#povo açores
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Fonte de Maria Feia
No Valverde havia um viúvo que tinha uma filha ainda mocinha, chamada Maria, que era toda a alegria que lhe restava. A certa altura, o homem, que tinha de trabalhar por fora e ainda cuidar da casa, resolveu dar um rumo à sua vida. Havia no lugar uma mulher viúva, sem filhos, e ele achou que o melhor que podia fazer por si e pela pequena era um casamento com a dita mulher.
Concordaram e casaram. A princípio a madrasta, para agradar o marido, tratava bem Maria, mas, com o passar do tempo, as coisas mudarame passou a ser muito má para ela. Davava-lhe da pior comida que tinha, desdenhava dela e chamava-lhe Maria Feia. Como nao queria a rapariga todo o dia em casa a ver o que fazia, pediu ao marido que arranja-se umas cabras para Maria ir vigiar.
Dava-lhe um bocadinho de pão de milho duro para ela comer e a rapariguinha caminhava ao amanhecer e só podia voltar à noitinha para casa.
Um dia, lá foi vigiar as cabras, como era costume, para o lugar de Valverde. O dia esteve muito quente, a rapariguinha deu-lhe muita sede, mas não tinha nada para beber.
Como era muito boa, começou a rezar o terço e pediu a Nossa Senhora que lhe deparasse água, porque não podia voltar ainda para casa, pois tinha medo da madrasta.
Estava a rezar quando apareceu uma senhora muito bonita ao pé dela e lhe disse:
-Esgravata aí, esgravata, que há-des achar água. E essa água há-de ser tão boa que o povo doente desta ilha que a beber há-de se escapar.
Maria Feia ficou muito admirada, mas tanta era a sede que acreditou na senhora e começou a esburacar a terra com quanta força tinha. A certa altura, a água começou a brotar. Maria lavou as mãos, fez uma concha com elas e matou a sede.
Contou a alguém o que tinha acontecido, a notícia espalhou-se e as pessoas passaram a chamar àquela nascente de água "Fonte de Maria Feia".
Essa fonte matou a sede a muitos caminhantes e curou muita gente, principalmente quando o doutor Guerra e Sá veio para Santa Maria e mandava buscar garrafões dessa água para os doentes beberem.
A Fonte Maria Feia ainda lá está no Valverde, mas toda abandonada, quase coberta de silvados e outras ervas e é desconhecida de muita gente de Santa Maria.
FURTADO-BRUM, Ângela, Açores: Lendas e outras histórias. Ribeiro & Caravana editores, 1999. pág. 32-34
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Governo açoriano inaugura Centro de Processamento de Resíduos
O Governo açoriano vai inaugurar na terça-feira o Centro de Processamento de Resíduos (CPR) da Ilha das Flores, no município de Lajes das Flores, durante uma visita estatutária de dois dias a esta ilha do grupo Ocidental.
Segundo a agenda da visita, a que a agência Lusa teve acesso, o presidente do executivo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) irá, pelas 15:00 locais (16:00 em Portugal continental) de terça-feira, presidir à cerimónia de inauguração do CPR da Ilha das Flores, situado no Lugar da Várzea, nas Lajes das Flores.
O líder do Governo Regional, José Manuel Bolieiro (PSD), estará acompanhado pelo secretário Regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, e pela secretária Regional do Turismo Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral.
No primeiro dia da visita estatutária à ilha das Flores também terão lugar reuniões do Governo dos Açores com os presidentes dos dois municípios da ilha.
A reunião com o autarca da Câmara Municipal de Santa Cruz das Flores, José Carlos Mendes (PS), terá início pelas 11:30, no Centro Cultural de Santa Cruz das Flores, enquanto o encontro com o presidente da Câmara Municipal das Lajes das Flores, Beto Alexandre Vasconcelos (PS), decorrerá pelas 16:00, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O programa do primeiro dia da deslocação do executivo açoriano às Flores também inclui visitas da secretária Regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi, ao Centro de Bem Estar Social da Paróquia de Santa Cruz das Flores e à Santa Casa da Misericórdia das Lajes das Flores, enquanto a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, visita o porto das Lajes das Flores e o secretário Regional do Mar e das Pescas, Mário Rui Pinho, se deslocará ao porto de pesca de Ponta Delgada.
O dia termina com uma reunião do Governo Regional com o Conselho de Ilha das Flores, na Casa do Povo das Lajes, que terá início pelas 18:00.
Na manhã de quarta-feira, segundo e último dia da visita estatutária à ilha das Flores, realiza-se uma reunião do Conselho do Governo, entre as 09:30 e as 11:00.
Pelas 11:10, o chefe do Governo dos Açores presidirá à cerimónia de entrega de uma viatura elétrica à Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz das Flores, no âmbito do programa "Gerações em Movimento", acompanhado pela secretária Regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi.
A titular da pasta da Saúde também visita a Unidade de Saúde de Ilha (08:30) e a Santa Casa da Misericórdia de Santa Cruz das Flores (12:00).
Já o secretário Regional do Mar e das Pescas, Mário Rui Pinho, e a secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, visitam o porto das Poças (08:30), enquanto o secretário Regional da Agricultura e Alimentação, António Ventura, reúne com a Cooperativa União Agrícola Florentina (11:30).
Segundo o Estatuto dos Açores, o Governo Regional tem de visitar cada uma das ilhas do arquipélago pelo menos uma vez por ano, com a obrigação de reunir o Conselho do Governo na ilha visitada.
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Agenda de Dezembro, 2023
01 – Conjunto Corona
Hard Club, Porto
21:00h
Info
01 – ECOA
Centro Cultural Vila Nova de Foz Côa, Vila Nova de Foz Côa
Entrada Livre
Info
01 - Grand Sun + Jepards
CAAA, Guimarães
22:00h . 5€
Info/Bilhetes
01 – Nove Aldeias. Um Povo
Auditório do Centro Cultural de Chaves, Chaves
Entrada Livre
Info
01 – Cerial Quiller + Nódoa Negra
Titanic Sur Mer, Lisboa
22:00h . 7€
01 – DIXIT
Cine Incrível, Almada
Info/Bilhetes
01 e 02 – Post Punk Strikes Back Again
Hard Club, Porto
Info/Bilhetes
01 e 02 – Soul de Inverno
Casa das Artes de Famalicão, Vila Nova de Famalicão
01 e 02 – Coimbra em Blues
TAGV, Coimbra
Info/Bilhetes
02 - King John
Tokyo, Lisboa
Info/Bilhetes
02 – VLUDO
Sam The Kid, Blasph, DJ Kronic
Bang Venue, Lisboa
02 – Muito Riso Muito Siso
Maus Hábitos, Vila Real
Entrada Livre
02 - 5ª Punkada
Casa das Artes de Miranda do Corvo, Miranda do Corvo
Reservas: [email protected]
02 - Paolo Angeli
GrETUA, Aveiro
Reservas
02 – Malva
Casa Da Cultura Setúbal, Setúbal
4€
Info: [email protected]
02 - The Partisan Seed
Casa da Cultura de Melgaço, Melgaço
Entrada Livre
03 – 16 Anos Dedos Biónicos
Promotora: Dedos Biónicos
MINA Creative Hub, Bragança
Info
03 - Free Celebration
BOTA, Lisboa
Reservas
07 – Carolina Deslandes
Super Bock Arena, Porto
Info/Bilhetes
07 - Kevin Hays
Casa da Música, Porto
Info/Bilhetes
07 - Wet Bed Gang
Multiusos de Guimarães, Guimarães
Cancelado
07 e 09 – AL Metal Fest
Casa das Virtudes, Faro
08 - Amhra + Sacrosanta Decadencia Ocidental
Vortex, Lisboa
Só para sócios. Formulário
08 – Sala 7 + Youth Yard
CAAA, Guimarães
22:00h . 5€
Info
08 – Bizarra Locomotiva
Hard Club, Porto
Info/Bilhetes
08 – Orangotango + Desert Smoke
Barracuda Clube de Roque, Porto
08 – Hermopolis + Great Fool + The Red Crow
Fora de Rebanho - Associação Cultural, Viseu
6€
08 – Nerve
Maus Hábitos, Porto
Info/Bilhetes
E no dia 09, no Village Underground em Lisboa
Info/Bilhetes
09 – Mão Morta + NU:N
Com: DJ Sérgio P e DJ Nuno Ávilla
Bourbon Room, Porto
Info
09 – Capitão Fantasma
Barracuda Clube de Roque, Porto
09 – The Legendary Tigerman
Teatro Municipal de Bragança, Bragança
21:00h . 7€
09 – Season Impulso
Vários: Cave Story, Soluna, Moullinex △ GPU Panic
Centro Cultural e de Congressos, Caldas da Rainha
09 – Surma
Teatro de Vila Real, Vila Real
Info/Bilhetes
09 - Concerto Angra Jazz
Auditório da E.B.2.3 de São Roque do Pico, Açores
Entrada Livre
09 e 10 – The Wall: The Pink Floyd’s Rock Opera
Super Bock Arena, Porto
Info/Bilhetes
10 – Maria Gadú
Hard Club, Porto
Info/Bilhetes
13 – Ishmael Ensemble
Hard Club, Porto
Info/Bilhetes
14 – Angelus Apatrida
Com: Web + Evillution
Hard Club, Porto
Info/Bilhetes
14 - Nani
Café da Casa da Música, Porto
Entrada Livre
Info
14 – Ry Vuh
Salao Brazil, Coimbra
Info/Bilhetes
15 – Mata-Ratos + Inn Oppiah!
Com: Lena Servo e Rui Doom
Barracuda Clube de Roque, Porto
15 – Gaia
Fórum Machico, Madeira
Info
16 – Go_A
Hard Club, Porto
Info/Bilhetes
16 – Pop Dell’Arte
Com: DJ Sérgio P e Merciless Mar
Bourbon Room, Porto
Info
16 – Miguel Araújo
CAE Portalegre, Portalegre
Info
18 – Tiago Bettencourt
Casa da Música, Porto
Esgotado
Info
22 – Treewax + Icosandria
Sala 101, CC Brasília
PORTAS: 22:00h . Entre 5 a 7€
22 - Aveiroshima2027
Vários: Baleia Baleia Baleia, Carmen, Ideal Victim
GrETUA, Aveiro
Reservas
22 – Manel Cruz
Texas Club, Leiria
PORTAS: 22:00h . 20€
Reservas
22 a 23 – Not a XMAS Fest
Bourbon Room, Porto
Info/Bilhetes
23 – Memorial State + Heavy Ocean
Alternador: Carlos Moura
Barracuda Clube de Roque, Porto
23 - Baleia Baleia Baleia
Auditório Teatro Ribeiro Conceição, Lamego
Info/Bilhetes
23 - Buba Espinho
Cine-Teatro Pax Julia, Beja
Info/Bilhetes
27 a 29 – Festival Emergente
Muxicbox, Lisboa
Cartaz
29 – Ultimate Mosh of the Year
Vários: Analepsy, Law of Contagion, Pestifer, Vomitous Inquiry
Bourbon Room, Porto
29 – Emo Nite
Hard Club, Porto
Info
Bilhetes
29 – Tiago Chaves
Teatro de Vila Real, Vila Real
Info/Bilhetes
30 – Assembleia do Metal
Pindelo dos Milagres, São Pedro do Sul
Info/Bilhetes
31 – Neopop: Happy Neo Year
Hard Club, Porto
Info/Bilhetes
*OBS: Recomendamos verificar estas informações junto dos promotores ou sites oficiais
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A cidade de Palhoça-SC
Por Vitória Staroscky e Mariana Z. Gomes
Demografia de Palhoça
O município de palhoça está localizado na região da Grande Florianópolis. Ocupa uma área territorial de 395,133 quilômetros quadrados e limita-se com os municípios de São José, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz, Paulo Lopes.
Com forte potencial turístico, Palhoça é famosa principalmente entre os surfistas, por causa da praia da Guarda do Embaú. Localizado entre o litoral e a serra, o município possui rios, cachoeiras, ilhas, morros com vistas espetaculares e ainda abriga o acesso à área aberta à visitação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro.
Informações:
População: 178 679 (IBGE 2021)
IDH: 0,757 (2010)
Área da unidade territorial (km²): 395 133
Densidade demográfica (hab/km²): 452,19
Gentílico: palhocense
Conforme observa-se no gráfico abaixo, nota-se que o bairro da Ponte do Imaruí é o bairro com maior índice demográfico, atendendo 10% da população e bairros como Aririú da Formiga, Enseada de Brito e Guarda do Embaú possuem os menores índices de densidade demográfica com apenas 1% da população do município.
Urbanização de Palhoça
O crescimento da cidade de Palhoça foi impulsionado pelo espraiamento da capital em direção a região continental, fato que resultou na inserção de Palhoça na região conurbada de Florianópolis. O surgimento de Palhoça como uma cidade de destaque no cenário catarinense tem raízes no fenômeno da urbanização que iniciou nos anos 60 e desencadeou um processo de conurbação e metropolização da capital com o seu entorno. Essa urbanização foi impulsionada por um conjunto de políticas públicas, planos econômicos e aspectos sociais.
O crescimento esteve atrelado a uma associação de diversos fatores, dentre eles o Plano de Metas, que resultou na construção da BR-101, atuando em conjunto com o PLAMEG, em nível estadual, que contribuiu para o surgimento da UFSC, Eletrosul e TELESC, importantes empresas que forneceram a infraestrutura necessária para a região retomasse o crescimento.
Problemáticas atuais:
Intenso tráfego de veículos, desmatamento de áreas verdes, poluição de praias e falta de coleta seletiva.
Imigrantes em Palhoça
início da imigração:
Os primeiros colonizadores ao chegarem a Palhoça foram os portugueses, que se estabeleceram na Enseada de Brito e de lá se espalharam pelas redondezas.
Após vieram os açorianos e madeirenses, chegando às primeiras famílias na Ilha de Santa Catarina em fevereiro de 1747. O povoamento açoriano-madeirense tem sua origem no edital que D. João V mandou publicar em 1747.
O objetivo de D. João V em enviar casais açorianos e madeirenses era povoar as terras brasileiras e resolver o problema de excesso de população nos arquipélagos dos Açores e Madeira.
Por volta de 1824, iniciou-se a imigração alemã para o Brasil em Santa Izabel, que mais tarde viria a pertencer ao município de Palhoça. As principais causas da imigração alemã na região foram o excesso de população na Alemanha, as guerras constantes e, a propaganda brasileira atraindo colonos com promessa de doação de terras.
Palhoça tem sua formação étnica também de origem italiana. A imigração destes para o Brasil iniciou-se por volta de 1790. Além dos portugueses, alemães e italianos, outras raças contribuíram também para formação étnica do povo palhocense, entre elas negros, libaneses, gregos, japoneses, índios.
A questão dos haitianos:
"Palhoça é a cidade mais procurada por imigrantes haitianos na Grande Florianópolis"
Basta circular pelas ruas de cidades como Florianópolis, Criciúma, Chapecó e Itajaí para encontrá-los e perceber a concentração em algumas regiões do Estado. A Grande Florianópolis é uma delas, onde se estima que haja 8 mil haitianos tentando a vida. O município de Palhoça registra maior número e a Prefeitura local já contabiliza 2 mil imigrantes dessa nacionalidade, principalmente pelo menor custo de aluguel e proximidade à capital catarinense.
A imigração de cidadãos haitianos para o Brasil tem sido volumosa desde o terremoto que ocorreu por lá, em janeiro de 2010, matando mais de 300 mil pessoas e deixando 1,5 milhão de desabrigados. A nação brasileira possui leis de Seguridade Social e do Imigrante, que asseguram legalmente proteção social aos imigrantes.
O Centro de Referência da Assistência Social (Cras), situado no Jardim Eldorado, contribui para as questões sociais, envolvendo essas pessoas que chegam ao município. O território de cobertura da instituição abrange os bairros Jardim Aquárius, Jardim Eldorado, Jardim das Palmeiras, Jardim Eucalipto, Passa Vinte, Pedra Branca e Ponte do Imaruim. Sendo assim, é o órgão palhocense que mais atende pessoas que chegam do Haiti.
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O R caipira do interior de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina deve-se ao fato de que os indígenas que aqui moravam não conseguiam falar o R dos portugueses, não havia o som da letra R em muitos dos mais de 1200 idiomas que falavam aqui.
Então na tentativa de se pronunciar o R, acabou-se criando essa jabuticaba brasileira, que não existe em Portugal.
A isso também se deve o fato de muitas pessoas até hoje em dia trocarem L por R, como em farta (falta), frecha (flecha) e firme (filme).
Com a chegada de mais de 1,5 milhão de italianos à capital de São Paulo o sotaque do paulistano incorporou o R vibrante atrás dos dentes, porta como "porita", e em alguns casos até incorporando mais Rs do que existem: carro como "caRRRo", se quem fala for de Mooca, Brás e Bexiga, bairros paulistanos com bastante influência italiana.
O R falado no Rio de Janeiro deve-se ao fato de que quando a corte portuguesa pisou aqui, a moda era falar o R como dos franceses, saindo do fundo da garganta, como em roquêfoRRRRt, paRRRRRi.
A elite carioca tratou de copiar a nobreza, e assim, na contramão do R caipira e 100% brasileiro, o Rio importou seu som de R dos franceses.
Do mesmo modo a corte portuguesa trouxe o S chiado dos cariocas, sendo hoje o Rio o lugar que mais se chia no Brasil, 97% dos cariocas chiam no meio das palavras e 94% chiam no final.
Belém do Pará ocupa o segundo lugar e Florianópolis em terceiro.
As regiões Norte e Sul receberam a partir do século 17 imigrantes dos Açores e ilha da Madeira, lugares onde o S também vira SH. Viviam mais de 15 mil portugueses no Pará, quarta maior população portuguesa no Brasil à época, o que fez os paraenses também incorporarem o S chiado.
Já Porto Alegre misturava indígenas, portugueses, espanhois e depois alemães e italianos, toda essa mistura resultou num sotaque sem chiamento.
Curitiba recebeu muitos ucranianos e poloneses, a falta de vogais nos idiomas desses povos acabou estimulando uma pronúncia mais pausada de vogais como o E, para que se fizessem entender, dando origem ao folclórico "leitE quentE".
Em Cuiabá e outras cidades do interior do Mato Grosso preservou-se o sotaque de Cabral, não sendo incomum os moradores falando de um "djeito diferentE". Os portugueses que se instalaram ali vieram do norte de Portugal e inseriam T antes de CH e D antes de J. E até "hodje os cuiabanos tchamam feijão de fedjão".
Junto com os 800 mil escravos também foram trazidos seus falares, e sua influência que perdura até hoje em se comer o R no final das palavras: Salvadô, amô, calô e a destruição de vogal em ditongos: lavôra, chêro, bêjo, pôco, que aparece em muitos dialetos africanos.
A falta de plurais, o uso do gerúndio sem falar o D (andano, fazeno), a ligação de fonemas em som de z (ozóio, foi simbora) e a simplificação da terceira pessoa do plural (disséro, cantaro) também são heranças africanas.
do livro "Mapa Linguístico do Brasil" de Renato Mendonça e da Superinteressante desse mês.
O livro abaixo, boa referência para contextualizar essa nossa mania de norma culta.
Texto: Nádima Nascimento.
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Você sabia que pode ter direito a Nacionalidade Portuguesa via Judeus Sefarditas? Faça a sua @pesquisafamiliar Sefarditas (do hebraico Sefardim, no singular Sefardi) são todos os Judeus provenientes da Península Ibérica (Sefarad). Tais Povos por muitos séculos foram perseguidos durante o período da Inquisição Católica. (ncultura.pt) Eles vieram, principalmente, dos Açores, ilha de Portugal para onde este povo se exilou por muito tempo durante os séculos XV, XVI e XVII. Entre em contato e vamos buscar as suas origens. Aproveite a oportunidade, pois o momento pode ser Único! Acesse: pesquisafamilar.com.br #pesquisafamiliar #cidadania #cidadaniaportuguesa #sefarditas #judeussefarditas #portugal #açores #azores #familiar #cidadaniaeuropeia #familiar #familiaa #familiafeliz #familialinda #familiares #familiaunida #familiatop #familiatime #familianumerosa #familiaamada #familiaetudo #familiareunida #familiabuscape #familiaétudo #familiaqueamo #amominhafamilia #hashtagsemportugues #family #familyfun (em Curitiba, Paraná) https://www.instagram.com/p/CM9-HPulY4S/?igshid=ugthh1u0qpi2
#pesquisafamiliar#cidadania#cidadaniaportuguesa#sefarditas#judeussefarditas#portugal#açores#azores#familiar#cidadaniaeuropeia#familiaa#familiafeliz#familialinda#familiares#familiaunida#familiatop#familiatime#familianumerosa#familiaamada#familiaetudo#familiareunida#familiabuscape#familiaétudo#familiaqueamo#amominhafamilia#hashtagsemportugues#family#familyfun
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MESTIÇO -RETRATO DO BRASIL > ORLANDO AZEVEDO
No século XX a fotografia precipita-se não apenas como arte poética ou documento social e histórico, mas também na consolidação de um meio que serviria de estudos mais pontuais, imagens voltadas para o perfil científico em uma amplitude que vai do nosso microcosmo até as captações dos longínquos satélites espaciais. Além do desbravamento dos recônditos do universo, algo mais em seu âmago fazia-se presente através das objetivas, como os estudos antropológicos e etnográficos, uma busca pelo perfil mais humano e seus desdobramentos.
Se na documentação dos chamados eventos de exceção, como desastres naturais ou aqueles causados pelo homem ( guerras e tragédias ecológicas) desenrola-se já no século XXI uma expansão imagética inusitada pelas redes sociais- na maioria das vezes superficial- é certo que nos registros antropológicos e etnográficos, especialmente naqueles de longa duração, a situação inverte-se para consequências mais profundas e duradouras, ausentes da indesejável obsolescência programada virtual.
Neste rumo, o livro Mestiço - Retrato do Brasil ( Editora Voar, 2019) de Orlando Azevedo, açoriano radicado no Brasil, reveste-se de muita expectativa em cerca de 300 páginas que delineiam significativamente o chamado povo brasileiro. Uma busca que levou o autor a mais de 15 estados do país e ir além de 90 mil quilômetros percorridos desde o final dos anos 1980. Ou como ele mesmo nos conta: "São 340 histórias de vida num olhar cúmplice e sem invasão. Retratos que revelam a beleza da multiplicidade e da diversidade do Brasil."
Orlando Manuel Monteiro de Azevedo, nasceu na Ilha Terceira do Arquipélago dos Açores, na parte do Oceano Atlântico dominada pelos portugueses. Embora no Brasil desde 1963, ainda mantém o acento lusitano em sua fala e uma retórica invejável em seus escritos. Português mais que brasileiro, é um dos personagens eminentes no andamento da fotografia nacional. Seja por sua produção prodigiosa como autor, quer pela sua atuação como produtor cultural a frente da Bienal de fotografia de Curitiba ( 1996, 1998 e 2000) cidade que adotou como base, quer como etnógrafo, com mais esta publicação que soma-se aos seus 11 livros e uma significativa atuação como curador.
Podemos argumentar que todo recorte de uma ampla estrutura é decalcado pela iniquidade. Não se trata de localizar aqui um modo perverso na revelação de um grande universo, mas sim de comentar a impossibilidade de uma edição "cartesiana' através de um olhar passional, intrínseco aos grandes fotógrafos como Azevedo.
Se o alentado tomo, impresso exemplamente pela gráfica paulista Ipsis, poderia ser mais enxuto é sem dúvida um pensamento procedente, entretanto nos vemos diante dessa realidade causada pela rara proximidade e intimidade experimentada pelo autor, que de certa forma legitima algumas das reverberações encontradas.
"Mestiço é Brasil primitivo e primordial" escreve Eduardo Bueno, historiador gaúcho para quem acima de tudo este livro mostra os rostos de quem é forçado à luta, de quem trabalha. Sem dúvida um corolário que opõe-se ao das celebridades e subcelebridades efêmeras que pululam por outras páginas e telas. "Um Brasil sem maquiagem, de cara e alma lavadas."
Poucos livros como o Orixás Deuses Yorubás na África e Novo Mundo ( Corrupio, 1981), do francês Pierre Verger (1902-1996) [ leia aqui sobre este livro https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/176271743256/orix%C3%A1s-deuses-iorub%C3%A1s-na-%C3%A1frica-e-no-novo-mundo ], Marcados ( Cosac e Naify, 2009) da suíça Claudia Andujar [ leia aqui review sobre este livro https://blogdojuanesteves.tumblr.com/post/131630843276/marcados-claudia-andujar] Terras de Preto ( A.Books, 1998) do gaúcho Ricardo Teles ou Cordão ( Ed.Zoludesign, 2018) do pernambucano Eduardo Queiroga [ leia aqui review https://www.infoartsp.com.br/noticias/blog-do-juan-esteves-cordao-eduardo-queiroga/ ] retrataram o brasileiro vernacular em contrapartida as centenas que repetem sistematicamente o imaginário do mainstream.
O relacionamento entre a proposta etnográfica e a fotografia encontra-se na busca por algumas especificidades e muitos dos retratos aqui deste livro dão conta do quanto negligenciamos certos perfis deixando de lado uma interpretação mais ampla da experiência humana. É preciso lembrar que os governos de exceção ao longo da história usaram justamente essa vertente fotográfica (o retrato) para vender suas inverdades, trabalhando sistematicamente o arquétipo pretendido e estigmatizando os demais.
Na abolição forçada da alteridade, imagens fotográficas muitas vezes foram - e são usadas - para reforçar estereótipos. Portanto a leitura atual dessa imensa obra de Orlando Azevedo se faz mais que necessária ao presente que estamos vivendo bem como a posteridade. Entretanto o seu perfil etnográfico avança em cooperação com o elemento estético. Difícil ,em certos momentos, não associarmos estas imagens buscando suas predecessoras, como a Espanha do americano Eugene Smith (1918-1978), a África de Paul Strand (1890-1976), o México do fancês Henri Cartier-Bresson (1908-2004) e do mexicano Manuel Alvarez Bravo (1902-2002) apenas para ficar com os mais contemporâneos. O autor é um virtuose da linguagem em preto e branco, bem como suas composições se mostram depositárias destes grandes nomes.
Obra amparada por sua diversidade intrínseca, Mestiço- retrato do Brasil, certamente não almeja o caráter definitivo ou conclusivo sobre nossa diversidade humana, mas consagra essa característica como referência, ainda que, pensando que a leitura (barthesiana) de uma fotografia depende de seu contexto, novos significados são possivelmente criados e ao leitor cabe escolher um e ignorar outro sentido, embora fique claro nesta bela obra que seus significantes mostram-se claramente tangíveis, por mais impedernido que seja quem tiver o livro à mão.
A fotografia traz em sua movimentação paradoxos. Tem em sua essência a escolha pelo belo, pelo exótico, mas padece por estes mesmos motivos, quando pensamos na incapacidade de representar a amplitude humana simultaneamente. A maioria dos retratos de Azevedo trafegam pela potência interior de seus personagens em direção ao seu exterior. Ao contrário do que poderíamos pensar não se sustentam unicamente por sofrimento ou dor mas também por altivez e esperança. O nativo está ao lado do imigrante polonês; o negro africano ao lado do ruivo europeu. Crianças confraternizam com pessoas quase centenárias e delicados rostos fazem par com vincos profundos criados pela retidão da sobrevivência. A discriminação pelo gênero ou cor não tem lugar e no final todos são brasileiros.
Imagens © Orlando Azevedo Texto © Juan Esteves
O livro de Orlando Azevedo será lançado no dia 07 de Novembro no Museu Oscar Niemeyer (MON) às 19 hs, Curitiba. Rua Marechal Hermes 999 Centro Cívico . 80530.230 Curitiba . PR 55 41 3350.4400
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Serra da Estrela: o ponto mais alto de Portugal Continental
A Serra da Estrela faz parte da maior cordilheira de Portugal Continental, com lindas paisagens, simpáticas aldeias e muitas tradições, que integram o Parque Natural da Serra da Estrela, a maior área protegida em solo português.
A subida da serra, pelas estradinhas sinuosas, revela lindas paisagens em qualquer época do ano, com vistas de tirar o fôlego para toda a região da Beira Interior. Na primavera, a vegetação exuberante toma conta do cenário rochoso, salpicando de cores o cinza das pedras. No inverno, os pontos mais altos cobrem-se de neve e as temperaturas podem chegar, nos anos mais rigorosos, aos -20°C.
Um bocadinho de história
Acredita-se que o nome da Serra esteja ligado à estrela Aldebaran (a mais brilhante da constelação de Touro), que em finais de abril/inícios de maio, nasceria sobre ela, marcando a transição das estações para os povos pré-históricos que habitaram a região.
A 1993 metros, a Torre marca o ponto mais alto de Portugal Continental (apenas a Montanha do Pico, nos Açores, tem maior altitude - 2351m). Reza a lenda que D. João VI teria, no início do século XIX, mandado erigir ali um monumento em pedra para completar a altitude, alcançando os 2000 metros.
O pico tem a característica incomum de ser acessível por uma estrada pavimentada, o que facilita muito sua visitação, realizada até mesmo por ônibus de turismo. Junto à torre situa-se também a única estância de Ski de Portugal, que funciona com suas pistas em capacidade total do final de dezembro ao início de abril.
A Serra é também rica do ponto de vista hidrológico. O maciço é responsável pelo abastecimento das maiores bacias hidrográficas do país: Douro, Mondego e Tejo, fornecendo água de qualidade para grande parte da população portuguesa.
Tradições regionais
O queijinho da serra (como é carinhosamente conhecido o queijo de ovelha produzido na região) é considerado o melhor dos queijos portugueses. Com consistência macia e sabor único, é uma das grandes tradições regionais, ligado ao pastoreio serrano.
Trata-se de uma tradição de origem milenar, que corre o risco de desaparecer, devido à desertificação humana que vem ocorrendo na Serra. Ainda assim, é possível encontrar, durante a subida, alguns dos pastores tradicionais, acompanhados por seus simpáticos cães de guarda, parentes do São-Bernardo.
A Serra da Estrela possui ainda muitas outras coisas interessantes a serem descobertas, como as tradicionais aldeias de xisto e paisagens naturais, com trilhas, cachoeiras e muito mais. Vale uma visita em qualquer estação do ano, mas no inverno, com a neve, é com certeza uma atração à parte. ~MV
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ATLÂNTIDA SOBRE A ÓTICA ESPÍRITA
Neste texto iremos falar sobre um dos continentes que já existiu na Terra mas, que após uma subsequência de cataclismas, submergiu em pleno oceano no qual deriva o seu nome. A Terra de Posseidon ou Atlântida, assim como é mais conhecida, até hoje causa “intrigas” entre cientistas de várias áreas, levando sempre á pergunta: Será que ela existiu?
Segundo os estudiosos espíritas, Atlântida existiu quando vivíamos mais ou menos no período que a história identifica como Paleolítico. O texto aqui formulado se baseia nos seguintes livros: Os Exilados da Capela do autor Edgar Armond, no qual as primeiras partes do texto é baseada, e em Atlântida – no Reino da Luz do autor Roger Bottini Paranhos que nos dá o embasamento para a conclusão das características dessa sociedade, sendo apresentadas na última parte desse documento.
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Um dos maiores continentes que submergiu sobre as águas do planeta azul foi a Atlântida que era rica em minerais tais como o ouro, a prata e o cobre. Sua localização se situava no atlântico norte, tendo como habitantes homens de elevada estrutura que tinham cabelos pretos e soltos, e uma testa muito recuada de sua face, suas orelhas eram bem mais situadas para trás e para a parte superior do crânio. Em seu períspirito a cabeça ainda estava um tanto para fora em relação ao corpo físico, indicando que ainda não havia integração perfeita porém, os atlântes tinham uma capacidade singular de penetração no mundo extra-físico, permitindo os mesmos ter grandes poderes psíquicos.
A primeira sub-raça Atlante (nomahales) possuíam pouca percepção e os sentimentos em geral eram poucos desenvolvidos. A mesma desenvolveu rudimentarmente a linguagem e a memória, conhecimentos esses pertencentes ao antigo continente submerso denominado Lemúria.
A segunda sub-raça Atlante (travlatis) desenvolveu a personalidade e o sentido da realeza, desenvolvendo uma adoração pelos seus antepassados.
A terceira e última sub-raça (toltecas) desenvolveram o animismo e o respeito por pais e familiares. Iniciaram também governos organizados adquirindo experiências sobre a administração. Eles foram os formadores dos modelos da civilização pré-histórica.
Os habitantes desse continente eram homens fortes de pele vermelha escura ou amarela. Eram dinâmicos, altivos e excessivamente orgulhosos. Constituíram um poderoso império, desenvolvendo muitas rivalidades e ambições desmedidas.
Por causa de suas habilidades psíquicas e sua dificuldade constante de desenvolver dentro de si sentimentos positivos, foram enviados vários missionários do Alto para intervir, no sentido de harmonizá-los, tentando fundar assim, a justiça em suas personalidades.
Apesar da insistente tentativa de auxílio realizado pela Falange Verdade as forças inferiores se generalizaram, ocorrendo assim desentendimentos entre as raças existentes. Como consequência dos desentendimentos ocorridos entre os povos e das guerras que ali se iniciaram alguns atlantes passaram a se refugiar ao norte do continente, passando logo após, para regiões da Ásia, pela ponte ocidental do Alasca, localizando-se no que é hoje a China. Outra parte alcançou o Continente Hiperbóreo, situado nas regiões árticas ao Norte da Europa, que nessa época apresentavam magníficas condições de vida para os seres humanos.
Com a saída de uma parte da população atlante para outros continentes, a “sociedade” passou a ser formada pelas outras três sub-raças: toltecas (administradores); semitas (guerreiros); acádios (navegadores e comerciantes). Eles assinaram assim, grandes progressos nas atividades materiais. Apesar disso, tornaram-se condenáveis pelo orgulho e pela violência, comprometendo assim, a sua evolução. Diante todos esses fatos a Atlântida submergiu.
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Os reflexos da submersão de Atlântida ocorreram por toda parte. As lendas mexicanas falam de uma grande inundação que abrigou as tribos Nahoa e Quinché a emigrarem para o extremo sudoeste. Os índios da Dakota (Eua) guardam uma lenda segundo a qual seus antepassados habitavam uma ilha no Oriente (Atlântida), formando uma só nação e dali, vieram por mar para América.
O Popul-vu, obra que contém a mitologia dos Maias, conta que os antepassados dessa tribo da Guatemala, vieram há muitos anos de um país situado ao leste e em pleno o oceano. A mesma obra cita que na época em que o mundo foi afogado por um dilúvio, ao mesmo tempo um fogo abrasador descia dos céus. Podemos então entender que, segundo Edgar Armond, quando a Atlântida submerge é o mesmo espaço de tempo que ocorre a chegada dos capelinos na Terra. Há inúmeras outras referências entre as tribos da América sobre esse país Astlan (Atlântida), todos concordando em situá-lo no Oceano ao leste americano.
Segundo Edgar Armond, Atlântida submergiu gradualmente. Ele afirma que houve dois cataclismas: o primeiro afundando parcialmente o território e o segundo extinguindo-o por completo. Já pesquisas atuais da ciência-esotérica atestam que a destruição da Atlântida ocorreu em quatro etapas: a primeira acontecendo em 550.000 a, C; a segunda em 200.000 a. C; a terceira em 80.000 a. C; e a última 11.500 a.C.
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Pela ciência, comprovar a existência da Atlântida ainda não foi possível, porém, na história existem fatos empíricos que se não tivessem havido, em épocas remotas, uma terra entre o Continente Americano e o Continente Europeu, esses mesmos fatos se tornariam ilógicos. Citaremos alguns exemplos: o homem de Cro-Magno eram do tipo atlante e habitavam a Europa Ocidental, na parte em que fazia fronteira com o continente submergido, mostrando assim as origens dos mesmos. Seus crânios são semelhantes aos crânios pré-históricos encontrados no sítio arqueológico em Lagoa Santa, no estado de Minas Gerais (Brasil).
Como explicar então a semelhança entre as pirâmides egípcias e mexicanas, assim, como a “coincidência” do processo de mumificação de cadáveres praticado no Egito Antigo ser o mesmo realizado no México e no Peru? Teria que ter um ponto de ligação entre sociedades que habitavam territórios tão longínquos e separados por um imenso oceano.Em 1923 verificou-se que o fundo do Atlântico está lentamente se erguendo, através de uma sondagem que revelou um erguimento de quatro quilômetros concordando assim, com as profecias, como por exemplo, as de Edgar Cayce, que dizem que a Atlântida se reerguera do mar para substituir continentes que serão afundados.
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Com a submersão da Atlântida, o globo terrestre passou a ter uma nova geografia, obtendo importantes modificações na distribuição das terras e das águas. Partes do território da futura América subiu a superfície; permaneceram sobre as águas do oceano que então se formou algumas partes altas que hoje formam as Ilhas de Cabo Verde, Açores, Canárias entre outras; na Europa se levantou a Cordilheira dos Alpes. Essas foram às consequências geológicas da submersão da Grande Atlântida.
Com a submersão da pequena Atlântida produziu-se um novo levantamento na África, completando-se esse continente com a secagem do lago Tritônio e consequente formação do deserto do Saara; Formou-se o atual Estreito de Gibraltar assim, como o Mar Mediterrâneo
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Quanto aos habitantes atlantes sobreviventes a esses dois últimos cataclismas, resta dizer que, parte se refugiou na América sobrelevada formando os povos astecas, maias, incas e peles vermelhas em geral. Outra parte alcançou as costas norte-africanas vindo a trazer novo contingente de progresso aos povos ali existentes, principalmente aos egípcios. Já outra parcela de refugiados chegou as costas do continente Hiperbóreo, onde já existia colônias da mesma raça, imigradas anteriormente formando o que no futuro conheceríamos como as raças do árias.
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Roger Bottini Paranhos, no ano de 2009, escreveu dois livros que conta a história da Grande Ilha: Atlântida, que esta intimamente ligada com a sua história de vida pessoal, já que ele é um dos poucos exilados de Capela que ainda habitam, com necessidade de estar em corpo físico, no planeta Terra.
Tendo acesso as suas memórias do passado, Paranhos retira da nossa visão “véus” ainda existentes sobre a chegada dos capelinos, assim como, da história da Atlântida. Neste tópico especial iremos nos basear nas informações do autor no livro Atlântida – no reino da luz para darmos mais complementos levando ao esclarecimento do nosso amigo leitor.
No primeiro capítulo que ele relata o seu exílio de Capela, repassa-nos a informação de que aqueles que seriam expulsos do planeta, no final do processo de transição, exibiam em alto relevo em seu pulso a marca do exílio: 666, no qual o apóstolo João, em seu livro Apocalipse, interpretou como sendo o número da besta.
Nesta época, Paranhos estava encarnado em Capella, sendo um grande cientista neste planeta. Por ser uma alma portadora de erros brandos, ele foi informado que encarnaria no mundo físico do planeta Terra, mas, seria em sua região mais avançada. Esse continente se chamava terra de Posseidon, e se encontrava em uma dimensão intermediária entre o físico e o espiritual.
Segundo o autor, a aproximação do asteroide que traria os exilados para a Terra, causava uma ação sedativa e hipnótica, fazendo os mesmos entrarem em estado de alienação.
Diferentemente do que afirma outros autores, ele relata que o asteroide cruzou o céu do planeta e entrou em choque com a atmosfera, causando um assustador espetáculo de cores e sons. Com a sua chegada, não demorou muito para que os exilados que ainda viviam na esfera física, assim como ele (Paranhos) serem despregados de seus corpos, sofrendo a atração irreprimível irradiada do asteroide. Após essa “sucção” ocorrida causando a morte de seus corpos físicos, os exilados sofreram então, a sua segunda morte, ocorrendo assim, a perca dos seus corpos sutis.
Explica o autor sobre o fato da segunda morte, que para atravessar o portal dimensional, era necessário não só se desfazer do corpo físico, mas, também do corpo perispiritual. Necessitava-se assim, o despojamento de todos os corpos elaborados a partir do sistema astral e biológico dos mundos regidos pela estrela de Capela. A viagem aconteceria apenas, com a alma, que podia se deslocar na velocidade do pensamento. O transporte aconteceu dentro de alguns segundos.
Relata Paranhos que os exilados ao entrarem na atmosfera terrestre foram recompondo seus corpos perispirituais com os elementos astrais e biológicos da Terra. Ele explica que a Atlântida, “na verdade não fazia parte do processo geológico da terra, da terceira dimensão, era como um reino semi-material, que pairava em meio ao oceano Atlântico.” [1] A Grande Ilha vivia em uma frequência superior e ia se materializando na dimensão física, à medida que seus habitantes foram baixando a sua vibração espiritual.
A humanidade da terra de Posseidon conseguia com facilidade entrar em contato com o mundo astral superior, por isso, dominavam o chamado quinto elemento: o Vril, que era um elo perdido entre o mundo material e o astral. Aqueles que dominavam este elemento por completo necessitavam ter o poder sobre toda a matéria, representada pelos quatro elementos: terra, água, fogo, e ar.
Segundo o autor, essa raça conhecia detalhadamente, todas as combinações que compõe os elementos químico; compreendiam o comportamento dos átomos e das moléculas; conheciam também com profundidade propriedades como a eletronegatividade, raio iônico e energia de ionização.
Através do Vril, eles produziam quase tudo em seu mundo, inclusive um metal ainda mais nobre que o ouro, chamado oricalco. Essa energia permitia também a criação de veículos não poluente que por meio da inversão do eixo gravitacional, os automóveis se locomoviam flutuando.
Afirma Paranhos, que o vril energizava alguns cristais específicos, que tinham o poder de reestruturar e recombinar o DNA de qualquer ser que necessitasse de correção biológica.
Muitos podres a energia vril tinha, como por exemplo, a partir de uma indução energética, erguer pesados blocos de rochas como se fossem monólitos de isopor, característica essa que os primeiros egípcios (descendentes dos atlantes), que ainda dominavam parcialmente o vril conseguiam realizar.
O autor nos explica que a construção de pirâmides, por todos os povos antigos do planeta, é uma herança direta dos povos atlantes, pois, a forma geométrica delas tornavam-se ótimos “catalizadores energéticos”.
Outro ponto característico da Grande Ilha era que os processos produtivos não necessitavam de mão de obra humana. O motivo disso acontecer era dar mais tempo ao homem para dedicar-se ao processo de progresso espiritual.
Na era de Luz da Atlântida viviam mais de 60 milhões de habitantes em completa hamonia, mesmo diante da diversidade de opiniões, e cada cidadão alcançava facilmente os cento e trinta anos de idade. Para os atlantes a ciência, a arte, a filosofia e a religião eram proveniente de uma mesma fonte: Deus. Portanto, qualquer um que se dedicasse a uma área como essa era considerado sacerdote.
O corpo físico dessa raça tinha como característica conseguir chegar a grandes alturas. Facilmente, os homens atingiam dois metros de altura. Já as mulheres mediam em geral um metro e oitenta centímetros.
Os atlantes da era de Ouro eram bem mais evoluídos, porém, ainda não eram perfeitos. Com a chegada dos capelinos que encarnaram na Grande Ilha, em apenas uma geração desses espíritos, Atlântida inicia seu processo de submersão, através da quantidade de energia negativa desenvolvida pela raça recém-chegada.
TEXTO DE AUTORIA DO CENTRO ESPÍRITA LUZ DIVINA
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Festa do Espírito Santo na Mãe de Deus
Isto aconteceu comigo, mas vamos lá à história. Havia uma mulherzinha de Santo Antão que todos os anos fazia a festa do Espirito Santo na Mãe de Deus, logo que não houvesse promessas. Um ano tinha que fazer a festa, mas não tinha carne, nem pão, nem vinho. Faltavam já só oito dias e a tal mulherzinha chegou-se ao pé do tio António e disse:
-A gente vai fazer este ano o Império outra vez.
O tio António respondeu logo:
-Eh mulher, falta só uma semana, tu não tens nada. A gente o que é que vai fazer?! Só abrir a porta. Podemos fazer a coroação, mas lá comida não se dá.
Ela decidiu dar uma volta pela Vila a pedir esmolas e conseguiu arranjar sessenta mil reis e uma saca de farinha.
Foi muito satisfeita para casa e, quando viu o tio António, disse animada:
-Nossa senhora já me ajudou e há-de deparar mais.
Na segunda-feira da semana da festa veio uma mulher da América que queria pagar uma promessa e, ao sabe que Angelina não tinha carne para o Império, ficou muito contente e ofereceu logo uma vaca e ainda deu mais uns mil reis que pefaziam a quantia prometida.
Angelina não cabia em si de alegria, porque já tinha carne, pão, só lhe faltava vinho. E dizia confiante aos ajudantes e a tio António, que continuava receoso:
-Nossa Senhora há-de deparar!
Chegou por fim o sábado. Tinham que ir levar o Império e o cozinheiro disse em segredo:
-Ó tio António, a gente vai encher um quinto de água e vamos carregar com o resto das coisas que é para o carro guinchar.
-Não se faz isso, é enganar o povo. Amanhã não há vinho e toda a gente há-de perguntar o que fizemos com o que tava dentro do quinto. - disse o tio António, cauteloso.
Mas os outros ajudantes sempre encheram o quinto com água e lá levaram o Império para a copeira.
No sábado, costumavam vir os senhores ricos beber o caldo à meia-noite. Vieram vários e um ricaço da VIla virou-se para o tio António que era o braço direito de Angelina e disse-lhe:
-Ó António, anda cá. Eu quero vinho pra beber c'o caldo.
-Ó senhor, a gente não tem, mas há ali um frasquinho que é para porvir a mesa quando chega a Coroação, eu vou dar um pinguinho ao senhor. - disse tio António, querendo agradar ao outro.
O senhor rico da Vila levantou-se para ir embora e disse:
-Oh, já não quero. - e saiu pela porta fora.
O tempo foi passando. Os senhores beberam o caldo e saíram, mas os ajudantes e Angelina nunca se deitaram. Pela madrugada, passadas várias horas, o tal homem voltou a aparecer e disse:
-Quero caldo!
António chegou-se e disse:
-O senhor foi-se, zangado, não bebeu, mas tem aqui com fartura.
O outro perguntou:
-E vinho para botar no caldo? -Eu já disse ao senhor, há ali um frasquinho... -Não quero vinho de frascos. Vocês têm ali um quinto, vamos experimentá-lo. Dirigiu-se ao quinto. Antónuo não teimou e não teve tempo sequer de explicar o que se passava. O homem deu com uma acha no batoque e mandou tio António provar. Era mesmo vinho, saboroso como poucos.
Alguns gritaram: -Foi um milagre do Espírito Santo!
A alegria foi geral e milagre foi porque a mulher, que uma semana antes não tinha nada para dar de comer no Império, acabou por ter abundância de sopas, carne e vinho, como em qualquer Império farto.
FURTADO-BRUM, Ângela, Açores: Lendas e outras histórias. Ribeiro & Caravana editores, 1999. pág. 32-34
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"Falar dos Açores é falar de tudo isto" segundo Paulo Estêvão presidente do Grupo Parlamentar do PPM Açores
“Falar dos Açores é falar de tudo isto” segundo Paulo Estêvão presidente do Grupo Parlamentar do PPM Açores
Intervenção de Paulo Estêvão, Presidente do grupo parlamentar do PPM AÇORES No DIA DA REGIÃO no concelho da Lagoa ilha de São Miguel Hoje é um dia de celebração. Um dia de festa. É o dia de todos os açorianos. É o dia do Povo dos Açores. Nasci no Alentejo, mas vivi aqui, nestas ilhas, metade dos meus 54 anos de vida. Amo esta terra tanto como a terra em que nasci. Durante os últimos 27 anos…
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Açores. Produção artesanal de amêndoas mantém-se apesar de menor procura
A produção artesanal de amêndoas da Páscoa ainda se mantém nos Açores, feitas em panelas de cobre e com açúcar de beterraba, apesar de a procura ser menor do que nas décadas de 80 ou 90.
Na freguesia da Fajã de Cima, no concelho de Ponta Delgada, a fábrica Pérola da Ilha "não abdica da produção de amêndoa especificamente nesta altura do ano", como disse à agência Lusa o diretor de produção, Francisco Paquete.
A unidade fabril, para além da Páscoa, promove produções pontuais para exportar para as comunidades de emigrantes radicadas nos Estados Unidos, bem como para escoar para as outras ilhas dos Açores.
Com origem no Médio Oriente, trazidas para Portugal por influência da confeitaria francesa, as amêndoas doces eram antes produzidas em conventos.
Francisco Paquete acompanha diariamente o fabrico da amêndoa, que leva 10 horas a ser confecionada, e considera que o segredo da qualidade do produto da Pérola da Ilha "reside na sua produção quase artesanal".
"Esta é uma altura em que temos que nos dedicar a este produto, existindo vários tipos de amêndoa, como amêndoa lisa cores, a do tipo francês, a popular - que é muito apreciada pelo povo micaelense - e a sobremesa, a par do confeito, que não é uma amêndoa mas que requer também o uso das panelas de cobre", afirma o empresário.
Francisco Paquete refere que a tradição da amêndoa mantém-se nos hábitos de Páscoa dos açorianos mas "já foi mais procurada", sendo que "nos anos 80 e 90 o fabrico e a procura eram muito maiores".
"Com a vinda da amêndoa e dos ovos de chocolate a venda caiu para cerca de metade", frisou, para salvaguardar que na década de 80 fabricavam-se 30 mil quilos de amêndoa, sendo que atualmente atingir os 15 mil é uma boa meta.
De acordo com o empresário, a amêndoa da Pérola da Ilha "difere da que vem do continente e de outros países por ser mais tenra em termos de textura no trincar".
Mas a estrela das amêndoas da Pérola da Ilha é a amêndoa popular, que "não tem concorrência, que é mais procurada pelos açorianos e feita com amendoim", sendo ainda mais acessível em termos de preço.
Francisco Paquete aponta que a produção de amêndoa é escoada pelo comércio tradicional e pelas superfícies comerciais, mas há quem procure diretamente a loja da Pérola da Ilha.
Curiosamente, a produção da amêndoa por parte da Pérola da Ilha - que existe desde a década de 60 e foi fundada por Zélia e António Poim - aconteceu por acidente.
O proprietário, na altura, adquiriu umas panelas para aumentar a produção do amendoim com açúcar, mas estas destinavam-se à produção de amêndoa.
Foi o conhecimento logístico transmitido à Pérola da Ilha por um outro empresário, da então fábrica Mira Lagoa, que permitiu arrancar a produção de amêndoas, aproveitando as panelas.
Francisco Paquete afirma que houve uma altura em que o açúcar que era usado na confeção da amêndoa derivava do cultivo local da beterraba, cuja cultura entretanto desapareceu.
O empresário tentou usar açúcar extraído a partir da cana, mas os resultados não foram os desejados, utilizando agora o açúcar da beterraba importado dos Países Baixos, salvaguardando que, mais do que por razões comercias, existem motivações culturais e tradicionais associadas à sua produção.
Além das amêndoas, a unidade fabril, com 22 funcionários, comercializa aperitivos e congelados.
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"O R caipira do interior de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina deve-se ao fato de que os indígenas que aqui moravam não conseguiam falar o R dos portugueses, não havia o som da letra R em muitos dos mais de 1200 idiomas que falavam aqui.
Então na tentativa de se pronunciar o R, acabou-se criando essa jabuticaba brasileira, que não existe em Portugal.
A isso também se deve o fato de muitas pessoas até hoje em dia trocarem L por R, como em farta (falta), frecha (flecha) e firme (filme).
Com a chegada de mais de 1,5 milhão de italianos à capital de São Paulo o sotaque do paulistano incorporou o R vibrante atrás dos dentes, porta como "porita", e em alguns casos até incorporando mais Rs do que existem: carro como "caRRRo", se quem fala for de Mooca, Brás e Bexiga, bairros paulistanos com bastante influência italiana.
*O R falado no Rio de Janeiro deve-se ao fato de que quando a corte portuguesa pisou aqui, a moda era falar o R como dos franceses, saindo do fundo da garganta, como em roquêfoRRRRt, paRRRRRi.
A elite carioca tratou de copiar a nobreza, e assim, na contramão do R caipira e 100% brasileiro, o Rio importou seu som de R dos franceses.
Do mesmo modo a corte portuguesa trouxe o S chiado dos cariocas, sendo hoje o Rio o lugar que mais se chia no Brasil, 97% dos cariocas chiam no meio das palavras e 94% chiam no final.*
Belém do Pará ocupa o segundo lugar e Florianópolis em terceiro.
As regiões Norte e Sul receberam a partir do século 17 imigrantes dos Açores e ilha da Madeira, lugares onde o S também vira SH. Viviam mais de 15 mil portugueses no Pará, quarta maior população portuguesa no Brasil à época, o que fez os paraenses também incorporarem o S chiado.
Já Porto Alegre misturava indígenas, portugueses, espanhois e depois alemães e italianos, toda essa mistura resultou num sotaque sem chiamento.
Curitiba recebeu muitos ucranianos e poloneses, a falta de vogais nos idiomas desses povos acabou estimulando uma pronúncia mais pausada de vogais como o E, para que se fizessem entender, dando origem ao folclórico "leitE quentE".
Em Cuiabá e outras cidades do interior do Mato Grosso preservou-se o sotaque de Cabral, não sendo incomum os moradores falando de um "djeito diferentE". Os portugueses que se instalaram ali vieram do norte de Portugal e inseriam T antes de CH e D antes de J. E até "hodje os cuiabanos tchamam feijão de fedjão".
Junto com os 800 mil escravos também foram trazidos seus falares, e sua influência que perdura até hoje em se comer o R no final das palavras: Salvadô, amô, calô e a destruição de vogal em ditongos: lavôra, chêro, bêjo, pôco, que aparece em muitos dialetos africanos.
A falta de plurais, o uso do gerúndio sem falar o D (andano, fazeno), a ligação de fonemas em som de z (ozóio, foi simbora) e a simplificação da terceira pessoa do plural (disséro, cantaro) também são heranças africanas."
do livro "Mapa Linguístico do Brasil" de Renato Mendonça e da Superinteressante desse mês.
O livro abaixo, boa referência para contextualizar essa nossa mania de norma culta
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Portugal de Norte a Sul - Parte 4: A Beira Interior
No quarto post da série Portugal de Norte a Sul, que comemora meus dois anos em terras portuguesas, vamos viajar pela lindíssima região da Beira Interior. Terras serranas com paisagens rurais deslumbrantes, lindas aldeias típicas e o pastoreio de ovelhas e cabras, além de importantes cidades com forte atividade econômica e industrial.
A Beira Interior é uma das mais subestimadas regiões de Portugal. Por estar relativamente afastada do eixo turístico principal Lisboa-Porto, muitos dos viajantes acabam passando bem longe dessa linda região e perdem a chance de conhecer todo o charme da verdadeira vida interiorana portuguesa.
A região estava incluída na proposta para a Regionalização de Portugal de 1998. Resulta da moderna união da antiga província da Beira Baixa, com a Beira Trasmontana. No entanto, como já mencionei nos posts anteriores, as províncias nunca tiveram uma atribuição prática, acabando por desaparecer do vocabulário administrativo oficial. Ainda assim, sobreviveram no vocabulário cotidiano dos portugueses e, sobretudo, em suas raízes culturais.
A Beira Interior tem, ainda hoje, limites naturais muito bem definidos, o que garantiu ao longo dos séculos a preservação de sua identidade regional. A Norte, a Beira Interior é delimitada pela região de Trás-os-Montes e Alto Douro, com as serranias dos vales do Douro e do Côa. A Leste, os rios Mondego e Zêzere e as serras do Açor, da Gardunha e da Lousã, separam-na da Beira Litoral. A Sul e a Sudoeste, o rio Zêzere e a serra da Melriça separam-na da Estremadura e Ribatejo. Já a Oeste, as fronteiras com Espanha são as mesmas há mais de sete séculos: os rios Águeda e Erges, e a ribeira dos Tourões. No extremo sul da Beira Interior, o rio Tejo faz a ponte com o Alentejo.
Um bocadinho de história…
A Beira Interior teve um papel determinante na história de Portugal. Habitada desde a pré-história, guarda vestígios da época do Bronze. Foi ali também a terra de origem dos Lusitanos, um conjunto de povos ibéricos pré-romanos tidos como o primeiro sinal da identidade portuguesa. Com as invasões romanas, esses povos antigos acabaram por se refugiar nos antigos Montes Hermínios, atual Serra da Estrela, onde desenvolveram seu modo de vida serrano.
Os romanos dominaram a região e trouxeram grandes transformações, desenvolvendo a agricultura e apostando na exploração de minerais. Em seguida passaram por ali os Visigodos e finalmente os Muçulmanos, com a conquista árabe.
Mas foi na época medieval que a Beira Interior teve seu maior destaque. Disputada, entre os séculos XI e XIII entre Portugueses, Leoneses, Castelhanos e Muçulmanos, e acabou sendo determinante para a independência de Portugal, em face a seus vizinhos árabes e hispânicos. Nesse período, foram construídas dezenas de castelos e fortalezas, que estiveram durante séculos na linha da frente na defesa do reino de Portugal e ainda hoje podem ser visitados. Após o fim das batalhas e com a definição das fronteiras nacionais, as povoações foram recuperadas e a população voltou a crescer.
Na época dos Descobrimentos, a Beira Interior volta a ter seus momentos de glória. Foi lá que nasceram alguns dos maiores navegadores e exploradores portugueses de que se tem notícia, entre os quais se destacam Afonso de Paiva, Pêro da Covilhã e o nosso queridíssimo Pedro Álvares Cabral. Mais tarde, na Guerra da Restauração, na Guerra dos Sete Anos e também durante as invasões Napoleônicas, seus castelos e fortalezas, voltaram a assegurar a independência nacional.
Já no século XIX, o progresso chegou com a abertura das linhas de comboio (trem) da Beira Alta e da Beira Baixa, e ainda da fronteira rodoviária de Vilar Formoso. Contudo, uma forte onda de emigração começou a ser sentida ao longo do século XX, e a população começou a decrescer novamente.
Arquitetura tradicional
Assim como nas regiões anteriores usa-se muito as paredes em alvenaria de pedra, variando entre o granito, como no Minho, e o xisto, tal qual na região Transmontana. São comuns os edifícios com 3 ou mais pisos, sendo que os pisos superiores são normalmente de tabique e apenas o “rés-do-chão” é de pedra.
Eu tenho um carinho especial pelas casas tradicionais dessa zona do país, por ter trabalhado alguns meses no levantamento do centro histórico de Viseu, no âmbito do Projeto Viseu Património. Foram dias de trabalho intenso, com lindas surpresas e muito aprendizado, por trás de toda a poeira e restos de materiais quebrados na rotina do levantamento arquitetônico.
A Beira Interior é uma das regiões com mais castelos e fortalezas (cerca de 45 no total), estando a sua grande maioria em bom estado de conservação. As cidades e vilas, conservam um ambiente medieval, que aliado às suas paisagens bucólicas, merecem ser explorados com tempo. Pra se ter uma ideia, 12 dos 13 núcleos históricos recuperados pelo programa "Aldeias Históricas de Portugal" localizam-se na Beira Interior. É cidadezinha pitoresca que não acaba mais!
Belezas Naturais
O relevo de toda a região da Beira Interior é bem acidentado, com destaque para as Serras da Estrela (que se eleva a 1993m), da Gardunha (1227m de altitude), de Alvelos (1084m) e da Malcata (1075m). Além das serras, o restante da região situa-se em dois planaltos, cuja altitude oscila entre os 500 e os 800m. São terras altas e frias, onde chega a nevar bem no inverno!
Apesar de não ter acesso ao oceano, a região é banhada por três dos principais rios portugueses, o Douro, o Tejo e o Mondego, e também por seus afluentes, Côa, Alva, Zêzere, Águeda, Erges e Ocreza. É a partir desta região que nascem algumas das linhas de água subsidiarias das maiores bacias hidrográficas que abastecem as três maiores cidades de Portugal: a bacia do Tejo que abastece Lisboa, a bacia do Mondego, que abastece Coimbra e a bacia do Douro, que abastece o Porto.
Entre as muitas belezas da paisagem serrana da região, destaca-se o Vale do Zêzere (já falamos dele nesse post aqui, lembra?), um dos mais longos vales glaciares da Europa. É também a evidência glaciar mais a sul de todo o continente Europeu, pois seu característico formato em “U” foi moldado pela erosão glaciar durante a última grande glaciação, há cerca de 19000 anos.
Gastronomia
A gastronomia da região é muito diversificada, com direito a muita carne de caça, sopas, enchidos e queijinhos de ovelha maravilhosos! Para resistir a esse frio todo no inverno destacam-se o Borrego da Serra da Estela, o Caldo de Grão de Bico, o Bacalhau à Conde da Guarda, o Bacalhau à Lagareiro, o Cabrito Assado na brasa, a Chanfana, a Truta à moda de Manteigas, as Morcelas, o Arroz Doce e por aí vai!
Principais cidades
A Covilhã, situada na vertente sudeste da Serra da Estrela, fica a apenas 20km do cume da serra, que com 1.993 metros de altitude é ponto mais alto de Portugal Continental (também já falamos disso, nesse post aqui). É a terra da indústria da lã, de caráter operário, berço de descobridores dos quinhentos e sede da Universidade da Beira Interior.
Guarda é reconhecida como a mais alta cidade portuguesa, a 1056m de altitude. Toda a região é marcada pelo granito, pelo clima contrastado de montanha e pelo seu ar puro e frio que permite a cura e manufatura de fumeiro e queijaria de altíssima qualidade. A cidade guarda também (com o perdão do trocadilho) vários monumentos arquitetônicos importantes, como é o caso da impressionante Sé-Catedral.
Castelo Branco é conhecida pelo Castelo dos Templários, construído na Idade média, entre 1214 e 1230. Ao contrário de outras cidades da região, que cresceram principalmente devido à indústria têxtil, Castelo Branco sempre teve uma importância geo-estratégica e política em Portugal. O Jardim do Paço Episcopal é outro importante símbolo da cidade, tido como um dos mais originais exemplares do Barroco em Portugal.
Viseu é hoje a segunda maior cidade da região do Centro de Portugal, atrás de Coimbra. Historicamente pertenceu à província da Beira Alta e à Região das Beiras, mas tem origens romanas e um relevante patrimônio edificado medieval. Viseu é frequentemente associada à figura de Viriato, um herói lusitano que acredita-se ter nascido nesta região. Os deliciosos doces típicos de mesmo nome não nos deixam esquecer disso.
Manteigas é uma graciosa vila assentada no fundo do Vale do Zêzere. Junto com Covilhã e Seia, é um dos concelhos que partilham o ponto mais elevado de Portugal Continental (a Torre da Serra da Estrela). Suas lindas casinhas de pedra contrastam com os picos nevados ao fundo, criando um cenário super pitoresco. Manteigas vive principalmente da indústria de lanifícios, onde é produzido o burel, um tecido feito de lã de ovelha prensada, característico da região desde os tempos medievais. (também já falamos dele no post sobre a Ecolã.)
Belmonte é outra simpática vila serrana da Beira Interior, que abriga uma parte importante da história judaica, relacionada com a resistência dos judeus à intolerância religiosa na Península Ibérica. Também é famosa por seu Castelo Medieval e por ser terra natal do navegador Pedro Álvares Cabral. ~MV
Portugal de Norte a Sul - A Série completa:
Introdução
Parte 1 - Minho
Parte 2 - Trás-os-Montes e Alto Douro
Parte 3 - Douro Litoral
Parte 4 - Beira Interior
Parte 5 - Beira Litoral
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Torre Autonómica | Conceito
Tendo por base a necessidade de se criar uma placa - medalha que refletisse o contexto sociocultural dos Açores, a peça desenvolvida para a Presidência do Governo Regional dos Açores obedeceu a dois requisitos principais:
1) - Carácter simbólico 2) - Forma - função
1) Carácter simbólico
No que respeita ao carácter simbólico, foi necessário relacionar elementos de natureza sociocultural a valores de ordem estética.
∎ Elementos socioculturais
Tendo como ponto de partida uma caricatura de Augusto Cabral “A Torre Autonómica” concebida em 1895, o presente projeto desenvolve o conceito de construção e unidade dos Açores preconizado pela referida caricatura.
O isolamento geográfico entre as ilhas associado a um povoamento sociocultural diferenciado, determinou matrizes próprias em cada ilha. Do mesmo modo que em 1895 em que o espirito da luta autonómica encetada pelo Povo Açoriano procurava a construção e unidade dos Açores, o processo autonómico da atualidade desenvolve os mesmos valores, assumindo uma identidade e unidade Regional fundamentada na diversidade das ilhas.
Corporizando este conceito, o projeto desenvolvido fundamenta-se na ideia de torre, representando desta forma a unidade dos Açores, construída através de nove módulos, em aço, cobre e bronze que simbolizam a construção do projeto autonómico e a unidade na diversidade de todas as ilhas.
∎ Elementos estéticos
Ao refletir-se sobre a identidade plural das ilhas dos Açores nas vertentes natural e humana, o valor poético que resulta do contraste direto de um conjunto de módulos de forma côncava / convexa articulados ou não entre si, e associados à natureza plástica dos materiais propostos (cor, matéria e textura) determina leituras de valores simbólicos e plásticos plurais. Por forma a respeitar estas características, evitou-se qualquer tipo de elementos gráficos de "adorno" que pudessem “desorientar” o espectador, inserindo-se unicamente elementos relativos à função da peça como o Brasão e texto identificativo da Região. A solução desenvolvida, para além de reforçar a plasticidade global das peças ao centrar a atenção do espectador nos elementos em destaque, (matéria - cor - forma e simbologia) possibilita os mais variados ritmos e contrastes estéticos através do contraste entre diferentes números de módulos, existindo a possibilidade de construir peças de um a nove módulos idênticos ou não, ou seja, peças todas em aço, cobre ou bronze ou em aço/bronze, bronze/cobre, cobre/aço, cobre/aço/bronze. Esta característica multiforme, permite personalizar a relação entre a peça e o seu possuidor, ampliando a sua vocação expressiva e portanto o seu grau de fruição .
No que respeita à forma-função indicada para uma medalha, relacionaram-se valores de ordem estética-simbólica à forma-função.
2) Função
Em relação à função, considerou-se a necessidade da peça não se ficar pela ideia de uma medalha “tradicional”, mas sim, imprimir um valor duplo de utilização que conciliasse a função simbólica à função estética. Deste modo, privilegiou-se a autonomia do objeto face a outras utilizações que não fossem a de uma obra de vertente marcadamente artísticas e simbólicas. Neste sentido, concebeu-se uma peça que funcionasse isoladamente ou não, ganhando desta forma leituras diversas que reforçam o valor de unidade dos diferentes conjuntos de módulos possíveis e em simultâneo possibilitar uma hierarquização através de uma escolha seletiva dos referidos módulos, seu número e suas características plásticas (cor e tipo de metal).
2.1) Forma
Caracterizando a peça desenvolvida quanto à sua forma, concebeu-se um módulo com características curvas (côncava / convexa) que possibilitasse leituras múltiplas através de um conceito de construção (sobreposição e encaixe). Este conceito, para alem de dispensar qualquer tipo de suporte reforçando a sua presença e integridade enquanto objeto, permite à peça ter características multiformes, podendo por isso construir-se isoladamente ou em conjuntos de dois , três, quatro, seis, oito ou nove módulos
Torre Autonómica: Produção: Presidência do Governo Regional dos Açores| Concepção: Filipe Franco | Execução: Medaglis,Lisboa – 2004 ▶ Torre autonómica, placa-medalha
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