penapedraecarvalho - Tumblr blog

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Disse o grande poeta que ninguém conhecia Aquele que amava diferente de todos os outros Porque os outros amavam diferente dele

Escondeu seu sentimento em um amigo íntimo do amor (amicitia) Nas sombras se omitiu e por tanto tempo lá ficou Esperava que nesse jogo de esconde-esconde alguém pudesse ser o "salve todos" mas só você podia se salvar, meu garoto.

Pedro de Carvalho

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Eu me olhei no espelho E tudo ao redor do meu rosto dissolveu Como se eu fosse tão real que nada além de mim poderia ser

Como se fossem duas camadas diferentes e a do fundo do nada tava com gaussian blur

E então elas inverteram

O azulejo da parede ficou tão nítido quanto a certeza que eu tenho da morte e eu me tornei tão desfocado que incapaz de me ver parei de olhar pra mim como sempre faço E mais uma vez deixei de existir

Pedro de Carvalho

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Tá ficando difícil, sabe. A cada dia que passa, eu sinto que tá ficando pior. E parece que eu não sei o que fazer pra reverter essa situação e o único que pode fazer alguma coisa, sou eu. Hoje eu simplesmente não saí de casa. Eu acordei cedo, eu tomei banho e até pus a calça pra ir pra aula, mas na hora de colocar a mão na chave e abrir a porta eu simplesmente não consegui. Eu tive medo de um monte de coisas e ao mesmo tempo não sabia do que eu tinha medo. Eu decidi que ia pegar o ônibus das nove, mas chegou as nove e eu menti pra mim mesmo outra vez. Aí a culpa começou a me consumir, olha o dinheiro que eu to fazendo a minha mãe perder e nem pra aula eu ir. Mas você só teve uma aula, depois ia ser palestra. Mas eu tinha que ter ido, eu não tinha desculpa pra não ir. Pelo menos pra festa no bar no outro distrito eu vou, eu disse. Mas o ônibus das doze passou e eu ainda tava dentro de casa. Falei pra mim mesmo que o das uma e meia eu pegava, mas aí terminou de baixar um filme e eu fui ver, decidi não ir mais. Mandaram mensagem no grupo tavam indo pra outro lugar e era a chance de eu aparecer por lá, então eu saí de casa, mas foi só pra comprar uma coca no bar do Gilmar. Eu decidi ir jogar o lixo fora e o ônibus da seis passou, não adiantava eu correr pra tentar pegar, eu ainda tava de calça moletom e uma camisa velha. São seis e trinta e seis agora e tudo que eu queria era ter força pra ir na festinha dos calouros, mas se eu for agora vou ter que dormir na casa de alguém e já sou um puta fardo, não vou incomodar ninguém. Vou ficar aqui em casa mesmo, sozinho eu não to, a angústia em cada respiro que eu dou aperta mais peito e me enche de dor.

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A cada dia eu morro mais um pouco Meu corpo se fecha E apodrece antes de meu coração parar de bater Minha mente não funciona Antes de suas sinapses pararem de transmitir impulsos As lágrimas não caem mais O peito sente a dor mas não transborda O sangue circula mais lentamente As pálpebras desejam ficar baixas sempre Os membros doem por vontade de não se mexerem O ossos aos poucos viram vidro frágeis e a cada aperto se quebram O cabelo cai pois não se identifica à pele Embranquecem, envelhecem, pois a mente está velha também. E então morre. Sem morrer.

- Pedro de Carvalho

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Eu sou breve como a brisa que toca o seu rosto quando você para na janela pra ver o quanto o sol tá bonito.

- Pedro de Carvalho

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Sinceramente, o que eu to cansado é de não ter tempo pra outra coisa a não ser meu curso e mesmo assim ser medíocre nele. É não ter dinheiro pra nada, mas ainda ter dinheiro o suficiente pra não poder reclamar disso. Eu sou inteiro e completamente medíocre.

Isso era pra ser o texto de julho, onde eu ainda teria conseguido postar um texto por mês, mas com o fim do período eu não consegui. Eu provei meu ponto.

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Eu sou eterno como aquela água​ viva imortal. Turritopsis dohrnii. Eu sou eterno nos corações de quem eu amo. Eterno pelo tempo em que eles me amarem de volta. Mesmo indo embora eu ficarei por lá. E deles seguirei como resquícios em outros corações. Renasço em seus peitos e sigo jovem como o amor que tenho por eles. Morro apenas das feridas, dos cortes que me fiz, mas sempre serei eterno.

- Pedro de Carvalho

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O embate continua entre dois seres opostos dentro de uma mente exausta de ideias que nunca virão a ser Um desatina o rumo, o outro busca a razão um tenta convencê-lo de que não resta mais o que fazer O outro tenta consolá-lo com palavras tenras, mas foi-lhe dito "De doçura eu me enganei por completo Esse é meu último amanhecer És egoísta pois jogas comigo um jogo do qual nos vale a vida se me convences, você vive mas eu há muito já terei ido Se te induzo a vir comigo Mesmo não indo a lugar algum Terei ao menos te convencido que a nossa morte será comum Por que o fim só é importante Se o percurso foi divertido, E alegria como bem sabes É algo que nunca nos foi tido Seguir em busca do sorriso É apenas um tolo sonho teu Perdemos tempo de tantas vidas Que acreditaram num futuro meu Tu me chamas de egoísta por que estamos no mesmo crânio Mas saiba que egoísta é tu Querendo me manter como um corpo estranho Seguindo teus passos Com a simples intenção de continuar por que nos foi concedido a vida E isso é o suficiente para tentar"

- Pedro de Carvalho

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Nesse exato momento fazem vinte e cinco graus e eu to frio.

Minha pele tá branca e a cada segundo perde mais a cor.

Eu queria abrir meu pulso pra ver o fluxo de sangue,

acho que sairia areia negra, porque sentir eu já nem sinto.

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Medo

Eu tenho medo.

Medo de sentir o que eu sinto por você, sem controle.

De fazer uma besteira e estragar tudo, mais uma vez.

Tenho tanto medo que me privo de sentir.

Por que ficar sozinho me faz pensar em tanta coisa ruim.

E dói. 

O que era só tristeza agora machuca como um soco no peito.

Tira meu ar e dói ainda mais, eu sinto perfurando no meio do meu corpo.

Eu sempre tive medo de rejeição e hoje eu me rejeito como se tivesse feito um transplante errado em mim.

- Pedro de Carvalho

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Mesmo que eu morra, você será eterna Mesmo que eu me mate, você continuará viva Em meus enigmas Escritos sem nunca dizer seu nome Seus nomes Escrevi para todos vocês Quando eu me for curvarei esperando os aplausos de uma plateia vazia Espero que tenham gostado do espetáculo.

- Pedro de Carvalho

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Biblioteca inescrita De livros cheios E páginas em branco Rabisco os primeiros versos Inacabados ficam Eles suplicam por um devido fim.

- Pedro de Carvalho

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Não me contenho em mim O tempo que levo pra escrever Não é suficientemente rápido pra descrever o que sinto Transbordo pensamentos Palavras percorrem meu corpo Se perdem Derramam Como choro no banho

- Pedro de Carvalho  

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Ano Novo

Todos de branco Esperando um ciclo fechar Pra renovar o que está morto Que cansaço Da espera de uma hora acabar Pra enfim restaurar a vontade de viver

- Pedro de Carvalho

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Tanto amor derramado Agora só nos resta O vazio dos receptáculos.

- Pedro de Carvalho

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Valentina me deixa confuso sobre minhas emoções Não sei qual delas são reais ou alucinações Me faz repensar cada uma delas Me faz ter suposições Me faz usar os pronomes no começo dos meus versos.

- Pedro de Carvalho

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Hoje é um dia incógnito

Hoje me arrependi de tudo de bom que já fiz e morri um pouco. Me arrependi de todas as armadilhas que fiz na tentativa de me salvar. De aguentar um pouco mais. Dos laços que criei com pessoas que sentiriam minha falta. Pra que eu pudesse me matar sem o sentimento de que estaria ferindo alguém. Hoje eu me arrependi das coisas boas que fiz, mesmo que pensando naquilo como oportunidade de continuar. Eu, que nunca tive nada, só tive apenas as boas decisões e bons conselhos que dei, abdiquei disso tudo por um segundo, pra ter uma morte sem lamúrias. Hoje eu não feri minha pele, mas feri tudo aquilo que criei. Todas as tentativas de progresso foram pro lixo por um pensamento. Hoje meu desejo foi realizado. Hoje eu morri e me matei, mas continuo aqui como um resquício de quem um dia já desejou viver.

- Pedro de Carvalho