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AME UM PERSONAGEM TRANS
Esse texto é um ensaio onde eu apenas falo e falo coisas que se passam pela minha cabeça sobre o assunto e tento relacionar elas ao rpg. Se te ajudar em alguma coisa, eu fico feliz, mas às vezes a gente só precisa ler algo sem precisar desenvolver qualquer opinião sobre.
Há um tempo houve a grande discussão sobre a utilização de avatares cisgênero para personagens transgênero e no meio desse debate houve também a discussão sobre esses personagens em relacionamentos amorosos.
Atualmente eu estou vivendo um episódio pseudo-amoroso e me senti na necessidade de abordar com mais afinco o assunto, afinal são coisas que por mais que eu viva 24 horas, não lembro de algum dia ter abordado isso em meus personagens.
Pessoa cisgênero que estiver lendo esse texto, eu lhe pergunto: quantas vezes você se interessou por alguém, essa pessoa retribuiu o sentimento e você ficou apavorado com esse sentimento? Eu sei, não é uma pergunta nichada. Muitas pessoas se sentem assim, provavelmente sua resposta pode ser sido "na maioria das vezes", mas eu aposto que esse medo não se compara ao medo de uma pessoa trans quando alguém diz que sente algo romântico por ela.
Eu estou interessado em uma menina que teoricamente retribui o sentimento. Infelizmente isso não é uma notícia boa porque eu não posso investir nela. Os motivos não importam e não estão relacionados ao que vai ser dito aqui, mas eu ainda to assustado. Ainda mais porque eu estou idealizando romanticamente alguém com quem as únicas palavras que troquei foram "Bota! Bota logo antes que vaze", e eu não estarei dando contexto.
A possibilidade de ela retribuir o interesse é apavorante. Uma menina cis e muito linda tem interesse em mim, um cara trans.
Vamos lá, pessoas trans são comumente associadas à coisas... não boas. Mulheres trans são muito vistas como ou objetos sexuais ou um endeusamento que não passa disso. Homens trans precisam ser super masculinos para terem uma imagem desejável, atingindo a passabilidade, ou então indo para um lado menos másculo, mas ainda masculino, onde são fofos e nenéns. Pessoas não-binárias precisam ser andrógenas o suficiente para reforçar o não-binarismo, mas precisam ser binárias o suficiente para não confundir os outros. E quando esses corpos fogem do que é agradável aos olhos cisgêneros, eles se tornam ou marginalizáveis ou fetichizáveis, mas nunca sexualizáveis (e existe uma diferença entre esses dois termos). Mas sempre vão nos relacionar às nossas genitais. Não existe isso. Seremos sempre grandes pênis e vaginas ambulantes, atrativos para curiosos e facilmente substituíveis por alguém cis. Em qualquer ocasião, esses corpos não são romanticamente interessantes.
E é por isso o meu pavor em relação à pessoas se interessando em mim, seja sexual ou romanticamente. Eu sou masculino o suficiente pra essa menina cis gostar de mim? Nem falo de beleza, apesar de ser sim um fator importante. Mas eu sou passável o suficiente? Bem, se ela está interessada, então a resposta deve ser sim, né? Mas eu não sou tão masculino assim na minha essência. Eu gosto de desmunhecar, às vezes eu saio com um short mais colado no corpo, eu não gosto de performar o que é considerado masculino algumas vezes. No ambiente que a gente frequenta o que mais tem são homens cis demonstrando o quão homem eles são, exalando masculinidade, muitos com certeza mais atraentes do que eu, então o que faria eu me destacar no meio de tantos outros homens melhores? Tantas outras opções bem mais consistentes?
Parece errado que ela goste de mim. Parece errado demais, afinal eu não sou a pessoa mais masculina, principalmente do lugar que a gente frequenta. Parece errado porque eu não posso proporcionar pra ela toda a experiência, e eu nem falo de sexo, eu falo romântica mesmo.
Parece errado que alguém me ame.
O amor à pessoas trans é negado desde quando essa pessoa demonstrar não ser cis, antes mesmo de ela se descobrir. Primeiro ela se descobre lésbica ou gay, e aí vem toda a aceitação e rejeição com isso, depois ela se redescobre trans e tem mais aceitação e rejeição. A chacota e infeliz sensação de que seremos substituídos facilmente por alguém "mais completo". Ou pior, por alguém mais fácil de lidar. Porque quando você se relaciona com uma pessoa LGBT, você também vai se relacionar com a LGBTfobia. Então por que essa pessoa iria querer levar problema pra vida dela?
Por que ela gosta de mim?
Eu nunca namorei. A primeira pessoa com quem eu tive algo romântico foi antes mesmo de eu me descobrir trans. Ela tava se descobrindo bi e meio que houve essa trocar: a necessidade dela de uma resposta e a minha necessidade de atenção. Pouco depois que eu me descobri trans eu descobri que uma menina que eu gostava na escola também gostava de mim naquela época, mas nunca rolou nada sobre porque ela andava com as pessoas que me faziam bullying todos os dias. A segunda pessoa com a qual eu me relacionei também tava se descobrindo uma mulher bi, o que invalidou a minha identidade como homem trans afinal eu já era assumido na época.
Usado duas vezes e desprezado pelo medo uma. Por que alguém gostaria de mim?
O amor não me é uma possibilidade. Eu sou legal, eu sou engraçado, eu sou bonito, eu sou inteligente, eu erro, mas eu reconheço, eu sei conversar. Eu tenho várias qualidade. Mas eu não sou cis. E isso é um puta defeito.
E eu nem vou entrar em questões familiares aqui porque não é um assunto legal de abordar, mas ainda encaixa na ausência de amor.
O amor não é uma possibilidade para pessoas trans.
É muito difícil acreditar que você pode ser amado por uma pessoa cis quando todas as suas experiências com o amor foram de apenas uso. Eu me vejo questionando: por que essa pessoa se apaixonaria por mim? Eu tenho qualidades, eu sei, mas até onde ela está me vendo?
A coisificação de um corpo trans nos deixa longe de sermos dignos de amor. Somos objetos para entretenimento cis. A deusa, o homem perfeito, o bobo da corte, mas nunca uma opção de relacionamento, pelo menos não a primeira. Sempre romantizado, mas nunca romântico.
Ter passado por essas experiências me fizeram questionar frequentemente se eu sou digno de ser amado. Se as pessoas realmente sentem interesse por mim ou se elas só não querem me usar pra alguma coisa, se não há uma intenção por trás.
E eu não sei onde é mais difícil encontrar amor: dentro ou fora da comunidade. Já ouvi de amigos trans dizendo que não ficariam com mulheres trans e vice versa. Nem a gente quer se amar, nem a gente quer se dar uma chance.
Eu tive muito mais casais heteronormativos em mente enquanto escrevia isso, mas eu também sou uma pessoa pansexual e também já fui muito rejeitado por homens cis. Eu nem vou entrar em detalhes, mas ser uma pessoa trans e não ser hétero é se tornar ainda mais uma genitália ambulante.
Nós somos objetos de estudo, curiosidade, fetiche e descobertas, mas nunca de amor, carinho, afeição e cuidado.
E o que isso tem a ver com o título?
Eu jogo na tag há mais ou menos 10 anos e há 8 anos eu me descobri trans, e é o mesmo tempo que eu comecei a criar pelo menos um personagem trans em todo rpg que eu jogava.
A tag infelizmente funciona igual.
Eu utilizei poucos avatares trans nas minhas jogatinas, mas a diferença é absurdamente grande no tratamento desses personagens. Quando eu criava personagens cis, independente da personalidade, plot, sempre foi muito fácil conseguir casal. Não necessariamente ship, mas uns beijos vez ou outra, quando no twitter, até uns flertes ou comentários mais sacanas nas fotos. Quando esses personagens eram trans, isso já diminuía. Mesmo utilizando avatares cis, só a informação de que eles eram personagens trans parecia afastar qualquer possibilidade de uma atração romântica ou sexual. Eu consigo lembrar da maioria dos ships que eu tive com personagens cis, mas quando eu penso nos personagens trans, é um pouco mais difícil de lembrar. Acho que eu consigo contar nos dedos, sinceramente. Mas quando eu comparo com todas as (poucas) vezes que eu joguei com avatares trans para personagens trans... Bem, eu não consigo lembrar de nenhum ship. E vou confessar, na maioria das vezes eu fazia o personagens cis ser um puta babaca e o personagem trans ser a melhor pessoa do mundo justamente pra tentar entender o que tava acontecendo. Mesmo sendo grandes filhos da puta, os personagens cis ainda conseguiam um ou outro beijo enquanto os personagens trans eram frequentemente infantilizados ou descartados como amigos.
E essa não é uma experiência só minha, eu conversei com pelo menos duas pessoas que relataram a mesma coisa.
Ou seja, nossa personalidade não é importante, nossa aparência ajuda um pouco, mas o cara cis sempre vai ser uma opção mais agradável pra um ship, mesmo sendo um casal de mentira em um universo de mentira.
Não é uma ordem e nem um pedido pra você sempre se relacionar com um personagem trans, mas me responde uma coisa.
Quantas vezes o seu char flertou ou se relacionou romântica ou sexualmente com um personagem trans?
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O normal que um dia foi estranho
Desde que escrevi meu primeiro ensaio para uma disciplina do primeiro período no meu curso, cujo nome era "História e Filosofia do Conhecimento Biológico", não posso negar que esse desafio fez-me cativa desse gênero literário, embora eu não seja especialista, e também não tenha passado de uma aluna mediana em linguagens, venho aqui discorrer breves pensamentos que me vieram em mente em quanto lia "A canção da célula", de Siddartha Muhejee. Na abertura do capítulo intitulado "As partículas elementares dos organismos" tinha-se a seguinte frase como meio de abertura: "Elementar", disse ele. "É um desses casos em que a pessoa que raciocina pode produzir um efeito que parece notável aos olhos do vizinho porque este deixou de perceber o pequeno detalhe que foi a base da dedução." - Sherlock Holmes para o Dr. Watson, em "O corcunda", de Arthur Conan Doyle Spoiler: O capítulo era sobre a descoberta da célula. Achei boa essa jogada do autor, antes mesmo da leitura propriamente dita posso dizer que o mesmo me induziu a formular hipóteses sobre o fazer a ciência, e me fez refletir sobre possíveis conclusões sobre como às vezes achamos um gênio inalcançável aqueles que descobrem coisas ou fazem ciências. Mas talvez seja só um "elementar", um observar profundo e diferenciado sobre uma determinada coisa, um trabalho intelectual árduo por vezes, outros ao acaso, mas quase nunca sem interação com algo. A coisa "mais divertida" de um curso de ciências naturais é que, os acadêmicos lhe pedem uma referência da sua informação para tudo, e embora a criatividade, ou seja, o processo de combinações de ideias lógicas ou não, sejam muito importantes, nenhuma informação pode ter vindo da sua imaginação, elas saíram de algum lugar, em um determinado momento, feito por algo ou alguém, e não pode demonstrar como verdade científica o que não é falseável ou replicável. E por vezes vemos algo como por exemplo a unidade fundamental da vida, a célula, algo super normal, mas que um dia foi fruto de uma elementar observação profunda, um marco histórico e incrível aos olhos de desbravadores do saber. E no mundo as coisas tornar-se cada vez normais, mesmo o que um dia foi incrível, tanto quanto algo que um dia foi incrível para alguém pode tornar-se estranho, mas ainda assim um conhecimento comum, que por vezes nos passam batidos como a terra jogada das botas na parede depois de uma aula de campo, e mesmo o comum pode ser belo, falseável, replicável, induzido e até sujeito a novas descobertas elementares. Falo isso porque um dia achei que literatura, arte e ciências naturais seguiam por caminhos distintos em minhas infinitas ignorâncias humanas, e juntar caminhos distintos torna-se um triunfo elementar, assim como as grandes conclusões podem estar nas bases de uma observação que levam a hipóteses, deduções, induções, métodos, testes, conclusões e muitas discussões. ARGUILERA,C 20.09.2024
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Ao meu tio, meu cachorro e Rita.
Acho que minha escrita me dá uma perspectiva acerca do meu futuro. Neste momento, me encontro sem destino algum. Tenho uns 10 textos incompletos e um blog -este blog- parado. Mas hoje eu decidi tentar me dar mais uma chance e quem sabe escrever as linhas da minha vida (Cora Coralina - Meu Destino), mesmo com uma grande dificuldade, um leve déficit de atenção não laudado e uma tendência à falha constante. Bom, algumas atualizações sobre a minha vida: eu não tenho mais a minha mochila preta, agora tenho uma bolsa marrom; faço faculdade; aprendi a beber; e entendi que a vida é triste, mas tem momentos felizes.
Visto isso, posso dizer que muitas coisas aconteceram, coisas boas e ruins. Mesmo assim não tenho expectativa sequer de terminar as linhas de meus textos. Como se abrisse parênteses intermináveis, vírgulas demais e tentasse dar o fim apenas com reticências… mas tudo precisa de um ponto final.
Por que tanta ansiedade, né? A pressa, a síndrome da folha em branco, o desejo de ser algo que muitas vezes não é alcançável se minha única ação é ficar parado. Essas coisas definitivamente me fazem ter um baque e não terminar nada (como este texto, que eu larguei por 2 meses depois de apenas dois parágrafos e meio), a gente (eu) quer(o) tanto, mas fica preso a ideia da falha e da frase que mais tem percorrido a minha cabeça nos últimos tempos: “de que adianta?”
Não sei se você, querida pessoa que está lendo, sente isso também, mas eu estou tão acabada pelo capitalismo, que às vezes sinto que não mereço nenhum tipo de hobby, diversão e/ou alegria. É meio triste pensar isso, mas a concepção de “diversão” ficou um pouco complexa há um tempinho pra mim, pois eu acabei. Vejamos: diversão no dicionário significa: “Passatempo; o que distrai, diverte…”, e eu me perdi na parte do distrai… várias coisas me distraem, mas não acredito que elas me divirtam. Vídeos no Tik Tok, com subway surfer e uma pessoa narrando alguma coisa (que pode muito bem ser mentira) me distraem mais do que eu me orgulho de dizer, mas não me divertem. A questão é que as atividades que me distraem deveriam ser prazerosas. E o prazer também é algo confuso.
Sabe aquela pessoa que sempre bebe quando sai? Acho que me tornei algo assim. Bom, a bebida me deu confiança, eu fico mais engraçado e não tenho medo de dizer algumas coisas que eu teria quando sóbrio além de ter aquela sensação de leveza como se tudo no ambiente fizesse sentido naquele momento. O problema é precisar beber sempre antes de sair, ou beber sem precisar sair, só a procura da leveza que a realidade não consegue proporcionar tão facilmente. Isso virou minha distração e prazer, logo, a minha “diversão”. Mas em momento algum eu escrevo estas palavras com orgulho…
Meu tio favorito também era engraçado quando bebia. Ele me falava sobre os sonhos que tinha quando era jovem, sobre o que ele gostava de estudar e ainda fazia uma piada entre isso. Ele era uma pessoa doce e muito boa pro mundo, mas ele não tinha prazer em mais nada na vida, tanto que ele deixou a bebida decidir qual seria o futuro dele, o que me faz não poder mais ver o meu tio e ficar triste ao lembrar que ele tinha sonhos e perdeu prazer pela vida o suficiente para não realizá-los. Vou mentir se disser que parei de beber quando ele morreu, na verdade eu bebi bem mais. Queria de alguma forma me livrar dessa sensação horrorosa de que eu não mereço diversão alguma.
Gosto de pensar na relação da Rita Lee com a bebida, porque a mesma era alcoólatra, foi internada algumas vezes e já disse sobre ele ser a pior das drogas. Não posso discordar dela. Mas o texto não é sobre o álcool em si, e sim sobre a diversão.
Nós vimos 3 casos de pessoas que achavam que através da bebida elas poderiam se distrair e ter uma versão melhor delas mesmas, onde três morreram: meu tio morreu alcoólatra, Rita por causa de um câncer no pulmão (já sóbria há anos) e eu… morri por dentro. Todos queremos sentir algo que não seja a violência do mundo, do capitalismo, da depressão, da solidão e etc. mas, como?
Bom, acho que pra mim este texto tem sido uma forma de eu encontrar uma distração que me causasse prazer. Mas não está sendo tão divertido quanto eu imaginava. Porém, acho que eu preciso me desintoxicar de tudo que estava me afastando de mim mesma para chegar ao que me causa diversão, já que tem sido difícil alcançar essa sensação ultimamente. Desintoxicação é o terceiro e último ato deste texto.
Bom, no final do ano passado (2022) eu perdi o meu cachorro, o que me abalou emocionalmente. A ideia de perder uma coisinha pequena que latia para tudo que passava na rua me deixou mal, mesmo que eu não fosse o ser humano favorito dela. Mas enfim, minha cachorrinha estava doente e algo havia intoxicado seu corpo. Não vou deixar detalhes aqui, porque é meio chato e ninguém gosta de ficar lendo muito sobre animais que morreram, mas eu lembro um dos últimos momentos dela. Ela estava na grama olhando pro nada, mas dava pra ver que ela sabia que deveria ter entendido que não viveria muito tempo mais, e ela tinha aceitado isso. Bom, ela foi fazer o que gostava de fazer diariamente: tomar um sol em um ponto específico de casa. Lá ela ficou até o fim.
Acho que quando superamos o que nos faz mal, a gente consegue ter a paz para fazer o que nos diverte, mesmo se isso for nos últimos momentos de vida. Talvez.
Bom, para encerrar queria dizer que o futuro é incerto, como tudo sobre a nossa existência na terra, mas que a cada dia, apesar das dificuldades e correrias, possamos escolher algo que nos divirta da forma certa, ou então que possamos colocar para fora o que nos traz angústia no meio da noite, seja em forma de música, dança, desenho ou até em um texto (sem pé ou cabeça, mas que foi uma experiência que me tirou da inércia). Apesar de parecer que tudo não tem jeito mais, talvez não estejamos nos distraindo da forma “certa”.
mochila preta
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São Paulo, Março 2023.
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Tempo, espaço e gravitação - Albert Einstein (1919) [tradução livre]
Tradução Livre | Eder Capobianco Originalmente publicado no jornal London Times, na edição de 28 de novembro de 1919. Após a lamentável ruptura nas antigas relações internacionais existentes entre os homens de ciência, é com alegria e gratidão que aceito esta oportunidade de comunicação com astrônomos e físicos ingleses. Foi de acordo com a alta e orgulhosa tradição da ciência inglesa que os…
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É como num encontro. Às vezes elas vêm primeiro, causam borboletas no estômago e eu fico ansiosa à sentar-me e conversar com elas, as palavras.
Porém muitas vezes, eu teimo em sentir as borboletas no estômago. Sento-me e aguardado pela chegada delas. E elas não vêm. Ou, demoram-se a chegar, causando um desconforto. Então, relaxo minha cabeça e espero. Espero pelas palavras. Elas sempre banham minha mente como um download agitado, borbulhante como bolinhas de refrigerante.
Maira Macri.
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Dia dos Namorados
Esta época do ano é prolífica para postagens amarguradas, histórias de terror e sofrimento e relatos ambivalentes sobre relacionamentos amorosos, próprios e alheios; quase tão propícia a essas coisas quanto à verdadeiras declarações de amor e textões apaixonados. É dada a largada ao famigerados “com um print eu acabo com esse relacionamento ‘lindo'” etc., o que eu posso até entender, por um lado, mas por outro… você fica contente, de verdade, que tenha alguém sendo feita de trouxa e achando que está tudo às mil maravilhas?
A bem dizer, acho esse cinismo todo batido e cansativo.
Apesar de cínica na maior parte do tempo, eu também sou romântica — e acho sinceramente que a maioria dos cínicos são românticos enrustidos.
Eu, solteira em regime integral para todo sempre, sei bem como datas comerciais de apelo amatonormativo pesam no psicológico de quem não se encaixa no que se supõe como norma: estar envolvida num romance ou ter interesse (acima de tudo) em fazer parte de um relacionamento amoroso.
(Se você entende inglês e quer um ótimo vídeo sobre amatonormatividade, eu recomendo o da Tara Mooknee: aqui. Não pretendo falar sobre o assunto agora, mas é uma ótima introdução, e foi a MINHA introdução ao termo e ao assunto.)
Gosto de pensar (mesmo estando provavelmente bem enganada) que, a essas alturas, já superamos a ideia de que as fotos que vemos em redes sociais, os relatos de sucesso do LinkedIN e dos coaches — e tudo mais — são a pura realidade não filtrada. Sei que nos momentos de tristeza e solidão, nosso cérebro gosta de nos pregar peças e de nos fazer acreditar que é tudo verdade: todo mundo está melhor do que a gente. Tudo dá certo para os outros, só não para mim. Mas é preciso ser realista: muitas vezes, só descobrimos que um relacionamento ia de mal a pior quando ele acaba e uma das pessoas envolvidas (ou as duas, ou as três…) se abre sobre a situação. Isso deveria ser suficiente para nos mostrar que o sucesso alheio, com certa frequência, é uma ilusão construída.
E mesmo que não seja uma ilusão, de que nos adianta usar a régua dos outros para nos medirmos?
Porém, não importa o tamanho da schadenfreude (aquele prazerzinho com a desgraça alheia) que uma pessoa afetivamente frustrada sinta com a descoberta da ilusão, com uma notícia de término e as fofocas subsequentes — a satisfação de saber que não estamos na merda sozinhos —; pelo menos para os mais românticos, é sempre triste pensar que algo que aparentava ser uma conexão profunda, genuína e eterna… acabou. Às vezes, não parece um indicativo de que o amor romântico verdadeiro não existe?
Neste Dia dos Namorados, eu gostaria de escrever não sobre a parcela de artificialidade em relacionamentos afetivos, nem sobre dinâmicas de poder desequilibradas, muito menos sobre aspectos tóxicos que as pessoas toleram em nome da preservação de seus relacionamentos socialmente prestigiosos. Existe, sim, espaço para discutir tudo isso, mas vamos deixar de lado a misoginia internalizada, os ciclos de abuso, os incéis e as fé-nas-malucas.
Quero falar sobre amor e fortuna (não dinheiro, mas sorte). E sobre o que nós realmente queremos no campo afetivo.
Você que namora: considere-se alguém afortunado, sim. Com certeza é uma vitória ter navegado por ambientes virtuais e não virtuais, passado por mil e uma provações com gente chata, dates ruins, encontrado alguém compatível com seus gostos e valores e ter chegado a um acordo mútuo sobre relacionamento com o outro ser humaninho. Claro que vocês se esforçaram, cada um a seu modo, para parecerem melhores e até SEREM melhores mesmo; claro que esses acordos envolvem concessões, debates, confiança — tudo isso dá trabalho, sim, e depende de disposições individuais. Porém, eu gosto de pensar que existe uma partícula, um fiapo de magia, de destino, de conspiração do universo nesse encontro bem-aventurado e nessas decisões todas.
Se você encontrou uma pessoa para dividir seus momentos de forma agradável, leve, saudável: aprecie.
O mundo é brutal. A nossa relação nas redes, no trabalho, na rua, não facilita confiar, se abrir, mergulhar de cabeça, dar uma chance. Tudo nos impele ao medo, à paranoia, à postura defensiva e ao ataque preventivo; achar alguém com quem seja possível romper essas barreiras, romper essa “programação”, e simplesmente se entregar é um presente fortuito — quase tanto quanto um esforço pessoal.
Manter-se sensível à outra pessoa e receber dela essa cortesia em igual proporção é um verdadeiro milagre (que eu acho que alguns subestimam).
Por outro lado, se você é solteiro, não se coitadize! Tudo bem, o mundo tende a cagar na cabeça do solteiro, mas isso é problema do mundo… não do solteiro. Nós temos nossas alegrias discretas, nossos privilégios, nossos hobbies e nossas próprias maneiras de encarar a vida.
E nem todo relacionamento precisa ser romântico para ser bom e importante.
Antes de tudo, vale pensar no que um relacionamento afetivo/romântico/amoroso significa para você: se é um desejo, uma necessidade profunda, que vem de dentro, ou se é só uma expectativa externa que você acha que precisa atender a todo custo (na maioria das vezes, ao custo do seu bem-estar). Algo que, na superfície, parece genuinamente nosso, numa análise mais detalhada, pode se mostrar uma decisão cujos requisitos e compensações não nos interessam tanto assim.
Recentemente o algoritmo me trouxe o vídeo de um moço bonito reclamando do cenário dos aplicativos de relacionamento e de como anda difícil achar uma namorida. Dando uma espiada no perfil, com milhares de seguidores, notei que se tratava de uma tendência temática do menino: “ai de mim, que só queria uma namoradinha”. Nos comentários, centenas de candidatas para ele, muitas se perguntando COMO era possível, pois “tão bonito”.
Bom, vamos tirar do caminho a primeira coisa: não só beleza não é tudo (além de ser relativa), como também compatibilidade (de verdade) é algo raro, e que só pode ser avaliada se as pessoas estiverem realmente dispostas a conversar, se abrir e correr algum risco, coisas que — ouso sugerir — NUNCA foram fáceis.
Não é de hoje em dia e não é da nossa sociedade em específico; se antigamente as pessoas se juntavam ou casavam mais (será?) é irrelevante, já que amor era secundário em relação a praticidade e conveniência de um relacionamento heterossexual (acho que não preciso nem trazer à tona as dificuldades de relações homossexuais, ou de qualquer configuração fora da norma social aceita, que muitas vezes eram puníveis com prisão ou morte ou ostracismo), e isso sem mencionar as dinâmicas de poder que sempre deixavam as mulheres em situações mais vulneráveis.
Também não posso avaliar com precisão o cenário dos Tínderes e Grínderes e Bumbles da vida; conheço tanto pessoas que conseguiram relacionamentos aparentemente saudáveis nesse território, como pessoas que não se deram bem com esse sistema.
Mas o que eu sei é que a maneira como nós conversamos com estranhos, especialmente no meio virtual, tende a ser um pouco complicada: estamos todos meio cansados, meio calejados, meio fartos (de forma contraditória) de vácuos e de interrogatórios, de julgamentos infundados… Há quem queira conversar e descobrir sobre os outros, há quem queira falar mais sobre si, há quem SAIBA conversar e há quem tenha dificuldade em achar um jeito de se expressar.
É difícil equilibrar as expectativas do quanto cada um quer mostrar de si ou ver do outro.
Fora do mundo virtual, existem outras vantagens e outras complicações, muitas relacionadas a essas dificuldades da comunicação.
A questão é que para que surja a possibilidade de um relacionamento, sempre será preciso ao menos boa-fé de ambas (ou todas) as partes. E a confiança na boa-fé do outro, o que sempre é um pouco difícil.
Mas, em suma, seja em situação de solteiridade ou namoração (ou em qualquer estágio desse espectro), nossa vida sempre pode ter amor, e só cabe a nós descobrir em qual medida e de qual forma nos agrada mais.
(Puxa, é tão mais fácil escrever essas palavras genéricas de autoajuda do que propriamente olhar pra dentro e entender o que eu enxergo lá…)
Seja como for, com quem for (desde que consentido, e lembrando que menores de idade não dão consentimento a adultos!), um feliz Dia dos Namorados: celebrem o amor (de toda forma), e que a maior parte dos nossos dias seja mais de amor do que de ódio — especialmente em relação a nós mesmos. (Originalmente publiquei este texto dia 12 de junho de 2023, no meu blog no Wordpress. Fiquei em dúvida se trazia pra cá, mas decidi trazer, sim.)
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Morte, Vida e Ócio
É aproximadamente cinco da tarde de um sábado de Novembro do ano de 2023. Estou escutando Document do R.E.M. e achei que era um bom momento para publicar um texto que tive dificuldade de editar. Não necessariamente pelo tópico sensível, mas sim por uma estranha inércia que me impediu de terminar o processo durante a segunda parte das minhas férias. A primeira metade foi revisada e editada por mim durante o período de uma semana. A segunda metade está mantida como esboçada. Sem edições por minha parte. Tenho a sensação de que editá-la agora eliminaria uma parte importante do sentido disso tudo. Talvez eu também não tenha corrigido os erros ortográficos. Escrevi isso tudo em julho, logo após a morte do meu tio. Descreve minha primeira experiência com o luto--senti que seria um desserviço deixá-lo engavetado por mais tempo.
Dedico este texto à memória do meu tio Roberto. Uma pessoa muito especial que está deixando saudades. E também ao meu finado amigo Valter, que trabalhou comigo durante um dos períodos mais difíceis da minha vida, e trouxe alegria ao meu dia a dia com seu jeito engraçado e cuidado atencioso.
Estas pessoas passam pela minha mente de vez em quando.
E ficam.
Eram 8 horas da manhã de uma quinta-feira. Comum como as anteriores até então. Um dia de trabalho sem muitos detalhes. Já estava no finzinho do primeiro semestre escolar. Não haviam alunos na escola. Passei o dia estudando e ajudando com a organização das pastas do arquivo morto da secretaria. É um escola antiga, com uma quantidade tão antiga de prontuários e um número acima do normal de alunos que passaram por lá. Estavamos colocando as fichas daqueles que nasceram antes de 1960 em um lugar separado dos demais. Por um erro de logística, e uma decisão sem nexo de uma diretora que passou por lá (e que obviamente não trabalhou no local por tempo suficiente para ver as consequências), estamos a poucos passos de não termos mais espaços para armazenar tantos documentos. Essa foi uma tentativa de evitar o pouco-evitável. Virtualmente inevitável, Talvez com um pouco de orçamento, e um lugar a mais para guardar uma boa quantidade de folhas mofadas e pedaços de história, tudo possa ser resolvido. Por enquanto estamos improvisando. Poderia ter sido um dia de marasmo sem igual, mas a presença dos meus colegas de trabalho tornaram as coisas mais leves e menos enfadonhas. Foi bem tranquilo e sem complicações. A hora passou como tinha que passar—por mais lento que possa parecer quando não estamos no conforto da nossa casa e no prazer de uma atividade que gostamos, isto é, qualquer outra coisa que não seja ficar à toa ou se estressar de graça. Lembro que nesse mesmo dia eu também usei um pouco do conhecimento que tenho em computação—ensinado pelo meu pai, durante aqueles diversas ocasiões onde o nosso computador parava de “dar imagem” por conta de uma de nossas memórias RAM que estava com defeito—para consertar uma das maquinas do trampo. Não é muito comum que eu tome a iniciativa desse jeito, mas estava sem muito o que fazer e com um computador inutilizado bem na minha frente (quando poderia estar lendo alguma coisa, ou estudando com mais qualidade). Então o que eu fiz foi bem simples: peguei uma borrachinha branca que estava alí perto, em cima de umas das mesas, e passei no contato das memórias. Limpei um pouco da poeira do gabinete—tomando cuidado pra não quebrar alguma coisa—e quando liguei… Voilà! Pegou de primeira. Não tive tempo de usar ele, mas me senti bem de aplicar algum conhecimento que aprendi na infância. O expediente passou, então, sem pressa e sem loucura. Meu celular descarregou durante esse meio-tempo. Deu meu horário. Sai, e andei em direção ao ponto de ônibus. Tive que passar a viagem até em casa sem escutar as minhas músicas, como costumo fazer. Me aborreci de início, mas não me prendi a isso por muito tempo. Li um livro que meu amigo me emprestou, durante o trajeto, e também peguei a minha Bíblia de bolso para ler durante no trem—a penúltima etapa antes do virar das chaves no portão, e o tirar dos sapatos na área de fora. Estava lendo o Salmo 119. Meditei um pouco no que estava escrito. Espiei pela janela do trem na esperança de estar perto de minha estação. Cheguei e desci as escadas do terminal. Peguei o ônibus como todas as outras vezes. Foi chato não ter nada para escutar. ME conformei com o som do ambiente. Por algum motivo eu me senti bem em ser forçado a escutar o mundo em minha volta. Desci no mesmo ponto de sempre. Atravessei a mesma rua. Olhei para o mesmo céu cinza e sem estrelas de São Paulo. Escuro. Silencioso. Mudo. Mascarado por luzes que escondem sua real beleza. E com pouquíssimas estrelas. Olho para a lua. Chego em casa. Abro o portão. Passo para dentro. Escuto a voz do meu pai, e nesse momento o martelo desceu pela primeira vez. Entrei pela porta e me aproximei da janela. Minha tia. Minha avó. Meu pai. Todos reunidos ao som da notícia:
Meu tio morreu.
Foram longos e curtos meses. Onze, lutando contra a leucemia. Não pensei que chegaria a esse ponto. No começo estavamos apenas com a suspeita da doença. Seria apenas mais um obstáculo no caminho da vida. Contornado como todos os outros até então. E mesmo que fosse o caso, a esperança de sua recuperação era como uma certeza para nós. Ao menos para mim, era. Sempre estive otimista diante da recuperação. Ela era uma questão de tempo. Isso no mundo da mente, é claro. A realidade é um pouco diferente. Foi algo sério, e quando veio a confirmação de seu diagnóstico, ficamos atônitos. O tempo passou. Oramos por você, e aguardamos ansiosamente por sua melhora. Pedimos para que as coisas pudessem se resolver, e para que você voltasse a ter o seu típico vigor, que nos enchia de alegria e tornava as nossas vidas mais divertidas. A expectativa pelo retorno à normalidade ocupou os nossos pensamentos durante esses meses. De vez em quando eu pensava no seu quadro de saúde, e continuava na expectativa, com uma esperança viva. E assim seguiu. Perguntava por você—sobre como você estava e se havia alguma novidade. Isso mais para o final, eu admito, pois no o começo eu achei que não era nada demais. Achei que a suspeita continuaria sendo uma suspeita. E mesmo com o diagnóstico certo, logo tudo iria se resolver. Assim foi, e o tempo passou novamente.
Meu amor por você, tio, permaneceu vivo à distância. Você fez parte dos meus pensamentos por um bons momentos desse período da minha trajetória—e ainda faz. Infelizmente não pude ter ver presencialmente no dia do seu aniversário. Nem eu, nem meu pai. Durante as últimas semanas, começamos a receber notícias mais frequentes sobre o seu estado. Elas subiam e desciam. Iam e vinham e nos deixavam atentos. Orei por você, e me esforcei para não ser desleixado em minhas preces. Pedi a Deus para que você pudesse ser curado dessa doença, e que pudessemos o ver com saúde novamente. Um pouco antes da pandemia, você veio aqui em casa visitar o meu avô. Eu estava voltando da escola quando te encontrei de surpresa na frente do portão de casa. Lembro que você quase tropeçou na elevação que tem na calçada da frente. Então nós entramos, você ficou na sala, e eu fui cumprir o meu ócio lá no quarto do computador. 2019. Foi a última vez que te vi em vida.
Por um bom tempo do tratamento, estivemos na espectativa de você conseguir fazer o transplante de medula. Até que fez, e a cirurgia foi um sucesso. Aguardamos, então, o seu corpo reagir para que você pudesse se recuperar.
Não foi o que aconteceu.
A hora havia chegado. Fugiu completamente do nosso controle, e escapou por pouco da nossa compreensão. Ficamos mais atônitos do que quando recebemos a notícia da doença. Um soco no estômago, e um chute na cara. A digestão começou rápida, só que aí ficou lenta. Se fosse mais súbita, teria descido uma nuvem negra em cima da minha cabeça. Então eu parei por um minuto e pensei: “Deus sabe o que faz” e também parei por outro minuto e pensei “O que está acontecendo, afinal?”. Sim, Deus sabe o que faz. E não posso tomar essa situação toda como um prejuízo. Seria ingênuo de minha parte ignorar que isso tudo fosse impossível. Veio na minha mente a música do Kero Kero Bonito—Only If I’d Known—que fala sobre as diversas possibilidades que passam diante dos nossos olhos, até que o sujeito da canção chega na conclusão de que não há porque se preocupar, já que sentimos todas as linhas do tempo de uma vez só. Isso é apenas uma divagação engraçadinha. Não é assim que funciona. A linha do tempo é apenas uma só, e ela está repleta de surpresas surpreendente repletas de possibilidades imprevisíveis e eletrizantes—ou você com o choque, ou vira um condutor dele. E agora a pergunta para mim mesmo: porque não haveria de ser assim? Para todas as coisas há um tempo, e cada resultado tem um momento apropriado de se manifestar. Eu sei muito bem que poderia ter sido diferente. Que o nosso Senhor poderia ter curado meu tio. Ter tirado ele dessa, e mantido a alegria de sua presença em nossas vidas por mais um tempo. Tive fé, e ainda tenho, que todas as coisas são possíveis para o Senhor, meu Deus e pai.
Também sei que ele é soberano, e que todas as coisas cooperam para o bem dos que o ama, por mais terríveis que elas possam parecer aos olhos de seres temporais como nós. Só não pensei que fosse ser assim tão repentinamente. Sem tempo para me preparar para a notícia como eu gostaria. E quem pode se preparar para o telefonema? Para a fala desajeitada? Situação ingrata? Sentimento inexistente? Nota de rodapé? Clausula não esclarecida, anexada à escritura do relicário frágil e corruptível conhecido como nosso corpo. Este mesmo templo que costumamos limpar no exterior, enquanto ninhos de barata se formam por dentro. Os ratos comem as estranhas dos desatentos. E existem também outros que chamam este veículo de “ser” e colocam mais valor nele do que deveriam. Carne carnuda carnosa e deprimente. Se torna ilusão. Como se houvesse significado em remover os significados. E como se tudo pudesse ser resumido na ausência de sentido, e eventual ausência de responsabilidade. É triste pensar dessa forma, e mais ainda tentar aceitá-la. As peças não se encaixam No meio disso tudo, também em algum momento existiu ‘eu’. E existe um ‘eu’ aqui e agora. E vai existir um ‘eu’ logo após os comerciais. O ‘eu’ do passado desprezava seu veículo, por cuidado de estar indo contra o pecado ao eliminar qualquer apreço pela matéria. Gnosticamente radical!
Foi apenas um fase—durou minha infância inteira e quase toda a minha adolescência. Depois de um tempo de leitura e estudo, descobri o valor deste corpinho que temos, por mais que nossa tendência seja de desprezá-lo, quando caímos em uma espiritualidade rasa e supersticiosa—a mesma com o qual eu fui alimentado por um bom tempo. Mas minha alma também não fica para trás. Não consegue tanta vantagem em relação ao corpo quanto pensa. Antes disso, é apenas uma parte de um todo. O corpo sem a alma é apenas um boneco. A alma sem um corpo não é completa. Somos mais do que o que se vê, e mais do que o que não se vê. O ser humano é engraçado. Nunca vi um bicho que é duas coisas ao mesmo tempo. Mas se o corpo é assim algo tão valioso e incrível, porque eu não sinto nada quando te enxergo deitado em flores, em um sereno descanso? Onde está você? Cadê a vida que vi aqui quase agora? Que de repente se tornou apenas uma sinédoque? Suportei essa situação por muito pouco. De repente, as lágrimas voltaram a correr pelo meus olhos secos, implacáveis até então. Não choro pelas minhas dores. Não choro por dores virtuais. Me sequei há alguns anos após tomar repetidas porradas da vida. Poucas situações me arrancaram as lágrimas. Desde então, esta foi a mais amarga delas.
Mas minha tristeza não habitou solitária pelo meu coração durante os momentos do velório em que fiquei de pé no canto de fora da sala, ou quando sentava perto do meu avô, enquanto olhava meus familiares, e os seus entes queridos, sentirem a dor da perda e expressarem todo amor por você em lágrimas sinceras. Me senti feliz, apesar da ferida que havia se aberto dentro de mim. Pensei de forma racional. Senti de forma racional. Falei um frase dentro da minha mente de forma igualmente racional. Racionalmente eu segurei as lágrimas enquanto a tristeza aumentava gradualmente conforme as pessoas chegavam. Escutei o silêncio do bonito cemitério e observei seu corpo e as coroas de flores que decoravam o ambiente. Um pessoa muitíssimo querida. As flores chegavam. A visão do crucifixo dourado permeou a minha mente por um pouco de tempo. Fiquei feliz ao lembrar que você está descansando. Tive forças e me mantive de pé em cima da rocha.
Vivi o momento da forma como deveria ser vivido. Ou ao menos como eu o percebi. Me sustentei na única coisa que poderia me trazer algum conforto durante aquele momento. Não me sinto culpado de confessar que senti alegria de ver meus outros familiares durante o triste momento da despedida. De sentir o amor que todos tinham por você, e que todos tem por cada um dos que estavam alí, mesmo que apenas por aquele momento. Falo isso de forma rasa, e peço perdão. Mas eu fiquei feliz de ver todo mundo reunido, mesmo que em um momento inoportuno.
Pensei em muitas coisas enquanto estava presente naquela cena. Me senti mais disposto em apreciar a beleza que há na vida e nas coisas boas que produzimos e deixamos. Senti felicidade ao ver os meus primos, netos do meu tio. Logo quando eu cheguei ao lugar, eles estavam brincando em um balanço que havia alí no meio do terreno. Mas não pude deixar de perceber uma de minhas tias chorando pela perda. Coisa complicada que é tudo isso. Não fui trabalhar no dia do funeral. Também não é como se eu pudesse. Estava sendo a primeira vez que eu enfrentava a dor do luto diretamente. Sem fuga. Naquele presente momento eu me senti aéreo, e fico surpreso de não ter tido algum episódio de despersonalização (como eu costumeiramente tenho) durante a cerimônia. Me senti desconectado, mas não fisicamente. Apenas mentalmente. Psicologicamente em um lugar dentro do mim pensando em algumas coisas enquanto tudo acontecia ao meu redor e eu segurava as lágrimas por medo de me expor. Exposição? Em um momento apropriado? Chorar? Chorei. Não pude segurar a todo momento. Eu tive que chorar. E chorei. Me senti bem de poder.
Depois de um tempo nós voltamos para casa. Cada um tornou a fazer as atividades de sempre. As que precisavam ser feitas, e as que fazemos por hábito. Eu vivi o momento, e fui tocar a minha vida. Minha memória anda nebulosa. A única coisa que lembro é de subir para a minha casa, lavar as minhas mãos, tomar um pouco de água, e então desabar em lágrimas.
Senti dor.
Chorei pela perda e pelo o que ela significava. Tudo o que deu errado desde então. Desde o começo de toda essa série de tropeços descuidados que conhecemos por história. E até então o pecado havia me parecido tão nojento e indigesto como pareceu naquele momento em particular, enquanto eu lavava os pratos da louça e soltava tudo o que mantenho preso por um pouco de tempo que fosse. Estava errado. Estava muito, mas muito, errado. Porque teve que ser assim? Não poderia ter sido diferente? Mas foi assim. E quem sou eu para questionar alguma coisa que seja? Apenas sendo atingido pela força da morte foi que eu pude notar a gravidade da situação. Problemática. Me afetei.
Amanhã eu faço 21 anos. Ainda me expresso de forma errônea. Escrevo coisas que dizem sobre o que eu sinto, mas pouco do que consinto. Não minto em minhas palavras, apenas em minhas frases. Digo o que passa pela minha cabeça e tento tornar as coisas um pouco mais compreensíveis e menos sufocantes quando comparadas à introspecção silenciosa. A tristeza ainda faz parte da minha rotina, e no momento não há muito o que eu possa fazer para mudar isso. Ficar quieto ajuda. É o que faço durante a maior parte do tempo. Falo o necessário. Em alguns momentos tenho liberdade de tagarelar e gastar minha voz sobre as coisas que amo e na qual eu tenho paixão. Nesses momentos eu deixo de ser quem eu realmente sou—quem eu aparento—e passo a ser quem eu gostaria que fosse em outras oportunidades. Gasto as minhas horas sentindo gratidão. Misturo ela com o fascínio. Alguns dias, ela é substituida pela melancolia. Misturo ela com o cansaço. Meu corpo reage em resignação. Hoje é um desses dias. A gratidão minguou. O aprendizado continua, a dor se alastra. Joguei a minha epifania fora, e não sinto vontade de sair de casa. Espero acordar alegre para o meu aniversário.
O dia seguinte ao velório foi o mais doloroso até agora. Achei estranho que todas as coisas pudessem me lembrar de você. Vem com um flash na cabeça. Me senti mal a cada vez que a memória das lembranças e imagem dos momentos que vivemos juntos passavam pela minha mente. Uma flechada no coração combinada com um sentimento de vazio que não se compara a nenhuma outro que penso ter experimentado em algum momento. Agora já nem me lembro mais. Está mudando e se transformando a cada dia que passa. Vou dormir e já volto.
Aqui estou eu. Agora eu tenho 21. Parabéns para mim! Colocando toda essa melancolia e frustração de lado, me sinto compelido a falar mais claramente sobre a situação. Ou pelo menos tentar. Já está perto de fazer uma semana desde que recebi a notícia. Estou um pouco mais conformado, e a dor vai deixando de paralisar tanto quanto antes. Gosto de pensar que estou lidando bem com essa situação. Estou tentando, pelo menos. Os dias deste Julho estão frios e nublados. Não eram as férias que eu gostaria de estar vivendo, mas não é como se eu tivesse controle sobre essas coisas. No momento eu continuo a estudar um pouco aqui, jogar um pouco lá, olhar para a tela de um computador, de vez em quando parar e fazer algumas flexões. Ainda estou triste. Ainda me lembro de você quando penso em qualquer outra coisa. As imagens do velório passam pela minha cabeça e pelos meus sonhos. Só menos do que anteriormente, e me sinto mais feliz de saber que você está descansando.
Estava escutando Stevie Wonder e pensando em você. Estava conversando com meu avô e pensando em como ele poderia estar diante dessa situação. Sentei na poltrona do meu quarto, liguei o meu Xbox e comecei a jogar Spyro. Liguei para a minha mãe e avisei que não poderia visitar ela, nessa terça que passou. Coloquei Simon e Garfunkel para tocar e me senti mais deprimido do que já estava. Entrei em uma chamada de voz com meus amigos e me diverti por um momento. Quando apertei o botão de desligar, senti o peso da realidade novamente. Qual o sentido então, de todas essas atividades? Se vamos todos morrer e repetir as mesmas coisas até o dia do fim, porque devemos continuar nessas atividades? Eu me resigno cada vez mais em deixar de me importar como eu antes me importava. Ou como me importo no presente momento, filtrando todas as coisas que poderiam me trazer algum significado—e nenhuma delas consegue bater de frente com a força do tempo e o pensamento último do fim de todas essas coisas.
Vaidade! É tudo vaidade! É como correr contra o vento! Mas isso também não é novidade para ninguém. Talvez para quem não queira ver. A ignorância traz algum conforto que seja, mas viver no mundo da lua não pode salvar ninguém dos lobisomens—seja lá o que isso signifique. Não tem como fugir da realidade por muito tempo. Talvez em um país como o nosso seja mais fácil. Em uma época onde podemos escapar para nossas distrações com muito mais conforto e facilidade do que há algumas décadas (não precisamos ir muito longe para sermos confrontados com a dura realidade da vida). A tecnologia nos trouxe uma boa série de benefícios, e também fez o ato de dormir em campo de batalha mais simples do que nunca. Não que não fosse assim há centenas e milhares de anos. No fim das contas só mudou a roupagem. Nós ainda gostamos de fingir que está tudo certo e que conseguiremos sair dessa por nosso próprio mérito e com nossas forças—que julgamos sermos nossas, mas quem realmente escolhe quando está fraco ou forte?
Me vi abatido algumas vezes pela condição humana em que vivemos. E como em uma prova de fé, tive que me decidir de uma vez por todas no que eu deveria confiar. Quais prioridades tomar nessa minha vida, que vai passando a cada dia do calendário, que é riscado com um lápis que perde a ponta e o tamanho com cada traço de Kanji que escrevo no papel de um bloquinho de lições, e em um caderno antigo guardado em uma gaveta da minha escrivaninha? Tenho duas opções então: me drogar ou enfrentar tudo isso. Ainda não comecei a fumar cigarros e nem a encher a cara com vinho depois de voltar do serviço, então julgo estar caminhando para a segunda opção. Me apeguei mais a minha religião, nos dias que sucederam uma imensa crise existencial, quando eu olhei para o abismo, e o abismo acenou de volta com um olhar sarcástico. Foi nesse momento de angústia profunda que eu realmente entendi o que significa a esperança.
E que não é qualquer coisa que pode reverter nosso quadro terminal. Realmente entendi o significado do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do calvário. Naquela sexta-feira angustiante com cheiro de morte por toda a terra, seguida por um sábado de silêncio mórbido. Mas o domingo logo chegou. E com a Ressureição veio não apenas uma vitória decisiva sobre a desgraça, mas uma viva esperança de retornar ao lugar de onde viemos—e do qual nós sentimos falta todos os dias de nossa vida neste mundão confuso. Acho que a minha conversão só veio de verdade depois desse período estranho. E não abracei isso tudo com uma fé cega e surda, mas tive fome e vontade de entender um pouco de fosse de quem realmente é Deus, e do que aconteceu naquele pequeno lugar no oriente médio, há um pouco menos de dois mil anos, em uma cidade que não significava muita coisa aos olhos dos Romanos, mas que foi palco do evento mais importante de toda a história. É um cenário curioso para a vinda de um “Messias”, e mais curioso ainda foi a forma como sua Salvação se manifestou.
Quem, em sã consciência, poderia cogitar que o Messias seria Deus, e que ele se tornaria plenamente humano, eu que morreria em sacrifício ao invés de trazer julgamento sobre todos aqueles que cruelmente o crucificaram como pária em uma cruz de madeira? Na verdade estas coisas já haviam sido reveladas anteriormente—O Antigo Testamento constantemente aponta para a vinda de Jesus, seu sacrifício e ressureição—mas toda a premissa não deixa de ser no mínimo surreal. Deus morreu. Deus ressuscitou. Deus sofreu e Deus sentiu dor. Aquele que nos deu tudo, e que poderia muito bem tirar, e mais do que isso—nos apagar da existência por conta dos nossos atos—decidiu então tomar parte das nossas dores e pagar o preço dos nossos erros e maldades.
Não posso descrever com clareza o que sinto ao pensar sobre essas coisas. Coloco minha confiança em Deus, e entrego minhas dores e aflições à Jesus. Faço o que posso para não tropeçar em minhas próprias pernas. E continuo a tropeçar aqui e alí. Caio de maduro por ser impulsivo. Cabeça dura e inconsequente. Tímido e reprimido. Mas que sei que Deus ainda me ama, e cuida de mim a cada dia que passa. Por mais que eu seja imperfeito e erre em coisas que não deveria—a essa altura eu já me tornei um profissional em tentar o que não consigo de jeito nenhum, por motivos que não consigo entender—ainda tenho esperança, e me arrependo pelos meus pecados. Ou ao menos tento. Alguns dias são mais cinzas do que os outros. Sinto tristeza e sinto culpa. Sinto uma multidão de coisas e negligencio minhas necessidades espirituais—pois não somos apenas carne e osso, mas sim uma espécie estranha de ser que está preso entre dois mundos completamente distintos—fico mal, e mal pra caramba. Se eu for ficar me guiando apenas pelo o que sinto, vou viver uma vida confusa e desconexa. Sei que não há nada de bom em mim. Como que algo de bom pode vir de alguém que não seja Deus? Eu sou apenas um receptáculo de tudo isso. Pela misericórdia e graça que me foram oferecidas, e que eu escolhi—não por meu querer, pois eu não posso querer nada que seja bom de verdade—abraçar. Estranho dizer dessa forma. Uma escolha feita sob um querer que não é natural de alguém. É misterioso. E eu sou um especialista em gastar minhas energias pensando em coisas que não tenho a capacidade de entender. O que posso fazer? É mais forte do que eu!
A minha própria morte não me causa medo. A morte das pessoas ao meu redor me deixa abatido. Sinto uma tristeza amarga vindo de uma insegurança sem sentido. É o meu coração melancólico pregando uma peça em mim. E o safado ama fazer isso nos momentos onde eu deveria estar mais feliz! Miserável! Que raiva que eu tenho de ser deprimido do jeito que sou. Bem… isso é mentira. Eu até que gosto disso. É o meu charme, por assim dizer. Mas isso não tá certo! Que porcaria de charme é esse em ser um pessimista sem motivos? Eu sou a última pessoa do mundo que deveria esperar o pior em qualquer momento possível. Acho que me deixei levar pelas adversidades da vida. Estou trabalhando nisso, na medida do possível. Peço a Deus em minhas orações para ter forças de seguir em frente e lidar com isso de uma forma melhor. E também para ser alegre. Que motivo eu tenho para ser tão triste? Nenhum que eu possa julgar como válido. Acho que sofrer de depressão não me ajuda muito, mas não posso tomar a doença como justificativa. Ela não me define, no fim das contas. E eu sei muito bem que ser grato pelo que tenho me traz satisfação. Quando penso em todas as coisas que Deus fez por mim, e em toda a criação que tenho o privilégio de não apenas ver, mas fazer parte, me preencho com a felicidade que preciso para tocar o dia ao invés de ficar deitado na minha cama até virar bolor. A vida é um épico. Toda a história tem suas tragédias e reviravoltas. Quando paro para pensar com calma, nossa existência é uma narrativa. Um conto que segue por seus versos e parágrafos, repletos de aprendizado, dor, amor, alegria, tristeza profunda e esperança remediadora. Dois finais nos esperam, no fim. Qual final vamos ver, afinal? Posso dizer apenas pelo meu, mas não pelo dois outros. Espero de todo o coração que os finais felizes preencham a vida das pessoas ao meu redor. Caso contrário, eu teria que chorar mais um bocado até me conformar.
Fico feliz de poder estar passando tudo isso no conforto da minha casa, ao invés do frenesi dos trens e agitação do trabalho.
São diversos os contratempos que me impedem de agir da forma como eu gostaria. Me sinto culpado de estar desejando aquilo que as pessoas tanto evitam. Não fico assim em todos os momentos, apenas de vez em quando. A frequência diminuiu bastante de um tempo para cá, e isso me traz esperança de não cair no mesmo barranco novamente. Já não sei mais o que pensar em relação a essas coisas que aconteceram—algumas andam acontecendo, e caminham na direção de acontecerem por mais tempo. Estou cansando de muitas coisas. Outras eu ainda consigo aguentar por mais tempo. Fico cada dia mais surdo com as músicas que tanto amo e escuto. Sinto raiva e angústia quando penso nos meus instrumentos. Passo os meus dias estudando, lendo e fazendo o que posso para caminhar na direção certa. Tropeço em pedras que já pisei anteriormente. Este mês de Julho está provando ser tão árduo quando o do ano anterior. O retrasado foi um dos melhores de toda a minha vida. Acho que estou passando por uma estação diferente. Passam as horas, e passam os dias, mas nenhum segundo sequer poder voltar atrás.
Matemática sinistrissima!
Vivenciar isso está me deixando disposto a mostrar mais afeto às pessoas que amo. Nós realmente sabemos quando será tarde demais para escutar a voz delas, ou sentir sua presença no cômodo da sala, com o intermitente clique dos ponteiros estalando dentro do bonito relógio de parede—que eu deveria comprar para o meu quarto. Minha tristeza em pensar na efemeridade dolorosa desta vida é eclipsada pela beleza que há em ser algo. Algo vivo, ainda por cima. É uma sorte grande, não acha? Poderia ser cínico em dizer que estamos aqui a toa. Isso seria mentir para mim mesmo. Mentir para Deus e mentir para todos ao meu redor. Eu não acredito nisso. É tão irracional quanto pensar que o nada pode trazer alguma coisa que seja. Acredito em coisas melhores e mais sólidas. O difícil é colocar esse assentimento intelectual e espiritual na prática. Oras! Porque as coisas tem que ser tão complicadas? Mas já joguei alguns jogos em baixa dificuldade. Não tem a mesma graça. A vida é um prato de comida gostoso, mas apimentado.
Bem apimentado.
De qualquer forma, estou alegre. E tão triste quanto.
Qual é a desses opostos?!
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Eu cheguei lá e não sei o que fazer
Esse texto é um ensaio onde eu apenas falo e falo coisas que se passam pela minha cabeça sobre um assunto e tento relacionar elas ao rpg. Se te ajudar em alguma coisa, eu fico feliz, mas às vezes a gente só precisa ler algo sem precisar desenvolver qualquer opinião sobre.
A mãe de uma colega de trabalho veio elogiar o meu nome e, como eu amo essa piada, falei "Agradece ela por mim, fala que fui eu quem escolhi". É sempre divertido ver o rosto de confusão das pessoas porque elas obviamente não sabem que eu sou trans. Essa é uma parte muito legal da passabilidade: brincar com a mente limitada das pessoas. E não digo "limitada" de forma pejorativa, mas encontrar uma pessoa trans no seu dia-a-dia não é a primeira coisa que você pensa quando acorda, principalmente se você for uma pessoa com mais de 30 anos ou não for da comunidade.
Por conta disso, quando se trata de pessoas na minha faixa etária e que convivem comigo diariamente há 4 meses, quando essa situação de confusão acontece, é mais confuso pra mim do que pra elas.
Há um ano não uso o binder. Tive feridas graves por conta dele e as cicatrizes estão começando a sumir agora. Por isso precisei lidar com a disforia na marra mesmo, aprender as roupas que menos marcavam, os tecidos que mais escondiam. Meu armário começou a ficar preto, e eu nem gosto de roupa preta. Até que chegou nos dias como hoje que eu já não me sinto mais tão disfórico, consigo usar uma roupa colorida ou branca, e mesmo se marcar, não me importa muito porque sou bem resolvido com essa questão.
No trabalho, porém, o tecido do uniforme é bem fino e reflete bastante a luz, o que significa brilho e realce de curvas mesmo sendo preto. Vez ou outra isso me ataca a disforia, mas se eu usei o binder 3 vezes nesses 4 meses, foi muito. Pra mim era óbvio que eu sou trans por conta disso. Jurava que todos sabiam porque, apesar de não existir isso de "parecer trans", meus seios ainda são grandes demais pro meu corpo pra acharem que eu sou um gordo tetudo.
Era isso que eles achavam.
Não um gordo tetudo, por favor, mas sim um homem cis com seios grandes, porque isso realmente acontece.
No dia seguinte eu decidi perguntar pra outras pessoas e a resposta foi a mesma: estou descobrindo agora.
Eu cheguei lá. Eu cheguei na passabilidade. Não diria 100%, mas talvez uns 80%?
Esse era o objetivo, então por que eu me sinto estranho?
Porque não é normal. Ter uma pessoa no seu convívio que foge do cis hétero neurotípico e não-deficiente não é normal. Claro, eu não to dizendo que a gente deve acordar e pensar sobre todas as pessoas fora desse padrão convivem conosco ou que veremos no dia-a-dia. No entanto, o contrário é verdadeiro. Você nunca está esperando que a pessoa com quem você vai esbarrar na esquina seja diferente de você.
O pessoal no trabalho achava que eu era cis, e eu até entendo esse pessoal porque consigo ver que não faz parte da realidade deles. Portanto, se eu pareço cis e se eles querem encontrar uma pessoa cis, é isso que vai ser visto.
Eu não sei exatamente o que eu to dizendo aqui, sabe? Só é muito esquisito e novo pra mim que TODO MUNDO no meu ambiente de trabalho achasse que eu era um cara cis tetudo. É estranho não ser o estranho. É estranho ser visto como igual.
Eu não sei se quero ser visto como igual, mas também não quero ser visto como diferente. Eu não quero que minha identidade, minhas batalhas, minhas dores e cicatrizes não sejam vistas. Também quero viver em paz, sem ser questionado e coisificado o dia inteiro.
Talvez seja só uma questão de costume. Quando você é uma pessoa trans, você vai passar por várias etapas da sua vida muito próximas umas das outras, você vai ter que se acostumar várias e várias vezes com as coisas que vão aparecer na sua vida. A auto descoberta, a auto aceitação, a exposição, os olhares diferentes, a aceitação externa, as mudanças físicas, as mudanças sociais. No entanto, a "indiferença" parece ser a mais difícil de lidar.
É estranho ser visto como igual.
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talvez você ainda não tenha se convencido da ideia de que sou completamente apaixonada por você, por cada detalhe, cada jeito e trejeito que carrega. não sei se acreditaria que nada mais no mundo me brilha os olhos, sempre será você, meus textos, meus pensamentos, minha arte, as músicas que escuto e as que até ensaio em voltar a compor, sempre você. espero que saiba que meu coração transborda de amor e de felicidade, buscando a realização de viver uma vida inteira ao seu lado.
#meus#dramaticadora#poecitas#mentesexpostas#quandoelasorriu#julietario#lardepoetas#liberdadeliteraria#projetocartel#arquivopoetico#espalhepoesias#eglogas
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não sou santo não
ღNOTAS DA SUN: ontem eu tava escutando “Santo” do Jão e brotou esse plot na minha cabecinha pensante. Me inspirei também em “Surpresa” do Gaab, então pode-se dizer que esse é o primeiro texto daquela série “Haechan + músicas do Gaab” que eu acabei de inventar KKKKKK
ღAVISOS: tá um teco sugestivo, br!au mais especificamente teatro municipal do RJ (tá orgulhosa, mamãe @moonlezn??? KKKKKK), Haechan sendo um grande gostoso e acredito que seja isso!!!
BOA LEITURA, docinhos!!! ♡
não me ponha no altar, que eu sou meio desonesto
– Você tá bem? Parece trêmula – Jeno tocou seu queixo com os dedos, virando sua cabeça para a direção dele, você focalizou os olhos no bailarino à sua frente que cobriu as suas mãos com as palmas maiores dele – Tá assim por causa dos olheiros ou a sua preocupação tem nome e sobrenome, e sorriso fácil?
– Eu não gosto de ficar com assuntos pendentes prestes a ser protagonista de um espetáculo tão importante pra minha carreira, Jeno.
– Te avisei que se envolver com ele resultaria nessa mesma historinha.
Não era à toa que Lee Jeno era o seu parceiro nos palcos, ele conhecia seus movimentos dentro do balé e também conhecia sua mente muito melhor até que quem te colocou no mundo, tratou de deixar explícito que se relacionar com Lee Donghyuck seria como se banhar nas praias do Rio de Janeiro com um sol escaldante aquecendo o corpo e a alma, mas assim como toda estação do ano, o verão tinha começo, meio e fim, e o fim era inevitável.
– Tá bom. Esfrega na minha cara que você tava certo desde o início – Você se ouviu dizer, os olhos começando a arder com a anunciação de lágrimas que seu corpo tentava a todo custo conter, lembrar de Haechan, da conexão que tiveram desde que se encontraram pela primeira vez no último banco da igreja, numa quarta-feira cinza anual, fazia seu coração diminuir e doer dentro de si. Sentiram a textura e o sabor dos lábios um do outro naquela metade da semana mesmo, quando o Lee te beijou na orla da praia, tocando seu rosto com leveza e delicadeza como ninguém havia feito antes.
Faziam balé juntos, mas quase não se tocavam nos ensaios, após eles, saíam para algum barzinho próximo dali ou simplesmente optavam pela varanda do seu apartamento, onde poderiam relaxar achegados um no outro ao som de algum vinil enquanto assistiam aquela troca de personagens habitual, em que o sol se despedia para a lua entrar em cena. Você só não esperava que Donghyuck fizesse o mesmo, desaparecesse, desistisse do seu esplendor sem nem ao menos se despedir da sua platéia, vulgo você.
– Falando no diabo... – Jeno soltou as suas mãos que começavam a transpirar, pelo nervosismo para a apresentação e também porque sabia quem estava atrás de você, segurando uma única peônia solitária, os cabelos naquele aspecto natural que você era completamente gamada, os olhos brilhantes feito duas bolinhas de gude, a maquiagem suave ressaltando toda a sua beleza, as pintinhas que em hipótese alguma deveriam ser encobertas te deixavam com vontade de desbravá-lo mais uma vez como um náutico.
Você tinha mais do que consciência de que idolatria era um pecado, mas você poderia facilmente adorá-lo num altar, e não fazia ideia do que era preciso para parar de venerá-lo com todo corpo e alma.
– Lembrou que eu existo depois de duas semanas me ignorando? – Esperava que tivesse conseguido pronunciar aquela indagação de forma firme, mas alguma coisa te dizia que você havia tropeçado nas palavras. Dispensou a flor que ele te oferecia com um gesto de mão, com medo de tocar o caule e encostar nos dedos dele no processo – Não aceito presentes antes do espetáculo.
– É por isso que essa é do buquê que vou te entregar depois – Donghyuck justificou, deixando a flor em qualquer lugar para segurar seu pulso e te impedir de sair andando sem arrependimentos, ele te olhou nos olhos, depois desviou o olhar estrelado, sem saber como começar, como se expressar com dizeres, afinal ele sempre fora melhor na arte do toque – Conversa comigo. Não tô pedindo pra você me perdoar por ter te dado um gelo, só tô te pedindo por uma chance pra eu me explicar.
A mão de Haechan desceu do seu pulso, sentindo os seus batimentos cardíacos que evidenciavam o quanto ele mexia com a sua estrutura, para o centro da sua palma e finalmente seus dedos gélidos e os dedos quentes dele se encaixaram. Donghyuck te levou embora dos bastidores, mesmo que a apresentação começasse dali uns 12 minutos e você fosse a Julieta e ele, Benvólio, primo de Romeu.
– 'Cê lembra do que me disse quando a gente se beijou pela primeira vez? – Você afastou uma mecha levemente ondulada do rosto dele, o que serviu como um convite para que ele soltasse a sua mão e encaixasse a própria na sua cintura. É claro que se recordava do que havia sussurrado para ele no calor do momento e com medo de se ferir, depois de ter passado por um término complicado e delicado – Disse que eu te perderia se me apaixonasse.
– Isso ainda não explica o seu sumiço depois da gente...
– Depois da gente ter transado? – Você cobriu a boca de Haechan no mesmo milésimo de segundo que ele deixou escapar a questão, não era como se as pessoas já não soubessem que vocês estavam juntos e se distraiam um com o outro há meses, no entanto parecia falta de profissionalismo falar sobre aquilo no ambiente de trabalho. Donghyuck afastou sua mão, beijou os nós dos seus dedos e sorriu, aquele sorriso fácil que Jeno havia comentado antes, que chegava aos olhos e iluminava o rosto lindamente – Que foi? Ninguém pode saber que a gente fez amor e que foi perfeito?
– Escuta o que eu quero te falar. Eu não me apaixonei por você, fiz pior – Seu peito subia e descia numa velocidade que provavelmente não indicava saúde e sim a falta dela, quando Donghyuck encostou a testa na sua e você só pôde e só teve forças para admirar as pupilas que se expandiram e as íris se reduziram a um arco finíssimo castanho escuro – Eu te amo.
– Caralho, eu te amo – Ele repetiu a confissão, como se a frase resumisse tudo que estava sentindo por você, e realmente foi a única junção de palavras que uniu tudo que ele queria dizer com as outras milhões de frases que formulou na cabeça muito antes de te ter nua nos lençóis – Deixa eu te mostrar o quanto eu te amo, deixa?
– Se afastou de mim porque não queria me perder? – Haechan te beijou de leve, unindo os seus corpos quando enlaçou sua cintura de fato, uma das mãos a acariciar o seu rosto. Você sorriu em reação às cócegas que ele provocou ao cariciar o lóbulo da sua orelha entre o indicador e o polegar.
– Prefiro te observar de longe do que te perder – Ele afirmou confiante – Só, só me namora, pelo amor de Deus.
– Benvólio deveria ser tão impaciente assim? – Donghyuck revirou os olhos com a sua brincadeira e te beijou pra valer, pressionando o corpo no seu enquanto segurava sua nuca com firmeza, o dedão num carinho lento na sua garganta que te fazia perder a estabilidade nos joelhos.
– Não me olha nos olhos em cima daquele palco – Haechan estreitou as sobrancelhas docemente – Todo mundo vai perceber que Julieta Capuleto e Benvólio Montéquio estranhamente têm química.
Haechan chupou de leve o lóbulo da sua orelha, alí, a vista de todo mundo, sem vergonha alguma, ao contrário de você que sentiu as bochechas se esquentarem e provavelmente atingirem a cor púrpura. Se divertindo e muito com o seu constrangimento, ele sussurrou, os lábios rosados e inchadinhos roçando suavemente na sua pele.
– Infelizmente, vou ter que ser o Benvólio talarico então.
@ sunshyni. Todos os direitos reservados.
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– 𝐭𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐞́ 𝐥𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐞𝐜𝐞𝐬𝐢𝐭𝐚𝐬 ⋆ ˚。 𖹭
𝑤arnings: conteúdo exclusivo para +18.
ೀ ׅ ۫ . ㅇ esteban!colega de faculdade; estudantes de artes cênicas (teatro); fem reader!atriz; mirror sex; spit kink; creampie; degradation (uso de ‘putinha’); face fucking; choking; cum eating; sexo desprotegido (pero não pode, chiquitas!!!!!); doggy style; sex in a public place (?); manhandling; oral (masc.).
notas da autora: tenho pensamentos muito sórdidos com ele, alguém me arranja uma camisa de força, pfvr [ meme do coringa ]
– Devora-me. Toma para ti o meu corpo. Me possua até que deste pecado…Possamos…Possamos…Argh.
Havia perdido a conta de quantas vezes repetiu aquela linha e travou no mesmo ponto. Com a cabeça latejando, pensava nas diversas e mais criativas formas de esganar a sua amiga por ter te convencido a pegar uma disciplina com um professor que adorava coisas inusitadas.
Vai ser legal, vamos! Ele é super descolado. Com uma semana de aula estava arrependida, o professor parecia ser clinicamente insano. Agora estava presa a um maldito monólogo sobre libertação sexual. Precisa demonstrar prazer. Eu quero ver o tesão queimando esta sala. Queria mesmo era queimar o professor.
Veja, não tinha absolutamente nada contra a liberdade poética, muito menos contra o sexo, mas não parecia haver um resquício de tesão no seu corpo, nenhuma vontade. A falta de “emoção” na sua vida recentemente com certeza era a razão de estar empacada em algo que tiraria de letra.
Era uma boa aluna. Uma ótima atriz. No entanto, não existia fogo para aquele monólogo. O que era uma merda, porque você precisava da nota. E o fracasso jamais seria uma opção. Por isso, pegou o celular e mandou aquela mensagem. Era isso ou nada.
Vc tá na facul? Preciso d ajuda. Tô na sala 305. Vem rápido.
Esteban Kukuriczka: Oi, chiquita, boa tarde! Tudo bem? ;) Subindo. Chego em 6 minutos.
Suspirou, observando o próprio reflexo, ajeitando rapidamente as roupas e passando um pouco de gloss, até porque era o Esteban. Conhecido por ser simpático com toda e qualquer criatura viva, Esteban era o seu veterano. Na primeira semana de aula, em uma daquelas dinâmicas de boas-vindas, acabaram sendo colocados juntos e ele se tornou uma espécie de “mentor” ao longo do curso.
Sabia do talento do homem, afinal, ele tinha as melhores notas da turma, era o queridinho dos professores e ainda era o cara mais humilde do campus. Ah, e o mais atraente também. Que homem! É claro que tinha uma quedinha por ele, quem não tinha?! Mas nunca tentou nada, não queria arriscar perder a ajuda sendo uma caloura e estando perdida no curso.
– Ei! Terra chamando, Terra chamando.
Estava tão distraída que nem percebeu quando ele entrou na sala e parou diante de ti, estalando os dedos para chamar a atenção. Balançando a cabeça, cumprimentou-o com um sorriso nervoso.
– Oi, Kuku!
– Ey, chiquita! ‘Tava pensando no que, hein? Distraída desse jeito.
Em você, mais especificamente em cima de mim.
– Ahm, em nada. Na verdade, em algo. Estava pensando que eu vou reprovar em Oficinas de Teatro.
Abusou do seu semblante mais desesperado para convencê-lo de que precisava daquela ajuda. Esteban sempre lhe ajudava com ensaios, com dicas, com trabalhos, com tudo que pedia.
– Qué pasa, eh? O que o professor inventou dessa vez?
Nem se deu ao trabalho de responder, apenas entregou o papel com o texto que deveria ser apresentado. Esteban lia com atenção, o cenho franzido em concentração lhe cativava, a maneira com que ele sempre se debruçava sobre todos os papéis era encantadora. De repente, a expressão se tornou confusa, não entendia qual era o problema ali, sabia que era uma excelente atriz e já havia performado peças parecidas.
– Você sabe fazer isso. Aliás, você já fez isso antes. Qual o problema agora?
– Eu não sei! Não sei, mas tem alguma coisa errada comigo. Olha só…
E com isso tentou novamente recitar as linhas que, a essa altura, já sabia de trás para frente na sua mente, mas saíam vazias dos seus lábios. Esteban assistiu tudo com a atenção de sempre, não desviava os olhos de ti.
Quando finalizou com um suspiro cansado e já pronta para chorar, ele apenas sorriu para ti daquele jeitinho que parecia te abraçar e dizer não se preocupe, eu estou aqui.
– Viu, Kuku? Falta alguma coisa!
– Te falta paixão, chiquita. Te falta lujuria…
Você já sabia disso, mas ouvir de Esteban era diferente. A maneira com que ele falou te fazia sentir um arrepio subir pela espinha. Engoliu em seco, sentindo-se quente. E o pedido inesperado revirou o teu estômago por completo. Quero que fale de novo, vai falar para mim dessa vez.
Fácil, né? Você conseguia recitar um monólogo para o cara mais gostoso do curso pedindo para que ele te devorasse, certo? Errado.
Ao tentar falar a terceira frase percebeu que não daria certo, não enquanto ele te olhasse daquela maneira tão profunda, como se realmente desejasse te possuir de todas as formas possíveis. Embolava as palavras, perdia o embalo do momento e demorava mais que o necessário para prosseguir. Esteban te interrompeu quando cometeu o quarto erro e te disse para fazer melhor. E você errou novamente.
– No, no. Mírame, é assim.
Esteban recitou para ti o monólogo e o seu interior acendeu, você ardia enquanto ele te encarava com gana, sabia exatamente o que aquele olhar te dizia. Esteban te seduzia, te tomava com as palavras, te fascinava. Entre um trecho e outro, o limite entre atuação e realidade se tornou muito tênue, até que ele deixou de existir.
O silêncio parecia gritar no salão quando ele terminou, ambos presos em uma troca de olhares que dizia muito. Soltou a respiração que sequer notou que estava segurando, não sabia o que dizer, nem como agir.
– Precisa sentir o que está falando, precisa sentir aqui… – Disse, pegando tua mão e levando ao próprio peito acelerado. – E precisa sentir aqui… – Ousando, ele levou a palma até o teu ventre, mantendo a dele sobre a tua.
– Me ajuda a sentir.
Ele sorriu de canto, aproximando-se até que estivessem grudados, as respirações em um choque afoito. Rodeou a tua cintura, firme, te dominando aos poucos.
– Ah, mi nena. Te daré lo que necesitas.
Esteban te beijou. Não. Ele te devorou, ele te mostrou o que cada uma daquelas palavras queriam dizer e te deu o calor para dizê-las também. Suas mãos se agarravam aos fios bagunçadinhos, desciam sobre os músculos dos braços, ao mesmo tempo em que Esteban te apertava nas coxas, na bunda, fazendo questão de demonstrar o quanto te queria. Lentamente, mordiscou o seu inferior, te pegando no colo, pressionou um quadril no outro, te fazendo sentir a ereção pesada contra o intímo coberto.
Desceu em beijinhos molhados pela derme macia, inalando o cheiro dele, o cítrico do perfume que mascarava a nicotina era inebriante. Te fez suspirar, rendida. Esteban…
– Quero te chupar. – Desinibida, revelou enquanto o encarava, recebendo em resposta um olhar nublado de luxúria.
Rapidamente se colocou de joelhos, a figura imponente de Esteban parecia não caber na sala e ele sabia disso. Te olhava, vaidoso, acariciando seus fios a princípio, deixando que você levasse o seu tempo ao se livrar da calça, amarrotada junto à cueca e a camisa jogada em algum canto.
O caralho te fazia salivar, cheia de vontade de deixar tudo babadinho, acolher na boquinha, agradá-lo. No tamanho ideal e grosso o suficiente para te deixar cheia. Plantou um selar na pontinha, deixou um fio de saliva escorrer até a base. Brincou o quanto queria até Esteban tomar o controle da situação.
Bruto, te puxou pelos fios até vergar tua cabeça para trás, dava batidinhas nas bochechas com o pau, esfregava a cabecinha nos seus lábios. Te ordenou abrir a boca. Abre essa boca. Só pelo prazer de cuspir ali. Engole. E você obedeceu.
Porra, isso deixava Esteban louco. Finalmente te ter daquela forma, tão suscetível a ele, às vontades dele. – Se eu soubesse que você era tão putinha assim, teria tomado uma atitude bem antes.
Deslizou metade do comprimento, lentamente se movendo contra os lábios, você, com a garganta relaxada, subiu os olhinhos até o rosto masculino que se contorcia em prazer, apoiando as mãos nas coxas. A carícia que antes recebia se tornou um aperto que lhe controlava, comandava o quanto você engolia.
Te levou até o fim, encostando o nariz na virilha e xingando quando te ouviu engasgar. Fincou as unhas nas coxas masculinas quando Esteban começou a pegar ritmo, fodendo a sua boca como se fosse apenas um buraquinho para satisfazê-lo, egoísta, te fodia como ele precisava.
O pulsar entre as pernas e o remexer inquieto do quadril diziam o quanto aquele momento te excitava, ser usada por ele daquela forma. Sentiu como se estivesse sendo recompensada quando Esteban deixou a porra dele na sua boca, gozando enquanto dizia que essa sua carinha de quem gostava de implorar por pica deixava ele louco.
Os lábios foram tomados em um beijo faminto, os corpos estavam deitados no chão da sala espelhada em instantes, Esteban por cima de ti, arrancando suas roupas, marcando teu colo com a boca até alcançar os seios, as palmas se fecharam em torno deles, apertando-os com força.
Elevou o quadril, esfregando a buceta ensopada contra o caralho duro, causando uma fricção tão gostosinha que te fez revirar os olhos, chamou o argentino, envolvendo a cintura com as pernas em um pedido desesperado para sentir mais, para ser preenchida. Queria ficar cheinha dele, ser fodida de verdade, devorada mesmo.
Dos lábios entreabertos escapavam gemidos cheios de dengo, perdendo-se em meio aos estímulos nos mamilos sensíveis, ora mordiscados, ora sugados. A palma masculina desceu por todo o tronco, te tocando onde mais precisava, se esfregou ali, contornou a entradinha, fez que entraria, te provocou.
– Tão bom… – Suspirou, moendo o quadril contra os dedos.
– Bom, eh? Ficou molhadinha assim só de me mamar. – A voz carregava um quê de arrogância, agindo com superioridade. – Que sucia, chiquita. – Cínico, acenou em negação. Esteban se colocou de joelhos entre suas pernas, bombeando o pau teso enquanto te encarava, assimilando cada detalhe teu. – Mas quero te sujar mais ainda, sabe? – A visão do argentino entre as suas pernas, se tocando, sendo tão sugestivo daquele jeito aumentava a quentura em todo o teu corpo. – Quero te sujar como fiz na sua boquinha, mas bem aqui… – Das pernas, alcançou seu pontinho, queria te sujar ali. – Vai deixar, hm? Ficar com a bucetinha suja com a minha porra. Quieres, cariño?
Você deixaria Esteban fazer qualquer coisa contigo se ele usasse aquele tom mansinho para pedir.
Por isso, concordou. Abriu mais as perninhas, se expondo para ele, ganhando um sorriso repuxando em resposta, seguido de um gemido arrastado. Vira. Com um único comando, Esteban te fez virar de costas, apoiada em seus joelhos e empinada para ele. Se arrepiou por inteiro quando a pontinha babada pincelou a sua entrada, chiando quando foi preenchida.
Esteban tinha o cenho franzido, fissurado em observar o pau sumindo dentro de ti, e você se encontrava hipnotizada por ele, olhando através do espelho todas as suas reações; o jeitinho que os lábios finos se abriam, o peito subindo e descendo, o pomo de Adão quando tombava a cabeça.
Foi pega no flagra, sorrindo tímida ao notar que ele também te encarava. Abandonou o seu interior apenas para meter em ti de uma vez só, deslizando uma das mãos por toda a sua espinha, alcançando seus fios, te domando.
– Gosta disso, hm? Gosta de me ver te fodendo, nena? – Acenou, tontinha pelo prazer, arrepiada pelo ato tão depravado.
Esteban te deixava entorpecida, a maneira com que metia do jeitinho perfeito, alcançando o seu ponto mais sensível, apertando a tua bunda, maltratando sua carne, como não poupava nos gemidos.
As peles se chocavam, causando estalos barulhentos pela sala, sons que se misturavam com os gemidos de ambos, a respiração pesada de Esteban arrepiava todos os seus pelinhos, especialmente quando ele te puxou, grudando o peitoral nas suas costas. Ele deixava beijinhos no teu pescoço, fascinado pelo reflexo da tua silhueta, na maneira como os seios balançavam, no teu rostinho contorcido em prazer.
A destra masculina escorregou até alcançar o seu clitóris, você espremia o caralho, fazendo Estevan gemer melodioso no pé do teu ouvido. Os estímulos te deixavam em um estado de euforia, o coração acelerado e os murmúrios cada vez mais desconexos anunciavam que seu limite estava próximo.
Abriu a boca em um grito mudo quando finalmente alcançou o orgasmo, sentindo Esteban investir com ainda mais vontade em busca do seu próprio prazer. Repetia o nome dele como uma prece, esticando os braços até tocar os fios loiros, gemendo em puro dengo quando a porra quentinha encheu o seu interior.
– Deixa tudo bem guardado aí, chiquita, vai te dar inspiração para se apresentar direitinho.
#esteban kukuriczka#esteban kukuriczka x reader#la sociedad de la nieve#a sociedade da neve#society of the snow#lsdln#lsdln cast#idollete#smut#pt br
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See You Again - Yoon Jeonghan
Jeonghan x fem. reader
N/A: Sim, mas uma com o Hannie porque eu gosto de sofrer [😪]. Porém, esse é curtinho.
Aviso: É bem soft porque todo mundo dessa comunidade está precisando dar uma lavada na alma.
Inspirado na música See You Again - Tyler, The Creator feat. Kali Uchis
Yoon Jeonghan estava deitado na cama, o quarto escuro exceto pelo brilho suave da lua filtrando-se pelas cortinas. A chuva batia ritmicamente contra a janela, mas nada parecia mais alto do que os seus próprios pensamentos — e, em todos eles, você estava lá. Ele se virava de um lado para o outro, incapaz de afastar a sensação de que, em algum lugar, havia algo não dito entre vocês.
Você sempre aparecia na mente dele quando mais tentava se focar. Durante os ensaios, enquanto conversava com os outros membros, até mesmo nas entrevistas, ele sorria para as câmeras, mas por dentro, estava pensando em você.
O mais velho ria de si mesmo por ser tão óbvio — afinal, você era sua amiga há tanto tempo. E, ainda assim, toda vez que fechava os olhos, era o seu rosto que aparecia. O jeito que você ria, o som da sua voz ao contar histórias triviais do seu dia, como seus olhos brilhavam quando você falava de algo que amava.
"Você vive no meu estado de sonho", ele murmurou, deixando a melodia da música que tocava preencher o vazio do quarto. No fundo, Jeonghan sabia que o que sentia era mais do que uma amizade. Só não sabia como dizer isso a você — ou se deveria.
Será que você percebia como te olhava? Será que você já notou a forma como perdia a linha de raciocínio sempre que seu olhar encontrava o dele?
Respirou fundo tentando se acalmar e sentou na beira da cama, os dedos passando pelos cabelos desarrumados. A ideia de perder você o deixava inquieto.
Ele podia sentir o distanciamento crescente, como se algo estivesse mudando lentamente, e temia que, em breve, o espaço entre vocês seria insuperável. Odiava essa sensação de incerteza, de nunca saber se o que sentia era correspondido. “Eu estou cansado disso.” Han pensou, seu coração batendo mais rápido só de pensar em abrir o jogo com você.
A verdade era que ele se perdia em seus próprios devaneios. Sempre que a turnê se aproximava, sempre que os compromissos se tornavam mais intensos, ele sentia o tempo escorrer pelos dedos.
Quando ele te veria de novo? Quando teria a chance de realmente conversar com você, de esclarecer o que estava sentindo?
Com a mente fervilhando, Jeonghan pegou o celular e encarou a tela por longos minutos. A chuva lá fora parecia intensificar o silêncio no quarto, e tudo o que ele conseguia ouvir eram as batidas de seu coração.
Hesitantemente, seus dedos pairando sobre o teclado. Ele sabia que era tarde, e você provavelmente estava dormindo, mas a ideia de esperar até o dia seguinte o deixava ansioso. Jeonghan precisava falar com você. Agora.
"Posso te ver amanhã? Eu não sei quando vou te ver de novo…"
Digitou a mensagem com dedos trêmulos, cada palavra carregada de algo que não conseguia expressar em voz alta. Leu e releu o texto várias vezes antes de finalmente apertar o botão de enviar, sentindo um misto de alívio e apreensão.
O silêncio que seguiu foi insuportável. Sabia que não era justo esperar uma resposta imediata, mas a espera era torturante. Então se deitou de novo, fitando o teto, enquanto sua mente repassava cada interação que vocês já tiveram.
A risada de vocês dois depois de uma piada interna, o toque sutil de seus ombros quando estavam lado a lado… ele queria mais. Não apenas as lembranças de momentos compartilhados, mas algo tangível, algo real.
"Será que você percebe o quanto fica na minha mente?" Yoon se perguntou, virando-se para o lado, o celular ainda na mão. Ele estava cansado de tentar decifrar seus sinais, cansado de fingir que estava tudo bem em te manter apenas em seus pensamentos e sonhos. "Será que você também sente isso?"
Fechou os olhos por um momento, permitindo-se imaginar você ali, ao seu lado.
A música que tocava em segundo plano parecia ecoar os seus próprios sentimentos. “Can I get a kiss? And can you make it last forever?”. Ele queria sentir isso, queria algo que marcasse, algo que o lembrasse de que o que ele sentia não era apenas um sonho.
O tempo passou lentamente, e ele quase desistiu de esperar por uma resposta naquela noite. Mas, então, o celular vibrou suavemente ao lado dele. Abriu os olhos e pegou o aparelho rapidamente, o coração acelerando de novo. Como esperado, seu nome brilhava na tela.
Com um misto de nervosismo e esperança, Jeonghan desbloqueou o celular e leu a sua mensagem.
"Claro. Te vejo amanhã."
Um sorriso involuntário se espalhou pelos lábios de Jeonghan. Talvez, finalmente, o sonho pudesse se tornar realidade.
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Ensaios são simples opiniões, pensamentos que não devem ser levados muito a sério. - Michel de Montaigne (1533-1592)
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Diálogo
Uma das coisas de que tenho saudades na blogosfera é do diálogo constante que havia entre blogues, com citações frequentes, concordâncias e discordâncias, e polémicas q.b.. Bom, as polémicas talvez dispensasse, mas o diálogo mais alargado entre blogues faz falta. Está toda a gente absorvida pelas redes sociais e pela armadilha da conveniência: sim, são práticas para colocar pessoas a conversar, sobretudo à distãncia, mas são péssimas para a preservação dessas conversas, e não convidam ao desenvolvimento de algo mais elaborado (a menos que se tenha a paciência do Cory Doctorow e dos ensaios repartidos por dezenas ou centenas de tweets que publica). É tudo mais imediato, mais superficial, mais perecível. Mas ainda restam alguns blogues, e vale a pena ir deixando algumas referência e agradecimentos em forma de artigo (até porque as caixas de comentários caíram em desuso, e de certa forma ainda bem).
No Intergalactic Robot, o Artur referiu dois artigos que publiquei aqui há algumas semanas - referência que agradeço. E já agora: sim, é possível que haja alguma bizarria no Tumblr, e não só nos feeds RSS; por exemplo, neste momento sempre que faço um link para algum artigo do blogue na BlueSky, não consigo fazer com que seja feita uma pré-visualização, como conseguia até ao início de Agosto. Enfim, adiante. Um dos textos que o Artur cita é este, sobre a falta de ficção científica em Portugal, e acrescenta duas observações muitíssimo pertinentes: a falta de literacia generalizada e de hábitos de leitura da população portuguesa, mesmo da mais escolarizada e à partida mais "culta"; e a valorização quase exclusiva da cultura dita erudita. Seria uma conversa que daria para um longo debate, sem dúvida.
No Efeitos Secundários, o Luís - que, insisto, devia escrever mais, e mais vezes - deixou há uns dias um artigo de fim de Verão onde fez aqui ao sobreiro uma referência simpática. Obrigado, Luís. Escreve mais, que a gente lê.
(entretanto, e só para ilustrar o texto, deixo aqui a foto de um gato madeirense que fotografei há dois anos e meio no Funchal)
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Escrevi este texto em uma madrugada de desespero, em busca de uma gota de sono que só chegou no amanhecer.
Uma mariposa morta entre os livros. Assim que me senti ao terminar os ensaios de Virgínia Woolf.
O Ato de Nascer e Renascer em Mariposa
Nascer é um ato de sair de uma inércia. Renascer, contudo, é um ato de tumulto, um momento de bravura. Em uma perspectiva espiritual, o renascer é um ato de amadurecimento onde as fibras se reconstroem e ramificações perdidas tomam um novo sentido. Absorvendo essa ideia percebi que as mariposas vivem essas dicotomias em uma única vida, um manifesto próprio que é organizado por toda a espécie. Entre os casulos e as asas, seus corpos são a materialização da memória dos ciclos. O seu grande sucesso é a metamorfose.
A existência de uma mariposa é marcada pela dualidade entre morrer e renascer. Não é como uma criança que cresce gradualmente, mas sim um corpo que, dentro de uma redoma, morre para si.
Ao passar pela crisálida, suas células se dissolvem em um caos biológico e se reconfiguram em algo novo. É um manifesto de reinvenção. Destruir para elas significa reescrever o que será, se desfazer do que já não cabe mais para emergir mais leve.
Para mim, as mariposas evoluem em uma única existência. Ainda não sei se hibernam até o momento do clímax ou se permanecem presas dentro do casulo, mas encaro essa ideia não pelo respaldo científico, mas como uma metáfora para meu próprio fluxo de consciência.
O ápice para mim é surgimento das asas. A transformação de um inseto em um ser de beleza perfeita e simétrica. No processo, elas destroem o espaço que as restringiam, o seu próprio quarto. E aceitam viver como nômades, pela liberdade que o voo proporciona.
Uma liberdade que para mim nunca vai caber. Sartre me ensinou, viver em sociedade é uma faca de dois gumes. A essência de um destino nunca poderá ser plenamente realizada, a liberdade traz consigo a angústia da escolha. A mariposa, quando quebra os limites do casulo, se depara com um céu que não tem fim, voar é sua única escolha, e que libertaria ela é. Talvez pensar no meu corpo renascendo em mariposa reside numa dor que é inerente a mim desde de quando me botei nesse mundo, viver entre a dor e o sucesso das escolhas.
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