#uma surpresa na primavera
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petiteblasee · 1 year ago
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DESAFIO LITERÁRIO • 2023 | LEITURAS DE AGOSTO - SETEMBRO
★ 𝐀𝐆𝐎𝐒𝐓𝐎
Um livro que você comprou pela capa
Cumbe - Marcelo D'Salete
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É uma HQ curta em páginas mas grandiosa na sua história ao retratar a luta dos negros no Brasil contra a escravidão. As imagens são lindíssimas e conseguem transmitir toda a força que a narrativa precisa. Foi o primeiro livro do Marcele D'Salete que li e pretendo ler outros. Recomendo demais!
Um livro parado na sua estante há mais de 3 anos
A Vida Invisível de Eurídice Gusmão - Martha Batalha.
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Esse livro é perfeito em mostrar a beleza das imperfeições que carregamos na vida. Mesmo com tantos caminhos à vista, ainda falta jeito de entrar e permanecer em algum; e a jornada, mesmo que iniciada individualmente, nunca será totalmente só.
A relação da Guida com a Eurídice é linda, e não é só uma irmandade pelo fato de serem irmãs. O jeito que as duas se desenvolvem com base na outra, e como o reencontro afeta cada uma, é bem emocionante. Adoro histórias assim, e não me decepcionei com o que foi colocado.
Era a leitura que eu precisava no momento e agora vou passar um bom tempo refletindo sobre os "quero x não quero" e os "vou x não vou" da vida, valorizando cada escolha feita, principalmente quando parece não haver nenhuma.
★ 𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎
Um chick-lit ou sick-lit
Match Perfeito - Lauren Forsythe
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Já tem uma resenha aqui no blog sobre o livro (aqui) então não vou me estender, mas quero deixar registrado de como eu continuo amando a história depois de dois meses da leitura.
O grupo é realmente bem divertido e o romance também acontece de uma forma legal, apesar d'eu me irritar um pouquinho com a bendita falta de comunicação. Ainda assim, é uma leitura gostosa e recomendo para quem deseja se divertir com um chick-lit agora.
Um livro que combine com a primavera
Uma Surpresa Na Primavera [As Irmãs Shakespeare #3] - Carrie Elks.
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Muito bom passar um tempinho chuvoso se apaixonando junto com os personagens de um romance, e esse livro foi ótimo pra me fazer ficar sonhando.
Fiquei um pouco irritada com o clichê da protagonista que é primogênita e resolveu se auto sabotar com a desculpa de que tinha que manter a família unida, mas não foi nada grave. A história continua sendo gostosinha e super recomendável.
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sunshyni · 4 months ago
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bala de infância
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resumo - namorar Jaehyun é como aquela balinha de iogurte com sabor de infância que te faz nostálgica.
avisos - primeiro de muitos textos que escrevi no ônibus (avisando de antemão que não se trata de uma escrita robusta exatamente por isso), provavelmente aborda algumas questões psicológicas que não avaliei a fundo, a protagonista perdeu um ente querido e acredito que seja isso!!
notinha da sun - não sei se é um texto triste ou feliz, mas eu gostei do resultado até, espero que vocês curtam!! Boa leitura, docinhos!! 🩰
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Você desceu as escadas da faculdade correndo, tropeçando em pelo menos três degraus. Pegar o elevador seria muito demorado, cercada por tantas pessoas que, como você, queriam sair dali o mais rápido possível. Você odiava toda a pressão acadêmica, todas as atividades, todas as provas idiotas nas quais você colocava tanta pressão sobre si mesma, como se um pequeno erro pudesse determinar toda a sua trajetória. Sua vida estava uma bagunça, mas você estava começando a pegar o jeito nos estudos novamente, finalmente organizando seu quarto – tudo isso porque Jaehyun estava com você. Ainda bem.
Você pediu licença a todos, mas na verdade estava empurrando todo mundo para chegar logo aos braços da pessoa mais importante para você, que transformava seus dias em dias floridos, com o gostinho de bala da infância. Esse era o efeito de Jaehyun. Você sorriu ao avistá-lo no meio do campus, vestindo roupas sociais marrons, todo arrumadinho. E você, com uma calça jeans wide leg e um moletom largo, que inclusive roubara dele na última noite que passaram juntos – não que vocês passassem muitas noites separados.
Você era extremamente exigente consigo mesma, estudava medicina veterinária em uma instituição prestigiada e, nas horas vagas, fazia balé. Você acreditava que, se desse errado em um dos dois, investiria no outro, por isso se dedicava ao máximo em ambos. O que te frustrava era não conseguir ser perfeita o tempo todo, especialmente quando as pessoas ao seu redor, aquelas que você amava e em quem confiava, te machucavam sem se importar com suas feridas.
Mas Jaehyun, Jaehyun estava ali. Ele fazia parte da escola de balé onde você estudava, era o professor das crianças. No início, vocês apenas trocavam olhares e cumprimentos gentis e educados, mas isso mudou quando você fez hora extra no estúdio, torceu o pé e chorou. Chorou não pela torção, mas pela perspectiva de que talvez nada desse certo na sua vida.
No entanto, Jaehyun te mostrou o contrário com sua presença. Ele disse que tudo daria certo de alguma forma, te abraçou e fez você ouvir o que muitos já haviam dito, mas que você nunca absorveu: “Para de ser tão dura consigo mesma.” E, para surpresa dele, você chorou, chorou muito, como se tivesse passado por um trauma na infância e as lágrimas só se revelassem agora. Pensando por um lado psicológico, talvez fosse isso mesmo.
Você abraçou Jaehyun com toda a força, e ele retribuiu, passando os braços ao seu redor e acariciando suas costas suavemente. Sentiu novamente a vontade iminente de chorar. Jaehyun era a única pessoa em quem você podia confiar e amar. E, mesmo sabendo que aquilo poderia se tornar uma dependência emocional, não podia evitar querer amá-lo com todo o seu ser, sem se importar em romantizar essa problemática.
Ele colocou as mãos cobertas por luvas – parte de couro, parte normal – nas suas bochechas, e você as envolveu com as suas mãos descobertas. Estava frio, muito frio para uma primavera típica, mas seu coração se aquecia tanto com a presença de Jaehyun que você nem sentia o ar gélido.
— E se a gente pular o balé hoje? — Ele sugeriu, mesmo sendo o professor da aula. Você estreitou os olhos, como se dissesse: “você é um preguiçoso mesmo,” mas, internamente, queria apenas ficar no sofá com ele, debaixo de uma mantinha quente. Ele selou seus lábios em um beijo gentil, amoroso, do jeitinho característico dele.
— E deixar as mães dos seus pequeninos revoltadas? Prefiro passar essa — Você respondeu, e ele sorriu com doçura.
— Esqueci disso. Mas você pode ficar em casa, né? Tá congelando, fica em casa até seu expediente começar — Ele pediu com preocupação. Fazia tempo que ninguém se preocupava tanto com você. Parecia até exagero, mas a última vez que você se sentiu tão amada foi quando sua mãe ainda estava no mundo, e isso já fazia algum tempo.
— E perder a chance de ver meu professor preferido? Jamais — Você sorriu e o beijou. Jaehyun permaneceu com o rosto próximo ao seu, os olhos fixos nos seus, enxergando você por inteiro, tanto que até os arregalou um pouco mais numa brincadeirinha. Você riu, e ele te abraçou. Ele te amava tanto que doía.
— Você é tão pequena que pode se passar por uma das minhas crianças — Você deu um tapinha nele, e ele riu — Te amo.
Seus olhos arderam um pouquinho. Como podia existir alguém no mundo que te amava com cada um dos seus defeitos, mesmo você odiando tanto a si mesma? Aquilo era um mistério que não precisava ser desvendado, porque já bastava o simples fato de Jaehyun confessar seu amor com tanto carinho.
— Eu também te amo, Jeong Yoonoh, demais.
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notinha da sun² - espero que vocês tenham alguém que os ame tanto a ponto de doer!! Em caso negativo, eu sempre vou ter muito amor pra dar!! 🥰
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contos-de-valeria · 17 days ago
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NA BEIRA DA ESTRADA
Sempre que faço um flashback das coisas que vivi (principalmente das aprontadas que dei), acabo pousando em uma época específica na qual eu cedia mais facilmente às tentações que se apresentavam. O meu período dos 18 até uns 25 anos foi o mais safado e, apesar de um manter um namoro sério e duradouro, acabava dando uma escapada para gozar num pau diferente.
Já contei aqui de uma transa que tive com um (ex) colega de trabalho (no conto Entre Colegas). Essa relação, na verdade, durou bem mais que uma transa. Ainda que nosso contato fosse bem esporádico, por um período de quase 3 anos, entre 2001 e 2004, aproveitávamos as poucas oportunidades e dávamos uma escapadinha para uma boa sessão de sexo.
O nosso período mais ativo aconteceu no ano de 2003 que, para mim, foi uma época mais solitária do que o normal, já que meu namorado havia se formado e ido morar em outra cidade. Em outras palavras, passava a semana no desespero aguardando o final de semana, que nem sempre me satisfazia.
Na época eu tinha 23 anos, me sentia bonita, gostosa e tinha muito tesão. Minha mente pensava cada dia mais em putaria e não eram poucas as possibilidades que passavam por mim para dar uma pulada de cerca. E, apesar de já ter tido outras transas com o meu ex-colega Leonardo, seguia firme no propósito de não trair e aproveitar no final de semana. Não era suficiente e com o passar do tempo a carência era inevitável.
Recordo que já estava há pelo menos seis meses sem encontrar ou falar com Leonardo e, neste período, somente me mantendo com o sexo do final de semana e muitos pensamentos safados, praticamente subindo pelas paredes.
Até que numa manhã amena da primavera eu me preparava para sair para o almoço quando, inesperadamente, Leonardo, que àquela altura trabalhava em outra empresa, chegou para visitar os ex-colegas e tratar assuntos de interesse de sua nova função.
Logo ao entrar tomou conta do ambiente, cumprimentou seus conhecidos e correu os olhos ao redor do salão cruzando o seu olhar com o meu. Ganhei uma breve encarada e retribui com um sorriso contido, bochechas vermelhas e um tímido aceno, seguido de um calorão que subiu pelo meu corpo. Após falar rapidamente com os ex-colegas, Leonardo dirigiu-se diretamente a mim e me deu um carinhoso beijo no rosto, perguntando:
- Aceita um convite para o almoço?
A presença dele e a pergunta me pegaram de surpresa, a ponto de um ficar com a voz trêmula e falhada. Ainda que quisesse aceitar prontamente e tirar minha roupa ali mesmo, titubeei e pensei duas vezes, até que recusei o convite sob a justificativa que tinha um compromisso no centro da cidade.
- Espera eu sair da reunião. É coisa rápida. – disse Leonardo, sem dar muita importância à tentativa de esquiva.
Já passava do meio-dia quando a porta da sala de reuniões se abriu e vi Leonardo se despedindo do pessoal. O setor já estava vazio e Leonardo veio alegre em minha direção reforçando o convite para o almoço. Peguei minha bolsa e sai junto com ele.
A empresa onde eu trabalhava se localizava na saída da cidade, às margens de uma importante rodovia e, para minha surpresa, Leonardo saiu para o lado inverso da cidade sob a desculpa de me mostrar uma grande obra que estava sendo feita perto dali.
Andamos uns poucos metros na estrada e enquanto conversávamos, Leonardo esticou sua mão grande e forte e repousou sobre a minha coxa. Eu vestia uma calça social, de tecido fino e sentia o contato e a temperatura de sua mão através do tecido. A sua mão carinhosa percorria minhas pernas para cima e para baixo, esticando os dedos para o meio das coxas até o dedinho encostar na buceta. Ao mesmo tempo em que falava que já estava com saudade de me encontrar e não se desconcentrava da estrada. Eu, adorando a situação, só concordava.
Depois que passamos a desinteressante obra, Leonardo reduziu a velocidade e entrou em uma porteira de fazenda, afastando o carro alguns metros da rodovia e estacionando ao lado da entrada. Seu olhar safado (e o saliente pau duro sob a calça) ao conferir minha reação já mostrava aonde chegaríamos.
Leonardo desligou o carro, soltou o cinto e voltou seu corpo em minha direção, também soltando o meu cinto de segurança. Se mostrava interessado em mim, não somente na transa, e perguntava como eu andava, o que tinha feito neste período, se tinha sentido falta de nossas transas e do nosso contato. Sempre deixei claro que minha intenção com ele era puramente sexual, mas é impossível negar que todo aquele carinho me excitava muito, até mesmo porque me sentia solitária nos últimos tempos.
O clima entre nós ia esquentando e enquanto falava, Leonardo ia acariciando meu rosto, colocando o meu cabelo atrás da orelha, passando a mão pelo meu pescoço. Abriu os botões da minha camisa lentamente, um a um, expressando tesão a cada centímetro de pele revelado, como se ele não conhecesse.
Passou a mão nos meus seios por cima do sutiã e foi vindo em minha direção. Beijou meu pescoço e baixinho, ao pé do ouvido, sussurrou dizendo que estava morrendo de tesão em me ver e me tocar. Deslizou umas das mãos em minhas costas e soltou o sutiã. Eu estava complemente entregue e louca para ser devorada. Respirava de forma ofegante antes mesmo do primeiro beijo.
Leonardo me aproximou-se me olhando fundo nos olhos, com um sorriso safado e passou a ponta de sua língua nos meus lábios, deslizando sua mão por cima dos meus seios e acariciando os mamilos. Nos pegamos num beijo molhado e tórrido, cheio de tesão e saudade.
Enquanto nos beijávamos demoradamente, abri seu cinto e sua calça e agarrei com vontade aquele pau grande, gostoso e duro. A cabeça grande estava completamente melada e aproveitei para massageá-la com a palma da minha mão, arrancando pequenos gemidos de Leonardo.
A essa altura eu já estava sem calças e com a calcinha de lado, completamente molhada e dominada pelos habilidosos dedos de Leonardo, que deslizavam para dentro de mim e me deixavam louca de tesão.
Ainda que o tesão tenha tirado um pouco do nosso juízo, ficava pensando sobre o perigo do lugar, a possibilidade de estar sendo observada, e se aquela era a entrada da fazenda de algum conhecido. Ao mesmo tempo pensava que o perigo e a vulnerabilidade eram extremamente excitantes. Os dois ali, seminus, num lugar absolutamente inusitado, a luz do dia e tomados pelo intenso tesão que nos exigia urgência para gozar.
Não me contive e pulei para o banco do motorista. Montei em cima dele deixando-o tirar completamente minha camisa e meu sutiã, oferecendo meus seios para uma vigorosa chupada.
Eu rebolava no seu colo e sentia a cabeça do pau sendo forçada contra a minha buceta, contida apenas pela calcinha que ainda resistia no seu lugar. Me sentia cada vez mais molhada e esfregava meu clitóris seu pau, chupando seu pescoço e seu peito, enlouquecida para se penetrada.
Estava tão doida que mesmo sem camisinha pedia para ele me comer. Foram tantos beijos e esfregões loucos em cima dele que me rendi e deixei ele entrar dentro de mim, só colocando a calcinha de ladinho
A primeira metida lenta literalmente me arrombou. O pau dele era grande, maior do que eu estava acostumada com o namorado e, apesar de já termos transado antes, já havia perdido o costume. Pude sentir um arrepio pelos braços e na nuca enquanto aquele pau de abria e me completava o mais fundo que podia. Sentia a cabeça do pau inchada e pulsante dentro de mim.
O tesão era tanto que bastaram umas três ou quatro sentadas para que ele dissesse que ia gozar e então eu senti um forte jato de porra dentro de mim. Dei um pulo e posicionei a cabeça do pau dele para a entrada do meu cuzinho recebendo todo o resto de porra ali e nas costas. Não me contive e enquanto ele me lambuzada de porra, encaixei meu clitóris em sua pelve e depois de umas esfregadas ali comecei a gozar junto. Ofegante, suada e toda esporreada, me deitei sobre o seu peito e ficamos ali rindo do que tínhamos acabado de viver, um sexo louco e ao mesmo tempo super curto e muitas sensações misturadas.
Depois dali nos arrumamos e pedi para ele me levar de volta a empresa antes que o pessoal voltasse do horário do almoço e muita gente nos visse juntos.
No final de semana seguinte, fiquei esperando ansiosa meu namorado voltar e ele não tinha ideia de onde estavam os meus pensamentos.
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tecontos · 9 days ago
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NA BEIRA DA ESTRADA
By; Valéria
@contos-de-valeria
Sempre que faço um flashback das coisas que vivi (principalmente das aprontadas que dei), acabo pousando em uma época específica na qual eu cedia mais facilmente às tentações que se apresentavam. O meu período dos 18 até uns 25 anos foi o mais safado e, apesar de um manter um namoro sério e duradouro, acabava dando uma escapada para gozar num pau diferente.
Já contei aqui de uma transa que tive com um (ex) colega de trabalho (no conto Entre Colegas). Essa relação, na verdade, durou bem mais que uma transa. Ainda que nosso contato fosse bem esporádico, por um período de quase 3 anos, entre 2001 e 2004, aproveitávamos as poucas oportunidades e dávamos uma escapadinha para uma boa sessão de sexo.
O nosso período mais ativo aconteceu no ano de 2003 que, para mim, foi uma época mais solitária do que o normal, já que meu namorado havia se formado e ido morar em outra cidade. Em outras palavras, passava a semana no desespero aguardando o final de semana, que nem sempre me satisfazia.
Na época eu tinha 23 anos, me sentia bonita, gostosa e tinha muito tesão. Minha mente pensava cada dia mais em putaria e não eram poucas as possibilidades que passavam por mim para dar uma pulada de cerca. E, apesar de já ter tido outras transas com o meu ex-colega Leonardo, seguia firme no propósito de não trair e aproveitar no final de semana. Não era suficiente e com o passar do tempo a carência era inevitável.
Recordo que já estava há pelo menos seis meses sem encontrar ou falar com Leonardo e, neste período, somente me mantendo com o sexo do final de semana e muitos pensamentos safados, praticamente subindo pelas paredes.
Até que numa manhã amena da primavera eu me preparava para sair para o almoço quando, inesperadamente, Leonardo, que àquela altura trabalhava em outra empresa, chegou para visitar os ex-colegas e tratar assuntos de interesse de sua nova função.
Logo ao entrar tomou conta do ambiente, cumprimentou seus conhecidos e correu os olhos ao redor do salão cruzando o seu olhar com o meu. Ganhei uma breve encarada e retribui com um sorriso contido, bochechas vermelhas e um tímido aceno, seguido de um calorão que subiu pelo meu corpo. Após falar rapidamente com os ex-colegas, Leonardo dirigiu-se diretamente a mim e me deu um carinhoso beijo no rosto, perguntando:
- Aceita um convite para o almoço?
A presença dele e a pergunta me pegaram de surpresa, a ponto de um ficar com a voz trêmula e falhada. Ainda que quisesse aceitar prontamente e tirar minha roupa ali mesmo, titubeei e pensei duas vezes, até que recusei o convite sob a justificativa que tinha um compromisso no centro da cidade.
- Espera eu sair da reunião. É coisa rápida. – disse Leonardo, sem dar muita importância à tentativa de esquiva.
Já passava do meio-dia quando a porta da sala de reuniões se abriu e vi Leonardo se despedindo do pessoal. O setor já estava vazio e Leonardo veio alegre em minha direção reforçando o convite para o almoço. Peguei minha bolsa e sai junto com ele.
A empresa onde eu trabalhava se localizava na saída da cidade, às margens de uma importante rodovia e, para minha surpresa, Leonardo saiu para o lado inverso da cidade sob a desculpa de me mostrar uma grande obra que estava sendo feita perto dali.
Andamos uns poucos metros na estrada e enquanto conversávamos, Leonardo esticou sua mão grande e forte e repousou sobre a minha coxa. Eu vestia uma calça social, de tecido fino e sentia o contato e a temperatura de sua mão através do tecido. A sua mão carinhosa percorria minhas pernas para cima e para baixo, esticando os dedos para o meio das coxas até o dedinho encostar na buceta. Ao mesmo tempo em que falava que já estava com saudade de me encontrar e não se desconcentrava da estrada. Eu, adorando a situação, só concordava.
Depois que passamos a desinteressante obra, Leonardo reduziu a velocidade e entrou em uma porteira de fazenda, afastando o carro alguns metros da rodovia e estacionando ao lado da entrada. Seu olhar safado (e o saliente pau duro sob a calça) ao conferir minha reação já mostrava aonde chegaríamos.
Leonardo desligou o carro, soltou o cinto e voltou seu corpo em minha direção, também soltando o meu cinto de segurança. Se mostrava interessado em mim, não somente na transa, e perguntava como eu andava, o que tinha feito neste período, se tinha sentido falta de nossas transas e do nosso contato. Sempre deixei claro que minha intenção com ele era puramente sexual, mas é impossível negar que todo aquele carinho me excitava muito, até mesmo porque me sentia solitária nos últimos tempos.
O clima entre nós ia esquentando e enquanto falava, Leonardo ia acariciando meu rosto, colocando o meu cabelo atrás da orelha, passando a mão pelo meu pescoço. Abriu os botões da minha camisa lentamente, um a um, expressando tesão a cada centímetro de pele revelado, como se ele não conhecesse.
Passou a mão nos meus seios por cima do sutiã e foi vindo em minha direção. Beijou meu pescoço e baixinho, ao pé do ouvido, sussurrou dizendo que estava morrendo de tesão em me ver e me tocar. Deslizou umas das mãos em minhas costas e soltou o sutiã. Eu estava complemente entregue e louca para ser devorada. Respirava de forma ofegante antes mesmo do primeiro beijo.
Leonardo me aproximou-se me olhando fundo nos olhos, com um sorriso safado e passou a ponta de sua língua nos meus lábios, deslizando sua mão por cima dos meus seios e acariciando os mamilos. Nos pegamos num beijo molhado e tórrido, cheio de tesão e saudade.
Enquanto nos beijávamos demoradamente, abri seu cinto e sua calça e agarrei com vontade aquele pau grande, gostoso e duro. A cabeça grande estava completamente melada e aproveitei para massageá-la com a palma da minha mão, arrancando pequenos gemidos de Leonardo.
A essa altura eu já estava sem calças e com a calcinha de lado, completamente molhada e dominada pelos habilidosos dedos de Leonardo, que deslizavam para dentro de mim e me deixavam louca de tesão.
Ainda que o tesão tenha tirado um pouco do nosso juízo, ficava pensando sobre o perigo do lugar, a possibilidade de estar sendo observada, e se aquela era a entrada da fazenda de algum conhecido. Ao mesmo tempo pensava que o perigo e a vulnerabilidade eram extremamente excitantes. Os dois ali, seminus, num lugar absolutamente inusitado, a luz do dia e tomados pelo intenso tesão que nos exigia urgência para gozar.
Não me contive e pulei para o banco do motorista. Montei em cima dele deixando-o tirar completamente minha camisa e meu sutiã, oferecendo meus seios para uma vigorosa chupada.
Eu rebolava no seu colo e sentia a cabeça do pau sendo forçada contra a minha buceta, contida apenas pela calcinha que ainda resistia no seu lugar. Me sentia cada vez mais molhada e esfregava meu clitóris seu pau, chupando seu pescoço e seu peito, enlouquecida para se penetrada.
Estava tão doida que mesmo sem camisinha pedia para ele me comer. Foram tantos beijos e esfregões loucos em cima dele que me rendi e deixei ele entrar dentro de mim, só colocando a calcinha de ladinho
A primeira metida lenta literalmente me arrombou. O pau dele era grande, maior do que eu estava acostumada com o namorado e, apesar de já termos transado antes, já havia perdido o costume. Pude sentir um arrepio pelos braços e na nuca enquanto aquele pau de abria e me completava o mais fundo que podia. Sentia a cabeça do pau inchada e pulsante dentro de mim.
O tesão era tanto que bastaram umas três ou quatro sentadas para que ele dissesse que ia gozar e então eu senti um forte jato de porra dentro de mim. Dei um pulo e posicionei a cabeça do pau dele para a entrada do meu cuzinho recebendo todo o resto de porra ali e nas costas. Não me contive e enquanto ele me lambuzada de porra, encaixei meu clitóris em sua pelve e depois de umas esfregadas ali comecei a gozar junto. Ofegante, suada e toda esporreada, me deitei sobre o seu peito e ficamos ali rindo do que tínhamos acabado de viver, um sexo louco e ao mesmo tempo super curto e muitas sensações misturadas.
Depois dali nos arrumamos e pedi para ele me levar de volta a empresa antes que o pessoal voltasse do horário do almoço e muita gente nos visse juntos.
No final de semana seguinte, fiquei esperando ansiosa meu namorado voltar e ele não tinha ideia de onde estavam os meus pensamentos.
Enviado ao Te Contos por @contos-de-valeria
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veenidhata · 25 days ago
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naquele primeiro momento, veena não ousava quebrar o silêncio, como se fosse sagrado. estava sentada próxima a fonte do pátio central, aproveitando o vento gelado como se ele acariciasse a pele, parcialmente coberta pelas novas roupas de inverno que havia recebido em sua porta. "nunca imaginei que viveria para ver flocos de neve caindo durante a nossa eterna primavera." murmurou, erguendo a destra para que alguns flocos pousassem na luva e logo derretessem. todos pareciam agitados, assustados com a mudança repentina no clima até então protegida com mágica, mas não veena. depois de uma vida completamente planejada, agora aproveitava as pequenas surpresas que apareciam pelo caminho.
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drastic-end · 8 months ago
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Pedi um amor e ele me deu um bolo mofado. “Eu pedi amor”, disse. - Isso é amor. - Mas não vai me fazer mal? - Talvez. Olhei e novo e percebi uma larvinha de mosca saindo da cobertura. - Vai querer ou não? – Ele olhava a larva também. - Não sei. – A larvinha agora afundava cada vez mais no bolo. - Eu não vou ficar parado o dia todo aqui, sabe. Lembrei que não sabia cozinhar e levei o bolo para a casa. Primeiro tentei tirar tudo que se movia na cobertura, mas era impossível . Me contentei em raspar o mofo, fechar os olhos e engolir uma garfada. Vomitei. Dormi com o estômago roncando e acordei com dor de barriga dos infernos. Não saí de casa nos próximos três dias: sem amor, não tinha vontade de tomar banho nem de escovar os cabelos. Não queria olhar o céu e nem os olhos das pessoas. No quinto dia sem amor, não quis abrir as pálpebras muito menos as janelas da casa. Prestes a perder as forças, olhei para a mesa e resolvi tentar de novo. O estômago reclamou, mas não devolveu. O intestino resolveu não opinar. Fui dormir indigesta e ao mesmo tempo aliviada. Pela manhã, as maquiagens do banheiro voltaram a fazer sentido. As roupas no chão pediram para serem penduradas. A maçaneta da porta pedia para ser girada e eu obedeci. A cada passo, sentia o estômago revirar, mas também sentia que estava viva. Segui na rua disfarçando uns arrotos enquanto olhava vitrines. À noite, resolvi encarar o bolo de novo. Ele não pareceu tão ruim quanto no dia anterior. Na verdade, olhando de lado nem dava para ver a parte feia. Segui comento o bolo, segui com o estômago revirado e mais importante: segui com vontade de entrar no ônibus e pagar minhas contas. Até que o bolo acabou. Preocupada, fui até ele pedir mais amor. O bolo que ele me entregou estava coberto de moscas. - Está fedendo demais. – comentei. - É o que eu tenho. Não consegui colocar sobre a mesa da sala, já que atraía mais moscas. Botei dentro do forno e cortei uma fatia: o cheiro era insuportável. Tampei o nariz aproximei o garfo da boca, tentando não mastigar as moscas mortas. Sabendo que não poderia ficar sem amor e nem me livrar de todos os insetos, engoli. O estômago não roncou nem a garganta contraiu: já estavam habituados. Quando o amor acabou, ele me entregou um prato fundo. - Mas isso é vômito! - Eu chamo de amor. Entendi que era bolo vomitado e resolvi guardar na geladeira. No dia seguinte provei uma colherada antes de ir trabalhar, e, para a minha surpresa, eu já não sentia mais gosto de nada. Tomei outra colherada à noite, pra garantir que iria ter vontade de tomar banho e sair com meus amigos. No dia seguinte tive um pouco de febre, mas segui dando umas colheradas. Dois dias depois, a cabeça doeu. A febre voltou. A garganta inchou. Sem conseguir engolir o amor, fechei as cortinas e esperei a morte bater. Quando ouvi o som da campainha, suspirei aliviada. Mas não era ela. Não era alguém que eu conhecesse. Tinha cabelos encaracolados e trazia um prato com uma espécie de massa branca. Leve, limpa, tinha cheiro de primavera. - Isso não é amor. - Eu disse. - - É amor, sim. - Parecia surpreso. - - Não, não é. - Eu ri. - Os olhos dele encheram de lágrimas. Antes que eu pudesse mudar de ideia, levou a torta de creme embora.
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lovesuhng · 1 year ago
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Glossy lips (pt-br)
sinopse: seu protetor labial tinha acabado e você pede o do seu amigo emprestado, mas acaba tendo uma surpresa quando ele decide manter seus lábios hidratados.
nota da autora: uma fic curtinha que saiu mais uma vez de desvaneios no caminho da faculdade
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“Vai demorar muito?”
Jaemin estava jogado no seu sofá, esperando “pacientemente” você terminar de se arrumar. Tinham combinado de sair para comer algo, já que o dia estava agradável, era o começo da primavera e vocês queriam fugir um pouco das responsabilidades que tinham.
“Só estou tentando encontrar meu protetor labial” Você gritou no quarto. Estava pronta há uns 20 minutos, mas estava revirando a casa procurando seu precioso protetor labial. “Bem que você poderia me ajudar né?”
Então, Jaemin foi procurando pela sala, enquanto você procurava em todas as suas bolsas. Poucos minutos depois, Jaemin aparece na porta do seu quarto com seu precioso protetor labial em mãos.
“Como é que você ainda quer usar isso aqui?” 
“Ele é o melhor que existe, tenho que aproveitar até a última gota. Ah, obrigada por ter encontrado.” A questão é que não existia mais a “última gota”. Seu protetor labial tinha acabado, por mais que você tentasse tirar algo, não saia mais nada. “Desculpa por ter feito perder o seu tempo, vamos.”
“Tudo bem, a gente pode comprar um no caminho”
“Ou você poderia me emprestar o seu, não é?” Deu um sorrisinho para Jaemin. O garoto era conhecido pelos seus lábios hidratados, os amigos dele sempre tiravam onda dizendo que ele tinha acabado de comer frango bem oleoso, porque seus lábios estavam sempre brilhantes, mas você sabia que também ele odiava compartilhar o protetor labial dele.
“Eu poderia até abrir uma exceção, mas…” Ele tirou o protetor labial no bolso dele, mostrando que estava quase na mesma situação que o seu. “...ele também está quase acabando e não quero comprar outro agora.”
“Ah, por favor Nana! Você sabe que odeio sair sem protetor labial e depois eu renovo todo o seu estoque!”
“Tá bom. Mas só porque você insistiu.” Jaemin se aproximou e você estendeu a mão, esperando que ele fosse te entregar o protetor labial, mas ele abriu o produto, colocou nos lábios dele, colocou as mãos em suas bochechas e uniu os lábios hidratados dele nos seus, dando um longo selinho. Quando ele se afastou, encontrou você com os olhos arregalados e com a mão ainda estendida, surpresa com a atitude do melhor amigo. “Agora vamos, se não vai ficar tarde.”
“Volta aqui agora, Na Jaemin!” Gritou quando viu que ele iria sair dali, como se nada tivesse acontecido. “Você faz isso e simplesmente quer sair desse jeito?”
Jaemin então percebeu a “besteira” que tinha feito. “Me desculpa, eu…”
“Desculpa não adianta. Volta aqui que eu acho que você não hidratou meus lábios muito bem.” Um sorrisinho safado surgiu nos lábios de Jaemin, além de um alívio enorme no peito quando percebeu que você queria tanto aquele beijo quanto ele.
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sprngharx · 7 months ago
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𝐻𝑊𝐴𝑁𝐺 𝐻𝑌𝑈𝑁𝐽𝐼𝑁? 𝑛𝑎̃𝑜! 𝑒́ 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝐽𝑈𝑁𝐺 𝐻𝐴𝑅𝑈, 𝑒𝑙𝑒 𝑒́ 𝑓𝑖𝑙𝘩𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝐸𝑅𝑆𝐸́𝐹𝑂𝑁𝐸 𝑑𝑜 𝑐𝘩𝑎𝑙𝑒́ 𝟸𝟺 𝑒 𝑡𝑒𝑚 𝟸𝟺 𝐴𝑁𝑂𝑆. 𝑎 𝑡𝑣 𝘩𝑒𝑓𝑒𝑠𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑛𝑜 𝑔𝑢𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎́ 𝑛𝑜 𝑁𝐼́𝑉𝐸𝐿 𝐼𝐼𝐼 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑟 𝑛𝑜 𝑎𝑐𝑎𝑚𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝘩𝑎́ 𝟷𝟽 𝐴𝑁𝑂𝑆, 𝑠𝑎𝑏𝑖𝑎? 𝑒 𝑠𝑒 𝑙𝑎́ 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜, 𝐻𝐴𝑅𝑈 𝑒́ 𝑏𝑎𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐺𝐸𝑁𝑇𝐼𝐿 𝑚𝑎𝑠 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑒́𝑚 𝑑𝑖𝑧𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑒́ 𝑇𝐸𝐼𝑀𝑂𝑆𝑂. 𝑚𝑎𝑠 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑠𝑎𝑏𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝘩𝑒𝑓𝑒𝑠𝑡𝑜 𝑒́, 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑘𝑒 𝑛𝑒𝑤𝑠 𝑝𝑟𝑎 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑖𝑟 𝑎𝑢𝑑𝑖𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎.
𝐵𝐼𝑂𝐺𝑅𝐴𝐹𝐼𝐴:
Não há como falar de Haru sem mencionar seu parente mortal, Jung Jungsik. Ainda é o mistério o que a rainha do submundo e deusa das estações viu no humano. Talvez seu dom de convencimento? Afinal, havia fundado uma pequena seita própria em meio a diversidade da cultura coreana.
O ponto é que sim, Jungsik havia participado para que, em sua concepção, o maior dos milagres acontecesse. No dia 15 de setembro, um pequeno bebê fora de lindos olhos verdes fora deixado na porta de seu apartamento, e Jungsik sabia muito bem que se tratava de sua prole junto à deusa. Foi aí que o inferno do pequeno Haru começou. Nomeado com o mais óbvio dos nomes, afinal Haru significa nada mais nada menos do que “primavera” em japonês. Diferente de qualquer tipo de cuidados que um pai poderia ter com seu filho, o Jung mais velho tinha a certeza de que não tinha uma criança em mãos mas sim, o futuro. Haru, em sua cabeça deturpada, era nada mais e ninguém menos do que o próprio Messias da mitologia cristã e deveria ser tratado como tal.
A seita de Jungsik começou a triplicar seus membros com a notícia de que aquele destinado a herdar os reinos do céu e da terra tinha retornado; Haru era visto como uma tipo de benção da maneira mais tenebrosa consigo. Ainda há cicatrizes pelo corpo de todas as vezes  que ocorreram rituais onde o sangue  “divino’’ era ofertado para que os fiéis curassem qualquer uma de suas mazelas. O restante do dia, o menino era trancafiado no porão para que ninguém tivesse acesso ao ‘santo’ e que o mesmo não tivesse contato com o mundo exterior, permanecendo puro.
O que Jungsik não contava era que Haru havia herdado muita coisa de sua mãe, dentre elas a ânsia de liberdade e a teimosia. Aos sete anos, os primeiros traços da personalidade forte começaram a florescer e, por um descuido de Jungsik, Haru conseguiu escapar em meio à mais uma louca celebração. 
Sozinho e sem o conhecimento básico de como funciona o mundo, o garotinho perambulou pelas ruas enfrentando frio, fome e o descaso. E foi entre os becos em busca de comida que o primeiro incidente com monstros aconteceu, ainda hoje é uma memória nebulosa sem entender muito bem como aconteceu ou como conseguiu escapar daquele monstro, a única coisa que se lembra foi de ter sido encontrado por um sátiro e levado para o seu verdadeiro lar, o acampamento meio-sangue. 
Contrariando algumas expectativas, Haru fora proclamado por Perséfone assim que fora jantar pela primeira vez, o que não era grande surpresa afinal, o garoto além de cheirar como rosas tinha os mesmos olhos da deusa. 
𝑃𝐸𝑅𝑆𝑂𝑁𝐴𝐿𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸:
Tímido, gentil e sensível. Esses são os primeiros adjetivos que vêm na cabeça daqueles que conhecem Haru pouco mais afundo, por baixo da carapaça de menino quieto e introspectivo há um coração caloroso e imenso, pronto para brigar e proteger com unhas e dentes aqueles que julga precisar de sua proteção. No entanto, engana-se aqueles que pensam que, assim como Perséfone, ingenuidade e delicadeza são suas principais características. Há uma personalidade forte, cheia de convicção e uma teimosia extrema que o torna irredutível na maioria das vezes; Como a força da natureza, seu humor é muito volátil ainda mais se há mudanças bruscas no clima.
É alguém com uma alma delicada cujo prefere estar entre pinturas, desenhos e poemas a ter que participar ativamente de atividades em grupo, por mais que seja alguém fácil de se trabalhar em equipe por prezar o bem estar alheio acima do seu.
PODERES: PRIMAVITA
Sendo o filho da deusa da primavera, Haru possuí controle quase ilimitado da flora. Comunicando-se e manuseando a vegetação ao seu redor, seus poderes estão intrinsecamente ligados às suas emoções, além de serem voláteis dependendo do clima, seu poder está ligado à vida e a morte natural.
Manipulação das plantas: como o próprio nome sugere, é a capacidade de manipular e se comunicar com a vegetação ao seu redor. No entanto, conforme suas emoções, seus poderes saem do controle. 
HABILIDADES: FATOR DE CURA ACIMA DO NORMAL, SENTIDOS APURADOS.
ARMA: Phantom Blade
Se consiste num bracelete, onde está marcada uma rosa. Quando acionada, transforma-se me uma lança com a ponta afiada em formato de uma folha feita inteiramente de ouro imperial encrustada com detalhes em formatos de cipós,flores e borboletas mais diversas em bronze. Sempre que o bracelete é perdido, ele retorna para o pulso do filho de Perséfone.
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mik17v · 4 months ago
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Friends?
1° encontro.
Estávamos andando pela rua, em silêncio.
Eu estava com as minhas mãos segurando atrás, enquanto de relance ficava vendo Tae, andando com as suas mãos no bolso. Ele estava com expressão calma com se estivesse relaxado, mas quando ele morde seus lábios, sei que também está nervoso. Eu também estava.
Meu coração deu um pulo quando ele me viu o olhando.
Mordo minha bochecha pra acalmar meu nervosismo.
- Então.. vamos ao parque. - Não fiquei surpresa, Tae e eu sempre íamos ao parque. Na volta do colégio, ou até mesmo pra olhar a paisagem.
Assenti. E fosmos andando calados, e eu me segurei pra não olha-lo de novo.
Chegamos no parque. A parte verde era enorme, sempre tinha crianças brincando por aí, e pessoas correndo no asfalto, pessoas levando os cachorros pra passear. Estávamos na época de primavera, então as árvores estava lindas.
- Por aqui - Tae apontou pra um lugar, onde tinha uma toalha presa no chão, e uma cesta marrom, com flores em cima. Sorri.
- Você fez isso? - Digo maravilhada, enquanto me agachava pra ver de perto as flores. Um amigo nunca faz surpresas, ao não ser lhe dá sustos enquanto menos espera, mas o Tae superou minhas expectativas com a sua atenção aos detalhes.
- Está com fome? - Seu rosto aparece perto demais, mas eu não fico tão assustada com a sua proximidade, apenas sorrio e falo:
- Muitoo.
Sentamos ao lado da sexta e Tae começou a tira as comidas, tinha diversas coisas, bolo, sanduíche, refrigerante, suco.. diversas coisas.
- Você não economizou né - Digo sorrindo.
- Não mesmo. - Me mostrou meu iogurte de morango, que eu sempre comprava. Abri um sorriso e peguei da mão dele.
Comemos e muito, e guardamos as coisas e estávamos olhando as crianças brincar. Até escutar um sininho, que tanto atentou as crianças quanto nos, eram o cara de algodão doce.
- Você quer? - Ele falou ao me ver olhando. Assenti que sim, e o mesmo se levantou e foi lá.
Fiquei-o reparando de longe, enquanto ele deixava as crianças agitadas irem na frente, ou sorrindo pra elas. O Tae eram alto, e tinha um sorriso fofo. Seu sorriso nunca mudou de quando éramos crianças.
Ele voltou com algodão doce e me entregou.
- Obrigada. - O mesmo se sentou ao mesmo lado, muito próximo. Deixou as pernas cruzadas e se apoiou com os cotovelos. - A primavera é linda, já te falei que é minha preferida? - como um pouco do algodão doce.
- Você fala isso pra todas as estações... - olho com cara feia e mesmo sorri, que já espanta minha cara feia na hora
- Mas realmente é minha favorita, das outras eu só gosto. Quer um pouco? - Me viro de novo pra ele.
O mesmo olha, e de repente ele se aproxima demais abrindo a boca e pegando um pedaço, enquanto olha no meus olhos, seu cheiro me invade. Meu coração e frio na barriga quase me mata nesses poucos segundos. Quando eu percebo ele já havia voltando pra sua posição, e eu paralisada com uma tonta.
Me viro depressa e coloco a mão nas minhas bochechas pra acalmar vermelhidão. Quando me acalmo faço uma pergunta que eu estou curiosa.
- Como é sai com a sua amiga? - Nem o olho pra saber que essa pergunta o pegou desprevenido, quando o escuto tossi. Mas quando ele para, o mesmo se senta ficando lado a comigo.
- Você não é mais uma amiga há muito tempo pra mim. - Quase me engasgo. - e você?
- E-eu o que?
- Como é sai com seu amigo? - ele da um sorriso cínico, e da pra ver que ele gosta de me vê nervosa.
- Não vou responder.
- O que ? Por que não?
- Eu tenho mais dois encontros antes de falar disso.
O mesmo só sorri e eu me toco de uma coisa. Parque, comida, algodão doce, flores.
- A gente veio ao parque só porque eu falei pra você o meu encontro perfeito? - o mesmo sorri
- Me pegou.
- Assim não vale.
- O que, não gostou?
- Eu amei, esse é o problema. - Ele me olhou confuso. - eu preciso conhecer, esse lado. No próximo tem que me surpreender com algo que sempre quis fazer.
Ele apenas ficou me olhando, e eu levantei o dedo mindinho, e o mesmo estrelaçou.
- Mas depois você tem que dizer sim pra uma coisa.
- Que coisa?
- Só vou falar, se você gostar do próximo. E aí?
- Tá certo. Eu topo.
Sorrimos um pro outro, e voltamos pra paisagem. E eu estava ansiosa pro próximo encontro.
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satrianova · 22 days ago
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─   (…)   𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝   𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫    ✴︎  com  @fromodins nos   corredores.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀a neve em hexwood fora recebida com surpresa por parte de katerina. o que veio depois era um misto paradoxal. gostava de ver a neve, visto que a fazia lembrar um pouco dos invernos rigorosos que via pelas janelas da casa coral; ainda assim, aquela materialização era um lembrete de que o feitiço primaveril que envolvia hexwood parecia ter sido balançado como um véu fino, cuja explicação poderia ligar-se aos recentes acontecimentos e o possível enfraquecimento comunal dos khajols. como sempre, apesar de tingir o coração de preocupação, preferia não externar tal desassossego; acreditava ser melhor em animar alguns dos seus. ter encontrado freyja nos corredores fora uma surpresa boa; kat tinha o sorriso bordado em seu rosto expandiu-se quando aproximou-se da amiga, a cumprimentando com um abraço apertado, desviando dela apenas a guirlanda que carregava — decorada em vermelho e cor de rosa — para a decoração própria. “ ei, você. está tudo bem? ” questionou, os meneios naturalmente maternos em sua essência. “ estava indo decorar minha porta com essa guirlanda! eu estava precisando de um pouco de cor. e onde a senhorita estava indo? ” a pergunta veio com certa curiosidade. com a chegada dos tempos de feriado, katerina vinha tendo algumas ideias em mente de possíveis explorações para os conceitos saturninos, esperando uma mudança de ares que vinha acompanhado da gelidez de fim de ano, que interrompia a primavera imperturbável. não perdera a oportunidade de laçar freyja por um dos braços, entrelaçando os cotovelos com o da amiga de olhos azulados. “ a neve foi… inesperada, não é? ” comentou, após um longo suspiro. já estava com as malas completamente recheadas quando receberam a notícia de que o momento de saturnália seria passado na academia, um acontecimento incomum ao longo dos anos na academia. “ nunca pensei que algo assim fosse acontecer por aqui. espero que não complique tanto assim a nossa viagem para zelaria. ” comentou, com o nariz meio torcido; ao que sabia, as estradas estavam empacadas e, ao contrário dos changelings, não tinham dragões à predisposição como locomoção entre ilhas. essa era uma das piores partes; tinha tantos, tantos planos!
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meigamente-grossa · 6 months ago
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ESSE TEXTO É UM SOCO NO ESTÔMAGO E TRADUZ O QUE É RELACIONAMENTO ABUSIVO... DESCONHEÇO O AUTOR
Pedi um amor e ele me deu um bolo mofado.
“Eu pedi amor”, disse.
– Isso é amor.
– Mas não vai me fazer mal?
– Talvez.
Olhei e novo e percebi uma larvinha de mosca saindo da cobertura.
– Vai querer ou não? – Ele olhava a larva também.
– Não sei. – A larvinha agora afundava cada vez mais no bolo.
– Eu não vou ficar parado o dia todo aqui, sabe.
Lembrei que não sabia cozinhar e levei o bolo para a casa. Primeiro tentei tirar tudo que se movia na cobertura, mas era impossível . Me contentei em raspar o mofo, fechar os olhos e engolir uma garfada.
Vomitei.
Dormi com o estômago roncando e acordei com dor de barriga dos infernos. Não saí de casa nos próximos três dias: sem amor, não tinha vontade de tomar banho nem de escovar os cabelos. Não queria olhar o céu e nem os olhos das pessoas. No quinto dia sem amor, não quis abrir as pálpebras muito menos as janelas da casa.
Prestes a perder as forças, olhei para a mesa e resolvi tentar de novo. O estômago reclamou, mas não devolveu. O intestino resolveu não opinar. Fui dormir indigesta e ao mesmo tempo aliviada. Pela manhã, as maquiagens do banheiro voltaram a fazer sentido. As roupas no chão pediram para serem penduradas. A maçaneta da porta pedia para ser girada e eu obedeci.
A cada passo, sentia o estômago revirar, mas também sentia que estava viva. Segui na rua disfarçando uns arrotos enquanto olhava vitrines.
À noite, resolvi encarar o bolo de novo.
Ele não pareceu tão ruim quanto no dia anterior. Na verdade, olhando de lado nem dava para ver a parte feia. Segui comendo o bolo, segui com o estômago revirado e mais importante: segui com vontade de entrar no ônibus e pagar minhas contas.
Até que o bolo acabou.
Preocupada, fui até ele pedir mais amor. O bolo que ele me entregou estava coberto de moscas.
– Está fedendo demais. – comentei.
– É o que eu tenho.
Não consegui colocar sobre a mesa da sala, já que atraía mais moscas. Botei dentro do forno e cortei uma fatia: o cheiro era insuportável. Tampei o nariz aproximei o garfo da boca, tentando não mastigar as moscas mortas. Sabendo que não poderia ficar sem amor e nem me livrar de todos os insetos, engoli. O estômago não roncou nem a garganta contraiu: já estavam habituados.
Quando o amor acabou, ele me entregou um prato fundo.
– Mas isso é vômito!
– Eu chamo de amor.
Entendi que era bolo vomitado e resolvi guardar na geladeira. No dia seguinte provei uma colherada antes de ir trabalhar, e, para a minha surpresa, eu já não sentia mais gosto de nada. Tomei outra
colherada à noite, pra garantir que iria ter vontade de tomar banho e sair com meus amigos.
No dia seguinte tive um pouco de febre, mas segui dando umas colheradas.
Dois dias depois, a cabeça doeu.
A febre voltou.
A garganta inchou.
Sem conseguir engolir o amor, fechei as cortinas e esperei a morte bater. Quando ouvi o som da campainha, suspirei aliviada.
Mas não era ele.
Não era alguém que eu conhecesse. Tinha cabelos encaracolados e trazia um prato com uma espécie de massa branca. Leve, limpa, tinha cheiro de primavera.
– Isso não é amor. – Eu disse.
– É amor, sim. – Parecia surpreso.
– Não, não é. – Eu ri.
Os olhos dele encheram de lágrimas. Antes que eu pudesse mudar de idéia, levou a torta de creme embora.
O que você tem aceitado como amor?
O que você acredita que é amor?
Amor é limpo, inteiro, sem mofo, sem insetos.
Não aceite menos do que você merece, afinal, amor próprio também é amor!
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lizastars · 2 months ago
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história da bruxaria parte 2
FESTIVAIS, OS SABBATHS
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Existem oito sabbaths e vou explicá-los de forma resumida, bem resumida mesmo porquê não quero que o post fique grande. Muita gente quando entra no mundo da bruxaria acha que isso de seguir a Roda do Ano é um saco e não tem paciência, mas quando você começa a entender melhor vai acabar percebendo a importância, afinal os festivais são mágicos em vários sentidos. Lembrando que você não é OBRIGADO(A) a nada, ou seja você escolhe quais você quer participar e qual roda você vai seguir.
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Yule
Yule é o Solstício de Inverno. Acontece entre os dias 21 a 22 de dezembro na roda norte e 21 e 22 de junho na roda sul. Representa o nascimento do Deus e da Deusa, então eles ainda estão bem fracos e frágeis, como bebês. É um momento de renascimento. Antigamente, os povos antigos tinham um inverno rigoroso, então esse momento era propício pra tentar aquece-los. Era conhecido como Festival das Luzes, já que eles usavam fogueiras, velas e tochas para iluminar o inverno. Outras decorações eram pinheiros, objetos iluminados, galhos e presentes. Você pode pensar que isso está muito parecido com o Natal e bem, a razão é que o Natal tem raízes nesse festival, a Igreja Católica colocou o dia 25 de dezembro, data próxima ao festival do Deus Sol na Roma (que era o festival de Yule) como uma forma de substituir as duas coisas, o que não deve ser surpresa pra quem já sabia que o Natal tinha origens pagãs. É um momento de introspecção, e assim como o natal possui um espírito reflexivo. Talvez você já tenha lido na internet que os romanos usavam essa data para fazer orgias e viver um carnaval logo essa data não tinha nada de sagrada, mas importante dizer que os romanos usavam qualquer data como desculpa para fazer orgia (risos), portanto isso não quer dizer esse festival tinha caráter de luxúria.
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Música para Yule
Imbolc
Imbolc acontece ainda no inverno, como dito, os povos antigos viviam em um inverno rigoroso e o Imbolc representa o momento que o inverno estava indo embora para dar origem a primavera. É um momento de iluminação, o retorno da luz, e o aguardo que a Terra se aqueça novamente, uma promessa de que dias melhores virão, já que alem disso também é o momento que o Deus e a Deusa estão crescendo e particularmente falando é meu sabbath preferido. Ele acontece nos dia 1 a 2 de agosto da roda sul e 1 a 2 de fevereiro na roda norte.
Cores relacionadas são branco, vermelho, laranja e amarelo. As bebidas dessa época são leite, cerveja e hidromel, chá de ervas (especialmente as ligadas ao sol). Comidas típicas são todas derivadas do leite, frutas cítricas, grãos, batatas, conservas de frutas e legumes.
Em temperos temos canela, louro, cravo da Índia, tomilho, orégano, açafrão, páprica, curry. Os símbolos são velas brancas, cruz de Brigit, qualquer símbolo do sol ou do fogo, flores brancas, bonecas de palha, vassouras, palha, ramo de ervas. Animais relacionados são cisne, carneiro, vacas, pardais e falcão.
🌙🕯🔥 🌾
Música para Imbolc
Ostara
Ostara marca o equinócio da primavera, e é um festival solar, celebrando o fim do inverno. É tido como um momento de união entre a Deusa e o Deus, logo representa um período de igualdade e equilíbrio entre as forças da natureza. Acontece em 20 a 23 de setembro na roda sul e 20 a 23 de março na roda norte.
Algumas tradições são a decoração de ovos, que representam a fertilidade, e a troca de ovos coloridos como símbolo da sorte e prosperidade, sim, ovos, bem parecidos com a Páscoa e sim, muitos costumes da Páscoa foram tirados de Ostara.
Alimentos comuns são ovos, mel, as primeiras frutas da estação, cremes, pães, batatas, saladas e chocolate. As bebidas são leite, ponche, suco de frutas da estação, hidromel, bebidas com/sabor de mel. Receitas boas para esse festival são bolos de frutas, bolos de mel, gelatina, purê de batata, biscoitas, receitas com ovos, saladas com frutas da estação.
Os incesos são de violeta, jasmim, rosa, sálvia, lírio, rosas e morango. Cores relacionadas são rosa, verde, brancos, amarelo e azul claro (na verdade, todas as cores em tons pastéis também servem). Nas árvores temos o ipê, jacarandá-mimoso, macieira, limoeiro, espinheiro, amieiro, sabugueiro e salgueiro. AS FLORES são glores do ipê, tulipa, rosas (todas as cores) narciso, margarida, madresilva, jasmim, flor de laranjeira e violetas. Animais relacionados são coelhos e lebres, abelhas, borboletas, pássaros, ouriços, cavalos, carneiros e galinhas. As ervas são capim-limão, tanchagem, lavamda, camomila, alecrim, jasmim, açafrão e cravos.
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Música para Ostara
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Beltane
É o ponto médio entre o equinócio da primavera e o solstício de verão, a primavera na sua primeira floração, é tempo do Sagrado Casamento do Deus e da Deusa, portante também é um data romântica. Acontece entre 31 de outubro na roda sul e 1 de maio na roda norte.
Na astrologia, o Sol está transitando para o signo de Touro, um signo associado à fertilidade, ao prazer, à sensualidade e à conexão sensorial com a Terra. Alguns costumes e celebrações nessa data eram feitas com enormes fogueiras das quais realizavam banquetes, jogos, poesia, cânticos, danças sagradas e rituais, em honra de poder celebrar o “O Grande Rito” – a união do Casal Sagrado. As fogueiras representacam o calor da paixão, intensidade e a interação entre A Deusa e o Deus, a crescente fecundidade da terra, o amor, a união, a sensualidade e a criatividade. Os wiccanos também mantiveram a tradição de construir o mastro. O mastro é um grande pedaço de madeira decorado com fitas de cetim e ramos de plantas verdes.
E sim, se você percebeu, notou que muito desses costumes estão na Festa de São João, foi realmente inspirado embora a festa de sao joao aqui também tem origens africanas.
As cores são vermelho, branco e verde, ervas são sabugueiro, madresilva, erva-de-são-joão louro, rosas, madressilvas e urtiga. Pedras são rubi, jaspe sanguíneo, esmeralda, quartzo verde, malaquita. Ervas são todas aquelas relacionadas à fertilidade e a paixão, manjerona, ylang-ylang, dama da noite, baulina e rosas. Em comida come-se de tudo. Animais são sapos, borboletas e abelhas.
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Música para Beltane
Litha
Acontece entre 20 e 21 de dzembro na roda sul e 20 a 21 de junho na roda norte, o Sabbat de Litha, que marca o Solstício de verão. Este festival está ligado com o início da estação e ao dia mais longo do ano, que acontecesse graças ao Sol que atinge o máximo do seu poder e luz e a Deusa e o Deus que alcançaram o auge dos seus poderes.
As cores são laranja, amarelo, azul e branco. Bebidas são chá, suco de frutas cítricas, águas saborizadas com ervas frescas, você também pode usar água solarizada e hidromel. Em comida serve-se qualquer alimento leve, plantas e frutas são laranja, limão, tangerina, capim-limão, alecrim, tomilho, orégano, louro, manjericão e flores de cor amarela/ laranja . Destaque para o girassol (óbvio). Para simbolismo, você pode usar velas com as cores usadas, flores amarelas, símbolos do sol ou do mar, conchas, estátuas de animais marinhos, cristais como citrino, calcita amarela e pedra do sol e jaspe amarelo
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Música para Litha
Lammas
É o sabbath feito para celebrar a primeira colheita, e é um dia sagrado no paganismo. É comemorado no dia 1 de fevereiro na roda sul e dia 1º de agosto na roda norte. Também representa os sacrifícios já que estamos chegando no outuno, as coisas morrem e renascem e os raios de sol começam a enfraquecer. As cores são laranja, amarelo e dourado. As ervas são trigos, centeio, acácio, aloé, olibano, rosas e sândalo. As comidas são pão caseiro, bolos, sementes e castanhas e maçãs. Bebidas são vinhos, chás e sidras e sucos preparados com os frutos da estação. Pedras e elementos naturais comuns são sementes, grãos, trigo seco e cornucópia.
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Música para Lammas
MABON
Manbon acontece no dia 20 de Março da roda sul e 21 de setembro na roda norte. Marca o Equinócio de Outono. Se Lammas celebrava a primeira colheita, Mabon marca o fim da vegetação e representa o início do fim, nessa data dia e noite terão a mesma duração, porém durante esse período também teremos noites cada vez mais longas ate chegarmos na noite mais longa do ano, que será em Yule. O Deus iniciou sua transição para o outro mundo enquanto a Deusa tornou-se uma mãe sabia madura. Mabon representa o tempo de armazenar os grãos pra garantir a sobrevivecia dos humanos no inverno e no geral é uma celebração de gratidão. Alguns bruxos da Europa e America do Norte fazem relação desse sabbath com o “Dia de Ação de Graças".
As cores desse sabbath são amarelo, laranja, vinho e marrom. Ervas e flores são alecrim, calêndula, sálvia, folhas e cascas, camomila, girassol, trigo, folhas de carvalho, maçãs(muuitas maçãs). Comidas são pães, bolos e tortas(especialmente de maçã) , batatas e outros tubérculos, queijos e nozes. Bebidas são vinhos, chás e sidras e sucos/bebidas preparadas a partir dos frutos da estação. É comum fazer uma vassoura e realizar rituais de agradecimento nessa data.
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Música para Mabon
Samhain
Vamos pro um dos meus sabbath favoritos! Samhain deu origem aos dias das bruxas, e é considerado o ano novo dos bruxos, já que é onde a roda termina. Dizem que nessa data, o véu do mundo espiritual e o nosso fica mais fino e portanto as portas que separam esses dois mundos se abrem e alguns espíritos voltam para nossa Terra, por isso é um data de se reconectar com nossos ancestrais e todos aqueles que ja se foram. É uma data séria e não é muito festiva como os outros sabbath. É o momento que o Deus e a Deusa morrem. Acontece no dia 1 de Maio na roda sul e 31 de outubro na roda norte.
No geral é uma data que fala de magia, noite, morte e renascimento, sucesso, proteção, descanso, novo começo, ancestrais, retorno, mudanças e transformação.
As cores são aranja, preto e roxo. Incenso é sândalo, benjoim, erva-doce, absinto, artemisia, sálvia e mirra. Pedras são obsidiana, flocos de neve, ônix, cornalina, turmalina negra, âmbar, granada, hematita. Para simbolismo são abóboras, maçãs folhas e flores outonais, gatos, ossos, caules das árvores, lua minguante. Em alimento temos abóboras, maçãs, carne, vinho quente, cidra, nozes, beterrada, romãs, batatas, abóboras, nabos. Ervas e Flores são amêndoas, folha de louro, calêndula, canela, cravo, alho, gengibre, avelã, mandrágora, urtiga, alecrim, sálvia e artemísia. Os Animais relacionados são gato, morcego, coruja, chacal, carneiro, bode, escorpião, garça e corvo.
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Música para Samhain
E é isso. Obrigado por ter lido até aqui! Foi realmente bem resumido e eu não coloquei as cores e animais relacionados em Yule pois estava com medo de ficar grande demais! Esperam que tenha gostado ^^
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simpliciooo · 3 months ago
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Pedi um amor e me deram um bolo mofado.
“Eu pedi amor”, disse.
- Isso é amor.
- Mas não vai me fazer mal?
- Talvez.
Olhei de novo e percebi uma larvinha de mosca saindo da cobertura.
- Vai querer ou não?
- Não sei.
– A larvinha agora afundava cada vez mais no bolo.
- Eu não vou ficar parado o dia todo aqui, sabe.
Lembrei que eu não sabia cozinhar e levei o bolo para a casa. Primeiro tentei tirar tudo que se movia na cobertura, mas era impossível. Me contentei em raspar o mofo, fechar os olhos e engolir uma garfada.
-Vomitei.
Dormi com o estômago roncando e acordei com uma dor de barriga dos infernos. Não saí de casa nos próximos três dias: sem amor, não tinha vontade de tomar banho nem de escovar os cabelos. Não queria olhar o céu e nem os olhos das pessoas. No quinto dia sem amor, não quis abrir as janelas da casa. Prestes a perder as forças, olhei para a mesa e resolvi tentar de novo. O estômago reclamou, mas não devolveu. O intestino resolveu não opinar. Fui dormir indigesta e ao mesmo tempo aliviada. Pela manhã, as maquiagens do banheiro voltaram a fazer sentido. As roupas no chão pediram para serem penduradas. A maçaneta da porta pedia para ser girada e eu obedeci. A cada passo, sentia o estômago revirar, mas também sentia que estava viva. Segui na rua disfarçando uns arrotos enquanto olhava vitrines. À noite, resolvi encarar o bolo de novo. Ele não pareceu tão ruim quanto no dia anterior. Segui comendo o bolo, segui com o estômago revirado e mais importante: segui com vontade de entrar no ônibus e pagar minhas contas. Até que o bolo acabou. Preocupada, fui até ele pedir mais amor. O bolo que ele me entregou estava coberto de moscas.
- Está fedendo demais.
-comentei.
- É o que eu tenho.
Não consegui colocar sobre a mesa da sala, já que atraía ainda mais moscas. Botei dentro do forno e cortei uma fatia: o cheiro era insuportável. Tampei o nariz aproximei o garfo da boca, tentando não mastigar as moscas mortas. Sabendo que não poderia ficar sem amor e nem me livrar de todos os insetos, engoli. O estômago não roncou nem a garganta contraiu: já estavam habituados. Quando o amor acabou, ele me entregou um prato fundo.
- Mas isso é vômito!
- Eu chamo de amor.
Entendi que era bolo vomitado e resolvi guardar na geladeira. No dia seguinte provei uma colherada antes de ir trabalhar, e, para a minha surpresa, eu já não sentia mais gosto de nada. Tomei outra colherada à noite, pra garantir que iria ter vontade de tomar banho e sair com meus amigos. No dia seguinte tive um pouco de febre, mas segui dando umas colheradas. Dois dias depois, a cabeça doeu. A febre voltou. A garganta inchou. Sem conseguir engolir o amor, fechei as cortinas e esperei a morte bater. Quando ouvi o som da campainha, suspirei aliviada. Mas não era ela. Não era alguém que eu conhecesse. Tinha cabelos encaracolados e trazia um prato com uma espécie de massa branca. Leve, limpa, tinha cheiro de primavera.
- Isso não é amor.
- Eu disse.
- É amor, sim.
- Parecia surpreso.
- Não, não é.
- Eu ri.
-Os olhos dele encheram de lágrimas. Antes que eu pudesse mudar de ideia, levou a torta de creme embora.
"Moral da história: Na vida nos acostumamos com esses tipos de amor, pois nos oferecem apenas a pior versão e muitas das vezes seja por medo ou até mesmo achando que a vida é assim e que temos que aceitar amores que não merecemos, acabamos a tomar decisões precipitadas por medo da solidão, por falta de uma companhia ou coragem. Quando amor é mofado e cheio de bichos acabamos tentando camuflar e mostrar para as pessoas que está tudo bem, seja com maquiagem, com trabalho em excesso e quando esse amor mofado acaba, vêm outro as vezes pior do que o anterior , alem de mofado vem com bichos e você mais uma vez acaba aceitando pois é apenas esse tipo de amor que voce conhece e vem recebendo em sua vida. NÃO aceite migalhas nem amores pobres que te oprime, não te respeita, te sufocam, que tire sua paz, que te coloque para baixo. Você merece o melhor e se você tem dúvidas do amor que receber pode ter certeza que não é o que vai te fazer feliz, pois onde existe amor, não existe dúvidas, pode ter dificuldade sim, que serão superados juntos. Amar sozinho é o caminho para que tudo dê errado, por isso pare de aceitar amores mofados e não se surpreendam quando alguém queira te oferecer tortas lindas e deliciosas."
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abraporu · 4 months ago
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Nanci
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Rio de Janeiro, capital das fantasias instantâneas. A pioneira quarta-feira das novas cinzas. O carnaval pós-pandêmico se estendia.
A história, a seguinte: não havia verbo ou verba. Apenas ideias esparsas povoavam seu pensamento. No mais, havia trevas. Silêncio.
Deixara um labor de anos, pegara a rescisão, decidira viver o que ainda não havia vivido, pois nunca lhe foi dito outras histórias além das que leu na TV. Não sabia inventar além das entrelinhas. Assim, por escolha própria, fora sozinho por anos a fio. Subindo estava pelas paredes. Zarpou.
Aproveitou a seu modo seu breve estado errante. Conheceu o que deu, e por fim estava ali, naquela zorra carioca. Justo aquela, a última semana com fundos, e a vista já aportavam os débitos de sua vida vazia de sentido.
Valera a pena? Até ali, tinha sido sempre o mesmo enredo. Mas em sua mente logo seria costurado o infinito. A surpresa surgiria no sambódromo.
A malandra sereia aportou de onde nunca se saberá. Do mar, feito magia, se fez leveza. Não deslizara sobre a chuva. Mas, com ela, era uma.
Aquela passista parecia abrir a possibilidade de ser feliz. Só por uma noite.
Tomou ali a coragem do flerte.
– Dou-te o mundo pra descobrir o mistério por debaixo dos seus véus.
– O mundo, não almejo. Mas me ouça; se for atento, poderás desnudar-me.
As mulheres carregam centelhas não à toa. Pensara nela como o fogo. Sua primeira visão: sua beleza era inatingível. Mas o olhar correspondido desamparou o medo. Com um sorriso, alçou o amor.
Sua voz, da foz da alma, acalmou a sofreguidão. Ditou então as veredas de sua resistência. De onde viera, sem gana, se fenecia. Refugiada de mazelas, muitos quintais tivera em poucas primaveras. Resistira pela ira: as violências sofridas, as afrontou, e na sua revolta com ela trouxe um povo. Pelas palavras, pelos suspiros, livrou de amarras a malta.
Seu caminho era aquele. Uma guerreira de tantas cicatrizes, se ainda assim abrigava tanto calor, é porque o que vale na vida solapa a dor. Só pode.
– Vou te contar uma lenda, que vivemos há alguns séculos, disse rindo.
Assenti.
– E todo o resto não será mais verdade!
Por um breve momento, minhas preocupações viraram neblina. Ouvidos tinha apenas para o insólito mundo daquelas fabulações.
Ela era eterna. E tenra. Mas nem sempre foi assim.
Seu povo, ouro derramou sobre os quatro cantos do planeta. Mas a miséria ainda assim os alcançou: suas mandingas não mais bastavam, e algo estranho aconteceu. A memória dos velhos havia se subtraído: um inimigo invisível ceifou a vida dos anciãos, bibliotecas vivas de sua terra. Não havia sinais grafados nas cavernas, nos ossos, na areia, em papiros que pudessem trazer de volta parte de toda a invenção dos deuses antigos. A sabedoria corria perigo. Um liame entre a terra e o além precisava urgentemente ser tecido.
– Decidimos a contragosto aportar em águas e terras vizinhas. Pelos anos adiante, nossas raízes se espalharam, e as vozes perdidas renasceram - cada qual a seu modo. E é nas festas que enxergamos frestas para sorrir. Por isso, estou  aqui, nas batucadas, nos jongos, nos maracatus. Eu sou na dança nossa herança...
Nanci continuara sua toada. Para ela, os grilhões da iniquidade ainda eram sentidos nos rastros das vidas perdidas a esmo, no ranço das desigualdades a flor da pele. Mas, se o jogo do hoje era a luta, a bala, seria no conhecimento gerado em roda, nos gritos dos griots, que o escudo precisava ser cultivado - contraponto a violência precisa é a paz com voz.
– Qual teu nome, consagrada?
– E por ser filha dos filhos de Anansi, me fiz Nanci.
Antes de acessar a chave do resto do baú de suas pérolas, me foi dada a missão.
– Soprarei minhas histórias, que serão suas eternamente. Procure, ache, ame minhas três irmãs, que também estão nesse entrudo.
– Faria tudo pela tua pele, tuas memórias... Mas não tens ciúmes?
– Na festa da carne, todas as almas precisam ser descobertas.
Perplexo, foquei a multidão. Como achar ali três estrelas?
Antevendo minha confusão, ao menos me alentou:
– Seu sentimento, sua astúcia serão seus olhos, seu caminho. Vai-te!
Como tinha em mãos o vácuo, com as pernas fui a sambar um novo destino. Ao batuque de cem dengos, anoitecia.
No abre-alas, pelo instinto felino achei Rosa.
Perigosa, ao primeiro descuido, iria me desferir um - Boa noite, Cinderela! Por isso, em mim injetei o antídoto da sofreguidão.
– Fera assassina, morda minha alma.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... vai sangrar, mas não doer.
Seus dentes de sabre me atacam.
Inebriada com o veneno do fundo das minhas veias, surpresa, a pantera adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para a próxima presa.
No enxame da bateria, sinto o perfume da abelha Maia.
Como uma flor, exala beleza simplesmente por existir. Por ela, em minha saliva escondi morfina.
– Com um beijo bambo, me faz voar.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... Toma aqui suas asas.
Seus lábios doces me apimentam.
Inebriada com o veneno de minha língua, malevolente ela adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para a próxima presa.
Ao lado do Cristo mendigo, encontro a fada Mara. Sinto a gula do seu querer. Ela me perscruta ao longe. Mal sabe o que guardo entre os dedos.
– Amar é um caminho sem margem. Me invada.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... por instantes, seremos milagres.
Sua volúpia me arrepia.
Inebriada com o segredo do meu querer coberto de magia, encantada ela adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para próxima presa.
Uma ideia louca me vem a tona. Precisaria de uma testemunha para esse milagre do meu desencantamento. Por sorte, avisto uma senhora, de sorriso beatífico, que me encara como uma presa. 
– Grande mãe, venha comigo, vou me casar por uma noite para poder viver cem mil dias.
– Oxalá, que história é essa garoto? Epahei! Simbora.
– Veja Nanci. Te trouxe aqui, suas irmãs, e essa anciã, que vai abençoar nossa única noite de núpcias. Findo o carnaval, gira a roda, cê sabe.
– Axé!! Pelo amor, você manteve a chama acesa. Adormecidas minhas irmãs, em seus sonhares elas ainda o preservam. Feche os olhos e as achará também em seus devaneios. Nossos sangues, ao se cruzarem, se tornaram contínuos, irmãos.
A anciã, desejosa por voltar ao fim dos confetes, jogou-nos a afrodisíaca água-de-cheiro dos tempos antigos. Gargalhando, se despediu, e se foi carregada em meio a muvuca.
Nanci ninou suas irmãs numa cama feita de nuvens. Eu estava em delírio, sei bem por que. Do contrário, não haveria nada disso, afinal.
– Vem comigo. No Catete tem um palacete que é só meu, só nosso, hoje.
Como num passe de mágica, voltei ao hotel onde vi Vargas pela janela, baforando do além seu cachimbinho.
– Vi na sua retina, franqueza. Por isso, assim como minhas irmãs, fui tua hoje. Para todo o sempre terás minhas e nossas memórias.
– Eu nem tenho como agradecer.
– Você precisa apenas compartilhar todo o amor que lhe foi dado. Isso não é um pedido; é um chamado. Entre nossos sentires um elo foi construído: nessa linha, encontrarás a razão de seus dias, a emoção do seu pensar.
– Poesia pura, você.
– Ouça: triunfe pela fraqueza. É da essência da vida, adaptar-se. Equilibre sua resiliência. Transforme o inconformismo em atitude. O silêncio em ruído. As palavras em gestos. Os gritos em levantes. Saindo da cama, ajoelhe-se, ore, regue suas esperanças, e vem cá a boa luta do amar.
Arqueando meus olhos, senti suas últimas palavras.
– Lembre-se: fabular é preciso perante o abismo...
Ainda a ouço.
– Amanhã, todos seremos cantares.
Acordei com a aranha a tecer uma teia em minha língua.
Com um bom dia, a rompi
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musicshooterspt · 7 months ago
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Primavera Sound Porto  - Reportagem Completa
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Dia 1
O primeiro dia de Primavera começou como se queria: com boa música, um sol medroso e Super Bock à vontade do freguês. O Parque da Cidade do Porto foi, uma vez mais, a casa do Primavera Sound para três dias que se esperavam de boa música e de pouca chuva. Uma das novidades este ano foi a remoção do palco Bits, mantendo-se o restante layout com os palcos Porto (principal), Vodafone, Super Bock e Plenitude.
Sendo uma quinta-feira, pelas cerca de 16h45, seria de esperar que os concertos iniciais não tivessem a afluência desejada. Ana Lua Caiano, a instrumentista portuguesa que funde a música tradicional portuguesa com a eletrónica, atuou no palco Super Bock para uma plateia atenta. Uma artista que tem vindo a ganhar cada vez mais destaque a nível nacional, num horário talvez um pouco infeliz. Enquanto isso, e como é habitual, atuava também Silly, no palco Porto, presenteando o público com temas do seu primeiro disco “Miguela”.
Os australianos Royel Otis inauguraram o palco Vodafone, com temas do recente álbum “Pratts & Pain”, e também um tema editado poucos dias antes deste concerto. Foi um concerto marcado pela boa disposição do público que cantou e dançou “Murder on the Dancefloor” (originalmente de Sophie Ellis-Bextor) e “Oysters in My Pocket”. A eclética Amaura que explora o R&B, soul, trap e música eletrónica, foi uma experiência que mereceu os elogios da artista lisboeta aos movimentos “de anca” do público.
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Seguiram-se Blonde Redhead e Militaire Gun: os primeiros um pouco melancólicos, tendo tido a sua última atuação em Portugal em 2011, e apresentando o seu mais recente trabalho “Sit Down for Dinner”, lamentavelmente sem fazer menção ao tema que lhes deu mais audiência como “For the Damaged Coda”. Um concerto curto, que deixou a plateia a pedir por mais. Já Militaire Gun, energizaram o palco Porto, com o seu novo álbum “Life Under the Sun”. Apesar de terem “nascido” apenas em 2020, o grupo norte-americano é definido pela urgência do seu vocalista Ian Shelton, que não se poupa no que toca a sentir a música e as letras que compõe.
Para quem não conhecesse, a maior surpresa deste primeiro dia terá sido, talvez, Amyl and the Sniffers, com o seu punk rock energético, caótico e cru – tudo o que o punk deve ser. A irreverente Amyl Taylor não deixou nada por dizer, apelando a que o público se mantenha fiel a si mesmo, ressalvando mesmo que devemos mandar os homofóbicos para aquele sítio que já sabemos e mencionando também o genocídio em curso na Palestina dizendo “Tenho uma voz e vou tentar usá-la (…) Informem-se, não acreditem em tudo o que vêem nos media, prestem atenção ao que está a acontecer no mundo”.  O concerto explosivo terminou com o single “U Should Not Be Doing That” que foi lançado este ano e, quando demos por ela, não tivémos tempo de ver Water From Your Eyes.
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Sem dúvida uma das mais esperadas da noite, foi a vez de PJ Harvey subir ao palco Porto, sempre calma e serena, em frente ao grande número de fãs que a esperava, não fosse um ícone do rock. Apesar de um pequeno problema técnico com uma das guitarras, não foi apenas um concerto, foi uma experiência arrebatadora.
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Surge o primeiro cancelamento do festival - que viria a ter uma amálgama de cancelamentos nos dias seguintes – os irlandeses Lankum que foram substituídos por Maria Hein. Por esta altura a espera por SZA começava no palco Porto que já contava com um número considerável de fãs que não arredaram pé para garantir o melhor lugar. Ainda faltava cerca de uma hora para SZA, e sendo assim, fomos ver Mitski – o que foi bastante difícil considerando a multidão junto ao palco Vodafone – tivémos de nos contentar a ouvir e ver ligeiramente pelos ecrãs gigantes.
Chegou a hora de entrar a rainha desta noite – SZA – que se apresentou envolta num cenário com várias plataformas em jeito de cais, onde dançou e cantou acompanhada de várias bailarinas. E que vozeirão! O público não se fez rogado, cantando desde o primeiro ao último minuto, como tão bem o público português sabe fazer. No final, apesar de imposto limite de tempo ao concerto, ainda houve direito a encore com “20 Something”, que mesmo assim foi cerca de 1h soube a pouco.
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Ao mesmo tempo Obongjayar, conquistou um público considerável no palco Super Bock. A noite terminou da melhor forma com Ana Frango Elétrico e American Football, com algum atraso mas que fez a noite dos fãs mais ávidos.
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Dia 2
No segundo dia do Primavera Sound, as previsões metereológicas lá fizeram a tradição cumprir-se – ou não seria Primavera sem chuva. O facto de ser habitual, no entanto, não impediu que os problemas aparecessem e a organização viu-se obrigada a cancelar os concertos do palco Vodafone, incluindo o muito esperado Justice, devido a problemas de estrutura, pondo em risco a segurança dos presentes. Para além disso, foram vários os constrangimentos para chegar ao recinto devido ao trânsito e nem a parceria do festival com a STCP nos safou de ficar horas à espera de transporte para voltar para casa no final. Os festivaleiros foram bem munidos, a par de anos anteriores com impermeáveis de várias as cores.
Voltando aos concertos, foi uma pena ter Milhanas e Máquina a atuar ao mesmo tempo, visto que são ambos projetos de alta qualidade. A chuva torrencial que caiu durante este período de tempo também não facilitou a vida aos festivaleiros. Infelizmente não chegámos a tempo de ver nenhum dos dois.
A banda Crumb estreou-se em Portugal no palco Porto, apresentando o álbum “AMAMA”, iniciando o concerto com o tema homónimo. Chegámos mesmo no final, não tivemos tempo de apreciar em todo o seu esplendor, deixou uma calmia de fim de tarde, já a chuva começava a desaparecer. Entretanto espreitámos This is the Kit no palco Plenitude, um folk simpático, perfeito para ouvir sentado na relva como muitos fizemos (até que começou a chover novamente).
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No palco mesmo ao lado (palco Super Bock) atuaram Lambchop, um híbrido de country, soul e jazz. A voz de Kurt Wagner ressoou levemente junto com a melodia do piano de Andrew Broder. Daqueles concertos para se ouvir e sentir.
Enquanto isso, estreavam-se finalmente em Portugal as The Last Dinner Party, que trazem na bagagem o álbum deste ano “Prelude to Ecstasy”. Um concerto pautado pela animação e energia de todo o grupo, bem como do público que as acompanhou cantando e dançando. A cover de “Wicked Game” (originalmente de Chris Isaak), foi um momento de êxtase para fãs e não fãs em que fomos um. Passando por temas como “Caesar on a TV Screen”, “Sinner” e terminando com “Nothing Matters”, as expectativas estavam altas e The Last Dinner Party não desiludiu.
Set List
Com Legendary Tigerman cancelado, seguiam-se Tropical Fuck Storm, que não vimos sob pena de perder um lugarzito para a estrela da noite (uma pena, porque ouvimos dizer que o concerto foi muito bom).
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O ligeiro atraso de Lana del Rey não incomodou a legião de fãs que a esperava ansiosamente – muitos até desde as 16h, quando abriram as portas. E deu-se um milagre. É certo que se esperava uma tempestade, como a própria referiu através das redes sociais, mas a única água que caiu foram as lágrimas do público emocionado no Parque da Cidade. Foram vários os temas que passaram no palco principal, num cenário digno de conto de fadas, envolvendo Lana del Rey, com um vestido delicado e esvoaçante. “Summertime Sadness” foi entoada pelos presentes, sem falhar uma palavra. Diria que foi em “Young and Beautiful” que a choradeira se intensificou e quando disse “will you still love me when I’m no longer in Portugal” a sofrência foi desmedida.
Set List
Terminamos o segundo dia com Mutu, que estavam agendados para a abertura do palco Vodafone. Apesar da experiência arrebatadora que muitos fãs vivenciaram poucos minutos antes, bastantes pessoas foram espreitar os bracarences que mudaram certamente os ânimos com o seu projeto multidimensional que passa pela eletrónica à música tradicional portuguesa, fado e jazz. 
Ir embora do Primavera depois de Lana del Rey é como tirar um curso universitário: entrar é fácil, o pior é sair. Como mencionámos anteriormente, nem a parceria com a STCP deu leva à vaga de festivaleiros que saiu do recinto, criando constrangimentos e dificuldades para sair da zona – autocarros não eram suficientes, o metro tampouco e o uber custava dois rins. Para melhorar, só mesmo ter começado a chover torrencialmente de novo. Mas depois de 2h lá conseguimos chegar a casa para repor as energias para o último dia.
Dia 3
Começa o último dia de Primavera, com notícias de que o palco Vodafone já está operacional, o que não atenuou em muito o facto de Ethel Cain ter cancelado por motivos de saúde – que foi substituído por The Legendary Tigerman, agendado para o dia anterior. Foi relativamente mais fácil de chegar ao recinto neste último dia, apesar da chuva e do trânsito que esperávamos.
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Começamos a despedida com Tiago Bettencourt, ex-Toranja, já querido pelos portugueses. A chuva pode ter sido intensa mas o público do Primavera é mais resiliente. Viajámos por vários álbuns no palco Super Bock, entre temas como “Trégua”, “Se Me Deixasses Ser” e “Fachada”. Entretanto, tocam também Best Youth no palco principal, como sempre animados e infecciosos. Seguiram-se nos palcos Vodafone e Plenitude, Gel e Expresso Transatlântico (respectivamente). Mesmo com a chuva insistente, o público abraçou este concerto e o crowdsurf também não deixou de acontecer por entre pingos e um mar de impermeáveis.
Mannequin Pussy esperavam-se irreverentes, e entregaram radicalmente e sem preocupações para as opiniões alheias. Representaram perfeitamente o mote da banda: “Há sempre tanto a acontecer constantemente, que parece ser intencionalmente maligno, que tentar criar algo belo é um ato radical”. É de mais punk rock que precisamos.
Fomos espreitar Soluna, que se divide frequentemente entre Portugal e Espanha e que nos falou também em português, espanhol e inglês. Um público bem disposto neste final de tarde, com músicas bem animadas e dançantes. Demos também um saltinho na Shellac Listening Party, que era, como o nome indica, uma listening party do último disco de Shellac. Podiam ser poucos os fãs presentes mas todos completamente imersos na música.
Para substituir Ethel Cain, como referido, foi a vez de The Legendary Tigerman subir ao palco e nos presentear com o mais recente trabalho “ZEITGEIST”, mas passando também por temas antigos bem conhecidos do público.
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Uma das bandas por que mais ansiávamos era Pulp, e ficámos muito felizes de não tocarem à mesma hora de The National. Pelo ambiente e enchente de gente no palco Vodafone, não fomos os únicos a sentir-se desta forma. Que concerto! Pautado por momentos de conversa, em que Jarvis nos falou um pouco de português e nos revelou que este seria o último concerto enquanto homem solteiro (já que se irá casar no dia 14), foi uma hora e meia bem passada e que não queríamos que acabasse – a sorte foi que a seguir era The National.
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Contava fazer espera pelo menos 10 minutos antes do concerto de The National, mas a verdade é que me distraí a ver Pulp. Mesmo assim, graças às poças perto do palco Porto, foi fácil encontrar um lugar no meio da plateia com boa visibilidade. Um considerável número de pessoas, menos ferozes é certo que nos dias anteriores, já esperavam a banda americana que já esteve em Portugal um sem número de vezes. Matt Berninger aparece de forma descontraída e aproveita para elogiar a cidade do Porto. Pudemos ouvir temas como “I need my girl”, “The System Only Dreams in Total Darkness” (com um momento no meio do público), “Mr. November” com direito a dedicatória a Joe Biden e “Terrible Love”, que fez o êxtase do público.
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Não me foi possível passar por Conjunto Corona, mas muitos festivaleiros decidiram terminar a noite com Arca e Mandy, Indiana. Já eu, com tanta emoção, acabei por jantar à 1:30h e tive que escolher perder os últimos concertos da noite.
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Devemos ressalvar que, apesar dos cancelamentos no 2º dia, o Primavera Sound primou por ser um festival inclusivo (ganhando até o selo de “Queer Destinations”), sendo que a paridade de género foi uma questão importante na escolha dos artistas, e notando um grande número de bandas/artistas female-led. As ativações de marca estavam espalhadas pelo recinto e não foram demasiado invasivas, a food street estava organizada apesar de ser o único ponto do recinto que poderia servir de abrigo para os festivaleiros e de ter poucas opções vegan (para além de vários festivaleiros mencionarem que sentem falta da Casa Guedes, que este ano decidiu não estar no festival); as instalações sanitárias eram várias e de bom número, com filas reduzidas.
Passaram pelo festival cerca de 100 mil pessoas (muito graças à diva pop Lana del Rey), e já estão confirmadas as datas para a edição de 2025, que terá lugar nos dias 12 a 14 de Junho.
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sobreiromecanico · 7 months ago
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Prayer at the Gate, ou o milagre que é PJ Harvey ao vivo
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Fazendo bem as contas, não ia a um festival de música há 14 anos.
A última vez que tinha sido em 2012, quando os Radiohead quebraram o longo jejum de Portugal e vieram ao então Optimus Alive, em Algés, dar um concerto memorável. Regressaram em 2014, mas aí já não pude ir vê-los, com muita pena minha - estava desempregado, não havia dinheiro para festivais. Entre 2004 e 2012, porém, fui todos os anos a um festival: ao Super Bock Super Rock em 2004, 2005 e 2006, quando decorria no Parque Tejo; ao Alive em 2007 e 2008; de novo ao SBSR em 2009, na única ocasião em que ganhei bilhetes para concertos (azar: era suposto os Depeche Mode irem ao Porto, mas cancelaram na véspera; e a minha visita à Invicta ficaria adiada até à semana passada); ao Rock in Rio em 2010; uma vez mais ao SBSR em 2011, já no Meco, a única ocasião até à data em que vi Portishead ao vivo (um dos concertos da minha vida); e por fim ao Alive em 2012. Daí para cá fui a outros concertos, claro - Warpaint, The National (várias vezes), Iron Maiden, Björk no ano passado (o que me lembra: ainda me estou a dever um texto sobre ela, e sobre o concerto), Taylor Swift há pouco mais de duas semanas. Mas não tinha regressado a festivais. Por um lado, pelo aumento generalizado dos preços, dos bilhetes ao resto; por outro, porventura mais relevante, por desde então não ter havido um festival cujo cartaz me enchesse as medidas e fizesse dizer: tenho de ir, tenho de ver este concerto dê por onde der.
Até este ano, quando PJ Harvey foi anunciada no Primavera Sound.
PJ Harvey é uma paixão recente, mas intensa. Como toda a gente que ouvia música no ano 2000, recordava-me de alguns temas do aclamadíssimo Stories from the City, Stories from the Sea; pouco depois de termos comprado o gira-discos, ofereci o disco à Ana. Mas só há coisa de ano e meio é que me dediquei a ouvir a discografia de PJ Harvey com mais atenção. Fui descobrindo canções com gosto, até ao lançamento do seu disco mais recente, I Inside the Old Year Dying, que me agarrou por completo logo à primeira canção, a lindíssima "Prayer at the Gate". Quase um ano volvido, e já com metade da discografia entre a minha colecção de vinil, é muito provável que esta continue a ser a minha canção preferida de PJ Harvey, pelo que dificilmente o concerto do Primavera Sound na semana passada podia ter começado melhor para mim. O que se seguiu foi esta excelente setlist:
Prayer at the Gate
The Nether-Edge
I Inside the Old Year Dying
The Glorious Land
Let England Shake
The Words That Maketh Murder
A Child's Question, August
I Inside the Old I Dying
Send His Love to Me
50ft Queenie
Black Hearted Love (PJ Harvey & John Parish cover)
Angelene
The Garden
The Desperate Kingdom of Love
Man-Size
Dress
Down by the Water
To Bring You My Love
É sempre maravilhoso quando temos a oportunidade de ver ao vivo uma banda ou uma cantora no exacto momento em que estamos a descobrir a sua música. E mais ainda quando vemos e ouvimos nesse concerto várias das nossas músicas preferidas. Este encheu-me bem as medidas.
A primeira parte do concerto foi dedicada às sonoridades de I Inside the Old Year Dying e do brilhante Let England Shake. Até ao momento em que PJ Harvey regressou ao seu passado para recuperar alguns êxitos: "Send His Love To Me", do disco To Bring You My Love, deu o mote para esta segunda parte, mas foi com a enérgica "50ft Queenie" de Rid of Me (1993), a contrastar com o som mais atmosférico até ali, que a cantora britânica terá apanhado de surpresa o público mais jovem do concerto (leia-se: a malta que estava lá para ver SZA) ao mostrar o rock mais intenso que a celebrizou nos primeiros anos da sua carreira. Eu, que já tinha ouvido os discos várias vezes mas que nunca tinha prestado a atenção devida a esta música, fiquei agradavelmente surpreendido com esta "50ft Queenie" - os grandes concertos têm sempre o condão de nos fazer regressar aos discos para os ouvir com outros ouvidos. E seguiu pelos seus anos 90: "Angelene", "The Garden", "Down By the Water". Houve a transição magnífica - já clássica dos seus concertos - das espantosas "Man-Size" para "Dry", duas canções de álbuns diferentes (Rid of Me e Dry respectivamente) que parecem feitas para serem tocadas de seguida. Pelo meio, houve ainda tempo para passar por Uh Huh Her de 2004 com a belíssima "The Desperate Kingdom of Love" e para a intensa "Black Hearted Love", fruto da longa colaboração entre PJ Harvey e John Parish (que a acompanha em digressão) e editada no disco de ambos de 2009 A Woman a Man Walk By. E a fechar a enorme To Bring You My Love, do álbum homónimo de 1995, um final incrível para qualquer concerto. De fora do repertório ficaram White Chalk (com muita pena minha), Stories From the City..., e The Hope Six Demolition Project, mas suponho que com pouco mais de uma hora para tocar fosse necessária alguma capacidade de síntese na selecção.
Talvez seja esta, a brevidade, a única falha que aponto ao concerto - mesmo os problemas técnicos antes de "The Glorious Land" tiveram o seu charme. Pedia mais meia hora, talvez, mais uns cinco ou seis temas que chegassem a mais alguns recantos da carreira riquíssima de PJ Harvey e que permitissem ao público desfrutar um pouco mais da sua enorme presença em palco, e da grande banda que a acompanha. E, claro - algo que não depende da cantora ou da banda -, um público mais dedicado: a malta mais nova que procurava aproximar-se do palco não estava tão interessada em ouvir as grandes canções que estavam a ser cantadas como em marcar lugar para o concerto de SZA que teria lugar hora e meia mais tarde - essa, sim, a cabeça de cartaz da primeira noite do festival. Há uma parte de mim que se interroga que raio de festival é este onde PJ Harvey não lidera o alinhamento, mas a outra parte de mim lembra-se da minha idade, olha em meu redor naquela multidão, e percebe que aquele meio é deles e delas - não é o meu. Ou pelo menos, não é o meu fora daqueles 70 minutos memoráveis em que PJ Harvey cantou.
Enfim, espero que uma próxima digressão a traga por cá, num concerto em nome próprio numa boa sala (Coliseu, será pedir muito?) bem composta, a cantar para um público apenas seu. Mas mentiria se dissesse que não voltaria a um festival de música para vê-la mais uma vez ao vivo. Posso estar velho para festivais, e podem ser poucas as cantoras ou as bandas que me fizessem enfrentar multidões desinteressadas e comida e bebida a preços especulativos - três ou quatro, não mais do que isso -, mas PJ Harvey é definitivamente uma elas. Ela que volte, que eu compro bilhete.
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