#nem tente fugir
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desafiodeescritadiario · 6 months ago
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Como começar a escrever um livro
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Olá, como vai? Hoje eu gostaria de compartilhar com vocês algumas sugestões de como começar a escrever um livro, ou como voltar a escrever, focado em quem já tem uma ideia inicial para o enredo.
Um lugar quieto
Sei que parece óbvio, mas nem tudo depende da escrita ou de histórias bem estruturadas. O primeiro passo é ter um espaço onde você possa se concentrar e claro, um equipamento adequado. Me sinto muito velha ao dizer isso, porém, não consigo escrever em um celular. O espaço é limitado e a forma de digitar é incômoda. Então, se eu não consigo me sentir confortável, provavelmente não vou conseguir me concentrar.  Antes disso, eu costumava usar o computador de casa, onde todo estava perto ou tinha acesso, ou pior, eu tentava fugir para uma biblioteca longe de casa. Bem, posso dizer que não foi uma boa experiência. 
Se organize
Agora que você tem um lugar para escrever, está na hora de organizar as coisas. Nesse momento,  já devemos ter uma ideia do que queremos fazer. Ou pelo menos um conceito do que escrever. Você gosta de um caderno para fazer anotações ou gosta de colocar tudo em uma página de web? Esse é o momento! Reúna todos os materiais e links que você possa precisar, como um dicionário, ou alguma página importante. Sabe o suficiente sobre seu tema? Está na hora da pesquisa. Reúna as informações necessárias, mas não gaste muito tempo nisso. Por enquanto precisamos colocar em um lugar só o que vamos usar.
Planejamento
As coisas estão indo bem. Lembra das informações que reunimos? É aqui que vamos destrinchá-las. Se você ainda não colocou suas ideias no papel, principalmente, de forma que elas façam sentido, esse é o momento. Pegue as ideias que você teve até esse momento e as coloque em um lugar só.
Você pode fazer de duas formas. Um, você organiza cada informação numa sequência que faça sentido para sua história ou tentar encontrar suas cenas baseadas nas informações que você tem, partindo também do conceito e ou prompts/trope que você queira explorar.
Cenas base
Sim, gosto de usar as cenas base para encontrar a estrutura central do meu enredo. Elas são o que nos guia durante a escrita. Uma cena para a introdução da história, uma para o meio ou o desenvolvimento e uma para a conclusão da história. É claro, você pode ignorar essa dica se você tem uma ideia mais concreta do que escrever, mas para os perdidos ou bloqueados, analisar o que você tem pronto pode dar um pontapé inicial.
Roteiro ou improviso
Aqui é onde o seu estilo de escrita vai falar mais alto. Você gosta de escrever sem um roteiro e com os próximos passos planejados? Se você não gosta de planejar, pode pular esse tópico, mas se você se sente melhor sabendo o que vai acontecer, aqui vai a dica: faça um roteiro dos capítulos ou cenas! Você não precisa ter todas as cenas planejadas, o importante é saber de onde você começou, por onde vai e onde quer chegar. Por isso, as cenas base são essenciais, elas servem como um guia durante o processo da primeira versão do seu livro.
Tema e premissa
Se você ainda tem dúvida do que sua história se trata, tente achar o assunto principal, e depois tente encontrar qual seria o objetivo principal do seu protagonista. Essa é uma sugestão extra, porém, é mais fácil construir uma boa história quando temos um profundo entendimento do que vamos escrever, criar cenas e as reações dos personagens se torna bem mais descomplicadas. Por exemplo, se a premissa é o amor incondicional de dois amantes, eles farão tudo um pelo outro, agora, se fosse amor incondicional x ganancia, esses personagens ficariam em conflito com esses sentimentos opostos, se tornando bem mais fácil construir o enredo.
Divida o enredo em partes pequenas
É aqui que continuamos nosso planejamento. Sim, dividir o enredo em partes. É onde planejamos nossos capítulos, ou transformamos um grande bloco de ideias em várias cenas, de forma que o processo de escrever durante longos meses seja mais palatável. Eu poderia ter colocado esse tópico junto com o roteiro, mas ele é tão importante que preferi falar dele separadamente.
Sinceramente? Para mim é quase impossível escrever algo sem um mínimo de planejamento, e se você é como eu, deve ter feito algum até o momento. Agora é quando pegamos esse planejamento e começamos a encaixar em capítulos. Ou você faz um roteiro com cada cena que vai estar em cada capítulo (ou nos próximos capítulos) ou você define o que irá acontecer neles. 
Um bom exemplo é a história que estou escrevendo, o primeiro capítulo é a minha introdução, de mundo, protagonista, mentalidade, status quo, dificuldades e as pessoas em volta do meu protagonista. O segundo geralmente é o início obstáculo/dificuldade e aquele personagem ou conflito que vai fazer meu protagonista querer mudar algo ou querer algo. 
Assim, fica bem mais fácil, não? Eu posso usar a mesma técnica para tudo o que eu escrevo, quebrando o enredo em partes menores, mas raramente a história fica parecida com outras que escrevi, já que o importante é a situação em que o personagem se encontra. Na minha história o protagonista é despedido e está buscando um novo emprego, encontrando uma vaga de babá e a partir disso o enredo começa a se desenrolar. Não precisa ser nada complexo, algo a se prestar atenção é como você escreve suas cenas e se elas passam a emoção necessária.
Se concentre na Introdução
Nesse ponto, eu gostaria dar uma ênfase maior para os primeiros capítulos da sua história. Sei que todos conhecem a jornada do herói, e eu nem sempre sigo essa técnica, embora eu sempre use algumas partes dela. Uma introdução bem feita é o aspecto mais importante. Na verdade, uma primeira cena bem feita é a sugestão mais importante que eu poderia dar. Se eu não gostar da primeira cena ou se ela se parecer com algo que eu já li antes, palavra por palavra, é possível que eu largue o livro no mesmo momento. Agora, se eu me divertir ou se me chamar a atenção, é garantia que eu v�� lê-lo até o final. Curiosidade é a alma do negócio, e da literatura também.
Nesse post não vou dizer as possibilidades de como escrever uma primeira cena, porque temos alguns posts no blog sobre o assunto. Também temos sobre estruturas narrativas e sobre as cenas bases também. Então, seria interessante se você desse uma olhada nos outros posts do blog. E claro, outra boa sugestão é manter uma rotina de escrita e de leitura. Quem não lê, não conhece seu próprio nicho e não conhece as possibilidades que existem para tal tipo de enredo, e também não conhece muito bem a gramática ou combinações de orações, frases e parágrafos, e quem não escreve com frequência, provavelmente não terá muita prática em desenvolver enredos interessantes.
Essas foram as sugestões para quem está querendo começar a escrever e quer voltar a escrever, não são todas as sugestões, mas por enquanto, ficamos por aqui. Se você tiver alguma dúvida ou gostaria de saber de algo específico, não hesite em me mandar uma pergunta.
Até a próxima!
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amoeflor · 8 months ago
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Nem tente fugir do seu destino, pois de alguma forma vc acaba encontrando com ele.
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guilhertico · 2 months ago
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Eu quero voltar para casa
Mesmo que você não mude em nada
Quero sentir que pertenço a algum lugar
Não me importo se o desconforto persistir
Eu só quero um lugar para morar
As vezes, sinto que não tenho motivos para continuar tentando
E eu seria mais feliz se desistisse de você
Mas, eu não consigo ser completo sozinho
Eu sinto sua falta, você não sabe como é importante para mim
Por favor, tente me entender
Eu não sinto ódio
Nem rancor ou amargura
Apenas transformo a decepção em raiva
E me afasto de você
Como se nunca tivesse acontecido nada bom durante todos esses anos, desde que eu nasci
E eu finjo que te odeio
E faço milhares de linhas e justificativas nos poemas dizendo que te odeio
E eu faço você realmente achar que eu te odeio
Porque essa é a única forma segura que eu tenho usado
De demonstrar o enorme incômodo e medo que eu sinto traduzido em ódio
Quando estou por tempo de mais ao seu lado
Eu evito contato visual
Eu faço qualquer coisa para fugir da realidade
Eu durmo mais ou menos do necessário
E eu nunca irei acordar enquanto meu sonho não for realidade
E eu choro sozinho
E eu procuro uma solução sozinho
E eu me trato sozinho
E eu me mato sozinho
E eu vivo sozinho
E eu me sinto sozinho
E eu nasci sozinho
E eu cresci sozinho
E eu vou morrer sozinho
E eu cansei de sentir que sempre estarei sozinho
Incompreensível e rancoroso
Quieto e preguiçoso
Sujo e morto
Eu não entendo como isso não é uma preocupação
Não entendo como você consegue simplesmente ignorar
Não é uma roupa ou uma apresentação
É uma dor que nunca será compreendida
Fingir que não vê nunca foi um jeito de ajudar
Eu não quero que você me solte no mundo
E nunca mais venha buscar
Eu preciso de um lugar para morar
Assim como você, assim como eu
Eu preciso de algo para chamar de meu
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ministeriocompartilhando · 2 months ago
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Cidades de Refúgio
Cidades de Refúgio
Graça, Paz e Alegria!
Mensagem do Portal Evangélico Compartilhando Na Web.
Leia Josué 20.1–9
As Cidades de Refúgio servem para nos lembrar de algo importante: precisamos ter a “cabeça fria” quando vamos avaliar uma situação. De “cabeça quente” podemos avaliar de forma errada, achar que teve um direcionamento e fugir da justiça, da verdade. É preciso parar um tempo para avaliar melhor as coisas e depois agir com base no que é certo realmente!
Era preciso ter essas cidades em ordem para que fosse possível confirmar todas as coisas antes de agir. Precisamos tratar nossas emoções e, buscando no Senhor, nos prepararmos para os momentos em que tivermos que esperar a “cabeça esfriar” diante das coisas que acontecem!
Essas cidades nos alertam que precisamos ter sempre compromisso com a justiça e com a verdade. Afinal de contas, seriam cidades onde alguém deveria ir para não ser condenado sem antes se avaliar o que realmente aconteceu e para proteger o inocente das pessoas que não entendessem assim por razões pessoais, agravadas pela “cabeça quente” diante de uma situação qualquer.
O Antigo Testamento revela que o Senhor não gosta que um culpado seja inocentado e nem que um inocente seja condenado. Aliando isso ao pensamento de Jesus, precisamos avaliar de cabeça fria a situação e perdoar tanto quando o erro for cometido de forma deliberada como quando for “sem querer”. Ainda que possa ter outras consequências socialmente falando com a justiça, nossa disposição pessoal deve ser na direção do perdão e agir sempre com base na justiça e na verdade! Busquemos discernimento do Alto! O Senhor dá essa sabedoria segundo Provérbios 2.6! Podemos buscar isso Nele!
Como você se dedica a buscar essa “cabeça fria” na hora que as coisas acontecem? Pare um instante, ore, tente se acalmar e busque a sabedoria no Senhor para seguir na caminhada. Vamos nessa?
Forte abraço!
Em Cristo,
Ricardo, pastor
OBS - Caso o player não toque a mensagem até a execução da música no final, você pode clicar nos "três pontinhos" (...) no próprio player e ouvir direto no Spotify. Aproveite e siga nosso Podcast por lá ou em outra plataforma que agrega podcasts! Pesquise "Ministério Compartilhando"!
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cazevedo6 · 4 months ago
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O valor e o preço do cigarro
(2/4)
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O valor e o preço do cigarro
Todo imortal sabe o valor e o preço do cigarro julguem me, mas para mim o sentindo de mortalidade é visto errado ser imortal não significa nunca morrer, na verdade, significa nunca estar acabado.
Saiba que nada vai deixar de existir só porque chegou ao seu fim. Poxa, tente meu lado entender, quando um autor escreve um livro ou um artista grava um CD o fim não chega quando a última palavra é lida nem a música acaba ao tocar da última batida afinal, ela ainda pode ser relida e ouvida.
E mesmo que o autor venha a padecer suas histórias ainda estarão gravadas em páginas, CDs e principalmente dentro de você. Seria então, os artistas os inimigos do fim? Talvez, eu só sei que todos os caminhos que trilhei, pessoas que andei e músicas que cantei, textos que escrevi e os cigarros que fumei como diria o Assis, estarão imortalizadas em histórias e memórias póstumas dentro de mim.
E a fumaça? E ela ajuda ou atrapalha quem respira? Depende da perspectiva. Isso me lembra o cigarro, qual cigarro? Se eu não fumo e nem trago. Então... Qual é o sentido da mensagem que trago? Será que você realmente gosta do gosto do tabaco? Ou usa porque quando ele acende, suas as feridas ficam no passado.
E a bebida? Você gosta do gosto da sevada? Ou só curte a sensação de estar alcoolizado? Já sei, é porque em dias quentes é legal ingerir algo gelado, mesmo que me deixe alterado afinal isso me traz alegria. Alegria repentina, ilusória, alegria que não é amiga não te protege e te faz refém da própria dopamina pois quando ela acaba só uma solução Outro copo gelado, outro trago Aprendi que tudo que traga dependência, seja ela emocional ou química seja ela a bebida, a nicotina na verdade é minha inimiga “Tá, mas qual o problema de diversões alternativas” É que isso gera um vício e não uma saída. Tenho certeza que não se orgulha de tudo que fez quando estava alterado, mas seria hipocrisia dizer que me orgulho dos meus erros passados Então qual é o ponto? O que realmente ta sendo abordado? O problema está na forma que ela é consumida Não importa quanto tente não conseguir alterar o passado Não importa, quantas tentativas não se pode retroceder no tempo passado, nem em um milhão de dias. A saída nada mais é que parar de querer alterar ou fugir e simplesmente aceitar. Ao olhar pro abismo, não esperar encontrar seu reflexo lá Olhar pra trás e não ver somente erros a esmo veja como tentativas que falharam e use-as para melhorar. E ao olhar pro futuro, não veja como barreiras impossíveis de transpassar use os como impulso, que o fará saltar belo abismo inteiro. Ou você acha que os artistas e escritores lançaram seus grandes disco de primeira? Que os grandes sucessos literários já saíram assim, sem erros? obvio que não. “Até eu escrever este texto Juntei vários pedaços vários rascunhos, vários versos que tinha guardado Até que ele ficasse perfeito... Talvez ser feliz seja do mesmo jeito.”
Acredito fortemente que um trauma precisa ser superado e não esquecido caso contrário, você volta ao início, outro trauma e um novo vicio. o valor e o preço nunca foi uma questão de dinheiro tem a ver com desejo, tem a ver com apreço, tem a ver com se sentir inteiro com cada pedaço da história, seja boa ou ruim você é a soma e o resultado de cada fracasso e de cada vitória. Aprender com os erros e acertos. No fim, talvez ser imortal seja assim. Então qual é o valor do cigarro? Não sei, mas enquanto eu não acho na mão esquerda um copo e na direita outro trago.
Cazevedo (meados de setembro de 2023)
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zipdallia · 1 year ago
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[han sohee] alto, quem vem lá? oh, só podia ser jung dallia, a diretora de 28 anos que veio da coreia. você quase se atrasou hoje, hein? eu sei que você é normalmente detalhista e dedicada, mas também sei que é bem desajeitada e explosiva, então nem tente me enganar. ande, estão te esperando; entre pela porta de trás.
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dallia veio como a segunda filha de um casal particularmente famoso sendo seu pai um grande produtor musical e sua mãe uma atriz famosa, nascendo assim em berço de ouro de certo modo. seus pais viviam cercados de amizades e até mesmo a relação familiar se tornou pública com participações em programas, tanto dela quanto do irmão; sua beleza e jeito gentil sempre foram assuntos comentados por todos e era esperado que ela fosse se tornar uma bela atriz tal como a mãe e, por um tempo, assim realmente aconteceu.
durante os últimos anos de sua infância começaram os trabalhos em filmes e programas de televisão, todos diziam que ela teria um grande futuro tal qual a mãe além de conseguir até mesmo fugir das alegações de que conseguiu todos os seus papéis devido ao sobrenome que carregava pois havia talento ali. a paixão, por outro lado, não era tão forte nem mesmo pela atuação e nem pela música deixando aquele campo para o irmão que tinha o sonho de se tornar um astro da música coreana — algo que conseguiu ao debutar em uma grande empresa como vocalista —  começando assim a se tornar comum aparições dos irmãos juntos mas logo as coisas começaram a mudar.
de frente das câmeras, dallia começou a buscar entender como funcionava atrás delas e logo estava passando mais tempo ajudando diretores e roteiristas do que atuando na frente das câmeras, até que teve a sua primeira oportunidade de dirigir um webdrama quando tinha seus 24 anos; sabia que suas conexões havia a ajudado a conseguir aquilo tão cedo, e nem negava isto, porém demonstrou seu talento e logo recebeu uma proposta de trabalhar em um filme que se tornou um sucesso de bilheteria. os trabalhos começaram a ocorrer um atrás do outro, dos mais diversos gêneros, e os elogios ao seu trabalho só aumentavam conforme suas habilidades melhoraram mas havia sempre um desejo de aprender mais e mais.
tentando entender mais sobre visões de arte diferente, começou a buscar trabalhar em obras em outros países e idiomas sendo assim que recebeu uma proposta de trabalhar com a seleção francesa. não era o seu tipo de trabalho, longe disso, porém o desafio a deixou com os olhos brilhando e ansiosa, cheia de ideias sobre como poderia tornar tudo mais interessante e lembrou-se de realitys como costumava assistir antigamente além de uma série pela qual era apaixonada, the office, e assim conseguiu formular uma proposta que foi apresentada a corte francesa .. ou, ao menos, ela pensou que a ideia havia sido passada a eles.
considerando que seu francês era bem fraco e se tornaria mais fácil utilizar um tradutor acabou contratando um, o que não esperava porém era que o mesmo fosse tão ruim quanto a mesma e tivesse explicado de maneira diferente suas ideias fazendo com que fosse apenas um reality com entrevista e sem o toque de humor que planejava passar com takes diferentes. tudo isto se tornou, rapidamente, um problema quando chegou na francê e na apresentação dos primeiros episódios notou a diferença de visão, tendo seu trabalho podado de diversas maneiras e a fazendo entrar em crises criativas; nem por isso desistiu, seguiu tentando conseguir maneiras de fazer suas ideias chegarem ao corte final e, infelizmente, ainda segue na companhia de seu tradutor mesmo que tenha melhorado bastante no francês e usasse o inglês quando necessário.
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zaluh · 2 years ago
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o auge dos meus vinte e poucos anos
a essa altura do campeonato, no auge dos meus vinte e poucos anos, eu já imaginava que o buraco da minha alma teria sido tampado,  com álcool, sexo, amores banais e uma conta bancária que me permitisse viver aventuras. e se eu escolhesse um caminho mais são, talvez com yoga, meditação e comida ancestral.
na adolescência, eu sonhava incansavelmente com esse momento, esperando pela janela um futuro eu que nunca chegou. um eu que tivesse mais liberdade para ser a si mesma. amável e amada. sorridente e grande. e assim, que fizesse coisa de gente grande.
eu achei que nessa hora eu iria viver livremente e conquistar o mundo, seja pelo meu ativismo social, pela minha escrita ou pela minha loucura meio cazuza meio fernanda young. eu achava que o mundo se tornaria pequeno e eu iria deslizar por tudo e todos com maestria, como quem já conhece o caminho. ou pelo menos como alguém que não tem medo do caminho. eu nunca imaginei que minhas conquistas seriam grandiosas, mas que pelo menos sentiria o sabor delas.
como um cristão num corpo pagão, eu tinha certeza que todas as perdas algum dia fariam sentido e eu seria recompensada divinamente por tanto sofrimento. eu juro que no meio do caminho, algumas coisas também sugeriram que isso estava acontecendo e eu fui caindo na lábia do destino. 
o fato é que eu nunca achei que ainda iria me encontrar aqui, se sentindo pequena e incapaz. parada em um lugar sufocante que desprezo. se sentindo apenas uma garota sem um lugar no mundo e questionando todas as decisões tomadas, pensando que escolhi o pior caminho possível e caí num poço. um poço bem fundo e difícil de sair. eu só achava que eu estava caindo num paraíso e me encontro aqui, num inferno mundano. um inferno que comprei o ingresso para entrar e agora não me deixam sair. 
eu me achava tão rebelde e segura de si, e hoje tudo que vejo é uma pessoa acanhada, com medo de dar um passo e viver o que quer que seja. uma amiga até falou que eu sou um caracol com medo de sair da concha. e olha que essa casa nem é tão confortável assim. aqui dentro também aperta e dói. eu nem tenho tanto espaço e toda vez que tento sair um pouquinho para respirar, um ar letal parece me sufocar. 
quando eu era mais nova, eu não tinha medo de nada e vivia muito mais intensamente. e mesmo assim, parecia que eu era mais prudente do que sou hoje. até os meus atos sacanas eram minimamente calculados para eu sair ilesa. nessa época florida, eu falava o que eu sentia para quem fosse, eu parecia perseguir os meus sonhos e correr riscos. e até quando as coisas davam errado, eu vivia o sofrimento plenamente e me colocava disposta à viver novas histórias.
às vezes fico pensando que todas as minhas fichas de felicidade plena já foram gastas e daqui para frente é só isso. como se a vida tivesse sempre gosto de iogurte natural: eu comeria, mas não é gostoso. agora tudo o que eu faço é fugir de mim e me acuar em um canto, tudo para que eu fique cada dia menor e mais imperturbável. para que o meu eu seja cada vez mais imperceptível e eu só exista. e eu só viva uma vida mais ou menos e consiga sobreviver as horas em que estou acordada. sem que ninguém me interrompa, sem que ninguém tente abrir as minhas portas, sem que ninguém me convide para uma viagem da vida. tudo para que eu não sofra mais ou para que eu não seja mais uma garotinha indefensável. 
nesse lugar pequeno, ninguém me vê e ninguém me escuta. mas mesmo que, fantasiosamente, inalcançável ao sofrimento, eu me sinto claustrofóbica nessa vidinha que não reflete a minha verdade. ou a minha vaidade. eu queria apenas que a goteira acima da minha cabeça cessasse de me importunar. eu queria me identificar com o que vejo nos meus reflexos e nas minhas ações, para que eu pudesse ter a certeza de que as minhas decisões me levaram para um caminho melhor, ou pelo menos para o único caminho viável. só assim eu iria honrar com o meu eu do passado e viver a vida que me é possível. talvez dessa forma eu conseguiria me desembaralhar dos nós que criei. e o que deixei de criar. assim, se eu pelo menos conseguisse aceitar os meus passos, eu talvez finalmente conseguisse respirar acima da superfície. sem medo de afundar.
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damelia-poetisa · 1 year ago
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Eu corri o máximo que pude. Tentei chegar o mais longe que conseguia. Como um projeto antigo que foi guardado em uma gaveta e nunca viu a luz do dia, te deixei de lado. Tente fugir. Pareceu necessário na época, mas você estava tão presente em tudo. Eu neguei, claro. Era incerto e assustador. Tive medo.  Pensei que ao fazer isso, estava sendo madura e responsável por nós dois, sem nem mesmo perceber que estava abrindo mão de parte mim.  
Você era um detalhe meu tão profundo que eu nem mesmo reconheci. Era outro alguém. Então te deixei. E senti sua falta no segundo seguinte. Mas eu era orgulhosa de mais para acreditar que estava tomando uma decisão errada. Precipitada. Existem coisas que não tem como a gente fugir, é claro que eu não tinha maturidade para entender isso na época. 
Então, meio incerta eu volto pelo mesmo caminho que fiz, meio esperançosa também. Você vai estar lá? Me esperando? Nossas promessa ainda tem alguma valia? Porque ainda lembro de todas. Lembro da sensação de paz e conforto que apenas estar no lugar certo poderia trazer. Ainda é real para mim. Você ainda vai estar me esperando na linha de chegada? Porque estou com pressa de te encontrar. Sinto sua falta. Corro de volta, sem folego e com uma urgência rugindo em meu peito.
Ainda sou a mesma?  
~Danie Carvalho~
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guardalupeherrera · 1 year ago
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[melissa barrera] alto, quem vem lá? oh, só podia ser [Alma de Guadalupe Herrera], a [GUARDA PESSOAL] de [29] anos que veio do [IMPÉRIO DO MÉXICO]. você quase se atrasou hoje, hein? eu sei que você é normalmente [dedicada e leal], mas também sei bem que é [esquentada e reativa], então nem tente me enganar. ande, estão te esperando; entre pela porta de trás.
about her ,
Lealdade ao império! Esse é o grito dos Herrera, uma grande linhagem de guardas reais, que defendem o império com suas vidas cheias de orgulho. É assim desde que conseguem se lembrar, as insígnias passadas de pai para filho ao longo dos anos, sempre colocando um Herrera dentro do castelo a serviço do império. E deveria ter continuado assim, mas Julius Herrera parecia incapaz de engravidar sua esposa com um menino. Ele, já pai de três filhas, se via em idade avançada e sem qualquer filho que continuasse seu legado, que infortúnio para uma família tão conservadora quanto seu império. Mas Alma não deixaria que seu legado morresse dessa maneira, a mais velha das filhas sempre teve admiração pela farda e sabia que um dia iria ocupá-la, apesar de protestos do seu pai, ela conseguiu convencê-lo de que era a única forma de manter os Herrera naquela linha... a primeira guarda mulher, era uma carga e tanto para segurar sobre os ombros, pois num império como aquele, quase ninguém a levava a sério e por isso tinha que estar sempre provando seu valor.
Quem sabe ela não tivesse que agradecer ao imperador por conseguir manter-se em seu cargo, já que ele preferia sempre ter belas mulheres ao seu lado e não mais homens bajuladores e carentes de atenção. Mas não é como se ela fosse a maior fã do primeiro Imperador, longe disso, estava sempre irritada com o mesmo, queria soca-lo a cada minuto que passava em sua presença, mas ele era o futuro do império e como uma Herrera, ela tinha jurado lealdade e obediência a ele. O que era diferente em relação ao conselho, que estava constantemente esperando uma oportunidade para tirá-la daquele meio. Onde já se viu, uma mulher usando farda? Que ultraje! Apenas um lugar cheio de homens conservadores pensaria assim.
Ela nunca foi boa em seguir regras e precisou de muito tempo para se acostumar com aquela dança das cadeiras que era o império. Sempre ríspida, teimosa e reativa, uma mulher de personalidade e temperamento forte, quando coloca uma coisa em sua cabeça, é quase impossível tirá-la. Fazia tudo com extrema excelência, é ótima no manuseio de armas brancas e de fogo, no combate corpo a corpo, odeia tirar folgas e ser dispensada. Ela se considera uma ninguém sem seu trabalho. Tamanha fora a sua surpresa ao ser designada a fazer a segurança do príncipe desde o primeiro dia, mantendo as coisas no meio profissional.
No geral, ela costuma ser mais fechada e tímida, por vezes a consideram antissocial e por Alma tudo bem. Tudo isso funciona como um mecanismo de autodefesa da mulher, que não passa de alguém sensível e doce, que se mostra apenas para aquelas pessoas que a cativam. Quando anunciada a seleção da França e a ida do príncipe, Alma tentou reverter essa viagem junto a ele, odiava lugares estranhos e pessoas desconhecidas, não queria ser criticada por estranhos, pois já bastavam as pessoas de seu reino. O que ela não sabia, mas foi informada depois, era que o reino da França era menos conservador que o seu, lá tudo parecia mais evoluído e flexível, isso a deixou mais animada e confiante sobre a viagem. Claro, se ela soubesse o que estava por vir, não sentiria tanta animação.
Os planos do príncipe eram divergentes ao do império, cansado daquela dança, ele queria se ver livre daquele controle e aproveitou a viagem como oportunidade para fugir. Alma não deslizou, tentou impedir que ele fizesse tamanha irresponsabilidade, mas ao conversarem honestamente, a mulher percebeu que a vida dele não fazia sentido naquele castelo e era melhor deixá-lo ir. O príncipe usou do primeiro acontecimento para desaparecer com a ajuda de Alma. Ela sabia que ao reportar seu sumiço seria dispensada, mas o fez mesmo assim. E sem qualquer surpresa, o imperador a removeu de seu cargo com desonra. Isolada em um terra nova, estava prestes a tomar sua partida de volta para casa, quando foi interceptada pelo príncipe de Itália que lhe ofereceu um cargo junto ao seu exercito. A farda sempre foi o sonho de Alma, fosse no México ou do outro lugar. Ela prontamente aceitou, empenhada em mostrar seu valor e fazer valer aquela oportunidade.
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cherrywritter · 8 months ago
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Irmãos
Mansão Wayne – Bristol, Gotham
2ª semana de julho, 00 horas e 31 minutos
Damian estava entre a fresta da porta do meu quarto há pelo menos quinze minutos. Sua energia demonstrava que estava mais calmo e essa foi a primeira vez em dias que ele veio até mim sem que eu o chamasse.
Nosso pai teve que viajar a negócios e Alfred o seguiu para auxiliá-lo. Ele acreditou que me enganou, mas eu sabia muito bem que quando Alfred ia com ele, com certeza estava em uma missão paralela para a Liga ou de cunho pessoal. A mansão ficou sobre minha responsabilidade junto com a obrigação de colocar Damian na linha até que ele retornasse para Gotham.
Estava tarde e se o deixasse mais um tempo plantado no corredor, ele não acordaria devidamente disposto para a aula na Academia de Gotham. Também teria que ter ao menos meio período de aula, então não poderia me demorar mais do que uma ou duas horar para terminar meus relatórios. Tim e Dick foram para as ruas realizarem a ronda. Era noite de folga do Dick e não iria atrapalhar.
- Você devia estar dormindo. – Comento.
- Devíamos estar nas ruas no lugar dos dois babacas. – Resmungou.
- Damian. – O repreendo e ele bufa.
- É verdade que você e o Superboy são amantes?
- Não dizemos amantes, Damian. Dizemos namorados e espero que não arrume confusão com ele como arrumou com todos os Robins. – Ele bufou novamente e deu de ombros.
- Você namora com o outro projeto de Cadmus? – Disse bem insinuativo. Virei-me para o lado da porta e mostrei estar desapontada. – Desculpa. – A palavrinha mágica que ensinei estava surtindo efeito. – Parei. Posso entrar? – Assenti. Ele caminha até minha cama e se senta nela. – Ele ainda está bravo pelo o que fiz com o Tim?
- O que você acha? – O encaro séria. – Você quase o matou. Já disse que não é assim que as coisas funcionam. Aqui é diferente. Tente entender isso e não crie uma competição sobre quem é o melhor Robin de todos os tempos, ninguém liga, só você. Não vivemos em competição, somos uma equipe. Entenda.
- E como você entendeu? – Sua pergunta foi um tanto curiosa.
Damian podia ser humano, mas já havia passado por muitas e até situações piores que as minhas. É perturbador como o ser humano é capaz de fazer de tudo para conquistar o poder. Certo dia, quando estava no meu laboratório, ele apareceu com cadernos e mais cadernos cheios de papéis soltos, fotos, desenhos. Não disse uma palavra. Apenas os deixou lá e foi embora. Minha curiosidade bateu, mas esperei alguns dias até que tivesse a certeza de que ele havia deixado seus arquivos lá para que eu investigasse. Meu questionamento foi de como ele havia conseguido todos esses arquivos estando em Gotham.
Seu crescimento foi acelerado assim como o meu e de Conner. Foi treinado para ser um assassino e, consequentemente, teve fraturas e lesões graves. Seus órgãos foram clonados e substituídos várias vezes assim como ele também fazia uso do Poço dos Lázaros, que seu avô utilizava para se curar e evitar a temida morte. Talia o jogou na Liga dos Assassinos e ali ele foi criado como um. Não conhecia outro mundo nem outro estilo de vida. Tinha muito de mim nele.
Eu o via como um brinquedo nas mãos de sua família materna. Quando quebrava, era levado para o conserto e colocado em jogo mais uma vez. Isso evitava falhas, mas ele continuava sendo uma criança humana. Uma criança de dez anos que passou por lavagem cerebral e que tinha dez anos há pelo menos cinco anos.
- O último ano em Cadmus foi crucial para que eu entendesse. Já havia me comprometido demais com as exigências deles. Já havia visto o mundo externo pela mente de alguns funcionários e depois consegui me conectar aos sistemas e adquirir informação externa com segurança e sem influência. Aprendi o que realmente era fazer o certo: salvar vidas. Naquele ano, um pouco antes de fugir, teria que realizar um atentado terrorista que mataria centenas de bilhares de pessoas. Disseram que isso seria o diferencial para um mundo melhor, mas era mentira.
- Você fugiu por que não queria matar? – Ele parecia um pouco confuso já que matar sempre foi natural diante da sua criação.
- Não era o certo a se fazer, mortes não resolvem problemas. Só incitam mais violência e iniciam ou pioram guerras. – Me sentei ao seu lado. – Matei muitos pelas minhas próprias mãos, a distância por armas e por meio de sistemas. – Puxo o ar e esvazio todo o peito. – Eu sei matar. Quando tinha sua idade cheguei a sentir prazer com isso porque, de certa forma, era um jogo e eu queria vencer. Aprendi história, sociologia, filosofia. Tudo foi se encaixando e mostrando o caminho do bem. Enfim, sei o seu lado melhor do que qualquer um aqui. Apenas tente separar nessa cabecinha que você não é obrigado a eliminar todos.
- Existem pessoas que não deveriam ter permissão para estarem vivas. – Disse baixinho, quase que em um sussurro.
- Sim. Existem pessoas que não deveriam estar respirando o mesmo ar que nós, mas temos que ser diplomáticos na guerra. Assassinar alguém tem que ser o último recurso. Vamos dizer que se você não matar o Bane, o mundo explode e todos morrem. É uma necessidade estampada na capa do jornal, não acha? – Ele assentiu. – Tente pensar assim.
- Não é tão simples. – Resmungou.
- Nunca vai ser, mas se há dificuldade é porque vale a pena. Se você se sente parte deste império, tente. De orgulho ao nosso velho e pare de ser um pirralho mimado e egoísta. Você tem muito o que aprender sobre o mundo real. A vida não é como te mostraram. Fiquei dois anos nas ruas e aprendi muito sobre a realidade. Demorei seis meses para me adaptar ao estilo Wayne. Para confiar nas pessoas. Me entregar a elas. Lá fora não é fácil...
- Me treinaria se eu pedisse? – Sua fala me surpreendeu e me fez sorrir.
- Apenas se me prometer que vai lutar para mudar.
- Eu prometo, Victoria.
- Ótimo. – Bagunço seu cabelo e o vejo levemente irritado, mas segurando um sorriso tímido. – Agora vá dormir, pode ser? Você tem aula de violino amanh�� e depois tenho plantão em Arkham.
- Depois vai passar a noite no hospital? – Assenti.
- Te pego no meu intervalo e te deixo na Torre ou você pode ficar lá comigo. Meu turno vai acabar as duas da manhã no máximo. Combinado?
- Combinado. – Sorri. Tivemos uma boa conversa. Pensei que demoraria mais para que conseguíssemos. Isso me deixava feliz. De verdade, estava feliz.
- Boa noite, Damian.
- Boa noite, Victoria.
Meu irmão seguiu para seu quarto e caiu na cama, literalmente. Tinha um estranho costume de se jogar nela como se todo dia fosse o dia mais cansativo de sua vida. Talvez fosse cansativo ser o bom garoto.
Em relação aos relatórios, ainda não me conformava em ter uma única e gigantesca pasta dedicada ao caso e tratamento de Jonathan Crane. Estava conseguindo desenvolver longas e progressivas conversas com ele, além de perceber que estava tomando com mais frequência os remédios que eu havia prescrito. A frequência se resumia a três ou quatro vezes na semana. Era um progresso de qualquer forma. Meus outros pacientes não eram tão teimosos e suas pastas não chegavam a dez porcento da de Crane. Os via com menos frequência devido ao bom comportamento deles e a grande evolução. Tinha apenas três pacientes que eram casos perdidos.
Depois que terminei, enviei os últimos arquivos para meus tutores na esperança de que pudessem me aprovar para que eu conseguisse o diploma sem que eu completasse integralmente a carga horária exigida até a data estipulada. Queriam que eu desenvolvesse pelo menos mais três a cinco meses de estágio para contemplar a carga, mas todas as minhas avaliações eram de excelência. Chega a ser até um pouco tedioso essa situação, mas não queria me perdurar. Queria entrar em 2023 formada e apenas aguardar a tão estimada formatura.
Com tudo arrumado, separei o uniforme de Damian e o deixei pendurado no cabideiro do seu quarto. Ele dormia tão profundamente que nem me escutou entrar. Continuava com o velho costume de dormir com uma adaga perto do apoiador ao lado da cama. Também se remexia muito durante o sono e isso fazia com que eu pensasse que fossem reflexos do corpo transpassando os traumas enquanto dormia. Às vezes ele acordava gritando. Gritos de dor. Era assustador.
Já no andar de baixo da mansão, após limpar o superior inteiro, me direcionei para a cozinha para fazer a comida da semana, congelar as marmitas e deixar o café da manhã preparado. Quando Dick fazia sua estadia na mansão, o terror culinário acontecia. Não havia sequer uma comida que tivesse o cheiro e o gosto agradável. Ele acabava com a dispensa e deixava nada adequado para consumo. Era um furacão categoria cinco sem dúvidas. Certa vez Tim disse que podia ver a comida se mexendo sozinha como se fosse um mini alienígena gosmento. Todos riam.
O dia amanheceu.
Preparei o café da manhã caprichado para Damian e Tim com pequenas tortas de maçã, panquecas, waffles, suco, mel, geleia e frutas picadas. Dick nem tinha saído da batcaverna depois que chegou.
Desci com o auxilio do elevador até encontrar Dick, que ainda trajava o uniforme de guerra, mas sem a máscara. Tinha o mesmo péssimo costume do mentor de não tirar a maquiagem dos olhos ou tirar de maneira preguiçosa. Com um enorme copo de café bem forte com creme, um lanche reforçado e uma torta, caminho até ele, deixo a bandeja em cima da mesa auxiliar e o cutuco para que acorde.
- Dick, acorda. Você dormiu na cadeira de novo. – Nenhum sinal de consciência é detectado. Parecia um morto. – Dick, se não acordar, vou dar choque em você que nem da última vez.
Um resmungo audível foi solto, mas parecia que ainda era do sonho que estava tendo. Ele tinha quatro horas para ajeitar tudo e voltar para a delegacia e se eu o deixasse dormir mais tempo, seu cérebro não acordaria em tempo.
Um choque pequeno não vai lhe fazer mal.
- Mas que merda, Victoria! – Segurei a risada. – Toda vez você faz isso!
- É porque toda vez você não me escuta te chamar. Toma o seu café e sobe para trocar de roupa e tomar um banho. Teve algum ferimento?
- Nada demais.
- Dick, é sério. Teve algum ferimento?
- Talvez tiro de raspão nas costas. – Reviro os olhos, teimosia deve ser passada do tutor para os aprendizes e depois enraíza, só pode.
- Tá, termina o café e sobe que eu já resolvo isso.
- Que horas são? – Ele boceja e vai com a mão em direção a torta de maçã.
- Oito e meia. Você tem quatro horas até ter que se apresentar na delegacia. Tenho que levar o Damian para a aula de violino e Tim para o curso de T.I. avançado. Vou passar na Wayne, depois saio para ir ao Arkham e plantão.
- Está mandando eu ser rápido?
- Sua conta e risco. – Dou de ombros, sorrindo. – Talvez eu precise que você pegue o Damian. Não sei se vou ter tempo de pegá-lo no meu intervalo.
- Quer que eu o leve? – Se ofereceu.
- Não. – Rio. – Quero você bem acordado. Ele já acostumou a ir no meu horário quando necessário. Não é sempre que Alfred tem condições de levá-lo. Te espero lá em cima. Meia hora, Dick. Tenho que sair daqui as nove.
- Ele deve adorar ir de moto com você. – Comentou após dar um longo gole no café e expressar satisfação com o sabor.
- Ele gosta, mas não vai admitir.
Retornei para o elevador, subi as escadas e caminhei em direção ao quarto de Damian. Ele era péssimo para acordar cedo, saiu muito bem ao nosso pai. Ao abrir as cortinas e deixar a luminosidade clarear o quarto de morcego. Não demorou para que meu irmão resmungasse e fizesse com que eu risse da situação. Ele era muito como nosso pai e finalmente as coisas estavam caminhando de maneira fluida. Meses atrás ele estaria me xingando, para dizer o mínimo. Deixei-o sozinho para que acordasse no tempo dele e saí de seu quarto.
- Bom dia, princesa. – Não me surpreendo ao ver Tim no corredor.
- Bom dia, senhor Drake. Sempre no horário.
- Sou perfeito nisso, senhorita Wayne. – Disse convencido. – Já desço para tomarmos café. Ele já acordou? – Questionou-me apontando com a cabeça para a porta de Damian.
- Você sabe como ele demora.
- E o Dick?
- Na caverna. Deve subir logo. Você tem algum ferimento?
- Não. – Riu. – Só aquele meia idade, sabe? Escorregou e tomou um tiro de raspão.
Tim jamais me dava trabalho quando. Sempre se colocava a disposição e ajudava em tudo. Quando o senhor Wayne viajava, ele fazia questão de passar uns dias na mansão. Ainda não entendia bem como o pai dele via isso tudo, já que seu segredo estava bem guardado conosco. Descemos rumo à cozinha.
- Caprichando como sempre!
- É minha obrigação, não acha? – Sorri. – Como está o braço? Ainda me sinto um pouco ansiosa com você voltando a ronda.
- Já disse que está bom. Não se preocupe. Dick não seria tão negligente comigo. Você já sabe. – De fato ele era negligente apenas com ele mesmo.
- Essa noite eu faço a ronda. Vá descansar ou sair com certo alguém. – Sorrio o provocando.
- Quando soube?! – Tim ficou boquiaberto e surpreso.
- Sou sua irmã, esqueceu? Notei seus sorrisos frouxos há um tempo e você também tem vindo com um perfume diferente para casa. Óbvio que eu ia sentir.
- Você acha que Conner vai notar também? – Neguei. Ele era homem e homem não nota. – Você acha que se souberem...
- Shh... não faça isso com você. Apenas seja feliz, ok? O resto eu mesma cuido. Droga, cadê o Damian?! Ele está atrasado de novo.
- JÁ ESTOU DECENDO!!! – Berrou da escada e nós dois rimos.
Damian chegou à cozinha com sua típica cara amarrada e com a gravata do uniforme completamente errada. Ficava me perguntando quando ele ia aprender a dar o nó sem que eu ficasse na sua cola, mas nosso pai fazia o mesmo. O cabelo estava bagunçado, a camisa estava para fora da calça e a mochila aberta. Suspirei. Tinha que ter paciência. O puxei para mim e me agachei para ajeitar sua roupa. Ele odiava quando eu agachava. Vivia reclamando que odiava ser baixo, mas eu insistia em dizer que logo ele estaria maior do que Dick. Beijei seu rosto quando terminei e o vi ruborizar. Isso me deixava feliz. Finalmente estava abaixando sua guarda e derrubando seus muros.
Esperei que os dois terminassem o café e aproveitei para beliscar alguns waffles. Eles estavam com um cheiro tão delicioso que não resisti.
- Vai querer carona, Tim? – Ele sorriu e me olhou de cima a baixo. Me segurei para não rir. Seu celular vibrou e, com certeza, era o motivo dos sorrisos frouxos dele.
- Já te respondo.
Dick finalmente apareceu faltando dez minutos para o horário de sairmos. O olhei e depois olhei para o relógio. Bati palmas e ele riu. Pego o kit de primeiros socorros na ilha da cozinha e o chamo para se sentar à minha frente.
- Anestesia, por favor.
- O Dick chorão ataca novamente. – Damian não segura a língua.
- Você já sabe que gente velha é assim mesmo, Damian. – Tim só complementa. Me controlo para não rir.
- Eu luto desde os meus treze anos, vocês poderiam ter um pouco de consideração
- Eu fui treinado para matar desde que nasci. Não reclamo de dor nem peço uma anestesia para fazerem pontos. – Damian zombou. De fato, ele tinha um ponto.
- As crianças poderiam se acalmar? Damian, escovar os dentes para irmos. Rápido!
- Mas que...
- Damian! – Ele bufa e se cala.
Com a pomada anestésica em mãos, passou um pouco na região do ferimento e espero fazer efeito. Pego a agulha e a linha, costuro cada espaço, o que soma cinco pontos, e cubro com fita micro poro para que não infeccione.
- Liberado, senhor Grayson. Daqui dois dias dou uma nova olhada. É para trocar a fita toda vez que tomar banho, entendeu? Banho minimamente uma vez por dia, tá?
- Até você, Victoria? – Dou de ombros, rindo.
- Até amanhã. Já deu a minha hora. Damian!!!
- ESTOU DESCENDO!!!
Peguei a chave do carro e caminhei até a garagem. O escolhido do dia era EQC, um modelo elétrico da Mercedes Benz e produzido de maneira cem porcento sustentável. Completamente confortável. Adorava dirigi-lo. Não demorou muito para que meus irmãos chegassem e se acomodassem. Tim adorava provocar Damian ao sentar no banco da frente. Dizia que ele não tinha tamanho para se sentar como um adulto e isso o deixava furioso. Timothy, apesar de tudo que havia acontecido, não deixava seu bom coração e seu humor de lado. Era uma luz em casa. Um ser humano que todos deveriam tomar como exemplo de vida.
O rádio tocava nossa playlist favorita. Chamávamos de Dark Knight. Estava tocando Born For This, The Score. Uma das nossas músicas mais tocadas. A música dos guerreiros que aprenderam a amar a dor porque nasceram para isso. Era isso que éramos. Fomos de Bristol até o centro sem muita dificuldade. Acostumada com o trajeto, sabia de alguns atalhos infalíveis. Deixando Damian na escola de violino, segui caminho à escola de T.I. de Tim.
Indústrias Wayne – Old Gotham, Gotham
9 horas e 40 minutos
- Bom dia, senhor Fox. – Sorriu e adentro seu escritório. – Trouxe algumas papeladas que o senhor pediu para que eu revisasse.
- Senhorita Wayne! Bom dia! Que prazer vê-la aqui. O senhor Wayne ainda não retornou de viagem?
- Talvez retorne semana que vem. Ele não quis me dar muitos detalhes. – Suspiro e tento relaxar. – Eu fiz algumas correções nesse contrato e nessas duas propostas. Tenho certeza de que não foi o senhor que elaborou porque conheço bem o estilo de escrita do senhor. Recomendo que refaça o treinamento do Joshua. Também revisei alguns currículos e separei estes aqui. São cinco perfis muito bons para a empresa e para as áreas requisitadas.
- Apenas cinco? – Senhor Fox se surpreendeu. Fiquei um pouco sem jeito, mas deveria explicar meus motivos.
- É que os currículos têm energia também e eu acabei identificando os perfis ruins por isso. Depois queria uma reunião com a cúpula para acertar o orçamento deste mês. Acredito que o senhor tenha notado uma fuga relativamente pequena nos fundos de créditos. Pesquisei e notei que não houve nenhuma autorização vinda do senhor ou do meu pai para que isso acontecesse.
- Você realmente viu tudo isso em dois dias? – Assenti com um sorriso orgulhoso estampado no meu rosto.
- Quero participar das entrevistas também se meu pai não chegar a tempo. Ele me pediu um estagiário para o acompanhar. Foi um pedido bem inusitado.
- Seu pai faz pedidos bem inusitados. Lembra daquele tanque? – Ri.
- Como esquecer. Um tanque com propulsores para voar.
- Como está sua agenda hoje?
- Entro meio dia e meio em Arkham e depois plantão no H.G. Damian está pela minha conta também.
- Alicia. – Chamou senhor Fox pelo telefone. – Marque uma reunião para daqui uma hora. A senhorita Wayne exige que todos da cúpula estejam presentes.
- Claro, senhor Fox.
- Acredito que esteja com o dossiê em mãos com as informações de quem está realizando os saques.
- Com certeza. – Tiro a pasta kraft da mochila e o entrego. – Vamos avisar o RH que teremos algumas demissões hoje. Demissões por justa causa.
Asilo Arkham – Ilha Mercey, Gotham
13 horas e 25 minutos
- Ele continua te visitando?
Decidi visitar Crane nos meus primeiros horários em Arkham para que não chegasse a atrasar no final do turno e não ter tempo de chegar na hora no Hospital Geral. Crane estava tendo pequenos avanços desde que comecei a medicá-lo pessoalmente. Tornou-se um hábito perigoso. O doutor gostava do contato e eu era a única que ele autorizava ser medicado. Mais ninguém poderia se aproximar dele. Virava um louco, alguns enfermeiros diziam estar possuído. Transtornado.
- Ele parece muito interessado no seu tratamento. – Seu comentário me deixou intrigada. Ainda não tinha encaminhado meus documentos para um possível mestrado ou doutorado para a universidade por causa das provas finais. Precisava do resultado delas para poder realizar o envio.
- Acho que houve um mal-entendido. – Sorrio. – Não há tratamento que eu esteja desenvolvendo. Estou terminando a universidade ainda. Talvez ele esteja interessado no que posso oferecer. – Crane não gosta da minha fala. Sua cara fecha, ele se levanta rapidamente segura meu punho com força. Rodrigues se aproximou da porta. Olhei em sua direção rapidamente e movi minha cabeça em negativo para que ele não entrasse.
- Ninguém pode se interessar no que você pode oferecer. Não é uma presa fácil. É tão esperta quanto ele.
- Mas não tanto quanto você, não é? – Ele afirmou. – Jonathan. Não quer me machucar, certo?
- Nunca.
- Então me solte, por favor. – Ele arregalou os olhos e soltou meu pulso já verificando se havia o marcado. Uma pequena vermelhidão ficou no local e o vi se decepcionar consigo.
- Me desculpe, Victoria.
- Apenas não repita isso. Sente-se, vou te medicar.
- Não mereço.
- Sou eu quem dá as ordens aqui, esqueceu? – Seu olhar tinha sincera tristeza e desapontamento. Era intrigante. Realmente se importava comigo, sua energia dizia isso em bom som e cores. – Sente-se.
Crane não desobedeceu
Senti Rodrigues tenso do outro lado da porta, mas sorri ao olhar. Peguei o pequeno copinho de plástico da mesa com os comprimidos, peguei o de água e o entreguei. Como um homem obediente, ele prontamente os segurou e aguardou até que me colocasse atrás dele. Crane colocou os comprimidos na boca, aguardou minha mão tocar seu pescoço, o copo com água se aproximou de seus lábios e ele engoliu os comprimidos. Acompanhei com os dedos o movimento do seu pomo de adão. Claro que a visão além do alcance ajudava.
- Tenho que ir.
- Sentirei saudades. – Ele beijou meu pulso com pesar. – Até breve, Victoria. Logo vai estar melhor. Me desculpe.
Hospital Geral de Gotham City – Old Gotham, Gotham
19 horas e 00 minutos
Pronto-Socorro nunca é fácil.
Não sei como tive tempo de pegar Damian antes de chegar no hospital. Os casos de pacientes psicóticos e entorpecidos não era o pior que via ali. Talvez o costume de estar quase sempre em Arkham fez com que eu não me incomodasse com tais cenas perturbadoras. Alguns eram meus pacientes de longa data, pacientes que acordaram de coma, perdidos. Outros eram moradores de rua ou viciados. Poucos eram jovens que tentaram se divertir e quase foram de arrasta. Sempre tinha que atender tentativas de suicídio. Bem comum, infelizmente.
O que me preocupava era o estado de jovens entorpecidos. A cada semana os casos cresciam, mas as notícias abafavam a situação. A maioria dos médicos diziam que estavam apresentando sintomas clássicos, mas não conseguiam entender como não estavam entrando em overdose. Na minha opinião, algo estava bem diferente do que eles cogitavam por mais que apresentasse heroína, LSD e outros tipos de drogas que já conhecíamos. Havia uma nova droga circulando e provavelmente o Máscara Negra estava envolvido. Era o único que nos dava trabalho constante nos últimos meses.
- Você pode jantar aqui com o meu cartão. Aquela sala dezenove é a minha. Pode ficar lá o tempo que quiser. Tenho um computador, você pode jogar nele. É um horário cheio, então não vou conseguir ficar com você.
Agora começava a correria
A noite em Gotham sempre seria mais agitada que o dia dos justos. Trabalhadores saindo do serviço e vindo direto para o hospital, outros que arrumavam confusão em bares e chegavam machucados. O PS ficava lotado a cada hora. Meu irmão, após terminar de se entediar na minha sala, saiu para observar o corredor, olhando de um lado para o outro, sentado em uma cadeira de espera.
Passou duas, três, quatro horas e ele continuava ali.
Vez ou outra ele arregalava sutilmente os olhos com a correria das macas e com o sangue. Enfermeiros e médicos montados em pacientes com paradas cardíacas que seguiam até o centro cirúrgico. Outros tinham ferimentos bem bizarros que consideraríamos terem ganho após uma batalha árdua com algum vilão ou com herói de Gotham. Você nunca, em sã consciência, enfiaria um gancho na perna ou no braço.
Uma gritaria tomou conta dos corredores.
Corri para a entrada e vi três enfermeiros aflitos com uma maca em direção a ambulância. Meu coração disparou ao ver uma menina baleada. Não devia ter mais de onze ou doze anos. Auxiliei a empurrar o carrinho, gritando com que mais estivesse no caminho para que saísse. Pressa. Ela estava entrando em choque e teria que ir direto para a cirurgia. Cortei suas roupas e vi cortes pelo corpo. Cortes irregulares de tipos de facas diferentes. Uns mais profundos, outros superficiais.
A equipe de cirurgia a preparava procurando acessos intravenosos e colocando os aparelhos para o monitoramento da pressão e dos batimentos. Ela começou a estrebuchar na mesa, tivemos que a amarrar e dar mais sedativos, uma anestesia mais forte conseguiria ajudar. Era culpa da hemorragia. Meus olhos avançados vasculhavam seu corpo em busca das lesões e dos sangramentos. Escutei seus batimentos, seu pulmão. Nada bom. Estava com pneumotórax. Não tinha muito tempo.
Com o bisturi em mãos, higienizei a área e cortei entre as costelas. Meu colega pegou o tubo e o inseriu entre o espaço junto com a bolsa de água pronta. O ar foi saindo e fazendo com que bolhas de oxigênio surgissem na água. Passei para a extração das balas. Uma havia atravessado o peito e parado na clavícula, outra estava no abdômen e uma última na perna. Era uma cirurgia muito delicada. Estava muito perto da artéria e qualquer erro poderia acabar na morte dela.
A pressão caiu, os batimentos cessaram. Aquele som que eu odiava ouvir. O som continuo que anunciava que a vida se foi do corpo.  A energia vital sessava. O vazio consumia. Subi na maca e comecei a massagem cardíaca. Usávamos o desfibrilador, eu massageava, faziam a ventilação manual. Um, dois, três, quatro, cinco minutos.
- Victoria. Não podemos fazer mais nada. – Colocaram a mão no meu ombro e me olharam com pesar. – Hora da morte?
- Meia noite e quarenta e nove. – Engulo o choro e desço da mesa. – Eu dou a notícia a mãe. Fechem ela e peçam ao necrotério para deixá-la bonita.
Caminhei do centro cirúrgico até a área de espera na tentativa de me recompor. Deveria ser fácil diante de tudo que passei e fui treinada, mas viver no mundo era muito diferente do que estar isolada e não saber o que são sentimentos e a vida de verdade. Atravessei a porta, tirei as luvas rosadas e olhei para aquela mulher desesperada. Percebi que ela havia passado pelo PS também. Estava com hematomas escuros e também com cortes pelo corpo, muito provável ser vítima de violência doméstica. Quando seus olhos me encontraram, sua cabeça balançava em negação. Já sentia o que estava por vir.
- Sinto muito. Fizemos tudo o possível. – Digo com pesar.
- Não. Não. Não. Minha filha não! – A mãe gritava desesperada.
Eu a segurei e tentei acalmá-la. Ela se debatia em meus braços e sua dor era palpável. Me doía a ver daquela forma e ver a sua energia transmutar. Densa e escura. Triste. O azul mais escuro da noite mais escura. A aceitação seria difícil. O luto seria eterno. Senti algumas lágrimas escorrerem e vi Damian me encarar surpreso. Era como eu havia dito a ele. A vida aqui fora não é fácil. Ela então teve uma breve calmaria e me deu o tempo certo para conversarmos.
- O que eu puder fazer pela senhora é só me dizer. Sei que é uma situação difícil, mas posso ajudar com a papelada, com o enterro e algo a mais. – Fiquei ali a abraçando. Sua filha era minha última paciente e a quarta morte da noite. Uma morte de uma criança era muito mais dolorosa. Ela tinha uma vida inteira para aproveitar e se foi.
- Vamos embora, Damian. – Digo chamando sua atenção.
- Aquela garota... – Começou sugestivo.
- Não é sempre que conseguimos salvar a todos. – Pego nossas mochilas e caminho em direção ao estacionamento. – Você vai fazer a ronda comigo hoje.
- Tem certeza de que está bem para isso? – Sorri por dentro. Era bom vê-lo se importando comigo.
- E por que não estaria? Esqueceu de que fui treinada para perder vidas? Vamos assustar alguns bandidos. Nos divertir. – Bagunço seu cabelo para descontrair.
- Ela tinha minha idade, não é? – Mordi os lábios. Abro o carro e me sento no banco do motorista ainda me sentindo mal por ter perdido a criança.
- Quase da sua idade.
- E é assim que as pessoas ficam quando perdem alguém? Sentem... essa dor?
- Está sentindo empatia, irmão? – Sorrio. – Isso é bom.
- Não é empatia. – Resmungou. – Só fiquei curioso.
Fiquei em silêncio apreciando a pequena vitória. Eu tinha feito bem em o levar para o hospital para que ele saboreasse um pouco da vida dos meros mortais. O fazer verbalizar tais sentimentos era um avanço.
Fomos à mansão, nos trocamos e nos atiramos na noite. Dirigi pela Ponte Robert Kane e segui até Crime Alley. Era um bom lugar para começarmos a caçar bandidos.
Damian sabia ser silencioso, mas ainda era muito violento. Descompensado na luta corpo a corpo. Quanto mais eu o reprendia, mais irritado ele ficava. Seu automático fazia com que ele eliminasse em vez de apagar os criminosos. Foi quando lembrei das vezes que papai fazia seu interrogatório e depois amarrava o bandido em algum poste ou o deixava pendurado como um saco de pancadas.
- Preste atenção. – Sussurrei. – Vou pegar aqueles dois e você espera meu sinal. Depois os amarra e deixa a marca do Batman.
- Por que você fica com a parte divertida? – Resmungou mais uma vez.
- Porque você ainda não aprendeu a controlar os punhos. Lei da atração. – Ri com sua cara de desgosto. – Ao meu sinal.
Quando estávamos voltando para a mansão, senti uma energia diferente perto da Torre do Relógio. Eu podia jurar ter visto alguém pular dela, mas seria loucura. Bárbara já havia aposentado sua carreira como Batgirl e Spoiler havia sumido do radar. Muitos diziam que ela havia morrido. Talvez estivesse cansada e meu corpo começara a criar ilusões. Já fazia semanas que não dormia e basicamente estava testando minha capacidade de me manter acordada e sem me alimentar ao limite.
Chegamos na mansão por volta das quatro e meia da manhã. Se nosso pai estivesse em casa, com certeza estaríamos levando uma bronca por voltar tão tarde.
Tudo estava apagado.
Era estranho ver nossa casa assim, desligada. Era muita mansão para poucas pessoas, mas eu tinha que entender que ela estava na nossa família há gerações. Antigamente tudo era grande e volumoso.
Subimos as escadas nos arrastando. Estávamos cansados demais. Tomamos nossos banhos e fomos para o quarto do meu irmão. O observei por longos instantes até criar coragem para questioná-lo. Eu tinha certeza de que havia visto alguém saltar da Torre do Relógio em trajes tão negros quanto a noite.
- Damian. – O chamei.
- Hmm?
- Você viu alguém na Torre?
- Do relógio? – Afirmei. – Acho que não. Estou com muito sono, Victoria.
- Acho que também estou... – Resmungo sentindo minha cabeça doer.
- Acha que viu alguém? – Afirmo. – Você raramente erra...
- Isso que me aflige. Talvez se eu ligasse para a Barb, ela poderia me dizer.
- Amanhã, irmã... agora vamos só dormir.
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thex01011000 · 1 year ago
Note
Quem é curador adm? Onde eu vejo?
ADM: Curador é uma entidade que veio do mesmo lugar que o Slenderman na nossa Slenderverse (as backrooms, sim, enfiei backrooms na slenderverse porque sim), ele se apossa de uma personagem secundária que passa a agir como O Curador, mas a pessoa não vive só como o curador, ela tbm vive a vida como dá, é como se fosse uma fonte, tentando ter uma vida normal, ela também acorda em lugares que não lembra, a diferença é que ela se sente segura e sabe que é para um bem maior. Na nossa "Slenderverse" o Operador(slenderman) é uma entidade das backrooms que conseguiu fugir de alguma forma, O Curador também é de lá e saiu para tentar conter os danos que o Operador vem causando, na nossa slenderverse existem os proxies e existem os Condenados, que são mais ou menos como os proxies, mas quase sem consciência própria, eles nem tem nomes, são por números. Infelizmente a gente nunca progrediu com isso, então não tem onde ver. Talvez a gente tente criar um blog ou algo do tipo pra tentar fazer a história ir pra frente.
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ministeriofaladeus · 2 years ago
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Veja, muitas vezes, as vitórias são seguidas de provações. O povo de Israel, assim que foi liberto do Egito, sofreu a perseguição do exército egípcio e viu-se encurralado diante do mar Vermelho. Deus os livrou, mas logo passaram por outra prova a falta de água. Depois disso veio a fome e um ataque dos amalequitas. As provações vêm depois das vitórias. Um dos inimigos da vida de fé é o orgu-lho. Quando você alcança uma vitória, pode ficar confiante demais e começar a dizer a si mesmo que é capaz de derrotar qualquer inimigo a qualquer hora, e começa a depender de suas experiências passadas e de seu conhecimento cada vez maior da Palavra, em vez de depender inteiramente do Senhor. “Aque-le, pois, que pensa estar em pé veja que não caia". 1 coríntios 10:12. Deus não quer que nos tornemos orgulhosos e nem confiantes demais. Depois de ter alcançado uma grande vitória pela fé, sempre vira outra prova do Senhor. Pois essa é a única maneira de crescer na fé. Deus usa as circunstâncias difíceis da vida para fortalecer a sua fé e guardá-lo de confiar em outra coisa que não seja a Palavra Dele. Não tente fugir dos problemas, não vai dar certo. Quando as circunstâncias se complicarem e você se ver sem saída, fique onde Deus o colocou até que ele diga para você se mover. A fé nos coloca no rumo da paz e da esperança, mas a incredulidade nos leva à inquietação e ao medo. "Aquele que crer não foge" (Is 28:16). Em tempos de provação, o que importara de verdade não é: "Como posso sair dessa situação?" mas sim: "O que posso aprender com essa situação!” Deus está trabalhando para edificar sua fé. Somente Deus tem o controle das circunstâncias. Você está mais seguro passando por uma grande fome dentro da vontade dele do que vivendo num palácio fora da vontade dele. Receba essa palavra: “A vontade de Deus jamais o conduzirá a um lugar em que a graça de Deus não pode guardá-lo". Amém? Deus abençoe muito sua vida e de sua família! - - Ministério de Evangelização Fala DEUS 📖🔥 - #palavradedeus #bibliadiaria #deusébom #jesus #salvacao #sabedoria #espiritosanto #jovemsabia #devocional #milagre #jesusteama #versiculo #reinodedeus #pensenisso #ministeriofaladeus https://www.instagram.com/p/ClJkI_5LLJf/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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amedusa · 1 year ago
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tudo que eu precisava era de uma maquina do tempo pra excluir tudo
fazer um limpa na mente, fazer uma limpa no ambiente
sem ter que ficar nessa monotomia
estou exausta de passar pelas mesmas armadilhas emocionais
sempre um poema diferente, mas com o mesmo sentimento
sempre enclausurando meus pensamentos
quero saber por quantas vezes isso vai se repetir
sair desse loop infinito que só me destrói
enquanto isso, eu ignoro os problemas
mas isso acaba virando aquela bola de neve louca
essa derrota autoimposta acaba comigo a cada dia
e não importa o quanto eu tente sair disso, ela sempre fica
fazer o que com essa sensação?
sempre avançando e recuando
não importa o quanto eu escreva sobre, não resolve
me pego presa na minha mente junto com meus pensamentos intrusivos
como se isso fosse uma regra
e como fugir dessa regra?
um bom questionamento pra quem está estagnado
só queria dar um tempo, fugir daqui
mesmo não estando vazia, me sinto vazia
me sinto só em um lugar cheio de pessoas
fumo um cigarro e me acabo no alcool procurando respostas
as respostas que não estão no meu vicio
mas, aonde estão?
estão na minha cabeça confusa
continuo procurando meu caminho nessa linha turva
parece que nunca chegarei, mas ja veio
ta na hora de ir embora daqui
saindo do controle totalmente
mas, oq isso tem haver? eu não me importo
sempre saindo do controle, sem saber oq fazer
talvez seja esse meu problema
digo que te amo, por mais que seja complicado
sem entender os riscos desse sentimento
com tantas surpresas, fica dificil
te digo em voz alta o que me falta e eu nem deveria
a vida é sempre cheia de surpresas
só me diga o que tu sente sente pra seguir
a soma dos nossos numeros refletem muito
mesmo vc não acreditando, tá tudo bem
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yllaty · 2 years ago
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E é por isso que odeio madrugadas.
Porque às 00:00 você me mandava mensagem me mandando fechar meus olhos e fazer um pedido, e quando eu perguntava o que você tinha pedido sempre me falava "você". É por isso que odeio madrugadas.
Porque 00:10 fazia com que eu me sentisse especial me dizendo coisas incríveis e sempre acabava com um "tenho muito medo de perder você". É por isso que odeio madrugadas.
Porque às 00:30 você escrevia cartas, lembra? eu te disse que gostava de como os poetas eram e mesmo tão distante de mim você escreveu cartas de amor no meu idioma, provavelmente você viu no Google tradutor e honestamente aquele português era terrível! Mas eu amava. É por isso que odeio madrugadas.
Sabe? Eu nem consigo terminar isso porquê às 01:00am você foi embora, me deixando acreditar que não mereço essas coisas e que devo fugir de qualquer pessoa que tente fazer isso para mim, e sabe o que é pior? Eu nem sei o porquê você foi embora. É por isso que odeio madrugadas.
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thesims4-adventure · 2 years ago
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Cody - Not So Berry Legacy Challenge ep.6
Eu queria dizer que acordei animado mas a verdade é que eu nem dormir.
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I wanted to say that I woke up excited but the truth is that I didn't even sleep.
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Eu precisava achar algum esconderijo antes que alguém me encontre e...
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I needed to find some hiding place before someone found me and...
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...tirar um cochilo antes da aula começar.
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...take a nap before class starts.
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"Não faça contato visual, apenas abaixe a cabeça e vá para sala."
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"Don't make eye contact, just put your head down and go to class."
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"Sente-se no fundo e tente parecer bem"
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"Sit at the bottom and try to look good"
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"Mas não bem o suficiente para chamar a tenção"
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"But not well enough to draw attention"
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"Se nenhuma dessas regras funcionar ande pelos corredores focado em qualquer coisa no seu celular"
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"If none of these rules work walk the halls focused on anything on your phone"
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"Apenas tente ver onde está pisando para não cair e quebrar o celular, seu único amigo"
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"Just try to watch where you're stepping so you don't fall and break your phone, your only friend"
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"Pegue seu almoço e procure uma mesa vazia"
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"Grab your lunch and look for an empty table"
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"Mas se mesmo assim se ver cercado por curiosos"
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"But if you still find yourself surrounded by onlookers"
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"Não faça contato visual, não olhe nos olhos deles"
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"Don't make eye contact, don't look them in the eye"
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"Fuja!"
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"Flee!"
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Eu segui todo o manual de: "Não se envolva nas coisas que sua mãe faz", escrito por mim mesmo desde que tento sobreviver neste mundo. Pelo menos tenho mais meia hora para um cochilo antes de a próxima aula começar.
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I've followed the whole manual of: "Don't get involved in the things your mother does" written by myself since trying to survive in this world. At least I have another half hour for a nap before the next class starts.
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Continuei sentado no fundo sem abrir a boca.
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I continued to sit at the bottom without opening my mouth.
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Ouvi um chamado da diretora para os alunos irem até o campo porque estava tendo algum evento...
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I heard a call from the director for the students to go to the field because there was an event...
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Mas eu não estava mais aguentando, ainda assim me lembrava que tinha alguma coisa para fazer hoje.
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But I couldn't take it anymore, I still remembered that I had something to do today.
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Eu tinha marcado de tomar chá com bolhas em um brechó da cidade com minha mãe.
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I was scheduled to have bubble tea at a thrift store in town with my mother.
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Ela é o oposto de mim e as vezes eu queria só fugir de casa e mudar de nome.
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She is the opposite of me and sometimes I just wanted to run away from home and change my name.
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Mas outras vezes eu só preciso de um abraço dela.
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But other times I just need a hug from her.
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Até me dar vontade de fugir de novo.
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Until it makes me want to run away again.
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Eu tenho certeza que vocês curiosos nem imaginam que está mulher respeitável com um bom emprego é na verdade uma Loba.
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I'm sure you curious people can't even imagine that this respectable woman with a good job is actually a Wolf.
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Que se transforma ao brilho da Lua em uma criatura furtiva.
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Who transforms in the moonlight into a stealthy creature.
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Selvagem.
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Wild.
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E...ela trouxe o cara do cartaz para casa?!
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And...she brought the poster guy home?!
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Onde essa mulher se enfiou na noite passada?
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Where did that woman go last night?
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Esse homem é famoso, joga basquete, posa para anúncios de relógio que ninguém tem dinheiro para comprar.
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This man is famous, he plays basketball, he poses for ads for watches that nobody can afford.
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Para mim, é o fim!
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For me, it's the end!
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Eu costumo parar para escrever neste diário à noite...mas...essa manhã minha mãe parecia que tinha rolado na lama.
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I usually stop to write in this journal at night...but...this morning my mother looked like she had rolled in the mud.
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Será que o homem do cartaz que ficava em frente a janela da cozinha do primeiro apartamento que morávamos sobreviveu? Será que é assim que essa história de terror começa? Com o sumiço de um cara famoso em uma cidade distante?
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Could it be that the man on the poster who stood in front of the kitchen window of the first apartment we lived in survived? Is this how this horror story begins? With the disappearance of a famous guy in a distant city?
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esobreela-blog · 8 days ago
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ESTAR
Estar aqui me trás de volta para o presente, minha mente é obrigada a isso, e mesmo que tente já entendi que é impossível calar minha mente.
Acredito que antes de nascer eu pedi para ser artista, e fugir da melancolia que mora em mim no meu jeito de ver o mundo é pedir para revogar meu direito de viver e não só existir.
Aprendi que a falta de de compreensão dói mais, e isso que minha cabeça anda amparando goela abaixo para meu coração.
Eu entendi que mesmo que consiga explicar minha forma de amar é impossível fazer entender para quem não nasceu para sentir isso vindo de você.
E não se trata de uma falha, nem uma péssima escolha, mas que algumas pessoas não precisam se encaixar em você e que o fato de que nem todas aa bilhões de pessoas no mundo, pra elas, você ser completamente irrelevante.
Aprendi a agradecer isso também, me faz pensar e lembrar que nessa vida não preciso carregar a dor do mundo nas costas pra aliviar de alguém, mesmo com força não restaria tanta por tanto tempo.
Irracionalidade eu peço por apoio, e não mais por amor, não acho que me falte para pedir por isso.
E nessa, o que me sopra para me alimentar de sentir a vida me atravessar pela madrugada para querer e não mais temer o dia seguinte?
As perguntas não mais seriam: você é capaz de me amar?
Mas se sou capaz de amar o amor que realmente me mude ao ponto que não mais me reconheça e a única saída ser alguém melhor por finalmente sentir.
O amor te facetas, mas ele não só pode se transformar, mas permanecer, ou só estar sem nunca de fato ser.
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