#produtora musical
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sunshyni · 2 months ago
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Notinha da Sun - EU TENHO QUE TRABALHAR DAQUI A POUCO, MAS GOSTO DA PRESSÃO. ENTÃO, ESSE É UM RASCUNHO DE ALGUM CONTO QUE ESCREVI E PUBLIQUEI AQUI. MAS ACHEI QUE FICOU TÃO FOFO QUE NÃO PODIA DEIXAR SÓ PRA MIM!!
— Por que você tá acordada? — Você girou a cadeira de rodinhas na direção da porta do estúdio improvisado que montara no seu apartamento. Como a bela produtora musical que era, tanto por dentro quanto por fora, viu Hyuck encostado na porta, descalço, usando uma calça larga e a camisa cinza que você tinha tirado dele algumas horas antes. Gostava de sentir a pele dele na sua, sem barreiras, sempre que podiam dormir juntos, o que acontecia ocasionalmente. — O quentinho do seu corpo fez falta.
— Você é um dengoso mesmo, né? — Você disse, puxando a outra cadeira de rodinhas que comprou e colocou ali por causa dele. Às vezes, ele se intrometia no seu processo criativo, aquele responsável por fazer você pensar em melodias e compor letras para grupos como o dele, entre outros. Na verdade, foi uma tarefa difícil conseguir a aprovação de uma demo sua para o NCT, algo com que sonhava acordada há... Tanto tempo que parecia desde sempre. — Vem cá, baby.
Ele se sentou ao seu lado, feliz da vida, embora os olhos denunciassem que havia acordado há pouco. Entrelaçou os dedos nos seus, brincando suavemente, como se precisasse te tocar, mesmo que minimamente.
— Tá sem sono? — Ele perguntou, beijando suavemente os nós dos seus dedos enquanto te olhava com a cabeça ligeiramente inclinada. Donghyuck havia melhorado tanto o inglês por sua causa, e isso fazia você se sentir uma felizarda; ele não precisava fazer isso para te conquistar. Ele já te tinha, mesmo antes de vocês se conhecerem.
— Tava pensando na gente — você admitiu. Com Hyuck, entendeu que os relacionamentos não precisavam ser complicados. Pelo menos na comunicação, não precisavam de barreiras; você falava absolutamente tudo para ele, mesmo que às vezes ele esboçasse uma carinha de interrogação por conta das dificuldades com o idioma.
Mas existia uma barreira que ia além da língua, e você não queria encará-la. Queria que ela simplesmente não existisse.
— A gente não tem uma música, sabia? — Você disse, olhando-o com um olhar pidão e um beicinho nos lábios. — Se a gente tivesse uma música, acho que seria Fallen Star, do The Neighbourhood.
— Ah não, essa música é triste. — Ele disse, elevando sua mão entrelaçada com a dele, num gesto que pedia, sem palavras, para você se levantar. Você obedeceu, e ele arrastou a cadeira, deixando você presa entre a mesa de mixagem e a cadeira dele. Haechan ergueu sua camiseta e beijou sua pele de forma terna. — Por que essa música?
— Porque você é uma estrela, e eu tô apaixonada por você, mas... você tá muito longe. — Ele fez uma carinha de confusão, inclinando a cabeça levemente para o lado, como um cachorrinho. — Eu sei o que fariam com você se descobrissem disso. Do que a gente tem. E eu sei que você pensa nisso, mas, se eu não tivesse te cortado agora mesmo, você com certeza diria: “foda-se eles”.
— Você sabe que eu diria. — Ele disse, te abraçando, e você acariciou os cabelos dele, enquanto uma lágrima solitária escapava dos seus olhos. — Mas vai dar certo, do nosso jeito.
Ele se levantou, tocando seu rosto suavemente, provocando, aproximando os lábios e se afastando, fazendo você sorrir de leve. Logo depois, ele te beijou, envolvendo vocês dois numa cadência sem fim, fazendo seu coração acelerar, sentir as famosas borboletas na barriga, querer fugir para outro planeta só para poderem ter a vida que sonham, sem perceber.
— Eu não tô longe. Eu tô aqui. — Você olhou nos olhos dele, sentindo a sinceridade que ele queria transmitir nas palavras. — Sou seu.
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hwathai · 4 months ago
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se a vida de hathai “love” ritthirong fosse virar um filme, moving on da banda asking alexandria com certeza faria parte da trilha sonora, tocando em seu aniversário de vinte e seis anos e acompanhando-a durante sua rotina como produtora e compositora musical. quem sabe até não justificaria o motivo dela ser tão charmosa, mas ao mesmo tempo tão insensível? isso eu já não sei, mas acho que mookda narinrak ficaria ótima no papel!
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nome completo: hathai “love” ritthirong (หทัย ฤทธิรงค์). apelidos: tata, thi, vee. orientação sexual: bissexual. alinhamento moral: caótico e neutro (espírito livre). data de nascimento: 26/07/1998. local de nascimento: bangkok, tailândia. local onde mora atualmente: bray, irlanda. nacionalidade: tailandesa. gênero: mulher cis. pronomes: ela/dela. estado civil: solteira. estilo de vestimenta: roupas escuras, uma vibe meio grunge e punk. atividades que participa: aulas de yoga e clube do livro. animais de estimação: 2 gatos (kurt e sebastian) e 1 cachorro (billie joe), todos SRD adotados.
aesthetic: pernas balançando inquietas, dedos batucando em qualquer superfície, joelhos ralados, lápis mastigados, cheiro de café, blusa de banda de rock, o caos de um furacão, boiar em meio ao oceano.
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personalidade.
uma imagem fria e distante é o que hathai passa para as pessoas que a conhecem, dificilmente se expõe sobre assuntos pessoais ou desabafa, tendo o hábito ruim de guardar e lidar com tudo sozinha. é extremamente determinada e inteligente, não tem dificuldades para solucionar problemas ou se virar. em contrapartida, é tomada por uma inconsequência e impulsividade que muitas vezes a faz tomar decisões baseada puramente no que ela mais estava afim de fazer naquele momento. tem o costume de se isolar com frequência, o que a faz ter poucos amigos e dificuldades para criar vínculos, apesar disso não quer dizer que não goste de se divertir, vez ou outra aparecendo em festas por clubes noturnos para beber e se soltar um pouco mais. pode ser que a tailandesa seja insensível muitas vezes, por não ter qualquer filtro na hora de se portar com outra pessoa, porém ela também consegue ser uma ótima amiga se você tiver paciência para a fazer se sentir confortável. love é muito protetora e cuidadosa com quem ama, do tipo que faria de tudo para ver aquela pessoa sorrir.
biografia.
desde que hathai nasceu lá no coração da tailândia, em bangkok, toda a sua família sempre a viu como uma grande promessa. era a garota prodígio, a menina extremamente inteligente e talentosa, aquela que conseguia fazer tudo com perfeição mesmo com pouco treino, a integrante da família que fazia os outros a odiarem e invejarem por sempre conseguir tudo que queria e fazer parecer tão fácil. e, de fato, ela era especial. sempre tinha um sorriso carismático em seu rosto, todos conseguiam se aproximar facilmente da pequena por ela ser tão divertida e gentil. só que, conforme o tempo passava, sua personalidade também mudava.
seus pais viram nela não só uma filha perfeita, mas uma oportunidade de lucrar. desde cedo foi colocada em aulas de dança, canto, instrumentos diversos. era levada para competições locais, mesmo que estivesse cansada ou quisesse fazer outras coisas que crianças e adolescentes da sua idade faziam, ela não podia. precisava treinar e precisava ser a melhor no que eles queriam que ela fosse. ganhou concursos aqui e ali, inclusive os de beleza onde seus pais a forçaram a estar. sua alimentação era regrada e tinha dias que ela se sentia a ponto de explodir, porém precisava manter as aparências. precisava continuar sendo a garota simpática e princesa que não só sua família mas agora a mídia também esperava que ela fosse. tudo ficou mais complicado quando ela conseguiu debutar em um grupo musical junto com outras três garotas. elas ganharam uma fama grande e imediata não só pela tailândia como por toda a ásia, não demorando muito para a empresa as lançar globalmente e elas cantarem músicas em inglês para conquistar um público diferente, o que funcionou, elas realmente alcançaram o mundo.
tudo isso tinha um preço. hathai, agora mais conhecida como love, precisou crescer em meio aos holofotes e tudo isso contra a sua real vontade. ela precisou se ver sendo comercializada como um produto durante um período onde tudo que ela queria era ter uma vida colegial normal e ir para festa com seus amigos. não é como se ela odiasse a carreira musical, na verdade gostava bastante. sempre gostou de compor, produzir, só que isso não era o que ela fazia em seu grupo. seu trabalho era cantar, dançar e ser bonita. aos poucos, toda essa pressão, todas as ordens que ela precisava seguir, a rotina extremamente regrada que tinha, tudo isso começou a pesar nos ombros da tailandesa que se rendeu ao conforto mais fácil.
de início, ela usava apenas drogas leves como a maconha. mas aos poucos ela foi evoluindo, passando para o ecstasy, lsd e terminando na cocaína. tentava fazer tudo escondido, algo que ela não queria que nem suas colegas de grupo soubessem, até que a situação começou a ficar impossível de esconder. tinha crises de abstinência quando ficava tempo demais sem, começou a perder peso, sua resistência não era mais a mesma, mal aguentava terminar um show sem passar mal, era constantemente agressiva com os outros ao seu redor… até o dia em que ela teve uma overdose, sendo encontrada pela sua manager no quarto de hotel, por sorte conseguindo chegar no hospital a tempo para que o pior não acontecesse. por muitos dias a garota se perguntou por qual motivo não simplesmente a deixaram ir. 
a partir dali as coisas apenas decaíram. sua família passou a odiar qualquer coisa relacionada a pequena, não servindo de nenhum apoio para a tailandesa que estava em processo de reabilitação, apenas dizendo para ela que não queriam nunca mais que ela os procurasse. seus amigos ela descobriu nunca terem sido amigos de verdade, já que praticamente todos viraram as costas para ela naquele momento. a mídia a pintava como maluca, inventava histórias sobre relações suas com outros artistas e fazia parecer que ela era a vilã, não a vítima. isso a deixava enjoada.  
quando enfim recebeu alta, hathai decidiu que queria ir embora. queria ir para o mais longe possível de tudo e todos que a conheciam. começou a viajar por lugares da europa, pulando de cidade em cidade até que chegou na irlanda, em uma pequena cidade chamada bray. ela parecia perfeita para si, imaginava que ninguém ali a reconheceria na rua e isso era exatamente o que ela precisava agora. abriu um estúdio para si própria em casa, continuando a trabalhar com música, mas dessa vez apenas nos bastidores. usava um pseudônimo para compor e produzir, vendendo seus trabalhos para outros artistas. no fundo, ainda sente vontade de voltar a mostrar sua paixão para o mundo usando sua própria voz, só que sente um bloqueio enorme ao pensar sobre e isso lhe gera crises de pânico e ansiedade constantes. 
atualmente, a tailandesa já mora em bray vai fazer um ano, se acostumou com a cidade e com seus habitantes, sentindo que ali está finalmente conseguindo respirar e podendo construir sua própria vida sem outros a dizendo o que fazer. costuma frequentar muito o clube do livro e as aulas de yoga, duas atividades que ajudaram muito a mulher a se distrair e ser mais paciente e cuidadosa consigo mesma. é claro que ela ainda luta com diversos demônios internamente, além de precisar se manter longe de vícios para não cair em tentação. só que aos poucos hathai sente que está conseguindo, finalmente, viver.
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ref-uncensored · 2 months ago
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Estamos aqui para inaugurar nosso novo projeto pessoal repostado diretamente da plataforma Reddit, realizado por duas alunas da Universidade Feminina Ewha, como amantes e também profissionais da música; ambas produtoras trabalhando de maneira independente. Temos como intuito aqui analisar lançamentos musicais e trazer opiniões de teor sensorial-experencial, e técnico. Cada moderadora da página dispõe de suas opiniões sem muito pudor! A intenção é explorar junto com o público e debater a respeito.
🐈‍⬛ : EFFY, artista independente e universitária na graduação de Farmácia, apresenta um trabalho musical de evolução gradativa; tendo como maiores aliados o K-R&B, o indie e o pop-rock, suas letras e produções são realizadas com intuito de perspectiva emocional, buscando através da combinação de letras e melodias produzir uma música muito pessoal, com foco em sua construção. Sua análise vem, especificamente, através da forma como a música tem impacto pessoal e sensorial — explorando analogias com cheiros, cenários, sentimentos e semelhantes —, em como ela a faz sentir, perceber e vivenciar a canção.
Encontre-a em @i-retroscent.
ᅟᅟ         
🐇 : RiSK, artista independente e universitária na graduação de Design e Audiovisual, apresenta um trabalho musical também gradativo, mas muito mais teórico; tendo como maior aliado o pop. Ela, por sua vez, se vê numa análise em correlação com metas e padrões. Apesar do apego e opinião pessoal. Mas não é o que a vem a cabeça em primeiro lugar num discurso referente a análise musical. Visto que se agarra, primeiramente, em como a música se apresenta como produto final e não necessariamente em seu impacto sentimental.
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shivcel · 2 months ago
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olá, amores! já passei aqui pela tag uma vez para me apresentar, e agora voltei porque turns out que tenho muito tempo livre e vontade de elaborar mais personagens e novas histórias. tenho alguns plots que não vejo a hora de poder fazer um charzinho pra eles, então vou deixar tudo abaixo do read more pra quem quiser confirir. se você se interessar por alguma coisa, deixo aqui minhas guidelines pra você dar uma olhada antes de chamar no chat ou deixar o like nesse post pra eu te chamar, ok? (e se você já for minha partner e se interessar, é só me chamar no discord). ♡
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obs: muses que estão em negrito são os de minha preferência.
i. troubled teens turned young adults, muse a and b were always bad news together. that was until muse a finds themselves tossed in jail, taking the fall for muse b in the process. muse b promises to wait for muse a. but ten years is a long time. once released muse a finds their way back to muse b, only to discover that muse b is a completely person - married, uppity, nothing like the person they had once fallen for. could they coax muse b back to their old ways? can muse a step it up and win back their love?
ii. two artists (actors, writers, painters etc) have been together for years, both struggling to make it big. they finally work on a project together - but as soon as they finish it their relationship dissolves. they promised each other they would only publish their project together so it takes a backseat. that is until a few years later, muse b is desperate for new material, and finds their old project with muse a. now they publish it (a book, movie etc) and are launched into fame. everything seems great until muse a shows up again, hurt and angry and demanding that muse b share.
iii. ok but a trophy wife plot. pretty young woman marries an older, powerful guy for the sake of being financially comfortable or maybe to advance her own career or whatever reason. they play the happy loving couple for the cameras but fight 24/7 when they’re home. can lead to them actually falling in love or just some epic fighting. give me this plot pls.
iv. muse a e muse b são artistas contratados pela mesma gravadora, ambos ganharam a atenção dos chefões por suas habilidades de composição, e após os dois álbuns de estreia terem sido um fracasso comercial, a gravadora decidiu que seria uma ótima ideia colocar muse a e muse b para trabalharem juntos, serem uma dupla. no começo, o envolvimento era estritamente profissional, afinal, muse a e muse b não se bicavam, mas tinham uma boa química nos palcos. o sucesso da dupla foi estrondoso e nos três anos de atividade conseguiram ganhar diversos prêmios, incluindo as principais categorias do grammy. perdidos no amor e ódio, muse a e muse b começaram a namorar, um namoro conturbado, cheio de polêmicas e que foi o principal motivo para o fim da dupla. agora quatro anos após o termino do namoro e da dupla, muse a e muse b precisam se reunir para sair em turnê e terminar de cumprir o contrato com a gravadora. (já tenho o personagem pronto para o plot)
v. muse b é um dos novos queridinhos de hollywood, todas as produtoras e diretores que querem trazer um buzz a mais para seu filme o contratam porque ele é realmente o momento. muse a, por outro lado, acabou de chegar na cena musical, ainda buscando crescer enquanto come pelas beiradas. lançou um primeiro álbum que recebeu boas críticas, mas teve pouquíssimas vendas, algo que preocupa a gravadora. sabendo da maneira pessoal e intimista com que muse a compõe suas letras, sua equipe decide que o melhor a se fazer é tentar vinculá-la a alguém que esteja na boca do povo. juntamente com a equipe de pr de muse b, decidem que ele, principalmente pelas trajetórias parecidas, é o par perfeito para muse a. (já tenho a personagem pronta para o plot)
vi. pls give me “we’re exes who ended on kind of shitty terms but are trying to ‘stay friends’ anyway, and we occasionally sabotage each other’s dates, get drunk and fuck, scream and fight until four in the morning and still refuse to acknowledge maybe we’re not quite as over each other as we like to think we are.” (já tenho a personagem pronta para o plot)
vii. muse a é um sargento da divisão de homicídios, atualmente divorciado, sempre fora um homem que apreciou a companhia de uma mulher, no entanto, após o divórcio e tanto trabalho para fazer, consegue ter uma companhia apenas quando a contrata, sendo assim, é um cliente ávido das garotas de programa da cidade onde mora. muse b é uma detetive que trabalha disfarçada com outras garotas de programa na rua, investida em investigar e prender homens que contratam esse tipo de serviço. numa noite, os caminhos de muse a e muse b se cruzam, e muse b acaba descobrindo sobre a real identidade de muse a antes mesmo de qualquer coisa acontecer, com raiva, conta sobre sua identidade e o expulsa do quarto do hotel, mas a última coisa que ela fará é deixar esse acontecimento morrer.
viii. chegamos na parte que imploro por casais inspirados em alguns da televisão/cinema, dessa vez eu só queria, por favorzinho, um casal inspirado em lexie e mark de grey's anatomy (no mesmo cenário médico e com o age gap), também queria um casal inspirado em haley e nathan de one tree hill, mas queria muito um casal que já estivesse na fase adulta (da quinta temporada em diante de oth!!), também adoraria um casal inspirado em carrie e big (meus pais, vei) de sex and the city, e, por último, eu IMPLORO por um casal inspirado em andie e ben de how to lose a guy in 10 days.
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colinodonoghuebrasil · 10 months ago
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TRADUÇÃO: Entrevista para a Collider
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Em conversa com Maggie Lovitt, para o site Collider, Colin O'Donoghue conversou sobre o novo projeto - The Xavatar Show -, metaverso, um pouco de música e também sobre Once Upon a Time.
A entrevista original pode ser encontrada CLICANDO AQUI, ou continue lendo para conferir a tradução do COBR:
Colin O'Donoghue, mais conhecido por interpretar o Capitão Gancho (ou Killian Jones) na série de sucesso da ABC Once Upon a Time, embarcou numa nova aventura este ano. Uma aventura que o levou ao metaverso. No início deste mês, foi anunciado que O'Donoghue seria um dos anfitriões do The Xavatar Show, uma experiência imersiva de talk show hospedada no reino virtual do metaverso. Após este anúncio, o Collider teve a oportunidade de conversar com O'Donoghue e com o criador do programa, Jason P. Rothberg, um antigo executivo da área da música, sobre o projeto e, claro, sobre Once Upon a Time.
Depois de Once Upon a Time, O'Donoghue esteve em vários projetos como ator de voz, incluindo Trollhunters: Rise of the Titans, a série de curta duração Trollhunters; os seus spin-offs 3Below: Tales of Arcadia e Wizards: Tales of Arcadia; e The Great North. Para além dos projetos de animação, começou também a fazer podcasts durante a pandemia e tornou-se co-apresentador do The Sync Report, que se centra na produção de filmes e na indústria musical. Com isto em mente, questionei O'Donoghue sobre como tem sido estar mais em contato com a sua voz por tantos projetos do gênero.
"Não sei bem. Acho que é apenas a minha voz, mas acho que aprendi a tentar falar um pouco mais claramente e a não murmurar tanto, e a tentar parar de dizer 'eh' e 'ehm' tanto quanto possível, o que não estou a fazer muito bem aqui. Mas não, é uma coisa diferente. Tive a sorte de fazer uma animação para a Netflix que o Guillermo del Toro estava na produção, e tive bastante trabalho nisso, por isso foi muito divertido. Você meio que aprende a usar o microfone, e é um pouco mais exagerado [na atuação], enquanto isto [entrevistas] é um pouco diferente, porque somos basicamente eu, o Jason e a Rose [Ganguzza] e o nosso som. Por isso, tem sido divertido."
E continuou, explicando como surgiu o Xavatar: "O Jason entrou em contato comigo durante a pandemia. Tínhamos trabalhado juntos num filme - bem, o Jason era o supervisor musical do filme, e estava preparando este podcast, e então me perguntou se eu estaria interessado em participar". Acrescentou: "Adoro música, adoro atuar, adoro cinema, e foi uma oportunidade de falar com criadores incríveis e coisas do gênero, foi muito divertido. E agora estamos a expandi-lo para um talk show animado, essencialmente".
Como é que foi passar de entrevistado a entrevistador?
Com o The Sync Report e agora com o The Xavatar Show, Colin O'Donoghue deixou de ser objeto de entrevistas sobre a sua carreira de ator para ser ele a fazer as perguntas. É sempre fascinante ouvir como é essa mudança dinâmica para os artistas, e O'Donoghue estava ansioso por saber como é que isso mudou as coisas para ele. "Acho que tento ser muito menos estranho. Acho que não sou muito bem sucedido, mas tento ser muito menos desajeitado do que sou quando tenho de responder a perguntas". Uma boa piada para alguém que deu respostas eloquentes durante toda a entrevista, incluindo o resto da sua resposta.
"É interessante. Acho que a diferença entre o que esperamos alcançar é que o Jason esteve envolvido na indústria da música durante muitos anos e a Rose é uma grande produtora independente de cinema e produziu filmes de grande dimensão. Obviamente, sou apenas um ator que teve a sorte de conseguir alguns trabalhos - mas tentamos abordar de uma forma ligeiramente diferente, porque estamos essencialmente na indústria sobre a qual estamos falando com as pessoas. Descobrimos que, com o podcast e outras coisas, estávamos começando a ter respostas ou conhecer a pessoa de uma forma um pouco diferente do que se fosse apenas alguém com um pacote de pesquisa e depois fazendo estas perguntas prontas, porque todos nós temos uma compreensão bastante profunda do que é a indústria do entretenimento e do que se trata, e das dificuldades em que se encontram".
E acrescentou: "Muitas pessoas veem, sabe, as pessoas que entrevistamos que são incrivelmente bem sucedidas, mas não se tocam de que tiveram de trabalhar muito, muito mesmo. O que todos sabemos é que, de um modo geral, são profissões incrivelmente difíceis de tentar e de ter sucesso. Acho que é bom para as pessoas perceberem que não é algo que se dá de mão beijada a muita gente e que é preciso trabalhar muito".
Como é que o Metaverso funciona?
Tal como muitas pessoas que estão lendo esta entrevista, eu sabia muito pouco sobre o metaverso antes de começar esta conversa, por isso estava ansiosa para perguntar a Rothberg como funciona o The Xavatar Show. "Quando estávamos mudando para esta realidade Zoom, por causa da pandemia, [notei que] não gosto de estar à frente das câmeras; estou atrás do talento, atrás da mesa de mixagem, e essa é realmente a minha zona de segurança", Jason explicou. "Por isso, todo o trabalho parou durante três anos e a única coisa que tínhamos eram webinários. A ideia com os meus dois sócios era criar uma solução divertida, utilizando avatares para videoconferência." Rothberg continuou a explicar os pormenores do início do projeto.
"Depois, percebemos que a tecnologia estava a fazer animação em tempo real, o nosso sócio, Kevin Sharpley, que é o visionário por detrás do metaverso da Web3, não parava de me sussurrar: 'Metaverso, metaverso'. E eu dizia: 'De que você está falando?' Isto foi antes de meta ser meta, certo? Ninguém estava falando sobre o metaverso. Sabíamos que a Web3 estava chegando e o Gianfranco [Bianchi], o nosso outro sócio, é um mestre em XR, VR, AR, todas estas formas alternativas de ver imagens, especialmente com animação."
Rothberg continuou: "E para mim, tal como o Colin disse, era muito importante para nós termos um programa de televisão terrestre com uma ligação à rádio. Esses são os meus meios de comunicação favoritos. Mas foi o Kevin que pensou: 'Cara, isto é uma apresentação no metaverso'. Porque, como membros do público, vemos as pessoas deixarem de ir aos teatros e ver televisão para, tipo, receber clipes de 15 segundos nos seus celulares. Acho que estão fazendo isso porque sentem que é uma ligação mais profunda. Vindo do feed do Elvis Costello ou de qualquer celebridade que você siga. Por isso, o metaverso, penso eu, proporciona essa ligação mais profunda e, através do nosso programa, estamos unificando estes diferentes meios. Portanto, é verdadeiramente multimídia".
Ele continuou a elogiar O'Donoghue: "Mas tenho que voltar e dizer uma coisa: Colin é um grande mentiroso. Ele não só é um músico incrível, o que o coloca em ambos os lados, como também é produtor do programa. Ter a orientação dele, sabe, e eu trabalhei no setor por muitos anos, mas a visão dele sobre produção é incrível. Fiquei chocado ao ver o nível de seu conhecimento e sua visão, e isso realmente manteve a equipe em movimento. Desculpe, Colin, mas tive que deixar esse pequeno momento de dois segundos para a Maggie, para que ela entenda que ele [Colin] é muito mais…" O'Donoghue interrompeu as palavras gentis com uma risada: "Eu só minimizei a situação para que ele [Jason] dissesse algo bom sobre mim. Só isso".
Com a menção de sua carreira musical, fui rápida em apontar que eu sabia tudo sobre o antigo, e ainda ocasional, envolvimento de O'Donoghue com a banda irlandesa The Enemies, e o pressionei para saber se ele estaria retornando ao setor. "Talvez. Estou sentado em minha sala de guitarras no momento, então tenho todas elas lá em cima". Parece que Rothberg está ansioso para empurrá-lo de volta nessa direção: "Temos planos muito grandes e empolgantes para o material musical de Colin". O'Donoghue apenas riu: "Estou dizendo que veremos. É isso que estou dizendo". E quando eu brinquei que isso soava como uma situação de "mais por vir", ele concordou. "Mais por vir".
Como o público pode se envolver com o "The Xavatar Show"?
Como eu, você deve estar se perguntando como o público pode assistir a algo como o The Xavatar Show. O aspecto metaverso implica que o público poderá assistir ao talk show ao vivo, como qualquer outro programa de entrevistas diurno no ar atualmente. Parece que é exatamente isso que O'Donoghue e Rothberg planejaram para o projeto e, sinceramente, parece muito legal.
"Bem, crescendo nos anos 70, você sempre ouvia, por exemplo, The Jeffersons ou Good Times gravados em frente a um público de estúdio ao vivo, e não queremos ter risadas e palmas enlatadas", explicou Rothberg. "Na verdade, acho que há de 30 a 60 assentos em que os membros da plateia poderão ouvir e reagir, e alguns deles poderão participar fazendo perguntas, ou os convidados. Mas, acima de tudo, trata-se da ativação dos fãs e das histórias, dos filmes e da música que estão sendo criados para o entretenimento, que terão essa nova maneira de experimentar e se conectar". Ele continuou a compartilhar detalhes sobre a gravação com Elvis Costello.
"Gosto muito de contar o exemplo de Elvis Costello. Já gravamos alguns artistas, mas Elvis foi um dos que tivemos uma entrevista incrível. Em um determinado momento, ele está nos contando a lembrança que teve ao ser chamado para a música Cold Mountain. Acontece que ele estava no Bel-Air Hotel e ligou para seu amigo, T-Bone Burnett - quem não ligaria se fosse seu amigo? - e T-Bone entra no Bel-Air Hotel, eles encontram um piano de cauda e, em 20 minutos, sentam-se e escrevem a música. Assim, quando você entrar no Xavaverse, poderá entrar no ambiente do Bel-Air, encontrará o piano e haverá um jogo parecido com o Guitar Hero, em que você terá de aprender a ajudar Elvis a compor a música de Cold Mountain."
Ao encerrar a explicação, Rothberg acrescentou mais detalhes sobre o que está por vir: "São esses tipos de coisas. Haverá jogos baseados em memórias e histórias. Potencialmente, haverá apresentações ao vivo e encontros. É claro que haverá todos os tipos de oportunidades maravilhosas de venda. Você poderá comprar ingressos para shows ou parafernálias da banda. Depois, acho que o outro lado é a conexão com outros membros do público que também são fãs e querem conversar e se conectar uns com os outros. Portanto, são várias camadas de como estamos tentando satisfazer o público e proporcionar a ele uma conexão mais profunda".
Virando a página de 'Once Upon a Time'
Na metade da conversa, aproveitei a oportunidade para falar sobre Once Upon a Time, depois que O'Donoghue confundiu meu Alligator Loki de pelúcia com um crocodilo muito bem feito. Mal sabia ele - embora eu tenha revelado mais tarde - que tenho muitas mercadorias com o tema do Capitão Gancho guardadas. Também contei que havia comprado um adereço de Once Upon a Time há alguns anos. Não era nada muito empolgante (os papéis de alistamento de Liam Jones no episódio "Good Form"), mas O'Donoghue se animou imediatamente. Antes que eu tivesse a chance de perguntar se ele guardava alguma coisa da série, ele se ofereceu para me mostrar apenas "uma coisa". Com a câmera na mão, ele foi para outro cômodo de sua casa, onde seu icônico casaco do Capitão Gancho estava pendurado na frente de uma cômoda, como se estivesse esperando por esse momento.
"Na verdade, ele [o casaco] está lá porque o encontrei no fundo do guarda-roupa e pensei: 'É melhor pendurá-lo ou vai ficar todo amassado'. Na verdade, tenho minha espada. Tenho algumas coisas. Tenho minha espada aqui. Tenho todo o meu traje, e não sei por que estou fazendo um tour. Tenho um capacete ali que usei em um dos episódios, tenho todo o meu traje e tenho meu gancho lá embaixo. E tenho a espada Excalibur. E tenho uma réplica do meu navio".
A cada menção a um acessório, ele o erguia para que eu o visse com alegria nostálgica. "Eu fiquei com muitos [objetos]. Bem, a ABC e a Disney gentilmente me deixaram ficar com meu figurino. Eles meio que aprovaram. Quero dizer, acho que não serviria em mais ninguém. Para ser sincero, nem sei se caberia mais em mim. Quero dizer, olhe, eu interpretei o personagem por tempo suficiente. Acho que mereço levar algumas coisas". A partir daí, ele se lançou em uma descrição apaixonada do motivo pelo qual fazer parte do programa foi uma experiência tão incrível e continua sendo, dizendo:
"Foi uma série incrível. Foi uma experiência incrível fazer parte de algo que, até hoje, significa tanto para tantas pessoas. É muito raro ter programas que famílias de todas as idades - sete, oito, nove, até os avós - possam assistir juntas, e há pequenas partes para todos. Eddie [Kitsis] e Adam [Horowitz] foram muito claros quando eu me lembro de ter perguntado a eles que, na época, tudo era sombrio, tudo tinha de ser corajoso, e isso e aquilo outro, e eles disseram: "Bem, decidimos que queríamos fazer o oposto e criar algo que tratasse apenas de esperança".
O'Donoghue acrescentou: "Quero dizer, não me entenda mal, Once Upon a Time pode ser incrivelmente sombrio às vezes, mas fazer parte de algo que é basicamente sobre positividade, aceitação e esperança foi algo muito, muito importante. Até hoje, as pessoas adoram a série e estão descobrindo-a novamente. O que está acontecendo agora é que vi que há pessoas que talvez tenham sido adolescentes no meio ou no final da adolescência e que agora têm filhos ou crianças pequenas, o que quer que seja, e estão começando a assistir novamente com seus filhos, e então estão encontrando um público totalmente novo. Então, sim, foi uma experiência incrível."
Está no horizonte uma reunião de 'Once Upon a Time'?
Embora eu não tivesse a intenção de compartilhar o que Once Upon a Time significava para mim, mencionei que a série teve um impacto muito grande em minha vida. Diante disso, O'Donoghue perguntou descaradamente quem era meu personagem favorito. É claro que a resposta foi Hook e Emma. Captain Swan. A isso, ele respondeu: "Aí está! Isso é tudo o que eu queria saber". Para escapar de sua provocação brincalhona sobre todos os meus produtos do Hook estarem guardados, perguntei o que ele achava do potencial de uma reunião de Once Upon a Time agora que a série - e alguns de seus melhores episódios - ultrapassaram a marca de 10 anos.
"Acho que o programa poderia voltar a ser exibido. Quero dizer, é uma decisão para Eddie e Adam, na verdade. Falei com eles e com algumas outras pessoas sobre isso, e acho que o melhor de Once é que vocês poderiam voltar e continuar de onde pararam, ou seja lá o que for." Rothberg sugeriu que eles poderiam realizar a reunião no metaverso, o que divertiu O'Donoghue.
"Ou uma reunião no metaverso. Mas, veja bem, o que era ótimo em Once Upon a Time, e o que era ótimo em trabalhar na série, era que a cada episódio havia algo novo, fresco e diferente. Havia um mundo diferente, havia personagens diferentes, havia diferentes tipos de aspectos da Disney e dos contos de fadas. O fato é que os contos de fadas nunca sairão de moda. Há centenas de anos não saem de moda, e não os vejo saindo tão cedo. Além disso, não há séries como essa no momento, entende o que quero dizer? Quero dizer, não me entenda mal, há toneladas de projetos realmente incríveis. Mas não há nada parecido com isso, em que as famílias estavam literalmente empolgadas para se sentar em um domingo à noite para assistirem juntas, passarem tempo umas com as outras e conversarem sobre o assunto. A comunidade de pessoas que se uniu por causa de Once Upon a Time é simplesmente incrível, como uma família."
Embora um reencontro possa não estar nos planos da série no momento, O'Donoghue ainda gosta claramente de relembrá-la. Observei que o final de Once Upon a Time marcou o fim da era das temporadas com 22 e 23 episódios. A série terminou em 2018, bem no momento em que o streaming começou a dominar as conversas e, com isso, deu início a um mundo de temporadas de 6 e 8 episódios, espalhadas por anos demais para manter uma fã base viva.
"Acho que fizemos duas temporadas de 23 episódios. É incrível pensar nisso. E são episódios de uma hora de duração, episódios de 50 ou 55 minutos", lembrou O'Donoghue. "Mas posso entender como seria incrivelmente difícil para os roteiristas tentarem continuar com isso. Mas, sim, não há programas que estejam fazendo isso agora. Quero dizer, acho que Grey's Anatomy ou esses tipos de programas são capazes de fazer isso por causa da base de fãs e do desejo por essas coisas. Estávamos perto de ser o último tipo de programa a ter essas longas temporadas." Perguntei se ele aprendeu alguma coisa com o trabalho na série (que foi filmada em Vancouver, na Colúmbia Britânica) que pudesse levar para outras séries, como The Right Stuff, e acabamos brincando sobre o frio e a umidade das filmagens no Canadá. No entanto, como ele ressaltou, o clima da Irlanda não é tão diferente.
"Estou acostumado com isso. Eu estava usando uma blusa preta no meio de uma chuva torrencial. Mas o que isso nos ensina é que, bem, primeiro, eu já havia feito alguns filmes e fiz um filme realmente grande com Anthony Hopkins, então eu sabia como era estar em algo grande. Mas eu não entendia muito bem o escopo do tamanho de Once Upon a Time quando entrei no programa, porque não tinha visto a primeira temporada. Naquela época, não estava no ar na Irlanda. Então, entrei no set e estava literalmente entrando em um navio cheio, com centenas de figurantes, Robert Carlyle bem na minha frente, barcos enormes com guindastes, e estávamos navegando no mar. Eu pensava: 'Mas o que…?' Sabe, eu estava usando calça de couro e delineador. Eu pensava: 'O que está acontecendo?' Mas isso me deu uma boa compreensão da TV e desse mundo e, essencialmente, de como ele funciona. Então, acho que isso foi o mais importante. O outro lado da história é que foi muito divertido. Consegui interpretar um ótimo personagem, então foi ótimo."
Embora ele não esteja mais lidando com maldições, crocodilos em forma de Rumplestiltskin ou navegando na Jolly Roger (se você sabe, você sabe), O'Donoghue pode ser encontrado no The Xavatar Show no metaverso, que é um reino mágico por si só. Mais informações sobre a Xavatar e sua abordagem inovadora de mídia podem ser encontradas no site oficial.
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blogaocaos · 3 months ago
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A irreverente SOPHIE em álbum póstumo
30 de Janeiro de 2021, o mundo da música perdia uma das artistas mais geniais da história e símbolo queer 
SOPHIE nos deixou dois álbuns (de inéditas e remixes) e uma compilação. Cada obra só faz reafirmar o seu posto como uma das artistas mais transgressoras da história.
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Existe ainda uma variedade de demos e músicas não lançadas que circulam na internet, fora seu acervo pessoal; é de conhecimento dos fãs que ela vinha trabalhando em um segundo álbum, especulado Transnation. Um compilado de unreleaseds surgiu na internet e se canonizou como seu “próximo passo”, mas se tratando de uma artista tão imprevisível fica difícil especular quais caminhos ela realmente viria a tomar.
Nota-se que seus últimos lançamentos tiveram um maior foco na “club music”, porém seu último grande projeto (o álbum de remixes do Oil) era predominantemente composto de diferentes tipos de fusões entre a música eletrônica e ambient;
Seu irmão, Ben Long, afirmou em entrevista que era esse o álbum que ela vinha trabalhando, citando também conversas sobre o início de um ciclo de lançamentos pop e experimental sucessivamente.
A partida precoce da produtora colocou um fim em todos esses planos, e agora, três anos após sua trágica passagem, o irmão de SOPHIE finaliza o projeto que ela estava trabalhando e lança sob o nome de SOPHIE.
A recepção da notícia de que ouviríamos um trabalho novo da artista foi mista. Houveram especulações sobre o aspecto ético do lançamento, se não seria só mais um produto criado para lucrar em cima da morte da artista, mas é injusto tratar esse projeto da mesma forma, afinal, Ben Long era um fiel parceiro e colaborador, presente na arte de SOPHIE desde o início.
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Devemos também levar em consideração o fato de que esse projeto chega 3 anos após sua partida e com uma tracklist totalmente contrária às expectativas. Se o objetivo fosse mesmo o lucro, não há dúvidas de que reuniria as faixas favoritas dos fãs como Burn Rubber, Taxi e tantas outras que são facilmente encontradas no Soundcloud e lançariam enquanto o luto dos fãs ainda estava fresco.
Muito foi especulado sobre o sentimento de colaboradores próximos, artistas como Charli XCX e A. G. Cook. Mas ninguém pensou em como o irmão, que sempre esteve ao seu lado, se sentia. De algum modo, foi ele quem precisou assumir a responsabilidade de honrar o legado da irmã. A boa intenção em finalizar o projeto é, no mínimo, louvável. Não seria justo permitir que todo esse material ficasse escondido dos fãs.
No caso de SOPHIE que teve um debut incrível, as expectativas eram grandes. O lançamento tem causado recepções variadas que vão desde pessoas que reclamam da produção, até comentários sobre a mixagem/masterização que desconsideram a beleza da obra pelo que ela é. Não venho defender que a obra esteja imune à críticas, mas reconheço que é um projeto especial pelo simples fato de quase nem mesmo existir. 
O álbum é uma progressão do que ela vinha trabalhando nos remixes di primeiro álbum. Nota-se a estética mais “limpa”, o que pode até chocar visto que as produções da artista sempre foram extremamente minimalistas, mas com um foco em design de som maximalista.
Pode não parecer tão inovador quanto em sua estreia, mas não deixa de apresentar momentos fantásticos. As timbragens são belas e nos levam a esse lugar frio e solitário; produções que remetem muito ao Kraftwerk na ideia de colocar só aquilo que é essencial, um baixo, um kick, alguns elementos percussivos e um ou dois synths; não requer muito mais que isso para fazer uma música.
As faixas lançadas como singles parecem crescer dentro do contexto do álbum, enquanto as faixas inéditas tem gostinho de novidade que eu pensei nunca mais ouvir da artista. A mixagem que vem recebendo muitas críticas me parece entender muito bem a proposta mais ambient do álbum, de modo que baixos mais sobrecarregados não fariam sentido.
Ouvir esse álbum me rendeu uma experiência que talvez não fosse a intencionada por SOPHIE enquanto o produzia. Mesmo as faixas mais animadas, soam melancólicas. As letras ganham um outro peso com a ausência física da artista; caso de Just Like We Never Said Goodbye. É como um “liminal space” ou “uncanny valley” que me leva a sentir coisas que eu nunca experienciei antes.
De fato é um álbum da SOPHIE, mas também um esforço louvável do irmão que não mediu esforços em compartilhar as últimas criações da irmã com o mundo. Não é um álbum pop, nem experimental, nem o segundo dela (em vida); mas certamente é uma daquelas obras que serão lembradas pelo seu valor histórico e pela força do amor entre irmãos.
Escrito por: YELL
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ohbyeollie · 7 months ago
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Você viu OH BYEOL? Ouvi dizer que ela tem 28 ANOS e trabalha como PRODUTORA MUSICAL, morando no BOSQUE VERDE. Achei ela muito parecida com KANG SEULGI, mas foi só impressão mesmo.
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ 개요
Oh Byeol nasceu em Boryeong e foi, ao lado da mãe, tentar a vida em Seul. Após vencer um reality, se tornou a queridinha da Coreia por alguns anos, mas tudo mudou quando ela debutou em um grupo de k-indie como vocalista e guitarrista. No entanto, o conceito de “as meninas do futuro” flopou. Depois disso, Byeol esqueceu a indústria e se tornou professora de música, mas acabou recebendo uma proposta para trabalhar em Daegu e aceitou. Agora, em Pyunghwaho ela trabalha de forma híbrida, o que lhe dá tempo para fazer o que ama: cantar nos estabelecimentos da cidade que a contratam. 
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ만나서 반가워요
Depois de Byeol participar de um reality musical infanto-juvenil e roubar o coração de todos os jurados, Starr, stage name com o qual foi batizada, tornou-se conhecida no país inteiro. Não demorou para fazer parte de uma agência de entretenimento, que se interessou em transformá-la na futura queridinha do K-Pop. No entanto, Byeol não durou nem mesmo seis meses no lugar, já que foi expulsa por não aguentar calada o que acontecia. 
Mesmo fora da empresa, manteve sua reputação e fama por algum tempo, até debutar em uma banda de k-indie junto de outras quatro garotas, o que lhe rendeu o lançamento de um único mini-álbum. No entanto, o conceito galáctico não foi bem aceito, assim como o álbum, intitulado "UNI.VERSE". O disband não demorou nem dois anos e, dessa forma, tão rápido quanto alcançou a fama, Byeol caiu no esquecimento. 
Ao escolher por seguir a vida na capital, Byeol deixou para trás o sonho de se tornar uma estrela famosa no mundo da música. Se tornou professora de uma escola do ensino fundamental, além de dar aulas particulares e cantar em diversos lugares pela noite, o que a manteve financeiramente por anos. Porém, após o surgimento de uma incrível oportunidade, Byeol se mudou para Daegu, onde trabalhou como compositora de uma banda de K-rock por um tempo, o que lhe rendeu ótimas oportunidades. 
Agora, cheia de experiência, foi promovida a produtora de uma grande empresa. Seu trabalho lhe permite flexibilidade o suficiente para que ela escolha onde morar. E, depois de uma série de acontecimentos, ela escolheu Pyunghwaho como seu terceiro lar.
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danfernandes · 9 months ago
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Teste de um título grande para ver como fica no design do site
Beyoncé é uma renomada cantora, compositora, atriz e produtora americana, conhecida por sua voz poderosa, presença de palco cativante e influência cultural. Com uma carreira que abrange décadas, ela transcende gêneros musicais e se destaca como um ícone global. Seu trabalho excepcional vai além da música, incluindo performances aclamadas, produções visionárias e um ativismo incansável pelos direitos das mulheres e da comunidade negra. Beyoncé é uma verdadeira pioneira na indústria musical, deixando um legado duradouro como uma das artistas mais influentes de sua geração. Acompanhar a carreira de Beyoncé é mais do que apenas seguir os passos de uma artista incrivelmente talentosa - é mergulhar em um universo de influência cultural, criatividade desenfreada e ativismo significativo. Desde seus primeiros dias como integrante do grupo Destiny’s Child até sua consagração como uma das maiores estrelas da música global, Beyoncé tem cativado e inspirado uma legião de fãs em todo o mundo. Sua inovação musical a coloca como uma verdadeira inovadora no mundo da música pop, combinando um estilo vocal único com uma habilidade de experimentar diferentes gêneros musicais. Seus videoclipes cinematográficos e colaborações com estilistas e diretores de arte de renome demonstram sua visão criativa em todos os aspectos de sua carreira. Poucos artistas têm o poder de influenciar a cultura popular como Beyoncé, moldando tendências desde suas letras inspiradoras até sua moda deslumbrante. Além disso, ela é conhecida por performances ao vivo arrebatadoras, deixando uma marca indelével em todos que testemunham sua arte ao vivo, seja em um estádio lotado ou em um palco intimista. Sua música frequentemente aborda questões como igualdade de gênero, autoestima e empoderamento feminino, inspirando milhões de mulheres a se levantarem e reivindicarem seu poder. Beyoncé utiliza sua plataforma para levantar questões sociais importantes, sendo uma defensora ativa dos direitos civis, da igualdade racial e do empoderamento da comunidade negra. Seu legado transcende gerações, inspirando não apenas seus fãs atuais, mas também a próxima geração de artistas e ativistas. Sua capacidade de se reinventar constantemente, explorando novos territórios artísticos, mantém sua relevância e emociona seus fãs. Acompanhar a carreira de Beyoncé é celebrar a excelência em todas as suas formas, personificando a busca implacável pela perfeição e inspirando outros a fazerem o mesmo em suas próprias vidas e carreiras. Em resumo, Beyoncé não é apenas uma artista - ela é uma força da natureza que continua a redefinir os limites do que é possível na indústria do entretenimento. Seu impacto transcende o mundo da música e ressoa em todo o espectro da cultura contemporânea.
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selektakoletiva · 2 years ago
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MARCELO D2 E A ANCESTRALIDADE DE FUTURO!
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Com 13 discos de estúdio na bagagem - 4 com o Planet e 9 em carreira solo - já né segredo que Marcelo D2 ocupa um espaço notório na música popular e na cultura Hip-Hop pelo mundão. Acontece que em seu novo trabalho, ele ultrapassa barreiras, fura otas bolhas e se consagra ainda mais como um dos grandes arquitetos da música brasileira.
Intitulado "IBORU, Que Sejam Ouvidas Nossas Súplicas", Marcelo D2 nos leva por uma jornada musical de puro suingue, com o afrofuturismo batendo na alta, como sempre falara Chico Vulgo.
O disco começa com a voz de Wander Pires te transportando pra avenida quase que espontaneamente. 'Por baixo', numa crescente, um instrumental drumless do lendário Barba Negra (aka O Terrível Ladrão de Loops), versos afiados de D2 e uma fala de sua coroa. Apenas o início de uma saga que vai flutuando entre a boniteza e a concretude dos fatos como são. Trazendo a beleza da crueza e do povo, como o timbre de Nega Duda que vem logo em seguida. A genuína cultura de rua e dos morros, favelas e do subúrbio carioca.
Das rodas que varam da noite ao clarão do dia; ad infinitum. Os terreirões de Umbanda e Candomblé, os Bate-Bolas, Rosinhas e Malandros que transitam pelas ruas encantadas de um Rio de Janeiro que não passa na retrospectiva da Globo, não está nos trends, ou em capas de jornais. Essas são algumas das várias personas carioca que inspiram IBORU. Que inclusive, dia 28 deste mesmo mês de Junho, ganhará seu complemento audiovisual. Um curta que contará a história fictícia do encontro de João da Baiana, Clementina de Jesus e Pixinguinha, nos idos dos anos de 1923. O curta, assim como a estética do disco, foi toda assinada pela mágica Luiza Machado e o próprio Marcelo, diálogo que vem ampliando ainda mais a arte do rapper carioca. A produção fica por conta da produtora da família D2 - PUPILA DILATADA.
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O elenco de músicos e compositores de "IBORU, Que Sejam Ouvidas As Nossas Súplicas", chega a ser baixaria de tanto talento junto. A começar pela cozinha, composta por bambas da velha escola e da nova geração, tudo junto e misturado; Marcio Alexandre, Zero, Miúdo, Jorge Luiz, João e Marcelinho Moreira. Nas cordas, temos João Lopes (banjo), Maycon Ananias (cordas geral), Gabe Noel (violoncelo), Wanderson Martins e o craque Rodrigo Campos (ambos no cavaquinho). Violões de 6 e 7 cordas, no nome de Kiko e Fejuca, camisa 10 que contribui também batucando no couro e arranjando no cavaco.
Nos sopros, Thiago França (sax), Marlon Sete e Pedro Garcia no trombone e voz. Na bateria, o novo expoente da bateria brasileira, Thiaguinho Silva. O côro é comandado pela Luiza Machado, sua parceira de vida e arte, que entoa unissomo com as vozes de Jussara, Jurema, Hodari, Betina, Luiza e Camila de Alexandre, e o talentoso Luccas Carlos.
Falando em voz e coro, vale ressaltar a parceria louvável entre Luiz Antonio Simas e Marcelo D2. Desde o último disco de estúdio com intervenções e trocando prosas juntos sobre ancestralidade, resistência e identidade. Também estão no catálogo grandioso de compositores João Martins, Inácio Rios, Diogo Nogueira, Igor Leal, Fred Camacho, Neném Chama, Carlos Caetano, Márcio Alexandre, Cabelo, Douglas Lemos, Moa Luz e Otacilio da Mangueira. É mole?
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Todo esse time consegue criar uma atmosfera de uma vibração coletiva incrível, que dialoga o asfalto com o morro de uma forma ímpar. O grave do surdão e do 808 suingando com o hihat, que por sua vez unifica-se com as palmas e o tamborim... isso é o Nave e mais uma sequências de beats absurdos. Uma parceria que já vinha dando certo desde "A Arte do Barulho". E pelo visto, continua. Numa parceria luxuosa que vem se estreitando nos últimos anos, Nave e Kiko Dinucci - que traz suas picotadas lombradas, guitarras levemente sujas, uma viola elegantíssima - se entendem em grau, número e frequências.
A produção é algo instantaneamente clássico - o que já faz pensar nesse disco do OGI que vem aí. Mas isso é papo de futuro, pra outro momento.
Ah, jamais podemos esquecer de mencionar a co-produção e mixagem, que ficou na assinatura de nada mais/nada menos que o gênio e cumpade de longa data de Marcelo, Mario Caldatto. É óbvio que a qualidade de sempre foi entregue.
Dito isso e abordado o time, agora vamos as participações; Nega Duda, Metá Metá, BNegão, Mumuzinho, Alcione, Xande de Pilares, Zeca Pagodinho e o imortal Mateus Aleluia. Há homenagens a Romildo Bastos (Padre Miguel) e mestre Monarco (Portela) a sua maneira afrosambadélica.
Essa fusão chega ao ápice quando IBORU traz a cultura Hip-Hop pra dentro duma quadra de Padre Miguel com adlibs de Westside Gunn em um partido alto feito de beats, palmas, trombone e guitarra. Ou com um batuque e naipe de sopros junto a MPC, como fez no seu último trabalho com Um Punhado De Bambas no Cacique de Ramos - que aliás, outro excelente trabalho que transcende as fronteiras convencionais e cria uma experiência auditiva e cativante, como faz novamente nesse trabalho.
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É junto de baluartes, ídolos e bambas que D2 aprendeu boa parte do que sabe do samba. Zeca e Arlindo são reverenciados em mais de um momento do disco. Beth, João Nogueira, Dona Ivone, Luiz Carlos, Candeia, Cartola, Martinho, Paulinho e o pessoal do Fundo de Quintal. Entre muitos outros. É bonito ver o artista em seu auge, com a pura satisfação de fazer o que gosta, evoluindo e não se prendendo a velhos chavões e modos operandi. Além de toda essa gratidão de quem aprendeu com os verdadeios movimentadores da massa e da cultura popular.
E se você se pergunta da outra parte, nunca se esqueça que antes de D2, era o Sinistro, com sua vivência pelas quebradas do mundaréu. Rio 40 graus. De Padre Miguel, Cascadura, Madureira, do Andaraí, Humaitá e das vielas do centrão. Lapa, Gamboa, Cinelandia. Vivência que Peixoto teve nos camelos com seu camarada Skunk. Das chamas que circundavam a capital carioca nos anos 90.
No final, "IBORU" vai além do siginificado em iorubá, do Ifá, e muito mais do que título de disco ou uma simples combinação de gêneros musicais; é uma verdadeira celebração da diversidade e da riqueza da cultura brasileira. Destaca temas relevantes e urgentes, como a desigualdade social e a resiliência das comunidades marginalizadas. Ancestralidade de futuro.
Ao mesmo tempo e paralelo a concretude lírica e dos batuques de fine estirpe, a nuance abstrata das melodias se faz valer em loops, samples e um instrumental finesse. A sinestesia e o campo lúdico do disco é forte, e isso tem muito a ver com o imaginário popular, fé e outros pagodes da vida que circundam a vida do brasileiro - que assim como Marcelo, se recria e se renova a cada nova batalha. "Provando e comprovando a sua versatilidade", já diria seu saudoso amigo Bezerra da Silva, que eu sei que assim como os outros bambas mencionados aqui neste texto, no disco, e durante a vida do Sinistro, também benzeu e abençoou "IBORU" até vir ao mundo terreno, há uma semana atrás, dia 14 de Junho.
E faz uma semana que é festa no Orum...
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ALÔ, MEU POVO! A HORA É ESSA!!!
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keliv1 · 10 months ago
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Revisitando textos: "Namoro (n)a TV"
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Em mais uma (re) visita de crônicas, posto “Namoro (n)a TV”. O texto remete a 2012, quando fui ao canal MTV participar da plateia de um programa de (adivinha?) namoro.
Fazendo uma varredura no note, encontrei as fotos desse momento.
Segue texto e fotos.
Porque relembrar com carinho e deixar fluir é viver.
Namoro (n)a TV
Keli Vasconcelos 16/02/2012
Impressionante o quão é fascinante a televisão. Meio canto da sereia, hipnotiza até o cético. Quem nunca perdeu a senha quando está na fila para fazer um exame médico, por exemplo, porque ficou prestando atenção no que passava na TV?
Não trabalhei em TV, mas já tive a chance de entrevistar apresentador, ver os estúdios – que são, em geral, bem compactos. E quando tinha 4, 5 anos, consegui uma brecha e fui com meus pais à TVS (hoje SBT), mesmo sendo menor de idade.
Ao longe, Silvio Santos no palco do “Qual é a música?”, na prova da vitrola musical, em que os participantes tinham que adivinhar quem cantava os trechos de canções. Aquilo impregnou na mente: o “patrão”, com o seu terno escuro de risca de giz, usando aquele microfone engraçado junto à gravata. Quando lia as fichas, colocava óculos mais divertidos ainda, sem as “perninhas”, na ponta do nariz. Só cinco minutos o vi, uma eternidade.
Pois bem, anos depois, li um post que recrutava interessados em participar na plateia das gravações de um programa de namoro, em um canal na zona oeste da cidade de São Paulo.
Bastava mandar e-mail com nome, idade, telefone, RG e a hora/data da gravação desejada. Engraçado, estamos em 2012, tempos de flertes virtuais e ficadas baladeiras, e ainda o “Namoro na TV” tem espaço, glamour talvez.
Já vi gente que conheceu seus respectivos pares pela internet e até em anúncio de rádio, mas presenciar ao vivo jovens disputando o amor da mocinha, nunca. Não poderia perder, portanto.
Enviei a mensagem e, horas depois, recebi a confirmação. Fui, no dia marcado – uma tarde de quinta-feira –, à emissora, que fica a alguns minutos a pé do metrô.
Chegando, conversei com o recepcionista, que avisou da entrada para o estúdio na rua de trás, depois de um ponto de táxi. Lá fui eu e mais dois jovens ao local indicado, um muro com trepadeiras e porta de ferro pequenina e estreita, sem glamour para o “padrão televisivo”.
Havia sete pessoas ali, que juntas dariam um século de idade, mais eu e outro homem, que aparentava ter mais de 30 anos (neste caso, só nós dois daríamos meio século, quer dizer, mais).
Perguntei aos primeiros desde que horas estavam lá, já que as gravações foram marcadas para as 14h:
— Eu cheguei ao meio-dia. Não sou de São Paulo e estou na casa de parentes em Guarulhos.
A outra moça, que acabara de completar 18 anos, prosseguiu:
— Eu venho quase toda semana aqui. Temos um fã-clube do canal e vamos sortear uma camiseta autografada por todos os apresentadores. Estamos recolhendo autógrafos!
Já passava das 14h quando a produtora abriu a portinha e foi conferindo os nomes na prancheta. Disse um “boa-tarde” a ela, que simpaticamente pegou meu documento.
Ficamos sentados em banquinhos por mais meia hora. Nesse meio tempo conversei com um moço que estava à minha frente. Aparentava uns 18 anos, piercing na orelha esquerda; portava uma mochila bem grande.
— Já fui a outros programas da emissora. Ontem mesmo teve duas gravações [do programa de namoro]: uma começou às 15h e a outra, às 20h. Saí daqui eram mais de 22h.
“Onde você mora?”, perguntei. “Santo Amaro, e você?”, ele devolveu. “No extremo leste, São Miguel”, respondi. “Então, estamos no mesmo barco”, ele disse e concordei: seriam duas horas de volta às respectivas residências.
Nisso, o segurança chamou de seis em seis pessoas para adentrar o estúdio, alguns centímetros maior do que imaginava. Deixamos as bolsas no canto e subimos na arquibancada vermelha e branca, em formato de ágora, de frente ao centro do palco, onde ficaria a moça que queria arranjar o pretendente.
Luzes encobertas por celofane cor-de-rosa brilhavam e, por um momento, todos estavam rosados, “envergonhados” sem motivo. Uma garota trouxe pãezinhos e distribuiu aos amigos. Tínhamos água à disposição.
A mocinha que iria sortear a camiseta autografada era íntima de vários do estúdio, do maquiador à apresentadora. Esta, aliás, com vestido deslumbrante, cheio de brilho, andava igualmente brilhante em seu salto de 15 centímetros (ou mais).
O diretor do programa ensaiava conosco as palmas, mas não o víamos. Estava na mesa de corte (switcher, no termo técnico). Quando anunciou o começo do programa, todos batiam palmas, mas se policiando: “Será que vamos aparecer na tela?”, perguntava um a esmo.
Antes, porém, um dos produtores conversou com mocinhas próximas a mim, convidando-as a participar, caso fossem maiores de idade, enquanto câmeras as gravavam. “Isso quer dizer que meus pés vão aparecer, certamente”, pensei.
Mas, sinceramente, aparecer não me interessava. O meu programa era analisar os rostos daqueles jovens, em sua efervescência, adolescendo, dos pretendentes, passando pela mocinha-alvo.
Seus olhares curiosos, enfeitiçados, observando a apresentadora, contavam a história dos participantes, as interrupções devido a uma luz errada, um erro da sequência das provas, a maquiagem borrada da participante, as gargalhadas do público por causa de uma prova em que o eliminado pedia para voltar por meio de uma carta, mas a tal carta não estava no envelope entregue.
Uma mulher, que antes me disseram ser a diretora (da emissora?), apareceu no estúdio, e vi em seu olhar o mesmo sentimento: o feitiço daqueles jovens ali, simplesmente dando os seus “likes” para aquele evento.
Saí dali às 18h30 vendo o vencedor, que antes nos pedira para torcer por ele, beijando romanticamente a mocinha e, ao desligar das câmeras, sair conversando com uma nova “amiga”. Boa parte da plateia pedia para ficar para a próxima gravação, às 19h20.
Pois é, eis a mágica da TV: apagada de borracha nos erros, pincelada de certezas para um programa bem editado, “perfeito”.
Não tem jeito: quem, literalmente, não namora (n)a TV?
(O texto faz parte da coletânea “São Miguel em (uns) 20 contos contados” (Ed. In House - Jornalirismo, 2014) e também está registrado no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional, ou seja, protegido. Então, caso queira divulgar, por favor, cite a fonte, não plagie. Tenho certeza que sua criatividade será mais valorizada fazendo seu texto com o seu melhor!)
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valeooc · 7 months ago
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oi gente, eu sou a kunie e tenho 3 personagens atualmente: a @ohbyeollie, que é produtora musical, tem uma personalidade forte, uma boca suja, mas um coração de ouro; o @totommy que é um ex-enxadrista profissional, tá a maior parte do tempo sério, tem dificuldades de se expressar, mas é educado com geral; e tem também a @linazevedo que aplica golpes em homens infiéis e adora um luxo.
eu não tenho lista de conexões porque dessa vez tô jogando com a ideia de deixar o tempo e as interações moldarem as cnns dos meus personagens, então vamos combinar plotzinhos! estou aberta a todo e qualquer tipo de plots e inters!
a byeol é novata na cidade, tem nem um mês que divide o apartamento com o melhor amigo, o tommy tá na cidade tem pouco mais de um ano e a lin mora em pyunghwaho desde criança.
aos poucos vou me adaptando e chamando a galera no chat, quem eu chamar em vários chars é pq não sabia (desculpa desde já!). vamos plotar? 🌹
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valehq · 7 months ago
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Você viu CHOI MIYOUNG? Ouvi dizer que ela tem 29 ANOS e trabalha como PROPRIETÁRIA DE UMA LIVRARIA-CAFÉ, morando na VILA DAS FLORES. Achei ela muito parecida com LEE JIEUN, mas foi só impressão mesmo.
Você viu JANG DAEIL? Ouvi dizer que ele tem 28 ANOS e trabalha como SÓCIO DE UMA LIVRARIA-CAFÉ, morando no BOSQUE VERDE. Achei ele muito parecido com LEE DOHYUN, mas foi só impressão mesmo.
Você viu HONG SUNGYEOL? Ouvi dizer que ele tem 36 ANOS e trabalha como CIRURGIÃO, morando na COLINA DO SOL. Achei ele muito parecido com SEO INGUK, mas foi só impressão mesmo.
Você viu HEO SOONKYU? Ouvi dizer que ela tem 31 ANOS e trabalha como PROFESSORA DE HISTÓRIA, morando na VILA DAS FLORES. Achei ela muito parecida com LEE SUNMI, mas foi só impressão mesmo.
Você viu NATASHA MÉNARD? Ouvi dizer que ela tem 26 ANOS e trabalha como AGIOTA, morando na VILA DAS FLORES. Achei ela muito parecida com DOVE CAMERON, mas foi só impressão mesmo.
Você viu YAMADA SHION? Ouvi dizer que ele tem 27 ANOS e trabalha como BOMBEIRO, morando no BOSQUE VERDE. Achei ele muito parecido com NAKAMOTO YUTA, mas foi só impressão mesmo.
Você viu PEDRO LUCAS MARQUES? Ouvi dizer que ele tem 24 ANOS e estuda BIOLOGIA MARINHA, morando no BOSQUE VERDE. Achei ele muito parecido com RUDY PANKOW, mas foi só impressão mesmo.
Você viu KWON JIYUL? Ouvi dizer que ela tem 28 ANOS e trabalha como BARTENDER, morando na VILA DAS FLORES. Achei ela muito parecida com LEE SIYEON, mas foi só impressão mesmo.
Você viu OH BYEOL? Ouvi dizer que ela tem 28 ANOS e trabalha como PRODUTORA MUSICAL e CANTORA, morando no BOSQUE VERDE. Achei ela muito parecida com KANG SEULGI, mas foi só impressão mesmo.
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gabriel-ismo · 1 year ago
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Loossemble faz seu debut com Sensitive que hitou no Last.fm dos últimos três Orbits que sobraram após o disband do LOONA (incluindo eu)
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Após o LOONA morrer oficialmente em novembro do ano passado com a expulsão abrupta e sem fundamento da Chuu e as demais integrantes também entrarem com preliminares para encerrarem seu contrato com a Blockberry Creative, ninguém esperava ver as demais integrantes tão cedo na indústria do K-Pop, no meu caso, eu nem esperava ver elas novamente trabalhando em algo, principalmente pelas coisas horríveis que elas passaram nos últimos 6 anos. Mas elas foram até precoces em voltar pra industria, sem favoritismo meu, mas que retorno gostoso.
O Loossemble é como se fosse a versão madura do LOONA de uma realidade distópica, que casa muito bem com a lore do grupo anterior que em Paint the Town abre brecha para esses multiversos do grupo, e tanto o Loossemble quanto o ODD EYE CIRCLE se aproveitam dessa brecha para criar essas novas vertentes do LOONA. É muito gratificante pra mim, que acompanho o grupo a cinco anos ver as integrantes tendo tanta participação na direção e fazendo algo que realmente gostam, incluindo até a Yves mostrando seu futuro como produtora musical com Strawberry Soda. E elas serviram demais com esse Mini Album, concerteza aparece no meu top 15 melhores do ano, assim como o ODD EYE CIRCLE, tudo aqui é LOONA coded e dá uma nostalgia imensa dos antigos trabalhos do grupo que eram tão bons e consistentes. Sobre a title Sensitive, vejo ela como uma versão madura de Hi High, música de debut do LOONA, melhor? até que não, mas é concerteza uma das coisas mais interessantes que eu vi esse ano.
TRACKLIST
1 — Intro: Searching for their friends (3/5)
2 — Sensitive (4/5)
3 — Real World (3.5/5)
4 — Colouring (4/5)
5 — Newtopia (5/5)
6 — Strawberry Soda (4/5)
7 — Day by Day (3.5/5)
NOTA: 8.5/10
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kiwiimuses · 1 year ago
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full name: sienna reid ; age: 23 ; orientation: bissexual ; dob: 15/07 ; zodiac sign: câncer ; actually in: new york, usa ; occupation: compositora e produtora musical ; faceclaim: cindy kimberly.
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full name: maxine howey ; age: 24 ; orientation: bissexual ; dob: 27/10 ; zodiac sign: escorpião ; actually in: new york, usa ; occupation: fotógrafa e diretora de mídias ; faceclaim: madisyn menchaca.
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frankloko · 2 years ago
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Cynthia Jane "Cindy" Williams (Los Angeles, 22 de agosto de 1947 – Los Angeles, 25 de janeiro de 2023) foi uma atriz norte-americana, mais conhecida por ter interpretado Shirley Feeney, uma das protagonistas da série de comédia Laverne & Shirley. Biografia Williams é filha de John e Lillie Williams. Graduou-se pela Birmingham High School onde foi colega de Michael Milken e da também atriz Sally Field. Cursou a faculdado no Los Angeles City College e iniciou a carreira no começo dos anos 1970. Participou de vários comerciais e fez figurações em alguns programas televisivos. No começo da carreira desempenhou importantes papéis em filmes como Travels with My Aunt, de George Cukor (1972); American Graffiti, de George Lucas, onde interpretou a noiva de Ron Howard (1973), e The Conversation, de Francis Ford Coppola (1974). Mais tarde participou das audições para o projeto de Lucas, Star Wars, mas o papel da Princesa Leia ficou com Carrie Fisher. Williams alcançou a fama ao protagonizar, de 1976 até 1982, "Shirley Feeney" na sitcom Laverne & Shirley. Deixou o programa ao ficar grávida de seu primeiro filho. Mais tarde participou de outra série cômica, Getting By. Figurou como convidada em um dos episódios da série 8 Simple Rules. Foi produtora executiva do filme de Steve Martin Father of the Bride, e da sua sequência. Na Broadway estreou no musical The Drowsy Chaperone, no papel de "Mrs. Tottendale", em 11 de dezembro de 2007, sucedendo a JoAnne Worley no papel, previamente interpretado por Georgia Engel. Foi casada com Bill Hudson, do trío musical Hudson Brothers, de 1981 até o divorcio, em 2000. Tiveram dois filhos: Emily Hudson (nascida em 1983) e Zachary Hudson (nascido em 1986). Ela e sua família residem em Los Angeles. Foto: internet Info: Wikipedia Colorização: @coresdopassado1 • • • • • #cynthiajanewilliams #shirleyfeeney #laverneandshirley #hollywood #cultura #cinema #história #PhotoRepair #oldpictures #colorizada #colorized #colorization #colourised #colorizationdigital #VintagePhoto #blackandwhitephotography #photorestoration #colorizedphoto #restauracaofotos #brasil🇧🇷 #portugal🇵🇹 (em Brazil) https://www.instagram.com/p/Co3jVhINzVW/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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rddlc · 2 years ago
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🍒 ❛ 𝐀 𝐒𝐇𝐎𝐑𝐓 𝐆𝐔𝐈𝐃𝐄 𝐓𝐎 ► 𝙀𝘿𝙀𝙉 𝙍𝙄𝘿𝘿𝙇𝙀 , 𝚝𝚑𝚎 𝚜𝚘𝚞𝚝𝚑𝚎𝚛𝚗 𝚔𝚒𝚍 ❜
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já faz sucesso há um tempo , tem mais idade que o resto da banda. depois de ter tido conflitos ( que ninguém sabe quais foram ) com sua antiga banda , foi por conta de uma amizade antiga que estava em uma banda coincidentemente na mesma produtora que ele , que EDEN foi parar na metanoia. ainda não sabe se vai se adaptar , mas está tentando dar conta da nova rotina , do novo estilo musical e dos novos companheiros.
O único homem em uma família de mulheres, Eden cresceu rodeado por muito afeto. Seu nome, uma homenagem à avó materna, foi dado ao caçula das Riddle pois todos esperavam que viria mais uma menina depois das outras três, Susan, Margot e Rebecca. No entanto, para a surpresa de sua mãe, Veronica, o quarto filho chegou na forma de um menino saudável e afetuoso, que raramente chorava e não dava trabalho. Isso pareceu um milagre, já que a mãe tinha que dar duro sozinha no comércio da família, uma pequena confeitaria na região rural de Milwaukee, para pagar as contas. O pai de Eden, Dalton, que também era o pai das meninas, servia ao exército e dificilmente estava por perto, perdendo grande parte do crescimento dos pequenos.
A notícia da morte de Dalton não foi uma surpresa, mas nem por isso deixou de ser dolorosa. O soldado teve sua vida ceifada em um confronto no Iraque, o que devastou Veronica, que caiu em uma depressão profunda. Embora a figura do marido já estivesse se tornando uma lembrança distante, a ideia de que ele não voltaria mais para casa era assustadora para ela. Como faria para sustentar quatro crianças sozinha? Que destino o futuro reservava para as mulheres (e agora o homem) Riddle?
Com muito sufoco, Susan, a primogênita, com seus quinze anos de idade, tomou as rédeas da situação, enquanto Margot, de treze, cuidava da casa e do bebê, e Rebecca, de onze, acompanhava de perto a doença da mãe. A vida no interior não era fácil, e as meninas tiveram de renunciar de grande parte de sua juventude para se sustentar. A escola, o trabalho e a casa eram os únicos locais que frequentavam. Foi aí que a música entrou em suas vidas.
O maior lazer da família era se reunir para cantar aos domingos. Enquanto preparavam o almoço, os irmãos cantarolavam, dançavam e sonhavam com uma vida melhor. A cantoria se estendia tarde adentro, enquanto tomavam banho de mangueira no quintal, assavam uma torta de maçã e se reuniam ao redor da lareira. Ao lado da cama da mãe, onde Veronica passava a maior parte do tempo deitada, os filhos cantavam canções que sabiam que ela gostava, como forma de tentar resgatar seu ânimo de viver.
A medida que crescia, Eden tinha mais certeza que queria seguir o caminho da música. Mesmo a contragosto, Susan, que havia assumido a frente dos negócios, guardava as gorjetas que recebia dos clientes para investir nos instrumentos do irmão. Foi assim que ele ganhou seu primeiro violão, e anos depois, sua primeira guitarra. Autodidata, Eden aprendia rápido e se afeiçoava pela coisa, deixando os estudos em segundo plano enquanto Margot e Rebecca trilhavam o caminho acadêmico.
Quando Eden tinha dez anos, Veronica faleceu por consequências de uma tuberculose. Por não ter uma rotina de alimentação e hábitos adequados, e estar com a imunidade baixa, a doença foi fatal para aquela viúva. A família passou por maus bocados, mas também foi nesse momento que veio a grande virada para os irmãos Riddle.
O pequeno Eden venceu um concurso de talentos da escola, que era apresentado para pais e mestres. O pai de um dos alunos, que trabalhava no gabinete do prefeito, convidou o menino a se apresentar no aniversário da cidade, uma festa aberta ao público na principal praça da região. Mesmo com toda a desconfiança de Susan, eles aceitaram o convite, e as duas outras irmãs, que já estavam na faculdade, voltaram para casa só para assistir a sua primeira apresentação pública.
Depois de semanas de ensaio e preparação, Eden Riddle subiu a um palco pela primeira vez para cantar o clássico country "I Walk the Line" de Johnny Cash, caindo nos encantos de todos. Seu charme, voz e autenticidade mesmo tão jovem foram um sucesso estrondoso, que fez com que o menino começasse a receber convites para se apresentar em casamentos, aniversários e formaturas, o que gerou uma renda extra para os Riddle.
Aos quinze anos de idade, quando já estava se apresentando em bares e fazendo shows em rodeios por todo o estado, um olheiro conheceu seu trabalho e se encantou com o potencial daquele jovem artista. Foi então que a proposta surgiu: assinar com uma gravadora, lançar um disco e iniciar uma carreira como cantor. Afinal, aquele rapaz era uma grande promessa para o country. Após muita conversa em casa, a família tomou junta a decisão que mudaria suas vidas: apostar no talento de Eden.
Os anos que se seguiram foram intensos, de muito trabalho e aprendizado. Após seu primeiro lançamento, que teve desempenho muito inferior ao esperado, Eden acreditou que seu sonho iria por água abaixo. Mas seu empresário, Vance Maldonado, teve uma ideia melhor: integrá-lo a um grupo. Assim surgiam os Honeybees, que vieram a se tornar uma febre da música country nos anos 2010.
Após três discos de sucesso e turnês que rodaram por todo o país, Eden e os outros integrantes da banda descobriram que Vance estava passando a perna neles. Eram milhões de verba desviada que causaram uma frustração e briga judicial que corre até os dias de hoje. Decepcionados e desacreditados no futuro, os Honeybees encerraram seus trabalhos como um grupo em 2021, após seis anos de trabalho juntos.
Eden, que havia se mudado para Los Angeles, resolveu voltar para Milwaukee, onde as irmãs ainda moravam. Susan, agora casada e com dois filhos, havia expandido a confeitaria, que contava com diversas outras unidades espalhadas pelo estado. Já Margot tinha se tornado professora de música e Rebecca trabalhava como assistente social, com o objetivo de ajudar famílias carentes como um dia eles haviam sido. No entanto, não foi preciso muito tempo para que ele percebesse que seu lugar não era ali. Sentia falta dos holofotes, de estar em cima dos palcos e fazendo o que amava. Construir uma família e viver uma vida pacata no interior não eram sonhos para Eden.
Como uma última esperança em sua carreira, a oportunidade pareceu ter caído do céu: uma audição para se juntar a uma nova banda. Porém, cantando um estilo musical completamente diferente do que estava habituado. Vestido de coragem, Eden Riddle aceitou o que seria seu maior desafio até então, e se inscreveu para participar do processo seletivo. Afinal, o principal ele tinha de sobra: desejo. A ousadia pulsava em suas veias e foi por causa dela que ele foi escolhido para fazer parte da Metanoia como guitarrista e segunda voz. O resto... é história.
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