#quilha
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Naquele estreito pedaço de terra estou esperando meu amor,
As luzes são acesas no topo dos penhascos próximos, para guiar
Ele de cima, mas a tempestade que passou carrega
Quilha e mastro de alguns filhos azarados cavalgam,
E agora espero na areia gelada pela maré que chega.
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Fiz ranger as folhas de jornal Abrindo-lhes as pálpebras piscantes. E logo De cada fronteira distante Subiu um cheiro de pólvora Perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos Nada de novo há No rugir das tempestades Não estamos alegres, É certo, Mas também por que razão Haveríamos de ficar tristes?
O mar da história É agitado. As ameaças E as guerras Havemos de atravessá-las. Rompê-las ao meio, Cortando-as Como uma quilha corta As ondas.
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Silêncio, solidão e o silvo das águas na quilha. Promessa de mais silêncio na imensidão... De águas sem histórias, sem glórias... só ilhas.
-- Alê Rosa Paula
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De um exílio passado entre a montanha e a ilha Vendo o não ser da rocha e a extensão da praia. De um esperar contínuo de navios e quilhas Revendo a morte e o nascimento de umas vagas. De assim tocar as coisas minuciosa e lenta E nem mesmo na dor chegar a compreendê-las. De saber o cavalo na montanha. E reclusa Traduzir a dimensão aérea do seu flanco. De amar como quem morre o que se fez poeta E entender tão pouco seu corpo sob a pedra. E de ter visto um dia uma criança velha Cantando uma canção, desesperando, É que não sei de mim. Corpo de terra. Hilda Hilst
In: Exercícios (2003)
#citou#hilda hilst#literatura#literatura brasileira#poesia brasileira#escritoras brasileiras#poemas#poesias#quotes#citações
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O construtor naval de Cingapura ST Engin... https://tradeemais.com/singapura-lanca-quilha-para-primeira-nave-mae-drone?feed_id=11559&_unique_id=672cc7eaa2af8
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Eu tenho a alma errante e vago nesta terra a sonhar maravilhas...
Não paro um momento! Eu busco inquieto meu sonho inconstante...
Eu sou como as asas, as velas e as quilhas dos barcos, as nuvens, o vento... eu sinto uma estranha delícia em tudo que passa e não dura, em tudo que foge e não para...
Paz e bem! Lucas Lima
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O barco, chamado Carpe Diem, de bandeira espanhola, estava deixando para trás as terras baixas da Inglaterra, também conhecido como Brighton, por onde os barcos atravessavam o rio Clyde.
Sua imagem tinha a aparência do cotidiano e a profundidade do que não se acaba.
Era um barco que ia ou vinha – como é que um leigo poderia saber isso? –, que afundava até o limite do seu calado, mostrando que seus compartimentos de carga estavam bem cheios, e que iniciava sua viagem com a comedida quietude de quem vai embora sem fazer ruídos, como se quisesse não incomodar.
Dentro de alguns minutos viraria para o norte, Clyde acima, até chegar à baía de Brighton e daí penetrar no canal da mancha e na imensidão do oceano Atlântico; e depois...
Hong Kong, Barcelona, Nova York. Ou nenhum desses nomes, ou talvez todos.
Nova Zelândia.
Remus suspirou ao evocar esta palavra. O mundo era grande demais. E a Nova Zelândia parecia encontrar-se num de seus confins.
Deu de ombros sem perceber.
— Aposto que você nem mesmo está na Nova Zelândia — disse para o barco, cuja quilha singrava solene e silenciosamente as águas escuras do rio. — Pode ser que você esteja aqui, em alguma parte da Inglaterra, há muito tempo.
O barco afastou-se, com sua silhueta branca e preta reportando-se contra as docas do oeste, do outro lado do Clyde. Atrás de Remus, o trânsito da rua Strand rugia anunciando a hora do almoço.
O rapaz não se mexeu.
Nos últimos meses, a cidade estava virada no caos, e Remus ficava no estúdio durante o dia ou ao anoitecer, trabalhando. Era como acompanhar uma grande mudança: nunca tinha dado importância à coisas da cidade mas agora reparava o quanto ela mudava, dia após dia, era muito estranho.
Remus balançou a cabeça cheia de pensamentos nevoeiros. Afinal, fazia quase dez anos que ele lhe perguntara se queria ir junto e dez anos é tempo demais.
Não teria deixado a mãe sozinha, nada teria para ele fazer na Nova Zelândia. Por fim, seria feliz vivendo uma existência aventureira, em contraste com a monotonia que imperava agora, ou, pelo contrário, teria acabado abandonado num orfanato?
Ouviu nitidamente o sino da catedral anglicana. Levantou-se a contragosto, sacudindo a poeira das calças. No norte, a concentração de nuvens era nitidamente compacta, mostrando uma fila negra, que parecia um mau presságio. Por sua imaginação criativa passou algumas cenas: o Carpe Diem lutando bravamente contra a tormenta, cujas enormes ondas varriam o convés. Os homens prendiam a carga, sem se preocupar com a tempestade. Tinham a pele queimada do sol e todos eles transpiravam coragem, por suas mulheres e filhos, esperando-os em alguma parte. E voltariam.
Uma coisa que seu pai não fizera.
Deu as costas para o Clyde. Frente a ele estava Brighton, apenas uma entre outras grandes cidades, repleta de presente e de passado e revelando um pouco do seu futuro.
Atravessou a rua Strand rumo à Paisley e viu o amigo, James Potter, e o resto da equipe na banca de jornal da esquina.
Ao se aproximar, Potter exclamou antes de abraçá-lo:
— Lupin, bom ver você!
Remus enfiou as mãos no bolso do casaco e sorriu.
— Se não me engano, vi você hoje cedo.
James riu e passou o braço pelos ombros de Remus, os dois foram andando rua abaixo.
— Bem, sempre estou com saudades.
Um homem que passava por eles girou o pescoço para Potter, encarando os dois com incredulidade. James encarou o homem de volta e piscou um olho, o homem fez uma careta.
— Pare de afrontar — sibilou Remus.
— Não fiz nada — resmungou James, olhando para trás apenas para certificar-se de que o homem foi engolido pela multidão. — Quer fumar antes de voltar para o estúdio?
Remus sorriu.
— O tempo e a maré não esperam por ninguém.
James riu, essa era sua frase.
— Vamos lá!
Juntos, eles seguiram para o estúdio, um prédio majestoso em Hampshire
O Karlskrona e o Golfo das Estrelas ancoraram próximos um do outro em King's Docks, o primeiro arvorando sua bandeira sueca e o segundo, apesar do nome em inglês, arvorando a bandeira panamá. Lily conhecia quase todos.
O marinheiro desceu os degraus do Golfo das Estrelas, um pacote em ruínas que milagrosamente flutuava. Ele estava carregando uma mochila comum, cumprimentou o oficial de plantão e pisou no chão com um sorriso, então ele começou a andar.
O lugar de Lily, calmo e despreocupado, era estratégico. Ela estava em cima de uma parede. O porto no verão a atraiu sem saber explicar o motivo. Ela também não se importava, costumava ir por seu instinto. O porto, e sobretudo as suas gentes, eram a liberdade, o paradigma do inescrutável, o mistério do desconhecido. Levavam nos olhos o reflexo das estrelas de outros céus, e nos sapatos a poeira de outras estradas, de cidades fascinantes. Tinham mil histórias guardadas na cabeça, e a sensação de andar em círculos, sem chegar a lugar nenhum, como às vezes ela fazia.
E isso nunca mudou em Sidney.
— Você é Halloran? — perguntou
— Parker mandou você?
— Não. Um colega seu me disse que você pode ter discos para vender. O nome dele é Norman.
O marinheiro estava ao seu lado, e o saco no chão, embora segurado com força pela mão direita.
— De fato, eu tenho — acenou o homem.
— Que tipo de discos? — ela perguntou desconfiada.
— Discos — repetiu o homem, como se isso bastasse. — Os mais novos dos Estados Unidos.
— Johnnie Ray e Cole e tudo isso?
— Vamos, garota, estou falando de música! — E de quem você está falando? Eu falo sobre rhythm & blues!
Ele se abaixou, abriu a mochila, enfiou a mão e tirou meia dúzia de discos. Parecia que este era o único conteúdo do saco. Lily viu os nomes Little Walter Jacobs, Lightnin' Hopkins, Big Bill Broonzy, Big Mama Thornton, Professor Longhair nas capas.
— Eu não conheço nenhum — disse ela.
A decepção cruzou o rosto do marinheiro.
— Diabos! — ele olhou ao redor. — Aqui é Sidney? Não, devo ter me enganado! Claro que pode ser Sidney e eu tive o azar de te encontrar — ele fez um gesto de desdém. — Bah, aqui na Austrália não fazem nada além de porcaria, é uma pena!
Ele colocou os discos de volta na mochila e Lily teve uma de suas intuições. Se moveu inquieta. Discos americanos de verdade, e ao seu alcance... Mentalmente contou o dinheiro que trazia no bolso, tudo o que havia arrecadado em seu aniversário.
— Se eu pudesse ouvi-los...
— Ouví-los? — disse espontaneamente. — Eles tiram de mãos, moça! Ali adiante — apontou para a cidade. — Há pessoas realmente interessadas. Achei que você fosse um dos espertos, que não queria que ninguém passasse na sua frente. Estou com pressa e clientes. Sinto muito.
Ele fez um gesto de querer continuar seu caminho.
— Quanto? — Lily perguntou.
— Ah, vejo que você está interessado e está barganhando comigo! — disse o marinheiro, piscando. — Está bem, vejamos; tenho uns cem — examinou a cara de seu possível comprador ao dizer. você não tem cinco libras com você?
A cara de Lily indicou que ela não tinha.
— São de última geração, garota, são praticamente novos e você tem que valorizar o transporte.
Lily parecia desanimada, mas superou a primeira impressão. Aquele cara queria começar a esvaziar sua mochila e dificilmente venderia todos de uma vez. Em uma loja tampouco lhe dariam mais.
Aqueles discos pareciam extraordinariamente bons.
— Seis por um xelim — ofereceu de repente. — E negócio fechado.
Uma buzina próxima abafou o protesto do marinheiro.
Lily voltou para casa depois do meio dia, vermelha de tanto pegar sol. Ela deu de cara com Lorelai quando abriu a porta.
— O que está fazendo aqui?!
— Por quê você nunca tranca a porta? — Lorelai pergunta, do balcão.
— Eu perguntei primeiro — ela fala entredentes.
Lorelai olha dentro da sacola de Lily, parece uma criança esticando o pescoço.
— Você comprou discos? Como conseguiu nessa temporada?
— Tenho amigos na orla, paguei 6 xelim.
— Você pagou meia coroa por isso? — a voz de Lorelai refletia todo o horror que ela sentia.
– Isso é música de verdade, o que é feito na América, e aqui não descobrimos porque a BBC só coloca as coisas cafonas de sempre.
— Como você sabe que é música de verdade, a mais recente e tudo mais, se você nem ouviu quando comprou? Aquele marinheiro roubou você, transformando-o em uma mulher morta!
— Pois bem! — Lily parou de defender e partiu para o ataque. — Acha que não sei quem são Big Mama Thornton ou os Ink Spots?
Lorelai ficou desarmada.
— Você realmente conhece?
— Se você gosta de música, tem que estar preparado e atento a tudo. Claro que não conheço essas canções, porque são as últimas que gravaram
— E que estilo eles são? — Lorelai perguntou.
— Rhythm & blues — lembrou-se das palavras do marinheiro e completou. — Rhythm & blues é a base da montagem americana, sabe? Os negros fazem as músicas e depois os brancos pegam para si, adoçam e fazem sucesso. Mas aqui está a inspiração original!
— Aqui tudo que não é skiffle — disse Lorelai resignada.
— E o que você acha que os artistas ingleses fazem, idiota? Aposto que quase tudo que ouvimos vem de discos como esses. Você tem que ir às raízes da questão. Se você ficar na superfície...
Lorelai sempre foi relutante. A oratória e o poder de convicção de Lily colidiu com ela.
— Olha, Lily, o dinheiro é seu, então se quiser jogar fora... Só estou dizendo que isso é black music e que aqui na Austrália não importa. Conhece alguém que curte esse ritmo?
— Eu conheço um cara que trabalha como bartender em um clube na área superior — Lily disse. — E aparentemente eles tocam artistas negros e está sempre cheio.
— Você conhece? — Lorelai saltou, percebendo a importância do que sua irmã acabara de dizer e voltou-se para ela. — Ei, por que você não me contou sobre esse clube?
— Proibido a entrada de grávidas.
Lorelai riu alto.
— Estou grávida apenas dois meses — disse Lorelai. — Seja como for, música de verdade é feita por americanos. Até Chris Barber acabou de lançar um álbum chamado New Orleans joys. Com esses discos ficamos à frente de todos pela primeira vez e, aparentemente, os marinheiros do porto sempre chegam carregados de discos
— Em vez de falar tanto, por que não vamos ouvi-los? — Lily apontou.
— Vamos para sua casa? Meus pés estão doendo...
— Claro, aí você me conta porquê veio aqui no meio da semana.
Ao subirem para o andar de cima, a discussão sobre o verdadeiro valor da música negra foi diminuindo até o silêncio quando elas entraram. Elas subiram para o quarto de Lily como uma pequena tempestade silenciosa, acomodando-se o mais confortável possível: Lily no chão, com as costas contra a parede e Lorelai colocou o primeiro disco na máquina.
— Você disse que isso é novo, o último lançamento? — Lorelai de repente zombou, pegando a caixa vazia, quando ela sentou na cama. — Aqui diz mil novecentos e cinquenta e três!
Lily não respondeu, e até mesmo Lorelai fechou a boca, preso pela violência mágica e brutal do som que explodiu no ar do alto-falante. Dominou-os uma série de harmonias fortes, incisivas, viscerais, que emergiam de uma voz extraordinária, envolta numa instrumentação vital, breve mas cheia de energia.
Hound dog de Big Mama Thornton os elevou a um clímax musical nunca sonhado por elas.
>>♧<<
Lily e Lorelai Evans passaram a tarde ouvindo seus discos novos, extasiados pela obra sonora recém descoberta. Lily decidiu que não iria perguntar novamente para a irmã porquê ela estava ali, no momento certo, ela mesma contaria.
Quando elas desceram as escadas até a cozinha, afim de comer algo. Lorelai foi despejando coisas em Lily que ela não estava pronta para ouvir.
— Chris adiou o casamento novamente.
— Desgraçado — ela murmurou, já fazia um ano que eles estavam noivos.
— Ele disse que está assustado, que ainda é jovem — Lorelai aperta as mãos, murmurando. — Ele disse que está com um pé atrás sobre nossa filha.
Lily vira o pescoço tão rápido que estala.
— Como assim! Você já está com dois meses, ele deveria ter pensado antes de meter em você! — ela grita.
— Por favor, não diga meter... — Lorelai olha ao redor assustada, apesar de só ter elas ali. — Ele disse que está com medo, o pai dele rebaixou ele no cargo, agora ele é gerente das ações.
Lily olhou cética para a irmã.
— Ele ainda continua trabalhando na empresa do papai ganhando rios de dinheiro, Lo. Não tenha pena dele, não deixe ele brincar com você!
— Eu sei, não vou permitir que... — ela arregala os olhos, dando-se conta do que ia falar. Lily sabe, ela ia falar sobre os pais delas. Os pais delas se divorciaram quando Lilith estava para nascer e então o pai delas sumiu do mapa. — Enfim, vamos resolver isso.
— Não deixe que ele resolva, os homens tendem a empurrar com a barriga — avisa Lily.
Lorelai sorri tristemente.
— Você entende bastante.
Lily passa um prato de queijo quente para ela.
— Vejo muitos casais passando na orla, brigando como cães... como alguém pode brigar quando o mar está bem ali? Simples, não há amor! Não deixe que o seu relacionamento seja como os que passam na frente da loja.
Os olhos de Lorelai brilham.
— Não vou, prometo.
Ela bebe um gole do suco antes de passar o copo para Lorelai.
— Lembre que pode sempre contar comigo — Lily sorri, se debruçando sobre o balcão.
— Irmãs Evans pra sempre — Lorelai sorri.
De repente, Lily sentiu um arrepio peculiar na espinha. Ela percebeu que sua irmã não diria se ela não perguntasse.
— Por quê está aqui, Lo?
A irmã ficou em silêncio por um tempo, mastigando o pão.
— Eu ia no médico ver como o bebê está e talvez passar numa loja de enxoval — diz ela baixinho.
— Vou fechar a loja — diz Lily imediatamente, saindo para os fundos da loja.
Minutos depois, ela volta e vê Lorelai esperando fora da casa. Lily tranca tudo e sai para a rua.
— Você ainda o ama? — ela pergunta do nada.
— Claro que amo — diz Lorelai.
— Certo.
Lily abre a porta do carro e liga o som, Burning Love do Elvis Presley começa a tocar, ela não diz nada até chegarem no prédio do hospital. Lily sempre teve um pé atrás sobre Christopher, ele é um cara legal e trata Lorelai bem. Mas ele é filho único, é mimado e egoísta, não é o tipo de cara que foge com você. Christopher é o tipo de cara que te da uma casa grande para limpar e se você não fizer conforme ele espera, ele corta você fora. Lily só tem medo do que pode acontecer com sua irmã e o bebê, o mesmo que aconteceu com os pais dela.
— Lo... eu preciso perguntar mais uma coisa.
— Por favor, Lily... — a voz dela sai quebrada. — Já é difícil perceber que minha relação está fracassando, não preciso de você dizendo o quanto sou ingênua.
Lily sente que levou um tapa.
— Eu não ia dizer isso!
Lorelai se vira para ela, tirando o cinto.
— Então o quê é?
— Tome cuidado com sua gravidez — ela avisa, os olhos brilhantes. — Tudo precisa ocorrer de forma tranquila, então se eu souber de algo sobre Christopher, juro que jogo bombas de gás na casa dos pais dele.
Lorelai ri.
— Eu não duvido — ela abre a porta e sai.
Elas esperam a médica por uns minutos e Lily entra com ela, só para segurar sua mão. A mulher fala coisas que Lily não entende como pré-natal e outras coisas, por fim, o bebê está saudável e Lorelai está fazendo tudo direito.
No caminho de volta para casa, elas param numa loja para bebês. Lorelai tem um brilho suave, o mesmo brilho que ela tinha quando começou a sair com Christopher. Elas entraram e uma mulher alta vem falar com elas.
— Olá, eu sou Patrícia, se precisarem de mim, estarei por perto então apenas me chamem — ela sorri.
— Obrigada — Lorelai sorri de volta.
Elas vão para a seção feminina e Lorelai pega um vestido verde com moranguinhos vermelhos, depois um chapéu de boina preto, depois meias brancas, jardineiras com bolinhas. De repente, ela joga tudo num canto e sai chorando.
Lily encontra ela entre vestidos.
— Você quer falar sobre isso?
Lorelai nega com um aceno.
— Vamos embora — ela diz, mas fica no mesmo lugar.
— Vou pegar sorvete para a gente, me espere no carro — Lily avisa e sai.
Ao sair da loja, Lily corre rapidamente até uma loja que tenha sorvete, ela compra e volta para o estacionamento. Sua irmã está no banco do passageiro, o cinto colocado e os olhos secos. Como se nada tivesse acontecido. Lily imagina que a gestação deve ser aterrorizante.
— Tinha de Brownie, pode acreditar nessa sorte? — Lily sorri, passando o pote para Lorelai.
— Deus abençoe você, Lily Evans — Lorelai abre o pote desesperada e começa a comer como se tivesse passado fome.
Sorvete de Brownie é o favorito de Lorelai, todos sabem disso. Ela come todos os dias desde que descobriu a gravidez, talvez seja seu hábito de gestante. Lily lembra da mãe delas ter um vício em calda de morango quando ficou grávida de Lilith.
Lily abre seu pote de sorvete, menta com pedaços de chocolate, elas comem enquanto o som toca Babi I love you de Aretha Franklin.
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SEQÜÊNCIA 13 - A ILHA DO PESCADOR
Bateu à porta. Uma lua cheia guiou-o pelo caminho. E na fina réstia iluminada das frestas vinda do interior da moradia, achou esperança de chegar em boa hora.
Saulo apareceu. De novo, a cuia. Só que dessa vez cheia de carne de baleia e farinha de mandioca passada na água, fazendo um pirão. Juntou entre os dedos um punhado, e deu uma bocada. Fez sinal pra André entrar. Lambeu os dedos, fechando a porta com o cotovelo. Foi até o cabideiro horizontal, suspenso na parede, e dum lado do alforje tirou uma cumbuca de bambu, dentro da qual distribuiu mais alimento, tirado da tigela à mesa, para servir André.
Este comeu a contrafeita. O primeiro gosto do pitéu contraiu-lhe o estômago, entendido agora porque a carne não era apreciada na mesa civilizada, como se lia no diário. Teve a impressão de ter lido em algum lugar serem os japoneses uma exceção. Enrugou a cara sem demonstrar. O engulho cresceu demasiado sem a careta.
Farto o desjejum, os preparativos para zarpar deram na beira d`água. Tatuís esperavam enterrados na areia. Também ali, num furinho, foi ter Saulo, com um cano de bambu, de onde saiu um corrupto, afundado no bater das ondas. André se admirou.
Percorreram mais a beira da praia entapetada de pequenas conchas, que foram aqui e ali coletadas num “saco” de vime, e jogadas enfim num grande baú de couro de crocodilo, cheio da água do mar, aonde iam parar as demais iscas. Em meio a esse trabalho, surgiam aqui e acolá, siris no vai-e-vem da maré, indo lá os catadores de conchas ao encontro deles.
A essa cata, para o primeiro pescado, seguiu-se a manobra para içarem as velas, sob o frio da manhã ainda nascente. Saulo desfez o nó da quilha, da corda atada, na outra extremidade, ao pino de pau tosco sob a areia, e com a ajuda de André deslizou o casco até as espumas, espargidas sob os pés descalços, e ondeadas, até a altura da canela. Num impulso, ele venceu, com destreza, a baixa rebentação, saltando o costado. Estabilizado o balouço, imitou-o André. Meio desequilibrado.
Um tronco de jangada acabou de embalar a saída pra longe do banco de areia. Saulo fez esse movimento de empurrar e tirar a verga da água, até não mais dar pé. Na esteira de Saulo, agachado à popa, André arrastava do fundo, com um arado rudimentar, um lodaçal de algas verdes, despejando-o num balde ripado de madeira, usado pra fazer argamassa. Uma vez lançados ao mar, enfrentaram a suave vagação, à força de remo, até o ponto de lançarem a rede. Velas recolhidas, eles plainaram na brisa e na ondulação, protegidos pelas blusas de frio e calças compridas. O blusão de Saulo, imitando as mantas alérgicas amarronzadas, de outrora, usadas nas casas dos avós de André -- cheirando a mofo, e finamente espessas --, vinha tal qual salpicado por diminutas pintas vermelhas, verdes, amarelas e brancas, encimando a blusa de linho cru, trazida sempre aberta no peito. A alpercata de couro preto, trançado, compunha o resto do seu conjunto, com o linho da calça. André destoava dele com a regata por baixo da blusa de moletom, junto com a calça de cambraia, e a sandália de dedo.
O primeiro arrasto trouxe junto a pequenos peixes, camarões – um marisco fortemente atrativo para uma grande quantidade de peixes. Na sua esteira, um pouco além, veio um molusco, lulas. Trazido a bordo, antes da passagem de um cardume inesperado de sardinhas. Acumulados em boa quantidade, garantiam uma série de batidas. Mais à frente, se precisassem tinham ainda, nos costões, os mexilhões para serem iscados.
Passaram o resto da manhã sem palavra, apenas moxixos, entre um comando e outro da pescaria. André, sempre de olho, pegava a manha de botar uma isca na pesca do peixe certo. O primeiro a ser pego foi um pampo. Na boca do qual foi morrer um tatuí. Que atraiu o peixe pelo seu movimento, preso no anzol pela carapaça. Depois foi a vez do sarnambi dar o seu show: a conchinha. Também, balançando, com um toquinho de seu corpo só pra fora do anzol, fez-se apetitoso para o seu predador. André viu Saulo preparar a isca: este pegou do molusco, espetando-o no anzol, por cuja ponta passou trançando-o três vezes. Fixou-o então na parte superior com uma linha, para que não escapasse fácil. Esse cuidado com a fixação também era exigido na hora de iscar o siri, que tinha o corpo muito mole, retirada a casca bem dura. Outro segredo, que descobriu André, foi esfregar bem o corpo do camarão contra a linha do anzol para liberar seu cheiro, e aguçar ainda mais o interesse de seus admiradores. A lula, por sua vez, tinha fama de não se soltar fácil do anzol. Mas, era preciso prepará-la: primeiro, com as mãos extraía-se a cartilagem enrijecida, em suas costas, que retinha a tinta em seu interior: a “pena”. Segundo, ainda com as mãos, arrancava-se os tentáculos. E, por último, com uma faca faziam-se anéis de 0,5 cm de espessura, da sua parte superior, transformando-os em seguida, em filamentos, deixados um dedo pra fora do anzol.
Entre um turno e outro em que Saulo chamava os peixes, André tinha tempo de espiar no diário, mais um registro. De início, Saulo, estranhou o atrevimento do menino de trazer consigo um objeto tabu do Pescador. André confessara ter bulido em suas coisas, e que planejava inventar uma história com base no que descobrisse ao longo de sua viagem. Sem entender direito aquilo, Saulo deixou de lado a repreensão, e voltou a ter com suas prendas.
André leu:
Morei 52 anos nessa ilha. Percorri cada palmo de terra e braço de mar e de rio. Desvendei todos os seus segredos com sua gente sábia e encantada. Mirei a ponta da minha lança no meio da cabeça de cada baleia que abati, até os primeiros dez anos, após minha chegada aqui, não mais para manchar-me de ambição irrefletida e maldade insana do sangue emplastado delas no meu condenado juízo, mas para alimentar a quem precisasse.
Noutro trecho, a página virada mais atrás dizia:
A Festa da Baleia, em fins de setembro, quando se encerrava a temporada de caça, na armação da baía, era comemorada na minha rua - a principal do povoado - junto aos pescadores, com grande pompa, como um carnaval. De dia, a igreja era invadida por fiéis, e de suas escadarias saía uma enorme baleia rosa, confeccionada de estrutura em arame, revestida de isopor, e envolta num panejamento propriamente costurado para conferir-lhe a feição devida. Vinha cheia de fitas e lantejoulas, coloridas, até o mar, onde era lançada em grande algazarra, numa jangada.
... Na ilha, a cerimônia era muito mais singela: era servida a sopa da carne de uma baleia, quentinha, com pão, pra agradecer a fartura, e render a esses cetáceos, sagrado apreço e mimos, enquanto verdadeiros totens do mundo à nossa volta, em que a jubarte reinava incólume desde tempos imemoriais. Ali, a caça era sem tempo, mas conhecia um único propósito: alimentar os aldeões. O dia da oferenda coincidia com o de maior afluxo dos vários espécimes que faziam da ilha o local de passagem para águas mais quentes.
Posto isso, de repente, num assomo de incredulidade, postou a meio palmo de André a visão do andrajoso. Veio calmo, e sentou-se ao seu lado. Tirou a boina, como da outra vez, e olhou o diário, dizendo:
- Vou lhe contar uma história:
Nem sempre essa ilha foi um refúgio de paz. Houve um dia em que tudo desmoronou. Após uma tempestade fatídica, sobre ela se abateu um verdadeiro massacre. 1947. Foi o ano. Com a bonança, no dia seguinte, vieram os navios baleeiros prontos pra matança. Sacha era uma baleia jubarte sob a mira dos canhões. Como milhares delas. Com a diferença de que ela nutria por um homem uma amizade sincera. E vice-e-versa. No dia em que foi alvo dos ataques, ela tinha 50 anos. Ele, 92. Se conheceram em 1912. Ele na altura dos 57, e ela na altura dos 15. Estava a caminho de dar cria ao seu segundo filhote: Sancho. Na ocasião, Tico, o mais velho, de apenas 1 ano, encalhou na praia, e foi salvo pelo seu benfeitor -- o tal homem -- com a ajuda de todo o vilarejo. Sacha nunca esqueceu o gesto daquele homem, o mais devotado de todos, que agiu como se não contasse com mais ninguém. Administrou as bandagens por todo o corpo do baleote, para evitar queimaduras do sol, e manteve controlada a temperatura com intermináveis banhos de baldes de água do mar. Até que a providência maior mandou uma maré mais alta, e o desenganado, conseguiu desvencilhar-se da areia, deslizando pelo mar adentro. Continuaram os contatos entre eles ano após ano, com momentos muito felizes. Em 1924, no entanto, uma tragédia deu cabo à vida do outro filhote, Sancho. Novamente o homem tentara salvá-lo -- como ao outro --, dessa vez do ataque de um tubarão. Mas, foi em vão. Em contrapartida, foi ele mesmo, salvo pela baleia que, milagrosamente, livrou-o dos dentes do assassino. Daí, por diante, suas histórias se entrelaçaram, ainda mais, e todos os anos pelo resto de suas vidas, renovaram os votos de camaradagem, à presença de Tico, o mais velho.
No dia em que chegaram os baleeiros, o mar estava calmo. As ondas domadas. Quase não havia marola. O homem sem prever a calamidade, botou-se a desenhar à ponta de um lápis-carvão o animal que tanto o admirava. Desenhou-lhe a cauda, marcando em cada traço a sua característica. Uma digital. Não demorou dois minutos, o tempo de guardar o esboço numa caixa, os sanguinários abriram fogo contra os cetáceos, com seus arpões de lanças explosivas, a partir de canhões. As jubartes eram os principais alvos. Poucos da espécie submergiram vivos.
Num ato heróico, o homem intercedeu a favor de Sacha, e a meio caminho dela e do baleeiro se interpôs para evitar que fosse atingida por um arpão. O barco em que estava não agüentou a força das águas insurgentes a reboque do grande navio, e virou, naufragando no oceano, depois de ser destroçado no impacto.
Não sobrou alma viva pra ressuscitar o homem. Esse morreu, no fundo do oceano, sem salvar sua amiga e companheira, que também soçobrou depois de ter os miolos estourados pela ponta de um arpão explosivo.
André não sabia o que dizer. A presença daquele velho o perturbava. Ou fosse o que fosse. Saulo parecia não notá-lo. Claro que não. Ou teria se virado, dito algo, esboçado reação. Não fosse mesmo uma aparição, o outro o perceberia. Mas, por que André? André começava a duvidar de suas faculdades mentais.
Num ato impensado para se ater ao mundo real, recorreu ao diário, folheando a esmo algumas páginas. Perturbado, deu num esboço de um desenho. Olhou bem, e quase não acreditou: era a cauda de uma baleia. E no lado, a descrição dizia: Sacha.
Se o tal homem da história, era o Pescador, o que o andrajoso teria a ver com ele? Como sabia da tal história? E se sabia, como explicar sua aparição? Ele tinha que ser real, de alguma forma.
Quando se voltou pra fazer as perguntas, já não havia mais ninguém lá. Mas, uma cena mudou todo o seu semblante. Atrás de um grupo de jubartes, não muito longe dele, um indivíduo seguido de outro em seu rastro, exibia uma série de posições na água. André, capturado pela rara exposição, empunhou a câmera, em zoom, e registrou o cetáceo em várias modalidades de salto. Repassou as fotos pra ver, e o padrão que viu na cauda, não lhe passou despercebido: era o mesmo que a pouco conferira nas linhas do desenho. Sem acreditar, garantiu, era mesmo Sacha.
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CVFN SP - NPo ‘Almirante Saldanha’ está previsto para ser entregue no segundo semestre de 2025
A Marinha do Brasil (MB) deu mais um importante passo na construção do Navio Polar (NPo) Almirante Saldanha (H 22) ao realizar a tradicional Cerimônia de Batimento de Quilha da embarcação, no dia 17 de outubro, no Estaleiro Jurong Aracruz (ES). Marco na construção de um navio, o batimento de quilha ocorre quando a quilha, considerada a “espinha dorsal” da embarcação, é concluída, possibilitando a…
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Capitania Fluvial de Porto Velho revoga Portaria de proibição da navegação noturna
A Capitania Fluvial de Porto Velho (CFPV) revogou, nesta terça-feira (05), a Portaria nº57/CFPV-MB que proibia a navegação noturna para comboios e demais embarcações, no trecho de Porto Velho (RO) à Passagem Uruá, em Nova Aripuanã (AM). A nova determinação, autorizada pela Portaria nº102/CFPV-MB, considerou a permanência do nível do Rio Madeira acima dos 4 metros, conforme registros nas réguas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A partir de agora, os navegantes voltam a observar os calados máximos recomendados e a folga abaixo da quilha mínima previstos nas Normas e Procedimentos específicos para a jurisdição da Capitania Fluvial de Porto Velho, disponíveis no site: marinha.mil.br/cfpv. Read the full article
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De acordo com a história, a Arca de Noé era um gigantesco vaso de madeira no qual Noé supostamente salvou todo tipo de animal da Terra do grande dilúvio.
Este mito faz parte da Torá e do Alcorão e é provavelmente apenas uma das várias recontagens de recontos da mesma história geral do dilúvio mesopotâmico, um exemplo disso é a história de Utnapishtim, o Rei de Shurrupak, da Epopeia de Gilgamesh. Construção Visão geral A construção da Arca supostamente levou pelo menos 70 anos, ou possivelmente até 120 (ver A Arca nas wikis criacionistas).
A Bíblia traduz que foi construído de "madeira gopher"[nota 1] e tinha 300 côvados de comprimento por 50 côvados de largura por 30 côvados de profundidade (Gênesis 6:14-15). Isso levanta a questão, o que é um cúbito? Os côvados eram uma forma de medida usada pelos antigos egípcios. Existem dois tipos de côvados, um côvado padrão e um côvado real. Um côvado padrão é de aproximadamente 18" ou um pé e meio, mas um côvado real tem cerca de 22" ou um pé e dez polegadas. Essencialmente, um côvado era a medida entre o cotovelo de um homem até o pulso, ou até a ponta dos dedos. Quanta madeira? O tamanho comparativo da embarcação em questão, construída no deserto por um idoso bêbado. Ou assim vai a história. / Wikimedia Commons E aqui nos deparamos com nosso primeiro problema: simplesmente coletar madeira suficiente para construir o barco.
Quando outro navio notoriamente grande (que supostamente era apenas uma fração do tamanho da Arca), o Grande Miguel, foi construído em 1511, dizia-se que ele havia tomado "todas as madeiras de Fife" (um condado na Escócia famoso por sua construção naval), além de ter que importar madeira da França, outras áreas no mar Báltico, e navios cargueiros sucateados para uso em sua construção.
O Wyoming, o maior navio de madeira já construído, usou 3100 toneladas de madeira e 300 toneladas de metal.[3] Um navio do tamanho de Noé teria exigido dezenas de milhares de árvores (e, além disso, árvores de madeira de alta qualidade) para ser cortado para sua construção, algo que não é exatamente viável, considerando que a Arca provavelmente foi construída em algum lugar no que é o atual Iraque, que como qualquer um pode dizer nunca foi exatamente conhecido por suas densas florestas abundantes.[4] Mesmo que Noé pudesse adquirir a quantidade impossível de madeira necessária para construí-lo, no entanto, esbarramos em outros problemas. A Arca seria uma fração considerável do tamanho de um porta-aviões ou de um encouraçado, e um barco de madeira desse tamanho teria sido muito vazado e flexível para suportar as tensões das condições globais de inundação.
O maior navio de madeira que foi definitivamente construído foi a escuna Wyoming a 330 pés no convés com um comprimento total de 450 pés, e ela precisava de ambas as cintas diagonais de ferro para apoio e uso constante de bombas mecânicas para parar a inundação do casco. Embora se alegue que alguns galeões do tesouro chinês tinham 400-650 pés de comprimento, há poucas evidências reais disso, e esses navios também exigiam quilhas de ferro. Como a Bíblia não lista nenhum componente de metal, os criacionistas tenderão a argumentar que a misteriosa "madeira gopher" deve ter tido propriedades mais semelhantes ao aço estrutural em um raciocínio circular que tenta se encaixar no que sabemos sobre os problemas com grandes navios de madeira e sua suposição a priori de que a Bíblia não pode estar errada.[5] Invocar o que é simplesmente uma escotilha de fuga de Goddidit então simplesmente levanta a questão de por que Noé teve que construir a arca em primeiro lugar. A Arca de Noé, se existisse, deteria o recorde de maior nave totalmente de madeira e, no entanto, os criacionistas da Terra Jovem acreditam que isso aconteceu em 2348 a.C.[6] Quão forte foi? O modelo criacionista da arca, com uma proa em cada extremidade. / Wikimedia Commons Como a área da superfície da Terra é de aproximadamente 200 milhões de milhas quadradas, e a altura do Monte Everest é de aproximadamente 5,5 milhas, a quantidade de água que precisava ser fornecida (e descartada) no Grande Dilúvio é de cerca de 1,1 bilhão de milhas cúbicas.[nota 2] A atmosfera hoje só é capaz de conter o equivalente a uma polegada de precipitação (em todo o mundo) na forma de vapor de água. A quantidade de chuva por segundo que estaria caindo para gerar 1,1 bilhão de quilômetros cúbicos de água em 40 dias é quase inimaginável, o equivalente a 289 quilômetros cúbicos por segundo. Como qualquer embarcação não divinamente protegida poderia sobreviver a isso é inimaginável. E isso não resolve a questão vexatória.
De onde veio/foi toda essa água? Como navegou? A Bíblia não faz menção a velas, remos, quilha ou leme, e geralmente se supõe que a Arca não tinha nenhuma. Representações da Arca quase invariavelmente mostram um vaso simétrico sem proa ou popa claramente definidas; Alguns assumem que as dimensões são uma descrição literal da forma do vaso, e assim o imaginam como um tijolo de madeira com extremidades quadradas e sem quilha. Sem meios de propulsão ou navegação nas águas do dilúvio, o curso da Arca teria ficado inteiramente à mercê dos elementos. Poder-se-ia argumentar que isso é compreensível, pois o ponto era a sobrevivência, não uma viagem, mas uma embarcação de madeira tão grande quanto a Arca que não tivesse a capacidade de se dirigir ao vento em águas tempestuosas teria uma chance muito baixa de sobrevivência. Também é de se perguntar como Noé e sua tripulação poderiam ter tanta certeza de que a Arca ficaria no Oriente Médio e não se afastaria para alguma outra parte do mundo, como o meio do Oceano Atlântico. A ausência de propulsão ou direção parece ser uma escolha de projeto muito ruim nessas circunstâncias. Resposta criacionista: Deus fez isso!
Noah não era formado em engenharia, então construiu o barco um pouco pequeno demais. Do "Compendium historiae universalis" de Egídio de Roya do sul dos Países Baixos (manuscrito "Den Haag, MMW, 10 A 21") / Wikimedia Commons A não-solução mais comum descartada pelos criacionistas neste momento é "Goddidit" – Deus providenciou a madeira, manteve suas tábuas juntas, etc. Isso abre a porta para uma série de buracos de parcela aberta: Se Deus encantou árvores de alta qualidade para Noé cortar, por que ele simplesmente não encantou todo o barco para a existência? Noah era um idoso de cem anos – e nenhum carpinteiro. Por que fazê-lo passar por isso? Além disso, por que não criar algo um pouco mais impressionante tecnologicamente? Certamente uma divindade todo-poderosa e onisciente poderia inventar algo melhor do que um barco de madeira apertado e precário que está podre antes de atingir a água? Materializar um super submarino de alta tecnologia ou uma maldita nave espacial não seria um meio muito mais eficiente de convencer as gerações futuras? E por que salvar os animais é mesmo necessário? Se você tem o poder de magiar qualquer coisa na existência, por que não apenas magiar os animais de volta à existência depois que você terminar de inundar a Terra? Afinal, você fez isso uma vez antes, então por que não fazê-lo novamente? Ou, alternativamente, por que não teletransportar ou viajar no tempo os animais para que eles não tenham que sofrer pelos pecados do homem? Eles podem ser feitos para reaparecer depois que o ambiente se recuperou o suficiente para que eles tenham algo para comer em vez de rocha nua e lama. Sem contar que tudo isso está correndo no pressuposto de que a enchente foi mesmo necessária em primeiro lugar.
Certamente um deus onisciente pode encontrar uma solução melhor do que matar tudo, quanto mais através de um método terrivelmente ineficiente como este.
Engenharia requer treinamento em matemática e física avançadas [7]. Não há como contorná-lo, pura e simplesmente. Campos como Cálculo e Física Geral só foram descobertos por volta de 1700. Projetar um navio tão grande quanto a arca exigiria inteligência e habilidade nesses campos. Mesmo que tais campos fossem conhecidos até certo ponto (desnecessário dizer que não há uma única menção de algo desconhecido na era da Idade do Bronze), fazer os cálculos teria sido demorado e a família de Noé teria se afogado.
Continua
https://brewminate.com/debunking-the-myth-of-noahs-ark-as-literal-history/
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O construtor naval de Cingapura ST Engin... https://tradeemais.com/singapura-lanca-quilha-para-primeira-nave-mae-drone?feed_id=8402&_unique_id=671fc2de71c2c
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E então, que quereis?
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.
Vladímir Maiakóvski
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