#mas tava precisando extravasar
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Segue uma lista de conexões inspirado em doramas e BLs.
NOTA: a lista é para todos os gêneros, exceto aquela que tiver com gênero específico.
𝐀𝐌𝐈𝐙𝐀𝐃𝐄
True Beauty (Lee Suho & Lim Jookyung): Essa pessoa sabe muito bem como Junhua é, no seu mais natural e sem máscaras, sabe que ele odeia as cobranças de sua família, que não se sente confortável com aquela rotina regrada em que vive e que, por pouco, não acaba extrapolando com os seus sentimentos. Então @c-korak sabe como é a sua imagem verdadeira por trás de toda a maquiagem pesada.
Thirty-nine (Jeong Chanyoung & Cha Mijo & Jang JooHee): Amigos de infância, cresceram juntos e sabem exatamente tudo um sobre o outro, estão envelhecendo juntos e não tem segredos entre eles. Sair pra beber? É com eles. Ir ao karaokê passar vergonha? É com eles também. Precisam quebrar o vidro de alguma loja só para recuperar um bolo perdido? É, eles sempre topam. — conexão exclusiva para filhos de mocinho (@eivid & 𝐌𝐔𝐒𝐄) .
Dear my Friends (Jo Heeja & Moon Jeongah): Sabe aquela pessoa que você pode contar nas situações mais malucas? É exatamente isso que Junhua pode encontrar em 𝐌𝐔𝐒𝐄. São completamente diferentes, com vidas diferentes, mas foi no socorro que se conheceram e dali eles entenderam que podia contar um com o outro, partilham de muitas coisas, ainda que ninguém consiga ver a amizade deles tão nítida assim, eles sabem que são amigos e só isso já basta. É o típico de amizade incomum, não precisam dividir a própria vida um pro outro, mas sabem quando precisam dar aquela mãozinha, até o momento em que um esqueça do outro, tudo é possível.
Navillera (Lee Chaerok & Shim Deokchul): Sabe-se lá o motivo que levou 𝐌𝐔𝐒𝐄 a acreditar que poderia aprender artes marciais com Junhua, mas desde o dia que elu começou a insistir com isso, ceder era a única opção. E foi a partir disso que a relação deles foi construída, gastam horas em espaços amplos, apenas para que Junhua possa dividir esse conhecimento, ensiná-lo os movimentos e o uso correto da força. Tal qual um instrutor ensinando um amigo a dançar balé.
18 again (Go Wooyoung & Go Deokjin): Ninguém acredita que eles são amigos porque é difícil de acreditar mesmo, vivem brigando e quase não possuem paciência um com o outro, mas se conhecem tão bem que é possível saber até quando tão precisando apenas chutar algumas pedras para extravasar a raiva. Junhua sabe que se estiver frustrado, ele pode simplesmente pegar uma garrafa de cerveja e bater no dormitório de @abirshinha que o tempo vai passar rápido demais, porque até uma tarde assistindo TV pode ser bem aproveitado.
𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄/𝐒𝐄𝐗𝐔𝐀𝐋
My only 12% (See-ew & Cake): Basicamente um romance de infância, aquele primeiro amor que pode ter sido vivido ou não. Foi a primeira vez que o coração bateu aquelas batidas irregulares que faziam ele se perguntar se tava tudo bem por ali, que sentia ciúmes sem saber o porquê e acabou se colocando naquele espaço de amigo muito mimado, que precisava aprender a viver sem o amigo colado o tempo todo.
Cutie pie (Nuer & Syn): Primeiro carinha por quem Junhua se interessou, com @rjabez veio primeiro a implicância, depois partiu para os flertes e aí seguiram para o caminho do relacionamento completamente inexperiente, sendo um completo desastre desde o primeiro beijo desajeitado até a primeira vez que tiveram juntos com dente batendo, câimbra na perna na hora errada, entre outras coisas que só tornaram a relação ainda mais especial. Não estão mais juntos, mas as lembranças são boas e a relação entre eles também continua sendo tranquila.
Our beloved Summer (Kook Yeonsoo & Choi Woong): Primeira menina por quem Junhua se interessou, foram meio obrigados a conviver e desde então eles passaram a se suportarem, só que cada vez que se conheciam, mais ficavam próximos e o romance acabou acontecendo naturalmente, rolando até pedido de namoro em cenas clichês, com a chuva caindo e ele usando a própria blusa como um tipo de proteção. Não que ele tenha tanto tempo livre, mas acabou acontecendo, não deu certo, e em algum momento a relação apenas acabou, ao menos acredita que foi em bom termos, ainda que não tenham conversado sobre isso em nenhum momento.
Bed friend (King & Uea): Sexo sem compromisso, nada além disso, possuem até algumas regrinhas que começaram a seguir apenas para que não ultrapassem algumas linhas limite daquela relação. O acordo entre eles é apenas pela satisfação, se sentem bem fazendo isso e esperam continuar enquanto puderem, se vão seguir para algo além disso?! Não se sabe.
First Love Hatsuko (Yae Noguchi & Harumichi Namiki): Ex com término indefinido, seja em bons termos ou maus termos, o problema é que o sentimento ficou mal resolvido, não tiveram nenhuma conversa decente sobre o assunto, talvez eles precisem fazer isso.
𝐈𝐍𝐈𝐌𝐈𝐙𝐀𝐃𝐄
It's okay to not be okay (Ko Moonyoug & Nam Joori): Junhua é o rio calmo, de correnteza tranquila, enquanto MUSE é o lado agitado da água, não tem como eles terem uma boa relação, a birra aconteceu no primeiro olhar e a aproximação delu com seus amigos fizeram com que o ciúmes fosse um sinal para que a implicância continuasse. Não existe nenhuma chance deles se darem bem, mas naquele nível de serem muito educados um com o outro, porém com indiretinhas ou provocações estúpidas.
Bad and Crazy (Ryu Soolyeol & K): São completo opostos, completamente insanos pela raiva que nutre um pelo outro, em uma relação complicada, mas que consegue se manter equilibrada. Parece estranho que os dois consigam até se ajudar as vezes, mas definitivamente não terão mais do que uma relação momentânea e sem importância, a melhor coisa pra fazer é mantê-los longe sempre.
Dra. Cha (Roy Kim & Seo Inho): Em algum momento da vida deles, tiveram interesse pela mesma pessoa e isso desencadeou uma relação antagônica que se mantém até hoje, mesmo que não tenham mais esse interesse em comum. A implicância nunca foi resolvida, então eles que lidem com os sentimentos contraditórios que surgem quando estão no mesmo ambiente.
True Beauty (Han Seojun & Lee Suho): Eram amigos e, por algum motivo, deixaram de ser, e apesar de existir esse sentimento em evidência entre eles, esse único motivo faz com que eles mantenham o bloqueio entre eles, não conseguindo sair dessa relação de inimizade momentânea por mais tempo.
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stefiehub:
Agora Stefan estava em uma fase horrorosa de insônia, mas tudo bem, ele estava até começando a seguir o ritmo, acostumado a tudo. “Ei” Acenou de leve apenas para respondê-lo, a mão no ar balançando de um lado pro outro, chegava ser bobo. “Você acha? Eu tava achando que era pouco, isso tá no meu normal de leitura diária, quando estou acordado, claro” Talvez porque ele estava realmente com uma energia elevada e a leitura estava ajudando a extravasar um pouco, até se distraiu um pouco com o pensamento quando o rapaz apontou sobre não ser leituras confiáveis, suspirando um pouco. “Eu não entendo muito sobre esse tipo de conteúdo, eu pensei que talvez tivesse alguma coisa na torre de vocês, mas eu não posso ir até lá né” Sorriu sem jeito, já que era meio óbvio e Stefan tinha que evitar problema as vezes, ainda que não fosse o melhor exemplo, no momento. “E mesmo sendo velharias, achei interessante… desculpa, eu tô falando sem parar e nem perguntei…” Disse, colocando os livros sobre uma mesa próxima e se aproximando dele, só para dar total atenção ao mais velho. “O que est�� procurando? Precisa de ajuda? Não que eu seja a melhor ajuda do mundo, mas estou realmente precisando mudar um pouco o foco”
ʿ ִ ⨳ ⭑ estendendo a mão, tocou a superfície do livro que estava em cima daquela pilha. eram muitos para o gosto de raven, mas não dava para julgar pois quando entrava em seu modo de pesquisa também mergulhava nos exemplares sobre dragões. ❝ ── quer ajuda pra carregar isso? ❞ perguntou solícito, algo tão diferente de como normalmente seria. ❝ ── é uma pilha e tanto. mas não acho que os nossos livros pudesse te ajudar mais do que esses, as informações são realmente vagas. eu... posso te ajudar com algumas coisas, se quiser. ❞ encolheu os ombros, não querendo fazer aquilo soar mais do que era já que não costumava se oferecer para essas coisas. ❝ ── tenho um grimorio com mais informações, coisas que coletei através dos anos e de livros diferentes acabou se tornando um bom acervo. ❞ esclareceu. o assunto dos monstros, afinal, era um de seus favoritos e não havia como não se meter quando se tratava disso. ❝ ── bem, eu estou procurando mais informações sobre as espécies ainda existentes dos Dragões, já tenho quase tudo o que preciso mas... sei lá, acho que ainda falta eu aprender mais sobre eles. Não quero fazer alguma merda. Se puder me ajudar com algo do tipo, eu adoraria. indicações nunca são demais. ❞
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foi com 23
a novidade - ele chegou quando eu tinha nove. o dia em que meus pais anunciaram que ele viria continua claro na minha memória. era legal mesmo esse negócio de ter um irmão? as muitas vezes que minha mãe passava mal no meio da rua ou que parava o carro pra vomitar me faziam pensar que, talvez, essa coisa de ganhar um irmão talvez não fosse tão boa assim.
quando a vó Maria foi passar uns dias na nossa casa em Brasília o León estava perto de nascer. meu quarto já não era só meu. o berço do caçula já estava lá. foi em 11 de maio de 93 que ele chegou. só existia vontade de conhecer aquela nova pessoinha, mas “- criança não pode subir pro quarto. você vai ter que esperar”. aff! que coisa odiosa de se dizer pra uma criança curiosa! só nos encontramos no dia em que ele e minha mãe tiveram alta e parece que demorou uma eternidade.
a sensação de ter um irmão neném era a mesma de quando conheci minha prima. eu só havia passado pela “experiência” do nascimento de alguém quando conheci a Tamara, ainda pequenininha. foi basicamente a mesma coisa que aconteceu com o meu irmão, assim como achava a Tamara uma boneca, também achava que ele era meu brinquedo, mas esse morava na minha casa e quando ele chorava de noite eu também acordava.
aquele neném que morava lá em casa era uma novidade pra mim. tudo o que acontecia em torno dele era novidade. eu tava cheia de ciúmes. foram longos nove anos sozinha, nos mimos, nas broncas e na bajulação da família, já que eu, até então, era a única neta que morava longe, pelo menos por parte de mãe, e isso sempre me rendeu a atenção dos avós e dos tios quando íamos visitá-los. apesar, do ciúme, tava tudo bem. aquele nenemzinho era bonitinho, mas peraí! olha a sacanagem: até apelido ele tinha e eu não. Léo. pq todo mundo chama ele de Léo se o nome dele é León? todo mundo me chama de Lali, uai!
o tempo foi passando e a ideia de ter ele ali foi melhorando, era massa ter um irmão pequenininho. você pode fazer ele pegar as coisas pra você, levar as coisas pra você, botar a culpa das coisas nele... essas coisas que irmãos mais velhos fazem, né? confesso, a diferença de idade nunca foi nossa aliada. passava o tempo que fosse, ele continuava sendo o irmão mais novo, aquele que você não tem paciência e saco de ficar cuidando, porque é isso que acontece quando se tem um irmão mais novo, invariavelmente você vai ter que ficar de olho nele por algum motivo.
crescemos, não no tamanho (valeu genética!), mas na idade. nos acostumamos a não sermos parceiros. éramos irmãos. às vezes conversávamos despretensiosamente. às vezes nos abraçávamos. às vezes quebrávamos o galho um do outro. nossa relação foi construída com um catatau de às vezes, de quando estávamos afim, de quando estávamos dispostos a nos aturar.
da infância para a adolescência dele foi um pulo. cheio de querer, ele começou a marcar seus espaços. já tinha um quarto só dele, as coisas dele e um gosto por coisas que ninguém em casa cultivou. curtia anime, ballet, moda e música pop. tudo isso era resultado de sua descoberta pelo mundo e do mundo que ele queria fazer parte. um dia decidiu que queria ser estilista, mas sabe-se lá o que aconteceu que escolheu fazer jornalismo. decidiu, mas depois “desdecidiu”, só não contou pra ninguém.
não estive perto na fase de decisões, nem nos dias em que o abuso de álcool afetou o cotidiano daquela casa em que eu já não mais estava. ele viveu essa barra. e também viveu a barra de assumir pro mundo quem ele era. aos poucos, fuçando por aí, eu fui conhecendo a Leona Luna, a drag queen que ele criou e fez dela o trampolim para, finalmente, extravasar sua alma de artista. sempre, desde sempre, ele deu sinais de que seria uma estrela. só não sabíamos onde. pintando, costurando, criando, dançando. tudo isso permeou sua essência que ganhou luz em palcos daquela Bras-ilha.
a notícia - por muitos anos do meu lado, não consigo dizer que o conheci por inteiro. conheci o que eu queria, o que era mais fácil, mais cômodo dentro da nossa relação de às vezes. depois que me mudei nossos às vezes ficaram cada vez menos frequentes e eu acabei perdendo de vista tudo o que acontecia perto dele. no início deste ano ele mandou um sinalzinho de nada me fazendo pensar que algo podia estar diferente. “ei pessoa. não é pra ficar abalada, viu? você tem pessoas que te amam e vão continuar amando sempre. apesar de eu e você sermos diferentões demais, você é meu sangue e eu te amo (da minha maneira). fica bem”, ele disse em uma mensagem no dia 9 de janeiro depois de saber sobre um problema meu. chorei, como passei boa parte daquele dia chorando, mas eu nem imaginava que ele é quem estava tentando ficar bem.
foi perto da hora do almoço, no dia 30 de janeiro que minha mãe avisou. passando muito mal e precisando de ajuda para ir ao hospital, ele contou que era portador de HIV. por já apresentar suspeitas e mais suspeitas de pneumonia, essa possibilidade sempre rondava as conversas entre eu e minha mãe. mas ele já era maior de idade e ninguém forçou ele a dizer o que não queria. mesmo sendo muito amigo da minha mãe, conversando sobre coisas que eu nunca conversei com ela, ele preferiu guardar essa informação. foi procurando melhorar aqui e ali quando se sentia mal, mas só começou a se tratar de verdade um ano depois que o vírus entrou no seu corpo. fez o primeiro exame e “estava limpo”. no segundo, já era positivo, mas ele não foi buscar o resultado. no terceiro, ele soube de verdade.
a notícia veio como uma tempestade rápida, barulhenta e cheia de trovões na minha cabeça. depois do primeiro impacto, um vento carregado de trocentas perguntas tomou meu pensamento. sozinha na sala de casa, longe deles, chorei. e agora? dividi a notícia com o marido que muito mais equilibrado que eu, me acalmou. todas as diferenças que eu tinha com o meu irmão sumiram depois de alguns minutos em que eu esbravejei pra mim mesma o quanto ele era irresponsável, que ele não tomava jeito nunca. o medo, a tristeza, a raiva... tudo isso em minutos. quando a tempestade da notícia passou eu só pensava em como livrar nosso leonzinho – era como meu pai cantava “O leãozinho” pra ele – daquela situação.
dali pra frente foram dias que pareciam não acabar em hospitais. sem pensar que algo de ruim pudesse acontecer, ele não tinha plano de saúde. se virando como era possível no sistema de saúde público, minha mãe ficava com ele. pedimos ajuda, muita ajuda. e ela veio de passinho em passinho como os amigos podiam. uma rede de pessoas se mobilizou para tornar a internação menos sofrida para ele e para a minha mãe. da enfermaria para o quarto do HRAN, de lá para o isolamento. tuberculose. até que um dia ele recebeu alta, estranhamos, mas comemoramos. não foram 24h em casa. fora do hospital ele sofria todos os efeitos da doença novamente. voltaram pro hospital. o quadro tinha evoluído e ele precisou ser encaminhado para o semi-intensivo.
logo surgiu a necessidade de uma vaga na UTI. desespero. três letras que tornam a expectativa em lamento. o que se espera quando alguém vai pra UTI? eu tentava me convencer que seria melhor para ele. mais uma vez recorremos a quem podíamos para conseguir um leito. e, após três dias de semi-intensivo ele veio. foi a liminar da justiça? foi o pedido para amigos ligados ao sistema de saúde? foi a fé inabalável da minha mãe? não sabemos. o que sabíamos era que ele estava em uma fila enorme de espera assim como tanta gente deve estar hoje. comemoramos mais essa conquista.
consegui antecipar uns dias de férias e fui pra Brasília. não dava mais para ficar longe. um monte de “e se” perturbava a minha cabeça. chegamos, eu e o marido, no fim da tarde de um sábado. já não dava mais tempo para a visita. mais um dia de aflição sem encontrar o pequeno. no domingo fomos até o hospital, a uns 40 km de distância de casa. ao entrar na UTI eu desmoronei. não conseguia olhar pra ele direito. aquele tanto de fio, ele entubado, inchado, sedado... chorei por alguns minutos até que consegui escutar a voz do marido que já me chamava há um tempo: “fala com ele”. a sedação não estava tão forte. “leléo. fica calmo. a gente tá aqui leléo. vai dar tudo certo. você vai sair dessa, né?”, era só o que eu conseguia dizer. com a sedação moderada, ele balançava a cabeça dizendo que sim.
dali em diante foram seis dias indo todas as tardes passar uma horinha com ele. em todos esses seis dias ele já estava completamente sedado. teve um dia que, quando chegamos para a visita, não pudemos entrar tão rápido. pediram pra que esperássemos, mas não deram maiores explicações. foram minutos no início do corredor vendo um monte de gente entrar no quarto e pensando as piores coisas. passou. foi só um susto. no sétimo dia eu não fui com a minha mãe para a visita, já que não tínhamos ninguém para ficar em casa com o meu pai. lembra da história do abuso do álcool? pois é. esse capítulo teve desdobramentos, mas é relato pra outra hora. enfim.. minha mãe mandou um recado. “seu irmão pirou. acho que você precisa ir no hospital. ela já conversou com o médico e ele vai deixar você entrar mesmo que a visita já tenha acabado”. que desespero. como assim? piorou como? o que aconteceu? isso é um aviso? parecia uma sentença. de carona, corri pra lá. não foram 10 minutos ao lado do leléo. mas foi um temo em que só consegui dar carinho pra ele. muito carinho.
domingo de carnaval. 26 de fevereiro. chegamos para a visita, mas não pudemos entrar. “a médica vai vir aqui falar com vocês”. sabe quando você faz algo errado e alguém descobre? o coração bate de um jeito estranho, alguma reação química faz a sua garganta ficar travada... foi bem assim. apertei a mão da minha mãe, ficamos sentadas esperando e nada de alguém aparecer. demorou. demorou muito. quando a médica chegou começou o discurso. “o quadro do león evoluiu, vocês sabem, desde ontem” e emendou num monte de blá blá blá que eu nem lembro. minha mãe cortou “ele faleceu? pode falar de uma vez”. “sim, infelizmente ele não resistiu. ele teve uma parada e nós não conseguimos reverter”, disse a médica. no sim, nós já não olhávamos mais pra ela. nos abraçamos, choramos, choramos, muito. uma dor imensa no peito. minutos assim.
muito ligada a tudo que é espiritual, minha mãe para por um instante e diz. “eu senti. ele esteve em casa hoje. ele abriu a porta do quarto, me deu um beijo e saiu”. e emendou. “ele agora está bem”. eu fiquei pensando o quanto desprivilegiada era por não ter tido essa sensação, essa oportunidade. eu tinha tanta coisa pra falar com ele ainda, mas não deu tempo. ele só tinha 23 anos. por boa parte da vida dele eu estava ali, mas não estava. nós não estávamos nem aí um pro outro e desde janeiro eu pensei em tanta coisa que tínhamos que conversar. pq não fiz isso quando ele ainda estava lúcido no hospital?
burocracias, decisões, chuva de mensagens impossíveis de responder. no dia 28, velamos seu corpo. nunca imaginei que pudesse ter tanta gente em volta dele. minha mãe pediu pra tocar Lulu Santos. o som ficou lá durante todo o velório. minha mãe queria paz, tranquilidade e amor naquele momento. e foi o que vivemos. “não é mais que um até logo. não é mais que um breve adeus. bem cedo junto ao fogo tornaremos a nos ver”, um coro entoou a canção da despedida, como em todas as despedidas escoteiras. foi um afago para os nossos corações.
optamos pela cremação. minha mãe havia decidido que o León viraria árvores para que pudesse continuar vivo por aí. a primeira foi plantada justamente no grupo escoteiro do qual fizemos parte por muitos anos e que ele frequentou desde que estava na barriga dela.
seis meses se passaram. a dor ainda não foi embora. ela vai e vem. às vezes suave, às vezes como um soco no peito. sei que é um processo. os questionamentos diminuíram, tento aceitar que tudo é aprendizado. minha mãe diz isso e eu tenho conseguido compreender melhor. aprendi que amor é sempre amor seja qual for sua forma de manifestação. nunca me dei conta do tamanho do amor que eu sentia pelo meu irmão até o início deste ano e isso foi avassalador. nunca me dei conta que a AIDS ainda pode ser destruidora e que muita gente não pensa nisso. eu não pensava. estamos em 2017 e as pessoas ainda morrem em consequência da Síndrome da Imunodeficiência Humana. as famílias ainda são questionadas se a causa pode ser declarada na certidão de óbito, reflexo de todo preconceito que a doença carrega.
a dor traz reflexão em diferentes aspectos da vida. a perda faz os dias seguirem lentamente e, inexplicavelmente, o sofrimento transforma o amor. hoje meu irmão está mais presente em mim do que eu consigo descrever. todas as lembranças florescem um pedacinho novo dele em mim. espero ser um jardim para a sua memória.
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Você acorda na hora e se sente orgulhosa disso. Pensa: "nossa, ontem consegui fazer o que me propus e também consegui acordar cedo! Acho que hoje chego na aula na hora, vai dar tudo certo." Mas daí você não acha uma das calças novas que comprou e que queria usar. Procura, procura e não acha; começa a se preocupar: será que a vendedora não colocou na sacola? Mas assim que eu cheguei em casa eu tirei as etiquetas das roupas, eu teria notado! Ou não? Será que alguém tirou a calça da minha sacola no metrô? Improvável. Será que a diarista pegou? Ela veio no dia seguinte, e eu não tinha guardado as roupas. Mas a troco de que ela faria isso? Era grande demais pra ela. Daí vem a culpa de estar pensando que a diarista faria algo assim. E você fica pensando no que poderia ter acontecido e no que você vai fazer agora, porque a calça foi cara. 20 minutos atrasada. Bom, vou colocar outra das que eu comprei. Mas você coloca e não se sente confortável porque a calça é meio curta e, apesar de você saber que está na moda, isso te incomoda. Mas eu queria uma calça assim! Mas olha como é estranho, não tô acostumada. Eu queria era ir pra aula com a outra, a calça que eu não tô achando. Será que eu perdi mesmo? Foi cara! A terceira calça nova (eu estava precisando de calças) alargou conforme eu usei e agora tá caindo, estranhamente larga nos joelhos. E a calça velha? Tava lavando! Você vai até o varal, mas ainda está úmida. Bom, eu poderia ir com uma legging. Mas não tem bolso e eu gosto de ir ouvindo música. Onde eu colocaria meu celular? Na mochila? Com o fio aparecendo, podendo ficar enroscado? Nah. Bom, vou sem ouvir música. Mas que droga, detesto não ter com que me distrair no ônibus. 40 minutos atrasada. Bom, talvez a essa hora seria mais rápido ir de metrô. Mas então eu vou assistir só uma hora de aula... E então começa. O coração bate mais rápido, você fica aflita. Que droga, era pra hoje dar certo! Hoje tinha que dar certo! Eu não quero chegar atrasada pra aula de novo. A professora disse que só aceitaria acho que meia hora de atraso, se fosse mais daria falta... pff. Foda-se. Vou só pra aula da tarde. Então você tira a roupa e coloca de novo o pijama, sentindo-se um fracasso. Quer extravasar de alguma maneira, mas não quer falar pra alguém sobre isso, porque você não quer compreensão nem consolo, só quer desabafar mesmo. Daí você vem pro tumblr e agora a aula deve estar começando e você se sente tão mal que dá vontade de chorar. Incrível como uma calça pode causar toda essa montanha russa quando se tem ansiedade. (Eu tô cansada disso.)
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Insignificância
Sei que ninguém perguntou nada. Aliás, quando alguém me pergunta algo esperando, com paciência e atenção, o que eu tenho a dizer? Enfim, eu vim dizer que – já que aqui ninguém precisa esperar nada de mim, então por que eu deveria esperar por perguntas antes de falar qualquer coisa? – sim, mundo, eu ainda venho me sentindo miserável. Okay, eu sei que isso já cansou e está, a essa altura, virando um dramalhão incessante e de encher o saco até da mais paciente das criaturas, só que, me perdoem, pois eu continuo perdida e totalmente, bem, na merda como sempre. Argh, é uma bosta ficar desestimulada e fim! Sim, eu estou aqui para fazer drama. É só parar para pensar, ou melhor, ler tudo o que eu venho acumulando nesse arquivo ao longo dos anos. Um puta drama interminável e eu não me arrependo disso. Às vezes até que saem umas coisas aceitáveis e, por outras, tem umas que são profundamente cagadas. Mas fazer o que? A vida é feita de altos e baixos e até mesmo um arquivo do Word tem que passar por isso. Anyway, eu só vim aqui deixar uma constatação de leve sobre a vida – ah, pode falar, lá vem ela voltar a reclamar – sim, vim falar da vida porque eu gosto de reclamar dela com todas as forças do âmago do meu ser – assim como eu também gosto de cavucar a mente atrás de algumas palavras esdrúxulas para usar. Mas do que eu falava mesmo?
Ah, sim, é incrível como somos tão insignificantes nas vidas de todos não? Às vezes até mesmo entre aqueles que mais retêm valor aos nossos olhos – sabe, os que têm um lugarzinho guardado no meu coração dramático e levemente mórbido – pois é, esses ai mesmo costumam não notar como certas atitudes nos ferem mais e mais. A insignificância só cresce e isso incomoda, sabia? Eu não tenho intenção de ser especial, não quero ser a pessoa mais importante do mundo de ninguém, mas seria pedir demais um pouco mais de carinho? Eu posso ser rude e não ser muito boa em expressar o que sinto pelas pessoas – e eu quero dizer em nível de amizade mesmo, porque, hoje em dia, nem mesmo um eu te amo me parece mais ser sincero -, mas eu, ainda assim, me esforço para tentar demonstrar o carinho que sinto pelas pessoas e, bem, eu sou emotiva até o fim da alma, né, então, obviamente, o que não me falta é amor – ou carinho – para entregar para as pessoas. Mas e ai? Eu te dou um pedaço do meu coração e você simplesmente vai jogar fora na primeira oportunidade? Sério, se a pessoa não quer, não aceita que então eu ponho de volta no lugar de onde veio e me mantenho inteira. Porque andar despedaçada não é muito agradável.
Senti que eu super me desviei do que pretendia falar inicialmente... Enfim, sim somos todos insignificantes e totalmente substituíveis, mas a noção disso, quando bate, mesmo todo mundo já sabendo disso, é muito mais visceral do que se gostaria. Porque essa sensação é de traição e ninguém gosta de ser traído.
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