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#significado de boa-fé objetiva
adriano-ferreira · 10 months
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Boa-fé
Introdução ao Conceito de Boa-Fé A boa-fé é um princípio fundamental no direito, representando um estado de honestidade, confiança e sinceridade nas relações jurídicas. Ela se manifesta de duas maneiras: objetiva e subjetiva, cada uma com características e aplicações distintas no direito. Definição de Boa-Fé Objetiva A boa-fé objetiva refere-se a um padrão de conduta, um dever de agir com…
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salvianegra · 3 years
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Magia Natural
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Scott Cunningham dizia que não há mistérios na magia, tudo que é sentido e evocado com determinação e vontade é um ato mágico. Os princípios básicos da bruxaria são esses: convicção e vontade. Sem esses dois elementos não há como a magia acontecer. No livro Magia Natural, Cunningham nos apresenta uma visão elaborada, ainda que de maneira simples e objetiva, do que é magia natural e como funciona.
A magia natural nada mais é do que a força e energia da natureza, e cada um de nós traz consigo essa energia, pois fazemos parte da natureza. Parece um pensamento lógico, e até mesmo óbvio, mas que facilmente esquecemos.
Quais são os instrumentos para praticar magia natural?
Quando pensamos em bruxas podemos acessar dois arquétipos famosos: a velha bruxa da cabana, com suas ervas secando na varando e a vassoura de palha atrás da porta, ou a bela feiticeira Morgana, com seu caldeirão e poções do amor. Qualquer que seja a bruxa, ela tem seus instrumentos de poder: vassoura, varinha, caldeirão, atame, taça e por ai vai. Mas nada disso é realmente essencial para a prática de magia, e em especial a magia natural.
Encontramos os instrumentos da magia natural em qualquer canto que haja natureza, manipulada ou não. Folhas, gravetos, ervas, flores, pedras, conchas, água, areia. Tudo que a mãe Terra nos oferece pode servir de instrumento de poder. Para acessarmos as energias desse itens basta carregá-los com nossas vontades e necessidades.
A carga emocional é um fator importante na magia natural, pois é ela quem conduz nossa necessidade para ser canalizada em um feitiço ou ritual. Segundo Scott Cunningham, existem três fatores importantes para um feitiço bem sucedido:
Os Três Fatores da Magia
Necessidade, emoção e conhecimento, três elementos básicos de todo trabalho mágico, sem os quais nossos feitiços podem não vingar.
A necessidade é o primeiro passo para trabalhar com magia. Você precisa estar atento ao que realmente quer com o feitiço. Necessitar de algo é diferente de desejar algo, muitas vezes o desejo é passageiro e os efeitos de um feitiço pautado em um desejo podem sair do controle. Há várias formas de entender qual é sua real necessidade, perguntar a um oráculo é um meio bastante eficaz e seguro de saber.
A emoção é o fio condutor, como dito, é a faísca necessária para acessar e movimentar as energias no trabalho mágico. Sem emoção nada se concretiza. É a partir dessa carga emocional que acessamos, por exemplo, estados alterados de consciência e gnose. Ao entrar em contato com a magia é preciso sentir no seu âmago a necessidade de estar fazendo aquilo, o propósito precisa estar claro e bem nítido em suas emoções. Uma vez canalizada essa energia o feitiço começa a ser ativado.
O conhecimento é o mais importante aqui, de nada adianta saber sua necessidade e sentir as emoções precisas para um ritual ou feitiço se não se sabe como executar isso. Por isso um bom conhecimento do que se está fazendo e usando nesse momento é indispensável. Cada elemento usado na magia deve ser de conhecimento da(o) bruxa(o) e por isso estudar antes de executar qualquer ato mágico é mais que necessário, é crucial!
O poder interior
“O que está a cima é como o que está abaixo” e “o macrocosomo é como o microcosomo” e vice e versa, são ditos conhecidos na bruxaria, duas leis herméticas básicas que trazem uma mensagem importante para aqueles que escolheram trilhar os caminhos da magia. Nós somos um pedacinho do universo e o universo como um todo é parte de nós também. Carregando esse pensamento entendemos como funciona o nosso próprio poder.
O princípio da magia natural é a natureza, e como somos parte indissociável dela nós também geramos poder/energia. Muitas vezes não temos acesso a instrumentos elaborados de lojas esotéricas. No início do caminho na bruxaria ter esses itens pode parecer sonho de consumo, o que não nos atentamos é que não precisamos deles, são apenas ornamentos, itens que ajudam a acessar significados e símbolos em nossas mentes, porém sem nosso poder eles de nada servem. Geramos e consumimos energia como tudo na natureza, a intenção ou emoção para a magia funcionam com a luz do sol para alimentar uma planta.
Outro ponto essencial para a magia é a fé. Isso mesmo, fé! Crer, acreditar que o que se está fazendo, que os elementos usados, que os deuses ou entidades vão te ouvir e que seu intento será atendido. Não adianta investir em altares e estátuas caríssimas se você não crê em tudo isso. Se acender uma vela sem esperanças de que ela queime em seu propósito não vai funcionar, você precisa crer para ver.
Os elementais
Além do nosso poder interno, do poder da grande Mãe (Terra) e do Universo (deuses e entidades), um ponto importantíssimo quando falamos de magia natural são os elementais, seres que guardam e regem cada um dos quatro elementos básicos: terra, ar, fogo e água. A partir desses elementos todas as coisas são formadas. Entretanto, as concepções na magia desses elementos vão além do sentido restrito da palavra e é com essa concepção que trabalhamos na bruxaria.
Terra
Seus guardiões são conhecidos como gnomos, duendes, elfos, djins, saci, caiporas, depende da cultura e região. Esses seres regem e guardam o elemento e tudo que a ele é atribuído, por exemplo, tudo que é de atributo material e essencial para nossa sobrevivência pertence ao elemento terra: conforto, riquezas, dinheiro, bens materiais, emprego, estabilidade. Terra é a estrutura, o que precisamos para nos mantermos firmes. Como nosso corpo é como a Terra e a Terra como nosso corpo, o elemento regente de nossos ossos, que nos dá estrutura, bem como nossos músculos que nos dão força.
Ar
Seus guardiões são conhecido como silfos, fadas, algumas ninfas, novamente depende da região e cultura. Os que guardam o ar agem em tudo que rege nosso intelecto, nossa mente, nossa razão. Eles são seres críticos e sérios, que trabalham com concentração e intelectualidade, bem como a criatividade. No corpo humano regem nossos pensamentos, bem como o cérebro em si, sistema nasal, fono-auditivo e voz.
Fogo
Guardiões do fogo são conhecidos como salamandras, esses elementais precisam de cuidado ao entrar em contato, são muito impulsivos e podem queimar coisas com facilidade. Dão força e revigoram aqueles que trabalham com eles. Regem nossa força de vontade, nossa capacidade de ir adiante; podem se manisfestar através das chamas de uma vela ou até mesmo na fumaça dos incensos. Muitos dizem que alguns dragões também são elementais do fogo. O importante é sempre ter em mente que é um elemento bastante delicado de se trabalhar, muitas coisas podem sair do controle da(o) bruxa(o) mexendo com eles, cuidado!
Água
Seus elementais são denominados ondinas, sereis muitas vezes são classificadas como elementais das águas. Esses seres regem nossas emoções, representam nosso sangue e fluidos líquidos. As ondinas habitam todos os tipos de águas, desde fontes e nascentes, passando pelo mares, até pântanos e lodos. Cada uma dessas ondinas têm um temperamento e propósito especifico, as que habitam pântanos e lodos não são tão sociáveis quanto as que vivem em água claras e calmas de um riacho.
Os elementais são seres feitos de pura energia natural, servem como condutores e movimentadores da energia dos elementos. Basta agradá-los e manter uma boa relação com eles para fazê-los cooperar com seus propósitos. Por exemplo, se você está com dificuldades financeiras e precisa que o dinheiro não falte com frequência, ofereça maçãs e doces aos gnomos, seja colocando no pé de uma árvore no seu quintal, ou fazendo um altar para eles no seu apartamento. O importante é chamá-los para dentro da sua casa e pedir que tragam fortuna e prosperidade, mas cuidado, esses são elementais bastante avarentos e brincalhões, uma vez que os destrate ou não cumpra com sua parte no acordo, eles não pensarão duas vezes em esconder algum item valioso para você até que sejam bem tratados.
É sempre válido manter comunicação com os elementais, uma vez que são eles que ajudam na manutenção das energias universais. Quando traçamos o círculo mágico são eles quem chamamos para proteger nossos rituais. Manter a conexão com os elementais é se manter conectado com a própria Terra, dessa forma renovando e movimentando nossas energias sempre que possível.
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orquideo · 5 years
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Piercing e a tatuagem no corpo de um cristão
 Será que o uso dessas práticas, mesmo na cultura ocidental pós-moderna, não vem carregado de um sentido espiritual?
“Não fareis incisões na vossa carne por um morto, nem fareis figura alguma no vosso corpo. Eu sou o Senhor” (Lv 19,28).
Vemos, neste texto bíblico, a proibição de Deus ao povo de Israel de fazer incisões na pele. Para não cairmos em fundamentalismos, temos de ir ao contexto e descobrir a essência da mensagem. O que observamos é que o uso dessas incisões são práticas idólatras dos povos pagãos que circundavam Israel, e a essência é que não condiz com o seguimento do Deus Uno, qualquer forma de idolatria; então, o corpodo homem não pode ser um espaço de expressões idólatras.
Foto: Portra by Getty Images / iStock.by Getty Images
Tatuagem e piercing têm alguma coisa a ver com isso? “A expressão piercing tem sido usada para designar um tipo de adorno inserido por perfuração em certas partes do corpo. Já a tatuagem é a pintura da pele com pigmentos insolúveis e definitivos.” 1
Olhando assim, de forma objetiva, parece que a tatuagem e o piercing não têm nada de censurável. Mas precisamos nos aprofundar no significado deles. Penso que a análise da moralidade dessas práticas passa por duas questões:
Significados que carregam
Primeiro: essas práticas geralmente estão relacionadas a comportamentos tantas vezes velados, mas presentes, cheios de vaidade, sensualidade e irreverência. Mesmo que, na intenção pessoal, isso não esteja claro, tatuagens e piercings, na nossa cultura, carregam esses significados. Nesse sentido, o texto do Levítico não está tão distante dessa realidade, porque vaidade, sensualidade e irreverência são verdadeiros ídolos a quem o homem moderno presta culto e realiza sacrifícios inescrupulosos. Mesmo que pessoalmente seja apenas uma atitude adolescente de inclusão a um grupo, a motivação deste está envolvida com esses valores.
Não nos enganemos, pois tudo o que fazemos com nossas coisas, especialmente com o nosso corpo, comunica nossos valores e transmite mensagens boas ou ruins. Usando isso, ainda que a intenção primeira não seja essa, o usuário contribui para a valorização desses cultos, que tanto têm destruído as virtudes contrárias a esses valores em nossa sociedade: simplicidade, pureza e mansidão.
Leia mais:
.: Como o corpo pode levar o homem à santidade?
.: Tratamento estético: cuidar da minha saúde com responsabilidade
.: A busca pelo corpo perfeito
Alguém pode questionar que outras práticas normais, como o uso de brincos e maquiagens, também podem ter um significado de culto à vaidade, sensualidade e irreverência. Sim, isso é verdade. Mas essa exortação vale também para elas, porque as práticas comuns, sem a virtude da temperança, podem nos dispor a essas ciladas.
É significativo que, na maioria das culturas, especialmente o piercing tenha um sentido religioso e espiritual. “A ideia hinduísta desse objeto é que ele representa um contato, uma abertura para a atuação de divindades nas mais variadas áreas da vida humana, cada uma representada por uma parte do organismo. É interessante observar que o uso do piercing está tão ligado a essas crenças hinduístas, que os locais de colocação (lábios, umbigo, nariz, sobrancelhas entre outros) correspondem, exatamente, aos pontos correspondentes aos chamados “chakras”, ou seja, centros de energia onde se daria a interação entre o corpo e a mente, de onde se poderia estabelecer o controle sobre eles.” 2
Será, então, que o uso dessas práticas, mesmo na cultura ocidental pós-moderna, não vem carregado de um sentido espiritual?Será que não expõe, de algum modo, a pessoa a realidades espirituais, uma vez que “vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5,8)?
Respeito ao corpo
Outra questão a se considerar é o respeito ao corpo, templo do Espírito. Essa é uma forte exortação de São Paulo em 1Cor 6,12-20, e também do Catecismo da Igreja Católica. Este, quando trata do quinto mandamento da Lei de Deus – “Não matarás”–, além do evidente, fala também sobre a necessidade do respeito à saúde (§§ 2288-2291), como um apelo moral do cristão. Nesse sentido, o piercing e a tatuagem também não se harmonizam com esses valores. De maneira geral, os profissionais de saúde contraindicam o uso dessas marcas em nosso corpo, pois elas o expõem a uma série de complicações, desde a transmissão de doenças contagiosas, no momento da aplicação, como da Hepatite B (HBV), da Hepatite C (HCV) e do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), Sífilis etc., como complicações posteriores: infecções diversas, dermatites, alergias e até há relatos de casos registrados de endocardite infecciosa (uma infecção grave na camada interna do coração). Isso tudo, sem contar que, no caso das tatuagens, a remoção posterior é difícil, podendo expor a pessoa a novas complicações.
Quanto ao piercing, alguém pode perguntar se há alguma diferença entre ele e o brinco usado nos lóbulos das orelhas. Sob o ponto de vista da saúde, há muita diferença. O lóbulo da orelha é a região que apresenta melhores condições, porque tem vascularização adequada (nem muito como a língua e lábios; nem pouco, como nas cartilagens), é arejado, pouco exposto ao suor e às secreções, e é de fácil higienização. Trata-se, assim, de uma região do corpo com improváveis chances de complicações. Outra é a situação dos diversos locais do corpo em que se costuma usar piercing, em que a exposição a riscos é muito maior. Aliás, veja-se como a tradição de culturas civilizadas tem valor. Nela se escondem sabedorias que nem imaginamos. O verdadeiro progresso social e cultural está em um novo que parte da tradição.
Respeita a beleza da pessoa
Ainda ponderando sobre o respeito ao corpo, será que a tatuagem e o piercing respeitam a beleza da pessoa?
Penso que as aberrações que vemos por aí nos dão a pista da resposta: não. Não, porque qualquer coisa que marque o corpo de forma estável ou permanente comunica que ele não é tão bom assim, ele não é tão digno nem tão belo, e precisa ser melhorado (isso seria diferente de uma prótese, que visa justamente restaurar, em um determinado corpo, a integridade perdida, que é própria do ser humano).
A Igreja não tem nenhum pronunciamento claro ou oficial sobre essa questão. Mas ela nos dá os princípios da fé que, com o discernimento dos espíritos (cf. I Cor 10,12), podemos, sim, ponderar e fazer um juízo sobre questões como essa. “O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor” (1Cor 6,13b).
Que seus princípios partam sempre da dignidade do seu corpo para Deus, e que seus discernimentos busquem, em tudo, glorificar o Senhor. Fonte- https://formacao.cancaonova.com/igreja/catequese/piercing-e-a-tatuagem-no-corpo-de-um-cristao/
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alvaromatias1000 · 4 years
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Crepúsculo da Democracia: Uma Resenha
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Anne Applebaum é vencedora do Pulitzer Prize com o livro intitulado “Crepúsculo da Democracia” (Twilight of Democracy – The Seductive Lure of Authoritarianism. Penguin Random House LLC, 2020). Norte-americana, ela se radicou na Polônia. Seu marido, no réveillon de 1999, era vice-ministro das Relações Exteriores do governo polonês, depois foi ministro da Defesa e das Relações Exteriores. A autora é ótima contadora de histórias políticas, vivenciadas pessoalmente. Sua narrativa é cativante. A mente humana aprecia boas estórias.
Na festa do fim do milênio, os convidados acreditavam em democracia, no Estado de Direito e na Polônia. Como país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), estava em vias de ingressar na União Europeia, parte integrante da Europa moderna. Nos anos 90, lá, era esse o significado de estar “à direita”: os conservadores, os anticomunistas, os neoliberais – liberais pró-livre mercado sem os valores liberais clássicos de defesa dos direitos de minoria –, talvez “thatcheristas”.
Naquele momento, com a Polônia na iminência de se integrar ao Ocidente, tinha-se a impressão de todos torcerem pelo mesmo time. Concordavam sobre a democracia, o caminho para a prosperidade, e o rumo tomado pela Nação.
Aquele momento passou. Decorridas quase duas décadas, aquelas pessoas mudam de calçada para evitar encontros. Cerca de metade dos convidados nunca mais falaria com a outra metade. Os estremecimentos são políticos. Hoje, a Polônia é uma das sociedades mais polarizadas da Europa – uma grave cisão divide não só o que costumava ser a direita polonesa, mas também a tradicional direita húngara, a direita italiana e ainda, com certas diferenças, a direita britânica e a direita norte-americana.
Applebaum compara a situação atual com a anterior à II Guerra Mundial. A maioria dos amigos pertencentes à direita, um por um, foram atraídos pela ideologia fascista. Passaram a demonstrar convicção cega e arrogância ao deixar de se identificarem como europeus e passarem a se qualificar como “nacionalistas de sangue e solo”. Eles descambaram para o pensamento conspiratório ou se tornaram irrefletidamente rudes.
Hoje vem ocorrendo transfiguração semelhante na Europa, onde Applebaum habita, e na Polônia, um país cuja cidadania obteve. Mesmo depois do colapso financeiro global de 2008, o país não passou por nenhuma recessão. A onda de refugiados, embora tenha atingido outros países europeus, não chegou lá. Na Polônia, não existem campos de migrantes, nem há terrorismo islâmico ou terrorismo de qualquer gênero.
Os ideólogos ultranacionalistas, talvez não sejam todas pessoas tão bem-sucedidas quanto gostariam, mas não são gente pobre nem do meio rural, nem são, de modo algum, vítimas da transição política. Tampouco constituem uma subclasse empobrecida. Ao contrário, são pessoas instruídas, falam diversas línguas e viajam para o exterior.
O que terá causado essa transfiguração? Alguns dos ex-amigos teriam sempre sido autoritários enrustidos? A explicação, infelizmente, é universal. Dadas as devidas circunstâncias, qualquer sociedade pode se voltar contra a democracia. Aliás, a julgar pela história, todas as sociedades acabarão por fazê-lo.
Todos esses debates têm em seu cerne questões políticas fundamentais. A quem cabe definir uma Nação? E a quem, por conseguinte, cabe conduzir uma Nação?
De acordo com a Psicologia Comportamental, cerca de um terço da população de qualquer país tem a chamada de predisposição autoritária. Favorece à homogeneidade e à ordem. Pode estar presente sem necessariamente se manifestar. Ao contrário dela, uma predisposição libertária, privilegiando a diversidade e a diferença, também pode estar presente silenciosamente em certo número de pessoas rebeldes.
A definição de autoritarismo não é política e não é semelhante a conservadorismo. O autoritarismo apela, simplesmente, a pessoas incapazes de tolerar a complexidade: não há nada intrinsecamente “de esquerda” ou “de direita” neste instinto. É anti-pluralista. Suspeita de pessoas com ideias diferentes. É alérgico a debates acirrados.
Se os possuidores derivam sua política do marxismo ou do nacionalismo, isso é irrelevante. É um estado de espírito, não um conjunto de ideias.
Mas os teóricos muitas vezes deixam de lado outro elemento crucial no declínio da democracia e na construção da autocracia. A mera existência de pessoas admiradoras dos populistas demagogos ou mais confortáveis ​​em ditaduras não explica totalmente por que os demagogos vencem.
O ditador quer governar, mas como ele atinge aquela parte do público com o mesmo sentimento totalitário? O político iliberal quer minar os tribunais para se dar mais poder, mas como ele persuade os eleitores a aceitar essas mudanças?
Nenhum autoritário contemporâneo pode ter sucesso sem os escritores, intelectuais, panfletários, blogueiros, spin doctor [assessor de político ou marqueteiro hábil em tornar a imagem deste aceitável ou simpática à opinião pública], produtores de programas de televisão e criadores de memes. Eles vendem sua imagem ao público.
Os autoritários precisam das pessoas capazes de promover o golpe eleitoral populista. Mas também precisam de pessoas capazes de usar uma linguagem jurídica sofisticada, ou seja, pessoas com argumentos para violar a constituição ou distorcer a lei.
Eles precisam de pessoas capazes de, via algoritmos encaminhados para os segmentos certos, dar voz às queixas, manipularem o descontentamento, canalizarem a raiva e o medo, propagandear uma Teoria da Conspiração e um futuro imaginário diferente. Eles precisam de membros da elite intelectual e culta. Esses cúmplices os ajudam a lançar um boicote midiático e financeiro contra o resto da elite intelectual e culta, mesmo se isso incluir seus colegas de universidade, seus colegas profissionais e seus ex-amigos.
Designo essa nossa gente com a expressão casta dos sábios-intelectuais ou sacerdotes. Os dissidentes evangélicos constituem a casta dos sabidos-pastores. Todos somos, no fundo, pregadores de ideologia e/ou religião se não respeitarmos o método científico.
Pior, o Estado de Partido Único Iliberal, agora o desejado por todo populista, foi desenvolvido por Lenin. O fundador da União Soviética certamente será lembrado não apenas por suas crenças marxistas, mas como o inventor dessa forma duradoura de organização política. É o modelo adotado por muitos dos atuais autocratas do mundo.
O Estado Iliberal não é uma filosofia marxista. É um mecanismo para manter o poder e funciona a favor de muitas ideologias. Funciona porque define quem pode ser a elite. Pertence à nomenclatura, isto é, está sujeito à nomeação para cargos políticos.
Nas monarquias, o direito de governar era concedido à aristocracia. Ela se definia por códigos de educação e etiqueta. Nas democracias ocidentais modernas, o direito de governar seria garantido, em tese, por diferentes formas de competição: campanha e votação, testes de méritos para acesso ao ensino superior e ao serviço público, mercados livres para empreendedores com iniciativa particular.
Antes, a maioria presumia a competição democrática ser a forma mais justa e eficiente de distribuir o poder. Os políticos mais competentes deviam governar. As instituições do Estado deviam ser ocupadas por pessoas qualificadas. As disputas entre elas deviam ocorrer em igualdade de condições para garantir um resultado justo.
O Estado de Partido Único, adotado por Lenin, era baseado em valores diferentes. Ele derrubou a ordem aristocrática, mas não colocou um modelo competitivo em seu lugar.
Não é apenas antidemocrático, também é anticompetitivo e antimeritocrático. Cargos em universidades, empregos de direitos civis e funções no governo e na indústria não vão para os mais trabalhadores ou mais capazes: vão para os mais leais.
Os indivíduos avançam não mais por causa do talento pessoal, mas porque estão dispostos a se conformar às regras do Partido. Essas regras geralmente excluem a ex-elite governante e seus filhos. Favorecem, por exemplo, os filhos da classe trabalhadora ou da casta de militares. Acima de tudo, favorecem as pessoas capazes de professar abertamente a fé no Partido: são militantes fieis e seguidores acríticos do líder.
Ao contrário de uma oligarquia comum, o Estado de Partido Único permite a mobilidade ascendente: os verdadeiros crentes podem progredir. Essa é a fonte de atração do autoritarismo para pessoas ressentidas ou malsucedidas. Invariavelmente, substitui todos os talentos de primeira linha, independentemente de suas simpatias, por malucos e tolos, cuja falta de inteligência e criatividade é a garantia de sua lealdade.
O populista desdenha a ideia de um Estado Neutro com funcionários apolíticos e uma mídia objetiva. Considera a liberdade de imprensa “um engano”. Zomba da liberdade de reunião e expressão. Considera a democracia parlamentar um meio para a supressão da classe trabalhadora ou de militares. A imprensa pode ser livre e as instituições públicas podem ser justas, apenas depois de serem controladas por castas de natureza ocupacional – por meio do Partido. O populismo de direita adotou esse legado leninista.
Publicado originalmente em:
Crepúsculo da Democracia: Uma Resenha, por Fernando Nogueira da Costa
Crepúsculo da Democracia: Uma Resenha publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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O QUE É COACHING?
     Segundo Marques (2015), a palavra Coach tem origem inglesa, foi utilizada pela primeira vez na Hungria para designar carruagem de quatro rodas, os condutores das carruagens coachman (cocheiros) eram os profissionais que conduziam os passageiros até o destino desejado.
     Por volta de 1830, o termo coach começou a ser utilizado na Oxford University bem como em universidades inglesas e passou a ser atribuído a professores e mestres de universidades com o significado de tutor, a pessoa que “carrega”, “conduz” e prepara os estudantes para testes e exames. Na essência, o termo ainda tinha o mesmo significado: de pessoa que conduz seu passageiro para o local desejado. Em 1831 o termo Coach foi utilizado pela primeira vez no mundo dos esportes, mais foi apenas por volta de 1900 é que se popularizou e passou a representar a pessoa responsável pelo treinamento e aperfeiçoamento de atletas e equipes esportivas. O coach surgiu no esporte como uma técnica específica, utilizada por treinadores para motivar profissionais de esportes como tênis ou esqui.
    Em 1950, o termo “coach” foi utilizado pela primeira vez para fazer referência à habilidade de gerenciamento de pessoas. Foi aí que surgiram as primeiras técnicas de desenvolvimento pessoal e humano, valorizando as competências individuais e relacionando-as a um processo de evolução contínua.
    O marco do coaching como disciplina e profissão aconteceu mesmo em 1974 quando Timothy Gallwey lançou o livro “The inner game of tennis” com conceitos de coaching aplicados ao tênis mais que pode ser transportado para a vida pessoal e desenvolvimento humano como um todo.
    A partir da década de 80, programas de liderança incluíram o conceito de coaching executivo e o mundo dos negócios começou a dar importância a esse tema, a prática do coaching vem sendo usada no enfoque de gestão de pessoas nas organizações. Desde então, vem ganhando adeptos no mundo inteiro pela sua funcionalidade, praticidade, aplicabilidade e efetividade, chamando a atenção principalmente dos grandes executivos que buscam melhorar suas performances.
    Marques (2015) diz que no Brasil, o coaching nasceu por volta de 1970, também por meio de associações esportivas, mantendo seu significado original de conduzir indivíduos até seu objetivo desejado. Mais foi no ano de 2000 que o país adotou definitivamente o coaching como modelo eficaz de desenvolvimento humano.
    O Instituto Brasileiro de Coaching (IBC, 2017) conceitua coaching como sendo um mix de recursos que utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências como a administração, gestão de pessoas, psicologia, neurociência, linguagem ericksoniana, recursos humanos, planejamento estratégico, entre outras visando à conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro. Trata-se de um processo que produz mudanças positivas e duradouras em um curto espaço de tempo de forma efetiva e acelerada. Coaching significa tirar um indivíduo de seu estado atual e levá-lo ao estado desejado de forma rápida e satisfatória. O processo de Coaching é uma oportunidade de visualização clara dos pontos individuais, de aumento da autoconfiança, de quebrar barreiras de limitação, para que as pessoas possam conhecer e atingir seu potencial máximo e alcançar suas metas de forma objetiva e, principalmente, assertiva
    Os elementos chave desse processo são: foco, ação, sentimento/ sensação, evolução contínua e resultados.
    Os principais pilares do coaching segundo Marques (2017) são: Humanidade – entende e se especializa continuamente sobre tudo que se refere ao ser humano; Metodologia – está baseado em metodologias, processos e pensamentos sistêmicos; Técnicas e Ferramentas – potencializam os resultados do coachee de forma efetiva e profissional; Competências – o Coach deve desenvolver as habilidades e competências de (planejamento, comunicação, motivação, mudanças, visão sistêmica, ética e caráter).
    Não existe um método certo para fazer o coaching, o que existe é adequação do processo ao estilo do profissional e a necessidade do coachee. No coaching existem inúmeras ferramentas capazes de ajudar as pessoas a alcançarem as mais altas metas de performance, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional, mais o coach irá apenas ajudar o coachee a alcançar o objetivo final, colocar as ferramentas em prática, é com o cliente.
    No processo de coaching, coach e coachee falam e escutam mantendo o foco no objetivo do coachee. O coach influencia o cliente, auxiliando-o no reconhecimento de sua capacidade.
    Segundo Gallwey (1997) ser coach é saber a arte de brincar com a bolinha, jogando tênis as vezes. É saber que o processo de coaching tem muito mais a ver com o aprender a aprender, do que ensinar.
    Durante uma sessão para Marques (2015), existem quatro princípios a serem observados:
Suspender todo o tipo de julgamento – Essa atitude é fundamental para que o cliente se abra e deixe o processo fluir positivamente;
Foco no futuro – Estimular ações que levem ao foco desejado;
Ação – Atividades que leve o coachee em direção ao foco desejado;
Confidencialidade e ética – Tudo que é tratado em uma sessão permanece no mais absoluto sigilo.
    As principais virtudes de um coach para Marques (2015) são:
Polidez;
Fidelidade;
Prudência;
Temperança;
Coragem;
Justiça;
Generosidade;
Compaixão;
Misericórdia;
Gratidão;
Humildade;
Simplicidade;
Tolerância;
Pureza;
Doçura;
Boa Fé
Humor;
Amor;
Diligência;
Sabedoria.
    O coach profissional possibilita uma parceria progressiva que auxilia os clientes no alcance de resultados positivos em suas vidas criando consequentemente sentimentos de realização profissional e pessoal.
    As duas melhores formas de se aumentar a performance e a produtividade de um indivíduo é através aumento de seu potencial (mais prático), ou da diminuição das interferências como dúvidas, medos, suposições e crenças limitantes (mais eficiente). Com a neuroplasticidade somos capazes de reformular nossas conexões cerebrais por meio dos pensamentos, crenças, sentimentos e situações vividas em função da necessidade e exigência do meio que estamos inseridos. Atualmente, graças aos avanços da neurociência, sabemos que nosso cérebro é muito mais maleável do que imaginávamos, podemos mudar nosso cérebro por conta da mudança na nossa forma de pensar, sentir e agir. Criamos novas conexões neurais a cada nova experiencia.
    No coaching começamos a criar condições positivas para que possamos desenvolver uma plasticidade adequada e fazemos isso através de ferramentas, perguntas e tarefas que ajudam o coachee a criar a capacidade de pensar positivamente.
    O processo só acontece quando estamos dispostos a mudar nosso mindset para que possamos enxergar com maior clareza quais os melhores caminhos a serem seguidos em direção ao estado desejado.
     O grande desafio do coaching, é fazer com que o coachee enxergue por si só quais são suas crenças limitantes, para que possa eliminá-las (quando conhecemos nossa dor é mais fácil de trata-la. Da mesma forma o coach deve auxiliar o coachee no reconhecimento das suas qualidades e capacidades, a fim de desenvolver pensamentos positivos muito fortes.
    Segundo Marques (2017), o processo de coaching traz muitos resultados e benefícios. Mas talvez o melhor deles sejam resultados positivos nas várias áreas da vida do coachee.
    Na área da felicidade e prosperidade gera aumento da melhora da performance, felicidade e plenitude, eleva o nível dos resultados (gera mais realização, satisfação pessoal e profissional), equilíbrio interno e aumento da prosperidade. Já na área da qualidade de vida, saúde e diminuição do stress o coaching aumenta o equilíbrio interior, melhora a qualidade de vida, melhora o uso qualitativo do tempo, traz equilíbrio para as áreas pessoais, profissionais e relacionamentos, diminui o stress e a preocupação desnecessária, aumenta a disposição, energia e a saúde.
    Na área de relacionamento e comunicação, o coaching melhora os relacionamentos e a comunicação, melhora o entendimento e a aceitação das outras pessoas, auxilia na resolução de conflitos, dúvidas e problemas. Quando a questão é autoconhecimento e emoções, o coaching aumenta a autopercepção e autoconhecimento, melhora a autoestima e autoconfiança, aumenta a responsabilização pela mudança e pela autoliderança e melhora o controle das emoções.
    E também melhora o planejamento e habilidades através da melhoria no  foco, planejamento e administração do tempo, alinhamento de missão, valores e crenças, aumento da percepção, criatividade e intuição, melhoria no processo de aprendizagem e melhoria contínua, aumento da flexibilidade e adaptabilidade a mudanças.
     Para o ICC (2017), é muito importante distinguir o coaching de atividades similares.
Mentoring - O mentoring ou mentoria é definido como o processo mediante o qual um colega de categoria superior, que possui maior conhecimento e experiência, oferece conselhos e um modelo a seguir. O mentoring envolve um amplo espectro de discussões que podem não estar limitadas ao contexto de trabalho. Um mentor é um patrocinador com muita experiência profissional no campo de trabalho de seu cliente. Tanto o mentoring quanto o Coaching se preocupam, principalmente, pelos ganhos no presente e no futuro.
Counseling - conseling ou aconselhamento trabalha com um cliente que se sente desconfortável ou insatisfeito com sua vida, buscando orientação e conselhos, para remediar os seus problemas.
Terapia - é utilizada para trabalhar com um cliente que procura aliviar seus sintomas físicos ou psicológicos. O cliente quer uma cura emocional e o alívio do sofrimento mental. A terapia trabalha com a saúde mental do cliente, enquanto que o Coaching trabalha com seu crescimento mental. Geralmente, o cliente começa uma terapia ou counseling para se afastar da dor e do mal-estar, mais do que pelo desejo de obter determinado objetivo. O Coaching não é corretivo, mas gerativo. Diferentemente do que acontece no Coaching, a terapia e o counseling envolvem entender experiências passadas e trabalhar com elas.
Treinamento - é o processo mediante o qual são obtidas habilidades e conhecimento por meio do estudo, a experiência ou o ensino. Por definição, o treinador é o especialista e o curso de treinamento está focado em habilidades específicas para obter resultados imediatos. É provável que o treinamento se desenvolva de uma pessoa para várias outras, mais do que de uma para outra.
Consultoria - um consultor oferece perícia e soluciona problemas empresariais, ou desenvolve um negócio de forma integral. Um consultor ocupa-se da organização em seu conjunto ou das partes específicas dela, mas não dos indivíduos que a conformam. Os consultores incidem nas pessoas apenas de forma indireta.
Ensino - no processo de ensino o conhecimento é passado do professor para o aluno. O professor sabe algo que o aluno desconhece. No Coaching acontece o contrário: é o cliente o especialista e quem possui as respostas, não o coach.
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rateiodoconcurseiro · 5 years
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Dez ANTÍDOTOS contra o CAOS
No site de perguntas e respostas Quora, o psicólogo clínico Jordan B. Peterson, professor em Harvard e na Universidade de Toronto, deu sua resposta à pergunta: “Quais são as coisas mais valiosas que todos deveriam saber?”. Partindo de uma lista de 40 regras ou máximas, algumas muito sérias, outras bem-humoradas, o acadêmico conseguiu reduzi-las para 25, depois para 16 e, finalmente, para 12. A lista final foi transformada em um livro da Alta Books editora. “12 regras para a vida: um antídoto para o caos” foi fonte de inspiração deste artigo, para o qual selecionamos 10 dos antídotos propostos pelo Dr. Peterson. Se você também se sente perdido de vez em quando neste mundo por vezes caótico em que vivemos hoje, acompanhe-nos na análise de cada um.
ANTÍDOTO 1 – Busque o que é significativo, não o que é conveniente.
O ser humano costuma ser movido apenas pelo que lhe interessa. Individualista, não procura o que é melhor para a coletividade; a ele basta que suas próprias vontades sejam atendidas. Além disso, você, eu, todos nós temos o hábito de focar só no curto prazo em vez de pensar lá na frente, no duradouro. Sabendo disso, o Dr. Jordan B. Peterson sugere que comecemos a nos planejar com foco no longo prazo, dedicando-nos ao que de fato pode ter algum significado em nossa vida e na de nossos dependentes. Em síntese, o conselho é: viva uma vida que tenha significado.
ANTÍDOTO 2 – Cuidado com quem você compartilha as boas e as más notícias.
Partilhar sonhos com supostos amigos pode atrair inveja em vez de apoio. Da mesma forma, contar a um pessimista uma notícia ruim pode despertar nele a vontade de minar toda e qualquer energia que nos reste. Pessoas tóxicas adoram potencializar o que já é ruim e curtem provocar intriga e inimizade. Invejosos e interesseiros estão sempre prontos para tentar afastar qualquer um que, embora nos queira bem, talvez não esteja disposto a conhecer todos os lados de uma mesma história. Falsos, fracos, dispensáveis! Vivemos muito melhor sem eles.
ANTÍDOTO 3 – Deixe um legado por onde você for.
Eis aí um conselho que costumo ouvir também do meu pai. A vida toda ele me disse: “Filho, aonde quer que você vá, procure aprender ou ensinar algo e trate de deixar o lugar ainda melhor depois de sua passagem por lá”. Particularmente, procuro seguir esse conselho e acredito que tenho conseguido melhorar pelo menos um pouquinho cada lugar por onde passei. Atribui-se a Gandhi um pensamento que ilustra bem essa regra: “O propósito da vida é viver corretamente, pensar corretamente e agir corretamente”.
ANTÍDOTO 4 – Imagine quem você poderia ser e foque nisso.
Está comprovado: ao mudarmos nossos padrões de pensamento, aumentando o otimismo e diminuindo a visão negativa acerca do mundo, alcançamos mais sucesso e felicidade em todas as esferas da vida. Querendo ou não, somos reflexo daquilo que projetamos, funcionando como ímãs a atrair o que desejamos, seja para nós mesmos, seja para os outros. Assim, querer muito algo – como provavelmente você quer entrar para o serviço público – significa direcionar os pensamentos e as ações para a consecução desse algo. Foque em seu projeto, visualizando-se bem-sucedido nele. Não despreze o poder do seu pensamento.
ANTÍDOTO 5 – Cuide de si mesmo antes para depois conseguir cuidar dos outros
Preocupamo-nos com a saúde, o bem-estar e a felicidade de nossos pais, filhos, amigos… Mas por que às vezes não temos essa mesma preocupação com nós mesmos? Ora, é de conhecimento geral que precisamos estar bem para conseguirmos cuidar do outro. Imperativo, portanto, que você cuide primeiro de si para só depois estender a mão ao outro. Isso é tão sério que está entre as orientações no início de um voo: “Em caso de pouso forçado e despressurização da cabine, coloque primeiro a sua máscara e então auxilie quem estiver a seu lado”.  Não se trata de egoísmo e sim de lógica. Quem está bem consegue ajudar bem mais do que quem não está.
ANTÍDOTO 6 – Trabalhe o máximo que puder em pelo menos um projeto e veja o que acontece.
Ninguém consegue nada de útil se não direcionar bem suas apostas. Quem atira para todo lado, uma hora pode acertar a si mesmo. Não seja essa pessoa que não sabe o que quer. Cada um de nós tem um dom; descubra o seu e dedique todos os seus esforços, toda a sua energia, toda a sua alma a ele. Empenhe-se ao máximo naquilo que você faz bem, aguentando firme o tempo necessário e agindo com paixão e zelo até que os resultados superem todas as suas melhores expectativas. Há que ter paciência, esperança e fé, mas o resultado chega.
ANTÍDOTO 7 – Fique em pé, de costas eretas e com os ombros para trás.
O Dr. Peterson recomenda endireitarmos a coluna e erguermos a cabeça, observando essa postura diariamente. Acredite: com uma simples correção da postura, a confiança e a autoestima aumentam significativamente, e com autoconfiança vamos muito mais longe. Para demonstrar sua tese, Jordan descreve um fato curioso do mundo animal: sempre que perde uma luta, a lagosta se encolhe toda, passando a imagem de submissão e fraqueza às outras lagostas; entretanto, quando ela vence, aumenta de tamanho, o que a faz parecer mais poderosa. O resultado? Mais e mais vitórias nos embates seguintes. Tudo por causa da sua postura.
ANTÍDOTO 8 – Encare seus medos, mas não corra riscos desnecessários.
Se algo intimidador porém inevitável estiver em seu caminho, pare e reflita um pouco. Depois, respire fundo e, na primeira oportunidade, domine o medo e encare o que houver para ser encarado. Aguarde todo o tempo necessário até se sentir forte e preparado, mas enfrente qualquer coisa que o separe do seu objetivo. Lembre-se: muitas vezes é apenas a vida nos testando para descobrir se somos mesmo merecedores de tudo que perseguimos. Só não vale a pena correr riscos sem sentido, talvez por mero exibicionismo ou vontade de testar a sorte. Nada disso! Gaste sua energia, sua juventude e sua força com o que for promissor e possa lhe trazer prazer e felicidade.
ANTÍDOTO 9 – Aja de modo que você possa dizer a verdade sobre como você age.
Essa máxima está intimamente relacionada a um dos ensinamentos de Immanuel Kant: “Aja sempre de tal modo que o seu comportamento possa vir a ser princípio de uma lei universal”. Ora, pode ser tentador ignorar os bons valores no dia a dia para depois simplesmente travestir os fatos conforme seu interesse, mas a mentira é terreno perfeito para graves problemas pessoais e sociais. Temos, sim, de viver em consonância com o que pregamos e dizer a verdade sempre, tudo para evitar conflitos, aborrecimentos, caos.
ANTÍDOTO 10 – Seja grato apesar do seu sofrimento.
Já escrevemos sobre isso. O sofrimento faz parte da vida. Não é opcional; pelo contrário, integra nosso percurso como passagem obrigatória, da mesma forma que os sacrifícios são sagrados e nos purificam. Mas note bem: estamos nos referindo ao sofrimento que ensina e nos faz crescer. Se é ele que bate à porta, devemos abri-la com sincera gratidão. Entretanto, se atrás da porta está uma fonte de sofrimento inútil, não hesite em manter a porta fechada.
Que esses antídotos tenham chegado a você, leitor amigo, na hora certa. Que funcionem como vacina contra os males do mundo e como vitamina para fortalecimento do físico e da alma até a conquista do cargo público ou a realização de outro sonho grandioso seu.
Se concorda com esta mensagem, registre nos comentários: “Tomei meu antídoto”.
PS: Siga-me (moderadamente, é claro) em minha página no Facebook e em meu perfil no Instagram. Lá, postarei pequenos textos de conteúdo motivacional. Serão dicas bem objetivas, mas, ainda assim, capazes de ajudá-lo em sua jornada rumo ao serviço público.
Mais artigos para ajudar em sua preparação:
Elimine o SE da sua VIDA
Como lidar com notícias ruins
Como lidar com pessoas difíceis
Acabe com seu plano B
O que FAZER quando NÃO se sabe o que FAZER?
PARE de reclamar!
O que você está esperando?
Estou de saco cheio. E agora?
Ligue o farol!
Revolucione-se!
Viva num novo patamar
Quando o sofrimento bater à sua porta
VIVA a SUA vida!
Construa o SEU moinho de vento!
Se eles podem, você também pode.
Dias de LUTA, dias de GLÓRIA
A vida, o mundo, NINGUÉM lhe DEVE NADA!
  Gabriel Granjeiro – Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online. Vive e respira concursos há mais de 10 anos. Formado em Administração e Marketing pela New York University, Leonardo N. Stern School of Business. Fascinado pelo empreendedorismo e pelo ensino a distância.
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bibliacatolica · 7 years
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http://bit.ly/2GHXfyt Autor: José Miguel Arráiz Fonte: http://bit.ly/2FPXTvH Trad.: Carlos Martins Nabeto Já há algum tempo temos ouvido de altos prelados da Igreja reconhecimentos e elogios à figura de Lutero. Se tem dito de tudo, desde coisas moderadas (em que se admite que ele pode ter sido movido por uma boa e reta intenção) até louvores desmedidos (situando-o como parte da grande Tradição da Igreja ou até se admitindo que teve razão no que diz respeito à doutrina da justificação). A partir da ponto de vista de um leigo, quero neste artigo compartilhar o que considero acertado e desacertado nestes elogios politicamente corretos feitos em nossa época sobre a figura e doutrina de Lutero. SOBRE AS BOAS INTENÇÕES DE MARTINHO LUTERO Saber exatamente quais eram as intenções de Lutero para agir como agiu nos tempos da Reforma Protestante é algo impossível, pois como todos nós sabemos, o fôro interno só é conhecido por Deus. O que podemos, sim, fazer é formar uma opinião aproximada e falível, evitando cair em juízo temerário quanto ao que o próprio Lutero admitia e o estudo objetivo dos fatos históricos. A partir desta perspectiva, o máximo que se poderia admitir, na melhor das hipóteses, como mera possibilidade, é que Lutero pode ter agido com o que chamamos “consciência reta” ainda que errônea. Tal como tradicionalmente nos foi ensinado, age em “consciência reta” quem julga da bondade ou malícia de um ato com fundamento e prudência, diferentemente da “consciência falsa”, que julga com irreflexão e sem fundamento sério. Ao contrário, age com “consciência verdadeira” aquele que além de agir em consciência reta, acerta em seu juízo e age de acordo com ao ordem moral objetiva. Não se deve confundir a “consciência reta” com a “conciência verdadeira”. Uma pessoa pode agir com consciência reta quando, com suas limitações, colocou todo o empenho em agir corretamente independentemente de acertar (consciência verdadeira) ou se equivocar por algum erro especulativo (consciência errônea). Age em consciência reta invencivelmente errônea quem, depois de ter feito todo o possível para agir corretamente, ainda assim erra, porém age de acordo com o que a sua consciência lhe dita, consciência que, neste caso, estaria deficientemente formada. Nos próprios escritos de Lutero o encontramos admitindo que passou por uma intensa luta interior, onde lhe atormentava pensar que poderia ter agido equivocadamente, mas que finalmente ficou convencido de que agia para a glória de Deus. A este respeito, escreveu Lutero: – “Certa vez [o diabo] me atormentou e quase me estrangulou com as palavras de Paulo a Timóteo; tanto que o coração se me queria dissolver no peito: ‘Tu foste a causa de que tantos monges e monjas abandonassem seus mosteiros’. O diabo habilmente me tirava da vista os textos sobre a justificação… Eu pensava: ‘Quem ordena estas coisas és somente tu; e, se tudo for falso, tu serás o responsável por tantas almas caírem no inferno’. Com essa tentação cheguei a sofrer tormentos infernais, até que Deus me tirou dela e me confirmou que meus ensinamentos eram palavra de Deus e doutrina verdadeira” (Martinho Lutero, Tisch. 141,I,62-63). – “Antes de tudo, o que temos que estabelecer é se nossa doutrina é palavra de Deus. Se isto se verifica, estamos certos de que a causa que defendemos pode e deve ser mantida, e não há demônio que possa lançá-la abaixo… Eu, em meu coração, já rejeitei qualquer outra doutrina religiosa, seja ela qual for, e venci aquele molestíssimo pensamento que o coração murmura: ‘Tu és o único que possuis a palavra de Deus? E os demais, não a têm?’… Tal argumento o acho válido para todos os profetas, àqueles que também se lhes foi dito: ‘Vós sois poucos, o povo de Deus somos nós’” (Martinho Lutero, Tisch. 130,I,53-54). Parece que Lutero nunca se livrou da dúvida e, ao longo dos anos, retornava a ele um persistente peso de consciência, que identificava como tentações do demônio. No ano de 1535, já na avançada idade de 52 anos, admite todavia que acha o argumento “bastante capcioso e robusto dos falsos apóstolos”, que lhe impugnam deste modo: “Os apóstolos, os Santos Padres e seus sucessores nos deixaram estes ensinamentos; tal é o pensamento e a fé da Igreja. Pois bem, é impossível que Cristo tenha deixado a sua Igreja errar por tantos séculos. Somente tu sabes mais que tantos homens santos e que toda a Igreja… Quem és tu para atrever-te a dissentir de todos eles e para colocar-nos violentamente um dogma diverso? Quando Satanás urge este argumento e quase conspira com a carne e com a razão, a consciência se aterroriza e desespera, e é preciso entrar continuamente dentro de si mesmo e dizer: ainda que os santos Cipriano, Ambrósio e Agostinho; ainda que São Pedro, São Paulo e São João; ainda que os anjos do céu te ensinem outra coisa, isto é o que eu sei de certo: que não ensino coisas humanas, mas divinas; ou seja, que [no negócio da salvação] tudo o atribuo a Deus e nada aos homens” (WA 40,1; pp.130-131). O certo é que se tal boa intenção existiu, a soberba pouco a pouco o levou a afastar-se cada vez mais do ideal evangélico, enchendo seu coração de ódio e maldições, como ele mesmo admitiu: – “Visto que não posso rezar, tenho que maldizer. Direi: ‘Santificado seja teu nome’, porém acrescentarei: ‘Maldito, condenado e desonrado seja o nome dos papistas e de todos quantos blasfemam o teu nome’. Direi: ‘Venha teu reino’, e acrescentarei: ‘Maldito, condenado e destruído seja o papado com todos os reinos da terra, contrários ao teu reino’. Direi: ‘Faça-se tua vontade’, e acrescentarei: ‘Malditos, condenados, desonrados e aniquilados sejam todos os pensamentos e planos dos papistas e de quantos maquinam contra a tua vontade e conselho’. Verdadeiramente, assim rezo todos os dias, sem cessar, oralmente e com o coração; e comigo, todos quantos crerem em Cristo” (WA 30,3; p.470). O cardeal Joseph Ratzinger, antes de se tornar Papa, pontualizou a este respeito: – “Há que se levar em conta que não só existem anátemas por parte católica contra a doutrina de Lutero, como também existem desqualificações bastante explícitas contra o Catolicismo por parte do reformador e de seus companheiros; reprovações que culminam na frase de Lutero de que restamos divididos para a eternidade. É este o momento de referir-nos a essas palavras cheias de raiva pronunciadas por Lutero em relação ao Concílio de Trento, nas quais restou finalmente clara sua rejeição à Igreja católica: ‘Teria que fazer prisioneiro ao Papa, aos cardeais e a todos esses canalhas que o idolatram e santificam; tê-los por blasfemos e logo arrancar-lhes a linguagem coalhada; colocá-los todos na fila da forca… Então se lhes poderia permitir que celebrassem o Concílio, ou o que quer que seja, a partir da forca ou no inferno, com os diabos’” (Card. Joseph Ratzinger, “Igreja, Ecumenismo e Política: novos ensaios de eclesiologia”, Biblioteca de Autores Cristãos, Madri, 1987, p. 120). Uma vez mergulhado nessa espiral de loucura, todos aqueles que divergiam de Lutero em qualquer ponto de doutrina ou o consideravam inimigo era objeto dos qualificativos mais sujos e vulgares: ao duque Jorge da Saxônia, chama-o de “assassino”, “traidor”, “infame” “assassino profissional”, “derramador de sangue”, “patife sem-vergonha”, “mentiroso”, “maldito”, “cão”, “sanguinário”, “demônio”. Os insultos contra o Papa sempre foram uma constante e é quase impossível contabilizá-los: “anticristo maldito”, “burro papal”, “asno papal”, “bispo dos hermafroditas e Papa dos sodomitas”, “apóstolo do diabo”. Não só os católicos eram objeto de seus opróbrios, como também passaram a alcançar os próprios protestantes: a Tomás Münzer chama-o de “arquidemônio que não realiza senão latrocínios, assassinatos e derramamentos de sangue”; seu aliado Andreas Karlstadt, quando passa a divergir dele, se transforma em um “sofista, essa mente louca”, “muito mais louco que os papistas”; o mesmo ocorre com Ulrico Zwinglio, que quando nega a presença de Cristo na Eucaristia passa a ser “digníssimo de santo ódio, pois age tão indecente e maliciosamente em nome da santa palavra de Deus” e um “servidor do diabo”. É evidente que Lutero não era precisamente a pessoa ideal para tentar reformar a Igreja; e já passados tantos séculos desde aqueles acontecimentos, resta claro que a figura do reformador protestante não tem por que seguir separando católicos e protestantes. Eu mesmo, que não nutro simpatia por tão sinistro personagem, não teria problema em admitir que pode ter tido, no começo, justa indignação pelos abusos no tráfico de indulgências, ou que estava sinceramente convencido de estar na verdade. E ao admitir isto, não vejo que esteja sendo concedido a ele qualquer grão de razão. DO OBSCURECIMENTO DO SENTIDO DA GRATUIDADE DA SALVAÇÃO NA IGREJA CATÓLICA Porém, outro dos louvores que se costuma ouvir a respeito da figura de Lutero e que já começa a ser preocupante, é aquele onde se admite e sustenta que durante séculos perdeu-se, na Igreja Católica, o sentido da gratuidade da salvação divina e foi Lutero quem teve o mérito de recuperá-la. Quanto a isso, pode-se mencionar concretamente a pregação feita pelo padre Rainiero Cantalamessa, em março deste ano [de 2016], na Basílica de São Pedro, em que afirmou o seguinte: – “Existe o perigo de que alguém ouça falar da justiça de Deus e, sem saber o significado, ao invés de animar-se, se assuste. Santo Agostinho já o havia explicado claramente: “A ‘justiça de Deus’ – escrevia ele – é aquela pela qual Ele nos faz justos mediante sua graça; exatamente como ‘a salvação do Senhor’ (Salmo 3,9) é aquela pela qual Ele nos salva” (Do Espírito e da Letra 32,56). Em outras palavras: a justiça de Deus é o ato pelo qual Deus faz justos, agradáveis a Ele, aos que crerem em seu Filho. Não é um ‘fazer-se justiça’, mas um ‘fazer justos’. Lutero teve o mérito de trazer à luz esta verdade, depois de que, durante séculos, pelo menos na pregação cristã, se havia perdido o sentido; e é isto, sobretudo, o que a Cristiandade deve à Reforma, a qual no próximo ano cumpre o quinto centenário. “Quando descobri isto – escreveu mais tarde o reformador – senti que renascia e me parecia que se me abriram de par em par as portas do paraíso”” (Prefácio às obras em latim, ed. Weimar 54, p.186). Se bem que seja possível que na época de Lutero alguns pregadores de indulgências pudessem deixar em segundo plano a doutrina sobre a gratuidade da graça (desconheço até que ponto), não é justo atribuir isto à pregação cristã da Igreja durante séculos. Como bem fez notar o sacerdote e doutor em teologia José María Iraburu em um artigo publicado recentemente[1], sustentar isto é cometer uma grande injustiça para com aqueles pregadores que mais prestígio e influência tiveram na Cristiandade de seu tempo, tanto antes como depois da época de Lutero, e que ensinaram sempre a verdadeira doutrina católica da graça e da justificação, e estavam livres de toda espécie de pelagianismo ou semipelagianismo; entre eles, recordou: Santa Hildegarda de Bingen (+1179), São Domingo de Gusmão (+1221), São Francisco de Assis (+1226), Santo Antonio de Pádua (+1231), Beato Ricério de Múcia (+1236), Davi de Augsburgo (+1272), São Tomás de Aquino (+1274), São Boaventura (+1274), Santa Gertrudes de Helfta (+1302), Santa Ângela de Foligno (+1309), mestre Eckahrt (+1328), Taulero (+1361), Beato Henrique Suson (+1366), Santa Brígida da Suécia (+1373), Santa Catarina de Sena (+1380), Ruysbroeck (+1381), Beato Raimundo de Cápua (+1399), São Vicente Férrer (+1419), São Bernardino de Sena (+1444), São João de Capistrano (+1456), Tomás de Kempis (+1471), Santa Catarina de Gênova (+1507), Barnabé de Palma (+1532), Francisco de Osuna (+1540), Santo Inácio de Loiola (+1556), São Pedro de Alcântara (+1562), São João d’Ávila (+1569), e tantos outros. Realmente se pode afirmar com justiça que estes santos, doutores, pregadores e mestres espirituais desconheceram em suas pregações a gratuidade da justificação do homem pela graça que na fé tem seu início? Obscureceram em seu tempo, “durante séculos”, “ao menos na pregação” ao povo, o entendimento da salvação como pura graça concedida pelo Senhor gratuitamente? As pregações de todos esses mestres e doutores, conservadas hoje em dia, são uma clara evidência de que isso não é certo; e ainda que tenhamos o mais nobre desejo de melhorar as relações com nossos irmãos luteranos, a solução não pode ser lançada injustamente contra os nossos antepassados na fé… DIFERENÇAS ENTRE A DOUTRINA CATÓLICA E A LUTERANA Para compreender quais são as diferenças reais que subsistem entre a doutrina católica e a luterana, temos que resumir, ainda que seja bem brevemente, os erros do ex-monge alemão: A concupiscência é sempre pecado Nós, católicos, cremos que se comete pecado ao consentir o impulso pecaminoso, não simplesmente ao senti-lo. Para Lutero, ao contrário, a concupiscência é pecado já em si mesma, formal e imputável. Este primeiro erro conduziu Lutero a uma vida de tormento, porque apesar de todas as boas obras que tentava fazer, não conseguia alcançar a paz interior ao sentir-se constantemente em pecado mortal e próximo da condenação eterna. Neste estado psicológico, Lutero foi conduzido ao seu segundo erro: a negação total da liberdade humana. O homem não é livre Tal como sustenta Lutero, em sua obra “De Servo Arbitrio”, o pecado original destruiu totalmente o livre arbítrio da pessoa humana. Para o ex-monge alemão, o homem é já incapaz de fazer alguma obra boa; portanto todas as suas obras, ainda que tenham uma aparência bela, são, não obstante e provavelmente, pecados mortais… E se as obras dos justos são pecado, como afirma sua conclusão, com maior motivo o são as dos que ainda não foram justificados. A doutrina católica ensina, ao contrário, que em razão do pecado original o livre arbítrio encontra-se debilitado, porém não aniquilado, e que ainda que para efetuar atos saudáveis (atos que conduzem à salvação) é imprescindível a graça de Deus, podendo realizar sem a ajuda da graça obras moralmente boas. O homem se justifica somente pela graça através da fé fiducial ou fé somente O terceiro erro de Lutero parte do anterior, pois conclui que se o homem não é livre, aqueles que se salvam o conseguem porque Deus lhes outorga a salvação de uma forma absolutamente passiva e extrínseca. O homem não coopera em nada para sua salvação, mas tudo se resolve pela certeza subjetiva de ter sido justificado pela fé graças à imputação dos méritos de Cristo. Basta aceitar Cristo como salvador e confiar em estar salvo para assegurar a salvação, independentemente se age conforme à vontade de Deus ou se descumpre os Mandamentos. A partir desta perspectiva, o homem continua sendo pecador, porém é declarado justo, de uma forma semelhante como se tomássemos um homem maltrapilho e sujo e o cobríssemos sem lavá-lo com uma túnica esplêndidamente branca. Ao olhar para ele, o Juiz miraria a túnica branca e resplandecente (que representa Jesus Cristo, o qual morreu por nossos pecados) ao invés da sujeira que se encontra debaixo dela. Nós, católicos, ao contrário, cremos que podemos cooperar na nossa justificação, não com nossas próprias forças, mas porque a graça nos inspira e nos capacita para fazê-lo. Cremos, ademais, que Deus não só nos declara justos, como também nos faz justos; que nos santifica e renova, de modo que, por meio da graça, somos uma nova criatura. Consequentemente, devemos viver como nova criatura. A fé deve fazer-se efetiva no amor, no cumprimento dos Mandamentos e nas obras de caridade. A doutrina luterana, ainda que piedosamente envernizada e ainda que pretenda dar primazia à graça, no fundo apresenta uma noção deficiente da mesma, crendo que ela é impotente na hora de transformar o homem, não o tornando verdadeiramente santo, conformando-se então por declará-lo somente justo, permanecendo imundo e pecador. Os justificados não podem perder sua salvação Se se conclui erroneamente que o homem se salva somente pela fé, é compreensível que se conclua que o crente justificado não pode perder sua salvação ainda que não obedeça os Mandamentos e cometa pecados graves. Daí que em 1521, a 1º de agosto, escreve Lutero em uma carta a Melanchthon: – “Se és pregador da graça, prega uma graça verdadeira e não fictícia; se a graça é verdadeira, deves cometer um pecado verdadeiro e não um fictício. Deus não salva os que são somente pecadores fictícios. Seja um pecador e peca audazmente, porém crê e alegra-te em Cristo ainda mais audazmente… enquanto estivermos aqui [neste mundo] temos que pecar… Nenhum pecado nos separará do Cordeiro, ainda que forniquemos e assassinemos mil vezes ao dia”. Nós, católicos, ao contrário, cremos que o crente justificado pode decair do estado de graça de Deus se comete pecado mortal. O Evangelho está cheio de advertências neste sentido. Cristo nos fala daquele ramo (crente) que deixa de dar fruto (fazer boas obras) e é cortado e lançado ao fogo (João 15); deixa claro que não somente aquele que confessa sua fé Nele entrará no Reino dos Céus, como também aquele que faz a vontade de Deus (Mateus 7,21). Quando o jovem rico pergunta a Jesus o que deve fazer para salvar-se, Ele lhe responde que cumpra os Mandamentos (Mateus 19,17). A epístola de São Tiago, em seu capítulo 2, contém praticamente uma refutação formal às teses de Lutero, a ponto de que este tentou por todos os meios excluí-la da Bíblia e a qualificou como “a epístola de palha”. OS ERROS DERIVADOS DA DOUTRINA DE LUTERO Porém, os erros de Lutero não acabaram ali e, como uma fila de peças de dominó que cai um atrás do outro, seguiram-se multiplicando. Nesse sentido pontualizou o cardeal Joseph Ratzinger: – “Lutero, após a ruptura definitiva, não só rejeitou categoricamente o papado, como também qualificou de idolátrica a doutrina católica da missa, porque via nela uma recaída na Lei, com a consequente negação do Evangelho. Reduzir todas estas confrontações a simples mal-entendidos é, no meu modo de ver, uma pretensão iluminista, que não indica a verdadeira medida do que foram aquelas lutas guiadas pela paixão, nem o peso da realidade presente em suas alegações. A verdadeira questão, portanto, pode unicamente consistir em nos perguntar até que ponto, hoje, é possível superar as posturas de então e alcançar um consenso que vai além daquele tempo. Em outras palavras: a unidade exige passos novos e não se realiza mediante artifícios interpretativos. Se em seu dia [a divisão] se realizou com experiências religiosas contrapostas, que não podiam encontrar espaço no campo vital da doutrina eclesiástica transmitida, tampouco hoje a unidade se forja somente mediante discussões multifacetadas, mas com a força da experiência religiosa. A indiferença é um meio de união tão somente na aparência” (Card. Joseph Ratzinger, “Igreja, Ecumenismo e Política: novos ensaios de eclesiologia”, Biblioteca de Autores Cristãos, Madri, 1987, pp. 120-121). Dito em linguagem simples: as diferenças existem e ignorá-las não fará que desapareçam, ponto este que tratarei a seguir. ESTAMOS HOJE DE ACORDO, CATÓLICOS E PROTESTANTES, NO QUE DIZ RESPEITO À DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO? O Papa Francisco, aludindo ao Acordo Católico-Luterano a respeito da justificação, de 1999[2], declarou em uma entrevista que “hoje em dia, os protestantes e os católicos estão de acordo quanto a doutrina da justificação”. Com todo o respeito que o Papa merece e compreendendo que este tipo de declaração pode ser motivada pela boa intenção de buscar uma aproximação entre católicos e protestantes, creio que se somos realistas temos que aceitar que a situação é bem diferente. Em primeiro lugar, teria que matizar que a referida declaração somente foi firmada pela Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial. Tal Federação representa apenas um conjunto de igrejas luteranas, as quais não abarcam nem 7% do protestantismo e nem sequer a totalidade do luteranismo. É um fato lamentável porém certo que a rejeição do acordo foi praticamente total pelas demais denominações cristãs, incluindo as batistas, metodistas, calvinistas, pentecostais, etc. E como fez notar acertadamente Luis Fernando Pérez em um artigo publicado em Infocatólica[3], inclusive dentro do próprio luteranismo tal acordo foi amplamente rejeitado por centenas de teólogos e pela Igreja Evangélica da Dinamarca (luterana), com um argumento cheio de senso comum: trata-se de um texto que o próprio Lutero teria rejeitado, pois se aproxima da doutrina católica sobre a justificação e se afasta do “sola fide” do ex-monge agostiniano alemão. O teólogo protestante José Grau explicou isso da seguinte maneira: – “O chamado Acordo sobre a Justificação, de 1999, da mesma forma que as conversações que serviram de prolegômenos nas duas últimas décadas do século XX, faz com a doutrina da justificação o mesmo que fez Trento com o agostinianismo: se aproxima semanticamente de Lutero (ainda que sem condená-lo nominalmente, especificamente, sem tampouco levantar a excomunhão vaticana que pesa sobre ele). E assim como em Trento a Igreja Romana descafeinou Agostinho (nota nossa: isto é falso), agora estes luteranos, de braços dados com os católicos, descafeínaram Lutero. O resultado prático não é outro senão a inutilização da ‘dinamite’ da mensagem reformada, luterana, protestante e sobretudo bíblica (o Evangelho é poder ‘dinamite’ de Deus ‘para salvação de todo aquele que crê’, Romanos 1:16), anulando a espoleta das doutrinas da graça mediante uma terminologia teológica que parece do agrado de todos quando lida de passagem, sem se aprofundar nos conceitos. Umas afirmações equilibram as outras de sinal diferente, sem entrar quase nunca no miolo fundamental da questão. Como escreve Pedro Puigvert, na carta a ‘La Vanguardia’ (de 05/11/1999): ‘Os católicos não cederam em nada, porque isso de confessar que a justificação é obra da graça de Deus o têm crido sempre, juntamente com a cooperação humana que agora resulta que também é fruto da graça, ainda que a Escritura o desminta quando diz: ‘Àquele que age não se lhe conta o salário como graça, mas como dívida; mas ao que não age e crê Naquele que justifica o ímpio, sua fé lhe é contada por justiça’ (Romanos 4:5-6). Roma ganhou a batalha doutrinária. Ah, se Lutero erguesse a cabeça!”. Pessoalmente, gostaria de compartilhar daquela apreciação do Papa e crer que os católicos e evangélicos verdadeiramente chegamos a professar uma mesma fé a respeito do tema “justificação”; porém, a crua realidade é outra: nem sequer os próprios protestantes, entre eles mesmos, estão de acordo neste tema. LUTERO TEVE RAZÃO NO QUE DIZ RESPEITO À DOUTRINA DA JUTIFICAÇÃO? Hoje está na moda dar razão a Lutero: é politicamente correto. Cremos agora, católicos e evangélicos, que o homem é justificado por meio da graça de Deus? Sim, porém sempre temos crido nisso. O problema está quando se afirma, a respeito das diferenças doutrinárias reais que existiram e existem entre a doutrina católica e a luterana, que Lutero era quem tinha razão. Se a doutrina de Lutero, que foi condenada dogmaticamente por um Concílio Ecumênico e dogmático, resulta na doutrina verdadeira, seria melhor apagar as luzes e irmos embora, porque então terão razão também os protestantes ao afirmarem que não precisamos nem de Papas nem de Concílios, já que se é como eles sustentam, [Papas e Concílios] podem equivocar-se quando definem aquilo que é dogma de fé. E se tudo se trata de um gesto diplomático, é necessário recordar, como nos foi sempre ensinado, que um ecumenismo que não encontra-se fundamentado na verdade não é um verdadeiro ecumenismo, e por mais que posemos juntos e sorridentes para as fotos, não estaremos mais próximos hoje uns dos outros como estávamos há 500 anos. —– NOTAS: [1] http://bit.ly/2GGuPoi [2] http://bit.ly/2FXfOO0 [3] http://bit.ly/2GGuBxs Livros recomendados O post Martinho Lutero tinha razão? apareceu primeiro em Bíblia Católica News. via Bíblia Católica Online #bibliacatolica Autor: José Miguel Arráiz Fonte: http://bit.ly/2FPXTvH Trad.: Carlos Martins Nabeto Já há algum tempo temos ouvido de altos prelados da Igreja reconhecimentos e elogios à figura de Lutero. Se tem dito de tudo, desde coisas moderadas (em que se admite que ele pode ter... http://bit.ly/1lMgdUI #bibliacatolica via Bíblia Católica Online
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eliseumachado11 · 7 years
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A Fé na Bíblia: Subjetiva ou Objetiva?
A fé descrita na Bíblia como uma condição principal da salvação é subjetiva ou objetiva? Antes de abordar esta pergunta importante, vamos esclarecer o significado dos termos. “Subjetivo é o oposto de objetivo. Um conhecimento subjetivo é aquele que depende do ponto de vista pessoal, individual, que não é fundado no objeto, mas condicionado somente por sentimentos e afirmações arbitrárias do sujeito. Um conhecimento objetivo é fundado na observação imparcial, é independente das preferências individuais” (Fonte: https://www.significados.com.br/subjetivo/).
É comum ouvir afirmações sobre a importância e o poder da fé. Quando ouvimos essas afirmações, podemos discernir entre os dois tipos de fé.
Em muitos casos, o conceito é de confiança em si, de pensamentos positivos ou de vibrações boas. São exemplos da fé subjetiva, onde a pessoa acredita em um resultado favorável porque seus sentimentos são bons.
Em outros casos, a fé comunicada é uma crença em uma coisa ou pessoa, com base em evidências da confiabilidade desse objeto da fé. Por exemplo, um médico pode afirmar sua confiança na eficácia de um certo procedimento cirúrgico, ou um construtor pode confiar nos cálculos da estrutura de um edifício porque conhece o trabalho do engenheiro responsável. A fé objetiva se baseia nas evidências examinadas.
Da perspectiva bíblica, qual tipo de fé Deus deseja de nós? Quando Paulo disse, por exemplo, que a salvação vem pela graça mediante a fé (Efésios 2:8), ele se refere a pensamentos positivos ou confiança no poder do Senhor para salvar pecadores? Paulo incentiva vibrações boas ou convicção dos fatos do evangelho?
Ao buscarmos nas Escrituras as respostas para essas perguntas, conseguimos tirar as nossas dúvidas e compreender a natureza da fé que Deus exige para a nossa salvação.
A fé necessária para a salvação é objetiva, não subjetiva. O único objeto válido da nossa fé é o próprio Senhor. Em um capítulo dedicado à demonstração da importância da fé, encontramos essa afirmação de introdução: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6). Quando Jesus conversou com seus discípulos nas horas antes da sua morte, ele disse: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim” (João 14:1). Por isso, Jesus abertamente afirmou a importância das evidências apresentadas (João 10:38; 20:27), e seus apóstolos se dedicaram à publicação dessas evidências por meio do seu testemunho (João 20:30-31; Atos 1:21-22; 4:20; Romanos 10:17; Hebreus 2:3-4; 1 João 1:1-3).
Percebemos que o ensinamento bíblico não focaliza o “tamanho” da nossa fé, e sim o “tamanho” do objeto dela. Jesus falou da eficácia da fé como uma pequena semente (Lucas 17:6). O erro fatal dos espiões de Israel não foi sua avaliação do seu tamanho diante dos seus adversários (gafanhotos diante de gigantes – Números 13:33), e sim a falta de confiança no Todo-Poderoso Deus que criou os gafanhotos e os gigantes! Paulo não achou conforto na sua própria força, e sim aprendeu confiar na força do Senhor: “Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2 Coríntios 12:10).
Essa ênfase bíblica na fé objetiva reduz a experiência espiritual a um exercício intelectualmente frio, sem emoção? De maneira alguma! Pelo contrário, quando temos a convicção da infinita grandeza de Deus e da profundeza do seu amor para com pessoas pecadoras, esse conhecimento estimula emoções profundas. A convicção do pecado produz tristeza e sentimentos de culpa (2 Coríntios 7:8-10; Atos 2:38). A crença na justiça de Deus causa medo (Hebreus 10:27). A confiança em Jesus como Salvador causa alegria (Romanos 5:10-11). Sentimentos são resultados das crenças, e nunca devem ser a base da nossa fé. Mas quando examinamos as evidências e chegamos à convicção da veracidade do evangelho, sentimos alegria e paz provenientes da esperança que vem do Senhor:“E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Romanos 15:13).
-por Dennis Allan
http://www.estudosdabiblia.net/jbd582.htm
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ser-ei-a-blog · 8 years
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Sol em Leão
Como ocorre com pessoas de outros signos de fogo, leoninos às vezes não percebem facilmente as necessidades e os sentimentos alheios. Alguns não suportam seguir conselhos ou regras, já que a limitação da obediência lhes parece terrivelmente frustrante. Mesmo que, às vezes, reconheçam secretamente que há sabedoria nos conselhos alheios, seu orgulho não lhes permite aceitá-los facilmente. O negócio dos leoninos é dar conselhos, não aceitá-los. Como odeiam se ajustar às limitações da realidade e adoram coisas nobres e elegantes, não é incomum encontrar um leonino cujo estilo de vida esteja acima de suas posses. Inconscientemente, ele espera que os outros cuidem das coisas que considera menos nobres, já que tem coisas mais importantes para pensar e fazer. Ás vezes, não consegue conceber que o mundo não gira à sua volta. Não gosta muito de dividir o palco, e sempre tenta encontrar uma maneira de recuperar o lugar que julga merecer.
A pessoa que nasce com o Sol em Leão tem necessidade de encontrar um significado para sua vida e para conseguir isso, às vezes, se coloca no papel de provedora magnânima, de doadora desinteressada, de criadora e protetora dos fracos, etc. Você precisa ficar atenta para que sua visão objetiva não seja ofuscada pelo brilho de seu ego, o que poderia levá-la à perda de parâmetros de justiça. Pode assumir uma postura de déspota benevolente e generosa, aquele tipo que gosta de dar conselhos não solicitados e completar com a frase: “Eu sei o que é melhor para você”. O pior é que pode se ressentir seriamente se não lhe dão ouvidos. Você costuma ficar indignada diante da mesquinhez, da maldade, do ciúme insano, das baixezas comuns além dos muros do castelo. E fica frustrada ao perceber que nem sempre o bem e o mal são facilmente identificáveis, que há uma enorme variação de matizes de cinza entre o branco e o preto.
Você se esforça para honrar a palavra, cumprir os compromissos e agir dentro de um código de ética inequívoco, já que não suporta deslealdade e vileza. Pode se sentir infeliz se tiver que lidar constantemente com as pequenas e prosaicas necessidades do cotidiano. Precisa ser importante para os outros e pode ficar magoada se isso não acontece. Sonha alto, gosta de pintar a vida com cores fortes, mas detesta ter que lavar os pincéis depois. Pode ser muito autoconfiante e generosa, até extravagante e exibicionista.
Geralmente, você é protetora e capaz de atos nobres e grandes sacrifícios, embora possa se desencantar com as pequenas coisas, as pequenas concessões que temos que fazer e as pequenas restrições a que somos submetidos numa relação afetiva. Você precisa se orgulhar do parceiro, que tem que entender a nobreza que a relação exige. Gosta de grandes gestos e pode dar grandes demonstrações de seu amor devotado, embora não goste dos mártires.
Você tem tendência a agir de uma maneira direta e assertiva, mas sempre elegante. Dependendo do ascendente e da configuração geral do mapa, também pode ser calma, introvertida, e até tão tímida que não consegue descobrir quem é e se torna dependente da aceitação alheia, já que sente necessidade que gostem e precisem de você. Mesmo o mais pomposo dos leoninos no fundo precisa da aprovação alheia, e reconhece seus erros com humildade, mesmo que apenas secretamente. Precisa aprender a rir de si mesma, a ver as coisas com menos dramaticidade e com mais humor. Pode ser tradicional, vaidosa, precisa ser admirada, tem grandes sonhos e faz grandes planos. Normalmente, é trabalhadora, porque afinal, sabe apreciar as coisas boas da vida e sabe que tem de trabalhar para obtê-las. Mas às vezes, também pode cultivar o ócio por longos períodos, descansando ou simplesmente dormindo e ser tão generosa que é como se o dinheiro escapasse por entre seus dedos, como grãos de areia na ventania. Tem vitalidade, boa saúde e forte poder de recuperação, talvez por isso, raramente fique deprimida por muito tempo. Felizmente, seu entusiasmo e sua fé na vida parecem renovados a cada nascer do sol. Como um leão na savana, pode literalmente rugir por algum tempo, mas depois que as coisas se resolvem, você se acalma e não guarda rancor.
Para o leonino o amor é mítico, exaltado, sublime, romântico, dramático. Como tem extrema necessidade de reconhecimento e agradecimento, gosta mais de dar do que receber, porque isso o coloca em situação de receber a gratidão do parceiro. Por isso, um leonino é diferente de um libriano, para quem o amor é uma parceria, que envolve troca em busca do equilíbrio. Para um leonino, o amor é um ato criativo de sua vontade, e ele é o centro gravitacional da relação. Para que isso se torne realidade, ele sabe transformar um romance numa experiência mágica, algo realmente especial. Leão é temperamental e ígneo, até mesmo gosta de uma boa disputa, desde que seja elegante e regida pela lealdade, e nem imagina que possa ser vítima de traição ou ações indignas e vergonhosas. Isso porque normalmente não olha para baixo, nem gosta das profundezas desconhecidas. Sempre há algo fascinante num leonino. Pode não ser bonito, nem sexy, mas de alguma forma é sempre atraente. Seus relacionamentos são sempre interessantes, mas raramente calmos. Estigma: a síndrome do “Eu sei tudo”.
Mitos: Além dos diversos mitos do Herói em várias culturas, há o mito de Parsifal, que não sabia quem era seu pai e que larga a vida segura em busca de aventura e do símbolo da elevação espiritual. Um dia ele tem uma visão: um rei está ferido por uma flecha envenenada quando surge uma bela mulher trazendo uma espada e uma faca numa bandeja, e Parsifal pergunta: O que significa isso? E uma voz lhe responde que aquela era a pergunta mágica que salvaria a vida do rei, que em troca lhe daria o castelo e a mão da princesa. O elemento é fogo, o modo é fixo e o regente de Leão é o Sol. Leão é um signo de natureza apaixonada e orgulhosa. Criatividade, nobreza, lealdade, senso de justiça e dignidade são palavras comumente usadas quando nos referimos a uma pessoa que nasceu com o Sol em Leão. As partes do corpo associadas são: coração, olhos, coluna, costas, aorta e coronárias. A expressão associada é: Eu Crio.
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alvaromatias1000 · 4 years
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Crepúsculo da Democracia: Uma Resenha
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Anne Applebaum é vencedora do Pulitzer Prize com o livro intitulado “Crepúsculo da Democracia” (Twilight of Democracy – The Seductive Lure of Authoritarianism. Penguin Random House LLC, 2020). Norte-americana, ela se radicou na Polônia. Seu marido, no réveillon de 1999, era vice-ministro das Relações Exteriores do governo polonês, depois foi ministro da Defesa e das Relações Exteriores. A autora é ótima contadora de histórias políticas, vivenciadas pessoalmente. Sua narrativa é cativante. A mente humana aprecia boas estórias.
Na festa do fim do milênio, os convidados acreditavam em democracia, no Estado de Direito e na Polônia. Como país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), estava em vias de ingressar na União Europeia, parte integrante da Europa moderna. Nos anos 90, lá, era esse o significado de estar “à direita”: os conservadores, os anticomunistas, os neoliberais – liberais pró-livre mercado sem os valores liberais clássicos de defesa dos direitos de minoria –, talvez “thatcheristas”.
Naquele momento, com a Polônia na iminência de se integrar ao Ocidente, tinha-se a impressão de todos torcerem pelo mesmo time. Concordavam sobre a democracia, o caminho para a prosperidade, e o rumo tomado pela Nação.
Aquele momento passou. Decorridas quase duas décadas, aquelas pessoas mudam de calçada para evitar encontros. Cerca de metade dos convidados nunca mais falaria com a outra metade. Os estremecimentos são políticos. Hoje, a Polônia é uma das sociedades mais polarizadas da Europa – uma grave cisão divide não só o que costumava ser a direita polonesa, mas também a tradicional direita húngara, a direita italiana e ainda, com certas diferenças, a direita britânica e a direita norte-americana.
Applebaum compara a situação atual com a anterior à II Guerra Mundial. A maioria dos amigos pertencentes à direita, um por um, foram atraídos pela ideologia fascista. Passaram a demonstrar convicção cega e arrogância ao deixar de se identificarem como europeus e passarem a se qualificar como “nacionalistas de sangue e solo”. Eles descambaram para o pensamento conspiratório ou se tornaram irrefletidamente rudes.
Hoje vem ocorrendo transfiguração semelhante na Europa, onde Applebaum habita, e na Polônia, um país cuja cidadania obteve. Mesmo depois do colapso financeiro global de 2008, o país não passou por nenhuma recessão. A onda de refugiados, embora tenha atingido outros países europeus, não chegou lá. Na Polônia, não existem campos de migrantes, nem há terrorismo islâmico ou terrorismo de qualquer gênero.
Os ideólogos ultranacionalistas, talvez não sejam todas pessoas tão bem-sucedidas quanto gostariam, mas não são gente pobre nem do meio rural, nem são, de modo algum, vítimas da transição política. Tampouco constituem uma subclasse empobrecida. Ao contrário, são pessoas instruídas, falam diversas línguas e viajam para o exterior.
O que terá causado essa transfiguração? Alguns dos ex-amigos teriam sempre sido autoritários enrustidos? A explicação, infelizmente, é universal. Dadas as devidas circunstâncias, qualquer sociedade pode se voltar contra a democracia. Aliás, a julgar pela história, todas as sociedades acabarão por fazê-lo.
Todos esses debates têm em seu cerne questões políticas fundamentais. A quem cabe definir uma Nação? E a quem, por conseguinte, cabe conduzir uma Nação?
De acordo com a Psicologia Comportamental, cerca de um terço da população de qualquer país tem a chamada de predisposição autoritária. Favorece à homogeneidade e à ordem. Pode estar presente sem necessariamente se manifestar. Ao contrário dela, uma predisposição libertária, privilegiando a diversidade e a diferença, também pode estar presente silenciosamente em certo número de pessoas rebeldes.
A definição de autoritarismo não é política e não é semelhante a conservadorismo. O autoritarismo apela, simplesmente, a pessoas incapazes de tolerar a complexidade: não há nada intrinsecamente “de esquerda” ou “de direita” neste instinto. É anti-pluralista. Suspeita de pessoas com ideias diferentes. É alérgico a debates acirrados.
Se os possuidores derivam sua política do marxismo ou do nacionalismo, isso é irrelevante. É um estado de espírito, não um conjunto de ideias.
Mas os teóricos muitas vezes deixam de lado outro elemento crucial no declínio da democracia e na construção da autocracia. A mera existência de pessoas admiradoras dos populistas demagogos ou mais confortáveis ​​em ditaduras não explica totalmente por que os demagogos vencem.
O ditador quer governar, mas como ele atinge aquela parte do público com o mesmo sentimento totalitário? O político iliberal quer minar os tribunais para se dar mais poder, mas como ele persuade os eleitores a aceitar essas mudanças?
Nenhum autoritário contemporâneo pode ter sucesso sem os escritores, intelectuais, panfletários, blogueiros, spin doctor [assessor de político ou marqueteiro hábil em tornar a imagem deste aceitável ou simpática à opinião pública], produtores de programas de televisão e criadores de memes. Eles vendem sua imagem ao público.
Os autoritários precisam das pessoas capazes de promover o golpe eleitoral populista. Mas também precisam de pessoas capazes de usar uma linguagem jurídica sofisticada, ou seja, pessoas com argumentos para violar a constituição ou distorcer a lei.
Eles precisam de pessoas capazes de, via algoritmos encaminhados para os segmentos certos, dar voz às queixas, manipularem o descontentamento, canalizarem a raiva e o medo, propagandear uma Teoria da Conspiração e um futuro imaginário diferente. Eles precisam de membros da elite intelectual e culta. Esses cúmplices os ajudam a lançar um boicote midiático e financeiro contra o resto da elite intelectual e culta, mesmo se isso incluir seus colegas de universidade, seus colegas profissionais e seus ex-amigos.
Designo essa nossa gente com a expressão casta dos sábios-intelectuais ou sacerdotes. Os dissidentes evangélicos constituem a casta dos sabidos-pastores. Todos somos, no fundo, pregadores de ideologia e/ou religião se não respeitarmos o método científico.
Pior, o Estado de Partido Único Iliberal, agora o desejado por todo populista, foi desenvolvido por Lenin. O fundador da União Soviética certamente será lembrado não apenas por suas crenças marxistas, mas como o inventor dessa forma duradoura de organização política. É o modelo adotado por muitos dos atuais autocratas do mundo.
O Estado Iliberal não é uma filosofia marxista. É um mecanismo para manter o poder e funciona a favor de muitas ideologias. Funciona porque define quem pode ser a elite. Pertence à nomenclatura, isto é, está sujeito à nomeação para cargos políticos.
Nas monarquias, o direito de governar era concedido à aristocracia. Ela se definia por códigos de educação e etiqueta. Nas democracias ocidentais modernas, o direito de governar seria garantido, em tese, por diferentes formas de competição: campanha e votação, testes de méritos para acesso ao ensino superior e ao serviço público, mercados livres para empreendedores com iniciativa particular.
Antes, a maioria presumia a competição democrática ser a forma mais justa e eficiente de distribuir o poder. Os políticos mais competentes deviam governar. As instituições do Estado deviam ser ocupadas por pessoas qualificadas. As disputas entre elas deviam ocorrer em igualdade de condições para garantir um resultado justo.
O Estado de Partido Único, adotado por Lenin, era baseado em valores diferentes. Ele derrubou a ordem aristocrática, mas não colocou um modelo competitivo em seu lugar.
Não é apenas antidemocrático, também é anticompetitivo e antimeritocrático. Cargos em universidades, empregos de direitos civis e funções no governo e na indústria não vão para os mais trabalhadores ou mais capazes: vão para os mais leais.
Os indivíduos avançam não mais por causa do talento pessoal, mas porque estão dispostos a se conformar às regras do Partido. Essas regras geralmente excluem a ex-elite governante e seus filhos. Favorecem, por exemplo, os filhos da classe trabalhadora ou da casta de militares. Acima de tudo, favorecem as pessoas capazes de professar abertamente a fé no Partido: são militantes fieis e seguidores acríticos do líder.
Ao contrário de uma oligarquia comum, o Estado de Partido Único permite a mobilidade ascendente: os verdadeiros crentes podem progredir. Essa é a fonte de atração do autoritarismo para pessoas ressentidas ou malsucedidas. Invariavelmente, substitui todos os talentos de primeira linha, independentemente de suas simpatias, por malucos e tolos, cuja falta de inteligência e criatividade é a garantia de sua lealdade.
O populista desdenha a ideia de um Estado Neutro com funcionários apolíticos e uma mídia objetiva. Considera a liberdade de imprensa “um engano”. Zomba da liberdade de reunião e expressão. Considera a democracia parlamentar um meio para a supressão da classe trabalhadora ou de militares. A imprensa pode ser livre e as instituições públicas podem ser justas, apenas depois de serem controladas por castas de natureza ocupacional – por meio do Partido. O populismo de direita adotou esse legado leninista.
Publicado originalmente em:
Crepúsculo da Democracia: Uma Resenha, por Fernando Nogueira da Costa
Crepúsculo da Democracia: Uma Resenha publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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alvaromatias1000 · 5 years
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Fábrica da Ford: leitor advogado presta esclarecimentos jurídicos
O leitor Fernando Salomão, advogado, entrou em contato com o NA oferecendo-se para esclarecer dúvidas jurídicas que nossos leitores possam ter a respeito do caso da fábrica da Ford Caminhões. Ele é leitor do NA e já atuou em diversos casos relacionados com a Lei Ferrari, inclusive concedendo entrevista para o Jornal do Brasil a respeito da mesma.
Publicamos abaixo seu texto, na íntegra:
Em atenção ao requerimento de esclarecimentos jurídicos encaminhado por este renomado veículo de comunicação, encaminho abaixo nossas considerações preliminares sobre o caso do encerramento das operações da Ford Caminhões no Brasil, com possível venda de unidade produtiva (ou licenciamento de produção) para o Grupo CAOA.
O Setor Automotivo em geral ainda sofre os efeitos da profunda crise político-econômica instaurada no país nos últimos 5 anos. Percebe-se uma recuperação significativa no último biênio, mas o desempenho de vendas ainda está aquém dos tempos econômicos dourados, principalmente no ramo de caminhões.
Como resultado, há mudanças significativas nos players e estratégias de mercado, tendo como último acontecimento o anúncio de encerramento das operações realizado pela Ford Caminhões, que fechou o ano de 2018 com Market Share de aproximadamente 12% no setor de caminhões.
Nesta esteira, há especulação em relação à venda da unidade produtiva (ou licenciamento de produção) para o Grupo CAOA, não havendo confirmação, ainda, da retratada operação pelas empresas envolvidas. Do mesmo modo, não há confirmação sobre a produção de caminhões Ford e/ou Hyundai, ou sobre a intenção de manutenção da atual rede de concessionários.
Neste imbróglio, questiona-se o que acontecerá com a Rede atual de concessionários, e quais os desdobramentos jurídicos que o encerramento da Montadora Ford poderá acarretar perante sua rede de concessionários.
Cumpre esclarecer, inicialmente, que a relação entre Montadora/Fabricante de veículos (Concedentes) e distribuidores (concessionárias) é regulamentada por lei especial, a Lei nº 6.729/79, conhecida como “Lei Renato Ferrari”.
O retratado diploma legal estipula obrigações e direitos para os agentes econômicos que exploram o ramo de distribuição e comercialização de veículos automotores no território nacional. Deste modo, todas as manifestações de vontade jurídicas por parte dos agentes econômicos que exploram este ramo devem ser regidas e regulamentadas, necessariamente, pelas normas e princípios exarados pela Lei nº 6.729/79.
No dispositivo legal em questão, há expressa estipulação (art. 22, III) de que “a cessação das atividades da contraente” constitui justa causa para a resolução do contrato.
Deste modo, ocorrendo a cessação das atividades da Ford Caminhões, os concessionários farão jus às indenizações previstas na Lei 6.729/79, sem prejuízo de eventual apuração de outras indenizações aplicáveis à espécie.
Neste caso, para os concessionários com contrato de concessão de prazo indeterminado, a Montadora deverá repará-los da seguinte forma: (I) “readquirindo-lhe o estoque de veículos automotores, implementos e componentes novos, pelo preço de venda ao consumidor, vigente na data da rescisão contratual”; (ii) “comprar-lhe os equipamentos, máquinas, ferramental e instalações à concessão, pelo preço de mercado correspondente ao estado em que se encontrarem e cuja aquisição o concedente determinara ou dela tivera ciência por escrito sem lhe fazer oposição imediata e documentada, excluídos desta obrigação os imóveis do concessionário”; (iii) “pagando-lhe perdas e danos, à razão de quatro por cento do faturamento projetado para um período correspondente à soma de uma parte fixa de dezoito meses e uma variável de três meses por quinqüênio de vigência da concessão, devendo a projeção tomar por base o valor corrigido monetariamente do faturamento de bens e serviços concernentes a concessão, que o concessionário tiver realizado nos dois anos anteriores à rescisão”; e (iv) “satisfazendo-lhe outras reparações que forem eventualmente ajustadas entre o produtor e sua rede de distribuição”.
Para os concessionários com contrato de concessão de prazo determinado, estes farão jus ao recebimento da mesma indenização descrita acima, tendo apenas adequações no que tange ao cálculo da indenização e da data base para a apuração das obrigações a serem satisfeitas pela Montadora, nos termos do art. 25 da Lei 6.729/79.
O cálculo em questão constitui um passivo de grandes proporções para a Ford, considerando o número de concessionários e o alto valor a título de reparação envolvido, tendo a própria Montadora estimado um custo total de cerca de U$$ 460.000.000,00 (quatrocentos e sessenta milhões de dólares) para o encerramento das operações, segundo o site globo.
Não obstante o exposto, parte desse passivo pode ter sido incluído na eventual negociação com o Grupo CAOA, que poderá, inclusive, manter a regular produção dos caminhões Ford e aproveitar a rede de concessionários já existente.
Neste cenário reside o maior ponto de discussão jurídica sobre o tema: Concretizando-se a operação com o Grupo CAOA, com a regular manutenção de produção dos caminhões Ford (seja por licença ou aquisição da empresa), poderão os concessionários insatisfeitos com a operação pleitear a rescisão do contrato de concessão?
A análise específica dependerá da forma jurídica adotada pelas empresas para concretizar a operação em questão, sendo certo não haver, ainda, detalhes que possibilitem um estudo aprofundado sobre o tema.
Contudo, sob qualquer ângulo de análise, poder-se-á aplicar princípios contratuais ao caso concreto, em especial a boa-fé objetiva e legítima expectativa contratual. Com definição herdada do Treu und Glauben do Código Civil Alemão (Leistung nach Treu und Glauben. Der Schuldner ist verpflichtet, die Leistung so zu bewirken, wie Treu und Glauben mit Rücksicht auf die Verkehrssitte es esfordern – §242), a boa-fé objetiva pode ser caracterizada de maneira geral como “proteção à confiança e lealdade recíprocas” (vide observação no final do texto) .
Ao firmarem os contratos de concessão com a Ford Caminhões, os concessionários – que possuem diversas obrigações contratuais e legais, o que demanda investimentos de grande monta em infraestrutura e funcionários – depositaram na retratada empresa uma confiança contratual, pautada, principalmente, na imagem que a FORD MOTOR COMPANY construiu ao longo de sua história (fundada em 1903), como uma empresa de sucesso global.
Seja qual for a eventual operação adotada pela FORD/CAOA, constata-se no caso que a legítima expectativa contratual inicial dos concessionários foi frustrada – agravada, ainda, pelo impacto do anúncio do encerramento das operações na América do Sul – o que pode fundamentar um pleito de rescisão contratual por justa causa, mesmo que todas as operações sejam mantidas pela CAOA, sem qualquer alteração.
Ademais, na grande maioria das operações possíveis, optando pela manutenção da rede de concessionários, a CAOA deverá realizar aditamentos contratuais com os concessionários, que poderão discordar da operação.
Portanto, sob qualquer ângulo de análise, as implicações oriundas do encerramento das operações da FORD Caminhões no Brasil transcendem o aspecto de geração de empregos diretos e arrecadação de impostos – que, por si só, constitui uma perda social de grandes proporções – abarcando, ainda, a rede de concessionários, que deverá ser reparada para que o capital seja reinvestido no mercado brasileiro, mitigando os impactos sociais iminentes.
OBS: Conforme disposto por Anderson Schreiber, “embora nosso Código Civil não tenha definido conceitualmente a boa-fé objetiva, nem indicado parâmetros para sua conceituação, a farta produção existente em torno do tema na doutrina alemã e também portuguesa permitiu a gradativa delimitação do seu significado na experiência jurídica brasileira. Mesmo a vagueza de expressões abertas como “proteção à confiança e lealdade recíprocas” – fórmula herdada, como se sabe, do Treu und Glauben do Código Civil Alemão (BGB, §242) – que trazia inquietação à parcela mais conservadora da doutrina brasileira, foi progressivamente contornada pela construção de um elenco de deveres de conta impostos pela boa-fé, os quais resultam, por sua vez, em um conjunto de situações tipo, comportamentos inadmissíveis, condutas vedadas e outras noções aplicativas que procuram assegurar maior uniformidade no manejo da boa-fé objetiva” – Equilíbrio contratual e dever de renegociar / Anderson Schreiber – Saraiva, pág. 27).
Fernando Mancilha Salomão Advogado Cível e Empresarial Navarro, Botelho, Nahon & Kloh Advogados
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alvaromatias1000 · 5 years
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Auxílio Básico Universal e Vida com Significado
Yuval Noah Harari, no livro “21 lições para o século 21” (São Paulo: Companhia das Letras; 2017), o objetivo do auxílio básico universal é o atendimento às necessidades humanas básicas, mas não existe uma definição aceita para isso.
Do ponto de vista puramente biológico, um Sapiens precisa de 1,5 mil a 2,5 mil calorias por dia para sobreviver. Tudo o que exceder isso é luxo. Mas, além e acima dessa linha de pobreza biológica, toda cultura na história definiu necessidades adicionais como sendo “básicas”.
O que uma educação básica deve incluir: ler e escrever apenas, ou também programar computadores e tocar violino? Seis anos de ensino fundamental, ou até o doutorado?
E quanto à saúde? Se em 2050 os avanços da medicina possibilitarem retardar os processos de envelhecimento e estender significativamente a duração da vida humana, os novos tratamentos estarão disponíveis para 10 bilhões de humanos no planeta, ou só para uns poucos bilionários? Se a biotecnologia habilitar os pais a aprimorar seus filhos, isso será considerado uma necessidade humana básica, ou veremos o gênero humano dividir-se em diferentes castas biológicas, com super-humanos ricos desfrutando de capacidades que superam as de Homo sapiens pobres?
Não importa como definamos “necessidades humanas básicas”, se todos desfrutarem delas gratuitamente, elas deixarão de ser um problema. Então, as ferrenhas competições e lutas políticas estarão focadas em luxos não básicos — sejam elegantes carros autodirigidos, acesso a parques de realidade virtual ou corpos incrementados pela bioengenharia. Mas, se as massas de desempregados não dispuserem de ativos econômicos, é difícil ver como poderiam algum dia esperar obter tais luxos.
Consequentemente, a brecha entre os ricos (diretores e acionistas empresas de alta tecnologia) e os pobres (os que dependem da renda básica universal) poderia se tornar não apenas maior, mas intransponível.
Daí mesmo um programa de auxílio universal garantindo às pessoas pobres, em 2050, serviços de saúde e educação muito melhores que os de hoje, elas ainda poderão estar extremamente raivosas com a desigualdade global e a falta de mobilidade social. As pessoas sentirão o sistema [capitalista?] estar contra elas e o governo só atender aos super-ricos. Logo, o futuro será ainda pior para eles e seus filhos.
O Homo sapiens simplesmente não é programado para se satisfazer. A felicidade humana depende menos de condições objetivas e mais de nossas próprias expectativas, daquilo que esperamos obter. As expectativas, contudo, tendem a se adaptar às condições, inclusive à condição de outras pessoas.
Quando as coisas melhoram, as expectativas inflam, e consequentemente até mesmo uma melhora dramática das condições podem nos deixar tão insatisfeitos quanto antes. Se o auxílio básico universal visa a melhorar as condições objetivas de uma pessoa mediana em 2050, ele tem uma boa probabilidade de sucesso. Porém, se visa a fazer as pessoas ficarem subjetivamente mais satisfeitas com seu quinhão e evitar o descontentamento social, é provável que fracasse.
À medida que a IA e robôs puserem os humanos fora do mercado de trabalho, a vida de todas as pessoas em busca por um significado em sua vida e uma comunidade pode suplantar a busca por emprego. Se conseguirmos combinar uma rede de segurança econômica universal com comunidades fortemente cooperativas e ocupações dotadas de sentido (criativo, artístico ou espiritual), perder nossos empregos para os algoritmos pode na verdade mostrar-se uma bênção.
No entanto, a perda do controle sobre nossa vida é um cenário muito mais assustador. Não obstante o perigo de desemprego em massa, o que deveria nos preocupar ainda mais é a transferência da autoridade de humanos para algoritmos, o que poderia destruir qualquer fé remanescente na narrativa liberal e abrir o caminho para o surgimento de ditaduras digitais.
Auxílio Básico Universal e Vida com Significado publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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