#viver no princípio deste novo século para muitos
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karma-200 · 8 months ago
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Que tal?
E viveram felizes para sempre!...
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silk-orchid · 3 years ago
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Trabalho: da sua origem às plataformas de trabalho online
Entenda o que é trabalho, seus desafios e novas oportunidades | Tendências de mercado.
A força motriz que empurra o progresso de um país é o trabalho e, neste artigo, vamos tratar de entender a fundo o que é trabalho , explicando da sua origem até às plataformas de empregos.
O futuro de uma nação que quer crescer e se desenvolver, como já dissemos, depende de agendas de tarefas , ou seja, transformar todos os setores .
Seja na educação, saúde, economia e outros setores específicos como energia, tecnologia e artes, entender como o o fício se dá e como fomentar o empreendedorismo .
Não só para criar oportunidades econômicas e crescer a renda per capita, mas também gerar empregos e crescimento.
Neste artigo vamos também abordar o que é o futuro do trabalho .
Uma nova tendência que transforma a definição tradicional e coloca uma nova dimensão de crescimento profissional e geração de renda para empreendedores autônomos.
O que é Trabalho?
A definição mais direta que encontramos foi apresentada pelo próprio buscador Google quando pesquisamos O que é Trabalho .
“Trabalho é um conjunto de atividades, produtivas ou criativas, que exercemos para atingir um determinado fim”.
Mas há também uma segunda definição  que aborda melhor a temática deste artigo, que é a redefinição do conceito nos dias atuais .
Afinal, trabalho é, de uma maneira mais moderna e simples, uma carreira profissional. Em outras palavras, é exercer uma profissão ou missão profissional , seja ela qual for.
Novos tipos de empregos e carreiras surgem em todos os setores
Com a evolução da sociedade, as formas de labor também se modificaram. Nesse momento,  novas profissões estão surgindo – e algumas estão desaparecendo .
A profissão de youtuber é uma carreira muito nova! 
Mas mesmo com pouco tempo, muitas crianças e adolescentes estão falando em casa: “eu quero ser youtuber” .
A vocação para ser youtuber requer comunicação e experiência em áreas específicas e há youtubers famosos para todas as áreas.
O mesmo para gamer . Você sabe o que um Gamer Profissional faz?
Contudo, Gamer é um novo tipo de profissão, onde você pode ganhar dinheiro jogando em plataformas de streaming de jogos. Você pode participar de campeonatos ou mesmo ser assistido enquanto você joga.
E você pode pensar nesse momento que a criação de novos tipos de c arreira é um privilégio da área de tecnologia, mas vai ver que não é.
No setor de beleza , os serviços de cabeleireiro , barbeiro, manicure e pedicure parecem os mesmos de 20 e 30 anos atrás.
Mas recentemente surgiram novas especializações no setor de beleza que convivem com atividades mais clássicas, por assim dizer.
Assim como designer de sobrancelhas, designer de cílios, designer de unhas , personal stylist são mais exemplos que podemos dar sobre novos tipos de negócios que estão surgindo.
O crescimento dos Trabalhos diferenciados
Assim também os empregos convencionais, que podem se modernizarem e se tornarem diferentes e sofisticados.
Enquanto que, para atender novos públicos e melhor competir no mercado, os serviços estão ficando também “gourmetizados “.
A fotografia é um setor que vem investindo e inovando no sentido de criar novos produtos e serviços . Além disso, foto produtos como canecas, fotolivros, camisetas e imã podem ser adicionados aos serviços fotográficos. 
Ao mesmo tempo, na fotografia também está crescendo os miniensaios , onde cenários elaborados e especiais para certas ocasiões especiais criam oportunidades de fotos especiais.
Quem mais aproveita a gourmetização ou maneiras de sofisticar o emprego são os profissionais que atuam em nichos ou subsegmentos específicos dentro de um mercado.
Por exemplo, segundo estudo recente do mercado fotográfico , vários fotógrafos estão deixando de fotografar pessoas para fotografar cachorros, gatos e outros animais.
Um pouco da história
A princípio, o conceito de trabalho começa na sociedade primitiva, na idade das pedras quando os homens começaram a caçar e construir suas casas.
Sendo assim, viver em grupo ou em sociedade requer distribuição de tarefas. Bem como, caçar, plantar, estocar comida, cuidar da segurança e tantos outros afazeres começaram a ser aperfeiçoados e também ensinados entre as pessoas.
Acima de tudo, o conceito é sempre algo muito importante para a comunidade. 
Ele também é tema muito abordado na Bíblia, a começar pelo relato da criação do mundo:
“No sétimo dia Deus já havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou.”
Gênesis 2:2
Mas o labor também pode ser nefasto e cruel. Estamos falando do trabalho forçado ou escravo.
Afinal, a escravidão foi algo que marcou bastante a história da humanidade, começando na antiguidade e permanecendo como prática comum em centros impérios e países até relativamente pouco tempo atrás.
Hoje em dia, após a globalização, se discute muito a escravidão moderna, onde milhões de pessoas sao obrigadas a trabalhar em condicoes “praticamente” forçadas por uma ou outra razão.
A Apple , a Nike, a Zara   foram algumas das marcas famosas que foram acusadas de usar mão de obra “semi-escrava” em suas produções pelo mundo, fazendo que suas ações caíssem mediante repercussão tão negativa na mídia.
Enfim, o trabalho análogo à escravidão é inaceitável e grandes empresas empregam grande cuidado na certificação de fornecedores para verificar que não exista, na cadeia de suprimentos, crimes contra pessoas ou o meio ambiente.
Etimologia da palavra Trabalho
A primeira vista, a maneira como o trabalho é abordado na Bíblia e em textos antigos geralmente é de maneira nobre e positiva, como já dissemos.
Mas no latim, a palavra trabalho teve uma conotação bem negativa que vale comentar.
Ela se origina da palavra em latim Tripalium. Tri é três e Palus significa pau, sendo o Tripalium um instrumento de três paus usado na lavoura. 
No final do Século 6, o tripalium passou a ser também o nome de um instrumento romano de Tortura.
Podemos dizer ou fazer piadas que trabalhar não é nada fácil, podendo ser muito duro e sofrido. Mas convenhamos que a relação da palavra trabalho com tortura é muito ruim e difícil de aceitar.
Mas felizmente, em outros idiomas e culturas, sua etimologia não está ligada a tortura e sofrimento.
Por exemplo, trabalho em Japonês é Shigoto , que significa servir ou fazer .
Interessante que várias palavras derivadas de Shigoto são expressões relacionadas ao trabalho manual, ao artesanato e com derivações interessantes como material e local de trabalho.
Veja alguns exemplos:
Romaji Significado shigotoshi Trabalhador, empreendedor shigotodai bancada, mesa de trabalho hitoshigoto tarefa, um trabalho hatashigoto trabalho nos campos, trabalho em uma fazenda
No inglês antigo (Work) simplesmente significa realização de um serviço físico, o que é nobre também.
Em grego a palavra trabalho é Ergon e Aristóteles criou o conceito de trabalho intelectual , criando trabalhos (teses) sobre ética e o mundo
Nesse meio tempo e associado ao conceito surgiu também uma palavra que é muito citada hoje em dia: Meritocracia .
O conceito meritocracia é de elogiar e premiar bons trabalhos.
O mérito é dado de acordo com as habilidades, competências, virtudes e resultados associadas a ocupação ou estudo, independente da classe social ou religião do trabalhador ou estudante.
Leis do Trabalho
A legislação trabalhista ou regras de órgão regulamentadores controlam as atividades de muitas profissões no Brasil.
Trabalhar é sempre um desafio em certas áreas onde possuem restrições e regras para cumprir.
Dessa forma, alguns exemplos de profissões regulamentadas são: Médicos, Dentistas, Advogados, Engenheiro/Arquiteto, Corretor de Imóveis e Publicitário.
Portanto, para atuar nessas profissões é necessário atender a requisitos, que vão muito além do diploma.
Por exemplo, o site profissional de um advogado não pode incluir publicidade com a intenção de captar clientes .
A Legislação Trabalhista
A legislação trabalhista brasileira concentra, digamos, o maior número de regras e leis voltadas as atividades profissionais.
Porém ela não foi feita para ser facilmente entendida, principalmente porque suas regras são complexas, cheias de detalhes e conectadas a outras leis e regras da constituição .
Portanto, em matéria de lei e regulamento, é sempre importante estudar e ter o apoio de contadores e advogados.
Os Tipos de Trabalho
O trabalho pode ocorrer de diversas formas, e de acordo com a profissão ou a função exercida, ela pode ser formal ou informal.
Para que possamos entender melhor as diferenças entre o emprego formal e informal, vamos abordar brevemente o trabalho CLT, o trabalho autônomo e outros tipos.
Trabalho CLT
A história da legislação trabalhista é muito antiga no Brasil, mas foi na constituição de 1988 que novas regras foram incorporadas, algumas como conhecemos e outras foram adaptadas e implementadas com o passar dos anos.
Portanto, um emprego CLT é aquele que na prática possui registro em carteira e o trabalhador tem direitos e também a benefícios como:
vale-transporte; descanso semanal remunerado; salário mínimo; férias; FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço); 13º salário; horas extras; adicional noturno; licença-maternidade; licença-paternidade; aviso prévio proporcional; reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
O Trabalho Autônomo
Afinal, o que significa de trabalho autônomo ou independente? Que a pessoa atua por conta própria, prestando serviços na área em que é especializado.
Mas fique atento que, associar o trabalho autônomo ao trabalho informal, é um erro.
O MEI – Micro Empreendedor Individual, é uma excelente opção para esse trabalhador autônomo desempenhar suas funções de maneira totalmente formal.
É possível também o trabalhador autônomo escolher outros regimes diferentes do MEI , podendo ter por exemplo constituir uma microempresa.
Dessa forma, o trabalho autônomo é outra forte tendência na nova economia, que é o mercado de trabalho moderno e normalmente criativo, amparado no talento, criatividade e conhecimentos técnicos.
Assim como veremos mais adiante, o crescimento de trabalhadores autônomos cresce mais rápido que as vagas em regime de CLT nas empresas.
Trabalho Freelancer
Outro sinônimo para trabalho autônomo é o freelancer . Como resultado, trabalhos freelancers são normalmente curtos. Por conta disso, é possível trabalhar como freelancer junto com outra profissão e, claro, traz complemento de renda.
Assim também, fazer um trabalho freelancer (ou freela para os muito jovens!) significa cumprir um escopo de serviço contratado por um cliente, e na sequência ir atrás de outros clientes para fazer outro.
Portanto, usar tecnologia, expor seu portfólio online na internet para captar clientes é fundamental para manter os pedidos de novos trabalhos.
De acordo com fatos históricos, conta-se que o pianista Mozart , por volta de 250 anos atrás, foi um dos primeiros trabalhadores freelancers.
Era oferecido trabalho por onde ele passeava, e se ele gostava ele aceitava. Esse princípio de ver oportunidades de trabalho , é o mesmo princípio das plataformas de emprego moderno – que logo vamos ver a seguir.
Empresário
Outra forma de trabalhar é como empresário. Empresário é um tipo de trabalho, onde se investe dinheiro e tempo para constituir um negócio.
Normalmente o empresário assume mais riscos que um trabalhador autônomo. Seja pelo fato do negócio exigir um ponto físico ou exigir funcionários ou ainda precisa ter um plano de negócios mais detalhado .
Mas com a expansão dos negócios digitais e oportunidades de você vender online ou criar um e-commerce em algum marketplace . É possível hoje em dia ser um empresário de um grande negócio e com pouco investimento ou poucos funcionários.
Para o empresário o programa MEI normalmente não se enquadra, porque no MEI o faturamento anual máximo permitido é de R$81.000,00 e ainda, entre outras regras, possui o limite de apenas 1 funcionário.
Portanto, para o empresário resta como alternativa jurídica constituir uma empresa, e ele poderá escolher entre o regime tributário simples ou de lucro real .
Trabalho Voluntário
Por fim, vamos agora falar um pouco de outro tipo de trabalho que é feito com alma e coração: o trabalho voluntário .
O voluntariado, que estamos mais acostumados a ver no Brasil, é o de assistência a pessoas carentes ou em risco.
Mas o trabalho voluntário pode também assumir outros interesses como educativo , técnico e até de mentoria em negócios .
Sendo assim, todas as pessoas são aptas a fazer algum tipo de trabalho voluntário, basta apenas encontrar o nicho ou segmento que mais te agrada e, procurar em sua cidade, locais que você possa executar o voluntariado.
Acima de tudo, o trabalho voluntário é uma maneira de retribuir a sociedade com realizações que ajudem os outros.
Para encontrar maneiras de fazer um trabalho voluntário voltado à educação e negócios, o Sebrae é uma das organizações mais conhecidas que promovem o trabalho voluntário .
Além disso, ao procurar o Sebrae ou outra instituição, procure também por oportunidades para ser palestrante para poder compartilhar conhecimento e inspirar as pessoas.
A possibilidade de ajudar o próximo é sempre algo inspirador.
E falando em trabalho, ajudar um negócio ou uma pessoa a trabalhar melhor pode ser um divisor de águas para o empreendedor que precisa de apoio.
Afinal, como conseguir trabalho?
Essa é uma pergunta que milhões ou até bilhões de pessoas fazem diariamente no mundo.
Tanto quanto como conseguir trabalho vem mudando na sociedade, graças a tecnologia e a internet.  Comprar e abrir uma página de jornal para procurar por vagas era como funcionava décadas atrás.
Mas como você sabe, isso mudou radicalmente nos dias de hoje. Enfim, vamos explicar como funcionam as três principais maneiras de conseguir trabalho hoje em dia .
Sites e Portais de Emprego
Em resumo, sites ou portais de emprego são plataformas online em que as empresas anunciam as vagas e o candidato também pode manter um cadastro.
Incluir o currículo e descrição das suas qualidades e competências e também se aplica para concorrer a uma oportunidade de emprego.
Em algum momento da sua carreira, se estiver buscando oportunidades para trabalhar em uma empresa, com certeza o melhor a fazer é procurar em sites ou portais de emprego. Você encontrará todo tipo de oportunidade.
Sites e portais de emprego funcionam de maneira bem simples e intuitiva.
Sendo assim, se você optar por aplicar para uma vaga de emprego, é importante você saber que o processo geralmente não é tão transparente e previsível como gostaríamos.
Mas quem disse que conseguir uma vaga de emprego é fácil? Pois o funil para escolher o candidato ideal é longo e árduo, sem falar que dezenas ou centenas de candidatos normalmente se aplicam para uma vaga publicada.
Como encontrar um site ou portal de emprego ideal para você? A lista de sites e portais disponíveis dão uma lista longa.
O Catho é um dos sites de empregos mais populares do Brasil. O Linkedin é uma mistura de rede social e também plataforma para encontrar emprego.
As grandes vantagens do Linkedin , além de seu acesso gratuito, é que abrange todos os setores da indústria e também é uma plataforma global, o que é uma grande vantagem para quem busca oportunidades em empresas estrangeiras.
Por fim, você pode também acessar a InfoJobs , outro portal bastante conhecido que disponibiliza vagas de emprego em vários segmentos.
Plataformas de Trabalhos
Graças a internet, e às soluções online , temos o acesso direto a qualquer profissional disponível para fazer um trabalho.
Surgiram, dessa maneira, as plataformas de trabalho ou plataformas para freelancers, que são grandes facilitadores para promover a contratação Freelancer e simplificar de maneira incrível toda burocracia necessária à contratação.
O UBER , Workana e GetNinjas são grandes exemplos de plataformas de trabalho.
Como essas plataformas funcionam?
Para ser um trabalhador autônomo, e conseguir clientes e oportunidades de maneira direta, é preciso criar um site e perfis nas redes sociais e divulgar seu portfólio.
É muito importante lembrar que empreender como profissional autônomo é muito desafiador, mas pode ser muito recompensador, porque os custos fixos são normalmente baixos e o ganho pode ser muito alto.
Inclusive, temos um artigo que aborda as qualidades que um trabalhador autônomo precisa para empreender bem .
Lembrando que, para trabalhar sozinho, é preciso desempenhar muitas funções que não gostamos ou que não são tarefas tão ligadas ao nosso talento ou a função principal.
Estamos falando aqui da disciplina de ter que preparar e enviar proposta, atualizar o site com novidades, fazer conteúdos para redes sociais além de fazer marketing .
Redes sociais e Indicação
Em redes sociais, embora não seja seu propósito principal, é possível encontrar muitas oportunidades de emprego.
Muitas pessoas, conectadas às redes sociais, divulgam vagas ou até mesmo divulgam que estão buscando uma ocupação.
A vantagem das redes sociais versus os portais e plataformas de emprego, são seus aspectos de indicação. Ao ver uma vaga ou oportunidade, imediatamente você pode indicar para um amigo que esteja buscando.
A interação nas redes sociais é praticamente imediata, mas isso não significa que o processo de conseguir um emprego acaba sendo mais simples. 
Em conclusão, conseguir um emprego pode ser uma jornada mais longa do que planejávamos ou queríamos, e o processo de contratação pode também ser bastante burocrático e concorrido.
O que é o Futuro do Trabalho?
Com tantas inovações e mudanças no mercado, surgiu o conceito Futuro do Trabalho .
Desde já, o Futuro do Trabalho reflete justamente as novas maneiras de conseguir emprego e que, olhando para o futuro, tudo indica que será o padrão daqui pra frente.
A expansão acelerada de plataformas como Uber, Workana e GetNinjas confirma o Futuro do Trabalho como forte tendência.
Hoje é possível encontrar praticamente em cada família alguém que atua como freelancer. Isso é uma mudança radical no mercado de trabalho.
Portanto, as plataformas de emprego simbolizam mesmo uma revolução.
Estamos acompanhando o crescimento da telemedicina, terapia a distância e um crescimento sem igual de novas atividades sendo realizadas na modalidade de freelancer.
Uma estatística muito interessante e recente compara a força do Futuro do Trabalho.
Hoje, há mais profissionais autônomos que assalariados com registro CLT. 
É graças às plataformas de emprego que um grande potencial humano se desenvolve de maneira remota e sem barreiras.
O Futuro do Trabalho é para todos.
É um mundo onde o emprego está ao alcance de todos e certamente novas plataformas surgirão com a missão de facilitar o recrutamento e a colaboração, cada vez com menos trâmite burocrático e empecilhos.
Algumas frases famosas sobre trabalho
A expressão mais popular no Brasil é “Deus ajuda quem cedo madruga”.
Embora a expressão não possua diretamente a palavra trabalho, é sabido que essa frase se direciona ao fato de levantar cedo e começar a sua jornada.
E há outras expressões famosas:
“A prática leva a perfeição” é uma frase que indica a ação perfeita e com muita qualidade feito por alguém experiente. O mesmo significado você encontra na expressão “A pressa é inimiga da perfeição”.
Outra expressão muito famosa é “Dê ao homem um peixe e ele se alimentará por um dia. Ensine um homem a pescar e ele se alimentará por toda a vida.”. 
Nessa frase, pescar é usado como sinônimo de trabalhar:  “Ensine um homem a trabalhar e ele se alimentará por toda vida”.
Conclusão
O trabalho é parte da nossa vida e é essencial para a sociedade e a economia. Primordialmente, o futuro depende do trabalho.
É muito importante olharmos para o trabalho, no conceito de nos debruçarmos e entendermos o conceito que vem mudando.
Tal qual novas direções, possibilidades e tendências surgem todo ano e isso afeta, positivamente ou negativamente, as carreiras e a vida das pessoas.
Como conseguir um emprego, como foi comentado no artigo , é uma grande preocupação da sociedade.
A World Economic Forum previu que em 2030 precisaríamos criar 2 bilhões de empregos no mundo, onde 20% da população global precisaria de trabalho.
A única forma de conseguir “tanto trabalho” para tanta gente não é somente criando emprego, mas sim criando plataformas e redes inteligentes para promover empregos em todos os setores e de todos os tipos.
Como este artigo tentou revelar também, devemos compreender que o mundo está se tornando cada vez mais um mundo de freelancers.
Crescer na carreira não significa somente trabalhar em empresa e ser promovido.
No futuro do trabalho, a pessoa é o próprio negócio, e cabe ao profissional encontrar maneiras e fazer boas escolhas para alcançar o topo em sua carreira.
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nartunes · 4 years ago
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A Diversidade Cultural e a Arte na Ásia
[Parte 3] [Final]
Ao longo desta série de artigos relacionados a Diversidade Cultural e Artística da Ásia, vimos como a Índia e a China, carregam uma identidade histórica que influência até hoje estes países e a vida das pessoas em outras regiões no mundo.
Nesta terceira parte da série, você irá acompanhar a Diversidade Cultural e Artística do Japão, um país que carrega uma forma singular de se estar em sintonia com a ancestralidade e com o mundo atual e tecnológico do Século XXI.
A Diversidade Cultural e Artística no Japão
Localizado na região do extremo oriente e no Oceano Pacífico, o Japão traz uma rica história e cultura milenar, assim como foi abordado no artigo anterior desta série sobre a China.
É interessante como a formação do Japão se deu por meio da formação de pequenos reinados que com passar dos séculos, foram sendo unificados em um só reino.
Além deste acontecimento, houve uma influência muito importante da parte continental da Ásia, como a própria China, que trouxe inspiração para a criação de um novo sistema de escrita baseada em ideogramas únicos que são a base da língua japonesa e que evoluiu para a sua forma atual. Sendo assim, o idioma continua sendo singular e especial.
Nos séculos que se seguiam, o Japão viu várias transformações sociais, além da sua modernização anos antes da Segunda Guerra Mundial. Naturalmente, o Japão passou a fazer parte do início da globalização.
Uns dos momentos mais marcantes na história do Japão, foram os ataques por bombas atômicas que atingiram as cidades de Nagasaki e Hiroshima, trazendo uma destruição e uma marca histórica muito dolorosa para o Japão.
Anos após a Segunda Guerra Mundial, o Japão começou a recuperar-se como país, assim como as regiões atingidas pelas duas bombas atômicas.
Desde a década de 1960 até hoje, os produtos eletrônicos produzidos no Japão foram sendo sinônimo de excelência em qualidade, assim também começou a surgir grandes marcas multinacionais japonesas, como TDK e a Sony.
Na parte cultural, o povo japonês traz uma tradição de respeito aos seus ancestrais e aos pais, assim como trazem um nível de educação muito exemplar que é sempre notada em grandes eventos, como jogos olímpicos e em outros grandes eventos, onde ao final dos eventos, limpam o local onde estavam, assim mostrando como é importante o reconhecimento ao evento em que estiveram e pelas pessoas que o organizaram.
Até hoje, o Japão carrega uma herança monárquica, que hoje é representativa. O sistema governamental japonês se classifica como sendo uma monarquia constitucional com um regime parlamentar democrático.
A Arte Japonesa
Na arte japonesa, encontramos uma rica diversidade de elementos de arte que expressam uma forma muito singular de viver a arte de forma mesclada à vida. Podemos encontrar este exemplo na forma como há uma vasta composição de arranjos de jardins com os bonsais e de obras de arte baseadas dobraduras de papel, os origamis. A busca pelos detalhes e pela sintonia com os elementos da natureza, traz uma rica e abrangente abordagem artística que se nota em vários aspectos. No Japão, houve vários períodos artísticos que começam com o surgimento da modelagem da argila e foram evoluindo para as mais diversas áreas de manifestação artística. Uns dos principais movimentos que ocorreram durante a história do Japão foram: Ukiyo-e e o Nihonga.
A Arte Ukiyo-e de ver o Mundo
O surgimento de novas formas de expressão artísticas trouxe uma forma de expressão de retratação dos vários contextos sociais, assim como a representação do estado de espírito do artista. O estilo Ukiyo-e trouxe por meio de ilustrações e desenhos feitos em técnicas de xilogravura e pintura em tecido, uma forma única de ver o mundo e retratar a sociedade forma geral.
Eram retratados muitos temas ligados ao cotidiano dos japoneses dos séculos XVII e XIX. O estilo Ukiyo-e teve seu auge ao final do século XVII e entre os temas mais populares que eram retratados, se destaca a ênfase na beleza feminina, em cenas históricas que transmitiam grandes acontecimentos descritos em livros da época, o teatro tradicional japonês, também conhecido como Kabuki, além de ilustrações relacionadas com paisagens naturais e com a fauna e flora.
Entre os destaques dentro do estilo, se destaca uma das obras que levam ao mundo ocidental a arte tradicional japonesa, que é conhecida por carregar a alma do estilo, conhecido como “A Grande Onda de Kanagawa” que é datada de 1831. A obra do artista Hokusai, mostra muitos traços marcantes que são as principais características do estilo Ukiyo-e, como as linhas e as cores marcantes, revelando características do estilo artístico. As ilustrações eram usadas em cartazes e sendo mais tarde levando para os cartões postais e comemorativos, se tornado famosos e tradicionais da cultura japonesa.
A influência do Ukiyo-e vai muito além das terras japonesas e até mesmo do próprio tempo. Seus conceitos tiveram influência em nomes consagrados do Impressionismo e Pós-Impressionismo na Europa, como Edgar Degas e Édouard Manet.
Já no século XX até período contemporâneo, seus conceitos de colorização e aplicação de tingimento são usados para a criação artística, como nos métodos de água-forte, serigrafia e do mezzo tinto.
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[ 1 ]
A Grande Onda de Kanagawa, do artista Katsushika Hokusai, é a obra mais emblemática do estilo artístico Ukiyo-e.
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[ 2 ]
Famosos Dez Lugares de Edo - O Brilho da Noite em Takanawa de Harunobu Suzuki.
Nihonga: A Síntese da Beleza e Essência Japonesa
A busca pela essência primordial japonesa teve grande ênfase na abordagem artística Nihonga. O termo, a princípio, abrange as técnicas artísticas e as artes tradicionais japonesas, buscando a essência e as características tradicionais que fazem da arte japonesa única. Seu surgimento data da década início do século XXI.
Abordagem artística Nihonga teve importantes nomes no início do século XX que promoveram o ideal Nihonga, como de professores e artistas tradicionais japoneses, como também por críticos de arte.
Essa movimentação social pelas classes ligadas à arte tradicional, tiveram como motivação o resgatar da verdadeira identidade japonesa nas artes tradicionais como também nos métodos e materiais tradicionais de confecção das pinturas japonesas, opondo-se à arte europeia e para as suas novas técnicas de pintura, como a aquarela e a pintura a óleo.
O vanguardismo do estilo Nihonga teve como aliado o momento histórico de transição governamental nipônico, no início do reinado Meiji, que era contra a influência europeia, e em especial, a influência inglesa sobre o Japão.
Os temas populares retratados nas artes Nihonga se caracterizam pela retratação de locais, histórias, religião, e a beleza natural, também conhecido pelo termo Kacho Fugetsu. Também é muito comum as ilustrações artísticas terem ideogramas japoneses que representam frases que trazem reflexão sobre vida.
Hoje o estilo Nihonga é uns dos conceitos artísticos mais importantes das artes tradicionais asiáticas e japonesas, assim como representa um importante período da história e inovação artística, como o conceito Mangá.
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[ 3 ]
Na ilustração O Pássaro e a Borboleta de Ohara Koson, percebe-se os traços mais suaves e a serenidade dos elementos que compõem a pintura.
Como vimos ao longo desta série de artigos, Índia, China e Japão, trazem muitas preciosidades em suas histórias e culturas milenares. Apesar dos períodos em que tiveram grandes transformações sociais e políticas, conservaram muito de seus conceitos históricos que são uns dos grandes pilares das nações desses países e que influenciam a sociedade mundial de muitas formas.
O futuro para esses três países reserva grandes oportunidades para que possam situar no mundo contemporâneo, assim como em inovações tecnológica e na área da medicina. Um exemplo, são os avanços que a China fez ao ter vacinas sendo produzidas em tempo recorde contra a COVID-19.
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Imagens:
[ 1 ] WikiMedia
[ 2 ] Ukiyo-e Gallery
[ 3 ] Museu Nacional Rijksmuseum, Países Baixos
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Redação e Idealização:
Jonatas I.
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vozdodeserto · 4 years ago
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Uma Doença Chamada Protestantismo VI (e último)
O evangelho deste Papa é o evangelho não ser necessário
Este último texto acerca da encíclica “Fratelli Tutti” é, à semelhança dela, algo difícil de ler. Ao sentir a necessidade de terminar esta via dolorosa de, como anti-católico primário que sou, escrever criticamente sobre este documento papal, procuro um ponto final que sirva de remate. A questão é que, se as linhas do Papa não são as mais direitas, é também para mim difícil evitar conclusões atravessadas. E, no entanto, obrigo-me a uma necessária e final: o evangelho do Papa Francisco em “Fratelli Tutti” é o evangelho não ser necessário.
Quando se lê “Fratelli Tutti” não é de modo algum claro que a conversão ao cristianismo seja uma necessidade. Se não és cristão mas tentas ser bom, ok. Se és um muçulmano e tentas ser bom, ok. E por aí fora. É só ir trocando as identidades religiosas. Estamos todos a tentar viver juntos e tentarmos ser amigos uns dos outros é, fundamentalmente, a única coisa a exigir. Reparem: concordo que tentarmos ser amigos uns dos outros não é coisa pouca hoje ou em qualquer outra época, mas como contributo central de um líder religioso parece-me manifestamente pouco. Nem nada remotamente parecido com uma conversão religiosa se arranja?
Isto levar-nos-ia a investir algum tempo a compreendermos como Catolicismo e Protestantismo vêm a conversão de modos diferentes. E não temos como, nestes textos. Tenho de me satisfazer generalizando que a conversão é no Catolicismo um processo dinâmico ao ponto de não depender da decisão pessoal, uma vez que a Igreja, confundindo-se com Cristo, pode cuidar da nossa salvação além do nosso descuido privado. No Catolicismo a salvação é uma questão de tal modo colectiva que a pessoa pode ser salva independentemente da vontade de não ser ou de nem sequer acreditar que é necessário ser. Esta ideia é potente porque, de certo modo, ultrapassa a urgência tradicional que o assunto durante milénios teve: se for possível que a salvação da minha alma se alcance independentemente do que penso ou faço acerca dela, torna-se possível salvar-se uma geração que nem sequer concorda com o conceito de precisar de ser salva. E “Fratelli Tutti” contribui para este processo.
Como já escrevi, quando comecei a ler “Fratelli Tutti” tentei usar um esquema que no passado tinha usado, muito mais exaustivo. O que é que isso significava? Se concordasse, tomava nota; se discordava, tomava nota. Transcrevo o método.
- “Reagir com um novo sonho de fraternidade e amizade social que não se limite a palavras” é todo um programa que, por simpático que soe, parece excluir as tradições cristãs que não estabeleçam a mesma dicotomia assumida entre fraternidade e palavras. “Renascer um anseio mundial de fraternidade”. Esta linguagem de sonho é recorrente e, na minha opinião, demasiado abstracta. - O papa tem razão quando aponta que a fragmentação que a Covid 19 deixou exposta é um assunto que desmascara as teses mais optimistas acerca da felicidade da nossa ligação via tecnologia. - Fico com a ideia que, junto com a pertinência da crítica a um momento em que “ressurgem nacionalismos fechados” (ponto 11), deveria vir a crítica aos momentos em que o excesso oposto também gera outros problemas. Os problemas de uma época que se encanta com nacionalismos são óbvios, mas os problemas de uma época que se julga imune a eles não mereceriam alguma nota crítica também? Afinal, poucas décadas depois, todos esse nacionalismos regressam deixando a nu a nossa suposta imunidade a eles—não há nada a aprender aqui? - O Papa tem razão em criticar o “desconstrucionismo em que a liberdade humana pretende construir tudo a partir do zero”. Mas também é certo que, por outro lado, Roma parece contribuir para uma idealização da liberdade, como vocação natural do homem (ponto 13). Se é mau julgarmos que somos assim tão livres para fazermos o que queremos, por que razão o Catolicismo não contribui mais demonstrar que existir é muito mais complicado do que uma simples realização na nossa liberdade? - O Papa tem razão ao apontar o “mecanismo político de exasperar, exacerbar, polarizar” (ponto 15). “Vencer torna-se sinónimo de destruir” (p. 16)—verdade: veja-se na internet a popularidade de vídeos de Chico destrói Zé, etc. “Precisamos de nos constituirmos como um nós que habita a casa comum” (p. 17). - O Papa faz bem em falar da desvalorização dos que “ainda não servem” (pobres, deficientes ou bebés) e dos que “já não servem” (velhos). - O Papa tem razão quando fala “na obsessão por reduzir os custos laborais” (p. 20). - O Papa tem razão na expressão de novas formas de racismo (p. 20). - Se o ponto 23 corajosamente afirma a necessidade de as mulheres serem justiçadas, por que não se materializa essa afirmação em exemplos concretos? - O Papa tem razão em denunciar a escravatura (p. 24). - É fácil falar contra muros quando se vive dentro dos mais intransponíveis (p. 27). - Por que razão parece tão desagradável ao Papa afirmar que Deus poderia estar a usar esta crise do Corona Vírus como castigo? No fundo, todos podemos dizer que o Corona Vírus é responsabilidade de qualquer pessoa (a China por ser uma ditadura, Trump por ser grunho, nós por tratarmos mal o ambiente), menos de Deus. - O ponto 37 forma um espantalho do assunto da emigração. As “abordagens económico-liberais” supostamente defendem “que é preciso evitar a todo o custo a chegada de pessoas migrantes”? Em que mundo vive o Papa? E, depois, sob os migrantes cai uma romantização. Mal neles parece ser impossível. O mal fica do outro lado do muro, nos que os evitam (sendo que me parece contraditório como o Papa critica muros e depois erguê-los tão claros na separação que faz entre opressores e oprimidos). Vá lá, mais tarde também se falará no direito a não emigrar (p. 38). - No ponto 43 o Papa tem razão ao apontar a insuficiência das relações digitais. “A agressividade social encontra um espaço de ampliação incomparável nos dispositivos móveis e nos computadores” (p. 44). Há manipulação de consciências e até do processo democrático.
Estão a ver como a coisa ficava. Chata. É claro que o Papa se farta de dizer coisas acertadas. Não valia a pena prosseguir com este método em centenas de afirmações papais e posteriores comentários meus. Quem sou eu para me colocar numa posição de ponto opinativo? Por uma questão de pertinência tenho de me concentrar em fazer aquilo que provavelmente outros não farão. E não digo isto no sentido em que me cabe um papel iluminado de apontar ao Papa o que outros não têm capacidade. Mas interessa-me assumir que, como leitor português e Protestante, devo incidir sobre uns aspectos em detrimento de outros. Por isso preferi resumir em três pontos negativos a leitura de um texto que, naturalmente, também me desperta a concórdia.
Receio que no parágrafo 190 encontremos um trágico resumo de toda a encíclica “Fratelli Tutti”: “Parece uma utopia ingénua, mas não podemos renunciar a este sublime objectivo”. Concordo porque, de facto, a encíclica resvala continuamente para um tom utópico. Parece-me sinal de presença de espírito o Papa admitir que assim pareça. Coisas difíceis são tornadas fáceis e fáceis difíceis, o que não ajuda a um discurso rigoroso sobre assuntos complicados. Por exemplo, no ponto 258, após milénios de tradição de discussão do conceito de guerra justa, o Papa Francisco atinge o assombro beatífico de, finalmente, poder concluir que “hoje é muito difícil sustentar os critérios racionais amadurecidos noutros séculos para falar de uma possível “guerra justa”. Nunca mais a guerra!” Uau. Como é que se reage a uma afirmação deste calibre sem ceder ao cinismo?
O capítulo VII, que versa a guerra e a pena de morte tem a espessura argumentativa de uma opinião que, na melhor das hipóteses, se ouviria de alguém participando numa classe de Escola Dominical. Estou a tentar conter-me mas luto contra mim mesmo (!): o modo como este Papa inspira os Católicos a despacharem a questão da pena de morte, saltando de nenúfar em nenúfar em piruetas epistemológicas, oferecerá ao mundo uma nova geração de acérrimos defensores dela—aliás, isso já é constatável. Portanto, guerra justa? Nem pensar. Pena de morte? Nem pensar. A facilidade de tornar o complicado simples continua.
No ponto 213, o Papa tenta fundamentar na transcendência a dignidade de cada pessoa. Isto significa tentar explicar porque cada pessoa tem valor em si num mundo que, cada vez menos crente em absolutos, tem dificuldade em defender a vida de todos (a solução de Peter Singer, por exemplo, como um dos pensadores que hoje sustenta a dignidade humana fora da transcendência, sugerindo que a vida que merece ser defendida é a que tem consciência do prazer e sofrimento, abre espaço para uma ética de aborto e até o infanticídio). Francisco escreve assim:
“213. Se devemos em qualquer situação respeitar a dignidade dos outros, isto significa que esta não é uma invenção nem uma suposição nossa, mas que existe realmente neles um valor superior às coisas materiais e independente das circunstâncias e exige um tratamento distinto. Que todo o ser humano possui uma dignidade inalienável é uma verdade que corresponde à natureza humana, independentemente de qualquer transformação cultural. Por isso o ser humano possui a mesma dignidade inviolável em todo e qualquer período da história, e ninguém pode sentir-se autorizado, pelas circunstâncias, a negar esta convicção nem a agir em sentido contrário. Assim, a inteligência pode perscrutar a realidade das coisas, através da reflexão, da experiência e do diálogo, para reconhecer nessa realidade que a transcende a base de certas exigências morais universais.
214. Aos agnósticos, este fundamento poder-lhes-á aparecer como suficiente para conferir aos princípios éticos basilares e não negociáveis uma validade universal de tal forma firme e estável que consiga impedir novas catástrofes. Para os crentes, a natureza humana, fonte de princípios éticos, foi criada por Deus, que em última análise confere um fundamento sólido a estes princípios.[203] (Nota de rodapé: Como cristãos, acreditamos também que Deus dá a sua graça para se poder agir como irmãos.) Isto não estabelece um fixismo ético nem abre a estrada à imposição dum sistema moral, uma vez que os princípios morais fundamentais e universalmente válidos podem dar lugar a várias normativas práticas. Por isso, fica sempre um espaço para o diálogo.”
Dá vontade de dizer: o que é que me escapou? Como é que ficou estabelecido que a dignidade das pessoas é superior às coisas materiais? O Papa limitou-se a ficar na lógica circular de dizer “Que todo o ser humano possui uma dignidade inalienável é uma verdade que corresponde à natureza humana, independentemente de qualquer transformação cultural.” Como é que isto é para um agnóstico um “fundamento suficiente”? Afinal, logo a seguir o Papa reconhece que o elemento distintivo, que realmente justifica a superioridade da dignidade humana em relação às coisas materiais, provém de terem sido criados por Deus, “que em última análise confere um fundamento sólido a estes princípios”. O que nestes dois parágrafos está é, na melhor das hipóteses, a afirmação de um valor da vida com base transcendente que, certamente, não precisa da “imposição dum sistema moral”, mas fica por explicar de onde surge tão harmoniosamente esse “espaço para o diálogo”. Resumindo muito, muito, muito o problema: como é que pessoas que não tomam como “fundamento sólido” a crença que Deus existe podem aceitar que toda a vida humana é sagrada por ter sido “criada por Deus”? Afinal, se Deus não existir é absurdo ter o sagrado da vida humana dependente dele. Logo, a vida humana tem de ser defendida a partir de outra perspectiva qualquer, que não a transcendente. O espaço de diálogo tem de assentar em qualquer outro pressuposto que ficou por ser referido pelo Papa Francisco, ao ter mencionado uma transcendência que não é consenso para quem não acredita nela. A argumentação lógica deste ponto é um grande buraco.
Por outro lado, vale a pena reparar no detalhe: como é que o alicerce de toda a encíclica, vindo da tradição de Assis de que todos os homens são irmãos, pode ser reduzida a uma nota de rodapé que nunca é explicada? Como se justifica que “como cristãos, acreditamos que Deus dá a sua graça para se poder agir como irmãos”? Isto, que não dava para fazer um semestre de Hermenêutica no Seminário Teológico Baptista de Queluz, dá para safar o homem do Vaticano? O pressuposto de “Fratelli Tutti” é corrido a nota de rodapé. 
Diria que este foi o ponto mais filosófico que a encíclica tentou estabelecer, mas tão aereamente que sabe ao filme “Frozen”: já passou. É para uma tradição filosófica tão consolidada assim, representada por um Papa com argumentos destes, que a Igreja Católica Romana trabalhou durante supostos milénios? Céus. Ao lado disto, bem aventurado o fundamentalismo mais primata! E por falar em fundamentalistas primatas, dêem-me licença para terminar a árdua leitura de “Fratelli Tutti”. Concluo que a argumentação é para quem precisa do que através da aparência não conseguiu: parece bastar um texto que soe bonito. No fundo, o bruto é quem não adere a essa beleza e exige-a expressa em termos razoavelmente razoáveis, permitam-me a redundância.
O dilema Católico no Século XXI é sério. Por um lado, Igreja Católica é a instituição que na cristandade maior objectividade reclama para si, enquanto depósito de autoridade da continuidade apostólica, continuidade apostólica essa que, na sua perspectiva, efectivamente pode distinguir o seu cristianismo como o mais autêntico de todos os outros. Para a Igreja Católica, a Igreja Católica não é uma questão de opinião mas de objectividade. Mas, tragicamente e de outra perspectiva!, a Igreja Católica tem em décadas recentes relativizado a crença em grandes afirmações teológicas objectivas (sobretudo a partir do Concílio Vaticano II). O Catolicismo de hoje relativiza a Teologia ao mesmo tempo que não prescinde do estatuto incontornavelmente teológico de se apresentar como a instituição realmente detentora da universalidade cristã. É um jogo perigoso: Roma mete-se em namoricos pós-modernos ao mesmo tempo que se diz tradicionalmente casada. Como se diz agora, há muita skin in the game.
Qual me parece o resultado final (a mim e, naturalmente, a muitos mais)? O cristianismo romano, à força da pressão recente por tanta inclusividade, vai prescindindo de ser razoavelmente cristão. Sobretudo nas mãos de um Papa certamente mais progressista do que Bento era, o evangelho agora é o evangelho não ser preciso. O cristianismo romano é o cristianismo não ser fundamental. O discurso do fundamental passa a ser marca de todos aqueles que são caracterizados, claro está!, como fundamentalistas. Para esta Igreja Católica Romana a verdadeira salvação é não precisarmos de ser salvos uma vez que, olhando Deus para as boas intenções de cada pessoa independentemente do seu credo, só uma pequeníssima quantidade de gente conseguirá ser tão moralmente desastrada ao ponto de acabar condenada. Se em tempos a fé cristã anunciava ser possível o milagre de pecadores se salvarem através de Jesus Cristo, para muitos hoje o milagre é alguém poder ser tão incompreensivelmente mau que mereça o Inferno. Quem estará lá? No empobrecimento fatal da nossa imaginação moral, enfiamos lá o Hitler, e uns quantos racistas e abusadores sexuais.
O Catolicismo hoje, junto com todas as expressões religiosas tidas como não-fundamentalistas, encarnam o mantra que nos acompanhou durante a pandemia: vai ficar tudo bem. Se cada um de nós der o seu melhor, Deus, sendo justo mas não se armando em picuinhas, vai receber todos no Paraíso. E esta é a suprema fatalidade romana do Século XXI: depois de milénios a temermos pelas nossas almas, chegámos hoje à conclusão que, bem vistas as coisas, nascemos para grandes destinos. Doente é quem considera que pode dar-se o caso de a humanidade ter à sua espera outra coisa que não a glória devida. Num mundo predestinado para tão infinitas luzes, destoam todos os que descobrem trevas. O Protestantismo torna-se da ordem da perturbação mental (o Protestantismo e qualquer outra expressão religiosa que questione tão triunfais desfechos). Creio que preciso de continuar a escrever acerca da bem-aventurança da doença num tempo obcecado com a saúde mental. Termino esta colecção de textos com o consolo de, na minha obsessão pela palavra, encontrar na biblioteca bíblica e na tradição milenar cristã um desfile de gente tão ou mais perturbada do que eu, crente que por muito difícil que seja compreender uma existência em que, sem voto na matéria, ingressámos a pique, mais incompreensível é ainda a graça de Cristo poder salvar doentes como nós.
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{Revisão Da Mama Humana Feminina Em Estado Normal E Patológico Com Ênfase Em Neoplasia Maligna}
{Os homens podem achar que conquistar uma gata jovem é barbada. A mulher aos 30 anos já passou por um processo de autoconhecimento e, por isso, está mais segura profissionalmente e bonita fisicamente. À época, crianças e adolescentes que tinham pouca presença na Idade Antiga passaram à exclusão social. Hoje nós sabemos que existem dois tipos de vírus do papiloma humano, que causa risco de câncer do colo uterino e que causa só verrugas ou outras lesões, eles podem ser exames como hibridização e PCR.|Razões por que algumas mulheres se sujeitam a relacionamentos conjugais violentos. Não Por mais tentador que seja, espremer cravos pode atrasar processo de cicatrização da pele, aumentando as chances de cicatrizes e causando infecções, alerta a Academia Americana de Dermatologia(20, 21). As mulheres chegam na menopausa e os homens na andropausa Em países desenvolvidos a mortalidade começa a aumentar, principalmente como problemas de saúde, tais como doenças cardíacas e câncer.|Sexualidade é um termo amplamente abrangente que engloba inúmeros fatores e dificilmente se encaixa em uma definição única e absoluta. Avalia seus comportamentos e suas opiniões, diante de situações envolvendo tema sexualidade e diversidade, com enfoque no preconceito e a discriminação contra homossexuais. Para criar um programa funcional, um treinador deve definir metas realistas e compreender as fraquezas do cliente, diariamente atividades e limitações.} {Para que se alcance resultados positivos, é indicado que se prescreva tal atividade baseando-se nos princípios e métodos do treinamento desportivo. Esta característica da pele não muda, por isso a acne na fase madura da vida”, explica a dermatologista Ana Lúcia Recio, membro fundadora da Sociedade Brasileira de Laser e Cirurgia.|Todas as mulheres que relataram sintomas urinários, além de realizarem exercícios semanais, em grupo, específicos para assoalho pélvico, entre outros, receberam várias orientações de auto-cuidados do assoalho pélvico, hábitos urinários e de higiene íntima e foram orientadas e encaminhadas para consulta ginecológica investigativa e posterior tratamento fisioterápico individual na clínica-escola, na mesma área de estágio.|É um grupo multiprofissional cuja missão é oferecer atendimento integral para tratamento clínico e cirúrgico da obesidade e sobrepeso. Com desenvolvimento da criança os pais também se desenvolvem. Outro fator importante é que a mulher estabeleceu prioridades além de casar e ter filhos e foi postergando a data de ser mãe.} {nome, enquanto fator determinante de identificação, ou seja, modo como indivíduo se apresente em sociedade e como vincula��ão de alguém a um determinado grupo familiar, assume fundamental importância individual e social. Mostrar ao homem que é fidelidade. Porém, ainda assim, é importante para que este possa ter uma vida sexual saldável, e para tal, é necessário que ambos os sexos, biológico e psíquico sejam concomitantes, para que, se possa viver em conformidade com seu próprio corpo.|As abordagens deste tema na forma de projetos interdisciplinares e multidisciplinares têm trazido respostas significativas, pois incentivam a pesquisa e utilizam uma pedagogia dialógica, que prioriza e respeita adolescente e seu modo de pensar, permitindo que se conheçam melhor e possam expressar suas angústias e expor suas dúvidas.|Oexercício físico regular,e uma boa alimentação só tendem a ajudar nas funções hormonais se constituindo num importante instrumento para ganho de massa óssea, capaz de ,durante ciclo menstrual dependendo do exercício até aliviarem as dores abdominais.( Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte ,2000).} {Pais e educadores devem buscar proporcionar possibilidades de escolhas, de informações, deixar que a naturalidade e a afetividade brote, que as informações necessárias sejam aproveitadas para esclarecer dúvidas, tratar de corporeidade e sexualidade com carisma quebrando tabu que se constituiu através das gerações.|Então, em 3 anos eu mudei de emprego , comecei um novo relacionamento, uma pós -graduação, me matriculei num curso de japonês, comprei um monte de besteiras que não precisava, viajei um pouco e quando comecei a buscar minha espiritualidade novamente, pouco a pouco as pessoas certas entraram no meu caminho.|Neste caso então, reconhecimento passa a ser condição individual de cada membro do grupo e assim, quando não se obtém reconhecimento não é grupo que vai ter depreciação e sim indivíduo que vai sentir que um de seus direitos visto como igual na sociedade não foi reconhecido.} {Temos estudos que mostram que não ser sexualmente bem resolvido acaba repercutindo em áreas não sexuais, como trabalho, convivência social e educação dos filhos. Muitos centros oncológicos têm programas de saúde sexual, com profissionais de saúde treinados (ginecologistas e terapeutas sexuais) para orientar quaisquer preocupações das mulheres.|6 AZEVEDO, Maria A. Mulheres espancadas: A violência denunciada. Quanto as aves, as mesmas exercem um cuidado especial sobre a prole, construindo ninhos, onde aquecem os ovos com a temperatura do corpo e trazem alimento para os filhotes, cuja atividade é desempenhada tanto pelo macho quanto pela fêmea.|Caso nos sintamos inseguros como pais para fazê-los, devemos procurar um profissional qualificado para nos orientar e não fugirmos às perguntas feitas pelas nossas crianças e adolescentes. Tráfico e exploração sexual de crianças e adolescentes. A população avança com aumento da longevidade e alguns recursos já disponíveis, de modo que é possível ver com esperança a possivel redução da taxa pesquisada por Carmita Abdo sobre sexuaidade ativa: Homens - 87,4 % Mulheres 51,2 %.} {A fragilidade do sexo feminino demonstra que geralmente são as mulheres que sofrem a violência por parte de seus agressores, que podem ser os parceiros, ex-parceiros, tios, filhos ou qualquer parente. A escola tem um papel fundamental no desenvolvimento da
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dos alunos, pois traz os conhecimentos que ajudam os alunos a entender e enfrentar os desafios da vida.|A declaração adotada pela 25ª Assembléia de Delegadas da Comissão Interamericana de Mulheres aponta que a violência contra a mulher transcende todos os setores
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da sociedade, independentemente de sua classe, raça ou grupo étnico, níveis de salário, cultura, nível educacional, idade ou religião” (OEA, 1994, p. 02).|Há mulheres que podem se sentir sexualmente repulsivas, chegando a evitar contatos sexuais. olhar psicossomático ou somatopsíquico, ainda é muito pouco utilizado no tratamento da obesidade. Uma afirmação que a psicanálise não fará é que é a mulher” e sim como ela advém, como se constitui a partir da criança e sua
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polimorfa”.} {A equipe de saúde que atender a mulher que deseja amamentar, ou que está amamentando, precisa estar preparada tecnicamente e ter conhecimentos práticos para oferecer uma assistência adequada. Estudos clínicos comprovam que a união do ácido salicílico com surfactante polimérico é sempre benéfica para a pele com acne”, afirma José Pelino, diretor de engajamento científico da Johnson & Johnson Consumo América Latina.|4º. É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.|Conforme indivíduo vai melhorando a capacidade de produção de força, os exercícios devem passar a ser realizados em aparelhos que exijam outras qualidades, como, por exemplo, equilíbrio, propriocepção e lateralidade, até que indivíduo passe a realizar exercícios de força em posições que mais se assemelhem às condições do esporte que ele pratica ou das atividades normais que ele realiza durante restante do seu dia.} {Pela falta de orientação ou simplesmente por ignorarem que é necessário sim haver uma educação sexual, fazemos que quiser com sexo. Este artigo aborda algumas crenças sexuais do século XVIII publicadas no manual de sexualidade do médico francês Nicolas Venette.|Embora os cursos superiores de formação de professores ainda não tragam em sua grade uma discussão voltada para a EJA - a não ser poucas instituições públicas ou privadas que oferecem uma ou outra disciplina - e, portanto, os professores que ensinam a jovens e adultos são os mesmos formados para ensinarem nas classes convencionais de ensino, é preciso que cada professor e cada escola bem como cada curso de formação docente tenha claro para si entendimento da distância que existe entre crianças, adolescentes e adultos.|Direito de voto feminino completa 76 anos no Brasil. E muitos adolescentes como ainda estão descobrindo a sua sexualidade, não possuem dominio pelo seu corpo. objetivo da pesquisa foi observar a importância da pratica da atividade física para bem subjetivo das mulheres em diferentes idades.} {Segundo Guimarães (2004, p.230), "com envelhecimento a resposta sexual humana decresce e ocorre um aumento na incidência dos distúrbios sexuais, entre os fatores relacionados estão: a diminuição hormonal, deterioração da condição social, sintomas depressivos e relação marital pobre e disfunção erétil no homem".|Uma pesquisa realizada pelo professor Keith Leavitt, da Universidade do Estado do Oregon, nos Estados Unidos, comprovou que funcionários que mantêm uma vida sexual saudável e constante são mais bem humorados, mais produtivos e conseguem melhorar seus relacionamentos interpessoais.|Essas e outras consequências permanecem por muitos anos ou até mesmo pela vida toda pois a exploração sexual compromete de forma geral as vítimas causando desestrutura físico, psicológico, espiritual, moral e social. Results: 106 women participated in the study, of which 39.6% were obese and 33% were overweight.}
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ricardoonau-blog · 6 years ago
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Assistência Jurídica Gratuita Prestada Pela Defensoria Pública Da União Em Rondônia
Parecer. Não obstante, por mais liberdade de agir que tenha adquirido, a autarquia está sujeita ao controle e supervisão, de forma a garantir que a atuação política do gestor esteja afinada com a ação do Governo, dentro dos limites da legalidade e do exercício da atividade-fim.|CRVL - Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos - é documento que garante a circulação de maneira lícita de seu veículo pelas ruas e vias brasileiras. Ainda afirma que sistema de seguridade social tem sido superavitário ao longo do período de 1995 a 2005”, tendo um excedente de recursos se elevado de R$ 4,3 bilhões, em 1995, para R$ 58,1 bilhões em 2005.” Ainda, conclui que houve desvio de recursos do orçamento da seguridade social para além dos 20% legalmente autorizados pelo mecanismo da DRU,” com exceção dos anos de 1995 e 1998 em que embora as contas tenham sido superavitárias a DRU foi inferior a 20%, nos outros anos retiradas as desvinculações ainda sobraram recursos que foram destinados a outras aplicações diversas à seguridade social.} {Quando em discussão direito à saúde, não há dúvida que, em caso de omissão dos órgãos legitimados para tal mister, Poder Judiciário, frente a uma demanda, deve agir com cautela, pois sabidamente os recursos do Estado são escassos, que, por si só, não serve para limitar direito à saúde.|Eis a nossa primeira premissa: A solução consensual dos conflitos penais só pode ser vista como instrumento que busca dirimir a força da intervenção penal, ou seja, é instrumento (definitivo ou de transição) para uma menor ingerência estatal na esfera de direitos do indivíduo.} {Impugnar-se-á, no presente trabalho, não louvável fim almejado pelas novas disposições normativas, qual seja, controle das autoridades no trânsito sobre as pessoas que consomem considerável quantidade de bebidas alcoólicas; mas meio que está sendo utilizado para garantir tal controle, que sangra os princípios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade, do nemo tenetur se detegere ou princípio da não-culpabilidade, da ampla defesa e do contraditório, e, por fim, da isonomia.|A circunstância do réu, motorista de ônibus, não ter conseguido desviar do veículo que, à sua frente, pára completamente automóvel, em uma via de trânsito rápido e intenso, mesmo guardando a devida distância e dentro da velocidade permitida para local, não pode conduzir à presunção de que acusado agiu com desatenção, sendo imprescindível a presença de elementos probatórios concretos do atuar sem dever de cuidado objetivo.} {Porém, tal estatuto se mostrava inadequado para ser aplicado nesta relação de consumo, uma vez que um contrato celebrado, agora, entre fornecedor e consumidor, estaria vulnerável a cláusulas abusivas por parte do fornecedor, situação que colocava consumidor em desvantagem, tendo em vista a hipossuficiência deste para excluir uma cláusula abusiva do contrato de consumo, do qual ele fizesse parte.|Escolheu-se este período por ser necessário diante da verificação da reincidência dos condenados pesquisados, permitindo, por conseguinte, analisar a reincidência, após os cinco anos do trânsito em julgado da ação que os condenou, assim como prevê artigo 63 do CP.}{
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} {Mas, que se verifica de mais importante nestas alterações quanto à preocupação para com número de acidentes decorrentes do dia a dia no tráfego foram à instituição do Código de Trânsito Brasileiro em 23 de setembro de 1997 pela Lei n ° 9.503 e as alterações
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alcançadas pelas Leis 11.705 em 2008 e 12.760 no ano de 2012 quando, em cada oportunidade, os legisladores endureceram as penalidades administrativas e jurídicas para com os condutores que trafegam sob influencia de álcool ou outros entorpecentes.|No terceiro momento, será feito histórico do Serviço Social na sociedade brasileira a partir dos movimentos das classes sociais, acarretando mudanças significativas e extremamente importantes para sua efetivação enquanto profissão, aonde mesmo vem contribuir para uma cultura
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do direito e da cidadania, abrindo novos ramos de atuação profissional, dentre elas a inserção do Serviço Social atuando na área da habitação através de programas, projetos, tendo compromisso de exercer sua função fundamentada em seu código de ética profissional.} {Código de Defesa do Consumidor na verdade, reafirma os direitos e garantias já previstas na Constituição Federal, no sentido de se dar efetivação aos mesmos, uma vez que como sabemos no Brasil tudo é positivado, porém nem tudo é devidamente efetivado.Poderíamos viver bem se nossos operadores e executores da lei fossem tementes à Constituição Federal, porém, como resta notório, não é que acontece, seja pela razão sociológica que também dá legitimidade ao diploma aqui em comento.|Na segunda metade do século XIX, ainda por influência do pensamento Iluminista, surgiu a Criminologia como ciência, mas que precisou da "medicina mental" para legitimar alguns de seus processos, que resultou na diferenciação de repressão e tratamento, surgiu a prisão tal qual a conhecemos hoje e, lamentavelmente, algumas teorias absurdas, preconceituosas, conservadoras e elitistas, que ainda influenciam alguns criminalistas atualmente.} {Por natureza, a vida humana dia a dia está exposta a estes, em alguns casos a contingência se torna fato muito cedo na vida de algumas pessoas, em outros casos a contingência é uma questão de tempo, visto que todos envelhecem e um dia, se nenhum outro risco emergir antes, serão pessoas com idade avançada atingidas por contingências-necessidades, sem terem condições de trabalhar e assim contribuir com a sociedade econômica.|Depois do surgimento do Protestantismo com Martin Lutero, os juros passaram a não constituir pecado, mas a maioria dos Estados sempre teve uma tendência em limitar à sua cobrança, a fim de evitar abusos e arbitrariedades do mercado e a concentração de renda.} {controle da hipoglicemia deve ser feito através de orientações quanto à automonitoração constante, antes e depois de exercícios físicos; programar lanches extras (caso os sintomas forem fome excessiva,
Como Perder o Medo de Dirigir
tremores, sudorese, taquicardia, irritabilidade, oferecer 15g de carboidrato, que pode ser adquirido através de uma colher de sopa de suco ou leite, uma fruta ou glicose em pastilha ou sache).|Por fim, no último capítulo buscar-se-á através das definições doutrinárias e jurisprudenciais, verificar se a Lei Seca é incompatível com princípio da lesividade
Como Perder o Medo de Dirigir
ou ofensividade previsto no direito penal brasileiro; e, ainda, averiguar se sua aplicação ao caso concreto está em harmonia com os dispositivos legais.}
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perfumeem-palavras · 3 years ago
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*Crônicas de Linda Vilela* *Tema: Uma Jornada para Cristo* *🙋‍♀Ele pagou um alto preço para que eu e você tivéssemos uma vida eterna ao seu lado. Uns chegarão mais cedo, outros mais tarde, e outros nunca o aceitarão de fato. Te aconselho a não fazer parte deste time. Podemos até viver uma vida sem Jesus, mas passar a eternidade longe dEle é cruel demais, não vale a pena. Satanás é astuto e cruel, fará tudo para nos enganar com suas mentiras dizendo que Deus não nos ama, e que nem se importa conosco, o que é uma baita mentira. Você é extremamente amado por Deus. Ele poderia ter desistido de nós desde o princípio, mas optou por encontrar uma forma de nos resgatar de volta. Então não ouse duvidar do seu imenso amor por você. Caso você já o tenha encontrado, fico muito feliz por você e oro para que permaneça firme ao seu lado até o fim de sua jornada. Mas se por acaso você ainda não o encontrou, sugiro que o faça imediatamente, para o seu próprio bem. Vivemos tempos finais, então há urgência para que você o encontre. Não deixe para amanhã, pois pode ser tarde demais. Abra a porta do seu coração e o convide para entrar. Confesse com sua boca e creia no seu coração que Ele é o filho do Deus altíssimo, que veio para o salvar. Permita Ele entrar e fazer maravilhas em sua vida. Nunca é tarde para o aceita-lo. Não existe nada que você faça, por pior que seja, que o impeça de ama-lo. Com Ele você terá um novo começo, um novo nome. Grandes coisas fará por você e através de você. O diabo dirá que não tem mais jeito, que é tarde demais, que já era pra você, que não há mais esperança pra você. Posso te garantir que é mentira dele, sempre haverá esperança para mim e para você, sempre. Satanás não tem nada de bom para oferecer. Ele não cumpre suas promessas, pois é mentiroso. Então dê uma oportunidade para Deus fazer a diferença em sua vida. Fomos gerados para sua glória, para fazer a diferença nesta geração corrompida e contaminada por todo tipo de abominações. Bora fazer parte desse tipo de vendedores que escolheram, passar as aflições e angústias deste século ao lado de nosso Senhor Jesus Cristo, e um dia ir embora com Ele....amém.* *Nota: Continua....* https://t.me/ https://www.instagram.com/p/CQjgolSDnJc/?utm_medium=tumblr
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lgamota · 3 years ago
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Discurso de posse de Joaquim Nabuco na fundação da Academia Brasileira de Letras
Antes de mais nada, uma breve explicação sobre quem foi Joaquim Nabuco, um dos principais abolicionistas brasileiros:  
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo foi um jurista, político, historiador, escritor, diplomata e jornalista pernambucano. Teve uma participação de extrema importância no movimento abolicionista brasileiro, que resultou na assinatura da Lei Áurea em 1888.
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Discurso pronunciado na Sessão inaugural da Academia Brasileira de Letras, em 20 de julho de 1897, na qualidade de Secretário Geral.
Meus Senhores,
Uma vez que conversávamos sobre os nossos estatutos achei ousado darmos, como tranqüilamente se propunha, o título de perpétuo ao nosso secretário; pensava eu então no constrangimento do nosso colega a quem tocasse lançar aquele soberbo desafio ao nosso temperamento. Não imaginava estar falando em defesa própria. A primeira condição de perpetuidade é a verossimilhança, e o que tentamos hoje é altamente inverossímil. Para realizar o inverossímil o meio heróico é sempre a fé; a homens de letras que se prestam a formar uma Academia, não se pode pedir fé; só se deve esperar deles a boa-fé. A questão é se ela bastará para garantir a estabilidade de uma companhia exposta como esta a tantas causas de desânimo, de dispersão e de indiferentismo. Se a Academia florescer, os críticos deste fim de século terão razão em ver nisso um milagre; terá sido com efeito um extraordinário enxerto, uma verdadeira maravilha de cruzamento literário.
A nossa formação não passará incólume; seremos acusados de nos termos escolhido a nós mesmos, de nos termos feito Imortais e em número de quarenta. Se não tivéssemos quadro fixo, receávamos não ser uma companhia. Tendo-o, se fôssemos menos de quarenta, como não se diria: “A Academia Francesa, que é a Academia Francesa, e se reúne em Paris, donde ninguém quer sair, precisa ter quarenta membros para trabalhar, e entre nós, onde ninguém se reúne, no Rio de Janeiro, donde se vive em Paris, julgamos poder ter só vinte, ou trinta?” Se fôssemos mais, estais ouvindo o tom de desdém: “A França, que é a França, só tem quarenta acadêmicos, e nós, que não temos quase literatura, temos a pretensão de ter cinqüenta.” O número de quarenta era quase forçado, por que não dizê-lo? tinha a medida do prestígio, esse quê simbólico das grandes tradições, o cunho do primi capientis: as proporções justas de qualquer criação humana são sempre as que foram consagradas pelo sucesso. Não tomamos à França todo o sistema decimal? Podíamos bem tomar-lhe o metro acadêmico. Nós somos quarenta, mas não aspiramos a ser os Quarenta.
Quanto à escolha própria, como podia ser evitada? Nenhum de nós lembrou o seu próprio nome; todos fomos chamados e chamamos a quem nos chamou... Houve uma boa razão para nos reunirmos ao convite do Sr. Lúcio de Mendonça; é que, exceto essa, só havia outra forma de apresentação: a oficial. Não seria decerto mais inspirada, e não podia ser tão ampla, a nomeação por decreto, e uma eleição pública havia de ressentir-se da cor local. De qualquer modo que se formasse a série dos primitivos, a origem seria imperfeita; resultariam iguais injustiças. Não temos de que nos afligir: todas as Academias nasceram assim. Que era a Academia Francesa quando a Richelieu ocorreu insuflar-lhe o seu gênio, associá-la à sua missão? Era uma reunião de sete ou oito homens de espírito em Paris. E as Academias, as Arcádias todas do século passador? Qualquer pretexto é bom para nascer... Não se deve inquirir das origens. Quando a vida aparece, é que o inconsciente tomou parte na concepção, e com a vida vem a responsabilidade, que enobrece as origens as mais duvidosas. Quem nos lançará em rosto o nosso nascimento, se fizermos alguma coisa; se justificarmos a nossa existência; criando para nós mesmos uma função necessária e desempenando-a? Acaso tem o ator que provar ao público o seu direito de existir? Não basta a emoção que desprende de si e faz passar por todos nós? E o pintor, o escultor, o poeta? Não basta a obra?
Na formação do primeiro quadro era preciso atender à proporção de ausentes. A Europa exerceu sempre sobre a imaginação dos nossos homens de letras uma atração perigosa. Houve, talvez, tempo em que Magalhães, Gonçalves Dias, Porto-Alegre, Odorico Mendes, João Francisco Lisboa, Sales Torres-Homem, Maciel Monteiro, Gomes de Sousa, Varnhagen, Joaquim Caetano, Pereira da Silva, podiam ter formado uma Academia Brasileira em Paris. Isso vinha de trás, e continua hoje com mais força. Bem poucos dos nossos homens de letras recusariam em qualquer tempo um desterro para longe do país. Há felizmente muito entre nós, quem de coração, de sentimento, pela imaginação, pelo espírito, por todo o prazer de viver, prefira o quadro, o aspecto, a sensação do nosso torrão brasileiro a todos os panoramas d'arte da Europa. Para se ser assim tão sincero, tão definitivamente brasileiro, - em alguns isso vem de uma reação natural contra o egoísmo estético - parece, a julgar pelo nosso confrade, o autor da Retirada da Laguna, que o melhor é ter tido no sangue a inoculação da própria arte européia. Como quer que seja, foi preciso contar com essa migração certa do talento nacional, com esse tributo que ele pagou sempre a Paris.
Havia também que atender à representação igual dos antigos e dos modernos... Uma censura não nos hão de fazer: a de sermos um gabinete de antigualhas. A Academia está dividida ao meio, entre os que vão e os que vêm chegando; os velhos, aliás sem velhice, e os novos; os dois séculos estão bem acentuados, e se algum predomina é o que entra; o século XX tem mais representação entre nós do que o século XIX. Quanto a mim, já tomei o meu partido... Uma vez me pronunciei entre os dois e como o fiz no livro de uma jovem senhora do nosso patriciado, pedir-lhe-ei licença para reproduzir, creio que nos mesmos termos, essa minha última profissão de fé. “Nascido, dizia eu, em uma época de transição, prefiro em tudo, arte, política, religião, ligar-me ao passado que ameaça ruína do que ao futuro que ainda não tem forma.” É apenas, como vedes, uma preferência; resta-me ainda muita simpatia pela quimeras que disputam umas às outras o toque da vida e muita curiosidade pelas invenções e revelações iminentes. Eu não sou o poeta do quadro de Gleyre, vendo a barca das ilusões perdidas, dourada pelo crepúsculo da tarde, e abismado no seu próprio isolamento. o coração, que é a parte fixa de nós mesmos, está em mim voltado para o céu estrelado, para a cúpula de verdades imortais, de princípios divinos, que sucede ao trabalho, aos esforços, às ardentes decepções do dia. Oh!.., meus senhores, é quando a vida para, que se tem a plenitude do viver. Ao contrário de tudo o mais, a vida, falo da vida intelectual, não é o movimento; é a parada do espírito, a absorção, a dilatação infinita do pensamento em um só objeto, em um só gozo, em uma só compreensão. Quieta non movere. Serei talvez um velho imaginário; é o meio de não ser um jovem imaginário. Há na vida uma coisa que não se deve fingir: - é a mocidade.
Devo confessar-vos que assim pensada, com uma ou outra lacuna, das quais algumas se explicam pela recusa dos escolhidos, e com uma exceção apenas, a nossa lista de nomes parece representar o que as nossas letras possuem de mais distinto. Algumas das nossas individualidades mais salientes nos estudos morais e políticos, no jornalismo e na ciência, deixaram de ser lembradas... A literatura quer que as ciências, ainda as mais altas, lhe dêem a parte que lhe pertence em todo o domínio da forma. Outros nomes, estes literários, estão ausentes, alguns, porém, renunciaram às letras. Devo dizer que compreendo a omissão destes: a uma Academia importa mais elevar o culto das letras, o valor do esforço, do que realçar o talento e a obra do escritor. Decerto, deixamos ao talento a liberdade de se apagar. Alguém fez uma bela obra? Admiremos a obra e deixemos o autor viver como toda gente; não o forcemos, querendo que se exceda a si mesmo, a refazer-se, uma e mais vezes, a viver da sua reputação, diminuindo-a sempre. Não o condenemos a sério, deixemo-lo desaparecer na fileira, depois de ter feito uma brilhante ação como soldado. A altivez do talento pode consistir nisso mesmo, em não diminuir. É a primeira liberdade do artista, deixar de produzir; não, porém, renunciar a produzir; repelir a inspiração, abdicar o talento, deixar a imaginação atrofiar-se. Isso é desinteressar-se das suas próprias criações anteriores, as quais só podem viver por essa cultura literária, que perdeu para ele toda a primazia.
Não há em nosso grêmio omissão irreparável; a morte encarrega-se de abrir nossa porta com intervalos mais curtos do que o gênio ou o talento toma para produzir qualquer obra de valor. Nós, os primeiros, seremos os únicos acadêmicos que não tiveram mérito em sê-lo, quase todos entramos por indicação singular, poucos foram eleitos pela Academia ainda incompleta, e nessas escolhas cada um de nós como que teve em vista corrigir a sua elevação isolada, completar a distinção que recebera; só dora em diante, depois que a Academia existir, depois de termos uma regra, tradições, emulação, e em torno de nós o interesse, a fiscalização da opinião, a consagração do sucesso, é que a escolha poderá parecer um plebiscito literário. Nós de fato constituímos apenas um primeiro eleitorado.
As Academias, como tantas outras coisas, precisam de antiguidade. Uma Academia nova é como uma religião sem mistérios: falta-lhe solenidade. A nossa principal função não poderá ser preenchida senão muito tempo depois de nós, na terceira ou quarta dinastia dos nossos sucessores. Não tendo antiguidade, tivemos que imitá-la, e escolhemos os nossos antepassados. Escolhemo-los por motivo, cada um de nós, pessoal, sem querermos, eu acredito, significar que o patrono da sua Cadeira fosse o maior vulto das nossas letras. Foi assim, pelo menos, que eu escolhi a Maciel Monteiro. Nesse misto de médico poeta, de orador diplomata, de dandy que vem a morrer de amor, elegi o pernambucano. A lista das nossas escolhas há de ser analisada como um curioso documento autobiográfico; está aí o sentido da minha. Entretanto, como nenhum de nós preocupou-se de escolher a maior figura de nossas letras, pode ser que algumas delas não figurem nesse quadro. Teremos meio de reparar essa falta com homenagens especiais. Restam apenas cinco cadeiras: já não há lugar para entrarem juntos Alexandre de Gusmão, Antônio José, Santa Rita Durão, São Carlos, Mont'Alverne, José da Silva Lisboa, Porto-Alegre, Sales Torres-Homem, José Bonifácio, o avô e o neto, Antônio Carlos, J. J. da Rocha, Odorico Mendes, Ferreira de Meneses.
Basta essa curta história de nossa formação para se ver que não podemos fazer o mal atribuído às Academias pelos que não querem na literatura sombra da mais leve tutela, do mais frouxo vínculo, do mais insignificante compromisso. É um anacronismo recear hoje para as Academias o papel que elas tiveram em outros tempos, mas se aquele papel fosse ainda possível, nós teríamos sido organizados para não o podermos exercer. Se percorrerdes a nossa lista, vereis nela a reunião de todos os temperamentos literários conhecidos. Em qualquer gênero de cultura somos um México intelectual; temos a tierra caliente, a tierra templada e a tierra fría... Já tivemos a Academia dos Felizes; não seremos a dos Incompatíveis, mas na maior parte das coisas não nos entendemos. Eu confio que sentiremos todo o prazer de concordarmos em discordar; essa desinteligência essencial é a condição da nossa utilidade, o que nos preservará da “uniformidade acadêmica”. Mas o desacordo tem também o seu limite, sem o que começaríamos logo por uma dissidência. A melhor garantia da liberdade e independência intelectual é estarem unidos no mesmo espírito de tolerância os que vêem as coisas d'arte e poesia de pontos de vista opostos. Para não podermos fazer nenhum mal basta isso; para fazermos algum bem é preciso que tenhamos algum objetivo comum. Não haverá nada comum entre nós? Há uma coisa: é a nossa própria evolução; partimos de pontos opostos para pontos opostos, mas, como astros que nascessem uns a leste e outros a oeste, temos que percorrer o mesmo círculo, somente em sentido inverso. Há assim de comum para nós o ciclo, o meio social que curva os mais rebeldes e funde os mais refratários; há os interstícios do papel, da característica, do grupo e filiação literária, de cada um; há a boa-fé invencível do verdadeiro talento. A utilidade desta companhia será, a meu ver, tanto maior quanto for um resultado da aproximação, ou melhor, do encontro em direção oposta, desses ideais contrários, a trégua de prevenções recíprocas em nome de uma admiração comum, e até, é preciso esperá-lo, de um apreço mútuo.
Porque, senhores, qual é o princípio vital literário que precisamos criar por meio desta Academia, como se compõe a matéria orgânica em laboratórios de química? É a responsabilidade do escritor, a consciência dos seus deveres para com sua inteligência, o dever superior da perfeição, o desprezo da reputação pela obra. Acreditais que um tal princípio limite em nada a espontaneidade do gênio? Não, o que faz é somente impor maiores obrigações ao talento. A responsabilidade não pode ameaçar nenhuma independência, coartar nenhuma ousadia; é dela, pelo contrário, que saem todas as nobres audácias, todas as grandes rebeldias. Em França, a Academia reina pelo prestígio de sua tradição; exerce sua influência pela escolha, pela convivência e pelo tom; mantém um estilo acadêmico, como toda a arte francesa, convencional, acabado, perfeito, e que só poderia parecer estreito a um gênio do Norte, como Shakespeare. Mas não é do destino da França produzir Shakespeare... Nós não temos por missão produzir esse estilo, o qual, como toda concepção intelectual, escapa à vontade e ao propósito, pode ser guardado e cultivado, mas não pode ser criado, obedece a leis de cristalização de cada idioma, à simetria de cada gênio nacional. Nós pretendemos somente defender as fontes do gênio, da poesia e da arte, que estão quase todas no prestígio, ou antes na dignidade da profissão literária... Não tenhamos tanto ciúme do gênio, o gênio há de revelar-se de qualquer modo; ele faz a sua própria lei, cria o seu próprio berço, esconde o seu nascimento, como Júpiter infante, no meio dos seus coribantes.
Além da deferência devida à companhia a que me faziam pertencer, confesso-vos que aceitei a honra que me foi feita, atraído pelo prazer de me sentir ao lado da nova geração. Cedi também, devo dizer-vos, à necessidade que sente de atividade, de renovação um espírito muito tempo ocupado na política e que de boa-fé acredita ter voltado às letras. Na Academia estamos certos de não encontrar a política. Eu sei bem que a política, ou, tomando-a em sua forma a mais pura, o espírito público, é inseparável de todas as grandes obras: a política dos Faraós reflete-se nas pirâmides tanto quanto a política ateniense no Partenon; o gênio católico da Idade Média está na Divina Comédia, como o gênio da protestante do Protetorado está no Paraíso Perdido, como o gênio da França monárquica está na literatura e no estilo dos séculos XVII e XVIII...
Nós não pretendemos matar o literato, no artista, o patriota, porque sem a pátria, sem a nação, não há escritor, e com ela há forçosamente o político. Até hoje, apesar do cristianismo, que trouxe o sentimento de uma comunhão mais vasta, o gênio nada fez fora da pátria ou, pelo menos, contra a pátria. A pátria e a religião são em certo sentido cativeiros irresgatáveis para a imaginação, condições do fiat intelectual. Compreendeis o artista grego que em réplica a Ésquilo esculpisse o Persa? Ou o poeta francês que depois de Sedan cantasse o Alemão? A política, isto é, o sentimento do perigo e da glória, da grandeza ou da queda do país, é uma fonte de inspiração de que se ressente em cada povo a literatura toda de uma época, mas para a política pertencer à literatura e entrar na Academia é preciso que ela não seja o seu próprio objeto; que desapareça na criação que produziu, como o mercúrio nos amálgamas de ouro e prata. Só assim não seríamos um parlamento.
Disse-vos, porém, que vim seduzido pelo contato, eu quisera que se pudesse dizer o contágio, dos moços. Como as diferentes idades da vida se compreendem mal uma a outra! - é a observação que vou fazendo à medida que caminho. Asseguro-vos que não suspeitava do que é a vista da mocidade tomada da outra margem da vida... Os que envelhecem não compreendem mais o valor das ilusões que perderam; os jovens não dão valor à experiência que ainda não têm. Há dois climas na vida, o passado e o futuro. A Academia, como o nobre romano, tem a sua villa dividida em casa de verão e em casa de inverno. Podeis habitar uma ou outra, conforme o vento soprar. Eu direi somente a todos os novos espíritos ambiciosos de abrir caminho para a glória: não receiem a concorrência dos mais velhos; sejam jovens e hão de romper tão naturalmente, como os rebentos da primavera rompem a casca da árvore rugosa. Basta a mocidade, se for verdadeiramente a vossa própria mocidade que expressardes, para vos dar o nome.
O escritor que chegou à madureza é, só por isso, o representante de um estado do espírito que preencheu o seu fim. Não há mocidade perpétua, o vosso privilégio está garantido... Quando se fala da mocidade perpétua de um escritor, como Molière, por exemplo, não se quer dizer que não envelheceu, mas que o fundo de verdade humana que ele recolheu e exprimiu continua a ser sempre verdadeiro. Não é que o escritor ou a obra guardasse a sua deliciosa frescura; é que a humanidade, sempre jovem, se reconheceu a si mesma sob os traços de outra época e acha em vê-los o mesmo prazer, se não maior! - do que em sua imagem atual. Eu leio em Elisée Reclus: “Acima da sua grande queda o São Francisco possui formas particulares de peixes inteiramente diversas das que vivem abaixo; o invencível precipício separou as duas faunas.” Não tenhais medo da concorrência... estais acima da grande queda. Uma advertência, porém. Às vezes não são as gerações somente que envelhecem uma após outra; sente-se também envelhecer a raça. A manhã torna-se então incrivelmente curta, como nos trópicos, e o perfume da mocidade cada vez mais inapreensível ao calor do sol que se levanta. “Não há que se apressar nas coisas eternas”, é uma dessas admiráveis frases do grande místico inglês. Não vos apresseis em compor a obra que há de conservar para vós mesmos a essência de vossa mocidade.
Eu li há pouco umas páginas, na Biblioteca de Buenos Aires, assinadas pelo General Mitre, a quem sinceramente admiro; a idéia é que a literatura hispano-americana não produziu ainda um livro. Que livro, diz ele, se tomaria para uma viagem, - eu acrescentarei, para o exílio? Senhores, hoje nenhum de nós se contentaria com um livro; um livro em poucos dias está lido e não gostamos de reler -; para uma viagem de dias precisamos levar uma biblioteca... Numa página sedutora, Emile Gebhart pintava ultimamente Cícero, condenado à morte, fazendo esperar a liteira em que se podia salvar, por não saber que livro levasse consigo para os longos instantes da proscrição... Nós podemos compreender-nos na sentença de Mitre: não tivemos ainda o nosso livro nacional, ainda que eu pense que a alma brasileira está definida, limitada e expressa nas obras de seus escritores; somente não está toda em um livro. Esse livro, um extrator hábil podia, porém, tirá-lo de nossa literatura... O que é essencial está na nossa poesia e no nosso romance. O livro é uma vida; em um livro deve estar o homem todo, e nós não sabemos mais fundir o caráter na obra, sem o que não pode haver criação. Em um certo sentido toda criação é, se não um suicídio, uma larga e generosa transfusão do próprio sangue em outras veias. Temos pressa de acabar. Estamos todos eletrizados; não passamos de condutores elétricos, e o jornalismo é a bateria que faz passar pelos nossos corações essa corrente contínua... Se fôssemos somente condutores, não haveria mal nisso; que sofrem os cabos submarinos? Nós, porém, somos fios dotados de uma consciência que não deixa a corrente passar despercebida de ponta a ponta, e nos faz receber em toda a extensão da linha o choque constante dessas transmissões universais...
Esperemos que a Academia seja um isolador, e que do seu repouso, da sua calma, venha a sair o livro em que o General Mitre vê o sinal da força, da musculatura literária... Eu pela minha parte não sei que ópera não daria por uma só frase de Mozart ou de Schumann; trocaria qualquer livro por uma dessas palavras luminosas que brilham eternamente no espírito como estrelas de primeira grandeza... A obra de quase todos os grandes escritores resume-se em algumas páginas; ser um grande escritor é ter uma nota sua distinta, e uma nota ouve-se logo; de fato, ele não pode senão repeti-la.
A principal questão ao fundar-se uma Academia de Letras brasileira é se vamos tender à unidade literária com Portugal. Julguei sempre estéril a tentativa de criarmos uma literatura sobre as tradições de raças que não tiveram nenhuma; sempre pensei que a literatura brasileira tinha que sair principalmente do nosso fundo europeu. Julgo outra utopia pensarmos em que nos havemos de desenvolver literariamente no mesmo sentido que Portugal ou conjuntamente com ele em tudo que não depende do gênio da língua. O fato é que, falando a mesma língua, Portugal e Brasil têm de futuro destinos literários tão profundamente divididos como são os seus destinos nacionais. Querer a unidade em tais condições seria um esforço perdido. Portugal, decerto, nunca tomaria nada essencial ao Brasil, e a verdade é que ele tem muito pouco, de primeira mão, que lhe queiramos tomar. Uns e outros nos fornecemos de idéias, de estilo, de erudição e pontos de vista, nos fabricantes de Paris, Londres ou Berlim... A raça portuguesa, entretanto, como raça pura, tem maior resistência e guarda assim melhor o seu idioma; para essa uniformidade de língua escrita devemos tender. Devemos opor um embaraço à deformação que é mais rápida entre nós; devemos reconhecer que eles são os donos das fontes, que as nossas empobrecem mais depressa e que é preciso renová-las indo a eles. A língua é um instrumento de idéias que pode e deve ter uma fixidez relativa; nesse ponto tudo precisamos empenhar para secundar o esforço e acompanhar os trabalhos dos que se consagrarem em Portugal à pureza do nosso idioma, a conservar as formas genuínas, características, lapidárias, da sua grande época... Nesse sentido nunca virá o dia em que Herculano, Garrett e os seus sucessores deixem de ter toda a vassalagem brasileira. A língua há de ficar perpetuamente pro indiviso entre nós; a literatura, essa, tem que seguir lentamente a evolução diversa dos dois países, dos dois hemisférios. A formação da Academia de Letras é a afirmação de que literária, como politicamente, somos uma nação que tem o seu destino, seu caráter distinto, e só podes ser dirigida por si mesma, desenvolvendo sua originalidade com os seus recursos próprios, só querendo, só aspirando a glória que possa vir de seu gênio.
Fontes: 
https://www.academia.org.br/academicos/joaquim-nabuco/discurso-de-posse
https://www.suapesquisa.com/quemfoi/joaquim_nabuco.htm
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jardanchandley-blog · 3 years ago
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A alma do Ocidente - Parte 1
Experimentando o mundo e vendo o quão complexo é viver nele, o homem, ao longo da história, criou ferramentas que pudessem auxiliá-lo na manutenção da vida. Esse comportamento se tornou uma característica do ser humano, que a cada século aprimorou sua maneira de viver, se organizar e se desenvolver. Para dar um exemplo desse aspecto visceral do homem de se desenvolver, temos a própria evolução da locomoção, fazendo com que o homem, ao longo do tempo, deixasse de andar a pé para se locomover usando animais, logo depois usando a locomoção marítima, seguida da automotora, evoluindo para a aviação e chegando atualmente ao ponto de planejar fazer um tour espacial em Marte. Esse é só um exemplo de desenvolvimento dos milhares que já tivemos. Porém, ao contrário desse exemplo que mostra os benefícios desse processo, algumas coisas necessitam de freios e contrapesos, afinal, nem tudo realmente necessita dessa mudança contínua e nem toda mudança significa avanço ou melhora.
A reflexão sobre o que devemos aprimorar e melhorar, parte do princípio de que aquilo que está em vigor atualmente está obsoleto e aquilo que virá depois será melhor. Isso funciona, por exemplo, com a tecnologia, ciência, engenharia civil, e várias outras áreas, mas não funciona com a ética, moral e em alguns casos até com as leis. Para entender melhor como isso funciona e a importância que aspectos intangíveis têm na nossa sociedade, teremos que falar brevemente dos três pilares que sustentam (ainda) a sociedade ocidental: A Moral Judaico-Cristã, a Filosofia Grega e o Direito Romano. Se observarmos a cultura ocidental, veremos que ela nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma. Basicamente, nasceu do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos Gregos e o pensamento jurídico dos romanos. Este tríplice encontro forma a identidade íntima do Ocidente, da qual devemos nos orgulhar e cultivar na atual e futuras gerações. Foi na base da convicção sobre a existência de um Deus criador, da busca pela verdade e o equilíbrio jurídico da sociedade, que se desenvolveram as ideias dos direitos humanos, a ideia da igualdade de todos perante a lei, a inviolabilidade da dignidade humana, o direito a vida, etc. Ignorar tudo isso ou considerar como um mero passado seria uma ruptura com a nossa cultura no seu todo, condenando o ocidente a não gozar de todos os seus benefícios. Mas advinha! Temos indivíduos iluminados, jovens e militantes de mente revolucionária que rejeitam esse depósito valioso e buscam criar um "novo mundo", habilitando-se para acusar e condenar todas as leis, instituições, crenças, valores, costumes, ações e obras de todas as épocas, não aceitando ser, obviamente, julgado por nenhuma delas. É a velha estratégia psicológica: Aponte e denuncie tudo na sociedade como um "mal" ao passo que implicitamente você acaba se tornando a imagem do "bem". Essa ideia já estava presente nos ambientes universitário há décadas por influência da escola de Frankfurt e hoje está introjetada na mente de boa parte da juventude.
Todo esse pensamento gerado na nossa juventude tem método e geram consequências que são previsíveis e explico o porquê. Primeiramente, necessito explicar o conceito de profecia autorrealizável, conceito que inicialmente fazia parte do vocabulário de investidores mas que ultimamente tem sido empregado com muito bom êxito na sociologia. Um exemplo ilustrativo é válido: Imagine que um especulador, sabendo estar mentindo, espalha boatos sobre a frágil saúde financeira de um banco. Esse boato mentiroso, ao circular em meio aos clientes do banco, gera insegurança nos mesmos, fazendo com que todos ou a grande maioria saque o seu dinheiro daquele banco, fazendo-o quebrar. Voilà! Aquele boato criado propositalmente como mentira, influenciou o comportamento de muitas pessoas e fez com que aquele boato, até então mentiroso, se tornasse realidade. A saúde financeira não era frágil, mas assim ficou tão logo seus clientes foram levados a erro. Eis a profecia autorrealizável. Da mesma forma acontece com os problemas psicossociais da nossa atual juventude. Constantemente na escola e no show business (programas de TV, filmes, séries, etc) somos levados a crer que os problemas da nossa sociedade atual vêm dos moldes "arcaicos" e "ultrapassados" da nossa cultura, que acabavam por nos adoecer e oprimir. Tão logo essa estrutura crítica é criada e repassada, a juventude acaba, consequentemente, tentando se afastar o máximo possível dessas "mazelas" opressoras da sociedade atual, buscando novas formas de comportamento, relações e ideologias, que levam a grande maioria a um vazio existencial, dificuldades de adequação social, crises de personalidade e falta de repertório para enfrentar problemas inerentes à vida. Novamente uma profecia autorrealizável: diga que a cultura é o grande problema, faça com que os jovens adoençam justamente por tentar fugir dessa cultura e coloque a culpa deste mesmo adoecimento, vejam só, na cultura que eles estavam buscando não seguir. É a engenharia social perfeita. Hoje temos uma juventude extremamente desnorteada, depressiva, que perdeu boa parte do sentido da vida e sequer consegue fazer uma conexão com a sua cultura social. Esse processo responde, talvez, o porquê de a palavra "moralista" ter adquirido significado pejorativo em muitos meios sociais. A simples existência de algo que ofereça um caminho correto a se seguir (como fazem as Igrejas, por exemplo) ou a mera busca para seguir uma vida com mais equilíbrio, gera calafrios, asco e contrariedade. Deixou de ser atrativo buscar equilíbrio, sentido e até Deus.
Para que algo perca seu atrativo, é necessário reduzir o seu valor. E algo que não tem valor, não vale a pena ser seguido. É exatamente a consequência de tudo que escrevi até aqui. A cultura, especialmente a nossa, dá sentido e valor a tudo em nossas vidas. É como uma bússola que mostra a direção para onde ir (e para onde não ir). Com uma juventude sem rumo, temos um futuro sem direção. Tudo é reduzido e esvaziado do seu sentido verdadeiro. Nesse raciocínio, o ser humano é nada além do que um animal, a lei é nada além do que relações de poder, o sexo é nada além do que prazer, o amor é nada além do que uma sofisticação do extinto, a mulher é nada além do que um objeto de prazer, a Capela Sistina é nada além do que pigmentos espalhados em um teto, a nona sinfonia é nada além do que uma sequência de sons variados, o matrimônio é nada além do que um contrato social. E por aí vai. Tudo perde o seu valor. Pobre juventude! Na ânsia adoecedora de "quebrar tabus", acabam quebrando as próprias pernas. Todavia, nem tudo está perdido. A loucura do mundo moderno sempre encontra resistência na sensatez, na beleza e no que é correto. Sempre foi assim e sempre será. Como diz a celebre frase de Chesterton: "Cada época é salva por um pequeno número de homens que têm a coragem de não serem atuais".
J.C.S. Leal
24.05.2021
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soccomcsantos · 4 years ago
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Novo Mercedes-EQ Lounge, um projeto 100% sustentável
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A Mercedes-EQ continua a fortalecer os seus pilares da sustentabilidade, que vão muito para além da conceção de veículos elétricos de neutralidade carbónica. O novo Mercedes-EQ Lounge, na Nazaré, é um excelente exemplo, num espaço nacional 100% sustentável que reforça o compromisso da Marca com a Natureza e os Oceanos. Venha descobrir todas as suas vertentes…  
O surf é considerado um desporto global em expansão, uma forma de viver o intitulado Modern Luxury. No mundo, existem mais de 35 milhões de surfistas, o que representa um crescimento de 50% nos últimos dez anos.
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Em Portugal, a Nazaré é o único local para surf de grandes ondas, um desporto de equipa, cujo público vai desde os 8 aos 80 anos. A Mercedes-Benz é atualmente reconhecida pela sua presença no surf de grandes ondas, que assenta em valores como perseverança, excelência, resiliência, fraternidade, coragem e desempenho.
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Neste novo projeto, o Mercedes-EQ Lounge, Reciclar e Reutilizar foram palavras de ordem, conceitos sempre presentes em todo processo de seleção de materiais necessários ao restauro do edifício e à sua decoração. Nas paredes e bancos de suporte, nas mesas, cadeiras e elementos que delimitam a área de jardim, nas portas, portadas e janelas no interior, tudo foi construído com recurso a materiais reciclados a partir da construção original, do princípio do século passado, ou provenientes da comunidade piscatória.
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Desde as madeiras que serviram para a construção de embarcações, restos de cabos náuticos que deram à costa, madeiras provenientes de plantações de florestas sustentáveis, até à cortiça, a solução mais ecológica de revestimento/isolamento, utilizada a nível arquitetónico, que compõe os jardins verdes verticais, tudo remete para o forte conceito de sustentabilidade.
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 A componente energética concebida para todas as necessidades atuais e futuras, privilegia a utilização de energias renováveis. As águas quentes sanitárias são também asseguradas pelos painéis fotovoltaicos. O aquecimento do interior está a cargo de uma salamandra e o abastecimento de água às zonas técnicas e para a rega é proveniente do reaproveitamento das águas pluviais. De referir ainda que, toda a área está preparada para que seja possível (numa fase posterior) a instalação de uma estação biológica de tratamento de águas cinzentas - águas estas produzidas pelo edifício.
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O Mercedes-EQ Lounge conta também com quatro postos de carregamento para automóveis elétricos, que se assumem como um marco importante para o fomento da mobilidade neutra em CO2.
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O caminho para a neutralidade carbónica coloca um conjunto significativo de desafios e oportunidades à sociedade. A transição para uma economia neutra em carbono é uma das grandes preocupações da Mercedes-Benz. No novo Mercedes-EQ Lounge é possível observar todo o circuito elétrico proveniente da reutilização de uma bateria de uma das primeiras unidades do modelo Classe B 100% elétrico, que permite agora armazenar a energia captada pelos painéis fotovoltaicos.
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O Mercedes-EQ Lounge é um espaço de debate, de conversas e de experiências, onde são abordados temas como a proteção dos oceanos, a reutilização de baterias elétricas, a economia circular, a aposta na formação da comunidade para um desenvolvimento sustentável. O novo espaço tem um caráter multifuncional, que permite receber eventos exclusivos da marca (12 a 50 pessoas) no interior do edifício e de maior dimensão, até mais de 500 pessoas no seu exterior.
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Mercedes-Benz na Nazaré: uma história de sucessos
A Nazaré, conhecida como uma terra piscatória típica portuguesa, tem sido nos últimos 10 anos palco mundial de Grandes Ondas, que a tornaram uma das maiores atrações para surfistas de todo o mundo. Desde 2011, altura em que Garrett McNamara alcançou o record no Guinness World Records, que a Praia do Norte na Nazaré recebe eventos de caráter mundial, sendo noticiada em todo o mundo.
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A Mercedes-Benz aposta também há 10 anos no Surf de Grandes Ondas –o MBoard Project, o Mercedes-AMG Red Chargers, ou até mesmo a onda surfada no Rio Tejo pelo embaixador internacional da Marca, Garrett McNamara, têm marcado e ilustrado o percurso de sucesso deste projeto.
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Desde 2016 foram já realizadas cerca de 500 experiências exclusivas destinadas a clientes, concessionários, jornalistas e parceiros, tendo o espaço da Mercedes-Benz na Nazaré sido também o local escolhido para a primeira convenção mundial de Embaixadores Mercedes-Benz.
Estratégia de sustentabilidade: Ambition 2039
No âmbito da sua iniciativa "Ambition 2039", a Mercedes-Benz trabalha no sentido de oferecer um portfolio de novos modelos de veículos neutros em emissões de carbono em menos de 20 anos. Já em 2030, a empresa pretende que mais de 50 % dos veículos ligeiros de passageiros vendidos sejam modelos equipados com cadeias cinemáticas elétricas - incluindo veículos totalmente elétricos e híbridos plug-in.
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Depois do EQA, lançado em abril, com o EQS, o EQB e o EQE, irão ocorrer mais três apresentações mundiais de modelos da marca Mercedes-EQ em 2021 que irão alargar a gama de veículos totalmente elétricos da Mercedes-Benz Cars para seis unidades. A empresa irá também continuar a expandir a sua ampla e atrativa gama de produtos xEV através do lançamento de um total de 30 versões híbridas plug-in até ao final de 2021.
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fefefernandes80 · 4 years ago
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A ilha remota entre África e Brasil que tem lições para o futuro do meio ambiente
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A Ilha de Ascensão, localizada no meio do Oceano Atlântico, ficou desabitada por séculos devido à sua extrema aridez e vegetação escassa. Mas, em meados do século 19, um projeto mudou drasticamente a paisagem e o ecossistema da ilha. A Ilha da Ascensão fica localizada no meio do Atlântico entre Brasil e Angola Getty Images/via BBC Vista do mar, a Ilha de Ascensão parece estar ardendo em chamas, uma paisagem tão aparentemente hostil que rendeu ao local um apelido capaz de espantar qualquer turista: “inferno do fogo apagado”. Elevando-se acima de crateras adormecidas, depósitos piroclásticos e picos de lava, a Montanha Verde, com 859 metros de altura, e sua vegetação frondosa chamam atenção em meio à ilha carbonizada. São também uma prova da engenhosidade dos seres humanos e da resiliência da natureza. Cientistas desvendam mistérios dos peixes ‘ultra-pretos’ que nadam nas escuras profundezas dos oceanos Como luta contra Covid-19 mostra perigos de mundo ‘quente demais para humanos’ Plantada no topo de uma colina devastada há cerca de 160 anos, a floresta que começou por um capricho passou a atrair a atenção de cientistas de todo o mundo. A Montanha Verde dá uma esperança de que ecossistemas criados pelo homem possam melhorar o meio ambiente. Os cactos acrescentam cor à paisagem árida da ilha Getty Images/Via BBC À medida que a crise climática destrói paisagens e gera catástrofes, a próspera selva de Ascensão reforça o argumento de que talvez possamos regenerar uma floresta usando conceitos deste lugar remoto e muitas vezes esquecido. A Ilha da Ascensão surgiu do Oceano Atlântico cerca de 1 milhão de anos atrás. Localizada no meio do caminho entre Angola e Brasil, ela recebeu esse nome quando foi redescoberta por Afonso de Albuquerque no Dia da Ascensão em 1503 (ela havia sido identificada pela primeira vez em 1501). Durante muito tempo, foi ocupada apenas por aves marinhas e tartarugas verdes que viajam milhares de quilômetros a partir do do Brasil para procriar ali. Os primeiros habitantes humanos chegaram em 1815, quando a Marinha Real Britânica montou acampamento para vigiar Napoleão, que estava exilado quase 1,3 mil quilômetros a sudeste, na ilha de Santa Helena. Ascensão tornou-se um ponto de parada útil para os navios. Mas, durante sua visita em 1836, Charles Darwin apontou a falha mais óbvia da ilha: sua ausência de árvores, o que a tornou um lugar difícil de se viver. Transformação pela chuva Inspirado pelas teorias de seu amigo Darwin sobre transformar a paisagem árida em um jardim, o botânico Joseph Hooker apresentou o plano de plantar mudas de todo o mundo ali. As árvores poderiam “capturar” as nuvens e aumentar as chuvas na ilha, tornando-a habitável. O plano foi um sucesso. Em 1860, John Bell, horticultor da ilha, supervisionou o plantio de cerca de 27 mil árvores e arbustos, o que resultou no desenvolvimento de solo suficiente para o cultivo. Foi a oportunidade de visitar essa floresta peculiar e pouco conhecida que levou minha família a Ascensão, que agora tem cerca de 900 habitantes, entre militares americanos e britânicos e funcionários civis. Deixando nosso veleiro ancorado em Clarence Bay, dirigimos através de uma paisagem lunar ofuscante, passando pelos fluxos de lava, pelas crateras vulcânicas e pelos burros selvagens que vagam pelo deserto em busca de comida, até começar a subir a Montanha Verde. Ali, a luz do sol era suavizada pela névoa e depois apagada pela chuva irregular. A estrada nos levou a uma floresta de casuarinas e acácias, e depois para uma densa selva pontuada por bananas, gengibre, zimbro, framboesa, café, samambaias e figos. Depois de estacionar, partimos para a caminhada. Encontrando ocasionalmente ovelhas selvagens, seguimos uma trilha fresca e enevoada, cheia de teixos e pinheiros, descendentes de algumas das mudas que Hooker aconselhou aos britânicos transportar para Ascensão a partir de jardins botânicos de todo o mundo. A floresta parecia enganosamente antiga. De acordo com os princípios ecológicos tradicionais, essa mistura de gramíneas e samambaias endêmicas com mais de 300 espécies não nativas nunca poderia ter evoluído para um ecossistema próspero. Florestas complexas levam milhões de anos para se desenvolver. Mas o ecossistema artificial da Montanha Verde, onde espécies introduzidas e plantas insulares parecem ter evoluído juntas, não se encaixa nesse paradigma. Contrariando o ‘normal’ “O que você vê ali é algo que não despertaria o interesse de pesquisadores tradicionais”, diz Dave Wilkinson, professor de ecologia da Universidade de Lincoln, no Reino Unido. “Porque é algo completamente dominado por espécies não nativas, e os ecologistas se concentram nos ambientes naturais, não em coisas que não deveriam estar onde estão. Isso seria considerado algo negativo.” Até recentemente, conservação significava livrar-se de espécies invasoras e permitir que a paisagem voltasse ao modo como era antes da intervenção humana. Mas uma visita casual à Ilha de Ascensão em 2004 fez Wilkinson pensar nessa perspectiva “natural versus invasores”. “A Montanha Verde é um exemplo muito dramático de algo bastante comum: em grande parte do mundo, espécies não nativas são uma parte funcional do ecossistema.” Wilkinson desenvolveu a ideia em seu controverso artigo de 2004 para o periódico Journal of Biogeography, A Parábola da Montanha Verde, no qual desafia a teoria de que as espécies introduzidas em um local não pertencem àquilo e propõe o argumento de que ecossistemas artificiais, como a Montanha Verde, poderiam desempenhar um papel importante em nosso futuro. Nos anos seguintes, essa ideia ganhou força e, em 2006, o termo “novo ecossistema” foi desenvolvido pelo renomado ecologista Richard Hobbs para descrever lugares como a Montanha Verde, que foram irreversivelmente alterados pela intervenção humana – e talvez não precisem ser consertados. Anna Bäckström, ecologista sênior do grupo de pesquisa científica ICON, da Universidade RMIT, na Austrália, diz que os proponentes de uma nova abordagem de ecossistema têm uma visão pragmática da conservação. “O conceito oferece mais flexibilidade”, explica ela. Dadas as mudanças climáticas, o impacto humano e a pequena quantidade de fundos geralmente disponíveis para conservação, Bäckström diz que, ao aceitar as mudanças que os humanos fizeram, a restauração ecológica é mais gerenciável. “A paisagem não precisa voltar ao que era. Nós apenas queremos diversidade e equilíbrio.” Essa ideia de que o serviço que um ecossistema fornece – como controle de enchentes, sequestro de carbono ou polinização – é mais importante do que a condição primitiva de uma floresta está sendo adotada mais amplamente à medida que os ecossistemas são jogados no caos pelos incêndios, tempestades e doenças provocadas pela crise climática. “Se um grupo de plantas sobreviver e algumas delas não forem nativas, não queremos arrancá-las”, diz Bäckström. “A diversidade no ecossistema é mais importante que a origem de uma planta.” Indo ainda mais longe, Wilkinson diz que essa nova abordagem permite que os ecologistas tenham algum controle sobre forças que podem moldar os ecossistemas do futuro. “Vinte anos atrás, os conservacionistas nunca cogitariam plantar espécies não nativas, mas agora sabemos o valor de ter uma mistura de árvores em um local, porque, se um patógeno, fogo ou animais o atacam, nem tudo é perdido”, diz ele. Com uma abordagem inovadora do ecossistema, os conservacionistas têm a liberdade de reconstruir uma planície que antes ficava inundada e que secou com espécies resistentes à seca ou replantar uma paisagem devastada pelo fogo com plantas que prosperam em uma região mais quente. O experimento da Montanha Verde, onde as plantas de diferentes lugares foram reunidas em um mesmo lugar e, de alguma forma, prosperaram, talvez possa ser replicado. Isso nos aponta que ideias polêmicas – como a da China, de plantar bilhões de árvores para conter o avanço do deserto; ou o esforço da Austrália para que as pessoas plantem espécies e plantas não nativas para conter o avanço de incêndios – devem ser analisadas com mais cuidado. A proposta feita por Darwin e Hooker nos diz que, quando se trata de sobrevivência, às vezes, não há problema em experimentar algo novo.
Artigo Via: G1. Globo
Via: Blog da Fefe
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carolinagoma · 4 years ago
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A ilha remota entre África e Brasil que tem lições para o futuro do meio ambiente
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A Ilha de Ascensão, localizada no meio do Oceano Atlântico, ficou desabitada por séculos devido à sua extrema aridez e vegetação escassa. Mas, em meados do século 19, um projeto mudou drasticamente a paisagem e o ecossistema da ilha. A Ilha da Ascensão fica localizada no meio do Atlântico entre Brasil e Angola Getty Images/via BBC Vista do mar, a Ilha de Ascensão parece estar ardendo em chamas, uma paisagem tão aparentemente hostil que rendeu ao local um apelido capaz de espantar qualquer turista: "inferno do fogo apagado". Elevando-se acima de crateras adormecidas, depósitos piroclásticos e picos de lava, a Montanha Verde, com 859 metros de altura, e sua vegetação frondosa chamam atenção em meio à ilha carbonizada. São também uma prova da engenhosidade dos seres humanos e da resiliência da natureza. Cientistas desvendam mistérios dos peixes 'ultra-pretos' que nadam nas escuras profundezas dos oceanos Como luta contra Covid-19 mostra perigos de mundo 'quente demais para humanos' Plantada no topo de uma colina devastada há cerca de 160 anos, a floresta que começou por um capricho passou a atrair a atenção de cientistas de todo o mundo. A Montanha Verde dá uma esperança de que ecossistemas criados pelo homem possam melhorar o meio ambiente. Os cactos acrescentam cor à paisagem árida da ilha Getty Images/Via BBC À medida que a crise climática destrói paisagens e gera catástrofes, a próspera selva de Ascensão reforça o argumento de que talvez possamos regenerar uma floresta usando conceitos deste lugar remoto e muitas vezes esquecido. A Ilha da Ascensão surgiu do Oceano Atlântico cerca de 1 milhão de anos atrás. Localizada no meio do caminho entre Angola e Brasil, ela recebeu esse nome quando foi redescoberta por Afonso de Albuquerque no Dia da Ascensão em 1503 (ela havia sido identificada pela primeira vez em 1501). Durante muito tempo, foi ocupada apenas por aves marinhas e tartarugas verdes que viajam milhares de quilômetros a partir do do Brasil para procriar ali. Os primeiros habitantes humanos chegaram em 1815, quando a Marinha Real Britânica montou acampamento para vigiar Napoleão, que estava exilado quase 1,3 mil quilômetros a sudeste, na ilha de Santa Helena. Ascensão tornou-se um ponto de parada útil para os navios. Mas, durante sua visita em 1836, Charles Darwin apontou a falha mais óbvia da ilha: sua ausência de árvores, o que a tornou um lugar difícil de se viver. Transformação pela chuva Inspirado pelas teorias de seu amigo Darwin sobre transformar a paisagem árida em um jardim, o botânico Joseph Hooker apresentou o plano de plantar mudas de todo o mundo ali. As árvores poderiam "capturar" as nuvens e aumentar as chuvas na ilha, tornando-a habitável. O plano foi um sucesso. Em 1860, John Bell, horticultor da ilha, supervisionou o plantio de cerca de 27 mil árvores e arbustos, o que resultou no desenvolvimento de solo suficiente para o cultivo. Foi a oportunidade de visitar essa floresta peculiar e pouco conhecida que levou minha família a Ascensão, que agora tem cerca de 900 habitantes, entre militares americanos e britânicos e funcionários civis. Deixando nosso veleiro ancorado em Clarence Bay, dirigimos através de uma paisagem lunar ofuscante, passando pelos fluxos de lava, pelas crateras vulcânicas e pelos burros selvagens que vagam pelo deserto em busca de comida, até começar a subir a Montanha Verde. Ali, a luz do sol era suavizada pela névoa e depois apagada pela chuva irregular. A estrada nos levou a uma floresta de casuarinas e acácias, e depois para uma densa selva pontuada por bananas, gengibre, zimbro, framboesa, café, samambaias e figos. Depois de estacionar, partimos para a caminhada. Encontrando ocasionalmente ovelhas selvagens, seguimos uma trilha fresca e enevoada, cheia de teixos e pinheiros, descendentes de algumas das mudas que Hooker aconselhou aos britânicos transportar para Ascensão a partir de jardins botânicos de todo o mundo. A floresta parecia enganosamente antiga. De acordo com os princípios ecológicos tradicionais, essa mistura de gramíneas e samambaias endêmicas com mais de 300 espécies não nativas nunca poderia ter evoluído para um ecossistema próspero. Florestas complexas levam milhões de anos para se desenvolver. Mas o ecossistema artificial da Montanha Verde, onde espécies introduzidas e plantas insulares parecem ter evoluído juntas, não se encaixa nesse paradigma. Contrariando o 'normal' "O que você vê ali é algo que não despertaria o interesse de pesquisadores tradicionais", diz Dave Wilkinson, professor de ecologia da Universidade de Lincoln, no Reino Unido. "Porque é algo completamente dominado por espécies não nativas, e os ecologistas se concentram nos ambientes naturais, não em coisas que não deveriam estar onde estão. Isso seria considerado algo negativo." Até recentemente, conservação significava livrar-se de espécies invasoras e permitir que a paisagem voltasse ao modo como era antes da intervenção humana. Mas uma visita casual à Ilha de Ascensão em 2004 fez Wilkinson pensar nessa perspectiva "natural versus invasores". "A Montanha Verde é um exemplo muito dramático de algo bastante comum: em grande parte do mundo, espécies não nativas são uma parte funcional do ecossistema." Wilkinson desenvolveu a ideia em seu controverso artigo de 2004 para o periódico Journal of Biogeography, A Parábola da Montanha Verde, no qual desafia a teoria de que as espécies introduzidas em um local não pertencem àquilo e propõe o argumento de que ecossistemas artificiais, como a Montanha Verde, poderiam desempenhar um papel importante em nosso futuro. Nos anos seguintes, essa ideia ganhou força e, em 2006, o termo "novo ecossistema" foi desenvolvido pelo renomado ecologista Richard Hobbs para descrever lugares como a Montanha Verde, que foram irreversivelmente alterados pela intervenção humana - e talvez não precisem ser consertados. Anna Bäckström, ecologista sênior do grupo de pesquisa científica ICON, da Universidade RMIT, na Austrália, diz que os proponentes de uma nova abordagem de ecossistema têm uma visão pragmática da conservação. "O conceito oferece mais flexibilidade", explica ela. Dadas as mudanças climáticas, o impacto humano e a pequena quantidade de fundos geralmente disponíveis para conservação, Bäckström diz que, ao aceitar as mudanças que os humanos fizeram, a restauração ecológica é mais gerenciável. "A paisagem não precisa voltar ao que era. Nós apenas queremos diversidade e equilíbrio." Essa ideia de que o serviço que um ecossistema fornece - como controle de enchentes, sequestro de carbono ou polinização - é mais importante do que a condição primitiva de uma floresta está sendo adotada mais amplamente à medida que os ecossistemas são jogados no caos pelos incêndios, tempestades e doenças provocadas pela crise climática. "Se um grupo de plantas sobreviver e algumas delas não forem nativas, não queremos arrancá-las", diz Bäckström. "A diversidade no ecossistema é mais importante que a origem de uma planta." Indo ainda mais longe, Wilkinson diz que essa nova abordagem permite que os ecologistas tenham algum controle sobre forças que podem moldar os ecossistemas do futuro. "Vinte anos atrás, os conservacionistas nunca cogitariam plantar espécies não nativas, mas agora sabemos o valor de ter uma mistura de árvores em um local, porque, se um patógeno, fogo ou animais o atacam, nem tudo é perdido", diz ele. Com uma abordagem inovadora do ecossistema, os conservacionistas têm a liberdade de reconstruir uma planície que antes ficava inundada e que secou com espécies resistentes à seca ou replantar uma paisagem devastada pelo fogo com plantas que prosperam em uma região mais quente. O experimento da Montanha Verde, onde as plantas de diferentes lugares foram reunidas em um mesmo lugar e, de alguma forma, prosperaram, talvez possa ser replicado. Isso nos aponta que ideias polêmicas - como a da China, de plantar bilhões de árvores para conter o avanço do deserto; ou o esforço da Austrália para que as pessoas plantem espécies e plantas não nativas para conter o avanço de incêndios - devem ser analisadas com mais cuidado. A proposta feita por Darwin e Hooker nos diz que, quando se trata de sobrevivência, às vezes, não há problema em experimentar algo novo. Artigo originalmente publicado primeiro no G1.Globo
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pluravictor · 5 years ago
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Retratos humanos
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CINEMA PLURAL Contar uma história tem sido ao longo das gerações humanas uma forma extraordinária de comunicação e transmissão de saber. O poder da palavra, a sedução da narrativa, o deslumbramento das aventuras, os valores que transporta, o final que carrega uma lição. No princípio, como o Verbo, existiam personagens divinas e heróis extraordinários, protagonistas de narrativas mitológicas, aventuras criadoras ou transformadoras do mundo, fundadores de nações ou ideologias. Durante milénios, as histórias se perpetuavam nestes mitos onde o comum dos mortais raramente fazia parte.
Inventar e relatar torna-se mais plural à medida que a literatura avança na aproximação ao indivíduo e mais distante do divino. A desigualdade das sociedades é fonte imensa para a criatividade literária, não pelo desgaste das "velhas estórias" mas porque o outro que fora negligenciado é reconhecido e integrado nas obras de Victor Hugo, Charles Dickens, Dostoiévski ou Eça de Queiroz, por retratos do tanto do que é humano. O pobre, o pecador, o escravo, o comerciante, o agricultor, o imigrante partilham a condição de personagens centrais de novos contos que representam encontros e desencontros, tradições e valentia, dor e honra, identidade e cultura. Os humanos são os novos rostos dos mitos.
O cinema, simbiose de literatura, teatro e ópera — a pluralidade dramática em uníssono — é uma forma artística ímpar de continuar a contar histórias. Para o mestre realizador Martin Scorcese o bom cinema é "sobre as personagens — a complexidade das pessoas e das suas contradições e por vezes das suas naturezas paradoxais, o modo como podem magoar e amar uns aos outros e subitamente confrontar-se consigo mesmas." (1). Babel, magnífica obra de "film ensemble”, é um conjunto de narrativas riquíssimas e pessoas que se interligam, provando que ninguém está imune ao pior e ao melhor que o humano tem sobre outro humano.
Nesta análise sobre o filme, não me debruçarei muito sobre o choque de culturas que, sendo evidente em Marrocos (Ocidente vs Magrebe) e no México (Mike horrorizado com a morte da galinha pelas mãos de Santiago), ou o delicioso diálogo entre Richard e Anwar na casa deste (“What about you? How many wives do you have?”. “I can only have one”, responde o guia). Opto por desenvolver três temáticas, cada uma com várias ramificações possíveis — língua, fronteira e comunidade. Aqui todos se combinam nas quatro histórias cruzadas em que linguagem, história, sociedade, geografia, preconceitos, poder, economia demonstram que, apesar do punição divina da multiplicação das línguas, a interligação humana nunca cessou de existir, assim como a partilha de tantos outros contextos e valores comuns como a família, o sacrifício, o amor e a dor. Babel representa a diversidade cultural e a diferenciação como retratos do mundo, pleno de erros e incomunicabilidade, criadores de curiosidade e rejeição, testemunhos de compaixão e violência. Este filme é uma montra antropológica de quatro "mundos" aparentemente isolados, mas intrinsecamente unidos. A assinatura (frase conceito da película) de Babel é uma palavra única “Escuta”. Porque, apesar da língua e do poder da fala, precisamos verdadeiramente ouvir o outro para, considerando-o nosso semelhante aceitá-lo e, sem entraves, em comunhão, tentarmos fazermos um mundo melhor.
— 1 LÍNGUA
De acordo com o Génesis, Deus castigou os Homens pela audácia da construção da Torre de Babel. E confundiu-os com novas línguas que das suas bocas sairam contrariando o idioma comum inicial. E desde aí a humanidade se separou não conseguindo entender-se, escutar-se, conviver. O mito da criação das línguas é a explicação das Escrituras para as diferenças da fala e da origem das diversas comunidades humanas, e com isso uma raiz para a separação e a divisão. Mas foi oportunidade para a pluralidade de identidades colectivas que ao longo de séculos produziu formas diferenciadas de viver e produzir cultura. Naturalmente, o Antigo Testamento não é um compêndio exacto da História dos primeiros Homens, mas sim uma reunião de metáforas extraordinárias que ainda hoje alimentam o imaginário da Humanidade. Os mais de 7000 idiomas (2) falados por todo o mundo provêem de tantas fontes e lugares, evoluindo de línguas anteriores, troncos comuns e construídas por influências e assimilações de outras falas e, recentemente descoberto, que a própria alimentação condicionou o som e as palavras construídas (3).
A língua, elemento aglutinador de comunidades imaginadas (4), edificou história e tradições, cultura e identidade. Nesta reunião de povos sob uma unidade sonora se formaram lugares herméticos (naturalmente ou à força, mas isso são contas de outro rosário) em conjuntos territoriais que os identificavam e diferenciavam. Durante muito tempo as suas linguagens próprias eram incompreensíveis, mas o estudo sobre as suas estruturas semânticas e gramaticais aproximaram-nos, na sua tradução, para a luz da compreensão mútua. Contudo, o desentendimento verbal entre povos, vivendo estes somente entre os seus co-linguistas, ergueu barreiras que diversas sociedades elevaram a uma certa noção individualista e única do seu lugar no mundo. No filme compreendemos perfeitamente a força e especificidade dos idiomas (inglês, árabe, japonês e espanhol), entidades orais de cultura e identidade como primeiras portas de separação no contexto intercultural. Mas não a única.
— 2 FRONTEIRAS
A fronteira é uma linha limite, uma divisória. A sua forma geográfica não é a única definição desta palavra em Babel. Enquanto algumas fronteiras podem ser transponíveis, através da tradução, outras são legalmente inviáveis ou moralmente inultrapassáveis.
a) Na continuidade do ponto anterior, a língua pode constituir-se como uma fronteira verbal. Seja nos EUA, em Marrocos ou no Japão, o domínio do idioma nativo sobrepõe-se a qualquer outro. Num contexto turístico esse domínio advém da posição social do visitante, muitas vezes inocentemente ignorante da língua do visitado, mas também sobranceiro por se achar de outro lugar mais “civilizado”. A excursão em Marrocos move-se num ambiente estanque (o autocarro) e quando confrontados diante da população de Tazarine, não existindo propriamente uma repulsa (embora em termos sanitários é eloquente na recusa de Susan para com a água e a agulha não esterilizada em cenas diferentes), o distanciamento daquela realidade social é aumentada pela ideia que qualquer muçulmano é um potencial terrorista quando o tiro (disparado da espingarda do pai de Yussef) atinge Susan. O filme, datado de 2006, situa-se num novo momento da realidade internacional, o “choque de civilizações” advogado por Huntington fora “colocado em prática” com e após os ataques terroristas nos EUA (11 Setembro 2001), as consequentes invasões do Afeganistão (antes do final desse ano) e do Iraque (2003) e, intercalada com uma frequência de outros grandes atentados terroristas da Al-Qaeda, em Madrid, Londres e Bali. O medo entra aqui como factor determinante para justificar a desconfiança sobre aquele outro agora tão próximo, como se fossem cordeiros na toca do lobo. Ergue-se espontaneamente uma fronteira que exige a mais rápida retirada. O que a curiosidade primeiro incentivou (a visita), a emergente percepção contextual (o tiro) ditou o afastamento.
b) Existe outra fronteira muito bem explorada, aqui na narrativa japonesa do filme, novamente relacionada com linguagem. Neste caso é a ausência desta na forma oral e substituída pelo seu modo gestual, com implicações sobre a identidade pessoal. Chieko, adolescente japonesa, habita numa das sociedades mais desenvolvidas do mundo, mas ser surda-muda coloca-a numa realidade à parte, onde a incapacidade de comunicar e viver no mundo dos que ouvem se torna um desafio permanente quando confrontada por situações de uma existência “normal” para a maioria das pessoas. Ser vista como uma jovem atraente altera por completo quando é mal interpretada — ou mal “ouvida” — e a nova percepção de si por outros a segrega e isola. Apenas entre as amigas igualmente surdas-mudas, e o pai (apesar de outras divergências) ela se sente aceite e amada.
c) A curiosidade sexual entre irmãos é naturalmente haram (pecado em árabe) para Ahmed. “Vocês são uns porcos” diz este a Yussef após apanhá-lo em flagrante delito de voyeurismo, consentido, sobre a irmã Zohra. Existem aqui valores morais e religiosos, para além de normas familiares, que muitas sociedades partilham, sejam de base islâmica ou cristã. A fronteira da sexualidade é firme e transpô-la, fora dos parâmetros estabelecidos, é comportamento susceptível de repulsa e punição.
d) Uma quarta análise sobre fronteira é a própria realidade política entre territórios. A linha imaginária sobre um lugar aparentemente vazio ou difuso mas politicamente concreta coloca uns e outros delimitados pelo conceito de Estado-Nação, dentro da jurisdição da soberania e respectiva autoridade e do Direito internacional que reconhece e estipula as regras e demarcações das fronteiras. O acesso mútuo apenas se processa na legalidade concedida, no movimento consentido. Passar ilegalmente de um país para outro incorre em sentença muitas vezes imediata: a deportação.
Os processos migratórios encontram hoje perigos eminentes nesta “muralha” defensora da exclusividade do território. Gerações sem fim procuram no país estrangeiro a oportunidade de melhorar as suas vidas, mas quanto mais global (economicamente) o mundo, mais cerrado o movimento se torna para as pessoas. Como diz Achille Mbembe, a “livre circulação entre os países é hoje solapada pelo reforço das restrições de movimento que reproduzem e intensificam a vulnerabilidade de grupos estigmatizados e mais marcados racialmente” (5). Esse é o panorama da fronteira EUA-México. Contudo, o esforço altruísta e bravo de milhões de mexicanos, muitos deles ilegais nos Estados Unidos, como é o caso de Amelia, são retrato humano do muito que arriscam para proporcionar aos seus familiares, que na aldeia ficaram, condições de vida melhores. O sacrifício de Amelia, há vários anos nos EUA, cuidando agora das crianças de Richard e Susan, é também uma manifestação de amor por eles, a par da posição subalterna enquanto empregada da família que lhe permite o sustento e do qual não pode abdicar. No entanto, o casamento do filho coincide com o baleamento de Susan em Marrocos e, na impossibilidade de outra pessoa ficar com os meninos, ela toma uma opção que, dentro deste carácter de fronteira se evidencia firmemente a diferença física e social, o peso do estigma racial. Os mexicanos, hispânicos, sejam de ascendência europeia ou indígena, de tez escura, são o “oposto” do americano anglófono, cara-pálida (como diziam os nativos norte-americanos). Quando Amelia pede, sem sucesso, a uma amiga mexicana para que esta fique com as crianças apenas por uma noite, no mais desesperado dos argumentos “diz que são teus sobrinhos”, a resposta é sintomática: “Sim, com este ar de ‘gringa’ que eu tenho…”.
Quando, já próximo do fim do filme, a situação de illegal alien de Amelia é detectada pela Border Patrol, ela vê-se confrontada por uma plêiade de desesperos, tristezas e frustrações: perde tudo o que com sangue, suor e lágrimas lutou em 16 anos; perde a sua segunda família, os meninos Mike e Debbie; e ser deportada, a sua alma tão desfeita quanto o seu vestido, o remate final da humilhação no regresso ao México. Trabalho, amor e sacrifício reduzidos a zero. Os valores de honra e vergonha (6) são expostos de forma crua, uma face da vulnerabilidade da migração.
— 3 COMUNIDADE
Comer é um acto comunitário comum a todas as culturas. A refeição em si é um produto de cultura. O que vemos em Babel nas cenas de Marrocos, México e Japão demonstra essas reuniões de pessoas em modos diversos e em contextos muito interessantes. O jantar da família de Abdullah, reunidos à volta de uma malga onde todos se servem com as mãos, mas onde os homens predominam. O lanche das amigas japonesas no J-Pop, um misto de fast food norte-americano com a nova sociedade tecnológica japonesa do pós-Segunda Guerra Mundial, onde os adolescentes se agrupam por género. A festa mexicana, aparentemente caótica, mas plena de felicidade, do casamento de Luis Miguel, filho de Amelia.
Em todos estes eventos existe partilha e aceitação, assistimos a actos que fortificam os laços entre pessoas, rituais que enaltecem valores de proximidade e família. Vemos o lado bom do humano, a necessidade e prazer de estar juntos, comprovando o ser social que somos, a capacidade que juntos temos para edificar uma união mais perfeita (parafraseando a famosa frase da constituição norte-americana) sobre bases fundamentais da sociedade, desde a família à aldeia, e desta para o plano mais largo de populações unidas sob princípios, simbologias e humanidade comum.
— CONCLUSÃO: BIBO NO AOZORA
Lindo céu azul. É o que significa em japonês Bibo no Aozora a música que Ryuichi Sakamoto compôs e que encerra o filme. De forte sonoridade íntima, tão característico e sublime em todo o trabalho de Sakamoto, a canção reúne simbolicamente os desejos de união e amor do humano. Seja o Eu, o Nós ou o Outro, qualquer um almeja uma celestialidade. Mesmo que Babel evidencie as discriminações ainda fortes no desentendimento e no não reconhecimento dos direitos humanos no mundo inteiro —o interior versus periferia, preconceito versus aceitação, uniformidade versus diversidade — a(s) cultura(s) a que pertencemos só podem frutificar cooperando pois nenhuma sociedade humana vive isolada, como dizia Lévi-Strauss. No contínuo esforço de diálogo e comunhão, escutando e conversando, é um dever ético e humano reduzir o etnocentrismo para, por fim, desmontar o castigo divisor de Babel.
FICHA TÉCNICA
Babel, de 2006, é o filme que fecha a Trilogia de la Muerte que o realizador mexicano Alejandro González Iñarritu começou com Amores Perros (2000) e 21 Grams (2003). Foi nomeado, e vencedor, em diversas categorias nos principais festivais de cinema do mundo (Cannes, TIFF, Golden Globe Awards, Óscares da Academia de Hollywood) assim como em inúmeros outros certames.
Realizador Alejandro González Iñaritu Argumentista Guillermo Arriaga Actores principais Cenas em Marrocos: Brad Pitt (Richard Jones), Cate Blanchett (Susan Jones), Mohamed Akhzam (Anwar, o guia), Mustapha Rachidi (Abdullah, pai, criador de cabras), Abdelkader Bara (Hassan Ibrahim, guia e vizinho de Abdullah, a quem vendeu espingarda), Wahiba Sahmi (Zohra, filha de Abdullah), Said Tarchani (Ahmed, irmão mais velho), Boubker Ait El Caid (Yussef, irmão mais novo), Driss Roukhe (Alarid, o chefe de Polícia)
Cenas nos EUA e México: Adriana Bazarra (Amelia), Elle Fanning (Debbie Jones), Nathan Gamble (Mike Jones) ,Gael García Bernal (Santiago), Clifton Collins, Jr. (Polícia fronteiriço), Michael Peña (Polícia da Border Patrol)
Cenas no Japão: Rinko Kikuchi (Chieko Wataya), Koji Yahusho (Yusujiro Wataya)
BIBLIOGRAFIA
(1) Martin Scorcese >> "I said Marvel movies aren���t cinema. Let me explain.”, New York Times 04.11.2019 (2) Ethnologue - Languages of the world >> "How many languages are there in the world?", 10.11.2019 (3)  Investigação >> Human sound systems are shaped by post-Neolithic changes in bite configuration / 15.03.2019 / Noticiada em editorial do The Guardian >> "The Guardian view on language: the flesh made word” 15.03.2019 Excerto: "But where do these phonemes come from and why do they shift over time? New research suggests that the apparently arbitrary distribution of some sounds around the world may be partially explained by diet. This is unexpected. We’d rather think of language as the product of our thought, rather than of the arrangement of our teeth. In reality, though, any given language must be both."
(4) Dentro do contexto da formação das nacionalidades e identidades políticas à volta das línguas, como veiculado no capítulo "Origens da consciência nacional", p.65-77 ANDERSON, Benedict, Comunidades Imaginadas. Lisboa, Edições 70. (1983) 2017 (5) MBEMBE, Achille >> "A ideia de um mundo sem fronteiras", revista online Serrote, Maio 2019 (6) ENGELKE, Matthew - Think like an Anthropologist. A Pelican Book, Penguin Random House UK. Londres, Reino Unido. 2017, p.94-110
— Ensaio para CULTURAS: IDENTIDADES E DIFERENCIAÇÕES 1º ano, 1º semestre • 2019/2020 16 Novembro 2019 — Avaliação: 16,5 valores Licenciatura de Antropologia  |  Iscte-IUL, Lisboa
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ccpazevida · 5 years ago
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ESTUDOS: O NOVO NASCIMENTO.
JO Ora, havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos um dos principais dos judeus. Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-lhe:
– Rabi, sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.
Respondeu-lhe Jesus:
– Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.
Perguntou-lhe Nicodemos:
– Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?
Jesus respondeu:
– Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
Perguntou-lhe Nicodemos:
– Como pode ser isto? Respondeu-lhe Jesus:
– Tu és mestre em Israel e não entendes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testemunhamos o que temos visto; e não aceitais o nosso testemunho! Se vos falei de coisas terrestres e não credes, como crereis, se vos falar das celestiais? Ora, ninguém subiu ao Céu, senão o que desceu do Céu, o Filho do Homem. E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado; para que todo aquele que nEle crê tenha a Vida Eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a Vida Eterna. Porque Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele. Quem crê nEle não é julgado;
mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus. E o julgamento é este: A Luz veio ao mundo, e os homens amaram antes as trevas que a Luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal aborrece a Luz, e não vem para a Luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a Luz, a fim de que seja manifesto que as suas obras são feitas em Deus.
Notas do Autor: JO 3.1-21
PORVENTURA PODE TORNAR A ENTRAR NO VENTRE DE SUA MÃE E NASCER? A pergunta de Nicodemos seria uma ótima oportunidade para Jesus falar a respeito do Novo Nascimento através da reencarnação, caso fosse disso que Ele estivesse falando.
O QUE É NASCIDO DA CARNE É CARNE, E O QUE É NASCIDO DO ESPÍRITO É ESPÍRITO. Jesus deixa claro que não se trata de um novo nascimento carnal, mas espiritual, conforme foi estabelecido: “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no Seu Nome. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo 1.12-13).
SE ALGUÉM NÃO NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO, NÃO PODE ENTRAR NO REINO DE DEUS. Jesus faz referência à Água do Batismo, pelo qual deve passar toda pessoa que nEle crê em “espírito e em verdade” (Jo 4.23). O apóstolo Paulo, relacionando as duas coisas – Fé em por que Jesus foi levantado e Batismo nas Águas para o Novo Nascimento –, escreveu: “Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela Glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Rm 6.3-4).
ASSIM COMO MOISÉS LEVANTOU. O diálogo entre Jesus e Nicodemos foi de Mestre para mestre e de altíssimo nível. Jesus lhe fez várias citações espirituais, entre elas um paralelo entre o ocorrido 1.400 anos antes, no tempo de Moisés, quando, por causa do pecado, o povo era picado por serpentes e muitos morriam no deserto. Para que as pessoas não morressem, Deus mandou Moisés levantar uma serpente numa haste e todos os envenenados que olhavam para ela escapavam da morte (Nm 21.4-9). Jesus diz que com Ele é a mesma coisa: Ele será levantado numa haste para dar a Vida Eterna a todos os que estão mortalmente envenenados pela serpente original. Tal profecia do Senhor Jesus irá se cumprir dali a três anos e Nicodemos estará presente, não mais de noite e escondido, mas à Luz do dia, tirando o corpo do Rabi da “haste” (Jo 19:39-40).
A SERPENTE. Ora, sabemos que a serpente é o símbolo de Satanás (Gn 3.1; Ap 20.2). Por que Jesus fez uma comparação tão horrível? A resposta é que, ali na “haste”, suspenso entre o Céu e a Terra, o Filho do Homem, o Santo de Deus, assumiria os pecados de toda humanidade e as piores obras da Serpente, praticadas pelos seres humanos. Ele mesmo se fez pecado por nós. Paulo escreveu: “Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós para que, nEle, fôssemos feitos justiça de Deus” (II Co 5.21).
PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ... TENHA A VIDA ETERNA. O Novo Nascimento se dá quando a pessoa crê que Jesus foi “levantado” por ela e para ela. A Salvação que Jesus está trazendo é instantânea, e é para começar a ser vivida nesta vida. É tão impressionante a transformação moral, espiritual e, consequentemente, física da pessoa que crê, que o próprio Cristo a chamou de Novo Nascimento. O apóstolo Paulo – ele mesmo uma prova fiel deste Novo Nascimento nesta vida – escreveu: “Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é. As coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Co 5.17). Veremos, durante o desenrolar do Evangelho, o parto espiritual de várias pessoas que nascerão de novo em Jesus. O dissimulado e rude Pedro nascendo de novo como discípulo e testificando: “Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela Palavra de Deus, a qual vive e permanece para sempre” (I Pe 1.23). A prostituta Maria Madalena nascendo de novo como uma mulher santa e irrepreensível. O corrupto Zaqueu nascendo de novo como um homem justo e de bem. O feroz e indomável endemoninhado gadareno nascendo de novo como um homem manso e ajuizado. E assim milhares no Evangelho, e milhões de milhões nos séculos, nascendo de novo através da Fé exclusiva Naquele que foi “levantado”.
PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA QUE DEU O SEU FILHO UNIGÊNITO, PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ NÃO PEREÇA, MAS TENHA A VIDA ETERNA. Este é o princípio que orienta o Novo Nascimento: a Fé em Jesus Cristo como o Filho Unigênito de Deus, dado pelo Pai, para morrer na “haste” por nós. Ele disse: “Na verdade, na verdade eu vos digo que quem ouve a minha Palavra, e crê nAquele que me enviou tem a Vida Eterna e não entra em Juízo, mas já passou da morte para a Vida” (Jo 5.24). Ao ter esta fé em Jesus, o ser humano nasce de novo, como Filho de Deus.
Água e Espírito: Mistério de Deus desde o Princípio. Há 4,5 bilhões de anos o nosso planeta estava perdido, condenado e morto. Jazia em trevas e morava no abismo. Era vazio e estéril. Para que o planeta tivesse uma nova vida foi necessária a ação do Espírito de Deus sobre as águas. Texto de Gênesis diz: “E a Terra era sem forma e vazia. E havia trevas sobre a face do abismo. E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja Luz. E houve Luz. E viu Deus que era boa a Luz. E fez Deus separação entre a Luz e as trevas” (Gn 1.1-4). O nosso planeta foi o primeiro a “nascer da água e do Espírito”.
O incrível Batismo do planeta Terra. Todo o planeta estava coberto por água. Só depois, surgiu a terra seca: “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi” (Gn 1.9). A partir desse Batismo por imersão total é que a Terra começou a viver uma nova vida frutífera: “E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie e árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom” (Gn 1.12). E, finalmente, deu o maior de todos os frutos: o ser humano, nascido da própria camada da terra lavada!
A semelhança entre o processo do planeta Terra e o ser humano. Como o homem foi criado o pó da Terra, a comparação é necessária e inevitável: Sem Deus, o ser humano está perdido, condenado e morto. Jaz em trevas e mora no abismo. É vazio e estéril. Para sair desta situação, o ser humano necessita do mover do Espírito de Deus! Em seguida Deus ordena a luz. Não uma luz qualquer, mas a verdadeira Luz do mundo (Jo 8.12). Quando esta Luz brilha, sobrenaturalmente o ser humano é separado das trevas! Assim como a vida na Terra nasceu na água, igualmente, o ser humano precisa ser coberto pelas águas e, a partir daí, por ação do Espírito, viver uma nova vida frutífera (Jo 15.16). E torna-se capaz de produzir o maior de todos os frutos: outros seres humanos, nascidos da sua vida lavada. Este processo, que combina a Água com o mover do Espírito, continua até hoje, como exigência de Deus. Por isso Jesus ter dito: “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5).
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. É interessante que a fórmula do Batismo em Nome da Trindade, ordenada por Jesus em Mt 28.19, também tenha estado presente no Batismo por imersão do planeta: “E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja Luz. E houve Luz” (Gn 1.2b-3).
Por Juanribe Pagliarin.
https://pazevida.org.br/estudos/5130-o-novo-nascimento.html
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alvaromatias1000 · 5 years ago
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Processo da Destruição Criativa
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Joseph A. Schumpeter, no livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia” (1943), afirma: as teorias da concorrência monopolista e oligopolista e as suas variantes populares podem ser usadas de dois modos para sustentar a opinião segundo a qual a realidade capitalista é desfavorável ao rendimento máximo na produção.
É possível alegar ter sido sempre assim e a produção nunca deixou de se expandir, apesar da sabotagem secular perpetrada pela burguesia dirigente. Os defensores dessa proposição teriam de provar a taxa de crescimento observada se explicar por uma sequência de circunstâncias favoráveis independentes do mecanismo da empresa privada e suficientemente fortes para vencer a resistência burguesa.
É justamente essa a questão discutida por Schumpeter no capítulo 9 deste livro. Contudo, os adeptos de tal variante pelo menos contam com a vantagem de evitar o problema de ordem histórica enfrentados pelos partidários da proposição alternativa. Esta afirma, outrora, a realidade capitalista ter tendido a favorecer o rendimento produtivo máximo ou, em todo caso, um rendimento produtivo considerável a ponto de constituir um elemento importante em qualquer avaliação séria do sistema. Mas, de lá para cá, a posterior disseminação de estruturas monopolistas reverteu aquela tendência.
Primeiramente, isso envolve a criação de uma Idade de Ouro da concorrência perfeita inteiramente imaginária. Em dado momento e de algum modo, se transformou na Era Monopolista, muito embora seja evidente a concorrência perfeita nunca ter sido mais real de o que é atualmente, ou seja, inexistente.
Em segundo lugar, é mister notar a taxa de crescimento da produção não ter diminuído a partir da década de 1890, ou seja, a partir do período quando, segundo supõe Schumpeter, a preponderância das grandes corporações se afirmou pelo menos na indústria. Não há nada no comportamento das séries temporais da produção total capaz de insinuar uma “ruptura da tendência”.
Mais importante é o padrão de vida moderno das massas ter melhorado no período da “grande empresa” relativamente livre de entraves. Se arrolarmos os itens participantes do orçamento doméstico do operário moderno e acompanharmos a evolução dos seus preços a partir de 1899, não em termos monetários, mas de horas de trabalho para comprá-los – i.e., os preços nominais de cada ano divididos pela taxa de salário-hora de cada ano –, é surpreendente a taxa do avanço. Considerando a melhora espetacular das qualidades, parece ter sido maior – e não menor – do que nunca até o presente.
Se os economistas fôssemos menos dados ao pensamento volitivo e mais à observação dos fatos, duvidaríamos imediatamente do realismo de uma teoria a nos levar a esperar um resultado muito diferente. Mas isso não é tudo.
Quando entramos nos pormenores e examinamos os itens individuais nos quais o progresso foi mais conspícuo, a pista leva não à porta das firmas operando em condições de concorrência comparativamente livre, e sim à dos grandes conglomerados. Estes, como no caso da mecanização da agricultura, também contribuíram para o progresso do setor competitivo. Porém, no nosso espírito de corpo se insinua a chocante suspeita de talvez as grandes empresas, longe de pressionar o nível de vida para baixo, tenham-no elevado!
Tanto os economistas quanto os jornalistas econômicos se deixaram levar pelos fragmentos da realidade, caso porventura conseguiram apreender. Viram corretamente a maior parte desses fragmentos. Desenvolveram corretamente a maior parte das suas propriedades formais. Mas uma análise tão fragmentária não permite tirar nenhuma conclusão válida acerca da realidade capitalista como um todo. E, se mesmo assim as tirarmos, só acertaremos por acaso. Foi o que se fez. Mas a casualidade feliz não compareceu.
O ponto essencial a compreender é: lidar com o capitalismo é lidar com um processo evolucionário. Pode parecer estranho alguém passar por alto um fato tão óbvio como Karl Marx realçou há muito tempo. Entretanto, aquela análise fragmentária gera o grosso das proposições dos economistas neoclássicos a respeito do funcionamento do capitalismo moderno e persiste em deixá-lo de lado.
O capitalismo é, por natureza, uma forma ou método de transformação econômica e não só não é, como não pode ser estacionário. E o caráter evolucionário do processo capitalista não se deve meramente ao fato de a vida econômica transcorrer em um ambiente social e natural se transformando incessantemente e cujas transformações alteram os dados da ação econômica.
Esse fato é importante e essas mudanças (guerras, revoluções e assim por diante) geralmente condicionam as mutações industriais, mas não são a sua principal causa motriz. Esse caráter evolucionário também não se deve a um crescimento quase automático da população e do capital ou aos caprichos dos sistemas monetários. Eles tampouco figuram entre as suas principais causas motrizes.
O impulso fundamental capaz de colocar e manter em movimento a máquina capitalista é dado por:
os novos bens de consumo,
os novos métodos de produção ou transporte,
os novos mercados e
as novas formas de organização industrial criadas pela empresa capitalista.
Como vimos no capítulo precedente, o conteúdo do orçamento do operário, digamos de 1760 a 1940, não cresceu simplesmente com base em linhas invariáveis, mas sofreu um processo de mudança qualitativa. Do mesmo modo, a história do aparato produtivo de uma fazenda típica, a partir do início da racionalização da rotação dos cultivos, da lavra e da engorda até a mecanização atual – somada aos silos e às ferrovias – é uma história de revoluções.
É composta de revoluções tecnológicas a história do aparato produtivo da indústria do ferro e do aço, desde o forno a carvão até o de hoje, e a do aparato produtivo de energia, desde a roda hidráulica até a usina moderna, e a do transporte desde a diligência até o avião. A abertura de novos mercados, estrangeiros ou nacionais, e o desenvolvimento organizacional da oficina de artesão e da manufatura para os conglomerados como a U. S. Steel ilustram o mesmo processo de mutação industrial.
Ele revoluciona incessantemente a estrutura econômica de dentro para fora, destruindo incessantemente a antiga, criando incessantemente a nova. Esse processo de destruição criativa é o fato essencial do capitalismo. O capitalismo consiste nesse processo e nele toda empresa capitalista tem de viver. Esse fato é relevante para o problema analisado por Schumpeter de duas maneiras.
Em primeiro lugar, como estamos às voltas com um processo onde todos os elementos demoram consideravelmente a revelar as suas verdadeiras características e os seus efeitos definitivos, não tem sentido avaliar o seu rendimento ex visu de um momento dado. Cabe-nos julgá-lo ao longo do tempo. Ele se desdobra em décadas ou séculos.
Um sistema complexo incluindo também o componente econômico–, em cada momento dado, utiliza as suas possibilidades plenamente e com o maior proveito. Pode, no entanto, em longo prazo, ser inferior a um sistema compartimentado sem interações entre outros componentes. Este segmento não o faz em nenhum momento dado, porque, para ele, deixar de fazê-lo pode ser uma condição para o nível ou a velocidade do rendimento em longo prazo.
Em segundo lugar, como estamos às voltas com um processo orgânico, a análise de o que se passa em uma parte isolada dele – por exemplo, um conglomerado ou indústria individual – pode efetivamente esclarecer detalhes do mecanismo, mas não conduzir a conclusões mais gerais sobre o organismo total. Cada movimento da estratégia econômica só adquire o seu significado verdadeiro quando colocado em relação com esse processo e dentro da situação por ele criada.
Deve ser visto no seu papel de vendaval perene de destruição criativa. Não pode ser compreendido independentemente dele nem com base na hipótese de uma calmaria perene.
Mas é precisamente essa a hipótese adotada pelos economistas adeptos da ideologia do livre-mercado (“laissez-faire”) ou competição perfeita, ex visu de um momento dado, examinam, por exemplo, o comportamento de uma indústria oligopolista – uma indústria consistente em algumas grandes empresas – e nela observam as conhecidas manobras e contramanobras a visarem unicamente a altos preços e a restrições à produção.
Eles aceitam os dados da situação momentânea como se esta não tivesse passado nem futuro e pensam se entendem o que há para entender se interpretarem o comportamento dessas empresas mediante o princípio da maximização do lucro com referência àqueles dados.
A dissertação usual do teórico e o relatório usual da comissão do governo praticamente nunca tentam encarar esse comportamento, de um lado, como resultado de um fragmento da história passada e, de outro, como uma tentativa, por parte dessas empresas, de se manterem firmes em um terreno a deslizar sob os seus pés.
Em outras palavras, o problema usualmente tomado em consideração é como o capitalismo administra as estruturas existentes, sendo a questão relevante a de saber como as cria e como as destrói. Enquanto não o reconhecer, o investigador faz um trabalho sem sentido. Tão logo o reconhece, a sua visão das práticas capitalistas e das suas consequências sociais se modifica consideravelmente.
Processo da Destruição Criativa publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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arquitetojuanrios-blog · 8 years ago
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Cultura digital
A Segunda Guerra Mundial foi palco dos horrores que marcaram a humanidade no século XX. As atrocidades cometidas por cada parte do conflito nos ensinaram que entrar em combate nunca será a melhor forma de resolver desavenças políticas. Todavia, apesar de todos esses percalços, muito se evoluiu, principalmente no que tange à tecnologia naquele período. As pesquisas e investimentos na época eram destinados ao desenvolvimento militar. Mas, com ele, diversas foram as descobertas em outras áreas que revolucionaram a forma de viver. Os reflexos são enxergados na atualidade.
Nos primeiros anos do século XX, logo após a Primeira Guerra, as circunstâncias motivaram o desenvolvimento. As telecomunicações muito avançaram, graças a invenção do rádio, revolução para o período. O equipamento tinha a capacidade de transmitir mensagens sem precisar de fios. Com a Segunda grande guerra, o computador eletrônico binário foi desenvolvido para os cálculos probabilísticos de ataque na guerra e para o desenvolvimento da bomba atômica. Com o fim do conflito, a Guerra Fria surgiu e contribuiu mais ainda para a instabilidade política entre as duas potências (EUA e URSS) e, com isso, para o desenvolvimento militar e, consequentemente, evolução tecnológica. Discursos e mudanças artísticas e culturais ocorreram e auxiliaram na definição da cultura digital que atualmente vivemos.
Na Guerra Fria, os engenheiros da Silicon Valley desenvolveram a tecnologia que iria revolucionar a computação. Os princípios da contracultura daquele momento propiciaram o desenvolvimento do computador pessoal, trazendo as tecnologias interativas de tempo-real. Mesmo tendo sido desenvolvidas no cenário militar de Guerra, tais tecnologias permitiram a reformulação da forma de se comunicar, o que no futuro, marcaria uma nova geração, onde o computador serviria para uso civil.
No início dos anos 70, era da informação pós industrial, Steve Jobs teve inteligência de desenvolver o computador, transformando-o para o uso pessoal (Apple I e II) máquinas sofisticadas que ofereciam recursos diversos usos. O sucesso nas vendas chamou atenção de outras empresas, que viram nisso a oportunidade de lucratividade em um novo ramo de negócios. Uma dessas empresas foi a IBM, que em 1981 produziu a sua primeira máquina, o IBM PC, que trouxe o modo “hacker” de agir, permitindo que seus usuários acessassem as especificações técnicas das máquinas e incentivando outros a desenvolver software para solucionar problemas. Quem mais lucrou com isso foi a Microsoft, que desenvolveu o sistema operacional para o PC.
Com o desenvolvimento tecnológico e a invenção da internet, mais se evoluiu. A rede mundial de computadores permitiu o crescimento da globalização, fenômeno que conecta o mundo em diversos setores, permitindo a troca de informações em tempo recorde. O mercado livre capitalista e a proliferação das tecnologias da informação e de comunicação ao longo dos últimos anos, levaram a um efeito Fast Foward , em que tudo ocorre em um ritmo acelerado, levando a mudanças radicais e lançando novos desafios.
Na sociedade contemporânea, a Internet se vê presente nas mais diversas partes da vida. Desde fazer compras e pagar contas até interagir com amigos e nutrir relacionamentos amorosos, coisas que até os anos 90 só existiam no mundo físico. A internet influencia como e o que as crianças aprendem. O vocabulário usado em conversas diárias e nossas percepções de tempo e distância também são influenciados. Temos a habilidade de pular de países e continentes em segundos, com uma comunicação de alta velocidade.
Crianças nascidas nos anos 90 e começo dos anos 2000 (a chamada geração Z) nunca conhecerão uma era na qual a Internet não seja um elemento natural da vida. Como consequência, a forma da cultura digital se transforma muito rapidamente assim que as gerações novas crescem e mudam o ambiente virtual. A geração Z se difere muito da geração de seus pais, para os quais a Internet foi uma revolução.
No campo do trabalho, este se distancia cada vez mais do tradicional escritório ou fábrica, e se realoca na própria casa do funcionário ou viaja junto com ele. Isso permite que os trabalhadores de locais mais liberais possam fazer sua própria rotina e realizar suas tarefas mais confortavelmente, alcançando uma maior produtividade. Cresce também o interesse das empresas de criarem um ambiente e-commerce para se inserirem no novo contexto. O anonimato também é um elemento importante dessa cultura. As pessoas criam nomes, nicknames, e personalidades que podem ou não divergir daquelas que apresentam no mundo real. Essa possibilidade pode ser boa ou ruim, pois, ao mesmo tempo em que oferece espaço para indivíduos que de outra forma se sentiriam isolados ou envergonhados, fomenta uma cultura de comportamento ofensivo e até mesmo ilegal, que seria inaceitável fora da Internet. A cultura digital no mundo dos negócios encoraja o pensamento criativo e a quebra de paradigmas para obter destaque na Internet.
E por Cultura Digital, entende-se a maior acessibilidade a equipamentos tecnológicos e a pessoas conectadas à rede mundial de computadores. Isso proporcionou uma queda nos valores da produção e distribuição de produtos e serviços culturais, e, consequentemente, provocou uma potencialização na circulação desses conteúdos, que alcançaram novas dinâmicas culturais onde estão inseridos.
A cultura digital é ovacionada por quebrar barreiras, não só entre nações, mas também entre grupos e indivíduos separados por distância e condições sociais. Porém, constrói uma grande hierarquia entre quem tem e quem não tem acesso a ela.
Assim, culturas diferentes dependem de diferentes tecnologias de comunicação, apesar de não se saber ao certo que interação há entra a cultura e a tecnologia de comunicação. Entretanto, a única certeza é que se vive numa cultura caracterizada pela globalização e digitalização. O processo de desenvolvimento do conhecimento em nosso tempo ou o processo de inovação está em nosso entorno através do seu modo de comunicação e de suas tecnologias. Esse processo é fundamentado na microeletrônica digitalizada, transmitida e construída através das telecomunicações, redes informáticas e bases de dados.
A comunicação digital global, conseguida através de ferramentas como wi-fi ou Internet, representa o núcleo do sistema de comunicação global. Atualmente, mais de bilhões de usuários em todo o mundo utilizam deste meio de informação para realizar suas atividades no dia a dia.
Para sermos mais categóricos ao definir cultura digital, destacamos os seguintes pontos, conforme o website Cultura Digital:
1.      Habilidade para comunicar ou mesclar qualquer produto baseado em uma linguagem comum digital;
2.      Habilidade para comunicar desde o local até o global em tempo real e, vice-versa, para poder diluir o processo de interação;
3.      Existência de múltiplas modalidades de comunicação;
4.      Interconexão de todas as redes digitalizadas de bases de dados ou a realização do sonho do hipertexto de Nelson com o sistema de armazenamento e recuperação de dados, batizado como Xanadú, em 1965;
5.      Capacidade de reconfigurar todas as configurações criando um novo sentido nas diferentes camadas dos processos de comunicação;
6.      Constituição gradual da mente coletiva pelo trabalho em rede, mediante um conjunto de cérebros sem limite algum. Neste ponto, me refiro às conexões entre cérebros em rede e a mente coletiva.
Autores: Beatriz Vasconcellos Gonçalves, Gabriela Silva Abreu, Juan Emanuel Rios, Victória Funari Poliselli
Referências Bibliográficas:
“Creatividad, innovación y cultura digital. Un mapa de sus interaciones. De Manuel Castells.” Revista TELOS Dossier. Disponível em: <https://telos.fundaciontelefonica.com/telos/articulocuaderno.asp@idarticulo=2&rev=77.htm>. Acesso em: 14 de abril de 2017.
"Cyberculture: Society, Culture, and the Internet." Gale Encyclopedia of E-Commerce. Disponível em: <http://www.encyclopedia.com/economics/encyclopedias-almanacs-transcripts-and-maps/cyberculture-society-culture-and-internet>. Acesso em: 14 de abril de 2017.
DIGITAL, Cultura. Disponível em: <http://culturadigital.br/conceito-de-cultura-digital/>. Acesso em: 14 de abril de 2017.
WIKIPEDIA. Cultura Digital. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_digital>. Acesso em: 14 de abril de 2017
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