#percolação
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Fractais são padrões intrincados auto-repetitivos encontrados por toda a natureza. De árvores, folhas, flores, samambaias , aos tecidos e células de nossos cérebros, pulmões, rins, nossa rede arterial e capilares até as cristas das montanhas, leitos de rios ou litorais, os fractais formam uma parte integral de nossos arredores e de nosso próprio ser.
O que são fractais? Benoit Mandelbrot, o Pai da Geometria Fractal, cunhou o termo 'fractais', observou padrões recorrentes em objetos da vida real caracterizados por bordas e superfícies ásperas. Em vez de ignorá-los, ele acreditava que eles representavam algumas características e mecanismos essenciais que valem a pena investigar.
Como resultado, Mandelbrot chegou ao fractal mais popular, 'Mandelbrot Set', que recebeu seu nome em homenagem ao seu trabalho neste campo. Quando olhamos para um conjunto de Mandelbrot, estamos olhando para o infinito, porque embora seja finito em estrutura, é infinitamente repetitivo e autosimilar, não importa "quão abaixo" o inspecionemos.
Fractais são muito mais do que belas imagens – eles são a representação metafórica do caos e da ordem. Vivemos em um mundo complexo, estamos sempre tentando encontrar ordem no caos, e por meio de fractais podemos aprender lições importantes em um mundo de caos – e compreender algumas questões espirituais profundas.
A ciência dos fractais é um ramo da matemática que estuda os padrões infinitos e irregulares encontrados na natureza, como as nuvens, as montanhas e os litorais. Os fractais são figuras geométricas que se repetem em diferentes escalas, num ciclo quase infinito. A palavra "fractal" foi criada em 1975 pelo matemático polonês Benoit Mandelbrot, que acreditava que a natureza era sustentada por um novo tipo de matemática. Os fractais são ferramentas importantes em muitas áreas, incluindo: Estudos sobre as mudanças climáticas, A trajetória de meteoritos, A pesquisa do cancro, A criação de filmes de animação, O entendimento de fenômenos ecológicos. Alguns exemplos de fractais na natureza: Os flocos de neve, Os sistemas montanhosos, Os sistemas de ramificação das plantas, As nuvens do céu.
A teoria fractal vem sendo utilizada por ecologistas em diversas aplicações: estimativa da dimensão fractal de habitats de animais, plantações, previsão da trajetória e movimento de organismos e estudo do caos de sistemas ecológicos.
Fractais e Ecologia Fractais estão presentes em diversas formas na natureza. Além disso, a teoria fractal e seus conceitos se tornaram ferramentas fundamentais para o entendimento de fenômenos ecológicos. A teoria fractal vem sendo utilizada por ecologistas em diversas aplicações: estimativa da dimensão fractal de habitats de animais, plantações, previsão da trajetória e movimento de organismos e estudo do caos de sistemas ecológicos.
Previsão do número de indivíduos em um habitat
Alguns autores demonstraram que um habitat possui uma estrutura fractal. Por este motivo, há mais espaço disponível para animais pequenos do que grandes. Quando a dimensão fractal do habitat é conhecida, é possível prever o número de indivíduos por classe de tamanho com uma boa precisão.
Trajetória de organismos
Diversos autores vêm utilizando a teoria fractal para entender a trajetória de animais como formigas, besouros, gafanhotos, entre outros. A dimensão fractal destas trajetórias é capaz de identificar a escala em que os organismos interagem com o ambiente, além de mostrar similaridades e diferenças entre o comportamento de espécies.
Extinção
Com as propriedades fractais da relação do número de indivíduos de uma espécie ao longo do tempo, autores [5] conseguiram encontrar uma relação entre a dimensão fractal desta função temporal com vulnerabilidade de extinção de uma espécie.
Características físicas e biológicas de solos
Diversos autores já estudaram a teoria fractal para estudar características como distribuição de partículas, percolação e retenção de água na superfície, fragmentação e porosidade de solos. Além disso, estas propriedades podem ser aplicadas na resolução de problemas relacionados à fauna e flora que estão presentes nos solos, como distribuição de microartrópodes e sua interação com a microflora. Fonte
Visão de Fractais Frontal.
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#discernir#conhecimento#sabedorias#sairdailusão#fractal#refletir#pensamentos#autoconhecimento#despertar#consciência#naturezaviva#Youtube#geometriasagrada
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Bong de Vidro e Silicone Baby Yoda (Grogu) - Mix Preto Amarelo Verde. Grogu, inicialmente chamado de A criança, popularmente conhecido como Baby Yoda, é um personagem fictício do universo da franquia de ficção científica Star Wars. Cachimbo de água híbrido de silicone x vidro de 7,5 ″ de altura com a cabeça de The Child (Baby Yoda). Este bong vem com uma tigela e uma haste difusa embutida para a melhor percolação para os rasgos mais grossos! Disponível em uma variedade de cores divertidas! As peças de silicone podem ser lavadas na lava-louças! Bong é fácil de desmontar para facilitar a limpeza! Que essa força esteja com você hoje! ✅🔥🦁 Baby Yoda Glass and Silicone Bong (Grogu) - Black Yellow Green Mix. Grogu, initially called The Child, popularly known as Baby Yoda, is a fictional character in the universe of the Star Wars science fiction franchise. 7.5″ tall silicone x glass hybrid hookah with the head of The Child (Baby Yoda). This bong comes with a bowl and a built-in fuzzy stem for the best percolation for the thickest rips! Available in a variety of fun colors! Silicone parts are dishwasher safe! Bong is easy to disassemble for easy cleaning! May that force be with you today! 🔥🦁✅ #bong #yoda #babyyoda #tabacaria #rastatabacarianatural #reduçãodedanos #starwars #starwarsfan (em Beco do Batman) https://www.instagram.com/p/CnPFfHpOO9c/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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Parte II
A nascente do rio Alviela, também conhecida como Olhos d'Água do Alviela, é um dos fenómenos hidrocársicos mais importantes de Portugal, situado no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no concelho de Alcanena. Situa-se na base de uma escarpa, na fronteira geológica entre o Maciço Calcário Estremenho e a Bacia Terciária do Baixo Tejo. Pode ser acedida através de um trilho pedestre com cerca de 1,5 km, com início no Centro de Interpretação dos fenómenos cársicos de Portugal.
A água brota da terra de forma inconstante ao longo do ano, podendo atingir um débito de 17 mil litros por segundo no pico de cheia, no inverno. A nascente é composta por um conjunto de afloramentos calcários, onde a água da chuva se infiltra no solo e circula pelos sistemas subterrâneos, até ressurgir à superfície. A temperatura da água ronda os 17 graus durante todo o ano. E a sua clareza é notável, permitindo observar a fauna e flora aquáticas.
A partir de maquetes, foi-nos dado observar os fenómenos das nuvens em movimento, a sua transformação em chuva, a chuva com intensidade, o modo como as terras absorviam as águas e como depois elas se espalhavam pelas ribeiras, rios… Como os terrenos eram inundados, no Planalto de Santo António, Ribeira dos Amiais, Olhos de Água, Polje de Minde… Nascente do Alviela…
Esta nascente é um local de grande beleza natural e valor ecológico, integrado na Rede Natura 2000. Possui um elevado interesse geológico e educativo, sendo um importante ponto de referência para o estudo do calcário em Portugal. Aliás, todos os territórios envolventes são cortados por cursos de água, grutas, algumas delas bem conhecidas, Santo António, Alvados… muitos algares, ravinas, socalcos, quantos e quantos afloramentos que se transformaram em verdadeiros miradouros… por ex., aquele que oferece uma vista panorâmica da nascente, da Ribeira dos Amiais e do canhão fluviocársico. Estamos perante um verdadeiro paraíso para espeleólogos, aqueles que se dedicam ao estudo de grutas, algares…, E para todos os que gostam de se perder nos descampados, brenhas, maciços rochosos, na natureza… É todo um mundo a descobrir!
O Rio Danúbio, o maior da Europa, segundo uma lenda conhecida, nasce de uma lágrima. Referência feita na obra Danúbio de Claudio Magris. Numa versão popular da lenda, uma ninfa chamada Donau se apaixonou por um jovem guerreiro chamado Lehel. O amor deles era proibido, e Lehel foi morto em batalha. Quando Donau recebeu a notícia, as suas lágrimas eram tão abundantes que formaram o rio Danúbio. Comparemos, agora, com a nascente do Rio Alviela. A bacia de alimentação da nascente dos Olhos de Água do Alviela tem uma área estimada de 180 km². Esta bacia, subterrânea, constituída por calcários jurássicos, é responsável por recolher a água da chuva e neve que, através de um processo de infiltração e percolação subterrânea, alimenta a nascente do rio Alviela. No caso do Danúbio, um grande rio, toda a sua água surgiu de uma simples lágrima que se foi multiplicando. No caso do Alviela, um modesto rio, o seu caudal, não muito vasto e distante, surge de uma bacia subterrânea tão grande! Mas também neste rio há lágrimas, as da moura do Alviela…
Ao voltarmos para o autocarro, rodeámos a praia fluvial, atravessámos o rio pela ponte de pedra, onde, num mosaico está escrita a lenda da Moura do Alviela. Esta narra a história de uma princesa moura que se apaixonou por um rapaz pobre. O amor entre os dois era proibido pelo rei mouro, pai da princesa, que desejava que ela se casasse com um pretendente à sua altura. Desesperada, a princesa fugiu e refugiou-se nas grutas junto à nascente do rio. O rei mouro, furioso, pediu a uma bruxa que a encontrasse. A bruxa, usando seus poderes, localizou a princesa e lançou-lhe uma maldição: a princesa seria transformada em pedra e as suas lágrimas se transformariam em água. Diz-se que a água da nascente do Alviela brota das lágrimas da moura encantada, e que o seu choro se pode ouvir nas noites de lua cheia. A lenda da Moura do Alviela é uma história de amor proibido, traição e magia. É um conto popular que se transmitiu de geração em geração, e que ainda hoje emociona quem a ouve.
E, assim, com lágrimas, apenas na lenda, rio, água, água, maciços rochosos, grutas e algares, miradouros com extensas e panorâmicas paisagens, tudo isto na minha alma, me fui despedindo do Alviela e das ricas terras por toda a sua volta. Em demanda de um outro rio, do meu próprio rio…
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Ciclos biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos: o ciclo hidrológico.
Os ciclos biogeoquímicos ou ciclos da matéria, são processos naturais que ocorrem para garantir a circulação e renovação dos elementos químicos no meio.
São responsáveis pela passagem dos elementos do meio ambiente para os organismos vivos e de volta para o meio. Recebem esse nome por envolverem os organismos vivos, o meio terrestre e os elementos químicos.
A circulação dos elementos garante o funcionamento dos ecossistemas, garantindo assim a vida na Terra, os principais ciclos biogeoquímicos são: o ciclo do nitrogênio, ciclo do carbono, ciclo do oxigênio, ciclo do fósforo, ciclo da água. Os ciclos biogeoquímicos, podem ser classificados em:
Gasoso: que tem como seu reservatório a atmosfera. Exemplos: o ciclo do nitrogênio, ciclo do carbono e o ciclo do oxigênio.
Sedimentar: que tem como seu reservatório a crosta terrestre. Exemplos: o ciclo do fósforo e o ciclo da água.
O ciclo da água é o que mais é cobrado nos principais vestibulares e no ENEM.
O ciclo da água ou ciclo hidrológico é um ciclo biogeoquímico que garante a circulação e renovação do elemento água pelo meio físico, garantindo o movimento contínuo da água através da atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera.
As principais etapas do ciclo hidrológico são:
Evapotranspiração: é a transferência da água em estado líquido da superfície terrestre para a atmosfera no estado gasoso. É a soma da evaporação da água da superfície terrestre como oceanos, rios e solo e a transpiração dos vegetais.
Condensação: ou liquefação é a passagem da água do estado gasoso para o líquido.
Precipitação: fenômeno que se inicia na evapotranspiração formando as nuvens, sendo a queda da água seja em estado líquido ou sólido de volta para a superfície terrestre.
Infiltração: Ocorre após a precipitação, quando a água é absorvida pelo solo e, geralmente, fica armazenada em lençóis freáticos.
Percolação profunda: movimento descendente da água no interior do solo, essa água passa a receber o nome de subterrânea.
Sublimação: é a passagem da água em forma de gelo e neve para o estado de vapor, sem passarem pelo estado líquido.
A variação climática, a criação de condições para a vida do ser humano, das plantas e dos animais, a circulação e renovação da água nos rios, lagos e oceanos só acontece em função do ciclo hidrológico. A preservação do meio ambiente é fundamental para a manutenção da vida terrestre, sem a consciência ambiental caminhamos para um futuro cada vez mais incerto.
Questão do ENEM 2022 sobre ciclo hidrológico.
A intensificação da ocupação urbana demonstrada afeta de forma imediata o(a) A) nível altimétrico. B) ciclo hidrológico. C) padrão climático. D) tectônica de placas. E) estrutura das rochas.
As figuras mostram as maiores taxas de evapotranspiração em áreas de maior densidade da cobertura vegetal, ao mesmo tempo em que ocorre a maior infiltração subsuperficial e percolação. A substituição da cobertura vegetal por concreto e asfalto, diminui a evapotranspiração subsuperficial e percolação profunda.
Alternativa B
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Aula de extração
Me pergunto como que faz para sub extrair você dos meus pensamentos. Porém, acho que fazer isso não estaria aproveitando o que há de mais lindo aqui dentro, em mim.
Seria reprimir as sensações e sentimentos que isso sim faz com que se ganha um certo peso e com que a leveza se esvaia num curto tempo…
sem percolação
mesmo fazendo
uma centena de extração,
se for pra você,
super extrairia
desejos…
Então aqui deixo,
discretamente,
um beijo.
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I - Da fundamentação teórica
há uma irmandade aerada entre a palavra e o toque e sua descoberta exige braços e remos e fôlego pra ziguezaguear por um arquipélago sem mapa
porque a pedra e a palavra pedra já têm seu fio ligado e ligando fios de mudez, curiosidade e gana tecemos a grande rede que permite que encostemos nos nossos irmãos e irmãs de terra
podemos, então, brincar com cada um no condão da mesma irmandade que dá à palavra pedra seus sons e sabores
II - Do estudo de caso
o que mais existe, no entanto, são sons e sabores sem destinatário [há um véu que cobre o mosaico de segredos e dramas de um e cada morador do cinturão de prédios e caixotes habitacionais pro qual dá vista a janela do meu quarto]
há uma palavra-fantasma à espera de dar corpo a uma sinfonia de desejos e fugas essa não é, certamente, a palavra pedra pois uma pedra não se apaixona por um colega de trabalho à esquina de um casamento de 20 anos uma pedra não conserva em si o sonho de um mochilão pela américa do sul uma pedra não intenta um golpe
ainda que uma pedra fosse capaz disso tudo o fio entre a palavra pedra e sua enxurrada de sons e sabores pesaria excessivamente sabotaria a grande rede e os irmãos e irmãs estariam tristemente cosendo uma teia de gagueira e tontura
a essa empreitada daríamos o nome de poço de babel
seria irresponsável, portanto, mirar da minha janela e dizer vejo uma pedra e, na nobríssima posição de feitor da poesia anônima que perambula na cabeça de meus camaradas, jamais cavaria uma pá a mais no poço de babel
essa responsabilidade me coloca, então, na encruzilhada de achar um útero que geste aquele mosaico que minha janela oferece porque os falecidos ou desconhecidos bandeirantes da língua não deram colo às inquietações da classe média goianiense que acontece quando me debruço no vitrô e agora uma mulher branca de meia idade ladeada pelo marido igualmente branco e bancariamente calvo me fitam com o desespero esganiçado de um ferido de guerra que implora ao médico que não lhe tire sua perna preferida seria também irresponsável dizer a palavra pedra já está ocupada sinto que seria de pouca ajuda também explicar que tentei outras: percolação, labirintite, esôfago, baleia, arguição todas já tinham matado a sede de outras angústias tão mudas e desesperadas quanto às de clarice e valter cujo batismo dou agora na mesma samaritana boa intenção de fechar o porta-luvas de um carro capotado
isso não é um poema, mas uma prestação de contas já desde os 14 anos bato ponto na repartição invisível da poesia retroflexa e, mesmo assim, sou incapaz de entregar a valter e clarice o insumo mais xexelento do meu trabalho uma palavra
III - Da conclusão
aos dois, meu pedido de desculpa aos camaradas que me leem, um pedido de ajuda se virem por aí uma palavra que atenda às condições [sonoridade entre o barítono e o tenor tantas consoantes quanto um elogio eslovaco extensão de uma oração de um santo demente à porta do céu e alusão branda ao cheiro de um pequi alucinado] me avisem
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Obtenção do extrato de guiné por percolação na Engenharia Química! #engenhariaquimica #laboratorio #amooquefaço #orgulho #realizada #iniciacaocientifica #unibh #unibhpramim #projeto #muitotrabalho #vidaacademica #projetos #guine #percolação #extracao #extrato #plantas #futuraengenheira #quimica #life #cotidiano #identidade #EnQ #enqporamor #engenharia #desafio (em Uni Bh Buritis)
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é preciso que eu te deixe ir.
ir para onde quer que as memórias enquanto dor vão para se curar e se tornar riso. para onde as marcas desaparecem da superfície.
que eu te deixe ir para que me inflame menos a vias de respiração, pulsação de percolação. para onde haja a paz que eu mesma plantei.
é preciso que eu te deixe ir para que eu seja alguém melhor que um antigo reflexo de quem eu fui.
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Recursos Hídricos e Rios voadores
O reconhecimento da água como elemento importante para a vida vem, ao longo dos tempos, ensejando a edição de normas de uso cada vez mais restritivas. No Brasil, o sistema de gerenciamento de recursos hídricos veio consolidar a gestão dos recursos hídricos, de modo a pautar suas regras na fundamental importância à vida e saúde dos seres vivos, a partir do que preceitua nossa Constituição, de forma a preservar sua qualidade e quantidade para garantir seus usos múltiplos e acesso a todos os seres que dela dependem para sua sobrevivência.
A adoção de regras voltadas à proteção dos processos que envolvem o ciclo hidrológico é um caminho que os legisladores já têm seguido. No Brasil, alguns dos princípios da Gestão Integrada de Recursos Hídricos – GIRH (Integrated Water Resources Management - IWRM), cujo objetivo é promover, paulatinamente, mudanças na forma de fazer políticas públicas e planejamento de recursos hídricos, já estão presentes em algumas de nossas leis. Entretanto, fundamentos importantes da gestão integrada ainda não foram adotados pela política nacional de gerenciamento de recursos hídricos, como por exemplo, a inclusão de instrumentos para inter-relacionar as políticas de conservação de solo e florestas, além da valorização do ciclo hidrológico, considerando a água em sua fase aérea (águas atmosféricas). Tais questões devem ser inseridas nos textos legais, pois direta ou indiretamente afetam a disponibilidade dos recursos hídricos (em qualidade ou quantidade), assim como uma visão holística do ciclo hidrológico é fundamental para propiciar um ambiente de mudança. Ribeiro, em sua obra “Ecologizar”,propõe introduzir a dimensão ecológica nos vários campos da vida e da sociedade e enfatiza o fato de a cultura ocidental ter seus valores dissociados das leis da natureza.
Para o autor: A visão ecológica a partir de cada um desses ângulos, a capacidade de perceber a realidade ambiental por meio de vários filtros e lentes, aproxima-nos da visão holística da ecologia, na qual a percepção do todo é enriquecida pela visão mais detalhada de cada uma de suas partes. (Ribeiro, 2000, p.23).
A ecologia então nos revela que a natureza se manifesta por meio de conexões e é composta por sistemas, devendo sociedade e Poder Público pautar as políticas de conservação da natureza partir dessa visão. Ao estabelecer instrumentos de gestão e ações para proteção dos recursos naturais que foquem apenas no seu aproveitamento pela espécie humana, gerenciando conflitos resultantes dos usos múltiplos, o modelo de gestão distorce o sentido da relação homem-natureza. Não se pode reduzir o meio ambiente a um simples reservatório de recursos para que, na medida de nossa conveniência, seja transformado em depósito de resíduos. Assim, a evolução da gestão de recursos hídricos que, durante a maior parte do século XX, era voltada à construção de grandes estruturas, como barragens e canalizações de cursos de água, cujos projetos visavam o uso máximo desse recurso natural, em razão de sua abundância.
Nos últimos anos, vários países têm focado a gestão num sistema orientado e planejado, envolvendo um conjunto de princípios a partir dos quais são elaborados documentos que buscam uma gestão sustentável, levando em consideração os valores sociais. A partir de tais regras são montadas as estruturas gerenciais cuja finalidade é proteger os recursos hídricos. Entretanto, esse modelo tem sua implementação recente e ainda não atinge a todos os países, por exemplo, os em desenvolvimento. Entre as linhas de gestão mais difundidas no mundo, e baseadas nessa nova premissa, está a Gestão Integrada de Recursos Hídricos – GIRH, que tem como objetivo promover mudanças a longo prazo na forma de fazer políticas públicas e planejamento de recursos hídricos. A principal estratégia da GIRH é envolver usuários, autoridades, cientistas, organizações, instituições públicas e privadas e toda a sociedade, realizando análise completa das interações entre homem e ecossistemas, em âmbito local, regional e global. (Tundisi & Matsumura-Tundisi, 2011).
Políticas inadequadas a uma visão da água como recurso e regras que não alcançam uma proteção real demonstram o fracasso legal, administrativo ou até constitucional. As políticas de recursos hídricos devem, por exemplo, levar em consideração outras políticas setoriais (como política energética e de uso do solo) e, e vice-versa, o que não ocorre em muitos países. Políticas e planos referentes à utilização do solo e da matriz energética, especialmente quando envolvem o desenvolvimento econômico, se pouco coordenadas à política de recursos hídricos, podem ter consequências que afetem direta ou indiretamente a gestão de tais recursos se focadas em exploração e desenvolvimento. Mecanismos Inter setoriais de coordenação são apontados como alternativa para solucionar a questão, desde que estabelecidos no mesmo nível em que a política é formulada, haja comprometimento e haja procedimento para trabalhar com outras atividades econômicas e sociais previsto em lei. (GWP TOOLBOX,2011).
No entanto, estabelecer tais mecanismos não é fácil já que, segundo Dourojeanni, Jouravlev e Chávez (2002) há pelo menos cinco formas distintas de integração: a integração dos interesses dos diversos usos e diferentes usuários de água e a sociedade; a integração de todos os aspectos relativos à água que tenham influência em seus usos e usuários (quantidade, qualidade e tempo de ocorrência); a integração dos componentes da água e das diferentes fases do ciclo da água (águas superficiais, subterrâneas e atmosféricas); a integração da gestão da água e da gestão dos outros recursos naturais e ecossistemas relacionados; além da integração da gestão da água com as atividades que causam intervenção no meio ambiente mas que promovem desenvolvimento econômico, social e ambiental. Percebe-se, assim, que as leis das águas são ferramentas importantes para apoiar a GIRH, e devem conter seus elementos basilares, quais sejam, gestão holística, abordagem participativa, usos e perspectivas múltiplas da água, além de considerar o papel da mulher no processo de gestão.
O ciclo hidrológico promove a renovação do volume de água, pois com precipitação, evaporação, transpiração, infiltração, percolação e drenagem há a circulação da água na superfície da Terra.
Esse fenômeno é assim descrito por Silveira: O ciclo hidrológico é o fenômeno global da circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre.[...] parte do ciclo hidrológico é constituída pela circulação da água na própria superfície terrestre, isto é: a circulação de água no interior e na superfície dos solos e rochas, nos oceanos e nos seres vivos. (SILVEIRA, 2007, p.35).
Ademais, o ciclo hidrológico da Amazônia tem um papel significante no clima do Brasil. Segundo Salati:
A região Amazônica é também uma fonte de vapor de água para as regiões circunvizinhas. Existem evidências de que há um fluxo de vapor de água do norte para o sul durante o ano todo, e é provável que uma parte do vapor de água que origina as chuvas da região central da América do Sul seja proveniente da bacia Amazônica. (Salati, 1983, p.32).
Tal fenômeno foi batizado pelo Prof. Dr. José Antônio Marengo Orsini, pesquisador do CPTEC/INPE, de “rios voadores” e originou um projeto de pesquisa com o mesmo nome que tem entre seus objetivos “seguir e monitorar a trajetória dos ‘Rios Voadores’ procurando entender as consequências do desmatamento e das queimadas na Amazônia sobre o balanço hídrico do país e sua participação no panorama das mudanças climáticas.” (Rios Voadores, 2011).
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=uxgRHmeGHMs
No sítio desse projeto o fenômeno é descrito como: Rios voadores são cursos de água atmosféricos que passam em cima das nossas cabeças transportando umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil.
A floresta amazônica funciona como uma bomba d'água, ela puxa para dentro do continente umidade evaporada do oceano Atlântico que, ao seguir terra adentro, cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da floresta esquentada pelo sol tropical, as árvores devolvem a água para a atmosfera na forma de vapor de água, que volta a cair como chuva mais adiante. Sempre propelidos pelos ventos, os rios voadores carregam este vapor de água em direção ao oeste onde encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes, fazem a curva e continuam seu trajeto rumo ao Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Ao se encontrar com certas condições meteorológicas, como uma frente fria, por exemplo, essa umidade trazida da Amazônia pelos rios voadores (que a gente nem percebe) pode ser transformada em chuva. Chuva essa que é de suma importância para nossa vida e para a economia do país, irrigando as lavouras, enchendo os rios terrestres e as represas que fornecem nossa energia. (Rios Voadores, 2011).
A ocorrência do ciclo hidrológico depende, portanto, da harmonia de um conjunto de elementos da natureza, e se por alguma razão, seu funcionamento é alterado, diversas podem ser as consequências, incluindo as variações de quantidade qualidade de água. Tais consequências são potencializadas numa bacia como a Amazônica.
Sintetizam Salati, Lemos e Salati: "A interação contínua e constante entre a litosfera, a biosfera e a atmosfera acaba definindo um equilíbrio dinâmico para o ciclo da água, o qual define, em última análise, as características e as vazões das águas.[... Qualquer modificação nos componentes do clima ou paisagem alterará a quantidade, a qualidade e o tempo de residência da água nos ecossistemas e, por sua vez, o fluxo de água e suas características no canal principal do rio.” (Salati; Lemos; Salati, 2006, p.39).
E, no Brasil, especialmente na bacia Amazônica, as condições físicas e biológicas dos ecossistemas podem interferir no clima e no regime das águas de parte do continente. A região, além possuir a maior reserva de biodiversidade do planeta e de recursos minerais, possui uma unidade, cujo comportamento hidrológico interfere no clima de regiões do Brasil e de países da América do Sul. Assim, clara está a necessidade de adoção de política que entrelace os diversos fenômenos e recursos da natureza de forma a não permitir que intervenções antrópicas graves, como o desmatamento, tornem esse ecossistema incapaz de suportar tantas alterações e comprometa o equilíbrio climático.
Nesse sentido, alerta Salati: De maneira geral, o desmatamento modificará o tempo de permanência da água na bacia, por diminuir a permeabilidade do solo e, consequentemente, o seu armazenamento em reservatórios subterrâneos. A redução do período de trânsito das águas determinará inundações mais intensas durante os períodos chuvosos, enquanto a diminuição dos reservatórios subterrâneos reduzirá a vazão dos rios nos períodos secos. (Salati, 1983, p.32).
Para a jurista Maria Luiza Machado Granziera: As florestas constituem fator expressivo na proteção dos recursos hídricos, na medida em que regularizam as bacias hidrográficas, seja na precipitação das chuvas, seja na prevenção da erosão do solo. Além disso, desempenham importante papel no ciclo hidrológico, na proteção do solo, na conservação da diversidade biológica e na produção de água potável. Sua destruição é preocupação de âmbito mundial, pois gera profundo impacto no equilíbrio dos ecossistemas. (Granziera, 2006,p.105-106). Apesar disso, os legisladores brasileiros continuam não dando a devida importância a essa inter-relação.
Como bem observa FREITAS (2008, p.19) “é possível dizer que durante décadas e mesmo sob a vigência do Código de Águas de 1934, o enfoque dado ao tema era sempre mais sob a ótica do direito privado do que do direito público.”
Sabe-se que a GIRH não é uma fórmula, a escolha de ferramentas deve ocorrer de modo a adequar à realidade de cada país. Porém, no Brasil, pontos importantes, como a proteção dos ecossistemas de base e a consideração do ciclo hidrológico, não têm o devido amparo legal para proporcionar uma efetiva gestão integrada dos recursos hídricos.
A Agência Nacional de Águas reconhece, em publicação oficial, a necessidade de aprimoramento da legislação (ANA, 2007), e alguns doutrinadores também fazem críticas à lei, como Christian Caubet que entende ter a lei visão economicista, restringindo a gestão à apropriação das funções da água, controlando o acesso aos recursos. (Caubet, 2006). Todavia, permanecem os olhares cruzados entre o direito e a gestão de recursos hídricos no Brasil.
Enquanto experiências estrangeiras e pesquisas científicas, especialmente estudos sobre os ecossistemas brasileiros, apontam novos caminhos, os legisladores e juristas permanecem trabalhando sobre a lógica da apropriação da natureza e da visão setorial de gestão dos recursos naturais.
Bibliografia
Youtube
Artigo: Olhares cruzados entre direito e Recursos Hídricos - ciclo hidrológico e Rios Voadores. Autores e afiliação: Daniela Helena Brandão Caldeira – analista ambiental do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM e mestranda em Direito Ambiental pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA. E Solange Teles da Silva – Doutora em Direito Ambiental pela Universidade Paris I e professora do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Direito Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas.
#recursoshidricos#agua#contratomundialdaagua#riosvoadores#ciclohidrologico#gestaodasaguas#CPTEC/INPE#Prof. Dr. José Antônio Marengo Orsini#meusresumos
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Ref Recursos Humanos contrata Engenheiro Civil (Geotécnia) para Centro/Nova Lima
SELEÇÃO DE PESSOAL A TERCEIROS EMPRESA MULTINACIONAL DE GRANDE PORTE DO RAMO DE MINERAÇÃO.
Cargo: Engenheiro Civil (Geotécnia) Contratação: CLT
Descrição da Vaga:
Elaboração de projetos de barragens de mineração, taludes de escavação em cavas, taludes em pilhas de rejeito e estéril;
Determinação, avaliação e análise de ensaios de laboratório e de campo;
Análises de estabilidade, percolação e tensão & deformação para fundações, barragens e pilhas;
Determinação e avaliação de critérios e dimensionamento de sistema de drenagem interna e de fundo de pilha.
Requisitos:
VIVÊNCIA COMPROVADA DE PELO MENOS 3 ANOS COM EMPRESAS DE MINERAÇÃO , EMPRESAS DE ENGENHARIA QUE PRESTAM SERVIÇOS PARA MINERADORAS , OU ATIVIDADES LIGADAS A BARRAGEM DE MINERADORAS
Experiência em projetos de mineração;
Experiência com os softwares Slide e RS2 (Rocscience);
Experiência com o software GeoStudio;
Desejável conhecimento em Autocad.
FORMAÇÃO:
Superior completo em Engenharia Civil;
Mestrado OU Especialização em Geotecnia.( ELIMINÁTORIO NA SELEÇÃO)
inglês e desejável ( fluente ou avançado) será um grande diferencial na seleção.
sexo indiferente
vaga também aberta para PCD – pessoa com deficiência desde que atenda ao perfil técnico da vaga .
Local: Centro – Nova Lima Benefícios: A COMBINAR Jornada de Trabalho: 8 AS 17 H
Informações adicionais:
VALIDADE DO ANÚNCIO : 25.06 A 09.07.2020
Formas de candidatura: Para se candidatar envie seu currículo por e-mail para: [email protected] com o assunto: engenheirogeotecnia
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Fundações: entenda as diferenças entre as principais delas
Antes de realizar o projeto de execução de uma edificação é muito importante atentar-se para a escolha do tipo de fundação. Para isso, primeiramente, é preciso saber quais serão os esforços sobre a edificação, as características do solo e dos elementos que formam as fundações.
O concreto é um dos insumos básicos mais utilizados para executar uma fundação, seja ela profunda ou rasa. Além das fundações, podemos citar também os pilares, lajes e vigas, que necessitam do concreto (que pode ser usinado ou virado em obra) para serem aplicadas juntamente com o aço para garantir uma estrutura firme e duradoura.
De acordo com a professora Larissa Regina Gonçalves J. de Oliveira, coordenadora do curso de Engenharia Civil da Uninove, a capacidade de cargas das estacas é dada pelo somatório de sua resistência lateral (atrito com o solo ao longo de seu comprimento através de sua área lateral) e resistência de ponta (carga que é transmitida ao solo somente pela “base”, ou ponta). Os elementos de uma fundação profunda, como estacas hélice contínua monitorada, pré-moldadas, metálicas, franki e Strauss apresentam algumas peculiaridades e devem ser executados inteiramente por equipamentos ou ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução, haja descida de pessoas.
Agora, analisando as fundações rasas (diretas), que são mais utilizadas na concepção de casas e sobrados, é comum também encontrar problemas de execução identificados apenas no futuro como patologias pela falta e/ou ineficiência de impermeabilização, pois se deve prever a presença e percolação de água do solo que fica em contato direto com a fundação. Essas patologias normalmente são identificadas só quando esta umidade já chega às alvenarias dos andares inferiores.
Confira abaixo os principais tipos de estaca para cada tipo de fundação:
Estacas Franki: esse tipo de estaca pode ser executada com formas perdidas ou recuperadas, porém, é um processo dispendioso; como todas as demais estacas moldadas no local, atinge-se o comprimento desejado, assim, pode-se chegar a profundidades maiores.
Estacas Strauss: as estacas do tipo strauss são aquelas moldadas “in loco” através de um processo relativamente simples, porém, com baixa produtividade. Ela é indicada para casos em que a fundação deve ser profunda (até 20 metros) e também pode ser aplicada em locais com presença de água.
Estacas metálicas: é um elemento estrutural produzido industrialmente, a utilização de estacas de aço ocorre mais quando é constatada a existência de pedras, o que impossibilitaria a cravação de estacas de madeira ou concreto.
Hélice contínua monitorada: esse é um tipo de estaca moldada in loco e executada através de um equipamento específico com um trado helicoidal contínuo, o mesmo retira o solo conforme é realizada a escavação, e ao mesmo tempo em que o concreto é injetado, com a haste central desse mesmo trado.
Estaca pré-moldada de concreto: as estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou protendido, vibrado ou centrifugado, com qualquer forma geométrica da seção transversal, que deve apresentar um tipo de resistência compatível com os esforços definidos em projeto bem como especificidades decorrentes do manuseio, transporte, cravação, além de eventual agressividade do solo.
Principais dificuldades e desafios de execução
A ausência e /ou falha de sondagem impacta diretamente no planejamento da execução das fundações, e não apenas desta etapa executiva tão importante, mas acaba por interferir em todas as demais subsequentes a esta. A sondagem é necessária para identificar, principalmente, qual o tipo de solo existente naquele local, se há rochas ou pedras mais difíceis de serem perfuradas, por exemplo, ou se o solo é arenoso e, no entanto, será necessário aumentar a profundidade daquelas estacas.
Caso essa sondagem não seja feita, o que comumente acontece é que decisões têm de ser tomadas já em meados da execução mediante a ausência de planejamento prévio, acabando por também onerar a obra, seja pelos materiais e pela execução em si ou quer seja pelas alterações de cronograma da obra como um todo. Em situações mais extremas, as fundações são dimensionadas de forma incorreta e, por conseguinte, executadas de forma equivocada em relação ao que deveria ser o mínimo compreendido ao escopo da obra e preconizado pelas normatizações técnicas. “Essa questão, normalmente, só se torna evidente após a entrega e finalização da obra, já com usuários utilizando a mesma, resultando em patologias construtivas importantes e que impactam não apenas na questão financeira mas também, eventualmente, causando condição de risco à vida”, ressalta.
Confira abaixo as principais normas e regulamentações
Uma das principais normas que regulamenta e preconiza o processo de fundações em termos executivos e também de cálculo (projeto de fundações) é a NBR 6122 – Projeto e Execução de Fundações. É de fundamental importância que a sondagem do terreno para identificação do tipo de solo e nível d’água tenha sido realizada previamente e, também, como normalização pertinente ao processo de geotecnia em si, não se pode deixar de citar a norma NBR 6484 – Solo – Sondagens de simples reconhecimentos com SPT – Método de ensaio. “Além das normas citadas acima, existem ainda as associações de empresas privadas que possuem um acervo técnico interessante no que tange a detalhes executivos, estudos de caso e afins”, orienta a coordenadora.
Na área de fundações e geotecnia cita-se a Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações e Geotecnia (Abef) como um dos destaques neste aspecto. Ainda de acordo com Larissa, é muito importante reforçar a necessidade de acompanhamento técnico executivo por um profissional competente e que este faça uso como balizador de um projeto também delineado por pessoa com expertise técnica no assunto. Estes devem estar se comprometendo tecnicamente, juridicamente e publicamente, tanto em relação ao projeto quanto à execução mediante as Anotações de Responsabilidade Técnica (ART’s), uma para cada situação distinta quanto ao escopo de responsabilidade técnica”, destaca.
Quer saber mais sobre uma das principais normas relacionada a fundação? Confira em nosso e-book gratuito: http://conteudo.mapadaobra.com.br/X299BiLZCm
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Grande dia para pescadores de Maricá
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Pescadores realizam pesca com tarrafa. Foto: Ibici Silva
Pescadores de Maricá aproveitaram a ressaca do mar e garantiram o pescado nas lagoas. Quem frequenta as lagoas na busca pelo peixe costuma conseguir em média até dez quilos, mas nesta quinta-feira (28) houve quem pescasse até 30 quilos de peixe.
A tainha foi o principal peixe pescado. De acordo com pescadores por volta das 7h já era possível ver o aumento significativo dos cardumes se movimentando nas lagoas da cidade.
Na localidade da Ponte Preta, o pescador amador José Carlos Silva, de 58 anos, conta que garantiu mais de 30 quilos de peixe.
“Toda vez que tem ressaca, os peixes sentem e se movimentam mais na lagoa, o que facilita a pesca. Foram mais de 30 quilos. Estou jogando a tarrafa desde às 7h, quando vi que estava dando bastante peixe chamei os amigos”, disse.
Já na localidade na ponte do Boqueirão a pesca com tarrafa garantiu o almoço.
“Está tendo bastante peixe hoje, sempre que posso venho pescar. Já garanti o almoço” comemora o aposentado Paulo César Sá, de 64 anos.
Segundo o ambientalista Gerhard Sardo, a entrada de água salgada nas lagoas faz com que aconteça a maior movimentação dos peixes.
“O que ocorre com as ressacas é um aumento da infiltração – percolação- subterrânea de água com salinidade sob o cordão arenoso que separa as lagoas do mar , bem como a entrada de fortes correntes marítimas pelos canais de Ponta Negra, Barra e Recanto , aumentando o fluxo de maré, gerando a oxigenação e melhora na condições do ambiente aquático das lagoas, estimulando maior circulação de espécies variadas de peixes”, explicou.
Ressaca
O Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) informou que devido a passagem de um sistema frontal e a circulação dos ventos pós-frontal provoca agitação marítima com ondas, em alto-mar, de direção Sudoeste a Sul. A ressaca gerar ondas com altura entre 3,0 e 4,5 metros no litoral do Rio de Janeiro, até a manhã desta sexta-feira (29).
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Parede Diafragma – O que é? Qual o custo? Tire suas dúvidas
Se você está pensando em construir ou reformar, certamente já deve ter ouvido falar na parede diafragma. Porém, você sabe o que é este tipo de construção? Quais são as vantagens e desvantagens? E o valor para investir na mesma? Se a sua resposta for não para qualquer um destes questionamentos, então não deixe de acompanhar o nosso artigo de hoje. Pois nele vamos lhe explicar tudo sobre este assunto. Acompanhe a seguir!
O que é parede diafragma?
Antes de qualquer coisa, você precisa compreender o que é a parede diafragma. Em linhas gerais, a mesma consiste em se realizar, no subsolo, um tipo de muro vertical, com profundidades e espessuras que são bastante variáveis. Trata-se de uma parede constituída de painéis elementares sucessivos ou alternados, de um moo que são aptos a absorver cargas axiais, momentos fletores e empuxos horizontais.
Este tipo de parede pode ter tanto a função estática ou de interceptação hidráulica, sendo que ela poderá ser constituída de concreto simples ou então, concreto armado, pré-moldada ou de coulis. Desde que considere o escopo a que se destinar.
Atualmente, este tipo de parede vem sendo utilizada como uma ótima alternativa para sanar um grande número de problemas nas construções. Entretanto, inicialmente a mesma havia sido elaborada para a construção “cut-off”, de barragens, com o intuito de formar uma interceptação de fluxos de infiltração.
Contudo, podemos destacar ainda dois tipos de paredes de diafragma. Sendo elas:
Parede diafragma pré-moldada: As paredes pré-moldadas são constituídas por uma série de elementos feitos a partir do concreto armado, sendo preparadas ou no próprio canteiro ou em usina. Este tipo de painel é armado e dimensionado com o intuito de responder todas as solicitações a que o mesmo será submetido.
Parede diafragma plástica: Este tipo de parede nada mais é do que uma barreira vertical escavada com a utilização de uma mistura de cimento, água e bentonita, também conhecida como “coulis”. Possui o objetivo de reduzir a percolação horizontal da água. É imprescindível que a parede penetre na camada de solo impermeável subjacente para que a sua eficiência seja ainda melhor.
Quanto custa?
Na verdade, não podemos destacar um único preço fechado para a construção deste tipo de parede. Justamente porque cada projeto necessitará de determinada profundidade e acabamento específico e, por conta disso, a variação pode ser bem grande. O ideal é que você faça um orçamento com um profissional qualificado, que possa apresentar a melhor solução para a sua obra e, com isso, desenvolver um planejamento interessante com você.
Quais as vantagens e desvantagens?
Agora você já sabe como funciona a parede do tipo diafragma, porém, deve estar se questionando acerca das vantagens que a mesma pode proporcionar verdadeiramente. Por conta disso, elencamos a seguir todos os pontos positivos de você apostar nesta possibilidade para a sua obra. Veja:
Ganho de agilidade: Este tipo de técnica costuma agilizar o trabalho em sua obra, e nós sabemos o quanto o tempo é valioso em uma construção, não é mesmo?
Ganho de espaço no subsolo: Você proporcionará este ganho ao seu projeto, e tudo isso sem a necessidade de investir em pilastras que sejam enormes.
Contenção: O diafragma proporcionará uma contenção em sua obra, impedindo a movimentação do solo e, consequentemente, mantendo a resistência e a segurança. E isso ocorre, inclusive, em grandes profundidades.
Não há vibração: Com o uso da parede-diafragma, você praticamente irá “eliminar” a vibração em sua edificação. Assim, haverá uma redução expressiva nas chances de ocorrer danos estruturais provocados pelo deslocamento do solo.
Maior segurança desde o início das obras: Independente da região, a parede diafragma proporciona mais segurança. Isso porque onde é preciso escavar em grandes profundidades ou até mesmo abaixo do nível da água, este tipo de parede oferece maior segurança, antes mesmo de iniciar etapas mais avançadas em sua construção.
Painéis permanentes: Este tipo de painel poderá até mesmo fazer parte da estrutura permanente da edificação, em determinados projetos.
Leia também: Tabela de Fios e Amperagem
É notável que este tipo de estruturação para a sua obra pode realmente ser uma ótima pedida. Todavia, precisamos também pensar em quais são as desvantagens de apostar neste tipo de parede, não é mesmo? Em linhas gerais, podemos pensar em duas considerações negativas:
Preço: Para algumas pessoas, o valor da parede diafragma pode ser um pouco mais elevado quando comparado com outras alternativas no mercado. Entretanto, é preciso pensar na questão de custo benefício e, inclusive, no longo prazo. Visto que este tipo de estruturação promove uma longa vida útil para a edificação, promovendo mais benefícios.
Mão de obra: A mão de obra também pode ser vista como uma desvantagem, uma vez que necessitamos de certa especialidade para que haja eficiência e resultados verdadeiramente positivos. Todavia, novamente podemos perceber como um fator crucial para a longevidade e a resistência da obra.
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Parede Diafragma – O que é? Qual o custo? Tire suas dúvidas
Se você está pensando em construir ou reformar, certamente já deve ter ouvido falar na parede diafragma. Porém, você sabe o que é este tipo de construção? Quais são as vantagens e desvantagens? E o valor para investir na mesma? Se a sua resposta for não para qualquer um destes questionamentos, então não deixe de acompanhar o nosso artigo de hoje. Pois nele vamos lhe explicar tudo sobre este assunto. Acompanhe a seguir!
O que é parede diafragma?
Antes de qualquer coisa, você precisa compreender o que é a parede diafragma. Em linhas gerais, a mesma consiste em se realizar, no subsolo, um tipo de muro vertical, com profundidades e espessuras que são bastante variáveis. Trata-se de uma parede constituída de painéis elementares sucessivos ou alternados, de um moo que são aptos a absorver cargas axiais, momentos fletores e empuxos horizontais.
Este tipo de parede pode ter tanto a função estática ou de interceptação hidráulica, sendo que ela poderá ser constituída de concreto simples ou então, concreto armado, pré-moldada ou de coulis. Desde que considere o escopo a que se destinar.
Atualmente, este tipo de parede vem sendo utilizada como uma ótima alternativa para sanar um grande número de problemas nas construções. Entretanto, inicialmente a mesma havia sido elaborada para a construção “cut-off”, de barragens, com o intuito de formar uma interceptação de fluxos de infiltração.
Contudo, podemos destacar ainda dois tipos de paredes de diafragma. Sendo elas:
Parede diafragma pré-moldada: As paredes pré-moldadas são constituídas por uma série de elementos feitos a partir do concreto armado, sendo preparadas ou no próprio canteiro ou em usina. Este tipo de painel é armado e dimensionado com o intuito de responder todas as solicitações a que o mesmo será submetido.
Parede diafragma plástica: Este tipo de parede nada mais é do que uma barreira vertical escavada com a utilização de uma mistura de cimento, água e bentonita, também conhecida como “coulis”. Possui o objetivo de reduzir a percolação horizontal da água. É imprescindível que a parede penetre na camada de solo impermeável subjacente para que a sua eficiência seja ainda melhor.
Quanto custa?
Na verdade, não podemos destacar um único preço fechado para a construção deste tipo de parede. Justamente porque cada projeto necessitará de determinada profundidade e acabamento específico e, por conta disso, a variação pode ser bem grande. O ideal é que você faça um orçamento com um profissional qualificado, que possa apresentar a melhor solução para a sua obra e, com isso, desenvolver um planejamento interessante com você.
Quais as vantagens e desvantagens?
Agora você já sabe como funciona a parede do tipo diafragma, porém, deve estar se questionando acerca das vantagens que a mesma pode proporcionar verdadeiramente. Por conta disso, elencamos a seguir todos os pontos positivos de você apostar nesta possibilidade para a sua obra. Veja:
Ganho de agilidade: Este tipo de técnica costuma agilizar o trabalho em sua obra, e nós sabemos o quanto o tempo é valioso em uma construção, não é mesmo?
Ganho de espaço no subsolo: Você proporcionará este ganho ao seu projeto, e tudo isso sem a necessidade de investir em pilastras que sejam enormes.
Contenção: O diafragma proporcionará uma contenção em sua obra, impedindo a movimentação do solo e, consequentemente, mantendo a resistência e a segurança. E isso ocorre, inclusive, em grandes profundidades.
Não há vibração: Com o uso da parede-diafragma, você praticamente irá “eliminar” a vibração em sua edificação. Assim, haverá uma redução expressiva nas chances de ocorrer danos estruturais provocados pelo deslocamento do solo.
Maior segurança desde o início das obras: Independente da região, a parede diafragma proporciona mais segurança. Isso porque onde é preciso escavar em grandes profundidades ou até mesmo abaixo do nível da água, este tipo de parede oferece maior segurança, antes mesmo de iniciar etapas mais avançadas em sua construção.
Painéis permanentes: Este tipo de painel poderá até mesmo fazer parte da estrutura permanente da edificação, em determinados projetos.
Leia também: Tabela de Fios e Amperagem
É notável que este tipo de estruturação para a sua obra pode realmente ser uma ótima pedida. Todavia, precisamos também pensar em quais são as desvantagens de apostar neste tipo de parede, não é mesmo? Em linhas gerais, podemos pensar em duas considerações negativas:
Preço: Para algumas pessoas, o valor da parede diafragma pode ser um pouco mais elevado quando comparado com outras alternativas no mercado. Entretanto, é preciso pensar na questão de custo benefício e, inclusive, no longo prazo. Visto que este tipo de estruturação promove uma longa vida útil para a edificação, promovendo mais benefícios.
Mão de obra: A mão de obra também pode ser vista como uma desvantagem, uma vez que necessitamos de certa especialidade para que haja eficiência e resultados verdadeiramente positivos. Todavia, novamente podemos perceber como um fator crucial para a longevidade e a resistência da obra.
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Engenheiros da Vale negam que houvesse indícios de risco em Brumadinho
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Engenheiros da Vale negam que houvesse indícios de risco em Brumadinho
Dois engenheiros responsáveis pela Gerência de Geotecnia da Vale S.A. negaram nesta terça-feira (9) que a companhia tivesse conhecimento de eventual risco de ruptura da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. A estrutura entrou em colapso no dia 25 de janeiro e provocou a morte de mais de 300 pessoas.
Os funcionários prestaram depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as causas do desastre. Em fevereiro, eles chegaram a ser presos a pedido do Ministério Público de Minas Gerais porque, segundo os procuradores, sabiam da instabilidade da barragem.
A primeira a ser ouvida foi a engenheira Cristina Malheiros, responsável pelo monitoramento da estrutura. Ela não estava em Brumadinho no momento da tragédia, mas disse aos senadores que, até dois dias antes, não havia “observação de anormalidade” no local.
— No acompanhamento que eu fazia da barragem, nenhuma anormalidade me chamou a atenção para uma eventual possibilidade de rompimento até o último dia em que eu a vi, 23 de janeiro. Tenho minha consciência muito tranquila de que fiz tudo o que foi humana e tecnicamente possível. Isso aconteceu de forma abrupta, de forma rápida, sem nada, sem nenhuma demonstração — afirmou.
A engenheira disse que a barragem era “muito monitorada” com equipamentos para medir a pressão e o nível da água, além de sensores para avaliar a inclinação da parede da estrutura. Segundo Cristina Malheiros, não foi identificado “abatimento, recalque ou movimentação da estrutura”.
O relator da CPI, senador Carlos Viana (PSD-MG), confrontou a funcionária da Vale com documentos colhidos pelo Ministério Públicos de Minas Gerais. Ele lembrou que, duas semanas antes do desastre, os medidores de pressão apresentaram sinais de que a barragem poderia se romper.
— Em 10 de janeiro, uma troca de e-mails confirmava que alguns piezômetros [medidor de pressão da água] passaram a apresentar leituras discrepantes. Cinco deles pararam de funcionar. No dia 23, os técnicos da Vale ainda estavam tentando decidir o que fazer. Duas semanas nessa história toda. A senhora foi informada sobre esses problemas? — indagou o parlamentar.
Cristina Malheiros disse que só foi informada sobre os problemas nos piezômetros um dia após o desastre. Ela afirmou que não se sentiu traída pela Vale, mas criticou a postura da empresa alemã TÜV SÜD, contratada para inspecionar a estrutura.
— A alteração foi identificada num primeiro momento pela TÜV SÜD, que estava fazendo as leituras desses instrumentos. Isso foi reportado à Vale por meio de e-mails, dos quais não participei. Só tive conhecimento dessa alteração depois do rompimento. Não me sinto traída. O que sinto é uma tristeza muito grande por ter sempre confiado nas empresas que prestavam consultoria — disse.
O senador Carlos Viana lembrou ainda que, sete meses antes do desastre, “um faturamento hidráulico” em drenos horizontais instalados na barragem causou sério risco à estrutura. Em um comunicado interno, a engenheira Cristina Malheiros reportou o incidente como grau de risco 6 — em uma escala que vai de zero a dez. No entanto, ao comunicar o caso à Agência Nacional de Mineração (ANM), reduziu o alerta para o nível 3.
— Pelas informações que temos, o nível 6 já incidiria na imediata suspensão dos trabalhos da barragem para outras verificações mais sérias envolvendo a possibilidade de rompimento — argumentou o relator.
A funcionária da Vale minimizou a gravidade do incidente. Cristina Malheiros classificou o faturamento hidráulico como “um problema pontual”.
— Como isso ocorreu no dia 11, reportei para a empresa tudo o que fizemos. Por isso, a classificação 6. A comunicação à ANM ocorreu no dia 16, quando toda a barragem estava em normalidade e não havia mais percolação com sólidos. Por isso, tem uma diferença de classificação — disse.
Sentimento de impotência
O segundo a depor foi o engenheiro Renzo Albieri, responsável pela gestão da barragem de Brumadinho. Ele disse que, até o momento da tragédia, a empresa acreditava na “estabilidade da estrutura”.
— Nosso sentimento de impotência é muito grande porque a gente não sabe as causas da ruptura — disse.
O senador Carlos Viana leu na audiência pública trechos de e-mails em que Renzo Albieri reconhece que a Vale não estava preparada para executar o Plano de Ação de Emergência em Barragem de Mineração em Brumadinho. O parlamentar lembrou ainda que, embora um radar tenha identificado anomalias na estrutura, nenhuma providência concreta foi tomada.
— Sei que todos foram muito bem orientados a manter a mesma linha de defesa da Vale e dizer que tudo foi feito dentro da lei. Mas não foi. As informações são muito claras de que vocês detinham todos os dados técnicos para evitar que a barragem matasse pessoas. O que a gente tem ouvido aqui é o tempo todo que a Vale cumpriu o papel dela. Não cumpriu — afirmou Viana.
Segundo Renzo Albieri, o radar que identificou anomalias ainda estava em fase de testes. Ele afirmou ainda que a empresa TÜV SÜD “nunca recomendou" que as operações fossem interrompidas em função da estabilidade da barragem.
Requerimentos
Após audiência pública, os senadores aprovaram dois requerimentos. O primeiro, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sugere o ajuizamento de uma ação cautelar de indisponibilidade de bens contra quatro dirigentes afastados da Vale: Fabio Schvartsman (diretor-presidente); Gerd Poppinga (diretor de Ferrosos e Carvão); Lúcio Cavalli (diretor de Planejamento e Desenvolvimento); e Silmar Silva (diretor de Operações). Os bens seriam bloqueados até o limite de R$ 5 bilhões.
O segundo requerimento, da senadora Juíza Selma (PSL-MT), pede a transferência à CPI dos sigilos bancário e telefônico de Makoto Namba, engenheiro da empresa TÜV SÜD. Ele fevereiro, ele teria admitido ter sido pressionado pela Vale a assinar uma declaração de estabilidade para a barragem de Brumadinho. Convocado para depor na comissão, Makoto Namba obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) e permaneceu em silêncio.
Fonte: Engenheiros da Vale negam que houvesse indícios de risco em Brumadinho
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A Insuportável Leviandade dos Economistas “Duros”: Ciência Econômica com Conteúdo Religioso e Moralizador
Meu colega Miguel Bacic enviou-me um artigo do Walter Graziano, publicado em site argentino. Dada sua originalidade esclarecedora, editei-o abaixo.
“O problema impeditivo para a economia não crescer é o alto gasto público… Precisamos fazer reformas mesmo sendo politicamente impopulares: uma profunda reforma trabalhista… de modo a substituir a compensação por demissão por outro esquema e acabe com a litigiosidade. Devemos impor uma reforma tributária compatível com o crescimento econômico e simplificar o sistema tributário. Fazer a reforma do setor externo, tornar mais flexível Mercosul. Antes de tudo, a reforma da Previdência Social tornando os critérios para aposentadoria mais exigentes, e daí faremos a reforma do Estado de modo a fazer sua retração de maneira abrangente”.
O que esse discurso-ladainha de economistas “duros” expressa diariamente na mídia, tanto na Argentina, quanto no Brasil e demais países subdesenvolvidos? Em “bom português”, devemos
reduzir os gastos públicos e os impostos,
reduzir os salários, as indenizações e as aposentadorias, e
ganhar competitividade com outros países perante o flexível Mercosul.
Os “duros” estão certos quando dizem “essas reformas não são muito vendáveis politicamente”. Nenhuma das partes, nem o neoliberal Macri, nem o peronismo federal, nem kirchnerismo, nem a esquerda, acredita na viabilidade eleitoral da agenda do “Partido Libertário” [aqui Partido Novo]. Eles a escondem do debate antes da eleição — e depois a adotam sob pressão da mídia hegemônica.
Nas pesquisas eleitorais (e nas urnas) resulta em 1,5% dos votos, mas tem uma vasta presença na mídia com ampla e esmagadora cobertura em todos os meios impressos e audiovisuais importantes, em muitos dos quais ele é uma “criança mimada”. Essas ideias inspiradas Hayek da Escola Austríaca são tanto originais, quanto problemáticas. Desse modo, nunca foram aplicadas em qualquer parte do mundo passado e moderno. Certamente, também não serão aplicadas no futuro.
Qual é o mais impressionante desta agenda imprudente estabelecida por economistas ultraliberais não sencientes, isto é, sem sofrimentos empáticos com outros humanos?
Neste projeto de tornar o setor privado e suas pressupostas livre-iniciativas autossuficientes e exclusivas, nem mesmo o tipo de mudança é nomeado. É como se para essa mesma coisa – “a única verdade” – não importasse fazer o debate – ou ela fosse dada e imutável. Mas a realidade não é assim.
A taxa de câmbio é importante – e muito – e é falso que os governos não possam influenciá-la, como demonstrado por inúmeros casos em uma enorme lista de países. A taxa de câmbio é importante e sua importância é de tal magnitude caso o país a tenha altamente depreciada – a moeda nacional desvalorizada no mercado de câmbio –, a urgência e sua importância é minimizada. Afinal, se esse mercado é livre e flexível, o país tem passaporte para o paraíso.
Esse salvo-conduto pode até ser cancelado, em caso de necessidade de diminuir a despesa pública nominal, tornar as pensões mais baixas e os salários mais flexíveis – também para baixo. Falar sobre eles, de modo a torna-los mais “flexíveis”, é um eufemismo hipócrita e mesmo os proponentes neoliberais não se atrevem mencionar.
Duramente, desejam pagar menores verbas rescisórias e cortar impostos incidentes sobre os ricos, forçando pelo “lado da oferta” o incentivar para o crescimento. Pretendem punir principalmente funcionários, classificados arbitrariamente como “privilegiados”. A “cereja do bolo” é tornar mais flexível o Mercosul, caso surja oportunidades de acordos bilaterais com a China, a Europa e/ou os Estados Unidos.
A alta taxa de câmbio real pode tornar a economia competitiva o suficiente para exportar para todo o mundo e não apenas para o Mercosul. A taxa de câmbio cumpre muitas funções, e a principal delas é justamente simplificar os ajustes reais nos salários, pensões, indenizações e gastos públicos via inflação. De outra forma, seriam politicamente impossíveis de tomar. Para isso existe a taxa de câmbio, entre outras coisas. Essa é a sua principal funcionalidade.
Por que esse grupo de economistas ultraliberais, liderados pelas ideias de von Mises e Hayek, proclama incansavelmente a necessidade de fazer todas essas reformas muito caras, em vez de apontar a necessidade de uma taxa de câmbio real alta?
É difícil saber, mas pode-se conjecturar esse grupo de economistas “evangélicos” gostar de “o sangue fluir”. Fazer os ajustes sangrentos. Cada grupo e setor econômico pagar por seus “pecados”. Isto tudo está subjacente nesse pensamento religioso, dominante neste tipo de “seita” – uma seita perigosa sem exames críticos nos meios de comunicação de massa.
Simplória, a doutrina inteligível popularmente é: se você pecar, você tem que pagar. “Não há almoço grátis”, disse Milton Friedman, em frase lugar-comum nesse discurso ultraliberal. No entanto, dada a rivalidade da Escola de Chicago com a Escola Austríaca, ele nunca atribuiu o liberalismo-conservador às ideias bizarras de Hayek. Esse conceito – você tem de pagar pelos pecados – parece flutuar no pensamento desses economistas.
A outra variável ausente deste discurso é a taxa de juros. Surpreendentemente, não há críticas ao fato de a taxa de juros em dólares, na Argentina, crescer de três, quatro ou cinco por cento ao mês em dólares em sua variante de taxa de captação passiva ou cerca de dez por cento em dólares por mês aplicável a ativos como empréstimos bancários.
Essa taxa é paga principalmente pelo Estado. Significa mais déficit estatal, influxos de capital especulativo ou capital-motel (entra-e-sai), e subsequente caos na produção quando está na forma de uma debandada.
Por que esses economistas não dão a mesma importância em seu discurso a esse fator? Por que há pouca conversa sobre a necessidade urgente de manter taxas de juros realmente baixas?
Além disso, estes seriam compatíveis com uma alta taxa de câmbio real, tornando-a consistente e promovendo o crescimento na Argentina, mesmo se as reformas “eternas” e “em profundidade”, sempre mencionadas e nunca feitas, possam ser ignoradas.
Bem – nós temos de repetir – por que este grupo de economistas, no papel auto imposto de “justiceiro”, procura impregnar a Ciência Econômica com conteúdo religioso e moralizador?
Porque uma política monetária “dura”, caracterizada por altas taxas de juros, “prejudica” quem gasta e não poupa, quem vive com crédito e dinheiro “estrangeiro”. Ela impõe ordem como se fôssemos todos ex-alunos reprovados em escola primária.
Por isso, vários desses economistas “evangélicos” tendem a relacionar o discurso econômico com “a ética do respeito irrestrito ao projeto de vida do próximo”. É como se, excepcionalmente, eles tivessem algo a ver com isso.
Como você pode ver, a Bíblia é colocada ao lado dos bens materiais. Religião – ou sua substituição pela ética – é colocada ao lado da Economia e das contas a pagar mundanas.
Hayek e Rothbard concluem como… Baruch Spinoza em Deus sive Natura. Aqueles economistas postuladores de axiomas não demonstráveis aqui no mundo terreno nada sabem disso… Por quanto tempo a Argentina [e o Brasil] deve sofrer uma overdose de pregações moralizadoras de um exército de economistas “duros”, quando todos falam da mesma maneira e dizem o mesmo absurdo?!
É difícil saber. Mas será difícil melhorar as coisas sem levar a sério um debate saudável e plural de ideias. O debate está interditado na mídia brasileira. Está selado o monopólio de acesso aos jornais e à TV por um grupo ou seita. É formado individualmente pelos economistas oriundos de bancos de negócios, obstruindo a troca de ideias diversas. A percolação (filtragem de ideias censuráveis) e a monopolização dos meios de comunicação massivos se faz com um discurso quase religioso.
Fonte: https://www.ambito.com/la-insoportable-levedad-los-economistas-duros-n5017734
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PS:
Evangélicos e protestantes se referem aos cristãos rompidos com a Igreja Católica durante a Reforma Protestante.
O termo “protestante” vem do documento formal de protesto – Protestatio – apresentado pelos luteranos em uma assembleia em 1529, manifestando a sua oposição à política religiosa adotada pela Igreja.
Já o nome “evangélico” vem do fiel que se submete ao ensinamento contido nas “boas-novas” (evangelium, em latim) trazidas por Jesus.
Os protestantes se declaravam seguidores do Evangelho – um dos seus princípios durante a Reforma era o da Sola Scriptura (“Só a Escritura”, em latim). Isso significava, para os protestantes, apenas a Bíblia ser a fonte de revelação suprema. Não deveria ser permitido à Igreja fazer doutrinas fora dela.
Todos esses movimentos estimulavam o fim do monopólio da Igreja sobre a interpretação da Bíblia e reivindicavam todo e qualquer cristão poder ler as Escrituras e tirar delas o que bem quisesse. Os protestantes recusavam a ideia de que um único líder – o papa – deveria guiar os rumos da religião. Sem um “chefe”, cada grupo começou a se fragmentar em diversas correntes, com pequenas divergências doutrinárias.
Abaixo você confere a diferença entre os principais ramos do cristianismo. Cada um carrega sua cruz – e seu monoteísmo. Divergências entre cristãos deram origem a várias denominações religiosas apresentadas abaixo. Todos deveriam ter a tolerância com ateus em retribuição da tolerância destes com quem necessita de algum conforto espiritual-religioso para viver em autoengano.
Cristianismo
Jesus pregava que a mensagem de Deus se destina a toda a humanidade, e não apenas ao povo eleito como diziam os judeus. A comunhão de bens, a partilha do pão e o batismo eram alguns dos ensinamentos de Jesus aos seus apóstolos e seguidores, que formavam uma pequena comunidade perto de Jerusalém.
Igreja Católica
Após a morte e ressurreição de Cristo, seus apóstolos começam a organizar uma religião, com hierarquia e regras. A crença básica da Igreja primitiva era uma só: Jesus é o Senhor, e a salvação dependia da fé n’Ele.
Igreja Ortodoxa
A denominação “Igreja Ortodoxa” só surge no século 11. Os ortodoxos só admitem ícones como representações de Cristo e de santos. Eles creem que o Espírito Santo só procede do Pai, e não do Pai e do Filho como os católicos.
Reforma Protestante (1517)
Martinho Lutero publicou “95 Teses” criticando a condução do cristianismo, como a venda de um lugar no paraíso (as indulgências). John Wyclif, Jan Huss e João Calvino também queriam uma Igreja mais “racional”.
Luteranos
Uma das novidades introduzidas por Martinho Lutero é a possibilidade de livre interpretação da Bíblia – no catolicismo de então, o livro era em latim e só os padres poderiam “traduzir” o que significavam os versículos das Escrituras
Anglicanos
A religião surgiu em 1534 por causa do rei Henrique VIII, que queria se divorciar, o que não era permitido pelo papa. Ele nomeou-se “Chefe Supremo da Igreja da Inglaterra” e rompeu com os católicos de Roma.
Batistas
Só os cristãos adultos, já conscientes de seus atos, podem ser batizados, mas o ato não é obrigatório para a salvação. Para os batistas, o crente deve escolher por sua própria consciência servir a Deus.
Metodistas
John Wesley deixou a Igreja Anglicana para pregar nas ruas da Inglaterra e fez vários discípulos, que criaram uma nova denominação. Na doutrina metodista, a Bíblia está no centro das fontes de conhecimento teológico.
Calvinista
João Calvino queria uma religião com maior observância à Bíblia e princípios morais mais rígidos. Uma das doutrinas do calvinismo é a da predestinação: alguns humanos já nascem salvos, enquanto outros não.
Pentecostalismo
Surgiram nos EUA movimentos com influência de batistas e metodistas. Eles aceitavam manifestações do Espírito Santo, como a capacidade de curar doentes, de fazer milagres e de falar línguas.
Neopentecostalismo
Diferem dos pentecostais pelos costumes mais liberais e por adotarem a teologia da prosperidade, que valoriza a riqueza material. Também creem que o Diabo é o responsável por todo o mal.
Anabatista
Os anabatistas eram conhecidos como a “ala radical” da Reforma Protestante. Pacifistas, eles se recusam a portar armas, usar espadas ou até mesmo prestar serviço militar.
Amish
Grupo cristão baseado nos Estados Unidos e Canadá famoso pelo isolamento. Os amish evitam contato com o mundo exterior: é proibido o uso de equipamentos eletrônicos como telefones e automóveis e pratica-se o casamento intrarreligioso.
Testemunhas de Jeová
Não creem na divindade de Jesus Cristo e nem na Santíssima Trindade. Afirmam adorar exclusivamente a Jeová (Deus). Entre alguns dos pontos polêmicos defendidos por eles, está a proibição da transfusão de sangue entre os fiéis.
Mórmons
Conhecida como Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – o nome “mórmon” vem de um profeta. O batismo é feito em uma fonte especial, sobre 12 bois, que representam as 12 tribos de Israel.
Adventistas
Os adventistas pregam o retorno de Jesus Cristo. Alguns creem no sono da alma entre a morte e a ressurreição, e outros fazem a guarda do sábado, dia em que não podem trabalhar. Evitam carne e narcóticos.
Restauracionismo
Os teólogos divergem quanto à classificação de testemunhas, adventistas e mórmons. Alguns afirmam que vieram da insatisfação de protestantes de várias correntes, que queriam “restaurar” o cristianismo original nos EUA.
Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-a-diferenca-entre-protestantes-e-evangelicos/
A Insuportável Leviandade dos Economistas “Duros”: Ciência Econômica com Conteúdo Religioso e Moralizador publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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