#Curto
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poetairresoluto · 2 years ago
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A insônia insiste
porque o dia seguinte
me assusta.
Tenho medo de ser,
então prefiro ficar acordado.
Pois enquanto a noite durar,
não serei nada.
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eu-mergulhador · 2 years ago
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cigarette sum.
Eu sou brasa, acende e apaga. Sou cigarro barato, compra, fuma e descarta. Sou de má qualidade, só acende e passa. Sou de esquina, sou de bar, de festa e de lar. Sou no final um vexame, acende um pra cada problema e some! Sou poeta, sou fumante, sou cigarro. Acende, inspira, e depois que você pisa em cima... apaga.
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psico-pato · 2 years ago
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Garota de cabelos verdes amarelados
Doce garota;
Escondida no seu vazio;
Decaída no abismo;
A Branca solidão;
Tão vazio e só;
E por que sorri mesmo assim garota?
Rodeada pelo nada;
Com apenas seus cabelos em maior destaque;
O verde amarelado;
Dando vida ao vácuo;
E retira sua solidão;
Oh, jovem garota;
Sorriste tanto;
Que seu vazio Branco;
Se torna o local com as mais belas das cores preenchidas pela sua felicidade;
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senshisdaughter · 2 years ago
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Relato 0
Caro leitor, acredito ser importante eu me apresentar antes de mostrar o meu trabalho, Meu nome é Carlos Eduardo e dês que eu consigo me lembrar tenho grande interesse na pequena cidade de Alberguarda. Não que nada de muito interessante aconteça lá, mas minha fascinação por ela é comparável com a de grandes físicos sobre os mistérios do universo, de filósofos com o motivo da existência humana, e de tias aos parceiros de seus sobrinhos.
Então, querido leitor, deixo aqui bem claro que se você espera uma obra cheia de aventura, ação, romances proibidos, traições, intrigas políticas, ou qualquer coisa do tipo, essa história não é pra você, diversos outros títulos advindos de autores mais qualificados que eu podem te trazer essas experiências.
Mas deve você se perguntar, “Sobre o que são os relatos de Alberguarda?”, é bem simples, eles se tratam de pessoas, como eu ou você, pessoas chatas e comuns, que nascem, crescem, amam e morrem; pessoas cuja história não seriam olhadas por historiadores ou produtores de televisão, nem o cineasta mais audacioso, com o olhar mais atento repararia nelas. Acredito que aí deve surgir sua segunda dúvida, “Por que Alberguarda? Por que contar histórias tão insignificantes?”, novamente a resposta é tão simples que não resta dúvida!
Por motivo nenhum
Nosso primeiro relato começa com João, um homem simples e honesto que viveu no litoral de Alberguarda com sua mãe Lívia, e os acontecimentos perto do final de Abril.
O que tinha de tão especial no final de Abril? Nada de mais. O dia 28 de Abril, dia que se passa nossa história, é considerado o dia mais monótono daquele ano, zero mortes, zero nascimentos, zero acidentes, zero livros novos escritos por mim ou qualquer autor e, por motivo nenhum além de monotonia sentida naquele dia, João foi à padaria.
O local era pequeno. As prateleiras ocupavam o espaço com pães, broas e biscoitos. Atrás do balcão, um velho Seu Jorge. 
—Boa tarde João, como anda sua mãe? — perguntou o simpático dono de loja, João conhecia Seu Jorge por todos os seus 20 anos, era um bom homem, nada de espetacular, mas uma pessoa honesta.
—Boa tarde Seu Jorge! Minha mãe tá bem, ela tá meio irritada hoje porque o Vasco perdeu ontem, mas já já passa — Respondeu o jovem — o que tem de bom hoje?
—’Ce deu sorte rapaz! Acabo de sair o pão doce, o favorito da tua mãe.
—Me vê três então.
João despediu-se do padeiro e continuou o trajeto para casa, a ruazinha rotineira estava como sempre, alguns moradores passavam e o raro carro cortava pela rua, João moraria naquele bairro até a sua morte diversos anos no futuro, mas aí já estou colocando a carroça na frente dos bois; asfalto continuava com seus ímpares buracos de sempre, o rapaz ,que ainda não dirigia, não tinha noção deles mas os motoristas já haviam pedido pelo conserto da rua diversas vezes sem resultados.
Nosso protagonista se deparou com a farmácia “Farmalonte”, ele parou e se pesou na balança que nela habitava, ele lembrou de ter lido em algum lugar que é sempre bom pesar na mesma balança, e a partir daquele dia começou a sempre pesar no Farmalonte, era caminho de volta do trabalho, simplificava as coisas.
—3 quilos — murmurou João a si próprio, satisfeito com a perda de peso.
O jovem já conseguia ver o portão de sua casa, ele anunciou sua presença para a própria mãe, O rapaz passou pela garagem, nela não havia carro algum, apenas prateleiras com ferramentas de construção e aparatos de arte, a porta da sala foi aberta e dela uma pequena cachorra pulou saltitante, alegre com a chegada de João. A sala era brega, extremamente sem graça, ela ficava entre a linha do cafona e da dor dos olhos, ela era tão horrível que nem a capacidade de descrevê-la com palavras eu possuo. Deixo aberta a interpretação do leitor a visão da sala.
Mesmo com uma sala tão horrenda João gostava dali, provavelmente depois de ganhar resistência a sala tóxica, ele aprendera a admirar os pequenos detalhes.  Como a forma que o tapete e o papel de parede pareciam combinar com o design dos ladrilhos do teto quando se estava extremamente b��bado. Ou como a cor da parede não queimava seus olhos mais que olhar diretamente ao sol (mesmo que essa fosse uma experiência mais curta e agradável). Mesmo sendo bem próximo de uma visão da última camada do inferno, a sala ainda tinha seu charme para João e sua mãe, mesmo que com os meus anos e anos de pesquisa ainda não tenha-o entendido.
O resto da casa em comparação a sala era similar a pão branco. Sem destaque algum, um banheiro pequeno, dois quartos pequenos, uma cozinha pequena ,onde João largou o pão, um quintal pequeno e uma edícula minúscula, onde Lívia estava, pintando um de seus quadros.
Os quadros eram bem simples, a esquerda algumas paisagens e auto retratos, no fundo flores, frutas e outras partes de plantas, no centro, um retrato de João ainda em progresso. Era apenas um pequeno hobby para ela. Entrando na edícula João disse a sua mãe:
—Mãezinha? Eu trouxe pão lá da padaria do Seu Jorge, eu consegui aquele pão doce quentinho que a senhora gosta
A mãe do rapaz deu um salto da cadeira, quase derrubando suas tintas por todo chão. Os dois se dirigiram até a mesa de cozinha e lá comeram, tomaram um café, consideravelmente aguado, feito por João, e conversaram. Conversa boba, do dia a dia, sem muita profundidade, o tipo de conversa onde a temática é irrelevante, onde seus pequenos argumentos não tem vencedores, não são feitos para ter, onde as piadas não são entendíveis para aqueles de fora, onde sonhos e esperanças são jogadas para todos os lados, onde o tempo passa sem nem se perceber; o tipo que só se dá valor quando se perde. A noite João foi dormir contente, de barriga cheia e banho tomado, com o cruzeiro tendo ganhado outra partida e, principalmente, com sua cachorra aos seus pés. Um dia comum, mas feliz na vida de João.
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intensidadeleonina · 2 years ago
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Conto de fadas
Eu acho que eu assisti muito conto de fadas ou sou tão fantasiosa que vivo no mundo dos filmes. É verdade que a maior parte da minha vida eu queria esquecer minha realidade e vivia imaginando mundos paralelos em que eu era tudo aquilo que eu queria ser, e que as pessoas faziam por mim exatamente o que eu queria e precisava, como se lessem a minha mente. Durante muitos anos da minha infância eu não fui muito de falar, muito menos de expressar as coisas que eu sentia. Era a criança perfeita pra levar pra um passeio ou pra passar um final de semana. Aproveitava meio contida, comia mesmo o que eu não gostava, às vezes esqueciam até da minha presença de tanto silêncio e pouco movimento que eu fazia. Depois de tanto apanhar da vida e ser sequestrada das minhas imaginações, eu acabei decidindo que precisava fazer barulho, as pessoas precisavam me notar e precisavam saber o que eu sentia pra aprender a lidar comigo e com minhas emoções. Mas acho que perdi o controle das coisas e hoje eu me expresso até demais, porque eu sou e sinto demais, eu transbordo, e sim, sou um exagero desgastante pra qualquer pessoa, até pra mim mesma. Por isso muitas vezes tento me conter novamente, mas o espaço que eu me guardava antes hoje já não me cabe mais e eu me perco no caminho, indo e voltando, procurando uma porta, uma janela ou até mesmo um muro pra que eu possa pular e encontrar um mundo, não imaginário, em que eu possa ter a liberdade de ser eu mesma sem incomodar ninguém, sem pesar, sem cansar.
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guiajato-line · 6 months ago
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edisilva64-blog-blog · 6 months ago
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aleandriottopiercing · 8 months ago
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#pixie #corte #curto
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ladylushton · 9 months ago
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SPN! Não sonhe com o sangue
Sempre que Castiel acordava desse jeito, ele permanecia com os olhos fechados.
Se abrisse os olhos, Dean ficaria inquieto e se sentiria culpado por acordá-lo. Desde que Castiel perdeu sua graça e passou a viver como humano junto de Dean, começou a perceber coisas que nunca notaria sobre ele, como sua paixão por torta, os estalos constantes no joelho e o seu jeito repentinamente carinhoso depois de tomar banho. Também percebeu que a mente do caçador nunca relaxava, e os pesadelos de Dean eram preocupantemente frequentes, por mais que ele negasse.
Castiel sentiu o cobertor arrastando-se por sua pele, mas fingiu continuar dormindo para esperar o outro se deitar como sempre fazia; mas mesmo depois de um tempo considerável sentado no escuro, Dean não voltou para seu travesseiro. Ele se moveu um pouco e Castiel conseguiu escutar um grunhido engasgado.
— Dean…?
Dean se assustou, virando a cabeça rapidamente na direção da voz. Seus olhos mostravam um brilho aguado.
— Me perdoa, Cass, eu… — Ele não completou a frase, apertando os olhos e se afastando de Castiel no colchão.
Castiel ergueu-se, podendo olhar bem para o outro na luz fraca vazada da janela. Na ponta da cama, Dean apertava os braços contra o corpo e se mantinha de costas para ele.
— Querido, só…
— Volte a dormir, Castiel.
Apesar de se manter na defensiva, estava claro que Dean lutava contra as próprias lágrimas. Outro dos fatos sobre Dean que Castiel demorou para descobrir é o costume de mentir, de fugir e de esconder tudo que havia dentro dele, deixando o medo e o ressentimento se acumularem. Se pudesse tocar a alma do caçador, sentiria ela cansada e áspera.
Em silêncio, Castiel aproximou-se de Dean, sem saber exatamente o que fazer; desajeitadamente, pôs a mão em seu ombro, movimentando devagar. Dean não recolheu-se, mas olhou para Castiel com um olhar desesperadoramente melancólico.
— Desculpa, Cass…
— Não, Dean, pare de se culpar. Só… Deite comigo e diga o que está acontecendo — Pediu.
Em silêncio, Dean obedeceu.
— Amor, eu estou bem, juro, eu já me acostumei com os pesadelos e tudo mais. Só vamos voltar a dormir.
— Dean, por favor, me ajude a te ajudar. Você acha mesmo que eu acredito nisso? Eu sei que não está tudo bem, e muito provavelmente nunca estará, mas me corrói por dentro ver a única pessoa que me importa desse jeito.
Castiel não sabia exatamente o motivo para ter dito tudo aquilo, mas se sentiu subitamente aliviado, como se um peso saísse de si. Dean suspirou, como se entendesse.
— Eu… eu estava de volta ao Inferno, Castiel, torturando mais uma vez. Faz muito tempo, mas eu consigo lembrar dos gritos e do selo quebrado…
— Dean, são só as lembranças que Alastair deixou. E Alastair foi morto.
— Esse é o problema, Castiel! — Os olhos de Dean voltaram a marejar como antes — Eu torturava você, arrancava a sua pele, cortava cada pedaço do seu corpo, costurava, e cortava outra vez. Você gritava meu nome, pedia misericórdia e eu sorria… — Sem perceber, deixou-se ser envolvido pelos braços de Castiel, que apenas escutava o sonho perturbador em silêncio — Isso não é algo que eu me lembro, Cass, sou eu pensando em torturar friamente a pessoa que eu mais amo na minha vida. Sinceramente, eu mereço ser jogado de volta para a danação.
Castiel estremeceu com a mísera ideia de ver Dean retornar ao Inferno, instintivamente abraçando-o com mais força.
— Não diga isso, Dean. Tudo o que você fez foi sempre por alguém, para proteger quem você ama… Deixe eu te proteger agora, Dean, eu sei como você é um homem bom, valioso, que luta por tudo o que acredita e age pelo que quer. E é por isso e por muito mais que eu te amo, você sabe?
Soltando-se do aperto que o envolvia, Dean admirou o olhar triste, mas inegavelmente apaixonado que Castiel tinha em seu rosto. Um anjo, um deus, um monstro, um salvador, tudo isso pode descrever quem agora é apenas um homem apaixonado como tantos outros nesse mundo.
Dean o beijou vagarosamente, mais emocionado do que gostaria de admitir, segurando o rosto de Castiel como se fosse a única coisa no mundo, as vezes murmurando que também o amava, ou que o amava até mais. Eles voltaram a se deitar, trocando carícias e murmurando declarações sonolentas um para o outro, até adormecerem mais uma vez.
.......
Curtinho, escrevi depois de ver um trecho da quinta temporada pelo twitter <3
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oceanstriology · 1 year ago
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Longo
Conheci as pessoas mais falsas da minha vida
Nas minhas costas foi dito hasta la vista
Irmãs e irmãos com 8 mentiras
Foda se só fui mais uma vítima
Tudo se sabe tudo se conta
Engraçado como algo tá ali na montra
Um corte num pimento
Uma nota de dez la dentro
Quando se descobre as coisas
Mais vale partir mais loiças
Objetos com traços humanos
Felizmente sempre tive os meus manos
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meu-transtorno-sou-eu · 2 years ago
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Imagem
Nada fazia sentido.
Dizem que a vida tem disso. Um dia as coisas parecem dentro do controle, encaixadas em seu devido lugar, como deveriam ser. Mas não agora. 
Olhando para os lados, e talvez até do avesso, ela não entendia nada. Mais nada, na real. Era como se realmente enxergasse tudo com olhos novos. Um pensamento renovado. Sentidos que não eram seus. Até mesmo os arredores pareciam estranhos quando abriu os olhos e se viu numa cama estranha. Quarto desconhecido. Cheiros… Tudo. Tudo era estranho.
Sua mente era familiar, contudo. E ela sabia, sabia quem era. Isso era óbvio. Mas, ao mesmo tempo, algo a incomodava. Como aquela voz no fundo da mente que tenta te lembrar que tem alguma coisa faltando, algo que fica deslocado numa narrativa e sempre ajuda algum personagem perdido. Ela não queria ser um desses personagens. Não era perdida. Gostava de acreditar nisso ao menos. Porém, naquele momento, pegou-se movendo-se na cama, aquela estranha, e sentindo que o corpo parecia diferente também. O que era ridículo, claro. Como poderia isso? Era como imaginar estar em outro corpo e isso era devidamente sem sentido algum. Certo? É. Parecia ser. 
Porém….
Levantou apressada. Quase caindo ao sentir as pernas vacilarem. Pareciam maiores do que lembrava. Talvez a cama fosse mais baixa que a sua. Espera… Era sua? Bom, achava que não. Tinha noção daquele não ser seu quarto, afinal. Assim como nada parecia algo que se lembrava de antes. Mas antes de que? Aquela voz aparecia de novo. Ela duvidava de tudo e não ajudava em nada. Somente levantando perguntas e servindo pra deixá-la ainda mais paranoica.
— Se acha que vai me incomodar pode ir parando!! Eu não tenho nada pra…. ah ótimo, agora estou gritando com o ar. Viu só? Quer me enlouquecer? Não tem nada de difer… bom, na verdade... — Parou sua discussão com o nada. Sem saber se era mesmo o tal nada ou se tentava falar consigo mesma. Faria sentido, quem diria, pois agora notava que tinha algo definitivamente errado ali. Sua voz não era sua. Ela sabia bem como soava afinal, estivera com aquela voz desde sempre, e aquele timbre definitivamente não carregava nenhuma das tonalidades que lembrava. Muito pelo contrário, na real, pois foi com certo espanto que ela percebeu isso, levando uma mão aos lábios e finalmente se deixando olhar. Pro cômodo, pra cama e, mais importante, pra si.
Um espelho. Precisava disso acima de tudo. 
Com esse pensamento sua ação seguinte, após analisar os arredores, o local onde estivera antes e, claro, o que podia ver do corpo, foi ir direto atrás de um banheiro. Um espelho era o óbvio a se olhar.
Não tardou em achar um, então, adentrando um banheiro que se assemelhava a o que ela julgava como uma atmosfera de hotel. Parecia usado, mas não de forma íntima. Tinha alguns itens básicos e nada mais. Nenhum cheiro de perfume de shampoo do dia a dia, ou um papel solto que caiu no chão e ninguém pegou. E pior, não havia nenhuma sujeira comum de banheiro. Totalmente impessoal. 
O espelho, claro, estava lá, era o que importava, ela se disse, voltando os olhos para o objeto e…
Nada. Um arfar surpreso escapando de si assim que notou o que estava diante de si. O que o espelho refletia não era sua imagem. Não era imagem alguma, apenas o vazio do cômodo. 
Com espanto e alguma dúvida até, começando a julgar-se fora de si, ela esticou uma mão, deixando os dedos passarem pela superfície reflexiva do espelho, porém sem nada aparecer de novo ali. 
Observando-o ainda, contudo, ela notou novos detalhes. O reflexo representava o banheiro, era certo, e ao mesmo tempo não era. Algumas coisas pareciam fora do lugar. Ou novas. Ou velhas. Uma planta na pia que não deveria estar ali. Assim como uma mancha horrenda no azulejo atrás de si. Virando-se em sua direção, por sinal, não a achou. Somente aparecia no reflexo. Aquele mesmo que ela não tinha.
Isso é, até que teve. Mas não sabia de quem. Ou do que, convenhamos. 
Apareceu num breve piscar de olhos, mas a encarou como quem busca alguém, ciente de que não veria reflexo algum ali. Porém… se ela via uma pessoa, então quem quer que estivesse ali também a via. Diferente, mas igual.
Era a imagem que estava acostumada a ver que lhe encarava, como acontecera desde sempre com espelhos. Mas ela não trajava mais essa figura, era outra, mais longa, menos saudável e, ousava dizer, parecia sem vida. Foi com certo espanto, e uma boa pitada de medo, que sua mente começou a maquinar uma ideia do que acontecia ali.
Observando a imagem que a encarava, um sorriso malicioso no rosto que sempre parecera tão gentil quando usado por si, levou a mão novamente ao espelho, espalmando ali como se tentasse o atravessar, porém nada. Nenhum efeito. O sorriso que a observava aumentou. Já ela, franziu o cenho. Aquilo tudo estava errado.
Mas como? E por que? Se não era ela ali e se… se estava em outro corpo, então que lugar era aquele? E como tinha ido parar ali? 
Não lembrava de nada da última noite, percebia agora, forçando a mente a pensar, a trabalhar. Tudo era um borrão e somente um brilho estranho a perseguia. 
Era como andar pela mente de outra pessoa. E talvez fosse isso mesmo, afinal, já que parecia, sem sentido algum, ter trocado de corpo. Pior na real, ter trocado de realidade.
Quando Alice passou através do espelho quem diria que poderia ter sido tão literal assim.
O problema era que se ela tinha passado, então algo passou também. Algo que não era Alice e nem mesmo vindo do País das Maravilhas. Ela, ao menos, não sentia ser. 
Mais ainda, o sorriso malicioso se desfazia, dando lugar pra uma expressão que parecia um meio termo entre pesar e consternação. Parecia se desculpar e ao mesmo tempo justificar que era um ou outro. E assim ela entendia. Não era jogo, era sobrevivência e agora era sua vez de sobreviver.
Não sabia como, nem mesmo por onde começar, mas era uma sobrevivente e, acima de tudo, teimosa. Se tinham roubado seu lugar, se tinham a deixado sem espaço, sem voz, não importava, iria dar seu jeito fosse como fosse. Era melhor que se preparassem. 
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poetairresoluto · 2 years ago
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Nosso amor era um palácio
que levou tanto tempo
para se erguer
mas desmoronou
com a mais leve brisa
Construído como se fosse
uma fortaleza de pedras
Demolido como se fosse
uma torre de cartas.
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eu-mergulhador · 2 years ago
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hai-kai.
Peguei leve na passada, muito pouco na pedalada, capaz de hai-kai na madrugada.
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cupcek · 11 months ago
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̸̴̢̣͘͜:·𓊆여기요 𓊇 ̶♡̵̼͓̥͒̾
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a-state-of-bliss · 7 months ago
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In Style Spain Dec 2020 - Marine Deleeuw by Pablo Curto
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guiajato-line · 1 year ago
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Dê uma olhada em macaquinho curto feminino rodado tecido duna (Cinto Móvel)
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