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#poetas poloneses
vagarezas · 2 years
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• Wislawa Szymborska - Instante
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fabioferreiraroc · 4 years
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As 9 bandas mais importantes do rock nacional
O rock nacional é ruim? Claro que não. É muito bom. É bem verdade que não se compara com os norte-americanos e ingleses, criadores e propulsores do gênero, mas não podemos negar que a nossa turma é boa, provavelmente muito melhor que os argentinos, indianos e poloneses, pelo menos até onde o meu conhecimento pode chegar.
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Foto: Brambilla Simone / Shutterstock.com
O rock nacional é ruim? Claro que não. É muito bom. É bem verdade que não se compara com os norte-americanos e ingleses, criadores e propulsores do gênero, mas não podemos negar que a nossa turma é boa, provavelmente muito melhor que os argentinos, indianos e poloneses, pelo menos até onde o meu conhecimento pode chegar. O contexto em que o rock and roll explodiu na América do Norte (anos 1950) coincide com a época em que a música brasileira experimentou o surgimento da bossa-nova (segunda metade da mesma década). Aqui, tratava-se de uma época de grande desenvolvimento político e cultural, desde o presidente bossa-nova Juscelino Kubitschek até os grandes festivais do início da década de 1960. Além disso, as peculiaridades do brasileiro e o período ditatorial entre 1964 e 1985, é claro, influenciaram na forma com que o rock nacional se desenvolveu.
É difícil firmar um marco que represente o início do rock no Brasil. Conta-se que Nora Ney gravou o primeiro rock nacional, em 1955, quando registrou uma versão de Rock Around the Clock, de Bill Haley & His Comets, mas é seguro dizer que a turma da Jovem Guarda, de Roberto Carlos a Jerry Adriani (Meu Deus! Como eu sou velho!), pode ser incluída entre os pioneiros do iê iê iê nacional.
Contudo, em se falando em bandas, acredito que as mais importantes são as que seguem abaixo. É claro que muitas de suas bandas e seus artistas favoritos não estarão aí, mas, whatever…
E, antes que eu me esqueça, a ordem a seguir é cronológica, e não de qualidade ou importância, como no texto anterior, sobre bandas internacionais.
Os Mutantes
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Foto: Reprodução
Desde as performances de Rita Lee até a famosa briga entre Arnaldo Baptista e Sérgio Dias por causa da preferência do guitarrista pela marca Fender, em detrimento da Gibson, predileta de Arnaldo (quem é do babado sabe que discussões sobre Gibson e Fender beiram ao fanatismo religioso), tudo que cerca os Mutantes é pitoresco e, ao mesmo tempo genial. É claro, sempre tem aquela história de que, ah!, ficam citando os Mutantes porque é cool, mas ninguém conhece as músicas deles. Conhece sim. Você conhece “A balada do louco”, regravada por Ney Matogrosso. Conhece “Baby”, regravada por Gal Costa e Caetano Veloso. “Panis et circenses”, registrada depois por Marisa Monte, 14 bis e outros. Fora outros sucessos que não dependem de regravações, como “Ando meio desligado” e “Top top”, para ficar em apenas dois exemplos. Não podemos negar, aliás, a grande influência dos Mutantes sobre tudo o que veio depois, desde o sarcasmo — natural para a época da repressão (eles surgiram em 1966) — até os arranjos progressivos que mostram o ecletismo e versatilidade da banda. Além disso, as letras são um capítulo à parte e revelam que, em todas as áreas, os Mutantes vieram para ficar no imaginário da cultura popular, afinal, as pessoas na sala de jantar devem se preocupar com mais do que apenas nascer e morrer.
Secos & Molhados
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Foto: Reprodução
Só a existência da polêmica sobre se o Kiss e suas máscaras teriam copiado ou não as maquiagens dos “paulistas” do Secos & Molhados (João Ricardo era nascido em Portugal e Ney Matogrosso, como o nome artístico indica, nasceu na pequena Bela Vista, município sul mato-grossense do Estado que, então, ainda não era dividido) já atesta a grandeza da banda, surgida em 1971. Mas, afinal, o que provavelmente é apenas uma grande coincidência não é capaz de ofuscar a magnitude do som que produziu clássicos como “Sangue latino” e “Rosa de Hiroshima”, canções belíssimas e cujo conteúdo foi capaz de passar uma mensagem de resistência em plena ditadura militar, sem que, com isso, soassem ativistas, tampouco bastiões de uma contrarrevolução facilmente capturável pelas garras da censura. Isso sem falar, é claro, na voz potente e melodiosa de Ney Matogrosso — um dos maiores artistas vivos do país —, aliada às suas performances que caracterizaram o estilo inusitado da banda, cuja conotação musical é difícil de rotular (acústicos? progressivos?), o que os torna ainda mais fantásticos.
Barão Vermelho
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Foto: Marcos Hermes/Divulgação
De São Paulo para o Rio de Janeiro. Os destinos de Cazuza e Ney Matogrosso já haviam se cruzado, no final da década de 1970, quando o exagerado se juntou a Frejat e sua turma em 1981 para formar a banda mais genuinamente roqueira do Brasil. Com uma pegada blues-rock à la Rolling Stones, o Barão Vermelho produziu — e ainda produz — o que há de mais rock and roll (no sentido puro da palavra) no cenário nacional. Sem progressivismos, sem fofurinhas acústicas, o que saiu deles desde o início foi a boa e velha guitarra elétrica, aliada a teclado, baixo, bateria e, lógico, à inconfundível voz de Cazuza, que, além de tudo, era um notável letrista. Daí surgiram pérolas como “Maior Abandonado”, “Bete Balanço” e “Pro dia nascer feliz”. Mas não podemos descartar grandes músicas surgidas já na era Frejat, como o hard rock “Declare guerra” e a balada “O poeta está vivo”, já em homenagem à tragédia pessoal vivida por Cazuza, que, antes de morrer, havia saído da banda anos antes, justamente porque sua formação eclética deixou de se encaixar no som rock and roll raiz do Barão.
Paralamas do Sucesso
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Foto: Divulgação
O rock de Brasília faz parte, definitivamente, do mapa da música brasileira. E grande parte dessa inclusão se deve aos Paralamas do Sucesso. A voz sôfrega de Herbert Viana, com sua guitarra precisa e bem tocada, o baixo de Bi Ribeiro e a bateria estilo Stewart Copeland de João Barone deram a receita para o sucesso imediato. É claro que fica evidente a inspiração no The Police de Sting, Andy Summers e Copeland, mas a pegada ska dos Paralamas sempre teve vida própria e ousada, como se vê desde o início com o êxito de “Vital e sua moto” e outras pedradas do primeiro álbum “Cinema Mudo”. Mas o estouro veio mesmo com “O Passo do Lui”, que emplacou como hits praticamente todas as suas músicas e culminou com o épico show no Rock in Rio original, em 1985, que divulgou o som da banda para todo o país. De lá para cá, vieram discos mais ou menos inspirados, muito ecletismo e experimentação de sons diferentes — do reggae ao samba — e os Paralamas continuam vivos e pulsantes.
Titãs
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Foto: Divulgação
Os paulistas dos Titãs começaram como uma banda inspirada na Blitz e numa pegada mais iê-iê-iê, como nos transmitem as icônicas “Sonífera ilha”, “Televisão” e “Insensível”, mas logo passaram para o som punk e nervoso de “Cabeça Dinossauro”, que apresentou as credenciais do octeto (sim, eles eram oito no início) ao mundo da música brasileira. Petardos como “Polícia”, “Bichos escrotos” e “Homem primata” não deixaram margem a qualquer dúvida: os Titãs eram rock puro e rebelde, como deve ser uma banda de jovens que querem mudar o mundo com música e irreverência. A intelectualidade e erudição de Arnaldo Antunes o fizeram sair da banda depois de “Tudo ao Mesmo Tempo Agora” (1991) — cujo título revela que a banda continuava não estando para brincadeira — para procurar ares mais ecléticos, enquanto os demais caras prosseguiram com a verve pesada, a partir do excelente “Titanomaquia” (1993). É bem verdade que do álbum “Domingo” (1995) para frente, os Titãs assumiram um ar mais pop e leve, com canções cujas letras beiram a autoajuda, mas não dá para descartar a importância e a versatilidade desses monstros do rock and roll nacional.
Legião Urbana
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Foto: Reprodução
O rock brasiliense ataca novamente. E, com a Legião Urbana, formada da subdivisão dos espólios do extinto Aborto Elétrico, mostrou-se que tínhamos a capacidade de fazer também aqui o som agradável do pós-punk britânico, com inspiração em bandas legendárias como U2 e The Smiths. As letras de Renato Russo — para mim, junto com Cazuza, os dois maiores poetas do rock nacional — sempre revelaram o caráter introspectivo e perturbado da mente do cantor. Quando alguém confessa que “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque, se você parar pra pensar, na verdade não há”, é porque, de fato, há algum dilema muito interessante a ser compartilhado com a audiência. A potência da voz, os arranjos de guitarra e a pegada leve e equilibrada moldaram grande parte da juventude que viveu por aqui nos anos 1980 e 1990, com clássicos como “Tempo perdido”, “Índios”, “Soldados” e muitos outros. Entre tantas pérolas, é difícil esquecer que, enquanto o infinito é realmente um dos deuses mais lindos, ainda somos tão jovens…
RPM
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Foto: Reprodução
Você pode torcer a cara, fingir demência ou dizer que detesta, mas, se você foi jovem nos anos 1980, já cantou de cor alguma música do RPM. Os caras venderam 900 mil cópias do álbum de estreia (“Revoluções por Minuto” — 1985) e, caídos no gosto popular, estouraram com o disco “Rádio Pirata ao Vivo” (1986), que já vendeu mais de 3 milhões de cópias, o que, até hoje, só perde para Xuxa e os sertanejos Leandro & Leonardo. Mas também não é de se desprezar o som da banda, só porque foi excessivamente comercial. Trejeitos à parte, a mistura de rock progressivo com pop-rock rendeu boas canções, como “Revoluções por minuto”, “Loiras geladas” e a belíssima balada “A cruz e a espada”. Pode-se dizer que a efemeridade do sucesso do RPM — dissolvido em 1987 para depois retornar inúmeras vezes depois, sem qualquer sombra do êxito original — indique alguma má qualidade do som, mas, convenhamos, esses números e a presença latente das suas canções no imaginário dos quarentões até hoje atestam a sua importância.
Sepultura
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Foto: Marcos Hermes/Divulgação
O Sepultura surgiu em 1984, mas só foi estourar com o álbum “Arise”, lançado em 1991, que catapultou o heavy metal dos mineiros para muito além das fronteiras nacionais, ajudados, é claro, pelas composições em língua inglesa. A inspiração no Motorhead (a legendária gravação de “Orgasmatron” não me deixa mentir) e os avanços em músicas cada vez mais pesadas e distorcidas fizeram do Sepultura um sucesso internacional, com cerca de 50 milhões de álbuns vendidos mundo afora, o que, também, não é para menos, pois os álbuns da era em que ambos os irmãos Cavalera compunham seus quadros nos legaram músicas monstruosas como “Arise”, “Refuse/Resist”, “Territory” e “Roots bloody roots”. Mas a saída de Max Cavalera não arrefeceu o ânimo dos metaleiros, que continuaram na estrada e lançando (bons) discos com o vocalista Derrick Green, o mais brasileiro dos roqueiros americanos.
Raimundos
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Foto: Reprodução
Uma espécie de Ramones brasileiros, os Raimundos inventaram um estilo que jamais havia sido concebido e que, provavelmente, é único na história do rock: o forró-core. Mas isso, por si só, não foi a receita do sucesso de mais uma grande banda de Brasília: as letras escrachadas, recheadas de palavrões e expressões regionalistas, chamaram muito a atenção dos jovens na primeira metade da década de 1990. Era como se toda aquela depravação e descontrole significassem que, sim, agora podíamos falar que tínhamos liberdade de expressão em sua plenitude, porque até essas escatologias podiam ser cantadas em voz alta. A cruzada religiosa do vocalista Rodolfo Abrantes, que deixou a banda em 2001, não impediu que os Raimundos continuassem divertindo a galera com seus discos inusitados e shows energéticos, porque, afinal, o que queremos, para escapar da rotina e do stress, muitas vezes, é, literalmente, “ver o oco”.
As 9 bandas mais importantes do rock nacional Publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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marcfarraspiera · 4 years
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Stoke, el corazón delator
De él se dice que cambió el rostro del mundo. Que alberga el parque más bonito de la ciudad. Que en ningún sitio del país nacen tantos niños. Que en sus locales se cocinan los manjares más exóticos y se preparan los brebajes más inspiradores. Que atrae a genios y diablos por igual. Y por si todo ello fuera poco, su calle principal alumbró a tres de los más grandes escritores de siempre. ¿Cuántos barrios pueden presumir de semejante expediente?
Este barrio existe y se encuentra, cómo no, en Londres, ciudad de imposibles y excesos por antonomasia. Hablamos de Stoke Newington. En el norte de la ciudad, no muy lejos de King’s Cross, esta antigua aldea sajona, incorporada a la capital hace un par de siglos con el auge del ferrocarril, conserva aún un cierto aire rural y señorial de otras épocas, nada que ver con el imperio de acero y metal de la City.
Odiado y amado desesperadamente, como Londres; refugio histórico de outsiders, revolucionarios y vividores; de espíritu inconformista y muy politizado, Stoke es hoy una pacífica colmena de artistas, familias acomodadas y jóvenes liberales. Los más entendidos hasta lo comparan con San Francisco. No siempre fue así. Después de siglos de tensiones religiosas, a finales del XIX el barrio fue precursor de la Londres multicultural con la llegada de judíos rusos, poloneses y alemanes. Éstos precedieron el desembarco de indios, griegos y turcos a partir de los sesenta, y a los jóvenes españoles, italianos y franceses hijos de la crisis. Unos en presente y otros en pasado, todos han forjado una comunidad singular que, pese a su alta calidad de vida, sigue siendo una gran desconocida.
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Si usted nunca ha oído hablar de Stoke, es más que comprensible. Incluso puede que haya estado en Londres tres o cuatro veces y nunca se haya paseado por allí. No se rasgue las vestiduras. Todo tiene su explicación. Pese a su excelente ubicación en el mapa, Stoke no tiene parada de metro. Lo que a priori es un hándicap insalvable en una metrópolis de casi 10 millones de habitantes, para Stoke fue -y es- una bendición. En Londres, un barrio sin metro es a priori una puerta abierta al olvido. 
Sin embargo, a veces en el olvido se vive bien. Incluso de maravilla. Sin ningún tube alrededor, Stoke es un remanso de paz, amado tanto por los bajos fondos, en su tiempo, como por la bohemia urbana, actualmente. Sin conexión directa con las turbinas capitalistas del centro, durante años los precios del alquiler se mantuvieron sorprendentemente bajos, y Stoke se gan�� la fama de polo de tolerancia, cosmopolitismo y buena vida antes de que las redes sociales nos descubrieran las bondades del slow food y el melting pot.
Aun así, como todo en Londres, las dos últimas décadas han transformado el paisaje radicalmente. Stoke ha empezado el siglo con una vitalidad envidiable. Los más escépticos lo acusan de ser uno de los polos de la gentrificación (algunos expertos aseguran que el término se acuñó por primera vez aquí en los años sesenta), pero si queda alguna Arcadia céntrica en Londres, ésta se llama Stoke.
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Con la energía canalla de Dalston, el bullicioso mestizaje de Finsbury y la blanca elegancia de Canonbury, todos ellos barrios circundantes de los cuales se nutre y respira, el viejo Stoke, antaño feudo de fervientes protestantes y de todo tipo de granujas de medio pelo, es hoy uno de los mejores sitios para vivir. No lo dicen solo sus entusiastas habitantes, también las cifras. Los que afirman con gravedad que Londres no es lugar para niños quedarán en fuera de juego en Stoke, una de las zonas de todo Reino Unido con más hijos por cápita - llegó a ser conocida como la ‘capital del bebé’ de todo el país hace 15 años. Las tardes de buen tiempo y los fines de semana, las calles son colonizadas por hordas de niños y niñas galopando en cochecitos, triciclos y bicicletas, y armados con un arsenal infinito de pelotas, raquetas, globos de agua y otros artilugios. 
El corazón del barrio y auténtico edén familiar es Clissold Park, un pulmón verde en forma de diamante en cuyo interior se pasean cervatillos, patos y gallinas en admirable convivencia. En la única colina del parque, a los pies de huertos ecológicos y humedecida por un alegre riachuelo, una antigua mansión de ladrillo con columnas blancas y largos ventanales rectangulares preside el escenario. En la terraza del café, orientado a poniente, los vecinos ven la vida pasar enmarcados por dos alfileres negros que parecen aguantar la bóveda del cielo: el imponente Shard, al sur, y un castillo victoriano, al norte, hoy popular centro de escalada entre la nutrida comunidad internacional.
Si Clissold Park es un destello de luz y de vida, su reverso es el cementerio de Abney Park. Esta necrópolis del siglo XVII, distinguida como una de las ‘7 Magníficas’ de Londres, es una auténtica jungla de la muerte, con un laberinto de lápidas dispersas entre una vegetación salvaje. Los mitómanos tienen en Abney su primera cita obligatoria: aquí grabó Amy Winehouse su icónico y premonitorio videoclip Back to Black.
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Quien también paseó entre las tumbas cubiertas de maleza fue un joven y huérfano Edgar Allan Poe. El escritor nacido en Boston pasó parte de su infancia en Londres con su familia adoptiva. Vivió tres años en Stoke y fue a la escuela parroquial de Manor House, en Church Street, hoy convertida en un pub de cerámica rojiza. Humillado por sus compañeros por su acento americano y un físico enclenque, Poe deslumbró a sus profesores con una prodigiosa habilidad literaria. En la oscuridad de las frías noches de invierno, ebrio de soledad y sin duda influido por un tétrico decorado urbano, Poe puso los cimientos en este rincón de Londres de un universo gótico que ha transcendido hasta nuestros días. Algunos de sus cuentos más famosos, como El pozo y el péndulo, fueron concebidos en Stoke.
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Un siglo antes de Poe, la primera celebridad de las letras en el barrio fue Daniel Defoe. Los lectores más fieles pueden acercarse al número 95 de Church Street y rendir tributo al padre de Robinson Crusoe (en viernes, por supuesto). Además de escribir crónica parlamentaria y centenares de novelas con la tinta de la eternidad, Defoe cultivó en el jardín de su casa de Stoke la particular afición de criar gatos civetas para destilar perfume. Desconocemos si llegó a vender un solo frasco.
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El magnetismo de Stoke no se detuvo con el tiempo. Entre viaje y viaje por los siete mares del mundo, Joseph Conrad residió en el barrio, donde se curó de unas fiebres contraídas en el Congo. El autor de El corazón de las tinieblas siempre prefirió latitudes más exóticas, y llegó a describir Londres como una ciudad de “total salvajismo” y “privada de belleza o esplendor”. Desde su casa de Dynevor Road, Conrad imaginó algunas de sus grandes historias, y dicen las malas lenguas que se inspiró en sus caseros y en algunos tenderos de Church Street para crear sus personajes más tenebrosos. 
La lista de eminencias es larga. El filósofo utilitarista John Stuart Mill cambió las leyes morales del mundo desde Stoke. El barrio también alojó las conspiraciones regicidas contra Carlos II, vio nacer al metodismo gracias a John Wesley, y en sus calles y pubs correteó y tocó sus primeros acordes Marc Bolan, el trágico cantante de glam rock y líder de T. Rex. Incluso Kate Winslet vivió aquí antes de ser Kate Winslet. 
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Pero no todo son celebridades de alta alcurnia. Stoke también tiene una generosa cuota de personajes estrafalarios y de sucesos grotescos. Como el surrealista funeral de John Wilmer, de la secta cristiana de los cuáqueros, quien fue sepultado en una cripta con una campanilla atada a la muñeca para asegurarse que no fuera enterrado vivo. Hasta el momento, sigue descansando en paz. 
Todo cuerpo tiene su corazón que bombea oxígeno y protege su espíritu. Todas las calles, sueños y miserias de Stoke van a dar a Church Street, que es el vivir. La vida y los días en Stoke nacen y mueren entre sus dos orillas. Pocas calles en el mundo concentran tal cantidad de puntos de fuga gastronómicos, musicales y estéticos. En Church Street se pueden comer verdaderas pizzas napolitanas, comprar vinilos perdidos en el tiempo, y decorar el salón de invitados con piezas de vajilla artesanales dignas de Buckingham Palace. Pese al rodillo homogeneizador del tiempo y a la desnaturalización que azota las grandes capitales del continente, Stoke cuida con esmero una personalidad propia y poliédrica, digna de la mejor Londres, la hedonista, creadora y noctámbula.
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Los stokeys de hoy son los herederos involuntarios de un pequeño cosmos de historias lejanas y pieles policromas. A lo largo de los siglos, comunidades y grupos humanos de todos los rincones del planeta han encontrado en Stoke un refugio para vivir y morir. Poetas y fugitivos, feministas avant la lettre y curas rebeldes, camellos e intelectuales, todos ellos han convertido Stoke en un espacio de vida vibrante y libérrimo. 
Cuando vuelvan a Londres, no lo duden. Aunque no puedan llegar en metro, tomen el 73 desde Fitzrovia o el 141 desde Fleet. Bájense en Stoke Newington. Coman, paseen, observen. Túmbense sobre la hierba de Clissold y hablen con Dios (o con el diablo) en Abney. Bevan bailen, inspírense. Volverán siempre.
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martimcribeiro01 · 4 years
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As raras fotos do imigrante polonês apaixonado por Brasília
É possível tirar o sustento de uma família de 14 filhos trabalhando como fotojornalista sem deixar de fazer enquadramentos delicados? Se quem estiver com o olho colado ao visor for um judeu polonês cujos pais migraram para o Brasil a fim de escapar do genocídio nazista, trazendo na bagagem sonhos de liberdade, a resposta é sim. O trabalho apaixonante de Jankiel Gonczarowska foi descoberto pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) por intermédio da Subsecretaria do Patrimônio Cultural (Supac), em sua rotina de busca por imagens para o projeto Imagem e Memória Candanga, que divulga fotos antigas da capital.
Foto: Jankiel Gonczarowska/Arquivo pessoal
O nome difícil de pronunciar de Jankiel Gonczarowska (1924-1988), mais conhecido como “seo” Jankiel – conta a filha Sandra Gonczarowska Mussi, psicóloga, radicada hoje no Canadá –, contrastava com a prosa fácil do fotógrafo que se mudou com a família do Rio para Brasília em 1961, incumbido de registrar os primeiros passos da infante capital. Foi escolhido pelo próprio Samuel Wainer, que havia fundado o jornal ‘Última Hora’ dez anos antes, atento aos ventos de modernidade que cercavam os arroubos de Juscelino Kubitschek.
“Papai conviveu de maneira próxima com muitos presidentes desde Getúlio Vargas. Os respeitava muito, mas não perdia de vista o lado humano deles”, conta Sandra. Isso acabou sendo verdade sobre algumas primeiras-damas também. Certa feita, conta Sandra, seu pai acompanhava a então primeira-dama Marly Sarney, que havia mandado colher mandiocas cultivadas na Granja do Torto, residência presidencial. “Venha aqui, ‘seo’ Jankiel. Leve isso para os seus filhos, sei que o senhor tem muitos”, conta ela. Casado em segundas núpcias com companheira que conhecera no Rio e que já contava três filhos, tiveram outros onze.
Sandra diz que Jankiel amava a capital que JK fizera brotar no Cerrado. “Cada construção que se levantava na cidade era motivo de alegria para ele, como se fosse um melhoramento em nossa casa”, recorda. São muitos os registros do fotógrafo em que se reconhecem as silhuetas do que hoje é o Congresso Nacional, a Catedral Metropolitana ou o Palácio do Planalto.
“Frequentemente, ele colocava minha mãe e familiares no carro e os levava para os monumentos da cidade, apenas para poder fotografar, dando o toque humano que era tão importante para meu avô, nesse jogo com a vastidão do mármore, do céu e do concreto”, poetiza o neto Marcelo Gonczarowska Jorge, sobrinho de Sandra, artista plástico e, hoje, servidor da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec).
O tal “toque humano” sobressai no trabalho de Jankiel que aos poucos vai sendo garimpado pela Subsecretaria do Patrimônio Cultural da Secec e o coloca entre outros grandes fotógrafos da construção da capital – o mecânico de aviões Mário Fontenelle (1919-1986), que recebeu sua primeira câmera das mãos de JK, de quem se tornou fotógrafo oficial; o húngaro Thomaz Farkas (1924-2011); ou o francês Marcel Gautherot (1910-1996), tido como o preferido do urbanista Lúcio Costa.
A gerente de acervo da Supac, Aline Ferrari, foi quem descobriu as fotos do fotógrafo pioneiro que chegou ao Brasil em data imprecisa, contando cerca de cinco anos de idade, com os pais e a irmã. A família, que não falava uma palavra de português, desembarcou no Rio de Janeiro. Fugindo também do calor da cidade praiana, preferiu se estabelecer em Porto Alegre, onde a latitude meridional e a presença de outros poloneses amenizavam o impacto da diáspora. Lá construíram a vida como alfaiates, abrindo mais tarde uma loja de roupas.
“Pouco antes da quarentena na pandemia da Covid-19, eu estava procurando imagens para o projeto ‘Imagem e Memória Candanga’ [sobre a retirada dos moradores da invasão do Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira para a Ceilândia]. Foi quando dei, por acaso, com as fotos de Jankiel e reparei que o sobrenome era o mesmo de um colega de trabalho”, conta Aline.
Ela já localizou doze fotografias de Gonczarowska na parte pesquisada de um montante de 4 mil registros em papel guardados pela Secec, volume que aos poucos vai sendo catalogado para digitalização pelo Arquivo Público do Distrito Federal, numa parceria de formiguinha sobre a construção da memória da sexagenária capital.
“Marcelo me confirmou que eram do avô dele. E aí, não acreditei na coincidência!”, espanta-se Aline. “Tinha achado as fotos sensíveis e bonitas e passei a prestar atenção no material que surgia creditado com o nome dele”, relata a servidora.
A sensibilidade de “seo” Jankiel é reconhecida por fotógrafos do porte de Orlando Brito (1950), mineiro de Janaúba, um autodidata que em 1965 se inicia na profissão como laboratorista da “Última Hora”, na sucursal em Brasília, tornando-se depois fotógrafo do periódico e, reconhecidamente, uma das referências nessa arte.
Sandra se encontrou com Brito no enterro de Jankiel e reproduz emocionada para a reportagem da Secec o testemunho de outro apaixonado pela capital do país e também testemunha de acontecimentos políticos contemporâneos: “Sandra, tudo que sei, não de técnica, mas de sensibilidade no olhar, aprendi com seu pai”.
Essa percepção da veia humanista do pai é compartilhada pela filha, ela própria iniciada no ofício de laboratorista e fotógrafa por Jankiel, com quem trabalhou no antigo Arquivo Nacional em Brasília, antes de trocar os rolos de filmes e as lentes das câmeras analógicas pelas imagens que a psicologia de Freud revela.
Isso a levou a pesquisar e reunir material para escrever um livro. Com o título provisório Jankiel Gonczarowska, Retratista da Vida, Poeta da Imagem, a obra conta a história do fotógrafo e reproduz mais de 180 fotos, a maioria com a lendária Rolleiflex.
Os cliques compilados por Sandra imortalizam desde craques da Seleção Brasileira de 1954, como Didi, quando os canarinhos perderam nas quartas-de-final para a Hungria, na Copa da Suíça, a matérias premiadas em grandes veículos da época – Manchete, Manchete Esportiva e O Cruzeiro –, passando pelo diário de Wainer, Isto É e O Globo. Isso, além dos registros do nascimento da capital.
“Ainda não sei quando o livro vai sair. Com a pandemia, as coisas ficaram mais difíceis. Mas quero prestar essa homenagem ao meu pai. Quero que as pessoas possam se emocionar como quem conviveu com ele se emocionava. Como até hoje ficamos tocados pelas fotos que contam a história de Brasília”, justifica.
* Com informações da Secretaria de Cultura
As raras fotos do imigrante polonês apaixonado por Brasília publicado primeiro em https://www.agenciabrasilia.df.gov.br
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atoresdadepressao · 5 years
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[Sai de Cena] Morre Ilo Krugli, aos 89 anos
[Sai de Cena] Morre Ilo Krugli, aos 89 anos
Faleceu hoje aos 89 anos o  diretor de teatro, ator, artista plástico, figurinista e escritor argentino-brasileiro Ilo Krugli.
Filho de imigrantes judeus poloneses que chegam à Argentina depois da Primeira Guerra Mundial. Na infância, conhece a paixão do poeta espanhol Federico García Lorca (1898-1936) por teatro de bonecos e tem os primeiros contatos teatrais pelas criações do poeta argentino…
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vagarezas · 2 years
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• Um amor Feliz - Poemas
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