#por uma dor de cabeça horrenda
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sundazefestival · 1 year ago
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AGORA O LINK FOI!! um beijão linda, você é demais!
ALELUIA IRMÕES!! valeu pelos testes e pelo elogio, neném!!
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leclewi · 3 months ago
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false god — medina.
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warnings ⟅ conotação sexual, palavrão.
WHAT ABOUT?╭ . .⃗ vocês brigam, mas ainda se amam.
MARI’S NOTES! ╭ . .⃗ oi vidocasss, me pediram e eu trouxe mais meu homem. espero que gostem de vdd! se vcs puderem comentar o que acharam, eu aprecio demais! eu não sei se eu gostei desse, relação de amor e ódio. não revisei, perdão por qualquer erro.
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a bateria não foi boa. faltou ondas, atenção, equilíbrio, suporte e cabeça. gabriel não tinha cabeça, desde quando vocês brigaram pela manhã. uma briga sem fundamentos, sem nexos e sentido, mas mesmo assim acontecia.
a prancha logo foi jogada ao chão, a imprensa pedindo por uma palavra, mas ele não tinha alguma. o corpo dele doía, a água gelada secando tornou o traje grudento e desconfortável. o mundo contra medina e, aparentemente você também.
o foco dele era voltar para o hotel, ter o mínimo de conforto que ele podia, merecia, depois dessa prova. mas, a visão do seu rosto absento de um sorriso, fez a frustação vencer a vulnerabilidade. assim como palavras se tornavam armas, o silêncio era um abismo de pena. e era seu mecanismo, ele aprendeu — forçadamente —, mas aprendeu. de certa forma, o acalmava.
o amor não era algo rotulado, um jogo com um manual de instruções, era uma dádiva, concedida pelo seu próprio organismo e lá se sabe quem, se você acreditar. é uma destreza, necessitada de tempo e sofrimento para ser entendida e manejada. e gabriel sabia, que pra te amar, precisava sofrer antes amando as suas imperfeições.
no quarto de hotel, ele foi para o banheiro, ainda quieto. o banho foi demorado, a água quente queimava as tatuagens e ele rogava para que o ressentimento também fosse embora.
“qual foi, s/a?” foram as primeiras palavras que ele direcionou a você, depois desse tempo. “esse silêncio vai te matar antes mesmo que eu te diga desculpas.”
a sua raiva ainda borbulhava por dentro, de forma branda e controlada, mas o suficiente para que você rolasse seus olhos. “como se você fosse capaz.” sua voz sussurrada.
ele resolveu ignorar, o amor em ação era uma coisa horrenda em comparação ao amor dos filmes. a ação de ignorar a alfinetada e a dor que ele sentiu uma prova.
“você não tem ideia.” ele referiu a você de novo, o corpo dele afundando ao seu lado. um suspiro pesado e cheio de cansaço flutuando dos lábios dele. — tão lindos. “foi uma porcaria, eu tô me sentindo mal. e você ainda insiste na ironia. por deus, s/n.”
querendo ou não, te afetou. você causou o cansaço nele, de certa forma, você causou uma infelicidade maior quando negou o que ele queria, o amor e conforto. o silenciou possuiu de novo.
“você me tira do sério.” você admitiu, sua mão acariciando o braço dele antes mesmo de pensar. o erro dele realmente te tirou do sério, você disse coisas que não deveria, assim como ele te disse coisas que não deveriam ter sido nem cogitadas. — mas, ele ainda era aquele gabriel. o que faria de qualquer coisa para redimir seus erros, mesmo que negaria as desculpas.
ele sem pensar te beijou, rolou para o lado e grudou seus lábios. o amor não sobressaia o ressentimento, a dor, mágoa, aquilo era parte do amor de vocês, de qualquer um. a necessidade se sobressaia.
o corpo dele se pressionou contra o seu, te prendendo contra a cama. “você que é maluca.” ele protestou, em um gemido pequeno e quieto, relaxando na sua pele. “sério, ciúmes daquela bruaca loira?”
sua mão puxou alguns fios do cabelo dele, em retaliação, mas falhou quando seu sorrisinho apareceu. “minha culpa se você é educado demais? qual foi, ela ainda fala de você.” a explicação meia boca serviu de nada, além de alimentar o ego dele e apaziguar as sensações ruins.
não importa as condições, vocês ainda se amariam. os lábios dele — constantemente admirados por você. — deixaram um beijo no seu nariz, “você não quis me escutar, s/n. não vem com essa.” um selinho no seus lábios. “é sério. me mata toda vez que você resolve calar a boca e ainda me leva junto nessa porra de silêncio.”
uma das mãos dele guiou sua perna para descansar na cintura dele, obediente seu corpo seguiu. o toque físico era sua melhor forma de reconciliar e foi isso que você fez, beijou ele antes mesmo que ele pudesse te retaliar de novo.
a língua dele era tão familiar que seu coração apertou, um dia e meio era o suficiente para você sentir falta dele. e vice-versa. ele procurava pelo seu corpo, pressionando o quadril dele em meio a suas pernas.
não demorou muito para vocês estarem doendo de desejo. “desculpa.” você tentou e ele não caiu, riu da sua palavra. “mentira, nem vem.”
ele se levantou, ainda no meio das suas pernas, puxando sua saia para baixo sem prolongamento. você desmanchou nas mãos dele, como sempre.
“tá, bobão.” você riu de volta e ele te beijou.
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vwestergaard · 1 year ago
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              ⠀⠀⠀⠀              — 𝒴𝑜𝑢 ℎ𝑎𝑣𝑒 𝑒𝑣𝑖𝑙 𝑖𝑛𝑠𝑖𝑑𝑒 𝑦𝑜𝑢,                 ⠀⠀⠀⠀⠀    𝑑𝑒𝑒𝑝 𝑖𝑛 𝑦𝑜𝑢𝑟 𝒃𝒐𝒏𝒆𝒔, 𝑏𝑎𝑏𝑦 𝑔𝑖𝑟𝑙!
𝑃𝑙𝑜𝑡 𝑑𝑟𝑜𝑝: 𝐸𝑞𝑢𝑖𝑛𝑜𝑐𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑢𝑡𝑜𝑛𝑜 _ 𝑡ℎ𝑖𝑠 𝑖𝑠 𝑎 𝒑𝒐𝒊𝒏𝒕 𝒐𝒇 𝒗𝒊𝒆𝒘!
Aviso: O texto faz menção não explicita de mutilação e explicita de sangue. A leitura não é recomendada em caso de gatilhos.
A fumaça gélida pairava no ar ao que Verena expirava, anunciando que algo muito errado estava para acontecer. A loira sabia que não deveria ter saído aquela noite, que atender ao evento elaborado por Gothel, apesar das boas intenções da diretora, só poderia terminar em desastre, pois era assim que estava sendo ultimamente, como se a mulher estivesse banhada em uma maré de azar digna de filmes de terror. Ainda assim, lá estava Verena Westergaard em meio a tantos outros alunos, quando o corpo de Jonathan se moveu roboticamente entre eles, atraindo olhares apavorados, provocando cochichos que se silenciaram no momento que seu corpo despencou sem vida. Tremerra estava realmente em ruinas. Nesse instante, um arrepio correu por toda a extensão do corpo de Verena, acumulando-se ao baixo ventre, numa sensação que ela já tinha sentido antes e que temia com todas as suas forças.
Os olhos desviaram para as palmas das mãos, as extremidades dos dedos pareciam brilhar em tom purpura, desejando romper as barreiras do corpo de Verena e alcançar a primeira pessoa que visse pela frente. Seu consciente, por outro lado, gritava para que não fizesse. Os dedos se retraíram, unhas fincando nas palmas das mãos, enquanto ela fechava os olhos e respirava profundamente para manter o controle de seu poder. "eu não vou fazer isso. Eu não posso fazer isso.", repetia como um mantra, buscando acalmar-se naquele processo e seguia, "você consegue Vee, é só respirar e diluir tudo isso dentro de você.", mas como num estalar de dedos, o improvável aconteceu e a voz de Hans tomou conta de sua mente, ecoando por todos os cantos, enunciando mais alto do que ela mesma podia: "você é ruim nos seus ossos, querida, deixe fluir.".
Os dedos se soltaram, trazendo alivio ao que as unhas afastaram-se da pele, deixando ali apenas as marcas de perfuração e um pouco de sangue que logo escorreria pela palma até os pulsos. Os olhos claros, tornaram-se escuros e o caminhar dela parecia tão robótico quanto o de Jonathan outrora. Ela não pensava em mais nada, não lutava para conter o impulso que corria por seu corpo e exalava de seus poros, apenas queria sentir aquilo de novo, o mesmo que o difusor lhe causou no aniversário de Úrsula. A visão se afunilou ao detectar o possível alvo, fazendo todo o resto desaparecer e restar apenas ele. Westergaard marchava em sua direção, cada passo mais firme que o anterior, até que a distância estivesse reduzida a apenas um. Sua destra ergueu-se no ar, buscando alcançá-lo para estabelecer o contato e liberar o efeito do poder, mas isso mais aconteceu.
No instante seguinte, tudo ficou escuro e só o que conseguia ouvir era um apito estridente em seus ouvidos. As mãos tentaram tapá-los, abafar o som, mas nada parecia ter efeito. Verena caiu sobre os próprios joelhos, atordoa, gritando em dor, suplicando para que alguém fizesse parar. Mas a sensação que durou alguns minutos, pareceu estender-se por horas, até que mais nada restasse. Verena já estava fraca e a cabeça latejava tanto, que mal percebeu quando ficou incapaz de ouvir qualquer coisa que fosse, nem o apito, nem o restante das pessoas a sua volta. Seus olhos se abriram, constatando o caos que ainda acontecia em meio aos jardins, mas nada podia ouvir. Atordoada, ela se ergueu com dificuldade, procurando pela causa daquela dor horrenda, quando ao longe pode ver Rowan Hook perdendo o controle de seu poder.
Por um tempo, Verena chegou a questionar se ela mesma havia perdido o seu, mas olhando ao redor todos próximos pareciam bem. As auras de suas libidos aparentemente intactas, assim como as de sua ira. Algo que, infelizmente, Westergaard agora sabia que estava atrelado de alguma forma ao seu poder, mas ainda não entendia muito bem como. Talvez amor e ódio realmente andem lado a lado, assim como a dor também pode ser considerava uma forma de prazer.
personagens citados: @hookrowan; npc: daddy Hans
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babysavage · 3 months ago
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Não é sobre você. É apenas sobre a dor que você me causou. Meus braços roxos me lembram o quanto repugno alguém com esse tipo de atitude. Me olhei no espelho e sigo sem acreditar. Alguém que diz me amar fazer isso. Não vou pedi desculpa pela minha insistência pra tentar fazer você ficar. Me arrependo sim, por um dia, ter te dado meu amor e carinho. Carrego o arrependimento de acabar com tudo antes que acabe comigo. É isso, você nunca poderá tirar de mim; minha sanidade mental, algo que passei anos e sigo tentando construir. Você quase conseguiu tirar na quinta. Nunca dei e nunca te darei esse poder. Prometi pra mim nunca permitir mais ninguém me fazer sofrer dessa forma, alguém ter esse controle sobre mim.
O amor morre, sabia?! Eu conclui que ele morreu sim. O que eu sentia por você morreu assim que você me agrediu, me deixou cheia de hematomas, assim que você, por bruta força, fez questão de ir embora. Que você me humilhou e falou as mais horrendas palavras. Que você me deixou andando sem rumo. Eu disse que sempre estaria ali por você, lutei até o último segundo pra mostrar que não abandono fácil e não desisto. Mas acabei percebendo que estava insistindo em alguém que não me faz bem e que vai embora. É aquela coisa, quando for seu, você não precisa convencer a ficar. Tenho meu amor próprio, preciso me amar mais -assim como você mesma disse. Se você sente que perdeu tempo comigo, te falar garota, nunca te impedir de ficar ou conhecer outras pessoas. Se a soma de tudo deu esse resultado na sua cabeça, não era minha intenção. Talvez eu só fui uma pessoa qualquer que durou mais que o combinado.
Dia após dia, meu coração estava oferecendo exatamente o máximo que tinha. Somente o que pude lhe dar. Nunca menti sobre meus sentimentos, nem nas horas mais críticas. Diferente de você. Conhecemos, realmente, quem é a pessoa depois que brigamos com ela. Vi um lado seu que me deixou aterrorizada, assustada, simplesmente não tenho palavras pra descrever o terror que estava diante de mim. Essa é sua versão mais verdadeira, se perdoe. Eu nunca faria isso contigo e essa é a nossa grande diferença. Nada fazia mais sentindo, você desfez todas as promessas, destruiu o sentimento que até ali estava sendo construído e moldado. E sabe o que é o pior de tudo? Eu realmente fiquei esperando você voltar. Me desgastou de uma forma insuportável. Desprezo e indiferença tomou conta de todos os sentimentos bons que tinha por você.
Vou embora da sua vida com a consciência mais limpa possível, fiz minhas escolhas, tive meus tropeços e acertos, doei meu tempo, abri meu coração, me deixei amar novamente. Mesmo sendo o pior ano da minha vida, permitir você entrar e preencher muitas lacunas que existiam dentro de mim e por isso te agradeço. Você foi a luz que me aqueceu durante muitos meses. Essa luz iluminou muitos dias sombrios que tive. E vou te dizer, tive o sentimento mais puro que jurava não sentir mais. Vou me confiar que não vai doer pra sempre. É mais uma perda dolorosa que vou ter que enfrentar.
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reliquiou · 10 months ago
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Você realmente é minha salvação e cura! Teu amor tem sido inexplicável pra mim. Uma dor horrenda de cabeça, passando logo que você volta pra mim. Meu dia ansioso se acalma todas as vezes que meu telefone toca e aparece sua foto. Meu sono por mais que seja agitado no começo, se torna tranquilo e gostoso, só por dormir com você! Eu amo nossa conectividade e reciprocidade. Amo como respeitamos o nosso equilibro e como tudo é leve entre nós! Eu amo, e amar se torna fácil com você. Te amar é fácil, é calmo, é seguro! Amo você, minha Faísca 🩵
Eu amo poder chegar em casa e ouvir sua voz de sono, ouvir do seu dia e contar do meu (mesmo que você ainda fale bem mais). Gosto de como mesmo no silêncio ainda é confortável estar contigo, gosto de saber que mesmo que eu esteja fazendo algo aqui e você ai, a gente se entende e não há problemas em dividir nossas individualidades uma com a outra. Fico feliz por saber que a mesma paz que você me traz, consigo transmitir de volta. Tem sido lindo viver a vida com você 🤍
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inutilidadeaflorada · 1 year ago
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Dançando Acompanhado a Presença de Kali
Uma voz que se mistura a outras Mistura-se ao peso do meu peito Perdurar verticalizações horrendas A estaca da cabeça de quimeras
Distorcer imagens, diluir dores Multiplicar o auto-desacato E eu aceito e posso carrega-lo A dor até a vil exaustão
A violência é um deus potente Mesmo que eu o odeie A minhas cruzes são formadas por Pares de pernas que se misturam a minha pele
A tinta das minhas lágrimas Produz uma América Latina Acima de trópicos espetaculares E rasga o peito da química ressentida
As tuas unhas engolem minha juventude A cada vez que me ilude com os vislumbre Insinua recintos em cada poro meu E a cada vez que entoa meu nome
Purgatórios descem a terra Torturam-me com um intervalo Que parece eterno a minha incompetência Até teus dedos transtornarem colares
Meu vestígio vibra misericórdia Quanto eu provoco e canto traições Beijo formigueiros ao oculto do teu paladar Ainda se fantasiando ao deslumbro do ferro
Estado febril, mil seres dançando A besta da minha desorientação Doze badaladas do sino e um dilúvio me espreita Eu o aceito, eu descongestiono, espero que aceite esta desobediência...
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balacandy · 1 year ago
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Não sei como iniciar esse texto. Estou com uma dor de cabeça tão aguda e latejante que poderia morrer, rindo da absurdidade dessa situação e sem palavras para descrever tudo o que aconteceu até eu chegar aqui.
Há alguns meses atrás eu tive minha primeira crise de personalização.
Não sabia o que estava acontecendo. Não sabia nem a definição desse termo ainda, achei que estivesse enlouquecendo de vez. Que todas as coisas podres e angustiantes que guardei para mim mesma durante todos esses anos finalmente estavam me fazendo pagar o preço — um valor bem alto e aterrorizante.
Foi um processo gradual e incessante. Começou com uma dormência mental esquisita: eu queria fazer muitas coisas, mas a ideia de nenhuma delas era capaz de me fazer sentir algo. Minha ansiedade de não estar fazendo as coisas que eu deveria me fez rodar em círculos nervosos no meio da cozinha, inconsciente — no automático, obsessivamente.
Houve um momento em que eu percebi que estava agindo estranho, mas simplesmente não conseguia parar. O ambiente parecia estranho, quase irreal, e conforme os minutos foram passando eu própria comecei a parecer irreal. Olhava para as minhas mãos e pensava "Essa sou eu? Tem algo de errado. Não pode ser verdade."
Com muito esforço, quebrei os círculos que fazia na cozinha e corri para o quarto. Tranquei a porta, sentei-me na primeira cadeira que vi, foquei em respirar fundo para tentar me acalmar e clarear a mente.
Gradualmente, sem controle nenhum, o sentimento de estranheza só piorou. Ficou difícil de respirar, ofegava como se estivesse sem ar nos pulmões. Minha visão não focava nem por um milagre, nada era real.
Comecei a sentir nojo da minha pele, tinha medo de tocar em mim mesma, minhas mãos tremiam e meu controle sobre meu corpo estava diminuindo. Arranhava os braços, as coxas, qualquer local visível para tentar sentir alguma coisa, para me ancorar na realidade.
Caí da cadeira, atingindo o chão com força, e fiquei jogada ali, sem conseguir me mexer, sentindo como se estivesse presa num pesadelo que nunca iria terminar.
Lembro de ter perdido a noção do tempo. Quando me levantei, fui até o quarto do meu pai onde parei em frente ao espelho. Aquela não era eu.
A face e o corpo que me encaravam de volta no meu reflexo começaram a me assustar terrivelmente, então eu corri. Chorando e sufocada, adormeci em meio aos lençóis bagunçados da minha cama, sozinha.
Acordei sentindo um alívio imenso de me sentir eu mesma, de poder me mover normalmente. Contei amedrontada a experiência para meus amigos, nenhum deles soube me dizer o que havia de fato acontecido.
O episódio dessa vez foi parecido com esse. O meu segundo, desde essa primeira vez traumatizante.
Uma luz acesa num cômodo específico pode me deixar muito abalada, eu suponho. Um silêncio prolongado durante a noite, uma frase errada, um caminho mais para a esquerda no corredor. Tudo nessa casa, se bobear por três minutos, me traz lembranças horríveis de volta.
Sou obrigada a viver com medo, tomando cuidado e mantendo todos os eventos terríveis que ocorreram aqui lacrados no fundo da minha mente.
Fui parando de comer, depois de tomar banho — atrasei um pouco mais para limpar a pia, deixei de conseguir me divertir, se tornou fisicamente impossível fazer certas coisas e, quando menos percebi, havia chegado no nível de não ser capaz de me mover. Nem um passo. Corpo paralisado no meio da cozinha novamente, como na primeira vez.
Quarto, cadeira, choro. Dificuldade para respirar. Ida até o banheiro para lavar o rosto e tentar me acalmar, termina comigo com medo do próprio reflexo no espelho, vendo traços distorcidos na torneira da pia e correndo desesperada para o quarto novamente.
Nossa, dessa vez eu chorei tanto. Talvez seja por isso que estou com essa dor de cabeça horrenda.
Cheguei no quarto quase caindo de tão rígidas que estavam minhas pernas, me ajoelhei no chão por alguma razão e, com as mãos tremendo incessantemente, encostei a cabeça no chão, como se estivesse rezando.
(A mesma posição da noite da invasão.)
Céus, quando percebi como estava só faltou eu me engasgar e morrer nas minhas próprias lágrimas.
Pensei comigo mesma "Não dá para continuar assim. Essa noite vai ser terrível, preciso aceitar que preciso de ajuda."
Esfreguei o rosto e fui correndo até o quarto do meu pai, pedindo para ele me abraçar e falar comigo — qualquer coisa, apenas falar para me manter ancorada no presente.
E aqui estou eu.
(sábado, 15 jan 2022)
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redrobinrpg · 1 year ago
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Gotham City, 10:49 PM
Tim tinha se trancado no quarto, levava um travesseiro e tentava abafar os seus ouvidos em uma tentativa inútil de diminuir aquela risada horrenda que escutava, mas sabia que a tentativa era em vão, já que a risada vinha de dentro da sua cabeça.
"Tim... Eles não ligam para você, deixa eu sair para brincar, eu prometo que vamos nos divertir, VAMOS NOS DIVERTIR MUITO HAHAHAHAHAHAHA"
— Não, eu estou no controle, você não pode, logo o Bruce vai cuidar de tudo e...
"Até quando você vai deixar que ele resolva as coisas por você? Qual é Timmyzinho! Vamos brincar, ME DEIXA SAIR, ME DEIXA SAIR"
— CALA A BOCA, CALA A PORRA DA BOCA! Deixa a minha mente em paz!
O garoto começa a gritar, enquanto lágrimas escorrem por seu rosto, ele abraça seus joelhos, desesperado sem saber o que fazer.
"Eu sei que você tem andado com a mamãe. Me deixe falar com ela! Ela vai nos ajudar a encontrar o papai e juntos seremos uma família feliz novamente. Que lindo! HAHAHAHAHAHA"
O menino olha ao redor no seu quarto procurando algo que o pudesse ajudar e começa a sentir pontadas bem fortes de dor de cabeça.
"Timmy, Timmy, Timmy... Eu estou forte, eu estou saindo e você não pode fazer nadinha de nada HAHAHAHAHA"
A cada risada que escutava era como uma martelada que levava na cabeça, até que a visão do garoto começa a ficar turva, ele tenta pegar o celular para ligar para o pai, mas acaba apagando.
Quando o garoto acorda, ele se levanta como se nada tivesse ocorrido, vai até seu guarda roupa cantarolando e veste uma camisa social lilás e uma calça combinando, vai até o espelho do quarto e usando um pouco de tinta, pinta um enorme sorriso em seu rosto e então ele ri, ri como a risada em sua mente, estridente e horrenda.
— HAHAHAHAHAHAHA
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laurenjgar · 1 year ago
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22h40.
estou esgotada de ter que ouvir você falar sem parar na minha cabeça desde o momento em que abri meus olhos hoje, fora os outros dias em que esse momento já se repetiu. você fala de todos, sem excessão, a sua voz perturba tanto a minha cabeça e se eu cogitar falar qualquer coisa tudo piora, então me mantenho calada, ouvindo tudo por obrigação, não tenho pra onde correr. não percebe o quão hipócrita consegue ser? tem pouco tempo em que voltou da igreja e começou a agir como sempre fez, invejando, despejando suas palavras horrendas contra qualquer pessoa, você tem a capacidade de enxergar tudo ao seu redor, mas não existe esforço algum para olhar na sua frente. não percebe que tudo o que deseja um dia volta para você??? e a consequência tem chegado pra mim. meus pensamentos são insanos, só tenho vontade de acabar com a minha existência fajuta, nunca tentei nada nesses quase 23 anos de vida, mas atualmente só penso em colocar um fim nisso tudo. um fim nessas vozes, nesse choro incontrolável, no estresse diário, nessa pessoa fraca e burra, nas palavras duras que se repetem constantemente, no fracasso que sou, porque sei que você não aguenta olhar pra mim e ver que não passo de uma matéria e só. sou apenas um ato que aconteceu por falha sua e do meu pai, nada mais que isso. não aguento mais prender esse nó na minha garganta, fingir que estou bem, sorrir para as pessoas na rua por gentileza, falar baixo por educação quando quero gritar, gritar até que minha garganta comece a se irritar e minha voz falhar. tenho que esperar todas as noites chegarem, arrumar a minha cama para me deitar e fechar a porta do meu quarto para que possa enfim tirar toda a máscara que uso durante o dia e desabar no escuro que me preenche. não posso fazer barulho, mas é o que mais queria agora, queria poder chorar até minhas lágrimas secarem, até aparecer a dor de cabeça e meus olhos ficarem inchados, até meu travesseiro ficar molhado. chorar no colo de alguém até tudo isso passar, mas redobro a consciência de que não há nada e nem ninguém aqui. e você também enche a boca para falar que sou sozinha. amanhã começa tudo outra vez, o mesmo processo.
às vezes gostaria de que algo me acontecesse no meio do caminho, para não ter que passar por esse inferno outra vez
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ditongodecrescente · 2 years ago
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3 Faces do Medo
Ultimamente tenho pensado muito sobre o medo, embora medo mesmo eu não sinta faz tempo.
Pra mim, o medo possui 3 faces, que se alternam pra tentar me morder, como Cérbero procurando abocanhar os desavisados.
Apesar de três cabeças, o corpo é apenas um. Como a árvore que, com muitos galhos, apresenta só uma raiz. Aos meus olhos, a raiz do medo é a falta. 
O medo cresce na ausência.
A primeira face talvez seja a mais amigável. É necessário simpatia para conquistar alguém.
A Cautela é o medo vestindo a máscara da Prudência. O receio admirado por muitos é até recomendado, afinal, ser cuidadoso é sinal de sabedoria. Esconde-se aí uma mentira, pois coragem e insensatez não são sinônimos e sequer se complementam.
É plenamente possível ser ousado sem sucumbir à inconsequência. Ser medroso com a desculpa de ser cauteloso é apenas disfarçar a falta de coragem e a insegurança em assumir riscos. 
A segunda das cabeças é chamada Pavor. O medo que obriga a se afastar, a correr, a se esconder. É a face do medo que é menos encarada e, talvez por isso, aquela que ataca mais fácil. 
Esse medo, algumas vezes nem vem da coisa em si, mas daquilo que imagino que pode acontecer. A ausência de certeza sobre o futuro assusta e dá asas para a criatividade. A solução é o confronto, o encontro, o ver com os próprios olhos as consequências que aguardam.
O terceiro medo é pior de todos. É a face mais horrenda e a voz mais poderosa. Quando dita suas ordens, apenas os fortes resistem.
A Covardia, ao contrário do Pavor, é o medo que ataca, que fere. É o medo que destrói aquilo que lhe assusta, pois lhe falta confiança ou força para sentir-se seguro.
A Covardia se alimenta da falta de atenção. O ataque sempre é desferido no alvo errado. Desatento, não percebo o que realmente me dá medo.
Eu causo dor para não sentir dor. Cego demais pra perceber que aquilo que penso que pode me ferir só tem o poder que eu mesmo lhe dou. 
O medo cresce na ausência.
Na falta de conhecimento, na falta de força, na falta de certeza, na falta de atenção.
O caos só cresce quando falta ordem e a escuridão aumenta conforme a luz diminui.
Quanto mais ausente estou, mais inseguro sou e mais medo eu sinto.
Presença é segurança.
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illytian · 3 years ago
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Agatsuma Zenitsu
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AVISOS: Conteúdo Yandere, Sangue, Ácidos, Membros cortados, trancafiamento.
Você acordou com uma forte dor no joelho esquerdo, seus olhos estavam pesados e a parte detrás da cabeça estava molhada, o lugar em que você estava não era nada convidativo, o ar tinha um cheiro forte horroroso, o teto e as paredes de madeira estavam manchados de alguma substância marrom e preta.
Tomada pelo pânico e a urgência da situação seus pés ganharam força o suficiente para te por de pé, o lugar desconhecido lhe deixava aterrorizada e seus instintos gritavam para que desse o fora dali o mais rápido possível.
Seus olhos percorrem o corredor longo e escuro a sua direita e a grande porta metálica a sua esquerda, dada a dor muito forte no seu joelho empurrar a pota seria impossível no momento, só lhe restando caminhar lentamente pelo corredor tentando não fazer barulho.
Tudo muda quando você ouve um estrondo muito alto como um trovão, vindo do lado esquerdo do corredor, seus pelos se arrepiam conforme um calafrio subia pela sua espinha. Os sons ficaram cada vez mais altos e mais perto, o que causou a onda de pânico de antes aumentar consideravelmente.
A parede ao seu lado começa a rachar e a fazer um som esquisito, mancando você sai de perto dela o mais rápido, apenas ouvir o som dela se despedaçando e um vulto amarelo e branco pousar ao seu lado, sangue escorria pela katana que o garoto empunhava, mas isso não chamou tanto sua atenção quanto o rosto dele, a face familiar te assustou mais do que esperava, era o Zenitsu, Zenitsu Agatsuma de Kimetsu no Yaiba!
Antes que você se quer pensasse em qualquer outra coisa, do mesmo buraco da parede que saiu o menino saiu uma criatura horrenda, tinha cerca de dois metros de atura, cinco pares de braços e duas cabeças horripilantes e como se não fosse o suficiente a pele tinha uma coloração esverdeada em um tom parecido com o de um musgo.
A criatura horrenda avançou em sua direção como um foguete, o chão tremia a cada passo que ele dava e os gritos que saiam das duas cabeças fizeram com que você tampasse os ouvidos de tanta dor.
Apenas quando a criatura estava menos de três metros de distância o ar ao seu redor estalou o as cabeças caíram no chão com um baque e rolaram até estivessem aos seus pés. Era fácil de observar nos olhos daquele monstro, o brilho de confusão que logo se transformou em descrença.
Tanto o corpo quanto a cabeça começaram a desaparecer até que nada restou.
Sua alma voltou ao seu corpo quando o som de alguém caindo lhe trouce de volta, não muito distante estava Zenitsu, caído no chão, seu peito sobia e descia devagar, era o sinal de que ele estava dormindo.
Foi apenas nesse momento que as peças se encaixaram, você tinha sido transportada para outro mundo, o Mundo de KnY. A criatura de antes era um Oni que provavelmente estava te guardando para comer mais tarde e as manchas no chão e teto eram sangue seco.
Se arrastando lentamente até o Zenitsu adormecido, foi possível ver claramente que ele era real, a pele era quente e macia, os dedos da mão eram calejados por anos de treinamento com uma espada, o suor que escorria pelo pescoço e o lindo cabelo loiro macio. Tudo era real e palpável.
Enquanto ainda o encarava com obvia admiração e entusiasmo ele acordou e rapidamente se levantou, os olhos amarelados percorriam o ambiente enquanto as mão tremiam de medo.
A expressão dele congela quando olha para você, não demora dois segundos para que ele se jogue em seus braços e comece a chorar, te agradecendo por salvá-lo do grande monstro que iria matá-lo.
Era estranhamente cativante a maneira como ele abraçava sua cintura, esfregando os rosto contra o tecido da sua roupa.
Depois que tudo acabou, vocês saíram da velha e não sendo boba pediu a ele que deixasse que o acompanhasse em sua jornada, o que prontamente ele aceitou. Nunca que você perderia a chance de estar com seu personagem favorito.
Passaram alguns meses de vocês viajando juntos, foram os dias mais felizes da sua vida, uma pena que acabaram tão rápido quanto começaram.
Cega pelas aventuras que compartilharam você não notou como a cada dia que se passava algo em Zenitsu mudava, começou com ele indo em todos os lugares que você fosse, depois evoluindo para ele controlando para quais lugares você iria e acabou chegando no ponto e que ele implorava para que ficasse na pousada da cidade onde se abrigavam, com a desculpa de que era mais seguro ali e que ele morreria se algo acontecesse até com um fio de cabelo seu.
Não lhe restou nada além de concordar, afinal os demônios que ele enfrentava estava ficando cada vez mais fortes e mais inteligentes, em alguns encontros eles te usavam como escudo contra os ataques de Zenitsu, o que dificultava a luta.
Em uma dessas vezes o tédio acabou sendo muito grande para aguentar, sendo assim sair e explorar um pouco o vilarejo onde estava acabou sendo uma ideia maravilhosa no momento. Não é preciso dizer que tudo deu errado a partir do momento em que seus pés tocaram o chão fora da pousada.
A Lua estava alto no céu estrelado, a brisa fria fez cócegas na pela exposta pelo Kimono que usava.
Um arrepio percorreu sua espinha, e seus instintos te disseram para correr. Rápido.
Era a noite e esse deveria ser motivo mais do que suficiente para ficar dentro do quarto, mas você sentia que o tédio podia te matar se ficasse lá dentro por mais um minuto. O que a falta de internet não faz com as pessoas afinal.
Ah, como você desejaria ter morrido naquele dia…
Não foi uma grande surpresa quando enquanto andava se deparou com o Oni mais repugnante, O corpo era uma grande massa de carne coberta de olhos lacrimejantes e bocas com dentes afiados. Das bocas saiam amontoados de salivas que quando pingavam no chão queimava-o.
O cheiro que o Oni exalava era na mais gentil das palavras nojento, repulsivo e desagradável.
Tal coisa não deveria existir, isso era certeza.
Enquanto olhava para o Oni com o mais puro nojo e medo nos olhos, uma mão gordurosa e pegajosa saiu de uma das inúmeras bocas e agarrou seu tornozelo, o aperto era forte e queimava, era possível sentir a sua pele deixando de existir e a carne sendo dissolvida pela baba ácida. Não bastou isso, ele ainda a levantou para o alto a deixando de cabeça para baixo, fazendo com que o líquido escorresse pela sua panturrilha, sangue e ácido se misturavam.
O grito que saiu de seus pulmões foi alto o suficiente para transmitir toda a dor e agonia que sentia, não menos que 10 segundos depois um som alto de um trovão foi ouvido.
Tudo que pôde ver antes de desmaiar foi um flash amarelo e branco e mão que te segurava sendo cortada em pedaços.
Quando você acordou sentiu uma dor aguda na perna esquerda. Seus olhos se encheram de lágrimas e seus lábios tremiam. A dor era demais para suportar.
As bandagens que cobriam sua perna estavam ensanguentadas e soltavam um odor pútrido, com o pouco de coragem que restava suas mãos trêmulas desamarraram a parte de cima e a visão do que sua perna se tornou lançou uma onda ainda maior de dor pelo seu corpo.
A carne estava com uma aparência podre, e era possível ver que o sangue que o corpo mandava para fora estava contaminado com uma substância amarela.
O odor que exalava era demais para suportar, lágrimas escorriam pelo seu rosto e logo depois delas vieram os soluços de dor.
Com o barulho Zenitsu rapidamente entrou no quarto, vendo seu estado ele nada falou, apenas colocou a mão em seu ombro e chorou silenciosamente. Era evidente que ele se culpou pelo que ouve, era o dever dele como um matador de demônios proteger aqueles que não tinham força o suficiente. Ele falhou com você, aquela que ele mais queria proteger. Nunca sequer passou pela cabeça dele culpá-la por ter saído a noite.
Seus dias passaram devagar, impossibilitada de sair da cama pelo estado da perna e pela obvia dor que não deixava nem mesmo que você dormisse a noite.
Zenitsu ficava ao seu lado durante quase todo dia, ele trava de remover as bandagens e colocar novas no lugar, dar-lhe banho e contar histórias para te distrair da dor. Foi quando sua perna começou a melhorar que algo nele despertou, ele gostava de cuidar das suas feridas, ser necessário na sua vida, ele amava o quão dependente você tinha se tornado. O mero pensamento do quão indispensável ele se torno para a pessoa que ele mais amava causava uma onda de excitação pelo corpo dele, seu corpo começava a ficar mais quente e coração batia mais rápido.
Ele se sentia abençoado e ao mesmo tempo que se culpava por gostar disso.
Você não o deixaria para trás, não havia a mínima possibilidade dele ser abandonado novamente e isso era ótimo!
Ele sabotava pó medicinal raro que ele passava na sua perna todos os dias estava fazendo efeito rápido demais, não era preciso mais que sua perna sarasse, não mesmo, era preferível desse jeito. A maneira que suas mão agarravam a roupa dele quando a dor era demais para suportar, seu rosto ficava escondido no peito dele enquanto soluços escapavam pela sua boca. Ele era sua ancora, sua única fonte de sustento e amor, era ele que lhe dava comida, protegia e cuidava. Sem os esforços dele a morte era o que te esperava.
Enfiar essa mentalidade na sua cabecinha frágil pelo trauma que foi ser queimada e quase devorada foi muito fácil, sua confiança nele era cega e muda. O que ele decidisse não seria questionado.
Passar meses trancada em um quarto toda dolorida a maior parte do tempo foi uma tortura absurda, o único divertimento era no momento em que ele passava por aquela porta e lhe dirigia o mais brilhante dos sorrisos, a gentileza que a mão calejada aplicava o remédio era adorável, era possível sentir o quanto ele se importava com seu bem-estar.
Não é difícil de imaginar aonde tudo isso foi parar, seu futuro foi terrível, tendo nunca se recuperado totalmente sua dependência tanto física quanto emocional ele rapidamente limitou seu contato com o exterior quase 100%. Anos e anos se passaram, todos eles recheados de dor e tristeza.
De você não restou mais do que uma casca vazia de uma garota a muito esquecida.
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versativo · 2 years ago
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A cena chegava a ser inimaginável, mas não sairia da cabeça de Niccolo a cólera que sentiu ao observar o rasgo que o garoto — que não aparentava ter mais de 16 anos — carregava na testa que escorria um líquido escarlate. Os lábios comprimiram e a expressão foi tomada por desgosto ao que os barulhos de chutes no corpo jogado na calçada chegavam aos seus tímpanos. Pensou em avançar, mesmo que aquela briga não fosse sua. Marini estava longe de ser um justiceiro, por muitos ouvia que era egoísta, mas tinha o pensamento de que aqueles bullies eram bando de ratos e que mereciam uma lição. Não era briguento, nem a pessoa que costumava iniciar conflitos, mas nunca fugiu dos que chegavam até si. Não tinha medo de apanhar, uma vez que fazia aula de taekwondo desde criança, tanto a irmã quanto ele eram faixa preta na atividade e machucados não o matariam; ademais, estava acompanhado de Ampher, que dedicava parte da vida para o esporte, muito mais do que o italiano, é preciso somar. No primeiro passo que D'Luca deu, decidido que partiria para os golpes, Ampher enfiou as mão no bolso do adolescente. Franziu as sobrancelhas e depois ergueu apenas uma para a norueguesa, confuso. Heyerdahl, por sua vez, só abriu a boca quando estendeu o celular de Marini para ele, enfim esclarecendo o que queria. Segundos antes, tudo o que Niccolo queria soltar da boca eram xingamentos, mas a imprevisibilidade da melhor amiga fez com que estendesse os lábios até mostrar os dentes, divertido. Trouxe à memória a quinta que Ampher defendeu uma colega de classe de alguns babacas que a importunavam e de como foi satisfatório ouvir tantos xingamentos serem ditos de uma vez só para rapazes inconvenientes, o que fazia Nico ter certeza de que a intenção da morena de nada existiria ridicularizar quem gemia de dor através de uma tela. Com o aparelho na mão, apertou no botão para que a gravação se iniciasse.
Captava os socos, os chutes e o sangue espalhando-se sobre a face do menino a cada novo golpe que recebia, que cessaram pela surpresa que a voz feminina possibilitou. "Você é maluca? Desliga esse celular!" foi a voz grave que se misturou aos gemidos pungentes. Ampher, por sua vez, prosseguiu em ligação com a polícia, totalmente destemida. O sangue do Marini mais uma vez ferveu ao ouvir outro xingamento direcionado à melhor amiga. "Vagabunda, é melhor parar com essa merda ou vai sair daqui pior que ele." Niccolo apertou o celular com força na mão, sustentando-se no último fio de coerência que ainda dispunha para não acabar com o planejamento de Ampher. "E é melhor que o idiota do seu namoradinho pare de gravar se não quiser ser o próximo." — Nico olhou para Ampher e olhou para a frente, usando os dedos como pinça, exagerando nos movimentos para que ficasse claro de que estava dando zoom no rosto suado e hediondo do adolescente. — Acha mesmo que não reconheci essas duas espécies de peixe-gota, crianças horrendas dos Kang?! Você e seu irmão, feios assim não me impressiona que tenham que passar a vida achando que bater em alguém vai melhorar a autoestima. Não acha que plástica seria mais útil? — O sorriso de Nico tornou-se sádico ao falar sobre os alunos do primeiro ano, Kang Sanghun e Sangjae, os únicos dos cinco que saberia dizer quem são. — Imagino que seus papais vão se interessar de saber o que os filhos fazem na escola... Depois da polícia, é claro. — Disparou com o tom sarcástico.
— Hmm... Acho que não. Eu gosto de te chamar de otário. Combina com você, otário. — Apesar de se conhecerem há muito tempo, a forma como se tratavam permaneceu a mesma de quando se conheceram. A menina demonstrava afeto à sua maneira, o mesmo com o menino. E ambos se entendiam perfeitamente assim. Perto de chegar ao esconderijo, perceberam movimentos que puderam ser identificados no instante em que dobraram a esquina do prédio, deparando-se com um bando de meninos zombando de um único menino claramente injustiçado. Ah, não. Isso não ocorreria sob o nariz de Ampher e seu melhor amigo, que não conseguia disfarçar a indignação ao contrário da garota que permanecia com semblante sereno. Assim, retirou o próprio aparelho telefônico de dentro do bolso do suéter, retirando também o celular de Niccolo do bolso direito da calça dele. Ela não compreendia o que havia naquele bolso direito, já que o mais velho sempre depositava o celular apenas ali. — Começa a gravar.
Após informar sobre a utilidade do aparelho de outrem naquele momento, Heyerdahl desbloqueou o próprio celular, digitando o número do telefone da polícia. Mesmo que ela possuísse o desejo de fazer justiça com as próprias mãos, ela poderia fornecer-lhes outra punição, ou melhor, misericórdia. Não tinha medo de nada, tanto que preparou a voz para alarmar os delinquentes enquanto os denunciava à polícia. — Olá? Bom dia! É a polícia, certo? Sou aluna da Escola Internacional e acabei de testemunhar cinco garotos espancando um único rapaz. — Ela levantou a voz apenas para que eles ouvissem e, como esperado, não houve reações positivas à sua ação.
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nothecocktail · 4 years ago
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ℭ𝔲𝔩𝔭𝔞, 𝔏𝔬 𝔰𝔦𝔢𝔫𝔱𝔬 𝔫𝔬 𝔱𝔢𝔫𝔤𝔬 𝔩𝔞 𝔠𝔲𝔩𝔭𝔞. 𝔔𝔲𝔢 𝔫𝔬 𝔪𝔢 𝔡𝔢𝔫 𝔩𝔬 𝔰𝔲𝔣𝔦𝔠𝔦𝔢𝔫𝔱𝔢, 𝔜𝔬 𝔰𝔬𝔶 𝔢𝔵𝔦𝔤𝔢𝔫𝔱𝔢 𝔜 𝔩𝔬𝔰 𝔫𝔢𝔫𝔢𝔰 𝔰𝔢 𝔞𝔰𝔲𝔰𝔱𝔞𝔫, 𝔥𝔲𝔪
Trilha sonora: qual seria a música que definia o seu personagem no primeiro dia deste semestre e qual se encaixaria melhor pro atual cenário de Aether?
Lo que tengo yo — Lali Espósito: Ay, baby, bájale al amor y bájame las pretenciones, sin explicaciones, yeh. Que tan solo es diversión, baby, no te me enamores de una rompecorazones.
Expectativas é o que todos tem, e aparentemente, isso é algo que costuma acontecer com a Vogelmann, principalmente por a julgarem superficial, mesquinha e vazia. Mas além de seus planos, também possui duas diversões, e aí mora o perigo. Ela não precisa de ninguém, e por isso, muitos corações podem ser quebrados. Bem, antes o de outros do que o dela.
Final Feliz — Danna Paola: Voy abrir las páginas de mi cuento, ven para escribir tu historia por mi cuerpo. Pensar en esta trama se acaba en la cama, si tú eres la serpiente yo soy la manzana.
Essa música representa a grande ambição por sua história, representando que fará o que tiver de ser feito, mesmo que isso machuque alguém pelo caminho. Claro, isso também reflete como uma moeda, visto que toda a ação tem consequência. Por vezes, ela é julgava, colocada em um estereótipo e bem, Margarita não poderia se importar menos. Pois se eles querem ser a cobra, ela será a maçã, o pecado e o veneno.
Obs: Como não estou com a char a tempo o suficiente, apenas escolhi com muita dificuldade duas que achei que combinavam com ela mesmo.
Relação com contos: considerando o seu desenvolvimento, nesse exato momento você acreditaria que seu personagem assumiria qual papel num conto?
Se você fosse perguntar a ela, ela certamente diria que merece o papel de heroína do conto, afinal, é tudo que ela almeja, ser querida e desfrutar de todos os luxos de uma princesa vivendo seu final feliz. Mas considerando suas atitudes duvidosas e egoístas, ela certamente se encontra bem distante dessa figura que ela quer ser. Não diria que Guadalupe se qualifica como vilã em si, não ainda ao menos, ela não possui até o momento nenhum (a) nêmesis que seja forte o suficiente para ela fornecer uma oposição, ela também evita se colocar em situações onde pode ser comparada a mãe, mesmo que isso pareça ser inevitável. No momento, ela não tem um papel definido, mas suas chances pro futuro não apontam exatamente para o bem.
Casa de Aether: o seu personagem se considera parte da casa na qual ele está inserido? Se pudesse, você acredita que ele faria uma mudança para entrar em alguma outra casa?
Mesmo que almeje ser uma heroína de uma história, ela adora a Imre e considera sua casa favorita, na verdade, vê a narrativa de uma heroína que foi tratada mal por conta de estar cercada por projetos de vilões e ser filha de uma, como algo bem interessante e que lhe dá a chance de ter um bom conto. No entanto, caso não fosse da Imre, a única outra casa que aceitaria ser associada seria a Anilen, claro, ela jamais admitiria isso, ainda mais depois da derrota horrenda da casa de Morgana no intercasas.
Lembranças: qual é a primeira lembrança que seu personagem tem de Aether? Que idade tinha quando aconteceu? Foi algo importante?
Antes de Aether, Margarita nunca havia saído do reino dos Moors, sendo o instituto o primeiro momento em que ela teve contato com humanos e digamos que não foi das melhores. Por não ter qualquer noção das normas e conceitos sociais dos humanos, ela acabou por ser maltratada pelas outras crianças e sendo também muito julgada por conta de sua mãe. Não é exatamente uma memória específica, mas sim uma coletânea de memória onde ela sofreu com o preconceito de seus colegas, a ajudando a chegar a fatídica conclusão de que todos os humanos são podres por dentro, tal como havia crescido ouvindo.
Passado: cite algum acontecimento desse semestre que marcou fortemente o seu personagem. Quando aconteceu e como isso o afetou?
Considerando sua forte ligação com os irmãos, o acontecimento que mais lhe marcou foi quando sua irmã foi atacada por outro aprendiz, o que a deixou furiosa.
Família: como seu personagem tem lidado com as suas relações familiares? O contato com seus pais tem sido mantido? Existe alguma pressão para que ele deixe o instituto?
Margarita já não tinha o melhor relacionamento com a mãe antes de Aether, quando dentro do instituto ela prefere continuar do mesmo jeito, considera que toda a família que precisa está ali. No máximo, ela fala através de magia, com Diaval, que ajudou na criação da mesma e uma das poucas pessoas que ela considera mesmo não sendo seu irmão, ainda mais por que ele que a ajudou a se adaptar a forma de corvo quando ela excedia o uso de seus poderes.
Rotina: como tem sido a rotina do seu personagem em Aether? A sua participação em clubes/atividades escolares têm sido frequentes? E como tem estado os seus estudos? Transcreva o último boletim do char, utilizando a grade curricular escolhida por ele.
Margarita gasta a maior parte de seu tempo atrás de uma boa fofoca, alguma matéria para o jornal ou simplesmente tentando arranjar um príncipe ou princesa para conseguir seu final feliz. Ter escolhido a grade monarquia foi provavelmente uma decisão que lhe trouxe mais dor de cabeça do que qualquer outra coisa, afinal, tem matérias da qual ela tem que se matar estudando para conseguir boas notas. O fato de Margarita raramente pedir ajuda também não torna as coisas mais fáceis para ela, mas ela consegue se manter razoavelmente bem até nas matérias que vai mal e isso se deve a sua determinação inabalável.
Grade Especializada I (Monarquia): Média geral  — Aproximadamente 8,4
Administração de Nações I a IV — 6,0 Antropologia  — 10 Arte da Guerra I a VI  — 8,3 Artes Visuais e Cênicas  — 10 Cálculo ll — 9,7 Ciências Humanas ll  — 9,1 Ciências Naturais e Biológicas ll — 10 Combate com Armas Brancas I a V — 5,8* Condicionamento Físico I a V  — 9 Contabilidade de Finanças Públicas I e II  — 9,5 Danças de Gala — 8 Debate — 9,6 Estratégias de Combate I a III  — 6,5 Estudos Culturais II — 9 Etiqueta Avançada — 6,9 Formação Econômica I a V — 9,4 Formação em Leis e Tratados I a V — 6,2 Gastronomia — 5,9* Gêneros Textuais I a IV — 9,3 Geografia Interdimensional II, III e IV — 7,4 História dos Reinos I, II e III — 9,8 Leitura ll — 9 Línguas Estrangeiras I a IV — 10 Relações Diplomáticas I a V — 8,2 Relações Públicas I e II — 7,9
Obstáculos: que hábito ou pessoa mais atrapalha a vida de seu personagem? Ele tenta fazer algo para superar essa dificuldade ou tem esperança de que o problema se resolverá sozinho? O que ele faria ou até onde iria se não houvesse um obstáculo para detê-lo?
A imagem que ela carrega por conta da mãe, ela detesta ser comparada com a mesma e ainda assim sabe que é inevitável, considera que esse seja o obstáculo que a mais a impede de alcançar o que deseja. Acredita que sem isso, ela conseguiria muito mais facilmente atingir seus objetivos e conquistar seu papel como heroína em um conto.
Mudanças: caso seu personagem pudesse mudar três coisas em Aether, o que seriam? Por quê? Está disposto a fazer algo para realmente mudar essas três coisas?
Uniformes: Ainda que considere os trajes consideravelmente razoáveis, ainda acha que eles precisam de ajustes e poderiam ser muito melhores. Na verdade, acha que cada casa deveria ter um uniforme personalizado de acordo com seu patrono, assim dando ainda  maior destaque para de qual casa se é, também não seria nada mal ver uma diferenciada pelos corredores, não é?
Excursões: Depois da excursão para a simulação de Oz e Atlântica, ela definitivamente acha que o diretor deveria rever seus conceitos de excursões. Ainda que tenha achado interessante o conceito de ver outros reinos, saber um pouco mais de outros contos, sendo uma simulação de que custava Merlin lhe dar o conforto de um quarto? Não era demais pedir uma cama macia e talvez um SPA, era? Para Margarita definitivamente não.
Direção: Não exatamente uma troca de diretor, mas sim uma mudança na forma que Merlin dirige a escola em um geral, Aether era para ser um local seguro para os aprendizes e a cada dia se torna mais perigoso. E os segredos guardados pelo diretor sobre o assunto não ajudam em nada, apenas torna tudo ainda mais suspeito e levanta a dúvida dos estudantes, será que Merlin ainda está apto ao cargo de diretor do instituto? Se não Merlin, quem mais poderia exercer a função e resolver a situação atual? A oposição a Merlin apenas cresce, uma mudança de estratégia seria o ideal na visão da Guadalupe.
Arrependimentos: há algo que seu personagem desejaria não ter feito no instituto? Quais foram as consequências trazidas por essa ação ou decisão?
Nadinha. Guadalupe não costuma ser do tipo de se arrepender das coisas que faz, ainda que algumas delas sejam derivadas da mais pura impulsividade e sem levar em conta as possíveis consequências. Então, não tem nada até o momento do qual ela pareça se arrepender.
Decisões erradas: alguma vez seu personagem fez ou decidiu algo que não deveria ser feito no instituto, mas acabou tendo uma boa história pra contar? É algo de que ele se arrepende ou o desfecho do caso fez o erro valer a pena?
Sempre muito segura de si e de tudo que faz, poucas são as decisões das quais ela considera como erradas, talvez porque lhe falta vergonha na cara. Talvez a única coisa da qual ela poderia chegar perto de considerar como uma péssima decisão, tenha sido a ideia maluca de fazer uma matéria em oposição ao diretor e invadir a sala de impressão do jornal. Porém, ela facilmente jogaria a culpa inteira em cima de Esteban por ter a incitado a fazer isso.
Passatempos: qual o passatempo favorito do seu personagem em Aether? Quando foi a primeira vez que fez isso e com que frequência faz atualmente?
Seu passatempo favorito definitivamente é fofocar, ela gosta de estar por dentro de tudo que acontece no instituto, até porque considera que estar bem informada é a chave para o sucesso de seus planos. Outra coisa que acabou virando um passatempo foi a fotografia e a gravação de vídeos, nem sempre estes sendo usados para o jornal, mas apenas pelo gosto que tem de guardar os pequenos momentos e detalhes através de uma câmera. Mas sua paixão está definitivamente nas artes, tanto por gostar de ser o centro das atenções, quanto por ser uma forma que ela acha de se expressar. Ainda que não faça mais parte do Ballet e dança contemporânea do instituto, sempre se vê envolvida em seus eventos e até mesmo participou no ballet durante o Intercasas.
Amizades: quem são as pessoas com as quais seu personagem pode ser visto com maior frequência? Eles se deram bem desde o início ou tiveram um período de atrito? Conte um ponto mais sobre o que ele pensa das relações com essas pessoas.
Ela está sempre junto de pelo menos um dos irmãos, isso quando é claro não está tentando se aproximar de alguém da realeza. Ainda que goste de se gabar por conta de sua longa lista de contatos, afinal, é muito extrovertida e gosta estar sempre rodeada de pessoas, são poucas as pessoas da qual ela tem alguma consideração de verdade ou qualquer confiança, visto que humanos são terríveis. Suas amizades mais antigas e da qual ela mais confia são os pombinhos @jamesfrst e @a-hood, por consequência acabou virando amiga de @lunctico também, sendo muito mais afável com ele do que costuma ser com os outros. Ainda que tenha sido um de seus ex namorados, @andcrline é ainda um bom amigo visto que acabaram em bons termos por conta de uma divergência de interesses, tem um grande carinho pelo loiro que atualmente ocupa o topo de sua lista de "Humanos que não merecem morrer de forma hedionda."
Ainda que tenha se aproximado puramente por interesse, acabou por se entender muito bem com @luvwar, não é anormal as ver juntas pelos corredores de Aether. Também ainda considera @gcrotaverde​ como uma amiga, ainda que não tenham tido a melhor das conversas durante a excursão, ficou preocupada quando soube o estado que a bruxa ficou após a excursão e espera poder ficar em bons termos com ela outra vez. Também acabou se tornando amiga de @sxweselton​, não apenas pelo título que a loira ostentava, mas por conta de se darem genuinamente bem sendo parceiras de festa, Guadalupe não está das mais animadas com a gravidez da amiga por que não faz ideia de como lidar com crianças, mas não se afastou dela por isso. @thecoldbalthazar​ também acaba por ser seu amigo, por conta da amizade do loiro com seu irmão mais velho, ambos se dão bem, especialmente se o assunto for falar mal de Anika. Já com @allabouthebeth ela se mantem bem amigável, ainda que não tenha confiança na garota, a considera uma ótima companhia para se ter por perto.
Inimizades: quem é o pior inimigo do seu personagem em Aether? Por que e desde quando eles se odeiam? Ele faria algo para reverter a situação com essa pessoa?
Seu pior inimigo é @arendstein, quando era mais jovem acabou se apaixonando perdidamente pelo príncipe, que apenas quebrou seu coração, mas foi justamente isso que abriu os olhos de Guadalupe ao que realmente importava, o que a impulsionou a correr atrás do que ela merece. Não o odeia de verdade, mas ainda guarda certo ressentimento dele e sempre que pode faz o possível para o infernizar. Não o considera como um inimigo, mas o considera como o mais desprezível dentre os humanos de Aether, se ela tivesse a lista de "humanos que merecem uma morte violenta", certamente, ela colocaria @cssabesta no topo, ainda mais depois do que ele fez a irmã mais velha.
Segredos: há alguma coisa que seu personagem esconde com todas as forças? Existe alguma chance de que seus colegas venham a descobrir esse segredo?
Guadalupe não é muito dada a segredos, ainda mais considerando o quanto gosta de aparecer. Claro, ela tem coisas das quais não gosta de falar tanto sobre, mas não guarda qualquer segredo, ainda que não fale abertamente sobre o que não lhe convém.
Fofocas: há algo que seu personagem tentou esconder, mas todos ficaram sabendo? O segredo se espalhou por descuido do seu personagem ou alguém descobriu e contou para outros? Esse é um assunto que ainda marca a sua reputação em Aether?
Se tem uma característica que é bem conhecida sobre Guadalupe é o fato de ser fofoqueira, ela não se importa nenhum pouco de espalhar fofocas por toda Aether, logo é de praxe que eventualmente tenha fofocas sobre ela correndo pelos corredores, não que ela se importe de verdade. É comum até que ela mesmo ajude a espalhar fofocas sobre si mesma, ainda mais se achar que isso pode lhe beneficiar de alguma forma.
Descontrole: o que costuma deixar seu personagem estressado e como ele lida com isso? Como ele costuma agir com pessoas irritantes? Ele desconta a raiva em outras pessoas ou guarda pra si? Como identificar um dia de mau-humor do seu personagem?
Margarita detesta que se intrometam em sua vida, que lhe digam do que é ou não capaz, que venham a tentar a controlar de alguma forma. Ainda que ela seja dramática e possa usar deste artifício para conseguir algo, ela detesta qualquer tipo de chantagem emocional e mentiras. Mas algo que nunca falha em a tirar do sério é fazer com que ela se sinta excluída, seja por não ter sido convidada para algo quanto por simplesmente não ter contado algo para ela e ela ter de descobrir por outros. Depende muito da situação e da pessoa da qual está lidando, Margarita pode fazer o possível para evitar uma discussão séria caso ache que isso vá fazer mal a seus interesses, mas se esse não for o caso não vai exitar em discutir com a pessoa como se fosse a própria dona da razão. É possível ver um dia de mau-humor da Guadalupe quando ela se encontra com uma expressão entediada no rosto, o pé batendo contra o solo de forma constante e a careta no rosto sempre que falam algo que ela desgosta.
Superação: alguma vez seu personagem passou por cima de um obstáculo? Como tem sido a evolução dos seus poderes em Aether? Ele estaria pronto para lutar em um novo ataque?
Estar viva sendo uma das crias que a mãe menos gosta, já é uma superação de certa forma, não é segredo para ninguém que Malévola não é um exemplo de maternidade, mas a relação que tem com Guadalupe é péssima sempre que ela se vê presente na vida da filha. Se ela está viva hoje, é porque aprendeu a se virar sozinha desde muito cedo, ainda que vez ou outra fosse mimada pelos irmãos, era comum que a mãe lhe deixasse em circunstâncias nada agradáveis ou lhe cortasse qualquer coisa que trouxesse lazer e diversão. Margarita sempre fez muito uso de seus poderes antes de entrar em Aether, mas esse uso se intensificou ainda mais dentro do instituto, que foi onde ela aprendeu mais sobre o dom que possui e a melhor forma de ser usado a seu favor. Ainda que tenha suas restrições, é um poder extremamente útil quando bem usado e o fato de poder transformar parcialmente também partes do próprio corpo acaba sendo um de seus melhores atributos, especialmente em combate. Ela aprendeu a fazer o possível para sobreviver desde cedo, não teve interesse em praticar e aprender artes marciais tal como o irmão, ou o interesse em praticar magia e isso certamente reflete em seu combate. Ela depende completamente de seus poderes em uma luta, sua melhor característica sendo a esquiva dada a ótima destreza e equilíbrio que ganhou ao longo dos anos gastos com a dança. Então, ela estaria pronta para tentar salvar a própria pele.
Expectativas: quais são as verdadeiras expectativas do seu personagem pro fim do ano letivo? Existe algo que ele ainda esteja com vontade de fazer nesse semestre?
Até o final do ano letivo, ela espera ter encontrado sua vítima ideal, ou melhor dizendo futuro príncipe encantado de seu conto, que precisa ser um herdeiro e com muito dinheiro, é claro. Guadalupe tem o desejo imenso de ter seu felizes para sempre, mas com todo o luxo e conforto que puder garantir para si. Estar viva até o fim do semestre também soa como uma boa pedida, também ficaria feliz caso as coisas que ela acha que precisam de mudança realmente mudassem de fato.
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froppei · 4 years ago
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Dor
  Acordei choramingando de dor, grunhidos inaudíveis saiam de minha boca. Minha cabeça pesava, não me lembrava de nada da noite passada, levantei aos tropeços e com dificuldade me virei. Fui surpreendia com a presença de mais alguém no cômodo. Bem em frente a mim, uma criatura horrenda pairava. Senti as pernas fraquejarem mas me reergui e, tomada por uma coragem inexplicável, segui em direção ao ser.
  Cheguei bem perto da pessoa, estava a centímetros do rosto dela. Uma expressão confusa estampava seu rosto machucado. Seu corpo era magro, quase esquelético. Sangue seco nos nós das mãos que acompanhavam meus movimentos, cabelo desgranhado, muito sangue seco cobria seu corpo, acompanhado de inúmeros hematomas. O que mais me chamou a atenção foi o da cabeça, na parte esquerda da cabeça. Parecia que tinha sido golpeada por algo muito pesado várias vezes. 
  A criatura acompanhava todos meus movimentos, me imitava em absolutamente tudo. A falta de luz no quarto não me deixava ver muito bem, mas pude perceber que em determinada hora, seus olhos fumigavam em ódio. Comecei a me irritar com seja lá quem estivesse ali. Não aguentei mais, me cansei desse joguinho de mímica e o soquei bem no rosto. Ele não cedeu, nem ao menos parecia machucado. E pior, imitou até o gesto que fiz ao recuar de dor por causa do golpe. Essa foi a gota d’água: soquei, esmurrei, chutei e até cabeceei aquele ser. Só parei quando vi ele ensanguentado, um sorriso surgiu em meus lábios. Senti meu corpo mole, tudo doía, mas meu ego inflado amaciava o sentimento. Não sei o que aconteceu com o ente que me acompanhava, apenas senti meu corpo pesando e me deitei no chão frio, minha cabeça latejando em agonia.
   Acordei choramingando de dor, não me lembrava de nada da noite passada, minha cabeça pesava. Ao me levantar, vi uma criatura horrenda e machucada na minha frente.
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tmagbr · 4 years ago
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Avisos de conteúdo: guerra, sangue, violência com armas, bombas e facas, trauma psicológico.
MAG 007 – CASO 9220611 – “O FLAUTISTA”
ARQUIVISTA
Declaração do Primeiro Sargento Clarence Berry em relação ao seu período em serviço com Wilfred Owen durante a Primeira Guerra Mundial. Declaração original fornecida em 6 de novembro de 1922. Gravação em áudio por Jonathan Sims, Arquivista Chefe do Instituto Magnus, Londres.
Início da declaração.
ARQUIVISTA (DECLARAÇÃO)
Muita gente me chama de sortudo, sabe. Nem todos passam por uma guerra inteira sem sequelas. E se desconsiderar as queimaduras, então eu realmente consegui esse feito. Menos ainda passaram todos os quatro anos na frente de batalha, como eu. Nunca fui enviado de volta para tratar de ferimentos ou traumas de guerra, e até mesmo meu encontro com um lança-chamas alemão apenas resultou em uma estadia no hospital de campanha em Wipers. Eu ainda estava nesse hospital quando a batalha começou em Somme, então acho que foi sorte também. 
Quatro anos... Às vezes parece que sou o único a ter visto o maldito show inteiro, do início ao fim, como se eu conhecesse a Grande Guerra em toda sua glória horrível. Apesar que no fundo eu sei que a honra, certamente, deveria ficar com Wilfred. Não se pensaria isso com base nos poemas dele, e ao todo, o período dele na linha de frente totalizou não muito mais que um ano. Ainda assim, ele conheceu a guerra de uma forma que eu nunca conheci. Ele certamente era a única pessoa que eu sabia que já tinha visto O Flautista.
Tive uma infância pobre nas ruas de Salford, então me alistei no exército assim que completei a idade mínima. Sei que já ouviu histórias de jovens corajosos se alistando aos 14 anos, mas isso foi antes da guerra começar, então não havia tanta demanda por força bruta e os recrutadores eram muito mais escrupulosos ao se certificarem da idade daqueles que se alistaram. Ainda assim, eu era quase magro demais para eles me aceitarem e quase não consegui me enquadrar no peso requerido. Mas no fim, eu consegui entrar e, depois do meu treinamento, fui designado para o regimento de Manchester, segundo batalhão, e não demorou muito até que eu fosse enviado para a França com a Força Expedicionária Britânica. Vocês parecem bem estudados, então tenho certeza de que leram documentos falando sobre o que isso resultou. Logo as trincheiras foram cavadas e o tédio começou a se instaurar. Certo, tédio é bom, sabe, quando as alternativas são bombas, franco-atiradores e ataques com armas químicas, mas meses a fio sentado num buraco alagado no chão, torcendo para o seu pé não começar a inchar... Bem, isso é aterrorizante por si só.
Wilfred veio até nós em julho de 1916. Eu não estou muito familiarizado com o histórico dele, porém claramente ele veio de um esquadrão bom o suficiente para ser designado como segundo tenente probatório. Eu era sargento na época, então meu trabalho era oferecer a ele todo tipo de ajuda ou conselho que um novo oficial precisaria de um suboficial com dois anos de lama debaixo das unhas. Não obstante, admito que não gostei dele assim que o conheci — ele era superior a mim e a maior parte dos outros nas trincheiras, tanto no sentido militar quanto social, e parecia tratar toda a situação com um ar de desdém. Há um certo torpor que se adota depois de meses ou anos de bombardeio, um vazio deliberado pelo qual eu acho que se ofendia. Ele era sempre bem educado, muito mais do que eu estava acostumado a ver na lama de Flandres, onde as conversas, certamente eram grosseiras e sombrias. E era com a mesma boa educação que eu o via dispensar qualquer sugestão ou relatório que eu passasse a ele. Não foi nenhuma surpresa quando ele disse que escrevia poemas. Para ser completamente honesto, eu esperava que ele fosse morrer dentro de uma semana.
Para o crédito de Wilfred, ele aguentou quase um ano antes que qualquer coisa horrenda acontecesse a ele e, na primavera seguinte, eu me arriscaria a dizer que nós quase poderíamos considerar um ao outro como amigos. Ele compôs suas poesias durante esse tempo e, ocasionalmente, lia para alguns dos homens. Eles geralmente gostavam, mas pessoalmente, eu achava medonho — havia um certo vazio naquilo e toda vez que ele tentava pôr a guerra em palavras, tudo soava banal, como se não houvesse alma naquilo que ele dizia. Muitas vezes ele falava sobre suas  aspirações literárias e como sonhava em ser lembrado, em pegar o que a guerra era de verdade e imortalizá-la.
Se eu fosse propenso a delírios imaginativos, eu me atreveria a chamar suas palavras de auspiciosas. Quando ele falava assim, tinha um péssimo hábito de se dispersar no meio da conversa com um menear da cabeça, como se sua atenção tivesse sido tomada por um som distante.
O degelo de primavera tinha passado recentemente quando aconteceu e nós estávamos na defensiva. Nosso batalhão estava perto de Savy Wood quando as ordens chegaram: nós deveríamos atacar a Linha de Hindenburg. Nosso alvo era uma trincheira no lado oeste de St. Quentin. Era um março quieto. Mesmo nesse estágio ainda havia um pouco de animação quando as ordens para agir chegavam, ainda que sufocada pelo medo paralisante que habita em si enquanto se espera pelo apito. Mesmo assim, naquela manhã havia algo diferente no ar, um pavor opressivo. Tínhamos atacado antes e sabíamos que a mudança do vale nos deixaria expostos à artilharia pesada. E artilharia era sempre a parte mais assustadora de tudo para mim. De baionetas você consegue se esquivar; de balas, se esconder; até mesmo gás você pode bloquear se tiver sorte, mas artilharia? Contra artilharia, a única coisa que resta é rezar.
Até Wilfred sentiu, eu sabia. Normalmente ele tagarelava antes do combate. Era mórbido, mas sempre falante. Naquela manhã ele não disse uma palavra. Tentei conversar e elevar seus ânimos, o que era dever de um sargento, mas ele só ergueu a mão para me calar e virou a cabeça para escutar algo. Naquela hora eu não soube o que ele estava escutando, mas o manteve em silêncio. Mesmo quando alcançamos o cume e o resto de nós tentou abafar o som ensurdecedor da artilharia com nossos próprios gritos, ele não emitiu um som.
O chão balançou com o impacto dos cartuchos de morteiros e eu corri de trincheira a cratera a outras trincheiras, mantendo minha cabeça baixa para evitar balas. Enquanto eu corria, senti uma dor aguda no meu tornozelo e me inclinei na direção da lama. Ao olhar para baixo, percebi que me enrosquei num arame farpado meio escondido no solo remexido e úmido. Senti uma onda de pânico começar a me engolfar e, freneticamente, tentei remover o arame da minha perna, mas só consegui arranhar profundamente minha mão. Olhei ao redor desesperado para ver se havia alguém por perto para me ajudar. E ali, a menos de vinte jardas de distância, vi Wilfred em pé, seu rosto inexpressivo e sua cabeça balançando para um ritmo inaudível. Foi só então que eu ouvi: gentilmente se sobressaindo ao pulso de morteiros, estrondo das armas e lamentos de homens perto da morte, uma fraca melodia soprada. Eu não saberia dizer se era uma gaita de fole, ou flauta de Pã, ou algum instrumento que eu nunca tinha ouvido antes. No entanto, o tom sibilante daquilo era inconfundível e me atingiu com uma profunda tristeza e um medo que rastejava por debaixo da pele.
E naquele momento eu soube o que estava prestes a acontecer. Olhei para Wilfred e, ao encontro de nossos olhares, vi que ele sabia também. Ouvi um único tiro, muito mais alto do que os outros e o observei ficar enrijecido com os olhos arregalados. Então o morteiro o acertou e ele se perdeu numa erupção de lama e terra. 
Tive tempo o suficiente para lamentar por ele, deitado naquele buraco horrendo até o anoitecer, até que consegui libertar minha perna em silêncio, o mais gentilmente que pude, antes de começar a rastejar de volta a nossa trincheira. Meu ritmo era lento: toda vez que eu via uma labareda subir, só conseguia me deitar imóvel e rezar, mas o Senhor achou por bem me deixar alcançar nossa frente a salvo. Fui rapidamente encaminhado ao hospital de campanha, que, como sempre, estava lotado. Eles não tinham remédios ou pessoal de sobra e, certamente, não havia leitos limpos, então lavaram minhas feridas com iodo, enfaixaram e me mandaram de volta. Disseram para retornar se tivesse gangrena. Dei uma olhada no local para ver se encontrava Wilfred, mas não havia sinal dele em nenhum lugar. Perguntei pela trincheira e ninguém viu ele voltar com os feridos, então comecei a aceitar o fato de que ele estava morto. Ele não era o primeiro amigo que eu perdia para os alemães nem o primeiro que eu via morrer na minha frente, mas alguma coisa naquela música estranha que ouvi momentos antes da explosão ficou na minha cabeça e me fazia remoer sobre Wilfred em vários momentos silenciosos.
Foi mais ou menos depois de uma semana e meia que eu ouvi gritos vindos do final da trincheira. Era um grupo de reconhecimento que estava explorando o rio que corria perto de Savy Wood. Aparentemente eles haviam encontrado um oficial ferido deitado num buraco e o trouxeram de volta. Eu fui até eles e fiquei chocado ao saber que era Wilfred. Seu uniforme estava rasgado e queimado, coberto de sangue e seus olhos tinham uma expressão distante, mas estava definitivamente vivo. Eu o levei até o hospital de campanha junto com o cabo do esquadrão que o encontrou. Ao que parece, ele ficou deitado naquele buraco por dias desde a batalha. Ele foi encontrado ali dentro, semimorto de desidratação e exaustão, coberto pelas tripas de outro soldado. O que quer que tenha criado aquele buraco no qual ele caiu, havia claramente aniquilado alguma outra pobre alma, e era nos restos mortais dela em que Wilfred permaneceu deitado por quase duas semanas. Eu esperei do lado de fora da tenda hospitalar enquanto ele era tratado. O médico saiu pouco tempo depois, me olhando gravemente. Ele disse que o tenente estava fisicamente são — algo que, na hora, eu considerei nada menos que um milagre — mas que ele tinha em mãos um dos piores casos de trauma de guerra já testemunhado e ele seria mandado de volta à Inglaterra para se recuperar. Eu perguntei se podia vê-lo e o doutor consentiu, apesar do aviso de que Wilfred não havia dito uma palavra desde sua chegada.
Assim que eu pisei dentro da tenda médica eu fui tomado pelo cheiro doce de carne em decomposição e gemidos de dor e desespero. O cheiro pungente de desinfetante trouxe de volta desagradáveis lembranças de ataques com cloro gasoso. E, finalmente eu me dirigi até a cama de Wilfred e, com toda certeza, ali estava ele, encarando o mundo silenciosamente, mas com uma intensidade que me alarmou. Eu segui seu olhar até a cama mais próxima e ali eu vi um interno que não reconheci. Sua testa estava molhada de suor e seu peito subia e descia rapidamente,e então, subitamente, parou. Com um susto percebi que aquele homem havia acabado de morrer e ninguém tinha percebido além de Wilfred.
Tentei puxar assunto com ele e disparei algumas amenidades: “Como você está, meu velho?” “Quase que bateu as botas, hein.” “Sorte que tinha um buraco pra se safar.” Esse tipo de bobagem. Nada disso pareceu produzir algum tipo de reação nele. Em vez disso, ele virou para mim e disse depois de um longo tempo: “Eu conheci a guerra.” Eu respondi que ele certamente havia, poucos conseguiriam se salvar daquilo e ficar deitado naquele buraco por tanto tempo, cercado por toda morte... Bem, ele definitivamente tinha conhecido a guerra e ela era um amontoado de sangue apodrecido. Mas Wilfred balançou a cabeça como se eu não tivesse entendido — e pra ser honesto, eu estava começando a concordar com ele — e disse novamente que havia “conhecido a guerra”. Ele disse que não era muito mais alta que eu. Veio-me a cabeça que talvez ele estivesse descrevendo alguma miragem que foi até ele enquanto estava deitado naquele lugar miserável e pedi para ele me contar como a guerra se parecia.
Eu me lembro exatamente do que ele disse. Contou-me que possuía três faces. Uma para tocar sua flauta esculpida em osso, uma para gritar seu chamado moribundo de batalha e uma que não abria a boca, porque quando o fazia, sangue e solo encharcado fluíam dela como uma cachoeira. Os braços que não tocavam a flauta seguravam espadas e armas e lanças, enquanto os outros levantavam suas mãos numa súplica inútil por misericórdia, o último mantinha uma nítida saudação. Vestia um casaco esfarrapado de lã, verde escuro onde não havia manchas pretas e, abaixo disso, nada podia ser visto além de um corpo tão surrado, cortado e esburacado que nada restava além das próprias cicatrizes.
Eu tinha ouvido mais do que o suficiente nesse ponto e falei isso a Wilfred, mas se ele me ouviu, não deu indicação. Ele me disse que a guerra, “o Flautista”, tinha vindo reclamá-lo e que ele havia implorado para ficar. A coisa pausou sua música por nada mais que um segundo e aproximou um de seus braços para entregar-lhe uma caneta. Ele disse que sabia a coisa retornaria a ele um dia, porém agora ele também viveria para tocar sua melodia. 
O olhar dele para mim naquele momento era aquele mesmo olhar de antes de ser atingido pelo morteiro e, por um momento eu poderia jurar que, mais uma vez, ouvi a música com a brisa.
Eu deixei o local quase imediatamente depois daquilo e fui informado depois que ele havia sido enviado de volta a Grã-Bretanha para se recuperar em Craiglockhart. Os outros homens resmungaram sobre as vantagens dos oficiais e desejaram boas férias ao tenente, mas eles não sabiam pelo que ele tinha passado e eu achava muito difícil sentir inveja dele. A certo ponto eu perguntei para o esquadrão que o trouxe de volta se ele estava segurando uma caneta quando o encontraram, mas me disseram que não. A única coisa que acharam por perto eram as placas de identificação de um homem morto em meio a seus restos mortais. Um homem chamado Joseph Rayner.
E por um longo tempo foi só isso. Wilfred estava em casa se recuperando e realizando atividades leves enquanto eu mourejava na lama de Flandres. Até cheguei perto da morte algumas vezes — incluindo o lança-chamas que me marcou tão distintamente. Poderia ter sido pior, claro, se a chuva não tivesse quase liquefeito a lama da terra de ninguém eu teria subido como um Lúcifer. No entanto, comecei a notar algo em meio às tropas. Toda vez que nos alinhávamos para subir a colina eu os observava, olhando para seus rostos. A maior parte deles mostrava nada além do medo paralisante, claro, mas alguns deles pareciam distantes. O silvo do apito faria com que voltassem a si num pulo e, com os olhos arregalados, eles seguiriam em frente. Eu tinha visto isso antes em Wilfred, mas havia assumido que era apenas a mente tentando afogar a probabilidade de sua própria morte. Mas agora enquanto eu os observava, não conseguia deixar de notar um leve menear em suas cabeças, como se tentassem ouvir uma melodia distante. Esses homens nunca voltaram para as trincheiras.
Conhece a frase “pagar o flautista”? Eu pensei muito nela durante meses — a dívida de Hamelin, que, por ganância, teve suas crianças arrancadas de si, para nunca serem devolvidas. Sabia que Hamelin é um lugar real na Alemanha? Sim, fica não muito longe de Hanover, se não me engano. Tivemos um prisioneiro de lá uma vez — eu queria perguntar a ele sobre o antigo conto de fadas e se, por algum motivo, ele conhecia o Flautista. No entanto a pobre alma não falava uma palavra em inglês e morreu de uma ferida infeccionada alguns dias depois. Ele passou seus últimos minutos murmurando uma melodia familiar. Naquela noite, enquanto nos misturávamos à lama e ferro retorcido em outro ataque fútil, eu comecei a divagar: seríamos nós as crianças roubadas de seus pais pela melodia do Flautista? Ou seríamos nós os ratos que foram atraídos ao rio e lá se afogaram porque comeram demais dos grãos dos ricos?
Enfim, isso são devaneios para poetas, dentre os quais eu não somo. Continuei acompanhando o trabalho de Wilfred e fiquei assustado ao ver o quanto ele havia mudado desde sua partida. O que antes poderia ser visto como frívolo, agora transmitia uma tragédia que fluía das palavras. Até hoje eu não consigo ouvir “Exposure” sem relembrar daquela maldita trincheira no inverno. E o público claramente sentia o mesmo, já que dos poucos jornais que chegaram às linhas de frente publicaram extensos artigos elogiando sua primeira coleção. Apesar disso tudo, havia algo naquilo tudo que me deixava incomodado.
Wilfred retornou ao batalhão em julho de 1918. Ele certamente havia mudado muito no período em que ficou distante e parecia estar bem recuperado. E apesar de não nos falarmos muito, quando ele olhava pra mim, eu via em seus olhos um medo que ele escondia rapidamente. A guerra estava rumando ao seu fim. Havia uma fadiga que podia ser sentida em todos os lugares, até mesmo as metralhadoras inimigas pareciam mais lentas e mais relutantes ao atirar, mas isso fazia com que nossos comandantes nos estimulassem a ações cada vez mais e mais agressivas. Houveram tentativas desesperadas de forçar a Alemanha a se render e, por isso, nossos ataques aumentaram. 
No primeiro dia de outubro, fomos ordenados a saraivar a posição inimiga em Joncourt. Eu me lembro que o dia estava lindo — um último dia de sol antes que o outono começasse a aparecer. Nós atacamos com algum sucesso, creio que a artilharia alemã não estava alinhada corretamente e, pela primeira vez desde seu retorno, eu me vi lutando ao lado de Wilfred. Posso afirmar sem mentiras que durante toda a guerra, eu nunca havia visto um soldado lutar com tanta ferocidade quanto ele nesse dia. Apresso-me a adicionar que essa declaração não foi feita com admiração  — a selvageria que eu vi quando ele dilacerou um homem ao meio com sua baioneta... Eu preferiria me esquecer disso logo. Durante o ataque ele uivava aquele grito horrendo de batalha e, por um momento, eu poderia jurar que o vi produzir uma sombra que não era dele. Eu li nos jornais que ele recebeu uma Cruz Militar por aquele ataque. 
Foi um mês mais tarde que eu acordei com ele sentado perto de minha cama. Ele me encarava sem hostilidade, mas havia algo em seus olhos que deixava minhas preocupações distantes. “Está quase terminado agora, Clarence” ele disse a mim. Eu respondi que sim, parecia estar tudo chegando mesmo ao fim. Ele sorriu e balançou a cabeça. Sentou-se ali por um tempo e uma hora um sinalizador explodiu no céu do lado de fora, a luz vermelha chegou até nós pela porta do esconderijo improvisado e eu vi que Wilfred estava chorando. Eu sabia que ele estava ouvindo a melodia do Flautista. Ele me perguntou se eu havia ouvido e eu respondi que não, e não tinha certeza se em algum momento eu já tinha ouvido. Ele assentiu e disse que não sabia qual de nós era o sortudo e eu também não. Ainda não sei, na verdade.
Wilfred Owen morreu cruzando o canal em Sambre-Oise dois dias depois. Não era planejada nenhuma resistência, mas alguns soldados haviam se prostrado ali e retornaram os tiros. Eu me agachei atrás dele enquanto o capitão, que havia sido atingido no quadril, era levado até um lugar seguro. Enquanto nos preparamos para atacar, Wilfred estancou e virou para mim com um sorriso no rosto. Naquele momento eu vi um filete de sangue começar a fluir de um buraco aberto em sua testa. Sinto que devo tornar isso claro: eu já tinha visto pessoas sendo baleadas antes. Eu sabia como devia ser e como um buraco de bala se parece. Mas ali, o buraco simplesmente se abriu, como um olho, e ele caiu no chão, morto. Contaram a mim depois que foi naquele dia em que os primeiros acordos de paz foram firmados entre as nações e o armistício foi assinado exatamente uma semana mais tarde. Nós fomos enviados de volta para casa em seguida.
Eu acredito que não foi meramente naquele dia, e sim exatamente naquele momento em que Wilfred caiu, que a paz foi finalmente restaurada. Ninguém pode me convencer do contrário. Teria sido ele poupado pelo Flautista? Ou ele simplesmente foi usado e logo descartado? Não sei e não tento pensar demais nisso. Tenho uma esposa agora e uma criança no caminho, mas ainda tenho pesadelos de vez em quando. A parada do Dia do Armistício passou pela minha casa ano passado e eu tive que fechar bem as janelas quando a banda militar passou. Não era uma melodia que eu desejava escutar.
ARQUIVISTA
Fim da declaração. 
Bem, se for necessário maior evidência para atestar a desorganização de minha predecessora, aqui está. Uma declaração de 1922 armazenada junto a outras do ano 2000. Obviamente não há muita pesquisa ou investigação a ser realizada em um caso com quase cem anos de idade, especialmente quando envolve uma figura tão bem documentada quanto Wilfred Owen. Ainda assim, é uma história interessante, e sinto que reconheço o nome ‘Joseph Rayner’ de algum lugar, mas nem se minha vida dependesse disso, conseguiria me lembrar. Eu retornei o caso ao seu local apropriado nos arquivos.
Fim da gravação.
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cinza-neon · 4 years ago
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Máscara de Vidro
Cenário (_lusiabo)
Um brilho no canvas negro. Um fiapo de palha no meio do despertar confusional. Havia Heitor mandado aquela mensagem para si mesmo? Como de costume entre muitos, sua conversa no celular consigo mesmo - um jeito de salvar ideias, deveres, imagens e no caso de Heitor, descrições do que havia sonhado durante a noite - estava ali: brilhando na sua cara preguiçosa de uma terça-feira de manhã. Dentre sonhos confusos relacionados a suas perdas, seus amores quebrados, sua depressão, ou um terreno baldio que brincava em sua infância, estava lá uma descrição diferenciada: “olhe embaixo”.
Não se recordara de escrevê-la. Não se recordara do que era aquilo. Passou o dia pensativo. Embaixo do quê? Da cama? Não era mais criança (olhou por precaução). Debaixo da mesa? Só meias velhas.
Seguiu o dia. Chuvas, dor de cabeça, trabalho, tristeza. Questões se todos nós vivíamos uma simulação.
Heitor tinha um objetivo e era seguir em frente. Não sabia para onde. Fez uma janta qualquer no seu pequeno apartamento solitário. Entrou na sua suíte, de onde sua cama sempre encarava um banheiro à cabeceira  e uma gélida pia pra onde se arrastava toda manhã lavar a cara. Uma pequena pausa olhando o teto, lembrando-se da avó que perdera recentemente. Ela era verdadeira. Uma verdade nas mentiras que Heitor contava pra si mesmo.
Quarta-feira de manhã. O espelho preto de sua cara desanimada encarando o celular ao mesmo tempo que o despertador tocava. Desta vez havia um áudio que em algum momento deixara pra si mesmo. Uma voz sonolenta contava histórias de fim de mundo, alguém que uma vez fora feliz, aquela noite que vivera e nela tudo era possível. Ele ouviu barulhos também diferentes. Provavelmente deixou gravando um áudio enquanto levantou para ir ao banheiro. Ouvia seus passos. A mensagem acima do áudio: “olhe embaixo”. Ele ouvia os passos voltando. Um barulho grave. O celular havia provavelmente caído no chão enquanto gravava. Heitor do nada gritava, um grito arisco que lembrava seus pesadelos de criança. Um susto ou algo assim. Era algo estranho. Ele chorava em um surto noturno que não se lembrava. Do nada, silêncio. Um registro escuro de quando nossa alma atola nos lamaçais do subconsciente. 
Seguindo sua manhã de quarta, a dor de cabeça e confusão matinal. O que havia acontecido? Não acreditava em Deus, mas pensava no poder que havia por trás daquele grito - ele mesmo, sua vontade de desistir - a pior e mais desprezível entidade cósmica: seu eu quebrado em pedaços e pesando cada vez mais.
A noite chegou e com ela, Heitor se arrastou. (Fez todo seu ritual para dormir). Manhã de quinta-feira e seu despertar não foi pela tela do celular. Foi através de seus próprios gritos. Arranhões profundos em si mesmo, em seus braços e sua mente. Das feridas em seu braço, escorria algo gélido e morto. Algo de dentro de si que queria sair. O celular sem bateria. Ele dependia daquele objeto e correu para ligá-lo como um peixe que quer voltar para a água. A demora para ligar era agonizante. Na tela, mais uma mensagem para si mesmo. Um áudio. Uma voz idosa, rangendo. Sua avó? Que piada era aquela? A voz ficava horrenda e com interferência. Ele havia gravado aquilo pra si mesmo e não se lembrava. Era ele mesmo delirando pesadelos, concluiu. No áudio: “olhe embaixo”. Depois de calmantes, Heitor deixou mais uma mensagem para si mesmo: “Ligar para mãe”

. Dormiu e faltou ao trabalho. Passou o dia dormindo. A noite, ele não acreditava. Mais mensagens na sua própria conversa de celular. “Que sonho belo”, 
“Você já foi melhor”
, Heitor abismado e questionando sua própria sanidade, acrescentou na conversa “Não tomar remédios”.
 
Ligou pra sua mãe e conversou da vida, nunca dos próprios delírios. Perguntou da família, de sua irmã e sobrinhos. Estavam bem. A realidade ali era estável.
Desligando o celular, uma nova mensagem apareceu para si mesmo:
 “Olhe embaixo”
Perdido, Heitor gritou. Se debateu. Pediu ajuda para quem o ouvisse. Havia ninguém ali, fora a constante conversa consigo mesmo no celular. Heitor respondeu contestando, brigando com esse eu "imaginário":
“A melhor tarde que tive na minha vida”
Logo em seguida, a resposta:

 “Eu e você sabemos que não”.
Uma madrugada com delírios. Nada daquilo era possível. Saiu para comprar algo para comer e seu contato com a humanidade era mais atordoante do que sua conversa consigo mesmo. Por fim, a tristeza. Confusão e tristeza. Heitor se ajoelhou no chão do quarto, de frente para a cama. Chorou e seus olhos estavam ardendo. Olhou para frente e o que viu ali o mudou. 

Levemente se levantou. Foi ao banheiro. Colocou o celular que estava para despertar novamente, ao lado da pia. Se olhou nos olhos e pegou a tesoura da gaveta. Com ela, abriu um rasgo em sua jugular. Um tecido que se abria, rasgava. Uma chaga que espirrava e, por fim, o jogava para o serviço dos Cosmos.
Seu corpo caiu. Outro se mexeu. De debaixo da cama, saia um ser disforme. Úmido, torto e estranho, com olhos que pareciam dois buracos negros. A pele branca e veias que escorriam como se encaminhassem para fora de si. Nu, fora da compreensão natural, como se tivesse acabado de sair de um útero anômalo. Braços alongados, uma mandíbula trêmula como um chocalho de cascavél. Se arrastou, olhava pra cima e em sua boca, dentes pontiagudos como pinças. Barulhos estranhos que rangiam com dor.
O ser se moveu até o banheiro e olhou para Heitor. Olhou para o celular e o pegou. O celular empapado de sangue e identificando a digital, desbloqueou. O despertador tocava de novo.
Heitor reacordou não mais à beira da pia, mas com sua consciência ali presa embaixo da cama. A escuridão o engolindo. Heitor encarou seus próprios olhos no corpo já ensanguentado que estava deitado ao lado das pernas estranhas do ser. Gritou e ninguém o ouvia. Chorou e ninguém o ouvia. Olhou nos próprios olhos e viu a morte, o nascer de cada manhã.
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