#suportáveis
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você é meu universo paralelo. meu momento de paz. minha calmaria particular. com você é como se nenhum dos meus problemas fossem assustadores o bastante. como se o cansaço dos dias fosse menos corrosivo. como uma trégua pra minha tristeza. você consegue tornar até os piores dias em dias suportáveis, porque sei que ao final dele, te encontrarei com um sorriso no rosto e um coração pronto pra me acolher.
Libertariamos
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Às vezes, me pego perdida em pensamentos, navegando por um mar de lembranças que me arrasta para você. É curioso como o cotidiano, com suas banalidades, se torna um eco de tudo o que não posso mais compartilhar contigo. A cada elogio que recebo no trabalho, sinto uma vontade quase irresistível de ligar e contar como me senti, como se sua voz pudesse iluminar ainda mais aquele momento. Mas o telefone permanece mudo, e a alegria se transforma em uma ausência que pesa no peito.
Lembro-me das pequenas conquistas que antes dividíamos, como conseguir beber a quantidade certa de água no dia, pois pra você era um pecado me ver bebendo refrigerante, novamente. Agora, essas vitórias se tornam solitárias, como se eu estivesse celebrando em um mundo que não entende a importância de cada gole, de cada meta alcançada.
E então, as frustrações cotidianas, essas pequenas pedras que encontramos no caminho; como a demora do ônibus, o preço do dólar, o valor da gasolina, enfim, esses pequenos detalhe em nossas conversas, que agora ecoam em minha mente como um lembrete constante da sua falta. Tudo parece mais pesado sem você ao meu lado, sem a sua presença que tornava cada momento, até os mais simples, mais suportáveis.
É esse vazio que me angustia. A saudade é um sentimento esmagador, uma mistura de amor e dor que se entrelaçam de forma inextricável. Cada pequeno detalhe da vida cotidiana se transforma em um lembrete da sua ausência, e eu me vejo presa em um ciclo de nostalgia que não consigo quebrar. A vida continua, mas a sua falta torna tudo mais difícil, mais lento, mais triste.
Escrevo estas palavras não apenas para aliviar a dor, mas também para celebrar o que vivemos. Por mais que a saudade me consuma, sou grata por ter conhecido alguém tão especial. E, mesmo que não possamos mais compartilhar as pequenas coisas do dia a dia, você sempre fará parte das minhas lembranças mais queridas.
RH 🐰
(Texto autoral).
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A presença de Jesus torna as ausências suportáveis!
A presença de Jesus traz alegria e conforto para uma alma cansada!
A presença de Jesus é doce!
A presença de Jesus é como a brisa suave!
A presença de Jesus é como o cheiro da rosa mais perfumada!
A presença de Jesus nos encoraja todos os dias!
E é só a presença de Jesus!
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tenho ansiedade pelo momento que o nível de dor sobre as memórias com a minha mãe sejam suportáveis. que quando eu ouça seu nome, não tenha a sensação de estar completamente perdida em meio aos pensamentos sobre ela ter morrido.
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com @calymuses (maryland) na pista de dança do baile das sombras
nikhil havia perdido as contas dos apertos de mãos e acenos casuais oferecidos ao chegar no sortilégio da ganância; de quantos olhos observara com certo desinteresse e de quantas mãos beijara, desejando, em realidade, ver, ouvir e beijar maryland. as duas últimas semanas foram cheias de uma certa permuta--- inspiracional entre ambos, para se dizer no mínimo. o vampiro tinha aprendido bastante sobre a musicista e a feito descobrir algumas coisas sobre si em troca justa: mais do que certas companhias de décadas poderiam dizer, naquele caso. claro que as informações eram supérfluas e casuais, mas dessa vez, ele não se reservava em retribuí-las genuinamente entre outras coisas mais. em meio a momentos roubados nos camarins e olhares significativos, a presença dos cabelos de tons rosados (que ele não imaginara ver tão cedo após o primeiro encontro) começava a ganhar destaque crescente em seus interesses. de repente, nikhil pegava-se aguardando a chegada de maryland momentos antes ao início dos ensaios, desviando o olhar vez ou outra para os portais de madeira do teatro... ansiando. ele deveria se controlar, era o que dizia a si naquele monólogo interno que poderia ruminar ad eternum--- algo que logo percebera ser inútil, pois se pegava repetindo o comportamento ali no sortilégio da ganância. de novo, ansiando. após desvencilhar-se de mais uma conversa desestimulante para poder continuar a busca em outros cantos, algo como sorte ou travessura do destino resolveu interceder em seus planos, pois mandara a pequena figura diretamente em rota de colisão. "maryland... sempre tão apressada. desse modo pode acabar se esbarrando em algo perigoso." os dedos ágeis estabilizaram os braços com um toque sutil, mas não deixaram a pele alheia após a certeza do equilíbrio. a destra tomou a dela, erguendo-a na altura dos lábios para um breve cumprimento, logo indo na direção da lombar para conduzi-la até a borda da pista onde o movimento e barulhos tinham níveis suportáveis. assim, os olhos amendoados de nikhil poderiam apreciar em toda a integridade cada detalhe carregado de novidade. "seu cabelo." ele inclinou-se lentamente para cheirar o sangue que escorria da fantasia alheia, recompondo a postura com um sorriso travesso, provavelmente imaginando o quando saborosa ela ficaria se fosse real. "apenas para ter certeza--- está estonteante hoje, maryland, a fantasia combina com você. e é ótimo lhe ver fora do teatro... quem sabe me dará a honra de dançarmos juntos novamente?"
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Agora é oficial, você me abandonou,dizia muitas coisas, propôs muitos sonhos,me conquistou com sua sinceridade e jeito doce, expôs segredos íntimos, também não fez questão de esconder sua fragilidade,tornou meus dias suportáveis e de sua maneira me fez cometer algumas besteiras,mas mesmo assim se mostrou linda e compreensível,mas na minha vida o bom dura pouco,e com você não foi diferente,como todas em minha vida, também me deixou para trás, obrigado pelos bons momentos,boa sorte e se cuida.
Jonas R Cezar
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Yes Sir! — Capítulo 34
Personagens: Professor! Harry x Estudante!Aurora. (Aurora tem 24 anos e Harry tem 35)
Aviso: O capítulo terá somente o ponto de vista de Aurora, desta vez.
NotaAutora: Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de comentar💗
Aurora
Depois de um dia exaustivo na faculdade tentando decifrar um artigo sobre Direito Constitucional, mal tinha forças para erguer os pés até o sofá.
Meus dias têm sido mais suportáveis agora, no começo eu sentia mais a falta de Harry, às vezes esperava que ele aparecesse ou mandasse uma mensagem, eu me perguntava se ele realmente acreditou em mim, se finalmente entendeu que foi o fim, agora seu silêncio era a confirmação que tanto temia, mas tudo bem eu iria superar. Talvez a ideia de que acabou realmente entre mim e Harry esteja finalmente impregnando em minha mente, um tipo de aceitação dolorosa que me fazia seguir em frente, mas ainda assim, quando eu permitia que meus pensamentos vagassem, ele estava lá.
Sempre estava.
O vazio da ausência dele ainda me perseguia, mas não doía tanto quanto antes ou talvez eu só estivesse ficando boa em fingir.
A campainha tocou, me tirando de meus pensamentos, mas eu já sabia quem era, levantei-me devagar, passos arrastados, e abri a porta.
— Pensei que você fosse para casa hoje, está tarde.
Gabriel vinha passando muito tempo no meu apartamento desde que descobriu sobre a gravidez, ele era realmente oposto de Harry em todos os sentidos.
Paciente.
Presente.
Insistente.
— Só passei para ver como vocês estão. — Ele ergueu uma sacola, com um sorriso satisfeito. — E trouxe comida.
Ainda não havia me acostumei com o termo "vocês." Talvez nunca fosse.
— Gabriel, você não precisava...
— Aurora, você diz isso toda vez e toda vez eu ignoro. — Retrucou enquanto entrava no apartamento como se já morasse ali.
Suspirei, fechando a porta enquanto ele seguiu para a cozinha.
— O que tem aí? — perguntei, apontando para a sacola que ele esvaziava na bancada.
— Massas integrais, molho que minha avó me ensinou a fazer e vitaminas.
— Vitaminas? — Cruzei os braços, desconfiada.
— Meu tio recebeu algumas amostras no hospital, achei que poderia te interessar.
— Você mente muito mal, sabia? Você comprou isso?
— Sim, mas minhas intenções são ótimas e você precisa delas.— Ele piscou, sorrindo como se fosse impossível ficar irritada com ele. — Agora, volte a descansar, ver TV ou ler um livro, enquanto eu faço o jantar.
— Gabriel, eu consigo cozinhar, sabia?
— Você já jantou batatas fritas esta semana, Aurora, duas vezes. — Ele ergueu uma colher como se estivesse me acusando de um crime. — Agora deixa que eu cuido disso.
— Você está sendo muito mandão.
— E você, muito teimosa. — Ele abriu um sorriso.
— Você está cansado, não precisa fazer isso.
— Quem disse? — Ele começou a guardar alguns ingredientes. — Eu estou bem.
— Gabriel, você trabalhou o dia inteiro.
— Aurora, deixa eu cuidar de você.
Eu queria protestar novamente, mas minha exaustão venceu, joguei-me no sofá, abraçando um travesseiro, ouvi panelas e o aroma do alho refogado no azeite começou a preencher o ar.
Gabriel era gentil, atencioso, mas eu não podia me apegar a ele.
Não podia me apegar a ninguém.
Não depois de Harry.
Depois de 40 minutos, ele finalmente colocou dois pratos na mesa, sorrindo.
— Prontinho, um jantar digno de uma futura mãe e um aspirante a chef se nada der certo em direito.
— Você é ridículo. — Peguei o garfo, mas não consegui evitar sorrir.
Ele se sentou em minha frente, me encarando e começamos a comer, o prato estava delicioso, muito melhor do que qualquer coisa que eu teria preparado sozinha.
— Está bom?
— Está aceitável.
— Aceitável? — Ele fingiu estar ofendido. — Isso é o melhor elogio que você consegue dar?
Ri, jogando a cabeça para trás e ele ficou quieto por um segundo, olhando para mim com uma expressão que eu não consegui decifrar.
— O que foi?
— Nada, é só bom te ver rindo.
Desviei os olhos, mexendo no meu prato, era realmente bom rir de novo.
— Você está sendo muito fofo, pare.
— Vou voltar a ser mandão, você realmente devia comer mais frutas. — Revirei os olhos para ele. — Estou falando sério, Aurora, você precisa de nutrientes, especialmente agora pelo bebê.
Respirei fundo, forçando um sorriso, não queria parecer chata, mas a preocupação dele me parecia um pouco demais, como se ele achasse que eu fosse incapaz de cuidar de mim mesma ou desse bebê.
— E você virou nutricionista agora?
— Não, mas pesquisei algumas coisas, sabe o que descobri hoje? Nessa fase da gravidez, o bebê já consegue ouvir coisas agora, seria bom conversar com ele ou ela.
Minha mão parou no meio do caminho ao levar o garfo à boca, estava me sentindo desconfortável mais uma vez.
— Isso.
— O quê?
— Isso — repeti, apontando para a barriga. — É assim que eu chamo, não quero dar nome, gênero, nada.
Ele me olhou, sério, mas não disse nada por um momento, talvez eu tenha ido um pouco longe demais, porém eu não gostava de como essa gravidez era tão natural para ele.
— Tudo bem, só não se esqueça de que "isso" é um pequeno ser humano.
— Como se desse para esquecer.
— Então... Já fez os planos do fim de semana? — Ele tentou tirar a tensão estranha que estava no ar.
— Ainda não, por quê?
— Vou jantar na casa do meu tio e estava pensando, você gostaria de ir comigo?
— Jantar com seu tio? Não sei se é uma boa ideia, essa coisa de conhecer a família é meio sério, não acha?
— Meu tio é de boa, Aurora e também ele já te viu no hospital aquele dia, não é como se você fosse conhecer meus pais.
— Ainda assim, é a sua família.
— Tá, mas eu já conheci a sua mãe e sua irmã.
— Não é a mesma coisa, Gabriel. — Revirei os olhos, mas não consegui conter um sorriso. — Naquela época, nem eu te conhecia.
— Eu sei, mas eu realmente gostaria que você fosse. — Ele fez um biquinho estupidamente fofo.
Desviei o olhar porque era quase impossível não ceder aquele biquinho.
— Vou pensar, tá?
— Eba!— Ele sorriu.
— Isso não é um sim.
— Eu sei, mas já estou feliz só por isso.
Depois de terminarmos de comer, fomos para o sofá assistir Gabriel estava visivelmente exausto, mas insistia em ficar.
— Você deveria ir para casa. — Sussurrei, vendo seus olhos sonolentos.
— Estou bem aqui. — Deu um sorrisinho de lado.
— Gabriel...
— Shhh, só me deixa ficar mais um pouquinho. — Colocou o dedo indicador sobre meus lábios.
Ele se aproximou mais, aninhando-se ao meu lado, senti seu calor enquanto ele se ajustava, repousando a cabeça no meu ombro, por um momento, fechei os olhos, eu também estava cansada, então sua mão escorregou suavemente até a minha barriga, seus dedos acariciando de leve, como se quisesse sentir mais perto o bebê que estava ali.
Foi instintivo, meu corpo travou imediatamente e me afastei como se tivesse levado um choque.
— O que você está fazendo?
— Desculpa, eu só...
— Não faça isso. — Não deixei que ele terminasse.
— Desculpe.
— Só não faça isso de novo.
— Não vou, desculpa mesmo.
— Tudo bem.
— Acho melhor eu ir.
— Também acho.
Senti um peso de culpa ao vê-lo ir embora daquele jeito, mas, no fundo, eu sabia que ele estava, aos poucos, tentando derrubar o muro que eu mesma tinha construído entre mim e esse bebê.
Eu não queria isso.
Gabriel ainda não sabia que eu não ficaria com o bebê, então por que permitir que algum tipo de amor surgisse por ele, se em poucos meses ele também não estaria mais aqui?
...
Quando chegamos à casa de Bryan, um leve nervosismo crescia no meu peito, conhecer a família de alguém parecia algo sério demais para mim, mesmo com Gabriel insistindo que era só um jantar, nada, além disso.
Ainda assim, eu estava apavorada.
A verdade era que eu só havia aceitado vir porque me sentia mal por como agi naquela noite, talvez essa fosse minha forma de compensar aquilo.
Será que seu tio iria gostar de mim?
Eu era boa o suficiente para seu sobrinho?
— Tudo bem? — Gabriel perguntou, enquanto segurava minha mão.
— Sim. — Minha voz vacilou.
— Não se preocupe, ele vai gostar de você e você vai gostar do meu tio, ele é incrível. — Apertou a campainha da enorme porta de madeira. — Quando eu era pequeno, ele era tipo um herói para mim.
— Vocês chegaram! — Bryan deu espaço para entrarmos. — Sejam bem vindos.
Eu não havia reparado tão bem em Bryan naquele dia no hospital, mas agora, olhando ele assim, ele era alto, com um corpo forte e bem definido.
Esse homem vivia na academia?
Sua camisa social estava casualmente arregaçada até os cotovelos, dando uma bela visão de suas veias saltadas. Bryan realmente era muito bonito, aquele tipo impossível de ignorar, mas era tio do Gabriel, então eu com certeza não deveria ter olhado tanto para ele.
— Obrigado. — Dei um sorriso, tentando não olhar em seus olhos.
— Espero que estejam prontos para ajudar, o jantar ainda não saiu e preciso de uma mão extra.
— Claro. — Gabriel sorriu, animado.
Seguimos para a cozinha, era daquelas que parecia ter saído do catálogo de revisitas de arquitetura, tinha uma ilha enorme no meio, onde Bryan já havia começado a preparar o jantar, os ingredientes estavam dispostos sobre a bancada, o cheiro de temperos frescos preenchia o ar, Gabriel parecia realmente animado por estar ali, como se aquilo fosse um ritual familiar entre eles, eu já me sentia um pouco deslocada de tudo isso, minha família nunca foi daquelas que cozinhavam e riam juntas.
— Então, no que posso ajudar? — Questionei timidamente.
Queria parecer útil.
— Tem um molho na panela, se puder mexer para mim? — Bryan respondeu, lançando um olhar rápido para mim antes de voltar para Gabriel.
— Claro.
Fui até o fogão pegando a colher de pau, começando a mexer o molho na panela, enquanto minha mente tenta se acalmar e aproveitar o momento.
— Aurora, você precisa ouvir essa história, você não faz ideia de quem é meu tio Bryan. — Gabriel riu, me fazendo virar para ele.
— Ah, não ouça muito o Gabriel, ele exagera. — Bryan pegava alguns pratos no armário de cima, sua blusa subiu um pouco.
Belo abdômen.
Droga de hormônios.
— Exagero, nada! — Gabriel protestou, inclinando-se para frente na ilha. — Aurora, você sabia que meu tio foi o motivo de um divórcio no dia de um casamento uma vez?
— O quê?
— Não escute isso...— Bryan coçou a cabeça, mas dava para ver que ele estava adorando a atenção.
— Meu tio foi a um casamento como acompanhante da amiga da noiva, uma mulher que ele acabou ficando, só que na festa, ele acabou conhecendo a noiva. — Gabriel parecia tão animado como se fosse a melhor história do mundo.
— A noiva? — Arquei as sobrancelhas parando por um momento de mexer o molho.
— Exatamente! Ele disse que dava para ver de longe que ela estava infeliz e o que o Bryan fez? Ele começou a conversar com ela, só para "animar a festa", né, tio?
— Eu só fui educado, ela parecia tão triste.— Bryan retrucou, levantando as mãos como se fosse inocente.
— Educado? — Gabriel gargalhou. — Você acabou convencendo ela de que aquele casamento era um erro!
— Não foi bem assim.
— Foi exatamente assim! No no final da festa, ela largou o noivo e foi embora com você!
— Ela foi embora com você? — Eu tive que ter certeza que ouvi certo.
— Bem, sim, mas só porque ela já sabia que não queria aquilo, mas pela pressão dos pais ela acabou se casando.
— Então você foi ao casamento e acabou convencendo a noiva a ir embora? Isso é realmente uma história interessante. — Comentei rindo.
— Como eu disse, meu tio é o cara.
— Você exagera garoto, não é nada demais.
— Eu só falo a verdade, se você soubesse de todas as histórias, teve outra vez, em Ibiza...
— Ah, Ibiza não. — Bryan interrompeu colocando a mão na boca de Gabriel.
Bryan realmente parecia um homem que estava acostumado a ter o que quer, sem se preocupar muito com as consequências, mas ainda assim Gabriel o via como um herói.
Eu voltei a mexer o molho, rindo da pequena história embaraçosa como se realmente fosse algo admirável para se orgulhar, quando senti um calor nas minhas costas.
— Mexa o molho devagar, Aurora — Bryan praticamente sussurrou em meu ouvido.
Eu quase derrubei a colher, pude ouvir o riso dele, antes dele colocar a mão sobre a minha, guiando o movimento como se fosse a coisa mais natural do mundo, meu coração disparou, eu não sabia como reagir então só forcei um sorriso.
— Assim está bom?
— Sim.
Eu suspirei fundo e tentei ignorar o que acabou de acontecer.
O que acabou de acontecer?
Quando terminei de mexer o molho, me virei para Gabriel com uma colher.
— Experimenta para mim? — pedi, mas Bryan foi mais rápido ao se inclinar e provar o molho, sorrindo satisfeito.
— Está ótimo! Pode cortar alguns legumes? — Seus olhos fixaram-se nos meus.
Pensei em recusar, afinal Gabriel só estava mexendo no balde de saladas, mas aquele olhar era intimidador.
— Tudo bem. — Eu não sabia como reagir a tudo aquilo.
Era coisa da minha cabeça?
Só podia ser, Gabriel também perceberia as ações estranhas do seu tio, né?
Eles continuaram conversando sobre futebol e outras histórias engraçadas sobre Gabriel, eu me foquei a cortar os legumes, mas Bryan parecia realmente interessado em tudo o que eu fazia, ele se aproximou do balcão onde eu estava cortando, observando-me.
— Assim, Aurora, precisa ser mais uniforme. — Seu peitoral tocou minhas costas ele estendeu a mão e colocou-a sobre a minha pela segunda vez essa noite, agora a que segurava a faca, fazendo o movimento mais devagar. — Perfeito. — A pressão dos dedos de Bryan sobre os meus me fez perder a concentração por um momento, senti um arrepio percorrendo minha espinha.
Eu não estava imaginando coisas, ou estava?
Com um sorriso forçado, voltei minha atenção para Gabriel, que simplesmente parecia achar a coisa mais normal do mundo, seu tio agindo daquele jeito.
Será que Bryan dava em cima de todas as namoradas de Gabriel?
Eu estava começando a ficar nervosa, meus dedos tremiam enquanto segurava a faca com força para que cada pedacinho daquela cenoura ficasse igualmente cortada, foi nesse momento que a lâmina escorregou e um corte apareceu na minha pele.
— Aí! Droga! — Soltei um gemido de dor, puxando a mão para longe da comida enquanto o sangue começava a escorrer.
— O que aconteceu? — Gabriel perguntou, arregalando os olhos.
— Cortei minha mão. — Choraminguei.
Gabriel deu a volta na ilha, tentando ver o corte, mas Bryan já estava lá, antes mesmo que Gabriel pudesse chegar perto de mim, segurando minha mão ensanguentada com um cuidado.
— É só um corte superficial. — disse Bryan com aquela voz calma de médico. — Você vai ficar bem.
— Ok.
— Não é nada grave, Gabriel, não se preocupe, por favor vá buscar o kit de primeiros socorros, está no banheiro, no armário de cima da pia, no final do corredor. — A ordem foi tão imediata que Gabriel obedeceu sem hesitar, correndo dali.
Eu ainda estava olhando para o Gabriel quando senti as mãos fortes de Bryan ao redor da minha cintura, levantando-me com uma facilidade desconcertante me colocando sentada no balcão, aquele arrepio voltou a percorrer minha espinha, meu coração disparou, o rosto dele estava perigosamente perto demais, que pude sentir sua respiração quente em minha pele, senti o cheiro de sua colônia, intensa e masculina, meu peito subia e descia rapidamente, tentando controlar a respiração acelerada.
— Não precisa ficar tensa. — Um sorriso surgiu em seus lábios. — Eu vou cuidar bem de você. — Ele sussurrou porque estava tão perto que, se quisesse, poderia tocar meus lábios com um leve movimento e talvez acho que ele soubesse disso.
Finalmente, Gabriel voltou com o kit de primeiros socorros, dei um longo suspiro por Bryan se afastar, tentando recompor minhas emoções.
Durante os minutos seguintes, eu tentei conter a tensão quase insuportável que ainda havia ali, os toques de Bryan continuaram, mas agora com Gabriel ali, ele mantinha uma distância cuidadosa, como se aquele momento entre nós nunca tivesse acontecido.
— Pronto, você vai ficar bem. — Bryan terminou finalmente o curativo com um pequeno esparadrapo.
— Obrigado. — Eu tentei sorrir, mas eu não conseguia esquecer a forma como seus dedos haviam demorado mais que o necessário sobre a minha pele.
— Obrigado, tio, por cuidar dela. — Gabriel deu um suspiro de alívio.
— Cuidar é parte do meu trabalho. — Ele assentiu como se tudo não passasse de um gesto de cortesia.
Desci do balcão, tentando ignorar as pernas trêmulas e a sensação de calor que ainda queimava minhas bochechas, sentindo um último olhar de Bryan sobre mim antes de se afastar para continuar a preparar o jantar.
...
A mesa estava perfeitamente posta, com o brilho das taças de vinho refletindo as luzes amareladas da sala de jantar, o cheiro da comida estava realmente incrível, eu não esperava que o Bryan fosse tão bom na cozinha, o filé de robalo estava realmente bonito de se ver, o molho por cima parecia delicioso ao lado das cenouras cozidas, eu fiquei ali admirando por um momento antes de dar a primeira garfada.
— Gostou Aurora? — Bryan questionou como se Gabriel nem estivesse ali.
— Muito bom. — Sorri.
— Vinho?
— Não, obrigado, estou bem.
Bryan serviu o vinho para ele e Gabriel, ainda olhando para mim.
— Eu vou ao banheiro rapidinho. — Gabriel se levantou dando um beijo rápido no topo da minha cabeça. — E nada de falarem mal de mim enquanto eu estiver fora!
Então ele saiu da sala de estar deixando-me sozinha com Bryan, eu tentei parecer normal, mas estava suando frio, aquele momento mais cedo tinha sido muito estranho.
— Aurora — ele começou, tomando um gole de vinho enquanto olhava diretamente nos meus olhos. — Eu não sei se deveria tocar nesse assunto, mas Gabriel me contou sobre sua gravidez.
Engoli em seco, meu começou a coração bater mais rápido.
Ele sabia?
— Ele contou? — perguntei, sentindo minha voz falhar.
— Não fiquei brava com ele, por favor, ele estava desesperado, você não faz ideia do quanto isso o abalou, ele pediu conselhos, queria saber o que deveria fazer com toda essa situação.
Eu não sabia exatamente o que pensar, eu estava com raiva de Gabriel, mas também não o culpo por fazer isso.
— Foi você que o aconselhou a voltar a falar comigo?
— Sim — Bryan esboçou um sorriso, apoiando a taça de vinho na mesa, os dedos girando o líquido vermelho no copo. — Eu disse a ele que, se realmente gostasse de você, isso não deveria ser um obstáculo, porém que precisava estar ao seu lado, independentemente do que houvesse acontecido.
— Obrigada.
Bem, talvez eu tivesse julgado Bryan errado, ele parecia uma boa pessoa e se não fosse por ele Gabriel não estaria ao meu lado.
— Mas, diga-me, Aurora — ele continuou com aquele sorriso. — O que aconteceu para um universitário idiota não querer assumir seu próprio filho?
Por um segundo meu coração parou, aquela era última pergunta que eu esperava vindo dele, eu pensei em mentir, em dizer qualquer coisa que pudesse encerrar aquela conversa, mas a intensidade do olhar de Bryan mexia comigo como se me forçasse a ser honesta.
— Não... não foi um universitário — murmurei, sentindo meu rosto corar. — Foi um homem mais velho e casado, mas eu não sabia disso, não sabia até ser tarde demais. — Minhas mãos tremiam levemente enquanto eu mantinha o olhar fixo no meu prato, incapaz de encarar Bryan. — Mas por favor não diga nada a Gabriel eu ainda não contei a ele sobre isso.
— Entendo — ele tomou mais um gole de vinho, sem tirar os olhos de mim. — Não se preocupe, eu não vou contar nada disso a Gabriel, não é o tipo de coisa que ele precisa saber agora. — Suspirei aliviada, mas ainda sentia a vergonha se espalhando sobre mim. — Eu sei como é se apaixonar pela pessoa errada, também me apaixonei por uma mulher casada uma vez.
Levantei os olhos para ele, surpresa.
— Você não sabia que ela era casada? — perguntei, sentindo-me ingênua, mas não consegui evitar.
— Eu sabia — respondeu calmamente, com se esse fato não importasse. — Mas, às vezes, o coração não escuta o que a cabeça sabe, acho que você entende bem esse sentimento. — Seus dedos longos deslizaram pela borda da taça com uma tranquilidade que me deixou nervosa.
A porta do banheiro se abriu e eu levei um susto, pude ouvir a risada de Bryan antes de Gabriel voltar para a sala com um sorriso radiante.
— Espero que não tenham falado muito mal de mim! — ele brincou, ocupando seu lugar na mesa novamente.
— Nunca. — Bryan riu, uma risada suave e despreocupada, enquanto tomava mais um gole de vinho.
...
Gabriel parecia bem a vontade, talvez fosse a presença de seu tio ou o fato dele estar na terceira taça de vinho, enquanto seu tio parecia ainda estar na primeira, mas isso o fazia ficar mais carinhoso, eu gostei, ele segurava minha mão sob a mesa e sorria para mim, até sussurrou algumas vezes o quanto estava linda durante o jantar, mas toda vez que isso acontecia, eu sentia os olhos de Bryan sobre nós.
— Mais um pouco de vinho? — Bryan perguntou, levantando a garrafa que parecia nunca esvaziar.
— Claro! — Gabriel estendeu a taça com a empolgação de sempre. — Esse vinho é incrível, tio, na verdade, o jantar estava muito bom.
— Fico feliz com isso, mas espero que não tenha comido muito, ainda tem a sobremesa, Aurora, quer me ajudar? — Bryan perguntou de repente, levantando-se da mesa.
Hesitei por um segundo, eu não queria ficar sozinha de novo com ele.
— Vai lá. — Gabriel soltou minha mão.
Levantei me sentindo pressionada, peguei meu prato e o dele, e segui Bryan até a cozinha.
— Pode deixar aí na pia — ele disse enquanto abria a geladeira.
Coloquei os pratos no lugar indicado e fiquei ali, sem saber exatamente o que fazer, ele estava de costas para mim e o silêncio na cozinha parecia pesado demais.
— Gabriel parece muito feliz com você — ele disse de repente, sem se virar.
— Ah, eu também tô bem feliz com ele.
Bryan fechou a geladeira, se virando para mim com uma linda torta de limão sobre a mão.
— Ele também sempre fala bastante sobre você.
— Ah, é?
— Ele é um bom contador de histórias, não é? — Bryan disse, com um tom divertido. — Às vezes, conta até o que não deveria. — Com cuidado colocou a sobremesa na ilha da cozinha. — Não precisa se preocupar, eu diria que é típico da idade, ele falar sobre o que fizeram ou o que não fizeram, ainda.
Meu rosto começou a esquentar, meu estômago revirou.
O que ele queria dizer com isso?
Gabriel não falaria que nós nunca transamos, não é?
Não!
Gabriel não falaria isso.
Bem, ele falou sobre a gravidez, mas era diferente.
Eu já não sabia mais o que pensar.
— Gabriel disse isso para você? — A minha voz mal saiu.
Meu corpo estava congelado no lugar.
— Na verdade, não, mas agora eu sei.— Bryan sorriu de lado, como se apreciasse meu desconforto. — Não que já não estivesse estampado na cara dele. — Abriu a gaveta e pegou a faca, fazendo um corte preciso na crosta dourada da torta. — Não precisa sentir vergonha e bem isso me deixou curioso. — Caminhou até o armário para pegar os pratos, o som das porcelanas ecoando levemente na cozinha silenciosa, antes de voltar para servir três fatias frescas e cremosas.
— Sobre o quê?
— Se é por isso que bem... Você sabe...
Ele realmente disso isso?
— O quê?
— Bom, pelo que entendi, você tem um gosto específico, homens mais velhos, mais experientes, é um padrão difícil de superar, não acha? — Ele inclinou-se, colocando uma das mãos na bancada ao meu lado.
Meu rosto ficou quente, minhas mãos tremiam ao lado do corpo, ele estava perto o suficiente para eu sentir o seu perfume novamente.
— Gabriel é ótimo — respondi rapidamente, quase defensiva, mas odiei como minha voz soou pouco convincente.
— É claro que é — ele retrucou, inclinando-se um pouco, como se compartilhasse um segredo.— Gabriel pode ser muitas coisas, mas será que ele pode dar o que você quer? — Sussurrou.
Meu coração estava disparado, ele deixou óbvio demais agora, ele não estava apenas insinuando, eu queria dizer algo, qualquer coisa, mas as palavras simplesmente não vinham.
— Gabriel está esperando pela sobremesa. — Foi a única coisa que conseguiu sair de meus lábios.
— Claro. — Bryan se afastou um pouco, pegou dois dos pratos e finalmente me deixando livre.
Ele não parecia se importar com o quanto eu estava desconcertada, ele parecia satisfeito como se fosse exatamente assim que queria que estivesse.
Respirei fundo, tentando controlar o tremor nas minhas mãos enquanto pegava o terceiro prato e segui atrás dele, tentando esconder o rubor em meu rosto, mas por dentro, meu coração ainda martelava.
Eu só queria ir embora dali e esquecer tudo o que aconteceu, mas assim que deixei o prato em cima da mesa, vi Gabriel meio sonolento, quase cochilando no sofá.
Merda!
— Não sabia que você era tão fraco para vinho, Gabriel. — Bryan riu baixo, o tom brincalhão, deixando os pratos em cima da mesa.
Depois do que aconteceu na cozinha, tinha uma leve impressão de que ele realmente sabia e fez isso de propósito.
Qual era o sentido de tudo isso afinal?
O que Bryan queria comigo?
— Gabriel? — O chamei, ele balançou a cabeça lentamente com um sorriso preguiçoso. — Você está bem?
— Oi, bebê. — Disse esfregando os olhos como se estivesse prestes a cochilar ali mesmo. — Só estou relaxando.
É oficialmente ele estava bêbado, ele nunca me chamou assim.
— Talvez esteja relaxado demais para dirigir. — Bryan arqueou uma sobrancelha, fingindo preocupação. — Acho que me empolguei ao insistir para você provar aquele vinho, não?
Respirei fundo, ele havia sido insistente com Gabriel, com aqueles elogios exagerados ao vinho, como se quisesse garantir que ele aceitasse.
— Aurora, não se preocupe. Gabriel pode ficar aqui essa noite. — Ele olhou para mim, seus olhos brilhando. — Eu mesmo levo você para casa.
Meu coração disparou, eu não gostava da ideia de ficar sozinha com ele de novo, especialmente depois de tudo o que aconteceu essa noite.
O que mais poderia acontecer?
— Não precisa — comecei a dizer, tentando soar convincente. — Eu posso pegar um Uber, está tudo bem.
— Aurora — Bryan disse meu nome gentilmente. — Está muito tarde para entrar no carro com um estranho, eu insisto.
Um estranho seria melhor do que estar dentro de um carro com ele.
— Realmente não precisa. — Olhei para Gabriel, esperando que ele me ajudasse.
— Vai com ele, bebê. — Disse ele, quase fechando os olhos. — Você vai estar mais segura se for com meu tio. — Ele sorriu.
Eu acho não!
— Tudo bem.
Sem saída, respirei fundo e assenti, pegando minha bolsa enquanto Bryan se levantava para pegar as chaves do carro.
No carro, a atmosfera estava estranha, eu mantinha as minhas mãos repousando sobre meu colo, apertando a alça da bolsa como força.
— Se divertiu hoje? — Ele perguntou sem tirar os olhos da estrada.
— Sim.
— Eu também me diverti muito. — Sorriu de lado. — Gabriel gosta realmente de você, sabia?
— Eu também gosto dele.
— Espero que sim. — Ele manteve os olhos na estrada por alguns segundos, antes de lançar um olhar rápido para mim. — Porque a última coisa que quero é ver o Gabriel machucado.
Ele estava me testando o tempo todo?
Eu estava cansada de ficar confusa.
— Eu não tenho a intenção de machucá-lo.
— É o que vamos ver — Bryan riu baixinho, fazendo meu estômago se revirar. — Vou estar de olho em você, raposinha.
Senti meu corpo se enrijecer ao ouvir o apelido, lembrando exatamente do meu último apelido, mas precisamente quem me deu.
— Raposinha? Por quê?
O olhar de Bryan se fixou em mim e seu sorriso excitante e dominador fez meu coração acelerar, causando uma onda de calor inesperada entre as minhas pernas.
— Seu cabelo e seu jeitinho.— Bryan estendeu a mão para brincar com uma mecha solta que caía sobre o meu ombro, seus dedos tocaram meus fios ruivos me fazendo perder o ar até ele voltar a segurar o volante. — Me lembra uma pequena raposa assustada, acho que vou te chamar assim a partir de agora.
Antes que eu pudesse se quer pensar em reagir Bryan estacionou o carro em frente ao meu prédio, ele desligou o motor, suspirei aliviada, virei-me para ele pronta para agradecer e sair rápido dali, mas no mesmo instante ele se inclinou repentinamente, como se fosse beijar meus lábios, eu paralisei enquanto ele se aproximava devagar deixando seus lábios tocarem o canto da minha boca, sua barba roçando contra minha pele, um calor crescente se espalhando por todo o meu corpo me deixando atordoada e sem saber o que fazer mais uma vez.
— Boa noite, raposinha.
Eu apenas assenti, incapaz de formular qualquer palavra e saí do carro correndo em passos apressados.
Eu não sabia o que havia acabado de acontecer, Bryan mexeu com minha mente a noite toda e estava
com medo do que aquilo poderia significar, fechei os olhos e respirei fundo tentando acalmar os pensamentos que corriam desordenadamente na minha mente.
Eu precisava entender o que estava acontecendo antes que fosse tarde demais.
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um eu te amo não será o suficiente pra mim, eu necessito escrever várias e várias cartas, demonstrando e contando detalhe por detalhe, tudo e todo amor que por ti carrego aqui em meu peito, em meu coração.
mas apenas isso também não será o suficiente, eu necessito que façamos uma fusão, tornando-nos um só corpo, pois somente assim você sentirá toda a intensidade do amor, que tenho tanta dificuldade em demonstrar. e verá também o quanto penso em ti, que está sempre em meus pensamentos, tornando meus dias mais agradáveis e suportáveis.
ter você é como ter o mundo.
você é meu mundo.
você é meu tudo.
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Você chega e traz o sabor de todos os meus desejos. Quem eu quero ser? O que eu quero ser? Com quem eu quero estar? Você faz tudo parecer possível dentro do teu inalcançável. Quem recarrega a tua bateria? A minha é você. Os dias estão mais suportáveis. Escrevo para guardar o agora. Não lembro como cheguei aqui nesses lugar de descanso. Talvez pela primeira vez na vida eu não estou travando lutas internas. O foco é no acreditar e construir. Preciso lembrar como é me sentir assim, em paz. Espero saber voltar. A saudade mudou de forma. Quanta saudade você sente de alguem para não consegui tirar essa pessoa da tua vida? Não mantemos as pessoas de quem não sentimos falta. Se o desejo de ter perto acaba, acaba tudo o amor, a vontade, o querer. Sentir saudade é um bom termometro. Então, vou ficar torcendo para sua saudade não acabar, que ela cresça até se tornar insuportável, aquele incomodo que não conseguimos disfarçar, para que você pergunte novamente por mim. E se ela passar que seja devagarinho, com alguma coisa te fazendo lembrar até que nada mais tenha meu cheiro. Enquanto, eu coleciono os desenhos dos teus rastros.
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❛Just keep looking at me. No one else matters.❜
FLASHBACK . As noites sempre eram piores. Quando fechava os olhos, parecia sempre estar sendo engolida novamente para a escuridão que envolvia os pesadelos que teve. Mesmo que possuísse agora a bênção para proteg��-la, Anastasia não acreditava que era o suficiente. Os sonhos ruins jamais paravam e era por isso que, na maioria das noites, sempre entrava silenciosamente no chalé de Bóreas para dormir com Santiago. Havia algo sobre a presença do amigo que tornava os pesadelos mais suportáveis, mesmo que temesse que jamais fossem a abandonar. Novamente, tinha acordado sem ter certeza de onde estava. A respiração estava ofegante, levantando-se da cama como se ela estivesse infestada com as cobras com as quais estava sonhando. Podia praticamente senti-las deslizando pelas pernas e pelos braços, desejando ter um pouco de Anastasia para si, infestando e provando. Escutava os chocalhos e os chiados das serpentes, que tinham se tornado parte intrínseca das noites dela. Mal tinha notado que estava chorando encolhida em um canto do quarto até notar a aproximação do amigo, tirando-a das lembranças que pareciam dilacerar o peito de dentro para fora. Subiu o olhar e focou no rosto de Santiago. Ali, encontrou um pouco da calmaria de que tanto precisava e esqueceu dos pensamentos que a levavam para a caverna novamente. Em um gesto familiar e natural para a filha de Afrodite, permitiu se afundar no abraço dele para que se lembrasse de onde estava. Com quem estava. Afundou os dedos nas costas alheias, a cabeça apoiada como se tivesse medo de soltá-lo e ser transportada para o pesadelo novamente. Ele era real. Ela era real. Agarrou-se ao aroma dele, à sensação dos braços ao seu redor e à voz que parecia carregada de preocupação. As lágrimas não escorriam mais pelo rosto e os chiados não eram mais tão altos a ponto de sequer conseguir pensar. Quando finalmente se afastou, deu um suspiro e um pequeno sorriso apareceu nos lábios dela. "Eu estou bem."
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porque no meio
da minha
mania de ausência
e todas essas coisas
eu devo ter esquecido
de mencionar que te quero por perto
mesmo nos dias
mais difíceis
(que com você são tão suportáveis)
[wilkerson]
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Tem dias que parecem menos suportáveis que outros, e parecem mais frequentes do que costumavam ser
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véi como é difícil manter uma conversa com americano mds😭 parece que todas respostas que eles dão são secas sla
traumatizante!! poucos que são suportáveis
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RELATOS DE UMA MENTE CONFUSA
CAPÍTULO II - Sonhos 1/2
Você já realmente quis algo que parecia impossível? Tenho 72 anos e acredite, Zé, ainda tenho alguns sonhos na bagagem. Sonhos estes, que muitos consideram insanos, imprudentes para um velho como eu. Mas olhe pelo meu lado da história, amigo, eu não tenho mais nada a perder. Hoje conheci uma mulher. Eu estava no ônibus, perto do contorno norte, à caminho do meu grupo de apoio das quintas¹, quando uma mulher jovem, de uns 28 anos, acredito eu, entrou e se sentou ao meu lado. Ela usava um sapato de salto, pequeno demais para seus pés — ás vezes me divirto imaginando as mulheres como aquelas pessoas do circo que ficam se equilibrando sobre pernas de pau para chamar atenção do público —, ela também usava jeans preto, uma camisa de botão cinza e, o que mais me chamou a atenção, um lenço de um vermelho vívido, um único ponto de cor que harmonisava com todo o neutro de sua vestimenta. Sem dúvida era muito elegante, mas sua beleza não me encantou, ela tinha um rosto muito comum. — Ninguém merece esse tempo, não é? — disse ela e sorriu gentilmente. Começava a engrossar as gotículas de garoa na janela do ônibus, tapando minha visão. — Todos tem o direito de entristecer-se, inclusive o tempo. — respondi, quase que automaticamente. Ela baixou os olhos e avistou meus braços, meus punhos, marcados pelo tempo, por mim... — Meu nome é Luce. E você é...? — perguntou, hesitante. — Cartter. — Cartter... nome de escritor... poeta. Acertei? Eu ri. Tudo bem, vai... estava começando a ver que ela realmente era interessante. — Eu não diria tanto. — respondi. — Qual seu sonho, Sr. Cartter? — Sonho? — olhei-a, confuso. Ela me olhava com expectativa. — Sou velho de mais para sonhar, garota. — Para que uma coisa se torne real, você só precisa acreditar nela. — ela piscou com o olho direito — Chegou meu ponto. Até breve, Cartter. Avistei ela partir, minha mais nova pessoa preferida no mundo. ¹Participo de muitos grupos de auto-ajuda, mesmo meus cinco últimos psicanalistas dizendo não ser necessário. Eu tenho problemas e, posso até ser uma pessoa ruim por isso, mas ouvir o problema dos outros torna os meus um pouco mais suportáveis.
— Andrieli Santos, Uma Escritora em Treinamento
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ㅤㅤㅤ🌻━━━ ⌜ 🫀 ❛ Na trajetória da vida, deparamo-nos com dois tipos de amor distintos: o "amor da sua vida" e o "amor para a sua vida".
O "amor da sua vida" é uma conexão intensa e, muitas vezes, transcendental. É aquele encontro arrebatador, como se o destino estivesse traçado desde sempre. Este amor é singular, capaz de superar barreiras e resistir ao teste do tempo.
Por outro lado, o "amor para a sua vida" é mais pragmático. Ele não se manifesta necessariamente como uma paixão avassaladora, mas é o tipo de amor que preenche os dias com alegria e conforto. É o companheirismo que torna os altos mais altos e os baixos mais suportáveis, contribuindo para uma jornada mais rica e significativa.
Ambos são valiosos à sua maneira. Enquanto o "amor da sua vida" representa a descoberta extraordinária, o "amor para a sua vida" é a construção cotidiana que sustenta e enriquece a trama complexa do coração humano.❤🏹
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⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀dear diary,
era impensável o que se passava na cabeça da violinista, mil pensamentos percorriam a sua mente naquela madrugada, em seus dias normais tentava se cansar com exercícios, chás, praticando no violino, tudo o que não fez naquele dia, estava exausta, mas não conseguia descansar de nenhuma forma, ser tirada da sua rotina mexia com seu relógio e não havia nada o que fazer. o tempo custava a passar, escutar música clássica em seu aparelho celular não era o suficiente para relaxar, parecia na verdade que piorava tudo, mas tornava as longas horas mais suportáveis. o telefone marcava 5:53 da madrugada e um pouco de luminosidade já era perceptível, mas o sol ainda não havia nascido. hyesu já estava se sentindo sufocada de estar ali naquele quarto, levantou-se, optou apenas por trocar-se de roupa e calçar seus sapatos e saiu dali. precisava de ar fresco e nada melhor que o mar para providenciar isso, a coreana evitou ao máximo de fazer barulho, mas quando chegou na areia, começou a sentir dificuldade de caminhar direito ainda, era muito estranho, mas continuou por ali até que seguindo um pouco mais para frente vislumbrou formações rochosas, era perfeito. a violinista andou toda desengonçada até chegar lá, particularmente fora um pouco difícil sem escorregar, mas assim que subiu respirou fundo, parecia perfeito, logo foi caminhando por ali até encontrar uma pessoa ali, aproximando-se mais um pouco percebeu que se tratava de @songsejun, não demorou que a garota chegasse mais perto e tentasse falar. “com licença...” falou baixinho não querendo assustá-lo. “posso me sentar aqui? juro que fico caladinha” apontou para o lado dele.
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀sincerely,
⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀rhee hyesu
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