREGA SUA VIDA NAS MÃOS DE QUALQUER UM! EU NÃO TENHO ESPERANÇA EM QUEM DESEJA UM MUNDO MELHOR E NÃO CONTRIBUI PARA ISSO! EU NÃO TENHO ESPERANÇA NA HUMANIDADE! EU TENHO FÉ NA HUMANIDADE! E TENHO A FÉ DE QUE POSSO FAZER DESTE MUNDO UM LUGAR MELHOR, POIS UMA FÉ SEM ATITUDES É UMA FÉ MORTA! UMA FÉ SEM ATITUDES É UMA VONTADE SEM PRÁTICA E UM DESEJO SEM REALIZAÇÃO! EU TENHO FÉ EM MIM E EM TODOS OS QUE ASSIM COMO EU, TEM FÉ EM SI MESMOS, POIS É NESSA FÉ - NÃO NA ESPERANÇA - QUE CONSTRUIREMOS NOSSO FUTURO! Boa Noite - Storyteller 666
8 notes · View notes
jbmagalhaesneto · 4 years ago
Text
DI PACE, DA PAZ, DE RECÔNDITAS, BEM-VINDAS E ABENÇOADAS BENQUERENÇAS COMUNS
Tumblr media
Pelo título, pode ter parecido de cara que iria dizer algo sobre uma palavra tão necessária quanto urgente nestes tempos obtusos de insana beligerância política e ideológica entre grupos e pessoas, não raro no seio da família.
De fato, bem que caberia ir ao latim d’antanho e sorver no italiano atual sabedorias para chegar no significado da tradução literal dela na língua por nós herdada dos ibéricos lusitanos: no mínimo, poderia servir de clara lição para essa penca de gente de ideias escuras, mas, declaro, não é só disso que ora se trata.
O Di Pace se refere ao meu queridíssimo amigo Carlos Augusto, que me foi arremessado de longe e de lapada trazido à memória por uma estranha e triste coincidência, que acabou por resgatar e arrastar junto preciosidades de uns bons e alegres anos: só pode ter sido obra de algum generoso capricho do ciclo do tempo, inspirado no espírito da vida (e não da morte), como revelado à frente.
Digo isso, graças a Deus (falando por mim, já que o gajo “ainda” não crê Nele, como me escreveu outro dia), pois estamos os dois vivinhos da silva, com “saúde”, ele (já setentão, há uns meses) em Campina Grande e eu (a menos de um ano de ultrapassar a marca sexagenária) em Brasília, ambos com motivos de sobra para ver em tudo uma festa, incluindo a nossa sólida amizade.
O sobrenome ele herdou do pai (que não conheci), um oriundi de uma daquelas várias históricas famílias de imigrantes corajosos aportados nas das Américas do Novo Mundo, vindos em busca do sonho que se perdera na belíssima parte da Europa em forma de bota: eram poucos eles em João Pessoa, de contar nos dedos, convivi com um ou outro, mas esse, o Carlos Augusto, é especial na minha vida, no passado e no presente.
Tenho umas boas dezenas de lembranças dele na pós-infância, quando o bairro do Varadouro de João Pessoa era uma admirável coleção de imagens expressivas da esplendorosa fundação multissecular, da era em que passavam lentos bondinhos nos trilhos da emblemática Beaurepaire Rohan: a propósito, rogue-se para que jamais de lá desapareçam os elegantes vestígios do breve legado holandês e que as preces ajudem a preservar a herança das castiças denominações portuguesas.
Se ele autorizar, outro dia – prometo em jura de pessoense de raiz, em parte sertã – irei mergulhar nas nossas estórias de adolescentes em diante, dos dias dele vindo assistir aula particular com a célebre Professora Maria Figueiredo na Padre Azevedo, que morava quase defronte a mim; mas, hoje, o passeio será na charmosa Ipanema, sem frecheiro no mar da Vieira Souto nem referência àquela garota que o mundo conhece da letra de Vinicius e da música de Jobim.
Por mais inusitado que pareça, o fio do novelo se desanichou e tudo se assucedeu na Missa de Sétimo Dia (assistida um monte de dias atrás pela internet) do meu cunhado Agenorzinho, na Paróquia de Nossa Senhora da Paz, que, confesso, de relance, por dentro, quase nada reconheci dela, a não ser o majestoso altar com rubras colunas jônicas de capitéis coríntios e arcos romanos de escarção ou a amplitude da nave central, vista num canto de olho: é compreensível, sentei pela última vez naqueles bancos de reza há longínquos quarenta e poucos anos.
Disso, para me redimir do branco, da falha e do lapso, agucei a curiosidade, dei um “enter” no Street View do Google Earth e deslizei do lado de fora, despretensioso, só para me situar na área: mas o que de chofre emergiu daí foi uma rica avalanche de coisas desenfreadas pipocando à solta no quengo, de deixar qualquer um – de pronto, por completo e no bom sentido – mareado, doidão, lelé-da-cuca.
Tumblr media
Igreja Nossa Senhora da Paz, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ
De repente, estava saltando da linha 517 (trazido de um típico dia de aula da Pontifícia Universidade Católica) na parada da calçada, de frente para aquela majestosa fachada de alva tez quase centenária (aí, já no próximo ano), atravessando a Visconde de Pirajá (de cara para a Praça da Paz) e descendo a Joana Angélica até a Almirante Sadock de Sá, pertinho da Lagoa: foi meu percurso diário por uns dois anos que morei ali, inicialmente a convite de Carlos, depois sozinho no “apertamento” cedido, e, por fim, com o colega de turma, o Manoel, o Careca, meu sucedâneo lá.
Fosse 2020, aquelas centenas de metros de caminhada, até de dia, seria um chamariz de assalto, dizem, evitáveis só por escolta armada, imagino; mas – naquele bom comecinho dos anos 70 – nunca se viu sequer no pedaço uma cena de violência, nem mesmo sozinho madrugada adentro, não umas, mas um montão delas, põe madrugada nisso: foram muitas altas horas zanzando meio tonto por ali literalmente em zigue-zague ou aos tropeços, não todas as noites, nem a minoria, mas uma boa parte, uma pá, confesso, desavergonhado.
Não sei falar por di Pace, que nunca me relatou nada, mas havia e eu vi por vezes naquelas minhas andanças de volta pra casa uma ou outra viva-alma nas ruas, todas pacatas, as ruas e as gentes, compondo a paisagem, olhos desconfiados, curiosos ou devotos presos uns minutos nos despachos de macumba em esquinas respeitosamente afastadas do templo católico.
Tinha, sim, pessoas morando ao léu, não muitas, “batendo cartão” por perto de algum bar, restaurante ou padaria generosa na partilha dum magro desjejum, dum almoço de meio de tarde depois do último cliente ou duma marmita de jantar com boas “sobras” que de resto seriam inservíveis no dia seguinte; de certo não “fixavam residência”, mas estavam sempre aconchegados numa solidária portaria onde pudessem guardar episodicamente dificultosas tralhas ou pertences impossíveis de serem carregados a tiracolo.
Tumblr media
Rua Almirante Sadock de Sá, Ipanema, Rio
De todo ângulo, desde a dobra de entrada na pracinha do Largo Fernando Torres até o final dela no sopé do Morro do Cantagalo, era e ainda é exuberante a visão da tal ruazinha com nome de comandante graduado do mar, com frondosa e alta vegetação emoldurando prédios baixinhos da época, alguns já então meio envelhecidos, como era o caso daquele no início, na pontinha dela.
Sabendo que coisa-de-mãe tem sempre esses toques de segredos e de mistérios, mesmo que alguém dentro da família com vínculos por lá tenha ajudado, acho que foi o dedinho de Dona Lourdes que nos arrumou aquela bendita morada, verdadeiro paraíso de tranquilidade e de mansidão como as águas da Rodrigo de Freitas, a da época, não a de agora, barulhenta, poluída e que aparece no JN quando toneladas de peixes boiam à deriva ou se monta no meio dela a gigantesca Árvore de Natal.
Lá, encostadinho na Epit��cio Pessoa, estava o quitinete de banheiro diminuto, com quarto, sala e cozinha, os três reunidos num único espaço que nem o mais minimalista dos projetos de arquitetura seria capaz de imaginar: mas, de vera, o que tinha de tão pouca metragem em nada incomodava nem tirava dele o aconchego, que a serventia era só para dormir, pois se vivia mesmo era na faculdade, nos ônibus e nos botecos.
Nos três pavimentos – além de Carlos e de mim, os dois sortudos abrigados no térreo, à esquerda da única entrada, ao pé da escadinha de acesso arriba – moravam a dona do lugar com a filha dela no primeiro andar, e – mais acima – o zelador, esse num misto de sótão, terraço e cobertura, que vi uma única vez, curta: os nomes dele (tinha cara de nordestino igual milhares de outros na profissão) e das duas mulheres com jeito de gringas se recolheram até hoje arredios entre neurônios preguiçosos, talvez em estranha referência ou homenagem ao comportamento de extremo recolhimento, discretíssimo, principalmente delas, da mãe, judia, acho eu.
Independente da imprecisão das datas, locais e fatos narrados, pouco importando se lacunas há ou se teve floreio exagerado na descrição, nenhuma diferença faria no tempo que bateu asas e voou desde aquele cantinho: é provável que a velha não mais more lá ou nem por essa terra ande, que a filha dela quiçá tenha trocado a casa derrubada por parcela chique do “residencial” construído em substituição ao que havia e que o zelador (quem dera) feliz esteja a desfrutar da aposentadoria nas brenhas de seu lugarzinho amado de origem.
Tumblr media
Por suposição, aqui era a morada de então, edifício moderno, hoje.
Lamento que não haja mais por ali ponteiros de relógio de campanários se mexendo para contar românticos minutos e horas, que a face mais infeliz da modernidade tenha conectado perversos traficantes de drogas pedidas por ágil delivery em smartphones de última geração com arrogantes e babacas playboyzinhos exibindo carrões e grifes simbólicas de estúpida superioridade a simples garçons ou agentes públicos em serviço e que a realidade aumentada ou a inteligência artificial estejam descoladas da função primária de benfazeja inventiva e andem à solta na mão de milícias virtuais sem controle, mas a troco de likes e também a conta paga de causas odientas por ali residentes, uma gentalha de horrível perfil que mais cedo do que tarde passará.
Verdade, igual todos nós, coisas também mudaram no entorno daquele micro-ambiente, em tudo, é normal: árvores estão mais crescidas e folhas seguem caindo, endereços devem ter nomes sofisticados com grafia de língua estrangeira remetendo a palácios, fontes ou monumentos, calçadas resistem a atrevidos pneus de carro com canteiros de manilhas, muretas improvisadas, barras de ferro cravadas no chão e troços servindo de obstáculo, a igreja (oremos) e a praça (lutemos) ainda se chamam da Paz, o bairro mantém atraente glamour da Classe C para cima e o Rio continua lindo, apesar da corrupção no poder e da violência de dar dó, que matam cada vez mais, ambas, em macabra disputa dum troféu tão imoral quanto desmerecido aos cariocas, aos brasileiros, a você.
Aliás, não era apenas de mim e dele que se quis falar, nem da PUC ou da Zona Sul en passant: é que surgiu de improviso esse tal “jeitinho malandro” de remeter a Di Pace caldo abbraccio, caloroso amplexo daqui do meu frio confinamento desses nove meses pandêmicos, sofridos, longos e de esquisita utilidade subsidiária, funcional, diria, inclusive essa, ora.
Enfim, foi uma grata e imperdível oportunidade de rememorar e de rever mais de quatro décadas depois trechinhos de nós dois em lentes neutras, de “conveniente” ajuste corretivo desse momento doentio que rola no país ou de contato na cor que abrande a dureza da feia realidade: é o justo, afinal Carlos vive, eu vivo, estamos no lucro e ponto.
Tumblr media
Restaurante do Baixinho, Campina Grande, PB, 260617, interstício de festas juninas
PS1: pelo Dia da Fraternidade, da Confraternização Universal, envio afetuosos abraços aos nossos quase oito bilhões de coabitantes, conterrâneos de solo.
PS 2: aos meus irmãos de fé católica, cristã e de todos os credos, no Dia Mundial da Paz, que sejam Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus (Mateus, 5:9) e que a Paz do Senhor esteja sempre conosco. Amém.
from WordPress https://ift.tt/386HGQd via IFTTT
0 notes
ashleywiilcox · 5 years ago
Text
O que saber antes de ir para Taiwan
Quando visitamos um lugar novo, é normal surgirem algumas dúvidas sobre o destino. E viajar para um continente totalmente distante que não utiliza nem o mesmo alfabeto que o seu, acaba dificultando ainda mais esse processo. No entanto, não precisa ficar com medo! Taiwan é um lugar incrível e dá, sim, para aproveitar a viagem, mesmo que muitos lugares não falem nem inglês. 
Foto: Andy Wang
No nosso caso, ir para Taiwan era algo totalmente fora do planejado para nós, porém que deu super certo! Estávamos indo da Califórnia para a Indonésia e fizemos escala em Taipei. E quando eu e o Paulo vimos aquela quantidade de produtos asiáticos nas lojinhas do aeroporto, ficamos enlouquecidos. Foi aí que surgiu a ideia de fazer um stopover  e confesso que foi uma das experiências mais inusitadas não planejadas que já vivemos. 
Então, resolvi separar algumas dicas baseadas no que vivemos por lá! Dessa forma, quem tiver curiosidade de conhecer esse país tão diferente do nosso, já consegue ter uma ideia do que irá encontrar pelo país.
ONDE SE HOSPEDAR
Foto: Divulgação
Eu sempre digo que escolher o hotel é a parte mais importante do planejamento para uma viagem. Porém, não é uma decisão nada fácil quando você encontra uma grande variedade de opções. Já mostramos uma lista de hotéis boutique para ficar em Taipei e se você busca uma acomodação nesse estilo, é só conferir o outro post.
Caso esse tipo de hotel não faça seu estilo, existem outras opções de hospedagens mais tradicionais – além do clássico Airbnb. É só optar por aquele que cabe no seu orçamento
Tumblr media
QUANDO IR
Decidir a data da viagem também será um reflexo do que você preferir, principalmente quanto ao clima. Nós fomos no verão e estava MUITO calor, a média passava dos 30ºC
Tumblr media
. Dizem que a melhor época para ir para Taiwan é de março até maio, que é quando estão na primavera e as temperaturas não são tão elevadas. Se você quiser pegar frio, o ideal é ir no inverno, que acontece entre dezembro e março. Mas não crie altas expectativas de, por exemplo, ver neve, o frio chega no máximo em 10ºC.
DOCUMENTAÇÃO
Foto: Jon Tyson
Confesso que não me recordo de como passamos pela burocracia de entrar no país. Eu e o Paulo temos o passaporte brasileiro e também um passaporte europeu e com esse sempre acaba ficando mais fácil passar por esses processos! Apesar de não lembrar com qual dos passaportes entramos, mas separamos uma lista de quais são os documentos obrigatórios para ir para Taiwan. Anota aí:
Seu passaporte (atenção para a validade dele, não pode vencer antes de 06 meses da data marcada);
1 formulário que você irá preencher eletronicamente, esse você encontra na página oficial do país;
2 fotos 3×4 recentes, coloridas e iguais;
1 Cópia do Imposto de Renda Completo com Recibo de Entrega;
1 Cópia dos 03 últimos holerites + cópia da carteira profissional (se for empregado);
03 últimos pró-labores + cópia do contrato social e do cartão CNPJ (caso seja empregador);
1 Print da reserva de hotel feita no país.
MOEDA
Foto: Michael Longmire
A moeda usada em Taiwan é o novo dólar taiwanês! Para você ter uma ideia melhor, 1 desses equivale à 14 centavos do real brasileiro. Mas não se esqueça de sempre verificar a cotação da moeda antes de viajar e pesquisar o melhor local para comprar e trocar o dinheiro.
Um perrengue que passamos relacionado à isso foi assim que chegamos no hotel. Após uma viagem intensa, deixamos para trocar os dólares americanos pelos taiwaneses mais tarde. Quando chegamos no hotel, acabou ficando tarde demais e não conseguimos nem comer naquele dia. 
As vendinhas próximas ao hotel só aceitavam cartões de Taiwan ou aqueles com NFC (Near Field Communication – aquela tecnologia em que você não precisa inserir o cartão na máquina, basta aproximar ele que já está pago) – e olha que mesmo com um cartão desses nós não conseguimos! Fique atento com esses horários e não deixe para trocar a moeda de última hora como a gente.
COMO SE LOCOMOVER PELA CIDADE
Foto: Ainsley Myles
Se você está acostumado a andar de metrô na sua cidade ou até mesmo quando viaja, então não terá problemas em Taipei. A cidade tem várias linhas que cobrem uma área extensa e você pode encontrar na internet o mapa completo, assim dá para programar seus passeios de acordo com as estações. 
Outra forma de locomoção muito utilizada são as motocicletas. Você vai ver motos por todos os cantos. E se tiver uma carteira de motorista internacional, você pode dirigir tanto carros quanto motos em Taipei. Porém, atenção: essa só é válida caso dirija uma moto de até 50 cilindradas. Para motos mais pesadas, a carteira precisa ter especificação para motocicletas.
ONDE COMER
Descobrir lugares incríveis para comer em Taipei não é uma tarefa difícil. São muitas opções de pratos que você provavelmente nunca viu na vida, ou nunca comeu algo parecido. E essa é a parte mais legal de viajar para um país com uma cultura totalmente nova. Um exemplo de restaurante que fomos e ficamos encantados foi o Modern Toilet Restaurant, um lugar totalmente inspirado em banheiros. É exatamente isso que você acabou de ler! E tem um post inteiro aqui no blog sobre ele, vale a pena conferir
Tumblr media
Vale a pena também provar por uma bebida muito famosa em Taipei, chamada Bubble Tea. Se você já conhece esse chá gelado com bolinhas de tapioca, iria ficar impressionado com a quantidade de lojas que vendem os mais variados tipos e sabores em Taiwan. Inclusive, já listamos alguns dos melhores lugares para provar essa bebida refrescante por lá!
Além dos restaurantes e das comidas de rua, um bom jeito de descobrir sobre a cultura gastronômica dos países é conhecendo os mercados da região. Fomos em alguns mercadinhos de bairro, em um supermercado maior e até mesmo em um mercado noturno!
Ficamos enlouquecidos com todos produtos diferentes que vimos nas prateleiras, principalmente nas embalagens que a gente já acha legal só de ter um monte de letrinha que a gente não sabe ler. O mercado noturno já é totalmente diferente, mas também explicamos em outro post tudo sobre esse modelo de organização de comércios totalmente diferente e que só funciona a noite.
O QUE FAZER
Um dos passeios que fizemos foi exatamente conhecer o Mercado Noturno de Shilin, e ficamos impressionados com o tamanho do lugar! E existe uma lista gigantesca de coisas para descobrir em Taipei. Alguns passeios são clássicos, como conhecer templos chineses, que encantam qualquer um independente da religião. 
Outro programa inusitado que não pode ficar de fora do seu roteiro é a tal da massagem com facas, uma técnica milenar que faz sucesso até hoje em Taiwan.
O local que fomos para fazer essa massagem fica em um bairro chamado Ximending, que é uma região bem turística da cidade! Por lá, por exemplo, você também pode conhecer a “Las Vegas dos ursinhos de pelúcia”! Imagine um shopping inteiro daquelas máquinas de pegar bichinhos… Te garanto que é impossível resistir a tentação da criança que habita dentro de você
Tumblr media
Fomos também em uma rua muito conhecida na cidade, chamada Dihua. Lá você encontra lojas a granel e produtos muito diferentes e não industrializados. Sem contar com a grande quantidade de chás e ervas medicinais que você encontra nas galerias. Eu, particularmente, adoro esse tipo de lugar! O único problema é que realmente quase ninguém fala inglês e fica muito difícil de entender. Nessas horas, seria ótimo ter um guia por perto.
Por último, passamos em um shopping de eletrônicos: o Guanghua. O Paulo ficou doido por lá e foi muito difícil de se controlar perto de tantas inovações. Para quem curte tecnologia, essa é outra parada imperdível. 
*** Gostou de saber dessas informações essenciais antes de visitar Taiwan? Fizemos uma série de vídeos no canal registrando tudo que fizemos por lá. Não deixa de conferir! 
O que saber antes de ir para Taiwan é um artigo de Danielle Noce.
from Danielle Noce https://www.daninoce.com.br/viagem/taiwan/o-que-saber-antes-de-ir-para-taiwan/
0 notes
a-mig · 8 years ago
Photo
Tumblr media
Cassius A. nasceu no Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio de Janeiro, e é ativo no cenário musical carioca/brasileiro desde 2009. Começou sua jornada como membro da banda Dorgas, em seguida atuou como DJ residente e produtor de algumas festas pela cidade, como o Bota na Roda, Festa do Dia, Rave Gótica, Gota, e foi produtor/curador da Comuna até início de 2016. Atualmente, toca como parte do trio de djs Gente Trabalhando e no projeto Tinta Preta. Apresenta também um projeto solo de canções, um live quase 100% analógico e discoteca de vez em quando. É Fundador do selo A Onda Errada.
01 - Como surgiu seu interesse por música ?
Eu nasci em uma família bem tipicamente suburbana carioca, aonde o gosto por música era baseado no que se ouvia no rádio. Então meus primeiros anos de vida passaram ouvindo pagode, samba, o que tocava bastante nos anos 90. Eu tinha um tio que amava Legião Urbana que foi quem me deu o meu primeiro violão, aos nove anos, hehe. E a minha mãe adorava grandes cantoras, Elis, Gal, Bethânia e a Rita Lee, e também gostava do Belchior e do Taiguara. Minha vó costumava cantar uns sambas da década de 30, lembro sempre de "Se Acaso Você Chegasse", do Cyro Monteiro, sei a letra de cor até hoje. Tinha uma grande coleção de vinis da minha irmã mais velha com algumas bandas de pop e rock dos anos 80, brasileiras e estrangeiras, e um primo que tinha uns vinis de progressivo e britpop. Muito funk e miami bass nas ruas, perto de casa era só esse o som. Um professor de matemática da oitava série que adorava Tim Maia e Cassiano, e a gente fazia os exercícios de álgebra ouvindo esses grooves brasileiros. Nisso, já tinha uns 11 ou 12 anos, e a internet discada começou a acontecer, e o Kazaa começou a me levar pra muitos outros lugares. Mais ou menos na mesma época, gravei uma série de fitas com violão num Meu Primeiro Gradiente que era da minha irmã. Foi mais ou menos quando comecei a compor.
02 - Você já esteve presente em diversos projetos e festas da cena musical carioca e do brasil, você poderia falar mais sobre eles?
Acho que eu posso começar falando do Dorgas (https://www.youtube.com/user/dorgasvideo/videos…), que foi o primeiro projeto que me fez circular e conhecer pessoas. Começamos a tocar em 2009, era uma banda baixo/teclado/bateria/2 guitarras e voz, e fizemos uma boa quantidade de shows no Rio e em São Paulo, e de certa forma fomos inseridos em uma cena que estava acontecendo na época - falando de um jeito mais prático, entramos em um circuito, tocávamos regularmente, e isso me fez querer começar a produzir eventos, me envolver com cavar espaço para essas apresentações de música ao vivo. Há mais ou menos quatro anos, comecei a produzir uma série de eventos na Comuna (https://www.facebook.com/comunacc/), um espaço em Botafogo, no Rio de Janeiro. Aonde hoje fica o escritório servia de um palco para os shows, no segundo andar, e em parceria com a minha amiga e também produtora Tay Nascimento começamos a produzir uma noite chamada Creme (https://www.facebook.com/cremedomingo/); a gente tinha total liberdade tanto pra produção sonora quanto cenográfica. Experimentávamos muito. E nós dois começamos a fazer parte de um coletivo chamado Bota na Roda(https://www.facebook.com/botanaroda/), que por um ano fez, mensalmente, as festas mais malucas e mais interessantes da última década no Rio de Janeiro.
O coletivo chegou a ter cerca de 40 pessoas, então imagine que era muita, muita gente, e não só músicos e produtores, artistas plásticos, performers, todo tipo de expressão. Então cada festa era um acontecimento, tinha temática, momentos distintos - uma vez em uma edição cujo tema era Rituais, a festa parou às 2h da manhã e seguiu com uma procissão de carro de som até a Praia de Botafogo, aonde um artista fez uma perfomance embaixo de uma árvore enorme na qual ele recriava o próprio rosto com argila, esfregava a argila no rosto, amassava, destruía, construía outra cara, num clima todo particular, com uma luz e uma música combinando - pra logo depois voltar a festa embaixo de uma passarela na praia. Olha, não sei se deu pra entender, mas o que eu quero dizer é que eram tempos muito divertidos, muito loucos, muito abertos, e a minha impressão é que depois disso o Rio “encaretou um tanto. Enfim...Com a Tay e o Nuno, amigo português que morava no Brasil, comecei a produzir a Rave Gótica (https://www.facebook.com/ravegotica/), que sem muita constância botou uma galera boa pra dançar lá no Rio, fizemos algumas edições e sempre foi muito divertido, mas nunca foi um rolê que se propôs a se levar a sério a ponto de acontecer muito regularmente. Eu continuei trabalhando na Comuna por um bom tempo, e ajudei eles a se conectar com uma rede de artistas através de shows regulares que promovíamos semanalmente, às vezes às quintas, sextas e sábados - às vezes domingos, às vezes dois ou três dias na mesma semana. Normalmente eu fazia o corre praticamente 100% - a gente não tinha muita grana, então eu era o cara que fazia o contato com o artista, produzia o espaço, técnico de som e ficava na porta chamando e cobrando pro show. Era um espaço bem pequeno, então era um treco bem divertido. Mas problemas com a vizinhança bem sérios fizeram essa coisa de show dar uma miada por lá, mas ela tem ressurgido nos últimos tempos. Volta e meia tem algum showzinho, esses dias toquei por lá, e acho que toda semana tem alguem colocando música no segundo andar.
Nessa pausa, eu comecei a produzir a Festa do Dia, lá em 2014, que teve umas seis edições e rolava num estúdio no Cosme Velho, que era um estúdio pra figurões tipo Chico Buarque, O Rappa, eu já vi a Maria Bethânia no corredor e é verdade o que dizem, ela não olha na cara de ninguém. Essa festa surgiu porque eu tinha programado uma série de shows na Comuna e tivemos um problema que impediu de realizar um deles, que era com o Omulu, então surgiu esse contato no estúdio através de um cara, o Rafa, que me alugava som pra um rolê que eu fazia na rua chamado Sabão Africano, que tocava música da África, Caribe, enfim. Só que isso acabou virando uma festa com 3 pistas, chamada 06do09 (https://www.facebook.com/events/293650807474190/), e a partir dessa começou uma parceria minha com a Helô Duran, a Isis Passos e a Melissa Daher que durou por um tempo e circulou muita gente boa - pegavamos aquele estúdio que era meio bege cafoneira noventa e virava um inferninho, com luz negra e som alto. A gente tinha uma pista de chamada aberta aonde uma galera fez seus primeiros sets. Teve bastante gente que passou pelo nosso rolê : Akin (https://soundcloud.com/akindeckard), Seixlack (https://soundcloud.com/innsyter/tracks), Psilosamples (https://soundcloud.com/psilosamples), Thingamajicks (https://soundcloud.com/thingamajicks), A Macaca e a Urubu (https://soundcloud.com/urubumarinka), da Voodoohop (https://www.facebook.com/voodoohop/), Domina (https://dominalabel.bandcamp.com), o 40% Foda/Maneirissimo (https://40porcentofodabarramaneirissimo.bandcamp.com), o Eduardo Magalhães da Somm (https://www.facebook.com/festasomm/), o Gama (https://soundcloud.com/gvmv), o Millos da Selvagem (https://soundcloud.com/selvagem), pessoal da Rebola (https://www.facebook.com/Rebola-556582571134519/),o Carrot Green (https://soundcloud.com/carrotgreen), Manara (https://www.residentadvisor.net/dj/manara), Baré & Mouchoque (https://soundcloud.com/ritmodefavela/tracks), e foi um rolê que deu bastante certo, conseguia pagar todo mundo direito, e o estúdio era bem grande com uma área aberta, era agradável. Mas acabou porque eles tinham um esquema meio inflexível de grana, então eu não me sentia em uma parceria de verdade, eles começaram a não querer entrar em acordos, ter dificuldade pra ceder. Eventualmente se tornou inviável. E eu tava tocando por 2 anos muitas vezes por semana, meu corpo e a minha cabeça precisavam de uma pausa nesse ritmo de festa.
Comecei a produzir outras coisas, feiras de livro, eventos de arte impressa, que era uma outra coisa que eu trabalhava na época e também um assunto que bastante me interessa. Fiquei um ano mais tranquilo fazendo alguns lives em eventos diurnos e exposições, experimentando mesmo, e senti a cidade também desacelerar. Comecei a tocar no Tinta Preta (https://www.facebook.com/tintapreta1/), um projeto meio perfomance que une um monte de gente, tem a Tay, a Helô, o Arthur que toca teclado no Séculos Apaixonados (https://soundcloud.com/seculos-apaixonados), a Liana do NoPorn (https://soundcloud.com/noporn-614261774), o Lucas do 40% Foda/Maneirissimo, uma boa galera, é uma loucura divertida sendo feita ao vivo com voz, bateria eletrônica, sax, teclado, e umas boas composições próprias. Do meio pro final do ano passado, comecei a cogitar me mudar pra São Paulo, me movimentei um pouco e senti saudade de produzir um som próprio, algo que tivesse voz, que flertasse com a canção.
03 - Como seu som se relaciona com cada cena da qual você parte durante a sua vida?
Eu comecei a tocar fazendo canção, no violão, e de certa forma essa idéia da canção permanece até hoje - algo que foi explorado na época que fiz parte do Dorgas no formato banda. Gravei esse EP no final de dezembro, e daí veio a idéia de reproduzi-lo ao vivo, e nisso pego a estrutura do live que apresentei no ano passado, a Tr-8 com a Tb-3 sequenciando um baixo, e um Poly 800 da Korg. São timbres bem usuais em muitas composições pra pista, e é um setup bem moldável, e comecei a engatar um set sem voz depois das apresentações que tende a ganhar vida própria. É um som que eu julgo que ainda está bastante em formação, e acumula a experiência que tive e ando tendo com apresentações mais "show" e apresentações mais "festa" - acho que existe um meio termo aí, algo que pode dar uma certa alma. É interessante usar a voz, é um instrumento que tem uma forte carga simbólica, a literalidade das palavras.
04 - Qual a proposta atual do selo A Onda Errada (http://aondaerrada.bandcamp.com)? E objetivos futuros?
A Onda Errada começa bastante focado no que simplesmente reduzo como canção eletrônica, nesse meio termo que referi em cima, nos timbres de sintetizador e bateria sequenciada com uma idéia de composição com letra, voz, partes, mas sem obrigação de ser voltado para a pista. É um ponto de vista, algo que sinto falta na história da evolução da canção popular, tem muito a ver com a minha idéia de que arte não se resume à uma estética bonita ou a um conceito bem amarrado, e sim a preencher as lacunas do que percebe como falta, de ir pro lado oposto. Mesmo que num mundo tão difuso essa idéia de lado oposto seja só mais uma alternativa, nesse caso é isso que propomos, um ponto de vista. Estamos começando a lançar coisas - teve esse meu primeiro lançamento em janeiro, Cemitério de Elefante, agora vem o álbum da Juliana R. (https://www.facebook.com/julianarrrr/), que toca o selo comigo, chamado Tarefas Intermináveis, depois vou lançar outro EP meu, e daí a coisa caminha. Ando buscando artistas e propostas que se relacionam com essa idéia de experimentar os moldes tradicionais da canção.Além da parte dos lançamentos, produzimos um evento mensal na Casa Plana (https://www.facebook.com/planacasa/), em São Paulo, que une duas apresentações ao vivo de artistas que se relacionam com o selo. Em abril vamos descer pra Curitiba pra fazer um agito com o pessoal do Meia-Vida (https://meiavida.bandcamp.com), e a idéia é que comecem a pipocar mais eventos por aí, e não só na capital.
05 - Além de sua produção musical, quais seus outros projetos/trampos?
Eu trabalho com design, ilustração e vídeo. To desde janeiro tentando juntar as coisas que já fiz para criar um portfolio, mas não consegui parar muito pra fazer isso. Trabalhei dois anos n'A Bolha Editora (http://www.abolha.com), uma pequena editora independente do Rio de Janeiro fazendo ilustração, criando parte da identidade visual, site, séries de animações e uma série de entrevistas, tem esse lado que gosto bastante que brinquei e conheci muito trabalhando lá, de editoras, gráficas e arte impressa independente. Tenho um projeto de feira chamado Feira Fantasma, que acontece normalmente em lugares em ruína, fizemos cinco edições ano passado. Alguns projetos de história em quadrinho, livros de ilustração e animações que já comecei e pretendo terminar quando tiver um lugar fixo e espaço e tempo pra me organizar, desde setembro ando nômade. Eu costumo criar minha própria demanda também, faço ilustrações pra Onda, temos umas idéias de camisas e pôsteres que em breve vão virar realidade, eu gravo imagens e áudio de cada edição do evento na Plana, monto meus próprios vídeos, acho essencial ter uma rotina de produção para apurar a sua visão e familiaridade com esses meios de expressão que também funcionam como ganha-pão. E também serve de registro, né? Volta e meio pego uns jobs relacionados, coisas bem distintas, e assim me equilibro nas contas e vou vivendo e consigo continuar produzindo. 06 - No seu facebook voce diz que sua cidade natal é Schenectady City, nos Estados Unidos. Você ja visitou essa cidade? Tem vontade de visitar? Desde a época do orkut, eu sempre boto que sou de um lugar que eu não sou. Acho que a gente tem que gastar uma onda nessas identidades virtuais, elas não precisam ser representativas da nossa realidade. No fim das contas são todos personagens que criamos, mesmo se não nos damos tanta conta disso às vezes... e bem, Schenectady tem a ver com um filme, chamado Sinédoque, Nova York, que brinca com o nome dessa cidade, e é filmado lá. Mais importante do que o filme, que na época (lá pra 2009) eu achava legal mas enche o saco com uma certa pretensão em determinado momento, eu gosto da idéia que ele aborda, de uma cidade inteira que é uma grande peça de teatro, onde tudo é atuado. Refletia bastante certas idéias que eu nutria pelo contexto artístico da zona sul do Rio de Janeiro. Mas não, nunca visitei nem tenho vontade, mas volta e meia alguém dessa cidade manda um pedido de amizade no facebook, é o baixo preço da piada. 07 - Também no seu facebook voce diz que estudou na indie rocker school? qual sua relacao com o indie rock hoje? Isso é uma brincadeira que eu fiz com a Melissa, uma amiga minha que toca também, com o codinome Salisme. Nossos 14, 15, 16 anos foram ouvindo muito folk, shoegaze, post-punk, essas coisas que ficam embaixo desse termo guarda-chuva do indie rock. Não escuto tem muito tempo algo que eu identifique com esse termo, mas fez parte da história, tava lá em algum lugar da caminhada, acho que fica, né? 08 - Pra finalizar, solta um rap ai pra nós 
"você precisa mudaaaar sua maneira de ser com esse jeito agressivo você não vai me prendeeer" escuta aí, Trilha Sonora do Gueto.https://www.youtube.com/watch?v=gGIVaGazx7c
1 note · View note
nafiladopao · 8 years ago
Text
Indústria "Wellness"
Cerveja X: quem faz suas escolhas? liberdade é poder decidir quando você quer beber.
Comercial sobre uma empresa de serviços de limpeza terceirizados: Empregados limpando piscinas e fazendo outras atividades enquanto uma voz off diz: "Nosso trabalho é cuidar de gente".
Comercial de banco: Ator famoso dentro de um carro olhando a cidade e pensando: Será que isso mesmo faz sentido?
Jhonny Walker: Você pode seguir a carreira do seus pais ou seguir o seu instinto e ver onde o próximo passo vai dar.
Skol Beats Tower tirou milhares de pessoas da mesmice durante 6 dias de festa.
Comercial de vitaminas: O segredo da energia que só o brasileiro tem? Está aqui, na vitamina número 1 do Brasil.
Shopping Cidade Jardim: Muitas cores e modelos padronizadas, uma música de fundo bem "pegajosa" dizendo: "Não sei o que...more coffee...Stay Happy". "O sol convida. A preguiça convida. O aroma convida. O date convida...Shopping cidade jardim, a vida convida."
Lipomax: Nosso corpo não se transforma num passe de mágicas, mas com lipomax você emagrece e tem um corpo de dar inveja e conquista o corpo perfeito.
Como diria Eduardo Marinho: a publicidade é criminosa. Com todo respeito aos profissionais, e não dizendo aqui que são maldosos e perversos nem nada disso, e nem que tiveram trabalho com isso, tem muito trabalho envolvido e que precisa ser valorizado. Mesmo que a gente olhe para o lado de ser uma ferramenta necessária dentro da forma que vivemos, não tem como não concordarmos que ter que precisar seduzir e enganar (isso inclusive em lojas e sei bem do que to falando porque já trabalhei com isso), desde a propaganda que não estamos falando de um funcionamento sistêmico (onde a publicidade tem um papel crucial) ético e que pensa no bem na qualidade de vida, saúde mental e uma melhoria coletiva, até porque não existe espaço para isso. É preciso sobreviver, se o cliente não curtiu muito tal roupa a gente conta uma mentirinha e da um jeito de empurrar, porque a conta precisa fechar e contas precisam ser pagas, e dane-se se aquela roupa foi feita de trabalho escravo e a produção daquele tecido gerou desperdícios de água e poluição de rios por causa dos químicos usados no tingimento.
A indústria alimentícia por exemplo coloca descaradamente rótulos que dizem que são seguros ou orgânicos seja na sua composição ou em relação a embalagem, sendo que não são, até que alguém investigue ou desmascare. Ou seja, não podemos confiar na publicidade ou na indústria, e isso virou senso comum, todo mundo sabe. Ainda assim como num feitiço, acreditamos que é preciso ter um corpo perfeito dentro de um padrão, que um laxante vai fazer milagres, ou saímos repetindo por aí que vão morrer de inveja, como se ter alguém tendo inveja fosse algo legal. Não precisa ter estudado publicidade para saber como o medo é utilizado para nos manter em controle, o medo de não ser aceito, de não pertencer e de não ter, e tudo isso nos afasta de aprender a simplesmente ser, independente que qualquer recurso externo, diploma, corpo perfeito, carro, festas que frequenta, o quão doido você fica, quantas pessoas você "pega". Controlar pessoas é algo que é estudado em salas de aula de diversos cursos, e é perturbador como repetimos: Mas é assim que é! ou: Não tem jeito, é a vida, é o sistema.
Recentemente, como tem surgido uma procura por um estilo de vida diferente, o que engloba a saúde mental e física e todos os componentes que influenciam essas mudanças, a propaganda tem se utilizado disso para vender. Chega a ser engraçado (ou triste) ver uma publicidade de cerveja dizendo que liberdade é você decidir quando quer beber, desde que não decida parar agora nessa crise, por favor! Mas crise e cerveja combinam bem, e cerveja e liberdade são palavras que combinam apenas porque é exatamente isso que substâncias como essa trazem, até virarem uma prisão, o que não demora. Porque a razão (em geral vinda de algum incômodo, dor, falta de diálogo, expressão, etc), pela qual vão atrás dessa sensação não foi olhada, não tem espaço e tempo pra isso, então as buscas para repetir sensações vão se repetir para o resto da vida. Segurar uma lata de cerveja já se tornou uma extensão do corpo da maioria das pessoas, mas vai falar isso pra ser chamado de moralista, o adorado Deus da Cevada não poupa ninguém, você pode ser desconstruído para alguns assuntos, mas quando for para mexer naquilo que te trás conforto, melhor não, porque é de fato um assunto delicado, a forma como vivemos exige algum tipo de escape pra dar conta, e essa discussão vai longe, mas ela precisa incluir todos os ângulos, principalmente os que não queremos olhar.
Aí tem a outra propaganda falando que sair da mesmice é ficar 6 dias numa festa (nada contra festas, também gosto delas. Mas a relação que temos com prazer e diversão é extremamente limitada e passamos a vida nessas atividades que estão mais relacionadas com extravasamento e não com crescimento e esclarecimento, nos mantendo na inércia, mesmo coisa com álcool, o problema não é o álcool e sim nossa relação com ele). Não a toa em todo comercial as pessoas estão rindo pulando, sensualizando e comprando, tudo associado com um celular, carro, bebida, e afins. Elas estão lá em euforia, consumindo e "sendo felizes", da uma olhada nas #happy do instagram. Não a toa as taxas de suicídio só crescem, na mesma proporção que a sociedade do espetáculo se fixa cada vez mais nessa direção. Muitas luzes, fogos de artifício, carão, "lacrações", carros explodindo e por aí vai.
O quão irônico é dizer que o importante é cuidar de gente em um comercial de uma agência de trabalhos terceirizados de limpeza? Eu trocaria por: Cuidar de você, que está em um lugar mais privilegiado, porque as condições dos trabalhados de serviços terceirizados é terrível. "Mas melhor nem falar disso, vai que chama greve de novo..."
E os comerciais de perfumes? Frases marcantes e filosóficas junto com expressões sensuais (até parece o instragam), muitos corpos definidos sensualisando (porque o sexo é também uma forma de manipulação muito usada) carões e vozes sussurradas. Procurei uma paródia maravilhosa que minha irmã mostrou uma vez, mas não encontrei. Mas essa é ótima: https://www.youtube.com/watch?v=m33YjRU1s98
E recentemente ouvi no rádio uma que não lembro ao certo de que era, mas dizia: "Quando o mercado pára parece que a sua vida para também?". Até que ponto nossas vidas são afetadas quando crises econômicas (que são cíclicas e inevitáveis, enquanto o andar da carroagem for esse) acontecem? Claro que influencia, mas se observar além de uma redoma, o quanto da pra se readaptar e até passar a ver tudo de outras perspectiva, quantas possibilidades existem pra além de regras e padrões inventados, e conseguir viver sem depender do que você dependia antes? Tem vários exemplos pro aí.
É preciso muito olhar crítico quando for assistir propagandas. Mesmo aquelas criativas, muito bem produzidas, é importante entender também sobre o produto, e toda a sua caldeia, de onde vem esse produto, quem o fez? para onde ele vai? É nossa obrigação se não quisermos ser só marionetes e dessa forma viver melhor e contribuir para um mundo melhor.
Felizmente tem surgido pessoas que estão se arriscando em empreender em outra direção e mostrando que é possível, e outras só dançando conforme a música. Por mais que eu consiga ver pontos positivos em falar do tal capitalismo consciente (embora eu acho termo antagônico) e outras mudanças em decorrência de novas perspectiva mais conscientes que tem surgido, ainda fico sempre atenta, porque fica claro que na maioria dos casos estamos falando (principalmente quando se trata de empresas maiores) de um nova roupagem dentro da mesma configuração. Por exemplo, a tal indústria "Wellness" (ou bem estar). Tem muitas empresas implementando yoga e meditação para que os funcionários produzam mais! (esse é slogan). Maravilha poder aprender a respirar, fazer asanas, acalmar a mente, no ambiente de trabalho e usufruir dos benefícios. Mas ainda estamos falando de indústria né? Falando por exemplo da filosofia do Yoga, vai na direção de autonomia emocional, equilíbrio interno, sociedade menos competitiva e violenta...e não produzir e competir mais. Produzir melhor no trabalho por estar mais pleno, ok, mas a intenção tem que ser produzir mais no seu auto conhecimento e atividades que tragam mais clareza e lúcidez, para direcionar a sua vida e a do coletivo para um lugar interno que ainda não foi acessado. É como vi num anúncio: Faça yoga e tenha o corpo sexy dos seus sonhos! Se ter um corpo sexy é o maior sonho de alguém, então o universo dessa pessoa está muito pequeno, ou ela está permitindo que o universo dela seja esse, por falta de esclarecimento.
O ponto é que estamos falando de diversas mudanças urgentes, todas envolvem a forma como nos relacionamos com o mundo e todas vão de encontro com a pausa, e o cuidado interno e do coletivo. A questão do lixo por exemplo, é só um reflexo de como comprar muito é uma distração, por que não estamos bem. E claro, a economia ainda funciona desse jeito, então nada de parar de comprar! E as depressões e ansiedades dando uma força lá na outra ponta para a indústria farmacêutica, então nada de cuidar de si. Em uma matéria na tv sobre a chamada indústria wellness, entre os exemplos: massagem, bicicletas, sucos saudáveis e meditação....e uma delas era maquiagens para atividades físicas, para que ela não saia com o suor. Não estou condenando essas coisas, mas se continuarmos produzindo resíduos desenfreadamente e fazendo de coisas banais, grandes negócios que não acrescentam em nenhuma mudança que inclua a sociedade de modo geral, e ainda contribuem para catástrofes sociais e ambientais, superficialidade, medo, baixo auto estima e outras coisas, vamos caminhar para mais sofrimento. Observem a situação do mundo, qual a sua contribuição para o caos que você reclama? Isso é responsabilidade principalmente de quem tem mais condições não só financeiras, mas tem consciência e informação. Muita gente simples que vive em contato com a natureza está muito mais a frente em relação a essa consciência, outras não, por não ter conhecimento e algumas outras porque estão conformadas e não sabem muito o que fazer.
Não gosto de generalizar nada. Vejo pontos positivos até na tal "indústria do bem estar", acho que abre caminhos para reflexões num mundo distante demais de tudo isso, apesar de ainda estar operando numa mesma configuração. Vejo muitas pessoas torcerem o nariz para por exemplo respiração, yoga, retiros de silêncio e afins, porque está na moda. Estamos falando de práticas milenares, que só estão sendo utilizadas para consumo e recebendo rótulos de "slow", porque é assim que funciona o jogo, mas não precisa "jogar fora o bebê com a água do banho". Assim como tem quem busque por restaurantes veganos achando que se trata de uma dieta exótica do momento, tem os que criticam só por achar que é mais uma moda, e ambos estão no mesmo lugar de falta de informação.
Da mesma forma que nos relacionamos com o que nos cerca de forma superficial, entrar em contato com algo simplesmente dentro do contexto de consumir ou experimentar porque todos estão fazendo, não terá efeitos profundos e mudanças reais (ou sim, considerando que toda regra em exceção). E nesse caso vai ter o efeito "moda" mesmo, passageiro...fazer o que. Mas se fizer bem para as pessoas naquele momento que seja, e trouxer relaxamento, olhar altruísta, contato com seu interior...já tratá benefícios não só para essa pessoa, mas pra quem esta por perto.
0 notes
roncatripa · 5 years ago
Text
Dos arquivos de Felipe Ferrare: LUMA DE OLIVEIRA SEM BUCETA É COMO AYRTON SENNA CORRENDO DE LADA - 12/05/2001
Governador Valladares,
Como uma caralhada de brasileiros, hoje eu também acessei o site da revista PLAYBOY de pau duro, louco para ver Luma de Oliveira e sua incendiária e carnavalesca taparraca. Gov. my Gov., na edição on line a taparraca não aparece!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nem um pentelhinho, Gov. my Gov. Eu perguntei a buceta da Luma, esmurrando a mesa do computador, de que vale tudo isso se você não está aqui? Sim, eu sei, é um verso de uma canção de Roberto Carlos, mas foda-se, Gov. my Gov. !!!! Por que essa deusa que faz meu pau gozar pra trás não apareceu com o grelo maquiado por J.R. Duran, um dos grandes buceteiros desses país? E Luma de Oliveira sem buceta é o mesmo que Ayrton Senna ter passado a vida correndo de Lada, aquela porra de carro russo que ferve, cospe nos cornos do motorista, mija na calçada, caga em catedrais. Gov. my Gov. tenho tanto tesão por Luma de Oliveira que vim ao banco só para acessar o site da Playboy. Sim, saí de Paquetá debaixo de chuva, toquei 19 punhetas na barca (sendo 14 gozando e o restante arfando) e mais 8 no banheiro do banco. Acessei e meu pau disse "Oh!!!!!!!". Meu pau se decepcionou, Gov. my Gov. assim como o seu também vai. Não sei se a vulva sagrada de Luma de Oliveira aparece na edição impressa porque quando fui comprar a revista já havia esgotado. Esse dado engordou a minha já obesa pesquisa sobre homens brasileiros. Baseado no IBGE, FIPE e AMAPUTAS (Associação de Amigos e Moradores das Putas do Brasil), 137% dos brasileiros são punheteiros. Desses, 89% preferem tocar punheta pensando em mulheres do vizinho, 75% em atrizes de cinema, e, veja você Gov. my Gov. o restante pensa na vara entrando no próprio cu!!!! É o cúmulo do narcisismo. Se bem que li uma biografia pirata de Narciso onde dizem que ele encostava a bunda naquele lago que refletia a sua imagem e a imagem comia o cu dele. Uma outra biografia, no entanto, explode essa mistificação babaca e diz que quando Narciso encostava a bunda na água um afro-grego-romano nadava por baixo dágua, mirava no cu dele, e crau!!!!! Calculei também que Luma de Olveira sem buceta gera cerca de 437 milhões de litros de porra despejadas por aí. Porra essa que, nas mãos de Pedro Parente, poderia gerar energia elétrica para esse momento de blecaute que se anuncia e que certamente vai quintuplicar a população do país. Gov. my Gov. o que você vai fazer nas noites de blecaute, hein?????? Claro, como todo mundo vai sair pelas ruas com uma lanterna Everady e quando focar uma mulher gostosa vai tascar. Eu vou tascar todas. Meu esquema de blecaute, apagão, essas porras, já está pronto. Vou ficar abaixado no Recreio dos Bandeirantes e quando a luz apagar foi pegar uma índia que mora lá e nunca me deu nada, nem a buceta sabia??????? Pois no apagão ela vai se foder, ou melhor, ela vai me foder, ou melhor, eu vou fodê-la, ou melhor, foda-se!!!!!!! Voltando a Luma, Gov. my Gov. muito me lembrou a final da última Copa do Mundo. Última mesmo porque pelas cagadas que estou vendo o Brasil nunca mais participa desse evento. O Brasil que acessou a Internet hoje para ver a vulva da Luma, o cu da Luma, a vagina da Luma (vagina e vulva são TOTALMENTE DIFERENTES, vulva é embalagem, vagina é conteúdo) broxou. Meu pau queria se jogar do décimo nono andar do banco, Gov. my Gov. e chorava, e reclamava, e se lamuriava com frases desconexas do tipo "se Chico Buarque viu, chupou e comeu, porque nós não podemos nem olhar pelo monitor do computador?". Peguei um litro de éter, e acalmei minha pica. Conversei com ela, Gov. my Gov. disse que nem tudo nessa vida é buceta e que restam ainda o cu, o boquete, a mamada, enfim, a criatividade é quem comanda o espetáculo. Para piorar, mais magro, abatido e puto da vida, quando voltava para a Praça XV onde peguei a barca de volta para Paquetá encontrei com Conceição. Conceição é uma mulata boa pra caralho que faz ponto nas imediações da bolsa de valores. Conceição vivia em Paquetá e se chamava Agildo. Um dia foi operar a fimose o médico entrou bêbado no centro cirurgico tirou o pau dele fora e só deixou o cabresto. Pior: jogou o pau de Agildo pela janela e um bêbado que passava botou no pão e comeu achando que era cachorro quente. Processado, o médico teve que pagar a operação marroquina de Agildo que virou Conceição, o tesão da Bolsa de Valores. Gov. my Gov. operador de bolsa cheira mais cocaína do que Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrisson e Nelson Gonçalves juntos!!!! Doidões eles não sabem o que é pau, o que é cu, o que é travesti, o que é mulher. Eu mesmo um dia comi um operador desses sem querer. Eu estava numa carrocinha de churros, vi uma morena gostosa e simultaneamente uma mão me palmeou. Achei que era a morena mas era um operador da bolsa. Mas, como Bill Clinton, comi mas não gozei. Mas, BASTA!!!!!!!!!!!!!!!!! LUMA SEM BUCETA TEM QUE DAR PROCON!!!!!!!!!!! A RONCA RONCA NATION TEM QUE ENTRAR COM UMA AÇÃO POPULAR CONTRA J.R. DURAN POR ENGODO, EXTRAVIO DE MERCADORIA, ESTELIONATO SEXUAL E OS CARALHOS!!!!!!!!! Isso não se faz, Gov. my Gov. Até Renato Gaúcho viu aquela buceta!!!!!!!!!!!! Por que meu pau não pode? Hein?????????????
Felipe Ferrare é historiador senior mas não é cornofóbico, é ensaísta intelectual mas já comeu sua empregada e é articulador de pau duro em desatino.
0 notes
nottanews-blog · 6 years ago
Text
This slideshow requires JavaScript.
Oito candidatos à Presidência da República participaram na noite desta sexta-feira (17) de um debate na RedeTV!.
O debate durou 2 horas e 15 minutos e terminou na madrugada deste sábado (18). É o segundo da eleição 2018 – o primeiro foi no último 10, na TV Bandeirantes.
Participaram os presidenciáveis Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Jair Bolsonaro (PSL), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Ciro Gomes (PDT).
Antes do início do debate, os mediadores informaram que um púlpito estava reservado ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba. A defesa do ex-presidente pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorização para a participação dele, mas o pedido foi rejeitado. Segundo os mediadores, em razão da ausência, o púlpito reservado a Lula foi retirado, por decisão da maioria dos candidatos – a exceção foi Guilherme Boulos (PSOL).
Durante o encontro, os postulantes apresentaram propostas sobre emprego, educação, segurança pública, entre outros temas.
O debate foi dividido em quatro blocos:
Primeiro bloco: os candidatos responderam às seguintes perguntas: “Por que o senhor (a) quer ser presidente?” e “O que é preciso mudar no combate à corrupção?”. Depois, deram respostas a questionamentos de telespectadores e fizeram perguntas uns aos outros.
Segundo bloco: perguntas de jornalistas da RedeTV! e da revista ‘IstoÉ’.
Terceiro bloco: perguntas entre candidatos.
Quarto bloco: considerações finais.
  Propostas Conheça abaixo as falas na íntegra sobre propostas apresentadas pelos candidatos em resposta a perguntas que receberam durante o debate. O tempo de resposta variou de 45 segundos a 1 minuto.
A ordem dos candidatos abaixo obedeceu à posição (da esquerda para a direita) reservada a cada um pelo sorteio da organização do debate.
O presidenciável Cabo Daciolo (Patriotas) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Cabo Daciolo (Patriota)
Fala de abertura – “Glória a Deus. Boa noite à nação brasileira. Eu vou ser o presidente da República e vou levar a nação brasileira a clamar ao Senhor. Não esperem nada de homens, a solução para a nação brasileira chama-se Jesus Cristo. Eu não estou aqui pregando religião para ninguém, eu estou falando de amor. Eu quero que você que está me ouvindo tenha fé, esperança e amor. Para acabarmos com essa corrupção, nós vamos entrar logo com uma reforma política e tirar os verdadeiros bandidos da nação. Estão lá dentro do Congresso Nacional, representados por muitos aqui, olha o quadro ali à nossa frente, são todos amiguinhos. Não tem inimigo ali não. Nós vamos pegar um por um. Para honra e glória do senhor Jesus.”
Segurança pública – “Dia 1º de janeiro de 2019 vamos estar com Cabo Daciolo sentado na cadeira de presidente e você vai poder andar em paz. Vamos valorizar os profissionais da segurança pública, vamos cuidar das fronteiras, trabalhar em cima de prevenção. Toda guerra civil é proposital. As armas já chegaram, o momento é para parar munições. É simples. O problema é que nossas rodovias estão desguarnecidas. Deveríamos ter 15 mil policiais federais, mas hoje temos 8 mil. Nas fronteiras, não temos 11 mil militares das Forças Armadas cuidando. Por lá entram drogas, armamento, mas quem lucra com isso e quem quer isso? O poder, os políticos. Eles lucram com isso. A Rocinha tem lucro de 10 milhões e tem sempre um engravatado por trás disso.”
Liberação das drogas e aborto – “Nação brasileira, sou contra, sou contra a liberação do aborto, sou contra a liberação das drogas no Brasil. E um homem e uma mulher de Deus, independente da religião, a sua palavra tem que ser sim, sim, e não, não. A palavra de Deus nos revela e nos ensina, para todos que estão aqui e para todos que estão nos ouvindo, que antes de você ser gerado no ventre da sua mãe, você já era um escolhido. Antes de você nascer, você já estava separado, então eu sou totalmente contra o aborto e sou contra a liberação da droga no nosso país.”
Greve dos caminhoneiros – “Nação brasileira, no nosso governo, não vai ocorrer o que acontece nos governos que passaram pelo Brasil até o momento. Porque o nosso governo vai dialogar com o povo. O nosso governo vai ouvir as necessidades do povo. Foi falado aqui da greve dos caminhoneiros. Nós estivemos lá. Em momento algum os caminhoneiros estavam parando as vias. Eles só queriam ser ouvidos e eles não foram ouvidos pelo governo atual, infelizmente. Queriam a redução do combustível, do gás de cozinha, do diesel, vai ser reduzido. Pode esperar. Aguardem, no primeiro mês, nós vamos reduzir o combustível no Brasil e também o gás de cozinha. Quanto aos bombeiros militares, quero deixar bem claro que os bombeiros militares do Rio de Janeiro nunca fizeram greve. Nunca fizeram greve. Nós simplesmente nos ausentamos do estado. Eu sou bombeiro guarda-vida, todos os militares estavam na areia. Só que sem a camisa. A camisa de guarda-vida, porque o estado… (acabou o tempo).”
Emprego– “População brasileira, nação brasileira, um dos grandes vilões da nação são os banqueiros. Banqueiros têm lucros exorbitantes de bilhões todos os anos dentro da nação. Nós vamos reduzir impostos e reduzir juros. Isso é um fato verdadeiro. A partir desse momento você entra com investimento. Porque dinheiro é o que mais tem neste país. Não acredite quando falam que tem crise financeira na nação, porque não existe crise financeira na nação brasileira. Então, nós vamos investir com dinheiro que existe na nação, vamos preparar os nossos jovens, colocando a educação, ciências, tecnologia, inovação, institutos federais. E vamos caminhar e levar todos para o mercado de trabalho. E quero dizer e deixar bem claro. Na primeira semana, vamos adorar o Senhor. Na segunda semana, haverá um pronunciamento e vai ser: ‘Todos desempregados do Brasil, compareçam à unidade militar mais próxima da sua residência’.”
Considerações finais – “Glória, glória a Deus. Eu sirvo a um Deus das causas impossíveis. É o Deus que diz: ‘Tudo que você pedir em oração, se você crer, você vai receber’. E eu creio que eu vou ser o futuro presidente da República. Eu quero dizer a você que está me ouvindo, você que no passado, na última eleição, mais de 37 milhões de brasileiros que votaram nulo, branco e abstenção, nos dê uma oportunidade. Nos dê uma oportunidade e você vai ver que a palavra de Deus é verdadeira. Quando o justo governa, o povo se alegra. Toda honra, toda a glória sejam dadas ao nosso senhor Jesus Cristo. Juntos somos fortes. Nenhum passo daremos atrás. E Deus está no controle. Glória.”
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Jair Bolsonaro (PSL)
Fala de abertura – “Quero ser candidato a presidente da República porque o Brasil precisa de um candidato honesto, patriota, que crê em Deus e afaste de vez o fantasma do comunismo. Só há uma maneira de combater a corrupção no Brasil: elegermos um presidente de forma isenta, um presidente que não negocie ministérios, estatais e bancos públicos, porque aí estão o foco da corrupção, que têm levado o Estado, inclusive, à ineficiência. Por isso não temos saúde, educação e segurança, exatamente por causa das indicações políticas, que têm que deixar de existir em nosso Brasil. O presidente tem que escolher os melhores para compor o seu time de ministros.”
Desemprego – “Tudo que o PSDB e o PT fizeram ao longo de 20 anos chegou a esse caos, o desemprego. O senhor foi presidente do Banco Central por oito anos, depois foi para o grupo JBS Friboi, onde o BNDES passou a emprestar dinheiro apenas para os amigos do rei, como o casal, a dupla, Joesley Batista. Já para aqueles que precisavam não tinha empréstimo. Ou o juro lá em cima, contrariamente às demais. Então o emprego, senhor Meirelles, não sou economista, mas com toda certeza para por usar os órgãos de governo, as instituições, para atender ao povo, não aos amigos do rei. No mais, devemos desburocratizar, desregulamentar muita coisa no Brasil. Porque hoje em dia, o senhor bem sabe, para abrir uma empresa você leva 90 dias, é um cipoal de documentos que desestimula a buscar maneira de empregar alguém no Brasil. Então acho que passa por aí essa proposta para conseguir emprego para os brasileiros.”
Educação – “A educação infantil é a base para a educação final. Nas escolas, hoje em dia, o que se aprende? Ideologia de gênero, partidarização, análise crítica das questões apenas, nada mais além disso. No meu tempo, você tinha física, química, matemática, geografia, história, educação moral e cívica. Isso não tem mais. Retiraram também do professor a sua autoridade dentro de sala de aula. O professor hoje em dia, conforme pesquisa aqui em São Paulo, em muitas escolas, está mais preocupado em não apanhar do que ensinar. Como exemplo, nós temos para isso, é fazer em grande parte das escolas do ensino fundamental, a militarização dessas escolas, ou seja, colocar diretores vindos do meio militar para que possa, via disciplina e hierarquia, essa garotada aprender algo para o futuro, diferente do que é ensinado hoje em dia.”
Déficit público e pagamento da dívida pública – “Cabe, sim, ao presidente da República. São números absurdos, os meus economistas dizem que tem solução, mas será muito difícil atender à meta. Propostas: redução do tamanho do Estado, privatizações, abrir o comércio com o mundo todo, deixar de lado o viés ideológico, facilitar vida de quem quer abrir empresa no Brasil – porque é um sacrifício abrir empresa no Brasil, quantidade de papeis é absurda – diminuir encargos trabalhistas e fazer com que empregados e patrões sejam amigos e não inimigos e deixemos de assistir a essa briga enorme nos tribunais tendo em vista a legislação, a CLT.”
Igualdade salarial entre homens e mulheres – “É mentira que eu defendi em qualquer época da minha vida que mulher deve ganhar menos que homem. É mentira. Não existe um só áudio ou uma só imagem minha nesse sentido. Na CLT já está garantido à mulher ganhar igual ao homem, desde que a diferença de tempo de serviço entre um e outro não seja superior a dois anos. Já está garantido na CLT, não temos que nos preocupar com isso. No meu governo, a mulher terá papel de destaque, principalmente no tocante à segurança pública. É a mulher que se preocupa e muito se seu filho vai chegar em casa quando sai para visitar um amigo, ir para a faculdade. Então, a mulher vai ter essa garantia porque vamos investir pesado na segurança pública para que as mulheres, as mães tenham paz quando seus filhos porventura saírem de casa.”
Considerações finais – “Primeiro, quero agradecer a Deus pela oportunidade e, se esta for a missão dele, com toda certeza nós a bem cumpriremos. O Brasil precisa de um presidente honesto, patriota, que respeite a família, honre as crianças em sala de aula, afaste de vez o fantasma do comunismo, ataque o Foro de São Paulo. Um país que una a todos, independentemente de sua opção, cor de pele ou região. Juntos, podemos fazer um Brasil diferente e melhor para todos. Meu muito obrigado a todos e boa noite.”
O presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Guilherme Boulos (PSOL)
Fala de abertura – “Talvez muitos estejam me vendo pela primeira vez. Eu sou candidato a presidente do Brasil porque eu estou indignado como você. Política para mim não é carreira, é desafio. Quero ser presidente para enfrentar os privilégios, porque hoje o Brasil é como se fosse uma corrida de 100 metros em que alguns começam 60 metros na frente. Não dá mais para ser assim. Eu quero ser presidente para acabar com a esculhambação que virou esse sistema político e o toma-lá-dá-cá. Eu quero ser presidente para tirar o Brasil da crise. Hoje eu vou apresentar propostas concretas de como nós vamos fazer isso, propostas de quem tem coragem para mudar o Brasil.”
Pré-sal e Petrobras – “Eu concordo integralmente com a opinião do eleitor. O pré-sal, o petróleo é uma riqueza nacional. Lamentavelmente, o governo Temer está entregando a Petrobras para as empresas estrangeiras. Nós vamos revogar a entrega do pré-sal para as empresas estrangeiras. Nós vimos isso, agora, de maneira recente, o efeito dessa política de preços que foi aplicada na Petrobras no seu bolso, para cada brasileiro e brasileira. Olha como está o preço do botijão de gás. O botijão de gás subiu mais de 30% só no último ano. E isso está afetando todos os brasileiros. Mais de 1 milhão de pessoas passaram a cozinhar a lenha, voltando ao século 19. Olha o preço da gasolina, do diesel, que gerou a greve dos caminhoneiros, nós vamos reforçar as refinarias, o pré-sal será nosso e fortalecer a Petrobras como empresa pública, com transparência e com controle social, retomando a geração de empregos e garantindo a soberania nacional.”
Urnas eletrônicas – “Olha, Daciolo, e a todos que estão nos assistindo em casa. Primeiro, eu só queria fazer uma correção, aqui. O Henrique Meirelles fez uma insinuação a respeito de trabalho. Quero dizer que eu não sou banqueiro, eu sou professor, escrevo e ganho minha vida honestamente. Luto ao lado dos sem-teto, com muito orgulho, há 17 anos, de quem precisa de casa. Luto com sem-teto, com sem-terra, só não estou junto com sem-vergonha, como alguns aqui estão. Agora, em relação a isso, as urnas eletrônicas são um sistema que internacionalmente não há qualquer tipo de reparo em relação a ele. Eu não tenho porque ter qualquer tipo de questionamento sobre as urnas eletrônicas, mas nós temos que que questionar outras questões da democracia brasileira. Democracia não pode ser apenas apertar um botão a quatro anos na urna e ir embora para a casa. Democracia tem que ser chamar o povo para a decisão. E é isso que estamos dizendo aqui, com plebiscito e referendos. E o nosso primeiro, em 1º janeiro de 2019, é para revogar os atos criminosos do governo Temer contra o povo.”
Segurança – “O que foi feito nos últimos 30 anos em relação à segurança pública foi tiro, porrada e bomba. Mais repressão, mais policiamento, tropa de choque e não se investiu em inteligência. Para resolver o problema da segurança pública no Brasil, é investindo em inteligência e em investigação. É por isso que 92% dos homicídios não são sequer investigados. Nós vamos fazer isso, e vamos fazer enfrentando o crime organizado de verdade. Porque vamos falar a verdade, o crime organizado, o comando dele não tá no barraco de nenhuma favela, tá mais perto da Praça dos Três Poderes do que da favela da Rocinha. Basta ver helicóptero de senador cheio de cocaína que foi pego, e ficou por isso mesmo. Nós vamos enfrentar o tráfico de armas e munições que é o grande responsável pelos homicídios no país. Investindo em inteligência e em prevenção é o grande caminho para resolver a segurança pública e dar paz ao povo brasileiro.”
‘Velha política’ – “Olha, Daciolo, eu tenho 36 anos de idade. Sou o candidato mais jovem da história do país a concorrer à Presidência da República. Mas, de fato, tem muita gente sem-vergonha na política brasileira. Gente que só cuida dos seus interesses, do seu egoísmo, do seus interesses políticos e partidários e não da maioria do povo brasileiro. E é por isso que nós temos que enfrentar privilégios, é o que nós vamos fazer no nosso governo, sem medo de enfrentar o 1% que está no andar de cima, e governar para os 99%. Vou dar um exemplo aqui de como se financia o Estado hoje no Brasil. Se você tiver uma casa, e for alugar ela, você vai pagar 27,5% de imposto. Agora, se você montar uma imobiliária, você vai alugar 50 casas, e vai pagar 12% de imposto. Agora, se você se associar aqui com candidatos milionários, com Meirelles, com Alckmin, com Bolsonaro, e montar um fundo imobiliário, você vai pagar 1% de imposto. Por isso é que nós vamos fazer uma reforma tributária para que quem tem menos, pague menos, e quem tem mais, pague mais.”
Considerações finais – “Primeiro dizer que parece que a carapuça de ’50 tons de Temer’ serviu ao candidato Geraldo Alckmin. Não por acaso. Mas quero agradecer à RedeTV, agradecer à minha companheira de chapa, Sônia Guajajara, primeira indígena numa chapa presidencial na história desse país e agradecer a você que está em casa e nos acompanhou até agora. Querem fazer você acreditar que o único jeito de ser presidente do país é ter apoio de banqueiro, de grande empresário, é fazer campanha com marqueteiro. Aqui não. Aqui tem outro jeito de fazer política que é com olho no olho, que é política e campanha feita por gente como a gente. Não se deixe enganar. Muitos aqui disseram que são a mudança. Se não fizeram até hoje, não vão fazer. A mudança de verdade é aqui. Vote 50, vote PSOL, sem medo de mudar o Brasil.”
O presidenciável Ciro Gomes (PDT) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Ciro Gomes (PDT)
Fala de abertura – “Eu acho que o Brasil precisa mudar. Há 13 milhões de nacionais, de patriotas brasileiros como nós desempregados, mais de 32 milhões empurrados para viver de bico e 63 milhões de brasileiros humilhados com nome sujo no SPC. Isso tudo não precisava ser assim. Por isso passei os últimos dois anos organizando um projeto nacional de desenvolvimento que consulta o melhor da inteligência brasileira, que tenha respostas práticas para tudo isso. E entre os capítulos desse projeto nacional de desenvolvimento naturalmente há de ser a mudança na legislação que permita ao Brasil ser mais eficaz.”
‘Mordomias’ e salários de políticos – “Tudo começa com a grande reforma, com ajuste fiscal que vai possibilitar a utilização do crédito a serviço da micro, da pequena e da grande empresa. Porque hoje o governo brasileiro absorve 72% do crédito existente para arrolar a dívida pública. O ajuste fiscal reduz a dívida pública. Melhorar o ambiente de negócios – reforma tributária é a força motora do desenvolvimento -, simplificando, três itens: desburocratização, simplificação, e obviamente investimentos. O Brasil tem três grandes desafios para gerar empregos. O ajuste fiscal, os investimentos e a produtividade. É evidente que melhorar o ambiente de negócios significa não só fazer a reforma tributária, mas também combater a corrupção. A Operação Lava Jato tem que ser grande cabo eleitoral do investimento, da geração de emprego. Porque vai atrair, vai trazer de volta os recursos que foram expulsos do Brasil pela corrupção.”
Agronegócio – “O emprego é consequência da ativação de quatro motores: consumo das famílias – por isso tenho proposta de resolver o problema do endividamento de 63 milhões de pessoas do SPC; investimento empresarial, que hoje está colapsado por explosivo endividamento; solução da equação das contas públicas, que estão completamente falidas; e celebração de política industrial e de comércio exterior que termine com o genocídio de empresas. O Brasil é o país que mais destrói indústrias no Brasil. Nos últimos três anos, do desmantelo da Dilma para cá, 13 mil indústrias foram fechadas no nosso país, 4 mil delas em São Paulo. E um dos setores que pode ser ativado é agregar valor na agropecuária brasileira. Somos a agricultura e pecuária mais competitiva do mundo, mas importamos do estrangeiro fertilizantes, defensivos agrícolas, importamos a maior parte dos implementos agrícolas e quero política industrial que priorizando o setor agropastoril verticalize a produção industrial deles.”
Política industrial – “Eu quero só – pontuando a nossa discussão, estamos discutindo o futuro do Brasil – dizer que na ponta, no comércio, se cobra muito imposto sobre comida. O que estou dizendo é que lá na produção, especialmente o agronegócio é exportador e não paga nada de imposto. Então não vamos misturar alho com bugalho, e eu também governador isentei a cesta básica, pela primeira vez, acho, no Nordeste. E o PSDB é autor do capítulo tributário da Constituição, é o [senador José] Serra o autor, ele é que determinou essa montanha, e o Fernando Henrique [Cardoso, ex-presidente] explodiu a carga tributária brasileira. Eu fui ministro. A propósito, eu ia pedir direito de resposta para defender um ausente aqui. Quem fez o Plano Real foi Itamar Franco, presidente muito injustiçado. Agora, a questão do Brasil é o seguinte: nenhum país do mundo aceita destruir indústrias como nós. É preciso alinhar o câmbio, que hoje é estimulante do consumismo populista, lá atrás com o Fernando Henrique, depois com a Dilma [Rousseff, ex-presidente], quebramos. E é preciso consertar a questão do financiamento, dos juros. Está terminando o tempo, eu volto em outra hora.”
Conflitos no campo – “Você [Marina] é uma campeã dessas lutas, e uma das pessoas que tem influência sobre a minha compreensão dessas coisas todas é você. E me honra muito, apesar de estarmos aqui disputando, reconhecer isso para todo o conjunto do povo brasileiro. O Brasil precisa transformar em ferramenta prática aquilo que já temos na lei. Nós temos, por exemplo, a possibilidade do zoneamento econômico-ecológico que define com clareza o que pode e o que não pode ser feito em que tipo de áreas e etecetera. E o Brasil precisa ter aquilo que os americanos chamam de ‘enforcement’, ou seja, a lei que pega. Quanto tempo trabalhamos juntos e ali todas as leis estavam prontas e a gente não tinha no território capacidade de fazer. Multava e, dali a pouco, vinha um refis, uma anistia e lá ia o estímulo. Portanto, a impunidade é que é a grande mestra disso. Eu trouxe para minha vice uma pessoa que tem muitas diferenças de mim, a Kátia Abreu. Mas a Kátia Abreu, sendo uma pessoa que vem da agricultura, ela já compreende com muita clareza a necessidade de a gente achar o equilíbrio disso.”
Considerações finais – “Quero agradecer à RedeTV!, aos jornalistas, o privilégio desta noite. Quero agradecer aos ilustres concorrentes à Presidência da República, quero especialmente agradecer a você, meu irmão, minha irmã, brasileiros de todos os rincões que ficaram conosco até esta hora. Você acha que o Brasil precisa mudar? Nós estamos juntos nesta batalha. Ajudar vocês, aqueles que estão precisando, a tirar o nome do SPC. Gerar 2 milhões de empregos, retomando obras paradas pelo Brasil inteiro. Apostar em creche em tempo integral e em ensino médio profissionalizante em tempo integral, como já temos no Ceará. Esses são alguns dos nossos compromissos. Nós vamos revogar esta vergonha, falando aqui como o Boris Casoy, que é o teto de gastos, que guarda o dinheiro para os banqueiros e proíbe de se investir na agenda do povo.”
O presidenciável Alvaro Dias (Podemos) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Alvaro Dias (Podemos)
Fala de abertura – “A pergunta não é por que, mas para que? Para refundar a república, substituir esse sistema corrupto e incompetente que é a causa dos grandes problemas que estamos vivendo hoje no país, que provocam indignação popular sem precedentes. Refundar a república com reformas fundamentais, para gerar 10 milhões de empregos e fazer o Brasil crescer em média 5% ao ano. Com a Operação Lava Jato se institucionalizando, se transformando na nossa tropa de elite no comabte à corrupção no país, que é a causa maior dos danos causados à economia, ao emprego e ao salário.”
Fechamento de empresas – “Tudo começa com a grande reforma, com ajuste fiscal que vai possibilitar a utilização do crédito a serviço da micro, da pequena e da grande empresa. Porque hoje o governo brasileiro absorve 72% do crédito existente para arrolar a dívida pública. O ajuste fiscal reduz a dívida pública. Melhorar o ambiente de negócios – reforma tributária é a força motora do desenvolvimento -, simplificando, três itens: desburocratização, simplificação, e obviamente investimentos. O Brasil tem três grandes desafios para gerar empregos. O ajuste fiscal, os investimentos e a produtividade. É evidente que melhorar o ambiente de negócios significa não só fazer a reforma tributária, mas também combater a corrupção. A Operação Lava Jato tem que ser grande cabo eleitoral do investimento, da geração de emprego. Porque vai atrair, vai trazer de volta os recursos que foram expulsos do Brasil pela corrupção.”
Emprego e corrupção – “O combate à corrupção é essencial, embora alguns possam achar que não tem a ver. A corrupção expulsou do Brasil investimentos extraordinários que poderiam gerar emprego, renda, receita pública e desenvolvimento. A Transparência Internacional elenca os países mais corruptos do mundo e o Brasil está sempre em lugar de destaque. Combatendo a corrupção, trazemos de volta os recursos, melhorando o ambiente doméstico, com uma reforma tributária simplificadora. Simplificação, regulação competente, segurança jurídica, desburocratização. Temos meta de 365 medidas no primeiro ano de governo para facilitar o empreendedorismo porque o melhor programa social é emprego e pretendemos gerar 10 milhões de empregos com crescimento econômico de 5,5% em média anualmente.”
Como fazer educação integral com corte de despesas – “A falta de dinheiro na educação é bla bla bla. Gastamos, proporcionalmente, mais que os Estados Unidos, que gastam, com educação, 4,5% do PIB e o Brasil, 6% do PIB. Portanto, não falta dinheiro, falta competência, falta planejamento e falta honestidade. Vamos rever os orçamentos. Vamos aplicar como fez Merkel na Alemanha, como fez Obama nos Estados Unidos: um limitador emergencial de despesas com corte de 10%. Evidentemente, não é em todas as áreas. Vamos cortar nas áreas que podem ser cortadas porque são secundárias. Educação, não. Vamos investir fortemente na educação infantil, que é o grande retorno – a cada dólar investido, são 13 dólares de retorno. E vamos investir em ensino integral e foco no ensino técnico, especialmente.”
Saúde e saneamento básico – “Sem dúvida, saneamento é saúde. E nós verificamos que o governo brasileiro, os últimos governos, utilizaram recursos do BNDES, por exemplo, porto em Mariel, Cuba, hidroelétrica e metrô em Caracas, ao invés de contribuir numa parceria público-privada para a despoluição do Rio Tietê, para a despoluição da Baía de Guanabara, da Baía de Sepetiba. Enfim, oferecer condições através de um banco, que tem um orçamento gigantesco, já teve maior do que a Coreia do Sul e do que o Japão, investir condições para obras de infraestrutura, especialmente num setor fundamental para a saúde do povo, que deve ser a suprema lei, como é o saneamento básico. É claro que o poder público deve investir, mas há necessidade de buscar parcerias para que a eficiência dos investimentos proporcionem qualidade de vida à população.”
Considerações finais – “Olha, eu quero pedir a você que abra olho. Essa tentativa de generalizar na política é uma tentativa burra. Eu não aceito. Eu não aceito ser colocado no mesmo balaio daqueles que são sustentáculos deste sistema corrupto e incompetente que empurrou o país para este caos administrativo e para esta tragédia política. Nós queremos é substituir este sistema com a refundação da República. Eu sempre o combati, eu sempre o contestei. Eu estou há mais tempo, sim, mas contestando, combatendo, revoltado com as suas injustiças e nós vamos refundar a República para construir a grande nação que todos nós merecemos.”
O presidenciável Henrique Meirelles (MDB) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Henrique Meirelles (MDB)
Fala de abertura – “Muita gente não me conhece, nunca fui candidato a presidente da República, não sou político. Sempre trabalhei em empresas e cheguei a presidente de um grande grupo financeiro sediado nos Estados Unidos. Eu decidi voltar ao Brasil e colocar meus conhecimentos a serviço do povo brasileiro. O presidente Lula, então eleito, me chamou para ser presidente do Banco Central. Lá, criamos 10 milhões de empregos. Depois, voltei para ser ministro da Fazenda e corrigir a bagunça criada pela Dilma.”
Construção civil – “Para que a construção civil se fortaleça e volte a crescer, o Brasil precisa crescer. Para o Brasil crescer, é necessário a política econômica correta, como eu fiz quando fui presidente do Banco Central na gestão do Lula, quando fui ministro da Fazenda agora. Porque, da primeira vez, criamos 10 milhões de empregos. Agora, criamos 2 milhões de empregos. Mas eu preciso de mais tempo agora como candidato a presidente da República para que o Brasil todo cresça e a construção civil também vai crescer porque mais pessoas tendo emprego, as empresas crescendo, vão demandar instalações, essas pessoas vão poder comprar novas casas e constituir novas residências. Para isso, nós temos que ter uma economia funcionando bem e para isso é preciso competência e alguém que tenha ficha limpa, como é meu caso.”
MDB e partidos – “Todos os grandes partidos brasileiros têm problemas graves e muita gente acusada. Eu tenho orgulho de não ter processo, de não ter acusação. E, o mais importante, nas instituições que eu dirijo, a escolha foi sempre técnica, baseada na competência e no desempenho. Seja antes no Banco Central, seja no Ministério da Fazenda. E naquela época atingimos o desemprego mais baixo da história. E enquanto ministro da Fazenda criamos dois milhões de empregos. E, mais importante, quando eu nomeei a equipe para dirigir a economia, a imprensa chamou o time de time dos sonhos, porque era um time de competência e de preparo técnico. E isso, no entanto, Guilherme, é para quem entende, é para quem sabe quem escolher, e para quem tem condições de fazer isso baseado no trabalho de uma vida inteira. Portanto, é assim procedo e assim que será.”
Práticas que pretende não repetir na administração pública – “A primeira delas é a questão do loteamento de cargos. Eu sou favorável à escolha de técnicos competentes. Eu sou favorável à escolha de pessoas que tenham experiência, pessoas que tenham condições de entregar resultado ao povo brasileiro. Foi o que eu fiz quando fui presidente do Banco Central, quando fui ministro da Fazenda. Não houve, nas minhas áreas, qualquer loteamento de cargos. E para isso, nós temos uma candidatura independente. Para isso, não há grandes e vastas composições, que já fazem loteamentos prévios, muitas vezes. Não. A segunda coisa é o uso de experiência, de foco no resultado. Vamos fazer com que cada uma das pessoas ocupando cargos na administração de alto nível seja medida por resultados, transparentemente mostrando para todos, a população brasieira, qual é o resultado do trabalho daquela pessoa.”
Contribuição ao combate à corrupção – “O combate à corrupção tem que começar com o exemplo de cada um, com sua própria conduta. Eu tive oito anos no governo como presidente do Banco Central, dois anos como ministro da Fazenda. Nunca houve sequer uma suspeita ou um escândalo ou uma acusação. Segundo, na minha gestão no Banco Central e na minha gestão na Fazenda, nunca existiram casos apontados ou acusações de corrupção com a minha equipe, de pessoas que trabalhavam diretamente comigo. Portanto, esta é a maneira de combater, em primeiro lugar. Segundo, pela aplicação rígida da lei, sou favorável sim à Lava Jato, acho que tem que ser feito, de fato. No entanto, levar essa prática para todo o país e para também outras áreas como segurança e também trabalho.”
Considerações finais – “Eu quero agradecer à RedeTV por essa oportunidade de falar a todos vocês, eu quero agradecer ao meu vice, Germano Rigoto, homem honrado, que muito me honra em estar ao meu lado. E quero agradecer a você que ficou até tarde. Eu não sou político, muitos de vocês não me conhecem, nunca me candidatei antes à presidente da República, trabalhei em empresas grande parte da minha vida e cheguei a presidente de um grande grupo financeiro nos Estados Unidos. Voltei ao Brasil porque eu fui chamado para comandar a economia e criei, juntamente com a equipe, mais 12 milhões de empregos. Basta me chamar. Chame o Meirelles que eu volto e vamos fazer o Brasil crescer.”
O presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Geraldo Alckmin (PSDB)
Fala de abertura – “O Brasil tem pressa. Quero ser presidente da Repúlbica para no dia 1º de janeiro apresentar as reformas, retomar a atividade econômica. Estamos hoje com 27 milhões de pessoas sem emprego e é possível sim recuperar a economia rapidamente. Em relação ao combate à corrupção: tolerância zero. Reforma política, para poder melhorar o ambiente político. Tipificar no código penal o enriquecimento ilícito e estabelecer a inversão do ônus da prova.”
Teto de gastos – “Olha, qual a razão, respondendo aqui ao Ciro Gomes, do teto dos gastos? É que as contas públicas estouraram todas no período do PT. O resultado foram, nos 13 anos do PT, 13 milhões de desempregados e o total descontrole das contas públicas. Quem assumir no ano que vem, e eu espero assumir ano que vem a Presidência da República em janeiro, vai encontrar o sexto ano de déficit primário. Já entra devendo R$ 139 bilhões de déficit primário sem pagar dívida. O problema não a PEC do teto. Eu não tive PEC do teto em São Paulo, não fiz PEC do teto nenhuma e fiz um superávit primário ano passado de R$ 5,3 bilhões, investindo, gerando 500 mil empregos diretos e indiretos. Então a PEC do teto, não haveria necessidade da PEC do teto, o que precisa é reduzir o tamanho do Estado fortemente para poder recuperar investimento.”
Fundo eleitoral – “Iniciamos aqui o debate destacando a reforma política. Não é possível o Brasil ter 35 partidos políticos. Na realidade, não existem 35 ideologias. Temos pequenas e médias empresas escandalosamente mantidas através de dinheiro público. Defendemos reforma política que diminua o número de partidos, não tendo mais coligação proporcional, que não teremos na próxima eleição, e estabelecendo voto distrital, um vínculo maior entre representante e representado. Com isso, acaba fundo partidário, podem voltar outros modelos de financiamento aos partidos. Quero destacar o compromisso com emprego e renda. O Brasil vai voltar a crescer tendo segurança jurídica e investimento”.
Simplificação tributária e alianças políticas – “Somos favoráveis ao ICMS no destino, aliás, somos desde a época do Mário Covas. Você paga, sim, muito imposto sobre comida, até porque grande parte dela é processada e nós, na simplificação tributária, vamos reduzir tributação para comida, alimento e remédio, como fizemos em São Paulo. Defendemos a reforma política. Não é possível continuar com 35 partidos políticos. Todos os partidos, inclusive o meu, estão fragilizados. Mas é preciso reconhecer coisas boas. Foi o governo do presidente Fernando Henrique, do PSDB, que fez o plano real, que mudou a economia brasileira e fez essa grande rede de proteção social.”
Fechamento de indústrias, juros altos e câmbio flutuante – “A base de tudo é a questão fiscal. Se tem uma péssima política fiscal, frouxa, o governo gasta um absurdo, gasta mal, o Estado inchado e é óbvio que vai ter juro mais alto, política monetária ruim, atrai muito dinheiro e valoriza a moeda. Vamos fazer exatamente o contrário. Com política fiscal austera, vamos cortar gastos, vamos rever incentivos, vamos zerar o déficit em 2 anos para não comprometer a economia e o emprego e com isso vamos trazer muito investimento para o Brasil. Hoje sobra dinheiro no mundo. Tenho grande esperança que em 1º de janeiro o Brasil vai mudar. Vamos ter muito investimento. O Brasil tem demanda, muita demanda. Precisa ter segurança jurídica, reformas, boa política macroeconômica, política fiscal dura, competição entre juros e competição entre bancos e câmbio positivo.”
Considerações finais – “Quero agradecer a vocês que nos assistiram até esta hora, agradecer a essa mulher guerreira que é a nossa candidata a vice-presidente, a senadora Ana Amélia, uma das mais brilhantes senadoras, que nos honra como companheira de chapa. Também dizer aqui sobre os 50 tons de Temer, que eu acho que 40 desses tons são vermelho. É do PT e de seus aliados. Porque foram eles que escolheram o Temer de vice da Dilma. Aliás, escolheram duas vezes. Mas trazer uma palavra aqui de esperança. Eu acho que o Brasil tem pressa, né. Pressa para ter governo que funcione, sair desse marasmo verdadeiro. Fazer reformas. São as reformas (interrupção).”
A presidenciável Marina Silva (Rede) no debate da RedeTV! (Foto: Reprodução/RedeTV!)
Marina Silva (Rede)
Fala de abertura ��� “Agradeço a Deus por estarmos aqui, parabenizo a RedeTV! por esse debate. Sou candidata a presidente da República porque tenho o propósito para contribuir para que tenhamos um país que seja justo e que todos possam viver com dignidade. Sou mulher, mãe de quatro filhos, casada e mulher negra. Na minha vida pública, fui senadora, vereadora, fui ministra do Meio Ambiente e sou candidata à Presidência, porque eu quero que o nosso país não tenha educação de qualidade apenas como exceção, mas como uma regra, e o combate à corrupção é apoiar o Ministério Público, a Polícia Federal, para que sejam independente, sem sabotar a Lava Jato.”
Emprego – “O desemprego está assolando a vida dos brasileiros e os jovens são os mais prejudicados. Para gerar emprego, vamos recuperar investimentos investindo na construção civil. Mas queremos também empregos duradouros. O turismo é uma das formas de gerar emprego para a juventude. Nós vamos ter o modelo de desenvolvimento que aposta na energia renovável, limpa e segura. Vamos construir 1,5 milhão de casas com placas solares onde nossos jovens terão oportunidade de trabalhar. Além disso, vamos apostar cada vez mais em economia que valoriza seus ativos culturais da economia criativa, apoiando ciência e tecnologia e para start ups ajudar jovens a ter emprego e renda.”
Corrupção e ausência de Lula – “O que está acontecendo no Brasil e com todos os escândalos de corrupção, que tiraram lideranças políticas da cena política brasileira. Um ex-presidente da República que está preso, o candidato que foi para o segundo turno nas eleições de 2014, envolvido em graves crimes de corrupção, como é o caso do senador Aécio Neves, é lamentável. Agora, o que eu vejo neste momento é que o Brasil precisa dar uma resposta e esse púlpito vazio já está preenchido pelos mesmos que estavam no palanque anterior já no palanque do candidato do PSDB. É por isso que eu digo, Alvaro, aqueles que criaram o problema não vão resolver o problema e nós precisamos combater a corrupção apoiando o Ministério Público, a Polícia Federal para aqueles que se envolvem em uso ilegítimo de dinheiro público sejam punidos.”
Envelhecimento da população e reforma da Previdência – “Uma das coisas que se tem que ter cuidado é porque é na idade que a gente precisa ser respeitado, bem cuidado, a reforma da Previdência é necessária. Nós temos um déficit da Previdência. Desde 2010 que eu defendo que se deva transitar para um regime de capitalização. Mas isso não é algo que se faça com facilidade e é preciso fazer essa transição. Nós queremos ver a terceira idade chegar ao seu descanso, não apenas ficando parada, mas sobretudo aproveitando esse período para poder desenvolver outras atividades. Para isso, é fundamental que se tenha um sistema de saúde que funcione. Eu escolhi, no início da campanha, ir para uma comunidade pobre, aonde eu vi pessoas sendo assistidas e pessoas idosas em plena atividade em função de que não se tinha uma visão apenas de promoção de saúde.”
Desigualdade salarial entre homem e mulher – “Eu queria te dizer uma coisa, Bolsonaro, você disse que a questão dos salários menores para as mulheres é uma coisa que a gente não precisa se preocupar porque já está na CLT. Só uma pessoa que não sabe o que significa uma mulher ganhar um salário que um homem e ter as mesmas capacidades, a mesma competência, e ser a primeira a ser demitida, ser a última a ser promovida, e quando vai numa fila de empregos, pelo simples fato de ser mulher, não é aceita. Então não é uma questão de que não precisa se preocupar. Tem que se preocupar sim. Porque quando se é presidente da República, a gente tem que fazer cumprir o artigo quinto da Constituição Federal, que diz que nenhuma mulher deve ser discriminada. Não fazer vista grossa dizendo que não precisa se preocupar. Precisa se preocupar sim. O presidente da República está lá para combater injustiças.”
Considerações finais – “Eu quero agradecer a Deus por estarmos aqui, quero cumprimentar a RedeTV por esse debate. E quero dizer que todos nós aqui nos esforçamos para apresentar propostas, ou pelo menos a maioria de nós. Agradecer as pessoas que estão até uma hora dessas acordadas. E eu quero dizer que além das propostas, nós temos também que nos conectar com um propósito. O propósito de que nem uma mulher seja subestimada. O propósito de que nem um jovem tenha que morrer quando vai ao caminho da escola. O propósito de que nem uma pessoa que esteja num cargo público se esconda dentro do Palácio atrás do foro privilegiado para não ser julgada pelos crimes que cometeu contra as finanças públicas.”
Fonte: G1/ Filipe Matoso/ Gustavo Garcia / Lucas Salomão
Oito presidenciáveis discutem propostas de governo no segundo debate da campanha eleitoral de 2018 Oito candidatos à Presidência da República participaram na noite desta sexta-feira (17) de um debate na RedeTV!.
0 notes
rafarosso · 7 years ago
Text
Bangkok parte 2 - os golpes mais comuns, a pior manga que já comi na vida e mais
Tumblr media
Viajar para a Ásia não é fácil. A gente não entende o idioma, a população local não fala inglês e os costumes são completamente diferentes, ficando até difícil pra gente entender algumas atitudes. Pesquisar sobre a cultura local e evitar os perrengues é a melhor solução pra reduzir esse choque cultural. 
Vamos lá?! Primeiras dicas, chegando no aeroporto:
Dica 1: Meu primeiro perrengue, logo de cara foi a entrada no país. Eu sabia que tinha que ter a vacina de febre amarela, porém para entrar isso não basta. Nós brasileiros (e outros poucos países) precisamos passar em um posto de saúde no próprio aeroporto, que fica antes da imigração. Mas meus queridos, até eu descobrir isso foi um vai-e-vem do kct, era tailandês me mandando de um lado pro outro (fazendo mímica, porque inglês não rola). No começo eu tava achando que tinha sido barrada, fui em três policiais diferentes (achando que os caras tavam é de mau-humor sem me deixar passar). No fim aconteceu o milagre e eu vi uma plaquinha MINÚSCULA escrito: South Americans and Africans here! Era o tal do posto de saúde (que na verdade é um balcão branco). Aí o cara me fez umas perguntas (tentou falar português, inglês, tailandês e eu não entendi nada. Pedi pra escrever) e deu um papel branco com um carimbo pra mostrar na hora de entrar no país. Bem simples. Mas como não tava sabendo desse esquema fiquei umas 2 horas na função (depois de um viagem de 40 horas, pensem no meu humor).
Dica 2: Depois que passar a imigração e alfândega, perto de onde se agenda os taxis, compre um chip de celular válido em território Tailandês. É bem fácil, só comprar o pré-pago, tirar o teu e colocar o outro no lugar. Digo isso por que meus queridos, é impossível andar sozinho sem se perder com aquelas letrinhas tailandesas. E também por segurança, pra saber se o taxista está te levando no lugar certo ou pedir um Uber. 
Olhem as letrinhas como são:
Tumblr media
Dica 3: Antes de chegar, agende um táxi com o hotel que você vai ficar. É bem mais seguro. Os taxistas lá não são muito confiáveis... 
Tem é que fica muito zen pra não cair no desespero!
Tumblr media
Falando em confiança, na Tailândia não dá pra marcar bobeira. Tem pilantragem pelo país todo (por incrível que pareça, mais do que no Brasil). Então vamos lá para os golpes mais comuns:
1) Os taxistas muitas vezes cobram um preço fechado, que é maior do que o do taxímetro. Peça para ligar o taxímetro antes da corrida começar, por que às vezes eles nem isso tem, ou dizem que tá quebrado. Outra falcatrua é o taxista “não entender” o endereço que você falou e te levar pra um lugar diferente, aí você terá que pagar uma nota pra ele te levar de volta. Comigo aconteceu de eu pegar um taxi na rua, explicar em inglês aonde eu queria ir, ele andar 5 minutos AND... mandar eu sair do carro. Ele só falava “get out, get out” e um monte de palavra em tailandês. No fim saí do carro e fiquei no meio da rodovia pedindo taxi na rua. Não entendi nada, mas cheguei a conclusão de que o lugar que ele ia me levar era muito perto e ele não quis fazer a corrida. A dica é pedir aos funcionários do hotel explicarem em tailandês aonde você quer ir e mostrar no mapa. Sempre tenha os endereços em tailandês para mostrar ao taxista. Não adianta falar o nome em inglês, ninguém vai entender.
2) Caso queira se aventurar em um tuc-tuc (eu fui... depois de uns drinks, mas fui kkk), sempre negocie o preço antes. Os tailandeses tem a cultura de negociar, então na maioria das vezes é possível baixar o preço.
Tumblr media
3) Os preços em supermercados, também não escapam de golpes. Um comum é o troco errado. Já que muitos turistas não estão familiarizados com as notas (eu sou péssima nisso, sempre uso conversor de moeda online), o golpe acaba passando e eles te dão o troco menor do que o correto. Outro é passar duas vezes o mesmo produto (já ouvi muita gente reclamando disso).
4) Outro golpe comum é nos arredores dos palácios/templos, alguém te abordar na rua e dizer que a atração está fechada e depois ele, que fala muito bem inglês, te oferece outro passeio em troca ou um tour pela cidade a um “preço camarada”. (Aconteceu comigo, um cara aleatório me abordou na rua e me perguntou se eu precisava de ajuda. Eu disse que estava procurando o Grand Palace, e ele me disse que estava fechado. Sorte que pensei “ah pelo menos vou até lá para tirar foto de fora”. Cheguei lá e tava aberto, afff.)
5) Nas ruas também oferecem passeios de barco que chegam a custar USD 90. Você consegue chegar aos mesmos lugares com a linha de transporte do rio, por uns USD 5.
Tumblr media
6) Esse não é exatamente um golpe, mas fiquei tão frustrada que me senti enganada. Eu tava faminta e não comia nada saudável há dias. Comprei uns pedaços de manga já embalados e cortados no supermercado, o famoso Thai Picked Mango. Primeira mordida...ECA! Nada mais era do que manga fatiada em uma conserva salgada. Esse foi o sabor mais trash/nojento/horroroso exótico que provei lá. Não sei dizer se o tipo da manga é diferente ou se a combinação com sal que deu ruim. Mas se avistarem o saquinho verde com manga, fujam!!
Tumblr media
Por hoje era isso meus queridos. Bora decorar esse post e rezar pra Buda pra sair ileso das falcatruas tailandesas.
Nos próximos posts: mercados flutuantes, os melhores rooftops de Bangkok e o que jamais fazer na Tailândia (a não ser que queira ser preso). 
Leia o que já foi publicado de Bangkok aqui! 
0 notes
ninaemsaopaulo · 7 years ago
Photo
Tumblr media Tumblr media
Uma polêmica. Necessária.
Ou: A UTOPIA DO "CONSUMO CONSCIENTE".
Ontem falei algumas vezes sobre o AliExpress e hoje me questionaram sobre o trabalho escravo por trás desse site de vendas. Eu estava esperando por essa reflexão, que até demorou a vir. Queria muito falar sobre e enfim chegou a hora. Abordarei esse tema de uma forma muito pessoal e espero que vocês compreendam que essa não é uma tentativa de amenizar o injustificável, de “tirar o corpo fora”, mas que vejam como exemplo de uma outra realidade, pois tá todo mundo errado nessa história, o que não significa que há “culpados”.
Há dois anos (ou mais) eu não entrava no AliExpress, assim como dificilmente acessava algum site de compras pela internet, apenas porque não confio. Meu namorado, que não tem rede social, é o incrível oposto: adora comprar pela internet e entende a coisa toda como uma “caça ao tesouro”. Eu não, porque detesto surpresas com aparência negativa: o produto pode vir errado, talvez quebrado (o que, na minha cabeça, dificulta a troca); se for uma roupa, provavelmente não caberá, etc.
Mas ele gosta de me dar presentes e sempre aproveitava as promoções da Dafiti.
Meses atrás, ele insistiu que queria me presentear com uma “bolsa chique”. Discordei, porque né? Salvador. E nem tenho onde andar com uma bolsa assim. Mas entramos no site da Dafiti e escolhemos algumas. Não chegamos a comprar porque as mais bonitas e “chiques” passavam dos cem reais.
O que também passou foi o tempo: entrei nesse curso de Enfermagem e descobri que preciso comprar um mundo de coisas (a burra aqui não tava preparada). Alguns investimentos já foram feitos, como o aparelho de medir pressão, os livros e a encomenda do jaleco. Tudo isso aí passou de mil reais, embora o valor dos livros tenha sido parcelado. Ainda tem a mensalidade e, agora, o diretor exige que compremos os módulos, risos. Em breve - e já tô correndo atrás - precisarei de peças brancas de vestuário, para o meu período de estágio.
Então, guardem a seguinte informação: eu, Nina, não tenho trabalho fixo. Trabalho como freela. Recebo ajuda, mas meus pais, por exemplo, não podem me sustentar financeiramente. Não moro com eles e ainda pago aluguel. Estou nesse curso para tentar entrar no mercado de trabalho novamente, em uma área que emprega bastante.
E daí que nem bolsa direito eu tenho. Não uma que corresponda ao que preciso carregar para o curso e ao que precisarei levar para o estágio - que não está tão longe de acontecer (final do ano começa). Desisti da “bolsa chique”, sugestão do namorado, e fui olhar novamente o site da Dafiti em busca de alguma bolsa ou mochila que possa satisfazer as minhas necessidades. Tudo continuava ainda muito caro. Mas muito caro mesmo. Passou de cinquenta reais, para as minhas condições, já tá custando os olhos da cara. Para mim, significa uma ida ao mercado.
Há uns dois meses, quando eu ainda não estava no curso, mamãe me deu um banho de loja. Porque ela quis e eu não recusei. A loja escolhida foi a Renner, pois ela tem cartão lá. Peguei uma bolsa pequena, dessas que só cabem a carteira e as chaves. Uma besteira que custou cinquenta reais porque estava na promoção. As bolsas grandes e bonitas chegavam a duzentos.
Pronto. E assim voltei para o “tio Ali”. Fui movida pela curiosidade, pois a demora de entrega do produto é uma das muitas coisas que me distanciam daquilo ali. Despretensiosamente, pesquisei as mochilas. Achei uma, rolou sentimento, sabia que seria aquela. Cinquenta reais, um preço inimaginável no Brasil, para uma peça grande, bordada e, segundo os consumidores que efetuaram a compra, resistente. Essa mochila estava entre as primeiras páginas de pesquisa. Ainda não comprei porque, adivinha?, dinheiro só entra mês que vem.
Mesmo assim, continuei olhando outras mochilas. Daí cansei, fui ver as bolsas.
Qual não foi a minha surpresa ao descobrir que as bolsas que vendem baratinho no AliExpress são as mesmíssimas exaltadas pelo triplo do valor original em lojas como Dafiti e Renner.
Sério. As mesmas, sem tirar nem pôr.
Eu só não tenho print porque não planejei esse texto. Mas você pode fazer a comparação; navegue no site da Dafiti, na página das bolsas. Escolha algumas, abra numa página separada, navegue mais um pouco e feche. Depois, faça o mesmo no AliExpress. Esses sites (ou o navegados, o algorítimo, sei lá) salvam as nossas pesquisas, de modo que você fica revendo aqueles mesmos produtos em diferentes sites, por diferentes preços. Pois é.
E compare o absurdo.
Muitas lojas brasileiras de departamento encomendam produtos chineses feitos através de trabalho escravo (supondo que a maioria seja, pois realmente não tenho certeza), costuram sua etiqueta, vendem aqui e muita gente que acha que está consumindo conscientemente não tem ciência de nada.
Outros já sabem disso, no entanto.
A única blogueira que eu gosto, por exemplo, é a Julia Petit, e ela sempre alerta para o consumo consciente, que é um discurso lindo e ótimo quando você tem condições financeiras para arcar com ele, o que não é nem o meu caso e nem de boa parte da população, classe C, dependendo das Riachuelo’s da vida.
E eu nem classe C sou mais, já que uma lojinha de shopping é uma realidade distante para mim. Sério.
Se você ganha bem e pode comprar de artesãos: vá em frente, espalhe essa ideia entre os seus, faça a diferença, diminua os danos e reconheça a arte de pessoas que, muitas vezes, fazem trabalhos exclusivos. Se eu tivesse como, estaria nessa.
Mas não tenho.
AliExpress foi minha última opção, pois até as lojas que eu considerava baratas aqui no Brasil, hoje, não cabem no meu bolso. Talvez eu compre aquela linda mochila branca, com bordados, resistente, bem estruturada e custando pouco, sabendo que, provavelmente, uma criança usou suas mãos e se colocou em risco em troca de algumas moedas ou um de prato de comida. O coração dói sim.
Antes, eu não tinha consciência disso. Meu armário com roupas compradas no primeiro piso não pensava em trabalho escravo. E nunca tive como escapar desse c��rculo de maldade e vaidade, moldado e “oferecido” muito antes de eu nascer.
Agora, duas informações aleatórias, que eu não sei se acrescentam alguma coisa:
1. Trabalhei na Zara, como vendedora. Sabendo do trabalho escravo, óbvio, pois todo ano uma nova notícia surge envolvendo a Zara e esse tema. Acho que a Zara fica mais no topo dessa questão por ser uma “loja de departamento” que “vende para ricos”. A Zara SEMPRE fica no terceiro piso do shopping center. A estrutura do shopping centerverticalizado visa hierarquias sociais. O debate surge porque “como assim essas pessoas que PODEM ter um consumo consciente ainda compram nessa loja?”. E eu sabia de tudo isso quando coloquei currículo em lojas de pelo menos quatro shoppings daqui, um currículo bem preparado, pois tenho experiência na área. A única loja que me chamou foi a Zara. Dizem que a Zara contrata por indicação - disso eu não sabia. Descobri depois que entrei, porque “impressionei” a gerente com a minha atitude: um dia, num shopping específico, cinco grandes lojas ficaram sem iluminação por problemas internos/técnicos. Uma delas foi a Zara. Não me acanhei. Os funcionários estavam reunidos na frente da loja escura e sem clientes, sentados em bancos, conversando. Cumprimentei-os e perguntei se poderia deixar um currículo. Uma mulher, que só depois também descobri que era a gerente, o pegou, separou e me chamou para a entrevista, meses depois. Deixei de ir porque a empresa é constantemente acusada de trabalho escravo? Não. Eu precisava trabalhar. Quatro shoppings. Mais de trinta lojas em cada. Antes da saída da Dilma, país em crise, todo mundo perdendo emprego, só uma loja me chamou. O que você faria se estivesse no meu lugar?
2. Eu moro no Centro e o que mais temos aqui são lojas de chineses, vendendo de tudo. Quando me separei e voltei a morar com os meus pais, uma dessas lojas ficava perto da casa deles. Eu passava em frente e as roupas eram lindas, leves, aparentemente confortáveis. Essa loja ficava na Baixa dos Sapateiros, uma espécie de 25 de Março, só que em Salvador, para quem quiser comparar. Comentei com a minha mãe e, um dia, passando perto, entramos. Foi aí que vimos que os donos eram chineses, falavam pouco o português. E as funcionárias: todas brasileiras com cara de fome. Sabe cara de fome MESMO? Aquela dificuldade em entender o que o cliente desejava? E mau hálito evidente de uma pessoa que passou horas sem se alimentar? Pois é. Me pergunto até hoje se aquelas mulheres tinham horário de descanso e almoço. E os chineses, os donos, não só não negociavam como queriam passar a perna nos clientes, parcelando no cartão com o acréscimo de dois reais em cada peça, com a clássica desculpa (bem brasileira) de “pagar a maquininha”. Tal acréscimo é ilegal.
Então, o cenário é esse. Capitalismo é uma desgraça praticamente impossível de “burlar”, para a maioria. Você quer comprar de uma costureira, mas não tem como bancar esse investimento. A opção por “brusinhas” mais ou menos aceitáveis - porque sim, ainda tem isso, ser socialmente aceita a partir da roupa que você usa -, se limita ao primeiro piso do shopping e tudo ao redor tem a sombra do trabalho escravo. E se você for na Avenida 7 de Setembro ou na Baixa dos Sapateiros, as opções são de trabalho escravo chinês e brasileiro, só muda o patrão, explorador de nação explorada.
É um círculo vicioso que eu poderia resumir com a comparação que sempre faço quanto a indústria que diz ser vegana, por exemplo, o que é uma falácia: “cosméticos não-testados em animais”, cujos componentes vieram de laboratórios que testam em animais. Mais uma produção interessada em alcançar público. Talvez o verdadeiro vegano seja aquele que vive no meio do mato e nem computador usa, pois também a nossa parafernália tecnológica foi testada. Entendo, porém, quando a pessoa escolhe ser vegana e pode manter esse estilo de vida com o intuito de reduzir danos. Mas uma andorinha só não faz verão.
Nem vou entrar nesse mérito dos veganos, pois já cansei de repetir: é privilégio. Não existe mercado orgânico na periferia de Salvador, por exemplo. Pode procurar.
Em suma, no discurso e entre os seus, é lindo e pode funcionar. Para a maioria, na qual estou inserida, não. E não é por falta de vontade (para quem se conscientiza sobre). Muitos de nós não têm como pagar mais caro para fazer do mundo um lugar menos nocivo. Somos levados a consumir aquilo que é mais barato porque não há outra opção.
A culpa não é exatamente das pessoas. Não essas, vítimas de um sistema que as esmaga e com poucas armas, sendo o poder aquisitivo a maior de todas.
Essa crônica teve o objetivo de dialogar, mas realmente não chega a uma solução prática, me desculpem.
0 notes
osbandeirantes-blog · 7 years ago
Text
Cheguei atrasada na casa de Bela. Segunda, dia onze de julho. Dez horas ou algo assim da manhã. Parece desleixo deixar essa frase desse jeito. Mas esses dias foram muito cheios e cansativos para uma pessoa qualquer de um curso qualquer de uma faculdade qualquer decorar coisas que vão além dos trabalhos que a circulam. Pra mim, nada é qualquer. Usar as letras ao nosso favor implica aprender diariamente como dominar os lápis, as canetas coloridas que temos e os papéis - às vezes indefinidos - que insistem em se multiplicar. Tudo é impermanente. *** Então eu e Bela ficamos - como desculpa de um tempo livre - à espera de Ti. Chegou uma mensagem. Vamos lá. Descemos do prédio e caminhamos tranquilamente até o Shopping Recife. Tranquilamente porque estávamos sem dinheiro e em dupla, garantimos aos nossos corações que essa condição nos afastava do perigo. Era 13h da tarde, não em ponto. Por sorte ou destino, foi o que aconteceu. Mas, Sarah contou a Ti - na sexta- feira - que isso foi contrário a ela num dia comum como o nosso, algo tão agravante ocorreu com Bia ao que foi contado a Bela. * “Tá, eu tava andando com a minha amiga, lá na Beira-rio, aí chegou um cara e falou um negócio que eu não escutei, aí eu falei hãn? Aí ele falou ‘passa o celular’, aí eu paralisei, assim, aí ele ficou uns cinco segundos encarando a gente, depois ele falou ‘foda-se’ e foi embora” risos de fundo “É sério, cabou a história” Ele disse isso? “Ele falou ‘foda-se’ ele desistiu, vei,...ele botou a mão assim, fingiu que tava armado, mas não tava, eu fiquei só olhando assim, tipo, eu não vou dar meu celular, aí ele desistiu, foi embora.” * "Então, Bela, como eu falei, a memória não é muito boa. Há 2 anos, fui encontrar umas amigas no shopping Boa Vista. Dali, a gente decidiu ir pro Marco Zero tomar um ventinho. Elas decidiram ir pra outro lugar, mas eu não queria ir, encontrei outras amigas e fiquei lá com elas. Pulando um pouco essas partes descritivas de realismo brasileiro, no final eu encontrei uma colega que mora próximo da minha casa e decidi voltar com ela e com a namorada. A namorada dela pegava ônibus numa parada muito sinistra em frente ao Ministério Público. Ficamos lá esperando o ônibus e de repente chegou um cara muito nervoso com uma faca pra assaltar a gente. Vou pular essa descrição também, mas se for relevante, posso falar (risos)Fiquei muito traumatizada nesse dia, algumas das marcas desse dia ainda repercutem hoje, inclusive essa: Recife Antigo? Nunca mais. Não suporto nem olhar pra aquele lugar. Todo início do ano vou passear de Catamarã, da última vez que eu fui, olhei pro céu quando tava passando ali pelo Marco Zero. Deus é mais!" *** Nesse caminho, vimos uma obra estagnada de um buraco na esquina da rua. Quatro guardas de trânsito agindo na calçada de pedestres, alguns da CTTU. Respingos de água enlameada não escorrida das chuvas sujaram meu calcanhar. Carros faziam as manobras no meio da rua, uns esperavam, outros passavam mesmo assim e lá estávamos só querendo que terminasse. Quase fomos atropeladas, fiquei pensando que talvez não sejamos prioridade como dizem nas aulas de auto escola. Reparamos também, que algumas calçadas eram cheias de lojinhas e serviços, mesas ficavam no centro delas, manicure, pedicure, cabelereiro, etc, chamavam a gente: “Que fazer uma chapinha?”. Não na mesma ordem, mas emoções na mesma intensidade. Parecia que estávamos desbravando uma parte do mundo da “cidade de boa viagem”. O rapaz com headfone nos viu e veio, nos viu e foi. *** Em casa, já com Ti, abri meu e-mail e vi que o nosso professor de literatura, Eduardo França, havia respondido as questões e dentre elas, relatava o que era reviver uma cidade voltado para o presente, num constante diálogo com seu interior. Desbravando suas sensações passadas. Tremeliques. * “Eu lembro de passar por essas ruas do bairro da Boa Vista lendo seus nomes, tentando me encontrar em uma cidade que me parecia imensa, nos anos 1990. Eu sentia não saudade, mas uma sensação de espanto: gente demais, carros demais. Eu não estava ainda muito incorporado ao Recife. Então, andar por essas ruas era um modo de aprender o urbano, de viver experiências novas. Eu só vim saber a importância delas tempos depois. Eram ruas de belos nomes, mas eu vivia meus fantasmas e medos.” *** Estive refletindo semana passada conversando com uma amiga que mora hoje na Suécia, sobre isso, liberdade de ir e vir. Quero dizer, como vou experenciar a minha cidade, se a ida diária de ônibus à faculdade não me angustia propriamente, mas me causa receio? Não posso levar meu computador pra realizar as atividades porque não sei o que me espera a cada segundo. O ônibus para, descem e sobem pessoas, nas portas detrás ou do meio, os motoristas permitem que entre quem queira, seja amigo ou desconhecido pedindo carona ou ajuda. Cheguei à conclusão de que as incertezas só são resolvidas quando a gente age. No entanto, não sei agir ainda, nem sei se posso. O professor Rodrigo Bione me ajudou um pouco a entender minha situação, que é a de todos, basicamente. * “Então, a reação, hoje em dia, da população do Recife, pelo próprio modelo de urbanismo, é uma reação meio...agressiva em relação a esse uso desses espaços públicos. Você tem as praças de Recife, elas não são frequentadas mais pela população, os parques, é...a...ruas como..., belíssimas, como a Aurora, são consideradas perigosas de andar, é..., entre outras coisas. Então a cidade tem que ser reestruturada para que é...para que a gente tenha...é...uma cidade que seja menos hostil pra população e que gere um sentimento recíproco: população, cidade e afetividade.” *** Não é mentira o que afirma Maciel. Não está tão fácil pra ninguém. Tudo é imediatista, nada está parado. A urbanização ao mesmo tempo que impede algumas coisas, acelera outras. * "Se não conhecemos uma cidade, não podemos amá-la e valorizá-la. Há também outros problemas circunstanciais. Por questões práticas, violência e precariedade dos transportes públicos, por exemplo, cada vez menos se vive a cidade. Não se caminha, não se passeia, em Recife calmamente. A rua é apenas um lugar de passagem apressada. Há sempre o medo do assalto e a pressa de se chegar ao destino. Tudo isso creio que dificulta o reconhecimento e usufruto dos espaços matérias e culturais." *** O que me remete imediatamente ao nosso amigo Amarelo, contando as peripécias de infância. Fato marcante. * “Uma memória afetiva que eu tenho, por incrível que pareça, é quando eu ía a praia, quando pequeno… e… cadê… tá… é...eu ía a praia quando pequeno e pegava um ônibus que hoje em dia não mais existe, mas porque… explico o porque do ônibus, porque esse ônibus ele fazia uma viagem, o nome da linha era Vasco da Gama/ Boa Viagem, esse ônibus fazia uma viagem assim de umas duas horas e meia, da Zona Norte até aqui, a praia, e eu me lembro muito bem… muito… muito bem,ficar lá esperando, esse ônibus demorava uns quarenta minutos para passar, quando ele vinha… ele vinha… super cheio… super cheio, a empresa era Pedrosa, do ônibus, quando ele vinha, ele vinha super cheio… e… poxa, ele passava por tantos bairros, ele passava por Casa Amarela, ele passava por Casa Forte, Jaqueira, Tamarineira, Torre, Madalena, aí vinha subindo, subia… subia… vinha por dentro aí pegava a Imbiribeira, da Imbiribeira ele subia aqui na metade, aí subia Boa Viagem todinha, engraçado que o terminal dele não era aqui, o terminal dele não era na Zona Sul, o terminal dele era na Zona Norte… então… quando ele voltava, quando ele… tinha um ponto de retorno, quando ele voltava… voltava abarrotado de gente, é… isso bem cedinho, eu vinha a praia o que? umas seis horas da manhã, porque eu só podia ficar até às dez e quando ele voltava… era tanta gente, aquela farofada mesmo, sabe? vinha um pessoal de manhã com tupperware, com… caceta… com aquelas pranchas, minha gente, eu tô lembrando até o cheiro que tinha dentro do ônibus, porque era tanta gente que quando voltava, era aquele cheiro de suor com sal, (aff) eu ainda lembro de eu passando debaixo da catraca, porque na época eu era pequeninho, então dava pra eu passar debaixo da catraca, ou senão meu pai me segurava e passava por cima da catraca.”
0 notes
anoticiadodia-blog · 8 years ago
Text
Em Brasília, Lula é alvo de protesto e pede que militantes se preparem para a luta - Notícias - A Notícia do Dia
Lula criticou Temer e indicou que pretende entrar na disputa pela presidência em 2018
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu nesta quinta-feira (12) mais um passo em direção ao lançamento de sua candidatura ao Palácio do Planalto. Ao participar de um seminário no 33.º Congresso da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), em Brasília, Lula pediu aos militantes que se preparem para a “luta” ainda neste ano. “Quem é que vai tirar o País da lama em que ele se encontra?”, perguntou o ex-presidente. A plateia, em uníssono, respondeu: “Lula, Lula”.
Com críticas ao presidente Michel Temer, o petista indicou que pretende entrar na disputa. “Se cuidem porque, se eu voltar a ser candidato a presidente da República, será para fazer muito mais do que nós fizemos”, afirmou. “Tenho 71 aos e pareço um jovem de 30. Quem acha que vai me proibir de fazer as coisas, pode se preparar que eu vou voltar andar este País para fazer as coisas importantes.”
Lula foi alvo de um protesto de aproximadamente 50 pessoas, logo que começou a falar. Aos gritos de “Fora Temer, Fora Todos” e “Lula não nos representa”, os militantes da CSP (Central Sindical e Popular) viraram as costas no momento em que ele pegou o microfone. Foram hostilizados pela plateia e tiveram de se retirar do auditório do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
“Esse congresso age de forma antidemocrática ao convidar um ex-presidente que não colaborou em nada com a educação”, afirmou a professora Janaína Rodrigues, filiada ao PSTU e uma das militantes do grupo. “As ações do governo Lula e Dilma não foram para beneficiar os trabalhadores, mas os barões de ensino e os banqueiros.”
Na hora do protesto, os petistas gritaram “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula”, em defesa do ex-presidente, chamado de “guerreiro do povo brasileiro”. Lula se referiu à manifestação como “gesto democrático” e continuou o discurso. “Se essas pessoas acompanhassem a história, iam saber os equívocos que estão cometendo”, comentou.
Com chapéu panamá na cabeça e uma mochila nas costas, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares – que chegou a ser condenado no processo do mensalão e cumpriu pena em regime fechado – circulava tranquilamente no auditório.
Lula defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em agosto. “O que nós não podemos aceitar é eles falarem que nós quebramos o País. Eles deveriam ter coragem de dizer que o grande equívoco da companheira Dilma foi fazer a desoneração para manter o emprego. Foi um equívoco? Pode ter sido. Mas ela não quebrou o País como eles dizem”, discursou o ex-presidente. “Quem quebrou o País foi o golpista. Desde que Dilma ganhou as eleições e o senhor Eduardo Cunha foi eleito presidente da Câmara, ele trabalhou de forma incansável para não deixar a Dilma aprovar as reformas.”
O seminário foi marcado por gritos de “Fora, Temer” e mais parecia um ato de campanha de Lula. “Nós precisamos ter consciência de que estamos perdendo. Mas, para ser presidente, é preciso ter credibilidade. E, para ter credibilidade, só alguém eleito pelo povo brasileiro. Não dá para ter alguém que chegou ao poder pelo golpe, pela porta dos fundos”, afirmou, numa referência a Temer. “Nós só temos uma coisa a fazer, que é “lutar, lutar, lutar e fazer o povo brasileiro conquistar o direito de votar outra vez, quem sabe até em 2017.”
O PT quer lançar logo a campanha de Lula ao Palácio do Planalto, com o objetivo de criar um fato político e ter argumentos para dizer que ele é vítima de “perseguição”, caso seja impedido de concorrer pela Justiça. O ex-presidente é réu em cinco ações penais – três delas referentes a inquéritos da Operação Lava Jato. Se for condenado em segunda instância, não poderá disputar a eleição, por causa das restrições impostas pela Lei da Ficha Limpa.
Ao receber apelos da plateia para ser candidato, Lula abriu um sorriso. “Essa é uma discussão que vamos fazer em 2017. Quero discutir com eles que esse País pode se recuperar. E, para se recuperar, tem uma palavra milagrosa, que é criar empregos”, insistiu. Apesar da taxa básica de juros ter caído 0,75%, indo para 13%, Lula disse não ser possível que a Selic “continue crescendo do jeito que está”.
Em meio à crise carcerária, o ex-presidente disse que o dinheiro economizado na educação está sendo gasto na construção de presídios. “E cada vez vai custar mais caro. No Brasil, 40% das pessoas que estão presas, nem deveriam estar presas. É que é mais fácil pegar um pobre, que roubou uma galinha para se alimentar, colocar na cadeia. E quando ele sai, aí sim ele vira bandido”.
A organização do seminário da CNTE fez a defesa do ex-presidente no fim da abertura do encontro. Em um telão, uma voz em off dizia que o ex-presidente é vítima de “lawfare”, uma estratégia para atacar inimigos políticos com acusações sem provas.
Para Gilson Reis, coordenador da Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), o “golpe” foi urdido para interditar o ex-presidente. “Querem prender o Lula. Se prenderem o Lula prendem cada um de nós, porque não aceitaremos”, protestou ele.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, afirmou que 2017 será o ano da “derrota” de Temer. “Nós não reconhecemos esse governo golpista e nossa função é derrubá-lo, o quanto antes possível. Precisamos fazer eleições diretas ainda em 2017, para o Brasil voltar a crescer”, conclamou o sindicalista.
Fonte
Veja o conteúdo na íntegra: http://anoticiadodia.com/em-brasilia-lula-e-alvo-de-protesto-e-pede-que-militantes-se-preparem-para-a-luta-noticias/
0 notes