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gremlin-therian · 10 days ago
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Impressões sobre o filme Wolf (2021)
Tipo: Análise cinematográfica, opiniões e interpretações pessoais sobre "Wolf" (2021)
Contagem de palavras: 2800+
Tempo de leitura estimado: 10-15 minutos
⚠️ Essa review inteira possui spoilers do filme (alguns mais reveladores do que outros, e todos estão marcados de acordo). Recomendo fortemente que você considere checar ele por conta própria antes de ler, porém se atente a classificação (16+) e aos alertas de conteúdo da obra.
⚠️ alertas de conteúdo PARA A REVIEW: disforia de espécie, transfobia, e menção à abusos (físicos e mentais)
Análise completa depois do "ler mais"!
1. Premissa
"Wolf" conta a história de Jacob, um jovem que é internado por sua família em um hospital psiquiátrico especializado em casos de "transtorno de identidade de espécie", por acreditar ser um lobo. Ele e os outros pacientes estão lá para se livrarem do seu lado animal, e se tornarem "humanos normais", aptos para a convivência em sociedade.
2. Sobre o que é o "transtorno" tratado no filme?
O "transtorno de identidade de espécie", como a condição dos pacientes é chamada em Wolf, descreve aqueles que estão lá porque acreditam que são animais não humanos, frequentemente agindo como eles. Pode ser feito o argumento de que a condição realmente se trata de um transtorno, pois causa grande infelicidade nos pacientes (principalmente por conta da distância dos seus corpos "humanos" em relação às suas formas "reais"), e em alguns casos, descontrole, causando ataques ou crises. É mencionado que o próprio protagonista do filme, Jacob, está no hospital justamente porque já atacou alguém. Outro personagem do filme, Rufus (pastor alemão), passa por um episódio que o torna disfuncional. De acordo com sua mãe "ele não conseguia se mexer", até ser colocado em uma coleira, e ganhar permissão para andar exclusivamente com as mãos no chão, para dar alguns exemplos.
O "transtorno de identidade de espécie" é um tipo de licantropia? Eu adoraria ouvir o que vocês acham sobre isso (genuinamente!), mas eu pessoalmente acredito que não, por alguns motivos. Primeiramente, enquanto isso não é impensável, não há nenhuma indicação no filme que deixe a entender que os personagens acreditam mudar de forma, ou terem o corpo idêntico ao de um exemplar ortoser das suas respectivas espécies. Na verdade, a sensação de descontentamento causada pela forma física dos pacientes é um ponto importantíssimo do filme. Eles são conscientes de suas formas "humanas" e odeiam isso. Em uma cena do filme, Dr. Mann lê passagens dos diários de Jacob (lobo) e Annalisa (panda), onde eles compartilham sua infelicidade com seus corpos, apontando várias características que são diferentes de como deveriam, ou então estão faltando. Por essa razão, considero o "transtorno de identidade de espécie" como muito mais próximo da theriantropia moderna do que zooantropia, se ela já não for um caso (mesmo que mais extremo) de theriantropia. Ainda nesse assunto, é interessante destacar que é deixado implícito que Annalisa possui uma identificação não física com seu eu animal. De acordo com ela, "ser o animal espiritualmente já basta", o que é uma perspectiva muito interessante de encontrar nessa obra. Além disso, algumas das experiências dos personagens podem ser comparadas com experiências alterhumanas comuns, como: disforia de espécie (obviamente), o uso de "gears" para aliviar sua disforia, formas de comunicação animalescas, como vocais e a ocorrência de shifts. Os impulsos que tornam os personagens mais animelscos em momentos específicos podem ser comparados com shifts, como os mentais. Além disso, o relato de Jacob sobre não reconhecer seu pai humano propriamente pode ser interpretado como um shift de percepção.
Outro ponto que o filme levanta sobre o "transtorno de identidade de espécie" é que ele é supostamente causado por algum grande trauma. Mesmo que vários dos pacientes realmente tenham passado por algum evento traumático, como abuso domiciliar (gata), ou até a queda de um avião, como aconteceu com outro personagem, creio que não seja o caso por dois motivos:
Jacob afirma que sabia que era um lobo desde a infância, e ele não menciona passar por nenhum trauma antes disso (ser internado foi argumentavelmente o maior trauma da vida dele);
Pela ótica de que o "transtorno" seja um caso de theriantropia (tanto acompanhado de disforia pesada, quanto exacerbada pelo fime), e sabendo que a mesma não é necessariamente causada por traumas, esse não pode ser o caso de todos os pacientes.
3. Como essa condição é "tratada"?
O tratamento desenvolvido e aplicado pela instituição possui três características cruciais:
A performance de atividades "humanas", como dança e jogos virtuais, com o pretexto de se conectar com a sua humanidade;
Momentos em que os pacientes recebem a ordem de agirem como suas versões animais, porém com a intenção de que não haja sucesso. Por exemplo: Escalar uma árvore na vertical, usando as unhas (esquilo) ou voar através de uma janela (arara). Essas tentativas servem para obrigar os pacientes a assumirem que "não são aninais de verdade", além de frequentemente resultarem em lesões e/ou emoções negativas;
Instâncias de coesão verbal e física, (spoilers) ||que escalonam até para tortura||, em casos de "mal comportamento" (humilhados, repreendidos, colocados em jaulas, amordaçados, atacados com bastões de choque, entre outros tipos de abuso).
Quando há sucesso no tratamento, os pacientes podem ser levados embora por suas famílias, porém há um tempo mínimo em que eles devem permanecer na instituição antes disso, e caso eles "desandem", serão mandados de volta para o hospital.
De tempos em tempos, é feita uma cerimônia de "aniversário", em que os pacientes queimam imagens dos animais que eles se identificam como, simbolicamente rejeitando sua identidade.
"O transtorno de identidade de espécie", que é uma condição real, e ao que tudo indica, simplesmente um termo técnico para a disforia de espécie*, é a condição responsável pelo comportamento animalesco dos pacientes, assim como o descontentamento com seus corpos. O "transtorno" também é o que os reúne naquela instituição, que promete curá-los dela.
*Eu tentei pesquisar mais a fundo sobre isso, mas tem pouquíssima informação. Algumas fontes dizem que é só disforia, enquanto outras dizem que envolvem desilusões como na zooantropia, mas todas as que eu acessei foram super vagas, então não tenho como ter certeza. Por motivos de consistência e interpretação pessoal, estarei considerando a primeira explicação pelo restante dessa análise.
3.1 No sentido literal
A disforia de espécie é extremamente frustrante para quem sofre com ela, e o filme deixa isso claro múltiplas vezes. Desde passagens em diários, a incapacidade de funcionar como um humano, ou a necessidade de uivar do fundo do coração. E por mais que se livrar dela seja uma ótima ideia para melhorar a qualidade de vida do paciente, a repressão desses instintos não é o jeito certo. Sempre que um personagem é repreendido por agir como seu eu animal, isso resulta nos seus comportamentos retornando ainda mais fortes. Jacob não foi violento com Dr. Mann até ser maltratado e obrigado a reprimir seu lado lobo por ele, avançando no "médico" em uma crise resultante de muito tempo de comportamento "normal" e abuso. Após receber alta, e passar alguns dias se comportando como humano, Rufus se tornou disfuncional, não conseguindo abrir mão do seu lado pastor alemão por muito tempo.
Com isso em mente, é perfeitamente possível concluir que suas identidades devem ser afirmadas, e idealmente conciliadas com as responsabilidades e limitações oferecidas por sua espécie de nascença, de modo a manter os pacientes felizes, seguros e confortáveis em seus corpos.
3.2 No sentido alegórico
Uma das leituras, além da theriantrópica, que faço do filme é como uma analogia para a experiência trans e campos de conversão focados na eliminação dessa identidade. O ponto que mais corrobora com essa leitura seria o enfoque nas capacidades e características biológicas, e desconsideração dos sentimentos de idenficação mais profundos dos pacientes. Essa conduta pode ser observada nos diversos momentos em que Dr. Mann exigiu que eles se comportassem como seus eus animais, e os humilhou quando falharam em tarefas que seriam obviamente impedidas por sua fisionomia. Muitas vezes, eles são obrigados a afirmarem "eu sou um garoto (humano)/uma garota (humana)", com as próprias palavras, por mais que seja claramente desconfortável para eles. Mann e os demais profissionais do hospital levam em consideração apenas os aspectos observáveis dos corpos dos pacientes, e obrigam a aceitar essa suposta (palavra chave: suposta) "realidade imutável", conduta comum em pessoas transfóbicas.
Como membro das duas comunidades, o filme me afetou através de ambas as interpretações. As exigências de Dr. Mann, e os constantes lembretes das limitações físicas dos pacientes são um gatilho enorme para a disforia, e a sensação de que "eu não sou animal o suficiente" me assombrou durante o filme inteiro. O desconforto, as falhas, a humilhação, todos fizeram com que eu me sentisse impotente, domesticado, como se eu não fosse o bastante e, por isso, a minha identidade como um animal não humano não seria válida. Eu nunca conseguiria viver como um, não tenho as mesmas capacidades de um, e não sou nem parecido com um. O filme me fez, a todo o momento, me sentir reduzido ao meu corpo, e como se nada importasse além dele. Ser algo "por dentro" não bastava, porque eu não sou apto para externalizar essas sensações, então eu não sou um animal, ou um homem "de verdade". Na realidade, as coisas não são mesmo assim, visto que as expectativas de Dr. Mann são obviamente inalcançáveis, e seus argumentos são fracos. Ele representa a arrogância humana e a mente fechada, e por isso não deveria ser ouvido, mas até agora esse sentimento é difícil de afastar. O filme me desestabilizou muito nesse sentido.
⚠️ SPOILERS CRUCIAIS CONTIDOS NOS PRÓXIMOS TÓPICOS!
(inclui menções às cenas finais do filme!)
Eu teria colocado outro "ler mais", mas infelizmente o tumblr não me permite :(
Pense bem se quer terminar de ler essa análise agora, ou se quer fazer uma pausa para assistir ao filme antes. Eu vou estar esperando :)
E pra quem for ficar, boa leitura!
4. O leão
O personagem do leão é uma figura muito impactante do filme. Aparecendo apenas por alguns minutos, trancado em uma jaula suja, Mann o descreve como alguém que "não pode ser mais salvo". O doutor conta que, após uma queda de um avião, o leão foi o único sobrevivente. Ele foi encontrado rugindo e "aterrorizando os locais", vivendo como um leão "de verdade".
4.1 No sentido literal
Pensando nas informações dadas sobre o personagem de maneira objetiva, sabemos que ele é o único sobrevivente de um acidente de avião, e que após esse evento, passou a se comportar exclusivamente como um leão. Não há "tratamento" que o convença do contrário, e o destino dele será ficar trancado naquela jaula pelo resto da vida. Não há nenhum resquício de humanidade nele e, por isso, ele é considerado o ponto mais extremo do "transtorno de identidade de espécie". A maneira que esse fato é apresentado é muito interessante, pois ele é pintado como muito negativo, mas e se, antes de ser enjaulado, ele fosse feliz? Foi considerada apenas a impressão exterior da figura do leão no momento de determinar seu estado. "Um homem desiludido, doente e sujo, que pensava ser um leão e atormentava as pessoas". Porém, parando pra pensar, é difícil dizer se realmente era o caso, já que a opinião de Dr. Mann sobre ele é obviamente enviesada. Por alguns motivos que discutirei mais pra frente, estou inclinado a acreditar que o leão estava bem onde estava, e que ele não deveria ter sido internado. Não naquela jaula suja e apertada, pelo menos.
4.2 No sentido alegórico
Pensando novamente na experiência do "transtorno de identidade de espécie" como uma analogia trans, podemos pensar no leão como a representação de alguém que passou por uma transição, pois ele ocupa o papel de um leão integralmente. O que pode ter sido o sonho de alguns dos pacientes, foi visto como "um caso perdido", alguém que atingiu um "ponto sem retorno". Ele é preso, demonizado, e usado como um exemplo negativo por causa disso.
Viver como um animal não deveria ser "saudável" ou "natural", e essa é a nossa concepção óbvia. A vida na natureza é suja, e exige força, resistência, agilidade, e outras coisas que normalmente não temos. Mas será que não deveríamos questionar isso? Pensamos por muitos tempo que a transição de gênero também não era natural. Que alguém de um sexo não poderia desempenhar o papel do outro, que os procedimentos utilizados para aliviar a disforia seriam "maliciosos" ou que, por nossos corpos não poderem se alinhar completamente com nossas identidades reais, seria impossível ser um homem ou uma mulher "de verdade", ou ser algo diferente dessas duas opções. "Transicionar" de uma espécie para outra parece completamente absurdo, mas eu penso que talvez esse seja o ponto do filme. Ele é exagerado e excêntrico na maneira em que entrega sua mensagem, mas é isso que te estimula a refletir sobre ela. Por que os pacientes precisam tanto se tornarem "humanos normais"? O que te faz um humano? O que te faz um animal? Por que eles não podem ser quem eles querem?
Na cena seguinte, quando Jacob vê os leões na TV, ele os contempla, muito provavelmente pensando na figura do leão. Nós, como expectadores, estamos inclinados a pensar nele também. Isso implica que Jacob não apenas simpatiza com a figura, como o via como sua espécie real, o que torna essa cena extremamente poderosa pensando no tema principal de Wolf.
5. Os destinos de Jacob e Cecile
Jacob, o lobo, e Cecile, a gata selvagem são dois personagens centrais do filme. Inicialmente, eles aparentavam ser muitos parecidos um com o outro, mas em um momento decisivo, mostraram um grande contraste em suas experiências e opiniões relacionadas à instituição.
No final do filme, Cecile liberta Jacob da jaula onde ele foi aprisionado, e destranca os portões do hospital para ele. Enquanto Jacob foge sem pensar duas vezes, Cecile recusa, mesmo sendo chamada. De acordo com ela própria, "ela não é uma gata selvagem", mas o que isso significa?
Cecile, sem dúvidas, não era humana, e sabia disso. Isso fica claro na maneira em que ela se comporta e se vê como uma gata, e se sente disfórica por não conseguir expressar isso completamente. Ela sai durante a noite para se libertar seu lado animal, se comunica através de vocalizações, pinta bigodes no próprio rosto para tentar aliviar sua disforia, e chora toda vez que há uma cerimônia.
Cecile está internada desde muito jovem, enquanto Jacob é um paciente bem mais novo. Ele foi torturado, e não levou aquele tratamento como "normal", diferentemente de Cecile, que presenciou esse tipo de ocorrência durante a vida toda. Ela mesma menciona que já foi trancada em uma jaula, como se fosse uma experiência comum e esperada. O hospital é tudo que Cecile conhecia, enquanto Jacob já tinha sido exposto ao mundo lá fora. Ele tinha sua família, as florestas, e outros ambientes que o faziam se sentir seguro, enquanto a única família de Cecile era justamente uma funcionária desse hospital. A instituição é tudo que ela conhece, e pode-se dizer até que ela estava no caminho de ser (entre muitas aspas) "curada", e talvez ela se "cure" por completo eventualmente. Jacob tinha não tinha nada a perder fugindo, mas Cecile tinha.
(Esse filme provavelmente nunca ganhará uma continuação, mas um "Wolf 2" sobre uma Cecile convertida que reencontra um Jacob, ainda selvagem, seria extremamente interessante)
É possível até mesmo especular que ela não quer se curar, ou até finge se identificar como uma gata, para não se separar de sua mãe adotiva. Em uma cerimônia, ela mesma diz "você quer se livrar de mim", e é possível interpretar isso de duas maneiras: como se quisessem se livrar do lado animal dela, ou dela como um todo, caso ela recebesse alta. Estou muito mais inclinado a acreditar que ela realmente não seja humana, e que tenha escolhido ficar por outros motivos, como a familiaridade com o ambiente, noção do risco (por já ter presenciado a violência sofrida por outros fugitivos no passado) e/ou pelo tratamento ter surtido algum efeito nela, mas ainda é um cenário interessante de se explorar. Talvez Cecile não seja mais tão selvagem, mas com certeza ainda é uma gata. Pelo menos na minha interpretação.
6. Considerações finais
"Wolf" é um filme que promove reflexões sobre identidade, utilizando figuras pouco convencionais e até "absurdas" para provocar o espectador. Pode não ser para todos, considerando as avaliações relativamente baixas, mas com certeza foi pra mim.
Nunca imaginei que veria um "filme therian", mas aqui estamos, e eu me sinto sinceramente muito feliz apenas pelo fato desse filme existir. Assistir ele no abrigo* foi uma experiência incrível, que me fez sentir e pensar em muitas coisas, ultimamente me motivando a escrever esse texto.
*servidor alterhumano (convite)
Espero que, apesar de extensa, a leitura dessa review tenha sido proveitosa.
Muito, muito obrigado por ler até o final, e se quiser, te encorajo a compartilhar as suas impressões, interpretações, e opiniões sobre "Wolf" aqui. Eu adoraria ouvi-las, de coração <:)
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faunandfloraas · 5 months ago
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🐶 vs. 🐺
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horrorpolls · 3 months ago
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ryanmoody · 1 year ago
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Tintin Meets the Universal Monsters Crossover Fan Art 4 by @adammurphyart
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lastnightstoryart · 5 months ago
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Princess Mononoke
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filmesbrazil · 2 months ago
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wyrmswears · 7 months ago
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yknow what, fuck you, [unhumans your previous elemental masters of lightning and ice and makes them best friends^_^]
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Ice is an unspecified eldritch being. He has an uncanny valley effect on humans that unnerves the majority of the team who in turn can't understand how Libber, Garmadon, and Wu don't feel unsettled by him. Eventually, the teams warms up to him, and though no one becomes as close to him as Libber is, everyone knows they can come to him if they want to hex their ex or get a demon exorcised (sometimes these are one and the same).
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Libber is a raijū and though this isn't common knowledge when she joins the elemental masters, news quickly spreads; she isn't great at keeping secrets. She DOES bite and Maya learnt this the hard way.
more art but also cw for death under read more
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texaschainsawmascara · 1 year ago
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Universal Classic Monsters popcorn buckets by General Cinema Corp., 1960s
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disease · 5 months ago
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"MOSAIC COURTYARD" (BRAZIL) LOUISE DAHL-WOLFE // 1947 [gelatin silver print | U/D]
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rotnread · 2 months ago
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Twink death Dilf birth
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cartoonfan21 · 1 year ago
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zanephillips · 2 years ago
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TYLER HOECHLIN Teen Wolf: The Movie (2023)
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hey-its-sybarite · 2 months ago
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Pleased to announce these old men stayed silly.
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pairingbrainrot · 3 months ago
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!!!!!
youtube
(Clip starts at 3:10)
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cinematicjourney · 3 months ago
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The Wolf House (2018) | dir. Cristobal León, Joaquín Cociña
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jessmalia · 1 year ago
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JO AND MAL AES IN TV AND FILM: 50/? Teen Wolf | Master Plan
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