#na minha escola tinha presidente da classe mas só isso.
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a primeira reclamação que eu gostaria de fazer é o QUÃO americanizada a escola é. senhor amado. o ódio que eu senti.
ninguém tava de uniforme e GRÊMIO ESTUDANTIL?????????
#tá bom tá. eu sei que tem escola que deixa não usar uniforme. mas a maioria das escolas têm uniforme.#a história se passa aqui no estado de SP certo? pelo menos aqui é assim.#muitas escolas públicas requerem só a camiseta do uniforme. se eu não me engano o Colégio Limoeiro é assim.#nos gibis você vê a galerinha de uniforme. POR QUE CARGAS D'ÁGUA NO FILME NÃO FOI ASSIM?#slá meu. slá. posso tá reclamando por besteira. mas slá#agora isso de grêmio estudantil eu NUNCA vi. só em série e filme americanes.#na minha escola tinha presidente da classe mas só isso.#eu também vi muita gente na internet reclamando das roupas serem “americanizadas”. que tinha muita blusa de frio sendo que Brasil é tropica#e pi pi pi pó pó pó#seguinte: brasileire imita tudo que americane faz. desculpa mas é a verdade. aceita que é a verdade.#olha ês adolescentes de SP pra você ver que todo mundo imita o que ês adolescentes dos EUA tão usando por aí#galerinha vê no t1k t0k e copia#segundo: JÁ OUVIU FALAR DE UMA COISA CHAMADA INVERNO???#as vezes as pessoas usam blusa de frio porque tá frio. Brasil é tropical mas lugar tropical também faz frio. vai estudar porra#não teve nada no filme dizendo em que época do ano a história se passa.#terceiro: é um filme. estilistas pensam no que combina com ê personagem e as vezes isso inclui blusas de frio.#filmes nem sempre refletem a realidade.#as vezes isso é bom mas as vezes não é (tipo o tal grêmio estudantil existir quando isso não existe no BR aaaaaaa)#enfim me ignorem que eu sou doido#tio morcego tá pistola#tio morcego tá tagarela
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Harajuku Time Bomb Plot Shop
Olá, pessoal! Tudo bem? Repostando aqui os plots que eu já tinha postado e também adicionando mais alguns que adicionei depois. Mas antes algumas regrinhas:
Caso adote e poste a fanfic, por favor, dê os créditos a mim.
Caso você adote e mude de user mande MP aqui no Tumblr ou no Spirit avisando, caso contrário colocarei o plot novamente para doação.
Você pode adotar até 2 plots.
Alterações no título e de personagens liberados.
Se você pegou um plot e postou ou irá postar ou postou e mudou de user, por favor me avise nos comentários desse post ou no Spirit e tiro o plot da doação.
Adote comentando com seu user e o número do plot. Ou adote aqui.
1. Minhas Aventuras no Acampamento Meio-Sangue
A diretora malvada da escola acaba se revelando uma fúria mais malvada ainda,e a professora de história nos ajuda a escapar de uma morte lenta e dolorosa em conjunto. E claro, não posso me esquecer da parte em que descobri que meu melhor amigo é um sátiro, somos arrastados até um acampamento no meio do nada, e finalmente fazem o favor de nos informar que somos filhos de antigos deuses gregos. E foi exatamente assim que minha vida se tornou uma completa bagunça.
2. Karma Since Birth
Personagem A poderia até ser uma garota normal,mas ela é a filha do Presidente. A personagem A sempre viveu cercada de seguranças a sua vida toda e quando passa na faculdade ela se cansa e pede pro seu pai pelo menos diminuir o número e assim o faz. Lá ela faz até uma nova amizade com Personagem C ,uma garota ruiva da sua classe. O que ela não esperava era se apaixonar por Personagem B. O que a garota não sabe é que ele é um segurança do seu pai disfarçado de aluno. Mas será que o amor vai falar mais alto?
3. In A Flash
Personagem A, uma semideusa filha de qualquer deus grego (não obrigatório), viaja para Central City com seus pais no período de férias. Ela se sente deslocada, mas logo acaba fazendo amizade com a personagem B e qualquer super herói.
Além de vários encontrões com super herói, personagem A vai se apaixonar por nome verdadeiro do super herói (ex: Clark Kent), mesmo não sabendo que ele é o nome do herói (ex: Superman).
4. Falling Again
2 anos que Tris morreu, Tobias não consegue ainda superar a morte dela. Christina e Zeke tentam ajudá-lo. Personagem A, ou apenas "apelido da personagem A”, está correndo de pessoas poderosas que querem matá-la por ela ser divergente. Sua família toda foi morta por não ter falado a verdade e só sobrou ela. “Apelido da personagem A” tromba com Tobias e os amigos. Ela foge com eles. Tobias no começo não gosta dela, mas depois desenvolve sentimentos por ela. Será que finalmente ele vai esquecer Tris?.
5. I See You
Personagem A era uma garota normal até descobrir, junto com suas amigas Personagem B e Personagem C, que são semideusas. 3 anos após essa descoberta,ela se tornou líder do Acampamento Meio-Sangue e conselheira-chefe do chalé 11. Um dia ela e Annabeth encontraram um menino desacordado na floresta e o levaram para Casa Grande. Após descobrir que seu nome era Caleb ele disse que seu mundo corria perigo. Juntos, eles vão viver uma grande aventura e quem sabe se apaixonar.
6. Little Liars (adotada por @mestradovento)
Rosewood. Uma cidade pequena no interior da Pensilvânia, calma e tranquila. Nunca se imaginaria que ali habitam tantos segredos. Numa noite, Alison Dilaurentis morre, misteriosamente. Suas amigas começam a receber estranhas mensagens, mudando tudo ao redor. Quem a matou? Aonde ela está? Porque o novo alvo são suas amigas? Quem sou eu? Isso vocês nunca saberão. Mas enquanto procuram pela resposta, vamos brincar nesse labirinto de mentiras. -A.
7. Our Love Story
Ele voltou. Ela saiu da Caçada por ele. E juntos vivem uma história de amor.
8. Weird People
Personagem A e Personagem B são melhores amigas inseparáveis, um dia a nerd Personagem C pede a ajuda das duas para um mudança completa para o baile, pois um jogador a convidou. Personagem B e seus sentimentos ficam mais aflorados em relação a Personagem C e Personagem A começa a ver seu vizinho e melhor amigo nerd com outros olhos. A e Personagem B são melhores amigas inseparáveis, um dia a nerd Personagem C pede a ajuda das duas para um mudança completa para o baile, pois um jogador a convidou. Personagem B e seus sentimentos ficam mais aflorados em relação a Personagem C e Personagem A começa a ver seu vizinho e melhor amigo nerd com outros olhos.
9. Evanesce
Miyeon tem uma paixão por Yesung, porém os dois são que nem gato e rato: um dia são amigos, no outro dia estão pegando no pé um do outro; Minnie e Heechul namoraram por 4 anos e do amor apenas o ódio restou e ela não suporta ele até hoje; Taeyeon e Leeteuk já tiveram um affair também, mas a distância os separou, isso não significa que eles pararam de pensar um no outro; Dara e Donghae são amigos há muito tempo, mas será que isso vai se tornar algo há mais?; a tensão sexual de Hana e Eunhyuk você pode cortar com uma faca; Tiffany e Siwon também já se conheciam, porém nunca sentiram algo tão forte assim antes; Seohyun e Kyuhyun namoram antes dele entrar pro exército, porém ninguém sabe desse namoro exceto os membros de cada banda; Yeri e Ryeowook há anos tem crush um no outro e todo mundo sabe disso, mas Yeri tem medo de relacionamentos; e Hyoyeon está de casamento marcado, porém está tendo dúvidas sobre se casar. Cada casal interligado. Cada história de amor se interliga. Mas, afinal, o amor é como um sonho.
Era muito personagem então deixei a sinopse original mesmo kkkkkkkkkkk
10. Jurassic Dragons
Personagem A sempre foi apaixonada por dragões e hoje em dia é bastante reconhecida por ser uma treinadora de dragões. Quando Personagem A vai viajar para (país de sua escolha) ela encontra Personagem B, e os dois têm uma conexão na hora.Só que ele tem uma tarefa: resgatá-la das garras do (insira o nome de algum vilão/monstro).
11. Final Warning
Personagem A namora Jurandir quando descobre que ele mentiu por dois anos sobre isso,ela descobre que ele é casado. Sua esposa também descobre a traição e as duas se juntam para se vingarem do canalha. Personagem A só não contava em se apaixonar por Personagem C, o irmão da esposa de Jurandir.
12. You Calling My Name (adotada por @zelosnation)
Quando o ator /idol/modelo/etc viaja para seu país natal, qualquer país, a um evento beneficente, ele acabava se encontrando com o astro do kpop B, da banda de sua preferência. Eles se tornam cada vez mais próximos e rapidamente se tornam amigos. Mas os sentimentos são confusos e sempre costuma pregar peças. Será que é mesmo só uma amizade?
13. L. A. Interativa
❝ 𝐋.A significa Livre Áurea, ou seja, pessoas conceito girl crush livres para fazerem o que quiserem sem medo. Mais um grupo com genérico formado pela Cube Entertainment em 2017 para tapar o buraco do disband do 4MINUTE. Porém o debut não saiu como o esperado, além do ódio massivo pelos fãs do 4MINUTE, elas tiveram total rejeição pela indústria. Os lucros que eles haviam gasto não tinha sido repostos nem em 10%━━ ❝ 𝐌as em meio a tantos comentários maldosos que o grupo recebia todos os dias, um acabou se destacando. Uma conta entitulada "Carrasco" começou a mandar algo a mais do que insultos e sim ameaças e imagens que dariam medo até na pessoa mais corajosa do mundo. A cada performance das garotas ele deixava a sua marca. O terror nem estava começando, um dia ele simplesmente deixou uma carta com sangue e cacos de vidro na porta do dormitório das garotas que, até o momento, o endereço não havia saído da boca da empresa e de nenhuma das garotas. Esse talvez fosse o ladomais obscuro do kpop e não o tratamento das empresas com os seus artistas.
━━ ❝ 𝐋.A, ou L.l.A, que significa Livre Áurea (hangul: | romanização: mulyo hwang- geum), são um grupo feminino sul-coreano formado pela Cube Entertainment em 2017 no mês de setembro. Seu debut ocorreu com a música "Hobgoblin" que veio com o mini album "Liberty". Ele consiste em sete integrantes e aborda o conceito girl crush, as vezes, agressivo e leve. Cada integrande foi revelada na última turnê do 4MINUTE em cada música que tocava cada integrante estava sendo revelada e, talvez, entre elas o próprio diabo.
14. Crazy Stupid Love
Personagem A, mais conhecida como *apelido da personagem A*, é uma líder de torcida da faculdade Yale — ou outra de sua preferência — e que sonha em tirar o posto das meninas mais velhas,que são campeãs da escola. Dois garotos do futebol disputam o coração da garota: Personagem B e Personagem C. Personagem C já é apaixonado por ela,só não contava que Personagem B também se apaixonaria por ela. Em meio a esse conflito *apelido da personagem A* tenta ajudar, junto com suas amigas *nome das duas amigas*, na festa mais famosa da faculdade. E quem sabe se apaixonar por um dos meninos…
15. Secret Love Song
Personagem A foi escalada para o papel da doce *nome da personagem* em *qualquer filme, dorama, MV, etc. Personagem A se da bem logo de cara com seu par romântico, *idol/ator/modelo, etc de sua preferência. Os dois ficam próximos,mas existe algo no caminho: a esposa de *par romântico*, *nome real ou inventado da esposa*. Será que os dois irão adiante com seus sentimentos?
Porque não posso dizer que estou apaixonada? Eu quero gritar do telhado
16. Midnight Horror Memories
Londres. Capital de Inglaterra e Reino Unido e que mantinha uma das maiores faculdades do mundo: a Universidade de Londres. Com isso todo ano a mesma recebia novos rostos com o sonho de brilhar no seu futuro emprego. E não é diferente para Harry, Liam, Louis, Niall e Zayn. Cada um com seu sonho. Até que descobrem algo poderoso e maligno dentro da faculdade que pode mudar suas vidas para sempre…
18. Nossos destinos se congelaram no tempo (adotado por @suppazity )
Hajoon sofreu um acidente misterioso há 4 anos atrás e é até considerada morta por alguns. Flashes e borrões da sua vida antes do acidente são constantes, memórias que ela não sabe se são memórias ou não. Depois de muito tempo ela volta com sua tia e sua prima para Seul com novas identidades, mas por quanto tempo isso irá durar? E quem é o belo estranho?
19. The Underground
Passaram se anos desde que os X-Men venceram os Inumanos, em uma guerra para impedi-los de lançar as bombas de terrígeno que até então estava assolando a população mutante, os Inumanos agora não lançam mais as névoas terrígenas. E os mutantes por todo o mundo estão a salvo. Porém o governo dos Estados Unidos tem uma pequena amostra do conteúdo químico da terrigênese, e pretende lançar bombas toxicas no mundo inteiro para acabar com os mutantes, porém mutantes infiltrados no governo alertaram aos X-Men do perigo que os 1534 mutantes existentes no planeta corriam,o Doutor Hank McCoy — mais conhecido por seu alter ego Fera — descobriu um jeito de prevenir os mutantes deste desastre. Um tipo de atmosfera que transmite um ar diferenciado, que pode "cortar" do ar a terrigênese, porém nem todos os mutantes poderão ser salvos, apenas os que estiverem expostos ao ar criado por Fera, foram distribuídos capsulas de ar para o Instituto Xavier, Utopia, Genosha e Ilha Muir atualmente os X-Men estão convocando mutantes de todos os lugares com o pretexto de que estão reabrindo as vagas, entre estes mutantes estão os filhos dos Fabulosos X-Men sera que a nova equipe, formada por Lorna — mais conhecida por seu alter ego Polaris — e Alex Summers — conhecido por seu alter ego Destrutor —, irá salvar a população mutante de um Genocídio?
20. Queen of Disaster (doada para @stelaricons)
Essa fanfic na verdade era uma oneshot. Ela não tem sinopse, pois eu não cheguei a publicar. Baseada na música Queen of Disaster da Lana del Rey daquele clichê da menina boazinha com o bad boy. Ou também bad boy com good boy ou bad girl com good girl. Fica a seu critério.
21. Amor Sublime Amor
Outra que também não cheguei a publicar. Essa shortfic seria baseada em Amor Sublime Amor, para quem não conhece esse filme/musical é uma versão moderna de Romeu e Julieta no qual os personagens são chamados Maria e Tony e ambos tem grupos diferentes. O tema inclui gangues, star crossed lovers (amantes desafortunados) e amor proibido.
22. O Príncipe e Eu (adotada por @lLannaaaa)
Hwang Hyunjin é um jovem professor que tem métodos diferentes ao dar aula para seus alunos. a realeza abre um concurso para que professores possam dar aulas para o príncipe. Hyunjin consegue passar na prova e começa a dar aulas para vossa alteza. Bangchan não costumava se dar bem com criados mandados por seu pai, mas acabou se aproximando de Hyunjin. E então uma história de amor proibida se inicia.
23. Os Escolhidos
Quando as irmãs A e B, filhas de "personagem de desenho" e "personagem de desenho" de "qualquer conto de fadas que desejar", descobrem que, tanto elas quanto outros filhos de alguns personagens de outros contos, não foram aprovados para entrar na Escola de Auradon elas decidem se vingar e fazer Auradon pagar por terem esquecidos deles. Afinal, Auradon se esqueceu deles, mas elas não esqueceram disso tão cedo.
24. Distrito 21
Personagem A é uma texana (ou outro lugar) e mãe solteira, uma das melhores policiais do país. Por anos ela serviu o Distrito de Homicídios de Houston, Texas. Quando Personagem A sai do Distrito ela planejava ter mais tempo com seu filho,"nome do filho(a)", mas ela não consegue recusar a oferta do Sargento a ingressar no Departamento de Inteligência de Chicago. Personagem A não esperava se apaixonar por Jay Halstead, seu colega na Inteligência. Enquanto isso alguém monta um blog montando os podres de cada um da Inteligência de Chicago. Quem é? Bem vocês ainda vão descobrir.
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O Sonho de Toda Garota - Meg Cabot (A Mediadora 3.5)
#3.5 O Sonho de Toda Garota (2006) Título original: Every Girl's Dream (2004) Editora: Revista Pulse Gêneros: Romance Fantasia Conto
Nota da Meg : Anos atrás, eu fui convidada pela editora original da série 'A Mediadora' (quando eu escrevia sob o pseudômino de Jenny Carrol) pra escrever um conto para a revista teen deles, 'Pulse', sobre Suze Simon, a heroína da série. Aqui, finalmente, está aquele longo conto perdido, que aparece cronologicamente entre os livros 'Reunião' e 'A Hora Mais Sombria'.
Lá estava eu, em um longo vestido branco Jessica McClintock e uma orquídea de pulso, o luar brincando com meus cabelos, e um par de braços fortes envolvendo minha cintura, enquanto uma voz masculina gentilmente sussurrava meu nome:
"Susannah." A respiração do meu parceiro de dança estava suave contra minha bochecha. "Susannah..."
É. Nos meus sonhos. Na vida real, a voz chamando meu nome não era nem um pouco masculina. Isso porque pertencia a um garoto de doze anos.
"Uh, Suze? É, há algo seriamente errado com esses Cannolis."
Eu desviei meu olhar dos casais rodopiando perante mim e olhei para baixo. No lugar do total bonitão em um terno que estive imaginando, em pé na minha frente estava meu meio-irmão ruivo, segurando uma bandeja de pastéis italianos.
"Kelly está realmente maluca," Mestre conhecido por todos como David menos por mim – disse. "Ela diz que eles parecem deformados, ou algo assim."
Kelly estava certa. Os cannolis estavam deformados. Como vice-presidente do penúltimo ano, e relutante presidente do comitê do baile de formatura do penúltimo/último ano (Eu tinha sido apontada para a posição quando nenhuma outra pessoa se voluntariou.), eu tentei cortar caminho, usando os colegas de classe da sétima série do Mestre como fornecedores. Isto foi o que eu recebi por meus esforços: cannolis deformados.
Não que eu me importasse. Eu quero dizer, considerando o fato de que eu era a única garota do penúltimo ano na escola inteira, praticamente, que não tinha sido convidada pra este baile em particular. Este baile do qual eu era presidente. O que me importava os estúpidos refrescos?
Oh, tudo bem. Eu me importava.
"Suze, você está louca?" Kelly Prescott veio se aproximando, a saia de seu vestido de noite Nicolle Miller iluminado no luar que emanava da fonte do jardim da Missão.
"Você esperava realmente que as pessoas comessem aquilo?"
Olhei para baixo, na direção dos pastéis, que deveriam estar como tubos, mas que pareciam mais pretzel.
"Há mais cannolis, ou estes foram a última fornada?" Eu perguntei ao Mestre.
"Hum," Ele disse, olhando nervosamente para Kelly, que, sendo a garota mais bonita em Carmel, Califórnia, considerava nós dois, meros mortais, completas aberrações. Ela estava certa sobre um de nós. E não era o Mestre. "Deveria haver mais."
"Bem," Eu disse. Tirei a bandeja de cannolis dele. Para Kelly, disse, "Não se preocupe com isso. Eu cuidarei disto. Volte para o seu par."
O par de Kelly, o presidente de classe do último ano, Greg Sanderson, estava em pé, embaixo de uma palmeira próxima, alto e legalmente lindo em seu terno. Ele era um dos caras mais bonitos na escola, então era de se esperar que ele tivesse convidado Kelly, ainda que um pequena aluna do penúltimo ano, para seu baile...
Ainda, ele só tinha feito isso depois que seu par original, Cheryl McKenna, inexplicavelmente, bem... Morreu.
Mas , era Greg. Que tipo de idiota rejeitaria um convite para ir ao baile de formatura com Greg?
Vou te dizer que tipo: eu. Não que ele tenha me convidado, claro. Mas se ele tivesse, eu teria sido forçada a declinar. Porque meu coração pertence a outro. Por todo bem que isso me faz.
Dando a Kelly um sorriso que ela não merecia, levei os ofendidos pastéis de volta a cozinha da Academia de Missão. Construída em aproximadamente quatrocentos anos atrás pelos monges Franciscanos, onde três pés de grossas paredes e gigantes vigas de carvalho não eram considerados erros de decoração, a Missão, agora uma escola, tinha atualizado as aplicações – e adicionou instalações elétricas – de modo que quando eu entrei na cozinha, eu podia ver meu reflexo no enorme geladeira subzero no fim da cozinha. E vamos dizer que eu não estava emocionada com o que via.
Oh, o longo vestido branco estava bom. Com meus cabelos escuros na altura dos ombros, e a orquídea de pulso comprada pra mim pelo meu padrasto – eu parecia uma garota de outra época.
O problema era o reflexo que eu vi ao meu lado. E era o reflexo de alguém que realmente era de outra época. Virei rápido para encará-lo.
"O quê" Eu exigi." você está fazendo aqui?"
Quase derrubei os cannolis. Ele pegou a bandeja e colocou-a gentilmente no canto próximo.
"Olá, hermosa" Ele disse, com um sorriso. "Bom ver você, também."
Foi o sorriso que fez isso. O sorriso que cada e toda vez que via, fazia algo murchar dentro de mim.
Porque mesmo que ele esteja morto há uns anos, Jessé ainda é o cara mais lindo que eu já vi.
E eu já vi muitos deles. Caras, eu quero dizer. Porque, como a criança daquele filme, eu posso ver pessoas mortas.
Só que diferente daquela criança, os fantasmas não me assustam, alguns deles eu penso às vezes que eu posso até amar.
Certo, eu tenho muita certeza que eu amo.
Não que eu vá deixá-lo saber. Porque que tipo de cara – mesmo um cara morto – poderia amar uma aberração como eu?
Mas isso não significa que eu não possa sonhar.
"Acontece," Eu disse, olhando pra longe dos olhos escuros e astutos de Jesse – sem mencionar o lugar onde sua camisa fora de moda caía aberta, revelando um abdômen que Greg Sanderson teria invejado – "que eu estou extremamente ocupada agora."
"Oh, eu posso ver, Susannah." Jesse disse.
"Eu quero dizer isto." Eu disse. "Eu não tenho tempo para conversar. Eu tenho o dever de fazer deste baile de formatura uma noite que estas pessoas sempre lembrarão."
Jesse estava se inclinando contra um dos balcões, seus braços dobrados através de seu peito. "Estas pessoas," Ele repetiu, com outro daqueles sorrisos. "Mas não você?"
"Não é meu baile." Eu disse, com um dar de ombros, tentando não notar quão sombriamente bronzeados aqueles braços dele eram contra a brancura de sua camisa. Pra um fantasma, Jesse é extremamente gato.
"Então isso significa sem dançar para você?" Ele perguntou.
Eu congelei, com a bandeja de novos – e não deformados – cannolis que eu tinha acabado de remover da geladeira.
"Dançar?" Eu podia sentir minhas bochechas corando. Ele não está, eu disse a mim mesma severamente, te convidando pra dançar. Ele só está perguntando, no geral. Não alimente esperanças.
Era tarde demais. Nos olhos da minha mente, Jesse e eu tínhamos nos juntado aos outros casais no pátio iluminado, aqueles seus braços fortes circulando minha cintura, sua respiração suave contra minha bochecha...
"Sim, dançar." Jesse disse. "Certamente mesmo no século vinte-e-um, pessoas ainda dançam."
Eu tomei fôlego, imaginando como ia responder.
Nunca tive a chance de descobrir. Porque antes que eu pudesse dizer uma palavra, eu a vi.
"Greg?" Ela chamava. "Greg? Onde você está?"
Minha boca abriu. Eu teria reconhecido aquele lustroso cabelo loiro em qualquer lugar, mas a roupa de hospital era reveladora.
"Oh, não." Eu disse.
Cheryl, ouvindo minha voz, veio com incerteza para a porta da cozinha. Seus amáveis olhos azuis estavam esperançosos enquanto olhavam para Jesse e eu.
"Olá." Ela disse, na maneira deslumbrada, mas educada, tão freqüentemente usada pelos recentes mortos.
"Você viu meu namorado, Greg? Ele deveria me trazer aqui esta noite, só que ele nunca apareceu. Ele deve ter esquecido."
Jesse e eu trocamos olhares. O dele era ilegível. O meu - como eu era capaz de ver bem demais no meu reflexo na geladeira - era infeliz.
Bem, e por que não? Vendo Cheryl deste jeito, era só uma prova maior da minha esquisitice.
"Cheryl" Eu disse, baixando a bandeja de cannolis. "Escute. Greg não esqueceu de te pegar."
Cheryl piscou como alguém acordando de um sonho. Talvez isto seja o que a morte é. Quem sabe? Bem, Jesse sabe, só que ele não vai me contar.
"Ele deve ter esquecido." Cheryl disse. "É a noite do baile de formatura."
"Eu sei, Cheryl." Eu disse gentilmente. "Esta é a noite do baile de formatura. E Greg está aqui."
O amável rosto de Cheryl se iluminou. "Ele está aqui? 'Onde? Oh, eu tenho que achá-lo."
Ela se virou para sair da cozinha. Eu a parei. Os espíritos dos mortos são sem matéria para todo mundo, - menos para mim, é claro. Para nós, eles são carne e osso. – ou, como no caso de Jessé, músculos e sorrisos misteriosos.
"Greg está aqui, Cheryl." Eu disse. "Mas... Ele está aqui com outra pessoa."
Os olhos de Cheryl se encheram instantâneamente com lágrimas, "Mas não pode ser." Ela disse, sua voz aumentando ligeiramente. "Ele me convidou. Meses atrás."
"Eu sei, Cheryl." Eu disse. "Mas Greg teve que convidar outra pessoa porque você... Bem, você morreu, Cheryl."
Ela balançou sua cabeça. "Não. Eu não morri".Ela disse. "Isso é ridículo. Não estou morta. Olhe pra mim. Estou em pé bem aqui. Eu não estou morta."
"Você está aqui em pé em um vestido de hospital." Eu ressaltei. "Cheryl, sinto muito, mas você morreu de um apêndice dois meses atrás. Se você for lá fora agora – se você tentar falar com Greg – ele não vai te ver. Ele não pode. Eu posso te ver porque...Bem, porque é o que eu faço. Mas a verdade é, Cheryl, você está morta."
Eu o vi – o horror, assim que minhas palavras caíram na expansão de suas amáveis feições.
Então ela enlouqueceu.
Eu poderia culpá-la? Ela tinha dezoito anos e estava apaixonada. Ela tinha tudo pelo que viver... Faculdade, carreira, filhos... E agora...
Bem, agora tudo isso se foi.
"NÃO!" Ela gritou, seu rosto amável se contorcendo em uma máscara de raiva e desespero. "NÃO! Eu não acredito em você! Você está mentindo!"
Ela se livrou do meu abraço.
"Você só está com ciúmes, isso é tudo!" Ela gritou. "Ciúmes de mim!"
E foi aí que ela bateu os dois pulsos na bandeja de cannolis, enviando seu conteúdo pelos ares.
E não os cannolis deformados, tampouco.
"Pare!" Eu gritei, andando adiante e agarrando-a pelos pulsos. Não importa o quanto ela contorcesse seu corpo e chutasse para se libertar, eu não a deixaria ir. Não desta vez.
"Você está morta, Cheryl." Eu disse. "Está me ouvindo? Morta. Não é justo, mas é o jeito como as coisas são. Eu queria que você pudesse ir ao seu baile. Sei que é o sonho de toda garota ir ao baile de formatura com o cara que ela ama. Mas Cheryl, Greg seguiu em frente. Foi difícil pra ele, mas ele continuou. Está na hora de você fazer o mesmo."
Algo nas minhas palavras – talvez a garantia de que Greg não teve facilidade em enfrentar sua morte, por mais que Kelly Prescott pudesse desejar de outra forma – levou toda a raiva dela. Ela curvou-se contra mim.
Então, um segundo depois, eu a ouvi murmurar, "Estou realmente morta, não estou?".
E então ela se foi.
Simples assim.
Jesse, que não tinha se movido o tempo inteiro do lugar que estava, confiante que eu poderia lidar com Cheryl sozinha, estava sorrindo.
"É o sonho de toda garota ir ao baile com o cara que ela ama?" Ele repetiu, com não só uma, mas duas sobrancelhas negras erguidas.
"Nem comece." Eu disse. Tentei esconder minhas bochechas, que estavam de repente queimando, pegando o que restava dos cannolis, e substituindo-os com o conteúdo de uma sacola de biscoitos de chocolate. "Eu tenho coisas pra fazer."
"Oh, sim." Jesse disse, saindo do meu caminho enquanto eu passava por ele. "Eu posso ver."
Se eu esperava que o ar da noite esfriasse meu rosto, eu estava desapontada. Ainda estava me sentindo estranhamente ruborizada quando achei Mestre no pátio, e empurrei a bandeja de biscoitos para ele.
"Suze, estes não s��o cannolis."
"Eu sei. Não há mais cannolis."
"Pensei que houvesse vários-"
"Não mais." Eu disse, resumidamente, e me virei porque vi Kelly nos encarando por sobre o ombro de Greg.
O que quer que tivesse acontecido agora, eu não queria saber. Porque não podia ser tão ruim quanto o que tinha acontecido com a pobre Cheryl McKenna, morta com dezoito anos.
Ou comigo, nascida uma aberração que pode ver fantasmas.
Mas quando eu me enfiei nas sombras dos corredores da Missão, esperando escapar, por um momento, da música e da risada, descobri que não estava, de fato, sozinha.
Jesse tinha me seguido.
"Você não respondeu minha pergunta." Ele disse, numa voz suave como o luar. "Pessoas no século vinte-e-um ainda dançam?"
As batidas do meu coração trovejavam nas minhas orelhas, muito mais alto do que a música lenta. "Hum," Eu disse, com dificuldade em engolir, minha garganta tinha ficado tão seca. "Às vezes."
"Que tal agora?" Ele perguntou.
E então seus braços fortes estavam envolvendo minha cintura, sua respiração macia contra minha bochecha, enquanto gentilmente sussurrava meu nome: "Susannah... Susannah...".
#Meg Cabot#A Mediadora#The Mediator#Suze Simon#Jesse de Silva#suze e jesse#suze and jesse#o sonho de toda garota
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A Verdade Não Dita: Capitulo 3
↳ sinopse - Kim Seokjin não é só um herdeiro chaebol, ele é O herdeiro chaebol. O conglomerado Kim é o que a Coreia do Sul tem de mais próximo a família imperial da dinastia Joseon e assim como o imperador Taejo, tudo sobre o solo coreano pertencia a família Kim, quer dizer, quase tudo. Pouco antes de morrer, o avô de Seokjin vende uma das propriedades mais antigas da família, o que deixa seu neto inquieto já que o que essa era a propriedade onde a avó crescerá, porém a família que comprou o local se nega a vender de volta para Seokjin independente do valor que ele oferecesse, o que o leva a brilhante ideia de se disfarça como o trabalhador chamado Jin e assim descobrir o motivo de uma família não vender para ele o agora único prédio de Seul que não pertence a seu conglomerado.
↳ rating- Livre;
↳ pairing- Seokjin x Hye Jeun ;
↳ gênero - Enemies to Lovers;
↳ avisos - Essa é uma obra ficcional, inspirada na estrutura de um k-drama porque, a autora que vos escreve cansou de esperar a boa vontade da grande hit de colocar meu menino Seokjin em um, espero que gostem, sejam gentis e construtivos se tiverem criticas por favor!
-Até pouco tempo atrás eu não sabia que na Coreia as mulheres não aderem ao sobrenome do marido, achei isso incrível, então peço desculpas pelo meu equivoco cultural nos próximos episódios.
Capitulo 1
Capitulo 2
CAPITULO [3/16]
- BABY OHOHOHOH – as irmãs Jung cantavam alegremente enquanto arrumavam as mesas do pátio - OH EVERY TIME I SEE YOU!
-Aigo, para que eu tive uma filha tão bonita, com uma voz tão suave se ela iria se enfiar nas panelas como o pai dela? Por que? - Hye Jeun abraça a mãe, ela sempre dizia isso desde o primeiro momento que Hye havia mostrado interesse pela cozinha – Ainda bem que agora eu tenho minha Hae Soo não é?
-Sim mãe, a pequena Hae Soo vai se tornar a k-idol da família! Não é Hae Soo? – A pequena faz um joinha.
-Sim unnie, olha só omma eu já sei até me apresentar – Ela pega uma das rosas brancas que tinha comprado mais cedo com a irmã pra usar de microfone, sobe em uma das cadeiras e começa a cantar – Sou um passarinho, mas não sei voar eu só sei cantar ‘vou voar sem parar quando eu aprender!’
Hye Jeun e sua mãe aplaudem a pequena Hae Soo que agradece a seu pequeno público, apesar de toda tristeza que carregava dentro de si, Hye tinha voltado a sorrir mais desde o dia que a irmã nasceu, ela era como o sol em meio à tempestade, sempre tentando afastar as nuvens e aquecendo o máximo possível quando conseguia. E era imensamente grata por isso!
-Bem, eu vou ajudar o pai lá na cozinha porque quando esse restaurante abrir vai ser aquele alvoroço de sempre e as coisas precisam estar bem organizadas! Cuidem bem das coisas aqui!
Quando entrou na cozinha todos já estavam trabalhando a todo vapor, os dois ajudantes estavam organizando a louça e seu pai preparando o arroz, Hye Jeun prende o cabelo, põem a toca , luvas , avental e vai em direção aos legumes que ela tinha cortado no dia anterior, pega um pouco de cada e os coloca no vapor.
- Como estão os salmões? – pergunta enquanto começa amolar as facas específica para o corte de peixe.
- Estão no tanque chefa, hoje eles parecem mais agitados que normalmente! – respondeu o auxiliar Seung Han.
-Você verificou se a temperatura do tanque está certa? - Só o que faltava o termômetro ter quebrado de novo e não conseguirem usar todos aqueles salmões frescos.
-Sim chefe, está tudo bem com a temperatura da água, não deve ser nada só o humor deles hoje!
-Desde quando peixe tem humor? – Pergunta senhor Jung – Verifiquem novamente! Não podemos nos dar ao luxo de perdê-los!
-Sim chefe! - respondem em uníssono.
-Ah esses dois, “deve ser o humor deles” honestamente! – Reclama o senhor Jung, ele pega uma colher enche de arroz e oferece a Hye Jeun – Me diga se falta alguma coisa.
-Hum... acho que mais um pouco de páprica e vai estar perfeito! - O pai sorri pra ela.
-Agora me diga como vamos manter o nível dessa cozinha quando a chefe principal vai estar trancada em uma salinha fazendo contas ein? Seu pai e sua mãe não estão inválidos, podemos muito bem cuidar das coisas ainda e seu irmão, o que ele vai ser? Um desocupado?
-Pai se lembra de quando o senhor só tinha uma barraquinha e eu e a mamãe ficávamos a noite de ajudando, segundo ela porque à noite as mulheres ficavam mais atiradas, mas no fundo ela só não gostava de deixá-lo sozinho, eu muito menos, nós ficávamos ali porque amamos o senhor, por causa desse amor eu aprendi a cozinhar, por causa desse amor eu fiz durante muito tempo! – Hye Jeun segura à mão do pai - Não vai ser por tomar conta das finanças e tentar fazer o melhor para o restaurante e nossa família que eu vou deixar de fazer o que amo, sempre que eu puder e meus pais já sacrificaram tanto a suas próprias vidas em função dos filhos, como posso não retribuir? – O pai sorri, não poderia ter tido filha melhor – E sobre Hoseok, não pegue muito no pé dele! Como você mesmo disse ele é só uma criança! Logo ele vai descobrir qual talento pertence a ele!
-Ah, quando essa criança cresceu tanto? Seja sincera, seu pai e sua mãe te criaram tão bem assim ou você já veio sabia assim da sua vida anterior?
-Provavelmente foi minha vida anterior, nela eu era um grande e sábio rei! – Hye Jeun brinca - Vamos voltar a cozinhar pai, temos que deixar tudo pronto para hora do almoço daqui a pouco!
-Certo, entendi! Você quer cortar os salmões ou picar o lombo?
^-^
-Então quando encontrar uma equação como (a+b)² você tem que aplicar a distributiva, ou seja - Hoseok desenha setas sobre os algoritmos para indicar a posição – Tem que calcular a²+2ab+b²!
-Hyung, isso não entra na minha cabeça não! Aigoo o que eu vou fazer, se eu cair mais uma posição se quer minha mão vai me matar! –Jimin bate a cabeça na sua carteira – O que eu vou fazer hyung? Eu sou de humanas!
Hoseok sabia que teria mesmo que acontecer um milagre ali para Jimin não cair pelo menos umas cinco posições no ranking geral. O sinal bateu , então Hoseok levantou, assoprou o apito de presidente de sala.
-Cumprimentem a professora - ele diz, então todos os alunos da sala levantam e fazem uma pequena reverência.
-Boa tarde professora! – A sala diz ao mesmo tempo.
-Vocês trabalharam bastante hoje, classe está dispensada!
Eles recolhem o material e foram buscar Kookie no corredor do primeiro ano, quando chegam na sala encontram um Jungkook cercado pelo grupo do Lee Woo-bin.
-Algum problema aqui? – Pergunta Hoseok se colocando entre o Kookie e eles.
-Não! Nós só viemos aqui para nos desculpar com Jeon Jungkook, não fazíamos ideia de que ele era amigo de um dos herdeiros Kim! – Eles estavam falando do garoto loiro que tinham passado à tarde anterior?
-A isso é verdade, nós quatro somos praticamente irmãos! – Interrompe Jimin e os amigos o encaram como se ele estivesse louco, mas não negaram o que havia sido dito.
-Vocês podem dizer que pedimos desculpas então? Nós prometemos mesmo não mexer mais com vocês! – Kookie vê ali uma oportunidade.
-Ou com qualquer outra pessoa! – Ele diz firmemente - Vocês vão prometer que não vão fazer mais ninguém passar pelo que eu passei!
-O que você disse?- Lee Woo-bin pergunta indignado.
-Você sabe o poder que o nosso amigo tem, vai querer mesmo questionar esse pedido? – Hoseok e Jimin olham espantados para o mais novo, ele nunca havia se imposto daquela forma.
-Não! De forma alguma! – O grupo de Lee Woon-bin respondeu por ele.
-Bem, então já vamos indo! – Diz Hoseok pegando os mais novos pelo braço e os arrastando para fora da escola.
-Daora, maravilha Kookie você simplesmente jogou aqueles caras no chão sem nem usar os punhos! –Jimin diz completamente animado – Estou tão orgulhoso de você!
As bochechas de Jungkook começam a arder, tinha feito algo tão incrível quanto parecia pelas palavras do amigo?
-Foi tão legal assim hyung? – Pergunta a Hoseok, que sorri pra ele.
-Foi provavelmente a coisa mais legal que já aconteceu nessa escola Kookie! Mas acho que você foi um pouco longe com aquela história dele não poder mexer com mais ninguém, aquele garoto só vive porque pode zombar das outras pessoas! –Kookie morde a parte interna da bochecha, é talvez ele tivesse deixado o poder subir a cabeça, esperava realmente que aquilo não causasse danos colaterais tão grandes - Olhem, não é o garoto rico de ontem?
Taehyung esperava encostado no seu carro, ele acena para os novos amigos sorrindo. Um homem que tinha pelo menos um e noventa, sai pela porta do motorista, dá a volta no carro e abre a porta que estava ao lado de Taehyung.
-Os senhores podem entrar - A voz de trovão do motorista faz Kookie dar um passo para trás.
-Deus é pai! Jamais –Sussurra Jimin.
-Olha Taehyung, se você vai matar a gente, tenha pelo menos a decência de nos deixar jantar primeiro! – Exclama Hoseok fazendo Taehyung e o motorista gargalharem e depois fazerem um Hi-Five.
-Eu disse que eles iriam ficar se tremendo Jung Soo! Pode entrar gente o motorista só tem cara de mal! – Taehyung entra primeiro – Rápido, vamos!-Os garotos entram no carro ainda tensos, que tipo de pessoa era aquele garoto eles se perguntavam, aparecendo do nada assim uma criança tão rica, qual era a intenção dele afinal? – Gente você já podem respirar sabe?
-Hum hum , é que estamos tentando entender o porquê de alguém como você... -Jungkook aponta para Taehyung – Está ajudando e dando tanta atenção para pessoas como nós.
-Alguém como eu? – Ele pergunta.
-É um cara herdeiro dono de o chaebol, até os garotos mais ricos da nossa escola vieram pedir desculpa por medo do que você poderia fazer com eles -Jimin explica – Então porque alguém como você iria querer ser nosso amigo? Se é que isso é permitido!
-Eu gosto da sua noona –Diz Tehyung a Hoseok e Jungkook automaticamente segura a mão de Jimin para impedir ele de fazer alguma besteira, sempre tinha dito a Jimin o quão estúpido era ele nutrir sentimentos por ela, sendo que Hye Jeun sempre amou apenas o Yoongi hyung assim como ele sempre a amou de volta.
-Humpf, entra na fila então e vou avisando que é extensa – Responde Hoseok –Olha cara se esse é seu objetivo esquece de verdade!
-Bem esse não é meu objetivo, agora –Diz honestamente - Mas por causa desse sentimento eu fiquei curioso com tudo que se passa ao redor dela e ontem você me contou que é o primeiro aluno da seu ano, assim como Jeon Jungkook é do dele e eu gostaria de pedir ajuda a vocês com as minhas notas...vocês topam montar um grupo de estudos mesmo eu sendo eu e vocês sendo vocês?
-Você também é de humanas? – Pergunta um Jimin, ainda amargo pela declaração anterior feita pelo menino, talvez se eles fossem da mesma área esse sentimento estranho dentro de si fosse embora.
-Hum, da última vez que eu pesquisei eu de capricórnio, mas não sei não entendo de astrologia. - Tae responde coçando a nuca confuso.
Os três encaram Taehyung e percebem que ele realmente queria dizer aquilo! Hoseok e Kookie começam a rir, Jimin tinha encontrado sua alma gêmea intelectual, nunca acharam que isso seria possível!
^-^
-Eu vou e volto família! Tchauzinho – Hye Jeun dá um beijo na irmã se despedindo.
-Vai com cuidado filha! Você está levando alguma coisa pra comer se tiver fome? Guarda-chuva? Não se esquece de levar um casaco pelo amor de deus!
-Mãe, calma eu tenho vinte e seis anos lembra? – Ela ri da superproteção da mãe.
-Meu amor quando tiver filhos você vai entender que nem quando eles fizerem sessenta anos eles vão deixar de ser seus bebês! Fighting filha!– Senhora Jung sorri fazendo assim aparecer as marcas de expressão envolta dos olhos, Hye Jeun beija as bochechas dela.
-Não se preocupe, é como eu disse eu vou e volto -Hye olhou o visor do seu relógio, faltava uma hora pra aula começar tinha que se apressar para pegar o ônibus ou já iria começar o curso atrasada – E VOU E VOLTO PAI! – ela grita quando passa pela porta da cozinha.
-FIGHTING JUNG HYE JEUN! –Ele grita da cozinha.
- FIGHTING CHEFA!- Os auxiliares também gritam
Ela correu escada abaixo como costumava a fazer durante o colégio para pegar o seu ônibus e quando chega na esquina vê o ônibus parado no farol, “Deus eu tenho quase trinta anos, meu coração não tem mais força para esse tipo de coisa não!” Ela corre desesperadamente pela calçada até o ponto chega segundos antes do ônibus.
-Wow deveriam te inscrever nas olimpíadas de Tókio! –Diz o motorista assim que ela entra no ônibus.
-Concordo! – Hye Jeun afirma antes de se jogar no primeiro banco que encontra respirando profundamente, definitivamente estava ficando velha! Quando se ajeita no seu acento ela acha pela primeira vez em muito tempo, algo que também pertencia aos tempos do colegial.
“Min Yoongi ama Jung Hye Jeun! Ele escreve atrás de um dos bancos, Hye Jeun sentia as próprias bochechas arderem.
-Veja - ele diz apontando - Uma obra de arte, só seria melhor se ao invés de ter que escrever Jung eu pudesse escrever Min!
-Meu deus, você está tentando me comprometer até o último grau Suga! – Hye Jeun esconde o rosto entre as mãos.
-E qual seria o problema disso ein? Eu sou o homem com quem você vai casar e acho bom todos os babacas do mundo ficarem cientes disso! Wae, por que? Isso é algum problema nisso pra você? –Yoongi tenta parecer bravo, mas o máximo que conseguia era ser fofo.
-Não Suga! –Ela ri por ela ele poderia escrever por todas as paredes e pontes de Seul sobre o amor deles, não iria se importar! Gostava dele o suficiente pra entender que amaria ele pelo resto da sua vida.
-Ah, quando vai parar com esse apelido ridículo? – “Ele ficará mais reclamão quando envelhecer?” ela se pergunta.
-Você adoça a minha vida, sei que isso parecer piegas, mas é a realidade! Então que tal quando estivermos dividindo nosso columbário eu paro combinado?
-Ah essa garota! –Ele passa o braço sobre seus ombros e ela se acomoda ali – Acho que é por bobagens assim que eu te amo Jung Hye Jeun! – Assim que ele termina de se declarar ela deposita um longo beijo na bochecha dele as fazendo corar, mesmo envergonhado com a demonstração física de afeto Yoongi não se move um centímetro.
-Eu também te amo Min Yoogi!”
-Essa é sua forma de me dizer ‘Fighting’ bobo? – ela pergunta para o nada – Obrigada!
^-^
Seokjin decidia em que parte da sala iria sentar, se ele se senta se no fundo talvez Hye Jeun pensasse que ele não se interessava o suficiente pelo curso, mas se sentar na frente poderia demonstrar que ele só estava ali para o curso e ponto final. A sala não era grande, três fileiras três mesas para duplas em cada uma delas.
Perguntou-se onde um lugar como aquele tinha conseguido licença para ensinar aquele curso, aquilo estava uma completa decadência, decidiu sentar na fileira do meio na segunda cadeira, ninguém havia chegado ainda , então ele tirou a agenda e a caneta da bolsa que ele havia trazido consigo e colocou sobre a mesa, rabiscou algumas coisas na última página pra passar , um cachorro, sol, arco-íris, borboletas , cabelos bagunçados, vestido de alça, uma camiseta por baixo...
-UAU! Impressionante, você desenha muito bem! É a sua namorada? – A voz de Hye Jeun o surpreende e ele se apressa esconder –Caramba, você não é o oppa da farmácia?
Ele franze a sobrancelha, como se estivesse tentando lembrar-se dela, agradeceu as aulas de teatro durante o ensino médio mentalmente.
-Irmã Hae Soo? –Ela sorri e Seokjin definitivamente iria visitar o cardiologista pra descobrir se tinha arritmia cardíaca, ele se dá conta de que já está sorrindo de volta – Hum, quer ser minha dupla hoje?
-Ye, sim por que não? – Ela coloca um caderno sobre a mesa e um estojo – A propósito, meu nome é Jung Hye Jeun!
-Muito prazer, eu sou Kim Jin! –Ela se ajeita na cadeira.
-O que trás alguém que desenha a aulas de administração? –Pergunta.
-Hum, necessidades financeiras! Acho que vai ser mais fácil conseguir um emprego já que o setor do curso que fiz na faculdade está em crise no momento; então cá estou! –Tinha ensaiado a tarde inteira para responder a perguntas como essa – E você?
-Uau, bem eu quero poder dar descanso aos meus pais, eles já trabalharam bastante a vida deles inteira, acho que está na hora de terem férias, então como filha mais velha... Cá estou! –Termina o imitando.
-Hae Soo tem sorte de ter uma irmã como você! Só tem ela? – Ele já sabia a resposta, por isso seria mais inteligente perguntar agora do que deixar escapar depois e arruinar tudo.
-A não, tem o do meio Hoseok! Mas eu quero que ele tenha a liberdade de fazer faculdade sobre alguma coisa que goste, assim como eu fiz! –Ele sorri, era tão bonito como ela falava dos irmãos, ele conseguia ver muito dos seus avós em Hye Jeun, isso aquecia seu coração de certa forma.
-Hum e no que você é formada?
-Gastronomia, primeira da sala! – Diz orgulhosamente, isso acabava de explicar aquela comida maravilhosa – Até trabalhei durante um tempo no Tavolo 24!
-Incrível! Você deve ser boa mesmo! – Ele sorri abertamente agora, a cada seis jantares de negócio dez eram naquele restaurante, então ele conhecia em o nível que um chefe deveria ter para cozinhar naquele restaurante – Fazendo propaganda assim vou acabar indo comer lá!
-Pode ir, vou preparar um prato especial pra você!
-Boa noite classe – Seokjin tinha ficado tão entretido com Hye Jeun que nem percebeu que a sala tinha enchido e o primeiro instrutor entrado na sala.
A primeira aula era Contabilidade I, Hye Jeun se concentra totalmente na aula, mesmo sendo complicado com um cantinho da sua mente lhe dizendo o quão bonito o homem sentado ao seu lado era, prioridade aquele curso era sua prioridade máxima naquele momento, então precisava ter foco.
Ela tinha se tornado relativamente boa em cálculos já que ficava competindo com JuDa o primeiro lugar na escola, lembrava como as duas se odiavam por um tempo por conta disso, mas depois construíram uma bela amizade. Esperava que ninguém houvesse descoberto que JuDa havia facilitado a sua entrada na empresa Kim!
Seokjin observava atentamente Hye Jeun , não precisava prestar atenção na aula, só pela introdução que o professor havia dado já tinha uma noção até de como a prova seria, então podia se dar ao luxo de ficar olhando pra ela, seria tão simples ir embora depois que conseguisse o que queria?
“Claro que seria! Que ideia absurda é essa Seokjin, você tem uma noiva, uma empresa pra cuidar não é hora de ter pensamentos absurdos! Você lembra exatamente o que aconteceu da ultima vez que pensou assim não lembra?” Se repreendeu.
-Ah - Soltou sem querer.
-Você não está conseguindo entender? –Hye Jeun pergunta, ela coloca o próprio caderno, com anotações no centro da mesa – É simples olha! – Ela mostra o caderno com as anotações e observações por escrito de cada equação, ela era o tipo de pessoa que aprendia melhor lendo sobre aquilo que estava estudando, no mínimo interessante – Se você precisar de ajuda pode me chamar esta bem?
-Valeu senhorita Jung Hye Jeun! –Ela era uma pessoa boa, boa demais, será que fora isso que levou o avô vender a casa pra ela? De qualquer forma não deveria ter feito aquilo, aquele lugar deveria pertencer a família Kim e ninguém mais.
-Pode me chamar de Hye Jeun! – Responde sorrindo, ela fazia muito aquilo, acionar a arritmia cardíaca de Seokjin. Ele levanta a mão mostrando o dedo mindinho.
-Vamos prometer aqui que vamos nos ajudar a sobreviver a esse curso! – Hye Jeun pode sentir suas bochechas arderem, mas entrelaça o seu mindinho no dele – Isso aqui é sério já vou avisando, sou um homem que leva muito a sério juramentos de dedinho!
Ela ri o mais baixo possível, Jin parecia ser uma pessoa agradável de conviver, deveria apresentar ele a JuDa formariam um bom casal!
-Combinado então! Eu sou uma mulher de palavra então não precisa se preocupar comigo, afinal fui eu que ofereci ajuda primeiro não é verdade?
-Sim! - O sorriso bobo surge no rosto de Seokjin sem que ele se de conta.
A aula passou que eles nem perceberam, fazia anos que Seokjin não ria tanto quanto ele tinha rido nas últimas horas, e o peso da dor que Hye Jeun carregava dentro de si tinha ficado um tanto mais leve, ela conseguia fazer piada de tudo, nem parecia à garota que tinha virado o escritório de cabeça para baixo e ameaçado cortar qualquer possibilidade dele gerar herdeiros.
-Então quando eu estiver bem velhinha eu vou viver com os monges! - Termina de explicar.
-Hum, nada de filhos ou casamento? - Seokjin estava intrigado com o fato de uma pessoa tão bonita e talentosa querer morrer sozinha.
Em geral era nisso que a maioria das pessoas mantinham isso em mente, se formar na universidade, trabalhar, ter uma vida estável , então casar e ter filhos...não que isso fosse remotamente a própria situação de Seokjin já que a fortuna com qual ele tinha nascido poderia tirar dez países da miséria. Mas ele via esse tipo de coisa nos dramas e filmes.
-Talvez na próxima vida... - Porque ela tinha uma promessa além da que tinha feito a Seokjin para cumprir! O sinal bateu e o professor liberou a sala, Hye Jeun recolheu suas coisas - Te vejo no mesmo horário amanhã?
-É um encontro! – Ele diz e pisca pra ela.
-Ei! Que liberdade é essa, menino? - Ele ri da expressão envergonhada dela –Bem, bye bye!
Ela caminha (corre) para fora da sala, coloca a mão nas bochechas que estavam ardendo como o inferno , quando chega à saída estava chovendo, ela não lembrava de ter pego o guarda chuva ou de ver ele na sua bolsa quando foi pegar o material, aquela mania que a sua mãe tinha de sempre estar certa irritava!
-Ah! O que faço agora? – Ela estica a mão para fora e deixa algumas gotas a molharem, estava relativamente forte, iria chegar encharcada no ponto e o ônibus iria demorar séculos a passar! Jin para ao seu lado, pega um guarda-chuva vermelho na própria bolsa e o abre.
-Quer uma carona?- ele pergunta oferecendo o braço.
-Como você vai embora?
-Hum, estacionei minha moto a algumas quadras daqui posso te levar em casa se você quiser... Ou só até o ponto de ônibus se preferir! – Ele emenda assim que vê os olhos de Hye Jeun, que faz um biquinho enquanto pensa nas alternativas que tinha, por um lado poderia chegar em menos de meia hora em casa já que se tratava de uma moto, mas por outro lado ele poderia ser um psicopata – Não sou um psicopata! – diz adivinhando o que ela estava pensando.
-Seria exatamente isso que um diria… - Ela murmura.
-Mas não sou, sério nem de filme de terror eu gosto, uma vez meu irmão mais novo me fez assistir um dos jogos mortais e eu acabei vomitando, foi horrível! – Era a mais pura verdade, desde aquele dia nunca mais assistiu nada que fosse recomendado por Namjoon, aquele doente! – Eu sei que o ônibus pode demorar agora... Você pode segurar em mim com um braço e com o outro você leva o celular na mão, o que acha?
Aquilo era uma boa alternativa, se sentiria mais segura isso é certo! Ponderou durante mais alguns segundos e Jin não conseguia encarar mais aquele bico, aquela mulher ou era muito má ou não tinha a menor noção do efeito dela sobre os homens.
-Está bem, mas só dessa vez e amanhã eu trago algo para você comer como agradecimento combinado? –Ela estende a mão pra ele que prontamente a pega, ele estava conseguindo até que de maneira rápida se infiltrar na vida dela e isso o deixava satisfeito.
-Combinado, estarei esperando ansiosamente pela sua comida! – Jin da alguns tapinhas na própria barriga, Hye Jeun segura o braço dele que estava segurando o guarda-chuva e eles caminham em silêncio até a moto, ela ainda estava se perguntando se aquela era uma escolha sábia quando ele lhe da o guarda-chuva pra segurar abre o levanta o bando da pequena moto , que era como as de fazer entregas ele tira de lá dois capacetes com capas de chuva e entrega um de cada a Hey Jeun.
- Agradecida – Ela diz baixinho o que o faz rir, ela definitivamente não estava convencida de que ele não era um psicopata.
-Está com o celular na mão?- Ele pergunta assim que ela acaba de se encapuzar.
-Sim! - Ele sobe na moto, põem a chave na ignição e levanta um pouco da capa de chuva que havia posto.
-Você vai ter que colocar o braço por baixo, se não vai prender o meu e não vou conseguir guiar a moto está bem?
-Sim! – Ela responde baixinho novamente, isso estava começando a incomodá-lo.
- O que devo fazer pra senhorita acreditar que eu sou totalmente do bem? – Tá bom, talvez estivesse exagerando naquele “totalmente” afinal estava tentando tirar o teto daquela garota – A você tem que me dizer onde mora para eu saber o caminho! – Ela responde o endereço, tão baixinho quanto às respostas anteriores, o que tinha acontecido com aquela mulher? Assim que ela se ajeita no banco de trás ela passa o braço em torno do tronco de Seokjin.
-Se você tentar alguma gracinha eu tenho uma coleção de facões maravilhosa em casa que você vai conhecer intimamente está me ouvindo? – Aquela sim era a Hye Jeun, Seokjin contem o riso, não queria deixar ela mais nervosa do que já estava.
-Alto e claro comandante! – ele então da partida, Hye Jeun segurava o celular com tanta força que iria acabar quebrando ele, com o passar das ruas percebeu que Jin estava tomando o caminho certo e de preferência o mais curto, como ele conhecia tão bem os talhos? Então se lembrou do modelo da moto que ele usava, ele deveria fazer entregas como freelancer!
Aos poucos conseguiu começar a relaxar e aproveitar melhor o caminho de volta, o vento contra ela e Jin mesmo que acompanhado de água era estranhamente agradável, Hye Jeun fecha os olhos por alguns instantes e finge estar voando.
Seokjin percebe que a garota estava mais calma e sorri, ela já tinha o feito sorrir incontáveis vezes aquele dia. Jung Hye Jeun era especial e ele nem tinha como negar, a paixão que ela demonstrava por sua família, a determinação que ela carregava em cada fibra de si e como ela o havia feito pensar tanto nela nas últimas quarenta e oito horas!
Assim que chegam em frente ao restaurante Seokjin estaciona a moto, desceu primeiro para poder ajudá-la descer, ele tira o capacete da cabeça dela, seu cabelo estava todo bagunçado por causa dele, mas quando vai tentar ajeitar Hye Jeun deu um passo para trás.
-Acho que já trocamos skinship demais por hoje! Nó nem nos conhecemos direito e está me trazendo até minha casa Kim Jin!– Ela usa um tom de brincadeira, e Jin levanta os braços como se estivesse se rendendo, ela entrega a capa de chuva e faz uma pequena reverência – Me sinto muito grata Jin, de verdade!
- Não se preocupe, não precisa mesmo agradecer porque não fiz de graça! Quero uma marmita na minha mesa amanhã está bem?
-Está bem! Prometo não esquecer! Até amanhã então! - Hye Jun diz já se afastando.
-Até... - Antes mesmo de terminar de se despedir ela já havia partido e seu coração perdido o compasso novamente.
^-^
-Como foi o curso? –Pergunta Hoseok antes mesmo de ela conseguir tirar o casaco, Hye Jeun não sabia como responder, deveria falar sobre Kim Jin? De forma alguma! Melhor não.
-Hum, legal cálculo, economia só as coisas que eu mais amo na vida!- Diz de forma sarcástica- Mas eu gosto de exercitar a massa cinzenta que carrego então não vou reclamar! E o que o senhor está fazendo até essa hora acordado?
-Exercitando a minha- ele bate a caneta na própria têmpora – Mas já vou dormir!
-Okay, eu vou tomar banho então esse é seu tempo para dar a última revisada okay? – Ele encara a irmã.
-Mamãe disse que você tinha esquecido o guarda-chuva, como você não está toda ensopada da chuva? –“Pensa rápido, pensa rápido pelo amor de deus Hye Jeun!”
-Peguei um táxi, a chuva estava muito forte e o ônibus iria demorar demais, não ia doer nada gastar uns trocados pra não pegar pneumonia...
-A certo, vai lá tomar seu banho então, já vou terminar aqui!
Ainda bem que ele acreditou porque Hye Jeun não iria saber como explicar o porquê de um homem ter trazido ela até em casa!
Ela arrancou as roupas do corpo e ligou o chuveiro a água quente fez os músculos relaxarem, em todos seus vinte e seis anos, nunca ninguém além do Min Yoongi tinha sido permitido se aproximar tanto, o que estava acontecendo com ela? Qual era o seu problema afinal? Por que estava se sentindo tão afetada? Aish era melhor parar de pensar naquilo o mais rápido possível! Colocou seu pijama e voltou a sala de estar, onde Hosok acabava de recolher todo seu material .
-Deixe me ver seu rosto – Hoseok olhou pra ela sem entender e Hye Jeu começou a analisar, cutucou as costelas do irmão depois clavícula – Os meninos não estão atormentando vocês?
- De forma alguma, aquele menino Kim Taehyung colocou eles pra correr! – Explicou.
-Kim Taehyung? Um dos herdeiros do Império Kim? Por que?
-Hum, ele disse que é porque gosta de você! – Hye Jung lança um olhar descrente para o irmão, ele nem conhecia ela direito! – Eu sei o cara nem te conhece, mas fazer o que se a genética Jung é boa? E de qualquer forma isso ajudou bastante o Kookie, quem não ficou feliz foi o Jimin... Mas não dá pra agradar gregos e troianos não é mesmo?
-E você, como você se sente sobre isso?
-Depois de saber que minha irmã foi até o herdeiro principal do maior chaebol que existe e ameaçou cortar a linhagem dele fora, achei que a coisa mais inteligente a se fazer era manter um deles por perto, caso precise fazer um refém para salvar a nossa vida!
-Manter por perto? Como?
-Nós vamos formar um grupo de estudos com ele! – O cérebro de Hye Jeun deu uma travada.
-Vocês vão fazer o quê, com quem? –Ela deveria ter ouvido errado!
-Um grupo de estudos, com Kim Taehyung...vem noona vamos dormir que já está mais do que tarde! Amanhã você se preocupa com isso está bem! – Ele passa o braço pelos seus ombros e a começa a ‘guincha-la’ até o próprio quarto – Good night!
Ela não tinha ouvido errado, sentiu como se uma artéria na sua cabeça estivesse ao ponto de estourar.
^-^
Seokjin se joga na cama e repassa tudo que ele tinha feito aquele dia, como tinha sido logo, porém vantajoso! Mas não conseguia pensar muito além daquilo, precisava de uma noite decente de sono se não iria acabar diminuindo o desempenho na empresa e não poderia deixar ninguém desconfiar de nada!
“Seokjin caminhava por uma praia desconhecida, o sol estava bom ele fecha os olhos e aproveita para acumular vitamina D.
-Papai! – A voz de uma criança chama, quando ele abre os olhos novamente e uma menina muito parecida com Hae Soo acena pra ele que sorri em resposta – Mamãe e eu estávamos procurando o senhor! Vem, ela já ajeitou as coisas para o piquenique!
Ele a segue sem hesitar, depois de uns minutos eles chegam ao lugar do piquenique Hye Jeun estava sentada sobre a toalha que usara para colocar os alimentos, ela acena sorrindo e um calor se espalha pelo peito de Seokjin, ele caminha com a criança até ela.
-Querido, conseguiu relaxar um pouco? – Ele não diz nada só beija a testa dela e senta atrás da mesma, abraçando bem forte – Aconteceu alguma coisa?
-Não, nada! Só quero ficar perto de vocês um pouco!
-Papai, Mamãe! Também quero um abraço forte desses!- Seokjin e Hye Jeun abrem os braços e a filha se joga neles, que abraçam e depois fazem cócegas nela!
Depois de um tempo a pequena acaba dormindo nos braços de Hye Jeun e Seokjin aproveita pra descansar a cabeça nos ombros da esposa. Quando levanta a cabeça novamente a cena já mudou e quem está no lugar antes ocupado por Hye Jeun estava Chan Kae-in
-O que você? O que está acontecendo? Você foi embora! Você aceitou o dinheiro dos meus pais e foi embora! – Seokjin estava a ponto de começar a gritar.
-Você me esqueceu, Seokjin? Justo a mim? –As lágrimas começam a escorrer pelo rosto dela, aquilo era um sonho, não havia outra explicação! – Você disse que nunca iria me abandonar...
-Isso é um sonho, você não está aqui! – Ele fecha os olhos com força – Acorde Seokjin você tem que sair daqui!
-De mim você não pode fugir Kim Seokjin, juntos nós vamos comandar não só a Ásia, assim como a Europa e a América – A voz de Sophie dizia, sentiu as mãos dela lhe segurando pela camiseta – Não se atreva a estragar tudo por uma morta de fome está me ouvindo? Você não vai ter paz se o fizer eu não vou deixar esta me ouvindo!”
Ele pula na cama seu despertador está apitando, o que fora aquilo? Estava completamente transtornado! Quem Chan Kae-in achava que era pra começar a perturbar seus sonhos novamente? E Sophie para cobrar alguma coisa dele? Ela precisava dele não o contrário! Percebeu que uma lágrima escorria pelo seu rosto e rapidamente a secou.
E ele ainda por cima, tinha pela primeira vez perdido para o despertador, aquelas mulheres o que elas estavam fazendo com ele? Principalmente Hye Jeun, tinha que encontrar uma forma de executar seu plano de forma rápida e eficaz antes que acabasse se envolvendo demais.
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O que foi o movimento de eugenia no Brasil: tão absurdo que é difícil acreditar
O que foi o movimento de eugenia no Brasil: tão absurdo que é difícil acreditar
Eugenia é um termo que veio do grego e significa ‘bem nascido’. “A eugenia surgiu para validar a segregação hierárquica”, explica ao VIX a pesquisadora Pietra Diwan, autora do livro “Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo”.
Por TIAGO FERREIRA, do Vix
Como a eugenia nasceu
A ideia foi disseminada por Francis Galton, responsável por criar o termo, em 1883. Ele imaginava que o conceito de seleção natural de Charles Darwin – que, por sinal, era seu primo – também se aplicava aos seres humanos.
Seu projeto pretendia comprovar que a capacidade intelectual era hereditária, ou seja, passava de membro para membro da família e, assim, justificar a exclusão dos negros, imigrantes asiáticos e deficientes de todos os tipos.
Para isso, ele analisou a biografia de mais de 9 mil famílias.
“Galton pretendeu estender as implicações da teoria da seleção natural, indicando que os seus estudos demonstravam que além da cor do olho, feição, altura e demais aspectos fisiológicos, também traços comportamentais, habilidades intelectuais, poéticas e artísticas seriam transmitidas dos pais aos filhos”, descreveu o pesquisador Valdeir del Cont, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O projeto da eugenia foi apresentado ao mundo pela Grã- Bretanha e colocado em prática pela primeira vez nos Estados Unidos.
Movimento de eugenia no Brasil
O Brasil não só ‘exportou’ a ideia como criou um movimento interno de eugenia.
Médicos, engenheiros, jornalistas e muitos nomes considerados a elite intelectual da época no Brasil viram na eugenia a ‘solução’ para o desenvolvimento do país.
Eles buscavam, portanto, respaldo na biogenética (ou seja, nos estudos e resultados de pesquisa de Galton) para excluir negros, imigrantes asiáticos e deficientes de todos os tipos. Assim, apenas os brancos de descendência europeia povoariam o que eles entendiam como ‘nação do futuro’.
Segundo a antropóloga social Lilia Schwarcz, a eugenia oficialmente veio ao país em 1914, na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, com uma tese orientada por Miguel Couto, que publicou diversos livros sobre educação e saúde pública no país.
Couto via com maus olhos a imigração japonesa e anos mais tarde, em 1934, seria um dos responsáveis por implementar um artigo na Constituição da época que controlava a entrada de imigrantes no Brasil.
Nos primeiros anos do século XX, porém, havia no Rio, então capital brasileira, a ideia de que as epidemias brasileiras eram culpa do negro, recém-liberto com a abolição da escravatura (1889).
Portanto, para parte da elite intelectual da época, a eugenia seria uma forma de ‘higiene social’, tanto que “saneamento, higiene e eugenia estavam muito próximas e confundiam-se dentro do projeto mais geral de ‘progresso’ do país”, conforme assinalou a pesquisadora Maria Eunice Maciel, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Renato Kehl: o pai da eugenia no Brasil
Quando se deparou com a tese orientada por Couto, o médico e sanitarista Renato Kehl (1889-1974), considerado o pai da eugenia no Brasil, achou que a comunidade científica tinha que se esforçar mais.
Ele acreditava que a melhoria racial só seria possível com um amplo projeto que favorecesse o predomínio da raça branca no país.
A professora Maria Maciel enumera algumas das ideias de Kehl: “segregação de deficientes, esterilização dos ‘anormais e criminosos’, regulamentação do casamento com exame pré-nupcial obrigatório, educação eugênica obrigatória nas escolas, testes mentais em crianças de 8 a 14 anos, regulamentação de ‘filhos ilegítimos’ e exames que assegurassem o divórcio, caso comprovado ‘defeitos hereditários’ em uma família”.
Kehl conseguiu trazer diversas autoridades médicas para levar o projeto de eugenia adiante: um deles é Gonçalves Vianna, da então Liga de Higiene Mental do Rio Grande do Sul. Outra figura bem conhecida era o radialista Roquette-Pinto, que liderou o Congresso de Eugenia no Rio, em 1929.
Nesse congresso, que reuniu dezenas de médicos e biólogos favoráveis à ideia de eugenia, eles classificaram pessoas com deficiência, como cegos, surdo-mudos e pessoas com deficiência mental, por exemplo, de ‘tarados’ – ou seja, um mal a ser combatido para que a ‘raça superior’ prevalecesse.
Mulheres eram tidas como ‘procriadoras’ e a eugenia, para eles, era uma forma de “advertência do perigo que ameaça a raça com o feminismo”, como assinalou Maciel.
Na mesma época, chegou a ser organizado um “Concurso de Eugenia” que serviria para premiar as 3 crianças que “mais se aproximassem do tipo eugênico ideal”, conforme anunciava o cartaz.
As ‘vencedoras’ do concurso eram todas garotas, brancas, que foram classificadas como “boas procriadoras”.
Segundo Pietra Diwan, em escala nacional e política a eugenia era um “superprojeto”, porque permitia identificar as características raciais e físicas consideradas ‘ruins’ pelos mais ricos da época e “cortar o mau para desenvolver apenas as boas características em cada pessoa”. Intelectuais contra e a favor da eugenia
Quem era a favor
Nas décadas de 1920 e 30, o pensamento eugenista cooptou muitos nomes influentes, como Júlio de Mesquita, proprietário do jornal O Estado de S. Paulo; Oliveira Vianna, jurista e sociólogo considerado ‘imortal’ pela Academia Brasileira de Letras; e o fundador da Faculdade de Medicina em São Paulo, Arnaldo Vieira de Carvalho – que dá nome à conhecida “avenida doutor Arnaldo”, no centro da capital paulista.
O renomado autor de “Sítio do Picapau Amarelo”, Monteiro Lobato, não só era bastante próximo de Renato Kehl, como chegou a escrever um livro baseado nas ideias de eugenia.
Publicado em 1926, “O Presidente Negro – O Choque das Raças” falava de um homem negro que assumiria a Casa Branca no ano de 2228 e uniria todos os brancos dos Estados Unidos a ponto de esterilizar e exterminar os negros de seu país.
Pouco depois de lançar o livro, Lobato menciona o amigo em termos que hoje soam assustadores:
“Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. Precisamos lançar, vulgarizar estas ideias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha”.
Não tinham opinião clara
Após a proclamação da República, o Brasil vivia um novo momento. Os negros recém-libertos disputavam mercado de trabalho com imigrantes de diversas partes do mundo (como Japão, Itália, Síria e judeus refugiados, para citar alguns), fazendo com que a unidade brasileira fosse repensada.
Foi nesse contexto, em 1933, que o escritor pernambucano Gilberto Freyrepublicou “Casa Grande e Senzala”, livro que revolucionou a antropologia brasileira ao mostrar como a miscigenação tornou-se um traço único do Brasil.
Pietra Diwan afirma, porém, que as ideias de Freyre não se tratavam de um contraponto à eugenia. “É controverso. Na minha visão, ele tenta justificar o preconceito no Brasil através da miscigenação. Ele critica sim a segregação. Mas o perigo da miscigenação nesse contexto é o branqueamento, que se tornou a proposta de alguns: ‘bom, vamos miscigenar porque branqueia e elimina os caracteres ruins da sociedade’”.
Freyre era próximo de Renato Kehl e considerado um dos grandes gênios brasileiros por Monteiro Lobato. Ainda assim, diz Pietra, “Freyre não era do movimento eugenista. Digo que ele é entendedor”.
Nem mesmo os modernistas, que tinham como proposta enaltecer a ‘raiz’ do Brasil no campo da literatura e das artes plásticas, foram totalmente contra a eugenia. “Grande parte dos modernistas seguiu em busca de um país natural, puro, das imagens dos indígenas, mas eles excluem completamente os negros. Eles não contemplam a totalidade da sociedade brasileira naquele momento”, reflete Pietra.
Quem era contra
Um dos maiores opositores ao ideal de eugenia foi o médico sergipano Manoel Bonfim. Em 1905, ele publicou uma obra que irritou a comunidade médica: o livro “A América Latina: males de origem”. Ele chamou a eugenia de “falsa ciência” e expôs o preconceito declarado dos europeus em relação aos latino-americanos.
“O livro é uma analise das causas da miséria e do atraso geral do continente, em que desmascarava o chamado racismo cientifico”, explica o sociólogo Jefferson Medeiros, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “A formulação dada por Bomfim em contraposição ao que era vigente na época sobre o fator das raças serem as causas do subdesenvolvimento leva-o a formular a tese do parasitismo social”.
(Parasitismo social é a ideia de que os países ricos invadem as nações para extrair a riqueza e fazer dos nativos uma classe dominada.)
(h4>Eugenia na atualidade
Relatos e provas da violência generalizada devido ao Holocausto promovido pela Alemanha nazista fizeram com que houvesse um “constrangimento internacional em relação à eugenia”, segundo Pietra.
De qualquer forma, esse pensamento persiste, sim, em nossa sociedade. “Se hoje não existe uma eugenia institucionalizada, existe um pensamento eugenista incrustado na mente do brasileiro. Não nos damos conta porque ele é tão naturalizado, que a gente vê sempre como uma piada ou uma justificativa de diferenciar o seu lugar em relação ao outro”, explica a pesquisadora.
Piadas corriqueiras como “segunda-feira é dia de branco” ou “sou pobre, mas sou limpinho” são alguns exemplos de como a eugenia chegou aos nossos tempos.
Pietra atribui a persistência desse discurso aos programas televisivos, ou seja, “a indústria de consumo e a cultura de massa no Brasil”. Mais uma vez, trata-se de uma herança norte-americana. “Essa cultura vem essencialmente dos Estados Unidos, através de Hollywood e dos bens de consumo”, diz a pesquisadora.
“O termo eugenia pode ter desaparecido, mas as perguntas, o pensamento e a preocupação permaneceram”, diz a pesquisadora brasileira, que atualmente trabalha sua tese de doutorado relacionando a eugenia nos Estados Unidos.
Pietra diz que, naquele país, a eugenia é institucionalizada nas relações sociais – algo que se comprova com a clara distinção entre brancos e negros em todas as esferas.
Portal Géledes
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Tinha sido um bom ano na Hackley, ganhamos algum título como cheerleader? Não, mas ainda sim foi bastante divertido. Estava chegando o baile e eu só queria agradecer as pessoas que se uniram para fazer nosso baile acontecer junto com a Trinity, porque a maioria das formandas eram da minha equipe e com certeza nenhuma delas iriam aceitar ir ao baile comigo, pelo tanto de cantada barata que levaram ao longo desses anos. Talvez a parte mais engraçada disso tudo, era que toda vez que alguém passava pelos corredores, meninas suspiravam esperando o convite para o baile, sendo que elas também poderiam fazer isso se quisessem. Após as trocas de aulas, enquanto vários alunos atravessavam os corredores indo de uma sala a outra, observei Paris sozinha, por algum milagre, eu achava que os dois fieis escudeiros dela da campanha de presidente de classe eram obrigados a ficarem a postos a seu lado em período integral, pelo visto eles tinham alguma folga. Então, me aproximei dela, encostando meu ombro no armário ao lado, enquanto a observava. – Clarington, como vai? – Esbocei um sorriso de canto, enquanto esperava que sua atenção se voltasse a mim. – Eu sei que você deve estar muito ocupada com toda a sua carreira de presidente estudantil em nossa escola, e imagino o quão cansativo deve ser tudo isso para você, afinal os alunos daqui não são nada fáceis de lidar. – Coloquei uma mão no bolso da calça, enquanto olhava brevemente para as pessoas que passavam no corredor e como elas me encaravam naquele momento, provavelmente sabendo o que eu estava fazendo ali. – Então, vim te propor uma pausa disso tudo, uma noite para você descansar e focar somente no que quiser, afinal uma presidente tão eficiente também merece os seus momentos de diversão, e acho que a noite de princesa deve ser um consenso quase universal entre meninas. – Tomei cuidado para manter minhas mãos no bolso, para não fazer qualquer gesto de aproximação, porque a escola inteira sabia da crise da garota com germes e coisas do tipo, mas quando meu olhar passou por cima de sua cabeça e vi Jeremiah saindo da sala, resolvi apressar as coisas, porque era capaz da coisa desandar ali. – Paris Clarington, você aceitaria ir ao baile de inverno comigo? Prometo tentar me comportar.
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ELISA LUCINDA: Para que Regina Duarte se vista com as roupas e as armas de Malu Mulher
"Toda vez que um artista apoia ou se omite diante de um governo que não respeita os direitos humanos, está traindo seu povo, está traindo o povo que acreditou nele e nele se espelhou"
Um dia recebi do nada um telefonema: “Elisa, sou eu. (E disse o primeiro nome.) Olha a gente vai participar de um elenco em que seremos melhores amigas, acho que a gente tem que se conhecer. Você quer vir na minha casa tomar uma sopa que eu faço, ou eu vou na sua? Nós temos que comer juntas”. Fiquei muda do outro lado. Era a voz dela. Muito famosa, conhecida . Eu era fã. Tinha já meus fãs de teatro e meus leitores, mas nunca uma coisa forte de audiência como uma novela das oito, o que era o caso. Foi na minha casa o primeiro encontro. Divertida, informal, sem frescura, de sandália de dedo, sorridente, leve. Era de tarde. Fiz um bolo pra nós. Durou pouquíssimo tempo para descobrirmos que éramos aquarianas, que tínhamos estudado declamação, que ela também era do curso de comunicação, que adorava caderninhos, desenhos, decalques, e o melhor, nutria um fraco irresistível por liquidações! “Olha esse vestidinho, gostou? Não é lindo?” Amei. “Trinta e oito reais”. Ríamos.
Na novela, sempre atenta estudiosa do texto, trazia ele compreendido, sugerido, marcado, criticado. Estava ali uma mulher generosa com a figuração, com os profissionais, carinhosa com todos, parceira com os colegas que tinham menos experiência de televisão do que ela, inclusive eu. E por isso se destacava. Sempre me acalmava com um bom ensinamento diante das minhas inquietações. “Não se preocupe com detalhes, que um errinho assim não tem tanta importância. Não leve isso pra cama. São tantos capítulos que a coisa dilui. Você tem que acertar é a personagem!!! Quando acertamos a personagem tudo nela faz sentido, até o erro.” Uma artista veterana e mestra naturalmente.
Nossa prosa era sem fim. As conversas tinham o irreverente frescor das mulheres livres.
Líamos poesias. Fomos desenvolvendo uma espécie de amor, uma amizade forte, profunda, sincera, que apareceu no resultado do trabalho; aliás, digo sem medo, brilhou no trabalho. Os bastidores costumam ir pra tela, pra cena, pro palco. Uma vez ela se emaranhou numa luta anti-racista junto comigo, quando um cabeleireiro insistia que eu devia alisar o cabelo para poder compor a personagem de uma médica na novela, e este ainda justificou que assim seria mais asséptico!! Aquilo deu num furdunço de onde não arredou pé, ali, ao meu lado, flagrando e denunciando aquele racismo escandaloso. Estava ali um ser humano sempre ligado à igualdade, no trato igualitário com todas as pessoas. E defendia isso. Era comovente ter uma colega assim. A amizade cresceu! Inquieta, sempre se envolvendo em ousados projetos desafiantes, ela seguia. Topou ir de coração aberto lá em Vitória, no Espírito Santo, desfilar numa escola da qual fui enredo, em 2012 e que acabou por ganhar o carnaval. Fez jantar em sua casa para mim e para Geovana Pires, conclamando a classe de Sampa para ver a nossa peça “A natureza do olhar”, disse coisas incríveis sobre o libertário “Parem de Falar Mal da Rotina”, o divulgou em suas redes e foi a mim que o fã clube dela pediu um texto para abrir a sua exposição de obra e vida. Depois inaugurou em sua casa no Rio um espaço multiuso, para ensaios, teatro, cinema, música.
Quem era essa? Era a mulher cujos passos segui desde adolescente, quando a vi representar o feminino de uma época e desembarcar da “Namoradinha do Brasil” para Malu Mulher numa majestosa competência que lhe rendeu três prêmios seguidos de melhor atriz de TV por essa série. Acreditei naquilo. Sem reservas. Falava em favor do direito ao aborto, da divisão de tarefas entre pai e mãe, dos direitos das mulheres, da violência psicológica doméstica, de separação… Uma ousadia. Tinha gente que dizia que a personagem era comunista. Pais conservadores temiam a “influência” da independente criatura anti-machista. A irreverente Malu Mulher é uma heroína nossa, pioneira daquele tempo, nunca houve outra daquele jeito naquela hora inaugural. As mulheres se viam representadas por ela num grau tão fabuloso que aquilo fez um estrondo na audiência. Afinal a personagem era afinada com a pauta da emancipação feminina, antenada com sua entrada definitiva no mercado de trabalho. Sua nova postura diante das mudanças no mundo e a necessidade de uma educação sexual contra tanta caretice e opressão. Era a emancipação feminina no centro da conversa. Malu falava de escolhas, do direito à uma profissão, ao planejamento da prole, e ainda educava a filha adolescente com uma sinceridade nada moralista, coisa nunca antes vista. Um exemplo. O feminismo urbano brasileiro bebeu certamente na fonte de Malu Mulher. Eu bebi. Ela provou que era possível começar de novo.
Clique aqui para ver trecho do episódio que tratou do aborto (“Ainda não é hora”), com a participação de Lucélia Santos
Na semana passada, em que adormeci pensando muito nisso que agora escrevo, despertei com o vídeo de Zélia Duncan, no seu excelente diário “Zóio no Zóio”, em que ela falava isso, da força de Malu na vida dela, nas suas coragens e desafios, na importância dela pra nossa geração. Isso me deu mais ainda a dimensão dessa heroína no imaginário da feminista de hoje. Confirmou. Não dá para acreditar que era apenas uma personagem, porque Regina Duarte também se representava ali. Os conteúdos da sua protagonista se cruzavam sem dificuldade com as lutas da artista e da mulher que ela era naquele momento. Representava seus amores, seus casamentos, suas separações, as questões práticas dos casais separados, os assuntos de maternidade e paternidade sob o olhar daquele novo tempo. A “Namoradinha do Brasil” cresceu e se transformou numa espécie de feminista pra ninguém botar defeito, através de Malu. O que aconteceu exatamente não sei. Só vejo suas posições políticas de hoje não combinarem com essa personagem que também a consagrou e que tinha por trás uma atriz moderna, feminista na prática, tendo que ser mãe, profissional e ainda ser respeitada. Por mais que possa parecer contraditória toda a história, eu sei que a mulher que conheci não foi uma invenção.
A saída de Roberto Alvim, ex-secretário de Cultura, se deu, como sabemos, porque ele escancarou o jogo e entregou o segredo de uma direita que queria se estabelecer nos moldes nazistas, sem que ninguém percebesse. Não era pra gritar. Resultado: atingiu os judeus, os ricos, e entregou o esquema ideológico. Mas o roteiro existe. Ainda bem que caiu seu prêmio de arte nacionalista absurdo, mas o roteiro do espetáculo está montado nessas bases e é bom que fique bem claro que nós não queremos que mudem só os atores desta trágica ópera, nós queremos é outra peça.
Regina Duarte é cheia de amigos atores, intelectuais, gente que foi perseguida na ditadura, gente que esteve com ela nos palanques das Diretas Já. Mesmo que ela um dia tenha dito que tinha medo de Lula, ainda assim, não faz sentido que por ojeriza ao PT vá lustrar ideias e ações que agradem os torturadores! Ela tem também amigos judeus que não querem papo de nazismo no Brasil. Seu fã clube tem a presença substancial de gays, LGBTs em geral, ou seja, ela tem muitos amigos da grande tribo de Oxumaré. Por isso não pode ser verdade que ela aceite a indicação do presidente de que sejam vetadas pelo poder público obras sobre diversidade sexual. Amante das artes, de todas, não faria sentido ela conseguir ficar calada diante do escárnio do governo com os museus, com o patrimônio, com a ciência! Tampouco fará sentido ela estar confortável num governo que postula, entre outros absurdos, a abstinência sexual de jovens. Seria um tiro no pé. Sei das suas posições ideológicas de hoje, que nada têm a ver com a combativa e moderna referida personagem. Mas tampouco calarei minha voz diante da usurpação de um direito: o direito constitucional à cultura e mais, num estado laico. Mesmo os que não escolheram este presidente e que não apoiam suas fascistas ideias têm direito a uma vida educacional, artística, cultural à altura da nossa democracia. Não vamos ficar passivos vendo a demolição.
Não vou aqui desrespeitar a Secretária de Cultura do ponto de vista pessoal e nem compactuo com misóginas baixarias ofensivas à sua pessoa, à sua condição feminina. Não gosto de jogo baixo.
E nem aplaudo nada que eu não concorde. A nossa amizade nasceu de uma ficção. Uma intuição de Manoel Carlos. Mas todo o levante feminista nutrido por Malu foi de verdade. Nunca precisamos tanto da destemida e libertária coragem daquela mulher. Nossa revolução bebeu ali. Ninguém inventou. Acho que aqui está uma ingênua evocação da Malu Mulher! A referência nela me fez crer que a classe artística cultural, que se encontra tão isolada neste momento, vítima da guerra ideológica exercida contra ela, pudesse ter algum diálogo com quem está ali, pago com nosso dinheiro para cuidar de nossa cultura sem discriminação, sem critérios religiosos, e outras patrulhas.
Pouca gente quer sair na foto ao lado dela hoje porque a Regina de Malu Mulher não pode apoiar a censura, o racismo, a homofobia, o machismo. Isso dá um nó na cabeça da gente. Aquilo não era só uma personagem, aquilo era mais. Malu representava os anseios daquela geração. Portanto não há uma Marielle sequer que não seja descendente daquele feminismo que Malu Mulher encarnou. A série fez com que milhares de mulheres cantassem a sério o tema do Ivan Lins na voz de Simone com toda a verdade possível: “Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena ter amanhecido, ter virado o barco, ter virado a mesa, ter sobrevivido…”. Era o hino, o hino da independência feminina!
As personagens que fiz posso acessá-las se quiser durante a vida. Creio nisso. Estamos vivendo momentos tensos. O povo brasileiro, o povo que ama tantos seus artistas, merece ser cuidado e considerado por nós. Toda vez que um artista apoia ou se omite diante de um governo que não respeita os direitos humanos, está traindo seu povo, está traindo o povo que acreditou nele, que confiou nele, e nele se espelhou. Uma artista aceitar este cargo tão importante para o futuro do país, num governo inimigo das artes, da filosofia, da ciência, da liberdade de expressão e da poesia, só poderia estar pensando em nos defender neste cargo. Precisa-se de uma revolucionária ali. Na minha ingenuidade, queria que Regina entrasse numa cabine telefônica, dessas que restaram, e ali dentro se transformasse numa Malu Mulher e saísse espalhando justiça, provocando discussões avançadas num país livre, e ainda puxasse uma campanha para liberar “Marighella”, o filme proibido de nosso Wagner Moura. Algumas vezes escrevendo essa crônica chorei. Ser sincera afeta. E afeta a ponto de a palavra doer. Se ela for lutar pela arte como Ministra da Cultura vai ter que receber o espírito da Malu Mulher, aquela entidade ativista e subversiva.
Se isso ainda puder acontecer, que lute como uma garota!
Elisa Lucinda, verão, 2020
Coluna cercadinho de palavras.
Jornalistas Livres
Foto: Regina Duarte na pele de Malu Mulher, personagem-título da série da TV Globo (1979-80)
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Tanto o domingo dos 55 anos da ditadura quanto o do primeiro da prisão do Lula são dias tristes
Quando senti as primeiras contrações, ainda no dia 29, comemorei: o garoto que agora tem 16 não faria aniversário junto com o golpe
Na primeira segunda-feira com 16, ele me devolveu o “1984” e debateu a reforma trabalhista. Tinha passado a semana inteira lendo sobre o tema. Era um trabalho pra escola, e a turma, dividida em grupos, representava os principais partidos do país, expondo, cada um, o seu ponto de vista. De paletó, e de posse dos seus 16 anos completados dois dias antes, ele saiu de casa com uma pasta do PSOL e uma dúzia de argumentos sobre as leis que protegeriam — ou não — o trabalhador brasileiro que ele um dia será.
Corta. Primeiro de janeiro de 2003. Grávida de sete meses do meu primeiro filho, assisto à posse do presidente Lula pela televisão. Meu então marido, petista ferrenho, se emociona ao ver o ex-sindicalista subir a rampa do planalto. Minha mãe e meu padrasto, conosco na casa de praia, se comovem também, assim como meu pai, que me telefona entusiasmado: “Vai ver o Paulo está certo, filha”. Era uma comunhão inédita. Na minha família de origem, o PT sempre foi considerado “coisa de comunista”. Eu, até ali acostumada a ficar dividida entre o senso de justiça do homem que eu amava e a admiração que sentia pelos meus pais, respirei aliviada: João nasceria sem as discussões políticas dos almoços de domingo.
Talvez por isso tenho escolhido exatamente esse dia: domingo, 30 de março. Quando senti as primeiras contrações, ainda no dia 29, e achando que teria meu bebê logo mais, comemorei: o garoto que agora tem 16 não faria aniversário junto com o golpe militar. Tudo isso se misturou três dias atrás, quando, ainda comovida com o cara que vi crescer tão de perto, acompanhei, nas redes sociais as manifestações de repúdio ao presidente, que insiste em relativizar a barbárie da nossa ditadura.
Não tenho nenhum respeito por Bolsonaro, e me espanta que ele esteja ocupando o cargo máximo de uma nação. Ainda assim, consigo enxergar ali um sujeito inteiro, que nunca escondeu de ninguém seus pensamentos preconceituosos e violentos. O mesmo não posso falar de muita gente que votou nele apenas porque odeia tudo o que o PT significa, usando o argumento — excelente, por sinal — da corrupção do partido como desculpa para a manutenção do que Gilberto Freyre muito bem resumiu em “Casa grande e senzala”.
Meu lugar é o da casa grande, e cresci achando natural haver, ao meu redor, empregadas domésticas que morreriam empregadas domésticas. Portanto, quando vi meu filho se debruçar sobre a reforma trabalhista, da qual, aliás, nada sei, só uma coisa me veio à cabeça: a velha luta de classes.
No próximo dia 7, Lula completará um ano preso. Se ele roubou? Muito provavelmente, apesar de considerar absurda uma prisão sem provas, decidida por um agora ministro do governo. Se é por isso que partes da minha família e do Brasil o odeiam? Não creio. Lula nasceu sindicalista e virou presidente, merece ser castigado, dizem as pessoas “de bem”.
Meu filho fez 16, carregando, orgulhoso, a pasta do PSOL. Um partido ingênuo, diria meu pai, a quem eu respeitava profundamente. Mas eu fico feliz, por, de alguma forma, ter a liberdade de pensar diferente. Aqui em casa, tanto o domingo dos 55 anos da ditadura quanto o de um ano da prisão do ex-presidente são dias tristes.
https://oglobo.globo.com/cultura/tanto-domingo-dos-55-anos-da-ditadura-quanto-do-primeiro-da-prisao-do-lula-sao-dias-tristes-23568909
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O COMUNISMO E O HOMEM DO SACO
Marcelo Teixeira
Tive um colega de infância a quem chamarei de Décio. Ele era vizinho de um casal de tios que sempre visitávamos. Décio era um tanto quanto difícil de lidar. A prova disso é que os demais garotos da vizinhança não gostavam dele. Encrenqueiro, metido a valentão e ao mesmo tempo chorão, Décio era um prato cheio para a gurizada, com quem vivia em atritos.
Eu e meu irmão nos dávamos bem com Décio. E com os primos dele, que moravam no mesmo bairro, bem ao lado da casa dele. Certa vez, uma de sua primas, mais velha que nós, estava chamando a atenção de Décio, não me lembro por quê. Acho que ele queria ir junto com ela e uma amiga a um mercado próximo. Como ele era birrento e atrevido, começou a insistir. Foi quando a prima disse que iria chamar o Bico Doce. Para quê? Décio prorrompeu em prantos. Chorou copiosamente, com medo do tal indivíduo. Eu regulava em idade com ele. Devíamos ter uns 7 anos. Na hora, fiquei sem entender quem ou o que seria aquele tal de Bico Doce e por que ele causara tamanho pavor no meu amigo.
Já havia tomado conhecimento de outros ‘parentes’ do ser de bico adoçado. Marcus, meu irmão, por exemplo, tinha medo do Homem da Cordinha. Como Marcus era muito espevitado e adorava soltar a mão dos meus pais e sair correndo feito um foguete, minha mãe dizia que, se ele se atrevesse a sair de perto dela, o Homem da Cordinha iria pegá-lo, amarrá-lo e levá-lo embora. Não me recordo de ter testemunhado tal ameaça. Sou mais novo. Além disso, sempre fui tranquilo. Marcus era rueiro; eu, o caseiro. Portanto, nunca fui advertido, ou melhor, ameaçado dessa forma.
Havia também o Homem do Saco. Um ser que poderia aparecer, enfiar a criança arteira num saco de pano e ir embora com ela para nunca mais. Muitos meninos e meninas morriam de medo, assim como tremiam só de pensar no Bicho Papão, que também poderia surgir do nada e abocanhar os capetas em forma de guris.
Isso tudo me veio à tona porque li recentemente, numa rede social, a seguinte postagem: “A ameaça de ‘comunismo’ exerce o mesmo papel do ‘homem do saco’ para adultos com capacidade cognitiva reduzida”. De fato, é vasto o número de gente que entra em pânico diante de uma ameaça comunista. Ela voltou há alguns anos, inclusive. E veio acompanhada de sandices como kit gay, mamadeira fálica e ideologia de gênero.
O medo de comunismo é antigo no Brasil. Em artigo publicado no site do jornal “The Intercept Brasil” em setembro de 2018, o jornalista Alexandre Andrada fala sobre essa farsa historiográfica engendrada por um partido político bastante conservador que existiu no País em meados do século passado – a União Democrática Nacional (UDN). Um partido que, convém frisar, era o queridinho da grande imprensa e de setores conservadores da classe média (sempre ela!). A UDN, no entanto, não era o partido favorito dos eleitores. Por isso, vivia perdendo. Tudo bem semelhante aos acontecimentos políticos tupiniquins de 2002 para cá. Quando pouco ou mal sabemos sobre nossa História, nada aprendemos com ela e tendemos a repeti-la.
Segundo Andrada, tudo começou em 1946 devido a uma briga envolvendo os partidos políticos então dominantes: a UDN, que tinha como principal nome o deputado Carlos Lacerda; o Partido Comunista Brasileiro (PCB) do senador Luís Carlos Prestes; o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de Getúlio Vargas e João Goulart; além do Partido Social Democrata (PSD), do qual Juscelino Kubitschek, que seria presidente da república de 1956 a 1960, era um dos membros. Essa farsa que mancha nossa História teve o apogeu em 1964, quando houve o golpe militar para livrar o Brasil da suposta – e mentirosa – ameaça comunista.
A UDN, durante os 20 anos em que viveu às turras com os demais partidos, tentava, de acordo com o apurado pelo jornalista, provocar uma cisão política no país por meio de notícias e editoriais falsos que falavam sobre o risco iminente de o Brasil virar comunista. Tanto que, em 1947, a justiça tornou ilegal a existência do PCB e cassou o mandato de seus membros.
Os udenistas adoravam odiar e odiavam perder. Mas perdiam. Perderam para Getúlio em 1950 e para Juscelino em 1955. Em ambas as ocasiões, se utilizaram de alguns jornais para semear o medo e a paranoia falando sobre a ameaça comunista que poderia tomar o país de assalto. Balela! Fizeram pior, no entanto: tentaram dar golpes, que foram devidamente abafados e debelados pelas forças legalistas, garantindo, assim, a continuidade do processo democrático.
Chegou, contudo, o ano de 1960. Com ele, um candidato a presidente que era governador de São Paulo. Um homem que era um fenômeno político e vinha com um discurso moralista que prometia varrer a corrupção. Um candidato que a UDN resolveu apoiar: Jânio Quadros. Como ele venceu as eleições, a União Democrática Nacional parecia finalmente ter chegado ao poder, e para ficar por um longo período! Só que, meses depois, Jânio renunciava alegando “forças ocultas”.
Àquela época, presidente e vice-presidente não compunham a mesma chapa. O eleitor votava em ambos separadamente. Como Jânio renunciou, assumiu quem o povo escolhera, por voto direto, para ser o vice: João Goulart, que era do PTB. Foi uma balbúrdia por parte do Congresso, que não queria um herdeiro político de Getúlio Vargas na Presidência. O que fizeram? Tentaram se articular para que Jango (apelido de Goulart) não tomasse posse. E apoiados por parte da cúpula do Exército.
Como a outra cúpula, principalmente a do Rio Grande do Sul de Leonel Brizola, resolveu garantir a posse de Jango, o melhor foi deixar que tudo transcorresse como reza o voto popular. João Goulart foi empossado, mas nunca conseguiu governar como queria devido a um parlamentarismo meia-boca que limitou seu campo de ação. Pena: ele tinha ótimas ideias progressistas que decerto contribuiriam para o avanço social do país.
Mal Jango tomou posse, a UDN e seus asseclas já vieram com as armas de sempre: suposta conspiração internacional para tomar o Brasil de assalto; alegações de corrupção desenfreada; tendências comunistas, inclusive nas forças armadas; revolução armada preparada pelo presidente e com o auxílio dos homens do campo, que chegariam às cidades armados até os dentes... Tudo invencionice da direita raivosa. Mas foi um prato cheio para que, em meio a uma crise econômica e a um ambiente de alta polarização política, os militares dessem um golpe. Um golpe que os udenistas queriam dar desde 1950, tentaram em 1955 e conseguiram em 1964. E que seus herdeiros resolveram repetir em 2016, sempre com as alegações de sempre: corrupção nunca dantes ocorrida e, como não podia deixar de ser, comunistas prestes a invadir o país, tomar a propriedade alheia, acabar com as famílias e toda sorte de disparates engendrados por uma elite que se arvora no poder desde a época do Brasil Colônia e não gosta de lideranças que ousam estender a mão aos menos favorecidos. Daí para apelar para o irracional e infundado medo dos comunistas é um pulo. Quem de fato estuda e conhece a História do Brasil sabe que nunca houve tentativa de implantar o comunismo no Brasil. Mesmo porque, o mesmo veio abaixo junto com a queda do Muro de Berlim, em 1989.
O que há nosso país, isso sim, é um sistema educacional deficiente que não forma cabeças pensantes; veículos de comunicação que, em sua maioria, não primam pela lisura e imparcialidade, mas por atender aos interesses das classes dominantes; políticos que atuam como aves de rapina para cima do erário; uma elite classista, inculta, sanguessuga e preconceituosa que não gosta dos pobres e tudo faz para suprimir seus direitos (algo que remonta desde os tempos da escravidão) e uma classe média (arquitetos, médicos, funcionários públicos, dentistas, empresários de médio porte etc.) que adora achar que pertence à elite. Por isso, esses profissionais liberais fazem questão de espezinhar quem eles empregam nas confecções, escritórios de advocacia, restaurantes, clínicas e similares. Só que, na hora de dividir o bolo, a elite, que se compraz em manipular a classe média, lhe dá as costas e volta à vida faustosa da qual adora usufruir. Aí, já é tarde: lá vai a classe média fechar as portas das lojas que abriu, abrir mão do plano de saúde, do financiamento do carro e da casa própria, da escola particular das crianças...
O verdadeiro Homem do Saco, Bico Doce ou Homem da Cordinha, portanto, não é o comunismo. É uma elite atrasada que manipula a opinião pública e tem políticos defendendo seus interesses com um único e específico objetivo: pilhar o país. Aliás, com o atual governo, vivenciamos o auge desse processo, com um bando de espertalhões utilizando o fantasma do comunismo para dar vazão a toda sorte de maldades.
Esqueçamos esse temor infundado de comunistas e invistamos em educação e informação de qualidade. Assim, teremos cada vez mais gente comprometida com nossas riquezas naturais, patrimônio cultural, soberania, ciência, saúde e muito mais que Bicho Papão algum ousará papar. Isso não tem a ver com comunismo, mas justiça social. E quando houver justiça social, todo mundo sairá lucrando, inclusive os mais favorecidos. Aí, não haverá baixa capacidade cognitiva que resista a tanto avanço!
P.S.: minha tia Alcidéa, que mora comigo, me disse que o Homem da Cordinha era, na verdade, um catador de papel que volta e meia passava na rua onde morávamos. Minha mãe armou tudo com ele. Ela falou para o Marcus que, se ele não andasse na linha, seria amarrado e levado embora pelo catador, que confirmou tudo. Coitado do meu irmão!
BIBLIOGRAFIA:
1- ANDRADA, Alexandre – O golpe de 64 não salvou o país da ameaça comunista porque nunca houve ameaça alguma. The Intercept Brasil, 22/09/18. Disponível em: https://theintercept.com/2018/09/21/farsa-historia-ditadura-militar-comunista/
2- FARIZA, Ignácio – É preciso apagar a ideia de que reduzir desigualdade é coisa de comunista. El País, 05/08/19. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/02/economia/1564739067_996880.html
3- SOUZA, Jessé – A elite do atraso, Editora Estação Brasil, 2ª edição, 2019, Rio de Janeiro, RJ. https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/02/economia/1564739067_996880.html
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Vital Brazil o incansável brasileiro que criou o soro antiofídico
Em 12 junho de 2020, publiquei aqui neste blog um texto com o título A Incrível História do Brasileiro que Ajudou a Fundar a OMS. Na reportagem, conto como o médico Geraldo de Paula Souza teve participação essencial na criação da maior entidade global de saúde. Para colher todas as informações, entrevistei a historiadora Mariana Dolci, doutora em ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Qual não foi minha surpresa quando, dias depois, recebi uma mensagem de WhatsApp da Mariana com uma sugestão dessas que jornalista nenhum pode deixar passar. Ela havia compartilhado comigo o contato de Érico Vital Brazil, neto de Vital Brazil (se escreve com Z mesmo), um dos mais importantes cientistas de nosso país durante os séculos 19 e 20.
Se você já esteve em São Paulo e andou pelos lados do bairro do Butantã, a Avenida Vital Brazil é uma das vias mais importantes da região. E, como você vai conferir nos próximos parágrafos, a escolha da homenagem justamente nessa região da capital paulista faz todo o sentido.
Curioso para saber mais sobre o assunto, escrevi para Érico, que gentilmente me respondeu e passou quase duas horas no telefone contando histórias fascinantes sobre seu avô e um Brasil do passado. Ajeite-se bem na poltrona ou na cadeira e venha comigo nessa viagem pela nossa história.
Os primeiros anos
Manuel dos Santos Pereira Junior era um homem à frente de seu tempo. Enfrentou a família e desistiu de um casamento arranjado para viver com o amor de sua vida, Maria Carolina Pereira de Magalhães. Para cada um de seus filhos, resolveu dar um nome diferente: foi assim que o primogênito acabou registrado em 1865 como Vital Brazil Mineiro da Campanha.
Vital porque nasceu em 28 de abril, dia de São Vital. Brazil porque era brasileiro, ora pois. Mineiro porque veio ao mundo em Minas Gerais — e, como você já deve ter sacado pelo ritmo da minha explicação, ele é natural de Campanha, município que fica na porção Sul do estado.
O nome de seus sete irmãos são um show à parte: Maria Gabriela do Vale do Sapucaí, Iracema Ema do Vale do Sapucaí, Judith Parasita de Caldas, Acacia Sensitiva Indígena de Caldas, Oscar Americano de Caldas, Fileta Camponesa de Caldas, Eunice Peregrina de Caldas. A diferença nos sobrenomes se deve ao fato de Manuel, o patriarca, trabalhar como caixeiro viajante — daí a distribuição geográfica de acordo com a cidade em que a família estava no momento de cada nascimento.
Um dos fatos mais marcantes da biografia de Vital Brazil aconteceu quando ele tinha cerca de 7 anos de idade. À época, ele, seus pais e irmãos moravam no município de Caldas. Foi ali que conheceram um pastor presbiteriano, que resolveu fixar residência e abrir uma escola na cidade. Manuel ficou encantado com o líder religioso e decidiu converter toda a sua família ao protestantismo.
Na esteira das mudanças, o pequeno Vital foi matriculado na escola presbiteriana, onde teve uma educação de rígida e de alta qualidade, que repercutiu por toda a sua vida.
Vital Brazil com seus pais e irmãos num retrato tirado no Rio de Janeiro na década de 1890Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
É ainda na infância que nosso personagem teve o primeiro contato com a medicina, o que possivelmente influenciou na sua decisão de seguir na área. Nessas andanças pelas terras mineiras, a família conheceu um médico sueco, que havia escolhido o Sul de Minas Gerais para criar um centro de tratamento contra a tuberculose.
Na intenção de produzir vacinas contra a varíola, o especialista europeu inoculou no braço do menino Vital o vírus causador da doença. A partir das feridas causadas pela infecção leve, ele extraiu o pus que serviu para imunizar outras pessoas da região.
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Faculdade: do sonhos ao diploma
Aos 15 anos, Vital já trabalhava para contribuir com a renda da família. À época, todos eles moravam na então pequena e pacata cidade de São Paulo. No período, o jovem atuou como bedel de colégio, professor, redator de jornal, entregador e construtor de estrada de ferro. Em sua cabeça, o sonho era reunir as condições para cursar medicina dali a alguns anos.
Para isso, contou com o esforço de seu pai, que enviou cartas requisitando apoio financeiros aos familiares mais ricos que pertenciam à classe política da elite mineira — um dos destinatários dessas cartas foi um primo distante (e futuro presidente da república) Venceslau Brás. Porém, a resposta recebida foi a pior possível. Um senador chegou a desmerecer Manuel, dizendo que ele era muito pobre para ter filho médico.
Apesar das dificuldades financeiras, Vital Brazil conseguiu se formar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1891, aos 26 anos. O diploma veio com muito sacrifício: o estudante passava a parte livre do dia trabalhando como professor ou escrivão de polícia para conseguir pagar as contas. O único momento que tinha para estudar era de madrugada — para não dormir, ele mastigava nacos de pão molhado e ficava com os dois pés dentro de uma bacia de água gelada.
Em seus anos na universidade, Vital foi aceito como estagiário de José Pereira Rego, o Barão de Lavradio, um médico com grande fama na então capital do país, o Rio de Janeiro. O barão foi um dos precursores do movimento sanitarista no Brasil, que propunha mudanças nas casas e na configuração das cidades para deixar os ambientes mais arejados, além de se preocupar com o impacto do lixo e do esgoto na saúde humana.
Volta à pauliceia (nada) desvairada
Com a proclamação da República em 1889, muita coisa se modificou na administração do país. Uma das alterações mais importantes aconteceu quando o médico Cesário Motta foi enviado para São Paulo com o objetivo de estabelecer uma estrutura de saúde pública na cidade. Em pouco tempo, foram criados os institutos bacteriológico, vacinogênico, de química e de distribuição de medicamentos para atender todo o estado paulista.
Vital Brazil foi convidado a trabalhar nesse projeto em 1892 e inaugurou o posto de inspetor de saúde em 1893. Sua principal tarefa era acompanhar e combater as doenças infecciosas que assolavam não só a capital, mas também os municípios do interior e do litoral. Ao longo de seus anos na função, o médico teve que lidar com surtos de febre amarela, varíola, cólera, entre vários outros.
Esse período também marca o contato de Vital Brazil com uma turma de respeito: ele virou companheiro de trabalho de nomes como Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Teodoro Sampaio e Victor Godinho, todos eles importantíssimos para o movimento sanitarista em voga na época. Juntos, eles trouxeram ideias novas e revolucionárias — caso dos cuidados com a higiene e com o saneamento básico como essenciais para a saúde pública.
O grupo de sanitaristas de São Paulo. Na foto, além de Vital Brazil, estão Emílio Ribas e Victor GodinhoFoto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
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Rumo ao interior
O fato de Vital Brazil trabalhar com doenças infecciosas gerava grande preocupação em sua família. Numa época em que vacinas e remédios praticamente não existiam, qualquer infecção por vírus ou bactéria representava uma sentença de morte. Em 1895, o médico contraiu a febre amarela e, após sua recuperação, ele foi vencido pelos argumentos de sua esposa para largar o cargo de inspetor público e procurar outros caminhos profissionais.
Pouco depois desse episódio, Vital recebeu e aceitou um convite para ser clínico-geral em Botucatu, a 238 quilômetros da capital paulista. Nesse período, a cidade do interior servia como um grande portal para o sertão e as terras inexploradas do noroeste paulista, do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
A vida de nosso personagem sofreu uma nova guinada quando ele foi atender uma menina de 14 anos que havia sido picada por uma cobra. Sem ter o que fazer, o médico viu a garota morrer em seus braços e decidiu que, a partir daquele dia, se dedicaria a encontrar um tratamento para acidentes com esses répteis.
Que fique claro: Vital já demonstrava interesse por essa área desde a época da faculdade, quando assistiu uma palestra de um especialista indiano a respeito do tema. Apesar de ter tentado explorar a área algumas vezes, havia uma grande dificuldade logística. Não existia nenhum laboratório no país com a capacidade de receber serpentes com segurança — como não tinha antídoto para o veneno, qualquer picada significava um perigo mortal.
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Ainda no interior, Vital resolveu construir um serpentário na frente de sua casa. Ele pagava para os moradores da região caçarem cobras vivas na natureza. O médico realmente mergulhou de cabeça no assunto e começou a estudar e fazer as experiências. Nessas sessões, descobriu que um grupo de cientistas franceses propunha o desenvolvimento de um soro a partir do veneno como solução para esse problema. Foi um daqueles momentos “eureca” de descoberta, tão raros na medicina.
Junto com um assistente, Vital Brazil extrai veneno de cobra em meados de 1900Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
Chegava a hora de dar adeus a Botucatu: Vital juntou seus pertences e voltou a São Paulo, onde começou a fazer seus experimentos no Instituto Bacteriológico, com o apoio de seus amigos Adolfo Lutz, então diretor da instituição, e Emílio Ribas, secretário de saúde do estado paulista.
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Crise no litoral
Apesar do franco crescimento, São Paulo estava longe de ser a locomotiva do país nessa época. Isso, claro, tinha repercussões na área da saúde, com um diminuto número de médicos para cuidar de muita gente. A fim de organizar o atendimento, Emílio Ribas dividiu responsabilidades e deu a cada dupla de profissionais de sua equipe o dever de acompanhar a situação sanitária de várias cidades paulistas.
Vital Brazil e o colega Bonilha de Toledo ganharam a incumbência de ficar de olho em tudo que estava ocorrendo em Santos, local estratégico onde muitas encomendas e cargas chegavam ou eram enviadas pelos navios. Tudo ia bem nesse trabalho até que, em 1899, surgiu a notícia de que um surto de peste negra (provocada pela bactéria Yersinia pestis e responsável pela pandemia mais devastadora da história durante a Idade Média) havia brotado na cidade do Porto, em Portugal, que tinha conexões e linhas de comércio frequentes com o município do litoral paulista.
Não demorou para que os primeiros casos suspeitos de peste negra fossem notificados em Santos. Vital Brazil desceu rapidamente para o litoral, com a intenção de coordenar as ações para que a doença não se espalhasse para a região e, quem sabe, afetasse todo o país. Mal sabia que, dali a alguns dias, ele mesmo seria infectado pela bactéria causadora da peste negra.
Preocupado com toda a situação, o governo federal resolveu enviar médicos do Rio de Janeiro para reforçar o time de combate em campo. E, num desses encontros fascinantes da história, coube ao jovem Oswaldo Cruz tirar o sangue e fazer o diagnóstico da doença em Vital Brazil. Ainda bem, nosso personagem principal se recuperou e pode seguir a carreira normalmente.
O sonho da casa própria
Com o surto de peste negra devidamente controlado, Vital Brazil voltou a São Paulo e logo recebeu uma ótima notícia: finalmente o governo aprovara a compra do terreno onde funcionaria um instituto para a produção dos seus soros antiofídicos — até então, tudo era feito no Instituto Bacteriológico, próximo à Avenida Paulista, onde não havia estrutura para receber as cobras (de onde era extraído o veneno) e os cavalos (em quem esse veneno era aplicado para que o soro fosse obtido).
O terreno escolhido para abrigar o novo centro de pesquisa era a antiga Fazenda Butantan, às margens do Rio Pinheiros, que ficava muito, mas muito, distante do centro da cidade — e pensar que, hoje em dia, esse mesmo local corresponde mais ou menos aos bairros de Pinheiros e Butantã, um dos polos econômicos mais poderosos e pungentes da capital paulista.
A compra do terreno foi oficializada em 8 dezembro de 1899. Em apenas 16 dias, Vital Brazil começou a trabalhar em seu laboratório no novíssimo Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan, que segue até hoje como uma dos centros de pesquisa e inovação mais importantes do Brasil e do mundo.
Já produzindo ciência de ponta numa boa velocidade, Vital Brazil se viu diante de uma nova polêmica: enquanto grupos de cientistas franceses defendiam a criação de um remédio único para lidar com todos os acidentes com cobras, o brasileiro apostava que, para cada veneno, deveria existir um tipo de soro específico. O avançar do conhecimento mostrou que nosso representante estava correto.
Vital Brazil extraindo veneno de cobra no Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo (atual Instituto Butantan)Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
A partir daí, Vital ganhou ainda mais fama e começou a representar o país em missões científicas por outros países. Na Exposição Universal de 1904 em St. Louis, nos Estados Unidos, o Instituto Butantan foi a primeira instituição brasileira a ganhar reconhecimento internacional com uma medalha de prata por suas pesquisas pioneiras.
Uma passagem curiosíssima com o médico aconteceu nos primeiros meses de 1916, quando ele estava na cidade americana de Nova York para um ciclo de palestras e reuniões. Numa madrugada, Vital Brazil foi acordado em seu hotel: um sujeito havia levado uma mordida de cobra no Zoológico do Bronx. Nenhum profissional de saúde tinha conseguido fazer algo. O brasileiro foi até o local, conseguiu produzir o soro e salvou a vida do paciente, que já agonizava por 72 horas.
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Mudança de ares
O cenário começou a ficar estranho para Vital nos últimos anos da década de 1910. Nesse período, seu amigo Oswaldo Cruz morreu, Emílio Ribas se aposentou e Adolfo Lutz aceitou um convite para trabalhar no Rio de Janeiro. A partir de 1919, sentindo-se isolado e incomodado com as interferências políticas em seu trabalho, o médico resolveu largar a direção do Instituto Butantan.
Com muitos convites para trabalhar no país e no exterior, nosso personagem escolheu a cidade de Niterói para construir o Instituto Vital Brazil, onde abriu um centro de pesquisas na área de medicina tropical. Com os contatos que tinha feito em suas passagens pelos Estados Unidos, ele conseguiu o investimento de grupos privados, como a Fundação Rockefeller, para financiar suas linhas de estudo.
Esse misto de parceria público-privada, aliás, foi outra grande sacada de Vital Brazil. Vacinado com o que vivenciara no Instituto Butantan, ele moldou sua nova instituição para que ela não sofresse tanto com as mudanças políticas, de cargos e de interesses que ocorrem a cada eleição.
Na década de 1920, Vital Brazil ficou entre indas e vindas do Rio de Janeiro a São Paulo. Em terras paulistas, assumiu por alguns anos a direção do Instituto Adolfo Lutz (o antigo Instituto Bacteriológico). No período, também se interessou por venenos de aranhas e passou a estudar e classificar as espécies mais frequentes no país.
Outro projeto genial que botou em prática nesses anos foi a criação dos postos antiofídicos. Ele incentivou a construção de entrepostos em vários locais do Brasil em que a comunidade levava cobras e recebia em troca o soro, para ter à mão em caso de problemas.
Esses centros eram instalados em locais com maior frequência de acidentes desse tipo — há registros dessas unidades na Paraíba, no Mato Grosso, em Goiás, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, em Alagoas e até no Acre! Se hoje a comunicação e o acesso a algumas áreas do país é difícil, imagine a situação no início do século 20.
Vital Brazil permaneceu firme no trabalho até 1949, quando resolveu se aposentar aos 84 anos. O pioneiro morreria um ano depois, em 1950.
Não merecia mais?
Ao terminar de ouvir toda essa história, não pude deixar de perguntar: com tantas contribuições, Vital Brazil não merecia um Prêmio Nobel de Medicina?
Érico, que é pesquisador e trabalha no Museu Casa de Vital Brazil, uma instituição familiar que reúne a obra do pesquisador, diz que ninguém sabe se seu antepassado chegou a ser indicado alguma vez ao prêmio da fundação sueca. “Meu avô acreditava que a ciência existe para dar respostas aos grandes problemas da humanidade. Apesar dessa missão tão nobre, ele sempre foi extremamente modesto e nunca aceitou um cargo de fundo político ou que não tivesse a ver com suas pesquisas”.
A personalidade reservada talvez tenha impedido Vital Brazil de alçar voos ainda maiores e conquistar certos reconhecimentos internacionais. Mas seu trabalho incansável repercute até hoje na vida de milhares de pessoas, que são salvas todos os anos graças ao seu legado.
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Vital Brazil o incansável brasileiro que criou o soro antiofídico
Em 12 junho de 2020, publiquei aqui neste blog um texto com o título A Incrível História do Brasileiro que Ajudou a Fundar a OMS. Na reportagem, conto como o médico Geraldo de Paula Souza teve participação essencial na criação da maior entidade global de saúde. Para colher todas as informações, entrevistei a historiadora Mariana Dolci, doutora em ciências pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Qual não foi minha surpresa quando, dias depois, recebi uma mensagem de WhatsApp da Mariana com uma sugestão dessas que jornalista nenhum pode deixar passar. Ela havia compartilhado comigo o contato de Érico Vital Brazil, neto de Vital Brazil (se escreve com Z mesmo), um dos mais importantes cientistas de nosso país durante os séculos 19 e 20.
Se você já esteve em São Paulo e andou pelos lados do bairro do Butantã, a Avenida Vital Brazil é uma das vias mais importantes da região. E, como você vai conferir nos próximos parágrafos, a escolha da homenagem justamente nessa região da capital paulista faz todo o sentido.
Curioso para saber mais sobre o assunto, escrevi para Érico, que gentilmente me respondeu e passou quase duas horas no telefone contando histórias fascinantes sobre seu avô e um Brasil do passado. Ajeite-se bem na poltrona ou na cadeira e venha comigo nessa viagem pela nossa história.
Os primeiros anos
Manuel dos Santos Pereira Junior era um homem à frente de seu tempo. Enfrentou a família e desistiu de um casamento arranjado para viver com o amor de sua vida, Maria Carolina Pereira de Magalhães. Para cada um de seus filhos, resolveu dar um nome diferente: foi assim que o primogênito acabou registrado em 1865 como Vital Brazil Mineiro da Campanha.
Vital porque nasceu em 28 de abril, dia de São Vital. Brazil porque era brasileiro, ora pois. Mineiro porque veio ao mundo em Minas Gerais — e, como você já deve ter sacado pelo ritmo da minha explicação, ele é natural de Campanha, município que fica na porção Sul do estado.
O nome de seus sete irmãos são um show à parte: Maria Gabriela do Vale do Sapucaí, Iracema Ema do Vale do Sapucaí, Judith Parasita de Caldas, Acacia Sensitiva Indígena de Caldas, Oscar Americano de Caldas, Fileta Camponesa de Caldas, Eunice Peregrina de Caldas. A diferença nos sobrenomes se deve ao fato de Manuel, o patriarca, trabalhar como caixeiro viajante — daí a distribuição geográfica de acordo com a cidade em que a família estava no momento de cada nascimento.
Um dos fatos mais marcantes da biografia de Vital Brazil aconteceu quando ele tinha cerca de 7 anos de idade. À época, ele, seus pais e irmãos moravam no município de Caldas. Foi ali que conheceram um pastor presbiteriano, que resolveu fixar residência e abrir uma escola na cidade. Manuel ficou encantado com o líder religioso e decidiu converter toda a sua família ao protestantismo.
Na esteira das mudanças, o pequeno Vital foi matriculado na escola presbiteriana, onde teve uma educação de rígida e de alta qualidade, que repercutiu por toda a sua vida.
Vital Brazil com seus pais e irmãos num retrato tirado no Rio de Janeiro na década de 1890Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
É ainda na infância que nosso personagem teve o primeiro contato com a medicina, o que possivelmente influenciou na sua decisão de seguir na área. Nessas andanças pelas terras mineiras, a família conheceu um médico sueco, que havia escolhido o Sul de Minas Gerais para criar um centro de tratamento contra a tuberculose.
Na intenção de produzir vacinas contra a varíola, o especialista europeu inoculou no braço do menino Vital o vírus causador da doença. A partir das feridas causadas pela infecção leve, ele extraiu o pus que serviu para imunizar outras pessoas da região.
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Aos 15 anos, Vital já trabalhava para contribuir com a renda da família. À época, todos eles moravam na então pequena e pacata cidade de São Paulo. No período, o jovem atuou como bedel de colégio, professor, redator de jornal, entregador e construtor de estrada de ferro. Em sua cabeça, o sonho era reunir as condições para cursar medicina dali a alguns anos.
Para isso, contou com o esforço de seu pai, que enviou cartas requisitando apoio financeiros aos familiares mais ricos que pertenciam à classe política da elite mineira — um dos destinatários dessas cartas foi um primo distante (e futuro presidente da república) Venceslau Brás. Porém, a resposta recebida foi a pior possível. Um senador chegou a desmerecer Manuel, dizendo que ele era muito pobre para ter filho médico.
Apesar das dificuldades financeiras, Vital Brazil conseguiu se formar na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1891, aos 26 anos. O diploma veio com muito sacrifício: o estudante passava a parte livre do dia trabalhando como professor ou escrivão de polícia para conseguir pagar as contas. O único momento que tinha para estudar era de madrugada — para não dormir, ele mastigava nacos de pão molhado e ficava com os dois pés dentro de uma bacia de água gelada.
Em seus anos na universidade, Vital foi aceito como estagiário de José Pereira Rego, o Barão de Lavradio, um médico com grande fama na então capital do país, o Rio de Janeiro. O barão foi um dos precursores do movimento sanitarista no Brasil, que propunha mudanças nas casas e na configuração das cidades para deixar os ambientes mais arejados, além de se preocupar com o impacto do lixo e do esgoto na saúde humana.
Volta à pauliceia (nada) desvairada
Com a proclamação da República em 1889, muita coisa se modificou na administração do país. Uma das alterações mais importantes aconteceu quando o médico Cesário Motta foi enviado para São Paulo com o objetivo de estabelecer uma estrutura de saúde pública na cidade. Em pouco tempo, foram criados os institutos bacteriológico, vacinogênico, de química e de distribuição de medicamentos para atender todo o estado paulista.
Vital Brazil foi convidado a trabalhar nesse projeto em 1892 e inaugurou o posto de inspetor de saúde em 1893. Sua principal tarefa era acompanhar e combater as doenças infecciosas que assolavam não só a capital, mas também os municípios do interior e do litoral. Ao longo de seus anos na função, o médico teve que lidar com surtos de febre amarela, varíola, cólera, entre vários outros.
Esse período também marca o contato de Vital Brazil com uma turma de respeito: ele virou companheiro de trabalho de nomes como Adolfo Lutz, Emílio Ribas, Teodoro Sampaio e Victor Godinho, todos eles importantíssimos para o movimento sanitarista em voga na época. Juntos, eles trouxeram ideias novas e revolucionárias — caso dos cuidados com a higiene e com o saneamento básico como essenciais para a saúde pública.
O grupo de sanitaristas de São Paulo. Na foto, além de Vital Brazil, estão Emílio Ribas e Victor GodinhoFoto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
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O fato de Vital Brazil trabalhar com doenças infecciosas gerava grande preocupação em sua família. Numa época em que vacinas e remédios praticamente não existiam, qualquer infecção por vírus ou bactéria representava uma sentença de morte. Em 1895, o médico contraiu a febre amarela e, após sua recuperação, ele foi vencido pelos argumentos de sua esposa para largar o cargo de inspetor público e procurar outros caminhos profissionais.
Pouco depois desse episódio, Vital recebeu e aceitou um convite para ser clínico-geral em Botucatu, a 238 quilômetros da capital paulista. Nesse período, a cidade do interior servia como um grande portal para o sertão e as terras inexploradas do noroeste paulista, do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
A vida de nosso personagem sofreu uma nova guinada quando ele foi atender uma menina de 14 anos que havia sido picada por uma cobra. Sem ter o que fazer, o médico viu a garota morrer em seus braços e decidiu que, a partir daquele dia, se dedicaria a encontrar um tratamento para acidentes com esses répteis.
Que fique claro: Vital já demonstrava interesse por essa área desde a época da faculdade, quando assistiu uma palestra de um especialista indiano a respeito do tema. Apesar de ter tentado explorar a área algumas vezes, havia uma grande dificuldade logística. Não existia nenhum laboratório no país com a capacidade de receber serpentes com segurança — como não tinha antídoto para o veneno, qualquer picada significava um perigo mortal.
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Ainda no interior, Vital resolveu construir um serpentário na frente de sua casa. Ele pagava para os moradores da região caçarem cobras vivas na natureza. O médico realmente mergulhou de cabeça no assunto e começou a estudar e fazer as experiências. Nessas sessões, descobriu que um grupo de cientistas franceses propunha o desenvolvimento de um soro a partir do veneno como solução para esse problema. Foi um daqueles momentos “eureca” de descoberta, tão raros na medicina.
Junto com um assistente, Vital Brazil extrai veneno de cobra em meados de 1900Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
Chegava a hora de dar adeus a Botucatu: Vital juntou seus pertences e voltou a São Paulo, onde começou a fazer seus experimentos no Instituto Bacteriológico, com o apoio de seus amigos Adolfo Lutz, então diretor da instituição, e Emílio Ribas, secretário de saúde do estado paulista.
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Crise no litoral
Apesar do franco crescimento, São Paulo estava longe de ser a locomotiva do país nessa época. Isso, claro, tinha repercussões na área da saúde, com um diminuto número de médicos para cuidar de muita gente. A fim de organizar o atendimento, Emílio Ribas dividiu responsabilidades e deu a cada dupla de profissionais de sua equipe o dever de acompanhar a situação sanitária de várias cidades paulistas.
Vital Brazil e o colega Bonilha de Toledo ganharam a incumbência de ficar de olho em tudo que estava ocorrendo em Santos, local estratégico onde muitas encomendas e cargas chegavam ou eram enviadas pelos navios. Tudo ia bem nesse trabalho até que, em 1899, surgiu a notícia de que um surto de peste negra (provocada pela bactéria Yersinia pestis e responsável pela pandemia mais devastadora da história durante a Idade Média) havia brotado na cidade do Porto, em Portugal, que tinha conexões e linhas de comércio frequentes com o município do litoral paulista.
Não demorou para que os primeiros casos suspeitos de peste negra fossem notificados em Santos. Vital Brazil desceu rapidamente para o litoral, com a intenção de coordenar as ações para que a doença não se espalhasse para a região e, quem sabe, afetasse todo o país. Mal sabia que, dali a alguns dias, ele mesmo seria infectado pela bactéria causadora da peste negra.
Preocupado com toda a situação, o governo federal resolveu enviar médicos do Rio de Janeiro para reforçar o time de combate em campo. E, num desses encontros fascinantes da história, coube ao jovem Oswaldo Cruz tirar o sangue e fazer o diagnóstico da doença em Vital Brazil. Ainda bem, nosso personagem principal se recuperou e pode seguir a carreira normalmente.
O sonho da casa própria
Com o surto de peste negra devidamente controlado, Vital Brazil voltou a São Paulo e logo recebeu uma ótima notícia: finalmente o governo aprovara a compra do terreno onde funcionaria um instituto para a produção dos seus soros antiofídicos — até então, tudo era feito no Instituto Bacteriológico, próximo à Avenida Paulista, onde não havia estrutura para receber as cobras (de onde era extraído o veneno) e os cavalos (em quem esse veneno era aplicado para que o soro fosse obtido).
O terreno escolhido para abrigar o novo centro de pesquisa era a antiga Fazenda Butantan, às margens do Rio Pinheiros, que ficava muito, mas muito, distante do centro da cidade — e pensar que, hoje em dia, esse mesmo local corresponde mais ou menos aos bairros de Pinheiros e Butantã, um dos polos econômicos mais poderosos e pungentes da capital paulista.
A compra do terreno foi oficializada em 8 dezembro de 1899. Em apenas 16 dias, Vital Brazil começou a trabalhar em seu laboratório no novíssimo Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo, atual Instituto Butantan, que segue até hoje como uma dos centros de pesquisa e inovação mais importantes do Brasil e do mundo.
Já produzindo ciência de ponta numa boa velocidade, Vital Brazil se viu diante de uma nova polêmica: enquanto grupos de cientistas franceses defendiam a criação de um remédio único para lidar com todos os acidentes com cobras, o brasileiro apostava que, para cada veneno, deveria existir um tipo de soro específico. O avançar do conhecimento mostrou que nosso representante estava correto.
Vital Brazil extraindo veneno de cobra no Instituto Serunterápico do Estado de São Paulo (atual Instituto Butantan)Foto: Divulgação/Museu Casa de Vital Brazil/SAÚDE é Vital
A partir daí, Vital ganhou ainda mais fama e começou a representar o país em missões científicas por outros países. Na Exposição Universal de 1904 em St. Louis, nos Estados Unidos, o Instituto Butantan foi a primeira instituição brasileira a ganhar reconhecimento internacional com uma medalha de prata por suas pesquisas pioneiras.
Uma passagem curiosíssima com o médico aconteceu nos primeiros meses de 1916, quando ele estava na cidade americana de Nova York para um ciclo de palestras e reuniões. Numa madrugada, Vital Brazil foi acordado em seu hotel: um sujeito havia levado uma mordida de cobra no Zoológico do Bronx. Nenhum profissional de saúde tinha conseguido fazer algo. O brasileiro foi até o local, conseguiu produzir o soro e salvou a vida do paciente, que já agonizava por 72 horas.
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Mudança de ares
O cenário começou a ficar estranho para Vital nos últimos anos da década de 1910. Nesse período, seu amigo Oswaldo Cruz morreu, Emílio Ribas se aposentou e Adolfo Lutz aceitou um convite para trabalhar no Rio de Janeiro. A partir de 1919, sentindo-se isolado e incomodado com as interferências políticas em seu trabalho, o médico resolveu largar a direção do Instituto Butantan.
Com muitos convites para trabalhar no país e no exterior, nosso personagem escolheu a cidade de Niterói para construir o Instituto Vital Brazil, onde abriu um centro de pesquisas na área de medicina tropical. Com os contatos que tinha feito em suas passagens pelos Estados Unidos, ele conseguiu o investimento de grupos privados, como a Fundação Rockefeller, para financiar suas linhas de estudo.
Esse misto de parceria público-privada, aliás, foi outra grande sacada de Vital Brazil. Vacinado com o que vivenciara no Instituto Butantan, ele moldou sua nova instituição para que ela não sofresse tanto com as mudanças políticas, de cargos e de interesses que ocorrem a cada eleição.
Na década de 1920, Vital Brazil ficou entre indas e vindas do Rio de Janeiro a São Paulo. Em terras paulistas, assumiu por alguns anos a direção do Instituto Adolfo Lutz (o antigo Instituto Bacteriológico). No período, também se interessou por venenos de aranhas e passou a estudar e classificar as espécies mais frequentes no país.
Outro projeto genial que botou em prática nesses anos foi a criação dos postos antiofídicos. Ele incentivou a construção de entrepostos em vários locais do Brasil em que a comunidade levava cobras e recebia em troca o soro, para ter à mão em caso de problemas.
Esses centros eram instalados em locais com maior frequência de acidentes desse tipo — há registros dessas unidades na Paraíba, no Mato Grosso, em Goiás, no Maranhão, no Rio Grande do Norte, em Alagoas e até no Acre! Se hoje a comunicação e o acesso a algumas áreas do país é difícil, imagine a situação no início do século 20.
Vital Brazil permaneceu firme no trabalho até 1949, quando resolveu se aposentar aos 84 anos. O pioneiro morreria um ano depois, em 1950.
Não merecia mais?
Ao terminar de ouvir toda essa história, não pude deixar de perguntar: com tantas contribuições, Vital Brazil não merecia um Prêmio Nobel de Medicina?
Érico, que é pesquisador e trabalha no Museu Casa de Vital Brazil, uma instituição familiar que reúne a obra do pesquisador, diz que ninguém sabe se seu antepassado chegou a ser indicado alguma vez ao prêmio da fundação sueca. “Meu avô acreditava que a ciência existe para dar respostas aos grandes problemas da humanidade. Apesar dessa missão tão nobre, ele sempre foi extremamente modesto e nunca aceitou um cargo de fundo político ou que não tivesse a ver com suas pesquisas”.
A personalidade reservada talvez tenha impedido Vital Brazil de alçar voos ainda maiores e conquistar certos reconhecimentos internacionais. Mas seu trabalho incansável repercute até hoje na vida de milhares de pessoas, que são salvas todos os anos graças ao seu legado.
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Doação de Plots
Olá! Turu pom, pessoal? Bom dia/boa tarde/boa noite pra vocês. Bem, já que os jornais não vão existir mais daqui duas semanas então decidi postar minha doação de plots aqui no Tumblr. Vou listar os plots embaixo e clique aqui para ir ao formulário pegar seu plot. Não há nenhum limite de escrita então não se preocupem quanto a isso! Resolvi postar no meu pessoal também, já tinha postado na minha galeria @karmabutterflyedits porque eu decidi separar os plots normais com os plots de interativas. Os que estão riscados significam que já foram pegos.
Algumas regrinhas:
Créditos, por favor, não se esqueça disso
Coloque o número do seu user
Comente qual você irá querer (apenas um por pessoa, por favor)
Se for fazer modificação de alguma coisa avise.
Abaixo tem os plots, sinopses prontas e dicas para as fanfictions.
Plot 1 - Minhas Aventuras no Acampamento Meio-Sangue
Sinopse:
“A diretora malvada da escola acaba se revelando uma fúria mais malvada ainda,e a professora de história nos ajuda a escapar de uma morte lenta e dolorosa em conjunto. E claro, não posso me esquecer da parte em que descobri que meu melhor amigo é um sátiro, somos arrastados até um acampamento no meio do nada, e finalmente fazem o favor de nos informar que somos filhos de antigos deuses gregos. E foi exatamente assim que minha vida se tornou uma completa bagunça.“
Essa fanfic era uma fanfic originalmente da categoria Percy Jackson. Você pode fazer para Percy Jackson, Divergente, Jogos Vorazes ou um mundo fictício criado por você mesmo… Sinta-se à vontade para mudar o universo da fanfic, acho que seria legal manter o título (só a parte do "Minhas Aventuras”), mas pode mudar se quiser. Recomendado para longfics.
Plot 2 - Karma Since Birth (Carma desde o Nascimento):
Sinopse:
“Personagem A poderia até ser uma garota normal,mas ela é a filha do Presidente. A personagem A sempre viveu cercada de seguranças a sua vida toda e quando passa na faculdade ela se cansa e pede pro seu pai pelo menos diminuir o número e assim o faz. Lá ela faz até uma nova amizade com Personagem C ,uma garota ruiva da sua classe. O que ela não esperava era se apaixonar por Personagem B. O que a garota não sabe é que ele é um segurança do seu pai disfarçado de aluno. Mas será que o amor vai falar mais alto?“
Essa fanfic era uma fic original. Ela era baseada em filmes como "Diário de Uma Princesa, "Tudo que uma Garota Quer”. “Ela É Demais”, etc. Esse plot serve para fanfics mais românticas, bem “sessão da tarde” mesmo. Você pode mudar que nem fazer a Personagem A ser filha de um rei e ele um plebeu caso goste de romances medievais. Ou vice-versa. Fique à vontade para mudar o título. Recomendado para longfics.
Plot 3 - In A Flash (Em um Flash):
Sinopse:
"Personagem A, uma semideusa filha de "qualquer deus grego (não obrigatório), viaja para Central City com seus pais no período de férias. Ela se sente deslocada, mas logo acaba fazendo amizade com a personagem B e "qualquer super herói”.
Além de vários encontrões com “super herói”, personagem A vai se apaixonar por “nome verdadeiro do super herói (ex: Clark Kent)”, mesmo não sabendo que ele é o “nome do herói” (ex: Superman).
Essa fanfic era uma fanfic na categoria Flash que fazia crossover com Percy Jackson. Você pode continuar com o crossover ou não, fica a seu critério. Essa fanfic é recomendada pra categoria de super heróis como o próprio Flash, Aquaman, Batman, etc. Ou um universo alternativo. Pode ser usado para casais canônicos de série que nem WestAllen, Selina e Bruce, etc. Fique à vontade para mudar o título.
Plot 4 - Falling Again (INDISPONÍVEL):
Sinopse:
“2 anos que Tris morreu, Tobias não consegue ainda superar a morte dela. Christina e Zeke tentam ajudá-lo. Personagem A, ou apenas "apelido da personagem A”, está correndo de pessoas poderosas que querem matá-la por ela ser divergente. Sua família toda foi morta por não ter falado a verdade e só sobrou ela. “Apelido da personagem A” tromba com Tobias e os amigos. Ela foge com eles. Tobias no começo não gosta dela, mas depois desenvolve sentimentos por ela. Será que finalmente ele vai esquecer Tris?“.
Essa fanfic era baseada em Divergente. Era Tobias x OC. Pode ser usada em outras fanfics no estilo Divergente tipo Maze Runner, Jogos Vorazes ou outro mundo fictício. Fique à vontade para mudar o título.
Plot 5 - I See You (Eu Vejo Você):
Sinopse:
"Personagem A era uma garota normal até descobrir,junto com suas amigas Personagem B e Personagem C,que são semideusas. 3 anos após essa descoberta,ela se tornou líder do Acampamento Meio-Sangue e conselheira-chefe do chalé 11. Um dia ela e Annabeth encontraram um menino desacordado na floresta e o levaram para Casa Grande. Após descobrir que seu nome era Caleb ele disse que seu mundo corria perigo. Juntos,eles vão viver uma grande aventura e quem sabe se apaixonar.”
A fanfic era um crossover entre Divergente e Percy Jackson. Era Caleb x OC. Pode continuar com o crossover ou ser um casal do mesmo fandom. Também recomendado para fanfics no estilo Divergente ou Percy Jackson tipo Maze Runner, Jogos Vorazes ou outro mundo fictício (podendo ser de sua criação). Fique à vontade para mudar o título.
Plot 6 - Little Liars (Pequenas Mentirosas):
Sinopse:
“Rosewood. Uma cidade pequena no interior da Pensilvânia,calma e tranquila. Nunca se imaginaria que ali habitam tantos segredos. Numa noite, Alison DiLaurentis morre, misteriosamente. Suas amigas começam a receber estranhas mensagens, mudando tudo ao redor. Quem a matou? Aonde ela está? Porque o novo alvo são suas amigas? Quem sou eu? Isso vocês nunca saberão. Mas enquanto procuram pela resposta, vamos brincar nesse labirinto de mentiras.-A. ”
Essa fanfic era da categoria Pretty Little Liars. 4 personagens principais. Pode continuar com a Aria, Spencer, Hanna e Emily se vocês quiserem. Podem ser originais. É recomendada para fanfics de PLL, Scream ou qualquer categoria de suspense ou terror. Pode ser usado para fics originais com essa temática. Pode mudar o título, mas manter a categoria suspense e terror.
Plot 7 - Our Love Story (Nossa História de Amor):
Sinopse:
— “Ele voltou
Ela saiu da Caçada por ele
E juntos vivem uma história de amor”
Essa fanfic era sobre Thaluke de Percy Jackson. Pode continuar com o casal se quiserem ou outro casal de PJ. Pode ser usado para fanfics sobre amor proibido ou impossível. Fique à vontade para mudar o título.
Plot 8 - Weird People (Pessoas Estranhas):
Sinopse:
"Personagem A e Personagem B são melhores amigas inseparáveis, um dia a nerd Personagem C pede a ajuda das duas para um mudança completa para o baile, pois um jogador a convidou. Personagem B e seus sentimentos ficam mais aflorados em relação a Personagem C e Personagem A começa a ver seu vizinho e melhor amigo nerd com outros olhos.”
A ideia da fanfic era mostrar o último ano do ensino médio focando em 3 melhores amigas, no baile de formatura, a saída da adolescência para o jovem adulto, etc.
Nessa fanfic tinha uma personagem lésbica que é apaixonada pela amiga nerd desde sempre, mas sempre teve esse sentimento como secreto, pois nunca tinha contado pra ela. Recomendado para fics colegial como dito antes. Pode alterar o título.
Plot 9 - Evanesce:
Sinopse:
“Miyeon tem uma paixão por Yesung, porém os dois são que nem gato e rato: um dia são amigos, no outro dia estão pegando no pé um do outro; Minnie e Heechul namoraram por 4 anos e do amor apenas o ódio restou e ela não suporta ele até hoje; Taeyeon e Leeteuk já tiveram um affair também, mas a distância os separou, isso não significa que eles pararam de pensar um no outro; Dara e Donghae são amigos há muito tempo, mas será que isso vai se tornar algo há mais?; a tensão sexual de Hana e Eunhyuk você pode cortar com uma faca; Tiffany e Siwon também já se conheciam, porém nunca sentiram algo tão forte assim antes; Seohyun e Kyuhyun namoram antes dele entrar pro exército, porém ninguém sabe desse namoro exceto os membros de cada banda; Yeri e Ryeowook há anos tem crush um no outro e todo mundo sabe disso, mas Yeri tem medo de relacionamentos; e Hyoyeon está de casamento marcado, porém está tendo dúvidas sobre se casar. Cada casal interligado. Cada história de amor se interliga. Mas, afinal, o amor é como um sonho.”
Como é muito personagem então deixei a sinopse original mesmo kkkkkkkkkkkkkk Essa fanfic era baseada em alguns casais Super Generation e era da categoria do SUJU e personagens originais. Serve para fanfics de kpop (principalmente com grupos com vários membros), com foco em relacionamentos, tinha outros assuntos polêmicos que nem relacionamento no kpop e sassaengs, etc. Pode mudar o título.
Plot 10 - Jurassic Dragons:
Sinopse:
“Personagem A sempre foi apaixonada por dragões e hoje em dia é bastante reconhecida por ser uma treinadora de dragões. Quando Personagem A vai viajar para (país de sua escolha) ela encontra Personagem B, e os dois têm uma conexão na hora.Só que ele tem uma tarefa: resgatá-la das garras do (insira o nome de algum vilão/monstro).“
Essa fic era uma trilogia dos filmes Jurassic World, eu decidi apagar por conta do necroso do Pratt. Essa fific pode ainda ser do mundo Jurassic Park, histórias sobrenaturais, monstros, etc. Pode mudar o título.
Plot 11 - Final Warning (Último Aviso):
Sinopse:
"Personagem A namora Personagem B, quando descobre que ele mentiu por dois anos sobre isso,ela descobre que ele é casado. Sua esposa também descobre a traição e as duas se juntam para se vingarem do canalha. Personagem A só não contava em se apaixonar por Personagem C, o irmão da esposa de Personagem B.”
Essa fanfic era inspirada no filme Mulheres Ao Ataque, mas ele é mais co-drama do que comédia, diferente do filme. Manter o título.
Plot 12 - You Calling My Name (Você Chamando Meu Nome):
Sinopse:
“Quando o ator /idol/modelo/etc viaja para seu país natal, qualquer país, a um evento beneficente, ele acabava se encontrando com o astro do kpop B, da banda de sua preferência. Eles se tornam cada vez mais próximos e rapidamente se tornam amigos. Mas os sentimentos são confusos e sempre costuma pregar peças. Será que é mesmo só uma amizade?”.
Essa fanfic era com o Ludi Lin e o Jackson Wang, recomendada para fanfics yaoi e yuri. Pode mudar o título.
Plot 13 - A Special Case (Um Caso Especial):
Sinopse:
“Personagem A é a dançarina de um cabaré muito famoso chamado *nome que quiser*, mas um dia uma de suas colegas é brutalmente assassinada.A equipa da BAU viajá até L.A. para investigar essa morte.O dr Spencer Reid se interessa pela encantadora e linda dançarina.”
Essa era uma fanfic com o personagem Spencer Reid de Criminal Minds, por isso recomendo ser de alguma série ou fanfic original de investigação ou criminal. Manter título.
Plot 14 - Crazy Stupid Love (Louco e Estúpido Amor):
Sinopse:
"Personagem A, mais conhecida como *apelido da personagem A*, é uma líder de torcida da faculdade Yale — ou outra de sua preferência — e que sonha em tirar o posto das meninas mais velhas,que são campeãs da escola. Dois garotos do futebol disputam o coração da garota: Personagem B e Personagem C. Personagem C já é apaixonado por ela,só não contava que Personagem B também se apaixonaria por ela. Em meio a esse conflito *apelido da personagem A* tenta ajudar, junto com suas amigas *nome das duas amigas*, na festa mais famosa da faculdade. E quem sabe se apaixonar por um dos meninos…“
Fanfic mais adolescente onde se passa na faculdade com triângulo amoroso e tudo mais. O clichê que conhecemos kkkkkkkkkkkkkk. Pode mudar o título.
Plot 15 - Secret Love Song (Canção de Amor Secreta):
Sinopse:
"Personagem A foi escalada para o papel da doce *nome da personagem* em *qualquer filme, dorama, MV, etc. Personagem A se da bem logo de cara com seu par romântico, *idol/ator/modelo, etc de sua preferência. Os dois ficam próximos,mas existe algo no caminho: a esposa de *par romântico*, *nome real ou inventado da esposa*. Será que os dois irão adiante com seus sentimentos?
Porque não posso dizer que estou apaixonada? Eu quero gritar do telhado”
Fific antes do Sam Claflin que você pode usar pra qualquer famoso ou personagem original que é um famoso. Baseada na música Secret Love Song do Little Mix. Pode mudar da esposa pra algo tipo eles são idols ou outra coisa no caminho deles. Manter título.
Plot 16 - Midnight Horror Memories:
Sinopse:
“Londres. Capital de Inglaterra e Reino Unido e que mantinha uma das maiores faculdades do mundo: a Universidade de Londres. Com isso todo ano a mesma recebia novos rostos com o sonho de brilhar no seu futuro emprego. E não é diferente para Harry, Liam, Louis, Niall e Zayn. Cada um com seu sonho. Até que descobrem algo poderoso e maligno dentro da faculdade que pode mudar suas vidas para sempre….”
Fanfiction antes com o One Direction baseada na série japonesa da Netflix Alice in Borderland. Todos os meninos tinham super poderes, tipo Darwin’s Game, um anime que também está na Netflix. Vou fazer uma fific apenas com minha personagem original de AIB, solo ou com algum par, ainda não sei. Mas fique a vontade para pegar o plot. Pode mudar o título.
Plot 17 - Suddenly 23 (De Repente 23):
Sinopse:
Personagem A é uma garota (o) de 12 anos que sonha em ser cantora que mora em Londres. Ela (e) é apaixonada (o) pelo seu melhor amigo, *nome do melhor amigo*. Seus outros dois melhores amigos, *nomes dos amigos*, fazem de tudo para ela se declarar para ele. No seu aniversário ela ganha um sapato de boneca da sua mãe (ou qualquer outro objeto ou coisa do tipo). O que ela não sabia é que esse sapato é mágico e pode mudar sua vida. No dia seguinte Personagem A acorda com 23 anos e descobre que é uma cantora famosa. Ela vai atrás de *apelido do melhor amigo*, mas tem uma surpresa: ele está noivo. Com ajuda de *nomes dos melhores amigos*, Persoangem A tem que correr atrás para que esse casamento não aconteça.“
Fanfiction originalmente baseada em De Repente 30. Seria legal manter o enredo e o título, só trocando para a idade que você preferir.
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Nogi Wakaba wa Yuusha de Aru: Capítulo 1
Esta tarde,
Eu espiei o mar do interior de Seto do Castelo Marugame.
Cada vez que eu estou aqui, renovo minha promessa.
Eu juro recuperar o mundo que foi roubado de nós.
Nós, como heroínas, somos as armas para alcançar esse objetivo.
Os números podem ser pequenos, mas nós precisamos fazer nossa tarefa.
Entre nossas companheiras,
Uma postura proativa igual a da Yuuna é difícil de encontrar nesse mundo.
Eu posso ver um lado instável da ■■, mas… Registo de Heroína, Agosto de 2018 AD Registo de Nogi Wakaba.
30 de Julho, 2018
Nogi Wakaba parou no topo do Castelo Marugame na prefeitura de Kagawa no interior das paredes de pedra da cidadela, soprevisionando o mar no centro de Seto.
Em sua mão estava uma espada. Mesmo antes que ela pudesse lembrar, Wakaba sempre estava treinando e, por isso, o peso da espada era algo familiar para o seu corpo.
A luz do sol de Verão vinha de cima, fazendo suor escorrer por a sua pele.
Cigarras ocupadas chilreavam à volta dela.
Ela fechou seus olhos.
Ainda se lembrava vividamente – o desespero e raiva daquele dia.
* *
30 de Julho, 2015
Nogi Wakaba, uma estudante da quinta série naquela época, estava se refugiando no templo kagura-den na prefeitura de Shimane.
Ela estava em uma viagem de campo de Kagawa para Shimane quando o terramoto intenso aconteceu.
Terramotos continuaram aparecendo sem parar depois disso, e então os professores decidiram que era uma situação de emergência e evacuaram os estudantes para o templo, que era o abrigo daquela área.
O número de pessoas no abrigo, que incluía residentes de ali perto, era meio alto.
A escola de Wakaba estava tendo uma viagem de campo no meio das férias de Verão devido ao número de aulas diárias, mas foi completamente inesperado que elas fossem pegas em uma situação de emergência como essa.
Como presidente da classe, Wakaba fez a chamada de todos os alunos e informou o professor da sua classe que todos estavam presentes e contados. De acordo com o que ela escutou dos professores, aparentemente, os terramotos não estavam aparecendo apenas em Shimane, mas por todo o lado no país. Fendas e tsunamis estavam acontecendo como resultado, e estragos eram feitos por todo o Japão…
Mesmo assim, os colegas de Wakaba pareciam, na verdade, achar divertido essa virada de eventos acontecendo durante a sua viagem de campo. Amigos estavam falando entre eles e aqueles com celulares checavam novos sites.
“Você acha que vamos ter que ficar aqui até amanhã?”
“Eh? Mas finalmente fomos fazer uma viagem de campo e tudo mais.”
“Alguém tem cartas?”
Um grupo de três amigas estavam falando entre elas. Wakaba olhou para elas.
(Eu deveria provávelmente avisá-las… Não, não tem motivo para ir tão longe. Deixá-las falar desse jeito provávelmente vai ajudá-las a relaxar a sua ansiedade.)
Enquanto ela tinha esses pensamentos,
“…Ah, a Nogi-san está nos encarando.”
“Estamos fazendo muito barulho?”
“Vamos falar mais baixo antes que ela fique brava.”
As garotas que estavam falando baixaram o tom de voz.
(Ah… Eu não estava particularmente brava ou algo assim… A minha cara realmente parece tão assustadora…?)
“Wah-kah-bah-Chan!”
Wakaba se virou assim que seu nome foi chamado, para ver um flash de câmara na frente de seus olhos. Era a sua colega de classe e melhor amiga, Uesato Hinata, com um celular preparado.
“Mmm… Wakaba-chan… Você é tão fotogénica com esse olhar desinteressado no rosto. As paredes do templo como fundo estão ótimas também. Essa é mais uma fotografia da minha entesourada coleção de imagens da Wakaba.”
“Hi~na~ta~… Não colecione fotos minhas! Delete isso!”
“Não! Essa coleção de imagens é um trabalho de toda a vida!”
Hinata declarou descaradamente algo incompreensível.
“Por favor, não faça uma cara tão assustadora. A sua testa vai ficar enrugada desse jeito? Squishy squishy.”
“… Você poderia, por favor, não pressionar a testa das pessoas com os seus dedos?”
“Estou apenas tentando te relaxar. É por conta dessa sua cara estrita que aquelas colegas de classe ficaram com medo de ti, como aconteceu agora.”
“Você… Viu aquilo?”
A cara de Wakaba esquentou com a vergonha.
“Vamos, vamos, Wakaba-chan, é porque você sempre é tão séria. Desde a primeira série, você foi uma estudante de honor e a presidente da classe. Os nossos colegas de classe têm essa imagem de você ser uma ‘mulher de aço’.”
“Uggh…”
Ela estava ciente disso, mas ainda era um choque escuta-lo de novo.
“Mas… Você só precisa quebrar essa imagem de si mesma!”
Hinata sorriu e pegou a mão de Wakaba enquanto a levava ao encontro do mesmo grupo de colegas de classe.
“H-hey, espere!?”
“Boa noite!”
Hinata ignorou a confusão de Wakaba enquanto chamava as garotas. Elas estavam tão confusas quanto ela.
“Desculpem por isso. A verdade é que a Wakaba-chan queria se juntar à vossa conversa.”
“H-Hinata, o que você–?!”
“Do que você está com tanta vergonha? Olhem, ela não estava pensando em brigar com vocês. Ela, na verdade, estava tendo uma luta interna de garotinha fofa pensando em como deveria se juntar na conversa.”
“Quê? Isso não é–”
Quando Wakaba tentou negar a história, Hinata cobriu a sua boca.
“Mmm! Mmm!”
As três garotas ficaram confusas por um segundo–
Mas, eventualmente, essa confusão pareceu sumir e elas sorriram.
“Hmm, isso meio que muda a imagem que eu tenho da Nogi-san.”
“Bem, ela parece sempre tão precisa e meio que é uma aluna de honor, afinal.”
“Sim, sim. Eu pensei que ela era uma pessoa mais seria e estrita.”
“Eu entendo o que querem dizer– Oh, e a Wakaba-chan é anti-social, então ela está sempre em desvantagem, eu acho.”
Era um progresso de eventos bizarro, mas Wakaba e Hinata se juntaram ao grupo das três garotas e falaram com elas. Hinata falou com elas de forma tão familiar como alguém faria com amigos de longa data.
Ela tinha a sociabilidade para se dar bem com quem fosse, o que Wakaba não tinha. Por conta da natureza super seria dela, ela se sentia um pouco afastada do resto da classe.
“Mas ela é uma garota super fofa por dentro. Eu, Uesato Hinata, posso garantir. Então, por favor, se dêm bem com ela, okay?”
“F-f-f-f-fofa…? O que você está falando?!”
Apesar de Wakaba estar encarando ela, Hinata não ficou com vergonha e apenas falou ‘pronto, pronto’.
“Ahahah, isso é tão engraçado. Não se preocupe. Nós já somos amigas da Nogi-san agora.”
As garotas sorriam e falaram isso enquanto viam as interações entre Wakaba e Hinata.
Depois de falarem por um tempo, Wakaba foi para o lado de fora do kagura-den. Mesmo que já fosse de noite, o calor de Julho ainda estava presente, então ela queria sentir um pouco da brisa da noite.
Desde muito tempo, um torii de um templo era dito ser o que ligava a um outro mundo. No tempo em que as pessoas esqueciam da piedade religiosa, o templo era tratado como outro mundo. Wakaba não sabia que templos possuíam esse significado, mas ela era capaz de sentir a tranquilidade desse lugar.
Quando ela olhou para o céu, era possível ver o brilho de incontáveis estrelas.
“Então era aqui que você estava, Wakaba-chan. Está ficando tarde. Você não vai dormir?”
Hinata havia saído também e agora estava do lado de Wakaba.
“Bom, um problema poderia aparecer enquanto estamos dormindo, sabe. Eu pensei que deveria ficar acordada, só no caso.”
“Os professores deviam ser aqueles que ficam acordados, entretanto.”
“Eu sou a presidente da classe então é minha obrigação.”
“Haah~ … Sério, Wakaba-chan. Eu não sei se você simplesmente está sendo seria demais ou outra coisa.”
Hinata sorriu fracamente em resignação.
“Então eu irei ficar acordada contigo.”
“… Você não precisa me acompanhar, sabe?”
“Não, é porque eu sou sua amiga de infância. Eu sempre estarei com você.”
Quando Hinata falava em um tom de voz tão claro, Wakaba não tinha mais palavras forçosas para falar.
“… Hinata.” “O que foi?”
“Obrigada por o que você fez mais cedo. Se você não estivesse por perto, eu acabaria me distanciando de nossos colegas de turma de novo.”
“Não, não, eu apenas não gosto quando as pessoas te entendem errado, Wakaba-chan.”
Hinata falou como se ela tivesse feito a coisa natural a se fazer. Mas Wakaba não estava satisfeita apenas com isso.
“Uma recompensa para tudo. Esse é o jeito de viver de um Nogi.”
Essa era uma regra que a avó de Wakaba sempre falava sobre. Wakaba amava a sua avó com ternura, então ela entesourava essas suas palavras.
“Então eu quero te recompensar pela nossa amizade, Hinata. Se tem qualquer coisa que você quer que eu faça por ti, apenas peça.”
“Bom, se você insiste… Hmm, então que tal você me ajudar a crescer a minha amada coleção de imagens usando… Algum tipo de cosplay? … Enquanto fazemos isso, que tal algo extremo como…”
Hinata mormurou algo impróprio.
Talvez Wakaba tenha falado muito cedo… Ela estava começando a se arrepender um pouco da sua decisão.
“Bom, eu tirarei meu tempo para pensar o que você pode fazer, Wakaba-chan. De todas as formas, por agora, seria ótimo se você relaxasse mais quando fala com as pessoas da classe. Se você fizer isso, então todo o mundo vai começar a te entender e se dar melhor contigo. Se você alguma vez ficar nervosa para falar com alguém, eu te ajudarei tal como fiz agora.”
As palavras de Hinata lentamente entraram no corpo de Wakaba.
(Eu posso me dar bem com todos… Huh?)
Wakaba era um pouco afastada da classe, mas talvez ela mesma tenha estado, inconscientemente, se distanciando dos seus colegas de classe. Talvez, se ela realmente tentasse falar com as pessoas como fez agora, ela simplesmente se daria com todo o mundo.
“Ah, mas se você ficar realmente popular, você pode começar a não se importar mais comigo, Wakaba-chan. Você vai me largar como uma mulher do passado¹*, não vai…? yoyoyo.”
“O-oque você está falando!? Claro que eu não faria isso! Não importa o que aconteça, você é a minha melhor amiga!”
Enquanto Wakaba lutava para colocar suas palavras em ordem, Hinata sorriu de forma estranha.
“Era apenas uma piada. Oh, Wakaba-chan–”
Do nada, o chão tremeu intensamente.
(Isso… Está em um nível totalmente diferente dos outros tremores…!)
Os tremores fizeram com que fosse difícil até mesmo ficar de pé. Wakaba manteve sua postura baixada para se prevenir de acabar caindo. Do seu lado, Hinata deixou escapar um pequeno grito quando seu traseiro bateu no chão.
Depois de algumas dezenas de segundos, os tremores pararam.
“Esse foi um grande tremor, huh… Hinata, você está bem?”
Wakaba estendeu sua mão para Hinata.
Mas, sem pegar a sua mão, Hinata apenas mormurou com um olhar assustado e pálido na cara.
“Estou com medo…”
“Huh?”
O corpo de Hinata estava visivelmente tremendo.
“Wa-Wakaba-chan… A… Algo realmente assustador está…”
Ela olhava para o céu enquanto falava.
Pensando que algo estava acontecendo lá, Wakaba olhou para cima também.
Da primeira vista, o que ela viu foi um céu estrelado comum.
Mas ela estava errada.
As incontáveis estrelas do céu estavam se contorcendo como se estivessem à deriva na superfície da água.
No início, Wakaba achou que os objetos que pareciam estrelas eram pássaros ou algo assim.
Mas seus movimentos eram irregulares e seria estranho que tantos pássaros estivessem voando tão tarde de noite.
E então algumas dessas estrelas foram ficando maiores e maiores–
Desespero caiu do céu.
Um dos objetos que pareciam estrelas caiu no telhado do kagura-den.
Definitivamente não era um pássaro. O seu corpo era de um branco nada natural, o seu tamanho de longe mais gigantico do que o de um humano, com um órgão parecido com uma boca sinistro. Parecia ser um animal do fundo do mar que evoluiu de forma bem mais diferente que os animais terrestres, ou possivelmente um invertebrado que nasceu sob condições imperfeitas. De qualquer forma, aquilo era claramente diferente de qualquer ser vivo conhecido pela raça humana e, por isso, a forma mais simples de o chamar seria– um “monstro”.
E ele não estava sozinho. Dois, três… Alguns vieram caindo do céu em uma sucessão rápida, quebrando o telhado e paredes do kagura-den com seus dentes.
“O que… São essas coisas…?”
Wakaba ficou em choque com a visão bizarra que acontecia na sua frente. De forma instável– Hinata se levantou. Uma estranha luz tingiu seus olhos e palavras afiadas saíram de sua boca.
“–…—-……—-……—-”
No momento que Wakaba tentou perguntar o que tinha de errado, pessoas começaram a correr para fora do kagura-den, gritando.
“Kyaaaaaaaah!!”
“O-o-oque se aqueles monstros!?”
(Khh!)
Wakaba imediatamente correu pelo kagura-den. Hinata segurou a mão dela.
“Eu vou também.”
A estranha luz havia desaparecido dos olhos de Hinata e, ao invés dela, agora eles tinham uma determinação intensa. O seu tom de voz também era firme.
Wakaba começou a se perguntar o que tinha de errado com o seu estado bizarro faz uns segundos atrás…? Não havia tempo para perguntar sobre isso. Tudo o que importava era que eles tinham que proteger seus colegas de classe.
Wakaba e Hinata se apressaram para dentro do kagura-den. E o que elas viram– era pessoas sendo comidas.
As criaturas brancas e assustadoras estavam comendo as pessoas que eram muito lentas para escapar com seus órgãos que pareciam uma boca. As suas bocas ficavam tingidas de vermelho pelo sangue e, de baixo de seus corpos gigantes, estavam pedaços de pessoas meio-comidas. Incluindo restos completamente desfigurados de alunos da escola da Wakaba.
“Ah… ahh…”
Um grunhido saiu da boca de Wakaba.
Ela não podia acreditar na cena diante de seus olhos. Parecia demasiado irreal.
As amigas com que ela tinha se divertido a falar faz menos de uma hora estavam agora reduzidas a restos indescritíveis.
“Waaaaaahhhhhhhhhhhh!!”
Wakaba correu na direção das criaturas bizarras. Ela estava sendo conduzida pela raiva de suas amigas assassinadas e o senso de obrigação de prevenir mais mortes. Enquanto ela corria, pegou um pedaço de madeira que provavelmente havia caído quando o telhado foi destruído e perfurou o monstro com esse pedaço, planeando colocar um fim nele.
Mas… Por alguma razão, não havia reação.
O gigante branco sacudiu Wakaba como se ela fosse um inseto. O seu pequeno corpo caiu no altar dentro do templo. O altar quebrou, fazendo um choque de dor precorreu o corpo inteiro de Wakaba.
“Ugh… gh…”
O seu corpo não se movia.
Ela moveu apenas sua cabeça para ver as bizarras criaturas a encarando. As pessoas que foram rápidas o bastante para reagir correram da construção, mas algumas pessoas do ano de Wakaba ainda estavam paralisadas com o medo.
(Fujam… Daqui…)
Wakaba tentou gritar isso, mas ela mal podia sequer murmurar um sussurro. As pessoas que eram muito lentas para fugir e até a própria Wakaba estavam sendo rodeadas pelos monstros.
Mas então, a voz de Hinata se manifestou.
“Wakaba-chan, por favor nova a sua mão direita! Deve estar aí!”
(Minha mão…?)
Wakaba moveu a sua mão, como lhe havia sido pedido.
Ela se sentiu tocar em algo.
Uma espada.
A espada e a bainha enfurrujadas por conta dos anos que haviam passado estavam dentro do altar quebrado.
(Porque… Porque uma espada estaria aqui?)
Wakaba agarrou a bainha e a puxou.
Palpitação. Sangue de repente começou a correr por todo o seu corpo.
Ela sentiu como se estivesse pegando fogo.
Ela se sentiu como se estivesse se afogando.
E, ao mesmo tempo– uma força desconhecida cresceu dentro dela como se tivesse reconstruído totalmente o seu corpo.
Em tempos antigos, havia um rei dos deuses daquela terra cujo nome era 《Musuu no Buki (無数の武器/Armas Infinitas)》.
Ele e os outros deuses tentaram proteger as pessoas do seu país.
Entre os tesouros sagrados do rei estava uma espada do submundo.
Simples. Mas bonita. Uma espada com um poder incomparável e mortífero.
Seu nome– 《Ikutachi (生大刀/A Lâmina da Força da Vida)》
Quando voltou aos seus sentidos, Wakaba estava levantada com essa mesma espada em suas mãos. Ela poderia ter jurado que a lâmina estava enferrujada, mas antes que percebesse isso, agora ela estava tingida com um brilho vibrante, quase com os e estivesse vivo.
Wakaba levantou a espada, levando seu pé esquerdo para a frente e segurou a bainha,
e encarou o inimigo. Ela tinha treinado faz tempo desde a sua infância. Sua experiência acumulada moveu o seu corpo naturalmente.
Os monstros brancos com corpo gigante se aproximaram.
Enquanto Wakaba levantava a espada, ela se tornava totalmente em luz.
O ser que estava no seu alcance foi dividido instantaneamente em dois.
No momento que Wakaba levantava a espada de novo, o monstro dividido deixou escapar um choro difícil de explicar e sumiu.
E então, um por um, Wakaba cortou a investida de criaturas bizarras, cada uma com um único golpe de espada. Era uma sensação misteriosa. A espada era fácil de segurar, como se não fosse nada além de uma extensão de seu braço, e seu corpo inteiro se movia tão suavemente como o vento.
Em um piscar de olhos, todos os monstros no kagura-den foram erradicados.
“Wakaba-chan! Essas coisas estranhas estão se aglomerando lá fora também!”
Hinata gritou enquanto corria na direção de Wakaba.
Antes que elas percebessem, um tremendo número de monstros haviam rodeado o kagura-den do lado de fora. As pessoas que tentavam escapar começaram a se desesperar com a perda de rotas para escapar.
Enquanto Wakaba saia do kagura-den, segurou a sua espada.
Não importava quantas dezenas de inimigos que estivessem ali, ela não iria cair–
“… O-o quê…?”
Algo fora do comum aconteceu com os monstros.
Vários deles se agruparam no mesmo lugar e se conglomeraram como argila, mudando de forma para algo ainda mais gigantesco…
Alguns mudaram a sua forma para algo parecido com uma centopeia.
Alguns mudaram a sua forma para algo parecido com uma superfície corpórea com um arco.
Alguns mudaram a sua forma para algo parecido com uma borda de uma seção de tecido corporal, endurecido e aumentado.
(… Eles estão… Evoluindo…?)
Talvez elas tenham entendido que, individualmente, não podiam derrotar Nogi Wakaba. Isso significa que que a forma que eles haviam escolhido para desafiar uma existência mais forte que eles seria “evoluindo”.
A evolução biológica começou com o organismo mais simples de uma única célula, levando vários desses organismos unicelulares a se juntar para criar uma colônia e, a partir dessas colônias, surgiram organismos mais complexos e multi-celulares.
Quando os monstros brancos foram submetidos à sua evolução, o fizeram em uma rapidez anormal.
Levou biliões e biliões de anos de vida na terra para evoluir de organismos unicelulares para multi-celulares. E, mesmo assim, levou a esses monstros apenas meros minutos.
Em um certo sentido, aqueles monstros poderiam talvez ser ditos por superar toda a vida na Terra. Eles eram ser como “deuses” ou “demônios”–
Uma das criaturas que se conglomeraram e aumentaram de tamanho disparou a flecha que seu corpo havia produzido. A flecha perfurou todas as pessoas na sua trajetória, despedaçado ó kagura-den no fim de seu caminho. Com apenas um disparo, o terceiro dos kagura-den havia caído no chão.
Entretanto, o número de monstros mais pequenos cresceu e cresceu, repetindo o ciclo de conglumeração e mudando de forma, dando à luz incontáveis números de mosntros maiores.
Todos os pensamentos de vitória desapareceram completamente da mente de Wakaba. Como ela poderia vencer contra incontáveis números de inimigos com uma força destrutiva impensável?
Justo quando seu corpo inteiro ameaçou colapsar à conta do desespero–
O que a segurou foi a sua melhor amiga.
“Por favor, não desista, Wakaba-chan.”
“… Hinata…”
“Eu não vou deixar você e todos os os outros morrerem, Wakaba-chan.”
Hinata falou com um tom de voz firme e, de alguma forma, confiante.
Hinata se virou para todos ali e gritou.
“Todo o mundo, me siga! Eu vou vos guiar para um lugar seguro!”
Hinata então caminhou adiante em passos estáveis. A sua aparência era calma e concentrada, tanto que era difícil acreditar que ela era uma garota de apenas 10 anos.
“Hinata, onde você…?”
“Wakaba-chan, eu preciso que você seja a acompanhante.”
A corrente aura que a rodeava sugeria que ela não iria tomar um não como resposta.
“… Okay.”
Não havia tempo para hesitar. Wakaba não tinha escolha além de confiar em sua amiga.
“Venham connosco se quiserem viver!”
Com Wakaba e Hinata na liderança, as outras pessoas a seguiram, apesar de confusas. Wakava cortava todos os inimigos que se colocavam na frente do caminho de Hinata.
O grupo guiado pelas duas chegou ao templo honden. O honden estava rodeado de portões e paredes, e por alguma razão, nenhum dos monstros brancos apareceram lá dentro.
“Eles não podem entrar aqui.”
Hinata falou com alívio em sua face, como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros.
As pessoas que haviam seguido Wakaba e Hinata não pareciam conseguir acreditar, mas mesmo assim se sentaram, como se tivessem perdido suas forças.
“Como… Você sabia que esse lugar era seguro?”
Wakaba perguntou para Hinata.
Hinata inclinou sua cabeça um pouco para o lado, como se pensasse como deveria responder.
“Hmm… Intuição, eu acho.”
“I-intuição…?”
Wakaba sorriu ironicamente. Hinata soava um pouco confiante demais lá atrás para aquilo ser apenas intuição… Mas era a cara da Hinata fazer algo assim.
“Mas não é como se nós pudéssemos ficar aqui para sempre, certo?”
“Certo…”
Um lugar tão apertado poderia servir apenas como abrigo temporário.
“Está tudo bem. Eu sei um rota segura daqui também.”
“Outra intuição, huh?”
“É.”
Hinata acentiu com um sorriso. O seu tom de voz inabalável soava misteriosamente confiável para Wakaba. Talvez Hinata fosse dotava de algum tipo de poder, da mesma maneira que Wakaba foi dotada com o poder de lutar. Wakaba olhou para sua espada– se algo fosse acontecer, ela tinha poder para lutar.
Depois de uma curta pausa, Wakaba e Hinata deixaram o honden com os refugiados. Elas procederam sob a liderança de Hinata e, por alguma razão, eles não se depararam com quase nenhum dos monstros brancos e, quando o faziam, Wakaba era capaz de os eliminar.
O grupo avançou na direção sul. Eles caminharam por dias e dias. E, mesmo assim, o sol não se levantou uma única vez. Era como se o mundo inteiro estivesse sofrendo com um pesado de que não podia acordar.
Todos os edifícios que Wakaba via estavam em ruínas. A cidade estava semi-submersa em água. Incontáveis cadáveres haviam sido provávelmente comidos por aqueles monstros. Um fogo gigantesco brilhava infinitamente para além do horizonte. A escuridão e as grotescas formas brancas cobriram o céu, enchendo a atmosfera com o cheiro da morte.
Wakaba finalmente percebeu–
–Ahh, eles roubaram o nosso mundo.
Durante quanto tempo eles andaram?
Wakaba e o resto dos refugiados alcançaram o oceano. Do outro lado estava a terra natal, Shikoku. A Grande Ponte que ligava Honshu e Shikoku permanecia intacta, em toda a sua original grandiosidade, como se guiasse as pessoas para a atravessar.
* *
Três anos depois– Nogi Wakaba estava agora no segundo ano do ensino fundamental.
“Wah-kah-bah-chan~”
Wakaba se virou para trás assim que escutou uma voz atrás dela.
Quando ela se virou, escutou o som de uma câmara fotográfica.
Era Uesato Hinata, sorrindo com o seu celular sempre preparado
“Consegui uma foto… De uma linda garota segurando uma espada enquanto encara o oceano. Mais uma para a coleção preciosa de imagens da Wakaba-chan.”
“Hi-na-tah….!”
Wakaba tentou alcançar o celular da Hinata, mas ela agilmente colocou ele no bolso antes que Wakaba o pudesse agarrar.
“Heh heh heh. Agora você não pode alcança-lo, pode?”
Hinata falou de forma triunfante.
(Khh… Um dia eu deletarei a incompreensível coleção de imagens da Hinata, de certeza.)
A relação de Wakaba e Hinata não havia mudado. As duas permaneciam melhores amigas.
Do nada, Hinata colocou uma expressão séria e se virou para o mar.
“Você veio aqui de novo hoje, huh.”
“… É.”
Três anos atrás, naquele dia.
Os monstros brancos de forma bizarra que elas viram naquele dia– que, mais tarde, vieram a ser chamados de “Vertexes”– apareceram por todo o mundo e pisotearam a humanidade.
Aparentemente, um número extremamente reservado de regiões– tal como Nagano e Shikoku– foram capazes de escapar a invasão. Entretanto, outras áreas não pertenciam mais à raça humana, então agora podiam ser ditas estar sob o controlo dos Vertexes.
No meio de uma situação tão anormal, um número extraordinamente pequeno de garotas demonstraram poderes únicos. Wakaba e Hinata eram duas das tais garotas. Era por conta desses poderes que as duas foram capazes de salvas tantas pessoas abrigadas no templo.
Entretanto.
Muitas vidas foram perdidas lá.
As pessoas que não puderam escapar do kagura-den e foram mortas pelos Vertexes.
A maioria dos estudantes no ano de Wakaba que vieram para a viagem de campo. As colegas de classe da Wakaba com que ela fez amizade naquela noite também foram mortas.
–Não se preocupe. Nós já somos amigas da Nogi-san agora.
Wakaba ainda não conseguia esquecer as suas palavras e sorrisos.
Os alunos que sobreviveram tiveram um grande choque ao ver seus amigos sendo massacrados na frente dos seus olhos. Os efeitos secundários causaram um obstáculo para suas vidas diárias. Muitos ainda estavam indo a consultas.
“… Os Vertexes mataram as minhas amigas. Eles roubaram a vida de incontáveis inocentes.”
Isso era um pecado imperdoável e grave.
Uma recompensa para tudo. Esse é o jeito de viver de um Nogi.
“Eu juro que darei aos Vertexes a sua recompensa. E eu tomarei de volta o mundo que eles roubaram de nós.”
“Sim. Eu estarei lá com você também, Wakaba-chan.”
AD 2018– Seus papéis haviam sido garantidos Nogi Wakaba é uma “heroína”, aquela que exerce o poder divino. Uesato Hinata é uma “sacerdotisa”, aquela que escuta a voz divina.
Capítulo 1 - Fim
*¹ Basicamente uma ex-namorada, mas a Wakaba não entendeu essa parte.
Capítulo 2 - Broto de Flor
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A Verdade Não Dita: Capitulo 6
↳ sinopse - Kim Seokjin não é só um herdeiro chaebol, ele é O herdeiro chaebol. O conglomerado Kim é o que a Coreia do Sul tem de mais próximo a família imperial da dinastia Joseon e assim como o imperador Taejo, tudo sobre o solo coreano pertencia a família Kim, quer dizer, quase tudo. Pouco antes de morrer, o avô de Seokjin vende uma das propriedades mais antigas da família, o que deixa seu neto inquieto já que o que essa era a propriedade onde a avó crescerá, porém a família que comprou o local se nega a vender de volta para Seokjin independente do valor que ele oferecesse, o que o leva a brilhante ideia de se disfarça como o trabalhador chamado Jin e assim descobrir o motivo de uma família não vender para ele o agora único prédio de Seul que não pertence a seu conglomerado.
↳ rating- Livre;
↳ pairing- Seokjin x Hye Jeun ;
↳ gênero - Enemies to Lovers;
↳ avisos - Essa é uma obra ficcional, inspirada na estrutura de um k-drama porque, a autora que vos escreve cansou de esperar a boa vontade da grande hit de colocar meu menino Seokjin em um, espero que gostem, sejam gentis e construtivos se tiverem criticas por favor!
-Até pouco tempo atrás eu não sabia que na Coreia as mulheres não aderem ao sobrenome do marido, achei isso incrível, então peço desculpas pelo meu equivoco cultural nos próximos episódios.
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 05
Capitulo 06/16
Taehyung se mexia na cadeira da diretoria, estava nervoso, quando Seokjin hyung passou pela porta achou que seu sangue fosse parar de correr por seu corpo, suas notas haviam sido seriam reveladas com antecedência em relação a dos outros alunos, um pedido especial feito pelo importante presidente e principal herdeiro Kim não seria negado. Seokjin abriu o palito para sentar ao lado do irmão, sua expressão era a mais séria possível.
Quando a diretora entrou na sala Taehyung teve que fazer muito esforço para se levantar e fazer reverência junto ao irmão, a cara dela parecia uma folha em branco então ele não conseguia saber se seria deserdado ou não.
-É um prazer revê-lo – A diretora sorri – Pena que sob tais circunstâncias, mas não vou tomar muito do seu tempo, agora é o presidente de uma grande fortuna, então vamos concordar que a partir de agora o Kim mais novo, não irá mais causar tamanho desleixo com a vida escola –Tae sorri forçadamente - Afinal temos um nome a zelar tanto o do colégio quanto o dos Kim concordam?
-Sim! – Os irmãos disseram.
-Vou ser sincera, era uma pessoa cética presidente Kim –Ela pega um cartão que tinha o nome e as notas de Taehyung- Porém depois de ver como um menino que estava nas últimas colocações, ficar entre os cinquenta primeiros da escola e o terceiro de sua sala! Milagres são definitivamente possíveis!
Seokjin sorri para o doseng e lhe dá tapinhas nos ombros, Taehyung pensou que ia desmaiar por conta do suspense, “que mulher cruel, não podia ter chegado contando as boas novas de uma vez?”. Finalmente ele poderia respirar aliviado! Tinha que comemorar com seus amigos depois!
-Muito obrigado pelas boas notícias Diretora! – Seokjin levanta e faz uma reverência novamente, ele guarda o cartão com as notas de Taehyung no bolso.
-O jovem Kim Taehyung se esforçou bastante não tenho dúvidas e também... - Batidas na porta interrompem a diretora – Mil desculpas presidente Kim! Só um momento por favor! - A diretora se retira da sala, então Taehyung pula da cadeira e começa a fazer uma dança completamente desengonçada e Seokjin começa a rir. A diretora volta de repente fazendo o mais novo quase se estatelar no chão - Olha que oportunidade maravilhosa de reencontro, o presidente não vai acreditar quem a nova professora de literatura coreana do jovem Kim! O senhor lembra-se da sua colega de classe Chan Kae-in? Ela agora pertence ao nosso grupo de educadores.
-Olá professora! - Tae diz animado acenando quando ela entra na sala – A senhora está muito bonita hoje!
-Aigoo me bajular não vai adiantar! – Aquilo parecia surreal para Seokjin, ele segurava as lágrimas com toda a força que havia em seu corpo – Ainda vou querer o trabalho entregue hoje! E pelo que me recordo, você é o primeiro a se apresentar já que o tema é a criação do dialeto Hangeul.
-Bem eu preciso ir diretora Yun – Interrompe Seokjin, olhou para Taehyung e colocou a mão em seu ombro –Se comporte okay? Não posso ficar vindo o tempo todo, você entende não é?
-Sim hyung! Vou realmente me esforçar! – Tae sorri para Seokjin que bagunça o cabelo do irmão.
-Você se tornou um homem bom Seokjin! – Kae-in falou diretamente com ele, Seokjin a encarou friamente.
- “Você”? Não sei quanto tempo a professora Chan Kae-in passou fora da Coreia, mas sendo professora de literatura acredito que lembre que aqui não somos tão informais! –Seokjin ajeita seu terno – Deve me chamar de Presidente Kim ou até mesmo “orabonim” certo?
-Certo, Presidente Kim!- Chan Kae-in responde, desconcertada.
-Hyung! – Taehyung não acreditava que seu irmão estava se comportando de forma tão rude.
-Já vou indo tenham um bom dia!
Seokjin saiu o mais rápido possível da sala, não podia demonstrar o quanto estava abalado com o que havia acabado de acontecer, sentia uma dor de cabeça chegando a galope, não entendia como poderia estar tão abalado depois de tanto tempo! Encostou na parede no fim de algum corredor, estava zonzo a ponto de não saber onde se encontrava.
-Noivo? É você mesmo Kim Seokjin? – Seokjin se recompõem em segundos, Sophie estava a sua frente, ele olha para cima “Já entendi universo eu tenho que praticar mais o meu gongyo, mas precisa pegar pesado no caos desse jeito?Afinal o que essa criatura está fazendo aqui?”
-Sim! Eu mesmo, por favor não me chame de Noivo!
-Porque? Devo chamá-lo de “amor” ou “maridinho” melhor ainda “oppa”? – Sophie pergunta sorrindo.
-Kim Seokjin está bom pra mim! – Responde ríspido.
-A...que mal humor!
-O que está fazendo aqui afinal? –Sophie ergueu as sacolas que estavam nas suas mãos - Olha se isso respondesse minha pergunta não estaríamos mais conversando!
-HEY HYUNG ACHEI VOCÊ! – Grita Taehyung do outro lado do corredor, ele corre até Seokjin – O que foi aquilo na sala da diretora?
-Eu apressado para ir embora Tae, achei que tinha deixado isso claro!
-Certo entendo, mas precisava agir daquela forma com a professora nova? –Seokjin levanta a cabeça e vê Kae-in observando eles, então Seokjin abraça Sophie pelos ombros e a mesma arregala os olhos.
-Só quis deixar claro como são as coisas agora, hum, acho que ainda não te apresentei , afinal você não estava no jantar de noivado não é? Essa aqui é minha noiva Sophie! Sophie esse é meu irmão mais novo Kim Taehyung! –Sophie oferece a mão e Taehyung segura cumprimentando sem entender nada – Sophie vá resolver suas coisas aqui, bem rápido por favor e vamos tomar um brunch juntos okay? Te espero no carro!
A frase “Existem males que vem para o bem” nunca fora tão bem compreendida per Seokjin, apressou o passo até chegar no carro, entrou rapidamente e quando sentou finalmente voltou a respirar, deu tapas na própria cara por alguns bons minutos, aquilo tinha que ter sido um sonho.
-Eu ia avisar o jovem mestre que tinha visto a senhorita Sophie, mas acho que os senhores já se encontraram. –Diz o secretário Choi.
-Quem dera fosse essa desvairada! Vamos embora antes que ela apareça, por favor! – Ele implora e o secretário Choi da partida no carro.
Em apenas algumas quadras de distância o estômago de Seokjin não aguenta e ele grita para o secretário Choi parar o carro, abre a porta e vomita todo café da manhã que tinha tomado. Quando finalmente seu organismo aceita que não há nada mais pra vomitar ali e para de ficar se contraindo, ele limpa a boca o próprio lenço e percebe que seu celular estava vibrando, a foto de Hye Jeun aparece no visor, mesmo sendo uma chamada telefônica, ele se ajeita antes de atender e sinaliza para o secretário Choi voltar a dirigir.
-Alo...
-Kim Jin? –A voz dela diz e ele acaba sorrindo.
-Sim!
- Tudo bem com você? Sua voz está estranha!
-Não, não é nada, só muito trabalho, tive que correr de um lado para o outro como um louco hoje e ainda não é nem hora do almoço ainda! – “Ela está preocupada comigo lalalalala” vangloria-se – Mas por que ligou?
-Hum, não é nada importante, Hae Soo queria falar com você, mas se estiver muito ocupado ela pode deixar pra falar depois!
-Não, de forma alguma coloque a pequena na linha por favor!
-Tem certeza Jin? Não queremos atrapalhar!
-Ah, quem disse que estão atrapalhando? Passe logo o telefone para ela!
-Jin oppaa! Você não vai acreditar no que aconteceu hoje! – Só pela voz ele sabia que Hae Soo estava radiante – Uma gerente de uma agência deu um cartão dela para unnie, disse que era para marcarmos uma audição pra mim? Acredita oppa? Eu tenho uma audição!
-Aigo Hae Soo parabéns! Meus parabéns de verdade! Qual o nome da empresa?
Seokjin começa anota todos os dados que ela lhe dava, até mesmo as características físicas da gerente que havia abordado as irmãs Jung, tinha que averiguar tudo para evitar que aquilo causasse problemas a elas de qualquer forma que fosse possível.
Ao estacionarem em frente ao edifício do Império Kim, ele se despede de Hae Soo rapidamente, antes de sair do carro ele entregou ao secretário Choi o papel com as informações que tinha anotado.
-Traga por favor, todas as informações tanto sobre a empresa, quanto sobre a pessoa descrita está bem? Check-up completo entendido?
-Sim jovem mestre!
-Muito obrigada!
Seokjin não falou com ninguém aquele dia, passou todo o seu tempo relendo contratos, analisando propostas, projetos tentando ao máximo se forçar apenas no passado, mas só de se distrair por uns segundos a imagem de Chan Kae-in ali na sua frente tantos anos depois de ter ido embora e partido seu coração, fazia seu estômago começar a doer novamente.
“Respire fundo, não pense em coisas inúteis como o fato dela estar tão bem e aparentemente feliz, enquanto você foi miserável esse tempo todo!Tudo que ela queria era o dinheiro da sua família, já devia ter aceitado isso...” Encosta-se na sua cadeira, conseguia sentir seu corpo todo tremer, sua nuca doía como nunca, Seokjin abraça o próprio corpo.
-Hyung! – Ele escuta a voz de Namjoon longe – Conta de cinquenta a zero! Vai vou ajudar você – Namjoon tira Seokjin da cadeira e senta no chão colocando ele entre suas pernas o abraçando, tinha que fazer o irmão se sentir seguro novamente durante as crises, como o avô o ensinará – Cinquenta, vamos repete!
-Ci-cin-cinquenta – Seokjin diz ainda com a voz fraca –Quarenta e nove...
-Isso! –Incentiva Namjoon.
Os irmãos Kim ficam ali por meia hora, Namjoon havia feito questão de que Seokjin contasse cada número e depois o ajudou a voltar ao seu lugar.
-Aqui o almoço que pediu senhor Namjoon –JuDa coloca a comida sobre a mesa de Seokjin e afasta alguns documentos, Jin não se recordava de ouvir ela bater na porta.
-Pelo que me recordo, decidi promovê-la a assistente de Namjoon e não a rebaixei a garçonete senhorita! – Ele diz com a voz fraca.
-Ignore ele JuDa, ele está um tanto doente hoje!
-Isso senhorita JuDa me ignore, assim como Namjoon o faz quando eu digo para manter o relacionamento de vocês dois no mais discreto possível e ele começa a chamá-la da forma mais informal possível na minha sala...
-Meu deus!- JuDa encara o namorado descrente e com raiva.
-Não me olhe assim, ele descobriu, eu não contei nada! – Namjoon diz, enquanto arruma os alimentos para o irmão - Onde está o secretário Choi?
-A neta dele, quebrou a perna na escola, ele disse que não precisava ir, mas achei melhor liberá-lo e de qualquer forma, não iria precisar tanto dele o resto do dia… - Seokjin escolhe começar pela sopa, assim que ele engole um sabor amargo enche a sua boa –Aigo, onde a senhorita comprou isso?
-Hum, no seu restaurante favorito segundo o Sr.Namjoon! – JuDa se explica rapidamente- Não está do seu gosto presidente? Posso pedir para trocarem!
-Não, não precisa –Seokjin bebe um copo de água cheio na esperança de livrar-se daquele gosto amargo, se levanta –Vou almoçar fora, talvez não volte, já assinei todos os documentos que precisavam pra hoje e amanhã, só preciso que revise novamente Joonie, posso confiar em vocês dois para isso certo?
-Sim- Responderam juntos como se fosse crianças fazendo Seokjin sorrir.
Seokjin precisava sair dali, ir para longe do Império Kim, respirar ar puro, não ser ele mesmo por algumas horas. Correu até o subsolo da sede onde costumava se trocar, assim que colocou as roupas de Jin ele guardou as do Seokjin em um armário que estava sobrando e trancou com um cadeado que tinha ganhado do secretário Choi.
Subiu na moto, que a princípio ele tinha achado um exagero de simples, mas quando ouviu os comentários de Hye Jeun sobre, mudou completamente sua perspectiva do valor que algumas coisas tinham.
Enquanto pilotava, percebeu que fazia sol sem nuvem alguma no céu de Seul , a temperatura estava amena, ele refletia se Hye Jeun acharia estranho ele aparecer as duas da tarde no restaurante, mas precisava tanto vê-la...
Quando chegou ao seu destino, ela estava lá recolhendo a sujeira deixada pelos clientes que almoçaram, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, as mangas de sua camiseta branca foram levantadas até seu cotovelo e um jeans de cintura alta preto. Ela sorri enquanto faz o seu trabalho e Jin poderia ficar ali o dia todo observando ela, mas ela acaba o descobrindo.
^-^
Hye Jeun vê Jin parado no último degrau da escada que levava ao salão do restaurante, se perguntou o que ele estava fazendo ali, mas antes que pudesse perguntar alguma coisa, viu uma lágrima descer o rosto dele, ela não disse nada então, só caminhou até ele e secou o seu rosto. Ele parecia não ter percebido que tinha começado a chorar e Hye Jeun entendia aquela sensação.
-Dia difícil? – Perguntou a ele.
-Sim - Afirmou baixinho.
-Sinto muito, sente aqui - Ela o levou a uma das mesas que já estavam limpas- Vou trazer algo para você comer, vai fazê-lo se sentir melhor está bem? Só um instante!
-Humhum... Onde estão seus pais e Hae Soo?
-Foram comprar algumas coisas que estão faltando em casa, prometo que volto rapidinho – Hye Jeun se vira em direção a cozinha e acaba esbarrando em uma cadeira, ela se vira para Jin e sorri sem graça, ele abre a boca pra dizer alguma coisa mas ela responde rapidamente –Não foi nada, estou bem, já volto!
Hye Jeun cobre o rosto e corre até a cozinha, caminha até a o aquecedor onde ficavam guardadas as marmitas para pronta entrega e pega duas já que não teve tempo de comer ainda e seria falta de educação deixar Jin-shi comer sozinho. Colocou na primeira bandeja que encontrou e voltou para o salão, Jin estava com a cabeça erguida recebendo os raios de sol enquanto sorria, Hye Jeun percebeu que ele fazia muito aquilo durante o piquenique , como se mesmo ele estando sobre a sua moto o dia inteiro praticamente não fosse o suficiente.
-Coma bem e bastante – Hye Jeun manda quando acaba de organizar os alimentos sobre a mesa.
-Muito obrigado Hye Jeun-ah! –Ele diz sorrindo, ela odiava o fato do seu coração ter acelerado por causa disso então se concentrou em comer, ambos o fizeram em silêncio até o fim da refeição. Era bom ficar em silêncio com uma pessoa e não ser algo desconfortável, concluiu ela, mas ao mesmo tempo se preocupava com o grau de intimidade que isso significava - O que tanto a preocupa?
-Não é nada só comecei a divagar em meus pensamentos! – Respondeu o mais rapidamente como se tivesse sido pega cometendo um crime – Você quer falar sobre o que estava o incomodando quando chegou?
-Encontrei o meu primeiro amor hoje e isso me machucou – Foi extremamente sincero, não havia mais energia em seu corpo para inventar outra mentira para ela, já bastava todas as outras, ele então ergueu a mão e tocou a testa de Hye Jeun –Quando você fica preocupada ou não sabe como resolver um problema, uma dobrinha aparece bem entre as suas sobrancelhas...O que a aflige Jung Hye Jeun-ah?
-JIN OPPAAAAA –A voz de Hae Soo o chamou, então ele escondeu a mão o mais rápido possível, enquanto Hye Jeun estava completamente sem reação ao seu lado , a pequena corre para o colo de Jin que a segura – Senti sua falta oppa!
-Também senti sua falta bolinho, meus parabéns pela audição! –Hae Soo faz um ‘V’ com as duas mãos envolta do rosto.
-Oppa, será vou ficar bonita em um drama?
-Aigo claro que vai – Diz Hye Jeun- E mamãe finalmente vai poder parar de reclamar sobre o fato de eu não ter me inscrito em nenhuma empresa de entretenimento!
-Nunca vou me conformar com isso! –Senhora Jung responde atrás de Hye Jeun –Fiz uma filha tão bonita e talentosa para ela escolher ficar atrás de um fogão aigoo, não concorda Jin?
-Sem sombra de dúvida Sra. Jung! – Ele concordou rindo e ela silenciosamente pergunta “Quer morrer?” O que o faz rir mais.
-Se minha unnie tivesse sido atriz ela por pelo menos uns oito anos teria sido considerada “O primeiro amor da nação” sério! – Hye Jeun esconde o rosto entre as mãos.
-Vocês estão exagerando pelo amor de deus! E você – Ela aponta para Jin- Vai ficar sem comer aqui por um mês por causa das suas gracinhas!
-Ah, não seja má Hye Jeunaaah – Ele faz um biquinho e Hae Soo o acompanha.
-Nem todo o aegyo do mundo pode salvar vocês agora! –Hye Jeun cruza os braços e fecha os olhos – Agora se me dão licença tenho coisas pra resolver na cozinha, Hae Soo e mamãe leve o senhor gracinha lá pra cima e ofereçam chá pra ele, independente da índole da visita temos que ser cordiais certo? Quando for perto do horário do curso eu chamo para irmos okay?
-Sim chefe! – Jin bate continência e Hye Jeun mostra a língua pra ele, então se levanta e corre de volta para seu posto na cozinha.
-Venha querido, vamos tomar um chá! –Chamou senhora Jung –Vai ajudar na digestão!
-Sim oppa, o chá da mamãe é de looonge o melhor! Mamãe faz chá como a minha unnie cozinha - Hae Soo levanta a mão direita – Eu juro!
Senhora Jung sorri para ele amavelmente, por algum motivo aquele sorriso lhe lembrou sua avó e o fez ter vontade de abraçar aquela senhora a sua frente, mas se controlou , apenas assentiu e seguiu ela casa a dentro.
Já conhecia o lar de Hye Jeun, principalmente o banheiro diga-se de passagem, mas era bom estar ali por ter sido convidado e não como um intruso, para uma casa coreana tinha até que um tamanho razoável, aproveitava bem a estrutura do restaurante que haviam montado no andar de baixo.
-Sinta-se a vontade! – Disse senhora Jung na sala de estar – Vou na cozinha preparar o chá e já retorno, enquanto isso Hae Soo lhe fará companhia certo?
-Sim mamãe –Hae Soo faz um joinha e a senhora Jung faz outro em resposta.
Jin observa os portas retratos que estavam no móvel onde ficava a televisão, tinha uma foto de cada irmão Jung quando bebês, uma foto deles já crescidos, outra do Sr e Sra Jung quando namorados e no dia do casamento deles, não havia nem um ano de diferença entre as fotos, eles haviam casado bem jovens concluiu.
Então encontrou uma foto onde Hye Jeun estava abraçada a um garoto que ele não conhecia, eles usavam blusas de lã combinando, ela parecia bem jovem naquela foto, devia estar no colegial. Ela sorria como nunca tinha visto sorrir antes e o garoto também, enquanto ela olhava pra câmera ele olhava para ela segurando a pela cintura.
Jin não sabia se ciúmes era a palavra certa para usar naquele momento, mas refletiu seriamente sobre caçar aquele garoto caso tivesse quebrado o coração de alguém como Hye Jeun, não que ele tivesse algum direito de o fazê-lo, afinal era a última pessoa ali sendo honesta.
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-EU NÃO CAÍ NENHUMA POSIÇÃO HUHUL – Jimin estava dançando alegremente em frente ao painel onde o ranking de alunos havia sido colado, Jungkook estende a mão para receber o dinheiro de Hoseok, que faz uma careta antes de dar o combinado, Jimin os pega bem em flagrante – Olha eu não sei com o que eu fico mais chateado, por terem apostado ou pelo hyung não ter fé nenhuma em mim! – Ele se vira para Jungkook e segura o rosto do amigo entre as mãos, fazendo o mais novo engolir seco – Vê o porquê de você ser o amor da minha vida?
Jungkook observa Hoseok se afastar silenciosamente, suas bochechas começam a arder, por que Jimin precisava ser tão invasivo? Se desvencilhou do amigo e vai atrás do hyung.
^-^
JuDa coloca a carta sobre a mesa, Namjoon observa o envelope e ergue a sobrancelha, ela põe as mãos para trás, não poderia deixar o menor vestígio de nervosismo transparecer, precisava ir embora, não conseguiria assistir ele se casar com outra pessoa, e daria um jeito de viver bem, era uma excelente gestora.
-O que isso significa JuDa? - Namjoon já sentia seu coração afundar.
-Minha carta de demissão diretor Kim - JuDa conseguia sentir seus batimentos cardíacos acelerando a cada palavra, se força a encarar Namjoon, sem piscar ou desviar o olhar.
-Se isso é por causa dos rumores de que vão me casar, não precisa se preocupar! - Ele levanta da cadeira - Eu e Seokjin estamos dando um jeito, vamos permanecer juntos JuDa, confie em mim!
-Nem tudo é sobre você Namjoon… - JuDa dá um passo para trás e olha para o chão - Se fizer isso, tenho certeza que sua família não o deixará em paz e muito menos a minha família!
-Você está fugindo por medo então? - Esbraveja ele, JuDa respira fundo.
-Sim, tenho medo! Porque meu pai doente não pode mais trabalhar e minha mãe passa o tempo todo cuidando dele, não temos como fugir do país para não encarar a fúria da poderosa família Kim - Namjoon caminha até ela e a envolve em seus braços - Eu te amo demais Joonie, mas minha família é tudo para mim.
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Jungkook encontra Hoseok no esconderijo de sempre, quer dizer não era bem um esconderijo, mas um lugar que só os dois conheciam, dava para ver todas as luzes da cidade ali e ao mesmo tempo era calmo.
Hoseok parecia frustrado, caminhado de um lado para o outro, mordendo a ponta do seu polegar perdido nos próprios pensamentos, Kookie gostaria de pode dizer “Vai ficar tudo bem hyung… Eu te amo, por isso vai ficar tudo bem, não precisa se preocupar, não com os meus sentimentos!”
-Não consigo mais esconder Kookie - Ele bate no próprio peito - Fiquei a beira de gritar com Jimin! - Jungkook tenta segurar o sorriso, mas é impossível - Não faça essa cara…
-É a primeira vez que o hyung expressa seus sentimentos, hum com palavras por minha causa, não consigo conter a felicidade, sinto muito… - Hoseok se aproxima dele e segura o rosto de Jungkook entre suas mãos - “Vê porque você é o amor da minha vida?”
-Idiota...você também é o amor da minha.
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O Alfa Romeo que sofreu uma ruidosa explosão em seu interior
Há fatos que ocorrem em poucos segundos, mas são capazes de marcar toda a nossa vida. Clarissa de Souza que o diga! Moça do interior paulista, apesar da vida simples e humilde, desde os tempos de escola já demonstrava que não veio ao mundo a passeio: estava sempre entre as primeiras da classe e seu desempenho estudantil arrancava elogios de todos os professores que tiveram a oportunidade de ensiná-la.
Além disso, Clarissa era uma mulher bonita e atraente: com seus 1,75 metro de altura, cabelos lisos, compridos e negros, tinha tudo no lugar certo e nas proporções corretas. Um mulherão, como diziam os homens. Em 1991, época em que ocorreram os fatos que relato, a moça estava com 25 anos.
O outro protagonista desse “ causo” foi Jorge Augusto Almeida Lima, um proeminente advogado de 30 anos, filho único do maior advogado de toda aquela região interiorana, o Dr Almeida Lima. O sucesso do filho como advogado impressionava tanto ao pai e aos juízes da região, que quando completou seus 30 anos, o pai colocou o filho em seu respeitado escritório de direito: o escritório passou a ser chamado de Almeida Lima e filho associados.
Nessa época, em 1991, o então presidente Collor havia aberto o mercado automotivo brasileiro e o Dr Almeida Lima aproveitou a ocasião para presentear o filho com um belíssimo e importado Alfa Romeo 164 1991 azul-marinho, novinho em folha. Em toda aquela região do interior paulista só se falava nisso: Jorge Augusto, sócio do pai no mais famoso escritório da região e desfilando em um Alfa que era o único daquelas bandas.
Na sociedade do interior paulista
Jorge Augusto era o mimo e orgulho de sua mãe, dona Regina Castro Almeida Lima e, juntamente com o marido, eram figuras importantíssimas de toda a sociedade do interior paulista. A casa do casal bem-sucedido era, certamente a mais bonita de toda aquela região. Alguns a chamavam de mansão dos Almeida Lima.
E, é claro, dona Regina achava que nenhuma mulher estava à altura do brilho de seu cintilante filho. Apesar dos inúmeros namoros que Jorge Augusto teve, dona Regina não aprovou nenhum e, muito pelo contrário, pressionava o pobre filho para que largasse a candidata, pois ela sempre encontrava uma lista de defeitos na infeliz. Jogo duro!
Leia outro “causo” de Douglas Mendonça: o mistério da trilha de papel higiênico que levava ao motorista fujão
Mas, como tinha que ser, em um encontro na casa de amigos comuns, Jorge Augusto conheceu Clarissa e, pelo que sei, foi amor à primeira vista. Tiveram um namoro por cerca de 3 meses e descobriram que o futuro de ambos estava na união. Jorge Augusto comunicou a família e, apressadamente, marcou um jantar para que, finalmente, Clarissa conhecesse seus pais.
Estava tudo combinado: ele passaria na casa dela e ela e, depois de pedir a permissão dos pais, dormiria na mansão, em um quarto de hóspede, depois do jantar de aproximação com a família. Na noite marcada, Jorge Augusto foi buscar Clarissa.
Explosão a bordo do Alfa Romeo
Mas uma particularidade da Clarissa vou revelar a vocês: quando ficava muito ansiosa, nossa candidata a Cinderela tinha fortes cólicas intestinais, que produziam gases ruidosos e que, pelo menos, não eram malcheirosos. E a situação tinha todos os ingredientes para isso acontecer. Ela moravam em uma rua mal iluminada, em uma casinha simples, onde que dividia o quarto com um casal de irmãos.
Ela estava parada defronte ao portão, com aqueles gases criados pela ansiedade causando fortes cólicas, quando surge na rua o pomposo e brilhante Alfa Romeo azul-marinho. Pronto, não dava tempo de liberar aqueles demônios que lhe causavam tantos desconfortos. Ela aguentou firme!
Jorge Augusto parou o carro e, como sempre, gentilmente desceu para acolhê-la. Ele pegou a pequena valise onde Clarissa levava coisas de uso pessoal (roupas para dormir e para usar no dia seguinte), abriu a porta do carro para que ela entrasse e se dirigiu ao porta-malas para guardar os objetos pessoais dela. Quando ele fechou a porta do carro, era o momento exato para Clarissa se livrar dos malfeitores gases que a incomodavam!
A liberação dos gases durou cerca de 3 segundos, mas foi muito ruidosa. Pobres dos bancos forrados em couro do Alfa Romeo! Jorge Augusto fechou o porta-malas e foi para a porta esquerda do motorista. Quando abriu, foi logo dizendo: “ Me perdoe a grosseria, minha querida, esqueci de te apresentar os meus pais que estão no banco traseiro!”
Nossa candidata a Cinderela virou repentinamente para trás e lá estavam, ambos com um sorriso amarelo, o Dr Almeida Lima e sua esposa Dona Regina. Claro que Dona Regina não perdeu a oportunidade:” Está se sentindo bem, querida?” Mas Clarissa não perdeu o rebolado, dizendo que estava tudo bem e já mudando o rumo da prosa. Como mulher bem-articulada, iniciou uma conversa para que aquele clima desaparecesse.
“Causo” virou piada
O jantar foi uma maravilha e tudo aquilo que havia sido planejado aconteceu a contento. Exceção feita àqueles fatídicos 3 segundos. Jorge Augusto e Clarissa se casaram, tiveram um casal de filhos e ela, como tinha que ser, foi morar na mansão dos Almeida Lima. Mas Dona Regina, com o passar do tempo, sempre pegava no pé de Clarissa devido àquele episódio infeliz.
E Clarissa também caminhou muito profissionalmente: transformou-se, depois de muito estudo, na doutora Clarissa de Souza Almeida Lima, autora de vários livros de psicologia e convidada para muitas convenções de especialistas na área por todo o mundo. Sua especialidade? Claro que tudo que dizia a respeito da ansiedade e como tratar os infortúnios de seus sintomas. Claro que estudou muito e aplicou nela mesmo, tudo que havia aprendido sobre o assunto.
Dona Regina? Aproveitava as festas que reuniam toda a família, normalmente Natal e Ano Novo, para sempre relembrar aqueles 3 segundos infelizes de Clarissa. Colocou-lhe até um apelido para cutucar: Clarissa Pum. Nesses encontros familiares, sempre que alguém bebia demais, vinha a tona a tal história famigerada e a doutora Clarissa pagava por aqueles 3 segundos infelizes. O “causo” se espalhou tanto que virou até piada
Assista ao vídeo: Alfa Montreal, o carro-conceito que foi para as ruas
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Os julgamentos negativos e increscrupulosos sobre as homenagens prestadas a Marielle Franco, são em altíssimo grau, machistas, racistas e homofóbicos
Há algum tempo eu tenho tentando produzir material apenas para o campo do meu trabalho, levando em consideração uma única coisa: a minha sanidade mental. Há quase 10 trabalhando direta ou indiretamente com serviços públicos, estive como educadora social, assessora de imprensa, coordenadora (sem qualquer prova disso, porque eu sou [ou fui] uma pessoa muito boba) de Ponto de Cultura, assessora de promoção de direitos e assessora de fortalecimento sociopolítico, presenciei cenas das quais tenho muito orgulho e também cenas que queria que meu cérebro cheio de danos e de traumas, pudesse esquecer: mulheres mortas; jovens em situação de prisão ameaçados de morte; LGBT's sem perspectiva de futuro e abandonados a própria sorte. E, entre as coisas mais deprimentes que esses olhos testemunharam, o ódio pelo outro, pela luta do outro, pela identidade do outro, tem sido de longe uma das coisas que mais me chocaram até hoje. . O mandato para o qual eu trabalho e onde, óbvio, eu faço militância, porque sim, comunicar é política diária, apresentou ontem na Câmara Municipal de Caruaru, um Projeto de Lei, solicitando que a via que dá acesso à UFPE/CAA, passe a se chamar Avenida Marielle Franco. Estávamos, quanto equipe, bem emocionados/as com isso. Marielle representa uma fonte inesgotável de força, por quem foi e por quem permitiu que fôssemos. As lutas gritadas por Marielle, acredito (e preciso acreditar), têm nos movido no sentido da unidade, dos pontos convergentes entre as nossas pautas, por vezes tão distantes. Chorei ao transmitir ao vivo, a fala do companheiro vereador Daniel Finizola, porque naquela fala tinha a minha fala (temos conversado muito). Tinha a fala de Amanda Samara (temos conversado muito). Tinha a fala de Leonardo Bulhões Xavier (temos conversado muito). Tinha as falas de Mônica Domingos, Hayanna Lafayette, Solange Pereira. Temos aprendido muito. . Hoje, por trabalho (porque por militância eu não faria), precisei ler comentários (nunca leiam os comentários) de páginas que veicularam a notícia. Senhoras e senhores, é preciso muito bom coração pra suportar. E é sobre isso que quero falar aqui: ódio. Mas não um ódio qualquer. Inclusive, tenho tentando não mais usar a expressão "eu odeio". Não quero me igualar. Falo de ódio às pessoas e suas lutas identitárias. Ódio destinado a todo aquele que ouse se levantar contra perda de direitos. "A luta de classes está escancarada", me disse tempo desses um companheiro. Mas, de quais classes? Em qual recorte histórico estamos sentados? Passamos os últimos 20 anos convencendo quem? . Os parênteses dessa avaliação superficial - e me perdoem meus mestres, por ousar descrever uma impressão, sem pesquisa - são diversos. Escolho um (que sim, tem inúmeros desdobramentos). Por que a Avenida não pode se chamar Avenida Marielle Franco? Por que Marielle, e só Marielle não pode ser homenageada? Por que, ao homenagear um torturador, conhecido por colocar ratos em vaginas de mulheres, ao exaltar Carlos Brilhante Ustra, chamá-lo de "terror de Dilma Rousseff", Jair Bolsonaro, hoje presidente eleito dessa república que mata e violenta mulheres todos os dias, não foi questionado? Por que ruas, praças, escolas, que recebem os nomes de homens brancos militares assassinos e estupradores, não são questionados? . Vamos pontuar: Marielle é mulher. Taxa de feminicídios no Brasil é a quinta maior do mundo. "Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos no país chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres" / Agência Brasil para Exame, agosto de 2018. Marielle era negra: “Na prática, 71,5% dos brasileiros assassinados por ano são pretos ou pardos” / http://contrafcut.com.br. Marielle era lésbica: “Entre 2014 e 2017, o número de registros de assassinatos de mulheres lésbicas aumentou em 150%. Apenas nos primeiros dois meses de 2018, foram registrados 26 casos de assassinatos de mulheres lésbicas” / https://www.politize.com.br/lesbocidio-no-brasil/. . Os julgamentos negativos e increscrupulosos sobre as homenagens prestadas à Marielle Franco são em altíssimo grau machistas, racistas e homofóbicas. Questiona-se como pode uma mulher negra e lésbica, ser reconhecida como instrumento de luta. Questiona-se a sua capacidade, a sua verdade, a sua identidade. A chamam vagabunda, no país onde o presidente da república gasta uma fortuna em cartão coorporativo: “Nova gestão defendeu o fim do cartão corporativo durante governo de transição; fatura nos dois primeiros meses foi de R$ 1,1 milhão” / Exame, março/19. a A chamam de “mulher de traficante”, num país onde fumar skank num apartamento de chão de taco “é permitido”, mas vender dola de 5 na esquina da favela é crime e dá cadeia. No país que chama de marginal o jovem negro vítima do tráfico e de jovem universitário o rapaz branco que vende cocaína no campus, pra poder comprar mais cocaína. . Negar às homenagens destinadas a Marielle Franco, é negar a existência da luta por ela traçada e principalmente, negar, cortinar, a existência de grupos interessados em sua morte e na morte de tantas outras Marielles, resistindo, de pé. . Vai ter rua, Avenida, Bairro, favela inteira. Vai ter fala, texto, vídeo, fotografia. Vai ter referência e reverência, porque ao contrário do que esperavam ao matá-la, ela renasceu em nós, e nós, TODOS NÓS, é muito, mais muito difícil de matar.
Imagem: @portallgbt
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