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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤEla notou o riso baixo dele e acabou o acompanhando. "Imagina, acontece. Pode ficar tranquilo," respondeu, em um tom leve e tranquilizador, antes de voltar ao assunto. "Nem todos são bons, tem um de vegetais que, pessoalmente, acho meio sem sabor... parece que falta algo. Não sei explicar." Com um gesto sutil, apontou para onde o tal canapé estava. "Aquele ali é o grande inimigo do sabor, mas não dá pra negar que a apresentação dele é impecável com todas aquelas cores." Ela ergueu levemente os ombros, num gesto de resignação.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤDona de uma mente criativa e língua afiada, Maressa não conteve o riso ao ouvir a resposta seguinte. "Se me permite dizer," começou, como se já se desculpasse pela ousadia, "acho que os corsets não te valorizariam muito bem. Você fica melhor com as roupas que está usando agora." Mudando para um tom quase conspiratório, ela acrescentou: "A verdade é que a maioria de nós também detesta esses trajes. Mas acabamos sacrificando alguns privilégios — como o de respirar — em busca de ficar bonita." A lembrança da mãe a repreendendo por seu modo informal de falar lhe veio à mente, arrancando outro riso breve. "Sendo sincera? Até agora estou gostando, adoro festas e ocasiões para dançar. Só tem uma coisa que me incomodou: todas as pessoas que conheço simplesmente sumiram nesse salão, e me senti um pouco perdida ao longo da noite." Ela suspirou levemente e desviou o olhar, repousando-o no rosto dele novamente. "E você? Como está sendo a sua noite até agora? Está se divertindo?"
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSendo filha de pais controladores, Maressa aprendeu cedo alguns truques para ocultar certas coisas deles. Entre as lições essenciais, aprendeu que estar alimentada o suficiente diminuíam o efeito do álcool no organismo. Não havia bebido tanto aquela noite, mas ao passar pela mesa de comidas, notou que haviam alguns itens dos quais ela gostava muito, por isso se aproximou da mesa, pegando uma unidade e comendo logo em seguida.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤQuando estava prester a engolir, a voz masculina chamou sua atenção, fazendo com que ela se virasse no mesmo instante na direção do recém chegado. Em um gesto um pouco envergonhado, ela levou a palma para frente dos lábios, engolindo a comida antes que um riso baixo irrompesse de seus lábios. "Perdão, você me pegou em um momento de distração." Disse em tom baixo, mas ainda assim suficientemente alto para que ele a ouvisse. Ao encará-lo pela primeira vez, piscou algumas vezes ao perceber que ele lhe parecia familiar, embora não soubesse dizer exatamente de onde; era uma sensação que, ainda que indefinida, evocava lembranças desconfortáveis. Contudo, afastou o pensamento rapidamente.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSeu olhar acompanhou o local apontado e um sorriso amplo iluminou sua face antes de ela se virar para ele novamente. "Esse também é um dos meus favoritos, então estou com você nisso." Percebeu um leve toque de hesitação na voz dele, mas manteve a simpatia, atribuindo a hesitação a ele ser uma pessoa possivelemente tímida. "Obrigada pelo elogio ao vestido! Admito, estou particularmente feliz por ter escapado dos corsets apertados esta noite. Poder respirar… e comer, é maravilhoso." Ela disse em tom conspiratório, quebrando levemente o protocolo das damas refinadas. Naquela noite, por sorte — ou talvez azar —, as convenções sociais lhe importavam ainda menos.
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤMaressa não conteve a risada ao ouvir a resposta da outra; não estava zombando, mas entendia tão bem o sentimento que achou a situação genuinamente engraçada. "A mulher de quem mais gosto para encomendar meus vestidos uma vez me disse que um vestido é, na verdade, um acessório que se adapta à pessoa que o usa." Ela recitou as palavras com um sorriso leve. "Achei profundo e filosófico demais para se referir a tecidos, mas a frase me deu o argumento perfeito para usar mais as peças que gosto. Então, ela se tornou minha modista favorita desde então." Rindo novamente, Maressa aproveitava a rara oportunidade de admitir isso em voz alta, certa de que a outra não a julgaria. Assentiu lentamente enquanto ela falava, divertida com o quanto suas ideias pareciam combinar. "Sem necessidade de agradecimentos! E entendo completamente essa questão dos corsets — tenho uma relação de amor e ódio com eles." Fez uma careta dramática antes de continuar. "Me sinto linda quando os uso, mas nem todos oferecem beleza e conforto, e é isso que mais me incomoda. E, quanto às roupas bufantes... não poderia estar mais certa! Elas me fazem sentir igualzinha à minha irmã mais velha, e às vezes até pior, como se eu fosse minha própria mãe." Ambas costumavam criticá-la por suas escolhas, mas com o tempo acabaram desistindo. Nada que causasse restrição involuntária costumava agradá-la. "Perfeito!" disse, empolgada. "Vi duas pessoas completamente bêbadas jogando um jogo mais adiante e estou certa de que poderíamos vencê-las apenas na conversa. Duvido muito que notariam se trapaceássemos." Ela riu novamente, oferecendo o braço para a outra. "E não vou te deixar sozinha; se eu encontrar alguém conhecido, prometo te apresentar, para que possamos, enfim, conhecer alguém nesse salão que mais parece um formigueiro com tanta gente!" Mantendo o entusiasmo, aguardou que ela pegasse seu braço para então guiá-la pelo salão.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ “ estamos na mesma situação. na verdade, não faço a mínima ideia de onde está qualquer um que eu conheço. ” àquela altura, já abandonara a veia investigativa e desistira de procurar qualquer pertencimento pessoal nas figuras de estranhos mascarados. provavelmente só encontraria algum dos seus caso erianhood operasse algum tipo de milagre, mas tinha a noção de que a deusa tinha coisas melhores para fazer que atender aos seus caprichos. “ é uma pena que ninguém tenha me dado esse conselho… confesso que não ia reclamar de uma roupa um pouco menos bufante. ” a confidência saiu, breve. não era como se fosse um segredo — acreditava que qualquer um que tenha ocasionalmente passado ao seu lado ao longo das horas daquela ocasião a escutou resmungar sobre pelo menos uma característica do traje que adornada o corpo esguio. o vestido era pesado e os sapatos apertavam o mindinho, além das cordas do corset estarem um pouco bem apertadas demais. mesmo assim, gostava da sensação de se sentir bonita; o uso de trajes tão elaboradas, para ela, acontecia uma vez na vida e outra na morte. “ muito obrigada! as outras opções que cogitei me faziam me sentir um pouco claustrofóbica dentro dos tecidos. não combino muito com mangas tão longas… e suspeito que você também não. ” comentou, com um sorriso, com a notoriedade óbvia nos recortes sinuosos do vestido da companhia. “ bom, acho que de ajuda eu não preciso. não estava indo a nenhum lugar específico, só tentando me sentir um pouco menos perdida por aqui. andando de um lado para o outro, sabe. ” o abano da mão demonstrava trivialidade. “ mas, de todo modo, a companhia é mais que aceitável. o que você quer fazer? e ah, claro, não se sinta presa à mim se ver algum conhecido seu no caminho. ”
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ"Já que fui eu quem falou com você primeiro, acho que está mais para alguém encontrado do que alguém que encontrou." A resposta veio em um tom de provocação descontraído, mas, enquanto mantinha seus olhos fixos nos dele, um sorriso malicioso se desenhou em seus lábios. "Mas admito, me perder valeu a pena." E não era mentira; nos últimos minutos, estava completamente absorta naquele olhar e do mistério que o acompanhava. Se ao menos lembrasse quem ele era, entenderia o magnetismo que ele exercia sobre ela e a dificuldade em simplesmente ignora-lo. "Duas amigas, apenas. Ninguém especial." Respondeu com simplicidade, rindo logo em seguida ao vê-lo imitar seu gesto. "Não acho que você seja antipático, só está resistindo em admitir que dançar não é assim tão ruim." Ela respeitava opiniões contrárias, mas ainda assim era teimosa, e com toda a certeza, gostava de se provar estar certa, especialmente quando era sobre algo que gostava. A leve provocação em sua voz deixava claro que não se importaria em tentar mudar a opinião dele.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤEla não respondeu de imediato, apenas segurou a mão dele ao ver a oferta aceita, conduzindo-o para um canto mais afastado do centro, onde a multidão era menor e a música não era assim tão alta permitindo conversar sem tanta dificuldade. Agora próximos, a diferença entre os dois parecia ainda mais evidente: o vestido brilhoso de Maressa resplandecia como um manto estrelado sobre o céu noturno que eram as vestes escuras dele. Com uma confiança tranquila, ela elevou a mão livre até o ombro dele, sustentando seus olhares e exibindo um sorriso discreto. Com confiança, elevou a mão até o ombro dele. "Se não gostar," respondeu devagar "ganha o direito de pedir algo que o agrade mais." Ela não se preocupou em disfarçar a ambiguidade, deixando a oferta aberta, quase como um desafio, enquanto dava início a uma dança calma, tal qual a música que tocava no momento.
Ninguém estava vivendo uma experiência única ali e já havia ficado claro para Cillian que o baile era uma espiral de encontros que, por alguma razão, não queriam se revelar. Sentia profundamente que conhecia a mulher e suas íris de algum lugar, a cor clara sendo um perfeito oposto das próprias. "Nesse caso, vou ter que agradecer suas amigas por terem te perdido quando encontrá-las, ou eu não teria feito." O flerte saiu tão descontraído como se já estivesse habituado ao ato, o que não era bem verdade. Se soubesse que era Maressa, entenderia o porque, como no dia em que se conheceram. Estava naturalmente atraído por ela, com noção para apareciar a beleza alheia e uma companhia positiva. "Veio acompanhada de muita gente? Ou alguém em especial?" A curiosidade era genuína e queria mesmo saber se a moça já não havia outra companhia como ele gostaria de ser.
"É tão ruim assim ser antipático?" Retribuiu ao gesto que ela fizera, um sorriso discreto plantado no rosto. "Danço, só não gosto." Os lábios franziram-se em um bico rápido apenas para entoar sua preferência. Acabou por aceitar a mão ofertada para além da convicção de que dançar era algo divertido. Era, ele não. Apesar da carranca que havia se tornado um estado de personalidade de Cillian, sentia o desejo de fazer um agrado, como se não quisesse muito desapontá-la ou deixá-la na mão. Não que tivesse recusado dança alguma durante a noite, mas a energia que rondava a moça era um pouco diferente das demais. Sentia-se conectado com uma completa estranha e não iria contra os instintos. "Está fazendo muitas promessas para uma noite. Se a dança não for boa, o que eu ganho?"
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤQuanto mais encarava as orbes escuras, mais fácil parecia ser se perder em sua imensidão e afastar-se por completo de todas os limites que a ocasião trazia consigo. Não que em dias ordinários Maressa fosse uma fiel seguidora de regras, muito pelo contrário, ela não poderia ligar menos. No entanto, ainda que se deixasse levar por alguns impulsos hedonistas, o fazia em segredo, de modo a não trazer problemas para si e nem para quem a estivesse acompanhando. Assim que o elogio foi proferido, os lábios curvaram-se em um sorriso que deixava evidente o quão bem recebido o elogio indecente havia sido. "No need to apologize, I appreciate your honesty." A tonalidade simples empregada na fala junto do sorriso exibido tornavam ainda mais evidente seu apreço.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSeus olhos eram como brasa sobre a pele dela, marcando cada parte em que passavam ao mesmo tempo em que pareciam exibir a verdadeira natureza dos pensamentos que orbitavam a mente dele naquele momento. Era como um lembrete constante de que ela devia cortar seja lá o que estivesse se passando entre ambos naquele momento, um lembrete que ela intencionalmente escolhia ignorar. Aproveitando a proximidade, se permitiu inspirar mais profundamente o cheiro intrigante de sua colônia enquanto a fala rente ao ouvido enviava pequenas ondas de arrepios por sua pele, mas ainda, Maressa se mantinha sob postura, inclinando de leve a cabeça sobre o ombro dele para que pudesse respondê-lo de modo que os demais não percebessem que naquele momento ela o queria ainda mais perto. "Like i said, you make me curious before, so..." Desceu da cadeira, parando tão perto d'outrem quanto a normativa permitia. "I would be happy to join you." Concluiu, seu tom ainda baixo enquanto ela mantinha o olhar fixo nele.
Seu olhar era como a ponta fria de uma adaga, traçando o contorno de cada centímetro de pele exposta sem a perfurar. A notou ajustando a postura, as pernas cruzadas um par de linhas elegantes, o movimento do tecido diáfano de seu vestido o fazendo cintilar como estrelas. Tão fácil seria estender a mão e a tocar, e tão graves seriam as consequências: precisava se lembrar de onde estava e dos limites que ali eram impostos, mas o álcool em suas veias e o vagar de seus olhos pouco fez para disfarçar a intenção. Se o impasse era a curiosidade, tinha a maneira perfeita para a saciar; só o doce do vinho alheio desfez o amargor de ter que engolir as palavras sórdidas que lhe vieram à ponta da língua, prestes a escapar. As substituiu por outras, de mesma maneira indecentes, mas que eram elogio e não proposta–por ora. ❛ Pardon my honesty, my lady, but it may very well be the way your figure is hugged by that dress. ❜
Não era mentira. Enquanto a maioria das demais presentes havia optado por cortes modestos, o dela convidava a atenção. Em trajes finos, as curvas femininas pareciam lavradas pelas mãos delicadas de um escultor, e Tadhg nada era além de um fiel apreciador da arte. A língua da mulher era um espetáculo próprio, conduzindo sua imaginação por terras onde damas de família não deveriam andar. Levou o polegar ao próprio lábio inferior ao assisti-la, hipnotizado, a vendo perfeitamente capaz de sugar até a última gota–do vinho, é claro. Soube que o movimento era intencional, e era também permissivo: se ela o dava a mão e então o braço, assumia ser seu o direito de a querer de corpo inteiro. ❛ If you're keen to test my theory, I would very much like to get you off of it. ❜ Sua voz foi não mais que um sussurro, se inclinando na direção dela para a falar ao pé do ouvido. Enquanto a mulher lhe sorria, sua expressão se manteve séria, os olhos intensos ao procurar pelos dela. ❛ Care to join me for a stroll? ❜
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSendo filha de pais controladores, Maressa aprendeu cedo alguns truques para ocultar certas coisas deles. Entre as lições essenciais, aprendeu que estar alimentada o suficiente diminuíam o efeito do álcool no organismo. Não havia bebido tanto aquela noite, mas ao passar pela mesa de comidas, notou que haviam alguns itens dos quais ela gostava muito, por isso se aproximou da mesa, pegando uma unidade e comendo logo em seguida.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤQuando estava prester a engolir, a voz masculina chamou sua atenção, fazendo com que ela se virasse no mesmo instante na direção do recém chegado. Em um gesto um pouco envergonhado, ela levou a palma para frente dos lábios, engolindo a comida antes que um riso baixo irrompesse de seus lábios. "Perdão, você me pegou em um momento de distração." Disse em tom baixo, mas ainda assim suficientemente alto para que ele a ouvisse. Ao encará-lo pela primeira vez, piscou algumas vezes ao perceber que ele lhe parecia familiar, embora não soubesse dizer exatamente de onde; era uma sensação que, ainda que indefinida, evocava lembranças desconfortáveis. Contudo, afastou o pensamento rapidamente.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤSeu olhar acompanhou o local apontado e um sorriso amplo iluminou sua face antes de ela se virar para ele novamente. "Esse também é um dos meus favoritos, então estou com você nisso." Percebeu um leve toque de hesitação na voz dele, mas manteve a simpatia, atribuindo a hesitação a ele ser uma pessoa possivelemente tímida. "Obrigada pelo elogio ao vestido! Admito, estou particularmente feliz por ter escapado dos corsets apertados esta noite. Poder respirar… e comer, é maravilhoso." Ela disse em tom conspiratório, quebrando levemente o protocolo das damas refinadas. Naquela noite, por sorte — ou talvez azar —, as convenções sociais lhe importavam ainda menos.
closed: @maredoomstryke
Arthas não bebia desde sua ida ao reformatório, consciente de seu jeito quando estava sob o efeito de álcool ou de qualquer substância não usual, e ainda assim era obrigatório na entrada que bebesse do drink que sua Majestade havia proporcionado ao evento. Talvez seu eu passado tivesse se rebelado contra aquilo só para causar confusões, mas esse não era ele mais, era apenas a sombra que um dia tampou a luz que ainda havia dentro de si. Com o tempo ele havia aprendido isso... Por tanto, ele havia aceitado de bom grado o shot, prometendo a si mesmo que beberia apenas um, mas um havia sido o suficiente para os efeitos o envolverem.
O sorriso permanecia leve, controlado, em seu rosto ao que seu olhar caminhava por todos ali presentes, sua vista lhe traindo, incapaz de reconhecer qualquer um ali presente, principalmente com as máscaras em seus rostos, ocultando suas identidades; sua ansiedade e o medo de se aproximar de outras pessoas, temendo reencontrar faces que já havia machucado no passado, faziam com que ele evitasse muitas interações, e à sua mão ele carregava um copo de água, sua melhor companheira. Foi só quando uma figura se aproximou da mesa de petiscos próxima dele que ele assentiu. "Gostei do seu vestido. Bem brilhante..." Ele comentou, tentando ser simpático. "Recomendo aquele ali." Apontou um dos petiscos que achara mais saborosos. "Isso é... Se quiser ouvir minha opinião."
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤMaressa só percebeu o que havia dito ao notar a expressão pensativa no rosto do outro; embora ela valorizasse conversas filosóficas, sabia que em ambientes festivos geralmente temas mais leves e divertidos eram preferíveis. Mas, vendo o desconhecido seguir com a conversa, ela se permitiu relaxar um pouco e ponderar sobre a questão. "Bom..." Ela riu consigo mesma, quase como uma confissão: por mais que tentasse, não conseguia responder com um simples "não" à pergunta e enquanto pensava, percebeu que mal podia lembrar da última vez em que alguém "inteiro" havia cruzado seu caminho. "Depois de um certo tempo," ela comentou, com um leve encolher de ombros, "acho que é impossível alguém se manter realmente intacto. Seja um coração partido, esperanças destruídas... todo mundo carrega suas marcas; algumas só são mais visíveis que outras ou, sei lá, mais difíceis de curar." Um sorriso quase desafiador surgiu quando ele concluiu seu pensamento, e ela respondeu com uma provocação: "Pessoas um pouco loucas têm seu charme, você não acha? Ou quem sabe você tenha uma quedinha por tentar consertar as pessoas. Já considerou isso?" Ela arqueou uma sobrancelha, com uma certa diversão em seus olhos, sem saber se ele poderia notar o gesto atrás de sua máscara. "Mas concordo, nem todos valem o esforço. Já tive experiências que comprovam isso suficientes para uma vida toda."
𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫, @maredoomstryke says i have a tender spot in my heart for broken things
kieran não sabia como havia parado em uma conversa daquele teor, considerando a intenção anterior de procurar os alimentos mais interessantes daquele banquete; ele estava, é claro, acostumado a comer bem em hexwood, mas nada se comparava aos bailes. mesmo assim, fixou seu olhar na mulher à sua frente, em expressão pensativa. ❛ coisas quebradas? ❜ repetiu e, no entanto, era como se falasse consigo mesmo em uma tentativa de pensar em quais palavras poderia oferecer. ❛ isso vale para pessoas quebradas também? ❜ indagou, por fim, em um gesto de curiosidade genuína. ❛ se te consola, eu adoro um problema, sabe? o enigma mais difícil, o artefato quebrado, a mulher mais louca da cidade! mas se é a minha opinião sincera que quer: na maior parte das vezes, não sei se vale a pena o desgaste. ❜ encolheu os ombros ao se pronunciar, embora não fosse capaz de seguir o próprio conselho.
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤMaressa já estava cansada de procurar. Desde que chegara ao baile, seus olhos buscavam rostos conhecidos, mas até agora tudo o que havia encontrado eram expressões vagamente familiares, que faziam com que ela se lembrasse de pessoas cujo os nomes pareciam ser borrões em sua mente. Uma sensação de frustração começava a tomar conta dela, crescendo conforme a noção de que estava sozinha ali se fazia mais presente. Caminhava pelo salão um tanto distraída, seu olhar ainda varria o ambiente como uma última esperança de encontrar alguém, até que outra situação a assustou e ela se viu perto de ser encharcada de vinho. "Pelos deuses, que susto!" exclamou, observando a bebida derramada no chão antes de levantar o olhar para a garota, rindo levemente. "Está tudo bem, não tem problema algum." Disse no intuíto de tranquilizar a outra garota.
ㅤㅤㅤㅤㅤ"Brava por...? Ah... Está melhor?" perguntou, tentando manter a simpatia na voz mesmo tendo ficado descontente com a forma com a qual ela falou. A fala sobre os changelings fez com que Maressa torcesse a boca de leve, desconfortável com o comentário, mas optou por não reagir. Aprendera que discussões sobre a antiga rivalidade entre espécies raramente levavam a algo produtivo, ainda que ficasse um tanto estressada a ouvir tais comentários. Mas ainda assim torcia para que mulher com a qual conversava não seguisse aquela linha de raciocínio. "Mas chegou a ver algum por aqui? Com tanta gente, mal dá para distinguir quem é quem, khajols, changelings, todos parecem iguais hoje" comentou, mantendo a voz leve e amistosa. Com um sorriso, acrescentou: "E não se preocupe, você não me acertou, está tudo bem." Reafirmou, um tanto incerta se deveria seguir com a conversa.
ع ✦ — starter para @maredoomstryke
Gostava de vinho, mas o gosto daquele na língua parecia amargo demais. Ou amargo era o humor do dia, que vinha mudando e se tornando cada vez pior ao longo das horas. Sempre tinha respeitado o imperador, mesmo através de todos os comentários e fofocas! Tinha até mesmo defendido o homem quando surgiu um terrível boato sobre piolhos, acreditando que aquele um dia seria o seu sogro, portanto meu digno de respeito e atenção. Exceto em alguns casos. Não conseguia compreender porque ele parecia forçar os khajols a aceitar e conviver com os changelings e se revoltava com cada uma das decisões tomadas. A raiva pareceu subir pela garganta, causando um engasgo rápido que fez com que Sigrid cuspisse o líquido quase em uma pessoa que passava. Sentiu o rosto esquentar de vergonha, aturdida por quase ter arruinado o vestido de outra pessoa, ainda mais alguém que sequer conhecia. “Desculpe, eu apenas…” Não tinha uma desculpa exata. “Engasguei por estar brava.” Confessou, deixando a taça de lado e respirando fundo. “Esses changelings me deixam nervosa, eu fico mal.” Claro, era sempre mais fácil apenas depositar a culpa em outros; ainda assim suspirou, verdadeiramente chateada. “Acho que é hora de deixar a bebida de lado, não é? Peço desculpas de novo.”
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤPor um breve instante, Maressa se sentiu desorientada em meio à multidão de corpos que se moviam para todos os lados. Geralmente em eventos como aquele, podia contar com ao menos um rosto conhecido para o qual podia recorrer quando sentia que a bateria social estava prester a se esvair, mas naquele dia, todos pareciam ter desaparecido de sua vista. Um leve esbarrão em seu ombro fez com que ela retornasse a realidade, fazendo-a virar rapidamente para ver quem havia esbarrado nela. "Ah, imagina, eu que estava parada no meio do caminho," respondeu em um tom conciliador, acompanhando com um sorriso amistoso. "E não te julgo nem um pouco... perdi minhas amigas aqui faz horas e ainda não encontrei nenhuma delas." Fez uma leve careta, mas a expressão logo se suavizou, transformando-se em um sorriso mais largo ao ouvir o elogio.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ"Você gostou? Muito obrigada!" disse satisfeita. "Não sou muito fã desses vestidos cheios de camadas; sinto como se não conseguisse andar direito." Ela soltou uma risada. "Minha mãe vive me dizendo que uso roupas simples demais e que deveria me arrumar mais... todo aquele ‘blá-blá-blá’." Maressa revirou os olhos com um riso leve, antes de deixar o olhar descer até o vestido da garota, apreciando o tecido e o caimento. Sem se afastar, sorriu ao sentir o toque gentil da outra sobre o próprio vestido. "Mas você está deslumbrante também, a cor, o modelo... realmente, ficou perfeito em você," completou, o elogio carregado de sinceridade. "Precisa de ajuda para ir a algum lugar? Posso acompanha-la, não estou fazendo nada além de ficar parada aqui procurando algum conhecido mesmo." Seus ombros se ergueram levemente e ela tornou a dar risada.
𓆸 ⠀closed starter [ .⠀.⠀. ] ──── com @maredoomstryke no baile do imperador.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀a changeling navegava pelo salão lotado, tentando encontrar um caminho entre o mar de pessoas presente; além do volume de pessoas reunidas no mesmo ambiente, as roupas tão bem ornamentadas às vezes se tornavam obstáculos em sua circulação; estava prestes a desviar para a direita quando esbarrou de leve em alguém, seu ombro encontrando o de algum outro estudante. o toque foi breve, mas o suficiente para que ela parasse, se virando instintivamente. “ ah, desculpe! ” sorriu a changeling, com sua melhor postura simpática. “ está sendo muito fácil de me perder nesse mar de pessoas. ” confidenciou, com o tom ainda taciturno. era verdade; mesmo que seus passeios entre o salão até o momento se resumissem ao entremeio da mesa de bebidas e de algum lugar mais manso, a travessia era levemente turbulenta. naquela noite, não considerava isso uma coisa ruim. “ o seu vestido... é lindo. ” zoya murmurou, o encanto em sua voz antepondo a hesitação. não sabia com quem conversava e, no fundo, pouco se importava; seus olhos caíram no feitiço do tecido da figura delineada próxima à ela. estendeu a mão para delicadamente tocar o tecido mais claro. “ acho que é um dos mais bonitos que vi hoje. ”
#• ·➤ everything comes in waves ll threads#with:zcyarheim#a maressa tipo aquele meme do “gostou da minha roupa? foi dez reais no camêlo” só que na versão rica
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"Sim, estou bem, foi apenas um desequilíbrio que quase te levou para o chão junto comigo." Respondeu a pergunta com calma, um riso breve escapando por seus lábios. Novamente se sentiu tola por praticamente cair por cima dele daquela forma e atribuindo a culpa do incidente aos drinks anteriores, na intenção de tornar mais tolerável seu embaraço. Ela só percebeu que as mãos dele ainda estavam sobre seus quadris quando o mesmo se afastou, limpando a garganta. Sentiu vontade de rir por ver que, ainda que menos do que ela, ele parecia estar um pouco envergonhado também, no entanto, manteve sua postura.
O que veio a seguir fez com que ela seguisse exatamente onde estava e transformou o sorriso até então tímido de Maressa em algo muito mais confiante; a pista de dança se revelou como uma maneira perfeita de retomar a dignidade que parecia perder sempre que se deixava capturar por aquele par de olhos. Assumindo uma postura confiante e com um toque de formalidade, Maressa fez uma breve reverência, com um sorriso iluminando seu rosto. “Depois de quase te derrubar, uma dança é o mínimo que posso oferecer.” Sua voz transparecia confiança e leveza, e desta vez ela sustentou seu olhar firme, permitindo que um sorriso travesso adornasse seus lábios. Com a mão estendida, segurou a dele sem hesitar, e murmurou, “Prometo que meu equilíbrio é muito melhor do que parece agora.”
Junto dele, caminhou em direção ao centro onde os demais pares rodopiavam ao ritmo da música. Mais uma vez, Maressa se viu parada de frente ao loiro, a mão se dirigindo novamente ao ombro alheio enquanto os dedos se entrelaçavam aos símiles de modo delicado e firme. Os olhos dela encontraram os dele, firmes, enquanto se deixava levar pelo ritmo e pela condução alheia. "Gosto dessa música," comentou com um sorriso, deixando que a melodia envolvesse os dois enquanto seus passos fluíam em harmonia.
Vincent mal teve tempo de raciocinar. As mãos instintivamente buscaram segurar a garota à sua frente para impedir que caísse, uma se agarrando aos quadris e outra segurando-a pelo braço. “Você está bem?!” perguntou, meio preocupado. Não sabia se ela estava estava passando mal ou se foi apenas um susto, mas quando ela ergueu a cabeça e o olhar se encontrou com o dele, as perguntas se perderam por algum lugar, levadas pelas ondas. Havia algo de familiar no brilho azul daquele olhar; no ar de quem poderia facilmente conduzi-lo à morte, mas não de um jeito ruim, e sim como uma sereia conduz um marinheiro a se perder nas profundezas do oceano. O perigo envolto na graça e na delicadeza. Ela era familiar e, ao mesmo tempo, completamente diferente de tudo que ele já viu. A proximidade, o olhar estonteante e o fantasma da lembrança o mantiveram ali, e por um momento ele se sentiu enfeitiçado, pronto para se deixar ser afogado.
Ela já recuperado o equilíbrio, mas Vincent só percebeu que não havia mais necessidade da mão apoiada em seu peito quando notou o embaraço vindo da garota, vendo a súbita falta de jeito com as palavras e a forma como suas bochechas ruborizarem levemente — uma reação que lhe agradou mais do que admitiria. Foi então que teve que lembrar a si mesmo que também devia prezar pelas aparências, e então puxou as mãos para longe, distanciando-se do calor dos quadris dela e limpando a garganta como se pudesse varrer a certeza que se deixaria ser afogado por ela. “Não há porque se desculpar” Seus olhos a examinaram com um quê de divertimento; um súbito bom humor que Vincent não podia evitar depois de vê-la daquele jeito, mas que mesmo assim teve a decência de tentar ocultar. “Sabe,” continuou, sem querer deixá-la ir embora. “também estava indo para a pista de dança, então acho que o destino deve estar querendo nos colocar no caminho um do outro.” Assumindo uma postura elegante e formal, o loiro ofereceu uma mão para convidá-la, mantendo o olhar fixo nos olhos dela. “Nesse caso… Me concederia essa dança?”
#• ·➤ everything comes in waves ll threads#with:princetwo#AMA ADMIRAR A BELEZA DELE DE BOCA FECHADA#AVISE
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤA resposta da mulher arrancou uma risada sincera de Maressa, e ela se viu tentada a contar o quanto entendia aquela sensação. Não achara a playlist completamente ruim, mas boa parte das músicas parecia fundir-se em uma única sequência monótona — quase como se houvesse apenas um ritmo permitido naquela festa, o que, de certa forma, fazia sentido considerando a origem formal do evento. “Eu, uma jovem, duvido que ele tenha a menor ideia do que seja o gosto musical dos jovens,” brincou, rindo novamente e virando-se para observar a estranha ao seu lado. Havia, sob o disfarce, um toque de sarcasmo na voz da mulher, o qual Maressa notou mas optou por não questionar.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ“Também conheço alguns lugares que deixariam essa seleção no chinelo, falando em qualidade.” No entanto, ao mencionar bares, Maressa pensava nas tavernas que tanto frequentava, aquelas que lhe traziam boas lembranças de noites animadas e danças livres — um detalhe que manteve apenas para si. “E fique tranquila, em momento algum achei que estivesse falando mal do nosso querido imperador,” respondeu com uma pitada de sarcasmo, dando a entender que a mulher não precisava se preocupar com o julgamento dela. Quando a conversa voltou à festa, ela continuou: “Estou gostando no geral, adoro festividades, mas confesso que a bebida... deixou um gosto esquisito,” comentou, enrugando o nariz ao lembrar do amargor e a sensação estranha que o primeiro copo havia causado. “Nada que tenha me impedido de virar alguns copos,” disse, rindo de si mesma. “Mas uma coisa que não gostei foi que todas as minhas amigas evaporaram. Estou me sentindo como uma recém-chegada na cidade, sozinha em meio a estranhos.” Suspirou, e o tom desapontado foi substituído rapidamente por curiosidade ao mudar o foco.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ“E você, o que tem feito para se divertir? Aposto que não ficou o tempo todo por aqui. Chegou a jogar algum dos jogos? Disseram que tem uma mesa de beer pong montada — pelo que me contaram, envolve muita bebida, mas nunca joguei,” comentou, enquanto erguia os ombros num gesto leve. Sentia-se quase completamente sóbria novamente, o que, em sua opinião, tornava aceitável a ideia de talvez virar mais alguns copos.
Iseret sentia falta de seu seon. A bola de energia, sempre atenta e analítica, com certeza lhe ajudaria a acalmar os ânimos em momentos como aquele. Porém as duas tinham entrado em consenso de que seria melhor que Isfet permanecesse em seu quarto, já que ela não estaria tão longe e o baile não duraria tanto tempo assim. Estranhamente estava mais relaxada do que achou que fosse estar, mas ainda sentia a tensão em seus ombros enquanto contava as estrelas do céu. A voz próxima de si não a assustou; estava em um local aberto e a vista dali era de fato muito bonita. "Eu gosto do barulho." Talvez não do barulho especificamente, mas ela gostava da energia e do fluxo de pessoas, das trocas e do possível caos que poderia surgir. "Mas as músicas poderiam ser melhores. Conheço bares em Ânglia que tocam coisas mais animadas." Tomou um gole da taça de vinho que segurava antes de se voltar para a desconhecida, forçando um leve sorriso para completar. "Digo isso com todo o respeito ao imperador, é claro. Talvez ele só não entenda muito do gosto dos jovens." O que não seria muito difícil sendo ele o velho amargo e maldito que eu sei que é, ela pensou, esperando que o amargor não tivesse ficado transparente em sua resposta. "Mas no geral estou me divertindo, claro. Uma noite de descanso nunca é demais. E você? O baile está do seu agrado ou também mudaria alguma coisa?"
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤEla riu da resposta dele, balançando a cabeça em uma concordância silenciosa. “Nem me fale, já cansei de procurar minhas amigas por este salão.” O rosto se contraiu em uma leve careta, levemente irritada por tê-las perdido tão rapidamente por ali, mas logo o sorriso amistoso retornou, e ela voltou a atenção ao estranho à sua frente. “E, francamente, já perdi as contas de quantas vezes pensei ter visto alguém conhecido. Cheguei a um ponto em que apenas desisti de tentar.” Com um leve erguer de ombros, soltou uma risada suave, porém as sobrancelhas arquearam ao ouvi-lo mencionar que talvez já se conhecessem. A possibilidade a fez ponderar por um momento — se realmente se conheciam, teriam se esquecido por algum motivo ruim? A ideia parecia improvável, visto que ele não havia sido nada além de simpático durante a conversa. Talvez tivessem se cruzado casualmente nos corredores do Instituto, mas, de algum modo, aquela sensação de familiaridade parecia mais profunda do que um simples encontro breve.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤMaressa sacudiu o pensamento; insistir em lembrar rostos naquele ambiente seria inútil, e isso ela mesma já havia comprovado inúmeras vezes naquela noite. Quando ele mencionou que não gostava de dançar, ela levou a mão teatralmente ao peito, os lábios se formando num círculo de surpresa, como se tivesse ouvido o maior dos absurdos. “Não gosta de dançar? Impossível!” brincou, a voz divertida. “Dançar é uma das formas mais bonitas de expressão. Talvez você só não tenha encontrado bons pares até agora.” Havia uma convicção genuína na sua fala, revelando o apreço que sentia pela dança. “E eu realmente não me lembro de termos dançado.” Seu sorriso se alargou conforme uma ideia se formava em sua mente. “Vem, dança comigo e me deixe te provar que dançar não é nada ruim com uma boa parceira.” Com um olhar convidativo e leve expectativa, estendeu a mão na direção dele, aguardando sua resposta.
Não julgava mais quem encarava por estar fazendo o mesmo. Conseguia notar a desconfiança de todos, igualmente perdidos sobre quem estava por trás das máscaras. Naturalmente, ficava desconfortável de início, tendo recebido encaradas o suficiente pelos três anos em que ficou ausente quando voltou para a sociedade como professor, e não por uma boa razão. Boatos corriam por todos os lados e ele já tinha escutado a maioria, que haviam reforçado a própria crença em ser um homem desafortunado.
Pensou que teria sorte daquela vez quando notou os olhos claros sobre si, quase reconhecendo a dona do olhar. Quase, porque quando estava perto de concluir algo, a suspeita se dissipou de sua mente como se nunca fosse pertencente da mesma. Era uma amnésia rápida e que não deixava suspeitas, mas ainda havia a dúvida de conhecê-la melhor do que imaginava, pelo menos fisicamente. Quando ela se aproximou, a voz também tinha um timbre familiar, mantendo-se desconhecido apesar de tudo. "Se houver alguém que não esteja olhando estranho, esse alguém tem muita sorte." Na tentativa de aliviar a tensão, compartilhou a conclusão que tinha sobre o baile e todos os seus participantes. "Tive a mesma impressão, sabia?"
Embora um jogo de adivinhação fosse propício, a ideia passava longe, a bebida do imperador fazendo muito bem o seu trabalho. "Quase isso." A observou com cuidado quando mexeu nos cabelos que desenhavam perfeitamente o rosto delicado. "Não sou muito fã de dança, mas abri uma exceção. Só não esperava que fosser me render tantos números. Acho que dançamos uma vez na troca de pares." Se recordava o vestido brilhante o envolvendo em um giro, mas como ela havia notado, as memórias falhavam muito naquele ambiente.
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Flowering Wave
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤSentia a pele queimar conforme os olhos alheios a percorriam e acabou se vendo obrigada a trocar a posição das pernas cruzadas para que o próprio corpo não denunciasse a forma com a qual aquele olhar a atingia. Maressa, por sua vez, mantinha a postura altiva conforme os próprios olhos faziam sua tentativa de reconhecimento, percorrendo o que era possível ser visto do rosto mascarado. "Well, that's sad, 'cause I'm a little curious about that," murmurou lentamente, os lábios curvando-se em um sorriso leve. Quando ele levou o copo à boca, seus olhos acompanharam o movimento com um arquejo sutil de sobrancelha, como quem questiona se a bebida estava do gosto dele.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤEm resposta, umedeceu os próprios lábios antes de pegar a taça deixada sobre a mesa, sorvendo um gole a partir do mesmo local onde os lábios dele haviam tocado a pouco enquanto uma gota fugaz se prendia ao canto dos lábios; passou a língua devagar, sem pressa, antes de voltar a encará-lo. Conforme ele se aproximou, pode sentir a frangância que exalava de seu pescoço, uma combinação intensa de notas amadeiradas com um toque sutil de especiarias que pareciam se adequar perfeitamente a imagem que o homem havia passado para ela desde a primeira vez em que seus olhares se cruzaram por ali; marcante e envolvente, ao mesmo tem que era discreta para intriga-la. "And how do you intend to do that?" devolveu em um tom igualmente baixo, com uma sugestão de desafio no olhar. "Maybe I can help you," concluiu, seu tom levemente dúbio, enquanto mantinha os lábios curvados em um sorriso.
with @tadhgbarakat at masquerade ball + “something about you really interests me.”
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAssim que as garotas com quem conversava se afastaram, Maressa dirigiu-se ao bar, deslizando para uma das cadeiras enquanto aguardava pacientemente seu próximo drink. A atmosfera ao redor parecia fluir normalmente, mas então, um arrepio familiar percorreu sua espinha — aquela sensação inconfundível de estar sendo observada. Lentamente, virou-se, os olhos vasculhando o ambiente em busca da fonte do olhar que pesava sobre ela. Não demorou muito para encontrar o responsável, e no instante em que seus olhares se cruzaram, Maressa compreendeu a intensidade por trás daquele olhar. Havia algo no modo como ele a encarava que ela não soube identificar ao certo o que era, no entanto, se viu presa naqueles olhos, não desviando nem mesmo quando o estranho começou a andar em sua direção.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤConforme ele se aproximava, Maressa sentiu uma onda de familiaridade percorrer seu corpo, como se já tivesse encontrado aqueles olhos antes, ainda que a memória exata lhe escapasse. Havia algo magnético neles, uma profundidade misteriosa que parecia segui-la e despir cada pensamento. Por um momento, ela quase se perdeu na intensidade daquele olhar. "Oh, really?" respondeu, tentando disfarçar, de modo sutil, o leve arrepio que percorreu sua nuca ao ouvir a voz grave. "And what would that thing be?" provocou, inclinando a cabeça levemente para o lado, os olhos fixos nos dele. Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, em um flerte sutil e um convite silencioso à continuidade daquela troca de olhares.
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with @lastisfet.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤEmbora estivesse apreciando o baile, houve um instante em que Maressa sentiu a necessidade de respirar um pouco de ar fresco. Sem hesitar, caminhou em direção à sacada, feliz por encontrar um refúgio onde o som abafado da música mal chegava e poucas pessoas se aventuravam. Ela apoiou os antebraços no parapeito, deixando os olhos vagarem pelas estrelas cintilantes no céu. "A vista aqui é tão bonita," comentou em voz alta, quebrando o silêncio e se virando em direção à pessoa ao seu lado. Assim como muitos dos convidados da festa, ela não reconheceu de imediato o rosto alheio, mas mesmo assim esboçou um sorriso amigável antes de iniciar uma conversa. "O barulho também começou a te incomodar?" perguntou, seu tom casual, indicando uma busca por companhia naquele momento de pausa. "Eu adoro festas, danças, mas chega um momento em que meus ouvidos quase choram por um pouco de silêncio." Um riso breve lhe escapou. "Está se divertindo?"
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with @tadhgbarakat at masquerade ball + “something about you really interests me.”
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAssim que as garotas com quem conversava se afastaram, Maressa dirigiu-se ao bar, deslizando para uma das cadeiras enquanto aguardava pacientemente seu próximo drink. A atmosfera ao redor parecia fluir normalmente, mas então, um arrepio familiar percorreu sua espinha — aquela sensação inconfundível de estar sendo observada. Lentamente, virou-se, os olhos vasculhando o ambiente em busca da fonte do olhar que pesava sobre ela. Não demorou muito para encontrar o responsável, e no instante em que seus olhares se cruzaram, Maressa compreendeu a intensidade por trás daquele olhar. Havia algo no modo como ele a encarava que ela não soube identificar ao certo o que era, no entanto, se viu presa naqueles olhos, não desviando nem mesmo quando o estranho começou a andar em sua direção.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤConforme ele se aproximava, Maressa sentiu uma onda de familiaridade percorrer seu corpo, como se já tivesse encontrado aqueles olhos antes, ainda que a memória exata lhe escapasse. Havia algo magnético neles, uma profundidade misteriosa que parecia segui-la e despir cada pensamento. Por um momento, ela quase se perdeu na intensidade daquele olhar. "Oh, really?" respondeu, tentando disfarçar, de modo sutil, o leve arrepio que percorreu sua nuca ao ouvir a voz grave. "And what would that thing be?" provocou, inclinando a cabeça levemente para o lado, os olhos fixos nos dele. Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, em um flerte sutil e um convite silencioso à continuidade daquela troca de olhares.
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with @inthevoidz at the masquerade ball.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤAinda que a bebida tivesse aflorado as nuances mais ocultas de sua personalidade, alguns velhos hábitos permaneciam, dentre eles a paixão pela dança. Havia passado a grande maioria do tempo na pista de dança, dançando com diversas pessoas cujo os nomes ela sequer era capaz de lembrar até que finalmente sentiu os pés começarem a doer e foi até um dos sofás, descansar um pouco. Maressa tinha as pernas levemente esticadas a frente e as costas recostadas sobre o encosto do sofá. Os olhos vagavam pelo salão, ainda tentando reconhecer algum dos presentes até que por fim o encontraram.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤSentado no canto oposto, ele ostentava expressão similiar a dela enquanto olhava para alguém que de onde ela estava, era impossível saber quem. Aproveitando-se da distração do homem, ela estudou seus traços, sendo tomada por uma forte sensação de familiaridade. Ela sequer sabia seu nome, e a máscara cobria boa parte de seu rosto, mas podia jurar que houve algum momento em que seus dedos haviam percorrido aqueles traços bem marcados e que seus lábios haviam se tocado.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤCom um pequeno sobressalto, Maressa percebeu que ele a encarava de volta. O calor subiu às suas bochechas ao imaginar o quão esquisita devia parecer, perdida em pensamentos enquanto o observava tão fixamente. Soltando um suspiro baixo, decidiu que o melhor seria ir até ele. Seus passos, embora firmes, não refletiam a confiança que ela realmente sentia naquele momento; mas, à medida que avançava, o vestido fluía ao redor de seu corpo com a mesma leveza das águas, dando a ela um bom disfarce para a vergonha que ainda sentia. "Oi," começou, a voz ligeiramente hesitante, acompanhada por um sorriso tímido. "Desculpa por ficar te olhando daquela forma, sei que foi estranho." Ela riu suavemente. "É que você me lembrou de alguém, e bom... sabe como as memórias podem ser." Deu de ombros, afastando uma mecha de cabelo do rosto com um gesto casual. "Veio descansar um pouco?" perguntou, buscando alongar a conversa.
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with @princetwo, in masquerade ball.
ㅤㅤㅤㅤㅤMaressa já havia sentido os efeitos da bebida há algum tempo, mas, por algum motivo que agora lhe escapava, decidiu ignorar os sinais e seguir com mais alguns shots. Aos poucos, as inibições e os desconfortos que normalmente a acompanhavam se desvaneceram, tornando-se apenas sombras distantes de memórias que ela nem se importava mais em lembrar. Ela se sentia livre de uma maneira que nunca havia experimentado, fazendo o que queria sem a menor preocupação com as consequências.
ㅤㅤㅤㅤㅤAcabava de virar o último shot e se preparava para voltar à pista de dança quando esbarrou em alguém que passava por trás dela. Maressa, normalmente dotada de um equilíbrio invejável, não conseguiu resistir ao impacto devido ao álcool, e acabou se apoiando no peitoral do estranho para não cair. "Perdão, eu..." começou a falar, mas as palavras morreram em seus lábios assim que seus olhos subiram e encontraram o mascarado que a observava também. Ela piscou algumas vezes, desnorteada, sua mente vagando entre os lábios e os olhos dele, incapaz de formular uma frase coerente por alguns segundos.
ㅤㅤㅤㅤㅤ"Eu... estava voltando para a pista de dança e acabei tropeçando... Quer dizer, desculpa," ela finalmente disse, sorrindo nervosamente enquanto tentava disfarçar o embaraço. Foi então que percebeu que suas mãos ainda estavam firmemente apoiadas no peitoral dele. Lentamente, fingiu ajeitar algo na camisa do rapaz antes de se afastar um pouco, corando levemente. "Bonita camisa," elogiou, mordendo levemente o lábio inferior, enquanto se amaldiçoava internamente por parecer tão perdida na presença dele. "Bom... tenha uma boa noite," completou, fazendo menção de sair enquanto ainda tentava controlar o efeito que aquele encontro inesperado causara nela.
#• ·➤ everything comes in waves ll threads#with:princetwo#primeira vez dela olhando pra ele com algo além de ódio
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