#outubro 2018
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marrziy · 7 months ago
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Michael Myers x Male Reader
"Pobre Michael"
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• Filme: Halloween (escrevi com o de 2018 em mente)
• Gênero: terror
• Sinopse: você caiu na mira do bicho papão, e agora ele te segue na penumbra. Como a sombra que imita seus passos, ele te faz companhia e entra na sua casa, buscando por saciedade, sem saber que você não pensa e nem age como vítima.
• Palavras: 3k
3° pessoa - passado
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Quatro cabeças foram encontradas em uma pracinha, fincadas do pescoço ao crânio nos postes que iluminavam as calçadas. O interior delas estava oco, com os olhos, línguas, dentes e miolos espalhados pela grama aparada do lugar bem cuidado. As lâmpadas emitiam luz através dos orifícios vazios. Uma recriação sinistra das abóboras nas calçadas das casas.
A polícia nunca esteve tão ativa quanto naquele halloween.
Pessoas diziam ter visto o assassino, a maioria de relance. Poderia ser julgado como um simples vulto, consequência da paranóia coletiva, mas a sanguinolência nos interiores da cidade anunciava que estar paranóico era algo positivo naquele 31 de outubro.
A movimentação distante talvez significasse algo.
A sua sombra, muito provavelmente, não era sua.
Não eram pequenas as chances de a silhueta que te acompanha ser, na verdade, do bicho-papão.
Apelido dado a Michael Myers pelas crianças apavoradas, que deixavam de pedir doces para correr para o colo dos pais e chorar após testemunharem ou ouvirem falar das cenas macabras que tingiam o chão e as paredes de Haddonfield.
A noite começou agitada, cheia de vampiros, múmias, fantasmas, bruxas e lobisomens de um metro e meio circulando, famintos por açúcar.
Mas durou tão pouco…
A única época do ano em que era divertido comemorar nas trevas teve seu significado obsoleto ressaltado quando o mal despertou, sedento para espalhar carnificina; terrificar os salubres e entreter os insalubres.
A notícia sobre os assassinatos chegou até você durante uma pausa no percurso do trabalho para casa. O cheiro fresco dos grãos moídos seduziu suas narinas e você não resistiu, teve que entrar no estabelecimento e pedir um expresso. O plano era relaxar nos assentos acolchoados do lugar, degustar com calma a bebida quente e sair revigorado devido à cafeína no organismo. Porém, a televisão suspensa exibia uma reportagem local, ao vivo, noticiando o crime bárbaro nas redondezas.
As imagens, mesmo que borradas, juntamente com a descrição explícita do texto da repórter, deixaram você aflito. As pessoas ao redor, sentadas paralelamente nas mesas dispostas, compartilhavam do pânico.
O clima descontraído foi esmagado pelo silêncio imediato. Só se ouvia as vozes chiadas da tv.
A presença do delegado na tela, recomendando o isolamento das pessoas em suas residências, foi o tiro de largada. A maioria se locomoveu, tomando rumo. A movimentação te influenciou. Você bebeu a metade que restava do café em um gole, ingerindo com uma careta antes de se levantar e sair da cafeteria.
Enquanto atravessava o centro, resquícios de calmaria ainda o mantinham tranquilo.
No entanto, quanto mais perto de casa, mais apressados eram seus passos e maior era a ansiedade acumulada no peito.
Mesmo em uma rua mal iluminada, longe do movimento caótico, a sensação de não estar sozinho era constante. Seu andar nervoso estava prestes a se transformar em correria.
Felizmente, era possível avistar sua morada.
Mas à distância, a sombra o seguia.
Michael viu você sozinho e sentiu-se extremamente atraído pela sua aventura solo no breu daquele lado esmarrido da cidade.
Entre as esquinas, afastado o suficiente para não ser visto, Myers o acompanhava, sendo ele a presença que você sentiu nas costas.
O puro mal condensado no corpo de um homem viu você como a vítima perfeita para o que ele considerava uma brincadeira divertida.
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Largado na cama, com o rosto iluminado pelas cores vibrantes do celular, despojada era sua condição. O desconforto nos olhos era meramente aliviado graças ao abajur ligado, que mesclava a luz amarela com a luz azul da tela.
Na calçada do outro lado da rua, em frente à sua casa, Myers parecia inanimado, quase como uma extensão do pedregulho urbano onde seus pés estavam estagnados. Ele olhava para cima, captando a sua silhueta alumiada através dos buracos da máscara. A janela nua, com as cortinas arreganhadas, cotejava Michael com sua cabeça, praticamente servida numa bandeja.
No segundo andar da residência, sua mente se perdia no instigante mistério da história que lia enquanto música inundava seus ouvidos. Com o som dos fones mais alto que seus pensamentos, você deslizava a tela para cima, ritmado com a aproximação soturna do bicho-papão.
As botas pretas fizeram a madeira ranger. Michael atravessou a varanda, evitando a porta da frente. Enquanto rodeava o jardim, o rosto mascarado se refletia em cada uma das vidraças do primeiro andar.
Os passos eram firmes. A sombra queria estar ali; era sua vontade e apetite mais voraz. E, mesmo decidido, o caminhar era calmo, sem pressa, porque a força que residia naquele corpo era imparável e agia como tal.
Michael só andava para frente, indiferente às pegadas que deixava na terra úmida do quintal. Quando alguém encontrasse os vestígios, ele já teria desaparecido, deixando apenas elas de piada... inúteis e engraçadas pegadas.
Chegando nos fundos, Myers encontrou a porta que dava acesso à cozinha e girou a maçaneta.
Estava destrancada, e ele entrou.
Com a lama nas solas, o assassino carimbava a cerâmica do chão e os tapetes que surgiam pelo caminho.
O trajeto até a breve saciedade, que pausaria o roncar monstruoso sob a carcaça do bicho-papão, tardou no instante em que ele se deparou com o brilho na ponta do aço.
A faca estava ao lado do faqueiro, escanteada e meio úmida. A torneira da pia, mal torcida, pingava, e Myers se perguntava qual carne a lâmina havia fatiado. A peça o seduziu; era maior que a ensanguentada que ele carregava, e a luz da lua, atravessando a janela, banhava o utensílio, fazia-o puro e tentava Michael a profanar com o gume afiado.
Ele largou a velha companheira na mesa e rodeou os dedos calejados no cabo da nova.
Pretendia degolar você com ela.
Iria raspar a ponta nos ossinhos frágeis da sua clavícula.
Rasgaria seu intestino sem dó.
Mas, antes, precisava ver o que tinha na geladeira.
Existia uma fresta pequena, mas aberta o suficiente para acionar a luz fria que vinha de dentro. Aquela luminância não devia brilhar; era forte, contrastava com a claridade natural da lua e incomodava Michael, levando-o a questionamentos, assim como a faca lavada, antes no mármore e agora em sua posse.
Parecia errado, como se o caminho tradicional do monstro estivesse sendo apontado por setas.
O corpulento pisava sem denotar presença, marchando até a porta da geladeira, ignorando a alça e puxando-a pela borracha das bordas laterais.
O cheiro podre alastrou-se pelo cômodo.
O que Michael viu não o assustou; a imagem era conhecida, saturada na memória assassina, mas ele não ser o responsável pelo feito era novidade, quase o fez esboçar surpresa por debaixo da máscara.
A geladeira era pequena; as prateleiras não eram largas o suficiente para acomodar as seis cabeças. Elas exigiam espaço e, por isso, a porta não fechava. As que tinham olhos expressavam horror, um último semblante antes de um machado, facão ou seja lá o que for, separá-las do que algum dia foi vivo.
O sangue pingava e escorria, quase ultrapassando os limites e alcançando o chão. A luz branca que vinha do interior gelado tornou-se vermelha no instante em que uma cascata desceu do congelador e dominou todo o cenário selvagem. As luzes refletiam aquela cor hipnotizante, e o bicho-papão, tal como um inseto, sentiu-se atraído. Havia mais na parte de cima; mais daquela brutalidade existia no congelador.
Brutalidade que Michael não era dono, não assassinou, não assinou.
O verdadeiro artista espreitava logo atrás.
Fora do campo de visão do assassino, você, outro amante da morte, esgueirava-se sorrateiramente, aproximando-se com duas seringas nas mãos.
Para alcançar a região propícia do corpo à frente, você ficou na ponta dos pés e abriu os braços, tomando impulso antes de descê-los ferozmente contra a estrutura que, mesmo de costas e vulnerável, intimidava. Seus punhos encontraram os ombros de Michael e foi como um soco. Você precisou acumular forças nos pulsos para penetrar o material da máscara, que se estendia até a nuca, antes de, enfim, perfurar o pescoço.
Seus dedões alongaram-se para pressionar a base do êmbolo, impulsionando o sedativo para o organismo do ser.
Mas, mesmo veloz e cheio de adrenalina, não foi rápido o suficiente.
Quando sentiu a picada, Michael jogou o cotovelo para trás, acertando suas costelas. Ele se virou na sua direção e, como se não fosse nada, desgrudou as agulhas da carne. Ambas estavam cheias até a metade, e parte do líquido, misturado com sangue, escorria pelos furos na pele.
Myers tacou as seringas no chão e deixou a faca na mesa; ele queria te estraçalhar usando apenas as mãos.
Você nunca teve o controle, mas ele também nunca esteve tão distante.
Deu errado, e apesar da face neutra, você suava frio, engolia seco e respirava pesado, apavorado. O coração acelerado batia com tanta força que você sentia a pulsação na ponta da língua.
Quando o cérebro desparalisou e deu ordem aos membros, você só teve tempo de dar meia-volta antes de uma mão agarrar seu cabelo por trás e obrigá-lo a encarar o olhar profundo do rosto pálido.
O olhar do diabo.
Michael notou algo recíproco nas íris, mas nada que despertasse empatia; o bicho-papão era incapaz de sentir certas coisas.
Ele rodeou os dedos pelo seu pescoço, a mão tão grande que quase cobria toda a circunferência. Sem esforço, ergueu sua estrutura menor.
Você chutava o ar, desesperado por não sentir mais os pés no chão. A pressão na sua garganta inibia a ventilação dos pulmões e avermelhava a pele. — Me põe no chão… – a voz falhou, mas soou clara, pena que de nada adiantou. Suas mãos trêmulas alcançaram os pulsos de Michael, arranhando, batendo, puxando, fazendo de tudo para afastá-lo.
Você foi arremessado, suas costas colidiram contra o mármore da bancada divisória. Seus esforços foram inúteis, e doeu nos nervos constatar isso.
O estralo da musculatura ecoou, os joelhos fraquejaram e você deslizou a coluna nas gavetas brancas, pousando na cerâmica. Não houve tempo para recuperar o fôlego ou sequer sentir a dor; seus instintos berravam para que você corresse.
Mas você não conseguia ficar de pé.
Então, rastejou.
Pobrezinho.
Michael puxou você pelo tornozelo com tanta brusquidão que sua cabeça bateu no chão, produzindo um som nauseante, de prensar os sentidos e turvar a visão. Pontinhos brilhantes invadiram os globos, flutuando no ar paralelamente.
Myers afastou suas pernas com as coxas e posicionou-se em cima da sua constituição abalada, voltando a esmagar seu pescoço, usando ambas as mãos dessa vez.
Era o fim?
Não devia ser uma pergunta.
Com os lábios entreabertos, você encarava o rosto mascarado, se perguntando o porquê de ainda estar respirando.
Michael era uma parede em cima de você, te cobria facilmente e tinha as duas mãos na sua garganta; a força devia separar sua cabeça do pescoço, mas não aconteceu. Os dedos tremiam e estavam cada vez mais frouxos ao seu redor.
Seus sentidos retornavam aos poucos e, quando compreendeu o que estava acontecendo, você levou as palmas abertas ao peitoral do Myers, amenizando o impacto quando o corpo maior caiu sobre o seu.
Sua preocupação migrou da incerteza sobre ter um amanhã para como iria sair debaixo do brutamontes adormecido.
Um suspiro aliviado escapou de seus lábios trêmulos. — Feliz Halloween, Michael. – a frase subiu queimando a garganta machucada.
E na cozinha, prevaleceu o silêncio dos monstros.
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Sem norte.
As pálpebras levantavam e abaixavam várias vezes, acostumando os olhos à claridade e, aos poucos, tornando a visão nítida.
As íris correspondiam à reflexividade obscura das pupilas com o máximo de perfeição que a natureza defeituosa tolerava, e, dentro daquele círculo fúnebre, habitava o ser que havia abatido o bicho-papão.
Lá estava você, agachado sobre as pernas de Michael, quase sentado em suas coxas. — O soninho tava gostoso? – olhos e boca esticados; meia-lua e gengival eram seus sorrisos.
Como esperado, além do peito subindo e descendo e da respiração audível, Myers não expressou nada. O homem sentiu os pulsos contidos por gélidas algemas, os antebraços unidos ao dorso e correntes rodeando seu abdômen, mantendo-o preso a um pilar de pedras naquele porão vasto e estranhamente organizado. Ele sequer deu chance à tentativa, conhecia a si mesmo e sabia que insistir na fuga naquelas circunstâncias seria em vão.
Mas matar você era uma certeza que Michael fantasiava.
Sua mão direita dirigiu-se aos fios secos da máscara que simulavam cabelo, puxando-a para si com força e aproximando as faces. — Tão tagarela... – você revirou os olhos e levou os joelhos ao chão, montando no colo do assassino. — Ótimo. Significa que é um bom ouvinte.
Até então, Michael acompanhava seus olhos, fisgando cada microexpressão sua, mas permitiu-se desviar e memorizar o ambiente desconhecido.
A luz branca no teto de madeira cegava; alguns insetos circulavam a claridade, os mais ousados colidiam contra a lâmpada e tinham suas antenas dobradas, semelhante aos pássaros que se chocavam contra vidraças e tinham seus pescoços frágeis quebrados no impacto.
Ao fundo, sua voz ecoava. — De que abismo você saiu? — você pensava em voz alta, tentando chegar a uma conclusão sozinho. — Circulando por aí, tão silencioso, quase invisível… o ser mais próximo de um fantasma que eu já topei. É realmente um homem? É mesmo feito de carne e osso? — você o apalpava, apertava os ombros e os braços. Seu toque migrou para o peitoral firme, e você sentiu a maciez da pele por debaixo do macacão.
À esquerda e à direita havia mais pilares, um de cada lado, e encostadas nas paredes, pilhas de caixas vazias. O piso arranhava; era basicamente cimento e brita. O lugar havia sido lavado recentemente; o chão meio úmido ligava-se ao forte cheiro de produtos de limpeza. Isso irritava o nariz de Michael; ele preferia o pútrido.
Seus dedos roçaram o pescoço de Michael, adentrando a carne sob a máscara. Ele imediatamente redirecionou o foco, voltando a encarar suas pupilas. Você riu baixinho. — Relaxa, não vou tirar sua máscara. A graça está no mistério. – você se curvou, rente à orelha coberta do assassino. — Tenho certeza que você é muito mais interessante com ela.
Você retribuiu o encarar, e sentiu-se possuído. Fitar as orbes profundas de Michael assemelhava-se a cair de um abismo infinito.
E atrás da borracha gasta, Myers também estava em queda; caía do topo da cadeia nefasta e, pela primeira vez, via-se estampando o outro lado da moeda.
Sussurrando, você revelava seu segredinho sangrento. — Viu o que eu fiz? Viu as cabeças? – suas mãos agarraram os dois lados do rosto de Michael, apertando frouxamente com os dedos trêmulos. — Digno, não é? Com certeza algo que você faria... – o sorriso alargava-se e a postura ficava cada vez mais trêmula conforme você falava. — Nesse halloween, qualquer mísera gota de sangue derramada recairá sobre o bicho-papão… Eu me segurei tanto pra não sujar as mãos antes da hora. Você ter escapado do sanatório onde definhava foi a oportunidade perfeita! – você mordia o lábio, arrepiava da cabeça aos pés e se contorcia com o frio que sentia no estômago.
A respiração abafada de Michael cessou, calou-se o único som que ele emitia.
Você grudou as pálpebras, sentindo os cílios úmidos. Encheu os pulmões e liberou o ar serenamente. — Tô empolgado, desculpa. É bom demais contar isso pra alguém, especialmente pra você! – limpou o canto dos olhos com o antebraço e arrastou o quadril para frente, em atrito com as coxas do Myers até pousar na virilha dele, acomodando-se ali. — Eu acompanhei você, refiz seus passos e estive em cada lugar que você marcou. Assisti você esfaquear, degolar, estrangular, perfurar corpos e amassar crânios, e sequer fui notado! Estou tão orgulhoso de mim mesmo.
Seus lábios chocaram-se contra a boca de borracha; você beijou brevemente a máscara com tanta intensidade que a cabeça de Michael pendeu para trás.
Quando se afastou, você revelou um semblante fechado, contrário ao vigor que demonstrara anteriormente. Saliva acumulou-se na ponta da língua e você cuspiu no rosto mascarado. — Mas eu não sou mau. Não sou igual a você. – segurando firmemente a nuca de Michael, você o puxou para si outra vez, unindo as testas. — No primeiro poste, um colega de trabalho; assediava a mim e outros funcionários da empresa. No segundo poste, minha vizinha; eu tinha um cachorro, o nome dele era Totó, e ele morreu porque a puta jogou um pedaço envenenado de bife no meu quintal. No terceiro poste, um nazista; andava por aí sem camisa, exibindo aquela tatuagem nojenta nas costas. No quarto poste, um psicopata mirim; pisou na cabeça de um gato e abriu o estômago do bichinho com um galho.
As palavras vazaram pela boca sem travas, emitidas com naturalidade. A face seguiu serena, pausa a pausa. Você contava a história por trás de cada decapitação com frieza, e naquele cenário, nada pesava; para você, um refresco tardio, para Michael, nostalgia e anseio por reprise.
Você aprendeu tanto sendo apenas a sombra do bicho-papão, nutriu curiosidade e fascínio ao ponto de precisar extrair algo dele. — O mal é um ponto de vista, e do meu, você é maligno, Michael, de um jeito que eu não consigo entender. Isso me deixa maluco. — você bufou. As pálpebras contraídas te impediram de notar Michael absorver para si o ar gasto que você expeliu. — Talvez eu seja mau também… Não pelo que eu faço, mas sim por desejar que monstros existam e que eles façam monstruosidades. — suas mãos vagavam pelo corpo de Michael, adorando-o. — Assim eu consigo sustentar uma desculpa… posso acalmar essa vontade perversa dentro de mim sem peso na consciência.
E, de repente, o silêncio incomodava.
Você engatinhou de costas sobre o corpo contido, parando rente aos pés calçados de Michael. Sentado sobre os calcanhares, você apertou o bico sólido da bota preta, não encontrando os dedos. — Mas você não tem desculpa. Você é puro mal. — você permitiu-se alucinar no olhar do diabo uma última vez antes de prosseguir. — Eu me pergunto pra onde você iria caso morresse… céu não é uma opção e creio que o inferno não aceitaria criatura como você. – e esse último olhar foi maníaco. — Porra, eu quero saber… preciso saber se seria divertido para Satã torturar Michael Myers.
Com uma mão, você retirava a bota preta de Michael, e com a outra, buscava algo no bolso traseiro da calça.
Os dedos retornaram rodeando uma ferramenta.
Um alicate.
— Infelizmente o bicho-papão não fala... mas será que ele grita?
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Relevem qualquer errinho, tô com dor de cabeça 😩
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toxicsugarchan · 6 months ago
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♡ Inktober 2018
Todo dia 8 de outubro é dia de desenhar Punpun
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Every october 8th is Punpun drawing day
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leclerqueensainz · 1 year ago
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Uma Família de Três (C.L 16)
Part. VI — O Sol, a Tempestade e o nosso Arco-íris.
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⚠️Avisos: Angústia, Embriaguês e Tabagismo.
Palavras: 4.170.
Aproveitem a leitura!
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18 de outubro de 2018 —Texas, EUA
O barulho de risadas enchem o bar do hotel, há uma melodia alegre sendo tocada no piano por um dos hóspedes bêbados, vozes estridentes e altas ecoando e tentando se sobressair acima das notas do piano.
Eu continuo observando as interações felizes das pessoas ao meu redor, por um momento sentindo inveja de toda a diversão que sentem. Um som amargo escapa do fundo da minha garganta quando me dou conta do sentimento feio que estou deixando tomar conta de mim.
Virando para frente em direção ao balcão do bar, pego o copo de vidro redondo e viro de uma vez todo o líquido transparente que queima a minha garganta. Bato o copo contra o granito frio do balcão e levanto a mão para o barman, pedindo outra rodada. Pelo canto de olho posso ver a careta de desgosto que Jules faz enquanto observa toda a cena com os braços cruzados.
— Você não precisa ficar aqui se não quiser, não me lembro de ter pedido por um babá. — Digo sem olha-lo.
O barman escorrega um novo copo cheio com a cura para os meus tormentos e eu não demoro em derrubar mais um pouco do líquido ardente pela minha garganta.
— Eu poderia facilmente acreditar nisso se não fosse pelo fato de estar vendo você virar o quarto copo em menos de quinze minutos. — Jules diz e paga o copo da minha mão, me fazendo encara-lo com olhos raivosos. — Jesus, Marie! Que merda é essa? Absinto? — Ele faz uma careta e põe a língua para fora após dar um pequeno gole.
— Eu preciso de algo forte esta noite. — Dou de ombros para ele e seus olhos escuros me fitam por um segundo antes que se revirem.
Jules não diz mais nada, apenas fecha os olhos e vira o restante do conteúdo do copo de uma vez. A careta que adorna suas feições quase que me faz rir, porém a sensação de desconforto no meu peito ainda é forte demais para qualquer demonstração que não seja de raiva e tristeza.
— Ele ainda está no quarto? — Pergunto a Jules e ele nega com a cabeça.
— Ele saiu com Pierre. — Responde e eu aceno em compreensão.
É claro que ele iria sair com Pierre depois da discussão horrível que tivemos. Afinal, eu sou a trouxa que afoga as mágoas em absinto. E ele... bem, ele é o cara que sai com o melhor amigo e provavelmente vai comer alguma vagabunda que se jogar em cima dele. Solto uma risada quando penso que não será qualquer vagabunda, mas sim ela.
Jules me encara de canto e eu sei que ele sabe exatamente o que acabei de pensar.
— Ela não está junto, Marie. — Ele diz e eu dou de ombros.
— Bem, não é mais da minha conta de qualquer maneira, não é? — Eu digo e ele nega com a cabeça em aborrecimento, mas opta pelo silêncio. Ótimo, cale a boca e me deixe beber.
Giro novamente a minha banqueta e volto a observar os outros hóspedes. Meu corpo queima de ansiedade em pedir mais uma bebida, ou até mesmo ir até o fumódromo e ascender um cigarro. A paz que sei que a nicotina me traria agora, faz com que eu morda os lábios em excitação.
—  Vou até o fumódromo. — Digo pulando da minha banqueta, agarrando rapidamente o balcão quando sinto tudo ao meu redor girar.
Em um piscar de olhos, Jules está ao meu lado me segurando fortemente pela cintura para que eu não me desequilibre e parta a cara no chão.
— Ei, ei, vá devagar! — Ele diz e sinto sua mão puxar a bainha do meu vestido para baixo. — Ninguém precisa ver mais do que seria aconselhável para um lugar público. — Um sorriso puxa seus lábios e eu o espelho.
— Obrigado. —  Digo e ele acena com a cabeça.
Caminhamos lentamente até a área aberta para fumo ao lado do bar, Jules ao meu lado com seu braço ao redor da minha cintura, para se certificar que eu terei equilíbrio o suficiente até nos sentarmos em um banco de madeira ao lado do cinzeiro.
Incrivelmente a ala de fumantes está vazia, o que me deixa um pouco mais relaxada para puxar o maço e o esqueiro da pequena bolsa que carrego. Jules apenas observa cada movimento que eu faço desde abrir a embalagem, puxar um dos filtros brancos, colocar entre os lábios e ascende-lo com o esqueiro. Ele permanece quieto e eu sei que ele está se revirando de desconforto por dentro. Fumar é uma das coisas que mais irritam Jules. Maconha uma vez ou outra não o deixava tão estressado, mas cigarros? Tsc! Ele odiava  profundamente. Mas hoje, parece ser mais uma das coisas que ele está me liberando fazer sem me dar um sermão de cinco horas sobre como eu provavelmente morrerei de câncer de pulmão aos 45 anos.
Eu aprecio a breve sensação de paz que atravessa o meu corpo com a primeira tragada e seguro a fumaça em meus pulmões um pouco mais de tempo apenas para tentar absorver um pouco mais da calmaria no meu sistema. O silêncio que nos envolve, apesar de ainda ser possível ouvir as vozes e música que vazam de dentro do bar, é reconfortante e eu não sinto a necessidade de quebrar aquele momento. Dou mais algumas tragadas, prendendo e soltando a fumaça, me concentrando em tentar reorganizar meus pensamentos. Algumas imagens dos acontecimentos de mais cedo rondando meu cérebro.
O silêncio permanece por mais um tempo antes que Jules seja o primeiro a quebra-lo.
— Ele não fez. — Ele diz e eu me viro para ele, encarando o seu perfil.
Eu sei perfeitamente sobre o que ele está falando, mas me recuso a emitir qualquer som, dou mais uma tragada.
— Ele não fez, Marie. — Ele tenta novamente, desta vez me encarando como se esperasse uma resposta minha. Eu dou de ombros. — Eu sei que te machuca, sei que você não quer ouvir nada sobre isso agora, mas penso que você precisa ouvir isso. —  Ele finaliza ainda me encarando, esperando qualquer reação.
Mais uma tragada. Mais um aperto no peito. Eu desvio meu olhar do de Jules e volto a encarar o arbusto do outro lado.
— Você tem razão. — Eu respondo após alguns segundos. — Eu não quero ouvir nada disso agora. — Digo jogando a bituca no cinzeiro e puxando outro cigarro do maço.
Mesmo não olhando para Jules, sei que há preocupação em seus olhos.
— Ele te ama, Marie. As coisas só estão muito confusas para ele agora. — Eu solto a fumaça com raiva pelo rumo daquela conversa.
— Sabe, se você quer tanto defender Charles, você deveria mandar uma mensagem para Pierre e perguntar a onde eles estão e ir até eles. — Digo mais áspera do que gostaria. — Pela última vez, Jules, eu não preciso de um babá. — O encaro séria e ele acena com a cabeça, mas permanece sentado ao meu lado.
— Então é isso o que você vai fazer? Se embebedar e fumar um maço de cigarros todas as noites? — Ele pergunta e eu reviro os meus olhos para ele e volto meu olhar para o arbusto.
— Não será todas as noites.  —  Digo entre dentes. — Mas mesmo se fosse, não seria da sua conta. —   tento dar um ponto final naquela conversa, mas eu já deveria saber que Jules não deixaria o assunto morrer tão facilmente.
E quando ele se senta de lado no banco, com o corpo totalmente virado para mim eu sei exatamente o que aquilo significa. E eu quero gritar.
—  Você está totalmente enganada. Isso é da minha conta, tudo que se trata sobre você e Charles é da minha conta. —  Ele responde tentando manter a calma em sua voz.
—  Oh me desculpa! Eu devo ter esquecido a parte em que viramos um trisal e você começou a fazer parte deste relacionamento. — Dou mais uma tragada no meu cigarro e pelo canto dos olhos posso ver a irritação no olhar de Jules. — Me conta novamente como isso ocorreu, Jules? Acredito que meu cérebro bêbado de absinto me fez esquecer totalmente como era a sensação de ser fodida por você e pelo Charles todas as noites. —  Digo me virando totalmente para ele.
O rosto de Jules está vermelho e  eu não sei se é de raiva ou de vergonha e sinceramente não me importo no momento, só queria voltar para os meus cigarros e para o silêncio.
— Sabe, você está bêbada agora e nada que me disser eu vou levar para o lado pessoal, então pode atacar. — Ele diz com uma voz suave e isso só me irrita ainda mais.
— Obrigada, senhor "Sou superior a tudo isso". —  Falo sarcástica e volto a focar somente no meu cigarro. Jules não diz mais nada.
Passamos os próximos 40 minutos sentados ali, e depois do meus 6° cigarro, meu corpo começa a dar sinal de rejeição a quantidade excessiva de nicotina e álcool no meu organismo, me causando ânsia de vomito. Engulo em seco e tento focar apenas em não morrer ali na frente de Jules. Deus me livre dar a ele a satisfação de que estava certo.
—  Se você já acabou, podemos ir para o quarto agora? —  Ele pergunta baixo e eu dou de ombros.
—  Não vou voltar para o quarto de Charles e não há mais vagas disponíveis aqui. Vou pegar um uber e parar em qualquer lugar que eu achar. — Digo evitando o seu rosto, o constrangimento de estar literalmente sem saber para aonde ir fazendo meu estomago dar uma revirada ainda maior.
— Obvio que você vai ficar comigo no meu quarto. —  Ele diz e eu o encaro. A expressão em seu rosto dizendo "Eu não quero brigar, mas se for necessário eu irei."
Eu apenas assinto com a cabeça, sem vontade nenhuma de discutir e não que eu tivesse alguma escolha. Entre passar a noite no quarto de hotel do meu melhor amigo ou entrar bêbada em um uber e pedir para ele parar em qualquer lugar com vagas para que eu possa dormir, é obvio que escolho Jules. Estamos no Texas, pelo amor de deus! O que eu menos preciso agora é virar uma história de True Crime.
Jules me lança um sorriso de "eu sei que tenho razão" E por um momento eu repenso na possibilidade de virar um caso de True Crime só para não ter que ver o seu rosto convencido.
O caminho até o elevador é lento, comigo apoiando a maior parte do meu peso em Jules.
Jules aperta o botão do elevador e quando as portas metálicas se abrem ele me guia para dentro.
O elevador não é pequeno, mas mesmo assim Jules fica de frente para mim após apertar o botão para o andar do quarto onde está hospedado.
O cheiro emadeirado do seu perfume Armani é parecido com o de Charles e preenche todo o elevador. Fecho meus olhos tentando afastar quaisquer pensamentos sobre ele. Eu não quero pensar nele, não quero lembrar de momentos com ele, não quero sentir o cheiro dele.
— Você está bem? — Jules se aproxima ainda mais de mim e sinto sua mão afastar algumas mechas do meu cabelo do meu rosto. — Você está suando. — Ele diz baixo, seu sotaque francês carregado de preocupação. Tão parecido com ele.
Meu corpo estremecesse com o pensamento dele. Eu o quero. Quero Charles. Quero amá-lo e quero que ele me ame. Mas ele não o faz. Ele não me ama, pelo menos não mais.  Ele ama ela. Ele escolheu ela. Ele faria com ela tudo que um dia fez e disse que faria comigo? Meu coração grita, minha garganta arranha. Eu não quero pensar em Charles. Eu não quero desejar Charles. Seu toque, sua voz, seu olhar, seu cheiro...  Eu respiro fundo absorvendo o cheiro que me cerca.  Vocês tinham que usar o mesmo perfume?
— Marie... — A voz de Jules chama por mim, mas minha mente confusa a deixa em segundo plano. Será mesmo Jules? Este é Jules? — Querida, você está bem?
O meu coração puxa com a lembrança de semanas atrás. Nós dois em seu apartamento, os beijos, os toques, nossas peles se roçando uma na outra, o suor, a temperatura... "Querida, você está bem?"  A voz de Charles está ofegante, seus cabelos suados grudando em sua testa, os olhos verdes quase sendo engolidos pela pupila dilatada em luxúria. Em prazer. Prazer de estar comigo, prazer em estar dentro de mim, em me sentir, em me ouvir gemer seu nome. Lindo. Absolutamente lindo. "Eu te amo", eu digo e ele sorri preguiçosamente. "Eu te amo para sempre", ele responde.
Eu abro meus olhos, sinto eles encherem de água. Vai embora dor, vai embora e me deixa em paz.
Minha visão fica turva pelas lágrimas, mas eu ainda posso ver a sombra de olhos escuros me encarando. Há um silêncio, um silêncio na minha mente e um entorpecimento no meu corpo. Não! Eu quero sentir! Eu preciso sentir, preciso sentir qualquer coisa.
O vazio começa a se espalhar por mim. Ele é denso e escuro e eu posso senti-lo das pontas dos dedos e formiga. É quieto, mas não é aconchegante. É assustador. É frio.
— Marie, fala comigo, por favor... — A voz dele está tão distante. O francês tão alto e o cheiro tão, tão forte.
Eu preciso sentir, eu preciso sentir algo.
Eu pisco com força repetidas vezes até que as lágrimas saiam dos meus olhos e escorram pelo meu rosto. Agora vejo Jules. Menos turvo, consigo ver Jules. Ele está aqui. Ele vai me ajudar e o vazio não vai me dominar.
Eu seguro nos ombros de Jules, olho em seus olhos preocupados, ele é tão bonito. Tão diferente, mas tão igual a Charles. Charles... O vazio grita novamente, se alastrando por minha corrente sanguínea, tomando tudo para ele. Não! Eu quero sentir! Eu quero sentir!
Então encaro Jules novamente e sei que eu preciso, que ele vai me ajudar a escapar. Minhas mãos vão para seus ombros, eu os aperto, eu os sinto. O vazio para, mas ainda está lá. Jules me encara apreensivo. Foda-se!
Eu fecho os olhos, eu me inclino e eu o beijo. O vazio para.
Plin!  O elevador chega no andar, as portas se abrem, eu me afasto de Jules e olho em direção ao corredor. Há olhos verdes me encarando.
30 de janeiro de 2023 — Monte Carlo, Mônaco.
Um peso de duas toneladas ao redor do meu peito, parece que
Acabou de cair de uma altura de vinte andares
Se já teve alguém que passou por essa vida
Com o seu coração ainda intacto, ele não viveu direito
A última vez que senti o seu peso no meu peito, você disse
Não demos certo, mas, amor, nós fizemos nosso melhor. — All the things end, Hozier  
Há uma nuvem cinza sob o céu de Monte Carlo. A nuvem é pesada e faz com que os pedestres nas ruas corram à procura de um abrigo, antes de serem engolidos pela chuva.
Sempre vi beleza em dias nublados e chuvosos. Sempre vi beleza na melancolia trazida pela chuva. Enquanto as pessoas tendem a pedir por dias ensolarados e quentes, eu costumo pedir pelos dias molhados e gélidos. Eu nunca entendi ao certo o porquê da minha fascinação pela chuva, mas me recordo que ela sempre esteve comigo. Há algo de belo no indesejado. Algo mágico e real.
Jules sempre dizia que Charles e eu eramos um arco-iris. Charles com o seu brilho e calor como o sol, iluminava e aquecia quaisquer lugares onde pisava. Trazia alegria e esperança a quem precisava, e sua persistência sempre nos fez acreditar ressurgiria no dia seguinte ainda mais forte. Mas às vezes, era tão intenso a ponto de machucar e queimar. Causava grandes incêndios que poderiam ser irreparáveis. Por muito tempo a intensidade poderia ser demais. O brilho poderia cegar a quem o admirasse mais do que o necessário, além de se tornar totalmente dependente dele para se ter dias felizes. Assim como o sol, Charles não poderia ficar sozinho, pois o que seria algo para se apreciar, logo se tornaria algo totalmente destrutível.
E enquanto a mim, ele dizia: “Você é como a chuva, Marie. Você é vida para aqueles que se permitem apreciar. É o que traz equilíbrio para as pessoas ao seu redor. Mas também pode vir em forma de garoa que adoece, ou  tempestade que destrói. Sua intensidade pode causar um dilúvio. Entretanto, pode ser um banho de chuva em uma tarde de verão.
Entre uma brincadeira de crianças e um furacão. É assim que é definido o seu amor.
O cinza te persegue, a melancolia te atrai. Porém, em você, conseguimos sentir paz tanto nos dias agitados, como nos calmos. Nem todos entendem a sua importância, até que se passe muitos dias sem você.”
Eu encaro as ruas através dos vidros das janelas do apartamento de Charles. O silêncio envolve todo o lugar desde que Charles se ofereceu para colocar Vincenzo na cama após o jantar.
As primeiras gotas começam a cair sobre a cidade, molhando tudo o que alcançam. Não posso deixar de pensar que assim como à água penetra sobre os quilômetros de concreto, deixei que meus sentimentos penetrassem a minha alma e me tornei como um rio corrente prestes a transbordar.
Passei os últimos anos tentando me encontrar e me ver sem o sol. Tentei apoderar da minha tempestade para que eu pudesse me reerguer, mas acontece que não podemos simplesmente construir um novo edifício em cima de um cemitério sem que sejamos assombrados pelas lembranças.
Como uma tatuagem marcada além da pele, minhas memórias com Jules e Charles sempre estarão presentes. Uma cicatriz que doeu para aparecer ali, mas toda vez que me lembro de como ela surgiu, o meu rio corre e cai em uma cachoeira de amor.
— Você teria mudado algo? — Levo um susto com a presença repentina de Charles ao me lado.
— A quanto tempo você está aqui? — Pergunto encarando seu perfil já que ele observa a vista pela janela.
— Não há muito tempo. — Da de ombros. — Desculpe, não queria assusta-la. —  Me fita e sou eu quem volto a minha visão para a cidade lá fora.
— Tudo bem. —  Respondo.
—  Então… você mudaria algo? —  Ele volta a perguntar.
— Sobre o quê? — Pergunto ainda sem encara-lo.
— Sobre nós dois. Quer dizer, sobre tudo  que nos aconteceu.  — Ele responde e meu interior se retorce em desespero pelo rumo que a conversa poderá tomar a partir daqui.
Parte de mim, fica aliviada em ouvir a sua voz depois de todo o tempo em silêncio durante o jantar. Porém, há outra parte que implora para que ele fique calado, pois, será inevitável que um de nós não saía machucados de quaisquer palavras que possam surgir agora.
Sua pergunta é simples. Entretanto, a resposta é mais complexa do que eu gostaria. Eu mudaria algo?
Sinto-me encurralada, pois sei que se minha resposta for sim, significa que me arrependo de algo sobre nós. Eu me arrependo?
Eu paro para pensar em todos os eventos que me trouxeram até este momento. Cada sorriso, cada lágrima. Cada sussurro e cada grito. Cada "Eu te amo” e cada "Sinto sua falta”. Cada verdade e cada mentira. Cada viagem, cada momento de Charles, Jules e eu juntos. Cada alegria e cada devastação após nos perdermos. Cada abraço, cada beijo, cada aventura, cada colapso, cada realização e cada perda. Cada vida e cada morte. Eu penso em tudo o que consigo pensar, e no final só há uma resposta sincera que eu possa dar para Charles.
— Sim. — Respondo.
Não olho para Charles, mas posso sentir seu olhar queimando sobre o meu perfil.  Um minuto de silêncio é o que ele permite que caia sobre nós para refletirmos sobre minha resposta.
—  O que você mudaria? — Ele pergunta.
Outra pergunta simples com uma resposta complexa. O que exatamente eu mudaria? Teria escolhido não me aproximar do garoto magrelo e com olhos lindos e nem do seu amigo, bizarramente 8 anos mais velho que ele? Não. A resposta para isso com certeza é um não. Eu jamais poderia me arrepender dos momentos vividos ao lado de Charles e Jules. Eles mudaram a minha vida, minha perspectiva e pela primeira vez me mostram que estaria tudo bem sonhar e se deixar levar.
Então do que eu me arrependo? Talvez de ter me apaixonado pelo idiota desajeitado que era Charles Leclerc com 16 anos? Talvez de ter me permitido ser puxada demais para perto do sol a ponto de me deixar queimar e desintegrar? De ficar girando em sua órbita como um planeta em seu sistema? De ter o admirado por muito tempo e simplesmente ter ficado cega pelo seu brilho a ponto de achar que qualquer dia sem ele, talvez não fosse um bom dia?  Ou de  ter criado um planeta inteiro dentro de mim, onde o seu calor seria necessário para que houvesse vida dentro do meu coração?
“Entre uma brincadeira de criança e um furacão. É assim que é definido o seu amor.”  Penso novamente nas palavras de Jules.
Charles e eu eramos um arco-iris. Eramos a esperança um do outro, uma aliança sagrada e bíblica, mesmo para aqueles que não tinham fé. A alegria e a melancolia juntos e equilibrados.  Eramos a paixão, mas também eramos a obsessão. Eramos entregue tão naturalmente um ao outro que simplesmente fazia sentido. Acreditávamos que eramos o significado de nossa existência. Que seriamos eternos dentro do nosso arco-iris colorido. Tudo simplesmente fazia sentido.
… Até não fazer mais.
Assim como tudo que se aproxima demais do Sol ou do Olho do furacão, nos tornamos ruínas.
Eu engulo em seco antes de me virar para ele. O meu olhar encontra o seu e há tanta intensidade em seus vidros verdes, que sinto transbordar o rio dentro de mim.
Do que você se arrepende, Marie? Do que você se arrepende?  A pergunta retumba em minha mente. Então eu respiro e deixo que a razão se silencie dentro de mim e que de espaço para que meu coração fale.
Eu me arrependo de não ter me fundido a ele como um só. Me arrependo de não ter colado sua pele sobre a minha e de não ter entrado em suas entranhas. Me arrependo de não ter bebido de seu sangue o suficiente para que fosse realizado esse pacto entre nossas almas.
Eu me arrependo de não ter te provado que eu poderia ter sido bem melhor do que ela.
Os meus olhos se enchem e meu coração queima. Diga a ele, Marie! Deixe ir! Então respirando fundo eu o digo:
— Eu mudaria ter me apaixonado por você.  — A razão ganhou.
Charles engole em seco. O seu olhar está em chamas sobre mim.
Há uma compreensão muda entre nós. Todos os '' e se” que poderiam ter feito as coisas diferir no nosso relacionamento. Toda via, não acredito que qualquer coisa que tivéssemos feito teria mudado o que nos tornamos.
Charles acena com a cabeça e olha para a janela por alguns segundos antes de se virar e andar em direção ao que penso ser o seu novo quarto. Mas antes que ele possa ser engolido pela escuridão do corredor ele se vira para mim novamente.
— Eu entendo o que você quer dizer. Realmente entendo, mas jamais mudaria nada do que senti por você. Não mudaria nada do que nós fomos. — Suas palavras soam como agulhas sobre a minha pele.
Sei que o silêncio seria a melhor escolha entre nós por enquanto, mas mesmo assim não consigo evitar lhe dar uma resposta. Essa atração pelo que machuca, sempre seduzindo nós dois.
— Há mais fenômenos no mundo do que o arco-iris, Charles. E eu sinto muito por você te-los descoberto antes de mim. — respondo sustentando seu olhar e calando todos os gritos que imploravam para que eu me entregasse novamente a ele.
Ele fica confuso com minhas palavras por um segundo antes que algo dentro do seu cérebro clique.  Eu sei ser uma crueldade minha ter utilizado das palavras de Jules sobre nós para tentar tampar uma ferida aberta em nossos corpos.
A chuva lá fora fica mais forte e eu volto a encarar a janela. O sol não aparece entre as nuvens carregadas. Não haverá nenhum fenômeno colorido hoje.
— A única coisa que eu mudaria, é deixar nós dois acabarmos com tudo da forma que aconteceu. Eu mudaria cada segundo que deixei você pensar que eu não te amava. — Meu corpo se arrepia com suas palavras e sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto, mas não desvio a minha atenção da vista a minha frente.
Ouço os passos de Charles saindo da sala e me deixando sozinha com a chuva e com o peso da tempestade no meu peito.
✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨✨
N.A: Hello! Depois de tantas ameaças estou de volta! Foram meses de muita agonia e trabalho mas agora consegui! Esse capítulo resolvi separar em duas partes, por isso está mais curtinho! Mas o próximo entregarei tudo.
Espero que tenham gostado! 😁
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heavypedia · 3 months ago
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Lançado em 19 de outubro de 2018, Ritual é o 11º álbum de estúdio do Soulfly. Com faixas como "Dead Behind the Eyes", "Evil Empowered" e "Under Rapture", o álbum foi o último com o guitarrista Marc Rizzo e alcançou a 22ª posição na parada de sucessos australiana.
Qual sua favorita desse disco?
Tags: #Soulfly #SoulflyBand #Ritual #SoulflyRitual #MaxCavalera #MarcRizzo #ZyonCavalera #MikeLeon #RandyBlythe #RossDolan #MarkDamon #JoshWilbur #ThrashMetal #GrooveMetal #DeathMetal #HeavyMetal #Heavypédia #Heavypedia #Heavycast #WilliamWayne #GaleriaDoRock #NaçãoRoqueira.
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fabioperes · 5 months ago
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Relógios Suíços Baratos Confira os relógios do nosso site: www.lojagmt.com.br Saudações e Complicações amigos! Neste vídeo iremos explorar as marcas de entrada do mercado Suíço de relógios, quais seriam os relógios e valores mais baratos. Iremos conhecer marcas como Wenger, Swiss Military Hanowa e algumas outras já conhecidas, como Bulova, Tissot e Certina. No vídeo iremos conhecer os modelos quartz, e num vídeo futuro um sobre movimentos mecanicos de entrada da relojoaria Suíça.. Confira no vídeo e se inscreva! :) Não deixe de participar de nosso sorteio de 2 anos de canal! Envie sua carta para: GMTmenos3 Caixa Postal 5601 CEP 82520-981 Curitiba/PR Não precisa escrever nada dentro, basta mandar a carta. Sorteio dia 20 de Outubro de 2018 ►Contato Comercial: [email protected] ►Nosso site: https://ift.tt/XKloM13 ►Conheça nossos produtos a venda https://ift.tt/zdtFZkn ►Facebook: GMTmenos3 ►Instagram: GMTmenos3 Este vídeo têm caráter informativo e expressa minhas opiniões, eu não falo em nome de fabricantes, lojas ou quaisquer tipos de terceiros. GMTmenos3, o canal que descomplica as complicações. via YouTube https://www.youtube.com/watch?v=HjeexaGWNZs
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thxversatile · 8 months ago
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flashback , outubro de 2018 — @ringostxr
Poucas coisas na vida tiravam aquele Harvey Wang do sério. Poucas, pouquíssimas como: sua família, noiva, a clínica que estava construindo com um antigo colega de residência, obra, cachorros latindo, plantões de trinta e seis horas, viagens de carro... A lista se estendia, mas ele nunca assumia qual era o verdadeiro motivo por trás da irritação diária.
Especificamente naquela noite de outubro de 2018, tudo que ele queria era chegar em casa e descansar. Casa, um loft pequeno que alugava próximo à obra de sua clínica. Não ficaria ali quando se casasse com Stephanie, claro. Ainda tinha mais isso, as prestações da casa em Berverly Hills que, obviamente, Step fez questão de frisar sua escolha. "Quero o melhor para nossos futuros filhos", foi toda a argumentação que fez Harvey revirar os olhos e concordar silencioso. Naquela relação, não havia espaço para ele, tudo era decidido por ela. Bom, se o perguntassem, ele diria que gostaria de agradar à noiva, e não que deixava tudo correr como ela queria para que ela não desistisse do casamento, de novo.
Desistir do casamento parecia tão fácil e tão correto quando estava em casa, em seu lugar, deitado na sua cama que carregava o perfume de uma terceira parte naquela dança. Sinceramente, Harvey somente se sentia quase parte dele mesmo quando passava seu dia inventando desculpas para não sair do loft, quando tudo que precisava se preocupar era se estava cuidando da terceira pessoa dessa relação.
Bom, aquela noite em outubro de 2018 era um daqueles dias em que ele somente quer chegar em casa e relaxar sua vida frustrada nos braços de quem o importava no momento, e não era Stephanie.
Cansado, quase que se arrastando pelo corredor do prédio, Harvey parou de frente à sua própria porta por alguns minutos. Isso não poderia estar acontecendo, de novo. Pelas frestas na madeira, uma música abafada ganhava o corredor, alta o suficiente para saberem de onde vinha e qual banda era. A dor de cabeça que tinha evitado durante todo o dia se plantou no meio da testa do chinês que, respirando fundo, destrancou a própria porta e se preparou para encarar o caos que se sucederia.
O apartamento cheirava num misto de madeira queimada, whisky e bagunça. Um homem dançava, ou melhor, tropeçava nos próprios pés enquanto cantava e pulava seguindo o ritmo da música imposta, isso Harvey não negaria. Não quis deixar sua presença ser notada até conseguir chegar ao aparelho de celular preso à uma caixa de som que se arrependia todos os dias de ter comprado. Não, sua presença somente foi notada pelo homem seminu quando a cacofonia foi cessada e Harvey Wang esmurrou, mais uma vez, o aparador da caixa de som.
— Que porra é essa, Richard? — A voz naturalmente grave desceu algumas oitavas, rouca pelo cansaço e por puro ódio que refletia em suas expressões e orbes presas ao homem que, naquele momento, arrancou a última faceta que o levava a não explodir. — Maconha? Whisky? Que merda de reabilitação é essa que você sequer respeita?
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meugamer · 8 months ago
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Tom Hardy retorna em trailer de Venom: A Última Rodada
“Até que a morte nos separe”. A Sony Pictures revelou nesta segunda-feira (3) o trailer oficial de Venom: A Última Rodada, filme que encerra a trilogia iniciada em 2018. Com um trailer cheio de ação e, é claro, muita comédia, foi confirmada a sua data de estreia para 24 de outubro, já na janela do fim do ano. Em diversas frentes, o trailer apontou alguns detalhes importantes para os fãs da…
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cristotudoemtodos · 8 months ago
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“O universo não surgiu de uma explosão cósmica. A teoria do big-bang não está calçada com a verdade. O caos não produz o cosmos. A desordem não produz a ordem. Seria mais fácil crer que, jogando ao espaço um bilhão de letras, elas caíssem como uma enciclopédia do que acreditar que uma explosão deu origem a este vasto universo com movimentos tão precisos e leis tão exatas. Nosso planeta não está onde está por acaso. Se estivéssemos mais longe do sol, morreríamos congelados. Se estivéssemos mais perto do sol, morreríamos queimados. A lua, a faxineira da terra, não está onde está por acaso. Sem a lua não teríamos o fenômeno das marés e, se não houvesse o fenômeno das marés, nossas praias se encheriam de lixo e a vida seria impossível na terra. Estamos convictos de que é preciso ter mais fé para ser um ateu do que para ser um crente.” - Hernandes Dias Lopes, Panorama da história cristã: as intervenções de Deus na História, Hagnos, 1ª Edição outubro/2018, 2ª Reimpressão, maio/2023, São Paulo, SP, pg. 10,11
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claudiosuenaga · 2 years ago
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Lançamento de Encuentros cercanos de todo tipo. El caso Villas Boas y otras abducciones íntimas
O primeiro livro em espanhol de Cláudio Suenaga
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A editora Coliseo Sentosa acaba de lançar o livro Encuentros cercanos de todo tipo. El caso Villas Boas y otras abducciones íntimas, do historiador brasileiro Cláudio Tsuyoshi Suenaga, obra em que o especialista analisa acurada e minuciosamente o famoso caso de Antonio Villas Boas, além de investigar outros conúbios e sequestros íntimos e teorizar sobre a verdadeira natureza dessas experiências.
Este é o primeiro livro de Suenaga publicado em espanhol, precedido que foi por uma boa recepção de sua versão em português, publicada no Brasil pela editora da revista UFO em 2018. A tradução para o espanhol foi feita pelo cético mexicano Luis Ruiz Noguez.
Suenaga resgata um material inédito e pouco conhecido sobre o caso, como fotografias e documentos, além de localizar e entrevistar vários parentes e amigos de Villas Boas que permitem um novo olhar sobre um caso clássico da ufologia internacional.
Além disso, o livro traz um capítulo inédito que não consta da edição em português 50 Tons de Greys: é o que trata da polêmica alegação de que a CIA teria criado todo o episódio como parte de suas operações psicológicas (PsyOps) e do programa de controle mental MKULTRA. Suenaga analisa até que ponto tais reivindicações de ex-agentes e whistleblowers têm fundamento ou não passam de mais uma camada de desinformações.
O caso icônico do agricultor brasileiro Antonio Villas Boas tem despertado a curiosidade dos aficionados em OVNIs desde que seu depoimento foi divulgado anos depois do acontecido em 16 de outubro de 1957. É uma história repetida inúmeras vezes em diferentes publicações, e que em geral qualquer pessoa interessada em OVNIs conhece. Porém, ninguém jamais foi tão longe quanto Suenaga na busca por fontes desconhecidas, visita ao local dos acontecimentos, obtenção de imagens inéditas e em entrevistas com pessoas próximas do protagonista.
O caso Villas Boas foi não só o primeiro do gênero, como também a primeira abdução da Era Moderna dos Discos Voadores. Não por acaso ocorreu justamente no Brasil, país onde a voluptuosidade, a devassidão, a liberação das fantasias libidinosas e a busca desenfreada por prazeres carnais sempre escaparam à rigidez da moral religiosa.
Expressões culturais acentuadamente primitivas e arcaicas que remanescem ocultas sob uma tênue zona fronteiriça, a presença de divindades e criaturas sobrenaturais que sequestram e seduzem seres humanos e com eles mantêm intercursos sexuais por mero prazer ou visando a reprodução de híbridos, ao contrário do que muitos pensam, são uma constante ao longo da história – conforme a religião, a mitologia e o folclore de todos os povos em todas as épocas registram – e não só nunca deixaram de ocorrer como continuam se repetindo, desta vez no contexto de um mito moderno, consoante com a Era Científico-Tecnológica-Espacial em que vivemos, a Ufologia, deixando marcas profundas e indeléveis na psique de homens e mulheres por assim dizer escolhidos e assediados.
Provenientes de fora ou do interior da Terra e de dimensões paralelas, essas criaturas sempre foram chamadas de anjos, deuses, demônios, demiurgos, fadas, duendes, elfos etc., e os filhos gerados foram por vezes considerados super-humanos ou semidivinos.
Leia Encuentros cercanos de todo tipo e mergulhe em um universo tão fascinante quanto assustador.
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Características:
Autor: Cláudio T. Suenaga
Tradução: Luis Ruiz Noguez
Arte da capa: Cristina González
Ano da edição: 2023
Número de páginas: 386
Ilustrado
Ediciones Coliseo Sentosa
VER ÍNDICE
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Blog Marcianitos Verdes, de Luis Ruiz Noguez: https://marcianitosverdes.haaan.com/2023/03/encuentros-cercanos-de-todo-tipo-el-caso-villas-boas-y-otras-abducciones-ntimas/
Mais informações sobre o livro (já disponível na Amazon) e outras possibilidades de compra podem ser encontradas no blog da Coliseo Sentosa: https://coliseosentosa.blogspot.com/2023/03/encuentros-cercanos-de-todo-tipo-el.html Amazon.com (envios a todo o mundo desde os EUA): https://amzn.to/3Lh93Lb Amazon.es (envios a todo o mundo desde a Espanha): https://amzn.to/3LlMtBn Amazon.co.uk (envios dentro do Reino Unido): https://www.amazon.co.uk/-/es/Cl%C3%A1udio-Tsuyoshi-Suenaga/dp/B0BW344XF1/ Amazon.de (envios dentro da Alemanha): https://www.amazon.de/-/es/Cl%C3%A1udio-Tsuyoshi-Suenaga/dp/B0BW344XF1/ Amazon.fr (envios dentro da França): https://www.amazon.fr/-/es/Cl%C3%A1udio-Tsuyoshi-Suenaga/dp/B0BW344XF1/ Amazon.it (envios dentro da Itália): https://www.amazon.it/-/es/Cl%C3%A1udio-Tsuyoshi-Suenaga/dp/B0BW344XF1/ Amazon.co.jp (envios dentro do Japão): https://www.amazon.co.jp/-/es/Cl%C3%A1udio-Tsuyoshi-Suenaga/dp/B0BW344XF1/
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E-mail: [email protected] Adquira aqui meu último livro "As Raízes Hebraicas da Terra do Sol Nascente: O Povo Japonês Seria uma das Dez Tribos Perdidas de Israel?" https://www.lojaenigmas.com.br/pre-venda-as-raizes-hebraicas-da-terra-do-sol-nascente-o-povo-japones-seria-uma-das-dez-tribos-perdidas-de-israel
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presstart1 · 1 year ago
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Apresentação
Bom dia,boa tarde e boa noite eu sou o Press Start, para aqueles que amam o mundo dos games serei o seu guia sobre as notícias mais importantes do dia.
Hoje como meu primeiro dia passando notícias para vocês, estarei falando sobre a continuação do jogo do Homem Aranha e sobre o trailer oficial do filme de Five Nights at Freddys (Fnaf).
Um novo jogo do nosso cabeça de teia foi anunciado e será a continuação do jogo Spider-Man de Playstation 4 lançado no ano de 2018. O jogo foi um grande sucesso e tem tudo pra superar as expectativas que todos tem sobre esse novo jogo. Ainda mais depois do lançamento do jogo Spider-Man Miles Morales lançado no ano de 2020, onde ele irá participar também da história sendo assim jogaremos com 2 homens aranhas durante a gameplay.
O trailer de Fnaf foi mostrado hoje, a grande franquia de jogos de terror depois de ter anunciado o começo de gravação do filme finalmente ganhando seu trailer onde se mostra um interessante filme que pode valer a pena do seu ingresso, ele lança dia 31 de outubro. E tem grandes expectativas para sua bilheteria apesar de não ser um filme que custou muito dinheiro. Muito obrigado pela sua atenção, nos vemos na próxima aonde continuarei me aprofundando cada vez mais no mundo dos games.
PressStart desligando...... .
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adelantecomunicacao · 2 years ago
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Leila Danziger. Papéis de um Dia (Cinelândia). 2019-2022. Tinta gráfica sobre papel e fotolitografia sobre papel. Foto Wilton Montenegro
Desde aquele domingo de outubro vejo a menina
no exato instante em que se eleva sobre a pedra e o bronze
em aceno: contra monumento à derrota. 
Se durante vários anos apaguei seletivamente páginas de jornais, agora as refaço. No centro destas páginas está uma praça, cinemas esquecidos, um palácio demolido, um monumento, uma espera, e, sobretudo, um gesto realizado por uma menina que se eleva como um contra monumento à derrota daquela noite, de tantas noites. No início, há uma foto trêmula, feita quase às cegas, sem qualidade ou definição. No início – novamente, porque são muitos os inícios –, há um desejo de escrita, inseparável do desejo de imagem (do desejo da imagem da página, essa quase obsessão). A menina que acena na Cinelândia, sobre o monumento ao Marechal Floriano, é minha vaga heroína, com sua silhueta frágil e rosto indefinido (o que a resguarda e protege das identificações sempre policialescas). Não cesso de tentar refazer seu aceno em texto-imagem, em imagem-texto. Preciso vê-la de novo e de novo, sustentar seu gesto, para que ele dure e se desdobre, em outros tempos a vir.
Leila Danziger. Artista e poeta, suas produções articulam arte, história, memória e esquecimento; imagem e escrita; arte e mídia. Entre suas exposições individuais recentes estão Navio de Emigrantes (Caixa Cultural, São Paulo, 2019) e Ao Sul do Futuro (Museu Lasar Segall, São Paulo, 2018). Entre as mostras coletivas destacam-se Lands, Real and Imagined: Women Artists Respond to the Art and Travel Writings of Maria Graham (Otterbein University, Westerville, EUA, 2022); On the Shoulders of Giants (Galeria Nara Rosler, Nova York, 2021), MemoriAntonia (Centro Maria Antonia/USP, São Paulo, 2021); Théâtre d’Ombres (Galerie Dix9 Hélène Lacharmoise, Paris, 2021); 47% de Mulheres nos Acervos (Museu de Arte Contemporânea, Porto Alegre, 2021); O Rio dos Navegantes (MAR, Rio de Janeiro, 2019); Hiatus: A Memória da Violência Ditatorial na América Latina (Memorial da Resistência, São Paulo 2017); Imagetexte (Topographie de l’Art, Paris, 2016). Entre suas publicações de artista estão Cadernos do Povo Brasileiro (Relicário, 2021) e Navio de Emigrantes (Caixa Cultural, 2018). Como poeta publicou Cinelândia (2021), Ano Novo (2016), Três Ensaios de Fala (2012), todos pela editora carioca 7Letras. Tem graduação em artes pelo Institut d’Arts Visuels d’Orléans (DNSEP, Orléans) e doutorado em história pela PUC-Rio. É professora associada do Instituto de Artes e do Programa de Pós-graduação em Artes da Uerj e pesquisadora do CNPq.
🔗 Esta obra integra a exposição coletiva “Espaços do Ainda”, em cartaz de 1. de julho a 13 de agosto de 2023 no Centro Cultural São Paulo - CCSP, São Paulo, SP. Acesse mais informações aqui:
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keliv1 · 2 years ago
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Inauguração da fábrica da Panasonic, em Extrema, MG.
O ano era 2012 e lá fui eu para o primeiro evento fora de São Paulo, conhecer esse empreendimento que atua com o conceito de sustentabilidade ambiental.
Foi uma comitiva de jornalistas, de ônibus, quase chego atrasada para o embarque (perto do trem Pinheiros) e teve de um tudo pelo caminho.
Mas ao chegar foi incrível! Fica bem na entrada da cidade, com área verde e vi como se fabrica uma geladeira. Na ocasião, tivemos a presença da apresentadora Fernanda Lima, então garota propaganda da marca.
Destaco aqui uma curiosidade: a fábrica conta (ou contava) com um showroom e, um dos destaques, o lançamento de linha de câmeras digitais! Pois é, em quase 11 anos, substituímos esse item pelos smartphones.
Deixo a matéria que escrevi na época. Eis o TBT de hoje.
Panasonic lança fábrica com Eco Ideas
Com total de 170 mil m2, parque fabril em Extrema, MG, reforça conceito de sustentabilidade da marca
Por Keli Vasconcelos
 Quem passa pela região de Extrema, Sul de Minas Gerais, não imagina que em meio a um vale preservado está instalada uma fábrica com 170 mil m2. Trata-se da unidade da Panasonic, terceira no Brasil – São José dos Campos, SP, e Manaus, AM, são as anteriores –, oficialmente inaugurada em 12 de setembro de 2012, em evento à imprensa e convidados.
Sergei Epof, gerente de produtos de linha branca, que explicou as pesquisas, adaptações e implantação do equipamento produzido, João Carlos Daniel, chefe de fábrica, Hirotaka Murakami, presidente da Panasonic Brasil, e Renata Assis, gerente de Marketing da marca compuseram a mesa da coletiva.
 Com R$ 200 milhões investidos e criação de 400 empregos diretos estimados, a indústria de refrigeradores (previsão de vendas a partir de outubro) e máquinas de lavar (em 2013) é considerada a primeira no país a ter características Eco Ideas, conceito da marca que objetiva fabricar sem impactar o meio ambiente. “Se repararmos, a fábrica não possui chaminés porque ela é 0% de CO2. Os próprios refrigeradores, inclusive, são produzidos sem CFC, que foi substituído pelo R600 A, mais eficiente e não contribui para o aquecimento global”, explicou João Carlos Daniel.
                 O refrigerador NR-BB51P (423 litros de capacidade) é o primeiro item fabricado na unidade, e tem as ‘ecotecnologias’ Econavi e Inverter. Econavi monitora o uso do aparelho nas três últimas semanas, otimizando-o e economizando até 10% de energia e o segundo detecta variações de temperatura, ajustando a potência do modelo. É considerado 19% mais silencioso e reduz em 33% o consumo energético – em relação ao mínimo necessário para a classificação “A” Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica.
           Eco Ideias
           Em sintonia com a sustentabilidade e com a meta de ser a ‘empresa número um em tecnologia verde até 2018’, quando completa 100 anos, a companhia desenvolveu um sistema, no telhado da fábrica, de recolhimento de águas pluviais, que são captadas e reutilizadas na descarga dos sanitários e reagem de plantas. “A fábrica é aberta para receber escolas da região e estamos com um projeto em que professores e alunos têm contato com seu funcionamento e também recebem orientações de conscientização ambiental”, disse Renata. E alunos de uma escola da região assistiram à coletiva.
 “A sustentabilidade esteve sempre presente no DNA da Panasonic e temos o compromisso de estarmos alinhados com as diretrizes ambientais em todas as unidades instaladas. Aos poucos também vamos avançar as Eco Ideas nossas fábricas, como a de Extrema. É primordial para em 2018 sermos os primeiros em inovações verdes na indústria de eletroeletrônicos”, ressaltou Murakami. Para tanto, é engajada com a PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos, sendo membro da ABREE – Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos –, fundada em 2011 para orientar sobre logística reversa e desdobramentos na coleta e destinação de eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
 Na gestão de resíduos, a fábrica recicla 98% dos materiais no processo produtivo, como plástico, metais e peças danificadas. Os resíduos de plástico são moídos, na própria planta, que viram matéria-prima em novos itens. Às empresas de sucata são levadas as matérias impróprias para reuso no processo fabril. Já metais são separados e vendidos às que reutilizam em suas produções.
 A Panasonic exige que todos os envolvidos sejam certificados, para comprovar o correto destino dos resíduos. “No Japão existe uma recicladora própria, a PETEC, e a fabricação de todos os produtos segue a diretiva RoHS, que garante que não são usadas substâncias nocivas ao meio ambiente como cádmio, mercúrio e chumbo”, comentou Renata Assis (na foto com a Fernanda Lima), gerente de Marketing, em sua exposição.
 No quesito MKT, a Panasonic criou o tema “[Re]pense”, lançado em abril último, que propõe ao consumidor uma reflexão de seus conceitos ambientais. Para frisar essa essência, a apresentadora Fernanda Lima foi convidada pela marca para ser a embaixadora Eco Ideias. Presente no evento, ela foi escolhida devido seu engajamento às causas ecológicas e preocupação com o futuro global.  
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nossasenhoracuidademim · 2 years ago
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PAPA FRANCISCO: 10 ANOS DE PONTIFICADO. Em 13 de março de 2013, há 10 anos, o cardeal argentino Jorge Mário Bergoglio foi eleito à Cátedra de Pedro: primeiro Papa jesuíta e latino-americano, e eleito após a renúncia do seu antecessor. Foi o primeiro Papa a escolher o nome de Francisco. Ele mesmo explicou o motivo: “Na eleição, eu tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, um grande amigo (era Dom Cláudio Hummes, que receberam o cardinalato na mesma data, em 21 de fevereiro de 2001). Quando a coisa começou a ficar um pouco perigosa, ele começou a me tranquilizar. E quando os votos chegaram a 2/3, aconteceu o aplauso esperado, pois, afinal, havia sido eleito o Papa. Ele me abraçou, me beijou e disse: 'Não se esqueça dos pobres'. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis." Nestes 10 anos, desde 13 de março de 2013, quando apareceu na sacada da basílica de São Pedro para saudar os fiéis após sua eleição, o papa Francisco iniciou uma nova etapa na história recente da Igreja com a reforma da Cúria vaticana como o marco principal, um processo que ainda está em curso. Durante esse tempo, o Papa publicou três encíclicas: Lumen fidei (29 de junho de 2013), Laudato si' (24 de maio de 2015) e Fratelli tutti (3 de outubro de 2020). Ele também publicou cinco exortações apostólicas: Evangelii gaudium (24 de novembro de 2013), Amoris laetitia (19 de março de 2016), Gaudete et exsultate (19 de março de 2018), Christus vivit (25 de março de 2019) e Querida Amazônia (2 de fevereiro , 2020). Promulgou três constituições apostólicas, 86 cartas apostólicas, 57 motu proprio e escreveu numerosas cartas e mensagens pontifícias. Portanto, uma característica deste pontificado é um intenso esforço para publicar os documentos magistrais do papa Francisco. Além disso, o papa fez 40 viagens fora da Itália desde a sua nomeação, a última foi para República Democrática do Congo e Sudão do Sul, de 31 de janeiro a 5 de fevereiro de 2023. Francisco criou 121 cardeais em oito consistórios. Francisco presidiu a canonização de 911 novos santos, incluindo os papas são João Paulo II, são João XXIII, são Paulo VI, santa Dulce. #nscm #papafrancisco https://www.instagram.com/p/Cpv6_4Dth-G/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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crishugosilva · 2 years ago
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Nós ainda não sabemos o nome da flor que vimos aquele dia.
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Terça, 23 de Outubro de 2018.
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heavypedia · 3 months ago
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Lançado em 19 de outubro de 2018, Spaceman é o 8º álbum de estúdio de Ace Frehley. O disco traz faixas como "Bronx Boy", "Rockin' With the Boys" e "Mission to Mars", além de contar com a participação especial de Gene Simmons. O álbum teve um desempenho moderado, alcançando a 20ª posição na parada sueca.
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darata2023 · 2 years ago
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(Colômbia, 20 fevereiro)
DÄRÄTA, e a BELEZA. Qual é a palavra que define o sentido de tua vida?
Fazia muito frio, e era um outubro de 2018 na velha estepe da Mongólia. Os viageiros estávamos hospedados numa dessas colinas pedregosas que brilham na planície do outono, cercada de pinheiros com flocos de neve, lobos e nobres cavalos, e alguns pastores com suas cabras, e seu singular cheiro a vodca e a gordura de ovelha.
Não lembro muito vem, mas, os quartos da hospedagem eram Guers, a casa tradicional dos nómades, aquelas barracas enormes e brancas, feitas de lã feltrada, e redondas como a pança de um camelo peludo.
Por dentro, estavam decorados com flores pintadas em suas colunas de madeira laranja. E sua orientação, obedecia a um belo plano astrológico, onde as estrelas, o sol e os ancestrais, determinam o local de portas, camas ou altares. Eram quentes e de uma beleza tão simples e orgânica, que depois de dormir neles nenhum outro tipo de casa parece natural a nossa condição de humanos.
O Guer também era espaçoso, nele podia viver uma família inteira bem acomodada, porém, o mais inspirador é que se parecia a um útero, ou, ao ninho de alguma ave. Na intempérie desse pais tão inóspito, foi inventada a vivenda mais bela e amparadora que existe, ou pelo menos, assim nos pareceu.
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Eram as 18 horas da tarde, daquele dia, e os viageiros juntos estávamos sentados adentro de um Guer, aguardando alguma outra coisa extraordinária acontecer, (nesse tipo de viagens cada momento é uma raridade).
Então, o velho Maestro que guiava viagem sagrada, perguntou de repente aos peregrinos: Qual é a palavra que define suas vidas?, qual é a palavra que define seus intentos? A minha é "perfeição", respondeu para si mesmo, rapidamente e com alegria.
Houve um silencio agitado entre os viajantes, era uma pergunta incómoda, como todas as que fazem os Maestros.
A minha é "BELEZA", respondi em silencio, sem falar. Eu, que quase nunca tinha certeza de nada, nesse instante lembrei, ou soube com clareza absoluta, não sei bem, que é a Beleza minha palavra raiz, o Guer onde mora qualquer intento, oração, esperança o carinho que oferende aos outros e à vida.
Quando sinto e lembro disso, a intempérie de todos os dias se mingua, se faz mais simples criar, escrever, semear, cuidar do meu filho, viajar, qualquer coisa. Porque a palavra que da sentido as nossas vidas é também uma palavra mágica, a palavra de poder, a senha, a invocação ao gênio da lâmpada. É o "ábrete-séssamo".
No deserto desta época, tão amigo da barbárie, da rapidez e das coisas superficiais, a busca pela beleza em seu sentido mais sutil e profundo, é a fonte de onde brota uma agua vital, como um porto seguro, e como um par de asas bem coladas nos pês, nas costas, nos atos da nossa vida.
Tenho certeza de que a proximidade com a Beleza manifestada na Terra, na Luz, na criação manual pode curar, redimir, dar amparo, alento e sentido para as pessoas.
E é aqui que chega DÄRÄTA, um ode à Luz da Beleza. Simples assim.
Não vimos a vender cursos ou fugas, DÄRÄTA é um convite sincero para estes tempos apressados, onde todo e incluso nós mesmos, especialmente nós mesmos, nos tornamos mercadorias, e o nobre oficio de bordadeiras e tecelãs está exposto à inclemência da hiper- conectividade, da fugacidade, da cultura do entretenimento, que tira seu sentido e seu poder transformador.
DÄRÄTA vem para lembrar a beleza de criar, de estar na natureza, de sentir a lentidão de praticar um oficio antigo, de parar e esvaziar, querer menos coisas, menos informação, menos estímulos, menos tudo.
Mais do que uma Imersão Têxtil para aprender técnicas e truques artesanais de bordado e tecido, DÄRÄTA é um ninho, que acorda as formas de inspiração que temos na beleza singular que nos habita, e que aguardam pelo simples toque do universo silvestre e luminoso, para renascer no interior de ti e de tua obra manual e poética.
Sabes qual é a palavra que define tua obra, tua vida? Quando a descubras, tal vez, compreendas onde está a fonte que te alimenta, te da coragem e te faz não desistir.
Para ajudar a encontra-la, te aguardamos no Guer de DÄRÄTA, da beleza simples, que, como a casinha dos nómades da Mongólia, tem sua pequena porta virada ao nascer do sol, onde todas as auroras resplandecem. Também a tua.
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