Larissa, 21, Brasil, Emo, Gótica, Rainha das Trevas, Depressiva e Frustrada. O que vier de resto é lucro.
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2008 // 2023
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Nada fazia sentido.
Dizem que a vida tem disso. Um dia as coisas parecem dentro do controle, encaixadas em seu devido lugar, como deveriam ser. Mas não agora.
Olhando para os lados, e talvez até do avesso, ela não entendia nada. Mais nada, na real. Era como se realmente enxergasse tudo com olhos novos. Um pensamento renovado. Sentidos que não eram seus. Até mesmo os arredores pareciam estranhos quando abriu os olhos e se viu numa cama estranha. Quarto desconhecido. Cheiros… Tudo. Tudo era estranho.
Sua mente era familiar, contudo. E ela sabia, sabia quem era. Isso era óbvio. Mas, ao mesmo tempo, algo a incomodava. Como aquela voz no fundo da mente que tenta te lembrar que tem alguma coisa faltando, algo que fica deslocado numa narrativa e sempre ajuda algum personagem perdido. Ela não queria ser um desses personagens. Não era perdida. Gostava de acreditar nisso ao menos. Porém, naquele momento, pegou-se movendo-se na cama, aquela estranha, e sentindo que o corpo parecia diferente também. O que era ridículo, claro. Como poderia isso? Era como imaginar estar em outro corpo e isso era devidamente sem sentido algum. Certo? É. Parecia ser.
Porém….
Levantou apressada. Quase caindo ao sentir as pernas vacilarem. Pareciam maiores do que lembrava. Talvez a cama fosse mais baixa que a sua. Espera… Era sua? Bom, achava que não. Tinha noção daquele não ser seu quarto, afinal. Assim como nada parecia algo que se lembrava de antes. Mas antes de que? Aquela voz aparecia de novo. Ela duvidava de tudo e não ajudava em nada. Somente levantando perguntas e servindo pra deixá-la ainda mais paranoica.
— Se acha que vai me incomodar pode ir parando!! Eu não tenho nada pra…. ah ótimo, agora estou gritando com o ar. Viu só? Quer me enlouquecer? Não tem nada de difer… bom, na verdade... — Parou sua discussão com o nada. Sem saber se era mesmo o tal nada ou se tentava falar consigo mesma. Faria sentido, quem diria, pois agora notava que tinha algo definitivamente errado ali. Sua voz não era sua. Ela sabia bem como soava afinal, estivera com aquela voz desde sempre, e aquele timbre definitivamente não carregava nenhuma das tonalidades que lembrava. Muito pelo contrário, na real, pois foi com certo espanto que ela percebeu isso, levando uma mão aos lábios e finalmente se deixando olhar. Pro cômodo, pra cama e, mais importante, pra si.
Um espelho. Precisava disso acima de tudo.
Com esse pensamento sua ação seguinte, após analisar os arredores, o local onde estivera antes e, claro, o que podia ver do corpo, foi ir direto atrás de um banheiro. Um espelho era o óbvio a se olhar.
Não tardou em achar um, então, adentrando um banheiro que se assemelhava a o que ela julgava como uma atmosfera de hotel. Parecia usado, mas não de forma íntima. Tinha alguns itens básicos e nada mais. Nenhum cheiro de perfume de shampoo do dia a dia, ou um papel solto que caiu no chão e ninguém pegou. E pior, não havia nenhuma sujeira comum de banheiro. Totalmente impessoal.
O espelho, claro, estava lá, era o que importava, ela se disse, voltando os olhos para o objeto e…
Nada. Um arfar surpreso escapando de si assim que notou o que estava diante de si. O que o espelho refletia não era sua imagem. Não era imagem alguma, apenas o vazio do cômodo.
Com espanto e alguma dúvida até, começando a julgar-se fora de si, ela esticou uma mão, deixando os dedos passarem pela superfície reflexiva do espelho, porém sem nada aparecer de novo ali.
Observando-o ainda, contudo, ela notou novos detalhes. O reflexo representava o banheiro, era certo, e ao mesmo tempo não era. Algumas coisas pareciam fora do lugar. Ou novas. Ou velhas. Uma planta na pia que não deveria estar ali. Assim como uma mancha horrenda no azulejo atrás de si. Virando-se em sua direção, por sinal, não a achou. Somente aparecia no reflexo. Aquele mesmo que ela não tinha.
Isso é, até que teve. Mas não sabia de quem. Ou do que, convenhamos.
Apareceu num breve piscar de olhos, mas a encarou como quem busca alguém, ciente de que não veria reflexo algum ali. Porém… se ela via uma pessoa, então quem quer que estivesse ali também a via. Diferente, mas igual.
Era a imagem que estava acostumada a ver que lhe encarava, como acontecera desde sempre com espelhos. Mas ela não trajava mais essa figura, era outra, mais longa, menos saudável e, ousava dizer, parecia sem vida. Foi com certo espanto, e uma boa pitada de medo, que sua mente começou a maquinar uma ideia do que acontecia ali.
Observando a imagem que a encarava, um sorriso malicioso no rosto que sempre parecera tão gentil quando usado por si, levou a mão novamente ao espelho, espalmando ali como se tentasse o atravessar, porém nada. Nenhum efeito. O sorriso que a observava aumentou. Já ela, franziu o cenho. Aquilo tudo estava errado.
Mas como? E por que? Se não era ela ali e se… se estava em outro corpo, então que lugar era aquele? E como tinha ido parar ali?
Não lembrava de nada da última noite, percebia agora, forçando a mente a pensar, a trabalhar. Tudo era um borrão e somente um brilho estranho a perseguia.
Era como andar pela mente de outra pessoa. E talvez fosse isso mesmo, afinal, já que parecia, sem sentido algum, ter trocado de corpo. Pior na real, ter trocado de realidade.
Quando Alice passou através do espelho quem diria que poderia ter sido tão literal assim.
O problema era que se ela tinha passado, então algo passou também. Algo que não era Alice e nem mesmo vindo do País das Maravilhas. Ela, ao menos, não sentia ser.
Mais ainda, o sorriso malicioso se desfazia, dando lugar pra uma expressão que parecia um meio termo entre pesar e consternação. Parecia se desculpar e ao mesmo tempo justificar que era um ou outro. E assim ela entendia. Não era jogo, era sobrevivência e agora era sua vez de sobreviver.
Não sabia como, nem mesmo por onde começar, mas era uma sobrevivente e, acima de tudo, teimosa. Se tinham roubado seu lugar, se tinham a deixado sem espaço, sem voz, não importava, iria dar seu jeito fosse como fosse. Era melhor que se preparassem.
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A Novidade
No início tudo era caos. Depois veio o breu. E, por fim, uma luz. Parecia muito, mas era uma somente. Um lampejo do que nunca víamos na noite eterna. Não era assim pra todos, mas era ao mesmo tempo. Dependia do ponto de vista e todos sabem que quem conta as histórias são os vitoriosos. Aos olhos estrangeiros, tão diferente dos nossos, éramos estranhos, retraídos, pálidos e completamente sem ordem. Vivíamos pra trabalhar e temíamos tudo que brilhava. Antigamente, descobri uma vez, se dizia que nem tudo que reluz é ouro. Atualmente o reluzir não passava de um sonho. Uma ilusão até. Isso é, até a chegada do forasteiro. Ele agitou todos da superfície. O que deu pra sentir muito mais do que ver, claro, isolados no fundo como ficávamos, nossos olhos nem mesmo serviam pra enxergar algo além da escuridão eterna de nossa morada. Luzes, contudo, passavam como uma ameaça, como uma surpresa e tudo se embaçava. Não ver é diferente de perceber. Foi assim que descobrimos que ele havia vindo com mais uma novidade, o fogo. Esse sim era um artifício aterrorizador. Da primeira vez nos encantou e então veio o temor. Todos querem tocar o que é novo, que é desconhecido. Se não podemos ver, então podemos sentir, era uma aproximação lógica. Descobrimos assim que fogo queima e com ele vem a dor. As pessoas de cima pareciam gostar, entretanto, como faziam com tudo que lhes era entregue. Talvez fosse fácil sentir-se satisfeito quando davam tudo pra si com tanta facilidade. Talvez eu também gostasse de fogo se ele não fosse uma ameaça para mim, para meu pouco. Dizem que esquenta, mas o fundo já é quente. Abafado e sombrio, uma prisão em nós mesmos. Não tínhamos muito mais o que fazer além de aceitar, mas, ao mesmo tempo, queríamos revidar. Toda noite saíamos, a clareza diurna dando espaço para o breu noturno e o conforto em nossos olhos sensibilizados. O sol era nosso amigo tanto quanto o povo da superfície. Ou seja, em nada nos ajudava, em nada nos satisfazia. Diferenciavam-se em um aspecto apenas, o sol nada temia. Reinava poderoso durante o dia brilhante, dando espaço à lua na noite silenciosa. O silêncio e as trevas, eles eram nossos amigos. A lua ajudava também, mas ela era temperamental, tinha momentos de clareza que lembravam o sol e tínhamos certeza ser um pedido dele de nos assustar, mas também havia momentos em que ela sumia, escondida e nos dando o privilégio de conhecer a nossa terra anterior. Era quando passeávamos, quando o mundo era mais do que nossa prisão. Era quando tínhamos voz. Quando nos perguntávamos "e se?". — Ainda não. O forasteiro está do lado deles. — Era toda resposta dada. Enquanto eles tivessem mais força, enquanto nos sentíssemos menores, então de nada adiantaria sermos mais. Ou ao menos era isso que nos vendiam.
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O sonho encheu a noite, extravasou pro meu dia, encheu minha vida, e é dele que eu vou viver. Porque sonho não morre
Adélia Prado. (via oxigenio-dapalavra)
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E essa revolta toda dentro de mim, o que fazer com ela quando tudo o que quero é mirá-la nos outros e explodir a realidade em si com meus pensamentos fantasiosos?
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Hoje eu lembrei que a primeira vez que eu cogitei suicídio eu tinha doze. Não lembro o motivo, obviamente, mas imagino que tenha sido algo estúpido. Na verdade, eu sou inclinada a achar que qualquer motivo pra suicídio é algo estúpido. Mas ainda cogito tal, vez ou outra a ideia me vindo a mente como uma infecção que logo é detida. Acho que são as células de memória do meu sistema de defesa, nesse caso sendo mais psicológicas do que imunes na forma propriamente dita, mas certamente vem cumprindo o seu devido papel. Eu ainda estou aqui certo? Lembro que eu me perguntava, na época, se faria alguma diferença se eu morresse. Acho que eu passava tempo demais sozinha e só queria um pouco mais de atenção. É um traço meu mesmo. No fim das contas, a verdade é que o fantasma do suicídio paira sobre mim constantemente, no entanto, sei que, querendo ou não, eu não faria tal ato por tão pouco, deve ser o meu complexo de filha única que impede que eu aja. Sério, me preocupo demais com os meus pais para simplesmente acabar com a minha vida assim. Eu percebi que eles na verdade são o meu principal estímulo de vida. Eu não venho me amando para sobreviver a tanto. Enfim, eu ainda me pergunto se faria alguma diferença se eu sumisse de repente. Será?
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Ninguém me perguntou nada ainda, mas só quero deixar um breve conselho para mim mesma: Para de ouvir músicas tristes – sabe, aquelas que você tem certeza que vão partir o seu coração – quando você já está na merda de tanta tristeza, garota! Sério, aprende isso logo de uma vez por todas – mentira, escuta no replay e no volume máximo porque chorar faz bem!
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Insignificância
Sei que ninguém perguntou nada. Aliás, quando alguém me pergunta algo esperando, com paciência e atenção, o que eu tenho a dizer? Enfim, eu vim dizer que – já que aqui ninguém precisa esperar nada de mim, então por que eu deveria esperar por perguntas antes de falar qualquer coisa? – sim, mundo, eu ainda venho me sentindo miserável. Okay, eu sei que isso já cansou e está, a essa altura, virando um dramalhão incessante e de encher o saco até da mais paciente das criaturas, só que, me perdoem, pois eu continuo perdida e totalmente, bem, na merda como sempre. Argh, é uma bosta ficar desestimulada e fim! Sim, eu estou aqui para fazer drama. É só parar para pensar, ou melhor, ler tudo o que eu venho acumulando nesse arquivo ao longo dos anos. Um puta drama interminável e eu não me arrependo disso. Às vezes até que saem umas coisas aceitáveis e, por outras, tem umas que são profundamente cagadas. Mas fazer o que? A vida é feita de altos e baixos e até mesmo um arquivo do Word tem que passar por isso. Anyway, eu só vim aqui deixar uma constatação de leve sobre a vida – ah, pode falar, lá vem ela voltar a reclamar – sim, vim falar da vida porque eu gosto de reclamar dela com todas as forças do âmago do meu ser – assim como eu também gosto de cavucar a mente atrás de algumas palavras esdrúxulas para usar. Mas do que eu falava mesmo?
Ah, sim, é incrível como somos tão insignificantes nas vidas de todos não? Às vezes até mesmo entre aqueles que mais retêm valor aos nossos olhos – sabe, os que têm um lugarzinho guardado no meu coração dramático e levemente mórbido – pois é, esses ai mesmo costumam não notar como certas atitudes nos ferem mais e mais. A insignificância só cresce e isso incomoda, sabia? Eu não tenho intenção de ser especial, não quero ser a pessoa mais importante do mundo de ninguém, mas seria pedir demais um pouco mais de carinho? Eu posso ser rude e não ser muito boa em expressar o que sinto pelas pessoas – e eu quero dizer em nível de amizade mesmo, porque, hoje em dia, nem mesmo um eu te amo me parece mais ser sincero -, mas eu, ainda assim, me esforço para tentar demonstrar o carinho que sinto pelas pessoas e, bem, eu sou emotiva até o fim da alma, né, então, obviamente, o que não me falta é amor – ou carinho – para entregar para as pessoas. Mas e ai? Eu te dou um pedaço do meu coração e você simplesmente vai jogar fora na primeira oportunidade? Sério, se a pessoa não quer, não aceita que então eu ponho de volta no lugar de onde veio e me mantenho inteira. Porque andar despedaçada não é muito agradável.
Senti que eu super me desviei do que pretendia falar inicialmente... Enfim, sim somos todos insignificantes e totalmente substituíveis, mas a noção disso, quando bate, mesmo todo mundo já sabendo disso, é muito mais visceral do que se gostaria. Porque essa sensação é de traição e ninguém gosta de ser traído.
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Às vezes eu só paro e penso, com um aperto no peito: Que porra eu to fazendo com a minha vida?
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Não consigo mais viver fingindo que tudo está normal. Não consigo mais seguir como se eu não sentisse a cada momento que passa que algo está faltando. Não consigo ser quem eu quero e muito menos quem as pessoas esperam que eu seja. Não consigo ver o mundo através de uma perspectiva positiva. Não consigo corresponder ou transparecer sentimentos de forma convincente. Não consigo sentir como se deve. Não consigo ser mais humana do que uma máquina automatizada em uma fantasia de carne. Não consigo ser inteira. Não consigo não estar vazia. Não consigo...
#mine#texto#ainda triste#aceita isso produção#xolemos#nem morrendo essa bad passa#muito menos o meu drama
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Do you ever crave to be touched? Even in the most innocent way. I want someone to just hug me for a very long time or someone to lean against/ someone to lean on me. Maybe while sitting or laying next to someone just to have our legs, arms, or feet touching would be nice. I think that when you’re lonely for so long you constantly want to feel someone against you just as a constant reminder that you’re not alone.
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Cansei de tentar ser o que não sou. Cansei de fingir que está tudo bem. Cansei de viver somente pelas aparências. Cansei de sorrir só por sorrir e falar só por falar. Cansei de agir como se houvesse uma clara distinção entre certo e errado. Cansei de ir e vir, mas sem nunca parar para refletir quanto ao que há no meio. Cansei de opiniões enlatadas e pré-fabricadas. Cansei de conceitos tão arcaicos que não mais se aplicam à realidade da humanidade. Cansei da supervalorização e da subvalorição. Cansei de ser. Cansei de estar. Cansei e só.
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Existem lembranças que são doces demais para serem esquecidas. Mas viver no passado não é uma opção. Então o que fazer?
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Entender é difícil?
Às vezes eu gostaria que alguém parasse para tentar me entender, para tentar compreender que os meus sentimentos talvez sejam mesmo tão complexos quanto eu faço parecer. Mas como uma pessoa pode saber quem eu sou se eu mesma não o sei? Como compreender a essência daquilo que ainda não foi explicado? E será mesmo que é tão complexo assim? Às vezes eu somente acredito que nós é que complicamos tudo ao nosso redor e não que o ser humano, ou a vida em si, seja algo tão extenuante quanto se faz parecer.
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Amar é bater o dedo mindinho, no canto da vida.
Ciceero M. (via heroipoeta)
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Tem tanta gente reclamando de faltar de amor e em como a humanidade não sabe mais como ser gentil, mas ninguém para pra pensar que um problema sempre tem dois lados. Afinal, existem pessoas que rejeitam o amor que lhes é oferecido. Sem falar naquelas que não sabem reconhecer o valor dos pequenos detalhes da vida e isso também consta como aproveitar uma gentileza. Então, é ai que reside o problema produção, quem sou eu para reclamar de algo se tantas vezes já não ignorei tudo o que prezo e sinto falta às vezes? Quem somos para chorar nossa falta de amor por ai se a culpa é inteiramente nossa? Quem somos, afinal, quando se trata de amor?
#texto#mine#original#yep i'm back#or not#still asking a lot of questions#e ainda nos inglês tudo#pq eu me amarro em muitas tags#e muito inglês#My work
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