#pela primeira vez se sentiu mal por ter se envolvido com outra pessoa além de kwahu
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exodusims · 3 months ago
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Inverno.❄️
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fameili · 5 years ago
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📁 𝐭𝐚𝐬𝐤 𝟎𝟎𝟒 —— the missing students case.
Olhos atentos vasculhavam a sala, à procura de algo brilhante o suficiente para admirar. Meili estava à beira de um ataque de nervos depois de tantas aventuras desprezíveis, horas de espera e a ansiedade lhe dizendo coisas nada bonitas: aquela noite parecia não terminar nunca, com os minutos se arrastando lentamente enquanto estava sentada na sala do diretor.
—— Você está nervosa, senhorita? —— Voltando para o mundo real, a chinesa percebeu a voz calma da Fada Azul perguntando sobre o seu estado. Mentir estava fora de cogitação e logo acenou positivamente com a cabeça. —— Aceita um pouco de chá, então? Para se acalmar. 
Num passe de mágica — literalmente —, uma xícara azul cheia apareceu em sua frente. O aroma não era de nenhum chá em particular e, sim, de familiaridade. Seu cérebro tinha dado tantos nós que não se tocara que a bebida poderia ter alguma erva tranquilizante, já que seus músculos começaram a relaxar imediatamente. Meili, que havia minutos sem falar sequer uma palavra, sentiu que a voz retornara para a garganta e que o nó havia sido desfeito. Enfim pode concordar com o registro da conversa com mais de um aceno de cabeça, começando o interrogatório.
—— Identifique-se: nome, idade, filiação, raça. 
—— Fa Meili, do clã Fa de Yucheng. Vinte anos, filha mais nova de Fa Mulan e Li Shang, humana. Minhas habilidades são uma benção dos meus ancestrais. —— A insegurança aparecia até mesmo para responder a pergunta mais simples, já que Meimei não parava de mexer nas cutículas e bater os pés no chão.
—— Qual foi a primeira coisa que fez assim que chegou à Ilha dos Prazeres? 
—— A primeira coisa… Desci da carruagem e fui direto comprar ingressos com o meu irmão mais velho, Qi Liang. Ele está no último ano e achei que seria divertido passarmos o dia juntos, mas ele não gosta muito de bagunça como eu. —— Ao falar do irmão, Meimei se sentiu um pouquinho mais segura ao lembrar de que ele estava esperando do lado de fora. Precisava ter coragem para encarar os próprios sentimentos e as inseguranças, logo, resolveu encarar o Diretor e a Fada que lhe observavam. —— Ele é um ótimo irmão, de verdade. Depois eu fiquei com uns amigos, gastando os meus ingressos e aproveitando o passeio, mesmo.
A pena movia-se de maneira rápida, rabiscando os dizeres de Meili naquele pergaminho. Ela imaginava quantos daqueles teriam, afinal, se ele fosse mesmo interrogar todos os alunos pilhas de papel iriam se formar. 
—— Viu algum dos aprendizes desaparecidos? —— A fala fez um frio subir pela espinha de Fa. Não tinha por quê ficar nervosa, certo?! —— Era próximo de algum deles? Tinha inimizade com algum deles? 
A jovem suspirou antes de começar a falar, tentando manter sua respiração estável.
—— Sim, eu vi alguns deles no parque. Cheryl participa de uma das minhas equipes, então eu avisei que teríamos treino na quinta de tarde, mas não falei com mais ninguém. Além de Cheryl, a maior parte eu conhecia de vista, só, mas é porque eu conheço todo mundo. —— A chinesa respirou profundamente mais uma vez  para manter a calma ao falar das inimizades, e tomou até mesmo um gole de chá antes de continuar. —— Quando o senhor ficou inconsciente durante a maldição do sono, Alizayd me chamou de criada e machucou meu irmão e minha amiga. Isso é inaceitável em vários níveis, mas já tivemos essa conversa antes. —— Apesar de ter medo de se defender, não conseguia passar por cima daquele assunto sem pontuar as atrocidades que o filho de Aladdin fizera com sua família. 
—— As ações do senhor Alizayd não estão em pauta neste momento, senhorita Fa. Por favor, atenha-se às perguntas. Quanto aos outros aprendizes, tem inimizade com alguém em Aether além dos desaparecidos? —— Merlin perguntara, atento à sua resposta. A morena balançou a cabeça, insatisfeita com aquela resposta do feiticeiro.
—— Já tive problemas antes, com Njord e Aspen, visto que ambos estavam envolvidos em toda a briga durante a maldição. São o mais próximo que tenho de inimizades e nem é tão sério assim. Também tive problemas com Karou, mas eu consegui me resolver com ela, como uma pessoa normal. Nunca resolvi meus problemas queimando os outros, Diretor.  —— Tantas emoções a faziam confusa e, com o nervosismo, tendia a responder de qualquer maneira.
—— Senhorita, contenha-se. Esta é a minha segunda advertência sobre o mesmo assunto para você, não vamos chegar numa terceira. Fez algo inusitado no passeio? 
—— Não. Segui as regras, fui nos brinquedos, me diverti com meus amigos, nada que eu não faria normalmente.
—— Você se lembra de ter visto algo estranho no passeio ou uma presença estranha? 
—— Eu... Na verdade, sim. Uma das minhas viagens na roda gigante foi com o príncipe Ever. Quando eu estava olhando para ele, algo me chamou a atenção no fundo porque não parecia… normal? Era alguém, todo vestido de preto no sol. E olha que eu conheço todo mundo e nenhum dos góticos da escola foi todo de preto, porque é extremamente desconfortável você passar um dia ensolarado numa roupa toda fechada e escura. Isso é uma péssima escolha de moda e…
—— Responda a pergunta, senhorita.
—— Ah, isso, certo. Perto do carrossel. Eu pensei: que emo que veio todo de preto e ainda estava andando perto do carrossel? Isso não faz sentido. Tenho certeza que o carrossel é o brinquedo que menos combina com esse estilo de vida. Então eu e Ever tentamos descobrir quem era, porque estava curiosa para entender o outfit e falar com Araminta De Vil depois sobre. A gente girou um pouco na roda e eu já estava quase desistindo de entender quem era o abençoado, até que a pessoa foi até o túnel do amor e andou no meio das atrações. Foi aí que a gente percebeu que não era uma pessoa, porque ele começou a mudar de forma. 
—— E você tem uma ideia do que seja?
—— Uma sombra, oras, ou alguma coisa parecida. Lembro-me mais de criaturas chinesas do que as que rondam por aqui, então não descarto a chance de ser o que a gente entende por fantasma ou uma aparição. Eu não sei, mesmo, mas foi muito esquisito.
A pena anotava tudo com uma rapidez formidável, encantando a jovem Meili. Ela queria uma daquelas para copiar a sua matéria. Logo a pergunta seguinte chegou, tirando-a da distração momentânea de encarar o objeto mágico.
—— Já cogitou prejudicar ou fazer mal a um colega aprendiz?
——  Nunca na vida. Se eu digo para alguém que quero socá-lo, é tudo mentira, não sou capaz de levantar o dedo contra uma mosca. —— Pela indicação de que o nariz não crescera, estava falando a verdade. 
Tinha começado a se tranquilizar com as últimas perguntas, até que o Diretor trouxe à tona o assunto mais delicado da reunião: o desaparecimento de um certo aprendiz.
—— Recebemos a informação de que você foi visto em atitude suspeita perto do Trem Fantasma e que já disse ter interesse em “acabar com a raça de Alizayd de Agrabah”. Por que disse isso? —— Frustrada, Meili arregalou os olhos, não acreditando no que estava ouvindo.
—— Meu histórico não tem uma entrada de violência, sou da casa Aderem e sempre prego pela justiça! Agora, ele machuca o meu irmão e minha melhor amiga e eu devo ficar quieta? Eu não levantei minha mão contra Alizayd e nem iria, por mais raivosa que estivesse. Muito menos queria que ele desaparecesse e levasse consigo outras onze pessoas. Não tive atividade suspeita no Trem Fantasma, eu nem cheguei perto de lá. No reino da China, tratamos aparições com mais cuidado, espíritos raivosos não são entretenimento.
O chá não parecia ter mais efeito, pois suas mãos voltaram a tremer copiosamente. Afundou um pouco na cadeira, deixando de lado a boa postura para tentar se sentir mais confortável. Agora, só queria sair dali o mais rápido o possível. 
—— Está nervosa novamente, senhorita? Tem certeza de que não viu mais nada suspeito?
—— Claro, doze pessoas sumiram, uma amiga minha inclusa. Eu não deveria estar nervosa? E não, nada além do que eu já falei. Pelo Narrador, eu só quero ir para o meu dormitório de uma vez. 
Os olhos vermelhos indicavam cansaço e uma predisposição para o choro, entretanto, a Fa se segurou para não quebrar ali mesmo.
—— Já que você não estava no Trem Fantasma, existe alguma razão para que algum de seus colegas possa querer te comprometer com respostas falsas? 
—— Eu não sei, mas se alguém falar mal de mim, é por pura maldade. —— A garota confessou, com a voz falhando. —— Eu tento o meu melhor ser legal com todo mundo, por que falariam essas coisas de mim?
A pergunta não foi respondida nem por Merlin, nem pela Fada que observava a conversa. Até o momento, Meili, apesar de surtada, estava sendo completamente verdadeira em suas respostas.
—— Fomos informados de que se meteu em um desentendimento no final do passeio. Se importaria de explicar o motivo? 
A pergunta foi o suficiente para puxar toda a lembrança da briga e, por conseguinte, fazer a mais nova do clã Fa cogitar a chorar, silenciosamente. Além de todo o estresse que estava passando com a situação dos sumidos, Draco ainda havia magoado-a de maneira monumental com pouquíssimas palavras, um talento que deveria ter herdado ou aprendido da mãe. Meili deveria ter as muralhas de proteção de Mulan, contudo, andava por aí sem medo de ser machucada pelos outros e, quando acontecia, só restava aceitar as consequências de ser vulnerável assim. Ninguém mandara confiar em Draco em primeira instância, agora, além dele ter mentido para a sua avó, ainda havia irritado a jovem chinesa com as suas acusações. 
—— Eu briguei com o filho da Malévola, mas não... não por coisas que aconteceram no parque. —— Não conseguiria ser mais específica do que aquilo, arriscava chorar ali mesmo. Não o fez, entretanto, engolindo a vontade e apenas tomando um certo tempo para respirar.
A Fada Azul movimentou-se, apontando para a xícara de chá novamente. A aderense não deveria demonstrar tanta tristeza, mas talvez não estivesse tão chateada se as coisas não tivessem se acumulado daquela forma. Precisava dormir e refletir um pouco, antes que fizesse alguma besteira maior. Finalmente tomou o chá, parando de tremer logo em seguida. Também precisava do nome daquele calmante para ontem, pois ele era instantâneo e delicioso. Pelo menos, Merlin não continuou o assunto da briga, entendendo que a mágoa mais parecia uma confiança partida do que uma pista no caso dos desaparecidos.
—— Estamos quase acabando, senhorita. Reparamos que foi uma das últimas a chegar no ponto de encontro. Qual o motivo para ter demorado? 
—— Eu estava com Autumn, conversando sobre o que aconteceu. Ela me ajudou a me acalmar antes de eu me enfiar no meio de tanta gente de novo. —— Alívio de saber que estava quase acabando acabou aparecendo na resposta. Depois de mais de uma hora ali dentro, só esperava que aquilo se encerrasse de uma vez.
—— É verdade que passou quinze minutos sozinha antes de se encontrar com o grupo?
—— Não, não é. Eu não fiquei sozinha desde que discuti com o filho da Malévola, Autumn estava perto e ficou comigo desde então. Se não fosse ela, teria ficado mais... desconfortável do que fiquei.
A Fada Azul finalmente balançou a cabeça de maneira positiva, satisfazendo o mago que logo deixou a pena repousar sobre a mesa. Meili deixou um suspiro de alívio correr por seu corpo e logo o diretor sinalizou a sua liberação. A jovem quase pulou da cadeira para a liberdade, contudo, a voz masculina a parou antes que passasse pela porta:
—— Tem alguma coisa que queira nos contar? Essa é a única vez que vamos te dar essa oportunidade.
—— Não, mas precisoperguntar uma coisa: isso vai acontecer com mais pessoas?
O senhor balançou a cabeça, mas sem dar uma resposta concreta.
—— Essa resposta eu não tenho como te dar, senhorita Meili.
Após sair da sala do diretor, o primeiro instinto da jovem fora procurar por um rosto conhecido no meio dos alunos esperando para serem interrogados. Para a sua sorte, Qi Liang tinha sido convocado antes para o questionamento, portanto, estaria disponível para levá-la ao dormitório. Eventos traumáticos na Instituição poderiam realmente unir uma família não é? No entanto, assim que viu seu irmão estoico esperando-a como haviam combinado, Meili não conseguiu segurar suas angústias até a casa Aderem. 
Por mais que tivesse péssimas escolhas de moda e beijasse todas as suas amigas, Qili era o seu irmão mais velho querido e estimado. Não conseguiria imaginar o quão devastada ficaria se não encontrasse aquela expressão preocupada no meio da multidão e, se pessoas de grandes contos estavam mesmo desaparecendo, ninguém poderia garantir a sua segurança. As lágrimas desciam de maneira rápida por seu rosto, pois Meili finalmente cedia à elas. Movidos pelo desespero de um cenário sem Qili, logo os soluços também apareceram, indicando o quão alterada estava com toda a situação.
Uma promessa do mais velho seria a chave para tranquilizar a caçula, mas como ele poderia dizer algo se o som das lágrimas era a única coisa que Meili escutava? Todavia, lá no fundo, Qili sabia que não precisava de palavras para confortar a jovem, muito menos frases motivadoras e genéricas. Não, ele era munido de algo muito mais forte.. Abraçou Meimei, deixando a garota apertar-lhe o quanto fosse necessário. No final das contas, nenhuma magia de cura poderia se comparar com o poder de um abraço, com a capacidade de afirmar silenciosamente "não se preocupe, eu estou aqui com você e não vou te deixar para trás."
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a-hood · 5 years ago
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aethertask!
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Ter de esperar longamente dentro das carruagens sem quaisquer informações sobre a demora para o regresso a Dillamond foi enlouquecedor. “Quando eles vão dizer alguma coisa?” A jovem se questionava. “Será que algum aprendiz foi transformado em asno pelo cocheiro? Ou será que alguém se feriu?” Sua mente fervilhava diante da gama de possibilidades. Tudo isso somado ao fato de estar presa em uma carruagem com: a) uma aprendiz passando mal por ter caído no parque e b) dois aprendizes que pareciam a beira de se matarem - verbalmente - não estava ajudando em nada. Não fosse Basile, para conseguir deixar seu dia mais tranquilo, aquela sem sombra de dúvidas poderia ser classificada como “uma das piores maneiras de se terminar uma comemoração de aniversário”. Agradeceu mentalmente por ter encontrado o amigo no parque abarrotado de aprendizes e ter passado o final do passeio com ele.
Quando finalmente regressaram ao castelo, a notícia de que não poderiam voltar para as suas casas foi devastadora. Seu corpo sentia os sinais do cansaço de um dia cheio e tudo o que ela mais queria era poder tomar um banho relaxante antes de dormir. Um suspiro escapou por entre os lábios enquanto caminhava de um lado para o outro na sala de espera antes do interrogatório. Seus amigos lhe dirigiam algumas palavras as quais ela retrucava sem prestar muita atenção. Recusava-se a acreditar que um dia tão produtivo e divertido como aquele terminasse assim. Ela havia se comportado, não havia? Não discutira com ninguém, não arrumara briga com outro aprendiz, inclusive tentara se aproximar daqueles que constantemente lhe irritavam, como era o caso de Brooke e Aspen. Ela havia interpretado o papel de “mocinha” e mesmo assim aguardava sua vez de depor como se fosse culpada.
“Alexis Fitzwalter Hood” ouviu seu nome ser anunciado e prontamente se dirigiu à sala do diretor, sentindo um formigamento incômodo por todo o seu corpo, como se uma corrente elétrica estivesse passando por ele. — Boa noite. — Seu cumprimento não passou de um murmúrio quando acomodou-se na cadeira a qual conhecia tão bem e, naquele momento, se tornara tão desconfortável. Os boatos entre os aprendizes já começavam a percorrer e ela tentava se manter racional, esperando até que a verdadeira razão para aquilo tudo fosse revelada por Merlin. 
“Para fins de análise e consulta posterior essa conversa será registrada, senhorita Hood e, como você pode perceber, nossa ilustre convidada está aqui para garantir que somente a verdade faça parte de seu discurso.” Não houve questionamentos acerca do consentimento dela sobre como as coisas funcionariam no interrogatório, somente um informativo de quais seriam as condições, as quais ela devia aceitar sem questionar, como bem percebeu nos olhares dos interrogadores. Quando foi anunciada a presença da Fada Azul, a criatura mágica assentiu secamente, aproximando-se da bancada e fincando os olhos julgadores na jovem Hood, que sentiu o formigamento em seu corpo intensificar.
“Por gentileza, identifique-se. Diga seu nome, idade, filiação, raça.” — Alexis Fitzwalter Hood, dezoito anos. Filha de Robin Hood e Marian Fitzwalter Hood, humana. — Sua voz soou monótona, enumerando todas as informações solicitadas enquanto seus olhos pousaram em uma lombada qualquer de um dos livros na estante do diretor.
“Qual foi a primeira coisa que fez assim que chegou à Ilha dos Prazeres?” — Desci da carruagem? — A confusão com aquela questão fez sua testa se enrugar, pois realmente fizera muita coisa no parque de diversões e recordar-se com precisão sobre a primeiríssima coisa que fizera era uma tarefa meio difícil. Entretanto, diante dos olhos inquisidores aguardando uma resposta, ela esforçou-se um pouco mais. 
— Bem, eu fui procurar alguma coisa para fazer e, me dei conta que ainda não havia celebrado meu aniversário apropriadamente com todos os últimos eventos então fui procurar o que fazer naquele mapa que tem bem perto da entrada, sabe? Eu quis comer e ao mesmo tempo jogar tiro ao alvo, mas percebi que eu estava completamente frustrada porque meus pais não tinham nem me dado parabéns e acabei optando por só fazer um reconhecimento do ambiente, vendo quais barracas e brinquedos estava disponíveis, quais tinham mais ou menos fila... Isso serviu para me tranquilizar um pouco até eu decidir o que ia fazer para comemorar. Dei sorte de encontrar alguns amigos depois que me ajudaram a celebrar apropriadamente. — Sabia que estava sendo detalhista demais, mas também entendia que precisava ser assim, pois qualquer informação poderia ser útil.
“Doze aprendizes estão desaparecidos.” Ao jogar a bomba nos braços de Alexis, o diretor listou os nomes de todos eles. “Viu algum dos aprendizes desaparecidos? Era próximo de algum deles? Tinha inimizade com algum?” Para essa questão, apenas balançou a cabeça negativamente. Não era próxima de nenhum deles, não os conhecia e quem dirá teria algum tipo de inimizade. Ela poderia se envolver em brigas e discussões facilmente pelo temperamento impulsivo, mas indo contra todas as regras do universo, naquele dia em especial não havia se envolvido em nenhuma confusão a não ser algumas apostas. E, mesmo assim, para que não houvessem dúvidas sobre sua resposta, resolveu murmurar: — Não, não os conhecia e tampouco tinha inimizades com eles.
“Fez algo inusitado no passeio?” Alexis buscou na memória algo que pudesse ser considerado inusitado. “Ganhar uma quantidade exorbitante de prêmios no tiro ao alvo era considerado inusitado?”, pensou. Talvez não para a descendente do Robin Hood, por isso repetiu o gesto de negação com a cabeça. Sabia da seriedade do caso e não ia fazer gracinhas ou prolongar ainda mais aquele questionário. A não ser que... — Eu tive um momento com Brooke. Um tranquilo, sem qualquer discussão o que é estranho... Normalmente não nos damos tão bem assim, mas eu tinha feito aniversário e meio que damos um dia de trégua? É, foi isso. — Deu de ombros, passando a desenhar círculos no próprio joelho com o dedo indicador.
“Você se lembra de ter visto algo estranho no passeio ou uma presença estranha?” — Hm... não... — Começou, mas logo em seguida lembrou-se de um evento curioso que presenciara no parque. — Quer dizer... teve uma hora quando eu estava no tiro ao alvo com o Ian Dunbroch... Eu teria vencido se não fosse... — Sua testa franziu, tentando se recordar exatamente o que acontecera, pois era algo que não conseguia explicar com exatidão. — Bem, nós queríamos ver quem ia ganhar mais prêmios e a competição estava empatada até então. Quando eu estava lá, aguardando a minha vez, uma... coisa... chamou minha atenção. Eu não sei dizer o que era. — Anunciou, assim que viu Merlin e a Fada Azul trocarem olhares. Ela sabia que eles lhe perguntariam o que tinha sido e ela não saberia dizer. 
— Se parecia com uma pessoa e ao mesmo tempo não. Era um vulto, uma silhueta? Sabe? Eu pensei ser alguém que estivesse cuidando da barraca ao lado, pois não estava junto das outras pessoas... estava atrás, no backstage do lugar, entende? Eu vi essa coisa uma, duas vezes... e fiquei curiosa, mas depois deixei pra lá porque eu tinha que me concentrar no jogo. Só que quando chegou a minha vez, a coisa se mexeu abruptamente e sumiu! Pude acompanhar somente pela visão periférica, mas eu senti um frio na espinha muito estranho e fiquei tão assustada que errei o alvo. Eu nunca erro o alvo! Mas aquilo tinha sumido. Do nada.
“Entendo... Obrigado pelo relato, senhorita Hood. Certamente vamos investigar o que pode ter acontecido, mas não se preocupe, você conhece a história da Ilha dos Prazeres, não é mesmo? Aquele lugar por si só já dá frios demais na espinha.” Ele brincou, retirando os óculos para limpá-los. Alexis sabia que havia muito mais por trás daquele discurso tranquilizador que o velho não queria revelar, mas ela não quis se aprofundar na questão e logo o questionário seguira com outras perguntas. “Você tem inimizade com alguém em Aether?”
— Ah diretor, você me conhece... Posso ter saído na mão com um aprendiz ou outro e meu relacionamento com a Brooke não é lá essas coisas, como já mencionei aqui hoje. Vincent que se acha melhor que todo mundo e eu preciso trazer ele para a realidade de vez em quando... O Aspen também pode ser um pé no saco quando quer além da namorada sem sal dele, a Jane, que acha que pode me vencer na esgrima... bem, e por aí vai... 
“Já cogitou prejudicar ou fazer mal a um colega aprendiz?” — O que? — Ofegou, ajeitando-se na cadeira. Será que eles estavam cogitando a ideia dela ter sido responsável ou cúmplice no desaparecimento dos aprendizes? Depois lembrou-se da Fada Azul e suspirou. — Claro que já! Mas eu não faria nada que pudesse realmente prejudicar alguém. Posso não ser uma de suas melhores aprendizes, não sou exemplar nem nada e veja só, caí na casa apadrinhada por Jafar! Mas, lá no fundo você sabe que eu tenho um bom coração, Merlin. Se eu dei um soco em alguém foi por autodefesa. Não saio por aí distribuindo agressões porque eu quero, senhor.
“Recebemos a informação de que você foi visto em atitude suspeita perto do Trem Fantasma e que já disse ter interesse em “acabar com a raça de Cheryl La Bouff”. Por que disse isso?” — Tá certo pessoal, que brincadeira de mau gosto é essa? — Dessa vez, sua cabeça girou para os lados enquanto seus olhos vasculharam o escritório de Merlin como se a qualquer momento alguém escondido fosse aparecer e dizer que aquilo tudo fora uma piada. Mas ninguém surgiu, fazendo Alexis se recostar novamente na cadeira, cruzando os braços mal humorada. “Quando é que isso vai acabar?”, se perguntava. — Não, eu não fui ao trem fantasma e nem disse que queria acabar com a raça de Cheryl La Bouff. Eu nem conhecia a garota!
“Você está me dizendo então que existe alguma razão para que algum dos seus colegas possa querer te comprometer com respostas falsas?” Alexis revirou os olhos, afundando-se ainda mais na cadeira, mantendo os braços cruzados. — Não foi isso que eu disse. Mas, sim? Eles podem ter alguma razão para isso, não sei... Olha só, eu não faço a mínima ideia do que se passa na cabeça doentia dos “meus colegas”. O que interessa agora é que vocês me perguntaram. Eu respondi. E meu nariz continua do mesmo tamanho. Então, eu menti por acaso? — Ergueu uma das sobrancelhas, aguardando uma resposta, mas tudo o que teve de retorno foram mais perguntas. 
“Fomos informados de que se meteu em um desentendimento no final do passeio. Se importaria de explicar o motivo?” — Desentendimento? Não! Eu presenciei um, isso sim. Quando eu estava voltando para as carruagens, vi Melena e Zane se dirigindo para outra carruagem com os nervos aflorados. Mas deve ter sido coisas de namorados, quem se importa? — Deu de ombros. E, realmente naquele dia ela se esforçara ao máximo para não brigar com ninguém, era um dia especial que acabara se transformando em uma tragédia.
“Oh sim, reparamos que foi uma das últimas a chegar no ponto de encontro. Qual o motivo para ter demorado?” Sentiu seu pescoço esquentar e desviou o olhar. Como eles sabiam? — Eu encontrei D’Rose. O Baz, que é doce e gentil, completamente diferente do irmão... Nós somos amigos, fomos até a roda gigante e depois ficamos conversando um tempão. Fazia tempo que não nos falávamos assim então nem vimos a hora passar, foi por isso que me atrasei.
“É verdade que passou quinze minutos sozinha antes de se encontrar com o grupo?” — Quinze minutos? O que? Não! Vocês cronometraram por acaso? Como eu disse antes, encontrei o Basile e nós ficamos conversando desde então. Quando percebemos que estávamos atrasados, fomos direto encontrar o grupo para voltar então não, não passei quinze minutos cronometradamente sozinha.
“Você está nervosa, senhorita Hood? Tem certeza que não viu nada suspeito?” Uma risada sarcástica escapou pelo nariz ao mesmo tempo que inclinava-se para frente. — O que vocês acham? Eu tô aqui respondendo a um monte de perguntas por... sei lá quanto tempo! Sim, eu tô nervosa e cansada. Mas quem se importa, não é mesmo? Vocês é que não são. — Alexis podia jurar que ouviu a fada lhe pedir para ficar calma, mas ignorou completamente. — Já contei para vocês o que eu vi de suspeito, não contei? Vocês acabaram o interrogatório, posso me retirar?
Merlin suspirou e assentiu, o que fez Alexis começar a se levantar. Entretanto o diretor pigarreou e ajeitou os óculos antes de fazer uma última pergunta. “Tem alguma coisa que queira nos contar, senhorita? Essa é a única vez que vamos te dar essa oportunidade.” Cansada, deixou que seus ombros caíssem quando revirou os olhos. — Eu já contei tudo o que podia, senhores. Com todo o respeito, eu preciso mesmo descansar, tudo bem? — E, assim que obteve a aprovação, saiu da sala agradecendo mentalmente por aquilo finalmente ter acabado.
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caelestis1989 · 6 years ago
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Review: Arrow 7x12 “Esmerald Archer”
Achei um episódio regular. Esperava mais, e mais uma vez o Marc não deu o merecido destaque para a Felicity num episódio comemorativo. O que não é nenhuma novidade. Concordo com parte do fandom que se sentiu insultado pela Felicity nem ter sido considerada uma das heroínas/vigilantes do documentário. Isso foi bem confuso, além de injusto. Me pergunto se é de domínio público a informação de que ela é a Overwatch da equipe. Parece que eles nem consideraram que em uma equipe de vigilantes eles precisam de alguém nos bastidores guiando o caminho dos vigilantes em campo. Mas esse não é o único furo de roteiro desse episódio. 
É ridículo o quão desleixado o MG é com uma série que ele costumava estar no comando. Agora parece que ele só faz isso de propósito. Talvez o ego dele esteja ferido porque a sua substituta está sendo muito elogiada pelos telespectadores com a nova direção que a série tomou, mesmo com os pontos fracos. 
Enfim, vamos começar...
Queen Family
Felicity e William
Eu vou deixar especifico o foco entre Felicity e William porque o Oliver mal teve contato com o próprio filho mesmo após ele retornar do internato. Ainda estou tentando lidar com esse fato. 
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Crédito: @oliverxfelicity
A princípio, parece que Felicity foi buscar o William no internato. 
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William fica incomodado com a presença das câmeras. O que é muito compreensível. É inoportuno dado o momento a família não ter privacidade para lidar com seus problemas. Nem ele, nem a Felicity querem uma audiência no meio dos seus assuntos familiares. 
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O único que parece muito mais a vontade é o Oliver. O que me deixou completamente surpresa, esse é um comportamento inédito do personagem. 
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Eu achei bem confuso a surpresa da Felicity em ver o quanto o William cresceu. Ele não parece mais alto que dá última vez que os vimos juntos. Mas o que ficou bem claro é que parece que os dois não se veem a bastante tempo. O que descobrimos mais no decorrer dessa história.
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Crédito: @olicitygifs
Felicity percebe que William não está confortável com aquelas pessoas em volta e dá um aviso sútil de que por mais que o Oliver esteja investido nessa coisa de transparência, ela não pode ultrapassar a privacidade deles como família. Todos os pontos para a Mamãe Urso. E é nesse ponto em que o Oliver se toca da situação inconveniente e decide tomar uma posição pensando no bem estar do filho. Ele avisa aos envolvidos no documentário de que seu filho não será filmado, que nenhuma imagem dele será usada nas gravações. Essa é a primeira vez que vejo nenhum tom de ameaça sobre a privacidade do William. Da última vez, ele foi bem ameaçador com a Samanda Watson sobre a possibilidade do William ser chamado para depor. No momento atual, o Oliver parece mais amigável. 
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Crédito: @olivergifs
O Oliver está muito disposto a mostrar para a cidade de como é a rotina dele trabalhando para a SCPD. Ele vê hoje que o melhor caminho que ele poderia ter tomado seria ser transparente com todos desde o início. Sinceramente, não sei como ele pode achar que isso é possível. Na época ele não tinha a mesma maturidade de hoje, além do fato de que acho muito improvável que as autoridades iriam aprovar suas atividades noturnas, mesmo sem o uso de uma máscara.
O Oliver deveria tomar cuidado com essas declarações de com a vida dele está melhor como nunca. Toda vez que ele pensa que a vida não poderia ser mais maravilhosa as coisas explodem. 
Enquanto o Oliver está totalmente focado no documentário e preocupado em achar a meia-irmã sequestrada que ele conheceu ontem. O William desconta toda a sua raiva por ter sido abandonado no internato em cima da Felicity.
William fica irritado quando não consegue ter acesso a internet pelo seu tablet. Ele exige que Felicity corrija qualquer vírus que ela colocou no firewall. Ele joga o tablet no colo dela. Não gostei da atitude dele, achei que ela foi muito branda ao lidar com essa situação. Mesmo ela explicando que o procedimento era por segurança, para que nenhuma pessoa de fora pudesse ter acesso ao wi-fi deles, ele não quis saber. Ela fica impressionada com as habilidades do William ao reconhecer os mecanismos de defesa dela. Ela concede o acesso do tablet e entrega pra ele. 
Felicity quer saber porque ele está tão irritado. William desconversa e diz que era só por causa do tablet. Até parece! 
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Crédito: @arrowdaily
William pergunta porque eles não buscaram ele no Natal. Eu fiquei chocada com essa informação. Pra mim, não faz sentido a Felicity ter deixado o William no internato. Felicity diz que eles estavam com muitos problemas. Bem, ela estava ocupada ajudando o Team Arrow e Team Flash com mais um problema no Multiverso. Trocas de identidade entre Oliver e Barry. Mas William não sabe dessas informações. Então é justificável que ele se sinta magoado com tudo isso.
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Ele se afasta. Ele não acredita nas palavras da Felicity. Aposto que ele lembra da promessa que ela fez pra ele antes de levá-lo para o internato em Cambridge. Ela prometeu que iria buscá-lo quando resolvesse o problema com Diaz. Infelizmente, ela não cumpriu essa promessa. Eu fiquei confusa por ela não ter feito isso justamente no 7x08. A justificativa poderia ser o fato de que eles ainda estavam com as mudanças e preferiram manter o garoto no internato quando resolvessem todas as pendências, além de esperar o semestre dele terminar. Por um lado faz sentido, eles queriam dar alguma estabilidade na vida do William mas a falha sobre isso é que eu duvido muito que era isso que ele queria. 
O William queria voltar pra casa. Outra falha nessa história é que nunca vimos isso ser debatido entre Oliver e Felicity. O garoto mal foi mencionado no 7x08. Isso me incomodou. O William faz parte da vida dos dois, eu nunca entendi muito bem essa demora para trazer o menino de volta. É como se não fosse considerado os sentimentos dele sobre esse distanciamento. Vale pontuar, que o William já passou por muitas mudanças em sua jovem vida. Ele perdeu a mãe e teve que se adaptar a uma nova vida em outra cidade com alguém que ele mal conhecia. Não é à toa que o William continua tendo problemas em 2040. A única coisa que seria desproporcional nisso tudo é se ele continuasse se sentindo abandonado pelos dois mesmo depois de tantos anos, não foi um longo período pra que isso seja justificado. 
William acusa Felicity te tê-lo abandonado naquele internato. Ele foi a única criança que ficou confinada na escola no Natal. 
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Crédito: @felicitysmoakgifs
Nós sabemos que Felicity está sendo sincera ao dizer que sentiu saudades do William. Ela têm até uma foto dele em sua mesa de trabalho. Mas como disse antes, ele não faz ideia dessas informações. Ele só sabe aquilo em que teve acesso. A reação do William sobre esse período de tempo em que esteve longe de casa é totalmente compreensível. A única coisa que me incomodou de verdade foi a maneira desrespeitosa que ele tratou a Felicity. 
Ela está sendo muito mais presente na vida do William que o próprio pai. Me chateia o fato do Oliver ser tão negligente com o filho. Ele jogou toda a responsabilidade nas costas da Felicity. O que mais me revolta é que ele está muito mais interessado em se relacionar com uma meia-irmã que ele acabou de saber que existia mas não consegue ter o mesmo ímpeto em se dedicar em ser uma figura paterna mais presente. Nesse caso, eu prefiro muito mais aquela versão do Oliver que estava preso na Slabside, o Oliver estava determinado em seguir todas as regras para retornar pra casa e estar perto da sua família novamente. Aquele Oliver é muito mais coerente que o Oliver que eu vi nesse episódio. 
E o mais revoltante nisso tudo é perceber que na lista de maiores prioridades do Oliver, o filho não está em primeiro lugar. Ele prefere focar muito mais numa cidade ingrata que tentar consertar lidar com as consequências da decisão unilateral que ele tomou no final da temporada passada. Não é possível que ele não percebeu que o filho estava irritado com ele. 
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Felicity sabe que William está escondendo algo dela. Ela sabe que ele não fez nenhuma prova. Ela fica impressionada por ele ter criado um site falso da escola.
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Crédito: @felicitysmoakgifs
Essa é uma informação chocante vinda de alguém que dá muito valor aos estudos. A única explicação para o William ter sido expulso é porque ele quis que isso acontecesse. Eu acredito que ele fez isso porque achou que essa era a única forma que ele poderia voltar pra casa. Acho que ele perdeu as esperanças de que os pais fosse buscá-lo. Então, ele resolveu esse dilema por conta própria. 
Alguns poderiam alegar que o Oliver está fazendo escola. Tal pai, tal filho!
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Mas como disse antes, esse não é o estilo do William. Ele tem muito mais em comum com a madrasta em termos intelectual que o Oliver. Lembrando que o Oliver foi expulso de 4 faculdades. E sabemos que em 2040 o William é um jovem bilionário dono de um império próprio. Esse garoto leva muito à serio sua educação. Prefiro ficar com a minha teoria!
O grande furo nessa história de expulsão é: Como eles expulsam um aluno e não entram em contato com os pais dele? Outra pergunta: Há quanto tempo o William foi expulso e onde ele ficou esse tempo todo? E como a Felicity conseguiu descobrir o paradeiro dele? Ele ficou escondido na escola sem ninguém saber?
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Eu acredito que tenha sido um período de tempo considerável já que ele ainda teve tempo de criar um site falso da escola para que a Felicity não descobrisse sobre a expulsão.
Ainda bem que vamos ver o Oliver lidando com os conflitos do filho no próximo episódio. Aí sim, podemos dizer de boca cheia que teremos momentos Queen Family. 
Oliver || Team Arrow || John Diggle
Oliver pede a ajuda do Diggle para conseguir localizar onde está Emiko. Ele pede pra usar os satélites da ARGUS. E é dessa forma que Diggle fica sabendo que Oliver tem uma nova meia-irmã. 
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Pelo menos, o Diggle tenta confessar que o Diaz está sob custódia da ARGUS (foi essa a impressão que deu). Ele é interrompido por Curtis. Sempre o Curtis. Eu reconheço que ele tentou abrir o jogo com o Oliver mas por outro lado ele teve bastante tempo no episódio pra fazer isso e optou por não fazer. De qualquer forma, voltamos a estaca zero. 
Curtis fica intrigado sobre como o Oliver tem informações sobre o satélite relógio negro da ARGUS. 
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Crédito: @olicitygifs
Ouvir o Oliver declarando o quão incrível é sua esposa nunca ficará ultrapassado pra mim.
Toda a equipe é reunida para lidar com o vilão da semana. 
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Curtis nomeia o vilão da semana de Quimera. O vilão está em busca das máscaras de todos os vigilantes. Eu nem acredito que a motivação do stalker que estava ameaçando a Laurel e a Dinah no episódio anterior só estava interessado nas suas máscaras. Eu esperava uma motivação mais interessante. Não sei porque isso me choca, foi o MG que cismou de lidar com essa história, é claro que veríamos uma motivação medíocre como ele. Esse cara é tão previsível, nem sei mais o que dizer. Como o Marc ainda não foi chutado do Arrowverse?
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Bem, Felicity descobriu que Quimera está usando uma armadura da Wayne Enterprise. O nome de Quimera é Kevin Meltzer. Ele é um paciente de um hospital psiquiátrico. Me pergunto se esse hospital é de Gotham City, é o que eu acho mais plausível já que o vilão da semana está usando uma armadura da empresa Wayne. Bruce Wayne. Gotham City. Batman. Batwoman. 
Eu gostei das cenas de ação do Team Arrow. Fique surpresa por eles parecerem lutando bem juntos, é como se a equipe nunca tivesse sido desmembrada. O que isso só prova que eles estão colocando a carroça na frente dos bois. Eu nunca vou engolir esse besteirol deles jogarem a sujeira pra debaixo do tapete. Eu não consigo mais ver nenhum apelo nessa equipe. A sexta temporada me deixou exausta por causa do drama infantil dos novatos. Agora tudo me parece muito forçado. Eles estragaram esses personagens de tal forma que o máximo que posso fazer é tolerá-los. E olha que até isso está sendo difícil pra mim. 
A equipe consegue capturar o vilão mas eles acabam sendo detidos pela polícia. A lei anti-vigilante continua vigente. E pela primeira vez vejo alguma consideração da prefeita Pollard com relação aos vigilantes. Eles deixaram uma boa impressão depois dela ter presenciado todos em campo. Ela acaba descobrindo que Dinah é a BC. Ela lamenta prendê-los mas como prefeita não sente que é apropriado abrir uma exceção. De qualquer forma, ela acha uma forma de contornar a situação dando distintivos para os outros membros da equipe. Agora eles vão auxiliá-los dentro da lei. 
O momento mais bizarro desse episódio foi o Oliver dizer que depois de conversar com a família ele decidiu se entregar para a polícia, como uma forma de apoiar o restante da equipe. 
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Nunca que a Felicity iria concordar com um negócio desse, muito menos o William. Ainda mais depois dos dois sofrerem durante meses em que o Oliver ficou preso na Slabside e eles tiveram que tentar se adaptar a uma nova vida com novas identidades em outro lugar, além do tempo em que o William teve que passar no internato enquanto a Felicity estava empenhada em capturar o Diaz. 
Só mesmo o Marc para jogar essa bomba de merda no nosso colo. Já virou regra ele sabotar o progresso do Oliver como personagem. E ele nem se envergonha por não usar o mínimo de consistência nisso. Ou o Marc não acompanha mais as atualizações dessa temporada, ou ele decidiu ignorar todo o progresso do Oliver como personagem, sem contar a insistência em escrever o Oliver como alguém que nunca aprende com seus erros. Eu escolho a segunda opção, porque é bem a cara do Marc ser tão mesquinho com os personagens de Arrow, ainda mais depois que ele foi rebaixado a um mero “consultor”. Eu ainda tenho minhas duvidas se ele não continua tendo muita influência em grande parte da narrativa dessa temporada. 
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Flash Forward 2040
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Crédito: @smoakmonster
Eu achei bem revelador o fato da Blackstar (que agora é chamada por Mia) está assistindo o documentário focado no Oliver. Essa garota não pode ser uma personagem aleatória. Ela tem que ser alguém com alguma ligação mais forte com Oliver Queen. Esse é o tipo de cena com um significado mais profundo. Esse último take do documentário, dele olhando diretamente pra ela. A maneira como ela olhou para o Oliver, é como se fosse uma filha olhando para o pai. 
Até a mensagem, me fez lembrar um pouco das últimas palavras do Robert para o Oliver naquele bote salva-vidas antes dele tirar a própria vida. Robert pediu ao filho para consertar seus erros (essa é a divergência da mensagem do Oliver nessa gravação com o pedido injusto do pai dele) e depois ele pediu para o Oliver viver, para o Oliver ser melhor do que ele. 
Nesse vídeo do documentário o Oliver diz que cometeu muitos erros mas como disse um amigo recentemente (Diggle), ele precisa aprender com seus erros, seus enganos, e seguir em frente, melhorar. 
É interessante que seja justamente essa parte do documentário que foi focado na cena de Flashforward. Esse é o tipo de cena que que faria mais sentido o William assistir. Mas não, quem está assistindo esse trecho do vídeo é a Mia. Que provavelmente é a M.C Queen, um dos contatos da Felicity nos registros que William, Zoe, Dinah e Roy encontraram no último esconderijo dela. 
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Crédito: @amunetblack
Esse é o filho do Diggle (JJ), só que ele está usando o nome Connor (Legends of Tomorrow 2x06 Star City 2046). O que me faz pensar que Mia é um nome de disfarce também, e infelizmente o nome dela provavelmente é Moira. Faz sentido, que por enquanto eles chamem Blackstar de Mia, para não dar a maior revelação da origem dessa personagem. Seria um baita spoiler ela ser identificada como Moira logo de cara. Ficaria muito óbvio que ela é filha do Oliver/Felicity. É por isso que o contato de um membro Queen estava descrito como M.C Queen. É um meio de manter o nome verdadeiro dela em segredo. 
Eu só gostaria de saber porque ela odeia tanto os vigilantes. Ou se o ódio dela é apenas direcionado aos novatos/vigilantes. A Dinah eu sei que ela odeia e culpa pelo o que aconteceu com Star City. Parece que esse ódio não é direcionado a Felicity, Mia/Blackstar estava trabalhando com ela com os materiais das bombas que iriam explodir Star City. E acho muito improvável que Mia não saiba do passado de vigilante da Felicity. Ela também deve saber quem é JJ. É só juntar as peças. Todos sabem que Diggle é o Spartan. Um vigilante. Essa história me deixa intrigada, porque parece que todos, exceto a Zoe, odeiam os vigilantes. 
William, eu tenho certeza que se ressente do fato do pai focar tanto tempo em salvar a ingrata Star City.
Mia, tem um ódio imenso por toda a questão dos vigilantes, ela chamou o material de lixo pró-vigilante. E o maior foco do ódio dela é a Dinah. Talvez o maior motivo pra ela odiar isso seja porque a rotina dos vigilantes tenha custado a vida do pai, do quanto ela perdeu por não tê-lo em sua vida, do tanto que ele arriscou e sacrificou pra ser um mártir. Ela é a caçula, é compreensível que ela tenha um baita ressentimento disso. 
O que me lembra do depoimento da Thea no documentário, ela diz que a cidade de Star City é muito violenta, que isso custou a vida de sua mãe, a vida do seu irmão Tommy, que se a polícia não consegue proteger as pessoas, elas precisam começar a se proteger. 
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Acho que tudo está conectado. 
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Crédito: @fatedxdestiny
Se ela odeia tanto os vigilantes, não faz sentido ela se aliar com alguém que vê os vigilantes como heróis. Isso prova que a relação dela com a Felicity vai muito além de uma troca de “favores” remunerados. Outra questão é, por quê ela trabalharia com alguém que supostamente está desenvolvendo uma bomba para explodir Star City? Mia despreza alguns vigilantes por eles estarem de certa forma envolvidos na destruição de Star City.
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Crédito: @amunetblack
William e Zoe
Finalmente, vimos uma interação entre os dois. Era questão de tempo pra isso acontecer, ainda mais depois de vermos no FF que os dois são amigos de longa data. Fico feliz que no primeiro episódio em que o William aparece depois do Oliver ter saído da prisão isso aconteceu. William vai visitar Zoe. O Rene fica confuso, ele não sabia que os dois eram amigos. William explica que Felicity criou uma criptografia para que Zoe e William pudesse trocar mensagens SMS com segurança, enquanto ele estava no internato. Me pergunto em que momento os dois se conheceram de verdade e eles decidiram manter contato. Essas coisas sempre me deixam frustrada. Nós perdemos isso, que desperdício!
Zoe pergunta o que deixou ele chateado, ele não consegue responder e ela pergunta se é uma garota que ele gosta e não é correspondido. Ele diz que é mais ou menos isso, ele tenta explicar e fala que não sabe o que é exatamente. Zoe diz que ele sabe mas não quer contar pra ela. 
O que eu entendi sobre essa parte em que o William diz que é mais ou menos sobre ter uma garota que ele gosta mas o sentimento não é recíproco, é provável que ele esteja falando da Felicity. Basicamente o conflito dele nesse episódio foi dizer que a Felicity o abandonou no internato, ficou muito óbvio que ele se sentiu magoado por ela não buscá-lo no Natal, ele também não acreditou que ela sentiu saudades dele. 
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Pobre William! Esse anjo precisa ser abraçado todos os dias. 
Outra coisa que eu espero que mude um pouco na interação dele com a Felicity, é o fato da relação que ela ofereceu foi muito mais de uma amiga que de uma mãe e isso precisa ser mudado. Ainda mais depois da atitude arisca que ele teve com ela. Ela não pode mais aceitar que ele se dirija dessa forma altiva pra cima dela novamente. Não que eu ache que ela estaria tentando de alguma forma substituir a figura materna da Samantha na vida dele. Felicity nunca faria isso, mas acho importante ela se impor mais como uma figura materna que ela já estava se tornando na temporada passada. É importante ela ser uma pessoa em que ele pode confiar, ser uma amiga mas ela precisa mostrar autoridade também. 
Zoe compartilha com William que o pai anda discutindo com a “Tia Dinah”. E ela faz ele prometer que eles nunca seriam assim.
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Crédito: @feilcityqueen
Esses dois são tão fofos. 
Pensamentos aleatórios: 
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Black Siren diz que se os vigilantes estivessem fazendo algo certo não precisariam usar uma máscara. Me impressiona o cinismo dela. Ela está usurpando a vida da finada Laurel Lance (1), ela está usufruindo dos frutos de outra mulher, ela está colhendo os créditos dos méritos de uma defunta. Ela não é a pessoa mais indicada para julgar outra por usar uma máscara, sendo que ela faz algo pior. Ela se esconde na identidade de outra mulher porque ela é incapaz de confessar seus crimes perante a lei e começar a pagar por eles. Ela prefere o caminho mais fácil, isso não é redenção! 
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Curtis está cada vez mais perto da sua cova. No documentário, o Curtis chama o Oliver de herói. Pra quem acompanhou o Curtis na temporada passada ouvir isso é a coisa mais inesperada que poderia vir de um personagem que nunca se desculpou pelo seu comportamento mesquinho e invejoso. Em todo o momento que ele tinha oportunidade, sempre fazia questão de desmerecer o Oliver como um herói. Ele sempre se colocava como alguém superior moralmente comparado ao Oliver. Ele chegou no patamar da insensibilidade ao falar mal do Oliver na frente suposta melhor amiga que é casada com a pessoa que ele despreza. Ele fez um papelão na festa de casamento dos dois. Não tem necessidade de lembrar de todos os pontos em que o personagem conquistou a antipatia de muita gente. 
No mesmo episódio em que ele surpreendentemente elogia Oliver Queen, em que ele tira qualquer culpa dos ombros do Oliver quando ele pede desculpas para a equipe por ter “permitido” que eles participassem da missão e por consequência na prisão deles, e ainda diz que foi bom ter a equipe reunida “mesmo que seja pela última vez” (palavras dele). Isso é um sinal de neon para um nome escrito em uma lápide. 
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Ele está seguindo os mesmos passos da Laurel na quarta temporada. 
Ele não tem um arco próprio. 
Ele quase não aparece, o tempo de tela dele foi bastante reduzido.
Ele está sendo a voz da razão para Diggle.
Ele está tolerável nessa temporada.
Ele mal interagiu com a Felicity nessa temporada.
Ele conseguiu vencer uma batalha contra Diaz. Ele conseguiu arrancar informações sobre Dante graças ao seu simulador que prevê ações criminosas das pessoas. 
Ele não está apanhando igual um condenado.
Ele já avisou que o Protocolo Fantasma pode dar errado.
A morte dele pode despertar o mesmo sentimento de culpa no Diggle, como aconteceu quando a Laurel morreu no 4x18 por causa do envolvimento do Andy (irmão dele) com Damien Darhk.
Essa morte pode fazer com que o Diggle saia da ARGUS e volte para o Team Arrow.
Além da morte dele ter um grande impacto na equipe, e isso vai aproximá-los ainda mais.
 Essa morte estará conectada com a trama principal da temporada, com a transição entre Diaz e Dante. 
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tsushimarp · 4 years ago
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Conheça mais de tsu_nyo!
NOME: Noh Yohan USER DO TWITTER: tsu_nyo DATA DE NASCIMENTO / IDADE: 20 de março de 1996 / 24 anos GÊNERO: Masculino NACIONALIDADE: Coreia do Sul ETNIA: Sul-coreano OCUPAÇÃO: Herpetólogo no Centro de Conservação de Vida Selvagem.
Residente em Shuiro desde 2018.
PERSONALIDADE Quem vê Yohan falando alto, gesticulando de forma expansiva, fazendo piadas sem graça e rindo escandalosamente junto de algum amigo jamais imaginaria que, na realidade, aquele se trata de um rapaz especialmente tímido.
À primeira vista, Noh se mostra como alguém quieto e receoso. Sempre que conhece alguém ou mesmo quando faz algo pela primeira vez, aparenta ser uma pessoa realmente nervosa e às vezes seu corpo inteiro chega a tremer. Inevitavelmente, ele morre de medo de passar a impressão errada ou mesmo de parecer alguém bizarro, temendo o julgamento alheio depois de experiências ruins que tivera quando adolescente.
Entretanto, se der um pouco mais de liberdade ao coreano, ele logo revela sua faceta animada e brincalhona. Frequentemente ele fala coisas aleatórias que às vezes chegam a beirar o absurdo, mas é quase impossível não se contagiar com a risada gostosa que ele possui.
Sua maneira de demonstrar seus sentimentos chega a ser um pouco peculiar: se ele implica demasiadamente com alguém, tenha certeza que aquela é uma pessoa a qual ele preza e gostaria de manter por perto. Além disso, ele gosta muito de contato corporal. Muito. Às vezes fica mais perto do que o necessário e gosta de se apoiar em seus amigos através de abraços, o que nem sempre acaba sendo bem visto, principalmente por aqueles os quais possui pouca intimidade. Desta forma, ele constantemente tem que se vigiar, embora às vezes esteja tão envolvido na interação que esqueça destes detalhes. É quase que inconsciente: seu corpo se inclina em direção à presença que o faz se sentir bem.
Pode-se dizer que sua aura é leve e sua presença descontraída. Às vezes, mesmo quando está mais quietinho, acaba soltando algum pensamento alto que lembra aqueles a seu redor que é ele que está ali, o tipo de coisa aleatória que você sabe que apenas ele falaria.
Especialmente devido a seu senso de humor, alguns o definiriam como “esquisito”. Entretanto, ele nunca levou essa palavra como uma ofensa ou algo do tipo, pelo contrário: aquilo fez com que ele apenas quisesse pessoas igualmente “esquisitas” ou simpatizantes a seu redor.
PASSADO Pode-se dizer que Yohan teve uma infância tranquila. Nasceu na cidade de Gimpo, localizada na província de Gyeonggi, na Coreia do Sul, e cresceu numa casinha aos fundos do restaurante de seus pais. Possui um irmão três anos mais velho e, ao completar cinco anos de idade, ganhou um mais novo.
Diferentemente do irmão mais velho, que gostava de ajudar os pais nos afazeres do restaurante, Yohan preferia passar seu tempo brincando no quintal com os cães de casa; fora daí que nascera seu amor por animais e que sua sensibilidade se desenvolvera, afinal, os cachorros poderiam ser considerados animais considerados irracionais, mas ainda assim nutriam muito amor por aqueles a seu redor. Em sua cabeça, Noh tinha que cuidar muito bem deles pois eles jamais fariam mal algum a ele ou a qualquer outra pessoa não importa o que acontecesse, especialmente devido ao fato de que seu irmão mais novo ainda era muito pequeno para compreender a diferença entre uma carícia e um tapa e quais eram os efeitos daquilo.
Sempre fora um garoto muito amoroso, curioso e brincalhão. Na escola, adorava estudar ciências pois era quando tinha a chance de aprender mais sobre os animais que tanto gostava e ainda conhecer outros ainda mais legais! Um dia, seus pais foram chamados à escola pois Yohan havia cavucado toda a terra dos jardins em busca de minhocas e, quando as achou, seus colegas se assustaram – mesmo que ele só quisesse mostrar o quanto elas eram inofensivas.
O início de sua adolescência também foi tranquilo – na medida do possível – até o momento em que o garoto entrou na puberdade. Todos os seus amigos já começavam a se interessar pelas colegas de classe enquanto ele… não sentia interesse algum por elas. Por ninguém, na realidade, e aquilo não o incomodaria se seus amigos não começassem a fazer tanta pressão nele por conta disso. Desta maneira, ele não viu outra alternativa a não ser mentir.
Entretanto, Yohan nunca fora um bom mentiroso, ainda mais quando tinha que fingir gostar de algo que não lhe despertava o mínimo interesse. A diferença entre a maneira com que ele se expressava em relação às garotas e maneira como seus outros colegas o faziam era quase palpável e isso não passou despercebido; foi aí que a implicância começou.
Seus amigos começaram a acusá-lo de ser “gay”, algo que aparentemente era tão ruim que a palavra por si só era evitada de ser dita por ser tão repulsiva. Um garoto não gostar de garotas era absurdo, completamente fora do normal. Onde já se viu dois garotos ou mesmo duas garotas juntos, de mãos dadas, ou até mesmo se beijando? Não era estranho? Nojento? Tipo, olha os seus pais: são um homem e uma mulher porque é assim que o mundo deve ser.
Naquele ponto, aquilo já estava começando a irritá-lo: ele não era gay! Ele só não tinha nenhum interesse nas garotas daquela sala, só isso! Ele nem mesmo tinha interesse nos garotos, ele não era nenhuma aberração! Mas, aparentemente, o fato de ele se sentir tão machucado com isso a ponto de chorar e implorar para pararem, também era algo “gay”. Meninos não devem chorar, isso é coisa de menina, e se ele fosse como uma menina, aquilo significava que ele gostava de meninos.
Foi aí que ele começou a se tornar extremamente fechado e temeroso. Temia o que as pessoas iriam pensar dele, que iriam caçoar de si por qualquer traço que tivesse. Já não era tão expansivo e caloroso como antes, evitava abraços e até mesmo muita proximidade. Tinha medo, inclusive, de seus colegas sentirem tanta raiva a ponto de batê-lo. Tais assombrações pioraram quando, no ano seguinte, um novo colega de classe foi apresentado à turma e, no momento em que o vira, Yohan sentira algo diferente.
O simples pensamento de achar o outro garoto bonito causava repulsa em si mesmo. Não poderia sequer enxergar beleza em outros garotos pois aquilo era… não gostava nem de pensar na palavra. Mas não só isso, o novo estudante era igualmente tímido, então, não era estranho que ele encontrasse em Noh algo em comum para se aproximar.
O pior de tudo era que o garoto novo era um doce… era gentil, brincalhão assim como ele e adorava ouvir Yohan falar sobre os mais bizarros insetos. Naquele momento ele soube que estava sentindo algo diferente do que sentia quando estava próximo a seus antigos amigos. Não era apenas uma vontade de ficar perto dele pois nutriam uma amizade, era algo… algo que fazia seu coração bater muito forte e sua barriga formigar. A cada vez que eles ficavam próximos, Yohan sentia vontade de chegar ainda mais perto e… fazer com que seus lábios… tocassem os de seu amigo. Não sabia exatamente o porquê, apenas sentia que precisava daquilo. Algo sobre o cheiro dele também… era muito gostoso, mas o cheiro natural dele, não do perfume que usava. Ele tinha vontade de guardar aquele cheiro que o outro exalava num frasco para que pudesse tê-lo sempre consigo.
Foram anos de negação, de dor, sofrimento, medo. Não poderia contar pra ninguém, muito menos deixar transparecer a seu amigo os desejos que tinha. Tentou seguir a vida normalmente, fingindo que nada daquilo o atormentava, até que um dia, no auge de seus 17 anos, o amigo o convidou para ir à uma balada na companhia de sua irmã mais velha. Certamente, entraram escondidos.
Naquela noite, Yohan entrou em contato com uma realidade completamente nova. Luzes coloridas, música chiclete, pessoas rindo, pulando, dançando, e o mais incrivelmente bizarro de tudo… homens completamente maquiados, usando perucas e roupas extravagantes, dançando e fingindo cantar com perfeição as músicas pop que preenchiam o ambiente. Os olhos do adolescente brilhavam até que ele deu de cara com o mais absurdo daquela noite: homens beijando outros homens. E mulheres beijando outras mulheres. E homens e mulheres se beijando também. Aquilo fora um balde de água fria sobre sua cabeça… aquilo era errado! Não era…?
Desde aquele episódio, ambos acabaram se tornando ainda mais próximos e Yohan finalmente sentiu confiança o suficiente para expressar alguns pensamentos para o amigo. Então aquelas pessoas não sofriam por serem… gays…? Aquilo não era considerado algo parecido com um crime? Como saber se alguém era gay? Como saber se ele mesmo era gay?
Acontece que seu amigo também estava passando por um processo de descoberta da própria sexualidade, entretanto, sua irmã mais velha era uma grande defensora das causas sociais das minorias e o incentivava a questionar tanto a si mesmo quanto ao ambiente a seu redor sobre o que era considerado certo e o que era considerado errado. E por quê? Qual o impacto daquilo em sua vida? Qual o impacto de sua vida na sociedade? O que há de errado em ser diferente? O que é a tal da normalidade?
Ainda assim, Yohan demorou um bom tempo para absorver as novas informações e para entrar em contato consigo mesmo. Demorou um bom tempo para, enfim, ter coragem de se aceitar e confidenciar aquilo ao amigo, que o acolheu, o aceitou, e o despertou um novo sentimento: orgulho. Estava começando a sentir orgulho de ser quem era, mas sabia que vivia em meio a uma sociedade extremamente conservadora e que, para ele mesmo sobreviver, infelizmente precisaria se esconder do mundo. Mas aquilo não significava que ele não podia ter seu próprio mundo.
Com 18 anos, entrou na universidade e começou a cursar Ciências Biológicas, aquela disciplina a qual sempre nutriu paixão, especialmente no ensino médio. O ambiente acadêmico o permitiu sair de sua bolha e conhecer novas realidades, um processo extremamente importante para sua desconstrução. Entrou em contato com muitos estrangeiros também, os quais possuíam a mente muito mais aberta que os coreanos e o ensinaram diversas coisas.
Yohan sentia que estava na melhor fase de sua vida: finalmente estava se aceitando, estudando aquilo que gostava, conhecendo pessoas novas, tendo novas experiências... até que seus pais resolveram tornar sua vida um inferno.
Sua mãe havia visto algumas notificações em seu celular que a fizeram desconfiar fortemente de sua sexualidade. Mesmo com o garoto negando veementemente, aparentemente ela havia recolhido provas daquilo por muito mais tempo do que ele pensava, incluindo históricos de busca no computador de quando ele ainda era adolescente.
Durante todos os quatro anos de sua graduação, voltar para casa era um inferno. Quando não eram brigas constantes, seus pais e seu irmão mais velho simplesmente fingiam que o filho do meio não existia, e aquilo parecia doer ainda mais do que as costumeiras broncas. Seu irmão mais novo o olhava com receio, como quem ainda estava muito confuso com o que acontecia, mas Yohan se sentia triste demais para tentar conversar. Além disso, sentia medo de seus pais acharem que ele estava o “influenciando” de alguma forma e ele definitivamente não queria que sobrasse para o caçula da família.
A situação chegou num ponto tão exaustivo que o rapaz percebeu que só teria paz se saísse de casa. Se mesmo negando os pais não acreditavam e o condenavam, sabia que se ele se assumisse, seria ainda pior. Não conseguiria mudar a cabeça de ninguém ali. Assim, primeiro começou a estudar a possibilidade de se mudar para Seul, mas a capital sul-coreana ainda era muito próxima de Gimpo e aquilo, de certa forma, o desconcertava, então começou a pensar em rumar para o exterior.
Dentre as possibilidades que pesquisava, descobriu um interessante programa de mestrado em Zoologia na Universidade de Igarashi pertencente à Ilha de Tsushima, no Japão. Não era como se os japoneses não fossem tão conservadores quanto os coreanos, ou até mesmo piores, mas analisando os prós e contras de cada contingência, percebeu que aquela era a melhor chance que ele tinha de sair da casa dos pais e, de fato, recomeçar sua jornada em paz.
Dedicou-se ainda mais aos estudos e começou a frequentar aulas de japonês. Não podia se dizer que ele era exatamente bom no idioma, visto que sua rotina era extremamente exaustiva, mas depois de muita dedicação e insistência, sabia o suficiente para conseguir ser aprovado no mestrado em seu último ano de graduação com uma bolsa que o ajudaria a se manter na Ilha enquanto fizesse parte do programa.
Chegando em Tsushima, o bairro que conseguiu moradia por um bom preço infelizmente era longe da universidade, mas por outro lado era repleto de coreanos – o que o ajudava a se familiarizar melhor – e estrangeiros, sem contar que a vida noturna era especialmente agitada. Começou a estagiar no Centro de Conservação da Vida Selvagem de Tsushima durante o período de mestrado e, com sua experiência, pôde defender uma excelente tese acerca dos hábitos da Gloydius tsushimaensis, uma serpente endêmica da ilha, o que acabou o rendendo o título de mestre em Zoologia com ênfase em Herpetologia.
PRESENTE A Zoologia foi uma paixão que descobrira durante a graduação em Ciências Biológicas, embora sempre se considerasse um amante dos animais. Desde então, em tudo aquilo que diz respeito à sua vida profissional, ele aspira a se conectar cada vez mais com tal área, em especial no que diz respeito aos répteis. Com a aprovação de sua tese de mestrado, Noh conseguiu ser oficialmente admitido na função de Herpetólogo no Centro de Conservação da Vida Selvagem.
Apaixonado pelos animais, ele já resgatou três gatos desde sua chegada à Tsushima e abriga uma jiboia arco-íris dentro de seu apartamento em seu respectivo terrário (dentro dos devidos trâmites legais para tal, claro). Ele diz que a única coisa que o impede de ter mais bichinhos é a falta de espaço, mas às vezes ele se pega pensando se não seria muito desconfortável dormir no corredor apenas para abrigar mais alguns.
Apesar de gostar de morar num bairro movimentado que o permite sempre conhecer pessoas e lugares novos, o coreano adora passar um bom tempo de qualidade consigo mesmo. Gosta de fazer trilhas e de se conectar com a natureza a seu redor, respirar o ar puro cercado de árvores e, quem sabe, conseguir capturar algumas imagens da fauna e da flora local. Ele frequentemente vai à Chitose para tal.
Entretanto, seus gostos são bem amplos. Gosta de sair desde para tomar um café até para se reunir com amigos em festas. Defende fortemente que poderia fazer tudo aquilo que já faz enquanto escuta música, embora seus chefes não sejam muito entusiastas da ideia. Inclusive, possui um gosto musical muito variado, embora prefira o rock, mais especificamente o metal. Aliás, sua paixão por música esconde um segredo: é um entusiasta da dança! Embora ele jamais confessaria isso em voz alta, algumas doses podem o fazer se soltar o suficiente para mostrar suas habilidades corporais.
FUTURO Yohan nunca foi de tecer expectativas muito ousadas para um futuro distante, mas ele pode dizer com toda a certeza do mundo que pretende firmar suas raízes em Tsushima. O que antes era pra ser um plano temporário apenas para sair da casa dos pais, acabou se tornando seu verdadeiro lar.
Em relação à ilha, para um futuro próximo apenas almeja continuar trabalhando naquilo que ama e se mudar para um lugar um pouco maior, mesmo que signifique deixar seu atual bairro para trás.
Ele luta diariamente contra suas inseguranças e fantasmas do passado, que ainda o atormentam de vez em quando. Espera, no futuro, ser uma pessoa menos tímida com uma personalidade calorosa, além de ter a coragem para tomar a frente e deixar de esconder quem é, mesmo que isso signifique tornar sua vida um pouco mais complicada. Ah, e ele também não admitiria, mas gostaria muito de se apaixonar novamente e viver a intensidade do amor sem se preocupar com aqueles a seu redor.
ORIENTAÇÃO SEXUAL: Homossexual. TEMAS DE INTERESSE: Angst; Crack; Fluff; General; Romance; Smut. FACECLAIM: Lee Minho/Lee Know (Stray Kids)
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sorenotsore · 4 years ago
Text
𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐝𝐨 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐫𝐨𝐠𝐚𝐭𝐨𝐫𝐢𝐨 𝐰𝐢𝐭𝐡 — 𝒏𝒋𝒐𝒓𝒅.   
“ E pensar que nem era para eu ter ido nessa excursão… ” resmungou, ostentando expressão casmurra. Aabava de deixar o gabinete de Merlim, dessa vez, sentindo a injustiça da convocação, afinal, mal tinha aproveitado o passeio e não tinha percebido que todos estavam sendo chamados à sala do Diretor. O pico de adrenalina das emoções recentes, contudo, já começava a fazer efeito. Antes mesmo de chegar à sala de jogos, foi obrigado a parar, sentindo um aperto no peito, o qual converteu suas feições numa careta de dor e obrigou o príncipe a se arquear, buscando por ar. Não tinha percebido que estava acompanhado, tendo o feito somente quando levantou os olhos e deu de cara com Soren. O Westergaard foi tomada mais uma vez pela fúria — aparentemente, havia algo no rapaz que despertava sua maldição com força, já que não era a primeira vez que se viam naquela situação. Agora, havia um segredo mais sendo compartilhado pelos dois, nenhum dos quais Njord gostaria que viesse à tona. Sem pensar muito, o príncipe caminhou até onde o outro estava, puxando-o pelo colarinho para que pudesse olhar diretamente em seus olhos castanho enquanto falava, os rostos a poucos centímetros. “ Você não viu nada, entendeu? Nada ”
* * *
Descontrole era algo tão familiar ao Fitzherbert quanto machucar — dois pontos que ilustravam o peso que a ironia exercia em sua vida, desafiando o pretenso futuro como herói. Naquele exato momento, por exemplo, deveria se sentir mal, nervoso, no mínimo aparentar um pouco mais de remorso do que realmente sentia. Como esperado de um mocinho, o desaparecimento de Ali devia ser o suficiente para suscitar tais emoções. Devia, mas não era. Em outras palavras: não se arrependida de um único golpe dispensado ao filho de Aladdin. Que as consequências de suas ações se revelassem muito mais graves do que normalmente seriam, então, não passava de rotina. Acostumou-se com a falta de controle, em ser culpado. Ao encontrar Njord, entretanto, começou a ponderar a possibilidade de estar sendo leviano na leitura da situação. Sabia que o rapaz havia sido interrogado por Merlin e, caso sua expressão miserável estivesse ligada ao episódio, a experiência não havia sido agradável. O rosto do Westergaard era uma versão menos intensa, embora não exatamente amena, da que ostentava no parque. Distraído e miserável, não pareceu notar a aproximação de Soren até estarem próximos — provavelmente próximos demais, dada a fúria estampada nas íris azuladas ao se fixarem nele. Mais rápido do que uma pessoa obviamente debilitada poderia, e aliada a surpresa desse fato por si só, as mãos firmes de Njord agarraram abruptamente seu colarinho. Para o crédito do filho de Eugene, ele não cedeu um passo ante a investida. Pelo contrário, encarou o outro com o olhar duro, embora os lábios desenhassem uma curva preguiçosa. “ Ow, easy…” disse, mas a pressão exercida por seus dedos ao segurar os punhos do príncipe, não transmitiam calma ou gentileza. “ Não era bem nesse contexto que nos imaginei nessa posição, então se puder me largar… ” Puxando os braços para baixo a fim de se liberar, ignorou o quão gélida era a pele sob suas palmas. No momento, aquele tipo de observação não tinha parte em suas provocações. “ Talvez eu me veja disposto a fazer vista grossa ao que quer que queira, mas você teria que me dar uma dica do que exatamente. ” Nesse ponto, seu tom começou a modular, tornando-se cada vez mais distante do sorriso oferecido e próximo da seriedade nos olhos escuros. “ Está se referindo ao que vi logo ali? Ou talvez no parque… Quem sabe seja sobre onde vi nosso amigo em comum pela última vez? Ah, claro ” declarou como se finalmente tivesse entendido, rindo ao inclinar a cabeça levemente para trás. “ Essa ameaça de merda que está tentando jogar pra cima de mim agora? Com certeza deve ser isso ” constatou. Manter o controle, para Soren, claramente possuía significado mais amplo do que para maioria, pois ainda compartilhando do mesmo fôlego que Njord, adicionou. “ Por que essa é a única resposta possível para que isso ” enfatizou, indicando o espaço mínimo entre eles. “ Não acabe mal pra mim e você. A não ser, é claro, que suas mãos em mim tenham outra motivação. ”
* * *
Ele ainda não tinha decidido sobre sentir nada além de pavor em relação ao que havia acontecido com Alizayd. Mesmo que tivesse uma amizade instável com o rapaz, baseada em puro interesse, Njord não cogitaria tirar a vida do mesmo nem nos piores dias. Não duvidava que isso não tivesse passado pela cabeça de Ali, no entanto – era visível que tinha se despido de qualquer remorso há bastante tempo. O Westergaard era um homem de palavras, muito antes de ser um homem de ação. Sua reputação vilanesca certamente seria incrementada se o ocorrido viesse a público, mas a interferência da Diegese, uma prisão e uma pena bastante dura também viriam a galope, algo que preferiria evitar. Enquanto ele era a prole de um vilão que sequer existia para protegê-lo, Soren era o brilhante filho da rainha-sol Rapunzel. Estava evidente quem levaria a culpa, e era o que levava o príncipe a tomar medidas drásticas, desesperadas. O outro era mais forte do que tinha se permitido reparar, e enfraquecido pela doença, Njord sentiu seu aperto ceder enquanto os pulsos eram envolvidos. Ter o Fitzherbert constatando, em primeira mão, como sua pele estava fria, apenas daria mais munição para que espalhasse o relato de que, além de um assassino, o filho de Hans era também um moribundo. Para completar, o desgraçado estava… sorrindo? O herdeiro gostaria de arrancar aquele sorriso do rosto dele a socos, enquanto encarava a boca alheia fixamente, dois segundos antes de explodir. “ Você me pede calma? ”  perguntou com indignação, deixando escapar breve riso hist��rico. Por mais que o sulista fosse conhecido por seu controle e frieza, nos últimos dias tudo vinha desabando ao ponto de fazer com que se equiparasse a um qualquer em termos de planejamento.  “ Puta que pariu, Soren, ao menos está levando isso a sério? A gente tá fodido! ” chacoalhou uma vez, finalmente soltando a gola alheia para passar a mão no cabelo, exasperado, por ter apontado que tinha outras intenções com o contato — o que talvez não fosse mentira, mas naquele momento, não era preciso que o Westergaard tivesse isso a atravessar a mente. Respirava com dificuldade enquanto pensava, mas ganhou tempo suficiente para deixar que o herdeiro de Corona esquecesse que tinha presenciado pelo menos dois momentos de fragilidade seus. Seria melhor se focasse no principal, garantindo que ele não contaria nada a Merlin durante o interrogatório.  “ Se alguém ficar sabendo… Depois disso… Dele não ter voltado para as carruagens… ”  frisou, levantando o olhar   “ Acabou ”  mesmo que estivessem sozinhos na sala, Njord mantinha o tom baixo, aproveitando-se da proximidade, e torcendo para que ninguém decifrasse suas falas. Talvez não fosse minimamente útil ameaçar o Fitzherbert, já que isso apenas arrancaria mais de seu deboche, mas o olhar era intenso enquanto fixado no mais novo.  “ Vão pensar que sumimos com os outros. Caramba, não que a gente tenha sumido com ele, você sabe, você estava lá, mas —”  se interrompeu, bufando, o ar pesado enquanto ele engolia em seco, apenas para se assegurar de que estavam na mesma linha de pensamento. “ Não tenho certeza se estava respirando na última vez que o vimos ”
* * *
Era uma inversão de papéis absurda que experimentava no momento. Ao passo que Njord explodia, o anileno mantinha sua posição com tranquilidade forçada — comportamento deveras atípico para ambos. Em anos de uma amizade superficial, baseada em interesses e elos em comum, não recordava já ter testemunhado tamanho destempero no outro. Não era mera revolta que via nas írises gélidas, era medo. A constatação o pegou de surpresa, fazendo sua confiança vacilar. Nunca teve o Westergaard como exemplo de honra e benevolência, pelo contrário, via-o pelo que era: o epítome da arrogância e egoísmo. Achava-o interessante exatamente por isso — inclusive, preferia aquela versão, pois detectar o mínimo de consciência em sua face, provou-se desconfortavelmente inquietante.  A súbita preocupação do sulista funcionava como um holofote projetado sobre seus defeitos. Se Njord estava tendo uma reação mais adequada à situação, o que poderia dizer de si mesmo? O aperto sobre os pulsos alheios estreitou então, o sentimento de raiva aumentando a cada segundo que passava naquela posição cativa. A calma autoimposta e mal disfarçada pelo sarcasmo, teve fim no instante em que foi liberado com uma sacudida, como se fosse a porra de um moleque. “ Só vamos estar fodidos se continuar com esse show, porra! ” As palmas foram de encontro ao peito arfante a sua frente sem perder tempo, empurrando-o para longe de si. Quem diria. Não mentira ao dizer que imaginara cena semelhante os envolvendo, embora sob contexto diverso, no qual afastá-lo não era prioridade. Contudo, a faísca em seus olhos ao encará-lo não era em nada parecida com a que ostentava em imaginação, e Soren teve que conter o ímpeto de rosnar para as palavras ditas. Tinha plena ciência do que fizeram, do que fizera; e o que fez, a seu ver, fora o necessário. Os dedos longos se ocuparam com a própria gola, enfim a ajeitando com pouca delicadeza — traço que talvez devesse adotar para lidar com o surto do príncipe, mas que era incapaz. “ Quem nos deduraria? O Ali? Bom, aqui ele não ‘tá. A não ser que você dê nos dentes, ninguém vai descobrir nada. ” A rispidez e ironia fazia com que soasse insensível até para os próprios ouvidos, porém, não deixava de ser verdade. Na Ilha, as opções tinham sido bastante simples: era Ali ou eles. Não se arrependia da escolha feita, não podia se forçar a tanto, principalmente quando sabia que não haviam ido tão longe quanto o imrense parecia acreditar. Queria dizer que o desaparecimento do filho de Aladdin estava mais a favor deles que contra, entretanto, novamente se segurou. Havia visto a fragilidade em seu olhar, o temor tingindo suas palavras trôpegas — algo alarmante em alguém reconhecidamente eloquente —, e apesar de genioso, o Fitzherbert não era um completo idiota. Engolindo parte de sua irritação, aproximou-se novamente do moreno, travando seus olhares. “ Nós não matamos ninguém, corte essa merda agora ” disse, resoluto. “ Ele nem era humano, Njord. Uma surra não ia matar alguém como ele, pelo Narrador! Estou lisonjeado que tenha nossas habilidades em alta conta, mas ele estava bastante vivo quando o deixamos lá. ” Claro, tinham deixado o aprendiz desacordado em meio a um parque que distribuía brinquedos amaldiçoados, vulnerável a vingança de qualquer uma de suas vítimas que desejassem tirar proveito da oportunidade e… Os pensamentos não ajudavam em nada seu estado de espírito, assim, dispensou-os com um menear. Já se encontrava num humor instável pelos questionamentos do príncipe, não se deixaria afundar naquilo. Portanto, foi num impulso que adicionou. “ Eu senti que ele estava vivo, então faça um favor a nós dois e esqueça esse assunto. Isso nunca aconteceu. ” A exposição, mesmo que sutil, da sua estranha e mórbida ligação com a morte, fez com que procurasse as írises em busca de compreensão. Não costumava falar de seus dons singulares, e não começaria ali, mas esperava que a sinceridade imposta na fala o convencesse — bem, pelo menos no momento. Felizmente, prolongar a conversa estava fora de cogitação, visto que a voz de Merlin começou a tilintar em sua mente, avisando da proximidade de seu interrogatório. Com a destra, segurou o ombro do Westergaard num gesto enganosamente camarada, depositando um breve tapa em seguida. “ Agora que já estamos conversados, talvez seja melhor procurar algo para lhe aquecer ” sugeriu, permitindo-se vocalizar detalhe outrora ignorado. “ Eu me ofereceria, mas tenho algumas perguntas despretensiosas a responder. Bis später, meine liebe. ”
— ENCERRADO.
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hopeless-fanfic · 7 years ago
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Lucius Malfoy - Paternidade.
Nascimento.
Lucius Malfoy andava de um lado para o outro, sentindo que a qualquer momento suas pernas iriam parar de funcionar e ele despencaria sobre o carpete caro da sala. Não era um homem nervoso, muito pelo contrário. Uma arrogante calmaria eternamente preenchia seus olhos cinzas. Naquele dia, contudo, ele sentia-se a beira de um ataque de nervos.
Tudo isso porque sua esposa estava na sala ao lado, aos berros, dando à luz aos seus primeiros filhos. Após sofrer dois abortos espontâneos e ter uma criança natimorta, não era para menos que ele sentia-se tão preocupado. Os curandeiros não lhe deixaram ficar lá dentro, tendo o expulsado minutos depois que chegaram.
Aquilo era uma tortura, ouvir Narcissa sofrer tanto e saber que nada poderia fazer além de esperar. Cada berro seu era um aperto mais forte em seu coração.
Ele sabia que um parto não era fácil, ter gêmeos deveria ser ainda mais difícil. E de tal maneira, não conseguia conter sua empolgação. E seu medo.
Haviam descoberto há pouquíssimos meses que ela esperava um casal. Primeiramente, sentiu-se extremamente feliz e orgulhoso. Teria seu herdeiro, o nome Malfoy continuaria como deveria e um garoto correndo pela casa era exatamente o que Lucius queria.
Depois, um desespero tão grande que pensou que desmaiaria. Teria uma garota também. Uma menina que, céus o ajude, provavelmente puxaria a beleza e graça da mãe. Uma jovem que ele teria que educar, criar e proteger de todas as inúmeras maldades que, ele bem sabia, o mundo poderia cometer contra ela.
Lucius Malfoy definitivamente não estava pronto para ser pai de uma menina.
Abraxas estava na sala também, ao lado do melhor amigo de seu filho, Anthony Fimmel. Os dois observavam o homem em silêncio, sendo que a esposa de Anthony, Elia (que também esperava uma criança, um menino que não demoraria mais que poucas semanas para nascer) havia entrado para ajudar a amiga. Eles seriam padrinhos de sua filha, enquanto Snape seria do garoto. Infelizmente, Severo não havia conseguido sair da escola para estar presente.
Ambos continham o riso, nunca haviam visto o Malfoy tão preocupado.
A única da família que não estava presente era Bellatrix, também com uma gravidez avançada. Rodolphus, seu marido, havia dito através do pó de flu, que a mesma tentou lhe azarar diversas vezes, por não deixa-la sair de casa, devido aos riscos e ordenou que lhe avisassem assim que as crianças nascessem ou nenhuma gravidez lhe impediria de ir até lá e amaldiçoar Lucius.
A sua maneira, ela se preocupava com a irmã. Afinal, era a única família que ainda possuía.
E o mundo pareceu sumir diante dele, quando um choro infantil preencheu o local, seguido por mais gritos de Narcissa. Os minutos que se passaram foram uma verdadeira tortura, até que um segundo choro pode ser ouvido e a mulher se calou.
Por mais aterrorizante que fossem seus gritos, o silêncio era ainda pior, pensou Lucius, encarando fixamente a porta de mogno que os separava.
Não aguentou esperar os curandeiros lhe chamarem, nem Elia vir lhe trazer notícias. Em poucos segundo abria a porta violentamente e ninguém ousaria colocar-se no caminho entre ele, sua esposa e filhos.
Narcissa estava deitada na imensa cama no centro da sala, parecendo exausta, enquanto Elia colocava delicadamente dois embrulhos em seu colo.
— Parabéns, Lucius. — Ela sussurrou, antes de sair, sendo seguida pelos outros curandeiros.
Ele se aproximou com cuidado, sentando-se na cama com a maior delicadeza que o mundo poderia permitir. Não queria machucar Cissa ou assustar as crianças. Quando olhou para baixo, sentiu que todo o ar de seus pulmões sumia.
Dois pares de olhos cinzas se dividiam entre encarar os pais, curiosos com todo o mundo novo ao seu redor. A mão de um deles se erguia, tentando agarrar um dos fios loiros da mãe que escapavam pelo seu rosto.
— Eles são lindos. — Lucius sussurrou, com um braço ao redor da esposa e a abraçando. — Obrigada, Cissa. — Ele jamais seria capaz de expressar a ela o quão grato era por ter lhe dado aquelas duas pequenas criaturas, que, para os pais, eram as mais belas do mundo.
— Precisamos decidir os nomes. — Ela disse, balançando-os com delicadeza. — Quero seguir a tradição da minha família.
Lucius sabia sobre a tradição dos Black, de nomeares suas crianças a partir de estrelas e constelações. Narcissa havia sido a única a fugir à regra.
— Bem, para o garoto eu gosto de Draco. — Disse, quando ela lhe indicou qual era o menino, que estava enrolado na manta mais escura. — Draco Lucius Malfoy.
— Soa maravilhoso. — Narcissa respondeu, enquanto lhe entregava a garotinha nos braços, estava exausta demais para conseguir carregar ambos. — Para ela, Áquila Lucrétia Malfoy. Como a avó.
Os olhos de Lucius brilharam. Ele não sabia se era pela sensação de carregar sua filha pela primeira vez ou pela singela homenagem de Narcissa. Havia perdido a mãe muito cedo e nomear sua filha como ela era realmente algo belo de se fazer.
Apertou delicadamente Áquila em seus braços, enquanto ela lhe observava com olhos iguais aos seus. Naquele momento, Lucius jurou que não deixaria nada machucar seus filhos.
(...)
 Pavões.
Lucius queria realmente entender onde estava com a cabeça quando concordou em sair com ambos os filhos, Anthony e o afilhado. Era óbvio que alguma coisa daria errada. Felizmente, Lyra havia decidido ficar em casa, com a tia.
Os gêmeos já tinham 3 anos, assim como Charles. Os dois garotos seguravam firme as mãos de seus pais, embora vez ou outra tentassem escapar para entrar em uma das diversas lojas do Beco Diagonal. Áquila, entretanto, permanecia em seu colo, agarrada em seu pescoço e, graças a Merlin, segura.
Eles andavam pela rua cheia de pessoas, buscando comprar todos os itens da longa lista de Elia e Narcissa. Era final de semana, por tanto o Beco estava lotado e ele agarrava com força a mão de Draco, sabendo que se perdesse-o, Cissa era capaz de assassina-lo com as próprias mãos.
— Papai, olha! — O garotinho berrou, apontando energeticamente para uma vitrine. Ah não, pensou, novamente arrependido.
Nela, estava exposto quatro enormes pavões albinos, que se exibiam para todos que passavam, abrindo sua longa calda. Eram lindos, sem dúvidas, e Draco parecia muito interessado neles.
— Vamos Draco, ainda temos que comprar mais coisas. — Disse, puxando o menino para longe da loja.
— Mas pai... — Ele choramingou, sem querer sair do lugar. Lucius virou-se para Anthony, tentando encontrar um pouco de ajuda, mas o mesmo apenas ria da situação, ao ver que Charles havia se juntado ao amigo, igualmente interessado nos animais.
— Draco, vamos. — Repetiu, tentando puxa-lo novamente.
— Papai, eu quero ver os pássaros. — Áquila disse, puxando de leve seu cabelo para chamar sua atenção. Ele não havia percebido que ela, como o irmão, encara fixamente os pavões.
— Áquila, querida, nós temos que comprar as coisas da sua mãe. — Ele resmungou, sabendo que logo as lojas iriam fechar e o tempo deles estava acabando.
— Ora Lucius, para de ser chato com as crianças. — Anthony se juntou a eles, rindo. O Malfoy olhou novamente para a filha, que tinha agora os olhos aguados e uma cara de quem começaria a chorar a qualquer momento.
— Tá bom, tá bom, nós vamos ver os pavões. — Ele se rendeu, deixando que Draco o arrastasse.
— Ela aprendeu direitinho com Narcissa. — O Fimmel sussurrou, já dentro da loja, enquanto as três crianças se entretinham em discutir qual nome daria aos animais.
No final, eles voltaram para casa com quatro pavões albinos e uma lista incompleta de compras, mas Áquila e Draco pareciam bem satisfeitos ao mostrar a mãe Chuck, Morgana, Brutus e Cissa (a última, em homenagem a Narcissa, segundo eles).
(...)
 Primeiro beijo.
Quando os gêmeos tinham 5 anos, foi quando Lucius achou que iria enfartar pela primeira vez na vida. Estava na sala principal de sua casa, sentado confortavelmente em um sofá ao lado de Narcissa, enquanto Anthony e Elia estavam na sua frente.
Era uma sexta-feira e todos decidiram jantar na mansão Malfoy. Tudo estava muito bem, com as crianças brincando no tapete. Draco e Lyra se divertiam-se em correr um atrás do outro ao redor dos sofás, enquanto Áquila e Charles pareciam bastante entretidos em conversar em sussurros.
Eles mal perceberam quando o pequeno Fimmel saiu da sala, indo para o jardim. Áquila permaneceu sentada, como se esperasse algo. Elia, quando notou, foi atrás do filho e ficou surpresa ao encontra-lo bastante concentrado encarando o pavão Chuck, que passeava alegre por entre as flores muito bem cuidadas.
Lucius não prestou muita atenção neles. Estava envolvido em uma séria discussão política com Anthony, enquanto Narcissa cuidava para que nem Lyra e nem Draco se machucassem em sua brincadeira.
Entretanto, não demorou para que Elia e Charles voltassem, o último muito alegre, carregando uma pena branca em suas mãos.
— Elia, isso é dos meus pavões?! — Lucius perguntou, assim que os viu, alarmado.
— Talvez.... — Ela riu, enquanto o garotinho sentava ao lado de Áquila. — Mas eu retirei com magia, ele não sentiu nada. E foi sua filha quem pediu.
Ele encarou a garota, surpreso. Às vezes seus filhos tinham ideias absurdas! Mas foi com mais temor ainda, que ele notou Charles entregando a ela a pena, deixando-a com um sorriso totalmente alegre.
— Obrigada, Char! — Áquila disse e, para o terror de seu pai, se inclinou para frente, depositando um breve selinho nos lábios do garoto.
— ÁQUILA! — Ele gritou, já sentindo a vermelhidão subir pelo seu pescoço. Narcissa e Elia soltavam gritinhos, achando a cena a coisa mais linda do mundo, enquanto Anthony ria escandalosamente, Draco e Lyra faziam caretas de nojo para os dois.
— O que foi? — A menina perguntou, assustada.
— Por que você beijou ele?! — Lucius questionou, a pegando no colo e a afastando do garoto, que olhava para a mãe com um sorriso bobo.
— Mamãe sempre beija você quando ela ganha um presente. E ela disse que faz isso porque gosta de você. Eu fiquei feliz com a pena e eu gosto do Charles — A criança respondeu, em sua lógica infantil. Lucius a encarou ainda mais abismado, enquanto Narcissa a tomava de seus braços, animada.
Céus, sua garotinha, sua princesa, havia beijado o Fimmel! Ele olhou com raiva para o garoto, que agora se juntava a brincadeira de Draco e Lyra.
— Narcissa, eu acho que vou enfartar. — Sussurrou, ao ver Áquila se unir a eles, segurando a mão de Charles para brincar. A mesma o ignorou, animada demais em sua conversa com Elia.
Aquele, era seu pior pesadelo tomando forma.
(...)
 Magia.
Conforme o tempo passava, Lucius notou que os gêmeos possuíam uma conexão que ninguém, nem mesmo seus pais, poderia entender. Se comunicavam com olhares, inventavam brincadeiras que ninguém mais poderia participar e raramente se separavam.
Entretanto, até mesmo eles arrumavam brigas por motivos estúpidos. A primeira foi quando tinham 8 anos e Draco havia quebrado a boneca favorita da irmã, que veio correndo para o pai. Narcissa, infelizmente, havia saído comprar roupas com Lyra.
— Draco, peça desculpas. — Ele ordenou, enquanto procurava a varinha para concertar o brinquedo.
— Mas foi sem querer! — O garoto reclamou, se recusando a fazer o que o pai mandava. Ele lhe olhou severamente.
— Não foi não! — Áquila reclamou, irritada. Sempre havia tido uma personalidade parecida demais com a de Narcissa.
— Áquila, eu só puxei ela, não tenho culpa se caiu. E você que não queria ir brincar comigo! — Ele respondeu, como se isso justificasse totalmente suas atitudes.
— E agora que quero menos ainda! — A garota exclamou, totalmente irritada.
— Parem vocês dois. — Lucius se colocou entre ambos, visto que a filha parecia prestes a voar para cima do irmão. Os dois pareceram se acalmar um pouco, embora Áquila ainda o fulminasse com o olhar. — Áquila, eu vou arrumar sua boneca e Draco, pela última vez, pede desculpas para sua irmã.
Foi apenas ele se virar de costas para apanhar a varinha, que um grito de Draco pode ser ouvido.
— PAI! — Ele berrou, nervoso. — Olha ela!
Lucius se virou, assustado. Uma pequena nuvem flutuava em cima de Draco, fazendo inúmeros flocos de neve caírem em sua cabeça, tomando conta de todo seu cabelo platinado. O garoto odiava neve. Com assombro, ele notou que era Áquila quem fazia aquilo.
E, antes que pudesse parar a pequena demonstração de magia, o menino olhou profundamente irritado para a irmã, que teve o cabelo totalmente bagunçado por um forte vento que veio absolutamente do nada.
— Pai! — Ela berrou também, correndo para se esconder atrás dele. Lucius, rapidamente, cessou ambos os feitiços com um aceno de varinha.
— Olha aqui vocês dois. — Começou, puxando ambos pelo os braços e fazendo com que parassem a sua frente, lado a lado. — Eu sei que não controlam isso ainda, mas não podem ficar usando a magia um contra o outro, estamos entendidos?
Os dois concordaram com a cabeça, também assustados com o que haviam feito. Era a primeira demonstração de magia dos dois.
— Ótimo. Toma sua boneca, Áquila. E deixa sua irmã em paz. — Ele disse, olhando irritado para Draco, que rapidamente consentiu.
Horas depois, quando Narcissa chegou e eles foram procurar as crianças, ambos brincavam juntos no balanço que havia nos jardins, como se briga nenhuma tivesse ocorrido.
Lucius jamais entenderia seus filhos.
(...)
 Hogwarts.
As três cartas de Hogwarts chegaram juntas, para as três crianças da mansão. Eles estavam no café da manhã, quando uma bela coruja branca atravessou a janela e deixou cair os envelopes sobre a mesa. Lyra e Draco foram os primeiros a abrir e lendo em voz alta. Ambos saíram correndo pela casa, comemorando e já planejando as aventuras que teriam.
Áquila, entretanto, permaneceu em seu lugar, parecendo mais infeliz que os dois. Ela nem ao menos havia aberto seu envelope.
— Filha, tudo bem? — Narcissa perguntou, olhando preocupada para ela.
— Claro, mamãe. — Respondeu e continuou tomando seu suco, como se nada tivesse acontecido. Lucius e Cissa se encararam, alguma coisa estava errada.
Horas mais tarde, já ao anoitecer, Lucius passou em seu quarto, para lhe dar boa-noite e encontrou a menina chorando sobre a cama, abraçada em um pequeno urso de pelúcia que havia ganhado da madrinha, meses atrás.
— Áquila, o que aconteceu? — Perguntou, sentando-se ao seu lado na cama. A mesma levantou o rosto, se agarrando ao pai, que passou as mãos em seu longo cabelo loiro, tentando lhe acalmar. — Alguém te machucou? Por que você está chorando?
— Eu não quero ir para Hogwarts. — Ela disse, com o rosto enterrado seu peito, as lágrimas manchavam sua camisa, mas naquele momento, ele não se importou.
— Por quê? — Questionou, visivelmente confuso. Todas as crianças que conhecia amavam aquele lugar.
— Porque você e a mamãe vão esquecer de mim. — Áquila disse, levantando o rosto e o encarando com seus olhos cinzas brilhando de lágrimas. — E eu não quero ficar longe de vocês.
Lucius ficou sério e a ajeitou em seu colo, secando o rosto dela delicadamente com as mãos.
— Áq, meu amor, você é nossa filha, eu e sua mãe jamais nos esqueceríamos de você ou do seu irmão, não importa quanto tempo passe, eu prometo isso para você. — Ele disse, passando firmeza em suas palavras. — E você vai adorar Hogwarts, além disso pode vir para casa em todos os feriados e as férias são longas, você não vai ficar longe de nós.
— Mas eu não vou conhecer ninguém lá, e se não gostarem de mim? — Ela perguntou, agora mais calma.
— Você vai ter seu irmão, sua prima e Charles lá, não vai ficar sozinha. Além disso, é impossível não gostar de você. — Lucius respondeu, colocando atrás de sua orelha uma mecha de cabelo que insistia em cair sobre seu rosto. — Você é uma Malfoy, Áquila, todos naquele lugar vão querer ser seus amigos.
— E você e a mamãe vão me escrever sempre? — Ela ainda se sentia insegura, afinal, nunca havia ficado longe dos pais.
— Sempre. — Prometeu, enquanto a mesma lhe abraçava com toda sua força de criança.
No outro dia, Áquila estava mais calma e parecia verdadeiramente animada em começar a preparar as coisas junto com Lyra. Ela nem havia ido, mas Lucius já sentia sua falta.
(...)
 Meninas.
Lucius estranhou quando, aos 13 anos, seu filho estava visivelmente desanimado, em suas férias. Ele andava pelos cantos, sempre cabisbaixo e se recusando a sair com a irmã e a prima.
— Draco, está acontecendo algo? — Perguntou, o chamando para seu escritório em uma tarde, poucas semanas antes do mesmo voltar a Hogwarts.
— Não. — Ele rapidamente negou, já se preparando para sair.
— Draco.... — Repetiu, erguendo uma sobrancelha para o mesmo, que parecia estar envergonhado. — Pode me falar o que quer que esteja acontecendo.
— É uma menina, pai. — Ele rapidamente desabafou, deixando Lucius surpreso e levemente despreparado. Merlin, havia chegado o dia de realmente ter aquela conversa com seu filho.
— Que menina? — Perguntou, tossindo para limpar a garganta e tentando evitar mostrar o desconforto.
— Uma das amigas da Áquila, Pansy.... — Respondeu, evitando encarar o pai, olhando diretamente para o tapete verde escuro.
— Hm, e você gosta dela? — Não sabia ao certo qual era a melhor maneira de abordar a situação com ele, visto o desconforto do garoto.
— Acho que sim. — Seu rosto ficou rapidamente vermelho, como se tivesse contado a Lucius o maior de todos os seus segredos.
— E qual o problema nisso, filho? — Não entendia ao certo porque tal situação parecia deixar Draco tão triste.
— Eu acho que ela não gosta de mim, pai. Não sei, pensei em pedir para Áquila perguntar a ela, mas não acho que seria a melhor solução. — Explicou, gesticulando nervosamente enquanto falava.
— Por que ela não gostaria de você? — Perguntou, surpreso. Draco era um ótimo aluno e muito parecido consigo mesmo, era impossível qualquer garota não gostasse dele.
— Não sei. — Deu de ombros, confuso. — Muitas meninas preferem o Potter — disse o nome com desgosto — e se ela não for diferente?
— Qualquer garota seria doida de preferir o Potter. — Lucius respondeu, tranquilizando o filho. — Mas você nunca vai saber se não tentar.... Sabe Draco, na sua idade, eu também gostava de uma garota que não sabia se gostava de mim...
E ele contou toda a história para o filho, passando a tarde tendo a conversa que tanto havia temido. Seu garoto estava realmente crescendo.
(...)
 Namoro.
Lucius correu pelas escadas que levavam a sala de estar com maior pressa do que achava possível e praticamente se jogou em direção a lareira, procurando pela caixa em que guardavam o pó de flu. Precisava ir para Hogwarts imediatamente.
— O que você pensa que está fazendo? — Narcissa perguntou, descendo, com uma calma e elegância bem superior à dele naquele momento, as escadas. Estava enrolada em um robe, tendo acabado de acordar.
— Indo para Hogwarts. — Ele respondeu, ainda procurando a caixa e xingando baixinho.
— Por que? — Cissa questionou, sentando-se calmamente na poltrona dele, o observando risonha em toda sua afobação.
— Porque eu preciso falar com Áquila. Você viu a carta que ela me mandou?! — Questionou, nervoso, virando-se agora para a esposa. — Narcissa, aquele delinquente está magoando ela!
Lucius sabia que logo teria um ataque de nervos se não conseguisse ir para a escola. Minutos atrás havia recebido uma carta de sua filha, que dizia estar extremamente triste, porque se descobriu apaixonada pelo melhor amigo, Charles, e acreditava não ser correspondida. No papel, ela pedia ao pai para ir embora para casa, visto que não sabia como lidar com a situação que se encontrava.
Narcissa havia lido logo que ele largou o pergaminho, embora não fosse novidade para ela, já que a filha havia lhe escrito sobre os mesmos sentimentos dias antes. Infelizmente, ela havia herdado de si a arte para o drama e Lucius sempre fora facilmente manipulado por ambas.
— Charles não está fazendo nada, Lucius. Acho que ele nem ao menos sabe do que Áquila sente por ele, são só crianças. — Ela respondeu, levantando-se para tentar acalma-lo. — E você não vai a lugar algum.
— Narcissa, eu tenho que ir, nossa filha quer vir embora! — Disse, embora deixasse que as mãos dela o guiassem para o sofá.
— Ela quer, mas não virá. Áquila precisa aprender a lidar com as coisas que sente, sem você indo socorrer ela a cada minuto, ela já é grande o suficiente para isso. — Cissa fez sinal para que ele se calasse, antes que começasse a protestar. — Deixe a menina aprender a viver, Lucius.
— Mas...
— Mas nada, as coisas vão se acertar em seu devido tempo. — Ela o calou com um beijo e, embora contrariado, ele se limitou a desistir de sua procura pelo pó de flu e apenas escrever uma carta a filha.
Dias depois, o natal chegou e, com ele, seus filhos voltaram para a casa. Áquila havia se trancado por horas no quarto, com a mãe. Ele sabia bem que tipo de conversa estavam tendo e não ousava atrapalhar. Quando saíram, a garota parecia mais animada e não demorou a se juntar a Lyra para arrumar algumas decorações e preparações de antigas tradições. Era seu feriado favorito.
Quando os Fimmel se juntaram a eles, para o jantar, ele não pode evitar notar os olhares que Charles e sua filha trocavam. Merlin, ele pensou, se o senhor me escuta, por favor, dê um jeito nisso.
— Áquila, você realmente gosta desse garoto? — Perguntou, já no quarto dela, após uma noite inteira de sorrisos trocados entre ela e o jovem.
— Sim, papai. — A garota suspirou, se jogando contra os travesseiros e o encarando profundamente. Estava ficando, sem dúvidas, cada dia mais parecida com a mãe, para o temor de Lucius. — Eu não falaria nada para o senhor se não gostasse de verdade.
— Bem, ele parece gostar de você também. — Respondeu, vendo os olhos dela brilharem com isso.
— Você acha? — Áquila perguntou animada, se sentando em um pulo na cama.
— Sim, filha, eu acho. — Inesperadamente, a garota se jogou em sua direção, o abraçando. Ela sempre havia sido carinhosa com toda a família, até mesmo com ele, que nunca tinha muito jeito para isso.
Mas, no fundo, Lucius esperava que aquele sentimento que a mesma nutria passasse logo...
Assim, foi com assombro que meses depois, já nas férias, ele se deparou com um Charles muito sério lhe esperando em seu escritório. O garoto tinha uma caixinha em suas mãos e parecia nervoso.
— Padrinho... Quero dizer, senhor Malfoy, preciso falar com o senhor. — Ele disse, enquanto Lucius se sentava a sua frente. — Vim pedir a mão da Áquila em namoro.
Lucius passou aquela tarde ameaçando o garoto de diversas formas possíveis e o relembrando de todas as tradições que sua família possuía, deixando claro que nada de tocar demais, beijar demais ou abraçar demais. E que se ele magoasse sua filha, desejaria nunca ter pisado naquele escritório.
Contudo, algumas horas depois, enquanto o jovem voltava com Áquila dos jardins, já tendo lhe feito o pedido de namoro, Lucius pensou que toda aquela dor de cabeça valia a pena, apenas para ver a alegria dela ao segurar a mão dele e conversar animada com Narcissa, sorrindo agradecida em sua direção algumas vezes.
Entretanto, parte de si sabia, aquele era apenas o começo de muito estresse que ainda viria....
(...)
 Filhos.
Lucius Malfoy definitivamente não estava pronto para ser pai, ele soube disso apenas alguns anos depois, com dois filhos já crescidos e começando a aprender a viver suas próprias vidas.
Ele não estava preparado para todas as brigas, confusões, pedidos e perturbações que vinha no pacote da paternidade. E, definitivamente, havia errado muitas vezes em suas punições com Draco ou represálias para Áquila.
Contudo, ele não mudaria nada daquilo.
No fundo, embora poucos soubessem, por baixo de sua cama de eterna frieza e indiferença, Lucius amava sua família mais do que qualquer coisa no mundo.
Notas da autora: eu fui criada por meus avós em uma família muito parecida com os Malfoy, talvez por isso veja as coisas de forma um pouco diferente do cannon. Dessa forma, eu queria dedicar esse pequeno conto ao meu avô, que nunca irá lê-lo, mas ainda sim, me cuidou tão bem quanto Lucius cuidou de Áquila.
Obrigada.
E obrigada a todos que leram e espero que tenham gostado, logo terá mais!
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lado-direito-da-equidade · 6 years ago
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— Belinda Brown, autora de A Revolução Privada, colunista de The Daily Mail e de The Conservative Woman, 2016.
Intimidador? Anne Heywood (Catherine Murphy) é “admirada” no filme Violent Playground de 1958[/caption] Nottinghamshire Police Force, nós aprendemos esta semana, tornou-se o primeiro no país para categorizar lobo assobiando tanto como misógino e um crime de ódio e insta as mulheres que são “vítimas” de tanta atenção indesejada para reunir sua coragem e relatá-lo. Tem severamente decretou: ‘contato ou envolvimento física ou verbal indesejada é definido como exatamente isso e assim pode cobrir lobo assobiando e outros tipos semelhantes de contato. Se a vítima sente que isso tenha acontecido, porque eles são uma mulher, em seguida, vamos gravá-lo como um crime de ódio”. A definição inclui o assédio rua, abuso verbal, abordagens físicas indesejáveis e tirar fotografias sem consentimento. Também incluídos estão usando telefones celulares para enviar mensagens indesejadas, avanços sexuais indesejados e “contato físico ou verbal indesejada ou sem ser convidado ou compromisso”. Além disso, chefe de polícia da força, Sue Peixe, acrescentou o peso de sua aprovação, declarando: “Estou muito feliz que estamos liderando o caminho para combater a misoginia em todas as suas formas. “É um aspecto muito importante do trabalho global de crimes de ódio sendo conduzida e que vai fazer Nottinghamshire um lugar mais seguro para todas as mulheres. ‘ Agora sou uma mãe de meia-idade e acadêmica, e nos anos desde meus dias de modelagem, as atitudes mudaram. Muito comportamento que era aceitável até 20 e poucos anos atrás é agora definitivamente não, e com razão, em muitos casos, mas, longe de acolher esta nova iniciativa, eu estou chocado. Ele faz nem homens ou mulheres, um favor, mas apenas consagra ainda mais o fosso entre os sexos. Para começar, eu tenho que ter problema com Ms Peixe, e gerente do Centro das Mulheres Nottingham Melanie Jeffs, que diz que ela está ‘satisfeito’ que a polícia “reconhecer a amplitude da violência e da intimidação que as mulheres experimentam diariamente em nossas comunidades. ‘ Que a maioria das mulheres realmente experimentar níveis deploráveis de agressão de homens em uma base diária? Deveríamos estar fazendo a suposição generalizada de que os homens são inerentemente todos os predadores hediondos? De minha própria experiência recente e de outras mulheres – de todas as idades – Eu sei que eu não penso assim. Em qualquer caso, eu acho que é totalmente errado supor que os homens são invariavelmente brutos grosseiro que não conseguem receber a mensagem quando for solicitado a recuar. Se nós expulsá-los como tal estamos caminhando para o problema. Ao correr para a polícia e relatar um “crime de ódio”, corremos o risco de fazer o infeliz rapaz que aconteceu com Uivo do Lobo uma menina que passa irritado e hostil. Resultado? Crescente animosidade entre os sexos.
E, em vez de proteger as mulheres, eu acho que a nova política do Nottinghamshire infantilises e nos patronises. É, creio eu, profundamente humilhante para sugerir que são demasiado fracos e debilitados para lidar com uma observação casual ou um avanço indesejado.
Vital, precisamos parar de lançar as mulheres como impotente e infeliz. Em vez de dizer as nossas filhas para ser executado com a polícia, é preciso incentivá-los a aprender a lidar com essas irritações de baixo nível que mal deve causar consternação, e muito menos ser catalogados ao lado de agressões graves. Elevando tais aborrecimentos triviais como lobo assobiando para “crimes de ódio” distorce a nossa visão do que um crime real é, e que os verdadeiros criminosos são. Se você tratar algo tão trivial como lobo assobiando como um crime de ódio, em seguida, as pessoas que são vítimas de abuso mais sério e devastador pode lutar para ser levado a sério, porque as pessoas já não será capaz de diferenciar o que é realmente inaceitável. Na era da minha avó um jovem que cumprimentou uma mulher em sua aparência não teria sido tratado como um pária. Muitas vezes sinalizou a primeira fase preliminar de namoro. Quando eu estava nos meus 20 anos, eu teria relatado o estranho que me convidou para jantar à polícia por “comportamento misógino” tinha esta nova “crime de ódio” existia então? Claro que eu não faria. Eu teria considerado um desperdício de tanto o meu tempo e que da polícia. No entanto, a juventude de hoje deve ser cauteloso: contar uma adolescente que ela parece adorável poderia levar a uma reprimenda; mesmo um registo criminal. Em vez de encorajar homens e mulheres jovens para entender o ponto de vista do outro e abrir linhas de comunicação esta nova iniciativa certamente incentiva uma mentalidade que encerra a interação social. Os jovens são muitas vezes gauche, mas criminaliza embaraçosas ou equivocadas, os avanços não ajudá-los a aprender o que é apropriado – e o que não é. Em última análise, eu acredito que as ruas se tornará menos seguro, não mais, se a polícia em dificuldades estão tão ocupados investigando o local de construção Lothario que assobiou para uma mulher de passagem, que eles não têm tempo para lidar com o estuprador. Certamente o senso comum dita – especialmente em uma época de recursos limitados – a polícia seria mais rentável envolvidos na investigação de crimes graves de violência contra as mulheres. E, no entanto, aprendemos que três meses de tempo valioso de polícia – e milhares sem dúvida de libras provenientes dos orçamentos já tensas – já foram desperdiçados em bobbies formação de Nottinghamshire para reconhecer o crime de misoginia. Tudo parece um excesso de reação ridícula. Como um antropólogo social e escritor que tenho considerado a maneira insidiosa feminismo estridente – essencialmente transformando o sexo oposto em nosso inimigo – tem envenenado as relações entre homens e mulheres. Eu acredito que o inspector-chefe feminina da polícia, que instituiu este novo crime absurdo, está a aplicar a presunção de que as ações de todos os homens deve ser visto através do prisma da nossa paranóia: eles devem ser todos ser demonizado. Considere o caso de co-coordenador de marketing Poppy inteligente, 23 anos, de Worcester. Lobo assobiou todos os dias por um mês enquanto ela passado construtores em um site, justificadamente ela encontrou o comportamento tão intimidativo, humilhante e insultante ela sentiu que não tinha outra alternativa senão ir à polícia. E tenho grande simpatia por ela. Embora a força Oeste Mercia investigado queixa de Miss inteligente – disse o assobio de lobo era semelhante a perseguição racial – nenhuma ação foi tomada. Presumivelmente, teve os incidentes aconteceu em Nottinghamshire o resultado poderia ter sido diferente. Ainda sinto uma mordaz put-down, ou comentário espirituoso teria beliscado este negócio desagradável toda pela raiz de forma mais eficaz do que qualquer relatório da polícia. É claro que eu deploro qualquer conduta que se torna irritante ou irritante, mas sendo lobo assobiou não é o mesmo que ser racialmente abusado. Certamente, o problema aqui não é realmente o comportamento dos homens. Pelo contrário, é a forma como ele é compreendido. Os homens acham as mulheres muito jovens atraentes, e queremos que eles nos encontrar atraente.Eles respondem mais fortemente do que podemos fazer para estímulos visuais, e fazê-lo de uma forma muito visceral. Isso não quer dizer que eles nos ameaçam. Simplesmente que eles estão muito ocupados trabalhando na construção de sites para pegar mensagens de correção política. Eu suspeito que há alguns países onde os homens estão mais cautelosos sobre expressar sua apreciação da beleza feminina. Quando eu morava na Polônia na década de 1990, nunca foi lobo assobiou; possivelmente porque a beleza, magreza e aparência impecável de mulheres polacas sim colocar-me a vergonha. Mas eu também suspeito que foi porque os homens poloneses tinham sido criadas por mães cuja ética de trabalho e auto-sacrifício acirrada em ambos os apoiando e executando suas famílias incutiu nos seus filhos um respeito muito ligeiramente com medo, tanto para as mães e as mulheres em geral. E se ele é o respeito que nós mulheres queremos, nós não vai conseguir por queixas constantes, carping e as exigências de privilégios especiais. Nem vamos alcançá-lo, se cada vez que um homem expressa seu apreço da nossa beleza, corremos para a polícia. Parece-me, também, que enquanto as mulheres estão preparadas para castrar os homens com esses novos poderes, as mesmas mulheres atribuir-se o direito de ser mais predatória si. Nesta nova era de regras e regulamentos draconianos, considera-se perfeitamente politicamente correto para uma mulher para cobiçar physique muscular de um homem, enquanto ele não tem direito de cumprimentá-la sobre sua figura. E quem teria uma centelha de respeito por um homem que correu para registrar uma queixa contra uma mulher só porque ela disse que ele parecia bom?Igualdade funciona nos dois sentidos. Na verdade, eu acho que a vida é infinitamente mais pobre e lúgubre para estas novas directivas po-faced. Hoje, em meados de vida, eu me sentiria extremamente satisfeito se um estranho – homem ou mulher – me disse que eu estava linda. Agora que estou mais velha, um apito de lobo iria realmente fazer o meu dia. Não é um insulto para ser encontrado atraente, na verdade, há algo reconfortante e confiança de aumento para ser apreciada por nossos olhares. E enquanto nós nos esforçamos com razão de ser mulheres da substância, uma valorização de nossa aparência não precisa diminuir dessa. Então, eu diria a todos os jovens, como eu faço para a minha própria filha de dez anos de idade: aceitar elogios graciosamente, mas se você é ofendido tem de coragem, para não apressar-se e contar contos, mas para confrontar a pessoa que tem ofensa causada.
Esta, afinal, é o que o empoderamento significa e como o respeito é ganho.
— Belinda Brown, “Wolf-whistling a hate crime? What an insult to real victims of abuse”, Daily Mail, 15 de Julho de 2016. http://www.dailymail.co.uk/news/article-3691284/Wolf-whistling-hate-crime-insult-real-victims-abuse.html
Olha essas também:
• mais mulheres que homens se formam na universidade « Belinda Brown ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=11706
• “Feministas deixam meninos de lado, homens sem oportunidade, e mulheres sem parceiros.” « Belinda Brown ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=11702
• “Leis que incriminam cantadas de homens a mulheres, além de absurdas, são misândricas.” « Ashe Schow ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=29801
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almamercante-blog · 8 years ago
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II
   Dia aleatório de uma semana aleatória de um ano específico.
   Vigésimo primeiro dia do terceiro mês do supracitado e exato ano.
   Ao receber atenção de outra pessoa, o jovem recua apreensivo, mas cheio de uma euforia leda. Não raro, decepciona-se com tais encontros, mas dessa vez era diferente: uma festa.
   Grande ou pequena, pouco importava. Era uma desculpa para sair de casa e cumprir a cota de besteiras da semana, quando não do mês; e o álcool. Ah, o característico sabor de uma véspera descuidada e uma manhã de balanços, geralmente negativos, para todos os envolvidos na farra.
   Ou foi o que ele pensou, logo antes de dizer, com toda a convicção que possuía que iria. As palavras exatas não importam, não mais que o fato de que ele participaria do evento.
   No primeiro dia, comprou algumas roupas novas com dinheiro que não tinha. No segundo, procurou informar-se sobre quem estaria no local, pois gostava de agregar informações de antemão; era precavido. No terceiro, a insônia, aliada, mas indesejada, fazia da mente do garoto um mar de especulações absurdas e expectativas inalcançáveis, o de praxe. E no quarto, o dia. Ou melhor, a noite.
   Alugou um transporte e saiu de casa logo antes do pôr do sol. O céu estrelado chegaria junto consigo ao local, que ficava na orla. Era, em verdade, a primeira vez que iria até tal praia e estava nervoso o suficiente para esquecer o pouco que conseguira memorizar do caminho para voltar para o lar. Mas esse e outros pensamentos, mais conservadores, perdiam vez para a antecipação de uma série de desentendidos e conversações efêmeras com outros.
   Já na entrada da casa de praia, avistou o anfitrião, que estava cercado de convidados e procurava cumprimentar todos de forma breve, porém acolhedora.
   “Não te vejo faz muito tempo!” falou “Em que buraco tu se meteu, hein?”
   “No da sua mãe!”
   E risadas brotavam, fluidas e gostosas, pousando nos ouvidos  daqueles alheios à conversa que, não obstante, riam junto, com menos do mesmo entusiasmo.
   Luzes multicoloridas adornavam a fachada e escondiam as estrelas menos brilhantes do céu. A música alta, cortesia de uma banda convocada, invadia as confabulações, espirituosas e propínquas; e os comentários, taciturnos e longínquos. Era uma mistura de glam rock com gelo seco de baixa qualidade, este impregnando o ar em derredor do palco improvisado de um cheiro adocicado. A atmosfera resultante faria qualquer um declarar para si próprio “Agora, essa é uma festa de verdade!”.
   Enquanto alguns optavam pela companhia generalizada da pista de dança, outros procuravam manter discussões um tanto quanto controladas nos limites da festa. Na praia, as ondas enunciavam a chegada da maré alta, quebrando violentamente e erodindo as conchas espalhadas na areia já fria.
   Um verdadeiro macrocosmo de desideratos, excitante.
   Foi o que ele notou após observar por alguns segundos. Tempo suficiente para esquecer e lembrar-se de como andar novamente. Caminhou até o amigo, reconhecendo sua mesura e as direções até a mesa de comes e bebes. Retribuiu-lhe o favor e procurou o que fazer.
   Junto à televisão, um sofá apinhado de adolescentes vidrados destacava-se. Na tela, futebol, o esporte preferido daqueles que o preferem, muitos.
   “Isso é a definição de ridículo” disse um deles “Esse mentecapto se recusa passar a bola e ainda faz questão de errar um chute desses!”
   “Eu quero saber como é que esse artilheiro consegue cair tanto.” disse o outro, apontando com os quatro dedos e chicoteando o ar “Levanta e joga, seu infeliz!”
   “Eu sinto falta do antigo técnico, esse novo é um incompetente. Eu mesmo jamais deixaria o dono do gol do ano fora de uma partida decisiva dessas.”
   “Na verdade, ele fez uma ótima formação.” contradisse uma garota sentada no chão “Mas acho que é como dizem: ‘Se quiser enganar seus inimigos, precisa primeiro enganar seus amigos’.”
   “Ah, fica quieta, por favor!” berrou o litigado “Se mulher soubesse de futebol, eu estaria lavan-”
   Gol do time adversário.
   “Viu só!? Ridículo, isso é ri-dí-cu-lo!”
   “É isso que eu ganho por não vir com a minha meia da sorte.”
   Continuou a caminhar, sentindo-se desnecessariamente triste pela garota. Avistou um ou outro casal agarrado à parede, tentando ignorar as leis da física e os olhares oblíquos de terceiros. Tentou não julgar tais casos, mas geralmente falhava e acabava por imaginar etiquetas para que via passar diante de si.
   “Preguiçoso, marombeiro, estranha, feio, lascivo, fraco, oferecida, perdido, bêbado, bêbada.”
   Sentiu a necessidade de beber. Chegou até a mesa, onde haviam diversos salgados e bebida aos montes. Mas nada de uísque, e ele gostava de uísque. “Que seja” e pegou uma das garrafas de intoxicante que já estava pela metade. Após dezessete minutos e não menos que sete goles direto do gargalo, começou a filosofar como só um ébrio poderia fazê-lo: permeando tudo com uma depressão artificial e depreciativa.
   Nada estava imune ao seu olhar crítico, e turvo. Nem mesmo o salgueiro do quintal. E lá estava ele, sentado com as costas premidas contra o tronco da árvore. Foi naquela noite fria sob a copa da árvore e a pressão originada de suas expectativas que se engendrou em sua mente a única verdade universal, além de qualquer conhecimento humano. Era o pináculo de sua existência, ali, naquele ergástulo que havia se tornado seu corpo.
   Cuidou de registrar toda a perfeição desse momento, cada nuance, em um texto perfeito que rivalizaria com as maiores obras da história mundial. Sim, sem dúvida, essa era a sua missão. Ideais pelos quais viver, pelos quais morrer, tudo e mais um pouco ali estava, esperando para ser compartilhado com o mundo. Deixou a garrafa vazia cair ao seu lado e começou a escrever.
   Na manhã seguinte, o sol espetou seus olhos de ressaca, oblíquos e dissimulados pela bebida da véspera. Ainda confuso, encontrou-se debaixo de um salgueiro, com uma garrafa quebrada de vodca ao seu lado.
   Por todos os lados, gente dormindo, algumas mais vestidas que outras. O mar soprava uma brisa cálida e uma melodia calmante. Mas, para ele, era o inferno na terra, ou na sua cabeça.
   Levantou-se e conferiu o seu celular por notificações de amigos.
   E ali estava, o espólio da noite passada.
   Começou a ler, mal acreditando.
   “Uma
   “É engraçado, e bastante
Inapropriado, dado o hálito,
Fraco e desgasto, como não
Sendo forte hipócrita, quando são
Não quer ser, mas aparecer,
Esconde o medo de crescer
No nada e sê forte, oprime o fraco
E favorece o forte, enaltece o moto,
Ignoto ao nada e, ainda que roto,
Sabe tudo de obsceno e faz ato
Ainda que certo, contrário,
Ao ser que quer existir e expande
O encontro sempiterno do falso afã
Sincero e concreto enquanto o “hã”
Do ser há de existir, e há de matar
O genuíno catar de bens lanosos
E, ao realizar o concreto, são enfim
Enganosos e findam o fim porvir,
Saibam, então decidir o confim
Parnasiano que urra em mim e,
Ao existir, vela pelo real e contínuo.
Por favor, você que lê, saiba que a
Mercê cabe ao ser que quer ter a
Verdadeira noção de moral, do real
E finda o oblíquo, faz cessar o mal
Sê bom e reto, fel, de mel, o final.
Fatal.
   “P.S.: As luzes embaçadas são
Melhor apreciadas. Não em vão,
Dotadas de melhor iluminação,
Mas são fruto de uma ilusão.
Adoro amar a efêmera sanção
De sentidos; breves todos são.
Anestesia-me.
   “P.S.S.: Tu quer ser a prova
Derradeira do que não existe:
Teus ideais estranhos e irrepreensíveis.”
   Encarou a maré baixa por alguns instantes, admirando o movimento das minúsculas ondas que se formavam antes de chegar a banco de areia. E refletiu:
   “O que diabos significa ignoto?”
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rpgyc-blog · 8 years ago
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Quem não conhece YASUO? ELE vive em SHIRO e é CIRURGIÃO. As más línguas dizem que ele se parece com SHON MINHO, mas os bons olhos dizem que não. Ficou curioso? Siga-o no twitter e tumblr.
INFO!
Ikeda Yasuo.
05/10/1990.
Nasceu em Gumyoji, Japão.
Buzen, Shiro.
Yoshida Palace, Apt. 601.
Cirurgião geral no Teikyo Hospital.
Nascido e criado em Hakusan, mas retornou à cidade há um ano e agora vive com um amigo em Buzen.
CURIOSIDADES!
1. Em meio 5 primas, Yasuo e seu irmão são os únicos homens da família. 2. Não entende a magia do café e dificilmente consegue tomar uma dose inteira, optando por um copo de leite gelado durante as manhãs.  3. Extremamente apegado à todos os tipos de animais, principalmente cachorros. Se identifica com a aura dos caninos e aprecia a energia positivas que os animais passam.  4. Por ter passado muito tempo com a mãe, que sempre cuidou de uma padaria, acabou por pegar muito amor pela arte de cozinhar. Costuma testar sempre novas receitas na cozinha de casa, ainda que vá comer sozinho.  5. Divide o apartamento com um amigo de infância, o que acaba fazendo com que sinta que possui um outro “irmão mais novo”. 6. É viciado em filmes de terror e histórias de serial killer. 7. Aprecia e toma frequentemente bebidas alcoólicas. 8. Possui uma relação distante com o irmão devido aos longos anos de estudo.
PERSONALIDADE!
· Cerebellum: Sendo a força uma das suas maiores características, esta acaba sendo demonstrada de diversas maneiras. Sem medo de arriscar e confiando sempre na própria capacidade, muitas vezes é o primeiro a levantar a mão para questionar, sugerir ou participar de situações questionáveis. Devido a toda essa coragem, é comum que se coloque em situações onde uma pessoa comum hesitaria, e nem sequer perceba. ·  Medulla Spinalis: Por ter crescido em um lar muito tranquilo, possui uma energia muito leve e limpa, apesar de frequentemente confundir as pessoas que têm a chance de vê-lo peformar dentro de uma sala de cirurgia. Costuma levar a vida da maneira mais “care free” possível, o que faz que muitos tenham uma imagem até mesmo infantil de sua personalidade, o que contrasta completamente com a postura que mantém em ambientes de pressão e trabalho. ·  Brainstem: Como um bom perfeccionista, gosta da organização, limpeza, harmonia de cores e sincronia de sons. Todas as coisas que de alguma forma se encaixam, é automaticamente de seu agrado. Esse gosto acaba fazendo que pareça rude, mimado ou até mesmo com uma pessoa que sofre de TOC. Aprecia tudo aquilo que é refinado e bem equilibrado, coisa que vale do tato ao faro e paladar. ·  Nervorum Spinalium: Em tudo que faz, coloca um pouco da própria alma. Para si, se algo não tiver uma intensidade emocional ou espiritual, tal coisa não é válida. Ainda que não seja sua especialidade, procura expor os próprios sentimentos e não se importa que as pessoas façam o mesmo. Facilmente magoável, não costuma se entender aqueles que são extremamente fechados ou misteriosos, já que não possui talento algum em ler o silêncio, ainda que frequentemente tente. Admira os sentidos humanos e aprecia as pessoas que não os escondem com uma máscara.
BIOGRAFIA!
Em um daqueles dias frios de outono nascia Yasuo, um garoto de tamanho e peso saudável, com bochechas grandes e rosadas, sendo o primeiro filho do mais jovem casal da família Ikeda. Shizuka jamais havia imaginado que seria mãe aos vinte e pouco, já que considerava aquela uma idade púbere para o posto de mãe. Frequentemente comentava com o marido, Toshiro, sobre a própria inaptidão, ou dinheiro que faltaria e as possíveis marcas que surgiriam no corpo… coisas todas que desvaneciam no mesmo momento em que o garoto vinha ao mundo, no dia quinze de outubro. O sexo do bebê era um mistério e dessa maneira foi preservado até o momento do nascimento, mas de alguma maneira, Toshiro já sabia que seria um menino. A gravidez, ainda que não programada, era acolhida com nada menos do que celebração imediata, pela parte dos avós, tios, primas e até mesmo alguns parentes de fora da cidade, que enviavam seus cartões parabenizando o par pelo primeiro menino da família.
O casal levava uma boa vida com todo seu ar primaveral, já que Shizuka seguia os negócios da família, produzindo e vendendo todos os tipos de massa em uma pequena padaria local já bem conhecida pelos arredores, enquanto Toshiro, por sua vez, era piloto de avião em tempo integral. Seu trabalho exigia muito e era corriqueiro que o mesmo viesse a trabalhar por sete dias consecutivos, sem sequer ter o direito de dormir na própria cama no fim de cada dia. Toda aquela ocupação do pai acabava por fazer que a criança crescesse mais apegado à sua mãe e seus pães excepcionais, juntamente dos avós que frequentemente visitavam para averiguar o crescimento do pequeno. Quando tinham a oportunidade, era comum que o casal planejasse dias, minunciosamente contados para trazer uma companhia ao menino, que já completava seus quatro anos. A escassa fertilidade e o tempo apertado tornava aquele desejo distante, e a beliche que mobilhava o quarto previamente elaborado agora parecia solitária. Ainda que desanimados, a presença do pequeno Yasuo era reconfortante. Com um quintal tão grande e pães feitos com tanto carinho, a criança crescia com uma aura agradável, saúde invejável e energia quase inesgotável. Por outro lado, era uma tortura que Shizuka conseguisse colocar aquele garoto na cama, sem precisar de pelo menos cinco promessas de atividades excepcionais que fariam no dia seguinte. 
E ela sempre cumpria. 
A gravidez do segundo menino viera de maneira tão surpreendente quanto a de Yasuo, e novamente a felicidade reinava o lar dos Ikeda. Mais um garoto iria vir ao mundo, e o primeiro que agora seria o “irmão mais velho”, não conseguia digerir a ideia. Tão acostumado a dormir sozinho, comer sozinho e brincar com nada além dos próprios brinquedos, mal podia esperar pela chegada de Yukio.
Com seis, dez ou doze anos, a manhã era, desde sempre, o seu horário preferido e, ao bater das cinco horas e trinto minutos, era garantia de que estaria de pé. O uniforme que antes era colocado pela sua mãe, agora era feito de maneira independente. A gravata era sempre ajeitada pelo pai perfeccionista, mas a mãe tratava de bagunçá-la em um abraço apertado logo em seguida, antes que se despedisse do pequeno Yukio e partisse de bicicleta para os primeiros dias do ensino médio. Com o uniforme bem passado ou não, era um fato de que Yasuo era um dos garotos mais desacostumados à socializar com outras crianças, entrando sempre pelos cantos, em silêncio. Os olhos rasgados e apertados semeavam uma imagem muito diferente da que tinha em casa; A postura ereta e confiante deixava claro que, apesar de silencioso, tinha muito a oferecer e não levaria desaforo para casa. Na sua mente, ainda tão jovem, as outras crianças eram muito barulhentas, encrenqueiras e à qualquer momento poderia ser convidado a participar de uma briga de gangues. Semanas se passaram e o seu foco era unicamente e exclusivamente os estudos, como sua mãe havia lhe dito que era o correto, mas isso fazia com que se esquecesse completamente de qualquer socialização com os outros alunos. Vez ou outra podia perceber que outras pessoas andavam dali pra cá, falavam isso e aquilo e, só então, percebia que não estava sozinho no próprio quarto. Aquela solidão se transformava em curiosidade e a cada dia que passava, as orbes fugiam mais dos Kanjis para os olhos tão distintos dentro daquela sala de aula. Papeis iam e papeis vinham de lá para cá nas carteiras da sala, enquanto o representante de classe falava sobre os clubes. Não era surpresa alguma, não tinha conhecimento sobre nenhum. Quando finalmente tomara coragem para agarrar um daqueles papeis pregados na parede com letras relaxadamente manuscritas, a confusão só tornou-se ainda maior; Não tinha ideia alguma do que faria. Naquele momento, ao que sentiu algo lhe cutucar por trás dos ombros, era como se experimentasse o primeiro contato direto com outro ser humano daquela sala de aula. Os olhos defensivos procuraram agressivamente pelo responsável, mas fora muito mais fácil do que parecia em sua mente paranoica. Três jovens atrás de si seguravam alguns papéis e logo se curvavam em um uma postura exagerada. “Por favor, entre para o clube de música!”, a frase fora quase gritada, em um pedido receoso e desesperado para que salvasse a vida de um clube quase abandonado. Em um bairro como Hakusan, bandas adolescentes não eram exatamente populares, já que muitas vezes os garotos e garotas já tinha uma visão fixa de seus futuros, envolvendo suas famílias e, muito provavelmente, plantações de arroz e legumes.
Não se lembrava bem do motivo, mas havia aceitado o pedido de Yamatsu de se unir àquele clube, há um ano e meio atrás. Já estava no seu segundo ano do colegial e, por algum motivo, não se arrependia de todo o tempo que desperdiçava afinando o contrabaixo, o qual chamava carinhosamente de “Yoshi-san”. Ao que fora convidado para fazer parte do grupo, encontrara-se em um situação delicada: não fazia ideia de como dizer “não” para alguém. Aceitou em silêncio, mas logo depois precisou honrar com a decisão que havia tomado. Lá no fundo, estava feliz por estar, finalmente, envolvido em algo como um garoto normal. Em casa chegava com a notícia de que estava em uma banda e a mãe, feliz da vida, fora a primeira a sugerir as cores do instrumento, enquanto o pai questionava a utilidade do mesmo, para uma pessoa sem conhecimento algum sobre música. O que ninguém sabia era que Yasuo era uma pessoa extremamente esforçada, só nunca havia tido a oportunidade de provar. Yukio, já correndo de lá para cá sem ajuda alguma, era o mais entusiasmado. O irmão sempre gostara de música, instrumentos e ter um “músico” em casa era quase como anunciar a chegada do papai noel. Enquanto treinava, o pequeno fazia questão de se sentar no chão e assistir horas e horas de erros e acertos e muita reclamação sobre dores. Os dedos agora calejados de tanto treinar, eram aperfeiçoados em todas as notas as quais havia estudado por meses em frente o computador, podendo até mesmo arriscar improvisar entre uma música e outra que treinavam na espaçosa sala vazia. Não era fácil que praticassem juntos pelo fato de que tudo que acabava ouvindo era a bateria ensurdecedora e os gritos de Yamatsu, o vocalista pseudo punk. “The narcotics” era o nome que o grupo rabiscava em seus cadernos, braços e até mesmo, nos celulares. A banda era uma das primeiras a sair do papel entre todas as outras que já haviam existido na história daquele clube, e de alguma maneira, sentia que tinha um talento natural no que fazia. Enquanto os dedos escorregavam de uma corda para a outra com os cabelos escuros em frente os olhos, era como se assumisse uma outra identidade, completamente secreta. Talvez, lá no fundo, entre um filhinho de papai e apreciador de bolos de morango, Yasuo fosse de fato um músico promissor.
Ao que o tempo no colégio se aproximava do seu fim e os testes vocacionais começavam a ser passados pela fileira, a tensão parecia despencar de uma só vez sobre os ombros. Não poderia mais passar dias e noites treinando com o irmão, brincando como se a sua adolescência fosse eterna. Logo se tornaria um adulto e pouco havia feito além de estudar, tocar seu contrabaixo e jogar rpg durante a noite. Sentia muito receio de que falhasse com sua mãe, que tanto repetia o quão importante era que tivesse uma boa formação e, consequentemente, uma garantia de uma vida estável no futuro. Naquele momento, só o que pode fazer foi abrir o caderno e revisar toda a matéria que havia aprendido em todos aqueles anos e estudar tudo de novo. Yukio estranhava o comportamento e aquilo causava um certo afastamento nos irmãos, mas Yasuo pouco enxergava o ambiente fora das linhas dos cadernos. Não sabia a razão, mas alimentava, desde muito novo, um terrível medo do fracasso. Com o passar dos meses as provas começavam, os alunos se focavam e o ano terminava. Dali para frente, todos seriam todos veteranos e o caminho que estava por fim definiria todo o resto de suas vidas. Yamatsu, por outro lado, não parecia tão focado assim. Era normal que se deparasse com o amigo animado em compor novas músicas para festivais, ainda enquanto todos os outros membros da banda estavam ocupados demais estudando e dando tudo de si. Ainda que a música fizesse com que se sentisse completamente único no mundo, conhecia algo tão prazeroso quanto e que lhe daria um futuro: a medicina. Biologia  tal como matemática sempre foram as matérias pelas quais tinha mais facilidade e simpatia e o mais novo sonho lhe caía como uma luva. Talvez fosse um desejo demasiado ambicioso, mas algo dentro de si lhe garantia que aquele era o único destino que tinha reservado. Os movimentos tão técnicos que eram cobrados de um bom cirurgião era, para si, como tocar um instrumento de cordas.
Ao que aquele terceiro ano chegava ao seu fim, a cabeça já tinha uma agenda completa e bem organizada, como se a planejasse desde o início de sua vida. Naqueles seus próximos meses, o seu único foco seria mudar-se para Tokyo onde, dentro de cinco ou seis anos, se formaria como cirurgião geral. O contrabaixo avermelhado agora dormia todos os dias na cama do irmão, enquanto os milhares de livros ocupavam a mesinha onde costumava passar as noites jogando. Yukio estava crescido e adorava aquele baixo, o carregava de lá pra cá ainda que não tivesse o trabalho de triscar em suas cordas. O irmão era muito mais interessado na culinária e os assuntos que cercavam o trabalho da mãe dentro da padaria. 
Era engraçado que observasse o quanto havia mudado da noite para o dia, mas aquilo só lhe inspirava mais e mais a avançar em cima daquele sonho, já não tão novo assim. Dito e feito, a notícia quando chegara no ouvido dos pais, fora motivo de festa, com direito a balão e pão doce com geleia caseira.  Era novidade para si ver o seu pai tão entusiasmado com algo que não fosse turbinas, aeronáutica ou espaçonaves que pouco podia reagir à toda aquela festança. Dali para frente, toda a renda que entrava dentro de casa tinha uma porcentagem especial garantida para a Universidade de Tokyo. Dentro de um ano, finalmente pode realizar o seu sonho, o qual só se deu conta da realização no momento em que botou os pés no trem, que partiria para fora de Hokkaido. A família festejava, mas Yukio parecia uma criança abandonada no mercado. Dali, pegou um avião até Tokyo, onde permaneceu na casa de alguns familiares até que concluísse o curso. Conhecer Tokyo era como se conhecer de novo. Tudo o que já havia feito até então não se comparava com um simples andar nas ruas de Shibuya. As pessoas, por outro lado, não eram tão agradáveis quanto as de Gumyoji. As habilidades sociais pareciam evoluir a cada vez que precisava correr para fora da universidade até uma cafeteria, buscando cafeína ou qualquer outra coisa que fizesse com que continuasse alerta por mais duas horas. As atendentes sempre surpreendiam-se com o desespero e precisa, todos os dias, explicar para pessoas diferentes que era apenas mais um estudante de medicina, dando a própria vida em busca da perfeição. Na neurologia não existia espaço para insegurança, para sono, fraqueza, medo ou humor ruim. Suas mãos não podem tremer, seus olhos não podem piscar a sua fome esmagadora jamais será uma prioridade. Dentro de alguns anos, você aprende a ver a beleza no ato de sofrer diariamente por um bem maior, ainda que seja apenas executando a parte teórica. E então, você se observa e vê uma pessoa de sucesso, um adulto exemplar, representando não só o seu país, como cada pequena viela congelada do distrito de Nana, entre uma dose de whisky e outra de Gim.
Você agora é um adulto e sua função é salvar vidas.
Aos vinte e seis anos, renascido e com um certificado no fundo da mala, Yasuo retornava para Gumyoji. Após tantos anos vendo os pais e o irmão apenas pela câmera do notebook, era estranho pensar que voltaria e não apenas os veria por inteiro, como poderia abracá-los. Tinha a própria gravata muito bem colocada e não via a hora de tê-la afrouxada pelos dedos firmes da mãe, e logo depois corrigida pelos olhos rígidos do pai. Retornar para casa era como o seu maior prêmio, muito maior do que de fato a formação. Aquele diploma que carregava era apenas uma via para que pudesse vê-los felizes, para que pudesse agradecer aos pais por tudo que recebera durante toda a vida. Tinha plena consciência do quão mimado havia sido durante toda a vida e, lá no fundo, algo lhe dizia que iria continuar sendo um pequeno garoto mimado pelo resto da vida, enquanto estivesse dentro do seu palácio. Era incrível estar em casa, mas também era como lidar com toda uma eternidade que perdera devido aos estudos. O irmão estava tão grande e sentia que mal o conhecia. Era como se estivesse olhando no espelho, mas toda vez que Yukio abria a boca, era alguém completamente diferente de si. Dócil e dedicado, assumia os trabalhos de Shizuka e a ajudava a descansar, como o bom garoto responsável que era. Ainda que voltasse com um diploma tão importante em mãos, sentia como se tivesse faltado com os pais naquele quesito. Talvez o irmão pudesse listar muitas coisas sobre aqueles dois que desconhecia, e aquilo era enlouquecedor. Ainda assim, não mediu esforços na hora de permanecer uma longa semana na casa da família, dormindo no seu antigo quarto que agora pertencia unicamente ao irmão. Após tantos anos, pode degustar dos inigualáveis pães da senhorita Shizuka, tanto quanto reencontrar Toshi-san e Yukio, unidos. Dali pra frente, os dias eram todos sobre a própria mudança para o novo apartamento em Shiro, Buzen. O irmão ajudava que empacotasse todas as lembranças e novidades até o próprio “lar”, onde viveria dali pra frente.
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secretsofalittlefox · 8 years ago
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Explicações mal explicadas
Tenho pensado muito sobre metáforas e o que elas significam pra mim. Tenho pensado em como explicar coisas usando outras, como no filme A menina que roubava livros, quando o judeu pede que ela descreva o dia lá fora, como se fosse pra uma pessoa que nunca tivesse visto um dia ensolarado antes. Tenho pensado em como minha garganta trava quando as pessoas me perguntam como eu estou, e como essa pergunta desencadeia coisas circulares na minha cabeça. Tenho pensado em como explicar pra pessoas que nunca sentiram depressão e ansiedade do jeito que eu sinto, e principalmente porque eu sinto. E eu imagino que explicar o que é um cachorro pra uma pessoa que nunca viu seja mais fácil.  Eu gostaria de conseguir explicar tudo pra elas, sem rodeios. Mas eu tenho um sério problema em conversar com as pessoas, ainda mais sobre assuntos difíceis.  Então decidi deixar aqui o meu relato. Se algum dia algo vir a acontecer comigo, eu teria tudo explicado nesse texto. Se algum dia maravilhosamente no futuro eu não me lembrar do motivo de eu me sentir assim, é aqui onde vou tentar explicar. O começo sempre é mais difícil. Mesmo em textos, eu nunca sei bem por onde começar. Talvez do início? Mas qual foi o início? Em qual ponto isso tudo começou a acontecer? Vou tentar ser breve, porque mesmo aqui não acho que seria confortável falar sobre isso, mesmo que eu não esteja falando com ninguém. Gostaria de conseguir explicar para as pessoas porque minha auto-estima é tão baixa. Gostaria de poder passar as memórias que eu tenho, como um dia, alguns meses depois de voltar dos estados unidos, eu estava em pé na frente da diretoria com algumas garotas, quando elas avistaram alguns garotos, seus amigos. Ao se encontrarem, eles se abraçaram e beijaram o rosto uns dos outros. Enquanto eu recebi apenas olhares.  Essa foi uma das vezes que mais me ardeu. Foi uma das vezes que uma garota de 11 anos olhou pra si mesma e se perguntou “o que há de errado comigo?” e chegou a conclusão de que ela era simplesmente feia e desinteressante. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Não foi a primeira vez que ela olhou pra si mesma e se viu tão diferente de todo mundo, e o quanto o mundo provava cada vez mais que ser diferente era doloroso. Não foi a primeira vez que ela olhou ao redor e sentiu as pessoas evitando cruzar olhares com ela pra que ela não achasse que elas a consideravam mais do que uma estranha.  Eu nunca me dei bem com garotas, sabe? Elas tem esse ar de superioridade constante, como se sempre quisessem provar serem umas melhores do que as outras. Como se rir de uma garota feia e tratar ela como um lixo fosse deixar a pele delas mais bonita e o cabelo mais sedoso. Deus, eu senti o gosto amargo do veneno de garotas como essas tantas vezes durante minha infância que toda vez que eu simplesmente vejo um ser do sexo feminino eu me afasto como se estivesse me prevenindo de um bote.  São tantas coisas que as vezes eu me perco. Acho que vou acabar não sendo tão breve assim. Sinto muito. Quando esse tipo de coisa acontecia eu chegava em casa e me reavaliava. Era como se eu decorasse cada ponto em mim que as pessoas pareciam não gostar. Até que um dia eu cheguei a uma terrível e desenfreada conclusão: Eu iria esmurrar e quebrar cada canto de mim mesma que faziam as pessoas não gostarem de mim. Na época parecia uma boa ideia, mas hoje eu me deparo com uma pessoa quebrada e sem personalidade. Mas eu tentei me mudar. Me lembro da reprovação da minha mãe por eu não ser uma menininha igual as outras, me lembro da reprovação dos meninos que eu gostava quando eles descobriam que a Fernanda que gostava deles era a Ramos, não a Tretter. Me lembro de cada vez que eles me olhavam quando descobriam que eu gostava deles. Diferente do olhar das meninas que eram um veneno amargo, esse olhar era uma prensa que ia direto pro meu coração. E eu me lembro nitidamente de todas as vezes que uma coisa assim aconteceu. Eu me lembro de todas as vezes que eu derramei meu amor por alguém que me olhou de volta e pensou “Ela não ficou comigo porque sentiu pena por você gostar de mim”, “Se eu soubesse que você era assim pessoalmente, eu nunca teria me envolvido com você nem pela internet”, “Eu só fiquei com você porque você tem peito e bunda”, “Como você chegou a considerar que alguém como eu iria gostar de alguém como você?”, “Eu só vou te amar se você me der sexo”, “Eu só gosto de você porque seu amor faz meu ego crescer”, “Ninguém nunca vai querer ficar com você porque você é ainda mais perturbada do que eu”. Eu sempre me considerei uma pessoa com a sina de vida completamente voltada pro amor. Desde que eu era muito, muito nova. Então por favor me diga que você entende que cada frase que eu escrevi é uma faca fincada no meu coração. Por favor me diga que você entende quando eu digo que eu não me sinto boa em nada porque as pessoas me fizeram acreditar, durante anos da minha vida, que eu não era. Elas me forçaram a entender que eu simplesmente não era o suficiente.  Por favor me diga que você entende que eu não consigo me olhar no espelho e não me odiar pelo que eu sou. É como se eu tivesse passado por anos de tortura. Toda vez que o mundo me perguntava se eu era o suficiente e eu dizia que sim, ele cortasse um pedaço de mim. E eu juro, é exatamente essa a sensação.  Além de eu me sentir assim, ainda tinha ela. Não sendo o bastante eu já sofrer o que eu sofria na escola, o mundo ainda tinha que me mandar ela pra fazer a tortura ser 24 horas.  Porque não, não era suficiente eu sofrer com as pessoas que eu amava e com garotas, não mesmo. O mundo foi sádico o bastante pra me entregar de bandeja uma melhor amiga pra mim, a pobre criatura solitária, pra depois fazer ela ser o meu mártir pelo resto da vida. Porque o inferno que fosse antes, nada, mas nada mesmo, se comparou a isso. Foi como se quisessem fechar a minha insanidade com chave de ouro. Essa é uma parte da minha vida que eu nunca vou conseguir explicar direito. Mas, por sorte, hollywood e os livros de história retrataram isso como ninguém. É clássica a história do irmão/amigo que sempre viveu na sombra do outro, e que no final vira o super vilão que só quer matar todo mundo. Thor e Loki. E é por isso mesmo que eu gosto tanto do Loki. Eu sei de cabo a rabo como ele se sente, e com isso eu entendo completamente os motivos dele. Você viver em uma comparação constante com uma pessoa próxima a você é um dos piores níveis de tortura psicológica que alguém pode passar. Porque vocês gostam das exatas mesmas coisas e convivem com as exatas mesmas pessoas, e todo mundo olha pra vocês duas e fala “É, me desculpa, mas ela é melhor.”, e eu posso até completar pra eles. É, ela é melhor em tudo. Sempre foi, sempre vai ser. Não tem muito mais como eu possa desenvolver esse assunto. Mas me trouxe outro ótimo ponto sobre amizades. Eu já considerei muitas pessoas na minha vida minhas melhores amigas. Muitas. Mas sabe quantas delas me consideraram de volta? Uma. E não, não foi achismo meu. Foi o caso de eu dizer “Ei, você é minha melhor amiga sabia?” e a pessoa responder “É.. Mas a fulana que é minha melhor amiga”. E isso pra uma criança de 6 anos. Isso tudo acumulado com uma família completamente instável de duas pessoas que estavam emocionalmente desoladas que mal conseguiam passar confiança e sinceridade para os próprios filhos fazem tudo se encaixar ainda mais perfeitamente. Eu nunca, nunca, nunca vou culpar os meus pais pelas coisas que aconteceram comigo. Eu compreendo 100% o lado dos dois e tudo o que aconteceu. Acima de tudo eles são seres humanos que só mergulharam fundo demais na palavra amor e não conseguiram mais nadar pra respirar. Mas eu também não posso negar o fato de que a situação toda me afetou em leveis bem profundos. Não, não foi porque eles se divorciaram. Foi porque eles eram simplesmente emocionalmente instáveis demais e não estavam nem um pouco prontos pra criarem um ser vivo. Eles, como pessoas, não souberam como lidar com a situação que estava diante deles. Justamente por isso eu não os culpo. Eles não são só meus pais, eles são pessoas. Eles eram pessoas que tinham acabado de ter os corações destroçados. E isso teve um resultado completamente bagunçado na minha personalidade. Pior do que isso, fez com que eles se tornassem pessoas completamente solitárias das quais agora eu tinha que tomar conta. E agora por causa disso a situação toda se inverteu. Eu, a pessoa completamente instável, tenho que cuidar dos meus pais. E você acha que disso ia sair alguma coisa boa? Não. Mais uma coisa na lista pra juntar essa bela bola de neve que é minha vida nesse momento. Eu sinto como se tudo isso tivesse criado centenas de vícios de linguagem na minha personalidade. Sinto como se em todas as situações que eu passo no presente são só cópias do que um dia eu já passei, só que pior. Agora eu simplesmente me comparo com todas as pessoas a minha volta, sobre tudo. Eu vejo garotas sendo mais bonitas e divertidas do que eu e me lembro do qual horrível e desinteressante eu sou. Eu sinto como se todo mundo tivesse vivendo essa vida normal com problemas normais, enquanto eu tenho cacos de vidro enfiados no pé. Toda vez que eu tento andar, seja pra onde for, eu afundo mais e mais os cacos, sentindo cada vez mais dor. Eu simplesmente não consigo me livrar dos vícios. Eu levei a ideia de me consertar pra ser como os outros tão além, que eu não consigo dizer mais nada e não consigo ser mais ninguém. É como se mesmo depois da tortura ter acabado, eu sinto que se eu ser aquela resposta errada de novo, o mundo vai estar ali esperando com a faca escondida nas costas. E eu tento todos os dias das minha vida ser o que o mundo me obrigou a ser. E enquanto eu tento ser quem eu não sou, a ansiedade corrói minhas entranhas, e eu esteja aqui só esperando que tudo acabe logo de uma vez. Como se meu coração gritasse pra que eu acabe logo com essa tortura que se tornou viver. Desculpa. Eu realmente não consigo mais continuar a escrever esse texto.
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lado-direito-da-equidade · 7 years ago
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— IBGE, 2010.
Guarda dos filhos ou pensão de alimentos? Para um número crescente de homens separados, a primeira alternativa é a melhor e a mais viável. Apesar de pesquisa do IBGE mostrar que 93,89% dos filhos ainda ficam com as mães depois da separação (anterior ao divórcio), o índice de pais que entram na Justiça com pedido de guarda aumentou de 5% para 25% em cinco anos. O motivo deste aumento, para advogados, pais e psicólogos, é o maior interesse dos homens em manter o contato cotidiano com os filhos. Mas há outros objetivos, como reduzir os gastos com a pensão alimentícia.
O caminho para um homem separado obter a guarda exclusiva dos filhos é cheio de obstáculos. Por isso, juízes estão multiplicando as formas de guarda: além da guarda compartilhada (quando o pai e a mãe decidem em conjunto tudo o que diz respeito aos filhos), muitos decidem pela guarda alternada (quando a criança passa períodos alternados com os ex-cônjuges). O advogado Paulo Lins e Silva, especialista em direito de família, diz que, na hora da separação, os juízes ouvem mais as crianças e levam em conta a opinião dos filhos, a partir dos 6 anos:
– Com a necessidade de a mulher sair de casa para trabalhar e ajudar no sustento da casa, o homem passou a participar mais do dia-a-dia dos filhos. Os juízes visam sempre à preservação dos interesses das crianças. Se, depois da separação, o pai comprovar que tem melhores condições e mais tempo para se dedicar ao cuidado dos filhos, pode até ter sucesso no pedido de guarda. Mas ainda é a minoria que consegue – diz Lins e Silva.
O conflito entre ex-cônjuges no que diz respeito ao pagamento de pensão alimentícia é o principal fator na acirrada disputa pela guarda dos filhos.
Segundo a psicanalista Maria Luísa de Moura Carvalho, especialista em psicologia jurídica, pesquisas americanas indicam que 25% dos casamentos acabam em litígio. E a maior briga é quanto ao pagamento de pensão de alimentos. Depois, vêm o direito à visita e a guarda dos filhos.
Pais são vistos como vingativos
Os pais que entram com pedido de guarda dos filhos são vistos como vingativos e até com má vontade pela Justiça. Trata-se de uma briga passional, sem limites. Os homens tendem a acreditar que o dinheiro da pensão de alimentos só beneficia a ex-mulher – diz a psicanalista.
Estatísticas revelam que é muito difícil o pai conseguir a guarda exclusiva dos filhos. É mais fácil tentar a guarda compartilhada ou a guarda alternada. Às vezes o pai chega a um acordo, sem brigas. É o caso do publicitário Marcos Barbato, separado há quatro anos. Ele cuida sozinho do filho Lucas, de 6 anos:
– Quando nos separamos, eu tinha mais tempo e até melhor infra-estrutura para cuidar do Lucas. A mãe sempre teve total liberdade para visitá-lo a qualquer hora do dia. Não vejo por que um pai não pode ficar com a guarda dos filhos – diz Barbato.
Marcos é exceção. Na maioria das vezes, a disputa pela guarda acaba na Justiça. Frederico Ienco abriu mão da carreira profissional para se dedicar ao filho de 5 anos. Quando se separou, entrou em acordo com a ex-mulher para manter a guarda compartilhada. Depois, ela decidiu se mudar para outra cidade, dificultando as visitas. Isso levou Frederico a pedir a guarda exclusiva e o processo durou um ano. Sua ex-mulher morava a 40 quilômetros e ele tinha que se desdobrar para ver o filho.
– Todos os dias tinha que me deslocar para outra cidade, pegava meu filho na escola e ele passava a noite comigo. De manhã, voltava para casa da mãe. Além de ser muito cansativo para os dois, os gastos aumentaram muito. O acompanhamento psicológico mostrou que este tipo de relacionamento estava prejudicando muito o dia-a-dia e o desenvolvimento da criança. Seria mais cômodo deixá-lo com minha ex-mulher, mas amo meu filho. Hoje tenho a guarda exclusiva. O juiz levou em conta os interesses da criança e não tomou uma decisão padrão – conta Frederico.
O engenheiro Willian Maia, presidente da Associação de Pais Separados do Brasil (Apase, seção Rio de Janeiro), diz que a maioria das mulheres resiste à idéia de o pai ficar com a guarda do filho. E muitas resistem até à idéia de guarda compartilhada.
– Sou separado e tenho um menino, Lucas, de 9 anos. No início, encontrava meu filho três vezes por semana. Quando iniciei um novo relacionamento, minha ex-mulher cortou as visitas e passei a ver o Lucas apenas de 15 em 15 dias. Entrei com uma ação pedindo a guarda compartilhada e o processo já dura mais de um ano. Algumas mães exigem a guarda dos filhos como forma de punir os pais. É um absurdo o homem só pagar pensão e não ter direito de ver o filho quando quiser – diz Willian.
Há preconceito com guarda paterna
Segundo a psicanalista Maria Luísa, os juízes alegam que os casais, na hora da separação, já chegam ao tribunal com a decisão tomada a respeito de quem fica com as crianças. E geralmente os pais concordam que os filhos devem ficar com as mães.
– Os próprios advogados aconselham os pais a deixar a guarda com a mãe, sobretudo no caso de filhos menores. Acredita-se que a mãe é sempre a melhor pessoa para dar atenção e cuidar das crianças. É muito difícil tirar esta guarda. É preciso existir um fato muito grave. A sociedade ainda vê com preconceito uma mulher que não fica com os seus filhos – explica a psicóloga.
Juízes negam guarda por interesse econômico
Pais que conseguem a guarda dos filhos negam que agem desta forma por interesse financeiro ou com o objetivo de se livrar do pagamento da pensão de alimentos. Para o presidente da Apase, Carlos Roberto Bonato, os pais, hoje, querem acompanhar de perto a criação dos filhos.
– Os homens estão mais envolvidos no aspecto afetivo. A minoria busca a guarda visando à economia ou ao fim do pagamento da pensão alimentícia – afirma Bonato.
Cerca de 25% das mulheres dificultam as visitas dos pais
A psicanalista Maria Luísa de Moura afirma que a maioria das mulheres resiste à idéia de dividir ou abrir mão da guarda para não perder o poder e o controle da situação. Dados obtidos pela psicanalista, numa pesquisa em varas de família, mostram que 25% das mães fazem o possível para dificultar a visita dos pais.
– A tendência é tentar desqualificar o pai que decide pedir a guarda. Devemos parar e pensar que não é só a mãe que sabe por que a criança está chorando – diz.
O médico Mário Fialdini viveu a experiência da guarda alternada por seis meses, quando terminou seu casamento de 13 anos. Mas não deu certo. Sua ex-mulher rompeu o acordo e, hoje, ele mal consegue ver sua filha, de 7 anos.
– A guarda se tornou um instrumento de poder. As crianças são órfãs de pais vivos. No início, com a guarda compartilhada, minha filha sentiu muito pouco a separação. Agora tudo mudou. Quando a mulher tem a guarda exclusiva, muitos pais terminam se afastando. A guarda compartilhada não significa que os ex-cônjuges precisam viver em harmonia – afirma.
Já o médico Isaac Ascer tem há dois meses a guarda do filho Samuel, de 9 anos. Seu casamento durou um ano.
– Desde o início, Samuel ficou com a mãe, mas sempre quis viver comigo. Mesmo separado, nunca faltei. E quando estávamos sozinhos, cuidava, dele, dava banho, preparava sua comida etc. Fazia tudo isso sozinho. Acho que hoje Samuel é mais feliz ao meu lado e não perdeu o contato com a mãe – conta Ascer.
A psicanalista Maria Luísa acha que a guarda compartilhada pode ser a saída.
– Nesses casos, o ex-casal participa diretamente de tudo que diz respeito aos filhos. O pai, por sua vez, perde o estigma de visitante e tem mais responsabilidade na educação da criança – diz a psicanalista.
Para a psicanalista Maria Antonieta Pisano Motta, ex-presidente do instituto Brasileiro de Estudos Interdisciplinares de Direito de Família, o respeito mútuo e a valorização recíproca dos genitores não podem faltar, para que a criança não sofra com conflitos de lealdade e não desenvolva sentimentos de traição e culpa em relação ao pai ou à mãe.
Segundo Antonieta, ambos os pais devem continuar igualmente envolvidos e responsáveis pelo bem-estar de seus filhos, especialmente após a separação do casal. Ela diz ainda que mais importante que a modalidade de guarda é haver a disposição dos ex-cônjuges no sentido de separar seus possíveis conflitos da necessidade de exercer bem e adequadamente todas as obrigações de pais.
Já é difícil para o homem obter na Justiça a guarda dos filhos. E se o motivo alegado for economizar a pensão alimentícia, é melhor desistir. O advogado Paulo Lins e Silva diz que os juízes não aceitam esta situação, fácil de comprovar:
– Os homens que tentam a guarda para se livrar da pensão não conseguem. E o juiz observa isso. Geralmente, é aquele pai que costuma atrasar o pagamento, quer tirar a criança da escola e matricular em outra, mais barata, entre outras medidas. O que o pai pode fazer é tentar descobrir se a ex-mulher está usando a pensão dos filhos em benefício próprio. Mas não é fácil comprovar esta situação.
Os direitos na separação
OPÇÃO: Aos 7 anos, os juízes conversam com a criança para saber se ela prefere ficar com a mãe ou pai. Mas só aos 12 anos pode optar.
PENSÃO: Há casos de homens que conseguem não só a guarda do filhos como a pensão alimentícia da ex-mulher. O casal tem o dever da mútua assistência. Se o homem tiver a guarda e ficar desempregado ou não tiver condições financeiras de cuidar das crianças, pode até pedir pensão de alimentos à ex-mulher.
GUARDA: A de tipo compartilhado não significa a exata divisão pela metade do tempo passado com os filhos ou um deslocamento por parte das crianças entre as casas de seus pais ou qualquer outro esquema rígido de divisão igualitária de tempo de convivência. Ambos os pais participam como detentores de poder e autoridade iguais para tomar decisões sobre os filhos.
ALTERNADA: É atribuída a guarda alternadamente ao pai e à mãe. Isto implica em que a criança passe dias da semana, meses ou anos morando com cada um dos pais. Alguns juristas entendem que esta guarda interfere no princípio de continuidade, que deve ser respeitado quando se deseja preservar o bem-estar da criança.
— “Guarda ou pensão”, Paraná Online, 8.12.2012. http://www.pailegal.net/guarda-compartilhada/artigos/526-guarda-ou-pensao-
Olha essas também:
• “Desaconselhamos aprovação da lei da guarda compartilhada.” « CFEMEA ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=10951
• das mães separadas dificultam visitas do pai « Maria Luisa de Moura Carvalho ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=2164
• “Pais mais envolvidos com os filhos são os mais alienados pelo judiciário no divórcio.” « Canadá ocontraditorio.com/ladodireitodaequidade/?p=42856
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