Tumgik
#uma surpresa na primavera
petiteblasee · 10 months
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DESAFIO LITERÁRIO • 2023 | LEITURAS DE AGOSTO - SETEMBRO
★ 𝐀𝐆𝐎𝐒𝐓𝐎
Um livro que você comprou pela capa
Cumbe - Marcelo D'Salete
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É uma HQ curta em páginas mas grandiosa na sua história ao retratar a luta dos negros no Brasil contra a escravidão. As imagens são lindíssimas e conseguem transmitir toda a força que a narrativa precisa. Foi o primeiro livro do Marcele D'Salete que li e pretendo ler outros. Recomendo demais!
Um livro parado na sua estante há mais de 3 anos
A Vida Invisível de Eurídice Gusmão - Martha Batalha.
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Esse livro é perfeito em mostrar a beleza das imperfeições que carregamos na vida. Mesmo com tantos caminhos à vista, ainda falta jeito de entrar e permanecer em algum; e a jornada, mesmo que iniciada individualmente, nunca será totalmente só.
A relação da Guida com a Eurídice é linda, e não é só uma irmandade pelo fato de serem irmãs. O jeito que as duas se desenvolvem com base na outra, e como o reencontro afeta cada uma, é bem emocionante. Adoro histórias assim, e não me decepcionei com o que foi colocado.
Era a leitura que eu precisava no momento e agora vou passar um bom tempo refletindo sobre os "quero x não quero" e os "vou x não vou" da vida, valorizando cada escolha feita, principalmente quando parece não haver nenhuma.
★ 𝐒𝐄𝐓𝐄𝐌𝐁𝐑𝐎
Um chick-lit ou sick-lit
Match Perfeito - Lauren Forsythe
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Já tem uma resenha aqui no blog sobre o livro (aqui) então não vou me estender, mas quero deixar registrado de como eu continuo amando a história depois de dois meses da leitura.
O grupo é realmente bem divertido e o romance também acontece de uma forma legal, apesar d'eu me irritar um pouquinho com a bendita falta de comunicação. Ainda assim, é uma leitura gostosa e recomendo para quem deseja se divertir com um chick-lit agora.
Um livro que combine com a primavera
Uma Surpresa Na Primavera [As Irmãs Shakespeare #3] - Carrie Elks.
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Muito bom passar um tempinho chuvoso se apaixonando junto com os personagens de um romance, e esse livro foi ótimo pra me fazer ficar sonhando.
Fiquei um pouco irritada com o clichê da protagonista que é primogênita e resolveu se auto sabotar com a desculpa de que tinha que manter a família unida, mas não foi nada grave. A história continua sendo gostosinha e super recomendável.
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sunshyni · 23 days
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bala de infância
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resumo - namorar Jaehyun é como aquela balinha de iogurte com sabor de infância que te faz nostálgica.
avisos - primeiro de muitos textos que escrevi no ônibus (avisando de antemão que não se trata de uma escrita robusta exatamente por isso), provavelmente aborda algumas questões psicológicas que não avaliei a fundo, a protagonista perdeu um ente querido e acredito que seja isso!!
notinha da sun - não sei se é um texto triste ou feliz, mas eu gostei do resultado até, espero que vocês curtam!! Boa leitura, docinhos!! 🩰
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Você desceu as escadas da faculdade correndo, tropeçando em pelo menos três degraus. Pegar o elevador seria muito demorado, cercada por tantas pessoas que, como você, queriam sair dali o mais rápido possível. Você odiava toda a pressão acadêmica, todas as atividades, todas as provas idiotas nas quais você colocava tanta pressão sobre si mesma, como se um pequeno erro pudesse determinar toda a sua trajetória. Sua vida estava uma bagunça, mas você estava começando a pegar o jeito nos estudos novamente, finalmente organizando seu quarto – tudo isso porque Jaehyun estava com você. Ainda bem.
Você pediu licença a todos, mas na verdade estava empurrando todo mundo para chegar logo aos braços da pessoa mais importante para você, que transformava seus dias em dias floridos, com o gostinho de bala da infância. Esse era o efeito de Jaehyun. Você sorriu ao avistá-lo no meio do campus, vestindo roupas sociais marrons, todo arrumadinho. E você, com uma calça jeans wide leg e um moletom largo, que inclusive roubara dele na última noite que passaram juntos – não que vocês passassem muitas noites separados.
Você era extremamente exigente consigo mesma, estudava medicina veterinária em uma instituição prestigiada e, nas horas vagas, fazia balé. Você acreditava que, se desse errado em um dos dois, investiria no outro, por isso se dedicava ao máximo em ambos. O que te frustrava era não conseguir ser perfeita o tempo todo, especialmente quando as pessoas ao seu redor, aquelas que você amava e em quem confiava, te machucavam sem se importar com suas feridas.
Mas Jaehyun, Jaehyun estava ali. Ele fazia parte da escola de balé onde você estudava, era o professor das crianças. No início, vocês apenas trocavam olhares e cumprimentos gentis e educados, mas isso mudou quando você fez hora extra no estúdio, torceu o pé e chorou. Chorou não pela torção, mas pela perspectiva de que talvez nada desse certo na sua vida.
No entanto, Jaehyun te mostrou o contrário com sua presença. Ele disse que tudo daria certo de alguma forma, te abraçou e fez você ouvir o que muitos já haviam dito, mas que você nunca absorveu: “Para de ser tão dura consigo mesma.” E, para surpresa dele, você chorou, chorou muito, como se tivesse passado por um trauma na infância e as lágrimas só se revelassem agora. Pensando por um lado psicológico, talvez fosse isso mesmo.
Você abraçou Jaehyun com toda a força, e ele retribuiu, passando os braços ao seu redor e acariciando suas costas suavemente. Sentiu novamente a vontade iminente de chorar. Jaehyun era a única pessoa em quem você podia confiar e amar. E, mesmo sabendo que aquilo poderia se tornar uma dependência emocional, não podia evitar querer amá-lo com todo o seu ser, sem se importar em romantizar essa problemática.
Ele colocou as mãos cobertas por luvas – parte de couro, parte normal – nas suas bochechas, e você as envolveu com as suas mãos descobertas. Estava frio, muito frio para uma primavera típica, mas seu coração se aquecia tanto com a presença de Jaehyun que você nem sentia o ar gélido.
— E se a gente pular o balé hoje? — Ele sugeriu, mesmo sendo o professor da aula. Você estreitou os olhos, como se dissesse: “você é um preguiçoso mesmo,” mas, internamente, queria apenas ficar no sofá com ele, debaixo de uma mantinha quente. Ele selou seus lábios em um beijo gentil, amoroso, do jeitinho característico dele.
— E deixar as mães dos seus pequeninos revoltadas? Prefiro passar essa — Você respondeu, e ele sorriu com doçura.
— Esqueci disso. Mas você pode ficar em casa, né? Tá congelando, fica em casa até seu expediente começar — Ele pediu com preocupação. Fazia tempo que ninguém se preocupava tanto com você. Parecia até exagero, mas a última vez que você se sentiu tão amada foi quando sua mãe ainda estava no mundo, e isso já fazia algum tempo.
— E perder a chance de ver meu professor preferido? Jamais — Você sorriu e o beijou. Jaehyun permaneceu com o rosto próximo ao seu, os olhos fixos nos seus, enxergando você por inteiro, tanto que até os arregalou um pouco mais numa brincadeirinha. Você riu, e ele te abraçou. Ele te amava tanto que doía.
— Você é tão pequena que pode se passar por uma das minhas crianças — Você deu um tapinha nele, e ele riu — Te amo.
Seus olhos arderam um pouquinho. Como podia existir alguém no mundo que te amava com cada um dos seus defeitos, mesmo você odiando tanto a si mesma? Aquilo era um mistério que não precisava ser desvendado, porque já bastava o simples fato de Jaehyun confessar seu amor com tanto carinho.
— Eu também te amo, Jeong Yoonoh, demais.
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notinha da sun² - espero que vocês tenham alguém que os ame tanto a ponto de doer!! Em caso negativo, eu sempre vou ter muito amor pra dar!! 🥰
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ghcstlly · 2 months
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ʚĭɞ I SOMEWHERE, OUT THERE, AMONGST ALL THIS NOISE ― point of view ˊˎ-
vi·o·lent - /ˈvī(ə)lənt/
adjective ; using or involving physical force intended to hurt, damage, or kill someone or something.
― ❛ A ARMADILHA ❜ ↬ the final peril. : TASK 003.
SOLIDÃO É UM RECURSO ILIMITADO - continue cavando e vai encontrar mais & mais. ela se esconde debaixo das unhas e infiltra a corrente sanguínea ; é um metal pesado que envenena , é um falso deus que promete proteção. no passar da vida, encontramos um caminho para fora do isolamento, para longe da sujeira & da poeira deixando rastros pelas memórias do nosso tempo - continue cavando e vai encontrar uma maneira de sair.
tw: breve menção a tentativa de suicídio, menção a sangue e gore.
maeve acabou por cair da cama ao tentar se levantar as pressas , os joelhos gritando em dor, enquanto ela achava sua estância em meio a escuridão do quarto. o alarme soava lá fora e pela fresta entreaberta de sua porta podia ver as sombras dos irmãos se desenhando no chão ao que eles saiam do chalé, prontos para ajudar na confusão.
a semideusa não hesitou, pegou seu colar que escondia ' exhuma ' , e foi atrás deles em sua camiseta surrada dos stones e calças de pijama vermelhas, com detalhes xadrez , sem se importar por um vez, como seria vista pelas pessoas sem suas roupas de marca. duvidava que sequer teriam tempo para notar quando os gritos continuavam a preencher o espaço entre o ar outrora quieto da noite.
ah, aqueles gritos - estava familiar demais com eles. invadiam seus pensamentos tão frequentemente que até agora, se preparando para lutar não tinha certeza de estar acordada ou presa em um pesadelo de escala magnânima . descalça, transformou as contas do adereço em uma espada, apensar abrindo o gancho e o empunhando como um chicote, deixando em suas mãos , a arma curvada , perfeita para cortar através da pele de monstros e arrancar corações.
porém, invés de ir com os outros & seguir o fluxo, ela se separou - um grande erro derivado de seu vício por solitude.
pensou que sozinha faria um trabalho melhor, cobriria mais perímetro, e estaria segura dos olhares piedosos caso fosse esta - sua vez de morrer. achariam o corpo depois, e ela esperava apenas que fosse com suas belas feições intactas.
quando estava longe do caos de meio sangues atordoados, procurando silenciosamente pelo sinal de um filho da magia que havia traído a si mesmo e aqueles com quem havia crescido - os olhos castanhos que tinha visto em seus sonhos, a magia não teve dificuldade em lhe envolver ; afinal, estava só. lhe agarrou as pernas, e subiu pelos braços, a rendendo paralisada, um semblante de surpresa no rosto antes de fechar os olhos & então estava vivendo algo que apesar de ser alucinatório - com certeza, pareceu muito real.
estava mais uma vez - no jardim de deus, onde visitava com frequência através do sonhar . os joelhos estavam ralados e pingavam um pouco de sangue, ela pode ver pois usava um vestido floral curto que parava logo acima dos mesmos.
tudo estava calmo , taciturno , sossegado - diferente. o vento, geralmente uma gentil brisa da primavera, agora era gélido & parado, muito frio e ao mesmo tempo quente de forma a formar suor gelado nas suas têmporas. era desconfortável & opressivo, sentia-se encurralada de alguma maneira , o ar ameaçando sufocar com suas partículas de pó.
as flores, sempre formosas , agora estavam meio a murchar todas, uma teia de coloração neon e textura pegajosa, se agarrando a elas, brilhando e se mexendo como se fosse algo vivo sugando a energia vital das florarias que uma vez foram tão - tão belas & jovens , algumas apenas no seu mais singelo desabrochar.
maeve ficou confusa , o que havia acontecido ali ? porém, como resposta a sua pergunta , deus apareceu , suja de sangue, e com os traços antes primorosos e extraordinários agora vacantes de beleza - ou melhor, ainda era graciosa mas estava mais velha & seus olhos perderam o brilho como se tivesse lutado uma guerra por cem anos e visto demais, como se não pudesse acreditar que estava envelhecendo, como se não pudesse acreditar - que ia morrer. ' eu disse, ' ela arfou, falar com a semideusa lhe custando os últimos suspiros. ' que o jardim não passaria deste ano. '
imediatamente, a garota se sentiu culpada - talvez se tivesse feito um melhor trabalho como sua borboleta, nada disto estaria acontecendo.
porém, essa era a verdade de maeve ; ela era egoísta & auto centrada, sempre estava a um passo a frente de qualquer companhia ou aliado, nunca permitindo que chegassem perto demais - espaço, era oque ela precisava ; para se proteger. ao menos, foi isso que disse a si mesma, desde que percebeu que ninguém ia tomar responsabilidade por sua vida. porque então , devia ser ela a tomar responsabilidade pelas vidas de outras pessoas ? exílio , era apenas a primeira batalha a vencer.
mas deus queria que ela soubesse com todas as letras - que isto era sua culpa.
' não devia ter confiado em você, ' ela dizia, respirando cortado, sua espada empunhada de forma frouxa. ' é apenas uma criança que nunca foi amada, como saberia do meu desespero ' - e então ela era uma menina de novo, presa no porão, hematomas nos braços, rezando - como a mãe tinha feito - apesar de religião ou fé, que qualquer um atendesse suas preces agoniadas.
queria dizer que ela sabia ; ela entendia . ao mesmo tempo queria pegar o pino que prendia suas madeixas escuras e lhe enfiar na garganta - como se atrevia , deus ou não , a falar de sua dor ?
mas antes que pudesse decidir qual curso de ação tomar , os gritos interromperam seus pensamentos, se arrastando pelo lugar que já tinha se parecido com o paraíso e hoje era um deserto árido, onde nada sobrevivia. ela começou a correr do barulho, mas de repente - as teias verde e roxo vivido, lhe agarraram pelos tornozelos. ela gritou e se debateu, tentando escapar, mas não conseguia - não sozinha.
estendeu a mão a deus , e aqui deita-se a verdade sobre seres imortais no seu leito de morte - eles se tornavam infinitamente mais cruéis.
a mulher realmente se aproximou, e ela pensou por uma momento que iria salvá-la , mas ao som dos gritos não humanos , ela começou a usar da espada - mesmo que parecesse pesada demais - , para cortar o corpo de maeve nos lugares onde mais sentia dor.
no estômago, lembrada da fome que passou nos primeiros anos de vida, a mãe tendo que escolher entre ela & si mesma, nunca lhe poupando um olhar - um rasgo.
nos pulsos, lembrada da única vez que tinha tentado deixar este mundo primeiro, quieta & desimportante, ainda nova demais para tais pensamentos - dois rasgos.
nas pernas, lembrada de todas as vezes que escolheu se esconder na casa imensa invés de correr para praia, arrependimento que não podia refazer - sete rasgos.
e finalmente na garganta, lembrada, com lágrimas escorrendo furiosamente dos olhos, de tudo que nunca disse - um rasgo cego que não a matou, mas impediu que continuasse a gritar, se afogando no próprio sangue.
ela via o céu, tornando-se turvo , vermelho como o líquido escuro que vazava de seus cortes, enxarcando seu vestido.
ainda sim, deus não estava satisfeita.
lhe agarrou pela mão, e a arrastou deixando um rastro de sangue na grama seca até um poço, onde violentamente depositou seu corpo & se mae estivesse em menos dor, perceberia que ela também chorava. caiu ao fundo com um baque mudo, seu corpo contorcido , e se desfazendo - quando a terra começou a cair sobre si.
os olhos estavam avermelhados, a boca cheia de plasma viscoso - viu ali debaixo, todos se aproximarem para jogar um pouco da sujeira até cobri-la ; eve, a primeira , sorrindo docemente & cantando - ' oft i had heard of lucy gray and when i crossed the wild, i chanced to see the break of day - the solitary child ' , em voz melódica . depois, luís continuou a cantar, - no mate, no comrade, lucy knew - e a cobrir oque era agora apenas um cadáver que ainda podia sentir todos os ferimentos, cada pá de terra , e ouvir - aquela maldita música. toda a melancolia do mundo depositada em seu olhar de vidraça, quando pateticamente, ela tentava balançar a cabeça - pedir por salvação.
finalmente, fae terminou o trabalho, cobrindo os olhos e o rosto , cantarolando : ' the sweet face of lucy gray will never more be seen. ' .
mae morreu - naquele julho, sozinha & coberta por sujeira naquele esqueleto do que uma vez foi o jardim de deus. não de seus machucados, não de sufocamento - de solidão.
É UM RECURSO ILIMITADO - continue cavando e vai encontrar mais & mais. ela se esconde debaixo das unhas e infiltra a corrente sanguínea ; é um metal pesado que envenena , é um falso deus que promete proteção. no passar da vida, encontramos um caminho para fora do isolamento, para longe da sujeira & da poeira deixando rastros pelas memórias do nosso tempo - continue cavando & vai encontrar uma maneira de sair.
mas não daquela vez.
quando voltou a realidade, os gritos tinham cessado e ela permanecia contorcida na grama - que admitidamente era muito mais verde, exhuma caída consigo, os joelhos sangrando e as lágrimas escorrendo.
foi achada apenas na manhã, por ninguém menos que tadeu, carregada para enfermaria em estado catatônico.
o amor por sua solidão, ela iria perceber, viria a matá-la. violentamente & sem sentido.
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mencionados.
@evewintrs
@luisdeaguilar
@opiummist
@nemesiseyes
destino: @silencehq
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drastic-end · 5 months
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Pedi um amor e ele me deu um bolo mofado. “Eu pedi amor”, disse. - Isso é amor. - Mas não vai me fazer mal? - Talvez. Olhei e novo e percebi uma larvinha de mosca saindo da cobertura. - Vai querer ou não? – Ele olhava a larva também. - Não sei. – A larvinha agora afundava cada vez mais no bolo. - Eu não vou ficar parado o dia todo aqui, sabe. Lembrei que não sabia cozinhar e levei o bolo para a casa. Primeiro tentei tirar tudo que se movia na cobertura, mas era impossível . Me contentei em raspar o mofo, fechar os olhos e engolir uma garfada. Vomitei. Dormi com o estômago roncando e acordei com dor de barriga dos infernos. Não saí de casa nos próximos três dias: sem amor, não tinha vontade de tomar banho nem de escovar os cabelos. Não queria olhar o céu e nem os olhos das pessoas. No quinto dia sem amor, não quis abrir as pálpebras muito menos as janelas da casa. Prestes a perder as forças, olhei para a mesa e resolvi tentar de novo. O estômago reclamou, mas não devolveu. O intestino resolveu não opinar. Fui dormir indigesta e ao mesmo tempo aliviada. Pela manhã, as maquiagens do banheiro voltaram a fazer sentido. As roupas no chão pediram para serem penduradas. A maçaneta da porta pedia para ser girada e eu obedeci. A cada passo, sentia o estômago revirar, mas também sentia que estava viva. Segui na rua disfarçando uns arrotos enquanto olhava vitrines. À noite, resolvi encarar o bolo de novo. Ele não pareceu tão ruim quanto no dia anterior. Na verdade, olhando de lado nem dava para ver a parte feia. Segui comento o bolo, segui com o estômago revirado e mais importante: segui com vontade de entrar no ônibus e pagar minhas contas. Até que o bolo acabou. Preocupada, fui até ele pedir mais amor. O bolo que ele me entregou estava coberto de moscas. - Está fedendo demais. – comentei. - É o que eu tenho. Não consegui colocar sobre a mesa da sala, já que atraía mais moscas. Botei dentro do forno e cortei uma fatia: o cheiro era insuportável. Tampei o nariz aproximei o garfo da boca, tentando não mastigar as moscas mortas. Sabendo que não poderia ficar sem amor e nem me livrar de todos os insetos, engoli. O estômago não roncou nem a garganta contraiu: já estavam habituados. Quando o amor acabou, ele me entregou um prato fundo. - Mas isso é vômito! - Eu chamo de amor. Entendi que era bolo vomitado e resolvi guardar na geladeira. No dia seguinte provei uma colherada antes de ir trabalhar, e, para a minha surpresa, eu já não sentia mais gosto de nada. Tomei outra colherada à noite, pra garantir que iria ter vontade de tomar banho e sair com meus amigos. No dia seguinte tive um pouco de febre, mas segui dando umas colheradas. Dois dias depois, a cabeça doeu. A febre voltou. A garganta inchou. Sem conseguir engolir o amor, fechei as cortinas e esperei a morte bater. Quando ouvi o som da campainha, suspirei aliviada. Mas não era ela. Não era alguém que eu conhecesse. Tinha cabelos encaracolados e trazia um prato com uma espécie de massa branca. Leve, limpa, tinha cheiro de primavera. - Isso não é amor. - Eu disse. - - É amor, sim. - Parecia surpreso. - - Não, não é. - Eu ri. - Os olhos dele encheram de lágrimas. Antes que eu pudesse mudar de ideia, levou a torta de creme embora.
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lovesuhng · 1 year
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Glossy lips - Na Jaemin (pt-br)
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sinopse: seu protetor labial tinha acabado e você pede o do seu amigo emprestado, mas acaba tendo uma surpresa quando ele decide manter seus lábios hidratados.
nota da autora: uma fic curtinha que saiu mais uma vez de desvaneios no caminho da faculdade
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“Vai demorar muito?”
Jaemin estava jogado no seu sofá, esperando “pacientemente” você terminar de se arrumar. Tinham combinado de sair para comer algo, já que o dia estava agradável, era o começo da primavera e vocês queriam fugir um pouco das responsabilidades que tinham.
“Só estou tentando encontrar meu protetor labial” Você gritou no quarto. Estava pronta há uns 20 minutos, mas estava revirando a casa procurando seu precioso protetor labial. “Bem que você poderia me ajudar né?”
Então, Jaemin foi procurando pela sala, enquanto você procurava em todas as suas bolsas. Poucos minutos depois, Jaemin aparece na porta do seu quarto com seu precioso protetor labial em mãos.
“Como é que você ainda quer usar isso aqui?” 
“Ele é o melhor que existe, tenho que aproveitar até a última gota. Ah, obrigada por ter encontrado.” A questão é que não existia mais a “última gota”. Seu protetor labial tinha acabado, por mais que você tentasse tirar algo, não saia mais nada. “Desculpa por ter feito perder o seu tempo, vamos.”
“Tudo bem, a gente pode comprar um no caminho”
“Ou você poderia me emprestar o seu, não é?” Deu um sorrisinho para Jaemin. O garoto era conhecido pelos seus lábios hidratados, os amigos dele sempre tiravam onda dizendo que ele tinha acabado de comer frango bem oleoso, porque seus lábios estavam sempre brilhantes, mas você sabia que também ele odiava compartilhar o protetor labial dele.
“Eu poderia até abrir uma exceção, mas…” Ele tirou o protetor labial no bolso dele, mostrando que estava quase na mesma situação que o seu. “...ele também está quase acabando e não quero comprar outro agora.”
“Ah, por favor Nana! Você sabe que odeio sair sem protetor labial e depois eu renovo todo o seu estoque!”
“Tá bom. Mas só porque você insistiu.” Jaemin se aproximou e você estendeu a mão, esperando que ele fosse te entregar o protetor labial, mas ele abriu o produto, colocou nos lábios dele, colocou as mãos em suas bochechas e uniu os lábios hidratados dele nos seus, dando um longo selinho. Quando ele se afastou, encontrou você com os olhos arregalados e com a mão ainda estendida, surpresa com a atitude do melhor amigo. “Agora vamos, se não vai ficar tarde.”
“Volta aqui agora, Na Jaemin!” Gritou quando viu que ele iria sair dali, como se nada tivesse acontecido. “Você faz isso e simplesmente quer sair desse jeito?”
Jaemin então percebeu a “besteira” que tinha feito. “Me desculpa, eu…”
“Desculpa não adianta. Volta aqui que eu acho que você não hidratou meus lábios muito bem.” Um sorrisinho safado surgiu nos lábios de Jaemin, além de um alívio enorme no peito quando percebeu que você queria tanto aquele beijo quanto ele.
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sprngharx · 3 months
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𝐻𝑊𝐴𝑁𝐺 𝐻𝑌𝑈𝑁𝐽𝐼𝑁? 𝑛𝑎̃𝑜! 𝑒́ 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 𝐽𝑈𝑁𝐺 𝐻𝐴𝑅𝑈, 𝑒𝑙𝑒 𝑒́ 𝑓𝑖𝑙𝘩𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝐸𝑅𝑆𝐸́𝐹𝑂𝑁𝐸 𝑑𝑜 𝑐𝘩𝑎𝑙𝑒́ 𝟸𝟺 𝑒 𝑡𝑒𝑚 𝟸𝟺 𝐴𝑁𝑂𝑆. 𝑎 𝑡𝑣 𝘩𝑒𝑓𝑒𝑠𝑡𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑛𝑜 𝑔𝑢𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑒𝑠𝑡𝑎́ 𝑛𝑜 𝑁𝐼́𝑉𝐸𝐿 𝐼𝐼𝐼 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑟 𝑛𝑜 𝑎𝑐𝑎𝑚𝑝𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝘩𝑎́ 𝟷𝟽 𝐴𝑁𝑂𝑆, 𝑠𝑎𝑏𝑖𝑎? 𝑒 𝑠𝑒 𝑙𝑎́ 𝑒𝑠𝑡𝑖𝑣𝑒𝑟 𝑐𝑒𝑟𝑡𝑜, 𝐻��𝑅𝑈 𝑒́ 𝑏𝑎𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐺𝐸𝑁𝑇𝐼𝐿 𝑚𝑎𝑠 𝑡𝑎𝑚𝑏𝑒́𝑚 𝑑𝑖𝑧𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑒 𝑒́ 𝑇𝐸𝐼𝑀𝑂𝑆𝑂. 𝑚𝑎𝑠 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑠𝑎𝑏𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝘩𝑒𝑓𝑒𝑠𝑡𝑜 𝑒́, 𝑠𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒 𝑖𝑛𝑣𝑒𝑛𝑡𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑘𝑒 𝑛𝑒𝑤𝑠 𝑝𝑟𝑎 𝑎𝑡𝑟𝑎𝑖𝑟 𝑎𝑢𝑑𝑖𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎.
𝐵𝐼𝑂𝐺𝑅𝐴𝐹𝐼𝐴:
Não há como falar de Haru sem mencionar seu parente mortal, Jung Jungsik. Ainda é o mistério o que a rainha do submundo e deusa das estações viu no humano. Talvez seu dom de convencimento? Afinal, havia fundado uma pequena seita própria em meio a diversidade da cultura coreana.
O ponto é que sim, Jungsik havia participado para que, em sua concepção, o maior dos milagres acontecesse. No dia 15 de setembro, um pequeno bebê fora de lindos olhos verdes fora deixado na porta de seu apartamento, e Jungsik sabia muito bem que se tratava de sua prole junto à deusa. Foi aí que o inferno do pequeno Haru começou. Nomeado com o mais óbvio dos nomes, afinal Haru significa nada mais nada menos do que “primavera” em japonês. Diferente de qualquer tipo de cuidados que um pai poderia ter com seu filho, o Jung mais velho tinha a certeza de que não tinha uma criança em mãos mas sim, o futuro. Haru, em sua cabeça deturpada, era nada mais e ninguém menos do que o próprio Messias da mitologia cristã e deveria ser tratado como tal.
A seita de Jungsik começou a triplicar seus membros com a notícia de que aquele destinado a herdar os reinos do céu e da terra tinha retornado; Haru era visto como uma tipo de benção da maneira mais tenebrosa consigo. Ainda há cicatrizes pelo corpo de todas as vezes  que ocorreram rituais onde o sangue  “divino’’ era ofertado para que os fiéis curassem qualquer uma de suas mazelas. O restante do dia, o menino era trancafiado no porão para que ninguém tivesse acesso ao ‘santo’ e que o mesmo não tivesse contato com o mundo exterior, permanecendo puro.
O que Jungsik não contava era que Haru havia herdado muita coisa de sua mãe, dentre elas a ânsia de liberdade e a teimosia. Aos sete anos, os primeiros traços da personalidade forte começaram a florescer e, por um descuido de Jungsik, Haru conseguiu escapar em meio à mais uma louca celebração. 
Sozinho e sem o conhecimento básico de como funciona o mundo, o garotinho perambulou pelas ruas enfrentando frio, fome e o descaso. E foi entre os becos em busca de comida que o primeiro incidente com monstros aconteceu, ainda hoje é uma memória nebulosa sem entender muito bem como aconteceu ou como conseguiu escapar daquele monstro, a única coisa que se lembra foi de ter sido encontrado por um sátiro e levado para o seu verdadeiro lar, o acampamento meio-sangue. 
Contrariando algumas expectativas, Haru fora proclamado por Perséfone assim que fora jantar pela primeira vez, o que não era grande surpresa afinal, o garoto além de cheirar como rosas tinha os mesmos olhos da deusa. 
𝑃𝐸𝑅𝑆𝑂𝑁𝐴𝐿𝐼𝐷𝐴𝐷𝐸:
Tímido, gentil e sensível. Esses são os primeiros adjetivos que vêm na cabeça daqueles que conhecem Haru pouco mais afundo, por baixo da carapaça de menino quieto e introspectivo há um coração caloroso e imenso, pronto para brigar e proteger com unhas e dentes aqueles que julga precisar de sua proteção. No entanto, engana-se aqueles que pensam que, assim como Perséfone, ingenuidade e delicadeza são suas principais características. Há uma personalidade forte, cheia de convicção e uma teimosia extrema que o torna irredutível na maioria das vezes; Como a força da natureza, seu humor é muito volátil ainda mais se há mudanças bruscas no clima.
É alguém com uma alma delicada cujo prefere estar entre pinturas, desenhos e poemas a ter que participar ativamente de atividades em grupo, por mais que seja alguém fácil de se trabalhar em equipe por prezar o bem estar alheio acima do seu.
PODERES: PRIMAVITA
Sendo o filho da deusa da primavera, Haru possuí controle quase ilimitado da flora. Comunicando-se e manuseando a vegetação ao seu redor, seus poderes estão intrinsecamente ligados às suas emoções, além de serem voláteis dependendo do clima, seu poder está ligado à vida e a morte natural.
Manipulação das plantas: como o próprio nome sugere, é a capacidade de manipular e se comunicar com a vegetação ao seu redor. No entanto, conforme suas emoções, seus poderes saem do controle. 
HABILIDADES: FATOR DE CURA ACIMA DO NORMAL, SENTIDOS APURADOS.
ARMA: Phantom Blade
Se consiste num bracelete, onde está marcada uma rosa. Quando acionada, transforma-se me uma lança com a ponta afiada em formato de uma folha feita inteiramente de ouro imperial encrustada com detalhes em formatos de cipós,flores e borboletas mais diversas em bronze. Sempre que o bracelete é perdido, ele retorna para o pulso do filho de Perséfone.
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mik17v · 27 days
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Friends?
1° encontro.
Estávamos andando pela rua, em silêncio.
Eu estava com as minhas mãos segurando atrás, enquanto de relance ficava vendo Tae, andando com as suas mãos no bolso. Ele estava com expressão calma com se estivesse relaxado, mas quando ele morde seus lábios, sei que também está nervoso. Eu também estava.
Meu coração deu um pulo quando ele me viu o olhando.
Mordo minha bochecha pra acalmar meu nervosismo.
- Então.. vamos ao parque. - Não fiquei surpresa, Tae e eu sempre íamos ao parque. Na volta do colégio, ou até mesmo pra olhar a paisagem.
Assenti. E fosmos andando calados, e eu me segurei pra não olha-lo de novo.
Chegamos no parque. A parte verde era enorme, sempre tinha crianças brincando por aí, e pessoas correndo no asfalto, pessoas levando os cachorros pra passear. Estávamos na época de primavera, então as árvores estava lindas.
- Por aqui - Tae apontou pra um lugar, onde tinha uma toalha presa no chão, e uma cesta marrom, com flores em cima. Sorri.
- Você fez isso? - Digo maravilhada, enquanto me agachava pra ver de perto as flores. Um amigo nunca faz surpresas, ao não ser lhe dá sustos enquanto menos espera, mas o Tae superou minhas expectativas com a sua atenção aos detalhes.
- Está com fome? - Seu rosto aparece perto demais, mas eu não fico tão assustada com a sua proximidade, apenas sorrio e falo:
- Muitoo.
Sentamos ao lado da sexta e Tae começou a tira as comidas, tinha diversas coisas, bolo, sanduíche, refrigerante, suco.. diversas coisas.
- Você não economizou né - Digo sorrindo.
- Não mesmo. - Me mostrou meu iogurte de morango, que eu sempre comprava. Abri um sorriso e peguei da mão dele.
Comemos e muito, e guardamos as coisas e estávamos olhando as crianças brincar. Até escutar um sininho, que tanto atentou as crianças quanto nos, eram o cara de algodão doce.
- Você quer? - Ele falou ao me ver olhando. Assenti que sim, e o mesmo se levantou e foi lá.
Fiquei-o reparando de longe, enquanto ele deixava as crianças agitadas irem na frente, ou sorrindo pra elas. O Tae eram alto, e tinha um sorriso fofo. Seu sorriso nunca mudou de quando éramos crianças.
Ele voltou com algodão doce e me entregou.
- Obrigada. - O mesmo se sentou ao mesmo lado, muito próximo. Deixou as pernas cruzadas e se apoiou com os cotovelos. - A primavera é linda, já te falei que é minha preferida? - como um pouco do algodão doce.
- Você fala isso pra todas as estações... - olho com cara feia e mesmo sorri, que já espanta minha cara feia na hora
- Mas realmente é minha favorita, das outras eu só gosto. Quer um pouco? - Me viro de novo pra ele.
O mesmo olha, e de repente ele se aproxima demais abrindo a boca e pegando um pedaço, enquanto olha no meus olhos, seu cheiro me invade. Meu coração e frio na barriga quase me mata nesses poucos segundos. Quando eu percebo ele já havia voltando pra sua posição, e eu paralisada com uma tonta.
Me viro depressa e coloco a mão nas minhas bochechas pra acalmar vermelhidão. Quando me acalmo faço uma pergunta que eu estou curiosa.
- Como é sai com a sua amiga? - Nem o olho pra saber que essa pergunta o pegou desprevenido, quando o escuto tossi. Mas quando ele para, o mesmo se senta ficando lado a comigo.
- Você não é mais uma amiga há muito tempo pra mim. - Quase me engasgo. - e você?
- E-eu o que?
- Como é sai com seu amigo? - ele da um sorriso cínico, e da pra ver que ele gosta de me vê nervosa.
- Não vou responder.
- O que ? Por que não?
- Eu tenho mais dois encontros antes de falar disso.
O mesmo só sorri e eu me toco de uma coisa. Parque, comida, algodão doce, flores.
- A gente veio ao parque só porque eu falei pra você o meu encontro perfeito? - o mesmo sorri
- Me pegou.
- Assim não vale.
- O que, não gostou?
- Eu amei, esse é o problema. - Ele me olhou confuso. - eu preciso conhecer, esse lado. No próximo tem que me surpreender com algo que sempre quis fazer.
Ele apenas ficou me olhando, e eu levantei o dedo mindinho, e o mesmo estrelaçou.
- Mas depois você tem que dizer sim pra uma coisa.
- Que coisa?
- Só vou falar, se você gostar do próximo. E aí?
- Tá certo. Eu topo.
Sorrimos um pro outro, e voltamos pra paisagem. E eu estava ansiosa pro próximo encontro.
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meigamente-grossa · 2 months
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ESSE TEXTO É UM SOCO NO ESTÔMAGO E TRADUZ O QUE É RELACIONAMENTO ABUSIVO... DESCONHEÇO O AUTOR
Pedi um amor e ele me deu um bolo mofado.
“Eu pedi amor”, disse.
– Isso é amor.
– Mas não vai me fazer mal?
– Talvez.
Olhei e novo e percebi uma larvinha de mosca saindo da cobertura.
– Vai querer ou não? – Ele olhava a larva também.
– Não sei. – A larvinha agora afundava cada vez mais no bolo.
– Eu não vou ficar parado o dia todo aqui, sabe.
Lembrei que não sabia cozinhar e levei o bolo para a casa. Primeiro tentei tirar tudo que se movia na cobertura, mas era impossível . Me contentei em raspar o mofo, fechar os olhos e engolir uma garfada.
Vomitei.
Dormi com o estômago roncando e acordei com dor de barriga dos infernos. Não saí de casa nos próximos três dias: sem amor, não tinha vontade de tomar banho nem de escovar os cabelos. Não queria olhar o céu e nem os olhos das pessoas. No quinto dia sem amor, não quis abrir as pálpebras muito menos as janelas da casa.
Prestes a perder as forças, olhei para a mesa e resolvi tentar de novo. O estômago reclamou, mas não devolveu. O intestino resolveu não opinar. Fui dormir indigesta e ao mesmo tempo aliviada. Pela manhã, as maquiagens do banheiro voltaram a fazer sentido. As roupas no chão pediram para serem penduradas. A maçaneta da porta pedia para ser girada e eu obedeci.
A cada passo, sentia o estômago revirar, mas também sentia que estava viva. Segui na rua disfarçando uns arrotos enquanto olhava vitrines.
À noite, resolvi encarar o bolo de novo.
Ele não pareceu tão ruim quanto no dia anterior. Na verdade, olhando de lado nem dava para ver a parte feia. Segui comendo o bolo, segui com o estômago revirado e mais importante: segui com vontade de entrar no ônibus e pagar minhas contas.
Até que o bolo acabou.
Preocupada, fui até ele pedir mais amor. O bolo que ele me entregou estava coberto de moscas.
– Está fedendo demais. – comentei.
– É o que eu tenho.
Não consegui colocar sobre a mesa da sala, já que atraía mais moscas. Botei dentro do forno e cortei uma fatia: o cheiro era insuportável. Tampei o nariz aproximei o garfo da boca, tentando não mastigar as moscas mortas. Sabendo que não poderia ficar sem amor e nem me livrar de todos os insetos, engoli. O estômago não roncou nem a garganta contraiu: já estavam habituados.
Quando o amor acabou, ele me entregou um prato fundo.
– Mas isso é vômito!
– Eu chamo de amor.
Entendi que era bolo vomitado e resolvi guardar na geladeira. No dia seguinte provei uma colherada antes de ir trabalhar, e, para a minha surpresa, eu já não sentia mais gosto de nada. Tomei outra
colherada à noite, pra garantir que iria ter vontade de tomar banho e sair com meus amigos.
No dia seguinte tive um pouco de febre, mas segui dando umas colheradas.
Dois dias depois, a cabeça doeu.
A febre voltou.
A garganta inchou.
Sem conseguir engolir o amor, fechei as cortinas e esperei a morte bater. Quando ouvi o som da campainha, suspirei aliviada.
Mas não era ele.
Não era alguém que eu conhecesse. Tinha cabelos encaracolados e trazia um prato com uma espécie de massa branca. Leve, limpa, tinha cheiro de primavera.
– Isso não é amor. – Eu disse.
– É amor, sim. – Parecia surpreso.
– Não, não é. – Eu ri.
Os olhos dele encheram de lágrimas. Antes que eu pudesse mudar de idéia, levou a torta de creme embora.
O que você tem aceitado como amor?
O que você acredita que é amor?
Amor é limpo, inteiro, sem mofo, sem insetos.
Não aceite menos do que você merece, afinal, amor próprio também é amor!
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abraporu · 28 days
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Nanci
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Rio de Janeiro, capital das fantasias instantâneas. A pioneira quarta-feira das novas cinzas. O carnaval pós-pandêmico se estendia.
A história, a seguinte: não havia verbo ou verba. Apenas ideias esparsas povoavam seu pensamento. No mais, havia trevas. Silêncio.
Deixara um labor de anos, pegara a rescisão, decidira viver o que ainda não havia vivido, pois nunca lhe foi dito outras histórias além das que leu na TV. Não sabia inventar além das entrelinhas. Assim, por escolha própria, fora sozinho por anos a fio. Subindo estava pelas paredes. Zarpou.
Aproveitou a seu modo seu breve estado errante. Conheceu o que deu, e por fim estava ali, naquela zorra carioca. Justo aquela, a última semana com fundos, e a vista já aportavam os débitos de sua vida vazia de sentido.
Valera a pena? Até ali, tinha sido sempre o mesmo enredo. Mas em sua mente logo seria costurado o infinito. A surpresa surgiria no sambódromo.
A malandra sereia aportou de onde nunca se saberá. Do mar, feito magia, se fez leveza. Não deslizara sobre a chuva. Mas, com ela, era uma.
Aquela passista parecia abrir a possibilidade de ser feliz. Só por uma noite.
Tomou ali a coragem do flerte.
– Dou-te o mundo pra descobrir o mistério por debaixo dos seus véus.
– O mundo, não almejo. Mas me ouça; se for atento, poderás desnudar-me.
As mulheres carregam centelhas não à toa. Pensara nela como o fogo. Sua primeira visão: sua beleza era inatingível. Mas o olhar correspondido desamparou o medo. Com um sorriso, alçou o amor.
Sua voz, da foz da alma, acalmou a sofreguidão. Ditou então as veredas de sua resistência. De onde viera, sem gana, se fenecia. Refugiada de mazelas, muitos quintais tivera em poucas primaveras. Resistira pela ira: as violências sofridas, as afrontou, e na sua revolta com ela trouxe um povo. Pelas palavras, pelos suspiros, livrou de amarras a malta.
Seu caminho era aquele. Uma guerreira de tantas cicatrizes, se ainda assim abrigava tanto calor, é porque o que vale na vida solapa a dor. Só pode.
– Vou te contar uma lenda, que vivemos há alguns séculos, disse rindo.
Assenti.
– E todo o resto não será mais verdade!
Por um breve momento, minhas preocupações viraram neblina. Ouvidos tinha apenas para o insólito mundo daquelas fabulações.
Ela era eterna. E tenra. Mas nem sempre foi assim.
Seu povo, ouro derramou sobre os quatro cantos do planeta. Mas a miséria ainda assim os alcançou: suas mandingas não mais bastavam, e algo estranho aconteceu. A memória dos velhos havia se subtraído: um inimigo invisível ceifou a vida dos anciãos, bibliotecas vivas de sua terra. Não havia sinais grafados nas cavernas, nos ossos, na areia, em papiros que pudessem trazer de volta parte de toda a invenção dos deuses antigos. A sabedoria corria perigo. Um liame entre a terra e o além precisava urgentemente ser tecido.
– Decidimos a contragosto aportar em águas e terras vizinhas. Pelos anos adiante, nossas raízes se espalharam, e as vozes perdidas renasceram - cada qual a seu modo. E é nas festas que enxergamos frestas para sorrir. Por isso, estou  aqui, nas batucadas, nos jongos, nos maracatus. Eu sou na dança nossa herança...
Nanci continuara sua toada. Para ela, os grilhões da iniquidade ainda eram sentidos nos rastros das vidas perdidas a esmo, no ranço das desigualdades a flor da pele. Mas, se o jogo do hoje era a luta, a bala, seria no conhecimento gerado em roda, nos gritos dos griots, que o escudo precisava ser cultivado - contraponto a violência precisa é a paz com voz.
– Qual teu nome, consagrada?
– E por ser filha dos filhos de Anansi, me fiz Nanci.
Antes de acessar a chave do resto do baú de suas pérolas, me foi dada a missão.
– Soprarei minhas histórias, que serão suas eternamente. Procure, ache, ame minhas três irmãs, que também estão nesse entrudo.
– Faria tudo pela tua pele, tuas memórias... Mas não tens ciúmes?
– Na festa da carne, todas as almas precisam ser descobertas.
Perplexo, foquei a multidão. Como achar ali três estrelas?
Antevendo minha confusão, ao menos me alentou:
– Seu sentimento, sua astúcia serão seus olhos, seu caminho. Vai-te!
Como tinha em mãos o vácuo, com as pernas fui a sambar um novo destino. Ao batuque de cem dengos, anoitecia.
No abre-alas, pelo instinto felino achei Rosa.
Perigosa, ao primeiro descuido, iria me desferir um - Boa noite, Cinderela! Por isso, em mim injetei o antídoto da sofreguidão.
– Fera assassina, morda minha alma.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... vai sangrar, mas não doer.
Seus dentes de sabre me atacam.
Inebriada com o veneno do fundo das minhas veias, surpresa, a pantera adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para a próxima presa.
No enxame da bateria, sinto o perfume da abelha Maia.
Como uma flor, exala beleza simplesmente por existir. Por ela, em minha saliva escondi morfina.
– Com um beijo bambo, me faz voar.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... Toma aqui suas asas.
Seus lábios doces me apimentam.
Inebriada com o veneno de minha língua, malevolente ela adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para a próxima presa.
Ao lado do Cristo mendigo, encontro a fada Mara. Sinto a gula do seu querer. Ela me perscruta ao longe. Mal sabe o que guardo entre os dedos.
– Amar é um caminho sem margem. Me invada.
Ela ri.
– Sua ordem é um desejo... por instantes, seremos milagres.
Sua volúpia me arrepia.
Inebriada com o segredo do meu querer coberto de magia, encantada ela adormece. Imersa em minha rede, a embalo e parto para próxima presa.
Uma ideia louca me vem a tona. Precisaria de uma testemunha para esse milagre do meu desencantamento. Por sorte, avisto uma senhora, de sorriso beatífico, que me encara como uma presa. 
– Grande mãe, venha comigo, vou me casar por uma noite para poder viver cem mil dias.
– Oxalá, que história é essa garoto? Epahei! Simbora.
– Veja Nanci. Te trouxe aqui, suas irmãs, e essa anciã, que vai abençoar nossa única noite de núpcias. Findo o carnaval, gira a roda, cê sabe.
– Axé!! Pelo amor, você manteve a chama acesa. Adormecidas minhas irmãs, em seus sonhares elas ainda o preservam. Feche os olhos e as achará também em seus devaneios. Nossos sangues, ao se cruzarem, se tornaram contínuos, irmãos.
A anciã, desejosa por voltar ao fim dos confetes, jogou-nos a afrodisíaca água-de-cheiro dos tempos antigos. Gargalhando, se despediu, e se foi carregada em meio a muvuca.
Nanci ninou suas irmãs numa cama feita de nuvens. Eu estava em delírio, sei bem por que. Do contrário, não haveria nada disso, afinal.
– Vem comigo. No Catete tem um palacete que é só meu, só nosso, hoje.
Como num passe de mágica, voltei ao hotel onde vi Vargas pela janela, baforando do além seu cachimbinho.
– Vi na sua retina, franqueza. Por isso, assim como minhas irmãs, fui tua hoje. Para todo o sempre terás minhas e nossas memórias.
– Eu nem tenho como agradecer.
– Você precisa apenas compartilhar todo o amor que lhe foi dado. Isso não é um pedido; é um chamado. Entre nossos sentires um elo foi construído: nessa linha, encontrarás a razão de seus dias, a emoção do seu pensar.
– Poesia pura, você.
– Ouça: triunfe pela fraqueza. É da essência da vida, adaptar-se. Equilibre sua resiliência. Transforme o inconformismo em atitude. O silêncio em ruído. As palavras em gestos. Os gritos em levantes. Saindo da cama, ajoelhe-se, ore, regue suas esperanças, e vem cá a boa luta do amar.
Arqueando meus olhos, senti suas últimas palavras.
– Lembre-se: fabular é preciso perante o abismo...
Ainda a ouço.
– Amanhã, todos seremos cantares.
Acordei com a aranha a tecer uma teia em minha língua.
Com um bom dia, a rompi
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gargvlla · 2 months
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Sinto falta da Saudade,
Sinto falta da Ansiedade,
Sinto falta de ver a Lua em outros lugares,
Sinto falta de ver as estrelas brilhando em outros céus,
Sinto falta de não saber pra onde ir,
Enquanto meus pés continuam me levando adiante,
Sinto falta de ouvir línguas que não conheço,
E de ouvir outras que não conheço direito e me surpreender,
Quando reconheço uma palavra ou outra,
Sinto falta de respirar o ar pesado de uma paisagem com neve,
E de respirar um ar quente de uma Paisagem de Primavera,
Na mesma viagem,
Sinto falta das curvas em estradas de diferentes pavimentos,
Das surpresas simples que me reservam.
Sinto falta de não saber quem irei conhecer,
Quem irá me atrair,
Quem se sentirá atraída por mim…
Mas sinto falta, uma imensa falta,
Uma falta soberana, sobretudo,
De mim.
Sinto falta de mim, de quem sou, quando estou na estrada…
14 de Maio de 2014
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musicshooterspt · 3 months
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Primavera Sound Porto  - Reportagem Completa
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Dia 1
O primeiro dia de Primavera começou como se queria: com boa música, um sol medroso e Super Bock à vontade do freguês. O Parque da Cidade do Porto foi, uma vez mais, a casa do Primavera Sound para três dias que se esperavam de boa música e de pouca chuva. Uma das novidades este ano foi a remoção do palco Bits, mantendo-se o restante layout com os palcos Porto (principal), Vodafone, Super Bock e Plenitude.
Sendo uma quinta-feira, pelas cerca de 16h45, seria de esperar que os concertos iniciais não tivessem a afluência desejada. Ana Lua Caiano, a instrumentista portuguesa que funde a música tradicional portuguesa com a eletrónica, atuou no palco Super Bock para uma plateia atenta. Uma artista que tem vindo a ganhar cada vez mais destaque a nível nacional, num horário talvez um pouco infeliz. Enquanto isso, e como é habitual, atuava também Silly, no palco Porto, presenteando o público com temas do seu primeiro disco “Miguela”.
Os australianos Royel Otis inauguraram o palco Vodafone, com temas do recente álbum “Pratts & Pain”, e também um tema editado poucos dias antes deste concerto. Foi um concerto marcado pela boa disposição do público que cantou e dançou “Murder on the Dancefloor” (originalmente de Sophie Ellis-Bextor) e “Oysters in My Pocket”. A eclética Amaura que explora o R&B, soul, trap e música eletrónica, foi uma experiência que mereceu os elogios da artista lisboeta aos movimentos “de anca” do público.
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Seguiram-se Blonde Redhead e Militaire Gun: os primeiros um pouco melancólicos, tendo tido a sua última atuação em Portugal em 2011, e apresentando o seu mais recente trabalho “Sit Down for Dinner”, lamentavelmente sem fazer menção ao tema que lhes deu mais audiência como “For the Damaged Coda”. Um concerto curto, que deixou a plateia a pedir por mais. Já Militaire Gun, energizaram o palco Porto, com o seu novo álbum “Life Under the Sun”. Apesar de terem “nascido” apenas em 2020, o grupo norte-americano é definido pela urgência do seu vocalista Ian Shelton, que não se poupa no que toca a sentir a música e as letras que compõe.
Para quem não conhecesse, a maior surpresa deste primeiro dia terá sido, talvez, Amyl and the Sniffers, com o seu punk rock energético, caótico e cru – tudo o que o punk deve ser. A irreverente Amyl Taylor não deixou nada por dizer, apelando a que o público se mantenha fiel a si mesmo, ressalvando mesmo que devemos mandar os homofóbicos para aquele sítio que já sabemos e mencionando também o genocídio em curso na Palestina dizendo “Tenho uma voz e vou tentar usá-la (…) Informem-se, não acreditem em tudo o que vêem nos media, prestem atenção ao que está a acontecer no mundo”.  O concerto explosivo terminou com o single “U Should Not Be Doing That” que foi lançado este ano e, quando demos por ela, não tivémos tempo de ver Water From Your Eyes.
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Sem dúvida uma das mais esperadas da noite, foi a vez de PJ Harvey subir ao palco Porto, sempre calma e serena, em frente ao grande número de fãs que a esperava, não fosse um ícone do rock. Apesar de um pequeno problema técnico com uma das guitarras, não foi apenas um concerto, foi uma experiência arrebatadora.
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Surge o primeiro cancelamento do festival - que viria a ter uma amálgama de cancelamentos nos dias seguintes – os irlandeses Lankum que foram substituídos por Maria Hein. Por esta altura a espera por SZA começava no palco Porto que já contava com um número considerável de fãs que não arredaram pé para garantir o melhor lugar. Ainda faltava cerca de uma hora para SZA, e sendo assim, fomos ver Mitski – o que foi bastante difícil considerando a multidão junto ao palco Vodafone – tivémos de nos contentar a ouvir e ver ligeiramente pelos ecrãs gigantes.
Chegou a hora de entrar a rainha desta noite – SZA – que se apresentou envolta num cenário com várias plataformas em jeito de cais, onde dançou e cantou acompanhada de várias bailarinas. E que vozeirão! O público não se fez rogado, cantando desde o primeiro ao último minuto, como tão bem o público português sabe fazer. No final, apesar de imposto limite de tempo ao concerto, ainda houve direito a encore com “20 Something”, que mesmo assim foi cerca de 1h soube a pouco.
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Ao mesmo tempo Obongjayar, conquistou um público considerável no palco Super Bock. A noite terminou da melhor forma com Ana Frango Elétrico e American Football, com algum atraso mas que fez a noite dos fãs mais ávidos.
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Dia 2
No segundo dia do Primavera Sound, as previsões metereológicas lá fizeram a tradição cumprir-se – ou não seria Primavera sem chuva. O facto de ser habitual, no entanto, não impediu que os problemas aparecessem e a organização viu-se obrigada a cancelar os concertos do palco Vodafone, incluindo o muito esperado Justice, devido a problemas de estrutura, pondo em risco a segurança dos presentes. Para além disso, foram vários os constrangimentos para chegar ao recinto devido ao trânsito e nem a parceria do festival com a STCP nos safou de ficar horas à espera de transporte para voltar para casa no final. Os festivaleiros foram bem munidos, a par de anos anteriores com impermeáveis de várias as cores.
Voltando aos concertos, foi uma pena ter Milhanas e Máquina a atuar ao mesmo tempo, visto que são ambos projetos de alta qualidade. A chuva torrencial que caiu durante este período de tempo também não facilitou a vida aos festivaleiros. Infelizmente não chegámos a tempo de ver nenhum dos dois.
A banda Crumb estreou-se em Portugal no palco Porto, apresentando o álbum “AMAMA”, iniciando o concerto com o tema homónimo. Chegámos mesmo no final, não tivemos tempo de apreciar em todo o seu esplendor, deixou uma calmia de fim de tarde, já a chuva começava a desaparecer. Entretanto espreitámos This is the Kit no palco Plenitude, um folk simpático, perfeito para ouvir sentado na relva como muitos fizemos (até que começou a chover novamente).
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No palco mesmo ao lado (palco Super Bock) atuaram Lambchop, um híbrido de country, soul e jazz. A voz de Kurt Wagner ressoou levemente junto com a melodia do piano de Andrew Broder. Daqueles concertos para se ouvir e sentir.
Enquanto isso, estreavam-se finalmente em Portugal as The Last Dinner Party, que trazem na bagagem o álbum deste ano “Prelude to Ecstasy”. Um concerto pautado pela animação e energia de todo o grupo, bem como do público que as acompanhou cantando e dançando. A cover de “Wicked Game” (originalmente de Chris Isaak), foi um momento de êxtase para fãs e não fãs em que fomos um. Passando por temas como “Caesar on a TV Screen”, “Sinner” e terminando com “Nothing Matters”, as expectativas estavam altas e The Last Dinner Party não desiludiu.
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Com Legendary Tigerman cancelado, seguiam-se Tropical Fuck Storm, que não vimos sob pena de perder um lugarzito para a estrela da noite (uma pena, porque ouvimos dizer que o concerto foi muito bom).
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O ligeiro atraso de Lana del Rey não incomodou a legião de fãs que a esperava ansiosamente – muitos até desde as 16h, quando abriram as portas. E deu-se um milagre. É certo que se esperava uma tempestade, como a própria referiu através das redes sociais, mas a única água que caiu foram as lágrimas do público emocionado no Parque da Cidade. Foram vários os temas que passaram no palco principal, num cenário digno de conto de fadas, envolvendo Lana del Rey, com um vestido delicado e esvoaçante. “Summertime Sadness” foi entoada pelos presentes, sem falhar uma palavra. Diria que foi em “Young and Beautiful” que a choradeira se intensificou e quando disse “will you still love me when I’m no longer in Portugal” a sofrência foi desmedida.
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Terminamos o segundo dia com Mutu, que estavam agendados para a abertura do palco Vodafone. Apesar da experiência arrebatadora que muitos fãs vivenciaram poucos minutos antes, bastantes pessoas foram espreitar os bracarences que mudaram certamente os ânimos com o seu projeto multidimensional que passa pela eletrónica à música tradicional portuguesa, fado e jazz. 
Ir embora do Primavera depois de Lana del Rey é como tirar um curso universitário: entrar é fácil, o pior é sair. Como mencionámos anteriormente, nem a parceria com a STCP deu leva à vaga de festivaleiros que saiu do recinto, criando constrangimentos e dificuldades para sair da zona – autocarros não eram suficientes, o metro tampouco e o uber custava dois rins. Para melhorar, só mesmo ter começado a chover torrencialmente de novo. Mas depois de 2h lá conseguimos chegar a casa para repor as energias para o último dia.
Dia 3
Começa o último dia de Primavera, com notícias de que o palco Vodafone já está operacional, o que não atenuou em muito o facto de Ethel Cain ter cancelado por motivos de saúde – que foi substituído por The Legendary Tigerman, agendado para o dia anterior. Foi relativamente mais fácil de chegar ao recinto neste último dia, apesar da chuva e do trânsito que esperávamos.
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Começamos a despedida com Tiago Bettencourt, ex-Toranja, já querido pelos portugueses. A chuva pode ter sido intensa mas o público do Primavera é mais resiliente. Viajámos por vários álbuns no palco Super Bock, entre temas como “Trégua”, “Se Me Deixasses Ser” e “Fachada”. Entretanto, tocam também Best Youth no palco principal, como sempre animados e infecciosos. Seguiram-se nos palcos Vodafone e Plenitude, Gel e Expresso Transatlântico (respectivamente). Mesmo com a chuva insistente, o público abraçou este concerto e o crowdsurf também não deixou de acontecer por entre pingos e um mar de impermeáveis.
Mannequin Pussy esperavam-se irreverentes, e entregaram radicalmente e sem preocupações para as opiniões alheias. Representaram perfeitamente o mote da banda: “Há sempre tanto a acontecer constantemente, que parece ser intencionalmente maligno, que tentar criar algo belo é um ato radical”. É de mais punk rock que precisamos.
Fomos espreitar Soluna, que se divide frequentemente entre Portugal e Espanha e que nos falou também em português, espanhol e inglês. Um público bem disposto neste final de tarde, com músicas bem animadas e dançantes. Demos também um saltinho na Shellac Listening Party, que era, como o nome indica, uma listening party do último disco de Shellac. Podiam ser poucos os fãs presentes mas todos completamente imersos na música.
Para substituir Ethel Cain, como referido, foi a vez de The Legendary Tigerman subir ao palco e nos presentear com o mais recente trabalho “ZEITGEIST”, mas passando também por temas antigos bem conhecidos do público.
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Uma das bandas por que mais ansiávamos era Pulp, e ficámos muito felizes de não tocarem à mesma hora de The National. Pelo ambiente e enchente de gente no palco Vodafone, não fomos os únicos a sentir-se desta forma. Que concerto! Pautado por momentos de conversa, em que Jarvis nos falou um pouco de português e nos revelou que este seria o último concerto enquanto homem solteiro (já que se irá casar no dia 14), foi uma hora e meia bem passada e que não queríamos que acabasse – a sorte foi que a seguir era The National.
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Contava fazer espera pelo menos 10 minutos antes do concerto de The National, mas a verdade é que me distraí a ver Pulp. Mesmo assim, graças às poças perto do palco Porto, foi fácil encontrar um lugar no meio da plateia com boa visibilidade. Um considerável número de pessoas, menos ferozes é certo que nos dias anteriores, já esperavam a banda americana que já esteve em Portugal um sem número de vezes. Matt Berninger aparece de forma descontraída e aproveita para elogiar a cidade do Porto. Pudemos ouvir temas como “I need my girl”, “The System Only Dreams in Total Darkness” (com um momento no meio do público), “Mr. November” com direito a dedicatória a Joe Biden e “Terrible Love”, que fez o êxtase do público.
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Não me foi possível passar por Conjunto Corona, mas muitos festivaleiros decidiram terminar a noite com Arca e Mandy, Indiana. Já eu, com tanta emoção, acabei por jantar à 1:30h e tive que escolher perder os últimos concertos da noite.
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Devemos ressalvar que, apesar dos cancelamentos no 2º dia, o Primavera Sound primou por ser um festival inclusivo (ganhando até o selo de “Queer Destinations”), sendo que a paridade de género foi uma questão importante na escolha dos artistas, e notando um grande número de bandas/artistas female-led. As ativações de marca estavam espalhadas pelo recinto e não foram demasiado invasivas, a food street estava organizada apesar de ser o único ponto do recinto que poderia servir de abrigo para os festivaleiros e de ter poucas opções vegan (para além de vários festivaleiros mencionarem que sentem falta da Casa Guedes, que este ano decidiu não estar no festival); as instalações sanitárias eram várias e de bom número, com filas reduzidas.
Passaram pelo festival cerca de 100 mil pessoas (muito graças à diva pop Lana del Rey), e já estão confirmadas as datas para a edição de 2025, que terá lugar nos dias 12 a 14 de Junho.
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writersclubhq · 6 months
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boa noite, escritores! espero que vocês estejam muito bem. vindo aqui pois tenho algumas novidades para vocês:
passei os últimos dois/três dias um pouco longe da central (finalmente minhas dores de cabeça da vida ooc vão diminuir), mas, foi por um bom motivo, eu prometo: nossa central está de cara nova! e, modéstia à parte, eu achei que ficou uma gracinha, apesar de ter continuado simples. espero que vocês também gostem!
atendendo a vários pedidos, acabei de programar um post de divulgação para a tag, que vai ser postado amanhã, então torçam comigo para que mais pessoas deem uma chance para a writers!
em comemoração ao aniversário de um mês da comunidade, vem aí um evento quentinho, recém tirado do forno! não quero estragar a surpresa, mas, podem esperar uma festividade bem aconchegante e florida, pois nossa cidadezinha acaba de entrar na primavera.
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gravcsyard · 1 year
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GIOVANA CORDEIRO – Por Glinda e sua varinha mágica! Olha só se não é NARCISA GRAVES caminhando pelos corredores da torre DOS PESADELOS. Por ser filha de HADES & PERSÉFONE, é previsto que ela deseje seguir caminhos parecidos com o dos pais. Ao menos, é o que se espera de alguém com VINTE E SEIS ANOS, mas primeiro ela precisará concluir o módulo I (mocinhos), para depois se assemelhar como um conto de fadas.
Novo conto: Anya, a Sucuri.
Lírios. Calêndulas. Narcisos. Há quem diga que as flores de cemitério são a prova da estadia de Perséfone no mundo dos mortos. Outra dessas provas é Narcisa, sua prole, gerada e crescida nas cavernas do submundo. Mas durante os seis meses de primavera e verão, cabia apenas a Hades a guarda de seus filhos. Milênios separavam a última dos outros três, e como caçula, tornou-se o centro das atenções do deus, uma distração para o trabalho que tanto odiava.
Fantasmas que cruzavam o Styx eram cheios de histórias interessantes e, nos passeios de balsa junto a Coronte, Narcisa expressava toda a curiosidade pelo mundo de cima. A época era próxima àquela do grande golpe, e quando a vilania ascendeu e Zeus foi destronado e banido, Hades fez da Terra do Nunca sua nova morada; mas se Narcisa pensara que tal regalia seria oferecida a ela, quebrara a cara. Precaução, ele afirmava; Jamais poderiam baixar a guarda, se uma revolta estourasse, sua família estaria mais segura no submundo. Fora isso, precisava de gente de confiança lá em baixo, para manter tudo em ordem. Não importava que a mini deusa tivesse só sete anos. Não importava que não fizesse sentido. A palavra do deus era um ponto final.
Controle. Demorou a compreender que todo o amor de Hades se resumia a posse; que o submundo não era um lar, mas uma prisão. E até mesmo quando conquistara o direito de ir a Tremerra receber seu próprio conto, fora com uma condição: o acompanhamento de Callan. Não fazia mal. Sério, não fazia mesmo. Finalmente emergiria! Qual fora sua surpresa, então, ao assinar o livro dos contos e descobrir que seu destino estava selado ao de Anya, a Sucuri? Que estava fadada a morrer? Pelos Titãs do Tártaro, só podia ser palhaçada!
. Seu conto é um dilema. Antes supostamente imortal, se rói de angustia pela morte iminente, ciente não apenas de que sua liberdade tem prazo de validade, mas que voltará ao submundo como um dos espíritos ao invés da princesa que hoje é. Ao mesmo tempo, uma parte pequenininha de si acha tudo um pouco poético. Anya não possuirá suas memórias, mas ainda assim retornará para a verdadeira família no final da jornada.
. Seu primeiro ano em Tremerra foi também o primeiro em que estivera junto aos vivos, portanto, é sensato dizer que ainda está se adaptando aos novos costumes. Ao mesmo tempo que é sagaz e ligeiramente maquiavélica, sua pouca experiência a torna impressionável e ingênua. Num geral, é uma pessoa animada e pronta para viver, seja lá o que for. Tic tac, prazo de validade! Ela não tem muito tempo a perder.
. Gosta de jardinagem, por ser um dos poucos hobbies que possuía junto à mãe.
. Por segurança (alheia) costuma usar luvas de contenção de poder, que funcionam apenas na área das mãos.
Poderes: CORAÇÃO DE FOGO. Dentro de seu corpo corre sangue tão quente quanto lava, pois no lugar do coração arde uma brasa de fogo infernal. Isso faz a pele de Narcisa resistente a altas temperaturas, além de conferir capacidade de auto combustão, geralmente nas pontas dos dedos. Tem um corpo quente, mas relativamente suportável ao toque; entretanto, quando se descontrola emocionalmente, é comum que calor vaze pelos poros e seu cabelo acenda num azul ciano.
Daemons: Pyhhra, o dragão das sombras. Preta como piche, eclodiu há alguns meses e ainda é de médio porte. Costumava se camuflar em lugares escuros, para o dessossego de Narcisa, e às vezes dormia junto a ela como um pet, mas agora já não cabe mais em sua cama. Está com porte suficiente para montaria, mas ainda tem dificuldades em soltar chamas.
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gravcyard · 1 year
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GIOVANA CORDEIRO – Por Glinda e sua varinha mágica! Olha só se não é NARCISA GRAVES caminhando pelos corredores da torre DOS PESADELOS. Por ser filha de HADES & PERSÉFONE, é previsto que ela deseje seguir caminhos parecidos com o dos pais. Ao menos, é o que se espera de alguém com VINTE E SEIS ANOS, mas primeiro ela precisará concluir o módulo II (dos mocinhos), para depois se assemelhar como um conto de fadas.
Novo conto: Anya, a Sucuri.
CONEXÕES.
Headcannon: Um breve resumo do que elaborou para o personagem.
Lírios. Calêndulas. Narcisos. Há quem diga que as flores de cemitério são a prova da estadia de Perséfone no mundo dos mortos. Outra dessas provas é Narcisa, sua prole, gerada e crescida nas cavernas do submundo. Mas durante os seis meses de primavera e verão, cabia apenas a Hades a guarda de seus filhos. Milênios separavam a última dos outros três, e como caçula, tornou-se o centro das atenções do deus, uma distração para o trabalho que tanto odiava.
Fantasmas que cruzavam o Styx eram cheios de histórias interessantes e, nos passeios de balsa junto a Coronte, Narcisa expressava toda a curiosidade pelo mundo de cima. A época era próxima àquela do grande golpe, e quando a vilania ascendeu e Zeus foi destronado e banido, Hades fez da Terra do Nunca sua nova morada; mas se Narcisa pensara que tal regalia seria oferecida a ela, quebrara a cara. Precaução, ele afirmava, jamais poderiam baixar a guarda. Se uma revolta estourasse, sua família estaria mais segura no submundo, além disso, precisava de gente de confiança lá em baixo, para manter tudo em ordem. Não importava que a mini deusa tivesse só sete anos. Não importava que não fizesse sentido. A palavra do deus era um ponto final.
Controle. Demorou a compreender que todo o amor de Hades se resumia a posse; que o submundo não era um lar, mas uma prisão. E até mesmo quando conquistara o direito de ir a Tremerra receber seu próprio conto, fora com uma condição: o acompanhamento de seu irmão. Não fazia mal. Sério, não fazia mesmo. Finalmente emergiria! Qual fora sua surpresa, então, ao assinar o livro dos contos e descobrir que seu destino estava selado ao de Anya, a Sucuri? Que estava fadada a morrer? Pelos Titãs do Tártaro, só podia ser palhaçada!
. Seu conto é um dilema. Antes supostamente imortal, se rói de angustia pela morte iminente, ciente não apenas de que sua liberdade tem prazo de validade, mas que voltará ao submundo como um dos espíritos ao invés da princesa que hoje é. Ao mesmo tempo, uma parte pequenininha de si acha tudo um pouco poético. Anya não possuirá suas memórias, mas ainda assim retornará para a verdadeira família no final da jornada.
. Seu primeiro ano em Tremerra foi também o primeiro em que estivera junto aos vivos, portanto, é sensato dizer que ainda está se adaptando aos novos costumes. Ao mesmo tempo que é sagaz e ligeiramente maquiavélica, sua pouca experiência a torna impressionável e ingênua. Num geral, é uma pessoa animada e pronta para viver, seja lá o que for. Tic tac, prazo de validade! Ela não tem muito tempo a perder.
. Gosta de jardinagem, por ser um dos poucos hobbies que possuía junto à mãe.
. Por segurança (alheia) costuma usar luvas de contenção de poder, que funcionam apenas na área das mãos.
Poderes: CORAÇÃO DE FOGO. Dentro de seu corpo corre sangue tão quente quanto lava, pois no lugar do coração arde uma brasa de fogo infernal. Isso faz a pele de Narcisa resistente a altas temperaturas, além de conferir capacidade de auto combustão, geralmente nas pontas dos dedos. Tem um corpo quente, mas relativamente suportável ao toque; entretanto, quando se descontrola emocionalmente, é comum que calor vaze pelos poros e seu cabelo acenda num azul ciano.
Daemons: Pyhhra, o dragão das sombras. Preta como piche, eclodiu há poucos meses e ainda é de pequeno porte. Costuma se camuflar em lugares escuros, para o dessossego de Narcisa. Às vezes dorme na cama junto a ela, como um pet, e ainda está aprendendo a soltar chamas.
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A Tradição do Ovo de Páscoa - Conhecendo essa Tradição
Ah, a Páscoa! Uma época do ano que traz consigo não apenas a renovação da primavera, mas também a irresistível tentação dos ovos de chocolate. Se você já se perguntou como essa tradição doce começou, prepare-se para embarcar em uma deliciosa viagem pela história e descobrir os segredos por trás do querido ovo de Páscoa.
A história do ovo de Páscoa remonta a tempos antigos, quando civilizações antigas, como os egípcios e os persas, celebravam a chegada da primavera como um símbolo de renascimento e fertilidade. O ovo, como uma representação natural da vida e do renascimento, estava no centro dessas celebrações.
No entanto, foi na Europa medieval que a tradição começou a se assemelhar mais ao que conhecemos hoje. Durante a Quaresma, um período de 40 dias de abstinência e penitência que antecede a Páscoa, os cristãos eram proibidos de consumir ovos e outros produtos lácteos. Então, para evitar que os ovos estragassem, eles eram cozidos ou preservados de alguma forma.
À medida que a Quaresma chegava ao fim, as famílias se reuniam para celebrar a Páscoa. Os ovos que haviam sido guardados eram decorados e servidos como parte da festividade. Além disso, os ovos eram dados como presentes, simbolizando não apenas a renovação da vida, mas também amizade e amor.
A transformação do ovo cozido decorado para o ovo de chocolate que conhecemos hoje ocorreu durante o século XIX. Nessa época, a fabricação de chocolate estava se popularizando, e os confeiteiros começaram a explorar novas formas de moldar e decorar esse deleite irresistível. A ideia de criar ovos de chocolate para a Páscoa rapidamente se espalhou, conquistando o paladar das pessoas e consolidando uma tradição que persiste até os dias de hoje.
Foi na França que os ovos de chocolate ganharam uma reviravolta artística, com mestres chocolatiers desenvolvendo técnicas elaboradas de decoração e embalagem. A prática de esconder surpresas dentro dos ovos de chocolate também se popularizou, adicionando uma dose extra de diversão à tradição.
No Brasil, a história do ovo de Páscoa se entrelaça com a imigração europeia no início do século XX. Os colonos trouxeram consigo não apenas suas receitas tradicionais, mas também a tradição de presentear ovos de Páscoa. Rapidamente, a prática ganhou popularidade, e os brasileiros adotaram com entusiasmo a ideia de trocar ovos de chocolate durante a Páscoa.
Hoje em dia, o ovo de Páscoa tornou-se uma parte essencial das celebrações no Brasil e em muitos outros países ao redor do mundo. Desde os ovos mais simples, recheados de chocolate ao leite, até os elaborados ovos gourmet, a variedade de opções é vasta, atendendo a todos os gostos e preferências. Inclusive muitos preferem fazer seus próprios ovos de Páscoa, seja pelo tempo em família ou para lucrar com isso durante a Páscoa, é simples de aprender, como fazendo um curso rápido no estilo de um curso ovo de Pascoa, que você pode clicar e ver a história.
Portanto, quando você abrir aquele ovo de Páscoa neste ano, lembre-se de que está participando de uma tradição que tem raízes profundas na história e cultura. Cada mordida é uma homenagem aos tempos antigos, quando o ovo era mais do que uma simples iguaria - era um símbolo de renovação, celebração e, é claro, indulgência deliciosa.
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epifanias-criativas · 10 months
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Em passos largos, visito o vazio amaldiçoado.
Entre as árvores sombrias, avisto o feiticeiro que causara a destruição em larga escala.
Invoco o feitiço que o aprisiona e em um toque preciso, seu disfarce se desmonta.
"O ser aprisionado no espelho do feiticeiro é o motivo da destruição em massa, aquele que o feiticeiro amou e odiou nesta vida, precisará deixá-la"
O meu reflexo tinha um sorriso maligno e olhos profundos como o abismo que nos aprisionava.
Com as mãos enfaixadas, direcionei toda a minha força na direção daquela imagem.
Os estilhaços saiam do meu corpo enquanto aquele ser ria do sofrimento que me causara.
Eu costumava visitar o jardim da minha infância, a cuidadora era a minha versão mais adorada.
O jardim era repleto de sementes que guardei ao longo da vida, na primavera, ele floresceu, a árvore mais amada se chamava odium.
A cada primavera ela parecia mais bela, enquanto as outras perdiam suas pétalas.
Na última primavera, a odium teve frutos, a surpresa foi tão grande que eu não percebi que algumas flores estavam mortas.
Um coelho que visitava o jardim, foi o primeiro a comer uma das frutas que acabara de cair da árvore.
Aquele doce bichinho tinha um nome, era Kika, a memória mais doce que tinha da minha infância.
Ela caiu na grama e quando encostei vi os seus olhos exatamente iguais de quando a perdi.
Kika, Beethoven, Zeus, Monstrinho...
Todos que comiam daquele fruto, se transformava em dor e sofrimento.
Foi quando eu percebi que aquela árvore se alimentava de memórias especiais.
Eu tentei arranca-la antes que todo o jardim fosse destru��do, mas suas raízes estavam sugando toda a energia daquele lugar.
A maneira mais adequada de destruir um jardim é encontrando o jardineiro.
Aquela garotinha era a pessoa que eu mais amava e desejava proteger, eu não sabia que cuidar do passado estava destruindo-a.
O passado não pode ser vivido e muito menos desejado, aqueles que escolhem o passado como abrigo, perde-se nas ilusões criadas e conjuram situações que foram aprisionadas.
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