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Alivio
Hoje estou sorrindo bem mais que o normal, de lado a lado, orelha a orelha. Alivio é a palavra, seguida por satisfação e apoio incondicional. Hoje contei nossos planos para meus pais. Fui bem direta, e eles? Tranquilos e calmos, ouvintes, com questões construtivas para entender meus planos, sem críticas, sem julgamentos. Lindos.
Foi bem mais fácil do que eu esperava, sem nenhum desapontamento aparente. Minha mãe se emocionou levemente, meu pai só fez piadinhas e questionamentos. Acho que a ficha ainda não caiu pra eles.
Próximo passa documentos. Ai ai ai, mil coisas!
#familia#pais#family#parents#dad#mom#sorriso#apoio#amor#amar#incondicional#australia#planos#em andamento
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Não vejo a hora de estarmos com nossos passaportes em mãos, com o visto aprovado e indo para um futuro cheio de oportunidades que estamos loucos para desfrutar.
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Caindo a Ficha
Hoje, por causa de um spam de whatsapp me dei conta que logo terei que me despedir de algumas pessoas, na verdade de muitas. Eu sempre fui muito simpática e comunicativa, meu namorado me apresentou para alguns grupos de pessoas que com certeza mudaram minha visão da vida e fizeram parte de muitos dos meus melhores dias. E acredito ser muito querida por eles.
Todo dia quando olho para os meus pais me despeço um pouquinho deles mentalmente. Tento ser mais tolerante para que ao menos tenham boas lembranças minhas. Fico feliz quando vejo que eles têm boas condições para me visitarem algumas vezes, o que me faz lembrar que a minha sogra já não tem, e me trata como uma filha também e o quanto eu gostaria que ela não sofresse com essa distância.
Quando penso na despedida já praticamente choro, aqui temos um grupo tão delicioso de boas pessoas nos cercando, famílias e amigos que são muitas vezes mais próximos que os familiares. Será que lá construiremos novos laços de amizade? Será que conheceremos pessoas tão boas assim que nos deem saudade só de pensar em nos despedir. Para o F será mais complicado, ele tem amigos de mais de 10 anos, os mesmos grupos que eu e ainda mais alguns 4 ou 5, mas isso não parece incomoda-lo.
Ele me conhece tão bem que enquanto voltávamos da agência ele perguntou o quanto eu ia chorar em nossa despedida, que viemos planejando com animação no caminho. Talvez ele tenha percebido no tom da minha voz um momento que me dei conta da tristeza que sentiria ao despedir de quem amo, porque a pergunta foi feita exatamente nesse momento.
Mal consigo pensar em como contar para o meu pai, imagina me despedir dele. Meu medo de magoa-lo é tão grande que sofro em pensar que ele pode mais uma vez ficar decepcionado com as minhas escolhas.
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Sem nenhum motivo eu resolvi que meus relatos ficam mais seguros, ao menos por enquanto, se eu não revelar nossos nomes. Então me identificarei por S e meu namorado será F.
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Decisão tomada, tudo nos eixos
Agora tudo parece real, real mesmo. Fomos encontrar o Guilherme Macedo da Agência Link 2 World, uma hora de um carro com um casal cheio de ansiedade e falando pouco.
Foi uma reunião excelente, esclarecedora e muito confortável. Eu me sentia como conversando com um amigo, disposto a ajudar em tudo e com uma mochila cheia de experiências que eu queria saber.
Falamos muito sobre o foco principal, o meu namorado escolher a escola. Parece uma escolha simples, mas para nós que pretendemos trabalhar lá levantamos um detalhe importante: horário de aulas. Precisávamos de uma escola com opção de aula durante o dia e durante a noite, porque dependendo do emprego que conseguisse eu poderia mudar o horário. Para mim era bem mais simples, já que nos primeiros meses pretendia apenas trabalhar. Nossa ideia era que quando o curso dele acabasse, em 6 meses, renovaríamos o visto (sem sair do país), dessa vez ele como meu dependente e eu iniciaria um curso VET ou técnico, eu ainda não tinha escolhido e não sabia bem.
Discutimos valores e escolas, eu e o Guilherme Macedo estávamos mais do que dispostos a ajudar o meu namorado a escolher o melhor custo benefício para ele. Empacamos no fato do horário de aulas, após escolher as escolas que pareciam melhores, o que ficou como responsabilidade da agência verificar e nos passar. Decidimos discutir sobre o visto de dependente que estava borbulhando na minha cabeça. Mais uma vez o Guilherme nos acalmou, acho que mais que o meu namorado, porque na reunião inteira parecia bem tranquilo. Precisávamos provar uma realidade: nosso relacionamento. Então não tinha como dar errado, se a embaixada precisava de um termo de cartório tudo bem, ele nos aconselhou a fazer a união estável, além disso abrir nosso facebook para que vissem nossas fotos, enviar fotos com familiares, carta de pessoas falando do nosso relacionamento, contas que recebemos no mesmo endereço, e mesmo assim decidimos abrir nossa conta conjunta. Ele foi bem esclarecedor, disse que seria complicado provar uma mentira, mas um relacionamento real seria simples. Me tranquilizou muito.
E depois quase que colocando uma cereja no bolo, nos últimos 15 minutos de nossa reunião falei que gostaria de arrumar algum emprego cuidando de crianças, porque gosto muito, e então ele se lembrou que na Ability, uma escola 5 estrelas de Melbourne e Sidney, tinha um novo curso para quem já fala inglês (morei por quase um ano no Canadá) de children care, um curso meio workshop de 2 anos, que ao terminar era disponibilizado um emprego full time e residência temporária por 14 meses. Meu namorado e eu quase caímos da cadeira de felicidade. Era exatamente o que procurávamos, além de ser algo com o que me identifico estaria qualificada e poderiamos permanecer lá por mais tempo.
O caminho de volta, ao contrário do de ida, foi com muitas conversas e risadas, um casal empolgado com o futuro e extremamente. Tudo tinha mudado, mas tudo estava nos eixos de novo, o plano é partirmos em novembro, após o aniversário do meu pai.
E a minha preocupação passou a ser como contar para meus pais, como contar que sua filha única está de partida para a Australia? Não quero magoa-los, mas quero ir de encontro com essa felicidade, essa experiência.
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Tudo vira de ponta cabeça
Nosso plano era perfeito, mas não contávamos com o destino, com o mundo em constante mudança. Fui demitida. Nunca fiquei mais de um mês parada, tinha um chefe que chama-lo de idiota era um grande elogio então não estava preocupada. Mas no Brasil de Dilma as coisas ficaram cada vez mais complicadas, um mês em casa e uma única entrevista agendada. Mas tudo piorava aos poucos e eu nem percebia. Meu namorado foi demitido.
Meu mês em casa, sem esperanças me deixou chata e melancólica. Eu estava péssima e apenas piorava, meu humor ácido e dependente deixava as coisas confusas, tanto pra mim quanto para ele.
Em uma conversa ele me disse que se não arrumasse emprego nos próximos dias ia adiantar a ida dele para a Australia e a pergunta era se eu queria acompanha-lo. Respondi rapidamente que claro que sim, animada, mas pensativa.
Em poucos dias a preocupação nem me deixava mais dormir. Pedi ao Universo uma solução ou que ele arrumasse um emprego para que os planos iniciais fossem retomados, eu havia me dado conta que não conseguiria ir junto com ele, ganhava bem menos e com menos tempo de empresa o que havia recebido na rescisão não era suficiente - além disso havia viajado para Las Vegas em março e gasto tudo o que vinha economizando, tudo mesmo, acho que gastei um carro na viagem. O problema era que não teríamos um ano de vinculo financeiro conforme solicitado e para ir junto sem esse visto eu precisaria de muito mais de dinheiro para pagar um curso também. Tudo havia desmoronado. A alegria em mim ia minguando a cada dia sem que ele encontrasse outro emprego e cada palavra sua sobre a Australia. Um dia não aguentei mais e tive que abrir a boca...
"Amor, eu não vou conseguir ir com você se for agora." Falei me segurando pra não chorar e torcendo para que ele não sentisse todo o desespero dentro de mim. Ele perguntou o porque e expliquei. E rapidamente me lembrei da única solução que achei que ele consideraria inviável. "União Estável". E fui surpreendida por ele, mais uma vez em quase 4 anos juntos. "Ué, a gente faz isso então" Tão simples. Tão normal. Tudo estava resolvido.
#ponta cabeça#visto#visto de dependente#e agora?#desespero#desemprego#medo#união estável#amor#amar#namoro#relacionamento
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Planos na cabeça
Há algum tempo já tínhamos tomado a decisão, mas nada de concreto foi feito. Quatro meses antes começamos a pesquisar e eu comecei a levar mais a sério. Já tinha visto no Facebook que uma amiga havia ido pra lá com o namorado, eles tinham casado lá e pareciam muito bem e felizes. Senti uma mistura de inveja e esperança, inveja pro não ser eu nessa situação, mas esperança porque mostrou que nosso sonho tinha como se realizar. Entrei em contato com ela e peguei algumas informações, ela me disse muitas coisas que eram empolgantes, mas outras nem tanto, como trabalhar com faxina, afinal não queria me mudar para ter uma vida pior do que a que tenho aqui.
Até que uns três dias depois de nossa conversa ela me passou o contato da agência que cuidou do visto dela, apesar de me dizer que não conseguiu o visto que pretendíamos conseguir achei que valeria a pena verificar os valores, que pareciam melhor do que as que meu namorado havia pesquisado. Adicionei no Facebook o tal Guilherme Macedo da Link 2 World. Rapidamente ele me aceitou e entrou em contato para saber o que queríamos.
O plano era simples: Vamos daqui a um ano, ou seja, por volta de outubro de 2016. A ideia era usar esse tempo para conseguir as comprovações e documentos necessários que comprovariam que estamos juntos há mais de um ano para que inicialmente meu namorado fechasse um curso de general english de 4 meses e eu fosse como sua dependente, depois teríamos que pensar o que fazer.
Ao conversar com o Guilherme Macedo surgiu a fantástica ideia de invertermos o visto quando o curso dele acabasse, e também de aumentar o tempo de curso para que ele ficasse realmente qualificado para outros cursos e VETs no futuro. Plano Perfeito. Tudo nos eixos e um ano pela frente para organizar tudo. Precisamos de uma conta conjunta para provar nosso vinculo financeiro, ativa por um ano, para conseguir o visto de dependente. Primeiro passo: Abrir a conta conjunta. Depois era só escolher a escola e começarmos a guardar dinheiro.
Em um pouco mais de um ano tudo mudaria, nossos planos seriam realidade, nossa vida mudaria por completo.
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