#Companhia reconfortante
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FELIPE SALVANDO O NATAL🎄🎁❄️
Essa fic seria com Enzo, mas as últimas 300 que escrevi foi com ele então dei uma pausa, além de que tbm achei isso aqui a cara do Felipe.
Avisos: Término de relacionamento e solidão
Era seu primeiro Natal longe da família. Além disso, você havia passado por um término recente e, para falar a verdade, comemorar o Natal era a última coisa na sua cabeça.
Jogada no sofá, com um pote de sorvete de flocos nas mãos, assistindo à sua sitcom favorita, você ouviu algumas batidas na porta.
Correndo até lá, você olhou pelo olho mágico e se surpreendeu com a súbita visita.
Ao abrir, ficou sem acreditar no que via.
— Feliz Natal! — disse Felipe, empolgado, enquanto segurava algumas bolsas nas mãos.
— O quê? — você soltou um sorriso incrédulo. — O que está fazendo aqui?
— Você acha mesmo que eu iria te deixar sozinha na véspera de Natal? — respondeu o argentino, com um tom caloroso.
Você deu passagem para ele entrar e, em seguida, fechou a porta.
Você olhou para o relógio, que marcava 20h, e não pôde evitar que algumas perguntas surgissem em sua mente.
— Você deveria estar em casa, com a sua família — disse a ele, com um toque de preocupação.
Felipe deu de ombros e soltou um pequeno sorriso.
— Minha família entende. Eles sabem o quanto você é importante para mim — respondeu, colocando as bolsas sobre a mesa. — Além disso, prometi a mim mesmo que faria desse Natal um pouco menos solitário para você.
Você riu, ainda surpresa com a presença dele.
— E então, o que é isso? — perguntou, apontando para as bolsas.
— Separei algumas comidas para você. Ah, e trouxe alguns jogos também — respondeu Felipe, com um sorriso caloroso.
Por dentro, você se sentiu como uma criança vendo o Papai Noel, e Felipe percebeu o brilho em seus olhos.
— Felipe, você não precisava estragar seu Natal assim. Eu nem montei uma ár...
— Shhhhh — ele a interrompeu, em tom brincalhão. — Já estou aqui, não estou?
Você levantou as mãos, como quem se rende, acompanhando o ar descontraído dele.
Felipe começou a tirar as comidas das sacolas, distribuindo tudo cuidadosamente sobre a mesa de centro da sala do seu pequeno apartamento. Sem conseguir evitar, você entrou na brincadeira e se sentou próximo a ele, estendendo a mão para roubar um pedaço de algo no prato.
— Ei, só depois da meia-noite! — disse Felipe, dando um tapinha leve na sua mão.
Você fez um bico de desapontamento, arrancando dele uma risada.
A noite seguiu leve, com o som da TV ao fundo criando um ambiente confortável, enquanto o reflexo das luzes natalinas na rua atravessava as janelas.
— E então, como tem se sentido ultimamente? — Felipe perguntou, a voz suave.
— Eu só... me sinto sozinha, sabe? Nunca imaginei passar um fim de ano assim, longe da minha família, sem a companhia de quem eu costumava ter.
Felipe entendeu o que você quis dizer.
— Você deveria ter me dito que se sentia assim antes. Sabe que eu estaria aqui com você a qualquer momento — ele segurou sua mão sob a mesa, de forma amigável. — Sei que está sendo difícil, a dor de um término pesa, mas eu posso te ajudar a passar por isso.
Você o olhou, se sentindo vulnerável por ter sido tão aberta, mas também sentindo um calor reconfortante com a presença dele.
— Não sei o que é... depois de tudo, o tempo passa e eu fico cada vez mais vazia.
— Vamos tentar mudar isso? Que tal criarmos uma tradição? Jogamos os jogos que eu trouxe e quem perder conta uma história vergonhosa — Felipe disse, empolgado com a própria invenção.
— História vergonhosa? Pode ser divertido — você respondeu, agora com um sorriso, começando a se animar com a ideia.
Felipe levantou-se rapidamente e foi até a prateleira onde havia deixado as sacolas. Ele voltou com uma pilha de jogos em mãos.
— Então, temos esses aqui — ele disse, colocando-os sobre a mesa. — Escolha seu veneno.
Você olhou para os jogos, a ideia de rir e se divertir, mesmo em meio à tristeza, parecia exatamente o que você precisava.
Vocês começaram com Uno, e Felipe, surpreendentemente, ganhou de você rápido. Ele olhou para você, esperando a história vergonhosa que você teria que contar.
Você respirou fundo e, sorrindo, começou a narrar sobre a vez que que você levou um tombo na frente da escola toda.
Felipe não conseguiu conter o riso e ficou tão vermelho de tanto rir que até se inclinou para frente.
— Isso é demais! — ele disse entre risos, enxugando as lágrimas dos olhos.
Vocês continuaram jogando e, com o ritmo do jogo, Felipe ganhou as duas próximas rodadas. Finalmente, chegou a vez dele perder.
— Ok, ok, perdi, mas agora é minha vez de contar uma história. — Ele fez uma pausa, pensativo. — Eu tenho uma história vergonhosa também... e acho que você vai se surpreender.
Você olhou para ele curiosa, imaginando o que ele poderia revelar. Felipe respirou fundo, como se estivesse se preparando para algo importante.
— Eu... sempre fui apaixonado por você, sabia? — Ele falou de repente, de forma tão séria que quase não parecia a mesma pessoa brincalhona que tinha acabado de ganhar o jogo.
Você ficou em silêncio por um momento, surpresa pela confissão. Felipe, no entanto, continuou, como se não pudesse mais esconder.
— Eu sei, pode parecer estranho, mas sempre que estávamos juntos, eu não conseguia disfarçar. Talvez tenha sido por toda essa nossa amizade, mas eu só não sabia como dizer. Sempre tive medo de estragar tudo — ele disse, desviando o olhar por um instante.
— Não vale, isso não é uma história vergonhosa — você brincou, mas ele não riu.
— Não é? — Ele olhou para você com uma expressão quase nervosa. — Eu não conseguia nem olhar pra você sem ficar nervoso. Tem aquela vez, lembra? Quando fomos ao cinema juntos? Eu passei a noite inteira com medo de que você notasse como eu estava agindo estranho.
Você assentiu, lembrando-se do que acontecera.
— Eu me lembro. Você estava tão quieto, nem parecia você. Eu até achei que tinha feito algo errado.
Felipe ficou sem palavras por um momento, mas logo recuperou o fôlego e olhou para você com um sorriso tímido.
— Você é realmente incrível, sabia? Sempre foi tão bonita, tão... única. Eu só nunca soube como te dizer. — Ele fez uma pausa, como se ponderasse suas palavras. — Eu queria te namorar desde o começo, desde que nos conhecemos, mas... você já estava com alguém, e eu não queria ser aquele cara que se mete onde não é chamado.
Você o olhou, surpresa com a sinceridade dele.
— Você queria... namorar comigo? — Você perguntou, a voz suave, tentando processar tudo o que ele estava revelando.
— Sim, eu queria. Mas não podia fazer isso enquanto você já tinha outra pessoa. Então, eu me escondi atrás da nossa amizade, com medo de arriscar tudo e te perder. — Ele disse, com uma sinceridade que fez seu coração bater mais forte.
— Eu não sabia, Felipe — você disse, olhando para o fundo dos olhos dele. — Nunca passou pela minha cabeça que você sentia algo por mim. Quer dizer, eu gostava de você, sabe? Mas eu estava com outra pessoa e tinha certeza de que você só me via como uma amiga.
Felipe arregalou os olhos, surpreso.
— Eu não sabia... Talvez, se eu tivesse sido menos covarde, as coisas teriam sido diferentes.
Você deu de ombros ao ouvir o "teriam sido diferentes", um pequeno sorriso melancólico surgindo no seu rosto.
— Talvez... Mas talvez não seja tarde demais para isso.
Felipe inclinou a cabeça levemente, como se estivesse tentando entender o que você queria dizer, e perguntou, sem disfarçar a curiosidade na voz:
— O que você sente agora?
— Eu... não sei. Tudo ainda parece tão recente, sabe? — você começou, buscando as palavras certas. — Mas, ao mesmo tempo, eu sei que estar com você hoje foi a melhor parte desse Natal.
Felipe sorriu, um sorriso tímido, mas cheio de esperança.
— Talvez seja um bom começo — ele disse, com a voz calma.
— Talvez seja — você concordou, olhando para ele de um jeito que parecia abrir uma porta que sempre esteve ali, mas nunca tinha sido usada.
Felipe estendeu a mão para segurar a sua novamente, mas dessa vez o gesto parecia mais significativo, como se fosse um pedido silencioso para dar aquele passo juntos.
— Podemos ir devagar, se você quiser. Sem pressa — ele sugeriu.
Você apertou levemente a mão dele, sentindo uma sensação de conforto e segurança.
— Eu gosto disso...
Vocês sorriram um para o outro, cúmplices, quando repararam na hora. O relógio disparava: meia-noite.
— Feliz Natal! — ele disse, com um sorriso largo, enquanto te envolvia em um abraço caloroso.
— Feliz Natal, Pipe — você respondeu, abraçando-o de volta, enquanto fazia carinho nas costas dele.
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Kim Dan — Male reader
Capítulo 02.
A manhã chegou silenciosa, quebrada apenas pelo som insistente do despertador na mesa de canto de Kim Dan. Ele abriu os olhos com uma sensação estranha no peito, algo que parecia uma mistura de alívio e ansiedade. A lembrança da noite anterior veio à tona imediatamente: as palavras de [Nome], o tom caloroso e a gentileza em seu olhar.
Era raro que alguém olhasse para ele daquela forma, como se realmente enxergasse algo além da fachada cansada. Isso o incomodava e, ao mesmo tempo, despertava um calor reconfortante que ele não sabia como lidar.
Depois de um banho rápido e um café apressado, Kim Dan saiu de casa para mais um dia no consultório. Enquanto andava pelas ruas movimentadas da cidade, ele sentia uma leveza incomum nos passos, como se as palavras de [Nome] tivessem acendido algo dentro dele. Mas, ao mesmo tempo, uma pequena voz em sua cabeça insistia que aquilo era perigoso. Esperar algo mais sempre era perigoso.
Assim que chegou à academia, Dan encontrou sua rotina habitual. Pacientes lotavam a sala de espera, papéis se acumulavam na mesa, e a voz autoritária do chefe ecoava pelos corredores. Mas, mesmo em meio àquela confusão, ele se pegou distraído, pensando no homem que o havia levado para casa na noite anterior.
“Kim Dan, você está ouvindo?” A voz firme do chefe o trouxe de volta à realidade.
“Ah, desculpe. Sim, estou ouvindo.” Ele respondeu, envergonhado, antes de se apressar para atender os pacientes.
O dia transcorreu em um borrão de compromissos, mas, ao final do expediente, algo inesperado aconteceu. Quando Kim Dan saiu do consultório, lá estava [Nome], encostado no mesmo carro da noite anterior, esperando por ele.
“Você de novo?” Dan perguntou, surpreso, mas incapaz de esconder o leve sorriso que surgiu em seus lábios.
[Nome] deu de ombros, exibindo um sorriso despreocupado. “Achei que você poderia querer companhia. É errado?”
Dan balançou a cabeça, sentindo-se desconcertado. Não estava acostumado a esse tipo de atenção, muito menos a alguém que parecia tão disposto a estar ali sem esperar nada em troca.
“Quer dar uma volta?” [Nome] perguntou, inclinando a cabeça em direção ao carro.
Kim Dan hesitou por um momento, mas, ao olhar para aquele sorriso que exalava sinceridade, ele tomou uma decisão impulsiva. “Tudo bem. Só não me leve para muito longe.”
Os dois entraram no carro, e [Nome] ligou o motor, lançando um olhar divertido para Kim Dan. “Relaxa, não vou te sequestrar. Pelo menos não hoje.”
Dan soltou uma risada curta, mas genuína, algo que surpreendeu até ele mesmo. Era estranho se sentir tão à vontade com alguém que, no fundo, ele mal conhecia. Talvez fosse o tom leve de [Nome] ou o jeito como ele parecia não exigir nada além de sua presença.
A cidade passava pelos vidros como um borrão de luzes e sons. O silêncio entre eles não era desconfortável, mas Kim Dan ainda sentia a necessidade de preencher o espaço. “Então… por que você está fazendo isso? Quero dizer, você não me conhece.”
[Nome] manteve os olhos na estrada, mas o sorriso em seus lábios não desapareceu. “Talvez porque eu vi algo em você que me lembrou de mim mesmo.” Ele deu de ombros. “E talvez porque eu acho que você merece mais do que o que está recebendo agora.”
Dan ficou em silêncio, absorvendo aquelas palavras. Ele não sabia como responder, porque, no fundo, ele também não sabia se acreditava nelas.
Eles pararam em um pequeno parque à beira do rio. [Nome] desligou o carro e olhou para ele. “Vem, quero te mostrar algo.”
Sem saber o que esperar, Dan seguiu [Nome] para fora do carro. O ar estava fresco, carregado com o som suave da água correndo no rio. Eles caminharam em silêncio até uma pequena ponte de madeira que cruzava o curso d’água.
“Esse é o meu lugar preferido na cidade,” [Nome] disse, apoiando-se na mureta da ponte. “Quando as coisas ficam complicadas, eu venho aqui. Me lembra que sempre existe algo além dos problemas que estamos enfrentando.”
Kim Dan observou a cena diante dele. A luz fraca do fim do dia refletia na água, criando um brilho dourado. Por um momento, ele sentiu como se pudesse respirar novamente, como se o peso que sempre carregava tivesse se tornado um pouco mais leve.
“Por que me trouxe aqui?” Ele perguntou, sua voz quase um sussurro.
[Nome] o olhou, seu semblante sério agora. “Porque você precisa de um lugar assim também. E porque eu queria te mostrar que, mesmo quando tudo parece escuro, sempre há algo bonito esperando por você.”
Dan desviou o olhar, sentindo os olhos marejarem. Ele não sabia como responder, mas sabia que, pela primeira vez em muito tempo, sentia uma fagulha de esperança.
#fanfic#leitor masculino#male reader#imagine#dom reader#alpha reader#tokyo rev x reader#boku no hero academia#omega reader#lactophilia#jinx#jinx arcane#jinx manhwa#kim dan
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bom dia livzinha!!! nesse começo de semana, confesso que tudo que eu queria era estar chamando o matías de neném (porque na minha cabeça é isso que ele é) enquanto faço um carinho no cabelo dele. desde ontem tô fantasiando esse ‘cenário’. imagina estar em uma chácara/casa de praia com o bonde (elenco) todo e depois de passar quase o dia todo de molho na piscina ficar de preguicinha com ele. só conseguia pensar nele morrendo de sono deitando em cima de mim na espreguiçadeira 💭💭💭
como pode essa ser a coisa que eu mais quero no mundo nesse momento… inclusive, li essa ask no meio da aula e devo dizer que você foi DESUMANA, anon. quanta covardia!!
seria a primeira vez que vocês alugaram a casa de praia em grupo, e mesmo com os conflitos iniciais — porque, aparentemente, todos são muito frescos pra lavar a louça do almoço —, vocês tão vivendo os dias mais tranquilos e divertidos da vida de vocês.
além de vocês dividirem um quarto, todo dia você e o matí acordam cedo pra sentar na rede da varanda. olhando pro nascer do sol, ele fica deitado de um lado da rede, tomando mate, enquanto você tá deitada do outro lado, descendo uma xícara gigante de café. as suas pernas descansam em cima do colo do seu namorado, com uma das mãos dele massageando os seus pés e te relaxando ainda mais. deitadinhos ali, vocês conseguem aproveitar o barulho distante do mar, folgados na leseira do momento. vocês dois sabem que não tem motivo pra despertar tão cedo, mas passar o comecinho da manhã na companhia um do outro parece ser mais do que suficiente. é um dos raros momentos em que vocês podem ficar sozinhos durante a viagem, se entregando pra preguiça de toda manhã. mas assim que vocês dois terminam as bebidas, cada um desmaia pra um lado da rede – até você, que tá cafeinada –, muito relaxados pra deixar de curtir um soninho, fresquinho pela brisa da praia. vocês só acordam quando o resto do grupo começa a bagunçar a cozinha.
e o pós-praia sempre é o melhor. depois de se cansarem correndo igual a duas crianças na areia e passarem horas dentro do mar, vocês voltam pra casa derrotados. tanto que, enquanto os outros curtem o after nadando na piscina, você decide se estirar na espreguiçadeira. o corpo mole e quentinho de tanto pegar sol te enche de preguiça, mesmo que muito satisfeita pelas atividades do dia. o sol se pondo no horizonte e o mormaço lento te entorpece, fazendo com que você se estique como um gato em cima da cadeira, os pés até caindo pra fora. quietinha, você fecha os olhos, pronta pra se entregar a mais um cochilo; os ouvidos mutando a gritaria e confusão da piscina.
"espaço pra mais um?" a voz de matías se sobressai, mesmo que venha como um murmúrio. ele nem espera que você chegue pro lado, dando o espaço necessário pra que ele se junte a você no seu descanso. o corpo dele cai como uma luva em cima do teu, quentinho como um cobertor. é reconfortante sentir o peso dele em cima de você, e quase em uníssono, os dois deixam um suspiro satisfeito escapar. você sorri quando ele começa a distribuir beijinhos preguiçosos entre o seu pescoço e ombro, o nariz trilhando um caminho de cheiros pela extensão. os braços fazem morada em volta do corpo do argentino, dengosa, tendo a consciência que, se pudesse, viveria nesse momento pra sempre.
#nada melhor do que não fazer nadaaa#⋆ ࣪. amethvysts ۫ ⁎#⭒ ݁ . you've got mail!#◟♡ ˒ anon#matías recalt x reader#matías recalt#lsdln#lsdln x reader
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ㅤ ㅤ━╋ POINT OF VIEW : despertar dos poderes.
feeling so faithless , lost under the surface .
⚠ TRIGGER WARNINGS: ideações suicidas, ansiedade, afogamento.
⚲ Após o retorno dos caídos, Acampamento Meio-Sangue.
Era uma piada cruel do Universo que o tivessem deixado para trás. Desde a partida da equipe de resgate enviada ao submundo, sua vida parecia desandar, e não havia uma manhã sequer em que não acordasse com a sensação de algo pesado sobre seu peito, a garganta apertada, a respiração arrancada de seus lábios entreabertos como se um grito tivesse sido interrompido. A criatividade de seus pesadelos não tinha fim, fruto de uma mente particularmente talentosa na autopunição, e por vezes se flagrava sentindo falta da insônia. Todas as noites procurava pela cafeína como antídoto ao tormento, mas Morfeu não demonstrava piedade por quem nada tinha a ofertar. Por mais familiar que fosse, a companhia da ansiedade cotidiana o atormentava de maneiras que não se sentia preparado para contornar. Estava acostumado a temer pela própria vida, acostumado às ameaças tradicionais impostas a cada semideus a quem considerava amigo ou família, mas o domínio de Hades tinha sido território novo, e seu repertório de inteligência emocional não tinha as ferramentas necessárias para o manter funcional em meio ao turbilhão de emoções que tentava e falhava ao processar. Mesmo com o retorno dos caídos, seu corpo parecia preso em modo de sobrevivência, e a presença dos rostos familiares de Katrina e de Melis pouco havia feito para o arrancar do estupor que o fazia reagir mais do que o fazia pensar. O alívio de as receber com abraços havia se esvaído tão rápido quanto chegara, deixando em seu lugar apenas o medo do que viria a seguir.
As meditações matinais traziam poucos resultados, e não importava quantas vezes contasse até cinco ao inalar e exalar: não havia oxigênio suficiente no mundo para acalmar a sensação de que algo parecia prestes a dar errado, e não havia nada que Santiago pudesse fazer para ajudar. A exaustão tornava seus ombros pesados, o sono perturbado não oferecendo descanso algum, e tampouco tinha apetite para fazer mais do que mordiscar uma fruta ou bebericar um ou outro gole d'água. Viver parecia a tarefa mais exaustiva que já havia enfrentado, e por vezes quase considerava simplesmente parar.
Os nomes de cada uma das pessoas a quem queria bem há muito já haviam virado o mantra que repetia como uma âncora. Com Kat e Mel de volta, precisava se manter são por elas e por tantos outros, e se recusava a se tornar o peso que os faria afundar. Fingia todos os dias, não pelo próprio bem, mas pelo benefício de quem o cercava. Sorria como se as deixas fossem indicadas por um script, fazia piadas e arrancava risadas, e olhos menos atentos sequer notariam que era não mais que uma sombra da pulsão de vida que dele costumava transbordar. Parecia bem o suficiente para enganar e aquilo lhe bastava, pois assim não tinha mais um motivo para se culpar. Não queria que ninguém se preocupasse, e temia que pedir por ajuda fosse só o que lhe faltava para o fazer desmoronar.
Naquele raiar do dia, havia acordado como se na intenção de assistir o nascer do sol. Com a ausência de Apolo, sequer tinha a presença reconfortante da estrela tingindo o azul-marinho de laranja para o motivar. Não sabia se era segunda ou terça-feira, ou qual o número que encontraria se olhasse um calendário. A realidade parecia estar se dissolvendo pelas beiradas, tornando difícil acompanhar o passar do tempo, como se estivesse suspenso em um estado de perpétua espera pelo inevitável fim. As mãos tremiam sempre que tentava empunhar uma espada, a brisa suave que tocava a pele de cada campista se tornava vendaval em sua presença, e mesmo a tentativa de oferenda no nome do pai e do tio pouco fez para o apaziguar.
Só havia uma estratégia que ainda não havia testado e, mesmo com o outono engolindo as temperaturas amenas do mês anterior, decidiu que naquela manhã iria nadar. Na mochila trazia uma toalha e uma muda de roupa seca, e a lançou sobre o ombro antes de dar as costas ao Chalé 36, o caminho até o lago ainda deserto graças ao adiantar da hora. Para quem o conhecia bem, o descuido com o próprio bem-estar ficava evidente em detalhes simples, como a falta de agasalho frente ao sopro dos ventos do Norte. Mesmo com a previsão do tempo marcando 10ºC, Santiago sequer parecia perceber que fazia frio.
Tampouco notava que a cada passo seu, a grama sob seus pés parecia crepitar, as gotas de orvalho do sereno transformadas em gelo sob seus pés descalços. Cada respiração sua se transformava em vapor, mas estava absorto demais em sua própria agonia para o notar. Por sorte ou azar, não havia um par de olhos sequer a observá-lo, uma viva alma que o pudesse oferecer um alerta. Imerso no furacão de suas próprias emoções, cada sinal lhe passou despercebido.
Invés de deixar os pertences sobre a grama e entrar na água passo a passo, os trouxe consigo até o píer, de onde planejava pular. A mochila foi deixada sobre as tábuas de madeira surradas, o vento o vindo cumprimentar e fazendo seus cabelos ricochetearem contra o rosto conforme parava diante do espelho d'água. Se tivesse esperado um ou dois segundos, teria notado que não era só o ar que tinha despertado com sua presença. Um mísero olhar mais atento teria sido suficiente para o fazer parar.
Não o fez. Invés disso, saltou de cabeça antes que pudesse mudar de ideia.
O lago o envolveu em seu abraço como um velho amigo, oferecendo um acalento que em nada correspondia às águas geladas que esperava encontrar. Confortado pelo silêncio absoluto, se permitiu afundar até que os pés haviam tocado o solo arenoso, e então o usou para se impulsionar. Ao seu redor, o inverno parecia tomar forma, ignorando a soberania da estação presente como se convocado por uma força divina–a sua força divina, fruto da herança que corria em suas veias. Quando por fim notou que fazia frio, percebeu que este vinha de dentro para fora, e que era a sua causa.
Ao tentar nadar de volta à superfície, descobriu que o espelho d'água até então imperturbado havia se transformado em seu rastro, o aprisionando sob uma camada de gelo grossa o suficiente para se tornar opaca. Já não podia ver o céu, e não importava em qual direção nadasse, não havia uma brecha sequer que o permitisse emergir. Quanto mais o pânico o atingia, mais espesso o gelo parecia se tornar. Não sabia como o desfazer e, atingido pela realidade de que estava prestes a morrer afogado, o golpeou com ambos os punhos. Desarmado como estava, eram ínfimas as chances de o quebrar. A barreira gelada parecia se enrijecer mais a cada segundo, sua mera presença e falta de controle sendo suficiente para a reforçar.
Quando tinha quinze anos, sonhava com aquele dia, e havia certa ironia em perceber que o custo do poder que tanto havia desejado seria sua vida. Como se sua despedida daquele mundo fosse motivo para comemoração, a realização foi suficiente para o fazer gargalhar–a primeira risada genuína dada em dias, silenciada pela água e expressada como bolhas de oxigênio.
Seus pulmões pareciam prestes a se romper, e tampouco lhe passava despercebido que o semideus conhecido por controlar o ar morreria quando este o faltasse. Quando deixou escapar seu último resfôlego, sentiu a vibração de passos apressados correndo sobre o gelo que havia conjurado para se encarcerar.
Pouco podia ver através das pálpebras cada vez mais pesadas pesadas, mas sentiu como se a água despertasse frente à nova companhia, e escutou um e outro golpe contra o gelo até que este cedeu sob a fúria. Um par de mãos apareceu em meio à abertura para o agarrar, tateando às cegas até que todo o torso de seu salva-vidas estivesse submergido, e Santiago reconheceu com gratidão o rosto familiar. Joe o agarrou pelos braços, o puxando consigo para fora do lago, quase o arremessando sobre a superfície congelada tamanha a força necessária para o resgatar. O tridente que era assinatura do filho de Poseidon estava caído ao seu lado, e no meio segundo entre a consciência e o sonho, cada gota de água que havia engolido pareceu ser chamada à sua garganta, o fazendo vomitar.
Com o seu corpo ainda atirado sobre o de Joseph, não sabia se ele estava prestes a oferecer um abraço ou um sermão, e perdeu a consciência antes de ter a oportunidade de descobrir.
↳ para @silencehq. personagens citados: @d4rkwater.
#༄ . ° a safe spot wıthın every tornado. › povs | santıago aguıllar.#o pique desse pov eh aqueles vídeos de naruto no youtube c música do linkin park#saiu tão absurdamente gigante que eu tô até envergonhada#num marquei a melis e a kat pq as duas já devem estar saturadas de tanta mention minha#surra de pov na dash agr chega
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U N D E R W O R L D・ D A Y 2
No tenebroso labirinto do Submundo, onde o tempo se arrastava em uma eternidade desprovida de luz, um frio premonitório subitamente percorreu a espinha de Aurora, enviando arrepios por todo seu corpo. A sensação súbita foi o primeiro indício de que algo se aproximava. Sem hesitar, sua mão instintivamente alcançou a adaga presa à cintura, a arma que, desde seu doloroso pouso, permanecia firme em sua forma e não havia retornado ao estado de pingente. Estando em um território tão desconhecido quanto ameaçador, sabia que baixar a guarda, mesmo por um instante, seria arriscar-se demais. Seus olhos, atentos e vigilantes, varreram o ambiente em busca de qualquer sinal de movimento. Avistou apenas o grupo de campistas a alguns metros de distância, mantendo-os sempre dentro de seu campo de visão.
Não muito tempo depois, suas narinas foram invadidas por um cheiro pungente, semelhante ao enxofre, que trouxe uma expressão de confusão ao seu rosto por sua estranha familiaridade. Havia se acostumado ao odor incômodo depois de perceber que encontrara uma companhia silenciosa e compreensiva enquanto vagava pelo território da floresta em busca de contemplação e fuga. Já fazia tanto tempo desde a última vez que o encontrara. Na verdade, desde o momento em que todo o acampamento se uniu para caçar o cão infernal que fora responsabilizado pela morte de um semideus. Embora fosse inevitável sentir certa apreensão, Aurora sempre teve uma convicção profunda de que aquela culpa não pertencia à criatura que a visitava sempre que ela precisava, quase como se houvesse uma ligação inexplicável que os conectasse no silêncio. Os olhos da criatura podiam arder como brasas, mas nunca pareciam ameaçadores para ela. Apesar de sua aparência aterradora, sempre foi mais um aliado do que uma ameaça, um guardião silencioso que ela muitas vezes acariciava e alimentava em segredo. Talvez ele já tivesse percebido, antes mesmo que ela própria se desse conta, que havia encontrado uma nova companhia para preencher seus momentos de solidão, por fim decidindo manter-se afastado.
De repente, no meio daquele vazio interminável, um som rasgou a taciturnidade: um rosnado gutural que fez Aurora colocar-se de pé com um salto, tomada por uma mistura de exaltação e alerta. Seus olhos se arregalaram enquanto tentava identificar a origem do som, até que uma sombra se destacou entre as rochas, movendo-se com a agilidade de uma criatura habituada à escuridão. As batidas do seu coração se aceleraram, não por medo, mas por uma esperança crescente. Da penumbra, então, emergiu um imponente cão infernal, com olhos vermelhos que brilhavam intensamente na escuridão. Aquele não era um monstro qualquer, e ela o reconheceu de imediato. Era o mesmo cão infernal que, nas horas de tranquilidade no acampamento, costumava patrulhar as bordas do campo ao seu lado. Aquele a quem havia carinhosamente apelidado de Blizzard.
Parando diante dela, o animal cravou o olhar intenso no seu, possibilitando um instante de conexão em meio ao caos que enfrentava. Não sabia se era o motivo da visita, mas sentia a esperança de retornar ao acampamento crescer dentro de si, iluminando seu semblante com um sorriso contido. Como era bom reencontrar o velho amigo! Sua presença, apesar de imponente, era estranhamente reconfortante. Foi então que Aurora percebeu algo preso nas mandíbulas do animal. Apertando os olhos para enxergar melhor, identificou uma mochila velha e surrada, mas ainda intacta. Com movimentos majestosos, o cão depositou a mochila aos seus pés, mantendo os olhos brilhantes fixos em sua figura, como se soubesse exatamente o que estava fazendo e firmando uma promessa de lealdade. Aquilo era tão inacreditável que um riso baixo, de pura admiração, escapou de seus lábios. Tremendo de alívio e surpresa, ela se ajoelhou para recolher a oferenda com imenso cuidado, como se estivesse recebendo um presente precioso. E era.
Sem perder tempo após cumprir sua missão, o cão infernal trotou de volta para o lugar de onde havia surgido, lançando apenas um último olhar rápido em sua direção antes de ser engolido novamente pelas sombras, desaparecendo de sua visão como uma névoa que se dissipa no ar. O coração de Aurora ainda batia acelerado com a emoção de revê-lo, mas ela sabia que não havia tempo a perder. Com a ansiedade crescendo, apressou-se em abrir o zíper da mochila, usando o queixo e a mão saudável para realizar o movimento preciso. Ao abrir, encontrou alguns mantimentos industrializados. Um sorriso impressionado curvou seus lábios enquanto balançava a cabeça em descrença. Era óbvio que o cão a havia encontrado com ajuda! Dirigindo o olhar para o ponto onde o avistara pela última vez, sussurrou com a esperança de que pudesse ouvi-la. ── Obrigada. ── A palavra simples carregava uma genuína e profunda gratidão. Embora ainda fosse um mistério a identidade de quem enviara a criatura até ela, sabendo que o cão não agiria daquela forma por instinto próprio, depositava sua confiança nele. Com isso em mente, voltou-se para os demais campistas, erguendo os mantimentos no ar com um discreto sorriso ainda nos lábios. ── Parece que agora temos o que comer. ── Anunciou, esperando que aquele pequeno gesto fosse suficiente para levantar um pouco os ânimos exauridos de todos, que ansiavam pela liberdade daquele lugar sombrio.
#❄ ─ pinned under. ﹙ development ﹚#plot: submundo#muito bom poder desenvolver o blizzard! obrigada central pelo mimo <3
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Saudade Acompanhada
O som da torneira gotejando ecoa pelo banheiro, uma batida ritmada que enche o silêncio com a precisão de um metrônomo, enquanto me olho no espelho com o rosto ainda molhado. Não é apenas a água que cobre minha pele, mas também as lágrimas que se misturaram com ela. Lágrimas que não pude evitar, mas que agora, diante do reflexo, preciso esconder novamente. Não quero que ninguém saiba, não posso permitir que percebam a saudade que me acompanha, que me dilacera por dentro.
A saudade é uma presença constante, uma sombra que me segue aonde quer que eu vá. Já tentei me livrar dela, afastá-la, mas, de alguma forma, ela sempre encontra um caminho de volta. Dizem que a saudade é a certeza de que algo foi real, mas, às vezes, me pergunto se essa realidade vale o peso que ela carrega.
Fecho os olhos por um momento, tentando recompor-me, tentando encontrar alguma força para enfrentar mais um dia sem que ninguém perceba a batalha interna que travo. É curioso como podemos parecer inteiros por fora enquanto estamos despedaçados por dentro. A força que finjo ter é, na verdade, uma máscara cuidadosamente construída para ocultar a vulnerabilidade que não posso permitir que vejam.
Olho novamente para o espelho, e o reflexo me encara com um olhar que parece revelar mais do que eu gostaria. Me vejo, mas também vejo as lembranças que me assombram, aquelas que não me deixam dormir à noite. O riso, o toque, as palavras que foram ditas em momentos que agora pertencem apenas ao passado. É essa dor que torna a saudade insuportável, que a transforma em uma presença tão real quanto o ar que respiro.
Há uma ironia cruel na saudade acompanhada. Enquanto ela me dilacera, ela também me faz companhia, uma presença dolorosa, mas estranhamente reconfortante. É como se, ao sentir essa dor, eu ainda estivesse de alguma forma conectado ao que perdi. E é essa conexão que me impede de deixá-la ir. A saudade se torna uma ponte entre o que era e o que é, um lembrete constante do que um dia foi felicidade.
Penso em todas as vezes que tive que sorrir enquanto meu coração gritava em silêncio. A habilidade de esconder o que realmente sinto tornou-se uma segunda natureza, um mecanismo de defesa que me mantém funcionando. Afinal, a vida continua, mesmo quando parece que tudo parou. As pessoas ao meu redor têm suas próprias preocupações, suas próprias dores e eu não quero ser um peso a mais para elas. A força que demonstro é para eles, mas também para mim, na tentativa de me convencer de que ainda posso seguir em frente.
[h.m]
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Eu Não Sei o Que Fazer Com as Minhas Mãos Quando Você Se Aproxima
Velhas lenhas não queimam mais Jogue por cima a terra feita de minha carne Espero que a fome de meus antecedentes Sirva brevidades a este infortúnio
O querer precarizou o verbo Mesmo ao ser verbalizado O azar vaga pela pele Situando novas pragas
Os barris de pólvora lambem a manhã A lava seca a miséria atribulada ao indivíduo Posterga tragédias, esvazia autos com mãos Me estimula um réquiem entre o êxtase
Teu beijo antiquário me leva A uma viela de vendas impróprias Para penhorar deuses e narcóticos Hei de mistura-los ao gosto azedo
Tais companhias vestem cinzas Hipnotizados por seus egos Fazem da carne uma pátria Fazem do prazer uma trincheira
É tão inesperado assim o roteiro? Creio que há um tempo para limar Cores ofuscadas por nuvens nubladas A tapeçaria poderá saltar cotações
Declina o fogo, que possa cair com um brio redentor Recontáveis vezes que vereditos de mãos trêmulas Fizeram reconhecer almas atraídas pelo fascínio Pertencer aos braços reconfortantes de um amor
Todos estes ramos colecionáveis Há quem os veja coroa de espinhos Há os que posam desinibidos Para um fim abafado de pretextos
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Creio que cheguei em uma de minhas últimas tentativas, uma das tentativas mais triste e dolorosa até agora. A tentativa em voltar a ser eu mesmo, um eu que não aparecia há muito tempo, um eu que eu sequer gostava, mas que sempre me manteve seguro, apesar de tudo. Voltar a ser algo que fui obrigado a ser em outro momento só me faz pensar se eu realmente deixei de ser algum dia, se de fato avancei em algo em todo esse tempo ou tudo foi apenas ilusão. A sensação de que estou regredindo em vez de progredir é maçante. Só não tanto quanto a de que talvez eu nunca tenha tido de fato um progresso. Me olhei no espelho ontem e o olhar cinzento e sem vida me trouxe lembranças que imaginava já ter enterrado. A sensação de encostar na parede fria e abraçar a si não é reconfortante, até porque meus abraços a mim mesmo nunca foram. Engolir em seco a sensação de solidão forçada me amargou a boca durante toda a noite. Bom... é impossível morrer por algo que eu sequer posso oferecer companhia. A que tipo de dependência me deixei chegar? Não sei. Tento me agarrar ao que Tati já disse uma vez, de que pra andar pra frente eu tenha que antes andar pra trás, quem sabe deixei algo lá? Bom, se sim... Espero encontrar.
- Allan M.
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Eu conheci um garoto!
Conheci um jovem nobre rapaz, pai. Um verdadeiro cavalheiro, cuja justiça e elegância são notáveis. Ele é alto, com uma voz que se assemelha a um locutor, e nossas conversas são cativantes. Coincidentemente, é irmão daquela amiga em que gostava, lembra? Ele é imensamente sábio e com grande formosura.
Inicialmente, senti uma timidez ao seu lado, mas aos poucos, ao nos aproximarmos, essa barreira se desfez. Entretanto, confesso que estou me aproximando demais, e uma inquietação cresce em mim. Será que estou, gradualmente, me apaixonando? Estou me perdendo naqueles olhos castanhos. É justo questionar, pois não desejo repetir a dor do passado, recorda como fiquei? E agora, sem tua segurança, o medo de me entregar a um relacionamento se instala, medo de me machucar.
Meu temor impulsiona uma busca por respostas rápidas, sem a necessidade de formular as perguntas. Anseio que ele confidencie seus sentimentos, mas e eu?
Tento resistir, juro, contudo, a resistência parece frágil. Estou me encantando aos poucos, temendo a ausência de reciprocidade. Em alguns dias, ele parece corresponder, enquanto em outros, paira a dúvida.
Compartilhamos inúmeras afinidades, passando horas discutindo sobre hobbies, viagens, exercícios, música e filmes. Meses se passaram, e sinto-me verdadeiramente próxima dele, considerando-o profundamente. O que esperar? Será que esses sentimentos são mútuos?
Desfruto de sua companhia, aprecio seu jeito fofo e carinhoso, reminiscente do carinho que sempre recebi de ti. Seu sorriso e risadas encantam, e atração se mistura com a segurança que ele proporciona. Seus abraços são reconfortantes, e pensar no nosso primeiro beijo torna-se um capítulo de magia e beleza. Pai, será ele?
22.08.2022
Beatriz Luz
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nossa pensei aqui agora em uma coisa e automaticamente entrei em depressao 💭💭 imagina a leitora faz parte do cast e durante as gravações termina um relacionamento, um dia ela tá na área de lazer do hotel bem xoxinha capenga triste sentada ouvindo uma música brasileira tristinha no fone só olhando pro céu refletindo, quando um deles chega e pergunta se ela tá bem, ela responde que terminou e tá meio melancólica por isso, e apesar dele internamente ficar feliz pq tava a fim dela e agora ela tá solteira, pergunta se ela quer conversar, ela responde que não mas que gostaria de uma companhia. aí ele se senta ao lado dela e ficam ouvindo música juntos, uma coisa bem reconfortante mesmo sabe?
pensei mt no kuku e enzo pra esse cenário e, apesar dele ser um boca de sacola, pensei no matias. acho que ele por ter um ponto fraco por ela tentaria dar o suporte que ela precisa no momento
as girls de vez em quando são românticas também!
kuku e enzo COM CERTEZA ficariam ouvindo música contigo, te abraçando pelo ombro e só existindo ali pelo tempo que você precisar (vejo o fernando aqui também)
o matías eu já imagino mais contido, não vai usar do toque, nem das palavras, mas só a presença dele já te diz o suficiente, vocês perdem a noção do tempo juntos
outro que faria isso é o fran, ele te coloca com a cabeça deitadinha no ombro dele e te faz cafuné
#as girls amam amar de vez em quando#papo de divas 𐙚#esteban kukuriczka#enzo vogrincic#fernando contigiani#matias recalt#fran romero#lsdln cast#lsdln headcanon
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Eu realmente não sei em qual momento decidi ficar sozinha. E nem em que momento preferi me isolar.
E não é como se, as vezss e somente as vezes, não sentisse falta de todas aquelas coisas bobas e clichês, como uma mensagem de bom dia ou boa noite, associar uma música a alguém, sorrir ao lembrar de alguém ou ao sentir o celular vibrar.
Entretanto, é tão reconfortante estar só.
Uma vez eu cai e também levantei. Droga, na verdade, foram muitas vezes, tantas que se tornaram incontáveis e toda vez que eu tenho que levantar, sinto como se uma parte de mim morresse. E toda vez que uma parte minha morre, eu sinto que não sobra mais nada para partilhar com alguém.
E eu não desejo mais um romance ou um amor, tudo o que desejo é sempre ter um maço de cigarros no bolso e contemplar o dia, o sol e as nuvens, e também a noite, a lua e as estrelas na minha própria companhia.
Pois, eu me conheço melhor do que qualquer pessoa e no fim das contas, sou a minha única e verdadeira fonte de contentamento, mesmo que momentâneo.
#espalhepoesias#espalhandopoesias#lar de poetas#lardepoesias#minhaautoria#mentesexpostas#meustextos#escrevemos#lardepoetas#solitude#solidao#desilusão
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𝐑𝐄𝐋𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍𝐒𝐇𝐈𝐏 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐎𝐋
um pequeno registro de relações que o aleksei tem, para facilitar a administração do quantitativo de plots e também porque é super legal de escrever.
atualizado em: 15 de julho de 2024.
𝐀𝐌𝐈𝐙𝐀𝐃𝐄𝐒
@tachlys foi uma das primeiras pessoas de quem aleksei se aproximou no acampamento. junto com aidan, formam um trio inseparável desde os quinze ou dezesseis anos. achyls ainda chegou primeiro que aidan, e foi uma das poucas pessoas que acabou por de fato conhecer a história de vida do ivashkov. atualmente andam um tanto quanto estranhados, parece que o russo não está gostando nada de ser lentamente trocado por certas pessoas de cabelo claro.
@aidankeef como se no trio cada um parecesse assumir uma função, aidan parece saber um pouco mais do emocional de aleksei. aquilo que ele não conta exatamente para achyls, porque sabe que a conversa não irá se expandir muito. o filho de ares não julga, e melhor ainda, aproveita para consumir com ele a maior quantidade de alucinógenos possíveis. e brigar de murro de vez em quando, um detalhe essencial para esse masoquista.]
@deathpoiscn são almas similares, acabaram se dando bem sem perceber. parece que um ou dois copos de bebida teve algo envolvido, mas a verdade é que se ajudam sempre que precisam. e, claro, estão prontos para se envolverem em confusão juntos quando calhar.
@magicwithaxes logo que natalia chegou ao acampamento, mesmo que contra a vontade de aleksei, ela foi rapidamente ocupando seu espaço no coração do moreno. o fato de compartilharem origens fez com que fosse sempre reconfortante correr para ela para discutir algo em russo, ou simplesmente cuspir os xingamentos mais sujos do peito para aliviar alguma raiva profunda. agora vêm sendo inevitável de não se referir a ela como esposa, logo que constataram que seus pais provavelmente tentariam forçar uma união entre os dois jovens caso ainda estivessem na rússia (e seu pai estivesse vivo). o ivashkov faria de tudo para protegê-la.
𝐈𝐍𝐈𝐌𝐈𝐙𝐀𝐃𝐄𝐒
@izzynichs notável que izzy e aleksei sempre tiveram um certo grau de estranhamento. não seria exatamente uma inimizade, afinal, em que inimizade as pessoas ainda insistem em conversar? parece que o russo sempre se enche de uma vontade súbita de perturbar a caçadora, e normalmente atende o desejo.
𝐀𝐋𝐆𝐔𝐌𝐀 𝐎𝐔𝐓𝐑𝐀 𝐂𝐎𝐈𝐒𝐀
@eroscandy parece que esses dois estavam de fato inclinados a se encontrarem. porque foram duas ou três vezes se encontrando acidentalmente pelos bosques até a fatídica noite em que se envolveram. dali em diante pareceu até um certo grau de vício, os dois parecem se procurar constantemente.
@zeusraynar raynar foi uma das testemunhas de uma época que aleksei não se orgulha muito, quando ainda estava sob a asa do pai. anos o evitando em vão, para então o encontro inevitável dos dois. cartas sobre a mesa, e parece que de inimigos foram direto para uma área-cinza difícil de categorizar.
@dmontanna foi um pequeno caso de algum tempo atrás, que foi completamente o oposto de como aleksei pensava que se sairia. acontece que o rapaz foi um completo idiota, porque nunca mais tentou contato ou respondeu as mensagens dele. e mesmo com os eventos, bem, eles moram no mesmo lugar.
@zmarylou ele e mary começaram, na verdade, com ele ligando errado para ela em um momento em que estava bêbado. as outras vezes não foram tão acidentais, e parece que ele começou a gostar um tanto quanto de mais de sua companhia enquanto alterado. nos últimos acontecimentos, entretanto, no lugar dela cuidar dele, ele esteve lá para auxiliar com seus machucados, da melhor forma que podia.
#ai ficou faltando alguns mas ja deu#que trabalho socorro#relationships.#não sei se isso vai durar KKKKKKKKKKKKKKKKKK
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★ . na fogueira com @drizclla dizendo ❛ you sound like you’re having fun already . ❜
"E estou! Quando anunciaram a festa eu não imaginei que pudessem ser quatro! E que fossem ser tão divertidas." Àquele ponto da noite Christine tinha virado mestra em reconhecer portas. Tinha aproveitado de tudo um pouco, e agora descansava mais uma vez perto do calor reconfortante da fogueira junto da companhia que tanto lhe agradava. "Seria ainda melhor se pudessemos lembrar de tudo no fim da noite." Girou o palito com o marshmallow distraidamente entre seus dedos. Ainda estava inconformada com a situação, mas assim como os outros, tinha sido obrigada a aceitar. Porém, como o fogo crepitava a sua frente, os sentimentos de revolta e confusão ainda queimavam em seu peito. "Mas acredito que mesmo esquecendo de tudo meu coração ainda lembrará de como foi ser perseguida por um urso. Ou conversar com duas estrelas do mar, que muito tentaram me explicar o conceito de não-monogamia. Achei muito intrigante, mas interessante."
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aposentos de siobhan com @fromodins
os artelhos se moviam pelo pano macio ao passo que os cachos grossos caíam sobre os ombros ao ajeitar a peça em seu corpo. um bico se formava no núcleo dos lábios ao analisar o corpo em frente ao espelho. siobhan não se categorizava como alguém alheia aos próprios atributos, o rosto e o corpo ornavam para a formação de uma figura até então atrativa; era uma constatação prática, sem o brilho expeço de uma vaidade excessiva. deixou escapar um suspiro ao deslizar os dedos sobre a gola da vestimenta, a textura do tecido refrescante contra a pele quente do pescoço ao passo que alcançava o olhar de freyja pelo espelho. — não sei se gosto disso. o que você acha? — ela inclinou o rosto, buscando outro ângulo, como se a mudança de perspectiva pudesse suavizar aquela sensação de desalinho. era a primeira vez em tempos que se prestava àquela tarefa, até então, as roupas que já não queria simplesmente desapareciam de suas vistas como a poeira varrida de um cômodo limpo. nem mesmo sabia nomear a razão por qual pensou em fazer isso por si só, fosse por benevolência ou por tédio, era frívolo e consequentemente inútil de dizer. a verdade é que ela preferia estar em outro lugar (vagando pelos corredores do castelo, em exemplo), mas a neve gelada certamente transformaria o passeio em uma tortura: o nariz ainda trazia o tom avermelhado que denunciava o tempo maior que havia insistido em ficar do lado de fora, antes de praguejar pelo clima em voz baixa. por sorte tinha freyja junto dela, a companhia da mulher era como um calor reconfortante, tanto que fizera uma nota mental de não incluir nenhum aspecto acadêmico naquele encontro. — você já conviveu muito com a neve? confesso que prefiro as estações mais quentes. é tudo tão escuro e mórbido no inverno — aeragon não era tola ao ponto de pensar que tal clima era insólito dado ao enfraquecimento dos khajols, e embora o altar em seu quarto não estivesse abandonado, sentia algo ruim ao olhá-lo por muito tempo, mas não seria ela a dar voz ao que poderia assombrar a própria mente.
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Já tô em cima de despedida. É bom conseguir dar tchau pras coisas, mesmo aquelas que vc não quer dar tchau.
É bom viver assim, não é perfeito, mas é bom. Ter meu espaço, meu momento, minhas viagens sozinha. Eu gosto da minha companhia. Eu tenho medo de perder isso me mudando pra lá. De verdade. Como ser individual se vc tá no mesmo quarto todas as noites?
Não tô falando que dormir junto é ruim, é que tem noites que eu gosto de dormir sozinha (ou com as gatas, principalmente a Felicia). Tem problema? Espero muito que não seja um problema pra vc e que vc consiga entender, pq eu entendo se vc quiser dormir sozinho (ou só com a nim) tandem..
Eu vou sentir falta das minhas noites chapada, de entrar no quarto da manu pra alugar ela... Não vou sentir falta de ver o filtro vazio todos os momentos, isso definitivamente não vou sentir falta. Mas brincar com a taiga na sala, chamar a Felicia pra deitar comigo de tarde, tanta coisa que é único daqui, dessa realidade, vai dar saudade. Uai, até o vizinho da eletrônica me faz uma falta esquisita, pq era nosso vizinho maconheiro das músicas duvidosas.
A gente nunca tá preparado pra mudança, mesmo quando sabemos que ela tá vindo e vai acontecer. Eu me convenço todos os dias de que eu gosto de mudar de casa e coisa nova me anima. Mas nada como o conforto do conhecido, né?
Eu tô com medo. Muito medo. De dar errado e ter que seguir um caminho que eu não quero. Eu quero ser foda, ter um trabalho foda, conseguir sustentar meus pequenos mimos e vontades, conseguir comer um lanche num fim de semana e ter serviço no portfólio. Mas eu quero isso, principalmente, se for por causa das minhas decisões e da minha inteligência, quero que seja pela minha coragem e realmente pela minha determinação... Eu não quero voltar pra casa e ter que recomeçar todo o processo. Eu não quero trabalhar a distância dentro de uma casa que não me aquece - muito embora as relações estejam ideias no momento. Se eu tô com medo de perder minha identidade morando com uma pessoa que eu mais posso ser eu mesma, imagina se eu for pra uma casa que não é mais minha? (Isso não é um ataque a quem mora com os pais, LONGE DE MIM, é o meu ponto de vista da *minha* realidade e expectativa. Tem que explicar né, vai que não entendem que é um desabafo pessoal).
Eu já tô em tom de despedida. O ano acaba, naturalmente queremos descanso... E isso envolve deixar coisas pra trás. Eu amo todo fim de ano, da esperança de melhorar (é reconfortante pensar assim). Eu só quero que dê tudo certo e que esse término seja mais um dos que deixa o coração quentinho de lembrar.
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who: @ethcl
where: ruínas féericas.
prompt: solidão.
Embora não se considerasse enraizada a nenhum lugar em particular, pois apreciava a liberdade de vagar sem amarras, seguindo os impulsos que a levavam a novos destinos, Gweyr não podia ignorar a familiaridade reconfortante que o retorno a Eldrathor sempre lhe proporcionava. Depois de um voo longo na companhia de Ravonix, tanto para manter a criatura ativa quanto para fortalecer os laços profundos que compartilhavam, a changeling aproveitou a oportunidade para visitar o que restava de Wülfhere e reviver estes sentimentos. Durante sua visita ao local que evocava as mais diversas lembranças, as mais recentes delas marcadas pela desolação deixada pelo incêndio devastador que consumira grande parte das dependências, seus passos a conduziram até as Ruínas Féericas, onde o tempo parecia ter sido mais gentil. Curiosamente, agora aquelas antigas estruturas se encontravam mais preservadas do que o próprio castelo. E sob a sombra imponente de uma das estátuas, seus olhos captaram uma figura familiar, que logo foi abordada pela professora. ── Buscando o conforto na solidão, princesa? ── A voz rompeu o silêncio com mais suavidade do que o habitual, de modo a evitar sobressaltá-la. O apelido bem humorado não fazia referência direta ao título nobre, mas uma alusão à doçura inata que encontrava naquela figura.
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