#supercilios
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cherrywritter · 9 months ago
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Apresentações
Caverna, Monte das Ostras – Happy Harbor, Rhode Island
Antigo Monte da Justiça, dias depois
Ao concordar com a minha entrada para a Equipe de Operações Especiais, acreditei que os membros e os demais que faziam parte de toda a operação soubessem da minha chegada. Já tinha conhecimento que meu pai não havia conversado previamente com Dick sobre mim e que isso havia criado um conflito entre eles. Não que aparentemente já não houvesse conflitos, pois quando entrei na mente de Bruce, tive uma prévia de tudo. Mesmo assim, não esperava uma reação tão explosiva e imprudente quanto a que presenciei logo após passar pelo portal.
Bruce chegou de mais um dia de empresário, tomou seu banho, jantou e seguiu pela caverna até me encontrar no laboratório. Era sábado à noite. Como de costume, perguntou-me como havia sido meu dia, como estava as pesquisas que estava conduzindo e se eu havia descansado. Ele bem sabia que não tinha o costume de dormir e isso fazia com que me obrigasse a me desligar por algumas horinhas para que meu corpo relaxasse. Com um sorriso, ele pediu para que eu me arrumasse para irmos a Caverna, o quartel general da equipe dos jovens. Empolgada e ansiosa, escolhi minha melhor roupa casual que tinha no enorme closet que Alfred havia me reservado. Queria muito saber qual seria o meu traje e curiosa para finalmente conhecer o robin primogênito. O famoso garoto prodígio.
Dick estava de costas para o portal quando eu e Bruce o atravessamos. Havia uma roda de jovens ao centro. Parecia o momento de repassar algo da próxima missão ou orientações mais específicas. Houve uma tensão palpável quando Dick virou em nossa direção e seus olhos encontraram os meus. Não houve tempo nem mesmo da IA do portal terminar de anunciar “Caos” e meu número de registro. Sua raiva era tamanha que eu conseguia ver uma aura expandida em tons de vermelho, vinho e quase preto emanar dele. Não era apenas raiva, também tinha ciúmes, desconfiança, traição.
O garoto prodígio esqueceu do mundo a sua volta e partiu para cima de Bruce com os punhos cerrados. Não foram apenas palavras grosseiras, mas Grayson, cego de raiva, partiu para a agressão física deixando todos ali presentes sem reação. Até mesmo eu fiquei sem reação por instantes. Começara uma troca de socos que levou a mão de Dick se fechar contra o pescoço de Bruce o colocando contra a parede. Ele estava cego e meu pai, vermelho demonstrando que ar já estava faltando em seus pulmões. Insisti por meio de palavra para que ele parasse e soltasse meu pai, mas não foi suficiente.
Ninguém ajudou
Simplesmente ninguém
Percebendo que ninguém tomaria a atitude certa, me coloquei à frente e agarrei Dick pelo punho para jogá-lo longe. Vi seu olhar surpreso e raivoso contra mim. Senti sua vontade de contra-atacar. Papai tossia e puxava o ar com certa pressa, mas tinha dificuldade. Virei para Bruce e tentei auxiliá-lo. Ele já não estava em seus melhores dias e essa situação não ajudava em nada sua recuperação. Grayson mais uma vez veio para cima de nós, desta vez tentaram o segurar, mas parecia que havia uma besta dentro dele. Uma besta furiosa, extremamente forte e que conduzia pensamentos assustadores.
Não seria desta vez que o deixaria atacar. Ergui meu braço, o afastei com meus poderes e o fiz apagar. Não havia outra saída. Todos em volta trocavam olhares e me encaravam com certo receio. Naquele instante não importava. Estava preocupada demais com meu pai para ficar me explicando para pessoas que me conheceram da pior forma possível. Voltei minha atenção para Bruce e notei que a troca de golpes resultou em um corte no supercilio, além de outro nos lábios e agravamento das lesões que ele havia sofrido em sua última briga com os capangas da Ibanescu – máfia romena envolvida em lutas de animais, tráfico humano e prostituição. Ele havia ficado dois dias inteiros desmaiado, mas Alfred sempre me acalmava dizendo que era mais comum do que parecia. Aquela foi a primeira vez que eu o via naquele estado e não era nada confortável ficar ali sem poder ajudá-lo. Fazia um mês que ele tentava se recuperar e a briga desnecessária piorou tudo.
- Mas o que está acontecendo?! – A voz profunda de um rapaz negro tomou conta do ambiente e fez com que eu olhasse em sua direção. O reconheci prontamente e senti uma energia curiosa entre nós dois. Era conforto. Era tranquilizante. – Batman! – Ele olhou para mim já erguendo Bruce o ajudando a andar. – Dois de vocês, coloquem o Dick na outra enfermaria. – Sou Kaldur.
- Victoria.
- Vou levá-lo para enfermaria. – Assenti.
Segundo todas as minhas pesquisas realizadas com a integração entre o computador da batcaverna e da caverna, Kaldur foi um dos primeiros membros da equipe. Havia retornado há um tempo de sua infiltração imersiva ao lado do pai, Arraia Negra, para derrotar a L.U.Z e seus membros. Eu o admirava pelos seus talentos e tamanho profissionalismo que desempenhava em tudo que realizava. Agradecida pela ajuda, vi Kaldur nos dar espaço. Provavelmente estava indo verificar o amigo e entender o que havia ocorrido para a situação chegar a esse ponto.
Papai insistia em dizer que estava tudo bem, mas eu era tão teimosa quanto ele e não iria me tranquilizar enquanto não verificasse o estado em que ele se encontrava. Alfred e eu vínhamos trocando suas bandagens e cuidando de seus hematomas todos os dias. Anda existia alguns sangramentos, cortes que teimavam em não cicatrizar. Além disso, não deixaria que ele saísse dali sem que o corte do supercilio fosse suturado. Quando removi sua camiseta, o que meus instintos já diziam apenas foi confirmado. As bandagens estavam cheias de sangue. Respirei fundo e comecei a cortar a lateral das bandagens para refazer todos os curativos.
- Me desculpe as coisas terem ocorrido dessa maneira... – Ele dizia enquanto eu limpava o sangue que havia escorrido por seu rosto e pescoço.
- Está tudo bem. Não me importo. A culpa também não é sua pela mente dele ser tão conturbada e pelas atitudes irracionais que ele tem.
- Victoria, já disse para não ler a mente alheia. – Mais uma vez ele me repreendia.
- Se eu não tivesse invadido mente alheia, ele teria o colocado a nocaute. Só fiz o que era necessário, senhor Wayne. Não quero meu pai mais dias desmaiado na cama da suíte master da mansão. – Bruce suspirou. Mais uma vez estava sendo vencido. Fechando o corte, passei para o corpo e verifiquei os pontos do tórax. Passei um pouco de anestésico em pomada e limpei toda a área antes de passar uma bandagem nova por todo abdômen.
- Brigamos faz pouco tempo e... – Coloco meu indicador sobre seus lábios e balanço a cabeça em negativo.
- Eu sei. Eu vi. Está tudo bem. Só não devíamos ter escondido minha existência dele por tanto tempo. Ele me parece bem sensível com esse negócio chamado de confiança. Não é sua culpa se ele não gostou de mim. – Sorrio. – Sou uma arma, esqueceu?
- Victoria... – Papai acaricia meu rosto com desapontamento. Seguro sua mão com carinho e beijo seu rosto.
- Está tudo bem, Bruce. Tudo bem. Confie em mim. Não é a primeira vez e nem vai ser a última que isso irá acontecer.
- Às vezes esqueço da tamanha maturidade que tens. Bom, tenho algo importante para te mostrar. – Eu iria impedi-lo de se levantar, mas aquele olhar severo era o comando silencioso para que eu não o fizesse. Em seguida, ele fez sinal para que o acompanhasse naquela caminhada misteriosa e não, não ousei invadir sua mente para descobrir onde ele me levaria.
Caminhamos pelos corredores da Caverna até parar em uma grande porta metálica, pesada e densa. Parte do material tinha a mesma densidade que o material do batmóvel e dos equipamentos da caverna. Ali, ao aproximar sua mão, a região se iluminou em tons de azul e a porta começou a se mover. Ao abrir por completo, vi um quarto enorme assim como o da mansão. Cama de casal, suíte completa com banheira e chuveiro. Tinha um belo guarda-roupa, uma área de escritório para os estudos, livros e mais livros de medicina e advocacia, jaleco e equipamentos.
Era oficial
Senti uma alegria inexplicável. Tinha a consciência de que seria uma batalha para conseguir entrar na universidade sem nunca ter cursado a escola e sem qualquer registro que comprovasse minhas capacidades facultativas. Além disso, as regras estavam cada vez mais rígidas para que aprovassem uma mente brilhante tão nova para cursar a universidade. Fiz vários testes de competência naquele dia em que meu pai me levou para a universidade. Um mais complexo do que o outro que, com toda a certeza, muitos não passariam do segundo. Eu havia estudado arduamente, desenvolvido projetos, realizei imersões, mas obter a aprovação daquela forma era esplendoroso. Não tinha tantas expectativas, mas deu certo.
- A universidade começa daqui duas semanas. – Papai disse sorrindo. Era um sorriso contido, mas que significava muito para mim. – Deram esse prazo porque será uma logística diferenciada devido ao seu nível avançado de quociente de inteligência. Vão estudar como vão fazer sua grade. – Ele pausou e sorriu um pouco mais. – Me perguntaram como eu encontrava crianças prodígios com essa facilidade. – Comentou. – Provavelmente terminará os dois cursos antes dos dezoito anos.
- Não sei como agradecer, papai!! – O abracei com todas as minhas forças. Forças humanas e bem fracas na verdade. Não queria causar mais estragos e machucados em seu corpo.
- Tente manter seu corpo alimentado. Você sabe que seu desempenho ainda cai quando sua glicose abaixa... – Esse era o jeito Bruce Wayne de dizer de nada e se mostrar preocupado.
- Assim como o Flash que tem alto consumo de energia... eu sei. – Dei aquele sorriso desgostoso. – O único DNA que me deu problema até agora, já que não sou super veloz, mas tenho que me alimentar como um dinossauro por causa da aceleração molecular.
- Filha, eu confio em você. Sei que vai aprender com aprendeu com os outros. Você é forte e inteligente. É só questão de tempo. Só se passaram seis meses e olha como você mudou, como progrediu.
- Mas ainda existe muita coisa que preciso melhorar. – Digo sendo exigente comigo.
Ele, mais delicado do que eu poderia imaginar, me puxou para me sentar na cama e se sentando logo em seguida. Estava sério, mas tinha um brilho de carinho em seus olhos e toques. Disse que tudo tinha seu tempo e que eu saberia lidar com todos os conflitos e pedras no meu caminho para crescer cada vez mais. Ele confiava em mim. Confiava em toda a minha capacidade mesmo que eu ainda não conseguisse enxergar tudo aquilo que ele havia visto em mim. Acho que isso é o que chamam de pai. Essa capacidade incondicional de amar e ver todas as capacidades de um filho antes mesmo dele descobrir. Perseverar.
Bruce então começa a me explicar o objetivo daquele quarto. A partir daquele instante eu estaria assumindo a responsabilidade que poucos teriam coragem de o fazer. Papai já havia conversado comigo diversas vezes sobre a minha vinda para a equipe de jovens e para a Liga. Dizia que se eu estivesse disposta, meu compromisso seria eterno com a justiça. Naquele local, naquele quarto, um santuário seria inaugurado. Ninguém poderia entrar ou sair sem que eu autorizasse. Seria um bunker de informações e de segurança. O lugar que ninguém jamais poderia entrar. Havia magia de controle, tecnologia de ponta e um sistema de segurança inquebrável. Poucos sabiam, mas Bruce controlava magia por mais que odiasse e se permitiu ter conhecimento dessa área com Zatara.
Apenas pessoas em sã consciência e de confiança com minha autorização poderiam entrar
Controle e segurança, era isso que ele queria que eu tivesse como primordial. Assim como eu, Bruce tinha conhecimento de que as coisas poderiam sair do controle. Tudo era possível. Poderiam invadir o lugar ou Luthor poderia buscar formas de me recuperar. Além disso, aquele quarto seria apenas meu, algo que ninguém poderia possuir nem mesmo se explodissem de novo, agora a Caverna. Ali eu assumia que, independentemente do que acontecesse, eu seria um membro eterno da Liga, mesmo que ainda não tivesse sido integrada, e que eu assumiria a responsabilidade de proteger a todos. Era uma honra, mas eu não fazia ideia do que realmente estava por vir.
O vendo colocar os dedos sobre o relógio digital entendi que, mais uma vez, ele teria de colocar sua vida e saúde em risco pelo bem maior ou para tentar fazer com que essa faísca pudesse crescer ao longo dos anos pelos jovens e por Gotham. Meus instintos diziam para impedi-lo, mas ele não ouvia nem mesmo Alfred que o criou por toda sua vida. Claro que ele não me ouviria. O ver partir sempre me traria aquela dor. O medo de ele não voltar vivo para casa. Eu o encarei triste e cortada por dentro. Não queria deixá-lo voltar para as ruas. Queria que ele descansasse e tirasse um tempo de folga.
- Não me olhe assim. – Disse um pouco chateado.
- O senhor devia estar descansando, pai. – Era a minha vez de repreendê-lo.
- Mas tenho que ir.
- Prometa que não vai sair do batmóvel e que não vai lutar.
- Victoria. – Eu o encaro implorando para que prometa. – Tá. Tá. Se enturme. Alguns membros voltarão em breve de um treinamento intensivo. Pode ser que algum te receba de maneira mais adequada e educada do que o Dick.
Após dar-me um beijo no topo da cabeça, ele se foi me deixando com o coração apertado. Papai não costumava quebrar promessas, mas ainda assim sentia aquele aperto desesperador que insistia em me perturbar.
Fiquei olhando de um lado para o outro tentando assimilar tudo que havia acontecido até então. Aposto que Alfred o ajudou com os livros, com as roupas e com a decoração. Estava do mesmo jeito de um quarto de princesa moderna com aquelas luzes penduradas em um formato de tenda, colmeias lotadas de livros para a universidade e alguns que eu lia durante minhas tardes na biblioteca. Até mesmo isso ele havia prestado atenção. Bruce não cansava de me surpreender.
Se enturme, ele disse
Criar expectativas já estava longe de ser um objetivo, porém tinha a certeza de que qualquer um poderia me receber melhor do que Dick Grayson com toda a sua energia negativa e expressão corporal que indicava tensão e raiva. Ele estava completamente frustrado com a vida e com tudo que havia acontecido. Contudo, com exceção de Kaldur, mais ninguém havia se aproximado para tentar ter uma conversa ou apenas para se apresentar amistosamente. Talvez ficar ali estaria me ensinando a deixar com que as coisas apenas acontecessem em vez de criar expectativas sobre tudo e todos. Meu passado havia sido assim, não deveria projetar meu presente e futuro de outra maneira.
Caverna, Monte das Ostras – Happy Harbor, Rhode Island
Antigo Monte da Justiça, quatro dias depois
Acordo de mais um desmaio rotineiro que, com certeza, o senhor Wayne brigaria comigo. Apaguei em cima dos livros. O computador estava ligado com abas sobre as minhas pesquisas e conectado ao pen drive que eu havia recebido antes de escapar de Cadmus. Realmente o quarto seguro estava sendo eficiente para esconder as informações que eu tinha sobre o Projeto Caos. Não poderia deixar que a existência desse pen drive fosse descoberta, nem mesmo pelo meu pai. Existem coisas que não devem ser reveladas. Existem fatos que não quero que saibam sobre mim.
O ronco do meu estômago parecia um lobo rosnando de tão alto. Fechando as abas abertas notei que havia se passado dois dias desde que eu tava estudando. Peguei meu celular as pressas e vi a quantidade de ligações e mensagens que tinha na tela. Meu pai definitivamente iria me dar um sermão daqueles quando eu retornasse a Gotham.
Estava muito ferrada
- Por favor, atende. – Digo, após discar, com o celular próximo a orelha sentindo aquele frio na barriga torcendo para que Alfred atenda seu celular. Tento uma, duas, cinco vezes. Nada. Voltando minha atenção para o computador, o conectei ao computador da batcaverna para ter acesso as câmeras de segurança de Bristol. Tudo parecia dentro dos conformes e Alfred estava no jardim no fundo da propriedade. Ufa, pensei.
Um pouco mais tranquila, desliguei o sistema do meu quarto e sai em direção a cozinha para comer alguma coisa antes que eu desmaiasse mais uma vez. Minhas pernas já estavam bambeando e, se eu não fosse rápida, iria cair por aquele corredor e acordar daqui dois a cinco dias. Já estava há muito tempo sem me alimentar e era arriscado demais continuar assim. Nunca havia ficado sem comer mesmo quando estava morando das ruas e becos de Gotham. Sempre dava um jeito de me alimentar mesmo que isso significasse invadir o sistema de um caixa eletrônico e pegar algumas notas para comprar um ou três lanches e barrinhas nutricionais com mais calorias.
Meus olhos já pesavam e meu corpo se arrastava pelos corredores. Deveria ter baixado a planta da Caverna antes de tentar encontrar a cozinha deste lugar. Caminhei toda instalação até finalmente encontrar a porta da cozinha, que eu devia ter passado duas ou três vezes na frente. O lugar parecia abandonada, sinceramente. Por mais que eu ouvisse os jovens circularem por ali, nenhum estava por perto. Isso me fez concluir que seria deveras difícil conseguir me aproximar de alguém diante de tudo que havia acontecido e por eu ter sumido. Dick pareceu não fazer questão de se desculpar, mas também não poderia esperar isso dele.
Vasculhando os armários, procurei por tudo que havia de gorduroso disponível. Precisava me manter razoavelmente bem para voltar para Gotham e conseguir pegar meus suplementos. Estava no desmame das cápsulas de Cadmus, mas meu corpo implorava por elas. Acostumar meu organismo a essa nova realidade não estava sendo simples e os desmaios se tornariam cada vez mais frequentes enquanto não me adaptasse ou encontrasse uma forma eficiente de me alimentar sem consumir toneladas de alimentos. Após fritar os hamburgueres, batatas, uns sticker de frango, me sentei ao lado de um galão de cinco litros de suco de laranja.
Uma dispensa a parte será necessária
Perdida na fome brutal que estava sentido, me assustei ao ver a televisão e a luz da sala ligadas. A cozinha da Caverna é como a famosa cozinha americana, completamente aberta e ligada a sala de estar. Olhei de um lado ao outro buscando a fonte que havia feito isso já me questionando se era eu mesma a causadora desse distúrbio. Esqueci completamente dos meus poderes, esqueci da energia vital. Foi como um apagão. Quando virei a cabeça para o lado da geladeira um alívio surgiu no meu peito. Havia um rapaz ali que ainda não tinha visto. A visão da energia retornou aos meus comandos fazendo com que eu notasse que ele não era muito diferente de mim. Sabia quem ele era.
- Sou Conner Kent, Superboy. – O rapaz de fios negros e olhos azuis se afastava da geladeira com a garrafa de água em mãos e se sentava na cadeira de frente para a televisão com a roupa completamente suada e um pouco rasgada. – É a garota nova, não é? Está famosa pelos corredores. Todos estão falando sobre você.
- Espero que não tão mal quanto venho imaginando e ouvindo. – Tento entrar em um tom brincalhão e vi o resultado ao vê-lo soltar um sorriso tímido de canto. – Sou Victoria, Caos. É um prazer.
- Victoria do que? – Ele nem se importava com a quantidade de lanche que estava separada para que eu comesse. Parecia bem acostumado na verdade.
- Em Cadmus eu era chamada de Projeto Caos, mas há poucos meses sou Victoria Wayne, a filha do multimilionário de Gotham City.
- De Cadmus? – Conner se engasgou surpreso e acabei não resistindo e rir da situação. Seu rosto era de se guardar em uma foto.
- Pois é. E você é o Projeto Kr. – Sorrio. – Mundo pequeno, não é? Você era minha versão mais recente.
- Ironia do destino, certo? É como as pessoas costumam falar. – Assenti. – E conheceu mais alguém por aqui? – Nego com a cabeça.
- Até agora você foi o único que falou como além do Kaldur, que me ajudou no dia em que meu pai me trouxe para conhecer a Caverna e a equipe.
- Acho que posso dizer que sou um cara sortudo. Posso aproveitar mais tempo com você até que descubram que você não morde. – Conner para pôr um instante e ruboriza. – Digo... se você quiser... – Ele respirou fundo e mordeu os lábios. – Eu posso te ajudar a treinar, mostrar a equipe, ser seu guia.
- Seria um prazer, senhor Kent. Estou bem perdida para dizer a verdade. Começamos depois do café?
- Claro. Será divertido. Estava mesmo precisando de um guia para me encontrar. Revirei a Caverna inteira umas três vezes até me tocar que não havia entrado nessa porta daqui.
- Então você é a cópia do Bruce Wayne? – Nego.
- Não. Sou um combo de vários, mas minha natureza pendeu para o sangue dele. Sou uma versão de uma possível filha dele com a Diana para ser mais específica. Não teria traços mais femininos se não fosse por ela.
A conexão foi algo completamente instantâneo entre nós. Conner, depois de me mostrar todas as instalações, me apresentou ao Lobo, a Esfera e a sala de treinamento. Ali ele me convidou para uma batalha amistosa para ver quais eram minhas habilidades. Sinceramente tive medo de mostrar o que eu realmente era, principalmente pela reação dos outros membros naquele infanto dia. Respirei fundo e decidi ouvir minha coragem. Desativei todos os meus poderes ficando apenas com os que o DNA kryptoniano me permitiria ter.
Por mais que meu pai fosse o mestre das lutas e de técnicas de combate, nada se comparava a uma luta de corpo a corpo contra um jovem semi-alienígena como eu. Era muito mais ágil, veloz, forte e intenso. Nunca havia gastado tanta energia em combate, nem mesmo em Cadmus com seus treinamentos. Era novo e fazia com que eu me sentisse viva, como se eu realmente existisse no mundo. Realmente papai tinha razão sobre minha vinda. Iria trazer mudanças, evolução, resolução e trabalho em equipe. Eu melhoria meu estilo de luta e minha agilidade em combate.
Em um piscar de olhos estava de costas para o tatame. Não foi uma queda simples e nem clássica. Foi seca e barulhenta. Deveria estar irada por mais um erro, por ter sido pega mais uma vez por ele e por cair de maneira tão errada. Não conseguia parar de rir e de me sentir feliz. Era um sentimento incrível. Conner, percebendo que eu não levantaria, se deitou ao meu lado apoiando o cotovelo no tatame e a cabeça na mão. Nossa respiração estava acelerada, estávamos suados e exaustos. Sentir-me livre dessa forma já começava a ser equiparada a sensação de liberdade que senti quando pude caminhar pela propriedade da mansão.
- E mais um ponto para mim!
- Me pegou desprevenida. – Digo me virando para ele com um sorriso satisfeito.
- Pensei que seria melhor em combate. Batman não é o mestre das lutas?
- Sim, mas eu nunca lutei com alguém tão forte. Apenas papai e Tim. Não me apeguei a luta depois de controlar outros poderes. Também, já em Bristol, aprendi a deixar meus golpes mais leves para não machucar ninguém. Humanos são mais lentos e frágeis.
- Pode se soltar comigo. Não quebro fácil. – Ele sorriu. – Não precisa ter medo de lutar.
- Atrapalho alguma coisa? – Uma voz engasgada e feminina questionou.
Quando me virei só vi um borrão verde e de vestes azuladas a beira do tatame. Minha vista tinha acabado de embaçar e meus músculos se contraiam estranhamente. Pisquei várias vezes antes de Conner rapidamente se levantar e me puxar logo em seguida. Com os pés firmes, minhas vistas estabilizaram e pude a ver por completo. Sua cara não era a das melhores e eu sentia um desconforto enorme emanar dela. Resisti em entrar em sua cabeça apenas lembrando das palavras de meu pai que viviam ecoando na minha cabeça.
- Estávamos treinando. Esta é... Caos. – A voz de Conner tinha um tom desconfortável.
- Acredito que seja a Miss Marte. É um prazer. – Sorrio a encarando com tranquilidade. Lhe ofereço a mão e ela a aperta significativamente. Sim, captei a mensagem.
- M‘gann.
- Victoria.
- Ótimo. – A noto me olhar de cima à baixo e limpar a garganta. – Canário está esperando para o relatório e para a seção de terapia. Você é o próximo.
M’gann foi tão seca que o desconforto era palpável e eu estava na linha de tiro. Rapidamente ela fez questão de sair de cena e eu fiquei encarando Conner de braços cruzados. Sua carótida estava saltando em sinal de nervoso. Não gostava da sensação daquele sentimento e daquela energia. Era pesada. Causava mal-estar.
- Vocês já...? – Sussurrei irracionalmente, já que ela escutaria de qualquer forma.
- É passado. Não importa. – Respondeu rapidamente.
- Entendo... – Mordo os lábios. – Acho melhor você ir antes que ela volte e te arraste até a tal sala de terapia. – Conner riu.
- Gosta de passeios noturnos? Tenho um lugar interessante para te mostrar depois da seção de terapia.
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proftwist · 1 month ago
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Семь черт хорошего менеджера
Cuncta supercilio moventis Я ранее писал о том, как стать чайка-менеджером. И ещё писал о ключевых менеджерских ошибках. А ещё раньше, вообще, о десяти менеджерских ошибках. Это всё интересно и актуально, и вы вполне можете перечитать эти статьи. Но сегодня речь пойдёт о хороших менеджерах. Точнее, о чертах, которые этим хорошим менеджерам присущи. Поехали. Антишашкомахательство Худшее, что…
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depajaritos · 1 year ago
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Papamoscas narciso, (Ficedula narcissina). Passeriforme- Familia Muscicapidae. Nativa de Asia oriental . Mosquero pequeño. El macho posee supercilio, garganta y pecho de color naranja y partes superiores negras, las inferiores blancas y un parche blanco en las alas. La hembra es más opaca, con dorso marrón, pecho bronceado, vientre blanco y anillo ocular estrecho y pálido.
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キビタキ
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veronicasegantin · 5 years ago
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vivaseussonhosobscuros · 3 years ago
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luisdeaguilar · 5 months ago
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Quando o mais novo bateu na porta do chalé ao raiar do dia, Luís sentiu que algo não estava certo. E como estaria? Ele acabou de perder um irmão. Mas não era só isso, o olhar baixo e quase desconfiado de outrem, as poucas palavras e a mão seriamente machucada, era o que fazia Aguilar desconfiar de algo além. Ainda assim, não negou os cuidados, ou questionou a escolha do outro de preferir a ele, do que os filhos de Apolo na enfermaria. Ouviu toda a explicação em silêncio, atendo-se a tarefa de cruzar as bandagens e deixar tudo firme. "Foi isso.", repetiu, ironicamente. "Algo mais que queira acrescentar?", deu-lhe a oportunidade de ser totalmente sincero, mas caso não abraçasse, também lhe daria a certeza de que tomaria aquela versão como verdade. Luís não se desgastava em ficar procurando pelo em ovo, ele acreditava no que lhe era dito, sem além. "Se dói tanto assim, deveria buscar a enfermaria. Juro, um pouco de ambrosia cairia bem, foi o que fez minha cabeça parar de doer.", depois do corte no supercilio e todo o sangue, ele jurou que fosse sentir dor por semanas, mas não, estava novo como se nunca tivesse se ferido.
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Com @luisdeaguilar no chalé de Morfeu
Como não podia explicar o motivo de ter sua mão machucada daquela forma sem contar como a situação havia se desenvolvido, Tommaso precisou expôr o ocorrido de minutos atrás para Luis. Eram amigos, mas o filho de Tânatos não o via naquele lugar de confidente a ponto de depositar nele seus segredos e ambições mais profundas. Não porque não confiava nele, mas porque não era da natureza de Tommaso gostar de perturbar alguém com seus problemas, ainda que tivesse buscado por ele porque não queria ouvir novos sermões na enfermaria. "E foi isso." Concluiu a narrativa enfim, mantendo a mão estendida para que o outro pudesse terminar de examiná-la. "Só tenta não enfaixar muito forte, beleza? Tá doendo pra caralho."
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lionofchaeronea · 2 years ago
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The Might of Jove
Horace, Odes III.1.1-8 I hate the profane mob And I keep them at arm’s length. Hold your tongues: I, The Muses’ priest, sing songs Never heard before For maidens and for boys. The power of dreadful kings Is over their own throngs; Power over kings themselves Belongs to Jove, renowned For his triumph over the Giants, Moving all things with his eyebrow. Odi profanum volgus et arceo. Favete linguis: carmina non prius      audita Musarum sacerdos      virginibus puerisque canto.
Regum timendorum in proprios greges, reges in ipsos imperium est Iovis,      clari Giganteo triumpho,      cuncta supercilio moventis.
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Jove Casts His Thunderbolts at the Rebellious Giants, Johann Michael Rottmayr, 1690-95
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archivedcrystalpriince · 2 years ago
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* there’s blood on your shirt.
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"O que? Onde?" Olhou para baixo, e logo viu uma pequena mancha de sangue perto da gola de sua camisa. Fechou os olhos por um momento em soltou um suspiro cansado. “Droga— ” Resmungou, antes de fechar sua jaqueta até o pescoço. “Preciso voltar pro meu dormitório e me trocar. Me envolvi em uma briga mais cedo, como você pode perceber.” Apontou para o curativo que havia em seu supercilio. “Nem reparei que tinha manchado minha camisa. Obrigado por avisar. ”
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obsessionicons · 3 years ago
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ESSES PIERCINGS SÃO REAIS EU TENHO CERTEZA ABSOLUTA
o da supercilio até q pode ser mas oq tá perto do olho eu duvido muitooo. aquele piercing doi demais e fica com um buraco na cara
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nightstars5 · 4 years ago
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Night of Longing
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"A palavra "moda" vem mudando a cada dia o seu conceito, muito do que julgávamos "brega" na década passada, hoje está voltando com tudo com muito mais estilo, costuras mais sofisticadas e..."
Me sobressalto com o toque alto da campainha e minha atenção é tirada do documentário sobre os Conceitos Atuais da Moda que estudava para um trabalho da faculdade.
Dou pause no vídeo e deixo a caneta sobre o caderno na escrivaninha, deslizo a cadeira e me levanto seguindo para a saída do quarto soltando um suspiro pesado por ter sido interrompida.
Desço as escadas me perguntando quem poderia ser a essa hora da noite, mamãe e papai não chegariam hoje de viagem e se fossem com certeza teriam me avisado.
A campainha toca mais uma vez e bufo irritada alcançando a maçaneta gélida de metal, giro a chave destrancando a fechadura e abro a porta. Meu corpo paralisa quando vejo a figura alta, parada de cabeça baixa com as mãos dentro dos bolsos da jaqueta.
— O que você quer aqui? — pergunto com raiva não abrindo a porta por completa.
Uma onda de nervosismo me atinge de repente, todos os pelinhos do meu corpo se arrepiando e meu coração traiçoeiro batendo mais forte do que de nunca.
Hero levanta a cabeça devagar, seus ombros estão caídos e sua expressão é uma completa mistura de mágoa e tristeza.
— Eu... — sua voz rouca sai baixa, mas eu o interrompo assim que percebo algo estranho em sua tão bela e perfeita face.
— O que diabos aconteceu com você? — a preocupação toma conta de mim em instantes sobrepondo toda dor e raiva que havia. Meu coração se acelera ao imaginar em qual confusão ele se metera desta vez.
— Briga em um bar. Não foi nada. — reviro meus olhos com sua indiferença.
Por que é sempre tão irresponsável?
— Sua boca está sangrando, Hero, seu supercilio está cortado, como assim "não foi nada"?
— Me desculpa. — pede em um sussurro e seus olhos recaem para baixo em suas botas pesadas.
Meu peito dói por vê-lo assim, principalmente por saber que se meteu em mais uma briga de bar.
Droga! Eu me odeio tanto pelo que vou fazer.
— Entra. — abro mais a porta dando espaço para ele passar — Vou limpar isso.
Ele parece surpreso com o que falo, o que não é de se estranhar porque foi eu que gritei que nunca mais olharia em sua cara.
Hero passa por mim sem me encarar, seu corpo alto e forte coberto por suas típicas roupas pretas e jaqueta de couro fazem um arrepio bom subir por minha espinha e seu perfume amadeirado tão conhecido por mim me deixa desnorteada. Ignoro todo esse efeito ao me lembrar da droga do motivo do nosso término.
— Senta aí, eu vou buscar os curativos lá em cima.
Não espero por sua confirmação, apenas caminho a passos largos até o meu banheiro, no armário de baixo pego a caixinha branca de primeiros socorros e quando me levanto me encaro no espelho e solto um palavrão ao perceber que estou vestida com sua camisa cinza da AC/CD, que, inconscientemente devo ter pego como a primeira que vi na minha gaveta não me dando conta de que era dele.
Solto um suspiro me amaldiçoando, ficaria ridículo se eu a trocasse agora depois dele já ter me visto. Conto até dez mentalmente e caminho de volta pra sala, me questionando porque mesmo estou fazendo isso.
Eu sei a resposta, mas quero ignorá-la.
Hero está sentado no sofá, sua cabeça jogada para trás e seus olhos fechados, diminuo o ritmo dos passos e me permito admirá-lo enquanto desço os últimos degraus.
Sinto falta de quando o observava fazer nosso café da manhã em seu apartamento ou simplesmente enquanto lia mais uma vez algum livro do Harry Potter. Sempre achei sua beleza surreal, algo incomparável e ele não era diferente, seu ego é altamente alto e por saber o quanto é lindo sempre me provocava da forma mais suja possível.
Um maldito narcisista!
Balanço minha cabeça afastando esses pensamentos de momentos felizes quando paro em sua frente e pigarreio chamando sua atenção.
Hero se sobressalta e se ajeita no sofá passando as palmas das mãos por sua calça preta, me sento na mesinha de centro ficando em frente ao seu corpo e preparo os curativos.
Seus olhos intimidantes acompanham cada movimento meu, posso sentir o calor que eles sempre me fizeram sentir correndo por minha espinha, estar assim tão próxima dele depois de 2 malditos meses me afeta de formas que eu gostaria de ter esquecido.
— Sua mão. — peço.
Ele a tira de dentro do bolso da jaqueta e me estende, seguro sua palma com delicadeza e não fico nada surpresa com suas falanges machucadas.
Passo devagar a gaze úmida por soro fisiológico limpando o pouco do sangue já seco, uma nostalgia me atinge ao me lembrar das várias vezes em que essa cena se repetiu.
— Lembro dessa camisa. — sua voz soa divertida depois de minutos.
— É sua.
— Eu sei, era a minha favorita, por isso me lembro dela. — ele solta uma risada curta.
— Vou te devolver. — o olho de relance, não me distraindo do que faço.
— Não quero, ela fica melhor em você, sempre ficou.
Paro por alguns segundos e levanto meu olhar, encontrando suas íris esverdeadas já sobre mim. Tão intensas quanto me recordo.
— Por que veio até aqui, Hero? — faço a pergunta que ronda minha cabeça desde que abri a porta.
Seus olhos não se desviam dos meus nem por um segundo.
— Porque eu sinto sua falta, S/N.
— Não mente para mim.
— Eu não estou mentindo!
— Claro que está, assim como mentiu na droga do meu aniversário e sabe-se lá quantas vezes mais. — balanço a cabeça, a dor da lembrança daquela noite invadindo meu peito machucando meu coração.
Hero se silencia baixando a cabeça, a culpa provavelmente pesando sobre seus ombros.
Volto a cuidar das suas feridas com cuidado, poderia não tê-lo recebido e fechado a porta em sua cara, mas vê-lo tão vulnerável e machucado acaba comigo das piores formas possíveis, mesmo que ele tenha sido o causador da dor mais intensa e arrebatadora que já senti na vida.
— O que eu tenho que fazer para você acreditar em mim? — sua voz sai baixa cortando o silêncio.
— Não tem como reverter o que já aconteceu.
Pego por outra gaze a molhando com o soro e solto um suspiro ao levantar a cabeça para limpar o sangue do canto da sua boca.
Devagar pressiono o tecido no lugar machucado vendo seus olhos se fecharem e seu cenho franzir com o toque.
— Eu não dormi com aquela garota, eu nunca faria nada para te magoar.
— Não me importo. — digo ríspida e sem querer pressionando mais forte a gaze, Hero segura meu pulso me encarando.
— Eu não dormi com ela. — solto uma risada de escarnio e me livro do seu toque, voltando para seu machucado.
Não quero mais o ouvir, não me importa mais o que aconteceu naquela noite, ou não, porque mesmo tendo a maior força de vontade do mundo não consigo deixar de sentir menos pelo que ele fez.
— E como você me explica aquelas malditas fotos, Hero? — meu peito se aperta a cada lembrança de cada imagem revelada que recebi.
— Eu não me lembro de muita coisa daquela noite, só de que bebi uma cerveja que o Decan me ofereceu e depois disso não sei de mais nada, mas eu tenho certeza de que não dormi com aquela garota, eu te juro, S/N.
— Está querendo me dizer que você foi dopado? — afasto minha mão do seu rosto e o encaro.
— É uma possibilidade. — diz sério, parecendo pensar no assunto ao franzir levemente o cenho.
— Isso é coisa de filme. — solto uma risada irônica, voltando para o curativo.
Ele acha mesmo que caio nessa?
— Mas e se não for? E se isso tiver realmente acontecido?
— Por que alguém faria isso, Hero? Não é possível.
— Não duvido que tenha sido armação daquele filho da puta, ele sempre quis tirar você de mim.
— Você não pode acusá-lo sem ter certeza.
— Mas e se eu tivesse? Você acreditaria em mim? — seus olhos me encaram com esperança, uma estranha chama com a possibilidade de tudo isso ter sido uma maldita armação para nos separar brotando dentro de mim.
Seria possível isso?
— Não sei, Hero... — termino de limpar o canto da sua boca e foco no corte do supercilio.
— Você quer acreditar nisso tanto quanto eu. Por que não admite?
— Porque eu não quero me machucar de novo, não quero criar esperanças com algo que possa ser só mais uma mentira sua.
Quero que esse assunto se encerre aqui, mas sei que isso não vai acontecer quando Hero segura novamente meu pulso impedindo que eu continue a limpar seu corte.
— Eu vou te provar que nunca dormi com mais ninguém, vou te provar porque eu quero você de volta, porque eu sinto de verdade a porra da sua falta, porque eu não suporto a possibilidade de não te ter, porque eu não aguento mais te ver por aqueles corredores e não poder te puxar para alguma sala vazia e me perder dentro de você ali mesmo. — sua voz baixa e rouca me arrepiam, meu coração batendo forte dentro do meu peito me traindo.
— Hero...
Ele não pode falar isso assim. Não pode!
— Você se lembra, S/N? Se lembra da primeira vez em que nos tranquei no laboratório e te fodi em cima daquele balcão? — engulo em seco, seu hálito de menta soprando em meu rosto — Eu sei que você se lembra, sei que se lembra de como foi sentir a adrenalina do medo de sermos pegos lá dentro. Tornou tudo mais gostoso, não foi?
As lembranças daquele dia me invadem de repente, me trazendo sensações que são enviadas diretamente para o meio de minhas pernas.
Não, não, não! Para, S/N!
— Você não pode fazer isso, para! — me levanto em um impulso, pondo uma distância enorme entre nós.
Me amaldiçoo internamente por deixar que essas lembranças bem vívidas me atinjam e me façam desejá-lo mais.
Porra, Hero! Por que você tem que mexer tanto comigo ainda?
— E da segunda vez em que ficamos presos na biblioteca? Você gostou de quando te chupei em cima daquela mesa cheia de livros.
Ele se aproxima de mim parando bem a minha frente com sua postura confiante de sempre, seu olhar quente como o inferno e seu maldito corpo tão próximo de mim, emanando ondas de calor que me arrepiam inteira sem ele nem mesmo ter me tocado.
— Vai embora! — dou um passo para trás.
— Você não quer isso.
— Sim, eu quero! Some daqui.
— Não, você não quer isso e eu posso ver. Sei que ainda mexo com você, porque você faz o mesmo comigo, S/N.
— Vai embora, agora!
— Só vou quando falar isso olhando em meus olhos.
Hero caminha em passos lentos fingindo não me ouvir e eu me recuo cada vez, me vejo sem saída quando minhas costas batem contra parede. Suas mãos se apoiam em cada lado da minha cabeça e seu corpo prensa o meu. O calor familiar me envolvendo de forma avassaladora.
— Diga que quer que eu vá embora. — sua voz rouca e tão baixa me desestabiliza.
Seu corpo colado ao meu, seu rosto tão próximo e o desejo incontrolável que sinto por ele se tornam um combo para a minha perdição. Sua perna está encaixada entre as minhas e seu joelho pressiona um pouco para cima, abafo um gemido.
— Me manda embora, S/N. Nega que você não me quer agora, assim como tô louco por você. — sussurra em meu ouvido.
Dois meses sem ele, dois meses sem seu toque, sem seu calor ou seu carinho. A quem eu quero enganar? Eu o quero agora, mesmo que pela manhã eu me arrependa por ter cedido tão facilmente.
— Diga, por favor, amor...
— Eu não quero que você vá.
Seus olhos brilham com minha resposta, seu desejo fica evidente em suas pupilas dilatadas e no sorriso predador em seus lábios.
Hero me prensa mais contra parede me arrancando um suspiro, sua boca não espera nenhum segundo a mais para se juntar a minha, e caramba, como eu senti falta do seu beijo!
Agarro a gola da sua jaqueta o puxando para mais perto, o desejo crescendo cada vez mais dentro de mim, suas mãos correm pela lateral do meu corpo, apertando meu quadril, minha cintura e descendo por minha bunda a apertando.
— Porra, que saudade! — ele diz entre o beijo, mordendo e sugando meu lábio.
Sua boca prova cada parte do meu pescoço, me roubando suspiros a cada vez que sua língua entra em contato com minha pele em chamas. Suas mãos acariciam meu corpo com palpadas firmes e quando param em meus seios, um gemido rouco escapa de sua garganta por ver que não uso sutiã.
Seus dedos agarram a barra da camisa que visto e o tecido é levantado apenas até revelar meus seios, Hero morde o lábio ao apertá-los entre seus dedos, uma pequena corrente de choque correndo em direção à minha boceta já molhada.
Ele me encara com os olhos famintos e um sorriso ladino antes de se abaixar e envolver com sua boca um deles. Sua língua quente roda pelo meu bico duro e sua boca suga com completa ganancia. E eu amo isso, amo que ele me deixe completamente louca chupando meus seios e os apalpando.
— Me leva para o quarto. — peço ofegante acariciando sua nuca.
Em um impulso Hero me levanta e envolvo minhas pernas ao seu redor, ele faz o caminho que tantas vezes já fez até o meu quarto e assim que entra, fecha a porta me prensando contra a mesma.
Sua boca me devora novamente me fazendo perder os sentidos, seus beijos molhados descem por meu pescoço e suga com vontade me fazendo gemer mais em seu ouvido.
Sinto minha calcinha cada vez mais molhada e Hero não está diferente, o volume em sua calça o entrega para mim.
Desço do seu colo e empurro para longe sua jaqueta a jogando em qualquer lugar, Hero se livra da camisa me dando a visão perfeita do seu abdômen definido e delicioso.
Mordo meu lábio me imaginando passando a língua por cada parte dele, provando cada pedacinho de sua pele tentadora.
— Você não sabe o quanto me enche de tesão quando me olha desse jeito. — seu polegar acariciando minha bochecha.
— Você gosta? — sorrio o encarando, descendo minhas mãos por seu abdômen até o cós da sua calça.
— Eu amo! — sussurra.
Ele baixa a cabeça observando minhas mãos abrirem o botão e descer o zíper da calça, Hero se livra dela ficando só de cueca box preta e meu ventre se aperta ao ver o volume nela.
Volto a beijá-lo com vontade, uma de suas mãos se emaranhando entre os fios do meu cabelo e a outra adentrando a camisa que uso, apertando minha carne.
Deixo que uma das minhas mãos escorregue por seu corpo e pouse sobre seu volume, o aperto devagar e sorrio quando um som rouco escapa da sua garganta.
Enfio minha mão dentro da cueca segurando firme seu pau duro e quente, o estimulo devagar, sentindo seu corpo se arrepiar com meu toque e sem aviso, me agacho em sua frente e baixo sua cueca, Hero me olha com luxúria, sua boca entre aberta e seu cabelo todo bagunçado, uma visão maravilhosa daqui debaixo.
O masturbo mais um pouco, vendo cada reação que o causo, ouvindo cada murmúrio incompreensível que sua boca solta e então eu o envolvo em meus lábios.
— Caralho... — ele solta sem esperar, seus olhos se fechando e sua cabeça se jogando para trás.
O chupo com voracidade, sentindo todo seu comprimento em minha boca, passando minha língua por sua glande arrancando gemidos roucos dele. Minha calcinha está enxarcada, acelero meus movimentos afim de fazê-lo gozar de uma vez, mas sou impedida de cumprir minha meta quando sou puxada de volta para ficar de pé.
— Eu adoraria gozar nessa sua boquinha, mas eu ainda quero me divertir muito com você. — seu polegar acaricia meu lábio inferior antes de me beijar.
Ergo meus braços quando Hero puxa a camiseta e em um giro minhas costas se chocam contra o colchão, me fazendo soltar uma risada surpresa.
— Você tem ideia do quanto é linda? — diz ficando sobre mim, beijando a ponta do meu nariz e descendo os beijos até meu pescoço. — Você é perfeita! Perfeita para mim!
Hero mordisca meus seios e os chupa com ganancia, me arrancando gemidos e me fazendo contorcer na cama, mas o que eu mais queria sentir é sua boca entre minhas pernas, me enlouquecendo do jeito que só ele sabia fazer.
Quando tira meu short e calcinha, o moreno se abaixa como um predador, abre mais minhas pernas e passa os dedos por minha boceta, espalhando toda minha umidade.
— Você está tão molhada, amor.
— Hero... — minha voz sai sôfrega, implorando por seu toque.
Sua risada convencida me faz revirar os olhos, mas sou obrigada a fechá-los quando sinto sua língua quente em meu ponto sensível.
Agarro o lençol apertando meus dedos, a boca de Hero me leva a lugares desconhecidos e quentes, envolvo seu cabelo o puxando, sentindo o prazer incrível que está me causando. Seus olhos me encaram como se eu fosse a coisa mais especial que ele já vira, ele se delicia com o quão maluca consegue me deixar com facilidade.
— Quer que eu te faça gozar assim? — seus dedos ocupam o lugar da sua língua, estimulando meu clitóris.
— Uhum... — gemo em resposta.
— Pede então, amor.
— Hero... — o encaro com meus olhos semicerrados, um sorriso sacana brinca em seus lábios melados com minha umidade.
— Pede ou eu paro. — seus dedos diminuem a velocidade me ameaçando.
Idiota!
— Me faz gozar agora! — falo entre dentes.
Sua risada toma conta do quarto e sua boca volta a me chupar naquele pontinho cheio de terminações nervosas e em poucos minutos meu ventre se aperta e a sensação de relaxamento se espalha por todo meu corpo, me fazendo gemer seu nome várias vezes.
— Deliciosa. Senti falta do seu sabor também. — diz ficando por cima de mim e me beijando.
Hero beija meu pescoço, minha boca, meus seios até que eu esteja novamente excitada, meu corpo se acende com mais intensidade ainda, afim de tê-lo dentro de mim, me completando.
Ele alcança a camisinha na minha gaveta e a veste sem demora, se posiciona entre minhas pernas e me olha nos olhos, me desejando tanto quanto eu o desejo.
— Forte ou devagar? — pergunta.
— Devagar. — respondo e ele sorri concordando.
— Eu também.
E então me preenche de uma vez, ambos suspiramos e nos encaramos, sem quebrar por nenhum segundo o contato visual.
Nossos movimentos se combinam perfeitamente, beijos, toques e palavras sujas que são sussurradas em meu ouvido, chupo seu pescoço o deixando marcado assim como fez comigo, arranho suas costas assim como sei que gosta.
Hero aumenta suas investidas e juntos chegamos ao clímax mais delicioso que já tivemos. Gememos o nome um do outro e deixamos esse momento se prolongar nos beijando até nossas respirações se acalmarem.
Ele sai de dentro de mim e se levanta para se livrar da camisinha, me aconchego entre os lençóis com uma sensação gostosa dentro mim. Quando ele volta, se deita ao meu lado entre as cobertas e me puxa para deitar em seu peito.
Ele acaricia meu cabelo, depositando um beijo suave em minha testa.
— Eu amo você e vou até o fim para te provar que tudo foi uma armação para nos separar.
Levanto minha cabeça e o encaro, seus olhos me encaram de volta e neles não há nenhum traço de que esteja mentindo.
— Eu te amo! — um sorriso cresce em seus lábios e o beijo.
E aquela pequena chama de esperança com a possibilidade de tudo ter sido um mal feito para nos afastar se acendendo com mais força.
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savasbitti · 5 years ago
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Deme supercilio nubem. “Bakışından şu bulutları kaldır.”   
Horatius, Epistulae, 1.18.94;
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mateuscastelani · 7 years ago
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veronicasegantin · 5 years ago
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vivaseussonhosobscuros · 4 years ago
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depajaritos · 2 years ago
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Calliope calliope. Passeriforme de la familia Muscicapidae.
Pájaro alegre de patas largas, aunque tímido pues tiende a permanecer oculto. Es marrón por encima, blanquecino por debajo, con los flancos de color marrón oliva y el supercilio blanco. El macho adulto tiene la garganta roja bordeada en blanco y negro y un azul en el pecho que se extiende discretamente hacia la zona superciliar. La hembra carece de rojo.
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