#vã realidade
Explore tagged Tumblr posts
Text
doce pecado feito mel nos meus lábios.
[smut]
seus lábios eram macios como um novelo de lã, seu cheiro doce embriagava sua mente, como um mel selvagem que melava seus paladar enquanto beijava-lhe o busto liso, um vale de ondas de pele arrepiada que transbordava um calor acolhedor que pulsava o sangue impuro até os campos cavernosos que um dia jurou perante a Deus, castidade.
celibato.
palavra ruidosa, que esticava na língua e pinicava sua moral. porém para padre charlie aquilo não significava tanta coisa – na realidade ele desejava quebrar as antigas estruturas que erguiam as tradições anciãs da igreja que ele congregava.
as mãos firmes deslizavam pelas ondulações do corpo, estava zonzo de tesão e desejo, a respiração quente tocando-lhe o rosto angelical, a forma como ela lamuriava com os olhos fechados e os lábios torcidos de desejos o enlouquecia. seu corpo grande, feito uma fortaleza de ossos duros e músculos forjados por horas e horas de exercícios físicos e uma alimentação impecável, que encaixava tão bem para um ser humano tão vaidoso quanto ele, ergueu as pernas esguias dela para seus ombros, na posição que estava era só penetrar nela, quente e molhada, macia e tão receptiva a ele e desfrutar do prazer eterno.
prazer eterno que perdurava por minutos inconstantes. por que Deus permitiu que um dos maiores prazeres da carne fosse finito? ele se questionava, a mão no pau de veias grossas que circulava todo o sangue até lá, a sensação de topor era grande: como se ele estivesse de cabeça para baixo, o sangue indo todo para a cabeça num instante para logo descer em cascata para o pau. melado, babado, lubrificado. posicionou a cabeça rosada na buceta que o acolhia em um abraço tepido, fixou o olhar para a mulher deitada, rendida a ele, os bicos dos seios apontados para cima, a pele arrepiada, o suor brotando na testa, ela gemendo de tesão e anseio.
ele se curvou encima dela, ainda segurando o pau com a destra, a canhota indo de encontro no queixo dela firmando-o para sua direção. a fez encarar o carvão em brasa de suas íris, pupilas dilatadas quase comendo o céu nublado do olhar, sussurrou, a voz grave retubando no quarto em chamas:
— me diga de quem você pertence.
— você.
saiu em um sussurro fraco. padre charlie riu entredentes, negou com a cabeça, molhou os os lábios, encostou a cabecinha do pau na entradinha da mulher que retorceu debaixo dele. a mão canhota desceu para o pescoço dela e apertou ali. repetiu autoritário:
— repete de novo. quero fuder essa bucetinha sabendo de quem ela é.
— sua! completamente sua charlie! me fode agora porra!
padre charlie riu. um sorriso malicioso. tremeu dos pés às cabeça, assentiu satisfeito com a ansiedade dela, os olhos pidões para ele. tão indefesa e vulnerável feito um cordeirinho que se afastou do seu bando e está na mira de um lobo voraz, sedento por carne fresca.
ele acariciou o rosto dela. seus lábios encontraram com os dela, um beijo casto demais enquanto ele enfiava seu pau dentro dela, numa investida brusca que a fez resfolegar antes de aliviar a tensão.
era tanto prazer que fugia da órbita. o ar era quente, em brasas. o sabor mel dos lábios misturava agora ao sabor agridoce de porra e orgasmo. respiração descontrolada, corpos em sincronia, vai e vêm numa dança lascívia. o desejo queimando cera pelas veias, deslizando em forma de gemidos de seus lábios entreabertos, olhares dengosos e amores surrupiados um pelo outro naquela comunhão herege em busca da plenitude divina do êxtase.
e mais uma vez, no meio dos braços dela, padre charlie mayhew se perdia completamente de si: sua humanidade, virtude, sua santidade se tornavam vãs. pequeninas demais para o grande prazer que o enchia enquanto metia e fodia uma mulher que jurou jamais amar como a amava naquele momento, em sua cama, berço de rezas e choros de arrependimentos. mas ele se arrependia de fazer aquilo?
não.
ele queria mais.
provar do fruto proibido uma vez atrás da outra, até se fartar. cometer o pecado da gula com luxúria de braços abertos feito um jesus cristo na cruz. aceitando sua humanidade como um pecador que no dia seguinte iria se ajoelhar, clamar por clemência e se açoitar até tirar o sangue impuro e imputar a dor do pecado de si mesmo.
tão simples.
[trechos (imagens) do livro “o crime do padre amaro”, eça de queiróz (1875).]
#charlie mayhew#nicholas alexander chavez#padre charlie mayhew fanfic#nicholas alexander chavez fanfic#smut#apenas muito smut#blasphemy kink#priest kink#grotesquerie#eu preciso disso#não que eu seja santa#deus me perdoe mas não consigo controlar a mim mesma#nicholas alexander chavez × reader#father charlie mayhew is her messiah#× reader#Spotify
41 notes
·
View notes
Text
Fico refletindo, no momento em que aprecio aquele delicioso chá da tarde, como deve ser prazeroso sentir-se pertencente a algo neste mundo. A fumaça do líquido quente embaça a vidraça da janela lateral, impedindo que eu enxergue nitidamente a vista externa enquanto penso que as minhas próprias lentes da alma estão nubladas para contemplar essa realidade de uma maneira, no mínimo, satisfatória. Deve ser uma sensação única não se olhar no espelho repleto de questionamentos que minha vã filosofia, rondando por minha mente atribulada, traz à tona em busca de mil e um sentidos para toda uma vida desconexa e confusa. Quem sabe os maiores pensadores entre um chá e outro não alcançaram tal iluminação. Eu, bem, ainda mergulho, seja no chá, café ou em minha introspecção, para alcançar tal sabedoria.
@cartasparaviolet
#espalhepoesias#lardepoetas#pequenosescritores#projetoalmaflorida#autorais#mentesexpostas#carteldapoesia#poecitas#damadolago#eglogas#liberdadeliteraria#mesigamnoinstagram @cartasparaviolet_
85 notes
·
View notes
Text
Basta ser breve e transitória a vida Para ser sonho. A mim, como a quem sonha, E obscuramente pesa a certa mágoa De ter que despertar — a mim a morte Mais como o horror de me tirar o sonho E dar-me a realidade me apavora, Que como morte. Quantas vezes, (...), Em sonhos vários conscientemente Imersos, nos não pesa ter que ver A realidade e o dia! Sim, este mundo com seu céu e terra, Com seus mares e rios e montanhas, Com seus arbustos, aves, bichos, homens Com o que o homem, com translata arte De qualquer outra, divina, faz — Casas, cidades, cousas, modos — Este mundo que sonho reconheço, Por sonho amo, e por ser sonho o não Quisera deixar nunca, e por ser certo Que terei que deixá-lo e ver verdade, Me toma a gorja com horror de negro O pensamento da hora inevitável, E a verdade da morte me confrange. Pudesse eu, sim pudesse, eternamente Alheio ao verdadeiro ser do mundo, Viver sempre este sonho que é a vida! Expulso embora da divina essência, Ficção fingindo, vã mentira eterna, Alma-sonho, que eu nunca despertasse! Suave me é o sonho, e a vida porque é Temo a verdade e a verdadeira vida. Quantas vezes, pesada a vida, busco No seio maternal da noite e do erro, O alívio de sonhar, dormindo; e o sonho Uma perfeita vida me parece... Perfeita porque falsa, e porventura Porque depressa passa. E assim é a vida.
3-3-1928
Fausto - Tragédia Subjectiva��. Fernando Pessoa. (Texto estabelecido por Teresa Sobral Cunha. Prefácio de Eduardo Lourenço.) Lisboa: Presença, 1988. 1ª versão: “Primeiro Fausto” in Poemas Dramáticos . Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de Eduardo Freitas da Costa.) Lisboa: Ática, 1952 (imp.1966, p.92).
9 notes
·
View notes
Text
A vida deixa a gente meio bipolar, Numa valsa lenta com a nossa sanidade, Hoje a alma se eleva, amanhã vai se afogar, Neste mar sem fim chamado realidade.
Caminhamos sobre linhas tortas de um destino, Onde a alegria e a tristeza se confundem, Somos marionetes em um teatro sem tino, Onde os fios se rompem e as cortinas se fecham.
Que somos nós senão brinquedos do acaso? Sorrimos com o sol, choramos com a tempestade, Em um universo indiferente e escasso, Onde o significado é só uma questão de idade.
Nossos corações, orquestras desafinadas, Tocam melodias em tons de contradição, A vida, mestre de obras inacabadas, Nos molda a cada golpe, a cada negação.
Sim, a vida nos torna meio bipolares, Com esperanças vãs que logo se desfazem, Em nossos peitos, guerras e altares, Numa existência onde as verdades se embaralham.
Paulo de Brito
#escrevinhar#espalhepoesias#poetaslivres#liberdadeliteraria#arquivopoetico#lardepoetas#amor#paixao#intensidade#poesia#amor profundo#autorias#prosa#pensamentos#pequenosescritores#meusescritos#novosescritores#escritos#escritos de amor#escritores#escrita
15 notes
·
View notes
Text
Carta aberta a Diretores de Doramas
Numa dessas febres por "doramas", decidi me aventurar, e posso jurar que bastaram 30 minutos de um episódio para entender todo desfecho seguinte e eu sou uma porta quando o assunto são filmes e cinema, para mim até conto de fada tem reviravoltas,e bem doramas... então percebi que pessoas que gostam desse conteúdo não são românticas, ou idealizam o par perfeito, e sim frustradas e controladoras.
Apesar disso, eu não gostei.
O enredo é um equilíbrio perfeito entre um soft porn e romance do século XIII, por isso abraça o coração de senhoras de 60 anos de idade e adolescentes, porém é ridiculamente perfeito, sem arestas nenhumas passíveis de erro, pequenos percauços que literalmente me enojam.
Por exemplo, esse: uma pessoa morre, num navio, você assiste estático ao momento da morte, e no frame seguinte estão jogando água um no outro na mesma piscina do homicídio. Não sei se já presenciaram em cores (ou na ausência delas) o processo do morrer, mas posso garantir que apesar de natural é incômodo, doloroso e inesquecível (de uma maneira nem sempre muito bem vista), e não digo do processo natural da morte e do morrer, e sim da morte violenta e súbita.
Como duas pessoas perfeitamente normais, lindas e inteligentes poderiam estar nadando na mesma água que horas antes jazia um corpo morto?
Eu não tenho a resposta. No meu primeiro ano atuando como médica, presenciei um paciente que chegou ao pronto socorro morrendo após um trauma cranioencefálico de alto impacto, sem perspectiva de vida alguma, parte da massa encefálica encobria a minha luva na tentativa vã de conseguir garantir uma via aérea, ambos, naquele momento não respiravamos. Eu posso garantir que eu ainda lembro do cheiro do sangue e do resto de cerebelo na minha luva. Lembro em câmera lenta, meu piscar de olhos batendo no relógio da sala, e o meu último suspiro ao lado daquele corpo que não estava mais habitado por alma alguma. Falo o horário da morte baixo (e toda vez que casualmente vejo os mesmos números sendo apontados por um ponteiro, um arrepio súbito e leve percorre meu corpo), lembro de cada um dos colegas naquela sala, seus olhos, as gotas de suor na testa, todos paramentados e nenhum deles olhava nos meus olhos, apenas para o morto. O tempo volta correr normal, retiro minhas luvas, mas não me despeço ainda do cadáver.Eu não sou lá muito religiosa, não consigo acreditar que uma figura semelhante a mim possa ser tão superior, mas acredito que o amor e o caos (não sei definir bem cada um) nos guiam e guardam, sentei na maca, ainda paramentada e pedi para essas entidades, uma passagem mais tranquila quanto a morte que ali presenciamos.
Então, a única resposta plausível é: dorama são feitos por e para pessoas completamente desconectadas com a realidade, que provavelmente não experimentaram amar, ou se amaram, é do tipo que amaria até uma lata de guaraná amassada.
1 note
·
View note
Text
Na realidade amar não é fácil, se fosse fácil, Jesus não nos daria essa missão.
Amar é respeitar, amar é confiar, amar é acreditar.
Amar não é uma palavra vã, é um sentimento poderoso!
Se o amor acreditar, ele pode realizar qualquer coisa.
O amor calorento queima tanto quanto o sol, mas o amor frio é como andar nu na noite fria do Alaska.
Se você ama, cuidado! Você é frágil.
Apenas uma reflexão!
8 notes
·
View notes
Text
Peso
Palavra embuchada
Em boca de defunto
Rindo da piada
De viver nesse mundo
>
Corpo que apodrece
de dentro para fora
Coração que esmaece
Querer indo embora
>
Hálito putefre
de uma alma que se desfaz
Dos pensamentos que se corroem
da vã busca pela paz
Sou cadáver falante
Cujos olhos imploram pela desistência
Cuja mente anseia por seu descarte
Pela morte em eminência
Nem a cova nem o cemitério
Devem ser meu lar derradeiro
Pertenço ao lixo, ao sujo
Como embalagem vencida há muito tempo
Almejo libertar-me das amarras da vida
Das expectativas que nunca serão cumpridas
a existência já não mais me cabe
A dor permanece como latejar constante
Tenho medo que desabe
Em meio a multidão
Temo expor um interior pútrido
Desmanchando em sua escuridão
Musgo crescendo em minhas ideias
Existência oca, abandonada
Hoje, até a tentativa do certo tornou-se um erro
Rimas perderam-se no vazio do nada
Vejo o desmoronar de uma desconhecida falha
De um equívoco que não deveria ter ocorrido
Rio da amargura da realidade
De um ego há muito partido
Em impotente desavença
Abraço a frustração
Me entrego à derrota
Após eterna insignificante humilhação
#usem a tag lardepoetas em suas autorias ♡#solidao#depressao#pensamentos#poesia#poema#poema original#poemas#dor#versos#decepção#desistir#escritos#frases#aesthetic#texto triste#meusescritos#texto reflexivo
5 notes
·
View notes
Photo
OFICINA DE ESCRITA - LÍVIA E MAURICIO
Palavra do dia: VONTADE.
Força Motriz
Vontade Força motriz Muitas vezes realizadora Modificadora de realidade.
Grande ou pequena Voraz ou Serena O primordial é que seja genuina De verdade. Vontade principal ingrediente de todos êxitos e tentativas. Nenhuma vã Que constituem a plena Felicidade.
Livia Lugão Oliveira
Prazer de viver
Como um Nietzsche hedonista, minha vontade de poder e minha vontade de verdade, minha verdade, se amalgamam para trazer prazer de viver à pauta; à pauta do dia, no hoje, no hoje e no sempre, ademais, é só experienciar e viver. Mais simples do que um domingo, um domingo de manhã...
Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Lívia Lugão Oliveira e Mauricio Antonio Veloso Duarte.
8 notes
·
View notes
Text
“[...] Assim, vemos que o motivo ideológico básico do freudismo não é de forma alguma o seu motivo. O motivo coincide com todos os motivos básicos da filosofia burguesa contemporânea. Um medo sui generis da história, uma ambição de localizar este mundo precisamente nas profundezas do orgânico – essas são as características que permeiam todos os sistemas da filosofia contemporânea e constituem o sintoma da desintegração e declínio do mundo burguês. A noção de “sexual” de Freud é o polo extremo do biologismo da moda. Reúne e concentra em uma imagem compacta e picante todos os elementos separados do anti-historicismo moderno. Qual deve ser a nossa atitude [marxista] em relação a esse tema básico da filosofia contemporânea? Existe alguma substância na tentativa de derivar toda atividade cultural das raízes biológicas do organismo humano? A pessoa biológica abstrata, o indivíduo biológico – aquilo que se tornou o alfa e o ômega da ideologia moderna – não existe de todo. É uma abstração imprópria. Fora da sociedade e, consequentemente, fora das condições socioeconômicas objetivas, não existe um ser humano. Somente como parte de um todo social, somente em uma classe social, a pessoa humana se torna historicamente real e culturalmente produtiva. Para entrar na história, não basta nascer fisicamente. Os animais nascem fisicamente, mas não entram na história. O que é necessário é, por assim dizer, um segundo nascimento, um nascimento social. Um ser humano não nasce como um organismo biológico abstrato, mas como proprietário de terra ou camponês, como burguês ou proletário, e assim por diante – e isso é o principal. Além disso, ele nasceu russo ou francês, e nasceu em 1800 ou 1900, e assim por diante. Somente essa localização social e histórica faz dele um ser humano real e determina o conteúdo de sua vida e criatividade cultural. Todas as tentativas de contornar esse segundo nascimento social e derivar tudo, desde as premissas biológicas da existência dos organismos, são vãs e fadadas ao fracasso: nem uma única ação tomada por uma pessoa inteira, nem uma única formação ideológica concreta (um pensamento, uma imagem artística, até o conteúdo de um sonho) pode ser explicada sem referência a fatores socioeconômicos. Afinal, ‘a essência do homem não é uma abstração inerente a cada indivíduo separado. Na sua realidade, é o agregado das relações sociais”
- Por V. N. Voloshinov, 1927.
2 notes
·
View notes
Text
uma perspectiva alternativa para TLWGQ
sobre o episódio 3x01............ (parte 1 da review)
Coisas que eu esperava:
- passar raiva, muita raiva
- avacalhação generalizada da trama
Porque a galera que escreve essa série só sabe acabar com tudo de bom que eles mesmos constroem. É uma verdadeira compulsão. E psicólogo que é bom ninguém procura, não é mesmo?
Sim, eu estava pronta para o ódio.
Só em dar o play o ódio veio. Vou resumir essa parte e dizer apenas que, até a marca dos 5 minutos, a raiva me consumia.
Bette e Tina? Não sabia o que pensar. Confesso, no entanto, que algo em meu coração foi tocado... Não deve ser Tibette, não faz sentido que seja! Been there, done that. Talvez eu esteja mexida com o término de um relacionamento de 5 anos? Sim, foi o término com minha namorada que me deixou soft, isso faz mais sentido que Tibette.
“Um ano depois”. Meu corpo estava contorcido em desgosto antecipatório. Minha face? Disforme. Só conseguia pensar em coisas ruins. A cena de sexo da Alice com um personagem que sabemos que será descartável? “Gen Zers are fun!” - será? Eu não estou me divertindo muito por aqui. Mas sabemos que é assim que funciona a série: coisas aleatórias sendo jogadas sobre nós (e cenas de sexo nos primeiros minutos com o único intuito de prender a audiência). Tom?? Cadê você?? Sumiu! Eu nem ligo para o personagem, mas não pude deixar de pensar nele!
E, dessa forma, com nada mais que 3 minutos já somos alertados de que seremos responsáveis por processar os pulos e preencher os buracos da narrativa. Nesse ponto, tinha certeza absoluta de que a experiência seria terrível. E eu teria que suportar isso pelas próximas semanas. Masoquismo; mais alguém?!
Aos 5 minutos, algo mágico acontece.
Não, nada de mágico acontece na série. Quer dizer, é claro que ver a Tess é sempre mágico. Para mim, ela não precisa sequer estar fazendo algo de relevante. A presença dela, por si só, é suficiente para amenizar as angústias do meu coração. Que mulher!
4 minutos e meio. Sei que irão arranjar algum jeito muuuito criativo (traição) para desferir um golpe no desenvolvimento de Tess e Shane como um casal e da Shane como pessoa. 4 minutos e meio. Puro ódio.
Sei que a série seguirá o caminho narrativo de sempre. Apelará para os mesmos desfechos. Veremos as mesmas situações, os mesmos “dramas”. Assistir The L Word é, desde 2004, como assistir o sol nascer no leste e se pôr no oeste. Sabemos de onde vem e para onde vai. É absolutamente previsível (se ainda hoje ignorarmos aquela sexta temporada do original lol). Ainda assim, we are here for the ride.
Adentramos oficialmente os 5 minutos. A tal da maquiadora é citada, sabemos o que isso significa. ÓDIO.
Pausa para o rosto da Shane. O que aconteceu aqui? O que foi isso? Eu achei a Shane ATRAENTE?!! Acredite, após 8 temporadas de TLW assistidas diversas vezes no que são agora 13 anos da minha vida (comecei com 15, faça as contas), isso é novo para mim.
Mas então, eis que aos 5 minutos algo mais aconteceu... meu cérebro me brindou com o insight que poderá, finalmente, me libertar do masoquismo no qual me aprisionei há muito acompanhando TLW!
“Essa série é uma comédia! UMA COMÉDIA!” - foi esse o poderoso insight que meu cérebro formulou. Wow, brilliant!!11!
Podem falar o quanto queiram que The L Word é uma série de drama. Eu não entendo sobre gêneros televisivos mas, para mim, uma série dramática é aquela que me fará levar a sua narrativa a sério. E THE L WORD NÃO É PARA SER LEVADA A SÉRIO! Podemos esperar coisas como seriedade, plausibilidade, coerência, consistência e complexidade ao longo do desenvolvimento da trama? Seja sincera, gata.
The L Word é como uma viagem de montanha russa - eu já sei, você já sabe. Nada se sustenta por muito tempo. A gente espera 2 horas na fila mesmo sabendo que vai passar 2 minutos no brinquedo. E a gente ainda quer ir de novo depois! Essa é a realidade. Por que continuamos com a vã esperança de que vai ser diferente? Não vai. O show nunca se comprometeu a fazer algo além disso. Esse é o seu jeito, a sua proposta. E a gente continua aqui...
As histórias e personagens que TLW constrói para então destruir devem ser somente, e tão somente, aproveitadas enquanto duram. Expectativas outras além da fruição cômica (e erótica?!) momentânea só nos trarão decepções. Isso é certo.
Vamos superar a Carmen? Não. A morte esdrúxula da Jenny? Não. A saída da Gigi? Não. Vamos superar toda essa ““criatividade”” e “”finesse”” a que os roteiristas nos submeteram? Não!!!
Quem está nessa jornada há bastante tempo sabe bem de tudo isso. Talvez o que te falte, assim como me faltava, é aceitar que a série é desse jeito mesmo. É para ser curtida, e só!
ENTÃO PARE DE SE ATORMENTAR E CURTE ESSA B*CETA!
[fim da parte 1 - grata pela paciência]
------------------------------------------------------------------
Obs: é possível que tudo isso não passe de uma elaborada defesa psicológica minha contra toda a dor a que seremos submetidas nos próximos episódios? Sim. Não é só possível, é provável!!
------------------------------------------------------------------
// na parte 2 irei falar sobre as surpreendentes impressões e sentimentos que tive nesse primeiro episódio que era para ser o portal do ódio nos lançando nessa tão aguardada terceira temporada de generation q //
#the l word#the l word generation q#leve esta review a sério ou não#risos#review#TLW#TLWGQ#3x01#parte 1#bette porter#alice pieszecki#dani nunez#gigi ghorbani#shane mccutcheon#tina kennard#tess van de berg
3 notes
·
View notes
Text
O ÚNICO QUE PODE TE DAR VIDA ETERNA!
””””””””˙‟‟‟‟‟‟‟‟
“Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia”. Essa frase é atribuída a William Shakespeare (1564-1616), dramaturgo e poeta inglês, que dispensa maiores apresentações. Podemos sintetizar essa frase numa pergunta: o que sabe o homem sobre os mistérios metafísicos? Ou noutra: o que sabe o homem sobre a verdadeira e real realidade? Outra ainda: o que sabe o homem sobre os segredos da Criação? Resposta para todas: pouco, ou mesmo nada.
No entanto, os seres humanos espalhados pelo Planeta creem nas mais variadas divindades. Há deuses para todos os gostos. E deuses com muitos “gostos”, que devem ser “satisfeitos” por seus seguidores, das mais variadas formas. Isso significa dizer que existem várias religiões no Mundo, e as discussões que surgem acerca de comparativos entre religiões se mostram, no mais das vezes, vãs, sendo certo que algumas situações e ocasiões acabam mal, em tragédias. O terrorismo, prática execrável de nossos dias, que ceifa tantos inocentes, tem origem na religião. E se a religião vem da palavra latina “religare”, que significa em apertada síntese a aproximação do homem com Deus (ou o “laço” do homem com seu Criador), quê religião é essa (ou essas religiões) que mata? Quê religião é essa (ou essas religiões) que precisa do homem para defender seu deus, e não o contrário?
Bem, é evidente que se o DEUS Verdadeiro é Onipotente (e é de fato), Ele não precisa de quem O defenda. De ninguém que O defenda (de fato). E se o Deus Verdadeiro é Deus de Amor (e é de fato), o que Ele “provavelmente” espera de nós, por voluntariedade, é que O apresentemos a outras pessoas, para que estas O conheçam, e passem a desfrutar da realidade da Criação e das benignidades do Criador. E, com isso, passem também a ter com Ele intimidade (de Pai para filho/filha). Deus Pai ama as pessoas, mesmo aquelas que erram ao optar por deuses estranhos e impotentes, desprezando-O. Deus Pai ama as pessoas, mas não espera para Si, de Seus fiéis, oferendas e/ou sacrifícios cruéis, senão um coração contrito e a fé sadia Nele (Hebreus 11:6); simplesmente o amor natural e desprendido. Deus Pai ama as pessoas, e não faz exigências absurdas nem tem “gostos” estranhos, exagerados e exóticos, mas tão somente nos dá Sua Lei, que, na verdade, é o Manual da Criação, que nos ajuda a viver e nos guia pela vida, como bendito norte, Luz. Esse é o DEUS Verdadeiro!
E Ele nos adverte pelo profeta Isaías: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador” – Isaías 43:11. E Ele ainda nos admoesta em diversas passagens Bíblicas que Ele é o Único Deus. Trecho Bíblico especial, precioso e cheio de significado é Sua conversa face a face com Moisés: “Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” – Êxodo 3:14. E Seu Amor por nós fez com que Ele enviasse Seu Filho Unigênito, amado, para nos salvar da morte, da perdição e do inferno (João 3:11-21). Há maior sacrifício (ou maior prova de amor) do que esse? Por certo que não. Deus Pai nos quer com Ele na Eternidade. Por fim, qualquer que quiser se achegar ao Senhor Deus (Verdadeiro), precisa apenas perguntar a Jesus sobre como proceder, como fez certa vez Tomé, um dos discípulos, séculos atrás. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” – João 14:6. Ele, Deus Pai, é o SENHOR, e fora D'Ele não há Salvador! Que todos O conheçam e se desvencilhem dos enganos. ASSIM SEJA!
❤No Amor de Cristo,
5 notes
·
View notes
Text
Sempre dizia, e digo, que é a última carta, que é o último poema, o mais engraçado disso tudo, não é o fato de eu perder tanto tempo fazendo isso tudo pra você, mas sim porque nunca é a última vez. Sempre volto com meus delirantes poemas, e minhas longas escritas simbólicas. E aqui estou eu, novamente com mais uma daquelas cartas humilhantes e tediosas demais para serem lidas. Se eu te enviasse isso, tenho certeza que não chegaria nem na metade.
Você é como um labirinto, um labirinto muito muito confuso. Sempre chego num ponto onde penso que estou prestes a chegar no fim, mas depois, me dou conta que você não me dá uma saída. Parando para pensar, ao longo do trajeto descubro novos acasos, e me dou conta que esse labirinto é uma completa imensidão, na realidade, ainda estou distante do fim. Acho que ainda terão muitas outras poesias confusas e cartas complexas demais, tão confusas e complexas que nem eu saberei como compreende-las. A verdade é que, eu nem sei o que ou como escrever essa "coisa".
É odioso demais gostar de alguém que te causa tanta confusão, é como se você mergulhasse no fundo do oceano sem saber nadar. É como se você tivesse medo do escuro, mas a esperança te cega e você ainda sim entra na floresta escura sem nem ter uma bússola para encontrar uma saída. É uma corrida que você está competindo pelo primeiro lugar sem saber o porquê, e sem nem ter noção de quando chegará na linha de chegada. É cansativo. É destrutivo. Chega até mesmo ser angustiante.
Eu acho essas coisas de sentimentos muito questionáveis. Você já deixou muito claro o nível de relevância que tenho para você, mas ainda sim estou completamente anestesiada por esses sentimentos. Não sei se eu encontrei um certo conforto nessa dor, e me instalei nesse tamanho desconforto, ou se você realmente tem algo em si difícil de deixar para trás.
Infelizmente, acabei me entregando um pouco de mais, não pude disfarçar o meu descontentamento com a dolorosa indiferença que você sente por mim. Confesso que eu preferiria mil vezes que você me odiasse, que sentisse um simples 'nada' sobre mim. Porque se você sentisse ódio, eu saberia que teria pelo menos uma certa importância para te causar um desconforto tão imenso, já a indiferença... Bom, não tem o que dizer, ela é o simples nada que se sente para aquilo que não importa.
Mas o que eu posso fazer? Você nunca sentiu o mesmo por mim e ponto.
É engraçado como em oito meses você ter ficado tão diferente de como eu estava acostumada. Você mudou o corte de cabelo, sua voz parece mais séria. Olhando assim, você parece estar tentando ser diferente, me faz até sentir uma certa saudades do que poderíamos ter sido. Mas acho que não tenho posição para falar isso já que nem sabemos mais um do outro.
Você ainda se lembra? No dia 17 de agosto, saímos de lá, a manhã estava radiante, o sol iluminava a cidade inteira. E você fazia o dia parecer ainda mais esbelto. Você me acompanhou até aquele ponto de ônibus, que fica bem na frente da escola que nos conhecemos no quinto ano. Antes de chegarmos lá, não paravamos de falar sobre o nono ano, a escola, nossos amigos. Quando chegamos lá, me lembro de você falando: " é sério que você me trouxe até esse lugar que as pessoas mijam, bebem e fumam, para te beijar?!" Aí eu tinha te respondido: "mas não foi você quem disse que o que importa é a pessoa e não o lugar?!" Então nos olhamos e você me puxa para um um beijo. O meu primeiro beijo.
Me pergunto se você falou algo ao meu respeito para seus amigos. Ainda me questiono se aquilo foi especial pra você também. Com todo a certeza; Não.
Um pouco engraçado pensar que a uns dias atrás eu estava conversando com a Lara, você era um de nossos assuntos. Ela me contou sobre as garotas que você costumava correr atrás, me falou que depois de um de nossos 'desentendimentos' você começou a ficar com outra garota. Beatriz o nome, não é? Ela me falou de alguns detalhes. Me contou sobre você ir mais cedo na escola para ver ela, que vocês vão tomar sorvete as vezes.
Ela me contou que você disse que sou muito criança para você. Chega ser um pouco contraditório, já que quem brincou com os meus sentimentos foi você. Foi você quem decidiu tornar tudo o que sentia por você um jogo. Mas na conclusão, a grande piada é que você escolheu uma garota mais nova. Você ainda pensou que eu era a jóia cujo o brilho reflete a você, isso ficou muito claro para mim quando me enviou aquele áudio.
E na realidade eu me sinto como um barco que, após uma tempestade, retorna ao porto com as velas rasgadas, mas com a esperança de zarpar novamente.
Você pretende brincar com os sentimentos dela também? Você se diverte zombando dos sentimentos alheios? Faz isso por que já foi a vítima também? Cá entre nós, já saiu "mutilado" por gostar tanto de alguém? Você já sentiu essa confusão dentro do seu peito também?
Me acostumei tanto a pensar em você, que quando não penso, sinto que esqueci algo importante em casa. Ainda me pergunto as vezes se em algum momento do dia você lembrou da minha existência.
O pior, não errei com você, mas ainda sinto que o problema sou eu. Por que eu me sinto como um erro impossível de ser corrigido? Por que eu ainda tenho a sensação de que eu cometi o erro que levou o que poderia ter acontecido entre nós a ruína?
Talvez por que na realidade eu realmente tenha errado, e o motivo foi porque você me deu tantas certezas incertas, que no final a precipitada foi eu. Meu pior erro foi ter sido verdadeira comigo mesma, e com você.
Você me machucou porque eu era uma pessoa legal, porque quanto mais eu me doava, para mais longe você ia. Quanto mais você falava, menos eu te entendia. Você sempre confunde minha cabeça, mas ainda acreditei que querer era tudo que bastava. Pra mim isso já era o suficiente. Porque a pesar de qualquer coisa que já tenha feito que me manchou, eu ainda te ofereci o melhor de mim. Bem no fundo eu sabia que você só voltou para me quebrar; eu sabia que você é razo demais para uma pessoa profunda como eu. Já que para você qualquer outra é melhor, e esse foi o meu crime.
No fundo, acredito que desejaria que eu tivesse ficado pra você quando precisasse de um plano B. Afinal, a segunda opção sempre faz falta, quando a escolhida não está disponível.
Você nunca foi meu, então porque eu ainda tenho a sensação de que eu perdi algo?
Tudo parecia ter se definido, mas eu ainda desejei arduamente que fosse o primeiro capítulo, e não o final de tudo. Por que, depois de todo esse tempo, eu ainda me lembro da primeira vez que te olhei quando me dei conta que gostava de você, e de como tudo parecia faiscar. Minhas bochechas ainda ganham um tom de vermelho quando lembro, vejo, ouço qualquer coisa a seu respeito.
É legal eu ter dito isso tudo?
As músicas mais belas que ja ouvi, ainda estão dedicas a você. Os poemas mais lindos que já li ainda me fazem lembrar de você. Mas estou começando a me conformar que meus sentimentos nunca foram recíprocos. Estou me conformando tanto, que até quando fantasio sua reciprocidade me parece forçado. Isso é bom, não é?!
Porque de qualquer forma, sei que para você a ausência do meu olhar apaixonado não faz a diferença. No fim, eu nunca tive metade da importância que você teve para mim, e tá tudo bem. Porque sei que mereço, no mínimo, reciprocidade das pessoas, e se você não pode me oferecer isso, significa que não nos merecemos. Significa que você não me merece.
#sentimientos#mentesexpostas#projetosautorais#liberdadeliteraria#usem a tag lardepoetas em suas autorias ♡#usem a tag espalhepoesias em suas autorias 🌈#usem a tag mentesexpostas em suas autorias ❤️#usem a tag poecitas em suas autorias#usem a tag novospoetas em suas autorias#sentir#novospoetas
1 note
·
View note
Text
"O ALTÍSSIMO NÃO HABITA EM TEMPLOS HUMANOS. SUA HABITAÇÃO ESTÁ NO ESPÍRITO DO FILHO FIEL."
03 de julho de 1944
O NOSSO AMADO PAI CELESTIAL DIZ:
“Você levantou catedrais suntuosas para Mim, e A Cruz de Meu Filho em todos os lugares proclama nossa Bondade e sua sujeição.
“Mas a palavra da cruz corresponde à do seu Espírito"?
Nos túmulos dos antigos faraós também estão escritas histórias que proclamam a sua eternidade e a fidelidade dos seus súbditos.
Mas para que servem?
Eles, os reis sobre os quais a inscrição diz: "Você é imortal", estão completamente mortos, assim como seus súditos. Pó, Morte, Esquecimento, nada: Esta é a realidade, e as palavras gritam profissões vãs nos túmulos.
“Não é a mesma coisa com você?
O que são os templos se eles não são Vivificados pelo seu Verdadeiro amor?
Eles podem ser suficientes para Mim?
Ser digno de mim? Afirma-se: "O Altíssimo não habita em templos feitos pela mão do homem?"
E isso foi dito para o Templo de Salomão, a mais suntuosa das casas que a mão do homem ergueu para Mim. Meu Filho agora vive em cada Igreja, através de sua Infinita Bondade como Redentor e Amigo. Mas EU, EU O Pai e O Espírito Paráclito – onde podemos morar?
“Nosso templo, não feito pela mão do homem, mas criado pelo MEU PODER, é o seu Espírito. E são tão raros os Espíritos nos quais O Pai, O Filho e O Espírito Santo podem se encontrar para habitar e se refrescar, como em um Cenáculo decorado. E assim como a união das Três Pessoas operou e opera todas as maravilhas da Criação e os Milagres do Amor, também a nossa habitação num Espírito que Nos recebe opera presságios cujo alcance será conhecido na outra vida.
“E o mundo ficará surpreso ao conhecê-los'. Que humilhação para aqueles que se achavam 'Grandes', 'Sábios' e 'Poderosos', e criticaram, se opuseram e atormentaram as Almas que Nos são queridas quando vêem quanta Sabedoria, Grandeza e Poder havia nelas, já que Nós estávamos neles!
“Repito: "O Altíssimo não habita em templos humanos. Sua habitação está no Espírito do filho fiel.”
Mas estas são as Palavras do Pai Eterno, conforme confirmadas pela cópia datilografada, que afirma: “O Pai Celestial diz”.
Atos 7:48.
O PAI CELESTIAL - CADERNO [02] MARIA VALTORTA.
0 notes
Text
Na esmerado tapeçaria da vida, por vezes deparamos com um sentimento que parece revestir de uma luminosidade radiante, uma felicidade que, à primeira vista, se apresenta como um sol brilhante no horizonte⎯⎯ Contudo, ao nos aproximarmos, essa alegria, a euforia efêmera, revela-se como uma miragem fugaz, um espectro que se dissolve nas brumas da realidade. É uma sensação ilusória, uma cortina de fumaça que encobre o abismo de nossas almas, deixando-nos perplexos diante da sua ausência subjacente. Essa entidade tão almejada, frequentemente nos engana com suas promessas vãs. Ao nos aventurarmos por seus labirintos, somos tomados por uma angústia quase palpável, um eco do que poderia ser, mas que nunca se materializa. É como se estivéssemos presos em um teatro da vida, onde as risadas e os sorrisos são meros adereços, utilizados a encobrir dor e solidão que se escora. Cada gargalhada soa como uma nota dissonante em uma sinfonia de tristeza, revelando a fissura entre a aparência e a essência; e essa sensação não autêntica é um véu que nos impede de enxergar a crueza da existência ⎯⎯ É como uma flor desabrochando em um solo árido, a beleza efêmera serve apenas para mascarar a desolação ao seu redor. Sentimo-nos como marionetes manipulados por fios invisíveis, dançando ao som de uma música que não nos pertence; a essência do ser se perde, dando lugar a uma existência superficial, as emoções verdadeiras permanecem enterradas sob camadas de conformismo e oídios. Como a crisálida que se retrai num casulo, a verdadeira felicidade se esconde em um espaço inacessível a metamorfose raramente ocorre e muitas vezes, permanecemos enclausurados em nossa própria solidão, presos a um estado de apatia que nos impede de desabrochar; o casulo é uma prisão que nos limita e sufoca. Sentimo-nos como viajantes perdidos em uma floresta densa, onde cada passo torna-se um exercício de frustração⎯⎯ os arbustos, espinhosos e intrincados nos ferem, a alegria que tanto buscamos parece se escorar atrás de cada tronco, como um animal furtivo. Tudo torna-se uma miragem inalcançável. Em meio a conversas superficiais e felicitações automáticas, sentimos a desconexão que permeia as relações humanas⎯⎯ e percebe a cumulonimbus, é uma luta travada em silêncio contra a inevitabilidade da tristeza. Este eco do silêncio ressoa como um grito sufocado, um clamor que não encontra ouvidos dispostos a escutar ⎯⎯ Essa sensação de incompreensão é corrosiva, transformando n'um veneno que permeia interações, É um labirinto existencial onde nos tornamos prisioneiros de nossas percepções, incapazes de compartilhar a verdade que nos atormenta. É um processo de desnudez emocional, onde as fragilidades e a úlcera deve ser exposta; esses momentos são como estrelas em uma noite sem luar; a música, a poesia e as cores da pintura servem como janelas para o abismo da alma permitindo que os outros vislumbre ⎯⎯ a felicidade, quando é compreendida em sua plenitude, revela-se, por isso quase ninguém escapa da escassez; é um perpétuo eremitério.
1 note
·
View note
Text
ABISMOS
Às vezes, escrevo tão rápido que é como se eu não fosse estar aqui antes do próximo parágrafo. As palavras, como numa aglomeração, se atropelam e amontoam-se. São tantos os pensamentos que surgem e outros tantos que tento não ter. E por Deus, isso cansa. É como se a vida fosse, tão somente, um punhado de remendos e caminhos que te levam para um abismo. E essa mesma vida bate tanto, e tão forte que por vezes me pego fugindo de sentimentos bons. Porque tê-los em demasia me faz crer em coisas belas. E eu sei... Ah, eu sei que a realidade é bem mais cruel, e que qualquer tentativa de fugir disso seria vã. Ou então, posso estar totalmente errado, talvez, algo melhor está sendo guardado para mim, em um futuro distante. Se bem que, isso soaria melhor escrito numa caneca, dessas que damos de presente, colorida, em que as pessoas tomam seus cafés antes de suas casas pela manhã. Perdoe-me se hoje não estou dado à pensamentos acalentadores. Ninguém é radiante sempre, não é! Cá estou, olhando para o céu escuro, e pensando sobre isso de novo. Sim, às vezes, a vida é um punhado de remendos e caminhos que te levam para um abismo. Mas para quem, depois de tantas quedas aprendeu voar, um abismo é só um abismo.
14 04 2005
1 note
·
View note
Text
Passei a semana pensando em vocês
Vendo vocês pelos corredores
Dando abraços rápidos
Desejando avidamente deitar me em seus abraços
Mas contendo o desejo de amar a ambos
Respirando fundo toda vez que meu problema surgia
Ou vociferando a plenos pulmões para os dispostos a ouvir
"Tá tudo bem, eu sei o meu lugar"
Mentira, eu não sei
E o não saber é como um corte no peito, do qual verte meu sangue abundantemente
Tirando minhas forças, levando embora a vivacidade
Raspo do chão, as cinzas
Me queimo em combustão ininterrupta desde o nosso encontro
Mas aguardo, porque as coisas que valem a pena nos fazem esperar
Porém principalmente porque sei que minhas obsessões podem ser vãs
Não os arrastarei para o olho do furacão sem que seja pode tuas vontades
Enquanto isso, a vida me oferece outros caminhos
Mas a trilha de sangue e desejo já me tomou por completo
Não consigo pensar em outra coisa ou em outra parceria
Desejo ardentemente participar da ceia servida em vocês
Do teu vinho e do teu pão, em um belíssimo sacramento
No qual talvez eu finalmente me encontre diante do banquete que me satisfará
Por várias vezes tentei trazer vocês para perto essa semana
Sempre temendo estar me oferecendo demais
Mas não pude conter a vontade de estar próximo
Falhei em jogar o temível jogo da sedução e não sinto nenhum arrependimento por isso
Mas me pergunto como seria se tivesse sido mais incisivo
Fico fazendo trocadilhos com seus nomes e dizendo coisas para os outros sobre meus namorados
O gosto dessa saborosa ilusão só pode ser comparado ao sabor de um drink tomado no ápice da sua desistência
Algo que te tira da estagnação e te devolve ao jogo
Uma força que corrige como você enxerga a luz ou ouve a música que toca dentro de uma festa
Espero sinceramente que não esteja de frente para mais uma das minhas frustrações
Por enquanto sigo embriagado por duas forças que anseio ter para mim
A vontade que demonstra bondade, afeto e desejo
E a travessura de se esbarrar a muito tempo enquanto sonha com um encontro verdadeiro
Que sejam fantasias e idealizações até o dia em que essa amável ilusão se transformar na inefável realidade
- Icarus de cera
1 note
·
View note