#with:tadhgbarakat
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with @tadhgbarakat at masquerade ball + “something about you really interests me.”
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAssim que as garotas com quem conversava se afastaram, Maressa dirigiu-se ao bar, deslizando para uma das cadeiras enquanto aguardava pacientemente seu próximo drink. A atmosfera ao redor parecia fluir normalmente, mas então, um arrepio familiar percorreu sua espinha — aquela sensação inconfundível de estar sendo observada. Lentamente, virou-se, os olhos vasculhando o ambiente em busca da fonte do olhar que pesava sobre ela. Não demorou muito para encontrar o responsável, e no instante em que seus olhares se cruzaram, Maressa compreendeu a intensidade por trás daquele olhar. Havia algo no modo como ele a encarava que ela não soube identificar ao certo o que era, no entanto, se viu presa naqueles olhos, não desviando nem mesmo quando o estranho começou a andar em sua direção.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤConforme ele se aproximava, Maressa sentiu uma onda de familiaridade percorrer seu corpo, como se já tivesse encontrado aqueles olhos antes, ainda que a memória exata lhe escapasse. Havia algo magnético neles, uma profundidade misteriosa que parecia segui-la e despir cada pensamento. Por um momento, ela quase se perdeu na intensidade daquele olhar. "Oh, really?" respondeu, tentando disfarçar, de modo sutil, o leve arrepio que percorreu sua nuca ao ouvir a voz grave. "And what would that thing be?" provocou, inclinando a cabeça levemente para o lado, os olhos fixos nos dele. Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, em um flerte sutil e um convite silencioso à continuidade daquela troca de olhares.
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𝐹𝑙𝛼𝑠𝘩𝑏𝛼𝑐𝜅.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤInúmeras vezes ela se perguntava se perceber as nuances nos comportamentos alheios era realmente um dom ou apenas mais um toque da maldição que sua deusa lançara sobre sua família tempos atrás. Essa sensibilidade nem sempre era útil; afinal, não podia simplesmente questionar as pessoas sobre o que as atormentava, especialmente quando se tratava de desconhecidos, como aquele que estava diante dela agora. As sutis mudanças em seu rosto lhe pareciam pequenos anúncios silenciosos de uma inquietação interna. Cada expressão revelava que sua mente estava longe, imersa em algo que ele claramente não pretendia dividir — talvez com ninguém. O silêncio que se seguiu e a súbita mudança de assunto foram indícios mais do que suficientes para Maressa perceber que aquele era um território fechado, um recanto onde ele guardava suas próprias tormentas, e, sendo ela uma pessoa que possuía suas próprias tormentas, decidiu respeitá-lo.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤUma tempestade. O adjetivo a fez sorrir, em uma concordância silenciosa. Seus medos, incertezas, revoltas e desejo por uma realidade diferente da qual vivia representavam justamente isso, uma tempestade, uma tempestade que assolava as águas profundas de sua mente de tal forma que muitas vezes ela se via com medo de ser engolida por ondas muito maiores do que ela parecia ser capaz de suportar. "É uma forma de se ver. Ouvi dizer que alguns sentiram como se o mar os contasse um segredo..." Um riso baixo e soprado saiu por seus lábios enquanto o copo era gentilmente devolvido para a mesa. De certa forma, ambas as comparações estavam corretas, mas assim como ele, ela possuía segredos que não falaria abertamente com tanta facilidade. "Gosto de saber as diferentes percepções." Ela encolheu levemente os ombros. "Ah, eu tenho pretenções, gostei bastante do lugar."
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤFoi quando ele pareceu envergonhado que ela teve a certeza de que ele de fato lutava contra questões internas mais complexas do que suas deduções eram capazes de descobrir. Ela não se ressentia da falta do flerte inicial, mesmo que sua beleza houvesse chamado sua atenção, o reconhecimento que viu nele e naquele olhar a atraíam muito mais do que a possibilidade de acabar a noite em sua cama, afinal, não era o que ela buscava naquele dia. "Uma criança sendo trazida a uma taverna? Que pessoas interessantes seus pais devem ser." Se viu dizendo enquanto mantinha o sorriso nos lábios, assumindo que ele havia se referido a infância. "Eu conheci alguns artistas proclamados que eram tão artistas quanto essa mesa na nossa frente e outros que sequer queriam o título mas que a arte parecia ser parte do sangue que corria em suas veias." Falou com sinceridade, levemente frustrada por não poder comentar que geralmente os não artistas que ela conhecia acabam se apresentando em ambiente muito mais pomposos do que aquele, e geralmente eram adorados pelo povo dela. "Toda a arte surge da admiração."
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤA admissão a surpreendeu, ainda que feita em um tom tão baixo que passava a impressão de que ele estava envergonhado pelo o que havia acabado de dizer. "Eu quase não subi no palco hoje. Tive medo de não me enquadrar." Ela admitiu, fazendo uma pequena careta ao compartilhar aquele segredo. "Mas, lembrei de algo que minha avó me ensinou a algum tempo atrás, que ajuda a trazer calma." O sorriso se tornou cúmplice. "Se você me permitir, posso te ensinar um pequeno segredo de família que pode ser muito útil à você em momentos de incerteza."
flashback.
ㅤㅤㅤㅤFoi o sorriso delicado e feminino que o despertou para a realidade. Céus, ela era linda, com olhos que pareciam inundá-lo, e era também a distração perfeita para evitar enfrentar o seu pesar. Já havia se tornado um hábito difícil de quebrar, e o estava fazendo de novo–o álcool, o flerte vazio, a busca desesperada pela anestesia de não se lembrar; em quantos vícios podia se enfiar para não ter que pensar nela? Ali, naquele espaço que um dia havia dividido com Alya em segredo, lhe parecia quase profano que estivesse dando em cima de alguém com tanto despudor. A culpa o atingiu como uma lâmina cega, seu corte tudo menos limpo, diretamente até a pequena e esquecida parte de si que ainda acreditava ter alma, onde a sentiu se dilacerar. Na superfície, sua expressão foi da malícia à neutralidade, como se estivesse prestas a perguntá-la sobre o clima e não convidá-la para a sua cama.
ㅤㅤㅤㅤAo redor de si, tijolo por tijolo, conduziu os próprios pensamentos a reerguer o templo de luto que quase havia deixado desmoronar. Em um outro lugar, talvez, mas não ali. Corrigiu sua postura, até então inclinada na direção da dançarina, de modo a devolver-lhe seu espaço pessoal. Abandonou a caneca de vinho sobre o balcão–por ora lhe bastava. Sabia que a repentina mudança não passaria despercebida, mas era melhor do que violar a santidade do que cultivava como sagrado.
ㅤㅤㅤㅤA encarou como se realmente a pudesse ver agora e, com a lembrança de seus movimentos ainda fresca, percebeu que talvez parte dela o entendesse. A performance da mulher no palco havia sido linda e graciosa, era verdade, mas também lhe parecera triste, como se tivesse um turbilhão de emoções prestes a transbordar em cada passo. ❛ Sua performance foi... ❜ Pausar se fez necessário para escolher a palavra certa com o cuidado de um poeta. ❛ Uma tempestade. ❜ Concedeu, por fim, optando pelo simples. ❛ Você deveria vir mais vezes. ❜ Comentou, a observação despida de significados que não o mais puro: a mulher ali parecia pertencer e, a julgar pelo completo abandono com que se entregara na frente da plateia, também o sabia. ❛ É raro ter um espaço em que a arte é tudo o que importa. ❜ Prosseguiu, parecendo mais pensar em voz alta do que esperar resposta. Raro era bom, pois o tornava precioso, um prazer indulgente que o confortava de modo mais saudável que a bebida.
ㅤㅤㅤㅤSentiu a atenção da mulher recair sobre si conforme bebericava sua bebida e–covarde, acabou por desviar o olhar. Não a podia querer naquele momento, e o olhar cruzado seria mais que suficiente para o tentar. Detestava a ter colocado naquela posição estranha ao ouvir seus impulsos e não a razão, pois ficaria óbvio que suas intenções haviam mudado, o poço de seu desejo contaminado pelo amargo da perda. Já não tinha clima para a conversa e, a bem da verdade, perdera também a vontade de se apresentar, a noite parecendo fadada a terminar como todas as outras desde a perda: ele, em silêncio às margens do palco, desistindo no último minuto e guardando para si a sua voz. ❛ Eu costumava vir mais quando era mais novo. ❜ A verdade maquiada lhe pareceria mais agradável aos olhos, afinal. ❛ Não sou artista. ❜ E aquela era a segunda das facadas–a admissão de que não era tudo o que sonhava e mais. ❛ Sou só um admirador. ❜ Acrescentou com um dar de ombros, sabendo soar ridículo–aos olhos dela, era provável que tivesse se reduzido a só mais um dos homens que frequentavam o lugar pelos motivos errados.
ㅤㅤㅤㅤTalvez fosse por não a conhecer, talvez fosse a ideia de que era improvável que se cruzassem novamente. Fosse o que fosse, como uma virada de chave, decidiu lhe contar a verdade. ❛ Era para eu cantar hoje. ❜ Admitiu, a voz quase quieta. Não mencionou que seria a primeira vez em público desde a morte de seu grande amor. ❛ Mas acho que não estou pronto. Talvez nunca esteja. ❜
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤQuanto mais encarava as orbes escuras, mais fácil parecia ser se perder em sua imensidão e afastar-se por completo de todas os limites que a ocasião trazia consigo. Não que em dias ordinários Maressa fosse uma fiel seguidora de regras, muito pelo contrário, ela não poderia ligar menos. No entanto, ainda que se deixasse levar por alguns impulsos hedonistas, o fazia em segredo, de modo a não trazer problemas para si e nem para quem a estivesse acompanhando. Assim que o elogio foi proferido, os lábios curvaram-se em um sorriso que deixava evidente o quão bem recebido o elogio indecente havia sido. "No need to apologize, I appreciate your honesty." A tonalidade simples empregada na fala junto do sorriso exibido tornavam ainda mais evidente seu apreço.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSeus olhos eram como brasa sobre a pele dela, marcando cada parte em que passavam ao mesmo tempo em que pareciam exibir a verdadeira natureza dos pensamentos que orbitavam a mente dele naquele momento. Era como um lembrete constante de que ela devia cortar seja lá o que estivesse se passando entre ambos naquele momento, um lembrete que ela intencionalmente escolhia ignorar. Aproveitando a proximidade, se permitiu inspirar mais profundamente o cheiro intrigante de sua colônia enquanto a fala rente ao ouvido enviava pequenas ondas de arrepios por sua pele, mas ainda, Maressa se mantinha sob postura, inclinando de leve a cabeça sobre o ombro dele para que pudesse respondê-lo de modo que os demais não percebessem que naquele momento ela o queria ainda mais perto. "Like i said, you make me curious before, so..." Desceu da cadeira, parando tão perto d'outrem quanto a normativa permitia. "I would be happy to join you." Concluiu, seu tom ainda baixo enquanto ela mantinha o olhar fixo nele.
Seu olhar era como a ponta fria de uma adaga, traçando o contorno de cada centímetro de pele exposta sem a perfurar. A notou ajustando a postura, as pernas cruzadas um par de linhas elegantes, o movimento do tecido diáfano de seu vestido o fazendo cintilar como estrelas. Tão fácil seria estender a mão e a tocar, e tão graves seriam as consequências: precisava se lembrar de onde estava e dos limites que ali eram impostos, mas o álcool em suas veias e o vagar de seus olhos pouco fez para disfarçar a intenção. Se o impasse era a curiosidade, tinha a maneira perfeita para a saciar; só o doce do vinho alheio desfez o amargor de ter que engolir as palavras sórdidas que lhe vieram à ponta da língua, prestes a escapar. As substituiu por outras, de mesma maneira indecentes, mas que eram elogio e não proposta–por ora. ❛ Pardon my honesty, my lady, but it may very well be the way your figure is hugged by that dress. ❜
Não era mentira. Enquanto a maioria das demais presentes havia optado por cortes modestos, o dela convidava a atenção. Em trajes finos, as curvas femininas pareciam lavradas pelas mãos delicadas de um escultor, e Tadhg nada era além de um fiel apreciador da arte. A língua da mulher era um espetáculo próprio, conduzindo sua imaginação por terras onde damas de família não deveriam andar. Levou o polegar ao próprio lábio inferior ao assisti-la, hipnotizado, a vendo perfeitamente capaz de sugar até a última gota–do vinho, é claro. Soube que o movimento era intencional, e era também permissivo: se ela o dava a mão e então o braço, assumia ser seu o direito de a querer de corpo inteiro. ❛ If you're keen to test my theory, I would very much like to get you off of it. ❜ Sua voz foi não mais que um sussurro, se inclinando na direção dela para a falar ao pé do ouvido. Enquanto a mulher lhe sorria, sua expressão se manteve séria, os olhos intensos ao procurar pelos dela. ❛ Care to join me for a stroll? ❜
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Flashback
ㅤㅤㅤㅤㅤSendo de família nobre, Maressa havia aprendido desde muito jovem, sob a orientação vigilante de sua mãe e babás, a se portar como uma verdadeira dama. Sabia quando sorrir, mesmo que não quisesse; sabia como aceitar cortesias com elegância e, talvez o mais importante, como recusar educadamente aquilo que não lhe convinha. Ela aceitou que ele pagasse sua bebida, mesmo sabendo que a moeda estendida era suficiente para pagar mais copos de vinhos do que ela seria capaz de pedir. Acompanhou a mão dele pelo balcão, percebendo com certo alívio que, diferente das últimas pessoas que a haviam abordado, ele não utilizava um anel de compromisso. Devagar, os olhos passaram novamente para o rosto alheio, encontrando ali um olhar tão intenso que, em dias comuns a teriam feito corar, porém como ainda tinha em si a intensidade e leveza dos palcos, apenas fizeram o sorriso que ela ostentava se alargar, enquanto seus olhos devolviam intensidade similar.
ㅤㅤㅤㅤㅤ"Obrigada." Agradeceu pela bebida, que foi servida logo após. Maressa pegou o copo com delicadeza, levando-o aos lábios e sorvendo um gole. Não era o tipo de bebida refinada que costumava ser servida nos jantares formais em sua casa ou nas residências das outras famílias nobres de Aldanrae, mas isso, na verdade, tornava o sabor ainda mais agradável. Naquela taverna, longe das exigências da corte, das máscaras sociais e os olhares julgadores de pessoas cheias de falso moralismo, a bebida tinha um gosto diferente. Tinha o gosto da liberdade. "Eu vim aqui poucas vezes, e subi no palco uma quantidade de vezes ainda menor." Disse com toda a sinceridade que podia ofertar na condição em que se encontrava naquela taverna. Estar ali era um misto de vulnerabilidade voluntária e liberdade ao mesmo tempo, pois ainda que sua presença ali representasse alguns riscos para ela mesma, era libertador poder agir como se a maioria esmagadora das pessoas com as quais convivia não depositassem expectativas descabidas sobre ela.
ㅤㅤㅤㅤㅤMaressa levou o copo aos lábios mais uma vez, aproveitando o breve momento para observar, com mais atenção, o rosto do estranho à sua frente. As feições angulosas lhe conferiam uma beleza marcante, quase hipnótica, mas havia algo mais — uma aura de mistério que parecia envolvê-lo, como se ele carregasse segredos que nunca seriam revelados facilmente. Cada linha de seu rosto parecia cuidadosamente esculpida, mas era nos olhos que Maressa encontrava a verdadeira profundidade. Eram intensos, profundos, e carregavam uma melancolia silenciosa — um tipo de tristeza familiar para Maressa, como uma sombra que ela mesma conhecia bem. Ela não se intimidou com a profundidade daquele olhar, nem com a seriedade que parecia sempre presente nele. Na verdade, foi o oposto. Aquela intensidade a atraía, como se reconhecesse ali uma alma que, de certa forma, espelhava partes de si mesma. Era estranho, mas confortante. "Também não me recordo de ter te visto outras vezes, e olha que você é meio difícil de passar despercebido." As palavras saíram com a confiança tranquila de quem sabia o efeito que tinha nas pessoas, mas também com uma curiosidade genuína. Não era apenas uma troca de palavras vazias; havia uma sutil dança de intenções ali que, para Maressa, era tão envolvente quanto qualquer uma de suas apresentações nos palcos. "Sei que aqui tem uma certa fama por conta das apresentações." Disse com calma, tombando levemente a cabeça para o lado enquanto o estudava. "Você é um dos artistas ou simplesmente gosta de assistir?"
flashback.
Tadhg nada sabia sobre dança além de como a apreciar. Mesmo a música pareceu desaparecer no plano de fundo conforme observava a figura feminina, cada movimento parecendo o desaguar de sentimentos há muito represados. Registrou cada detalhe: o tecido delicado de seu vestido, as pontas douradas de seus cabelos, o acentuar das curvas femininas com cada passo que alternava entre ocultar e revelar. Não sentiu necessidade alguma de conjurar falso pudor: a encarava como um homem olhava uma mulher, grato pela distração ao notar que, por um par de momentos efêmeros, a dor em seu peito pareceu cessar. Mesmo quando seus olhos se cruzaram, sua expressão se manteve neutra, o único indício de sua apreciação sendo a curva quase imperceptível dos cantos de seus lábios.
Uma vez terminada a performance no palco, voltou a própria atenção ao copo diante de si. O álcool era companhia constante, em especial em noites como aquela, quando o espaço vazio em sua vida se convertia em dor aguda. Não havia no mundo outra substância capaz de o anestesiar. A combinação de vinho e gengibre era só sua, algo que a maioria consideraria um par sem harmonia, e Tadhg encontrava conforto em ter preferências que o separavam da multidão, como uma barreira inconsciente que o roubava toda e qualquer chance de pertencer, o colocando na posição de observador. O vinho quente ali servido era temperado de maneira diferente, e sentia o cheiro de cravo, canela e limão no ar. Um longo gole de sua bebida aqueceu suas extremidades, as mãos ainda geladas por ter desbravado o inverno até chegar ao lugar.
Tinha uma hora para matar até sua vez de subir ao palco, e seus olhos vagaram pela pequena multidão ali presente com a atenção de quem catalogava cada rosto. Encontrou primeiro os músicos que tocavam momentos antes, e então percebeu a silhueta da dançarina recortando um caminho até o bar. A acompanhou conforme os caminhos traçados pelo destino a trouxeram até seu lado. Colocando-se de pé e trazendo a própria caneca consigo, a diferença entre suas alturas se fez evidente conforme se aproximava. Invés de a dirigir um cumprimento, porém, voltou-se para o atendente do bar e pousou uma moeda de prata sobre o balcão. ❛ A bebida dela é por minha conta. ❜ O informou, o pagamento sendo suficiente para comprar mais vinho do que ela seria capaz de tomar. Tadhg não tinha muito dinheiro para começo de conversa, mas não o poupava frente a uma oportunidade de galantear. Quando por fim fixou sua atenção na mulher e encontrou um sorriso tímido a encará-lo, a intensidade do olhar com que retribuiu faria qualquer dama de família corar. ❛ Nunca te vi aqui antes. ❜ Observou de maneira factual, pois a teria notado em qualquer lugar. Não fez questão alguma de se apresentar: duvidava que a fosse voltar a ver depois daquela noite.
#• ·➤ everything comes in waves ll threads#with:tadhgbarakat#a inter mal começou e eu lançando o começo de pergaminho#luta aí queridona
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Flashback
ㅤㅤㅤㅤㅤAinda que fosse uma ótima ouvinte e conselheira, Maressa se via com dificuldades de expressar-se por meio de palavras, por isso desde muito jovem encontrou na dança a forma perfeita para externar seus sentimentos. Porém, as coreografias engessadas ensinadas nas aulas que recebia pouco a pouco foram se mostrando ineficazes, insuficientes para que ela conseguisse repassar o vórtex de emoções pelas quais muitas vezes ela se via envolta, e foi disso que surgiu seu primeiro contato com changelings. Tinha 18 anos quando visitou a taverna pela primeira vez, e, ao ver como as mulheres se moviam, sua fluidez e intensidade empregados em cada movimento, ficou completamente apaixonada, tornando-se uma frequentadora assídua do local desde então, mantendo em segredo sua verdadeira identidade.
ㅤㅤㅤㅤㅤNaquela noite, ela dividia o palco apenas com os músicos e mais uma menina que, assim como ela, havia sido convidada para performar a canção. Maressa se movia com uma graça etérea, como se cada passo no palco fosse a extensão natural de seu ser. Seus pés deslizavam pelo chão de forma tão leve que parecia flutuar, e cada giro, cada salto, tinha a suavidade de uma brisa acariciando a pele. Os braços, alongados e elegantes, desenhavam formas no ar com precisão delicada, enquanto seu corpo inteiro fluía como as próprias ondas do mar — ritmado, constante e poderoso, mas ao mesmo tempo sutil. Seus movimentos seguiam a música com uma sincronia tão perfeita que ela parecia ter se tornado parte do som, uma onda dançando ao compasso invisível de uma maré interior. Mais do que passos de dança seus movimentos eram um desabafo, a exibição de um caos interno tão intenso que era impossível descrevê-lo com palavras.
ㅤㅤㅤㅤㅤFoi então que seus olhos o encontraram na multidão. Olhos que assim como os dela, pareciam refletir a angústia do universo. Durante o restante da canção, os olhos azuis tornaram a procurar a figura masculina várias outras vezes, encontrando-o sempre no mesmo local, a encarando de volta. Ao término, despediu-se da platéia junto dos demais e desceu do palco, indo em direção ao bar no intuíto de beber uma caneca de vinho antes de retornar para o instituto. Para sua surpresa, se viu parada ao lado da figura masculina, a qual parecia ainda mais alta quando vista de perto. Ergueu o olhar para oferecer ao estranho um sorriso tímido, como se o agradecesse por tê-la assistido naquele dia e logo desviou os olhos para o atendente, esperando que o vinho lhe fosse servido. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ
flashback with @maredoomstryke at the tavern.
Seu maior crime era a indulgência. Desde a morte de Alya, há muito havia deixado de temer a própria sentença: se entregava aos prazeres vazios como maneira de anestesiar a dor da ausência e, na maior parte do tempo, a estratégia parecia funcionar. Naquela noite em particular, havia voado com Buruk até Eldrathor, cada passo o levando pelo mesmo caminho de pedras desgastadas que um dia havia percorrido com a mulher que amava. Fora ela quem o apresentara ao lugar, e visitá-lo havia se tornado uma espécie de templo ao luto, uma maneira de unir suas tentativas de se sentir vivo com a necessidade de cultuar sua memória. Aos olhos de Tadhg, no mundo haviam poucos prazeres maiores que o de ouvir uma boa poesia, e era por versos e rimas que buscava na taverna familiar. O lugar era recanto entre os changelings com o mesmo apreço pela arte, e um dos únicos em que se sentia seguro deixando a guarda baixa diante de desconhecidos – física e metaforicamente.
A terceira ilha era território neutro mas, mesmo nela, cada classe parecia preferir seu próprio espaço. Naquele estabelecimento, de propriedade de uma feérica, podia recitar, cantar, dançar e tocar entre os seus, sem medo de julgamentos, cada talento um segredo jamais revelado fora das quatro paredes que os escondiam. Havia preparado uma música para aquela ocasião em particular: algo que escrevera após um pesadelo, ao acordar com a cama fria ao seu lado e a memória do corpo ainda quente em seus braços, sem respirar. Deixou sua capa junto a entrada e, com cuidado para não espalhar a lama da neve que havia esmagado sob o coturno na caminhada até ali, limpou as botas contra o tapete antes de se acomodar em um dos bancos do balcão, gesticulando para que o trouxessem o de sempre nos meses de inverno – uma caneca de vinho quente com uma pitada de gengibre para o esquentar. Com a bebida em mãos, se voltou para o pequeno palco improvisado, onde encontrou uma figura feminina a dançar.
Não a conhecia, e não conseguiu desviar o olhar.
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤSentia a pele queimar conforme os olhos alheios a percorriam e acabou se vendo obrigada a trocar a posição das pernas cruzadas para que o próprio corpo não denunciasse a forma com a qual aquele olhar a atingia. Maressa, por sua vez, mantinha a postura altiva conforme os próprios olhos faziam sua tentativa de reconhecimento, percorrendo o que era possível ser visto do rosto mascarado. "Well, that's sad, 'cause I'm a little curious about that," murmurou lentamente, os lábios curvando-se em um sorriso leve. Quando ele levou o copo à boca, seus olhos acompanharam o movimento com um arquejo sutil de sobrancelha, como quem questiona se a bebida estava do gosto dele.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤEm resposta, umedeceu os próprios lábios antes de pegar a taça deixada sobre a mesa, sorvendo um gole a partir do mesmo local onde os lábios dele haviam tocado a pouco enquanto uma gota fugaz se prendia ao canto dos lábios; passou a língua devagar, sem pressa, antes de voltar a encará-lo. Conforme ele se aproximou, pode sentir a frangância que exalava de seu pescoço, uma combinação intensa de notas amadeiradas com um toque sutil de especiarias que pareciam se adequar perfeitamente a imagem que o homem havia passado para ela desde a primeira vez em que seus olhares se cruzaram por ali; marcante e envolvente, ao mesmo tem que era discreta para intriga-la. "And how do you intend to do that?" devolveu em um tom igualmente baixo, com uma sugestão de desafio no olhar. "Maybe I can help you," concluiu, seu tom levemente dúbio, enquanto mantinha os lábios curvados em um sorriso.
with @tadhgbarakat at masquerade ball + “something about you really interests me.”
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAssim que as garotas com quem conversava se afastaram, Maressa dirigiu-se ao bar, deslizando para uma das cadeiras enquanto aguardava pacientemente seu próximo drink. A atmosfera ao redor parecia fluir normalmente, mas então, um arrepio familiar percorreu sua espinha — aquela sensação inconfundível de estar sendo observada. Lentamente, virou-se, os olhos vasculhando o ambiente em busca da fonte do olhar que pesava sobre ela. Não demorou muito para encontrar o responsável, e no instante em que seus olhares se cruzaram, Maressa compreendeu a intensidade por trás daquele olhar. Havia algo no modo como ele a encarava que ela não soube identificar ao certo o que era, no entanto, se viu presa naqueles olhos, não desviando nem mesmo quando o estranho começou a andar em sua direção.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤConforme ele se aproximava, Maressa sentiu uma onda de familiaridade percorrer seu corpo, como se já tivesse encontrado aqueles olhos antes, ainda que a memória exata lhe escapasse. Havia algo magnético neles, uma profundidade misteriosa que parecia segui-la e despir cada pensamento. Por um momento, ela quase se perdeu na intensidade daquele olhar. "Oh, really?" respondeu, tentando disfarçar, de modo sutil, o leve arrepio que percorreu sua nuca ao ouvir a voz grave. "And what would that thing be?" provocou, inclinando a cabeça levemente para o lado, os olhos fixos nos dele. Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, em um flerte sutil e um convite silencioso à continuidade daquela troca de olhares.
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